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Atividade Econômica Empresarial – A Empresa Ato civil é diferente de ato mercantil (empresarial, comercial) No direito privado destacam-se dois ramos importantes: D. Civil e D. Empresarial. O CC de 2002 dá mais alicerces para fazer a distinção. Histórico Mesmo na Antiguidade já existiam institutos pertinentes ao Direito Comercial, como o empréstimo a juros e os contratos de sociedades, de depósitos e de comissão no Código de Hammurabi, ou o empréstimo a risco na Grécia Antiga. Como sistema, porém a formação e o florescimento do D. Comercial só ocorreram na Idade Média, a partir do século XII, através das corporações de ofícios, em que os mercadores criavam as próprias leis. Atos de comércio: feiras italianas que originaram a troca da moeda ao invés do escambo. Surgiram as letras de câmbio, tramitadas nos armazéns. A corporação formada pelos mercadores possuía seu próprio juiz para resolver pendências. Era um direito muito mais dinâmico do que o antigo D. Romano. Essa corporação possuía privilégios, o que começou a incomodar os mais poderosos. A evolução do D. Comercial deu-se em três fases. A primeira fase, chamada de subjetivo-corporativista inclui as corporações de ofícios, o direito, apesar de mais dinâmico, era fechado e classista. A segunda fase, chamada de período objetivo, inicia-se com o liberalismo econômico e se consolida com o Código Comercial francês de 1808, escrito com a participação direta de Napoleão. Neste código, no artigo 436, Napoleão disse que os mercadores e comerciantes seriam os que praticavam: 1) Intermediação e troca de bens móveis e semoventes 2) Atividades bancárias 3) Navegação 4) Vendas e Consignações de bens móveis 5) Espetáculos teatrais Napoleão aboliu as corporações e estabeleceu a liberdade de trabalho e de comércio. O Direito Comercial

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Atividade Econômica Empresarial – A EmpresaAto civil é diferente de ato mercantil (empresarial, comercial)No direito privado destacam-se dois ramos importantes: D. Civil

e D. Empresarial. O CC de 2002 dá mais alicerces para fazer a distinção.

HistóricoMesmo na Antiguidade já existiam institutos pertinentes ao

Direito Comercial, como o empréstimo a juros e os contratos de sociedades, de depósitos e de comissão no Código de Hammurabi, ou o empréstimo a risco na Grécia Antiga.

Como sistema, porém a formação e o florescimento do D. Comercial só ocorreram na Idade Média, a partir do século XII, através das corporações de ofícios, em que os mercadores criavam as próprias leis.

Atos de comércio: feiras italianas que originaram a troca da moeda ao invés do escambo. Surgiram as letras de câmbio, tramitadas nos armazéns. A corporação formada pelos mercadores possuía seu próprio juiz para resolver pendências. Era um direito muito mais dinâmico do que o antigo D. Romano. Essa corporação possuía privilégios, o que começou a incomodar os mais poderosos.

A evolução do D. Comercial deu-se em três fases. A primeira fase, chamada de subjetivo-corporativista inclui as corporações de ofícios, o direito, apesar de mais dinâmico, era fechado e classista.

A segunda fase, chamada de período objetivo, inicia-se com o liberalismo econômico e se consolida com o Código Comercial francês de 1808, escrito com a participação direta de Napoleão. Neste código, no artigo 436, Napoleão disse que os mercadores e comerciantes seriam os que praticavam:1) Intermediação e troca de bens móveis e semoventes2) Atividades bancárias3) Navegação4) Vendas e Consignações de bens móveis5) Espetáculos teatrais

Napoleão aboliu as corporações e estabeleceu a liberdade de trabalho e de comércio. O Direito Comercial passou a ser o Direito dos Atos de Comércio, extensivo a todos aqueles que praticassem as atividades descritas acima.

A terceira fase, marcada agora pelo novo Código Civil de 2002 (artigo 966) corresponde ao Direito Empresarial, que engloba, além do comércio, qualquer atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços, exceto a atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística. Até mesmo estas últimas atividades serão empresariais se organizadas em forma de empresa. Esse é o Período Subjetivo Moderno ou Teoria Objetiva.

Toda prestação de serviço é D. Civil, incluindo os serviços intelectuais como advogados, médicos, engenheiros.

Familia, propriedade, serviços pessoais eram todos de D. Civil.O Código Alemão postula que é comercial tudo o que está no

Código Napoleônico de 1808 mais o que estiver registrado na junta comercial.

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Locação de bens comerciais é matéria do D. Comercial, enquanto que locação de imóveis residenciais é D. Civil.

Foram sendo criadas leis esparsas definindo o que era matéria do D. Comercial e o que era matéria do D. Civil. Todas as questões relacionadas à terra eram de natureza do D. Civil. Tudo o que se extrai da terra era de D. Civil – minérios, animais, plantas.

Mais leis surgiram e mais questões tornaram-se comerciais – prédios, edifícios, condomínios passaram ao Direito Comercial.

Antes do CC de 2002 era civil a prestação de serviço, desde que não seja Sociedade Anônima e associação de advogados. Atividades na terra, mineração, circulação de bens, hospitais.

Depois do CC de 2002 serviços passaram a ser D. Comercial, toda e qualquer atividade de prestação e mediação de serviços, hospitais, publicidade, imobiliárias, foram todas passadas para a jurisdição do D. Comercial. Atividade manufatureira é mercantil.

A mera colheita, extração da terra é civil. Tirar leite é civil, manufaturá-lo para fazer queijo é atividade mercantil.

Conceito de comércioAto de comércio é a interposição habitual na troca, com o fim de

lucro. A palavra comércio tem três significados: um vulgar, econômico

e jurídico. No sentido vulgar traduz o vocábulo certas relações entre as pessoas, como o comércio de idéias, de simpatia, de amizade. No sentido econômico é o emprego da atividade humana destinada a colocar em circulação a riqueza produzida, facilitando as trocas e aproximando o produtor do consumidor. Excluídos os dois polos – consumidor e produtor – comércio sob o prisma econômico serão todos os atos com que forma-se a corrente circulatória das riquezas. Na acepção jurídica, o comércio é formado por três elementos: mediação, fim lucrativo e habitude (prática habitual ou profissional).

Relação Direito Comercial e Direito CivilArtigo 966: considera-se empresário quem exerce

profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços.

Parágrafo Único: Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

Fabio Ulhoa Coelho é totalmente contrário à unificação do Direito Comercial com o D. Civil. Eles são muito semelhantes e 70% do D. Comercial advém do Código Civil. Entretanto, os contratos do D. Comercial são muito maiores que os do D. Civil. O D. Comercial é muito aberto, pode-se criar obrigações abertamente, é o mais livre dos Direitos.

Leasing, por exemplo pode se tranformar em compra e venda, prorrogação de locação ou extinção da locação.

As relações entre D. Com e D. Civil são íntimas.

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O D. Civil é estático (casa, família, sucessões, compra e venda). O Direito Com é muito mais dinâmico (consignação por exemplo). É cosmopolita, mundial, tendo validade para os outros países. É por isso que a venda de minérios e alimentos passou à jurisdição do D. Comercial.

É o mais privado dos direitos. Não tem necessidade de registrar o comerciante. É um direito de habitualidade. Não é o fato de ser ou não registrado na junta comercial que impede a falência. É a habitualidade que caracteriza o D. Comercial, ele não precisa das regras explícitas. Atos ilícitos do d. comercial ensejam atos falenciários.

As relações de D. Comercial são provadas por uso e costume, analogia. Por exemplo, a BOVESPA tem leis, vive de uso e costume. É assim que é fixado o preço da rroba de café, pesquisando com os produtores por quanto está sendo comercializada.

É comerciante aquele que exerce profissionalmente atividade econômica. Novamente entende-se por profissionalmente o habitualmente.. Caso não houvesse essa abertura, não poderiam ser julgadas as empresas irregulares. A atividade comercial se prova por qualquer meio – artigo 302 do Código Comercial. Até mesmo a internet pode ser usada como meio de prova.

Tendo em vista essa elasticidade do Direito Comercial, realmente não existe como unificarmos-no ao Direito Civil.

A economicidade, o lucro, são os instrumentos de prova da atividade comercial. Empresa tem que ter lucro. Empresas “pias” (que não objetivam lucro) não são reguladas pelo D. Comercial.

Esta matéria está presente no parágrafo único do artigo 966 do CC. Plano de Saúde é empresa. Médico não é empresário. O cientista que trabalho no laboratório é conteúdo da empresa. Ele por si só não é empresário. Hospitais são empresas, imobiliárias são empresas. Esses institutos prestam serviços.

A atividade civil não vai a falência. Cooperativas são civis, pois não há circulação de bens. Os cooperados têm benefícios da ordem civil, e a prova disso é que quando se desligam da cooperativa não recebem nenhuma parte do lucro que geraram.

Sociedade de advogados também é sociedade simples, de alçada civil. Médicos se juntam em atividades civis para pagarem menos impostos. Há um abatimento de 15% noas impostos.

Sociedades Limitadas e Anônimas são comerciais, está exigido pelo CC.

Tudo o que vem da terra é civil, tudo o que o homem manufatura é comercial. Leite é civil, queijo é comercial.

Mineração, a priori é civil, porém a partir do momento em que se faz o ferro, o aço, é manufatura.

Devedor solvente e insolvente sofrem execução civil, de acordo com o artigo 680 e seguintes do CC.

Falência e Recupeção são para empresas, comércio.

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Obrigações dos EmpresáriosTêm os comerciantes inúmeras obrigações impostas por leis

comerciais, leis tributárias, leis trabalhistas e leis adminsitrativas, tanto no âmbito federal como no estadual e municipal.

Entre as obrigações da legislação comercial contam-se as relativas à identificação através do nome comercial, ao registro regular da firma individual ou do contrato social, à abertura dos livros necessários e à sua escrituração uniforme e contínua, ao registro obrigatório de documentos, à conservação em boa guarda da escrituração, correspondência e demais papéis pertencentes ao giro comercial, ao balanço anual de atividades.

Livros MercantisDividem-se em livros mercantis comuns e especiais, bem como

em obrigatórios ou facultativos. Os comuns são do comércio em geral, e os especiais são os que devem ser adotados por certos tipos de empresa.

Entre os livros comuns entende-se que é obrigatório o Diário ou livro de Balancetes Diários e Balanços. Muitos também entendem que são obrigatórios o Registro de Duplicatas, se houver vendas com prazo superior a 30 dias, o Registro de Compras (Registro de Entrada de Mercadorias) e o Registro de Inventário.

Entre os livros obrigatórios específicos de determinadas empresas temos o Livro de Entrada e Saída de Mercadorias, dos armazéns gerais, Livro de Balancetes Diários, das casas bancárias, o Livro de Registro de Despachos Marítimos.

Os livros devem seguir formalidades referentes à sua autenticação e ao modo como devem ser escritos.

A EmpresaA empresa não foi definida no Código Comercial e nem no

Código Civil. Somente o empresário foi definido.A empresa pode ser observada por quatro perfis:1. Perfil Subjetivo: empresário que exerça a mercância

que tente obter lucro e que seja olrganizado. Tem atividade mercantil, corporatividade.

2. Perfil Funcional: uma empresa tem que ter atividade, vários atos exercidos pela empresa.

3. Perfil corporativo: empregados – relação de subordinação.

4. Perfil Objetivo: estabelecimento – local onde produz, meios de produção, máquinas. Complexo de bens materiais e imateriais aptos ao exercício da atividade mercantil.

Empresário Civil, quando quebra, não abre falência.Direito Civil e Empresarial não são vinculados à liciedade da

empresa. Recuperação só o lícito, falência ambos.Lei da Falência 11.101 de 1997.Falência: podemos conceituar a falência como o fato jurídico

que atinge o comerciante, submetendo-o a um processo judicial, para arrecadar meios de pagamentos devidos ao(s) credor(es), e que não foram

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pagos pela impossibilidade material de fazê-lo, já que o patrimônio disponível era menor do que o devido. Acaba com a penhora, não é uma garantia ao credor. Acaba com os arrestos, sequestros, penhoras, execuções.

Recuperação: os credores se juntam e requerem seus direitos.Para conseguir recuperação o empresário deve se inscrever na

junta comercial.

Atividade Empresarial no BrasilÉ exercida por pessoas físicas e pessoas jurídicas. Na atividade profissional civil temos o exercício por profissional

civil ou por sociedade simples.Sociedades simples são compostas por profissionais livres,

médicos, artistas, empresários. Sociedade de advogados por exemplo. Não são sociedades empresariais, pode até ser sociedade cooperativa.

Cooperativa não vai à falência. Vai para insolvência ou repassa-se o que sobrou para outra sociedade cooperativa.

No exercício da sociedade civil não se pode criar sociedade anônima. Sociedade civil não é empresarial. Ela cabe aos profissionais liberais, cooperativas ou associações sem fins lucrativos, exemplo das associações religiosas.

Sociedades empresariaisConstituem-se através de um contrato entre duas ou mais

pessoas que se obrigam a combinar esforços e recursos para atingir fins comuns. O que mais diferencia as sociedades comerciais é a forma de responsabilidade de cada um dos sócios, pois conforme for eles respondem ou não com os seus bens particulares pelas obrigações sociais.

Outro ponto importante é a formação do nome.

Características Gerais-Constitui-se por contrato;-Nasce com o registro do contrato ou estatuto no registro de

comércio;-Tem por nome uma firma, também chamada de razão social;-Extingue-se pela dissolução, por expirado o prazo de duração

ajustado, por iniciativa dos sócios, por ato de autoridade;-É uma pessoa jurídica, com personalidade distinta da dos

sócios;-Tem vida, direitos, obrigações e patrimônio próprios;-É presentada por quem estiver indicado no contrato social;-Empresária é a sociedade e não os sócios;-O patrimônio é da sociedade e não dos sócios;-Responde sempre ilimitadamente pelo seu passivo;-Pode modificar sua estrutura por alteração no quadro social ou

por mudnaça de tipo;-A formação da sociedade e responsabilidade dos sócios variam

de acordo com a sociedade;

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-Classifica-se em “sociedades pessoais” quando os sócios são escolhidos preponderantemente por suas qualidades pessoais, ou “sociedade de capital” quando é indiferente a pessoa do sócio, como na S.A.

-É nacional a sociedade organizada conforme a lei brasileira e que tenha no país a sede de sua administração;

-Nas empresas jornalísticas e de radiofusão o limite de participação do capital estrangeiro é de 30%.

Classificação das Sociedades no Sistema da EmpresalidadeSociedades não personificadas e personificadas

Sociedades não personificadas – que não gozam de personalidade jurídica. Sociedades em comum e sociedades em conta de participação. As sociedades em comum são irregulares ou de fato, não possuindo ainda o registro. Os sócios, neste caso, respondem solidária e ilimitadamente (art 990). A sociedade em conta de participação é a que possui um sócio oculto, que não aparece perante terceiros, e um sócio ostensivo em nome do qual se realizam as atividades (art 991).

Sociedades Personificadas que se constituem por documento inscrito no Registro Público das Empresas mercantis. Sociedades Simples, sociedades empresárias e cooperativas

Em relação a atividades elas se classificam em empresárias – as que exercem atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Incluem a indústria, o comércio, o setor de prestação de serviços (art 966), podendo abranger a atividade rural. ENCAIXAM-SE AQUI: SOCIEDADE LIMITADA, SOCIEDADE EM NOME COLETIVO, SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES, SOCIEDADE ANÔNIMA E SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES.

Simples são as empresas dedicadas a atividades profissionais técnicas (art 997).

Cooperativas são sociedades ou associações sem objetivo de lucro, constituídas em benefício dos associados, podendo operar em qualquer gênero de atividade. São sempre sociedades simples, independente de seu objeto (art 982).

Sociedades empresárias por natureza e empresárias por equiparaçãoAs sociedades podem ser empresárias por força de lei (art. 982)

e empresárias por equiparação (art. 984), constituindo estas as que tenham por objeto o exercício da atividade rural (art 971).

Quanto ao nome das empresasFirma ou razão social deve ser formada por uma combinação do

nome dos sócios, ou o nome de todos eles ou o nome de um deles + Cia. As sociedades em nome coletivo, sociedades em comandita simples e sociedade de capital e indústria só podem usar razão social.

Determinação social usa uma expressão qualquer, de fantasia, indicando facultativamente o ramo da atividade. As S.A.s só podem usar denominação social.

Quanto às sociedades limitadas e sociedades em comandita por ações podem usar ou razão social ou determinação social.

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Empresário IndividualTem de usar necessariamente firma ou razão individual. Sua

responsabilidade é sempre ilimitada. Ele não constitui pessoa jurídica, não havendo portanto separação do patrimônio da empresa e patrimônio pessoal.

Sociedades de pessoas e capitaisAs sociedades de capitais e das pessoas são distinguidas pelo

critério da “transmissibilidade dos direitos e obrigações de cada sócio, permitindo a qualquer indivíduo adquirir uma parte de direitos na sociedade, ou dela retirar-se à vontade. As sociedades de pessoas não têm esta última característica, e, além disso, todos os sócios não têm responsabilidade limitada, salvo na sociedade limitada por quotas”.

Sociedades Pessoais: há predominância em sua formação de qualidades pessoais, de forma que a substituição de um sócio pode acarretar sua dissolução ou a impossibilidade de sua continuação.

Os sócios aceitam-se de acordo com as qualidades pessoais. Os credores sociais podem contar, além do capital social, COM O PATRIMÔNIO DE TODOS OU DE ALGUNS DOS SÓCIOS. Essas sociedades repousam na confiança recíproca dos sócios, na solvência, no crédito, na honradez, na experiência dos sócios. A morte de um deles implica na dissolução, e a parte dos sócios, que é denominada quota, não pode ser acessível entre vivos nem transmissível causa mortis. Os sócios não podem subtrair essa quota das obrigações sociais.

Neste sistema, as exigências para alteração contratual foram abrandadas para evitar o perecimento da empresa por ocasião da redução da quantidade de sócios para número inferior a dois. Os sócios ainda não podem ser substituídos sem o consentimento dos demais (art 1002), nem ceder sua cota sem a anuência dos demais, cabendo a administração da sociedade somente a sócios, que são, necessariamente, pessoas físicas.

São pessoais as sociedades simples e em nome coletivo

Sociedades de Capitais: tem caráter pessoal secundário e a substituição do sócio se faz livremente, nem necessidade de prévia consulta ou conhecimento dos demais sócios. Nesse tipo de sociedade são capitais que se unem, e não pessoas. A garantia de terceiros está unicamente no capital social. Essas sociedades fundam-se na força do capital, pelo que as entradas de todos os sócios, representadas por ações, são títulos transmissíveis, negociáveis. A morte do sócio de responsabilidade limitada não exerce a menor influência sobre a sociedade e também não há nulidade da sociedade baseada em erro sobre pessoa.

São sociedades capitais: sociedade anônima

Sociedades mistas (existentes para alguns doutrinadores novos)

Convivem sócios de responsabilidade capitalista e outros com responsabilidade pessoal.

São sociedades mistas: Sociedades em conta de participação (ltda) e sociedades em comandita simples e por ações.

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Sociedades limitadas recebem tratamento especial:a) faculta-lhes a regência pelas normas de sociedades simples;b) seus sócios poderão ou não dispor livremente de suas cotas;c) o contrato pode permitir que a administração se faça por

sócios ou por não sócios.Assim, dependendo da estrutura escolhida em sua constituição,

a sociedade limitada será uma sociedade de pessoa ou de capital. Sendo assim, dependendo do formato que essa sociedade apresentar, ela pode ser de pessoas ou de capital.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS

SOCIEDADE DE REPONSABILIDADE ILIMITADA ou SOCIEDADE EM NOME COLETIVO

Se a sociedade for à falência entram os bens pessoais dos sócios. É chamada de sociedade coletiva. Os bens pessoais dos sócios entram para quitar as dívidas dos credores.

Caso não existam bens para pagar os credores, o juiz e o síndico arrecadam os bens pessoais dos sócios. Artigo 63 da lei 11.101.

Os sócios respondem pelas dívidas sociais na hipótese da empresa não ter numerários suficientes para pagar as dívidas.

Artigo 1039: Somente pessoas físicas podem tomar parte nas sociedades em nome coletivo.

A responsabilidade é solidária e ilimitada. Caso a sociedade seja insolvente, irão responder solidária e ilimitadamente.

Os sócios têm o benefício da excussão – benefício de ordem: primeiro são levados os bens da empresa e depois os bens pessoais. Se a sociedade tiver bens suficientes e mesmo assim forem tomados os bens dos sócios, eles podem entrar com Embargos de Terceiro.

Benefício de Ordem é o fundamento para propor os embargos em caso de desrespeito dos bens pessoais. A excussão por benefício de ordem impede que penhorem primeiro os bens pessoais.

SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLESNeste tipo de sociedade existem dois tipos de sócios, os

comanditários ou capitalistas, que respondem apenas pela integralização das cotas subscritas, prestam só capital e não trabalho, e não têm qualquer ingerência na administração da sociedade.

Os sócios comanditados (“comandantes”), além de entrarem com capital e trabalho, assumem a direção da empresa e respondem de modo ilimitado perante terceiros.

A razão social só poderá ser composta com os nomes dos sócios comanditados.

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SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃOTambém é chamada de “conta da metade”. Não é uma

sociedade como as outras, pois na verdade não passa de um contrato para uso interno entre os sócios. Só existe entre os sócios e não aparece perante terceiros. Não tem nome nem capital, não tem personalidade jurídica.

Há um sócio ostensivo em nome do qual são feitos os negócios, e um sócio oculto, que não aparece perante terceiros.

A e B irão empreender uma série de negócios em sociedade, porém à eles não interessa montar uma empresa comercial com nome próprio. Sendo assim as partes fazem um contrato de sociedade em conta de participação, estabelecendo que os negócios serão todos feitos em nome de A e B não aparecerá perante terceiros.

É uma sociedade oculta, mas não ilegal ou irregular. Pode ser constituída para a realização de um negócio apenas ou de vários.

É curiosa pois ela não tem razão social ou firma, não se revela publicamente em face de terceiros, não tem patrimônio, pois os fundos do sócio oculto são entregues fiduciariamente ao sócio ostensivo, que os aplica como seus.

SOCIEDADE ANÔNIMA

Os sócios, acionistas, só respondem pela integralização de suas ações. Se tem-se 15 ações, a R$ 100,00, paga-se R$1.500,00. Paga-se somente pelo preço da emissão das ações.

Se não for pago o valor entra-se com a ação de execução, podendo-se, ai então, penhorar os bens. Se mesmo assim não forem pagas as ações, elas irão a leilão e o acionista será expulso.

A responsabilidade dos sócios é limitada. Não é solidária e nem ilimitada. Os sócios não pagam a dívida da sociedade com seus bens, pagam com a integralização dos capitais da empresa. O limite da responsabilidade é justamente a integralização das ações.

Os sócios não respondem com bens sociais se houver falência por motivos externos.

Características outras:- Grandes empreendimentos: por causa de sua estrutura

pesada, a sociedade anônima destina-se somente a grandes empreendimentos;

- Mínimo de dois acionistas.- Influi na economia política: nas grandes sociedades anônimas

abertas nota-se uma profunda alteração na propriedade privada. O acionista minoritário da S.A. é proprietário de uma parte da mesma, mas tem sobre ela um controle ínfimo. A expansão das S.A. abertas contribui para a distribuição da renda.

- Impessoalidade, pois visa-se somente o capital, sem maiores preocupações com as aptidões pessoais dos acionistas;

- Divisão do capital em ações;- É sempre empresarial, qualquer que seja seu objeto.

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- Fechadas ou abertas: nas abertas predominam a subscrição pública e a democratização do capital, elas estão sob a fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários, orgão público. As fechadas, ao contrário, não lançam suas ações ao público, elas têm uma contabilidade e administração mais simples.

- De capital determinado ou capital autorizado: a S.A. de capital determinado constitui-se com capital inteiramente subscrito. A sociedade de capital autorizado constitui-se com subscrição inferior ao capital declarado, porém a Diretoria detém poderes prévios para efetuar novas realizações de capital, nos limites da autorização estatuária, sem necessidade de assembléia geral.

- Responsabilidade dos acionistas: a responsabilidade do acionista é absolutamente limitada, sendo restrita somente à integralização das ações por ele subscritas.

Os acionistas controladores, porém, que são majoritários e usam efetivamente seu poder, bem como os administradores, poderão responder pessoalmente pelos danos causados com culpa ou dolo ou com abuso de poder.

Exceções do Direito Brasileiro1ª: O sócio que for diretor da sociedade não pode desviar para

si ou terceiro poder ou dinheiro. Se isto ocorrer responde por ação de perdas e danos por causa do ato ilícito. Ele não responde pelo capital, pois ele já integralizou o capital. Ele responde por não ter desenvolvido atividade lícita.

2ª: Ocorre quando os empregados não recebem os valores que a sociedade lhes deve, e se a sociedade não tiver fundos para quitar as dívidas trabalhistas, o sócio responde.

3ª: Quando o sócio é casado no regime de comunhão de bens e não declina a comunhão no contrato social, caso ele causa dano à mulher ele responde pelos danos. Não se pode esconder o casamento, pois a esposa também é sócia neste caso.

4ª: Se a sociedade não paga o FGTS, os sócios são acionados para compor e pagar os débitos com os funcionários.

Se houver prejuízo o sócio perde as ações.

SOCIEDADE LIMITADA ( DE RESPONSABILIDADE LIMITADA, ANTIGA SOCIEDADE POR COTAS)

É diferente da sociedade anônima. Na sociedade anônima cada sócio responde pela integralização apenas das suas ações.

Se o sócio não quita este valor, cabe aos outros sócios buscarem este valor.

Na sociedade limitada os sócios respondem subsidiaria e ilimitadamente por todas as cotas, até integrar o capital completo. Depois de conseguido o capital, os sócios não têm mais obrigações, a não ser as exceções descritas acima.

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Os demais sócios têm responsabilidade solidária até a quitação total do montante devido na integralização. Complementação do capital até o montante descrito no contrato social.

Na S.A. a responsabilidade não é solidária. Responde-se apenas pelas ações subscritas.

Na sociedade ltda. responde-se solidariamente. Somente é chamada de limitada pois limita-se ao montante do contrato social.

Na sociedade limitada um sócio é fiador do outro pela integralização das cotas.

Se todas as cotas forem integralizadas pouco importa se, na falência, a sociedade dê prejuízo integral aos seus credores. O sócio, como tal, não pode ser compelido a outra prestação suplementar. Cada sócio ou cotista da soc. limitada tem apenas uma cota, que poderá ser maior ou menor.

A sociedade por cotas de responsabilidade limitada pode ser alterada pelos sócios, deliberando-se pela maioria, baseada no valor do capital, se o contrato não disser o contrário, podendo-se alterar cláusulas, modificar a administração, aumentar o capital, admitir novos sócios.

SOCIEDADES EM COMUMÉ uma sociedade irregular ou de fato (art 986). Não possui

contrato social ou não tem o contrato registrado na junta comercial. A falta ou a nulidade do contrato ou do registro acarreta para a sociedade a irregularidade.

A sociedade de fato não tem sequer contrato escrito. A sociedade irregular tem contrato escrito, porém não registrado.

Ela não tem responsabilidade jurídica plena, mas limitada ou reduzida, constituindo-se à semelhança da massa falida ou da herança jacente, numa quase pessoa jurídica. Possui capacidade processual tanto ativa quanto passiva, sendo representada em juizo pela pessoa a quem couber a adm de seus bens.

Em caso de falência, os sócios responderão de modo solidário e ilimitado pela dívidas sociais, à semelhança do que ocorre nas sociedades e nome coletivo.

É impossível a obtenção de concordata.

Dissolução das Sociedades – particularidadesDissolução total: artigo 1033 do CC resolve a questão. Dissolve-

se a sociedade pelo fim do prazo de duração, no caso das sociedades temporárias. Encerra-se quando os sócios quiserem encerrar o prazo ad quem. Se os sócios não quiserem encerrar a sociedade temporária, eles constituem a sociedade por tempo indeterminado,

Deliberação dos sócios por maioria absoluta em sociedade de prazo determinado que quer continuar – a maioria absoluta decide.

Nas sociedades o que vale são as cotas do capital social. Vale a maioria do capital. Os titulares das maiores cotas nas empresas são os chamados de titulares de ações ordinárias, são eles que votam. Desses 50% que possuem as ações ordinárias, a metade mais 1, ou seja, 26% têm que votar a favor da dissolução da sociedade.

As sociedades não admitem apenas um sócio. A exceção é a sociedade composta por duas pessoas, na qual uma delas sai da sociedade.

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Essa empresa tem até seis meses para se regularizar. Enquanto isso ela pm pode ficar com somente um sócio. No caso das sociedades anônimas esse tempo é de um ano. Se a falta de pluralidade dos sócios não é reconstituída ao fim do prazo a sociedade é dissolvida.

Dissolução parcial: quando, por exemplo, um sócio falece, liquida-se a sua cota, liquida a sociedade. Os herdeiros e a viúva meeira dividem o dividendo. A sociedade permanece no espólio do falecido.

Pode dissolver a sociedade ainda com a entrada dos herdeiros no lugar do cotista, ou se o cônjuge assume esse lugar, mesmo que seja por união estável. Se os sócios remanescentes optarem pela dissolução, a dissolução ocorre totalmente. Normalmente os herdeiros entram porém não participam, não opinam.

Em caso de morte de um dos sócios é feito o balanço de determinação. Nas sociedades de prazo indeterminado é feito o balanço de determinação, e cada um leva sua parte. Temos um prazo mínimo de 60 dias para isso ocorrer. Nas sociedades de prazo determinado longo, o sócio pode até sair, porém este pedido será apreciado judicialmente (será feita vistoria, perícia para averiguar caixa 2, caixa 3). É feita uma ação de prestação de contas.

Na sociedade Ltda o sócio pode sair sem apreciação judicial, desde que haja falta grave e seja convidado à assembléia que irá expulsá-lo da sociedade. As faltas graves devem estar descritas no contrato social..

Nas outras sociedades simples tem que haver processo para expulsar um sócio. Incapacidade superveniente só pode ser alegada em processo.

Relação entre capacidade e vivência. Se o incapaz não causar transtornos, ele pode permancer como sócio. A incapacidade só pode ser invocada para expulsar alguém da sociedade quando decorre após o ingresso na mesma.

Artigo 1031 – tem que fazer o balanço de determinação. O juiz determina o balanço.

Com relação às dividas, o cotista continua respondendo por dois anos após sua saída. Respondem todos os sócios integralmente no tributário.

O sócio que saiu em menos de dois anos em caso de falência, responderá por responsabilidade solidária.

Falta grave na Ltda não precisa de processo judicial. Sociedade por prazo indeterminado comunica, faz balanço e entra o juiz. Em caso de morte a regra é a não dissolução e pagamento do lucro aos herdeiros e viúva meeira. Se já tiver sido estabelecido que os herdeiros não podem entrar na sociedade e mesmo assim eles insistirem, é dissolvida a sociedade.

ESTABELECIMENTO

É o conjunto de bens operados pelo empresário. Tem a natureza jurídica de uma universalidade de fato, sendo objeto e não sujeito de

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direitos. É um complexo de bens e direitos materiais e imateriais aptos ao exercício da atividade comercial e das sociedades empresariais.

É o fundo sem o qual a empresa não exerce sua atividade. Complexo de bens materiais e imateriais aptos a atividade industrial.

Compõe-se o estabelecimento de coisas corpóreas e incorpóreas. Entre as corpóreas estão os balcões, as vitrines, as máquinas etc. Entre as incorpóreas estão o ponto, o nome, o título do estabelecimento, as marcas, as patentes, os sinais ou expressões de propaganda, o know-how, o segredo de fábrica, os contratos, os créditos, a clientela ou freguesia e o aviamento.

No Brasil os estabelecimentos não têm natureza jurídica, não são sujeitos de direito. O estabelecimento não é nem sujeito de direito e não tem um algo a mais. Empresas mercantis tem personalidade jurídica desde que sejam registradas na junta.

Natureza Jurídica – universalidade de fatoÉ uiversalidade de fato: união homogênea de bens que estão

adstritos à empresa. Os bens que estão ligados ao empresário. Os bens todos formam uma universalidade de bens, não é de direito, é de fato, porque o empresário pode a qualquer tempo trocar os bens.

São os bens que estão nas mãos do empresário para que ele exerça a atividade empresarial.

AviamentoÉ o sobrevalor que se agrega aos bens do estabelecimento

articulados em função da empresa. É a capacidade de produzir lucros, atribuída ao estabelecimento e a empresa em virtude da organização.

Natureza jurídica: Aspecto objetivo e subjetivo. É a capacidade subjetiva e objetiva do estabelecimento produzir lucros, Ex.: padaria que chega a vender de 200 a 300 mil a mais pelo fato de alocar a ela clentes acima de seu potencial. Logo, é a capacidade de organização dos bens do empresário com lucratividade especial.

É um sobrevalor que determinadas empresas têm, ocorre por um aspecto subjetivo ou objetivo, ou em razão do proprietário ou em razão do objeto da própria empresa.

Ex.: o chefe de cozinha que atrai a clientela, aspecto subjetivo.Capacidade de um lucro excepcional. O ponto pode até

contribuir, mas pode ser somente um nome.

ClientelaLigação entre os clientes assíduos e o aviamento.

FreguesiaExistência de rotatividade de compradores sem os aspectos

subjetivos e objetivos do aviamento.

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Título do Estabelecimento – ApelidoNome utilizado pelo empresário e receptivo aos clientes para

distinguí-los dos demais estabelecimentos. Os títulos diferem do nome, eis que este é a representação da empresa, ao passo que o título é apenas o nome pelo qual o estabelecimento é conhecido.

O PONTO COMERCIAL

ExplicaçãoPonto é o lugar em que o comerciante de estabelece. Constitui

um dos elementos incorpóreos do estabelecimento, Alguns consideram como uma propriedade comercial, ou seja, um direito abstrato de localização.

O ponto tem um valor próprio, distinto do aviamento. O problema: proteção jurídica. Quando pertence ao proprietário confunde-se com o aviamento.

Quando o ponto é alugado ele tem valorO locatário comerciante ou industrial, bem como seu sucessor,

pode pedir judicialmente a renovação do contrato de aluguel referente ao local onde se situa o seu fundo de comércio. A ação de prorrogação da locação é a lei de luvas – decreto lei 24.150 de 1934.

Todo locatário que tiver contrato com prazo determinado que der cumprimento ao mesmo, pagando todas as taxas, ganha o direito de prorrogar o contrato pelo mesmo tempo, desde que seja superior a cinco anos.

Condições para proposição da ação renovatória:a) Contrato anterior por escrito e por tempo determinado;b) Contrato anterior, ou soma do prazo de contratos anteriores,

de cinco anos ininterruptos;c) O locatário deve estar na exploração do seu comércio ou

indústria do mesmo ramo, pelo prazo mínimo ininterrupto de três anos.A ação deve ser proposta pelo menos seis meses antes do

vencimento do contrato, para que o locador não seja surpreendido. É prazo decadencial.

Se o contrato for de menos de cinco anos não tem renovação.Até os estacionamentos passaram a ter proteção de ponto.Se não houver acordo quanto ao valor do novo aluguel, o juiz

nomeará perito para a fixação do mesmo. Se não houver renovação por causa de uma proposta melhor do que a fixada, terá o inquilino direito a uma indenização.

O locador, por sua vez, tem o direito de promover a revisão do preço estipulado, decorridos três anos da data do contrato, ou da data do último reajuste judicial ou amigável, do da data do início da renovação do contrato.

Se a ação renovatória não for proposta no prazo, pode o locador, findo o contrato, retomar o imóvel, independentemente de qualquer motivo especial.

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ALIENAÇÃO DO ESTABELECIMENTO COMERCIALA alienação do estabelecimento nada mais é do que a venda ou

o aluguel de um determinado conjunto de bens coletivamente considerado para o exercício de uma determinada atividade (empresarial), acarretando no reconhecimento jurídico daquele conjunto como sendo uma universalidade de fato.

Apesar das diversas correntes doutrinárias sobre a natureza jurídica do estabelecimento, o entendimento doutrinário preponderante é de que o estabelecimento consiste em um conjunto de bens heterogêneos (móveis, imóveis, materiais ou imateriais), organizados para o exercício produtivo de determinada atividade. A interação dessa coletividade de bens, aplicados na atividade empresarial, caracteriza o estabelecimento, que adquire um valor próprio, necessariamente maior do que meramente os bens individualmente considerados. Esse sobrevalor é característica essencial do estabelecimento (aviamento).

De sua natureza jurídica, de acordo com a doutrina majoritária, pode–se resumir que: o estabelecimento comercial não é sujeito de direitos; o estabelecimento comercial é uma coisa; o estabelecimento integra o patrimônio da pessoa (física ou jurídica) que o detém.

No entanto, nada impede que uma parte dos bens que compõem essa universalidade possa sofrer alterações em sua composição, sem que o conjunto deixe necessariamente de caracterizar o estabelecimento. Isso porque o estabelecimento é ainda entendido como uma universalidade de fato, nos termos do Artigo 90 do Código Civil, permitindo, dessa forma, que os bens que o compõem sejam separados do todo, passando a fazer parte de relações jurídicas independentes.

O importante a ser considerado nessa eventual separação de bens é que a retirada de alguns desses bens não irá necessariamente descaracterizar o estabelecimento como tal, dependendo do que podemos chamar de “grau de essencialidade” de determinados bens (e direitos) que compõem cada tipo de estabelecimento.

Transferência de EstabelecimentoO estabelecimento comercial pode ser alienado através do

chamado contrato de trespasse. Por ser o estabelecimento um bem (um ativo), o contrato de trespasse é tipicamente caracterizado por uma alienação ou arrendamento, cujo objeto é o complexo de bens corpóreos e incorpóreos relacionados à exploração de uma determinada atividade empresarial em determinado local.

Assim, uma determinada sociedade poderia perfeitamente alienar algum de seus

estabelecimentos (um restaurante pertencente a uma cadeia, por exemplo), com todos os seus acessórios, para outra sociedade, mencionando como sendo o objeto do contrato o estabelecimento que, por definição legal e conceitual, englobaria automaticamente todos os acessórios e direitos relacionados diretamente à exploração comercial daquele dado

estabelecimento.No entanto, é desejável e altamente recomendável que tal

contrato contenha detalhadamente os objetos do estabelecimento a serem transferidos, especialmente quando um imóvel fizer parte do mesmo, através

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de um inventário de bens, direitos e contratos relacionados à exploração da atividade comercial ou industrial desenvolvida, uma vez que os objetos que compõem o estabelecimento podem ser objetos unitários de direitos, ou seja, são “destacáveis” do todo.

Essa possibilidade individual pode gerar controvérsias quanto aos acessórios porventura transferidos pelo trespasse, podendo o alienante posteriormente alegar que alguns dos bens do estabelecimento não se encontravam dentro da referida universalidade por força de eventuais contratos individuais firmados com terceiros antes do trespasse, ou até mesmo alegando que tais bens e direitos não são efetivamente relacionados à exploração daquele estabelecimento, pleiteando a sua separação do todo.

A separação desses acessórios, apesar de improvável, é possível, e pode desvalorizar sensivelmente o estabelecimento, ou até mesmo descaracterizálo como tal, sendo o caso de o contrato trazer cláusulas fazendo referência a quais ativos do estabelecimento são indispensáveis à sua caracterização.

A eficácia da transferência do estabelecimento fica condicionada ao pagamento de todos os credores do alienante (pessoa física ou jurídica), cujos créditos tenham sua origem relacionada ao estabelecimento, se não restarem bens suficientes no ativo do alienante para garantir tais obrigações, nos termos do Artigo 1.145.

Neste ponto resta a dúvida se todos os credores do alienante a serem notificados são apenas aqueles cujos créditos são relacionados com o estabelecimento, ou se são todos os credores do alienante, indiferentemente de seus créditos terem qualquer relação com o estabelecimento.

Caso este pagamento não aconteça, para que a transferência se torne eficaz, será necessário: (i) notificar todos os credores do alienante (ou seja, da pessoa física ou jurídica detentora do estabelecimento, cujos créditos sejam relacionados ao estabelecimento); e (ii) aguardar o consentimento de cada um deles, até o prazo de 30 dias. Se após o decurso desse prazo os credores não se manifestarem, o consentimento é dado tacitamente.

Caso o consentimento seja negado, entende-se, pela leitura literal do referido artigo, que todos os créditos reclamados deverão ser pagos, ainda que não vencidos, como condição suspensiva para que a transferência se torne eficaz. Desse modo, para uma operação ágil e sem transtornos, a melhor solução é, sem dúvida, reservar um percentual suficiente do ativo para solver o passivo do alienante ou, se a primeira opção não for possível, quitar todos os demais débitos que possam vir a ser reclamados posteriormente.

Notemos ainda que a lei menciona que a eficácia da transferência está condicionada à “restarem bens [ao alienante] suficientes para solver o seu passivo”. Essa redação se refere a bens no sentido literal da palavra, uma vez que o recebimento do pagamento do estabelecimento em dinheiro poderá ocasionar no rápido “desaparecimento” desses recursos, deixando os antigos credores do alienante com seus pagamentos frustrados. Isso porque os credores muitas vezes celebram seus negócios com o alienante na crença de que o estabelecimento detido por ele (alienante) é a principal, senão única, garantia do cumprimento de suas obrigações.

Outro modo de alienação do estabelecimento comercial é pela cessão de cotas que ocorre quando: os sócios tem suas quotas e um dos

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sócios cede as suas quotas para outro. Em todas as sociedades que a responsabilidade é ilimitadas a cessão não desvincula o cessionário no período de 2 anos, a idéia de falência acompanha o cessionário, já o trespasse o prazo é de 1 ano.

PESSOAS JURÍDICAS PRIVADAS QUE EXERCEM ATIVIDADE ECONÔMICA PÚBLICA

Direito privado foi dado a pessoas comerciais.As pessoas jurídicas de capital público e privado – Sociedades

de Economia Mista – podem exercer atividade econômica.A empresa tem capital da União e privado. Seu regime jurídico é

de empresa privada, ela se regula como uma Sociedade Anônima – art 173 da CF.

O governo tem a maioria das cotas, por isso é ele quem comanda a empresa, é a união a controladora.

50% de ações são ordinárias.50% são ações preferenciais com direito a voto. Destas, 26%

são do governo e 24% é de capital misto.Sociedade mista é um híbrido entre privado e público, então na

compra de material ainda tem que abrir licitação. Por ter capital público elas têm a tutela do tribunal de contas e dos controladores. Passa por agências reguladoras.

Toda e qualquer contratação deve ser pela CLT, mas existem regras especiais por ser de controle público.

Para a atividade fim não precisa fazer licitação. A petrobrás, por exemplo, não tem que fazer licitação para vender seus produtos.

Na disputa da atividade não tem que fazer licitação, por isso é um híbrido, nãon precisa, como dito acima, fazer licitação

Na hipótese de empresa pública com capital totalmente público e regime privado, o diretos é o controlador e pode ser constituída por sociedade de cotas ou anônima.

As estatais podem se estabelecer de qualquer forma.As mistas são só S.A.sO capital é híbrido e 50% das ações são vendidas na bolsa de

valores para particulares.Empresa pública constituída como LTDA tem que dar dividendo

ao final do ano. Se não der o dividendo o governo perde o controle.É diferente das hipóteses em que o governo assume certas

empresas privadas por não pagarem impostos. O governo pode adjudicar estas empresas no leilão público, porém elas não são de economia mista.

Só pode exercer atividade se tiver dois pressupostos:-segurança nacional;-interesse coletivo relevante.Ex.: vender determinados tipos de bens que o governo tem que

autorizar, o governo tem que ter interesse nisso.O governo perde o controle após três anos se não tiver

dividendo nas S.A.s