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1 Boletim CONT-TRIB-JUR em 22.junho.2015 “O homem começa a morrer na idade em que perde o entusiasmo.” (Balzac) SPED - Certificados Digitais Postado por José Adriano em 21 junho 2015 às 9:41 Exibir blog Fonte: Paulo Roberto da Silva IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

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Boletim CONT-TRIB-JUR em 22.junho.2015

“O homem começa a morrer na idade em que perde o entusiasmo.” (Balzac)

SPED - Certificados Digitais Postado por José Adriano em 21 junho 2015 às 9:41 Exibir blog

Fonte: Paulo Roberto da Silva

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Bloco K – Percentual de Perda. Um enorme desafio! Postado por Elielton Souza em 18 junho 2015 às 11:16

Em 2016 teremos a escrituração do Livro Registro de Controle da Produção e Estoque ou comumente chamado de bloco K, como um dos livros obrigatórios no SPED Fiscal ICMS IPI. Assim, a Receita Federal e as Secretarias de Fazenda passam a receber no atual arquivo as informações inerentes ao processo produtivo das empresas obrigadas à escrituração do citado livro. Diferente do que muitos pensam, esse livro poderá ser cobrado de industriais, equiparados a industrial e também de atacadistas e, além desses, a critério do Fisco, poderá ser exigido de contribuintes de outros setores, conforme determina o Ajuste SINIEF 17/2014.

Um dos pontos mais importantes da escrituração desse livro diz respeito ao fato de que os contribuintes terão que indicar na ficha técnica (Registro 0210 – Consumo Específico Padronizado) de cada um dos insumos, o percentual de perda em seu processo produtivo. Esse percentual de perda não pode levar em consideração fatos que não estejam ligados ao processo produtivo, tais como: inundações, perecimento por expiração de validade, deterioração e quaisquer situações que impliquem a diminuição da quantidade em estoque sem relação com o processo produtivo do contribuinte.

A falta de previsão legal de algumas Unidades de Federação para a baixa desses insumos, mediante a emissão de nota fiscal (CFOP 5927), que tenham sofrido inundações, perecimento por expiração de validade, deterioração e quaisquer situações que impliquem a redução da quantidade em estoque sem relação com o processo produtivo do contribuinte é um dos grandes desafios para as empresas tendo em vista que o seu controle de estoque, fatalmente, poderá ser apresentado com erros.

Lembramos que para o SPED Fiscal ICMS IPI, qualquer movimentação de mercadorias deve ser acompanhada de um documento fiscal, a saber: nota fiscal ou livro de Registro de Controle da Produção e Estoque, onde será evidenciado o consumo de insumos no processo produtivo. Então, vai um conselho de amigo: “Se você já ouviu falar que existem sistemas de controle da produção ou estoque que tenham um velho e conhecido botão para uma rotina bem familiar a muitos chamado de: ajuste de inventário solicite seu desligamento ou desabilite-o imediatamente”.

Em um treinamento que realizei, um dos participantes comentou que “no sistema da sua empresa esse botão é tão utilizado que já está gasto”. Brincadeiras à parte, esse é um dos pontos fundamentais para a sobrevivência das empresas no mundo do sped fiscal bloco K. Neste contexto, o Artigo 523 do Regulamento do IPI determina que as quebras alegadas pelo contribuinte, nos estoques ou no processo de industrialização, para justificar diferenças apuradas pela fiscalização, serão submetidas ao órgão técnico competente para que se pronuncie, mediante laudo, sempre que, a juízo de autoridade julgadora não forem convenientemente comprovadas ou excederem os limites normalmente admissíveis para o caso.

Professor Elielton Souza - [email protected]

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Não Incide ISS na Industrialização por Encomenda (STF)Reconhecida repercussão geral de discussão sobre ISS e valor de multa por mora

O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a repercussão geral de disputa relativa à incidência do Imposto Sobre Serviços (ISS)   em atividade de industrialização integrante do processo do aço.

No caso discutido no Recurso Extraordinário (RE) 882461, uma empresa comercializadora de peças de aço de Contagem (MG) questiona decisão da Justiça local que determinou a cobrança do tributo.

A decisão ainda reconhece a repercussão geral de discussão sobre a multa de mora imposta pelo município, de 30%.

O caso em questão discute a incidência do ISS em operação de industrialização, realizada em materiais fornecidos pelo contratante, quando a operação configura etapa intermediária do ciclo produtivo da mercadoria.

Acórdão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) entendeu que independentemente dos serviços prestados se inserirem na cadeia produtiva do aço, como etapa intermediária, do ponto de vista da empresa trata-se de atividade-fim.

Assim, seria caso de industrialização por encomenda, sujeita ao ISS segundo o item 14.05 da lista anexa à Lei Complementar 116/2003.

O relator do RE, ministro Luiz Fux, observa que a questão é semelhante à apreciada no julgamento liminar, pelo STF, da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4389, relativo à incidência do ISS na produção de embalagens sob encomenda, para utilização em processo de industrialização ou circulação de mercadoria.

Na ocasião, o STF concedeu liminar para interpretar dispositivos da Lei Complementar 116/2003, incluindo o item 13.05 da lista de serviços, para reconhecer que não incide o ISS nas referidas operações. Fora da incidência do ISS, seria hipótese de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Multa por mora

Quanto à aplicação de multa, envolvida no tema, o ministro observa que o caso em exame não se confunde com a discussão relativa ao RE 640452, já com repercussão reconhecida, no qual se analisa multa isolada imposta por descumprimento de obrigação assessória.

No caso específico da multa por mora, no RE 582461, já julgado pelo STF, ficou assentado não haver caráter confiscatório em multa por mora fixada no patamar de 20%. Mas não se discutiu o patamar de 30%, como no presente RE.

“Cabe a esta Corte, portanto, em atenção ao princípio da segurança jurídica e tendo em vista a necessidade de concretização da norma constitucional que veda o confisco na seara tributária, fixar, no regime da repercussão geral, as balizas para a aferição da existência de efeito confiscatório na aplicação de multas fiscais moratórias.” N STF – 16.06.2015

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Indeferimento do pedido da Fenacon relativo à prorrogação do prazo de entrega da ECDOfício nº 329 - RFB/SUFIS

Sr. Mário Elmir Berti

Presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas

Assunto: Of. P. 073/2015 – Sped Contábil (ECD) – Prorrogação do prazo de entrega

Senhor Presidente

Em atenção ao Ofício em epígrafe, informamos não ser possível acolher o pedido de prorrogação do prazo para apresentação da Escrituração Contábil Digital (ECD) das empresas tributadas com base no lucro presumido que distribuíram lucros acima do percentual de presunção para o último dia do mês de setembro de 2015.

2. Tal prazo, último dia útil do mês de junho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira à escrituração, foi definido pelo art. 5º da Instrução Normativa nº 1.420, de 19 de dezembro de 2013, foi publicado em dezembro de 2013, ou seja, 18 meses de antecedência. Além disso, o aplicativo para transmissão dos arquivos está disponível desde janeiro de 2015

3. Ademais, para as pessoas jurídicas que, apesar do prazo concedido, não possuírem o e-CNPJ, é possível transmitir a ECD com o e-CPF do contador, que deverá assinar como contador e procurador.

4. De acordo com a Seção 1.13 do Manual de Orientação do Leiaute da ECD, a ECD pode ser assinada por procuração, desde que a procuração seja arquivada na Junta Comercial, no caso de empresas com registro em Junta Comercial, ou registrada em Cartório, no caso de sociedades não empresárias.

5. Além disso, das aproximadamente 500 mil pessoas jurídicas potenciais declarantes da ECD, 170 mil já fizeram a entrega.

6. A prorrogação do prazo estipulado com razoável antecedência é um desestímulo aos contribuintes ciosos das suas responsabilidades que estão entregando a ECD no prazo regulamentar, além de criar falsas expectativas futuras de novas prorrogações que prejudicam a relação de transparência e confiança entre o Fisco e os contribuintes.  

Atenciosamente

IÁGARO JUNG MARTINS

Subsecretário de Fiscalização

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NF-e - Manual de Orientação do Contribuinte versão 6.0 Minuta Pessoal,

Publicada a minuta do MOC da NF-e versão 6.0, que ficará à disposição de sugestões até 31 de julho.

15/06/2015 - Atenção: Minuta da versão 6.0 do Manual de Orientação do Contribuinte - NF-e (MOC NF-e)

A versão 6.0 do MOC NF-e será publicada durante o segundo semestre do ano de 2015, contendo todas as alterações introduzidas no sistema da NF-e que tenham sido publicadas até o final do ano de 2014.

A presente minuta está sendo publicada com o objetivo de que empresas emitentes e empresas provedoras de soluções de informática tenham conhecimento do texto e realizem avaliações antes de ser liberada a versão final e oficial.

Eventuais correções a serem realizadas no texto do Manual poderão ser enviadas para a caixa postal [email protected] até 31 de julho de 2015. Este canal de comunicação não deve ser utilizado para envio de sugestões de novidades, seja relacionadas com a estrutura do XML, seja relacionadas com regras de validação, mas tão somente caso seja encontrado na minuta do MOC NF-e algum problema que possa inviabilizar a correta utilização da NF-e por parte do contribuinte emitente.

Link para a Manual de Orientação do Contribuinte - versão 6.00 - Minuta

Assinado por: Coordenação Técnica do ENCAT

Fonte: SPED Brasil

NF-e - Confaz divulga ato que fixa até 31.08.2015 a dispensa de emissão da NF-e por estabelecimento varejista Por meio de ato do Confaz foi divulgado o Protocolo ICMS nº 44/2015, que altera o Protocolo ICMS nº 42/2009, o qual dispõe sobre a obrigatoriedade da utilização de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) pelo critério do Código Nacional de Atividade Econômica (CNAE) em operações com os destinatários que especifica, com efeitos a partir de 1º.08.2015.

A obrigatoriedade de emissão da NF-e em operações com destinatário localizado em Unidade da Federação diversa daquela do emitente não se aplica, até 31.08.2015, a estabelecimento de contribuinte exclusivamente varejista, nas operações com os CFOP 6.201, 6.202, 6.208, 6.209, 6.210, 6.410, 6.411, 6.412, 6.413, 6.503, 6.553, 6.555, 6.556, 6.661, 6.903, 6.910, 6.911, 6.912, 6.913, 6.914, 6.915, 6.916, 6.918, 6.920 e 6.921.

(Despacho SE/Confaz nº 113/2015 - DOU 1 de 17.06.2015)

Fonte: Editorial IOB via José Adriano

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Câmara aprova MP que reajusta tabela do Imposto de Renda

18 de junho de 2015

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (17), a Medida Provisória 670/15, que concede um reajuste escalonado por faixas das tabelas do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF), variando de 6,5% a 4,5%. A matéria, aprovada na forma do projeto de lei de conversão do senador Eunício Oliveira, será enviada ao Senado.

Os reajustes valem a partir de abril de 2015 e surgiram de negociações do governo com o Congresso para manter o veto ao reajuste linear de 6,5% para toda a tabela.

Valores das faixasOs quatro valores que compõem as cinco faixas da tabela tiveram reajustes de 6,5%, 5,5%, 5% e 4,5%. O maior reajuste atinge a faixa isenta do tributo, que passou de R$ 1.868,22 para R$ 1.903,98. A última faixa foi reajustada em 4,5% e ficou em R$ 4.664,68.

Todos os contribuintes são beneficiados porque o Imposto de Renda incide sobre faixas salariais. Ou seja, uma pessoa que ganha R$ 5 mil é isenta na primeira faixa e depois sofre a incidência das quatro alíquotas da tabela de acordo com cada faixa.

Na tabela, para fazer o cálculo de maneira mais fácil, basta o contribuinte aplicar a alíquota correspondente ao seu salário e diminuir a “parcela a deduzir”.

DeduçõesA MP também altera as deduções mensais e as da declaração anual de ajuste do IR. A dedução mensal para os contribuintes com 65 anos ou mais que recebem rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios passou de R$ 1.787,77 entre janeiro e março deste ano para R$ 1.903,98 a partir de abril.

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Para a dedução mensal com dependentes, o valor foi de R$ 179,71 no primeiro trimestre e ficou em R$ 189,59 a partir de abril.

No caso das despesas com educação, a dedução da declaração anual passou de R$ 3.375,83 na declaração deste ano para R$ 3.561,50 na declaração de 2016.

Já a dedução com dependentes vai de R$ 2.156,52 para R$ 2.275,08.

O desconto máximo para quem preenche a declaração simplificada vai passar de R$ 15.880,89 na declaração deste ano para R$ 16.754,34 em 2016.

Segundo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o impacto do novo reajuste da tabela do Imposto de Renda nas contas do governo será de R$ 6 bilhões, R$ 1 bilhão a mais que a proposta original, de 4,5% lineares.

Apenas a dedução dos rendimentos de idosos foi aumentada em 6,5%, as demais tiveram aumento de 5,5%.

Livros de professoresEmenda do deputado Rubens Bueno (PPS-PR), aprovada pelo Plenário por 222 votos a 199, permite aos professores deduzir da base de cálculo da declaração de ajuste do IRPF as despesas com a compra de livros para si e seus dependentes.

Óleo dieselOutra emenda aprovada pelos deputados, de autoria do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), concede isenção de PIS/Pasep e da Cofins sobre o óleo diesel. O texto contou com o voto favorável de 231 deputados, contra 143 votos.

A intenção é atender a reivindicação do movimento dos caminhoneiros para diminuir os custos da categoria.

Seguro-safraDas 167 emendas apresentadas à MP 670/15, a única acatada pelo relator autoriza o Executivo a conceder subvenção econômica ao seguro rural contratado em 2014.

O dispositivo torna eficaz a suplementação orçamentária de R$ 300 milhões anunciada pela presidente Dilma Rousseff em meados do ano passado, e aprovada pelo Congresso Nacional em dezembro de 2014. O seguro atenderá agricultores familiares que enfrentam estiagem em estados do Nordeste.

O governo federal responde por 90% do valor do seguro safra, que recebe 6% dos estados, 3% dos municípios e 1% do pequeno produtor da área do semiárido.

Conheça a tramitação de medidas provisórias.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

MPV-670/2015

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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EMPRESAS SÃO OBRIGADAS A INFORMAR A DLPA NO SPED CONTÁBILPor Daniel Álvaro - Solution Consultoria-17/06/2015

DLPA x Obrigatoriedade

A DLPA é um demonstrativo contábil que evidencia as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados do Patrimônio Líquido.

Primeiramente vale destacar que a Lei das S/As apenas dispensa a elaboração da DLPA se a companhia elaborar a DMPL (Demonstração das Mutações do Patrimônio Liquido), já que as variações nos lucros e prejuízos estarão obrigatoriamente contidas nesta.

O Regulamento do Imposto de Renda em seu art.  274,  determina que ao fim de cada período de incidência do imposto, o contribuinte deverá apurar o lucro líquido mediante a elaboração do balanço patrimonial, da demonstração do resultado do período de apuração e da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.

 Composição

A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:

a)   O saldo do início do período;b)   Os ajustes de exercícios anteriores;c)   As reversões de reservas;d)   As transferências para reservas;e)   A distribuição de lucros e dividendos;f)    A parcela dos lucros incorporada ao capital;g)   O lucro líquido do exercício;h)   O saldo ao fim do período.

 Ajustes de Períodos Anteriores

São Considerados ajustes de exercícios anteriores apenas os efeitos decorrentes da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.

 Constituição de Reservas

Na Constituição de reservas devem ser observadas as normas contidas na Seção II, Capitulo XVI da Lei das S/As, em síntese as Reservas são:

Reserva Legal; Reserva Estatutária ou Contratual; Reserva para Contingência; Reserva de Incentivos Fiscais; Reserva de Lucros a Realizar; Reserva de Capital; Reserva de Lucros.

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 Reversão de Reservas

As reversões de reservas correspondem às alterações ocorridas nessas contas mediante a reversão de valores para a conta Lucros Acumulados, em virtude daqueles valores não serem mais utilizados.

Esses valores também podem ser revertidos para amortização de prejuízo apurado no Exercício, observando a ordem descrita no art. 189 da Lei 6404.

 Distribuição de Lucros

Uma vez apurado o lucro liquido do exercício, antes de qualquer distribuição, deve ser deduzido o IRPJ e a CSLL e os prejuízos acumulados no PL da empresa.

Lembramos também que as empresas que possuírem débitos com a União e com a Previdência e Assistência Social não podem distribuir lucros a seus sócios ou quotistas, sob pena de multa de 50% das quantias distribuídas indevidamente, limitado a 50% do valor do debito

 Incorporação de Lucros ao Capital

A pessoa jurídica poderá incorporar ao Capital Social os lucros, as reservas e os juros sobre o capital próprio creditado aos sócios na forma da lei.

 SPED Contábil

As empresas obrigadas a Escrituração Contábil Digital devem informar no Registro J210 da ECD a demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) ou a Demostração de Mutações do Patrimônio Liquido quando esta substituir a elaboração da DLPA.

  Base Legal-Art. 32 Lei 4.357/1964-Art. 889 do RIR/1999-Art. 52 Lei nº 8.212/1991-Lei 6404/1976

Com diesel isento de PIS/Cofins, Câmara aprova reajuste da tabela do IR

18 de junho de 2015

Os deputados rejeitaram os destaques ao projeto que previam o aumento de 6,5% a todas as faixas de tributação do IRPF, mas aprovaram por 222 votos a favor

A Câmara dos Deputados aprovou nessa quarta-feira (17) a Medida Provisória (MP) 670/2015 que reajusta a tabela mensal do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). A medida foi aprovada depois que os deputados concluíram a votação dos temas da reforma política. O texto segue agora para o Senado.

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Os deputados rejeitaram os destaques ao projeto que previam o aumento de 6,5% a todas as faixas de tributação do IRPF, mas aprovaram por 222 votos a favor, 199 contrários e duas abstenções, uma emenda que concede isenção de imposto em despesas com a aquisição de livros por professores e seus dependentes para a sua formação. O valor, que se encaixa no campo das deduções com educação, poderá chegar a R$ 3.561,50 a partir do ano-calendário 2015.

Mesmo sendo matéria considerada estranha à medida, os deputados também aprovaram, por 231 votos a favor e 143 contrários, uma emenda que isenta o óleo diesel do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). “A matéria é estranha, ela não deveria ter sido aprovada na comissão mista que analisou a medida. Mas não compete a mim retirar”, disse o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A emenda foi proposta por integrantes da bancada do agronegócio. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que a aprovação desconsiderou um acordo firmado entre os líderes para a votação da MP. “Essa matéria é estranha e fere o acordo que fizemos para votar o reajuste na tabela do Imposto de Renda, após o veto da presidenta Dilma.”

A MP concede reajuste escalonado das bases de cálculo da tabela progressiva do Imposto de Renda. O reajuste vai de 4,5%, para a faixa de renda mais alta, a 6,5%, para a faixa de renda mais baixa (isenta). A renda mensal máxima para isenção passa a ser R$ 1.903,98.

Os reajustes são referentes a abril deste ano e surgiram de negociações do governo com o Congresso para manter o veto ao reajuste linear de 6,5% para a tabela.

A aprovação da MP, que estava trancando a pauta da Casa, abre caminho para a votação, hoje (18), do projeto de lei (PL 863/2015) que altera as regras de desoneração da folha de pagamento concedida a 56 setores da economia, um dos itens do chamado ajuste fiscal. Antes, os deputados têm que votar dois projetos do pacote anticorrupção do governo federal.

Fonte: Folha Vitória

Receita quer substituir PIS/Cofins por novo tributo

16 de junho de 2015

Outra medida em estudos no Ministério da Fazenda é o fim de várias declarações que as empresas precisam entregar ao governo, a começar pela declaração de Imposto de Renda

POR SYLVIO COSTA

Agência BrasilIdeia da Receita é que mudanças passem a valer já em 2016A Receita Federal estuda mudanças que poderão levar à extinção do chamado PIS/Cofins, fonte de mais de 20% dos recursos tributários da União (cerca de R$ 86 bilhões dos R$ 414 bi arrecadados de janeiro a abril de 2015). A ideia é substitui-lo por uma só contribuição social, com alíquota única. O objetivo é aprovar a mudança no Congresso neste ano para que ela entre em vigor no início de 2016.

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O impacto sobre o valor total recolhido pelas empresas deverá ser neutro, acredita a Receita, para quem a medida reduzirá os custos administrativos dos contribuintes. Isso porque vai simplificar uma tributação cuja complexidade é amplamente reconhecida pelo Ministério da Fazenda, órgão ao qual é vinculada a Secretaria da Receita Federal.

Essa barafunda legal a que dão o nome de PIS/Cofins inclui regimes diferenciados de tributação, tratamento específico para vários setores da economia e diversidade de alíquotas. No caso da Cofins, a mais alta chega a 7,6% sobre o faturamento da empresa, o que leva a alíquota máxima dos dois tributos para 9,25%.

Um dos aspectos mais controversos desse modelo de tributação é que ele permite em tese compensar determinados créditos, relativos aos custos acumulados pelas empresas ao longo da cadeia produtiva. Na prática, suas regras são tão complicadas que muitos contribuintes acabam não fazendo as compensações a que têm direito. A Receita acena com uma fórmula que simplificará esse processo, viabilizando a efetiva compensação de todos os custos incorridos.

Se o plano da Receita der certo, serão aposentadas a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) – que em seu conjunto ficaram conhecidos pela sigla PIS/Cofins.

Fim de declarações

Também na linha da simplificação tributária, os técnicos da área trabalham numa proposta de eliminação de diversas declarações que as empresas são obrigadas a prestar atualmente ao governo. Entre elas, a declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ). Cogita-se até mesmo de pôr fim à Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que toda pessoa jurídica é obrigada a mandar a cada ano para o Ministério do Trabalho.

Declarações do gênero formam algumas das chamadas “obrigações acessórias”. Isto é, todos os trâmites burocráticos associados a tributos ou a registros legais que qualquer organização existente no país é forçada a seguir para se manter em dia com o Fisco e outras instituições de Estado: regras para emissão de notas fiscais, envio de informações, escrituração de livros contábeis etc. Tais obrigações fornecem um manancial riquíssimo de informações, inclusive para facilitar a investigação fiscal. Mas respondem por parte expressiva do labirinto normativo que é a marca da legislação tributária brasileira.

Mudar parte dessa infernal realidade será possível por causa da modernização do processamento dos dados informados pelos contribuintes. “Com a nota fiscal eletrônica, por exemplo, aquilo que é informado pelo contribuinte entra imediatamente na base de dados. Isso permitirá, por meio do cruzamento de informações ou da integração de diferentes sistemas, eliminar várias exigências, simplificando sobremaneira a vida do contribuinte”, explica um técnico envolvido nos estudos.

Levy e sua inglória cruzada

Condenar várias das tais obrigações acessórias à lata de lixo, acredita o Ministério da Fazenda, pode contribuir para criar um cenário mais propício à retomada dos investimentos, num momento especialmente complicado.

Joaquim Levy, o ministro da Fazenda já comparado a Cristo pelo vice Michel Temer, segue numa inglória cruzada para ajustar as contas públicas, respaldado quase exclusivamente pelo apoio da presidente Dilma Rousseff. A conjuntura econômica, como se sabe, é de encrenca de A a Z.

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No A de arrecadação, a Fazenda vê a recessão reduzir o dinheiro dos impostos recolhidos pela população, tornando mais difícil para o Brasil alcançar suas metas fiscais (1,2% do PIB neste ano). Na letra Z, multiplicam-se os zangões interessados em avançar sobre o dinheiro público. Zangões, no mundo animal, são os machos parasitas que não fabricam mel, mas comem aquele produzido pelas outras abelhas. No Brasil de hoje, aproveitam o momento de fraqueza de um governo que errou feio na condução da economia nos últimos quatro anos para investir furiosamente contra o Tesouro Nacional. Integram essa vasta galeria políticos chantagistas, empresários incapazes de sobreviver sem acesso às generosas tetas oficiais e ministros convertidos à lógica do salve-se quem puder.

Hostilizado pelo PT, Levy representa a única chance que se consegue visualizar no horizonte atual de o partido e Dilma superarem os desafios do presente. Apesar disso, é boicotado noite e dia. Ora por petistas, que resistem a engolir a receita econômica ortodoxa que lhes foi enfiada pela goela. Ora por ministros ou funcionários federais de segundo e de até terceiro escalão, que se veem no direito de falar como se fossem ministros da Fazenda, sem que esse comportamento tenha aqui merecido a resposta adequada do Planalto. Ora pelo oportunismo da dupla Renan/Cunha, que tem obtido indiscutível sucesso na estratégia de produzir cascas de banana para o governo com o objetivo de esconder do distinto público o fato de que sua condição de suspeitos na Lava Jato (afora as suspeitas acumuladas ao longo de suas trajetórias políticas) lhes tira qualquer condição moral de presidir Senado e Câmara.

Por isso, a Fazenda vê uma vantagem a mais na alternativa oferecida pela revisão das obrigações acessórias. É possível acabar com elas sem autorização do Congresso, já que podem ser extintas por instrumentos legais como portaria ministerial, instrução normativa da Receita ou – no caso da Rais – decreto presidencial.

Quanto a Levy, segue sob questionamento à esquerda e à direita. No primeiro caso, por causa dos custos sociais do ajuste econômico e pela condenação à política de juros altos, que fará o Brasil gastar neste ano mais de R$ 400 bilhões apenas para pagar os encargos de uma dívida pública que passa de R$ 3,5 trilhões. E à direita, apesar do apoio que o ministro recebe do setor financeiro e do grande empresariado, é crescente a desconfiança de que lhe faltará apoio político para promover um ajuste do tamanho que o descontrole das contas governamentais exige. Num caso e no outro, o que ninguém apresentou até agora – nem mesmo a oposição, que não se cansa de bater nele – é uma proposta concreta para enfrentar a crise de outra maneira.

Fonte: Congresso em Foco

Justiça Federal determina redução de alíquota de COFINS para corretora de seguros Em 03/06/2015 foi publicada sentença em sede de mandado de segurança pela 1ª Vara Federal da Subseção de Varginha (MG) concedendo a segurança para uma corretora de seguros de Varginha para que recolha COFINS com alíquota reduzida de 4% para 3%.

 A ação impetrada pelo escritório João Carlos de Paiva Advogados Associados teve como premissa o entendimento equivocado da Receita Federal do Brasil que equiparava as corretoras de seguros como entidades financeiras e operadoras de seguro, acarretando, assim, na majoração da alíquota de COFINS de 3% para 4% sobre o faturamento.

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 Ocorre que todas as sociedades previstas no § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212/91 são instituições financeiras, ou a elas equiparadas. Já a corretagem de seguros, disciplinada pelo Decreto-Lei 73/1966, é uma atividade de intermediação de negócios. A sociedade age em nome próprio, com o objetivo de vender contratos de seguro entre as seguradoras e terceiros. Não há como confundir corretora de seguros com instituição financeira ou equivalente.

 Desta forma, ao analisar a questão, o Juiz Federal utilizou para fundamentar sua decisão recente julgado do STJ que determinou a redução das alíquotas de COFINS de 4% para 3% em relação às corretoras de seguros.

 Esta recente decisão trata-se de um grande precedente para as demais corretoras de seguros da região que devem buscar junto ao Poder Judiciário a restituição dos valores indevidamente recolhidos a título de COFINS com a alíquota majorada, valores estes recolhidos indevidamente nos últimos 5 (cinco) anos, tendo em vista o entendimento do STJ sobre a matéria e agora acompanhado pelo entendimento da Justiça Federal de Varginha. 

Por Flávio Corrêa Reis

Ministro do Desenvolvimento defende mudanças em sistema tributário ‘quase caótico’

17 de junho de 2015

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, defendeu nesta terça-feira (16) mudanças no sistema tributário, que considerou “quase caótico”. Ao participar de audiência pública conjunta das comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Ciência e Tecnologia (CCT), o ministro, que é senador licenciado, reconheceu que o Brasil tem um sistema complexo e disfuncional, que ainda tributa investimento e exportação, ao contrário da maioria dos países.

A simples eliminação de muitas das chamadas obrigações acessórias, como são chamadas rotinas burocráticas exigidas das empresas pelo governo, poderia gerar melhoria no ambiente de negócios no Brasil, conforme avaliação do ministro. Um dos exemplos citados ocorre nas contribuições para o PIS/Cofins, pois “convivem muitos regimes diferentes no mesmo ambiente” – o cumulativo, o não cumulativo e o de créditos presumido.

O ministro informou que estão avançados os estudos para a implantação, na cobrança do PIS/Cofins, de um sistema semelhante ao modelo europeu do imposto sobre valor adicionado (IVA), ou seja, o pagamento em cada uma das fases do processo de produção. Para o ministro trata-se de um “sistema muito simples de apropriação, débito e crédito”.

Armando Monteiro deixou claro que a mudança “não se traduzirá numa desoneração a curto prazo, mas vai ajudar imensamente o ambiente de operação das empresas”.

Em resposta ao senador Flexa Ribeiro, o ministro disse que é fundamental que a ação dos agentes da federação se harmonize com os objetivos da própria federação. Citou o caso da energia, que sofre pesada tributação em alguns estados, “afetando a competitividade da produção nacional”.

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Armando Monteiro disse que a discussão do sistema tributário envolve, portanto, o pacto federativo, porque “os estados precisarão de compensações ao abrir mão de bases tradicionais de tributação”. O ministro defendeu também a redução das alíquotas interestaduais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que considerou um dos entraves à competitividade.

O senador Tasso Jereissati afirmou que o problema não é só desonerar, mas simplificar “para que as pessoas possam trabalhar”. Na avaliação do parlamentar, a mudança não poderá se restringir ao ICMS, sob o risco de empurrar o problema para “o lado mais fraco da questão”, os estados.

Reintegra

O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) perguntou a razão de o governo não estar ressarcindo as companhias com o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra). Esse regime tem por objetivo devolver, parcial ou integralmente, o resíduo tributário remanescente na cadeia de produção de bens exportados.

Ao regulamentar o Reintegra com o Decreto 8.415/2015, o governo federal reduziu esse crédito, que era de 3%, para 1%, entre 1º de março de 2015 e 31 de dezembro de 2016.

Armando Monteiro disse que, na discussão do ajuste das contas públicas, alguns setores defenderam o fim do Reintegra, porque, com a flutuação do câmbio, o setor exportador já teria obtido uma compensação. Ele disse ter lutado “de maneira muito efetiva” dentro do governo, pela manutenção do mecanismo, que acabou tendo a redução de 3% para 1%.

Exportação de serviços

Questionado por vários senadores, como Gleisi Hoffmann, Ana Amélia e Omar Aziz, o ministro defendeu o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à exportação de serviços de engenharia. Esse apoio ajudou obras como o Porto de Mariel, em Cuba, e o Metrô de Caracas, na Venezuela, entre outras.

Armando Monteiro lamentou o que considerou “debate enviesado” da questão e observou que as exportações de serviços recebem apoio de agências especializadas nesse tipo de financiamento em todo o mundo. A atividade, acrescentou, tem um ciclo longo, que se desenvolve por vários anos.

— O financiamento é mais importante do que o próprio preço do serviço. Se não houver um mecanismo de financiamento adequado, não se exportam serviços de engenharia.

Plano nacional

O ministro disse que está ultimando a proposta de um Plano Nacional de Exportação, que será lançado ainda este mês. Um dos pilares é a adoção de uma política comercial mais ativa, que reconheça a América do Norte como um mercado importante para o país. O objetivo é retirar o Brasil da condição de economia ainda fechada – apenas 20% do produto interno bruto (PIB) são exportados, marca que corresponde à metade do que pratica a maioria dos países desenvolvidos.

Um dos obstáculos a serem removidos é representado pelas barreiras não tarifárias e, para isso, ele prometeu trabalhar para a “harmonização de normas técnicas” que impedem a entrada de produtos brasileiros nos Estados Unidos. Outro alvo é uma “ampla integração” com os países da Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, México, Peru e Costa Rica) e a conclusão do acordo dos blocos Mercosul-União Europeia.

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Diante de uma “assimetria muito grande” entre os países que integram o Mercosul, Armando Monteiro considerou um desafio “construir uma posição de harmonização” nesse bloco para levar à negociação com a União Europeia. Apesar disso, considerou o Mercosul “um casamento indissolúvel que precisa discutir a relação permanentemente”.

Concessões

O ministro considerou o programa de concessões do governo federal “absolutamente amigável” ao mercado, com “a compreensão de que não se podem criar modelos artificiais, querendo impor taxas de retornos que não sejam compatíveis com a realidade do mercado”.

O relançamento desse plano, na avaliação de Armando Monteiro, ajuda a estimular os investimentos, com a participação do setor privado.

A audiência conjunta da CAE e da CCT, que durou quatro horas e 30 minutos, foi requerida pelos senadores Douglas Cintra e Cristovam Buarque.

Fonte: Agência Senado

STF nega modulação em decisão que veta ICMS sobre importações por leasing

18 de junho de 2015

O Supremo Tribunal Federal rejeitou o pedido de modulação feito pelo estado de São Paulo na decisão do Recurso Extraordinário na qual o STF definiu que não incide ICMS sobre operação de importação feita por meio de arrendamento mercantil (leasing). Segundo a decisão, o estado de São Paulo não comprovou os impactos à ordem pública alegados.

O Recurso Extraordinário 540.829 foi ajuizado pelo governo de SP para pedir o reconhecimento da constitucionalidade da incidência do ICMS sobre operações de importação de mercadorias, sob o regime de arrendamento mercantil internacional.

No entanto, os ministros, por maioria, negaram o recurso. Na ocasião, prevaleceu o voto do ministro Luiz Fux. Segundo ele, “não incide o ICMS importação na operação de arrendamento internacional, salvo na antecipação da opção de compra, dado que a operação não implica a transferência da titularidade do bem”.

Com a decisão, o Supremo Tribunal Federal impediu que os estados continuassem a cobrar o ICMS sobre importações em que não havia transferência de propriedade dos bens importados.

O estado de São Paulo ingressou com Embargos de Declaração alegando que houve erro material nos votos vencedores e pedindo a modulação dos efeitos da decisão, assegurando que os valores já recolhidos pelas fazendas estaduais antes da decisão do Supremo fossem mantidas.

Alegou que o impacto da decisão “geraria, retroativamente, a perda de arrecadação desde 2010 a setembro de 2014, com inevitável influxo sobre a implementação de políticas públicas”.

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Os pedidos, porém, foram negados pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. Primeiro os ministros apontaram que não foi apresentada obscuridade, contradição ou omissão no acórdão questionado que justificasse os embargos de declaração.

Quanto ao pedido de modulação, o ministro relator Luiz Fux afirmou que, embora o estado de São Paulo alegue que haveria uma perda de mais de R$ 200 milhões, impactando as políticas políticas, não houve qualquer comprovação de quais seriam essas políticas afetadas.

“Não obstante, não traz qualquer respaldo material a robustecer tal assertiva, assim como não comprova quais políticas públicas seriam afetadas pela decisão objurgada, ao fazer ilações genéricas e destituídas de suporte probatório mínimo, o que afasta a possibilidade de modulação”, diz o ministro em seu voto.

Fonte: Conjur

Sped-ECF: Receita Federal publica a versão 1.0.3 do programa da Escrituração Contábil Fiscal (ECF) com a correção de erros da versão 1.0.2.15 jun 2015 - Contabilidade / Societário

A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) informou em seu sitío (www.receita.fazenda.gov.br) que foi publicada a versão 1.0.3 do programa da Escrituração Contábil Fiscal (ECF) com a correção de erros da versão 1.0.2.

Fonte: Portal SPED

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NF-e – NT 2015.001 V.10 – Controle de Remessa e Retorno – prorrogação da suspensão do ICMS na remessa para industrialização após decorridos 180 diasPosted by Robson de Azevedo em 17 de junho de 2015

Publicada a nova versão da NF-e NT 2015.001 v10

A referida nota apresenta diversas alterações, e dentre elas a correção do prazo de entrada em produção:

· Ambiente de Homologação (ambiente de testes das empresas): 26/10/2015;

· Ambiente de Produção: 30/11/2015;

Resumo

Esta Nota Técnica apresenta a especificação técnica necessária para a implementação do pedido de prorrogação da suspensão do ICMS na remessa para industrialização após decorridos 180 dias.

O Evento de pedido de prorrogação substitui uma petição em papel do contribuinte, frente à administração pública, com um arquivo xml assinado.

O evento será utilizado pelo contribuinte e o alcance das alterações permitidas é definido no CONVÊNIO AE-15/74:

“Os Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal, reunidos em Brasília, DF, no dia 11 de dezembro de 1974, resolvem celebrar o seguinte CONVÊNIO.

(…)

Cláusula primeira Os signatários acordam em conceder suspensão do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias nas remessas interestaduais de produtos destinados a conserto, reparo ou industrialização, desde que as mesmas retornem ao estabelecimento de origem no prazo de 180 (cento oitenta) dias, contados da data das respectivas saídas, prorrogáveis por mais cento e oitenta dias, admitindo-se, excepcionalmente, uma segunda prorrogação de igual prazo.

(…)

§ 1º O disposto nesta cláusula não se aplica às saídas de sucatas e de produtos primários de origem animal, vegetal ou mineral, salvo se a remessa e o retorno se fizerem nos termos de protocolos celebrados entre os Estados interessados.

§ 2º A suspensão nas remessas interestaduais para industrialização promovidas por estabelecimentos localizados no Estado de Mato Grosso do Sul fica condicionada à existência de autorização específica concedida pela Secretaria de Estado de Fazenda desse Estado.

(…)

Cláusula segunda O presente Convênio passa a vigorar a partir de 1º de janeiro de 1975.

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(…)

Signatários: AC, AL, AM, BA, CE, DF, ES, GB, GO, MA, MG, MT, PA, PB, PE, PI, PR, RJ, RN, RS, SC, SE e SP.”

As UFs que determinarem em sua legislação local a suspensão do ICMS podem utilizar o mesmo recurso para receberem os pedidos de prorrogação de operações internas.

Mais informações no link: http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/exibirArquivo.aspx?conteudo=PVvR01d6%20s8=

Fatores que impedem uma pessoa de ser administradora de uma sociedade limitadaSaiba que obstáculos legais você pode enfrentar antes de se tornar um administrador de uma LTDA

Para quem não é muito familiarizado com o mundo corporativo, e até mesmo para alguns empreendedores, os critérios que um postulante a administrador de uma sociedade limitada precisa preencher são restritos, simplesmente, às sua habilidades gerenciais e administrativas. Mas isso é um equívoco. Não é apenas às demandas da empresa que o profissional precisa atender. A lei brasileira estabelece uma série de fatores que precisam ser levados em conta e impõe uma série de impedimentos ao exercício dessa função.

Conforme consta no Manual de Registro da Sociedade Limitada, da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, do Governo Federal, há pelo menos 15 configurações que impedem um profissional de ser nomeado administrador de uma empresa desse tipo. Cada situação dessas tem ainda outros pontos específicos.

Pessoas condenadas a penas que vedem, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, ficam proibidas de administrar sociedades limitadas. Os condenados por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão e peculato também ficam impedidos. A regra vale também para os responsáveis por crimes contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra relações de consumo, a fé pública ou a propriedade.

Estrangeiros

Os estrangeiros que se naturalizaram brasileiros há menos de 10 anos também não podem ser administradores de sociedades limitadas, no caso de a empresa em questão ser do segmento jornalístico ou radiodifusão. O mesmo vale para estrangeiros sem visto permanente. No caso das companhias de comunicação, a restrição é válida para estrangeiros em qualquer hipótese.

As pessoas jurídicas estrangeiras que possuem terras dentro da chamada Faixa de Fronteira (150 km de largura ao longo das fronteiras terrestres) também não podem administrar sociedades limitadas no Brasil.

 

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Servidores públicos

Chefes do executivo, legislativo e judiciário, em qualquer instância, também não podem administrar sociedades limitadas. O mesmo vale para os membros do Ministério Público e magistrados. Servidores públicos federais, sejam eles civis ou militares, também são impedidos. No caso dos funcionários estaduais e municipais, as leis locais é que regem essa questão.

Outros casos

Empreendedores falidos que ainda não constem oficialmente como reabilitados, leiloeiros, menores de 16 anos, portadores de deficiência mental, dependentes químicos comprovados e cônsules remunerados (nesse caso, a restrição é válida para a região abrangida por sua atuação diplomática) também não podem ser administradores de sociedades limitadas.

Link: http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/fatores-que-impedem-uma-pessoa-de-ser-administradora-de-uma-sociedade-limitada/102110/

OCORRE INCIDÊNCIA DE PIS/COFINS SOBRE OS ATOS IMPRÓPRIOS PRATICADOS POR COOPERATIVASPor unanimidade, a 8ª Turma do TRF da 1ª Região reformou parcialmente sentença do Juízo Federal da 1ª Vara da Subseção Judiciária de Varginha (MG) que, nos autos de embargos à execução proposto por uma Cooperativa de Usuários de Assistência Médica, declarou extinto o débito exigido pela União.

Na apelação, a Fazenda Nacional sustenta haver ilegalidade ao tratamento tributário diferenciado dado à cooperativa ao argumento de que “o artigo 69 da Lei 9.532/1997 não instituiu nova fonte de custeio da seguridade social, o que tornaria imprescindível sua veiculação por lei complementar.

  Art. 69. As sociedades cooperativas de consumo, que tenham por objeto a compra e fornecimento de bens aos consumidores, sujeitam-se às mesmas normas de incidência dos impostos e contribuições de competência da União, aplicáveis às demais pessoas jurídicas.

Ao contrário, a regra alude a tributos já existentes, cobrados de outras sociedades e não exigidos das cooperativas até então, por uma questão de política legislativa. Na verdade, aludida regra apenas estendeu a obrigação tributária existente às cooperativas que desenvolvem atividade de consumo”.

O recorrente defende ainda que as sociedades cooperativas de consumo, que tenham por objeto a compra e o fornecimento de bens aos consumidores, sujeitam-se às mesmas normas de incidência dos impostos e contribuições de competência da União, aplicáveis às demais pessoas jurídicas.

Decisão

Em seu voto, a relatora, desembargadora federal Maria do Carmo Cardoso, explicou que, em sede de cooperativa, todas as receitas são revertidas aos cooperados, assim como todas as despesas da sociedade são rateadas proporcionalmente entre eles. As sobras não são o objetivo das cooperativas e não podem ser equiparadas ao lucro.

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“Dessa forma, a contribuição para o PIS e COFINS não incide sobre os atos cooperativos típicos ou próprios, definidos no art. 79 da Lei 5.764/1979, uma vez que não constituem operação de mercado nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria”, disse.

Art. 79. Denominam-se atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais.

A magistrada ressaltou, no entanto, que a receita auferida fora dos limites estabelecidos pelo estatuto social da cooperativa, ou daqueles cujo produto não se reverta às finalidades próprias da cooperativa, constituem base de cálculo para o PIS/COFINS.

“Ante o exposto, dou parcial provimento à apelação e à remessa oficial, apenas, para que incida a contribuição para o PIS/COFINS sobre os atos não cooperativos, ou seja, sobre aqueles serviços prestados por seus cooperados/associados a terceiros (atos impróprios ou extravagantes)”, finalizou a relatora. (Processo nº: 0002013-50.2005.4.01.3809/MG).

Fonte: TRF1 – 15.06.2015 – Adaptado pelo Mapa Jurídico.

SCP – Entrega da ECD – ObrigatoriedadeHá que se ressaltar que os campos 0000.CNPJ e 0030.CNPJ devem ser informados com o CNPJ da sócia ostensiva.

De acordo com a Instrução Normativa RFB no 1.420, de 19 de dezembro de 2013, as Sociedades em Conta de Participação (SCP) estão obrigadas a entregar a ECD.

Há que se ressaltar que os campos 0000.CNPJ e 0030.CNPJ devem ser informados com o CNPJ da sócia ostensiva. O CNPJ da SCP é informado no campo 0000.COD_SCP.

Além disso, a regra de obrigatoriedade de entrega da SCP deve considerar, primeiramente, a regra de obrigatoriedade em relação à forma de tributação (real ou presumido) e à condição de imune/isenta, conforme abaixo:

 Situação Obrigatoriedade de entrega da ECD

SCP tributada pelo lucro real Sim SCP tributada pelo lucro presumido, que distribuir, a título de lucros, sem incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), parcela dos lucros ou dividendos superior ao valor da base de cálculo do Imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita.

Sim

SCP imunes e isentas que, em relação aos fatos ocorridos no ano calendário, tenham sido obrigadas à apresentação da Escrituração Fiscal Digital das Contribuições, nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1º de março de 2012.

Sim

Demais SCP Não Link: http://guiatributario.net/2015/06/16/scp-entrega-da-ecd-obrigatoriedade/ Fonte: Blog Guia Tributário

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5 dicas para obter um planejamento tributário eficaz Presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike destaca alguns passos para redução do custo tributário às empresas

Publicado por Bruno Nesello Bosi - 4 dias atrás

Apontados por empresários como alguns dos principais entraves à gestão e ao desenvolvimento dos negócios no País, os tributos têm uma grande participação nas empresas representando, em média, 33% do seu faturamento bruto; 47% do total de custos e despesas e 52% do lucro. Assim, a elaboração de um projeto de planejamento tributário eficiente poderá proporcionar uma significativa economia às companhias e até mesmo alavancar a sua disponibilidade financeira.

Há ainda a burocracia tributária que é um custo muito significativo para as empresas brasileiras, pois chegam a comprometer, em média, 1% do seu faturamento para manter uma estrutura de funcionários, tecnologias e sistemas para ficar em dia com as obrigações junto ao Fisco.

“Ao elaborar uma planejamento tributário eficaz, as companhias poderão dispor de mais recursos para aumentar o potencial de seus negócios com novos investimentos”, avalia o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação - IBPT, João Elói Olenike, que tem algumas dicas para ser bem-sucedido neste processo.

1 - FAÇA O DIAGNÓSTICO

Realizar um minucioso diagnóstico fiscal da empresa ou do grupo de empresas é muito importante para identificar os pontos para obter a maior economia legal e geral de tributos possível. Nesta etapa é fundamental contar com a participação de tributaristas no processo operacional. “Além disso, é importante revisar periodicamente o plano e promover ajustes, sempre que necessário”, afirma o presidente-executivo do IBPT.

2 - INVISTA NA ANÁLISE

A análise deve considerar os custos envolvidos, o benefício a ser gerado e os riscos inerentes, para evitar equívocos no processo que possam gerar perdas para as empresas. Do contrário, poderá ser necessário analisar novamente a situação do negócio.

3 - PERSONALIZE

O planejamento tributário deve ser personalizado, pois até mesmo as empresas que atuam no mesmo segmento ou tenham o mesmo porte, tem políticas diferentes de organização e trabalho.

4 - ORGANIZE-SE

A desorganização é extremamente prejudicial à realização de um bom planejamento tributário. “Para evitar contratempos, é preciso estar com a Contabilidade em dia, manter práticas idôneas, bem como alinhar os processos internos para garantir o máximo de aproveitamento na elaboração do plano”, orienta o executivo.

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5 - PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO É LEGAL

O planejamento tributário é o conjunto de medidas contábeis, administrativas ou judiciais, dentro do âmbito da legalidade, com o objetivo de evitar, minimizar ou adiar a ocorrência do próprio fato gerador do tributo. “Não se pode confundir com sonegação fiscal, prática que está no âmbito da ilegalidade, ressalta Olenike. Como fazer um planejamento tributário, quero fazer planejamento tributário, fazendo planejamento tributário, o que é planejamento tributário, tributação nas empresas, saiba como reduzir impostos dentro da lei

Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação.

Ações em tesourariaResumo:

Analisaremos no presente Roteiro os procedimentos contábeis que as companhias deverão observar quando da aquisição de ações para permanência em tesouraria. Para Tanto, utilizaremos como base a Lei das S/A's, às normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que tratam do assunto, bem como, outras fontes citadas ao longo do trabalho.

1) Introdução:Regra geral, as empresas constituídas como sociedades anônimas não podem negociar com as próprias ações, salvo nas hipóteses expressamente autorizadas pela Lei das S/A's, quais sejam:

a. nas operações de resgate, reembolso ou amortização dessas ações, quando previsto em Lei;b. na aquisição, para permanência em tesouraria ou cancelamento, desde que até o valor do saldo de

lucros ou reservas, exceto a legal, e sem diminuição do Capital Social, ou por doação;c. na alienação das ações adquiridas nos termos da letra "b" e mantidas em tesouraria;d. na compra quando, resolvida a redução do Capital Social mediante restituição, em dinheiro, de

parte do valor das ações, o preço destas em bolsa for inferior ou igual à importância que deve ser restituída.

Interessante observar que a hipótese prevista na letra "b" é bem abrangente, pois permite a companhia adquirir no mercado suas próprias ações para futuro cancelamento ou mesmo para mantê-las em tesouraria com objetivo de aliená-las no futuro, desde que, é claro, haja saldo suficiente de lucros ou reservas em seu Patrimônio Líquido (PL) (1).

Oportuno ressaltar que essas ações, enquanto mantidas em tesouraria, não darão direito a dividendo nem a voto, sendo que serão retiradas definitivamente de circulação do mercado. Além disso, a companhia não poderá receber em garantia as próprias ações, salvo para assegurar a gestão dos seus administradores.

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Contabilmente, quando a companhia decidir adquirir ações para manter em tesouraria deverá registrá-la em conta específica redutora do Patrimônio Líquido (PL), intitulada "Ações em Tesouraria (PL)", ou similar, tendo como contrapartida a conta "Caixa (AC)" ou "Bco. c/ Movto. (AC)", ambas do Ativo Circulante (AC).

À medida que as ações forem sendo alienadas, tal operação gerará resultados positivos ou negativos e não devem integrar o resultado da companhia. Deste modo, caso a operação resulte lucro, tal valor deverá ser registrado a crédito de uma reserva de capital.

Por outro lado, caso a operação resulte em prejuízo, esse valor deverá ser debitado na mesma conta de reserva de Capital que sustentava as ações em tesouraria, qual seja, "Ações em Tesouraria (PL)".

Feitas essas breves considerações, partiremos nos próximos capítulos para uma análise mais detalhada dos procedimentos contábeis que as companhias deverão observar quando da aquisição de ações para permanência em tesouraria. Para Tanto, utilizaremos como base a Lei das S/A's, às normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que tratam do assunto, bem como, outras fontes citadas ao longo do trabalho.

Procuraremos também, apesar de não ser o objetivo central desse trabalho, dar uma breve pincelada nos aspectos fiscais e societários que envolvem essa operação.

Nota Tax Contabilidade:

(1) Vale registrar que, no caso das companhias abertas, a aquisição de ações para permanência em tesouraria deve respeitar, ainda, as disposições emanadas pela CVM.

Base Legal: Art. 30 da Lei nº 6.404/1976 (UC: 26/05/15).

2) Conceitos:

2.1) Ações em tesouraria:As ações em tesouraria são àquelas emitidas por uma companhia e que foram posteriormente adquiridas (recompradas), no mercado, por essa mesma companhia. Na maioria das vezes, a empresa opta pela recompra das ações como forma de obter ações para os programas de incentivo de empregados, ou para mais tarde serem dadas na forma de proventos aos acionistas da empresa, ou até mesmo para revede-la no futuro.

Base Legal: Tax Contabilidade (UC: 26/05/15).

2.2) Ações em circulação:Ações em circulação nada mais é do que aquelas ações representativas do capital da companhia aberta que estão circulando no mercado, ou seja, aquelas ações que são passíveis de negociação em Bolsas de Valores (ex.: Bovespa), não se considerando como tal àquelas de propriedade do acionista controlador, de diretores, de conselheiros de administração e as em tesouraria.

Desse conceito podemos extrair a seguinte equação:

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Ações em circulação = Total de ações - Ações do acionista controlador - Ações dos diretores e conselheiros de administração - Ações em Tesouraria

Base Legal: Tax Contabilidade (UC: 26/05/15).

3) Tratamento societário:Conforme visto na introdução desse trabalho, as companhias não poderão negociar com as suas próprias ações, salvo nas hipóteses expressamente autorizadas pela Lei das S/A's, quais sejam:

a. nas operações de resgate, reembolso ou amortização dessas ações, quando previsto em Lei;b. na aquisição, para permanência em tesouraria ou cancelamento, desde que até o valor do saldo de

lucros ou reservas, exceto a legal, e sem diminuição do Capital Social, ou por doação;c. na alienação das ações adquiridas nos termos da letra "b" e mantidas em tesouraria;d. na compra quando, resolvida a redução do Capital Social mediante restituição, em dinheiro, de

parte do valor das ações, o preço destas em bolsa for inferior ou igual à importância que deve ser restituída.

Base Legal: Art. 30, caput, § 1º da Lei nº 6.404/1976 (UC: 26/05/15) e; Art. 1º da Instrução CVM nº 10/1980 (UC: 26/05/15).

3.1) Observância das normas da CVM:Importante ressaltar que, no caso das companhias abertas, a aquisição de ações para permanência em tesouraria deve respeitar, sob pena de nulidade, as disposições emanadas pela CVM, que poderá subordiná-la à prévia autorização em cada caso.

Neste sentido, a CVM editou a Instrução CVM nº 10/1980 que veio a dispor sobre a aquisição por companhias abertas de ações de sua própria emissão, para cancelamento ou permanência em tesouraria, e respectiva alienação.

Base Legal: Art. 30, § 2º da Lei nº 6.404/1976 (UC: 26/05/15) e; Instrução CVM nº 10/1980 (UC: 26/05/15).

3.2) Dividendos e voto sobre ações em tesouraria:As ações adquiridas para permanência em tesouraria não darão direito a dividendo e à voto, enquanto mantidas nessa situação, sendo que serão retiradas definitivamente de circulação do mercado.

Além disso, a companhia não poderá receber em garantia as próprias ações, salvo para assegurar a gestão dos seus administradores.

Base Legal: Art. 30, §§ 3º a 5º da Lei nº 6.404/1976 (UC: 26/05/15).

3.3) Reservas disponíveis:Como visto anteriormente, para que uma companhia possa adquirir suas próprias ações no mercado com fito a mantê-las em tesouraria, ou até mesmo para futuro cancelamento, é necessário que tenha saldo suficiente em contas de lucros ou reservas para suportar o valor pago por essa aquisição. No caso das

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reservas, poderão ser utilizadas todas as reservas de lucros ou de capital disponíveis, com exceção da reserva:

a. legal;b. de lucros a realizar;c. de reavaliação (2);d. de correção monetária do capital realizado (ou integralizado) (3);e. especial de dividendo obrigatório não distribuído.

Interessante observar que, no caso da letra "a" (reserva legal) a proibição está expressa no artigo 30, § 1º, "b" da Lei nº 6.404/1976 e, no caso das demais proibições, é em virtude da natureza que essas contas de reserva possuem.

No caso das reservas de reavaliação, quando elas ainda existiam (2), sua destinação legal era transformar-se em lucros acumulados (ou em resultado do exercício), já que eram valores incrementados no PL por avaliação a preços de mercado, por essa natureza típica, consideramos que elas não devem ser consideradas para fins de verificação dos saldos para aquisição de ações no mercado.

Portanto, caso a companhia adquira ações em valores superiores ao saldo de lucros e reservas disponíveis, a mesma deverá alienar as ações excedentes.

Notas Tax Contabilidade:

(2) Vale registrar que, no caso da letra "c", a conta de reserva de reavaliação foi extinta a partir de 01/01/2008. Os saldos que por ventura existam nessa conta deverão ser mantidos até a sua efetiva realização ou devem ter sido estornados até 31/12/2008.

(3) Vale registrar que, no caso da letra "d", a correção monetária foi extinta a partir de 01/01/1996.

Base Legal: Art. 30, § 1º, "b" da Lei nº 6.404/1976 (UC: 26/05/15); Art. 4º da Lei nº 9.249/1995 (UC: 26/05/15); Art. 6º da Lei nº 11.638/2007 (UC: 26/05/15) e; Art. 7º da Instrução CVM nº 10/1980 (UC: 26/05/15).

3.4) Hipóteses de vedação:Importante registrar que a aquisição, de modo direto ou indireto, de ações de emissão da companhia, para permanência em tesouraria ou cancelamento, é vedada quando:

a. importar diminuição do Capital Social;b. requerer a utilização de recursos superiores ao saldo de lucros ou reservas disponíveis, constantes

do último Balanço Patrimonial;c. criar por ação ou omissão, direta ou indiretamente, condições artificiais de demanda, oferta ou

preço das ações ou envolver práticas não equitativas;d. tiver por objeto ações não integralizadas ou pertencentes ao acionista controlador;e. estiver em curso oferta pública de aquisição de suas ações.

Registramos, também, que as companhias abertas não poderão manter em tesouraria ações de sua emissão em quantidade superior a 10% (dez por cento) de cada classe de ações em circulação no mercado, incluídas neste percentual as ações existentes, mantidas em tesouraria por sociedades controladas e coligadas, salvo às hipóteses expressamente autorizadas ela CVM. Nesse sentido, analisar a Instrução CVM nº 10/1980.

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Base Legal: Arts. 2º e 3º da Instrução CVM nº 10/1980 (UC: 26/05/15).

4) Tratamento fiscal:No que se refere ao tratamento fiscal a ser dado às alienações de ações que se encontram em tesouraria, convêm verificar o que diz o RIR/1999 a respeito do assunto (4):

Art. 442. Não serão computadas na determinação do lucro real as importâncias, creditadas a reservas de capital, que o contribuinte com a forma de companhia receber dos subscritores de valores mobiliários de sua emissão a título de:

(...)

IV - lucro na venda de ações em tesouraria.

Parágrafo único. O prejuízo na venda de ações em tesouraria não será dedutível na determinação do lucro real.

Como podemos verificar no referido texto normativo, o resultado obtido com a alienação de ações em tesouraria não comporá o resultado da companhia, independentemente se a mesma obteve lucro ou prejuízo na operação. No caso de lucro, o valor da alienação não será computada na determinação do Lucro Real para fins de tributação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e, por outro lado, no caso de prejuízo, o valor não poderá ser deduzido na determinação do Lucro Real.

Na prática, tais valores não serão contabilizados à conta de resultado, mas sim, em conta de reservas de capital.

Nota Tax Contabilidade:

(4) Este tratamento fiscal aplica-se especificamente às companhias (sociedades anônimas), no caso de venda de quotas de Capital Social por parte das sociedades limitadas verem tratamento fiscal específico em nosso Guia do IRPJ e CSLL.

Base Legal: Art. 442, caput, IV, § único do RIR/1999 (UC: 26/05/15).

5) Tratamento contábil:As companhias ao adquirirem suas próprias ações para manterem em tesouraria não poderão registrá-las em conta do "Ativo Circulante (AC)", mesmo que tenham a intenção de aliená-las no futuro, pois estas ações representam direitos contra seu próprio Patrimônio Líquido (PL). Na verdade, a aquisição de ações de emissão própria e sua alienação são transações de capital da companhia com seus acionistas, não devendo, por esse motivo, afetar as contas de Ativo e/ou resultado da companhia.

Na operação consistente em adquirir ações próprias temos uma típica devolução de capital aos acionistas, por isso mesmo, a operação deve ser tratada como tal (Princípio da essência sobre a forma). Desta forma, a companhia deverá manter em seu Plano de Contas uma conta contábil, dentro do Patrimônio Líquido (PL), com a rubrica "Ações em Tesouraria (PL)", ou similar, que funcionará como conta retificadora, ou seja, como redutora do PL.

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Lembramos que os custos de transação incorridos na aquisição de ações próprias devem ser tratados como acréscimo do custo de aquisição de tais ações, sendo registrados, portanto, na conta "Ações em tesouraria (AC)". Já os custos de transação incorridos na alienação de ações em tesouraria devem ser tratados como redução do lucro ou acréscimo do prejuízo dessa transação, resultados esses contabilizados diretamente no Patrimônio Líquido (PL), também na conta "Ações em tesouraria (AC)", não afetando o resultado da companhia.

Base Legal: Itens 8 a 10 da Resolução CFC nº 1.313/2010 (UC: 26/05/15).

5.1) Exemplo Prático:Veremos nos próximos subcapítulos os lançamentos contábeis que deverão ser feitos pelas companhias quando da aquisição de ações de sua própria emissão para manterem em tesouraria, veremos, também, os lançamentos a serem feitos quando da alienação, com lucro ou prejuízo, dessas mesmas ações. Para tanto, utilizaremos a empresa fictícia Vivax S/A., cuja sede encontra-se no Município de Campinas/SP.

5.1.1) Aquisição de ações de sua própria emissão:

A título de exemplo, suponhemos que a empresa Vivax S/A. tenha adquirido 200.000 (duzentas mil) ações próprias a um preço unitário de R$ 1,10 (um real e dez centavos). Neste caso hipotético, a operação será contabilizada da seguinte forma (5):

Pela aquisição de ações de emissão da própria Vivax S/A.:D - Ações em tesouraria (CR-PL) _ R$ 220.000,00 (6)C - Bco. c/ Mvto. (AC) __________ R$ 220.000,00 (6)

Legenda:AC: Passivo Circulante; eCR-PL: Conta de redutora do Patrimônio Líquido.

Dando continuidade ao nosso caso hipotético, suponhemos que essa companhia tenha um saldo de reservas estatutárias no valor total de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais), assim, com a referida aquisição seu PL ficará demonstrado da seguinte forma:

Reservas Estatutárias R$ 4.000.000,00(-) Ações em Tesouraria R$ 220.000,00

R$ 3.780.000,00

Vale registrar que a contabilização da aquisição das ações em conta retificadora do PL é obrigatório, inclusive, perante a Lei das S/A., que assim versa em seu artigo 182, § 5º:

Art. 182. (...)

§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

Notas Tax Contabilidade:

(5) A contabilização da aquisição deverá ser feita tomando por base o valor efetivamente pago pela companhia (custo de aquisição), não importando o valor nominal, valor patrimonial ou o valor de cotação no mercado das ações.

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(6) Custo de aquisição = Qtd. de ações X Preço unitário ==> Custo de aquisição = 200.000 X R$ 1,10 ==> Custo de aquisição = R$ 220.000,00.

Base Legal: Art. 182, § 5º da Lei nº 6.404/1976 (UC: 26/05/15) e; Art. 18 da Instrução CVM nº 10/1980 (UC: 26/05/15).

5.1.2) Alienação das ações com lucro:

A partir do momento em que as ações próprias adquiridas forem alienadas no mercado, a operação gerará resultados positivos (lucro) ou negativos (prejuízo), os quais não podem integrar o resultado da companhia. Na hipótese da alienação gerar lucro, o mesmo deverá ser registrado a crédito de uma conta de reserva de capital do PL do Balanço Patrimonial (BP) da companhia, "Reserva de ágio na alienação de ações próprias (PL)", por exemplo.

O lançamento contábil nesse formato se justifica pois, na essência, o resultado positivo dessa alienação representa uma integralização de capital com ágio.

Bom, mas vamos para a prática. Continuando nosso exemplo, suponhemos que a Vivax S/A. tenha vendido 110.000 (cento e dez mil) das ações adquiridas para manutenção em tesouraria, pelo preço unitário de R$ 1,20 (Um real e vinte centavos). Nesta hipótese, a operação será contabilizada da seguinte forma:

Pela alienação de ações de emissão da própria Vivax S/A.:D - Bco. c/ Mvto. (AC) __________________________________ R$ 132.000,00 (7)C - Ações em tesouraria (CR-PL) _________________________ R$ 121.000,00 (8)C - Reserva de ágio na alienação de ações próprias (PL) _ R$ 11.000,00 (9)

Legenda:AC: Passivo Circulante;CR-PL: Conta de redutora do Patrimônio Líquido; ePL: Patrimônio Líquido.

Notas Tax Contabilidade:

(7) Preço de venda = Qtd. de ações X Preço unitário ==> Preço de venda = 110.000 X R$ 1,20 ==> Preço de venda = R$ 132.000,00.

(8) Valor da baixa = Qtd. de ações X custo de aquisição ==> Valor da baixa = 110.000 X R$ 1,10 ==> Valor da baixa = R$ 121.000,00.

(9) Lucro da operação = Preço de venda - Valor da baixa ==> Lucro da operação = R$ 132.000,00 - R$ 121.000,00 ==> Lucro da operação = R$ 11.000,00.

Base Legal: Art. 18, caput, "a" da Instrução CVM nº 10/1980 (UC: 26/05/15).

5.1.3) Alienação das ações com prejuízo:

Ocorrendo prejuízo na alienação de ações em tesouraria, seu valor deverá ser lançado contra a conta de ágio criada com os resultados positivos de alienações anteriores, qual seja, a conta "Reserva de ágio na alienação de ações próprias (PL)", até o limite de seu saldo. Na situação que essa conta não exista, ou se exista, mas não possua saldo suficiente para absorver o prejuízo da operação, o valor adicional do prejuízo deverá ser lançado contra a conta contábil de reserva de capital que deu origem (sustentação) para aquisição das ações em tesouraria, em nosso caso prático, a conta "Reservas Estatutárias (PL)".

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Finalizando nosso exemplo, suponhemos, agora, que a Vivax S/A. tenha vendido o restante das ações adquiridas para manutenção em tesouraria (90.000 ações), pelo preço unitário de R$ 0,90 (noventa centavos). Nesta hipótese, a operação será contabilizada da seguinte forma:

Pela alienação de ações de emissão da própria Vivax S/A.:D - Bco. c/ Mvto. (AC) __________________________________ R$ 81.000,00 (10)D - Reserva de ágio na alienação de ações próprias (PL) _ R$ 11.000,00 (11)D - Reservas Estatutárias (PL) __________________________ R$ 7.000,00 (12)C - Ações em tesouraria (CR-PL) _________________________ R$ 99.000,00 (13)

Legenda:AC: Passivo Circulante;CR-PL: Conta de redutora do Patrimônio Líquido; ePL: Patrimônio Líquido.

Notas Tax Contabilidade:

(10) Preço de venda = Qtd. de ações X Preço unitário ==> Preço de venda = 90.000 X R$ 0,90 ==> Preço de venda = R$ 81.000,00.

(11) Baixa parcial do prejuízo da operação, ou seja, até o limite do saldo da conta "Reserva de ágio na alienação de ações próprias (PL)". O prejuízo da operação corresponde a: Prejuízo da operação = Qtd. de ações X (custo unitário de aquisição - preço unitário de venda) ==> Prejuízo da operação = 90.000 X (R$ 1,10 - R$ 0,90) ==> Prejuízo da operação = R$ 18.000,00.

(12) Baixa do excedente do prejuízo da operação em conta de reserva de capital que deu origem para aquisição das ações: R$ 18.000,00 - R$ 11.000,00.

(13) Valor da baixa = Qtd. de ações X custo de aquisição ==> Valor da baixa = 90.000 X R$ 1,10 ==> Valor da baixa = R$ 99.000,00.

Base Legal: Art. 18, caput, "b" da Instrução CVM nº 10/1980 (UC: 26/05/15).

Informações Adicionais:

Este material foi escrito no dia 12/06/2014 e atualizado em 18/06/2015, pela Equipe Técnica da Tax Contabilidade. Sua reprodução é permitida desde que indicada a fonte: Tax Contabilidade. Ações em tesouraria (Area: Manual de Contabilização). Disponível em: http://www.tax-contabilidade.com.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=275. Acesso em: 20/06/2015.

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Consignação MercantilResumo:

Veremos no presente Roteiro de Procedimentos o tratamento contábil aplicável às operações de consignação mercantil, tanto na empresa consignante quanto na empresa consignatária. Analisaremos tanto a contabilização da operação em si, feita normalmente via contas de compensação, como a dos impostos incidentes na remessa ou retorno, bem como, na venda.

1) Introdução:Objetivando diversificar suas vendas, muitas empresas vêm utilizando-se da operação denominada consignação mercantil. Nessa operação, uma empresa (consignatário) recebe de terceiros (consignante) mercadorias ou produtos para futura comercialização, mas somente às adquire efetivamente de seu fornecedor caso a venda se realize.

Caso a operação de venda não se realize, o consignatário poderá devolver à mercadoria ao consignante sem pagar ou receber qualquer vantagem. Contudo, se houver a venda, naturalmente, não será preciso efetuar a devolução física da mercadoria.

A operação de consignação mercantil está tipificada no artigo 534 do Código Civil (CC/2002), que assim dispõe:

Art. 534. Pelo contrato estimatório (1), o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada.

Para que essa operação ocorra, o consignatário deverá estar legalmente constituído, em outros termos, o consignante não poderá remeter a mercadoria para pessoa jurídica ou pessoa física que não sejam comerciantes, visto que somente estes estão habilitados à prática de atos do comércio.

Essa operação tem reflexos tanto na seara contábil como na tributária. Na seara contábil, foco deste trabalho, considerando que na consignação mercantil não ocorre à transferência da propriedade e sim da posse das mercadorias, a forma mais comum de registrar a operação é através de contas de compensação, no entanto, cabe nos observar que as contas de compensação podem ser substituídas por um controle extra-contábil, no sentido de manter o controle e evitar agregar valores ao Balanço Patrimonial (BP) que não se refiram efetivamente à operação, atividade ou resultado da empresa. Mas, acreditamos que a utilização das contas de compensação é o mais indicado, por isso mesmo, o presente Roteiro de Procedimentos foi escrito utilizando-as.

Na seara tributária, conforme veremos mais adiante, na saída de mercadorias da empresa consignante haverá normalmente a incidência do ICMS e do Imposto sobre Produtos Industrilizados (IPI), conforme o caso. Do mesmo modo, na empresa consignatária a operação gerará direito ao crédito dos referidos impostos, se for o caso. Assim, os impostos incidentes na consignação mercantil deverão ser registrados em contas patrimoniais, transitórias, aguardando a conclusão da operação, ou seja, a venda ou retorno das mercadorias remetidas em consignação, para serem encerradas.

Feitas essas considerações e levando-se em conta a importância do tema, veremos no presente Roteiro o tratamento contábil aplicável às operações de consignação mercantil, tanto na empresa consignante quanto na empresa consignatária.

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Nota Tax Contabilidade:

(1) O que a legislação civilista denomina de contrato estimatório, a legislação tributária denomina de consignação.

Base Legal: Art. 534 do CC/2002 (UC: 22/05/15) e; Itens 29 e 30 da ITG 2.000-R1/2014 (UC: 22/05/15).

2) Conceitos:2.1) Consignação mercantil:Entende-se por consignação mercantil o contrato pelo qual uma empresa (consignante) entrega mercadorias à outra pessoa (consignatária) para futura comercialização por conta própria e em seu nome. O faturamento dessas mercadorias ocorrerá somente quando o estabelecimento consignatário promover a venda dessas mercadorias recebidas em consignação.

Portanto, na consignação mercantil, ocorrendo à venda pelo consignatário, ocorrerá, instantânea e simultaneamente, a venda pelo consignante, quando o negócio estará concluído, ou seja, na consignação, 2 (duas) operações de venda transcorrem quando se completa a operação.

Nota Tax Contabilidade:

(2) Na operação de consignação mercantil deve existir contrato celebrado entre as partes envolvidas, com a determinação das condições em que a operação irá se realizar, tais como, prazo em que a mercadoria ficará em poder do consignatário, preço, quantidade, etc.

Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 22/05/15).

2.2) Consignante:Consignante é aquele que remete e confia mercadorias ou produtos de sua propriedade a terceiro (em regra um comerciante) para que este as comercialize no mercado. Interessante observar que, o consignante permanece com o domínio das mercadorias ou produtos, bem como o privilégio de reivindicá-los do consignatário caso este não promova a venda no prazo estipulado em contrato.

Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 22/05/15).

2.3) Consignatário:Consignatário é o comerciante que recebe mercadorias ou produtos de terceiro para que as comercialize no mercado em seu próprio estabelecimento.

Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 22/05/15).

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3) Tratamento Tributário:3.1) Quanto ao ICMS (São Paulo):O ICMS tem como fato gerador, entre outras hipóteses, a saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, a qualquer título, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular, sendo irrelevante o fato de haver ou não a transferência da titularidade. Portanto, como na consignação mercantil a circulação (saída) física de mercadoria, o Fisco paulista entende que ocorre, normalmente, o fato gerador do ICMS.

Nota Tax Contabilidade:

(3) Caso nossos leitores queiram se aprofundar no assunto, ou seja, queiram saber em detalhes os procedimentos fiscais previstos na legislação paulista do ICMS para a operação de consignação mercantil, recomendamos a leitura de artigo intitulado "Consignação Mercantil (ICMS e IPI)", em nosso Manual de Emissão de Notas Fiscais.

Base Legal: Art. 2º, I do RICMS/2000-SP (UC: 22/05/15).

3.2) Quanto ao IPI:Primeiramente, cabe observar que os procedimentos fiscais aplicáveis às operações de consignação mercantil estão previstos nos artigos 501 a 504 do RIPI/2010, assim, caso nosso leitor queira se aprofundar nesse assunto recomentamos a leitura completa desses dispositivos normativos.

Quanto à Base de Cálculo (BC) do IPI, o valor tributável nas saídas de produtos a título de consignação mercantil será o preço de venda do consignatário, estabelecido pelo consignante.

Contudo, essa regra somente será aplicável no caso de o consignante fixar o valor da venda do produto pelo consignatário. Nesse sentido manifestou-se a Receita Federal do Brasil (RFB), através da Decisão nº 9/1999, a seguir reproduzida:

MINISTÉRIO DA FAZENDASECRETARIA DA RECEITA FEDERALDECISÃO Nº 9 de 14 de Setembro de 1999

ASSUNTO: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI

EMENTA: CONSIGNAÇÃO MERCANTIL. OPERAÇÕES. VALOR TRIBUTÁVEL. DOCUMENTÁRIO FISCAL. Somente na hipótese de venda de produtos a titulo de consignação mercantil em que haja estabelecimento de preço pelo consignante é que deverá ser observado o valor tributável previsto no § 4º do artigo 118 do RIPI/98 (4). A base de cálculo de produto de procedência estrangeira, no caso de operação de venda em consignação, em que o preço de venda do consignatário não seja previamente estabelecido pelo consignante, é o valor total de que decorrer a saída do consignante, conforme previsto no art. 118, I, “b” do RIPI/1998. Os procedimentos relativos a documentário fiscal e à complementação do valor cobrado no caso de reajuste de preço contratado, previstos nos artigos 399 a 402, todos do RIPI/1998, aplicam-se a todas as modalidades de consignação mercantil.

Assim, se determinado consignante remete produto para o consignatário por R$ 550,00 (Quinhentos e cinquenta reais). Admitindo-se que o preço final de venda (do consignatário para o adquirente final) seja de R$ 590,00 (Quinhentos e noventa reais), preço este estabelecido pelo consignante, o valor tributável do

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IPI será equivalente ao mencionado valor R$ 590,00 (Quinhentos e noventa reais) e não os R$ 550,00 (Quinhentos e cinquenta reais), que é o valor acertado entre consignante e consignatário.

Notas Tax Contabilidade:

(4) O artigo 118, § 4º do RIPI/1998 corresponde ao artigo, § 4º 190 do RIPI/2010, Regulamento este, atualmente em vigor.

(5) Caso nossos leitores queiram se aprofundar no assunto, ou seja, queiram saber em detalhes os procedimentos fiscais previstos na legislação do IPI para a operação de consignação mercantil, recomendamos a leitura de artigo intitulado "Consignação Mercantil (ICMS e IPI)", em nosso Manual de Emissão de Notas Fiscais.

Base Legal: Arts. 190, § 4º e 501 a 504 do RIPI/2010 (UC: 22/05/15) e; Decisão nº 9/1999 (UC: 22/05/15).

4) Tratamento Contábil:No momento da realização da operação de consignação mercantil não ocorre efetivamente à transferência da propriedade das mercadorias ou produtos remetidos, na verdade, o que ocorre é a transferência da posse das mesmas. Assim, a forma mais comum de registrar a operação, tanto para o consignante como para o consignatário, é através de contas de compensação.

Cabe observar que, as contas de compensação podem ser substituídas por um controle extra-contábil, no sentido de manter o controle e evitar agregar valores ao Balanço Patrimonial (BP) que não se refiram efetivamente à operação, atividade ou resultado da empresa. Porém, acreditamos que a utilização das contas de compensação é o mais indicado, por isso mesmo, esse Roteiro foi escrito utilizando-as.

Nossos leitores tem de ter em mente que, nessa operação não contabilizamos apenas o valores das mercadorias ou produtos. Ocorrendo a remessa de mercadorias ou produtos pelo consignante, haverá normalmente a incidência do ICMS e do IPI, conforme o caso. Do mesmo modo, na empresa consignatária a operação gerará direito ao crédito dos referidos impostos, se for o caso.

Assim, a consignação mercantil (na remessa ou recebimento de mercadorias ou produtos) propriamente dita é registrada em contas de compensação, mas os impostos incidentes deverão ser registrados de imediato em contas patrimoniais, transitórias, aguardando a conclusão da operação, ou seja, a venda ou retorno das mercadorias remetidas em consignação, para serem encerradas.

Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 22/05/15).

4.1) Contas de Compensação:A atual Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/1976) não proíbe o uso das contas de compensação, no entanto, ao tratar das demonstrações e demais informações publicáveis para essas sociedades, não citou tais contas.

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por intermédio da Resolução CFC nº 1.330/2011, aprovou a ITG 2000 – Escrituração Contábil, que dispõe sobre as contas de compensação, nos seguintes termos:

Contas de compensação

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29. Contas de compensação constituem sistema próprio para controle e registro dos fatos relevantes que resultam em assunção de direitos e obrigações da entidade cujos efeitos materializar-se-ão no futuro e que possam se traduzir em modificações no patrimônio da entidade.

30. Exceto quando de uso mandatório por ato de órgão regulador, a escrituração das contas de compensação não é obrigatória. Nos casos em que não forem utilizadas, a entidade deve assegurar-se que possui outros mecanismos que permitam acumular as informações que de outra maneira estariam controladas nas contas de compensação.

Portanto, apesar de não obrigatórias, as contas de compensação possibilitam às empresas maior controle das suas operações e permitem o registro de possíveis futuras alterações do patrimônio e, além disso, servem como fonte de dados para a elaboração das notas explicativas.

Assim sendo, essas contas podem ser utilizadas para registro, entre outras, das seguintes operações:

a. Contratos de arrendamento mercantil;b. Contratos de aluguel;c. Contratos de avais, hipotecas, alienações fiduciárias;d. Bens dados como garantia;e. Subcontratações;f. Contratos de seguros;g. Contratos de financiamentos/empréstimos não liberados;h. Consignação de mercadorias;i. Remessa de títulos para caução.

Por fim, cabe nos registrar que as contas de compensação devem ser apresentadas com títulos bem elucidativos e com base em valores fixados em contratos ou documentação específica. Quando do término do contrato ou da operação que originou o registro contábil nas contas de compensação, as mesmas serão encerradas mediante lançamento inverso entre as contas que registram a operação.

Base Legal: Lei nº 6.404/1976 (UC: 22/05/15) e; Itens 29 e 30 da ITG 2.000-R1/2014 (UC: 22/05/15)

5) Exemplo Prático:A fim de exemplificar os lançamentos contábeis, tanto pelo consignante quanto pelo consignatário, que devem ser feitos quando da operação de consignação mercantil, vamos criar um caso hipotético para análise e estudo. Assim, suponhemos que, em 01/06/20X1, a empresa fictícia Vivax Indústria e Comércio de Eletrônicos Ltda., empresa com sede no Município de Campinas/SP, remeta em consignação ao comerciante Rodão da Informática Ltda., também com sede no Município de Campinas/SP, 10 (dez) Televisores LCD 60" Full HD de sua fabricação para futura comercialização.

Consideremos, também, que o preço unitário acertado contratualmente entre as partes seja de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por unidade, com ICMS incluso no preço. Além disso, ficou acertado que a Vivax (consignante) faturará contra a empresa Rodão (consignatária) apenas na data em que ocorrer a venda e que os produtos que porventura não sejam comercializadas serão devolvidos no final do 1º (primeiro) mês seguinte à remessa, ou seja, em 31/07/20X1.

Feitas essas considerações, a empresa Vivax deverá emitir a seguinte Nota Fiscal de Remessa em Consignação para acobertar o trânsito dos televisores até o estabelecimento do Rodão da Informática:

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Descrição Valor (R$)Valor dos produtos remetidos 50.000,00ICMS destacado (R$ 50.000,00 X 18%) (6) 9.000,00IPI (R$ 50.000,00 X 10%) (6) 5.000,00Total da Nota Fiscal de Remessa 55.000,00

Agora, suponhemos que passados alguns dias da realização da remessa em consignação, ou seja, em 20/06/20X1, a empresa Rodão tenha vendido 7 (sete) Televisores LCD 60" Full HD para uma empresa hoteleira (consumidor final, do produto). Diante isso e considerando as condições contratuais previamente estipuladas, a Vivax deverá emitir Nota Fiscal de Simples Faturamento, sem destaque dos valores do ICMS e do IPI, acompanhada da correspondente duplicata, no valor de R$ 38.500,00 (7).

Por fim, consideremos que o consignatário (Rodão da Informática) não tenha conseguido vender os televisores restantes (ou seja, 3 televisores) até o prazo estipulado contratualmente. Assim, a empresa Rodão deverá devolver os produtos não comercializados ao consignante (Vivax) mediante a emissão da seguinte Nota Fiscal de Retorno:

Descrição Valor (R$)Valor dos produtos remetidos 15.000,00ICMS destacado 2.700,00IPI (R$ 15.000,00 X 10%) (8) 1.500,00Total da Nota Fiscal de Remessa 16.500,00

Esse é o cenário operacional (case) que criamos para demonstrar os lançamentos contábeis que normalmente são feitos a fim de se registrar a operação de consignação mercantil, assim, considerando que esse é o verdadeiro interesse de nossos leitores vamos para o que interessa. Analisaremos nos próximos subcapítulos, em nível de débito e crédito, referidos lançamentos.

Notas Tax Contabilidade:

(6) Para efeitos de simplificação, estamos admitindo hipoteticamente que o produto, Televisor no caso, não possui qualquer benefício fiscal e seja tributado à alíquota de 18% (dezoito por cento) de ICMS e 10% (dez por cento) de IPI. Assim, caso nosso leitor queira saber quais são as alíquotas efetivas desses impostos para a operação em questão, recomendamos a analise e verificação da legislação tributária vigente à época da realização da consignação.

(7) (Total da Nota Fiscal de Remessa / Qtd. remetida) X Qtd. Faturada ==> (R$ 55.000,00 / 10) X 7 ==> R$ 38.500,00.

(8) Considerando que o Rodão da Informática é uma empresa varejista não contribuinte do IPI, não poderá destacar esse imposto no campo próprio da Nota Fiscal de Retorno. Assim, para que a Vivax possa se creditar do IPI na entrada da Nota Fiscal de Retorno o Rodão deverá mencionar o valor do IPI no campo "Dados Adicionais" da Nota Fiscal que emitir.

Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 22/05/15).

5.1) Lançamentos contábeis no consignante:IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

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Com base no caso hipotético visto no capítulo anterior, a empresa consignante (Vivax) deverá fazer os seguintes lançamentos contábeis a fim de registrar a operação de consignação mercantil. Lembramos que o lançamento que inicia toda à contabilização da operação é o da Nota Fiscal de Remessa em Consignação:

Pela remessa em consignação de 10 televisores para a empresa Rodão da Informática Ltda.:D - Produtos Remetidos em Consignação (CCA) __ R$ 55.000,00 (9)C - Remessa de Produtos em Consignação (CCP) _ R$ 55.000,00 (9)

Pelo ICMS incidente sobre a remessa em consignação de 10 televisores:D - ICMS nas Consignações Mercantis (AC) _ R$ 9.000,00 (10)C - ICMS a Recolher (PC) _________________ R$ 9.000,00

Pelo IPI incidente sobre a remessa em consignação de 10 televisores:D - IPI nas Consignações Mercantis (AC) _ R$ 5.000,00 (10)C - IPI a Recolher (PC) _________________ R$ 5.000,00

Pela baixa nas contas de compensação, em virtude da venda de 7 televisores, em 20/06/20X1:D - Remessa de Produtos em Consignação (CCP) _ R$ 38.500,00C - Produtos Remetidos em Consignação (CCA) __ R$ 38.500,00

Pelo registro da venda de 7 televisores e da compensação do IPI incidente na operação de consignação:D - Clientes (AC) _______________________ R$ 38.500,00C - Receita Bruta de Vendas (CR) ________ R$ 35.000,00C - IPI nas Consignações Mercantis (AC) _ R$ 3.500,00

Pela compensação do ICMS incidente na operação consignação mercantil:D - ICMS sobre Vendas (CR) _______________ R$ 6.300,00C - ICMS nas Consignações Mercantis (AC) _ R$ 6.300,00

Pelo retorno em consignação de 3 televisores não comercializados:D - Remessa de Produtos em Consignação (CCP) _ R$ 16.500,00C - Produtos Remetidos em Consignação (CCA) __ R$ 16.500,00

Pelo ICMS incidente sobre o retorno em consignação de 3 televisores não comercializados:D - ICMS a Compensar (AC) ________________ R$ 2.700,00C - ICMS nas Consignações Mercantis (AC) _ R$ 2.700,00

Pelo IPI incidente sobre o retorno em consignação de 3 televisores não comercializados:D - IPI a Compensar(AC) _________________ R$ 1.500,00C - IPI nas Consignações Mercantis (AC) _ R$ 1.500,00

Legendas:AC: Ativo Circulante;CCA: Conta de Compensação Ativa;CCP: Conta de Compensação Passiva;CR: Conta de Resultado; ePC: Passivo Circulante.

Notas Tax Contabilidade:

(9) Deve-se fazer o lançamento contábil pelo total da Nota Fiscal de Remessa, somando-se inclusive o IPI, para que assim as contas de compensação reflitam o valor total da operação realizada.

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(10) Lembramos que, apesar das contas "ICMS nas Consignações Mercantis" e "IPI nas Consignações Mercantis" estarem classificadas no grupo "Ativo Circulante (AC)" do Balanço Patrimonial (BP), elas tem características de conta transitória, pois na prática elas estão aguardando a conclusão da operação (venda ou retorno dos produtos remetidos em consignação) para serem encerradas.

Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 22/05/15).

5.2) Lançamentos contábeis no consignatário:Com base no caso hipotético visto no capítulo 5 acima, veremos, agora, como deverá ser feito os lançamentos contábeis pela empresa consignatária (Rodão) a fim de registrar a operação de consignação mercantil em sua contabilidade. Lembramos que o lançamento que inicia toda à contabilização da operação é o da Nota Fiscal de Remessa em Consignação emitida pelo consignante.

Importante relembrar que, a consignatária é uma empresa tipicamente comercial varejista, assim sendo, não é contribuinte do IPI. Não sendo contribuinte do imposto, não poderá se creditar do IPI lançadas nas Notas Fiscais de Remessa em Consignação que vier a receber.

O IPI, nesta situação, deverá ser incorporado ao custo das mercadorias se, e quando, elas forem efetivamente adquiridas.

Mas vamos para o que interessa, segue abaixo os lançamentos contábeis a ser realizado pela consignatária:

Pelo recebimento em consignação de 10 televisores da empresa Vivax Indústria e Comércio:D - Entrada de Mercadorias em Consignação (CCA) _ R$ 55.000,00C - Mercadorias Recebidas em Consignação (CCP) __ R$ 55.000,00

Pelo ICMS a recuperar incidente sobre o recebimento em consignação de 10 televisores:D - ICMS a Recuperar (AC) _________________ R$ 9.000,00C - ICMS nas Consignações Mercantis (PC) _ R$ 9.000,00 (11)

Pela baixa nas contas de compensação, em virtude da aquisição de 7 televisores, em 20/06/20X1:D - Mercadorias Recebidas em Consignação (CCP) __ R$ 38.500,00C - Entrada de Mercadorias em Consignação (CCA) __ R$ 38.500,00

Pelo registro da compra parcial e da compensação do ICMS incidente na operação de consignação:D - Estoque de Mercadorias para Revenda (AC) _ R$ 32.200,00D - ICMS nas Consignações Mercantis (PC) ____ R$ 6.300,00C - Fornecedores (PC)_________________________ R$ 38.500,00

Pelo retorno em consignação de 3 televisores não comercializados:D - Mercadorias Recebidas em Consignação (CCP) __ R$ 16.500,00C - Entrada de Mercadorias em Consignação (CCA) _ R$ 16.500,00

Pelo ICMS incidente sobre o retorno em consignação de 3 televisores não comercializados:D - ICMS nas Consignações Mercantis (AC) _ R$ 2.700,00C - ICMS a Recolher (PC) _________________ R$ 2.700,00

Legendas:AC: Ativo Circulante;CCA: Conta de Compensação Ativa;CCP: Conta de Compensação Passiva; ePC: Passivo Circulante.

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Nota Tax Contabilidade:

(11) Lembramos que, apesar da conta "ICMS nas Consignações Mercantis" estar classificada no grupo "Passivo Circulante (PC)" do Balanço Patrimonial (BP), ela tem característica de conta transitória, pois na prática ela está aguardando a conclusão da operação (venda ou retorno das mercadorias ao consignante) para serem encerradas.

Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 22/05/15).

Informações Adicionais:

Este material foi escrito no dia 13/11/2013 e atualizado em 17/06/2015, pela Equipe Técnica da Tax Contabilidade. Sua reprodução é permitida desde que indicada a fonte: Tax Contabilidade. Consignação Mercantil (Area: Manual de Contabilização). Disponível em: http://www.tax-contabilidade.com.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=220. Acesso em: 20/06/2015.

Mudança no Carf complica estratégia fiscaljunho 17, 2015 em Geral por Karin Rosário

O chamado planejamento tributário, usado por empresas para reduzir a carga fiscal, deve se tornar um tema ainda mais sensível com as mudanças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Para tributaristas, a recente reestruturação do tribunal interno da Receita Federal, alvo de denúncias de corrupção, piorou o cenário para os contribuintes. As alterações devem diminuir as chances das empresas ao contestar os autos de infração do fisco.

“O contribuinte pode ter razão, mas mal defendido vai perder o caso”, diz o sócio do Silveiro Advogados, Sérgio Lewin. Desde abril, decreto do Ministério da Fazenda proíbe que advogados atuem no Carf. Com isso, cerca de 90 dos 108 conselheiros dos contribuintes renunciaram.

O tribunal interno da Receita Federal é crucial para a questão do planejamento fiscal, pois o tema é um dos mais difíceis e polêmicos no direito tributário, afirma o advogado.

Esse tipo de estratégia, para economizar, inclui inúmeras possibilidades. “Quando o ex-presidente [Luiz Inácio da Silva] Lula cria uma empresa de palestras, para receber como pessoa jurídica em vez de pessoa física, isso é planejamento tributário. O único fim disso é pagar menos tributos”, comenta Lewin.

No caso das empresas, como as cifras são milionárias, a criatividade na criação de estruturas organizacionais para reduzir a carga tributária é muito maior, comenta o sócio do Correa Porto Advogados, Eduardo Correa da Silva.

Um exemplo bastante conhecido, diz ele, é o de empresa varejista que transfere suas lojas físicas para pessoa jurídica separada. Então, passa a pagar aluguel pelo uso das lojas e deduz esse custo do imposto de renda. “Depois de feitos cálculos e estudos, a segregação das atividades pode resultar numa economia”, aponta Silva.

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Mas o fisco não aceita esse tipo de estratégia. O sócio do escritório Ratc & Gueogjian, Vitor Krikor Gueogjian, comenta que a proibição vem do artigo 116 do Código Tributário Nacional (CTN), que autoriza a Receita Federal a descartar “atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo”.

O trecho, incluído no CTN em 2001, que inclusive faz menção a uma futura lei ordinária, nunca foi regulamentado. “O texto é muito amplo. A regulamentação traria limites ao que pode ou não ser feito e aumentaria a segurança jurídica”, observa Gueogjian. Ele destaca, porém, que não há qualquer perspectiva de que a regulamentação de fato saia.

Jurisprudência

Apesar de nem o Judiciário nem o Carf terem posições pacificadas sobre os limites legais do planejamento tributário, Gueogjian destaca que um dos pontos a se considerar da jurisprudência é o que se chama de propósito negocial. Nessa perspectiva, a operação precisaria ser justificada por benefícios diversos da mera economia de impostos.

Mas como não existe definição formal do que é propósito negocial, Silva reforça que o parâmetro é bastante subjetivo. Segundo ele, o único planejamento tributário aceito pelo fisco é o que gera a redução de carga tributária de forma acidental. “Se a economia de imposto for intencional, há risco de autuação”, conclui.

Fonte: DCI

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Consultor tributário

Despesas financeiras no PIS/Cofins e créditos de CPRB desafiam empresas17 de junho de 2015, 8h40

Por   Igor Mauler Santiago

Hoje discutiremos três questões relativas à tributação das receitas.

A primeira diz respeito à exigência de PIS e COFINS sobre as receitas financeiras das empresas não-financeiras. Como sabido, após as Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, a base de cálculo das contribuições passou a ser a receita bruta (em lugar do faturamento, produto das vendas de mercadorias e/ou serviços), donde concluir-se pela tributabilidade dos referidos ingressos.

Dá-se que a Lei 10.865/2004, por seu artigo 27, parágrafo 2º, autorizou o Executivo a reduzir e restabelecer as alíquotas sobre eles incidentes.

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De notar que, sem embargo de manifestações em contrário da Receita Federal, não há vínculo entre a tributação das receitas financeiras das empresas não-financeiras[1] e a tomada, por estas, de créditos relativos às suas despesas com empréstimos e financiamentos (tratadas no caput e no parágrafo 1º do mesmo artigo 27), que constituirá o segundo ponto de nossa coluna. De fato, estas despesas vinculam-se, não à obtenção daquelas receitas (pois uma empresa não-financeira não toma dinheiro para emprestar), mas à consecução das atividades operacionais do contribuinte — e, pois, à obtenção das receitas a ela vinculadas.

Pois bem: no exercício da delegação constante do mencionado parágrafo 2º editaram-se os Decretos 5.164/2004 e 5.442/2005, que reduziram zero as alíquotas do PIS e da COFINS sobre receitas financeiras, e também os recentes Decretos 8.426/2015 e 8.451/2015, que as elevaram a 4,65%.

A invalidade destes últimos é manifesta, por ofensa à legalidade tributária (Constituição, artigo 150, inciso I), que só admite as exceções que lhe opõe a própria Carta: alteração das alíquotas dos impostos aduaneiros, do IPI, do IOF e da CIDE-combustíveis (artigos 153, parágrafo 1º, e 177, parágrafo 4º, inciso I, alínea b).

Fora isso, o princípio exige que todos os elementos essenciais do tributo – e a alíquota é um deles – estejam exaustivamente disciplinados na lei. A majoração das alíquotas pelo Executivo não se legitima pelo fato de ter sido facultada em lei ordinária. Deveras, a separação e a harmonia dos Poderes são matérias ao alcance exclusivo do constituinte, razão pela qual o STF repele a chamada delegação legislativa externa, salvo quando formalizada pelo meio constitucionalmente indicado (resolução do Congresso Nacional autorizativa de lei delegada — Constituição, artigo 68, parágrafo 2º)[2].

Isso não significa, contudo, que a invalidação dos decretos que elevaram a alíquota acarrete necessariamente a dos que a reduziram a zero, o que teria por efeito a incidência ininterrupta dos percentuais de 1,65% e 7,6% sobre as receitas financeiras, desde a entrada em vigor das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003.

 É que a jurisdição se exerce nos limites dos pedidos formulados pelas partes (CPC, artigo 128). E os contribuintes, obviamente, não pleitearão a inconstitucionalidade dos decretos redutores das alíquotas, mas somente a dos que as majoraram. Tampouco a União a predicará, seja porque não há cogitar de reconvenção em ação antiexacional, seja porque se limitou a revogar os primeiros decretos, não os tendo anulado por vício, como seria seu dever caso o entendesse existente, a teor do artigo 53 da Lei 9.784/99.

Situação análoga foi enfrentada pelo Pleno do STF no Recurso em Mandado de Segurança 25.476/DF[3]. Tratava-se de questionar a Portaria MPAS 1.135/2001, que majorou a base de cálculo da contribuição previdenciária do transportador autônomo. Ocorre que a regra anterior (mais benéfica) fora fixada por decreto — o que suscitava dúvidas a respeito de sua constitucionalidade.

Vingou a tese de que, havendo múltiplas inconstitucionalidades, deve-se conceder a segurança quando o status anterior ao ato impugnado for benéfico ao particular, observando-se o pedido formulado.

A segunda questão de hoje concerne ao direito das empresas não-financeiras a créditos de PIS e COFINS quanto aos juros pagos no âmbito de empréstimos e financiamentos.

Como se sabe, para que uma despesa gere créditos de PIS e de COFINS, é necessário que o bem, serviço ou utilidade a que corresponde seja (a) tributado pelas contribuições e (b) empregado na atividade do adquirente.

Pois bem: embora seja indiscutível que o uso de capital alheio é vital para toda empresa, e conquanto entenda que as receitas de intermediação financeira dos bancos são sujeitas ao PIS e à COFINS desde a

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Lei 9.718/98 – polêmica ainda em curso no STF (RE 609.096/RS)[4] e superada, para os fatos posteriores a 01.01.2015, pela nova redação que a Lei 12.973/2013 deu ao artigo 12 do Decreto-lei 1.598/77[5] –, a União rejeita a tomada de créditos quanto a tais despesas.

Invoca, para tanto, a sua própria omissão em regulamentar o artigo 27, caput, da Lei 10.865/2004, segundo o qual o “Executivo poderá autorizar o desconto de créditos nos porcentuais que estabelecer (...) relativamente às despesas financeiras decorrentes de empréstimos e financiamentos”. O diploma, convém lembrar, alterou a redação do artigo 3º, inciso V, das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, que num primeiro momento reconhecia o direito de crédito quanto aos mesmos dispêndios.

Como afirmamos em nossa coluna de 1º de maio de 2013[6], a não-cumulatividade das contribuições sobre a receita – consagrada no artigo 195, parágrafo 12, da Constituição – autoriza créditos quanto a todas as despesas tributadas que sejam necessárias ou úteis ao funcionamento do contribuinte, e não somente àquelas fisicamente ligadas à sua atividade operacional, tese que tem tido respaldo na doutrina[7] e na jurisprudência[8].

Assim, ou o artigo 27, caput, da Lei 10.865/2004 é inconstitucional – restaurando-se a redação primitiva do artigo 3º, inciso V, das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 –, ou pelo menos exige interpretação conforme à Constituição, por meio da qual se declare que veicula o dever, e não a simples faculdade, de reconhecimento dos créditos em exame.

Em qualquer caso, o Juiz não atuará como legislador positivo, pois o direito ao creditamento decorre de forma direta da Constituição e se imporia ainda que não existisse qualquer lei na matéria.

O terceiro e último ponto retoma uma indagação que lançamos em nossa coluna de 18 de março de 2015[9]: pode um setor tributado pelo PIS e pela COFINS não-cumulativos ser sujeito a contribuição sobre a receita substitutiva da incidente sobre a folha, de feitio cumulativo?

A resposta parece-nos inequivocamente negativa, sendo extraída da interpretação literal dos parágrafos 12 e 13 do artigo 195 da Carta, o primeiro autorizando o legislador a definir os “setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput serão não-cumulativas”, e o segundo dispondo que o parágrafo 12 “aplica-se (...) inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento”.

Traduzindo: a contribuição previdenciária sobre a receita bruta – CPRB, tratada no parágrafo 13 – será não-cumulativa sempre que o forem o PIS e a COFINS.

Dado que a Lei 12.546/2011, instituidora da CPRB, não prevê em nenhuma hipótese a tomada de créditos, e reiterando o nosso entendimento de que a não-cumulatividade deve ser aplicada diretamente a partir da Constituição, pensamos que o contribuinte da CPRB que seja sujeito ao PIS e à COFINS não-cumulativos pode ingressar em juízo pleiteando créditos no âmbito da primeira contribuição.

E como estes créditos serão calculados? Parece-nos que aqui não tem relevância o debate caso a caso sobre as despesas geradoras de créditos no PIS e na COFINS. De fato, embora espelhe a sua base de cálculo e a sua forma de apuração (cumulativa ou não-cumulativa), a CPRB não é PIS/COFINS, tendo diferentes fundamentos constitucional e legal, e função também diversa (substituir a contribuição sobre a folha).

Essa função substitutiva, aliás, instaura uma presunção absoluta de equivalência entre a CPRB e a contribuição sobre a folha, semelhante à que existe entre as alíquotas somadas de 3,65% no regime

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cumulativo e de 9,25% no regime não-cumulativo do PIS e da COFINS – que autoriza um contribuinte do segundo regime a creditar 9,25% (e não 3,65%) do valor pago a contribuinte do primeiro.

Assim sendo, e dado que a contribuição sobre a folha repercute de forma difusa sobre todos os preços praticados pela empresa, concluímos que os créditos de CPRB devem equivaler à multiplicação da sua alíquota de incidência pelo valor de todas as aquisições feitas pelo contribuinte, pouco importando se o seu fornecedor esteve sujeito à contribuição ordinária sobre a folha ou à CPRB.

Esses temas, cuja relativa complexidade não nos deve intimidar, deverão ocupar os estudiosos, os advogados públicos e privados e os juízes nos próximos meses e anos.

 

[1] A discussão neste primeiro ponto limita-se a estas, (a) porque a tributabilidade foi definida a partir das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, quando é sabido que as instituições financeiras continuam sujeitas à Lei 9.718/98 (ex vi dos artigos 8º, inciso I, e 10, inciso I das leis primeiro referidas), e (b) porque o artigo 27, parágrafo 2º, da Lei 10.865/2004 alude às empresas “sujeitas ao regime da não-cumulatividade”, o que, mais uma vez, não é o caso dos bancos.

[2] STF, Pleno, ADI-MC 1.296/PE, Relator Ministro Celso de Mello, DJ 10.08.95.

[3] Relator para o acórdão Ministro Marco Aurélio, DJe 26.05.2014.

[4] Ver, sobre tema, a nossa coluna de 15 de janeiro de 2014 - http://www.conjur.com.br/2014-jan-15/consultor-tributario-seguranca-juridica-exige-estabilidade-conceitos

[5] “Art. 12. A receita bruta compreende:

(...)

IV – as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos incisos I a III.”

[6] http://www.conjur.com.br/2013-mai-01/consultor-tributario-uniao-estados-desacreditam-nao-cumulatividade

[7] RICARDO LODI RIBEIRO. A não-cumulatividade do PIS e da COFINS. In Temas de Direito Constitucional Tributário, coord. RICARDO LODI RIBEIRO. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009, p. 359.

[8] TRF da 4ª Região, 1ª Turma, AC 0000007-25.2010.404.7200, Relator Desembargador Federal LEANDRO PAULSEN, DJ 04.07.2012.

[9] http://www.conjur.com.br/2015-mar-18/consultor-tributario-adicional-cofins-importacao-medida-protecionista-invalida

Igor Mauler Santiago é sócio do Sacha Calmon – Misabel Derzi Consultores e Advogados, mestre e doutor em Direito Tributário pela UFMG. Membro da Comissão de Direito Tributário do Conselho Federal da OAB.

Revista Consultor Jurídico, 17 de junho de 2015, 8h40

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Devoluções de Vendas VS Cancelamento de Vendas Saiba diferenciar as saídas e os cancelamentos de venda tanto na visão da área contábil como na tributária Publicado por Studio Fiscal - 2 dias atrás

Operações de compra e venda de mercadorias nem sempre cumprem todas as etapas no âmbito empresarial, podendo, por vezes, ocorrer os chamados “cancelamentos de vendas” ou as denominadas “devoluções de mercadorias”. Nesse contexto, é importante identificar a diferença existente entre ambas para facilitar a contabilidade no mundo dos negócios e evitar a confusão demandada na hora de diferenciar as saídas e os cancelamentos de venda, tendo em vista não somente a questão contábil, como também a tributária.

Segundo o entendimento da Receita Federal, as vendas canceladas correspondem à anulação de valores registrados como receita bruta de vendas e serviços. Sendo assim, eventuais perdas decorrentes de cancelamento de vendas não devem afetar a receita líquida de vendas e sim serem computados nos resultados operacionais (IN SRF n o 51, de 1978).

Fica entendido, que “os cancelamentos de vendas” se traduzem pela não saída da mercadoria, podendo esse ser um fato decorrente de diversos motivos, como, por exemplo, a desistência do negócio por parte do cliente. Nesse caso, como a mercadoria não saiu a transação comercial não se concretizou e por consequência não haverá lançamentos contábeis, nem fato gerador de tributos e contribuições.

De acordo com o art. 1º da Lei nº 10.637/2002, a Contribuição para o PIS/Pasep, com a incidência não cumulativa, incide sobre o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Entretanto, consta no § 3º, alínea a do mesmo artigo que não integram a base de cálculo referida às receitas decorrentes de vendas canceladas.

Então, as vendas canceladas são receitas a serem excluídas da base de cálculo da PIS e COFINS, correspondendo à anulação de valores registrados como receita bruta de vendas e serviços, implicando a ocorrência de devolução das mercadorias anteriormente vendidas. Tais cancelamentos não devem ser confundidos com clientes inadimplentes, pois os bens retornam ao estoque da empresa como devoluções.

Agora, referindo-se as “devoluções de vendas”, presume-se que as mercadorias saíram do estabelecimento da empresa vendedora e, num momento posterior, retornaram. Em decorrência dessa saída, deverão ser feitos os lançamentos contábeis dessa operação, bem como reconhecidos os fatos geradores de tributos e contribuições tanto em relação às saídas, quanto ao seu retorno (devolução).

Nesse ponto, a legislação tributária prevê, segundo a previsão dos artigos 3º, incisos VIII, das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, que do valor a pagar a titulo de PIS e COFINS, a pessoa jurídica poderá descontar créditos referentes a bens recebidos em devolução quando ainda não tenham sido considerados para a redução da base de cálculo em outras oportunidades. O crédito será determinado mediante a aplicação das alíquotas incidentes na venda sobre o valor ou unidade de medida, conforme o caso, dos produtos vendidos e depois devolvidos no mês.

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Contudo, para o aproveitamento desse crédito calculado é necessário que seja feita a retificação DACON ou na EFD contribuições, com o fim de solicitar os créditos de tributos pagos a maior. Após, verifica-se a possibilidade de compensá-los ou restitui-los seguindo os procedimentos instituídos pela Lei 9.430/1996 nos seus artigos 73 e 74, e a Instrução Normativa da Receita Federal nº 1.300/2012.

Conclui-se que se caso a empresa confundir as operações, trocando vendas canceladas por devolução de vendas, poderá acarretar uma tributação indevida, ou seja, a qual não é necessária e posteriormente acabar creditando-se daquilo que não se tem direito. Assim, destaca-se a importância desse entendimento visando não só a aplicação da boa técnica contábil, bem como a correta aplicação da legislação tributária.

Fonte: Blog Studio Fiscal

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