adin de janot contra transposição de servidores

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N o 232.228/2015-AsJConst/SAJ/PGR EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. [Ação direta de inconstitucionalidade. Arti- gos das Leis Complementares 274, 275 e 283/2015 e Decretos 42.054 e 42.118/2015, de Pernambuco. Provimento derivado. Art. 37, II, da CR).] O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, com fundamento nos arts. 102, I, a e p, 103, VI, e 129, IV, da Constituição da Re- pública, no art. 46, parágrafo único, I, da Lei Complementar 75, de 20 de maio de 1993 (Lei Orgânica do Ministério Público da União), e na Lei 9.868, 10 de novembro de 1999, propõe ação direta de inconstitucionalidade, com pedido de medida cautelar, contra a) os arts. 2 o , caput, incisos I a IV e § 2 o , 21, 24, 25, caput e §§ 1 o e 2 o , incisos I a IV e §§ 3 o a 6 o , 26, 28, caput e pará- Documento assinado digitalmente por RODRIGO JANOT MONTEIRO DE BARROS, em 03/11/2015 19:50. Para verificar a assinatura acesse http://www.transparencia.mpf.mp.br/atuacao-funcional/consulta-judicial-e-extrajudicial informando o código F9B17374.9DC39D4E.ECCEC1CB.0AA9F132

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No 232.228/2015-AsJConst/SAJ/PGR

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE

DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

[Ação direta de inconstitucionalidade. Arti-gos das Leis Complementares 274, 275 e283/2015 e Decretos 42.054 e 42.118/2015,de Pernambuco. Provimento derivado. Art.37, II, da CR).]

O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, com fundamento

nos arts. 102, I, a e p, 103, VI, e 129, IV, da Constituição da Re-

pública, no art. 46, parágrafo único, I, da Lei Complementar 75,

de 20 de maio de 1993 (Lei Orgânica do Ministério Público da

União), e na Lei 9.868, 10 de novembro de 1999, propõe

ação direta de inconstitucionalidade,

com pedido de medida cautelar, contra

a) os arts. 2o, caput, incisos I a IV e § 2o, 21, 24, 25, caput

e §§ 1o e 2o, incisos I a IV e §§ 3o a 6o, 26, 28, caput e pará-

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grafo único, 29 e Anexo II da Lei Complementar 274, de

30 de abril de 2014;

b) os arts. 2o, caput, incisos I a IV e § 2o, 21, 24, 25, caput

e §§ 1o e 2o, I a IV e §§ 3o a 6o, 26, 28, caput e parágrafo

único, 29 e Anexo II da Lei Complementar 275, de 30 de

abril de 2014;

c) o art. 1o, caput e §§ 1o e 2o, arts. 2o e 3o, § 1o, I a V, e

§§ 2o e 3o, e art. 4o, caput e parágrafo único, e Anexo I da

Lei Complementar 283, de 6 de junho de 2014;

d) o Decreto 42.054, de 17 de agosto de 2015; e

e) o Decreto 42.118, de 10 de setembro de 2015, todos

do Estado de Pernambuco, os quais reestruturaram órgãos es-

taduais como parte de reforma administrativa realizada naquele Es-

tado.

Esta petição se acompanha de cópia dos atos impugnados (na

forma do art. 3o, parágrafo único, da Lei 9.868/1999) e de cópia

de partes do processo administrativo 1.00.000.013912/2014-08,

originado de representação encaminhada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO

DE CONTAS DE PERNAMBUCO, por seu Procurador-Geral CRISTIANO

DA PAIXÃO PIMENTEL.

I OBJETO DA AÇÃO

Este é o teor dos dispositivos impugnados nesta ação:

Lei Complementar 274, de 30 de abril de 2014.

Art. 2o Fica, também, instituído o Quadro de Pessoal Suple-mentar da Fundação de Aposentadorias e Pensões dos Servi-

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dores do Estado de Pernambuco – FUNAPE, composto pe-los cargos de níveis superior, médio e fundamental abaixorelacionados, ocupados pelos servidores cedidos ou à dispo-sição da FUNAPE, na forma do Decreto no 24.444, de 21de junho de 2002, conforme quantificação contida no Ane-xo II:I – Analista Jurídico-Previdenciário Suplementar;II – Analista em Gestão Previdenciária Suplementar;III – Assistente em Gestão Previdenciária Suplementar; eIV – Auxiliar em Gestão Previdenciária Suplementar.[...]§ 2o A partir de 1o de junho de 2014, os cargos ocupadospelos servidores da administração pública direta e indireta doEstado de Pernambuco que estejam cedidos ou à disposiçãoda FUNAPE, mediante Portaria do Secretário de Adminis-tração, ficam redenominados de acordo com o enquadra-mento constante do Anexo II, submetendo-se à matriz re-muneratória constante do Anexo III.[...]Art. 21. Os cargos integrantes do Quadro Suplementar daFUNAPE devem ser transformados, na medida em que setornarem vagos, em cargos de provimento efetivo.[...]Art. 24. O enquadramento, e respectivos efeitos financeiros,dos servidores da FUNAPE, referentes aos cargos constantesdo Anexo II, dar-se-á a partir de junho de 2014.Art. 25. O enquadramento dos servidores da FUNAPE noPlano de Cargos, Carreiras e Vencimentos – PCCV dar-se-áem 3 ([...]) etapas distintas e complementares, realizadas emjunho de 2014 e junho de 2015, observados os critérios devalor de remuneração, tempo de efetivo exercício na FU-NAPE e nível de escolaridade ou qualificação profissional.§ 1o Na primeira etapa, o servidor será enquadrado, a partirde 1o de junho de 2014, na matriz inicial da respectiva gradedo cargo, e na classe e faixa salarial cujo valor nominal devencimento-base seja igual ou imediatamente superior aovencimento-base acrescido do prêmio de produtividade pre-visto no art. 25-B da Lei Complementar no 28, de 2000,percebidos pelo servidor 30 ([...]) dias antes da data referidaneste parágrafo.

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§ 2o Observado o disposto no § 1o, o servidor será enqua-drado, na segunda etapa, igualmente a partir de 1o de junhode 2014, na respectiva faixa salarial da classe, observada acorrespondência abaixo definida, pelo critério objetivo deefetivo tempo de serviço público prestado na FUNAPEcomputado até 31 de maio de 2014:I – servidor com até 10 ([...]) anos, inclusive: classe I, faixasalarial “a”;II – servidor com mais de 10 ([...]) anos e até 20 ([...]) anos,inclusive: classe II, faixa salarial “a”;III – servidor com mais de 20 ([...]) e até 30 ([...]) anos: clas-se III, faixa salarial “a”;IV – servidor com mais de 30 ([...]) anos: Classe IV, faixasalarial “a”.§ 3o Na terceira e última etapa do enquadramento, a ser rea-lizada em 1o de junho de 2015, observar-se-á o nível de for-mação ou qualificação profissional dos servidores, quandoestes, mantida a respectiva classe e faixa de enquadramento,decorrente das etapas antecedentes, serão enquadrados namatriz de vencimento-base correspondente ao respectivo ní-vel de formação ou qualificação profissional, cujos eventuaisefeitos financeiros devem ser previamente submetidos à Câ-mara de Política de Pessoal – CPP.§ 4o O enquadramento de que trata o § 3o não contemplaráo servidor em estágio probatório.§ 5o Em decorrência do enquadramento disposto no caput, edas incorporações de vantagens preexistentes, não poderáresultar decesso remuneratório, salvo erro de cálculo ou re-forma de decisão anterior, cuja eventual diferença negativadetectada deverá constituir parcela de irredutibilidade remu-neratória, expressa e fixada nominalmente.§ 6o A parcela de irredutibilidade remuneratória, definida no§ 5o, será concedida em caráter precário, enquanto persistir adiferença que a originou, devendo ser suprimida, parcial ouintegralmente, quando das eventuais majorações remunera-tórias posteriores do servidor, a qualquer título.Art. 26. Os servidores que, à época da implantação doPCCV, se encontrarem em licença sem vencimentos, serãoenquadrados por ocasião do seu efetivo retorno e exercíciodas funções do seu cargo.[...]

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Art. 28. Os ocupantes dos cargos previstos no Anexo II po-dem permanecer vinculados ao regime jurídico anterior aoinstituído por esta Lei Complementar, mediante solicitaçãoexpressa e irrevogável ao Diretor-Presidente da FUNAPE,no prazo de 60 ([...]) dias, a partir da data de sua publicação.Art. 29. Os ocupantes dos cargos de que trata o Anexo IIsomente podem se aposentar no regime jurídico desta LeiComplementar com 5 ([...]) anos de efetivo exercício após oenquadramento previsto nos §§ 1o e 2o do art. 25, ressalvadaa hipótese de aposentadoria compulsória ou por invalidez.

ANEXO II

Cargos Quantidade Nível EnquadramentoAssessorJurídico

05 Superior Analista Jurídico-Pre-videnciário Suplemen-tar

Analista em Gestão Au-tárquica e Fundacional

28 Superior Analista em Gestão Previdenciária Suple-mentar

Analista em GestãoPública

06 Superior Analista em Gestão Previdenciária Suple-mentar

Analista Téc-nico emDefesa Social

01 Superior Analista em Gestão Previdenciária Suple-mentar

Técnico Educacional

01 Superior Analista em Gestão Previdenciária Suple-mentar

Analista em Saúde

01 Superior Analista em Gestão Previdenciária Suple-mentar

Professor 03 Superior Analista em Gestão Previdenciária Suple-mentar

Assistente emGestão Au-tárquica e Fundacional

50 Médio Assistente em Gestão Previdenciária Suple-mentar

Assistente emGestãoPública

06 Médio Assistente em Gestão Previdenciária Suple-mentar

Assistente emSaúde

22 Médio Assistente em Gestão Previdenciária Suple-mentar

Assistente de 02 Médio Assistente em Gestão

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Cargos Quantidade Nível EnquadramentoTrânsito Previdenciária Suple-

mentarAuxiliar em Gestão Au-tárquica e Fundacional

01 Fundamental Auxiliar em Gestão Previdenciária Suple-mentar

Auxiliar em GestãoPública

02 Fundamental Auxiliar em Gestão Previdenciária Suple-mentar

Auxiliar em Saúde

05 Fundamental Auxiliar em Gestão Previdenciária Suple-mentar

Total 133

Lei Complementar 275, de 30 de abril de 2014

Art. 2o Fica instituído, no Quadro de Pessoal da Procurado-ria Geral do Estado, o Quadro Suplementar de Apoio Téc-nico-Administrativo da Procuradoria Geral do Estado, com-posto pelos cargos de níveis superior, médio e fundamental,abaixo relacionados, ocupados pelos servidores lotados defi-nitivamente, cedidos ou à disposição da Procuradoria Geraldo Estado – PGE, conforme quantificação contida no Ane-xo II: I – Analista Judiciário Suplementar de Procuradoria; II – Analista Administrativo Suplementar de Procuradoria; III – Assistente Suplementar de Procuradoria; e IV – Auxiliar Suplementar de Procuradoria. [...]§ 2o A partir de 1o de junho de 2014, os cargos ocupadospelos servidores da administração pública direta e indireta doEstado de Pernambuco lotados definitivamente, cedidos ouà disposição da PGE, mediante Portaria do Secretário deAdministração, ficam redenominados de acordo com o en-quadramento constante do Anexo II, submetendo-se à ma-triz remuneratória constante do Anexo III.[...]Art. 21. Os cargos integrantes do Quadro Suplementar deApoio Técnico-Administrativo da PGE devem ser transfor-mados, na medida em que se tornarem vagos, em cargos deprovimento efetivo.

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[...]Art. 24. O enquadramento, e respectivos efeitos financeiros,dos servidores da PGE, referentes aos cargos constantes doAnexo II, dar-se-á a partir de junho de 2014.Art. 25. O enquadramento dos servidores da PGE no Planode Cargos, Carreiras e Vencimentos – PCCV dar-se-á em 3([...]) etapas distintas e complementares, realizadas em junhode 2014 e junho de 2015, observados os critérios de valorde remuneração, tempo de efetivo exercício na PGE e nívelde escolaridade ou qualificação profissional. § 1o Na primeira etapa, o servidor será enquadrado, a partirde 1o de junho de 2014, na matriz inicial da respectiva gradedo cargo, e na classe e faixa salarial cujo valor nominal devencimento-base seja igual ou imediatamente superior aovencimento-base acrescido da gratificação de exercício pre-vista no art. 7o da Lei Complementar no 61, de 2004, perce-bidos pelo servidor 30 ([...]) dias antes da data referida nesteparágrafo. § 2o Observado o disposto no § 1o, o servidor será enqua-drado, na segunda etapa, igualmente a partir de 1o de junhode 2014, na respectiva faixa salarial da classe, observada acorrespondência abaixo definida, pelo critério objetivo deefetivo tempo de serviço público prestado na PGE compu-tado até 31 de maio de 2014: I – servidor com até 10 ([...]) anos, inclusive: classe I, faixasalarial “a”; II – servidor com mais de 10 ([...]) anos e até 20 ([...]) anos,inclusive: classe II, faixa salarial “a”; III – servidor com mais de 20 ([...]) anos e até 30 (trintaanos): classe III, faixa salarial “a”; IV – servidor com mais de 30 ([...]) anos: Classe IV, faixasalarial “a”.§ 3o Na terceira e última etapa do enquadramento, a ser rea-lizada em 1o de junho de 2015, observar-se-á o nível de for-mação ou qualificação profissional dos servidores, quandoestes, mantida a respectiva classe e faixa de enquadramento,decorrente das etapas antecedentes, serão enquadrados namatriz de vencimento-base correspondente ao respectivo ní-vel de formação ou qualificação profissional, cujos eventuaisefeitos financeiros devem ser previamente submetidos à Câ-mara de Política de Pessoal – CPP.

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§ 4o O enquadramento de que trata o § 3o não contemplaráo servidor em estágio probatório. § 5o Em decorrência do enquadramento disposto no caput, edas incorporações de vantagens preexistentes, não poderáresultar decesso remuneratório, salvo erro de cálculo ou re-forma de decisão anterior, cuja eventual diferença negativadetectada deverá constituir parcela de irredutibilidade remu-neratória, expressa e fixada nominalmente. § 6o A parcela de irredutibilidade remuneratória, definida no§ 5o, será concedida em caráter precário, enquanto persistir adiferença que a originou, devendo ser suprimida, parcial ouintegralmente, quando das eventuais majorações remunera-tórias posteriores do servidor, a qualquer título. Art. 26. Os servidores que, à época da implantação doPCCV, se encontrarem em licença sem vencimentos, serãoenquadrados por ocasião do seu efetivo retorno e exercíciodas funções do seu cargo. [...]Art. 28. Os ocupantes dos cargos previstos no Anexo II po-dem permanecer vinculados ao regime jurídico anterior aoinstituído por esta Lei Complementar, mediante solicitaçãoexpressa e irrevogável ao Procurador Geral do Estado, noprazo de 60 ([...]) dias a partir da data de sua publicação.Parágrafo único. Os servidores optantes pelo regime jurídicode que trata esta Lei Complementar deixarão de perceber agratificação de exercício prevista no art. 7o da Lei Comple-mentar no 61, de 2004, que fica incorporada, para todos osefeitos, aos valores de vencimento-base fixados em parcelaúnica no Anexo III.Art. 29. Os ocupantes dos cargos de trata o Anexo II so-mente podem se aposentar no regime jurídico desta LeiComplementar com 5 ([...]) anos de efetivo exercício após oenquadramento previsto nos §§ 1o e 2o do art. 26, ressalvadaa hipótese de aposentadoria compulsória ou por invalidez.

ANEXO II

Cargos Quantidade Nível Enquadramento

Auxiliar emGestão Pública 03 Fundamental Auxiliar Suplemen-

tar de Procuradoria

Auxiliar em Servi-ços Administrativos Educacionais

01 FundamentalAuxiliar Suplemen-tar de Procuradoria

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Cargos Quantidade Nível Enquadramento

Auxiliar emGestão Autárquica 07 Fundamental Auxiliar Suplemen-

tar de Procuradoria

Auxiliar em Saúde 01 Fundamental Auxiliar Suplemen-tar de Procuradoria

Auxiliar emGestão Universitária 01 Fundamental Auxiliar Suplemen-

tar de Procuradoria

Assistente emGestão Pública 39 Médio

Assistente Suple-mentar deProcuradoria

Assistente emGestão Autárquica 22 Médio

Assistente Suple-mentar deProcuradoria

Assistente emSaúde 01 Médio

Assistente Suple-mentar deProcuradoria

Assistente deTrânsito 01 Médio

Assistente Suple-mentar deProcuradoria

Analista emGestão Pública 17 Superior

Analista Administra-tivo Suplementarde Procuradoria

Analista emGestão Autárquica 06 Superior

Analista Administra-tivo Suplementarde Procuradoria

Professor Quadroem Extinção II 01 Superior

Analista Administra-tivo Suplementarde Procuradoria

Jornalista01 Superior

Analista Administra-tivo Suplementarde Procuradoria

Professor01 Superior

Analista Administra-tivo Suplementarde Procuradoria

TécnicoEducacional-Advogado

01 SuperiorAnalista Judiciário Suplementarde Procuradoria

Assessor Jurídico01 Superior

Analista Judiciário Suplementarde Procuradoria

TOTAL 104

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Lei Complementar 283, de 6 de junho de 2014

Art. 1o Fica criado, a partir de 1o de junho de 2014, no âm-bito da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Dele-gados do Estado de Pernambuco – ARPE, o Quadro Suple-mentar de Regulação e Fiscalização de Serviços PúblicosDelegados, composto pelos cargos de Analista Suplementarde Regulação e Fiscalização de Serviços Públicos Delegados,de nível superior, e de Assistente Suplementar de Regulaçãoe Fiscalização de Serviços Públicos Delegados, de nível mé-dio, estruturados na forma desta Lei Complementar e, com-plementarmente, na forma do Plano de Cargos, Carreiras eVencimentos instituído pela Lei Complementar 259, de 24de dezembro de 2013.§ 1o O Quadro criado pelo caput será ocupado pelos servi-dores da administração pública direta e indireta do PoderExecutivo Estadual que, em 1o de abril de 2014, estejam emefetivo exercício e lotados definitivamente, cedidos ou àdisposição da ARPE, os quais passarão a integrar definitiva-mente o Quadro Próprio de Pessoal da ARPE, salvo mani-festação individual formal em contrário.§ 2o Os cargos de origem dos servidores mencionados no§ 1o ficam redenominados na forma do Anexo I.[...]Art. 2o A remuneração dos cargos mencionados no art. 1o

será composta pelos seus respectivos vencimentos base epelo Adicional de Desempenho de Atividade de Regula-ção – ADAR, instituído pelo art. 30 da Lei Complementar259, de 2013. Art. 3o Os servidores mencionados no § 1o do art. 1o serãoenquadrados nas matrizes de vencimento base constantes doAnexo II em uma única etapa, a ser efetivada em 1o de ju-nho de 2014, observado exclusivamente o critério de valorde remuneração.§ 1o O servidor será enquadrado na referência cujo valornominal de vencimento base nas matrizes constantes doAnexo III, acrescido do ADAR, seja igual ou imediatamen-te inferior à soma algébrica dos valores percebidos, em 31 demaio de 2014, a título de:I – vencimento-base;

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II – gratificações de técnico regulador e de auxiliar técnicoregulador, instituídas pelo § 4o do art. 14 da Lei no 12.524,de 30 de dezembro de 2003;III – gratificação adicional por tempo de serviço, instituídapelo inciso VIII do art. 160 e art. 166, da Lei no 6.123, de20 de julho de 1968;IV – parcela autônoma de vantagem pessoal; eV – gratificação de risco de vida.§ 2o As parcelas constantes dos incisos II a V do § 1o ficamextintas por incorporação ao vencimento base.§ 3o Em decorrência do disposto nos §§ 1o e 2o, não poderáresultar decesso remuneratório, salvo erro de cálculo ou re-forma de decisão anterior, cuja eventual diferença negativadetectada deverá constituir parcela de irredutibilidade remu-neratória, expressa e fixada nominalmente, que será reduzidapelos acréscimos salariais obtidos no futuro, a qualquer títu-lo, até a sua completa extinção.Art. 4o Apenas poderá se aposentar fazendo jus aos valoresconstantes nas matrizes de vencimento base referidas no art.2o e ao ADAR, o servidor que contribuir sobre estes valorespara o Regime Próprio de Previdência Social do Estado dePernambuco, pelo período mínimo de 5 ([...]) anos, a con-tar de 1o de junho de 2014.Parágrafo único. Ficam dispensados do cumprimento da re-gra do caput os servidores cuja concessão da respectiva apo-sentadoria venha a ser motivada pelo critério de idade limi-te, compulsoriamente, ou de invalidez permanente.

ANEXO I

REDENOMINAÇÃO E ENQUADRAMENTODOS CARGOS PÚBLICOS QUE INDICA

CARGOS QUANTI-DADE NÍVEL ENQUA-

DRAMENTOAgente de Polícia (QPC-2)

1 Superior Analista Suplementar de Regulação e Fis-calização de Serviços Públicos Delegados

Analista em Gestão Autárquica ou Fundacional(ANGAF)

10 Superior Analista Suplementar de Regulação e Fis-calização de Serviços Públicos Delegados

Analista emGestão Publica

9 Superior Analista Suplementar de Regulação e Fis-

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CARGOS QUANTI-DADE NÍVEL ENQUA-

DRAMENTO(ANGP) calização de Serviços

Públicos DelegadosAssistente emGestão Autárquicaou Fundacional(ASGAF)

4 Médio Assistente Suplemen-tar de Regulação e Fiscalização de Servi-ços PúblicosDelegados

Assistente emGestão Publica(ASGP)

2 Médio Assistente Suplemen-tar de Regulação e Fiscalização de Servi-ços PúblicosDelegados

Decreto 42.054, de 17 de agosto de 2015

O GOVERNADOR DO ESTADO, no uso das atribui-ções que lhe são conferidas pelos incisos II e IV do art. 37da Constituição do Estado de Pernambuco, e com funda-mento Lei Complementar no 275, de 30 de abril de 2014,DECRETA:Art. 1o O enquadramento na terceira etapa do Plano deCargos, Carreiras e Vencimentos – PCCV e a progressão,por elevação do nível de qualificação profissional, dos inte-grantes da carreira de que trata o art. 2o da Lei Complemen-tar no 275, de 30 de abril de 2014, ocorrerão nos termos dopresente Decreto.Art. 2o Para os fins deste Decreto considera-se:I – Enquadramento: a inserção do servidor em matriz devencimento-base correspondente ao respectivo nível de for-mação ou qualificação profissional, a ser realizada em deter-minado período previsto em lei, respeitadas a classe e a faixaanteriormente ocupadas;II – Progressão por elevação do nível de qualificação profis-sional: a elevação de matriz de vencimento-base dos servi-dores ativos e estáveis, dentro da mesma classe e faixa, aqualquer momento, em razão da comprovação da titulação,qualificação profissional ou escolaridade exigida;III – Comissão Administrativa Permanente de Desenvolvi-mento Funcional: comissão formada por representantes daProcuradoria Geral do Estado e por integrantes da carreira

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de que trata o art. 2o da Lei Complementar no 275, de 30 deabril de 2014;IV – Pós-graduação: cursos de especialização, mestrado oudoutorado, com carga horária igual ou superior a 360 ([...])horas; eV – Curso de qualificação: cursos com duração igual ou su-perior a 180 ([...]) horas, voltados ao aperfeiçoamento pro-fissional, não caracterizáveis como pós-graduação.Art. 3o Na progressão por elevação do nível de qualificaçãoprofissional e para o enquadramento previsto no § 3o do art.25 da Lei Complementar no 275, de 30 de abril de 2014, se-rão considerados, de acordo com as matrizes de venci-mento-base de cada cargo, cursos de pós-graduação, nasmodalidades presencial ou à distância, desde que concluídoscom êxito em instituições reconhecidas pelo Ministério daEducação, nas seguintes áreas:I – Direito;II – Administração pública;III – Gestão de pessoas;IV – Licitações, convênios e/ou contratos administrativos;V – Orçamento, patrimônio, contabilidade, finanças e/oucustos;VI – Tecnologia da informação; ouVII – Outras áreas relacionadas à área de atuação do servi-dor, à necessidade do serviço e aos fins institucionais da Pro-curadoria, mediante autorização do Procurador Geral do Es-tado, a partir de provocação da Comissão prevista no art. 5o.§ 1o Quando realizados no exterior, os cursos de que trata ocaput somente serão considerados se revalidados por institui-ção nacional competente, na forma da legislação de regên-cia.§ 2o Serão igualmente considerados cursos de qualificação,desde que cumpridos, cumulativamente, os seguintes requi-sitos:I – sejam relacionados às áreas indicadas nos incisos I a VIIdo caput;II – atendam, isoladamente, à carga horária mínima exigidana respectiva matriz de vencimentos (180, 240 ou 360 ho-ras), vedado o somatório de cursos para tal fim; e

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III – tenham sido realizados por instituições de ensino reco-nhecidas pelo MEC ou, ainda, sejam decorrentes de convê-nios ou instrumentos congêneres firmados pela ProcuradoriaGeral do Estado.§ 3o Os cursos considerados para progressão ou enquadra-mento somente serão computados uma única vez e não po-derão ser novamente utilizados para o mesmo fim ou emqualquer outro processo de desenvolvimento no mesmocargo.§ 4o Para fins da 3a etapa de enquadramento, somente serãoconsiderados os cursos concluídos até 31 de maio de 2015.Art. 4o Os diplomas ou certificados de cursos conterão as se-guintes informações:I – nome do servidor;II – nome completo do curso;III – nome completo da instituição realizadora;IV – carga horária total do curso;V – período de realização do curso; eVI – assinatura do representante da instituição.§ 1o Serão aceitas declarações ou certidões de conclusão decursos, desde que contenham as informações citadas nos in-cisos deste artigo, ficando o servidor obrigado a apresentar,no prazo máximo de 12 ([...]) meses, o diploma ou o certifi-cado de conclusão dos cursos realizados.§ 2o Não serão aceitos certificados:I – de matérias isoladas ou de módulos de curso preparatóriopara concursos públicos;II – de matérias isoladas de cursos de graduação e/ou cursostécnicos profissionalizantes; ouIII – de cursos de formação realizados como etapa de con-curso público.Art. 5o Fica instituída, no âmbito da Procuradoria Geral doEstado, a Comissão Administrativa Permanente de Desen-volvimento Funcional, formada por 5 ([...]) membros, sendo3 ([...]) designados pelo Procurador Geral do Estado e 2([...]) escolhidos pelos servidores do órgão, na forma disci-plinada em portaria do Procurador Geral do Estado.Parágrafo único. Não haverá pagamento de qualquer tipo degratificação pela participação na Comissão AdministrativaPermanente de Desenvolvimento Funcional.

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Art. 6o Compete à Comissão Administrativa Permanente deDesenvolvimento Funcional:I – analisar, para fins de enquadramento e de progressão porelevação do nível de qualificação profissional, a correlaçãoentre o curso realizado e as áreas descritas no art. 3o desteDecreto;II – opinar quanto à matriz de vencimentos em que os ser-vidores devam ser enquadrados e sobre o mérito dos pedidosde progressão por elevação do nível de qualificação profissi-onal; eIII – outras atribuições a serem fixadas em portaria pelo Pro-curador Geral do Estado.Art. 7o Os processos de enquadramento e de progressão porelevação do nível de qualificação profissional serão coorde-nados pela Unidade de Recursos Humanos da ProcuradoriaGeral do Estado, e seus resultados serão efetivados por por-tarias específicas do Procurador Geral do Estado.§ 1o Para fins de enquadramento, os certificados de conclu-são de cursos de pós-graduação ou de qualificação serãoapresentados em cópia autenticada, no prazo máximo de 15([...]) dias, contados da publicação do presente Decreto.§ 2o Os certificados de conclusão de cursos de pós-gradua-ção ou de qualificação que forem apresentados fora do prazoprevisto no § 1o serão considerados como progressão funcio-nal e não mais como enquadramento.§ 3o Os pedidos de progressão funcional por elevação de ní-vel de qualificação profissional serão apresentados a qualquertempo, instruídos com cópia autenticada dos comprovantesde conclusão de curso de pós-graduação ou de qualificação.Art. 8o Atestado o preenchimento do disposto no art. 4o, aUnidade de Recursos Humanos encaminhará os compro-vantes de conclusão de cursos e os requerimentos de pro-gressão à Comissão Administrativa Permanente de Desen-volvimento Funcional.§ 1o No prazo de até 30 ([...]) dias contados do recebimentoda documentação apresentada, a Comissão emitirá pareceropinativo quanto à matriz de vencimentos na qual o servi-dor deva ser enquadrado ou para a qual deva ser progredido.§ 2o Na hipótese de o certificado apresentado pelo servidornão ser validado ou não ter sido atingida a carga horária es-

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pecífica para a matriz desejada, poderá ser deferido o enqua-dramento ou a progressão para matriz inferior à requerida.§ 3o Do resultado do enquadramento e da progressão, os in-teressados poderão apresentar pedido de reconsideração aoProcurador Geral do Estado, no prazo de 10 ([...]) dias con-tados da ciência do resultado.§ 4o Mantido o resultado, caberá recurso à Câmara de Polí-tica de Pessoal – CPP, no prazo de 10 ([...]) dias contados daciência de indeferimento do pedido de reconsideração.Art. 9o Os efeitos financeiros da progressão por elevação donível de qualificação profissional ocorrerão no mês subse-quente ao seu deferimento pela Comissão AdministrativaPermanente de Desenvolvimento Funcional.Art. 10. Os efeitos da terceira etapa de enquadramento deque trata o art. 25 da Lei Complementar no 275, de 30 deabril de 2014, ocorrerão a partir do dia 1o de junho de 2015,dependendo sua implantação da apreciação dos respectivosreflexos financeiros pela Câmara de Política de Pessoal.Art. 11. Caberá ao Procurador Geral do Estado, medianteportaria, editar normas complementares necessárias ao cum-primento deste Decreto.Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data de sua publica-ção. de Regulação e Fiscalização de Serviços Públicos Dele-gados, de nível superior, e de Assistente Suplementar deRegulação.

Decreto 42.118, de 10 de setembro de 2015

O GOVERNADOR DO ESTADO, no uso das atribui-ções que lhe são conferidas pelos incisos II e IV do art. 37da Constituição do Estado de Pernambuco, e com funda-mento na Lei Complementar no 274, de 30 de abril de2014,DECRETA:Art. 1o A progressão por elevação de nível de qualificaçãoprofissional e o enquadramento dos servidores integrantesdo Quadro de Pessoal da Fundação de Aposentadorias ePensões dos Servidores do Estado de Pernambuco – FU-NAPE, conforme previsto no parágrafo único do art. 20 e§ 3o do art. 25 da Lei Complementar no 274, de 30 de abrilde 2014, devem ocorrer nos termos deste Decreto.

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Art. 2o Os processos de enquadramento e de progressão porelevação do nível de qualificação profissional serão conduzi-dos pela Coordenadoria de Gestão de Pessoas da FUNAPE,perante a qual o servidor estável apresentará requerimentoespecífico junto com a documentação comprobatória de tí-tulos de cursos de formação e/ou de qualificação profissionalem áreas de multidisciplinaridade de conhecimento técnico-científico. § 1o Para fins de enquadramento, os certificados de conclu-são de cursos de pós-graduação ou de qualificação serãoapresentados, em cópia autenticada, no prazo máximo de 30([...]) dias contados da publicação do presente Decreto.§ 2o Os certificados de conclusão de cursos de pós-gradua-ção ou de qualificação que forem apresentados fora do prazoprevisto no § 1o serão considerados como progressão funcio-nal e não mais como enquadramento.§ 3o Os pedidos de progressão funcional por elevação de ní-vel de qualificação profissional podem ser apresentados aqualquer tempo, instruídos com cópia autenticada dos com-provantes de conclusão de curso de pós-graduação ou dequalificação.§ 4o O requerimento de que trata o caput conterá as seguin-tes informações:I – nome completo do servidor;II – matrícula;III – data de ingresso na FUNAPE;IV – lotação;V – situação funcional atual; eVI – data e assinatura do requerente.§ 5o Compete aos servidores da Coordenadoria de Gestãode Pessoas da FUNAPE receber os documentos, conferircom o original, assinar e entregar, posteriormente, à Comis-são Administrativa Permanente de Avaliação do Enquadra-mento e Acompanhamento do Plano de Cargos, Carreiras eVencimentos de que trata o art. 27 da Lei Complementar no

274, de 2014, para análise.§ 6o Os documentos originais de cursos e títulos serão de-volvidos ao servidor de imediato.§ 7o Cada documento apresentado e validado para o enqua-dramento ou para a progressão por elevação por qualificaçãoprofissional não poderá ser apresentado para qualquer outro

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processo de desenvolvimento na carreira de que trata a LeiComplementar no 274, de 2014, sob pena de nulidade doato, salvo se o servidor tiver direito a ocupar 2 ([...]) cargospúblicos.§ 8o Na hipótese de não ser validado o certificado apresenta-do ou de não ter sido atingida a carga horária específica paraa matriz desejada, a Comissão Administrativa Permanente deAvaliação do Enquadramento e Acompanhamento do Planode Cargos, Carreiras e Vencimentos poderá deferir o enqua-dramento ou a progressão por elevação por qualificação pro-fissional em matriz inferior à requerida, comunicando-se talfato ao servidor.Art. 3o Os diplomas ou certificados de cursos conterão as se-guintes informações:I – nome do servidor;II – nome completo do curso;III – nome completo da instituição realizadora;IV – carga horária total do curso;V – período de realização do curso; eVI – assinatura do representante da instituição.§ 1o Os cursos de graduação e de pós-graduação (lato sensu estricto sensu) somente serão considerados quando promovidospor instituições de ensino reconhecidas pelo Ministério daEducação – MEC.§ 2o Quando realizados no exterior, os cursos de que trata o§ 1o somente serão considerados se revalidados por institui-ção nacional competente, na forma da legislação de regên-cia.§ 3o Para fins do enquadramento ou da progressão de quetrata este Decreto, serão aceitos:I – declarações ou certidões de conclusão de cursos, desde quecontenham as informações citadas nos incisos deste artigo;II – certificados que já se encontravam arquivados na pastafuncional do servidor;III – cópias de certificados de cursos contratados e conveni-ados pela Secretaria de Administração ou pela FUNAPE;IV – certidões emitidas pelos setores responsáveis pela for-mação e/ou capacitação dos servidores que, neste caso, su-prirão a necessidade de apresentação de certificados; e

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V – certificados de cursos particulares realizados pelo servi-dor que atendam ao disposto nos arts. 3o e 4o deste Decreto.§ 4o O disposto neste artigo aplica-se aos servidores que seaposentarem compulsoriamente ou por invalidez, conformeprevisto no art. 29 da Lei Complementar no 274, de 2014, etenham finalizado os cursos até a data da aposentadoria.Art. 4o Para fins de enquadramento e de progressão de quetrata este Decreto, serão considerados os cursos de capacita-ção nas áreas abaixo descritas:I – cursos de qualificação ou aperfeiçoamento e/ou treina-mentos operacionais promovidos no âmbito da FUNAPE eem outros órgãos da administração municipal, estadual oufederal, ou instituições privadas reconhecidas pelo MEC, re-lacionados às atividades previdenciárias ou administrativasdesempenhadas;II – cursos de qualificação profissional dentro da área de atu-ação do servidor;III – sistemas e/ou aplicativos utilizados pelo Estado de Per-nambuco diretamente vinculado à atividade previdenciáriaou administrativa;IV – gestão de pessoas;V – gestão pública;VI – gestão de materiais, almoxarifado e patrimônio;VII – licitações e contratos administrativos;VIII – planejamento, finanças, orçamento, contabilidade,economia e investimentos;IX – legislação de pessoal, previdenciária e de imposto derenda;X – comunicação;XI – informática;XII – português;XIII – estatística;XIV – desenvolvimento humano e comportamental;XV – gestão da documentação, arquivo e protocolo;XVI – desenvolvimento gerencial;XVII – redação oficial;XVIII – elaboração de projetos;XIX – ética no serviço público;XX – instrutoria;

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XXI – inteligência emocional;XXII – linguagem de sinais;XXIII – oratória;XXIV – planejamento, avaliação e processo de trabalho;XXV – qualidade no atendimento;XXVI – direito constitucional, administrativo, previdenciá-rio, financeiro e tributário;XXVII – auditoria e controle interno;XXVIII – administração do tempo;XXIX – atuarial; eXXX – cursos de ensino à distância (EAD) de qualificaçãoe/ou de treinamento relacionado com a área de atuação doservidor.§ 1o Compete à Comissão Administrativa Permanente deAvaliação do Enquadramento e Acompanhamento do Planode Cargos, Carreiras e Vencimentos analisar a correlação en-tre os cursos apresentados e as áreas descritas no caput com aatividade desempenhada pelo servidor.§ 2o Requerimentos de cursos não constantes nos incisosdeste artigo, mas correspondentes às competências instituci-onais da FUNAPE ou relacionadas à necessidade do serviço,serão analisados pela Comissão Administrativa de Avaliaçãodo Enquadramento e Acompanhamento do Plano de Car-gos, Carreiras e Vencimentos – PCCV, que emitirá parecercircunstanciado pelo deferimento ou não do certificado decurso requerido, submetendo-o à deliberação do Dire-tor-Presidente da FUNAPE.§ 3o Os cursos de graduação e de pós-graduação (lato sensu estricto sensu) contemplarão as áreas de abrangência estabeleci-das nos incisos deste artigo, ou outras áreas do conhecimen-to, que após parecer da Comissão Administrativa Permanen-te de Avaliação do Enquadramento e Acompanhamento doPlano de Cargos, Carreiras e Vencimentos e de submissãodeste à deliberação do Diretor-Presidente, tenham relevân-cia para o desenvolvimento institucional.§ 4o Serão considerados de relevância para o desenvolvi-mento institucional, os cursos de graduação e de pós-gradu-ação (lato sensu e stricto sensu) das áreas de conhecimento quesirvam para a formação profissional/capacitação dos servido-res e/ou para implementação, manutenção ou operacionali-

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zação das atividades previdenciárias ou com a área de atua-ção do servidor.§ 5o Para os cursos previstos no § 4o, o servidor poderá con-sultar previamente a Comissão Administrativa Permanentede Avaliação do Enquadramento e Acompanhamento doPlano de Cargos, Carreiras e Vencimentos sobre a pertinên-cia e a aplicabilidade do curso pretendido.§ 6o Para o enquadramento ou a progressão nas matrizes dagrade de vencimento base do Anexo III da Lei Comple-mentar no 274, de 2014, será considerado o somatório dacarga horária, mínima de 12 horas por curso, dos certifica-dos ou declarações apresentadas.§ 7o O servidor, a qualquer tempo, poderá apresentar novoscertificados ou diplomas com a finalidade de complementara carga horária necessária à progressão para a próxima matrizvencimental, conforme disposto no Anexo III da Lei Com-plementar no 274, de 2014.Art. 5o Para fins de enquadramento ou de progressão porelevação de nível profissional, não serão aceitos:I – certificados de participação em congressos, seminários,simpósios, fóruns, workshops, encontros e palestras;II – certificados de matérias isoladas ou de todo módulo decurso preparatório para concursos públicos;III – certificados de matérias isoladas de cursos de graduaçãoe/ou cursos técnicos profissionalizantes; eIV – certificados de cursos de formação realizados como eta-pa de concurso público.Art. 6o A efetivação do enquadramento ou da progressão es-tabelecida neste Decreto está condicionada à formalizaçãode requerimento do servidor e posterior deferimento pelaComissão Administrativa Permanente de Avaliação do En-quadramento e Acompanhamento do Plano de Cargos, Car-reiras e Vencimentos, Carreiras e Vencimentos – PCCV,instituída pelo art. 27 da Lei Complementar no 274, de2014, cabendo ao Diretor-Presidente da FUNAPE publicarem portaria o respectivo ato.Art. 7o A Comissão Administrativa Permanente de Avalia-ção do Enquadramento e Acompanhamento do Plano deCargos, Carreiras e Vencimentos de que trata o art. 27 daLei Complementar no 274, de 2014, composta por represen-

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tantes dos servidores e da administração da FUNAPE, terácomposição paritária e caráter permanente.§ 1o A Comissão Administrativa Permanente de Avaliaçãodo Enquadramento e Acompanhamento do Plano de Car-gos, Carreiras e Vencimentos será composta por 8 ([...])membros, sendo 4 ([...]) titulares e 4 ([...]) suplentes.§ 2o Os membros da Comissão prevista neste artigo serãodesignados por portaria do Diretor-Presidente da FUNAPEe exercerão mandato de 2 ([...]) anos, admitida uma únicarecondução por igual período.§ 3o Para a composição da Comissão de que trata o caput se-rão preferencialmente designados representantes das áreas ju-rídicas e de recursos humanos, sendo 4 ([...]) membros indi-cados pela administração da FUNAPE e 4 ([...]) membrosindicados pela entidade representativa dos servidores inte-grantes de seu quadro de pessoal.§ 4o Fica vedada a percepção de qualquer remuneração adi-cional ou de gratificação, a qualquer título, pela participaçãona Comissão prevista no caput.Art. 8o A Comissão Administrativa Permanente de Avalia-ção do Enquadramento e Acompanhamento do Plano deCargos, Carreiras e Vencimentos é responsável pelo julga-mento e deferimento dos requerimentos de enquadramentoe de progressão realizados pelos servidores da FUNAPE.§ 1o Da decisão da Comissão de que trata o caput, poderá oservidor interessado interpor pedido de reconsideração noprazo de 15 ([...]) dias.§ 2o Mantido o resultado, caberá recurso à Câmara de Polí-tica de Pessoal – CPP, no prazo de 15 ([...]) dias, contadosda ciência de indeferimento do pedido de reconsideração.§ 3o Não sendo interposto recurso no prazo indicado, o en-quadramento e a progressão serão considerados definitivos.Art. 9o A progressão por elevação de nível de qualificaçãoou titulação funcional terá seus efeitos financeiros contados apartir da data da protocolização do requerimento do servi-dor junto à Coordenadoria de Gestão de Pessoas da FUNA-PE.Art. 10. Os casos omissos serão dirimidos pelo Diretor-Pre-sidente da FUNAPE.Art. 11. Este Decreto entra em vigor na data de sua publica-ção.

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Conforme se demonstrará, as normas acima indicadas violam

o art. 37, caput e inciso II,1 da Constituição da República.

II FUNDAMENTAÇÃO

As Leis Complementares 274 e 275, ambas de 30 de abril de

2014, e a Lei Complementar 283, de 6 de junho de 2014, do Es-

tado de Pernambuco, reestruturaram as carreiras da Fundação de

Aposentadorias e Pensões (FUNAPE), da Procuradoria-Geral do

Estado (PGE) e da Agência de Regulação dos Serviços Públicos

Delegados (ARPE).

Foram editadas como parte de ampla reforma administrativa

realizada naquela unidade federativa, com a finalidade de “absor-

ver” servidores cedidos e à disposição que estavam em exercício

naqueles órgãos ou entidades. Para tanto, denominaram de “en-

quadramento” e “redenominação” o que constitui verdadeira

transposição, vedada constitucionalmente, segundo consolidada

jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

O STF admite reorganização de pessoal promovida pela ad-

ministração, desde que mantida correspondência entre atribuições

1 “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Pode-res da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedeceráaos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efi-ciência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucio-nal 19, de 1998) [...]II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovaçãoprévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordocom a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma previstaem lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em leide livre nomeação e exoneração; [...]”.

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e níveis de escolaridade exigidos entre as carreiras extintas e as

recém-criadas.2 Não foi esse o caso destes autos.

O art. 2o, § 2o, da Lei Complementar 274/2014 determina

que sejam “redenominados” os cargos dos servidores “cedidos e à

disposição da FUNAPE”. Eis o dispositivo (sem destaque no ori-

ginal):

Art. 2o. [...]§ 2o. A partir de 1o de junho de 2014, os cargos ocupadospelos servidores da administração pública direta e indireta doEstado de Pernambuco que estejam cedidos ou à dispo-sição da FUNAPE, mediante Portaria do Secretário deAdministração, ficam redenominados de acordo com o en-quadramento constante do Anexo II, submetendo-se à ma-triz remuneratória constante do Anexo III.

No Anexo II da Lei Complementar 274/2014, os cargos cri-

ados foram divididos em quatro carreiras distintas: Analista Jurí-

dico-previdenciário Suplementar, Analista em Gestão

Previdenciária Suplementar, Assistente em Gestão Previdenciária

Suplementar e Auxiliar em Gestão Previdenciária Suplementar, de

nível superior, médio e fundamental, respectivamente.

Os ocupantes do cargo de Assistente de Trânsito, por exem-

plo, foram “redenominados” Assistentes em Gestão Previdenciária

Suplementar, de nível médio. Cargos como Técnico Educacional,

Analista em Saúde e Professor foram todos “redenominados” para

a mesma categoria de Analista em Gestão Previdenciária Suple-

mentar, sem distinção.

2 Supremo Tribunal Federal. Plenário. Ação direta de inconstitucionalidade2.713/DF. Relatora: Ministra ELLEN GRACIE. 18/12/2002, maioria. Diárioda Justiça, 7 mar. 2003, p. 33.

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Da própria denominação dos cargos extrai-se sem maior es-

forço intelectual a completa ausência de similitude entre as ativi-

dades anteriores e as atuais. Tampouco cuidou o legislador

pernambucano de enunciar as atribuições dos cargos criados, a fim

de indicar possíveis semelhanças entre eles e os anteriores. Não to-

mou tal providência, possivelmente, para não evidenciar ainda

mais a total desconformidade entre as carreiras.

Trata-se, é fácil constatar, de verdadeira transposição, que

constitui o deslocamento de servidor de determinado cargo para

cargo diverso, sem equivalência de atribuições nem a indispensá-

vel realização de concurso público.

Enfim, o art. 2o, § 2o, da Lei Complementar 274/2014 não

realizou enquadramento, tampouco “redenominação”, mas trans-

posição de servidores de outros órgãos, provenientes de carreiras

diversas, para cargos da FUNAPE, contrariando frontalmente o

art. 37, II, da Constituição da República.

Do mesmo modo, o art. 2o, caput e § 2o, da Lei Complemen-

tar 275/2014 determina que servidores cedidos e à disposição da

Procuradoria-Geral do Estado (PGE) sejam “redenominados” de

acordo com o Anexo II da norma (sem destaque no original):

Art. 2o. Fica instituído, no Quadro de Pessoal da Procurado-ria Geral do Estado, o Quadro Suplementar de Apoio Téc-nico-Administrativo da Procuradoria Geral do Estado, com-posto pelos cargos de níveis superior, médio e fundamental,abaixo relacionados, ocupados pelos servidores lotados defi-nitivamente, cedidos ou à disposição da ProcuradoriaGeral do Estado – PGE, conforme quantificação contida noAnexo II: I – Analista Judiciário Suplementar de Procuradoria;

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II – Analista Administrativo Suplementar de Procuradoria; III – Assistente Suplementar de Procuradoria; e IV – Auxiliar Suplementar de Procuradoria. [...]§ 2o. A partir de 1o de junho de 2014, os cargos ocupadospelos servidores da administração pública direta e indireta doEstado de Pernambuco lotados definitivamente, cedidosou à disposição da PGE, mediante Portaria do Secretáriode Administração, ficam redenominados de acordo com oenquadramento constante do Anexo II, submetendo-se àmatriz remuneratória constante do Anexo III.

No Anexo II da Lei Complementar 275/2014, cargos com

atribuições totalmente distintas como Professor, Jornalista e Ana-

lista em Gestão Pública foram todos “redenominados” na mesma

categoria de Analista Administrativo Suplementar de Procurado-

ria, o que novamente desnuda a intenção do legislador de promo-

ver ampla transposição de cargos cujas atribuições originais nada

tinham em comum com as novas.

Em resumo, a pretexto de “aproveitar” servidores cedidos e à

disposição lotados na PGE, a Lei Complementar 275/2014 pro-

moveu mal disfarçada transposição de servidores para carreiras sem

relação de correspondência com as precedentes, em desacordo

com o art. 37, II, da CR.

O art. 1o, § 1o, da Lei Complementar 283/2014 não fez dife-

rente ao dispor sobre a “redenominação” de servidores cedidos e à

disposição da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Dele-

gados do Estado de Pernambuco (ARPE) (sem destaque no origi-

nal):

Art. 1o. [...]

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§ 1o. O Quadro criado pelo caput será ocupado pelos servi-dores da administração pública direta e indireta do PoderExecutivo Estadual que, em 1o de abril de 2014, estejam emefetivo exercício e lotados definitivamente, cedidos ou àdisposição da ARPE, os quais passarão a integrar definiti-vamente o Quadro Próprio de Pessoal da ARPE, salvo ma-nifestação individual formal em contrário.

O Anexo II da Lei Complementar 283/2014 transpôs ocu-

pantes dos cargos de Agente de Polícia, Analista em Gestão Autár-

quica e Analista em Gestão Pública para a carreira de Analista

Suplementar de Regulação e Fiscalização de Serviços Públicos

Delegados, de nível superior. Vale ressaltar que ao menos o cargo

de Agente de Polícia é de nível médio naquele Estado.

Ao permitir investidura em cargo distinto, de nível de esco-

laridade diverso e maior complexidade do que o originalmente

ocupado, a Lei Complementar 284/2014 de igual modo violou

irremediavelmente o art. 37, II, da CR.

A partir da Constituição de 1988, não há dúvida de que con-

curso público é obrigatório para provimento de cargos e empregos

públicos, tanto na esfera federal quanto nas esferas estaduais e mu-

nicipais, seja na órbita civil, seja na militar, com as exceções admi-

tidas na lei.

Realizar certame público assegura observância de princípios e

garantias constitucionais, como os princípios republicano, da iso-

nomia, do devido processo legal, da ampla defesa, da impessoali-

dade, da moralidade e da eficiência. Por meio desse

procedimento, a administração pública possibilita que todos os ci-

dadãos interessados concorram em igualdade de condições às vagas

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previstas no edital e sejam selecionados de maneira impessoal, com

a finalidade de eliminar favoritismos, perseguições e outros inte-

resses ilegítimos. Procedimento administrativo de concurso pú-

blico implica seleção fundamentada em mérito.3

A esse respeito, CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO correta-

mente observa:

O que a Lei Magna visou com os princípios da acessibili-dade e do concurso público foi, de um lado, ensejar a todosiguais oportunidades de disputar cargos ou empregos na Ad-ministração direta e indireta. De outro lado, propôs-se a im-pedir tanto o ingresso sem concurso, ressalvadas as exceçõesprevistas na Constituição, quanto obstar a que o servidor ha-bilitado por concurso para cargo ou emprego de determi-nada natureza viesse depois a ser agraciado com cargo ouemprego permanente de outra natureza, pois esta seria umaforma de fraudar a razão de ser do concurso público.4

O Supremo Tribunal Federal possui posicionamento consoli-

dado no sentido da inconstitucionalidade dessa forma derivada de

investidura em cargo público, do que é exemplo o julgado a se-

guir, entre numerosos outros:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. AR-TIGO 140, CAPUT E PARÁGRAFO ÚNICO, E ARTIGO141 DA LEI COMPLEMENTAR N. 65. ARTIGO 55, CA-PUT E PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI N. 15.788. AR-TIGO 135, CAPUT E § 2o, DA LEI N. 15.961. LEIS DO

3 Sobre meritocracia, JOSÉ AFONSO DA SILVA esclarece: “O princípio da aces-sibilidade aos cargos e empregos públicos visa essencialmente a realizar oprincípio do mérito, que se apura mediante a investidura por concursopúblico de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e acomplexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadasas nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeaçãoe exoneração (art. 37, II)”. SILVA, José Afonso. Comentário contextual àConstituição. 7. ed. São Paulo: Malheiros, 2010, p. 343.

4 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 25.ed. São Paulo: Malheiros, 2008, p. 276-277.

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ESTADO DE MINAS GERAIS. INVESTIDURA E PRO-VIMENTO DOS CARGOS DA CARREIRA DE DEFEN-SOR PÚBLICO ESTADUAL. SERVIDORESESTADUAIS INVESTIDOS NA FUNÇÃO DE DEFEN-SOR PÚBLICO E NOS CARGOS DE ASSISTENTE JU-RÍDICO DE PENITENCIÁRIA E DE ANALISTA DEJUSTIÇA. TRANSPOSIÇÃO PARA A RECÉM CRIADACARREIRA DE DEFENSOR PÚBLICO ESTADUALSEM PRÉVIO CONCURSO PÚBLICO. MODULAÇÃODOS EFEITOS. AFRONTA AO DISPOSTO NOS ARTI-GOS 37, II, E 134, § 1o, DA CONSTITUIÇÃO DO BRA-SIL.1. Os preceitos objeto da ação direta de inconstitucionali-dade disciplinam a forma de investidura e provimento doscargos da carreira de Defensor Público Estadual.2. Servidores estaduais integrados na carreira de DefensorPúblico Estadual, recebendo a remuneração própria docargo de Defensor Público de Primeira Classe, sem o prévioconcurso público. Servidores investidos na função de De-fensor Público, sem especificação do modo como se deu asua investidura, e ocupantes dos cargos de Assistente Jurí-dico de Penitenciária e de Analista de Justiça.3. A exigência de concurso público como regra para oacesso aos cargos, empregos e funções públicas confere con-creção ao princípio da isonomia.4. Não-cabimento da transposição de servidores ocupantesde distintos cargos para o de Defensor Público no âmbitodos Estados-membros. Precedentes.5. A autonomia de que são dotadas as entidades estatais paraorganizar seu pessoal e respectivo regime jurídico não tem ocondão de afastar as normas gerais de observância obrigató-ria pela Administração Direta e Indireta estipuladas naConstituição [artigo 25 da CB/88].[...]7. Ação direta julgada procedente para declarar inconstituci-onais o caput e o parágrafo único do artigo 140 e o artigo141 da Lei Complementar n. 65; o artigo 55, caput e pará-grafo único, da Lei n. 15.788; o caput e o § 2o do artigo 135,da Lei n. 15.961, todas do Estado de Minas Gerais. Modula-ção dos efeitos da decisão de inconstitucionalidade. Efeitos

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Procuradoria-Geral da República Ação direta de inconstitucionalidade

prospectivos, a partir de 6 [seis] meses contados de 24 deoutubro de 2007.5

Recentemente o Supremo Tribunal Federal conferiu efeito

vinculante à antiga súmula 685 e transformou-a na súmula vincu-

lante 43, que dispõe:

É inconstitucional toda modalidade de provimento que pro-picie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em con-curso público destinado ao seu provimento, em cargo quenão integra a carreira na qual anteriormente investido.

LUCAS ROCHA FURTADO, ao analisar a aplicação do princípio

do concurso público pelo STF, observou:

Em termos formais ou jurídicos, a adoção do sistema doconcurso público para prover os cargos públicos realiza, emprimeiro lugar, o princípio constitucional da impessoalidade,ou isonomia. Ademais, ao impedir a utilização dos cargospúblicos para a nomeação a partir de critérios de indicaçãopolítica, ou de parentes, a regra do concurso público igual-mente dá efetividade à moralidade administrativa. Ao decidir aADC no 12-MC/DF, proposta em face da Resolução no

7/05 do Conselho Nacional de Justiça, o STF considerouconstitucional a resolução em razão do seu conteúdo mora-lizador.A rigor, a importância dada ao concurso público pelo textoconstitucional pode ser examinada em razão do disposto noart. 37, § 2o, em que é identificada a única hipótese em que,de modo expresso, a Constituição Federal determina a anu-lação do ato administrativo e a obrigatoriedade de punição dequem lhe deu causa, o que deve ocorrer na eventualidadede não serem observadas as regras relativas ao concurso pú-blico para o provimento dos cargos públicos.À exceção dos cargos em comissão, o ingresso no serviçopúblico deve ser necessariamente precedido de concurso pú-blico.

5 STF. ADI 3.819/MG. Rel.: Min. EROS GRAU. 24/10/2007, maioria. DJe55, 27 mar. 2008.

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São admitidas – por serem compatíveis com o critério cons-titucional – hipóteses de provimento derivado de cargos públi-cos. É o que se verifica com a promoção. Aqui o agente éinvestido no cargo inicial da carreira após aprovação emconcurso público, e para alcançar os cargos mais elevadosserá promovido. Vê-se, de qualquer forma, que o servidor éobrigado a prestar o concurso público.Distintas são as hipóteses de ascensão e de transferência – infe-lizmente ainda utilizadas com alguma frequência em impor-tantes empresas estatais. O STF, ao julgar a ADI no 231-RJ,declarou a inconstitucionalidade desses institutos porque são“formas de ingresso em carreira diversa daquela para a qualo servidor ingressou por concurso”. Essa orientação en-contra-se prevista, ademais, na Súmula no 685 do próprioSTF, que dispõe nos termos seguintes: [...].São inconstitucionais os tão famosos concursos internos e asdenominadas ascensões funcionais, em que pessoas admitidaspara cargos básicos dos órgãos ou entidades públicas, algu-mas vezes sem concurso público, em razão da realização deseleções internas ou da mera apresentação de diploma de ní-vel superior, eram investidas em cargos mais elevados. Seriaexemplo dessa prática ilegal situação em que o Banco doBrasil realizasse concurso interno entre seus escrituráriospara a escolha de advogados da estatal.Vale sempre lembrar que a regra do concurso público e aconsequente vedação da ascensão são aplicáveis a todas asentidades da Administração Pública direta e indireta e aoprovimento de cargos e empregos públicos.6

As situações previstas nos dispositivos impugnados não se

confundem com aquela da ADI 4.303/RN, na qual a Corte as-

sentou a legitimidade de norma potiguar que determinou enqua-

dramento, cálculo e pagamento, a servidores ocupantes de cargo

de nível médio, do mesmo patamar de vencimentos conferido a

aprovados em concurso público para cargo de nível superior. Na-

quele caso, não houve provimento derivado, porquanto a lei

6 FURTADO, Lucas Rocha. Curso de Direito Administrativa. 3. ed. BeloHorizonte: Fórum, 2012, pp. 759-760.

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Procuradoria-Geral da República Ação direta de inconstitucionalidade

mantinha atribuições e denominações dos cargos, apenas alte-

rando, para futuros certames, o nível de escolaridade exigível.7

Aqui, todavia, se configura provimento derivado, porquanto

as Leis Complementares 274, 275 e 283/2014 de Pernambuco

modificaram não só a denominação e a escolaridade, em alguns

casos, mas também as atribuições dos cargos. Daí se conclui que a

7 Cf. Informativo STF 734, 3 a 7 fev. 2014: “ADI: concurso público e equipara-ção remuneratória. O Plenário, por maioria, julgou improcedente pedidoformulado em ação direta de inconstitucionalidade proposta contra o art.1o, caput e § 1o, da Lei Complementar 372/2008, do Estado do Rio Gran-de do Norte. A norma impugnada autoriza o enquadramento, cálculo epagamento a servidores ocupantes de cargo de nível médio no mesmo pa-tamar de vencimentos conferido a servidores aprovados em concurso pú-blico para cargo de nível superior. O Tribunal asseverou que o dispositivoquestionado não implicaria provimento derivado, de modo a afastar-se aalegação de ofensa à exigência de concurso público. Afirmou não ter havi-do a criação de cargos ou a transformação dos já existentes, bem comonovo enquadramento, transposição ou nova investidura. Destacou que alei complementar potiguar mantivera as atribuições e a denominação doscargos, e estabelecera, para os futuros certames, nível superior de escolari-dade. Rejeitou, também, a assertiva de equiparação entre as espécies re-muneratórias. Salientou que o mencionado instituto pressuporia cargosdistintos, o que não ocorreria no caso. Aduziu, ademais, que o acolhimen-to da alegação resultaria em quebra do princípio da isonomia, haja vista aconcessão de pagamentos distintos a ocupantes de mesmos cargos, comidênticas denominação e estrutura de carreira. Consignou, por fim, a invi-abilidade do exame, na via eleita, de eventuais diferenças entre as atribui-ções dos servidores afetados pela norma. Vencidos os Ministros MARCO

AURÉLIO e JOAQUIM BARBOSA, Presidente, que declaravam a inconstitucio-nalidade do dispositivo. O primeiro assentava a ilegitimidade do Advoga-do-Geral da União para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade da lei,considerado o seu papel de curador da norma, a justificar a sua interven-ção no feito. No mérito, reputava que o enquadramento dos servidoresque prestaram concurso com exigência de nível médio nas escalas própriasde vencimentos à de nível superior transgrediria os artigos 37, II, e 39,§ 1o, II, ambos da CF. ADI 4303/RN, rel. Min. Cármen Lúcia, 5.2.2014.(ADI-4303)”. Disponível em: < http://zip.net/bsm5Tb > ou< http://www.stf.jus.br//arquivo/informativo/documento/informati-vo734.htm#ADI:%20concurso%20p%C3%BAblico%20e%20equipara%C3%A7%C3%A3o%20remunerat%C3%B3ria >; Acesso em: 30 out.2015.

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Procuradoria-Geral da República Ação direta de inconstitucionalidade

investidura, nos moldes por elas estabelecidos, se deu mediante

transposição, em afronta ao disposto no art. 37, II, da CR.

A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica

nesse sentido:

MANDADO DE SEGURANÇA. ASCENSÃO FUNCIO-NAL: INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTESDO STF. DIREITO INEXISTENTE.Técnicos de finanças e controle externo do TCU que pre-tendem ascender a analistas daquela Corte, impedindo a rea-lização de concurso público para o provimento destescargos. Como espécie de provimento derivado, a ascensão einconstitucional (ADIn 245, inter alia).Mandado de segurança indeferido.8

Ação direta de inconstitucionalidade. Lei 4.379, de 07 dejunho de 1990, do Estado do Espírito Santo.– Esta Corte já firmou o entendimento de que a ascensãofuncional não mais é permitida pela atual Constituição, emvirtude do disposto no artigo 37, II – e no ponto que inte-ressa não foi modificado com a redação dada pela EmendaConstitucional no 19/98 –, que passou a exigir concurso pú-blico para os casos em que, anteriormente, era ela admitida.– Inconstitucionalidade, por isso, do artigo 6o da lei sobexame, a qual, por interdependência, repercute em todo otexto da mesma lei.Ação que se julga procedente para declarar-se inconstitucio-nal a Lei 4.379, de 07 de junho de 1990, do Estado do Espí-rito Santo.9

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIDO ESTADO DO CEARÁ. PROVIMENTO DERI-VADO DE CARGOS. INCONSTITUCIONALIDADE.OFENSA AO DISPOSTO NO ART. 37, II, DA CF.AÇÃO JULGADA PROCEDENTE.

8 STF. Plenário. Mandado de segurança 21.420/DF. Rel.: Min. FRANCISCO

REZEK. 6/5/93, unânime. Diário da Justiça, 18 jun. 1993, p. 12.110.9 STF. Plenário. ADI 368/ES. Rel.: Min. MOREIRA ALVES. 5/12/2002, un.

DJ, 2 maio 2003, p. 25.

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I – São inconstitucionais os artigos da Lei 13.778/2006, doEstado do Ceará que, a pretexto de reorganizar as carreirasde Auditor Adjunto do Tesouro Nacional, Técnico do Te-souro Estadual e Fiscal do Tesouro Estadual, ensejaram oprovimento derivado de cargos.II – Dispositivos legais impugnados que afrontam o co-mando do art. 37, II, da Constituição Federal, o qual exigea realização de concurso público para provimento de cargosna Administração estatal.III – Embora sob o rótulo de reestruturação da carreira naSecretaria da Fazenda, procedeu-se, na realidade, à institui-ção de cargos públicos, cujo provimento deve obedecer aosditames constitucionais.IV – Ação julgada procedente.10

Enfim, a pretexto de reestruturar órgãos da FUNAPE, da

PGE e da ARPE, pertencentes ao Estado de Pernambuco, as Leis

Complementares 274, 275 e 283/2014 promoveram, nos disposi-

tivos sob exame, verdadeira transposição de carreiras, em desa-

cordo com os ditames constitucionais.

Por fim, tendo em conta que os arts. 21, 24, 25, caput e §§ 1o

e 2o, incisos I a IV, §§ 3o a 6o, 26, 28, caput e parágrafo único, 29,

da Lei Complementar 274/2014; os arts. 21, 24, 25, caput e §§ 1o

e 2o, I a IV e §§ 3o a 6o, 26, 28, caput e parágrafo único, 29, da Lei

Complementar 275/2014; e o art. 1o, § 2o, art. 3o, § 1o, I a V e

§§ 2o e 3o, e art. 4o, caput e parágrafo único, da Lei Complementar

283/2014, o Decreto 42.054/2015 e o Decreto 42.118/2015, to-

dos do Estado de Pernambuco, fixam regras concernentes à forma

de transposição dos servidores cedidos e à disposição da FU-

NAPE, da PGE e da ARPE, devem também ser declarados in-

10 STF. Plenário. ADI 3.857/CE. Rel.: Min. RICARDO LEWANDOWSKI.18/12/2008. DJ eletrônico 38, 27 fev. 2009.

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constitucionais por arrastamento, pelo mesmo conjunto de razões

acima alinhadas.

III PEDIDO CAUTELAR

Os fundamentos para concessão de medida cautelar estão

presentes.

O sinal do bom direito (fumus boni juris) está suficientemente

caracterizado pelos argumentos deduzidos nesta petição inicial e

pela profusão de precedentes de Supremo Tribunal na linha do

que aqui se expôs.

O perigo na demora processual (periculum in mora) decorre do

fato de que, enquanto não for suspensa a eficácia das normas im-

pugnadas, as transposições de cargos realizadas resultarão no paga-

mento de remunerações em valores superiores aos devidos e,

consequentemente, em dispêndio indevido de receitas públicas, a

ser renovado mensalmente. Além disso, a repetibilidade desses va-

lores é improvável, por seu caráter alimentar e pela possibilidade

de os beneficiários alegarem boa fé no recebimento. Por outro

lado, as transposições inconstitucionais aqui atacadas ferem grave-

mente a legitimidade intrínseca da administração pública pernam-

bucana e obstam a realização de concursos públicos para que os

cargos necessários ao funcionamento da máquina administrativa

sejam providos de forma correta, por cidadãos interessados e capa-

citados a ocupá-los, em maltrato ao princípio republicano e à iso-

nomia.

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Fato recente denota, ainda, a urgência do provimento limi-

nar, pois a última etapa do “enquadramento”, previsto no art. 25,

§ 3o, da Lei Complementar 275/2014, foi regulamentada pelo

Decreto 42.054, de 17 de agosto de 2015, o qual aprofunda os

prejuízos causados ao erário, ao permitir progressão funcional após

apresentação de certificados de cursos de qualificação os mais di-

versos, podendo a remuneração praticamente dobrar no caso de

servidores em final de carreira que sejam portadores de título de

mestrado ou doutorado.

Mesmos efeitos dão-se quanto ao art. 25, § 3o, da Lei Com-

plementar 274/2014, o qual o enquadramento dos servidores da

FUNAPE. Regulamentado no último dia 10 de setembro de 2015

pelo Decreto 42.118, o enquadramento permitirá que servidores

em final de carreira, após apresentação de títulos de especialista,

mestre e doutor, praticamente dobrem sua remuneração.

Por fim, no caso da Lei Complementar 283/2014, a suspen-

são de efeitos é ainda mais imprescindível, pois à carreira de Ana-

lista Suplementar de Regulação e Fiscalização de Serviços

Públicos Delegados, foi atribuído o Adicional de Desempenho de

Atividade de Regulação (ADAR), pago em razão do exercício do

poder de polícia, em percentual de até 50% incidente sobre o

vencimento-base, de acordo com o cumprimento de metas insti-

tucionais (art. 30 da Lei Complementar 259/2013).11

11 “Art. 30. Fica instituído o ADAR, devido aos ocupantes do cargo deAnalista de Regulação de Serviços Públicos Delegados da Agência de Re-gulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado de Pernambuco –ARPE, no percentual de até 50% ([...]), incidente sobre o vencimentobase do servidor. Disponível em: < http://legis.alepe.pe.gov.br/arquivo-Texto.aspx?

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Além do valor significativo dessa parcela, a impactar vultosa-

mente as finanças estaduais, não se pode olvidar que os atos prati-

cados por esses servidores, no exercício de fiscalizações e outros

atos, são passíveis de questionamento judicial, por sua ilegalidade.

Essa circunstância afeta o princípio da presunção de validade dos

atos da administração pública e a segurança jurídica que deve re-

vesti-los, além de potencializar numerosas demandas perante o

Poder Judiciário.

Enfim, em relação aos três diplomas normativos, há servido-

res indevida e ilegitimamente no exercício de funções para as

quais não se submeteram ao indispensável concurso público.

É necessário, portanto, que a disciplina inconstitucional im-

posta pelas normas impugnadas seja o mais rapidamente possível

suspensa em sua eficácia e, ao final, invalidada por decisão do Su-

premo Tribunal Federal.

Por conseguinte, além do sinal do bom direito, há premência

em que essa Corte conceda a medida cautelar.

IV PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Requer, de início, que esse Supremo Tribunal conceda, com

a brevidade possível, em decisão monocrática e sem intimação dos

interessados, medida cautelar para suspensão de eficácia das normas

impugnadas, para os fins expostos acima e nos termos do art. 10,

tiponorma=2&numero=259&complemento=0&ano=2013&tipo=&url= >ou < http://zip.net/bfsdpq >. Acesso em 30 out. 2015.

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Procuradoria-Geral da República Ação direta de inconstitucionalidade

§ 3º, da Lei 9.868, de 10 de novembro de 1999, a ser oportuna-

mente submetida a referendo do Plenário.

Requer que se colham informações da Assembleia Legislativa

e do Governador do Estado de Pernambuco e que se ouça o Ad-

vogado-Geral da União, nos termos do art. 103, § 3o, da Consti-

tuição da República. Superadas essas fases, requer prazo para

manifestação da Procuradoria-Geral da República.

Requer que seja julgado procedente o pedido, para declarar a

inconstitucionalidade das seguintes normas, todas do Estado de

Pernambuco:

a) arts. 2o, caput, incisos I a IV e § 2o, 21, 24, 25, caput e §§ 1o e

2o, incisos I a IV e §§ 3o a 6o, 26, 28, caput e parágrafo único, 29 e

Anexo II da Lei Complementar 274, de 30 de abril de 2014;

b) arts. 2o, caput, incisos I a IV e § 2o, 21, 24, 25, caput e §§ 1o e

2o, I a IV e §§ 3o a 6o, 26, 28, caput e parágrafo único, 29 e Anexo

II da Lei Complementar 275, de 30 de abril de 2014;

c) art. 1o, caput e §§ 1o e 2o, arts. 2o e 3o, § 1o, I a V, e §§ 2o e

3o, e art. 4o, caput e parágrafo único, e Anexo I da Lei Comple-

mentar 283, de 6 de junho de 2014;

d) Decreto 42.054, de 17 de agosto de 2015; e

e) Decreto 42.118, de 10 de setembro de 2015, todos do Es-

tado de Pernambuco.

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Procuradoria-Geral da República Ação direta de inconstitucionalidade

Brasília (DF), 3 de novembro de 2015.

Rodrigo Janot Monteiro de Barros

Procurador-Geral da República

RJMB/WS/TVM-PI.PGR/WS/94/2015

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