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CPAN / CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Administração de Materiais e Logística INTRODUÇÃO 1.1. Breve Histórico da Administração de Materiais Estocar materiais é uma das atividades mais antigas da humanidade. Desde que o homem deixou de ser nômade e começou a plantar e criar animais para o seu próprio sustento. Com o desenvolvimento de técnicas de plantio, passou a colher em grandes quantidades, e estabelecer técnicas de estocagem,de forma a possibilitar o uso futuro desses materiais quando não ocorressem colheitas. Os humanos que viviam na era mesolítica e neolítica (8000 AC a 4500 AC) estocavam alimentos, como cereais e o gado, fator esse que propiciou uma profunda mudança no estilo de vida e desenvolvimento humano. Quando as mudanças climáticas forçaram grandes migrações de povos no período de 6000 anos A.C a 1700 A.C., a maioria migrou para o Egito e a Mesopotâmia surgindo grandes civilizações. Ocorreu , conseqüentemente, a necessidade desses povos estocarem materiais, porém gerando problemas: Micotoxinas. (...) Estas toxinas são facilmente obtidas de mofo de cereais (.) Admite-se que esta foi a praga do Egito que ceifou a vida dos primogênitos dos egípcios, conforme relata o Livro do Êxodo (os primogênitos eram encarregados de inspecionar os silos de cereais segundo o antigo costume egípcio (...) Em frente à casa havia um terreno murado onde os moradores criavam alguns pequenos animais domésticos e, às vezes um ou dois bois (as pessoas comuns não tinham dinheiro para manter cavalos, se bem que asnos não fossem incomuns). Neste mesmo terreno ficava um, ou às vezes mais, pequeno silo onde os moradores guardavam o trigo a cevada e os demais grãos que iriam consumir. Especialmente durante a época da cheia, estes silos eram os responsáveis pela sobrevivência dos Egípcios(...). A mais antiga evidência que se tem escrita sobre a importância da estocagem de materiais é o caso de José na Bíblia. Este teve uma revelação divina de que o Egito teria 7 anos de fartura e 7 anos de miséria. A história fala que José teve que construir grandes armazéns para suprir o povo durante os 7 anos de miséria que viria. O final da história conta que o sistema deu tão certo que além de suprir o próprio povo (fato este que lhe deu grande status perante o faraó da época no Egito) atendeu também aos que vinham comprar mantimentos. A crença no Egito como berço da agricultura já não tem tantos seguidores. A dificuldade em estabelecer uma certeza a este respeito decorre da inexistência de documentação indiscutível: os trigais desaparecem com o tempo. Só através de comprovações indiretas - ruínas arqueológicas de silos, onde os cereais eram armazenados - é que se pode tentar datar o início de uma atividade agrícola sistemática. Os primeiros armazéns foram construídos por volta de 1800 AC e parece que os homens daquela época tinham os mesmos problemas de movimentação de materiais de hoje (Moura, 1998). Araújo (1973) explica que os sultões e califas árabes, por ocasião da invasão da Península Ibérica de 756 a 1031 de nossa era, fundaram os califados de Córdova, Oviedo e Alhambra. Entre os personagens que figuravam em suas corte e que eram pessoas obrigatórias em seus séquilos, havia um que denominavam Al-Xarif ou Almo-xarife, que os espanhóis e portugueses transformaram em Almoxarife. A experiência vivida pelas forças aliadas com o fator abastecimento nas duas grandes guerras mundiais, em que a importância do apoio logístico de material às unidades 1

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CPAN / CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Administração de Materiais e LogísticaINTRODUÇÃO1.1. Breve Histórico da Administração de Materiais

Estocar materiais é uma das atividades mais antigas da humanidade. Desde que o homem deixou de ser nômade e começou a plantar e criar animais para o seu próprio sustento. Com o desenvolvimento de técnicas de plantio, passou a colher em grandes quantidades, e estabelecer técnicas de estocagem,de forma a possibilitar o uso futuro desses materiais quando não ocorressem colheitas.

Os humanos que viviam na era mesolítica e neolítica (8000 AC a 4500 AC) já estocavam alimentos, como cereais e o gado, fator esse que propiciou uma profunda mudança no estilo de vida e desenvolvimento humano.

Quando as mudanças climáticas forçaram grandes migrações de povos no período de 6000 anos A.C a 1700 A.C., a maioria migrou para o Egito e a Mesopotâmia surgindo grandes civilizações. Ocorreu , conseqüentemente, a necessidade desses povos estocarem materiais, porém gerando problemas:

Micotoxinas. (...) Estas toxinas são facilmente obtidas de mofo de cereais (.) Admite-se que esta foi a praga do Egito que ceifou a vida dos primogênitos dos egípcios, conforme relata o Livro do Êxodo (os primogênitos eram encarregados de inspecionar os silos de cereais segundo o antigo costume egípcio (...) Em frente à casa havia um terreno murado onde os moradores criavam alguns pequenos animais domésticos e, às vezes um ou dois bois (as pessoas comuns não tinham dinheiro para manter cavalos, se bem que asnos não fossem incomuns). Neste mesmo terreno ficava um, ou às vezes mais, pequeno silo onde os moradores guardavam o trigo a cevada e os demais grãos que iriam consumir. Especialmente durante a época da cheia, estes silos eram os responsáveis pela sobrevivência dos Egípcios(...).

A mais antiga evidência que se tem escrita sobre a importância da estocagem de materiais é o caso de José na Bíblia. Este teve uma revelação divina de que o Egito teria 7 anos de fartura e 7 anos de miséria. A história fala que José teve que construir grandes armazéns para suprir o povo durante os 7 anos de miséria que viria. O final da história conta que o sistema deu tão certo que além de suprir o próprio povo (fato este que lhe deu grande status perante o faraó da época no Egito) atendeu também aos que vinham comprar mantimentos.

A crença no Egito como berço da agricultura já não tem tantos seguidores. A dificuldade em estabelecer uma certeza a este respeito decorre da inexistência de documentação indiscutível: os trigais desaparecem com o tempo. Só através de comprovações indiretas - ruínas arqueológicas de silos, onde os cereais eram armazenados - é que se pode tentar datar o início de uma atividade agrícola sistemática.

Os primeiros armazéns foram construídos por volta de 1800 AC e parece que os homens daquela época tinham os mesmos problemas de movimentação de materiais de hoje (Moura, 1998). Araújo (1973) explica que os sultões e califas árabes, por ocasião da invasão da Península Ibérica de 756 a 1031 de nossa era, fundaram os califados de Córdova, Oviedo e Alhambra. Entre os personagens que figuravam em suas corte e que eram pessoas obrigatórias em seus séquilos, havia um que denominavam Al-Xarif ou Almo-xarife, que os espanhóis e portugueses transformaram em Almoxarife.

A experiência vivida pelas forças aliadas com o fator abastecimento nas duas grandes guerras mundiais, em que a importância do apoio logístico de material às unidades de combate se mostrou vital para o sucesso decisivo das confrontações armadas, levou aquelas forças armadas a conceberem e a pesquisarem meios mais eficazes nesse setor.

Nenhum exército vence uma batalha se não tiver munição e equipamento no momento oportuno. Verifica-se na história das guerras que as forças inimigas tentaram derrotar seus oponentes cortando as suas linhas de suprimentos.

Pode-se constatar que na área empresarial não é diferente.O setor de suprimentos possui um enfoque estratégico por meio de um planejamento dinâmico atendendo às necessidades da produção.Mas, o que é Administração de Materiais, a logística, a estocagem, a armazenagem? Quais as suas definições, seus problemas e sua importância hoje para as empresas modernas desde as grandes corporações mundiais até as microempresas? “Porém, um problema que afeta a área de materiais é a ausência de conceituação e de definição clara e abrangente de área e seus limites de atuação em função do seu papel como fator de lucratividade das organizações (...)”

Portanto, a atividade Material existe desde os tempos remotos em que, em sua forma mais rudimentar, inicialmente se fazia presente nas trocas de caças e de utensílios e, mais adiante no tempo, nas trocas mercantis, ate chegarmos aos tempos modernos com o advento da Revolução Industrial. A necessidade de o ser humano produzir, estocar e trocar objetos e mercadorias é tão antiga quanto a própria idade do homem.

1.1.1. Evolução da Área de Materiais

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CPAN / CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Administração de Materiais e Logística Em nosso meio, a Administração de Material vem ganhando espaços cada vez maiores dentro das organizações privadas e públicas. Passada despercebida por longo tempo, por força do estágio de desenvolvimento em que se encontravam as nossas organizações industriais, comerciais e de serviços e, sobretudo pela fase por que vinha passando o país no campo econômico, a Função Material começa a emergir e a adquirir status somente atribuído às atividades mais tradicionais e conhecidas há mais tempo pelas organizações.

A situação atual é bem diversa da verificada até há bem pouco tempo. As prioridades e as exigências dos mercados aumentaram numa velocidade para a qual as nossas organizações não estavam preparadas tecnicamente; e não estavam, principalmente, estruturadas para absorverem o crescimento repentino da demanda ou, em algumas situações, a se adequarem as suas oscilações.

Surgiu, a partir dai, o seguinte problema: as indústrias brasileiras dispondo de recursos materiais, humanos e tecnológicos dimensionados para atender dada situação vigente viram-se impotentes e às voltas com prioridades de curto prazo e soluções a médio e longo prazo.

Na década de 70 chegou-se a um ponto de estrangulamento e desperdício, como conseqüência da retração do mercado mundial e da oferta de dinheiro. Esta situação tornou evidente a necessidade de maiores controles sobre esse ativo de forma mais científica e racional, principalmente quando os estoques são mantidos em estado de desordem do mercado e da economia. O conceito e método de Estoque-Zero evidencia essa postura.

Hoje, já não se discute a necessidade de uma reestruturação no setor de material, dispondo de uma autonomia própria (relativa). Entretanto pode acontecer que quando determinada área cresce em responsabilidade no processo decisório das organizações, sem que, em contrapartida, seja dotada de uma estrutura dimensionada ou proporcional a esta importância, ocorra uma acefalia que leva a perda da eficiência e ao retardo do seu pleno amadurecimento.

Uma das causa provenientes deste mal principia com a ausência de conceituação e de definição clara e abrangente da área e de seus limites de atuação, em função de seu papel como fator de lucratividade das organizações.

1.2. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

1.2.1. Finalidade da AM O objetivo fundamental da Administração de Materiais é determinar o quando e quanto adquirir/repor o estoque. Isto determina que a estratégia do abastecimento é sempre acionado pelo usuário, à medida que, como consumidor, ele inicia o processo. Atingir o equilíbrio ideal entre estoque e consumo é portanto a média primordial e, para tanto, a gestão se inter-relaciona com as outras atividades fins.

A AM tem por finalidade assegurar o contínuo abastecimento de artigos próprios, necessários e capazes de atender aos serviços executados por uma empresa. O abastecimento deve processar-se baseado em quatro requisitos básicos:

1- qualidade produtiva; 2- data de entrega; 3- menor custo de aquisição; 4- relações favoráveis com o fornecedor. Os materiais precisam ser de qualidade produtiva para assegurar a aceitação do produto final; Precisam estar na empresa na data prevista para a sua utilização; o preço de aquisição deve ser o menor (cuidados com a qualidade) para que o bem acabado possa situar-se em boas condições de concorrência e dar à empresa margem satisfatória de rentabilidade em sua compra. “Saber comprar e tão importante quanto saber vender”.

1.2.2. CONCEITOS

AM é um ramo especializado da ciência da Administração, pois trata especificamente de um conjunto de normas relacionadas com a gerência de artigos essenciais a produção de um determinado bem/produto ou serviço. Sob designação genérica de materiais entende – se portanto todas as coisas contabilizáveis que entram na qualidade de elementos constitutivos e constituintes na linha de produção da empresa .

“A Administração de Material é o planejamento, organização, controle e coordenação de todas aquelas atividades ligadas à aquisição de materiais para o formação de estoques, desde o momento de seu consumo final.” (Viana, João J., 2000, p. 41) Dias acrescenta: “ela começa com a determinação da qualidade do material e a sua quantidade, e termina com a sua entrega à produção a tempo de atender a procura dos clientes no prazo marcado e a preço mais baixo” (Dias, Marco ª P., 1990).

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CPAN / CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Administração de Materiais e Logística Por materiais entende-se todas as coisas que entram ou contribuem diretamente para a fabricação de produtos e também aqueles outros que fazem parte da rotina diária da empresa; materiais de escrito-rio, materiais de limpeza, de reposição para os serviços de manutenção, materiais de segurança, etc. Uma classificação inicial de competências pode ser assim visualizada:

GESTÃO DE MATERIAIS: É a gestão do fluxo de materiais e informações através da cadeia de suprimentos imediata. O conceito tem incluído as funções de compras, gestão de estoque, gestão de armazenamento, planejamento, controle da produção e gestão da distribuição física.GESTÃO DE COMPRAS E CADEIA DE SUPRIMENTOS: No âmbito empresarial utiliza-se para designar a função que lida com a interface da unidade produtiva e seus mercados fornecedores.GESTÃO DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA: É a designação da gestão da operação de fornecimento aos clientes imediatos. É o ramo da logística que trata da movimentação, estocagem, e processamento de pedidos dos produtos finais da organização. Costuma ser a atividade mais importante em termos de custo para a maioria das empresas, pois absorve cerca de dois terços dos custos logísticos.GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS: É um conceito desenvolvido com uma abrangência bem maior e com enfoque holístico, que gerência alem das fronteiras da empresa. Reconhece-se que há benefícios significativos a serem ganhos ao tentar dirigir estrategicamente toda uma cadeia em direção a satisfação dos clientes finais.

1.2.3. EVOLUÇÃO DOS CUSTOS DE MATERIAIS X TECNOLOGIA

1.2.4. CASO A General Motors gastava (em certa época) a sua receita de vendas: . para empregados 28,75 % . para tributos 9,75 % . para os acionistas 5,25 % . Para a empresa, em instalações e capital de giro 2,5 % . para uso e desgaste ou obsolescência de instalações e equipamentos 3,75 % . para fornecedores 50 %

1.2.5. ABRANGÊNCIA O sistema de materiais compreende: o planejamento de materiais e de produção, as compras, os estoques e a distribuição. Uma tradicional organização de um sistema de materiais pode assim ser apresentada: . Planejamento e controle da produção (informações sobre) . Compras . Controle de estoques . Almoxarifado . Importação (se necessário) . Transportes e distribuição

1.3. ENFOQUE SISTÊMICO DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL:

A AM pode ser conceituada e estudada como um Sistema Integrado em que diversos subsistemas próprios interagem para constituir um todo organizado. Destina-se a dotar a administração dos meios necessários ao suprimento de materiais imprescindíveis ao funcionamento da organização, no tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelos menores custos.

A oportunidade, o momento certo para o suprimento de materiais, influi no tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do momento oportuno acarretará, em regra, estoques altos, acima das necessidades imediatas da organização. Por outro lado, a providência de suprimento após este momento poderá levar a falta do material necessário ao atendimento de determinada

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1920 1950 2000

CUSTO DOSMATERIAIS

25% 40% 60%

CUSTOSOPERACIONAIS

75% 60% 40%

CUSTO TOTALDAFABRICAÇÃO

100% 100% 100%

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CPAN / CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Administração de Materiais e Logísticanecessidade. Do mesmo modo, o tamanho do lote de compra acarreta as mesmas conseqüências: quantidades além do necessário representam inversões em estoque ocioso, assim como quantidades aquém do necessário podem levar a insuficiência de estoque, o que é prejudicial à eficiência operacional da organização.

Estes dois eventos, tempo oportuno e quantidade necessária, acarretam, se mal planejados, além de custos financeiros indesejáveis, lucros cessantes, fatores estes decorrentes de quaisquer das situações assinaladas.

Da mesma forma, a obtenção de material, sem os atributos de qualidade requeridos para o uso a que se destina, acarreta custos financeiros maiores, retenções ociosas de capital e oportunidades de lucros não realizadas. Isto porque materiais, nestas condições, podem implicar em paradas de máquinas, defeitos na fabricação ou no serviço, inutilização do material, compras adicionais etc.

Na Administração de Material - AM encontramos as seguintes subfunções típicas além de outras mais especificas de organizações mais complexas:

1.3.1. SISTEMA DE AM:

Subsistemas típicos Subsistemas específicos - Controle de estoque - Classificação do material - Aquisição - Armazenagem - Movimentação de material - Inspeção de recebimento - Cadastro e diligenciamento

- Inspeção de suprimento - Padronização e normalização de material - Transporte de material - Alienação de material

Objetivos de cada subfunção:

- Controle de estoque: Subsistema responsável pela gestão econômica dos estoques, através de planejamento e da programação de material, compreendendo a análise, a previsão, o controle e o ressuprimento de material.

- Classificação de material: Subsistema responsável pela identificação (especificação), classificação, codificação, cadastramento e catalogação de material.

- Aquisição de material: Subsistema responsável pela gestão, negociação e contratação de compras de material através do processo de licitação.

- Armazenagem: Subsistema responsável pela gestão física dos estoques, compreendendo as atividades de guarda, preservação, embalagem, recepção e expedição de material, segundo normas e métodos de armazenamento.

- Movimentação de material: Encarregado do controle e da normalização das transações de recebimento, devoluções, transferências de material e quaisquer outros tipos de movimentações de entrada e saída de material

- Inspeção de recebimento: Responsável pela verificação física e documental do recebimento de material, podendo ainda encarregar-se da verificação dos atributos qualitativos exigidos pelas normas de controle de qualidade.

- Cadastro e diligenciamento: Responsável pelo cadastramento dos fornecedores e diligenciamento de compras.

- Inspeção de suprimento: Subsistema de apoio responsável pela verificação das normas e dos procedimentos estabelecidos para o funcionamento da AM em toda a organização, analisando os desvios da política de suprimentos traçada pela administração e propiciando soluções.

- Padronização e normalização: Subsistema de apoio ao qual cabe a obtenção de menor número de variedades existentes, de determinado tipo de material por meio de unificação e especificação dos mesmos, propondo medidas de redução de estoques.

- Transporte de material: Subsistema de apoio que se responsabiliza pela política e pela execução do transporte, movimentação e distribuição de material.

- Alienação de material: Responsável pelo estudo e proposição de alienação por venda, doação, permuta e canalização de itens inservíveis, obsoletos e irrecuperáveis da organização.

A integração destas subfunções funciona como um sistema de engrenagens que aciona a AM e permite a interface com outros sistemas da organização.

Assim, quando um item de material é recebido do fornecedor, houve, antes todo um conjunto de ações inter-relacionadas para este fim: o subsistema de Controle de Estoque aciona o subsistema de Aquisição que recorre ao subsistema de Cadastro e Diligenciamento, etc.

Quando o material é recebido pelo almoxarifado, aciona-se o subsistema de inspeção (inspeção física e documental), que então encaminha para o sistema de Controle de Estoques (registros físicos e contábeis da movimentação de

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CPAN / CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Administração de Materiais e Logísticaentrada) e ainda ao subsistema de Armazenagem ( estocagem adequada). O subsistema de Cadastro e Diligenciamento também é informado, para encerrar o dossiê de compras e processar as anotações cadastrais pertinentes ao fornecimento.

Os materiais recusados pela inspeção são devolvidos ao fornecedor (pelo subsistema Aquisição). Igualmente, o subsistema de Cadastro é acionado para providenciar o encerramento do processo de compra e processar, no cadastro de fornecedores, os registros.

Quando o material é requisitado dos estoques, esse evento é comunicado ao subsistema de Controle de Estoque pelo subsistema de Armazenagem, para que se processe a baixa física e contábil, e ainda podendo gerar, com isso, uma ação de ressuprimento. Neste caso, o subsistema de controle emite uma ordem de aquisição, para que os materiais sejam comprados de um dos fornecedores cadastrados e habilitados junto à organização pelo subsistema de Cadastro e Diligenciamento.

Após a realização da compra, o subsistema de Diligenciamento e acionado para que providencie, junto aos fornecedores,o cumprimento do prazo de entrega contratual (follow-up de acompanhamento), iniciando o ciclo novamente, por ocasião do recebimento do material.

1.3.2 PROCESSO DE INFORMAÇÕES (enfoque sistêmico):

A AM de forma sistêmica: neste método existe um sistema de informações que transmite, acumula, processa e armazena dados, proporcionando assim, meios para o estabelecimento de comunicação entre as partes componentes do Sistema AM e a sua interface com outros sistemas (formulários padronizados, relatórios gerenciais e de controle, etc.).

Representação gráfica do Sistema AM: ENTRADAS- requisições de materiais- requisições de compra- recebimento de material

- retorno de informações, etc.

PROCESSO- classificação de material- controle de estoque- aquisição- armazenagem- movimentação, etc

SAIDA- fornecimento- transferência de materiais entre os almoxarifados- cadastramento

- contabilização, etc.

RETROALIMETAÇÃO OU FEEDBACK- métodos e normas (de estocagem, programação, codificação,etc)- políticas de estoque e/ou de compras- especificações de materiais, etc.

1.3.3. INTERDEPENDÊNCIA ENTRE OS DEPARTAMENTOS DE UMA EMPRESA

- Administração de Vendas: Função principal, vender. Deve pesquisar mercados consumidores e mediante os resultados das investigações, saber quais as quantidades de produtos que serão vendidos e em que épocas; - Administração da Produção: incumbe-se de produzir as quantidades previstas por Vendas e determinar quais as quantidades de cada material que deverão ser utilizadas (componentes, matérias-primas).- Administração Financeira e Orçamentária: acompanha o índice de solvabilidade da empresa, verifica a existência de recursos financeiros além dos destinados a gastos fixos com pessoal, instalações, etc., para atender a programação de produção. Deve prever um montante em caixa a fim de enfrentar situações como aumento não previsto na procura de bens, novos métodos de produção, ampliação na capacidade produtiva, etc.- Administração do Pessoal: Recrutamento, Seleção, Treinamento, etc.- Administração de Material: (Como já descrito acima) Assegurar o abastecimento contínuo dos itens que entram na fabricação dos bens e de outros em decorrência da programação conjunta das duas primeiras administrações.

2 - DEFINIÇÃO DE ESTOQUES:

Estoques podem ser definidos como mercadoria mantida pelas firmas para revenda que se apresentam em diferentes formas:

a) Estoque de matérias-primas e materiais: mercadorias estocadas na empresa, mas ainda não incluídas no processo produtivo;b) Estoque de produtos em processo: materiais semi processados, que ainda não completaram o processo produtivo;c) Estoque de produtos acabados: produtos já prontos, aguardando venda;d) Estoque para revenda: mercadorias adquiridas já prontas, com o propósito de vende-las sem qualquer processamento.

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CPAN / CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Administração de Materiais e Logística Os estoques são, portanto, materiais e suprimentos que uma empresa ou instituição mantém, seja para vender ou para fornecer insumos ou suprimentos para o processo de produção. Todas as empresas e instituições precisam manter estoques. Considerada por muitos a base para o gerenciamento da cadeia de suprimentos, a definição de uma política de estoques depende de quatro questões:

onde localizar os estoques: Esta decisão é referente à centralização ou à descentralização dos mesmos, vis-à-vis a análise de algumas dimensões relevantes, como o giro, o valor agregado e os níveis de serviço exigidos pelo cliente final:quando pedir o ressuprimento: busca-se determinar se a empresa vai seguir ou não a metodologia sugerida pelo ponto de pedido:quanto manter em estoques de segurança: ao calcular o estoque de segurança como função das variabilidades na demanda e no lead time de ressuprimento, as empresas devem determinar se é possível reduzi-lo sem prejuízo para os níveis de disponibilidade de produto exigidos pelo mercado:quanto pedir: busca-se determinar se é mais adequado para uma empresa adotar a metodologia do lote econômico de compras ou implementar o regime de ressuprimento just in time.

Em termos financeiros, os estoques são muito importantes para todas as empresas. O balanço patrimonial, eles representam de 20% a 60% dos ativos totais. À medida que os estoques vão sendo utilizados, seu valor se converte em dinheiro, o que melhora o fluxo de caixa e o retorno sobre o investimento. Existe um custo de estocagem dos estoques, que aumentam os custos operacionais e diminui os lucros. A boa administração dos estoques é essencial como vantagem competitiva e seu desenvolvimento diante concorrentes da empresa.

2.1 - FINALIDADES E IMPORTÂNCIA DOS ESTOQUES:

Os estoques funcionam como amortecedores entre o fluxo de entradas e o fluxo de saídas, originados pelas etapas de compra, produção e venda, permitindo que cada uma dessas etapas possa seguir seu ritmo ideal. Os estoques têm a função de funcionar como reguladores do fluxo de negócios. Como a velocidade com que as mercadorias são recebidas - unidades recebidas por unidade de tempo ou entradas – é usualmente diferente da velocidade com que são utilizadas – unidades consumidas por unidades de tempo ou saídas -, há a necessidade de um estoque, funcionando, como já foi afirmado acima, como um amortecedor.

Se não existissem estoques, as compras e a produção deveriam seguir rigidamente as vendas. Para a maioria das empresas isto seria impossível de acontecer por causa de uma serie de fatores tais como:

1. Prazos longos de entrega pelos fornecedores; 2. Quantidades mínimas a serem adquiridas em cada compra; 3. Atrasos nos prazos de entrega; 4. Variações na demanda, etc.

A existência de estoques libera os processos de compra e produção da demanda, flexibiliza a administração da empresa e se garante:

a) Possibilidade de obtenção de melhores preços de compra; b) Possibilidade de manter sempre alimentada a linha de produção, não correndo riscos de paralisação da produção por falta de materiais e/ou componentes; c) Não perder receitas de vendas por demora no atendimento dos pedidos, não perder clientes, não ter prejuízos diversos originários da falta de materiais.

As finalidades de manutenção de estoques pelas empresas são:

melhorar o serviço ao cliente: auxilia o serviço do departamento comercial (vendas), quanto maior a demanda, maior a quantidades de mercadorias a serem entregues. Disponibilidade imediata de mercadorias ou tempos de ressuprimentos pequenos, mesmo quando a oferta é sazonal;Economia de escala: custos de aquisição são inversamente proporcionais ao volume de compra. Quanto maior o lote menores serão os custos de frete (equivalente à carga do veículo), e preços das mercadorias ocasionada por descontos;Proteção contra aumento de preços: compras efetuadas em grandes volumes diminuem o efeito do aumento de preços praticados pelos fornecedores, diga-se, em tempo de aumento inflacionário;

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CPAN / CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Administração de Materiais e LogísticaProteção contra oscilações de demanda: garantia de disponibilidade de mercadorias diante das incertezas do mercado e do tempo de entrega, deve-se manter um estoque adicional (estoque de segurança);Proteção contra contingências: garantia de disponibilidade de estoques contra contingências externas, incêndios, inundações, outros.

A meta principal de uma empresa e, sem duvida, maximizar o lucro sobre o capital investido em fabricas e equipamentos, em financiamento de vendas, em reserva de caixa e em estoques. Para atingir o lucro máximo, ela deve usar o capital, para que ele não permaneça inativo. caso haja necessidade de mais capital para expansão, ela emprestara ou tirara dinheiro de um dos quatro itens acima mencionados. Espera-se, então que o dinheiro que está investido em estoques seja o lubrificante necessário para a produção e o bom atendimento das vendas.

A função da administração de estoques e justamente maximizar este efeito lubrificante no feedback de vendas não realizadas e o ajuste do planejamento da produção. Simultaneamente, a administração de estoques deve minimizar o capital total investido em estoques, pois ele e caro e aumenta continuamente, uma vez que o custo financeiro aumenta. Sem estoque e impossível uma empresa trabalhar, pois ele funciona como amortecedor entre os vários estágios da produção ate a venda do produto. Quanto maior o investimento nos vários tipos de estoque (supondo que esse estoque seja o estritamente necessário) tanto maior e a capacidade e a responsabilidade de cada departamento da empresa.

2.1.1. Os Principais Tipos de Estoques

Matérias - Primas São os materiais básicos e necessários para produção do produto acabado, sendo que seu consumo é proporcional ao volume de produção. Em algumas empresas que fabricam produtos mais complexos com inúmeras partes, o estoque de matérias - primas pode consistir em itens já processados, que foram comprados de outra companhias ou transferidos de outra divisão da empresa. O volume real de cada matéria - prima depende do tempo de reposição que a empresa leva para receber seus pedidos, da freqüência do uso, do investimento exigido e das características físicas do estoque. Outros fatores que afetam o nível das matérias - primas são certas características físicas como tamanho e durabilidade.

Produtos em Processo O estoque de produtos em processo consiste em todos os materiais que estão sendo usados no processo

fabril. Eles são, em geral, produtos parcialmente acabados que estão em algum estágio intermediário da produção. É considerado produto em processo qualquer peça ou componente que já foi de alguma forma processada, mas que adquire outras características no fim do processo produtivo. O nível de estoques de produtos em processos depende em grande parte da extensão e complexidade do processo produtivo. Quanto maior for o ciclo de produção, maior o nível esperado de produtos em processo.

Deve ser tomar uma especial atenção para o nível de produtos em processo, pois quanto maior ele for maiores serão os custos. Uma gestão de estoques eficiente deverá reduzir o estoque dos produtos em processo, o que deve acelerar a rotatividade do estoque e diminuir a necessidade de caixa.

Produtos Acabados Os estoque de produtos acabados é formado por itens que já foram produzidos, mas ainda não foram vendidos. Nas empresas que produzem por encomenda o estoque é muito baixo, tendendo a zero, pois teoricamente todos os itens já foram vendidos antes de serem produzidos. Já no caso das empresas que produzem para estoque, onde os produtos são fabricados antes da venda, o nível de produtos acabados é determinado na maioria das vezes pela previsão de vendas.

Para adequar os estoques da empresa ao nível de demanda exigido, deve haver uma grande harmonia entre a programação da produção e a gestão de estoques e o departamento de vendas, para que a produção fornece uma quantidade suficiente de produtos acabados para satisfazer as previsões de vendas sem criar estoques em excesso.

Um fator importante quanto aos produtos acabados é o seu grau de liquidez. Uma empresa que vende um produto de consumo popular pode estar mais segura se mantiver níveis altos de estoques do que outra que produz produtos relativamente especializados. Quanto mais líquidos e menos sujeitos a obsolescência forem os produtos acabados de uma empresa, maiores serão os níveis de estoque que ela poderá suportar.

Peças de Manutenção

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CPAN / CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Administração de Materiais e Logística As peças de manutenção são tão importantes quanto a matéria - prima, pois a interrupção da produção por um equipamento ocioso pode levar ao adiamento de um prazo de entrega ao cliente ou a perda ocasional da encomenda quanto não do cliente. Assim atualmente as empresas tem dado uma maior atenção as peças de reposição.

Conflitos interdepartamentais quanto a estoques (em situação de alto estoque):

Matéria-prima DEPTO. DE COMPRASDesconto sobre as quantidades a serem compradas

DEPTO. FINANCEIROCapital empatadoJuros perdidos

Material em processo DEPTO. DE PRODNenhum risco de falta de materialGrandes lotes de fabricação.

DEPTO. FINANCEIRO Maior risco de perdas e obsolescênciaAumento do custo de armazenagem

Produto acabado DEPTO. DE VENDAS Boa imagem, melhores vendasEntregas rápidas

DEPTO. FINANCEIROMaior custo de armazenagemCapital empatado

A administração de estoques deverá conciliar da melhor maneira os objetivos dos departamentos, sem prejudicar a operacionalidade da empresa. Responsabilidades de materiais caem sobre a Gerência de Materiais, que zela, entre outras coisas, pelas reposições necessárias. Contudo, a responsabilidade das decisões está dividida entre vários departamentos. Segundo Neushel e Fuuler, as deficiências do controle de estoques normalmente são mostradas por reclamações contra sintomas específicos e não por criticas diretas a todo sistema. Alguns desses sintomas encontrados normalmente são:

a) periódicas e grandes dilatações de prazos de entrega para os produtos acabados e dos tempos de reposição de matéria-prima;b) quantidades maiores de estoque, enquanto a produção permanece constante ou crescente;c) elevação dos cancelamentos de pedidos ou mesmo devolução de produtos acabados;d) variação excessiva da quantidade a ser produzida;e) produção parada freqüentemente por falta de material;f) falta de espaço para armazenamento;g) baixa rotação dos estoques, obsoletismo em demasia.

2.2. - POLÍTICAS DE ESTOQUE

A administração central da empresa deverá determinar para o Departamento de Materiais o programa de objetivos a serem atingidos, isto é, estabelecer certos padrões que sirvam de guia aos programadores e controladores e também de critérios para medir a performance do Departamento. Funcionam como diretrizes, que de maneira geral, são as seguintes:

a) metas da empresa quanto a tempo de entrega dos produtos ao cliente;b) definição do número de depósitos e/ou de almoxarifados e da lista de materiais a serem estocados neles;c) nível de flutuação dos estoques para atender alta ou baixa das vendas ou uma alteração de consumo;d) permissão da especulação com estoques, fazendo compra antecipada com preços mais baixos ou comprando uma quantidade maior para obter descontos; ee) definição da rotatividade dos estoques.

A LOGÍSTICA

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As empresas estão finalmente descobrindo a logística. Alguns a vêem como uma grande oportunidade competitiva e, outros, como uma ameaça diante da concorrência. E por que situações tão antagônicas? Em verdade são várias as razões que podem ser consolidadas numa grande explicação. Por exemplo, o segmento dos supermercados, que é o mais importante canal de distribuição de produtos de consumo, é o que mais tem recebido tecnologia nos últimos cinco anos, em termos de gestão empresarial. A logística é a atividade da administração de empresas responsável pelo planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor. Logística é muito mais do que pequena visão de depósito, palete, caminhão, etc. É preciso acabar com essa confusão: a logística, se preocupa com a qualidade, custos, prazos e ciclos dos serviços prestados no atendimento dos clientes e tem duas vertentes muito claras:

1) Estratégica: Ligada ao planejamento estratégico de abastecimento, informações e aliança com fornecedores e transportadores. 2) Operacional: Ligada ao fluxo físico (movimentação, armazenagem, embalagem, transporte, etc).

Fora isso, a logística tem forte interface com as atividades comerciais, (no caso industrial, com a produção) e com a informática, pois cabe à logística, a gestão das informações que nascem no PDV, terminam no fornecedor, passando pela gestão de estoques e fluxo de suprimento. Dentro dessa realidade, a logística surge como um dos principais instrumentos para agilização dos negócios da empresa dos anos 90 e ampliação de seu mercado, pois lhe compete administrar recursos para suprir o produto certo, na qualidade definida, na condição desejada, no local correto e no tempo exato.

3.1. DEFINIÇÕES:É o processo de planejamento, implementação e controle, de um eficiente e efetivo fluxo e armazenamento de produtos, serviços e respectivas informações, desde a origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender os requisitos do cliente.É o movimento e manuseio de produtos desde o ponto de produção até o ponto de consumo ou uso. (American Marketing Association, 1948)

É o gerenciamento de todas as atividades que facilitam o movimento e coordenação da oferta e da demanda na criação de utilidades de local e de tempo. (Hesket et alli, 1964)

Logística é a arte e a ciência de determinar requisitos; adquiri-los e finalmente, mantê-los numa condição de disponibilidade operacional para sua vida inteira. (Stone 1968)

Logística Empresarial: é uma abordagem total do gerenciamento de todas atividades envolvidas na aquisição física, movimentação e armazenagem de matérias primas, estoques em processos, e estoques de produtos acabados, do ponto de origem ao ponto de uso. (Bernard J. La Londe et alli, 1970)

É o planejamento e a operação de sistemas físicos, informacionais e gerenciais necessários para que insumos e produtos vençam condicionantes espaciais e temporais de forma econômica. (Daskin, 1985)

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Estoque

C1 C2 C3

FÁBRICA

Separação por CD

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CPAN / CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Administração de Materiais e LogísticaLogística Integrada é uma lógica simples de dirigir o processo de planejar, alocar e controlar os recursos financeiros e humanos comprometidos com a distribuição física, apoio a manufatura e operações de compra. (Bowersox et alli, 1986)

Logística Empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria prima até o ponto de consumo final, assim como todos os fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados ao clientes a um custo razoável. (Ballou, 1987)

É o movimento eficiente de produtos acabados do fim da linha de produção para o consumidor, em alguns casos inclui o movimento de matérias primas da fonte de suprimento para o inicio da linha de produção. Essas atividades incluem frete, armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, controle de inventário, seleção de local de fábrica e armazém, processamento de pedidos, previsão de mercado e serviço ao cliente...(National Council of Physical Distribution Management – England, 1989.)

A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados, bem como, os fluxos de informações correlatas, através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presentes e futuras através do atendimento dos pedidos abaixo custo. (Christopher Martin, 1997)

Logística é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de matérias primas, estoques em processo, produtos acabados e informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes. (Council of Logistics Management 2000).

3.2. ORIGEM DA LOGÍSTICATem origem militar: foi desenvolvida VISANDO colocar os recursos certos no local certo, na hora certa, com um só objetivo: Vencer batalhas.

3.3. EXIGÊNCIA DO MERCADO e RESPONSABILIDADE DA LOGÍSTICAproduto certo / no local certo / na hora certa / pelo preço certo

3.4. EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE LOGÍSTICA

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DEFINIÇÃO DE LOGÍSTICA

PROCESSO DE

PLANIFICAR + IMPLEMENTAR + CONTROLAR

FLUXO E ARMAZENAGEM:

•Matérias primas

•Produtos em processo

•Produtos acabados

•Informações

Ponto

Origem

Ponto

Consumo

Em correspondência com as

necessidades dos clientes

De forma

Eficiente e efetiva

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3.5. OBJETIVO DA LOGÍSTICA Tornar disponíveis produtos e serviços no local onde são necessários, no momento em que são desejados. Atingir um nível desejado de serviço ao cliente pelo menor custo total possível.

A responsabilidade operacional da logística está diretamente relacionada com a disponibilidade de matérias –primas, produtos semi acabados e estoque de produtos acabados, no local onde são requisitados, ao menor custo possível.

3.6. EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICAAntes de 1950: Não havia uma filosofia dominante, as atividades chave da logística ficavam sob responsabilidade de diferentes áreas.

Entre 1950 e 1970: Alteração nos padrões e atitudes da demanda dos consumidores / Pressão por custos nas industrias / Avanços na tecnologia de computadores.

1970 e além: (anos de desenvolvimento)Preocupação maior com a geração de lucros do que com o controle dos custos.Expansão do mercado mascara ineficiências tanto na produção como na distribuição.Preço do petróleo quadruplicaram em sete anos.( 1973)Crescimento do mercado começou a diminuir.Inflação começou aumentar.Produtividade crescia devagar.A filosofia econômica dominante passou de estímulo da demanda para melhor administração dos suprimentos.Controle de custos, produtividade e controle de qualidade passaram a ser áreas de interesse, a medida que as empresas passaram à enfrentar o fluxo das mercadorias importadas.

3.6.1. EXEMPLO DE LOGÍSTICA NO DIA A DIAComprador se dirige a uma revendedora de automóveis:

Verifica modelos alternativos,vendedor atende perante computador,comprador expõe necessidades,vendedor mostra na tela diversas opções inclusive os modelos da loja,vendedor transmite confiança que a realidade virtual não está tão distante,

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LOGÍSTICA INTEGRADA

Cliente Distribuição Manufatura Suprimento Fornecedor

Fluxo de Materiais

Fluxo de Informações

GestãoEstratégica daLogística

Suply chainmanagement

LogísticaAdministraçãode Materiais+Distribuição

Administraçãode Materiais

PerspectivasDominantes

Amplautilização dealiançasestratégicas,co-markership,sub-contratados ecanaisalternativosdedistribuição

Visão globaldo Sistema naEmpresa comsua cadeia desuprimentos eseus canaisdedistribuição

Visão globaldo Sistema naEmpresa

OtimizaçãodoTransporte

LoteEconômico

Compras

Movimenta-çãode Materiais

Foco /Perspectivas

QUARTAFASE

TERCEIRAFASE

SEGUNDAFASE

PRIMEIRAFASE

FASE ZEROFASES

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CPAN / CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Administração de Materiais e Logísticavendedor mostra modelo escolhido com diversas opções, ( cor, potência, ar condicionado, aro de liga leve, freio ABS, etc..)vendedor e cliente constroem (configuram) juntos o carro,vendedor consulta preço solicita prazo à fábrica,cartão magnético do cliente é liberado pelo sistema financeiro,vendedor confirma Pedido de Compra, acionando montadora,vendedor solicita data da entrega do automóvel,computador da montadora com o Pedido de Compra, aciona o MRP,os softwares de roteirização da distribuição física retornam a revendedora indicando a data de entrega para a próxima terça feira, no período da manhã, no endereço da concessionária.

3.7. COMPETÊNCIA DA LOGÍSTICAVincula a empresa a seus clientes e fornecedores. É alcançada pela coordenação de projeto de rede, informação, transporte, estoque, armazenagem e manuseio de materiais e embalagens.

3.7.1. RECEITA PARA TER SUCESSO EM LOGÍSTICAUtilizar a logística como ferramenta de trabalho,Medir constantemente a relação custo benefício de cada passo do processo,Antecipar- se a cada etapa do processo,Ter grande conhecimento da cadeia logística.

3.7.2. RECEITA PARA NÃO TER SUCESSO EM LOGÍSTICAEsqueça a definição de ANÁLISE DE VALOR;Pense exclusivamente em reduzir preço;Trabalhe somente no seu departamento;Deixe o bom senso no armário do banheiro;

3.8. Revisão

3.8.1. COMPONENTES DE UM SISTEMA LOGÍSTICOServiços ao clientePrevisão de vendasComunicação de distribuiçãoControle de estoqueManuseio de materiaisProcessamento de pedidosPeças de reposição e serviços de suporteSeleção do local da planta e armazenagem(análise de localização)Compras, embalagem, manuseio de mercadorias devolvidas, recuperação e descarte de sucata, tráfego e transporte, e armazenagem e transporte.

3.8.2. DEVE AINDA INCORPORARPrazos previamente definidos e cumpridos.Preços transparentes para os clientes.Satisfação plena do cliente, (nível de serviço).Integração efetiva entre as partes da mesma empresa.Integração efetiva com fornecedores e clientes (supply chain).Busca da otimização global (redução global dos custos), incluindo estoque, transporte, avarias, perdas, etc.

3.8.3. POR QUE ESTUDAR LOGÍSTICAGlobalização crescente da economia;Diversificação da produção;Maior competição entre as empresas;Pressão para reduzir custos;

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CPAN / CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Administração de Materiais e LogísticaLocal produção não é local consumo, distâncias crescentes;Satisfação do cliente ou consumidor.

4. REFLEXÃO FINAL• As transformações do Ambiente de negócios, geram novas necessidades;• Necessidades, forçam a criação de novos produtos e serviços;• Serviços geram custos e a redução da lucratividade (custos sempre crescentes);• Serviços ruins destroem a imagem e a competitividade da empresa;• Cabe ao processo logístico atender aos requisitos impostos pelo mercado eficientemente, eficazmente e ao menor custo possível.

Assim as empresas precisam ter as seguintes competências:As empresas precisam ser As empresas precisam ter

Inovadoras em produtos e serviço Orientadas para o mercado - conhecimento Planas - menor número de níveis gerenciais Rápidas e desburocratizadas Conscientes do valor da qualidade Internacionalistas - mesmo sendo pequenas Participativas - distribuir parte dos ganhos Preocupadas com a comunidade Preservadoras do meio ambiente Atentas aos sinais de mudanças Integradas pela informação

Processos flexíveis Ciclos operacionais curtos Alta capacidade de previsão da demanda Baixo custo operacional / customização Consistência nos serviços e promessas Cobertura abrangente do seu mercado Gerenciamento por processos x funções Baixo índice de ajustes / retrabalho Processo de comunicação eficiente Funcionários preparados e informados Ética Inflexível Políticas Eficazes

E para o futuro? Quais são os desafios? Qualidade, Serviço e Relacionamento passaram a ser o preço para entrar e se manter no jogo. Sem qualidade elevada e bom serviço, a empresa está fadada ao fracasso, mas com qualidade elevada e bom serviço, não terá necessariamente sucesso. As necessidades dos clientes também estarão no cerne do foco das empresas:O que os Clientes Buscam ? O que os Clientes Valorizam ? (em 80% dos lugares do mundo)Credibilidade; Facilidade em obter os produtos; Rapidez na solução dos problemas; Atendimento personalizado; Tratamento com prioridade; Vantagens: produtos & serviços; Certeza do amanhã; Interesse pelos seus problemas; Educação & Ética profissional; Conhecimento do que se vende; Disponibilidade;Senso Urgência; Receptividade; Incentivos; Segurança; Empatia; Postura; Competência; Cumprimento das promessas;

· Facilidade de obtenção do produto;· Entrega no prazo combinado;· Assistência técnica - Informações confiáveis e eficientes;· Facilidade de contato;· Tratamento personalizado;· Cumprimento das promessas - produtos e serviços;· Empresa com postura humanizada - funcionários bem preparados;· Eficiência na solução de problemas;· Processos simples e desburocratizados.

BIBLIOGRAFIADIAS, A. M. Administração de Materiais. Uma Abordagem Logística. S. Paulo: Atlas, Edição Compacta.RODRIGUES, Paulo R.A Gestão Estratégica da Armazenagem, SP, Aduaneiras, 2003.BERTAGLIA, Paulo R. Logística e Cadeia de Abastecimento. SP, Saraiva, 2003MARTINS,P.G.e ALT,Petrônio G. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. SPaulo: Saraiva, 2003.VIANA, João José. Administração de Materiais – um enfoque prático. SP. Atlas, 2000BAILY, P. Compras. Princípio e Administração. S. Paulo: Atlas, 2000.BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial, SP, Atlas, 1993DORNIER, P. P. D. Logística e Operações Globais, Textos e Casos. S. Paulo: Atlas, 2000.GURGEL, F. A. Logística Industrial. S. Paulo: Atlas, 2000.ARNOLD, J. R. T. Administração de Materiais. S.Paulo: Atlas, 1999. SLACK, N. Administração da Produção. S. Paulo: Atlas, 1997.ROMERO, B. P. Logística de Aprovisionamientos. Madrid: McGraw-Hill, 1995.

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