· web viewsomente após muitas demandas jurídicas, o supremo tribunal federal (stf), em...

83
1 Boletim CONT-TRIB-JUR EM 19.maio.2014 "Sensatez é a arte de saber o que deve ser revelado." (William James) Contribuinte já pode corrigir erros e sair da malha fina do IR 2014 Sistema no site da Receita Federal permite consultar e resolver pendências. O órgão recomenda regularizar a situação o quanto antes. Alexandro Martello Do G1, em Brasília Os contribuintes que entregaram o Imposto de Renda Pessoa Física 2014, ano-base 2013, e caíram na malha fina já podem corrigir pendências ou inconsistências em sua declaração, confirmou ao G1 o supervisor nacional do IR do órgão, Joaquim Adir. Para conferir a situação da declaração e resolver possíveis problemas, os contribuintes devem entrar no site da Receita Federal na internet e IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Upload: phamhuong

Post on 06-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

1

Boletim CONT-TRIB-JUR EM 19.maio.2014

"Sensatez é a arte de saber o que deve ser revelado." (William James)

Contribuinte já pode corrigir erros e sair da malha fina do IR 2014Sistema no site da Receita Federal permite consultar e resolver pendências.O órgão recomenda regularizar a situação o quanto antes.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília

Os contribuintes que entregaram o Imposto de Renda Pessoa Física 2014, ano-base 2013, e caíram na malha fina já podem corrigir pendências ou inconsistências em sua declaração, confirmou ao G1 o supervisor nacional do IR do órgão, Joaquim Adir.

Para conferir a situação da declaração e resolver possíveis problemas, os contribuintes devem entrar no site da Receita Federal na internet e buscar pelo e-CAC (Centro Virtual de Atendimento) do órgão. O sistema exige o uso de um código de acesso gerado na própria página da Receita, ou um certificado digital emitido por autoridade habilitada. Veja o passo a passo do extrato do IR.

O acesso ao extrato também permite conferir se as quotas do IR estão sendo quitadas corretamente, além de identificar e parcelar eventuais débitos em atraso, entre outros serviços.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 2:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

2

Quem não encontrar informações sobre a sua situação deve aguardar mais alguns dias. Segundo Joaquim Adir, da Receita Federal, quase todas as declarações de 2014 já foram processadas e o procedimento deverá ser totalmente concluído em até uma semana.

"A autorregularização já está valendo. Quase a totalidade das declarações já foi processada. A Receita está concluindo. Mais uma semana no máximo [todas declarações estarão na base de dados do Fisco]", afimou Joaquim Adir.

Neste ano, o Fisco recebeu 26,8 milhões de declarações do Imposto de Renda até 30 de abril, o prazo legal. O número ficou um pouco abaixo das expectativas do órgão, que esperava receber 27 milhões de documentos.

Como funciona a malha finaCaso as declarações tenham problemas, elas entram na malha fina do órgão, ou seja, ficam retidas, e não aparecem nos lotes de restituição até que tudo seja resolvido.

O primeiro lote deste ano será pago em meados de junho. Ao todo, geralmente são sete lotes de restituição, entre junho e dezembro de cada ano.

Joaquim Adir não soube dizer quantas declarações caíram na malha fina em 2014 – volume que tende a recuar com a regularização feita pelos próprios contribuintes.

"A Receita Federal recomenda que os contribuintes busquem a autorregularização. Se tiver direito à restituição [e houver pendências], o contribuinte não recebe enquanto não regularizar a situação. Também quem tem imposto a pagar, evita pagar com juros maior", explicou Adir.

Votação de destaques do Supersimples é adiada para terça-feira15 mai 2014 - Simples Nacional

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, decidiu adiar para a próxima terça-feira (20) a votação das propostas de alteração doSupersimples (destaques apresentados ao Projeto de Lei Complementar 221/12). A decisão foi tomada depois de acordo de líderes partidários, diante da baixa presença de deputados em Plenário.

O presidente da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, deputado Guilherme Campos (PSD-SP), pediu que os destaques só sejam votados com pelo menos 400 deputados em Plenário, já que, para aprovar qualquer mudança, é preciso o voto favorável de 257 deputados. "Com esse quórum que temos hoje, abaixo de 300 deputados na Casa, é querer sacramentar que nenhum destaque será aprovado", reclamou.

Restam cerca de dez destaques para serem analisados. Entre as mudanças que os partidos pretendem fazer no texto base da MP, aprovado na semana passada, está a inclusão no Supersimples do setor de bebidas

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 3:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

3

alcoólicas – vinho, licores, espumantes e aguardentes – e a diminuição da tributação de categorias incluídas no regime especial, como advogados e contadores.

Na sessão de terça-feira (13), foram rejeitados três destaques ao projeto. Os deputados mantiveram no Supersimples empresas de transporte fluvial de passageiros e rejeitaram ainclusão de bebidas no regime especial para as micros e pequenas empresas. As duas emendas das bebidas tiveram maioria dos votos, mas não alcançaram o quórum mínimo de 257 votos para serem aprovadas.

Íntegra da proposta: PLP-221/2012

Fonte: Agência Câmara das Notícias

Governo promete volta atrás na cobrança de 20% para MEI

Postado por Guilherme Pontes em 16 maio 2014 às 13:00 Exibir blog

Por HELIO ALMEIDA

Rio - O ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, garantiu ontem, durante visita à redação do DIA, que o governo vai tornar sem efeito a lei que aumenta em 20% os custos de contratação dos Micro Empreendedores Individuais (MEIs). Ontem, no Rio, Afif apresentou para políticos e empresários o novo sistema para desburocratização e desoneração tributária do setor.

Afif Domingos disse que a Receita não vai fazer a cobrança por orientação da Presidência da República

“Vamos mudar a lei (do MEI), por meio do projeto que está em tramitação no Congresso Nacional. Vamos voltar com a palavra ‘excepcional’. Até que tudo isso aconteça, a lei está em vigor. Então, por enquanto, não contrate o microempreendedor, é a orientação”, explicou o ministro. “Quanto aos retroativos (referentes aos 20%), ainda não foram cobrados. Mas a Receita não vai cobrar ainda por orientação da Presidência da República”, completou.Afif explicou que quando o MEI foi aperfeiçoado, em 2011, haveria incidência da contribuição apenas para os profissionais da construção civil, porque havia receio de se usar o novo modelo de formalização dos microempreendedores como forma de precarizar a relação de trabalho. Ante essa exceção, a Receita fez uma interpretação do dispositivo em que todas as contratações de MEIs estariam sujeitas ao recolhimento dos 20%.

SITE ATÉ JULHO

A alteração na proposta foi um dos itens apontados por Afif como fundamentais para o sucesso do Simples. A outra proposta é a unificação, via internet, das obrigações dos microempreendedores.Por meio do Novo Simples Nacional e da Rede Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização de Empregos e Negócios (Redesim), os microempresários vão poder fazer pagamentos pelo site, que deve começar até fim de julho.O ministro também se reuniu ontem com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, para mostrar aos órgãos públicos que é possível facilitar a vida do empreendedor com sistema integrado.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 4:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

4

Setor pode ter 8 milhões de vagasUma campanha sobre a formalização por meio do Microempreendedor Individual vai ao ar hoje na TV. Segundo o ministro, são 3,85 milhões de MEIs criados em três anos.“Vamos começar uma campanha nacional pesada, forte, é um ativo impressionante. Vamos mostrar da facilidade de ser MEI. Por isso, ficamos bravos quando aconteceu esse golpe da burocracia dos 20%, porque você está impedindo a formalização da empresa”, acrescenta o ministro.Afif diz que vai incentivar a criação de um milhão de MEIs por ano. Para ele, a lei vigente não incentiva o empreendimento se expandir. “A empresa começa a crescer para o lado. E a perda de eficiência é total”, afirma o ministro.De acordo com Afif, o microempreendedor que se formaliza ajuda no crescimento do emprego: “Se a gente facilita a vida desse microempresário e ele gera um emprego a mais, eu tenho oito milhões de empregos.”

Fonte: Jornal O Dia

Via: BLOG DO SPED

http://www.blogdosped.blogspot.com.br/2014/05/governo-promete-volta...

A revolução do imposto sobre a rendaPublicado em 16 de maio de 2014 por Júlia Pereira

A publicação da Lei nº 12.973, de 2014 (lei de conversão da Medida Provisória nº 627) é um marco histórico na legislação do imposto sobre a renda. Trata-se de um salto para a inserção do Brasil no mercado globalizado: tanto pela harmonização do padrão contábil, o que permite às empresas brasileiras serem comparadas com suas pares estrangeiras, como pela atrasada regulamentação da tributação dos lucros gerados pelas subsidiárias das multinacionais brasileiras no exterior.

A primeira parte da lei cuida da tributação da renda no contexto dos IFRS, isto é, dos padrões internacionais de contabilidade. A incerteza tributária surgida com a Lei nº 11.638, nos estertores de 2007, alterando a lei contábil, depois de algumas sérias polêmicas, é agora, em boa medida, solucionada. Como principal garantia para o investimento produtivo ficou a exigência de uma única escrituração contábil (societária) e a isenção da distribuição dos dividendos feita por empresas brasileiras.

Ao disciplinar o novo IRPJ, a lei demonstra que seus autores fizeram a lição de casa, estudando os impactos da implementação dos IFRS pelas empresas brasileiras. Além disso, valorizou-se o conhecimento adquirido em mais de 30 anos no controle do lucro tributável por meio do Livro de Apuração do Lucro Real – Lalur. O controle dos ajustes tributários relacionados à nova contabilidade como adição ou exclusão do lucro real foi a solução perfeita, a que gera maior segurança jurídica para o Fisco e para os contribuintes.

Se a primeira parte da lei merece elogios, a segunda parte, muito ao contrário, apresenta risco de inconstitucionalidade

Em alguns casos, o texto legal procura anular a “subjetividade responsável” do atual padrão contábil, estabelecendo objetivamente a disciplina tributária. É isso que ocorre nos casos da dedução da depreciação e dos efeitos do leasing, situações em que as normas contábeis não são aplicadas para efeitos tributários.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 5:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

5

De maneira complementar, para os conceitos contábeis mais complexos – e, por isso, mais sensíveis -, a nova lei do IRPJ prevê o princípio da realização, tal como no regramento sobre o ajuste a valor presente e na mensuração a valor justo, cujos efeitos tributários são postergados para o momento em que o grau de estimativa chega a praticamente zero, ou seja, a estimativa é realizada (ou não).

Ciente do fato de que as normas jurídico-contábeis são predominantemente em nível infralegal (pronunciamentos técnicos do CPC), suprindo o silêncio da lei contábil, a segurança necessária à tributação foi dada pela “legalização” de alguns conceitos contábeis, como se verifica, principalmente, no controle e no registro das aquisições de empresas e nas reestruturações societárias, de forma destacada a evidenciação do ágio (goodwill).

Existem, ainda, determinadas práticas e critérios contábeis que não foram expressamente tratados pela nova lei do IRPJ, mas que têm implicações tributárias, como alguns aspectos do estoque (capacidade normal de produção) e do reconhecimento de receitas (momento do registro e alocação por atividade). Nesses casos, a disciplina contábil impõe-se à apuração dos tributos, não sendo efetuado qualquer ajuste. Em outras palavras, nos casos em que a lei tributária não faz referência expressa à norma contábil, o tratamento tributário obedece o tratamento contábil.

Finalmente, em respeito à legalidade, as novas normas jurídico-contábeis que forem editadas, inclusive as de natureza infralegal, e as revisões nas atuais normas deverão ter seu tratamento tributário expressamente disciplinado em lei. Até que a respectiva lei tributária seja publicada, as novas práticas e os novos critérios contábeis serão neutros para a apuração dos tributos, provocando ajustes, porém, sem ensejar outra escrituração, o que mantém intacta a isenção dos dividendos distribuídos com base no resultado contábil.

Se essa primeira parte da lei merece elogios, a segunda parte, destinada a regulamentar a tributação dos lucros no exterior, muito ao contrário, apresenta risco de inconstitucionalidade – na verdade, não esgota por completo a polêmica que tem mais uma década.

A lei permanece disciplinando a incidência do imposto brasileiro sobre o lucro auferido por subsidiárias estrangeiras (controlada ou coligada) antes da sua efetiva disponibilização, além de aumentar significativamente a complexidade dos controles desse lucro. Adicionalmente, não são respeitados os tratados sobre dupla tributária assinados pelo Brasil.

A par da dúvida jurídica, fica a certeza do dano aos investimentos das multinacionais brasileiras, prejudicando a inserção do país no mercado globalizado.

Fonte: Valor Econômico

“O ICMS SOBRE O COMÉRCIO ELETRÔNICO” – ARTIGO

Somente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), concedeu liminar para suspender a eficácia desse Protocolo Antonio Carlos Salla Há três anos, alguns estados das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, em frontal desrespeito à Constituição Federal, celebraram o Protocolo ICMS 21/2011, que, sob o argumento de dispor sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 6:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

6

operações interestaduais com mercadorias comercializadas de forma não presencial, como internet e telemarketing, impõe o pagamento desse imposto em favor do estado do domicílio do consumidor não contribuinte. Foi então inaugurada uma guerra fiscal que, a exemplo de todas as outras, acabou por prejudicar as atividades dos contribuintes. Neste caso, os comerciantes que utilizavam meios eletrônicos para comercializar suas mercadorias. De súbito, estes vendedores viram-se obrigados a entrar com medidas judiciais, senão teriam de optar entre recolher duas vezes o valor do imposto - uma, em favor do estado em que estão estabelecidos e outra, em favor dos estados signatários do famigerado Protocolo. Ou então teriam suas mercadorias apreendidas pelas repartições fiscais de fronteira. Somente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), concedeu liminar para suspender a eficácia desse Protocolo. Na prática, tal decisão não chegava a solucionar o problema, tendo em vista que as legislações de muitos dos estados signatários do acordo ainda continham previsão idêntica. Em meio a esse cenário conturbado, membros do Congresso Nacional, visando à revisão da distribuição do produto da arrecadação do ICMS entre os estados, iniciaram negociações no sentido de por fim à guerra fiscal estabelecida. Como resultado desse trabalho, no dia 2 de abril foi dado mais um passo no sentido da alteração da sistemática de cobrança do ICMS incidente sobre as operações interestaduais realizadas por agentes do comércio eletrônico. A comissão especial destinada a proferir parecer sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 197/12 aprovou o texto substitutivo elaborado pelo relator da matéria, deputado Márcio Macêdo (PT-SE). Conhecida como PEC do Comércio Eletrônico, a proposta objetiva a alteração do artigo 155, parágrafo 2º, incisos VII e VIII da Constituição Federal. Segundo a redação desses dispositivos hoje em vigor, nas operações ou prestações que destinem mercadorias ou serviços a não contribuintes de outros estados, o ICMS devido deve ser recolhido integralmente para o estado de origem - o da localização do vendedor da mercadoria ou do prestador do serviço. Com a PEC, o ICMS incidente nas operações interestaduais realizadas por e-commerce passaria, gradativamente, ao longo de cinco anos, a ser recolhido em favor do estado de destino - o do adquirente. Não obstante o louvável esforço empreendido no sentido de solucionar essa questão pontual, é importante que nossos congressistas não percam de vista que somente a aprovação dessa proposta não basta. É imprescindível que a alteração no texto constitucional seja acompanhada de modificação da legislação complementar, visando a regular o sistema de créditos, de forma a evitar distorções no sistema de apuração do imposto devido que venham a onerar os custos dos produtos ou serviços. E, consequentemente, seus respectivos preços. Em situações similares, a concepção de alterações precipitadas e incompletas gerou distorções que, até hoje, trazem insegurança jurídica. É o caso dos serviços de comunicação não medidos, como os de TV por assinatura e de provimento de conexão privada à internet, cuja Lei Complementar 102, de 2000, determinou o pagamento do imposto devido em partes iguais para os estados onde se encontram o prestador e o respectivo usuário. Como essa mesma lei nada dispôs quanto à alíquota aplicável a tais serviços, à forma de registro dos créditos e, ainda, aos procedimentos a serem adotados na hipótese de o prestador dos serviços e/ou de seus usuários serem estabelecidos em mais de um estado (como ocorre no caso de pessoa jurídica prestadora dos serviços que detêm estrutura física de comunicações em localidades diferentes para atender pessoa jurídica contratante que deve utilizar os serviços por suas filiais), são muitos os problemas enfrentados pelos contribuintes que se veem à mercê de interpretações diferentes em cada um dos estados onde são estabelecidos. Assim, só resta esperar que a PEC do Comércio Eletrônico represente uma efetiva evolução para o sistema tributário e não mais um componente a ampliar o chamado custo Brasil.

FONTE: Antonio Carlos Salla – DCI

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 7:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

7

Vem aí novo regulamento de Imposto de Renda das pessoas jurídicasPublicado em 14 de maio de 2014 por Júlia Pereira

A proposta de Lei de Conversão 2/2014, enviada pelo senador Renan Calheiros ao presidente da Câmara em 26 de março último, trata realmente da MP 627/2013 já processado pelas emendas dos parlamentares.

Em realidade, é alterada substancialmente a legislação tributária referente às pessoas jurídicas: revoga o RTT (Regime Tributário de Transição), dispõe sobre a tributação da pessoa jurídica domiciliada no Brasil com relação ao acréscimo decorrente de investimentos em controladas e subsidiárias no exterior e altera diversos conceitos tributários da legislação básica sobre o Imposto de Renda, que é o Decreto Lei 1.5987/1977, bem como inclui as modificações das novas regras de contabilidade internacional (o IFRS) dentre os princípios para apuração do que conhecemos atualmente, o chamado Lucro Real.

Altera também as regras de amortização e dedutibilidade do ágio pago nas aquisições de investimento em outras empresas. Ou seja, aquilo que o RTT dizia que as regras do IFRS deveriam ser neutras em relação à apuração do Imposto de Renda das pessoas jurídicas, na realidade, deixaram de ser neutras.

Uma boa novidade é que a esdrúxula tentativa da MP 627/2013 de tentar também alterar as normas de apuração de imposto das pessoas físicas que possuam investimentos em empresas no exterior, tentando equiparar o fato gerador das pessoas físicas ao fato gerador das pessoas jurídicas com uma tributação totalmente fora de propósito, foi simplesmente eliminada.

Referida lei, quando sancionada pela presidente da República, significa o lançamento de um novo Regulamento de Imposto de Renda das pessoas jurídicas, uma vez que altera substancialmente a base do Regulamento atual, que é o Decreto Lei 1.597 de 1977.

São tantas as alterações efetuadas no cálculo do lucro tributável das empresas que o mais adequado seria a presidente exigir também o cumprimento da Lei Complementar 95, de 26 de fevereiro de 1998, que trata das normas e técnicas de elaboração e redação de leis e que exige a Consolidação das Leis e outros atos normativos num único diploma legal, conforme dispõe seu artigo 13.

Tratando-se de uma lei que deverá ter em torno de 114 artigos (isto porque a presidente deve vetar um ou dois artigos que tratam de matéria estranha à Medida Provisória 627 a ser convertida em lei), e que altera substancialmente o cálculo, as despesas dedutíveis e o pagamento do Imposto de Renda das pessoas jurídicas, seria no mínimo razoável que estas modificações possam ser mais rapidamente entendidas e praticadas pelas pessoas jurídicas contribuintes do Brasil.

O que foi enviado para a sanção presidencial é quase um jogo de xadrez com instruções escritas em grego, dada a dificuldade que qualquer usuário terá para entender e corretamente interpretar todas as alterações que estão sendo introduzidas na legislação fiscal através da mesma, uma vez que são alterados diversos dispositivos de outras leis e o intérprete precisará de uma verdadeira biblioteca com as leis afetadas para a simples interpretação do seu texto.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 8:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

8

É certo que, da forma como é feito, incrementa-se o mercado de cursos e palestras para que se possa ajudar as empresas a corretamente aplicar as modificações introduzidas. Isto, entretanto, encarece e aumenta o nosso já conhecido Custo Brasil e que leva a todos preferirem viajar ao exterior em vez de adquirir aqui no Brasil uma enorme variedade de produtos de consumo, haja vista que no exterior os impostos são mais baixos, como também são mais baixos os custos de atendimento às burocracias (compliance) para o pagamento dos impostos.

Dentre as várias novidades que serão introduzidas no cálculo e apuração do imposto das pessoas jurídicas, uma vez sancionada a lei, saliento brevemente duas delas: no caso de permuta de imóveis em empresas de atividades imobiliárias, a parcela do lucro diferido referente ao valor justo do imóvel permutado será computada na determinação do lucro real pelas pessoas jurídicas permutantes pela mera reclassificação daquele imóvel para o ativo não circulante, investimento ou imobilizado.

Outra mudança foi considerar como isento de tributação os rendimentos recebidos pelos condomínios residenciais até o valor de R$ 24 mil anuais. Como se sabe, a Receita Federal entende que receitas dos condomínios residenciais decorrentes de locação de partes comuns, alienação de ativos do condomínio ou receita de multas por descumprimento de regras da convenção são considerados rendimentos tributáveis e devem ser rateados entre os condôminos do prédio residencial. A isenção é condicional a que o valores recebidos seja utilizado para a cobertura de gastos de custeio e que não sejam distribuídos aos condôminos.

São tantas as mudanças na base de cálculo e apuração do imposto das pessoas jurídicas, sejam elas tributadas pelo Lucro Real ou Presumido, que todo o espaço deste jornal talvez não fosse suficiente para listar e interpretar todas de uma só vez.

Na realidade, como já dito acima, tudo que se dizia desde 2008 sobre a neutralidade das novas regras contábeis (IFRS) no cálculo do imposto das pessoas jurídicas caiu por terra, passando agora as normas de apuração do imposto a levar, sim, em conta os lançamentos contábeis de acordo com o IFRS. Tentarei nas próximas colunas trazer em capítulos que caibam neste espaço algumas outras alterações.

Por Rubens Branco

Fonte: Monitor Digital

Lalur – Penalidades por Falta de Entrega do Livro15/05/2014 Deixe um comentário

Através da Lei 12.973/2014, foram estipuladas penalidades pela não apresentação do LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real, apresentação em atraso ou com informações inexatas, incorretas ou omissas.

Para os casos de atraso ou falta de apresentação, haverá multa de 0,25% por mês-calendário ou fração, do lucro líquido antes do IRPJ e da CSLL, no período a que se refere a apuração, limitada a 10%, podendo ser reduzida:

a) em 90%, quando o livro for apresentado em até 30 dias após o prazo;b) em 75%, quando o livro for apresentado em até 60 dias após o prazo;

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 9:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

9

c) em 50%, quando o livro for apresentado depois do prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício;d) em 25%, se houver a apresentação do livro no prazo fixado em intimação.

A multa será limitada em R$ 100.000,00, para as pessoas jurídicas que no ano-calendário anterior tiverem auferido receita bruta total, igual ou inferior a R$ 3.600.000,00; e em R$ 5.000.000,00 para as pessoas jurídicas que não se enquadrarem na 1º hipótese.

Também foi estipulada multa em 3%, não inferior a R$ 100,00, do valor omitido, inexato ou incorreto, sendo que esta não será devida se o sujeito passivo corrigir as inexatidões, incorreções ou omissões antes de iniciado qualquer procedimento de ofício, e será reduzida em 50% se forem corrigidas as inexatidões, incorreções ou omissões no prazo fixado em intimação.

Quando não houver lucro líquido, antes do IRPJ e da CSLL, no período de apuração a que se refere a escrituração, deverá ser utilizado o lucro líquido, antes do IRPJ e da CSLL do último período de apuração informado, atualizado pela taxa referencial do Selic, até o termo final de encerramento do período a que se refere a escrituração.

EFD-Contribuições - Nova versão 2.08 do PVA da EFD.Encontra-se disponível para para download, a versão 2.08 da EFD – Contribuições.  

Esta nova versão contempla as seguinte atualização em relação à versão anterior:

1. Redução do tempo de intervalo entre transmissões de escriturações com mesmo CNPJ e Período de Apuração, referente às escriturações da PJ Sócia Ostensiva e sua(s) SCPs, viabilizando a assim a transmissão em sequência das escriturações das SCPs.2. Em relação às pessoas jurídicas em geral, não participantes de SCP como sócia ostensiva, a versão 2.08 não contempla alteração em relação à versão 2.07, podendo assim as escriturações serem transmitidas utilizando qualquer uma das versões.

Faça aqui    o download da versão 2.08 do PVA da EFD-Contribuições.

Fonte: Portal Sped via José Adriano

RS - Estado estreia chip para evitar sonegação em cargas rodoviáriasUso de radiofrequência inicia em posto de fiscalização em Torres

Um chip acoplado ao caminhão e rastreado por antenas de rádio frequência começa a fazer toda a diferença para flagrar irregularidades fiscais no ingresso de produtos no Estado. O projeto-piloto

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 10:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

10

com a aplicação estreou ontem no posto fiscal em Torres, divisa com Santa Catarina, por onde cruzam diariamente 4 mil veículos de cargas e que respondem por quase metade do volume de mercadorias oriundas de fora do Rio Grande do Sul por meio rodoviário, segundo a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz). Para empresas de transporte, a tecnologia reduzirá as paradas no posto, que podem durar até três horas, se tiver fila, para conferência de notas e cargas.A Sefaz esclarece que as verificações físicas só ocorrerão se o sistema digital apontar informação divergente ao ler o chip. O Estado é o primeiro a colocar em prática nas áreas de divisa o programa Brasil-ID, com uso da identificação por rádio frequência (RFID). Até a metade do ano, a aplicação deve concluir a fase piloto. Hoje, apenas parte da frota de uma transportadora trafega com o rastreamento feito pelo fisco. A Fazenda espera firmar parceria com o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs) para popularizar a tecnologia.O desenvolvimento e a disseminação dessas ferramentas de apoio à fiscalização dos setores de tributação estão previstos no Sistema de Identificação, Rastreamento e Autenticação de Mercadorias. O acordo, firmado em 2009, uniu os ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o da Fazenda e unidades da federação. Os chips que trafegam com os veículos e as antenas instaladas em Torres foram financiados por meio de convênio com o MCTI. Segundo o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, o fornecimento faz parte do convênio para efetivar os sistemas e implantar semicondutores (chip) do Brasil-ID. A demonstração do procedimento foi feita ontem para a cúpula da Secretaria da Fazenda, com a presença do secretário Odir Tonollier, de dirigentes do Setcergs e da TNT, a primeira transportadora a usar o sistema, no posto em Torres. Até a semana passada, a Sefaz considerava a aplicação ainda em teste, que durou 30 dias ao ser experimentado na linha da TNT de São Paulo a Porto Alegre. Pereira espera finalizar a fase piloto até a metade do ano e ampliar a mais empresas e a outros cinco postos fiscais principais entre os 12 existentes – Barracão, Estreito, Igoio-en, Iraí e Vacaria. Para estas novas áreas, devem ser usados recursos do Profisco, bancado pelo Banco Mundial (Bird), para a aquisição das antenas e até videomonitoramento, antecipa Pereira. O investimento pode chegar a R$ 10 milhões. Para o governo, a iniciativa formará corredores eletrônicos de fiscalização.  

Rastreamento ocorre da origem ao destino

Pelo sistema, o caminhão começa a ser rastreado desde a origem, quando é abastecido com códigos de todas as notas, até o destino. 

Por Patrícia Comunello

Para ler a íntegra da matéria clique aqui

Fonte: Jornal do Comércio via José Adriano.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 11:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

11

IPI: Receita Federal divulga nova disciplina sobre consulta de classificação fiscal de mercadoriasmaio 15, 2014 em Geral, Tributário por Paloma Dias

Por meio da Instrução Normativa RFB nº 1.464/2014 – DOU 1 de 09.05.2014, foi disciplinado o processo de consulta sobre classificação fiscal de mercadorias, no âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), e revoga a Instrução Normativa RFB nº 740/2007, com efeitos a partir de 08.07.2014.

Os atos administrativos relativos à classificação fiscal de mercadorias, anteriores a 31.12.2001, inclusive, ficam revogados após a mencionada data.

As soluções em processos de consulta que versem sobre classificação fiscal de mercadorias serão fundamentadas nas Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado (RGI/SH) da Convenção Internacional sobre o Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, nas Regras Gerais Complementares do Mercosul (RGC), na Regra Geral Complementar da TIPI (RGC/TIPI), nos pareceres de classificação do Comitê do Sistema Harmonizado da Organização Mundial das Aduanas (OMA) e nos ditames do Mercosul, e, subsidiariamente, nas Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH).

A consulta deverá ser formulada por escrito, conforme formulário próprio disponível no site da RFB, na Internet, apresentado nos termos do disposto na Instrução Normativa RFB nº 1.412/2013, dirigida à Coordenação-Geral de Administração Aduaneira (Coana).

A consulta eficaz resultará em solução de consulta e a consulta ineficaz, em despacho decisório que declarará a sua ineficácia.

A consulta será solucionada em instância única, não cabendo recurso nem pedido de reconsideração da solução de consulta ou do despacho decisório, ressalvadas as hipóteses de divergências tratadas nos arts. 24 e 25 da Instrução Normativa RFB nº 1.464/2014.

As soluções de consulta e as soluções de divergência serão publicadas na Imprensa Oficial, com o número da solução, o assunto, a ementa e os dispositivos legais; e na Internet, no site da RFB, com exceção do número do processo eletrônico, dos dados cadastrais do consulente, de dados sigilosos da mercadoria e de qualquer outra informação que permita a identificação do consulente e de outros sujeitos passivos.

Fonte:  LegisWeb

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 12:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

12

CFC - Recadastramento de Organizações Contábeis começa neste semestre

Postado por Guilherme Pontes em 15 maio 2014 às 10:00 Exibir blog

O Conselho Federal da Contabilidade (CFC) lançará, ainda neste semestre, a campanha de recadastramento nacional das Organizações Contábeis. Com esse trabalho, as organizações continuarão a usufruir dos serviços que são oferecidos pelo CFC, como emissão de DHP, inscrição em cursos e eventos, certidões de regularidade, entre outros.

Para o vice-presidente de Registro do CFC, Nelson Zafra, o recadastramento é de grande importância para que o Sistema CFC/CRCs possa manter um canal direto com os empresários contábeis e que estes conheçam a importância do trabalho desenvolvido pelo Sistema. “Há no País, mais de 80 mil Organizações registradas no Sistema CFC/CRCs e é de suma importância esse contato direto com os empresários, pois  demonstra a nossa preocupação em atender às demandas e às necessidades do nosso público”, avisa o vice-presidente.

Fonte: CFC

Nova tributação de empresas brasileiras no exteriorLei 12.973/14 foi publicada no DOU. Veja a íntegra.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta terça-feira, 13, a lei 12.973/14, que trata da tributação da pessoa jurídica domiciliada no Brasil, com relação ao acréscimo patrimonial decorrente de participação em lucros auferidos no exterior por controladas e coligadas. A norma foi publicada no DOU desta quarta-feira, 14.

Com vetos a 11 trechos do projeto aprovado pelo Congresso em abril deste ano, Dilma rejeitou, entre outros pontos, o incentivo tributário à fabricação de pneus novos de borracha na Zona Franca de Manaus; as alterações a serem promovidas no Código Brasileiro de Aeronáutica sobre construção de aeroportos privados e preços das tarifas aeroportuárias; e anistia de multas para planos de saúde.

Clique aqui para conferir a íntegra da lei.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 13:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

13

ECF - Lei 12.973 - Conversão da MP 627/13 em Lei

Postado por Guilherme Pontes em 14 maio 2014 às 8:00 Exibir blog

CONVERSÃO da MP 627/13, com alguns vetos que podem ser vistos abaixo:

LEI No 12.973, DE 13 DE MAIO DE 2014Altera a legislação tributária federal relativa ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas- IRPJ, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, à Contribuição para o PIS/Pasep e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins;revoga o Regime Tributário de Transição - RTT, instituído pela Lei no 11.941, de 27 de maio de 2009; dispõe sobre a tributação da pessoa jurídica domiciliada no Brasil, com relação ao acréscimo patrimonialdecorrente de participação em lucros auferidos no exterior por controladas e coligadas;altera o Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977 e as Leis nos 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 4.506, de 30 de novembrode 1964, 7.689, de 15 de dezembro de 1988, 9.718, de 27 de novembro de 1998, 10.865, de 30 de abril de 2004, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29 de dezembro de 2003, 12.865, de 9 de outubro de 2013, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, 9.656, de 3 de junho de 1998, 9.826, de 23 de agosto de1999, 10.485, de 3 de julho de 2002, 10.893, de 13 de julho de 2004, 11.312, de 27 de junho de 2006, 11.941, de 27 de maio de 2009, 12.249, de 11 de junho de 2010, 12.431, de 24 de junho de 2011,12.716, de 21 de setembro de 2012, e 12.844, de 19 de julho de 2013; e dá outras providências.

A P R E S I D E N T A D A R E P Ú B L I C AFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, a Contribuição para o PIS/Pasep e a Contribuição para o Financiamento daSeguridade Social - Cofins serão determinados segundo as normas da legislação vigente, com as alterações desta Lei.

CAPÍTULO I

DO IMPOSTO SOBRE A RENDA DAS PESSOAS JURÍDICASE DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDOArt. 2o O Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977,passa a vigorar com as seguintes alterações:

Art. 7o .............................................................................................................................................................................................§ 6o A escrituração prevista neste artigo deverá ser entregue em meio digital ao Sistema Público de Escrituração Digital - SPED." (NR)"Art. 8o .....................................................................................I - de apuração do lucro real, que será entregue em meio digital, e no qual:..............................................................................................

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 14:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

14

b) será transcrita a demonstração do lucro real e a apuração do Imposto sobre a Renda;..............................................................................................§ 1o Completada a ocorrência de cada fato gerador do imposto, o contribuinte deverá elaborar o livro de que trata o inciso I do caput, de forma integrada às escriturações comercial e fiscal, que discriminará:.........................................................................................................b) os registros de ajuste do lucro líquido, com identificação das contas analíticas do plano de contas e indicação discriminada por lançamento correspondente na escrituração comercial, quando presentes;..........................................................................................................d) a apuração do Imposto sobre a Renda devido, com a discriminação das deduções, quando aplicáveis; ee) demais informações econômico-fiscais da pessoa jurídica............................................................................................................§ 3o O disposto neste artigo será disciplinado em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil.§ 4o Para fins do disposto na alínea "b" do § 1o, considera-se conta analítica aquela que registra em último nível os lançamentos contábeis." (NR)"Art. 8o-A. O sujeito passivo que deixar de apresentar o livro de que trata o inciso I do caput do art. 8o, nos prazos fixados no ato normativo a que se refere o seu § 3o, ou que o apresentar cominexatidões, incorreções ou omissões, fica sujeito às seguintes multas:I - equivalente a 0,25% (vinte e cinco centésimos por cento),por mês-calendário ou fração, do lucro líquido antes do Impostode Renda da pessoa jurídica e da Contribuição Social sobre oLucro Líquido, no período a que se refere a apuração, limitada a10% (dez por cento) relativamente às pessoas jurídicas que deixaremde apresentar ou apresentarem em atraso o livro; eII - 3% (três por cento), não inferior a R$ 100,00 (cem reais), do valor omitido, inexato ou incorreto.§ 1o A multa de que trata o inciso I do caput será limitada em:I - R$ 100.000,00 (cem mil reais) para as pessoas jurídicasque no ano-calendário anterior tiverem auferido receita brutatotal, igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentosmil reais);II - R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) para as pessoasjurídicas que não se enquadrarem na hipótese de que trata oinciso I deste parágrafo.§ 2o A multa de que trata o inciso I do caput será reduzida:I - em 90% (noventa por cento), quando o livro for apresentadoem até 30 (trinta) dias após o prazo;II - em 75% (setenta e cinco por cento), quando o livro forapresentado em até 60 (sessenta) dias após o prazo;

Pessoal,

O restante vcs podem ler nos pdfs em anexo:

lei.12.973_1.pdf

lei.12.973_2.pdf

lei.12.973_3.pdf

lei.12.973_4.pdf

lei.12.973_5.pdfIPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 15:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

15

lei.12.973_6.pdf

lei.12.973_7.pdf

lei.12.973_8.pdf

lei.12.973_9.pdf

lei.12.973_10.pdf

lei.12.973_11.pdf

lei.12.973_12.pdf

lei.12.973_13.pdf

lei.12.973_14.pdf

vetos.pdf

vetos2.pdf

vetos3.pdf

http://www.spedbrasil.net/forum/topics/ecf-fcont-e-lalur-lei-12-973...

RJ - Estado do Rio passa a utilizar NFC-e Postado por Guilherme Pontes em 13 maio 2014 às 13:00 Exibir blog

Nesta segunda-feira (12/5), o Estado do Rio de Janeiro deu mais um passo para reduzir a burocracia entre consumidores, empresas e fisco e unificar de forma segura o fluxo de dados entre as partes. O governador Luiz Fernando Pezão oficializou a adesão do Estado do Rio ao Programa Nacional da Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica – NFC-e durante cerimônia no Palácio Guanabara que reuniu o secretário de Fazenda Renato Villela, o subsecretário de Receita de Fazenda George Santoro e outras autoridades e representantes de associações empresariais e da sociedade.  A NFC-e foi lançada nacionalmente em novembro de 2013 e até agora somente Rio Grande do Sul, Amazonas e o Rio estão colocando em prática o novo modelo. A expectativa é de que até o final deste ano toda federação tenha aderido ao programa. A NFC-e faz a transmissão em tempo real de documentos fiscais para o banco de dados da Secretaria de Estado de Fazenda e o contribuinte pode receber o documento fiscal também via internet nos computadores, tablets e smartphones. A medida dá segurança quanto à validade e autenticidade da

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 16:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

16

transação comercial, assim como praticamente elimina a circulação de papéis impressos em notas e cupons fiscais hoje utilizados, reduzindo custos e desperdício de papel. A NFC-e é um documento eletrônico (arquivo digital) que substituirá as notas fiscais de venda ao consumidor, modelo 2, e o cupom fiscal emitido por emissores de cupons fiscais, os chamados ECF. Preocupada com a diminuição de custos para os contribuintes, a Secretaria de Fazenda - SEFAZ decidiu adotar um programa emissor que poderá ser baixado gratuitamente. “O programa nos permite ganhar agilidade nos processos que envolvem a Fazenda, os contribuintes e os consumidores. Daremos continuidade ao que estamos fazendo na Secretaria de Fazenda do Rio para que ela seja a melhor do Brasil e cresça cada vez mais em receita. Para isso ampliamos o quadro de auditores fiscais como nunca aconteceu na história dessa pasta, o que permitiu aumentar a arrecadação do Estado”, comentou o governador. O secretário da SEFAZ Renato Villela ressaltou que o uso da NFC-e permitirá ao consumidor ser o próprio fiscal do pagamento do seu tributo. “O programa promove o fortalecimento da cidadania, uma vez que o consumidor vê que a sua nota está na base de dados da SEFAZ, podendo consultá-la, interagir com a Secretaria e fazer denúncias. Já o governo ganha eficiência na fiscalização e pode utilizar a mão de obra da Receita para trabalhos de inteligência e coordenação”, explicou Villela. Após ser preenchida e assinada eletronicamente, a NFC-e é transmitida pela internet para a SEFAZ. Em fração de segundos os computadores da Secretaria verificam a autenticidade do documento e a consistência das informações. Se não houver erro, o contribuinte recebe de volta, em seu programa, o número de Autorização de Uso. A partir desse momento, a NFC-e tem validade e pode acobertar a venda. “A adesão à NFC-e é uma mudança de paradigma para o Estado e as empresas. Tempos atrás vivíamos uma realidade na SEFAZ totalmente diferente da atual, com poucos fiscais e condições ruins de trabalho. Tudo isso mudou nos últimos anos e é com muita satisfação que hoje anunciamos a utilização desse programa de alta capacidade tecnológica”, reforçou o subsecretario de Receita da SEFAZ, George Santoro. Para os órgãos públicos, a agilidade na transmissão das notas e a sua informatização auxiliará no controle dos registros fiscais e propiciará a criação de programas governamentais de estímulo à cobrança, pelos contribuintes, da emissão das notas fiscais. Dessa forma, o fisco estadual ajuda no combate à concorrência desleal, que é sempre uma pauta dos empresários, além de facilitar a vida dos contribuintes e a diminuição de seus custos operacionais e de instalação. A representante das empresas do varejo no grupo de trabalho que discute a aplicação da NFC-e nos estados Juliana Domingues comemorou a iniciativa. Segundo ela, além da economia proporcionada pelo novo programa emissor, que pode ser baixado gratuitamente da internet, a eliminação de algumas obrigações acessórias e a dispensa de homologação do software pelo fisco são outros benefícios em favor do contribuinte. “No Brasil, segundo dados do Banco Mundial, os contribuintes gastam 2.600 horas de trabalho por ano para cumprir com 150 obrigações acessórias existentes. Por isso, ações de desburocratização como a NFC-e são importantes”, justificou. A implantação da NFC-e começará no meio do ano. A medida também traz outras vantagens para o fisco, empresas e consumidores, entre elas:

Uso de impressora não fiscal comum térmica ou a laser;  Simplificação de obrigações acessórias (dispensa de impressão de Redução Z e Leitura X, Mapa

Resumo, Lacres, Revalidação, Comunicação de ocorrências, Cessação etc);  Dispensa de intervenção técnica;  Uso de papel comum; não certificado, com menor requisito de tempo de guarda;  Não há necessidade de autorização prévia do equipamento a ser utilizado;  Uso de novas tecnologias de mobilidade (smartphone, tablet, notebook e outros);  Flexibilidade de expansão de pontos de venda, sem necessidade de autorização do Fisco;  Integração de plataformas de vendas físicas e virtuais. 

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 17:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

17

A implantação da mudança obrigatória a partir do meio deste ano será gradativa para que os contribuintes possam fazer um procedimento paulatino. A expectativa da SEFAZ é que as empresas antecipem por conta própria esse calendário, em função dos benefícios. Não haverá aplicativo emissor disponibilizado pelo fisco. No entanto, há várias ofertas gratuitas que não necessariamente precisam da indicação do fisco.Fonte: SEFAZ-RJ

Código de Barras: Campo cEAN1) Pergunta:

Como deve ser preenchido o campo cEAN caso o produto mencionado na NF-e não tenha código de barras?

2) Resposta:

Caso o produto mencionado na Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) não tenha código de barras o campo cEAN não deve ser informado.

Notas Tax Contabilidade:

(1) No Manual da NF-e (Versão 5.0) o campo cEAN no layout da NF-e possui a seguinte descrição: "GTIN (Global Trade Item Number) do produto, antigo código EAN ou código de barras".

(2) No Manual da NF-e (Versão 5.0) o campo cEAN no layout da NF-e possui a seguinte observação: "Preencher com o código GTIN-8, GTIN-12, GTIN-13 ou GTIN-14 (antigos códigos EAN, UPC e DUN-14), não informar o conteúdo da TAG em caso de o produto não possuir este código.".

Base Legal: Ato Cotepe/ICMS nº 11/2012 e; Manual da NF-e, Versão 5.0 (UC: 11/05/14).

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 18:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

18

Brasil chega a marca de 4 milhões de MEI12 mai 2014 - Simples Nacional

O cenário de estabilidade monetária, de distribuição de renda e de crescimento econômico alcançado pelo Brasil nos últimos anos possibilitou ao país dar uma guinada na redução da informalidade no mercado de trabalho. O principal motivo desse avanço foi a criação, em 2009, da figura jurídica do Microempreendedor Individual (MEI), que, nesta semana, chega a marca de 4 milhões de negócios formalizados.

Segundo o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, o país está passando por um processo de profundas transformações no campo da formalização, cuja grandiosidade só deve ser percebida daqui a alguns anos, a partir de estudos e análises. "Desconhecemos, na literatura e no mundo, experiência semelhante de tamanha magnitude. Hoje, no Brasil, cerca de 5 mil negócios se formalizam por dia. Isso é fenomenal", destaca Carlos Alberto, que participou, na terça-feira (6), do Seminário Formalização do Trabalho e dos Pequenos Empreendimentos no Brasil - Diagnóstico, Avanços e Propostas de Políticas. O evento foi promovido pelo Sebrae em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Ao falar da experiência recente do Brasil na formalização de pequenas unidades de produção, o diretor do Sebrae informou que, só neste ano, a previsão é que surjam aproximadamente 1 milhão de MEI. "Nos primeiros dois meses de 2014, foram mais de 240 mil empreendedores formalizados", disse. A importância da figura jurídica, em nível nacional, também reflete no atendimento do Sebrae, uma vez que esses empreendimentos representaram 47,5% dos clientes atendidos pela instituição em 2013.

Um dos convidados do seminário, Márcio Pochmann, professor do Instituto de Economia da Unicamp, afirma que o Brasil ainda apresenta altos índices de informalidade. Nesse sentido, é necessário aperfeiçoar políticas que englobem o acesso ao microcrédito, mecanismos de economia solidária, aperfeiçoamento do regime tributário e aumento do diálogo com os estados. "O Brasil deve continuar crescendo e investindo em políticas de geração de empregos. Sem crescimento econômico é difícil reduzir a informalidade", disse Pochmann. Para ele, outro aspecto a ser levado em consideração é a garantia da formalização, que deve ser buscada por meio da qualificação e formação do MEI, preservando sua estabilidade.

Sebrae e OIT

Em junho, em Genebra (Suíça), esse modelo brasileiro de formalização será apresentado na Conferência da OIT. O diretor-técnico Carlos Alberto dos Santos integrará a delegação brasileira que estará no evento. O combate à informalidade é o objetivo estratégico do trabalho da Organização na América Latina e Caribe para os próximos anos. No final de 2013, a OIT e o Sebrae firmaram parceria para a troca de experiências sobre a realidade do trabalho nos pequenos empreendimentos.

Fonte: Agência SEBRAE

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 19:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

19

Quadro Comparativo da Lei nº 12.973/14 com a Medida Provisória nº 627/13

No DOU do dia 14/05/ 2014 foi publicada a Lei nº 12.973, que promoveu diversas alterações na legislação tributária.

Por conta disso merece destaque a revogação do Regime Tributário de Transição (RTT), instituído pela Lei nº 11.941, de 27/05/ 2009, que havia sido revogado pela Medida Provisória nº 627/13, que perdeu sua vigência em meados de maio de 2014.

Como a Lei nº 12.973/14 legisla sobre as mesmas matérias tratadas na Medida Provisória nº 627/13, entre outras, produzimos o quadro comparativo abaixo, no qual poderão ser visualizadas as divergências, ampliações ou omissões, entre essas duas normas. Portanto os dispositivos que permaneceram inalterados não foram objeto de cotejo.

A título de exemplo do cotejo que fizemos podemos mencionar:

Multa correspondente ao LALUR eletrônico

Ao incluir o art. 8ºA no Decreto-Lei nº 1.598/77, a Lei nº 12.973/14 o fez de forma diferente da MP nº 627/13, alterando o percentual da multa, bem como a sua base de cálculo , aplicável às pessoas jurídicas que deixarem de apresentar ou apresentarem em atraso o LALUR eletrônico.

Isenção sobre os rendimentos recebidos pelos condomínios residenciais

O art. 3º, da Lei nº 12.973/14, determinou isenção do Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas sobre os rendimentos recebidos pelos condomínios residenciais, limitado a R$ 24.000,00 por ano-calendário, desde que sejam revertidos em benefício do próprio condomínio para cobertura de despesas de custeio e de despesas extraordinárias e estejam previstos e autorizados na convenção condominial.

Lucro decorrente da receita de concessão de serviços públicos

O teor do art. 36, da Lei nº 12.973/14, não contemplado pela MP nº 627/14, determinou que o lucro decorrente da receita reconhecida pela construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo financeiro representativo de direito contratual incondicional de receber caixa ou outro ativo financeiro, poderá ser tributado na medida do efetivo recebimento, inclusive para fins de cálculo da estimativa de que trata o art. 2º da Lei nº 9.430, de 27/12/ 1996.

Veja a íntegra do quadro comparativo.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 20:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

20

No RS - Estado estreia chip para evitar sonegação em cargas rodoviárias Uso de radiofrequência inicia em posto de fiscalização em Torres

Patrícia Comunello

Projeto iniciado ontem em Torres, na divisa com Santa Catarina, é pioneiro no País

Um chip acoplado ao caminhão e rastreado por antenas de rádio frequência começa a fazer toda a diferença para flagrar irregularidades fiscais no ingresso de produtos no Estado. O projeto-piloto com a aplicação estreou ontem no posto fiscal em Torres, divisa com Santa Catarina, por onde cruzam diariamente 4 mil veículos de cargas e que respondem por quase metade do volume de mercadorias oriundas de fora do Rio Grande do Sul por meio rodoviário, segundo a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz). Para empresas de transporte, a tecnologia reduzirá as paradas no posto, que podem durar até três horas, se tiver fila, para conferência de notas e cargas.

A Sefaz esclarece que as verificações físicas só ocorrerão se o sistema digital apontar informação divergente ao ler o chip. O Estado é o primeiro a colocar em prática nas áreas de divisa o programa Brasil-ID, com uso da identificação por rádio frequência (RFID). Até a metade do ano, a aplicação deve concluir a fase piloto. Hoje, apenas parte da frota de uma transportadora trafega com o rastreamento feito pelo fisco. A Fazenda espera firmar parceria com o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs) para popularizar a tecnologia.

O desenvolvimento e a disseminação dessas ferramentas de apoio à fiscalização dos setores de tributação estão previstos no Sistema de Identificação, Rastreamento e Autenticação de Mercadorias. O acordo, firmado em 2009, uniu os ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o da Fazenda e unidades da federação. Os chips que trafegam com os veículos e as antenas instaladas em Torres foram financiados por meio de convênio com o MCTI. Segundo o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, o fornecimento faz parte do convênio para efetivar os sistemas e implantar semicondutores (chip) do Brasil-ID.

A demonstração do procedimento foi feita ontem para a cúpula da Secretaria da Fazenda, com a presença do secretário Odir Tonollier, de dirigentes do Setcergs e da TNT, a primeira transportadora a usar o sistema, no posto em Torres. Até a semana passada, a Sefaz considerava a aplicação ainda em teste, que durou 30 dias ao ser experimentado na linha da TNT de São Paulo a Porto Alegre. Pereira espera finalizar a fase piloto até a metade do ano e ampliar a mais empresas e a outros cinco postos fiscais principais entre os 12 existentes – Barracão, Estreito, Igoio-en, Iraí e Vacaria. Para estas novas áreas, devem ser usados recursos do Profisco, bancado pelo Banco Mundial (Bird), para a aquisição das antenas e até videomonitoramento, antecipa Pereira. O investimento pode chegar a R$ 10 milhões. Para o governo, a iniciativa formará corredores eletrônicos de fiscalização. 

Rastreamento ocorre da origem ao destinoPelo sistema, o caminhão começa a ser rastreado desde a origem, quando é abastecido com códigos de todas as notas, até o destino. A medida serve para intensificar a vigilância sobre a utilização de créditos do ICMS, que está prevista na substituição tributária. A Fazenda terá detalhes, como data e hora de verificação e demais identificações. “O sistema indicará se será necessário o motorista parar e descer para alguma verificação. Caso não precise, pode seguir sem interrupção”, ilustra o subsecretário da Receita.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 21:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

21

“Vai aumentar a correção e o combate a irregularidades”, acredita Ricardo Neves Pereira, subsecretário da Receita Estadual. “O corredor eletrônico significará mais segurança e agilidade para as empresas e para o fisco”, vislumbra Tonollier, que espera saldo ainda na eficiência do caixa e da economia local.

O uso restrito à TNT atinge volume que representa 25% a 30% do que é transportado pela companhia para o território gaúcho, segundo o gerente regional de vendas, Airton Levi. “O monitoramento já agiliza o transporte, encurtando o tempo de viagem, que hoje é crucial diante da nova legislação para motoristas”, destaca. O executivo aposta que até o fim do ano toda a frota que faz o fluxo diário da companhia, com 40 caminhões para os destinos no Estado, esteja chipada. “A tecnologia será diferencial para quem aderir, e o governo poderá focar o combate da sonegação em quem está fora”, sugere Levi.

“Teremos uma análise do risco da operação ao verificar todos os destinatários e certificar se algum produto pode não ter idoneidade. Quem estiver com tudo certo é enquadrado em baixo risco de sonegação e tem passagem facilitada”, traduz o subsecretário. “Queremos trabalhar para a boa empresa”, arremata.

Solução de Consulta Nº 1004 DE 04/04/2014Publicado no DO em 8 mai 2014

ASSUNTO: Contribuições Sociais Previdenciárias

EMENTA: Aviso prévio indenizado. Base de Cálculo. Inclusão. O aviso prévio indenizado (não trabalhado) integra a base de cálculo para fins de incidência das contribuições sociais previdenciárias.

SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT N° 15, DE 11 DE OUTUBRO DE 2013.

DISPOSITIVOS LEGAIS: Constituição da República de 1988, art. 195, I, a? Lei n° 8.212, de 1991, art. 22, inc. I, § 2°, art. 28, inc. I, § 9°? e Consolidação das Leis do  Trabalho, art. 487, § 1°.

RODRIGO AUGUSTO VERLY DE OLIVEIRAChefe

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 22:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

22

EFD-Contribuições - Nova versão 2.08 do PVA da EFD.

Postado por Guilherme Pontes em 14 maio 2014 às 10:30 Exibir blog

Encontra-se disponível para para download, a versão 2.08 da EFD – Contribuições. 

Esta nova versão contempla as seguinte atualização em relação à versão anterior: 1. Redução do tempo de intervalo entre transmissões de escriturações com mesmo CNPJ e Período de Apuração, referente às escriturações da PJ Sócia Ostensiva e sua(s) SCPs, viabilizando a assim a transmissão em sequência das escriturações das SCPs.2. Em relação às pessoas jurídicas em geral, não participantes de SCP como sócia ostensiva, a versão 2.08 não contempla alteração em relação à versão 2.07, podendo assim as escriturações serem transmitidas utilizando qualquer uma das versões.Faça aqui   o download da versão 2.08 do PVA da EFD-Contribuições.

Sped: Divulgada a Nota Técnica nº 2014/001, versão 1.00, que trata do Epec da NF-e13 mai 2014 - ICMS, IPI, ISS e Outros

Foi divulgada, no portal da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), a Nota Técnica nº 2014/001, versão 1.00, que trata do Evento Prévio de Emissão em Contingência (Epec) da NF-e, apresentando, em resumo, os aspectos a seguir delineados.

Uma das contingências previstas no modelo do sistema da NF-e é a possibilidade de autorização de uma Declaração Prévia de Emissão em Contingência (DPEC), contendo dados reduzidos desse documento fiscal.

A autorização da DPEC permite a impressão do Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (Danfe) em papel comum, considerando-se emitida a NF-e a partir do momento da impressão deste Danfe, sob condição resolutória de posterior transmissão da NF-e para a Sefaz de circunscrição do contribuinte.

A referida Nota Técnica apresenta a especificação técnica necessária para a implementação do registro de evento, que deverá substituir a atual emissão da DPEC. O evento é “Evento Prévio de Emissão em Contingência (tpEvento=110140, 'Epec')”.

A Nota Técnica especifica também outras mudanças e controles, conforme segue:

a) Controle do Ambiente de Contingência do Epec (item 4);

b) Adaptação nos Serviços de Autorização de Uso (item 5);

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 23:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

23

c) Sincronismo dos Ambientes de Autorização: Situações de Exceção (item 6);

d) Consulta Pública da NF-e (item 7).

Prazos para entrada em vigor da referida Nota Técnica:

a) ambiente de homologação (ambiente de testes das empresas): 30.06.2014;

b) ambiente de produção: 04.08.2014;

c) desativação do processo de autorização de DPEC antigo: 1º.12.2014.

(Nota Técnica nº 2014/001, versão 1.0.0, Disponível em:

http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/listaConteudo.aspx?tipoConteudo=tW+YMyk/50s=.Acesso em: 13.05.2014)

 

Fonte: Portal da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e)

Fraude ou erro no reconhecimento da receita?Normatizado pela Resolução CFC 1.412/2012, cuja base assenta-se no Pronunciamento Técnico CPC 30 (R1) (International Accounting Standards – IAS 18 do International Accounting Standards Board – IASB), o reconhecimento da receita tem sido pródigo...

Normatizado pela Resolução CFC 1.412/2012, cuja base assenta-se no Pronunciamento Técnico CPC 30 (R1) (International Accounting Standards – IAS 18 do International Accounting Standards Board – IASB), o reconhecimento da receita tem sido pródigo em gerar casos emblemáticos que se posicionam em um limbo entre a fraude e o erro.No passado recente, o país registrou diversos casos de ambos os tipos e muitos despertaram as atenções, alguns deles por envolver empresas importantes para o mercado e, fundamentalmente, surgidas do esforço de grandes empreendedores. Mas é certo, no entanto, que todas as ocorrências do gênero merecem um estudo mais aprofundado, independentemente de suas origens e causas. A TAM Linhas Aéreas, e o então Banco PanAmericano – hoje Banco Pan –são apenas dois deles.Em 2012, a TAM apresentou erros na contabilização de passagens que mudaram completamente suas demonstrações contábeis do exercício. Em uma reapresentação das demonstrações contábeis daquele ano, o patrimônio líquido da empresa ficou negativo (passivo a descoberto) em R$ 901 milhões. Este fato significa que as dívidas e compromissos financeiros superavam

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 24:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

24

seus ativos no período. No balanço original, o patrimônio era de R$ 532 milhões.O problema ocorreu no modo como eram reconhecidas as receitas com passagens antecipadas – aquelas que foram emitidas, mas ainda não utilizadas –, que geraram um ajuste negativo de R$ 1,1 bilhão.

A administração da TAM atribuiu tal erro à fragilidade do sistema de controles internos no reconhecimento da receita, problema sanado no exercício de 2012.

O próprio texto da Resolução CFC nº 1.412/2012 explica com nitidez que falha foi cometida: ... na venda de ingressos em eventos, as receitas provenientes de apresentações artísticas, banquetes e outros eventos especiais devem ser reconhecidas quando o evento ocorrer. Quando os ingressos para uma série de eventos forem vendidos, a comissão deve ser alocada a cada evento em base que reflita a extensão em que os serviços são prestados para cada evento.Para ilustrar o erro existente nas demonstrações contábeis da TAM, note-se que as notas explicativas da GOL (sua concorrente direta no mercado brasileiro) ,em 31 de dezembro de 2012, reconhecem a receita proveniente de passagens quando o transporte aéreo é efetivamente prestado.

Os bilhetes vendidos, mas ainda não utilizados, são registrados como transportes a executar, representando, portanto, uma receita antecipada (adiantamento de clientes) de bilhetes vendidos a serem transportados em data futura, líquido dos bilhetes que expirarão de acordo com a expectativa da companhia, considerando dados históricos.

Não se pretende aqui, evidentemente, julgar se houve erro ou fraude nas demonstrações financeiras originais da companhia aérea, até porque não conhecemos com detalhes o que ocorreu, mas apenas mostrar o quanto é complexo o reconhecimento das receitas, ou seja, o momento exato em que elas se concretizam, algo que deve ser estabelecido sempre de forma clara e inequívoca, conforme ensina este episódio emblemático.

O caso da TAM revela erros que aparentemente não decorrem de fraude na contabilidade, mas sim de deficiências de controle interno, sem o conhecimento dos seus contadores e auditores sobre a interpretação das normas contábeis à luz daquelas operações, o que acabou gerando efeitos relevantes nos resultados demonstrados.

Mas quando analisamos as fraudes contábeis genuínas, invariavelmente a receita também é uma das áreas mais afetadas. Chamam a atenção neste campo problemas como o ocorrido com o

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 25:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

25

então Banco PanAmericano, que inflava seus balanços por meio do registro de carteiras de créditos que haviam sido vendidas a outras instituições como parte de seu patrimônio.

Este subterfúgio permitiu à instituição que o valor da empresa fosse incrementado antes da abertura de seu capital, em novembro de 2007, conforme reportagem especial publicada no site da revista Veja(http://veja.abril.co...ma/panamericano).

Outro exemplo generalizado no Brasil de incongruência nesta área é o reconhecimento da receita proveniente da venda de mercadorias e produtos pela emissão de notas fiscais, ignorando com isso a necessidade de se satisfazerem algumas condições.

A primeira delas remete ao momento em que a entidade transfere para o comprador os riscos e benefícios mais significativos inerentes à propriedade, gestão e controle dos bens.As demais condições exigidas são que: o valor da receita possa ser mensurado com confiabilidade; os benefícios econômicos associados à transação fluam para a entidade; e as despesas incorridas ou a serem incorridas, referentes à transação, possam ser mensuradas de forma igualmente confiável.

É evidente que a mera emissão da nota fiscal não pode ser reconhecida como receita. Ao agir dessa forma, não se adota nem regime de competência nem de caixa, além de contrariar frontalmente a estrutura conceitual da contabilidade contemporânea, isto é, a essência deve sempre prevalecer sobre a forma.

Fica ainda como lição disso tudo a necessidade de que contadores e auditores tenham pleno entendimento do sistema de controle interno das empresas que atendem, identificando as fraquezas e reportando-as no devido tempo para que se evitem distorções como as aqui rememoradas. Afinal, a contabilidade internacional trouxe novos desafios para a elaboração das demonstrações contábeis, tornando a governança corporativa ferramenta imprescindível.

O mesmo raciocínio estende-se à esfera da auditoria independente. Após iniciar um trabalho do gênero, este profissional deve realizar todos os procedimentos possíveis e necessários, suficientes para fundamentar sua opinião. Do contrário, não tem como identificar, com clareza, todas as fraquezas que passíveis de originar erros ou fraudes, deixando brechas que poderão, mais cedo ou mais tarde, motivar casos de manipulação que não deixariam margem sequer ao beneficio da dúvida suscitada no título deste artigo texto.

Fonte: Contábeis.comIPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 26:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

26

Sócios não podem responder pelo simples encerramento da sociedadeComo regra, os sócios não respondem pelos débitos fiscais da empresa, mesmo que a sociedade não possua bens suficientes para satisfazer suas obrigações.

No entanto, existem exceções a essa regra, e o encerramento irregular da empresa é a causa mais comum da excepcional responsabilização dos sócios pelas obrigações fiscais da empresa.

O encerramento irregular ocorre quando a empresa deixa de exercer suas atividades e não comunica tal fato aos órgãos competentes. Na prática, tal circunstância é comprovada por meio de Oficial de Justiça, que a pedido do fisco comparece no endereço que a sociedade declara aos órgãos públicos como sendo de sua sede e certifica que a empresa não funciona no local.

A não localização da empresa no endereço que consta nos cadastros públicos é considerada pela maioria da jurisprudência como presunção de encerramento irregular, suficiente para ensejar a responsabilização dos sócios. Esse entendimento foi consolidado na Súmula 435 do Superior Tribunal de Justiça:

"Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente".

Entretanto, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu em recente julgamento que o encerramento irregular da sociedade não é por si só fundamento suficiente para a desconsideração da personalidade jurídica, o que pode reabrir a discussão a respeito da responsabilização dos sócios nessa hipótese.

No voto proferido no Recurso Especial n. 1.395.288/SP, a Ministra Nancy Andrighi afirmou que:

"a dissolução irregular da sociedade não pode ser fundamento isolado para o pedido de desconsideração da personalidade jurídica, mas, aliada a fatos concretos que permitam deduzir ter sido o esvaziamento do patrimônio societário ardilosamente provocado de modo a impedir a satisfação dos credores em benefício de terceiros, é circunstância que autoriza induzir existente o abuso de direito. Esse abuso, a depender da situação fática delineada, se materializa no uso ilegítimo da personalidade jurídica para fraudar o cumprimento das obrigações (desvio de finalidade) e/ou na ausência de separação entre o patrimônio da pessoa jurídica e o de seus sócios (confusão patrimonial)".

Embora a referida decisão não trate especificamente da responsabilidade tributária dos sócios, prevista noartigo 135 do Código Tributário Nacional, entendemos que seus fundamentos são perfeitamente aplicáveis aos casos fiscais, colocando em xeque a Súmula 435 do Superior Tribunal de Justiça e as decisões judiciais que com base nesta consideram o simples encerramento irregular da empresa como apto a provocar a responsabilização dos sócios pelas obrigações fiscais da empresa.

De acordo com esse precedente, além do encerramento irregular, o credor deve demonstrar que os sócios agiram de forma dolosa ou fraudulenta, ou então que se aproveitaram dos bens da empresa para interesses pessoais, o que torna mais árdua a tarefa do credor de reunir elementos de prova para pedir a responsabilização dos sócios. A nosso ver essa interpretação deve ser aplicada nas execuções fiscais, ou seja, não basta a demonstração do encerramento irregular; o fisco deve no mínimo apresentar indícios de que os sócios agiram de forma fraudulenta.

Mas mesmo que esse precedente não mude a opinião da maioria da jurisprudência - que entende que o encerramento irregular é suficiente para a responsabilização dos sócios -, vale ressaltar que ainda assim o sócio tem meios de afastar sua responsabilidade pessoal pelos débitos fiscais da sociedade. O sócio tem as seguintes alternativas - todas baseadas na jurisprudência:

a) comprovar que a empresa continua a exercer suas atividades em outro endereço e que não foi localizada em razão da não atualização dos cadastros dos órgãos públicos, simples irregularidade que não pode ensejar a

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 27:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

27

responsabilização dos sócios;

b) demonstrar que se retirou da empresa antes do encerramento das atividades;

"EXECUÇÃO FISCAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESPONSABILIDADE DE SOCIOS. DISSOLUÇÃO IRREGULAR CONFIGURADA. ARTIGO 135, III, DO CPC. SUMULA 435 STJ. RECURSO PROVIDO. - A inclusão de sócios-gerentes no polo passivo da execução fiscal é matéria disciplinada no artigo 135, inciso III, do CTN. Quando os nomes dos corresponsáveis não constam da certidão da dívida ativa, somente é cabível se comprovados atos de gestão com excesso de poderes, infração à lei, ao contrato, ao estatuto social ou, ainda, na hipótese de encerramento irregular da sociedade. (...) - Para a configuração da responsabilidade delineada na norma tributária como consequência da dissolução irregular é imprescindível a comprovação de que o sócio integrava a empresa quando do fechamento de suas atividades e de que era gerente ao tempo do vencimento do tributo. (...) - Agravo de instrumento provido." (TRF 3ª Região, QUARTA TURMA, AI 0014410-87.2013.4.03.0000, Rel. JUÍZA CONVOCADA SIMONE SCHRODER RIBEIRO, julgado em 13/02/2014, e-DJF3 Judicial 1 DATA:28/02/2014)

c) comprovar que não possuía poderes de administração na empresa;

"AGRAVO LEGAL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO - SÓCIO QUE NÃO EXERCIA PODERES DE GERÊNCIA DA SOCEDADE À ÉPOCA DA DISSOLUÇÃO IRREGULAR - IMPOSSIBILIDADE DE INCLUSÃO NO POLO PASSIVO. I - Admite-se o redirecionamento da execução fiscal nos casos em que, comprovada a impossibilidade de garantia da causa pelos meios ordinários, apresentem-se indícios da dissolução irregular da sociedade executada ou das práticas descritas no artigo 135, III. II - De acordo com o entendimento firmado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, adotado também por esta E. Terceira Turma, o redirecionamento da execução deve ocorrer contra os sócios que geriam a empresa na época em que houve sua dissolução irregular. III - Cuidando-se de sócio que não exercia poderes de gerência da sociedade à época da dissolução irregular, descabida a sua inclusão no polo passivo da execução. IV - Precedentes. (...) VIII - Agravo legal improvido." (TRF 3ª Região, TERCEIRA TURMA, AI 0010900-37.2011.4.03.0000, Rel. DESEMBARGADORA FEDERAL CECILIA MARCONDES, julgado em 16/01/2014, e-DJF3 Judicial 1 DATA:24/01/2014)

d) demonstrar que o encerramento irregular não foi causado por dolo, culpa, fraude ou excesso de poder.

"RECURSO ESPECIAL - EXECUÇÃO FISCAL - REDIRECIONAMENTO - DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE CERTIFICADA POR OFICIAL DE JUSTIÇA - CABIMENTO. 1. A certidão do oficial de justiça que atesta o encerramento das atividades da empresa no endereço fiscal é indício de dissolução irregular apto a ensejar o redirecionamento da execução fiscal. Precedentes. 2. A não localização da empresa no endereço fornecido como domicílio fiscal gera presunção iuris tantum de dissolução irregular. Possível, assim, a responsabilização do sócio-gerente, a quem caberá o ônus de provar não ter agido com dolo, culpa, fraude ou excesso de poder. 3. Recurso especial não provido." (REsp 1344414/SC, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/08/2013, DJe 20/08/2013)

Ou seja, a constatação do encerramento irregular não é causa definitiva para a responsabilização dos sócios. Existem alternativas, plenamente viáveis, para afastar a responsabilidade pessoal dos sócios nessa hipótese.

Vinicius de Barros

Sócio do escritório Teixeira Fortes Advogados Associados de São Paulo

Fonte: FISCOSOFT

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 28:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

28

Medida Provisória nº 627/2013 é convertida na Lei nº 12.973/2014, com vetos14 mai 2014 - IR / Contribuições

Foi sancionado com vetos o projeto de lei de conversão, aprovado pelo Congresso Nacional, da Medida Provisória nº 627/2013. Portanto, a mesma foi convertida na Lei nº 12.973/2014, publicada no DOU de 14.05.2014.

Dentre outras providências, a referida Medida Provisória alterou a legislação tributária, criando um novo sistema de tributação dos lucros obtidos por multinacionais brasileiras a partir de empresas controladas no exterior.

A Lei nº 12.973/2014, resultante da conversão, com emendas, da Medida Provisória (MP) nº 627/2013, entre outras providências, promove diversas alterações no Decreto-lei nº 1.598/1977, que disciplina o cálculo do Imposto de Renda devido pelas pessoas jurídicas, dentre as quais destacamos:

a) a inclusão do § 6º ao art. 7º, o qual dispõe que a escrituração contábil da pessoa jurídica tributada com base no lucro real deverá ser entregue em meio digital ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped);

b) a nova redação dada ao art. 8º, o qual passa a dispor que:

b.1) o Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) deverá ser entregue em meio digital, no qual serão transcritas a apuração do lucro real, a apuração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e demais informações econômico-fiscais;

b.2) completada a ocorrência de cada fato gerador do IRPJ, a pessoa jurídica tributada com base no lucro real deverá escriturar o Lalur, de forma integrada às escriturações comercial e fiscal, que discriminará, entre outras informações:

b.2.1) os registros de ajuste do lucro líquido, com identificação das contas analíticas do plano de contas e indicação discriminada por lançamento correspondente na escrituração comercial, quando presentes;

b.2.2) a apuração do imposto devido, com a discriminação das deduções quando aplicáveis;

b.2.3) demais informações econômico-fiscais da pessoa jurídica;

c) a inclusão do art. 8º-A, segundo o qual a pessoa jurídica que deixar de apresentar o Lalur ou que o apresentar com inexatidões, incorreções ou omissões, ficará sujeita às seguintes multas:

c.1) equivalente a 0,25% (o texto original da MP previa o percentual de 0,025%), por mês-calendário ou fração, da receita bruta da pessoa jurídica no período a que se refere a apuração, limitada a 10% (o texto original da MP limitava a multa a 1%), relativamente às pessoas jurídicas que deixarem de apresentar ou apresentarem em atraso o livro, observando-se que essa multa não poderá ser inferior a R$ 5.000,00;

c.2) 3% (na redação original da MP, esse percentual era de 5%), não inferior a R$ 100,00 (a MP previa a multa mínima de R$ 500,00), do valor omitido, inexato ou incorreto;

c.3) a multa referida na letra “c.1”:

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 29:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

29

c.3.1) está limitada em R$ 100.000,00, para as pessoas jurídicas que, no ano-calendário anterior, tiverem auferido receita bruta total, igual ou inferior a R$ 3.600.000,00;

c.3.2) está limitada em R$ 5.000.000,00, para as pessoas jurídicas que não se enquadrarem na hipótese mencionada na letra “c.3.1”;

c.3.3) será reduzida em 90%, quando o livro for apresentado em até 30 dias após o prazo;

c.3.4) será reduzida em 75%, quando o livro for apresentado em até 60 dias após o prazo;

c.3.5) será reduzida em 50%, quando o livro for apresentado depois do prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; e

c.3.6) em 25%, se houver a apresentação do livro no prazo fixado em intimação;

c.4) a multa referida na letra “c.2”:

c.4.1) não será devida se o sujeito passivo corrigir as inexatidões, incorreções ou omissões antes de iniciado qualquer procedimento de ofício; e

c.4.2) será reduzida em 50% se forem corrigidas as inexatidões, incorreções ou omissões no prazo fixado em intimação;

d) a nova redação dada ao art. 12, o qual passa a dispor que:

d.1) a receita bruta compreende:

d.1.1) o produto da venda de bens nas operações de conta própria;

d.1.2) o preço da prestação de serviços em geral;

d.1.3) o resultado auferido nas operações de conta alheia;

d.2) as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não compreendidas as letras “d.1.1” a “d.1.3”;

d.3) a receita líquida será a receita bruta diminuída de:

d.3.1) devoluções e vendas canceladas;

d.3.2) descontos concedidos incondicionalmente;

d.3.3) tributos sobre ela incidentes; e

d.3.4) valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/1976 das operações vinculadas à receita bruta;

d.4) na receita bruta, não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacadamente, do comprador ou contratante, pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de mero depositário;

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 30:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

30

d.5) na receita bruta, incluem-se os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/1976 das operações vinculadas à receita bruta, observado o disposto na letra “d.4”;

e) a inclusão dos §§ 3º e 4º ao art. 13, segundo os quais os encargos de depreciação, amortização e exaustão de bens objetos de arrendamento mercantil não integrarão o custo de produção dos bens ou serviços da pessoa jurídica arrendatária, devendo tais valores serem excluídos do lucro líquido para fins de apuração do lucro real, no período de apuração em que o encargo de depreciação, amortização ou exaustão for apropriado como custo de produção;

f) a nova redação dada ao art. 15, o qual passa a dispor que o custo de aquisição de bens do Ativo Não Circulante - Imobilizado e Intangível não poderá ser deduzido como despesa operacional, salvo se o bem adquirido tiver valor unitário não superior a R$ 1.200,00 ou prazo de vida útil não superior a 1 ano;

g) a nova redação dada aos §§ 1º a 3º do art. 17, os quais dispõem, respectivamente, que:

g.1) os juros pagos ou incorridos pelo contribuinte são dedutíveis como custo ou despesa operacional, observadas as seguintes normas:

g.1.1) os juros pagos antecipadamente, os descontos de títulos de crédito, a correção monetária prefixada e o deságio concedido na colocação de debêntures ou títulos de crédito devem ser apropriados, pro rata tempore, nos exercícios sociais a que competirem; e

g.1.2) os juros e outros encargos, associados a empréstimos contraídos, especificamente ou não, para financiar aquisição, construção ou produção de bens classificados como estoques de longa maturação, propriedade para investimentos, Ativo Imobilizado ou Ativo Intangível podem ser registrados como custo do ativo, desde que incorridos até o momento em que os referidos bens estejam prontos para seu uso ou venda;

g.2) considera-se como encargo associado a empréstimo aquele em que o tomador deve necessariamente incorrer para fins de obtenção dos recursos;

g.3) alternativamente, nas hipóteses a que se refere a letra “g.1.2”, os juros e outros encargos poderão ser excluídos na apuração do lucro real quando incorridos, devendo ser adicionados quando o respectivo ativo for realizado, inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa;

h) a inclusão dos incisos V e VI ao art. 19, os quais dispõem, respectivamente, que devem ser excluídos do lucro líquido, para fins da apuração do lucro da exploração:

h.1) as subvenções para investimento, inclusive mediante isenção e redução de impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos, e as doações, feitas pelo Poder Público; e

h.2) os ganhos ou as perdas decorrentes de avaliação de ativo ou passivo com base no valor justo;

i) a nova redação dada ao § 3º do art. 19, o qual passa a dispor que valor do Imposto de Renda que deixar de ser pago em virtude das isenções e reduções de que tratam as alíneas "a", "b", "c" e "e" do § 1º daquele artigo (lucro da exploração) não poderá ser distribuído aos sócios e constituirá a reserva de incentivos fiscais de que trata o art. 195-A da Lei nº 6.404/1976, que poderá ser utilizada somente para:

i.1) absorção de prejuízos, desde que anteriormente já tenham sido totalmente absorvidas as demais reservas de lucros, com exceção da reserva legal; ou

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 31:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

31

i.2) aumento do capital social;

j) a nova redação dada ao art. 20, o qual passa a dispor que:

j.1) a pessoa jurídica que avaliar investimento pelo valor de patrimônio líquido deverá, por ocasião da aquisição da participação, desdobrar o custo de aquisição em:

j.1.1) valor de patrimônio líquido da investida na época da aquisição;

j.1.2) mais ou menos valia, que corresponde à diferença entre o valor justo dos ativos líquidos da investida (que deverá ser baseado em laudo elaborado por perito independente que deverá ser protocolado na Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB - ou cujo sumário deverá ser registrado em Cartório de Registro de Títulos e Documentos, até o último dia útil do 13º mês subsequente ao da aquisição da participação, na proporção da porcentagem da participação adquirida), e o valor de que trata a letra “j.1.1”;

j.1.3) ágio por rentabilidade futura (goodwill), que corresponde à diferença entre o custo de aquisição do investimento e o somatório dos valores de que tratam as letras “j.1.1” e “j.1.2”;

j.2) a aquisição de participação societária sujeita à avaliação pelo valor do patrimônio líquido exige o reconhecimento e a mensuração:

j.2.1) primeiramente, dos ativos identificáveis adquiridos e dos passivos assumidos a valor justo; e

j.2.2) posteriormente, do ágio por rentabilidade futura (goodwill) ou do ganho proveniente de compra vantajosa;

j.3) o ganho proveniente de compra vantajosa de que trata a letra “j.2.2”, que corresponde ao excesso do valor justo dos ativos líquidos da investida, na proporção da participação adquirida, em relação ao custo de aquisição do investimento, será computado na determinação do lucro real no período de apuração da alienação ou baixa do investimento;

k) a nova redação dada ao art. 20, o qual passa agora a dispor que, em cada balanço, a pessoa jurídica deverá avaliar o investimento pelo valor de patrimônio líquido da investida, de acordo com o disposto no art. 248 da Lei nº 6.404/1976, e as seguintes normas:

k.1) o valor de patrimônio líquido será determinado com base em balanço patrimonial ou balancete de verificação da investida levantado na mesma data do balanço do contribuinte ou até 2 meses, no máximo, antes dessa data, com observância da lei comercial, inclusive quanto à dedução das participações nos resultados e da provisão para o Imposto de Renda;

k.2) se os critérios contábeis adotados pela investida e pela investidora não forem uniformes, esta deverá fazer, no balanço ou balancete da investida, os ajustes necessários para eliminar as diferenças relevantes decorrentes da diversidade de critérios;

k.3) o balanço ou balancete da investida, levantado em data anterior à do balanço do contribuinte, deverá ser ajustado para registrar os efeitos relevantes de fatos extraordinários ocorridos no período;

k.4) o prazo de 2 meses de que trata letra “k.1” aplica-se aos balanços ou balancetes de verificação das sociedades de que a investida participe, direta ou indiretamente, com investimentos que devam ser avaliados pelo valor de patrimônio liquido para efeito de determinar o valor de patrimônio liquido da investida; e

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 32:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

32

k.5) o valor do investimento do contribuinte será determinado mediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido ajustado de acordo com as letras “k.1” a “k.4”, da porcentagem da participação do contribuinte na investida;

k.6) no caso de filiais, sucursais, controladas e coligadas, domiciliadas no exterior, aplicam-se as normas da legislação correspondente do país de domicílio (o texto original da MP não mencionava o disposto nesta letra);

l) o art. 22 passa a dispor que o valor do investimento na data do balanço, conforme o disposto na letra “j.1.1”, deverá ser ajustado ao valor de patrimônio líquido determinado de acordo com o disposto na letra “k.1”, mediante lançamento da diferença a débito ou a crédito da conta de investimento, observando-se que os lucros ou dividendos distribuídos pela investida deverão ser registrados pelo contribuinte como diminuição do valor do investimento, e não influenciarão as contas de resultado;

m) a nova redação dada ao art. 25, o qual passa a dispor que a contrapartida da redução dos valores de que tratam as letras “j.1.2” e “j.1.3” não será computada na determinação do lucro real, exceto no caso de liquidação ou alienação do investimento;

n) inclusão do art. 38-A, o qual dispõe que os custos associados às transações destinadas à obtenção de recursos próprios, mediante a distribuição primária de ações ou bônus de subscrição contabilizados no patrimônio líquido poderão ser excluídos, na determinação do lucro real, quando incorridos.

Do confronto do texto original da MP nº 627/2013, constatamos, ainda, a inclusão do art. 38-B, segundo o qual a remuneração, os encargos, as despesas e demais custos, ainda que contabilizados no patrimônio líquido, referentes a instrumentos de capital ou de dívida subordinada, emitidos pela pessoa jurídica, exceto na forma de ações, poderão ser excluídos na determinação do lucro real e da base de cálculo de CSL quando incorridos.

Nota LegisWeb: Essas alterações entrarão em vigor somente em 1º.01.2015, sendo facultada a opção irretratável da sua observância na aplicação a partir de 1º.01.2014, na forma e no prazo a serem definidos pela RFB.

Fonte: IR-LegisWeb

Duplicatas DescontadasResumo:

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 33:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

33

Visando suprir seu capital de giro, é comum as empresas efetuarem o desconto de duplicatas que tenham a receber em instituições financeiras, objetivando, desta forma, angariar recursos financeiros a serem utilizados em suas atividades operacionais e/ou de investimentos.

Estudaremos neste Roteiro de Procedimentos como deverá ser feito os lançamentos contábeis da operação de desconto de duplicatas, tendo em vista o Pronunciamento Técnico CPC 38, além das regras de contabilização da operação antes do advento desse Pronunciamento.

1) Introdução:Visando suprir seu capital de giro, é comum as empresas efetuarem o desconto de duplicatas que tenham a receber em instituições financeiras, objetivando, desta forma, angariar recursos financeiros a serem utilizados em suas atividades operacionais e/ou de investimentos.

Basicamente, a operação de desconto de duplicatas ocorre quando um banco ou entidade assemelhada compra a vista esses títulos, "descontando" no ato as despesas bancárias e/ou financeiras, Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e os juros a que tem direito pelo período a transcorrer entre a data do desconto e a data do vencimento das duplicatas.

Ocorrendo o não pagamento dos títulos pelo devedor no prazo acordado, fica a empresa que descontou as duplicatas obrigada a reembolsar o banco pelo valor de face dos títulos, acrescido de novos encargos financeiros. Desta forma, ocorre que enquanto as duplicatas não for quitada, a empresa tem uma obrigação para com o banco, o chamado "direito de regresso".

Esse direito de regresso que o banco tem contra as empresas que descontam títulos, fizeram, por um longo período de tempo, os profissionais da Contabilidade registrar essa operação (desconto de duplicatas) em conta redutora do Ativo, ou seja, na conta "Clientes" ou assemelhados, da seguinte forma:

Clientes(-) Duplicatas Descontadas

Desta forma, enquanto as duplicatas não forem quitadas, o banco terá um direito de regresso contra a empresa que descontou os títulos.

Acontece que, essa forma de contabilização já se mostrou ultrapassada, principalmente após a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que editou o Pronunciamento Técnico CPC 38 mudando substancialmente a forma de contabilizar essa operação. Entende o CPC que, a empresa deve, primeiramente, avaliar até que ponto ela retém os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro, para só então decidir qual a melhor forma de contabilização da operação.

Assim, os lançamentos contábeis da operação de desconto de duplicatas deverão ser feitos, tendo em vista:

a. a transferência dos riscos e benefícios da propriedade das duplicatas; oub. a retenção de todos os riscos e benefícios da propriedade das duplicatas.

Estudaremos neste Roteiro de Procedimentos como deverá ser feito os lançamentos contábeis da operação de desconto de duplicatas, tendo em vista o Pronunciamento Técnico CPC 38. Mas, para melhor situar nossos leitores, mostraremos também como era realizada a contabilização da operação antes do advento desse Pronunciamento.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 34:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

34

Base Legal: Item 20, "a" e "b" do Pronunciamento Técnico 38 (UC: 10/05/14); Deliberação CVM nº 604/2009 (UC: 10/05/14); NBC TG 38 - Resolução CFC nº 1.196/2009 (UC: 10/05/14) e; IAS 39 (UC: 10/05/14).

2) Conceitos:2.1) Duplicatas Descontadas:O desconto de duplicatas é uma operação financeira de curto prazo (empréstimo), na qual a empresa obtém recursos financeiros perante bancos ou entidades assemelhadas a serem utilizados em suas atividades operacionais. Para sua efetivação, é preciso realizar vendas a prazo, obtendo, assim, as duplicatas de venda mercantil.

Nessa operação, a instituição financeira compra a vista as duplicatas, "descontando" no ato as despesas bancárias/financeiras, IOF e os juros a que tem direito pelo período a transcorrer entre a data do desconto e a data do vencimento dos títulos, e repassa à empresa tomadora os recursos pelo valor líquido (Valor nominal dos títulos menos os encargos financeiros).

No vencimento das duplicatas, quando esta for liquidada em dia, a instituição financeira, ou cessionária (1), fica com o valor pago pelo sacado (2). Não ocorrendo o pagamento no prazo acordado, dois ou três dias após, a instituição debita as duplicatas na conta da empresa que fez o desconto, cobra novos encargos financeiros da empresa cedente (3) dos títulos pela mora da liquidação e, devolve as duplicatas também para o cedente.

Assim, concluímos que, as condições dessa operação definem a responsabilidade da empresa que efetuou o desconto (Cedente) pelo pagamento das duplicatas ao banco, caso seu cliente (Sacado) falte ao pagamento no vencimento, ocorrendo na prática, um direito de regresso do título do banco (Cessionária) à empresa originalmente dona do título.

Nota Tax Contabilidade:

(1) Cessionária é a instituição financeira que vai adquirir a duplicata.

(2) Sacado é a pessoa que vai pagar a duplicata, ou seja, é a pessoa que vai ter o nome impresso no título (O devedor).

(3) Cedente é a empresa para quem vai se pagar o título, ou seja, a empresa que emitiu a duplicata (O credor).

2.2) Direito de Regresso:Resumidamente, no desconto de duplicatas uma empresa (Cedente) transfere um direito que possui contra um cliente (Sacado) para uma instituição financeira (Cessionário). Ocorre que, na maioria das vezes o cessionário possui, em virtude de negociação entre as partes, o direito em cobrar do cedente os títulos cedidos e não pagos pelo sacado, vinculados a contratos com cláusula pro solvendo, assim, chamamos esse direito de cobrar os títulos não pagos de "Direito de Regresso".

3) Tratamento Tributário:IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 35:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

35

A legislação do Imposto de Renda impõe que os encargos financeiros gerados nas operações de desconto de duplicatas, decorrentes de títulos cujo vencimento ultrapasse a data de encerramento do período-base, devam ser apropriadas pro rata temporis, ou seja, nos períodos de apuração a que competirem:

Art. 374. Os juros pagos ou incorridos pelo contribuinte são dedutíveis, como custo ou despesa operacional, observadas as seguintes normas:

I - os juros pagos antecipadamente, os descontos de títulos de crédito, e o deságio concedido na colocação de debêntures ou títulos de crédito deverão ser apropriados, pro rata temporis, nos períodos de apuração a que competirem;

(...)

Base Legal: Art. 374, I do RIR/1999 (UC: 10/05/14).

4) Tratamento Contábil:4.1) Antes dos Pronunciamentos:Antes da edição dos Pronunciamos Técnicos CPC, já referenciados neste Roteiro de Procedimentos, a empresa que efetuava desconto de duplicatas demonstrava o total das duplicatas e/ou contas a receber descontadas no Ativo do Balanço de Encerramento do exercício, subtrativamente, no mesmo grupo em que estavam registrados os títulos que foram negociados junto à instituição financeira, de modo a esclarecer que a empresa negociou aqueles direitos, mas poderia ter de readquiri-los, caso o devedor faltasse com o pagamento.

O entendimento era que essas duplicatas não deveriam, por força da Lei das S/A's, figurar no Passivo, pois até seu vencimento não existe dívida por parte da empresa. Esta só existe à medida que ocorre o vencimento dos títulos e o devedor não os paga.

Para um melhor entendimento, vejamos uma estrutura de Plano de Contas que era utilizado pelas empresas antes dos Pronunciamentos:

Conta Tipo Descrição1 Sintética ATIVO1.1 Sintética Circulante1.1.03 Analítica Duplicatas a Receber1.1.04 Analítica (-) Duplicatas Descontadas

A conta "Duplicatas Descontadas" apresenta a seguinte função na operação de desconto de duplicatas:

a. é creditada, pelo valor de face dos títulos, no momento em que é efetuada a operação de desconto e a instituição financeira faz o crédito em conta corrente da empresa; e

b. é debitada no momento da liquidação do título pelo devedor ou quando a instituição financeira leva a débito em conta corrente da empresa por falta de pagamento por parte do devedor.

Os juros cobrados pelo banco, por sua vez, são lançados no "Ativo Circulante" do Balanço Patrimonial da empresa, no grupo "Despesas do Exercício Seguinte Pagas Antecipadamente", na conta própria de "Juros Antecipados", sendo apropriadas em contas de resultado à medida que forem sendo incorridos, em

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 36:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

36

conformidade com o regime de competência. Isso se deve porque os juros devem ser apropriados às despesas pro rata temporis, ou seja, à medida que transcorra o tempo entre o desconto e seu vencimento. Já a despesas bancárias e o IOF são lançadas diretamente para o resultado.

Base Legal: Lei nº 6.404/1976 (UC: 10/05/14).

4.1.1) Exemplo Prático:

A título de exemplificação, imaginemos que a empresa fictícia Vivax Indústria e Comércio de Eletrônicos Ltda. tenha em 01/02/2X01, descontado no Banco Econômico S/A. 6 duplicatas de sua emissão no valor total de R$ 175.000,00, ambas com vencimento em 30/06/2X01. Consideremos também que, foi descontado da empresa R$ 17.500,00 referente aos juros da operação, R$ 550,00 de Despesas Bancárias e R$ 1.000,00 de IOF.

Com base nesses valores, segue exemplo de contabilização da operação de desconto de duplicatas:

Pelo desconto das duplicatas:D - Bco. c/ Movto. (AC) ______________ R$ 155.950,00D - IOF (CR) _________________________ R$ 1.000,00D - Despesas Bancárias (CR) __________ R$ 550,00D - Juros Antecipados (AC) ___________ R$ 17.500,00C - Duplicatas Descontadas (AC) ______ R$ 175.000,00

Pela liquidação de 4 duplicatas, conforme Aviso de Recebimento:D - Duplicatas Descontadas (AC) ______ R$ 52.500,00C - Duplicatas a Receber (AC) ________ R$ 52.500,00

Pelo regresso do título por falta de pagamento:D - Duplicatas Descontadas (AC) ______ R$ 13.000,00C - Baco. c/ Movto. (AC) _____________ R$ 13.000,00

Pela apropriação dos juros mensais incorridos: (4)D - Juros Passivo (CR) _______________ R$ 3.500,00C - Juros Antecipados (AC) ___________ R$ 3.500,00

Legenda:AC: Ativo Circulante; eCR: Conta de Resultado.

Nota Tax Contabilidade:

(4) R$ 17.500,00 / 5 meses = R$ 3.500,00, sendo os 5 meses correspondente ao período de 01/02/20X1 à 30/06/2X01.

4.2) Após os Pronunciamentos:De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 38, quando uma entidade transferir um ativo financeiro, deverá avaliar até que ponto ela retém os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro. Nesse caso, se a entidade:

a. transferir substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro, a entidade deve desreconhecer o ativo financeiro e reconhecer separadamente como ativos ou passivos quaisquer direitos e obrigações criados ou retidos com a transferência; ou

b. retiver substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro, a entidade deve continuar a reconhecer o ativo financeiro.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 37:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

37

Portanto, nessa nova ótica, quando a empresa transfere a terceiros um ativo financeiro, desconto de duplicatas por exemplo, esta somente poderá baixá-lo de sua contabilidade quando (e se) transferir substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro. Caso contrário, a entidade deve manter os instrumentos financeiros no Ativo e tratar o valor recebido como empréstimo.

O que se busca agora é a essência da operação. Desta forma, as parcelas recebidas nas operações de desconto de duplicatas, quando não houver a transferência dos riscos e benefícios da propriedade, devem ser registradas no Passivo, sob a rubrica "Empréstimos a Pagar-Desconto de Duplicatas". Já a duplicata ficará no Ativo até que ela seja baixada por recebimento ou perda no recebimento de créditos.

Base Legal: Itens 18 e 20, "a" e "b" do Pronunciamento Técnico CPC 38 (UC: 10/05/14).

4.2.1) Exemplo Prático (Quando NÃO há a transferência dos riscos e benefícios):

A título de exemplificação, imaginemos agora que a empresa Vivax tenha, em 01/05/2X01, descontado no Banco Econômico S/A. uma duplicata de sua emissão no valor total de R$ 255.000,00 e vencimento para 30/09/2X01, cujos riscos do não adimplemento do sacado, seu cliente, continuem sendo de sua propriedade. Consideremos também que, foi descontado da empresa R$ 25.500,00 referente aos juros da operação, R$ 1.000,00 de Despesas Bancárias e R$ 1.600,00 de IOF.

Com base nesses valores, teremos o seguinte lançamento contábil relativamente ao desconto da duplicata:

Pelo desconto da duplicata no Banco Econômico S/A.:D - Bco. c/ Movto. (AC) _____________________________ R$ 255.000,00C - Empréstimos a Pagar-Desconto de Duplicatas (PC) _ R$ 255.000,00

Legenda:AC: Ativo Circulante; ePC: Passivo Circulante.

No que se refere aos encargos cobrados pelo banco nada mudou com a publicação do Pronunciamento Técnicos CPC 38, portanto, os juros cobrados pelo banco serão lançados no "Ativo Circulante (AC)" em conta sob a rubrica "Juros Antecipados", sendo apropriadas em contas de resultado à medida que forem sendo incorridos e, as despesas bancárias e o IOF serão lançadas diretamente para o resultado.

Dando continuidade em nosso exemplo, demonstramos agora os lançamentos contábeis referentes aos encargos financeiros cobrados pelo banco:

Pelo juros cobrados pelo banco:D - Juros Antecipados (AC) _ R$ 25.500,00C - Bco. c/ Movto. (AC) ____ R$ 25.500,00

Pelo IOF cobrado pelo banco:D - IOF (CR) _______________ R$ 1.600,00C - Bco. c/ Movto. (AC) ____ R$ 1.600,00

Pelas despesas bancárias cobradas pelo banco:D - Despesas Bancárias (CR) _ R$ 1.000,00C - Bco. c/ Movto. (AC) _____ R$ 1.000,00

Legenda:AC: Ativo Circulante;PC: Passivo Circulante; eCR: Conta de Resultado.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 38:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

38

Prestigiando o regime de competência, a Vivax deverá apropriar os juros incorridos no período de apuração correspondente. Desta forma, recomendamos que essa apropriação seja mensal, tendo em vista que muitas empresas geram Balanços e Balancetes para fins gerenciais, além de tal procedimento ser imprescindível para empresas que apuram o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) com base no Lucro Real. Assim, demonstramos agora o lançamento contábil relativo à apropriação dos juros mensais:

Pelo juros cobrados pelo banco: (5)D - Juros Passivos (CR) ____ R$ 5.100,00C - Juros Antecipados (AC) _ R$ 5.100,00

Legenda:AC: Ativo Circulante; eCR: Conta de Resultado.

Quando da liquidação da duplicata pelo sacado (cliente da Vivax) e do aviso de recebimento emitido pelo banco a empresa deverá proceder à baixa da duplicata de sua escrita contábil. Considerando nosso exemplo, teremos o seguinte lançamento:

Pela baixa das duplicatas quitadas:D - Empréstimos a Pagar-Desconto de Duplicatas (PC) _ R$ 255.000,00C - Clientes (AC) ___________________________________ R$ 255.000,00

Legenda:AC: Ativo Circulante; ePC: Passivo Circulante.

Nota Tax Contabilidade:

(5) R$ 25.500,00 / 5 meses = R$ 5.100,00, sendo os 5 (cinco) meses correspondente ao período de 01/05/20X1 à 30/09/2X01.

4.2.1.1) Duplicatas não quitadas pelo Sacado:

Ocorrendo de o sacado não liquidar no prazo a duplicata transferida, o banco procederá à devolução do título a empresa que os cedeu, em nosso exemplo a Vivax. Na prática, o contrato de desconto já prevê que o valor não recebido seja debitado da conta corrente do cedente.

Supondo que a duplicata emitida pela Vivax no valor de R$ 255.000,00 não tenha sido pago no prazo estabelecido, teríamos o seguinte lançamento contábil:

Pela baixa da duplicata não quitadas:D - Empréstimos a Pagar-Desconto de Duplicatas (PC) _ R$ 255.000,00C - Bco. c/ Mvto. (AC) ______________________________ R$ 255.000,00

Legenda:AC: Ativo Circulante; ePC: Passivo Circulante.

4.2.2) Exemplo Prático (Quando há a transferência dos riscos e benefícios):

Como já dissemos, a empresa (Cedente) pode descontar duplicatas com transferência de todos os riscos e benefícios para a instituição financeira (Cessionário). Nesta situação não existe a figura do empréstimo, pois o cedente vende o título sem que haja a possibilidade do direito de regresso do mesmo, até por isso,

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 39:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

39

diga se de passagem, os juros praticados pela instituição financeira acabam sendo mais elevadas (Por conta do risco de inadimplemento do sacado).

Admitamos que a empresa Vivax tenha em 01/04/2X01, descontado no Banco Econômico S/A. uma duplicata de sua emissão no valor total de R$ 100.000,00 e vencimento para 30/05/2X01, cujos riscos do não adimplemento do sacado, seu cliente, sejam transferidos para o banco. Consideremos também que, foi descontado da empresa R$ 20.000,00 referente aos juros da operação, R$ 400,00 de Despesas Bancárias e R$ 700,00 de IOF.

Considerando esses valores, teremos os seguintes lançamentos contábeis:

Pela venda da duplicata:D - Bco. c/ Mvto. (AC) _____ R$ 100.000,00C - Clientes (AC) __________ R$ 100.000,00

Pelo reconhecimento dos encargos financeiros:D - IOF (CR) ________________ R$ 700,00D - Despesas Bancárias (CR) _ R$ 400,00D - Juros Antecipados (AC) __ R$ 20.000,00C - Bco. c/ Mvto. (AC) ______ R$ 21.100,00

Legenda:AC: Ativo Circulante; eCR: Conta de Resultado.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 40:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

40

SPED – SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL - PROCEDIMENTO

Sumário Introdução I - SPED I.1 - Abrangência II - Livros e Documentos III - Usuários do SPED IV - Acesso às Informações V - Administração do SPED VI - Autenticação de Livros Mercantis VII - Edição de Normas Complementares VIII - Nota Fiscal Eletrônica - NF-e VIII.1 - Abrangência IX - Escrituração Fiscal Digital - EFD IX.1 - Abrangência X - Escrituração Fiscal Digital - PIS/COFINS XI - Escrituração Contábil Digital - ECD XI.1 Abrangência

Introdução A Constituição Federal, no art. 37, inciso XXII, determina que as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. Assim, em face dessa disposição constitucional, foi instituído o Sistema Público de Escrituração Digital - SPED, que poderá beneficiar os contribuintes na forma de simplificação e racionalização de obrigações acessórias, agilização dos procedimentos sujeitos a controle das administrações tributárias e redução de custos com armazenamento de documentos em papel; e em outra frente, beneficiará as administrações tributárias pois proporcionará integração administrativa, padronização e melhor qualidade das informações, racionalização de custos e maior eficácia da fiscalização.

I - SPED Conforme dispõe o Protocolo de Cooperação ENAT nº 2/2005, no desenvolvimento do SPED serão observados os seguintes pressupostos, entre outros que vierem a ser definidos de comum acordo pelos partícipes: a) bases de dados compartilhadas entre as Administrações Tributárias; b) reciprocidade na aceitação da legislação de cada ente signatário, relativa aos livros contábeis e fiscais; c) validade jurídica dos livros contábeis e fiscais em meio digital, dispensando a emissão e guarda de documentos e livros em papel; d) eliminação da redundância de informações através da padronização e racionalização das obrigações acessórias; e) preservação do sigilo fiscal, nos termos do Código Tributário Nacional. Com base nesses pressupostos, o Decreto nº 6.022/2007, instituiu o SPED, tendo sido definido como "instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração comercial e fiscal dos empresários e das pessoas jurídicas, inclusive imunes ou isentas, mediante fluxo único, computadorizado, de informações".

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 41:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

41

Critica-se a implantação do SPED por meio de Decreto, ato privativo do Poder Executivo. Devido à sua abrangência, o melhor seria a sua instituição por meio de Lei Complementar de âmbito nacional, de competência do Poder Legislativo, que tem justamente o condão de vincular matérias de interesse conjunto dos entes federativos.

A completa implantação do SPED busca atingir os seguintes objetivos, conforme prevê seu portal na internet: - redução de custos com a dispensa de emissão e armazenamento de documentos em papel; - eliminação do papel; - redução de custos com a racionalização e simplificação das obrigações acessórias; - uniformização das informações que o contribuinte presta às diversas unidades federadas; - redução do envolvimento involuntário em práticas fraudulentas; - redução do tempo despendido com a presença de auditores fiscais nas instalações do contribuinte; - simplificação e agilização dos procedimentos sujeitos ao controle da administração tributária (comércio exterior, regimes especiais e trânsito entre unidades da federação); - fortalecimento do controle e da fiscalização por meio de intercâmbio de informações entre as administrações tributárias; - rapidez no acesso às informações; - aumento da produtividade do auditor através da eliminação dos passos para coleta dos arquivos; - possibilidade de troca de informações entre os próprios contribuintes a partir de um leiaute padrão; - redução de custos administrativos; - melhoria da qualidade da informação; - possibilidade de cruzamento entre os dados contábeis e os fiscais; - disponibilidade de cópias autênticas e válidas da escrituração para usos distintos e concomitantes; - redução do "Custo Brasil"; - aperfeiçoamento do combate à sonegação; - preservação do meio ambiente pela redução do consumo de papel; Fundamentação: Cláusula segunda do Protocolo de Cooperação ENAT nº 2/2005; arts. 1º e 2º, "caput", do Decreto nº 6.022/2007, alterado pelo art. 1º do Decreto nº 7.979/2013.

I.1- Abrangência Tendo por fim modernizar a atual sistemática de cumprimento de obrigações acessórias, o SPED compreende três grandes subprojetos, a serem posteriormente analisados: a) a Nota Fiscal Eletrônica - NF-e (tópico VIII); b) a Escrituração Fiscal Digital - EFD (tópico IX); c) a Escrituração Contábil Digital - ECD (tópico X). Além desses projetos, outros vêm sendo testados ou desenvolvidos, como é o caso do Conhecimento de Transporte Eletrônico - CT-e, do E-Lalur, da Central de Balanços e da Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e).

II - Livros e Documentos O SPED prevê que os livros e documentos que integram a escrituração comercial e fiscal dos empresários e das sociedades empresárias serão emitidos em forma eletrônica, observado o disposto na Medida Provisória nº 2.200-2/2001, que trata da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, cujo objetivo é "garantir a autenticidade, a integridade e a validade

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 42:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

42

jurídica de documentos em forma eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações habilitadas que utilizem certificados digitais, bem como a realização de transações eletrônicas seguras". Ressalta-se que essa nova sistemática não visa desobrigar o empresário e a pessoa jurídica, inclusive imunes ou isentas, de manter sob sua guarda e responsabilidade os livros e documentos na forma e prazos previstos na legislação aplicável. Fundamentação: art. 2º, §§ 1º e 2º, do Decreto nº 6.022/2007, alterado pelo art. 1º do Decreto nº 7.979/2013.

III - Usuários do SPED São usuários do SPED: a) a Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB; b) as administrações tributárias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante convênio celebrado com a Secretaria da Receita Federal do Brasil; e c) os órgãos e as entidades da administração pública federal direta e indireta que tenham atribuição legal de regulação, normatização, controle e fiscalização dos empresários e das pessoas jurídicas, inclusive imunes ou isentas. Os usuários, no âmbito de suas respectivas competências, deverão estabelecer a obrigatoriedade, periodicidade e prazos de apresentação dos livros e documentos, por eles exigidos, por intermédio do SPED. Os atos administrativos expedidos deverão ser implementados no Sistema concomitantemente com a entrada em vigor desses atos. Cumpre mencionar que o fato de estar previsto que os mencionados usuários editem atos administrativos, não exclui a competência destes para exigir, a qualquer tempo, informações adicionais necessárias ao desempenho de suas atribuições. Fundamentação: art. 3º do Decreto nº 6.022/2007, alterado pelo art. 1º do Decreto nº 7.979/2013.

IV - Acesso às Informações O acesso às informações armazenadas no SPED deverá ser compartilhado por seus usuários, no limite de suas respectivas competências e sem prejuízo da observância à legislação referente aos sigilos comercial, fiscal e bancário. Portanto, seus usuários não terão acesso amplo e irrestrito às informações; elas serão disponibilizadas no limite da competência de cada usuário. Os empresários e as pessoas jurídicas, inclusive imunes ou isentas, também poderão acessar as informações por eles transmitidas. Fundamentação: art. 4º do Decreto nº 6.022/2007, alterado pelo art. 1º do Decreto nº 7.979/2013.

V - Administração do SPED O Protocolo de Cooperação ENAT nº 2/2005 prevê que cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB a coordenação do desenvolvimento e implantação do SPED, comprometendo-se o órgão federal a zelar pela harmonização das soluções propostas, preservando as particularidades e a autonomia de cada ente signatário. Nesse contexto foi determinado que o SPED será administrado pela RFB com a participação de representantes indicados pelas administrações tributárias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta que tenham atribuição legal de regulação, normatização, controle e fiscalização dos empresários e das pessoas jurídicas, inclusive imunes ou isentas.

Os usuários do SPED, previamente à edição de seus atos administrativos, deverão articular-se com a Secretaria da Receita Federal do Brasil por intermédio de seu representante.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 43:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

43

Os custos pelo desenvolvimento do SPED, inclusive em relação à infra-estrutura para o acesso à base de dados a ser disponibilizada até unidade da RFB nas capitais dos Estados e no Distrito Federal, está a cargo da Receita Federal. As unidades federadas signatárias serão responsáveis pelos custos da sua própria infra-estrutura de tecnologia da informação e comunicação, inclusive as necessidades relativas às interações com unidade local da RFB e, via Internet, com os contribuintes.

Tendo em vista sua competência, o Decreto nº 6.022 determinou que cabe à RFB: a) adotar as medidas necessárias para viabilizar a implantação e o funcionamento do SPED; b) coordenar as atividades relacionadas ao SPED; c) compatibilizar as necessidades dos usuários do SPED; e d) estabelecer a política de segurança e de acesso às informações armazenadas no SPED, observado o disposto no tópico IV deste Roteiro. Importa mencionar que a RFB, sempre que necessário, também poderá solicitar a participação de representantes dos empresários e das pessoas jurídicas, inclusive imunes ou isentas, bem assim de entidades de âmbito nacional representativas dos profissionais da área contábil, nas atividades relacionadas ao SPED. Fundamentação: arts. 5º e 6º do Decreto nº 6.022/2007, alterado pelo art. 1º do Decreto nº 7.979/2013.

VI - Autenticação de Livros Mercantis O SPED manterá funcionalidades de uso exclusivo dos órgãos de registro para as atividades de autenticação de livros mercantis. Será possível, portanto, a autenticação eletrônica dos livros mercantis, que hoje segue a disciplina da Instrução Normativa DREI nº 11/2013. Fundamentação: art. 7º do Decreto nº 6.022/2007.

VII - Edição de Normas Complementares A Secretaria da Receita Federal do Brasil e os órgãos e as entidades da administração pública federal direta e indireta que tenham atribuição legal de regulação, normatização, controle e fiscalização dos empresários e das sociedades empresárias expedirão, em suas respectivas áreas de atuação, normas complementares ao cumprimento do disposto no Decreto nº 6.022/2007. Portanto, além das disposições contidas nos atos ora analisados, ainda se faz necessária a análise das normas complementares expedidas pelas entidades da administração pública envolvidas no projeto. Fundamentação: art. 8º, "caput", do Decreto nº 6.022/2007.

VIII - Nota Fiscal Eletrônica - NF-e Como já mencionado, o SPED compreende três subprojetos, dentre eles a Nota Fiscal Eletrônica - NF-e. Sua implantação é prevista no Protocolo de Cooperação nº 3/2005 - II ENAT, tendo sido instituída por meio do Ajuste SINIEF 07/2005. De acordo com o referido Protocolo, a NF-e pode trazer como benefício aos contribuintes, o aumento da competitividade das empresas brasileiras pela racionalização das obrigações acessórias (redução do "custo Brasil"), em especial a dispensa da emissão e guarda de documentos em papel. Quanto às administrações tributárias, o benefício consiste na padronização e melhoria na qualidade das informações, racionalização de custos e maior eficácia da fiscalização. Foram observados os seguintes pressupostos no desenvolvimento da NF-e, entre outros definidos de comum acordo pelos partícipes: a) substituição das notas fiscais em papel por documento eletrônico;

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 44:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

44

b) validade jurídica dos documentos digitais; c) padronização nacional da NF-e; d) mínima interferência no ambiente operacional do contribuinte; e) compartilhamento da NF-e entre as administrações tributárias; f) preservação do sigilo fiscal, nos termos do Código Tributário Nacional.

Sobre NF-e, veja nosso Roteiro "ICMS/Nacional - Nota Fiscal Eletrônica - NF-e - Roteiro de Procedimentos".

Fundamentação: Protocolo de Cooperação ENAT nº 3/2005 e Ajuste SINIEF 07/2005.

VIII.1 - Abrangência A primeira versão da NF-e abrange somente a nota fiscal modelo 1 e 1A, podendo, no futuro, conforme prevê o Protocolo de Cooperação nº 3/2005 - II ENAT, ser ampliado para outros modelos e documentos fiscais.

O Protocolo de Cooperação ENAT nº 03/2006 prevê a implantação do Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e).

Fundamentação: Cláusula segunda, parágrafo único, do Protocolo de Cooperação ENAT nº 3/2005 e Cláusula Primeira do Ajuste SINIEF 07/2005.

IX - Escrituração Fiscal Digital - EFD Integrante do SPED, a Escrituração Fiscal Digital - EFD foi instituída por meio do Convênio ICMS nº 143/2006. Conforme conceitua o Ajuste SINIEF nº 2/2009, a EFD "compõe-se da totalidade das informações, em meio digital, necessárias à apuração dos impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte, bem como outras de interesse das administrações tributárias das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB". Destaca-se que a Escrituração Fiscal Digital é de uso obrigatório para os contribuintes do ICMS ou do IPI, podendo a unidade federada do contribuinte dispensá-lo dessa obrigatoriedade.

As especificações técnicas para a geração de arquivos da Escrituração Fiscal Digital - EFD foram estabelecidas pelo Ato COTEPE/ICMS nº 82/2006, revogado posteriormente pelo Ato COTEPE/ICMS 11/2007, que por sua vez foi revogado pelo Ato Cotepe ICMS nº 09/2008.

Sobre EFD, veja nosso Roteiro: ICMS/Nacional - Escrituração Fiscal Digital - EFD - Roteiro de Procedimentos.

Fundamentação: Convênio ICMS nº 143/2006; Ajuste SINIEF nº 2/2009.

IX.1 - Abrangência O contribuinte deverá utilizar a EFD para efetuar a escrituração dos seguintes livros fiscais: a) Registro de Entradas; b) Registro de Saídas;

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 45:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

45

c) Registro de Inventário; d) Registro de Apuração do IPI; e) Registro de Apuração do ICMS. Fundamentação: Cláusula primeira, § 3º, do Ajuste SINIEF nº 2/2009.

X - Escrituração Fiscal Digital - PIS/COFINS Por meio da Instrução Normativa RFB nº 1.052 de 2010, foi instituída a Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) - (EFD-PIS/Cofins). Estão obrigadas a adotar a EFD - PIS/COFINS: a) em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de abril de 2011, as pessoas jurídicas sujeitas a acompanhamento econômico-tributário diferenciado, nos termos da Portaria RFB nº 2.923, de 16 de dezembro de 2009, e sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real; b) em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de julho de 2011, as demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real; c) em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2012, as demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação do imposto sobre a renda com base no lucro presumido ou arbitrado, bem como: c.1) a pessoa jurídica sujeita à tributação do imposto sobre a renda com base no lucro presumido ou arbitrado; c.2) as instituições financeiras; c.3) as empresas de seguros privados; c.4) as entidades de previdência privada, abertas e fechadas; c.5) as empresas de capitalização; c.6) as pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos imobiliários, financeiros, agrícolas; c.7) as operadoras de planos de assistência à saúde; c.8) as empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores. As demais sociedades empresárias, não abrangidas pela obrigatoriedade, também poderão optar pela entrega da EFD-PIS/Cofins em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de abril de 2011. As declarações e demonstrativos, relativos a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, exigidos das pessoas jurídicas que tenham apresentado a EFD-PIS/Cofins, em relação ao mesmo período, serão simplificados, com vistas a eliminar eventuais redundâncias de informação.

A Instrução Normativa RFB nº 1.052/2010 foi revogada pela Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012 que passou a dispor sobre a sobre a Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), incluindo a Contribuição Previdenciária sobre a Receita nesta obrigação acessória, que passou a ser denominada EFD-Contribuições.

Sobre EFD - PIS/COFINS veja nosso Roteiro "EFD - PIS/COFINS - Roteiro de Procedimentos", substituido pelo EFD-PIS/COFINS - EFD-Contribuições - Regras gerais e dúvidas de preenchimento - Roteiro de Procedimentos.

Fundamentação: art.3º da Instrução Normativa RFB nº 1.052/2010.

XI - Escrituração Contábil Digital - ECD Foi estabelecido que as normas relacionadas a leiautes e prazos de apresentação de informações contábeis seriam editadas após consulta e, quando coubesse, anuência dos usuários do SPED. Nesse sentido, a RFB expediu a Instrução Normativa RFB nº 787/2007,

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 46:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

46

instituindo a Escrituração Contábil Digital - ECD. Conforme definido, a ECD é utilizada para fins fiscais e previdenciários, devendo ser transmitida, pelas pessoas jurídicas a ela obrigadas, ao Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).

A ECD também deverá atender às exigências do DNRC, do CFC, do Banco Central, da SUSEP, da CVM e de outros órgãos interessados. Em relação ao DNRC, órgão responsável por regular os procedimentos aplicáveis à escrituração dos empresários e sociedades empresárias, destaca-se que já houve o reconhecimento da ECD, por meio da Instrução Normativa DREI nº 11/2013 . A Comissão de Valores Mobiliários - CVM também já colocou em audiência pública Instrução que torna obrigatória a ECD às companhias abertas. Esse ato ainda depende de aprovação.

Conforme previsto na Instrução Normativa RFB nº 787/2007, estão obrigadas a adotar a ECD: a) em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º.01.2008, as sociedades empresárias sujeitas a acompanhamento econômico-tributário diferenciado, nos termos da Portaria RFB nº 11.211/2007, e sujeitas à tributação do imposto de renda com base no lucro real; b) em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º.01.2009, as demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no Lucro Real. As demais sociedades empresárias, não abrangidas pela obrigatoriedade, também poderão optar pela entrega da ECD.

A Instrução Normativa RFB nº 787/2007 foi revogada pela Instrução Normativa RFB nº 1.420/2013, que trouxe as novas disposições aplicáveis à ECD. Sobre ECD, veja nosso Roteiro: SPED - Escrituração Contábil Digital - ECD - Roteiro de Procedimentos

Fundamentação: art. 8º, § 1º, do Decreto nº 6.022/2007 e Instrução Normativa RFB nº 787/2007.

XI.1 - Abrangência A Escrituração Contábil Digital compreende a versão digital dos seguintes livros: a) livro Diário e seus auxiliares, se houver; b) livro Razão e seus auxiliares, se houver; c) livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos assentamentos neles transcritos. Fundamentação: art. 2º da Instrução Normativa RFB nº 787/2007.

FONTE: FISCOSoft

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 47:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

47

IPI: Receita Federal divulga nova disciplina sobre consulta de classificação fiscal de mercadoriasmaio 15, 2014 em Geral, Tributário por Paloma Dias

Por meio da Instrução Normativa RFB nº 1.464/2014 – DOU 1 de 09.05.2014, foi disciplinado o processo de consulta sobre classificação fiscal de mercadorias, no âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), e revoga a Instrução Normativa RFB nº 740/2007, com efeitos a partir de 08.07.2014.

Os atos administrativos relativos à classificação fiscal de mercadorias, anteriores a 31.12.2001, inclusive, ficam revogados após a mencionada data.

As soluções em processos de consulta que versem sobre classificação fiscal de mercadorias serão fundamentadas nas Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado (RGI/SH) da Convenção Internacional sobre o Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, nas Regras Gerais Complementares do Mercosul (RGC), na Regra Geral Complementar da TIPI (RGC/TIPI), nos pareceres de classificação do Comitê do Sistema Harmonizado da Organização Mundial das Aduanas (OMA) e nos ditames do Mercosul, e, subsidiariamente, nas Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH).

A consulta deverá ser formulada por escrito, conforme formulário próprio disponível no site da RFB, na Internet, apresentado nos termos do disposto na Instrução Normativa RFB nº 1.412/2013, dirigida à Coordenação-Geral de Administração Aduaneira (Coana).

A consulta eficaz resultará em solução de consulta e a consulta ineficaz, em despacho decisório que declarará a sua ineficácia.

A consulta será solucionada em instância única, não cabendo recurso nem pedido de reconsideração da solução de consulta ou do despacho decisório, ressalvadas as hipóteses de divergências tratadas nos arts. 24 e 25 da Instrução Normativa RFB nº 1.464/2014.

As soluções de consulta e as soluções de divergência serão publicadas na Imprensa Oficial, com o número da solução, o assunto, a ementa e os dispositivos legais; e na Internet, no site da RFB, com exceção do número do processo eletrônico, dos dados cadastrais do consulente, de dados sigilosos da mercadoria e de qualquer outra informação que permita a identificação do consulente e de outros sujeitos passivos.

Fonte:  LegisWeb

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 48:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

48

Ilegalidade e inconstitucionalidade da cobrança da Contribuição Sindical Rural. Proposta de sua extinção

É pacífico na doutrina e na jurisprudência que o crédito tributário resulta do ato de lançamento definido noart. 142 do CTN.

Conceituamos o lançamento como

"um procedimento administrativo no sentido de que uma agente capaz procede a averiguação da subsunção do fato concreto à hipótese legal (ocorrência do fato gerador), a valoração dos elementos que integram o fato concreto (base de cálculo), a aplicação da alíquota prevista na lei para a apuração do montante do tributo devido, a identificação do sujeito passivo, e, sendo o caso, a propositura de penalidade cabível. Esta série de atos pode ser praticada, inclusive, em diferentes dias, mas no final da verificação dos requisitos previstos no art. 142 do CTN haverá sempre um documento exteriorizador daqueles atos, que é o lançamento eficiente para a constituição definitiva do crédito tributário." (01)

Daí porque não há, nem pode existir tributo sem lançamento por uma das três modalidades conhecidas: o lançamento direto ou de ofício; o lançamento por declaração e o lançamento por homologação, esta última denominada por parcela da doutrina de autolançamento no equivocado pressuposto de que é o contribuinte quem verifica a ocorrência do fato gerador e promove o cálculo do tributo devido. Na verdade cabe ao agente público competente homologar expressa ou tacitamente a atividade exercida pelo contribuinte na apuração do tributo devido (art. 150 e § 4º do CTN). Sem essa homologação não há que se falar em crédito tributário regularmente constituído.

Pois bem, a Contribuição Sindical Rural instituída pelo art. 4º da Lei nº 1.166 de 15 de abril de 1971 para ser lançada e cobrada conjuntamente com o Imposto Territorial Rural pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA - t4eve essa competência transferida para a Secretaria da Receita Federal peloart. 1º da Lei nº 8.022 de 12 de abril de 1990, sem solução de continuidade. Acontece que aLei de nº 8.847, de 28 de fevereiro de 1994cessou a competência fiscalizadora e lançadora daquela Contribuição Sindical Rural a partir de 31 de dezembro de 1996, sem designar órgão sucessor.

Aproveitando o vácuo legislativo a Confederação Nacional da Agricultura - CNA - detentora de apenas 5% do produto de arrecadação dessa contribuição sindical arvorou-se em órgão fiscalizador e lançador do tributo e vem promovendo a sua cobrança por via de ação ordinária na falta de certidão expedida pelo órgão competente que a habilite a promover a cobrança executiva conforme disposto noart. 606 da CLT.

Inconfundível a atividade de cobrança que pode ser delegada ao particular, notadamente, às agências bancárias, com a atividade de fiscalização, lançamento e cobrança coativo do tributo que é privativa de órgão público. A cobrança da Dívida Ativa é atribuída no âmbito da União à Advocacia Geral de União por meio da Procuradoria da Fazenda Nacional e nas esferas estaduais e municipais às Procuradorias Gerais dos Estados e dos Municípios.

A CNA vem promovendo a cobrança da Contribuição Sindical Rural que legalmente passou a ser inexigível a partir de 1º de janeiro de 1997 por ausência de respectivo órgão público fiscalizador e lançador.

A inexigibilidade do tributo acarreta a sua extinção, pois, não pode existir tributo inexigível a não ser nas hipóteses mencionadas noart. 151 do CTN, que cuida dos casos de suspensão temporária da exigibilidade.

A proposta legislativa a seguir formulada visa extinguir formalmente a Contribuição Sindical Rural que desde o dia 1º de janeiro de 1997 perdeu a sua exigibilidade por ausência de órgão publico competente para promover o seu lançamento e arrecadação.

Projeto de Lei nº ____________

Extingue a Contribuição Sindical Rural instituída pelo art. 4º da Lei nº 1.166, de 15 de abril de 1971, a partir de 1º de janeiro de 1997.Art. 1º. É extinta a Contribuição Sindical Rural instituída pelo art. 4º da Lei nº 1.166 de 15 de abril de 1971 a partir

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 49:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

49

do dia 1º de janeiro de 1997 considerando que a competência para fiscalização, lançamento e arrecadação desse tributo cometida originariamente ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA - e posteriormente transferida para a Secretaria da Receita Federal, atualmente, Secretaria das Receita Federal do Brasil, cessou em 31 de dezembro de 1996, sem designação de órgão público sucessor.Art. 2º O disposto no art. 1º não enseja a restituição da Contribuição Sindical Rural paga até a data da vigência desta lei.Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Justificação

A Contribuição Sindical Rural foi instituída pelo art. 4º da Lei nº 1.166, de 15 de abril de 1971, conferindo ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA - a competência para a sua fiscalização, lançamento e arrecadação (art. 4º e § 1º).

Nos termos do art. 5º, essa contribuição era cobrada juntamente com o Imposto Territorial Rural - ITR - igualmente de competência impositiva do INCRA.

Conforme dispõe o art. 6º as guias de lançamento da Contribuição Sindical emitidas pelo INCRA constituem documento hábil para a cobrança executiva da dívida nos termos do art. 606 da Consolidação das Leis do Trabalho.

Oart. 1º da Lei nº 8.022 de 12 de abril de 1990transferiu a competência para lançar e arrecadar essa Contribuição Sindical e o Imposto Territorial Rural para a Secretaria da Receita Federal, hoje, secretaria da Receita Federal do Brasil.

Contudo, essa competência outorgada à Secretaria da Receita Federal, hoje, Secretaria da Receita Federal do Brasil, em relação à Contribuição Sindical Rural, cessou a partir do dia 31 de dezembro de 1996, nos precisos termos doart. 24, I da Lei nº 8.847, de 28 de janeiro de 1994.

A partir dessa data a Secretaria da Receita Federal do Brasil passou a ter competência apenas para lançar e cobrar o Imposto Territorial Rural - ITR, facultada a delegação dessa atribuição ao Município competente nos termos do inciso III, do § 4º, doart. 153 da CF. EssaLei de nº 8.847/97não designou órgão público sucessor para a fiscalização, lançamento e arrecadação da referida Contribuição Sindical Rural, acarretando a sua inexigibilidade por ausência do órgão público para promover o ato de lançamento tributário.

Ocorre que a Confederação Nacional da Agricultura - CNA - mera beneficiária de 5% do produto de arrecadação dessa Contribuição Sindical, conforme dispõe oart. 589, inciso I, letra "a" da Consolidação das Leis do Trabalho, vem se arvorando em órgão fiscalizador, lançador e arrecadador promovendo sua cobrança judicial por meio de ação ordinária à vista da ausência da certidão de dívida ativa expedida pelo órgão público competente, na forma exigida peloart. 606 da CLT.

Ora, a competência do órgão sindical para cobrar a contribuição sindical é uma coisa. E a competência para fiscalizar e lançar a contribuição é coisa bem diversa. A constituição do crédito tributário pelo lançamento é privativa do agente público nos termos doart. 142 do CTNsendo ela indelegável. O que comporta delegação é a atividade de cobrança do tributo lançado, que pode ser cometida até às agências bancárias.

Depois de lançada a Contribuição Sindical pelo INCRA, pela Receita Federal do Brasil ou por qualquer outro órgão público designado por lei poderá a CNA, com base na Certidão de Divida Ativa, promover a execução. A falta dessa certidão não abre o caminho para a CNA, uma entidade privada, promover a cobrança por via de ação ordinária como vem fazendo até hoje. A instauração da relação jurídico-tributária é matéria que se insere no âmbito do Direito Público, precisamente, no campo do Direito Tributário onde impera o princípio da legalidade em seu sentido material e processual.

Todo tributo (imposto, taxa, contribuição sindical, contribuição de melhoria, contribuição previdenciária, contribuição de intervenção no domínio econômico etc.) só pode ser cobrado mediante título líquido certo e exigível com o respectivo valor expresso na Certidão da Dívida Ativa. O ato de inscrição na Dívida Ativa representa o controle administrativo da legalidade da cobrança do crédito tributário. É ato inerente ao Poder Público não passível de

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 50:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

50

delegação, nem passível de sua dispensa para instauração do processo judicial de cobrança do tributo.

A ausência de órgão público competente para fiscalizar e promover o lançamento da Contribuição Sindical Rural importa em manutenção de um tributo legalmente inexigível o que equivale à sua extinção, pois não pode existir um tributo que não seja exigível a não ser nos casos de suspensão temporária da exigibilidade nos termos doart. 151 do CTN.

Porém, a CNA vem promovendo a cobrança judicial dessa Contribuição Sindical à luz da jurisprudência, sendo certo que o STJ editou a Súmula de nº 396 segundo a qual a "Confederação Nacional da Agricultura tem legitimidade ativa para cobrança da contribuição sindical rural."

O enunciado da Súmula não estará incorreto se entendermos que a expressão "cobrança da contribuição sindical rural" não abrange o poder de fiscalizar e de lançar a contribuição em questão, como vem ocorrendo na prática.

Cobrar ela pode, desde que munida da Certidão de Dívida a que alude oart. 606 da CLT, ou munida da guia de lançamento da contribuição a que se refere o art. 6º da Lei nº 1.166/71.

O que ela não pode é promover o ato de lançamento da Contribuição Sindical Rural que é privativo do agente público.

Com o advento daEC nº 45/04, que ampliou a competência da Justiça do Trabalho, iniciou-se o conflito entre a Justiça Comum e a Justiça do Trabalho para a cobrança dessa contribuição sindical pela CNA.

O STF ainda não se posicionou quanto à competência dos tribunais ante o conflito negativo de competência suscitado pelo Tribunal Superior do Trabalho, de um lado, e pelo Superior Tribunal da Justiça, de outro lado. Ambos os Tribunais se consideraram incompetentes para a apreciação do recurso envolvendo a cobrança da Contribuição Sindical Rural pela CNA, conforme Conflito de competência nº 7.487-6 instaurado no STF, em 22-5-2007 até hoje sem decisão.

Gastam-se tintas e papéis em torno da definição de competência para cobrar uma contribuição sindical que não e mais exigível legalmente, desde 1º de janeiro de 1997, por falta de órgão público competente para efetuar o seu lançamento após regular fiscalização.

Este projeto de lei visa afastar discussões judiciais infrutíferas extinguindo o tributo inexigível por ausência de órgão público competente para o seu lançamento e arrecadação.

Nota

(01) Cf. nosso Direito financeiro e tributário. 23ª ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 561.

 Kiyoshi Harada

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 51:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

51

Desfalque, Roubo ou Furto de MercadoriasResumo:

O desfalque, roubo ou furto de mercadorias infelizmente é muito comum nas empresas, principalmente nas que produzem e comercializam bens. Devido à importância do fenômeno, estudaremos nesse Roteiro os procedimentos contábeis aplicáveis aos casos de desfalque, roubo ou furto de mercadorias praticados por terceiros ou empregados, dentro ou fora da empresa, tendo em vista a possibilidade de ganho ou perda de estoque.

1) Introdução:Muitas empresas vem investindo pesadas quantias para minimizar perdas com desfalque, roubo ou furto de mercadorias praticadas por terceiros ou pelos próprios empregados, tanto internamente, como no transporte das mercadorias, no itinerário entre a empresa e o cliente. Dentre as ações praticadas pelas empresas podemos destacar a:

a. criação de sistema de segurança próprio;b. terceirização do sistema de segurança;c. contratação de seguro, deixando a segurança por conta do Estado.;d. entre outros.

Além dos problemas envolvendo segurança, sabemos que muitas empresas apresentam problemas relacionados à administração, controle, contabilização e avaliação dos estoques, o que também podem gerar importantes desfalques em sua escrita contábil.

Devido à importância do assunto, estudaremos nesse Roteiro os procedimentos contábeis aplicáveis aos casos de desfalque, roubo ou furto de mercadorias praticados por terceiros ou empregados, dentro ou fora da empresa, tendo em vista a possibilidade de:

a. Ganho de Estoque: quando a indenização da empresa seguradora for superior ao custo de aquisição ou produção, para empresas com seguro contra desfalque, roubo e furto;

b. Perda de Estoque: quando não há indenização de seguro ou a indenização for inferior ao custo de aquisição ou produção; e

c. Perda Zero de Estoque: quando a indenização de seguro cobre apenas o custo da mercadoria roubada ou furtada.

2) Controle de Estoque:Para as empresas sujeitas a tributação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) pela sistemática do Lucro Real é crucial que se mantenha controle adequado dos estoques, em quantidade e valor, da movimentação e avaliação dos inventários, pois estas refletem diretamente a determinação do lucro líquido do exercício, além de afetar os resultados gerenciais que, acabam por refletir diretamente na análise do desempenho da empresa.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 52:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

52

Assim, é indispensável o registro permanente dos estoques de matérias-primas e insumos de produção para as empresas industriais, e das mercadorias para revenda nas empresas comerciais, podendo seu registro ser feito em livro, fichas ou em formulários contínuos emitidos por sistema de processamento de dados. Seus saldos, depois de feitos ajustamentos decorrentes do confronto com a contagem física, serão transpostos anualmente para o Livro Registro de Inventário (Modelo 7).

No entanto, pode ocorrer que o contribuinte não possua registro permanente de estoques, com apuração mensal. Nesse caso o inventário, no final do exercício, será definido: em quantidades, por contagem física; em preço, segundo aqueles praticados nas compras mais recentes e constantes de Notas Fiscais; e em valor, pela multiplicação do preço por quantidade.

Base Legal: PN CST n° 6, de 26/01/1979 (UC: 12/05/14).

3) Ajuste de Estoques:As empresas deverão ao menos uma vez ao ano, no final de cada ano civil, levantar o inventário físico das mercadorias constantes em seus estoques, o chamado inventário periódico.

Verificada alguma divergência entre o estoque físico e o registrado na contabilidade, a empresa deverá regularizar a diferença mediante registro a débito ou a crédito na conta de "Estoques", no grupo "Ativo Circulante" do Balanço Patrimonial, caso sejam apuradas faltas ou sobras respectivamente.

Desta forma, as faltas de mercadorias em razão de roubos, furtos ou qualquer outra forma de desfalque deverão ser baixados do Ativo Circulante da empresa assim que constatada a ocorrência.

Por fim, cabe registrar que, é plenamente aconselhável a adoção de um "inventário rotativo", onde, os estoques são inventariados em períodos menores, sendo as diferenças contabilizadas em espaço de tempo também menores.

Base Legal: Art. 76 do Convênio SINIEF s/n°, de 1970 (UC: 12/05/14).

4) Tratamento Fiscal:4.1) Dedução de Prejuízos (Tributos Diretos):Prescreve o artigo 364 do RIR/1999:

Artigo 364: Somente serão dedutíveis como despesas os prejuízos por desfalque, apropriação indébita e furto, por empregados ou terceiros, quando houver inquérito instaurado nos termos da legislação trabalhista ou quando apresentada queixa perante a autoridade policial.

Analisando a citada legislação, concluímos que a dedutibilidade dos prejuízos por desfalque, apropriação indébita ou furto, serão admitidas apenas quando estiver intimamente ligado à:

I. Ocorrência de prejuízos em decorrência do desfalque;II. Imputabilidade da autoria a empregados ou terceiros; e

III. Existência de inquérito nos termos da legislação trabalhista, ou de queixa perante a autoridade policial.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 53:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

53

Assim, quando não tiver ocorrido efetivo prejuízo, como por exemplo, no caso de ter havido indenização, ou estar o evento coberto por seguro, indevida será a dedução, por ausência de um dos pressupostos de seu cabimento. Mas, caberá dedutibilidade parcial ou lucro, quando a indenização for inferior ou superior ao custo das mercadorias, respectivamente.

Na ocorrência de prejuízo, total ou parcial, esse valor será totalmente dedutível, caso atenda os pré-requisitos acima. Caso seja apurado lucro, esse valor deverá ser oferecido à tributação, como resultado.

Por outro lado, tenha-se em consideração que, se em exercícios posteriores ao em que tiver a empresa suportado o prejuízo (e, portanto, deduzido legitimamente a despesa) for ela indenizada ou vier ela a usufruir compensação de qualquer natureza, deverá o valor correspondente ser considerado receita, como "recuperação ou devolução de custos, deduções ou provisões".

Quando o autor do desfalque, roubo, furto ou apropriação indébita for sócio ou proprietário da empresa ofendida, não se terá configurado o direito a dedução, pois não sendo o agente considerado terceiro e muito menos empregado da empresa, não estará presente um dos pressupostos de cabimento, a "Imputabilidade da autoria a empregados ou terceiros".

Nota Tax Contabilidade:

(1) Conceitua o "Dicionário Jurídico de Maria Helena Diniz", da Editora Saraiva:

a. Queixa: É a comunicação feita por iniciativa particular levando ao conhecimento da autoridade policial uma ação ou omissão delituosa;

b. Desfalque: É a apropriação fraudulenta de dinheiro alheio confiado em razão de função ou cargo; desvio culposo ou doloso de verbas praticado por aquele a quem sua guarda ou administração foi confiada;

c. Apropriação indébita: É um crime consistente no abuso de confiança, em que aquele que tem a guarda, posse ou detenção de coisa móvel alheia, por qualquer título, com a obrigação de restituí-la ou aplicá-la somente ao uso determinado, dela se apodera dolosamente; e

d. Furto: É um crime contra o patrimônio consistente na subtração, para si ou para outrem de coisa alheia móvel, sem violência, feita às escondidas.

Base Legal: Art. 364 do RIR/1999 (UC: 12/05/14) e PN CST n° 50/1973 (UC: 12/05/14).

4.2) Estorno de Crédito (Tributos Indiretos):Segundo a legislação de regência das contribuições para o Cofins e para a PIS/Pasep, deverão ser objeto de estorno o crédito relativo a bens adquiridos para revenda ou utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, que tenham sido furtados ou roubados, inutilizados ou deteriorados, destruídos em sinistro ou, ainda, empregados em outros produtos que tenham tido a mesma destinação.

Já em relação ao IPI, seu regulamento estabelece que seja anulado, mediante estorno na escrita fiscal, o crédito do imposto:

Relativo à matéria-prima, produto intermediário, material de embalagem, e quaisquer outros produtos que hajam sido furtados ou roubados, inutilizados ou deteriorados ou, ainda, empregados em outros produtos que tenham tido a mesma sorte.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 54:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

54

Por sua vez, a legislação do ICMS, da maioria dos Estados, obriga os contribuintes a estornarem o crédito aproveitado por ocasião da entrada de mercadoria, objeto de desfalque, furto ou roubo. Para exemplificar, reproduzimos o artigo 67 do RICMS do Estado de São Paulo, que assim dispõe:

Artigo 67: Salvo disposição em contrário, o contribuinte deverá proceder ao estorno do imposto de que se tiver creditado, sempre que o serviço tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento:

I - vier a perecer, deteriorar-se ou for objeto de roubo, furto ou extravio;

(...)

Base Legal: Art. 3º, §§ 13 e 15 da Lei n° 10.833/2003 (UC: 12/05/14); Art. 254 do RIPI/2010 (UC: 12/05/14) e; Art. 67, caput, I do RICMS/2000-SP (UC: 12/05/14).

5) Tratamento Contábil:Analisaremos neste capítulo o tratamento contábil que deverá ser observado pelas empresas, no registro de desfalque, roubo ou furto de mercadorias praticados por terceiros ou pelos próprios empregados, para tanto utilizaremos como exemplo a empresa fictícia Vivax Indústria e Comércio de Eletrônicos Ltda., empresa com sede no Município de Campinas/SP.

5.1) Desfalque por furtos de empregados:Suponhamos que o empregado José Aparecido tenha furtado do estoque da empresa Vivax 2 (dois) computadores adquiridos para revenda a um custo total, registrado na contabilidade, de R$ 6.000,00 (Seis mil reais), e que o mesmo foi imediatamente demitido por justa causa no momento da finalização do inquérito trabalhista que, constatou ser ele o responsável pelo furto.

No mês na finalização do inquérito trabalhista foi processado a rescisão de José Aparecido no valor de R$ 3.500,00 (Consideraremos apenas o salário para efeito de exemplificação), que foi contabilizado na empresa da seguinte forma:

Pela apropriação da despesa de salário:D - Salário (CR) __________ R$ 3.500,00C - Salários a Pagar (PC) _ R$ 3.500,00

Pela apropriação do desconto de INSS:D - Salários a Pagar (PC) _ R$ 385,00C - INSS a Recolher (PC) __ R$ 385,00

Legenda:CR: Conta de Resultado; ePC: Passivo Circulante.

Como podemos verificar, o empregado tem um salário líquido a receber no valor de R$ 3.115,00 (R$ 3.500,00 - R$ 385,00). Esse é o limite que poderá ser descontado do empregado, tendo em vista que o regulamento interno da empresa limita o desconto ao saldo a receber no momento da rescisão.

Considerando que a Vivax cumpriu todos os pressupostos legais para dedutibilidade da perda, teríamos os seguintes lançamentos contábeis no Livro Diário da empresa:

Pelo ressarcimento do valor furtado:

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 55:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

55

D - Salários a Pagar (PC) ___ R$ 3.115,00C - Estoques (AC) ___________ R$ 3.115,00

Pelo registro do efetivo prejuízo:D - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 2.885,00C - Estoques (AC) ______________________________________________ R$ 2.885,00

Pelo estorno do impostos anteriormente creditados:D - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 2.247,42C - ICMS a Recuperar (AC) ______________________________________ R$ 1.484,54C - PIS a Recuperar (AC) _______________________________________ R$ 136,08C - Cofins a Recuperar (AC) ____________________________________ R$ 626,80

Legenda:AC: Ativo Circulante;CR: Conta de Resultado; ePC: Passivo Circulante.

Caso a empresa tenha contratado seguro como garantia para o ressarcimento de prejuízos causados por desfalque, roubo ou furto de mercadorias praticados pelos próprios empregados (ou até mesmo terceiros), deverá ser feitos os seguintes lançamentos antes do registro do prejuízo ou lucro, tendo em vista que o prejuízo causado foi ressarcido pela seguradora:

Pela apropriação da indenização da empresa seguradora:D - Indenização a Receber (AC)C - Estoques (AC)

Legenda:AC: Ativo Circulante.

5.2) Furto ou Roubo de mercadoria em trânsito:

5.2.1) Mercadorias não cobertas por seguro:

Suponhamos que a empresa Vivax tenha vendido no Estado de São Paulo, Estado onde mantém estabelecimento, mercadorias no valor total de R$ 50.000,00 (Cinquenta mil reais), cujo custo total (Valor em Estoque) seja de R$ 30.000,00 (Trinta mil reais). Considerando as alíquotas de 18,00%, 1,65% e 7,60%, para ICMS, PIS e Cofins respectivamente, teríamos a seguinte contabilização do faturamento:

Pela venda das mercadorias no mercado nacional:D - Clientes (AC) ________________________________ R$ 50.000,00C - Venda de Mercadorias - Mercado Nacional (CR) _ R$ 50.000,00

Pela baixa dos custos relativos às mercadorias comercializadas:D - Custo das Mercadorias Vendidas (CR) _ R$ 30.000,00C - Estoques (AC) _______________________ R$ 30.000,00

Pelo registro dos tributos incidentes sobre a venda das mercadorias:D - ICMS s/ Vendas (CR) _____ R$ 9.000,00D - PIS s/ Vendas (CR) ______ R$ 825,00D - Cofins s/ Vendas (CR) ___ R$ 3.800,00C - ICMS a Recolher (PC) ____ R$ 9.000,00C - PIS a Recolher (PC) _____ R$ 825,00C - Cofins a Recolher (PC) __ R$ 3.800,00

Legenda:AC: Ativo Circulante;CR: Conta de Resultado; ePC: Passivo Circulante.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 56:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

56

Agora, suponhamos que o caminhão da transportadora Rápido Transportes Ltda., empresa terceirizada pela Vivax, tenha sido furtado no trânsito da mercadoria até o cliente final e que toda a mercadoria tenha sido levada. Considerando que houve registro de Boletim de Ocorrência (BO) e abertura de inquérito policial, a baixa das mercadorias deverá ser feita da seguinte forma:

Pelo cancelamento da venda das mercadorias:D - Vendas Canceladas (CR) __ R$ 50.000,00C - Clientes (AC) ___________ R$ 50.000,00

Pelo reconhecimento da perda:D - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 30.000,00C - Custo das Mercadorias Vendidas (CR) ________________________ R$ 30.000,00

Pelo cancelamento dos tributos incidentes sobre a venda das mercadorias:D - ICMS a Recolher (PC) _____ R$ 9.000,00D - PIS a Recolher (PC) ______ R$ 825,00D - Cofins a Recolher (PC) ___ R$ 3.800,00C - ICMS s/ Vendas (CR) ______ R$ 9.000,00C - PIS s/ Vendas (CR) _______ R$ 825,00C - Cofins s/ Vendas (CR) ____ R$ 3.800,00

Legenda:AC: Ativo Circulante;CR: Conta de Resultado; ePC: Passivo Circulante.

Como podemos observar, como as mercadorias não estavam cobertas por seguro, todo o seu custo foi tratado como prejuízo efetivo, sendo seu valor reclassificado como perda, para assim compor o resultado do exercício, como outras despesas operacionais.

5.2.2) Mercadorias cobertas com seguro:

Considerando o exemplo do subcapítulo 5.2.1 acima, suponhamos agora que a mercadoria que o caminhão da transportadora Rápido Transportes Ltda. estava carregando estivesse acobertada por seguro, como garantia para o ressarcimento de prejuízos causados por desfalque, roubo ou furto praticados por terceiros ou pelos próprios empregados. Neste caso a baixa das mercadorias deverá ser feita considerando a hipótese de o valor da indenização ser:

a. equivalente ao custo das mercadorias;b. inferior ao custo das mercadorias; ouc. superior ao custo das mercadorias.

Cabe observar que os lançamentos contábeis são idênticos àqueles apresentados no subcapítulo 5.2.1 acima, porém, conforme previsto no artigo 364 do RIR/1999 a dedutibilidade somente é aplicada aos prejuízos e não ao valor da perda total das mercadorias.

Prejuízo, na acepção técnica, é o resultado apurado no confronto entre as receitas e as despesas, quando estas forem maiores que aquelas. Assim, o prejuízo no desfalque, roubo ou furto de mercadorias deve ser diminuída de uma eventual indenização que se caracteriza como um ingresso de receita.

Na prática, deverá ser apurado o ganho ou a perda de capital. Deve se considerar ainda que, se dessa apuração obtivermos ganho de capital, teremos lucro na operação tributado pelo IRPJ e pela CSLL.

Base Legal: Artigo 364 do RIR/1999.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 57:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

57

5.2.2.1) Indenização equivalente ao custo das mercadorias:

Considerando que a mercadoria furtada em trânsito seja 100% (cem por cento) indenizada pela empresa seguradora, teremos os seguintes lançamentos contábeis (2):

Pelo cancelamento da venda das mercadorias:D - Vendas Canceladas (CR) ___ R$ 50.000,00C - Clientes (AC) __________ R$ 50.000,00

Pelo reconhecimento da perda:D - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 30.000,00C - Custo das Mercadorias Vendidas (CR) ________________________ R$ 30.000,00

Pelo cancelamento dos tributos incidentes sobre a venda das mercadorias:D - ICMS a Recolher (PC) _____ R$ 9.000,00D - PIS a Recolher (PC) ______ R$ 825,00D - Cofins a Recolher (PC) ___ R$ 3.800,00C - ICMS s/ Vendas (CR) ______ R$ 9.000,00C - PIS s/ Vendas (CR) _______ R$ 825,00C - Cofins s/ Vendas (CR) ____ R$ 3.800,00

Pelo reconhecimento da indenização:D - Indenização a Receber (AC) _________________________________ R$ 30.000,00C - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 30.000,00

Legenda:AC: Ativo Circulante;CR: Conta de Resultado; ePC: Passivo Circulante.

Como vemos, a apropriação da indenização da empresa seguradora deverá ser feita pelo do valor efetivamente recebido, sendo que, apenas a diferença entre o prejuízo e o valor da indenização será dedutível na apuração do IRPJ. Neste exemplo, não há que se falar em prejuízo ou lucro na operação, tendo em vista que à indenização foi equivalente ao prejuízo sofrido pela empresa.

Nota Tax Contabilidade:

(2) Não demonstraremos os lançamentos relativos ao faturamento e aos impostos incidentes sobre a venda por serem idênticos àqueles expostos no subcapítulo "5.2.1" acima.

5.2.2.2) Indenização inferior ao custo das mercadorias:

Suponhamos, agora, que a indenização recebida pela empresa Vivax seja de apenas R$ 20.000,00 (Vinte mil reais), portanto, indenização inferior ao custo das mercadorias furtadas. Neste caso, teremos os seguintes lançamentos contábeis (3):

Pelo cancelamento da venda das mercadorias:D - Vendas Canceladas (CR) __ R$ 50.000,00C - Clientes (AC) ___________ R$ 50.000,00

Pelo reconhecimento da perda:D - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 30.000,00C - Custo das Mercadorias Vendidas (CR) ________________________ R$ 30.000,00

Pelo cancelamento dos tributos incidentes sobre a venda das mercadorias:D - ICMS a Recolher (PC) _____ R$ 9.000,00D - PIS a Recolher (PC) ______ R$ 825,00D - Cofins a Recolher (PC) ___ R$ 3.800,00

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 58:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

58

C - ICMS s/ Vendas (CR) ______ R$ 9.000,00C - PIS s/ Vendas (CR) _______ R$ 825,00C - Cofins s/ Vendas (CR) ____ R$ 3.800,00

Pelo reconhecimento da indenização:D - Indenização a Receber (AC) _________________________________ R$ 20.000,00C - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 20.000,00

Legenda:AC: Ativo Circulante;CR: Conta de Resultado; ePC: Passivo Circulante.

Como vemos neste exemplo, a empresa Vivax obteve uma perda (prejuízo) em virtude do furto das mercadorias no valor de R$ 10.000,00 (Dez mil reais) (4). Portanto, nos termos do artigo 364 do RIR/1999, referido prejuízo pode ser deduzido para fins de apuração do IRPJ e da CSLL.

Notas Tax Contabilidade:

(3) Não demonstraremos os lançamentos relativos ao faturamento e aos impostos incidentes sobre a venda por serem idênticos àqueles expostos no subcapítulo "5.2.1" acima.

(4) Prejuízo da operação = Custo do material furtado - Indenização recebida. (R$ 30.000,00 - R$ 20.000,00)

5.2.2.3) Indenização superior ao custo das mercadorias:

Suponhamos, agora, que a indenização recebida pela empresa Vivax seja no valor de R$ 45.000,00 (Quarenta e cinco mil reais), portanto, indenização superior ao custo das mercadorias furtadas. Neste caso, teremos os seguintes lançamentos contábeis (5):

Pelo cancelamento da venda das mercadorias:D - Vendas Canceladas (CR) __ R$ 50.000,00C - Clientes (AC) ___________ R$ 50.000,00

Pelo reconhecimento da perda:D - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 30.000,00C - Custo das Mercadorias Vendidas (CR) ________________________ R$ 30.000,00

Pelo cancelamento dos tributos incidentes sobre a venda das mercadorias:D - ICMS a Recolher (PC) _____ R$ 9.000,00D - PIS a Recolher (PC) ______ R$ 825,00D - Cofins a Recolher (PC) ___ R$ 3.800,00C - ICMS s/ Vendas (CR) ______ R$ 9.000,00C - PIS s/ Vendas (CR) _______ R$ 825,00C - Cofins s/ Vendas (CR) ____ R$ 3.800,00

Pelo reconhecimento da indenização:D - Indenização a Receber (AC) _________________________________ R$ 45.000,00C - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 45.000,00

Legenda:AC: Ativo Circulante;CR: Conra de Resultado; ePC: Passivo Circulante.

Como vemos neste exemplo, a empresa Vivax obteve um ganho (lucro) em virtude do furto das mercadorias no valor de R$ 15.000,00 (Quinze mil reais) (6). Portanto, nos termos do artigo 364 do

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 59:  · Web viewSomente após muitas demandas jurídicas, o Supremo Tribunal Federal (STF), em apreciação de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pela Confederação

59

RIR/1999, o prejuízo pode ser deduzido para fins de apuração do IRPJ e da CSLL, mas o ganho de R$ 15.000,00 (Quinze mil reais) deve ser oferecido à tributação.

Notas Tax Contabilidade:

(5) Não demonstraremos os lançamentos relativos ao faturamento e aos impostos incidentes sobre a venda por serem idênticos àqueles expostos no subcapítulo 5.2.1 acima.

(6) Lucro da operação = Indenização recebida - Custo do material furtado (R$ 45.000,00 - R$ 30.000,00).

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato