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CEJUR INFORMA CEJUR INFORMA Edição 249, de 28/05/2013 PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO SECRETARIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO CENTRO DE ESTUDOS JURÍDICOS SUMÁRIO Notícias Receita de variação cambial de exportação é imune a PIS e Cofins, diz STF Plenário: PIS e Cofins não incidem sobre transferência de créditos de ICMS de exportadores Lei goiana que autoriza nomeação de até dois parentes é inconstitucional, diz STF Plenário nega a candidato remarcação de prova física em concurso público 2ª Turma aplica jurisprudência e determina análise de habeas corpus por colegiado do STJ 2ª Turma: não cabe à Justiça Militar julgar crime de roubo contra banco situado em unidade militar Precatórios: governador e prefeito de SP manifestam preocupação com a modulação nas ADIs 4357 e 4425 1ª Turma analisará RE que discute criminalização de pessoa jurídica STF reconhece imunidade da ONU/PNUD em ações trabalhistas Repercussão geral: STF discutirá competência para julgar crimes ambientais transnacionais STF nega recurso sobre dedução da CSLL da base de cálculo do IR de empresas Lei paulista sobre uso de armas apreendidas é inconstitucional, decide STF Incidência de IPI sobre importação de veículo para uso próprio é tema de repercussão geral

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CEJUR INFORMA CEJUR INFORMA

Edição 249, de 28/05/2013

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULOSECRETARIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO

CENTRO DE ESTUDOS JURÍDICOS

SUMÁRIONotícias

• Receita de variação cambial de exportação é imune a PIS e Cofins, diz STF

• Plenário: PIS e Cofins não incidem sobre transferência de créditos de ICMS de exportadores

• Lei goiana que autoriza nomeação de até dois parentes é inconstitucional, diz STF

• Plenário nega a candidato remarcação de prova física em concurso público

• 2ª Turma aplica jurisprudência e determina análise de habeas corpus por colegiado do STJ

• 2ª Turma: não cabe à Justiça Militar julgar crime de roubo contra banco situado em unidade militar

• Precatórios: governador e prefeito de SP manifestam preocupação com a modulação nas ADIs 4357 e 4425

• 1ª Turma analisará RE que discute criminalização de pessoa jurídica

• STF reconhece imunidade da ONU/PNUD em ações trabalhistas

• Repercussão geral: STF discutirá competência para julgar crimes ambientais transnacionais

• STF nega recurso sobre dedução da CSLL da base de cálculo do IR de empresas

• Lei paulista sobre uso de armas apreendidas é inconstitucional, decide STF

• Incidência de IPI sobre importação de veículo para uso próprio é tema de repercussão geral

SUMÁRIONotícias

• Independe de prazo certo a extinção de usufruto pelo não uso de imóvel

• STJ amplia o conceito de entidade familiar para proteção de bem de família

• Contrato de gaveta: riscos no caminho da casa própria

• STJ suspende trâmite de todas as ações sobre TAC e TEC no país, em qualquer juízo e instância

• Primeira Seção julgará divergência sobre prescrição de revisão de aposentadoria de servidor público

• Assédio sexual de professor contra alunas da rede pública é ato de improbidade

• Contratação sem concurso pode justificar condenação por improbidade

• Alienação de imóvel para divisão da herança é barrada pelo direito real de habitação

• CDC incide sobre contratos de administração imobiliária

LEI Nº 15.764, DE 27 DE MAIO DE 2013

Dispõe sobre a criação e alteração da estrutura organizacional das Secretarias

Municipais que especifica, cria a Subprefeitura de Sapopemba e institui a Gratificação pela

Prestação de Serviços de Controladoria.

Clique aqui e acesse a íntegra

LEI Nº 15.763, DE 20 DE MAIO DE 2013

Dispõe sobre a reserva de vagas em estacionamentos de shopping centers, centros

comerciais e hipermercados para gestantes e pessoas com crianças de colo, no âmbito do

Município de São Paulo, e dá outras providências.

Clique aqui e acesse a íntegra

LEI Nº 15.738, DE 9 DE MAIO DE 2013

Dispõe sobre a democratização e participação ativa dos idosos em colaboração ao

Grande Conselho Municipal do Idoso, e dá outras providências.

Clique aqui e acesse a íntegra

LEI Nº 15.737, DE 8 DE MAIO DE 2013

Dispõe sobre a remuneração dos empregos públicos e dos servidores da Fundação

Paulistana de Educação e Tecnologia, bem como convalida a concessão de reajustes e de

pagamentos de hora-atividade e determina a sua compensação, conforme especifica.

Clique aqui e acesse a íntegra

LEGISLAÇÃO

DECRETO Nº 53.929, DE 21 DE MAIO DE 2013

Dispõe sobre a obrigatoriedade de apresentação, pelos agentes públicos municipais,

de declaração de bens e valores para a posse e exercício de mandatos, cargos, funções ou

empregos nos órgãos da Administração Direta e Indireta.

Clique aqui e acesse a íntegra

DECRETO Nº 53.928, DE 20 DE MAIO DE 2013

Suspende o expediente nas repartições municipais no dia 31 de maio de 2013 e

determina a compensação das horas não trabalhadas, na forma que especifica.

Clique aqui e acesse a íntegra

DECRETO Nº 53.924, DE 17 DE MAIO DE 2013

Convoca a Conferência Municipal do Meio Ambiente, bem como cria o Comitê

Intersecretarial de Implementação da Política Municipal de Resíduos Sólidos.

Clique aqui e acesse a íntegra

DECRETO Nº 53.922, DE 16 DE MAIO DE 2013

Dispõe sobre a Avaliação Especial de Desempenho dos Auditores-Fiscais Tributários

Municipais em estágio probatório, para fins de confirmação no cargo e aquisição de

estabilidade, conforme previsto nos artigos 12 e 13 da Lei nº 15.510, de 20 de dezembro de

2011.

Clique aqui e acesse a íntegra

DECRETO Nº 53.916, DE 16 DE MAIO DE 2013

Dispõe sobre a obrigatoriedade de celebração de Compromisso de Desempenho

Institucional por todas as entidades da Administração Indireta do Município de São Paulo,

cria o Comitê de Acompanhamento da Administração Indireta e introduz alterações no

artigo 1º do Decreto nº 53.687, de 2 de janeiro de 2013.

Clique aqui e acesse a íntegra

DECRETO Nº 53.889, DE 8 DE MAIO DE 2013

Regulamenta o Termo de Compromisso Ambiental - TCA, instituído pelo artigo 251 e

seguintes da Lei nº 13.430, de 13 de setembro de 2002 (Plano Diretor Estratégico).

Clique aqui e acesse a íntegra

DECRETO Nº 53.880, DE 3 DE MAIO DE 2013

Introduz alterações nos artigos 7º, 11, 18, 34 e 35 do Decreto nº 49.425, de 22 de abril

de 2008, que regulamenta o artigo 98 da Lei nº 8.989, de 29 de outubro de 1979, relativo às

consignações em folha de pagamento dos servidores públicos e pensionistas da

Administração Direta e Autárquica, bem como disciplina o sistema de consignações do

Município de São Paulo.

Clique aqui e acesse a íntegra

PORTARIA 158/13 – PREF, DE 16 DE MAIO DE 2013

Constitui a Unidade de Execução Municipal – UEM, no âmbito da Secretaria Municipal

de Finanças e Desenvolvimento Econômico para coordenação dos projetos inseridos no

Programa Nacional de Apoio à Administração Fiscal para os Municípios Brasileiros -

PNAFM

Clique aqui e acesse a íntegra

PORTARIA 135/13 – PREF, DE 3 DE MAIO DE 2013

Nomeia/cessa representante da Secretaria Municipal dos Negócios Jurídicos para

integrar, em complementação ao mandato que tem vigência até 11/11/2013, o CONPRESP.

Clique aqui e acesse a íntegra

PORTARIA 131/13 – PREF, DE 30 DE ABRIL DE 2013

Consolida representantes do Conselho Municipal de Politica Urbana - CMPU. Revoga

Portarias 872/11; 63 e 104/13(PREF)

Clique aqui e acesse a íntegra

EMENTA Nº 11.613 - Administrativo. Ocupação de área pública. Entidade sem

fins lucrativos de comprovado mérito social ou cultural. Regularização em outro local.

Cobrança de indenização. Dispensa. Admissibilidade. Inteligência do § 3º do artigo 1º

da Lei 14.652/07, introduzido pela Lei nº 14.804/08.

DEPARTAMENTO DE DESAPROPRIAÇÕES

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE SÃO PAULOFORO CENTRAL - FAZENDA PÚBLICA/ACIDENTES9ª VARA DE FAZENDA PÚBLICASENTENÇAProcesso nº: 0044778-81.2009.8.26.0053Classe - Assunto Procedimento Ordinário - DIREITO ADMINISTRATIVO EOUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO

DECISÕES RELEVANTES – DEPARTAMENTOS – PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO –

JURISPRUDÊNCIA ADMINISTRATIVA

Requerente: Roma Empreendimentos Turísticos LtdaRequerido: Municipalidade de São PauloJuiz(a) de Direito: Dr(a). Adriano Marcos Laroca

Vistos.

Trata-se de ação ordinária com pedido de tutela antecipada ajuizada por ROMA EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS LTDA. contra o MUNICIPIO DE SAO PAULO objetivando a condenação do réu ao pagamento de indenização sob a alegação de que teria sofrido dano material decorrente da desapropriação do imóvel localizado na Avenida Robert Kennedy, do qual era locatária. Afirma que construiu toda a edificação existente no imóvel, já que o contrato de locação foi renovado ate 2018. Esclarece que adquiriu um imóvel para obter licenciamento da secretaria estadual do meio ambiente para exercer sua atividade no local. Alega que tem o direito de ser indenizada pelos lucros cessantes, incluindo os danos referentes ao pagamento das verbas rescisórias aos empregados.

A tutela antecipada foi concedida para determinar o depósito do valor estimado do 'fundo de comercio' (fls. 110). Citado, o município contestou (fls. 234/262). Foi dado efeito suspensivo ao agravo de instrumento interposto pelo município, ao final, provimento ao recurso. Saneado o feito, foi produzida prova pericial contábil (fls. 498/583). O assistente técnico da autora apresentou laudo parcialmente divergente (fls. 836/851). O assistente técnico do município apresentou laudo divergente (fls. 853/930). Por fim, as partes apresentaram alegações finais.

É o relatório do essencial. Fundamento e decido.

A ação deve ser julgada improcedente.

A autora pretende ser indenizada do suposto "fundo de comércio" que tinha em razão do exercício da atividade empresarial constante do seu objeto social por conta da desapropriação do imóvel locado, no qual se encontrava o seu estabelecimento. Pede também a indenização das verbas rescisórias pagas a seus empregados.

Em primeiro lugar, é essencial se perquirir qual é, afinal, o conceito de fundo de comércio. Segundo explicita José Carlos de Moraes Salles em nota aos seus comentários, a expressão “fundo de comércio” foi substituída pelo vocábulo “estabelecimento” em sede do Código Civil de 2002, conforme se verifica nos artigos 1.142 e seguintes, não restando abandonada, entretanto, a consagrada expressão fundo de comércio (in Desapropriação à luz da Doutrina e da Jurisprudência, 5ª ed. rev. at., Ed. RT. p. 518). Nesse sentido, então, no aspecto técnico-jurídico, fundo de comércio, ao denotar estabelecimento empresarial, é o complexo de bens reunidos pelo empresário para o desenvolvimento de sua atividade econômica (p. 57, Fábio Ulhôa Coelho, in Manual de Direito Comercial, 14ª ed., rev. at., Ed. Saraiva). Sendo assim, pode-se identificar fundo de comércio como essa universalidade de bens corpóreos e incorpóreos integrantes, empregados e necessários à consubstanciação da atividade de empresa desenvolvida pelo empresário, que a eles agrega organização racional com o objetivo de auferir lucro. Este é o sentido ora adotado da expressão fundo de comércio.

Sob esse aspecto, então, existe um conjunto de elementos que compõem o chamado estabelecimento comercial, ou o fundo de comércio, do qual fazem parte as marcas, as patentes, demais direitos, mercadorias, instalações, equipamentos, etc., e o chamado ponto comercial, ou seja, o local específico onde se situa o estabelecimento comercial. Cabe ressaltar ainda que, conforme bem assevera Fábio Ulhôa Coelho na obra já mencionada, cada elemento integrante do fundo de comércio possui proteção jurídica específica, como as normas do direito civil e do ramo penal aplicáveis a tutela dos bens corpóreos, o estatuto próprio para o nome empresarial, a Lei de Locações para o ponto comercial, etc. (op. cit., p. 59).

Posto isso, cabe o exame da relação dessa figura tipicamente civil com a desapropriação, âmbito do direito público, quais suas implicações para fins de indenização, e qual a natureza desta, núcleo da lide trazida com a presente ação.

O princípio da justa e prévia indenização em cerne do procedimento da desapropriação tem por fundamento a perda da propriedade pelo particular, e está previsto no ordenamento a partir de preceito constitucional (inciso XXIV, art. 5º, CF). Desse modo, a indenização em decorrência da desapropriação impõe a recomposição do patrimônio do expropriado sobre o qual recai a transferência compulsória. Aqui se deve ainda atentar para o fato de ser o alicerce da desapropriação o interesse público, dentro da perspectiva de prevalência do interesse coletivo sobre o particular, e seu objeto o bem móvel ou imóvel sobre o qual recaia o respectivo interesse. Desse modo, havendo a desapropriação de bem imóvel no qual haja estabelecimento empresarial, o objeto do ato expropriatório será, por óbvio, o imóvel em si, e não eventual elemento integrante do fundo de comércio existente.

Assim, resta nítido que a prévia e justa indenização não abarca, por conseguinte, o fundo de comércio. Ou seja, tratam-se, na verdade, de dois aspectos que não se confundem: a perda da propriedade do imóvel, a qual gera o direito à prévia e justa indenização e o prejuízo ao fundo de comércio eventualmente suportado pelo expropriado ou por terceiro locatário do bem expropriado. O fundo de comércio, não se nega, pode ser afetado reflexivamente em alguns de seus elementos pela desapropriação, cabendo se falar em ressarcimento aos eventuais prejuízos em razão de ato lícito cometido pelo Poder Público, e não por meio da prévia e justa indenização.

O impacto causado ao estabelecimento comercial advindo dos efeitos da desapropriação deve ser debatido, como regra, em sede de ação indenizatória própria, na qual devem ser demonstrados os danos suportados pelo empresário em decorrência de ato lícito praticado pela administração. Nesse sentido é o posicionamento adotado em decisão proferida ao Agravo de Instrumento nº 0039703-21.2012.8.26.00008 pelo i. Des. Torres de Carvalho ao afastar a possibilidade de se obstar a imissão na posse pelo expropriante devido à ausência de depósito de valor que seria supostamente devido a partir dos prejuízos alegados ao fundo de comércio:

“... A desapropriação é forma de aquisição amigável ou compulsória da propriedade móvel ou imóvel, que o inciso XXIV do art. 5º da Constituição Federal condicionou à justa e prévia indenização em dinheiro; é garantia que não se estende a indenizações de outro tipo. O DL nº 3.365/41, na esteira da Lei Maior, condiciona a imissão prévia ou definitiva ao depósito do valor do bem desapropriado (art. 15 e 29); permite que a imissão seja concedida, em caso

de urgência, antes da citação do réu (art. 15 § 1º) e limita a discussão ao vício do processo judicial ou ao preço, remetendo as demais questões à ação direta (art. 20). A análise conjunta do art. 5º XXIV da Constituição Federal e do art. 15 do DL nº 3.665/41 deixa certo que a desapropriação é processo de escopo restrito e que a imissão na posse depende, única e exclusivamente, do depósito do valor provisório ou definitivo do imóvel arbitrado pelo juiz. À desapropriação apenas, e não a outras ações de indenização, anda que relacionadas com aquela, a Constituição Federal assegurou a indenização prévia.

A expropriante tem razão. A desapropriação é processo de rito especial, de discussão restrita e a imissão na posse está condicionada ao depósito do preço do imóvel, tão somente. A imissão não impede que se apure em ação própria, que não é a ação de desapropriação, o eventual prejuízo causado à atividade da autora; na ação de indenização não há razão para a exigência de depósito prévio, pois a natureza da indenização e do processo não permitirá o levantamento do dinheiro antes do trânsito em julgado; e não há como vincular a imissão da expropriante na posse ao depósito de valor atinente ao fundo de comércio. Noto que a expropriada não explora o comércio e o pedido é feito pela locatária. A vinculação feita pelo juízo nega vigência ao art. 15 do DL nº 3.365/41 e não pode subsistir. Há divergência, é certo; mas essa é a posição que me parece mais acertada, adotada em Hotel Pontal Ltda vs Prefeitura Municipal de São Paulo, AI nº 661.644.5/8-00, 4ª Câmara de Direito Público, 28-6-2007, Rel. Ricardo Feitosa, negaram provimento, unânime; Palmira Pecchi Antonio e outros vs Prefeitura Municipal de São Paulo, AI nº 694.092.5/4-00, 9-9-2008, 4ª Câmara de Direito Público, Rel. Thales do Amaral, decisão que suspendeu liminarmente a vinculação feita em primeiro grau; Fazenda Estadual vs Estrela da Duque Bar e Lanches Ltda ME, AI nº 868.936.5/0-00, 1ª Câmara de Direito Público, 17-2- 2009, Rel. Danilo Panizza, entre outras. É entendimento confortado pelo Superior Tribunal de Justiça: [...] Não resta dúvida, portanto, que eventual prejuízo ocasionado ao locatário, em razão da perda do fundo de comércio, deve ser indenizado pelo ente expropriante. Entretanto, tal indenização, no caso de ser devida ao locatário, deve ser buscada pela via ordinária, sobretudo se considerado o limitado número de questões que podem ser discutidas em sede de desapropriação. Em conseqüência, não se pode condicionar a imissão prévia na posse ao depósito prévio do valor devido ao locatário que sequer integra a relação processual a título de indenização pela perda do fundo de comércio. (Hospedaria Ibéria Ltda ME vs Prefeitura Municipal de São Paulo, MC nº 15.332-SP, 1ª Turma, 10-3-2009, Rel. Denise Arruda, decisão singular, indeferiu a liminar e negou seguimento à cautelar)negrito nosso).” (AI. nº 0039703-21.2012.8.26.00008, 16 de abril de 2012, grifei).

A pretensão indenizatória oriunda de atividade lícita desenvolvida pelo Poder Público advém de dano individualmente auferível e particularizado, como bem observa Yussef Sahid Cahali: “Não basta a preterição de simples interesse econômico: 'O Estado tem o dever de indenizar o dano decorrente tanto de ação lícita quanto ilícita. No entanto, somente por dano jurídico será impositivo esse dever, não por mero dano econômico. (...)para que se possa lograr o ressarcimento de danos provenientes de atividades lícitas é necessário cumular-se às exigências cabíveis aos danos provenientes de atividades ilegais mais duas outras, que explicitam o dano como anormal e especial, portanto, injusto: c) ser anormal exceder os incômodos provenientes da vida societária; d) ser especial isto é, relativo a uma pessoa ou a um grupo de pessoas'. (...) Como na atividade administrativa são frequentes os casos em que o interesse público exige o sacrifício de interesses privados, para que o dano dê lugar ao nascimento da pretensão indenizatória, é necessário que o prejuízo seja especial ou singular, e não universal, isto é, 'só quando certa ou certas pessoas forem prejudicadas pela atividade administrativa enquanto a generalidade foi poupada'”.(in Responsabilidade Civil do Estado, 3ª ed. rev. at., Ed. RT, p. 68).

Dessa maneira, verificado efetivo prejuízo ao fundo de comércio, consubstanciado no conjunto probatório colhido na respectiva ação indenizatória, poderá haver o ressarcimento, via indenização por perdas e danos, na forma do art. 402 do Código Civil.

Contudo, não é a mera perda do local em que funcionava determinado estabelecimento que implica diretamente em hipótese de obtenção da indenização. A empresa, ainda que tenha perdido o ponto, por exemplo, ainda irá deter bens incorpóreos, tais como a marca e as patentes, que não serão afetados pelo ato expropriatório. É imprescindível, diante da mobilidade de certos elementos que compõe o fundo de comércio, averiguar no caso concreto se houve ou não perda indenizável, ao não ser esta consequência lógica da necessária alteração do local do estabelecimento mediante a desapropriação. Nesse ponto, vale destacar outro trecho do v. acordão já mencionado:

“... O fundo de comércio é a designação dada ao conjunto de direitos que se estabelecem em favor do comerciante, nos quais se computam e se integram não somente os que se possam representar ou configurar materialmente, mas toda sorte de bens, mesmo imateriais, que se exibem como um valor a favor do comerciante. O fundo de comércio pode assim ser representado pelo ponto, em que o negócio está estabelecido; pela popularidade do estabelecimento, o que constitui a sua fama; pela condição de negócio instalado, pela freguesia, nome comercial, marcas de fábrica e de comércio, enfim, por todo e qualquer elemento de que disponha o comerciante para desenvolvimento e realização de seus negócios. O negócio instalado, cercado de todas as circunstâncias, conseqüentes de sua instalação e funcionamento, resulta na evidência de um fundo de comércio, que representa um bem patrimonial do comerciante, pois que possui inegável e indiscutível valor econômico (DE PLÁCIDO E SILVA, 'Vocabulário Jurídico', vol. II, 7ª Ed. Forense, Rio de Janeiro, 1982, pág. 334).

O fundo de comércio ou estabelecimento comercial é o instrumento da atividade do empresário. Com ele o empresário aparelha-se para exercer sua atividade. O fundo de comércio forma a base física da empresa, constituindo um instrumento da atividade empresarial; compõe-se de elementos corpóreos e incorpóreos, que o empresário comercial une para o exercício de sua atividade. Na categoria de bens, por outro lado, é classificado como bem móvel.

Não é consumível nem fungível, malgrado a fungibilidade de muitos elementos que o integram. Esse direito incorpóreo, que consubstancia o fundo de comércio, constituído sobre outros tantos bens materiais e imateriais, é essencialmente precário, como notam alguns autores; só se mantém enquanto permanece a exploração da organização montada pelo empresário sobre o conjunto de bens que formam o estabelecimento; cessado esse exercício, perde-se a clientela. RUBENS REQUIÃO, cuja lição reproduzimos, é de opinião que o estabelecimento comercial pertence à categoria dos bens móveis, transcende às unidades de coisas que o compõem e são mantidas unidas pela destinação que lhes dá o empresário, formando em decorrência dessa unidade um patrimônio comercial (autor citado, 'Curso de Direito Comercial', 1º volume, 8ª Ed. Saraiva, São Paulo, 1977, pág. 186/192).

O estabelecimento comercial (não usa o termo 'fundo de comércio') é conceituado no art. 1.142 do Código Civil como “todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária”.

4. Não é este o momento adequado para a aprofundada análise da natureza jurídica e dos elementos constitutivos do fundo de comércio ou estabelecimento comercial; a noções acima foram reproduzidas apenas para demonstrar que o fundo de comércio ou estabelecimento

comercial é o instrumento da atividade do comerciante, formado por um conjunto de elementos corpóreos e incorpóreos; tem natureza móvel; e é intrinsecamente precário, ligado à capacidade de atrair e reter a clientela. O fundo de comércio ou estabelecimentoacompanha o comerciante, como bem móvel e fruto da sua atividade; tanto que muda constantemente de lugar, ao sabor dos contratos de locação e dos planos estratégicos das empresas, sem que o fundo de comércio (isto é, a organização de bens materiais e imateriais que materializam essa atividade) perca valor. Ao contrário, o fundo de comércio das empresas bem organizadas aumenta de valor conforme a atividade evolui em cada local onde se estabelecem.

O ponto é o único elemento corpóreo fixo, localizado no espaço; mas não é sempre o mais importante, nem se pode conceituar o ponto como sendo exatamente aquele lugar. O ponto é o local onde o estabelecimento se localiza, simplesmente; passa a ser outro, quando o estabelecimento muda de lugar. O seu valor oscila e segue a mesma precariedade do valor do próprio fundo; reflete o entorno e sua riqueza, as dificuldades de acesso e estacionamento, o tipo de pessoas que passam por ai.

No mais das vezes, não é a parte mais importante do fundo de comércio, tanto que com frequência os estabelecimentos comerciais mudam de endereço. Não há como pressupor que a mudança de endereço acarrete, sempre, um prejuízo ao estabelecimento ou à atividade da empresa; ao contrário, como mencionei, tais mudanças são freqüentes, voluntárias ou involuntárias, e configuram uma eventualidade previsível na evolução da cidade e dos negócios.

5. O fundo de comércio ou estabelecimento comercial é mais que o ponto, o endereço onde está momentaneamente localizado; é um bem móvel que acompanha o empresário, como instrumento e resultado de sua atividade. O estabelecimento comercial não está sendo desapropriado; como dito, é um bem móvel que o empresário o leva consigo ao exercer a atividade em outro local. O deslocamento compulsório poderá, é certo, acarretar um prejuízo indenizável; mas tal prejuízo não é inerente ao deslocamento, não se verifica sempre e depende de cumprida prova e apuração.” (AI. nº 0039703-21.2012.8.26.00008, 16 de abril de 2012, grifei).

A perda do fundo criado pelo comerciante será indenizável ao restar devidamente caracterizada, pois, de fato, a desapropriação pode gerar custos ao locatário com a mudança do ponto comercial (danos emergentes) ou diante da perda de clientela (lucros cessantes), a depender do tipo de atividade desenvolvida.

No caso, pelo que consta dos autos, a autora não transferiu, por qualquer razão ou até por desinteresse, o seu estabelecimento para outro local, o que, a meu ver, de plano, impede a apuração efetiva e cabal de eventuais lucros cessantes decorrentes da suposta perda da clientela.

Por outros termos, a ausência de continuidade da atividade por desinteresse do empresário, como parece ser o caso, na prática, impede a constatação da perda da clientela, pois, não se estabelecendo em outro lugar, como bem ressaltou o v. acórdão acima, impossível a apuração contábil de eventual prejuízo econômico decorrente da diminuição da clientela. Aliás, como é possível tal perda, pode-se supor também o seu ganho.

Este entendimento valoriza a atividade econômica que a autora pretende defender na inicial, exatamente como se dá nas hipóteses de venda de estabelecimento ou de apuração de

haveres, quando se apura, eventualmente, o valor do "ponto comercial", como um dos elementos do fundo de comércio, na perspectiva da continuidade da atividade empresarial.

Penso que, sem a continuidade da atividade comercial, indenizar a perda de clientela, mesmo que comprovada a sua formação, importa em, no mínimo, supor a aludida perda, ou pior, em premiar indevidamente o comerciante que, por conveniência e oportunidade, decidiu por não continuar com sua atividade. Se, inexistindo a desapropriação, houvesse desistido de continuar sua atividade, por qualquer razão, nada receberia pela clientela construída por ele.

Frise-se que a ausência de continuidade da atividade, afasta o pedido de indenização dos danos emergentes (custos de transferência de equipamentos, móveis, adaptação espacial, etc), também por inexistirem, assim como o de pagamento das verbas rescisórias trabalhistas.

E mais, nem se alegue que a mera dificuldade de restabelecimento da atividade, criada pela desapropriação, seria motivo para a indenização, já que, como vimos acima, os danos materiais indenizáveis não podem ser presumidos. Aliás, essa demora poderia, quando muito, aumentar o montante do prejuízo, quando houvesse o reinício da atividade comercial. Sem isso, ouso dizer que o pagamento de qualquer indenização se transforma em capitalização do comerciante que deixou de exercer a mercancia por razões e interesses particulares.

No caso em comento, se observa, ab initio, a ausência da documentação pertinente ao funcionamento regular do estabelecimento nos moldes legais exigido pela normatização municipal, como consta da informação juntada às fls. 625, 900 e 937 fornecida pelo município. Na realidade, com a alteração da edificação, em data posterior a expedição do auto de licença, este deveria ser renovado, o que inocorreu. Assim, é flagrante que o estabelecimento da autora funcionava sem a respectiva licença, ao arrepio da regulamentação municipal. Com isso, é de se perguntar quem pagaria por ele, sob o risco de, logo depois, ter a sua atividade comercial interditada. Nesse sentido, talvez ilusório o argumento de se vislumbrar eventual valor de mercado em ponto comercial nitidamente irregular, que, segundo a lei vigente, estaria sujeito, no limite, a sua própria interdição. Assim, bem decidiu o desembargador Israel Goes dos Anjos no julgamento da Apelação Cível 780.378-5/1-00.

Além disso, insisto, ficou demonstrado que a autora optou por não prosseguir em sua atividade empresarial, pelo que consta dos autos, o que esvazia eventual e necessário paradigma à aferição da perda efetiva no fundo de comércio. Pensar o contrário seria admitir a possibilidade de indenizar alguém que simplesmente não quis mais prosseguir no ramo empresarial. Aqui, não houve prova apta a demonstrar certeza sobre a impossibilidade, por razões administrativas, da continuidade da atividade empresária como efeito reflexo da desapropriação.

Nesse contexto, como a autora não logrou em demonstrar qual a perda efetiva gerada ao seu 'fundo de comércio', e se, de fato, esta existiu, é de rigor, a improcedência da ação pela ausência do fundamento à obrigação de indenizar.

Ante o exposto e o que mais consta dos autos, julgo IMPROCEDENTE a ação, com fulcro no artigo 269, inciso I, do Código de Processo Civil. Pela sucumbência, condeno a autora ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como dos honorários advocatícios, os quais arbitro em R$10.000,00, por equidade, diante da complexidade das questões que envolveram a demanda, devendo ser devidamente corrigidos monetariamente a partir da publicação desta em cartório.

P.R.I.

São Paulo, 19 de fevereiro de 2013.

DEPARTAMENTO FISCAL

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE SÃO PAULOVARA DAS EXECUÇÕES FISCAIS MUNICIPAIS DA FAZENDA PÚBLICA

DE SÃO PAULO - SPProc. n° 102.517/12

VISTOS.

Trata-se de medida cautelar fiscal proposta pelo Município de São Paulo contra Rede Nacional de Estacionamentos S/C Ltda., Tim Participação Ltda., Empresa Paulistana de Estacionamentos Ltda., T.O.M. Administração de Estacionamentos Ltda., D. Luz Administração de Estacionamentos, Empresa Brasileira de Estacionamentos Ltda., Rubens Jorge Taleb e Sergio Morad.

Segundo a inicial, a Multipark, CNPJ nº 49.328.917/0001-0, atual Rede Nacional de Estacionamentos S/C Ltda., tem uma dívida fiscal total de R$ 26.221.948,32. Sua sede ficava em São Paulo, mas foi transferida para o Rio de Janeiro em 2000, havendo, vinculadas àquele CNPJ, aproxirnadamente 115 filiais cadastradas (83 em Sao Paulo), quase todas "baixadas" por liouidagao voluntaria (fls. 408/526).

Essa empresa, que se chamava Multipark Administração de Estacionamentos e Garagens S/C Ltda., teve sua denominação alterada, em 1996, para Rede Nacional de Estacionamentos. O nome Multipark aparentemente deixou de existir, mas, em 1993, a Multipark Administração de Estacionamentos e Garagens S/C Ltda. cedera a marca Multipark para a Tim Participação Ltda., cujos sócios eram Rubens Jorge Taleb e Sergio Morad, que, à época, eram também sócios da Multipark.

A aludida empresa Tim Participação é, de acordo com registro do INPI (fls. 528), titular da marca Multipark, desde 1993. Daí a razão do use do nome Multipark em centenas de estacionamentos localizados nesta cidade. Já a Rede Nacional de Estacionamentos (antiga

Muitipark), que figura no pólo passivo de centenas de execuções fiscais, não mais detém os direitos de uso da marca Multipark.

Da análise da situação cadastral da Rede Nacional de Estacionamentos, poder-se-ia chegar à conclusão de que se trata de empresa praticamente falida, uma vez que praticamente todos os CNPJs e CCMs estão cancelados ou "baixados". Contudo, de acordo com o anunciado em seu próprio site, a Multipark é responsável pela administração de mais de 230 estacionamentos em todo a Brasil (fls. 530). Mesmo sendo a Multipark uma das redes de estacionamentos mais conhecidas da cidade, o Municipio tem tido dificuldades em encontrar bens passíveis de penhora para quitação dos inúmeros débitos ajuizados, tanto que todas as tentativas de bloqueio de ativos, em execuções movidas contra a Multipark, foram infrutíferas.

Diante disso, a Secretaria de Finanças procedeu a uma investigação, a fim de descobrir as empresas que operam tais estacionamentos, concluindo que se trata de diversas empresas, todas controladas por Rubens Jorge Taieb e Sergio Morad, com alguma relação com a Tim Participação. Ao invés de encerrar formalmente a empresa Rede Nacional de Estacionamentos e assumir seus débitos, os sócios fundadores da Multipark mantiveram a empresa ativa na Prefeitura e na Receita Federal e abriram novas empresas que, em realidade, operam e administram os estacionamentos, sem que o Fisco tivesse conhecimento de quem são os sucessores das dívidas da Rede Nacional de Estacionamentos.

A Rede Nacional de Estacionamentos S/C Ltda. é a atual denominação da Multipark Administração de Estacionamentos e Garagens S/C Ltda. (fls. 532/604), sendo certo que seus sócios Rubens Jorge Taleb e Sergio Morad se retiraram da sociedade, substituídos por Dardos Pintos Iguini e Hector Alcides Muniz.

Já a empresa Tim Participação teve inicio em 1993 e tem como sócios os mesmos Sergio Morad e Rubens Jorge Taleb (fls. 606/610), sendo a titular da marca Multipark (fls. 523), empresa que já esteve sediada na Av. Santo Amaro, 765 (fls. 607). Mesmo endereço onde já esteve sediada a Empresa Paulistana de Estacionamentos Ltda. (fls. 612 e 735), que, ate 2011, teve como sócios Rubens Jorge Taleb e Sergio Morad (fls. 735/739) e operou estacionamentos sob a bandeira Multipark (fis. 740/744). E nesse mesmo endereço funciona estacionamento de outra empresa, a D. Luz Administração de Estacionamentos Ltda., também com a bandeira Multipark, cujos sócios são Luciana Taleb Boulos Kazak e Marlene Taleb Boulos, sobrinha e irmã, respectivamente, de Rubens Jorge Taleb (fls. 1.040, 1.041 e 1.045).

De acordo com os documentos de fls. 746/743, extraídos da apuração realizada por auditores fiscais da Prefeitura, a Empresa Paulistana de Estacionamentos explora diversos estacionamentos com a bandeira Multipark (fls. 755/756), alguns dos quais antes cadastrados em nome da Rede Nacional de Estacionamentos. A Empresa Paulistana de Estacionamentos conta com cinqüenta e oito CCMs, oitenta e oito filiais e uma dívida tributária de pouco mais de R$ 10 milhões, além de se encontrar cadastrada na Prefeitura com o nome de Multipark para fins de emissão da Nota Fiscal Eletrônica.

Depois das diligências levadas a efeito pela auditoria fiscal, Rubens Jorge Taleb e Sergio Morad retiraram-se da sociedade (fls. 738). Além disso, as atividades de algumas

filiais visitadas pelos auditores foram encerradas (fls. 876 e 739, 914 e 738, 953 e 739, 960 e 739, 982 e 738), mas continuam operando estacionamentos com a bandeira Multipark (fls. 740/744); e a sede da empresa foi alterada para a Rua Estados Unidos, 1.760, neste município (fls. 738).

Os mesmos Rubens Jorge Taleb e Sergio Morad são sócios da Tim Participação, titular da marca Multipark, que celebrou com a Empresa Paulistana de Estacionamentos contratos de franquia para exploração de estacionamentos com a utilização da já referida marca Multipark (fls. 782/798, 896/912, 936/951, 1.005/1.021). Vale dizer, não obstante a personalidade jurídica distinta, as duas empresas eram constituídas pelos mesmos sócios, de modo a denotar a confusão entre alas e as outras empresas indicadas na inicial. Veja-se, a propósito, que há uma filial da Empresa Paulistana de Estacionamentos cadastrada na Rua Augusta, 1.398 (fls. 838), endereço usado, no entanto, pela Empresa de Estacionamentos Metropolitanos (fls. 846), autorizada a usar a marca Multipark, conforme contrato de franquia copiado a fls. 856/870.

Esses fatos têm obstado a atuação do Fisco e também a dos Oficiais de Justiça, que têm certificado a existência de empresas diversas, quando, pelo apurado pela auditoria fiscal, a própria executada funciona no mesmo local, mas com outra roupagem (fls. 873/874).

Jia a T.O.M. Administração de Estacionamentos S/C Ltda. foi encontrada operando estacionamentos sob a bandeira Multipark na Av. Engenheiro Oscar Americano, 840 (fls. 1.029), endereço antes usado pela Empresa Paulistana de Estacionamentos. A T.O.M. esta sediada na Av. Paulista, 1.757 (mesmo endereço da Tim Participação, conforme cadastro da Prefeitura - fls. 1.038) e tem coma sócios Sergio Murad, Rubens Jorge Taleb e também a empresa Tim Participação (fls. 1.032/1.033).

A D. Luz Administração de Estacionamentos Ltda., por sua vez, também opera com a bandeira Multipark, conforme contratos de franquia copiados a fls. 1.083/1.101 e 1.132/1.150. Tem coma sócias Luciana Taleb Boulos Kazak e Marlene Taleb Boulos, sobrinha e irmã, respectivamente, de Rubens Jorge Taleb (fls. 1.040, 1.041 e 1.045). Além de composta por membros da mesma família, a sede (Av. Santo Amara, 765, conjunto 16) é vizinha ao endereço já ocupado pela Empresa Paulistana de Estacionamentos (mesmo endereço, mas conjunto 15 - fls. 735).

Quanto à Empresa Brasileira de Estacionamentos Ltda., que também usa a bandeira Multipark, seus sócios, são a Tim Participação Ltda. e Rinaldo Bezerra Vaz (fls. 1.159/1.167). A Empresa Brasileira de Estacionamentos tem filial na Av. Paulista, 1.754, 2º andar (fls. 1.651), mesmo endereço do sócio Rinaldo Bezerra Vaz (fls. 1.663), que subscreve o instrumento de alteração e consolidação do contrato social da já referida Ernpresa Paulistana de Estacionamentos (fls. 1.653/1.661), cujos sócios são os já referidos Rubens Jorge Taleb e Sergio Morad. O mesmo endereço consta como sendo a da empresa Tim Participação, segundo cadastro imobiliário da Prefeitura (fls. 1.665) ou o endereço de Rubens Jorge Tales, conforrne indicado pela Receita Federal (fls. 1.667).

Tem-se portanto, como verossimilhante a alegação do Município de que há uma rede entre as empresa citadas, que operam sob a bandeira Multipark, marca hoje pertencente a Tim Participação Ltda. Todas as empresas são controladas, direta ou indiretamente, pelos

sócios Rubens Jorge Taleb e Sergio Murad. Há bastantes indícios de que todo esse quadro foi montado com o objetivo de impedir a atuação do Fisco porquanto a cobrança de débitos tributários se manteve voltada contra empresas já sem patrimônio.

O crédito fiscal está devidamente comprovado, tanto pelos documentos juntados (fls. 1.669/2.419) corno pela existência de centenas de execuções fiscais já propostas contra a Multipark e contra a Rede Nacional de Estacionamentos (Lei nº 8.397/92, art. 3º, inc.II).

E, diante do acima exposto, há, nos termos do art. 3º, inc. II, do referido diploma legal, prova documental de hipóteses previstas no art. 2º.

Com efeito, mesmo administrativamente notificadas, as empresas executadas não efetuaram o pagamento dos tributos, dando ensejo a inscrição do débito fiscal e consequente ajuizamento das execuções fiscais (Lei nº 8.397/92, art. 2º, inc. V, alínea a).

Tendo em conta que, no seio das centenas de execuções já propostas, a Fazenda não conseguiu a satisfação de seus créditos, é licito supor que a dívida total supera os trinta e cinco por cento do patrimônio conhecido das executadas (Lei no 8.397/92, art. 2º, inc. VI).

Além disso, a farta documentação apresentada indica que todo o complexo quadro societário das empresas envolvidas foi montado para impedir a atuação do Fisco. A empresa Multipark deixou de existir, tornando-se apenas uma marca, cedida, por contratos de franquia, a outros empresas, mas sempre controladas, direta ou indiretamente, por Rubens Jorge Taleb e Sergio Morad. Tem-se que formam elas todas um mesmo grupo, que atuam no ramo de estacionamentos, com ampla presença na cidade de São Paulo. Está, pois, presente a hipótese do art. 2°, inc. IX, da Lei nº 8.397/92.

E assiste razão a Fazenda ao pleitear que a medida se estenda aos sócios controladores do grupo, sempre presentes tanto na administração da marca Multipark como também na exploração dos estacionamentos que atuam sob tal bandeira.

Posto isso, concedo a medida cautelar fiscal, determinando a inclusão, no pólo passivo das execuções fiscais abaixo relacionadas, dos requeridos Rede Nacional de Estacionamentos S/C Ltda., Tim Participação Ltda., Empresa Paulistana de Estacionamentos Ltda., T.O.M. Administração de Estacionamentos Ltda., D. Luz Administração de Estacionamentos, Empresa Brasileira de Estacionamentos Ltda., Rubens 3Orge Taleb e Sergio Morad (Lei no 8.397/92, art. 4°, § 1º). Decreto, de imediato, a indisponibilidade dos bens dos requeridos retro citados, até o limite da satisfação das obrigações consubstanciadas nas execuções fiscais abaixo relacionadas, indisponibilidade que recairá, quanto pessoas juridicas, sobre 6.5 bens do ativo permanente (Lei no 8.397/92, art. 4°, caput e § 1º).

Nos termos do art. 4º, § 3º, da Lei nº 8.397/92, proceda-se ao necessário a comunicação ao registro publico de imóveis (em especial àqueles indicados a fls. 28) e ao cadastramento no Cadastro de Indisponibilidade de Bens (Provimento CG nº 13/2012).

Quanto aos demais bens, oficie-se ao Detran e a CVM.

Relativamente aos ativos financeiros, determino a penhora on line de dinheiro que os executados mantenham em instituições vinculadas ao Banco Central do Brasil, mediante bloqueio de valores financeiros positivos, até o limite da dívida ativa atualizada consolidada nas execuções abaixo relacionadas. Cumpra-se o Provimento CG 21/06, elaborando-se a minuta de bloqueio, considerado o valor atualizado das execuções, a ser colhido pela serventia no site da Prefeitura, com juntada aos autos das respectivas telas. Protocolizada a ordem, cujo recibo será juntado aos autos, a serventia aguardará, por quarenta e oito (48) horas, notícia sobre os bloqueios efetivados, providenciando-se o necessário às eventuais transferências para conta judicial.

Após, citem-se as requeridas para, no prazo de quinze (15) dias, contestar o pedido, indicando provas que pretendam produzir (Lei nº 8.397/92, art. 8°).

Proceda-se ao apensamento das execuções até o presente momento localizadas pela serventia, quais sejam as de nº 206.983/92, 214.401/93, 215.674/93, 766.376/98, 790.673/98, 47.090/05, 47.656/05, 106.959/05, 115.669/05, 166.765/05, 167.861/05, 167.876/05, 171.890/05, 20.293/06, 55.905/06, 102.968/06, 270.194/06, 270.202/06, 270.269/06, 270.271/06, 270.288/06, 270.328/06, 270.332/06, 270.357/06, 270.363/06, 270.370/06, 270.440/06, 271.866/06, 285.804/06, 77.698/07, 77.701/07, 77.814/07, 80.868/07, 80.870/07, 80.905/07, 150.843/07, 154.870/07, 158.668/07, 167.008/07, 176.738/07, 179.993/07, 180.863/07, 181.363/07, 698.507/08, 119.087/09 e 77.369/11. Sem prejuízo, deverá a serventia prosseguir nas buscas das demais execuções.

São Paulo, 13 de março de 2013.

LAURENCE MATTOSJuiz de Direito

DEPARTAMENTO JUDICIAL

PODER JUDICIÁRIO FEDERALJustiça do Trabalho - 2ª RegiãoProcesso TRT nº 00413009120095020018AGRAVO DE PETIÇÃOAGRAVANTE: MUNICÍPIO DE SÃO PAULOAGRAVADOS: 1. ILDETE BARBOSA DOS SANTOS; 2. SERVIMARC

CONSTRUÇÕES LTDAORIGEM: 18ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO

TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL. INTERPRETA- ÇÃO INCOMPATÍVEL COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXIGIBILIDADE. Considera-se inexigível o título

judicial fundado em ato normativo cuja interpretação, conferida pelo Supremo Tribunal Federal, é tida por incompatível com a Constituição Federal. Inteligência do art. 884, § 5º, da CLT.

Trata-se de agravo de petição interposto pela segunda reclamada (Município de São Paulo), às fls. 384/386, em face da r. decisão de fls. 378/379, proferida pelo MM. Juiz Roberto Benavente Cordeiro, que julgou improcedentes os embargos à execução de fls. 364/367.

Requer o agravante que seja afastada a sua responsabilidade subsidiária, decorrente da inexigibilidade do título executivo judicial, em vista da decisão proferida pelo E. STF na ADC nº 16. Insurge-se, ainda, quanto a juros e recolhimentos previdenciários.

O agravo é tempestivo, foi subscrito por quem tem poderes, traz delimitada a matéria e a hipótese dispensa a indicação do valor incontroverso.

Contraminuta pela reclamante às fls. 390/395.

Manifestação do D. Ministério Público do Trabalho às fls. 397/405.

É o relatório.

V O T O

DA ADMISSIBILIDADE

A reclamante, ora agravada, em sede de contraminuta, aventa a inadmissibilidade do apelo, por intempestividade.

Sem razão.

Depreende-se da análise dos autos que a segunda ré (Município de São Paulo) foi cientificada da decisão relativa aos embargos à execução opostos por meio do encaminhamento dos autos através de carga específica registrada no SAP-1 em 14/09/2012 (fls. 383), nos termos do art. 279 da Consolidação dos Provimentos da Corregedoria deste E. Tribunal.

Assim é que a interposição do presente agravo de petição aos 20/09/2012 observou o octídio legal previsto no art. 897 da CLT, ainda mais em se considerando a condição de órgão público da recorrente.

Por todo o exposto, conheço do apelo, eis que presentes os pressupostos de admissibilidade.

DO MÉRITO

DA INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO JUDICIAL

A segunda reclamada (Município de São Paulo), em vista da decisão proferida pelo Excelso Supremo Tribunal Federal, na Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 16, requer a exclusão de sua responsabilidade subsidiária, com fulcro no art. 884, § 5º, da CLT.

Razão lhe assiste.

Inicialmente e adotando o entendimento majoritário desta E. 17ª Turma, entendo que a matéria há de ser apreciada unicamente com base no artigo 71 da Lei de Licitações.

No julgamento da ação declaratória de constitucionalidade (ADC) n. 16, ajuizada pelo governo do Distrito Federal, o STF declarou a constitucionalidade do § 1° do artigo 71 da Lei n° 8666/93, obstando à Justiça do Trabalho a aplicação de responsabilidade subsidiária à Administração Pública em face do inadimplemento dos direitos trabalhistas.

Ainda, em tal julgamento concluiu-se que o art. 71, § 1º da Lei nº 8.666/93 não fere a Constituição e deve ser observado, o que impede a aplicação de responsabilidade subsidiária à Administração Pública pela mera constatação de inadimplemento dos direitos laborais.

Assim, não existindo prova efetiva de conduta culposa da segunda reclamada, não há que se falar em responsabilidade subsidiária.

Ressalte-se, outrossim, e com base no § 5º, do art. 844, do Estatuto Consolidado, torna-se inexigível o título judicial quando o fundamento legal, por ele adotado em suas razões de decidir, está em desconformidade com a interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal.

Logo, a segunda reclamada, na qualidade de órgão público, integrante, portanto, dos quadros da Administração Pública Direta, não pode responder, ainda que subsidiariamente, pelos créditos trabalhistas devidos ao exequente.

Frise-se, ainda, por pertinente, que a Súmula nº 487 do STJ (“O parágrafo único do art. 741 do CPC não se aplica às sentenças transitadas em julgado em data anterior à da sua vigência”) não se aplica ao caso, pois o trânsito em julgado da r. sentença da fase de conhecimento (2010), que fixou a responsabilidade subsidiária da Administração Pública Direta, ocorreu em data posterior ao advento do parágrafo único do art. 741 do CPC (2005), o qual também trata da inexigibilidade do título judicial pelas razões em questão. A r. decisão da fase de conhecimento também é bem posterior ao advento do § 5º do art. 884 CLT (MP 2180/35/2001).

Dessa forma, reformo a r. decisão de origem, para considerar inexigível perante a segunda ré o título judicial fundado em ato normativo cuja interpretação, conferida pelo Supremo Tribunal Federal, é tida por incompatível com a Constituição Federal.

Prejudicada a análise das demais matérias recursais.

DISPOSITIVO

Ante o exposto

ACORDAM os Magistrados da 17ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região em: CONHECER do agravo de petição interposto e, no mérito, DAR PROVIMENTO, para considerar inexigível perante a segundaré o título judicial fundado em ato normativo cuja interpretação, conferidapelo Supremo Tribunal Federal, é tida por incompatível com aConstituição Federal, nos termos da fundamentação do voto da Relatora.

Proceda a Secretaria da Turma à comunicação ao Juízo de origem, nos termos do § 2º do art. 1º do ATO TST.GP nº 772/2011.

SORAYA GALASSI LAMBERTJuíza Relatora

Receita de variação cambial de exportação é imune a PIS e Cofins, diz STFO Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento de recurso extraordinário com

repercussão geral reconhecida pelo Plenário Virtual, entendeu que as receitas de

exportação decorrentes da variação cambial não devem ser tributadas pelo Programa de

Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

(Cofins). A decisão, tomada por unanimidade, negou provimento ao Recurso

Extraordinário (RE) 627815, no qual a União questionava acórdão do Tribunal Regional

Federal da 4ª Região (TRF-4) favorável a uma indústria paranaense do ramo ceramista.Fonte: STF

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NOTÍCIAS

Plenário: PIS e Cofins não incidem sobre transferência de créditos de ICMS de exportadoresO Supremo Tribunal Federal (STF) negou provimento a um recurso da União em que se

discutia a incidência de contribuições sociais sobre créditos de Imposto sobre Circulação

de Mercadorias e Serviços (ICMS) obtidos por empresas exportadoras. No caso em

discussão no Recurso Extraordinário (RE) 606107, uma empresa do setor calçadista

questionava a cobrança da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

(Cofins) e do Programa de Integração Social (PIS) sobre créditos de ICMS transferidos a

terceiros, oriundos de operações de exportação.Fonte: STF

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Lei goiana que autoriza nomeação de até dois parentes é inconstitucional, diz STFO Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional o parágrafo único do artigo 1º

da Lei nº 13.145/1997, do Estado de Goiás, que autoriza a nomeação, por agente

público, de até dois parentes de autoridades, além do cônjuge do chefe do Poder

Executivo, para cargos em comissão ou função gratificada. Com a decisão, tomada por

unanimidade, o STF deu provimento à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3745,

de relatoria do ministro Dias Toffoli.

A ação foi ajuizada pela Procuradoria-Geral da República em 2006, alegando violação

do artigo 37, caput, da Constituição Federal, que estabelece a obediência aos princípios

da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência pela administração

pública. Segundo o pedido, a lei goiana, “a pretexto de criar exceções à proibição de

nomear parentes de autoridades para cargos em comissão e funções comissionadas, na

prática institucionaliza o nepotismo no âmbito da administração pública estadual”.Fonte: STF

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Plenário nega a candidato remarcação de prova física em concurso públicoO Plenário do Supremo Tribunal Federal (TSF) decidiu que não é possível admitir a

remarcação de prova de aptidão física para data diversa da estabelecida em edital de

concurso público em razão de circunstâncias pessoais de candidato, ainda que de

caráter fisiológico, como doença temporária devidamente comprovada por atestado

médico, salvo se essa possibilidade estiver prevista pelo próprio edital do certame.Fonte: STF

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2ª Turma aplica jurisprudência e determina análise de habeas corpus por colegiado do STJPor unanimidade, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu

habeas corpus, de ofício, para que colegiado do Superior Tribunal de Justiça (STJ)

analise o mérito de um habeas corpus lá impetrado. Os ministros aplicaram

jurisprudência da própria Turma segundo a qual a análise de HC contra decisão de

ministro-relator do STJ, pelo Supremo, fere o princípio da colegialidade, uma vez que o

recurso cabível contra decisão monocrática é o agravo regimental, que deve ser julgado

por colegiado do próprio STJ.Fonte: STF

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2ª Turma: não cabe à Justiça Militar julgar crime de roubo contra banco situado em unidade militarA Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu parcialmente Habeas

Corpus (HC 110185) impetrado em favor de Ademilson Moreira de Almeida, condenado

a 21 anos e três meses de prisão por roubo (dinheiro e armamento do Exército) e

sequestro, para que seja retirada de sua pena a condenação por roubo de malotes para

depósito no posto do Banco do Brasil localizado no Hospital Geral do Exército, em São

Paulo (SP). Ademilson foi julgado e condenado pela Justiça Militar, mas, de acordo com

entendimento do STF, o crime de roubo de dinheiro deve ser processado e julgado pela

Justiça comum (estadual), pois a vítima desse crime, a instituição financeira, foi uma

sociedade de economia mista.Fonte: STF

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Precatórios: governador e prefeito de SP manifestam preocupação com a modulação nas ADIs 4357 e 4425O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, o prefeito da cidade de São

Paulo, Fernando Haddad, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, foram

recebidos pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, redator dos acórdãos

das Ações Diretas de Inconstitucionalidade 4357 e 4425. Alckmin e Haddad

manifestaram preocupação com a modulação dos efeitos da decisão do Supremo nos

dois casos, em que foi declarada a inconstitucionalidade de pontos da Emenda

Constitucional 62/2009, que instituiu novo regime para pagamento de precatórios.Fonte: STF

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1ª Turma analisará RE que discute criminalização de pessoa jurídica A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) irá analisar Recurso

Extraordinário (RE 548181) no qual se discute um crime ambiental ocorrido no Estado do

Paraná, supostamente de responsabilidade da Petrobras. A Turma deverá analisar

questão envolvendo a criminalização de pessoa jurídica.Fonte: STF

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STF reconhece imunidade da ONU/PNUD em ações trabalhistasO Plenário do Supremo Tribunal Federal deu provimento a dois recursos extraordinários

(REs 578543 e 597368) para reconhecer a imunidade de jurisdição e de execução da

Organização das Nações Unidas e do Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento (ONU/PNUD) com relação a demandas decorrentes de relações de

trabalho.

ImunidadeNos dois casos julgados conjuntamente, a ONU (RE 578543) e a União (RE 597368)

questionavam decisões do Tribunal Superior do Trabalho (TST) em ações envolvendo

trabalhadores brasileiros que, após o término da prestação de serviços ao PNUD,

pediam todos os direitos trabalhistas garantidos na legislação brasileira, da anotação da

carteira de trabalho ao pagamento de verbas rescisórias. Fonte: STF

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Repercussão geral: STF discutirá competência para julgar crimes ambientais transnacionaisO Supremo Tribunal Federal (STF) irá julgar o Recurso Extraordinário com Agravo (ARE)

737977, no qual se discute a competência da Justiça Federal para processar e julgar

crimes ambientais transnacionais. O caso trata de exportação ilegal de animais

silvestres, e a questão a ser discutida pelo STF versa sobre o limite da competência

entre as Justiças Federal e Estadual. A matéria teve repercussão geral reconhecida pelo

Plenário Virtual da Corte.Fonte: STF

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STF nega recurso sobre dedução da CSLL da base de cálculo do IR de empresasO Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu a apreciação do Recurso Extraordinário

(RE) 582525, em que o Banespa S/A Serviços Técnicos Administrativos e de

Corretagem de Seguros contestava decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região

(TRF-3) no sentido de não ser possível dedução da CSLL - Contribuição Social sobre o

Lucro Líquido - na apuração da sua própria base de cálculo, bem como da base de

cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ).

A análise do recurso foi retomada hoje com o voto do ministro Teori Zavascki (que

sucedeu o ministro Cezar Peluso, autor do pedido de vista que havia interrompido o

julgamento).

Prevaleceu o voto do relator, ministro Joaquim Barbosa (presidente), que negou

provimento ao recurso após rejeitar o argumento da empresa de que a CSLL seria uma

despesa operacional necessária à atividade empresarial devendo, por esta condição, ser

deduzida do lucro real. Ao acompanhar o relator, o ministro Teori lembrou que a CSLL,

instituída pela Lei 7.689/1988, destina-se ao custeio da Previdência Social e tem como

base de cálculo o valor do resultado do exercício, no período-base de 1º de janeiro a 31

de dezembro de cada ano, antes da provisão para o Imposto de Renda.Fonte: STF

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Lei paulista sobre uso de armas apreendidas é inconstitucional, decide STFPor unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente a

Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3193, na qual a Procuradoria-Geral da

República (PGR) questiona a Lei 11.060/2002 do Estado de São Paulo, que autoriza o

uso pelas polícias civil e militar de armas de fogo apreendidas em decorrência da prática

de crime e à disposição da Justiça. Para o relator, ministro Marco Aurélio, a lei é

inconstitucional pois legisla sobre normas relativas a material bélico e direito processual

penal, de competência privativa da União.Fonte: STF

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Incidência de IPI sobre importação de veículo para uso próprio é tema de repercussão geralO Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a existência de

repercussão geral do tema abordado no Recurso Extraordinário (RE) 723651, em que se

discute a incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na importação de

veículo automotor por pessoa natural e para uso próprio.

Na origem, o processo refere-se a mandado de segurança impetrado contra ato da

Alfândega da Receita Federal no porto de São Francisco do Sul (SC), para que se

abstivesse de cobrar o tributo sobre um automóvel importado, ano 1964,

adquirido pelo recorrente, como colecionador de veículos. Em primeira instância, ele

obteve sentença favorável, mas posteriormente o Tribunal Regional Federal da 4ª

Região (TRF-4) decidiu pela incidência do imposto, por entender que é irrelevante a

destinação final do produto. Essa decisão é agora contestada no Supremo, por meio do

RE.Fonte: STF

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Independe de prazo certo a extinção de usufruto pelo não uso de imóvelA extinção do usufruto pelo não uso de imóvel pode ocorrer independentemente de

prazo certo, sempre que, diante das circunstâncias, se verificar o não atendimento dos

fins sociais da propriedade.

A decisão é da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que negou

provimento a recurso especial interposto por uma usufrutuária de imóvel em Minas

Gerais que sofria uma ação de extinção de usufruto movida pela proprietária. Esta

alegava que a usufrutuária não estava utilizando o bem sobre o qual tinha direito. Fonte: STJ

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STJ amplia o conceito de entidade familiar para proteção de bem de famíliaA Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou possível que a

impenhorabilidade do bem de família atinja simultaneamente dois imóveis do devedor –

aquele onde ele mora com sua esposa e outro no qual vivem as filhas, nascidas de

relação extraconjugal.

O recurso julgado foi interposto pelo Ministério Público de Minas Gerais contra decisão

do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que, por maioria, decidiu que a garantia

legal da impenhorabilidade só poderia recair sobre um único imóvel, onde o devedor

residisse com sua família. Fonte: STJ

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Contrato de gaveta: riscos no caminho da casa própriaComprar imóvel com “contrato de gaveta” não é seguro, mas é prática comum. Acordo

particular realizado entre o mutuário que adquiriu o financiamento com o banco e um

terceiro, traz riscos evidentes. Entre outras situações, o proprietário antigo poderá

vender o imóvel a outra pessoa, o imóvel pode ser penhorado por dívida do antigo

proprietário, o proprietário antigo pode falecer e o imóvel ser inventariado e destinado

aos herdeiros.

Além disso, o próprio vendedor poderá ser prejudicado, caso o comprador fique devendo

taxa condominial ou impostos do imóvel, pois estará sujeito a ser acionado judicialmente

em razão de ainda figurar como proprietário do imóvel. Fonte: STJ

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STJ suspende trâmite de todas as ações sobre TAC e TEC no país, em qualquer juízo e instânciaA ministra Isabel Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou a suspensão

imediata do trâmite de todos os processos de conhecimento relativos a tarifas de

abertura de crédito (TAC) e de emissão de carnês (TEC), em qualquer instância, fase e

juízo. A medida afeta cerca de 285 mil ações em todo o país, em que se discutem

valores estimados em R$ 533 milhões.

Pela decisão, toda ação em que se discuta a legitimidade da cobrança de tarifas

administrativas para concessão e cobrança de crédito, qualquer que seja sua

denominação, ou a possibilidade de financiamento do Imposto sobre Operações

Financeiras (IOF) deve ser paralisada até que o recurso representativo da controvérsia

em trâmite no STJ seja julgado. Fonte: STJ

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Primeira Seção julgará divergência sobre prescrição de revisão de aposentadoria de servidor públicoO ministro Arnaldo Esteves Lima, da Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça

(STJ), admitiu o processamento de incidente de uniformização de lei federal apresentado

pela União contra decisão da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos

Juizados Especiais Federais (TNU), que não reconheceu a prescrição de ação de

revisão de aposentadoria ajuizada por servidor público.

O segurado se aposentou em setembro de 1997 e ajuizou o pedido de revisão em

janeiro de 2005, para que fosse reconhecido tempo de serviço especial. Na primeira

instância, o pedido foi julgado procedente. Fonte: STJ

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Assédio sexual de professor contra alunas da rede pública é ato de improbidadeA Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisão do Tribunal de

Justiça de Santa Catarina (TJSC) que decretou a perda do cargo de um professor da

rede pública de ensino por ato de improbidade. Ele foi acusado de assediar sexualmente

diversas de suas alunas, em troca de boas notas na disciplina de matemática.

Na ação de improbidade, que tem caráter civil e não penal, o TJSC confirmou a

condenação do professor por afronta aos princípios da administração pública – da

legalidade e da moralidade. Fonte: STJ

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Contratação sem concurso pode justificar condenação por improbidadeA contratação irregular de servidores sem a realização de concurso público pode

caracterizar ato de improbidade administrativa, desde que demonstrada má-fé do agente

que praticou o ato administrativo suficiente para configurar o dolo, ao menos genérico. A

decisão é da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao analisar recurso

interposto por um ex-prefeito de município paulista contra decisão do Tribunal de Justiça

local, que impôs condenação por improbidade. Fonte: STJ

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Alienação de imóvel para divisão da herança é barrada pelo direito real de habitaçãoAs filhas do primeiro casamento não podem opor à segunda família do pai falecido,

detentora de direito real de habitação sobre imóvel objeto da herança, as prerrogativas

inerentes à propriedade de fração desse imóvel. Assim, elas não podem pedir a

alienação do patrimônio imobiliário para a apuração do quinhão que lhes é devido. O

entendimento, por maioria, é da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A ação de dissolução de condomínio foi ajuizada pelas filhas do primeiro casamento

contra a segunda esposa e os filhos do segundo casamento de seu pai, que vivem no

imóvel em decorrência do direito de habitação. Fonte: STJ

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CDC incide sobre contratos de administração imobiliáriaAcompanhando o voto do relator, ministro Villas Bôas Cueva, a Terceira Turma do

Superior Tribunal de Justiça (STJ) concluiu que o Código de Defesa do Consumidor

(CDC) incide nos contratos de administração imobiliária, pois o proprietário de imóvel

que contrata imobiliária para administrar seus interesses é, de fato, destinatário final do

serviço prestado, o que revela sua condição de consumidor. Fonte: STJ

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