( psicologia) - maria h s patto - introducao a psicologia escolar

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OBS: A enumeração das páginas estão na parte superior MARIA HELENA SOUZA A!!O "organi#adora$ Introdução % psi&o'ogia es&o'ar () edição re*ista e atua'i#ada

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OBS: A enumeração das páginas estão na parte superior

MARIA HELENA SOUZA A!!O "organi#adora$

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

() edição re*ista e atua'i#ada

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So&iedade Uni+i&ada au'ista d, Ensino on)*iur- O. eti*/ 0 SUERO

N-1 de 23oiuiiio S -M)4istrao'u pot

5p6-o678-9+

;asa do si&<'ogo=

>??@ ;asa do si&<'ogo= Li*raria e Editora Ltda-

R&s&r*iidos os direitos de pu.'i&ação em 'ngua portuguesa %

;asa do si&<'ogo Li*raria & Editora Ltda-Rua A'*es uimarães C(D ) ;E FC>) ) São au'o ) S

')one ">>$ GF)CD(( aJ ">>$ (DC)F(?

E)maiKK ;asapsiuo'-&om-.r 

o'.i

i proi.ida a reprodução tota' ou par&ia' desta pu.'i&ação para iKuaKU&r

+ina'idade sem autori#ação por es&rito dos editores-

Impr4sso no Brasi' 3 rinted in Bra#i'

Sumário

re+á&io------------------------------------------------------------------------------------------------@

arte I So&iedade Edu&ação e si&o'ogia es&o'ar Introdução----------------------------------------------------------------------------------------->(

>- O sistema es&o'ar .rasi'eiro: notas so.re a *isão o+i&ia'

Maria He'ena Sou#a atto-------------------------------------------------------------->F

- A es&o'a o.4eto de &ontro*8rsia

 Apare&ida o'P ou*eia-------------------------------------------------------------------F

5 (- ierre Bourdieu: a transmissão &u'tura' da desigua'dade so&ia'

Qa*id Sart#----------------------------------------------------------------------------------(F> C- A*a'iação edu&a&iona' e &'iente'a es&o'ar 

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Magda Be&er Soares--------------------------------------------------------------------F>

F- Edu&ação 9.an&ária9 e edu&ação 'i.ertadora

au'o reire-----------------------------------------------------------------------------------D>

arte II o.re#a e es&o'ari#ação

Introdução-----------------------------------------------------------------------------------------G>

>- ;on&eito de pri*ação e de des*antagem

ários autores-------------------------------------------------------------------------------GF

- O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento &omo um antdoto

para a pri*ação &u'tura': .ases psi&o'<gi&as

- M& i&er Hunt--------------------------------------------------------------------------?@

(- Estrutura so&ia' 'inguagem e aprendi#agem

Basi' Bernstein---------------------------------------------------------------------------->CF

C- Um reeJame de a'gumas a+irmaçes so.re a 'inguagem da &riança de

.aiJo n*e' so&ioe&on<mi&o

Susan H- Houston------------------------------------------------------------------------->@>

F- O prn&ipe Tue *irou sapo

Lui# ;ar'os ;ag'iari-------------------------------------------------------------------->?(

D- Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

Maria Apare&ida A- MoPs8s e ;e&'ia A#e*edo L- ;o''ares-----------F

(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

@- Qa psi&o'ogia do 9despri*i'egiado 9 % psi&o'ogia do oprimido

Maria He'ena Sou#a atto------------------------------------------------------------F@

G- A +am'ia po.re e a es&o'a pV.'i&a: anotaçes so.re um desen&ontro

Maria He'ena Sou#a atto------------------------------------------------------------G>

arte III A interação pro+essor ) a'unoIntrodução---------------------------------------------------------------------------------------??

>- Edu&ação e re'açes interpessoais

Qante Moreira Leite--------------------------------------------------------------------(>

- ro+essores de peri+eria: so'uçes simp'es para pro.'emas &omp'eJos

E'.a SiTueira de Sá Barreto---------------------------------------------------------(?

(- A psi&opato'ogia do *n&u'o pro+essor)a'uno: o pro+essor &omo agente de

so&ia'i#açãoRodo'+o H- BoWosi 4sP---------------------------------------------------------------(F@

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C- A re'ação pedag<gi&a &omo *n&u'o 'i.ertador- Uma eJperiXn&ia de

+ormação do&ente

ui'Wermo ar&a------------------------------------------------------------------------(G(

F- A pesTuisa em sa'a de au'a: uma &rti&a e uma no*a a.ordagem Sara

Qe'amonte Qa*id Hami'ton--------------------------------------------------C(

D- A o.ser*ação antropo'<gi&a da interação pro+essor)a'uno: resumo de uma

proposta

Maria He'ena Sou#a atto------------------------------------------------------------C@

arte I Repensando a si&o'ogia es&o'ar 

Introdução---------------------------------------------------------------------------------------C(?

>- A +ormação pro+issiona' dos psi&<'ogos: apontamentos para um estudo

SP'*iaLeser de Me''o------------------------------------------------------------------CC>

- si&o'ogia es&o'ar: mera ap'i&ação de di+erentes psi&o'ogias % edu&açãoY

Mar&os ;- Si'*a Loureiro-------------------------------------------------------------CC?

(- O pape' so&ia' e a +ormação do psi&<'ogo: &ontri.uição para um de.ate

ne&essário

Maria He'ena Sou#a atto------------------------------------------------------------CF?

re+á&io

Uma &o'etnea de teJtos introdut<rios % psi&o'ogia es&o'ar 4usti+i&a)se em

primeiro 'ugar pe'o nVmero &res&ente de psi&<'ogos Tue passaram a tra.a'War 4unto

% rede de ensino pV.'i&o e'ementar- Se antes o mer&ado de tra.a'Wo era restrito

para o psi&<'ogo interessado &m tra.a'War em es&o'as pV.'i&as de 'u grau este +ato

deiJou de &orresponder % rea'idade a partir do momento em Tue diante da

&roni&idade dos a'tos ndi&es de repro*ação os poderes pV.'i&os reanimaram os

ser*iços de assistXn&ia ao es&o'ar a partir da &rença de Tue os pro.'emas de

aprendi#agem e de a4ustamento es&o'ar en&ontram eJp'i&ação no &orpo e na menteadoe&idos dos edu&andos-[ oi assim Tue &res&eu o nVmero de psi&<'ogos Tue *Xm

eJer&endo a +unção de psi&<'ogos es&o'ares não mais nas &'ni&as de atendimento

ao es&o'ar mas nas pr<prias es&o'as da rede de ensino e mais re&entemente nos

postos de saVde espa'Wados pe'a &idade de São au'o- O poder outorgado aos

psi&<'ogos numa instituição pV.'i&a da importn&ia e da &omp'eJidade da es&o'a

prin&ipa'mente &omo produtor de 'audos psi&o'<gi&os Tue de&idem o destino es&o'ar

dos eJaminandos de*e ser moti*o de preo&upação para os pro+issionaisdiretamente en*o'*idos &m sua +ormação-

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Em segundo 'ugar a organi#ação desta &o'etnea te*e &omo ponto de

partida não s< essa preo&upação &omo tam.8m a intenção de o+ere&er materia'

didáti&o aos pro+essores Tue anua'mente se de+rontam &om a tare+a de ministrar a

dis&ip'ina si&o'ogia es&o'ar e pro.'emas de aprendi#agem Tue integra o &urr&u'o

dos &ursos de graduação &m si&o'ogia ou dis&ip'inas a+ins-

;omo se poderá notar no de&orrer das 'eituras o o.4eti*o Tue norteou a

se'eção dos teJtos não +oi o de in+ormar so.re m8todos e t8&ni&as de Tue o

psi&<'ogo es&o'ar pode se *a'er em seu tra.a'Wo- Isto porTue não a&reditamos na

eJistXn&ia de *ários tipos distintos de psi&<'ogos de+inidos de maneira estanTue em

+unção de suas espe&ia'idades mas na eJistXn&ia do psi&<'ogo Tue em.ora possa

atuar em &onteJtos pro+issionais di*ersos 'ança mão de um mesmo &orpo de

&onWe&imentos e de um mesmo instrumenta' .ási&o de ação- ;onseT1entemente

de+endemos a id8ia de Tue as +erramentas te<ri&as e práti&as do psi&<'ogo es&o'ar

de*em ser en&ontradas em todas as dis&ip'inas Tue &ompem

F

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

o &urr&u'o de seu &urso de graduação- O Tue o psi&<'ogo ne&essita tendo

em *ista as espe&i+i&idades da instituição es&o'ar pV.'i&a em Tue *ai atuar "e &omo

&Tndição sine Tua non para a adoção de uma postura pro+issiona' mais &ons&iente

mais &rti&a e mais &omprometida 9&om a trans+ormação do mundo e &om a

dignidade do Womem96 $ 8 &ompreender as re'açes entre es&o'a e so&iedade no

mar&o de uma +ormação so&ia' &apita'ista industria' num pas do !er&eiro Mundo-

 A&reditamos Tue somente a partir deste ponto de re+erXn&ia mais amp'o 8

Tue e'e pode: adTuirir &ondiçes de superar uma *isão ingXnua e ideo'ogi&amente

&omprometida da es&o'a &omo instituição so&ia' neutra & repensar o seu pape'

"arte I$\ atentar &riti&amente para o +en]meno da po.re#a em suas &onseT1Xn&iasso.re desen*o'*imento Wumano e a maneira &omo tem sido en&arada e tra.a'Wada

nas es&o'as "arte II$\ e entrar &m &ontato &om determinantes es&o'ares das

di+i&u'dades de aprendi#agem e d& a4ustamento es&o'ar indo a'8m dos

tradi&iona'mente situados no a'uno "artes II III e I$- A aTuisição d& uma *isão

&rti&a das produçes nesta área de*e ir no entanto ne&essariamente a'iada %

*i*Xn&ia da rea'idade es&o'ar sem o Tue o psi&<'ogo es&o'ar estará impossi.i'itado

d& mo'dar gradua' e re+'eJi*amente uma práJis ino*adora-

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Ora a es&o'Wa deste &aminWo muito mais de +ormação do Tue in+ormação

pro*a*e'mente de&ep&ionará os Tue estão em .us&a de respostas &'aras e

de+initi*as so.re o Tue e &omo +a#er para reso'*er os pro.'emas Tue emergem no

dia)a)dia das es&o'as- A &on&epção de 9in)Irodução9 Tue adotamos di*erge da Tue

se +a# presente na maioria dos manuais introdut<rios- ;on&ordamos &om Q&'eu'&

Tuando e'e di# Tue

Introdu#ir 8 sempre p]r em guarda &ontra--- Uma introdução 4amais de*eria

&onsistir numa enumeração mais ou menos eJausti*a e &on4e&tura' de ante&edentes

e determinantes\ não de*eria dar 6re&eitas6 nem +orne&er 6&Wa*es para6--- Introdu#ir

não 8 o+ere&er ao e*entua' 'eitor o mági&o 6s8samo6 do pensamento nem tampou&o

guardar mesTuinWamente o 6segredo6 Tue ) protegido d& uma *u'gari#ação

imposs*e' ) +i&aria mais .em guardado no não)dito de um dis&urso generoso em

outros aspe&tos- ^ 

>- ose de Sou#a Martins So.re o modo &apita'ista de pensar- S-- Hu&ite&

>?@G p- _I-

- Q- Qe'eu'e La psi&o'ogia mito &ient+i&o- Bar&e'ona Anagrama >?@F p-

>?-

re+á&io

D

Introdu#ir 8 em primeiro 'ugar inTuietar p]r em Tuestão no dup'o sentido

desta eJpressão: +ormu'ar a Tuestão e perguntar pe'o seu sentido isto 8 des&o.rir

a sua origem- Introdu#ir 8 ini&iar isto 8 tomar o &aminWo da indagação e &omuni&ar

em primeiro 'ugar a ne&essidade da pr<pria indagação- Qa se &on&'ui Tue introdu#ir

não 8 +a&i'itar a &ompreensão da o.ra da dis&ip'ina ou do autor mas ) ao &ontrário )

tornar o empreendimento estranWo e neste sentido atri.uir)'We uma di+i&u'dade Tue

a prin&pio não se per&e.e-Nas Tuatro partes Tue &ompem o 'i*ro os &aptu'os estão dispostos de

modo Tue a &ada no*o teJto as id8ias &ontidas nos anteriores possam ser

repensadas- Ao in&'uirmos autores &u4as &on&epçes imp'&itas ou eJp'&itas so.re a

nature#a das ;iXn&ias Humanas so.re o pape' do psi&<'ogo e so.re as &ausas das

di+i&u'dades de es&o'ari#ação de grande parte das &rianças Tue +reT1entam a es&o'a

pV.'i&a e'ementar di*ergem não estamos &on*idando o 'eitor a empreender a tare+a

tentadora mas eTui*o&ada de &on&i'iá)'as- Não Wou*e Tua'Tuer intenção dee&'etismo ou de &ontemp'ar a +amigerada 9di*ersidade9 da psi&o'ogia- O

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en&adeamento de teJtos nos Tuais &ompare&em &on&epçes de orientação

positi*ista e de .ase materia'ista Wist<ri&a não signi+i&a a assunção de uma postura

e&'8ti&a ou re'ati*ista +rente % di*ersidade te<ri&a *igente nas &iXn&ias do Womem\ o

o.4eti*o 8 &o'a.orar &om pro+essores e a'unos dos &ursos de si&o'ogia e

edagogia .em &omo &om pro+issionais 'igados de a'guma +orma % es&o'a pV.'i&a

na +ormação de uma postura mais &rti&a +rente %s in+ormaçes Tue 'Wes são

o+ere&idas nesta 7área e a seu pape' 4unto ao sistema de ensino .rasi'eiro-

 A repetição da pa'a*ra 9&rti&a9 não de*e portanto ser tomada &omo

des&uido\ ao &ontrário sua re&orrXn&ia +oi proposita' o Tue 4usti+i&a um

es&'are&imento so.re o sentido Tue 'We atri.umos:

!a'*e# se4a &on*eniente eJp'i&itar a noção de &rti&a pois não empregamos

esta noção no seu sentido *u'gar de re&usa a uma moda'idade de &onWe&imento em

nome de outra- O o.4eti*o ao &ontrário 8 situar o &onWe&imento ir % sua rai# de+inir

seus `t &ompromissos so&iais e Wist<ri&os 'o&a'i#ar a perspe&ti*a Tue o &onstruiu

des&o.rir a maneira de pensar e interpretar a *ida so&ia' da &'asse Tue apresenta

este &onWe&imento &omo uni*ersa'- "---$ A perspe&ti*a &rti&a pode por isso

u'trapassar ao in*8s

@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

de simp'esmente re&usar des&o.rir toda a amp'itude do Tue se a&anWa

'imitadoramente so. determinados &on&eitos sistemas de &onWe&imento ou

m8todos-@

!endo sido estruturado a partir de nossa eJperiXn&ia didáti&a 4unto %

dis&ip'ina si&o'ogia Es&o'ar e ro.'emas de Aprendi#agem Tue ministramos no

&urso de graduação do Instituto de si&o'ogia da Uni*ersidade de São au'o não

poderamos deiJar de registrar o pape' +undamenta' Tue ti*eram na produção deste'i*ro os a'unos Tue sou.eram ou*ir pensar e &omprometer)se &om a trans+ormação

do mundo e a dignidade do Womem-

Maria He'ena Sou#a atto São au'o a.ri' de >??@

(- - de S- Martins Introdução a M-A- ora&&Wi e -S- Martins " orgs-$-

So&io'ogia e So&iedade- Li*ros !8&ni&os e ;ient+i&os R-- >?@@ p- -

artei

So&iedade Edu&ação e si&o'ogia es&o'ar 

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Introdução

 A de+inição segundo a Tua' o o.4eti*o .ási&o do psi&<'ogo es&o'ar 8 9a4udar a

aumentar a Tua'idade e a e+i&iXn&ia do pro&esso edu&a&iona' atra*8s da ap'i&ação

dos &onWe&imentos psi&o'<gi&os9 8 genera'i#ada & .aseia)se num termo am.guo

sem a preo&upação de eJp'i&itá)'o: o &on&eito de e+i&iXn&ia do ensino- Qiante de'e 8

pre&iso perguntar: o Tue 8 um sistema de ensino e+i&ienteY Qe Tue e+i&iXn&ia se

está +a'andoY ara rea'i#ar Tue o.4eti*osY Em .ene+&io de TuemY ;omo estes

o.4eti*os se &on+iguram nas intençes das 'eisY ;omo se &on&reti#am na rea'idade

dos pro&essos e produtos es&o'aresY Apagar estas Tuestes +undamentais 8 admitir

a *ersão o+i&ia' segundo a Tua' a es&o'a 8 uma instituição neutra Tue *isa a rea'i#ar

um pro4eto de so&ia'i#ação dos imaturos & prepará)'os para a *ida &m so&iedade

&on&e.ida em seus aspe&tos estruturais e +un&ionais &omo a'go natura' dado Tue

a.range instituiçes empenWadas em .ene+i&iar a todos e a &ada um de seus

mem.ros independentemente da origem so&ia' da &or do &redo e do seJo-

O ;aptu'o > resume esta &on&epção não)&rti&a das tro&as Tue se dão entre

a so&iedade e o sistema es&o'ar presente nas pu.'i&açes e pronun&iamentos dos

<rgãos & autoridades go*ernamentais responsá*eis pe'a po'ti&a edu&a&iona'- A

re*isão das ideias presentes na so&io'ogia da edu&ação rea'i#ada por Apare&ida

o'P o'*&ia mostra no entanto Tue não eJiste uma &on&epção unnime a respeito

da re'ação es&o'a)so&iedade de &'asses\ ao &ontrário eJistem pe'o menos duas +or)

mas antag]ni&as de &onsiderá)'a: &omo agXn&ia positi*a de so&ia'i#ação ou &omo

agXn&ia negati*a de ideo'ogi#ação- Apesar do nVmero &res&ente de pu.'i&açes

Tue disse&am as re'açes entre es&o'a e so&iedade a partir dessa segunda <ti&a

ou se4a Tue in&'uem a es&o'a entre os aparatos ideo'<gi&os do Estado uma

&on&epção de es&o'a Tue não Tuestiona seu *n&u'o no pro&esso Wist<ri&o ainda

predomina-Na re*isão d& ou*eia as pesTuisas Tue apontam &ausas eJtra)es&o'ares do

+ra&asso es&o'ar " de+i&iXn&ias ou distVr.ios +si&os e mentais dos a'unos Wá.itos e

atitudes +ami'iares et&-$ estão presentes &omo parte do &onWe&imento a respeito dos

determinantes do +ra&asso da es&o'a pV.'i&a- ;omo se *erá na arte II pesTuisas

mais re&entes +eitas a

>>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

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partir de outro re+eren&ia' te<ri&o)metodo'<gi&o reinterpretam os resu'tados

das pesTuisas anteriormente men&ionadas & &entram o +o&o na dimensão intra)

es&o'ar da produção desse +ra&asso-

Entre os autores Tue re*e'am so. a aparente eTuanimidade da es&o'a

&apita'ista uma pro+unda tenden&iosidade Tue &o'a.ora &om outras instn&ias

superestruturais na reprodução das re'açes de produção *igentes estão ierre

Bourdieu so&i<'ogo edu&a&iona' +ran&Xs "apresentado aTui por Qa*id Sart# da

Uni*ersidade de Boston$ e au'o reire &u4a &rti&a % 9edu&ação .an&ária9

ante&edeu % de muitos autores europeus- Magda Soares *em no mar&o te<ri&o

desta segunda +orça em so&io'ogia da edu&ação i'ustrar &omo a transmissão

&u'tura' da desigua'dade so&ia' se e+eti*a num dos momentos)&Wa*e do pro&esso

edu&a&iona': o da a*a'iação da aprendi#agem-

E importante registrar Tue no interior de uma ter&eira &on&epção so&io'<gi&a

da re'ação entre es&o'a e so&iedade a es&o'a não 8 s< aparato ideo'<gi&o de

Estado mas tam.8m 'ugar de &ir&u'ação de &ontra)ideo'ogias &omprometidas &om

os interesses das &'asses dominadas o Tue tira o prop<sito de trans+ormação da

es&o'a mesmo Tue dentro dos 'imites das &ondiçes Wist<ri&as atuais do .e&o sem

sada das &on&epçes meramente reprodu'i*istas da es&o'a &apita'ista->

 A adoção de uma ou outra destas perspe&ti*as de*e resu'tar em atitudes e

açes pro+issionais muito di+erentes por parte dos psi&<'ogos Tue tra.a'Wam em

es&o'as- A nature#a desses mode'os de atuação dis&ordantes s< +i&ará mais &'ara %

medida Tue se progredir na 'eitura e na dis&ussão dos demais teJtos in&'udos nas

ar'es su.seT1entes- Somente então se poderá *o'tar ao tema +undamenta' Tuando

se trata de +ormar psi&<'ogos: a Tuestão do 'ugar rea' e do 'ugar poss*e' desses

pro+issionais 4unto % rede de ensino e'ementar espe&ia'mente a pV.'i&a numa

so&iedade di*idida em &'asses->- A esse respeito *e4a Sa*iani Q- Es&o'a e Qemo&ra&ia- S-- ;orte# >?G(-

O sistema es&o'ar .rasi'eiro: notas so.re a *isão o+i&ia'

Maria He'ena Sou#a atto2

 A &on&epção do ensino &omo um sistema pass*e' de ser su.metido %

9aná'ise de sistemas9 a&a.ou por predominar nos V'timos anos nas pu.'i&açes

so.re a edu&ação es&o'ar Tuer nas de nature#a a&adXmi&a Tuer nas di*u'gadas

pe'os <rgãos o+i&iais en&arregados dos assuntos da edu&ação e da &u'tura- Este tipode aná'ise gira em torno .asi&amente de trXs &omponentes Tue tomados &m

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&on4unto permitiriam segundo seus adeptos diagnosti&ar as di+unçes ou &rises de

Tue pade&em os sistemas assim de&ompostos na aná'ise sistXmi&a: entrada "input$

pro&essamento e sada "output$-

Essa aná'ise de instituiçes &omo o sistema es&o'ar pri*i'egia o eJame da

re'ação entre o sistema em Tuestão e o am.iente so&ia' no Tua' e'e eJiste\ neste

sentido o sistema es&o'ar está in&'udo na &ategoria dos sistemas a.ertos-

Entretanto Tuando nos de+rontamos &om este m8todo ana'ti&o da re'ação

entre es&o'a e so&iedade 8 +undamenta' Tue 'e*antemos as seguintes Tuestes:

Tue pape' os autores Tue tXm se *a'ido desta a.ordagem a&reditam Tue a edu&ação

+orma' desempenWa nas so&iedades &m Tue se inseremY ;omo &on&e.em as

+ormaçes so&iais espe&+i&as para as Tuais *o'tam seu instrumenta' ana'ti&o ou

se4a os &Wamados pases do !er&eiro MundoY ue tipos de tro&as se dão entre o

sistema es&o'ar e o am.iente so&ia'Y

 A aná'ise dos teJtos de Qias> & ;oom.s aTui apenas es.oçada

"2$ Qo Qepartamento de si&o'ogia da Aprendi#agem do Qesen*o'*imento e

da ersona'idade do Instituto de si&o'ogia da Uni*ersidade de São au'o-

>- - A- Qias 9Sistema es&o'ar .rasi'eiro9 in MoPs8s Bre4<n "org-$ Estrutura e

+undo namento do ensino de >9 e ; graus- São au'o ioneira >a ed- >?@@ p-

@>)?>-

- - H- ;oom.s A &rise mundia' da edu&ação- São au'o erspe&ti*a

>?@D-

>>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

poderá seguramente nos es&'are&er a este respeito-

Segundo Qias 9o sistema es&o'ar 8 um sistema a.erto Tue tem por o.4eti*o

propor&ionar edu&ação- A rigor o sistema es&o'ar &uida de um aspe&to espe&ia' daedu&ação a Tue se poderia &Wamar es&o'ari#ação- A edu&ação propor&ionada pe'a

es&o'a assume um &aráter inten&iona' e sistemáti&o Tue dá espe&ia' re'e*o ao

desen*o'*imento inte'e&tua' sem &ontudo des&uidar de outros aspe&tos tais &omo o

+si&o o emo&iona' o mora' o so&ia'-9 bOp- &it- p- @$ ;omo gera'mente um sistema

está &ontido num sistema mais amp'o e pode ser &onstitudo de partes Tue tam.8m

assumem as &ara&tersti&as de um sistema surge a ne&essidade dos &on&eitos de

supersistema e de su.sistema- No &aso parti&u'ar do sistema es&o'ar a so&iedade 8um supersistema\ o sistema es&o'ar de'a re&e.e uma *ariedade de e'ementos

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"inputs$ e a e'a +orne&e uma s8rie de produtos "outputs$- ro&urando representar

gra+i&amente a re'ação entre o supersistema so&ieta' e o sistema es&o'ar Qias

o+ere&e ao 'eitor o seguinte mode'o de sistema es&o'ar:

SO;IEQAQE

OU!HU!

INU!

"Qa so&iedade para o -sistema es&o'ar$

>- O.4eti*os

- ;on'&Vdo &u'tura'

(- ro'&ssor&s & outros

SIS!EMA ES;OLAR

"Qo sistema es&o'ar para a so&iedade$

>- Me'Woria do ti+*&' &u'tura' da popu'ação

- Aper+eiçoamento dos indi*duos

(- ormação de re&ursos Wumanos

C- Resu'tados de pesTuisas

C- Re&ursos 'inan&eiros

F- Re&ursos materiais

D- A'unos

'^N

- Entidades nun'oo&donu

(- Administração dosis'&ma

'^N

Rede de es&a'as I- Qimensão *erti&a'

I

"graus de ensino$ - Qimensão Wori#onta'

0 >

0

I I

I0

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ig- >- Mode'o de sistema es&o'ar "segundo - A- Qias op- &it p- @($-

O sistema es&o'ar .rasi'eiro

>( A +im de Tue possamos apreender &omo o autor &on&e.e as re'açes entre

es&o'a e so&iedade +a#)se ne&essário eJp'i&itar a maneira &omo &ada um dos

&omponentes do input e do output são por e'e de+inidos- uanto %s &ontri.uiçes da

so&iedade para o sistema es&o'ar o eJame de trXs dos seis e'ementos por e'e

enumerados 8 su+i&iente para nos propor&ionar uma .oa id8ia a respeito: >-

o.4eti*os: todo sistema es&o'ar 8 montado para &umprir uma +unção so&ia'- ;a.e %

so&iedadde portanto esta.e'e&er os o.4eti*os a serem .us&ados Tue são as

eJpresses dos anseios das aspiraçes dos *a'ores e das tradiçes da pr<pria

so&iedade\ - &onteVdo &u'tura': a so&iedade possui um &a.eda' de &onWe&imentos

adTuiridos no trans&orrer de sua Wist<ria e Tue nos dias atuais se &ara&teri#a por

um eJtremo dinamismo e *ertiginosa eJpansão "---$- Qa massa de &onWe&imentos

Tue possui a so&iedade o sistema es&o'ar retira o &onteVdo de seus &urr&u'os &

programas "---$\ (- re&ursos +inan&eiros: no mundo moderno os sistemas es&o'ares

são organi#açes de enormes proporçes a.sor*endo &onsiderá*e' par&e'a dos

orçamentos pV.'i&os e parti&u'ares- Os re&ursos +inan&eiros in4etados no sistema

es&o'ar &onstituem e'ementos indispensá*eis ao seu +un&ionamento e tendem a

&res&er mesmo &m termos per&entuais pois os sistemas es&o'ares prin&ipa'mente

nos pases &m desen*o'*imento ainda não a'&ançaram o p'eno atendimento da

popu'ação9 "idem i.id- p- @F gri+os nossos$-

;omo &ontri.uição do sistema es&o'ar para a so&iedade Qias assim &omenta

os e'ementos enumerados na &o'una de output: >- 9me'Woria do n*e' &u'tura' da

popu'ação: na medida em Tue aumenta o nVmero de egressos das es&o'as &res&e

a m8dia de es&o'aridade da popu'ação .em &omo se modi+i&a o seu esti'o de *ida

&om o apare&imento de no*os *a'ores no*as aspiraçes- Qisto resu'ta uma

poten&ia'idade mais a'ta da popu'ação &m todos os aspe&tos da *ida so&ia'\ -

aper+eiçoamento indi*idua': o indi*duo de maior es&o'aridade adTuire a &apa&idade

para uma *ida mais signi+i&ati*a e dinmi&a &om uma *isão mais amp'a do mundo-

ortanto tam.8m do ponto de *ista de &ada indi*duo o sistema es&o'ar tem uma

&ontri.uição de&isi*a &omo +onte de &apa&itação para uma *ida mais p'ena para

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uma maior rea'i#ação pessoa'\ (- +ormação de re&ursos Wumanos: no mundo atua'

assume &aráter de grande signi+i&ação a &ontri.uição do sistema es&o'ar para o

mer&ado de tra.a'Wo atra*8s da Tua'i+i&ação de tra.a'Wadores para os *ários

setores da e&onomia- O &res&imento e&on])

>C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

mi&o eJige sempre maiores proporçes de pessoas &om *ariados n*eis de

Tua'i+i&ação- A edu&ação 8 *ista atua'mente &omo um in*estimento so&ia' de a'ta

renta.i'idade 4ustamente porTue o &res&imento e&on]mi&o depende da eJistXn&ia

de re&ursos Wumanos bidem i.id- p- @D gri+os nossos$-

 Ap<s des&re*er a estrutura didáti&a do sistema es&o'ar .rasi'eiro em suas

dimenses *erti&a' "graus de ensino$ & Wori#onta' "moda'idades de ensino$ .em

&omo sua estrutura de sustentação Qias passa % &onsideração de a'guns dos

pro.'emas Tue este sistema tem en+rentado nos V'timos anos atra*8s de uma

a.ordagem des&riti*a no n*e' mani+esto do teJto mas &omo *eremos eJp'i&ati*a

nas entre'inWas- Um dos prin&ipais pro.'emas re'ati*os ao ensino primário ou de > )

grau re+ere)se ao +'agrante desrespeito ao artigo >@D da ;onstituição segundo o

Tua' a edu&ação 8 direito de todos o.rigat<ria & gratuita dos @ aos >C anos- E

sa.ido Tue um grande &ontingente de &rianças de @ a >> anos não tem a&esso %

es&o'a no pas &onstituindo)se nos 9eJ&edentes9 do ensino de 's grau so.retudo

nas #onas rurais das regies Norte e Nordeste- Este +ato segundo o autor em

Tuestão 8 9in*o'untário pois na *erdade &are&emos de re&ursos su+i&ientes9

"p-G>$- A'8m disso 8 ine*itá*e' a menção % perda representada pe'a e*asão e pe'a

repro*ação ou se4a ao +ra&asso dos Tue &onseguem &Wegar aos .an&os es&o'ares-

Em.ora a pirmide edu&a&iona' .rasi'eira tenWa se tornado menos a+uni'ada a partir

de a'gumas mudanças introdu#idas na po'ti&a edu&a&iona' nos V'timos anospermane&e o +ato de Tue no de&orrer das Tuatro primeiras s8ries do >? grau a

e*asão e a repro*ação respondem por uma eJpressi*a redução no nVmero de

&rianças Tue se matri&u'am na 7 ) s8rie Tuando &omparado &om o &ontingente Tue

atinge a Ca s8rie Tuatro anos depois- Os dados men&ionados por Qias re+erentes

aos anos de >?D> a >?DC guardam uma intrigante seme'Wança estrutura' &om as

por&entagens o.tidas por cesse''( &er&a de Tuin#e anos antes ">?CF)>?CG$- Assim

8 Tue segundo cesse'' das >-- &rianças Tue se matri&u'aram no 'e ano daes&o'a pV.'i&a .rasi'eira em >?CF somente C &on&'uram o &urso em >?CG sem

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repro*ação @ em >?C? &om uma repro*ação ( em >?F &om duas

repro*açes e o@ em >?F> ap<s trXs repro*açes\ estas por&entagens

integra'i#am &er&a de >F de &rianças Tue &onse

(-M cesse'' 9A e*asão es&o'ar9 Re*- Bias- de Estudos edag<gi&os FD >?

p- F()@-

O sistema es&o'ar .rasi'eiro

>F

guiram +reT1entemente depois de muitas repro*açes &Wegar ao +im do

&urso primáro- Qas GF restantes F a.andonam a es&o'a sem &on&'uir o

primeiro ano >G &omp'etam o primeiro ano ? o segundo e GF o ter&eiro-

Segundo Qias o &ontingente de a'unos Tue se matri&u'aram na primeira s8rie

primária em >?D> &Wegou redu#ido em mais de G na Tuarta s8rie em >?DC- A

redução a&entuada deu)se da primeira para a segunda s8rie do &urso primário:

&er&a de FF dos a'unos deiJaram de se matri&u'ar na s8rie seguinte- Apesar das

mudanças estruturais e d& +un&ionamento introdu#idas pe'a 'ei F-D? no ensino de 's

e )graus o panorama da repro*ação e da e*ação não & muito di+erente\ segundo

dados &o'Widos numa es&o'a muni&ipa' d& >? grau de um .airro peri+8ri&o da &idade

d& São au'o "ardim Miriam$ os ndi&es de repro*ação em >?@G +oram as

seguintes:

32 s8ries CF?@ Fa2s8ries F

s8ries >@ Da2 s8ries (@?D

(a2s8ries >?@F @aF s8ries >DF

Cf s8ries FC Ga> s8ries D(>

O +ato de as por&entagens de repro*ação de&res&erem progressi*amente da

primeira at8 a Tuarta s8rie 8 assim interpretada por Qias: 98 Tue o sistema es&o'ar

pe'os me&anismos da e*asão e da repro*ação *ai e'iminando os menos &apa#es9"id- i.id-p- GC$-

Os a'tos ndi&es de repro*ação na Ia s8rie geram por sua *e# um *erdadeiro

&ongestionamento no in&io da es&o'ari#ação o Tue resu'ta na presença de um

grande nVmero de &rianças na >( s8rie do >? grau &om idades muito superiores %

esperada\ são estes os a'unos Tue de ano para ano passam a integrar as &'asses

+ra&as o &ontingente d& 9irre&uperá*eis9 e de 9de+i&ientes9 Tue de a&ordo &om a

'egis'ação 4usti+i&am a &riação de &'asses espe&iais\ mais &edo ou mais tarde irãoine*ita*e'mente engrossar as +i'eiras dos ana'+a.etos Tue passaram pe'a es&o'a-

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Em re'ação aos perodos diários de au'a eJtremamente &urtos "na maioria

das es&o'as os a'unos ne'as permane&em apenas ( Woras por dia$\ % rapide# &om

Tue os *ários perodos se su&edem num *erdadeiro atrope'o\ % pre&ariedade do

materia' permanente\ % +a'ta de materia' de &onsumo de materia' pedag<gi&o e de

Tua'i+i&ação do &orpo do&ente a 4usti+i&ati*a 8 sempre a mesma: a impossi.i'idade

de destinar mais *er.as ao ensino nos &Wamados pases su.desen*o'*idos-

>D

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

;oom.s eJaminando aTui'o Tue e'e &ara&teri#a &omo uma 9&rise mundia' da

edu&ação9 *a'endo)se do mesmo m8todo de aná'ise de sistemas *ai a'8m de Qias

na medida em Tue pretende ana'isar eJp'i&ar e sugerir estrat8gias de mudança de

uma situação Tue assume proporçes interna&ionais- Segundo e'e a &Wa*e para a

eJp'i&ação de ta' &rise en&ontra)se no seguinte +a'o: 9a partir de >?CF todos os

pases *Xm so+rendo mudanças am.ientais +antasti&amente rápidas pro*o&adas

por uma s8rie de re*o'uçes &on*ergentes de amp'itude mundia' na &iXn&ia e

te&no'ogia nos assuntos e&on]mi&os e po'ti&os nas estruturas demográ+i&as e

so&iais- Os sistemas de ensino tam.8m &res&eram e mudaram mais rapidamente do

Tue em Tua'Tuer outra 8po&a- !odos e'es por8m tXm)se adaptado muito

*agarosamente ao ritmo mais *e'o# dos a&onte&imentos Tue os rodeiam- O

&onseT1ente desa4ustamento Tue tem assumido as mais *ariadas +ormas

entre os sistemas de ensino e o meio a Tue perten&em &onstitui a essXn&ia da &rise

mundia' da edu&ação9 "op- &"6r-p- >$-

Entre as &ausas espe&+i&as deste desa4ustamento ;oom.s desta&a Tuatro:

a$ a a.rupta e'e*ação das aspiraçes popu'ares pe'o ensino\ .$ a aguda es&asse#

de re&ursos\ &$ a in8r&ia inerente aos sistemas de ensino\ d$ a in8r&ia da pr<pria

so&iedade- or 9in8r&ia da so&iedade9 ;oom.s entende o produto do 9pesado +ardodas atitudes tradi&ionais dos &ostumes re'igiosos dos padres de prestgio e

in&enti*o e das estruturas institu&ionais Tue a tem impedido de +a#er um me'Wor

uso da edu&ação e dos re&ursos Wumanos &om *istas ao desen*o'*imento na&iona'9

"id- i.id- p- >$- Estes +atores a'iados % es&asse# de re&ursos e % in8r&ia inerente

aos sistemas de ensino não estão segundo o autor podendo +a#er +rente %s

presses eJer&idas pe'o po*o no sentido de o.ter um n*e' mais a'to de

es&o'aridade nem % demanda &res&ente e mutante de mão)de)o.ra espe&ia'i#adane&essária ao desen*o'*imento na&iona'-

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Longe de eJp'i&itar as &ausas in+ra)estruturais "e&on]mi&as$ desta suposta

&rise ;oom.s pe)se a te&er &omentários so.re sua nature#a e a +a#er

re&omendaçes para sua superação\ entre estas re&omendaçes a ne&essidade de

dinWeiro em.ora não se4a a Vni&a nem a mais desa+iadora 8 men&ionada em

primeiro 'ugar- or8m e'e está &on*en&ido de Tue será muito di+&i' &onseguir mais

dinWeiro pois 9a parti&ipação do ensino na renda e nos orçamentos na&ionais 4á

a'Tançou um ponto Tue restringe suas possi.i'idades de &onseguir somas

adi&ionais9- or isso em muitos &asos será ne&essário o apoio de +ontes

'o&a'i#adas

O sistema es&o'ar .rasi'eiro

>@

+ora das +ronteiras do pas ou se4a do &apita' estrangeiro- A'8m da &o'a)

.oração em dinWeiro os pases em me'Wores &ondiçes e&on]mi&as de*eriam

prestar Tua'Tuer outro tipo d& a4uda aos pases mais 9atrasados9 &omo 8 o &aso da

eJportação de pro+essores espe&ia'istas em p'ane4amento d& &urr&u'o e assim por

diante- Q& Tua'Tuer +orma *enWam de onde *ierem os re&ursos +inan&eiros

argumenta ;oom.s e'es serão .em)*indos pois permitirão adTuirir me'Wores

re&ursos Wumanos edi+&ios eTuipamentos & materia' de ensino d& me'Wor

Tua'idade e em maior Tuantidade a'8m de em muitos 'ugares possi.i'itar a

a'imentação de 9a'unos +amintos a +im de Tue possam ter &ondiçes para aprender9

"id- i.id p- $- Mais do Tue isso os sistemas de ensino pre&isarão de muitas

&oisas Tue o dinWeiro não pode &omprar & Tue dependem Vni&a & eJ&'usi*amente da

.oa *ontade & da de&isão dos t8&ni&os en*o'*idos no pro&esso de ensino: 9id8ias e

&oragem determinação e uma no*a predisposição para a auto)a*a'iação re+orçada

por um dese4o d& a*entura e mudança9 "id- i.id- p- $- !udo isto &m nome da

promoção da Tua'idade da e+i&iXn&ia e da produti*idade dos sistemas de ensino&on&e.idos &omo empresas &riadoras & transmissoras de &onWe&imentos "id- i.id-

p- C$-

;oom.s tam.8m apresenta um diagrama simp'i+i&ado Tue mostra a'guns dos

&omponentes internos de um sistema de ensino Tue e'e &onsidera mais

importantes .em &omo as re'açes Tue mantXm &om a so&iedade-

;omum a am.os os autores apresentados en&ontramos em seu dis&urso a

&rença d& Tue a es&o'a 8 por eJ&e'Xn&ia uma agXn&ia de 9so&ia'i#ação9 ou se4auma instituição Tue d& um 'ado eJpe o indi*duo ao pensamento &ient+i&o e

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enriTue&&)'We o a&er*o de in+ormaçes 'e*ando)o assim a uma *isão mais

moderna & mais ra&iona' do mundo e de outro atra*8s de &rit8rios uni*ersa'istas de

a*a'iação prepara)o para a transição do &r&u'o +ami'iar para a es+era do tra.a'Wo

"&+- ou*eia$-C Em suma se a es&o'a não está em *ários pontos do g'o.o

atingindo seus o.4eti*os Tue na 'egis'ação do ensino de 's & )graus &m *igor no

Brasi' são de+inidos nos seguintes termos: 9propor&ionar ao edu&ando a +ormação

ne&essária ao desen*o'*imento de suas poten&ia'idades &omo e'emento de auto)

rea'i#ação Tua'i+i&ação para o tra.a'Wo e preparo para o eJer&&io da &idadania

&ons&iente9 isto se

C- Apare&ida o'P ou*eia 9A es&o'a o.4e'o de &ontro*8rsia9 nesta

&o'etnea-

>G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

O sistema es&o'ar .rasi'eiro

>G

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dá in*o'untariamente &omo &onseT1Xn&ia de &ontingXn&ias Tue es&apam %s

me'Wores intençes dos donos e dos representantes do poder- EJemp'o &'aro desta

*isão dos +atos en&ontra)se numa passagem de ;oom.s so.re as estatsti&as

edu&a&ionais e sua &on+ia.i'idade- Qi# e'e: 9or uma serie de rat<&s do

&onWe&imento dos estatsti&os edu&a&ionais eJperientes os nVmeros o+i&iais so.re

assuntos &omo matr&u'a taJas de e*asão e repro*ação gastos e &ustos unitários

de*em ser &onsiderados "espe&ia'mente nos pases &m desen*o'*imento$ &om &erta

reser*a- Não podemos &u'par ningu8m em parti&u'ar simp'esmente a situação 8

esta-9 "Id- i.id- p- (F$ Esta mesma &on&'usão está presente em *ários momentos

do dis&urso desses autores: Wá a'unos +amintos Wá a'tssimas taJas de repro*ação

e e*asão es&o'ar Wá mi'Wes de &rianças sem es&o'a eJistem mais de CD mi'Wes

de adu'tos ana'+a.etos nos pases mem.ros da UNES;O porTue 9a situação 8

esta9- Mudá)'a para os *ei&u'adores das ideias dominantes so.re a es&o'a & o

ensino depende a&ima d& tudo do es+orço dos edu&adores e da .oa *ontade dos

po'ti&os dos *ários pases no sentido d& *ia.i'i#ar uma &ooperação interna&iona'

atra*8s da Tua' os pases desen*o'*idos possam a4udar 9desinteressadamente9 os

pases &m desen*o'*imento- !rata)se portanto da mesma ideo'ogia Tue a'imentou

o ME;)USAIQ ou se4a da 9a4uda9 norte)ameri&ana entendida não &omo

inter+erXn&ia em assuntos na&ionais mas &omo ação orientada pe'o mais puro

desinteresse- *is*e' nesse dis&urso a ausXn&ia de menção % eJp'oração %

desigua'dade so&ia' de oportunidades % dominação &u'tura' e %s práti&as so&iais de

eJ&'usão- Ne'e tudo s& passa &omo se d& um 'ado o sistema es&o'ar +osse

9e'iminando os menos &apa#es9 e de outro &omo s& não Wou*esse re&ursos

su+i&ientes para me'Worar a Tua'idade da edu&ação popu'ar- Há um si'Xn&io

signi+i&ati*o a respeito da &orrupção e da ma'*ersação das *er.as pV.'i&as & do

des&aso do Estado pe'a edu&ação popu'ar- Há um si'Xn&io ainda mais signi+i&ati*o arespeito da re'ação entre a d*ida eJterna & as *er.as dispon*eis para a edu&ação

pV.'i&a nos pases dependentes ou sate'iti#ados eu+eniisti&am&nte &Wamados

neste tipo de 'iteratura de pases 9&m desen*o'*imento9-

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 A es&o'a o.4eto de &ontro*8rsia

 Apare&ida o'P ou*eia2

 A.rangendo par&e'as &ada *e# mais numerosas e di*ersi+i&adas dapopu'ação e en*o'*endo os indi*duos durante perodos pro'ongados Tue se ini&iam

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&edo na in+n&ia e a*ançam pe'a *ida adu'ta a es&o'a no Brasi' &omo em outros

pases &onstitui Wo4e o.4eto d& dis&ussão Tue u'trapassa o &r&u'o dos grupos

imp'i&ados no seu +un&ionamento

!endo adTuirido grande *isi.i'idade so&ia' in&'usi*e porTue passou a

a.sor*er par&e'as &onsiderá*eis dos re&ursos pV.'i&os a es&o'a tem sido 4u'gada de

di+erentes ngu'os e &om *ariadas preo&upaçes- ara e'eitos administrati*os sua

e+i&iXn&ia em gera' se a*a'ia por taJas de apro*ação e &on&'uses de &urso

adotando)se &omo &rit8rio para a apro*ação o rendimento do a'uno medido em

termos dos &onWe&imentos adTuiridos em determinado 'apso de tempo- ara ta'

a*a'iação os padres são &omumente esta.e'e&idos pe'o pro+essor em +unção do

Tue este &om .ase em sua eJperiXn&ia 4u'ga se de*a o.ter-

O desen*o'*imento &ogniti*o tem &onstitudo igua'mente a *ariá*e' &rit8rio

em pro4etos d& a*a'iação .astante am.i&iosos em Tue por interesses te<ri&os ou

ra#es práti&as se pro&ura determinar a in+'uXn&ia so.re o aprendi#ado de +atores

de ordem *ária tais &omo n*e' de Tua'i+i&ação do pro+essor práti&as pedag<gi&as

e re&ursos didáti&os &ara&tersti&as do pr8dio insta'açes e eTuipamentos

es&o'ares origem s<&io)e&on]mi&a e outros atri.utos do &orpo dis&ente- Assim

entre outros estudos o dirigido por ;o'eman ">?DD$ nos Estados Unidos e a

pesTuisa &omparati*a promo*ida pe'a Internationa' Asso&iation +or tWe E*a'uation o+

Edu&ationah A&Wi&*&m&nt &m *inte e um pases "ost'etW)aite >?@C$ in*estigam a

importn&ia re'ati*a de +atores es&o'ares e

"2$ Qo Qepartamento de ;iXn&ias So&iais da L;H- da Uni*ersidade de São

au'o- Artigo origina'mente pu.'i&ado em ;adernos de esTuisa "undação ;ar'os

;Wagas$ >D >?@D >F)>?-

>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar e\\tra)es&o'ares na *arin&ia dos resu'tados o.tidos em pro*as de mate)

máti&a 'inguagem e outras dis&ip'inas e'a.oradas espe&ia'mente em *ista dos

o.4eti*os &o'imados-

 A'guns es+orços tXm sido +eitos no sentido de se apreenderem modi+i&açes

&omportamentais outras Tue não a simp'es retenção de &onWe&imentos mas

mesmo em tais &asos &omo por eJemp'o naTue'es em Tue se pro&ura a*a'iar a

in+'uXn&ia da eJperiXn&ia es&o'ar so.re o ra&io&nio a.strato a &apa&idade dereso'*er pro.'emas e a &riati*idade o Tue se tem &onseguido dete&tar 8 o Tue se

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mani+esta Tuando os indi*duos estão +reT1entando ou &on&'uindo um &urso- Assim

pode)se em &erto sentido di#er Tue o Tue nessas tentati*as se o.t8m são ainda

medidas da e+i&iXn&ia interna da es&o'a-

 A noção di+undida a partir do in&io da d8&ada de sessenta de Tue o n*e' de

&apa&itação da +orça de tra.a'Wo seria importante +ator de desen*o'*imento

e&on]mi&o 'e*ou % preo&upação &om a e+i&á&ia eJterna da es&o'a a*a'iada em

termos de adeTuação do preparo es&o'ar a presum*eis ne&essidades da e&onomia-

 Assim a atenção em parte se des'o&a do &omportamento es&o'ar do a'uno para o

rendimento do 9produto9 da es&o'a na situação de tra.a'Wador ou pro+issiona'-

Esse en+oTue Tue +oi estimu'ado pe'a di*u'gação de tra.a'Wos rea'i#ados por

e&onomistas "S&Wu't# >?D(\ Be&er >?DC$ te*e rápida a&eitação em pases &omo o

Brasi' Tue propondo)se metas desen*o'*imentistas passaram a &onsiderar suas

es&o'as desse ngu'o- Qessa maneira &ertas re+ormas edu&a&ionais inspiraram)se

de&'aradamente na preo&upação de +a#er da es&o'a instrumento de

desen*o'*imento e&on]mi&o-

ara'e'amente na es+era a&adXmi&a grande impu'so te*e o &ampo da

e&onomia da edu&ação- Os interesses dos e&onomistas dirigiram)se ini&ia'mente

aos retornos indi*iduais da es&o'aridade medidos &omumente em termos de

in&rementos sa'ariais & por outro 'ado aos .ene+&ios so&iais &onsiderados em

termos de produti*idade agregada e distri.uição da renda- Uma outra ordem de

indagaçes re*e'a)se nos tra.a'Wos so.re &usto)e+i&iXn&ia das es&o'as-

Na *erdade a preo&upação &om a es&o'a u'trapassa atua'mente os 'imites

das di*ises a&adXmi&as &on*en&ionais podendo)se a'inWar os autores pe'o menos

os Tue atingem um pV.'i&o mais amp'o mais +a&i'mente em +unção de posiçes

ideo'<gi&as do Tue propriamente em termos de &ampos dis&ip'inares-

or outro 'ado torna)se mais eJp'&ito e di+undido o interesse A es&o'a o.4eto de &ontro*8rsia

pe'os e+eitos não)&ogniti*os da es&o'ari#ação- Entre os so&i<'ogos a atenção

para estes aspe&tos se mani+esta &'aramente Tuer em tra.a'Wos de orientação

psi&osso&io'<gi&a .aseados em dados o.tidos em pesTuisas de &ampo rea'i#adas

em situaçes pre&isamente indi&adas Tuer em espe&u'açes ou re+'eJes te<ri&as

de es&opo mais am.i&ioso tais &omo as apresentadas por A'tWusser e outrosautores neo)marJistas-

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 A'Weios %s apreenses dos edu&adores Tue apontam o 9.aiJo n*e'

inte'e&tua'9 dos a'unos &omo ind&io da deterioração dos padres de ensino Tue

teria resu'tado da rápida eJpansão da rede es&o'ar os so&i<'ogos Tue se dedi&am a

esse ou aTue'e tipo de aná'ise preo&upam)se menos &om &onWe&imentos

Wa.i'idades mentais ou &ompetXn&ias espe&+i&as do Tue &om *a'ores e atitudes-

Igua'mente pode en&ontrar)se nas duas &orrentes de maneira eJp'&ita a noção de

Tue não 8 somente o &onteVdo dos programas de ensino mas tam.8m a maneira

de ensinar a nature#a do re'a&ionamento entre pro+essores & a'unos as sançes e

os &rit8rios de a*a'iação Tue produ#iriam os presum*eis resu'tados não)&ogniti*os

&ondená*eis segundo uns dese4á*eis segundo outros-

Uma di+erença +undamenta' de postura eJiste por8m entre as duas

&orrentes- Qe um 'ado Wá a posição radi&a' dos Tue denun&iam a +unção

9id&o'ogi#an'e9 da es&o'a a in&u'&ação de &renças e *a'ores no interesse das

&'asses dominantes "Baude'ot e Esta.'et >?@>$- Qe maneira suti' & por isso mesmo

e+eti*a a es&o'a 'e*aria o indi*duo a +ormu'ar uma *isão do mundo &ompat*e' &om

a preser*ação do status Tuo- ;onsagrando a ideo'ogia do ta'ento ou 9dom9 ou

en+ati#ando o m8rito e e+i&á&ia do es+orço pessoa' a es&o'a o 'e*aria a a&eitar &omo

natura' ou eJp'i&á*e' a sua situação parti&u'ar de mem.ro da &'asse dominante ou

dominada- or sua in+'uXn&ia 9domesti&adora9 a es&o'a seria na so&iedade

&apita'ista de nossos dias o mais importante dos 9apare'Wos ideo'<gi&os9 do Estado\

a+astaria ou diminuiria a ne&essidade de re&orrer)se %s +ormas de &oação mais

ostensi*as empregadas pe'os apare'Wos repressi*os o eJ8r&ito a po'&ia os

tri.unais "A'tWusser >?@C$- Ou então 9in&u'&ando nos estudantes uma menta'idade

.uro&ráti&a9 &ontri.uiria para a +ormação de tra.a'Wadores a'ienados &omo &on*8m

aos interesses das empresas na so&iedade de &onsumo "intis >?@>$-

 A 9ideo'ogi#ação9 apontada em a+irmaçes desse teor &ontrape)se a9so&ia'i#ação9 &on&e.ida pe'a &orrente Tue imagina a es&o'a &omo uma instituição

Tue eJpe o indi*duo ao pensamento &ient+i&o enriTue&e)'We o a&er*o de

in+ormaçes e o 'e*a assim a uma *isão mais

(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

moderna mais ra&iona' do mundo "Moore >?D(\ Ine'es >?D?\ Armer e

out# >?@>$\ ou Tue dis&ip'inando o uso do tempo e empregando &rit8riosuni*ersa'istas de a*a'iação o prepara para a di+&i' transição do &r&u'o protegido da

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+am'ia para a es+era e+eti*amente mais neutra do tra.a'Wo ou pro+issão "arsons

>?F?\ Qree.en >?D@$-

Os Tue denun&iam as +unçes 'atentes da es&o'a a&reditam natura'mente no

seu poder ou e+i&á&ia\ dentre esses por não du*idar do &aráter perni&ioso dos

sistemas es&o'ares .uro&rati#ados dispendiosos e inTuos Wá mesmo Tuem

pre&oni#e a deses&o'ari#ação da so&iedade "I''i&W >?@>$- Ao &ontrário os Tue

*a'ori#am a es&o'a .us&am identi+i&ar &ondiçes em Tue a sua ação se eJerça de

maneira mais e+i&a#-

ista &omo +ator de mudança so&ia' por isso Tue 'e*aria % moderni#ação ou

ra&iona'i#ação ou &omo instrumento de preser*ação da ordem 7 igente por isso Tue

'e*aria % interiori#ação de &renças e *a'ores Tue 'egitimam e perpetuam as

iniTuidades so&iais a es&o'a en&ontra)se assim so. +ogos &ru#ados-

Em +a&e de posiçes radi&ais e e*iden&ias in&one'udentes o Tuadro ainda

mais se &omp'i&a &om a pa'a*ra dos Tue sem atri.uir % es&o'a eJp'i&itamente

Tua'Tuer in+'uXn&ia no sentido de produ#ir mudanças nas atitudes e *a'ores dos

edu&andos apontam &ontudo o pape' Tue os me&anismos de se'eção e promoção

es&o'ar desempenWam na manutenção do status Tuo-

Qe +ato dados pro*enientes de pesTuisas rea'i#adas em *ários pases

indi&am Tue o sistema es&o'ar ao adotar &rit8rios aparentemente neutros para

a*a'iar o desempenWo dos a'unos a&a.a estimu'ando os mais aptos para o tra.a'Wo

es&o'ar e re+orçando ou agra*ando as de*antagens dos menos predispostos ou

preparados para as ati*idades Tue a es&o'a reTuer\ por outro 'ado sa.e)se tam.8m

Tue uns e outros não se en&ontram igua'mente distri.udos pe'as di+erentes

&amadas da popu'ação-

O.*iamente esses +atos serão tanto mais gra*es Tuanto mais estreita +or a

re'ação entre n*e' de es&o'aridade e su&esso em outras es+eras- Nos EstadosUnidos onde *árias pesTuisas so.re o pro.'ema tXm sido rea'i#adas o nVmero de

anos de es&o'aridade se mostra estreitamente re'a&ionado &om o status

o&upa&iona' mesmo Tuando se &ontro'a a origem so&ia' do indi*duo- Qis&ute)se

por8m at8 Tue ponto os n*eis de es&o'aridade esta.e'e&idos para a admissão a

&ertas o&upaçes &orrespondem a eJigXn&ias reais no Tue to&a % &ompetXn&ia e at8

Tue

 A es&o'a o.4eto de &ontro*8rsiaC

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ponto resu'tam de presses dos grupos Tue atingem graus de instrução mais

e'e*ados ";o''ins >?@>$-

Qe Tua'Tuer +orma mesmo Tue as &ondiçes ou reTuisitos da e&onomia

'e*em a &rit8rios uni*ersa'istas merito&ráti&os de emprego o pro.'ema da

desigua'dade das oportunidades persistirá pois os indi*duos das &amadas .aiJas

Tue *ia de regra não a'&ançam os n*eis es&o'ares pre*a'e&entes nas &amadas

mais +a*ore&idas &on&orrerão em situação des*anta4osa no mer&ado de tra.a'Wo-

 A preo&upação &om as desigua'dades edu&a&ionais não se 4usti+i&a somente

pe'o Tue a es&o'aridade possa representar em 'ermos de pro.a.i'idade de emprego

ou de emprego mais *anta4oso- en&s ">?@$ Tue a partir do eJame de dados

pro*enientes de *árias +ontes minimi#a a in+'uXn&ia da es&o'aridade so.re a &arreira

do indi*duo e eJpressa &eti&ismo a respeito de re+ormas edu&a&ionais destinadas a

promo*er a igua'dade so&ia' e e&on]mi&a assina'a entretanto Tue nem por isso se

de*em neg'igen&iar as di+erenças na Tua'idade da es&o'a pois as eJperiXn&ias

propor&ionadas aos a'unos Tuando agradá*eis e enriTue&edoras importam pe'o

Tue representam para e'es na pr<pria 8po&a em Tue as *i*en&iam-

O tema das desigua'dades edu&a&ionais não interessa apenas % so&io'ogia

ameri&ana- Ar&Wer ">?@$ aponta Tue na Ing'aterra os so&i<'ogos não s< tXm

rea'i#ado &omo se sa.e numerosos estudos so.re o pro.'ema mas tXm tido

mesmo &erta in+'uXn&ia so.re a po'ti&a edu&a&iona'\ e Tue na rança 4á em >?F

se pu.'i&a*a um tra.a'Wo so.re o assunto "o.'o'$-

O interesse pe'a Tuestão das desigua'dades no a&esso a di+erentes graus &

tipos de ensino a&entuou)se nos V'timos anos em +a&e da &onstatação de Tue nem

mesmo &om a grande eJpansão das matr&u'as *eri+i&adas &m todos os pases em

di+erentes n*eis do sistema es&o'ar ap<s a Segunda uerra Mundia' passaram as

oportunidades edu&a&ionais a ser usu+rudas eTuitati*amente "Hus8n >?@$-Mesmo nos pases nos Tuais as &amadas e&on]mi&a e so&ia'mente menos

+a*ore&idas tXm Wo4e a&esso % es&o'a & a graus de es&o'ari#ação re'ati*amente

e'e*ados desigua'dades re'a&ionadas &om a origem so&ia' persistem Tuer so. a

+orma de distri.uição di+eren&ia' dos a'unos por *ários tipos de es&o'a Tuer Tuanto %

eJtensão mesma da es&o'aridade- or outro 'ado em.ora a instrução m8dia das

mu'Weres tenWa se e'e*ado persistem igua'mente &ertos padres di+eren&iais de

distri.uição re'a&ionados &om o seJo-F

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Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Essas &onstataçes re+orçam a noção de Tue o pro.'ema das desigua'dades

edu&a&ionais não pode ser reso'*ido simp'esmente &om medidas destinadas a

amp'iar a o+erta de *agas- A atenção se dirige assim para o per+i' da demanda e

para os +atores Tue a &ondi&ionam-

ara eJp'i&ar as di+erenças o.ser*adas entre di*ersos grupos so&iais no Tue

respeita % demanda %s *i&issitudes e % direção da &arreira es&o'ar *árias teorias

tXm sido propostas di+erindo as eJp'i&açes prin&ipa'mente pe'a maior ou menor

Xn+ase atri.uda a um dos seguintes +atores: a$ *a'ores e atitudes em re'ação %

edu&ação Tue segundo &ertos autores "ce''er ea''oni >?DC$ estariam

re'a&ionados &om a *antagem re'ati*a Tue determinado grau de es&o'aridade teria

para indi*duos di+erentemente situados na es&a'a so&ia'\ .$ &apita' &u'tura'

representado pe'a +ami'iaridade &om o.4etos noçes e 'inguagem Tue a es&o'a

pressupe mas Tue di+i&i'mente se en&ontra em estudantes pro*enientes de

+am'ias menos instrudas "Bernstein >?D>\ Bourdieu >?DD\ Bourdieu e asseron

>?@>$\ &$ Wá.itos de pensamentos & indagação estimu'ados em di+erentes graus por

&ertas práti&as de so&ia'i#ação +ami'iar en&ora4adoras umas ini.it<rias outras

"'der >?DF\ Hess e SWipman >?DF$-

O.*iamente não se a+astam Tuando ap'i&á*eis eJp'i&açes mais simp'es

&omo o +ato de a +am'ia não poder pres&indir da &ontri.uição monetária ou não

representada pe'o tra.a'Wo dos +i'Wos menores- !am.8m estreitamente re'a&ionado

&om as posses da +am'ia distingue)se ana'iti&amente dentre os +atores Tue a+etam

a edu&a.i'idade o estado nutri&iona' do estudante e mesmo &arXn&ias a'imentares

.em anteriores % idade es&o'ar aspe&tos estes Tue tXm re&e.ido &uidadosa

atenção em estudos re&entes "Bir&W e usson >?@\ Barros >?@($-

ro*enientes de pesTuisas de inspiração *ária rea'i#adas em di*ersospases são Wo4e numerosos os dados Tue in+ormam so.re a re'ação entre

&omportamento es&o'ar e &ara&tersti&as dos a'unos ou de suas +am'ias-

 As e*idXn&ias re+erentes % in+'uXn&ia de *ariá*eis eJtra)es&o'a)res so.re o

prosseguimento regu'ar da &arreira es&o'ar 4á não permitem assim Tue a es&o'a

se4a pensada em +unção de um a'uno idea' ou de uma popu'ação indi+eren&iada-

;ontudo a atenção &on&entrada inteiramente nesses aspe&tos pode &ondu#ir a

uma &on+ortá*e' atitude de passi*idade diante dos sistemas es&o'ares *igentes-

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;on*8m a prop<sito 'em.rar Tue o Tue se sa.e so.re a importn&ia de +atores

eJtra)es&o'a)res ou so.re a re'ati*a irre'e*n&ia de +atores propriamente es&o'ares

 A es&o'a o.4eto de &ontro*8rsia

@

re+ere)se a situaçes en&ontradas em so&iedades &om &ertas &ara&tersti&as

e es&o'as de &ertos tipos as es&o'as Tue a eJistem\ es&o'as Tue se organi#am

em +unção de &ertos o.4eti*os empregam &ertos m8todos de ensino e &ertos

&rit8rios de a*a'iação dos a'unos-

Em.ora se possa imaginar Tue mudanças signi+i&ati*as no sistema es&o'ar

ta'*e# di+i&i'mente se operem sem Tue a pr<pria so&iedade se trans+orme não se

pode tranT1i'amente esperar Tue &ertas trans+ormaçes po'ti&o)so&iais produ#am

mudanças automáti&as na orientação e práti&a es&o'ares- A eJperiXn&ia Wist<ri&a

tem demonstrado Tue mesmo nos pases onde por +orça de mo*imentos

re*o'u&ionários a ordem so&ia' +oi radi&a'mente a'terada todo um es+orço para'e'o

tem sido ne&essário para trans+ormar a es&o'a no sentido dese4ado- E pe'o Tue se

sa.e a respeito da persistXn&ia de &erto grau de se'&ti*idade so&ia' dos sistemas

es&o'ares nesses pases "Mariei&#)Lagn&au >?D?$ 8 de s& supor Tue as

di+i&u'dades não se4am +a&i'mente superá*eis- Há mesmo Tuem a+irme Tue na

práti&a as re*o'uçes deste s8&u'o pou&a ou nenWuma a'teração su.stan&ia'

introdu#iram nas es&o'as "Reimer >?@F$-

ara os Tue &onsideram ut<pi&a a proposta de uma so&iedade sem es&o'as

mas ao mesmo tempo se inTuietam &om os e+eitos indese4á*eis dos sistemas

es&o'ares *igentes ou &om a sua ine+i&á&ia em termos dos o.4eti*os Tue 'Wes

atri.uem a primeira tare+a a nosso *er &onsistiria &m identi+i&ar mais pre&isamente

do Tue tem sido +eito at8 agora as &ara&tersti&as institu&ionais diretamente

responsá*eis pe'os ma'es apontados- E a partir da seria ne&essário so.retudo Tuea'ternati*as de ação +ossem apresentadas- Qe pou&o *a'e engrossar o &oro das

*o#es Tue &ondenam a situação eJistente se não se pre*Xem so'uçes de &u4a

ap'i&ação se possa &ogitar a mais &urto ou 'ongo pra#o em &ondiçes

espe&i+i&adas-

Re+erXn&ias .i.'iográ+i&as

 A''Wuss&r Louis Ideo'ogia P aparatos ideo'<gi&os de Estado- Buenos

 Aires Nue*a ision >?@C- Ar&Wer Margaret S&ot+ord 9Ega'itarianism inEng'isW and ren&W

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Edu&ationa' So&io'ogP9 Ar&Wi*es Europ8enes de So&io'ogie

!omo _I n > >?@ >>D)>?- Armer Mi&Wae' e Ro.ert out# 9orma'

Edu&ation and Indi*idua'

G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

ModernitP in an A+ri&an So&ietP9 Ameri&an ourna' o+ So&io'ogP

@D "C$ >?@> D()DD- Baude'ot ;Wristian e Roger Esta.'et L 68&o'e

&apita'iste en ran&e-

aris Maspero >?@>- Barros - M- 9La desnutri&i<n en e' niijo P sus

&onse&uen&ias9 Re*ista

de' ;entro de EstVdios Edu&ati*os M8Ji&o ( ">$ >?@( D@)?>- Be&er arP

S- Human ;apita'- A !Weoreti&a' and Empiri&a' Ana'Psis

itW Spe&ia' Re+eren&e to Edu&ation Nationa' Bureau o+ 

E&onomi& Resear&W No*a or >?DC- Bernstein Basi' 9Language and

So&ia' ;'ass: Resear&W Note9 !We

ourna' o+ BritisW So&io'ogP ? "$ >?D >F?)>@C- Bir&W Her.ert - e oan

QPe usson Qisad*antaged ;Wi'dren: Hea'tW

Nutrition and S&Woo' ai'ure- No*a or Har&ourt Bra&e f

`or'd >?@-

Bourdieu ierre 9L 8&o'e &onser*atri&e: 'es in8ga'it8s de*ant 8&o'e et 'a

&u'ture9 Re*ue rançaise de So&io'ogie7' >?DD (F)(C@-

Bourdieu ierre e ean);'aude asseron La reprodu&tion- aris

Editions de Minuit >?@>- ;o'eman ames et ai ETua'itP o+ Edu&ationa'

OpportunitP U- S-

Qepartment o+ Hea'tW Edu&ation and `e'+are `asWington Q-

; >?DD-;o''ins Randa'' 9un&tiona' and ;on+'i&t !Weories o+ Edu&ationa'

Strati+i&ation9 Ameri&an So&io'ogi&a' Re*ie *o'- (D "D$ >?@> >)>>?-

Qree.en Ro.ert 9!We ;ontri.ution o+ S&Woo'ing to tWe Learning o+ 

Norms9 Har*ard Edu&ationa' Re*ie *o'- (@ n1 >?D@- E'der H- r-

9ami'P Stru&ture and Edu&ationa' Attainment9 Ameri&an

So&io'ogi&a' Re*ie ( >?DF G>)?D- intis Her. 9;ontre)&u'ture et

mi'itantisme po'itiTue9 !emps Modernes

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+e*- >?@> >C)>CF- o.'ot E- La .arrikre et 'e ni*eau- aris A'&an >?F-

 Apud Ar&Wer

op- &it-

Hess R- Q- e `- ;- SWipman 9Ear'P EJperien&e and tWe So&ia'i#ation o+

;ogniti*e Modes in ;Wi'dren9 ;Wi'd Qe*e'opment (D >?DF GD?)GGD-

Hus8n !orsten Origine so&ia'e et 8du&ation Organisation de ;ooperation et

de Q8*e'oppement E&onomiTue aris >?@-

 A es&o'a o.4eto de &ontro*8rsia

?

I''i&W I*an Qes&Woo'ing So&ietP- No*a or Harper f Ro >?@>- &n&s

;WristopWer IneTua'itP a Reassessment o+ tWe E++e&t o+ ami'P

and S&Woo'ing in Ameri&a- No*a or Basi& Boos >?@- ce''er Su#anne e

Marisa a''oni 9Am.ition and So&ia' ;'ass9 So&ia'

or&es C( >?DC FG)@- Mari&i&#)Lagneau anina Edu&ation 8ga'it8 et

so&ia'isme- aris

 AntWropos >?D?-

arsons !a'&ott 9!We S&Woo' ;'ass as a So&ia' SPstem: Some o+ its

un&tions in Ameri&an So&ietP9 Har*ard Edu&ationa' Re*ie __I_ >?F?-

ost'etWaite !- Ne*i''e 9Internationa' Studies on Edu&ationa' A&Wie*ement9

;omparati*e Edu&ation Re*ie >G nu >?@C ?@)(>G-

Reimer E*erett A es&o'a esta morta- Rio d& aneiro ran&is&o A'*es >?@F-

S&Wu't# !Weodore `- !We E&onomi& a'ue o+ Edu&ation- No*a or

;o'um.ia Uni*ersitP ress >?D(-

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ierre Bourdieu: a transmissão &u'tura' da desigua'dade so&ia'

Qa*id Sart#2

Um dos pro.'emas &r]ni&os das &iXn&ias so&iais 8 a +a'ta de .oas traduçes

das prin&ipais pesTuisas rea'i#adas em outros pases- Esta +orma de pro*in&ianismo

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'ing1sti&o tem sido espe&ia'mente *erdadeiro no &aso dos tra.a'Wos de i&rre

Bourdieu um importante so&i<'ogo +ran&Xs &u4os estudos so.re as instituiçes de

ensino superior estão &ata'isando a atenção dos interessados pe'a so&io'ogia da

edu&ação na rança-> ;in&o

"2$ 9i&rre Bourdieu: !We ;u'tura' !ranstnission o+ So&ia' In&Tua'itP9 Har*ard

Edu&a1ona' Re*ie C@ C no*- de >?@@ FCF)FFF- !radução de Maria He'ena

Sou#a atto-

- A so&io'ogia da edu&ação 8 apenas uma das dimenses da *ariada o.ra

de Bourdieu- E'e se dedi&a +undamenta'mente a eJp'orar e eJp'i&ar a mu'tip'i&idade

de maneiras pe'as Tuais os +en]menos e as práti&as &u'turais esta.e'e&em re'açes

entre a estrutura so&ia' e o poder- Esta orientação o 'e*ou a es&re*er so.re uma

*ariedade de assuntos desde as práti&as &u'turais tais &oino +reT1Xn&ia a museus

e +otogra+ia at8 a so&io'ogia dos inte'e&tuais e da &iXn&ia- E'a tam.8m norteia as

pesTuisas &ondu#idas no ;en'er +or European So&io'ogP do Tua' Bourdieu 8 diretor-

Os nVmeros de >?@ do ;urrent Resear&W pu.'i&ado pe'o ;en'er +or European

So&io'ogP FC Bour'e*ard Raspai' aris De- rança &ontXm in+ormaçes mais

deta'Wadas- Nos pases de 'ngua ing'esa Basi' Bernstein e Randa'' ;o''ins 4á

registraram seus agrade&imentos a Bourdieu por a'guns de seus insigWts te<ri&os-

Bernstein registra a aná'ise de Bourdieu dos aspe&tos estruturais dos pro&essos

edu&a&ionais\ ;o''ins &Wama a atenção para a &on&epção de Bourdieu segundo a

Tua' as instituiçes de ensino superior transmitem tanto &u'tura de e'ite Tuanto

&onWe&imentos e Wa.i'idades- e4a Basi' Bernstein ;'ass ;odes and ;ontrai:

!Weore'i&a' Studies !oards a So&io'ogP o+ Language Londres Rout'edge f cegan

au' >?@> p- >\ Randa'' ;o''ins 9un&tiona' and ;on+'i&t !Weories o+ Edu&a&iona'

Strati+i&ation9 Ameri&an So&io'ogi&a' Re*ie >?@> (D >)>>?\ & ;o''ins 9Some

;omparati*e rin&ipies o+ Edu&ationa' Strati+i&ation9 Har*ard Edu&ationa' Re*ie>?@@ C@ >)@-

(>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

dos artigos de Bourdieu +oram re&entemente tradu#idos para o ing'Xs e estão

presentes em *ários 'i*ros de 'eituras de so&io'ogia edu&a&iona'-

 A'8m disso este ano mar&ou o apare&imento em ing'Xs de Reprodu&tion: in

Edu&ation So&ietP and ;u'ture uma o.ra eJtremamente ino*adora e po'Xmi&a daautoria de Bourdieu e seu &o'a.orador ean);'aude asseron-( ina'mente estão

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sendo tradu#idos para a 'ngua ing'esa um seJto artigo de Bourdieu e um 'i*ro

anterior em &o'a.oração &om asseron !We Heirs: Students and ;u'ture2 Assim 4á

8 poss*e' empreender uma a*a'iação ini&ia' da teoria e da pesTuisa assinadas por

Bourdieu- Neste artigo pretendemos apresentar uma *isão gera' des&riti*a dos

aspe&tos mais notá*eis da a.ordagem de Bourdieu %s instituiçes edu&a&ionais\

a'8m disso identi+i&aremos e &riti&aremos suas &ontri.uiçes a esta área do

&onWe&imento-

 A +orça da o.ra de Bourdieu 8 o eJame da re'ação entre o sistema de ensino

superior e a estrutura de &'asses so&iais- Segundo Bourdieu a edu&ação ser*e para

manter a desigua'dade so&ia' mais do Tue para redu#i)'a- A tare+a do so&i<'ogo

portanto 8 9determinar a &ontri.uição

- ierre Bourdieu 9;u'tura' Reprodu&tion and-So&ia' Reprodu&tion9 in

Ri&Ward Bron "org-$ cno'edge Edu&ation and ;u'tura' ;Wange Londres

!a*isto& >?@( p- @>)>> e tam.8m em oer and Ideo'ogP in Edu&ation erome

cara.e' e A- H- Ha'seP "orgs-$ No*a or OJ+ord Uni*ersitP ress >?@@ p- CG@)

F>>- ierre Bourdieu e MoniTue de Saint)Martin 9!We S&Woo' as a ;onser*ati*e

or&e- S&Wo'asti& and ;u'tura' IneTua'ities9 & 9S&Wo'asti& EJ&e''en&e and tWe a'ues

o+ tWe Edu&ationa' SPstem9 in oWn Egg'&ston "org-$ ;ontemporarP Resear&W in tWe

So&io'ogP o+ Edu&ation No*a or Harper f Ro >?@C- p- (D)CD ((G)(@>- ierre

Bourdieu 9Inte''e&tua' ie'd and ;reati*e ro4e&t9 e 9SPstems o+ Edu&ation and

SPstems o+ !WougWt9 in Mi&Wae' - Q- oung "org-$ cno'edge and ;ontro': Ne

Qire&tions +or tWe So&io'ogP o+ Edu&ation Londres ;o''i&r)Ma&mi''an >?@> p- >D>)

>GG >G?)@-

(- ierre Bourdieu e ean);'aude asseion Reprodu&tion: in Edu&ation

So&ietP and ;u'ture Be*er'P Hi''s ;a'i+ornia Sage >?@@ p- D- !rata)se da

tradução de La reprodu&tion: 8'8ments pour une tW8orie du sPstkmed6enseignement aris Editions de Minuit >?@ p- @?-

C- ierre Bourdieu Lu& Bo''ansi e MoniTue de Saint)Martin 9Les strat8gies

de re&on*ersion: 'es &'asses so&ia'es et 'e sPstkme d6enseignement9 So&ia' S&ien&e

In+ormation >?@( > D>)>>( será 'ançado em 'ngua ing'esa &om o ttu'o

9;Wanges in So&ia' Stru&ture and ;Wanges in tWe Qemand +or Edu&ation9 in M- S- e

S- iner "orgs-$ ;ontemporarP Europe: Stru&tura' ;Wange and ;iritura' atterns

Londres Rou''edge f cegan au' "no re'o$- ierre Bourdieu e ean);'audeasseron Les W8ritiers: 'es 8tudiants et 'a &u'ture aris Editions de Minuit >?DC

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será 'ançado em 'ngua ing'esa &om o ttu'o !We Heirs: Students and ;u'ture

;Wi&ago Uni*ersitP o+ ;Wi&ago ress "no pre'o$-

ierre Bourdieu: a transmissão &u'tura' da desigua'dade so&ia'

((

+eita pe'o sistema edu&a&iona' % reprodução da estrutura de re'açes de

poder e de re'açes sim.<'i&as entre as &'asses so&iais9-F

O sistema de edu&ação superior segundo Bourdieu &umpre as +unçes de

transmitir pri*i'8gios distri.uir status e insti'ar respeito pe'a ordem so&ia' *igente-

Em.ora dotada da +unção tradi&iona' de transmitir a &u'tura em gera' de geração a

geração as instituiçes edu&a&ionais na rea'idade desempenWam uma +unção

so&ia' mais pro+unda mais o.s&ura: &ontri.uem para a reprodução da estrutura de

&'asses so&iais re+orçando a di*isão &u'tura' e de status entre as &'asses- A +im de

eJemp'i+i&ar esta a+irmação Bourdieu a+irma Tue as demo&ra&ias o&identais

&ontemporneas .aseiam)se em +ormas sim.<'i&as indiretas de &oerção

re&orrendo menos % *io'Xn&ia +si&a direta para manter o &ontro'e so&ia'- A &rença

genera'i#ada na igua'dade por eJemp'o torna di+&i' aos grupos dominantes

outorgar status a.ertamente\ assim sendo 8 ne&essário en&ontrar no*os & mais

dis&retos meios de &ontro'e e de Werança so&ia'- Segundo Bourdieu os grupos

dominantes de'egaram a tare+a de outorgar & distri.uir status de e'ite a um sistema

em eJpansão e aparentemente merito&ráti&o de ensino superior- Os interesses da

&'asse a'ta podem assim ser preser*ados sem *io'ar os prin&pios da ideo'ogia

demo&ráti&a o.s&ure&endo e 'egitimando desse modo 9a reprodução das

WierarTuias so&iais trans+ormando)as em WierarTuias a&adXmi&as9-D

 A teoria de Bourdieu so.re o sistema de ensino superior +a# parte de uma

teoria mais gera' so.re a transmissão &u'tura' "9ação pedag<g &a9$ Tue esta.e'e&e

re'açes entre o &onWe&imento o poder a so&ia'i#ação e a edu&ação- Atra*8s daso&ia'i#ação e da edu&ação são interna'i#adas disposiçes &u'turais re'ati*amente

permanentes\ estas por sua *e# estruturam o &omportamento indi*idua' & grupai de

ta' maneira Tue reprodu#em as re'açes de &'asse eJistentes- Numa ordem so&ia'

estrati+i&ada os grupos e as &'asses dominantes &ontro'am os signi+i&ados &u'turais

mais *a'ori#ados so&ia'mente e os 'egitimam- uando in&u'&ados atra*8s da

edu&ação estes signi+i&ados gera'mente são a&eitos e respeitados pe'os grupos

su.ordinados na ordem so&ia'- Assim as re'açes de poder entre os grupos e

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&'asses so&iais são mediadas por signi+i&ados sim.<'i&os\ a &u'tura em seu n*e'

mais +undamenta' não

F- 9;u'tura' Reprodu&tion and So&ia' Reprodu&tion9 in Bron p- @> e

cara.e' e Ha'seP p- CG@-

D- Reprodu&tion p- >F(-

(C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

8 isenta de &onteVdo po'ti&o mas eJpressão de'e-

Bourdieu eJp'i&a os padres de desigua'dade *a'endo)se não s< de dados

so.re a mo.i'idade ou so.re as 9entradas9 e 9sadas9 do sistema de ensino- A'8m

disso e'e se det8m nos pro&essos atra*8s dos Tuais o &onWe&imento e o esti'o

&u'tura' +un&ionam &omo portadores de desigua'dade so&ia'- O &on&eito de &apita'

&u'tura' 8 &entra' na aná'ise de Bourdieu e 'We permite ana'isar as Wa.i'idades as

disposiçes o &onWe&imento e os ante&edentes &u'turais gerais da mesma +orma

&omo são ana'isados os .ens e&on]mi&os produ#idos distri.udos e &onsumidos

pe'os indi*duos e pe'os grupos- ;omo ta' a &u'tura se4a e'a &onsiderada em

seus aspe&tos materiais "'i*ro o.ras de arte$ so. a +orma de práti&as "*isitas a

museus &on&ertos$ ou de &ir&u'ação institu&iona' de &reden&iais a&adXmi&as

pode ser tratada nos mesmos termos Tue as 'eis Tue go*ernam as re'açes ma&ro e

mi&roe&on]mi&as- No n*e' das disposiçes indi*iduais o &apita' &u'tura' re+ere)se a

uma 9&ompetXn&ia 'ing1sti&a e &u'tura'9 so&ia'mente Werdada Tue +a&i'ita o

desempenWo es&o'ar-

Bourdieu re+ere)se a uma distri.uição desigua' do &apita' &u'tura' entre as

&'asses so&iais no Tue se re+ere aos n*eis de es&o'aridade atingidos e aos padres

de &onsumo &u'tura'- A maioria dos dip'omas uni*ersitários na rança por eJemp'o

são o.tidos por indi*duos perten&entes %s &'asses mais a'tas\ muito pou&os são&onseguidos por +i'Wos de tra.a'Wadores rurais e operários- Bourdieu portanto

det8m)se na maneira &omo as &ondiçes estruturais do ensino a.rangem interest

ses e ideo'ogias de &'asse reprodu#em a distri.uição desigua' do &apita' &u'tura' e

na aná'ise do porTuX o pr<prio sistema edu&a&iona' promo*e n*eis desiguais de

desempenWo e de rea'i#ação a&adXmi&a- Bourdieu +oi um dos primeiros so&i<'ogos

a ana'isar &riti&amente o tema tão em moda da 9demo&rati#ação9 do ensino numa

8po&a em Tue as teorias so.re a 9so&iedade espe&ia'i#ada9 e a 9as&ensão damerito&ra&ia9 domina*am o pensamento edu&a&iona'-@ A as&ensão atra*8s da

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na de+inição das atitudes &m re'ação ao &apita' &u'tura' e %s instituiçes

edu&a&ionais9-? Segundo e'e o +ato de os 4o*ens permane&erem ou não na es&o'a

depende &onsidera*e'mente da per&epção Tue tXm da pro.a.i'idade Tue as

pessoas de sua &'asse so&ia' tXm d& serem .em)su&edidas a&ademi&amente-

Bourdieu a+irma Tue 9eJiste uma &orre'ação estreita entre esperanças su.4eti*as e

oportunidades

G- 9;u'tura' Reprodu&tion and So&ia' Reprodu&tion9 in Bron p- @> e

cara.e' e Ha'seP p- CG@-

?- 9!We S&Woo' as a ;onser*ati*e or&e9 p- (-

(D

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

o.4eti*as\ estas V'timas modi+i&am e+eti*amente as atitudes e o &ompor)

tamento agindo atra*8s das primeiras9-69 As am.içes e eJpe&tati*as de uma

&riança em re'ação ao ensino e % &arreira são produtos estrutura'mente

determinados da eJperiXn&ia edu&a&iona' & da práti&a &u'tura' de seus pais de seus

pares ou do grupo a Tue perten&e- ortanto o etWos de &'asse muito mais Tue o

&apita' &u'tura' 98 o prin&ipa' determinante dos estudos "Tue a &riança empreende$9-9

Bourdieu en+ati#a portanto a se'eção atra*8s da auto)se'eção- ;omo os

 4o*ens da &'asse tra.a'Wadora tXm pou&a &Wan&e de +reT1entar a uni*ersidade não

aspiram atingir a'to n*e' de es&o'aridade- Bourdieu de+ine este pro&esso &m termos

de 9um sistema de re'açes &ir&u'ares Tue une estruturas e práti&as9\ as estruturas

o.4eti*as produ#em disposiçes su.4eti*as estruturadas Tue produ#em açes

estruturadas Tue por sua *e# tendem a reprodu#ir a estrutura o.4eti*a-> ortanto

sua +ormu'ação su.'inWa o pape' ati*o da es&o'a na determinação das eJpe&tati*as

edu&a&ionais de um indi*duo- Um etWos da &'asse tra.a'Wadora Tue 'e*a % auto)

e'iminação por eJemp'o resu'ta de uma a*a'iação de Tue as es&o'as o+ere&empou&as oportunidades de su&esso para os Tue não tXm um &apita' &u'tura' ra#oá*e'-

 A'8m das di+erenças de &'asse Tuanto ao etWos as di+erenças de &'asse

Tuanto ao &apita' &u'tura' tam.8m a+etam a rea'i#ação es&o'ar- A eJposição

pro'ongada % instrução uni*ersitária por eJemp'o não &ompensa inteiramente a

des*antagem ini&ia' de &apita' &u'tura' dos 4o*ens das &'asses .aiJa & m8dia- ;omo

Bourdieu en&ara a transmissão edu&a&iona' &omo um *e&u'o de desigua'dade de

status e'e pro&ura nos aspe&tos estruturais do &urr&u'o do ensino eda a*a'iação

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eJp'i&ação para este padrão- Sugere Tue o programa tradi&iona' de estudos

Wumansti&os Tue &ara&teri#a a rotina preparat<ria para o ingresso na

>- Em outras passagens a re'ação entre aspiração e oportunidade 8

&ara&teri#ada em termos Tuase me&ani&istas de a4ustamento automáti&o- e4a 9!We

S&Woo' as a ;onser*ati*e or&e9 p- CC-

I I- 9!We S&Woo' as a ;onser*ati*e or&e9 p- (F-

>- Reprodu&tion p- (- ara Bourdieu o &on&eito de 9Wa.itus9 isto 8 um

sistema de disposiçes re'ati*amente duradouras medeia a re'ação entre estruturas

e práti&as- Num teJto re&ente EsTuisse d6une tW8orie de 'a pratiTue "ene.ra Qro#

>?@$ Bourdieu a+irma Tue a mediação 8 de nature#a dia'8ti&a- e4a a tradução

para o ing'Xs Out'ine o+ a !WeorP o+ ra&ti&e ;am.ridge ;am.ridge Uni*ersitP

ress >?@@-

ierre Bourdieu: a transmissão &u'tura' da desigua'dade so&ia'

(@

uni*ersidade e nas es&o'as pro+issionais de e'ite na rança 8 tangen&ia' aos

tipos de Wa.i'idades ne&essárias no mer&ado de tra.a'Wo- Este &urr&u'o s< pode ser

*a'ori#ado pe'os estudantes &u4a situação e&on]mi&a 'Wes dá uma segurança

pro+issiona'- A'8m disso este programa +un&iona &omo um me&anismo se'eti*o: o

su&esso a&adXmi&o em Wumanidades reTuer uma sintonia &om a &u'tura gera' & um

esti'o de 'inguagem re+inado e e'egante- ortanto o &onteVdo e o esti'o &urri&u'ar

o+ere&em *antagens aos Tue possuem 9o &apita' 'ing1sti&o &du&a&iona'm&nte

apro*eitá*e'9 da 9'inguagem .urguesa9\ sua tendXn&ia 9% a.stração ao +orma'ismo

ao inte'e&tua'ismo & % moderação eu+emsti&a9 re+'ete uma disposição 'iterária &

re+inada espe&+i&a da so&ia'i#ação da 'inguagem nas &'asses pri*i'egiadas- Este

esti'o 'ing1sti&o so&ia'mente *a'ori#ado e a&ademi&amente *enerado &ontrasta

agudamente &om a 9eJpressi*idade ou o eJpressionismo da 'inguagem da &'assetra.a'Wadora Tue se mani+esta na tendXn&ia a ir do parti&u'ar para o parti&u'ar dos

eJemp'os % a'egoria9->( A'8m disso di+ere dos aspe&tos distinti*os da 'inguagem

tpi&a da &'asse m8dia .aiJa &om sua 9eJ&essi*a &orreção dos erros ou

preo&upação &om a &orreção gramati&a' indi&ati*os de um esti'o de 'inguagem

&ara&teri#ado pe'a eJtrema sensi.i'idade %s normas de &orreção a&adXmi&a9->C

 A uti'i#ação na rança de uma pedagogia tradi&iona' a.erta di+usa tam.8m

garante os pri*i'8gios dos possuidores de &apita' &u'tura' atra*8s d& umadis&riminação suti' Tue +a*ore&e o esti'o .urguXs- Não o+ere&endo t8&ni&as

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&ompensat<rias adaptadas aos di+erentes n*eis &u'turais dos a'unos a pedagogia

tradi&iona' &umpre a +unção de ser*ir aos interesses dais &'asses mais a'tas

reTuerendo 9Tue todos os seus a'unos tenWam aTui'o Tue e'a não dá9: isto 8 um

domnio práti&o e in+orma' da &u'tura e da 'inguagem Tue s< pode ser adTuirido na

+am'ia de &'asse a'ta-9 atra*8s do esti'o mais Tue do &onteVdo Tue o pri*i'8gio

&u'tura' 8 re+orçado e o despri*i'egio &u'tura' 8 des&onsiderado-

O m8todo tradi&iona' de ensino 8 tam.8m de+inido pe'a transmissão ora' do

&onWe&imento atra*8s de &on+erXn&ias +ormais- Bourdieu +a# a interessante

o.ser*ação de Tue ate mesmo a organi#ação +si&a da uni*ersidade +ran&esa

sa'es de &on+erXn&ias an+itea

>(- Reprodu&tion p- >>D-

>C- Reprodu&tion p- >(C-

>F- Reprodu&tion p- >G-

(G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

tros epodiums em 'ugar de peTuenas sa'as de seminário ou at8 mesmo de

.i.'iote&as testemunWam a proeminXn&ia da pa'a*ra +a'ada- A au'a ministrada so.

a +orma de &on+erXn&ia outorga ao pro+essor o pape' de transmissor 'egtimo dos

.ens &u'turais- O &onWe&imento o.tido em sa'a de au'a não resu'ta portanto de

signi+i&ados transa&ionados entre a'unos e pro+essores mas da imposição pe'o

instrutor de signi+i&ados sim.<'i&os 'egitimados-9>

Os &'ássi&os eJames ora' e es&rito .em &omo a metodo'ogia tradi&iona' de

ensino são *anta4osos para os mais ri&os de &apita' &u'tura': estes eJames

&ostumam medir a &apa&idade de eJpressão 'ing1sti&a tanto Tuanto o domnio da

mat8ria senão mais- or eJemp'o em sua aná'ise do agr8gation o eJame

&ompetiti*o de m.ito na&iona' Tue dá ingresso aos &argos do&entes no n*e'se&undário e uni*ersitário Bourdieu pro*a Tue os &andidatos Tue se distinguem

pe'a e'egn&ia da eJpressão es&rita e +a'ada gera'mente são os es&o'Widos-9 A

no*idade da a.ordagem de Bourdieu aos eJames na&ionais está no +ato de e'e

&onseguir demonstrar a presença de e'ementos &'assistas neste sistema

supostamente neutro e o.4eti*o de &ondução dos &andidatos .em)su&e)didos aos

postos mais a'tos de 'iderança no &om8r&io na uni*ersidade e na administração

estata'- Estes eJames na&ionais representam o mais a'to n*e' Tue se pode a'&ançarno sistema edu&a&iona' +ran&Xs e sim.o'i#am o triun+o da edu&ação se&u'ar

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&ontro'ada pe'o Estado so.re os interesses da Igre4a do distrito e da &'asse so&ia'-

Em.ora estes eJames teori&amente promu'guem os ideais da igua'dade

demo&ráti&a e do desempenWo merito&ráti&o Bourdieu argumenta Tue na práti&a

+a*ore&em os Tue são &u'tura'mente pri*i'egiados-

 A aná'ise Tue Bourdieu +a# em A reprodução dos resu'tados de um teste de

'inguagem ap'i&ado a uni*ersitários i'ustra seu segundo tema re&orrente &omo o

sistema edu&a&iona' retradu# o grau ini&ia' de oportunidade edu&a&iona' e a

Tuantidade de &apita' &u'tura' em traços tipi&amente a&adXmi&os- Os &on&eitos)

&Wa*& usados na interpretação dos resu'tados dos testes são os de &apita' &u'tura' e

9grau de se'eção9- Os estudantes de n*e' so&ia' mais a'to a maioria dos

estudantes

>D- Esta &on&epção so.re a +onte do &onWe&imento *igente em sa'a de au'a

distan&ia Bourdieu dos 9no*os9 so&i<'ogos da edu&ação &omo Ne'' ceddie- e4a

ceddie 9;'assroom cno'edge9 in M- - Q- oung "org-$ cno'edge and ;ontro'

p- >(()>D-

>@- 9S&Wo'asti& EJ&e''en&e and tWe a'ues o+ tWe Edu&ationa' SPstem9 p- ((G)

(@>-

ierre Bourdieu: a transmissão &u'tura' da desigua'dade so&ia'

(?

uni*ersitários o.tXm es&ores a'tos &m todos os tipos de Tuestes re'ati*as

a *o&a.u'ário desde as Tue pedem a de+inição de &on&eitos es&o'ares at8 as Tue

pressupem um .a&ground &u'tura' mais gera'- Ao Werdar as +ormas de ati*idade

&u'tura' mais *a'ori#adas so&ia'mente de seus pais Tue gera'mente tXm a'gum n*e'

de edu&ação uni*ersitária estes Werdeiros &u'turais estão aptos a re*erter o &apita'

&u'tura' em .om desempenWo a&adXmi&o-

Os pou&os estudantes uni*ersitários perten&entes %s &'asses mais .aiJaso.tXm es&ores mais .aiJos em Tuestes Tue reTueiram &u'tura gera' pois não

possuem os ante&edentes &u'turais de seus &o'egas pro*enientes da &'asse mais

a'ta- ;ontudo na medida em Tue representam um grupo a&adXmi&o a'tamente

se'e&ionado os estudantes de &'asse .aiJa o.tXm resu'tados tão .ons Tuanto

aTue'es em Tuestes re+erentes a &on&eitos a&adXmi&os- Estes pou&os

so.re*i*entes da &'asse .aiJa &ompensaram sua +a'ta ini&ia' de &apita' &u'tura'

atra*8s da aTuisição na es&o'a de um &apita' &u'tura' de uma &apa&idadeinte'e&tua' eJ&ep&iona' d& es+orço ou de &ir&unstn&ias so&iais e +ami'iares não

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usuais- A grande maioria dos estudantes de &'asse m8dia o.t8m os es&ores mais

.aiJos porTue representa um grupo menos se'e&ionado & porTue pro*8m d& uma

&'asse na Tua' os in*estimentos de peso na ati*idade &u'tura' &omeçaram Wá muito

pou&o tempo-

 A a.ordagem d& Bourdieu esta.e'e&e e'os entre os pro&essos edu&a&ionais &

a estrati+i&ação so&ia'- adres ma&ros&<pi&os de desigua'dade entre as &'asses

so&iais & de distri.uição desigua' do &apita' &u'tura' estão 'igados a pro&essos

mi&ros&<pi&os de nature#a metodo'<gi&a a*a'iati*a e &urri&u'ar->G Mas & este 8 o

ter&eiro tema re&orrente na o.ra d& Bourdieu e'e não redu# a re'ação entre a

estrutura de &'asses e a +unção se'eti*a do ensino a uma simp'es re'ação d&

determinismo de &'asse- Ao &ontrário Bourdieu re+ere)se ao sistema edu&a&iona'

&omo 9re'ati*amente aut]nomo9 ao &ara&teri#ar suas re'açes &om as estruturas

eJternas- Isto signi+i&a Tue pode Wa*er uma +a'ta signi+i&ati*a de sin&ronia entre um

sistema edu&a&iona' d& e'ite e as demandas

>G- Neste aspe&to Bourdieu não repe'e o Tue ;WristopWer Hurn &Wamou de

uma omissão s8ria presente em grande parte da 9no*a9 so&io'ogia da edu&ação-

Em.ora +o&a'i#e os ingredientes do pro&esso edu&a&iona' Bourdieu age

&uidadosamente de mo"4o a nun&a perder de *ista as in+'uXn&ias da estrutura so&ia'

so.re o ensino a a*a'iação e o &urr&u'o- ;WristopWer Hurn 9Re&ent !rends in tWe

So&io'ogP o+ Edu&ation in Britain9 Har*ard Edu&ationa' Re*ie >?@D CD >F)>>C-

C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

do mer&ado de tra.a'Wo em.ora simu'taneamente a +unção dp sistema

edu&a&iona' de reprodu#ir a estrutura so&ia' se4a preser*ada- Qe um 'ado o sistema

edu&a&iona' está 'igado % estrutura so&ia'\ as desigua'dades so&iais são

trans+ormadas em desigua'dades a&adXmi&as pe'a transmissão edu&a&iona' do&apita' &u'tura'- ;omo o su&esso a&adXmi&o 8 *isto em termos de ta'ento es+orço e

m8rito indi*iduais esta 'igação % estrutura so&ia' permane&e o&u'ta- Qe outro 'ado

Bourdieu ressa'ta Tue o sistema edu&a&iona' &onsegue uma &erta autonomia em

re'ação %s estruturas eJternas atra*8s de sua &apa&idade auto)reproduti*a e seu

interesse assumido em proteger o *a'or do &apita' &u'tura' es&o'ar- Re+erindo)se a

QurWeim>? Bourdieu men&iona a &apa&idade Tue o sistema edu&a&iona' tem de

re&rutar suas 'ideranças dentro de suas pr<prias +i'eiras para eJp'i&ar sua&ontinuidade e esta.i'idade Wist<ri&as in&omuns o Tue tor)na o sistema edu&a&iona'

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mais seme'Wante % Igre4a do Tue ao mundo dos neg<&ios ou ao Estado- A'8m disso

enTuanto produtor e reprodutor do &apita' &u'tura' mais *a'ori#ado so&ia'mente o

sistema edu&a&iona' resiste ou su.*erte &om su&esso as re+ormas Tue poriam em

ris&o o *a'or de mer&ado do &apita' &u'tura'-

Bourdieu ana'isa a eJpansão p<s)Segunda rande uerra do sistema

edu&a&iona' +ran&Xs em termos de 9estrat8gias de reprodução9 de &'asse atra*8s

das Tuais os grupos de &'asse m8dia e a'ta tentaram 9manter ou me'Worar sua

posição na estrutura de re'açes de &'asse sa'*aguardando ou aumentando seu

&apita'9- Estas estrat8gias protegem ou &onTuistam posiçes dentro da WierarTuia

so&ia' preser*ando re+orçando ou trans+ormando determinadas &on+iguraçes de

posse do &apita'- Bourdieu pe &m +o&o as di+erenças sutis Tue distinguem as

estrat8gias de in*estimento edu&a&iona' na &'asse m8dia e na &'asse a'ta- EJamina

as mudanças nos padres de propriedade de trXs tipos de &apita': e&on]mi&o

"dinWeiro e propriedade$\ so&ia' "rede de &ontatos so&iais$ e &u'tura' "dip'omas

es&o'ares e &u'tura 9in+orma'9$- O Tuadro de re+erXn&ia te<ri&o e'a.orado por

Bourdieu &ont8m trXs tipos di+erentes de estrat8)9 gias de in*estimento das &'asses

so&iais na edu&ação-

>?- Reprodu&tion p- >?F)>?G- A re+erXn&ia a QurWeim gira em torno de um

seu tra.a'Wo pou&o &onWe&ido mas +undamenta' na so&io'ogia da edu&ação

L68*o'ution p8dagogiTue en ran&e 9 8d- aris resses Uni*ersitaires de ran&e

>?D?-

- 9Les strat8gies de re&on*ersion9 p- D>-

ierre Bourdieu: a transmissão &u'tura' da desigua'dade so&ia'

C>

 A primeira estrat8gia perten&e aos mem.ros da no*a &'asse m8dia Tue desde

a Segunda uerra Mundia' tXm o.tido ganWos e&on]mi&os modestos-!radi&iona'mente possuidores de um &apita' &u'tura' peTueno pare&em estar

in*estindo grande parte de sua re&ente riTue#a na edu&ação &onsiderada &omo o

meio mais seguro de me'Worar sua posição so&ia' e de .arganWar poder no mer&ado

d& tra.a'Wo- Não 8 de surpreender portanto Tue os grupos d& &'asse m8dia este4am

eJigindo Tue o &urr&u'o e o ensino se4am pro+issiona'i#antes- Qe +ato estes grupos

&onstituem a &o'una dorsa' do atua' mo*imento +ran&Xs Tue *isa a e'iminar o

tradi&iona' programa de Wumanidades e &riar opçes &urri&u'ares e pedag<gi&as Tue&orrespondam mais d& perto %s Wa.i'idades eJigidas nas no*as pro+isses-

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Uma segunda estrat8gia +oi adotada pe'os mem.ros da e'ite inte'e&tua' Tue

tradi&iona'mente in*este na edu&ação e 4á det8m um &apita' &u'tura' &onsiderá*e'-

Esta +ração da &'asse mais a'ta garantiu durante *árias geraçes a reprodução d&

pro+essores es&ritores e artistas na rança- !a' &omo as prin&ipais &arreiras de

tradição Wumansti&a na edu&ação +ran&esa a e'ite inte'e&tua' está disposta a

proteger o &apita' &u'tura' da des*a'ori#ação isto 8 da &orrespondXn&ia muito

estreita entre as eJigXn&ias a&adXmi&as & as no*as Wa.i'idades eJigidas pe'o

mer&ado de tra.a'Wo- Estes &apita'istas a.astados de &u'tura de+endem os m8ritos

do ensino d& .e'as)art&s opem)s& %s re+ormas Tue imprimiriam uma orientação

*o&a&iona' ao ensino uni*ersitário & de+endem a &omp'eta autonomia da

uni*ersidade-

Uma par&e'a ma4oritária da &'asse a'ta perseguiu uma ter&eira estrat8gia a

+im d& manter suas posiçes de poder e pri*i'8gio- Qiante dos ideais demo&ráti&os

de igua'dade & no*as restriçes administrati*as e 'egais tornou)se &ada *e# mais

di+&i' simp'esmente Werdar a riTue#a e&on]mi&a e o poder- ara os a.astados em

&apita' e&on]mi&o mas apenas moderadamente a.astados em &apita' &u'tura'

&omo os &apitães da indVstria e do &om8r&io o de&'nio das empresas +ami'iares

estimu'ou a re&on*ersão do &apita' e&on]mi&o em &reden&iais es&o'ares &om *istas

a 'egitimar o a&esso aos a'tos &argos de direção nas empresas +ran&esas d& maior

porte- Q& outro 'ado os a.onados em am.os os tipos de &apita' o e&on]mi&o e o

&u'tura' &omo os m8di&os e os ad*ogados intensi+i&aram a a&umu'ação de

&apita' &u'tura' para poderem &ompetir &om su&esso pe'os mesmos a'tos &argos de

direção nas empresas e proteger estas posiçes &ontra os arri*istas &u'turais de

C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

&'asse m8dia- Isto 'e*a a &rer Tue os grupos Tue empregam esta estrat8giaapoiariam a eJpansão das oportunidades edu&a&ionais e &ertamente gostariam de

esta.e'e&er *n&u'os mais pragmáti&os entre o ensino e o mundo dos neg<&ios- Mas

tam.8m tomam todos os &uidados para preser*ar para si mesmos o &aminWo e'itista

dos estudos Wumansti&os no ensino se&undário e superior- A'8m disso estes

grupos dominam as es&o'as pro+issionais de prestgio as +amosas 9randes &o'es9

&u4os +ormandos são diretamente &ondu#idos aos a'tos postos de 'iderança nas

uni*ersidades nos ser*iços pV.'i&os administrati*os e nas grandes &orporaçes-

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 A aná'ise Tue Bourdieu +a# das *ariadas e muitas *e#es &on+'itantes

estrat8gias de in*estimento edu&a&iona' das &'asses so&iais demonstra Tue nem

todas apostam o mesmo no ensino- E'e sugere &om perspi&á&ia Tue o aumento da

demanda de &reden&iais es&o'ares representa mais do Tue uma resposta ao &on+'ito

entre grupos de status em &ompetição ou de uma eJigXn&ia maior de Wa.i'idades-

Em *e# disso Bourdieu amarra am.as %s mudanças o&orridas no &apita' &u'tura' e

e&on]mi&o das &'asses so&iais e ao pape' do ensino superior nestas mudanças-

Segundo Bourdieu o sistema de ensino superior tradi&iona' +ran&Xs tem se

&ara&teri#ado por um a'to grau de Warmonia entre pro+essores e a'unos porTue

am.os detXm um &onsiderá*e' &apita' &u'tura' e representam grupos so&iais

a'tamente se'e&ionados- Atua'mente o ensino +ran&Xs en&ontra)se &m transição

pois a po'ti&a de demo&rati#ação &ontri.uiu para uma modi+i&ação +undamenta' na

re'ação estrutura' entre os transmissores e os Tue adTuirem o sa.er- Os

pro+essores en&ontram)se diante de um nVmero &ada *e# maior de estudantes

menos se'e&ionados de &'asse m8dia Tue não possuem o .a&ground &u'tura'

tradi&iona'mente garantido- Não s< o aumento num8ri&o mas as mudanças nas

&ara&tersti&as estruturais da popu'ação uni*ersitária a4udam a eJp'i&ar a de&epção

a &on+usão & a tensão &res&entes nas uni*ersidades +ran&esas- Segundo Bourdieu

estas mudanças su.4a#em % &rise &ontempornea do ensino superior na rança-

;omo um todo a o.ra de Bourdieu 8 estimu'ante e desa+iadora em.ora %s

*e#es se4a entediante- Seria Vti' se e'e in&'usse uma apresentação mais

sistemáti&a e &omp'eta das pesTuisas Tue rea'i#ou a'8m de &omparaçes mais

+reT1entes &om outras posiçes te<ri&as e outros dados empri&os- Muitas de suas

+ormu'açes te<ri&as e de seus insigWts

ierre Bourdieu: a transmissão &u'tura' da desigua'dade so&ia'

C(mais interessantes são apresentados sem apoio empri&o ou sem a

espe&i+i&ação das &ondiçes empri&as de sua *eri+i&ação- A'8m disso %s *e#es

tem)se a impressão de Tue para Bourdieu os dados são se&undários % +orça de sua

organi#ação '<gi&a\ +reT1entemente e'e &ria &ategorias e &on&eitos sem espe&i+i&ar

&uidadosamente os re+eren&iais empri&os &orrespondentes- or eJemp'o o 'eitor

não 8 de*idamente es&'are&ido so.re o tipo de so&ia'i#ação imp'&ito no &on&eito d&

9ação pedag<gi&a9->

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No entanto Bourdieu 8 essen&ia'mente um te<ri&o &u4a o.ra inspirou muitas

pesTuisas na área da edu&ação e em &ampos a+ins- ua'Tuer Tuadro d&

re+erXn&ia te<ri&o Tue es&'areça &ertos aspe&tos ou pro.'emas de*e +a#X)'o em

detrimento da aná'ise adeTuada dos demais- Bourdieu a+irma Tue sua 9a.stração

metodo'<gi&a9 segundo a Tua' o sistema de ensino 8 &onsiderado &omo 9apenas

um sistema de &omuni&ação9entr& as &'asses so&iais 8 a 9&ondição para a

apreensão dos aspe&tos mais espe&+i&os e mais o&u'tos9 da re'ação entre o ensino

e a estrutura de &'asses so&iais-( Em.ora sua a.ordagem i'umine os me&anismos

&u'turais e pedag<gi&os mais sutis Tue &ontri.uem para a persistXn&ia da

estrati+i&ação so&ia' e'a tam.8m eJ&'ui da aná'ise a re'ação da es&o'ari#ação &om o

Estado & o pro&esso d& tra.a'Wo- Bourdieu a+irma &on*in&entemente Tue a &u'tura

medeia as re'açes entre as &'asses so&iais e Tue o ensino 8 sem dV*ida a es+era

onde esta mediação mais pro*a*e'mente o&orre- No entanto as re'açes das

&'asses so&iais tam.8m são mediadas pe'as estruturas estatais e pe'a po'ti&a

edu&a&iona' instituda pe'o Estado- O p'ane4amento e a po'ti&a edu&a&iona' por

eJemp'o são 'e*ados a e+eito muito mais pe'os administradores .uro&ratas do

Estado do Tue por pro+essores re'ati*amente aut]nomos em.ora não de*amos

su.estimar o importante pape' mediador das asso&i

>- Andr8 eti'at 9Notes &ritiTues a propos de 6La reprodu&tion6 de -

Bourdieu et - ;'- asseron9 Re*ue Europ8enne de S&ien&es So&ia'es >?@> F

>GF)>?@-

- A'guns aspe&tos da teoria de Bourdieu +oram e'a.orados por

pesTuisadores .o'sistas no ;onter +or European So&io'ogP- Na área da edu&ação

espe&i+i&amente desta&am)se o tra.a'Wo rea'i#ado por ;'aude rignon so.re o

ensino t8&ni&o e *o&a&iona' e o estudo de MoniTue Saint)Martin so.re os

estudantes uni*ersitários +ran&eses na área de &iXn&ias naturais- e4a ;'auderignon- L6ordre des &Woses: 'es +on&tions so&ia'es de '6enseignement s&ienti+iTue

aris Mouton >?@>-

(- Reprodu&tion p- >-

CC

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

açes tra.a'Wistas e de do&entes- A'8m disso os interesses empresariais não

estão tota'mente ausentes mesmo na edu&ação de e'ite &omo o demonstra a

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mudança re&ente nos &urr&u'os em direção aos estudos orientados para as &iXn&ias

e os neg<&ios-C

Bourdieu arti&u'a seu mode'o de estrat8gias de reprodução e de in*estimento

edu&a&iona' das &'asses so&iais &onsiderando a estrati+i&ação so&ia' &omo um

&ontnuo- A dinmi&a de seu mode'o seria mais .em &ara&teri#ada &omo uma

&ompetição entre grupos de status e não &omo um &on+'ito entre &'asses so&iais-

Esta perspe&ti*a 8 &ompro*ada pe'a maior a+inidade de Bourdieu &om `e.er do

Tue &om MarJ- E'e des&re*e o &omportamento indi*idua' e grupai &omo go*ernado

pe'a ra&iona'idade do in*estimento &a'&u'ado- Sem dV*ida este pressuposto

metodo'<gi&o & *á'ido para as &'asses m8dia e a'ta Tue tXm um &apita' para in*estir-

Em.ora permita Tue se +aça dis&riminaçes mais sutis de status entre estes grupos

8 du*idoso no entanto Tue o mesmo mode'o se ap'iTue tão .em aos grupos de

&'asse .aiJa Tue não possuem um &apita' &u'tura' ra#oá*e' nem se reprodu#em

atra*8s de uma estrat8gia ra&iona' de in*estimento- Isto sugere Tue o mode'o de

Bourdieu ta'*e# se 'imite a determinados grupos so&iais-

 A noção de reprodução permane&e &omo um 'em.rete sa'utar de Tue a

mudança Tuer assuma a +orma de mo.i'idade so&ia' Tuer de re+orma edu&a&iona'

pode rea'mente ser &ompat*e' &om uma esta.i'idade mais pro+unda e duradoura-

Bourdieu prope uma 9&iXn&ia da reprodução das estruturas9 um estudo das 9'eis

Tue determinam a tendXn&ia das estruturas a se reprodu#irem atra*8s da produção

de agentes dotados de um sistema de predisposiçes &apa# de engendrar práti&as

adaptadas %s estruturas & Tue assim &ontri.uem para a reprodução das

estruturas9-F ;ontudo podemos nos indagar se a &iXn&ia de Bourdieu +un&iona tão

sua*emente- !a'*e# e'e este4a 'e*ando adiante uma proposta +ran&amente

+un&iona'ista em.ora num n*e' mais pro+undo-

Na *erdade Bourdieu pode estar superestimando a &apa&idade do sistemaso&ia' para reprodu#ir)se inde+inidamente para se proteger e se regenerar- or

eJemp'o num n*e' indi*idua' a aná'ise Tue Bourdieu

C- Esta Tuestão 8 desta&ada por i*ane Isani.erg)ama'i & MoniTue Segr8

numa re*isão da o.ra de Bourdieu intitu'ada 9SPstkmes s&o'aires et sPstkmes so&io)

8&onomiTues9 L6Ann8e So&io'ogiTue (l s8rie >?@> F@)FC>-

F- 9;u'tura' Reprodu&tion and So&ia' Reprodu&tion9 in cara.e' e Ha'seP p-

CG@-ierre Bourdieu: a transmissão &u'tura' da desigua'dade so&ia'

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C

 A*a'iação edu&a&iona' e &'iente'a es&o'ar 

Magda Be&er Soares2

 A perspe&ti*a Tue adotamos nesta eJposição &ondu# ine*ita*e'mente %

negação da a+irmati*a Tue pare&e estar o&u'ta no tema deste simp<sio: 9A uti'i#ação

da a*a'iação edu&a&iona' para in&rementar as oportunidades edu&a&ionais e

so&iais9- Na *erdade o tema assim +ormu'ado a+irma imp'i&itamente Tue a

a*a'iação edu&a&iona' pode ser uti'i#ada para aumentar a o+erta e3 ou o

apro*eitamento de oportunidades edu&a&ionais e so&iais- Ora so. a perspe&ti*a de

uma aná'ise daTui'o Tue rea'mente o&orre nos sistemas de ensino a a*a'iação 8 ao

&ontrário um dos mais e+i&a#es instrumentos de &ontro'e da o+erta e do apro)

*eitamento de oportunidades edu&a&ionais e so&iais e de dissimu'ação de um

pro&esso de se'eção em Tue so. uma aparente neutra'idade e eT1idade a a'guns

são o+ere&idas su&essi*as oportunidades edu&a&ionais e &m &onseT1Xn&ia

oportunidades so&iais enTuanto a outros essas oportunidades são negadas

pro&esso Tue se desen*o'*e segundo &rit8rios Tue trans&endem os +ins de&'arados

da a*a'iação- Segundo esses +ins de&'arados a a*a'iação edu&a&iona' pretende

*eri+i&ar se o estudante a'&ançou e em Tue grau os o.4eti*os a Tue se prope o

pro&esso de ensino- Imp'i&itamente e mas&aradamente a a*a'iação eJer&e o

&ontro'e do &onWe&imento e dissimu'adamente o &ontro'e das WierarTuias so&iais-

 A a*a'iação eJer&e o &ontro'e do &onWe&imento na medida em Tue de+ine o

Tue de*e sa.er o estudante e a*a'ia se e'e sa.e tudo o Tue de*e sa.er e apenas o

Tue de*e sa.er e ainda se sa.e ta' &omo de*e

"2$ Qa a&u'dade de Edu&ação da Uni*ersidade edera' de Minas erais-

!ra.a'Wo apresentado no simp<sio 9A uti'i#ação da a*a'iação edu&a&iona'

para in&rementar as oportunidades edu&a&ionais so&iais9- São au'o undação;ar'os ;Wagas no*- @G-

CG

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

sa.er- Qessa maneira a a*a'iação 8 uma +orma de dominação ta' &omo

a+irmam Bourdieu)asseron: 9o eJame não 8 somente a eJpressão mais 'eg*e' dos

*a'ores es&o'ares & das es&o'Was imp'&itas do sistema de ensino: na medida em

Tue e'e impe &omo digna da sanção uni*ersitária uma de+inição so&ia' do&onWe&imento e da maneira de mani+está)'o o+ere&e um de seus instrumentos mais

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e+i&a#es ao empreendimento de in&u'&ação da &u'tura dominante e do *a'or dessa

&u'tura9 "Bourdieu asseron >?@F$- ode)se pois di#er Tue a a*a'iação na

*erdade 'imita as oportunidades edu&a&ionais & so&iais na medida em Tue 'egitima

determinada &u'tura em detrimento de outra e 'egitima determinada +orma de

re'ação &om a &u'tura em detrimento de outras +ormas-

O &ontro'e pe'a a*a'iação das WierarTuias so&iais 8 de &erta +orma

&onseT1Xn&ia desse &ontro'e Tue +a# do &onWe&imento- A 9determinada &u'tura9 Tue

a a*a'iação 'egitima e a 9determinada +orma de re'ação &om a &u'tura9 Tue tam.8m

'egitima são a &u'tura da &'asse dominante e a +orma de re'ação Tue &om a &u'tura

mant8m a &'asse dominante-

Qessa +orma para os estudantes Tue perten&em % &'asse dominante os

resu'tados na a*a'iação dependem &m gera' não mais Tue de sua per+orman&e

es&o'ar\ para os estudantes das &'asses des+a*ore&idas os resu'tados na a*a'iação

estão &ondi&ionados apenas se&undariamente % sua per+orman&e es&o'ar:

primordia'mente são determinados pe'as &ondiçes de *ida e&on]mi&as so&iais

e &u'turais dadas ao indi*duo em de&orrXn&ia de sua posição na WierarTuia

so&ia' e pe'a distn&ia Tue separa essas &ondiçes das eJigXn&ias & eJpe&tati*as

da es&o'a- Em outras pa'a*ras: inspirando)se na &u'tura da &'asse dominante e

so'i&itando &omportamentos Tue eJpressam a re'ação Tue &om essa &u'tura

mant8m a &'asse dominante a a*a'iação pede muito mais Tue aTui'o Tue

a.ertamente pede pois pressupe aprendi#agens Tue se desen*o'*em +ora da

es&o'a 'onge da es&o'a antes da es&o'a\ em de&orrXn&ia desigua'dades so&iais

mas&aram)se em desigua'dades es&o'ares e a se'eção so&ia' dissimu'a)se so. a

i'usão da se'eção edu&a&iona'-

 A pr<pria eJpressão 9oportunidades edu&a&ionais9 pressupe a a&eitação da

dis&riminação entre estudantes- O+ere&er oportunidades edu&a&ionais signi+i&ao+ere&er ense4o o&asião para Tue o indi*duo se eduTue\ não signi+i&a nem

semanti&amente nem na praJis do sistema de ensino o+ere&er &ondiçes para Tue

o indi*duo se eduTue- So. o uni*ersa'mente a&eito prin&pio da 9igua'dade de

oportunidades edu

 A*a'iação edu&a&iona' e &'iente'a es&o'ar 

C?

&a&ionais9 su.entende)se outro prin&pio: o das desigua'dades entre osindi*duos para +a#er uso dessas oportunidades- or isso a desigua'dade de

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resu'tados 8 a&eita &omo natura' e por e'a não se responsa.i'i#a a es&o'a: o +ato de

igua'ar as oportunidades isenta)a de responder pe'a desigua'dade de resu'tados-

!a' 9isenção94usti+i&ou)se enTuanto +oi poss*e' atri.uir o su&esso ou +ra&asso

es&o'ares % presença ou ausXn&ia de dons inatos a desigua'dades naturais de

&apa&idade inte'e&tua' Tue &ondu#iriam +orçosamente a desigua'dades no

apro*eitamento das oportunidades edu&a&ionais- Segundo Mi&Wa&' oung &m sua

o.ra !We Rise o+Merito&ra&P "oung >?FG$ a &apa&idade inte'e&tua' asso&iada ao

es+orço de+iniria o m8rito e este seria o Vni&o &rit8rio d& determinação do su&esso

ou +ra&asso edu&a&ionais- A a*a'iação edu&a&iona' 8 assim &onsiderada 4usta

enTuanto se de&'ara .aseada no m8rito e enTuanto o sistema assegura Tue a todos

8 dada igua' oportunidade d& demonstrar seu m8rito- ;ria)se assim aTui'o Tue

;'aren&e - carier &m seu teJto Ideo'ogP and E*a'uation: in uest o+ Merito&ra&P

&Wamou d& uma 9utopian *ision o+ an op&n merito&rati& so&ietP Wer& a'i ou'd

r&&&i*& tWeir4ust reards on tWe .asis o+ tWeir Iru& natura' ta'&n'9> "carier >?@C$- O

mesmo autor mostra a in*ersão de ra&io&nio d& psi&<'ogos &omo!erman

&!Worndie nas primeiras d8&adas deste s8&u'o: am.os a+irma*am Tue a WierarTuia

so&ia' e o&upa&iona' 8 Tue 8 determinada pe'a &apa&idade inte'e&tua' e não o

&ontrário e Tue a riTue#a os pri*i'8gios e o status são &onseT1Xn&ias e não

origem do ta'ento dos dons e Wa.i'idades inte'e&tuais- Assim o idea' merito&ráti&o

tão .em des&rito por oung a+irma Tue o sistema edu&a&iona' & a a*a'iação &omo

prin&ipa' instrumento deste tXm por +unção 'e*ar &ada indi*duo a assumir sua

posição na WierarTuia so&ia' não &m *irtude de sua &'asse status riTue#a ou

pri*i'8gios mas em *irtude d& seus naturais ta'entos & seu m8ritT-

interessante notar Tue a ideo'ogia do dom e o idea' merito&ráti&o

&orrespondem ao en+oTue +undamenta'mente psi&o'<gi&o do ensino e do estudante

Tue predominou at8 meados deste s8&u'o Tuando o desen*o'*imento das &iXn&iasso&iais passou a a'ertar os edu&adores para a estreita re'ação entre &apa&idades

inte'e&tuais & &ondi

I- 9uma *isão ut<pi&a d& uma so&iedade merito&ráti&a a.erta onde todos

re&e.eriam a re&ompensa 4usta .aseada em seu *erdadeiro ta'ento natura'9-

"!rad-da org-$

F

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

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çes de *ida entre resu'tados es&o'ares e &'asse so&ia'- produto indis)

&ut*e' da ideo'ogia do dom a preo&upação da psi&o'ogia da edu&ação &om as

9di+erenças indi*iduais9 preo&upação Tue &ondu#iu "e ainda &ondu#$ ao a.surdo

so&ia' da proposta de &urr&u'os di+eren&iados em +unção das di+erenças de

Wa.i'idades inte'e&tuais- Em nome de uma 9edu&ação para as di+erenças

indi*iduais9 em nome de uma pro&'amada ne&essidade de proteger o estudante do

+ra&asso o+ere&e)se a &ada grupo "em V'tima aná'ise grupo so&ia'$ um &urr&u'o

apropriado %s suas supostas Wa.i'idades: &ana'i#am)se &ontro'am)se & 'imitam)se

as possi.i'idades do indi*duo na i'usão de Tue isto está sendo +eito em seu

.ene+&io e em +unção de suas &apa&idades naturais Tuando na *erdade se está

amarrando irremedia*e'mente o indi*duo % posição des+a*orá*e' Tue tem na

WierarTuia so&ia'- Ainda Wo4e depois do impa&to das &iXn&ias so&iais so.re a área

edu&a&iona' &ientistas do porte de um Ben4amin B'oom ad*ogam a ne&essidade de

a4ustar o ensino %s Wa.i'idades e &ara&tersti&as indi*iduais *istas &omo de&orrXn&ia

de dom ou de ta'ento não &omo resu'tado de &ondiçes so&iais e&on]mi&as e &u')

turais- Assim 8 Tue no Hand.oo on ormati*e and Summati*e E*a'uation o+

Student Learning "B'oom et a' >?@>$ os autores a+irmam Tue 9Wat is desira.'e +or

parti&u'ar students and groups o+ students is in part dependent on tWeir present

&Wara&teristi&s and tWeir goa's and aspirations +or tWe +utur&9& ainda Tue 9Wat is

desira.'e +or tWe indi*idua' student maP &oin&ide itW tWe greatest range o+

possi.i'ities a*ai'a.'e in tWe 'igWt o+ Wis a.i'itP pre*ious a&Wie*ement and persona)

'itP9- Em nenWum momento os autores apontam as re'açes das &ara&tersti&as dos

estudantes de seus o.4eti*os e aspiraçes para o +uturo de suas Wa.i'idades de

seu rendimento pr8*io e de sua persona'idade &om as &ondiçes so&iais e

e&on]mi&as de sua eJistXn&ia- Essas &ara&tersti&as aspiraçes e Wa.i'idades são

&onsideradas &omo dados indi*iduais a partir dos Tuais se de*e organi#ar opro&esso de ensino sem Tue se sinta ne&essário 'e*ar em &onta Tuestionar e

&om.ater os +atores Tue &ondu#iram a tais dados indi*iduais- Bus&a)se assim nada

- 9o Tue 8 dese4á*e' para a'unos & grupos de a'unos em parti&u'ar depende

em parte de suas &ara&tersti&as atuais e de suas metas e aspiraçes para o +uturo9\

9o Tue 8 dese4á*e' para um a'uno em parti&u'ar pode &oin&idir &om toda a gama de

possi.i'idades dispon*eis para sua &apa&idade suas rea'i#açes anteriores e sua

persona'idade9- "!rad- da org-$ A*a'iação edu&a&iona' e &'iente'a es&o'ar 

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F

mais Tue a4ustar o pro&esso de ensino %s &ara&tersti&as do estudante ao

in*8s de 'e*á)'o a superar essas &ara&tersti&as- No 4á &itado Hand.oo on

ormati*e and Summati*e E*a'uation o+ Student Learning os auto)res ao &itar as

estrat8gias da aprendi#agem para a &ompetXn&ia a+irmam: 9OtWer strategies in&'ude

permitting students to go at tWeir on pa&e guiding students itW respe&t to &ourses

tWeP sWou'd or sWou'd not tae and esta.'isWing di++erent tra&s or streams +or

di++erent groups o+ 'earners-9( "B'oom et a' >?@>$ Essas estrat8gias &omo &m

gera' todas as estrat8gias de &urr&u'os di+eren&iados s< en&ontram 4usti+i&ati*a %

'u# de uma ideo'ogia do dom\ se su.stituirmos o &on&eito de 9desigua'dades

naturais9 pe'o &on&eito 9desigua'dades &u'turais9 so&ia'mente determinadas todos

os re&ursos d& mera adeTuação do ensino %s desigua'dades tornam)se mora'mente

ina&eitá*eis-

Esta 8 a grande &ontri.uição das &iXn&ias so&iais nas V'timas d8&adas: o

desmas&aramento da i'usão ideo'<gi&a de Tue as desigua'dades de rendimento

es&o'ar se eJp'i&am por desigua'dades naturais desigua'dades de dons d& Tue a

es&o'a nada mais +a# Tue trans+ormar as desigua'dades de +ato em desigua'dades

de direito- Ao denun&iar a estreita re'ação entre o rendimento es&o'ar & as situaçes

so&iais as &iXn&ias so&iais demonstram Tue as desigua'dades es&o'ares se de*em

não a di+erenças d& dom ou de m8rito mas a desigua'dades &u'turais so&ia'mente

determinadas- ro*ando ainda a re'ação entre su&esso es&o'ar e as situaçes

so&iais pri*i'egiadas entre +ra&asso es&o'ar e as situaçes das &'asses

des+a*ore&idas demonstram Tue a es&o'a &on+irma & re+orça a &u'tura das &'asses

pri*i'egiadas 9dissimu'ando9 segundo Bourdieu 9a se'eção so&ia' so. as

aparXn&ias da se'eção t8&ni&a & 'egitimando a reprodução das WierarTuias so&iais

pe'a transmutação das WierarTuias so&iais em WierarTuias es&o'ares9 "Bourdieu>?@F$-

ersiste entretanto na es&o'a a ideo'ogia do dom e a de+esa da

merito&ra&ia- ;itando no*amente cari&r: 9!Were is perWaps no stronger so&ia' &'ass

sta.i'i#er i+ not tranTui'i#er itWin a Wierar&Wi&a''P ordered sPstem tWan tWe .e'ie+ on

tWe part o+ tWe 'oer &'ass mem.ers tWat tWeir 

(- 9ermitir Tue os a'unos &aminWem em seu pr<prio ritmo orientá)'os Tuanto

aos &ursos Tue de*eriam ou não de*eriam +a#er e esta.e'e&er di+erentes tra4et<rias

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ou +'uJos para di+erentes grupos de aprendi#es são a'gumas outras estrat8gias

poss*eis-9

F(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

p'a&e in 'i+e as not ar.itrari'P determined .P pri*i'ege status ea'tW and

poer .ut ratWer is a &onseTuen&e o+ merit +air'P deri*&d-9C "carier >?@C$

Bernard ;War'ot em sua re&ente o.ra La mPsti+i&ation p8da)gogiTue

demonstra Tue a es&o'a redu# o so&ia' ao indi*idua' e iso'a a edu&ação das

rea'idades e&on]mi&as e so&iais Tue a &ondi&ionam a +im de &amu+'ar seu pape' no

 4ogo das desigua'dades so&iais ";War'ot >?@@$-

Qissimu'ação &amu+'agem misti+i&ação de tudo isso a a*a'iação 8 o

grande instrumento- Nas pa'a*ras de Bourdieu: 9Nada 8 mais adeTuado Tue o

eJame para inspirar a todos o re&onWe&imento da 'egitimidade dos *eredi&tos

es&o'ares e das WierarTuias so&iais Tue e'es 'egitimam 4á Tue e'e &ondu# aTue'e

Tue 8 e'iminado a se identi+i&ar &om aTue'es Tue ma'ogram permitindo aos Tue são

e'eitos entre um peTueno nVmero de e'eg*eis *er em sua e'eição a &ompro*ação

de um m8rito ou de um 9dom9 Tue &m Tua'Tuer Wip<tese 'e*aria a Tue e'es +ossem

pre+eridos a todos os outros-9 "Bourdieu >?@F$ retendendo)se 9neutra9 9&ient+i&a9

e rigorosamente 9t8&ni&a9 a a*a'iação supe redu#ir toda a situação es&o'ar

so&ia'mente determinada a uma re'ação o.4eti*a entre o estudante & o

&onWe&imento 4u'gando assim o&u'tar todos os demais +atores Tue atuam nessa

re'ação- Medindo na *erdade os resu'tados do pro&esso de so&ia'i#ação a

a*a'iação de&'ara estar medindo o m8rito e atri.ui a responsa.i'idade dos

resu'tados o.tidos aos atri.utos do estudante interesse moti*ação es+orço

inte'igXn&ia Wa.i'idades aptidão ou aos atri.utos do pro+essor sua &apa&idade

para +a#er o estudante aprender- !oda a .i.'iogra+ia edu&a&iona' so.re a*a'iaçãoinsiste eJausti*amente na ne&essidade da &oerXn&ia interna do pro&esso isto 8 a

&oerXn&ia entre a a*a'iação e os o.4eti*os e a metodo'ogia de ensino mas nun&a

dis&ute o pro.'ema da &oerXn&ia eJterna do pro&esso isto 8 a &oerXn&ia entre a

a*a'iação e as &ondiçes &u'turais do estudante de&orrentes de sua situação

e&on]mi&a e so&ia'-

Entretanto as +unçes so&iais Tue a a*a'iação desempenWa no sistema

edu&a&iona' estão permanentemente presentes no pro&esso de ensino-

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C- 9Não Wá ta'*e# esta.i'i#ador se não tranT1i'i#ador de &'asse so&ia' mais

poderoso num sistema WierarTui&amente ordenado do Tue a &rença dos integrantes

das &'asses mais .aiJas de Tue seu 'ugar na *ida não +oi ar.itrariamente

determinado por pri*i'8gio status riTue#a e poder mas 8 &onseT1Xn&ia do m8rito

a*a'iado &om isenção-9 "!rad- da org-$

 A*a'iação edu&a&iona' e &'iente'a es&o'ar 

FC

Estão presentes nos me&anismos de se'eção em Tue ostensi*amente e so.

a aparXn&ia d& uma a.so'uta neutra'idade a'guns são es&o'Widos e muitos são

re4eitados por um pro&esso de e'iminação &u4a re'ação &om a WierarTuia so&ia' 8

dissimu'ada por sua pretensa o.4eti*idade: no Brasi' 8 eJemp'o desse pro&esso

dissimu'ado de e'iminação das &'asses des+a*ore&idas o &on&urso *esti.u'ar:

inVmeras pesTuisas 4á demonstraram Tue tam.8m no Brasi' &omo na rança d&

Bourdieu a uni*ersidade a&o'We predominantemente os 9Werdeiros9 dos pri*i'8gios

so&iais-

Há por8m outros me&anismos em Tue a +unção so&ia' da a*a'iação 8 mais

suti'mente dissimu'ada- Um de'es 8 aTue'e Tue Bourdieu denominou d& 9e'iminação

sem eJame9 "Bourdieu >?@F$: na *erdade a se'eção a'8m de mas&arar a

e'iminação Tue se +a# em estreita re'ação &om a WierarTuia so&ia' mas&ara ainda a

e'iminação daTue'es Tue são eJ&'udos antes mesmo de serem eJaminados-

;onsiderando no &on4unto d& &andidatos % se'eção apenas dois su.&on4untos

os es&o'Widos e os re4eitados a se'eção o&u'ta o &omp'emento desse &on4unto

Tue 8 o &on4unto dos não)&andidatos daTue'es Tue +oram e'iminados ou se auto)

&'iminaram por +orça das re'açes entre a estrutura de &'asses e o sistema de

ensino- A tão a&entuada pirmide edu&a&iona' dos pases su.desen*o'*idos eJp'i&a)

se não s< pe'a se'eção Tue se *eri+i&a entre um grau & outro mas dentro do mesmograu pe'a 9e'iminação sem eJame9 9a desistXn&ia resignada das &'asses

popu'ares diante da es&o'a9 "Bourdieu >?@F$-

Outro me&anismo ainda mais suti' d& dissimu'ação da +unção so&ia' da

a*a'iação 8 aTue'e Tue SnPd&rs denomina deses&o'ar#ação atri.uindo ao termo

uma signi+i&ação di+erente da Tue 'We dá I''i&W "SnPd&rs >?@D$- Em Tuase todos os

pases mas so.retudo nos pases su.desen*o'*idos as es&o'as se di+eren&iam

sem Tue isso se4a o+i&ia'mente re&onWe&ido em es&o'as Tue ser*em %s &'assespri*i'egiadas e es&o'as Tue ser*em %s &'asses des+a*ore&idas- Nestas

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&ontraditoriamente o nVmero de estudantes em &ada sa'a de au'a 8 mais

numeroso os pro+essores são menos Tua'i+i&ados o materia' 8 de+i&iente e

portanto a in+'uXn&ia da es&o'ari#ação 8 menor- O ensino a4usta)se %s &ondiçes d&

Tue dispe e &omp'a&entemente medio&ri#a)se não 8 mais Tue uma +orma

degradada do ensino desen*o'*ido nas instituiçes Tue ser*em %s &'asses

pri*i'egiadas: neste sentido 8 uma deses&o'ar#ação ou uma su.es&o'ari#ação-

ode)se esta.e'e&er um para'e'o entre as duas 9redes9 Tue Baude'ot e Esta.'et

denun&iam no sistema de ensino +ran&Xs

FF

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

"Baude'ot)Esta.'et >?@>$ e os dois tipos de es&o'a Tue ser*em % &'iente'a

es&o'ar dos pases su.desen*o'*idos pois esses dois tipos &onstituem rea'mente

duas redes uma Tue &ondu# ao su&esso outra ao +ra&asso- Nas es&o'as Tue

atendem % &'iente'a so&ia'mente des+a*ore&ida tanto o ensino &omo a a*a'iação

a4ustam)se %s &ara&tersti&as dessa &'iente'a e permitem assim a promoção de uma

s8rie a outra &riando a i'usão do su&esso es&o'ar i'usão Tue 8 desmisti+i&ada

Tuando o estudante su.mete)se a me&anismos de se'eção +ora da es&o'a Tue o

apro*ou ou Tuando na *ida pro+issiona' +ra&assa na &ompetição &om os Tue

pro*Xm das es&o'as Tue ser*em %s &'asses pri*i'egiadas- O mesmo +en]meno

o&orre sempre Tue o sistema .us&a estrat8gias para ameni#ar as des*antagens Tue

se prendem % origem so&ia'- EJemp'o .rasi'eiro são os &ursos e eJames sup'eti*os

Tue pretendendo o+ere&er tardiamente oportunidades edu&a&ionais %Tue'es a Tuem

não +oram propor&ionadas no momento adeTuado &riam a i'usão de uma igua'dade

Tue 8 apenas +orma'-

Qe tudo isso se pode &on&'uir Tue &omo a+irmamos no in&io desta

eJposição a a*a'iação so. uma +a'sa aparXn&ia de neutra'idade e de o.4eti*idade8 o instrumento por eJ&e'Xn&ia de Tue 'ança mão o sistema de ensino para o

&ontro'e das oportunidades edu&a&ionais e para dissimu'ação das desigua'dades

so&iais Tue e'a o&u'ta so. a +antasia do dom natura' e do m8rito indi*idua'mente

&onTuistado- Sua uti'i#ação ta' &omo se dá na maior parte dos pases e

parti&u'armente nos pases su.desen*o'*idos não in&rementa as oportunidades

edu&a&ionais e so&iais &omo pretende o tema deste simp<sio mas ao &ontrário

restringe)as e orienta)as no sentido mais &on*eniente % manutenção da WierarTuiaso&ia'-

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Re+erXn&ias .i.'iográ+i&as

Baude'ot ; e R- Esta.'et U8&o'e &apita'iste en ran&e- aris Maspero

>?@>-

B'oom Ben4amin S- et a'- Hand.oo on ormati*e and Summati*e E*a'uation

o+Student Learning- No*a or M&ra)Hi''>?@>-

Bourdieu ierre e ean);'aude asseron A reprodução- Rio de aneiro

ran&is&o A'*es >?@F "tradução de RePna'do Bairão$-

;War'ot Bernard La mPsti+i&ation p8dagogiTue- aris aPot >?@@-

carier ;'aren&e - 9Ideo'ogP and E*a'uation: In uest o+ Merito&ra&P9-

 A*a'iação edu&a&iona' e &'iente'a es&o'ar 

FD

In: Mi&Wae' `- App'e et a'- Edu&ationa' E*a'uation: Ana'Psis

and Responsa.i'itP- Bere'eP M&;ut&Wan >?@C- SnPder eorges E&o'e

&'asse et 'utte des &'asses- aris resses

Uni*ersitaires >?@D- oung Mi&Wae' !We Rise o+ tWe Merito&ra&P- Londres

!Wames and

Hudson >?FG-

>

Edu&ação 9.an&ária9 e edu&ação 'i.ertadora

au'o reire2

uanto mais ana'isamos as re'açes edu&ador)edu&andos na es&o'a em

Tua'Tuer de seus n*eis "ou +ora de'a$ pare&e Tue mais podemos nos &on*en&er de

Tue estas re'açes apresentam um &aráter espe&ia' e mar&ante o de serem

re'açes +undamenta'mente narradoras dissertadoras-

Narração de &onteVdos Tue por isto mesmo tendem a petri+i&ar)se ou a

+a#er)se a'go Tuase morto se4am *a'ores ou dimenses &on&retas da rea'idade-Narração ou dissertação Tue imp'i&a um su4eito o narrador & o.4etos pa&ientes

ou*intes os edu&andos-

Há uma Tuase en+ermidade da narração- A t]ni&a da edu&ação 8

preponderantemente esta narrar sempre narrar-

a'ar da rea'idade &omo a'go parado estáti&o &ompartimentado e .em)

&omportado Tuando não +a'ar ou dissertar so.re a'go &omp'etamente a'Weio %

eJperiXn&ia eJisten&ia' dos edu&andos *em sendo rea'mente a supremainTuietação desta edu&ação- A sua irre+reada nsia- Ne'a o edu&ador apare&e &omo

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seu indis&ut*e' agente &omo o seu rea' su4eito &u4a tare+a inde&'iná*e' 8 9en&Wer9

os edu&andos dos &onteVdos de sua narração- ;onteVdos Tue são reta'Wos da

rea'idade des&one&tados da tota'idade em Tue se engendram e em &u4a *isão

ganWariam signi+i&ação- A pa'a*ra nestas dissertaçes es*a#ia)se da dimensão

&on&reta Tue de*ia ter ou trans+orma)se em pa'a*ra o&a em *er.osidade a'ienada e

a'ienante- Qa Tue se4a mais som Tue signi+i&ação e assim me'Wor seria não di#X)

'a-

or isto mesmo 8 Tue uma das &ara&tersti&as desta edu&ação dissertadora 8

a 9sonoridade66 da pa'a*ra e não sua +orça trans+ormadora-

"2$ Em edagogia do oprimido- Rio de aneiro a# e !erra >?@ "S edição$

;aptu'o II p- DF)G@-

F@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

uatro *e#es Tuatro de#esseis\ ará &apita' Be'8m Tue o edu&ando +iJa

memori#a repete sem per&e.er o Tue rea'mente signi+i&a Tuatro *e#es Tuatro- O

Tue *erdadeiramente signi+i&a &apita' na a+irmação ará &apita' Be'8m- Be'8m para

o ará e ará para o Brasi'->

 A narração de Tue o edu&ador 8 o su4eito &ondu# os edu&andos %

memori#ação me&ni&a do &onteVdo narrado- Mais ainda a narração os trans+orma

em 9*asi'Was9 em re&ipientes a serem 9en&Widos9 pe'o edu&ador- uanto mais *á

9en&Wendo9 os re&ipientes &om seus 9dep<sitos9 tanto me'Wor edu&ador será-

uanto mais se deiJem do&i'mente 9en&Wer9 tanto me'Wores edu&andos serão-

Qesta maneira a edu&ação se torna um ato de depositar em Tue os

edu&andos são os depositários e o edu&ador o depositante-

Em 'ugar de &omuni&ar)se o edu&ador +a# 9&omuni&ados9 e dep<sitos Tue os

edu&andos meras in&idXn&ias re&e.em pa&ientemente memori#am e repetem- Eisa a &on&epção 9.an&ária9 da edu&ação &m Tue a Vni&a margem de ação Tue se

o+ere&e aos edu&andos 8 a de re&e.erem os dep<sitos guardá)'os e arTui*á)'os-

Margem para serem &o'e&ionadores ou +i&Wadores das &oisas Tue arTui*am- No

+undo por8m os grandes arTui*ados são os Womens nesta "na me'Wor das

Wip<teses$ eTui*o&ada &on&epção 9.an&ária9 da edu&ação- ArTui*ados porTue +ora

da .us&a +ora da praJis os Womens não podem ser- Edu&ador e edu&andos se

arTui*am na medida em Tue nesta distor&ida *isão da edu&ação não Wá&riati*idade não Wá trans+ormação não Wá sa.er- S< eJiste sa.er na in*enção na

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rein*enção na .us&a inTuieta impa&iente permanente Tue os Womens +a#em no

mundo &om o mundo e &om os outros- Bus&a esperançosa tam.8m-

+ Na *isão 9.an&ária9 da edu&ação o 9sa.er9 8 uma doação dos Tue se

 4u'gam sá.ios aos Tue 4u'gam nada sa.er- Qoação Tue se +unda numa das

mani+estaçes instrumentais da ideo'ogia da opressão a á.so'uti#ação da

ignorn&ia Tue &onstitui o Tue &Wamamos de a'ienação da ignorn&ia segundo a

Tua' esta se en&ontra sempre no outro-

O edu&ador Tue a'iena a ignorn&ia se mant8m em posiçes +iJas

in*ariá*eis- Será sempre o Tue sa.e enTuanto os edu&andos serão sempre os Tue

não sa.em- A rigide# destas posiçes nega a edu&ação e

>- oderá di#er)se Tue &asos &omo estes 4á não su&edem nas es&o'as

.rasi'eiras- Se rea'mente não o&orrem &ontinua &ontudo preponderantemente o

&aráter narrador Tue estamos &riti&ando-

Edu&ação .an&ária e edu&ação 'i.ertadora D (

o &onWe&imento &omo pro&essos de .us&a-

O edu&ador se pe +rente aos edu&andos &omo sua antinomia ne&essária-

Re&onWe&e na a.so'uti#ação da ignorn&ia daTue'es a ra#ão de sua eJistXn&ia- Os

edu&andos a'ienados por sua *e# % maneira do es&ra*o na dia'8ti&a Wege'iana

re&onWe&em em sua ignorn&ia a ra#ão da eJistXn&ia do edu&ador mas não

&Wegam seTuer ao modo do es&ra*o naTue'a dia'8ti&a a des&o.rir)se edu&adores

do edu&ador-

Na *erdade &omo mais adiante dis&utiremos a ra#ão de ser da edu&ação

'i.ertadora está no seu impu'so ini&ia' &on&i'iador- Qa Tue ta' +orma de edu&ação

imp'iTue a superação da &ontradição edu&ador)edu&andos de ta' maneira Tue se

+açam am.os simu'taneamente edu&adores e edu&andos-

Na &on&epção 9.an&ária9 Tue estamos &riti&ando para a Tua' a edu&ação & oato de depositar de trans+erir de transmitir *a'ores e &onWe&imentos não se *eri+i&a

nem pode *eri+i&ar)se esta superação- Ao &ontrário re+'etindo a so&iedade

opressora sendo dimensão da 9&u'tura do si'Xn&io9 a 9edu&ação9 9.an&ária9

mant8m e estimu'a a &ontradição-

Qa então Tue ne'a:

a$ o edu&ador 8 o Tue edu&a\ os edu&andos os Tue são edu&ados\

.$ o edu&ador 8 o Tue sa.e\ os edu&andos os Tue não sa.em\&$ o edu&ador 8 o Tue pensa\ os edu&andos os pensados\

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d$ o edu&ador 8 o Tue di# a pa'a*ra\ os edu&andos os Tue a es&utam

do&i'mente\

e$ o edu&ador 8 o Tue dis&ip'ina\ os edu&andos os dis&ip'inados\ >$ o

edu&ador 8 o Tue opta e pres&re*e sua opção\ os edu&andos

os Tue seguem a pres&rição\

g$ o edu&ador 8 o Tue atua\ os edu&andos os Tue tXm a i'usão de Tue

atuam na atuação do edu&ador\

W$ o edu&ador es&o'We o &onteVdo programáti&o\ os edu&andos 4amais

ou*idos nesta es&o'Wa se a&omodam a e'e\

i$ o edu&ador identi+i&a a autoridade do sa.er &om sua autoridade +un&iona'

Tue ope antagoni&amente % 'i.erdade dos edu&andos\ estes de*em adaptar)se %s

determinaçes daTue'e\

 4$ o edu&ador +ina'mente 8 o su4eito do pro&esso\ os edu&andos meros

o.4etos-

Se o edu&ador 8 o Tue sa.e se os edu&andos são os Tue nada sa.em &a.e

%Tue'e dar entregar 'e*ar transmitir o seu sa.er aos segundos- Sa.er Tue deiJa

de ser de 9eJperiXn&ia +eito9 para ser de eJperiXn

F? Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

&ia narrada ou transmitida-

Não 8 de estranWar pois Tue nesta *isão 9.an&ária9 da edu&ação os

Womens se4am *istos &omo seres da adaptação do a4ustamento- uanto mais se

eJer&item os edu&andos no arTui*amento dos dep<sitos Tue 'Wes são +eitos tanto

menos desen*o'*erão em si a &ons&iXn&ia &rti&a de Tue resu'taria a sua inserção

no mundo &omo trans+ormadores de'e- 4 ;omo su4eitos-

uanto mais se 'Wes imponWa passi*idade tanto mais ingenuamente em

'ugar de trans+ormar tendem a adaptar)se ao mundo % rea'idade par&ia'i#ada nosdep<sitos re&e.idos-

Na medida em Tue esta *isão 9.an&ária9 anu'a o poder &riador dos

edu&andos ou o minimi#a estimu'ando sua ingenuidade e não sua &riti&idade

satis+a# aos interesses dos opressores: para estes o +undamenta' não 8 o

desnudamento do mundo a sua trans+ormação- O seu 9Wumanitarismo9 e não

Wumanismo está em preser*ar a situação de Tue são .ene+i&iários e Tue 'Wes

possi.i'ita a manutenção de sua +a'sa generosidade a Tue nos re+erimos no &aptu'oanterior- or isto mesmo 8 Tue reagem at8 instinti*amente &ontra Tua'Tuer

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tentati*a de uma edu&ação estimu'ante do pensar autXnti&o Tue não se deiJa

emaranWar pe'as *ises par&iais da rea'idade .us&ando sempre os neJos Tue pren)

dem um ponto a outro ou um pro.'ema a outro-

Na *erdade o Tue pretendem os opressores 98 trans+ormar a menta'idade

dos oprimidos e não a situação Tue os oprime9 e isto para Tue me'Wor adaptando)

os a esta situação me'Wor os domine-

ara isto ser*em)se da &on&epção e da práti&a 9.an&árias9 da edu&ação a

Tue 4untam toda uma ação so&ia' de &aráter paterna'ista em Tue os oprimidos

re&e.em o nome simpáti&o de 9assistidos9- São &asos indi*iduais meros

9margina'i#ados9 Tue dis&repam da +isionomia gera' da so&iedade- 9Esta 8 .oa

organi#ada e 4usta- Os oprimidos &omo &asos indi*iduais são pato'ogia da

so&iedade sã Tue pre&isa por isto mesmo a4ustá)'os a e'a mudando)'Wes a

menta'idade de Womens inep)7 tos e preguiçosos-9

;omo margina'i#ados 9seres +ora de9 ou 9% margem de9 a so'ução para e'es

estaria em Tue +ossem 9integrados9 9in&orporados9 % so&iedade sadia de onde um

dia 9partiram9 renun&iando &omo trns+u)

- Simone de Beau*oir E' pensamiento po'ti&o de 'a dere&Wa- Buenos Aires

Sig'o einte S- R- L- >?D( p- (C-

Edu&ação .an&ária e edu&ação 'i.ertadora

D

gas a uma *ida +e'i#---

Sua so'ução estaria em deiJarem a &ondição de ser 9seres +ora de9 e

assumirem a de 9seres dentro de9-

Na *erdade por8m os &Wamados margina'i#ados Tue são os oprimidos

 4amais esti*eram +ora de- Sempre esti*eram dentro de- Qentro da estrutura Tue os

trans+orma em 9seres para outro9- Sua so'ução pois não está em 9integrar)se9 em9in&orporar)se9 a esta estrutura Tue os oprime mas em trans+ormá)'a para Tue

possam +a#er)se 9seres para si9-

Este não pode ser o.*iamente o o.4eti*o dos opressores- Qa Tue a

9edu&ação .an&ária9 Tue a e'es ser*e 4amais possa orientar)se no sentido da

&ons&ienti#ação dos edu&andos-

Na edu&ação de adu'tos por eJemp'o não interessa a esta *isão 9.an&ária9

propor aos edu&andos o des*&'am&nto do mundo mas ao &ontrário perguntar)'Wes

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se 9Ada deu o dedo ao uru.u9 para depois di#er)'Wes en+ati&amente Tue não Tue

9Ada deu o dedo % arara9-

 A Tuestão está &m Tue pensar autenti&amente 8 perigoso- O estranWo

Wumanismo desta &on&epção 9.an&ária9 se redu# % tentati*a de +a#er dos Womens o

seu &ontrário o aut]mato Tue 8 a negação de sua onto'<gi&a *o&ação d& Ser

Mais-

O Tue não per&e.em os Tue eJe&utam a edu&ação 9.an&ária9

de'i.eradamente ou não "porTue Wá um sem)nVmero de edu&adores de .oa

*ontade Tue apenas não s& sa.em a ser*iço da desumani#ação ao prati&arem o

9.an&arismo9$ 8 Tue nos pr<prios 9dep<sitos9 en&ontram)se as &ontradiçes apenas

re*estidas por uma eJterioridade Tue as o&u'ta- E Tue &edo ou tarde os pr<prios

9dep<sitos9 podem pro*o&ar um &on+ronto &om a rea'idade &m de*enir e despertar

os edu&andos at8 então passi*os &ontra a sua 9domesti&ação9-

 A sua 9domesti&ação9 e a da rea'idade da Tua' s& 'Wes +a'a &omo a'go

estáti&o pode despertá)'os &omo &ontradição d& si mesmos e da rea'idade- Q& si

mesmos ao se des&o.rirem por eJperiXn&ia eJisten&ia' em um modo de ser

in&on&i'iá*e' &om a sua *o&ação d& Wumani#ar)se- Qa rea'idade ao per&e.erem)na

&m suas re'açes &om e'a &omo de*enir &onstante-

E Tue se os Womens são estes seres da .us&a & se sua *o&ação onto'<gi&a

8 Wumani#ar)se podem &edo ou tarde per&e.er a &ontradição em Tue a 9edu&ação

.an&ária9 pretende mantX)'os & enga4ar)s& na 'u'a por sua 'i.ertação-

Um edu&ador Wumanista re*o'u&ionário não Wá de esperar esta

D>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

possi.i'idade-( Sua ação identi+i&ando)se desde 'ogo &om a dos edu&andos

de*e orientar)se no sentido da Wumani#ação de am.os- Qo pensar autXnti&o e nãono sentido da doação da entrega do sa.er- Sua ação de*e estar in+undida da

pro+unda &rença nos Womens- ;rença no seu poder &riador-

Isto tudo eJige de'e Tue se4a um &ompanWeiro dos edu&andos em suas

re'açes &om estes-

 A edu&ação 9.an&ária9 em &u4a práti&a se dá a in&on&i'iação edu&ador)

edu&andos re&Waça este &ompanWeirismo- E 8 '<gi&o Tue se4a assim- No momento

em Tue o edu&ador 9.an&ário9 *i*esse a superação da &ontradição 4á não seria9.an&ário9- á não +aria dep<sitos- á não tentaria domesti&ar- á não pres&re*eria-

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Sa.er &om os edu&andos enTuanto estes sou.essem &om e'e seria sua tare+a- á

não estaria a ser*iço da desumani#ação a ser*iço da opressão mas a ser*iço da

'i.ertação-

Esta &on&epção 9.an&ária9 imp'i&a a'8m dos interesses 4á re+eridos outros

aspe&tos Tue en*o'*em sua +a'sa *isão dos Womens- Aspe&tos ora eJp'i&itados ora

não em sua práti&a-

Sugere uma di&otomia ineJistente Womens)mundo- Homens simp'esmente no

mundo e não &om o mundo e &om oS outros- Homens espe&tadores e não

re&riadores do mundo- ;on&e.e a sua &ons&iXn&ia 7i9emo a'go espe&ia'i#ado ne'es

e não aos Womens &omo 9&orpos &ons&ientes9- A &ons&iXn&ia &omo se +osse a'guma

seção 9dentro9 dos Womens me&ani&istamente &ompartimentada passi*amente

a.erta ao mundo Tue a irá 9en&Wendo9 de rea'idade- Uma &ons&iXn&ia &ontinente a

re&e.er permanentemente os dep<sitos Tue o mundo 'We +a# e Tue se *ão

trans+ormando em seus &onteVdos- ;omo se os Womens +ossem uma presa do

mundo e este um eterno &açador daTue'es Tue ti*esse por distração 9en&WX)'os9 de

pedaços seus-

ara esta eTui*o&ada &on&epção dos Womens no momento mesmo em Tue

es&re*o estariam 9dentro9 de mim &om pedaços do mundo Tue me &ir&unda a

mesa em Tue es&re*o os 'i*ros a J&ara de &a+8 os o.4etos todos Tue aTui estão

eJatamente &omo dentro deste Tuarto estou agora- Qesta +orma não distingue

presenti+i&ação % &ons&iXn&ia de en

(- Não +a#emos esta a+irmação ingenuamente- á temos a+irmado Tue a

edu&ação re+'ete a estrutura do poder da a di+i&u'dade Tue tem um edu&ador

dia'<gi&o de atuar &oerentemente numa estrutura Tue nega o diá'ogo- A'go

+undamenta' por8m pode ser +eito: dia'ogar so.re a negação do pr<prio diá'ogo-

Edu&ação .an&ária e edu&ação 'i.ertadoraD

trada na &ons&iXn&ia- A mesa em Tue es&re*o os 'i*ros a J&ara de &a+8 os

o.4etos Tue me &er&am estão simp'esmente presentes % minWa &ons&iXn&ia e não

dentro de'a- !enWo a &ons&iXn&ia de'es mas não os tenWo dentro de mim-

Mas se para a &on&epção 9.an&ária9 a &ons&iXn&ia 8 em sua re'ação &om o

mundo esta 9peça9 passi*amente es&an&arada a e'e a espera de Tue entre ne'a

&oerentemente &on&'uirá Tue ao edu&ador não &a.e nenWum outro pape' Tue não ode dis&ip'inar a entrada do mundo nos edu&andos- Seu tra.a'Wo será tam.8m o de

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imitar o mundo- O de ordenar o Tue 4á se +a# espontaneamente- O de 9en&Wer9 os

edu&andos de &onteVdos- o de +a#er dep<sitos de 9&omuni&ados9 +a'so sa.er

Tue e'e &onsidera &omo *erdadeiro sa.er-C

E porTue os Womens nesta *isão ao re&e.erem o mundo Tue ne'es entra 4á

são seres passi*os &a.e % edu&ação apassi*á)'os mais ainda e adaptá)'os ao

mundo- uanto mais adaptados para a &on&epção 9.an&ária9 tanto mais

9edu&ados9 porTue adeTuados ao mundo-

Esta 8 uma &on&epção Tue imp'i&ando uma práti&a somente pode interessar

aos opressores Tue estarão tão mais em pa# Tuanto mais adeTuados este4am os

Womens ao mundo- E tão mais preo&upados Tuanto mais Tuestionando o mundo

este4am os Womens-

uanto mais se adaptam as grandes maiorias %s +ina'idades Tue 'Wes se4am

pres&ritas pe'as minorias dominadoras de ta' modo Tue &areçam aTue'as do direito

de ter +ina'idades pr<prias mais poderão estas minorias pres&re*er-

 A &on&epção e a práti&a da edu&ação Tue *imos &riti&ando se instauram

&omo e+i&ientes instrumentos para este +im- Qa Tue um dos seus o.4eti*os

+undamentais mesmo Tue de'e não este4am ad*ertidos muitos dos Tue a rea'i#am

se4a di+i&u'tar em tudo o pensar autXnti&o- Nas au'as *er.a'istas nos m8todos de

a*a'iação dos 9&onWe&imentos9 no &Wamado 9&ontro'e de 'eitura9 na distn&ia entre

o edu&ador e os edu&andos nos &rit8rios d& promoção na indi&ação .i.'iográ+i&aF

&m tudo Wá sempre a &onotação 9digesti*a9 e a proi.ição ao pensar *erdadeiro-

C- A &on&epção do sa.er da &on&epção 9.an&ária9 8 no +undo o Tue Sartre

"E' Hom.re P 'as &osas$ &Wamaria de &on&epção 9digesti*a9 ou 9a'iment&ia9 do

sa.er- Este 8 &omo se +osse o 9a'imento9 Tue o edu&ador *ai introdu#indo nos

edu&andos numa esp8&ie de tratamento de engorda---

F- Há pro+essores Tue ao indi&ar uma re'ação .i.'iográ+i&a determinam a'eitura de um 'i*ro da página > % página >F e +a#em isto para a4udar os a'unos---

D(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Entre permane&er porTue desapare&e numa esp8&ie de morrer para *i*er e

desapare&er pe'a e na imposição de sua presença o edu&ador 9.an&ário9 es&o'We a

segunda Wip<tese- Não pode entender Tue permane&er 8 .us&ar ser &om os outros-

E &on)*i*er sim)pati#ar- Nun&a so.repor)se seTuer 4ustapor)se aos edu&andosdes)sim)pati#ar- Não Wá permanXn&ia na Wipertro+ia-

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Mas &m nada disto pode o edu&ador 9.an&ário9 &rer- ;on)*i*er sim)pati#ar

imp'i&am &omuni&ar)se o Tue a &on&epção Tue in+orma sua práti&a re&Waça e teme-

Não pode per&e.er Tue somente na &omuni&ação tem sentido a *ida

Wumana- ue o pensar do edu&ador somente ganWa autenti&idade na autenti&idade

do pensar dos edu&andos mediati#ados am.os pe'a rea'idade portanto na

inter&omuni&ação- or isto o pensar daTue'e não pode ser um pensar para estes

nem a estes imposto- Qa Tue não de*a ser um pensar no iso'amento na torre de

mar+im mas na e pe'a &omuni&ação em torno repitamos de uma rea'idade-

E se o pensar s< assim tem sentido se tem sua +onte geradora na ação

so.re o mundo o Tua' mediati#a as &ons&iXn&ias em &omuni&ação não será

poss*e' a superposição dos Womens aos Womens- Esta superposição Tue 8 uma

das notas +undamentais da &on&epção 9edu&ati*a9 Tue estamos &riti&ando mais

uma *e# a situa &omo práti&a da dominação- Qe'a Tue parte de uma &ompreensão

+a'sa dos Womens redu#idos a meras &oisas não se pode esperar Tue pro*oTue

o desen*o'*imento do Tue romm &Wama de .ioi'ia mas o desen*o'*imento de seu

&ontrário a ne&ro+i'ia-

Mientras 'a *ida "di# romm$ se &ara&teri#a por e' &re&imiento de una manera

estrueturada +un&iona' e' indi*iduo ne&r<+t'o ama todo 'o Tue no &re&e todo 'o Tue

es me&ni&o- La persona ne&r<+i'a es mo*ida por un deseo de &on*ertir 'o orgni&o

en inorgni&o de mirar 'a *ida me&ani&amente &omo si todas 'as personas *i*ientes

+ue#en &osas- !odos 'os pro&esos sentimientos P pensamientos de *ida se

trans+onnan en &osas- La memoria P no 'a eJperiXn&ia\ tener P no ser es 'o Tue

&uenta- E' indi*iduo ne&r<+t'o puede rea'i#ar)se &on un o.4eto una +'or o una

persona uni&amente si 'o posee\ en &onse&uen&ia una ametui#a a su posesi<n es

una amena#a a 8' mismo si pierde 'a posesi<n pierde e' &onta&to &on e' mundo-

"---$ Ama e' &ontro' P en e' a&to de &ontro'ar mata 'a *ida-DD- Eri&W romm E' &ora#<n dei Wom.re p- G)?-

Edu&ação .an&ária e edu&ação 'i.ertadora

DC

 A opressão Tue 8 um &ontro'e esmagador 8 ne&r<+i'a- Nutre)se do amor %

morte e não do amor % *ida-

 A &on&epção 9.an&ária9 Tue a e'a ser*e tam.8m o 8- No momento mesmo

em Tue se +unda num &on&eito me&ni&o estáti&o espe&ia'i#ado da &ons&iXn&ia eem Tue trans+orma por isto mesmo os edu&andos em re&ipientes em Tuase

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&oisas não pode es&onder sua mar&a ne&r<+i'a- Não se deiJa mo*er pe'o nimo de

'i.ertar tare+a &omum de re+a#erem o mundo e de torná)'o mais e mais Wumano-

Seu nimo 8 4ustamente o &ontrário o de &ontro'ar o pensar & a ação 'e*ando os

Womens ao a4ustamento ao mundo- E ini.ir o poder de &riar de atuar- Mas ao +a#er

isto ao o.sta&u'i#ar a atuação dos Womens &omo su4eitos de sua ação &omo seres

de opção +rustra)os-

uando por8m por um moti*o Tua'Tuer os Womens se sentem proi.idos de

atuar Tuando se des&o.rem in&apa#es de usar suas +a&u'dades so+rem-

Este so+rimento pro*8m 9do +ato de se Wa*er pertur.ado o eTui'.rio Wumano9

"romm$- Mas o não poder atuar Tue pro*o&a o so+rimento pro*o&a tam.8m nos

Womens o sentimento de re&usa % sua impotXn&ia- !entam então 9resta.e'e&er a

sua &apa&idade d& atuar9 "romm$-

9ode por8m +a#X)'oY E &omoY9 pergunta romm- 9Um modo responde 8

su.meter)se a uma pessoa ou a um grupo Tue tenWa poder e identi+i&ar)se &om

e'es- or esta parti&ipação sim.<'i&a na *ida de outra pessoa o Womem tem a i'usão

de Tue atua Tuando em rea'idade não +a# mais Tue su.meter)se aos Tue atuam &

&on*erter)se &m parte de'es-9@

!a'*e# possamos en&ontrar nos oprimidos este tipo de reação nas

mani+estaçes popu'istas- Sua identi+i&ação &om 'deres &arismáti&os atra*8s de

Tuem se possam sentir atuantes e portanto no uso de sua potXn&ia .em &omo a

sua re.e'dia Tuando de sua emersão no pro&esso Wist<ri&o estão en*o'*idas por

este mpeto de .us&a d& atuação de sua potXn&ia-

ara as e'ites dominadoras esta re.e'dia Tue 8 ameaça a e'as tem o seu

rem8dio em mais dominação na repressão +eita em nome in&'usi*e da 'i.erdade

e no esta.e'e&imento da ordem e da pa# so&ia'- a# so&ia' Tue no +undo não 8

outra senão a pa# pri*ada dos dominadores-or isto mesmo 8 Tue podem &onsiderar 'ogi&amente do seu ponto de

*ista um a.surdo 9'We *io'en&e o+ a strie .P orers and

@- Eri&W romm E' &ora#<n dei Hom.re p- G)?-

DF

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

&an[ &a'' upon tWe state in tWe same .reatW to use *io'en&e in putting don

tWe strie9-G

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 A edu&ação &omo práti&a da dominação Tue *em sendo o.4eto desta &rti&a

mantendo a ingenuidade dos edu&andos o Tue pretende em seu mar&o ideo'<gi&o

"nem sempre per&e.ido por muitos dos Tue a rea'i#am$ 8 doutriná)'os no sentido de

sua a&omodação ao mundo da opressão- Ao denun&iá)'a não esperamos Tue as

e'ites dominadoras renun&iem % sua práti&a- Seria demasiado ingXnuo esperá)'o-

Nosso o.4eti*o 8 &Wamar a atenção dos *erdadeiros Wumanistas para o +ato de Tue

e'es não podem na .us&a da 'i.ertação ser*ir)se da &on&epção 9.an&ária9 so.

pena de se &ontradi#erem em sua .us&a- Assim &omo tam.8m não pode esta

&on&epção tornar)se 'egado da so&iedade opressora % so&iedade re*o'u&ionária-

 A so&iedade re*o'u&ionária Tue mantenWa a práti&a da edu&ação 9.an&ária9

ou se eTui*o&ou nesta manutenção ou se deiJou 9morder9 pe'a des&on+iança e pe'a

des&rença nos Womens- Em Tua'Tuer das Wip<teses estará ameaçada pe'o espe&tro

da reação-

Qisto in+e'i#mente pare&e Tue nem sempre estão &on*en&idos os Tue se

inTuietam pe'a &ausa da 'i.ertação- Tue en*o'*idos pe'o &'ima gerador da

&on&epção 9.an&ária9 e so+rendo sua in+'uXn&ia não &Wegam a per&e.er o seu

signi+i&ado ou a sua +orça desumani#adora- aradoJa'mente então usam o mesmo

instrumento a'ienador num es+orço Tue pretendem 'i.ertador- E Wá at8 os Tue

usando o mesmo instrumento a'ienador &Wamam aos Tue di*ergem desta práti&a de

ingXnuos ou sonWadores Tuando não de rea&ionários-

O Tue nos pare&e indis&ut*e' 8 Tue se pretendemos a 'i.ertação dos

Womens não podemos &omeçar por a'iená)'os ou mantX)'os a'ienados- A 'i.ertação

autXnti&a Tue 8 a Wumani#ação em pro&esso não 8 uma &oisa Tue se deposita nos

Womens- Não 8 uma pa'a*ra a mais o&a miti+i&ante- praJis Tue imp'i&a a ação e

a re+'eJão dos Womens so.re o mundo para trans+ormá)'o-

EJatamente porTue não podemos a&eitar a &on&epção me&ni&a da&ons&iXn&ia Tue a *X &omo a'go *a#io a ser en&Wido um dos +undamentos

imp'&itos na *isão 9.an&ária9 &riti&ada 8 Tue não podemos a&eitar tam.8m Tue a

ação 'i.ertadora se sir*a das mesmas armas da

G- Nie.uWr ReinWo'd Mura' Man and tmmora' So&ietP- No*a or ;War'es

S&ri.ner6s Sons >?D p- >(-

Edu&ação .an&ária e edu&ação 'i.ertadora

DDdominação isto 8 da propaganda dos s'ogans dos 9dep<sitos9-

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 A edu&ação Tue se impe aos Tue *erdadeiramente se &omprometem &om a

'i.ertação não pode +undar)se numa &ompreensão dos Womens &omo seres 9*a#ios9

a Tuem o mundo 9en&Wa9 de &onteVdos\ não pode .asear)se numa &ons&iXn&ia

espe&ia'i#ada me&ani&istamente &ompartimentada mas nos Womens &omo 9&orpos

&ons&ientes9 e na &ons&iXn&ia &omo &ons&iXn&ia inten&ionada ao mundo- Não pode

ser a do dep<sito de &onteVdos mas a da pro.'emati#ação dos Womens em suas

re'açes &om o mundo-

 Ao &ontrário da 9.an&ária9 a edu&ação pro.'emati#adora respondendo %

essXn&ia do ser da &ons&iXn&ia Tue 8 sua inten&iona'idade nega os &omuni&ados e

eJistXn&ia % &omuni&ação- Identi+i&a)se &om o pr<prio da &ons&iXn&ia Tue 8 sempre

ser &ons&iXn&ia de não apenas Tuando se inten&iona a o.4etos mas tam.8m

Tuando se *o'ta so.re si mesma no Tue aspers? &Wama de 9&isão9- ;isão em Tue

a &ons&iXn&ia 8 &ons&iXn&ia de &ons&iXn&ia-

Neste sentido a edu&ação 'i.ertadora pro.'emati#adora 4á não pode ser o

ato de depositar ou de narrar ou de trans+erir ou de transmitir 9&onWe&imentos9 e

*a'ores aos edu&andos meros pa&ientes % maneira da edu&ação 9.an&ária9 mas

uni ato &ognos&ente- ;omo situação gnosio'<gi&a em Tue o o.4eto &ogn<s&*e' em

'ugar de ser o t8rmino do ato &ognos&ente de um su4eito 8 o mediati#ador de

su4eitos &ognos&entes edu&ador de um 'ado edu&andos de outro a edu&ação

pro.'emati#adora &o'o&a desde 'ogo a eJigXn&ia da superação da &ontradição

edu&ador)edu&andos- Sem esta não 8 poss*e' a re'ação dia'<gi&a indispensá*e' %

&ognos&i.i'idade dos su4eitos &ognos&entes em torno do mesmo o.4eto

&ogn<s&*e'-

O antagonismo entre as duas &on&epçes uma a 9.an&ária9 Tue ser*e %

dominação\ outra a pro.'emati#adora Tue ser*e % 'i.ertação toma &orpo

eJatamente a- EnTuanto a primeira ne&essariamente mant8m a &ontradiçãoedu&ador)edu&andos a segunda rea'i#a a superação-

ara manter a &ontradição a &on&epção 9.an&ária9 nega a dia'ogi&idade

&omo essXn&ia da edu&ação e se +a# antidia'<gi&a\ para rea'i#ar a superação a

edu&ação pro.'emati#adora situação

?- 9!We re+'eJion o+ &ons&iousness upon itse'+ is as se'+)e*id&nt and mar*e'ous

as is its intentiona'itP- I aim at mPse'+: I am .otW one and to+o'd- I do not eJist as

tWing eJis's .ut in an inner sp'i' as mP on o.4e&t and tWus in motion and inner

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unrest-9 - car' aspers 'ti'osopWP *o'- I !We Uni*ersitP o+ ;Wi&ago ress >?D? p-

F-

DG

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

gnosio'<gi&a a+irma a dia'ogi&idade e se +a# dia'<gi&a-

Em *erdade não seria poss*e' % edu&ação pro.'emati#adora Tue rompe

&om os esTuemas *erti&ais &ara&tersti&os da edu&ação .an&ária rea'i#ar)se &omo

práti&a da 'i.erdade sem superar a &ontradição entre o edu&ador e os edu&andos-

;omo tam.8m não 'We seria poss*e' +a#X)'o +ora do diá'ogo-

E atra*8s deste Tue se opera a superação de Tue resu'ta um termo no*o: não

mais edu&ador do edu&ando do edu&ador mas edu&ador)edu&ando &om edu&ando)

edu&ador-

Qesta maneira o edu&ador 4á não 8 o Tue apenas edu&a mas o Tue

enTuanto edu&a 8 edu&ado em diá'ogo &om o edu&ando Tue ao ser edu&ado

tam.8m edu&a- Am.os assim se tornam su4eitos do pro&esso em Tue &res&em

 4untos e em Tue os 9argumentos de autoridade9 4á não *a'em- Em Tue para ser)se

+un&iona'mente autoridade ne&essita)se de estar sendo &om as 'i.erdades e não

&ontra e'as-

á agora ningu8m edu&a ningu8m &omo tampou&o ningu8m se edu&a a si

mesmo: os Womens se edu&am em &omunWão mediati#ados pe'o mundo-

Mediati#ados pe'os o.4etos &ognos&*eis Tue na práti&a 9.an&ária9 são possudos

pe'o edu&ador Tue os des&re*e ou os deposita nos edu&andos passi*os-

Esta práti&a Tue a tudo di&o'omi#a distingue na ação do edu&ador dois

momentos- O primeiro em Tue e'e na sua .i.'iote&a ou no seu 'a.orat<rio eJer&e

um ato &ognos&ente +rente ao o.4eto &ognos&*e' enTuanto se prepara para suas

au'as- O segundo em Tue +rente aos edu&andos narra ou disserta a respeito doo.4eto so.re o Tua' eJer&eu o seu ato &ognos&ente-

O pape' Tue &a.e a estes &omo sa'ientamos nas páginas pre&edentes 8

apenas o de arTui*arem a narração ou os dep<sitos Tue 'Wes +a# o edu&ador- Qesta

+orma em nome da 9preser*ação da &u'tura e do &onWe&imento9 não Wá

&onWe&imento nem &u'tura *erdadeiros-

Não pode Wa*er &onWe&imento pois os edu&andos não são &Wamados a

&onWe&er mas a memori#ar o &onteVdo narrado pe'o edu&ador- Não rea'i#amnenWum ato &ognos&iti*o uma *e# Tue o o.4eto Tue de*eria ser posto &omo

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in&idXn&ia de seu ato &ognos&ente 8 posse do edu&ador e não mediati#ador da

re+'eJão &rti&a de am.os-

 A práti&a pro.'emati#adora ao &ontrário não distingue estes momentos no

Tue+a#er do edu&ador)edu&ando-

Não 8 su4eito &ognos&ente &m um e su4eito narrador do &onteV

Edu&ação .an&ária e edu&ação 'i.ertadora

D?

do &onWe&ido em outro- & &&Ah o &3*ie5 5 o2)e &onu&&mi

sempre um su4eito &ognos&ente Tuer Tuando se prepara Tuer Tuando se

en&ontra dia'ogi&amente &om os edu&andos-

O o.4eto &ognos&*e' de Tue o edu&ador .an&ário se apropria deiJa de ser

para e'e uma propriedade sua para ser a in&idXn&ia da re+'eJão sua e dos

edu&andos-

Qeste modo o edu&ador pro.'emati#ador re)+a# &onstantemente seu ato

&ognos&ente na &ognos&i.i'idade dos edu&andos- Estes em 'ugar de serem

re&ipientes d<&eis d& dep<sitos são agora in*estigadores &rti&os em diá'ogo &om o

edu&ador in*estigador &rti&o tam.8m-

Na medida &m Tue o edu&ador apresenta aos edu&andos &omo o.4eto de

sua 9ad)miração9 o &onteVdo Tua'Tuer Tue &ie se4a do estudo a ser +eito 9re)ad)

mira9 a 9ad)miração9 Tue antes +e# na 9ad)miração9 Tue +a#em os edu&andos-

e'o +ato mesmo d& esta práti&a edu&ati*a &onstituir)se em uma situação

gnosio'<gi&a o pape' do edu&ador pro.'emati#ador 8 propor&ionar &om os

edu&andos as &ondiçes em Tue se dX a superação do &onWe&imento no n*e' da

9doJa9 pe'o *erdadeiro &onWe&imento o Tue se dá no n*e' do 9'ogos9-

 Assim 8 Tue enTuanto a práti&a .an&ária &omo en+ati#amos imp'i&a uma

esp8&ie de anestesia ini.indo o poder &riador dos edu&andos a edu&açãopro.'emati#adora de &aráter autenti&amente re+'eJi*o imp'i&a um &onstante ato de

des*e'amento da rea'idade- A primeira pretende manter a imersão\ a segunda ao

&ontrário .us&a 5-emersão das &ons&iXn&ias de Tue resu'te sua inserção &rti&a na

rea'idade-

uanto mais se pro.'emati#am os edu&andos &omo seres no mundo e &om o

mundo tanto mais se sentirão desa+iados- !ão mais desa+iados Tuanto mais

o.rigados a responder ao desa+io- Qesa+iados &ompreendem o desa+io na pr<priaação de &aptá)'o- Mas pre&isamente porTue &aptam o desa+io &omo um pro.'ema

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em suas &oneJes &om outros num p'ano d& tota'idade e não &omo a'go petri+i&ado

a &ompreensão resu'tante tende a tornar)se &res&entemente &rti&a por isto &ada

*e# mais desa'ienada-

 Atra*8s de'a Tue pro*o&a no*as &ompreenses de no*os desa+ios Tue *ão

surgindo no pro&esso da resposta se *ão re&onWe&endo mais e mais &omo

&ompromisso- Assim 8 Tue se dá o re&onWe&imento Tue enga4a-

 A edu&ação &omo práti&a da 'i.erdade ao &ontrário daTue'a Tue

@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

8 práti&a da dominação imp'i&a a negação do Womem a.strato iso'ado so'to

des'igado do mundo assim tam.8m a negação do mundo &omo uma rea'idade

ausente dos Womens-

 A re+'eJão Tue prope por ser autXnti&a não 8 so.re este Womem a.stração

nem so.re este mundo sem Womem mas so.re os Womens em suas re'açes &om o

mundo- Re'açes em Tue &ons&iXn&ia e mundo se dão simu'taneamente- Não Wá

uma &ons&iXn&ia antes e um mundo depois e *i&e)*ersa-

9A &ons&iXn&ia & o mundo di# Sartre se dão ao mesmo tempo: eJterior por

essXn&ia % &ons&iXn&ia o mundo 8 por essXn&ia re'ati*o a e'a-99>

or isto 8 Tue &erta *e# num dos 9&r&u'os de &u'tura9 do tra.a'Wo Tue se

rea'i#a no ;Wi'e um &amponXs a Tuem a &on&epção .an&ária &'assi+i&aria de

9ignorante a.so'uto9 de&'arou enTuanto dis&utia atra*8s de uma 9&odi+i&ação9 o

&on&eito antropo'<gi&o de &u'tura: 9Qes&u.ro agora Tue não Wá mundo sem

Womem-9 E Tuando o edu&ador 'We disse: 9Admitamos a.surdamente Tue todos

os Womens do mundo morressem mas +i&asse a terra +i&assem as ár*ores os

pássaros os animais os rios o mar as estre'as não seria tudo isto mundoY9-

9Nãoh9 respondeu en+áti&o 9+a'taria Tuem dissesse: Isto 8 inundo9- O&amponXs Tuis di#er eJatamente Tue +a'taria a &ons&iXn&ia do mundo Tue

ne&essariamente imp'i&a o mundo da &ons&iXn&ia-

Na *erdade não Wá eu Tue se &onstitua sem um não)eu- or sua *e# o não)

eu &onstituinte do eu se &onstitui na &onstituição do eu &onstitudo- Qesta +orma o

mundo &onstituinte da &ons&iXn&ia se torna mundo da &ons&iXn&ia um per&e.ido

o.4eti*o seu ao Tua' se inten&iona- Qa a a+irmação de Sartre anteriormente &itada:

9&ons&iXn&ia e mundo se dão ao mesmo tempo9-

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Na medida em Tue os Womens simu'taneamente re+'etindo so.re si e so.re o

mundo *ão aumentando o &ampo de sua per&epção *ão tam.8m dirigindo sua

9mirada9 a 9per&e.idos9 Tue at8 então ainda Tue presentes ao Tue Husser' &Wama

de 9*ises de +undo99 não se desta&a*am 9não esta*am postos por si9-

Qesta +orma nas suas 9*ises de +undo9 *ão desta&ando per&e.idos e

*o'tando sua re+'eJão so.re e'es-

O Tue antes 4á eJistia &omo o.4eti*idade mas não era per&e.ido

>- ean)au' Sartre E' Hom.re P 'as &osas- Buenos Aires Losada >?DF p-

F)D- > >- Edmund Husser' IQEAS enera' Introdu&tion to ure

Wenomeno'ogP9- Londres ;o''ier Boos (9 ed >?D? p- >()>D-

Edu&ação .an&ária e edu&ação 'i.ertadora

@>

em suas imp'i&açes mais pro+undas e %s *e#es nem seTuer era per&e.ido

se 9desta&a9 e assume o &aráter de pro.'ema portanto de desa+io-

 A partir deste momento o 9per&e.ido desta&ado9 4á 8 o.4eto da 9admiração9

dos Womens e &omo ta' de sua ação e de seu &onWe&imento-

EnTuanto na &on&epção 9.an&ária9 permita)se)nos a repetição insistente

o edu&ador *ai 9en&Wendo9 os edu&andos d& +a'so sa.er Tue são os &onteVdos

impostos na práti&a pro.'emati#adora *ão os edu&andos desen*o'*endo o seu

poder de &aptação e de &ompreensão do mundo Tue 'Wes apare&e em suas

re'açes &om e'e não mais &omo uma rea'idade estáti&a mas &omo uma rea'idade

em trans+ormação em pro&esso-

 A tendXn&ia então do edu&ador)edu&ando &omo dos edu&andos)edu&adores

8 esta.e'e&er uma +orma autXnti&a de pensar e atuar- ensar)se a si mesmos e ao

mundo simu'taneamente sem di&otomi#ar este pensar da ação-

 A edu&ação pro.'emati#adora se +a# assim num es+orço permanente atra*8sdo Tua' os Womens *ão per&e.endo &riti&amente &omo estão sendo no mundo &om

Tue e em Tue se a&Wam-

Se de +ato não 8 poss*e' entendX)'os +ora de suas re'açes dia'8ti&as &om o

mundo se estas eJistem independentemente de se e'es as per&e.em ou não e

independentemente de &omo as per&e.em 8 *erdade tam.8m Tue a sua +orma de

atuar sendo esta ou aTue'a 8 +unção em grande parte de &omo se per&e.am no

inundo-5

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Mais uma *e# se antagoni#am as duas &on&epçes e as duas práti&as Tue

estamos ana'isando- A 9.an&ária9 por moti*os <.*ios insiste em manter o&u'tas

&ertas ra#es Tue eJp'i&am a maneira &omo estão sendo os Womens no mundo e

para isto misti+i&a a rea'idade- A pro.'emati#adora &omprometida &om a 'i.ertação

se empenWa na desmiti+i&ação- or isto a primeira nega o diá'ogo enTuanto a

segunda tem ne'e a indispensá*e' re'ação ao ato &ognos&ente d&s*e'ador da

rea'idade-

 A primeira 9assisten&ia'i#a9\ a segunda &riti&i#a- A primeira na medida em

Tue ser*indo % dominação ini.e a &riati*idade e ainda Tue não podendo matar a

inten&iona'idade da &ons&iXn&ia &omo um desprender)se ao mundo a 9domesti&a9

nega os Womens na sua *o&ação onto'<gi&a e Wist<ri&a de Wumani#ar)se- A

segunda na medida em Tue ser*indo % 'i.ertação se +unda na &riati*idade e

estimu'a a re+'eJão e a ação *erdadeiras dos Womens so.re a rea'idade responde %

sua *o&ação &omo seres Tue não podem autenti&ar)se +ora da .us&a e da

trans+ormação &riadora-

@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

 A &on&epção e a práti&a 9.an&árias9 imo.i'istas 9+iJistas9 terminam por

des&onWe&er os Womens &omo seres Wist<ri&os enTuanto a pro.'emati#adora parte

eJatamente do &aráter Wist<ri&o e da Wistori&idade dos Womens- or isto mesmo 8

Tue os re&onWe&e &omo seres Tue estão sendo &omo seres ina&a.ados

in&on&'usos em e &om uma rea'idade Tue sendo Wist<ri&a tam.8m 8 igua'mente

ina&a.ada- Na *erdade di+erentemente dos outros animais Tue são apenas

ina&a.ados mas não são Wist<ri&os os Womens se sa.em ina&a.ados- !Xm a

&ons&iXn&ia de sua in&on&'usão- A se en&ontram as ra#es da edu&ação mesma

&omo mani+estação eJ&'usi*amente Wumana- Isto 8 na in&on&'usão dos Womens &na &ons&iXn&ia Tue de'a tXm- Qa Tue se4a a edu&ação um Tue+a#er permanente-

ermanente na ra#ão da in&on&'usão dos Womens e do de*enir da rea'idade-

Qesta maneira a edu&ação se re)+a# &onstantemente na práJis- ara ser tem

Tue estar sendo-

Sua 9duração9 no sentido .ergsoniano do termo &omo pro&esso está

no 4ogo dos &ontrários permanXn&ia)mudança-

EnTuanto a &on&epção 9.an&ária9 dá Xn+ase % permanXn&ia a &on&epçãopro.'emati#adora re+orça a mudança-

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Qeste modo a práti&a 9.an&ária9 imp'i&ando o imo.i'ismo a Tue +i#emos

re+erXn&ia se +a# rea&ionária enTuanto a &on&epção pro.'emati#adora Tue não

a&eitando um presente 9.em)&omportado9 não a&eita igua'mente um +uturo pr8)

dado enrai#ando)se no presente dinmi&o se +a# re*o'u&ionária-

 A edu&ação pro.'emati#adora Tue não 8 +iJismo rea&ionário 8 +uturidade

re*o'u&ionária- Qa Tue se4a pro+8ti&a e &omo ta' esperançosa-6 Qa Tue

&orresponda % &ondição dos Womens &omo seres Wist<ri&os e % sua Wistori&idade-

Qa Tue se identi+iTue &om e'es &omo seres mais a'8m de si mesmos &omo

9pro4etos9 &omo seres Tue &aminWam para +rente Tue o'Wam para +rente\ &omo

seres a Tuem o imo.i'ismo ameaça de morte\ para Tuem o o'War para trás não de*e

ser uma +orma

>- Eni ;u'tura' A&tion +or reedom dis&utimos mais amp'amente este

sentido pro+8ti&o e esperançoso da edu&ação "ou ação &u'tura'$ pro.'emati#adora-

ro+etismo e esperança Tue resu'tam do &aráter ut<pi&o de ta' +orma de ação

tomando)se a utopia &omo a unidade inTue.rantá*e' entre a denVn&ia e o anVn&io-

QenVn&ia de uma rea'idade desumani#ante e anVn&io de uma rea'idade em Tue os

Womens possam ser mais- AnVn&io e denVn&ia não são por8m pa'a*ras *a#ias

mas &ompromisso Wist<ri&o-

Edu&ação .an&ária e edu&ação 'i.ertadora

>>

nostá'gi&a de Tuerer *o'tar mas um modo de me'Wor &onWe&er o Tue está

sendo para me'Wor &onstruir o +uturo- Qa Tue se identi+iTue &om o mo*imento

permanente em Tue se a&Wam ins&ritos os Womens &omo seres Tue se sa.em

in&on&'usos\ mo*imento Tue 8 Wist<ri&o e Tue tem o seu ponto de partida o seu

su4eito o seu o.4eti*o-

O ponto de partida deste mo*imento está nos Womens mesmos- Mas &omonão Wá Womens sem mundo sem rea'idade o mo*imento parte das re'açes

Womens)mundo- Qa Tue este ponto d& partida este4a sempre nos Womens no seu

aTui e no seu agora Tue &onstituem a situação em Tue se en&ontram ora imersos

ora emersos ora inser'ados-

Somente a partir desta situação Tue 'Wes determina a pr<pria per&epção Tue

de'a estão tendo 8 Tue podem mo*er)se-

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E para +a#X)'o autenti&amente 8 ne&essário in&'usi*e Tue a situação em

Tue estão não 'Wes apareça &omo a'go +ata' e intranspon*e' mas &omo uma

situação desa+iadora Tue apenas os 'imita-

EnTuanto a práti&a 9.an&ária9 por tudo o Tue de'a dissemos en+ati#a direta

ou indiretamente a per&epção +ata'ista Tue este4am tendo os Womens de sua

situação a práti&a pro.'emati#adora ao &ontrário prope aos Womens sua situação

&omo pro.'ema- rope a e'es sua situação &omo in&idXn&ia de seu ato

&ognos&ente atra*8s do Tua' será poss*e' a superação da per&epção mági&a ou

ingXnua Tue de'a tenWam- A per&epção ingXnua ou mági&a da rea'idade da Tua'

resu'ta*a a postura +ata'ista &ede seu 'ugar a uma per&epção Tue 8 &apa# de

per&e.er)se- E porTue 8 &apa# de per&e.er)se enTuanto per&e.e a rea'idade Tue

'We pare&ia em si ineJorá*e' 8 &apa# de o.4eti*á)'a-

Qesta +orma apro+undando a tomada de &ons&iXn&ia da situação os Womens

se 9apropriam9 de'a &omo rea'idade Wist<ri&a por isto mesmo &apa# de ser

trans+ormada por e'es-

O +ata'ismo &ede então seu 'ugar ao mpeto de trans+ormação e de .us&a

de Tue os Womens se sentem su4eitos-

Seria rea'mente uma *io'Xn&ia &omo d& +ato 8 Tue os Womens seres

Wist<ri&os e ne&essariamente inseridos num mo*imento d& .us&a &om outros

Womens não +ossem o su4eito de seu pr<prio mo*imento-

or isto mesmo 8 Tue Tua'Tuer Tue se4a a situação em Tue a'guns Womens

pro.am aos outros Tue se4am su4eitos de sua .us&a se instaura &omo situação

*io'enta- Não importa os meios usados para esta proi.ição- a#X)'os o.4etos 8

a'iená)'os de suas de&ises Tue são trans+eridas a outro ou a outros-

@_

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar Este mo*imento de .us&a por8m s< se 4usti+i&a na medida em Tue se dirige

ao Ser Mais % Wumani#ação dos Womens- E esta &omo a+irmamos no primeiro

&aptu'o 8 sua *o&ação Wist<ri&a &ontraditada pe'a desumani#ação Tue não sendo

*o&ação 8 *ia.i'idade &onstatá*e' na Wist<ria- E enTuanto *ia.i'idade de*e

apare&er aos Womens &omo desa+io e não &omo +reio ao ato de .us&ar-

Esta .us&a do Ser Mais por8m não pode rea'i#ar)se no iso'amento no

indi*idua'ismo mas na &omunWão na so'idariedade dos eJistires da Tue se4aimposs*e' dar)se nas re'açes antag]ni&as entre opressores e oprimidos-

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Ningu8m pode ser autenti&amente proi.indo Tue os outros se4am- Esta 8

uma eJigXn&ia radi&a'- O ser mais Tue se .usTue no indi*idua'ismo &ondu# ao ter

mais egosta +orma de ser menos- Qe desumani#ação- Não Tue não se4a

+undamenta' repitamos ter para ser- re&isamente porTue 8 não pode o ter de

a'guns &on*erter)se na o.sta&u'i#ação ao ter dos demais ro.uste&endo o poder dos

primeiros &om o Tua' esmagam os segundos na sua es&asse# de poder-

ara a práti&a 9.an&ária9 o +undamenta' 8 no máJimo ameni#ar esta

situação mantendo por8m as &ons&iXn&ias imersas ne'a- ara a edu&ação

pro.'&mati#adora enTuanto um Tue+a#&r Wumanista e 'i.ertador o importante está

em Tue os Womens su.metidos % dominação 'utem por sua eman&ipação-

or isto 8 Tue esta edu&ação &m Tue edu&adores e edu&andos se +a#em

su4eitos do seu pro&esso superando o inte'e&tua'ismo a'ienante superando o

autoritarismo do edu&ador 9.an&ário9 supera tam.8m a +a'sa &ons&iXn&ia do

mundo-

O mundo agora 4á não 8 a'go so.re Tue se +a'a &om +a'sas pa'a*ras mas o

mediati#ador dos su4eitos da edu&ação a in&idXn&ia da ação trans+ormadora dos

Womens de Tue resu'te a sua Wumani#ação-

Esta 8 a ra#ão por Tue a &on&epção pro.'emati#adora da edu&ação não pode

ser*ir ao opressor-

NenWuma 9ordem9 opressora suportaria Tue os oprimidos todos passassem a

di#er: 9or TuXY9-

Se esta edu&ação somente pode ser rea'i#ada em termos sistemáti&os pe'a

so&iedade Tue +e# a re*o'ução isto não signi+i&a Tue a 'iderança re*o'u&ionária

espere a &Wegada ao poder para ap'i&á)'a-

No pro&esso re*o'u&ionário a 'iderança não pode ser 9.an&ária9 para depois

deiJar de sX)'o-arte II o.re#a e es&o'ari#ação

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Introdução

!odo psi&<'ogo Tue se *in&u'e % rede pV.'i&a de ensino de+ronta)se &om o

pro.'ema das di+i&u'dades de es&o'ari#ação tão &omuns entre as &rianças dos

segmentos mais empo.re&idos das &'asses su.a'ternas ndi&es a'tos de repetXn&ia

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tXm deiJado o pas em má situação no &enário interna&iona'- Este +ato "Tue tanto

mo.i'i#a os go*ernantes mais do Tue a in4ustiça Tue e'e &ont8m$ somado a

presses peri<di&as do &apita' por mão)de)o.ra mais Tua'i+i&ada e das pr<prias

&'asses tra.a'Wadoras por a&esso % edu&ação es&o'ar +e# das Tuatro primeiras

s8ries das es&o'as pV.'i&as de 'u grau o.4eto da atenção das instn&ias

go*ernamentais responsá*eis pe'a po'ti&a edu&a&iona' e re&ondu#iu os psi&<'ogos

para dentro das es&o'as- Segundo E'&ie Masini> entre os o.4eti*os gerais dos

programas e'a.orados pe'os setores de psi&o'ogia dos Qepartamentos d&

 AssistXn&ia ao Es&o'ar estadua' e muni&ipa' de São au'o o tra.a'Wo &om &rianças

e pro+essores da primeira s8rie do Ia grau tornou)se meta prioritária a partir dos

anos @- Mas munidos de Tue &on&epção d& po.re#a de &u'tura popu'ar e de

&riança po.reY esTuisas mostram Tue Tuase sempre &om a *isão dominante na

psi&o'ogia norte)ameri&ana resumida na 9teoria9 da &arXn&ia &u'tura' na Tua' a

po.re#a &ompare&e &omo +ato so&ia' natura'i#ado a &u'tura popu'ar &omo po.re de

estmu'os ne&essários ao desen*o'*imento psTui&o e a &riança po.re &omo

portadora d& de+i&iXn&ias de toda ordem- Se assim 8 Tua' a eJp'i&ação

predominante nessa 'iteratura para o +ato &ompro*ado de Tue as &rianças

pro*enientes de +am'ias po.res são ma')su&e)didas na es&o'aY At8 Tue ponto esta

eJp'i&ação des*e'a a produção es&o'ar desse insu&esso ou 8 portadora de uma

*isão ideo'<gi&a Tue em.aça a per&epção da dimensão po'ti&o)so&ia' da má

Tua'idade da es&o'a para o po*oY

 As &on&epçes dominantes nessa 'iteratura estão presentes em dois teJtos:

no e'a.orado pe'a eTuipe de espe&ia'istas &on*o&ada pe'o Qepartamento de SaVde

Edu&ação e Bem)Estar norte)ameri&ano nos anos D " no auge da preo&upação

naTue'e pas &om a es&o'aridade dos 9despri*i'egiados9$ e no artigo de Hunt autor

Tue eJer&eu grande in>- E'&ie S- Masini Ação da si&o'ogia na es&o'a- São au'o ;orte# e

Moraes >?@G-

@@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

+'uXn&ia so.re o mo*imento de edu&ação &ompensat<ria o&orrido naTue'e

pas &u4as id8ias podem ser assim resumidas: a$ a insu+i&iXn&ia de estimu'ação

am.ienta' 8 um +ato nas +am'ias po.res\ .$ a &ompreensão das di+i&u'dadeses&o'ares apresentadas por essas &rianças de*e ser .us&ada em suas de+i&iXn&ias

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psi&o'<gi&as "segundo e'e de nature#a &ogniti*a$\ &$ o &aminWo para a superação

destas di+i&u'dades está no p'ane4amento de programas es&o'ares ou paraes&o'ares

Tue *isem ao desen*o'*imento de +unçes &ogniti*as supostamente retardadas por

um am.iente &u'tura' insatis+at<rio e &u'tura' &ompare&e aTui não &omo +a'ta de

a&esso a .ens &u'turais da &Wamada &u'tura erudita mas em seu sentido

antropo'<gi&o o Tue signi+i&a a+irmar a insu+i&iXn&ia o primiti*ismo da &u'tura

popu'ar-

 Ao a+irmar a eJistXn&ia de &<digos de &omuni&ação pr<prios aos di+erentes

estratos so&iais Basi' Bernstein +e# re*i*er o pro.'ema da re'ação entre 'inguagem e

pensamento- Ao atri.uir % 'inguagem +a'ada um pape' estruturante no

desen*o'*imento &ogniti*o in*erteu a re'ação eJistente na teoria piagetiana entre

estas duas instn&ias na Tua' a 'inguagem 8 tomada muito mais &omo sintoma ou

indi&ador do estágio &ogniti*o atingido do Tue e'emento estruturante do

+un&ionamento da &ognição- A proposição .ási&a de Bernstein segundo a Tua'

predomina na &'asse operária um &<digo restrito de &omuni&ação *er.a' +oi

rapidamente assimi'ada pe'os pesTuisadores norte)ameri&anos a ponto de se tornar

um dos pi'ares so.re os Tuais se assentaram os programas de edu&ação

&ompensat<ria- or8m e o pr<prio Bernstein o tem denun&iado suas teses

so&io'ingusti&as Tue e'e Tueria destitudas de 4u#os de *a'or +oram trans+ormadas

em a+irmaçes &ateg<ri&as so.re a de+i&iXn&ia 'ing1sti&a dos segmentos mais

po.res das &'asses popu'ares de+i&iXn&ia esta tomada &omo responsá*e' pe'as

di+i&u'dades Tue essas pessoas en+rentam em situação es&o'ar-

Nessas &ir&unstn&ias um teJto &omo o da 'ing1ista Susan Houston pode

desempenWar o pape' +undamenta' de +a#er pensar- Em.ora não eJp'i&ite as &ausas

in+ra)estruturais Tue +a#em &om Tue se4am disseminadas a+irmaçes err]neas a

respeito das &apa&idades dos Tue en&ontram na .ase da pirmide so&ia' HoustoneJpe o eTu*o&o &ontido na atri.uição de de+i&iXn&ia de 'inguagem a toda uma

&'asse so&ia'-

Os &aptu'os F e D dão &ontinuidade % 'inWa &rti&a ini&iada no teJto de

Houston: o 'ing1ista Lui# ;ar'os ;ag'iari desmonta um a um os mitos *igentes nas

es&o'as pV.'i&as .rasi'eiras so.re a in&apa&idade

Introdução

@G

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&ogniti*a e 'ing1sti&a das &rianças po.res e &omenta as mis8rias do

pro&esso de a'+a.eti#ação Tue ne'as predomina\ a m8di&a pediatra Maria Apare&ida

MoPs8s "&om a &o'a.oração da pedagoga ;e&'ia ;o''ares$ pro.'emati#a a re'ação

simp'es entre desnutrição e +ra&asso es&o'ar- ina'mente em dois teJtos es&ritos

em 8po&as di+erentes +a#emos a &rti&a da tese da &arXn&ia &u'tura' e tra#emos

para o &entro da Tuestão aspe&tos da *ida es&o'ar diretamente imp'i&ados na

produção da eJ&'usão da es&o'a Tue atinge tantas &rianças 4o*ens num pas

&ongenitamente in4usto-

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>

;on&eitos de pri*ação e de des*antagem

ários autores2

O &aráter em.rionário da teoria e da pesTuisa neste &ampo re+'ete)se na

di*ersidade e na &on+usão termino'<gi&a e &on&eituai a respeito da nature#a da

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pri*ação e do despri*i'8gio psi&osso&ia'- ortanto &on&eituar o pro.'ema de +orma

mais adeTuada 8 uma tare+a prioritária se Tuisermos rea'i#ar pesTuisas e p'ane4ar

programas- Em sua a&epção mais &omum esses termos "usados para designar o

po.re perten&ente a grupos 8tni&os de &'asse .aiJa$ podem soar &omo eu+emismos

para a'guns e &omo insu'to para outros "aTue'es a Tuem os termos se ap'i&am$-

Outros r<tu'os tXm sido usados "despri*i'egiado &u'tura'mente di+erente &'asse

operária &rianças do &entro da &idade et&-$ para designar de maneira amp'a um

segmento da popu'ação gera'mente &onsiderado *tima de a'gum tipo de +a'ta de

oportunidade ou de in+ortVnio- !odos estes termos pade&em de um mesmo di'ema:

&omo se re+erir a uma parte da so&iedade Tue possui re'ati*amente pou&o prestgio

status poder e outros re&ursos .ási&os sem aumentar seu in+ortVnio

estereo'ipando)a e sugerindo Tue seus mem.ros são in+eriores Tuando a*a'iados

em +unção de a'guma norma de &omportamento de &'asse m8dia-

EJistem dois padres de pri*ação: padres o.4eti*os "de+inidos por

espe&ia'istas9 ou pe'as normas so&iais$ e padres su.4eti*os "de+inidos pe'o pr<prio

su4eito$- Nem sempre os atuais pro.'emas de de+inição e de medida e estes padres

&oin&idem- As ne&essidades +si&as do organismo são mais +a&i'mente de+inidas Tue

as so&iais e ta'*e# os estados

"2$ Em erspe&ti*es on Human Qepri*ation: Bio'ogi&a' sP&Wo'ogi&a' and

So&io'ogi&a' `asWington U- S- Qepartment o+ Hea'tW Edu&ation and `e'+are >?DG

p- ?>)??- !radução de NePde Brandão Ro&W'it#- !odo o &onteVdo desta pu.'i&ação

+oi produ#ido por grupos de tra.a'Wo &onstitudos &on+orme o assunto por *ários

pesTuisadores Tue at8 então Wa*iain)se desta&ado na 'iteratura espe&ia'i#ada norte)

ameri&ana- Qo grupo Tue redigiu esta parte parti&iparam entre outros Ro.ert Hess

ames Birren a&o. eirt# e Ir*in Sige'-

GIntrodução % psi&o'ogia es&o'ar 

asso&iados % pri*ação se4am mais +á&eis de medir- Isto 8 parti&u'armente

*erdadeiro para aspe&tos &omo a Tuantidade de tempo Tue uma &riança passa &om

a mãe ou o pai por eJemp'o- A estimati*a su.4eti*a +eita pe'a &riança a respeito do

tempo Tue dese4a passar ou passa &om seus pais pro*a*e'mente não

&orresponderá % estimati*a o.4eti*a "isto 8 espe&ia'i#ada$ da pri*ação de re'açes

entre pais e +i'Wos-

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odemos distinguir Tuatro aspe&tos da pri*ação: >- uma &ondição ou

&on+iguração de e'ementos do am.iente\ - os me&anismos de inter&m.io Tue

medeiam o impa&to destes estmu'os am.ientais so.re o &omportamento e a

&apa&idade do organismo\ (- os produtos destes inter&m.ios entre o indi*duo e o

am.iente so.re as &ara&tersti&as e o &omportamento do organismo\ C- a 8po&a do

&i&'o *ita' durante o Tua' esta &ondição se +a# presente- !odas estas distinçes

supem Tue a pri*ação psi&osso&ia' se re+ere ao am.iente &ir&undante e %Tue'a

parte do am.iente Tue se impe por neg'igXn&ia prioridade ou uma po'ti&a

de'i.erada *o'tada para determinados mem.ros da so&iedade ou instituição-

Esta Xn+ase so.re o &onteJto am.ienta' eJterno &omo origem da pri*ação

eJ&'ui determinadas de+i&iXn&ias e pre4u#os Tue podem ter e+eitos seme'Wantes

mas Tue o&orrem pe'a ação de &ausas naturais tais &omo a deterioração de

estruturas +si&as pe'a idade &omo &onseT1Xn&ia de de+i&iXn&ias &ongXnitas

a&identes "não re'a&ionados &om de+i&iXn&ias am.ientais$ & outros tipos de &ausas-

Estas &ondiçes e seu impa&to so.re o +un&ionamento <timo serão dis&utidos em

a'gumas passagens deste 'i*ro uma *e# Tue a &ontri.uição Tue este tipo de

&onWe&imento pode tra#er para uma maior &ompreensão da pri*ação e de sua

interação &om o .em)estar do organismo 8 signi+i&ati*a- E e*idente Tue estas áreas

de estudo são &rti&as e re'e*antes- Entretanto este grupo de tra.a'Wo dete*e)se na

aná'ise da pri*ação de&orrente de &ondiçes so.re as Tuais a so&iedade eJer&e um

&ontro'e mais dis&ri&ionário-

Mode'os de pri*ação e seu impa&to so.re o &omportamento

Qe modo gera' na 'iteratura atua' e nos tra.a'Wos e'a.orados pe'os

integrantes do grupo de tra.a'Wo estão presentes &on&eitos so.re a nature#a da

pri*ação e3ou dos me&anismos atra*8s dos Tuais e'a a+eta o &omportamento

&ogniti*o do indi*duo ou a maneira &omo este &omportamento 8 *a'ori#ado- Estespontos de *ista podem ser resumidos da seguinte maneira:

;on&eitos de pri*ação e de des*antagem

G(

>- Mode'o da desnutrição

!a'*e# a *isão mais di+undida da pri*ação psi&osso&ia' se4a a Tue se .aseia

no mode'o dos e+eitos da desnutrição- A &riança 9&arente9 teria re&e.ido

Tuantidades insu+i&ientes de nutrientes ne&essários a um &res&imento e a um

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desen*o'*imento adeTuados- Este mode'o simp'es 8 desen*o'*ido de *árias

maneiras por *ários dos autores Tue se dedi&am a este &ampo:

a- ri*ação e&on]mi&a Qe uma +orma ou de outra a noção de pri*ação

e&on]mi&a enTuanto pro.'ema &entra' da &riança despri*i'e)giada do Tua' de&orrem

todos os demais en&ontra)se em um nVmero &onsiderá*e' de tra.a'Wos

espe&ia'mente os de autoria de so&i<'ogos e e&onomistas- A suposição Tue su.4a# a

este ponto de *ista 8 de Tue o mago do pro.'ema do despri*i'egiado 8 antes de

tudo uma in&apa&idade de adTuirir .ens e ser*iços de *ários tipos e não uma

Tuestão de &omo estas pessoas usariam re&ursos +inan&eiros se os ti*essem- Este

en+oTue tende a en+ati#ar a Tuestão da disponi.i'idade de re&ursos mais do Tue o

pro.'ema dos *a'ores da &u'tura e do esti'o de *ida-

3era'mente os me&anismos de inter&m.io entre o am.iente e o &om)

portamento do indi*duo são pou&o desen*o'*idos isto 8 não +i&a &'aro &omo a

disponi.i'idade de re&ursos adi&ionais a+etaria o desen*o'*imento &ogniti*o so&ia' e

emo&iona' de &rianças e adu'tos-

.- ri*ação &omo +a'ta de eJposição a estimu'ação .en8+i&a !a'*e# a

maneira mais popu'ar de &on&e.er o impa&to da pri*ação psi&osso&ia' se4a aTue'a

segundo a Tua' a &riança "e o adu'to$ não +oi eJposta a estmu'os 9.en8+i&os9 dos

mais *ariados tipos- Não aprendeu em &asa os &on&eitos de Tue irá ne&essitar na

es&o'a ou não adTuiriu o *o&a.u'ário ne&essário a um +un&ionamento e+i&iente na

so&iedade &ontempornea\ não +oi eJposto a o.4etos e eJperiXn&ias &u'turais de

*ários tipos\ seu &a.eda' de in+ormaçes a respeito do mundo e a maneira &omo

+un&iona 8 inadeTuado- Resumindo sua *ida 8 +a'Wa naTue'es aspe&tos re+erentes %

estimu'ação ne&essária % promoção de um desen*o'*imento so&ia' e &ogniti*o

e+i&a#- Este ponto de *ista *ei&u'a um &on&eito de aprendi#agem seme'Wante a uma

a'mo+ada re&Weada de eJperiXn&ias e da aTuisição de &onWe&imentos re'e*antes\neste &onteJto o termo re'e*ante assume o signi+i&ado de eJperiXn&ias Vteis na

so&iedade de &'asse m8dia *o'tada para a es&o'aridade-

e- ri*ação &omo +a'ta de um padrão no mundo de eJperiXn&ias

__

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

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Segundo um outro ponto de *ista intimamente re'a&ionado ao anterior a

eJperiXn&ia da &riança não a.rangeu um &on4unto adeTuado de padres

seT1Xn&ias ou asso&iaçes entre os e*entos Tue 'We permitam &ompreender

a5inter)re'aço dos e'ementos presentes no seu mundo de eJperiXn&ias3E'a não se

a&ostumou por eJemp'o a per&e.er re'açes de &ausa e e+eito- A estimu'ação e os

estmu'os aos Tuais a &riança 8 eJposta não são apresentados num &onteJto Tue

'We permita usá)'os e genera'i#á)'os para situaçes ou eJperiXn&ias +uturas- Neste

sentido a pri*ação não 8 uma Tuestão de ausXn&ia de estmu'os mas de ausXn&ia

d& padrão asso&iação e seT1Xn&ia nos estmu'os apresentados % &riança3qs *e#es

esta id8ia 8 +ormu'ada em termos de uma +a'ta de signi+i&ado no mundo eJterno ou

da &onseT1ente in&apa&idade do adu'to tanto Tuanto da &riança de organi#ar e

uti'i#ar os estmu'os &om os Tuais está +ami'iari#ado-

d- ri*ação &omo ausXn&ia de &ontingXn&ias am.ientais A')uns autores

&o'o&am o pro.'ema da pri*ação psi&osso&ia' &omo um &aso espe&ia' da Tuestão

das &ontingXn&ias de re+orçamento aos Tuais os indi*duos estão eJpostos- Em

&ir&unstn&ias d& pri*ação por eJemp'o os agentes so&ia'i#antes não re'a&ionam o

input da estimu'ação a esTuemas e+i&ientes de aprendi#agem "erit# >?DG\ Hess

>?DG\ Hess e SWipman >?D@$- Segundo estes autores o p'ane4amento do am.iente

8 uma das &ara&tersti&as essen&iais do pro.'ema- O am.iente da &riança

despri*i'egiada 8 organi#ado "prin&ipa'mente pe'os pais ou pe'o pro+essor$ de uma

ta' maneira Tue o &omportamento dese4ado não 8 adeTuadamente en&ora4ado por

meio de esTuemas adeTuados de re+orço- oder)se)ia di#er Tue este &on&eito de

pri*ação não apresenta nada de no*o do ponto de *ista de uma teoria da

aprendi#agem mas &onsiste na de+inição de um &onteJto no Tua' o input 8

&ontro'ado mais por +ontes Wumanas Tue por re&ursos eJperimentais e no Tua' as

+ontes Wumanas de p'ane4amento e &ontro'e am.ientais não +oram e+i&ientementeorgani#adas a +im de produ#ir os resu'tados dese4ados-

e- ri*ação &omo interação entre ne&essidades matura&ionais e*o'uti*as e

+a'ta de estimu'ação Um ponto de *ista &omum na dis&ussão do mode'o da

desnutrição 8 Tue &ertas ati*idades &ogniti*as desempenWam um pape'

.io'ogi&amente estimu'ante na maturação de estruturas neurais importantes para

um posterior desen*o'*imento &ogniti*o e para a aprendi#agem- Estudos &om

animais &ompro*am Tue di+erentes moda'idades de estimu'ação podem a+etar o&res&imento das

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;on&eitos de pri*ação e de des*antagem

estruturas neurais e pare&e p'aus*e' Tue esta interação entre a estrutura

.io'<gi&a e o am.iente possa estar en*o'*ida no impa&to da pri*ação psi&osso&ia'

so.re o desen*o'*imento &ogniti*o e a aprendi#agem nos seres Wumanos- A

oportunidade de usar Wa.i'idades pre*iamente adTuiridas pode se re+'etir no desuso

de estruturas neurais no adu'to-

- Mode'o da disparidade &u'tura'

Muitos autores parti&u'armente so&i<'ogos e antrop<'ogos estão *o'tados

para os &omponentes so&iais e &u'turais da pri*ação psi&osso&ia'- Seus pontos de

*ista en+ati#am os aspe&tos estruturais 4u'gando Tue esta di+i&u'dade reside nas

disparidades e no &on+'ito de *a'ores & o.4eti*os entre a su.&u'tura & o sistema

s<&io)&u'tura' mais amp'o- Estes pontos de *ista assumem di*ersas +ormas:

a- ri*ação &omo resu'tado do p'ura'ismo &u'tura' Segundo um desses

pontos de *ista as di+erenças 8tni&as e a segregação auto)imposta ou in*o'untária

de grupos 8tni&os em áreas iso'adas ou guetos indu# a di*ersos tipos de pre4u#os-

Os dia'etos e as 'nguas 8tni&as tXm menos prestgio na &omunidade do Tue o

ing'Xs padrão "Lam.ert e !agu&Wi >?FD$\ as oportunidades o&upa&ionais &

edu&a&ionais são pro*a*e'mente restritas não s< &omo resu'tado da dis&riminação

mas tam.8m por +a'ta de in+ormação e de &ontato &om outros segmentos da

so&iedade- A nature#a da pri*ação entretanto não 8 tanto uma Tuestão de n*e'

a.so'uto de &apa&idade e rendimento mas de uma a*a'iação di+eren&ia' de grupos

8tni&os pe'a so&iedade dominante ou por outros grupos 8tni&os re'e*antes- No

passado a t8&ni&a de inter*enção mais popu'ar nos programas p'ane4ados para dar

assistXn&ia a grupos 8tni&os +oi a de a&e'erar o pro&esso de a&u'turação

"ameri&ani#ação$ a +im de diminuir ou e'iminar as di+erenças &u'turais- Mais

re&entemente eJiste uma tendXn&ia a re&onWe&er *a'ori#ar e uti'i#ar as&ara&tersti&as 8tni&as a ser*iço de o.4eti*os edu&a&ionais e&on]mi&os e po'ti&os-

 A as&ensão do poder negro & a introdução de &ursos so.re &u'tura a+ri&ana nas

es&o'as são eJemp'os desta tendXn&ia- A mudança de &u'tura pode tam.8m &o'o&ar

o adu'to Tue possui Wa.i'idades so&iais e o&upa&ionais antiTuadas adeTuadas a

uma era anterior numa posição des*anta4osa- Os adu'tos migrantes e imigrantes

podem se *er &m posiçes seriamente des*anta4osas-

GDIntrodução % psi&o'ogia es&o'ar 

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.- ri*ação &omo aprendi#agem de &omportamentos não *a'ori#ados pe'a

so&iedade de &'asse m8dia Qe a&ordo &om um desses pontos de *ista as

&rianças residentes em áreas despri*i'egiadas na so&iedade espe&ia'mente em

&omunidades de +a*e'ados aprendem &omportamentos apropriados e Vteis no

am.iente do 'ar mas inVteis em eJperiXn&ias es&o'ares su.seT1entes não

grati+i&ados e portanto não .em)su&edidos- A Xn+ase dos proponentes deste ponto

de *ista não está na in&apa&idade da &riança para aprender mas na +a'ta de

&ongruXn&ia entre o &omportamento Tue e'a aprendeu e o &omportamento Tue 8

*a'ori#ado pe'a so&iedade de &'asse m8dia orientada para a es&o'aridade-

&- ri*ação de*ida % inadeTuação das instituiçes so&iais Re'a&ionado

&om o ponto de *ista anterior en&ontra)se a a+irmação segundo a Tua' a di+i&u'dade

reside nas instituiçes da &'asse m8dia &u4os representantes na es&o'a nas

instituiçes po'i&iais e em outros aspe&tos da estrutura so&ia' não entendem a

&riança ou o adu'to não empati#am &om seus pro.'emas não são &apa#es de se

&omuni&arem &om e'es ou des&onWe&em outras maneiras de 'Wes permitir aprender

a respeito dos prin&ipais &omponentes da so&iedade e re'a&ionarem)se &om e'es-

Em seu re'at<rio para nosso grupo de tra.a'Wo La.o* apresenta este ponto de *ista

da seguinte maneira:

Sempre eJistiram po.res nos Estados Unidos re'ati*a ou a.so'utamente

po.res e neste sentido pri*ados de pri*i'8gios poder e meios de usu+ruir a *ida

&omo os outros- or8m supunWa)se Tue todos estes &idadãos ti*essem tido igua'

oportunidade de me'Worar sua situação ou a de seus +i'Wos e Tue supostamente a

estrutura so&ia' deste pas esti*esse organi#ada de +orma a tornar isto poss*e'-

Re&entemente estamos tomando &ons&iXn&ia de Tue isto não o&orre: a po.re#a

tornou)se uma situação está*e' para *ários grupos de norte)ameri&anos em parti)

&u'ar negros porto)riTuenWos meJi&ano)ameri&anos e .ran&os su'istas dos Apa'a&Wes- Uma &riança Tue &res&e nestes 'ares po.res não tem a mesma

eJpe&tati*a de mo.i'idade so&ia' as&endente &omo no passado- A atuação so&ia'

das &rianças perten&entes a estas +am'ias tem se mostrado espe&ia'mente pre&ária

e o +ra&asso edu&a&iona' &o'o&a mais uma .arreira % as&ensão so&ia'- Estas

&rianças estão portanto pri*adas num sentido importante pri*adas de

oportunidade de mo.i'idade so&ia' as&endente Tue 8 a prin&ipa' *antagem Tue a

so&iedade norte)ameri&ana o+ere&e- !a'*e# este4a presente um pro.'ema depri*ação .io'<gi&a resu'tante de

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;on&eitos de pri*ação e de des*antagem

GG

a'imentação e &uidados m8di&os de+i&ientes mas o pro.'ema Tue se tomou

&ru&ia' para este grupo 8 a pri*ação so&ia'-

O +ra&asso es&o'ar e espe&ia'mente o +ra&asso em aprender a 'er 8

&'aramente a &ausa da pri*ação so&ia' posterior- Este +ra&asso tam.8m +oi

&onsiderado &omo resu'tado da pri*ação- Muitos o.ser*adores a&reditam Tue

eJistem &ertos *a'ores e Wa.i'idades norma'mente o+ere&idos %s &rianças nos 'ares

norte)ameri&anos mas não a&ess*eis %s &rianças de +am'ias po.res- A +ina'idade

de programas tais &omo a 9Operação Headstart9 8 remediar esta situação suprindo

&rianças em idade pr8)es&o'ar &om estes e'ementos ausentes-

EJiste entretanto outro ponto de *ista Tue se det8m nas de+i&iXn&ias dos

pro+essores e das es&o'as mais do Tue nas das &rianças- No Tue se re+ere aos

adu'tos podemos nos deter na ausXn&ia de ini&iati*a de independXn&ia e de

Wa.i'idades o&upa&ionais dos desempregados ou no &aráter o.4eti*o do sistema

so&ia' Tue en+rentam- As &rianças pro*enientes de 'ares po.res podem ter

desen*o'*ido padres de aprendi#agem pre&ários pou&o treino da &apa&idade de

a.stração e ser indis&ip'inadas mas 8 tam.8m *erdade Tue os pro+essores ignoram

as ne&essidades das &rianças tXm uma per&epção de+i&iente das suas &apa&idades

e &are&em de Wa.i'idade para ensiná)'as adeTuadamente-

 A matri# &u'tura' do gueto in&'ui: os padres Tue +oram des&ritos &omo

9&u'tura da &'asse .aiJa9 "Mi''er >?DG$ &omum a *ários grupos 8tni&os\ as +ormas

&u'turais parti&u'ares dos grupos 8tni&os en*o'*idos\ e padres &omuns % 4u*entude

de'inT1ente das grandes &idades tais &omo os des&ritos por ;'oard e OW'in ">?D$

e ;oWen ">?FF$- ;omo um todo estes padres tXm a'go em &omum opem)se

ao sistema dominante de *a'ores da &'asse m8dia- A Xn+ase da es&o'a no p'ane4a)mento do +uturo num dis&urso a.strato e o.4eti*o na aprendi#agem &omo +im em si

mesmo no respeito pe'a 'ei na re'igião o+i&ia' e na propriedade pri*ada nas regras

de adeTuação do &omportamento seJua' ou *er.a' entra em &on+'ito &om os *a'ores

da &u'tura popu'ar mantida nas áreas despri*i'egiadas ou 9pri*adas9- ua'Tuer

pessoa Tue &onWeça pro+undamente as áreas de gueto de*e sa.er Tue 9pri*ação

&u'tura'9 ou 9pri*ação *er.a'9 são &on&eitos pre&ários para a.ordar os pro.'emas

edu&a&ionais- As &rianças en&ontradas no seu pr<prio meio não são re&ipientes*a#ios % espera de serem preen&Widos &om a &u'tura da &'asse m8dia- E'as estão

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em &ontato &om uma &u'tura di+erente e oposta\ entre F e >F anos e'as &onWe&em

sua pr<pria &u'tura &ada *e# mais e a

G?

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

&u'tura da es&o'a &ada *e# menos- Muitas re4eitam eJp'i&itamente a es&o'a e

seus *a'ores\ para outras o &on+'ito Tue inter+ere &om o su&esso es&o'ar está +ora

de seu a'&an&e-

(- Mode'o so&ia' estrutura'

ara um determinado ponto de *ista te<ri&o o despri*i'8gio 8 um aspe&to

inerente a um sistema so&ia' &omp'eJo a'tamente di+eren&iado WierárTui&o- Numa

so&iedade &omo a nossa a distri.uição de re&ursos de prestgio e de poder impe

so.re a'guns segmentos da popu'ação des*antagens Tue por sua *e# re'a&ionam)

se &om a ati*idade e o desempenWo &ogniti*o do indi*duo:

a- ri*ação &omo resu'tado da &ompetição por re&ursos es&assos na

so&iedade Num sistema WierárTui&o grupos dominantes podem em nome de

seus pr<prios interesses e&on]mi&os ou so&iais tentar manter a dependXn&ia de

outras par&e'as da so&iedade e eJ&'u)'as da &ompetição no mer&ado de tra.a'Wo e

em outras áreas- or eJemp'o a eJ&'usão dos negros dos sindi&atos pode ser

&onsiderada tanto &omo resu'tado da &ompetição por empregos &omo de práti&as

dis&riminat<rias- Qeste ponto de *ista .arreiras &ompetiti*as de Tua'Tuer nature#a

esta.e'e&idas a +im de minimi#ar ou e'iminar a &ompetição e Tue sistemati&amente

eJ&'uem grupos enTuanto grupos e não a partir de &ara&tersti&as indi*iduais

podem ser &onsideradas &omo pri*ação .aseada em &ausas s<&ioestruturais-

.- ri*ação &omo uma +a'ta de a'ternati*as de atuação na so&iedade Outro

ponto de *ista estrutura' a respeito da pri*ação 8 aTue'e segundo o Tua' a +a'ta de

poder prestgio e outros re&ursos para a ação &o'o&a o indi*duo em situaçes TueeJigem pou&o ra&io&nio ou &omparação e portanto estimu'am re'ati*amente

pou&as das operaçes &ogniti*as ne&essárias ao su&esso na so&iedade de &'asse

m8dia "Hess >?DC$- A +a'ta de oportunidades e a'ternati*as da &riança e do adu'to

são des*antagens impostas pe'a estrutura so&ia' da Tua' +a#em parte- A'gumas

pesTuisas rea'i#adas re&entemente eJaminam as re'açes entre *ariá*eis so&iais

mais amp'as e o rendimento &ogniti*o & edu&a&iona' do indi*duo "Hess et ai >?DG\

Hess no pre'o\ camii e Radin >?D@\ Bernstein no pre'o$ parti&u'armente atra*8sde &omportamentos mediados pe'a +am'ia-

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&- ri*ação &omo dis&riminação &ontra grupos 8tni&os e &ontra o

;on&eitos de pri*ação e de des*antagem

?

po.re A'guns pesTuisadores &onsideram Tue a *i*Xn&ia de eJperiXn&ias

dis&riminat<rias na so&iedade &ontra pessoas Tue não tXm riTue#a ou re&ursos e

&ontra aTue'es pro*indos de &ertos grupos minoritários 8 um &omponente &entra'

das popu'açes despri*i'egiadas- Os e+eitos da dis&riminação ra&ia' tXm sido

des&ritos por muitos autores: ;o'eman ">?DD$ ettigre ">?DC$ e cat# e ;oWen

">?D$- O me&anismo pe'o Tua' a dis&riminação possi*e'mente a+eta a

aprendi#agem e a &ognição se e*iden&ia na +a'ta de um sentimento de &ompetXn&ia

e e+i&iXn&ia ou de *ontade de se a+irmar no am.iente- As imp'i&açes deste ponto

de *ista são muitas e a+etam os sistemas es&o'ares e muitas outras áreas Tue

tenWam impa&to so.re a edu&a.i'idade e a ati*idade &ogniti*a Atua'mente en&ontra)

se em &urso um grande nVmero de pesTuisas &om o o.4eti*o de eJaminar os e+eitos

da dis&riminação e da o&upação de um status di+eren&ia' so.re a ati*idade produti*a

e a e+i&iXn&ia nesses grupos-

C- Mode'o do trauma am.ienta'

 A pri*ação e os am.ientes po.res são &onsiderados por a'guns autores &omo

espe&ia'mente pre4udi&iais %s &apa&idades da &riança- A a+irmação mais +reT1ente

neste tipo de argumento 8 o 9&on&eito de irre*ersi.i'idade9 Tue sugere a o&orrXn&ia

de um e+eito negati*o permanente so.re as &apa&idades mentais &omo resu'tado de

pri*ação no in&io da *ida- Esta noção está re'a&ionada &om o &on&eito de interação

entre estimu'ação e estrutura neura' des&rito a&ima mas o trans&ende na medida

em Tue sugere Tue a eJperiXn&ia da po.re#a da *io'Xn&ia e da dis&riminação

pre4udi&a a &apa&idade &mo&iona')inte'e&tua' do indi*duo tornando)'We di+&i' se

não imposs*e' re&uperar)se tota'mente-F- Mode'o dos re&ursos su.desen*o'*idos

Um ponto de *ista imp'&ito em *árias dis&usses registradas na 'iteratura 8

de Tue o e+eito da pri*ação psi&osso&ia' seria em primeiro 'ugar uma Tuestão de

su.desen*o'*imento das &apa&idades Wumanas- Segundo este ponto de *ista a

&riança adaptou)se adeTuadamente ao seu mundo mas seu am.iente 8

re'ati*amente simp'es e +a'ta)'We a &omp'eJidade ne&essária para +un&ionar

e+i&ientemente num am.iente so&ia' mais amp'o- Uma *e# dadas as oportunidades

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adeTuadas a &riança ou o adu'to adTuirirão as eJperiXn&ias ou &apa&idades de Tue

ne&essitam-

?>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

D- ri*ação &omo des*io de &ondiçes am.ientais <timas

Os tipos de impa&to da pri*ação psi&osso&ia' so.re as &apa&idades do

indi*duo des&ritos at8 aTui não esgotam as &onotaçes do termo- ;omo dissemos

anteriormente o termo pri*ação pode ser usado para indi&ar tanto as des*antagens

impostas ao indi*duo por seu am.iente &omo estados de perda de&orrentes de

danos nos me&anismos normais de +un&ionamento do organismo- Assim sendo o

termo pri*ação 8 usado para designar estados de des*antagem- Ser pri*ado neste

sentido amp'o signi+i&a &res&er e amadure&er so. &ondiçes de *ida aTu8m de um

n*e' <timo- Esta de+inição de pri*ação in&'ui as &onseT1Xn&ias indese4á*eis da

supereJposição a uma in+'uXn&ia norma'mente positi*a- A pri*ação sensoria' e o

iso'amento podem 'e*ar a um &omportamento inadeTuado da parte do indi*duo

mas a supereJposição a estmu'os auditi*os so. as &ondiçes de rudo presentes

na indVstria pode resu'tar em de+eitos auditi*os- Os a'imentos podem 'imitar o

desen*o'*imento de um indi*duo Tuando ingeridos em doses insu+i&ientes mas

podem tam.8m &ausar pro.'emas d& desen*o'*imento se presentes em Tuantidade

eJ&essi*a- No iso'amento so&ia' en&ontramos um outro eJemp'o\ os adu'tos

gera'mente tXm uma *ida mais satis+at<ria & apresentam um &omportamento mais

adeTuado Tuando em interação &om um nVmero signi+i&ati*o de outras pessoas-

So. as &ondiçes de superpo*oação ur.ana entretanto a Tuantidade de interação

so&ia' pode ser +orçada a um n*e' opressi*o tão e'e*ado Tue o &omportamento do

indi*duo me'Woraria se Wou*esse uma redução na interação so&ia' eJigida- O

pro.'ema &ient+i&o &onsiste em des&o.rir a +aiJa <tima entre o eJ&esso e aes&asse#-

 A partir do Tue +oi dito +i&a e*idente Tue 8 poss*e' esta.e'e&er uma distinção

entre estes n*eis de pri*ação: ">$ o Tue 8 ne&essário para a so.re*i*Xn&ia do

indi*duo "$ o Tue 8 normati*o ou esperado na &u'tura e "($ o Tue 8 <timo para o

desen*o'*imento e para o amadure&imento dos indi*duos- Estes trXs n*eis podem

ser des&ritos &omo graus de pri*ação su+i&iXn&ia e sa&iedade-

 A partir da pode)se &on&'uir Tue o am.iente <timo pode ser maisadeTuadamente de+inido para &ada n*e' de idade em termos de ne&essidades

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.io'<gi&as psi&o'<gi&as e so&iais dos indi*duos nas *árias +aiJas etárias a.rangidas

pe'o &i&'o *ita'- Um padrão di&tário para a gestante para a &riança em &res&imento

para o ado'es&ente e para os

;on&eitos de pri*ação e de des*antagem

?

adu'tos mais *e'Wos são rea'mente di+erentes da mesma +orma &omo o n*e'

<timo de ati*idade para a práti&a de eJer&&ios +si&os di+ere para as *árias +aiJas

etárias-

Qe uma maneira gera' a &'asse so&ia' a etnia e a renda re'a&ionam)se &om a

pri*ação- Estas *ariá*eis amp'as entretanto en&o.rem &ondiçes mais deta'Wadas

do am.iente- O indi*duo de &'asse .aiJa por eJemp'o +reT1entemente está mais

eJposto a &ondiçes am.ientais no&i*as e 8 des+a*ore&ido na re&uperação das

&onseT1Xn&ias destas eJposiçes o Tue resu'ta num a&Vmu'o de &onseT1Xn&ias

am.ientais indese4á*eis- Em termos mais amp'os o &omportamento da &'asse so&ia'

mais .aiJa 8 in+'uen&iado pe'a 'uta direta pe'a simp'es su.sistXn&ia ao passo Tue o

&omportamento da &'asse m8dia Tue não está preo&upada &om este tipo de 'uta

está mais *o'tado para a &onse&ução de o.4eti*os mais a.stratos-

Uma outra dimensão da pri*ação re+ere)se % adeTuação das in+ormaçes de

Tue o indi*duo dispe no am.iente- o*ens e adu'tos pessoas da &'asse mais a'ta

e da &'asse mais .aiJa *i*em so. di+erentes &orrentes de in+ormaçes Tue

in+'uen&iam sua *isão do mundo e seu dese4o de partir para uma atuação- or

eJemp'o o +ato de não &ompreender o signi+i&ado de uma doença pode 'e*ar o

indi*duo a ignorar sintomas poten&ia'mente perigosos- A pri*ação .io'<gi&a %s

*e#es apare&e &omo &ausa de &omportamento inadeTuado mas %s *e#es 8

resu'tado de uma pri*ação so&ia'- A doença do arrimo de +am'ia &omo

&onseT1Xn&ia de +a'ta de &uidados pode redu#ir o padrão de *ida da +am'ia- Assimsendo a pri*ação so&ia' pode 'e*ar % pri*ação de saVde Tue por sua *e# 'e*a a

uma maior pri*ação so&ia' na +am'ia o Tue pode resu'tar numa espira' des&endente

de mo.i'idade so&ia'- Os estados de pri*ação em popu'açes Wumanas estão em

interação &ontnua- A'8m dos estados de pri*ação re'ati*a asso&iados % &'asse

so&ia' % etnia e a di+erenças geográ+i&as 8 pre&iso &onsiderar os e+eitos das

instituiçes- Nas geraçes anteriores um nVmero signi+i&ati*o de &rianças &res&eu

em instituiçes para <r+ãos- Mais re&entemente de*ido ao grande nVmero de idososinstitu&iona'i#ados os e+eitos da nature#a das instituiçes so.re o &omportamento

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*o'taram a o&upar um 'ugar de destaTue- O &aráter dos am.ientes institu&ionais

pode ter uma in+'uXn&ia permanente ou temporária na adeTuação do

&omportamento de seus residentes-

?(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Re+erXn&ias .i.'iográ+i&as

;'oard R- A- e L- E- OW'in Qe'inTuen&P and OpportunitP: A !WeorP o+

Qe'inTuent angs- 'en&oe !We ree ress I?D-

;oWen A- Qe'inTuent BoPs- 'en&oe !We ree ress >?FF-

;o'eman - S- et a' ETua'itP o+ Edu&ationa' OpportunitP- U- S- Qepartment o+

Hea'tW Edu&ation and `e'+are US o*t- rint- O+- >?DD-

eirt# - L- 9!We Ro'e o+ Stimu'ation in Mode's +or ;Wi'd Qe*e'opment9- In:

L- L- Qittman "org-$ Ne erspe&ti*es in Ear'P ;Wi'd ;are- No*a or AtWerton

>?DG &aptu'o @-

Hess R- Q- 9So&ia' ;'ass and EtWni& In+'uen&es upon So&ia'i#ation9- In: - H-

Mussen "org-$ L- ;armi&Wae'6s Manua' o+ ;Wi'd sP&Wo'ogP- No*a or oWn `i'eP

"no pre'o$ (9 edição-

Hess R- Q- e R- Bear Ear'P Edu&ation- ;Wi&ago A'din& >?DG-

Hess R- Q- & - ;- SWipman 9Ear'P EJperien&e and tWe So&ia'i#ation o+

;ogniti*e Modes in ;Wi'dren9 ;Wi'd Qe*e'opment (D: GD?)GGD >?DF-

camii ;- c- e N- L- Radin 9;'ass Qi++eren&es in tWe So&ia'i#ation

ra&ti&es o+ Negro MotWers9 ourna' o+ Marriage and tWe ami'P

?: ()(> >?D@- cat# I- e M- ;oWen 9!We E++e&ts o+ !raining Negroes

upon ;ooperati*e

ro.'em So'*ing in Bira&ia' !eams9 - A.n- So&- sP&Wo' DC:

(>?)(F >?D-Lam.ert `- E- e- !agu&Wi 9EtWni& ;'ea*ages amongoung ;Wi'dren9

- A.n- So&- sP&Wo' F(: (G)(G >?FD- Mi''er `- B- 9Loer);'ass ;u'ture

as a enerating Mi'ieu o+ ang

Qe'inTuen&P9 - So&- Issues >C "($: F)>? >?DG- ettigre !- A ro+i'e o+

tWe Negro Ameri&an- rin&eton an Nostrand

>?DC-

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O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento &omo um antdoto para

a pri*ação &u'tura': .ases psi&o'<gi&as

- M&';cER HUN!2

Qurante a maior parte do s8&u'o passado Tua'Tuer pessoa Tue a'imentasse

a id8ia de aumentar a &apa&idade 9natura'9 dos seres Wumanos era &onsiderada

&omo um 9.en+eitor9 irrea'ista- Os indi*duos as &'asses so&iais e as raças

possuam as &ara&tersti&as Tue possuam porTue Qeus ou a Werança gen8ti&a

+i#eram)nos assim- i&o +e'i# ao en&ontrar pessoas gera'mente &onsideradas

sens*eis Tue se dedi&am ao +orne&imento de eJperiXn&ias pr8)es&o'ares &omo um

antdoto para o Tue denominamos pri*ação &u'tura' ou des*antagem so&ia'- O grupo

do ;Wi'd `e'+are Resear&W Station da Uni*ersidade de Ioa so. a 'iderança de

Stoddard "Stoddard e `e''man >?C$ apresentou os e+eitos de sua es&o'a materna'

e os &onsiderou &omo pro*as Tue 4usti+i&a*am o uso genera'i#ado desse tipo de

es&o'a- Isto +oi Wá F anos- O tra.a'Wo desse grupo no entanto +oi +eito em pedaços

pe'a &rti&a e neste pro&esso perdeu muito do *a'or sugesti*o Tue poderia ter-

Muitos de*em estar 'em.rados do rid&u'o Tue se &riou &m torno do 9I in&onstante9

"Simpson >?(?$ e da maneira pe'a Tua' muitas pessoas &omo 'oren&e

oodenougW ">?(?$ #om.aram atra*8s da imprensa do +ato de um grupo de tre#e

&rianças 9d8.eis mentais9 'er sido tra#ido para os 'imites da inte'igXn&ia norma'

atra*8s de treinamento rea'i#ado por pa4ens de inte'igXn&ia 'imtro+e numa es&o'a

esta'ai para retardados mentais "re+iro)me ao tra.a'Wo de S&e's e QPe >?(? ao

Tua' retornarei$- O +ato de atua'mente pessoas sens*eis estarem p'ane4ando o uso

de es&o'as ma

"2$ 9!We sP&Wo'ogi&a' Basis +or Using ie)S&Woo' Enri&Wment as an Antidote

+or ;u'tura' Qepri*ation9- Merri')a'mer uarter'P >?DC > ?)CG- !radução de

Maria He'ena Sou#a atto-?C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

temais &omo um meio de edu&ação &ompensat<ria e re&e.endo a apro*ação

gera' signi+i&a Tue a'go mudou-

 A mudança 8 &'aro não o&orreu na nature#a Wumana ou na nature#a de seu

desen*o'*imento mas em nossas &on&epçes so.re e'as- A'gumas de nossas

&renças mais importantes so.re o ser Wumano e seu desen*o'*imento mudaram ouestão em pro&esso de mudança- oram estas mudanças Tue nos permitiram tentar

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a ttu'o eJperimenta' e de demonstração aTui'o Tue at8 a Segunda rande uerra

seria &onsiderado uma estVpida perda de tempo e de es+orços- São tam.8m estas

mudanças o&orridas nas &on&epçes te<ri&as so.re o ser Wumano e seu

desen*o'*imento Tue possi.i'itaram o assunto a Tue me dedi&o ou se4a as .ases

psi&o'<gi&as da uti'i#ação de programas pr8)eseo'ares de enriTue&imento &omo um

antdoto para a pri*ação &u'tura'-

Estas &renças em mudança são seis- E'as serão +ormu'adas &m sua +orma

anterior % mudança ou se4a a +orma Tue tanto impediu o tipo de empreendimento

ao Tua' estamos prestes a nos enga4ar: >- &rença na inte'igXn&ia +iJa\ - &rença no

desen*o'*imento predeterminado\ (- &rença de Tue o &8re.ro +un&iona &omo um

&entro te'e+]ni&o +iJo e estáti&o\ C- &rença de Tue a eJperiXn&ia durante os primeiros

anos de *ida parti&u'armente antes do desen*o'*imento da 'inguagem 8

irre'e*ante\ F- &rença segundo a Tua' Tua'Tuer Tue se4a a eJperiXn&ia Tue a+ete o

desen*o'*imento posterior estamos diante de um &aso de reaçes emo&ionais

.aseadas no destino de ne&essidades instinti*as\ D- &rença de Tue a aprendi#agem

8 moti*ada por ne&essidades Womeostáti&as estimu'ação do'orosa ou por impu'sos

adTuiridos a partir desses-

assemos % dis&ussão das .ases empri&as & &on&eituais das mudanças Tue

*Xm tendo 'ugar desde a Segunda rande uerra &m &ada uma destas &renças-

!erminarei o artigo tentando 4usti+i&ar o tipo de empreendimento Tue está sendo

proposto no momento e mostrando &omo a o.ra de Maria Montessori re'egada ao

esTue&imento pode &onter sugestes práti&as de &omo 'e*ar esta ini&iati*a adiante-

 A &rença na inte'igXn&ia +iJa

rati&amente todas as id8ias tXm ra#es numa Wist<ria &on&eituai e em dados

o.ser*á*eis- A noção segundo a Tua' o desen*o'*imento inte'e&tua' seria +iJo tem

suas .ases &on&eituais na teoria da e*o'ução de Qarin ">GF?$ e na intensa&ontro*8rsia emo&iona' Tue a a&ompanWou-

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

?F

ro*a*e'mente o 'eitor re&ordar)se)á de Tue Qarin a&redita*a Tue a

e*o'ução o&orria não atra*8s de mudanças mo'dadas pe'o uso ou pe'o desuso

&omo a &on&e.ia Lamar ">G?$ mas atra*8s de mudanças Tue resu'ta*am de

*ariaçes na des&endXn&ia de todas as esp8&ies ou raças e Tue seriam entãose'e&ionadas pe'as &ondiçes nas Tuais *i*iam- A se'eção di# respeito %s *ariaçes

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Tue so.re*i*em e atra*8s da reprodução são transmitidas para as su&essi*as

geraçes- Imp'&ita nesta noção está a a+irmação de Tue as &ara&tersti&as de

Tua'Tuer organismo são predeterminadas por sua &onstituição gen8ti&a- !a'*e# esta

a+irmação imp'&ita 4amais ti*esse adTuirido a +orça Tue adTuiriu se não +osse reto)

mada por duas +iguras importantes na Wist<ria re'ati*amente re&ente do pensamento

Wumano- A primeira destas +iguras ran&is a'ton a+irmou Tue as *ariaçes Tue

o&orrem nas &ara&tersti&as do ser adu'to são We)reditariamente determinadas- A'8m

disso a'ton ra&io&inou da seguinte maneira: se Qarin esta*a &om a ra#ão a

esperança de modi+i&ar o destino da Wumanidade não estaria na eutenia "ou

tentati*a de mudar os indi*duos atra*8s da edu&ação$ e sim na eugenia "na

se'eção dos indi*duos superiores Tue de*eriam so.re*i*er$- A'8m disso e'e

per&e.eu Tue diante da ne&essidade de de&idir Tuais os indi*duos Tue

so.re*i*eriam e reprodu#iriam seria ne&essário ter a'gum &rit8rio para a

so.re*i*Xn&ia- undou então seu 'a.orat<rio antropometri&o para mensuraçes do

ser Wumano &om a esperança de atra*8s de testes poder determinar Tuais

indi*duos de*eriam so.re*i*er- Note)se Tue e'e não esta*a meramente de&idindo

Tuem de*eria ser se'e&ionado para empregos numa dada indVstria mas Tuem

de*eria so.re*i*er para reprodu#ir- Esta era sua preo&upação essen&ia'-

a'ton te*e um dis&pu'o muito in+'uente na introdução destas &on&epçes na

&orrente de pensamento norte)ameri&ano: ;atte'' Tue trouJe os testes de a'ton

para a Am8ri&a e a partir de >G? ensinou)os a uni*ersitários primeiramente na

Uni*ersidade da &nnsP'*ania e depois na Uni*ersidade de ;o'um.ia- ;atte'' +oi um

pro+essor in+'uente nessas uni*ersidades e sua in+'uXn&ia se +e# sentir so.re muitos

de seus dis&pu'os anteriores % rimeira uerra Mundia' Tuando suas simpatias

pe'a A'emanWa 'e*aram)no a deiJar a ;o'um.ia-

Stan'eP Ha'' +oi outro psi&<'ogo Tuase tão responsá*e' Tuanto a'ton pe'aintrodução no pensamento norte)ameri&ano das id8ias Tue apoia*am a &rença na

inte'igXn&ia +iJa- Em.ora não tenWa &onWe&ido a'ton nem Qarin pessoa'mente

'eu muito so.re a teoria da e*o'ução

?D

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Tuando ainda estudante e ta' &omo re'ata em sua auto.iogra+ia 9e'a me ati

ngiu &omo uma 'u# era o Tue eu .us&a*a9- A importn&ia de Ha' > está no +ato dee'e ter 'e*ado seus a'unos da ;'ar Uni*ersitP da Tua' +oi o primeiro presidente a

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uma +orte adesão % noção de inte'igXn&ia +iJa e muitos destes a'unos tornaram)se

os 'deres da no*a psi&o'ogia na Am8ri&a "Boring >?? p- F(C$- Entre e'es esta*am

trXs dos mais i'ustres 'deres do mo*imento de testes- Um de'es +oi HenrP H-

oddard Tue rea'i#ou a primeira tradução dos testes de Binet para o ing'Xs para

ap'i&ação naine'and!raining S&Woo' & Tue es&re*eu tam.8m a Wist<ria da +am'ia

ca''ia ">?>$- Outro de'es +oi - cuW'mann Tue tam.8m +oi um dos primeiros

tradutores e re*isores dos testes de Binet e Tue em &o'a.oração &om Rose -

 Anderson adaptou)os para a ap'i&ação em &rianças pr8)eseo'ares- O ter&eiro +oi

Leis !erman autor da re*isão Stan+ord)Bin&t a *ersão mais &onWe&ida dos testes

de Binet na Ameri&a- Estes trXs psi&<'ogos &omuni&aram sua &rença na inte'igXn&ia

+iJa para a maioria dos Tue di+undiram o mo*imento de testes na Am8ri&a-

Isto Tuanto %s ra#es &on&eituais da &rença na inte'igXn&ia +iJa Tue +oram

transmitidas no de&orrer da Wist<ria do pensamento-

 A &rença na inte'igXn&ia +iJa tam.8m te*e uma .ase empri&a- Não s< a

+idedignidade d& t&st&s)r&'estes mostrou Tue as posiçes Tue os indi*duos

o&upa*am num grupo permane&iam &onstantes "em termos d& resu'tados de '$

mas tam.8m os testes mostraram)se &apa#es de pre*er desempenWos &omo

su&esso a&adXmi&o su&esso em postos mi'itares durante a rimeira rande

uerra et&- Entretanto todas estas pro*as re+eriam)se a &rianças em idade es&o'ar

eJpostas a eJperiXn&ias at8 &erto ponto padroni#adas "Hunt >?D>$- uando os

pesTuisadores &o)m&çaiam a in*estigar a &onstn&ia do Q "Tuo&iente de

desen*o'*imento$ e do I de &rianças &m idade pr8)es&o'ar o grau de &onstn&ia

mostrou)se muito mais .aiJo- O 'eitor pro*a*e'mente se re&orda das interpretaçes

dada a esta ausXn&ia de &onstn&ia no Q pr8)es&o'ar "*e4a Hunt >?D>- p- (>> e

s&gs-$- Anderson argumentou da seguinte +orma: os testes a.rangem di+erentes

+unçes nas di+erentes idades\ portanto não se pode esperar Tua'Tuer &onstn&ia&m seus resu'tados- or8m a epigXnese das +unçes inte'e&tuais do Womem 8

inerente % nature#a de seu desen*o'*imento e as &onseT1Xn&ias deste +ato não

+oram 'e*adas em &onta pe'os &rti&os dos resu'tados o.tidos &om os testes para

.e.Xs- Em.ora sou.essem Tue a estrutura .ási&a da inte'igXn&ia se modi+i&a nas

primeiras etapas do desen*o'*imento ta' &omo as estrutu

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

?@

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ras +si&as se modi+i&am na etapa em.rio'<gi&a do desen*o'*imento

mor+o'<gi&o pare&e Tue não per&e.eram Tue 8 portanto ine*itá*e' Tue os testes

para .e.Xs ne&essariamente a.ran4am &onteVdos e +unçes di+erentes em idades

su&essi*as-

oi `oodortW ">?C>$ Tuem argumentou ap<s eJaminar os resu'tados

o.tidos a partir de estudos de gXmeos Tue de*eria Wa*er a'guma di+erença nos

resu'tados de I de*ida ao am.iente em.ora a di+erença en&ontrada entre os

indi*duos em nossa &u'tura +osse em grande parte de*ida aos genes- No &onteJto

da pri*ação &u'tura' &reio Tue `oodortW +ormu'ou o pro.'ema erradamente- Seria

mais adeTuado se e'e ti*esse perguntado: Tua' seria a di+erença de pontos no I de

um par de gXmeos idXnti&os aos seis anos de idade se um de'es ti*esse sido &riado

&omo M&ra ">?(F$ &riou o gXmeo eJperimenta' "de modo Tue aos C meses e'e 4á

sa.ia nadar aos >> meses 4á anda*a de patins e desen*o'*eu uma s8rie de

Wa.i'idades em &er&a de metade a um Tuarto da idade &m Tue as pessoas

usua'mente as desen*o'*em$ e se o outro gXmeo ti*esse sido &riado num or+anato

&omo aTue'as &rianças des&ritas por Q&nnis ">?D$ Tue se en&ontra*am num

or+anato no !eerã onde D das &rianças não se senta*am so#inWas aos anos de

idade e onde GF das &rianças ainda não se senta*am sem a4uda aos C anos de

idadeY Em.ora as o.ser*açes deste tipo pro*enWam das +ontes as mais di*ersas e

não tenWam a +orça de eJperimentos &ontro'ados sugerem en+ati&amente Tue a

+a'ta de &onstn&ia 8 uma regra tanto para o I Tuanto para os Q durante os anos

pr8)es&o'ares e Tue o I não 8 +iJo a menos Tue a &u'tura da es&o'a +iJe o

programa de en&ontros da &riança &om o am.iente- A *a'idade transe&&iona' dos

testes nesta +ase do desen*o'*imento pode ser su.stan&ia' mas a *a'idade predi'i*a

8 pou&o a&ima de #ero "Hunt >?D>$- Rea'mente tentar predi#er Tua' será o I de

uma &riança Tuando e'a atingir >G anos de idade a partir do Q o.tido durante seuprimeiro ou segundo ano de *ida & muito seme'Wante a tentar predi#er a *e'o&idade

&om Tue uma p'uma &airá num +ura&ão- A 'ei da Tueda dos &orpos 8 *á'ida apenas

so. &ondiçes de *á&uo espe&i+i&adas e &ontro'adas- Qo mesmo modo Tua'Tuer 'ei

re'ati*a ao ritmo do desen*o'*imento inte'e&tua' de*e 'e*ar em &onta a s8rie de

en&ontros &om o am.iente Tue &onstitui as &ondiçes desse desen*o'*imento-

?G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar  A &rença no desen*o'*imento predeterminado

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 A &rença no &aráter predeterminado do desen*o'*imento +oi tão pre4udi&ia' a

uma &onsideração s8ria do uso do ensino pr8)es&o'ar &omo antdoto para a pri*ação

&u'tura' Tuanto a &rença na inte'igXn&ia +iJa- Esta &rença tam.8m tem suas ra#es

Wist<ri&as na teoria da e*o'ução dariniana- enetrou na psi&o'ogia do

desen*o'*imento atra*8s de Stan'eP Ha'' "ruette >?D$- Ha'' deu Xn+ase espe&ia' %

&rença no desen*o'*imento predeterminado Tuando tornou &entra' em sua *ersão

da teoria da e*o'ução o &on&eito de re&apitu'ação- Segundo o prin&pio da

re&apitu'ação o desen*o'*imento de um indi*duo repete so. +orma resumida o

desen*o'*imento da esp8&ie- Ha'' &onseguiu &omuni&ar *ários &on&eitos *a'iosos

so.re o desen*o'*imento psi&o'<gi&o atra*8s de suas pará.o'as .aseadas no

&on&eito de re&apitu'ação .io'<gi&a- Uma de suas pará.o'as mais +amosas 8 a da

&auda do girino- ;a.e a Ha'' uma grande parte da responsa.i'idade pe'a +orma Tue

assumiu a in*estigação na psi&o'ogia da &riança e do desen*o'*imento durante a

primeira metade deste s8&u'o- redominaram os estudos normati*os do

desen*o'*imento ou a des&rição do Tue 8 tpi&o ou m8dio- oi Arno'd ese'' ">?CF

>?FC$ mais um dos dis&pu'os de Stan'eP Ha'' Tuem mais dedi&ou seus tra.a'Wos %

des&rição normati*a do desen*o'*imento do &omportamento in+anti'- ese''

in&orporou a &rença de Ha'' no desen*o'*imento predeterminado % sua pr<pria

noção de Tue o desen*o'*imento 8 go*ernado por aTui'o Tue e'e &Wamou de

9&res&imento intrnse&o9- Note)se Tue a partir do momento em Tue se a&redita no

9&res&imento intrnse&o9 o Tuadro normati*o do desen*o'*imento passa a ser não

s< uma des&rição mas tam.8m uma ap'i&ação do pro&esso- Nesse &onteJto todas

as *e#es Tue oão#inWo +i#er a'go errado ou 9ma'+eito9 seu &omportamento pode

ser eJp'i&ado &omo &onseT1Xn&ia do estágio de desen*o'*imento Tue está

atra*essando- A'8m disso de a&ordo &om a pará.o'a de Ha'' so.re a &auda do

girino segundo a Tua' as pernas traseiras não se desen*o'*em se a &auda +oramputada o &omportamento indese4á*e' de oão#inWo não de*e ser impedido

&aso &ontrário a'guma &ara&tersti&a +utura dese4á*e' deiJará de se mani+estar-

 A noção de desen*o'*imento predeterminado tam.8m tem uma .ase

empri&a\ dados o.tidos a partir de *ários estudos do desen*o'*imento do

&omportamento tanto em animais in+eriores &omo em &rianças +oram

imediatamente interpretados &omo &onsonantes &om essa &rença-

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento??

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Entre esses estudos en&ontram)se aTue'es 'e*ados a e+eito por ;ogWi''

">??$ so.re o desen*o'*imento do &omportamento em sa'amandras- Esses

estudos demonstraram Tue o desen*o'*imento do &omportamento assim &omo o

desen*o'*imento anat]mi&o tem in&io na &a.eça e &ontinua em direção %s

eJtremidades &omeça no &entro do &orpo e prossegue para +ora e &onsiste de uma

di+eren&iação progressi*a de unidades mais espe&+i&as a partir de unidades mais

gerais- A partir desses resu'tados ;ogWi'' e outros in+eriram Tue o &omportamento

se desen*o'*e automati&amente % medida Tue a .ase anat]mi&a do

&omportamento amadure&e- oi a partir deste .a&ground Tue surgiu a distinção

entre o pro&esso de maturação de um 'ado e o pro&esso de aprendi#agem de outro-

Entre os primeiros estudos so.re o desen*o'*imento do &omportamento

en&ontramos os rea'i#ados por ;armi&Wae' ">?D >?@ >?G$ tam.8m &om

sa'amandras e girinos e Tue mostraram Tue as &ir&unstn&ias nas Tuais o

desen*o'*imento o&orre tXm pou&as &onseT1Xn&ias so.re esse desen*o'*imento-

;omo se sa.e ;armi&Wae' di*idiu ninWadas de sa'amandras e de girinos- Um grupo

te*e sua ati*idade ini.ida atra*8s de &'oretona\ outro +oi mantido em água pura num

re&ipiente &omum\ um ter&eiro grupo +oi mantido em água pura mas numa pran&Wa

Tue se mo*ia de modo a o+ere&er)'Wes mais estimu'ação- O grupo mantido em água

pura e numa mesa im<*e' nadou na mesma 8po&a Tue o grupo Tue re&e.eu

estimu'ação adi&iona' na mesa m<*e'- Em.ora ti*essem sido pri*ados de ati*idade

durante &in&o dias os animais mantidos em so'ução de &'oretona mostraram)se tão

&apa#es de nadar meia Wora ap<s a remoção da &'oretona Tuanto os dois outros

grupos de animais "aTue'es Tue se desen*o'*eram em água pura e &ondiçes esti)

mu'adoras normais e aTue'es Tue se desen*o'*eram em água pura e &ondiçes de

estimu'ação enriTue&idas$- Em.ora o pr<prio ;armi&Wae' tenWa sido muito

&uidadoso ao interpretar esses resu'tados e'es tXm sido +reT1entementeinterpretados &omo pro*as de Tue o desen*o'*imento 8 Tuase Tue inteiramente

+unção da maturação e Tue a aprendi#agem representada pe'a práti&a teria pou&as

&onseT1Xn&ias-

Esta interpretação +oi &on+irmada por outros estudos &'ássi&os so.re o e+eito

da práti&a- Num desses estudos rea'i#ado por ese'' e !Wompson ">??$ tendo

&omo su4eitos um par de gXmeos idXnti&os o gXmeo Tue não re&e.eu treinamento

re*e'ou)se tão &apa# de &onstruir torres e su.ir es&adas ap<s uma semana de

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práti&a Tuanto o gXmeo treinado Tue passou por uma +ase de treinamento em

&onstrução de

>>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

torres e de su.ir es&adas durante *árias semanas anteriores ao treino do

gXmeo de &ontro'e- Em outro estudo 'e*ado a e+eito por Hi'gard ">?($ um grupo de

de# &rianças em idade pr8)es&o'ar eJer&itou &omportamentos &omo &ortar &om

tesoura su.ir es&ada e a.otoar durante um perodo de do#e semanas\ no*amente a

superioridade do grupo eJperimenta' +oi mantida durante um &urto perodo de tempo

so.re o grupo de &ontro'e Tue não rea'i#ou Tua'Tuer treinamento espe&ia'- Uma

semana de práti&a naTue'as Wa.i'idades 'e*ou o grupo de &ontro'e a um n*e' de

rea'i#ação não mais signi+i&antemente in+erior ao grupo eJperimenta' de um ponto

de *ista estatsti&o- !ra.a'Wos posteriores rea'i#ados por outros pesTuisadores

aparentemente trouJeram &on+irmaçes para esta &rença- Qennis e Qennis ">?C$

por eJemp'o *eri+i&aram Tue &rianças ndias da tri.o Hopi &riadas em pran&Was Tue

ini.iam os mo*imentos das pernas e dos .raços durante as Woras de *ig'ia

anda*am na mesma 8po&a Tue as &rianças Hopi &riadas em 'i.erdade % maneira

tpi&a do Womem .ran&o- A'8m disso Qennis e Qennis ">?(F >?(G >?C>$ &onsta)

taram a presença da seT1Xn&ia usua' de itens do &omportamento ontogen8ti&o num

par de gXmeos +raternos &riados so. &ondiçes de 9um mnimo de práti&a e de

estimu'ação so&ia'9- Muitos destes estudos produ#iram resu'tados Tue poderiam ser

interpretados prontamente &omo &onsonantes &om a noção de Tue a práti&a tem

pou&os e+eitos so.re o ritmo do desen*o'*imento e Tue o e+eito da práti&a 8 +unção

do n*e' de maturação presente no momento &m Tue a práti&a o&orre-

 A partir dessas noçes e desses tipos de pro*as `atson ">?G$ a+irmou em

seu 'i*ro !We sP&Wo'ogi&a' ;are o+tWe In+antaria ;Wi'dTue a eJperiXn&ia 8irre'e*ante durante os anos pr8)es&o'ares porTue nada de Vti' pode ser aprendido

at8 Tue a &riança tenWa amadure&ido su+i&ientemente- Assim e'e a&onse'Wa*a Tue

a me'Wor atitude a tomar seria deiJar a &riança &res&er por si- Então Tuando a

&riança ti*esse 9amadure&ido & &res&ido9 Tuando seu repert<rio de respostas

ti*esse amadure&ido adeTuadamente os responsá*eis por e'a poderiam introdu#ir a

aprendi#agem- E'e a&redita*a Tue a aprendi#agem pode 9engrenar9 atra*8s da 'iga)

ção destas respostas aos estmu'os adeTuados *ia prin&pio do &ondi&ionamento eatra*8s de sua inter'igação em &adeias a +im de produ#ir Wa.i'idades &omp'eJas-

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Suspeito Tue o uso das 9.a.P .oJ9 de Sinner onde a temperatura a umidade et&-

são &ontro'adas .aseia)se na &on&epção de Tue o desen*o'*imento 8

predeterminado & de Tue o repert<rio .ási&o de respostas surge automati&amente

&om a maturação anat]mi&a-

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>

Note)se Tue muitas das pro*as &itadas re+erem)se a animais &omo

sa'amandras e girinos Tue se en&ontram em posiçes .astante in+eriores na es&a'a

+i'ogen8ti&a- E'es possuem &8re.ros &u4a ra#ão entre as porçes destinadas a

pro&essos asso&iati*os ou intrnse&os e as porçes diretamente 'igadas % re&epção

de estmu'os "input$ e % emissão de respostas "output$ 8 peTuena- uando animais

&om ra#es A3S "asso&iação3sensoria'$ mais a'tas +oram estudados segundo

pro&edimentos seme'Wantes aos uti'i#ados por ;ogWi'' e ;armi&Wae' os resu'tados

o.tidos mostraram)se muito dissonantes do &on&eito de desen*o'*imento

predeterminado- uando ;ru#e ">?(F >?(G$ *eri+i&ou Tue o nVmero de erros de

.i&adas em F tentati*as de&res&ia durante os primeiros &in&o dias de práti&a

em.ora os pintos ti*essem sido mantidos no es&uro )resu'tado &onsonante &om a

noção predeterminista ) en&ontrou tam.8m resu'tados Tue aponta*am na direção

&ontrária- or eJemp'o os pintos mantidos no es&uro durante dias &onse&uti*os

e Tue ti*eram oportunidade de *er a 'u# e de .i&ar somente durante os testes

diários não &onseguiram um a'to n*e' de pre&isão das .i&adas e não mostraram

nenWum progresso na seT1Xn&ia .i&ar)pegar)deg'utir-

Qe maneira seme'Wante as mara*i'Wosas o.ser*açes de cuo do

desen*o'*imento em.rionário de pintos no o*o "*e4a Hunt >?D>$ indi&am Tue as

respostas de .i&ar e os padres de 'o&omoção são 9.astante eJer&itados9 muito

antes do nas&imento- A 9práti&a9 de .i&ar pare&e &omeçar &om o .a'anço da&a.eça Tue está entre os primeiros mo*imentos o.ser*ados no em.rião- A práti&a

dos padres 'o&omotores tem in&io &om os mo*imentos *i.rat<rios dos .rotos das

asas e das pernas\ estes mo*imentos se trans+ormam em mo*imentos de +'eJão e

eJtensão % medida Tue os mem.ros aumentam de tamanWo e apare&em as 4untas-

Em torno do d8&imo primeiro dia de in&u.ação a .o'sa de gema se mo*e para o

'ado *entra' do em.rião- Este mo*imento +orça as pernas a se do.rarem so.re o

peito e a permane&erem- A partir deste momento as pernas não podem mais sertota'mente estendidas- São o.rigadas a partir de então at8 a sada do o*o a

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permane&er nesta posição do.rada &om a possi.i'idade de empurres apenas

&ontra a .o'sa de gema- Segundo cuo esta &ondição 'e*a as pernas a uma postura

+iJa de repouso e as prepara para 'e*antar e 'o&omo*er o &orpo do pinto- A'8m

disso sua interpretação 8 &on+irmada por um 9eJperimento natura'9- Nos sete mi'

em.ries Tue o.ser*ou surgiram &er&a de du#entos pintos a'ei4ados- Estes pintos

não eram &apa#es de permane&er em p8 nem de andar ap<s o nas&imento- Não

&onseguiam

>(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar tam.8m manter)se no po'eiro pois suas pernas eram de+ormadas- ;er&a de

oitenta por &ento das de+ormaçes o&orreu porTue a .o'sa não se dirigiu por a'gum

moti*o des&onWe&ido para o 'ado *entra' do em.rião-

Estas o.ser*açes sugerem Tue o ad*ento &ada *e# maior do &ontro'e

uterino do am.iente em.rio'<gi&o e +eta' na +i'ogXnese re+'ete o +ato de Tue as

&ir&unstn&ias am.ientais &ada *e# mais se tornam importantes para o

desen*o'*imento ini&ia' % medida Tue o sistema ner*oso &entra' se torna mais

predominante- Mais do Tue isto note)se Tue % medida Tue o &ontro'e do sistema

ner*oso &entra' se torna predominante de&res&e a &apa&idade de regeneração-

!a'*e# isto se4a um sina' da potXn&ia re'ati*a dos predeterminantes Tumi&os do

desen*o'*imento &on+orme su.imos na es&a'a +i'ogen8ti&a-

!a'*e# mais interessantes neste &onteJto se4am os tra.a'Wos de Ri&sen

">?FG$ Brattgard ">?F$ e outros- Riesen &riou &Wimpan#8s no es&uro a +im de

testar a'gumas das Wip<teses de He.. em re'ação % importn&ia da aprendi#agem

primária so.re o desen*o'*imento per&eptua'- eri+i&ou em &onsonn&ia &om

Brattgard ">?F$ Li.erman ">?D$ Ras&W Si+t Riesen e ;Wo ">?D>$ e

`eisrant# ">?FG$ Tue mesmo &ertas estruturas anat]mi&as da retina reTuerem

estimu'ação 'uminosa para um desen*o'*imento norma'- Os &Wimpan#8s mantidos

no es&uro durante um ano & meio apresentaram retinas atpi&as\ mesmo depois de

&o'o&ados em am.ientes i'uminados o desen*o'*imento de suas retinas &ontinuou

pre4udi&ado e e'es se tornaram permanentemente &egos- !endo em *ista Tue

`eisrant# ">?FG$ en&ontrou uma es&asse# de +i.ras de Mue''er nas retinas de

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animais &riados no es&uro e Tue outros in*estigadores "espe&ia'mente Brattgard

>?F$ *eri+i&aram Tue as &8'u'as gang'ionares da retina desses animais são

de+i&ientes na produção de á&ido ri.onu&'8i&o "RNA$ estes estudos de &riação so.

&ondiçes de pri*ação sensoria' pare&em apoiar a Wip<tese de HPd8n ">?F? >?D$

segundo a Tua' os e+eitos da eJperiXn&ia podem ser arma#enados &omo o RNA

dentro do &omponente g'ia' do te&ido da retina e ta'*e# tam.8m no te&ido &ere.ra'-

ara os o.4eti*os Tue temos no momento 8 su+i&iente notar Tue tais

pesTuisas &ompro*am Tue mesmo estruturas anat]mi&as do sistema ner*oso são

a+etadas em seu desen*o'*imento pe'a eJperiXn&ia- Este +ato *em dar apoio ao

a+orismo de iaget ">?(D$ de Tue 9o uso 8 o a'imento do esTuema9-

;onsideremos outro estudo so.re os e+eitos da eJperiXn&ia ini

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>C

&iai-> !Wompson e Heron ">?FC$ 'e*aram a e+eito um eJperimento no Tua'

&ompararam a &apa&idade de so'ução de pro.'emas de &ães es&o&eses &riados

&omo animais de estimação desde o nas&imento at8 os oito meses de idade &om a

&apa&idade de animais da mesma ninWada &riados iso'ados em gaio'as durante o

mesmo perodo- Os testes +oram +eitos Tuando os animais tinWam >G meses de

idade depois de terem &on*i*ido num &ani' durante um perodo de > meses- A

&apa&idade de so'ução de pro.'emas +oi medida atra*8s do teste He..)`i''iams

">?CD$ de inte'igXn&ia anima'- Num destes testes o anima' 8 &o'o&ado &om +ome

numa sa'a- Qepois Tue o anima' *X e &Weira a *asi'Wa de a'imento permite)se Tue

*e4a a &omida ser remo*ida e &o'o&ada atrás de um anteparo situado num dos 'ados

opostos da sa'a- !anto os &ães do primeiro grupo Tuanto os do segundo dirigem)se

imediatamente para o 'o&a' onde o a'imento desapare&eu- Ap<s a repetição do

pro&edimento por *árias *e#es o a'imento 8 &o'o&ado enTuanto o anima' o.ser*aatrás de um anteparo no outro 'ado da sa'a- ara *isua'i#ar .em a situação imagine

Tue o primeiro anteparo en&ontra*a)se no &anto % direita do anima' & o segundo no

&anto % sua esTuerda- uando o &ão 8 'i.ertado nessa no*a situação se e'e +oi

&riado &omo anima' de estimação dirige)se imediatamente para o anteparo do &anto

esTuerdo em .us&a de a'imento- Se ti*er sido &riado em gaio'as em 'a.orat<rio 8

mais pro*á*e' Tue se diri4a ao anteparo da direita onde en&ontrou o a'imento

anteriormente- Nos testes Tue rea'i#ou da permanXn&ia do o.4eto iaget ">?(D$&ara&teri#a o &omportamento de &rianças de &er&a de no*e meses &omo muito

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seme'Wante ao dos animais &riados em gaio'as\ o &omportamento tpi&o de &rianças

de &er&a de Tuator#e meses asseme'Wa)se ao dos animais de estimação-

E interessante &omparar os resu'tados o.tidos por !Wompson e Heron Tue

ti*eram &ães &omo su4eitos &om os resu'tados de *ários estudos dos e+eitos das

eJperiXn&ias ini&iais so.re a &apa&idade adu'ta de so'ução de pro.'emas Tue

ti*eram ratos &omo su4eitos "He.. >?C@\ auron e Be&er >?F?\ `o'+ >?C($-

EnTuanto os e+eitos das eJperiXn&ias ini&iais so.re a &apa&idade de so'ução de

pro.'emas em &ães pare

>- A eJperiXn&ia ini&iah "do ing'Xs ear'P eJperen&e$ 8 a Tue o&orre em

estudos &om su4eitos animais 'a&tantes em.ora este 'imite possa *ariar de a&ordo

&om os interesses do eJperimentador- ;om su4eitos Wumanos eTui*a'e aos

primeiros anos de *ida gera'mente os anos pr8)es&o'ares- "N- !-$

>F

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

&em mais amp'as e persistentes e'as são menos mar&antes e menos per)

sistentes em ratos- Esta &omparação 8 mais uma &on+irmação da proposição

segundo a Tua' a importn&ia dos e+eitos das eJperiXn&ias ini&iais aumenta %

medida Tue as porçes asso&iati*as ou intrnse&as do &8re.ro aumentam em

proporção ta' &omo se re+'ete na noção We..iana de ra#ão A3S-

O Tue di#er do +ato de este tipo de eJperiXn&ia pare&er de pou&a ou nenWuma

importn&ia so.re o desen*o'*imento de Wa.i'idades na &riança peTuenaY ;omo

a4ustar a &rença na ausXn&ia de e+eitos da práti&a % tremenda apatia e aoretardamento pro+undo en&ontrados em &rianças &riadas em or+anatosY No &aso do

or+anato do !eerã re'atado por Q&nnis ">?D$ o retardamento na +unção 'o&omotora

8 tão grande &omo 4á men&ionamos Tue sessenta por &ento não &onseguem se

sentar so#inWos aos dois anos em.ora Tuase todas as &rianças gera'mente se sen)

tem aos de# meses de idade\ a'8m disso oitenta e &in&o por &ento ainda não

&onseguiam andar sem a4uda aos Tuatro anos em.ora as &rianças gera'mente

andem &om Tuator#e ou Tuin#e meses de idade e Tuase todos este4am andandoantes dos dois anos- ;reio Tue estes dois &on4untos de resu'tados podem ser

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aproJimados se 'e*armos em &onta a epigXnese na estrutura do &omportamento

durante os primeiros anos de *ida- Os pesTuisadores Tue estudaram os e+eitos da

práti&a neg'igen&iaram esta epigXnese- ro&uraram os e+eitos da eJperiXn&ia

somente na práti&a direta da +unção ou esTuema a ser o.ser*ado & medido- A eJis)

tXn&ia de uma epigXnese do +un&ionamento inte'e&tua' signi+i&a Tue as ra#es

eJperien&iais de um dado esTuema serão en&ontradas em ati*idades ante&edentes

estrutura'mente .astante di*ersas do esTuema o.ser*ado e medido- Assim a

práti&a anterior em &onstruir torres e a.otoar pode ser re'ati*amente irre'e*ante para

o desen*o'*imento da Wa.i'idade nessas ati*idades enTuanto a oportunidade

anterior de 4ogar o.4etos e manipu'á)'os numa *ariedade de situaçes e a

oportunidade anterior ainda de ter uma *ariedade de eJperiXn&ias *isuais & auditi*as

pode ser de grande importn&ia na determinação tanto da idade em Tue a Wa.i)

'idade para &onstruir torres e a.otoar o&orrerá &omo do grau de Wa.i'idade Tue a

&riança mani+estará- Retornaremos a esse assunto-

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>D

O +un&ionamento &ere.ra' e o mode'o do &entro te'e+]ni&o

Não se pode &u'par Qarin pe'a &on&epção do +un&ionamento &ere.ra' &omo

a'go estáti&o seme'Wante a um &entro te'e+]ni&o- A origem do +ermento Tue 'e*ou a

estas &on&epçes entretanto en&ontra)se na mudança da atenção de Qarin

">G@$ da e*o'ução +si&a para a e*o'ução menta' Tue te*e in&io em sua o.ra !We

EJpression o+ tWe Emotions in Man and Animais- oi portanto Qarin Tuem

estimu'ou o desen*o'*imento da área da si&o'ogia Tue mais tarde re&e.eria o

nome de psi&o'ogia &omparada- O o.4eti*o ini&ia' era o de demonstrar Tue eJiste

uma transição gradua' dos animais in+eriores para o Womem nas *árias +a&u'dades

mentais- oram os Romanes ">GG >GG($ Tue empreenderam esta tare+a numatentati*a de mostrar atra*8s do re'ato de &asos aned<ti&os Tue os animais são

&apa#es de &omportar)se inte'igentemente em.ora num n*e' de &omp'eJidade

in+erior ao Womem- oi L'oPd Morgan ">G?C$ Tuem mostrou Tue se trata*a de uma

ana'ogia muito impr<pria a atri.uição do mesmo tipo de pro&essos da &ons&iXn&ia e

de +a&u'dades Wumanas a &ães gatos e outros animais- Morgan ap'i&ou a 9'mina

da par&im]nia9 de O&Wam %s *árias +a&u'dades mentais- Logo a seguir !Worndie

e `oodor'W ">?>$ no&autearam +a&u'dades +ora de moda &omo a mem<riaatra*8s de suas pesTuisas Tue demonstra*am Tue &ertas +ormas de práti&a &omo a

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memori#ação diária de poesias não me'Wora a &apa&idade d& memori#ação de

outros tipos de materia' e Tue aprender matemáti&a e 'atim não me'Wora o

desempenWo &m testes d& ra&io&nio-

Entretanto o +ato de Tue os animais são &apa#es d& aprender e de reso'*er

pro.'emas &ontinua*a <.*io- Segundo Morgan ">G?C$ isso a&onte&ia graças a um

pro&esso de ensaio e erro- Segundo esta &on&epção &on+orme Hu'' ">?C($

&'a.orou)a mais tarde um organismo &Wega a Tua'Tuer situação &om uma

WierarTuia pronta de respostas- uando as Tue se en&ontram no topo da WierarTuia

não a'&ançam satis+ação en+raTue&em "eJtinguem)se$- Outras respostas in+eriores

na WierarTuia tomam o seu 'ugar e asso&iam)se aos estmu'os presentes na

situação- Ou segundo !Worndie ">?>($ &sta.e'e&em)s& no*os 'aços S)R- O

&omportamento &omp'eJo era eJp'i&ado a partir do pressuposto de Tue uma

resposta pode ser estmu'o para outra de modo Tue possam se +ormar &adeias S)R-

O te'e+one +oi a in*enção Tue *eio o+ere&er um mode'o me&ni&o para a &on&epção

do pape' do &8re.ro- Na medida em Tue o

>@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

ar&o re+'eJo era &onsiderado &omo a unidade anat]mi&a e +un&iona' do

sistema ner*oso o pape' do &8re.ro na aprendi#agem podia ser prontamente

&on&e.ido &omo aná'ogo ao da mesa te'e+]ni&a- Assim a &a.eça +oi es*a#iada de

+unçes ati*as e o &8re.ro Tue a preen&Weu passou a ser &onsiderado &omo +o&o

de uma *ariedade de &oneJes estáti&as-

!udo isso 'e*ou a uma &on+usão .ási&a no pensamento psi&o'<gi&o Tue

predominou pe'o menos nos V'timos (F ou C anos- !rata)se da &on+usão entre

metodo'ogia S)R de um 'ado e teoria S)R de outro- Não podemos e*itar a

metodo'ogia S)R- O me'Wor Tue podemos +a#er empiri&amente 8 o.ser*ar assituaçes em Tue os organismos se &omportam e o Tue e'es +a#em nestes

&onteJtos- or8m não Wá ra#ão para não 'igarmos as re'açes S)R Tue o.ser*amos

atra*8s de uma metodo'ogia S)R a tudo aTui'o Tue o neuro+isi<'ogo nos possa

in+ormar a respeito das +unçes internas &ere.rais e a tudo aTui'o Tue o

endo&rino'ogista possa nos +orne&er &omo in+ormação-

 A metodo'ogia S)R 'e*ou de in&io % &on&epção do organismo *a#io-

Entretanto 'ogo depois Tue L- Morgan remo*eu as +a&u'dades mentais &om a'mina da par&im]nia Hunter ">?> >?>G$ des&o.riu Tue os animais eram &apa#es

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de retardar suas respostas a estmu'os "reação retardada ou adiada$ e tam.8m de

aprender respostas de a'ternn&ia dup'a- Estes dois &omportamentos sugeriam Tue

de*e Wa*er a'gum tipo de pro&esso de representação ou pro&esso sim.<'i&o entre o

S e a R- oi eJatamente para eJp'i&ar este &omportamento Tue Hu'' ">?(>$ promu')

gou a noção de ação estmu'o)puro- Este &on&eito por sua *e# +oi +ormu'ado por

Mi''er e Qo''ard em termos de pistas produ#idas por respostas e impu'sos

produ#idos por respostas- uando Mi''er e Qo''ard ">?C> p- F?$ &omeçaram a

admitir Tue as respostas Tue +un&ionam &omo estmu'o o&orrem no &8re.ro a teoria

S)R tradi&iona' e o &onseT1ente &aráter peri+8ri&o do estmu'o e da resposta

&omeçou a de&'inar- A morte da teoria S)R peri+8ri&a +oi Tuase Tue tota' Tuando

Osgood ">?F$ trans+ormou estas pistas e impu'sos produ#idos por respostas em

pro&essos mediadores &entrais- E interessante notar Tue +oram eJatamente o.ser)

*açes +eitas a partir de uma metodo'ogia S)R Tue destruram a teoria S)R peri+8ri&a

tradi&iona' e são estas o.ser*açes Tue estão 'e*ando % ne&essidade de &on&e.er

o &8re.ro em termos de pro&essos ati*os-

 A ne&essidade de postu'ar teori&amente a eJistXn&ia de pro&essos &entrais

ati*os entretanto +oi estimu'ada pe'a &i.ern8ti&a "`iener >?CG$ e .aseou)se

su.stan&ia'mente ne'a- esTuisadores do pro&esso de

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>G

programação de &omputadores para a so'ução de pro.'emas prin&ipa'mente

de pro.'emas '<gi&os &omo Nee'' SWa e Simon ">?FG$ tXm es&'are&ido a

nature#a gera' daTui'o Tue 8 ne&essário para a so'ução de pro.'emas- Qes&re*em

trXs tipos prin&ipais de ne&essidades: >$ mem<rias ou in+ormaçes arma#enadas &m

a'guma parte ta'*e# no &8re.ro\ $ operaçes '<gi&as Tue desempenWam o pape'

de açes Tue tra.a'Wam a in+ormação nas mem<rias\ e ($ arran4os WierárTui&osdestas operaçes e mem<rias em programas- Assim o &omputador e'etr]ni&o

su.stituiu o te'e+one enTuanto mode'o me&ni&o do +un&ionamento &ere.ra'-

Este &on&eito de mem<rias e mais ainda o &on&eito de operaçes '<gi&as

enTuanto açes e o &on&eito de disposiçes WierárTui&as destas operaçes di+erem

a&entuadamente da noção de re+'eJos Tue se 'igam uns aos outros- A'8m disso

pesTuisas .aseadas na a.'ação de partes do &8re.ro tXm mostrado Tue não 8 a

&omuni&ação atra*8s do &<rteJ das regies de re&epção sensoria' &om as regiesde sada motora o aspe&to mais importante para o &omportamento- O &<rteJ pode

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ser Tuadri&u'ado &m partes muito peTuenas sem um pre4u#o s8rio para o

&omportamento\ por8m se as +i.ras eJistentes so. uma área de su.stn&ia

&in#enta do &<rteJ &ompostas d& su.stn&ia .ran&a +orem &ortadas o

&omportamento 8 seriamente dani+i&ado- Assim a noção de asso&iação trans&orti&a'

dá 'ugar % &omuni&ação para &ima & para .aiJo do &entro para a peri+eria do

&8re.ro "*e4a ri.ram >?D$-

 A partir dessas mudanças na &on&epção do +un&ionamento &ere.ra' ditadas

por suas pr<prias o.ser*açes Tuando os neuropsi&<'ogos tornam)se

+ami'iari#ados &om o Tue 8 ne&essário para a programação de &omputadores não 8

de surpreender Tue e'es se perguntem onde estariam 'o&a'i#ados os *ários

reTuisitos da +unção &omputadora isto 8 as mem<rias as operaçes e os

arran4os WierárTui&os destas- ri.ram ">?D$ re*iu os resu'tados &'ni&os e

eJperimentais re'ati*os %s &onseT1Xn&ias +un&ionais d& 'eses &m *árias porçes do

&8re.ro e &Wegou a uma resposta pro*is<ria- O &8re.ro pare&e estar di*idido &m

porçes intrnse&as

- Segundo Nee'' SWa & Simon ">?FG$ 9os pro.'emas a respeito do

&omportamento d& so'ução de pro.'emas podem ser respondidos em *ários n*eis e

em *ários graus de deta'We- A teoria por n<s des&rita eJp'i&a o &omportamento de

so'ução de pro.'emas em termos do Tue &Wamaremos de pro&essamento de in+or)

maçes- Se &onsiderarmos o organismo &omo &onsistindo de e+etores re&eptores e

um sistema de &ontro'e Tue os une nossa teoria 8 uma teoria a respeito do sistema

de &ontro'e-9 "N- A-$

>?

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

e porçes eJtrnse&as- Esta termino'ogia +oi usada por Rose e `oo'seP

">?C?$ pe'a primeira *e#\ o termo intrnse&o 8 usado porTue estas porçes &ere.raisnão tXm &oneJes diretas &om +i.ras sensoriais ou motoras enTuanto as porçes

eJtrnse&as são assim &Wamadas porTue possuem &oneJes peri+8ri&as diretas-

ri.ram sugere Tue estes &omponentes ne&essários aos *ários tipos de

pro&essamento de in+ormaçes e de tomada de de&ises podem estar situados nas

porçes intrnse&as do &8re.ro-

Há duas porçes intrnse&as: a porção +ronta' do &<rteJ &om suas &oneJes

&om os nV&'eos +rontais dorsais do tá'amo e as porçes não sensoriais dos '<.u'osparieta' o&&ipita' e tempora' &om suas &oneJes &om o nV&'eo pu'*enar ou dorsa'

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posterior do tá'amo- A 'esão no sistema +rontra' pertur.a as +unçes eJe&uti*as o

Tue sugere Tue este 8 o 'o&a' do me&anismo &entra' neura' dos p'anos- A 'esão do

sistema intrnse&o posterior resu'ta em distVr.io das +unçes de re&onWe&imento o

Tue sugere Tue a este4am 'o&a'i#ados os me&anismos &entrais neurais do

pro&essamento de in+ormaçes per se- As porçes intrnse&as do &8re.ro tornam)se

re'ati*amente maiores % medida Tue &onsideramos animais superiores na es&a'a

+i'ogen8ti&a- !a'*e# aTui'o Tue He.. ">?C?$ &Wamou de ra#ão A3S poderia ser mais

adeTuadamente &Wamado de ra#ão I3E "porçes intrnse&as3porçes eJtrnse&as$-

 A partir desses tra.a'Wos podemos &onsiderar Tue a +unção das eJperiXn&ias

ini&iais 8 a de 9programar9 estas porçes intrnse&as do &8re.ro de modo Tue e'as

possam mais tarde +un&ionar de maneira e+i&iente em situaçes de aprendi#agem e

na so'ução de pro.'emas- "Esta a.ordagem tam.8m eJp'i&a o +ato de as

aprendi#agens ini&iais serem mais 'entas em animais superiores-$

 A irre'e*n&ia das eJperiXn&ias pr8)*er.ais

No entanto as eJperiXn&ias ini&iais parti&u'armente as de nature#a pr8)

*er.a' tXm sido &onsideradas &omo irre'e*antes para o desen*o'*imento- !em)se

argumentado Tue ta' eJperiXn&ia prati&amente não teria e+eitos so.re o

&omportamento do adu'to porTue não 8 'em.rada- Hou*e a'guns pensadores

iso'ados Tue se pronun&iaram a respeito da importn&ia das eJperiXn&ias ini&iais

para o desen*o'*imento da persona'idade- or eJemp'o 'atão a&redita*a Tue a

edu&ação e a &riação de &rianças eram +unçes importantes demais para serem

'e*adas a e+eito apenas por pais 'eigos- or8m Tuando des&re*eu o tipo de

edu&ação

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>>

Tue as &rianças de*eriam ter em sua RepV.'i&a des&re*eu apenas eJpe)riXn&ias para &rianças Tue 4á +a'a*am- Rousseau +e# mais do Tue uma simp'es

re+erXn&ia em Emi'e % importn&ia das eJperiXn&ias ini&iais- A'8m disso atri.uiu

pe'o menos imp'i&itamente importn&ia % eJperiXn&ia pr8)*er.a' ao pres&re*er Tue

a &riança Emi'e de*eria ser desde muito &edo eJposta % dor e ao +rio para Tue

pudesse ser resistente-

EJiste um eJemp'o ainda anterior Tue me 8 um tanto em.araçoso- ensei

Tue Wa*ia &riado a t8&ni&a de di*isão de ninWadas para determinar os e+eitos da+rustração a'imentar em +i'Wotes de ratos mas posteriormente *eri+iTuei ao 'er Li*es

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de 'utar&o Tue Li&urgo o 'egis'ador de Esparta tomou &a&WorrinWos da mesma

ninWada e &riou)os de maneiras di*ersas de ta' modo Tue a'guns se tornaram *ira)

'atas *ora#es e no&i*os ao passo Tue outros se tornaram &açadores e +are4adores-

E'e apresentou estes &ães a seus &ontemporneos e disse: 9Homens de Esparta o

Wá.ito o treinamento o ensino e a orientação na *ida são de grande importn&ia na

produção da &ompetXn&ia e eu o pro*arei a *o&Xs imediatamente-9 Em seguida

produ#iu os &ães atra*8s de &riaçes di*ersas- !a'*e# Rousseau tenWa se .aseado

nas Wist<rias so.re os espartanos ao a+irmar Tue Emi'e poderia ser +orta'e&ido-

Outros +i'<so+os edu&adores &omo esta'o##i e roe.e' tam.8m &onsideraram im)

portantes as eJperiXn&ias de in+n&ia mas &omo edu&adores esta*am preo&upados

&om as eJperiXn&ias d& &rianças Tue 4á Wa*iam aprendido a +a'ar- !anto Tuanto sei

a noção segundo a Tua' as eJperiXn&ias pr8)*er.ais são de importn&ia &apita' para

as &ara&tersti&as do adu'to nas&eu &om reud ">?F$ e sua teoria do

desen*o'*imento psi&osseJua'-

 A irre'e*n&ia do desen*o'*imento psi&osseJua'

reud não se 'imitou a atri.uir importn&ia %s eJperiXn&ias pr8)*er.ais\

prop]s tam.8m uma Wip<tese a respeito da nature#a das eJperiXn&ias Tue seriam

importantes para o desen*o'*imento posterior ou se4a as de nature#a psi&osseJua'-

uando eJaminamos os resu'tados de estudos o.4eti*os so.re os e+eitos dos *ários

tipos d& +atores &onsiderados importantes do ponto de *ista da teoria +reudiana 8

muito di+&i' en&ontrar pro*as &'aras de Tue e'es são rea'mente importantes "Hunt

>?CF >?FD\ Or'ansP >?C?$- ara &ada estudo Tue pare&e mostrar os e+eitos de

a'gum +ator de nature#a psi&osseJua' agindo na primeira in+n&ia Wá outro estudo

Tue não en&ontrou tais e+eitos- A'8m disso Tuanto

>>>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar mais &uidadosamente &ontro'ados os eJperimentos mais os resu'tados

tendem a ser &onsonantes &om a Wip<tese nu'a- A &on&'usão a Tue tudo isto 'e*a 8

a de Tue tudo indi&a Tue os tipos de +atores a Tue reud atri.uiu importn&ia em

sua teoria do desen*o'*imento psi&osseJua' não são muito importantes-

 Antes da Segunda rande uerra a&redita*a)se Tue as eJperiXn&ias ini&iais

eram importantes para o desen*o'*imento emo&iona' e para o desen*o'*imento de

&ara&tersti&as da persona'idade mas irre'e*antes para o desen*o'*imento dointe'e&to ou inte'igXn&ia- A'guns dos estudos so.re as eJperiXn&ias ini&iais

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rea'i#ados &om animais +oram amp'amente &itados &omo &on+irmaçes desta

&rença- Entre e'es en&ontra)se uma pesTuisa de minWa autoria so.re os e+eitos da

+rustração a'imentar em ratos re&8m)nas&idos so.re o &omportamento de

arma#enamento na idade adu'ta "Hunt >?C>$- Qe +ato os e+eitos da +rustração

a'imentar na in+n&ia +i#eram)se sentir tanto no ritmo da a'imentação Tuanto no

arma#enamento e mais no ritmo da a'imentação Tue no ato de arma#enar- Os ratos

nem sempre arma#enam &omo &onseT1Xn&ia da +rustração a'imentar na in+n&ia

em.ora regu'armente &omam mais rapidamente do Tue seus irmãos de ninWada Tue

não passaram por esta eJperiXn&ia- No entanto a +rustração de a'imento e água

não pre&isa ne&essariamente o&orrer nos primeiros momentos da *ida para Tue se

*eri+iTue o e+eito de &omer mais *e'o#mente ou .e.er mais rapidamente "r&edman

>?F@$- No &aso das pesTuisas de meus &o'a.oradores & de minWa pr<pria grande

parte da Tua' ainda não +oi pu.'i&ada *ários tipos de e+eitos Tue teori&amente

de*eriam ter o&orrido não o&orreram- A &on&'usão disto tudo &reio 8 Tue nossas

eJpe&tati*as te<ri&as esta*am erradas- A&redito tam.8m Tue a noção gera' segundo

a Tua' as &ara&tersti&as emo&ionais das pessoas são grandemente in+'uen&iadas

pe'as eJperiXn&ias ini&iais enTuanto as &ara&tersti&as inte'e&tuais não o são 8

tam.8m inteiramente err]nea-

 A importn&ia das eJperiXn&ias pr8)*er.ais para o desen*o'*imento

inte'e&tua'

Estou disposto a modi+i&ar minWas &renças pois os estudos re'ati*os aos

e+eitos das eJperiXn&ias ini&iais so.re o +un&ionamento &ere.ra' ta' &omo sugeridos

pe'a teoria We..iana tXm 'e*ado regu'armente % &on+irmação de sua Wip<tese-

Segundo He.. ">?C?$ sistemas Tue e'e

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>>denominou 9assem.'8ias de &8'u'as9 e 9seT1Xn&ias de +ase9 pre&isam ser

&onstrudos dentro do &8re.ro atra*8s daTui'o Tue e'e &Wamou de 9aprendi#agem

primária9- Esta seria uma outra maneira de eJpressar a id8ia de Tue as regies

intrnse&as do &8re.ro podem ser adeTuadamente programadas pe'a eJperiXn&ia

pr8)*er.a' para Tue o organismo mam+ero mais tarde +un&ione e+i&ientemente na

so'ução de pro.'emas- Segundo He.. grande parte desta aprendi#agem primária

ou ini&ia' .aseia)se em eJperiXn&ias ini&iais de nature#a per&eptua'- a partir desta

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proposição Tue e'e Tue.ra Tuase Tue radi&a'mente a Xn+ase tradi&iona' so.re a

resposta na aprendi#agem-

 A partir desta &on&epção He.. ">?C@$ +oi 'e*ado no in&io de seus tra.a'Wos

eJperimentais a &omparar a &apa&idade de so'ução de pro.'emas na idade adu'ta

de ratos &riados &om 'imitaçes de eJperiXn&ia per&eptua' impostas por uma &riação

em gaio'as &om a &apa&idade daTue'es Tue ti*eram suas eJperiXn&ias per&eptuais

enriTue&idas atra*8s da &riação &omo animais de estimação- ;omo 4á disse Tuando

te&i &omentários so.re a noção do desen*o'*imento predeterminado a &apa&idade

de so'ução de pro.'emas dos animais &riados em gaio'as 8 in+erior % eJi.ida pe'os

ratos &riados &omo animais de estimação- A teoria en&ora4ada por estes resu'tados

eJp'orat<rios 'e*ou então a uma s8rie de estudos nos Tuais *ários tipos de

eJperiXn&ias per&eptuais ini&iais eram +orne&idas a uma amostra de ratos & não

o+ere&idas a outra amostra eTui*a'ente % primeira- Assim as di+erenças eJistentes

entre os grupos na &apa&idade de so'ução de pro.'emas ou na aprendi#agem de

'a.irintos na idade adu'ta era um ndi&e tanto da presença Tuanto do grau do e+eito

da pri*ação de estimu'ação- Estes estudos produ#iram regu'armente e+eitos

su.stan&iais &m *ários tipos de eJperiXn&ia per&eptua' ini&ia'- A'8m disso e'as são

+a&i'mente reprodut*eis "Hunt e Luria >?FD$- A'8m disso &omo 4á disse

anteriormente os e+eitos negati*os da pri*ação de eJperiXn&ias per&eptuais so.re a

so'ução de pro.'emas são &ada *e# mais mer&antes % medida Tue su.imos na

es&a'a +i'ogen8ti&a % medida Tue as porçes intrnse&as passam a &onstituir uma

proporção &ada *e# maior do &8re.ro- Atua'mente dispomos de mais pro*as de Tue

as eJperiXn&ias ini&iais podem ser ainda mais importantes para as +unçes

per&eptuais &ogniti*as e inte'e&tuais do Tue para as +unçes emo&ionais e

temperamentais-

>>(Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Mudança na &on&epção da importn&ia re'ati*a do sensoria' e do motor 

Outra &rença Tue ne&essita de &orreção 8 aTue'a re'ati*a % nature#a das

eJperiXn&ias ini&iais mais importantes ao desen*o'*imento- Stan'eP Ha'' orgu'Wa*a)

se do a+orismo segundo o Tua' 9a mente Wumana 8 manu+aturada9 "ruette >?D$-

`atson ">?>?$ e outros .eWa*ioristas a&redita*am Tue o aspe&to motor mais do

Tue o sensoria' seria o mais importante no pro&esso da aprendi#agem- QeeP">?$ tam.8m atri.uiu grande importn&ia ao aspe&to motor atra*8s de sua &rença

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de Tue a &riança aprende prin&ipa'mente +a#endo- QeeP +oi ainda mais 'onge

Tuando en+ati#ou a id8ia de Tue a &riança de*eria ser en&ora4ada a +a#er as &oisas

Tue e'a +aria mais tarde ao assumir um 'ugar na so&iedade- Mais re&entemente

Osgood ">?F$ a+irma*a Tue os pro&essos &entrais Tue medeiam os signi+i&ados

são resduos de respostas passadas- ;om isso Tuero apenas demonstrar e

do&umentar a a+irmação Tue +i# de Tue na teoria dominante a respeito da origem da

mente e dos pro&essos mediadores &entrais estes +oram &on&e.idos &omo tendo

por .ase resduos de respostas passadas-

;omo *imos H&.. ">?C?$ dis&ordou pro+undamente da posição te<ri&a

dominante- Segundo e'e a .ase da aprendi#agem primária seria prin&ipa'mente de

nature#a sensoria'- iaget em.ora en+ati#asse 9a ati*idade &omo o a'imento do

esTuema9 &on&e.eu o o'War e o ou*ir am.os tipi&amente &onsiderados &omo

&anais de entrada sensoria' &omo esTuemas eJistentes na 8po&a do nas&imento-

 A'8m disso & ao o'War e ao ou*ir Tue e'e atri.ui importn&ia)&Wa*e durante as

primeiras +ases do desen*o'*imento inte'e&tua'- Esta Xn+ase 8 registrada em seu

a+orismo 9Tuanto mais a &riança *X e ou*e mais e'a dese4a *er e ou*ir9 ">?(D p-

@D$-

 As pro*as Tue 'e*am % ne&essidade de &orreção da &rença na importn&ia

das eJperiXn&ias motoras ini&iais pro*Xm não s< dos estudos re'ati*os aos e+eitos

da eJperiXn&ia per&eptua' ini&ia' so.re a &apa&idade de so'ução de pro.'emas em

animais- E'as resu'tam tam.8m da &omparação entre os e+eitos da práti&a de

&arregar as &rianças atadas em pran&Was desde o nas&imento so.re o apare&imento

do &omportamento de andar em &rianças da tri.o Hopi e os e+eitos da estimu'ação

auditi*a e *isua' eJtremamente WomogXnea so.re a idade em Tue surge o

&omportamento de andar nas &rianças de um or+anato no !eerã- O uso da pran&Wa

ini.e a ação das pernas e dos .raços da &riança durante as Woras do dia durante aO uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>>C

maior parte do primeiro ano de *ida- Apesar disso a m8dia e o des*io padrão

da idade em Tue estas &rianças &riadas em pran&Was &omeçam a andar mostraram)

se os mesmos para as &rianças Hopi &riadas &om os .raços e as pernas em

'i.erdade "Q&nnis e Qennis >?C$- Ao &ontrário oitenta & &in&o por &ento das

&rianças num or+anato do !eerã ainda não anda*am so#inWas por *o'ta dos C anosde idade e a di+erença prin&ipa' nas &ir&unstn&ias em Tue estas &rianças +oram

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&riadas em re'ação % maioria das &rianças 8 a Womogeneidade &ontnua das

eJperiXn&ias auditi*as e *isuais "Qennis >?D$- As &rianças do or+anato podiam

usar 'i*remente as +unçes motoras dos .raços e das pernas- As &rianças Hopi &ria)

das em pran&Was não podiam eJer&itar seus mem.ros 'i*remente mas esta*am

eJpostas em *irtude de serem &arregadas %s &ostas das mães a uma ri&a

*ariedade de estmu'os auditi*os e *isuais-

Muito pro*a*e'mente esta Xn+ase so.re o aspe&to motor se4a err]nea em

de&orrXn&ia do +a'o da epigenese das +unçes inte'e&tuais e &omportamentais não

ser &onsiderada- Em.ora possa ser *erdade Tue a edu&ação atra*8s da ação se4a

mais adeTuada para &rianças de 4ardim de in+n&ia e de idade pr8)&s&o'ar tudo

indi&a Tue a oportunidade de *er & de ou*ir uma *ariedade de estmu'os 8 de

+undamenta' importn&ia para o desen*o'*imento durante o primeiro ano de *ida

"ise e Madde >?D>$-

!odo &omportamento e toda aprendi#agem são moti*ados por estimu'ação

do'orosa ou por ne&essidades Womeostáti&as

O +ato de apatia & desen*o'*imento retardado terem sido regu'armente

en&ontrados &m &rianças &riadas em or+anatos onde as &ondiçes estimu'adoras

são parti&u'armente WomogXneas sugere Tue a estimu'ação WomogXnea de a'guma

+orma redu# a moti*ação o Tue 'e*a a uma outra mudança nas &renças te<ri&as

*igentes-

&omum a+irmar)se Tue 9todo &omportamento 8 moti*ado por ne&essidades

Womeostáti&as estmu'os do'orosos ou estmu'os neutros pre*iamente asso&iados

aos dois primeiros9- Este +oi o &on&eito de moti*ação6Tue dominou durante Tuase

toda a primeira metade deste s8&u'o dominante porTue +oi de+endida tanto por

te<ri&os a&adXmi&os "por eJemp'o QasWie'' >?G\ reeman >?(C\ utWrie >?(G\

Ho't >?(>\ Hu'' >?C(\Me'ton >?C>\ Mi''ereQo''ard >?C>\ Morer >?D$ &omo porpsi&ana'istas "por eJemp'o eni&We' >?CF\ reud >?>F$-

Qe a&ordo &om esta noção os organismos de*eriam tornar)se tran

>>F

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Tui'os na ausXn&ia desses estmu'os- or8m desde a d8&ada de C *Xm)se

a&umu'ando pro*as Tue indi&am Tue nem animais nem &rianças tornam)se

rea'mente tranT1i'as na ausXn&ia de tais &ondiçes moti*adoras "*e4a Hunt >?D(a$-BuW'er ">?G$ notou Tue a ati*idade 'Vdi&a de &rianças 8 mais e*idente na ausXn&ia

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de tais &ondiçes moti*adoras e Bea&W ">?CF$ re*iu os resu'tados de pesTuisas

para mostrar Tue os animais eJi.em &om maior pro.a.i'idade ati*idades 'Vdi&as

Tuando estão .em a'imentados sem sede e em &ir&unstn&ias &on+ortá*eis- Har'o

Har'o e MePer ">?F$ mostraram Tue ma&a&os aprendem a desmontar Tue.ra)

&a.eças sem Tua'Tuer moti*ação Tue não se4a o pra#er de desmontá)'os- Qe modo

seme'Wante Har'o ">?F$ *eri+i&ou Tue dois ma&a&os tra.a'Wa*am &ontinuamente

na desmontagem de um Tue.ra)&a.eças de seis peças durante > Woras em.ora

esti*essem &omp'etamente 'i*res de estmu'os do'orosos e ne&essidades

Womeostáti&as- A'8m disso di# e'e na d8&ima Wora de testagem e'es ainda

9demonstra*am entusiasmo pe'a tare+a9-

Numa importante s8rie de estudos a partir de >?F Ber'Pne ">?D$ *eri+i&ou

Tue ratos em situação &on+ortá*e' e sa&iados eJp'oram áreas Tue 'Wes se4am no*as

assim Tue tenWam oportunidade para +a#X)'o e Tuanto maior a *ariedade de o.4etos

na região a ser eJp'orada mais persistente seu &omportamento eJp'orat<rio- Numa

'inWa seme'Wante MontgomerP ">?F$ *eri+i&ou Tue a tendXn&ia espontnea dos

ratos a irem a'ternadamente para o 'ado oposto nos 'a.irintos em ! ou não 8 uma

Tuestão de +adiga &m re'ação % resposta dada mais re&entemente &omo Hu'' ">?C($

argumenta*a mas 8 uma Tuestão de esTui*ar)se do 'o&a' Tue os animais

eJperimentaram mais re&entemente- O anima' es&o'We o 'o&a' menos +ami'iar

"MontgomerP >?F($ e os ratos aprendem apenas para o.ter uma oportunidade de

eJp'orar uma área não)+ami'iar "MontgomerP >?FF\ MontgomerP e Sega'' >?FF$-

Nesta mesma 'inWa But'er ">?F($ o.ser*ou Tue ma&a&os aprendem dis&riminaçes

apenas para &onseguir o pri*i'8gio de espiar por uma 4ane'a situada nas paredes de

suas gaio'as ou "But'er >?FG$ de ou*ir os sons pro*enientes de um gra*ador-

!odas estas ati*idades pare&em mais e*identes na ausXn&ia de estimu'ação

do'orosa ne&essidades Womeostáti&as e pistas pre*iamente asso&iadas a taisestmu'os moti*adores- São estes dados Tue 'e*am % ne&essidade de uma mudan)

ça na &on&epção te<ri&a de moti*ação tradi&iona'mente dominante-

 A'gumas das direçes da mudança re*e'am)se no signi+i&ado te<ri&o dado a

estas e*idXn&ias- Uma destas maneiras 8 a atri.uição de nomes aos impu'sos-

 Assim nos V'timos anos ou*imos +a'ar de um

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>>D

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impu'so manipu'at<rio um impu'so eJp'orat<rio um impu'so para a

&uriosidade et&- Esta +orma de re&onWe&imento te<ri&o &ir&u'ar não passa de uma

*o'ta % teoria dos instintos de M&Qouga'' ">?G$-

Uma segunda moda'idade de re&onWe&imento te<ri&o 8 nomear o Tue pare&e

ser o signi+i&ado te'eo'<gi&o de uma ati*idade- E o Tue '*es Hendri& ">?C($ +e# ao

&on&e.er o pra#er das &rianças diante de suas no*as rea'i#açes &omo pro*a de

uma 9ne&essidade de domnio9- tam.8m o Tue `Wite ">?F?$ +e# em sua eJ&e'ente

re*isão destas e*idXn&ias atri.uindo as *árias ati*idades o.ser*adas % 9moti*ação

para a &ompetXn&ia9- Estes termos de signi+i&ado te'eo'<gi&o podem ser Vteis

enTuanto pro&edimentos &'assi+i&at<rios e mnem<ni&os mas tXm pou&as imp'i)

&açes para as re'açes de ante&&dente)&onseT1&nte a serem in*estigadas-

Uma ter&eira moda'idade de re&onWe&imento te<ri&o &onsistiu no postu'ado

da ati*idade espontnea- Sou responsá*e' por isto "Hunt >?D$ tanto Tuanto H&..

">?C?$ Mi''er a'ant&r & ri.ram ">?D$ e !aP'or ">?D$- uando meu .om &o'ega

Lar&n&e I- 6ce''P mostrou Tue a noção de ati*idade espontnea pode ser tão

ma'e+i&amente &ir&u'ar Tuanto a nomeação dos impu'sos & dos instintos pude

prontamente per&e.er a +orça de sua argumentação- Mas pude tam.8m per&e.er

Tue eu &omeça*a a dis&ernir pe'o menos as 'inWas gerais de um me&anismo Tue

&Wamei de 9moti*ação intrnse&a9 ou 9moti*ação inerente ao pro&essamento de

in+ormaçes e % ação9 "Hunt >?D(a$-

Moti*ação intrnse&a

 As 'inWas gerais a respeito da nature#a do me&anismo da moti*ação

intrnse&a &omeçaram a ser dis&ernidas a partir dos dados Tue 'e*aram a uma

mudança na &on&epção da unidade +un&iona' do sistema ner*oso do ar&o re+'eJo

para o +eed.a& 'oop- O &on&eito de re+'eJo +oi +ormu'ado pe'a primeira *e# por Ha''

">GC($- No entanto +oi desen*o'*ido e popu'ari#ado por SW&rrington ">?D$ Tuere&onWe&eu &'aramente a despeito da pro*a anat]mi&a da eJistXn&ia do ar&o

re+'eJo Tue o re+'eJo era um &onstrueto '<gi&o e não uma rea'idade <.*ia e

pa'pá*e'- E pre&iso notar Tue a e*idXn&ia anat]mi&a da noção de ar&o re+'eJo

.aseia)se numa superg&nera'i#aço da Lei de Be'')Magendie Tue a+irma Tue as

ra#es dorsais do ner*o espinWa' são &ompostas inteiramente de +i.ras sensoriais

a+erentes e Tue as ra#es *entrais &ompem)se inteiramente de +i.ras motoras

e+erentes- Esta a+irmação 8 +a'sa- esTuisas neuro+isio'<gi&as re&entes mostramTue as

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>>G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

ra#es *entrais &ontXm +i.ras sensoriais e motoras "*e4a Hunt >?D(a$- Uma

pro*a i'ustrati*a da primeira parte desta no*a a+irmação 8 en&ontrada em

o.ser*açes do seguinte tipo: a &essação de des&arga asso&iada ao surgimento de

um som ou de um #um.ido no nV&'eo &o&'ear de um gato Tuando este 8 posto

diante de um rato &o'o&ado numa redoma "Hernand&#)eon S&Werrer e ou*et

>?FD$- A segunda parte pode ser i'ustrada pe'a o.ser*ação de Tue os mo*imentos

dos o'Wos podem ser e'i&iados por estimu'ação e'8tri&a de Tua'Tuer porção da área

*isua' re&epti*a nos '<.u'os o&&ipitais de ma&a&os "`a'er e `ea*er >?C$- !ais

e*idXn&ias dão ense4o ao &on&eito de +eed.a& 'oop- A noção de +eed.a& 'oop

+orne&e as .ases para uma no*a resposta ao pro.'ema moti*a&iona' re+erente a o

TuX ini&ia e o TuX +ina'i#a um &omportamento- EnTuanto o re+'eJo +oi &onsiderado

&omo a unidade +un&iona' do sistema ner*oso a&redita*a)se Tue Tua'Tuer tipo de

&omportamento era ini&iado pe'o apare&imento de um estmu'o e termina*a Tuando

este estmu'o &essa*a de agir- A medida Tue o +eed.a& 'oop toma o 'ugar do

re+'eJo o in&io do &omportamento torna)se uma Tuestão de in&ongruXn&ia entre a

estimu'ação re&e.ida pe'o organismo a partir de um &on4unto de &ir&unstn&ias e

&ertos padres eJistentes no organismo- Mi''er a'anter e ri.ram ">?D$

denominaram)no unidade !O!E "!est)Operate)!est)EJit$ "*e4a a igura >$- Esta

unidade !O!E 8 em prin&pio seme'Wante ao termostato Tue &ontro'a a

temperatura de uma sa'a- Neste &aso o padrão ou &rit8rio 8 a temperatura na Tua' o

termostato está regu'ado- uando a temperatura &ai a.aiJo deste padrão o 9teste9

registra uma in&ongruXn&ia Tue &o'o&a a +orna'Wa em +un&ionamento- A +orna'Wa

&ontinua a operar at8 Tue o Tuarto tenWa atingido o padrão\ a &oerXn&ia a'&ançada

det8m a operação e pode)se a+irmar Tue este sistema parti&u'ar 9morre9-

OERAO

igura I

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>>G

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odemos tomar *ários tipos de padres eJistentes no organismo &omo .ase

para uma taJonomia de in&ongruXn&ias- or eJemp'o uma &'asse de

in&ongruXn&ias pode ter &omo .ase aTui'o Tue ri.ram ">?D$ denominou 9o

termostato *iesado do Wipotá'amo9- Os organismos tXm padres &m sua maioria

inatos para e*entos &omo &ontro'e das &on&entraçes de açV&ar ou de ons de

s<dio na &orrente sang1nea- uando por eJemp'o a &on&entração de açV&ar no

sangue diminui em re'ação a um &erto n*e' os re&eptores situados no ter&eiro

*entr&u'o são ati*ados- Qiante de um &erto n*e' de in&ongruXn&ia e'es +un&ionam

no sentido de 'i.erar g'i&ogXnio do +gado\ num n*e' mais a'to e'es preparam os

re&eptores para responder a sinais de a'imento & o organismo os pro&ura &om

a*ide#\ di#)se então Tue o moti*o +ome +oi ati*ado- Não 8 +á&i' +a#er o sistema

seJua' adeTuar)se a este esTuema-

or outro 'ado "e o Tue nos interessa parti&u'armente tendo em *ista a

aprendi#agem es&o'ar$ pode)se en&ontrar uma *ariedade de padres na interação

in+ormati*a do organismo &om o am.iente- !a'*e# o mais primiti*o deste tipo de

padrão se4a aTue'e re+erente % modi+i&ação numa +onte de estimu'ação presente

num dado momento- Sempre Tue o&orre uma mudança em re'ação ao padrão

presente o organismo eJi.e aTui'o Tue os russos &Wamaram de 9re+'eJo de

orientação9 "B&r'Pne >?D\ Ra#ran >?D>$- Um segundo tipo de in&ongruXn&ia

in+ormati*a tem &omo .ase um padrão de eJpe&tati*as .aseado na in+ormação

arma#enada a partir de en&ontros anteriores &om o mesmo o.4eto pessoa ou 'o&a'-

Sistemas de eJpe&tati*as &omo o auto&one&ito desempenWam um pape' importante

na moti*ação- Os padres est8ti&os são uma outra *ariação das eJpe&tati*as-

EJiste uma outra &ategoria de padres &onsistente de meios e +ins- E o Tue

Mi''er a'anter e ri.ram ">?D$ &Wamaram de 9p'anos9- A'guns p'anos estão

'igados % estimu'ação do'orosa ou a ne&essidades Womeostáti&as ao passo Tueoutros são tota'mente independentes- iaget ">?(D$ des&re*eu &omo um .e.X

trans+orma &m me'a segurar ou o'War um estmu'o interessante- era'mente os

estmu'os tornam)se interessantes atra*8s de repetidos en&ontros tornando)se

re&onWe&*eis- &omo se a possi.i'idade de re&onWe&imento tornasse o.4etos

pessoas e 'o&ais atraentes- !oda a gama de padres Tue emergem no de&orrer da

interação in+ormati*a de uma &riança &om as &ir&unstn&ias &om Tue se de+ronta

durante o pro&esso de desen*o'*imento psi&o'<gi&o 4amais +oi des&rita- Naado'es&Xn&ia entretanto os ideais &onstituem uma *ariedade impor 

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>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

tante de padres- Este tipo de padrão surge &om o desen*o'*imento do Tue

iaget ">?C@$ &Wamou de 9operaçes +ormais9- ;om o surgimento destas

operaçes o ado'es&ente 8 &apa# de imaginar um mundo mais dese4á*e' do Tue o

Tue e'e en&ontra e a in&ongruXn&ia entre o mundo o.ser*ado e o idea' pode

estimu'ar p'anos de re+ormas so&iais- Estas mesmas operaçes +ormais tornam o

ado'es&ente &apa# de +ormu'ar 9teorias9 a respeito de &omo *ários aspe&tos do

mundo +un&ionam & as in&ongruXn&ias entre a rea'idade o.ser*ada e estas &riaçes

te<ri&as estimu'am a indagação- Assim podemos &onsiderar o tra.a'Wo &ient+i&o

&omo uma pro+issiona'i#ação de uma +orma de moti*ação &ogniti*a inerente %

interação in+ormati*a do organismo Wumano &om as &ir&unstn&ias-

 A in&ongruXn&ia e as Tuestes da direção do &omportamento e do Wedonismo

O &on&eito de in&ongruXn&ia tam.8m permite uma resposta pro*is<ria

Wipot8ti&a % Tuestão intrin&ada da direção Wed]ni&a do &omportamento a Tuestão

re+erente a o TuX determina se um organismo se aproJimará ou +ugirá da +onte de

in+ormação in&ongruente ou no*a "*e4a tam.8m S&Wneir'a >?F?$- ;onsiste tam.8m

numa resposta % Tuestão do Wedonismo uma *e# Tue a aproJimação ta'*e# indiTue

Tue a +onte de estimu'ação tem um *a'or Wed]ni&o positi*o e a +uga pro*a*e'mente

indiTue seu *a'or Wed]ni&o negati*o-

 As pro*as de Tue a in+ormação in&ongruente ou no*a estimu'ará a

aproJimação % sua +onte e Tue e'a tem um *a'or Wed]ni&o positi*o pro*Xm de *árias

+ontes- Numa pesTuisa rea'i#ada por Niss&n ">?($ Tue 4amais &Wegou a &onstar

dos manuais aparentemente porTue era muito dissonante das &renças dominantes

+i&ou demonstrado Tue os ratos se su.meterão % dor de &WoTues e'8tri&os num

apare'Wo de `arden a +im de sair de &aiJas *a#ias e ter a&esso a um 'a.irinto deQasWie'' &Weio de o.4etos no*os- Uma *e# des&o.erto Tue este 'a.irinto eJiste no

+ina' de um &aminWo situado a'8m do apare'Wo de o.strução os ratos resistem % dor

da tra*essia para o.terem a oportunidade de eJp'orar este 9'o&a' interessante9 e de

manipu'ar 9o.4etos interessantes9- O &omportamento dos ratos neste eJperimento

rea'i#ado por Nissen asseme'Wa)se em muitos aspe&tos ao &omportamento dos

ma&a&os de But'er ">?F($ Tue aprenderam dis&riminaçes a +im de espreitar

atra*8s d& uma 4ane'a os estuO uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

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dantes Tue passa*am pe'o pátio em +rente- Qe +ato a maioria dos dados

men&ionados para demonstrar Tue animais e &rianças não se tornam passi*os na

ausXn&ia de ne&essidades Womeostáti&as e estimu'ação do'orosa pode ser usada

para &on+irmar a noção de Tue um &erto grau de in&ongruXn&ia 8 atraente e Tue

muito pou&a in&ongruXn&ia 8 maçante e pou&o atraente-

Os resu'tados o.tidos por BeJton Heron e S&ott ">?FC$ no 'a.orat<rio M&i''

estudando a &Wamada 9pri*ação de estmu'o9 ta'*e# se4am ainda mais &on*in&entes-

;omo se sa.e os estudantes Tue ser*iram &omo su4eitos nestes eJperimentos de

M&i'' re&e.eram *inte d<'ares por dia para permane&erem deitados num Tuarto

&om temperatura e umidade &ontro'ados a +im de propor&ionar um n*e' <timo de

&on+orto pro*ido de *idros transparentes de modo Tue Wou*esse i'uminação mas

não a per&epção de +ormas\ a *ariação sonora +oi atenuada ao máJimo e os

mo*imentos +oram ini.idos atra*8s de tu.os de &arto'ina Tue *estiam os .raços e as

pernas- Os su4eitos raramente suporta*am estas &ir&unstn&ias WomogXneas mais

Tue dois ou trXs dias mesmo &om uma re&ompensa monetária tão 'i.era'- Um

eJemp'o dramáti&o da +orça desta tendXn&ia a +ugir da Womogeneidade & de se

aproJimar de Tua'Tuer +onte de estimu'ação Tue traga a'guma *ariação 8 o re'ato de

um estudante de pre+erXn&ias musi&ais eruditas Tue *árias *e#es por Wora aperta*a

um .otão Tue a&iona*a um dis&o ris&ado e *e'Wo de mVsi&a &aipira- E &omo se

para+raseando o a+orismo do marinWeiro o estudante Tuisesse a'&ançar 9um porto

Tua'Tuer de re'ati*a in&ongruXn&ia numa tempestade de &ir&unstn&ias

WomogXneas9-

 A +uga da +onte de in+ormação in&ongruente tam.8m o&orre Tuando o grau de

in&ongruXn&ia entre ã in+ormação Tue &Wega e a 4á arma#enada na mem<ria a partir

de eJperiXn&ias anteriores 8 muito grande- As e*idXn&ias neste &aso podem seren&ontradas em sua grande maioria na o.ra de He.. ">?CD$- As pesTuisas Tue

rea'i#ou so.re o medo em &Wimpan#8s tinWam por o.4eti*o po'emi#ar a a+irmação de

`atson segundo a Tua' as reaçes emo&ionais diante de estmu'os in<&uos .asei)

am)se em sua asso&iação &om estmu'os do'orosos "*e4a `atson e RaP ner >?$-

Esta &on&epção tradi&iona' do medo de+rontou)se &om dados a'tamente dissonantes

Tuando He.. e Riesen ">?C($ *eri+i&aram Tue +i'Wotes de &Wimpan#8s &riados no

.erçário do La.orat<rio de rimatas de erTues não tXm medo de estranWos at8

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&omp'etarem &er&a de Tuatro meses de idade- O +ato de as Wist<rias destes +i'Wotes

terem sido inteira

>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

mente registradas tornou poss*e' sa.er &om segurança Tue estes estranWos

não +oram asso&iados a estimu'ação do'orosa anteriormente- Mais tarde He..

">?CD$ &onstatou Tue mesmo reaçes intensas de pni&o podem ser indu#idas em

&Wimpan#8s adu'tos &riados neste 'a.orat<rio apenas pe'a apresentação de uma

es&u'tura da &a.eça de um &Wimpan#8 ou de um ser Wumano ou apresentando)'Wes

um +i'Wote de &Wimpan#8 anestesiado- Estas +iguras eram nitidamente +ami'iares mas

sem Tua'Tuer asso&iação pr8*ia &om estmu'os do'orosos ou outros estmu'os

&ausadores de medo- O +ato de um +i'Wote de &Wimpan#8 &riado &omo anima'#inWo

de estimação +ugir de medo ao *er seu Tuerido dono eJperimentador usando

uma más&ara ou at8 mesmo usando o &asa&o de um 9tratador9 igua'mente +ami'iar

*eio sugerir Tue a +uga temerosa .aseia)se na *isão de 9uma +igura +ami'iar &om um

aspe&to não)+ami'i)ar9- Assim a +a'ta do restante esperado do &ampo no &aso da

es&u'tura da &a.eça d& um &Wimpan#8 ou ser Wumano e a +a'ta dos mo*imentos

esperados e das posturas Wa.ituais no &aso do +i'Wote anestesiado &onstituem 9o

aspe&to não)+ami'iar9 ou a dis&repn&ia entre o Tue 8 esperado a partir da

eJperiXn&ia passada e o Tue 8 o.ser*ado- A isto estou dando o nome de

in&ongruXn&ia-

Os distVr.ios emo&ionais intrigantes Tue &rianças e animai#inWos apresentam

imediatamente tornaram)se &ompreens*eis nestes termos- or eJemp'o o medo d&

es&uro & o medo d& +i&ar so#inWo presente na &riança &on+undiram reud ">?D$ e

'e*aram)no a +i&ar insatis+eito at8 mesmo &om sua teoria da ansiedade\ este mesmo

tipo de &omportamento em &Wimpan#8s intrigou coW'er ">?F p- F>$- No entantoe'es podem ser &onsiderados &omo in&ongruXn&ia resu'tante da presença de

estmu'os não)+ami'iares ou da ausXn&ia de estmu'os +ami'iares num &onteJto

Tua'Tuer- Outros eJemp'os deste mesmo tipo de +en]meno seriam os seguintes: a

&riança pertur.a)se Tuando uma rima 8 a'terada na 'eitura de uma TuadrinWa in+anti'\

um &a&Worro 'ate eJ&itado e gane Tuando *X seu dono p'antando .ananeira e

andando &om as mãos\ um gato &orre +reneti&amente e se es&onde ao *er seu

peTueno dono ser &arregado nos om.ros por um *i#inWo &onWe&ido- Em.ora iaget">?(D$ não ti*esse dedi&ado uma atenção espe&ia' a este aspe&to e'e registrou em

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suas o.ser*açes Tue seus +i'Wos pertur.a*am)se emo&iona'mente ao se

de+rontarem &om *erses modi+i&adas d& &oisas &om as Tuais esta*am

+ami'iari#ados-

O +ato de Tue a in+ormação in&ongruente pode e'i&iar tanto uma

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>(

aproJimação % 9 sua +onte Tuanto uma +uga de'a pode ser intrigante a menos

Tue per&e.amos Tue isto signi+i&a Tue eJiste uma in&ongruXn&ia <tima "*e4a Hunt

>?D(a$- He.. ">?C?$ primeiramente re&onWe&eu de maneira imp'&ita a id8ia de Tue

eJiste um <timo de in&ongruXn&ia ao +ormu'ar sua teoria so.re a nature#a do

pra#er- Nesta teoria e'e a+irmou Tue os organismos tendem a se o&upar &om 9o Tue

8 no*o mas não muito no*o9 em Tua'Tuer situação- Isto sugere Tue o &ontro'e da

moti*ação intrnse&a 8 uma Tuestão de o+ere&er ao organismo &ir&unstn&ias Tue

+orneçam um n*e' adeTuado de in&ongruXn&ia isto 8 uma in&ongruXn&ia &om os

resduos de en&ontros anteriores &om as &ir&unstn&ias Tue o organismo

arma#enou na mem<ria- a isto Tue denomino 9o pro.'ema do empare'Wamento9

entre a in+ormação Tue &Wega e aTue'a 4á arma#enada "Hunt >?D> p- D@ e segs-$-

E di+&i' en&ontrar eJperimentos re'e*antes nesta área\ por8m eJiste um

parti&u'armente interessante rea'i#ado por Qem.er Ear' e aradise ">?F)@$- A

in&ongruXn&ia pode ser uma Tuestão de dis&repn&ia entre o n*e' de &omp'eJidade

en&ontrado e o n*e' de &omp'eJidade &om o Tua' o organismo se a&ostumou- Os

es+orços no sentido de manter um n*e' <timo de in&ongruXn&ia ou de dis&repn&ia

e &omp'eJidade são um tipo de eJp'i&ação para o tipo de 9moti*ação para o

&res&imento9 postu'ado por roe.&' ">GD$ & Tue Q&eP ">?$ posteriormente

tomou emprestado de ro&.e'- Qem.er Ear' e aradise &o'o&aram ratos postos

num 'a.irinto em +orma de oito diante da es&o'Wa entre dois n*eis de &omp'eJidade-Nos dois 'a.irintos usados as paredes de uma das &ur*as eram pintadas de uma

&or Vni&a & as paredes da outra &ur*a eram pintadas de 'istras Wori#ontais pretas &

.ran&as ou as paredes de uma das &ur*as tinWa 'istras Wori#ontais & as outras

&ontinWam 'istras *erti&ais- artindo de uma posição te<ri&a seme'Wante % Tue

apresentamos estes pesTuisadores não tentaram pre*er Tua' das &ur*as um deter)

minado anima' pre+eriria imediatamente pois não &onWe&iam o grau de

in&ongruXn&ia a Tue os ratos esta*am a&ostumados- No entanto pre*iram TueTua'Tuer anima' Tue registrasse uma mudança de es&o'Wa da &ur*a entre o primeiro

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& o segundo &ontato mudaria &m direção % &ur*a mais &omp'eJa- Isto signi+i&a Tue

e'es não espera*am mudanças de pre+erXn&ia da &ur*a 'istrada para a pintada de

uma Vni&a &or mas Tue as mudanças o&orressem na direção oposta- Esta pre*isão

+oi &on+irmada- Num tota' de tre#e animais Tue +i#eram esta mudança espontnea

de es&o'Wa do#e +oram na direção pre*ista- Estes eJperimentos pre&isam

>C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

ser repetidos e e'a.orados- q 'u# destas &onsideraçes o pro.'ema do

pro+essor Tue pro&ura manter o interesse das &rianças pe'o &res&imento inte'e&tua'

&onsiste em o+ere&er &ir&unstn&ias empare'Wadas ou desempare'Wadas &om

aTue'as &om as Tuais os a'unos 4á se +ami'iari#aram de modo Tue um desa+io

interessante e atraente este4a &ontinuamente presente-

EpigXnese da moti*ação intrnse&a

Na teoria tradi&iona'mente dominante so.re a moti*ação a estrutura .ási&a

do sistema moti*a&iona' 8 essen&ia'mente pr8)+ormada- ;onsidera)se Tue a

aprendi#agem se dá apenas atra*8s do prin&pio do &ondi&ionamento no Tua'

&ir&unstn&ias anteriormente in<&uas adTuirem signi+i&ado moti*a&iona' atra*8s de

sua asso&iação a estmu'os do'orosos ou ne&essidades Womeostáti&as- As

o.ser*açes rea'i#adas por iaget indi&am &'aramente Tue eJiste uma epigXnese

na estrutura da inte'igXn&ia e na &onstrução de aspe&tos da rea'idade &omo o.4eto

&ausa'idade espaço e tempo\ este +ato sugere Tue tam.8m pode Wa*er epigXnese

não per&e.ida at8 o momento na estrutura da 9moti*ação intrnse&a9- iaget não

tem se dedi&ado % moti*ação\ e'e restringiu seus interesses % inte'igXn&ia e ao

desen*o'*imento do &onWe&imento so.re o mundo- Não o.stante muitas de suas

o.ser*açes e a'guns de seus a+orismos tXm imp'i&açes Tue possi.i'itam pe'o

menos um Tuadro Wipot8ti&o de uma epigXnese da moti*ação intrnse&a "*e4a Hunt>?D(.$- E o &aso por eJemp'o do seguinte a+orismo: 9Tuanto mais uma &riança *X

e ou*e mais dese4a *er e ou*ir9 "iaget >?(D p- @D$-

 A)epigXnese da moti*ação intrnse&a pare&e se &ara&teri#ar por trXs +ases-

Estas +ases ou estágios podem &ara&teri#ar as re'açes progressi*as do

organismo &om Tua'Tuer &on4unto de &ir&unstn&ias tota'mente no*o "Har*eP Hunt

e S&Woed&r >?D>$- E'as assumem a +orma de +ases do desen*o'*imento in+anti'

apenas porTue a &riança de+ronta)se &om *ários &on4untos de &ir&unstn&ias

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&omp'etamente no*as Tuase Tue simu'taneamente durante seu primeiro ou segundo

anos de *ida-

Qurante a primeira +ase a &riança e*identemente 8 moti*ada por

ne&essidades Womeostáti&as e estimu'ação do'orosa &on+orme mostraram as

pesTuisas &'ássi&as de - ;- 'rin ">?($- esTuisas 'e*adas a e+eito por

pesTuisadores russos "*e4a Ber'Pne >?D\ Ra#ran >?D>$ demonstraram Tue a

reação de orientação tam.8m 4á está pronta por o&a

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>F

sião do nas&imento em todos os mam+eros in&'uindo o Womem- Qurante a

primeira +ase Tue dura desde o nas&imento at8 os Tuatro &in&o ou seis meses a

&riança 8 +undamenta'mente um organismo Tue responde %s in&ongruXn&ias a &urto

pra#o em &ara&tersti&as da entrada sensoria'- Assim o o+us&amento sV.ito d& uma

'u# ou o desapare&imento repentino de um som Tue este*e presente durante a'gum

tempo pro*o&ará uma resposta de orientação ou atenção de modo a produ#ir sinais

+isio'<gi&os de eJ&itação- Qurante esta primeira +ase os esTuemas inatos de sugar

o'War *o&a'i#ar agarrar e de agitar)se modi+i&am)se atra*8s de a'go seme'Wante ao

pro&esso de &ondi&ionamento tradi&iona' no Tua' *ários tipos di+erentes de

mudança na estimu'ação adTuirem a &apa&idade d& e*o&ar &onsistentemente os

esTuemas- Assim a'go ou*ido torna)se a'go para ser o'Wado a'go para ser o'Wado

torna)se a'go para agarrar e a'go para agarrar em a'go para sugar- Esta +ase

termina numa 9'inWa de transição9 na Tua' a &riança &omeça gradua'mente a tentar

ati*amente a reter situaçes ou &ir&unstn&ias ou tipos de entrada sensoria' Tue

en&ontrou repetidas *e#es "*e4a Hunt >?D(.\ iaget >?(D$-

 A segunda +ase tem in&io nesta 9'inWa de transição9 na Tua' o .e.X mani+esta

um interesse inten&iona' por aTui'o Tue pode ser &ara&teri#ado &omo re&entemente+ami'iar- O re&entemente +ami'iar e*identemente 8 a'guma &ir&unstn&ia ou situação

en&ontrada repetidas *e#es- E poss*e' Tue este pro&esso de en&ontros tenWa

gradua'mente &onstitudo e arma#enado &m a'guma parte do sistema intrnse&o do

&8re.ro a'gum tipo de padrão Tue permite re&onWe&er a &ir&unstn&ia Tuando e'a

torna a a&onte&er- Uma das pro*as deste re&onWe&imento 8 o sorriso da &riança-

Segundo Ren8 Spit# ">?CD$ esta resposta de sorrir 8 de nature#a so&ia'- Mas as

o.ser*açes de iaget ">?(D$ indi&am Tue o re&onWe&imento da +a&e de um dospais 8 apenas um &aso espe&ia' de uma tendXn&ia mais gera' a sorrir na presença

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de uma *ariedade de situaçes en&ontradas repetidamente entre e'as os

.rinTuedos pendurados so.re o .erço o 4orna' de iaget &o'o&ado repetidas *e#es

so.re a &o.ertura do &arrinWo d& seu +i'Wo e as pr<prias mãos e p8s da &riança-

Este &omportamento pode ser adeTuadamente &ara&teri#ado &omo inten&iona' pois

o&orre Tuando a situação desapare&e e os es+orços da &riança imp'i&am uma

ante&ipação da &ir&unstn&ia ou espetá&u'o a ser re&onTuistado- A'8m disso a

in&apa&idade de re&uperar a &ir&unstn&ia re&8m)re&onWe&ida &omumente resu'ta

em +rustração- A ansiedade de separação e a triste#a de&orrente da separação

pare&em ser 

>D

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

um &aso espe&ia' do desgosto Tue se segue % in&apa&idade de re&uperar a

&ir&unstn&ia +ami'iar- Esta &onsideração sugere Tue o pro&esso de en&ontros

repetidos Tue 'e*a ao re&onWe&imento pode em si mesmo ser uma +onte de

satis+ação e pra#er emo&ionais Tue pode ser no mnimo uma das .ases do

re+orçamento importante no apego ou &ateJis emo&ionais ini&iais Tue reud

">?C$ atri.uiu % 'i.ido Hu'' ">?C($ e Mi''er e Qo''ard ">?C>$ atri.uram % redução do

impu'so & Tue Har'o ">?FG$ re&entemente atri.uiu % ma&ie# das mães su.stitutas

de &Wimpan#8s em seus eJperimentos- Esta segunda +ase da epigXnese da

moti*ação termina Tuando os en&ontros repetidos &om o.4etos +ami'iares produ#em

gradua'mente a'go &omo a monotonia pro*eniente de uma situação muito pou&o

in&ongruente e Tuando esta monotonia +un&iona &omo ponto de partida para o

interesse por *ariaçes no*as do Tue 8 &onWe&ido-

Este interesse pe'o Tue re&entemente se tornou +ami'iar pode eJp'i&ar

ati*idades aut<genas &omo o .a'.u&io repetiti*o Tue surge &omumente no segundo

ter&eiro e Tuarto meses e o eJame persistente dos p8s e das mãos Tue &omeça asurgir na V'tima parte do Tuarto mes e persiste at8 o seJto mXs- !udo indi&a Tue 8

no pro&esso de .a'.u&io Tue o .e.X pe seu esTuema de *o&a'i#ação so. o

&ontro'e de seu esTuema de ou*ir- Igua'mente no de&orrer do eJame persistente da

mão e %s *e#es do p8 o .e.X esta.e'e&e a &oordenação o'Wo)mão e o'Wo)p8- Esta

segunda +ase termina Tuando atra*8s de repetidos en&ontros &om *árias situaçes

a monotonia se insta'a e o .e.X se *o'ta para o Tue 8 no*o na situação +ami'iar "*e4a

Hunt >?D(.$-

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 A ter&eira +ase &omeça &om o surgimento do interesse pe'a no*idade-

era'mente tem in&io no +ina' do primeiro ano ou ta'*e# um pou&o antes- iaget

">?(D$ des&re*e seu in&io &om o apare&imento do esTuema de atirar- No pro&esso

de atirar a atenção da &riança passa do ato d& atirar para a o.ser*ação da tra4et<ria

do o.4eto atirado- Re*e'a)se tam.8m no interesse não s< pe'os meios +ami'iares de

atingir +ins mas tam.8m no desen*o'*imento de no*os meios atra*8s d& um

pro&esso de ensaio e erro- Apare&e nas tentati*as Tue a &riança +a# de imitar não s<

os esTuemas *o&ais e de outra nature#a Tue 4á desen*o'*eu mas tam.8m esTue)

mas no*os- Este desen*o'*imento do interesse pe'o no*o 8 a&ompanWado de um

aumento a&entuado na *ariedade de interesses e açes da &riança- E'a aprende

assim no*os +onemas em seu esTuema de *o&a'i#ação e estes se tornam sm.o'os

das imagens Tue 4á desen*o'*eu\ deste modo surgem pseudo)pa'a*ras "*e4a Hunt

>?D> >?D(.\ iaget >?CF$-

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>@

;om o desen*o'*imento do interesse pe'a no*idade a &riança atingiu os

reTuisitos ne&essários % 9moti*ação para o &res&imento9 4á eJemp'i+i&ado pe'o

intrigante eJperimento rea'i#ado por Qem.er Ear' e aradis& ">?F@$-

 Ap'i&ação desta teori#ação ao desen*o'*imento de um antdoto &ontra a

pri*ação &u'tura'

Resta)nos eJaminar a'gumas das imp'i&açes das &on&epçes te<ri&as Tue

apresentei neste artigo para o desen*o'*imento de um programa pre)eseo'ar para a

&riança de+i&iente &u'tura'- Antes de mais nada a pri*ação &u'tura' pode ser

&onsiderada &omo a ausXn&ia de oportunidades do .e.X & da &riança peTuena para

ter as eJperiXn&ias ne&essárias ao desen*o'*imento adeTuado daTue'es pro&essos

&entrais semi)aut])nomos ne&essários % aTuisição de Wa.i'idades ne&essárias paraa uti'i#ação d& sm.o'os 'ing1sti&os & matemáti&os e % aná'ise de re'açes &ausais-

 A di+erença eJistente entre a &riança de+i&iente &u'tura' e aTue'a Tue não apresenta

esta de+i&iXn&ia & seme'Wante %Tue'a en&ontrada entre ratos e &ães &riados &m

gaio'as & aTue'es &riados &omo animais de estimação- O &on&eito d& pri*ação

&u'tura' en&ontra)se ainda num estágio grosseiro e indi+eren&iado de de+inição-

Entretanto a partir das pro*as empri&as e das &on&epçes Tue resumi a&redito

Tue o &on&eito este4a sendo desen*o'*ido numa direção .astante promissora- !udoindi&a Tue 8 poss*e' p'ane4ar am.ientes ins'itu&ionais onde &rianças &u'tura'mente

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de+i&ientes &m *irtude da &'asse so&ia' a Tue perten&em possam ser supridas

atra*8s de um &on4unto d& en&ontros &om um am.iente p'ane4ado d& ta' +orma Tue

+un&ionem &omo um antdoto &ontra as eJperiXn&ias Tue pro*a*e'mente não

ti*eram-

 A importante pesTuisa rea'i#ada por S&&'s e QP& ">?(?$ Tue te*e uma

re&epção ir]ni&a Tuando apare&eu pe'a primeira *e# 8 a'tamente re'e*ante nesse

sentido- ;omo se sa.e esse tra.a'Wo .aseou)se numa surpresa &'ni&a9- Quas

&rianças uma das Tuais &om tre#e meses de idade & um I de CD medido atra*8s

do teste d& cuW'man e outra &om de#esseis meses de idade e um I de (F ap<s

*i*erem nas &ir&unstn&ias re'ati*amente WomogXneas d& um or+anato estata'

+oram en*iadas para uma instituição estata' para d8.eis mentais- ;er&a de seis

meses depois um psi&<'ogo Tue *isita*a a instituição notou &om surpresa Tue

>G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

aTue'as duas &rianças Wa*iam a'&ançado um grau mar&ante de desen)

*o'*imento- Não eJi.iam mais a apatia ou o retardamento motor Tue as

&ara&teri#a*a Tuando &Wegaram a esta instituição- A'8m disso Tuando no*amente

testadas atra*8s da es&a'a cuW'man a mais no*a a'&ançou um I de @@ e a mais

*e'Wa um I de G@ ou se4a ganWos de (> e F pontos respe&ti*amente num

inter*a'o de seis meses- Num eJperimento Tue se seguiu a esta surpresa &'ni&a

todas as &rianças de um grupo de tre#e re*e'aram ganWos su.stan&iais de I ao

serem trans+eridas de um or+anato para uma instituição para d8.eis mentais- Estes

ganWos *ariaram entre @ e FG pontos de I- or outro 'ado do#e outras &rianças

&om os mesmos 'imites de idade mas &om uma m8dia d& I um pou&o mais

e'e*ada +oram deiJadas no or+anato- uando estas &rianças +oram retestadas

depois de um perodo de *inte e um a Tuarenta e trXs meses todas mostra*am umaperda su.stan&ia' de pontos de I Tue *ariou entre G & CF pontos sendo Tue em

&in&o destas &rianças o de&r8s&imo +oi superior a (F pontos-

Nos V'timos de#oito meses See's tem se dedi&ado ao a&ompanWamento

dos indi*duos Tue &ompuseram os dois grupos a&ima des&ritos- ;om trXs Tuartos

dos indi*duos 'o&a'i#ados ainda não en&ontrou nenWum entre aTue'es

perten&entes ao grupo Tue +oi en&aminWado do or+anato para a instituição para

d8.eis mentais Tue não este4a atua'mente se mantendo e+i&ientemente naso&iedade- Em &ontrapartida não en&ontrou ainda nenWum indi*duo perten&ente ao

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grupo Tue permane&eu no or+anato Tue não este4a *i*endo sem apoio institu&iona'

"&omuni&ação pessoa' do autor$- Em.ora o pro.'ema da permanXn&ia dos e+eitos da

pri*ação de eJperiXn&ias durante a primeira etapa do desen*o'*imento este4a ainda

'onge de ser reso'*ido os dados Tue pude en&ontrar e Tue a&a.o de resumir

permitem in+erir Tue se a pri*ação de eJperiXn&ias não persistir durante muito

tempo e'a 8 &onsidera*e'mente re*ers*e'- Se isso +or *erdade a id8ia de

enriTue&er a ração &ogniti*a nos &entros de semi)internato e nas es&o'as maternais

para &rianças de+i&ientes &u'turais pare&e parti&u'armente promissora-

 A pro*á*e' nature#a da de+i&iXn&ia resu'tante da pri*ação &u'tura'

O +ato de o &on&eito de pri*ação &u'tura' ser g'o.a' e indi+eren&iado &on*ida

pe'o menos a tentati*as espe&u'ati*as no sentido de interpretar a nature#a da

de+i&iXn&ia e de sa.er &omo e Tuando a &riança

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>?

de &'asse .aiJa mais pro*a*e'mente será pri*ada de eJperiXn&ias

signi+i&antes-

Um dos aspe&tos re'e*antes da *ida de &'asse .aiJa 8 a ag'omeração ou

se4a muitas pessoas *i*endo 4untas num espaço peTueno- A ag'omeração no

entanto pode não ser pre4udi&ia' para a &riança durante grande parte de seu

primeiro ano de *ida- Em.ora não tenWamos &erte#a disso 8 &on&e.*e' Tue um

.e.X no meio de um grande nVmero de pessoas Tue *i*em num Tuarto possa

rea'mente re&e.er uma amp'a *ariedade de estmu'os *isuais e auditi*os Tue

+a&i'itarão seu desen*o'*imento mais do Tue as &ondiçes tpi&as das &'asses mais

pri*i'egiadas durante Tuase todo o seu primeiro ano de *ida-

Entretanto durante o segundo ano de *ida as &ondiçes de *ida num

am.iente superpo*oado seriam a'tamente pre4udi&iais- A medida Tue a &riança&omeça a atirar o.4etos e a desen*o'*er seus pr<prios m8todos de 'o&omoção &ia

está su4eita a atrapa'War adu'tos 4á ma')Wumorados e preo&upados &om seus

pr<prios pro.'emas de so.re*i*Xn&ia- !ais &onsideraçes são &o'o&adas

dramati&amente na o.ra de Leis ">?D>$ Los Hi4os de San&We# estudo

antropo'<gi&o da *ida em &ondiçes de po.re#a- Em ta' atmos+era de ag'omeração

as ati*idades %s Tuais a &riança pre&isa s& dedi&ar a +im de desen*o'*er seus

interesses e Wa.i'idades são Tuase Tue ine*ita*e'mente &ontidas-

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 A'8m disso a partir do ter&eiro ano de *ida a imitação de no*os padres

de*eria estar .em esta.e'e&ida e pro*er me&anismos para a aprendi#agem da

'inguagem +a'ada- A *ariedade de padres 'ing1sti&os para serem imitados

+orne&ida pe'os mode'os adu'tos nas &'asses mais .aiJas não s< 8 muito 'imitada

mas tam.8m errada tendo em *ista os padres da es&o'ari#ação posterior- Mais

ainda a partir do momento em Tue a &riança desen*o'*eu um &erto nVmero de

ps&udo)pa'a*ras e adTuiriu o 'earning set "no sentido usado por Har'o$ de Tue 9as

&oisas tXm nomes9 e &omeça a perguntar 9o Tue 8 istoY9 muito pro*a*e'mente não

o.terá respostas ou o.terá respostas puniti*as Tue ini.irão as perguntas- O +ato de

os pais estarem preo&upados &om os pro.'emas asso&iados % po.re#a e suas

&ondiçes de *ida deiJa)os &om uma &apa&idade redu#ida para se preo&uparem

&om o Tue a seu *er não passam de perguntas sem sentido +eitas por uma &riança

tagare'a- ;om pou&os o.4etos e pou&o espaço para .rin&ar as &ir&unstn&ias

am.ientais da &'asse .aiJa o+ere&em pou&as oportunidades para os tipos de

en&ontros am.ientais ne&essários ao desen*o'*imento adeTuado de uma &riança

>(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

de dois anos Tuer do ponto de *ista do ritmo Tuer na direção ne&essária %

adaptação a uma &u'tura a'tamente te&no'<gi&a-

Se esta aná'ise de ga.inete ti*er a'gum *a'or pode)se &on&'uir Tue o

desen*o'*imento da &riança peTuena nas &ir&unstn&ias ag'omeradas da po.re#a

pode se dar sem pro.'emas durante o primeiro ano de *ida &omeça a re*e'ar a'gum

retardamento durante o segundo ano e mostra)se ainda mais retardado durante os

ter&eiro Tuarto e Tuinto anos de *ida- muito pro*á*e' Tue o retardamento Tue

o&orre durante o segundo ano e at8 mesmo durante o ter&eiro ano de *ida possa

ser re*ertido num grau &onsiderá*e' atra*8s do +orne&imento de &ir&unstn&iasam.ientais adeTuadas ou de es&o'as maternais ou &entros de &uidado diário "semi)

internatos$ para &rianças a partir de trXs anos de idade- Assim a aná'ise Tue rea'i#ei

.aseado em grande parte naTui'o Tue aprendi &om iaget ">?(D$ e em minWas

pr<prias o.ser*açes do pro&esso de desen*o'*imento nos anos pr8)es&o'ares

poderia ser testada- !a'*e# se4a interessante re*e'ar Tue o Qr- Ina U#giris e eu

estamos tentando desen*o'*er uma maneira de usar os esTuemas sens<rio)moto)

res e os primeiros esTuemas sim.<'i&os des&ritos por iaget para os trXs primeirosanos de *ida da &riança &om a +ina'idade de desen*o'*er um m8todo de a*a'iação

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do desen*o'*imento inte'e&tua' e moti*a&iona'- Se nossos es+orços +orem .em)

su&edidos resu'tarão num instrumento Tue permitirá determinar Tuando e &omo as

&ondiçes de desen*o'*imento em &ir&unstn&ias superpo*oadas da po.re#a

&omeçam a resu'tar em retardamento e3ou apatia-

EnriTue&imento pr8)es&o'ar e o pro.'ema do empare'Wamento

 A Xn+ase tradi&iona' da edu&ação so.re as Wa.i'idades num8ri&as e *er.ais

pode nos desen&aminWar na tentati*a de desen*o'*er um programa de

enriTue&imento pr8)es&o'ar- Se as o.ser*açes de iaget ">?CF$ estão &orretas a

'inguagem +a'ada ou se4a o aspe&to motor da &apa&idade de 'inguagem *em

apenas depois Tue as imagens ou os pro&essos &entrais Tue representam o.4etos e

e*entos se desen*o'*eram a partir de en&ontros repetidos &om estes o.4etos e

e*entos- O +ato de &Wimpan#8s serem &apa#es de dissimu'ar seus o.4eti*os mesmo

na ausXn&ia da &apa&idade de +a'ar "He.. e !Wompson >?FC$ &on+irma a id8ia de

iaget a um n*e' de &omparação +i'ogen8ti&a- E pro*á*e' Tue o 'eitor tenWa

&onWe&imento do +ato de Tue - c- Moore da a'e

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>(>

Uni*ersitP tem ensinado &rianças em idade pr8)es&o'ar a 'er &om a a4uda de

uma máTuina de es&re*er e'8tri&a 'igada a um sistema e'etr]ni&o de arma#enagem

e de re&uperação de in+ormaçes- O +ato de as &rianças ap<s a aprendi#agem do

re&onWe&imento das 'etras atra*8s do ato de pressionar a te&'a adeTuada de uma

máTuina de es&re*er serem &apa#es de des&o.rir espontaneamente Tue podem

desenWar estas 'etras &om gi# num Tuadro negro 8 um apoio % tese da prima#ia da

imagem- A'8m disso Moore o.ser*ou Tue o &ontro'e mus&u'ar destas &rianças de

Tuatro anos de idade Tue pare&em ter adTuirido imagens s<'idas das 'etras no

de&orrer de suas eJperiXn&ias &om &ias na máTuina de es&re*er &orresponde ao&ontro'e tpi&o de &rianças de sete ou oito anos de idade "&omuni&ação pessoa' do

autor$-

O Tue pare&e importante num programa de enriTue&imento pr8)es&o'ar 8 o

+orne&imento de oportunidades de en&ontros &om &ir&unstn&ias Tue promo*erão o

desen*o'*imento desses pro&essos &entrais semi)aut]nomos Tue podem ser*ir

&omo imagens representati*as de o.4etos e de e*entos & Tue podem se tornar

pontos de re+erXn&ia para os sm.o'os +a'ados ne&essários nas &om.inaçes de+onemas da 'inguagem +a'ada ou es&rita- Os resu'tados o.tidos por Moore tam.8m

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sugerem Tue estes pro&essos semi)aut]nomos se adeTuadamente desen*o'*idos

podem ser*ir de .ase para o &ontro'e motor- Estas &onsideraçes sugerem Tue um

programa de enriTue&imento pr8)es&o'ar adeTuado de*eria permitir Tue as &rianças

en&ontrassem uma *ariedade de o.4etos & &ir&unstn&ias- Sugerem tam.8m Tue as

&rianças de*eriam ter a oportunidade de imitar uma *ariedade amp'a de mode'os de

ação e de 'inguagem- O perigo de tentar pres&re*er materiais e mode'os no estágio

de &onWe&imentos em Tue nos en&ontramos entretanto .aseia)se no +ato de Tue

as pres&riçes podem não o+ere&er um empare'Wamento adeTuado &om aTui'o Tue

a &riança 4á arma#enou- O +ato de os pro+essores .asearem suas eJpe&tati*as em

suas eJperiXn&ias &om &rianças &u'tura'mente pri*i'egiadas torna o pro.'ema do

empare'Wamento espe&ia'mente perigoso e inTuietante Tuando *ão tra.a'War &om

de+i&ientes &u'turais-

 A *o'ta % &ontri.uição de Montessori

Qiante dos perigos das tentati*as de pres&rição de programas de

enriTue&imento para &rianças pr8)es&o'ares seria &on*eniente reeJaminar as

&ontri.uiçes edu&a&ionais de Maria Montessori amp'a

>(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

mente esTue&idas nos Estados Unidos- Qe +ato at8 o V'timo mXs de agosto

de >?D eu teria identi+i&ado M- Montessori di#endo apenas Tue e'a desen*o'*eu um

tipo de 4ardim de in+n&ia e +oi uma ino*adora edu&a&iona' Tue &ausou grande

&e'euma no in&io deste s8&u'o- oi então Tue tomei &ontato &om seu tra.a'Wo

atra*8s de an Smeds'und psi&<'ogo norueguXs Tue me mostrou durante uma

&on+erXn&ia na Uni*ersidade de ;o'orado Tue Montessori Wa*ia dado uma so'ução

práti&a para aTui'o Tue eu denominara 9pro.'ema do empare'Wamento9-

uando eJaminei a .i.'iote&a &m .us&a de materia' so.re Montessorides&o.ri Tue uma roman&ista QorotWP ;- isW&r Wa*ia passado o in*erno de >?>)

>?>> na ;asa dei Bam.ini em Roma e Tue retornara para es&re*er um 'i*ro so.re

o tra.a'Wo montessoriano- Este 'i*ro &Wamado A Montessori MotWerb >?>$ ta'*e#

ainda se4a a me'Wor introdução ao tra.a'Wo de Montessori- M- Standing ">?F@$ e

Nan&P Ram.us&W ">?D$ es&re*eram 'i*ros Tue atua'i#aram estes registros e o 'i*ro

de Ram.us&W &ont8m um 'e*antamento .i.'iográ+i&o &omp'eto do materia'

dispon*e' so.re a o.ra de Montessori-

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Qo meu ponto de *ista a &ontri.uição de Montessori 8 espe&ia'mente

interessante porTue .aseia seus m8todos de ensino no interesse espontneo da

&riança pe'a aprendi#agem isto 8 naTui'o Tue tenWo &Wamado de 9moti*ação

intrnse&a9- A'8m disso dá uma Xn+ase espe&ia' ao pape' da o.ser*ação das

&rianças +eita pe'o pro+essor a +im de des&o.rir Tue tipos de &oisas in&enti*a seu

&res&imento & interesses indi*iduais- A'8m disso &o'o&a grande Xn+ase naTui'o Tue

denominou pro&essos sensoriais e Tue atua'mente poderiam ser &Wamados mais

adeTuadamente de pro&essamento de in+ormaçes- O +ato de e'a ter dado grande

Xn+ase ao treinamento dos pro&essos sensoriais +oi uma das maiores &ausas Tue

'e*aram seu tra.a'Wo a +i&ar +ora da &orrente prin&ipa' do pensamento e da práti&a

edu&a&ionais nos Estados Unidos antes da rimeira rande uerra- Sua Xn+ase era

muito dissonante da Xn+ase ameri&ana na aprendi#agem atra*8s da resposta mais

do Tue atra*8s da estimu'ação sensoria' ou do pro&essamento de in+ormaçes- A

partir da preo&upação &m o.ser*ar &uidadosamente o Tue interessa*a a unia &ri)

ança Montessori des&o.riu uma amp'a *ariedade de materiais pe'os Tuais as

&rianças re*e'a*am um grande interesse espontneo-

 A'8m disso Montessori Tue.rou a rotina na edu&ação de &rianças peTuenas-

Em suas es&o'as não Wa*ia o menor empenWo no sentido de manter todas as

&rianças +a#endo as mesmas &oisas ao mesmo tempo-

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>((

 Ao &ontrário &ada &riança tinWa 'i.erdade para +a#er aTui'o Tue a inte)

ressasse- Isto signi+i&a Tue e'a tinWa 'i.erdade para persistir numa dada tare+a

durante o tempo em Tue esti*esse interessada podendo mudar de ati*idade

sempre Tue a mudança 'We pare&esse apropriada- Em re'ação a este aspe&to uma

das o.ser*açes interessantes +eitas por isWer di# respeito ao 'ongo 'apso detempo em Tue as &rianças permane&em interessadas em &ertas ati*idades so.

determinadas &ir&unstn&ias- EnTuanto os &onWe&imentos a&umu'ados a respeito de

&rianças pr8)es&o'ares a+irmam Tue a nature#a das ati*idades de*e ser mudada a

&ada > ou >F minutos na es&o'a materna' isWer des&re*eu &rianças Tue

permane&iam a.sor*idas em ati*idades &omo a.otoar e desa.otoar uma +i'eira de

.otes durante duas ou mais Woras-

Em ter&eiro 'ugar o m8todo montessoriano a.range &rianças de trXs a seisanos de idade numa mesma &'asse- Qo ponto de *ista da epigXnese do

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desen*o'*imento inte'e&tua' ta' esTuema tem a *antagem de o+ere&er a &rianças

peTuenas uma amp'a *ariedade de mode'os para serem imitados- A'8m disso

+orne&e a &rianças mais *e'Was a oportunidade de a4udar a ensinar as mais no*as-

 A4udar a ensinar 8 uma tare+a .astante auto)re+orçadora-

E pro*á*e' Tue a prin&ipa' *antagem do m8todo de Montessori este4a no +ato

de +orne&er a &ada &riança a oportunidade de en&ontrar &ir&unstn&ias Tue se

empare'Wam &om seus pr<prios interesses e estágio de desen*o'*imento- Este +ato

tem &omo &oro'ário a *antagem de +a#er da aprendi#agem a'go agradá*e'-

EJiste ainda uma outra *antagem de espe&ia' interesse para aTue'es Tue

+inan&iam os programas de enriTue&imento pr8)es&o'ar- A primeira pro+essora

montessoriana era uma ado'es&ente +i'Wa do superintendente das residXn&ias em

uma +a*e'a de Roma onde a primeira ;asa dei Bam.ini +oi a.erta em >?@-

NaTue'a es&o'a uma 4o*em ensinou &om su&esso ou digamos preparou para a

aprendi#agem &inT1enta a sessenta &rianças de trXs a seis anos de idade- Qisse

9&om su&esso9 porTue segundo isWer ">?>$ uma proporção su.stan&ia' destas

&rianças aprendeu a 'er Tuando ainda &onta*a &in&o anos de idade- A'8m disso

aprenderam espontaneamente atra*8s de sua pr<pria moti*ação intrnse&a e ao

Tue tudo indi&a gostaram do pro&esso- Esta o.ser*ação *em sugerir Tue a

&ontri.uição de Montessori pode ter importantes imp'i&açes e&on]mi&as-

>(C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Re+erXn&ias .i.'iográ+i&as

Bea&W - A- 9;urrent ;on&epts o+ 'aP in Anima's9 Amer- Natur- >?CF @?

F()FC>-

B&reiter ; e S- Eng'emann !ea&Wing ;u'tura''P Qepri*ed ;Wi'dren in

res&Woo'- Eng'&ood ;'i++s renti&e)Ha'' >?DD-B&r'Pne Q- E- ;on+'i&t Arousa' and ;uriositP- No*a or M&ra)Hi'' >?D-

BeJton `- H- `- Heron e!- H- S&ott 9E++e&ts o+ Qe&reased ariation in tWe

SensorP En*ironment9 ;anad- - sP&Wo' >?FC G @)@D-

Boring E- - A HistorP o+ EJperimenta' sP&Wo'ogP- No*a or App'eton

>??-

Brattgard S- O- 9!We Importan&e o+ AdeTuate Stimu'ation +or tWe ;Wemi&a'

;omposition o+ Retina' ang'ion ;e''s during Ear'P ostnata' Qe*e'opment9 A&taRadio' Esto&o'mo >?F Sup'- ?D-

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B1W'&r c- 9Qisp'easure and 'easure in Re'ation to A&ti*itP9- In: M- L-

HePmert "org-$ ee'ings and Emotions: tWe `itten.erg SPmposium- `or&ester

;'ar Uni*ersitP ress >?G &ap- >C-

But'er R- A- 9Qis&rimination Learning .P ResWus MonePs to isua'

EJp'oration Moti*ation9 - ;omp- sP&Wo' >?F( CD ?F)?G-

 ^9!W& Qi++erentia' E++e&t o+ isua' and AuditorP In&enti*es on tWe er+orman&e

o+ MonePs9 Amer- - sP&Wo' >?FG @> F?>)F?(-

;armi&Wa&' L- 9!We Qe*e'opment o+ BeWa*ior in erte.rates

EJperimenta''P Remo*ed +rom tWe In+'uen&e o+ EJterna'

Stimu'ation sP&Wo'- Re*- >?D (( F>)FG- ^9A urtWer StudP o+ tWe

Qe*e'opment o+ BeWa*ior in

erte.rates EJperimenta''P Remo*ed +rom tWe In+'uen&e o+ 

EJterna' Stimu'ation9 sP&Wo'- Re*- >?@ (C (C)C@- ^9A urtWer StudP o+

tWe Qe*e'opment o+ BeWa*ior9

sP&Wo'- Re*- >?G (F F()D- ;atte'' - M&c 9Menta' !ests and

Measurements9 Mind >G? >F

(@()(G>- ;ogWi'' - E- AnatomP and tWe ro.'em o+ BeWa*ior-

;am.ridge ;am.ridge Uni*ersitP ress >??- ;ru#e `- ` 9Maturation and

Learning in ;Wi&s9 - ;omp- sP&Wo'

>?(F >? (@>)C?- ^36Maturation and Learning A.i'itP9 sP&Wo' Monogr-

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>(F

>?(G F nlF-

Qarin ; Origin o+ tWe Spe&ies Londres MurraP >GF?- ^!We EJpressions

o+ tWe Emotions in Man and Anima's-

No*a or App'eton >G@( "edição origina': Londres MurraP>G@$-

QasWie'' - R undamenta's o+ O.4e&ti*e sP&Wo'ogP- Boston HougWton

Mi++'in >?G-

Qem.er `- N R- `- Ear' e N- aradise 9Response .P Rats to Qi++erentia'

Stimu'us ;omp'eJitP9 - ;omp- sP&Wo' >?F@ F F>C)F>G- Qenen.erg -

H- 9!We E++e&ts o+ Ear'P EJperien&e9 in E- S- E- Ha+e#

"org-$ !We BeWa*iour o+ Qomesti& Anima's- Londres Ba''ikre

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!inda'' and co&W >?D- Qennis `- 9;auses o+ Retardation Among

Institutiona' ;Wi'dren9 3-

enet- sP&Wo'- >?D ?D C@)F?- Qennis `- e Marsena - Qennis 9!We

E++e&t o+ Restri&ted ra&ti&e

upon tWe Rea&Wing Sitting and Standing o'6!o In+ants9 3- enet-

sP&Wo' >?(F C@ >)?- ^-9In+ant Qe*e'opment Under ;onditions o+

Restri&ted

ra&ti&e and Minimum So&ia' Stimu'ation: a re'iminarP Report9

- enet- sP&Wo'- >?(G F( >F>)>FD- ^9!We E++e&t o+ ;rad'ing ra&ti&e

Upon tWe Onset o+ 

`a'ing in Hopi ;Wi'dren9 3- enet- sP&Wo'- >?C FD @@)GD- ^36In+ant

Qe*e'opment Under ;onditions o+ Restri&ted

ra&ti&e and Minimum So&ia' Stimu'ation9 enet- sP&Wo'-

Monogr- >?C> ( >C?)>FF- Qeuts&W ;- - 9AuditorP Qis&rimination and

Learning So&ia' a&tors9

Merri'')a'mer uart- >?DC >- QeeP - !We S&Woo' and So&ietP- ;Wi&ago

Uni*ersitP o+ ;Wi&ago

ress WoeniJ Boos ( >?D "Ia edição em >?$- ^!We ;Wi'd and tWe

;urri&u'um- ;Wi&ago Uni*ersitP o+ 

;Wi&ago ress WoeniJ Boos ( >?D "Ia edição em >?$- ar.&r I- E-

9Response iJation Under AnJietP and Non)AnJietP

;onditions9 3- EJp- sP&Wo' >?CG (G >>>)>(>- eni&We' O- !We

sP&Woana'Pti& !WeorP o+ Neurosis- No*a or Norton

>?CF-

isWer QorotWP ;an+ie'd AMontessori MotWer- No*a or Ho't RineWart

and `inston >?>- ise Q- `- e S- R- Maddi un&tions o+ ariedEJperien&e- Homeood

>(D

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

QorseP ress >?D>- reedman A- 9Qri*e ;onditioning in `ater Qepri*ation9-

!ese de

doutoramento não pu.'i&ada Uni*ersitP o+ I''inois >?F@- reeman - L-

Introdu&tion to WPsio'ogi&a' sP&Wo'ogP- No*a or

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Rona'd ress >?(C- reud S- 9!We Interpretation o+ Qreams9- In: A- A- Bri''

"trad e org-$

!We Basi& `ritings o+ Sigmund reud- No*a or Modern

Li.rarP >?(G "!We Interpretation o+ Qreams edição origina' em

>?$-

 ^ 9!We sP&WopatWo'ogP o+ E*erPdaP Li+e9- In: A- A- Bri''

"trad e org-$ !We Basi& `ritings o+ Sigmund reud- No*a or Modern

Li.rarP >?(G "!Wree ;ontri.utions to tWe !WeorP o+ SeJ edição origina' em >?F$-

 ^ 9Instin&ts and tWeir i&issitudes9 ;o''e&ted apers C

p- D)G(- Londres HogartW >?@ "Instin&ts and tWeir i&issitudes edição

origina' em >?>F$-

 ^!We ro.'em o+ AnJietP "H- A- Buner trad-$- No*a or

Norton >?(D "Hemmung SPmp'on un&i Angst edição origina' em >?D$-

roe.e' !We Edu&ation o+ Man "`- H- Hai'mann trad-$- No*a or

 App'eton >G?D "Qie Mens&Wener#ieWung edição origina' em >GD$-

a'ton HereditarP enius: an InTuirP into its Las and ;onseTuen&es-

Londres Ma&mi''an >GD?-

auron E- e`- ;- Be&er 9!We E++e&ts o+ Ear'P SensorP Qepri*ation on

 Adu't Rat BeWa*ior under ;ompetition Stress: an Attempt at Rep'i&ation o+ a StudP

.P A'eJander `o'+ - ;omp- WPsio'- sP&Wo'- >?F? F DG?)D?(-

ese'' A- !We Em.rPo'ogP o+ Human BeWa*ior: tWe Beginnings o+ tWe Human

Mind- No*a or Harper f Ro >?CF-

 ^9!We Ontogenesis o+ In+ant BeWa*ior9- In: L- ;armi&Wae'

"org-$ Manua' o+ ;Wi'd sP&Wo'ogP- No*a or oWn `i'eP >?FC &ap- D-

ese'' A- e He'en !Wompson 9Learning and rotW in Identi&a' !in

In+ants9 enet- sP&Wo'- Monogr- >?? D >)>C-oddard H- H- !We ca''ia ami'P: a StudP in tWe HereditP o+ee.'e)

Mindedness- No*a or Ma&mi''an >?>-

o'dman a&Tue'in R- 9!We E++e&ts o+ Hand'ing and SWo&ing in

O uso de programas pre)es&o'ares de enriTue&imento

>(@

In+an&P upon Adu't BeWa*ior in tWe A'.ino Rat9 i+- enet-

sP&Wo'- >?D( >(>)(>- oodenougW 'oren&e 9A ;ritiTue o+EJperiments on Raising tWe I--9

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Edu&-MetW- >?(? >?@()@?- utWrie E- R- !We sP&Wo'ogP o+ Human

;on+'i&t: tWe ;'asW o+ Moti*es itWin tWe Indi*idua'- No*a or Harper f Ro >?(G-

Ha'' ;- S- 9Emotiona' BeWa*ior in tWe Rat: I- Qe+e&ation and Urination

as Measures o+ Indi*idua' Qi++eren&es in Emotiona'itP9 3 ;omp-

sP&Wo'- >?(C >G(GF)C(- Ha'' M- Ne Memoire on tWe Ner*ous SPstem-

Londres ro&- RoPa'

 A&ad- >GC(-

Har'o H- 9Learning and Satiation o+ Response in Intrinsi&a''P Moti*ated

;omp'eJ u##'e er+orman&e .P MonePs93 ;amp- WPsio'- >?F C( G?)?C-

 ^9!We Nature o+ Lo*e9 Amer- sP&Wo'ogist >?FG>(D@()

DGF-

Har'o H- M- c- Har'o e Q- R- MePer 9Learning Moti*ated .P a

Manipu'ation Qri*e9 - EJp- sP&Wo' >?F C- G)(C-

Har*eP - - Q- E- Hunt e H- M- S&Wro&der ;on&eptua' SPstems and

ersona'itP Organi#ation- No*a or oWn `i'eP >?D>-

He.. Q- - 9On tWe Nature o+ ear9 sP&Wo'- Re*- >?CD F( F?)@D-

 ^9!W& E++e&ts o+ Ear'P EJperien&e on ro.'em)So'*ing at

MaturitP9 Amer- sP&Wo'ogist >?C@ (D)(@-

 ^!We Organi#ation o+ BeWa*ior- No*a or oWn `i'eP

>?C?-

He.. Q- - eA-!- Ri&sen 9!We enesis o+ Irrationa' ears9 Bu''- ;anad-

sP&Wo'- Asso&- >?C( ( C?)F- He.. Q- - & `- R !Wompson 9!We So&ia'

Signi+i&an&e o+ Anima'

Studies9- In: - Lind#eP "org-$ Hand.oo o+ So&ia' sP&Wo'ogP-

Reading Addison `es'eP >?FC &ap- >F- He.. Q- - e c-`i''iams 9A

MetWod o+ Rating Anima' Inte''igen&e9 -enet- sP&Wo'- >?CD (C F?)DF- H&ndri& I- 9!We Qis&ussion o+ tWe 6instin&t

to master69 sP&Wouna'-

uart- >?C( >FD>)FDF- Hernande#)eon R- H- S&Werrer e M- ou*et

9Modi+i&ation o+ E'e&tri&

 A&ti*itP in ;o&W'ear Nu&'eus during 6attention6 in UnanestWeti#ed

;ats9 S&ien&e >?FD >( ((>)((- Hi'gard osepWine R- 9Learning and

Maturation in re)S&Woo'>(G

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Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

;Wi'dren9 3 enet- s*&Wo' >?( C> (F)FD- Ho'mes ran&es B- 9An

EJperimenta' StudP o+ ;Wi'dren6s ears9- In: A-

!- ersi'd e ran&es B- Ho'mes "orgs-$ ;Wi'dren6s ears- No*a

or !ea&Wers ;o''ege ;o'um.ia Uni*ersitP ";Wi'd Qe*e'opm-

Monogr- $ >?(F- Ho't E- B- Anima' Qri*e and tWe Learning ro&ess- No*a

or Ho't

RineWart and `inston >?(>- Hu'' ;- L- 9oa' Attra&tion and Qire&ting Ideas

;on&ei*ed as Ha.it

Wenomena9- sP&Wo'- Re*- >?(> (G CG@)FD-

 ^prin&ip'es o+ BeWa*ior- No*a or App'eton >?C(-

Hunt - M&- 9!We E++e&ts o+ In+ant eeding)rustration upon Adu't

Hoarding in tWe A'.ino Rat9- - A.norm- So&- sP&Wo'- >?C> (D

((G)(D-

 ^36EJperimenta' sP&Woana'Psis9- In: - L- Harriman "org-$

En&P&'opaedia o+P&Wo'ogP- No*a or Wi'osopWi&a' Li.rarP >?CF-

 ^9sP&WoseJua' Qe*e'opment: tWe In+ant Qis&ip'ines- Manus&rito in8dito de

um &aptu'o es&rito para o BeWa*iora' S&ien&e and ;Wi'd Rearing >?FD-

 ^-9EJperien&e and tWe Qe*e'opment o+ Moti*ation: Some

Reinterpretations ;Wi'd Qe*e'opm- >?D (> CG?)FC-

 ^inte''igen&e and EJperien&e- No*a or Rona'd >?D>-

 ^36Moti*ation InWerent in In+ormation ro&essing and

 A&tion9- In: - - Har*eP "org-$ ;ogniti*e a&tors in Moti*ation and So&ia'

Organi#ation- No*a or Rona'd >?D("a$-

 ^36iaget6s O.ser*ations as a Sour&e o+ HPpoteses

;on&erning Moti*ation Merri'')a'mer uart- >?D( ? D()@F ".$-Hunt - M&- & Z- Luria 9In*estigations o+ tWe E++e&ts o+ Ear'P EJperien&e in

Su.)Human Anima's9- Manus&rito in8dito de um &aptu'o es&rito para o BeWa*iora'

S&ien&e and ;Wi'd Rearing >?FD-

Hunter `- S- 9!We Qe'aPed Rea&tion in Anima's and ;Wi'dren9 BeWa*-

Monogr- >?> nl > >)GF-

 ^36!We !empora' Ma#e and cinaestWeti& SensorP ro&esses in tWe `Wite Rat9

sP&Wo.ioi >?>G ((?)(F>-

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HPd8n H- 9Bio&Wemi&a' ;Wanges in 'ia' ;e''s and Ner*e ;e''s at arPing

 A&ti*itP9- In: - Brii&e "org-$ ro&- CtW Internat- ;ongr- Bio&Wem- HI- Bio&WemistrP o+

tWe ;entra' Ner*ous SPstem- Lon)

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>C

dres ergamon >?F?- ^9!We Neuron9- In: - Bra&Wet e A- E- MirsP "orgs-$

!We

;e'': Bio&WemistrP WPsio'ogP MorpWo'ogP I- Spe&ia'i#ed

;e''s- No*a or A&ademi& ress >?D p- >F)((- Irin - ; 9!We

 Amount and Nature o+ A&ti*ities o+ Ne.orn In+ants

under ;onstant EJterna' Stimu'ating ;onditions during tWe irst

!en QaPs o+ Li+e9 enet- sP&Wo'- Monogr- >?( G >?- oWn - eL- S-

o'dstein 9!We So&ia' ;onteJt o+ Language A&Tuisition9

Merri'')a'mer uart- >?DC >- cW'&r `- !We Menta'itP o+ Apes- No*a or

Har&ourt >?F- Lamar& - ;We*a'ier de Zoo'ogi&a' Wi'osopWP "trad do

Wi'osopWi&

#oo'ogiTue por H- E''iot$- Londres Ma&mi''an >?>C "Ia edição

>G?$-

Le*ine S- - A- ;We*a'ier e S- - cor&Win 9!We E++e&ts o+ Ear'P SWo& and

Hand'ing on Later A*oidan&e Learning9 - ers- >?FD C C@()C?(-

Leis - !We ;Wi'dren o+ San&We#- No*a or Random House >?D>-

Li.&rman R- 9Retina' ;Wo'inesterase and 'P&o'Psis in Rats Raised in

Qarness9 S&ien&e >?D >(F(@)(@(- M&Qouga'' `- An Introdu&tion to

So&ia' sP&Wo'ogP- Boston Lu&e

>?G-

M&ra MPrt'e B- rotW: a StudP o+ oWnnP and immP- No*a or App'eton >?(F-

Me'ton A- `- 9Learning9- In: `- S- Munroe "org-$ En&P&'opedia o+ 

Edu&ationa' Resear&W- No*a or Ma&mi''an >?C>- Mi''er - A- E- H-

a'ant&r e c- H- ri.ram 'ans and tWe Stru&ture o+ 

BeWa*ior- No*a or Ho't RineWart and `inston >?D- Mi''er N- E- e -

Qo''ard So&ia' Learning and Imitation- Ne Ha*en

a'e Uni*ersitP ress >?C>- MontgomerP c- ; 9A !est o+ !o EJp'anationso+ Spontaneous

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 A'ternation9 - ;omp- WPsio'- sP&Wo' >?F CF G@)?(- ^-9EJp'oratorP

BeWa*ior as a un&tion o+ 6Simi'aritP6 o+ 

Stimu'us Situations93- ;omp- WPsio'- sP&Wo' >?F( CD >?)

>((-

 ^9!We Re'ation Beteen ear Indu&ed .P No*e' Stimu'ation and EJp'oratorP

BeWa*ior9 - ;omp- WPsio' sP&Wo' >?FFCG FC)D-

MontgomerP c- ; e M- Sega'' 9Qis&rimination Learning Based upon tWe

>C>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

EJp'oratorP Qri*e9 - ;omp- WPsio' sP&Wo'- >?FFCGF)G-

Morgan ;- L- An Introdu&tion to ;omparati*e sP&Wo'ogP ") edição$-

Londres S&ott >?? "Ia edição >G?C$-

Morer - H- Learning !WeorP and BeWa*ior- No*a or oWn `i'eP >?D-

Nee'' A- - ;- SWa e H- A- Simon 9E'ements o+ a !WeorP o+ Human

ro.'em So'*ing9 sP&Wo'- Re*- >?FG DF >F>)>DD-

Nissen H- ` 9A StudP o+ EJp'oratorP BeWa*ior in tWe `Wite Rat .P Means o+

tWe O.stru&tion MetWod9 - enet- sP&Wo'- >?( (@ (D>)(@D-

Or'ansP H- 9In+ant ;are and ersona'itP9 sP&Wo'- Bu'i >?C?CD> )CG-

Osgood ;- E- 9!We Nature and Measurement o+ Meaning9 sP&Wo'

Bu''- >?F C? >?)(@- iag&t - !We Origins o+ Inte''igen&e in ;Wi'dren

"trad de Margaret

;oo$- No*a or Internationa' Uni*ersities >?F "Ia edição

>?(D$-

 ^'aP Qreams and Imitation in ;Wi'dWood "trad de ;-

attegno & - M- Hodgson$- No*a or Norton >?F>- u.'i&ado

origina'mente so. o ttu'o La +ormation du sPm.o'e &We# en+ant >?CF- ^!We sP&Wo'ogP o+ Inte''igen&e "trad de M- ier&P e Q- E-

Ber'Pn&$- Londres Rout'edg& f c&gan au' >?C@- ri.ram c- H- 9A Re*ie

o+ !WeorP in WPsio'ogi&a' sP&Wo'ogP9

 Annu- Re*- sP&Wo'-- >?D >> >)C- ruette Lorine - Stan'eP Ha'': a

BiograpWP o+ a Mind- No*a or

 App'eton >?D-

Ram.us&W Nan&P M- Learning Ho to Learn: an Ameri&an Approa&W toMontessori- Ba'timore He'i&on ress >?D-

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Ras&W E- H- Si+t A- H- Riesen e c- L- ;Wo 9A'tered Stru&ture and

;omposition o+ Retina' ;e''s in Qar)Reared Mamma's9 EJp- ;e''- Res- >?D>F

(CG)(D(-

Ra#ran - 9!We O.ser*a.'e Un&ons&ious and tWe In+era.'e ;ons&ious in

;urrent So*iet sP&WopWPsio'ogP: Intero&epti*e ;onditioning Semanti&

;onditioning and tWe Orienting Re+'eJ9 sP&Wo'- Re*- >?D> DG G>)>C@-

Riesen A- H- 9'asti&itP o+ BeWa*ior: sP&Wo'ogi&a' Aspe&ts9- In: H- - Har'o

e ;- N- `oo'seP "orgs-$ Bio'ogi&a' and Bio&Wemi&a' Bases

O uso de programas pr8)es&o'ares de enriTue&imento

>C

o+ BeWa*ior- Madison Uni*ersitP o+ `is&onsin ress >?FG p- CF)CF-

Romanes - - Anima' Inte''igen&e- No*a or App'eton >GG( ">GG$-

 ^Menta' E*o'ution in Anima's- No*a or App'eton >GGC

">GG($-

Rose - E- e ;- N- `oo'seP 9!We Re'ations o+ !Wa'ami& ;onne&tions

;e''u'ar Stru&ture and E*o&a.'e E'e&tri&a' A&ti*itP in tWe AuditorP Region o+ tWe ;at9

- ;omp- Neuro' >?C? ?> CC>)CDD-

Rousseau - - Emi'e "trad de Bar.ara oJ'eP$- No*a or E*erPman6s

Li.rarP >?>D "Ia edição em >@D$- Sa'ama A- A- e - M&- Hunt 96iJation6 in

tWe Rat as a un&tion o+ 

In+anti'e SWo&ing Hand'ing and ent'ing93- enet- sP&Wo'-

>?DC >F >(>)>D- S&Wneir'a !- ; 9An E*o'utionarP and Qe*e'opmenta'

!WeorP o+ 

BipWasi& ro&esses Under'Ping Approa&W and `itWdraa'9- In:

M- R- ones "org-$ Ne.rasa SPmposium on Moti*ation Lin&o'n

Uni*ersitP o+ Ne.rasa ress >?F? p- >)C(- SWerrington ;- S- !Weintegrati*e A&tion o+ tWe Ner*ous SPstem- No*a

or S&ri.ner >?D- Simpson B- R- 9!We `andering I9 3- sP&Wo'- >?(?

@ (F>)(D@- See's H- M- & H- B- QPe 9A StudP o+ tWe E++e&ts o+ Qi++erentia'

Stimu'ation on Menta''P Retarded ;Wi'dren9 ro&- Amer- Asso&-

Ment- Qe+- >?(?CC >>C)>(D- Spit# R- A- 9!We Smi'ing Response: a

;ontri.ution to tWe Ontogenesis

o+ So&ia' Re'ations9 enet- sP&Wo'- Monogr- >?CD (C D@)>F-

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Standing E- M- Maria Montessori: Her Li+e and`or- resno A&ademP

Li.rarP ui'd >?F@- Stoddard - Q- e BetW L- `e''man 9En*ironment and

tWe I9 ear.-

Nat- So&- Stud- Edu& >?C (? "I$- CF)CC- !aP'or Q- ` 9!oard an

In+ormation ro&essing!WeorP o+ Moti*ation9-

In: M- R- ones "org-$ Ne.rasa SPmposium on Moti*ation-

Lin&o'n Uni*ersitP o+ Ne.rasa ress >?D p- F>)@?- !Wompson `- R- & `-

Heron 9!We E++e&ts o+ Restri&ting Ear'P

EJperien&e on tWe ro.'em)So'*ing ;apa&itP o+ Qogs9 ;anad-

- sP&Wo'- >?FCG >@)(>- !Worndie E- L- Edu&ationa' sP&Wo'ogP *o'- II

!We sP&Wo'ogP o+ 

>C(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Learning- No*a or ;o'um.ia Uni*ersitP ress >?>(- !Worndie E- L- e R-

S- `oodortW 9!We In+'uen&e o+ Impro*ement in

One Menta' un&tion upon tWe E++i&ien&P o+ otWer un&)

Vons9sP&Wo'- Re*- >?> G C@)D> (GC)(?F FF()FDC- `a'er A- E- e!-

 A- `ea*er r- 9O&u'ar Mo*ements +rom tWe O&&ipita'

Lo.e in tWe MoneP9 NeuropWPsioL >?C ( (F()(F@- `atson - B-

sP&Wo'ogP +rom tWe Standpoint o+ a BeWa*iorist-

i'ad8'+ia Lippin&ott >?>?- ^sP&Wo'ogi&a' ;are o+ In+ant and ;Wi'd- No*a

or

Norton >?G-

`atson - B- e R- RaPner 9;onditioned Emotiona' Rea&tions9 -

EJp-sP&Woi >?( >)>C- `&isrant# L- 9SensorP Qepri*ation and tWe ;at6s

Opti& Ner*ousSPstem9 Matore >?FG >G> "($ >C@)>F- `Wite R- ` 9Moti*ation

Re&onsidered: tWe ;on&ept o+ ;ompeten&e9

sP&Wo'- Re*- >?F? DD ?@)(((- `iener N- ;P.erneti&s- No*a or oWn

`i'eP >?CG- `o'+ A- 9!We QPnami&s o+ tWe Se'e&ti*e InWi.ition o+ Spe&i+i& un&tions

in Neuroses9 sP&Wosom- Med- >?C( F @)(G- `oodortW R- S- 9HereditP

and En*ironment: a ;riti&a' StudP o+ 

Re&ent'P u.'isWed Materia' on!ins and oster ;Wi'dren9 So&-S&i- Res- ;oun- Bu'' >?C> nB C@-

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(

Estrutura so&ia' 'inguagem e aprendi#agem

Basi' Bernstein2

Ningu8m em sã &ons&iXn&ia p'ane4aria um programa de ensino sem 'e*ar

em &onta a idade dos a'unos seu n*e' de maturidade inte'e&tua' e emo&iona' seus

interesses e e*identemente seus ante&edentes so&iais- No entanto a medida em

Tue estes +atores são &onsiderados *aria\ a'8m disso 8 igua'mente importante a

maneira &omo os 'e*amos em &onsideração- Neste artigo de+endemos o ponto de

*ista de Tue temos deiJado de &onsiderar de maneira sistemáti&a a re'ação entre

as eJperiXn&ias anteriores do a'uno e as medidas edu&a&ionais Tue 'We permitam

aprender &om su&esso- E isto não de&orre de uma ausXn&ia de in+ormaçes neste

&ampo- ários pesTuisadores tXm demonstrado a eJistXn&ia de uma re'ação entre

determinados aspe&tos da &riança e determinados aspe&tos do ensino- Muitas

*e#es o pro+essor e o pesTuisador a&a.am sendo a mesma pessoa mas tudo

indi&a Tue ainda estamos muito *o'tados para uma tentati*a de empare'Wamento

psi&o'<gi&o ou so&io'<gi&o-

Em.ora os &ursos espe&ia'i#ados na +ormação de pro+essores este4am

&ientes da importn&ia dos ante&edentes so&iais do a'uno e a So&io'ogia se4a

&onsiderada &omo um aspe&to importante dessa +ormação prati&amente não

dispomos de um programa de ensino Tue tenWa sido sistemati&amente p'ane4ado

para o a'uno pro*eniente da &'asse so&ia' mais .aiJa ) aproJimadamente *inte e

no*e por &ento da popu'ação- Isto não signi+i&a Tue não disponWamos de um

arsena' de re&ursos audio*isuais danças +o'&'<ri&as e mVsi&as de guitarra ou 'i*ros

de teJto para o aprendi# 'ento mas 9norma'9- Não +a'tam &onse'Wos ao pro+essor

so.re pro.'emas de dis&ip'ina desde sugestes de Tue 9os .rutos de

"2$ 9So&ia' Stru&ture Language and Learning9 Edu&ationa' Resear&W >?D>( p- >D()>@D- !radução de Maria He'ena S- atto-

>CC

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

*em aprender &om .rutos9 at8 Qa ino&Xn&ia % eJperiXn&ia: sem a a4uda da

pa'mat<ria- Segundo a'guns trata)se apenas de um pro.'ema de tamanWo da

&'asse\ estas pessoas não per&e.em Tue pode se tratar da seguinte Tuestão: Tue

tamanWo de &'asse para Tua' grupo espe&+i&o de &rianças normaisY A'gumaspesTuisas &ontemporneas *ieram mostrar Tue 8 err]neo sugerir Tue o tamanWo da

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&'asse 8 importante\ a'8m disso não temos &rit8rios para 4u'gar o Tue seria uma

di+erença signi+i&ati*a no nVmero de a'unos na &'asse- !rata)se de uma redução de

Tuarenta para trinta ou de uma redução para Tuin#eY Não seria mais importante

*eri+i&ar se os a'unos pro*Xm da &'asse m8dia ou da &'asse .aiJaY

Os pro.'emas gerais presentes no ensino de &rianças pro*enientes da &'asse

.aiJa Tuando &omparados &om os pro.'emas re+erentes ao ensino de &rianças de

&'asse m8dia não se re+erem ne&essariamente a pro.'emas de ensino de &rianças

Tue di+iram Tuanto % &apa&idade inata para aprender ta' &omo e*iden&iada pe'os

testes de inte'igXn&ia- Qe +ato Wá pro*as de Tue de*e Wa*er um nVmero a.so'uto

maior de &rianças &om n*e' inte'e&tua' muito a'to na &'asse .aiJa do Tue nos grupos

so&iais superiores-> O Tue importa 8 sa.er Tue eJiste uma re'ação parti&u'ar entre

os es&ores o.tidos em testes *er.ais e não)*er.ais de ap'i&ação &o'eti*a em

di+erentes grupos so&iais "por eJemp'o o !este Mi'' Hi'' deo&a.u'ário e as Matri#es

rogressi*as de Ra*&n$- Nos grupos de &'asse .aiJa os es&ores *er.ais

en&ontram)se .astante re.aiJados em re'ação aos es&ores mais a'tos o.tidos nos

testes não)*er.ais- Os es&ores o.tidos no teste *er.a' pe'a maioria das &rianças

perten&entes a este grupo gera'mente &aem na +aiJa m8dia do teste ao passo Tue

os es&ores o.tidos no teste não)*er.a' resu'tam numa &ur*a de distri.uição norma'

'igeiramente *iesada para a direita isto 8 na direção dos es&ores mais a'tos-

O desempenWo es&o'ar 4u'gado a partir da rea'i#ação em sa'a de au'a tem

uma re'ação &om os es&ores o.tidos no teste *er.a' &o'eti*o- Nestas &ir&unstn&ias

surge um padrão tota'mente &onsistente Tue re*e'a Tue enTuanto os es&ores

o.tidos pe'os meninos aproJimam)se do máJimo de pontos poss*e' no teste não)

*er.a' o Wiato entre os es&ores o.tidos nos dois tipos de teste aumenta-

eri+i&amos Tue esta di+erença

'-Esta a+irmação re+ere)se ao tota' de tra.a'Wadores manuais "a &onWe&ida&'asse tra.a'Wadora enTuanto grupo$ e não % &'asse tra.a'Wadora de n*e' mais

.aiJo tomada enTuanto su.grupo-

Estrutura so&ia' 'inguagem e aprendi#agem

>CF

atinge a ordem de pontos de I- Numa amostra de a'unos Tue +re)

T1enta*am uma renomada es&o'a pV.'i&a esta re'ação en&ontrada em a'unos da

&'asse .aiJa não se e*iden&iou- Os es&ores mais .aiJos no teste *er.a' o.tidospe'os meninos de &'asse .aiJa Tue o.ti*eram es&ores não)*er.ais a'tos poderiam

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ser pre*istos a partir da pri*ação 'ing1sti&a Tue eJperimentam em seu am.iente

so&ia'- Este +ato pe em re'e*o a Tuestão da re'ação entre inte'igXn&ia poten&ia' e

inte'igXn&ia atua' de um 'ado e edu&ação de outro-

 A 'u# do Tue sa.emos a partir de um grande nVmero de pesTuisas 8 poss*e'

sugerir a eJistXn&ia de um padrão de di+i&u'dades sentidas pe'o a'uno de &'asse

.aiJa ao tentar en+rentar o ensino ta' &omo e'e se pro&essa em nossas es&o'as- E

e*idente Tue este padrão não 8 idXnti&o para todos os a'unos mas podemos a+irmar

Tue a pro.a.i'idade de en&ontrá)'o 8 maior se o a'uno +or pro*eniente da &'asse

.aiJa-

Estas &rianças apresentarão di+i&u'dades na aprendi#agem da 'eitura na

amp'iação do *o&a.u'ário & na aprendi#agem da uti'i#ação de um maior nVmero de

possi.i'idades +ormais de organi#ação do signi+i&ado *er.a'\ a 'eitura e a es&rita

serão 'entas e gera'mente se asso&iarão a um &onteVdo &on&reto dominado pe'a

ati*idade\ a &apa&idade de &ompreensão *er.a' será 'imitada\ a gramáti&a e a

sintaJe 'Wes serão indi+erentes\ as proposiçes Tue enun&iarem apresentarão uma

Tuantidade &onsiderá*e' de desarti&u'açes\ a +unção de p'ane4amento *er.a' será

restrita\ o pensamento tenderá a ser rgido o nVmero d& re'açes no*as de Tue

dispem será muito 'imitado-

Em aritm8ti&a podem dominar as operaçes me&ni&as en*o'*idas na soma

na su.tração e na mu'tip'i&ação .astando para isso Tue tenWam dominado a

ta.uada mas apresentarão a'guma di+i&u'dade na di*isão- No entanto os

pro.'emas +ormu'ados *er.a'mente podem &on+undi)'os- !erão grande di+i&u'dade

para ordenar o enun&iado *er.a' antes d& eJe&utar as operaçes aritm8ti&as-

 Aprenderão um determinado &on4unto de operaçes tendo &omo ponto de

re+erXn&ia um &onteJto parti&u'ar e terão di+i&u'dade para genera'i#ar as operaçes

para um nVmero maior de &onteJtos- Seu &on&eito de nVmero será restrito- Amedida Tue o programa passar da ap'i&ação me&ni&a de +raçes e por&entagens

simp'es para eJpresses re'ati*amente mais so+isti&adas a +a'ta de &ompreensão

dos pro&essos aritm8ti&os +i&ará patente- O &á'&u'o de +raçes pode ser um ponto

&rti&o no gradiente de di+i&u'dade a'8m do Tua' não &onseguem progredir- q

medida Tue se desen*o'*em

>CD

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

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as de+i&iXn&ias de &ompreensão de &on&eitos .ási&os os 'imitarão muito a

despeito de sua persistXn&ia e ap'i&ação-

 A duração da atenção diminuirá o Tue trará pro.'emas de manutenção da

atenção e de &on&entração- Não se interessam em a&ompanWar as imp'i&açes de

um &on&eito ou o.4eto e a matri# de re'açes presentes\ estão mais dispostos ao

eJame &ursi*o de uma s8rie de &oisas di+erentes- Seu interesse por pro&essos

mesmo por aTue'es Tue di#em respeito %s suas eJperiXn&ias diárias 8 'imitado-

 Assim Tue o pro&esso a'&ança uma dimensão +orma' &omeçam a se inTuietar- O

inter*a'o entre sentir e +a#er 8 &urto o Tue +a&i'ita a atuação de &omportamentos im)

pu'si*os- A &uriosidade 8 'imitada o Tue e'imina da aprendi#agem um importante

e'emento dinmi&o- era'mente reTuerem uma eJperiXn&ia edu&a&iona' .em

de'ineada &u4os o.4eti*os e &onteVdos se4am pou&o am.guos- Mostram)se muito

des&on+iados diante de Tua'Tuer eJperiXn&ia de ensino Tue não se asseme'We %

tradi&iona'- A &urto pra#o os ape'os demo&ráti&os são menos .em)su&edidos do

Tue as ordens ditatoriais-

Em.ora o a'uno possa *en&er o primeiro estágio sem grandes di+i&u'dades a

dis&repn&ia entre o Tue se eJige Tue e'e +aça e o Tue e'e 8 &apa# d& +a#er

aumenta &onsidera*e'mente no segundo grau- A nature#a do pro&esso de ensino se

modi+i&a neste n*e'- !orna)se &ada *e# mais ana'ti&o e .aseia)se na eJp'oração

progressi*a do Tue iaget &Wama de operaçes +ormais enTuanto os a'unos de

&'asse .aiJa muito pro*a*e'mente se restringem %s operaçes &on&retas-

ina'mente podemos a+irmar em.ora &om menos segurança Tue o&orre uma

estagnação gera' em seu desempenWo nas mat8rias .ási&as- Em.ora possa Wa*er

um ou dois peTuenos pi&os de modo gera' estes a'unos 'imitam)se a um n*e'

m8dio- !rata)se a meu *er de um desempenWo es&o'ar pe&u'iarmente

indi+eren&iado-Não men&ionamos de'i.eradamente a redu#ida moti*ação para

aprender a +a'ta de en*o'*imento &om os meios e +ins do ensino as reaçes

padroni#adas Tue nada mais são do Tue uma de+esa &ontra o desespero e o

+ra&asso Tue a es&o'a sim.o'i#a e os pro.'emas d& dis&ip'ina Tue da resu'tam- O

pro.'ema .ási&o da &riança d& &'asse .aiJa 8 aprender &omo aprender e em

segundo 'ugar aprender o Tue de*e ser aprendido- a#er da eJperiXn&ia es&o'ar

uma eJperiXn&ia satis+at<ria não signi+i&a ne&essariamente reso'*er os pro.'emas

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de aprendi#agem passando por &ima do pro.'ema e 'idando diretamente &om uma

situação per&epti*a &on&reta ta' &omo a&onte&e &om a uti'i#ação de uma

Estrutura so&ia' 'inguagem e aprendi#agem

>CG

.oa par&e'a dos materiais *isuais e &on&retos- qs *e#es o &ontro'e da &'asse

deiJa de ser uma &ondição para Tue Wa4a aprendi#agem e se trans+orma em seu

su.stituto- No entanto o pro.'ema não está em &omo &onseguir o interesse do

a'uno mas o Tue +a#er depois Tue seu interesse +oi despertado-

E*identemente eJiste uma amp'a gama de di+erenças indi*iduais e estes

padres não serão en&ontrados &m todas as &rianças perten&entes ao am.iente

so&ia' a Tue estamos nos re+erindo\ tampou&o estes padres são pri*ati*os destes

a'unos\ o Tue sugerimos &ontudo 8 Tue eJiste uma maior pro.a.i'idade de

en&ontrarmos este padrão de desempenWo es&o'ar nesse grupo so&ia' do Tue nos

demais-

;omo isso a&onte&eY ua' 8 o +ator de maior importn&ia na Wist<ria de um

menino Tue gera esta &onsistXn&ia de &omportamento emo&iona' e inte'e&tua' na

situação de aprendi#agemY Não .asta di#er Tue e'e pensa des&riti*amente e 8

insens*e' a +ormu'açes a.stratas Tue e'e se interessa mais pe'o produto do Tue

pe'o pro&esso ou Tue num n*e' mais so&io'<gi&o eJiste uma dis&ordn&ia d&

*a'ores entre a es&o'a e o 'ar ou Tue o ensino está *o'tado para a &'asse media-

Estas &omo muitas outras são a+irmaçes Tue des&re*em di+erenças entre &ertos

aspe&tos da &riança e determinadas partes da es&o'a- A Tuestão Tue estamos

'e*antando 8 de ordem dinmi&a- ;omo a &riança *em a ser o Tue 8 e Tua' o

prin&ipa' +ator atra*8s do Tua' este pro&esso 8 +a&i'itado e re+orçadoY

Sugiro Tue as +ormas de 'inguagem +a'ada indu#em a uma tendXn&ia para

&ertas maneiras de aprender e &ondi&ionam dimenses di+erentes de re'e*n&ia-ro+essores pesTuisadores e edu&adores todos tXm te&ido &omentários so.re a

&apa&idade 'ing1sti&a e o *o&a.u'ário 'imitados dos a'unos de &'asse .aiJa e a

di+i&u'dade Tue tXm em &omeçar e manter uma &omuni&ação adeTuada-

ortanto +o&a'i#ar a uti'i#ação da 'inguagem 4u'gada de a&ordo &om &rit8rios

edu&a&ionais não 8 um pro&edimento no*o- Nis.&t a&redita*a Tue parte da

&orre'ação negati*a entre tamanWo da +am'ia e I resu'ta*a do tipo d& mode'o de

'inguagem +a'ada de Tue a &riança dispunWa- Segundo &ie esta 'imitação 'ing1sti&agera*a de a'gum modo um empo.re&imento &ogniti*o gera'- Mit&We'' ".aseado na

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aná'ise de uma .ateria de testes ap'i&ada a &rianças de n*eis so&iais a'to e .aiJo$

*eri+i&ou Tue os es&ores o.tidos nas pro*as de signi+i&ado e de +'uXn&ia *er.a'

poderiam ser usados no &aso das &rianças de n*e' so&ia' .aiJo

>C?

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

&omo pre*isores dos es&ores Tue o.teriam numa *ariedade de di+erentes

+atores- Ha*ia neste grupo uma indi+eren&iação das *árias +unçes ao passo Tue

no grupo de n*e' so&ia' a'to Wa*ia uma &onsiderá*e' di+eren&iação- esTuisas

re'atadas por M&;artWP re'ati*as a &rianças Tue *i*iam nos am.ientes espe&iais

dos internatos indi&am Tue &ias so+rem de uma a&entuada de+i&iXn&ia de 'inguagem

e Tue sua &apa&idade de a.stração Tuase sempre se en&ontra pre4udi&ada-

Luria eudo*it&W estudaram re&entemente gXmeos idXnti&os Tue

apresenta*am um retardamento se*ero de 'inguagem por moti*os não)orgni&os-

oram e+etuadas mudanças no am.iente em Tue *i*iam e anotadas as mudanças

o&orridas na 'inguagem ap<s estas modi+i&açes- eri+i&ou)se Tue o gXmeo Tue

re&e.era um treinamento espe&ia' &m 'inguagem era &apa# de atuar &om mais

e+i&iXn&ia so.re o meio atra*8s do desen*o'*imento de operaçes dis&ursi*as

ina&ess*eis ao gXmeo de &ontro'e Tue não re&e.eu Tua'Tuer treinamento- Estas

pesTuisas entre outras demonstram o pape' &rti&o Tue a 'inguagem +a'ada desem)

penWa no pro&esso atra*8s do Tua' a &riança Tue se en&ontra em pro&esso de

desen*o'*imento atinge a auto)regu'aço- A re'ação entre +ormas de 'inguagem

+a'ada e o esti'o de auto)r&gu'ação 8 de espe&ia' interesse- eJatamente so.re a

nature#a desta int&r)re'ação e suas imp'i&açes edu&a&ionais Tue Tuero +a#er

a'gumas &onsideraçes-

E Tuase &erto Tue a +orma Tue uma re'ação so&ia' assume atua

se'eti*amente so.re o esti'o e o &onteVdo da &omuni&ação- A 'inguagem da &riançanum grupo de &rianças "&omo o demonstraram os Opie$ di+ere muito em estrutura &

&onteVdo da 'inguagem Tue e'a usa Tuando +a'a &om um adu'to- Qe modo

seme'Wante a 'inguagem +a'ada nas unidades de &om.ate nos ser*iços mi'itares

di+ere da 'inguagem norma'mente usada na *ida &i*i'- igotsP a+irmou Tue Tuanto

mais o assunto de um diá'ogo 8 &omparti'Wado pe'os inter'o&utores mais se torna

pro*á*e' Tue a 'inguagem se4a &ondensada e a.re*iada\ 8 o &aso por eJemp'o do

padrão de &omuni&ação de um &asa' Tue &oa.ita Wá muitos anos ou entre *e'Wosamigos- Nestas re'açes o signi+i&ado não ne&essita ser inteiramente eJp'i&itado\

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uma 'e*e a'teração de tom & de Xn+ase um peTueno gesto pode &onter um

signi+i&ado &omp'eJo- A &omuni&ação se dá a partir de um pano de +undo de

identi+i&açes intimamente &omparti'Wadas & de empatia Tue dispensa a

ne&essidade de eJpressão *er.a' e'a.orada-

Esta &omunWão Tue su.4a# % +orma de &omuni&ação e a &ondi&iona pode

tornar o Tue está sendo dito eJtremamente o.s&uro a um o.ser*a

Estrutura so&ia' 'inguagem e aprendi#agem

>F

dor Tue não parti&ipa da Wist<ria da re'ação- O &omo de uma &omuni&ação

está +ortemente &arregado de signi+i&ados imp'&itos- A'guns dos signi+i&ados *er.ais

são restritos ao in*8s de e'a.orados- O o.ser*ador +i&ará &Wo&ado &om a eJtensão

Tue assume sua eJ&'usão o Tue será re+orçado pe'a intimidade pe'a *ita'idade e

pe'o &a'or Tue a&ompanWam o Tue 8 dito- E pro*á*e' Tue o &onteVdo se4a &on&reto

e des&riti*o em *e# de ana'ti&o & a.strato- O pano de +undo de identi+i&açes

intimamente parti'Wadas pe'os inter'o&utores Tue dá 'ugar % empatia +a# &om Tue

as seT1Xn&ias +a'adas do ponto de *ista do o.ser*ador se4am &onsidera*e'mente

desarti&u'adas- O diá'ogo pare&e um tanto dis4unti*o em +unção das Tue.ras de

'<gi&a Tue interrompem o +'uJo de in+ormaçes-

uais os e+eitos so.re o &omportamento &aso este tipo de 'inguagem se4a o

Vni&o de Tue as pessoas dispemY uais as de&orrXn&ias do +ato d& os indi*duos

s< estarem a&ostumados a indi&ar o signi+i&ado 'e*ando em &onta um pano de +undo

de identi+i&açes &omuns e parti'Wado por todos &u4a nature#a raramente ou nun&a

+oi e'a.orada & eJp'i&itada *er.a'menteY uais as &onseT1Xn&ias do aprender a

+un&ionar &om estruturas *er.ais restritas onde o peso do signi+i&ado pode estar

não tanto no Tue 8 dito mas em &omo 8 dito onde a 'inguagem 8 usada não para

sina'i#ar & sim.o'i#ar d& maneira eJp'&ita a indi*idua'idade e a di+erença mas paraaumentar o &onsensoY Isto não signi+i&a Tue não Wa*erá dis&ordn&ias- O Tue

signi+i&a em termos de desen*o'*imento &on&eituai *er.a' o +ato d& a 'inguagem

ser apenas ou prin&ipa'mente usada em &ir&unstn&ias nas Tuais a intenção da

outra pessoa 8 tida &omo &erta e não eJiste pressão no sentido de &riar uma 'ingua)

gem adeTuada %s ne&essidades dos Tue não perten&em ao grupo e Tue não

&omparti'Wam de suas eJperiXn&ias onde o nVmero de situaçes Tue +un&ionam

&omo estmu'o para a *er.a'i#ação 8 restrito pe'as &ondiçes e pe'a +orma dare'ação so&ia'Y

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ropomos Tue 8 esta a situação na Tua' muitas das &rianças da &'asse

tra.a'Wadora se desen*o'*em- Sua so&iedade 'imita)se a uma +orma de 'inguagem

+a'ada na Tua' pro&edimentos *er.ais &omp'eJos tornam)se irre'e*antes diante de

um sistema de identi+i&açes não)*er.ais intimamente &omparti'Wadas Tue

+un&ionam &omo &enário para a 'inguagem- A +orma das re'açes so&iais age

se'eti*amente so.re o poten&ia' de 'inguagem- A *er.a'i#ação 8 'imitada e

organi#ada por meio de uma amp'itude restrita de possi.i'idades +ormais- Estas

estrat8gias +or 

>F>

introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

mais restritas são &apa#es de reso'*er um nVmero re'ati*amente peTueno de

pro.'emas 'ing1sti&os em.ora para este grupo so&ia' se4am o Vni&o meio de

reso'ução de todos os pro.'emas *er.ais Tue reTueiram a manutenção de uma

resposta- Não se trata de uma Tuestão de *o&a.u'ário: 8 um &aso de meios para a

organi#ação do signi+i&ado e estes meios são uma +unção de um tipo espe&ia' de

re'ação so&ia'- A eJtensão do *o&a.u'ário 8 +unção de outras *ariá*eis &omo

*eremos: 8 um sintoma e não uma &ausa do esti'o de 'inguagem em.ora atue &omo

um agente re+orçador-

Na re'ação 'ing1sti&a entre a mãe de &'asse so&ia' .aiJa e o +i'Wo Wá pou&a

pressão no sentido de Tue a &riança *er.a'i#e de uma maneira Tue sina'i#e e

sim.o'i#e sua eJperiXn&ia Tue 8 Vni&a- O 9eu9 da mãe a maneira &omo &ia

organi#a e Tua'i+i&a sua eJperiXn&ia não 8 transmitido ao +i'Wo atra*8s de uma

'inguagem espe&ia'mente ta'Wada para este +im- A 'inguagem +a'ada não 8 per&e.ida

&omo um *e&u'o +undamenta' de apresentação aos outros dos estados interiores de

Tuem se &omuni&a- O Tue 8 dito 8 'imitado pe'as possi.i'idades rgidas e restritas de

organi#ação *er.a'- uma &om.inação de sinais não)*er.ais &om uma estruturaparti&u'ar de sinais *er.ais Tue ini&ia'mente e'i&ia e posteriormente re+orça uma

pre+erXn&ia pe'a &riança por um tipo espe&ia' de re'ação so&ia' 'imitada em termos

de eJp'i&itação *er.a' & Tue se .aseia num padrão de sinais não)*er.ais- O 9eu9 da

mãe de &'asse .aiJa não 8 um 9eu9 di+eren&iado *er.a'mente-

 A mudança de Xn+ase dos sinais não)*er.ais para os *er.ais na re'ação

entre mãe e +i'Wo de &'asse m8dia o&orre mais &edo e o padrão dos sinais *er.ais 8

muito mais e'a.orado "Bernstein >?D>$- Inerente % re'ação 'ing1sti&a da &'assem8dia en&ontramos uma pressão no sentido de os sentimentos serem *er.a'i#ados

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de uma maneira re'ati*amente indi*idua'\ este pro&esso 8 orientado por um mode'o

de 'inguagem Tue o+ere&e % &riança regu'ar e &onsistentemente os meios +ormais

atra*8s dos Tuais este pro&esso 8 +a&i'itado-

oder)se)ia a+irmar Tue a &riança de &'asse m8dia passa por um

desen*o'*imento progressi*o em direção % *er.a'i#ação e % eJp'i&itação das

intençes su.4eti*as o Tue não o&orre &om a &riança de &'asse .aiJa- Este +ato não

resu'ta ne&essariamente de uma de+i&iXn&ia inte'e&tua' mas surge &omo

&onseT1Xn&ia da re'ação so&ia' Tue se e+eti*a atra*8s da 'inguagem- E atra*8s

desse meio ou re&urso em desen*o'*imento Tue a &riança aprende a interna'i#ar a

estrutura so&ia' a Tue perten&e- Seu am.i

Estrutura so&ia' 'inguagem e aprendi#agem

>F

ente e o Tue 8 signi+i&ati*o neste am.iente 8 interna'i#ado atra*8s do

pro&essamento 'ing1sti&o e se trans+orma no su.strato de sua &ons&iXn&ia- !odas

as *e#es em Tue e'a +a'a sua estrutura so&ia' 8 se'eti*amente re+orçada- Isto não

in*a'ida o pape' da aprendi#agem não)*er.a' mas a&redito Tue mesmo neste &aso

desde muito &edo os e+eitos são a'imentados pe'a 'inguagem e esta.i'i#ados por

e'a- q medida Tue a 'inguagem determina um padrão de estmu'os ao Tua' a &riança

se adapta na aprendi#agem deste padrão sua per&epção organi#a)se estrutura)se

e 8 re+orçada- A adeTuação de sua resposta 8 re+orçada ou punida pe'o mode'o

adu'to ate Tue a &riança se4a &apa# de regu'ar suas respostas independentemente

do adu'to- Qesta +orma o Tue 8 eJterno se torna interna'i#ado desde o in&io da

'inguagem- A adeTuação do &omportamento da &riança 8 portanto &ondi&ionada a

uma amp'a *ariedade de &onteJtos atra*8s do *e&u'o d& &omuni&ação- A +orma da

&omuni&ação re+orça o padrão de re'açes so&iais mas não &ria na &riança uma

ne&essidade de gerar uma 'inguagem Tue s& adapte % sua eJperiXn&ia &mparti&u'ar- Luria sugeriu Tue a 'inguagem +a'ada pode ser &onsiderada &omo um

&omp'eJo de sinais adi&ionais Tue produ# mudanças a&entuadas no &ampo dos

estmu'os- E'a iso'a a.strai e genera'i#a sinais per&e.idos & os re'a&iona a deter)

minadas &ategorias- A 'inguagem torna)se um dos prin&ipais meios atra*8s dos

Tuais s& dão per&epçes se'eti*amente re+orçadoras- No &onteJto desta dis&ussão

as +ormas de 'inguagem +a'ada ressa'tam o Tue 8 e'eti*a &ogniti*a e so&ia'mente

re'e*ante e a eJperiXn&ia 8 trans+ormada por aTui'o Tue se torna re'e*ante-

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O Tue a +orma de 'inguagem da &'asse .aiJa torna re'e*ante 8

a&entuadamente di+erente daTui'o Tue se torna re'e*ante atra*8s da +orma de

'inguagem da &'asse m8dia- A eJperiXn&ia das &rianças deste estrato da popu'ação

segue &aminWos di+erentes desde os prim<rdios da 'inguagem- O tipo de

aprendi#agem as &ondiçes de aprendi#agem & as dimenses d& re'e*n&ia

ini&iadas e mantidas pe'a 'inguagem +a'ada são &omp'etamente di+erentes- Qe +ato

não seria eJagero a+irmar Tue d& um ponto de *ista estrat8gi&o e'es são

antit8ti&os- O &omportamento das &rianças 8 regu'ado por prin&pios independentes

& distintos- E'as aprenderam duas +ormas di+erentes de 'inguagem +a'ada\ a Vni&a

&oisa Tue tXm em &omum 8 Tue as pa'a*ras Tue usam perten&em % 'ngua ing'esa-

Neste momento +a#)se ne&essária uma de+inição mais rigorosa dessas duas

+ormas 'ing1sti&as Tue a&redito &onstituem os prin&ipais instrumentos Tue ini&iam

e mantXm o pro&esso de so&ia'i#ação- As +or 

>F(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

mas 'ing1sti&as asso&iadas % &'asse tra.a'Wadora darei o nome de 'inguagem

pV.'i&a- uanto a este aspe&to 8 pre&iso 'em.rar Tue não en&ontraremos uma

re'ação ponto por ponto entre a &'asse tra.a'Wadora e esta +orma de 'inguagem

+a'ada mas a pro.a.i'idade de Tue e'a se4a usada 8 &ertamente muito a'ta neste

estrato da popu'ação- !endo isto em mente podemos dispensar &on&eitos

re+erentes a &'asse so&ia' e re+erirmo)nos a tipos de 'inguagem ora' e aos

&omportamentos Tue e'es mantXm- Em termos opera&ionais 8 mais adeTuado usar

as +ormas 'ing1sti&as para di+eren&iar os grupos do Tue sua +i'iação a uma

determinada &'asse-

Uma 'inguagem pV.'i&a 8 uma +orma de uso da 'inguagem Tue se distingue

das demais pe'a rigide# da sintaJe e pe'o uso restrito das possi.i'idades +ormais deorgani#ação *er.a'- E uma +orma de 'inguagem ora' re'ati*amente &ondensada na

Tua' determinados signi+i&ados são restritos e a possi.i'idade de e'a.oração 8

redu#ida- Neste &aso a 'inguagem ora' não 8 o.4eto de uma ati*idade per&epti*a

espe&ia' tampou&o uma atitude te<ri&a adotada em re'ação % organi#ação da

sentença- Em.ora possa não ser poss*e' pre*er o &onteVdo desta 'inguagem sua

organi#ação +orma' e sua sintaJe 8 pre*is*e'- A nature#a do &onteVdo tam.8m o 8-

 As &ara&tersti&as de uma 'inguagem pV.'i&a são as seguintes:

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>- Sentenças &urtas gramati&a'mente simp'es Tuase sempre in&omp'etas

sintati&amente po.res e en+ati#ando a *o# ati*a-

- Ap'i&ação simp'es e repetiti*a de &on4unçes "assim então porTue$-

(- Uso restrito de &'áusu'as su.ordinadas Tue rompam &om as &ategorias

ini&iais do assunto &entra'-

C- In&apa&idade de manter um assunto +orma' atra*8s de uma seT1Xn&ia ora'\

isto +a&i'ita o surgimento de um &onteVdo in+ormati*o desorgani#ado-

F- Uso rgido e 'imitado de ad4eti*os e ad*8r.ios-

D- Uso in+reT1ente de pronomes impessoais &omo su4eitos de oraçes

&ondi&ionais-

@- Uso +reT1ente de de&'araçes nas Tuais os moti*os e a &on&'usão se

&on+undem e produ#em uma a+irmação &ateg<ri&a-

- Isto não signi+i&a Tue a Tuantidade de *er.a'i#ação ora' este4a

ne&essariamente redu#ida-

Estrutura so&ia' 'inguagem e aprendi#agem

>FC

G- Um grande nVmero de a+irmaçes3+rases Tue indi&am a ne&essidade de

r&+orçamento da seT1Xn&ia ora' anterior: 9Não seriaY Não 8Y Sa.eY et&-9 Este

pro&esso 8 denominado 9&ir&u'aridade &omp'a&ente9-

?- O&orrXn&ia +reT1ente de es&o'Wa indi*idua' a partir de um grupo de +rases

ou seT1Xn&ias idiomáti&as-

>- A Tua'i+i&ação indi*idua' está imp'&ita na organi#ação da sentença: trata)

se de uma 'inguagem de signi+i&ados imp'&itos-

Uma 'inguagem +orma' 8 aTue'a na Tua' as possi.i'idades +ormais e a sintaJe

são muito menos pre*is*eis & as possi.i'idades +ormais de organi#ação da

sentença são usadas para es&'are&er o signi+i&ado e torná)'o eJp'&ito- uando se*a'e d& uma 'inguagem pV.'i&a a pessoa +un&iona d& a&ordo &om um esti'o de

'inguagem no Tua' a es&o'Wa indi*idua' & a tro&a são restritas- No &aso da >

inguagem3<rma' o indi*duo Tue +a'a & &apa# d& +a#er es&o'Was e permutas .astante

indi*idua'i#adas- E*identemente um +a'ante da 'inguagem +orma' nem sempre o +a#

mas a possi.i'idade está sempre presente- As &ara&tersti&as da 'inguagem +orma'

são:

>- Uma ordem gramati&a' e uma sintaJe pre&isas regu'am o Tue 8 dito-

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- As modi+i&açes '<gi&as e a Xn+ase são mediadas pe'a &onstrução de

sentenças gramati&a'mente &omp'eJas espe&ia'mente atra*8s da ap'i&ação de uma

*ariedade de &on4unçes e oraçes su.ordinadas-

(- Uso +reT1ente de preposiçes Tue indi&am re'açes '<gi&as .em &omo de

preposiçes Tue indi&am &ontiguidade tempora' e espa&ia'-

C- Uso +reT1ente do pronome pessoa' 9&u9-

F- Uma es&o'Wa dis&riminati*a a partir de uma *ariedade de ad4eti*os e

ad*8r.ios-

D- A Tua'i+i&ação indi*idua' 8 mediada *er.a'mente pe'a estrutura das

sentenças .em &omo pe'as re'açes eJistentes dentro de'as e entre e'as-

@- Um sim.o'ismo eJpressi*o promo*e a dis&riminação entre os signi+i&ados

nas seT1Xn&ias orais ao in*8s de re+orçar pa'a*ras ou +rases dominantes ou

a&ompanWar a seT1Xn&ia de uma manei)

>FF

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

ra di+usa genera'i#ada- G- !rata)se de um uso da 'inguagem Tue pe em

e*idXn&ia as possi.i'idades Tue uma WierarTuia &on&eituai &omp'eJa tem de orga)

ni#ar a eJperiXn&ia-

Estas &ara&tersti&as de*em ser &onsideradas &omo a'go Tue imprime uma

direção % organi#ação do pensamento e dos sentimentos e não &omo a'go Tue

determina esti'os &omp'eJos de re'açes-

;ada um destes dois &on4untos de &rit8rios se re+ere a uma estrutura

'ing1sti&a idea' mas o Tue en&ontramos de +ato 8 uma orientação para este ou

aTue'e esti'o de uti'i#ação da 'inguagem- E e*idente Tue a'gumas destas

&ara&tersti&as o&orrerão na maioria das +ormas de uti'i#ação da 'inguagem mas

uma 'inguagem pV.'i&a 8 um esti'o no Tua' todas as suas &ara&tersti&as re'e*antesserão en&ontradas- poss*e' re&onWe&er a eJistXn&ia de aproJimaçes a uma

'inguagem pV.'i&a na medida em Tue as outras &ara&tersti&as não são

en&ontradas- Em.ora Tua'Tuer eJemp'o de uma 'inguagem pV.'i&a *enWa asso&iado

a um determinado *o&a.u'ário &on*8m notar Tue sua de+inição e &ara&teri#ação

são independentes do &onteVdo- Estamos *o'tados para as imp'i&açes de um esti'o

gera' e não para o signi+i&ado iso'ado de determinadas pa'a*ras ou de seT1Xn&ias

orais- Isto não signi+i&a sugerir Tue as &rianças de &'asse m8dia se4am as Vni&asTue se orientam para uma 'inguagem +orma' mas Tue sua pro.a.i'idade 8

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&ertamente muito maior neste grupo- !ampou&o estas &rianças aprendem apenas

uma 'inguagem +orma'- O esti'o de 'inguagem usado pode *ariar e *aria na maioria

dos &asos de a&ordo &om o tipo de re'ação so&ia' na Tua' a &omuni&ação se dá- O

&omportamento *er.a' das &rianças de &'asse m8diaou das &rianças de Tua'Tuer

&'asse so&ia' se aproJimará no grupo de pares da 'inguagem pV.'i&a e e'as

tenderão a 'i.erar um &omportamento *er.a' regu'ado por estas +ormas de

'inguagem- As &rianças de &'asse m8dia tXm a&esso a am.as as +ormas Tue são

usadas de a&ordo &om o &onteJto so&ia'- Este +ato permite uma adeTuação d&

&omportamento numa *ariedade de &onteJtos- Outras &rianças uma par&e'a

&onsiderá*e' da popu'ação gera' neste e em outros pases estão su4eitas a se

restringirem a um esti'o uma 'inguagem pV.'i&a- Esta 8 a Vni&a +orma Tue

&onWe&em: a Vni&a Tue pode ser uti'i#ada-

 A'gumas das imp'i&açes desta +orma restrita de &omportamento 'ing1sti&o

tXm a *er &om o Tuadro edu&a&iona' Tue es.oçamos no

Estrutura so&ia' 'inguagem e aprendi#agem

>FD

in&io deste teJto- Qada uma estrutura de sentença simp'es +reT1entemente

trun&ada e uma *ariedade restrita de possi.i'idades +ormais dispon*eis numa

'inguagem pV.'i&a a modi+i&ação e a Xn+ase '<gi&a podem ser transmitidas

'inguisti&amente apenas de +orma grosseira- Este +ato ne&essariamente a+eta a

eJtensão e o tipo do pensamento 'e*ado a e+eito- Igua'mente importante a +unção

de p'ane4amento *er.a' 8 diminuda- A diminuição desta +unção +reT1entemente

gera muita desorgani#ação ou dis4unção nas seT1Xn&ias *er.ais- Os pensamentos

são 'igados de uma maneira seme'Wante ao en+iar &ontas numa armação ao in*8s

de seguir uma seT1Xn&ia p'ane4ada-

 A +unção restrita de p'ane4amento *er.a' tam.8m &ria um a'to grau deredundn&ia ou se4a muita repetição de in+ormaçes ou de seT1Xn&ias Tue

a&res&entam pou&o ao Tue 4á +oi dito anteriormente- Esta a+irmação 8 *i*idamente

i'ustrada nas seguintes trans&riçes de dis&usses gra*adas:(

it6s a'' a&&ording 'ie tWese PoutWs and tWat i+ tWeP get into tWese gangs and

tWat tWeP most Wa*e a .it o+ a nar around and saP it goes rong and tWat and tWeP

pro.a.'P no& someone o++ I mean tWin tWeP 4ust do it to .e .ig getting pu.'i&itP

Were and tWere-Idade: >D\ I er.a': >C\ Ne)er.a': >

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`e'' it sWou'd do .ut it don6t eem to noadaPs 'ie tWere6s sti'' murders

going on no anP minute no or sometWing 'ie tWat tWeP get peop'e don6t &are tWeP

migWt get aaP itW it tWen tWeP a'' trP it and it migWt 'ea out one migWt te'' Wis mates

tWat We6s i''ed someone it migWt 'ea out 'ie it migWt get around We gets Wung +or it

'ie tWat-

Idade: >@\ I er.a': ??\ Ne)er.a': >D

"EJtrado da trans&rição de uma gra*ação-$

;omo o uso de Tua'i+i&ati*os 8 'imitado e rgido os ad4eti*os e ad*8r.ios

+un&ionam &omo dispositi*os so&iais atra*8s dos Tuais 8

(- O &orpus trans&rito pe'o autor +oi mantido na 'ngua origina' pois sua

tradução +ata'mente não resu'taria numa emissão *er.a' Tue pudesse ser

&onsiderada seu eTui*a'ente em um +a'ante do portuguXs- "N- Org-$

>F@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

+eita a Tua'i+i&ação indi*idua'- Este +ato redu# drasti&amente a e'a.oração

*er.a' da Tua'i+i&ação Tue re&e.e signi+i&ado atra*8s de sinais eJpressi*os- Isto

não signi+i&a Tue o nVmero .ruto de ad4eti*os e ad*8r.ios presentes em amostras

de 'inguagem ora' re+erentes %s duas +ormas 'ing1sti&as se4a muito di+erente mas

Tue seu m.ito será .astante restrito num dos &asos-

O esti'o de 'inguagem ora' em si mesmo e'i&iará e re+orçará um &orre'ato

emo&iona' ou a+eti*o espe&ia'- A 'inguagem +a'ada num am.iente norma' +ora da

sa'a de au'a gera'mente 8 &omposta de enun&iados rápidos +'uentes &urtos e

re'ati*amente sem pausas- O a+eto "sinais eJpressi*os$ não 8 usado para

dis&riminar suti'mente entre os signi+i&ados presentes numa seT1Xn&ia *er.a'\ ao

in*8s disso ser*e para re+orçar pa'a*ras ou +rases dominantes ou a&ompanWa o

enun&iado de uma maneira di+usa- Os sentimentos da &riança gera'mente pare&emre'ati*amente indi+eren&iados por dois moti*os: os sentimentos não são

di+eren&iados esta.i'i#ados e espe&i+i&ados atra*8s de uma 'igação por meio da

'inguagem a uma amp'a *ariedade de re+erentes- Em segundo 'ugar o sentimento

regu'ado pe'a 'inguagem 8 &ondi&ionado pe'a +orma da 'inguagem- E'a 8 um *e&u'o

d& eJpressão de seT1Xn&ias *er.ais &on&retas diretas e dominadas pe'a ação- E'a

re+orça uma re'ação imediatista &om o am.iente- O Wiato entre o sentir e o +a#er

pode ser peTueno- Qesne&essário di#X)'o nada do Tue +oi dito de*e ser interpretado&omo indi&ati*o de Tue os sentimentos naturais de simpatia generosidade

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genti'e#a & &a'or Wumano não este4am igua'mente presentes em todos os grupos

so&iais-

Uma 'inguagem pV.'i&a tem &omo +o&o a +unção ini.idora da +a'a porTue

dirige a atenção "do o.ser*ador$ para re+erentes poten&iais Tue não tXm *a'or de

estmu'o para a pessoa Tue +a'a- Na medida &m Tue uma 'inguagem pV.'i&a indu#

em seu usuário uma sensi.i'idade ao aTui e agora &on&reto ao direto imediato

des&riti*o g'o.a' as dimenses de re'e*n&ia tenderão a impedir respostas a

outros padres de estmu'os- Assim está tam.8m presente uma orientação para um

determinado tipo de aprendi#agem so. determinadas &ondiçes- Um eJemp'o

desta +unção ini.idora i'ustraria tam.8m o signi+i&ado da s8tima &ara&tersti&a deste

tipo de 'inguagem- A+irmamos Tue seriam +reT1entes as de&'araçes nas Tuais o

ra&io&nio e a &on&'usão se &on+undiriam produ#indo uma sentença &ateg<ri&a-

Estrutura so&ia' 'inguagem e aprendi#agem

>FG

Imaginemos os dois diá'ogos seguintes o&orridos dentro de um ]ni.us- A

mãe está &om o +i'Wo no &o'o-

Mãe: Segure +irme- ;riança: or TuXY Mãe: Segure +irme- ;riança: or TuXY

Mãe: o&X *ai &air- ;riança: or TuXY

Mãe: Eu mandei *o&X segurar +irme não mandeiY

Mãe: Segure +irme Tuerido- ;riança: or TuXY

Mãe: Se *o&X não segurar *ai ser 4ogado para a +rente e *ai &air- ;riança:

or TuXY

Mãe: orTue se o ]ni.us parar de repente *o&X *ai ser 4ogado

no .an&o da +rente- ;riança: or TuXY

Mãe: Agora Tuerido segure +irme e não &rie &aso-

No primeiro eJemp'o toda uma gama de possi.i'idades de aprendi#agem ede esta.e'e&imento de re'açes +oi eJ&'uda pe'a a+irmação &ateg<ri&a- A

&uriosidade natura' da &riança +oi reprimida- Não eJiste um en&adeamento &ausa'

entre o pedido da mãe e a resposta emitida pe'a &riança- A mudança de

&omportamento +oi o.tida por um pro&esso mais seme'Wante ao &ondi&ionamento

*er.a' do Tue % aprendi#agem instrumenta'- uando a &riança Tuestiona a

a+irmação e'a 8 interpretada rapidamente &omo Tuestionando o direito da mãe de

+a#er o pedido isto 8 está desa+iando a autoridade inerente ao status da mãe- Opoder so&ia' 'atente na +orma da re'ação torna)se imediatamente &'aro-

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No segundo eJemp'o a &riança 8 eJposta a uma área de re'açes e

seT1Xn&ia- uando isto 8 Tuestionado surge um outro &on4unto de moti*os-

E*identemente ap<s um determinado tempo a a+irmação &ateg<ri&a 8 usada mas

Wou*e &ondiçes de aprendi#agem entre as duas a+irmaçes &ateg<ri&as- pre&iso

notar Tue &omo resu'tado de uma re'ação 'inguisti&amente e'a.orada os

Tuestionamentos ini&iais se re+erem %s ra#es dadas para 4usti+i&ar o pedido- O

desa+io % mãe apare&e mais tarde na re'ação e o poder so&ia' 'atente 8 re*e'ado

mais tarde e

>F?

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

so. &ondiçes di+erentes- uando a a+irmação &ateg<ri&a 8 usada

+reT1entemente numa 'inguagem pV.'i&a e'a 'imita a aprendi#agem e a &uriosidade

e indu# uma sensi.i'idade a um tipo parti&u'ar d& autoridade na Tua' o poder so&ia' 8

re*e'ado rápida e &ruamente- A a+irmação &ateg<ri&a torna)se parte de uma

'inguagem Tue restringe a gama de estmu'os % Tua' a &riança responde- A

eJtensão deste eJemp'o tam.8m mostra Tuão di+&i' 8 apresentar eJemp'os

&on&retos num artigo &urto-

Um &orre'ato psi&o'<gi&o importante de uma 'inguagem pV.'i&a 8 Tue e'a

tende a desen&ora4ar a eJperiXn&ia de &u'pa- No entanto está presente um +orte

sentimento de 'ea'dade e de responsa.i'idade +rente ao grupo- Sugerimos

anteriormente Tue a *er.a'i#ação de estados su.4eti*os parti&u'armente da

moti*ação não 8 muito re'e*ante- Isto signi+i&a Tue os re+erentes destes estados

não são se'eti*amente re+orçados pe'a 'inguagem- co'n &Wamou atenção para o +ato

de Tue os pais de &'asse m8dia são mais propensos a responder em +unção da

intenção do +i'Wo ao agir &omo age ao passo Tue os pais de &'asse .aiJa estão mais

in&'inados a responder em +unção da &onseT1Xn&ia imediata- ortanto os pais d&&'asse .aiJa são mais propensos a responder a +ins Tue *isam a ini.ir açes

deso.edientes ou desonrosas enTuanto os pais d& &'asse m8dia respondem %

intenção e %s açes .aseadas em padres indi*iduais- Simp'esmente nos 'ares da

&'asse tra.a'Wadora não Wá muita &on*ersa a respeito das açes Tue reTueiram

medidas dis&ip'inares Wá pou&a in*estigação *er.a' dos moti*os-

O &ontro'e ra&iona' e a manipu'ação da &u'pa indu#ida são os prin&ipais

meios de Tue se *a'e a mãe d& &'asse m8dia para dis&ip'inar o +i'Wo- Estes meiosre+orçam o pro&esso d& indi*idua'i#ação na &riança & trans+erem a atenção da

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&onseT1Xn&ia ou resu'tado para a intenção\ da ação para os pro&essos Tue

su.4a#em %s açes- Isto não a&onte&e no &aso d& uma &riança &u4a mãe +a'a uma

'inguagem pV.'i&a- Neste &aso 8 mais pro*á*e' Tue o &omportamento se4a

su.ordinado % *ergonWa- A *ergonWa indi&a uma diminuição do respeito Tue um

grupo &on+ere a uma &onduta- psi&o'ogi&amente di+erente da &u'pa-

E*identemente a &riança de &'asse m8dia 8 sens*e' a sentimentos de *ergonWa\

por8m e'a tam.8m 8 sens*e' % &u'pa-

Um usuário de uma 'inguagem pV.'i&a terá &ons&iXn&ia d& Tue uma ação 8

errada ou de Tue a punição 8 4usta mas a noção de erro não *em a&ompanWada de

sentimentos d& &u'pa- Este +ato pare&e tornar mais pro*á*e' a rein&idXn&ia do

&omportamento e &riar uma atitude

Estrutura so&ia' 'inguagem e aprendi#agem

>D

parti&u'ar +rente % punição- Nem por um momento Tueremos sugerir Tue o

+ato do indi*duo ter a&esso *er.a' aos pro&essos moti*a&ionais in*aria*e'mente

ini.e a ação\ Tueremos apenas di#er Tue a ação seria a&ompanWada por estados

psi&o'<gi&os Tue poderiam não estar presentes se a &riança +a'asse uma 'inguagem

pV.'i&a- era'mente estas a+irmaçes se &on+irmam- A punição na es&o'a de uma

&riança Tue usa uma 'inguagem pV.'i&a gera'mente 8 de nature#a &orpora'

ameaçada ou rea' pois 8 di+&i' e'i&iar um sentimento de &u'pa ou um sentimento de

en*o'*imento pessoa' na ação- Em.ora a agressão +si&a e outras medidas

dis&ip'inares &orporais este4am presentes nas es&o'as onde se +a'a uma 'inguagem

+orma' são usados tam.8m outros m8todos d& modi+i&ação do &omportamento-

uando se trata de um usuário da 'inguagem3erma3 a punição pode assumir a

+orma de re4eição temporária ou de uma &on*ersa so.re a má &onduta *isando a

aumentar o sentimento d& &u'pa a responsa.i'idade e assim o en*o'*imentopessoa'- As tentati*as de tro&a dos meios de &ontro'e so&ia' podem 'e*ar de in&io

a muitas di+i&u'dades- Isto não Tuer di#er Tue a punição +si&a se4a ne&essariamente

um meio e+eti*o de &ontro'e so&ia'- Sempre Tue ap'i&ada &omo su.stituto para a di+i)

&u'dade rea' de esta.e'e&er uma re'ação so&ia' e'a não pode ser e+eti*a-

Esta argumentação .astante di+&i' tentou mostrar &omo a aprendi#agem

pode ser &ondi&ionada naTue'es &asos em Tue a &riança dispe de uma 'inguagem

pV.'i&a &omo Vni&a +orma de 'inguagem- Na aprendi#agem desta +orma 'ing1sti&a a&riança 8 progressi*amente orientada para um n*e' re'ati*amente .aiJo de

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&on&eitua'i#ação- Esta +orma indu# a uma +a'ta de interesse por pro&essos uma

pre+erXn&ia a ser estimu'ado pe'o Tue 8 imediatamente dado e responder a essa

mesma &ondição ao in*8s de responder %s imp'i&açes de uma matri# de re'açes-

!a' orientação &ondi&iona em parte a intensidade e a eJtensão da &uriosidade .em

&omo a maneira de esta.e'e&er re'açes- Isto por sua *e# a+eta o Tue 8 aprendido

e &omo 8 aprendido e portanto eJer&e in+'uXn&ia so.re a aprendi#agem +utura-

Ha*erá uma tendXn&ia a a&eitar e a responder a uma autoridade inerente % +orma

da re'ação so&ia' mais do Tue a uma autoridade Tue se .aseie em prin&pios

ra&ionais- E'a promo*e uma +orma de re'a&ionamento so&ia' Tue maJimi#a as

identi+i&açes &om os +ins e os prin&pios de um determinado grupo ao in*8s de

+a&i'itar a identi+i&ação &om os o.4eti*os di+eren&iados e &omp'eJos da so&iedade

mais amp'a- ina'mente mas não menos importante trata)se de uma 'inguagem de

signi+i&ados imp'&itos na Tua' se torna &ada *e#

>D>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

mais di+&i' eJp'i&itar e e'a.orar *er.a'mente intençes su.4eti*as-

Este &omportamento 8 mono'ti&o e 8 mantido so. a +orma de 9estado

re'ati*amente está*e'9 atra*8s de me&anismos protetores eJistentes no sistema de

'inguagem- !a'*e# o mais importante destes me&anismos protetores se4a o +ato de

Tue a 'inguagem +orma' "usada por eJemp'o pe'os pro+essores$ será mediada pe'a

'inguagem pV.'i&a- No pro&esso de mediação Tua'Tuer orientação a'ternati*a Tue

sensi.i'i#aria o ou*inte para uma dimensão di+erente do signi+i&ado 8 neutra'i#ada-

uando a tradução não 8 poss*e' não Wá &omuni&ação- E'e tende a ini.ir a

eJpressão *er.a' e portanto a aprendi#agem a ser*iço desta eJpressão

daTue'as eJperiXn&ias de indi*idua'idade e de di*ersidade Tue desta&ariam o

+a'ante de seu grupo- ;ana'i#a estados &ogniti*os e a+eti*os Tue uma *e#eJpressados poderiam &onstituir uma ameaça ao eTui'.rio- or eJemp'o a

&uriosidade 8 'imitada e +o&a'i#ada atra*8s do n*e' re'ati*amente .aiJo de

&on&eitua'i#ação- A +unção restrita de p'ane4amento e a preo&upação &om o

imediato gera'mente di+i&u'ta o desen*o'*imento de uma eJperiXn&ia re+'eJi*a-

EJiste tam.8m uma tendXn&ia a trans+erir a responsa.i'idade de si para o am.iente

o Tue re+orça ainda mais a rigide# do &omportamento-

;on&'usão

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 As tentati*as de mudança do sistema de 'inguagem ora' de &rianças

pro*enientes de determinados am.ientes gera'mente se de+rontam &om grande

resistXn&ia passi*a & ati*a- Isto porTue trata)se de uma tentati*a de modi+i&ação d&

um padrão de aprendi#agem de um sistema de orientação Tue a 'inguagem

ini&ia'mente &'i&ia & progressi*amente re+orça- So'i&itar % &riança Tue use a

'inguagem de +orma di+erente Tue Tua'i+iTue *er.a'mente suas eJperiXn&ias Tue

aumente seu *o&a.u'ário Tue aumente o m.ito da +unção de p'ane4amento *er.a'

Tue genera'i#e Tue se4a sens*e' ao signi+i&ado do nVmero Tue ordene um pro)

.'ema aritm8ti&o +ormu'ado *er.a'mente assume um &aráter muito di+erente se

estas so'i&itaçes são +eitas a um usuário de uma 'inguagem pV.'i&a ou a um

usuário de uma 'inguagem +orma'- ara este V'timo trata)se de uma situação de

desen*o'*imento 'ing1sti&o ao passo Tue para o primeiro a situação se &on+igura

&omo uma situação de mudança 'ing1sti&a- Estas situaçes pressupem dois

estados psi&o'<gi&os di*ersos- O +a'ante da 'inguagem pV.'i&a 8 so'i&itado a emitir

respostas

Estrutura so&ia' 'inguagem e aprendi#agem

>D

para as Tuais não está orientado nem sensi.i'i#ado- Suas respostas naturais

são ina&eitá*eis- E'e +i&a numa posição des&on&ertante perp'eJa so'itária &

inde+esa Tue prati&amente garante o +ra&asso a menos Tue o pro+essor se4a muito

sens*e' % &ondição des+a*orá*e' da &riança-

Isto não signi+i&a di#er Tue um a'uno +a'ante da 'inguagem pV.'i&a não se4a

&apa# de aprender- E'e 8 &apa# mas esta aprendi#agem tende a ser me&ni&a e

assim Tue os estmu'os deiJam de ser regu'armente re+orçados Wá uma a'ta

pro.a.i'idade de Tue o a'uno os esTueça- Num &erto sentido 8 &omo se a

aprendi#agem 4amais +osse interna'i#ada de modo a se integrar aos esTuemaspreeJistentes- Qe +ato pare&e Tue 8 assim mesmo pois ao &ontrário do a'uno Tue

se orienta segundo uma 'inguagem +orma' o a'uno Tue usa uma 'inguagem pV.'i&a

não possui esses esTuemas re&epti*os ou s& os possui são ma' organi#ados e

instá*eis-

 As pr<prias &ondiçes da sa'a de au'a muitas *e#es tornam imposs*e' um

ensino e+eti*o- As &'asses numerosas redu#em a possi.i'idade de ensino

indi*idua'i#ado aumentam a pro.a.i'idade dos m8todos autoritários impessoais de&ontro'e da &'asse o Tue por sua *e# aumenta a passi*idade do a'uno- uando o

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pro+essor tenta e*itar esta situação *a'endo)se de t8&ni&as de peTuenos grupos

ine*ita*e'mente +i&a mais &ansado e a 'ongo pra#o torna)se menos e+i&iente- E

poss*e' +ormu'ar uma regra gera' Tuanto mais .aiJo o n*e' so&ia' do a'uno

menor de*eria ser o nVmero de a'unos na &'asse- Em.ora ta' medida possa pare&er

dispendiosa % primeira *ista e'a pode ser e&on]mi&a a 'ongo pra#o- Uma &'asse

peTuena 8 a &ondição .ási&a para uma re'ação psi&o'<gi&a pr<Jima "interpessoa' e

não intergrupa'$ entre o pro+essor e o a'uno- A organi#ação e o +un&ionamento so&ia'

de*em permitir Tue o pro+essor se4a sentido e per&e.ido- Num sentido muito

importante o pro+essor de uma &'asse de &rianças Tue +a'am uma 'inguagem

pV.'i&a +i&a muito mais eJposto psi&o'ogi&amente &aso dese4e ensinar &om

e+i&iXn&ia- E'e não pode se espa'dar em seu pape' +orma' e &omuni&ar)se de modo

impessoa'- Isto não Tuer di#er Tue a situação adeTuada de ensino se4a a d& &o'o&ar

pro+essor & a'unos num mesmo .ar&o &omo 9&o'egas9- !ampou&o reTuer

pro+essores Tue possam 9dar o re&ado9-

Neste sentido Wá apenas dois tipos de pro+essores: os Tue são e os Tue não

são &apa#es-

Este não 8 o momento adeTuado para dis&utir t8&ni&as mas ta'*e# se4a

poss*e' .us&ar um a&ordo so.re a nature#a e as rami+i&açes deste pro.'ema

edu&a&iona'- Em.ora pareçam muito seme'Wantes o

>D(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

retardamento apresentado pe'o a'uno Tue +a'a uma 'inguagem pV.'i&a di+ere

dinami&amente do retardamento Tue resu'ta de +atores psi&o'<gi&os- !rata)se de um

retardamento transmitido &u'tura'mente e mantido por meio dos e+eitos do

pro&essamento 'ing1sti&o- A re'ação entre a inte'igXn&ia poten&ia' e a atua' 8

mediada por um sistema de 'inguagem Tue en&ora4a a insensi.i'idade pe'os meiosatra*8s dos Tuais as dimenses de re'e*n&ia podem ser amp'iadas ou promo*idas-

;onseT1entemente esta &ondição piora progressi*amente &om o passar do tempo-

 A medida Tue o pro&esso edu&a&iona' torna)se mais ana'ti&o e re'ati*amente

a.strato na es&o'a de ) grau a dis&repn&ia entre o Tue o a'uno 8 &apa# de +a#er

e o Tue 8 so'i&itado a +a#er apare&e de maneira do'orosa-

Um +a'ante de uma 'inguagem pV.'i&a dispe de uma amp'a *ariedade de

respostas poss*eis- Seu &omportamento não 8 em a.so'uto padroni#ado- Oempo.re&imento &ogniti*o gera' 8 um empo.re&imento apenas do ponto de *ista

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dos edu&adores e e*identemente pri*a a so&iedade de poss*eis ta'entos-

;ontudo trata)se de uma +orma de 'inguagem Tue sim.o'i#a uma tradição na Tua' o

indi*duo 8 tratado &omo um +im em si não &omo um meio para um +im- Isto une

psi&o'ogi&amente o indi*duo % sua pe'e e a um n*e' so&io'<gi&o a seu grupo- Este

+ato 4amais de*eria ser su.estimado- Mesmo so. &ir&unstn&ias as mais

promissoras aumenta o ris&o de o pro&esso edu&a&iona' a'ienar de suas origens os

+a'antes da 'inguagem pV.'i&a- are&e Tue o o.4eti*o de*eria ser preser*ar a

est8ti&a & a dignidade inerente % sua 'inguagem sua poderosa +ranTue#a &

*ita'idade mas o+ere&er)'We as possi.i'idades inerentes % 'inguagem +orma'-

Qe*emos ter a &erte#a de Tue as no*as dimenses de re'e*n&ia Tue o a'uno passa

a dominar não imp'i&am a mensuração do *a'or Wumano apenas atra*8s de uma

es&a'a de desempenWo o&upa&iona'-

p<s)es&rito

;<digo e'a.orado e restrito: nota so.re o p'ane4amento *er.a'

 A&redito Tue as id8ias desen*o'*idas no artigo a&ima podem ser

apresentadas de uma maneira mais e&on]mi&a & gera'- Os &on&eitos pV.'i&o t

+orma' não permitem uma distinção ana'ti&a adeTuada +un&ionam num n*e' muito

.aiJo de a.stração & pro*a*e'mente &on+un

Estrutura so&ia' 'inguagem e aprendi#agem

>DC

dem semanti&amente- ortanto serão su.stitudos pe'os termos &<digo

e'a.orado e &<digo restrito-

No n*e' 'ing1sti&o estes dois &<digos se distinguem em termos das

pro.a.i'idades de pre*isão dos e'ementos estruturais Tue serão uti'i#ados para

organi#ar o signi+i&ado- No &aso de um &<digo e'a.orado o +a'ante es&o'Werá a

partir de uma *ariedade re'ati*amente amp'a de a'ternati*as\ portanto apro.a.i'idade de pre*isão do padrão de e'ementos organi#adores 8

&onsidera*e'mente peTuena- Se a pessoa está usando um &<digo restrito então o

nVmero destas a'ternati*as será a&entuadamente 'imitado e a pro.a.i'idade de

pre*isão do padrão aumenta &onsidera*e'mente-

No n*e' psi&o'<gi&o estes dois &<digos di+erem &m termos da eJtensão &m

Tue &ada um +a&i'ita ou ini.e a orientação no sentido de sim.o'i#ar a intenção

atra*8s de uma +orma *er.a'mente eJp'&ita- O &omportamento pro&essado por

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estes &<digos desen*o'*erá di+erentes modos de auto)regu'ação e portanto

di+erentes +ormas de orientação-

Os &<digos em si mesmos são +unção de determinadas +ormas de re'açes

so&iais ou di#endo de maneira mais gen8ri&a de &ara&tersti&as de estruturas

so&iais-

Em sua +orma pura um &<digo restrito seria aTue'e em Tue o '8Ji&o 8

tota'mente pre*is*e' e portanto a estrutura organi#adora tam.8m- Os esti'os

ritua'sti&os de &omuni&ação seriam um eJemp'o desta +orma pura- Um ator tam.8m

estaria usando um &<digo restrito em sua +orma pura em.ora do ponto de *ista do

pV.'i&o &ie +osse e'a.orado- Qe +ato seu su&esso no pape' dependeria da

manutenção destas duas de+iniçes- E e*idente Tue na +orma3\rad& um &<digo

restrito a intenção do indi*duo pode ser sina'i#ada apenas atra*8s de &omponentes

não)*er.ais da &omuni&ação isto 8 entonação Xn+ase aspe&tos eJpressi*os et&-

Na so&iedade &ontempornea o Tue en&ontramos mais +reT1entemente 8 um

&<digo restrito no Tua' 8 poss*e' +a#er pre*ises apenas em n*e' estrutura'- A

simp'i+i&ação de a'ternati*as estruturais de&orre de identi+i&açes &omparti'Wadas

Tue geram a +orma da re'ação so&ia'- Isto redu# a pressão no sentido de *er.a'i#ar a

intenção & torná)'a eJp'&ita- No*amente os aspe&tos eJpressi*os terão o pesado

en&argo de transmitir as mudanças de signi+i&ado-

Um &aso 'imite de &<digo restrito 8 aTue'e no Tua' o +a'ante 8 de um ponto de

*ista 'ing1sti&o tota'mente 'imitado pe'o &<digo- A aná

>DF

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

'ise de uma 'inguagem pV.'i&a &orresponde a esta &ondição-

O mode'o e a .re*e aná'ise Tue se seguem podem ser Vteis no sentido de

&ana'i#arem a atenção para as re'açes entre estes &<digos e o p'ane4amento*er.a' e o esti'o de orientação-

Neste mode'o "igura >$ a 'inWa representa o estoTue de sinais Tue &ontXm

os sinais inter)re'a&ionados *er.ais e não)*&r.ais- ; e Q representam os pro&essos

de &odi+i&ação e de&odi+i&ação &ontro'ados e integrados pe'a +unção de

p'ane4amento *er.a' "--$-

3

-- 7

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;

Qs

-s-

-

 N--

uando A sina'i#a para B sugiro Tue a&onte&e pe'o menos o seguinte:

Orientação: B pro&ura na mensagem Tue &Wega um padrão de sinais

dominantes "este 8 o in&io da seT1Xn&ia d& p'ane4amento *er.a'$-

 Asso&iação: Asso&iaçes ao padrão de sinais dominantes &ontro'am a

se'eção a partir do estoTue de sinais " N--$-

Se'eção

Organi#ação:Organi#ação e integração de sinais " N- -$ para produ#iruma resposta seTuen&iada-

O termo &<digo ta' &omo o ap'i&o a.range os prin&pios Tue regu'am estes

trXs pro&essos- Os &<digos restrito e e'a.orado esta.e'e&erão di+erentes tipos de

&ontro'e Tue se &rista'i#am na nature#a do p'ane4amento *er.a'- Este resu'ta das

&ondiçes Tue esta.e'e&em os padres de orientação asso&iação e organi#ação-

Os determinantes Tue dão ori

Estrutura so&ia' 'inguagem e aprendi#agem>DD

gem a este trio seriam a +orma da re'ação so&ia' ou de modo mais gera' a

&ara&tersti&a da estrutura so&ia'- A partir da podemos +ormu'ar o seguinte

postu'ado: a +orma da re'ação so&ia' age se'eti*amente so.re o tipo de &<digo Tue

então se torna uma eJpressão sim.<'i&a da re'ação e regu'a a nature#a da

interação- Qito de maneira mais simp'es as &onseT1Xn&ias da +orma Tue a re'ação

so&ia' assume são transmitidas e mantidas pe'o &<digo num n*e' psi&o'<gi&o- Uma

aprendi#agem estrat8gi&a seria e'i&iada mantida e genera'i#ada pe'o &<digo Tue

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indi&aria o Tue de*e ser aprendido e de'imitaria as &ondiçes de uma aprendi#agem

.em)su&edida-

ostaria de indi&ar resumidamente Tuatro aspe&tos do &ontro'e do

p'ane4amento *er.a' no &aso do &<digo restrito:

>$ As seT1Xn&ias tendem a ser des'o&adas dis4unti*as re'ati*amente .em

organi#adas mas dotadas de pou&o &ontro'e sintáti&o &om Xn+ase mais na *o#

ati*a do Tue na *o# passi*a *o'tadas para o &on&reto o des&riti*o e o narrati*o- Os

sinais não)*er.ais são uma +onte importante de mudanças signi+i&ati*as no

signi+i&ado na medida &m Tue as seT1Xn&ias *er.ais são re'ati*amente impessoais

isto 8 não)indi*idua)'i#adas e +un&ionam &omo sm.o'os so&iais Tue re+orçam a

+orma da re'ação so&ia'-

$ O segundo aspe&to seria me'Wor &ara&teri#ado atra*8s de um eJemp'o-

uando A en&ontra B a Tuem não &onWe&e mesmo assim A tem a'guma id8ia a

respeito de B- Esta id8ia será tradu#ida em termos do p'ane4amento *er.a' dos

sinais originais de A para B- S& os sinais Tue B emitir &omo resposta indi&arem Tue

a id8ia ini&ia' Tue A +e# de B está errada ou ta'*e# impr<pria A mudará de id8ia e

atra*8s do &ontro'e do p'ane4amento *er.a' en*ia sinais di+erentes e o.ser*a a

resposta de B- Ap<s um inter*a'o de tempo ter)se)á esta.e'e&ido a'gum tipo de

eTui'.rio Tue regu'a a re'ação &om +'utuaçes o&asionais &orrigidas pe'o +eed.a&

pro*eniente do &ontro'e do p'ane4amento *er.a' -- transmissão resposta

*eri+i&ação p'ane4amento *er.a' transmissão- Atra*8s deste pro&esso A terá

interna'i#ado as 9ne&essidades9 de B atra*8s da 'inguagem ora'- uando o &<digo 8

restrito o p'ane4amento *er.a' tam.8m o 8\ &onseT1entemente a gama e o tipo de

pessoas Tue podem ser interna'i#adas são 'imitados- ;onseT1entemente o 'aço

so&ia' Tue se esta.e'e&e &om aTue'es Tue podem ser interna'i#ados torna)se um

'aço muito potente Tue 8 +orta'e&ido tanto positi*a Tuanto negati*amente pe'o&<digo-

>D@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

($ O ter&eiro aspe&to re+ere)se % so'ução de pro.'emas e ao pape' da

'inguagem na orientação e na mudança da Tua'idade do am.iente para a pessoa

Tue +a'a-

 A medida Tue o pro.'ema a ser reso'*ido &aminWa numa direçãore'ati*amente a.strata 8 pro*á*e' Tue seT1Xn&ias *er.ais internas se

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desen*o'*erão "não ne&essariamente mo*imentos da garganta ta'*e# a'go a.aiJo

do 'imiar da arti&u'ação in&ipiente$ Tue orientarão a pessoa Tue pensa e modi+i&arão

a Tua'idade dos sinais aos Tuais responderá no am.iente- uando o indi*duo Tue

pensa se restringe a um &<digo restrito as seT1Xn&ias *er.ais e*o&adas podem

dirigir a per&epção para aspe&tos mais gerais do am.iente e por isso a so'ução

tornar)se)á &ada *e# mais inadeTuada numa re'ação direta &om o grau de

a.stração do pro.'ema- Este +eed.a& *er.a' será &ontinuamente re+orçado em

a'gumas ati*idades de so'ução de pro.'emas- O 'aço Tue re'a&iona a pessoa Tue

pensa &om o &on&reto e o des&riti*o será progressi*amente mais pr<Jimo &omo

resu'tado do e+eito &umu'ati*o do uso do &<digo restrito-

C$ O Tuarto aspe&to re+ere)se % dimensão de tempo do p'ane4amento *er.a'

ou se4a ao inter*a'o entre o impu'so e a emissão de sinais-C

uando a pessoa Tue +a'a 8 &apa# de usar um &<digo e'a.orado ou 8

orientada por e'e 8 &apa# de to'erar a tensão asso&iada ao adiamento da se'eção-

 A sina'i#ação su.seT1ente pro*a*e'mente será mais apropriada e a tensão será

redu#ida pe'a adeTuação dos sinais- Qesta +orma "adiamento 5 tensão 0/

sina'i#ação adeTuada v/ redução de tensão O re+orçamento da seT1Xn&ia &omo

um todo$ o uso &ontinuado de um &<digo e'a.orado +a&i'ita o esta.e'e&imento de um

&ana' de redução de tensão atra*8s do &ontro'e *er.a'-

Num &<digo restrito o inter*a'o entre o impu'so e o sina' será mais &urto num

am.iente norma'- A e'e*ação do n*e' de di+i&u'dade de &odi+i&ação e portanto o

aumento do poten&ia' de adiamento pode produ#ir um &o'apso na sina'i#ação ou

esta pode não se a4ustar %s no*as eJigXn&ias- A primeira so'ução resu'ta numa tota'

suspensão de emissão\ a segunda e*ita aumentar o inter*a'o entre o impu'so e o

sina'- Qe Tua'Tuer +orma o &<digo não +a&i'ita a to'ern&ia % tensão e a redução de

tensão atra*8s de uma sina'i#ação adeTuada- Num &<digo restrito o &ana' de a'*iode tensão gera'mente assume a +orma de mudanças motoras e eJpressi*as-

C- As unidades de medida neste &aso são a duração m8dia da pausa por

pa'a*ra por enun&iado e a +reT1Xn&ia de pausas maiores do Tue F segundos-

Estrutura so&ia' 'inguagem e aprendi#agem

>DG

Re+erXn&ias .i.'iográ+i&as

Bernstein B- 9Some So&io'ogi&a' Qeterminants o+ er&eption9 Brit- -

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So&io'- >?FG I_ >F?)>@C- ^-9Language and So&ia' ;'ass9 Brit- - So&io'

>?D _I

@>)@D-

 ^-9So&ia' ;'ass and Linguisti& Qe*e'opment: a !WeorP o+ 

So&ia' Learning9- In: A-H- Ha's&P A- Anderson e - 'oud "orgs-$ Edu&ation

E&onomP and So&ietP- No*a or ree ress >?D>-

co'n M- L- 9So&ia' ;'ass and arenta' AutWoritP9 Amer- So&io'- Re*- >?F?

C (F)(FD-

 ^-9So&ia' ;'ass and arenta' a'ues9 Amer- - So&io'-

>?F? DC ((@)(F>-

Luria A- R- e I- udo*i&W Spee&W and tWe Qe*e'opment o+ Menta' ro&esses

in tWe ;Wi'd- Londres Stap'es ress >?F?-

Luria A- R- Spee&W and tWe Regu'ation o+ BeWa*ior Londres &rgamon

ress >?D>-

M&;artWP Q- 9Language Qe*e'opment in ;Wi'dren9- In: L- ;armi&Wae' "org-$

Manua' o+ ;Wi'd sP&Wo'ogP- No*a or oWn`i'eP >?FC-

Mit&We'' r- - 9A ;omparison o+ tWe a&toria' Stru&ture o+ ;ogniti*e

un&tions +or a HigW and Lo Status roup9 - Edu&- Res- >?FD C@ (?@)C>C-

Nis.et - Q- 9ami'P En*ironment9 O&&asiona' apers on Eugeni&s >?F(

nu G- Londres Eugeni&s So&ietP-

Opi& I- e - Opi& !We Lore and Language o+ S&Woo');Wi'dren- Londres

OJ+ord Uni*ersitP ress >?F?-

igotsP L- S- 9!WougWt and Spee&W9 sP&WiatrP >?(? II ?)FC-

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C

Um reeJame de a'gumas a+irmaçes so.re a 'inguagem da &riança de .aiJo

n*e' so&ioe&on<mi&o

Susan H- Houston2

Uma das prin&ipais preo&upaçes do atua' sistema edu&a&iona' norte)

ameri&ano 8 a &oeJistXn&ia &m suas es&o'as de popu'açes in+antis WeterogXneas-

Muitos +atores interagiram para produ#ir esta situação entre e'es a maior mo.i'idade

geográ+i&a e a'guns progressos na integração es&o'ar- No entanto a teoria & a

práti&a edu&a&ionais e o desen*o'*imento de materiais de ensino não progrediram

no mesmo passo Tue a mudança o&orrida nas popu'açes es&o'ares- A maioria dos

edu&adores re&onWe&e atua'mente Tue esta situação 8 a &ausa de muitos

pro.'emas s8rios-

ro*a*e'mente esta &rise 8 mais aguda na área de &omuni&ação e

eJpressão onde o rápido progresso da 'ing1sti&a nos V'timos do#e anos a&e'erou a

o.so'es&Xn&ia do materia' ainda eJistente para não +a'ar nas di+i&u'dades &riadas

pe'a adaptação dos materiais a +a'antes de *ariantes do ing'Xs muito di*ersas-

ortanto não 8 de surpreender Tue os pro+essores desses &ursos s& sintam

inadeTuados em +a&e desta situação "Strom >?DF p- C>$- In+e'i#mente esses

pro+essores en&ontrarão pou&as respostas a'gortmi&as ou Weursti&as na 'iteratura

so.re a 'inguagem das &rianças &aren&iadas ou perten&entes %s minorias ra&iais-

Rea'mente a 'iteratura raramente 8 &apa# de at8 mesmo de+inir os pro.'emas de

+orma su+i&ientemente &on*in&ente para Tue s& possam tentar so'uçes a partir

destas de+iniçes-

"2$9A ReeJamination o+ Some Assumptions A.out tWe Language o+ tWe

Qisad*antaged ;Wi'd9 ;Wi'd Qe*e'opment >?@ C> C p- ?C@)?D(- !radução de

Maria He'ena S- atto->@>

introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Esta ausXn&ia de uma tradição ana'ti&a resu'tou prin&ipa'mente das origens

das pesTuisas so.re as *ariaçes 'ing1sti&as dos grupos despri*i'egiados ou

minoritários- Estas pesTuisas tXm sido 'e*adas a e+eito por 'ing1istas e por

edu&adores e outros &ientistas so&iais- A a.ordagem da 'ing1sti&a tem assumido a

+orma ou de at'as de dia'etos ou mais re&entemente de des&riçes t8&ni&as dedeterminados aspe&tos espe&+i&os das +ormas de 'inguagem em Tuestão- NenWum

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destes dois tipos de estudos pode produ#ir in+ormaçes diretamente Vteis aos

pro+essores em sua tentati*a de 'idar &om situaçes &ontnuas de &ontato *er.a'

pe'as seguintes ra#es: o at'as de dia'eto está *o'tado para a &ompi'ação de dados

gera'mente '8Ji&os e +ono'<gi&os não sistemáti&os pro&urando determinar as

+ronteiras de dia'etos regionais- era'mente ignoram as *ariaçes so&iais

situa&ionais e de outra nature#a de eJtrema re'e*n&ia para os edu&adores- Os

estudos 'ing1sti&os des&riti*os usua'mente se .aseiam em prin&pios e t8&ni&as

ainda não +ami'iares % maioria dos pro+essores e seus resu'tados não podem ser

diretamente ap'i&ados % sa'a de au'a em.ora possam ter um grande *a'or para as

pesTuisas 'ing1sti&as "em curatW e M&Qa*id >?D> en&ontramos um eJemp'o de

at'as de dia'eto\ La.o* rea'i#ou em >?D@ uma pesTuisa 'ing1sti&a$- Entretanto mais

importantes do Tue as no*as t8&ni&as de &ara&teri#ação da 'inguagem são as no*as

teorias de aTuisição e produção de 'inguagem Tue estão em sua .ase- Estas teorias

são as grandes ausentes na maioria dos tra.a'Wos &ondu#idos no m.ito das

&iXn&ias so&iais so.re a 'inguagem das &rianças despri*i'egiadas- No &ampo da

edu&ação e da psi&o'ogia edu&a&iona' prati&amente todos os tra.a'Wos tXm se

dedi&ado aos supostos pro.'emas de pri*ação ou de+i&iXn&ia 'ing1sti&a e &ogniti*a &

a tentati*as de en&ontrar meios para a'i*iar ou 9remediar9 tais pro.'emas- ;omo a

'ing1sti&a e a psi&o'ing1sti&a modernas ainda não se in+i'traram nestes &ampos

eJiste um &orpo 4á tradi&iona' de pressupostos &omposto de mitos e de uma +i'oso+ia

edu&a&iona' de .ase empri&a Tue in*ade a pesTuisa so.re a &Wamada &riança

despri*i'egiada- O presente artigo tem por o.4eti*o reeJaminar a'gumas das

a+irmaçes e &renças mais di+undidas so.re a 'inguagem e a &omuni&ação da

&riança despri*i'egiada % 'u# dos &onWe&imentos psi&o'ing1sti&os e so&io'ingusti&os

a&umu'ados a partir dos V'timos anos da d8&ada de &inT1enta e ta'*e# indi&ar

a'gumas direçes +rut+eras para a pesTuisa-Entre as des&o.ertas re&entes mais +as&inantes e signi+i&ati*as da

Um reeJame de a'gumas a+irmaçes

>@

psi&o'ogia da &riança en&ontra)se o &onWe&imento de Tue o re&8m)nas&ido

está eTuipado &om muitas &apa&idades de aprendi#agem e per&epção "emcessen

>?DF\ines >?DD p- >D?)>G: ernon >?D p- >D)(o'eitor en&ontra resumos não

muito t8&ni&os destes tra.a'Wos$- Um re&8m)nas&ido 8 &apa# de seguir um o.4eto&om os o'Wos ati*idade Tue supe a eJistXn&ia de a'gum tipo de me&anismo de

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atenção .em &omo o &ontro'e neuromus&u'ar dos pro&essos <ti&os- Uma &riança de

um ou dois meses de idade pode aprender a reagir de maneiras di+erentes diante de

o.4etos- Estas &apa&idades pare&em ser inatas ou ter pe'o menos &omponentes

inatos &onsiderá*eis-

Qe +ato um nVmero &ada *e# maior de psi&<'ogos a&redita Tue áreas inteiras

do &omportamento anteriormente &onsideradas &omo &ondi&ionadas ou aprendidas

ap<iam)se em &omponentes em grande medida inatos ou .io'ogi&amente

determinados- Não se de*e &on&'uir a partir da Tue a psi&o'ogia ou a

psi&o'ingiisti&a atuais se4am tota'mente adeptas da 9Wereditariedade9 ou 9nati*istas9-

 A po'Xmi&a Wereditariedade)meio perdeu o sentido\ nenWuma +orma

importante de &omportamento Wumano 8 tão simp'es a ponto de ser &reditada

apenas a +atores Wereditários ou am.ientais- e'o &ontrário o desen*o'*imento

&ogniti*o e seguramente o desen*o'*imento 'ing1sti&o são produtos da interação de

am.os de&orrentes da aprendi#agem e do Tue He.. &Wamou de 9maturação

psi&o'<gi&a9 ">?DD p- >F@)>FG$-

Qe outro 'ado eJistem a'gumas pro*as de Tue a aprendi#agem pode não

desempenWar um pape' tão importante em todas as +a&etas do desen*o'*imento

&ogniti*o &omo se pensa*a anteriormente- Uma das prin&ipais e*idXn&ias disso 8 a

uni*ersa'idade de determinados tipos de &omportamento Wumano- Não eJistem dois

organismos &om o mesmo am.iente de aprendi#agem "nem mesmo gXmeos

idXnti&os$ e &omo na rea'idade a entrada de estmu'os para dois .e.Xs TuaisTuer

es&o'Widos ao a&aso 8 prati&amente in&omensurá*e' &on&'ui)se Tue a eJtrema se)

me'Wança ou identidade entre padres de desen*o'*imento nos *ários am.ientes 8

uma .oa indi&ação da nature#a inata dos padres- ortanto 8 poss*e' a+irmar Tue

um uni*ersa' psi&o'<gi&o ou 'ing1sti&o gera'mente &ont8m um &omponente inato e

*i&e)*ersa- !rata)se de uma a+irmação importante porTue uma *e# proposto Tue o&on4unto .ási&o de per&epçes gestá'ti&as por eJemp'o 8 inato espera)se Tue e'e

este4a presente ao 'ongo das esp8&ies o mesmo o&orrendo em re'ação a outros

>@(

introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

&omportamentos ou pro&essos &ogniti*os inatamente determinados- Em.ora

o desen*o'*imento indi*idua' se dX atra*8s de uma interação .i'atera' &onstante

entre pro&essos inatos & não)inatos mesmo assim pressupe)se Tue o WomemenTuanto esp8&ie possui um Vni&o tipo de eTuipamento Wereditário de +orma Tue

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mudanças na estrutura am.ienta' não impedirão o desen*o'*imento de

&omportamentos Tue não dependem primariamente de +atores am.ientais "um

eJemp'o <.*io 8 o andar .pede\ *e4a Lenne.&rg >?DC$-

 A 'inguagem em parti&u'ar anteriormente &onsiderada &omo um

&omportamento aprendido seme'Wante %s Wa.i'idades adTuiridas "por eJemp'o

Morer >?D\ Osgood >?F@\ Sinner >?F@\ Staats e Staats >?DC$ passou a ser

&onsiderada nos V'timos anos &omo um &onstrueto determinado end<gena ou

inatamente e di+erente das estruturas de Wá.itos .aseadas em &ondi&ionamento

estmu'o)resposta- Outro dado Tue 4usti+i&a esta &on&'usão 8 Tue tanto o pro&esso

de aTuisição da 'inguagem Tuanto a estrutura da 'inguagem possuem *ários

aspe&tos uni*ersais signi+i&ati*os- or eJemp'o o +ato de Tue todas as &rianças

aprendem a +a'ar sendo apenas &o'o&adas num am.iente *er.a' sem ne&essidade

de Tua'Tuer treinamento ou &ondi&ionamento espe&ia' para adTuirir a 'inguagem 8

um uni*ersa' "por eJemp'o ;WomsP >?F?\ Langa&&r >?D@ p- >()>D\Lenne.erg

>?D@p- >F)>(?\ M&Nei' >?DDa$- A'8m disso todas as &rianças aprendem a +a'ar

num inter*a'o de tempo aproJimadamente igua' ou se4a de C a D anos- EJistem

a'guns dados "por eJemp'o S'o.in >?DD$ Tue mostram Tue as &onstruçes

re'ati*amente raras de a'gumas 'nguas podem reTuerer mais tempo para serem

dominadas mas este +ato assume pou&a importn&ia Tuando &omparado &om a

surpreendente uni+ormidade nos estágios de aTuisição da 'inguagem no mundo

inteiro- Qiante da *ariação i'imitada dos am.ientes &m Tue se dá a aprendi#agem e

dada a ausXn&ia de re+orçamento dirigido da 'inguagem e de outros

&omportamentos in+antis Tue &ara&teri#am muitas so&iedades o argumento em

+a*or de uma .ase .io'<gi&a para a 'inguagem torna)se &on*in&ente- Este

argumento torna)se espe&ia'mente *erdadeiro Tuando as eJp'i&açes a'ternati*as

'ais &omo a atri.uição da aprendi#agem da 'inguagem ao &ondi&ionamentomostram)se de maneira prati&amente &on&'usi*a inadeTuadas "por eJemp'o Mi''er

a'anter e ri.ram >?D p- >(?)>CG$- Atua'mente os 'ing1istas a&reditam Tue o

Womem possui uma &apa&idade .io'<gi&a inata para a aTuisição da 'inguagem uma

&apa&idade Tue tem sido des&rita &omo um me&anismo de aTuisição de

Um reeJame de a'gumas a+irmaçes

>@C

'inguagem uni+orme na esp8&ie e espe&+i&o da esp8&ie "M&N&i' >?DDa>?DD.$ Tue +un&iona eJ&'usi*amente no pro&esso de aTuisição da 'inguagem e no

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+un&ionamento do Tue 8 &onstante para todas as &rianças- oram des&o.ertos

*ários &orre'atos .io'<gi&os e neuro+isio'<gi&os do pro&esso de aprendi#agem da

'inguagem o Tue re+orça esta posição "Lenne.erg >?D@ por eJemp'o p- >C)>G$-

!odas estas no*as Wip<teses so.re a 'inguagem tXm imp'i&açes importantes

para o estudo da aTuisição e +un&ionamento da 'inguagem entre as &rianças

despri*i'egiadas ou minoritárias- Entre os edu&adores 8 &omum por eJemp'o a

Wip<tese segundo a Tua' estas &rianças são portadoras de de+i&iXn&ia 'ing1sti&a

pro*a*e'mente porTue seus pais não as ensinaram espe&i+i&amente a +a'ar a'8m de

outras &ausas am.ientais- No entanto 8 e*idente Tue s& &onsiderarmos Tue a

aprendi#agem da 'inguagem 8 um uni*ersa' da esp8&ie e Tue .asta &o'o&ar a

&riança no am.iente em Tue as pessoas +a'am esta Wip<tese torna)se in*á'ida- O

+ato de Tue as &rianças despri*i'egiadas não são ensinadas a +a'ar da mesma

maneira Tue as pri*i'egiadas proposição ainda um tanto du*idosa não as

impede de adTuirir a 'inguagem Tue as &er&a .astando para isto Tue não se4am

psi&<ti&as ou portadoras de 'esão &ere.ra'- Seguramente a +a'ta de re+orçamento do

&omportamento 'ing1sti&o de*e ter um e+eito so.re a &riança peTuena- E mais

pro*á*e' Tue este e+eito assuma a +orma de 'imitação do uso da 'inguagem em

&onteJtos não)re+orçadores- or8m &omo atua'mente se a&redita Tue a

&ompetXn&ia 'ing1sti&a ou a &apa&idade interna'i#ada de usar e &ompreender a

'inguagem independe do desempenWo 'ing1sti&o ou da &apa&idade para +a'ar

"por eJemp'o ;WomsP >?D@ p- (?@)C>\ Lenne.erg >?D$ o uso 'imitado da

'inguagem &m determinadas situaçes não pro*a a +a'ta de &apa&idade para 'idar

&om a 'inguagem- Em outras pa'a*ras a pri*ação 'ing1sti&a em seu sentido

tradi&iona' pare&e não eJistir-

O &on&eito de 'inguagem primiti*a +oi um outro +ator Tue propi&iou o

surgimento da noção de pri*ação 'ing1sti&a- !rata)se de um aspe&to re'e*ante daTuestão pois a'guns espe&ia'istas &Wegaram a argumentar Tue em.ora as &rianças

despri*i'egiadas possam dominar uma +orma de 'inguagem a 'inguagem Tue e'as

rea'mente +a'am 8 atro+iada e erráti&a &omposta pro*a*e'mente d& um amá'gama

&asua' de erros e 'a&unas &on&eituais "Bereit&r e Enge'mann >?DD$- A &on&'usão a

Tue &Wegam os de+ensores desta posição 8 de Tue a 'inguagem

>@F

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

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destas &rianças não 8 adeTuada %s suas ne&essidades ou ao seu am.iente

por &ausa de *o&a.u'ário esparso sua sintaJe simp'es e in+'eJ*e' ou dada a

presença de outras de+i&iXn&ias "gera'mente não espe&i+i&adas$- No entanto não

eJiste nada seme'Wante a uma 'inguagem primiti*a &omo esta nem eJistem pro*as

de Tue as &Wamadas 'nguas primiti*as não importa o Tue Tueiramos signi+i&ar &om

este termo tenWam 4amais eJistido "Lenne.erg >?DC p- FG@)FGG$- Na *erdade 8

imposs*e' sa.er Tuais seriam os &omponentes de uma 'ngua primiti*a pois os

prin&pios estruturais .ási&os nos Tuais a 'inguagem se .aseia são uni*ersais e

eJtremamente &omp'eJos- !odos os registros es&ritos de 'nguas eJtintas .em &omo

todas as re&onstruçes 'ing1sti&as Wist<ri&as de +ormas 'ing1sti&as passadas

.aseiam)se nesses mesmos prin&pios estruturais-

uanto % *ariação 'ing1sti&a 8 pre&iso ressa'tar Tue a 'inguagem não se

&orre'a&iona &om a so+isti&ação te&no'<gi&a pro+undidade ou idade da &u'tura ou

outras medidas antropo'<gi&as ou so&io'<gi&as\ em a'gumas so&iedades

possuidoras de uma te&no'ogia eJtremamente simp'es a 'ngua *igente 8

ina&redita*e'mente &omp'eJa- A maioria dos 'ing1istas atuais a+irma Tue as 'nguas

não di+erem a&entuadamente Tuanto %s estruturas su.4a&entes "por eJemp'o

;WomsP >?DF p- >>G$ ou Tuanto a outras &ara&tersti&as +ormais &omo por

eJemp'o a redundn&ia no sentido matemáti&o- Em outras pa'a*ras todas as

+ormas de 'inguagem tomadas em &on4unto são Tuase Tue igua'mente &omp'eJas\

a'8m disso nenWuma de'as 8 produ#ida de maneira &asua'- Em.ora a 'inguagem

in+anti' sempre di+ira Tua'itati*a e Tuantitati*amente da 'inguagem adu'ta nenWum

estágio in+anti' de Tua'Tuer 'ngua 8 &onsidera*e'mente mais simp'es ou mais

a'eat<rio do Tue o estágio &orrespondente em Tua'Tuer outra 'ngua- Assim por

eJemp'o todas as &rianças de seis anos de idade pare&em ter uma pro+i&iXn&ia

'ing1sti&a seme'Wante +ato Tue não surpreende % 'u# da esmagadorapredominn&ia de pro*as a +a*or da eJistXn&ia de um &omponente ina'o

&onsiderá*e' no desen*o'*imento da 'inguagem- Qissemos anteriormente Tue os

estágios de aTuisição da 'inguagem pare&em in*ariantes\ 8 pre&iso notar a'8m

disso Tue todas as &rianças possuem regras atra*8s das Tuais produ#em sua

'inguagem em &ada estágio do pro&esso de aTuisição independentemente da

'ngua ou da +orma de 'inguagem Tue este4am adTuirindo "Bron e raser >?DC p-

CF\ MenPu '?D?\Mi''ereEr*in >?DC$- ;on+orme proposta de ;WomsP ">?DG$ ta'*e#este se4a mais um +ato re+erente % estruturação da mente Wumana-

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Um reeJame de a'gumas a+irmaçes

>@@

árias &on&'uses podem ser tiradas desta dis&ussão so.re o pro&esso de

aTuisição da 'inguagem mesmo Tue e'a tenWa sido .re*e- arti&u'armente *eremos

Tue o atua' &onWe&imento 'ing1sti&o e psi&o'ing1sti&o 'ança *árias dV*idas so.re

muitos dos &omentários 4á sa&ramentados a respeito do desen*o'*imento da

'inguagem na &riança d&spri*i'egiada- !a'*e# se4a Vti' ana'isarmos indi*idua'mente

a'gumas destas noçes +reT1entes na 'iteratura e &omentá)'as % 'u# do materia' Tue

re*imos e de outros Tue se mostrem re'e*antes-

>- A 'inguagem da &riança d&spri*i'egiada 8 de+i&iente Este postu'ado

&omporta *árias a.ordagens dependendo da nature#a da de+i&iXn&ia atri.uda %

&riança- á dis&utimos so.re a não)*a'idade do pressuposto de Tue a 'inguagem das

&rianças despri*i'egiadas gera'mente & primiti*a e simp'es muito menos em

&omparação &om a de outras &rianças- ;ontudo *árias a+irmaçes espe&+i&as

nesta mesma 'inWa +oram postas &m &ir&u'ação u'timamente- or eJemp'o

Bernstein ">?D>$ e outros te&eram &omentários so.re as enormes 'imitaçes da

'inguagem das &rianças despri*i'egiadas ou perten&entes a grupos minoritários a

+a'ta de disposição ou ta'*e# de &apa&idade destas &rianças para usar a 'inguagem

&om a mesma +a&i'idade e +reT1Xn&ia Tue as &rianças pri*i'egiadas e as

&ara&tersti&as pe&u'iares de sua 'inguagem- Entre as &ara&tersti&as re'e*antes

+reT1entemente men&ionadas en&ontram)se a peTuena eJtensão da emissão as

respostas monossi'á.i&as %s perguntas eJpressão 'imitada de a+eto "por eJemp'o

B'an e So'omon >?DG p- (@?$ aspe&tos para'ing1sti&os e de entonação

estranWos e outras mani+estaçes seme'Wantes- Este &on4unto de &ara&tersti&as 8

tomado &omo pro*a de Tue estas &rianças não +a#em um uso natura' da 'inguagem

de Tue pre+erem se eJpressar de outras +ormas ou de Tue sua 'inguagempermane&e presa a um estágio ini&ia' e por isso se torna inadeTuada % medida Tue

se tornam mais *e'Was-

Qe +ato todas estas o.ser*açes tXm a'gum +undamento- No entanto todas

e'as se de*em % o&orrXn&ia na 'inguagem do despri*i'egiado de um Vni&o +en]meno

Tue &Wamamos de 9registro9 "Houston >?D?a >?D?.$- Um registro &onsiste de uma

gama de esti'os de 'inguagem Tue tXm em &omum sua adeTuação a uma situação

ou am.iente espe&+i&os- O &on&eito de registro 8 mais amp'o do Tue o de esti'opois pode Wa*er muita *ariação esti'sti&a dentro de um Vni&o registro mas e'e será

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&onsiderado &omo um registro somente se Wou*er aspe&tos 'ing1sti&os e

&omportamentais &omuns %Tue'a situação espe&+i&a- O &on&eito de re

>@G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

gistro mostrou)se importante numa pesTuisa Tue &ondu#i "so. os ausp&ios

da SoutWeastern Edu&ation La.oratorP um 'a.orat<rio regiona' do U-S- O++i&e o+

Edu&ation$ so.re o ing'Xs da &riança negra na #ona rura' do norte da '<rida- As

&rianças estudadas tinWam pe'o menos dois registros distintos Tue &Wamamos de

registro es&o'ar e não)es&o'ar porTue o primeiro surgiu prin&ipa'mente nas

dependXn&ias da es&o'a e diante dos pro+essores e o segundo em outros

am.ientes- Entretanto o registro es&o'ar era tam.8m usado diante de todas as

pessoas per&e.idas pe'as &rianças &omo detentoras de autoridade ou &omo a'gu8m

Tue as esta*a pesTuisando de a'gum modo "e'iminamos por *árias ra#es a

apresentação de muitos deta'Wes a este respeito$ .em &omo em situaçes +ormais

e restriti*as- A des&rição de &ada um destes registros 8 uma tare+a 'ing1sti&a

ra#oa*e'mente &omp'eJa Tue não *em ao &aso no presente artigo- Mas podemos

ressa'tar Tue entre as &ara&tersti&as do registro es&o'ar en&ontra)se a maioria das

o.ser*açes +eitas a&ima a respeito das &ara&tersti&as de 'inguagem do

despri*i'egiado: pou&a +'uXn&ia notadamente emisses redu#idas sintaJe

simp'i+i&ada & Wiper&orreção +ono'<gi&a- A'8m disso 8 pre&iso sa'ientar Tue o

&onteVdo eJpresso atra*8s deste registro tende a ser 'imitado e não)re*e'ador das

atitudes sentimentos e id8ias das &rianças-

 A&redito portanto Tue a grande maioria das pressuposiçes re+erentes %

de+i&iXn&ia 'ing1sti&a entre os +a'antes do ing'Xs não)padrão .ran&os ou negros

.aseia)se na o.ser*ação do registro es&o'ar apenas pois a posse de dois ou mais

registros 8 prati&amente uni*ersa'- E e*idente Tue a maioria das pesTuisas ein*estigaçes 'e*adas a e+eito entre estas &rianças deu)se em situaçes nas Tuais o

registro es&o'ar 8 mais pro*á*e' espe&ia'mente Tuando as &rianças são negras e o

pesTuisador 8 .ran&o e des&onWe&ido e este registro dá a impressão de +a'ta d&

+'uXn&ia e de uso estranWo da 'inguagem- ortanto 8 pre&iso ter em mente Tue o

desempenWo 'ing1sti&o destas &rianças não se resume nisto e Tue seu registro

es&o'ar não pode ser &onsiderado &omo representati*o de sua &ompetXn&ia

'ing1sti&a-

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O registro não)es&o'ar 8 tota'mente di+erente do registro es&o'ar Tuanto ao

desempenWo- a 'inguagem Tue as &rianças usam natura'mente &om os amigos e

a +am'ia e atra*8s da Tua' se eJpressam &om maior +a&i'idade e +'uXn&ia- A

&riati*idade 'ing1sti&a natura' e a eJtrema +a&i'idade *er.a' da &Wamada &riança

pri*ada 'inguisti&amente tornam)se e*identes ao o.ser*ador &apa# de e'i&iar o

registro não)es&o'ar

Um reeJame de a'gumas a+irmaçes

>@?

&omo &onsegui na '<rida- As &rianças Tue integraram esta pesTuisa ta'*e#

por não possurem .rinTuedos &om os Tuais .rin&ar enga4a*am)se em 4ogos

*er.ais &onstantes &ompetiçes *er.ais e impro*isaçes narrati*as muito distantes

de uma de+i&iXn&ia 'ing1sti&a- A'8m disso o registro não)es&o'ar &ont8m todos os

padres sintáti&os esperados em &rianças desta idade ou se4a &er&a de on#e anos

at8 onde são &onWe&idos "nos tra.a'Wos da autoria de Houston >?D?a >?D?.

en&ontram)se deta'Wes t8&ni&os$- Este +ato não de*eria surpreender se

&onsiderássemos Tue as su.+ormas de Tua'Tuer 'ngua geográ+i&as ou de outra

nature#a &ara&teri#am)se por *ariaçes sintáti&as mnimas-

uanto % &ompetXn&ia 'ing1sti&a 4á dissemos Tue a &apa&idade

interna'i#ada para &ompreender e produ#ir uma *ariedade in+inita de sentenças na

'ngua materna não se re+'ete isomor+i&amente no desempenWo 'ing1sti&o- E na

*erdade nem poderia pois a &ompetXn&ia 8 i'imitada & o desempenWo 8 +inito- O

+ato de as &rianças pro*enientes de am.ientes despri*i'egiados serem &apa#es de

&ompreender pesTuisadores des&onWe&idos seus pro+essores seus pais e umas %s

outras gera'mente Tuatro tipos de 'inguagem muito di+erentes re*e'a Tue a

&ompetXn&ia u'trapassa em muito o desempenWo *er.a' &omo a&onte&e &om todas

as pessoas- As o.ser*açes a&ima re+erentes % sintaJe da &riança despri*i'egiada

tra#em % .ai'a um outro tipo de de+i&iXn&ia de 'inguagem +reT1entemente

men&ionada: um a'to ndi&e de erros ou de des*ios em re'ação ao 9ing'Xs padrão9

em a'guns ou em todos os n*eis da 'inguagem "por eJemp'o B'an e So'omon

>?DG\ Qi''ard >?D@\ Hurst e ones >?DD$- Na *erdade esta noção &ont8m duas

a+irmaçes: em.ora a 'inguagem da &riança despri*i'egiada não &ontenWa erros no

sentido mais 'itera' isto 8 des*ios de seu pr<prio sistema de regras gramati&ais 8*á'ido a+irmar Tue a 'inguagem da &riança despri*i'egiada di+ere &onsidera*e'mente

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do ing'Xs padrão- á ressa'tamos Tue a primeira a+irmação não pode ser *á'ida uma

*e# Tue todas as +ormas de todas as 'nguas são sistemáti&as- !rata)se de um +ato

e não de uma teoria ainda du*idosa- A dis&ussão da segunda a+irmati*a 8 um pou&o

mais &omp'i&ada em grande parte porTue prati&amente não eJistem dados Tue a

&on+irmem ou neguem eJ&eto re'atos aned<ti&os o&asionais- or8m eJistem a'guns

ind&ios Tue pem em dV*ida a teoria segundo a Tua' eJistem numerosas di+erenças

entre a 'inguagem da &riança despri*i'egiada e a da pri*i'egiada pe'o menos em

n*e' sintáti&o- Uma peTuena par&e'a

>G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

de pro*a &onsiderada re'e*ante por a'guns 'ing1istas in&'usi*e eu 8 o +ato de

Tue as prin&ipais di+erenças entre os dia'etos ou *ariaçes regionais de uma 'ngua

são de nature#a +ono'<gi&a- Em.ora eJistam di+erenças su.4a&entes mais pro+undas

entre os dia'etos e'as são &m nVmero menor do Tue as di+erenças +ono'<gi&as e

'8Ji&as Tue na rea'idade a&a.am por de+inir as +ronteiras do dia'eto- Num sentido

estrito nem a 'inguagem usada pe'os despri*i'egiados nem a dos grupos

minoritários pode ser &onsiderada &omo um dia'eto\ enTuanto *ariaçes de uma

Vni&a 'ngua espera)se Tue e'as &omo os dia'etos apresentem a'gumas di+erenças-

 A'8m disso pesTuisas &omo as Tue &ondu#i *ieram mostrar Tue as +ormas

'ing1sti&as não)o+i&iais gera'mente &'assi+i&adas &omo des*ios sintáti&os seriam

mais adeTuadamente a.ordadas se &onsideradas &omo +ono'<gi&as- or eJemp'o

simp'i+i&ando um pou&o poder)s&)ia di#er Tue no ing'Xs da &riança negra o passado

regu'ar ouo3'3eo 3d3 +inais estão ausentes- Na pesTuisa Tue empreendi o.ser*ei

menos de meia dV#ia de di*ergXn&ias sintáti&as importantes entre a 'ngua estudada

e o ing'Xs o+i&ia' em.ora estas di*ergXn&ias o&orram +reT1entemente na 'inguagem

ora'- As demais di+erenças entre as *ariantes o+i&iais e as não)o+i&iais da 'ngua+oram de nature#a +ono'<gi&a- i&a patente assim a importn&ia re'ati*a das

di+erenças +ono'<gi&as e sintáti&as entre o ing'Xs o+i&ia' e o não)o+i&ia' um aspe&to

do pro.'ema so.re o Tua' não dispomos de dados at8 o momento-

- A &riança despri*i'egiada não usa as pa'a*ras adeTuadamente árias

pesTuisas entre e'as um tra.a'Wo .astante &itado da autoria de Bereiter e

Enge'mann ">?DD por eJemp'o p- (C$ tXm a+irmado Tue a &riança despri*i'egiada

não usa as pa'a*ras da mesma maneira Tue a pri*i'egiada Tue a primeira não&onstr<i sentenças a partir de pa'a*ras mas a partir de unidades di+erentemente

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estruturadas ta'*e# agrupamentos &on&eituais maiores- untamente &om esta

proposição gera'mente se a+irma Tue estas &rianças tendem a omitir determinadas

pa'a*ras Tuando +a'am &omo 8 o &aso por eJemp'o de artigos e preposiçes- A

dis&ussão empreendida por Bereiter e Enge'mann so.re este aspe&to a&res&enta

ainda Tue Tuando ou*imos estas &rianças durante a'gum tempo podemos ser

tentados a pensar Tue estes itens estão presentes de*ido pro*a*e'mente %

tendXn&ia a interpretar a 'inguagem de a&ordo &om os padres &ostumeiros

enTuanto as &rianças in*aria*e'mente os omitem-

Ora pouTussimos o.ser*adores sugeririam Tue a &riança

Um reeJame de a'gumas a+irmaçes

>G>

despri*i'egiada norte)ameri&ana +a'a uma 'ngua di+erente do ing'Xs ou em

outras pa'a*ras Tue a 'ngua Tue +a'am di+ere da 'ngua o+i&ia' o su+i&iente para ser

&onsiderada uma outra 'ngua- Assim sendo os enun&iados na 'inguagem da

&riança despri*i'egiada de*em ser +ormados da mesma maneira Tue os enun&iados

no ing'Xs o+i&ia' Tua'Tuer Tue se4a este m8todo- NenWuma 'ngua pode ser

adeTuadamente &ara&teri#ada &omo uma simp'es &on&atenação de pa'a*ras ta'

&omo a+irma*am os 'ing1istas antes dos anos &inT1enta pois as sentenças são

&onstrudas WierarTui&amente e apresentam int&r)re'açes &omp'eJas ";WomsP

>?F? & *árias outras datas su.seT1entes$- O importante a sa'ientar aTui 8 Tue a

organi#ação WierárTui&a não *aria d& 'ngua para 'ngua de modo Tue di+i&i'mente

se poderia esperar Tue &ia *ariasse dentro de uma Vni&a 'ngua-

Independentemente de &omo as &rianças despri)*i'&giadas usem as pa'a*ras

'inearmente ou de outra maneira Tua'Tuer todas as &rianças e seguramente todas

as &rianças +a'antes do ing'Xs usam)nas da mesma maneira-

 A *ariedade d& &omentários i'ustrada pe'a a+irmação d& nVmero de&orreessen&ia'mente da não +ami'iaridade &om a teoria +ono'<gi&a parti&u'armente &om a

+ono'ogia das &rianças &m Tuestão- ários +en]menos o&orrem &on4untamente para

produ#ir a impressão des&rita por Ber&iter e Eng&'mann e outros pesTuisadores- Em

primeiro 'ugar a 'inguagem da &riança negra despri*i'egiada di+ere

&onsidera*e'mente do ing'Xs o+i&ia' do .ran&o em sua estrutura +ono'<gi&a- Isto não

signi+i&a Tue as &rianças persistam no erro ou se4am in&apa#es de pronun&iar os

sons do ing'Xs- Signi+i&a Tue seu sistema +ono'<gi&o tem uma &onstrução um pou&odi*ersa num determinado n*e' da do adu'to .ran&o m8dio +a'ante do ing'Xs- Note)

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se Tue as di+erenças o&orrem no n*e' do desempenWo sistemáti&o e não da

&ompetXn&ia- Este +ato +i&a patente Tuando 'em.ramos Tue as &rianças negras

despri*i'egiadas tXm uma &apa&idade Tuase uni*ersa' de &ompreender os

enun&iados no ing'Xs do .ran&o instrudo "&ontanto Tue este4am +ami'iari#ados &om

o *o&a.u'ário e*identemente$- !odas as +ormas de todas as 'nguas são produ#idas

atra*8s d& regras regu'ares e isto 8 *erdade para todos os n*eis de 'inguagem-

ortanto a &riança não e'imina sons ao a&aso mas possui um &on4unto regu'ar de

regras pass*e' de des&rição atra*8s do Tua' mani+esta sua 'inguagem- A'gumas

destas regras tXm &omo e+eito a e'iminação de determinados sons prin&ipa'mente

&onsoantes +inais e grupos &onsonantais ' e 3h3 e a'gumas nasais inter*o&á'i&as-

 A'gumas

>G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

destas regras +un&ionam na determinação da +orma das *ogais na 'inguagem

in+anti'\ +reT1entemente as &rianças produ#em *ogais Tue não o&orrem no mesmo

&onteJto no ing'Xs o+i&ia'\ 8 o &aso por eJemp'o do ing'Xs das &rianças negras do

su' Tue di#em 3+'o3 para o eTui*a'ente 3+'or3 +'oor no ing'Xs o+i&ia'-

 A'em disso o ing'Xs em gera' apresenta muitos dos assim &Wamados

+en]menos de SandWi ou mudanças na +orma +ono'<gi&a dos mor+emas "as menores

unidades dotadas de signi+i&ado$ Tuando estes são &on&atenados ou en&adeados-

 As regras de SandWi no &aso do ing'Xs da &riança negra sem dV*ida são di+erentes

das do ing'Xs o+i&ia' do .ran&o em.ora este tam.8m as possua- A'gumas destas

regras &onstituem)se do Tue gera'mente 8 &Wamado de e'isão &omo o&orre por

eJemp'o Tuando o 3d3 +ina' da primeira pa'a*ra da eJpressão goo&' morning não 8

pronun&iado- Não &on+iguram erros propriamente ditos em.ora o e+eito produ#ido

por a'gumas destas regras pareça antiest8ti&o para a'guns ou*intes- Não s& sa.e seo ing'Xs da &riança negra ou a 'inguagem de Tua'Tuer &riança despri*i'egiada

&ont8m mais regras de SandWi do Tue o ing'Xs o+i&ia'- Q& Tua'Tuer modo &omo o

ing'Xs da &riança negra e'imina muitas das &onsoantes +inais presentes no ing'Xs

o+i&ia' a&a.a soando &omo s& &onti*esse inVmeras e'ises ou omisses de itens

+ono'<gi&os- a#er esta a+irmação não 8 o mesmo Tue a+irmar Tue os +a'antes desta

'ngua não usam pa'a*ras ou Tue as usam de uma maneira a.errante- Suas

pa'a*ras simp'esmente são eJpressas de um modo di+erente das pa'a*ras&orrespondentes no ing'Xs o+i&ia'-

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Bereiter & Eng&'mann parti&u'armente a&res&entam uma nota interessante %

dis&ussão Tuando o.ser*am Tue o ou*inte pode %s *e#es ser 'e*ado a &rer Tue

ou*iu a'guns dos itens omitidos se4am e'es sons ou pa'a*ras- O 'ing1ista diria Tue o

ou*inte 8 'e*ado a esta &rença porTue de +ato ou*iu a'go mesmo Tue não se4a a

mesma &oisa Tue e'e diria neste &onteJto- Raramente os itens são simp'esmente

deiJados de 'ado no ing'Xs da &riança negra ou outras *ariantes da 'ngua- uase

sempre são su.stitudos por a'go pe'o menos Tuando os itens são unidades

+ono'<gi&as- A omissão de &onsoantes +inais '7' e IJ' e das nasais Tuase sempre

deiJa a'go no 'ugar da unidade omitida: pode ser uma pausa um des'i#amento um

a'ongamento da *oga' segmento ou s'a.a pre&edente ou uma &om.inação de'es-

isto Tue o ou*inte ou*e-

(- A 'inguagem da &riança despri*i'egiada não o+ere&e uma .ase adeTuada

para o pensamento "a.strato ou de outra nature#a$

Um reeJame de a'gumas a+irmaçes

>G(

Esta a+irmação tam.8m 8 +reT1ente na 'iteratura espe&ia'i#ada e +oi +ormu)

'ada &m termos seme'Wantes por Bernstein ">?D>$ B'an e So'omon ">?DG p- (G>$

entre outros- era'mente a&ompanWa programas destinados a transmitir *ários tipos

de pensamento a.strato e estrat8gias de &on&eitua'i#ação %s &Wamadas &rianças

despri*i'egiadas- Esta proposição 8 de grande importn&ia pois +un&iona &omo

 4usti+i&ati*a para a maioria dos programas e 8 usada &omo eJp'i&ação para seu

+reT1ente +ra&asso "&m`&stingWous& Learning ;orporation >?D? o 'eitor en&ontra

um re'ato so.re o +ra&asso da Operação Head Start ta'*e# o mais &onWe&ido dos

programas de assistXn&ia %s &rianças despri*i'egiadas$-

 A ausXn&ia de termino'ogia a.strata entre estas &rianças gera'mente 8

&onsiderada &omo uma pro*a para a+irmaçes deste tipo- E a 4usti+i&ati*a mais&omum para o pressuposto de Tue a &riança despri*i'egiada não 8 &apa# de pensar

adeTuadamente pois as deduçes so.re os pro&essos de pensamento das &rianças

.aseiam)se prin&ipa' ou inteiramente &m e*idXn&ias o.tidas a partir de sua

'inguagem- In+e'i#mente isto torna as &on&'uses in*á'idas pe'os seguintes moti*os-

Em.ora este +ato se4a des&onWe&ido dos 'eigos em 'ing1sti&a a psi&o'ogia a

direção da dependXn&ia entre 'inguagem e &ognição ainda não +oi determinada- No

entanto não se &onsidera mais poss*e' eJtrapo'ar padres &ogniti*os diretamente apartir de padres 'ing1sti&os uma id8ia %s *e#es in&orretamente atri.uda aos

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es&ritos de Ben4amin Lee `Wor+ entre >?()>?C "`Wor+ >?FD$- O +ato de uma

'ngua ser a'tamente +'etida por eJemp'o não indi&a ne&essariamente Tue seus

+a'antes se4am mais &omp'eJos ou mais *igorosos do Tue os +a'antes de uma 'ngua

&omo o &WinXs\ o +ato de uma 'ngua &onter muitos grupos &onsonantais ou +ri&ati*as

*e'ares "popu'armente &onWe&idas &omo 9guturais9$ não signi+i&a Tue seus +a'antes

pensem de uma maneira primiti*a e .estia' e assim por diante- Qo mesmo modo se

se *eri+i&ar Tue numa 'ngua ou numa sua *ariante não eJiste um termo para

designar um determinado +en]meno isto não signi+i&a Tue seus +a'antes

des&onWeçam o +en]meno ou Tue não possam 'idar &om e'e- O +ato não indi&a nada

a'8m de Tue esta 'ngua não &ont8m este termo- Este +en]meno +oi &ompro*ado

eJperimenta'mente em *árias oportunidades "por eJemp'o Lenne.erg >?D>$-

ortanto a ausXn&ia d& pa'a*ras espe&+i&as na 'inguagem das &rianças

despri*i'egiadas não signi+i&a Tue e'as não se4am &apa#es de pro&essos &ogniti*os

&omp'eJos9 da mesma +orma seu pretenso +ra&asso no uso de termos a.stratos

não

>GC

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

signi+i&a ne&essariamente Tue e'as se4am in&apa#es de &on&eituar a.s)

tratamente-

 A+irmaçes &omo esta de nVmero ( en+rentam ainda outras di+i&u'dades\ por

eJemp'o ainda não se sa.e eJatamente no Tue &onsiste o pensamento a.strato ou

&omo se determina se uma pessoa está pensando a.stratamente ou não num

determinado momento- As *e#es o pensamento a.strato 8 de+inido &omo a

&apa&idade para genera'i#ar e +ormar &ategorias- Esta &apa&idade gera'mente 8

&onsiderada inata e está imp'&ita no pr<prio uso da 'inguagem\ não se sa.e se

determinados aspe&tos da 'inguagem podem ser &onsiderados mais a.stratos oumais re'a&ionados &om os pro&essos de genera'i#ação e &ategori#ação do Tue

outros- muito pro*á*e' Tue enun&iados gramati&ais não possam ser &onstrudos

sem as noçes interna'i#adas de &ategoria gramati&a' e Tue enun&iados no*os não

possam ser estruturados sem a genera'i#ação de padres eJperimentados

anteriormente- A'8m disso a+irma)se Tue a 'inguagem não pro*X uma .ase

&on&eituai para o pensamento a.strato ou de outro tipo Tua'Tuer\ seria mais eJato

di#er Tue as &apa&idades inatas de a.stração genera'i#ação e &on&eitua'i#ação et&-são ne&essárias % eJistXn&ia da 'inguagem de modo gera'- Estas &apa&idades

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estão presentes &m todos os mem.ros da esp8&ie Wumana eJ&eto nos portadores

de de+i&iXn&ias gen8ti&as em.ora e'as e*identemente progridam &om a idade 4á

Tue sua ontogXnese 8 determinada pe'a maturação- Mas a eJistXn&ia uni*ersa'

destas &apa&idades signi+i&a entre outras &oisas Tue grande parte da 'inguagem 8

impermeá*e' %s +orças am.ientais e Tue estas +orças am.ientais Tue de a'guma

maneira agem so.re a 'inguagem não &onseguem mesmo assim modi+i&ar o

&omponente inato da inte'e&ção-

uanto % 'inguagem in+anti' & % &apa&idade de genera'i#ar "ou sua ausXn&ia$

prop]s)se "por eJemp'o B'an e So'omon >?DG p- (G$ Tue a &riança

despri*i'egiada 8 in&apa# de usar a 'inguagem de modo su+i&ientemente e+i&iente

para o.ter in+ormaçes a partir do Tue 'We 8 dito- A&redita)se Tue isto a&onte&e ou

porTue estas &rianças são in&apa#es de pensar desta +orma pois sua 'inguagem

não as pro*X dos instrumentos ne&essários ou simp'esmente porTue não

aprenderam a +a#X)'o- Em B'an e So'omon ">?DG$ en&ontramos um eJemp'o desta

a+irmação\ e'e tem por o.4eti*o demonstrar a +a'ta de um Tuadro de re+erXn&ia

'ing1sti&o na &riança despri*i'egiada Tue 'We permita eJtrair in+ormaçes do

am.iente e &onsista num diá'ogo entre uma &riança e sua pro

Um reeJame de a'gumas a+irmaçes

>GF

+essora: 9or eJemp'o a pro+essora *este o &asa&o ao +ina' da au'a- A

&riança di#: 9or Tue *o&X está indo para &asaY9 A pro+essora responde: 9;omo 8

Tue *o&X sa.e Tue estou indo para &asaY9 ao Tue a &riança di#: 9o&X não está

indo para &asaY9 Esta resposta signi+i&ou Tue a &riança desistiu de Tua'Tuer

tentati*a de ra&io&inar\ e'a interpretou a pergunta da pro+essora &omo um sina' de

Tue de*eria negar sua in+erXn&ia anterior-9

O pro.'ema apresentado no eJemp'o a&ima não 8 um pro.'ema t8&ni&o de'ing1sti&a mas de psi&o'ogia\ 8 &ontudo tpi&o entre os in&identes re'atados pe'os

pro+essores e outros t8&ni&os Tuando Tuerem &on+irmar a a+irmação nVmero (- No

entanto não eJiste nada de an]ma'o na maneira &omo a &riança usou a 'inguagem

nesta situação- Entre as *árias maneiras de responder % pergunta da pro+essora

pare&e)me Tue a &riança es&o'Weu a mais sens*e'- A partir do momento em Tue a

pro+essora perguntou &omo a &riança sa.ia Tue e'a esta*a indo para &asa resta*a a

esta muito pou&o a +a#er a não ser &on&'uir Tue sua resposta ini&ia' esta*a erradapois esta 8 a maneira gera'mente uti'i#ada pe'os pro+essores para mostrar % &riança

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Tue e'a está errada- Em outras pa'a*ras a &riança esta*a +a#endo uma

genera'i#ação suti' e &omp'eJa de sua eJperiXn&ia passada &om pro+essores um

pro&esso muito distante da 9desistXn&ia de Tua'Tuer tentati*a de ra&io&inar9- Não

Tue a &riança despri*i'egiada se &omuniTue de +ormas pe&u'iares mas Tue e'a o +a#

somente Tuando pressionada pe'o am.iente- pre&iso re&onWe&er Tue o am.iente

es&o'ar 8 tota'mente dis&repante de Tua'Tuer outro am.iente Tuanto % interação

'ing1sti&a da &riança &om o pro+essor e Tuanto % interação permitida &om seus

pares- ;ertamente a resposta da &riança seria inadeTuada ou no mnimo 4o&osa se

ti*esse sido dada em outro &onteJto so&ia' mas a pergunta da pro+essora seria

&onsiderada rude em &ir&unstn&ias so&iais &omuns- O &on&eito de rude#a

raramente 8 ap'i&ado %s &on*ersaçes entre adu'tos e &rianças- i&a e*idente Tue a

situação de &omuni&ação entre pro+essor e a'uno 8 mpar e am.as as partes

ap'i&am regras di+erentes das usuais- Qe*eramos ter em mente tam.8m Tue as

&rianças num am.iente es&o'ar são ta&itamente tratadas &om muito mais sançes

Tuando se &omportam in&orretamente do Tue os parti&ipantes da maioria dos outros

tipos de interação so&ia'- Se a &riança no eJemp'o a&ima não ti*esse medo de

9errar9 8 pou&o pro*á*e' Tue ti*esse pre&isado &orrigir sua dedução ini&ia'- o'to a

+risar Tue o in&idente +oi apresentado &om tantos deta'Wes porTue e'e me surpreen)

de enTuanto representati*o dos &omentários dos pro+essores so.re o

>GD

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

&omportamento da &riança despri*i'egiada &onsiderado atpi&o e de)

monstrati*o de de+i&iXn&ias de &on&eitua'i#ação- ueremos demonstrar Tue estes

in&identes podem ser interpretados de *árias maneiras a'gumas das Tuais muitas

*e#es re*e'am &omportamentos eJtremamente adaptati*os e ra#oá*eis-

C- A 'inguagem 8 dispensá*e' % &riança despri*i'egiada\ estas &riançasgera'mente se &omuni&am mais atra*8s de re&ursos não)*er).ais do Tue de

re&ursos *er.ais tota'mente desne&essário ressa'tar Tue a 'inguagem não 8

dispensá*e' a ningu8m e não 8 usada por es&o'Wa ou ne&essidade- Isto porTue a

aTuisição da 'inguagem não 8 uma Wa.i'idade nem tampou&o aTuisição de uma

Wa.i'idade & assim não depende das eJigXn&ias am.ientais eJ&eto na medida

em Tue a &riança pre&isa ou*ir uma 'ngua a +im de aprendX)'a- A aprendi#agem e o

emprego da 'ngua 8 a'go natura' para as &rianças e e'as o +a#em indepen)dentemente de suas ne&essidades- E pro*á*e' Tue o uso Tue todas as &rianças

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+a#em da 'inguagem se4a seme'Wante &m a'guns aspe&tos "M&N&i'' >?DDa$- Qe outro

'ado sa.e)se tam.8m Tue a pro+i&iXn&ia *er.a' & a Wa.i'idade para 'idar &om

pa'a*ras são *a'ori#adas di+erentemente em muitas &omunidades &m *árias partes

do mundo "co&Wman >?D?\ La.o* e ;oWen >?D@$ e Tue as regras de &omuni&ação

ne&essariamente di+erem &m grupos so&iais di*ersos- ários 4ogos in+antis são não)

*er.ais e .aseiam)se prin&ipa'mente no &ontato +si&o- Não se sa.e se este

+en]meno 8 mais tpi&o da &riança despri*i'egiada do Tue da pri*i'egiada- No

entanto a &riança pri*i'egiada possui por de+inição muito mais &oisas &om as Tuais

.rin&ar & assim 8 menos &ompe'ida a desen*o'*er 4ogos por si mesma- O &ontato

entre as pessoas pode ser *er.a' ou não)*er.a'\ as &rianças despri*i'egiadas Tue

o.ser*ei dedi&a*am)se a 'utas ri'ua'i#adas e a'ga#arras mas tam.8m a 4ogos

*er.ais &onstantes- A &riança Tue não possui .rinTuedos restam muito pou&as

a'ternati*as-

Isto não signi+i&a Tue este4amos negando a possi.i'idade de Tue o uso da

'inguagem di+ira entre as &rianças despri*i'egiadas- At8 o momento no entanto não

dispomos de pro*as s<'idas a este respeito- A'gum pesTuisador ta'*e# Tuisesse

*eri+i&ar por eJemp'o se o uso da 'inguagem entre pais e +i'Wos di+ere Tua'itati*a ou

Tuantitati*amente neste am.iente &on+orme Bernstein ">?D>$ e outros propuseram-

No entanto e'e pre&isa estar atento para a eJistXn&ia do registro\ ta'*e# um dos

moti*os pe'os Tuais se &Wegou % &on&'usão de Tue estas &rianças

Um reeJame de a'gumas a+irmaçes

>G@

usam a 'inguagem de modo estranWo ou 'imitado se4a a seguinte: os

pesTuisadores s< per&e.eram o seu registro 'imitado-

F- A 'inguagem da &riança despri*i'egiada representa sua &u'tura e seu

am.iente\ por isso de*e ser mantida ina'terada Esta proposta no eJtremooposto da es&a'a em re'ação %s propostas eJaminadas anteriormente 8 %s *e#es

de+endida por 'ing1istas e outros espe&ia'istas &on+igurando um esprito Tue o

so&io'ing1ista ;War'es erguson &Wamou de 9eTua'itarismo sentimenta'9- Ora 8

per+eitamente &orreto a+irmar Tue a 'inguagem da &riança despri*i'egiada 'We 8 Vti'

possui regras de &onstrução sistemáti&as & regu'ares não 8 de+i&iente de um ponto

de *ista sintáti&o ou semnti&o e &onstitui um .ase tão adeTuada ao pensamento e

% &on&eitua'i#ação Tuanto Tua'Tuer outra +orma 'ing1sti&a- ;ontudo Wá outras&onsideraçes Tue de*em ser 'e*adas em &onta pe'os edu&adores-

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Em primeiro 'ugar 8 per+eitamente poss*e' Tue a &riança despri*i'egiada

espe&ia'mente das #onas rurais não possua a'gumas das pa'a*ras de Tue

ne&essita para ser .em)su&edida na es&o'a 'er 4ornais &onseguir empregos e

assim por diante- Se isto rea'mente o&orrer 8 pre&iso ensinar)'We estes itens- No

entanto trata)se de um signi+i&ati*o 9se9- E poss*e' Tue estas &rianças se4am

&apa#es de &ompreender pa'a*ras Tue 4amais uti'i#am- Isto signi+i&a Tue e'as 4á as

9&onWe&e9 e Tue ne&essita apenas de oportunidades para usá)'as e de

en&ora4amento para +a#X)'o- Ou ta'*e# e'as as &ompreendam e as uti'i#em mas

apenas num am.iente não)es&o'ar por meio de outros registros- muito di+ &i'

*eri+i&ar estas a+irmaçes mas estamos diante de uma possi.i'idade Tue não de*e

ser su.estimada espe&ia'mente &om o ad*ento da te'e*isão e da eJpansão do

am.iente 'ing1sti&o Tue e'a propor&ionou-

EJiste uma &onsideração mais importante a +a#er em.ora mais di+&i' de ser

en+rentada: trata)se do status da 'inguagem da &riança despri*i'egiada +rente %s

demais &rianças e da per&epção Tue os +a'antes do ing'Xs o+i&ia' tXm de'a- Em.ora o

`e.ster6s Qi&tionarP "(ã ed-$ tenWa retirado o r<tu'o 9não)o+i&ia'9 de itens &omo ain6t

eJiste o +ato so&io'ingusti&o de Tue a'gumas +ormas de 'inguagem são um impedi)

mento irremo**e' % mo.i'idade *erti&a' so&ia' a&adXmi&a e&on]mi&a e ate mesmo

geográ+i&a- Se eJiste a'gum pre&on&eito so&ia' .aseado na 'inguagem isto 4usti+i&a

inteiramente a ne&essidade de modi+i&ação dos aspe&tos Tue despertam tais

reaçes- Note)se Tue se pode +a'ar o ing'Xs instrudo ou o ing'Xs i'etrado uma

distinção Tue *a'e para todo

>GG

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

o mundo de +a'a ing'esa independentemente de outros +atores e Tue

nenWum dia'eto em parti&u'ar ou &on4unto regiona' de &ara&tersti&as 8 em si mesmoo+i&ia' ou in&u'to em.ora a'gumas +ormas possam ser &onsideradas antiest8ti&as

pe'os +a'antes Tue *i*em em outras regies- E pre&iso 'em.rar tam.8m Tue eJiste o

ing'Xs in&u'to +a'ado pe'o .ran&o e o ing'Xs in&u'to +a'ado pe'o negro .em &omo o

ing'Xs &u'to +a'ado por am.os "Houston >?D?a$- A +im de agir ra&iona'mente nos

programas de modi+i&ação *er.a' nas es&o'as o.*iamente 8 ne&essário des&o.rir

eJatamente Tue aspe&tos da 'inguagem da &riança despri*i'egiada podem ser

de'et8rios "e não 9de.i'itantes9$- No momento ainda não dispomos destain+ormação-

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ina'mente eJiste a sugestão "por eJemp'o B'an & So'omon >?DG$ de Tue

seria Vti' desen*o'*er na &riança despri*i'egiada a &ons&iXn&ia de Tue possui uma

'inguagem e desen*o'*er sua sensi.i'idade diante das di+erenças eJistentes na

maneira &omo as pessoas +a'am- !rata)se sem dV*ida de uma meta digna de

&onsideração- No entanto não Wá ra#ão para restringi)'a % &riança despri*i'egiada

pois a &ons&iXn&ia da di*ersidade e do +un&ionamento da 'inguagem pode ter um

*a'or inestimá*e' para Tua'Tuer &riança- A maneira de 'e*ar este o.4eti*o a &a.o 8 a

meu *er a mais direta poss*e'- uando uma &riança *ai aprender so.re a maneira

&omo e'a +a'a e'a de*e ter &ons&iXn&ia disto e de*eria ser estimu'ada a per&e.er e a

dis&utir a pr<pria 'inguagem-

E +reT1ente en&ontrarmos uma proposta a'ternati*a a esta sugestão\ trata)se

de enga4ar a &riança numa s8rie de 4ogos *er.ais nos Tuais e'a primeiramente

desenWa a'go e em seguida desenWa outra &oisa Tue pertença a uma &ategoria

di+erente do primeiro o.4eto desenWado es&o'We de uma pi'Wa 9dois .'o&os

*erme'Wos e um .'o&o *erde9 "B'an e So'omon >?DG p- (G($ a +im de se Wa.ituar

ao uso se'eti*o de ad4eti*os\ repete ora'mente ordens antes de eJe&utá)'as & assim

por diante- !odas estas ati*idades são tpi&as dos programas destinados a promo)

*er a &apa&idade 'ing1sti&a da &riança despri*i'egiada e nenWuma de'as pode

atingir este o.4eti*o pois são meros eJer&&ios e não ati*idades de aprendi#agem-

Segundo oos ">?DC p- @$ para a grande maioria das &rianças a es&o'a eJige

uma maneira inteiramente no*a de pensar e não tem a menor re'ação &om Tua'Tuer

situação rea' en&ontrada na *ida- Assim a &riança a&eita a ne&essidade de empi'War

.'o&os ou seguir outras ordens Tue 'We pare&em .o.as pois as ati*idades es&o'ares

são assim- 9amais 'We o&orre Tue eJista a'go &omo a geogra+ia de sua &ida

Um reeJame de a'gumas a+irmaçes

>G?de nata' ou uma ret<ri&a de persuasão no seu &r&u'o de amigos9 "oos

>?DC$- Se se *eri+i&ar Tue a 'inguagem da &riança despri*i'egiada rea'mente pre&isa

ser eJpandida e eu a&redito Tue esta eJpansão se +aça ne&essária no n*e' do

*o&a.u'ário isto pode ser &onseguido atra*8s de &on*ersação\ para torná)'as

&ons&ientes da eJistXn&ia da 'inguagem .asta +a#er re+erXn&ia direta % 'inguagem- O

mais pro*á*e' 8 Tue a a4uda 'ing1sti&a de Tue mais pre&isam se4a o estmu'o no

sentido de uti'i#ar sua 'inguagem não)es&o'ar ou natura' na presença de adu'tos e

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pro+essores pois neste registro +reT1entemente en&ontram)se todos os aspe&tos

&onsiderados ausentes na 'inguagem da &riança despri*i'egiada-

Re+erXn&ias .i.'iográ+i&as

B&r&iter ; e S- Eng'&mann !ea&Wing Qisad*antaged ;Wi'dren in tWe

res&Woo'- Eng'eood ;'i++s renti&e)Ha'' >?DD-

Bernstein B- 9So&ia' Stru&ture Language and Learning9 Edu&ationa'

Resear&W >?D> ( >D()>@D-

B'an M- & - So'omon 9A !utoria' Language rogram to Qe*e'op A.stra&t

!Wining in So&ia''P Qisad*antaged res&Woo' ;Wi'dren9 ;Wi'd Qe*e'opment >?DG

(? (@?)(G?-

Bron R- & ;- raser 9!We A&Tuisition o+ SPntaJ9 in U- Be''ugi e R- Bron

"orgs-$ 9!We A&Tuisition o+ Language9 MonograpWs o+ tWe So&ietP +or Resear&W in

;Wi'd Qe*e'opment >?DC ? "> s8rie nl ?$ C()@?-

;WomsP N- SPnta&ti& Stru&tures- !We Hague Mouton >?F?-

 ^ Aspe&ts o+tWe!WeorP o+ SPntaJ- ;am.ridge M-I-!- ress

>?DF-

 ^ 9!We orma' Nature o+ Language9- In: E- Lenne.erg

Bio'ogi&a' oundations o+ Language- No*a or oWn `i'eP >?D@ p- (?@)

CC-

 ^ 9Language and tWe Mind9 sP&Wo'ogP !odaP >?DG> "?$

CG)DG-

Qi''ard - L- 9Negro ;Wi'dren6s Qia'e&t in tWe Inner ;itP9 'orida E'

Reporter outono de >?D@ >)(- He.. Q- - A !eJt.oo o+ sP&Wo'ogP-

i'ad8'+ia Saunders >?DD- Houston S- H- 9A So&io'inguisti& ;onsideration o+ tWe

B'a& Eng'isW

o+ ;Wi'dren in NortWern 'orida9 Language >?D? CF F??)D@->?

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

 ^ 9;Wi'd B'a& Eng'isW: tWe S&Woo' Register9- Artigo apresentado no CCB

 Annua' Meeting o+ tWe Linguisti& So&ietP o+ Ameri&a São ran&is&o >?D?-

Hurst ;- ; e`- L- ones 9sP&Woso&ia' ;on&omitants o+ Su.standard

Spee&W9 ourna' o+ Negro Edu&ation >?DD outono C?)C>-

oos M- 9Language and tWe S&Woo' ;Wi'd9 Har*ard Edu&ationa' Re*ie>?DC (C ()>-

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cessen `- 9Resear&W in tWe sP&Wo'ogi&a' Qe*e'opment o+ In+ants: an

O*er*ie9- In: I- - ordon "org-$ Human Qe*e'opment- '&n*i& S&ott oresman

>?DF p- G()?-

co&Wman !- 9Rapping in tWe B'a& Wetto9 !rans)A&tion >?D? D "C$ D)(C-

curatW H- e R- I- M&Qa*id r-- !We ronun&iation o+ Eng'isW in tWe At'anti&

States- Ann Ar.or Uni*ersitP o+ Mi&Wigan ress >?D>-

La.o* `- 9Qe'etion ;ontra&tion and InWerent aria.i'itP o+ tWe Eng'isW

;opu'a9- Artigo apresentado no C Annua' Meeting o+ tWe Linguisti& So&ietP o+

 Ameri&a ;Wi&ago >?D@-

La.o* `- e - ;oWen 9SPstemati& Re'ations o+ Standard and Nonstandard

Ru'es in tWe rammars o+ Negro Speaers9 ro4e&t Litera&P Reports 4u'Wo >?D@ ns

G ;orne'' Uni*ersitP p- DD)GC-

Langa&er R- `- Language and its Stru&ture- No*a or Har&ourt Bra&e

>?D@-

Lenne.erg E- H- 9;o'or Naming ;o'or Re&ognition ;o'or Qis&rimination: a

Reappraisa'9 er&eptua' and Motor Si''s >?D> (@F)(G-

 ^ 9Understanding Language itWout tWe A.i'itP to Spea:

a ;ase Report9 ourna' o+ A.norma' So&ia' sP&Wo'ogP >?D DF C>?)CF-

 ^ 9!We ;apa&itP +or Language A&Tuisition9- In: - A- odor 

e - - cat# "orgs-$ @@\e Stru&ture o+ Language- Eng'eood ;'i++s

renti&eHa'' >?DC p- F@?)D(-

 ^ Bio'ogi&a' oundations o+ Language- No*a or oWn

`i'eP >?D@-

M&Nei'' Q- 9Qe*e'opmenta' sP&Wo'inguisti&s9- In: - SmitW e - A- Mi''er

"orgs-$ !We enesis o+ Language- ;am.ridge M-I-! ress >?DD p- >F)GC-

 ^9!We ;reation o+ Language .P ;Wi'dren9- In: - LPons eR- - `a'es "orgs-$ sP&Wo'inguisti&s apers- Edin.urgW

Um reeJame de a'gumas a+irmaçes

>?>

Edin.urgW Uni*ersitP ress >?DD p- ??)>>F- MenPu - Senten&es ;Wi'dren

Use- ;am.ridge M-I-!- ress >?D?- Mi''er - A- E- a'anter e c- H- ri.ram

'ans and tWe Stru&ture o+ 

BeWa*ior- No*a or Ho't RineWart f `inston >?D- Mi''er `- e S- Er*in9!We Qe*e'opment o+ rammar in ;Wi'd

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Language9- In: U- B&''ugi e R- Bron "orgs-$ 9!We A&Tuisition

o+ Language9 MonograpWs o+ tWe So&ietP +or Resear&W in ;Wi'd

Qe*e'opment >?DC ? "> s8rie nl ?$ ?)(C- Morer - H- Learning !WeorP

and tWe SPm.o'i& ro&esses- No*a or

oWn `i'eP >?D- Osgood ;- E- - - Su&i e - H- !annen.aum !We

Measurement o+ 

Meaning- Ur.ana Uni*ersitP o+ I''inois ress >?F@- ines M- Re*o'ution in

Learning- No*a or Harper f Ro >?DD- Sinner B- - er.a' BeWa*ior- No*a

or App'&ton);enturP);ro+ts

>?F@-

S'o.in Q- I- 9!We A&Tuisition o+ Russian as a Nati*e Language9- In: -

SmitW & - A- Mi''er "orgs-$ !We enesis o+ Language- ;am.ridge

M-I-!- ress >?DD p- >?)>CG- Staats A- ` e ;- c- Staats ;omp'eJ Human

BeWa*ior- No*a or Ho't

RineWart f `inston >?DC- Strom R- Q- !ea&Wing in tWe S'um S&Woo'-

;o'um.us M&rri' >?DF- ernon M- Q- !We sP&Wo'ogP o+ er&eption-

HarmondsortW e'i&an

>?D-

`estingWouse Learning ;orporation !We Impa&t o+Headstart- `asWington

Q-;- `estingWouse >?D?-

`Wor+ B- L- Language !WougWt and Rea'itP- ;am.ridge M-I-!- ress >?FD-

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F

O prn&ipe Tue *irou sapo

;onsideraçes a respeito da di+i&u'dade de aprendi#agem das &rianças na

a'+a.eti#ação

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Lui# ;ar'os ;ag'iar i>

Introdução

 A a'+a.eti#ação 8 um momento muito importante e espe&ia' na *ida de uma

pessoa um passo de&isi*o para uma 'onga e di+&i' &aminWada pe'a estrada do

sa.er institu&iona'i#ado- A a'+a.eti#ação 8 tam.8m um momento muito espe&ia' na

*ida da es&o'a um teste de sua &ompetXn&ia um momento prop&io para se pensar

o aprender da *ida e o aprender da es&o'a as +ormas do &onWe&imento as

mani+estaçes pre&on&eituosas da so&iedade &om re'ação % 'inguagem e at8

mesmo para se re+'etir so.re as &ontradiçes da &iXn&ia diante da magia e do

mist8rio da *ida-

Há uma Tuestão Tue nos V'timos anos tem sido 'e*antada e de.atida Tue 8 o

e+eito so&io&u'tura' so.re o pro&esso de aprendi#agem na a'+a.eti#ação so.re a

re'ação 'inguagem e pensamento so.re o pr<prio pro&esso de &ognição e at8 so.re

as estruturas anat]mi&as e +unçes neuro'<gi&as das &rianças margina'i#adas

&arentes so&ia'mente despri*i'egiadas et&-

Na 'iteratura Wá um *o'ume muito grande de &ontri.uiçes para esse de.ate

o Tue por um 'ado tem a4udado a se entender me'Wor a Tuestão e por outro tem

tornado o de.ate .astante &omp'eJo eJigindo uma *isão mu'tidis&ip'inar &om

&onWe&imentos espe&ia'i#ados e pro

>?C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

+undos em *árias áreas- Esse de.ate portanto s< pode ser +eito numa

imensa mesa)redonda &om 'i.erdade e tempo para todas as &o'o&açes e

dis&usses ne&essárias- !a'*e# de todas as áreas Tue pre&isam parti&ipar desse

de.ate a mais ausente tem sido a Ling1sti&a em.ora a'guns en&ontros

importantes 4á tenWam a&onte&ido &omo o de.ate de ;Womsi &om Sinner &omiaget o de.ate de La.o* &om Bernstein e outros so.retudo em &ongressos e

en&ontros &ient+i&os-

 A Tuestão t8&ni&a 'ing1sti&a sempre es.arra em outras Tuestes

intimamente grudadas % Tuestão edu&a&iona' e sempre se &on&'ui Tue não 8

poss*e' reso'*er uma Tuestão sem reso'*er outras-

Qentre os muitos aspe&tos da pro.'emáti&a da a'+a.eti#ação gostaria de

&omentar de um ponto de *ista muito pessoa' e &om &onsideraçes so.retudo de1Do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

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nature#a 'ing1sti&a a assim &Wamada 9Sndrome da Qe+i&iXn&ia daAprendi#agem9

"SQA$ e a'gumas das &ausas a e'a asso&iadas- ou tentar sinteti#ar a'gumas

proposiçes e &o'o&açes Tue &onsidero pro.'emáti&as "in+e'i#mente sem poder

apresentar todas as ra#es Tue 'e*aram seus autores a essas &on&'uses$ para

+a#er meus &omentários por partes a.ordando no &on4unto a Tuestão Tue se

prop]s a&ima-

 A &riança de+i&iente

 A primeira &o'o&ação se .aseia nos resu'tados de a'guns piagetianos so.re a

ontogXnese da &ognição os Tuais a+irmam Tue os distVr.ios no pro&esso de

&onstrução das estruturas &ogniti*as e na representação do rea' são de nature#a

end<gena "isto 8 interna orgni&a$ e são produ#idos pe'a +a'ta de estimu'ação

am.ienta' "+si&a so&ia' &u'tura' ---$ adeTuada no momento prop&io do

desen*o'*imento ontogen8ti&o "de #ero a sete anos ---$- Esses distVr.ios

supostamente resu'tam em &rianças Tue não organi#am suas eJperiXn&ias no meio

em Tue *i*em "o rea'$ Tue não tXm noçes de espaço tempo e &ausa'idade Tue

tXm uma representação &a<ti&a do mundo Tue mostram &on+undir a rea'idade &om

a sua representação Tue tXm di+i&u'dade de estruturar a rea'idade no sentido

'<gi&o)+orma' Tue não +a'am 'ngua nenWuma et&- A'8m disso essas &rianças

&are&em de uma &ons&iXn&ia de suas rea'i#açes porTue não 'Wes são o+ere&idas

as &ondiçes para Tue &Weguem a pensar &oerentemente e a operar tendo no

máJimo uma praJis sem &on&eitua'i#ação- Estas seriam as eJp'i&açes por Tue

&ertas 9&rianças não aprendem não se sa.e por TuX9-

O prn&ipe Tue *irou sapo

>?F

Há um mundo de pro.'emas a serem de.atidos nas a+irmaçes a&imah ou

&omentar a'guns de'es ou usá)'os &omo preteJto para +a#er a'gumas ponderaçesTue 4u'go re'e*antes para o de.ate-

O mundo não 8 simp'es nem estagnado para ningu8m em nenWum 'ugar do

mundo em tempo a'gum- Basta um su4eito nas&er e terá um grande desa+io pe'a

+rente: o de so.re*i*er- O Womem 8 por nature#a um anima' ra&iona'- ;omo anima'

e'e 8 um des&o.ridor do mundo e da *ida e &omo ra&iona' 8 um modi+i&ador do

mundo e da *ida- Ningu8m nas&e & morre sem rea'i#ar de a'gum modo essas duas

tare+as .ási&as de des&o.erta e de trans+ormação da *ida e do mundo- Ningu8mpassa % toa pe'a *ida- Entretanto 8 *erdade tam.8m Tue ningu8m tri'Wa o mesmo

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&aminWo pe'a *ida por Tue passou uma outra pessoa por mais es+orço Tue Wa4a em

se .ito'ar a'gu8m- A di+erença 8 um traço essen&ia' da *ida so.re a !erra so.retudo

da *ida Wumana: a di+erença anima' e a di+erença ra&iona'-

Uma &riança Tuando nas&e se4a 'á onde +or tem &ondiçes su+i&ientes de

estmu'os para se rea'i#ar p'enamente &omo gente tanto assim 8 Tue aprende a

o'War o mundo a ou*ir a reagir a andar a meJer &om as &oisas a &onstruir

&oisas--- e a +a'arh Essas &oisas &m si são muito pessoais indi*iduais & a so&iedade

deiJa isso a&onte&er norma'mente &omo a'go esperado diria mesmo esperado

.io'ogi&amente &omo se +osse uma Werança Wereditária da raça Wumana da Tua'

&omparti'Wam todos- Os Tue por a'guma ra#ão nas&eram &om de+i&iXn&ias

.io'<gi&as gra*ssimas ) o Tue a&onte&e muito raramente ) apresentam restriçes de

*ida sem dV*ida mas mesmo para estes em muitos &asos a de+i&iXn&ia .io'<gi&a

não impede &omp'etamente a 'o&omoção a re+ieJão o +a#er e o +a'ar-

Histori&amente 8 +á&i' &onstatar Tue o Womem se *irou em situaçes muito

di+erentes- Os egp&ios &onstruram as pirmides os .a.i']nios des*endaram os

segredos da astronomia os gregos pensaram a *ida o Womem e o mundo &omo

ningu8m os maias tinWam uma &i*i'i#ação Tue nos +as&ina at8 Wo4e --- e Tuais eram

as &ondiçes so&io&u'turais dessa genteY Em outras pa'a*ras: o Tue são estmu'os

am.ientais "+si&os so&iais &u'turais$ Tue +a#em de um es&ra*o um 'atão de um

+ara< um &onstrutor de pirmides de um ndio maia um pro+undo &onWe&edor de

matemáti&aY Será Tue uma &riança de uma +a*e'a de São au'o tem Wo4e menos

estmu'os +si&os so&iais e &u'turais do Tue os +ara<s os +i'<so+os gregos e os ndios

maiasY Eu a&Wo Tue o mundo e a *ida são tão &omp'i&ados & desa+iadores para

todos e'es & 8 4ustamente por isso Tue numa

>?D

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar mesma &omunidade go#ando de &ondiçes seme'Wantes de *ida um & de

um 4eito e outro de outro\ não por &ausa da in+'uXn&ia do meio am.iente mas por

&ausa da maneira &omo &ada um reage diante da *ida e do mundo-

 As ati*idades da es&o'a a&ompanWam de perto as atitudes da so&iedade-

ora da es&o'a a so&iedade re*e'a pre&on&eitos so&iais atra*8s da dis&riminação da

&or do seJo dos &ostumes da origem das pessoas et& --- e na es&o'a a so&iedade

se apega a pre&on&eitos Tue &ria manipu'ando +atos 'ing1sti&os &u'turaisinte'e&tuais et&- ora da es&o'a o poder do dinWeiro de&ide Tuem domina e Tuem 8

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dominado\ na es&o'a o poder do sa.er de&ide Tuem 8 inte'igente e Tuem 8

ignorante Tuem tem distVr.ios de aprendi#agem e Tuem simp'esmente &ometeu um

ou uma serie#inWa de enganos &asuais-

e4amos a seguir a'gumas &onsideraçes so.re o Tue a&onte&e na es&o'a &

na *ida- Será Tue .asta uma pessoa atingir um patamar ) por eJemp'o opera&iona'

&on&reto ou de pensamento a.strato ) para não se re*e'ar 9de+i&iente9Y

E +á&i' atri.uir a uma &riança uma de+i&iXn&ia &ogniti*a a partir d& uma

resposta impr<pria Tue e'a dá num teste mas se o su4eito +osse um adu'to .em

&o'o&ado so&ia'mente respondendo do mesmo 4eito a interpretação seria di+erente-

 A &riança tem a o.rigação de pro*ar em Tue estágio da aTuisição do &onWe&imento

se en&ontra\ o adu'to 4á 8 dip'omado & o Tue +a# mesmo tão errado Tuanto o Tue

+e# a &riança tem sempre uma 4usti+i&ati*a- ara a &riança eJistem as regras para

os adu'tos as eJ&eçesh A mania Tue a gente tem de +a#er a*a'iaçes não 8 ta'*e#

a mani+estação mais &'ara da a&eitação dos pre&on&eitos so&iaisY

 Aprender a +a'ar 8 sem dV*ida a tare+a mais &omp'eJa Tue o Womem rea'i#a

na sua *ida- E a mani+estação mais e'e*ada da ra&iona'idade Wumana- As &rianças

de todos os 'ugares do mundo de todas as &u'turas de todas as &'asses so&iais

rea'i#am isso de um e meio a trXs anos de idade- Isso 8 uma pro*a de inte'igXn&ia-

!oda a &riança aprende uma 'ngua e não +a'a um amontoado de sons- Uma 'ngua

8 um sistema de a'ta &omp'eJidade em todas as suas mani+estaçes: +on8ti&a

+ono'<gi&a sintáti&a semnti&a et&--- !anto assim 8 Tue apesar dos estudos

'ing1sti&os de anini a ;Womsi a interpretação da nature#a e +un&ionamento da

'inguagem &ontinua um desa+io- O Womem 4á des*endou e entendeu muito mais

segredos da nature#a do Tue da 'inguagem-

 A 'inguagem 8 toda e'a a.strata montada em &ima de

O prn&ipe Tue *irou sapo>?@

&on&eituaçes e genera'i#açes apenas sua mani+estação 8 Tue 8

sonori#ada e es&rita- Ora &omo uma &riança pode se apropriar da 'inguagem usá)

'a se segundo a'guns s< *ai atingir o patamar '<gi&o)+orma' o pensamento a.strato

.em mais tarde "ou nun&a--- no &aso de &ertos a'unos &arentes---$6Y Atingir o

pensamento a.strato +orma' 8 &ondição para TuXY ara se operar &om &on&eitos

regras +a#er genera'i#açes 8 &ondição ne&essária ter pro*ado atra*8s de testes&'ni&os "de iaget os de outro$ Tue 4á se atingiu o patamar '<gi&o)+orma'Y Então

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uma &riança Tue aprendeu a +a'ar pro*ou Tue 4á superou "e &omoh$ esse estágio da

ontogXnese da &ognição- A 'ngua usada pe'a &riança 8 nas suas &ara&tersti&as

mais pro+undas e essen&iais eJatamente igua' % do adu'to- ;ertamente Wá usos

di+erentes da 'inguagem- Na *erdade não Wá duas pessoas Tue usem a 'inguagem

do mesmo modo porTue a 'inguagem 8 tam.8m uma +orma de eJpressão da

indi*idua'idade um 'ugar onde o indi*duo &onstr<i a si pr<prio & o eJi.e ao mundo

uma &oisa .onita e perigosa ao mesmo tempo-

;on*ersar o Tue todo mundo +a# 8 uma das +ormas mais so+isti&adas de

organi#ação das eJperiXn&ias pr<prias e a'Weias no meio em Tue se *i*e- Não Wá

+a'ante Tue não sai.a &on*ersar-

 As noçes de tempo espaço 'inearidade e &ausa'idade são ingredientes tão

pro+undamente enrai#ados na 'inguagem Tue sem e'es o +a'ante não 8 &apa# seTuer

de a.rir a .o&a para +a'ar e &on*ersar-

Ningu8m +a'a sem uma gramáti&a sem as regras pr<prias do sistema

'ing1sti&o e de uma 'ngua- E 'inguagem não *em pronta- O +a'ante tem Tue montá)

'a programá)'a e rea'i#á)'a- Ora isso tudo uma &riança +a# Tuando +a'ah Então o

Tue a impede de estruturar a rea'idade no sentido '<gi&o)+orma'Y A dV*ida a esse

respeito &om re'ação %s &rianças &arentes não será mais um pre&on&eito so&ia'

Tue .us&a no &omportamento dessas &rianças respostas iguais %s Tue se

en&ontram no &omportamento de outras &rianças pe'a simp'es ra#ão Tue se a&Wa

Tue a Vni&a +orma de eJpressão para a estruturação &ogniti*a tem Tue se re*e'ar

atra*8s do modo de +a'ar usado pe'as &rianças so&ia'mente pri*i'egiadasY

 A'8m das &on*ersas das &rianças 8 pre&iso o.ser*ar &omo e'as .rin&am

para se *er Tue aTue'as &onsideraçes e proposiçes men&ionadas anteriormente a

respeito das &rianças despri*i'egiadas so&io&u'tura'mente são a.surdas-

 A a'guns a'unos a es&o'a atri.ui todas as de+i&iXn&ias e d8+i&its mas saindoda sa'a de au'a o Tue a&onte&e 8 muito di+erente- Então o

>?G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

menino *ai 4ogar .o'a- Lá e'e 8 o 'der manda e desmanda organi#a seu time

e desorgani#a o ad*ersário em &ampo tem um &ontro'e per+eito so.re o tempo o

espaço a noção de &ausa e e+eito uma Wa.i'idade ideomotora ideoper&epti*a e

ideo&ogniti*a para o 4ogo Tue +a# de'e um &raTue um arrin&Wah A mesma máTuinaWumana Tue 4oga .o'a estuda na es&o'a- Es&re*er não 8 mais di+&i' do Tue 4ogar

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.o'a mar&ar um go' não 8 mais +á&i' do Tue reso'*er um pro.'ema de matemáti&a-

 A'iás mar&ar um go' 8 tam.8m um pro.'ema de matemáti&a de .a'sti&a de

&ontro'e motor +ino e muito mais- u'gar a &apa&idade &ogniti*a e opera&iona' de

uma pessoa somente atra*8s da <ti&a da es&o'a "ou de &oisas da es&o'a num +a#)

de)&onta de *ida$ 8 uma estupide# inte'e&tua'- A *ida 8 a *ida a es&o'a 8 apenas

uma situação de *ida muito restrita-

Se a gente pegasse o &raTue de .o'a des&rito a&ima e pedisse para e'e

eJp'i&ar "&om pa'a*ras--- sempre as pa'a*rash$ o Tue 8 um 4ogo de +ute.o' o por TuX

e o &omo daTui'o Tue +a# em &ampo e'e &ertamente deiJaria de ser um &raTue para

se tornar um ignorante- Mais uma *e# a Tuestão não está na essXn&ia do indi*duo

mas no 4ogo Tue a so&iedade +a# o.rigando o indi*duo a se eJpressar

'inguisti&amente de maneira a pro*ar Tue 8 somente atra*8s da 'inguagem Tue a

sua ra&iona'idade eJiste e tem *a'or- or outro 'ado Tuanta gente eJiste Tue

aprende a usar os 4ogos de 'inguagem e são uns idiotas na *ida--- a Vni&a &oisa Tue

sa.em +a#er 8 +a'ar 4ogar &om as pa'a*ras passar nos testes de todos os tipos e

não ser na *ida nada a'8m de uns &ogume'os ou .ao.ás &omo diria o eTueno

rn&ipe-

!em gente Tue se re*o'taria se +osse &onsiderada portadora de d8+i&its

&ogniti*os ou portadoras d& dis&repn&ias e*o'uti*as nos sistemas +un&ionais

"ideomotores ideoper&epti*os$ mas são in&apa#es de +e&War direito uma máTuina

d& es&re*er portáti' Tue eJige a'guns en&aiJes de girar um para+uso "pro.'ema de

'atera'idadehY---$ de +a#er &oisas seguindo as instruçes de entender as

eJp'i&açes so.re a montagem e o +un&ionamento de uma máTuina de um apare'Wo

et& &oisas Tue muitos a'unos &arentes +a#em &om toda +a&i'idade mesmo porTue

muitos de'es dependem disso para so.re*i*er e&onomi&amente-

Um menino +a# uma &adeira na mar&enaria & não &onsegue aprendermatemáti&a na es&o'a--- a#er uma &adeira 8 muito di+&i' "s< Tuem 4á +e# sa.e o

Tuanto 8 di+&i' e não 8 % toa Tue tão pou&a madeira &uste tão &aro$- Essa não 8

uma ati*idade &on&reta apenas em oposição % ati*idade a.strata da matemáti&a na

es&o'a- A madeira no +ormato da &adeira 8

O prn&ipe Tue *irou sapo

>??

a mani+estação de um pro4eto arTuitetado pe'o mar&eneiro- E o pro4eto 8muito a.strato e reTuer &onWe&imentos muito *ariados in&'usi*e de &á'&u'o

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matemáti&o- or outro 'ado o eJer&&io da matemáti&a 8 apenas um pro4eto

inte'e&tua' Tue se mani+esta atra*8s do 4ogo de pa'a*ras da 'inguagem- A

matemáti&a da es&o'a es.arra mais na 'inguagem do Tue na di+i&u'dade '<gi&a e

+orma' de so'ução de pro.'emas &om nVmeros- or eJemp'o +a#er uma &onta de

somar dois nVmeros de dois a'garismos &ada 8 a'go .ana'- Usar esse resu'tado

para de'e se su.trair outro nVmero menor Tue e'e tam.8m 8 a'go .ana' Tue os

a'unos reso'*em +a&i'mente Tuando es&rito atra*8s d& +<rmu'as matemáti&as- Mas

se a mesma &oisa *ier &m +orma de pro.'ema no 4ogo de pa'a*ras a&onte&e

sempre Tue *ários a'unos nem seTuer &Wegam a sa.er o Tue +a#er-

 A Wa.i'idade 'ing1sti&a e a Wa.i'idade manua' são &oisas muito di+erentes na

sua nature#a mas am.as ser*em igua'mente &omo eJpressão da inte'igXn&ia

Wumana- E um pre&on&eito a&War Tue a 'inguagem 8 uma ati*idade inte'igente e Tue

o +a#er manua' 8 apenas uma Tuestão de esperte#a pessoa' Tue a Vni&a +orma de

eJpressão do pensamento a.strato está na 'inguagem & Tue toda ati*idade manua'

s< re*e'a um pensamento &on&reto sem &on&eitua'i#açes e +orma'ismos

orientados de ação- A mão +a# o Tue a &a.eça manda +a#er- Ningu8m +a# uma

&adeira por instinto mas por &onWe&imento adTuirido-

or outro 'ado 8 +á&i' &on+undir uma rea'idade &om outra o &on&reto e o

a.strato o materia' e o imateria' o +orma' e sua mani+estação e essas &oisas todas

 4untas- Não s< 8 +á&i' &on+undir essas &oisas &omo tam.8m %s *e#es 8

&on*eniente usar essa &on+usão para se dis&riminar pessoas o Tue +a#em o Tue

são e mais uma *e# manter os interesses da di+eren&iação das &'asses so&iais das

&apa&idades dos indi*duos e das a.erraçes dos tra.a'Wos pretensamente

&ient+i&os-

Uma &adeira 8 um o.4eto do mundo a 'inguagem 8 uma representação do

mundo- A es&rita 8 uma representação de uma representação do mundo- Não 8porTue a es&rita 8 uma representação de uma representação Tue a es&rita 8 mais

a.strata ou mais +orma' ou mais &omp'eJa ou eJige uma &apa&idade superior- e'o

&ontrário e apesar disso a es&rita 8 muitssimo mais simp'es do Tue a 'inguagem

ora'- A es&rita se estrutura em +unção da 'inguagem ora'- Sem a 'inguagem ora' a

es&rita 8 ra.is&o sem sentido- A es&rita 8 muito mais simp'es Tuando &omparada

&om a 'inguagem ora' mas Tuando &omparada &om outras ati*idades 8 muito mais

&omp'eJa porTue a es&rita tra# &onsigo a pr<pria 'inguagem ora' em.uti

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Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

da- A es&rita eJige ainda uma &erta aná'ise da 'inguagem &oisa Tue a +a'a

não o.riga- Qo ponto de *ista do +a#er es&re*er ou +a#er uma &adeira pare&em)me

muito seme'Wantes- O Tue di+i&u'ta a es&rita Tuando &omparada &om a montagem

de uma &adeira 8 a 'inguagem Tue está por dentro da es&rita e não por dentro da

&adeira- A &adeira pode at8 ser +eita atra*8s de tentati*as e erros mas a 'inguagem

nun&a- A 'inguagem tem Tue ser meti&u'osamente programada in&'uindo sua

mani+estação es&rita-

Uma pessoa Tue nas&e &ega pode aprender a +a'ar e atra*8s da 'inguagem

terá um .om re'a&ionamento &om o mundo &om as pessoas e &onsigo mesma- á

&om um surdo de nas&ença não se pode di#er o mesmo porTue +i&a &om

di+i&u'dade s8ria de adTuirir e usar a 'inguagem seu es+orço de integração na *ida 8

muito grande e penoso-

!oda re+'eJão so.re a es&rita 8 uma representação "meta'ing1sti&a$ de uma

representação "es&rita$ de uma representação "'inguagem propriamente dita$ do

mundo- O 4ogo meta'ing1sti&o Tue o&orre na es&o'a e em muitos testes de

&ognição inte'igXn&ia et&- nem sempre tem suas regras &'aras e eJp'&itas o

su+i&iente para Tue o ad*ersário sai.a &omo reagir-

 Assim se &onstata por eJemp'o Tue um a'uno sa.e es&re*er todas as 'etras

do a'+a.eto e não &onsegue es&re*er uma pa'a*ra- ara es&re*er 9Ant]nio9

es&re*e 9AptsmrRaa9- Um a'uno sa.e Tue eJiste pai3mãe a*]3a*< tio3tia .oi3*a&a

e não sa.e responder a urna pergunta Tue pede o +eminino de pai a*] tio .oi- O

a'uno sa.e +a#er as &ontinWas e não sa.e reso'*er um pro.'ema s< porTue as

&ontinWas *ieram +ormu'adas di+erentemente nos pro.'emas- O a'uno sa.e .ater

pa'mas andar em todas as direçes e Tuando 8 instrudo a +a#er isso num teste

+i&a im<*e' ou +a# de Tua'Tuer 4eito- ede)se a uma &riança para separar o.4etosiguais de um &on4unto de o.4etos misturados e e'a não sa.e\ mas não &on+unde

uma &oisa &om outra Tuando está .rin&andoh Essa Tuestão 8 muito s8ria- O

pro.'ema não 8 entender o 'itera' das pa'a*ras mas o &omportamento 'ing1sti&o o

porTuX se +a# &ertas &oisas do 4eito &omo se +a#- !enWo *isto pessoas adu'tas .em

dip'omadas Tue diante de uma in+ormação muito &'ara e direta "9entre sem .ater9

9diri4a)se ao &aiJa ao 'ado9$ pre&isam perguntar o <.*io para se assegurarem Tue o

Tue *iram e ou*iram 8 eJatamente o Tue pensam Tue *iram e ou*iram- Em situaçãode teste e de sa'a de au'a a &riança %s *e#es +i&a estupe+a&ta porTue o Tue se 'We

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pede 8 a'go tão estranWo & não 'We +a# o menor sentido em.ora não pareça ta' ao

pesTuisador e ao pro+essor- Essa

O prn&ipe Tue *irou sapo

estupe+a&tação 8 muito &'ara e +orte no in&io da es&o'aridade Tuando o

a'uno entra na es&o'a pe'a primeira *e# pensando em en&ontrar a+oute da

sa.edoria e en&ontra uma pro+essora +a#endo perguntas idiotas por eJemp'o

mostrando duas &aiJas uma de sapato e outra de +<s+oro e perguntando % &riança

Tua' de'as 8 a maior- Ou +a#endo)a 'er uma +rase &omo: 9edro &Wutou a .o'a9 e

perguntando: 9uem &Wutou a .o'aY9- Isso 8 pa'Waçada de pi&adeiro de &ir&o e não

&onteVdo programáti&o de uma es&o'a-

EJiste na Wist<ria da 'ing1sti&a um eJemp'o &'ássi&o das re'açes entre os

*ários tipos de representação men&ionadas a&ima e o mundo &on&reto ana'isado

tam.8m por outras +ormas de representação Tue não a da 'inguagem ora'- E o &aso

do re&onWe&imento de &ores e de sua nomeação- O Tue pode pare&er a#u' para um

pode pare&er *erde para outro- A'gu8m pode se re+erir apenas ao *erme'Wo ao

passo Tue outra pessoa diante dos mesmos +atos distingue *erme'Wo de .ordo e

assim por diante- Iso'adamente *ários o.4etos são nomeados &omo amare'os mas

Tuando &o'o&ados 4untos um 8 amare'o &anário outro amare'o gema terra de siena

et&- A distinção de &ores depende do modo &omo 8 en&arado o interesse em se

distinguir na +a'a uma &or de outra- E &erto Tue as pessoas enJergam &ores

di+erentes por *ariaçes de peTuenos mati#es mas não dispem de igua' distinção

no *o&a.u'ário das 'nguas so.retudo no *o&a.u'ário de uso &orriTueiro- Ningu8m

pode 4u'gar da &apa&idade de distinção de &ores ou de manipu'ação de o.4etos

atra*8s das &ores usando a 'inguagem &aso &ontrário tem)se uma +onte

inesgotá*e' de eTu*o&os-Mas a'gu8m irá +a#er a o.4eção de Tue os a'unos são so'i&itados a operar

&om &ores &ontrastantes *erde *erme'Wo amare'o e não &om &ores pare&idas--- e

mesmo assim não reso'*em os pro.'emas &omo se esperaria-

Em primeiro 'ugar essa o.4eção remete a a'go di+erente do apresentado

a&ima & por isso Wá outros pro.'emas en*o'*idos- ede)se por eJemp'o para uma

&riança separar &ores iguais- Separar &ores iguais toda &riança sa.e +a#er porTue

sa.e separar e sa.e o Tue 8 igua' e o Tue 8 di+erente- Se não +a# &ome o esperado8 porTue não sa.e em gera' porTue +a#er isso o Tue se pretende &om isso ou at8

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mesmo Tua' o grau de eJigXn&ia de igua'dade e desigua'dade Tue se pretende usar

&omo &rit8rio- Qois o.4etos iguais em tudo são di+erentes &omo indi*duosh Um não

8 o outro então por Tue 4untá)'osY As *e#es os o.4etos são

(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

todos da mesma &or mas o resto a +orma a espessura o peso peTuenos

deta'Wes Tue o pesTuisador a.strai & a &riança não são su+i&ientes para o su4eito

do teste a&War a di+erença Tue 4usti+i&a a sua resposta- Será Tue a &riança sempre

sa.e eJatamente o Tue o pesTuisador Tuer de'aY Uma simp'es eJp'i&ação 8

su+i&iente para dar todas as instruçes de Tue a &riança pre&isaY O teste em *e# de

ser um pro&edimento &ient+i&o pode ser uma armadi'Wa-

!enWo ensinado a'gumas pessoas a 4ogar o adu'tos e &rianças- um 4ogo

&om regras muito simp'es por8m possi.i'itando muitas estrat8gias &omp'eJas e

desa+iantes- E interessante notar Tue muitos adu'tos são mais ingXnuos no 4ogo do

Tue muitas &rianças- As &rianças tendem a 4ogar mais pe'as estrat8gias se arris&am

mais e os adu'tos mais pe'as regras pe'o medo de errar- A mesma &oisa a&onte&e

na situação de teste: o pesTuisador segue regras e a &riança e'a.ora estrat8gias de

ap'i&ação dessa regras Tue o pesTuisador Tuase sempre não &onsegue entender-

or +a'ar em 4ogos--- &omo as &rianças se re*e'am Wá.eis & inte'igentes nos

 4ogosh Mas não aprendem ortogra+ia e matemáti&a--- Será Tue 8 por &ausa de'as ou

do modo &omo se ensina a ortogra+ia & a matemáti&a na es&o'aY

!enWo *isto &rianças po.res +as&inadas &om mi&ro&omputadores em +eiras de

e'etr]ni&a e &omuni&ação- á *i essas &rianças programando o mi&ro&omputador

usando &omo táti&a simp'esmente o e+eito Tue &ertos &omandos produ#em na

máTuina- or eJemp'o usam uma regra do tipo or _) > to F:neJt e os

&omandos rint e ;LS e +a#em apare&er e desapare&er &ara&teres na te'a do *deo-;ertamente essas &rianças não sa.em o Tue signi+i&a a estrutura de uma regra do

tipo or_ 3 to F: neJt mas sa.em Tue &om isso o &omputador +a# a'go Tue

Tuerem Tue e'e +aça-

Se em *e# de se deiJar a &riança operar a seu modo se de*esse

ne&essariamente dar uma eJp'i&ação de &omo se +ormu'a uma regra para imprimir e

+a#er desapare&er &ara&teres no monitor 'enWo a impressão de Tue essas &rianças

não sa.eriam operar o &omputador naTue'e momento- As pa'a*ras %s *e#esatrapa'Wam--- e &omoh A mesma &oisa a&onte&e em muitos testes Tue a*a'iam as

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&apa&idades das &rianças- A &riança de +ato sa.e destinguir e separar o.4etos

mas não sa.e seguir as instruçes do pesTuisador--- ou da pro+essora na es&o'a- E

da trági&a eJperiXn&ia dos testes e a*a'iaçes resta para a instituição assim e'a

a&Wa a &on&'usão de Tue a &riança 8 portadora de um d8+i&it &ompro*ado atra*8s

das e*idXn&ias &ienti+i&amente &ontro'adas dos testes re&onWe&i

O prn&ipe Tue *irou sapo

C

dos &omo adeTuados per+eitos e de &o+ia.i'idade so. a.so'uta garantia- A

uni*ersidade %s *e#es de*eria ter *ergonWa do Tue +a#h---

Será Tue as &rianças &arentes &are&em de uma &ons&iXn&ia de suas

rea'i#açesY Será Tue e'as não tXm &Wan&e de pensar &oerentemente e de operarY

Será Tue não re+'etem so.re o Tue +a#em +a#endo o Tue +a#em instinti*a e

me&ani&amenteY

S< pe'o +ato de &o'o&ar essas Tuestes +ora do &onteJto de &ertas pesTuisas

 4á se per&e.e Tue tais proposiçes não +a#em muito sentido- Seria negar a pr<pria

nature#a Wumana a essas &rianças &arentesh Será poss*e' a'gu8m não ter

&ons&iXn&ia do Tue +a#Y O Tue 8 pensar &oerentementeY pensar segundo a '<gi&a

aristot8'i&a Wege'iana a +i'oso+ia de S&Wop&nWauer de Niet#s&We segundo o Tue

pensam os ri&os os inte'e&tuais os a'Tuimistas os matemáti&os os pro+essores

uni*ersitários os a*<sY Ser &oerente 8 dedu#ir uma &oisa de outraY asso&iar uma

id8ia &om outraY A &oerXn&ia 8 um &ontro'ador Vni&o & in+a'*e' da *erdadeY Os

prin&pios d& &oerXn&ia são iguais para todosY re&isam ser assimY

 A &riança Tue não +a# &on&ordn&ia no uso da 'inguagem di#endo &oisas

&omo 9n<is tra.aia9 9eu se ma&WuTuei9 não 8 &apa# de esta.e'e&er &oerXn&iaY Ou

8 o seu sistema 'ing1sti&o Tue opera dessa maneiraY Muitas 'nguas tXm sua

estrutura 'ing1sti&a sistemati#ada seguindo regras iguais a essas Tue go*ernam oseJemp'os a&ima- O pr<prio dia'eto da es&o'a usa &onstruçes in&oerentes do tipo:

9tudo são +'ores9 9N<s assinamos o de&reto)'ei9 "N<s O residente$ 9Eu &ortei o

dedo na 4ane'a9 " na *erdade s< Wou*e um +erimento &ausado pe'a ponta d& um

+erro do trin&o$ 9AmanWã *ou ao &inema9 "amanWã 8 +uturo *ou 8 presente$- Onde

está a &oerXn&iaY Na es&o'a uma &riança responde a uma pergunta da pro+essora

&om outra pergunta porTue a pro+essora muito +reT1entemente responde a uma

pergunta da &riança &om outra pergunta- O &omportamento da &riança de*e ser

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&onsiderado in&oerenteY uais são as regras do 4ogo 'ing1sti&o e do 4ogo da

&oerXn&iaY

 A'gumas &rianças não aprendem a es&re*er &erto 9não se sa.e por TuX---9 e

depois de ana'isadas pe'os testes se &on&'ui Tue não são &apa#es d& &one&itua'i#ar

a rea'idade da es&rita de tomar &ons&iXn&ia so.re o Tue +a#em e de operar

&oerentemente-

 A pro+essora es&re*e 9S'*io9 e o a'uno &opia 9S.io9 porTue pensa Tue na

es&rita &ursi*a da pro+essora as 'etras 9I*9 se pare&em &om 9.9- A pro+essora

es&re*e 9O.a9 em &ursi*a & o a'uno &opia em 'etras de +orma 9O'*a9 pe'a ra#ão

in*ersa da anterior- Qiante de erros deste tipo a

F

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

pro+essora e muitas outras pessoas pensam Tue essa &riança não 8 &apa# de

&on&eitua'i#ar as 'etras de usar &oerentemente a re'ação 'etra3som da +a'a e es&rita

porTue a+ina' .asta +a'ar o.a para se *er Tue 8 muito di+erente de o'*a- A

pro+essora pensa de um 4eito e a &riança de outro e se am.as não se entenderem

não Wa*erá ensino nem aprendi#agem- A &riança não sa.e es&re*er: está

aprendendo\ & &omo não tem todas as in+ormaçes pro&ura a&War sua '<gi&a e

&oerXn&ia podendo &Wegar a resu'tados inesperados Tue nem sempre são

&orretamente entendidos pe'a pro+essora- !odos os erros da &riança tXm uma

eJp'i&ação- NenWuma &riança age na es&o'a &omo se ti*esse um &8re.ro de pa'Wa-

Entender as estrat8gias das &rianças Tue erram 8 &ondição +undamenta' para se

programar o ensino e a aprendi#agem- uando não se entendem as estrat8gias das

&rianças apare&em outros tipos de eJp'i&açes nem sempre muito 4ustas: se o erro

8 &ometido por uma &riança &arente isso 8 mais uma pro*a de seu d8+i&it\ se 8

&ometido por uma &riança das &'asses pri*i'egiadas so&io&u'tura'mente 8 umsimp'es engano- E nisso tudo Tuem se engana mais 8 a es&o'a-

 A'gumas &rianças Tue ti*eram a &Wan&e de eJperimentar os 4ogos da

es&o'ari#ação +ora da es&o'a &m &asa ao en+rentar a pro+essora seguem as

instruçes segundo as eJpe&tati*as\ outras ) em gera' as &rianças &arentes ) &omo

não sa.em direito as regras do 4ogo ape'am para a re+'eJão so.re o Tue a&onte&e

e *ia d& regra s& saem muito ma' perante a pro+essora- E'a ensina o 9ERA9 9RE9

9RI9 9RO9 9RU9 & eJemp'i+i&a &om 9+ruta9- Qepois pede para o a'uno dar outroseJemp'os &omo +ruta e a'guns a'unos di#em: 9.anana maçã a.a&ate et&9- Esses

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a'unos não sa.em Tuando tXm Tue usar a 'inguagem meta'ing1isti&amente &

Tuando de*em simu'ar um uso rea' de +a'a- a'ar 9.anana9 em *e# d& 9+ruta9 não

representa Tue o a'uno s< sa.e +a'ar &on&retamente não &onseguindo dar um

eJemp'o 'ing1sti&o porTue +a'ar 9.anana9 no &onteJto da es&o'a sem pre&isar

tam.8m 8 um 4ogo de +a#)de)&onta- A pro+essora pensa na +orma das pa'a*ras

"+on8ti&a$ e o a'uno pensa na semnti&a- uando +a'am as pessoas se guiam pe'a

semnti&a & não pe'a +on8ti&a- A pro+essora ora di# Tue &asa se es&re*e &om A ora

&om S ora &om cA ou &om ZA &om ; et&- e o a'uno prin&ipiante de es&rita ou*e

esse tipo de eJp'i&ação e simp'esmente a&Wa Tue es&re*er a pa'a*ra 9&asa9 8 uma

'ou&ura so.retudo se tentar es&re*er 9&asa9 &omo disse a pro+essora: A S ;A et&-

 A pro+essora &ertamente o &onsiderará .urro uma *e# Tue 9&asa9 se es&re*e

mesmo 8 &om ;ASA &oisa a'iás Tue e'a não disseh

O prn&ipe Tue *irou sapo

D

 A es&o'a em gera' e so.retudo as pro+essoras primárias de*eriam ter muito

mais &uidado &om o modo de eJp'i&ar &ertas &oisas no in&io porTue 8 4ustamente

a Tue muitos a'unos podem empa&ar-

 Aprender &omputação & a'go Tue tra# para o adu'to situaçes seme'Wantes %s

Tue as &rianças en+rentam ao se a'+a.eti#arem- Qe &erto modo aprender a

programar &omputadores 8 se a'+a.eti#ar de no*o- Em *e# do 'ápis Wá os .otes-

Não du*ido Tue não demorará muito para se ter os a'unos &arentes da &omputação

"aTui a idade não importa$ aTue'es Tue não atingiram o patamar '<gi&o)a.strato &io

+orma'ismo das máTuinash E &urioso &omo as &rianças Tue tXm mi&ro&omputador

em &asa aprendem a programar rapidamente sem muito uso dos manuais- Mas o

adu'to Tue Tuer sa.er tudo so.re tudo atra*8s dos 'i*ros para se sentir seguro no

Tue +a# &om a máTuina a&a.a não &onseguindo grandes resu'tados- ara o adu'too mi&ro 8 um mist8rio a'go Tue nun&a te*e muito a *er &om a sua Wist<ria de

edu&ação es&o'ar- Qa a sua ne&essidade de sa.er mais so.re esse a'iengena

&Wamado &omputador do Tue usá)'o e operar &om e'e adeTuada e e+i&ientemente-

ara muitos a'unos &arentes a situação 8 seme'Wante- Ao entrar na es&o'a e'es

Tuerem sa.er mais so.re o Tue 8 o sa.er a instituição o poder do sa.er do Tue

rea'i#ar tare+as espe&+i&as e seT1Xn&ias programadas pe'as ati*idades da es&o'a-

 A &riança Tue não sa.e +a'ar 

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Uma segunda s8rie de proposiçes di# Tue a po.re#a so&ioe&on<mi&a e

&u'tura' tem e+eito negati*o so.re o desen*o'*imento &ogniti*o e os pro&essos de

aprendi#agem na es&o'a- Isto s& re*e'a atra*8s do uso po.re da 'inguagem por

essas &rianças-

 A primeira parte da proposição a&ima 4á +oi &omentada antes- ostaria

portanto de +a#er &omentários so.re a segunda parte a Tue di# Tue as &rianças

&arentes tXm uma 'inguagem po.re &omo &onseT1Xn&ia de seus d8+i&its &ogniti*os-

Li num 4orna' &erta *e# Tue um se&retário de Edu&ação tinWa dito Tue

segundo in+ormaçes t8&ni&as Tue o.ti*era as &rianças &arentes usa*am um

*o&a.u'ário d& apenas umas &inT1enta pa'a*ras e por isso s& saam ma' na es&o'a

ao se a'+a.eti#arem- á ou*i &omentaristas de te'e*isão +a#endo a+irmaçes

seme'Wantes um pou&o mais generosas di#endo Tue as &rianças +a*e'adas não

&onWe&em mais de du#entas pa'a*ras apesar de a 'ngua portuguesa ter mais de

du#entas mi'-

@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

ara um 'ing1ista seria rea'mente um a&Wado +as&inante en&ontrar uma

pessoa Tue *i*e &omo +a'ante nati*o de uma 'ngua e usa apenas du#entas

pa'a*ras ou mais in&r*e' ainda uma pessoa Tue use apenas &inT1enta pa'a*ras

na +a'a &otidiana- S< d& nomes de gente .i&Wo e p'anta o *o&a.u'ário d& uma

pessoa de Tua'Tuer parte do mundo não &a.eria nesses 'imites-

Sempre a&Wei +as&inante &omo as &rianças a&ompanWam e entendem as

est<rias Tue ou*em dos adu'tos na rua no &ir&o na te'e*isão no rádio et&- !anto

entendem Tue riem se &omo*em & s& re*e'am emo&iona'mente seguindo o

desenro'ar da est<ria- ;omo 8 Tue as pessoas entendem o signi+i&ado das

pa'a*rasY As &rianças são &apa#es d& entender um nVmero enorme de pa'a*ras esintagmas mesmo Tuando ainda usam na sua +a'a um nVmero redu#ido de pa'a*ras-

 A'iás essa será uma &ara&tersti&a de todo +a'ante durante toda a *ida- A'gumas

pessoas usam um *asto *o&a.u'ário não porTue isso 8 natura' per+eito e ne&es)

sário mas por puro esno.ismo 'ing1sti&o- E o.*io Tue tra.a'Wos t8&ni&os pre&isam

d& termos t8&ni&os para se +a'ar de e'etromagnetismo 8 .om usar esse termo & não

outro Tua'Tuer mas para ser +a'ante nati*o o termo e'etromagnetismo 8

a.so'utamente dispensá*e'- E apenas um termo a mais de uma 'ista d& pa'a*rasTue pode ser muito 'onga ou não- A es&o'a &Wega a ensinar a a'guns a'unos a

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es&re*er suas redaçes e depois a tro&ar a'gumas pa'a*ras por outras mais di+&eis

para me'Worarem o n*e' da redação- E pura +res&ura 'ing1sti&a- E aTui a pa'a*ra

+res&ura não pode ser su.stituda por outra porTue o Tue Tuero di#er 8 +res&ura

'ing1sti&a mesmoh

 As pessoas tXm o *o&a.u'ário de Tue pre&isam- Se por a'guma ra#ão

pre&isam de termos no*os aprendem natura'mente no uso práti&o da 'inguagem- Se

pre&iso +or in*entam- Na es&o'a a aTuisição de *o&á.u'os no*os *em asso&iada a

&onWe&imentos não apenas dos signi+i&ados 'iterais das pa'a*ras muitas *e#es mas

d& uma gama muito grande de id8ias asso&iadas a essas pa'a*ras a'gumas de'as

eJigindo não apenas sin]nimos para se tradu#ir mas *erdadeiros teJtos & teorias-

or eJemp'o: o Tue 8 e'etromagnetismoY O Tue 8 Re*o'ução ran&esaY O Tue 8

o.4eto direto o.4eto indiretoY A es&o'a +a# um uso muito espe&+i&o da 'inguagem

prin&ipa'mente no emprego d& pa'a*ras t8&ni&as- A 'inguagem natura' não +a# um

 4ogo menos suti' mas neste &aso o +a'ante usa pa'a*ras Tue para e'e são

apropriadas sem se preo&upar &om o resto- Se a gente ti*esse Tue &on*ersar

pensando nas imp'i&açes s&

O prn&ipe Tue *irou sapo

G

mnti&as das pa'a*ras &omo se +a# na es&o'a seria Worr*e' +a'ar- uando o

+a'ante tem Tue pensar nas pa'a*ras para +a'ar seu dis&urso se torna eJtremamente

di+&i' e ini.ido- Isso a&onte&e &om todos os +a'antes &arentes ou não- E por isso

Tue na *ida Tuando as pessoas +a'am espontaneamente usam muito raramente

pa'a*ras de maneira inadeTuada e na es&o'a Tuando tXm Tue re+'etir so.re a

pr<pria +a'a usam pa'a*ras inadeTuadas muito +reT1entemente- São usos di+erentes

da 'inguagem Tue geram eJpe&tati*as di+erentes nos +a'antes e nos ou*intes-

 A 'inguagem das &rianças &arentes 8 &onsiderada po.re por a'guns não s<por &ausa do *o&a.u'ário Tue 4u'gam ser eJtremamente redu#ido mas porTue e'as

não sa.em +a'ar isto & não tXm +'uXn&ia não usam regras sintáti&as não

&onseguem eJprimir emoçes pensamentos a.stratos &omp'eJos não usam

pa'a*ras a.stratas não sa.em empregar as pa'a*ras adeTuadamente e por isso

mesmo tXm pre+erXn&ia por outros tipos de &omuni&ação su.stituindo a 'inguagem

ora' por +ormas de &omuni&ação não)*er.a'- A +a'a das &rianças po.res segundo

e'es 8 tão primiti*a Tue não passa de um amá'gama de erros e 'a&unas &on&eituais-

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Em a'gumas +am'ias po.res uma &riança nun&a +a'a diante de um adu'to Tue

está +a'ando- reT1entemente os adu'tos usam do re&urso de perguntas ret<ri&as

"Tue não são para ser respondidas$ para transmitir in+ormaçes e edu&ar &rianças---

uando essa &riança entra na es&o'a e'a pode at8 não +a'ar por edu&ação- ode

a&War Tue responder a Tuestes de ensino 8 *io'entar as regras da *ida &om as

Tuais está a&ostumada-

;rianças &arentes &ontam est<rias &omo Tua'Tuer &riança +a'am &omo

Tua'Tuer +a'ante nati*o di#em o Tue Tuerem Tuando assim a&Warem Tue de*em

+a#er- Então Tue +a'ta de +'uXn&ia &ias tXmY or outro 'ado pedir para a'gu8m +a'ar

so.re um assunto 8 no mnimo uma intromissão 'ing1sti&a e portanto 8 pre&iso

sa.er se o inter'o&utor está disposto a a&eitar essa in*asão- Será Tue uma pessoa 8

+'uente porTue di# de# +rases ou es&re*e *inte 'inWas ou &onta uma est<ria &om no

mnimo Tuin#e ad4eti*os &in&o ad*8r.ios e pe'o menos trXs &on4unçesY

Em situaçes ini.idoras a maioria das pessoas perde a +'uXn&ia- E a es&o'a

os testes não são situaçes ini.idoras para uma &riança so.retudo oriunda das

&'asses so&iais despri*i'egiadasY E .om mais uma *e# dar uma o'Wada para *er o

Tue as &rianças di#em Tuando 4ogam +ute.o' Tuando dis&utem na rua--- será Tue

não tXm +'uXn&iaY

Uma &riança &arente di# 9eu se ma&WuTuei9 9u#<mi tra.aia9 9&raro9

9pe&osu9 "pes&oço$ 9su.i pra &ima9 et&- Essa &riança não sa.e

?

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

usar as regras gramati&aisY ;omo 4á se disse antes 8 imposs*e' a'gu8m ser

+a'ante de uma 'ngua sem seguir uma gramáti&a- ortanto 8 imposs*e' a'gu8m

+a'ar sem regras- Uma 'ngua se di+eren&ia de outra e isso não 8 moti*o para se

&onsiderar um +a'ante de uma 'ngua menos &apa# inte'e&tua'mente do Tue o +a'antede outra 'ngua- Não 8 porTue +a'e portuguXs Tue de*e seguir a gramáti&a 'atina-

;ada um segue a gramáti&a de sua pr<pria 'ngua- A gramáti&a portuguesa não 8

uma gramáti&a 'atina deturpada- São rea'idades di+erentes-

;on*8m 'em.rar aTui Tue não eJiste 9A Lngua ortuguesa9 &omo a'gumas

pessoas imaginam- EJistem muitas +ormas de 'ngua portuguesa ) &omo a'iás

a&onte&e &om todas as 'nguas naturais Tue tXm um nVmero grande de +a'antes-

Estas muitas +ormas são os dia'etos- Um 'ing1ista não des&re*e 9A Lnguaortuguesa9 mas *ariedades da 'ngua portuguesa- E imposs*e' 'inguisti&amente

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esta.e'e&er por eJemp'o o sistema +ono'<gi&o mor+o'<gi&o et&--- da Lngua

ortuguesa Tue se4a estruturado per+eitamente e *á'ido para todos os +a'antes-

 As *e#es a'gumas pessoas a&a.am &on&'uindo Tue o Tue os 'ing1istas

Tuerem di#er &om as *ariaçes dia'etais 8 Tue 9*a'e tudo9 9não eJiste erro de

'inguagem9--- Não 8 .em assim a Tuestão- Qo ponto de *ista estritamente

'ing1sti&o 8 &'aro Tue Wá erros: todo des*io das regras gramati&ais &onstitui um

erro 'ing1sti&o- A Tuestão práti&a 8 sa.er se o +a'ante &ometeu um des*io das

regras de sua gramáti&a ou se está sendo 4u'gado pe'as regras de uma outra

gramáti&a Tue não a de sua pr<pria 'ngua- ;omo mostras de *erdadeiros erros

'ing1sti&os *e4a o Tue segue- Se a'gu8m di#: 9Bo'a edro o &Wutou aTue'a9

&ertamente &omete um erro sintáti&o porTue em nenWuma *ariedade do portuguXs

se +a'a assim- Se para me re+erir a um 9&a*a'o9 digo 9mesa9 Wá um erro 'ing1sti&o

porTue em nenWuma *ariedade do portuguXs 9mesa9 8 sin]nimo de 9&a*a'o9- Se em

*e# de di#er 9&'aro9 ou 9pa'Wa9 digo 9pa+9 ou 9sru.9 &ometo um erro 'ing1sti&o

porTue a +orma +on8ti&a desses itens 'eJi&ais em nenWuma *ariedade do portuguXs

8 essa- ;omo se *X esses erros são .em di+erentes dos 9erros9 Tue apare&em nas

a*a'iaçes es&o'ares e em &ertos testes e estudos so.re a 'inguagem das &rianças

&arentes-

Uma outra a+irmação Tue se +a# %s *e#es so.re a +a'a das &rianças

&arentes 8 a de Tue e'as não &onseguem eJprimir emoçes atra*8s das *ariaçes

me'<di&as da entoação uma *e# Tue +a'am .aiJo de*agar e Tuase sempre

monotonamente---

!odas essas a+irmaçes são des&a.idas- Ningu8m +a'a 'ngua ne

O prn&ipe Tue *irou sapo

>

nWuma "nem pa'a*ra a'guma em situação &omum de +a'a$ sem programar oritmo e entoação o tom a duração si'á.i&a a toni&idade a tessitura me'<di&a o

*o'ume a Tua'idade de *o# a *e'o&idade de +a'a et& et&- E são 4ustamente esses

parmetros Tue são usados .asi&amente para se transmitir as atitudes do +a'ante

isto 8 as emoçes Tue o +a'ante Tuer eJprimir- Os padres de rea'i#ação desses

parmetros tam.8m são espe&+i&os de &ada dia'eto: &omparem)se as +a'as dos

.aianos dos gaV&Wos dos pau'istas et&- Num dia'eto os e'ementos supra)

segmentais men&ionados a&ima podem ser usados para eJprimir a'go neutro\noutro a'go rude- E por isso Tue %s *e#es as pessoas estranWam a rude#a a

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mo'e#a o pedantismo et&- de &ertos inter'o&utores em.ora e'es possam simp'es)

mente estar +a'ando segundo seu dia'eto de modo neutro sem Tuerer demonstrar

nenWuma dessas emoçes sentidas pe'o outro- Ou %s *e#es Tuer transmitir &ertas

sensaçes e o seu inter'o&utor não o interpreta &orretamente-

Na *erdade 8 a es&o'a "a edu&ação so&ia' inte'e&tua' re'igiosa---$ Tue 'e*a

os indi*duos a se reprimirem *er.a'mente e depois de &erto tempo a ini.irem a

eJpressão *er.a' e &onseT1entemente a &astrarem as pr<prias emoçes- Na

pessoa .em edu&ada isso 8 +ine#a &i*i'idade na &riança po.re isso 8 &arXn&iaY

Mas será Tue as &rianças po.res não &onseguem mesmo eJprimir suas emoçes

ou são os pesTuisadores Tue não sa.em o Tue de +ato a&onte&e &om a +a'a de'asY

;omo uma pessoa pode passar pe'a *ida sem emoçesY O pr<prio +ato de se estar

*i*o 4á 8 emo&ionante demais- ue emoçes as pessoas Tuerem *er na +a'a das

pessoas &arentesY

 A respeito do uso de pa'a*ras a.stratas na +a'a das &rianças &arentes 4á

&omentamos antes- A a+irmação de Tue as &rianças &arentes pre+erem outros tipos

de &omuni&ação Tue não se4a *er.a' 8 tão o.*iamente +a'sa e rid&u'a Tue nem 8

pre&iso &omentar em deta'We- ;ada um +a'a o Tue Tuer &omo Tuer Tuando Tuer

seguindo sua &ompetXn&ia 'ing1sti&a "isto 8 as regras da gramáti&a da 'ngua Tue

+a'a$- E a es&o'a Tue +a# restriçes % +a'a das &rianças- A es&o'a &on+unde dis&ip'ina

&om si'Xn&io manda as &rianças o.ser*arem a pr<pria +a'a para a&ertarem na

es&rita mas não permitem Tue as &rianças +a'em Tuando es&re*em )de*em s<

pensar "si&h$- A es&o'a in*entou uma s8rie de sinais para &a'ar a.o&adas &rianças---

desde o +ato de se 'e*antar a mão para perguntar ou di#er a'go- or outro 'ado %s

*e#es um gesto di# muito mais do Tue muitas pa'a*ras- or Tue as pessoas de .oa

edu&ação porTue são proi

>>Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

.idas de usar gestos para se &omuni&arem interpretam os Tue usam a

'inguagem gestua' &omo uma e*idXn&ia da +a'ta de &apa&idade dessas pessoas

para usarem a 'inguagem ora'Y Não 8 um pre&on&eitoY A 'inguagem gestua' nun&a

destruiu a 'inguagem ora'-

Qe tudo o Tue se *iu at8 aTui pode)se &on&'uir Tue a a+irmação de Tue a +a'a

das &rianças po.res 8 um amá'gama de erros e 'a&unas 8 uma a+irmação +a'sa sem+undamento-

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ostaria de apro*eitar a oportunidade para di#er duas pa'a*ras so.re a

a+irmati*a Tue se ou*e %s *e#es de pessoas Tue a&Wam Tue Wá 'nguas primiti*as

e 'nguas e*o'udas 'nguas ri&as e 'nguas po.res Tue po*os de &u'tura primiti*a

+a'am apenas monoss'a.os onomatopai&os et& et&-

Os estudos 'ing1sti&os +eitos at8 agora nun&a en&ontraram 'ais &oisas- !odas

as 'nguas mesmo as dos po*os de &u'tura mais primiti*a são seme'Wantemente

&omp'eJas- As seme'Wanças estruturais são tão mar&antes Tue muitos 'ing1istas

uti'i#am ta' e*idXn&ia em +a*or de uma &on&epção inatista da 'inguagem isto 8

di#em Tue a &ompetXn&ia 'ing1sti&a 8 uni*ersa' igua' para todos os +a'antes d&

todas as 'nguas e inata- Uma a+irmação +orte e &ora4osa mas Tue en&ontra nas

des&riçes 'ing1sti&as muitas e*idXn&ias Tue +a*ore&em ta' &on&'usão- uantas

'nguas indgenas +oram des&ritas seguindo os mo'des da gramáti&a 'atinah Isso

mostra &omo apesar das di+erenças super+i&iais entre as 'nguas no +undo são

todas muito seme'Wantes-

Uma 'ngua se di+ere da outra d& maneira .astante <.*ia % primeira *ista

pe'a +on8ti&a e pe'o '8Ji&o- Qo ponto de *ista da +on8ti&a todas as 'nguas usam um

su.&on4unto de sons tirados do &on4unto gera' das possi.i'idades arti&u'at<rias do

Womem- Não Wá sons primiti*os e sons &i*i'i#ados- ara a'gu8m um &'iTue poderia

soar &omo a'go primiti*o se &onstasse do in*entário +ono'<gi&o d& uma 'ngua- Mas

essa mesma pessoa pro*a*e'mente usa a'gum tipo de &'iTue para indi&ar negação

&omando ou outra &oisa sem se dar &onta do Tue +a# "&+- 9nuWh nuWh9 )para proi.ir

a'go\ 9W'ah W'ah9 ) para guiar -&a*a'os et&$- Muitos po*os Tue não usam sons &omo

e a&Wam Tue os +a'antes de 'nguas Tue usam esses sons +a#em muitas &aretas

Tuando +a'am- Um +a'ante do +ran&Xs ing'Xs portuguXs di+i&i'mente a&Waria rude

seu modo de +a'ar ou Tue +a# muitas &aretas e tre4eitos &om os 'á.ios Tuando

+a'am\ &ontudo isso pode ser o Tue a&Wam os +a'antes d& outras 'nguas a'gumasdas Tuais &onsideradas rudes e primiti*as-

O prn&ipe Tue *irou sapo

>

Qo ponto de *ista do '8Ji&o &omo 4á se disse &ada 'ngua tem as pa'a*ras de

Tue pre&isa não mais nem menos- Se um po*o pre&isa de muitas pa'a*ras para

'idar &om a +'oresta e os animais terá todas as pa'a*ras ne&essárias\ se outra 'ngua

pre&isa de pa'a*ras para a +i'oso+ia terá todas as pa'a*ras ne&essárias\ se pre&isarde pa'a*ras para a te&no'ogia de ponta tam.8m en&ontrará as pa'a*ras de Tue

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pre&isa não mais nem menos- O tamanWo do '8Ji&o e sua eJtensão semnti&a 8

a'go Tue 8 .astante se&undário na estruturação da 'inguagem & não ser*e de

argumento para se di#er Tue uma 'ngua 8 a*ançada ou atrasada-

 AdTuirindo 'inguagem e pensamento

ostaria de +a#er a'guns &omentários a respeito de a'guns aspe&tos da

seguinte a+irmação: as &ondiçes materiais de *ida determinam não s< os

&onteVdos da &ons&iXn&ia mas tam.8m as estruturas +ormais do pensamento-

 A+irma)se Tue as &ondiçes materiais &ondi&ionam o n*e' & a Tua'idade das

estruturas do pensamento "a psi&ogXnese$ +a&i)'itando)o para os +a*ore&idos

so&io&u'tura'mente e impedindo)o para OS despri*i'egiados- As &ompetXn&ias

&ogniti*as e 'ing1sti&as se &onstruiriam gradati*amente o Tue permitiria di+erentes

&ompetXn&ias de a&ordo &om o estágio de desen*o'*imento atingido- A &ada

estágio &ogniti*o &orresponderia uma &ompetXn&ia 'ing1sti&a-

E um +ato inegá*e' Tue uma &riança Tuando nas&e não +a'a e não anda mas

nem por isso se pode a+irmar &omo a'go inegá*e' Tue essa &riança Tuando nas&e

não sa.e +a'ar ou andar ou Tue sa.e +a'ar e andar- Uma &oisa 8 a +a&u'dade Tue

permite ao su4eito +a'ar e andar e outra &oisa 8 o uso dessa +a&u'dade para +a#er

&oisa espe&+i&as &omo andar e +a'ar e+eti*amente- As e*idXn&ias dos +atos tXm

'e*ado a Ling1sti&a a 'e*antar uma +orte suspeita de Tue a +a&u'dade da 'inguagem

8 um uni*ersa' .io'<gi&o Tue o indi*duo tra# inatamente &omo 4á se disse antes-

O.*iamente Tue +a'ar uma 'ngua ou outra 8 o resu'tado de um uso &ondi&ionado

so&ia'mente: +a'a)se a 'ngua da &omunidade em Tue se *i*e-

 A &ompetXn&ia 'ing1sti&a de uma &riança &omeça a se re*e'ar desde muito

&edo Tuando as pessoas dirigem a pa'a*ra a e'a e e'a reage de a'gum modo-

NenWum .e.X +i&a insens*e' Tuando a'gu8m 'We dirige a pa'a*ra- ;om um ano os

.e.Xs entendem muitas &oisas Tue 'Wes são ditas mesmo sem +a'ar ainda- Amedida Tue &res&em *ão entendendo &ada *e# mais e &ada *e# mais 'itera'mente

isto 8 entendem a +a'a

>(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

atra*8s da mensagem 'ing1sti&a propriamente dita- not<rio o +ato de se

+a#erem proi.içes ou &omandos %s &rianças por eJemp'o de dois anos e e'as

reagirem adeTuadamente mostrando Tue entenderam o Tue +oi dito- Nesseaspe&to a 'inguagem dos &omandos 8 *ariá*e' demais para as &rianças reagirem a

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um puro &ondi&ionamento sonoro- ;om trXs e Tuatro anos as &rianças 4á +a'am "e

&omoh---$-

Nesse momento 8 impressionante &omo a &ompetXn&ia 'ing1sti&a u'trapassa

o desempenWo *er.a'- Um estrangeiro Tue está aprendendo uma 'ngua no in&io

tem muito mais di+i&u'dade em entendera 'ngua Tue estuda do Tue uma &riança de

trXs anos- A &riança aprende muito mais rapidamente a 'idar &om a 'inguagem ora'

do Tue o adu'to ao aprender uma 'ngua estrangeira apesar de toda a Wist<ria

edu&a&iona' deste V'timo ou 4ustamente por &ausa disso- ATui o n*e' '<gi&o)+orma'

de pou&o adiantah

uando se di# a uma &riança: 9ponWa o ursinWo em &ima da &ama9 9não su.a

na &adeira9 9não meJa nos 'i*ros9 et& e a &riança o.ede&e isto pro*a Tue e'a está

de &erto modo usando a 'ngua Tue entende mesmo Tue ainda não diga &oisas

deste tipo- A 'inguagem não está s< no +a'ar\ 8 entender tam.8mh !em)se estudado

muito o +a'ante e pou&o o ou*inte nas pesTuisas 'ing1sti&as at8 mesmo nos

estudos so.re a aTuisição da 'inguagem-

 As *e#es a 'inguagem da &riança 8 interpretada em +unção de um pro&esso

de interação &om outras pessoas o +a#er e o mundo- Mesmo nessa a.ordagem

pare&e)me Tue a +a'ta de estudar mais a &riança do ponto de *ista de'a pr<pria e

não daTui'o Tue e'a Tuis di#er segundo a interpretação do pesTuisador- A

'inguagem da &riança antes dos dois anos 8 muito *ariá*e' em +unção do tempo isto

8 Wo4e &ia +a'a de um 4eito & a semana Tue *em de outro\ mas no momento em Tue

+a'a &omo 8 d& +ato a sua 'inguagemY A *ariação supra)segm&nta' 8 tão grande e

ri&a Tue &ertamente dá para +ormar &om seT1Xn&ias de sons do tatatá um nVmero

muito grande de *o&á.u'os Tue o adu'to di# Tue entende não 'itera'mente mas pe'o

seu &omportamento mesmo porTue e'e está sempre .us&ando na +a'a da &riança

um em.rião da sua pr<pria +a'a- Seria interessante tentar entender 'itera'mente essa'ngua da &riança nessa idade o sistema 'ing1sti&o propriamente dito e não apenas

o Tue isso representa no pro&esso de aTuisição da 'ngua materna aos mo'des do

adu'to- ;on*8m 'em.rar Tue os e'ementos supra)segmentais são a .ase so.re a

Tua' se &onstroem as arti&u'açes dos sons\ uma pa'a*ra não pode ter sua +orma

O prn&ipe Tue *irou sapo

>C

+ono'<gi&a de+inida em termos de *ogais e &onsoantes mas nem por isso nãopode eJistir apenas &om o suporte supra)segmenta'-

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 As &rianças aprendem a +a'ar apesar das &ondiçes so&io&u'turais

e&on]mi&as e materiais do meio am.iente em Tue *i*em- Não 8 o 'uJo Tue produ#

gente inte'igente nem a po.re#a Tue produ# gente ignorante- As &ondiçes

materiais não a+etam a Tua'idade das estruturas mentais a &ompetXn&ia 'ing1sti&a

nem a manipu'ação do pensamento &omo +a&u'dade &ogniti*a- Ao 'ongo da Hist<ria

da Humanidade Wá uma pro&issão imensa de +i'<so+os e sá.ios Tue sempre

pensaram assim mesmo porTue muitos de'es +oram &rianças paup8rrimash

Qe+inir po.re#a não 8 a'go +á&i' de se +a#er por surpreendente Tue se4a- Há

os &asos de po.re#a eJtrema ou mis8ria onde a so.re*i*Xn&ia +si&a do indi*duo

está em ris&o- Há a po.re#a Tue *i*e na so&iedade e Tuando 8 +ruto da

desigua'dade so&ia' suas &onseT1Xn&ias são gra*es 'imitando grandemente a ação

dessas pessoas no mundo sem dV*ida a'guma- A po.re#a materia' nem sempre

*em a&ompanWada de po.re#a &u'tura'- uanta mVsi&a .onita *eio do morro da

+a*e'a--- Muitos po*os orientais não *Xem &om .ons o'Wos a riTue#a e so.retudo o

'uJo e a ostentação do o&identeh Muita gente Tuis &i*i'i#ar os po*os por eJemp'o da

ndia e da ;Wina "si&h$ porTue esses po*os *i*iam na po.re#a e +i&aram &Wo&ados

&om a reação Tue en&ontraram- A po.re#a para esses po*os era uma +orma de

su.'imação do Womem uma +orma de se atingir a sa.edoria e a per+eição indi*idua'-

or outro 'ado a riTue#a materia' pode a&omodar as pessoas no *a#io Wumano no

&omodismo no do&e)+a#er)nada da *ida-

 A po.re#a ou a riTue#a não &riam nem estragam ne&essariamente uma

&u'tura- A &u'tura não 8 pri*i'8gio de ri&os nem de po.res mas de Tuem a tem- A

inte'igXn&ia Wumana não depende da riTue#a nem da po.re#a- Mas 8 e*idente Tue

o dinWeiro a4uda a &riar &ondiçes para Tue as pessoas e a &omunidade possam

atingir sua metas e +a#er o Tue pretendem-

Uma +orma dis+arçada de re&onWe&imento dos d8+i&its das &rianças &arentesdi# Tue os danos &ogniti*os são impostos aos oprimidos atra*8s das &ondiçes

materiais impr<prias de *ida pro*o&adas pe'a re'ação dominador3dominado na

so&iedade- Assim a so&iedade +a# &om Tue as &rianças &arentes so+ram da

sndrome da di+i&u'dade de aprendi#agem na es&o'a uma *e# Tue a es&o'a re+'ete a

so&iedade-

;om e+eito a re'ação dominador3dominado na so&iedade 8 o

>FIntrodução % psi&o'ogia es&o'ar 

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gerador de uma s8rie de pre&on&eitos "a'8m de outras &oisas---$ e um de'es 8

 4ustamente a dis&riminação do status so&ia' atra*8s do modo di+erente de +a'ar dos

di*ersos segmentos da so&iedade- A so&iedade primeiro mar&a e de+ine as &'asses

e pessoas e depois pro&ura uma 4usti+i&ati*a para o Tue +e#- As di+erenças

'ing1sti&as tXm sido usadas &omo argumentos +ortes nesse sentido mesmo porTue

a dis&riminação 'ing1sti&a por eJemp'o não 8 proi.ida por 'ei &omo 8 a

dis&riminação ra&ia' re'igiosa et&- Ainda mais a dis&riminação 'ing1sti&a tem sido

&orro.orada por uma s8rie de tra.a'Wos pretensamente &ient+i&os Tue di#em Tue a

de+i&iXn&ia 'ing1sti&a 8 pro*eniente de uma su.)raça Wumana o .ata'Wão das

pessoas &arentes margina'i#adas empo.re&idas do su.pro'&tariado et& et&- Mais

uma *e# 8 a &iXn&ia &o'a.orando &om os pre&on&eitos so&iais &oisa não muito rara

na Hist<ria-

O 4ogo su4o in4usto da so&iedade não 8 ra#ão para se a'terar a nature#a

ra&iona' da esp8&ie Wumana a &apa&idade &ogniti*a das pessoas menos

+a*ore&idas so&io&u'tura'mente- Na *erdade ta' so&iedade simp'esmente não dá

&Wan&e a essas pessoas de rea'i#arem aTui'o de Tue são &apa#es- Não rea'i#ar

&ertos tipos de ati*idades *a'ori#adas so&ia'mente &omo as pro*as de ra&io&nio

'<gi&o)+orma' 8 a'go Tue não des+a# a &apa&idade ra&iona' do Womem e nem

seTuer 8 um +ato restrito aos menos +a*ore&idos so&io&u'tura'mente ou aos

de+i&ientes mentais-

 A +a'ta de &ondiçes materiais não &ausa danos &ogniti*os mas pode &ausar

a +a'ta d& &ondiçes para o uso dessa &apa&idade no sentido de rea'i#ar &oisas Tue

so&ia'mente estão ao a'&an&e apenas das pessoas Tue dominam a so&iedade

atra*8s do dinWeiro & do sa.er a&umu'ado e so&ia'i#ado &omo por eJemp'o tudo

aTui'o Tue se +a# na es&o'a ou atra*8s de'a-

Não *ou &omentar aTui a a'egação Tuase sempre de nature#a m8di&a Tuedi# Tue as &rianças so+rem da sndrome da di+i&u'dade d& aprendi#agem porTue

+oram ma')a'im&ntadas & ti*eram um desen*o'*imento &ere.ra' de+i&iente- No s8&u'o

passado se di#ia Tue os idiotas tinWam &8re.ros peTuenos e Tue os gXnios tinWam

&8re.ros enormes at8 Tue--- se &onstatou Tue não era .em assim- Se o Tue di#em

+osse uma restrição tão s8ria essas &rianças &arentes não de*iam seTuer ser &apa)

#es de +a'ar de &on*ersar de usar a 'inguagem &omo a usam na *ida- Será Tue

essa pertur.ação neuro'<gi&a s< atrapa'Wa na es&o'aY Será Tue não 8 a es&o'a Tue

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está doente e não as &rianças &arentesY A +ome atrapa'Wa os estudos- Mas se a

pessoa +i&ar &om +ome &onstante e'a simp'esmente

O prn&ipe Tue *irou sapo

>@

morre e esse não me pare&e ser o &aso dos a'unos &om a &Wamada

sndrome de di+i&u'dade de aprendi#agem-

 A sndrome de di+i&u'dade de aprendi#agem na es&o'a

Se as &rianças normais "por oposição %s &rianças &om de+i&iXn&ias mentais

oriundas de pato'ogias anat]mi&as ou neuro+isio'<gi&as &ompro*adas &'ini&amente$

não são portadoras de d8+i&its &ogniti*os ou de distVr.ios na sua ra&iona'idade

Wumana mesmo sendo de origem so&io&u'tura' po.re por Tue então grande

nVmero de &rianças margina'i#adas so+rem da sndrome de di+i&u'dade de

aprendi#agem na es&o'aY

Em primeiro 'ugar a eJpressão sndrome "&omo o termo &arente$ 8 mais uma

+orma &amu+'ada de se atri.uir d8+i&its &ogniti*os %s &rianças Tue não aprendem não

se sa.e porTuX- Essas eJpresses de*iam ser a.o'idas-

Qi+i&u'dades de aprendi#agem todas as pessoas tXm e por muitas ra#es e

&ausas- Essas di+i&u'dades apare&em em +unção do Tue se tem para +a#er- Um

adu'to Tue *ai aprender a usar um 4oPsti& num *ideogame pode mostrar de uma

Wora para outra uma sndrome de di+i&u'dade de aprendi#agem em.ora na

uni*ersidade se4a um respeitá*e' &ientista ou Womem &u'to- Atri.ui)se uma sndrome

de di+i&u'dade de aprendi#agem %s &rianças &arentes não porTue e'as se4am .urras

mas porTue e'as são 'e*adas a +a#er &oisas muito estranWas na es&o'a- Não 8

*erdade Tue as &rianças &arentes tXm uma di+i&u'dade de aprender genera'i#ada a

sua sndrome 8 .em pare&ida &om a do &ientista a&ima s< Tue no &aso de'a em

*e# do *ideogame Wá a es&o'a-Nessa Wist<ria 8 pre&iso re*er não s< os pre&on&eitos so&iais a insensate#

&ient+i&a mas ainda e so.retudo o tra.a'Wo es&o'ar- No tra.a'Wo es&o'ar &omo no

tra.a'Wo &ient+i&o &omentado anteriormente 8pre&iso uma re*isão pro+unda e

deta'Wada de tudo aTui'o Tue en*o'*e a 'inguagem porTue 8 atra*8s de uma

&on&epção muito estranWa e +a'sa de sua nature#a e uso Tue a'guns pesTuisadores

e edu&adores &Wegaram % &on&'usão dos d8+i&its dos a'unos &arentes- Muitas

&onsideraçes +oram +eitas at8 aTui so.retudo *o'tadas para a nature#a e +unçãodos pro&essos &ogniti*os e da pr<pria ra&iona'idade Wumana- ostaria de &omentar

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a seguir .re*emente a'gumas práti&as es&o'ares Tue mostram entre outras &omo

a es&o'a não sa.e ensinar e a*a'iar as &rianças adeTuadamente e &omo de seus

eTu*o&os tira &on&'uses a.surdas so.re a &apa&i

>G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

dade inte'e&tua' de muitos de seus a'unos e das &ausas do +ra&asso es&o'ar-

ara dimensionar um pou&o a Tuestão a&Wo Tue não seria um eJagero di#er

Tue os a'unos passam pe'a es&o'a estudando portuguXs durante oito anos no

primeiro grau e trXs no segundo e não sa.em Tuase nada so.re &omo a 'inguagem

ora' e es&rita +un&ionam e Tuais os usos Tue tXm- Eu disse não sa.em e não não

aprendem porTue são in&apa#es- Não sa.em porTue a es&o'a ou não ensina o Tue

de*ia ou ensina errado ou ensina o &erto &om pro&edimentos inadeTuados %

&'iente'a- Muito do Tue os a'unos aprendem aprendem apesar da es&o'a e ainda

assim mais na práti&a indi*idua' do Tue atra*8s d& teorias-

 A maioria das in+ormaçes so.re a nature#a & usos da 'inguagem Tue os

a'unos adTuirem nas es&o'as não são eJp'i&açes &ient+i&as- ;omo 4á se disse

antes a es&o'a ainda a&Wa Tue eJiste uma Lngua ortuguesa Tue 8 um idea'

'ing1sti&o &u4os segredos de +un&ionamento se en&ontram na ramáti&a entendida

não no sentido 'ing1sti&o eJposto a&ima mas do 'i*ro didáti&o- A *isão da es&o'a &

da gramáti&a *ai mais 'onge e 8 mais estreita porTue &onsidera Tue essa 'ngua

tem sua +orma mais per+eita na sua mani+estação es&rita segundo o mode'o dos

.ons autores 'iterários- ;Wega mesmo a passar ao estudante a id8ia de Tue a Vni&a

'inguagem &orreta '<gi&a &oerente a adeTuada ao pensamento Wumano 8 a

'inguagem es&rita da &Wamada norma &u'ta-

Segundo a Ling1sti&a Moderna uma 'ngua 8 um sistema e não um

amontoado de eJ&eçes 'i&enças gramati&ais & po8ti&as- !odo +a'ante nati*o 8+a'ante de pe'o menos um sistema 'ing1sti&o- Um sistema 'ing1sti&o pode ser

+a'ado por muitas pessoas desde Tue sigam a mesma gramáti&a "no sentido

'ing1sti&o eJp'i&ado anteriormente$- Não são as ra#es po'ti&as so&iais 8tni&as

antropo'<gi&as et&- Tue determinam uma 'ngua &omo ta'- Esses +atores podem dar

um termo d& &o.ertura do tipo 9Lngua ortuguesa9 para todos os +a'antes de

portuguXs do Brasi'- Mas do ponto de *ista 'ing1sti&o o Tue Wá são muitos sistemas

'ing1sti&os Tue por ter muitos aspe&tos &m &omum são por ra#es po'ti&as so&iaiset&- &Wamados de 9Lngua ortuguesa9- Qe +ato as di+erenças &onstituem sistemas

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pr<prios e independentes Tue os 'ing1istas ana'isam separadamente- Qo 'atim

*ieram as 'nguas romni&as "+ran&Xs espanWo' ita'iano portuguXs et&-$ e Wo4e

ningu8m mais a&Wa Tue +ran&Xs e portuguXs são duas +ormas di+erentes d& uma

mesma 'ngua porTue as di+erenças entre os dois sistemas são Wo4e muito notá*eis

e grandes- O portuguXs +a'ado em ortuga' wsia e A+ri&a 8 di+erente do portu

O prn&ipe Tue *irou sapo

>?

guXs +a'ado no Brasi' a &ada *e# +i&a mais di+erente e isso *ai progredir at8

os dia'etos serem tão di+erentes entre si Tue passarão a ser designados &omo

'nguas separadas-

Isso 8 <.*io na 'inguagem ora' mas não na 'inguagem es&rita- Na 'inguagem

es&rita o grande pro.'ema "e Tuase Tue o Vni&o$ está no *o&a.u'ário espe&+i&o de

&ada região- A 'inguagem es&rita por8m 8 apenas uma +orma de representação da

'inguagem ora' um uso muito espe&+i&o da 'inguagem- A 'inguagem se &onstitui

*erdadeiramente na ora'idade- A 'inguagem ora' pode eJistir sem a es&rita mas

nenWuma 'inguagem es&rita pode eJistir sem a 'inguagem ora'\ a+ina' o o.4eti*o da

es&rita 8 representar a 'inguagem ora' de ta' modo Tue permita a 'eitura um retorno

<.*io % ora'idade- A 'inguagem es&rita na estruturação teJtua' e na ortogra+ia tende

a representar não uma *ariedade da 'ngua mas uma mani+estação &rista'i#ada ao

'ongo do tempo e Tue *ai se distan&iando das pe&u'iariedades dia'etais +ormando

um sistema pr<prio ra#ão pe'a Tua' 8 uma tentação essa sua aparente neutra'idade

para ser usada &omo mode'o norma padrão et&-

ara i'ustrar um pou&o o Tue se disse &onsideremos por eJemp'o as

seguintes pa'a*ras: 9tia noite oito &Wu*a9- A +orma es&rita ortogra+i&amente 8 Vni&a

para todos os +a'antes mesmo Tue usem pronVn&ias di+erentes- or eJemp'o um

&ario&a di# 9tJia noitJi oitu Ju*a9 um +a'ante do Sergipe di#: 9tia noitJi oitJuJu*a9 um +a'ante do Mato rosso di#: 9tJia noitJi oitu tJu*a9 um +a'ante pau'ista

di#: 9tia noiti oitu Ju*a9-

Se Wou*esse uma Vni&a Lngua ortuguesa de*eramos di#er Tue o&orre o

som de 9tJ9 antes ou depois de 9i9 e em pa'a*ras Tue admitem tam.8m uma +orma

&om 9J9- Essa regra seria op&iona' isto 8 o +a'ante es&o'We se Tue di#er 9tJ9 ou 9t9

ou 9J9- Ora nenWum +a'ante do portuguXs admitiria ta' regra seria uma regra para

+a'ante nenWum uma regra apenas Tue pretende dar &onta de todas as moda'idadesde +a'a da Lngua ortuguesa misturando o sistema 'ing1sti&o de +a'antes de

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*ariedades di+erentes da 'ngua- A regra a&ima não 8 uma regra do portuguXs de

nenWuma *ariedade 8 um eTu*o&o do o.ser*ador-

Uma &on&epção de 'inguagem desse tipo *ai 'e*ar a es&o'a por eJemp'o a

a*a'iar os a'unos desde a a'+a.eti#ação em +unção de uma 'ngua portuguesa Tue

não 8 do uso dos estudantes das &Wamadas &'asses so&iais despri*i'egiadas- ara

muitos desses a'unos 'ogo na primeira s8rie reso'*er Tuestes de a*a'iação

es&o'ar no dia'eto da es&o'a 8

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Tuase tão di+&i' Tuanto responder Tuestes seme'Wantes em 'ngua es)

trangeira- Os a'unos Tue +a'Wam são &onsiderados &arentes e remane4ados se

poss*e' em guetos de ignorn&ia e in&apa&idade segundo seus graus de

de+i&iXn&ia &ogniti*a-

ostaria muito Tue as pro+essoras primárias "se +ossem &apa#es disso---$

passassem uma pro*a no dia'eto padrão para a'unos das *árias &'asses

so&io&u'turais e depois passassem pro*as seme'Wantes nos di*ersos dia'etos dos

a'unos seguindo a gramáti&a da +a'a dos a'unos &arentes depois de ter ensinado

todas essas *ariedades para *er se os a'unos não &arentes so&io&u'tura'mente se

saem .em e os &arentes não em outras pa'a*ras para *er &om mais 4uste#a Tuem

8&arente e Tuem não 8 Tuem tem de +ato a sndrome da di+i&u'dade de

aprendi#agem-

 As &rianças &arentes tXm ainda &ontra si o +ato de não se 'e*ar em &onta

rea'mente na práti&a es&o'ar a Wist<ria de *ida dos a'unos antes de seu ingresso na

es&o'a- Em muitas +am'ias as &rianças tXm um &ontato &om a 'eitura a es&rita o

uso do 'ápis o 'i*ro--- Tue não o&orre em muitas +am'ias dos a'unos das &'asses

po.res- A es&o'a pensa Tue &omeça no #ero para todas as &rianças Tuando&omeça a ensinar- Entretanto isso não 8 *erdade prin&ipa'mente &om re'ação %s

ati*idades de es&rita 'eitura o re'a&ionamento a'uno3es&o'a3pro+essor a'uno3'ição

ensino3aprendi#agem ou*i3+a#er et&-

 A es&o'a pensa em +a&i'itar tudo para as &rianças para Tue e'as entendam

me'Wor e aprendam e para isso deiJa de 'ado a eJp'i&ação &'ara e direta e parte não

raramente para uma eJp'i&ação meta+<ri&a so.re o Tue ensina- Essa práti&a

pertur.a mais as &ondiçes de aprendi#ado ao in*8s de +a&i'itá)'as e a'gunsa'unos em meio a tanto surrea'ismo +i&am perp'eJos e &on+usos-

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ara treinar a'unos a atingirem &ertos estágios &onsiderados pr8)reTuisitos de

outros a es&o'a +a# &oisas do seguinte tipo: o.riga os a'unos a +a#erem in+indá*eis

eJer&&ios de ra.is&o e de repente o.riga)os a sa.er tudo so.re a es&rita\ mostra

o.4etos imensos e minVs&u'os para Tue os a'unos aprendam "si&h$ a dis&riminar

Tuantidade *o'ume\ manda os a'unos &o'orirem &oe'WinWos grandes e peTuenos

para ensinar 'etra maiVs&u'a e minVs&u'a\ manda os a'unos separarem &artes de

+ormatos di+erentes amontoados pe'as &ores separadamente para treinar o a'uno a

dis&riminar su.stanti*o de ad4eti*o--- Nada mais a.surdo e rid&u'oh

Qe Tua'Tuer +igura geom8tri&a se pode tirar toda a geometria

O prn&ipe Tue *irou sapo

>

"*e4a os egp&ios &om as pirmides$ mas nem por isso a matemáti&a se

deiJa redu#ir a pau#inWos pa'itos grãos pedras et&- Qa .rin&adeira &om essas

&oisas para a in*enção de uma matemáti&a &on&reta "si&h$ +oi um passo &urto- Não 8

o a'uno Tue não &onsegue a.strair dessa práti&a as noçes '<gi&o)+ormais da

matemáti&a propriamente dita mas 8 a es&o'a Tue di# Tue a matemáti&a 8 apenas

isso: um 4ogo de amontoar e separar ou uma maneira de se &ortar .o'os pi##as

Tuei4os e assim por diante- O a'uno aprende o Tue a es&o'a ensina do 4eito Tue e'a

ensina- A +ormação do a'uno re*e'a o Tue a es&o'a +a# e não o Tue o a'uno 8 &apa#-

;oisa seme'Wante *e4o Tue está Tuerendo a&onte&er &om o uso dos &omputadores:

por &ausa de uma +a'sa id8ia de Tue as &rianças não são su+i&ientemente

inte'igentes o.riga)se o a'uno a usar uma 'inguagem Logo Tuando na práti&a e'e4a

poderia programar &oisas em Basi&- E a Wist<ria do menino Tue desenWou um peiJe

e o pai pediu para Tue e'e es&re*esse 9peiJe9 e o menino respondeu: 9Eu sei Tue

peiJe se es&re*e &om _ mas a pro+essora ainda não ensinou o _ e disse Tue não 8

para es&re*er nada Tue e'a não ensinou9- A es&o'a &ostuma pedir aos a'unos Tue o.ser*em a pr<pria +a'a para

es&re*er- Ora a es&rita ortográ+i&a pode estar mais pr<Jima da +a'a de &ertos

dia'etos do Tue de outros mas para ningu8m a ortogra+ia será uma trans&rição

+on8ti&a- ara &ertos a'unos Tuanto mais e'e o.ser*a a sua pr<pria +a'a e re'a&iona

'etra3som ao modo da pro+essora pior +i&a a&ertar a +orma ortográ+i&a- Esses a'unos

são muito .em &onWe&idos das pro+essoras são os a'unos tpi&os do grupo SQA

"&om a sndrome da di+i&u'dade de aprendi#agem$---

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 A es&o'a e os 'i*ros didáti&os na sua grande maioria s< sa.em ensinar Tuem

segue os &aminWos da es&o'a e não apresenta di+i&u'dade maior- A *erdade .em

*erdadeira 8 Tue a es&o'a e os 'i*ros didáti&os não sa.em ensinar as pessoas Tue

por uma ra#ão ou outra não a&ompanWam as ati*idades programadas- A opção

pe'os remane4amentos 8 &rue' e pro*a Tue a es&o'a e a pro+essora são

in&ompetentes ou não dispem de uma estrutura e in+ra)estrutura edu&a&iona'

adeTuadas para o tra.a'Wo Tue de*eriam rea'i#ar-

Uma outra &oisa re*o'tante a'8m dos remane4amentos e Tue tam.8m 8 +ruto

de uma *isão errada das imp'i&açes das &ondiçes so&io)&u'turais na es&o'a 8 o

regiona'ismo tota'- ;riança po.re s< estuda a po.re#a &riança da +a#enda s<

estuda a *ida do &ampo &riança da &idade s< estuda seu .airro et&- Essa

a.ordagem apare&e mais &'ara e +orte em

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

&ertos 'i*ros didáti&os so.retudo &arti'Was mas apare&e tam.8m na práti&a

de muitas pro+essoras a Tuem +oi ensinado Tue as &oisas de*eriam ser assim para

+a&i'itar a aprendi#agem da &riança- Qis&ordo dessa *isão e a&Wo Tue a edu&ação

de*e ser o mais a.rangente poss*e' o no*o tem seu +as&nio seu en&anto ser*e

de moti*ação e o *e'Wo e &onWe&ido pode ser at8 re*o'tante Tuando &o'o&ado na

es&o'a ser*indo %s *e#es apenas para ridi&u'ari#ar a *ida 4á miserá*e' e so+rida

das &rianças margina'i#adas so&ia' &u'tura' e geogra+i&amente- Uma &arti'Wa

.aseada numa +a*e'a não de*e ser muito agradá*e' a um a'uno +a*e'ado: e'e Tuer

mesmo 8 sa.er o Tue a&onte&e +ora da +a*e'a- Entender a rea'idade do a'uno não 8

reprodu#ir a sua rea'idade na es&o'a- A es&o'a +oi +eita para outras &oisas-

Não poderia deiJar de en+ati#ar nesse tra.a'Wo Tue o Tue +oi dito at8 agora

não de*e 'e*ar ningu8m a a&reditar na sa'*ação da es&o'a pe'a Ling1sti&a- Opro.'ema da es&o'a *ai a'8m da Tuestão 'ing1sti&a- Mas uma &oisa 8 &erta: &om um

&onWe&imento me'Wor de 'ing1sti&a muitas asneiras deiJariam de ser ditas- Não 8

porTue se admite a *ariação so&io'ingusti&a na es&o'a Tue os pro.'emas es&o'ares

dos a'unos estão reso'*idos mas sem isso se &onWe&erá muito pou&o do Tue

a&onte&e numa sa'a de a'+a.eti#ação- ;omo 'ing1ista me pare&e rid&u'o di#er por

eJemp'o Tue tra.a'Wos &omo os de La.o* +a'Waram Tuando ap'i&ados % es&o'a:

primeiro porTue La.o* não pretendeu a&a.ar &om o +ra&asso es&o'ar atra*8s daso&io'ingusti&a depois porTue as pesTuisas de La.o* e de outros 'ing1istas tXm o

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o.4eti*o & o m8rito de in*estigar &omo a 'inguagem +un&iona e Tuais os usos Tue

tem e não são nem pretendem ser re&eitas pedag<gi&as so.retudo para se

&orrigir erros de ortogra+ia ou a tro&a de 'etras na +a'a-

O Tue +a'ta na es&o'a 8 &ompetXn&ia na tare+a de edu&ar e ensinar- Eu a&Wo

Tue as pessoas de*eriam +a'ar muito mais numa 9sndrome de di+i&u'dade de

ensino9 do Tue numa sndrome de di+i&u'dade de aprendi#agem-

Um ponto não dis&utido neste tra.a'Wo +oi a opinião de a'gumas pessoas

segundo as Tuais as &rianças &om sndrome da di+i&u'dade de aprendi#agem

apresentam +a'ta de dis&riminação auditi*a *isua' +a'ta de &ontro'e motor +ino

pro.'ema de 'atera'idade et&- E um ro' de de+i&iXn&ias Tue se somam aos d8+i&its

dis&utidos aTui Tue a es&o'a para prestar &onta perante a so&iedade in*entou

&omo 4usti+i&ati*a de sua ino&Xn&ia diante do +ra&asso es&o'ar-

O prn&ipe Tue *irou sapo

(

;on&'uindo

Muito mais se tem a di#er so.re a Tuestão neste tra.a'Wo mas gostaria de

parar aTui e &on&'uir +ormu'ando as minWas proposiçes a respeito do assunto-

 As &ondiçes materiais Tue não destroem a so.re*i*Xn&ia não d&s'roem nem

'imitam a &apa&idade ra&iona' do Womem simp'esmente +a*ore&em ou não a sua

mani+estação-

 A ação e interação da &riança &om o seu meio "se4a e'a Tuem +or$ permitem

Tue a &riança aprenda a +a'ar uma 'ngua e isso 8 pro*a de Tue sua &apa&idade

&ogniti*a & desde &edo a'tamente so+isti&ada seu pensamento se estrutura

adeTuadamente e se re*e'a atra*8s da 'inguagem usada pe'as &rianças para +a'ar e

entender a +a'a o mundo e a si pr<pria- O uso de e'ementos '<gi&o)+ormais

matemáti&os de &on&eitos a.stratos e uni*ersais apare&e tão 'ogo a &riança&omeça a +a'ar &arreados pe'a pr<pria estruturação da 'inguagem-

E uma +a'sa interpretação do Tue o&orre em sa'a de au'a atri.uir aos

&Wamados a'unos &arentes a +a'ta de dis&riminação auditi*a *isua' a +a'ta de

&ontro'e motor +ino e pro.'emas de 'atera'idade &ere.ra'- A produção ora' e es&rita

das &rianças &om sndrome de di+i&u'dade de aprendi#agem re*e'am Tuestes

'ing1sti&as e metodo'<gi&as e não de nature#a .io'<gi&a-

!odo +a'ante nati*o 8 +a'ante de uma 'ngua- Não eJiste 'ngua primiti*apo.re de+eituosa &on+usa &a<ti&a ou &oisa seme'Wante- Qi+erenças dia'etais ou

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entre 'nguas não ser*em de e*idXn&ia para se atri.uir *a'ores mentais so&iais ou

&u'turais a ningu8m em.ora isso o&orra na so&iedade &omo uma +orma Tue e'a tem

de eJpressar seus pre&on&eitos\ nem ser*em para se atri.uir graus di+erentes %

estrutura e +un&ionamento do pensamento ou do &8re.ro das pessoas-

 As &Wamadas &rianças &arentes tXm uma &u'tura +a'am uma 'ngua Tue tem

uma gramáti&a &om regra por sua nature#a seme'Wantes %s regras de Tua'Tuer

gramáti&a de Tua'Tuer tipo de +a'ante\ tXm noção de tempo espaço &ausa'idade e

&ons&iXn&ia de si de sua +a'a do mundo da *ida do Womem e da so&iedade em

Tue *i*em-

 As di+i&u'dades de aprendi#agem tXm sua &ausa na práti&a es&o'ar na

in&ompetXn&ia da es&o'a e dos autores de 'i*ros didáti&os e pedag<gi&os nas

metodo'ogias usadas nas sa'as de au'a .em &omo na po'ti&a edu&a&iona' do pas-

Essas di+i&u'dades de aprendi#agem são .ase

C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

adas numa *isão errada da nature#a e do uso da 'inguagem "em grande

parte$ das &Wamadas &rianças &arentes na dis&riminação so&ia' e no resu'tado de

tra.a'Wos de pesTuisa a&adXmi&a ma'&ondu#idos e de sua in+'uXn&ia no tra.a'Wo

es&o'ar-

Reman&4ar a'unos por &ausa de suas di+i&u'dades em aprender 8 uma

*io'Xn&ia &ontra a &riança uma pro*a de dis&riminação da es&o'a &ontra os menos

+a*ore&idos so&ia' e e&onomi&amente-

 A es&o'a da *ida não 8 me'Wor nem pior do Tue a es&o'a institu&iona'i#ada-

São &oisas di+erentes- A nossa so&iedade de*eria re+ormu'ar as duas radi&a'mente-

 A +a'ta de &ondiçes e&on]mi&as so&iais &u'turais &ertamente di+i&u'ta o

tra.a'Wo es&o'ar Tue 8 por nature#a .aseado e *o'tado para esses *a'ores- orisso um a'uno de &'asse so&ia' despri*i'egiada tem um &aminWo di+erente do

&aminWo de um a'uno de &'asse so&ia' pri*i'egiada dentro da es&o'a em.ora am.os

de*am &aminWar para um mesmo o.4eti*o e atingir a mesma meta- Seguir um

&aminWo di+erente não signi+i&a Tue os a'unos das &'asses despri*i'egiadas são

menos dotados ou in&apa#es mas Tue a es&o'a não pode ensinar s< o &aminWo dos

a'unos pri*i'egiados e &o.rar igua'mente dos dois tipos de a'unos- A +unção pre&pua

da es&o'a 8 ensinar- Na es&o'a ensinar 8 um ato &o'eti*o mas aprender sempreserá um ato indi*idua'- Essa desigua'dade somada % mania da es&o'a de *er tudo

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uni+ormi#ado a tem impedido de entender as di+erenças no pro&esso de

aprendi#agem dos di*ersos tipos de a'unos suas di+i&u'dades e +a&i'idades-

!em sido uma posição muito &]moda da es&o'a mas Tue 'We &ausou danos

pro+undos em *e# de re*er sua &ompetXn&ia Tuando não &onsegue ensinar a

&ertos a'unos pro&urar respostas pseudo&ient+i&as &ontra a &apa&idade inte'e&tua'

desses a'unos-

 A es&o'a tem Tue dar &u'tura a&adXmi&a treinamento para a *ida ser um

+ator de promoção so&ia' numa so&iedade in4usta &omo a nossa e portanto de*e

ensinar tam.8m a norma &u'ta 'ing1sti&a a Tuem não sa.e de*e ensinar a

ortogra+ia o modo de es&re*er segundo o padrão 'iterário a&eito &omo mode'o de*e

dar dignidade mora' e inte'e&tua' a todos os a'unos e tratar a todos &om respeito

 4ustiça e dignidade e mostrar Tue apesar dos pre&on&eitos so&iais &ia 8

&ompetente sa.e o Tue +a# e &umpre a sua missão-

 A es&o'a &omo instituição tem &omo +ina'idade guardar os &onWe&imentos

a&umu'ados pe'a Wumanidade e promo*er o desen*o'*i

O prn&ipe Tue *irou sapo

F

mento te&no'<gi&o &ient+i&o +i'os<+i&o e artsti&o- A es&o'a sempre +oi uma

+onte de trans+ormaçes pro+undas na Hist<ria do Homem e me pare&e Tue está %s

portas de mais uma trans+ormação importante &om o ad*ento dos &omputadores

&aseiros- ;omo será então des&rita a sndrome da di+i&u'dade de aprendi#agem da

es&o'a no +uturoY

EnTuanto o poder estrati+i&ar a so&iedade Wa*erá um preteJto para se

dis&riminar as pessoas- A Wist<ria das pessoas dis&riminadas na es&o'a 8 uma

*ersão %s a*essas da est<ria do Sapo Tue *irou prn&ipe- ;ertamente uma mãe

po.re se sente orgu'Wosa Tuando *X seu +i'Wo ir % es&o'a pe'a primeira *e# masta'*e# não se dX &onta de Tue 'á seu prin&ipe#inWo pode re&e.er um .ei4o +atdi&o

Tue perante a so&iedade o trans+ormará num sapo ou me'Wor num .urro-

Re+erXn&ias .i.'iográ+i&as

 A.aurre M- B- M- et a'- Leitura e es&rita na *ida e na es&o'a- ;ampinas

UNI;AM3IEL >?GF- mimeo-

 ^-!eJtos espontneos na primeira s8rie: e*idXn&ias da uti'i#ação pe'a &riança

d& sua per&epção +on8ti&a da +a'a para representar e segmentar a es&rita- ;adernos;EQES São au'o ;orte# ">C$: F)? >?GF-

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;ag'iari L-;- A'+a.eti#ação e po.re#a- ;ampinas UNI;AM3IEL >?GC

mimeo-

 ^- A 'ig1sti&a na sa'a de au'a: re'at<rio de aná'ise de au'as

de a'+a.eti#ação- ;ampinas UNI;AM3IEL >?GF- mimeo-

erreiro E- A representação da 'inguagem e o pro&esso de a'+a.eti#ação-

;adernos de esTuisa São au'o undação ;ar'os ;Wagas "F$: >)( +e*- >?GF-

erreiro E- f !e.erosP A- Los sistemas de es&ritura eu e' desarro''o

dei nino- M8Ji&o Sig'o __I >?G- Instituto Na&iona' de Estudos e esTuisas

Edu&a&ionais- Seminário

mu'tidis&ip'inar de a'+a.eti#ação- São au'o U; >> a >( de

agosto de >?G(-

L&m'e M- Re+orma ortográ+i&a: uma Tuestão 'ing1sti&a ou po'ti&a-

Bo'etim da ABRALIM "$ >?G>- atto M-H-S- "org-$ Introdução % psi&o'ogia

es&o'ar- São au'o !-A-

ueiro# >?G>-

D

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Sa.inson M-L-M- A'gumas &onsideraçes so.re a'+a.eti#ação- ;adernos

;EQES São au'o ;orte# ">C$: )C >?GF-

São au'o "Estado$- Se&retaria de Edu&ação- ;oordenadoria de Estudos e

Normas edag<gi&as- ro4eto IpX: Re*endo a proposta de a'+a.eti#ação- São au'o

SE3;EN >?GF-

Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

Maria Apare&ida A++onso MoPs8s( ;e&'ia A#e*edo Lima ;o''aresC F

O programa d& merenda es&o'ar permane&e em nossa opinião uma Tuestão

não reso'*ida para a edu&ação .rasi'eira em.ora muito 4á tenWa sido es&rito so.ree'e- ;onstantemente retornam as &rti&as ora so.re seu &aráter assisten&ia'ista

ora so.re as *er.as Tue 9rou.a9 da edu&ação ora a respeito de &omo 8 usado

po'iti&amente\ so.re sua in&on*eniXn&ia en+im-

Em &ontatos &om pro+essores em di+erentes regies ao 'ongo do tempo

temos per&e.ido Tue essa po'Xmi&a permane&e &a'&ada Tuase eJ&'usi*amente em

2 Do Departamento de Pediatria da Faculdade de Cincias !"dicas da U#IC$!P.

% Do Departamento de Pediatria da Faculdade de Cincias !"dicas da U#IC$!P.& Do Departamento de Pediatria da Faculdade de Cincias !"dicas da U#IC$!P.' Do Departamento de Pediatria da Faculdade de Cincias !"dicas da U#IC$!P.

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argumentos passionais passando ao 'argo de a'guns pontos Tue de*eriam

o.rigatoriamente su.sidiar as dis&usses-

;onsideramos Tue pe'o menos par&ia'mente essa de+ormação des*iando o

+o&o do Tue de*eria ser prioritário de*e)se % Wist<ria de &omo surgiu o programa de

merenda no Brasi'-

 A aná'ise Wist<ri&a do programa não &onstitui o o.4eti*o deste teJto\ apenas

estamos nos apoiando em a'guns mar&os de sua Wist<ria &omo su.sdio para o

entendimento das id8ias Tue in+ormam e mant8m essa dis&ussão des+o&ada

entendimento ne&essário para sua superação e &onseT1ente retomada da re+'eJão

&m outro patamar-

O surgimento do programa de merenda es&o'ar 

 At8 a d8&ada de F ineJistia Tua'Tuer proposta sistemati#ada de merenda

nas es&o'as- As es&o'as organi#a*am atra*8s de ini&iati*a par)

>-!eJto origina'mente pu.'i&ado na re*ista Em A.erto "INE3ME;$ na D@

>??F-

22 Qo Qepartamento de si&o'ogia Edu&a&iona' da a&u'dade de Edu&ação

da UNI;AM-

@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

ti&u'ar de &ada unidade suas ;aiJas Es&o'ares Tue +orne&iam a'imentação

aos a'unos "todos ou apenas os &arentes de a&ordo &om a es&o'a$- Em todas as

es&o'as a ;aiJa era mantida por &ontri.uição *o'untária dos a'unos Tue podiam

&ontri.uir e de +irmas 'o&ais- A proposta das ;aiJas era eminentemente de &unWo

assisten&ia'ista imprimindo um signi+i&ado espe&ia' &'assi+i&at<rio % eJpressão

9a'uno da &aiJa9-

Na d8&ada de F &om o +im da guerra da ;or8ia e a supersa+ra ameri&anao&orre um eJ&edente agr&o'a nos Estados Unidos Tue 8 doado % UNI;E- arte

dessa doação 8 destinada ao Brasi' onde 8 dire&ionada aos programas de

sup'ementação a'imentar *in&u'ados ao Minist8rio da SaVde- neste &onteJto Tue

8 instituda em (> de março de >?FF atra*8s do de&reto (@->D a ;ampanWa

Na&iona' de A'imentação Es&o'ar ";NAE$ mais &onWe&ida &omo Merenda Es&o'ar-

 A merenda 8 &riada assim enTuanto programa o+i&ia' &omo mais um

programa de sup'ementação a'imentar- Esse &aráter 8 eJp'i&itado &m seus pr<prioso.4eti*os em Tue se desta&a o primeiro: me'Woria das &ondiçes nutri&ionais e da

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&apa&idade de aprendi#agem & &onseT1ente redução dos ndi&es de a.sentesmo

repetXn&ia e e*asão es&o'ar- Os demais o.4eti*os são: aumento da resistXn&ia das

&rianças %s in+e&çes\ me'Woria dos Wá.itos a'imentares dos es&o'ares e das

&ondiçes de ingresso %s es&o'as atra*8s da proteção aos pr8)es&o'ares-

 A partir da o&orrem mudanças no programa a'gumas apenas no nome do

organismo responsá*e' outras propondo a des&entra'i#ação e uso de a'imentos in

natura- Entretanto at8 Wo4e persistem os mesmos o.4eti*os de >?FF ";oim.ra

Meira f Star'ing >?G$-

Esta Wist<ria 4á muito &onWe&ida 8 aTui re'em.rada muito sinteti&amente

apenas para &o'o&armos o ponto &entra' deste teJto-

 A menta'idade su.4a&ente % &riação do programa de merenda es&o'ar 8

&'aramente de ordem assisten&ia'ista & *o'tada para pro.'emas da es+era da saVde-

EJp'i&ita ainda a &on&epção dominante segundo a Tua' as &rianças não aprendem

na es&o'a por serem desnutridas- Mais: são desnutridas por terem Wá.itos

a'imentares inadeTuados- Essa menta'idade permeia ainda Wo4e as +a'as o+i&iais

so.re a merenda-

 Ao &ontrário de pases em Tue a merenda surge &omo pro4eto destinado a

suprir a ne&essidade +isio'<gi&a de todas as &rianças " desnutridas ou não po.res

ou não$ de se a'imentarem a inter*a'os de Tuatro Woras no Brasi' a merenda surge

propondo)se a erradi&ar "ou diminuir$ a desnutrição e da a minimi#ar o +ra&asso

es&o'ar- Nos demais

Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

G

pases o re&onWe&imento de direitos das &rianças\ no Brasi' e demais pases

da Am8ri&a Latina assistXn&ia a po.res e ignorantes-

Essa &on&epção imprimiu e ainda imprime uma mar&a parti&u'ar aoprograma de merenda .rasi'eiro- E essa mar&a tem dire&ionado as dis&usses

so.re e'e- As dis&usses &entram)se so.re um mero programa assisten&ia'ista de

sup'ementação a'imentar Tue para muitos nem de*eria estar na es&o'a- A &riança

seus direitos Tue de*eriam ser o o.4eto primordia' permane&em muitas *e#es %

margem da re+'eJão-

 A proposta de retomar esta dis&ussão so. outra perspe&ti*a de*e partir da

desmisti+i&ação dos pr<prios o.4eti*os do programa- Mais do Tue assisten&ia'istassão imposs*eis de serem atingidos o Tue &o'o&a a arti+i&ia'idade da po'Xmi&a-

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Se o dis&urso o+i&ia' &o'o&a a Merenda &omo programa assisten&ia'ista de

sup'ementação a'imentar temos estado por anos presos % dis&ussão Tue esse

dis&urso impe- Isto 8 temos nos mantido re+8ns de um espaço permitido de

dis&ussão e de propostas &u4os 'imites tXm sido de+inidos pe'as +a'as

go*ernamentais-

ropomos aTui a ousadia de su.*erter essa situação- Ini&iar a

trans+ormação da Merenda pe'a *ia da dis&ussão do dis&urso em uma Tuestão de

respeito a direitos da &riança- Qes*in&u'ar nosso pensamento das +a'as o+i&iais-

Qes*in&u'ar a merenda da &on&epção pa'iati*a para &arXn&ias Tue e'a não pode

suprir- Impedir sua uti'i#ação na minimi#ação de pro.'emas tão gra*es &omo a

desnutrição e o +ra&asso es&o'ar-

 A +ome a desnutrição o +ra&asso es&o'ar são antes de tudo o re+'eJo de um

estado onde direitos e &idadania ainda &onstituem ideais- E so. a perspe&ti*a de

direitos desrespeitados ou não &onTuistados Tue &onsideramos ne&essário

re&uperá)'os se se pretende uma outra &on&epção da merenda-

 A&reditamos Tue somente &om a apropriação da noção de direitos

desrespeitados se pode &onstruir propostas estrat8gias para a re*ersão dessa

situação-

ome desnutrição: não)direito de não)&idadãos

Muitas *e#es a desnutrição tem sido entendida &omo um pro.'ema Tue

di+i&u'ta a aprendi#agem e pode ser &om.atido &om a merenda- A&onte&e a ta'

ponto Tue Tuando se Tuestiona essas re'açes simp'istas pare&e Tue se está

a+irmando Tue a desnutrição não 8 pro.'e

?

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

ma- Isto demonstra &omo a pr<pria desnutrição tem sido minimi#adadeiJando de ser um gra*e pro.'ema em si pare&endo s< ter importn&ia porTue

inter+eriria &om o rendimento es&o'ar-

ueremos aTui en+ati#ar Tue a desnutrição &ontinua sendo um dos mais

gra*es pro.'emas .rasi'eiros- Mesmo Tue não ti*esse Tua'Tuer &onseT1Xn&ia so.re

a &ondição de *ida das pessoas 8 a &onseTuXn&ia do desrespeito a um direito

essen&ia' do ser Wumano: o de não passar +ome e s< por isso 4á &onstitui um

pro.'ema so&ia' gra*ssimo- Assumir esta re'ação de anterioridade entre +ome e

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desnutrição imp'i&a em nos determos um pou&o na aná'ise da situação a'imentar da

popu'ação .rasi'eira-

ara tanto de*emos &omeçar perguntando Tuanto ganWa o tra.a'Wador

.rasi'eiro-

Segundo os dados da NAQ3G(D G da popu'ação e&onomi&amente ati*a

"EA$ re&e.iam ate ( sa'ários mnimos "SM$ sendo Tue C@F re&e.iam at8 I SM-

 Ana'isando)se os dados so. a <ti&a de &omposição +ami'iar o.ser*a)se Tue FD

das +am'ias .rasi'eiras so.re*i*iam &om renda de at8 SM "máJimo de F SM per

&apita 'imite de+inido para a &ategoria so&ioe&on<mi&a de estrita po.re#a$\ G(

das +am'ias so.re*i*iam &om renda de at8 > SM "at8 F SM per &apita 'imite da

assim &Wamada estrita mis8ria$-

Entretanto o Tue 8 o sa'ário mnimoY O Tue e Tuanto e'e pode &omprarY

;om o intuito de proteger minimamente as &ondiçes de *ida da &'asse

tra.a'Wadora &m >?C +oi instituda a 'egis'ação do sa'ário mnimo Tue representa

por 'ei a renda ne&essária para a manutenção de uma +am'ia &omposta por dois

adu'tos e duas &rianças em termos de a'imentação Wa.itação transporte

*estuário saVde edu&ação e 'a#er-

E interessante o.ser*armos a e*o'ução do poder d& &ompra do sa'ário

mnimo "SM$ &onsiderando)se Tue a sua de+inição 'ega' não so+reu modi+i&açes-

Em >?D o SM rea' era igua' ao da 8po&a de sua &riação\ da esse ano ser

usua'mente empregado &omo re+erXn&ia nas aná'ises- Qesde então &om peTuenas

os&i'açes o SM tem apresentado tendXn&ia % redução de seu *a'or rea'- Apenas

na d8&ada de G o poder de &ompra do SM

Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

(

te*e uma Tueda de F? segundo o Qieese- ;om as taJas a'tssimas dein+'ação e os su&essi*os p'anos e&on]mi&os &om mudanças de nome e *a'or da

moeda na&iona' tornou)se mais &omp'eJo a&ompanWar as *ariaçes de *a'ores

nominais e reais do SM por8m a'guns outros dados podem +a&i'itar nossas

tentati*as de entender &omo *i*e o .rasi'eiro-

ara o o.4eti*o deste teJto podemos nos deter espe&i+i&amente na Tuestão

da a'imentação- Na de+inição 'ega' do SM o item a'imentação 8 representado pe'a

Pesuisa #acional por $mostragem Domiciliar, reali*ada pelo I+E, em 1-%. Esse estudo a/rangeu, porde0inio, apenas as 0am3lias com domic3lio permanente, o ue signi0ica ue a parcela ainda mais miser4vel0icou 0ora da amostragem.

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&esta .ási&a uma 'ista de a'imentos e suas respe&ti*as Tuantidades Tue se

esta.e'e&eu &omo sendo a a'imentação da +am'ia idea'i#ada pe'a 'ei- Assim de

+orma mais simp'es pode)se ana'isar o peso da a'imentação "da 'ei$ so.re o SM ou

em outras pa'a*ras Tuantas Woras um tra.a'Wador .rasi'eiro Tue re&e.e > SM de*e

tra.a'War para &onseguir &omprar os a'imentos Tue &ompem a &esta .ási&a- A

seguir apresentamos estes dados espe&i+i&amente para o Estado de São au'o-

E*o'ução do &usto da &esta .ási&a "C pessoas$ em Woras de tra.a'Wo

mensais

perodo Woras

tra.a'Wo3mXs

de#e

m.ro

>

?DF

G@(

de#e

m.ro

>

?@>

>>(C

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ro

>

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D(

+e*er 

eiro

>

?GD

>@@F

no*e

m.ro

>

??C

GF

"Qieese$

ode)se o.ser*ar a tendXn&ia &onstante de aumento do &usto da a'imentação

para a +am'ia tra.a'Wadora &om um ponto de a'*io em +e*ereiro de >?GD

&oin&idindo &om o 'ano ;ru#ado- ;onsiderando)se as mudanças da 4ornada

mensa' de tra.a'Wo 8 interessante ana'isar a proporção da 4ornada "ou se4a a

proporção de SM$ Tue 8 ne&essária para &omprar a &esta .ási&a: F>D em >?G>\

>?? em >?G(\ @( em >?GD e >(GD em >??C- Em >??D ap<s o 'ano

Rea' o &usto da &esta .ási&a tem os&i'ado em torno de > do SM-

or8m Tua' a &omposição da &esta .ási&aY or 'ei a &esta .ási&a Tue

(>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

entra nos &á'&u'os do sa'ário 8 &onstituda por: D g de &arne\ CF g de +ei4ão\

( g de arro#\ @F 'itros de 'eite\ >F g de +arinWa de trigo\ D g de .atata\ ? g de

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tomate\ D g de pão\ D g de &a+8\ ( g de açV&ar\ @F g de <'eo ou .anWa\ @F g

de manteiga ou margarina\ @F dV#ias de .anana-

ara a +am'ia da 'ei "C pessoas dois adu'tos e duas &rianças$ signi+i&a Fg

de &arne por dia por pessoa\ dois &opos de 'eite por dia "apenas as &riançasY um

&opo por &riança por diaY$\ ( .ananas por dia para C pessoas-@

Em sntese uma &esta .ási&a insu+i&iente 8 ina&ess*e' para a maioria dos

tra.a'Wadores .rasi'eiros-

Qa não são surpreendentesG os resu'tados de inTu8ritos so.re o estado

nutri&iona' do .rasi'eiro- Surpreendem sim por re*e'arem estrat8gias de so.re *ida

 4amais imaginadas pois o Tue se poderia esperar pe'os dados apresentados

a'iados % produção de a'imentos insu+i&iente para o &onsumo interno seria ainda

muito pior do Tue a rea'idade en&ontrada-

No Brasi' não eJiste a tradição de inTu8ritos popu'a&ionais a inter*a'os

peri<di&os &om a mesma metodo'ogia &ondiçes essen&iais para Tue se possa

+a'ar em e*o'ução tendXn&ias et&- A de&orrente pre&ariedade de dados primários 8

re&onWe&ida em todos os &ampos d& atuação e eJiste tam.8m Tuando se pretende

ana'isar a +ome e suas &onseT1Xn&ias- Surge a eJpe&tati*a de se ter uma

aproJimação indireta do pro.'ema estudando apenas sua porção mais aparente

mais +a&i'mente identi+i&á*e' isto 8 as pessoas em Tue a +ome atinge ta'

intensidade e duração Tue &Wega a se mani+estar no p'ano .io'<gi&o podendo ser

dete&tada &'ini&amente: as pessoas &m Tue a +ome passa a se &Wamar desnutrição-

ois assim poderia ser &on&eituada a desnutrição: os estágios mais a*ançados da

+ome Tuando deiJa de ser apenas ne&essidade .ási&a não atendida direito

desrespeitado e se trans+orma tam.8m em doença-?

Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

(Entretanto a pre&ariedade dos registros dos ser*iços de saVde se4a Tuanto %

mor.idade ou Tuanto % morta'idade e at8 mesmo dos registros de nas&idos *i*os

5Em artigo so/re as condi6es de vida da populao /rasileira, 7ictor 7. 7alia (1-) c8aina a ateno para a precariedade da cesta /4sica, com o su/t3tulo % /ananas para & pessoas.Deve9se en0ati*ar ue no serem surpreendentes no signi0ica ue se:am naturais, como muitas ve*es somoslevados a pensar, com a naturali*ao de pro/lemas sociais. E este processo de naturali*ar pro/lemas ue no seinserem no mundo da nature*a, mas dos 8omens, ue 0a* com ue a desnutrio se:a su/noti0icada pelosm"dicos, como se ver4 adiante.-Em 1-&, 7alente e +aldi:o conceituaram desnutrio como ;...nada mais " ue a 0ome da c"lula, ou se:a,

uma mani0estao ao n3vel do /iol<gico do processo social de e=plorao capitalista ue nega o acesso dostra/al8adores ao produto de seu tra/al8o, (...), em uantidades e>ou ualidades su0icientes para satis0a*er suasnecessidades nutricionais>alimentares, 0isiol<gica e>ou 8istoricamente determinadas; (7alente, 1-).

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e <.itos 8 ainda maior- Se se pensa em desnutrição esse Tuadro se agra*a A

desnutrição &onstitui uma das doenças mais su.anotadas nos prontuários e mesmo

nos atestados de <.ito\ para isso de*e &ontri.uir a ideo'ogia Tue natura'i#a

pro.'emas so&iais +a#endo &om Tue o pro+issiona' &onsidere a +ome Tuase inerente

%s pessoas dos estratos mais po.res deiJando at8 mesmo de diagnosti&ar a

desnutrição- E Tuanto mais po.re a região portanto &om mais desnutridos

mais +a'Wos os registros- Apenas &omo eJemp'o pode)se &itar os &oe+i&ientes de

morta'idade por desnutrição nas regies Norte e Nordeste in+eriores %s das regies

Su' e Sudeste- Em.ora eJista a tendXn&ia de me'Wora desse Tuadro de su.)registro

não se pode esTue&X)'o so. pena de &onsiderar a dimensão da desnutrição menor

do Tue 8 na rea'idade- or8m mesmo su.estimados os nVmeros são

assustadores: em >?G? a desnutrição pro*o&ou Tuase uma morte por Wora

atingindo espe&ia'mente &rianças menores de > ano pr8)es&o'ares e idosos- Apesar

da tendXn&ia de diminuição do &oe+i&iente de morta'idade por desnutrição &m todas

as regies do pas 9esse indi&ador permane&eu e'e*ado nas &omparaçes

interna&ionais mesmo sem &orreção do pro*á*e' su.)registro- Assim no Brasi' em

>?G? morreu)se por desnutrição no primeiro ano de *ida >(C *e#es mais do Tue

nos Estados Unidos da Am8ri&a (C *e#es mais do Tue em ;u.a e trXs *e#es mais

do Tue na ;osta Ri&a9 "Bitten&ourt f Maga'Wães >??F$-

 A .us&a de dados mais pre&isos nos ser*iços de saVde +rustra)se: mesmo se

se &onsiderar Tue a morta'idade re+'ete apenas uma peTuena par&e'a do pro.'ema

dete&tando apenas os &asos em Tue a desnutrição pro*o&a a morte os autores

re&onWe&em a su.estimati*a do dado-

ara me'Wor entender esta Tuestão 8 ne&essário nos determos um pou&o

so.re os di+erentes graus de desnutrição- Qidati&amente poderamos imaginar o

Tue a&onte&e &om o organismo de uma &riança a partir do momento em Tue e'apassa a se a'imentar menos do Tue ne&essita- Em uma primeira etapa e'a sentirá

+ome o Tue signi+i&a Tue &om uma ne&essidade .ási&a não atendida diminui sua

disponi.i'idade para Tua'Tuer ati*idade at8 para .rin&ar-> Satis+eita a ne&essidade

primária não persiste

((

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

1?<.@alve* 0iue mais 04cil entender as repercuss6es dc uma necessidade /4sica no satis0eita se noslem/rarmos ue se re0ere a uma necessidade 0isiol<gica ue no pode ser ignorada, como a 0ome, o sono,vontade de ir ao /an8eiroA uando presente, di0iculta a ateno em ualuer outra atividade.

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Tua'Tuer e+eito residua'- uando a +ome se mant8m em intensidade e tempo

a ponto de inter+erir &om o suprimento energ8ti&o ne&essário para manter todo o

meta.o'ismo do &oipo isto 8 &om reper&usses no p'ano .io'<gi&o

trans+ormando)se em desnutrição o organismo tenta se reeTui'i.rar adotando

medidas de &ontenção de gastos: sa&ri+i&a as ati*idades Tue poderiam ser

&onsideradas sup8r+'uas do ponto de *ista da so.re*i*Xn&ia- E neste &onteJto

nada mais sup8r+'uo do Tue &res&erh Nesta +ase da desnutrição o &orpo mant8m

todo seu meta.o'ismo a.so'utamente norma' %s &ustas do sa&r+i&io da *e'o&idade

de &res&imento- Esta 8 a &Wamada desnutrição 'e*e ou de primeiro grau-

;on&eitua'ment& são &rianças mais .aiJas em Tue s< se pode diagnosti&ar a

desnutrição pe'a &omparação do peso e estatura &om a idade\ &om o meta.o'ismo

mantido não apresentam Tua'Tuer a'teração per&ept*e' ao eJame +si&o ou

'a.oratoria'- A maioria das &rianças desnutridas &onsegue manter este no*o

eTui'.rio de energia não a*ançando para as +ases mais a*ançadas- Esta 8

tam.8m a par&e'a de &rianças mais di+&i' de ser identi+i&ada\ .oa parte de'as

es&apa a Tua'Tuer sistema de noti+i&ação de desnutrição\ se se pensar em dados de

morta'idade passam tota'mente desper&e.idas-

uando a +ome 8 de ta' intensidade Tue não pode ser &ontra.a'ançada &om a

interrupção do &res&imento +si&o so.re*Xm os estágios mais a*ançados: a

desnutrição moderada ou de segundo grau &m Tue 4á apare&em sinais &'ni&os

&ara&tersti&os ao eJame +si&o\ e Tuando o deseTui'.rio 8 ainda maior a

desnutrição gra*e ou de ter&eiro grau em Tue os sinais se a&entuam e o

&omprometimento d& todas as reaçes meta.<'i&as 8 tão intenso Tue o ris&o de

morte 8 iminente- ;omo em todas as doenças a progressão da gra*idade a&onte&e

em menor proporção do Tue o estágio anterior- A desnutrição gra*e &onstitui o grau

menos +reT1ente de desnutrição a&onte&endo prin&ipa'mente no primeiro ano de*ida &om uma taJa de 'eta'idade a'tssima- E esta peTuena parte Tue ainda 8

su.noti+i&ada nos atestados d& <.ito-

 Assim se se pretende uma per&epção mais adeTuada da dimensão da +ome

e da desnutrição temos Tue retornar aos inTu8ritos popu'a&ionais- EJistem

.asi&amente dois inTu8ritos na&ionais Tue in&'uem dados so.re o estado nutri&iona':

ENQE>> em >?@C3@F e

11 Enuete #acional de Despesa Familiar, reali*ada pelo I+E, estudou ''.??? 0am3lias em todo o pa3s, com oo/:etivo de caracteri*ar a estrutura de despesas 0amiliares, o consumo de alimentos na 0am3lia e o estadonutricional. Foi assessorada pela F$B (Brgani*ao de $limentao e $gricultura, da B#U) e seus resultados

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Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

(F

NSN> em >?G?- EJistem di+erenças metodo'<gi&as importantes entre

am.os em termos de o.4eti*os e amostragem di+i&u'tando a &omparação e aná'ise

e*o'uti*a- O Tue se pode a+irmar 8 Tue a ENQE &ontinua sendo a pesTuisa

.rasi'eira mais a.rangente so.re a'imentação e nutrição-

Em >?@F D@ da popu'ação .rasi'eira tinWa um d8+i&it a'imentar &onsumindo

menos a'imentos do Tue as re&omendaçes da AO de a&ordo &om os dados da

ENQE- Em outras pa'a*ras D@ das pessoas passa*am +ome- Os dados so.re o

poder aTuisiti*o da popu'ação anteriormente apresentados remetem esta

dis&ussão para o &ampo de a&esso a a'imentos in*a'idando as tradi&ionais

eJp'i&açes so.re Wá.itos a'imentares in&orretos- Esse padrão de &onsumo de a'i)

mentos 4á medo&re piorou nos anos seguintes: 9tomando a ENQE &omo ano)

.as& a e*o'ução do ndi&e de disponi.i'idade de &a'orias por Wa.itante &aiu para

G@ & de protenas para ?> em >?G9 "e'iano e &o's >?GF$-

Neste &onteJto &m Tue a maioria da popu'ação não tinWa a&esso aos

a'imentos ne&essários >GC das &rianças .rasi'eiras menores de F anos tinWam

desnutrição g'o.a'66 "Monteiro >??.$- Entretanto esse nVmero m8dio apenas

mas&ara a determinação so&ia' da +ome e da doença desnutrição pois resu'ta de

indi&adores .astante di+eren&iados segundo a região do pas: CF no Norte\ @

no Nordeste\ >(C no Sudeste\ >>@ no Su' e >(( no ;entro)Oeste-

Entretanto mesmo &om a redução &onstante da produção de a'imentos para

&onsumo interno a Tueda do poder de &ompra do sa'ário a tendXn&ia mantida de

&on&entração de renda>( &ompro*a)se Tue eJiste uma tendXn&ia de Tueda nos

indi&adores de desnutrição na popu'ação menor de F anos nos V'timos >F anos-

Este dado d& in&io a'tamente Tuestioná*e' en&ontra para'e'o na diminuição dos&oe+i&ientes de mor 

no 0oram divulgados pelos governos militares por uase de* anos.12. Pesuisa #acional so/re ade e #utrio, reali*ada pelo I+E, em convnio com I#$# e IPE$, estudou1&.??? 0am3lias, com os o/:etivos de caracteri*ar as condi6es de sade, estado nutricional e estruturasocioecon<mica das 0am3lias.

1%egundo o +anco !undial, 1? da populao /rasileira detm mais de '? da riue*a nacional, sendo ue a parcela de apenas G detm 1,%', enuanto, no outro e=tremo, '? da populao detm apenas 1',&5 darenda e /ens produ*idos.

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?- Qe+inida pe'a re'ação peso para idade a.aiJo de des*ios)padrão da

mediana da popu'ação de re+erXn&ia do Nationa' ;enter o+ Hea'tW Statisti&s

"N;HS$-

(D

introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

ta'idade in+anti' gerais e por desnutrição- Não se tem as eJp'i&açes por8m

pare&e inegá*e' a redução da dimensão da desnutrição no perodo >?@F a >?G?

não eJistindo argumentos &on*in&entes so.re e*entuais in&onsistXn&ias dos dados-

 Assim todas as di+erenças de m8todo entre os dois inTu8ritos não são

&apa#es de eJp'i&ar as di+erenças en&ontradas para a pre*a'Xn&ia de desnutrição

&m &rianças menores de F anos apresentadas a seguir:

rande

região

ENQE

">?@F$

NSN"

>?G?$Norte CF >DNordest

e

@ >G

Sudeste >(C C>Su' >>@ F;&ntro)

Oeste

>(( C>

Brasi' >GC @>

ro*a*e'mente estes nVmeros re+'etem estrat8gias de *ida Tue

des&onWe&emos e ainda não +omos &apa#es de &aptar- Qesnudando o &aráter

ideo'<gi&o dos programas de edu&ação a'imentar mostram Tue as pessoas

'udi.riam a po.re#a e a pr<pria +ome trapa&eiam no 4ogo de *ida e morte

so.re*i*endo a &ada dia- Não s& trata de +a#er o e'ogio % po.re#a mas apenas de

re&onWe&er Tue a popu'ação tra.a'Wadora não pre&isa aprender a &omer apenas ter

garantido seu direito de a&esso a a'imentos .ási&os-E importante per&e.er Tue estes dados não +a'am de me'Woria de &ondiçes

de *ida por mudanças estruturais ou mesmo &on4unturais na e&onomia

.rasi'eira- Ao &ontrário- Apesar da manutenção de uma po'ti&a &on&entradora de

renda e de eJ&'usão da maioria da popu'ação estas pessoas estão desen*o'*endo

estrat8gias pr<prias de en+rentamento da rea'idade de ta' +orma Tue suas *idas nos

desmentem a &ada dia nos mostram a pre&ariedade de nossos instrumentos de

aná'ise-

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Entretanto de*e ser +eita uma ressa'*a +undamenta': os inTu8ritos mostram

Tue &ontra todas as eJpe&tati*as o&orreu uma inegá*e' redução na pre*a'Xn&ia de

desnutrição- or8m este resu'tado não autori#a ningu8m a +a#er Tua'Tuer

eJtrapo'ação para a situação de +ome- Não se pode a+irmar Tue Wou*e de >?@C a

>?G? diminuição da par&e'a

Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

(@

da popu'ação .rasi'eira Tue passa +ome-9 Em.ora a desnutrição se4a

resu'tado direto da +ome mais intensa e pro'ongada 8 importante re&onWe&er Tue

os dados de >?G? nos deiJam desarmados sem re+eren&iais de aná'ise uma *e#

Tue a proporção entre nVmero de pessoas Tue passam +ome e nVmero de pessoas

desnutridas pode &om grande &Wan&e ter se modi+i&ado no de&orrer do perodo-

Outra ressa'*a de*e ser +eita: em.ora o&orra redução em todas as regies a

*ariação per&entua' 8 menor no Norte e Nordeste agra*ando)se ainda mais as

desigua'dades entre essas regies e as demais-

 A NSN a*a'iou tam.8m a a'tura das &rianças permitindo a*a'iar a

pre*a'Xn&ia de desnutrição &r]ni&a Tue re+'ete não apenas +ormas atuais de

desnutrição "&omo 8 o &aso da desnutrição g'o.a'$ mas tam.8m +ormas pregressas

de desnutrição Tue &Wegaram a &omprometer irre*ersi*e'mente a re'ação estatura

para idade- uando se ana'isa a pre*a'Xn&ia de desnutrição &r]ni&a en&ontram)se

ndi&es superiores aos da desnutrição g'o.a': >FC para todo o pas sendo >(

nas áreas ur.anas e C nas áreas rurais- Mant8m)se o padrão de intensas

desigua'dades regionais in&'usi*e entre as áreas rurais e ur.anas sendo a área

rura' a mais &omprometida6 "Monteiro >??a\ >??.$-

Bitten&ourt f Maga'Wães ">??F$ ressa'tam Tue 9---apesar da redução

signi+i&ati*a na pre*a'Xn&ia da desnutrição as regies Norte e Nordeste apresentamainda Tuadros seme'Wantes a a'guns pases da w+ri&a e da Am8ri&a ;entra' e

mesmo as regies Su' Sudeste e ;entro)Oeste apresentam uma posição pior do

Tue a 4á a'&ançada por pases 'atino)ameri&anos &omo ene#ue'a e ;osta Ri&a9-

Segundo Monteiro ">??a\ >??.$ em >?G? eJistiam > mi'Wes de &rianças

menores de F anos desnutridas\ destas DG eram +i'Wos de +am'ias nordestinas

Tue so.re*i*em &om renda mensa' per &apita in+erior a F d<'ares-

>>- A metodo'ogia da ENQE in&'ua a o.tenção de dados so.re as &'assesde despesa +ami'iar in&'usi*e &om a'imentação permitindo a aná'ise do TuX e

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Tuanto &omia a +am'ia .rasi'eira por estratos de renda o Tue não a&onte&eu &om a

NSN- E por este moti*o Tue se &onsidera at8 Wo4e a ENQE &omo a pesTuisa

mais a.rangente so.re a situação a'imentar do .rasi'eiro-

>- Norte: (\ Nordeste: ur.ana (? e rura' (@\ Sudeste: ur.ana

@ e rura' >@\ Su': ur.ana @ e rura' >>@\ ;entro)Oeste: ur.ana @C e

rura' >

(G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Em.ora pre&ários os dados apresentados permitem uma aproJimação do

pro.'ema a'imentar no Brasi' e diga)se esta *isão 8 estarr&&edora- A +ome &ontinua

sendo um gra*e pro.'ema mantendo)se em a'gumas regies em padres simi'ares

aos de pases muito menos desen*o'*idos re+orçando seu &aráter de &'asse- Nas

pa'a*ras de Bitten&ourt f Maga'Wães ">??F$ 9Uma par&e'a eJpressi*a da popu'ação

apro+unda o sentimento de não perten&er % nação e isso 8 trági&o para o eJer&&io

da &idadania- A &on*i&ção de +a#er parte de uma &omunidade +a&i'ita a e'a.oração

das ne&essidades &omuns e rede+ine as re'açes entre o &idadão e o Estado- O

Estado 8 assumido &omo .em pV.'i&o pass*e' de inter+erXn&ia e &ontro'e so&ia'-

Na ausXn&ia desse sentimento 8 muito di+&i' e'a.orar a noção de a'imentação

&omo direito- Assim a +ome i'umina os 'imites da &idadania no Brasi'9-

rente a um Tuadro de proporçes tão a*assa'adoras 8 no mnimo mais um

desrespeito a estas pessoas % margem de um direito +undamenta' a+irmar Tue um

programa de sup'ementação a'imentar possa &onstituir iso'adamente instrumento

de en+rentamento da desnutrição e da +ome-

rogramas de sup'ementação são ne&essários &omo +orma de ação imediata

ate para permitir Tue açes mais duradouras e e+i&a#es tenWam o tempo ne&essário

para surtir e+eitos- Entretanto iso'adamente não podem ser &onsiderados &omoproposta rea' de superação do pro.'ema-

uando se pensa em merenda es&o'ar a +ragi'idade do dis&urso 8 ainda mais

gritante-

Em primeiro 'ugar porTue 8 um programa *o'tado para um segmento etário

Tue não 8 o mais atingido pe'a desnutrição: a popu'ação em idade es&o'ar 8 aTue'a

Tue 4á dri.'ou a morte no primeiro ano de *ida\ passa +ome mas não & a par&e'a so.

maior ris&o de desnutrição- Não estamos a+irmando Tue a +ome não se4a umpro.'ema em si\ apenas a ausXn&ia de programas de sup'ementação *o'tados para

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as par&e'as de maior ris&o "'a&tentes pr8)es&o'ares & idosos$ a'iada % +a'ta d&

propostas po'ti&as de en+rentamento do Tuadro de intensas desigua'dades so&iais

permite +a'ar da arti+i&ia'idade do dis&urso so.re a merenda identi+i&ando)o mais

&omo peça de mareting po'ti&o do Tue &omo pensamento rea' dos go*ernantes-

Em segundo 'ugar 8 +rági' porTue mesmo sendo o programa d&

sup'ementação mais está*e' no Brasi' &om &res&imento &onstante da popu'ação

atingida a Tuantidade de a'imentos per &apita 8 tão redu#i

Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

(?

da Tue 8 imposs*e' pretender Tua'Tuer a'teração no estado nutri&iona' dos

es&o'ares- Em >?GD ano em Tue a re'ação entre Tuantidade de a'imentos e

&o.ertura da popu'ação a'*o +oi a maior desde >?@G &ada &riança re&e.eu > g de

a'imentos por anoh "onse&a e &o's >?GG$

O dis&urso go*ernamenta' Tue &o'o&a a Merenda Es&o'ar &omo programa

para erradi&ar "ou minimi#ar$ a desnutrição 8 arti+i&ia'- A merenda não 8 &apa# de

reso'*er a +ome nem a desnutrição- At8 ousaramos di#er Tue a merenda não 8 para

reso'*er a +ome ou a desnutrição-

 A dis&ussão so.re a merenda de*e se inserir em outra es+era a do simp'es

direito de uma &riança ter atendida sua ne&essidade +isio'<gi&a de se a'imentar a

&ada Tuatro Woras- Apenas isto- ;omo nos pases em Tue direitos e &idadania

&onstituem uma situação de +ato-

Qesnutrição e +ra&asso es&o'ar: resta.e'e&endo as &oneJes

O +ra&asso es&o'ar entendido &omo a soma das taJas de retenção e de

e*asão es&o'ares &onstitui um dos mais gra*es pro.'emas so&iais do Brasi' sem

dV*ida o maior na área edu&a&iona'-

Em >?C(F@C das matr&u'as na primeira s8rie eram de a'unos repetentesenTuanto em >?G@ este nVmero era F(@ "'et&Wer f Ri.eiro >?G@$- O +ra&asso

es&o'ar prin&ipa'mente na primeira s8rie do primeiro grau mant8m)se num patamar

eJtremamente a'to prati&amente ina'terado nas V'timas d8&adas- Na d8&ada de G

estima)se Tue trXs mi'Wes de &rianças a.andonaram a es&o'a e Tue seis mi'Wes

+oram repro*adas "Nutti >??D$-

Segundo a UNES;O o Brasi' 8 o pas &om o pior desempenWo em edu&ação

em todo o mundo: a partir de &rit8rios esta.e'e&idos para determinar o nVmero depessoas Tue se esperaria terem &on&'udo a Tuinta s8rie em +unção das &ondiçes

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so&iais e e&on]mi&as da região &ote4ou)se esta eJpe&tati*a &om os dados reais de

+orma Tue Tuanto maior a di+erença entre os dois indi&adores pior a situação

edu&a&iona'- Qe a&ordo &om este m8todo o pas &om a pior rea'idade edu&a&iona' 8

o Brasi' em uma dimensão Tue não se pode pretender eJp'i&ar pe'a situação so&ia'

"o'Wa de S- au'o >??F$-

Os tra.a'Wos de S8rgio ;osta Ri.eiro sustentam esta a+irmati*a- Na d8&ada

de ? no Estado de São au'o o tempo m8dio de permanXn&ia na es&o'a

+undamenta' 8 GD anos por8m o tempo m8dio para &omp'etar a oita*a s8rie 8 >>@

anos isto 8 os a'unos Tue &onseguem &om

C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

p'etar a oita*a s8rie s< o +a#em em do#e anos "Ri.eiro >??($- Em pesTuisas

nossas em D es&o'as estaduais em di+erentes regies do Estado de São au'o

em muito pou&as > dos a'unos &onseguiam &omp'etar oito s8ries em oito anos a

maioria apresentando &oe+i&ientes .em menores em a'gumas in+eriores a >-

 A demo&rati#ação da es&o'a re*e'a)se assim &omo demo&rati#ação do

a&esso % es&o'a mas não da es&o'ari#ação-

Neste &onteJto sem ignorar as Tuestes eJtra)es&o'ares não se pode deiJar

de en+rentar Tue o +ra&asso es&o'ar &onstitui um pro.'ema po'ti&o mas tam.8m

pedag<gi&o- E no estudo do &otidiano da es&o'a Tue *ários autores tXm apontado

possi.i'idades &on&retas de trans+ormação de suas práti&as &omo +orma de

en+rentamento do pro.'ema ";o''ares f MoPs8s >??D$-

 A superação do +ra&asso es&o'ar depende de uma mudança de o'War: ao

in*8s de 4usti+i&á)'o pe'as &arXn&ias da &riança "o Tue e'a não sa.e as Wa.i'idades

Tue e'a não tem sua &ondição de &arXn&ia g'o.a' en+im$ assumi)'o &omo mais um

desrespeito a um direito +undamenta' do ser Wumano: o direito de aprender o direitoao ensino o direito ao a&esso aos .ens &u'turais-

 A per&epção do +ra&asso es&o'ar nesta perspe&ti*a 8 di+i&u'tada por

 4usti+i&ati*as para o desempenWo do sistema edu&a&iona' des'o&ando a dis&ussão

de um pro.'ema &o'eti*o so&ia' para o p'ano indi*idua' de +a'Was da &riança-

Entre essas 4usti+i&ati*as tentati*as de 'egitimar o Tue a está &ontinua

so.ressaindo a &rença em Tue a desnutrição 8 uma das prin&ipais &ausas do

+ra&asso es&o'ar- E o dis&urso a&er&a dos o.4eti*os o+i&iais da merenda es&o'ar

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&o'o&ando)a &omo &apa# de minimi#ar os pro.'emas da desnutrição e do +ra&asso

es&o'ar apenas re+orça a &rença nesse tipo de 4usti+i&ati*a-

Qe um 'ado di+i&u'ta a per&epção do +ra&asso es&o'ar &omo pro.'ema a ser

en+rentado no p'ano &o'eti*o das po'ti&as edu&a&ionais e da trans+ormação do

&otidiano es&o'ar- Qe outro gera reaçes &ontra a pr<pria merenda ao se per&e.er

Tue mesmo &om a merenda o +ra&asso es&o'ar se mant8m e portanto e'a 8 inVti'-

 As +a'as a&er&a da desnutrição &omo uma das prin&ipais &ausas do +ra&asso

es&o'ar Tue Wa*iam diminudo Wá a'gum tempo retornam Wo4e &om grande

intensidade rea&endendo o antigo de.ate so.re a merenda-

 A&Wamos Tue para resta.e'e&er esta dis&ussão &m outro patamar 

Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

C>

8 ne&essário antes &onWe&er as re'açes entre a desnutrição e o desen)

*o'*imento do Sistema ner*oso &entra' "SN;$-

Qesnutrição e Sistema ner*oso &entra'

Estas re'açes &onstituram um o.4eto intensamente pesTuisado

prin&ipa'mente no perodo entre as d8&adas de F e @- Mere&em destaTue entre

outros os tra.a'Wos de Qo..ing ;ra*ioto Mon&e.er. ris&W Bro#e o''itt

ra*es- A Tua'idade dos tra.a'Wos desta 8po&a 8 tão re'e*ante Tue se re&onWe&e

Tue o &onWe&imento então produ#ido permane&e &omo o essen&ia' at8 os dias

atuais-

ara entender as açes da desnutrição so.re o SN; 8 ne&essário separar

dois tipos de tra.a'Wos Tue em.ora se4am *in&u'ados não permitem a eJtrapo'ação

direta de um tipo para o outro- Os dois tipos são: pesTuisas so.re as reper&usses

da desnutrição so.re a anatomia do &8re.ro e pesTuisas so.re reper&usses so.re

+unçes inte'e&tuais- Este &uidado para o Tua' prati&amente todos os autoresa'ertam re+'ete o re&onWe&imento do estágio ainda in&ipiente do &onWe&imento

so.re o &8re.ro- Um outro &uidado 8 essen&ia': a &aute'a na eJtrapo'ação de dados

o.tidos em pesTuisas em animais para o Womem prin&ipa'mente em re'ação aos

aspe&tos de +unçes inte'e&tuais-

e4amos ini&ia'mente as re'açes &om a anatomia-

 As &onseT1Xn&ias da desnutrição so.re a anatomia do &8re.ro

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 Admite)se>C Tue a desnutrição pode pro*o&ar a'teraçes anat]mi&as no

&8re.ro Tuando e apenas Tuando eJiste a simu'taneidade de trXs &ondiçes:

a intensidade da desnutrição de*e ser gra*e\

a 8po&a de in&idXn&ia de*e &oin&idir &om o perodo de maior *e'o&idade de

&res&imento do &8re.ro "no Womem do segundo trimestre de gestação at8 os seis

meses de *ida para a maioria dos autores no máJimo at8 os dois anos de idade$\

C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

a duração de*e ser 'onga in&idindo durante a maior parte do perodo de

maior &res&imento-

Se não o&orrerem as trXs &ondiçes em &on4unto a desnutrição não pro*o&a

nenWuma a'teração anat]mi&a no SN;-

uando eJiste a simu'taneidade desnutrição gra*e in&idindo no in&io da

*ida de 'onga duração o.ser*a)se Tuatro tipos de a'teraçes anat]mi&as: a$

redução de peso tamanWo & *o'ume do &8re.ro\ .$ redução do nVmero de &8'u'as\

&$ redução na Tuantidade de mi&'ina\>F d$ a'teraçes na &on&entração de a'gumas

en#imas-

Estes Tuatro tipos são &onWe&idos &omo a'teraçes Tuantitati*as pois

re+erem)se eJ&'usi*amente %s mudanças de Tuantidade de um determinado

&omponente norma' do SN;- S< podem a&onte&er durante a +ase em Tue o &8re.ro

está &res&endo &om maior *e'o&idade perodo em Tue &omo Tua'Tuer outro <rgão

do &orpo 8 mais *u'nerá*e' aos e+eitos pre4udi&iais de Tua'Tuer agente +si&o

Tumi&o ou .io'<gi&o- Esta &ara&tersti&a de maior sus&eti.i'idade nas +ases ini&iais

da *ida .em &onWe&ida será responsá*e' por outro e+eito da desnutrição gra*e no

SN; &onWe&ido &omo e+eito distorção Tue se re+ere a a'teraçes Tua'itati*as- Este

e+eito 8 re+'eJo do +ato de Tue di+erentes áreas do &8re.ro tXm di+erentes*e'o&idades de &res&imento isto 8 o &8re.ro não &res&e &omo um todo

WomogXneo- Qa as áreas Tue &res&em mais rapidamente serão mais a+etadas do

ponto de *ista das Tuatro a'teraçes Tuantitati*as- O eJemp'o &'ássi&o deste e+eito 8

1& Para maiores detal8es, remetemos H edio especial da Pu/licao Cient30ica da BP$, n- 2'1, de 1-52, #utrition, l8e nervous sstem and /e8avior, em ue 0oram reunidos te=tos dos principais pesuisadores so/re otema. Juase como s3ntese de todos, merece destaue o artigo de K. Do//ing.

1'$ mielina " uma su/stncia rica em l3pides e ue envolve, como uma /ain8a isolante, os a=Mnios(rami0ica6es do neurMnio, ue ligam uma c"lula H outra atrav"s das sinapses), 0acilitando a transmisso dosimpulsos nervosos.

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o &ere.&'o área Tue &res&e rapidamente em &urto espaço de tempo\ portanto

&ostuma ser mais atingido Tue outras áreas Tue s& +ormam mais 'entamente-

Um ponto importante neste tema 8 entender Tue a desnutrição gra*e no

in&io da *ida não pro*o&a 'eses no &8re.ro não Wá uma região &om a estrutura

'esada pato'ogi&amente modi+i&ada- or isto se +a'a em a'teraçes pois o Tue

a&onte&e 8 Tue em uma imagem simp'es o &8re.ro &res&e menos-

Não eJiste Tua'Tuer &ontro*8rsia so.re estas &on&'uses dos estudos 4á

&onWe&idas Wá trinta anos- Sa.e)se ainda Tue estas a'teraçes tendem a ser

irre*ers*eis mesmo Tue se reso'*a a desnutrição posteriormente- A grande

Tuestão at8 Wo4e 8 eJatamente re&onWe&er Tua' 8 o signi+i&ado +un&iona' destas

a'teraçes anat]mi&as- O Tue signi+i&a &m

Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

C(

termos de +unçes inte'e&tuais por eJemp'o uma redução de > no

nVmero de &8'u'asY Simp'esmente não se pode responder- ua' a &onseT1Xn&ia da

a'teração na &on&entração de uma en#ima em parti&u'arY Não se sa.e- O e+eito

distorção tem reper&ussesY Não se sa.e-

eJatamente por esta 'a&una de &onWe&imento entre uma área e outra a

anatomia e a +unção Tue em.ora re&onWe&endo Tue de*a eJistir a'guma

*in&u'ação pois a anatomia 8 o su.strato da +unção e ainda pe'o re&onWe&imento

de Tue as +unçes inte'e&tuais &onstituem um &ampo de &onWe&imento

eJtremamente &omp'eJo se a'erta para os perigos de eJtrapo'açes diretas entre as

duas áreas-

 A desnutrição e as +unçes do SN; em animais

O outro tipo de tra.a'Wo apontado tem por o.4eto as &onseT1Xn&ias da

desnutrição so.re as +unçes inte'e&tuais->D E <.*io Tue o Tue se tenta 8indiretamente se aproJimar destas re'açes entre a'teraçes anat]mi&as e

+un&ionais- Ou em outras pa'a*ras &onWe&er as reper&usses no p'ano +un&iona'

das a'teraçes na anatomia do SN; determinadas pe'a desnutrição- Entendido este

o.4eti*o 8 +á&i' &ompreender porTue todas as pesTuisas nesta área são +eitas &om

animais Tue +oram desnutridos gra*es no in&io da *ida por um 'ongo perodo\

animais portanto Tue presumi*e'mente tXm a'teraçes anat]mi&as &m seu

1E=istem muitos autores com contri/ui6es essenciais nesta 4rea, nas d"cadas de '? a 5?, como :4 dissemos. $Pu/licao Cient30ica BP$ ns 2-, de 1-5%, #utrici<n, comportamiento e desarollo social, constitui e=celente /i/liogra0ia inicial para os interessados, tra*endo uma coletnea de te=tos dos principais autores.

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&8re.ro- Não eJistem estudos &om animais Tue não preeen&Wam estes pr8)

reTuisitos- ;ompreeende)se tam.8m porTue todos os estudos são +eitos em

animais adu'tos Tue 4á se re&uperaram da desnutrição pois o Tue se Tuer a*a'iar 8

espe&i+i&amente a &onseT1Xn&ia das a'teraçes anat]mi&as irre*ers*eis aTue'as

Tue persistem mesmo depois Tue o anima' não 8 mais desnutrido- ara tanto 8

pre&iso iso'ar poss*eis e+eitos da desnutrição em si so.re Tua'Tuer ati*idade do

anima' pe'a situação de d8+i&it &a'<ri&o eJtremo da desnutrição gra*e sem Tue Wa4a

uma ação direta so.re o &8re.ro- Qa não se estudam os animais durante a +ase de

desnutrição mas posteriormente-

CC

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Respeitados esses pressupostos as pesTuisas so.re as &onseT1Xn&ias da

desnutrição so.re aspe&tos +un&ionais do SN; em animais mostram Tuatro tipos

.ási&os de a'teraçes: a$ 'a.i'idade emo&iona' "mudanças .rus&as de Wumor

despropor&ionais % intensidade dos estmu'os gera'mente a*ersi*os\ em outras

pa'a*ras 'idam ma' &om situaçes de stress$\ .$ a'teraçes no &omportamento em

re'ação a a'imentos "&omem mais mais rapidamente &om maior *ora&idade\ agem

&omo se sempre esti*essem &om +ome$\ &$ redução das ati*idades eJp'orat<rias

"+rente a situaçes ou o.4etos no*os demoram para ini&iar a eJp'oração e o +a#em

&om menor intensidade$\ d$ redução no desempenWo em testes Tue se propem a

medir &apa&idade de so'u&ionar pro.'emas-

 ATui uma ressa'*a +undamenta': se em re'ação % anatomia os e+eitos em

animais e no Womem são seme'Wantes Tuando se +a'a &m +unçes inte'e&tuais não

se pode +a#er Tua'Tuer eJtrapo'ação pois a pr<pria nature#a destas +unçes no

Womem 8 muito di+erente-

a'e a pena nos determos um pou&o na aná'ise destes resu'tados emanimais mais espe&i+i&amente no V'timo tipo pois &onstitui o Tue mais se aproJima

de nosso o.4eto neste teJto- A maior parte destes tra.a'Wos são +eitos &om ratos

uti'i#ando a t8&ni&a do 'a.irinto- Em todos re'ata)se o menor desempenWo do grupo

de animais Tue +oram desnutridos gra*es no in&io da *ida em re'ação ao grupo

&ontro'e de animais normais- Isto tem sido interpretado &omo &ompro*ação de Tue

a desnutrição pro*o&a uma redução da &apa&idade de so'u&ionar pro.'emas- Um

primeiro ponto 8 Tue esta eJpressão &apa&idade de so'u&ionar pro.'emas remete aum re+eren&ia' te<ri&o Tue &onsidera poss*e' a*a'iar o poten&ia' inte'e&tua' pois na

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*erdade 8 isso Tue se está pesTuisando: a desnutrição &ompromete o poten&ia'

inte'e&tua' re.aiJando)o- E 8 eJatamente esse o entendimento da maioria das

pessoas Tue 'Xem esses tra.a'Wos: o teste 8 &apa# de a*a'iar o poten&ia' de

inte'igXn&ia geneti&amente determinado e portanto uma redução do desempenWo

no teste signi+i&a Tue esse poten&ia' +oi &omprometido-

 Ana'isemos &om um pou&o de &aute'a o teste do 'a.irinto-

O anima' 8 &o'o&ado em um 'a.irinto e de*e &onseguir sair em tempo

determinado- Este deta'We estar dentro do 'a.irinto aparentemente insigni+i&ante 8

essen&ia' e não tem re&e.ido a adeTuada atenção- Esta 8 uma das pro*as mais

di+&eis para o rato ne&essitando a integração de di+erentes Wa.i'idades de

memori#ação de re'ação espa

Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

CF

&iai tridimensiona' entre outras- a pro*a Tue a*a'ia as +unçes inte'e&tuais

mais &omp'eJas Tue podem ser identi+i&adas no rato- Então estamos +a'ando do

Tue Wá de mais so+isti&ado e desen*o'*ido em termos de inte'igXn&ia Tue o rato

pode atingir->@

Um outro ponto 8 Tue neste tipo de pro*a sempre se usa o &Wamado

re+orço positi*o ou negati*o- Assim Tuando o anima' erra 8 su.metido a um

&astigo "&WoTue e'8tri&o Tueda na água +ria et&$\ Tuando a&erta a&Wa na sada uma

re&ompensa gera'mente a'imento ou água do Tua' este*e pri*ado- Ora mas o

nosso anima' não reage ma' a situaçes de tensão e não tem um &omportamento

a'terado +rente a a'imentosY Somente isso pode inter+erir &om o seu desempenWo

sem Tue ne&essariamente seu poten&ia' este4a redu#ido- A'guns tra.a'Wos mostram

isso: Tuando o &astigo 8 um .anWo de água ge'ada a de# graus &entgrados o

grupo desnutrido tem um desempenWo muito menor do Tue o &ontro'e\ a simp'esmudança da temperatura para de#essete graus "ainda ge'adah$ +e# &om Tue se

modi+i&asse o resu'tado nos dois grupos por8m &om maior re'e*n&ia no grupo

desnutrido- Mante*e)se a di+erença de desempenWo por8m em dimensão muito

menor do Tue a anterior-

15 Em/ora se:a um ponto </vio, consideramos importante ressalt49lo, pois temos perce/ido ue ocorremalgumas leituras inadeuadas destes tra/al8os, uase como se a prova em uesto 0osse muito simples. $s

ve*es, temos a sensao de ue se est4 pensando nas /rincadeiras, em ue a criana desen8a a sa3da do la/irinto.o coisas totalmente di0erentes desen8ar um la/irinto e sair de dentro de um. $l"m disso, estamos 0alando deuma prova em ratos e no em 8omens.

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 Assim nas pro*as do 'a.irinto outros +atores não re'a&ionados diretamente %

inte'igXn&ia &omo a re'ação &om stress e &om a'imentos inter+erem no desempenWo

do grupo desnutrido- Esta inter+erXn&ia pode ser atenuada me'Worando este

desempenWo-

 A mudança de desempenWo em uma pro*a pe'a mudança das &ondiçes de

rea'i#ação demonstra Tue o Tue se está a*a'iando 8 apenas o desempenWo

naTue'a ati*idade para o Tua' a inte'igXn&ia 8 essen&ia' por8m não &omo Vni&o

+ator eJistindo a inter+erXn&ia de outros +atores no Tue poderamos &Wamar aTui de

disponi.i'idade emo&iona' para a ati*idade- Qemonstra mais Tue tudo Tue o

poten&ia' &onstitui o.4eto inating*e'\ o Tue a*a'iamos aTui'o a Tue temos a&esso

são suas +ormas de eJpressão resu'tados de sua interação .astante &omp'eJa

&om o am.iente &om os *a'ores e possi.i'idades do grupo em Tue se &res&e- O

Tue para muitos se a*a'ia &omo inte'igXn&ia &onstitui apenas

CD Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

sua eJpressão a'terando)se so+rendo a in+'uXn&ia de inVmeros outros

+atores internos ou eJternos ao anima' e ao Womem-

Outros autores estudaram a in+'uXn&ia Tue a redução das ati*idades de

eJp'oração do meio o.ser*ada em animais Tue ti*eram desnutrição gra*e no in&io

da *ida poderia ter so.re o desempenWo nas pro*as destinadas a a*a'iar a

inte'igXn&ia- !ra.a'Wando &om ma&a&os esp8&ie anima' em Tue se pode rea'i#ar as

pro*as mais so+isti&adas s< superadas pe'as ap'i&adas no ser Wumano

en&ontraram Tue o desempenWo do grupo desnutrido era in+erior ao do grupo

norma'- Entretanto Tuando permitiam Tue os animais de am.os os grupos se

am.ientassem ao 'o&a' e o.4etos da pro*a eJp'orando)os e &onseT1entemente

diminuindo a tensão o desempenWo me'Wora*a nos dois grupos por8m ainda mais

intensamente no grupo desnutrido +a#endo &om Tue a di+erença o.ser*ada entre osgrupos +osse redu#ida-

Qe todos estes tra.a'Wos o Tue se pode &on&'uir 8 Tue a di+erença de

desempenWo em pro*as destinadas a a*a'iar a &apa&idade inte'e&tua' de animais

su.metidos % desnutrição gra*e no in&io da *ida resu'ta não apenas da

inter+erXn&ia da desnutrição so.re esta &apa&idade mas tam.8m so.re outros

aspe&tos da *ida do anima' Tue in+'uen&iam diretamente seu desempenWo nas

pro*as-

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Em sntese o Tue se admite 8 Tue a desnutrição gra*e no in&io da *ida

pode teori&amente inter+erir &om as +unçes inte'e&tuais mais &omp'eJas Tue

aTue'a esp8&ie anima' pode ter->G ua' a dimensão desta inter+erXn&ia 8 imposs*e'

determinar por8m &om &erte#a 8 menor do Tue aparentaria em uma *isão mais

super+i&ia' das pesTuisas so.re o tema-

 A inter+erXn&ia &om +unçes inte'e&tuais no Womem

Se estudar as reper&usses da desnutrição so.re as +unçes do SN; em

animais 4á 8 tão &omp'eJo entender o Tue a&onte&e no Womem 8 muito mais

de'i&ado pe'o pr<prio signi+i&ado Tue assumem as +unçes inte'e&tuais-

O grande desa+io Tue se &o'o&a 8: &omo a*a'iar a &apa&idade inte'e&tua' de

uma pessoaY A pretensão d& a*a'iar at8 mesmo Tuanti+i&ar o poten&ia' inte'e&tua'

d& uma pessoa 4á não tem espaço a&adXmi

Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

C@

&o- Esse poten&ia' em pro&esso de interação eJtremamente &omp'eJo &om o

meio so&ia' em Tue esta pessoa &res&eu e *i*e impregnado de *a'ores so&iais

&u'turais e Wist<ri&os pode eJpressar)se de di+erentes maneiras re+'etindo as

eJperiXn&ias a Tue se este*e eJposto- or eJemp'o a mesma &oordenação *iso)

motora enTuanto &apa&idade neuro'<gi&a pode)se mani+estar atra*8s da

&onstrução de pipas de tare+as dom8sti&as de desenWo et&- Uma &riança adTuirirá

di+erentes +ormas de eJpressão de sua &apa&idade motora segundo os *a'ores e

possi.i'idades de seu grupo so&ia'- E'a s< poderá +a#er pipa se a'8m da &oordena)

ção motora ti*er a oportunidade de aprender a +a#X)'a isto 8 ti*er o &onWe&imento

anterior- O mesmo ra&io&nio 8 *á'ido para o domnio do 'ápis e pape' desenWando

ou es&re*endo- A &riança pode ter eJ&e'ente &oordenação motora apenas não

aprendeu essa +orma de eJpressão- Independente do instrumento empregadoapenas se tem a&esso %s eJpresses das &apa&idades inte'e&tuais da maturidade

neuro'<gi&a da inte'igXn&ia- EJpressão Tue tra# em si a *i*Xn&ia anterior o &onWe&i)

mento pr8*io portanto um inegá*e' &aráter de &'asse so&ia'-

 As pesTuisas a&er&a dos e+eitos da desnutrição so.re as +unçes inte'e&tuais

do Womem s< podem ser rea'i#adas em regies po.res onde a pre*a'Xn&ia de

desnutrição gra*e se4a signi+i&ati*a- Assim esses tra.a'Wos +oram rea'i#ados nas

115.Lem/re9se a discusso so/re o signi0icado do la/irinto para o ratoA as mesmas o/serva6es so v4lidas para as provas aplicadas em macacos.

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regies mais po.res de pases su.desen*o'*idos "M8Ji&o ;Wi'e uatema'a

ndia9>$ nos estratos popu'a&ionais mais miserá*eis-

Estudando &rianças Tue ti*eram desnutrição gra*e no in&io da *ida>? 

&rianças em situação de mis8ria sua a*a'iação inte'e&tua' +oi +eita &om instrumentos

padroni#ados em outra &'asse so&ia' pro*eniente de outra região geográ+i&a em um

outro tempo- !odas as pro*as são padroni#adas em popu'açes de &'asses m8dia

a'ta e a'ta- O resu'tado seria per+eitamente pre*is*e': as &rianças desnutridas

apresenta*am sistemati&amente desempenWo in+erior ao padrão norma'-

Entretanto &omo identi+i&ar &omo iso'ar os e+eitos da desnutrição em si dos

e+eitos de tudo Tue &er&a esta &riança de sua *ida da +a'ta

>G- Esse tipo de tra.a'Wo 8 prati&amente ineJistente no Brasi' por moti*os

não muito &'aros-

CG

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

de Tua'idade de sua *idaY ;omo iso'ar a desnutrição de tudo aTui'o Tue a

determinaY A desnutrição no Womem não se distri.ui ao a&aso: &omo *imos 8

determinada pe'as &ondiçes so&ioe&on<mi&as &ondiçes Tue tam.8m determinam

a es&o'ari#ação da +am'ia a 'inguagem o tipo de estmu'os a Tue a &riança 8

eJposta a importn&ia Tue assumem as ati*idades inte'e&tuais e a pr<pria es&o'a

en+im os *a'ores so&iais e &u'turais da +am'ia e do grupo so&ia'- a'ores Tue

modu'am dire&ionam o desen*o'*imento do indi*duo re+'etindo a +orma de

inserção na so&iedade-

Mesmo na d8&ada de F Tuando esta &rti&a não esta*a .em estruturada os

autores indi&a*am a eJigXn&ia de &aute'a na interpretação dos resu'tados

apontando sempre a ne&essidade de mais estudos para me'Wor entendimento do

pro.'ema-!entando iso'ar os e+eitos da desnutrição dos do meio s<&io)&u'tura'

&omparou)se o desempenWo de &rianças Tue ti*eram desnutrição gra*e no in&io da

*ida &om o de seus irmãos e mesmo assim en&ontrou)se um desempenWo in+erior-

Estes tra.a'Wos são .astante di*u'gados &omo &ompro*ação de+initi*a de Tue a

desnutrição &ompromete irre*ersi*e'mente as +unçes inte'e&tuais do ser Wumano-

1-#a maior parte dos tra/al8os, as crianas so locali*adas a partir de sua internao 8ospitalar peladesnutrioA a partir da3, inseridas em programa especial de seguimento a longo pra*o, inclusive com aporte dealimentos para garantir a recuperao nutricional.

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Entretanto nesses tra.a'Wos ignorou)se a in+'uXn&ia de outro +ator ta'*e# o

mais importante nessa dis&ussão: a inter+erXn&ia direta da desnutrição gra*e so.re

a interação &om o am.iente- EnTuanto a &riança ainda está &om desnutrição gra*e

re+'etindo o eJtremo d8+i&it &a'<ri&o e'a +i&a prati&amente parada em estado de

'etargia sem interagir &om Tua'Tuer tipo de estmu'o- A'guns autores estudaram a

in+'uXn&ia da desnutrição so.re as re'açes Tue a &riança esta.e'e&e &om outras

pessoas &om destaTue para o *n&u'o mãe)+i'Wo\ o.ser*aram Tue &on+orme a

desnutrição *ai se agra*ando a interação da &riança *ai se redu#indo at8 o ponto

em Tue pode &omprometer este *n&u'o tornando)o mais +rági' de +orma Tue a

&riança passa a re&e.er menos estmu'os maternos do Tue seus irmãos menos

gra*emente atingidos "o''itt >?@($- importante ressa'tar Tue este e+eito 8

independente de Tua'Tuer a'teração anat]mi&a do SN;-

 A desnutrição gra*e +un&ionaria &omo uma .arreira am.ienta' di+i&u'tando as

interaçes da &riança- Se se &onsiderar Tue isto está a&onte&endo em momento da

*ida em Tue a *i*Xn&ia de di+erentes eJperiXn&ias propi&iando situaçes de

aprendi#agem 8 essen&ia' para o desen*o'*imento &ogniti*o pode)se entender

porTue se admite Tue

Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

C?

esse +ator poderia ser mais importante do Tue as &onseT1Xn&ias diretas das

a'teraçes anat]mi&as do &8re.ro- Esta no*a +orma de entendimento do pro.'ema

tra# em si possi.i'idades de superá)'o-

 A eJistXn&ia de um impasse metodo'<gi&o nas re'açes entre desnutrição e

desen*o'*imento &ogniti*o não pode ser ignorada- ;We)gando)se ao ponto em Tue o

pr<prio *n&u'o mãe)+i'Wo pode ser &omprometido diretamente pe'a desnutrição

gra*e outras di+i&u'dades metodo'<gi&as de&orrentes de sua determinação so&ia'+i&am at8 minimi#adas-

Estas di+i&u'dades metodo'<gi&as +oram superadas pe'o menos par&ia'mente

pesTuisando)se pessoas Tue ti*eram desnutrição gra*e no in&io da *ida por8m

não por po.re#a "desnutrição primária$ mas por serem portadoras de uma doença

&r]ni&a gra*e Tue pre4udi&a o apro*eitamento de a'imentos pro*o&ando

desnutrição se&undária "% pato'ogia$- Nestes estudos Tuando en&ontradas as

2?2?.Podemos citar, como e=emplo, crianas portadoras de cardiopatia congnita grave ou de doenas ue provocam diarr"ia crMnica grave. #esta situao, a anatomia do c"re/ro apresentar4 e=atamente as mesmasaltera6es encontradas na desnutrio prim4ria, pois H c"lula no importa o motivo pelo ual rece/e menos

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di+erenças no desempenWo inte'e&tua' +oram muito in+eriores %s Tue se o.ser*a nos

estudos &om desnutrição primária- Em muitos &asos in&'usi*e não se re'ataram

di+erenças- O estudo rea'i#ado na Ho'anda &om so.re*i*entes da segunda guerra

mundia' mostrou Tue aos de#oito anos seu desempenWo em di+erentes pro*as

&ogniti*as era eJatamente superpon*e' ao da popu'ação norma'- Neste tra.a'Wo

se'e&ionou)se &omo popu'ação de estudo a geração Tue tinWa menos de um ano de

idade no perodo em Tue a Ho'anda so+reu o &er&o das +orças na#istas o&asião em

Tue a +ome era disseminada e a pre*a'Xn&ia de desnutrição in&'usi*e gra*e +oi

muito a'ta "Stein e &o's >?@F$-

 Assim pare&e Tue Tuando des*in&u'ada de um &onteJto de pri*ação g'o.a'

a desnutrição inter+ere muito menos no desen*o'*imento inte'e&tua'- Não se está

a+irmando Tue e'a não tenWa um e+eito direto e rea' so.re o SN; mas Tue este

desen*o'*imento 8 tão &omp'eJo no Womem Tue as &onseT1Xn&ias das a'teraçes

anat]mi&as podem ser minimi#adas e mesmo sup'antadas pe'a ação de outros

+atores em &on4unto-

F

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Em sntese Wo4e admite)se Tue a desnutrição gra*e no in&io da *ida pode

inter+erir &om o desen*o'*imento das +unçes inte'e&tuais mais &omp'eJas Tue o

Womem pode atingir- As +unçes inte'e&tuais superiores do Womem por8m de menor

&omp'eJidade não pare&em ser &omprometidas- Admite)se ainda Tue 8 imposs*e'

determinar em uma pessoa em espe&ia' se Wou*e ou não este &omprometimento e

menos ainda sua intensidade- or +im admite)se Tue a maior parte dos Womens

não emprega e nem &Wega a desen*o'*er estas +unçes mais &omp'eJas mesmo

possuindo um &8re.ro inta&to-

 A desnutrição e o +ra&asso es&o'ar  As a+irmaçes de Tue a desnutrição seria um dos prin&ipais +atores

responsá*eis pe'o +ra&asso es&o'ar apresenta dois *ieses +undamentais:

a &riança Tue te*e desnutrição gra*e no in&io da *ida raramente &Wega %

es&o'a pois a maioria morre no primeiro ano de *ida\

a desnutrição gra*e pode inter+erir &om as +unçes &ogniti*as mais

&omp'eJas Tue o Womem pode desen*o'*er Tue não são ne&essárias para o

pro&esso de a'+a.eti#ação e nem seTuer estão presentes aos sete anos de idade-nutrientes, se porue o corao no 0unciona adeuadamente, ou se porue 0alta sal4rio em casa.

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 A &riança Tue está na es&o'a & não aprende muitas *e#es 8 desnutrida

por8m em intensidade 'e*e aTue'a Tue &onsegue manter todo o meta.o'ismo e

+isio'ogia a.so'utamente normais %s &ustas do sa&ri+&io do &res&imento- Seu

&8re.ro 8 norma' podendo aprender o Tue 'We +or ensinado- 9São &rianças Tue não

passam numa pro*a de ritmo e sa.em +a#er uma .atu&ada- ue não tXm eTui'.rio

& &oordenação motora e andam nos muros e ár*ores- ue não tXm dis&riminação

auditi*a e re&onWe&em &antos de pássaros- ;rianças Tue não sa.em di#er os

meses do ano mas sa.em a 8po&a de p'antar e &o'Wer- Não &onseguem aprender

os rudimentos da aritm8ti&a e na *ida +a#em &ompras sa.em 'idar &om dinWeiro

são *endedoras na +eira- Não tXm mem<ria e dis&riminação *isua' mas re&onWe&em

uma ár*ore pe'as suas +o'Was- Não tXm &oordenação motora &om o 'ápis mas

&onstroem pipas- Não tXm &riati*idade & +a#em seus .rinTuedos do nada- ;rianças

Tue não aprendem nada mas aprendem e assimi'am o &on&eito .ási&o Tue a

es&o'a 'Wes transmite o mito da as&ensão so&ia' da igua'dade de oportunidades e

depois assumem toda a responsa.i'idade pe'o seu +ra&asso es&o'ar9 "MoPs8s f

Lima >?G$-

Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

F>

Mesmo admitindo)se Tue na es&o'a eJistam &rianças Tue ti*eram desnutrição

gra*e não apresentam &omprometimento das +unçes &ogniti*as Tue possi.i'itam a

aTuisição da 'inguagem es&rita-

Em tra.a'Wo re&ente rea'i#ado em it<ria "ES$ reitas ">??F$ &onseguiu

'o&a'i#ar na es&o'a &rianças Tue no primeiro ano de *ida Wa*iam parti&ipado de um

programa de re&uperação nutri&iona' *o'tado a &rianças &om desnutrição gra*e e

moderada- Um dos aspe&tos estudados +oi o seu rendimento es&o'ar en&ontrando

Tue a maioria ainda esta*a na primeira serie &om grande nVmero de repro*açes-Entretanto Tuando seu desempenWo +oi &omparado &om os indi&adores edu&a)

&ionais do muni&pio a autora o.ser*ou Tue não Wa*ia di+erenças entre seu grupo

de &rianças & as demais &rianças &apiJa.as Tue não Wa*iam tido desnutrição gra*e-

Este resu'tado re+orça o Tue estamos tentando &o'o&ar neste teJto: a

desnutrição pode inter+erir &om o desen*o'*imento &ogniti*o das &rianças porem os

me&anismos de se'eção e eJ&'usão so&ia' são tão mais intensos e per*ersos

Tue tornam *irtuais os poss*eis e+eitos da desnutrição-

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Um parXnteses: a &riança Tue está na es&o'a pode estar &om +ome- or8m

a 8 uma outra dis&ussão- Neste assunto 8 ne&essário separar Tuando se +a'a em

+ome e Tuando se +a'a em desnutrição pe'o Tue está imp'&ito no dis&urso so.re

&ada uma- A +ome &omo 4á dissemos 8uma ne&essidade primária e Tuando não

atendida pode inter+erir &om a disponi.i'idade da pessoa para Tua'Tuer ati*idade-

Uma &riança &om +ome está menos dispon*e' para .rin&ar para &orrer\ para

aprender in&'usi*e- Satis+eita a ne&essidade .ási&a a &riança apresenta)se &om

todo seu *igor no*amente- A +ome não deiJa seT1e'as não a'tera a anatomia não

8 irre*ers*e'- A'imentada a &riança &essam todos os e+eitos da +ome e a &riança

estará dispon*e' para aprender o Tue 'We +or ensinado-

Qesta +orma a dis&ussão do +ra&asso es&o'ar de*e ser remetida para o

&ampo &o'eti*o institu&iona' .us&ando)se sua superação no p'ano po'ti&o e

pedag<gi&o- Não se pode pretender seriamente en+rentá)'o &om o programa de

merenda es&o'ar-

Este dis&urso ao mesmo tempo em Tue di+i&u'ta a per&epção dos

determinantes reais do +ra&asso es&o'ar &o'o&a para a merenda um o.4eti*o Tue 4á

se sa.e de antemão inating*e'- A merenda não 8 &apa# de reso'*er o +ra&asso

es&o'ar-

 At8 ousaramos di#er Tue a merenda não 8 para reso'*er o +ra

F

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

&asso es&o'ar-

Entretanto se a merenda 8 in&apa# de erradi&ar a desnutrição e'a pode

matar a +ome do dia ou me'Wor a +ome de Tuatro Woras- A &riança sem +ome

poderá aprender mais +a&i'mente mas isto não reso'*erá o +ra&asso es&o'ar nem

de*e ser o o.4eti*o da merenda-Entretanto isto não signi+i&a Tue a merenda 8 dispensá*e' Tue de*e ser

retirada das es&o'as ou a'go seme'Wante- Qi#er Tue a merenda não 8 para reso'*er

a desnutrição nem o +ra&asso es&o'ar não imp'i&a em posição &ontra a sua

eJistXn&ia ou em enJergá)'a &omo ma' menor- Ao &ontrário &onsideramos Tue o

Tue se impe 8 uma 'uta para redimensionar a merenda des'o&ando)a de programa

pa'iati*o para proposta de atenção a direitos da &riança-

Entendendo a merenda &omo um direito da &riança

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 A merenda es&o'ar de*e ser entendida &omo programa *o'tado % atenção aos

direitos da &riança- Apenas isto-

 A merenda não tem por o.4eti*o reso'*er o pro.'ema da desnutrição nem do

+ra&asso es&o'ar- Am.os são muito gra*es e demandam propostas po'ti&as

adeTuadas para sua superação não de*endo ser o.4eto de dis&ursos

misti+i&adores-

O direito da &riança a re&e.er a'gum tipo de a'imento durante sua

permanXn&ia na es&o'a de&orre de suas &ara&tersti&as +isio'<gi&as- A &riança

in&'usi*e na idade es&o'ar tem uma grande +a&i'idade de ati*ar determinados

pro&essos meta.<'i&os Tuando +i&a um perodo maior do Tue Tuatro Woras sem se

a'imentar- Atra*8s desses pro&essos &onsegue)se o.ter as &a'orias ne&essárias

para todo o meta.o'ismo por8m &om o in&on*eniente de gerar uma Tuantidade

maior Tue o norma' de &orpos &et]ni&os- O eJ&esso de &orpos &et]ni&os por sua

*e# 'e*a a um aumento da Tuantidade de radi&ais á&idos no sangue situação

&onWe&ida &omo &etoa&idose ou &etose Tue pro*o&a a'guns e+eitos indese4á*eis-

Isto pode a&onte&er &om Tua'Tuer pessoa em restrição a'imentar mais pro'ongada> 

por8m o Tue distingue o organismo da &riança 8 Tue e'a ati*a esses pro&essos mais

+á&i' e mais rapidamente de modo Tue mui

G

Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

F(

tas de'as 4á apresentam o Tuadro de &etose Tuando +i&am um perodo de

Tuatro Woras sem se a'imentar-

ro*a*e'mente o sa.er popu'ar re+erente a estes e+eitos &onstitui a .ase

para o Wá.ito das &rianças 'e*arem 'an&We para a es&o'a o.ser*á*e' prin&ipa'mente

entre as &rianças oriundas de estratos so&iais &om poder aTuisiti*o para eJer&eresse Wá.ito- E *a'e ressa'tar Tue essas &rianças não passam +ome nem estão

desnutridas e seu ris&o de ir ma' na es&o'a 8 redu#ido- E nem por isto se Tuestiona

o Wá.ito da 'an&Weira-

Nos pases desen*o'*idos a a'imentação distri.uda no perodo da es&o'a

&onstitui uma práti&a di+undida e não Tuestionada- ases &omo apão rança

;anadá possuem programas de a'imentação es&o'ar Tue não &ostumam ser

2121.$s pessoas ue :4 0i*eram dieta para emagrecer podem se lem/rar do mal9estar ue acontece nos trs primeiros dias, re0le=o da acidose ue acontece at" o organismo se adaptar H restrio alimentar.

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Tuestionados Tuanto a seus o.4eti*os- orTue seu Vni&o o.4eti*o 8 atender ao

direito da &riança- S< isto- Não se pretende &om os programas me'Worar a

distri.uição de renda redu#ir a +ome ou a desnutrição e menos ainda me'Worar o

desempenWo es&o'ar-

!rata)se simp'esmente de &on&epção em Tue a a'imentação es&o'ar re+'ete

um estado de &idadania regida pe'o prin&pio de direitos-

Em &ontraste no Brasi' *i*emos ainda um estado de não &idadania regido

por &arXn&ias e pri*i'8gios- Onde predominam pri*i'8gios por prin&pio não Wá

direitos Tue s< eJistem Tuando se estendem a todos- or outro 'ado onde Wá

pri*i'8gios eJiste seu re*erso o.rigat<rio as &arXn&ias ";Wau >??F$-

!entamos a &ada momento &onstruir nossa &idadania Tue não pode eJistir

apenas para n<s mas tem Tue ser para todos para eJistir- Entretanto %s *e#es

nos prendemos a +ormas de pensamento Tue tra#em em si a &on&epção de um

mundo +undado em pri*i'8gios e &arXn&ias-

 Assim muito do Tue se tem dis&utido a&er&a da merenda re*e'a essa +orma

de pensamento- Ainda se entende a merenda &omo *o'tada % &arXn&ia- E

paradoJa'mente em um pas onde e'a adTuire mais um signi+i&ado pe'a situação

&on&reta de +ome muitos se posi&ionam &ontra- Não &ontra o dis&urso po'ti&o

misti+i&ador e demag<gi&o mas &ontra a merenda em si-

E '<gi&o Tue mesmo Tue se trans+orme o programa de a'imentação es&o'ar

prin&ipa'mente em termos de o.4eti*os e uso po'ti&o atin)gindo)se a &on&epção de

Tue 8 importante apenas porTue a &riança tem o direito de se a'imentar enTuanto

está na es&o'a por muito tempo &ontinuará ser*indo para matar a +ome de muitas

&rianças- or8m a mudança de menta'idade pode signi+i&ar uma di+erença

Tua'itati*a não

FC

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

somente do programa mas da pr<pria &on&epção de so&iedade ou me'Wor

da so&iedade Tue Tueremos e de &omo &onTuistá)'a-

 A &on&epção de a'imentação in&'usi*e a es&o'ar &omo direito 8 essen&ia'

para Tue o programa de merenda possa ser trans+ormado &om uma outra inserçãona es&o'a e na so&iedade- A merenda enTuanto proposta paia suprir &arXn&ias

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des&onsidera aspe&tos +undamentais &omo os Wá.itos a'imentares da popu'ação o

in&enti*o % produção agr&o'a a ne&essidade de sistemas adeTuados de

arma#enamento e distri.uição de a'imentos\ a'8m disto &onstitui)se em e'emento

arti+i&ia' e estranWo % es&o'a não se in&orporando %s ati*idades edu&a&ionais a'i

desen*o'*idas-

 A trans+ormação de*e &ontemp'ar todas estas Tuestes- Idea'mente a

merenda de*e ser % .ase de produtos naturais regionais e inserida nas demais

ati*idades edu&a&ionais da es&o'a pro&urando *in&u'á)'a % +am'ia e % &omunidade-

 A uti'i#ação de a'imentos naturais da região pode ter um grande a'&an&e- No

p'ano intra)es&o'ar possi.i'ita &ardápios Tue respeitem os Wá.itos a'imentares da

região a'8m de su.sidiar as dis&usses em sa'a de au'a so.re a'imentação saVde

Wigiene produção agr&o'a- A *a'ori#ação dos Wá.itos do grupo so&ia' em Tue se

insere possi.i'ita % es&o'a uma interação di+erente &om a &riança e sua +am'ia

menos pre&on&eituosa e eJ&'udente- O uso de a'imentos regionais permite assim

Tue a merenda se integre %s propostas pedag<gi&as da es&o'a- or outro 'ado no

p'ano eJtra)es&o'ar possi.i'ita me'Wor interação da es&o'a &om a &omunidade pois

a aTuisição dos a'imentos de*erá ser +eita prioritariamente na pr<pria região

aproJimando a es&o'a da produção agr&o'a regiona'- A parti&ipação .i'atera' a'8m

do enriTue&imento edu&a&iona' mVtuo estaria ameni#ando para os agri&u'tores

pro.'emas de p'antio e &omer&ia'i#ação a partir de uma demanda espe&+i&a e

de+inida-

Um ponto essen&ia' para esta trans+ormação 8 a mudança no trato

go*ernamenta' &om as *er.as para a merenda- O &onWe&imento pV.'i&o do

orçamento do go*erno em deta'Wes em todas as áreas e pro4etos &onstitui um

direito do &idadão- Assim a 'uta pe'a transparXn&ia da origem e destinação das

*er.as para a merenda insere)se em uma 'uta maior de transparXn&ia de toda aadministração- O orçamento de*e ser transparente e de +á&i' a&esso a todos- A'8m

disto as *er.as para a merenda de*em ser destinadas em separado das *er.as

para a Edu&ação stri&tu sensu de modo +a&i'mente per&ept*e'- As *er.as da

merenda não podem &ontinuar in&Wando arti+i&ia'mente as *er.as para a Edu&a

Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

FF

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ção &amu+'ando o peTueno orçamento espe&+i&o para esta pasta- En)

tretanto a *er.a espe&+i&a da merenda de*erá &ontinuar a'o&ada na pasta da

Edu&ação a +im de garantir seu &aráter edu&a&iona'-

Este 8 um 'ongo pro&esso de trans+ormação- Entretanto dois pontos de*em

ser .us&ados de imediato in&'usi*e para a'a*an&ar a mudança- O primeiro 8 a

mudança de nosso dis&urso: passemos a nos posi&ionar &ontra o uso po'ti&o da

merenda e não &ontra e'a- O segundo 8 sua *in&u'ação %s ati*idades edu&a&ionais

desen*o'*idas na es&o'a mesmo Tue ainda &onsista predominantemente de

+ormu'ados\ sua *in&u'ação pedag<gi&a pode ser instrumento de per&epção para

pro+essores e a'unos do Tue representa um a'imento +ormu'ado em termos de

desrespeito aos *a'ores &u'turais e de &on&epçes su.4a&entes de &omida para

&arentes-

Esta dis&ussão 8 ainda mais importante em um momento em Tue surgem

propostas go*ernamentais Tue representam um retro&esso ainda maior- A noção de

Tue a merenda 8 para suprir &arXn&ias tem por &oro'ário imediato Tue e'a de*e

atingir apenas os &arentes- Ho4e no Brasi' &ir&u'am +a'as mais ou menos

su.'iminares a esse respeito endossando propostas de Tue a merenda deiJe de ser

um pro4eto de atendimento uni*ersa' "Tue ainda não &Wegou a serh$ e se trans+orme

em pro4eto de atendimento +o&a'i#ado apenas dos mais &arentes dos Tue

ne&essitam dos po.res e miserá*eis en+im-

Na Am8ri&a Latina o Brasi' 8 o Vni&o pas Tue prope o atendimento

uni*ersa' para a a'imentação es&o'ar in&'usi*e &onstando do teJto &onstitu&iona'-

Nos demais os programas são +o&a'i#ados destinados ao atendimento de Tuem

pre&isa proposta &oerente &om o esprito de um programa de sup'ementação

a'imentar- Atua'mente eJiste uma pressão dos demais pases para Tue o Brasi'

tam.8m assuma o &aráter +o&a' pressão Tue tem en&ontrado um &ampo re&epti*oem espaços o+i&iais- As propostas de re+orma &onstitu&iona' &o'o&adas pe'o

go*erno disseminando a id8ia de Tue 8 pre&iso redu#ir os direitos so&iais Tue

seriam eJ&essi*os e muito onerosos no Brasi' in&'uem a retirada do &aráter

uni*ersa' da merenda- O.ser*a)se aTui uma situação interessante: em uma área

em Tue o Brasi' está mais a*ançado 8 e'e Tue so+re as in+'uXn&ias retr<gradas ao

in*8s de ser eJemp'o de Tue pode ser di+erente e ser*ir &omo mode'o para

a'a*an&ar a mudança nos outros pases- !a'*e# a eJp'i&ação de*a ser .us&ada nos

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mode'os de desen*o'*imento po'ti&o e e&on]mi&o Tue tXm sido adotados na

 Am8ri&a Latina-

F@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Se esta proposta se &on&reti#ar pode)se imaginar super+i&ia'mente os

danos Tue trará tanto ao programa em si &om deterioração ainda maior da

Tua'idade em &onseT1Xn&ia das id8ias de &omida para po.re Tuanto ao

eJer&&io da &idadania- A este respeito re'em.re)se as id8ias 4á &itadas neste teJto

de Bitten&ourt f Maga'Wães ">??F$ a&er&a do sentimento de não perten&er % nação

e suas &onseT1Xn&ias so.re o eJer&&io da &idadania so.re as re'açes entre a

pessoa e o Estado so.re o assumir o Estado &omo .em pV.'i&o pass*e' de &ontro)

'e so&ia'-

 Argumentos e&onomi&istas não podem pre*a'e&er Tuando se trata da pr<pria

&on&epção de so&iedade e de Estado- rin&ipa'mente em um momento em Tue se

in*este menos do Tue nun&a em termos a.so'utos e propor&ionais nas po'ti&as

so&iais- Apesar de no p'ano do dis&urso a reso'ução dos pro.'emas de&orrentes

das desigua'dades so&iais ser a prioridade go*ernamenta' as açes tXm se

&ara&teri#ado por agra*arem ainda mais este Tuadro-

E o en+oTue Tue tem sido dado %s dis&usses so.re o programa de merenda

apenas &riam o &ampo ne&essário para Tue prosperem propostas &omo essas- Ao

a&eitarmos em nossos de.ates a direção e os 'imites impostos pe'as +a'as o+i&iais

so.re a merenda a.di&amos de nosso direito de su.*erter a situação posta de

de+inirmos n<s mesmos nossos rumos e 'imites-

Este 8 o desa+io Tue estamos propondo: ousar su.*erter trans+ormar- Lutar

por direitos ainda não &onTuistados e 4á em ris&oh

Re+erXn&ias .i.'iográ+i&asBitten&ourt S-A-\ Maga'Wães R-- ">??F$ ome: um drama si'en&ioso- In: Os

muitos Brasis- SaVde e popu'ação na d8&ada de G- Organi#ado por M;S MinaPo

São au'o)Rio de aneiro Hu&ite&)A.ras&o-

;Wau M- ">??F$ 9;idadania direitos e pri*i'8gios9- In: o'Wa de S- au'o-

;oim.ra M-\ Meira ---\ Star'ing M-B-L- ">?G$ I-;omer e aprender: uma

Wist<ria da a'imentação es&o'ar no Brasi'- INAE3ME;

;o''ares ;-A-L-\ MoPs8s M-q-A- ">??D$ re&on&eitos no &otidiano es&o'ar-Ensino e medi&a'i#ação- São au'o ;orte#)E ;M3Uni&amp-

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Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e merenda

FG

onse&a A-\ MarTues M-\ Qe rande A-\ Bernardes S- ">?GG$ 9o'ti&a de

 A'imentação e Nutrição9- In: Brasi' >?GD Re'at<rio so.re a situação so&ia' do pas-

NV&'eo de Estudos e o'ti&a V.'i&as Uni&amp-

'et&Wer -\ Ri.eiro S-;- ">?G@$ 9O ensino de '? grau no Brasi' Wo4e9-

In: Em A.erto "ME;3INE$- reitas MBS ">??F$ Qesnutrição e +ra&asso

es&o'ar: um no*o o'War a

partir de &rianças &apiJa.as "mimeo$- Qissertação de Mestrado

UES-

Monteiro ;A- ">??$ 9SaVde e nutrição das &rianças .rasi'eiras no +ina' da

d8&ada de G9- In: er+i' estatsti&o de &rianças e mães no Brasi'- Organi#ado por

M--- Monteiro e R- ;er*ini Rio de aneiro IBE-

 ^ ">??$ 9O estado nutri&iona' das &rianças .rasi'eiras: a tra4et<ria de >?@F a

>?G?9- In: er+i' estatsti&o de &rianças e mães no Brasi'- Organi#ado por M---

Monteiro e R- ;er*ini Rio de aneiro IBE-

MoPses M-A-A-\ Lima -Z- ">?G$ 9Qesnutrição e +ra&asso es&o'ar: uma

re'ação tão simp'esY9- In: Re* ANQE F: F@-

Nutti -Z- ">??D$ ;on&epçes so.re as possi.i'idades de integração entre

saVde e edu&ação: um estudo de &aso "mimeo$ Qissertação de Mestrado US;AR-

e'iano A-M-\ ;astro ;-M-\ Martine -\ ar&ia A-;- ">?GF$9O pro.'ema

a'imentar .rasi'eiro: situação atua' perspe&ti*as e proposta de po'ti&as9- In: O

pro.'ema a'imentar no Brasi'- Organi#ado por ;M- ;astro e M-;oim.ra ;ampinas

Ed- UNI;AM3Aimed-

o''itt E- ">?@($ 9BeWa*ior o+ in+ant in &ausation o+ nutritiona' marasmus9- Am-

- ;'in Nutr- D:DCRi.eiro S-;- ">??($ 9Edu&ação e &idadania9- In: Edu&ação e modernidade-

 As .ases do desen*o'*imento moderno- -RR- e''oso e R-; A'.uTuerTue São

au'o No.e'-

Stein Z-A-\ Susser M-\ Saenger -\ Maro''a - b7?>F$ amine and Wuman

de*e'opment: tWe dut&W Wunger inter o+ >?CC)CF- No*a or OJ+ord Uni*- ress-

a'ente -L-S- ">?GD$ 9Em .us&a de uma edu&ação nutri&iona' &rti&a9- In:

ome e desnutrição- Qeterminantes so&iais- Organi#ado por -L-S- a'ente Sãoau'o ;orte#-

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a''a -- ">?GD$ 9Sem edu&ação e sem dinWeiro9- In: A saVde em

F?

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

estado de &WoTue- Orga -

ro Espaço e !empo3A5ado or M;S) MinaPl)Rio f anei)9Nutrition tWe

ner*ous sPste4W

OAS ns F> >?@ .eWa*ior9- u.'i&ação &ient+i&a

9Nutrition de*e'opment and-

OAS na D? >?@(- > .eWa*x>69) u.'i&ação &ient+i&a

@

Qa psi&o'ogia do 9despri*i'egiado9 % psi&o'ogia do oprimido

Maria He'ena Sou#a atto

Nos V'timos *inte anos nos Estados Unidos e a partir da d8&ada de setenta

no Brasi' assistimos ao surgimento na si&o'ogia de um no*o +o&o de intenso

interesse: a &Wamada margina'idade &arXn&ia ou pri*ação &u'tura'- ia de regra na

eJtensa .i.'iogra+ia a&umu'ada durante estes anos estes termos tXm sido usados

para designar uma &ondição dos indi*duos perten&entes %s &'asses oprimidas Tue

ne'a apare&em impropriamente &Wamadas de &'asses .aiJas &'asses despri*i)

'egiadas ou &amadas des+a*ore&idas-

redominantemente *o'tados para &rianças e ado'es&entes po.res estes

tra.a'Wos tomam &omo &rit8rio para de+inir a &ondição &aren&iada destes indi*duos

os padres da &u'tura dominante de modo gera' e as eJigXn&ias da es&o'a o+i&ia'

em parti&u'ar- B'oom Qa*is e Hess ">?DF$ por eJemp'o &onsideram Tue no

&ontingente de a'unos Tue nos sistemas es&o'ares de *ários pases não &onseguem

progredir norma'mente atra*8s das *árias etapas de es&o'ari#ação en&ontra)se

uma por&entagem su.stan&ia' de &rianças &u4as eJperiXn&ias sensoriais motoras e

de &omuni&ação no 'ar &u4a moti*ação para a aprendi#agem es&o'ar e &u4o n*e' de

aspiração são de+i&ientes- Estes autores re+erem)se a este grupo &omo

despri*i'egiados ou de+i&ientes &u'turais porTue a&reditam Tue as origens dos

pro.'emas Tue apresentam na idade es&o'ar en&ontram)se em grande parte nas

eJperiXn&ias *i*idas em am.ientes Tue não transmitem os padres &u'turais

ne&essários a um desempenWo adeTuado nas tare+as e desa+ios propostos pe'a

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es&o'a e pe'a so&iedade em gera'- Qa mesma +orma Qe ;e&&o ">?DG p- >GD$ de+ine

a &riança &u'tura'mente de+i&iente &omo aTue'a Tue 8 &riada num am.iente pr8)

es&o'ar Tue deiJa de desen*o'*er o &omportamento de entrada ne&essário ao in&io

de sua edu&ação +orma' nas es&o'as pV.'i&as-

FG

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

 A partir desta &on&eituação do +en]meno na Tua' os mem.ros das &'asses

eJp'oradas são &onsiderados &arentes ou de+i&ientes Tuando &omparados &om os

padres da &u'tura dominante &ientistas Wumanos e edu&adores partiram para a

.us&a de uma &ara&teri#ação psi&osso&ia' destes grupos Tue +undamentaria

medidas edu&a&ionais Tue pudessem retirá)'os da &ondição de &arXn&ia e os

integrassem &u'tura' e so&ia'mente entendendo)se por integração a aTuisição dos

*a'ores normas padres de &onduta e Wa.i'idades Tue 'Wes permitisse a inserção

no mer&ado de tra.a'Wo de +orma está*e' e duradoura- Somente assim a&redita*am

os Tue empunWaram a .andeira da 9redenção dos desa+ortunados9 *ia

es&o'ari#ação numa so&iedade de &'asses poder)se)ia e+eti*ar a demo&rati#ação

so&ia' atra*8s da *ia.i'i#ação das &ondiçes de igua'dade de oportunidade para

todos-

Neste &aptu'o eJaminaremos primeiramente as a+irmaçes e medidas

edu&a&ionais mais representati*as da maneira &omo as &'asses su.a'ternas tXm

sido eTui*o&adamente a.ordadas pe'a si&o'ogia- A seguir serão +ormu'adas

a'gumas Tuestes Tue se inserem numa perspe&ti*a &rti&a do &onWe&imento

gerado pe'a &iXn&ia psi&o'<gi&a a respeito desse segmento da popu'ação-

somente a partir destas indagaçes Tue se podem &onstruir as .ases para a

impugnação deste &onWe&imento e .us&ar a.ordagens a'ternati*as ao estudo e %

&ompreensão das &ondiçes de eJistXn&ia das &'asses dominadas numa so&iedade&apita'ista-

Em 'inWas gerais o *asto &onteVdo pu.'i&ado so.re esta par&e'a da

popu'ação pode ser assim di*idido: os tra.a'Wos te<ri&os os re'atos de pesTuisas

eJperimentais e de &ampo e os programas edu&a&ionais em seus aspe&tos de

des&rição e a*a'iação-

 A psi&o'ogia da 9&arXn&ia &u'tura'9

>- A teoria e a pesTuisa

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No n*e' te<ri&o assistimos ao renas&imento &om todo o seu *igor da

po'Xmi&a Wereditariedade)meio desta *e# &om Xn+ase eJp'&ita na importn&ia do

am.iente no desen*o'*imento Wumano e in+ra)Wumano-

Sem dV*ida - M&i&er Hunt ">?D> >?DCa >?DC. >?D?$ o&upa um 'ugar de

destaTue entre os te<ri&os Tue +undamentam todo o mo*imento edu&a&iona' *o'tado

para o atendimento das &Wamadas &rianças &a

Qa psi&o'ogia do 9despri*i'egiado 9 % psi&o'ogia do oprimido

D>

ren&iadas- Seu 'i*ro Inte''igen&e and EJperien&e ">?D>$ &onstitui)se num dos

pi'ares do pensamento psi&o'<gi&o e edu&a&iona' so.re o +en]meno da pri*ação

&u'tura'\ partindo de um ponto de *ista intera&ionista a respeito da in+'uXn&ia re'ati*a

da maturação e da aprendi#agem no pro&esso de desen*o'*imento Hunt di+unde a

teoria piagetiana e introdu# nos meios edu&a&ionais norte)ameri&anos a pedagogia

de Maria Montessori at8 então re'egada ao esTue&imento nesse pas-

 Ao 'ado do mode'o piagetiano Tue eJp'i&a o desen*o'*imento Wumano em

termos de adaptação &ogniti*a a presença de outros mode'os tam.8m se +a# sentir

na +undamentação te<ri&a das pesTuisas e programas de ensino nesta área- Entre

e'es desta&am)se o mode'o da aprendi#agem &umu'ati*a desen*o'*ido por agn8

">?DF >?DG$ e a teoria S)R ta' &omo +oi proposta por Sinn&r"' ?F$ e &ontinuada

por Bi4ou "por eJemp'o >?DG$ entre outros-

O empenWo dos edu&adores em re*erter os e+eitos negati*os da suposta

pri*ação &u'tura' so.re o desen*o'*imento in+anti' e este 8 o o.4eti*o mais gera'

da maioria dos programas de edu&ação &ompensat<ria não podia se e+eti*ar sem

a retaguarda de teorias intera&ionistas e am.ienta'istas so.re o desen*o'*imento

Wumano- Qe outro 'ado esse mo*imento s< poderia o&orrer num &onteJto de

rea*i*amento da ideo'ogia 'i.era' na me'Wor tradição de QeeP ">?>D$- ina'mentea opera&iona'i#ação destes programas eJigia um 'e*antamento das &ara&tersti&as

psi&o'<gi&as das &rianças &aren&iadas a +im de Tue se pudesse determinar suas

di+i&u'dades ou de+i&iXn&ias 9entrada9 a ser pro&essada atra*8s de programas

edu&a&ionais &ompensat<rios na .us&a da &onse&ução da 9sada9 ou o.4eti*o

dese4ado-

O eJame da eJtensa 'iteratura dispon*e' so.re a psi&o'ogia da po.re#a

re*e'a)nos Tue um dos aspe&tos do pro.'ema Tue mais re&e.eu atenção por partedos pesTuisadores +oi sem dV*ida a tentati*a de &ara&teri#á)'a psi&o'ogi&amente

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atra*8s sa'*o pouTussimas eJ&eçes de uma metodo'ogia positi*ista- A'8m dos

re'atos re'ati*os a m8todos e t8&ni&as pedag<gi&os ou de modi+i&ação de

&omportamento pou&os são os estudos re'atados Tue não se tenWam *o'tado para a

identi+i&ação e a enumeração de &omportamentos Wa.i'idades atitudes ou &ir&uns)

tn&ias Tue supostamente as distinguem das &'asses so&iais dominantes- As

&ara&tersti&as do am.iente +ami'iar o desen*o'*imento e o esti'o 'ing1sti&o a

&ognição e a inte'igXn&ia a per&epção e os esti'os per&epti*os as &ara&tersti&as

moti*a&ionais e aspira&ionais e o rendi

D

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

mento es&o'ar en&ontram)se entre os t<pi&os mais pesTuisados-

Uma das &ara&tersti&as destes estudos 8 Tue e'es são em sua maioria

*a'orati*os e &omparati*os\ o n*e' de rendimento os padres de interação os

*a'ores as atitudes e as eJpe&tati*as de um grupo ou &'asse so&ia' a dominante

são tomados &omo norma &ontra a Tua' são &omparados os resu'tados o.tidos

por indi*duos perten&entes aos grupos ou &'asses so&iais dominados- As

&on&'uses a Tue &Wegam em todas as áreas men&ionadas prati&amente

&on*ergem para uma Vni&a a+irmação: o po.re e sua &u'tura apresentam

&ara&tersti&as mais negati*as do Tue os integrantes da &u'tura dominante\ da para

a &on&'usão de Tue são de+i&ientes ou pri*ados de &u'tura resta apenas um passo

dado por muitos-

Em.ora 4á tenWamos resumido o teor destas pesTuisas em outra

oportunidade "atto >?@($ passemos a um rápido apanWado das prin&ipais

&on&'uses &ontidas nesta 'iteratura- O am.iente +ami'iar gera'mente 8 des&rito

&omo po.re ou pre&ário em termos das &ondiçes Tue o+ere&e ao desen*o'*imento

psi&o'<gi&o da &riança: .aru'Wento desorgani#ado superpopu'oso e austero sãotermos +reT1entes usados para Tua'i+i&á)'o- A'em disso 8 &onstante a re+erXn&ia %

+a'ta de arte+atos &u'turais e de estmu'os per&epti*os Tue +a*oreçam o

desen*o'*imento da prontidão para a aprendi#agem es&o'ar desta&ando)se a

po.re#a e a desorgani#ação dos estmu'os sensoriais presentes- Outro &aptu'o im)

portante deste mesmo tema o am.iente +ami'iar tem sido a inadeTuação dos

pais enTuanto mode'os adu'tos e enTuanto pro*edores das ne&essidades &ogniti*as

dos +i'Wos "Mi'ner >?F>\ Hunt >?D>\ Ri&ssman >?D\ Qeuts&W >?D(\ S- Qeuts&W>?DC\ B'oom >?DF$-

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O nVmero de pesTuisadores Tue se *o'taram para o estudo da 'inguagem

*er.a' dos integrantes desses grupos ou &'asses aumentou no de&orrer dos anos a

ponto de se &Wegar a a+irmar em *árias pu.'i&açes Tue esta área do

desen*o'*imento seria a mais .asi&amente &omprometida entre e'es "Mi'ner >?F>

Hunt >?DC\ Hess e SWipman >?DF\ Bereiter e Enge'man >?DD\ B'an e So'omon

>?DG$- era'mente estes autores &onsideram a 'inguagem &omo *ariá*e'

independente & o pensamento e o ra&io&nio &omo *ariá*eis dependentes ou se4a

Tue o pensamento e o ra&io&nio dependem da 'inguagem- Estes estudos so.re a

'inguagem *er.a' das popu'açes de .aiJa renda 'e*aram % +ormu'ação de *árias

a+irmaçes resumidas e &riti&adas por Houston ">?@$ todas e'as mar&adas pe'a

id8ia de Tue estas pessoas são *er.a'mente

Qa psi&o'ogia do 9despr*i'egiado 9 % psi&o'ogia do oprimido

D(

de+i&ientes: >$ a 'inguagem da &riança despri*i'egiada 8 de+i&iente\ $ a

&riança despri*i'egiada não usa as pa'a*ras adeTuadamente\ ($ a 'inguagem da

&riança despri*i'egiada não o+ere&e uma .ase adeTuada ao pensamento\ C$ a

'inguagem 8 dispensá*e' % &riança despri*i'egiada: estas &rianças gera'mente se

&omuni&am mais atra*8s de re&ursos não)*er.ais do Tue de re&ursos *er.ais-

ários dos artigos e pesTuisas Tue &Wegam a estas &on&'uses tXm &omo

ponto de partida os tra.a'Wos rea'i#ados pe'o so&io'ing1ista Basi' Bernstein ">?D

>?D>$ so.re os &<digos restrito e e'a.orado de &omuni&ação- Segundo Bernstein

Tuanto mais .aiJo o n*e' so&ioe&on<mi&o de um grupo numa so&iedade de &'asses

maior o predomnio de um &<digo restrito de &omuni&ação ou de uma 'inguagem

pV.'i&a\ em outras pa'a*ras a a+irmação &entra' de Bernstein poderia ser assim

resumida: a estrutura do sistema so&ia' e a estrutura da +am'ia mode'am a

&omuni&ação e a 'inguagem e esta por sua *e# mode'a o pensamento e os esti'os&ogniti*os de so'ução de pro.'emas- Em nenWum momento &ontudo e'e emite

 4u#os de *a'or Tua'i+i&ando os &<digos restrito e e'a.orado &omo 9errado9 e 9&erto9

ou 9de+i&iente9 e 9norma'9- !a' tipo de *a'ori#ação &orre por &onta dos pesTuisadores

e edu&adores Tue se .asearam no tra.a'Wo de Bernstein e o di+undiram\ a'iás o

pr<prio Bernstein em uma pu.'i&ação posterior ">?@C$ sentiu a ne&essidade de

a'ertar para as de+ormaçes e o uso inde*ido de suas a+irmaçes- Um eJemp'o de

pesTuisa Tue partiu da o.ra de Bernstein e pro&urou *eri+i&ar eJperimenta'mentesuas a+irmaçes +oi &ondu#ido por Hess e SWipman ">?DF$\ este eJperimento 8

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+reT1entemente men&ionado na +undamentação te<ri&a dos programas de edu&ação

&ompensat<ria Tue *isam % superação da 9de+i&iXn&ia9 de 'inguagem dos

9&aren&iados9- Os programas p'ane4ados e imp'antados por Bereiter e Enge'man

">?DD$ e por B'an e So'omon ">?DG$ são eJemp'os *i*os de medidas pedag<gi&as

Tue partem do pressuposto de Tue sua de+i&iXn&ia .ási&a en&ontra)se na área de

'inguagem-

ários +oram tam.8m os estudos Tue pro&uraram des&re*er esta popu'ação

em seus aspe&tos moti*a&ionais e atitudinais\ tam.8m aTui os resu'tados das

pesTuisas são des+a*orá*eis ao oprimido Tuando &omparado a representantes da

m8dia e da a'ta .urguesia- Em 'inWas gerais as &on&'uses a Tue &Wegam apesar

das nuanças eJistentes entre os di+erentes estudos podem ser resumidas em trXs

a+irmaçes .ási&as: >$ o grau e a direção da moti*ação das &rianças so&ia'mente

des+a*ore&idas

DC

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

são in&onsistentes &om as so'i&itaçes e metas da edu&ação +orma'\ $ os

re+orços sim.<'i&os ou não)materiais e o adiamento do re+orço são inoperantes na

manutenção e3ou modi+i&ação de seu &omportamento\ ($ seu n*e' de aspiração

seu auto&on&eito e sua atitude gera' diante da es&o'a e das ati*idades ne'a pre*istas

gera'mente são in&ompat*eis &om o su&esso a&adXmi&o "por eJemp'o Bernstein

>?D\ See' Ha''er e Strauss >?F@\ !erre' Qurin e `ies'eP >?F? apud ordon

>?DF$-

!odas estas &ara&tersti&as adTuiridas em V'tima instn&ia nas eJperiXn&ias

*i*idas no am.iente +ami'iar nos primeiros anos de *ida resu'tariam num

retardamento ou de+i&iXn&ia na aTuisição de Wa.i'idades per&epti*as per&epti*o)

motoras *er.ais e na +ormação de padres moti*a&ionais e de atitudesin&ompat*eis &om o desen*o'*imento inte'e&tua' e &om o su&esso es&o'ar-

Os estudos &omparati*os do rendimento inte'e&tua' de amostras de

indi*duos perten&entes a &'asses so&iais di+erentes são antigos inVmeros e

redundantes: os resu'tados mais a'tos asso&iam)se in*aria*e'mente %s &rianças das

&'asses dominantes "*e4a em Anastasi >?DF uma re*isão destas pesTuisas desde

o in&io do s8&u'o\ ins.erg >?F> A'meida >?F? `ei' >?F? Lindgren e uedes

>?DF são eJemp'os de estudos .rasi'eiros deste teor$- !ais resu'tados segundo ospesTuisadores &onstituiriam pro*a &on*in&ente de Tue as &rianças das &'asses su)

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.a'ternas &res&em numa +am'ia e numa &u'tura &u4as &ara&tersti&as impedem o

desen*o'*imento de suas poten&ia'idades inte'e&tuais e &ogniti*as- O pro&edimento

.ási&o nestas pesTuisas &onsiste na ap'i&ação dos &'ássi&os testes de n*e' menta'

em amostras de su4eitos de di+erentes n*eis e&on]mi&os e no &á'&u'o do I m8dio

para &ada uma destas amostras- No entanto a *a'idade de ap'i&ação destes

instrumentos de mensuração da inte'igXn&ia %s popu'açes d& .aiJa renda rara)

mente 8 o.4eto de Tuestionamento por parte de seus usuários-

Em termos es&o'ares são +reT1entes as mençes a uma aprendi#agem 'enta

e po.re % apatia e ao desinteresse em sa'a de au'a %s di+i&u'dades de a.stração e

de *er.a'i#ação ao desa4ustamento diante das regras e eJigXn&ias dis&ip'inares da

es&o'a aos a'tos ndi&es de repro*ação e de e*asão es&o'ar a'8m das 4á

tradi&ionais re+erXn&ias aos pro.'emas de nutrição e saVde e de suas reper&usses

so.re a aprendi#agem e o rendimento es&o'ar- !odos estes +atores &ontri.uem

segundo os pesTuisadores para Tue estas &rianças apresentem um atraso es&o'ar

m8dio de dois anos Tuando atingem a D) s8rie e de trXs anos Tuando

Qa psi&o'ogia do 9despri*i'egiado9 % psi&o'ogia do oprimido DF

atingem a Ga "por eJemp'o Bernstein >?D>\ Qeuts&W >?D(\ Lesser >?DC$-

Nesta 'inWa de ra&io&nio os edu&adores *ão ainda mais 'onge atri.uindo ao .aiJo

n*e' de es&o'aridade a responsa.i'idade pe'a in&apa&idade pessoa' e pro+issiona'

destes indi*duos materia'i#ada em sua in&apa&idade de as&ensão so&ia'-

neste &onteJto Tue surge o mo*imento de edu&ação &ompensat<ria Tue

atingiu o apogeu nos Estados Unidos na d8&ada de sessenta &Wegou ao Brasi' nos

anos setenta e *em orientando a po'ti&a edu&a&iona' .rasi'eira desde então-

- Os programas de edu&ação &ompensat<ria

Qi*ididos em dois grandes grupos os programas edu&a&ionais

&ompensat<rios Tuer assumam as &ara&tersti&as de programas pre*enti*os Tuerse4am de+inidos &omo remediati*os tXm &omo o.4eti*o gera' re*erter os supostos

e+eitos ne+astos Tue o am.iente +ami'iar e *i&ina' ta' &omo &ara&teri#ado pe'as

pesTuisas neopositi*istas produ#iriam so.re o desen*o'*imento psi&o'<gi&o dos

mem.ros 4o*ens das &'asses eJp'oradas- Sua proposta &onsiste portanto em

&ontri.uir num m.ito edu&a&iona' +orma' para minimi#ar a pro.a.i'idade de Tue a

po.re#a se4a autoperpetuadora- Em outras pa'a*ras e'es *isam a promo*er e+eti)

*amente a igua'dade de oportunidades .aseados na &rença de Tue e'a 8 poss*e'

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numa so&iedade de &'asses e Tue a es&o'a pV.'i&a pode desempenWar importante

pape' neste pro4eto-

Em.ora eJistam programas edu&a&ionais remediati*os ou se4a Tue tXm

&omo popu'ação)a'*o &rianças &aren&iadas ap<s o ingresso no sistema es&o'ar

primário e se&undário a grande maioria dos programas &riados na d8&ada de

sessenta nos Estados Unidos 8 de nature#a pre*enti*a ou se4a pro&ura e*itar o

insu&esso es&o'ar durante os anos pr8)es&o'ares atra*8s de estimu'ação &ogniti*a e

do desen*o'*imento de atitudes &ompat*eis &om a es&o'ari#ação ta' &omo e'a se

&on+igura nas es&o'as pV.'i&as- Estes programas di+erem a&entuadamente Tuanto %

+undamentação te<ri&a e aos materiais m8todos e t8&ni&as uti'i#ados\ mesmo

assim 8 poss*e' a+irmar Tue em maior ou menor grau todos e'es se propem a

estimu'ar a &riança a per&e.er aspe&tos do mundo Tue a rodeia e a +iJar estes

aspe&tos atra*8s do uso da 'inguagem desen*o'*er um repert<rio *er.a' mais

amp'o e mais pre&iso adTuirir o domnio so.re aspe&tos do am.iente e o

entusiasmo pe'a aprendi#agem &omo

DD

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

um +im em si desen*o'*er o ra&io&nio e a &riati*idade eJer&er ati*idades de

aprendi#agem inten&iona' e adTuirir uma maior &apa&idade de atenção e

&on&entração "&+- B'oom Qa*is e Hess >?DF p- >@)>G$-

Entre os programas pr8)es&o'ares de edu&ação &ompensat<ria norte)

ameri&anos mais di*u'gados en&ontram)se o pro4eto Head Start o programa

a&ademi&amente orientado &riado por Bereiter e Enge'mann ">?DD$ o pro4eto

ea.odP de !reinamento re&o&e da autoria de raP e c'aus ">?DF$ e de

inspiração nitidamente .eWa*iorista o pro4eto do Instituto de Estudos do

Qesen*o'*imento da Uni*ersidade de No*a or 'iderado por Martin Qeuts&W">?DG$ o pro4eto errP de ensino pr8)es&o'ar desen*o'*ido por ;onstan&e camii

`eiart e &o'a.oradores "SonTuist e camii >?D@\ camii e Radin >?D@$ .aseado na

teoria piagetiana de desen*o'*imento &ogniti*o e em suas imp'i&açes edu&a&ionais

a'8m da ap'i&ação dos prin&pios da pedagogia mont&ssoriana 'iderada por Orem

">?DG$ ao ensino das &Wamadas &rianças despri)*i'egiadas-

No Brasi' esses programas en&ontraram re&epti*idade nos <rgãos pV.'i&os e

na a&ademia: .asta men&ionar a programação psi&o)pedag<gi&a imp'ementada nas&re&Wes do muni&pio de São au'o\ os programas desen*o'*idos pe'as eTuipes

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psi&op&dag<gi&as das se&retarias de edu&ação de *ários estados e muni&pios

"re'atados e &riti&ados por ;ampos >?@?$ tendo &omo a'*o as &rianças Tue

+reT1entam os parTues in+antis e as &'asses de pr8)primário das redes pV.'i&as

estaduais e muni&ipais de ensino\ as ati*idades de pesTuisa e de ensino 'e*adas a

e+eito por `itter ">?@@$ e seus orientandos "por eJemp'o Bonamigo e Bristoti >?@G$

*isando % modi+i&ação do repert<rio &omportamenta' de pro+essores e a'unos em

es&o'as +reT1entadas por &rianças 9&aren&iadas9\ e a pesTuisa &ondu#ida por

oppo*i& e &o'a.oradores ">?@ >?@( >?@C >?@F$ Tue resu'tou no p'ane4amento

do rograma A'+a ">?@@$-

;oerentemente &om a preo&upação eJistente nos meios a&adXmi&os &om a

pro.'emáti&a do ensino da &Wamada &riança 9&aren&iada9 o pronun&iamento do

então Ministro da Edu&ação &o'o&a*a no +im dos anos setenta entre as prioridades

do go*erno a edu&ação pr8)es&o'ar e o atendimento % popu'ação es&o'ar Tue

+reT1enta a primeira s8rie do primeiro grau "orna' da !arde 3D3@?$-

Neste sentido *i*ia)se então &om &er&a de de# anos de atraso uma no*a

+ase da pro.'emáti&a da 9demo&rati#ação9 do ensino de

Qa psi&o'ogia do 9despri*i'egiado9 %psi&o'ogia do oprimido

D@

uma +orma muito seme'Wante ao o&orrido em outros pases prin&ipa'mente

nos Estados Unidos- Lá &omo aTui o idea' 'i.era' de promo*er a igua'dade de

oportunidades e de direitos para todos os &idadãos "independentemente de seu

n*e' so&ia' e e&on]mi&o$ atra*8s do ensino pV.'i&o mostrou)se in*iá*e'\ no &aso

.rasi'eiro os ndi&es de repro*ação e e*asão nas primeiras s8ries do primeiro grau

a estão desa+iando teimosamente as inVmeras re+ormas pe'as Tuais passou o

sistema edu&a&iona' desde as primeiras d8&adas deste s8&u'o e mostrando de

maneira irre&usá*e' Tue a &rença dos ide<'ogos da edu&ação 'i.era' "por eJemp'oQeeP nos Estados Unidos e seu dis&pu'o Ansio !eiJeira no Brasi'$ de Tue as

in4ustiças so&iais materia'i#adas na eJtrema po.re#a da maioria da popu'ação

pudessem ser a.o'idas atra*8s da igua'dade de oportunidade de a&esso %

edu&ação es&o'ar *ia.i'i#ada pe'o aumento do nVmero de *agas dispon*eis no

ensino pV.'i&o não passa de uma i'usão-

;on&ordamos &om Maria Ma'ta ;ampos ">?@?$ Tuando e'a insere 9o mito do

atendimento ao pr8)eseo'ar9 num &onteJto de renas&imento e re*isão dos ideais'i.erais ap<s o impa&to &ausado pe'a insistXn&ia &om Tue os dados so.re

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repetXn&ia e desistXn&ia no in&io da es&o'aridade primária negaram Tue igua'dade

de oportunidades de a&esso % es&o'a primária +osse sin]nimo de superação das

dramáti&as di+erenças na Tua'idade de *ida dos integrantes de &'asses so&iais

di*ersas- Neste &onteJto de desi'usão e desesperança surge a edu&ação pr8)

es&o'ar &omo o 6A.re)te s8samo9 para o tão pro&urado su&esso da tese 'i.era'

&omo o 9eurea9 dos edu&adores Tue o.stinadamente .us&am +a#er da edu&ação

+orma' a a'a*an&a de re+ormas so&iais demo&rati#antes- A pa'a*ra de ordem 8 a

seguinte: amp'iemos o ensino o.rigat<rio de modo a in&'uir pe'o menos um ano de

es&o'ari#ação pr8)primária e todos os ma'es da es&o'a primária estarão reso'*idos-

 A&redito Tue se4a isto Tue Ma'ta ;ampos Tueira di#er Tuando a+irma Tue a

edu&ação pr8)es&o'ar 9não 8 mais somente uma preo&upação Wumanitária ou um

interesse &ient+i&o mas Tue[ 4á se tornou um mito "--- $ &onsiderado &omo a

so'ução de todos os ma'es &ompensadora de todas as de+i&iXn&ias edu&a&ionais

nutri&ionais e &u'turais da popu'ação- En+im a pana&eia uni*ersa'9 ">?@? p- F($-

;om estas pa'a*ras introdut<rias Tue re&onWeço duras e % primeira *ista

derrotistas ou negadoras de Tua'Tuer possi.i'idade de Tue os edu&adores

desempenWem Tua'Tuer pape' importante nos pro&essos

DG

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

de mudança so&ia' Tuero apenas &o'o&ar a ne&essidade premente de Tue se

dX uma dimensão rea'ista e uma +undamentação s<'ida ao ensino prin&ipa'mente %

edu&ação pr8)es&o'ar tão em +o&o no presente momento edu&a&iona' .rasi'eiro-

Sa.emos Tue a eJpansão da rede de atendimento edu&a&iona' ao pr8)

es&o'ar Tuer e'e assuma a +orma de &re&Wes de &uidados diários de &'asses de

pr8)primário aneJas %s es&o'as de 's grau de es&o'as espe&ia'i#adas na +aiJa pr8)

es&o'ar ou de programas pr8)es&o'ares de emergXn&ia*isa espe&ia'mente aoatendimento das &rianças das &'asses oprimidas sem possi.i'idades e&on]mi&as de

se .ene+i&iarem da rede parti&u'ar de atendimento ao pr8)es&o'ar sem poderem

&ontar &om um atendimento +ami'iar adeTuado %s suas ne&essidades

prin&ipa'mente pe'a ausXn&ia dos pais durante 'ongos perodos diários &m .us&a de

meios de su.sistXn&ia e sem serem a.sor*idas at8 o momento por unidades

edu&ati*as Tue as a.riguem e 'Wes propi&iem um am.iente sadio promotor de

desen*o'*imento +si&o inte'e&tua' e a+eti*o)emo&iona' Tue a4ude a +undar osa'i&er&es so.re os Tuais se &onstruirá um indi*duo inteiro &apa# de re+'etir

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&riti&amente so.re o mundo so&ia' Tue o &er&a so.re a maneira &omo 8 inserido

neste meio e so.re a +orma &omo poderia de'e parti&ipar de um modo mais ati*o e

trans+ormador-

O Tue gera'mente en&ontramos entre as medidas go*ernamentais tomadas

re&entemente neste setor são programas Tue a'8m de se *o'tarem para a'gum tipo

de suprimento de ne&essidades a'imentares pro&uram &m graus *ariá*eis de

e+i&iXn&ia desen*o'*er a prontidão da &'iente'a atingida para a aprendi#agem & o

a4ustamento eJigidos na es&o'a de Ia grau- !emos a um primeiro pro.'ema gra*e

Tue mere&e aná'ise mais detida: programas pV.'i&os de atendimento ao pr8)es&o'ar

tXm de+inido &omo o.4eti*o a ser atingido o desen*o'*imento dos &omportamentos

pre*istos na es&o'as de primeiro grau ta' &omo estas es&o'as se apresentam

portadoras Tue são de de+i&iXn&ias metodo'<gi&as e &urri&u'ares pa'pá*eis de

pro.'emas agudos de nature#a administrati*a e de +a'ta de in+ra)estrutura materia' e

Wumana- ;ostumo &itar &omo eJemp'os patentes desta po'ti&a suspeita de

p'ane4amento pedag<gi&o da pr8)es&o'a duas a+irmaçes- Uma de'as da autoria de

Bereiter autor norte)ameri&ano de um programa de edu&ação &ompensat<ria

pre*enti*o ou pr8)es&o'ar Tue num artigo pu.'i&ado em >?DG registra a seguinte

a+irmação:

Qa psi&o'ogia do 9despri*i'egiado 9 % psi&o'ogia do oprimido

D?

"--- $ o edu&ador pr8)es&o'ar tem não s< a responsa.i'idade de ensinar %s

&rianças de+i&ientes &u'turais &omportamentos re'e*antes para o &onteVdo da

instrução posterior mas tam.8m a responsa.i'idade de ensinar aTue'as Wa.i'idades

e Wá.itos Tue as &apa&itarão a usar este materia' so. as &ondiçes de *ida na

es&o'a primária Tue gera'mente in&'ui &'asses numerosas grande Tuantidade de

tare+as em Tue a &riança tra.a'Wa so#inWa em sua &arteira e +reT1entementeensino não muito Tua'i+i&ado- "p- F)F($

osição muito seme'Wante 8 adotada por oppo*i& ">?@F$ Tuando a+irma ter

organi#ado o instrumento &ogniti*o de sua pesTuisa tendo em *ista *ários &rit8rios

entre e'es 9&o'o&ar as atuais eJigXn&ias dos &urr&u'os da primeira s8rie es&o'ar

&omo 'inWa de 'imite superior a ser atingida9 "p- >>$-

Ora n<s .em sa.emos das &ontradiçes presentes no ensino de 's grau de

seu ana&ronismo metodo'<gi&o e &urri&u'ar de sua inadeTuação enTuanto am.ientepropi&iador de rea' aprendi#agem e de &res&imento inte'e&tua' de sua negação

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ostensi*a dos Wá.itos &renças e Wa.i'idades das &rianças pro*enientes das &'asses

su.a'ternas- ;onWe&emos a distn&ia Tue separa as disposiçes 'egais e os

programas no pape' de um 'ado e as ati*idades Tue se pro&essam no dia)a)dia das

sa'as de au'a\ estamos &ientes do &aráter se'eti*o deste ensino impedindo por sua

pr<pria nature#a Tue a &Wamada &riança 9margina'i#ada9 se4a in&enti*ada a

aprender e rea'mente o +aça ortanto tomar os pr8)reTuisitos ne&essários ao

su&esso nesta es&o'a &omo o.4eti*o a ser atingido pe'a pr8)es&o'a signi+i&a a&eitar

Tue 9um ma' 4usti+i&a outro9-

ortanto entendo Tue o primeiro pro.'ema a ser en+rentado pe'os Tue

mi'itam na área do ensino pr8)es&o'ar e de >s grau 8 o de re+'eJão &rti&a so.re o

Tue ne'e tem sido +eito Tue tipo de &idadão estamos +ormando as ne&essidades de

Tuem estamos atendendo- Se a es&o'a não pode estar na *anguarda dos pro&essos

de mudança so&ia' Tue *isem ao .ene+&io da maioria nem por isso de*e estar %

margem da ação de outras instituiçes so&iais e po'ti&as Tue 'utam pe'o mesmo +im\

a pr<pria 'egis'ação so.re o sistema es&o'ar .rasi'eiro &m seus *ários aspe&tos

o+ere&e .re&Was de atuação Tue permitem aos edu&adores ino*ar ao in*8s de

permane&erem apegados a uma &on&epção do pro&esso de en)sino)aprendi#agem

medie*a'- Assim redis&utir integradamente os o.

@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

 4eti*os da es&o'a desde a edu&ação pr8)primária at8 os &ursos uni*ersitários

de graduação e de p<s)graduação e as ati*idades)meio para atingi)'os 8 o primeiro

passo para +a#er da es&o'a uma instituição parti&ipante dos pro&essos po'ti&os e

so&iais Tue *isem % &riação de +ormaçes so&iais a'ternati*as mais &ompat*eis

&om os ideais demo&ráti&os de+endidos por tantos- A es&o'a a'ienada e a'ienante

Tue a se en&ontra e nesta &ategoria in&'uo os programas de atendimento ao pr8)es&o'ar 

4amais permitirá a &onse&ução destes ideais na medida em Tue está

*o'tada Vni&a e eJ&'usi*amente para +ormar a mão)de)o.ra ne&essária ao

desen*o'*imento e&on]mi&o de uma so&iedade ur.ano)industria' &apita'ista- E aTui

pergunto: igua'dade de oportunidades eTua'i#ação da Tua'idade de *ida são

o.4eti*os *iá*eis numa +ormação so&ieta' Tue em sua essXn&ia se &ara&teri#a

pe'os opostos 9a&umu'ação e mis8ria9 9desen*o'*imento e po.re#a9 e Tue s< podeso.re*i*er atra*8s da &oeJistXn&ia destes eJtremosY

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Uma metodo'ogia edu&a&iona' a'ternati*a por eJemp'o a pedagogia

'i.ertadora de au'o reire ">?@$ Tue *isa eJatamente aos o.4eti*os de re+'eJão

&rti&a e de &onWe&imento do mundo so&ia' &ir&undante por parte do edu&ando a

Tue nos re+erimos a&ima mostrou)se in*iá*e' num passado re&ente de nossa

Wist<ria- Será e'a poss*e' agora ou ainda estamos numa +ase de medidas

edu&a&ionais paterna'istas popu'istas em re'ação %s &amadas oprimidas da

popu'açãoY Somente a práti&a a eJperiXn&ia a tentati*a poderão nos in+ormar-

pre&iso tentar-

Se Tuisermos rea'mente uma es&o'a para o po*o no sentido Tue 'We dão

au'o reire e M- !ere#a Nide'&o++ ">?@F$ pre&isamos +ormar pessoa' do&ente e

t8&ni&o para e+eti*á)'a- Estamos agora diante do segundo grande pro.'ema a ser

en+rentado: o da re&i&'agem do &orpo do&ente em eJer&&io e da +ormação dos

+uturos pro+essores nas es&o'as destinadas a este +im- E Tuando +a'o em +ormação

não estou me re+erindo ao mero treinamento ou adestramento em m8todos e

t8&ni&as Tue serão eJe&utados me&ani&amente nas sa'as de au'a mas % mudança

do esTuema re+eren&ia' dos edu&adores e dos espe&ia'istas *o'tados para a &riança

*tima da po.re#a Tue 'Wes permita uma *isão de mundo de es&o'a de seu pape'

so&ia' de seus a'unos e de seu re'a&ionamento &om e'es mais a.rangente e

inserida numa &ompreensão mais amp'a da rea'idade so&ia' .rasi'eira em seus

aspe&tos so&iais e&on]mi&os po'ti&os e &u'turais- ara este +im a t8&ni&a dos

grupos operati*os proposta por B'eger ">?@>$ pare&e)me espe&ia'mente

promissora-

Qa psi&o'ogia do 9despri*i'egiado 9 % psi&o'ogia do oprimido @>

Esta *isão mais amp'a e integrada pode ter &omo resu'tado o ataTue a outro

s8rio pro.'ema Tue tra# &onseT1Xn&ias muito negati*as para a popu'ação atendida

e para a e+i&iXn&ia das medidas tomadas pe'os di*ersos <rgãos Tue tXm por o.4eti*oa popu'ação de .aiJa renda em idade pr8)es&o'ar: a espe&ia'i#ação ou

&ompartimento do atendimento a Tue se re+ere Ma'ta ;ampos ">?@? p- FC$- A

integração dos *ários programas de atendimento nas áreas de saVde nutrição

grupos de pais es&o'ari#ação et&- de*e ir a'8m das aparXn&ias dos p'anos

redigidos ou dos de.ates a n*e' de reunies de &Vpu'a entre departamentos

se&retarias e minist8rios- Mais do Tue isso diramos &omo Ma'ta ;ampos Tue 9se

as +orças e&on]mi&as e so&iais atuam no sentido da deterioração da Tua'idade de*ida de grandes par&e'as da popu'ação não Wá de ser a pr8)es&o'a ou a &re&We Tue

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poderão in*erter o sentido e as &onseT1Xn&ias deste pro&esso9 "p- F?$- A

desnutrição por eJemp'o não 8 um +en]meno iso'ado a&identa' em nosso sistema

so&ia' Tue possa ser reso'*ido simp'esmente a n*e' de programas de a'imentação

pois &on+orme mostra Ba'di4ão ">?@?$ o pauperismo e a +ome são aspe&tos

estrutura'mente 'igados ao modo de produção &apita'ista-

Qa psi&o'ogia do 9&arente9 % psi&o'ogia do oprimido

 Ap<s *ários anos de produção a&rti&a nesta área e de importação não)

&riti&ada da a.ordagem norte)ameri&ana a este tema &omeçam a tomar &orpo as

pu.'i&açes Tue Tuestionam a *a'idade dos &on&eitos e do &onWe&imento

a&umu'ado so.re as popu'açes 9&aren&iadas9 dos programas de edu&ação

&ompensat<ria .em &omo dos pressupostos +i'os<+i&os e po'ti&os em Tue se

.aseiam- ara +ins didáti&os su.di*idiremos estas a.ordagens &rti&as nos

seguintes temas: >$ a aná'ise da adeTuação do pr<prio &on&eito de &arXn&ia

&u'tura'\ $ a re+'eJão &rti&a so.re os pressupostos +i'os<+i&os e po'ti&os Tue

a'i&erçam o mo*imento edu&a&iona' em pro' da igua'dade de oportunidades\ ($ a

aná'ise das pesTuisas de &ara&teri#ação da popu'ação &aren&iada em espe&ia' o

uso de testes psi&o'<gi&os neste empreendimento\ e C$ os programas de edu&ação

&ompensat<ria e suas &onseT1Xn&ias 9o&u'tas9 e ne&essárias ao sistema so&ia' no

Tua' se inserem- Em V'tima aná'ise a pergunta su.4a&ente a esta perspe&ti*a &rti&a

pode ser redu#ida % seguinte indagação: os re+eren&iais te<ri&os e &on&eituais

usados no eTua&ionamento do +en]meno estudado e a &ara&teri#ação resu'tante

possuem o status

@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

de &onWe&imento "sa.er$ ou não passam de representaçes do rea' Tue na

*erdade o en&o.rem "ideo'ogia$Y EJaminemos a partir deste ngu'o os aspe&tosa&ima men&ionados-

Qepois Tue os termos 9&arXn&ia9 9de+i&iXn&ia9 e 9pri*ação9 &u'tura' se

&onso'idaram na 'inguagem dos psi&<'ogos so&i<'ogos e edu&adores *o'tados para

o +en]meno do .aiJo rendimento es&o'ar e pro+issiona' das integrantes das &'asses

oprimidas a ponto de seu uso para designá)'as ter eJ&edido os 'imites das

pu.'i&açes espe&ia'i#adas sua *a'idade &omeçou a ser Tuestionada e termos

a'ternati*os +oram sugeridos nem sempre .aseados numa per&epção so'idamente

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+undamentada do pape' Tue estas &'asses desempenWam numa so&iedade

&apita'ista- or isso os eTu*o&os &omo *eremos &ontinuam-

Qois dos primeiros autores a 'e*antar esta Tuestão +oram Ma&'er e idding

">?DF$ Tue denun&iam o 4u#o de *a'or imp'&ito nas eJpresses 9&arXn&ia9 e

9de+i&iXn&ia9 &omo se a &u'tura dominante +osse 9natura'9 9&orreta9 9uni*ersa'9 e

todas Tue se a+astassem de seus padres +ossem in+eriores primiti*as

despre#*eis e de+i&ientes- Esta argumentação &ostuma *ir &omp'ementada pe'a

de+esa da &u'tura da po.re#a &omo um modo de *ida e de *isão do mundo di+erente

daTue'e eJistente nas &'asses so&iais mais a'tas- Se te*e o e+eito sa'utar de a'i*iar o

&on&eito de seu &aráter pe4orati*o esta 'inWa de argumentação produ#iu um outro

tipo de ma')entendido Tue &onsiste em &onsiderar a &u'tura da &'asse dominante e a

da &'asse dominada &omo estanTues &omo se am.as perten&essem a &'asses

so&iais in&omuni&á*eis ou no máJimo pass*eis de um pro&esso de imitação da

primeira pe'a segunda-

O termo 9margina'idade &u'tura'9 proposto por oppo*i& ">?@$ não +oge a

esta regra &on+orme aná'ise rea'i#ada por ;unWa ">?@@$- Esta eJpressão assume

na o.ra desta pesTuisadora dois sentidos igua'mente eTu*o&os: a$ os padres

&u'turais da popu'ação &u'tura'mente margina'i#ada são produ#idos pe'as suas

&ondiçes d& *ida & nesse sentido di+erem e independem dos padres da &'asse

dominante e .$ pe'o &ontrário aTue'es padres são resduos desta &u'tura- Em

am.os os &asos estariam 9% margem9 da &u'tura dominante- Segundo ;unWa

">?@@ p- C)F$ 9a su.&u'tura das 6&amadas mais des+a*ore&idas6 não 8 um

resduo atrasado da su.&u'tura da &'asse dominante- E'a 8 o produto de suas

&ondiçes de *ida- Entretanto Wá a'guns traços &u'turais da &'asse dominante Tue

são impostos pe'os mais di+erentes meios "entre os Tuais a es&o'a & os meios de

&omuni&ação de massa$ %s 6&amadas maisQa psi&o'ogia do 9despri*i'egiado9 % psi&o'ogia do oprimido

@(

des+a*ore&idas69- Esta imposição eJpressão das re'açes de dominação

entre as &'asses so&iais 8 o &on&eito)&Wa*e Tue nos permite &ompreender os

+en]menos &u'turais numa so&iedade de &'asses- e'a responsá*e' pe'a reprodução

das re'açes de produção "eJp'oradores)eJp'ora)dos$ na medida em Tue atra*8s

da imposição de uma *isão de mundo na Tua' se supe Tue o estado de &oisaseJistente 8 dado independe da *ontade dos Womens Tue eJiste igua'dade de

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direitos e de oportunidades Tue aTue'es Tue não *en&em na *ida possuem

'imitaçes pessoais dissimu'a a dominação e a possi.i'idade de o oprimido tomar

&ons&iXn&ia de sua situação enTuanto ta'- A in&u'&ação desta representação do rea'

ne&essária % manutenção do status Tuo 8 rea'i#ada pe'os apare'Wos ideo'<gi&os de

Estado "A'tWusser >?@C$ ou agXn&ias sim.<'i&as institu&iona'i#adas entre os Tuais

as instituiçes re'igiosas es&o'ares e de &omuni&ação de massa desempenWam um

pape' +undamenta'- graças % eJistXn&ia das re'açes de dominação Tue 9a &u'tura

de &'asse dominante 8 a &u'tura dominante e a &u'tura da &'asse dominada 8 a

&u'tura dominada9 ";unWa >?@@ p- F)D$- Na *erdade as mani+estaçes

&u'turais de Tua'Tuer grupo ou &'asse so&ia' são ar.itrárias "no sentido Tue Bourdieu

e asseron dão a este termo$ e a des*a'ori#ação de umas &on&omitantemente %

imposição de outras nada mais 8 Tue um pro&esso so&ia' Tue garante a

eJpropriação do produto do tra.a'Wo do eJp'orado e a a&umu'ação do &apita' pe'a

&'asse Tue det8m o poder- Assim para Tue possamos entender o +en]meno da

dominação &u'tura' &u4o resu'tado não pode ser a simp'es di+erença entre as

&u'turas dominante e dominada nem tampou&o sua identidade 8 pre&iso remontar

a um Tuadro so&io'<gi&o mais amp'o e in&'usi*o Tue nos re*e'e as determinaçes

V'timas das re'açes entre as &'asses so&iais-

E no &onteJto da +i'oso+ia da práJis Tue *amos en&ontrar o re+eren&iamen'o

te<ri&o)metodo'<gi&o Tue nos re*e'a Tue em V'tima instn&ia não eJistem

popu'açes marginais numa so&iedade de &'asses a menos Tue &o'oTuemos aspas

nesta margina'idade\ na *erdade estas popu'açes &onsideradas &omo

9eJ&'udas9 9não integradas a9 mantXm &om a so&iedade a Tue perten&em uma

re'ação de parti&ipação)eJ&'uso ou se4a: parti&ipam do mer&ado de tra.a'Wo &omo

o+ertantes de mão)de)o.ra mas não estão 9ne&essária e de+inidamente

in&orporadas no pro&esso g'o.a' de produção dada a de.i'idade &r]ni&a dademanda de +orça de tra.a'Wo Tue tipi+i&a o sistema e&on]mi&o &apita'ista 6peri+8ri&o6

em sua etapa &ontempornea9 "ereira >?@> p- >D@)>DG\ ao'i >?@C p- >F

@C

introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

C$- !rata)se portanto de uma +orma espe&ia' de parti&ipação "ne&essária %

so.re*i*Xn&ia do &apita'ismo$ de uma margina'i#ação apenas aparente &u4a

+a'sidade se re*e'a Tuando passamos dos esTuemas +un&iona'istas de aná'ise douni*erso so&ia' para o re+eren&ia' materia'ista Wist<ri&o- Sua aparente margina'idade

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Tuer e&on]mi&a Tuer &u'tura' nada mais 8 portanto Tue uma +orma de

parti&ipação Tue garante a a&umu'ação do &apita' & a riTue#a dos Tue os oprimem-

Este ngu'o a'ternati*o de aná'ise do pro.'ema da 9margina'idade9 torna mais

&omp'eJo o tra.a'Wo do psi&<'ogo 4unto a esta par&e'a da popu'ação- Numa

perspe&ti*a +un&iona'ista "Tue &onsidera os marginais &omo um grupo Tue +i&ou 9de

+ora9 do pro&esso &i*i'i#at<rio$ a atuação dos &ientistas Wumanos s< pode *isar %

sua in&orporação e+eti*a no sistema so&ia' *igente a4udando)os a sair da mis8ria e

da não)parti&ipação so&ia' &m Tue *i*e "atra*8s entre outras medidas da a*a'iação

de suas 9de+i&iXn&ias9 a+eti*o)emo&ionais inte'e&tuais e &ogniti*as e de sua 9&or)

reção9 atra*8s de programas edu&a&ionais e terapXuti&os Tue os integrariam aos

padres & normas da &u'tura 9&i*i'i#ada9$\ ta' proposta aparentemente ino*adora &

re+ormista 8 no +undo ineTui*o&amente &onser*adora- Signi+i&a admitir Tue &a.eria

% es&o'a & a outras instituiçes a Tuem o sistema de'ega o poder de oprimir um

pape' de destaTue numa po'ti&a d& promoção so&ia' 'e*ada a e+eito pe'o Estado-

!a' i'usão 8 des+eita por *ários autores *o'tados para a aná'ise do tipo de *n&u'o

Tue mar&a a re'ação entre a es&o'a e a so&iedade &apita'ista entre e'es rein&t

">?@($ A'tWusser ">?@C$ Bourdieu e asseron ">?@F$ Esta.'et e Baud&'ot ">?@>$

;unWa ">?@@$ e reitag ">?@G$-

Mas a +raTue#a das a+irmaçes Tue apresentamos na primeira parte não se

'imita ao engano &on&eituai presente nos termos 9&arXn&ia9 ou 9margina'i#ação

&u'tura'9 nem tampou&o % *isão ideo'<gi&a Tue permeia as propostas de promoção

so&ia' atra*8s da es&o'a- Assim no pr<prio per+i' psi&o'<gi&o da &riança

erroneamente &Wamada de 9&arente &u'tura'9 Tue resu'ta de pesTuisas desta

nature#a predominam os mitos e os pre&on&eitos\ entre os instrumentos de

mensuração +reT1entemente uti'i#ados so.ressaem os testes psi&o'<gi&os- A

inadeTuação destes pro&edimentos de medida so.retudo das pro*as de a*a'iaçãoda inte'igXn&ia *em sendo Wá muito apontada por *ários pesTuisadores "por

eJemp'o Qa*is >?CG\ Za##o >?F\ Haggard >?FC\ Harari >?@C$ o Tue não impede

Tue &ontinuem a ser uti'i#ados não s< para +ins de pesTuisa mas o Tue & ainda

mais gra*e para determinar o

Qa psi&o'ogia do 9despri*i'egiado 9 % psi&o'ogia do oprimido

@F

destino edu&a&iona' dos +i'Wos dos oprimidos- Haggard ">?FC$ por eJemp'o&Wama a atenção para as di+erenças eJistentes entre &rianças das di+erentes

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&'asses so&iais Tuanto % moti*ação para o tipo de tare+a proposta pe'os testes ao

re'a&ionamento &om o ap'i&ador e % +ami'iaridade &om os materiais in+ormaçes e

pro&essos mentais eJigidos nos testes\ &on&'ui Tue estes instrumentos estão

&onstrudos de +orma a +a*ore&er as &rianças das &'asses so&iais dominantes-

Qestes aspe&tos a +a'ta de +ami'iaridade &om os materiais as situaçes e o

*o&a.u'ário presentes nos testes pare&e ser o mais determinante do +ra&asso das

&rianças das &'asses su.a'ternas nos testes de n*e' menta' e de prontidão para a

'eitura- A Es&a'a `e&Ws'er de Inte'igXn&ia para ;rianças "`IS;$ por eJemp'o in&'ui

itens &omo 9a seme'Wança entre piano e *io'ino9 9as *antagens do uso de &WeTues

para o pagamento de nossas &ontas9 9a &on*eniXn&ia de dar esmo'as para uma

instituição de &aridade a dá)'as para um pedinte9 entre outras\ o !este

Metropo'itano de rontidão por sua *e# in&'ui itens Tue reTuerem a +ami'iaridade

&om raTuetes de tXnis Wi.ernação de ursos e outros o.4etos situaçes e pa'a*ras

+ami'iares % &'asse dominante- ;on&'uir a partir da Tue esta &riança apresenta uma

de+i&iXn&ia inte'e&tua' 8 o mesmo Tue &on&'uir Tue os +i'Wos de industriais

residentes num grande &entro ur.ano são portadores de retardamento inte'e&tua'

porTue não dominam o *o&a.u'ário não &onWe&em os o.4etos e não tXm as

*i*Xn&ias tpi&as de uma &riança do interior nordestino-

;onsideraçes &omo estas 'ançam)nos sem dV*ida num territ<rio no*o

ainda não des.ra*ado pe'os psi&<'ogos o Tue ine*ita*e'mente resu'ta em

insegurança e ansiedade pro+issiona'\ pois se e'as nos a'ertam para o Tue não

de*emos +a#er so. pena de &ontri.uir para a manutenção da dominação e&on]mi&a

e &u'tura' de uma &'asse so.re outra nos deiJam de in&io &on+usos Tuanto %

maneira de atuar pro+issiona'mente- A .i.'iogra+ia so.re mode'os a'ternati*os de

atuação tanto no n*e' es&o'ar &omo no institu&iona' e terapXuti&a 8 es&assa o Tue

&o'o&a o psi&<'ogo diante do desa+io de de&idir o Tue +a#er a &ada passo de seu&on**io &om o oprimido- E*identemente este pro&esso de de&isão s< pode ser

+rut+ero se o&orrer no &onteJto de um o.4eti*o gera' &'aramente de+inido\ para

+ormu'á)'o 8 pre&iso Tue o psi&<'ogo antes de mais nada adTuira uma *isão &rti&a

so'idamente +undamentada do pape' Tue *em &umprindo 4unto aos integrantes das

popu'açes 9marginais9 so.retudo no m.ito es&o'ar\ a di+erença Tue o separa do

pro

@DIntrodução % psi&o'ogia es&o'ar 

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+essor enTuanto autoridade pedag<gi&a Tue prati&a uma *io'Xn&ia sim.<'i&a 8

apenas de grau\ enTuanto o pro+essor desempenWa seu pape' de 9pro+essor)po'i&ia'9

"Nide'&o++ >?@G$ de uma maneira mais &'ara o psi&<'ogo &om seu arsena' de

instrumentos de medida seus &rit8rios de norma'idade e sua +a'ta de &onWe&imento

das &ara&tersti&as da +ormação so&ia' em Tue atua desempenWa este mesmo

pape' de maneira mais suti' porTue es&udado numa pretendida neutra'idade

&ient+i&a- Na *erdade e'e prati&a em sua ação pro+issiona' diária uma *io'Xn&ia

&ontra o oprimido da Tua' raramente tem &ons&iXn&ia porTue tam.8m e'e 8 presa

das in*erses produ#idas pe'a ideo'ogia-

 A +ormação Tue o psi&<'ogo re&e.e nos &ursos de si&o'ogia &ontri.ui sem

dV*ida para a sua atuação a'ienada e a'ienante 4unto %s &'asses su.a'ternas "*e4a

ereira >?@F$- A +ormu'ação de um &orpo de &onWe&imentos so.re a dimensão

psi&o'<gi&a dos integrantes destas &'asses so&iais 8 uma tare+a Tue está para ser

+eita- En&ontramos muito pou&os tra.a'Wos Tue &ontri.uam para a &on+iguração de

uma *erdadeira psi&o'ogia popu'ar\ mere&em destaTue neste sentido os tra.a'Wos

rea'i#ados por reire ">?@ >?@> >?@@$ Bosi ">?@$ a respeito dos Wá.itos de

'eitura em operárias Harari e &o'a.oradores ">?@C$ so.re um tra.a'Wo psi&o'<gi&o

desen*o'*ido &om uma popu'ação +a*e'ada a partir da teoria e t8&ni&a

psi&ana'ti&as Mo++at ">?@C$ a respeito da psi&oterapia do oprimido e Rodrigues

">?@G$ so.re a representação do mundo e de si mesmos num grupo de operários de

am.os os seJos todos e'es +ontes de ri&as sugestes te<ri&as e metodo'<gi&as e

a&ima de tudo de pro*as de Tue 8 poss*e' entender a &'asse operária e as

popu'açes 9marginais9 e interagir &om seus mem.ros sem os estere<tipos e

pre&on&eitos Tue grassam na 'iteratura Tue re*imos e &om mais isenção e *erdade

do Tue a pretensa o.4eti*idade da psi&o'ogia empirista e &ienti+i&ista pode permitir-

 A'8m da &rti&a ao uso de testes psi&o'<gi&os e de outros instrumentos demedida a+ins a'gumas &onsideraçes so.re as t8&ni&as de entre*ista e de

o.ser*ação gera'mente usadas nas pesTuisas &om su4eitos Wumanos podem ser

Vteis- A entre*ista ta' &omo a &on&e.em B'&ger ">?@>$ e Harari ">?@C$ muito

di+erente dos Wa.ituais interrogat<rios geradores de +a'sas noçes e +a'sas

impresses so.re o oprimido sua *isão de mundo suas Wa.i'idades *er.ais e

inte'e&tuais seus *a'ores & seu esti'o de *ida 8 um re&urso metodo'<gi&o ri&o e

ainda pou&o eJp'orado- Qe outro 'ado as pr<prias t8&ni&as e os &onteJtos de o.ser Qa psi&o'ogia do 9despri*i'egiado9 % psi&o'ogia do oprimido

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@G

*ação do &omportamento da &riança oprimida &are&em de re*isão se

Tuiserem se trans+ormar em re&ursos de rea' &onWe&imento de suas &ondiçes

pessoais\ a o.ser*ação &ronometrada e rigidamente &ategori#ada de pedaços

estanTues de sua ati*idade no mundo pre&isa ser su.stituda pe'a o.ser*ação

orientada antropo'ogi&amente &omo nos sugere e ensina Sara Qe'amont ">?@D$-

uanto ao &enário da o.ser*ação os &onteJtos arti+i&iais e ini.idores &omo a sa'a

de au'a e o 'a.orat<rio de*em dar 'ugar ao am.iente rea' de *ida do

9margina'i#ado9 numa situação de pesTuisa em Tue e'e possa mais 'i*re e

espontaneamente se mostrar em sua &omp'eJidade-

Uma das &on&'uses a Tue &Wegamos diante do estado de &oisas *igente no

&ampo da pesTuisa da &riança oprimida 8 de Tue não &onWe&emos a &riança

.rasi'eira em suas &ara&tersti&as psi&osso&iais e pedag<gi&as\ a'iás nem

poderamos 4á Tue so.retudo a estudamos ma'- ;o'e&ionamos a+irmaçes muitas

*e#es pre&on&eituosas so.re o Tue e'a não sa.e +a#er & não &onWe&e\ ignoramos o

Tue e'e sa.e e &onWe&e suas &apa&idades e Wa.i'idades Tue de*em ser muitas

pois a+ina' a mantXm *i*a num &onteJto so&ia' Tue 'We 8 eJtremamente ad*erso-

EJigimos a'em disso Tue e'a deiJe na porta da es&o'a suas *i*Xn&ias so. pena de

ser &onsiderada inapta-

 A outra &on&'usão 8 de Tue prati&amente tudo está por +a#er na área da

edu&ação in&'uindo o n*e' pr8)es&o'ar- Segundo Qar&P Ri.eiro ">?@G p- $ 9a

&rise edu&a&iona' do Brasi' da Tua' tanto se +a'a não 8 uma &rise\ 8 um programa9

"p- $- Num n*e' t8&ni&o)pro+issiona' &omo pesTuisadores e edu&adores temos

&ontri.udo signi+i&ati*amente para a &onse&ução deste 9programa9 a'imentando

entre outras as &renças de Tue a edu&ação o edu&ador e o pesTuisador podem e

de*em ser po'iti&amente neutros-Re+erXn&ias .i.'iográ+i&as

 A'meida R- M- 9Um estudo do status menta' de um grupo de &rianças

nordestinas de idade es&o'ar9- In: Bo'etim de si&o'ogia >?F? (G (F)FF-

 A'tWusser L- Ideo'ogia e apare'Wos ideo'<gi&os de Estado- Lis.oa

resença >?@C- Anastasi A- si&o'ogia di+eren&ia'- São au'o H&rder >?DF-

@G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

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Ba'di4ão ;- E- M- 9A desnutrição e o pro&esso de a&umu'ação de &apita'9- In:

;adernos de esTuisa ? >?@? C?)F(-

Bereiter ; 9Instru&tiona' 'anning in Ear'P ;ompensatorP Edu&ation9- In: - L-

rost "org-$ Ear'P ;Wi'dWood Edu&ation Redis&o*ered- No*a or Ho't RineWart f

`inston >?DG pp- C?@)FD-

Bereiter ; e S- Enge'mann !ea&Wing Qisad*antaged ;Wi'dren in tWe

res&Woo'- No*a erseP renti&e)Ha'' >?DD-

Bernstein B- 9Language and So&ia' ;'ass9- In: BritisW - o+ So&io'ogP >?D

>> @>)@D-

 ^9So&ia' Stru&ture Language and Learning9- In: Edu&ationa' Resear&W

>?D>( >D()>@D-

 ^ ;'ass ;odes and ;ontro'- Londres Rout'edge f c&gan

au' >?@C-

Bi4ou S- ` 9!We Menta''P Retarded ;Wi'd9- In: sP&Wo'ogP !odaP >?DG C@)

F>- B'an M- e So'omon 9A !utoria' Language rogram to Qe*e'op

 A.stra&t!Wining in So&ia''P Qisad*antaged res&Woo' ;Wi'dren9- In: ;Wi'd

Qe*e'opment >?DG (? (@?)(G?-

B'eger - !emas de si&o'ogia- Buenos Aires Nue*a ision >?@F-

B'oom B- S- Sta.i'itP and ;Wange in Human ;Wara&teristi&s- No*a or

oWn `i'eP >?DC-

B'oom B- S- A- Qa*is e R- Hess ;ompensatorP Edu&ation +or ;u'tura'

Qepri*ation- No*a or Ho't RineWart f `inston >?DF-

Bonamigo E- M- R- e N- ;- - Bristoti 9EnriTue&imento *er.a' em &rianças

margina'i#adas9- In: ;adernos de esTuisa >?@D C F)(?-

Bosi E- ;u'tura de massa e &u'tura popu'ar- Rio de aneiro o#es >?@-

Bourdieu - e - ;- asseron A reprodução- Rio de aneiro ran&is&o A'*es >?@F-

;ampos M- M- 9AssistXn&ia ao pr8)es&o'ar: uma a.ordagem &rti&a9

;adernos de esTuisa >?@? G F()F?- ;unWa L- A- Edu&ação e

desen*o'*imento so&ia' no Brasi'- Rio de

aneiro ran&is&o A'*es >?@@ "a edição$- Qa*is A- So&ia');'ass In+'uen&es

Upon Learning- ;am.ridge Har*ard

Uni*ersitP ress >?CG- Qe ;e&&o - - !We sP&Wo'ogP o+ Learning andinstru&tion:

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Edu&ationa' sP&Wo'ogP- Ne erseP renti&e)Ha'' >?DG- Qe'amont S- e M-

Stu..s "orgs-$ EJp'orations in ;'assroom

Qa psi&o'ogia do 9despri*i'egiado9 % psi&o'ogia do oprimido G

O.ser*ation- No*a or oWn `i'eP >?@D-

Qeuts&W ;PntWia En*ironment and er&eption- In: M- Qeuts&W A- ensen e I-

cat# "orgs-$ So&ia' ;'ass Ra&e and sP&Wo'ogi&a' Qe*e'opment- No*a or Ho't

RineWart f `inston >?DG-

Qeuts&W M- 9!We Qisad*antaged ;Wi'd and tWe Learning ro&ess9- In: A- H-

asso "org-$ Edu&ation in Qepressed Areas- No*a or !ea&Wers ;o''ege >?D(

p- >D()>G-

 ^ Memorandum o+ a&i'ities +or Ear'P ;Wi'dWood Edu&ation- `asWington U-

S- Qepartment o+ Hea'tW Edu&ation and `e'+are >?DG- QeeP - Qemo&ra&ia e

edu&ação- São au'o Na&iona' >?F? "pu.'i&ação origina': >?>D$-

Qias - A- 9Sistema es&o'ar .rasi'eiro9- In: M- Br84on "org-$ Estrutura e

+un&ionamento do ensino de Is eB graus- São au'o ioneira >?@F p- @>)?>-

Esta.'&t R- e ;- Baude'ot L6e&o'e &apita'iste en ran&e- aris Maspero

>?@>-

reire edagogia do oprimido- Rio de aneiro a# e !erra >?@-

 ^ Edu&ação &omo práti&a de 'i.erdade- Rio de aneiro

a# e !erra >?@>-

 ^ Ação &u'tura' para a 'i.erdade- Rio de aneiro a# e

!erra >?@@-

reitag B- Es&o'a Estado e so&iedade- São au'o EQAR! >?@G- agn8 R-

M- !We ;onditions o+ Learning- No*a or Ho't RineWart f `inston >?DF-

 ^-9;ontri.utions o+ Learning to Human Qe*e'opment9- In:

sP&Wo'- Re*ie >?DG @F >@@)>?>- ins.erg A- 9;omparação entre osresu'tados de um teste de n*e'

menta' ap'i&ado em di+erentes grupos 8tni&os e so&iais9- In: Ar&W-

Bras- si&ot8&ni&a >?F> ( @)CC- ordon E- ` 9;Wara&teristi&s o+

;u'tura''P Qisad*antaged ;Wi'dren9

Re*ie o+ Ed- Resear&W >?DF F- raP S- ` e R- A- c'aus 9An

EJperimenta' res&Woo' rogram +or 

;u'tura''P Qepri*ed ;Wi'dren9- In: ;Wi'd Qe*e'opment >?DF(D GG@)G?G-

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Haggard E- 9So&ia' Status and Inte''igen&e: an EJperimenta' StudP o+ ;ertain

;u'tura' Qeterminants o+ Measured Inte''igen&e9- In: eneti& sP&Wo'- Monogr-

>?FC C? >C>)>GD-

Harari R- e outros !eoria P t8&ni&a psi&o'<gi&a de &omunidades

G>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

margina'es- Buenos Aires Nue*a ision >?@C- Hess R- e U- SWipman 9Ear'P

EJperien&e and tWe So&ia'i#ation o+ ;ogniti*e Modes in ;Wi'dren9- In: ;Wi'd

Qe*e'opment >?DF (D GD?)GGD-

Houston S- 9A ReeJamination o+ Some Assumptions a.out tWe Language o+

Qisad*antaged ;Wi'd9 ;Wi'd Qe*e'opment >?@C-

Hunt - M& Inte''igen&e and EJperien&e- No*a or Rona'd ress >?D>-

 ^9!We sP&Wo'ogi&a' Basis +or Using res&Woo' Enri&Wment

as an Antidote +or ;u'tura' Qepri*ation9- In: Merri')a'mer 

uarter'P >?DC "a$ > ?)CF- ^ !We Imp'i&ations o+ ;Wanging Ideas on

Ho ;Wi'dren

Qe*e'op Inte''e&tua''P9- In: ;Wi'dren- >?DC ".$ ( G()?>- ^^!We ;Wa''enge o+

In&ompeten&e and o*ertP- Ur.ana

Uni*ersitP o+ I''inois ress >?D?- orna' da !arde 9As trXs no*as propostas

de orte'a9 3D3@?- camii ;- c- e N- L- Radin 9A rameor +or a res&Woo'

;urri&u'um

Based on Some iagetian ;on&epts9- In: - o+ ;reati*e BeWa*ior

>?D@ >>)@-

Lesser - S- e outros 9Menta' A.i'ities o+ ;Wi'dren +rom Qi++erent So&ia' ;'ass

and ;u'tura' roups9- In: MonograpWs o+ tWe So&ietP +or Resear&W in ;Wi'd

Qe*e'opment >?DF C-Lindgren H- ; e H- A- uedes 9Status so&ia' inte'igXn&ia e rendimento

edu&a&iona' entre estudantes de es&o'as primárias e se&undárias &m São au'o

Brasi'9- In: esTuisa e 'ane4amento >?DF ? G>)G?-

Ma&'er B- e M- - idding 9;u'tura' Qepri*ation: a StudP in MitWo'ogP9- In:

!ea&Wers ;o''ege Re&ord >?DF a.ri' DG)D>(-

Mi'ner E- 9A StudP o+ Re'ationsWip .eteen Reading Readiness in rade

One S&Woo' ;Wi'dren and atterns o+ arent);Wi'd Intera&tion9- In: ;Wi'dQe*e'opment >?F> ?F)>>-

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Mo++at A- si&oterapia de' oprimido- Buenos Aires E-;-R- >?@C-

Nide'&o++ M-!- maes&o'a para o po*o- São au'o Brasi'iense >?@G-

Orem R- ; Montessori +or tWe Qisad*antaged- No*a or ;apri&orn Boos

>?DG-

ao'i M- ;- - M- Qesen*o'*imento e margina'idade- São au'o ioneira

>?@C-

atto M- H- S- ri*ação &u'tura' e edu&ação pr8)primária- Rio de a

Qa psi&o'ogia do 9despri*i'egiado 9 % psi&o'ogia do oprimido G

neiro os8 O'Pmpio >?@(-

ereira S- L- M- 9A +ormação pro+issiona' dos psi&< 'ogos: apontamentos

para um estudo9- In: si&o'ogia >?@F > >F)-

oppo*i& A- M- 6Atitudes e &ognição do margina'i#ado &u'tura'9- In: Re*ista

Bras- de Estudos edag<gi&os >?@ CD CC)CF-

oppo*i& A- M- - L- Esposito e L- M- ;Wagas ;ru# 9Margina'i#ação

&u'tura': uma metodo'ogia para seu estudo9- In: ;adernos de esTuisa >?@( @ >>)

D-

oppo*i& A- M- - L- Esposito e M- M- M- ;ampos 9Margina'i#ação &u'tura':

su.sdios para um &urr&u'o pr8)es&o'ar9- In: ;adernos de esTuisa >?@F >C @)@(-

oppo*i& A- M- 9rograma A'+a: um &urr&u'o de orientação &ogniti*a para as

primeiras s8ries do 's grau in&'usi*e &rianças &u'tura'mente margina'i#adas *isando

ao pro&esso ensino)aprendi#a)gem9- In: ;adernos de esTuisa >?@@ > C>)CD-

Ri.eiro Q- 9So.re o <.*io9- In: En&ontros &om a &i*i'i#ação .rasi'eira > ">$

>?@G?)-

Riessman -- !We ;u'tura''P Qepri*ed ;Wi'd- No*a or Harper >?D-

Rodrigues A- M- Operário operária- São au'o Sm.o'o >?@G-

SEBES "Se&retaria do Bem)Estar So&ia' de -M-S--$ ro4eto &entrosin+antis: programação s<&io)edu&ati*a >?@-

Sinn&r B- - S&ien&e and Human BeWa*ior- No*a or Ma&mi''an >?F(-

SonTuist H- Q- e ;- c- camii 9App'Ping Some iagetian ;on&epts in tWe

;'assroom +or 'We Qisad*antaged9- In: oung ;Wi'dren >?D@ -

`ei' - - & outros esTuisa na&iona' so.re o n*e' menta' da popu'ação

.rasi'eira- Rio de aneiro SENA; >?F?-

`itter - psi&<'ogo es&o'ar: pesTuisa e ensino "!ese de Li*re)Qo&Xn&iaapresentada ao Instituto de si&o'ogia)US mimeo)gra+ada$ >?@@-

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Za##o R- 9La psP&Wo'ogi& s&o'aire9- In: En+an&e >?F "ns espe&ia'$-

G

 A +am'ia po.re e anotaçes so.re

a es&o'a pV.'i&a: um desen&ontro2

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Maria He'ena Sou#a atto

Segundo estatsti&as re&entes &er&a de dois terços das &rianças .rasi'eiras

entre os sete e os Tuator#e anos não estão se .ene+i&iando da es&o'a se4a porTue

não tXm a&esso aos .an&os es&o'ares se4a porTue 4á passaram pe'a es&o'a mas

ne'a não permane&eram se4a porTue em.ora ainda +açam parte de seu &orpo

dis&ente integram o grande &ontingente de repetentes Tue mais &edo ou mais tarde

estará +ora da es&o'a sem ao menos ter &on&'udo as Tuatro primeiras s8ries do

primeiro grau- E não estamos &omo se poderia supor diante de uma &rise da

es&o'a pV.'i&a e'ementar por moti*os &on4unturais\ antes trata)se de uma

in&apa&idade &r]ni&a dessa es&o'a de garantir o direito % edu&ação es&o'ar a todas

as &rianças e 4o*ens .rasi'eiros independente de sua &or de seu seJo e de sua

&'asse so&ia'-

Qados antigos Tue remontam aos anos *inte 4á registra*am a'tos ndi&es de

repro*ação e e*asão na então es&o'a primária- Qe 'á para &á não se pode negar

Tue a rede es&o'ar +oi signi+i&ati*amente amp'iada mas 8 inegá*e' tam.8m Tue a

es&o'a Tue a está não &onsegue ensinar os &onteVdos es&o'ares % maioria dos Tue

a pro&uram: atua'mente de &ada mi' &rianças Tue se matri&u'am pe'a primeira *e#

na primeira s8rie da es&o'a pV.'i&a s< Tuarenta e &in&o &Wegam % oita*a s8rie sem

nenWuma repro*ação e s< &em &onseguem terminar o primeiro grau muitas *e#es

aos tran&os e .arran&os-

Uma V'tima in+ormação 4usti+i&a o re&orte Tue +aremos nesse tema tão amp'o

Tue nos +oi atri.udo: inVmeras pesTuisas *Xm mostrando Wá muitas d8&adas Tue

a Tuase tota'idade das &rianças Tue não &onseguem atingir o mnimo de

es&o'aridade pre*isto em 'ei +a# parte dos &ontin

"2$ u.'i&ado origina'mente em si&o'ogia)US ( nm >3 >?? p- >@)>>-

GCIntrodução % psi&o'ogia es&o'ar 

gentes popu'ares mais atingidos pe'o &aráter eJ&'udente do &apita'ismo nos

pases do !er&eiro Mundo-

 A pesTuisa edu&a&iona' tem &a.ido a tare+a de eJp'i&ar esse estado de

&oisas ao 'ongo da Wist<ria da edu&ação .rasi'eira- A aná'ise &rti&a das id8ias Tue

se propem a eJp'i&á)'o tra# e'ementos % &ompreensão da &on*i*Xn&ia *ia de regra

má dessa es&o'a &om seus usuários mais po.res-adios e anormais- Qe+i&ientes e di+erentes

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 A Wist<ria das eJp'i&açes do &Wamado 9+ra&asso es&o'ar9 das &rianças das

&'asses popu'ares 8 +eita de uma seT1Xn&ia de id8ias Tue em 'inWas gerais pode

ser assim resumida: na *irada do s8&u'o eJp'i&açes de &unWo ra&ista e m8di&o\ a

partir dos anos trinta at8 meados dos anos setenta as eJp'i&açes de nature#a

.iopsi&o'<gi&a: pro.'emas +si&os e sensoriais inte'e&tuais e neuro'<gi&os

emo&ionais & de a4ustamento\ dos primeiros anos da d8&ada de setenta at8

re&entemente "mas ainda predominante nos meios es&o'ares$ a &Wamada teoria da

&arXn&ia &u'tura' nos termos em Tue +oi gerada nos E-U-A- nos anos sessenta no

&a'or dos mo*imentos r&in*idi&at<rios de negros e 'atino)ameri&anos & &omo

resposta o+i&ia' % Tuestão: por Tue essas pessoas não a'&ançam os me'Wores

'ugares na so&iedade norte)ameri&anaY ;entenas de pesTuisas Tue a.sor*eram o

maior in*estimento de *er.as pV.'i&as para +ins não .8'i&os naTue'e pas

responderam: porTue não a'&ançam o mesmo n*e' de es&o'aridade dos .ran&os- E

por Tue isso a&onte&eY orTue negros e minorias 'atinas são portadores de

de+i&iXn&ias +si&as e psTui&as &ontradas &m seus am.ientes de origem

prin&ipa'mente em sua +am'ias tidas &omo insu+i&ientes nas práti&as de &riação dos

+i'Wos- ou&o depois a teoria da &arXn&ia tornou)se pe'a in+'uXn&ia de antrop<'ogos

+un&iona'istas teoria da di+erença &u'tura' segundo a Tua' essas pessoas +ariam

parte de uma su.eu'tura muito di+erente da &u'tura de 9&'asse m8dia9"si&$ na Tua'

estariam .aseados os programas es&o'ares- Em outras pa'a*ras as &rianças das

&Wamadas minorias ra&iais não se sairiam .em na es&o'a porTue seu am.iente

+ami'iar & *i&ina' impediria ou di+i&u'taria o desen*o'*imento de Wa.i'idades e

&apa&idades ne&essárias a um .om desempenWo es&o'ar-

!odas essas *erses so. &ertos aspe&tos muito di+erentes umas das outras

tXm em &omum o +ato de situarem as &ausas das di+i&u'dades es&o'ares nos a'unos

e em suas +am'ias- Se 8 *erdade Tue Wá progressos A +am'ia po.re e a es&o'a pV.'i&a

_(

nesta seT1Xn&ia na passagem da primeira para as demais por eJemp'o

dá)se a passagem de &on&epçes gen8ti&as para &on&epçes am.ienta'istas da

inte'igXn&ia 8 *erdade tam.8m Tue todas e'as de+inem 9am.iente9 de maneira

natura'ista a)Wist<ri&a não 'e*ando em &onta as re'açes de produção e as

Tuestes do poder e da ideo'ogia e nessa medida deiJam espaço para a

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penetração da ;iXn&ia pe'o senso)&omum pe'o Tue pare&e ser pe'os pre&on&eitos

e estere<tipos so&iais re'ati*os a po.res e não).ran&os-

!anto as teorias ra&istas e do &aráter na&iona' +ormu'adas na Europa no

de&orrer do s8&u'o de#eno*e &omo as teorias Tue as su&ederam &om o surgimento

da si&o'ogia &ient+i&a ser*iram para 4usti+i&ar as &ondiçes de *ida muito

desiguais de grupos e &'asses so&iais no mundo da suposta 9igua'dade de

oportunidades9- Se a no*a ordem so&ia' insta'ada pe'a Re*o'ução ran&esa era o

reino da igua'dade da 'i.erdade e da +raternidade em oposição % ordem +euda'

&omo eJp'i&ar a eJistXn&ia de ri&os e po.res de &o'oni#adores e &o'oni#adosY A

partir do s8&u'o das Lu#es as di+erenças so&iais não podiam mais ser eJp'i&adas

em termos re'igiosos\ na era do &ienti+i&ismo era pre&iso eJp'i&á)'as &om neu)

tra'idade e o.4eti*idade ou se4a atra*8s de dados empri&os- No mundo da 9&arreira

a.erta ao ta'ento9 *en&eriam os 9mais aptos9 a+irma*a o darinismo so&ia': nesta

'inWa de ra&io&nio di+erenças indi*iduais ou grupais de &apa&idade estariam por

trás das di+erenças so&iais-

 Antes da si&o'ogia uma Antropo'ogia de ta'We ra&ista en&arregou)se de

pro*ar &ienti+i&amente Tue os 9*en&edores9 eram mais aptos: atra*8s de

pro&edimentos antropom8tri&os produ#iram)se as primeiras pro*as empri&as da

in+erioridade de po.res e não).ran&os- A 'iteratura registra a práti&a de es&a*ação

de &emit8rios destinados %s &'asses 9superiores9 e 9in+eriores9 em .us&a de

nVmeros Tue dessem ao ra&ismo uma +eição &ient+i&a "a esse respeito *e4a

c'ine.erg >?DD$- Qa mesma +orma Tue a no.re#a ressentida tentou pro*ar sua

superioridade so.re os p'e.eus e o 9Ensaio so.re a desigua'dade das raças

Wumanas9 pu.'i&ado na rança pe'o ;onde de o.ineau em >GFC 8 eJemp'o &'aro

desse ressentimento os ide<'ogos da .urguesia a+irma*am a eJistXn&ia dos Tue

nas&em para pensar Tue se dedi&am ao 9tra.a'Wo inte'e&tua'9 e dos Tue nas&empara agir ta'Wados para o 9tra.a'Wo .raça'9 supostamente menor o Tue 4usti+i&a*a

seu .aiJo *a'or de tro&a no mer&ado de tra.a'Wo-- A psi&ometria go#ou de grande

prestgio a partir da segunda metade do s8&u'o passado e um dos ramos mais

desen*o'*idos

GD

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

da si&o'ogia a si&o'ogia Qi+eren&ia' a+irmou at8 o in&io dos anos&inT1enta do s8&u'o __ a superioridade inte'e&tua' inata dos .ran&os so.re os não)

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.ran&os do &i*i'i#ado so.re o primiti*o do ri&o so.re o po.re- Os V'timos anos do

s8&u'o passado e as primeiras d8&adas deste s8&u'o +oram pa'&o de uma *erdadeira

9&ru#ada psi&om8tri&a9 na Europa O&identa' e nos Estados Unidos &u4o o.4eti*o era

não s< identi+i&ar o mais pre&o&emente poss*e' os 9es&o'ari#á*eis9 &omo tam.8m

aper+eiçoar instrumentos de medida da inte'igXn&ia tida durante muito tempo &omo

inata a 4u'gar por tantas 9pro*as9 entre as Tuais o +ato de Tue os Womens mais

i'ustres nas *árias áreas da arte da &iXn&ia e da po'ti&a perten&iam a su&essi*as

geraçes das mesmas +am'ias- A partir da es&a'a m8tri&a de inte'igXn&ia in+anti' de

Binet &riada a pedido das autoridades edu&a&ionais +ran&esas o 9mo*imento

psi&om8tri&o9 atingiu *árias partes do mundo e o Brasi' não +oi eJ&eção- ou&os

anos depois seria a *e# dos testes de persona'idade\ in*estidos de poder &ient+i&o

e'es designariam 9normais9 e 9anormais9 a4ustados9 e 9desa4ustados9-

No Brasi' as ra#es dessas &on&epçes so.re 9*en&edores9 e 9perdedores9

en&ontram)se nos es&ritos de inte'e&tuais .rasi'eiros Tue a partir da segunda

metade do s8&u'o de#eno*e se propuseram a eJp'i&ar o pas &om .ase nas id8ias

dominantes no pensamento &ient+i&o & po'ti&o europeu- ;omo dip'omata o.in&au

este*e no Brasi' & +reT1entou os sa'es do Segundo Imp8rio- O ra&ismo &ient+i&o

te*e trnsito +á&i' 4unto % e'ite .rasi'eira e seus inte'e&tuais e mar&ou as &on&epçes

a respeito do po*o .rasi'eiro presentes nas o.ras de Si'*io Romero Raimundo Nina

Rodrigues O'i*eira ianna A+onso Arinos de Me''o ran&o e tantos outros at8 a

ruptura epistemo'<gi&a de A +ormação do Brasi' &ontemporneo no Tua' ;aio rado

Vnior em >?C +a# uma 'eitura do pas na &Wa*e do materia'ismo Wist<ri&o-

Na 'iteratura edu&a&iona' a presença das teorias ra&istas e m8di&as da

medi&ina dos grandes Tuadros pato'<gi&os de transmissão gen8ti&a se +ará sentir

muito &edo: em >G>G Sampaio Q<ria es&re*ia a Os&ar !Wompson a prop<sito da

intenção deste de autori#ar a promoção em massa do primeiro para o segundo anoda es&o'a e'ementar pV.'i&a pau'ista a'egando Tue &on&orda*a &om a medida

porTue e'a possi.i'ita*a Tue não se negasse matr&u'a aos no*os &andidatos 9s<

porTue *adios e anormais teriam Tue repetir o ano9 "apud A'meida r- >?F@ gri+os

nossos$- Nos anos Tuarenta O+8'ia Boisson ;ardoso">?C?$

 A +am'ia po.re e a es&o'a pV.'i&a

G@

num eJemp'o per+eito de &on+'uXn&ia de opinião estere<tipo pre&on&eito edis&urso &ient+i&o a+irma*a num artigo de grande reper&ussão:

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O Tue a es&o'a pro&ura &onstruir a +am'ia destr<i num momento redu# a p<

"---$- Nos meios mais desa+ortunados os eJemp'os *i*os e +'agrantes insinuam)se

na &arne no sangue das &rianças ditando)'Wes +ormas amorais de reação

&omportamentos antiso&iais- ;res&endo e desen*o'*endo)se so. ta' ação negati*a

desinteressam)se do tra.a'Wo es&o'ar dão)'We pou&o *a'or não &rXem em sua

e+i&á&ia- !Xm os Wer<is do morro Tue to&ando *io'ão em.riagando)se dormindo

durante o dia em &onstante ma'andragem % noite *i*em uma *ida sem normas

sem direção\ por *e#es ostentam aur8o'a maior a'gumas entradas na detenção

um &rime de morte impune- Nesses grupos em Tue pu'u'am menores de'inT1entes

não Wá &omo &ontro'ar)se: a reação 8 espontnea primiti*a Tuase irra&iona'- en&e

o mais +orte\ 8 ainda a 'ei dos primeiros tempos "---$- A es&o'a a&onse'Wa as .oas

maneiras pro&ura di+undir .ons Wá.itos so&iais de po'ide#- Mas no morro na &asa

de &]modos isso nada eJprime e at8 se torna rid&u'o empregar 9&om 'i&ença9

9des&u'pe9 9muito o.rigado9 "p- G)G($-

Esta representação pe4orati*a dos po.res gerada do 'ugar so&ia' da &'asse

dominante e em &onsonn&ia &om seus interesses +oi en&ampada pe'a si&o'ogia e

pode ser en&ontrada na teoria da &arXn&ia &u'tura' Tuando e'a a+irma Tue o

am.iente +ami'iar na po.re#a 8 de+i&iente de estmu'os sensoriais de interaçes

*er.ais de &ontatos a+eti*os entre pais e +i'Wos de interesse dos adu'tos pe'o

destino das &rianças num *is*e' des&onWe&imento da &omp'eJidade e das nuan&es

da *ida Tue se desenro'a nas &asas dos .airros mais po.res- ;oerentes &om esta

*isão os psi&<'ogos muitas *e#es +a#em a+irmaçes do seguinte teor:

"Os a'tos ndi&es de repro*ação se eJp'i&am$ pe'a +a'ta de apoio em &asa

+i&ando em gera' a &riança por sua pr<pria &onta\ tem &rianças de n*e' inte'e&tua'

.aiJo sem re&e.er a de*ida orientação pedag<gi&a e psi&o'<gi&a\ tem &rianças

+ra&as &om distVr.ios +si&os e mentais &rianças de+i&ientes não en&aminWadas %s&'asses espe&iais\ &rianças 'imtro+es em &'asses adiantadas e &rianças de+i&ientes e

'imtro+es em &'asses &omuns-

GG

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

 A a+irmação da pato'ogia genera'i#ada das &rianças po.res a pato'ogi#ação

de suas di+i&u'dades es&o'ares tem a'gumas &onseT1Xn&ias Tue &on*8m serem

desta&adas: dispensa a es&o'a de sua responsa.i'idade\ indu# a uma &on&epçãosimp'i+i&adora do aparato psTui&o dos po.res *isto &omo menos &omp'eJo do Tue

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o de outras &'asses so&iais- "Em nome desta &on&epção muitas *e#es as &rianças

são su.metidas na es&o'a a práti&as Wumi'Wantes so. a a'egação dos pro+essores

de Tue e'as 9não per&e.em9 9não sentem9 as agresses$\ 4usti+i&a a .us&a de

rem8dios mais simp'es e .aratos para suas di+i&u'dades emo&ionais- Isto +i&a

patente no depoimento de uma psi&<'oga entre*istada por re''er ">??($:

!inWam Tue in*entar uma terapia adeTuada a essa popu'ação mais rápida

mais &on&reta Tue eJigisse menos es+orço Tue +osse direto ao pro.'ema e

a4udasse na práti&a- E'es não &onseguem a.strair sim.o'i#ar--- "p- C$

 A +ormação de psi&<'ogos pode ser 'imitada a ponto de não 'Wes +a#er sa.er

Tue Tuem não tem &apa&idade de a.stração e de sim.o'i#ação não &onsegue

+a'ar---

 As me'Wores aná'ises da psi&o'ogia do oprimido tXm +i&ado por &onta das

pou&as pesTuisas Tue registram &om inte'igXn&ia e sensi.i'idade a *o# &omp'eJa

dessas pessoas e da 'iteratura & sua &rti&a enTuanto +ormas de &onWe&imento: 8

so.retudo nessas V'timas Tue *amos en&ontrar as me'Wores 'içes de 9psi&o'ogia da

po.re#a9 sempre so&ia' porTue s< &ompreens*e' no m.ito das re'açes so&iais

de produção numa so&iedade espe&+i&a- Qois dos me'Wores eJemp'os disso estão

na aná'ise de Ro.erto S&War# ">??>a\ >??>.$ da +i&ção ma&Wadiana

espe&ia'mente nos &aptu'os so.re EugXnia Qona 'á&ida e rudXn&io os po.res

.ran&os e negros 9Womens 'i*res9 e es&ra*os de Mem<rias <stumas de Brás

;u.as e no ensaio so.re Qom ;asmurro onde so.ressaem os8 Qias e ;apitu o

agregado e a moça po.re do Brasi' tradi&iona' e nos es&ritos de Antonio ;andido

so.re a +i&ção de ra&i'iano Ramos-

Qada a nature#a do dis&urso o+i&ia' so.re as *i&issitudes da es&o'aridade das

&rianças po.res não 8 de estranWar Tue uma a.strata &on&epção de 9ser Wumano9

de+inido em termos de 9aptidão9 estruture a práti&a de pro+essores e t8&ni&oses&o'ares- A maneira pre&on&eituosa e negati*a &omo se re+erem a seus a'unos tem

sido registrada repetidas

 A +am'ia po.re e a es&o'a pV.'i&a

G?

*e#es pe'a pesTuisa edu&a&iona' nos V'timos anos: 9.urros9 9preguiçosos9

9imaturos9 ner*osos9 9.aderneiros9 9agressi*os9 9de+i&ientes9 9sem ra&io&nio9

9'entos9 9apáti&os9 são eJpresses dos edu&adores porta)*o#es no m.ito daes&o'a de pre&on&eitos e estere<tipos se&u'ares na &u'tura .rasi'eira- E o

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pre&on&eito não se 'imita 8 <.*io %s &rianças mas eng'o.a toda a +am'ia: Tuando

e'a 8 o assunto o ad4eti*o mais &omum 8 9desorgani#ada9- istos &omo +onte de

todas as di+i&u'dades Tue as &rianças apresentam no trato das &oisas da es&o'a os

pais são +reT1entemente re+eridos &omo 9irresponsá*eis9 9desinteressados9 9pro)

ms&uos9 9*io'entos9 9.X.ados9 9n]mades9 e 9nordestinos9 "este V'timo ad4eti*o

em &onsonn&ia &om a ideo'ogia da no*a direita dete&tada por ieru&&i ">?G@$$-

Ouçamos o Tue di#em a'gumas edu&adoras:>

muito di+&i' para a &riança de peri+eria- e a pe)ri)+e)ri)a porTue a gente

sa.e a .agagem Tue a &riança tra# de &asa- Mas na peri+eria tem sempre uma

&'asse "es&o'ar$ de n*e' .om &om +am'ia estruturada--- "uma orientadora

edu&a&iona'$

!em &rianças &om &ondição de aprender mas não tem am.iente +ami'iar tem

muita agressão dos pais entre si e &ontra os +dWos- E'as não tXm &ondiçes

emo&ionais para aprender- Se 8 .em a'imentada se tem &arinWo da mãe e atenção

do pai a'gu8m Tue o'We o &aderninWo de'a não tem por onde ser repro*ada- Mas

e'as não tXm nada disso- O prin&ipa' 8 &arinWo pode at8 ter um pou&o de +ome mas

pre&isa sentir Tue tem a'gu8m interessado ne'a Tue gosta de'a- A mãe não tem

aTue'a sensi.i'idade de um e'ogio "---$ essas mães são umas &oitadas não tXm

sensi.i'idade não tXm nada- "uma pro+essora$

 A mãe 8 meio espa*entada a gente *X na reunião o 4eito de &ada uma--- E'a

não 'iga para os +dWos *i*e na rua argo'a na ore'Wa e muito pintada--- meio

esTuisita "uma pro+essora$

!am.8m pudera as mães estão &Weias de amantesh Eu disse 9de)amantes9

e não 9di)amantes9- "uma t8&ni&a do ME; em >?GC numa reunião do ;onse'Wo do

Menor do o*erno do Estado de São au'o$

I- Qepoimentos eJtrados de registros de pesTuisa de &ampo-?

introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

rodu#indo a es&o'a de má Tua'idade: o 'ugar do pre&on&eito

]r em Tuestão as eJp'i&açes ideo'<gi&as das desigua'dades de progressão

es&o'ar das &rianças das &'asses su.a'ternas não signi+i&a +a#er o e'ogio da

po.re#a &omo pode pare&er- Entre as &rianças apontadas pe'a es&o'a &omo

9pro.'emáti&as9 &ertamente Wá uma par&e'a Tue pre&isaria de um .om atendimentoespe&ia'i#ado +ora da es&o'a &omo a&onte&e &om tantas &rianças mais ri&as Tue

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re&e.em apoio m8di&o psi&o'<gi&o +onoaudio'<gi&o Tuando ne&essitam- No

entanto mesmo nesses &asos as atitudes tomadas dentro da es&o'a podem

apro+undar e &roni+i&ar as di+i&u'dades *i*idas por uma &riança- or eJemp'o um

pro+essor Tue desTua'i+i&a e destr<i tudo Tue uma &riança Tue so+reu perdas

signi+i&ati*as produ# s< está &ontri.uindo para o re&rudes&imento de suas

di+i&u'dades noutras pa'a*ras para a o&orrXn&ia do 9trauma &umu'ati*o9 de Tue

+a'a `inni&ott estudado em deta'We por re''&r em pesTuisa re&ente- Não 8 o&ioso

'em.rar Tue uma &riança Tue não aprende a 'er e a es&re*er numa es&o'a de má

Tua'idade não 8 ne&essariamente doente &omo Tuerem as ;'ni&as si&o'<gi&as

Tue atendem a essa &'iente'a- A'8m disso 4á dispomos de dados su+i&ientes para

a+irmar Tue o nVmero de &rianças portadoras de pro.'emas +si&os ou psTui&os 8

*ia de regra menor do Tue o nVmero de repetXn&ias-

O &aso da desnutrição 8 i'ustrati*o: apontada durante d8&adas &omo a

grande &ausadora desses ndi&es sa.emos Wo4e Tue 8 pre&iso re'ati*i#á)'a não

&omo +ato ina&eitá*e' Tue atinge tantas &rianças .rasi'eiras mas &omo o.stá&u'o %

sua es&o'aridade- esTuisas m8di&as 4á &ompro*aram Tue as &rianças atingidas

&om mais se*eridade pe'a +a'ta de protenas e &a'orias nos primeiros anos de idade

não estão em nVmero signi+i&ati*o dentro das es&o'as- Se aos dados so.re des)

nutrição 4untarmos as estatsti&as de morta'idade in+anti' nos anos pr8)es&o'ares

entenderemos Tue as &rianças .rasi'eiras po.res Tue atingem os sete anos de

idade & ingressam na es&o'a são so.re*i*entes num sistema so&ia' per*erso Tue

&onseguiram se a'imentar o su+i&iente para não ter seu sistema ner*oso 'esado- São

muitas as estrat8gias usadas pe'as +am'ias mais po.res para garantir o a'imento

ne&essário: o &onsumo da 9.arrigada9 men&ionado pe'as mu'Weres da i'a He'ena

ou*idas por SP'*ia Leser de Me''o ">?GG$ 8 s< um eJemp'o- O mito da desnutrição

&omo prin&ipa' &ausa das di+i&u'dades es&o'ares A +am'ia po.re e a es&o'a pV.'i&a

?>

dessas &rianças e a tentati*a de re*ertX)'a atra*8s da merenda es&o'ar a'8m

de porem em ris&o a identidade da es&o'a &omo instituição de ensino não ti*eram

"nem poderiam ter$ o poder de diminuir as taJas de repro*ação: depois da

instituição da merenda e'as &ontinuaram a &res&er- O Tue 4usti+i&a a manutenção da

merenda 8 a ne&essidade de sanar a +ome momentnea dessas &rianças tanto

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mais presente na popu'ação es&o'ar Tuanto mais o pas a+unda na re&essão e no

desemprego-

Não se pode tam.8m responsa.i'i#ar os pro+essores pe'as ma#e'as da es&o'a

pV.'i&a +undamenta' uma *e# Tue e'es tam.8m são produtos de uma +ormação

insu+i&iente porta)*o#es da *isão de mundo da &'asse Wegem]ni&a e *timas de

des*a'ori#ação pro+issiona' e de uma po'ti&a edu&a&iona' .uro&ráti&a te&ni&ista e

de +a&Wada- A produção do +ra&asso es&o'ar está assentada em grande medida na

insu+i&iXn&ia de *er.as destinadas % edu&ação es&o'ar pV.'i&a & na sua

ma'*ersação- Ao &ontrário do Tue a+irma a ideo'ogia 'i.era' o Estado nas

so&iedades &apita'istas e isto 8 mais <.*io nas so&iedades &apita'istas do !er&ei)

ro Mundo não está a ser*iço dos interesses de todos os &idadãos mesmo porTue

os interesses de dominantes e dominados são in&on&i'iá*eis- Num pas &omo o

Brasi' 8 &ada *e# mais e*idente Tue o Estado ser*e aos interesses do &apita' e

in*este em edu&ação es&o'ar somente na medida eJigida por esses interesses-

a'ta de dinWeiro signi+i&a edu&adores ma' pagos e a tem in&io uma &adeia de +atos

&u4o resu'tado V'timo 8 a má Tua'idade do ensino o+ere&ido-

Men&ionemos a'guns e'os desta &adeia: em primeiro 'ugar 8 pre&iso 'em.rar

Tue a Tuase tota'idade do &orpo do&ente da es&o'a primária at8 a C s8rie 8

&onstituda de mu'Weres de &'asse m8dia)m8dia e m8dia).aiJa Tue não tra.a'Wam

mais por 9amor % arte9 mas porTue pre&isam &omp'ementar o orçamento

dom8sti&o- ;omo donas)de)&asa a&a.am muitas *e#es tendo uma trip'a 4ornada de

tra.a'Wo "duas pro+issionais e uma dom8sti&a$- A'8m dessa so.re&arga &arregam o

peso de sua des*a'ori#ação num sistema edu&a&iona' Tue a partir dos anos se)

tenta par&e'ou o tra.a'Wo pedag<gi&o trans+ormando)o numa *erdadeira 9'inWa de

montagem9 na Tua' os t8&ni&os "orientadores assistentes pedag<gi&os psi&<'ogos

super*isores et&-$ supostamente sa.em mais tXm mais poder e maiores sa'áriosTue os pro+essores são meros

- e4a MoPs8s M-A-A- e ;o''ares ;-A-L- 9Qesnutrição +ra&asso es&o'ar e

merenda9 nesta &o'etnea-

?

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

eJe&utores de de&ises superiores redu#idos % &ondição de 9tra.a'Wadores

.raçais9 ma')remunerados- Num dia)a)dia atri.u'ado não Wá tempo para 'erestudar in+ormar)se- Em &ondiçes materiais de tra.a'Wo &m gera' pre&árias

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pr8dios em más &ondiçes +si&as +a'ta de materia' didáti&o e de &onsumo +a'ta de

+un&ionários perodos es&o'ares muito &urtos et&- essas tra.a'Wadoras da

edu&ação tam.8m desen*o'*em 9estrat8gias9 para so.re*i*er Tue &onspiram todas

e'as &ontra a .oa Tua'idade da es&o'a e instituem o desrespeito no trato &om seu

usuário destitudo de poder: ter dois empregos +a'tar tirar 'i&enças mudar para uma

es&o'a mais pr<Jima da &asa ou da outra es&o'a e*itar a primeira s8rie tida &omo

mais tra.a'Wosa et& são a'guns desses re&ursos-

Na seT1Xn&ia muitas *e#es &'asses inteiras +i&am sem pro+essor por 'ongos

perodos\ pro+essores ini&iantes assumem as &'asses mais tra.a'Wosas\ tenta)se

+a&i'itar o tra.a'Wo pedag<gi&o rotu'ando os a'unos &omo +ortes m8dios e +ra&os\

+ormam)se as &'asses de repetentes Tue no 4argão es&o'ar são as 9&'asses Tue

ningu8m Tuer9\ institui)se um permanente mo*imento su.terrneo de tro&a d&

a'unos indese4á*eis entre as pro+essoras\ ensina)se de modo automáti&o e

mon<tono &onteVdos e rituais sem signi+i&ado para as &rianças\ gasta)se muito

tempo tentando &ontro'ar muitas *e#es &om agresses +si&as e morais &rianças

inTuietas porTue desmoti*adas diante de um ensino desmoti*ante\ pro+essoras

podem desapare&er de um dia para outro\ o *n&u'o entre pro+essor e a'uno

ne&essário % aprendi#agem pode ser rompido *árias *e#es por ano et&- et&-

Insatis+eitas e desgastadas as pro+essoras tendem a *i*er o seu ran&or na re'ação

&om o usuário desta instituição pV.'i&a Tue &omo *eremos não 8 s< o a'uno mas

toda a +am'ia- Apoiadas num dis&urso &ient+i&o Tue &on+irma o senso &omum

onde os po.res apare&em &omo menos &apa#es e destitudos das *irtudes Tue

'e*am ao su&esso as edu&adoras tentam reso'*er os seus pro.'emas não s<

&om as medidas Tue a&a.amos de men&ionar &omo atra*8s de outros eJpedientes

Tue pena'i#am os a'unos e as +am'ias mais po.res: para suprir a +a'ta de materia'

de &onsumo eJigem &ontri.uiçes em dinWeiro ou esp8&ie\ sem Tua'Tuer apoio'ega' eJigem uni+orme &omp'eto & 'istas a.usi*as de materia' es&o'ar &riando

muitas *e#es uma situação insustentá*e' aos Tue não podem ar&ar &om estas

despesas-

esTuisando 4unto a +am'ias de um .airro peri+8ri&o da &idade de São au'o

nas Tuais &rianças em idade es&o'ar 4á esta*am +ora da es&o'a ;ampos e

o'denstein ">?G>$ &onstataram Tue um dos prin&ipais moti

 A +am'ia po.re e a es&o'a pV.'i&a?(

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*os da &Wamada e*asão es&o'ar 8 o +ato surpreendente de Tue a es&o'a

pV.'i&a e'ementar não 8 gratuita ou se4a na maioria das *e#es a 9e*asão9 8

eJpu'são-

O desa.a+o de uma pro+essora resume tudo isso de modo e'oT1ente:(

O tra.a'Wo do pro+essor não 8 mais *a'ori#ado- A gente se su.mete a

en+rentar uma &'asse de trinta pestinWas Tuatro Woras todos os dias: isso Tuando

não 8 o.rigado a do.rar o perodo por &ausa desse sa'ário de +ome Tue a gente

tem e ainda *em a uma mãe Tua'Tuer sentando na mesa e &Wamando a gente de

O;yhh Não senWora respeito 8 .om e eu eJi4oh Um SENHORA na +rente do nome

&o'o&a ordem nas &oisas e a sim dá para &on*ersar- Estas &rianças *Xm para a

es&o'a tudo su4as ma'&Weirosas &oitadas a +am'ia não está nem a- NenWuma +e#

pr8)es&o'a não tXm o mnimo de noção de espaço &oordenação a 'atera'idade 8

toda atrapa'Wada- A'gumas &rianças minWas não tXm nada de dis&riminação *isua'

&omo 8 Tue eu posso a'+a.eti#arY !am.8m &oitadas na +a*e'a não tem mesmo

estimu'ação nem moti*ação dos pais--- E'as me &ontam &ada Wist<riah E a mãe Tue

.ate o irmão Tue rou.a não tem &omida- Sem &omer &omo 8 Tue podem

aprenderY Mas tam.8m a&Wo Tue 4á estão at8 a&ostumados: a gente dá merenda e

%s *e#es nem &omem- ostam Tuando tem o*o e sa'si&Wa o'Wa o 'uJo at8 meus

+i'Wos pre+erem assimh Mas a gente tenta a4udar *er se &onsegue i'uminar um pou&o

a &a.eça desses pais mas *o&X pensa Tue adiantaY Não estão nem a nem

apare&em nas reunies e Tuando *Xm ainda tXm a &oragem de perguntar o Tue 8

Tue EU +aço a tarde toda Tue não ensino o +i'Wo da 9.e'e#inWa9 *o&X a&reditaY As

Wist<rias são de amargarh Se a gente Tuando tem Tua'Tuer pro.'eminWa 4á *em para

a es&o'a Tuerendo 4ogar as &rianças pe'a 4ane'a imagine e'as Tue em &asa tXm o

pai .X.ado a mãe Tue espan&a e *i*e &Weia de amantes e o irmão drogado- Não

tXm mesmo &Wan&e de aprender- A gente tem Tue ensinar o máJimo Tue e'espodem mas dar a mesma mat8ria Tue eu da*a na es&o'a parti&u'ar nem pensar- A

'inguagem tem Tue ser .em di+erente não adianta di#er Tue não- E'es não tXm &a

(- Qepoimento não pu.'i&ado &o'etado por E'aine ;ristina Z- Rodrigues

>?GF-

?C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

pa&idade de aprender a'8m disso e se &Wegarem a 'er es&re*er e +a#er &ontadireito 4á estou .em +e'i#- Se Tuiserem e +orem es+orçados &onseguem se sair .em

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na *ida "---$ Eu sou espe&ia'ista +i# a&u'dade sou espe&ia'ista em edu&ação "---$ e

+aço Tuestão de mostrar isso a essas mães ignorantes e Tue não tXm &ons&iXn&ia-

 A gente manda Tuestionários *o&X pensa Tue respondem a *erdadeY ue nadah

Mentem o sa'ário Tuerendo se +a#er mais po.res para pegar materia' da es&o'a e

ningu8m Tuer di#er Tue tem marido .X.ado---

Qiante desse Tuadro ainda tão rea' em tantas es&o'as ur.anas da rede de

primeiro grau não 8 eJagero a+irmar Tue as id8ias 'i.erais entre as Tuais a

propa'ada 9igua'dade de oportunidades9 estão Wo4e Tuase tão 9+ora do 'ugar9

Tuanto esta*am no Brasi' es&ra*o&rata " S&War# >?@($-

 A +am'ia e a es&o'a: um &on+ronto desigua'

 Apesar desse estado de &oisas do Tua' muitos edu&adores tXm uma id8ia

+ragmentária pro+essoras e diretoras tendem a atri.uir o .aiJo rendimento da es&o'a

% in&apa&idade dos a'unos e ao desinteresse e desorgani#ação de suas +am'ias- A

prin&ipa' +orma de re'ação da es&o'a &om as +am'ias 8 a &on*o&ação dos pais

gera'mente a mãe para Tue ouçam TueiJas de seus +i'Wos ou se4am in+ormados

de a'gum pro.'ema menta' destes 9dete&tado9 pe'as pro+essoras- i8is aos

ensinamentos da si&o'ogia Edu&a&iona' as edu&adoras &ostumam en&aminWar

todas as &rianças Tue não respondem %s suas eJigXn&ias a ser*iços m8di&os e

psi&o'<gi&os para diagn<sti&o- As opinies das edu&adoras so.re os a'unos

repetentes muitas *e#es &on+irmadas por 'audos psi&o'<gi&os produ#idos a partir

de pro&edimentos diagn<sti&os .astante du*idosos em gera' tXm grande poder

de &on*en&imento so.re a &riança e seus +ami'iares não s< porTue produ#idas num

'ugar so&ia' tido &omo 'egtimo para di#er Tuem são os mais &apa#es &omo tam.8m

porTue *ão na direção do s'ogan 'i.era' segundo o Tua' 9*en&em os mais aptos e os

mais es+orçados9- Os r<tu'os assim produ#idos 9grudam nos dentes9 dos oprimidos

& +un&ionam &omo 9mordaças sonoras9 "segundo eJpresses usadas por -) Sartrepara se re+erir % adesão dos &o'oni#ados % ideo'ogia do &o'oni#ador$ Tue di+i&u'tam

uma

 A +am'ia po.re e a es&o'a pV.'i&a

?F

*isão &rti&a de sua &ondição so&ia' e os mergu'Wa num dis&urso de auto)

a&usação- Isto +i&a patente na +a'a de a'gumas mães Tuando perguntadas so.re a

&ausa do insu&esso es&o'ar de seus +i'Wos "re''er >??($:

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Em &asa e'e 8 esperto sa.e a&War os &aminWos +a#er tro&o mas na es&o'a

não &onsegue- A&Wo Tue 8 um para+uso Tue +a'ta- Eu at8 Tue a&Wa*a e'e .om da

&a.eça mas &Wega na sa'a e esTue&e tudo- A&Wo Tue 8 da +am'ia ningu8m tem

sina para o estudo- Eu e meu marido somos 'eigos- A gente não entende das &oisas

da es&o'a porTue não +omos na es&o'a Tuando &rianças- Meus +i'Wos *ão na es&o'a

mas tam.8m não entendem não &onseguem aprender- A&Wo Tue não 8 &oisa para

a gente- "p- C>$

 As +am'ias di+erem Tuanto % re'ação Tue esta.e'e&em &om os *eredi&tos das

pro+essoras diretoras e t8&ni&os so.re seus +i'Wos- Há as Tue &redu'amente

en&ampam o pare&er da es&o'a e passam a pro&urar na Wist<ria da +am'ia ou da

&riança +atos Tue eJp'iTuem a anorma'idade Tue não Wa*iam per&e.ido\ mais do

Tue isto são gratas aos edu&adores pe'a re*e'ação- Muitas se de.atem &on+usas

entre o retrato es&o'ar e não)es&o'ar de suas &rianças tentando &on&i'iá)'os e

pedindo a4uda na reso'ução deste impasse- Outras são &apa#es de arti&u'ar uma

*isão &rti&a das &oisas da es&o'a Tue guardam para si temendo represá'ias se

+orem se TueiJar- Mas Wá um denominador Tue 'Wes 8 &omum: todas *a'ori#am a

es&o'aridade e 'utam para manter os +i'Wos na es&o'a at8 esgotarem os V'timos

re&ursos- E esta 'uta gera'mente 8 de toda a +am'ia: os mais *e'Wos *ão tra.a'War

para Tue os mais no*os estudem\ os adu'tos &onsomem o mnimo poss*e' do

sa'ário para &omprar os 'i*ros\ a mãe +a# a'gum .i&o no .airro para adTuirir os

&adernos- ressionada pe'a es&o'a para apresentar sua +i'Wa &om o uni+orme

&omp'eto Qona uiomar uma mu'Wer migrante e so+rida de um .airro peri+8ri&o

&onta)nos Tue a Tuota de sa&ri+&io pode ser dramáti&a:

Os &ongas de'a Tuando e'a &Wega da es&o'a Tueria Tue *isse--- s< um

&onguinWa s< eu 'a*o e ponWo no *ara' se&o no +ogão para e'a ir para a es&o'a- A

meinWa eu &omprei at8 esta*a guardando dinWeiro para 'e*ar meu +i'Wo no ronto)So&orro Tue e'e está doente- a'ei: 9Tuer sa.erY Eu *ou dar um &Wa#inWo de mate

para o menino e *ou &omprar a meia dessa menina se não e'a não *ai estudar-

?D

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Em gera' as &rianças são mantidas na es&o'a durante muitos anos at8 Tue

me&anismos es&o'ares mais ou menos sutis de eJpu'são a&a.em por se impor- !irar

da es&o'a uma &riança Tue 9*ai .em9 não 8 a regra o Tue &ontraria a *ersão do

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senso &omum segundo a Tua' a des*a'ori#ação dos estudos pe'os po.res seria a

prin&ipa' &ausa de e*asão es&o'ar-

Estas mu'Weres Tue &ontam uma Wist<ria de tra.a'Wo Tuando so'i&itadas a

&ontar a *ida e Tue &ontam a *ida Tuando perguntadas so.re o tra.a'Wo "a este

respeito *e4a Me''o >?GG$ muitas *e#es são o arrimo da +am'ia\ na

impossi.i'idade de &ontarem &om um par&eiro &om Tuem di*idir o +ardo &otidiano

organi#am o grupo +ami'iar de modo a dar &onta da so.re*i*Xn&ia de todos- Muitas

não tXm ou tXm pou&a es&o'aridade e em gera' en&ontram di+i&u'dades na re'ação

&om a es&o'a dos +i'Wos se4a pe'a a*ersão "&a'&ada em eJperiXn&ias es&o'ares

negati*as &omo a'unas ou &omo mães$ se4a pe'a am.i*a'Xn&ia se4a pe'a

idea'i#ação dessa instituição- E em muitos &asos a es&o'a não a4uda: a a&eitação

das mães pe'a es&o'a 8 tanto maior Tuanto mais &orresponderem % mãe idea'

presente no imaginário das edu&adoras: 9po.re mas 'impinWa9 &asada 'ega'mente

&o'a.oradora &om a es&o'a atra*8s da prestação de ser*iços e de &ontri.uiçes em

dinWeiro assdua nas reunies da AM 9&orpo do&ente o&u'to9 Tue ensina e

a&ompanWa as 'içes es&o'ares em &asa e Tue a&ima de tudo não re&'ama ou

rei*indi&a- Muitas são gratas %s pro+essoras e % diretora por a&eitarem seus +i'Wos

permitirem a sua matr&u'a a4udarem &om a'gum materia' es&o'ar- Em +unção do

.airro e de sua Wist<ria de organi#ação e 'utas popu'ares as +am'ias tXm mais ou

menos &ons&iXn&ia da es&o'a &omo um direito tXm mais ou menos &ons&iXn&ia de

Tue &omo pagadores de impostos em tudo Tue &ompram &ontri.uem para a

eJistXn&ia da es&o'a de seus +i'Wos- Nos .airros menores e mais re&entes

&ompostos de uma maioria de migrantes &Wegados Wá pou&o % grande &idade a

o+erta de um 'ugar na es&o'a 8 *ista &omo um +a*or da diretora\ nestes &asos

muitas *e#es esta.e'e&e)se uma re'ação de &'iente'a entre as edu&adoras e as

+am'ias na Tua' estas não tXm Tua'Tuer poder a opor ao poder t8&ni&o daTue'as-EJaminando a Tuestão das re'açes de poder entre instituiçes prestadoras

de ser*iços e seus usuários Basag'ia ">?@($ &onstatou Tue Tuanto menor o poder

do usuário maior o poder de t8&ni&os e +un&ionários tanto mais o poder destes 8

a.so'uto e ar.itrário a ponto de suas açes dispensarem Tua'Tuer 4usti+i&ati*a de

nature#a t8&ni&o)&ient+i

 A +am'ia po.re e a es&o'a pV.'i&a

?@

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&a- Esta re'ação Tue Basag'ia &Wama de 9asi'ar9 &ara&teri#a)se por um

máJimo de poder da instituição e nenWum poder do usuário e está presente &om

toda a sua +orça nos mani&]mios 4udi&iários- uando não Wá o poder e&on]mi&o a

opor ao poder institu&iona' 8 o poder ad*indo da &ons&iXn&ia e da eJigXn&ia dos

direitos de &idadania Tue possi.i'ita Tue os usuários não +iTuem % mer&X dos

&apri&Wos dos Tue tra.a'Wam na instituição- O ar.trio nas re'açes &om os a'unos e

suas +am'ias está muito presente nas instituiçes es&o'ares Tue atendem aos

segmentos mais po.res da &'asse tra.a'Wadora Assim a me'Woria da Tua'idade do

ensino pV.'i&o passa por espaços eJternos % es&o'a: a trans+ormação de 9&'ientes9

de 9+a*ore&idos9 em &idadãos & &ondição impres&ind*e' % maior e+i&iXn&ia dos

ser*iços pV.'i&os em gera'-

E +ora de dV*ida Tue os edu&adores pre&isam de me'Wores sa'ários- Não se

dis&ute tam.8m a ne&essidade de apare'War me'Wor os pr8dios es&o'ares\ no

entanto uma es&o'a *o'tada para os interesses e ne&essidades de seu &orpo

dis&ente s< será poss*e' % medida Tue os edu&adores ti*erem uma +ormação

pro+issiona' de me'Wor n*e'- or 9+ormação pro+issiona'9 não estamos entendendo

9treinamento t8&ni&o9 mas uma +ormação inte'e&tua' &onsistente Tue os instrumente

para uma re+'eJão &rti&a a respeito da es&o'a e da ação pedag<gi&a numa

so&iedade de &'asses Tue os &apa&ite a 9identi+i&ar o inimigo9 &orretamente e por

esta *ia poderem se a'iar aos seus a'unos na 'uta pe'a es&o'aridade dos

tra.a'Wadores se4am e'es edu&adores ou não- A superação de opinies e

estere<tipos 8 di+i&'ima\ &omo di# Bosi ">??$ e'a não 8 uma t8&ni&a mas uma

&on*ersão- or isso a +ormação do magist8rio pre&isa sair das mãos de &ursos

parti&u'ares e pV.'i&os de p8ssima Tua'idade e ser entregue %s Uni*ersidades

pV.'i&as e parti&u'ares de &ompro*ada &ompetXn&ia- EnTuanto não +or assim todos

os parti&ipantes da *ida es&o'ar &ontinuarão sendo &onstrangidos por p'anosedu&a&ionais & 9pa&otes pedag<gi&os9 Tue s< tXm di+i&u'tado o en&ontro da es&o'a

&om seu o.4eti*o de so&ia'i#ar o sa.er Tue 'We &a.e transmitir- S< então a

*erdadeira 9&arXn&ia &u'tura'9 dos .rasi'eiros a Tue resu'ta da +a'ta de a&esso de

todos ao me'Wor Tue o esprito Wumano &riou ao 'ongo de sua Wist<ria &omeçará a

ser suprida- Qona uiomar e seus +i'Wos tXm todo o direito a isso-

?G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar Re+eren&ias .i.'iográ+i&as

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 A'meida r- A- 9RepetXn&ia ou promoção automáti&aY9- In: Re*ista Brasi'eira

de Estudos edag<gi&os Rio de aneiro *- @ n DF p- ()>F 4an3mar- >?F@

Basag'ia - 9 A instituição da *io'Xn&ia9- In: !empo Brasi'eiro Rio de aneiro

*- (F p- (C)@> >?@(-

Bosi E- 9Entre a opinião e o estere<tipo9- In: No*os Estudos ;EBRA São

au'o n- ( p- >>>)G mar- >??-

;ampos M-M-M-\ o'denstein M- O ensino o.rigat<rio e as &rianças +ora da

es&o'a: um estudo da popu'ação de @ a >C anos eJ&'uda da es&o'a na &idade de

São au'o- São au'o undação ;ar'os ;Wagas >?G>- "ro4eto Edu&ação e

Qesen*o'*imento So&ia': Su.pro4eto ns F$-

;andido A- i&ção e &on+issão: ensaios so.re a o.ra de ra&i'iano Ramos-

Rio de aneiro Editora (C >??

;ardoso O-B- 9O pro.'ema da repetXn&ia na es&o'a primária9- In: Re*ista

Brasi'eira de Estudos edag<gi&os Rio de aneiro *- >( ns (F p- @C)GG 4an-3a.r-

>?C?-

re''er ;-;- ;rianças portadoras de TueiJa es&o'ar: uma 'eitura

9`inni&ottiana9- São au'o >??(->>(p- Qissertação "Mestrado$ ) Instituto de

si&o'ogia Uni*ersidade de São au'o-

c'ine.erg O- As di+erenças ra&iais- São au'o Na&iona' >?DD-

Me''o S-L- !ra.a'Wo e so.re*i*Xn&ia: mu'Weres do &ampo e da peri+eria de

São au'o São au'o wti&a >?GG-

Moreira Leite Q- O &aráter na&iona' .rasi'eiro- São au'o ioneira >?@D-

ieru&&i A- 9 As .ases da No*a Qireita9- In: No*os Estudos ;EBRA São

au'o na >? p- D)CD de#- >?G@-

rado unior ;- A +ormação do Brasi' &ontemporneo: ;o']nia- São au'o

Martins >?C-Sartre -)- 9re+á&io9- In: anon - Os &ondenados da terra- Rio de aneiro

;i*i'i#ação Brasi'eira >?DG-

S&War# R- 9As id8ias +ora do 'ugar9- In: Estudos ;EBRA São au'o *-( p-

>F>)D> >?@(-

S&War# R- 9 A poesia en*enenada de 6Qom ;asmurro96- In: No*os Estudos

;EBRA São au'o n? ? p- GF)?@ mar- >??>-

S&War# R- Um mestre na peri+eria do &apita'ismo ) Ma&Wado de Assis- Sãoau'o Quas ;idades >??>-

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arte III

 A interação pro+essor)a'uno

Introdução

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 A re'ação pro+essor)a'uno 8 um tema Tue *em o&upando um espaço &ada

*e# maior nas pu.'i&açes so.re psi&o'ogia e so&io'ogia da edu&ação- ;ontudo

uma aná'ise mais detida da .i.'iogra+ia mostra)nos Tue este interesse 8

&omparti'Wado por autores &u4as &on&epçes so.re o pape' so&ia' da es&o'a di+erem

mar&adamente-

Qe um 'ado en&ontramos aTue'es Tue reputam positi*a a in+'uXn&ia da

es&o'a so.re o edu&ando sem Tuestionar seus &onteVdos sua metodo'ogia e seus

produtos imp'&itos e eJp'&itos e pre&oni#am o aumento da e+i&iXn&ia do edu&ador

enTuanto detentor inTuestioná*e' de sa.er & de autoridade Tue transmite

&onWe&imentos e +orma atitudes &onsiderados .en8+i&os ao desen*o'*imento do

aprendi#-

Num ponto a meio &aminWo entre os eJtremos situam)se os representantes

das propostas não direti*as nas re'açes Wumanas\ Tuando se *o'tam para as

re'açes Tue se pro&essam na edu&ação es&o'ar gera'mente denun&iam as

&oerçes Tue presidem a ati*idade do&ente mas não situam este &omportamento

impositi*o ou dominador numa perspe&ti*a po'ti&a 'imitando)se a des&re*er a partir

de prin&pios 'i.erais esti'os de re'a&ionamento autoritários e a propor +ormas

a'ternati*as de interação mais &ompat*eis &om as premissas Tue &on+iguram um

&erto tipo de Wumanismo Tue tem em Rog&rs um de seus mais eJpressi*os

representantes-

Na outra ponta situam)se aTue'es Tue a'8m de des&re*er a +orma

pre*a'e&ente de interação entre pro+essores e a'unos na so&iedade &apita'ista

ana'isam)na &onteJtua'mente ou se4a em suas re'açes &om as re'açes de

produção dominantes- Estes autores perten&em ao grupo Tue segundo o'*eia>

está empenWado em re*e'ar o &aráter ideo'ogi#ante da es&o'a- Qentro das 'imitaçes

impostas pe'os pro.'emas de &essão de direitos autorais es&o'Wemos teJtos Tue+ossem a'8m de uma a.ordagem so&io'<gi&a do pro.'ema ne&essária mas não

su+i&iente % &ompreensão de &omo a es&o'a reprodu# em sa'a de au'a as re'açes

de produção numa so&iedade &apita'ista\ ao ingressarem no uni)

I-&4a arte I ;aptu'o nesta &o'etnea

(>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

*erso das re'açes interpessoais deta'Wam a presença dessa reprodução nodia)a)dia das es&o'as e &on+irmam a ne&essidade e a possi.i'idade de

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desen*o'*imento de uma psi&o'ogia &omprometida &om o des*e'amento da

rea'idade e não &om seu o&u'tamente- Mais do Tue isso a'guns de'es se dispem a

rea'i#ar a partir da &ompreensão so&iopsi&o'<gi&a do pro&esso edu&a&iona' uma

&rti&a da metodo'ogia tradi&iona' de ensino & a apresentar m8todos a'ternati*os Tue

possi.i'item dimensionar a edu&ação +orma' de modo Tue e'a se torne um pro&esso

Tue &ontri.ua para a restauração da possi.i'idade de &ons&iXn&ia e de ação so&iais

trans+ormadoras-

 Ante&ipando a importn&ia Tue este tema *iria a desempenWar na 'iteratura

edu&a&iona' uma d8&ada depois Qante Moreira Leite pu.'i&ou ainda nos anos

&inT1enta um artigo so.re as re'açes interpessoais na edu&ação- a'endo)se de

seu gosto pe'a 'iteratura & .aseado na psi&o'ogia das re'açes interpessoais de

Heider e'e ante*iu o &on&eito de 9pro+e&ia auto)r&a'i#adora9 +ormu'ado por

Ros&ntWa' & a&o.son na d8&ada de D & &Wama a atenção para o importante tema

da +ormação dos pro+essores na Tua' o auto&onWe&imento o&upa 'ugar &entra'\ ao

+a#X)'o Qante não deiJou de se re+erir % Tuestão das &'asse so&iais em.ora não a

a.ordasse do ngu'o da dominação ou da 'uta de &'asses-

Esta tare+a será empreendida por Barreto BoWos'a*sP & ar&ia todos e'es

.aseados numa &on&epção &rti&a da re'ação entre es&o'a e so&iedade ou se4a Tue

toma a primeira &omo instituição a ser*iço dos interesses e&on]mi&os dos grupos

dominantes na segunda- O m8rito desses trXs artigos está no +ato de Tue *ão a'8m

desta a+irmação de &aráter ma&ro&strutura' e espe&i+i&am a maneira pe'a Tua' a

dominação se e+eti*a nas re'açes pro+&ssor)a'uno- O m8todo au'o reire de a'+a)

.eti#ação &a.eria aTui não ti*esse sido apresentado na arte I\ &omo s& sa.e a

re*isão da re'ação edu&ador)edu&ando numa direção 'i.ertadora 8 parte essen&ia'

de sua proposta pedag<gi&a-

Os m8todos de o.ser*ação da interação pro+&ssor)a'uno são re*istos nosdois &aptu'os +inais Tue tXm &orno ponto de partida a &rti&a dos m8todos

Tuantitati*os Tue &m nome da +idedignidade e da o.4eti*idade da o.ser*ação

a&a.am por sa&ri+i&ar o &onWe&imento da pr<pria su.stn&ia do +en]meno

o.ser*ado- A re&uperação da su.stn&ia perdida 8 o.4eti*o de Sara Qe'amont e

seus &o'a.oradores ao proporem um no*o m8todo de pesTuisa no am.iente

es&o'ar-

>Edu&ação e re'açes interpessoais

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Qante Moreira Leite2

O pro.'ema gera'

O tema aTui proposto Wá de pare&er estranWo pois nem a So&io'ogia nem a

si&o'ogia e nem a +i'oso+ia da edu&ação tXm &onsiderado o domnio das re'açes

interpessoais &omo um pro.'ema &entra'- Qe +ato a So&io'ogia o&upou)se muito

mais dos grandes Tue dos peTuenos grupos\ a si&o'ogia sempre deu maior

atenção ao indi*duo &onsiderado iso'adamente Tue ao indi*duo parti&ipante de

uma dup'a ou de uma trade\ a +i'oso+ia da edu&ação ora se *o'ta para o indi*duo

ora para a so&iedade Tuase nun&a para o pro.'ema do indi*duo em &onta&to direto

&om seus seme'Wantes- Em outras pa'a*ras &omo pro.'ema &ient+i&o o tema das

re'açes interpessoais 8 muito re&ente no pensamento sistemati#ado em.ora tenWa

sido ana'isado muitas *e#es de maneira &asua' e em.ora a'gumas das re'açes

interpessoais &omo o amor o <dio a ami#ade se4am aspe&tos +undamentais

da *ida Wumana-

 Apesar disso 4á 8 re'ati*amente amp'o o &ampo de estudo das re'açes

interpessoais: reud e seus dis&pu'os na psi&aná'ise "romm >?C> >?C@\ Su''i*an

>?C@\ HorneP >?CF$ psi&<'ogos "As&W >?F\ Heider >?FG\ !agiuri e etru''o

>?FG$ e +i'<so+os "Sartre >?C(\ Heidegger >?F>\ S&We''er >?G\ Bu.er >?C? e

>?FD$ tXm)se o&upado ora da +ormação do eu num mundo de re'açes

interpessoais ora da &ompreensão de um indi*duo por outro ora da per&epção das

Tua'idades dos outros ora das &ondiçes pe&u'iares da *ida dos peTuenos grupos

";artrigWt e Zander >?F(\ Hare Borgatta e Ba'es >?FF$- Essa 'iteratura

espe&ia'i#ada &u4os ini&iadores na &iXn&ia +oram reud Simme' e Lein

representa uma das &ara&tersti&as mais notá*eis da

"2$ Bo'etim d& si&o'ogia _I (G 4u'Wo)de#em.ro >?@? p- G)(C-

((Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

si&o'ogia da So&io'ogia e da i'oso+ia mais re&entes- Antes de nossa 8po&a

os pro.'emas das re'açes interpessoais não apenas eram tratados margina'mente

mas so.retudo poderiam ser eng'o.ados &omo aná'ises sutis de reaçes muito

espe&+i&as de um grupo so&ia' restrito- Muitas dessas aná'ises de mora'istas

+i'<so+os poetas e roman&istas tra#em &ontri.uiçes signi+i&ati*as para a

&ompreensão das re'açes interpessoais- NenWuma de'as no entanto apresenta&omo as &ontri.uiçes &ontemporneas tentati*as de sistemati#ação e nenWuma

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de'as pro&ura eJp'i&ar o indi*duo atra*8s de suas re'açes interpessoais "&omo o

+a#em reud e os neo)+reudianos$- A'8m disso esses estudos anteriores raramente

se o&upam de re'açes de n*e' tão simp'es &omo o +a#em os &ontemporneos:

H&ider por eJemp'o tenta apresentar a psi&o'ogia ingXnua tradu#ida para termos

&ient+i&os\ reud &ostuma*a di#er Tue sua &iXn&ia não era muito mais Tue

&onWe&imento de pa4ens de &rianças\ Heidegger dá uma importn&ia de&isi*a a

situaçes da *ida &otidiana-

ara muitos esse no*o interesse pode re+'etir uma &res&ente di+i&u'dade no

domnio das re'açes interpessoais- Bu.er por eJemp'o pro&ura mostrar Tue a

&rise do Womem &ontemporneo tem &omo uma de suas +ontes mais importantes a

9disso'ução progressi*a das antigas +ormas orgni&as de &on*i*Xn&ia Wumana

direta9 "Bu.er >?C? p- G>$- ara Bu.er os partidos po'ti&os assim &omo os

sindi&atos puderam despertar paiJes &o'eti*as mas não puderam restaurar a

perdida segurança do indi*duo- ;ada *e# Tue en+renta a rea'idade autXnti&a de sua

*ida o Womem &ontemporneo sente imediatamente a sua so'idão- ;ertamente

aná'ises &omo as de Bu.er apresentam um aspe&to rea' em.ora seus autores "entre

os Tuais romm$ tenWam eJagerado as di+erenças entre as +ormas atuais de

organi#ação & as tradi&ionais- Entretanto a ra#ão mais importante para esse no*o

interesse pare&e de&orrer de outras +ontes- Em primeiro 'ugar a nossa ideo'ogia

modi+i&a as +ormas de re'ação eJistentes entre indi*duos: 8 &ada *e# menos

poss*e' 4u'gar os outros &omo &oisas "ta' &omo o&orria no &aso eJtremo no es&ra*o$

ou apenas &omo representantes de um pape' "ta' &omo o&orria no &aso tam.8m

eJtremo do no.re ou do senWor$ e passamos a 4u'gar os outros pe'o Tue são isto

8 &omo indi*duos tam.8m Wumanos- Qe outro 'ado nossa *ida passa a depender

&ada *e# mais de re'açes interpessoais e se torna &ada *e# menos dependente

de uma re'ação direta &om a nature#a "ta' &omo o&orria &om o agri&u'tor tradi&iona'pois o agri&u'tor 

Edu&ação e re'açes interpessoais

(C

atua' tam.8m se integra no sistema &ontemporneo de produção e de

re'ação &om os outros$-

 Agora pode)se perguntar por Tue apesar dessa 'iteratura espe&ia'i#ada

ainda não se deu grande Xn+ase ao pro.'ema das re'açes interpessoais no domnioda edu&ação- A ra#ão mais importante para isso de*e ser pro&urada

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pro*a*e'mente nos mesmos e'ementos Tue pro*o&aram a ne&essidade de estudar

as re'açes interpessoais de maneira sistemáti&a isto 8 em nosso progressi*o

a+astamento da nature#a- uando nossa ati*idade se restringe %s re'açes &om

outras pessoas diminuem as oportunidades de +a#er &oisas e 'idar &om &oisas- or

isso a'guns dos mais notá*eis +i'<so+os da edu&ação pro&uram meios de dar

no*amente essas oportunidades aos edu&andos- Será su+i&iente 'em.rar as teorias

de oWn Q&eP ">?$ e Her.ert R&ad ">?FG$ para &ompreender &omo a edu&ação

moderna pro&ura reintegrar a &riança no mundo da ação direta & da ati*idade

motora- E a.surdo e*identemente negar ou diminuir a signi+i&ação dessas teorias

edu&a&ionais pois segundo tudo indi&a apreenderam a'gumas das ne&essidades

+undamentais da &riança %s Tuais a *ida moderna 4á não pode satis+a#er direta)

mente "isto 8 +ora da es&o'a$-

 A outra ra#ão para a peTuena Xn+ase no estudo das re'açes interpessoais

de*e ser pro&urada &m nossa di+i&u'dade para &oordenar o &onWe&imento eJistente

a respeito- O Womem +oi +eito para *i*er &om seus seme'Wantes & 8 rea'mente

notá*e' a &apa&idade in+anti' para apreender as re'açes Wumanas mesmo as

aparentemente sutis e menos eJp'&itas- At8 &erto ponto 8 imposs*e' ensinar

re'açes interpessoais pois a &riança se *a'e de &onWe&imentos espontaneamente

adTuiridos ou de intuiçes Tue os mais argutos psi&<'ogos não &onseguiram des)

*endar ou sistemati#ar- ;om um pou&o de eJagero seria poss*e' di#er Tue ensinar

re'açes inteipessoais seria o mesmo Tue ensinar a'gu8m a respirar- Na *erdade o

mundo de tais re'açes 8 o nosso am.iente natura' Tuase tão natura' Tuanto o ar

Tue respiramos- or isso mesmo na grande maioria dos &asos os espe&ia'istas não

+i#eram mais Tue eJp'i&itar a'guns dos prin&pios Tue go*ernam a'gumas das

re'açes interpessoais-

Uma outra di+i&u'dade para uti'i#ar &onWe&imentos de si&o'ogia ouSo&io'ogia de&orre de impre&isão "ou da eJ&essi*a genera'idade$ das a+irmaçes de

muitos dos te<ri&os &ontemporneos- Um eJemp'o .em &ara&tersti&o dessa

impre&isão pode ser en&ontrado em HorneP "e de modo gera' em todos os n&o)

+reudianos$- e4a)se esta a+irmação de

(F

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

c- HorneP: 9Há em nossa &u'tura Tuatro meios prin&ipais pe'os Tuais apessoa pro&ura proteger)se &ontra a ansiedade .ási&a: a+eição su.missão poder e

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retraimento9 ">?F? p- @C$- Em.ora se possa di#er Tue esses pro&essos são

e+eti*amente o.ser*ados não se de*e esTue&er Tue são opostos e passamos a

des&re*er dois &omportamentos antag]ni&os &omo tendo o mesmo o.4eti*o ou o

mesmo sentido- ara o edu&ador 8 muito di+&i' uti'i#ar esses esTuemas impre&isos

&u4a de&i+ração depende de &rit8rios di+i&i'mente o.ser*á*eis-

 Apesar de tais di+i&u'dades de&orrentes de nossa sa.edoria imp'&ita a

respeito de re'açes diretas entre indi*duos e da impre&isão de grande parte das

teorias de psi&<'ogos e so&i<'ogos &ontemporneos a edu&ação não pode deiJar

de 'ado a tentati*a de preparar o indi*duo para esse aspe&to de sua *ida- Em

primeiro 'ugar no mundo em Tue *i*emos a ma'dição do Womem 4á não 8 ganWar o

pão &om o suor mas &om a simpatia do seu rosto- O operário 8 a&eito pe'os &o'egas

& pe'o &ontramestre não apenas pe'a sua &apa&idade de tra.a'Wo mas so.retudo

pe'a sua Wa.i'idade na a&eitação e manutenção de re'açes Warmoniosas no grupo\

o po'ti&o triun+a não tanto pe'a sua inte'igXn&ia ou +ide'idade ideo'<gi&a &omo pe'a

sua &apa&idade de sorrir ou en+ure&er)se nos momentos adeTuados- !am.8m na

es&o'a en&ontramos de maneira .em eJp'&ita a signi+i&ação do uni*erso das

re'açes interpessoais- O pro+essor *en&e ou 8 derrotado na pro+issão não apenas

pe'o seu sa.er maior ou menor mas prin&ipa'mente pe'a sua &apa&idade de 'idar

&om os a'unos e ser a&eito por e'es\ a &riança 8 +e'i# ou in+e'i# na medida em Tue

se4a a&eita pe'os &o'egas e &onsiga entender)se &om e'es-

Em.ora eJistam a inVmeros pro.'emas a serem ana'isados 8 poss*e' iso'ar

dois &u4a importn&ia e amp'itude superam as dos outros: a$ a edu&ação &omo

pro&esso de +ormação atra*8s de re'açes interpessoais\ .$ a edu&ação &omo

pro&esso de preparação para re'açes interpessoais- Em.ora distintos os dois

pro.'emas são inter)r&'a&iona)dos- No primeiro pro&uramos entender a importn&ia

das re'açes interpessoais satis+at<rias para a edu&ação indi*idua'\ no segundopro&uramos eJp'i&itar as re'açes interpessoais a +im de Tue o edu&ando possa

estar preparado para en+rentá)'as satis+atoriamente- ;omo se *erá agora a nossa

+ormação &omo indi*duos depende de re'açes interpessoais e o edu&ador pre&isa

&onWe&er a sua signi+i&ação para o edu&ando- Qe outro 'ado de*e sa.er Tue grande

parte de nossa *ida de&orre num uni*erso de re'açes interpessoais e as grandes

di+i&u'da

Edu&ação e re'açes interpessoais(D

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des de a4ustamento se eJp'i&am &omo resu'tado de um despreparo para *i*er

&om os outros-

 Antes de eJaminar os dois pro.'emas a&ima propostos &on*irá termos um

Tuadro de re+erXn&ia Tue ana'ise a signi+i&ação das re'açes interpessoais para a

+ormação e manutenção do eu-

O eu e as re'açes interpessoais

Na psi&o'ogia &'ássi&a en&ontra*a)se +reT1entemente a id8ia de Tue

&onWe&emos os outros atra*8s de n<s mesmos- SupunWa)se Tue adi*inWamos ou

in+erimos a &ons&iXn&ia psi&o'<gi&a dos outros porTue temos uma &ons&iXn&ia e

somos &apa#es de o.ser*á)'a diretamente teoria &riti&ada por co++a ">?(F p-

DFF e segs-$\ por coW'er ">?C@ p- >D e segs-$\ por RP'e ">?C?$- E não seria di+&i'

re&ordar as 'ongas disputas &m torno da psi&o'ogia anima' em Tue o pro.'ema

+undamenta' +oi muitas *e#es sa.er se o anima' tem ou não &ons&iXn&ia psi&o'<)

gi&a "ui''aume >?C@ p- >C e segs-$- ou&as *e#es no entanto na psi&o'ogia

&'ássi&a se pro&urou sa.er &omo &Wegamos a nos &onWe&er a sa.er Tuem somos-

Se +a#emos essas perguntas não será di+&i' *eri+i&ar Tue ao &ontrário do Tue então

se pensa*a &Wegamos a sa.er Tuem somos atra*8s dos outros- Ou para usar a

eJpressão de - - Sartre: 9o outro guarda um segredo: o segredo do Tue eu sou9- E

&'aro Tue essa imagem pode i'udir so.retudo se +or entendida num sentido estáti&o-

E seria poss*e' di#er eJatamente o oposto &om a mesma pro.a.i'idade de a&erto:

9a eJistXn&ia do outro 8 uma di+i&u'dade e um &WoTue para o pensamento o.4eti*o9

"M&r'eau)ontP >?CF p- C>$- Mas a &ontradição desapare&e se pensarmos em

termos dinmi&os ou na interação de um eu &om o outro ou &om os outros- A

imagem Tue temos de n<s mesmos não 8 &ertamente o retrato do Tue os outros

*Xem em n<s mesmo porTue os outros não *Xem a mesma pessoa- Entretanto

sem as su&essi*as imagens Tue os outros nos dão de n<s mesmos não podera)mos sa.er Tuem somos- Ou segundo a +rase muito +e'i# de '&WWeiser 9os outros

são os nossos espe'Wos9-

Mas se temos a'gumas id8ias muito ri&as a respeito do pro&esso g'o.a' de

+ormação do eu num sistema de re'açes interpessoais não temos des&riçes

minu&iosas desse mesmo pro&esso ou de a'guns de seus aspe&tos- Isso se de*e

não apenas % &omp'eJidade do pro&esso mas sua eJtensão na *ida de &ada um de

n<s- E mesmo um pro.'ema muito(@

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Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

mais simp'es &omo 8 o da imagem +si&a Tue temos de n<s mesmos tem

sido muito pou&o eJp'orado- Entretanto não seria muito arris&ado supor Tue

&onser*amos por muito tempo a auto)imagem +si&a do +im da ado'es&Xn&ia isto 8

do momento em Tue esta.i'i#amos o nosso eu psi&o'<gi&o- er&e.emos assim

mesmo muito imper+eitamente o nosso en*e'We&imento +si&o atra*8s do

en*e'We&imento dos outros dos Tue tXm a nossa idade- Qe outro 'ado esse

en*e'We&imento +si&o se re*e'a ainda mais &'aramente no tratamento Tue

re&e.emos dos outros: somos promo*idos de moço a senWor de moça a senWora-

er&e.emos nos outros os sinais de de+erXn&ia Tue está*amos a&ostumados a de)

monstrar não a re&e.er-

Se não dispomos de o.ser*açes minu&iosas a respeito do desen*o'*imento

do eu temos a'gumas des&riçes 'iterárias &apa#es pe'o menos de en&aminWar

uma dis&ussão do pro.'ema & indi&ar as suas &onseT1Xn&ias edu&a&ionais- Qois

eJemp'os .em distantes no tempo e em suas intençes permitem a&ompanWar a

intuição do artista ao ana'isar a signi+i&ação dos outros para a +ormação e

manutenção do eu-

Em Lu&o'a de os8 de A'en&ar en&ontramos um eJemp'o +e'i# e inesperado

de a&uidade psi&o'<gi&a- O roman&e se ini&ia &om o eTu*o&o de au'o 4o*em

pro*in&iano re&8m)&Wegado % ;orte .rasi'eira do s8&u'o _I_- Ao *er passar uma

 4o*em di# de +orma Tue e'a o ouça: 9ue 'inda meninah "---$ ;omo de*e ser pura a

a'ma Tue mora naTue'e rosto mimosoh9- Na rea'idade de a&ordo &om o Tue *em a

sa.er depois essa 4o*em LV&ia[ era apenas a mais .e'a &ortesã do Rio de aneiro

&8'e.re pe'o seu despudor- au'o torna)se amante de LV&ia e todo o roman&e

poderia ser *isto &omo a des&rição da 'uta da &ortesã para *o'tar a ser aTui'o Tue o

Wer<i dissera a seu respeito- LV&ia na rea'idade era o nome +a'so de uma 4o*em KMa)ria[ arrastada % prostituição num momento de mis8ria &m sua &asa-

Qois aspe&tos pare&em importantes nesse enredo: &m primeiro 'ugar a no*a

identi+i&ação permite % Werona .us&ar o seu eu *erdadeiro- Em segundo 'ugar o

 4o*em ineJperiente "&u4a per&epção não +ora ainda de+ormada pe'o Wá.ito ou pe'o

estere<tipo$ 8 o indi*duo &apa# de des&o.rir so. a más&ara da &ortesã o eu da

 4o*em trada por um Womem sem es&rVpu'os- Sem essa no*a identi+i&ação "9tu me

santi+i&aste &om o teu primeiro o'War9 di# a Werona$ Maria pro*a*e'mente não

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en&ontraria +orças para reapare&er &m 'ugar de LV&ia- Qe outro 'ado se au'o

a&eitasse as *erses dadas pe'os outros 4amais

GD

Edu&ação e re'açes interpessoais

(?

des&o.riria o eu *erdadeiro da 4o*em-

Na Wist<ria de A'en&ar Maria se perde não porTue ti*esse impu'sos

indese4á*eis mas porTue os outros são in&apa#es de *er as suas .oas Tua'idades\

mesmo seu pai se re&usa a a&eitar sua ino&Xn&ia- A partir de então esse eu

*erdadeiro 8 su+o&ado at8 en&ontrar a'gu8m &apa# de &ompreendX)'o ou adi*inWá)

'o so. a más&ara do outro eu- A 'ição Tue o roman&e nos dá poderia ser assim

resumida: a nossa auto)identi+i&a)ção dependendo dos outros pe'o menos tanto

Tuanto de n<s mesmos-

O segundo eJemp'o pode ser en&ontrado em O +a'e&ido Matias as&a' de

irande''o- Matias as&a' 8 um Womem pro+undamente in+e'i# ma'&asado o.rigado

a suportar uma sogra e uma mu'Wer into'erá*eis- uando morrem sua mãe e sua

+i'Wa sai desesperado de &asa- A&a.a ganWando uma peTuena +ortuna no 4ogo e

ao *o'tar para sua a'deia 'X nos 4ornais a not&ia de sua morte- endo)se 'i*re e

ra#oa*e'mente ri&o Matias as&a' reso'*e ini&iar no*a *ida so. o nome de Adriano

Meis- En+renta então a enorme di+i&u'dade de &onstruir um no*o eu produto

eJ&'usi*o de sua imaginação- Qe*e &riar a sua Wist<ria eJp'i&ar a si mesmo- ara

não perder a 'i.erdade Adriano Meis de&ide *ia4ar e nun&a demorar muito tempo

em &ada 'ugar a +im de não se tornar &onWe&ido- Qepois de a'gum tempo sua *ida

se torna into'erá*e' e durante um in*erno so'itário &Wega a imaginar a doçura de

*o'tar para &asa mesmo en+rentando as pessoas Tue odia*a- Não o +a# 'ogo no

entanto- Ini&ia'mente pro&ura uma +orma de esta.i'i#ar sua no*a persona'idade eter uma *ida &omo a dos outros &om os outros- Ao +a#X)'o o Wer<i *o'ta a ingressar

em toda a trama das re'açes Wumanas- uando sua situação se torna insuportá*e'

 Adriano reso'*e simu'ar um sui&dio e reapare&e &omo Matias as&a'-

Ha*eria di+erentes interpretaçes para o drama de Adriano Meis & a de

irande''o não pare&e a mais &on*in&ente- Qe +ato no roman&e o drama

+undamenta' do Wer<i 8 a possi.i'idade de *ir a ser des&o.erto ou me'Wor de

mostrar a in&oerXn&ia de seu eu sado do nada isto 8 sem passado- O pro.'emapare&e muito mais pro+undo e de&orre ta'*e# da impro.a.i'idade de ser a&eito

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pe'os outros &omo Adriano Meis\ este resu'tara de sua imaginação e era uma

personagem em Tue nem e'e a&redita*a- E &omo não a&redita em si mesmo não

pode +a#er &om Tue os outros &reiam ne'e- Se .em o entendemos o drama de

 Adriano resu'ta da impossi.i'idade de se en&ontrar nos outros pois não poderia

mos)'iar)se a e'es "era apenas personagem de uma pessoa$- Ao apaiJonar)se

(>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

por Adriana e ao per&e.er Tue era &orrespondido o Wer<i sente Tue não

poderia enganá)'a- S< poderia ser digno de seu amor se ti*esse &oragem de &ontar)

'We sua Wist<ria e esta impediria sua *ida em &omum-

Se4a &omo +or irande''o não pare&e ter &omp'etado sua per&epção do

pro.'ema nesse roman&e e *árias *e#es *o'tou ao tema da identidade perdida e

das re'açes do eu &om os outros- Em 9Assim 8 se 'We pare&e9 e 9;omo me

Tueres9 irande''o en&ontra no*os aspe&tos desse drama- Em todos os &asos o

artista nos +a# &ompreender Tue somos o Tue somos "ou simp'esmente eJistimos$

porTue os outros são testemunWas de nosso eu- S& os outros nos a.andonam ou

tentamos a.andoná)'os 4á não temos &rit8rios para a auto)identi+i&ação esse

pro&esso aparentemente simp'es e espontneo-

Não 8 pre&iso &Wegar a esses &asos eJtremos e pertur.adores para per&e.er

&omo a nossa auto)imagem depende dos outros- Basta um peTueno perodo de

so'idão para o indi*duo ter di+i&u'dade &m identi+i&ar)se e tentar esta.e'e&er pontos

de &omuni&ação &om os outros- E Tuem são esses outrosY Os outros signi+i&ati*os

não se &on+undem 9&om a tota'idade dos Tue eJistem +ora de mim & na Tua' se

desta&a o &u\ os outros são aTue'es dos Tuais a pessoa não se distingue entre os

Tuais 8 tam.8m a'gu8m9 "Heidegg&r op- &it- p- >(@$- E todos sa.em &omo nas

*iagens so'itárias pou&os passageiros resistem % tentação de &ontar sua *ida a umestranWo dese4ando Tue este se torne uma pro*a sua &ontinuidade no tempo de

sua eJistXn&ia &omp'eta- Na so'idão o Womem pro&ura pontos de &onta&to &om

outras pessoas: a'gu8m Tue +a'e a mesma 'ngua Tue tenWa os mesmos interesses

Tue parti&ipe dos mesmos entusiasmos-

 A ne&essidade de ser &ompreendido e &onWe&ido eJp'i&a Tue o pe&ador

dese4e &on+essar)se: a *erdadeira Wumanidade do pe&ado somente pode eJistir

Tuando outro Womem nos ou*e e nos &ondena- Ao ser &ondenado o pe&ador sentea sua parti&ipação no uni*erso dos Womens- A o.ser*ação nos mostra tam.8m Tue

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raramente eJiste *entura so'itária assim &omo não eJiste desgraça na so'idão- O

ado'es&ente Tue pro&ura um &on+idente para des&re*er ou repetir as pa'a*ras da

amada e o in+e'i# Tue &Wora % aproJimação de &ada um dos amigos não estão

simu'ando nem eJagerando sua a'egria ou sua dor- uando 9dese4amos so+rer na

so'idão9 estamos na rea'idade +ugindo ao so+rimento\ Tuando 9.us&amos o &onso'o

dos outros9

@G

Edu&ação e re'açes interpessoais

(>>

dese4amos na rea'idade so+rer &om e'es Wumani#ar o nosso so+rimento-2

Mesmo as +antasias menos &on+essá*eis eJigem a suposta parti&ipação dos outros\

sem estes de nada *a'eria a g'<ria tantas *e#es a'&ançada na so'idão do de*aneio-

Mais ainda: a +antasia não 8 pe'o menos nos &asos normais senão uma

ante&ipação da interação Wumana ou o re*i*er de uma situação passada na Tua'

re&onWe&emos o nosso erro ou as nossas insu+i&iXn&ias- Qe Tua'Tuer +orma a

+antasia 8 uma eJperiXn&ia ante&ipada na Tua' pro&uramos pre*er o nosso

&omportamento e o &omportamento dos outros se4a numa situação inteiramente

no*a se4a numa repetição de um a&onte&imento passado- E diga)se de passagem

o Tue identi+i&a o indi*duo anorma' "psi&<ti&o$ 8 sua in&apa&idade de entender as

reaçes dos outros de manter uma interação adeTuada-

Essa ana'ise impressionista pode dar uma id8ia da riTue#a de pro.'emas e

situaçes eJistentes nas situaçes de interação Wumana mas não indi&a Tua' a

signi+i&ação do pro&esso edu&ati*o para o nosso desen*o'*imento indi*idua' dentro

de um sistema de re'açes interpessoais- A seguir serão indi&ados apenas a'guns

dos inVmeros pro.'emas eJistentes nessa +ormação-

 A edu&ação &omo pro&esso de +ormação atra*8s de re'açes interpessoaisO espe'Wo e a imagem- Se pensarmos nos eJemp'os apresentados tanto de

 A'en&ar Tuanto de irande''o será +á&i' *eri+i&ar a importn&ia para o edu&ador do

&onWe&imento da +ormação do eu- O &aso de Maria "LV&ia$ assim &omo o de Matias

as&a' "Adriano M&is$ poderiam ser *istos &omo 'utas para +ugir de uma

identi+i&ação desagradá*e' e para en&ontrar pessoas &apa#es de apresentar

identi+i&açes me'Wores- Em outras pa'a*ras tanto LV&ia Tuanto Matias as&a'

pro&ura*am pessoas Tue pudessem *er suas .oas Tua'idades- Em am.os osroman&es 8 &erto apenas o a&aso +orne&e essa possi.i'idade de +uga\ se LV&ia não

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"2$ Em AngVstia !&WeWo* +a# uma 'V&ida des&rição de um sentimento de

desespero na so'idão- Um &o&Weiro Tue dias antes perdera um +i'Wo pro&ura

a'gu8m disposto a ou*ir sua Wist<ria- ;omo ningu8m o ou*e a&a.a &on*ersando

&om o &a*a'o: Tuando este depois de a'gumas pa'a*ras +unga em sua mão o

&o&Weiro 9&onta)'We tudo9-

(>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

en&ontrasse um 4o*em pro*in&iano romnti&o e ineJperiente pro*a*e'mente

não &onseguiria deiJar de ser a &ortesã identi+i&ada pe'os Tue a &onWe&iam\ se

Matias as&a' não ti*esse sido &onsiderado morto não teria possi.i'idade de +ugir

da identi+i&ação dada por sua mu'Wer e por sua sogra-

Na grande maioria dos &asos Tuando pensamos na situação da sa'a de

au'a o edu&ando não tem possi.i'idades de se identi+i&ar &orretamente- Em

primeiro 'ugar num pro&esso edu&ati*o +eito para o grande nVmero 8 mais ou

menos pro*á*e' Tue passe desper&e.ido pe'os pro+essores a não ser Tue se

&o'oTue nos &asos eJtremos "o Tue se sa'ienta pe'a eJtraordinária &apa&idade

inte'e&tua' ou o Tue se torna &onWe&ido pe'o seu tota' a+astamento das normas

a&eitas por es&o'as e pro+essores$\ os outros são ignorados ou &o'o&ados 9no

grupo9 &omo +iguras indistintas e impre&isas- Em outras pa'a*ras pou&os a'unos

&onseguem ser per&e.idos ou pou&os &onseguem identi+i&ar)se atra*8s do

pro+essor: deste não re&e.em de *o'ta a pr<pria imagem a +im de Tue possam

sa.er Tuem e &omo são- Esse pro&esso não seria ta'*e# tão perni&ioso se os

pro+essores &onseguissem manter uma atitude de neutra'idade diante dos a'unos

sem mani+estar pre+eren&ias ou antipatias- Mas todos os pro+essores sa.em Tue

manter ta' neutra'idade 8 pro&esso di+&i' o.tido a &usta de muito es+orço e muita

auto&rti&a- uase todos se deiJam arrastar por pre+erXn&ias ou antipatias e essare'ação a+eti*a gera'mente in&ons&iente mar&a os seus a'unos-

!anto a simpatia Tuanto a antipatia &onstituem pro&essos de interação-

uando temos 9simpatia9 por uma pessoa tendemos a interpretar +a*ora*e'mente o

seu &omportamento e a agir de a&ordo &om essa interpretação- Esse pro&esso por

sua *e# pro*o&a &omportamentos Tue tendem a a&entuar a re'ação simpáti&a e por

isso as re'açes amistosas uma *e# esta.e'e&idas tendem a a&entuar)se e os

amigos podem tornar)se &ada *e# mais amigos- e'as mesmas ra#es a antipatia

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se esta.e'e&ida numa situação de interação &onstante tende a a&entuar)se &ada

*e# mais at8 Tue as duas pessoas se a+astem ou entrem em &on+'ito direto-

;omo 8 +á&i' per&e.er essas situaçes não são irre*ers*eis isto 8 8

per+eitamente poss*e' passar)se da ami#ade para a antipatia e at8 a inimi#ade &

*i&e)*ersa\ d& outro 'ado pare&e Tue simpatia & antipatia não resu'tam de

e'ementos &egos ou gratuitos mas da per&epção de &ara&tersti&as e+eti*amente

o.ser*adas nas pessoas Tuando estas estão

Edu&ação e re'açes interpessoais

(>(

em interação- Se a simpatia assim &omo a ami#ade e at8 o amor podem

trans+ormar)se em antipatia ou inimi#ade isto se de*e pro*a*e'mente ao +ato de

numa das pessoas em interação ou em am.as se ter re*e'ado uma Tua'idade

ainda não per&e.ida- or essa mesma ra#ão 8 tão di+&i' a trans+ormação da

antipatia "e so.retudo da inimi#ade$ em simpatia ou ami#ade- ;omo e*itamos

entrar em &ontato &om as pessoas pe'as Tuais temos antipatia e'as não tXm

possi.i'idade de eJi.ir Tua'idades Tue ta'*e# &Wegássemos a admirar\ Tuando o

+a#em nossa tendXn&ia 8 dar uma interpretação Tue e'imina seu &onteVdo

+a*orá*e'-

E o&ioso perguntar se as pessoas se aproJimam porTue são seme'Wantes ou

se ao &ontrário se tornam seme'Wantes por se terem aproJimado- As duas &oisas

são *erdadeiras &omo 4á o o.ser*ou Homans ">?F$- Se na aproJimação as

pessoas per&e.em di+erenças muito grandes tendem a a+astar)se\ a per&epção de

Tua'idades seme'Wantes ou pe'o menos mutuamente apro*adas tende a +a#er &om

Tue a ami#ade se torne &ada *e# maior- A'8m disso o +ato de pro&urarmos

satis+a#er %s espe&tati*as das pessoas pe'as Tuais temos ami#ade +a# &om Tue

a&entuemos ou mani+estemos apenas as Tua'idades por e'a a&eitas ou admiradas eisto por sua *e# &ontri.ui para uma seme'Wança &ada *e# maior entre amigos- Esta

8 a'iás a ra#ão pe'a Tua' marido e mu'Wer depois de muitos anos de &on*i*Xn&ia

se tornam at8 +isi&amente seme'Wantes- Na interação &onstante o seu 4ogo

+ision]mi&o a&a.ou por adTuirir &ontornos seme'Wantes-

Na antipatia ou inimi#ade ao &ontrário tendemos a a&entuar e %s *e#es a

eJagerar as di+erenças a&aso eJistentes- uando dois inimigos prati&am o mesmo

ato tendem a apresentar eJp'i&açes di+erentes para a ação- Esta 8 a +orma pe'aTua' os inimigos &onser*am a sua auto)identi+i&ação- E pe'o menos nas &ondiçes

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atuais de &on*i*Xn&ia so&ia' uma das +ormas mais +reT1entes de identi+i&ação 8

atra*8s da oposição ao 9outro9\ 9não sou &omo e'e9 ou 9sou me'Wor Tue e'e9-

Sem dV*ida ainda uma *e# a ma'&ia +reudiana nos ad*erte e nos mostra Tue

os eJtremos se to&am: uma antipatia demasiadamente *io'enta pode es&onder a

admiração por Tua'idades per&e.idas e ser o in&io de ami#ade e de amor\ o amor

muito intenso pode es&onder um germe de destruição e <dio- Qo mesmo modo

+reT1entemente a pessoa Tue re4eita o pai e pro&ura opor)se %s suas Tua'idades

des&o.re em seu &omportamento uma pertur.adora seme'Wança &om a +igura

re4eitada- A'8m disso pode o&orrer tam.8m Tue &ondenemos nos outros a'gumas

(>C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Tua'idades muito nossas e Tue nos re&usamos a per&e.er em n<s- ro4e)

tamos nos outros e as &ondenamos *io'entamente &ara&tersti&as muitas *e#es

+undamentais em n<s- Nesse &aso não &ondenamos os outros mas a n<s mesmos\

por isso somos tão *io'entos e tão intransigentes-

Essas indi&açes pare&em ne&essárias para a &ompreensão do Tue o&orre

entre pro+essor e a'uno numa sa'a de au'a- ;omo 4á se disse antes a grande

maioria 8 ignorada e são per&e.idos apenas os eJtremos\ de um 'ado aTue'es Tue

apresentam as Tua'idades mais admiradas pe'o pro+essor de outro os Tue

apresentam as Tua'idades mais re4eitadas- !am.8m aTui estamos diante de um

pro&esso de interação e as suas &onseT1Xn&ias se aproJimam das apontadas para

os &asos de simpatia & antipatia- O a'uno 9apro*ado9 pe'o pro+essor tende a

a&entuar as &ara&tersti&as Tue o +i#eram admirado e por isso se torna &ada *e#

mais admirado\ o a'uno re4eitado tende a apresentar as Tua'idades opostas %s

eJi.idas pe'o pro+essor pois 8 di+&i' a'gu8m identi+i&ar)se &om Tuem re4eita-

Qo ponto de *ista +orma' das re'açes interpessoais portanto a re'açãopro+essor)a'uno não apresenta no*idade e pode ser at8 uma re'ação +ra&amente

estruturada & de peTuena signi+i&ação- A sua importn&ia reside no +ato de o

pro+essor dentro da sa'a de au'a atuar &omo o transmissor dos padres de &u'tura

& ser o responsá*e' pe'a a*a'iação de a'gumas Tua'idades so&iais muito importantes

para o a'uno- Em a'guns dos aspe&tos .ási&os da *ida so&ia' a auto)a*a'iação 8

+orne&ida pe'a es&o'a\ mais importante ainda pe'o menos nas &idades &ontempo)

rneas a es&o'a 8 o ponto de passagem entre a identi+i&ação da +am'ia & aidenti+i&ação mais amp'a do grupo so&ia' eJterno-

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So. outros aspe&tos a re'ação pro+essor)a'uno 8 despersona'i#ada pois o

pro+essor en&arna de maneira mais ou menos +ie' e adeTuada os padres

ideais da so&iedade e pro&ura transmiti)'os- Qesse ponto de *ista o seu

&omportamento 8 apenas a en&arnação de um pape' so&ia' e as suas açes

pro&uram aproJimar)se do padrão a&eito- Isso eJp'i&a Tue o pro+essor mesmo

Tuando não apre&ie o estudo sinta o.rigação de transmitir o gosto pe'a *ida

inte'e&tua'\ mesmo Tuando medio&remente interessado pe'as &oisas na&ionais

pro&ure transmitir sentimentos patri<ti&os aos seus a'unos- Qe outro 'ado o

desempenWo de um pape' tende a produ#ir &on*i&çes sin&eras & raramente se

o.ser*a uma &ontradição entre a apresentação do pape' e o Tue o pro+essor sente

e+eti*amente-

No entanto a re'ação pro+essor)a'uno não se 'imita % apresentação dos

pap8is di+erentes- Uma *e# &o'o&ados na sa'a de au'a pro+essor 

Edu&ação e re'açes interpessoais

(>F

e a'unos passam a &onstituir um grupo no*o &om uma dinmi&a pr<pria e

entre e'es se desen*o'*em muitas *e#es intensas re'açes interpessoais- E nestas

Tue o pro&esso de per&epção e a*a'iação de Tua'idades pessoais assume uma

importn&ia de&isi*a-

;omo 4á se disse antes a Tua'idade per&e.ida pe'o +ato de o ter sido tende

a ser a&entuada pe'o menos se se &ompro*ou a sua e+i&iXn&ia- Ora prati&amente

todos os indi*duos tXm todas as Tua'idades em.ora em proporçes e estruturas

di+erentes- A tendXn&ia inte'e&tua'ista de nossas es&o'as tende a a&entuar o *a'or

das Tua'idades de inte'igXn&ia so.retudo se se 'igam tam.8m a Tua'idades de

&on+ormismo so&ia'- Em outras pa'a*ras em.ora os a'unos se4am di+erentes são

a*a'iados pe'o mesmo padrão e são sa'ientadas as Tua'idades positi*as ou nega)ti*as &om re'ação a essa dimensão do &omportamento-

uanto aos a'unos são <.*ias as &onseT1Xn&ias de ta' de+ormação na

maneira de *a'ori#ar- Os Tue tXm ou pe'o menos &onseguem apresentar as

Tua'idades super*a'ori#adas pe'a es&o'a tendem a a&entuá)'as e podem

e+eti*amente progredir nessa direção- A situação dos 9outros9 8 muito pe&u'iar-

;omo não podem sa'ientar)se nas direçes *a'ori#adas pro&uram natura'mente

outras +ormas de eJi.i&ionismo atra*8s das Tuais deiJem de ser ignorados: aindis&ip'ina a eJ&essi*a do&i'idade a Wosti'idade- Uma *e# per&e.idas pe'o

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pro+essor e pe'os &o'egas tais Tua'idades passam a ter uma auto&ausação e se

a&entuam por no*as per&epçes e mani+estaçes- No &aso do .om &omo no do

mau a'uno +orma)se um &r&u'o *i&ioso em Tue os .ons são &ada *e# me'Wores e

os maus &ada *e# piores-

Qi#endo de outro modo a per&epção de uma Tua'idade pode determinar o

seu desen*o'*imento num pro&esso &ontnuo e depois de &erto ponto &om pou&as

pro.a.i'idades de re*ersi.i'idade-

E*identemente o pro&esso de per&epção do pro+essor não 8 ar.itrário e o

+ato de muitos pro+essores per&e.erem os mesmos a'unos &omo .ons ou maus

indi&a Tue não se trata de apre&iação inteiramente de+ormada por +atores pessoais

"em.ora em muitos &asos espe&+i&os tais +atores possam ser predominantes$-

 Apesar disso Wá pro+essores Tue &onseguem o.ter um rendimento muito maior não

apenas de um ou *ários a'unos mas de todas ou Tuase todas as suas &'asses-

 Aparentemente tais pro+essores &onseguem per&e.er e estimu'ar as Tua'idades

positi*as de seus a'unos de ta' +orma Tue a&a.am por pro*o&ar a sua a&entuação-

Qe outro 'ado eJistem pro+essores Tue em.ora espe&i+i&amente &ompetentes em

(>D

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

sua dis&ip'ina são in&apa#es de o.ter produção satis+at<ria- Essa di+erença

poderia ser eJp'i&ada &omo resu'tante de uma se'eção per&eptua' espe&+i&a: a'guns

tendem a o.ser*ar e sa'ientar os aspe&tos positi*os enTuanto outros tendem a

sa'ientar os aspe&tos negati*os das pessoas &om Tue estão em &ontato- Essa

disposição para *er um ou outro aspe&to de&orre pro*a*e'mente de di+erenças

pro+undas de persona'idades e Tue na maioria dos &asos passam desper&e.idas

% pessoa Tue as mani+esta- Em.ora se4a Tuase sempre imposs*e' modi+i&ar a

nossa maneira de *er as &oisas e as pessoas pe'o menos de*emos ser &apa#es de&ompreender as 'imitaçes das maneiras pessoais de per&e.er e a*a'iar-

 A &ontri.uição da in*estigação psi&o'<gi&a seria neste &aso dirigida para

dois pro.'emas: um *eri+i&ar Tuais as +ormas mais produti*as de a*a'iação isto 8

Tuais as &apa#es de o.ter maior rendimento\ outro estimu'ar a reedu&ação dos

pro+essores &u4a &onduta se4a pre4udi&ia' ao desen*o'*imento dos edu&andos- e'o

Tue se sa.e at8 agora a per&epção positi*a 8 &apa# de produ#ir me'Wores

resu'tados- Qe outro 'ado sa.emos tam.8m Tue a reedu&ação da maneira deper&e.er "so.retudo a maneira de per&e.er os outros$ não 8 em muitos &asos

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 A'8m disso a tentati*a de *a'ori#ar as Tua'idades Tue o indi*duo não possui

e+eti*amente pode 'e*ar a des*ios mais ou menos s8rios na persona'idade- Uma

*e# &on*en&ido de Tue possui as Tua'idades dese4á*eis estará &o'o&ado em

situaçes de insuportá*e' &on+'ito sempre Tue não as *e4a re&onWe&idas pe'os

outros "e essas situaçes e*identemente tendem a repetir)se &om grande

&onstn&ia$- or outro 'ado no entanto não seria demais 'em.rar Tue os estudos a

respeito do n*e' de aspiração mostram os maiores des*ios &omo &onseT1Xn&ia do

+ra&asso e não do triun+o- Em.ora tais resu'tados não possam ser +a&i'mente

transpostos para todas as situaçes pode)se imaginar Tue o +ato de *en&er "ou ser

&onsiderado *en&edor$ dá ao indi*duo a'guns e'ementos de segurança .ási&a e

esta impede a sua imersão em situaçes de maiores desa4ustamentos- ortanto

entre dois des*ios da rea'idade um +a*orá*e' e outro des+a*orá*e' ao indi*duo o

idea' seria dar a interpretação +a*orá*e'-

Qe*e)se 'em.rar entretanto Tue se podemos +a#er muito para me'Worar o

pro&esso de auto)a*a'iação e tornar mais 4ustas as nossas maneiras de edu&ar não

podemos atra*8s da es&o'a modi+i&ar as +ormas de *a'ori#ar nem impedir

+ra&assos numa so&iedade &ompetiti*a- A ideo'ogia de nossa so&iedade tende a

esta.e'e&er o indi*duo &omo responsá*e' pe'os seus triun+os e seus +ra&assos e a

e'iminar os +undamentos so.renaturais e Wereditários de a*a'iação- Essa maneira de

*a'ori#ar Tuase eJ&'usi*a de nossas so&iedades atuais pois as outras

*a'ori#a*am de a&ordo &om &rit8rios muito di+erentes 8 responsá*e' em grande

parte por uma produti*idade muito maior do indi*duo- Ao

(>G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

mesmo tempo no entanto 8 responsá*e' tam.8m por uma tensão &ada *e#

maior nas re'açes Tue o indi*duo mant8m &om o pr<prio eu\ 8 responsá*e'igua'mente por sentimentos de +rustração e Wosti'idade Tue a&ompanWam os

ine*itá*eis +ra&assos numa so&iedade &ompetiti*a assim &omo pe'o sentimento não

pou&o +reT1ente de &u'pa entre os Tue *en&eram-

Se a so&iedade eJige igua'mente de todos não re&ompensa a todos

igua'mente ou seTuer de a&ordo &om os seus es+orços- E per+eitamente poss*e'

seguir todos os padres de tra.a'Wo esta.e'e&idos e não o.ter as re&ompensas

prometidas\ 8 poss*e' por outro 'ado o.ter todas as re&ompensas sem ter seguidoseTuer o mnimo eJig*e'- Não apenas eJistem Tua'idades importantes para o triun+o

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&omo a am.ição e %s *e#es uma &erta dose de egosmo Tue são

mas&aradas pe'o &<digo de &onduta &omo tam.8m eJiste uma ponderá*e' par&e'a

d& a&aso Tue seTuer men&ionamos aos edu&andos- Uma so&iedade de 'i*re

&ompetição s< pode 4usti+i&ar)se &om a pregação do prXmio ao es+orço & % &apa)

&idade\ nessa so&iedade a menção do a&aso +aria eJp'odir os seus +undamentos

ideo'<gi&os e o seu sistema de prXmios-

 Ao psi&<'ogo enTuanto psi&<'ogo não &a.e dis&utir o sistema d&

*a'ores mas apenas *eri+i&ar as suas &onseT1Xn&ias para a +ormação da

persona'idade- E uma d& suas &onseT1Xn&ias tem sido a .us&a de uma eJp'i&ação

psi&o'<gi&a para o triun+o ou o +ra&asso- O adu'to +ra&assado assim &omo o

ado'es&ente inseguro .us&am o psi&<'ogo e mais +reT1entemente apenas os

testes de persona'idade a +im de des&o.rir o Tue em suas persona'idades

eJp'i&a os seus desa&ertos ou poderá 'e*á)'os ao triun+o- Mais adiante se pro&urará

indi&ar em Tue &asos a rea*a'iação do psi&<'ogo pode ser importante\ aTui 8

pre&iso 'em.rar apenas Tue muitas *e#es as &ondiçes 9reais9 do indi*duo são d&

ta' ordem Tue o tra.a'Wo do psi&<'ogo se não 8 inVti' & pe'o menos insatis+at<rio-

Em outras pa'a*ras o pro.'ema não está no indi*duo ou em suas &ara&tersti&as

psi&o'<gi&as mas na situação Tue pre&isa en+rentar-

 A'guns indi*duos no entanto &onseguem *arar a .arreira da identi+i&ação e

+a'sear a sua persona'idade senão aos pr<prios o'Wos ao menos aos o'Wos dos

outros- O &aso do indi*duo +a'so 8 muito es&'are&edor do ponto d& *ista da

+ormação da auto)identidade pois então *emos Tue a imagem ini&ia'mente +a'sa

passa a ser *erdadeira Tuando os outros a de*o'*em "deiJa)se de 'ado aTui o +ato

d& a+a'si

Edu&ação e re'açes interpessoais

(>?dade representar sempre um es+orço demasiadamente penoso para o

indi*duo pe'o menos nos &asos eJtremos\ a sua &onstante intranT1i'idade e muitas

*e#es sua angVstia re*e'am um pro&esso de &on+'ito interminá*e'$-

Qentro de &ertos 'imites todos n<s +a#emos um pou&o de representação

mostrando aos outros não o Tue somos mas o Tue gostaramos de ser- Essa

dinmi&a entre o Tue somos e o Tue pretendemos ser pare&e de grande

importn&ia em nossa +ormação pois permite o apare&imento de umapoten&ia'idade superposta % rea'idade e esta.e'e&e o.4eti*os +uturos Tue

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puro- !enWo medo de Tue riam de mim pensem Tue sou rid&u'a e sentimenta' ou

não me 'e*em a s8rio- Estou a&ostumada a não ser 'e*ada a s8rio mas apenas

aAnne 6super+i&ia'6 a&ostumada a isso pode suportá)'o\ a Anne mais pro+unda 8

muito +rági' para isso9- E mais adiante: 9Sei eJatamente &omo eu gostaria de ser sei

&omo sou rea'mente --- por dentro- Mas ai de mim sou assim apenas para mim

mesma9 "Anne ran >?F$- O pr<prio +ato de o ado'es&ente sentir ne&essidade de

&on+iden&iar a um diário indi&a Tue muitas de suas reaçes +reT1entemente as

9me'Wores9 não podem ser eJpostas aos outros e de*em ser &onser*adas &omo

+orma de manter a auto*a'ori#ação "a Tue o ado'es&ente sente &omo *erdadeira e

negada ou des&onWe&ida pe'os outros$-

 A situação 8 ainda mais &omp'eJa porTue a'8m de es&onder os seus

aspe&tos me'Wores e mais puros o ado'es&ente tem tendXn&ia ao eJi.i&ionismo

a&entuando então os seus aspe&tos mais desagradá*eis- A semostração ostensi*a

8 uma +orma de pro*o&ar a apre&iação dos outros e 8 tam.8m uma +orma de

desa+io e a+irmação da pr<pria persona'idade-

 A impre&isão dos 'imites do pudor 'egtimo não 8 pri*i'8gio do ado'es&ente-

Em primeiro 'ugar pare&e Wa*er uma &amada de intimidade &u4a de*assa seria

&atastr<+i&a para a persona'idade "*- Nuttin >?F$- Qe outro 'ado as me'Wores e

mais produti*as Tua'idades do indi*duo são ntimas pois apenas as regies 9mais

pro+undas9 &ontXm a nota de origina'idade e &riação &apa#es de distinguir o

indi*duo da super+i&ia'idade de 9toda gente9 no &on**io +orma'- E muito pro*á*e'

Tue a ati*idade rea'mente produti*a em todos os terrenos e não apenas no

domnio inte'e&tua' este4a reser*ada aos indi*duos &apa#es de &o'o&ar em ação

essas &amadas mais pro+undas e de integrá)'as no seu &omportamento-

 A'8m disso &omo todos sa.em os 'imites entre o su.'ime e o rid&u'o

são mar&ados apenas pe'a tXnue +ronteira da adeTuação % rea'idade- or isso se omais ntimo está mais pr<Jimo do su.'ime e do

Edu&ação e re'açes interpessoais

(>

grandioso está tam.8m mais pr<Jimo do rid&u'o- ;omo se *eri+i&a a

o.ser*ação de Anne ran tem um a'&an&e muito grande pois indi&a a ne&essidade

de es&onder os aspe&tos 9me'Wores9 mas Tue são tam.8m os mais +rágeis e Tue

seriam mais +a&i'mente destrudos pe'a &rti&a dos outros "e a &rti&a &omo o.ser*a Anne 8 suportá*e' no n*e' super+i&ia' em Tue não atinge aspe&tos .ási&os

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mas seria into'erá*e' se atingisse os aspe&tos mais pro+undos$- Não sem ra#ão

portanto He'en M- LPnd ">?FG$ *iu no ato de en*ergonWar)se uma das

mani+estaçes mais &'aras da identidade-

 A edu&ação &omo preparação para as re'açes interpessoais

 A edu&ação &omo pro&esso de +ormação atra*8s de re'açes interpessoais

não se separa da edu&ação &omo +orma de preparar)se para as re'açes

interpessoais- At8 &erto ponto 8 poss*e' di#er Tue o indi*duo .em edu&ado

atra*8s de re'açes interpessoais terá +a&i'idade nos seus &ontatos diretos &om

outras pessoas- E 8 +á&i' &ompreender porTue: se a imagem Tue temos de n<s

mesmos 8 em grande parte dada pe'os outros a imagem Tue temos dos outros

depende tam.8m da imagem Tue temos de nosso eu- Em outras pa'a*ras a

edu&ação para o 9mundo Wumano9 se dá num pro&esso de interação &onstante em

Tue nos *emos atra*8s dos outros e em Tue *emos os outros atra*8s de n<s

mesmos- or isso o indi*duo &riado em &ondiçes Warmoniosas tende a

esta.e'e&er re'açes Tue &ondu#em a uma situação Warmoniosa\ ao &ontrário os

edu&ados em situaçes deseTui'i.radas tendem a &riá)'as em suas re'açes &om os

outros- Esse pro&esso 8 muito ntido Tuando ana'isamos as re'açes entre

&]n4uges: os +i'Wos de 'ares des+eitos são menos &apa#es de &riar uma +am'ia

está*e'-

No n*e' pro+undo esse pro&esso de interação +oi di*idido por reud em dois

mo*imentos: o de intro4eção e o de pro4eção- No pro&esso de intro4eção des&rito

so.retudo na in+n&ia a pessoa interiori#a a imagem dos pais ou dos adu'tos Tue

desempenWam os seus pap8is e essa imagem passa a &onstituir uma parte de sua

persona'idade "seria .asi&amente o superego da termino'ogia +reudiana$- No

pro&esso de pro4eção ao &ontrário o indi*duo 'ança nos outros as &ara&tersti&as

indese4á*eis Tue 8 in&apa# de per&e.er em si mesmo- Am.os os pro&essos sãomuito &onWe&idos e não será ne&essário dis&uti)'os mais minu&iosamente aTui- E

interessante no entanto 'em.rar a importn&ia do

(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

pro&esso de pro4eção nas re'açes interpessoais- uando atri.umos a

a'gu8m uma &ara&tersti&a nossa e Tue somos in&apa#es de per&e.er em n<s

podemos pro*o&ar o seu apare&imento na pessoa: se 4u'go Tue e'a tem sentimentosWostis a minWa tendXn&ia será agir de ta' +orma Tue pro*o&arei a sua Wosti'idade-

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Essa mani+estação de Wosti'idade pe'a pessoa &on+irmará minWa pre*isão e isso

se repete num pro&esso interminá*e'- No &aso do pro+essor em suas re'açes &om

os a'unos o &onWe&imento desse aspe&to tem grande importn&ia porTue a'guns

pro+essores tendem a pro*o&ar os &omportamentos Tue mais temem e sa.emos

Tue os temem mais em si mesmos Tue nos outros-

O n*e' mais pro+undo do pro&esso de pro4eção no entanto não nos

interessará aTui pois a sua &orreção depende de re&ursos &'ni&os e não apenas de

&onWe&imento inte'e&tua'- Qo mesmo modo o pro&esso de intro4eço entendido

&omo pro&esso in&ons&iente tem para o edu&ador um &ampo 'imitado de

ap'i&ação pois as re'açes .ási&as se esta.e'e&em na +ase pr8)es&o'ar-

O n*e' de re'açes interpessoais Tue di# respeito ao edu&ador 8 o mais

9super+i&ia'9 ou &ons&iente- Em.ora s& possa pensar &om os psi&ana'istas Tue a

nossa orientação .ási&a se esta.e'e&e &m n*e' in&ons&iente eJiste um amp'o

domnio de re'açes de n*e' &ons&iente Tue 8 aprendido e dentro do Tua' podemos

ser edu&ados para agir de uma ou de outra +orma- Mesmo neste n*e'

e*identemente 'ançamos mão de &on&eitos e esTuemas inteipretati*os imp'&itos

"Tue I&WWeiser Heider e Simme' entre outros pro&uram de&i+rar$ e seria poss*e'

di#er Tue at8 Wo4e temos *i*ido sem &onWe&imento eJp'&ito desse domnio- Se de

um 'ado essa o.4eção 8 i'egtima e poderia ser +eita a todos os desen*o'*imentos

&ient+i&os de outro en&ontra 4usti+i&ati*a na riTue#a de nosso &onWe&imento das

re'açes interpessoais e na di+i&u'dade de redu#i)'as a um &onWe&imento &ient+i&o-

Essa o.4eção no entanto deiJa de ter muito *a'or Tuando &onsideramos Tue a

es&o'a .em ou ma' pro&ura a4ustar a &riança a um uni*erso de re'açes

interpessoais em.ora o +aça de maneira Tuase sempre inadeTuada e sem uma

+ormu'ação &'ara de seus o.4eti*os-

Em.ora a si&o'ogia e a So&io'ogia não este4am preparadas para dar aoedu&ador os e'ementos ta'*e# mais importantes para a rea'i#ação dessa tare+a o

nosso &onWe&imento atua' permite apresentar a'gumas sugestes .ási&as ta'*e#

mere&edoras de um pou&o de atenção dos edu&adores- Qe maneira .em amp'a

pode)se di#er Tue a preparação para

Edu&ação e re'açes interpessoais

((

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*i*er &om os outros de*e ser dirigida a dois pro.'emas: um o

auto&onWe&imento\ o segundo o &onWe&imento do sentido do &omportamento dos

outros-

 A importn&ia do auto&onWe&imento- Este aspe&to 8 de&isi*o não apenas

para o a'uno mas so.retudo para o pro+essor pois este determinará em grande

parte o &omportamento de seus a'unos- O pro+essor pe'a pe&u'iar &ondição em Tue

está &o'o&ado em nossas sa'as de au'a não tem gera'mente a possi.i'idade de

uma interação 'egtima e a&a.a por perder)se num so'i'<Tuio interminá*e' e

in&ontro'á*e'- Na ausXn&ia da interação e+i&iente os a'unos não podem &orrigir a

auto)imag&m +a'sa Tue o pro+essor &onstruiu\ desse desentendimento ini&ia' surgem

muitos outros Tuase sempre irremediá*eis pois o pro+essor não tem uma estrutura

&ogniti*a atra*8s da Tua' possa reinterpretá)'os- or eJemp'o Tuando o pro+essor

não per&e.e suas mani+estaçes de pre+erXn&ia por a'guns a'unos não pode

&ompreender a re*o'ta dos outros ou %s *e#es as situaçes de rid&u'o em Tue se

&o'o&a- uando não &onWe&e os seus tiTues &arrega &onsigo uma &onsiderá*e'

dose de Wumorismo in*o'untário e não pode &ompreender as reaçes dos a'unos %

sua pessoa ou %s suas au'as-

;onsiderando)se ainda o &aso do pro+essor outra &onseT1Xn&ia da ausXn&ia

de auto&onWe&imento 8 a eJ&essi*a importn&ia Tue dá %s suas pa'a*ras- ;omo

gera'mente 8 o Vni&o a +a'ar dentro da &'asse não pode &ompreender Tue as outras

opinies se4am %s *e#es mais *a'iosas Tue as suas- or isso tantas *e#es +a'ta ao

pro+essor a Tua'idade .ási&a para a manutenção de &ontatos 'egtimos &om os

outros: sa.er ou*ir e .us&ar &ompreender as suas pa'a*ras-

Qo ponto de *ista práti&o a'gumas peTuenas re&omendaçes so.re a

auto&rti&a poderiam ser uti'i#adas pe'os +ormadores de pro+essores primários

se&undários e se podemos ter tam.8m essa pretensão superiores- Em todosos n*eis de ensino a +a'Wa mais ntida &om re'ação a esse aspe&to 8 a

in&apa&idade Tue o pro+essor 9adTuire9 depois de a'gum tempo de tra.a'Wo para

per&e.er &om ra#oá*e' impar&ia'idade o seu &omportamento diante dos a'unos:

notar os seus erros de pronVn&ia a sua atitude mais ou menos pern<sti&a os

gestos mais ou menos dese'egantes ou eJ&essi*amente +ormais a a'tura de sua

*o# a sua maneira de andar ou gesti&u'ar et&- ode pare&er menos digno 'em.rar

aspe&tos tão &ome#inWos mas no mundo de apre&iação de uns pe'os outros todos*i*emos em +unção de &oisas peTueninas atra*8s

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(F

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

das Tuais 4u'gamos e somos 4u'gados-

!ais aspe&tos 9menores9 no entanto não e'iminam a ne&essidade de

&onWe&er os aspe&tos mais amp'os de nosso &omportamento- uase sempre o

pro+essor está &ego para a'gumas das me'Wores Tua'idades dos a'unos se não as

identi+i&a em si mesmo- Em outros &asos tende a *a'ori#ar demasiadamente as

Tua'idades Tue não tem ou gostaria de ter- Em todos esses &asos o des*io *io'ento

de uma apre&iação o.4eti*a pode +rustrar o desen*o'*imento dos mais &apa#es-

Muitas *e#es o pro.'ema não 8 a+eti*o mas inte'e&tua'\ *a'e di#er o pro+essor não

tem e'ementos para 4u'gar os a'unos eJtraordinários ou para permitir o seu

desen*o'*imento na direção &orreta- A'8m de 'imitar a sua apre&iação aos *a'ores

inte'e&tuais a es&o'a e os pro+essores tendem a introdu#ir outra 'imitação: a de

a&eitar apenas os esTuemas 4á esta.e'e&idos dentro de padres .em

determinados- E não pare&e ser +ortuita a 'igação entre uma &apa&idade &riadora

eJ&ep&iona' e a in&apa&idade para a&eitar tais esTuemas 9a&a.ados9 e 4á est8reis-

O pro&esso de reorgani#ação dos dados da eJperiXn&ia &ara&tersti&a do

indi*duo rea'mente &riador en*o'*e por isso mesmo uma desordem nos

esTuemas a&eitos- E na *erdade Tuase nurJa estamos preparados para a&eitar ta'

&oisa em nossos a'unos e tendemos ao &ontrário a eJigir a sua a&eitação dos

esTuemas 4á uti'i#ados anteriormente- Em.ora se possa di#er Tue o indi*duo

&riador 8 muito raro & Tue este pro.'ema raramente apare&erá aos pro+essores não

se de*e esTue&er por outro 'ado Tue o apare&imento e o desen*o'*imento de um

s< &riador em Tua'Tuer domnio de rea'i#ação 4usti+i&a &entenas de medo&res-

 Ainda aTui se o pro+essor re&onWe&e as suas 'imitaçes e se torna &apa# de

re&onWe&er o a'uno eJ&ep&iona' prestará um enorme ser*iço não apenas ao a'unomas tam.8m a todos os Tue se .ene+i&iem &om suas rea'i#açes-

 A signi+i&ação do &omportamento dos outros- rimeiramente pare&e não

Wa*er 'ugar nem na es&o'a primária nem na se&undária para o &onWe&imento das

re'açes diretas entre indi*duos\ e'as se esta.e'e&em +ora do m.ito programáti&o

do ensino e muitas *e#es &ontra este- a'e di#er as re'açes entre os a'unos ta'

&omo eJistem e podem ser o.ser*adas não são dis&utidas em n*e' &ons&iente a

não ser no momento em Tue 8 ne&essário 'ançar mão de pregaçes morais para'ou*ar ou &ondenar determinada ação- Raras *e#es o pro+essor inter+ere nas

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re'açes entre a'unos e Tuase nun&a tem possi.i'idade de 9reestruturar9) a &'asse

em +unção de a'guns prin&pios eJp'i&itamente

Edu&ação e re'açes interpessoais

(D

+ormu'ados- Assim a eJistXn&ia de um 9.ode eJpiat<rio9 Tuase nun&a 8

'e*ada &m &onta e a'gumas *e#es o pro+essor a a&entua parti&ipando da

9perseguição9 mo*ida a um a'uno menor ou mais +ra&o ou Tue por a'guma ra#ão

ma'de+inida passa a ser *tima dos sentimentos de agressi*idade dos seus &o'egas-

O &onWe&imento por parte do pro+essor das &onseT1Xn&ias mais ou menos

permanentes tanto para os perseguidores &omo para os perseguidos de ta'

situação seria sem dV*ida um +ator &apa# de modi+i&ar esse tipo de re'ação dentro

da &'asse- No &aso o &onWe&imento da dinmi&a dos grupos poderia prestar grande

a4uda aos pro+essores permitindo)'Wes organi#ar outra estrutura dentro da &'asse ou

nos grupos de 4ogos e .rinTuedos- Em primeiro 'ugar o pro+essor poderia *eri+i&ar

Tue o re&urso ao 9.ode eJpiat<rio9 resu'ta em grande nVmero de &asos de uma

organi#ação autoritária do grupo\ as +rustraçes resu'tantes da eJistXn&ia de uma

autoridade dis&ri&ionária são 9&ana'i#adas9 para uma *tima "Lippit e `Wite >?C($-

Mas de outro 'ado a parti&ipação do pro+essor na manutenção de um .ode

eJpiat<rio dentro da &'asse pode resu'tar de sua in&apa&idade para eJer&er uma

'iderança autXnti&a ou de seu temor de perder o domnio de seus a'unos se não

esta.e'e&er &om estes um o.4eti*o &omum e .em ntido- Ora o ataTue ao mais

+ra&o ou 9di+erente9 pode ter essa +unção uni+i&adora\ ao mesmo tempo a

&ana'i#ação da agressi*idade para um mem.ro mais +ra&o do grupo pode impedir

Tue e'a se *o'te &ontra o 'der-

Se4a &omo +or este 8 um &aso em Tue se o.ser*a &omo o pro+essor

gera'mente não está preparado para rea'i#ar a edu&ação dos seus a'unos nodomnio das re'açes interpessoais- Na grande maioria das *e#es essa edu&ação

se dá apenas em n*e' +orma' e estereotipado sem Tue o edu&ando possa

&onWe&er rea'mente o sentido do &omportamento daTue'es &om Tue está &m

&ontato- E em.ora o ado'es&ente e a &riança *i*am intensamente todo o uni*erso

das re'açes interpessoais "e estas &onstituem na grande maioria dos &asos o

aspe&to mais importante de suas *idas$ a es&o'a ignora inteiramente essa situação-

E a está sem dV*ida uma das ra#es pe'as Tuais o ensino +orma' não produ#ne&essariamente um indi*duo mais a4ustado ou 9mais .em)edu&ado9 so&ia'mente\

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as &ondiçes desse a4ustamento não +oram seTuer dis&utidas pe'a es&o'a e o 4o*em

mesmo dos &ursos superiores de*e reso'*er os -&us pro.'emas sem Tua'Tuer

a4uda da edu&ação +orma' Tue re&e.e-

Esse desn*e' entre a edu&ação +orma' e as ne&essidades atuais do

edu&ando se eJp'i&a &ertamente &omo uma das Weranças de nossas

(@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

es&o'as *o'tadas eJ&'usi*amente para os pro.'emas inte'e&tuais pois os

outros seriam so'u&ionados pe'a +am'ia ou por di*ersos agentes de so&ia'i#ação-

Mas ta' esTuema de di*isão de +unçes entre a +am'ia e a es&o'a 4á não pode

ser mantido so.retudo &m pases Tue &omo o Brasi' apresentam atua'mente

grande mo.i'idade so&ia' tanto d& &'asse para &'asse &omo d& região para região-

Nesses &asos a edu&ação da +am'ia não satis+a# %s eJpe&tati*as do grupo em Tue

o edu&ando está *i*endo ou irá *i*er\ d& outro 'ado a a&eitação de padres

9di+erentes9 pode pro*o&ar s8rios &on+'itos para a &riança & o ado'es&ente-

Está &'aro Tue a preparação para o mundo das re'açes interpessoais não 8

uma tare+a simp'es & sua eJe&ução integra' eJigiria um &onWe&imento Tue ainda

não está % nossa disposição na So&io'ogia e na si&o'ogia- Em primeiro 'ugar

sa.emos Tue di+erentes &'asses so&iais tendem a apresentar padres di+erentes d&

edu&ação na primeira in+n&ia "Qa*is & Ha*igWurst >?CG$ mas não sa.emos &om

ra#oá*e' pre&isão Tuais as &onseT1Xn&ias de tais di+erenças para a +ormação da

persona'idade- Não sa.emos tam.8m at8 Tue ponto essas di+erenças impedem ou

di+i&u'tam a a&eitação de padres di+erentes admitidos ou impostos por pro+essores

de outra &'asse so&ia'- Sa.emos muito *agamente Tue peTuenas di+erenças no

&omportamento de pro+essores & a'unos podem ter grande importn&ia na a&eitação

de *a'ores Tue a es&o'a de*e ou pre&isa transmitir- A primeira di+i&u'dade do pro+essor para a transmissão de *a'ores resu'ta do

+ato d& parti&ipar pe'o menos &m grande nVmero de &asos d& uma &'asse di+erente

da do a'uno: em todos os n*eis d& ensino essa di+erença tende a mar&ar as

re'açes entre pro+essores & a'unos se4a porTue o pro+essor 8 de &'asse superior

"&omo o&orre +reT1entemente no ensino primário$ se4a porTue 8 d& &'asse in+erior

"&omo o&orre muitas *e#es no ensino se&undário & superior$- No primeiro &aso o

pro+essor tende a despre#ar seus a'unos\ no segundo os a'unos não podem a&eitaros *a'ores apresentados por uma pessoa Tue &onsideram in+erior- or isso o

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pro+essor não pode representar mais na maioria das *e#es o mode'o Tue

signi+i&a*a para os a'unos Tuando as &ondiçes so&iais da edu&ação apresenta*am

uma outra situação-

Essa pe&u'iar situação de nossas es&o'as mostra a ne&essidade de Tue

pro+essores e a'unos so.retudo os pro+essores se4am &apa#es de

&ompreender eJp'i&itamente o sentido do &omportamento dos outros- Isto não

signi+i&a tentar mostrar as di+erenças Tue separam as &'asses soei

Edu&ação e re'açes interpessoais

(G

ais mas 4ustamente ao &ontrário mostrar Tue di+erentes &omportamentos

tXm muitas *e#es o mesmo sentido- Qe outro 'ado essa ne&essidade não se re+ere

apenas %s aparentes di+erenças entre as &'asses so&iais mas tam.8m %s

pe&u'iaridades indi*iduais- Se o pro+essor &ompreende Tue a agressi*idade do

a'uno pode resu'tar da situação desagradá*e' ou +rustradora &m Tue está &o'o&ado

será &apa# de modi+i&ar o seu &omportamento atra*8s de uma trans+ormação na

situação e não &om uma pregação mora' de nenWum sentido para a &riança ou o

ado'es&ente-

 At8 &erto ponto 8 'egtimo di#er Tue atra*8s da &ompreensão das di+erenças

entre os seres Wumanos somos &apa#es de &ompreender a sua Wumanidade mais

pro+unda\ atra*8s dessa &ompreensão podemos e'iminar muitas de nossas

perp'eJidades e o.ter maior produti*idade\ podemos tam.8m impedir um

&omportamento agressi*o no tratamento dos edu&andos pois Tue &ompreendemos

Tue nossa re*o'ta resu'ta dos mesmos e'ementos Tue &onstituem o seu

&omportamento-

Se nem sempre 8 *erdade di#er Tue 9tudo &ompreender 8 tudo perdoar9 8

&erto Tue a &ompreensão amp'ia a nossa to'ern&ia e impede uma re*o'ta in4usta &Tuase sempre inVti'-

Re+erXn&ias .i.'iográ+i&as

 As&W S- E- So&ia' sP&Wo'ogP- Eng'&ood ;'i++s renti&e)Ha'' >?F- Bu.&r

M- ue es e'Wom.reY!rad de EugXnio Ima#- M8Ji&o ondo de

;u'tura E&on<mi&a >?C?- ^!We `ritings o+ Martin Bu.er- Se'e&ionado

organi#ado &

introdu#ido por `i'' H&r.erg- No*a or Meridian Boos >?FD- ;artrigWtQ- & A- Zander "orgs-$ round QPnami&s- E*anston Ro

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eterson >?F(-

QeeP - ;Wi'd and tWe ;urri&u'um- ;Wi&ago Uni*ersitP ress >?-

Eri&son E- 9IdentitP and tWe Li+e ;P&'e9 sP&Wo'ogi&a' Issues *o'- I

ns I MonograpW > >?F?- ran A- !We diarP o+ Poung gir'- !radução de B-

M- MooPaart- No*a

or o&et Boos >?F- romm E- Es&ape +rom reedom- No*a or

Ho't RineWart f `inston

>?C>-

 ^ Man or Himse'+- No*a or Ho't RineWart f `inston

>?C@-

(?

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

ui''aume - La psP&Wo'ogie anima'e- aris ;o'in >?C@- Hare A- - E- -

Borgatta e R- - Ba'es "orgs-$ Sma'' roups- No*a or cnop+ >?FF-

Heidegger M- E' ser P e' tiempo- !rad de os8 aos- M8Ji&o ondo de

;u'tura E&on]mi&a >?F>- Heider - !We sP&Wo'ogP o+ Interpersona'

Re'ations- No*a or oWn

`i'eP >?FG-

Homans - ; !We Human roup- No*a or Har&ourt >?F- HorneP c-

Our Inner ;on+'i&ts- No*a or Norton >?CF- ^ A persona'idade neur<ti&a de nosso

tempo- !rad de

O&tá*4o A'*es e'Wo- São au'o ;i*i'i#ação Brasi'eira >?F?- I&WWeiser -

9Misunderstandings in Human Re'ations9 Ameri&an

ourna' o+ So&io'ogP FF parte >?C?- co++a c- rin&ip'es o+ esta't

sP&Wo'ogP- Londres Rout'edg& f c&gan

au' >?(F-czW'er ` esta't sP&Wo'ogP- No*a or Li*erigWt >?C@-

LPnd H- M- On SWame and tWe Sear&W +or IdentitP- Londres Rout'edge

fcegan au' >?FG- Lippitt R- e R- c-`Wite 9!We 6So&ia' ;'imate6 o+

;Wi'dren6s roups9-

In: R- Barer - S- counin e H- `rigWt "orgs-$ ;Wi'd BeWa*ior 

and Qe*e'opment- No*a or M&ra)Hi'' >?C(- Mer'eau)ontP M-

W8nom8no'ogie de 'a per&eption- aris a''imard>?CF-

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Nuttin - 9Intima&P and SWame in tWe QPnami& Stru&ture o+ ersona'itP9-

In: M- I- RePmert "org-$ ee'ings and Emotions- No*a or

M&ra)Hi'' >?F- Read H- Edu&ation !WrougW Art- Londres a.er >?FG-

Ri&sman Q- !We Lone'P ;rod- Ne Ha*en a'e Uni*ersitP ress

>?F-

RP'e - !We ;on&ept o+ Mind- No*a or Barnes f No.'e >?C?-

Sartre - - LXtre et 'e n8ant- aris a''imard >?C(-

S&We''er M- Nature et +ormes de 'a sPmpatWie- !rad de M- Le+e.*re-

aris a''imard >?G- Simme' - So&io'ogia- !rad de - 8re# Ban&es-

Madri Re*ista de

O&&idente >?@-

 ^!We So&io'ogP o+ eorge Simme'- !rad e org- de curt H-

`o'++- 'en&oe !We ree ress >?F- Su''i*an H- S- ;on&eptions o+ Modem

sP&WiatrP- `asWington `i''iam

Edu&ação e re'açes interpessoais

((

 A'anson `Wite oundation >?C@- !agiuri R- e L- etru''o "orgs-$ erson

er&eption and Interpersona'

BeWa*ior- Stan+ord Stan+ord Uni*ersitP ress >?FG- `WPte `- Street

;orner So&ietP- ;Wi&ago ;Wi&ago Uni*ersitP ress

>?C(-

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ro+essores de peri+eria: so'uçes simp'es para pro.'emas &omp'eJos

E'.a SiTueira de Sá Barreto2

 A edu&ação +orma' *isa % transmissão de &onWe&imentos Wa.i'idades e

atitudes tidos &omo ne&essários % práti&a da *ida &otidiana- O &onteVdo dessa

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transmissão e os pro&essos atra*8s dos Tuais e'a 8 +eita são impregnados de

*a'ores- Estes &onstituem)se numa maneira parti&u'ar de per&e.er e interpretar a

rea'idade in&u'&ada nos a'unos atra*8s da aTuisição por e'es de Wá.itos de sentir

pensar e atuar Tue são pr<prios de determinados grupos ou &'asses so&iais-

Qe a&ordo &om Bourdieu ">?@$ para assegurar o tra.a'Wo de interiori#ação

desses Wá.itos & *a'ores o sistema de ensino monta um aparato Tue &on+ere %

ação pedag<gi&a a autoridade de transmiti)'os &omo se e'es possussem uma

signi+i&ação uni*ersa' ou se4a &omo se +ossem igua'mente *á'idos para todas as

&amadas da so&iedade- N<s a&res&entaramos Tue esses Wá.itos & *a'ores

pautados pe'os das &amadas dominantes apresentam por sua *e# um teor Tue 'Wes

permite +orne&er um su.strato &omum entre as &'asses ou grupos so&iais &omo

resu'tado do pr<prio tipo de estrati+i&ação da so&iedade &m Tue se mani+estam

permitindo &erta mo.i'idade entre tais grupos ou &'asses so&iais-

Os pro+essores são a *ia pre+eren&ia' dentro de nosso sistema de ensino de

transmissão desse &on4unto de Wá.itos & *a'ores Tue &ara&teri#am uma determinada

maneira de ser- Sua atuação pro+issiona' &onsis)t& numa +orma pe&u'iar de

rede+inição desses *a'ores Tue tXm &omo re+erXn&ia de um 'ado o &onteJto

institu&iona' em Tue se situa a sua atuação do&ente e de outro o modo espe&+i&o

de parti&ipação na so&iedade in&'usi*a-

"2$ Qo Qepto- de esTuisas Edu&a&ionais da undação ;ar'os ;Wagas-

;omuni&ação apresentada % __II Reunião Anua' da SB; Be'o Hori#onte >?@F-

undação ;ar'os ;Wagas ;adernos de esTuisa- ns >C set- >?@F p- ?@)>?-

((

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

uando se eJpressam a respeito de seu desempenWo pro+issiona' esses

indi*duos deiJam transpare&er as +ormas atra*8s das Tuais e'a.oraram os *a'oresTue tXm e Tue pro&uram transmitir- Re&orrendo %s imp'i&açes da teoria de

o++mann ">?D?$ so.re representação pro+issiona' 8 poss*e' entender as

de&'araçes dos pro+essores +rente % sua atuação do&ente não &omo a simp'es

eJpressão de &ara&tersti&as pessoais suas mas so.retudo &omo eJpressão de

&ara&tersti&as da tare+a- Nesse sentido as impresses Tue esses pro+issionais

pro&uram a&entuar não s< 'Wes permitem apresentar)se &omo gostariam de

apare&er mas podem ser*ir a prop<sitos mais amp'os da instituição es&o'ara4udando a &ompor uma imagem Tue a pr<pria instituição pro&ura o+ere&er de si

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mesma- E em V'tima aná'ise ao pr<prio sistema de ensino Tue interessa e 8 e'e

Tue +or4a o tipo de representação pro+issiona' mantido pe'o pro+essor &omo garantia

da pr<pria &ontinuidade do sistema nos mo'des em Tue está &riado-

Nature#a dos dados e aná'ise a ser desen*o'*ida

O materia' em estudo +oi &o'Wido durante a rea'i#ação de um tra.a'Wo &om

pro+essores de primeira s8rie de primeiro grau de es&o'as pV.'i&as da &idade de São

au'o em >?@(- A e'es +oi pedido Tue re'atassem uma di+i&u'dade espe&+i&a do

ponto d& *ista metodo'<gi&o Tue Wou*essem sentido na sua atuação em sa'a de

au'a- Em.ora as instruçes ti*essem sido &'aras e a&ompanWadas de eJemp'os o

materia' entregue pe'os pro+essores girou predominantemente em torno de pro.'e)

mas Tue a 4u'gar pe'a prioridade Tue 'Wes +oi &on+erida +oram &onsiderados muito

mais &rti&os do Tue os re'ati*os % aprendi#agem propriamente dita- Esses re'atos

são &m nVmero de ( e se re+erem so.retudo a in&identes &omportamentais &om

os Tuais se de+rontam os pro+essores na situação de &arXn&ia genera'i#ada em Tue

tXm Tue eJer&er o magist8rio-

osteriormente *o'tou)se a insistir &om os pro+essores so.re os re'atos de

nature#a t8&ni&o)pedag<gi&a e desta +eita o.te*e)se um outro tanto de materia'

agora *ersando &m sua maior parte so.re pro.'emas mais diretamente re'a&ionados

&om a aprendi#agem- ara os prop<sitos deste &aptu'o será +eito um estudo

intensi*o do materia' &o'Wido na primeira 'e*a e Tue di# respeito a pro.'emas de

&omportamento e

ro+essores de peri+eria

(((

nos reportaremos aos 9in&identes de aprendi#agem9 apenas na medida em

Tue e'es o+ere&erem um outro aspe&to da representação apresentada pe'o

pro+essor so.re o seu pr<prio pape'- Antes do estudo propriamente dito +orne&eremos as in+ormaçes dispon*eis

so.re a situação +un&iona' dos pro+essores e a &ara&teri#ação da &'iente'a atendida

pe'as es&o'as onde tra.a'Wam- Os dados são .astante es&assos mas ainda assim

permitem situar os re'atos dentro do &onteJto em Tue +oram produ#idos-

Os pro+essores go#am de situação está*e' na rede de ensino a Tue

perten&em tendo sido todos admitidos por &on&urso para o &argo Tue o&upam

durante perodos de tempo *ariá*eis Tue não eJ&edem entretanto a > anos- OreTuisito mnimo o.rigat<rio Tuanto % sua +ormação 8 o dip'oma de ;urso Norma'-

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Muitos de'es "em.ora não se sai.a eJatamente em Tue proporção$ tXm &ursos de

espe&ia'i#ação ou aper+eiçoamento ap<s o ;urso Norma' e Wá tam.8m os Tue

estão +a#endo ou 4á &ursaram estudos de n*e' superior- Na o&asião em Tue +oram

&o'Widos os dados todos 'e&iona*am no primeiro ano do primeiro grau- No entanto

&ontrariamente %s instruçes re&e.idas nem todos os re'atos se re+erem a

situaçes en+rentadas no 's ano tendo sido registradas *árias o&orrXn&ias Tue

di#em respeito % *ida pro+issiona' pregressa do pro+essor-

 As es&o'as em Tue 'e&ionam atendem na sua maioria aos .airros peri+8ri&os

da &apita' de São au'o e não o.stante se4am re'ati*amente .em eTuipadas na

maior parte dos &asos Tuanto a pr8dio e materia' es&o'ar não dispem muitas

*e#es dos re&ursos ne&essários para atender ao a+'uJo da &'iente'a

eJ&essi*amente numerosa a ponto de o&orrerem situaçes &omo as des&ritas por

esta pro+essora:

grupo es&o'ar onde 'e&iono +un&iona em @ perodos diários num tota' de

setenta e trXs &'asses das Tuais sessenta e duas são &'asses de Ia % Ca s8rie e as

on#e restantes distri.uem)se entre as F>>S e F>U s8ries- ;ada perodo tem a

duração diária de uma Wora e minutos &om eJ&eção das Fm e Dm s8ries &u4a

duração 8 de trXs Woras diárias- Em de&orrXn&ia da +a'ta de *agas +ormam)se

&'asses super'otadas di+i&u'tando radi&a'mente o tra.a'Wo do pro+essor-

 A popu'ação ser*ida pe'a grande maioria dessas es&o'as &ara&teri#a)se por

ser de .aiJo n*e' so&ioe&on<mi&o- As in+ormaçes não sis

((C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

temáti&as Tue &o'Wemos atra*8s dos re'atos possi.i'itam a&res&entar Tue e'a

8 &onstituda em parte por +am'ias de operários de su.empregados e

desempregados Tue apresentam &ondiçes de *ida .astante pre&árias sendo Tuenão raro eJistem entre e'es estratos +a*e'ados-

Qadas as &ara&tersti&as da &'iente'a o estudo do materia' o+ere&e espe&ia'

interesse por permitir o &on+ronto de dois modos de *ida ur.anos- O primeiro

en&arnado pe'a es&o'a prin&ipa' agente so&ia'i#ador &ontemporneo e representado

por seu pro+essor- Este pode ser &onsiderado por de+inição um indi*duo

perten&ente %s &amadas m8dias da popu'ação em *irtude da pr<pria posição de

prestgio o&upa&iona' Tue des+ruta no Estado de São au'o- O segundo &onsistindo

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numa maneira de ser mais pr<pria % das &amadas popu'ares representado pe'os

a'unos-

ro+essores e a'unos perten&em portanto a grupos Tue em de&orrXn&ia das

di+erentes &ondiçes de *ida de Tue des+rutam tXm postura e *a'ores di+erentes

em.ora perten&endo ao mesmo &onteJto ur.ano- Essa di*ersidade permite a

eJistXn&ia na &idade de grupos em parte unidos &m par'e segregados no seu

interior-

Em.ora essas duas maneiras de ser se4am de&orrentes das &ondiçes

o.4eti*as de *ida eJperimentadas pe'os respe&ti*os grupos no &on+ronto Tue se +a#

entre uma e outra no pro&esso edu&ati*o todo um dispositi*o 8 uti'i#ado para Tue

+iTue demonstrada a superioridade da primeira so.re a segunda- E*identemente

Tue essa pretensa superioridade 8 &a'&ada na per&epção do modo de *ida das

&amadas m8dias da popu'ação &omo instrumento e+i&a# de as&ensão so&ia'-

Nesse sentido não &a.e 'e*ar ao eJtremo o re'ati*ismo &u'tura' assumindo a

igua'dade & 'egitimidade dos di*ersos modos de *ida Tue de*eriam ter &ondiçes de

se reprodu#ir &ontinuamente porTue isso tam.8m seria a preser*ação da

desigua'dade- Importa pois neste estudo apontar o &aráter &ontradit<rio Tue

assume a imposição de determinados *a'ores a partir da in+'uXn&ia de um grupo

so.re outro ser*indo ao mesmo tempo &omo instrumento de a&u'turação & de

manutenção da situação de in+erioridade do grupo menos pri*i'egiado-

O materia' &o'Wido +oi interpretado &om .ase numa aná'ise de &onteVdo em

Tue se 'e*ou em &onta a +reT1Xn&ia &om Tue o&orriam determinadas respostas dos

su4eitos &m re'ação a aspe&tos distintos da imagem pro+issiona' por e'es o+ere&ida-

Isso tanto nos re'atos re+erentes a di+i&u'dades didáti&as Tuanto naTue'es

indi&ando di+i&u'dades de

ro+essores de peri+eria((F

&omportamento- ro&urou)se tam.8m *eri+i&ar no segundo tipo de re'atos

Tua' a nature#a dos pro.'emas apontados &om maior +reT1Xn&ia e o tipo de

so'uçes para e'es a*entadas pe'os pro+essores-

 A aná'ise não se prendeu entretanto a uma mera &ara&teri#ação dos

+en]menos re&orrentes 'igados % representação dos pro+essores mas des&eu %

&onsideração de &asos indi*iduais na medida em Tue estes permitiram uma me'Wor

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&ompreensão das maneiras pe&u'iares atra*8s das Tuais se transmitem *a'ores e

Wá.itos na interação pro+essor)a'uno-

 A representação do pro+essor na perspe&ti*a dos in&identes t8&ni)&o)

pedag<gi&os

uando se trata dos re'atos re+erentes a pro.'emas metodo'<gi&os o.ser*a)

se Tue &omo e'es +oram endereçados a assessores pedag<gi&os os pro+essores

estão +reT1entemente dispostos a &on+essar a sua insegurança & +a'ta de preparo

t8&ni&o atri.uindo &om +reT1Xn&ia surpreendente o +ra&asso de suas &'asses a

+a'Was suas- Entretanto esse re&onWe&imento o&orre prin&ipa'mente Tuando uma

di+i&u'dade espe&+i&a 8 sentida pe'a &'asse- Nesse &aso o pro+essor se sente em

parte redimido por não ter re&e.ido a orientação ne&essária nos &ursos Tue +e# ou

atra*8s da assessoria t8&ni&a Tue re&e.eu- E'e &on+essa Tue por não ter dominado

.em determinados &onteVdos não sou.e transmiti)'os de +orma a Tue os a'unos

ti*essem maior pro*eito mas sugere Tue isso se de*e so.retudo %s ino*açes Tue

os <rgãos &entrais tentaram introdu#ir nos programas e &urr&u'os sem ter atentado

para a maneira mais e+i&iente de +a#X)'o-

Se o +ra&asso da &'asse 8 genera'i#ado 4á a &u'pa re&ai &om muito maior

+reT1Xn&ia no am.iente de n*e' so&ioe&on<mi&o .aiJo de Tue pro*Xm os a'unos-

 As &'asses no entender dos pro+essores estão di*ididas &m +ra&as e +ortes sendo

Tue as primeiras são muito mais numerosas do Tue as segundas- O eJ&essi*o

nVmero de a'unos a amp'a gama de *ariação de idades a su.nutrição &r]ni&a a

+a'ta permanente de re&ursos materiais o am.iente po.re de estimu'ação a

numerosa in&idXn&ia de repetentes são moti*os Tue 4usti+i&am de so.e4o o mau

apro*eitamento das &'asses-

Não o.stante se &omo 'em.ra Lus ereira ">?@>$ são as *ariá*eis eJtra)

eseo'ares as determinantes .ási&as do apro*eitamento es&o((D

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

'ar o re&onWe&imento desse +ato pe'os pro+essores 8 apenas par&ia'- A

despeito da &onstatação diária da ine+i&á&ia das *ariá*eis intra)es&o'a)res em um

tra.a'Wo Tue tem imp'i&açes de nature#a so&ia' mais amp'a &ontinuam e'es a

atri.uir importn&ia +undamenta' ao ensino ta' &omo *em sendo ministrado- e'e no

+undo a pedra de toTue &apa# de rea'i#ar a trans+ormação da ignorn&ia e da.ar.árie en&ontradas no &onta&to &om os a'unos e seus +ami'iares perten&entes %s

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&amadas popu'ares- A atri.uição do +ra&asso es&o'ar %s *ariá*eis am.ientais ser*e

portanto so.retudo para sa'*aguardar a impressão de &ompetXn&ia Tue de*e ne)

&essariamente *ir a'iada % imagem pro+issiona' Tue o pro+essor pro&ura o+ere&er-

E'a não imp'i&a uma re+'eJão so.re a adeTuação da estrutura do ensino do

&onteVdo e m8todos uti'i#ados do a'&an&e da edu&ação para os grupos &om as

&ara&tersti&as da &'iente'a &om Tue tra.a'Wam esses do&entes-

Mas o +ra&asso pode ainda o&orrer apenas &om pou&os a'unos na &'asse:

e'es tXm di+i&u'dade para aprender- As di+i&u'dades podem estar re'a&ionadas a

aspe&tos muito espe&+i&os do &onteVdo do programa a pro.'emas de 'inguagem

emo&ionais ou de saVde mas na grande maioria das *e#es e'as são atri.udas ao

.aiJo Tuo&iente inte'e&tua' "I$ dos a'unos- Essa entidade a.strata e

estigmati#adora Tue 'e*a os pro+essores &om &erta +a&i'idade a a&reditarem Tue

estão 'idando &om a'unos 9d8.eis mentais9 para usar sua pr<pria 'inguagem 8

in+erida por &rit8rios empri&os na maioria das *e#es despro*idos de Tua'Tuer rigor

&ient+i&o &omo muito .em o.ser*ou S&Wneider ">?@C$- Nos re'atos ana'isados são

&rianças dispersi*as irreTuietas agressi*as ou apáti&as Tue não se interessam e

não parti&ipam das ati*idades da &'asse aTue'as Tue +reT1entemente re&e.em a

pe&Wa de a'unos eJ&ep&ionais- E uma *e# assim rotu'ados +i&a de &erta maneira

assegurada a reputação de e+i&iXn&ia do pro+essor- Esses a'unos não são &asos

para e'e\ de*em ser en&aminWados para &'asses espe&iais ou para atendimento

&'ni&o Tuando eJistirem tais re&ursos-

Note)se no entanto Tue eJistem tam.8m aTue'es pro+essores Tue de&'aram

ter de'i.eradamente es&o'Wido as &'asses piores Tuanto ao rendimento ou não

re'utam em a&eitar os a'unos mais pro.'emáti&os- Então se a despeito das

&ondiçes ad*ersas uma &'asse ou uma &riança Tue se 4u'ga*a +adada ao +ra&asso

&onsegue superar as di+i&u'dades e atingir .om desempenWo o pro+essor se sentega'Wardamente re&ompensado pe'o es+orço-

ro+essores de peri+eria

((@

No &]mputo gera' estes &asos prestam)se para rea'çar um aspe&to da

atuação Tue re+'ete pro*a*e'mente o dese4o do pro+essor de estar mais pr<Jimo dos

*a'ores &onsagrados do ponto de *ista do sistema de ensino- Essa +orma de

dedi&ação Tue não 8 de +ato uma atuação meramente pro+issiona' mas imp'i&auma &on*ersão pessoa' Tue eJige do pro+essor a 9doação do máJimo de si em

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amor &ompreensão e *ontade de a4udar9 ao mesmo tempo &m Tue desta&a tais

*irtudes deiJa tam.8m ante*er sua &ontrapartida- Se eJistem a'guns pou&os

pro+issionais Tue pre+erem as &'asses ou a'unos +ra&os &om o intuito de se

dedi&arem a e'es de +orma espe&ia' & porTue o nVmero de pro+essores Tue as re'e)

gam 8 .em maior do Tue o dos Tue as a&eitam de .oa *ontade-

Os remane4am&n'os entre as &'asses não e'iminam o pro.'ema dos a'unos

+ra&os em &ada uma de'as- E não restando aos pro+essores outro re&urso senão

&omputá)'os em seus 'i*ros de &Wamada 8 +reT1ente Tue ao in*8s da dedi&ação

pessoa' e do empenWo redo.rado em re&uperar essas &rianças e'es sintam

diminuda a sua responsa.i'idade perante e'as- á sa.em de antemão Tue não

produ#irão o esperado de sorte Tue a&a.am por deiJá)'as entregues %s suas

pr<prias di+i&u'dades-

Qo ponto de *ista dos in&identes didáti&os portanto as di+i&u'dades

apresentadas pe'os pro+essores deiJam entre*er uma imagem pro+issiona' Tue se

não 8 de todo .em)su&edida tem s8rios moti*os para deiJar de sX)'o- Se para o

grupo 8 importante manter a imagem do .om pro+essor &omo a daTue'e Tue

&onsegue a'tos ndi&es de apro*ação da &'asse 8 pre&iso Tue +iTue .em &'aro para

os assessores pedag<gi&os Tue &onWe&em so. outro ngu'o os pro.'emas

parti'Wados pe'os pro+essores Tue sempre Tue o a'*o de apro*açes não 8

atingido isso se de*e a +atores de ordem mais amp'a do Tue a mera e+i&iXn&ia

pessoa' de &ada um-

 A imagem pro+issiona' *ista da perspe&ti*a dos in&identes de &omportamento

Se os primeiros re'atos re*e'aram a imagem do pro+essor primordia'mente

&omo instrutor os in&identes &omportamentais o+ere&em so.retudo a imagem do

pro+essor enTuanto edu&ador- u'gados mais importantes do Tue os anteriores pe'os

pr<prios su4eitos Tue os re'ataram esses depoimentos *Xm &ontradi#er a *isãosimp'ista do senso &omum Tue *X o pro+essor &omo mero agente de in+ormaçes- A

tare+a % Tua' e'e atri.ui

((G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

maior re'e*o na sua atuação 8 a de &aráter mora'- Bási&a primária 8 e'a

&ondição sine Tua non para Tue a tare+a instru&iona' tenWa 'ugar-

no desempenWo de seu pape' de edu&ador Tue o pro+essor en&ontra asmaiores di+i&u'dades- E'e tem Tue se *er %s *o'tas &om pro.'emas de dis&ip'ina

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pre&isa 'idar &om &rianças re.e'des ma'&riadas &arentes de a+eto apáti&as 'adras

doentes su4as +amintas- !em de tratar ainda &om suas +am'ias desestruturadas

ignorantes desinteressadas- E não Wá &omo +ugir a essa tare+a: e'a se impe &om

todo o peso da rea'idade de Tue 8 +ruto &omo um imperati*o Tue &ondi&iona todas

as demais ati*idades a serem desen*o'*idas &om o a'uno-

Entretanto & 4ustamente para esse tipo de atuação Tue e'e está menos

preparado- A Es&o'a Norma' Tuando muito o+ere&e)'We a'gum &onWe&imento de

psi&o'ogia Tue e'e +a# render e mu'tip'i&ar na esperança de dar &onta das

di+i&u'dades Tue en+renta- O preparo pedag<gi&o Tue re&e.eu +oi todo &on&e.ido em

+unção de um a'uno idea' 'impo sadio dis&ip'inado & inte'igente em suma

preparado para assimi'ar um determinado Tuantum de in+ormaçes sistemáti&as &

&om &ondiçes de aprimorar as atitudes Tue tra# do am.iente +ami'iar-

Em termos dos padres de &onduta e do a'&an&e so&ia' do tra.a'Wo

pedag<gi&o do pro+essor a+ora a &on&epção idea'i#ada do magist8rio &omo

sa&erd<&io a +ormação por e'e re&e.ida .asi&amente ser*iu para &on+irmar e

re+orçar a .agagem Tue este adTuiriu &m +unção de sua parti&ipação no modo de

*ida das &amadas m8dias da popu'ação-

Seu preparo pro+issiona' não 'We +orne&eu os e'ementos ne&essários % &rti&a

das eJpe&tati*as "tornadas in&ons&ientes porTue &rista'i#adas em Wá.itos$ Tue o

'e*am a &onsiderar determinada maneira e &om)portar)s& &omo &on*eniente ou

in&on*eniente &ertas aspiraçes &omo p'aus*eis ou in*iá*eis-

 Assim sendo a.so'utamente &on*en&ido de Tue sua maneira de *er e de

*a'ori#ar o mundo não somente 8 a me'Wor mas a Vni&a 'egtima 8 Tue o pro+essor

primário se dispe a representar o pape' de edu&ador- E se &omo instrutor e'e se

permite a'gum insu&esso enTuanto &ondutor mora' de seus a'unos 8 +undamenta'

Tue a imagem apresentada de seu desempenWo se4a uma imagem .em)su&edida- A 4u'gar pe'os re'atos a impressão Tue o grupo dese4a &riar 8 a de Tue 8

e+i&iente para reso'*er pro.'emas de &omportamento- Q& um modo gera' a t]ni&a

desse do&umentário re&ai so.re um 9+ina' +e'i#9 para as di+i&u'dades en+rentadas- As

mençes de +ra&asso rara *e# representam o

ro+essores de peri+eria

((?

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resu'tado da V'tima so'ução tentada\ e'as eJistem e apare&em &om +re)

T1Xn&ia mas se re+erem a estágios temporários Tue +oram posteriormente

superados a &ontento-

Esse 8 o &aso por eJemp'o daTue'a pro+essora su.stituta Tue te*e inVmeros

pro.'emas de dis&ip'ina &om &erta &'asse- Qe a&ordo &om suas pa'a*ras:

---os a'unos re&usa*am)se a+a#er as ati*idades propostas ou +a#iam de má

*ontade- !udo Tue eu propunWa e'es di#iam: A dona u'ana não +a#ia assim- E'a

não gosta Tue se +aça desse 4eito - E'es Tueriam de todo 4eito Tue eu agisse da

mesma maneira Tue a pro+essora de'es agia--- Isso me preo&upa*a e me deiJa*a

tremendamente angustiada--- Na minWa preo&upação de tornar)me amiga dos

a'unos +ui deiJando)me 'e*ar por e'es agindo &omo e'es Tueriam Tue eu agisse-

Não deu resu'tado ao &ontrário perdi toda autoridade e a &'asse esta*a

indis&ip'inada &omo nun&a- Nun&a me senti tão peTuenina e derrotada--- ;Weguei a

&Worar em &asa muitas *e#es at8 Tue reso'*i dar um 9Wasta9 em tudo aTui'o--- Em

&'asse ti*e uma s8ria e 'onga &on*ersa &om os a'unos- Qisse)'Wes Tue de ora em

diante as &oisas seriam &omo eu Tueria e Tue e'es tratassem de esTue&er ou

deiJar de 'ado os 9&ostumes9 da outra pro+essora- Aos pou&os e'es +oram mudando

de atitude--- or o&asião do Qia dos ro+essores re&e.i uma .e'ssima Womenagem

e uma outra >F dias depois ao t8rmino da minWa su.stituição-

 As *e#es entretanto o resu'tado .em)su&edido a&a.a sendo mais ou menos

+ortuito- Qepois de ter o pro+essor esgotado &m *ão todos os re&ursos de Tue

dispe um a&onte&imento e*entua' 8 &apa# de desen&adear um pro&esso de

entendimento entre a'uno & pro+essor muitas *e#es tentado anteriormente e não

o.tido- Imp'&ita nesses &asos está a id8ia de Tue o desempenWo pro+issiona' está

em &erta medida na dependXn&ia de +atores pou&o su4eitos a &ontro'e- Isso pode

ser um ind&io da pro*á*e' predominn&ia da &on&epção do magist8rio &omo umaarte em Tue os aspe&tos pessoais e inusitados são mais *a'ori#ados do Tue os

reTuisitos t8&ni&os-

Muitas das pretensas so'uçes .em)su&edidas na *erdade o são so.retudo

da perspe&ti*a do pro+essor mas enTuanto en&aradas por e'e dessa maneira

re+orçam o tipo de atuação desen*o'*ida em re'ação aos a'unos-

(C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

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uando por eJemp'o na o&asião dos preparati*os para uma +esta de Qia

das Mães um dos a'unos &omeçou a +i&ar muito triste retrado e dispersi*o a

pro+essora pro&urou a*eriguar a &ausa- !endo des&o.erto Tue a &riança Wa*ia sido

a.andonada re&entemente pe'a mãe e esta*a *i*endo &om uma tia a pro+essora

&om.inou &om os demais a'unos e'eger a tia do menino a 9Mãe Sm.o'o9 da &'asse-

No dia das mães 'ogo ap<s a Womenagem a tia disse Tue apesar de ter

&in&o +i'Wos sua a'egria maior seria es&utar a pa'a*ra 9mamãe9 do so.rinWo Tue

esta*a agora so. seus &uidados e Tue seria por e'a adotado- O menino a.raçou)a

demoradamente e pudemos ou*i)'o +a'ar: O.rigado e des&u'pe)me mamãe-

E*identemente se esse tipo de so'ução não minorou os pro.'emas

parti&u'ares da &riança ser*iu pe'o menos para a'i*iar a tensão &ausada pe'o

mode'o idea'i#ado de re'açes +ami'iares Tue 8 posto &m e*idXn&ia pe'o pr<prio

pro+essor e pe'a instituição na &e'e.ração do ritua' do Qia das Mães-

O deta'Wamento +eito a seguir dos pro.'emas mais +reT1entemente

en&ontrados e dos tipos de eJp'i&ação e so'ução para e'es propostos permitirá

apro+undar a'guns dos aspe&tos da representação pro+issiona' do pro+essor-

;ontri.uirá tam.8m para e'u&idar &ertos re&ursos mediante os Tuais e'e +a#

pre*a'e&er seus pr<prios pontos de *ista no &on+ronto das di+i&u'dades en&ontradas

em &'asse-

ro.'emas e so'uçes

Se .em Tue os pro.'emas Tue mais pare&em di+i&u'tar a atuação do

pro+essor e de Tue trataremos iso'adamente a seguir não pertençam eJ&'usi*amente

a uma Vni&a &ategoria de&idimos manter a di+eren&iação entre e'es para +ins de

aná'ise uma *e# Tue assim &ara&teri#ados podem ser mais .em eJp'orados nas

di*ersas nuanças em Tue se &on+iguram-

Na sua &o'o&ação +i&a su.entendida uma de+inição negati*a do a'uno- Em sea+astando do mode'o idea' e'e 8 &ara&teri#ado por tudo aTui'o Tue deiJa de ser-

ro+essores de peri+eria

(C>

>- A dis&ip'ina

Entre as &ara&tersti&as da &'iente'a a Tue 8 &onsiderada &omo a mais

pertur.adora para o tra.a'Wo do pro+essor &onsiste em 9não ser e'a .em

&omportada9- Os pro.'emas de dis&ip'ina Tue e&'odem ao n*e' das &'asses e dosa'unos indi*idua'mente a+'igem o pro+essor porTue para e'e a representação de

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&ompetXn&ia pro+issiona' está asso&iada ao .om domnio da &'asse se4a e'e o.tido

por m8todos auto&ráti&os se4a atra*8s de atitudes persuasi*as-

 A &'asse indis&ip'inada 8 no seu modo de *er uma &'asse desinteressada

&u4os pro.'emas de &omportamento são pro*enientes de trXs +ontes prin&ipais:

Ia$ +a'ta de moti*ação na aprendi#agem gera'mente re'a&ionada a pro.'emas

espe&+i&os Tue o pro+essor assume &omo +a'Wa sua\

a$ grande di*ersidade de idades & de n*eis de apro*eitamento na &'asse

in&'uindo a presença dos repetentes\

(a$ .aiJo n*e' so&ioe&on<mi&o de+inido pe4orati*amente &omo n*e'

so&ioe&on<mi&o 9ruim9 de onde pro*Xm a'unos 9re*o'tados &ontra tudo9-

O a'uno indis&ip'inado 8 aTue'e &ara&teri#ado &omo deso.ediente: Tue não

&umpre ordens nem a&eita os padres do grupo\ Tue desa+ia a autoridade\ agride

os &o'egas &om pa'a*ras de .aiJo &a'ão\ .riga e .ate ne'es destr<i suas &oisas\

agride a pro+essora desrespeitando)a\ 8 irreTuieto e pertur.a o tra.a'Wo dos

demais\ 8 ir]ni&o &rue' re*o'tado e apresenta na maior parte dos &asos p8ssimo

apro*eitamento-

ara a'terar esse repert<rio de 9más Tua'idades9 os re&ursos de Tue se *a'e

o pro+essor *ão desde aTue'es &onsiderados &omo a'tamente re&omendá*eis dentro

de uma perspe&ti*a psi&opedag<gi&a at8 os Tue não são san&ionados pe'a

pedagogia moderna &omo gritos rigor eJ&essi*o repreenses muito +reT1entes- No

&aso destes V'timos e'es apare&em na grande maioria das *e#es &omo medidas

transit<rias Tue não produ#indo os e+eitos dese4ados a&a.am sendo su.stitudas

por práti&as mais apro*adas do ponto de *ista pedag<gi&o &omo &on*8m % re)

presentação de uma imagem pro+issiona' e+i&iente-

 As medidas Tue surtem me'Wor resu'tado e Tue são mais +reT1entemente

men&ionadas tanto nos &asos indi*iduais Tuanto nas &'asses indis&ip'inadas são asTue &onsistem em demonstração de a+eto e atenção por parte do pro+essor- uando

o interesse do pro+essor se +a# sentir atra*8s da intensi+i&ação do diá'ogo entre

a'uno e pro+essor da

(C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

atri.uição de peTuenas responsa.i'idades a a'unos pro.'emáti&os da &on)

*ersa &om os pais o &omportamento tende a me'Worar- No &aso das &'assestam.8m &ostumam produ#ir .ons resu'tados as dis&usses Tue 'e*am %

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organi#ação de padres de &omportamento e'a.orados pe'os pr<prios a'unos- Se a

di+i&u'dade está re'a&ionada % aprendi#agem me'Wores resu'tados são o.tidos

Tuando o pro+essor pro&ura dosar a mat8ria de modo mais adeTuado ou retomar

pontos +a'Wos no de&orrer do pro&esso-

Esses re&ursos de nature#a psi&opedag<gi&a não 'e*am em &onta a

pro.'emáti&a do a'uno em termos de sua appartenan&e a um grupo espe&+i&o da

so&iedade ur.ano)indus'ria'- uando &onsiderados iso'adamente mas&aram o +ato

de Tue as medidas assumidas *Xm impregnadas de uma mora'idade Tue dá por

suposta a sua superioridade so.re a dos a'unos-

O &aso re'atado a seguir 8 .em signi+i&ati*o neste sentido-

Em toda &'asse &onstatamos sempre a eJistXn&ia de G ou > a'unos Tue são

despro*idos de posses rea'mente- Sem possi.i'idade de adTuirir materia' 'ogo se

&onstituem em e'ementos pertur.adores dentro da &'asse- Uns reagem &om

agressi*idade Wosti'i#ando seus &o'egas mostram má *ontade durante as au'as e

seu apro*eitamento 8 redu#ido mesmo porTue não possuindo materia' o seu

aprendi#ado 8 mais 'ento- era'mente o pro+essor adota uma atitude de irritação

&ontra esses a'unos aumentando ainda mais o pro.'ema e o desa4ustamento das

&rianças-

Este ano reso'*i p]r em práti&a um meio de pro&urar sanar o pro.'ema ou

pe'o menos tentar-

ensei em &omprar o materia' e simp'esmente e'iminar pro.'ema- or8m

re+'eti Tue e'es iriam se a&ostumar a re&e.er &omo se ti*essem direito a isso-

ropus a esses a'unos uma +orma de adTuirir suas &arti'Was-

orne&i as &arti'Was e a*isei Tue Tuem Tuisesse +i&ar &om as mesmas traria

uma moedinWa de R{ > ou Tuanto pudesse por dia- Isso porTue notei Tue são

sempre as &rianças Tue nos pare&em mais despro*idas de re&ursos Tue &ompramsempre &Wi&'etes e do&inWos na porta da es&o'a-

No máJimo no pra#o de um mXs Tuase todos Wa*iam pago suas &arti'Was e

mostra*am)se satis+eitos de terem pago 6e'es mesmos6 seus 'i*ros-

ro+essores de peri+eria

(C(

EnTuanto não trouJeram todo o dinWeiro não dei as &arti'Was para serem

'e*adas para &asa- Isto para Tue manti*essem o dese4o de &onseguir sua possede+initi*a- Apenas dois não &onseguiram pagar a &arti'Wa at8 o +ina'-

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Estamos em maio e &reio Tue at8 o +im do ano ainda o +arão- A&Wei a

eJperiXn&ia *á'ida- Aprenderam a *en&er seus dese4os "a *ontade de mas&ar

&Wi&'ete$ em pro*eito do Tue rea'mente tinWa uti'idade para e'es- Ainda ti*eram a

oportunidade de *eri+i&ar o Tue era 6e&onomi#ar6-

;ontra o desperd&io a impro*idXn&ia a desordem o imediatismo e o gosto

pe'o pra#er *istos &omo &ara&tersti&as das &rianças pro*enientes das &amadas

popu'ares o pro+essor tem a sua missão re+ormadora a &umprir- A e&onomia ou

se4a a &apa&idade de pre*isão e poupança a ordem e o as&etismo u'i'itarista 4á

apontados por `e.er em A ti&a protestante e o esprito do &apita'ismo en&ontram

sua maneira de eJpressão não apenas na Europa &omo tam.8m aTui entre n<s de

+orma di'uda nas &amadas m8dias da popu'ação pau'ista representadas pe'os seus

pro+essores-

S& 8 &erto Tue pro&edendo &omo a pro+essora do re'ato men&ionado esses

pro+issionais estão &ontri.uindo para a &riação de Wá.itos Tue mais +a*oreçam uma

e*entua' as&ensão so&ia' de seus a'unos não 8 menos *erdade Tue a instrução

dada a essas &rianças 8 in+ormada pe'a preo&upação .ási&a de Tue e'as es&apem

ao 4ugo do instinto e da nature#a su.metendo)se %s regras 9ra&ionais9 transmitidas

pe'a ação &i*i'i#adora da es&o'a &omo muito .em 'em.ra Bou'tansi ">?@C$-

O Tue não 8 &onsiderado &om a de*ida seriedade 8 Tue o imediatismo o

*i*er sem regras 8 o resu'tado das pr<prias &ondiçes de *ida eJperien&iadas por

pe'o menos &ertos setores das &amadas popu'ares- Na *erdade essa ta'*e#

&onstitua a sua regra .ási&a para en+rentar as *i&issitudes &m re'ação %s Tuais e'es

não tXm &ondiçes de &onstruir uma reser*a de de+esa-

uando o pro+essor pro&ura a ra#ão de ser das &ara&tersti&as negati*as Tue

aponta nos a'unos *ai .us&á)'a na grande maioria das *e#es no am.iente +ami'iar

de Tue estes pro*Xm- ara e'e os padres de organi#ação +ami'ia' mais &omuns nas&amadas de .aiJo n*e' '<&ioe&on]mi&o são prati&amente os grandes responsá*eis

pe'os des*ios de &omportamento apresentados pe'as &rianças-

O +ato de a unidade +ami'ia' ser &entrada na mãe o Tue 'We permi

(CC

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

te ter &ompanWeiros mas&u'inos não +iJos\ o uso +reT1ente da agressão de

tipo +si&o Tue o&orre entre adu'tos e em re'ação a adu'tos e &rianças\ a prostituição\o a.andono de &rianças por +a'ta de &omo mantX)'as\ a pressão dos pais para Tue

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desde muito peTuenos os +i'Wos &onsigam meios de sup'ementar o magro

orçamento da +am'ia tais são os +atores Tue &ompem o pano de +undo da atuação

do a'uno re.e'de-

No mode'o de organi#ação +ami'ia' adotado pe'o pro+essor a união dos pais

de*e ser institu&iona'i#ada indisso'V*e' e eJ&'usi*a e estes de*em ter natura'mente

&ondiçes de assegurar o sustento materia' dos +i'Wos por muito mais tempo do Tue

nas &amadas popu'ares a'em de dispor de re&ursos Tue 'Wes permitam

propor&ionar uma assistXn&ia a+eti*a de'i.erada %s &rianças- O não &umprimento

desse esTuema segundo e'es imp'i&a o domnio do *&io da promis&uidade da

*ida instinti*a e irra&iona' Tue &ara&teri#a a maneira de ser das &amadas popu'ares-

O pro+essor en&ara os padres de &omportamento +ami'iar de um grupo Tue

não 8 o seu apenas &omo +ruto de uma de+ormação mora' Tue &ompromete Tuase

ine*ita*e'mente o +uturo de seus a'unos &onsiderados &omo *timas in&apa#es de

superar o &r&u'o *i&ioso da po.re#a- En&errado em seu mora'ismo rgido o

pro+essor não dispe dos e'ementos Tue 'We permitam entender Tue os padres

di+erentes dos de'e &onstituem respostas Tue resu'tam de &ondiçes de *ida

di+erentes das suas- !ais respostas imp'i&am uma outra ra&iona'idade uma ordem

di*ersa de prioridades e en*o'*em outros *a'ores-

 A &ondenação do uso da *io'Xn&ia +si&a por eJemp'o em.ora &m &erto

aspe&to go#e de um &onsenso uni*ersa' es&onde tam.8m um *a'or asso&iado ao

das &amadas da popu'ação Tue uti'i#am so.retudo +ormas *er.ais ou mais *e'adas

de agressão mas &u4os e+eitos nem por isso são menos pre4udi&iais-

E*identemente Tuando o pro+essor se es&anda'i#a &om os modos e &om a

maneira de ser de seus a'unos e respe&ti*os +ami'iares e ostensi*amente &o'o&a os

padres dominantes &omo mode'o Tue na rea'idade somente +un&ionam .em

enTuanto mode'o ao in*8s de +a*ore&er sua aproJimação entre as &rianças&ontri.ui na maioria das *e#es para aumentar a distn&ia so&ia' eJistente entre

e'es-

pre&iso &on*ir Tue o tra.a'Wo do pro+essor não tem &ondiçes de se rea'i#ar

sem um mnimo de &onsenso em re'ação a determinadas regras de &omportamento-

Não o.stante a aTuies&Xn&ia % ordem da maneira &omo 8 *ista atra*8s de seu

&ontra*a'or: a deso.ediXn&ia

ro+essores de peri+eria(CF

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pare&e imp'i&ar muito mais do Tue a simp'es adesão a padres Tue tornem

*iá*e' uma *i*Xn&ia em &omum- !rata)se na *erdade da imposição atra*8s da

autoridade &on+erida ao pro+essor pe'o sistema de ensino de um padrão de

&on+ormidade &om o status Tuo- As &ausas a'8m das di+i&u'dades indi*iduais ou

+ami'iares não sendo *enti'adas a&a.a)se atri.uindo a re*o'ta psi&o'<gi&a do a'uno

meramente ao am.iente em Tue *i*e sem 'e*ar em &onta as &ondiçes estruturais

Tue produ#em ta' am.iente-

Os re&ursos uti'i#ados no sentido de &on*en&er o a'uno a respeito da

superioridade de determinados padres de &omportamento so.re os seus ao in*8s

de permitir a &ompreensão das &ausas reais dos pro.'emas por e'e en+rentados

a&a.am por re+orçar nessa &riança o sentimento de in+erioridade Tue e'a

eJperimenta e a ne&essidade de imitar os padres &o'o&ados &omo mode'o- Nesse

sentido +i&a sensi*e'mente pre4udi&ada a oportunidade de o a'uno adTuirir parte do

instrumenta' ne&essário % superação de sua &ondição de &arXn&ia atra*8s da

es&o'a-

- ro.'emas emo&ionais

Os pro.'emas emo&ionais são tam.8m men&ionados +reT1entemente-

Em.ora de nature#a di*ersi+i&ada e'es re*e'am .astante seguidamente uma

e*idente &arXn&ia a+eti*a por parte dos a'unos- Esse 8 o &aso das &rianças

eJi.i&ionistas Tue pertur.am o andamento das ati*idades de &'asse pro&urando

&Wamar so.re si a atenção da pro+essora e dos &o'egas de maneira in&on*eniente-

 ATui se enTuadram igua'mente as &rianças apegadas em demasia a pro+essoras

antigas e ta'*e# se4a o &aso dos a'unos Tue não a&eitam a no*a pro+essora-

E*iden&iam)se tam.8m pro.'emas de adaptação em re'ação aos &o'egas

de a'unos inte'igentes e &om mau apro*eitamento ou ainda de a'unos Tue a'teram o

&omportamento em +unção de pro.'emas +ami'iares-oram re'atados ainda a'guns &asos de pre&on&eito de &or em Tue os

&o'egas de &'asse ensinados ou não pe'os pais passam a dis&riminar as &rianças

negras- E no re*erso da meda'Wa o &aso da menina negra &u4a mãe insistia em

Tue não poderia ser .oa a'una pe'o +ato de ser de &or-

 A a.ordagem para esse tipo de di+i&u'dade no mais das *e#es &onsiste em

atri.uir % &riança maior atenção e interesse e tam.8m em muitos &asos em

&on*ersar parti&u'armente &om e'as ou &om os pais- Neste V'timo &aso para o.ter

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maiores in+ormaçes a respeito do Tue se passa &om o a'uno ou em nVmero menos

+reT1ente para orientá)'os a agirem de deter 

(C@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

minada maneira- Não 8 in&omum Tue Wa4a inter+erXn&ia da diretoria na

tentati*a de .us&a de so'ução para di+i&u'dades desse tipo-

 A orientação &on+erida %s *e#es 8 de muito .om senso e &Wega em a'guns

&asos a produ#ir e+eito positi*o- Entretanto 8 +reT1ente Tue se4a ei*ada de tantos

pre&on&eitos Tue a impedem de distinguir o essen&ia' do pro.'ema a.ordado o Tue

a&a.a por torná)'a in<&ua do ponto de *ista da .us&a da so'ução dese4ada- Ser*e

apenas &omo .a'uarte de um padrão de mora'idade Tue de*e +un&ionar &omo água

di*is<ria entre o Tue 8 apro*ado pe'a es&o'a e o Tue não 8-

 Ana'isemos o teor da orientação dada a um pai no &aso de um a'uno de oito

anos repetente de Ia s8rie-

Bom a'uno mas não muito estudioso pre&isando ser moti*ado &om mais

+reT1Xn&ia Tue os demais &omeçou a +a'tar semanas seguidas- A irmã na mesma

&'asse disse)me Tue e'e +ugira de &asa e ningu8m o en&ontra*a- or +im *o'tou %s

au'as e ao 'ar-

;Wamei)o parti&u'armente e tentei &on*ersar--- A mãe e a irmã mais *e'Wa

.atem muito ne'e ma&Wu&ando)o porTue não Tuer +a#er ser*iços &aseiros &omo

'a*ar 'ouça *arrer o &Wão et&- Um dia a mãe o eJpu'sou de &asa tran&ando a porta-

 A e'e não Tuis mais *o'tar- Qormia dentro de um 'atão de 'iJo e &omia o Tue

&onseguia o.ter pedindo esmo'as- or +im o pai &onseguiu en&ontrá)'o- E ia +ugir

no*amente porTue o pai pretendia interná)'o em um Wosp&io- E'e &on&ordou em Tue

eu &on*ersasse a respeito &om o pai "eu Tueria sa.er a outra *ersão do &aso$- O pai

me es&'are&eu Tue a esposa 8 menta'mente deseTui'i.rada "pare&er m8di&o$so+rendo &rises em Tue Tuer matar os &in&o +i'Wos- A e'e não atende- A +i'Wa mais

*e'Wa a imita nos des*arios- ro&urei es&'are&X)'o "a'iás e'e 8 um Womem

&ompreensi*o e de .astante *isão$ de Tue a esposa 8 Tuem ta'*e# de*esse ser

internada- Na impossi.i'idade "de*ido aos &in&o +i'Wos menores$ e'e de*eria 'utar

para Tue e'a +osse mais pa&iente não desmora'i#ando o menino &om pa'a*res

&om ser*iços Tue e'e &onsidera 9para mu'Wer9 Tue o mande +a#er ser*iços mais

mas&u'inos deiJando os outros para as meninas- E'e &ompreendeu e me prometeu

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dar no*a oportunidade ao +i'Wo "pro*ei a e'e Tue o menino tem inte'igXn&ia e 8 uma

&riança norma' dentro da &'asse$---

ro+essores de peri+eria

(CG

 A 4u'gar pe'o re'ato a &on*ersa &om o pai e posteriormente &om o a'uno

pare&e ter sido pro*eitosa 4á Tue este não mais +a'tou %s au'as-

Se o es&'are&imento ao pai pare&e ter representado medida a&ertada o tipo

de orientação sugerido para a mãe e*iden&ia a &ondenação de uma determinada

'inguagem e de determinados padres de re'a&ionamento Tue entram em desa&ordo

&om os padres uti'i#ados pe'a pro+essora- Se o empenWo da pro+essora para Tue a

&riança se4a mais respeitada e &ompreendida no seio da +am'ia 8 eJtremamente

'ou*á*e' a +orma atra*8s da Tua' +oi transmitida a orientação denun&ia uma repro)

*ação so.retudo do Tue não 8 essen&ia' no &aso ou se4a da mani+estação eJterior

atra*8s da Tua' o pro.'ema *em % tona Tue 8 pe&u'iar a um grupo ou &'asse so&ia'-

 A esse respeito 8 interessante notar Tue se a di*isão do tra.a'Wo dom8sti&o

no grupo do a'uno não 8 tão rgida e &onser*adoramente esta.e'e&ida &omo na

&amada so&ia' a Tue perten&e a pro+essora esta &om a intenção de protegX)'o

&Wega a propor Tue ta' di*isão se4a imitada pe'o grupo da &riança-

 Apesar de os pro+essores &ontinuarem atri.uindo +reT1entemente % +am'ia a

&ausa dos pro.'emas emo&ionais mais gra*es apresentados pe'as &rianças sem

dV*ida a'guma a sua postura pessoa' diante dos pro.'emas &onsiste tam.8m em

outra +onte de ansiedade e de agra*amento de &ertas di+i&u'dades dos a'unos- O

eJemp'o mais +'agrante desses &asos 8 o Tue o&orre na preparação e &e'e.ração do

Qia das Mães nas es&o'as- O re'ato men&ionado a'gumas páginas atrás &onsiste

i'ustração signi+i&ati*a do +ato-

(- O a'uno apáti&o;om um &on4unto de &ara&tersti&as .em de+inidas o a'uno apáti&o 8 aTue'e

men&ionado em a'ugar &m +reT1Xn&ia 'ogo ap<s o a'uno re.e'de- E'e 8 des&rito

&omo uma &riança retrada Tue prati&amente não +a'a desinteressada Tue não

parti&ipa das ati*idades da &'asse permane&endo a'Weia a tudo- !em em

&onseT1Xn&ia apro*eitamento nu'o ou Tuase nu'o- As *e#es apresenta tam.8m

&omportamento in&on*eniente &omo deitar na &arteira tirar a &amisa et&- Em

a'guns &asos assina'a)se Tue o a'uno apáti&o 8 um a'uno repetente-

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 As tentati*as de eJp'i&ação para os &asos desse tipo Tuando apare&em

&ontinuam na sua maioria a ser atri.udas a pro.'emas +ami'iares- Não raro

apare&em tam.8m 4usti+i&ati*as de ordem psi&ana'ti&a-

(C?

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Esse 8 o &aso da pro+essora Tue atri.ui o desinteresse de &erto a'uno % sua

re4eição por e'a pro+essora em *irtude de tX)'a identi+i&ado &om a mãe a Tuem

repudia por &ausa do padrasto-

 As +ormas de a.ordagem do pro.'ema mais &omumente empregadas são as

 4á &onWe&idas: &arinWos a4uda 9&omo se +osse a pr<pria mãe9 e'ogios atenção

moti*ação espe&ia' in&enti*o % parti&ipação- Entretanto para esses &asos na maior

parte das *e#es os resu'tados não são tão grati+i&adores &omo nos &asos de

dis&ip'ina- Mas se muitas *e#es esses re&ursos tXm)se mostrado in<&uos não

deiJam de ser men&ionados em.ora não se &onWeça de +ato a *erdadeira

+reT1Xn&ia &om Tue se re&orre a e'es- Entre as tentati*as de so'ução 8 pre&iso pois

Tue &ontinuem &onstando predominantemente para a &onstituição da imagem

a&eitá*e' do pro+essor aTue'as san&ionadas pe'a pedagogia &ontempornea-

No entanto 8 signi+i&ati*o o nVmero de re'atos onde o pro+essor não

apresenta tentati*a a'guma de en+rentar o pro.'ema- E'es &onstituem

aproJimadamente >3( dos &asos e ta'*e# se4am pro*a*e'mente mais

representati*os da atitude mais +reT1ente assumida pe'o pro+essor nessas

&ir&unstn&ias- A não apresentação de so'uçes pode ser interpretada por um 'ado

pe'a &onsideração do &aso &omo inso'V*e' a partir dos re&ursos dispon*eis- ode

ainda o&u'tar a adoção de uma s8rie de medidas menos apro*adas pe'o &onsenso

pedag<gi&o e Tue +oram postas em práti&a sem tra#er entretanto nenWum resu'tado

positi*o-O interessante tra.a'Wo de Rist ">?@$ mostra o e+eito da atitude

dis&riminadora do pro+essor na produção de um &omportamento ini.idor no a'uno

Tue o &ondu# % perda de &omuni&ação &om o pro+essor e % +a'ta de en*o'*imento

nas ati*idades da &'asse- Os pr8)4u'gamentos +eitos por este em re'ação ao +uturo

desempenWo a&adXmi&o da &riança .aseados em &ara&tersti&as &omo aparXn&ia

+si&a &apa&idade de interação &om os &o'egas emprego de &omuni&ação *er.a'

parti&u'armente de uma 'inguagem a&eita pe'a es&o'a e as&endXn&ia so&ia' da+am'ia 'e*am)no a so'i&itarem &om muito maior +reT1Xn&ia as &rianças Tue

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preen&Wem suas eJpe&tati*as de me'Wor desempenWo- As outras pro*enientes de

um am.iente &u4a *i*Xn&ia e'e des&onWe&e e menospre#a não tXm &ondiçes de

&orresponder adeTuadamente %s so'i&itaçes Tue e'e +a# a respeito de &oisas ou

+atos Tue e'as ma' &onWe&em-

In&ons&iente ou apenas par&ia'mente &ons&iente de Tue suas pr<prias

restriçes no trato &om esses a'unos 8 Tue pro*a*e'mente determinarão em grande

parte a mani+estação ou o agra*amento de um

ro+essores de peri+eria

(F

&omportamento de apatia o pro+essor pro&ura 'i*rar)se dessa responsa)

.i'idade in&]moda indo .us&ar as eJp'i&açes para o +ato em &ir&unstn&ias Tue

sa'*aguardam o seu auto&on&eito pro+issiona' &omo as Tue +oram men&ionadas-

C- O rou.o

O rou.o muitas *e#es se &on+igura dentro de um Tuadro de agressi*idade-

;onstituindo apenas D do tota' dos re'atos e'e +a# parte do &onteJto de &arXn&ia

genera'i#ada da maior parte das &'asses em Tue o&orre- Em a'guns &asos apare&e

tam.8m &omo ind&io de +a'ta de a+eto: as &rianças rou.am ou di#em Tue +oram

rou.adas para &Wamar a atenção so.re si-

ara so'u&ionar o pro.'ema &riado na Wora 8 +reT1ente o ape'o para Tue os

responsá*eis pe'os o.4etos Tue sumiram se a&usem ou pro&ura)se &riar uma

situação de anonimato Tue +a*oreça a reaparição do o.4eto rou.ado sem Tue o

'adrão se4a identi+i&ado-

 As pr&'&çes de &unWo mora'ista tam.8m não deiJam de estar presentes

em.ora não surtam os e+eitos esperados- O re&urso % &on*ersa iso'ada &om o a'uno

8 igua'mente empregado este &om me'Wores resu'tados Tue os &onse'Wos % &'asse

toda-uando o &aso 8 muito gra*e &omo Tuando &omeçou a desapare&er

dinWeiro in&'usi*e da sa'a dos pro+essores o pro.'ema 8 trans+erido para a a'çada

da diretoria-

 A imagem Tue o pro+essor pro&ura ressa'tar de suas atuaçes em &asos

&omo esses 8 a da preo&upação &om a re&uperação mora' da &riança Tue imp'i&a

em V'tima aná'ise e &omo de &ostume dar apoio a+eti*o ao a'uno-

F- Higiene e saVde

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Os pro.'emas de Wigiene mais men&ionados em re'ação %s &'asses &omo um

todo o&orrem Tuando o am.iente de Tue pro*Xm os a'unos 8 muito po.re- São

&rianças ma'&Weirosas Tue não tXm o Wá.ito de tomar .anWo &om regu'aridade

 4unto a Tuem muitas *e#es as pro+essoras insistem a respeito de outro padrão de

'impe#a- E'as nem 'e*am em &onta a di+i&u'dade de esses padres serem postos em

práti&a de*ido %s &ondiçes pre&árias de Wa.itação em Tue *i*em as +am'ias dos

a'unos e %

(F>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

ausXn&ia de in+ra)estrutura de água 'u# e esgoto dos .airros peri+8ri&os-

Outras &ara&tersti&as gerais são a su.nutrição &r]ni&a das &rianças e a +a'ta

de agasa'Wos e uni+ormes pro.'emas &u4a so'ução está +ora do a'&an&e do

pro+essor mas em re'ação aos Tuais e'e não 8 indi+erente-

uando se sente pro+undamente to&ado pe'a &ondição de seus a'unos

assume &omumente uma atitude paterna'ista partindo do sentimento de

&omiseração por re&onWe&er nessas &rianças uma situação de in+erioridade- rope

para e'as uma sada ao n*e' do &omportamento mora' de +orma a 'Wes dar a

oportunidade de &ontinuarem 9po.res por8m Wonradas9-

E assim Tue se eJpressa uma pro+essora nesse sentido:

Ini&iando &arreira em >?F? me *i na regXn&ia de uma &'asse +raTussima

paup8rrima de um ga'pão#inWo na peri+eria da &idade onde FC &rianças de todas as

idades e de .aiJo ndi&e inte'e&tua' a'i se amontoa*am em ( &arteiras- E'es tinWam

+ome +rio e muita in+e'i&idade- No dia do pro+essor +ui &on*idada pe'a regente da

&'asse 9me'Wor#inWo 9 para assistir % +esta Tue seus a'unos Wa*iam organi#ado

meus a'unos me a&ompanWaram- No de&orrer da +estinWa e'a re&e.eu *ários

presentinWos Tue a en&Weram de a'egria- !erminada a +esta ao retornar % minWa&'asse +ui surpreendida pe'a atitude de meus a'unos Tue apesar de não terem

re&e.ido nada do mundo da *ida de seus pais e muito pou&o de mim me

presentearam &om peda&inWos de seus 'an&Wes &om peda&inWos de 'ápis e &om

uma +atia de pão duro Tue seria grande parte do a'imento do su4o menininWo Tue

me estendia a mão#inWa sorridente-

E'es tinWam aprendido aTue'e dia a dar a'guma &oisa de'es a &omemorar e

eu aprendi a amá)'os ainda mais a não esmore&er ante as di+i&u'dades Tue eramtantas aprendi Tue apesar de serem a.andonados de &res&erem &omo p'antinWas

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si'*estres Wa*ia ne'es um poten&ia' muito grande de amor Tue poderia me a4udar a

+a#X)'os &res&er-

E assim &om amor e pa&iXn&ia n<s pro+essores os amparamos po'imos

suas arestas dento)'Wes a.ertura para a *ida e ainda Wo4e na mesma

&omunidade podemos *X)'os Vteis e o.s&uros a4udando a &onstruir um mundo

me'Wor para os Tue *irão-

G

ro+essores de peri+eria

(F

;urioso & o.ser*ar ainda Tue a pr<pria mani+estação paterna'ista restringe)se

prati&amente ao n*e' *er.a' da argumentação sendo muito raros os &asos em Tue

essa atitude 'e*a a a'guma ação &omo a de en&etar &ampanWa de agasa'Wos ou

&oisas do gXnero-

uanto aos pro.'emas de saVde propriamente ditos os de maior in&idXn&ia

di#em respeito a de+i&iXn&ias de 'inguagem sendo Tue não são raros tam.8m

&asos de di+i&u'dades *isuais auditi*as e de &oordenação motora- Um mesmo a'uno

apresenta %s *e#es de+i&iXn&ias em *ários desses aspe&tos-

;om a mesma +reT1Xn&ia en&ontrada para os a'unos &om pro.'emas de

'inguagem apare&em os &asos de &rianças parap'8gi&as Tue a'8m das di+i&u'dades

naturais de&orrentes das de+i&iXn&ias +si&as se de+rontam &om pro.'emas de

a4ustamento entre os &o'egas-

Surgem depois a'guns re'atos em Tue a'unos simu'am desmaios paia

&Wamar a atenção do pro+essor- Há outros de &rianças &om saVde pre&ária Tue

+a#em &Wantagem a+eti*a &om o pro+essor pre*a'e&endo)se de seu estado atua' ou

passado-

oram noti+i&ados tam.8m &asos em.araçosos de &rianças Tue não&ontro'am a mi&ção Tue apresentam &a&oetes os Tuais pro*o&am a ridi&u'ari#ação

dos &o'egas Tue eJpe'em *ermes em &'asse ou Tue mani+estam &ara&tersti&as

muito a&entuadas de de+i&iXn&ia menta'-

ara essa amp'a *ariação de di+i&u'dades o surpreendente 8 Tue as

so'uçes a*entadas pe'os pro+essores &ontinuam sendo sempre as mesmas

empregadas para os outros tipos de pro.'emas- Sa'*o Tuando o &aso 8

en&aminWado a espe&ia'ista &'ni&o raramente são men&ionadas so'uçes d&&aráter t8&ni&o in&'usi*e para os pro.'emas de &oordenação motora e d&

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'inguagem- Assim o e'ogio o apoio emo&iona' a atenção espe&ia' permane&em

&omo os grandes rem8dios para Tua'Tuer esp8&ie de ma'-

No depoimento dos pro+essores +i&am &ara&teri#ados trXs tipos de reação d&

pais:

>$ a d& muita ansiedade so.re o estado de saVde dos +i'Wos "gera'mente

Tuando a &riança te*e ou tem a'guma doença gra*e$ e Tue resu'ta &m pressão

so.re o pro+essor a +im de Tue este 'We propor&ione tratamento espe&ia'\

$ a de .oa *ontade de pais sem muitas &ondiçes de assumir a ini&iati*a na

.us&a de atendimento m8di&o para os +i'Wos\ estes atendem % so'i&itação dos

pro+essores re+erentes a en&aminWa)

(F(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

mento &'ni&o\

($ a de indi+erença &m re'ação %s de+i&iXn&ias da &riança Tue os 'e*a a não

tomarem pro*iden&ia a'guma a respeito-

Note)se Tue nos dois V'timos tipos de reação men&ionados e Tue são a'iás

os Tue o&orrem em maior por&entagem +i&a patente a tentati*a do pro+essor de

transportar parte de sua responsa.i'idade para outra a'çada- E*identemente Tue +a#

parte da edu&ação sanitária a so'i&itação 4unto aos pais para Tue e'es re&orram ao

m8di&o para o a&ompanWamento de pro.'emas de saVde de seus +i'Wos- O

'amentá*e' 8 Tue na maioria das *e#es o atendimento do pro+essor termine a ou

deri*e para as respostas meramente emo&ionais-

D- SeJo

Os re'atos so.re pro.'emas seJuais nem sempre deiJam muito &'ara a

nature#a das di+i&u'dades en&ontradas- A'guns a'unos são &ara&teri#ados &omo

9*i&iados seJuais9 sem Tue se pre&ise o Tue está sendo entendido &omo&omportamento des*iante- Em a'guns &asos Wá menção de se*&ia e

WomosseJua'ismo entre os pr<prios a'unos-

Surgem tam.8m di+i&u'dades &om meninos Tue apresentam traços

e+eminados & são por isso ridi&u'ari#ados pe'os &o'egas- Há a'unos Tue mani+estam

&omportamento seJua' in&on*eniente &onsiderado %s *e#es pre&o&e Tue

pre4udi&a o re'a&ionamento &om &o'egas so.retudo do seJo oposto -

E interessante o.ser*ar Tue os re'atos so.re esse tipo de in&idente *ersampredominantemente so.re &rianças do seJo mas&u'ino- Isso de*e ser indi&ati*o de

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um pro*á*e' *i8s do pro+essor "na maioria a.so'uta dos &asos do seJo +eminino$ na

per&epção do pro.'ema-

ara os 9*i&iados9 o tratamento &onsiste no mais das *e#es numa &on*ersa

em parti&u'ar &om &ies impregnada de ad*ertXn&ias mora'istas e re'igiosas a

respeito de &u4a e+i&iXn&ia os pr<prios pro+essores 'e*antam dV*idas-

Qe&ididamente este 8 um terreno &m Tue as re&eitas Wa.ituais por e'es uti'i#adas

pare&em não surtir grande e+eito- Isso entretanto pro*a*e'mente não ameaça a sua

representação de e+i&iXn&ia dado Tue não di# diretamente respeito aos pro.'emas

&ru&iais &om os Tuais tXm de 'idar dando au'as-

uando o a'uno apresenta traços e+eminados o &omportamento mais

&omumente re'atado pe'o pro+essor 8 o de pro&urar tratá)'o &om

ro+essores de peri+eria

(FC

natura'idade- Essa atitude toda*ia denun&ia sua pr<pria +ragi'idade Tuando

o pro+essor &on+essa Tue em re'ação aos &o'egas da &'asse e'e despende muitos

es+orços para des*iar a atenção do &aso---

O &onta&to entre pais e pro+essores pode ser*ir para es&'are&imentos

mVtuos- E'e se presta muitas *e#es % &on+irmação da eJpe&tati*a de imper&ia Tue

o pro+essor atri.ui aos pais no trato da Tuestão- Isso +i&a e*idente no &aso da mãe

de 9*i&iado9 Tue não toma*a pro*idXn&ias so.re o assunto a&reditando 9ser

destino9 do menino- Igua'mente &'aro 8 o in&idente &om o pai Tue agrediu os

&o'egas do +i'Wo Tuando os surpreendeu se*i&iando a &riança-

 A parte esses &asos noti+i&am)se tam.8m a&identes re'ati*os % &uriosidade e

agitação da &'asse &m torno de seJo e namoro- As respostas dos pro+essores %s

so'i&itaçes dos a'unos são tam.8m +reT1entemente de &unWo mora'ista e3ou

re'igioso- As *e#es o pro+essor pro&ura des&artar)se do pro.'ema retirando do &asotoda a &onotação seJua' ou sensua' Tue e'e possa ter- Assim pode ser entendido o

es+orço da pro+essora Tue tenta redu#ir o interesse de &o'egas pe'o seJo oposto %

simp'es ami#ade ou &ompanWeirismo- Qa mesma +orma a atitude daTue'a Tue pediu

ao a'uno para &o'o&ar uni+orme no desenWo em Tue apare&iam os <rgãos genitais

de um menino-

 A rigide# mani+esta na a.ordagem das Tuestes seJuais ser*e &omo ind&io

da atitude pre&on&eituosa do pro+essor em re'ação ao assunto- Se a mora' as&8ti&ada Tua' e'e se ar*ora representante não tem &ondiçes de &ausar um impa&to

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su.stan&ia' em termos do &omportamento e+eti*o do a'uno ser*e entretanto &omo

re+eren&ia' em re'ação ao Tua' este se sentirá mais ou menos &u'pado-

;on&'uses

Q& tudo Tue +oi dito o Tue mais se desta&a nos re'atos 8 o estere<tipo do

&omportamento Tue o pro+essor pro&ura ressa'tar &omo o mais +reT1ente uti'i#ado

por e'e- A *a'ori#ação da assistXn&ia emo&iona' e do des*e'o pessoa' do 9amor9

em suma &omo +orma d& a.ordagem para os mais di+erentes pro.'emas sugere

a'gumas &onsideraçes-

 A <ti&a indi*idua'ista Tue &ondu# % atri.uição do +ra&asso em V'tima aná'ise

ao pr<prio a'uno e não % es&o'a 8 a mesma Tue indu# o pro+essor a 'ançar mão do

re&urso Tue se supe e'e pode dispor &om maior a.undn&ia: o seu empenWo

pessoa' em desempenWar .em a pro

(FF

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

+issão- E'a &o'o&a em segundo p'ano tanto a &onsideração das &ondiçes

t8&ni&as e institu&ionais Tuanto as re+erentes % estrutura da so&iedade a Tue a

instituição es&o'ar perten&e-

Nesse sentido pare&e ser a'tamente interessante para a pr<pria es&o'a

a'imentar a msti&a do des*e'o pessoa' do pro+essor na medida em Tue esta pode

ser &o'o&ada &omo suprimento das &ondiçes de de+i&iXn&ias nas Tuais e'e tem de

tra.a'War-

Uma atuação mais t8&ni&a de sua parte reTuer programas de +ormação

re&i&'agem e assessoria mais adeTuados Tue nem sempre 8 poss*e' desen*o'*er-

 A'8m disso a nature#a das di+i&u'dades men&ionadas está a apontar a +ragi'idade

de uma po'ti&a edu&a&iona' Tue para atender as ne&essidades desse tipo de

&'iente'a teria Tue introdu#ir a'teraçes importantes na pr<pria estrutura do sistemade ensino-

Se por ora a es&o'a pare&e reprodu#ir um dos *a'ores +undamentais de

nossa so&iedade Tue &onsiste em atri.uir o ]nus do +ra&asso ou se4a da

permanXn&ia em uma posição despri*i'egiada na so&iedade % in&ompetXn&ia

pessoa' e do XJito ao es+orço indi*idua' o pro+essor 'imita)se apenas a

reprodu#ir em sua pr<pria *ersão essa ideo'ogia- Assim sendo &onsiderando a

ati*idade es&o'ar &omo &ontinuação do &on**io na +am'ia o pro+essor a&Wa)se 4usti+i&ado pe'o insu&esso do a'uno na medida &m Tue não en&ontra nesta as

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&ondiçes ne&essárias ao apoio de seu tra.a'Wo- or outro 'ado nem mesmo a

responsa.i'idade nas es+eras puramente t8&ni&as de sua atuação 8 assumida

ainda Tue pe'os moti*os 4á apontados para en+rentar as di+i&u'dades apresenta)

das pe'os a'unos- Em V'tima aná'ise os pro.'emas &ontinuam a ser atri.udos aos

a'unos em seu en*o'*imento +ami'iar e a sua e*entua' superação ao es+orço e

dedi&ação pessoa' do pro+essor-

Entretanto a &rti&a Tue +i#emos ao pro&edimento desse pro+issiona' não

de*e ser entendida &omo uma tentati*a de in&riminá)'o pe'as inadeTuaçes Tue se

dão no pro&esso de ensino- Qadas as &ir&unstn&ias e o &onteJto em Tue se insere

o seu tra.a'Wo o surpreendente seria esperar Tue agisse de +orma di+erente de

&omo age- ;omo parte do sistema de ensino uma mudança su.stan&ia' de sua

atuação de*e ne&essariamente imp'i&ar uma no*a ordem de *a'ores Tue *ei&u'ada

pe'a pr<pria so&iedade tenWa o impa&to su+i&iente para atingir a instituição es&o'ar

desde suas .ases-

;omo parte de uma estrat8gia uti'i#ada pe'o sistema de ensino na

transmissão de uma maneira de ser pr<pria a determinados grupos a

ro+essores de peri+eria

(FD

tare+a do pro+essor não 8 a.so'utamente pa&+i&a- O tom gera' dos re'atos

deiJa a impressão de Tue as situaçes en+rentadas &otidianamente são de

&onstante &on+'ito- E se no +ina' das &ontas a&a.a pre*a'e&endo a sua posição não

8 sem muito es+orço Tue isso 8 &onseguido e ao preço de um grande desgaste e

ansiedade de sua parte-

 A *a'ori#ação do amor pode o&u'tar a apre&iação negati*a e a poss*e'

atitude de reser*a ou mesmo de a*ersão Tue os pro+essores mani+estam em

re'ação a uma &'iente'a &apa# de 'Wes tra#er tantos pro.'emas- A irritação aagressão e a tentati*a de 'i*rar)se dos &asos mais pertur.adores &omportamentos

esses pou&as *e#es &'aramente postos em e*idXn&ia nos re'atos podem ser a

&ontrapartida rea'sti&a da representação idea'i#ada do de&antado des*e'o pe'o

a'uno-

 A Wosti'idade nas re'açes entre pro+essor e a'unos estende)se tam.8m aos

+ami'iares destes- `a''&r ">?DF$ de Wá muito 4á tinWa a'ertado Tue o desen&ontro de

eJpe&tati*as de pais e pro+essores em re'ação % &riança os torna 9inimigosnaturais9- No Brasi' o estudo de Lus ereira ">?D@$ so.re uma es&o'a su.ur.ana

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de São au'o pe em re'e*o a situação de &on+'ito eJistente entre o pessoa' do&ente

e administrati*o de um 'ado e a &omunidade de outro-

!anto neste tra.a'Wo &omo no nosso o &on+'ito esperado nos termos

des&ritos por `a''er 8 agra*ado pe'o +ato de os dois grupos terem origem so&ia'

distinta e modos de *ida di+erentes- Qa parte dos pro+essores eJiste a &on*i&ção

genera'i#ada de Tue os pais em *irtude de sua +a'ta de preparo e de re&ursos não

estão aptos para &ondu#ir os +i'Wos da maneira mais adeTuada- ro&urando nos

+ami'iares apenas &ara&tersti&as Tue são distinti*as das &amadas m8dias da

popu'ação os nossos su4eitos a&a.am impossi.i'itados de re&onWe&er Tue a

.agagem de eJperiXn&ia Tue os progenitores tXm a o+ere&er na transmissão de um

modo de *ida aos +i'Wos 8 eJtremamente *a'iosa no &on**io dos pro.'emas Tue

estes terão de en+rentar &otidianamente-

O ape'o ao amor e % &ompreensão Tue %s *e#es a'&ança tam.8m a

ignorn&ia dos pais não deiJa de ser uma atitude paterna'ista de um grupo a Tuem

+oi de'egada a autoridade para orientar uma 9mu'tidão de primiti*os9- E &omo

&on*8m % atitude paterna'ista a dos pro+essores se ressente Tuando não 8

&ompensada &om a dose de retri.uição esperada- em tom de repro*ação Tue um

dos do&entes a+irma:

9A grande maioria dos pais de nossos a'unos não sa.e re&onWe&er o *a'or de

um esta.e'e&imento de ensino---9-

(F@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

;om isso não se supunWa Tue a edu&ação primária +osse *a'ori#ada pe'as

&amadas popu'ares &omo *e&u'o de a&u'turação e de as&ensão so&ia'- O tra.a'Wo

de Lus ereira ">?D@$ assina'a a importn&ia atri.uda % es&o'a por uma &'iente'a

em tudo seme'Wante % Tue 8 o.4eto desta aná'ise- O antagonismo entre os doisgrupos pro*a*e'mente o&orre na medida em Tue o paterna'ismo dos pro+essores

não *ai a'8m de &ertas atitudes super+i&iais Tue a&a.am por +rustrar as eJpe&tati*as

dos pais em re'ação ao Tue de'es espera*am-

Qa parte dos pais o &'ima de Wosti'idade ta'*e# se4a menos *e'ado- Os re'atos

não o+ere&em muitos deta'Wes so.re este aspe&to mas a'guns pou&os &asos são

signi+i&ati*os- ;erta +eita uma mãe &onseguiu Tue a pro+essora a&a.asse prestando

depoAmento na Qe'ega&ia so. a a'egação de Tue o a'uno Wa*ia sido +erido por e'a-Es&'are&ido o &aso apurou)se Tue na rea'idade a &riança tinWa so+rido a'gumas

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&ontuses ao &air no re&reio- i&a entretanto patente o n*e' de &on+rontação a Tue

pode &Wegar o &on+'ito entre pais e pro+essores-

O re&urso ao apoio emo&iona' pode ser ainda interpretado &omo ind&io do

pro.'ema de re'açes Wumanas na es&o'a- oder)s&)ia argumentar Tue dada a

+ormação re&e.ida pe'o pro+essor e'e não está preparado para reso'*er

e+i&ientemente as di+i&u'dades de re'a&ionamento &om Tue se de+ronta em sa'a de

au'a-

Supomos no entanto Tue a Tuestão imp'i&a muito mais do Tue o simp'es

domnio de determinadas regras de .em *i*er- Em muitos dos re'atos pode)se

per&e.er uma Wa.i'idade notá*e' de &ertos pro+essores para &ontornar situaçes

di+&eis sem Tue se a'tere +undamenta'mente a pro.'emáti&a Tue *imos &o'o&ando-

O .ási&o 8 Tue 'We +a'ta a &ompreensão da rea'idade so&ia' &omo um todo e a

perspe&ti*a &rti&a de inserção da es&o'a nesse &onteJto- Isso 8 o Tue 'We permitirá

*er para a'8m das di+erenças de grupos ou &'asses a &ontri.uição Tue &ada um

de'es tem a o+ere&er % so&iedade e a partir da repensar sua atuação ao n*e' da

sa'a de au'a e da instituição- As &ondiçes de possi.i'idade dessa mudança de

postura estão presas no entanto a a'teraçes em outros n*eis aos Tuais 4á nos

re+erimos no de&orrer do tra.a'Wo -

ro+essores de peri+eria

(FG

Re+erXn&ias .i.'iográ+i&as

Boutansi Lu& rime 8du&ation et mora'e de &'asse- ";aWiers du ;entre

de So&io'ogie Europ8enne$ >?@C- Bourdieu - e - ;- asseron La

r8produ&tion- aris Editions de Minuit

>?@-

o++man E- Asi'es- aris Editions de Minuit >?DG\ resentation o+ Se'+ inE*erPdaP Li+e- HarmondsortW enguin Boos >?D?-

ereira L- A es&o'a primária numa área metropo'itana- São au'o ioneira

>?D@\ O pro+essor primário numa so&iedade de &'asse- São au'o ioneira >?D?\

9Rendimento e de+i&iXn&ias do ensino primário .rasi'eiro9- In: L- ereira Estudos

so.re o Brasi' &ontemporneo- São au'o ioneira >?@>-

Rist R- ; 9 Student So&ia' ;'ass and !ea&Wer EJpe&tations tWe Se'+)u''+i''ing

ropWe&P in Wetto Edu&ation9 Har*ard Edu&ationa' Re*ie C "($ agosto >?@-

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S&Wneider Q- 9A'unos eJ&ep&ionais: um estudo de &aso de des*io9- In: -

e'Wo "org-$ Qes*io e di*ergXn&ia- Rio de aneiro ZaWar >?@C-

`a''er `- !We So&io'ogP o+ !ea&Wing- No*a or oWn `i'eP >?DF-

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 A psi&opato'ogia do *n&u'o pro+essor)a'uno: o pro+essor &omo agente de

so&ia'i#ação

Rodo'+o H- BoWos'a*sP2

Um dos +en]menos mais notá*eis nos V'timos anos em todos os pases do

mundo "pases de organi#ação so&ia' e po'ti&a di*ersas$ 8 o mo*imento de protesto

estudanti'- Estes mo*imentos tXm sem dV*ida &ara&tersti&as distintas em &ada

&idade em Tue surgem\ possuem desen&adeantes &on&retos Tue s< podem ser

entendidos num n*e' so&ia' e po'ti&o e em re'ação %s &ara&tersti&as espe&+i&as

desse sistema so&ia'- or8m en&erram tam.8m a meu *er um n*e' de protesto

&ontra a maneira &omo o ensino tem sido 'e*ado a e+eito- A in*estigação psi&o'<gi&a

desta *ertente do protesto não esgota o pro.'ema mas na medida em Tue está

presente 8 'egtimo 'e*á)'a em &onsideração- O protesto Tue 8 tam.8m em.ora

9não s<9 protesto &ontra um sistema uni*ersitário &adu&o admite um n*e' de

aná'ise psi&o'<gi&a- Mas &omo &on&i'iar a imagem da &aduTui&e &om +ormas

organi#a&ionais Tue pe'o menos nos pases desen*o'*idos a'imenta)se &om a

me'Woria das .i.'iote&as o aumento das .o'sas de estudo o in&remento de &on+orto

e a amp'iação dos 'a.orat<rios a&umu'ando modernidade te&no'ogia

ra&iona'idadeY Em Tue medida o de+inir o me'Woramento do sistema uni*ersitário

pe'o a&Vmu'o de tais metas não &ontinua o&u'tando aspe&tos +undamentais da

interação entre os Tue ensinam e os Tue aprendem Tue de*eriam ser

sistemati&amente es&'are&idosY A &on+usão desapare&e Tuando deiJamos &'aro Tue

9não &adu&o9 não 8 sin]nimo de te&no&ra&ia e Tue nenWuma re+orma de+inida

meramente em termos de uma te&no'ogia pedag<gi&a pode ser 'i&itamente

&onsiderada &omo uma mudança-

"2$ 9si&opato'ogia dei *n&u'o pro+esor)a'umno: e' pro+esor &omo agente

so&ia'i#ante9- Em ro.'emas de si&o'ogia Edu&a&iona'- Rosário Ed- AJis >?@F p-G()>>F- !radução de Maria He'ena Sou#a atto-

(D

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

O panorama 8 mais &omp'eJo nos pases dependentes onde em +unção de

suas pe&u'iaridades en&ontramos uma mistura de +ormas a&ad&mi&istas

&i&nti+i&istas e um *ago 9re*o'u&ionarismo9 nas au'as- O tema 8 &omp'eJo e *ou me

proteger da &rti&a d& Tue meu en+oTue D par&ia' restringindo)me ao ponto Tue

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pretendo a.ordar neste tra.a'Wo: as re'açes Wumanas entre os Tue ensinam & os

Tue aprendem na uni*ersidade-

 As re'açes entre as pessoas podem ser de+inidas por trXs tipos de *n&u'os-

Estes trXs tipos de *n&u'os +oram aprendidos no seio da +am'ia- E'a 8 ningu8m o

du*ida o primeiro &onteJto so&ia'i#ant&- Os mode'os internos Tue e'a engendra

&on+iguram a trama de outras re'açes interpessoais mais &omp'eJas ou

so+isti&adas- Estou me re+erindo a um *n&u'o de dependXn&ia "&u4o mode'o 8

intergera&iona': pais)+i)'Wos$ a um *n&u'o de &ooperação ou mutua'idade ";u4o

mode'o 8 int&rs&Jua': &asa' e +raterno: irmão)irmão$ e a um *n&u'o de &ompetição

desdo.rá*e' em: &ompetição ou ri*a'idade intergera&iona' &ompetição ou ri*a'idade

seJua' e &ompetição ou ri*a'idade +raterna- As re'açes mais &omp'eJas entre as

pessoas não podem ser redu#idas a estes trXs *n&u'os .ási&os mas mesmo nas

re'açes mais intrin&adas poderamos en&ontrar resTu&ios destas trXs +ormas ou

estruturas .ási&as d& re'ação: em.ora seus &onteVdos *ariem d& uma situação para

outra e'as se mantXm 'atentes\ na medida &m Tue são estruturas ar&ai&as muitas

*e#es uma Vni&a 'eitura pro+unda re*e'a)as o&u'tas so. o aspe&to eJterno

mani+esto da interação so&ia'-

No ensino se4a Tua' +or a &on&epção de 'iderança demo&ráti&a auto&ráti&a

ou 'aisse#)+aire o *n&u'o Tue se supe 9natura'9 8 o *n&u'o de dependXn&ia- O

*n&u'o de dependXn&ia está sempre presente no ato de ensinar e se mani+esta em

pressupostos do seguinte tipo: >$ Tue o pro+essor sa.e mais Tue o a'uno\ $ Tue o

pro+essor de*e proteger o a'uno no sentido de Tue este não &ometa erros\ ($ Tue o

pro+essor de*e & pode 4u'gar o a'uno\ C$ Tue o pro+essor pode determinar a

'egitimidade dos interesses do a'uno\ F$ Tue o pro+essor pode &3ou de*e de+inir a

&omuni&ação poss*e' &om o a'uno-

Qe+inir a &omuni&ação &om o a'uno imp'i&a o esta.e'e&imento do &onteJto eda identidade dos parti&ipantes: o pro+essor 8 Tuem regu'a o tempo o espaço e os

pap8is desta re'ação- A'8m disso 8 o pro+essor Tuem institui um &<digo e um

repert<rio poss*e'- Ao +a#X)'o integra os &<digos e repert<rios mais &omparti'Wados

da 'inguagem ora' e es&rita

 A psi&opato'ogia do *n&u'o pro+essor)a'uno

(D>

os &<digos e repert<rios institu&ionais do <rgão onde se ministra o ensino os&<digos de sua mat8ria e os &<digos pessoais ou esti'os "gera'mente mais di+usos e

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imp'&itos$ atra*8s dos Tuais e somente atra*8s dos Tuais suas mensagens podem

ser &ompreendidas\ ao mesmo tempo +a&i'ita a não &ompreensão dos mesmos e

portanto o adestramento suti' & não &ons&iente de Tuem aprende- E atra*8s do não

&ompreendido Tue as &ara&tersti&as pr<prias do sistema so&ia' se in+i'tram no ato

de ensinar\ apesar das di+erenças interpessoais das di+erentes ideo'ogias dos

&ompromissos a+eti*os das metas e *a'ores dos pro+essores et& estas

&ara&tersti&as são transmitidas pe'o simp'es +ato de o pro+essor assumir o pape'

do&ente- Qe+inir a &omuni&ação poss*e' &om o a'uno imp'i&a simu'taneamente a

&ir&u'ação de uma s8rie de meta'inguagens atra*8s das Tuais todos esses

pressupostos 9naturais9 Tue enun&iei se transmitem & se insta'am na ação

edu&ati*a &omo estrutura perpetuadora das re'açes presentes no sistema mais

amp'o no &onteJto Tue a.range a instituição onde se ensina: o sistema de re'açes

so&iais-

Em resumo estou re+erindo)me a tudo Tue 8 dito pe'o +ato de não ser dito- O

pro+essor pode a&War Tue suas intençes são 9.oas9 e rea'mente e'as podem sX)

'o a um n*e' &ons&iente pode pretender desen*o'*er no a'uno a re+'eJão &rti&a a

aprendi#agem &riati*a o ensino ati*o promo*er a indi*idua'idade do a'uno seu

resgate enTuanto su4eito mas uma *e# de+inido o *n&u'o pedag<gi&o &omo um

*n&u'o de su.missão seria estranWo Tue tais o.4eti*os se &on&reti#assem-

No &aso espe&+i&o do ensino primário as a'uses do tipo 9a pro+essora 8 a

segunda mãe9 tornam &'ara a &ontinuidade entre o ensino e seus *n&u'os ar&ai&os

aprendidos no seio da +am'ia- A psi&o'ogia e a psiTuiatria nos mostram Tue a

re'ação +ami'iar não 8 s< o *n&u'o Tue 'e*a ao desen*o'*imento das possi.i'idades

Wumanas mas Tue enTuanto *n&u'o Tue so&ia'i#a 8 tam.8m um *n&u'o

poten&ia'mente a'ienante\ da podemos &on&'uir Tue o ensino pro'onga e sistemati#a

estes aspe&tos po'ares da re'ação Tue &omeça a se +ormar no 'ar- Assim sendo não8 di+&i' re*e'ar &ontradiçes entre o Tue se di# e o Tue se +a#: por eJemp'o atri.ui)

se &ada *e# mais ao ensino &ontemporneo os m8ritos de uma aprendi#agem ati*a-

or8m em *irtude da pressuposição de uma dependXn&ia natura' do a'uno &m

re'ação ao pro+essor pare&e e*idente Tue Tuanto mais passi*o +or o a'uno mais se

&umprem os o.4eti*os- 5aradoJa'mente Tuanto mais o a'uno a&eitar Tue o

pro+essor sa.e mais Tue de*e protegX)'o dos erros Tue de*e e pode 4u'gá)'o Tue

de*e deter (D

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Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

minar a 'egitimidade de seus interesses e Tue tem o direito de de+inir a

&omuni&ação poss*e' mais o pro+essor pode 9transmitir9 &onWe&imentos 9*erter9

na &a.eça do a'uno "de a&ordo &om a metá+ora do re&ipiente e da 4arra$ os

&onteVdos de seu programa- EJiste ainda uma outra &ontradição: pre&oni#a)se uma

demo&rati#ação nas au'as e uma parti&ipação &ada *e# maior do a'uno na

aprendi#agem mas Tuem de+ine o pro&esso de &omuni&ação 8 Tuem está numa

posição superior: este +ato &ondensado na imagem da 4arra mostra)nos &omo

muitas *e#es &Wamamos de edu&ação o Tue não passa de adestramento

&onseT1Xn&ia ine*itá*e' da +orma &m Tue a re'ação se dá- A medida Tue aprende o

a'uno aprende a aprender de determinada maneira "deuteroaprendi#agem$ e a

primeira &oisa Tue o a'uno de*e aprender 8 Tue 9sa.er 8 poder9-

E o pro+essor Tuem 9tem a +a&a & o Tuei4o9 pe'o menos no Tue se re+ere %

de+inição dos &rit8rios de *erdade Tue *igorarão na mat8ria Tue a'uno está

aprendendoh

Estas &o'o&açes aparentemente tão &oin&identes &om a maneira &omo o

sistema de+ine o ato de ensinar 'e*aram)me a pro&urar &m +ontes opostas opinies

Tue me mostrassem &omo 9outras pessoas9 per&e.em o tema Tue estamos

estudando- errP ar.&r "$ es&re*eu o seguinte num peri<di&o underground:

"---$ espera)se Tue um a'uno da ;a' State sai.a Tua' 8 o seu 'ugar\ &Wama

aos mem.ros da +a&u'dade de senWor doutor ou pro+essor\ sorri e passeia % porta

da sa'a do pro+essor enTuanto espera permissão para entrar\ a +a&u'dade 'We di#

Tue &urso seguir 'We di# o Tue 'er o Tue es&re*er e +reT1entemente onde +iJar as

margens de sua máTuina de es&re*er\ di#em)'We o Tue 8 *erdade e o Tue não 8-

 A'guns pro+essores a+irmam Tue in&enti*am as dis&ordn&ias mas Tuase sempre

mentem e os a'unos o sa.em- 6Qiga ao Womem o Tue e'e Tuer ou*ir ou &aia +ora do&urso6- "--- $ Ho4e outro pro+essor &omeçou in+ormando % sua &'asse Tue não gosta

de .ar.as .igodes rapa#es &om &a.e'os &ompridos e moças de &a'ças &ompridas

e Tue não to'erará nenWuma destas &oisas em sua &'asse- No entanto mais

desa'entador Tue este en+oTue esti'o Aus&Wit# da edu&ação 8 o +ato de os a'unos o

a&eitarem\ não passaram por do#e anos de es&o'a pV.'i&a em *ão\ ta'*e# esta se4a

a Vni&a &oisa Tue rea'mente aprenderam nestes do#e anos\ esTue&eram a á'ge.ra

tXm uma id8ia irremedia*e'mente *aga de Tumi&a e +si&a a&a.aram por temer eQ!

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 A psi&opato'ogia do *n&u'o pro+essor)a'uno

(DC

odiar a 'iteratura es&re*em &omo se ti*essem passado por uma 'o.otomia

mas esus &omo o.ede&em .em a ordensh ortanto a es&o'a eTui*a'e a um &urso

de do#e anos de 9&omo ser es&ra*o9 para &rianças .ran&as e negras sem

distinção- Qe Tue outra maneira eJp'i&ar o Tue *e4o numa &'asse de primeiro anoY

!Xm a menta'idade dos es&ra*os o.seTuiosa e .a4u'adora na super+&ie Wosti' e

resistente no +undo- Entre outras &oisas nas es&o'as o&orre muito pou&a edu&ação-

;omo poderia ser de outro modo Y Não se pode edu&ar es&ra*os apenas amestrá)

'os ou usando uma pa'a*ra mais Worr*e' e adeTuada s< se pode programá)

'os-

!enWo a'gumas eJperiXn&ias no sentido de tentar modi+i&ar este estado de

&oisas- uase sempre en+rentei dois tipos de di+i&u'dades: em primeiro 'ugar

resistXn&ias minWas a a.andonar a segurança o+ere&ida por um *n&u'o de+inido

*erti&a'mente o &on+orto de&orrente de situaçes Tue *ão desde a tranT1i'idade Tue

tra# uma au'a 9armada9 e preparada rigorosamente na Tua' a ordem do

pensamento 8 imposta pe'o pro+essor at8 a &omodidade de ser tratado % distn&ia

ou as grati+i&açes nar&isistas deri*adas da suposição ou per&epção de Tue os

a'unos mantXm uma eJpe&tati*a de onissapiXn&ia em re'ação ao pro+essor- or8m

os maiores graus de resistXn&ia % mudança en&ontrei nos a'unos- ;omo di# |r.er

não +oi em *ão Tue se passaram muitos anos nos Tuais se esta.e'e&eu uma re'ação

dua' e Wip<&rita na Tua' a idea'i#ação da pessoa Tue ensina &omo +onte

inesgotá*e' de sa.edoria &ontrapunWa)se % re4eição Tue a +orma autoritária "se não

mani+esta pe'o menos 'atente$ de 'e*ar a e+eito o ensino +omenta- Este *n&u'o dua'

+omenta uma &omp'ementaridade entre pro+essores e a'unos & mesmo aTue'es Tue

se opem de +orma mais radi&a' a um sistema autoritário em outras es+eras da *idaso&ia' perpetuam minu&iosamente o *erti&a'ismo e resistem a su.stitu)'o por um

*n&u'o sim8tri&o de &ooperação &omp'ementar no Tua' a autoridade não de&orra

do pape' & onde a &ompetição pe'o pape' e pe'o poder Tue representa se4a

su.stituda por uma *erdadeira &ompetição &m re'ação ao &onWe&imento &omo a'go

a ser &riado 9entre9-

O motor da aprendi#agem interesse autXnti&o da edagogia desde a

antig1idade de*eria ser tomado em seu sentido etimo'<gi&o 'itera' &omo um 9estarentre9 &o'o&ando o &onWe&imento não atrás do &enário edu&ati*o mas em seu

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&entro situando o o.4eto a ser aprendido entre os Tue ensinam e os Tue aprendem-

 As di+i&u'dades eJistentes na &onse

(DF

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

&ução desta tare+a não podem ser atri.udas apenas %s pessoas Tue par)

ti&ipam da perpetuação deste estado de &oisas- !a' en+oTue psi&o'ogista do

pro.'ema o&u'taria a maneira pe'a Tua' o sistema so&ia' interna'i#ado pe'as pessoas

en*o'*idas no pro&esso ope)se a uma modi+i&ação do tipo de re'ação *igente-

Mesmo Tuando o pro+essor e o a'uno esti*essem em &ondiçes pessoais de a&eitar

no*as regras do 4ogo & so.retudo de &riá)'as penso Tue Wa*eria por parte da

instituição uma tentati*a poderosa de assimi'ar o no*o ao *e'Wo o Tue +aria &om Tue

tais modi+i&açes não +ossem mais do Tue *erter em garra+as no*as o *e'Wo *inWo

pro&urando re+ormas +ortuitas nas Tuais a'gumas &oisas seriam modi+i&adas para

Tue no +undo a re'ação se manti*esse a mesma-

Muito se tem +a'ado so.re o sistema so&ia' & suas re'açes &om o ensino-

Neste artigo 8 re'e*ante ressa'tar trXs d& suas &ara&tersti&as: seu &aráter a$

maniTuesta .$ geronto&ráti&o & &$ &onser*ador pois são estas orientaçes do

sistema e as +ormas repressi*as d& imp])'as Tue serão interna'i#adas\ &

Tueiramos ou não a maneira &omo rea'i#amos o ensino 8 o *n&u'o mais &'aro Tue

transporta estas &ara&tersti&as pr<prias do 9so&ia'9 a estas 9redes intrapessoais9

"padres &u)tu de resposta segundo Su''i*an$ Tue de+inem ou 'e*am a a&eitar no

+uturo as re'açes *erti&ais nos setores eJtrapedag<gi&os da rea'idade &u'tura'-

O sistema 8 maniTuesta na medida em Tue &onsidera Tue Wá &oisas

a.so'utamente *erdadeiras "em si$ e &oisas +a'sas "em si$\ Tue Wá maneiras 9.oas9 &

9más9 de +a#er as &oisas Tue Wá *irtudes e de+eitos et&- Esta 'ista de a*a'iaçes 8 a

matri# Tue permite Tua'i+i&ar tam.8m as ati*idades &ient+i&as e pro+issionais e pode&Wegar a restringir a possi.i'idade de su.meter % &rti&a os &rit8rios de *erdade e3ou

e+i&iXn&ia- Não 8 &asua' portanto Tue muitas das grandes ino*açes no p'ano das

id8ias tenWam sido geradas % margem da ati*idade a&adXmi&a- O atraso na

a&eitação da psi&aná'ise por parte da si&o'ogia e das &iXn&ias so&iais o+i&iais 8 um

eJemp'o ntido de Tue a uni*ersidade 8 mais uma +orma de &onser*ar a &u'tura

sua +unção eJp'&ita do Tue de &riá)'a ou modi+i&á)'a-

O maniTuesmo não 8 de ta' monta Tue ini.a tota'mente a possi.i'idade de&riti&ar os prin&pios de *a'idade mas de'ega esta +unção a uma par&e'a espe&ia'

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e'ite do sistema &onstituda pe'os &ientistas\ por8m para &Wegar a sX)'o e a

parti&ipar da 9inte''ig&nt#ia9 do sistema 8 pre&iso dri.'ar uma s8rie de o.stá&u'os-

rande parte da &riati*idade e da origina'idade do pensamento a&a.a presa a estes

o.stá&u'os- O siste

 A psi&opato'ogia do *n&u'o pro+essor)a'uno

(DD

ma de ensino &om os Tue en&erra muitas *e#es pare&e a&a.ar assim

atra*8s de uma s8rie de ritos de ini&iação nos Tuais % medida Tue se aprende se

aprende a esTue&er as +ormas &ompu'si*as e *io'entas atra*8s das Tuais a

&apa&idade &rti&a +oi &er&eada- ;om isto Tuero di#er Tue a &rti&a não está

eJp'i&itamente o.sta&u'ari#ada mas de*e &indir)se a regras eJternas do 4ogo

"a&eitas 9por prin&pio9$ Tue podem ser &Wamadas de metodo'ogia te&no'ogia ou

estrat8gia de ação e Tue de um modo inad*ertido restringem a 'i.erdade para a

re+ormu'ação de pro.'emas- uanto % orientação geronto'<gi&a a +orma pe'a Tua'

os &argos de maior responsa.i'idade são preen&Widos atra*8s de &on&ursos

.aseados na maioria das *e#es na antig1idade e nos ante&edentes 8 re*e'adora

da pressuposição ainda presente numa so&iedade moderna &omo a nossa de Tue

os *e'Wos sa.em mais- A imagem do &atedráti&o &omo um an&ião dotado de tantos

&onWe&imentos Tuanto de &a.e'os .ran&os & distrado 8 a &on+irmação de Tue a

maior responsa.i'idade na transmissão de &onWe&imentos e padres de ati*idade

está nas mãos de pessoas Tue tXm mais &ondiçes de des&uidar do no*o do Tue de

estimu'ar sua pro&ura- uanto ao &aráter &onser*ador do ensino não &a.e

nenWuma dV*ida de Tue so. a &Wamada resistXn&ia % mudança imputá*e' %s

pessoas Tue &on*i*em dentro de um determinado sistema eJiste uma dimensão

'atente propriedade de toda estrutura Tue &ompensa &om mo*imentos em

a'gumas par'es as mudanças Wa*idas em outra- or este moti*o eu di#ia TueTua'Tuer ino*ação proposta de dentro do sistema edu&a&iona' ta' &omo está

institudo será a&eita Tuando e somente Tuando suas sementes rea'mente

ino*adoras +orem neutra'i#adas e perderem assim seu &aráter re*o'u&ionário-

Não passarão de re+ormas e me'Woramentos para Tue tudo &ontinue &omo

está->

>- A'gumas pessoas Tue ti*eram a oportunidade de entrar em &ontato &om

estas re+'eJes rotu'aram)nas de nii'istas ou na me'Wor das Wip<teses depessimistas &rit8rio do Tua' não &omparti'Wo- Negar a possi.i'idade de uma

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mudança pro+unda na pedagogia eTui*a'eria a +e&War os o'Wos para a Wist<ria- O

otimismo por8m não de*e 'e*ar % ingenuidade Tuanto %s di+i&u'dades s8rias Tue

Tua'Tuer tentati*a pro+undamente reno*adora a&arretará- Estas di+i&u'dades são não

s< de nature#a &onteJtua' "so&iais e&on]mi&as e po'ti&as$ mas tam.8m pessoais e

interpessoais "dimenses o.4eto deste artigo$ na medida em Tue o &onteJto não

+un&iona apenas &omo 9mar&o9 mas tam.8m &omo su.teJto traina intrin&ada

gera'mente in&ons&iente de re'açes &orre'atas "mas não me&ani&amente

determinadas por$ das re'açes &onteJtuais e Tue dão sentido ao teJto a ação

edu&ati*a- ;onsidero

(D@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

O termo 9ritua'9 empregado repetidas *e#es neste artigo re+ere)se a +ormas

reiteradas de esta.e'e&er uma &ontinuidade entre uma geração e outra- ;onstitui

um dos &anais atra*8s dos Tuais se rea'i#a a transmissão &u'tura'\ pode ser

enriTue&edor na medida em Tue &ada ato ritua' introdu#a &ara&tersti&as no*as

&aso &ontrário os rituais &onsistem em +ormas estereotipadas me&ni&as

des*ita'i#adas e empo.re&edoras em re'ação aos mem.ros Tue de'es parti&ipam- O

ritua' da au'a inaugura' o ritua' da primeira au'a o ritua' do tra.a'Wo práti&o o ritua'

+orma'i#ado num programa Tue determina a ordem em Tue os &onteVdos de*em

ser aprendidos o ritua' dos eJames o ritua' da +ormatura o ritua' dos tra.a'Wos

monográ+i&os as teses de doutoramento são a'guns eJemp'os das mV'tip'as +ormas

Tue o ensino assume & Tue podem ser &onsideradas em seus dois aspe&tos:

so&ia'i#ação Wumani#ante e so&ia'i#ação a'ienante- Lamenta*e'mente em gera' se

instituem &omo +ormas *a#ias de re'ação entre pro+essores e a'unos da o &aráter

estereotipado do ensino-

E importante ressa'tar no*amente tudo o Tue 8 ensinado pe'a +orma atra*8sda +orma pe'a Tua' se ensina- errP ar.er desta&a o seguinte:

Os &asos mais tristes tanto entre os es&ra*os negros &omo entre os a'unos

es&ra*os são os dos indi*duos Tue interna'i#aram tão &omp'etamente os *a'ores

de seus senWores Tue todo seu desgosto *o'ta)se para dentro- "---$ E o &aso das

&rianças para Tuem &ada eJame 8 uma tortura Tue gague4am e tremem dos p8s %

&a.eça Tuando dirigem a pa'a*ra ao pro+essor Tue tXm uma &rise emo&iona' &ada

*e# Tue são &Wamados em au'a- E +á&i' re&onWe&X)'os na 8po&a dos eJames +inais-

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!Xm a +a&e empedernida\ ou*e)se &'aramente o rudo de seus est]magos no Tuarto-

"---$ O penoso 8 o &aráter de in8r&ia Tue esta situação possui-

- O gri+o 8 meu "N- A-$-

 A psi&opato'ogia do *n&u'o pro+essor)a'uno

(DG

;on&ordo &om este autor Tuando e'e ressa'ta Tue 9os a'unos não se

eman&ipam ao se +ormarem- Na rea'idade não 'Wes permitimos a eman&ipação

enTuanto não tenWam demonstrado durante de#esseis anos o dese4o de serem

es&ra*os9- Esta &omparação entre um a'uno e um es&ra*o pode pare&er eJagerada\

no entanto o Tue este autor Tue não 8 pedagogo nem psi&<'ogo está en+ati#ando 8

o Tue reud desta&ou de uma maneira muito mais pre&isa em O ma')estar da

&u'tura por eJemp'o ao des*endar as +ormas sutis pe'as Tuais as normas so&iais

são interna'i#adas esta.e'e&endo)s& 9no interior do indi*duo9 &omo uma +orma de

&ontro'e interno &ompará*e' a um eJer&ito insta'ado numa &idade &onTuistada: a

agressão *o'tada para dentro o Tue 'e*a a &oerção eJterna a ser su.stituda ou

pe'a &u'pa ou pe'a *ergonWa de transgredir o Tue se supe &orreto o Tue +a# &om

Tue a agressão a torne intrapuniti*a\ 8 Tuando assistimos a +ormas mais ou menos

'ar*adas de es'upidi+i&ação progressi*a-

O a'uno aprende a +a#er eJames ao 'ongo de sua &arreira uni*ersitária- No

Tue &onsiste este pro&essoY ;onsiste em des&o.rir a maneira de en+rentar &om

menos di+i&u'dade o desa+io de o&u'tar do pro+essor o Tue não sa.e\ & a&a.a por

+a#X)'o &om mais astV&ia do Tue +ormu'a no*os pro.'emas ou maneiras inte'igentes

de reso'*er pro.'emas 4á &onWe&idos-

ostaria de &itar ar.er no*amente na passagem em Tue se re+ere a

a'gumas das moti*açes internas de autoridade Tue 'e*am a enta'ar determinados

indi*duos e não outros em posiçes de poder e %s mo'as internas Tue se im.ri&am&om situaçes institu&ionais determinando o tipo de *in&u'ação Tue estamos

eJaminando- Este autor +ormu'a a seguinte Tuestão:

Não sei ao &erto porTue os pro+essores são tão +ra&os\ ta'*e# a pr<pria

instrução a&adXmi&a os o.rigue a uma &isão entre pensamento e ação- !a'*e# a

segurança ina.a'á*e' de um &argo edu&ati*o atraia pessoas tmidas Tue não tXm

segurança pessoa' e pre&isam das armas e dos demais adereços da autoridade- 6

Qe Tua'Tuer +orma +a'ta)'Wes munição- A sa'a de au'a o+ere&e)'Wes um am.ientearti+i&ia' e protegido onde podem eJer&er seus dese4os de poder- Seus *i#inWos tXm

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um &arro me'Wor\ os *endedores de gaso'ina amedrontam)no\ sua mu'Wer pode

dominá)'o\ a 'egis'ação estata' esmagá)'o mas na sa'a de au'a por Qeus os

a'unos +a#em o Tue e'e di#- "000 $ Assim sendo o pro+essor +a#

(D?

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

a'arde desta autoridade- Qes&on&erta os tagare'as &om um o'War &rue'-

Esmaga Tuem o.4ete a'go &om erudição ou ironia- E pior de tudo +a# &om Tue suas

pr<prias &onTuistas pareçam ina&ess*eis e remotas- Es&onde a ignorn&ia ma&içae ostenta seus &onWe&imentos in&onsistentes- O medo do pro+essor mes&'a)se a

uma ne&essidade &ompreens*e' de ser admirado e de se sentir superior- "---$

Idea'mente o pro+essor de*eria minimi#ar a distn&ia entre e'e e seus a'unos-

Qe*eria en&ora4á)'os a não ne&essitar de'e &om o tempo ou mesmo no momento

presente- Mas isto 8 muito raro- Os pro+essores trans+ormam)se em sa&erdotes

supremos possuidores de mist8rios em &We+es\ at8 um pro+essor mais ou menos

&ons&iente pode se pi'War di*idido entre a ne&essidade de dar e a ne&essidade de

reter o dese4o de 'i.ertar seus a'unos e o dese4o de torná)'os seus es&ra*os-

 A&Wo interessante a maneira simp'es &omo este autor des&re*e &omo o

edu&ador pode se *er moti*ado interiormente a eJer&er o poder de uma

determinada maneira e &omo a organi#ação da instituição a&adXmi&a pode

in&enti*ar o esta.e'e&imento de um *n&u'o espe&ia' no Tua' seus &onWe&imentos

são uti'i#ados &omo um instrumento de agressão e de &ontro'e so&ia'- Isto s< pode

ser &onseguido se e somente se a &ondição de es&onder o Tue não se sa.e esti*er

presente- emos aTui +ormu'ada &m re'ação ao ensino uma &ara&tersti&a Tue a'e

Wá pou&o era apresentada &omo uma &ara&tersti&a dos a'unos nos momentos de

eJame- ue situação 8 re+'eJo de Tua'Y are&e Tue grande parte da re'ação entre

pro+essores e a'unos &onsiste em desatender sistemati&amente ignorar

&ontinuamente o Tue se des&onWe&e para Tue assim se possa tra.a'War so.re o

&onWe&ido e seguro- Qe+ine)se assim uma +orma de perpetuar o *e'Wo e &onWe&ido

e não uma maneira de indagar so.re o des&onWe&ido- uantos pro+essores se

preo&upam rea'mente &om Tue seus a'unos aprendam a +ormu'ar perguntasY A

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maior parte de n<s está empenWado em Tue &ies dXem respostas\ e não Tua'Tuer

uma mas as Tue &oin&idam &om as Tue n<s &omo pro+essores 4á demos para um

pro.'ema Tue es&o'Wemos ou Tue a mat8ria Tue ministramos desta&a &omo

importante- 9Importante9 segundo os &rit8rios de re'e*n&ia .aseados tanto em

postu'ados te<ri&os &omo em &'aras .ases ideo'<gi&as nem sempre .em de+inidos

de um ponto de *ista epistemo'<gi&o nem orientados por uma atitude so&ia'mente

&omprometida aJio'ogi&amente eJp'&ita- ortanto não 8 di+&i' entender por Tue a

estrutura a&adXmi&a

 A psi&opato'ogia &io *n&u'o pro+essor)a'uno

(@

+un&iona muitas *e#es &omo um empe&i'Wo % in*estigação ou no mnimo

&omo um s8rio o.stá&u'o ao desen*o'*imento das atitudes Tue de um ponto de

*ista psi&o'<gi&o de*eriam de+inir um pesTuisador "des&on+iança diante do <.*io do

Tue 8 9natura'9 ou 9de*e ser9 e portanto antidogmatismo radi&a' Wonestidade

inte'e&tua' e &ompromisso so&ia'$- Não Wá dV*idas de Tue so. um &erto ngu'o os

uni*ersitários estão numa situação pri*i'egiada dentro da &omunidade- Este

pri*i'8gio não de&orre apenas do +ato de serem pou&os os Tue tXm a&esso ao

ensino superior mas da possi.i'idade de o estudo supostamente .rindar o uni)

*ersitário &om sua in&'usão uma *e# +ormado entre os Tue mais &onWe&em a

tota'idade do sistema &u'tura'-

Esta a+irmação de*e no entanto ser tomada &om &aute'a- Esse pri*i'8gio se

re'ati*i#a Tuando o.ser*amos Tue esse sistema Tue pode ser &onsiderado &omo

um mosai&o &omp'eJo de re'açes entre +en]menos s< pode ser armado e

&ompreendido Tuando se possui todas as peças Tue &onstituem o Tue.ra)&a.eças\

por8m para sair da uni*ersidade 8 pre&iso &umprir &om reTuisitos tais Tue s<

permitem entrar em &ontato &om noçes par&iais dos &omponentes da &u'tura poise'es impossi.i'itam &ompreendX)'a em sua tota'idade- ;om isto Tuero di#er Tue

a'8m de .rindar os a'unos &om &on&eitos e instrumentos Tue permitem a

&ompreensão e e*entua' modi+i&ação do sistema so&ia' estamos diante de um

&er&eamento da possi.i'idade de ter a&esso aos dados +undamentais Tue permitem

uma &aptação &omp'eta & portanto não ideo'<gi&a desse sistema-

o'to a insistir Tue se ensina tanto &om Tue se ensina &omo &om o Tue não

se ensina\ muitas *e#es o *ita' 8 o Tue não s& ensina- A distorção a&ademi&ista ete&no&ráti&a do ensino nada mais 8 do Tue um eJemp'o da maneira &omo

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estimu'amos a +ormação de espe&ia'istas num setor da rea'idade so&ia' Tue

des&onWe&endo o sentido das re'açes mais pro+undas entre as partes do sistema

so&io&u''ura' em Tue estamos imersos serão perpetuadores e+i&ientes do atua'

estado de &oisas-

EJiste uma s8rie de argumentos Tue .aseados na &omp'eJidade atua' da

&u'tura de+endem a ne&essidade de promo*er a +ormação de espe&ia'istas- Mas a

des*in&u'ação em re'ação aos aspe&tos mais &omp'eJos e intrin&ados Tue dão

sentido %s partes s< pode ser de+endida %s &ustas de ra&iona'i#açes Tue de+endem

a ne&essidade de margina'i#ar os grupos aos Tuais são &on&edidos eJp'i&itamente

pap8is de *anguarda na promoção de mudanças Tue &are&em da per&epção do

sentido

(@>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

so&ia' autenti&amente Wumano Tue estas mudanças de*eriam ter- O 9es)

pe&ia'ista9 não passa de um i'ustre a'ienado-

Um ensasta &ontemporneo re+eriu)se num outro &onteJto a esta situação

mostrando a maneira &omo o am.iente 9impregna9 ao espe&ia'ista- O am.iente 8 o

&onteJto Tue estimu'a a par&ia'i#ação dos &onWe&imentos e a restrição dos graus de

'i.erdade do pensamento aut]nomo e 8 interna'i#ado &on+ormando de 9dentro9 dos

espe&ia'istas e pro+issionais seus modos de pensamento e ação tornando)os

muitas *e#es perpetuadores de situaçes dadas ou o Tue 8 pior ide<'ogos do

&on+ormismo ou de um re+ormismo *a#io-

MarsWa'' M&LuWan "?$ di# o seguinte:

pro+issiona'ismo 8 am.ienta' o amadorismo 8 antiam.ienta'\ o

pro+issiona'ismo +unde o indi*duo a padres am.ientais o amadorismo pro&ura

desen*o'*er a &ons&iXn&ia tota' do indi*duo e sua per&epção &rti&a das normas.ási&as da so&iedade\ o amadorismo pode produ#ir perdas o pro+issiona'ismo tende

a &'assi+i&ar e a espe&ia'i#ar)se a a&eitar sem &rti&a as normas .ási&as do

am.iente\ as regras .ási&as &pte surgem da reação ma&iça de seus &o'egas +a#em

suas &ons&iXn&ias- O espe&ia'ista 8 o Womem Tue se mant8m permanentemente no

mesmo 'ugar-

;om isto não estou de+endendo a ne&essidade de pres&indir das instituiçes

de ensino e de remeter a ati*idade dos t8&ni&os &ientistas e pro+issionais a umaação irr&+'&Ji*a- Ao &ontrário entendo Tue de*emos *isar % +ormação de

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uni*ersitários &apa#es de entender e de assumir sua ati*idade &om o sentido de

uma autenti&a praJis & Tue a +ormação deste tipo de inte'e&tua' não pode se dar

atra*8s das +ormas tradi&ionais Tue ainda Wo4e impregnam o ensino tradu#idas no

*n&u'o pro+essor)a'uno- O Tue dese4o desta&ar no teJto &itado 8 o ris&o en*o'*ido

no &on&eito de amador-

 Ao estudar .iogra+ias de grandes des&o.ridores e in*entores sempre me

&Wamaram a atenção as 'utas internas "muitas *e#es eJternas$ Tue tra*am &ontra o

aprendido "Tue 8 o re+'eJo do &onteJto am.ienta' interna'i#ado$-

 As des&o.ertas ou &ompreenses mais importantes a respeito das re'açes

entre os Womens ou de'es &om a nature#a ou a &u'tura são pre&edidas de s8rias

&rises internas- Este +en]meno 8 negado Tuando se

 A psi&opato'ogia do *n&u'o pro+essor)a'uno

(@

en+ati#a Tue o des&o.rimento &onsiste de um ato intuiti*o ou irre+'eJi*o Tue

as grandes id8ias ou &on&epçes são produto de um ato a&identa'- Ao &ontrário

pare&em estar .aseadas numa e'a.oração tra.a'Wosa na Tua' o a&identa' ou o

&asua' s< desen&adeiam um pro&esso Tuando o&orrem diante de disposiçes

espe&iais- Em a'guns &asos o 9a&idente9 &umpre a +unção de en+raTue&edor por

oposição +ronta' da rede +e&Wada de id8ias ra&ionais Tue impediam o a&esso a esse

des&o.rimento- Apesar dos mV'tip'os pontos o.s&uros Tue a aná'ise psi&o'<gi&a do

9&onteJto do des&o.rimento9 apresenta eJistem a'gumas e*idXn&ias .iográ+i&as Tue

nos permitem pensar Tue %s *e#es 8 somente atra*8s de uma a'ta &arga

emo&iona' Tue se pode romper este esTue'eto rgido interna'i#ado Tue indi&a 9o

&orreto9 9o *erdadeiro e o +a'so9 de+inido pe'o sistema- Segundo Ho'ton "D$ os

autores de teJtos so.re Wist<ria das &iXn&ias muitas *e#es a'imentaram uma +a'á&ia

eJperimenta'ista: a +a'sa noção de Tue a teoria sempre +'ui diretamente doeJperimento- Basta eJaminar a pr<pria eJp'i&ação de &iXn&ia para re+utar este ponto

de *ista- O pr<prio Einstein por eJemp'o di# Tue 9não Wá um &aminWo '<gi&o para a

des&o.erta destas 'eis e'ementares eJiste apenas o &aminWo da intuição9-

Se4a isto &orreto ou não pare&e Tue s< uma ruptura "*ia a&idente ou intuição$

&om as noçes inte'e&tuais interna'i#adas permite &Wegar a uma &ompreensão mais

penetrante dos +en]menos-

Mas *o'tando ao nosso uni*ersitário o Tue o.ser*amosY

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 A medida Tue trans&orrem os anos de sua +ormação a&adXmi&a per&e.emos

uma perda progressi*a da engenWosidade e da origina'idade uma maior .ana'idade

na &omuni&ação uma intensi+i&ação do medo do rid&u'o uma tendXn&ia a assumir

as modas & os padres de &onsumo da &iXn&ia Tue &ara&teri#am seus +uturos

&o'egas & uma su.missão a sistemas de segurança nos Tuais a ação 8 orientada

por *a'ores pr<prios do 9prin&pio de rendimento9 "Mar&use @$ tais &omo o

adiamento da satis+ação das ne&essidades uma restrição do pra#er na

aprendi#agem uma maior +adiga & uma Xn+ase na produti*idade "desde as notas

at8 ttu'os para in&'uir no &urr&u'o$-

Estas &ara&tersti&as o.ser*á*eis nos a'unos % medida Tue trans&orre sua

+ormação mostram &'aramente a instauração progressi*a de um 9superego

&ient+i&o9 no Tua' o &onWe&imento se .aseia na +<rmu'a 9Sa.er 8 poder9- Qeste

modo a re'ação esta.e'e&ida entre o pro+essor e o a'uno no p'ano interpessoa' no

Tua' o suposto sa.er do pro+essor 8 o

(@(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

instrumento de &oerção &om o Tua' e'e pode instaurar o poder na sa'a de

au'a tradu#)se no p'ano interpessoa' em maneiras progressi*as de &astração

inte'e&tua'- A Tue se redu#em então os pri*i'8gios de um a'uno uni*ersitárioY ue

re&ursos so&iais inter*Xm neste pro&esso ou me'Wor Tua' a uti'idade para o sistema

dos pri*i'8gios outorgados a estes Tue tXm a&esso aos &ursos uni*ersitáriosY

Re+erindo)se % situação nos pases desen*o'*idos au' oodman "C$ nos o+ere&e

uma pista Tue re*e'a &omo o pri*i'8gio 8 i'us<rio do ponto de *ista da mudança

estrutura':

grupo dos 4o*ens 8 o maior grupo eJ&'udo das ati*idades so&iais-

;inT1enta por &ento da popu'ação tXm menos de *inte e seis anos- O sistemaes&o'ar em gera' 8 uma maneira de manter os 4o*ens 6&onge'ados6\ muito pou&o do

Tue o&orre tem *a'or edu&ati*o e *o&a&iona' mas 8 ne&essário &on+inar e pro&essar

a todos em es&o'as durante pe'o menos do#e anos\ mais de Tuarenta por &ento do

grupo etário um pou&o mais *e'Wo desperdiçam outros Tuatro anos nos institutos de

ensino superior-

O ensino uni*ersitário apresenta)se portanto &omo um organismo

dup'amente repressi*o- Qe um 'ado a partir da margina'i#ação da ati*idade so&ia' &de um adiamento da inserção no sistema so&ia' de grupos mais sensi.i'i#ados para

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per&e.er a ne&essidade de mudanças radi&ais\2 de outro dentro do pr<prio m.ito

uni*ersitário atra*8s da instrumentação de +ormas internas de restrição e &ontro'e

Tue se mani+estam de +orma suti' de trXs maneiras pe'o menos: a$ a instauração de

um superego &ient+i&o &ontra o Tua' &omo *imos 8 di+&i' re.e'ar)se\ .$ a distorção

te&no&ráti&a Tue +orma espe&ia'istas num setor da rea'idade na Tua' os +ormados

podem se inserir &om a &ondição de Tue a.ram mão de uma per&epção pro+unda e

&rti&a da rea'idade\ &$ as +ormas ritua'i#adas de re'ação Tue +omentam a meta)

aprendi#agem do Tue não de*e ser &onWe&ido "por eJemp'o a maneira pe'a Tua' "a$

e ".$ tXm 'ugar$- Estas &ara&tersti&as gera'mente &indidas e o.s&ure&idas na des)

&rição da rea'idade uni*ersitária são ati*adas atra*8s do eJer&&io da ati*idade

do&ente-

"2$ O re+rão 9so&ia'ista aos *inte &onser*ador aos Tuarenta9 de*eria

espe&i+i&ar 9"---$ so.retudo se na uni*ersidade mordeste o an#o' de uma

espe&ia'i#ação .em remunerada e te deiJaste am.ientar &on*enientemente9-

 A psi&opato'ogia do *n&u'o pm+essor)a'uno

(@C

N<s pro+essores somos responsá*eis por muitas destas situaçes- !a'*e#

os &omentários de ar.er so.re &ara&tersti&as pessoais possam es&'are&er por Tue

o&orre uma adeTuação ntida entre o sistema a&adXmi&o e a'guns de seus

mem.ros no &aso pro+essores- E poss*e' Tue estes &omentários peTuem por

serem eJ&essi*amente psi&o'ogistas e o pro.'ema não 8 tão simp'es- or8m Wá um

ponto a.so'utamente &'aro &om o Tua' &on&ordo p'enamente: a denVn&ia do ntido

isomor+ismo entre as re'açes do sistema so&ia' da so&iedade g'o.a' e as re'açes

Tue imperam em sa'a de au'a- Somente atra*8s da per&epção deste para'e'ismo 8

Tue poderemos nos 'i*rar do pape' Tue somos indu#idos a desempenWar- ;aso

&ontrário &airemos na situação magni+i&amente des&rita por Br&&Wt em O pre&eptor\a &astração +si&a do protagonista 8 o sm.o'o da &astração menta' o Tue assegura

o sistema representado por um personagem de Tuem este pre&eptor se tornou um

pro+essor idea'-

!udo o Tue dissemos at8 aTui pe por terra a imagem romnti&a segundo a

Tua' a edu&ação 8 um ato de amor- ;aso se4a o 8 somente de a&ordo &om a

&ara&teri#ação de Laing "G$:

Mas ningu8m nos +a# so+rer a *io'Xn&ia Tue perpetramos e nos in+'igimos\ asre&riminaçes re&on&i'iaçes a agonia e o XJtase de uma re'ação de amor

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.aseiam)se na i'usão so&ia'mente &ondi&ionada de Tue duas pessoas *erdadeiras

se re'a&ionam- !rata)se de um estado perigoso de a'u&inação ou i'usão de uma

mis&e'nea de +antasias eJp'oses e imp'oses de &oraçes destroçados

ressar&imentos e *inganças "--- $- Mas Tuando a *io'Xn&ia se dis+arça de amor e

uma *e# produ#ida a &isão entre o ser e o eu o interior e o eJterior o .em e o ma'

todo o restante não passa de uma dança in+erna' de +a'sas dua'idades- Sempre se

sou.e Tue Tuando se di*ide o ser pe'a metade Tuando se insiste em arre.atar isto

sem aTui'o Tuando nos apegamos ao .em sem o ma' re4eitando um em +a*or do

outro o impu'so ma'disso&iado agora ma' num dup'o sentido retorna para im)

pregnar e apossar)se do .em e dirigi)'o para si mesmo-

Mas o Tue Wá de mau muitos poderiam nos perguntar neste momento

no ato de ensinarY Onde se en&ontra a agressão se &ons&ientemente tais e+eitos

nos são a'WeiosY

Bastaria 'er a'guns dos testemunWos registrados na .i.'iogra+ia

(@F

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

re&ente para nos darmos &onta de Tue a maior parte dos atos edu&ati*os

estão mais impregnados de *io'Xn&ia do Tue de amor\ e*identemente não poderia

ser de outro modo se a&eitarmos Tue o ensino não pode ser entendido iso'ado do

&onteJto so&ia' mais amp'o Tue o eng'o.a- A *io'Xn&ia e a &ontra*io'Xn&ia do

sistema so&ia' estão presentes ine*ita*e'mente nas au'as- ara men&ionar apenas

um autor *e4amos &omo HenrP "F$ des&re*e o ensino na es&o'a primária:

Um o.ser*ador a&a.a de entrar na sa'a de au'a de uma Tuinta s8rie para

&omp'etar o perodo de o.ser*ação- A pro+essora di#: 6ua' destas &rianças .oas e

&orteses Tuer pegar o &asa&o do o.ser*ador e pendurá)'oY6- A 4u'gar pe'as mãos

Tue se agitam pare&e Tue todos rei*indi&am esta Wonra- A pro+essora es&o'We ummenino e este pega o &asa&o do o.ser*ador- A pro+essora &ondu# grande parte da

au'a de aritm8ti&a perguntando: 6uem Tuer dar a resposta do pr<Jimo pro.'emaY6-

 A pergunta segue)se o Wa.itua' &on4unto de mãos Tue se agitam &ompetindo para

responder- O Tue nos &Wamou a atenção neste &aso 8 a pre&isão &om Tue a

pro+essora &onseguia mo.i'i#ar as poten&ia'idades de uma &onduta so&ia' &orreta

nas &rianças assim &omo a *e'o&idade &om Tue respondiam- O grande nVmero de

mãos Tue se agita*am era a.surdo mas não Wa*ia a'ternati*a- O Tue a&onte&eriase permane&essem im<*eis em seus 'ugaresY Um pro+essor espe&ia'i#ado

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apresenta muitas situaçes de maneira ta' Tue uma atitude negati*a s< pode ser

&on&e.ida &omo uma traição- As perguntas do tipo Tua' destas &rianças .oas e

&orteses Tuer pegar o &asa&o do o.ser*ador e pendurá)'oY &egam as &rianças

at8 o a.surdo o.riga)as a admitir Tue o a.surdo 8 eJistXn&ia Tue 8 me'Wor um

eJistir a.surdo do Tue um não eJistir- O 'eitor de*e ter o.ser*ado Tue não se

pergunta Tuem sa.e a resposta do pr<Jimo pro.'ema mas Tuem Tuer di#X)'a- O

Tue em outros tempos de nossa &u'tura assumia a +orma de um desa+io aos

&onWe&imentos aritm8ti&os &on*erte)se num &on*ite a parti&ipar do grupo- O

pro.'ema essen&ia' 8 Tue nada eJiste eJ&eto o Tue se +a# por a'Tuimia do sistema-

Numa so&iedade em Tue a &ompetição pe'os .ens &u'turais .iás7484qni5piP]5 não

8 5poss*e' ensinar ás pessoasase amarem- Assim torna)se ne&essário Tue a

es&o'a ensine as &rianças a odiarem sem Tue isto se torne e*idente pois nossa

&u'tura não pode to'erar a id8ia de

 A psi&opato'ogia do *n&u'o pro+essor)a'uno

(@D

Tue as &rianças se odeiem- ;omo a es&o'a &onsegue esta am.ig1idade Y

 A&redito Tue a repressão está presente na maior parte das açes edu&ati*as

Tue empreendemos e não poderemos en&ontrar perspe&ti*as a menos Tue

neguemos a +orma pe'a Tua' as se'e&ionamos ar*oran)do)nos &omo autoridades

Tue de*em opinar so.re a *a'idade ou não *a'idade das perspe&ti*as- EnTuanto

&ontinuarmos &omo pro+essores a se'e&ionar as a'ternati*as poss*eis estas não

passarão de imposiçes e a 'i.era'i#ação das au'as não será mais do Tue uma

+orma suti' e enganosa de &ontinuar operando &omo agentes so&ia'i#antes no

sentido repressi*o do termo-

Na medida em Tue a repressão 8 tanto mais perigosa Tuanto mais o&u'ta ou

*e'ada para os repressores e os reprimidos &reio Tue de*eramos re+'etir so.re asre'açes eJistentes entre a aprendi#agem e a agressão-

 As poss*eis +ontes de agressão na tare+a edu&ati*a poderiam ser duas- Em

primeiro 'ugar o *n&u'o Tue &on+igura a trama na Tua' a ação edu&ati*a tem 'ugar

Tue assume a +orma de dependXn&ia na Tua' se tro&a a segurança pe'a su.missão\

em segundo 'ugar a aprendi#agem imp'i&a sempre uma reestruturação tanto a n*e'

dos &onWe&imentos adTuiridos &omo das re'açes Tue os indi*duos Tue aprendem

esta.e'e&eram &om estes &onWe&imentos- Esta restruturação a.range ou podea.ranger desde a perspe&ti*a do aprendi# suas +antasias de ataTue ao

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&onWe&ido e so.retudo sentimentos de +rustração 'igados % ne&essidade de

modi+i&ar %s *e#es su.stan&ia'mente seus pontos de *ista Tuando não per&e.e

simu'taneamente Tuais são os no*os pontos de *ista pe'os Tuais de*erá su.stituir

os antigos- Qe outro 'ado a su.stituição de determinados &onWe&imentos por outros

pode ser demorada e pressupe o desa+io da &apa&idade eg<i&a do edu&ando de

to'erar a am.ig1idade e a &onseT1ente ansiedade Tue e'a sus&ita- Am.as as +ontes

de agressão dirigidas tanto &ontra o pro+essor &omo ao a'uno permane&em

&amu+'adas so. um sistema de ra&iona'i#açes e 4usti+i&ati*as- !anto para um &omo

para outro os desgnios 9sa.er 8 poder9 e 9a ignorn&ia 4usti+i&a a su.missão9

passaram a +a#er parte do pr<prio sangue- O &onWe&imento imp'i&a portanto

direitos não s< so.re a rea'idade Tue possa ser &onWe&ida e modi+i&ada &omo

tam.8m so.re as pessoas- A maneira &omo se eJer&e o poder 8 Tue outorga %

re'ação pro+essor)a'uno as &ara&tersti&as de *n&u'o a'ienante-

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

 A- agressão assume +ormas diretas e indiretas- ara registrá)'a em sua +orma

direta .asta o.ser*ar a maneira pe'a Tua' um pro+essor se &omporta em situaçes

de eJame na &omuni&ação em sa'a de au'a na &omuni&ação in+orma' &om seus

a'unos para per&e.er uma mistura di+usa de dese4os e di+i&u'dades de se aproJimar

dos a'unos- un&iona &omo uma mu'eta nos diá'ogos nos Tuais o pro+essor 'e*a

des*antagem- 9o&X sa.e &om Tuem está +a'andoY9 Esta +orma o re&ondu# %

&átedra o distan&ia da situação de &on+'ito interpessoa' &om Tue se de+ronta &

assim o situa numa posição superior- !omando a &átedra &omo .a'uarte +a#

&ontestaçes ora&u'ar&s- Esta situação tem sua &ontrapartida na +orma Wa.itua' &om

Tue os a'unos se dirigem a seus pro+essores 'e*ando em &onsideração

+undamenta'mente suas +a&etas re+erentes ao eJer&&io da autoridade e arti&u'ando

a maneira auto&ráti&a demag<gi&a paterna'ista et& &om Tue o pro+essor eJer&eseu poder- Qa resu'ta Tue os a'unos &onsideram o pro+essor &omo uma autoridade

Tue a'8m disso ensina da mesma maneira Tue para o pro+essor o a'uno 8 um

su.ordinado Tue a'8m disso aprende-

Seria desne&essário +a#er re+erXn&ia % agressão so. a +orma de &astigos

sançes pra#os ou 'imitaçes por parte dos pro+essores\ 8 mais interessante re+'etir

so.re suas +ormas indiretas ou 'atentes- Uma das +ormas mais interessantes Tue a

agressão indireta assume 8 a maneira pe'a Tua' o pro+essor demonstra a sa.edoriaTue a'&ançou e possui e &omo e'a 8 ina&ess*e' aos a'unos- Neste sentido o

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pro+essor estimu'a no a'uno a determinação de um *n&u'o am.guo &om e'e & &om

a mat8ria no Tua' o a'uno 8 o ter&eiro eJ&'udo\ ao de+inir o &onWe&imento &omo

uma meta a ser a'&ançada & supostamente moti*ar o a'uno no sentido de tentar

a'&ançar este &onWe&imento &o'o&a)o % distn&ia e se erige &omo intermediário Tue

ao mesmo tempo &m Tue mostra es&onde-

O &onWe&imento &omo meta pode ser apresentado ao a'uno &omo a'go

ina'&ançá*e' Tue estimu'a sua +rustração sem 'We possi.i'itar simu'taneamente

entender seu signi+i&ado- O &aráter agressi*o de ta' &onduta não está na +rustração

Tue a a&ompanWa pois 8 inegá*e' Tue o pro+essor sa.e mais Tue o a'uno e 8 o

intermediário entre o a'uno e a mat8ria- O Tue +a# &om Tue esta moda'idade de

ação se &on*erta num ataTue direto e não *is*e' 8 a +a'ta de sentido para o a'uno

ou a +a'ta de &ons&iXn&ia Tue e'e tem desta distn&ia em re'ação ao o.4eto da

possi.i'idade rea' de en&urtá)'a su&essi*a & pau'atinamente e de Tue o pro+essor

não 8 o possuidor deste o.4eto mas um +a&i'itador de sua

 A psi&opato'ogia do *n&u'o pro+essor)a'uno

(@G

aproJimação a e'e-

uando o a'uno não per&e.e o pro+essor ou o pro+essor se &o'o&a numa

posição de .arreira ou +i'tro o Tue o&orre 8 uma para'isação tota' ou par&ia' do

a'uno- uando esta +orma de agressão do pro+essor para &om o a'uno se &onsuma

o a'uno pode ser 'e*ado a aprender &omo de*e ser a partir deste momento seu

re'a&ionamento &om a &iXn&ia e &om a mat8ria Tue está estudando e o Tue não

de*e estar presente nesta re'ação- O a'uno &on*erte)se num a'uno uni*ersitário não

s< Tuando de+ine *o&a&iona'mente suas aspiraçes em re'ação a determinado setor

da rea'idade mas tam.8m Tuando a&ata a autoridade "ou a instituição supe Tue

será assim$ e a&ata a id8ia de Tue a re'ação &om o Tue ensinam e o Tue seráaprendido de*e estar .aseada num mode'o triangu'ar em Tue o pro+essor possui o

o.4eto Tue e'e aspira & portanto 8 pre&iso tentar asseme'War)se a e'e &omo pr8)

reTuisito para tam.8m possuir o o.4eto- O a'uno de*e aprender antes mesmo da

mat8ria Tue somente se &Wegar a ser &omo o pro+essor terá direito a &onWe&er-

ue o pro+essor se4a um mode'o de identi+i&ação 8 +ato &onWe&ido de todos-

O Tue interessa pesTuisar 8 &om Tue &ara&tersti&as o a'uno se identi+i&a os &anais

pe'os Tuais esta identi+i&ação o&orre e o seu resu'tado- O pro+essor apresenta maissuas &erte#as do Tue suas dV*idas e se trans+orma num mode'o par&ia' e

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supostamente onis&iente- Qa resu'ta Tue o a'uno s< pode Tuerer o.ter +ragmentos

de &onWe&imento numa determinada ordem e arti&u'ação- Esta 8 uma outra maneira

pe'a Tua' o pro+essor eJer&e &ontro'e e se &on*erte no porteiro do ingresso do a'uno

na &u'tura e ao mesmo tempo num sentido in*erso no &ontro'ador da &Wegada do

&onWe&imento na &ons&iXn&ia do a'uno-

 Assim de+inida a re'ação não restam dV*idas de Tue passarão no rito de

ini&iação os menos *a'entes os menos originais os menos re*o'u&ionários\ a

uni*ersidade &on*ertida numa +á.ri&a de &on+ormistas 8 uma instituição

&onser*adora e perpetuadora por eJ&e'Xn&ia +ormadora de espe&ia'istas Tue

&onWe&endo setores iso'ados da rea'idade inserem)se na rea'idade so&ia' &omo

meros eJe&utores de de&ises-

O &ienti+i&ismo repetidas *e#es denun&iado &omo uma en+ermidade de nosso

ensino uni*ersitário re*e'a)se assim não s< &omo uma *ertente pedag<gi&a 'igada a

uma &on&epção a'ienada de &iXn&ia e de seu ensino mas tam.8m em pe'o menos

um de seus signi+i&ados po'ti&os- São de Lu&ien o'dmann "($ as seguintes

pa'a*ras:

(@?

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

 Atua'mente &om eJ&eção de a'guns &r&u'os go*ernantes eJtremamente

redu#idos o Womem o indi*duo en&ontra um nVmero &ada *e# menor de setores

da *ida so&ia' nos Tuais pode ter ini&iati*a e responsa.i'idade\ está se &on*ertendo

num ser a Tuem s< se pede Tue eJe&ute de&ises tomadas em outras instn&ias e a

Tuem em tro&a se dá a garantia da possi.i'idade de aumento de &onsumo- Esta

situação tra# em seu .o4o um estreitamente e um empo.re&imento perigoso e

*u'toso de sua persona'idade- E pre&iso a&res&entar Tue este +en]meno ainda não

atingiu toda a sua +orça mas ameaça assumir proporçes &ada *e# maiores %medida Tue o &apita'ismo de organi#ação se desen*o'*er- Em.ora a produção em

massa 4á o&orra em muitas es+eras e a.arTue todo o tipo de .ens o *erdadeiro

&apita'ismo de organi#ação ou de produção em massa &u4a produção ta'*e# este4a

muito 'imitada mas Tue ameaça desen*o'*er)se no +uturo 8 o do espe&ia'ista Tue

simu'taneamente 8 uma esp8&ie de ana'+a.eto e um +ormado pe'a uni*ersidade-

Este 8 um Womem Tue se +ami'iari#ou &om uma área de produção e Tue possui

grandes &onWe&imentos pro+issionais Tue 'We permitem eJe&utar de modosatis+at<rio e %s *e#es eJ&e'ente as tare+as Tue 'We são atri.udas mas Tue

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progressi*amente está perdendo &ontato &om o restante da *ida Wumana e &u4a

persona'idade está sendo de+ormada e redu#ida em grau eJtremo-

Os a'unos Tue em nVmero &ada *e# maior se aproJimam das &arreiras

Wumansti&as e isto em todos os pases do mundo re*e'am)nos uma pro&ura

do Womem &ada *e# mais distante das uni*ersidades ou das &arreiras

pretensamente &ient+i&as ou t8&ni&as- Lamenta*e'mente não 8 poss*e' re&uperar

o Womem atra*8s de uma &arreira- As &iXn&ias Wumanas in+e'i#mente não são mais

Wumanas Tue as demais- As mesmas o.ser*açes registradas at8 aTui ap'i&am)se

a e'as igua'mente in&'udas na ne&essidade de uma re*isão &rti&a sistemáti&a de

seus o.4eti*os e &onteVdos- Re&uperar o Womem 8 a tare+a de todas as &arreiras

so.retudo se 'e*armos em &onta Tue a a'ienação não 8 um +en]meno restrito ao

p'ano do *n&u'o pro+&ssor)a'uno- uma pro&ura Tue u'trapassa a es&o'Wa desta ou

daTue'a &arreira- !rata)se não de um Wumanismo no sentido de in&'uir mat8rias

+i'os<+i&as ou su.stituir estes &onteVdos por aTue'es ao n*e' dos estudos mas de

um Wumanismo Tue apresente o &onWe&imento &omo uma &onstrução Wumana Tue

assim

 A psi&opato'ogia do *n&u'o pro+essor)a'uno

(G

&omo pode &ontri.uir para me'Worar enriTue&er e Wumani#ar a *ida dos

Womens pode desempenWar o pape' de re+orço ideo'<gi&o para 4usti+i&ar uma

es&ra*idão progressi*a-

o'tando ao m.ito estrito da sa'a de au'a *emos Tue estes pro.'emas se

tradu#em em atitudes ou mani+estaçes espe&+i&as dos Tue ensinam- Estas

mani+estaçes de+inem)se de a&ordo &om a +orma &om Tue &ada um se posi&ionou

+rente ao &on+'ito .ási&o entre ensinar no sentido 'ato de mostrar +a#er *er

amp'iar perspe&ti*a e o&u'tar no sentido d& reter distor&er &ontro'ar e&'ipsaro.s&ure&er par&ia'i#ar o &onWe&imento- O &on+'ito entre ensinar e o&u'tar admite

&omo tentei +a#X)'o ta'*e# de um modo demasiadamente desordenado distin)

tos n*eis d& aná'ise: pessoa' grupai institu&iona' e &u'tura'-

 A imagem do ato de ensinar torna)se &'ara e pode ser &onsiderada &omo uma

esp8&ie d& rito d& ini&iação- Estes são &ada *e# mais so+isti&ados

institu&iona'i#ados ra&iona'i#ados- EJpressam)se durante os muitos anos Tue

trans&orrem desde Tue o a'uno ingressa na es&o'a at8 o dia em Tue se +orma & de*ese integrar no mundo o&upa&iona'- Há rituais nos Tuais predomina a agressão so.re

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o amor\ rituais nos Tuais a passagem para uma no*a situação .aseia)se no

o&u'tamente na par&ia'i#ação na renVn&ia a pedaços de si pr<prio\ rituais nos Tuais

se en&o.re sistemati&amente a maneira pe'a Tua' se pro&ura adeTuar o indi*duo a

um estado d& &oisas no Tua' de*e se 'imitar a ser um mero eJe&utor de de&ises- E

*á'ido ap'i&ar aTui a interpretação +reudiana segundo a Tua' os ritos d& ini&iação

seriam representaçes ou eJpresses de um sa&ri+&io Tue d& +orma direta ou

indireta pro&ura amedrontar aos demais e assim instaurar o ta.u san&ionar a

norma e*itar o parri&dio- Seria 'amentá*e' Tue os ataTues %s +iguras poderosas

detentoras do poder produ#issem &omo resposta um aumento da &u'pa e um

+orta'e&imento de no*as restriçes-

Não 8 ne&essário &ontinuar su.'inWando Tue &onsidero a ordem a&adXmi&a

&oer&iti*a- Resumindo Tuero apontar trXs +ormas Tue a restrição assume e trXs

respostas poss*eis a esta restrição-

>$ Em primeiro 'ugar eJiste uma restrição Tue poderamos &Wamar de +si&a

Tue &onsiste na eJ&'usão da *ida &i*i' "&omo *imos em oodman$- Esta restrição

*aria de pas para pas e tem um sentido espe&+i&o no nosso Argentina[ no Tua' o

ingresso e so.retudo a permanXn&ia na uni*ersidade 8 de &erto modo um pri*i'8gio-

 A eJ&'usão da *ida &i*i' assume di+erentes +ormas ideo'<gi&as desde o 9&Wegar)se %

uni*er 

(G>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

sidade para estudar9 at8 uma &on&epção de uni*ersidade &omo i'Wa "se4a

demo&ráti&a se4a re*o'u&ionária$- A resposta a este tipo de restrição 8 a po'iti#ação

progressi*a &om a Tua' se +a# &res&er a preo&upação &om o Tue está +ora da

uni*ersidade e se rompem os 'imites da uni*ersidade enTuanto i'Wa de &u'tura

dentro de uma &omunidade onde se dão a&onte&imentos de nature#a po'ti&a Tuedi#em respeito somente aos 9grandes9 ou aos 9po'ti&os9-

$ A +ormação de espe&ia'istas atra*8s da +ragmentação do &onWe&imento ou

da su.stituição de &onWe&imento por uma +ran&a transmissão de ideo'ogia 8 uma

+orma indireta de restrição- Neste &aso a resposta reTuerida 8 uma &rti&a +i'os<+i&o)

&i&nt+i&a Tue re*e'e os aspe&tos ideo'<gi&os & os pressupostos Tue dão sentido ao

Tue 8 ensinado-

($ Outra +orma indireta de restrição resu'ta da maneira &omo se ensina Tue&omo *imos &onstitui uma +onte de aprendi#agem de maneiras de ser & de re'açes

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atra*8s das Tuais se metaaprendem mode'os Tue reprodu#em a *erti&a'idade

eJterna no m.ito uni*ersitário- São um re+'eJo do autoritarismo so&ia' e po'ti&o ao

mesmo tempo em Tue se arti&u'am &om mode'os internos ar&ai&os pr<prios das

primeiras etapas da so&ia'i#ação no grupo +ami'iar- A resposta a este tipo de

restrição s< pode ad*ir de um saneamento es&'are&imento e modi+i&ação do pape'

do&ente Tue Tue.re o &ir&uito de Tue parti&ipamos inad*ertidamente-

Ensinar os a'unos a pensar e a eJer&er a re+'eJão &rti&a 8 uma meta Tue

+reT1entemente men&ionamos &omo inerente % +unção do&ente- No entanto muitas

*e#es isto não passa de uma +ormu'ação .em)inten&ionada- O produto '<gi&o das

maneiras &omo ensinamos Tue por sua *e# re+'etem a maneira &omo aprendemos

são indi*duos Tue repetem em *e# de pensar Tue re&e.em passi*amente em *e#

de a*a'iar- ortanto Tuando +a'o da ne&essidade de es&'are&ermos a maneira &omo

nos inserimos nesta trama repressi*a de re'açes & de tomarmos &ons&iXn&ia de'a

estou me re+erindo a a'go mais do Tue estudar pedagogia ou aprender as me'Wores

+ormas de transmitir &onWe&imentos\ estou pensando na possi.i'idade de re&ordar

&omo Vni&o antdoto &ontra a repetição- Se o do&ente se &o'o&ar numa situação d&

re&ordar sua in&'usão in&ons&iente e perpetuante no sistema de re'açes pode ser

rede+inida- A+igura)se &omo uma ne&essidade imperiosa não)negar o *n&u'o de

dependXn&ia "&onseT1Xn&ia ine*itá*e' de Wa*ermos &omeçado a &onWe&er a mat8ria

antes dos a'unos$ mas re&ordá)'o e mudar seu signi+i&ado- !rata)se de *o'tar a

pensar e a sentir &omo Vni&a maneira de &on

 A psi&opato'ogia do *n&u'o pro+essor)a'uno

(G

*erter a situação de aprendi#agem numa situação auto&ons&i&nte atra*8s de

uma &rti&a sistemáti&a dos &onteVdos e de uma auto&rti&a dos m8todos Tue

uti'i#amos para transmitir estes &onteVdos- Não se trata de negar a autoridade +a#X)'o eTui*a'eria a em.ar&ar na +i&ção de um não poder &om suas *ariantes de

'i.erdade irrestrita demagogia ou popu'ismo- ;riti&o a autoridade &omo prin&pio e

&ertas +ormas de autoritarismo por prin&pio- ;on&ordo &om ;ooper ">$ em Tue 9no

+undo o pro.'ema &onsiste &m distinguir a autoridade autXnti&a da inautXnti&a- A

autoridade das pessoas Tue de'a se in*estem gera'mente 'Wes +oi outorgada

segundo de+iniçes so&iais ar.itrárias e não a partir de Tua'Tuer aptidão rea' Tue

possuam9-

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uanto aos pro+essores *a'e a ad*ertXn&ia do autor: 9se as pessoas

ti*essem a &oragem de a.andonar esta posição +a'sa de Tue a autoridade s& in*este

atra*8s de pap8is e de+iniçes so&iais ar.itrárias poderia des&o.rir +ontes reais de

autoridade- "---$ A &ara&tersti&a essen&ia' da 'iderança autXnti&a 8 a renVn&ia ao

impu'so de dominar- Qominação signi+i&a &ontro'e do &omportamento dos outros

Tuando este &omportamento representa para o 'der aspe&tos pro4etados de sua

pr<pria eJperiXn&ia9-

Em re'ação aos +atores su.4eti*os Tue podem impregnar a maneira &omo

Wa.itua'mente eJer&emos +a'samente nossa 'iderança *a'eria a pena re+'etir so.re o

modo &omo o &ontro'e do outro 8 eJpressão da +orma pe'a Tua' o 'der produ# &m si

mesmo a i'usão de Tue sua pr<pria organi#ação interna está &ada *e# mais

per+eitamente ordenada- Qesta +orma diante de um mundo &ontradit<rio &a<ti&o no

Tua' não somos tota'mente donos de nossas de&ises nem &riadores de nossa

Wist<ria podemos manter a i'usão de Tue a partir de nosso .a'uarte &atedráti&o

&onWe&emos &ontro'amos e manipu'amos Tuando estamos apenas de'egando ao

a'uno nossa pr<pria su.missão nosso pr<prio des&onWe&imento e nossa pr<pria

in&apa&idade de inter*ir de uma +orma mais ati*a na modi+i&ação da &u'tura e da

so&iedade de Tue +a#emos parte-

Re&onWe&er este +en]meno imp'i&a duas di+i&u'dades: >$ a ne&essidade de

nos darmos &onta de Tue de*emos renun&iar e para sempre % ingenuidade de

pensar o ensino &omo a'go Tue se re+ere eJ&'usi*amente ao m.ito edu&ati*o-

;omo tentei mostrar atra*8s de id8ias pr<prias e a'Weias remeter a tare+a edu&ati*a

ao p'ano eJ&'usi*o da re'ação pro+essor)a'uno 8 uma &on&epção ao mesmo tempo

ingXnua e irresponsá*e'\ $ 8 nossa responsa.i'idade assumir esta re'ação &omo

parte do sistema so&ia' o Tue nos &o'o&a diante do imperati*o de nos

ierre Bourdieu: a transmissão &u'tura' da desigua'dade so&ia'posi&ionarmos &riti&amente +rente a e'e-

roponWo Tue a tare+a de ensinar 8 essen&ia'mente e não in&identa'mente

uma tare+a po'ti&a- O Tue está em Tuestão 8 o sentido Tue se pode dar a esse

pape' po'ti&o- Seremos perpetuadores deste estado de &oisas e +ormaremos &ada

*e# mais indi*duos não pensantes ana'+a.etos es&o'ari#ados ou pe'o &ontrário

ins&re*eremos nossa ação edu&ati*a num &onteJto desa'ienante &om todos os

ris&os internos e eJternos Tue ta' de&isão &ont8mY

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Se edu&ação 8 +rustração agressão e repressão isto o&orre não s< porTue o

pro+essor a prope desta maneira- E'a 8 assim porTue tradu# no momento em Tue

o&orre uma rea'idade so&ia' & po'ti&a Tue de*e ser entendida não s< &omo o

9&onteJto9 em Tue o &omportamento do pro+essor se insere mas tam.8m &omo a

trama rea' e pro+unda Tue dá sentido ao Tue e'e rea'i#a em seu pape'-

Não estou propondo Tue se 'ute pe'a po'iti#ação de nosso sistema edu&ati*o

pois nosso sistema edu&ati*o 8 po'ti&o- O Tue se de*e propor segundo Mar&use

"@$ 8 9uma &ontrapo'ti&a Tue se oponWa % po'ti&a esta.e'e&ida e neste sentido

de*emos en+rentar esta so&iedade da mesma maneira &omo e'a o +a# atra*8s de

uma mo.i'i#ação tota'- Qe*emos en+rentar a doutrinação para a ser*idão &om a

doutrinação para a 'i.erdade- Qe*emos gerar em n<s mesmos e nos outros a

ne&essidade instinti*a de uma *ida sem medos sem .ruta'idade e sem estupide#\

de*emos per&e.er Tue podemos produ#ir uma repugnn&ia inte'e&tua' e instinti*a

diante dos *a'ores de uma opu'Xn&ia Tue propaga a agressão e a su.missão pe'o

mundo inteiro9-

 A tare+a assim proposta u'trapassa por de+inição os 'imites das es&o'as e

das uni*ersidades e seria est8ri' se assim não +osse-

No entanto Wá muito por +a#er nas es&o'as nos institutos e nas

uni*ersidades- !rata)se de es&'are&er o sentido desta po'ti&a e a maneira pe'a Tua'

os pro+essores estão dispostos a ser autXnti&os edu&adores 9atingindo o &orpo e a

mente dos a'unos seu pensamento e sua imaginação suas ne&essidades

inte'e&tuais e a+eti*as9 a +im de &on*ertX)'os em *erdadeiros su4eitos- Re&uperar o

a'uno &omo pessoa &omo eiJo de nosso tra.a'Wo pedag<gi&o para assim

in&orporá)'o mas de um modo mais &ons&iente e mais &rti&o na so&iedade a Tue

perten&e- Nosso *erdadeiro &ompromisso 8 trp'i&e: &omo &ientistas & edu&adores

&riar uma no*a imagem do Womem "pape' desmisti+i&ante$\ &omo autXnti&osWumanistas &riar a imagem de um Womem no*o "pape' reestruturante$\

 A psi&opato'ogia do *n&u'o pro+essor)a'imo

(GC

&omo &idadãos &ontri.uir para o nas&imento de um Womem no*o "pape'

re*o'u&ionário$-

Re+erXn&ias .i.'iográ+i&as

>- Q-;ooper siTuiatria PAntipsiTuiatra- Buenos Aires aid<s >?@>p- >G-

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- - |r.er 9E' estudiante es un negro9- In: - Hopins E' 'i.ro Wippie-

Buenos Aires BrV4u'a >?D? p- >GD e s&gs-

(- L- o'dmann 9;rti&a P dogmatismo en 'iteratura9- In: Q- ;ooper e

outros Qia'8&ti&a de 'a 'i.8ration- Buenos Aires Sig'o __I >?D?-

C- - oodman 9a'ores o.4eti*os9- In: Q- ;oopere outros op- &it- p-

>@-

F- - HenrP apud R- Laing EJperiXn&ia P a'iena&i<n en 'a so&iedad

&ontempornea- Buenos Aires aid<s >?@>-

D- Ho'ton apud A- Ras&o*sP La matan#a de 'os Wi4os- Buenos Aires

cargi&man >?@-

@- H- Mar&use 9La so&iedad opu'enta9- In: Q- ;ooper e outros op- &it-

G- R- Laing EJperiXn&ia P a'iena&i<n en 'a so&iedad &ontempornea-

Buenos Aires aid<s >?@> p- DG-

?- M- M&LuWan E' m8dio es e' mensa4e- Buenos Aires aid<s >?D? p-

?(-

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C

 A re'ação pedag<gi&a &omo *n&u'o 'i.ertador- Uma eJperiXn&ia de +ormação

do&ente

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gui''ermo gar&a

EJerço a do&Xn&ia entre outros 'ugares num instituto superior de +ormação

do&ente &u4os integrantes são pro+essores das di+erentes &adeiras das es&o'as de

&urso m8dio- A mat8ria Tue 'e&iono 8 !eoria da Edu&ação e &orresponde ao

segundo ano- este o am.iente no Tua' se desen*o'*eu e se desen*o'*e uma

eJperiXn&ia ou me'Wor di#endo uma tentati*a .em mais in+orma' de reno*ação

pedag<gi&a na Tua' &o'a.oram outros &o'egas da instituição &om os Tuais tro&amos

id8ias e resu'tados- São eJatamente estas id8ias e resu'tados Tue ana'isaremos e

des&re*eremos no presente tra.a'Wo-

No &urso ao meu en&argo eJperimentamos di*ersas metodo'ogias de ensino

&om o o.4eti*o de romper o esTuema &'ássi&o da instituição: au'a &entra'i#ada no

pro+essor &om a'unos em atitude passi*o)re&epti)*a "em gera' 'imitados a tomar

notas$- Ao mesmo tempo *isa)se a atua'i#ar os &onteVdos superando os esTuemas

da pedagogia tradi&iona' atra*8s da in&'usão da pro.'emáti&a e da po'ti&a &omo

ponto de re+erXn&ia &ondi&ionador do pro&esso edu&ati*o\ a'8m disso en+ati#am)se

os aspe&tos mais &andentes da edu&ação atua' na Am8ri&a Latina e espe&ia'mente

em nosso pas a +im de sair do p'ano espe&u'ati*o e re'a&ionar a mat8ria &om

rea'idades &on&retas-

Qurante o V'timo ano 'eti*o a tare+a pare&ia não render +rutos satis+at<rios\ as

a'unas pare&iam estar mais % *ontade Tuando o pro+es

Re'ato de um &aso

(G@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

sor 'Wes da*a determinados esTuemas .ási&os Tue eram e'a.orados rapi)

damente atra*8s de tra.a'Wos em peTuenos grupos por8m sem maior entusiasmo

e sem Tue &Wegassem a a.ordar as Tuestes su.4a&entes- 9ATui não a&onte&enada9 sinteti#ou uma a'una durante uma a*a'iação grupai da tare+a-

 A mudança produ#iu)se Tuando durante uma au'a pro*oTuei uma ruptura

de'i.erada do pro&edimento Wa.itua' tomando 'ugar no +undo da &'asse\ da'i mesmo

sugeri Tue as pr<prias a'unas propusessem a tare+a a rea'i#ar naTue'e dia-

Superado o espanto ini&ia' sus&itou)se uma dis&ussão so.re Tua' de*e ser o pape'

do edu&ador- ermane&i em si'Xn&io sa'*o em o&asionais o.ser*açes so.re a

22;La relaci<n pedag<gica como v3nculo li/erador. Un ensao de 0ormaci<n docente;. Em . arcia, Laeducation como practica social. +uenos $ires, Ed. $=is, 1-5', p. 29&. @raduo de None ou*a Patto.

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dinmi&a do diá'ogo\ em dado momento pediram)me de+iniçes so.re o tema pois

assim Tue a dis&ussão se torna um tanto &on+usa surge uma &erta ansiedade-

O.ser*ei Tue o grupo ta' &omo Wa*ia se &ondu#ido at8 aTue'e momento de*eria

e'a.orar suas pr<prias respostas uma *e# Tue isso era uma Tuestão importante

para a sua +utura atuação do&ente\ a opinião do pro+essor a'8m do mais não era a'i

um +ator re'e*ante\ ao &ontrário de+ormaria a tare+a- O pro&edimento de &eder a

ini&iati*a ao grupo tornou)se Wa.itua' em.ora produ#isse um &erto des&on+orto na

maioria das a'unas Tue re&'ama*am a'gum tipo de 9orientação9- Numa au'a

posterior um grupo prop]s a rea'i#ação de um ro'e)p'aPing "4á se Wa*ia +eito a'guma

eJperiXn&ia desse tipo em outra &adeira$- E'as mesmas propuseram o tema um

pro+essor de uma es&o'a se&undária a Tuem os a'unos perguntam Tua' a sua

posição id&o'<gi&o)po'ti&a e os protagonistas-

ermaneço &omo o.ser*ador e apenas sugiro a &on*eniXn&ia de Tue

eJperimentem di*ersos mode'os poss*eis "o do&ente autoritário o e*asi*o o Tue

dá de+iniçes et&$- O resu'tado +oi uma au'a &om grande n*e' de ati*idade e

parti&ipação- Mais tarde durante a a*a'iação grupai da eJperiXn&ia o grupo di# Tue

não en&ontrou o mode'o Tue 'We soasse &omo o &orreto e no*amente me perguntou:

9 Tue o senWor +a# nesses &asosY9- A resposta +oi igua' % anterior- Uma a'una

o.ser*a Tue o pr<prio desen*o'*imento da au'a era de &erto modo uma resposta

em.ora dese4assem a'go mais &'aro e &on&reto-

 A&onte&eram di*ersas situaçes aná'ogas durante o ano o Tue resu'tou

apesar das dV*idas e desorientaçes o&asionais num tra.a'Wo +e&undo &ondu#ido

atra*8s de ati*idades não &on*en&ionais- ou men&ionar apenas um dos resu'tados:

ao &Wegar a data do eJame +ina' mani+estaram o dese4o de Tue e'e +osse grupai\

sugeri Tue &ada grupo es&o

 A re'ação pedag<gi&a &omo *n&u'o 'i.ertador (GG

'Wesse um tema do programa & o preparasse apresentando)o no momento

do eJame- Um grupo es&o'Weu o seguinte 9tema9: per&orreu *árias es&o'as

se&undárias para assistir a au'as +e# as &rti&as das mesmas e &o'Weu as opinies

dos a'unos &om um gra*ador portáti'- O resu'tado +oi sem dV*ida um eJame

di+erente-

O re'ato destas eJperiXn&ias Tue me a4udaram a e'a.orar as &on&'uses Tuetentarei &omuni&ar agora &onstitui um materia' de aná'ise *a'ioso % determinação de

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a'gumas &ara&tersti&as da re'ação pedag<gi&a e das &ondiçes de sua

trans+ormação-

 A re'ação pedag<gi&a &omo *n&u'o dependente

;Wamamos de re'ação pedag<gi&a o *n&u'o imp'&ito &m toda práti&a

edu&ati*a Tue se esta.e'e&e entre uma parte "pessoa grupo instituição et&-$ Tue

ensina e outra Tue aprende-

Isto signi+i&a Tue &m ta' tipo de *n&u'o eJiste um prop<sito de modi+i&ar em

&erta medida & num &erto sentido as atitudes &apa&idades ideias et&- daTue'e Tue

aprende- Em outros tipos de *n&u'os inter) Wumanos tam.8m se dão modi+i&açes

seme'Wantes mas estas apare&em &omo &onseT1Xn&ias não pre*istas & %s *e#es

não dese4adas- O *n&u'o pedag<gi&o ao &ontrário esgota seu sentido na intenção

de modi+i&ar o outro em +unção de a'go Tue se dese4a transmitir em.ora os

parti&ipantes não tenWam &ons&iXn&ia disso- Assim o &onteVdo 8 o &omponente

&Wa*e da re'ação pedag<gi&a- EJpresso &m termos de teoria da &omuni&ação te)

mos os trXs +atores .ási&os: emissor "o edu&ador$ re&eptor "o edu&ando$ e a

mensagem "o &onteVdo$- Estamos interessados neste artigo &m ana'isar este tipo

de re'ação ta' &omo o&orre no m.ito es&o'ar & &m parti&u'ar o pape' Tue

desempenWa numa instituição de +ormação do&ente-

Na dis&ussão entre os adeptos da edu&ação tradi&iona' ".an&ária eJtensi*a

segundo reire$ e os Tue propem uma edu&ação re*o'u&ionam\ "'i.ertadora

&omuni&ante$ Wá um ponto Tue &ostuma +i&ar o.s&uro: Tua' a +unção dos &onteVdos

do ensino uma *e# Tue sua transmissão imp'i&aria um &erto grau de su.missão por

parte de Tuem os re&e.e- Então *e4amos: sempre se ensina a'go e se dese4armos

e*itar Tue o edu&ando se4a um mero re&eptor ou depositário de &onteVdos no Tue

s& &on*erte o ato de ensinar)aprenderY Qir)s&)á Tue s& de*e &onseguir Tue o a'uno

parti&ipe do ensino "Tue in*estigue por &onta pr<pria rea'i#e eJperiXn&ias se'e&ione.i.'iogra+ia et&$\ mas não será isto uma

(G?

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

maneira de en&o.rir a transmissão dos &onteVdos Tue o edu&ando re&e.erá

em.ora mais ati*o nessa re&epçãoY

Este pro.'ema oi assunto de de.ate em *árias au'as durante o ano 'eti*o a

Tue me re+eri\ tentarei resumir de +orma aproJimada a'gumas das argumentaçessurgidas &m tais o&asies-

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O pro.'ema torna)se mais inTuietante se ana'isado de uma perspe&ti*a

ideo'<gi&a- Se sa.emos Tue na so&iedade atua' a edu&ação 8 entre outras &oisas

um +ator de transmissão & &onser*ação de ideo'ogias Tuais serão as nossas

possi.i'idades &omo edu&adores &ons&ientes desta rea'idade e empenWados &m dar

ense4o a uma edu&ação 'i.ertadora ou pe'o menos uma edu&ação Tue não sir*a

aos interesses da opressão & % dependXn&iaY

Uma resposta poss*e': não transmitir os padres da ideo'ogia dominante

su.m&'X)'os % &rti&a &m &'asse ensinar ideo'ogias re*o'u&ionárias- Esta +a'á&ia Tue

eTui*a'e a a'go assim &omo tro&ar de &ate&ismo mas não de m8todo de &ateTuese

.as&ia)s& no pressuposto de Tue .asta mudar o &onteVdo do ensino deiJando

inta&to o tipo de re'ação pro+essor)a'uno para modi+i&ar seu &aráter e seus

resu'tados- !udo indi&a Tue deste modo o ensino se trans+ormaria numa doutrina)

ção na Tua' o edu&ador &ontinua sendo um dominador um .an&ário-

Outra resposta poss*e': apresentar ao a'uno di*ersos mode'os ideo'<gi&os

in&'usi*e o do pr<prio edu&ador mas sem dar)'We Xn+ase para Tue este es&o'Wa

'i*remente o mais adeTuado- Esta possi.i'idade +oi .astante dis&utida pe'as a'unas &

*ários in&on*enientes +oram men&ionados: 8 imposs*e' Tue o edu&ador a.orde 'odo

o espe&tro das doutrinas ideo'<gi&as & &ient+i&as Tue se apresentam &omo

a'ternati*as na área do sa.er em pauta para poder apresentá)'as &om a mesma

o.4eti*idade- Irá sempre outorgar in&ons&ientemente maior peso% sua pr<pria

&on&epção o Tue o a'uno per&e.eria tendendo a adotá)'a &omo sua- A in+'uXn&ia

da pa'a*ra do edu&ador 8 muito grande "so.retudo &m a'unos ado'es&entes$ e

em.ora insista *er.a'mente em Tue e'es de*em es&o'Wer por si mesmos tenderão a

tomar &omo ponto de re+erXn&ia a opinião do pro+essor- Em suma o edu&ando

&ontinua sendo depositário de um &onteVdo em.ora de maneira mais *e'ada-

Uma ter&eira resposta: não ensinar a.so'utamente nada "a.andonar apro+issão por eJemp'o$ o Tue eTui*a'e a não respirar para e*itar o ris&o de res+riar)

se-

O di'ema Tue nos &o'o&amos gira*a em torno do pr<prio o.4eti

 A re'ação pedag<gi&a &omo *n&u'o 'i.ertador 

(?

*o da mat8ria Tue desen*o'*amos e +oi a Tue en&ontramos a'gumas

&Wa*es- Qiante de um sistema edu&ati*o antiTuado em seu aspe&to di)dáti&o)pedag<gi&o e Tue +un&ione a ser*iço dos interesses dominantes pro&ura)se +ormar

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do&entes dispostos a modi+i&ar at8 onde +or +a&t*e' essas &ondiçes ou se4a

+ormar pro+essores Tue se proponWam a produ#ir mudanças s<'idas e a superar

atitudes rotineiras e a'ienadas-

 Agora 8 poss*e' dete&tar me'Wor o &erne da Tuestão: se o o.4eti*o +or

&onseguir um +uturo do&ente pro+essor de ensino m8dio Tue e'a.ore um tipo de

re'ação di+erente &om seus a'unos "não autoritário &ompreensi*o 'i.ertador et&-$ 8

pre&iso &omeçar pe'a modi+i&ação do tipo de re'ação Tue os a'uais a'unos do

instituto os +uturos pro+essores mantXm &om seus atuais pro+essores- A &Wa*e

8 a seguinte: os egressos do instituto interna'i#aram durante os anos de sua

&arreira uma maneira de *in&u'ar)se aos seus pro+essores Tue 'ogo trans+erem %s

es&o'as onde 'e&ionam e a reprodu#em de modo mais ou menos in&ons&iente-

Qiante desta perspe&ti*a o Tue adianta tro&ar as doutrinas ideo'<gi&as dos

&onteVdosY Não Wá di+erença entre Wa*er aprendido passi*amente uma teoria

rea&ionária ou uma teoria re*o'u&ionária se em am.os os &asos o a'uno se 'imitou

a re&e.X)'as- 'amentá*e' presen&iar do&entes ino*adores &m suas au'as

magistrais ensinando au'o reire e os a'unos tomando nota---

O Tue adianta apresentar opçes ideo'<gi&as aos a'unos se e'es não

es&o'Wem as a'ternati*as entre as Tuais de*em optar e se se 'imitam a re&e.er as

di+erentes &on&epçesY

Na re'ação pedag<gi&a o Tue se aprende não 8 tanto o Tue se ensina "o

&onteVdo$ mas o tipo de *n&u'o edu&ador)edu&ando Tue se dá na re'ação- Se o

*n&u'o 8 autoritário ainda Tue de maneira paterna'ista ou 9demo&ráti&a9 os

a'unos os +uturos pro+essores em nosso &aso assumirão uma postura autoritária

diante de seus pr<prios a'unos apesar de 'Wes Wa*er ensinado en+ati&amente Tue a

edu&ação de*e ser 9'i.ertadora9- O edu&ando modi+i&a suas atitudes "aprende$

porTue esta.e'e&e um *n&u'o &om o edu&ador & &om o sa.er &omo *eremos\ o&aráter desse *n&u'o &ondi&iona o &aráter da aprendi#agem- Se o *n&u'o +or

dependente isto 8 se o edu&ando se modi+i&a &omo um mero re+'eJo das

modi+i&açes Tue naTue'e momento se deram na persona'idade do edu&ador e por

isso para aprender depende do ensino do pro+essor as aprendi#agens +uturas

ne&essitarão desse tipo de *n&u'o para se &on&reti#arem-

(?>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar O *n&u'o dependente

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7/22/2019 ( Psicologia) - Maria H S Patto - Introducao a Psicologia Escolar

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 A dependXn&ia 8 &omo o.ser*a BoWos'a*sP( uma das moda'idades

*in&u'ares entre os Womens e &omo ta' ne&essária em determinadas etapas da *ida

e em &ertas &ir&unstn&ias- or eJemp'o o re&8m)nas&ido depende da mãe & ta'

*n&u'o 8 a garantia de sua so.re*i*Xn&ia\ para e'e *i*er 8 re&e.er &a'or e proteção

8 re&e.er &arinWo\ para &ie *i*er 8 depender de- Mas 8 sa.ido Tue o

desen*o'*imento e o amadure&imento da persona'idade imp'i&am entre outras

&oisas passar dessa dependXn&ia ini&ia' a um grau progressi*o de independXn&ia-

Isto 8 .astar)se a si mesmo .io'<gi&a & psiTui&amente para Tuando &Wegar a

o&asião ser por sua *e# &apa# de dar a outrem a'imento &a'or proteção e &arinWo-

;res&er signi+i&a a'8m disso poder esta.e'e&er *n&u'os &om outras pessoas Tue

não se4am s< de dependXn&ia "de &ompetição de &ooperação e'e$-

Ora o *n&u'o pedag<gi&o 8 em prin&pio de dependXn&ia pois Tuem não

sa.e depende de Tuem sa.e mas para &omp'etar o sentido autXnti&o desse *n&u'o

de*e)se &aminWar &omeçando por superar essa dependXn&ia at8 &u'minar &om a

ruptura desse *n&u'o- A meta derradeira do ensino repito 8 +a#er &res&er 8

&onseguir Tue Tuem aprende não dependa de 8 esta.e'e&er um *n&u'o paradoJa'

&u4o sentido pro+undo 8 atingido Tuando e'e se rompe &omo ta' ou se4a Tuando o

edu&ador deiJa de ser a'gu8m de Tuem o a'uno depende-

 A edu&ação &omo práti&a so&ia' 8 um +ator transmissor das ideo'ogias das

&'asses dominantes pe'as ra#es 4á apontadas &m outros tra.a'Wos in&'udos neste

*o'ume ta' transmissão não se dá apenas atra*8s dos &onteVdos dos p'anos e

programas das mat8rias e dos teJtos de 'eitura mas tam.8m & ta'*e#

espe&ia'mente atra*8s do *n&u'o entre edu&adores & edu&andos\ estes aprendem

so.retudo a depender de- E isto tam.8m 8 ideo'ogia pois 8 esta a atitude Tue

genera'i#ada na so&iedade me'Wor ser*e aos interesses dominantes-

;erta *e# uma a'una disse)me uma +rase sem sentido numa .an&a deeJame\ pedi)'We Tue a es&'are&esse e e'a respondeu)me Tue 9esta*a assim no 'i*ro

9\ Tuando 'We perguntei o Tue aTue'a +rase signi+i&a*a

 A re'ação pedag<gi&a &omo *n&u'o 'i.ertador 

(?

respondeu 9não sei9- Este &aso Tue sem dV*ida se repete diariamente em

todas as nossas es&o'as mostra o e'eito de *ários anos de es&o'aridade: Wa*ia

2%Oodol0o +o8oslavs, ;La psicopatologia dcl v3nculo pro0esor9alumno;, em Pro/lemas de psicologiaeducacional, Oevista de Cincias de la Educaci<n, Oos4rio, Ed. $=is, maro, 1-5' (te=to inclu3do nestacoletnea).

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aprendido &om uma +orça sem pre&edentes Tue aprender 8 repetir &oisas Tue

a'gu8m 'We apresenta "o pro+essor o 'i*ro$ de Tuem depende para re&e.X)'as a

outra pessoa de Tuem tam.8m depende para ser apro*ada- Em suma não pensar

não de&idir não perguntar- Este &aso 8 sem dV*ida i'ustrati*o de &omo o nosso

sistema edu&ati*o di+unde ideo'ogias dominantes: ensina a depender de-

O &aráter dependente do *n&u'o na re'ação pedag<gi&a não a&onte&e pe'o

+ato de os do&entes serem pessoas autoritárias e dominadoras "em.ora muitos o

se4am$ mas pe'o +ato de estar &onsagrado & &ondi&ionado &omo ta' pe'o &on4unto da

estrutura e&on]mi&a so&ia' e po'ti&a-C E a'8m disso tem seus me&anismos

opressi*os montados no seio da pr<pria instituição es&o'ar- !rata)se de uma

organi#ação Tue por sua estrutura interna determina &ertos tipos de re'ação entre

as pessoas "do&entes a'unos auJi'iares et&-$ Tue a e'a perten&em- Se sua ra#ão

de ser 8 edu&ar no sentido Tue estamos de+inindo esta pa'a*ra e'a de*eria ser um

'o&a' onde se propor&ionasse &ontinuamente o enriTue&imento da persona'idade

um &ampo +e&undo de re'açes Wumanas maduras ou Tue tendessem ao

amadure&imento onde a passagem da su.ordinação % autonomia da dependXn&ia

% independXn&ia da imitação % &riati*idade +osse e+eti*a- !oda*ia nossa

eJperiXn&ia do&ente em Tua'Tuer n*e' do sistema mostra)nos o &ontrário- Esta

in&oerXn&ia entre os prop<sitos da instituição & sua +unção rea' e e+eti*a mostra a

+ina'idade po'ti&a en&o.erta Tue o regime 'We atri.ui-

 A es&o'a & um antro de dependXn&ia & isso & *is*e' &m primeiro 'ugar na

estrutura administrati*a *erti&a' do sistema edu&a&iona'\ Wá uma su&essão de

WierarTuias superpostas desde o ministro e os +un&ionários at8 o do&ente e o

a'uno na &'asse passando por super*isores se&retários diretores et&- na Tua' as

de&ises e as ordens pro*Xm dos es&a'es superiores & seguem um per&urso

des&endente sem possi.i'idade de dis&ussão ou r8p'i&a- Esta estrutura estáti&a &.uro&ráti&a &ria no seio da es&o'a &anais rgidos de &omuni&ação Tue di+i&u'tam &

entorpe&em o tra.a'Wo- ;omo a &missão)r&&&pção das mensagens 8 unidi)re&iona'

"dos superiores aos su.ordinados do diretor aos do&entes des

(?(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

2& 7e:a, a este respeito, o artigo ;La educaci<n como practica social;, em uillermo arcia, La educaci<n como practica social. Oos4rio, Ed. $=is, 1-5', p. 1-9'?.

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tes aos a'unos$ a dependXn&ia +i&a então institu&iona'i#ada- Os a'unos

aprendem "em.ora não 'Wes se4a dito de maneira eJpressa$ Tue as de&ises Tue

'Wes di#em respeito não partem de'es por8m de +ora emanam de uma ordem

superior %s *e#es in*is*e' e ineJp'i&á*e'\ esta atitude 8 +a&i'mente trans+er*e' a

Tua'Tuer &ir&unstn&ia da *ida\ o Tue eu e os meus iguais possamos pensar &are&e

de importn&ia uma *e# Tue o poder de de&isão está sempre a&ima de mim- Os

do&entes por sua parte assim &omo diante dos a'unos assumem um pape'

Wegen]ni&o diante das autoridades es&o'ares agem d& modo dependente\ nas

reunies de pessoa' & em sua re'ação &om os diretores se &omportam por sua *e#

&omo a'unos\ o mesmo a&onte&e &om os superiores +rente %s autoridades

ministeriais de modo Tue todo o sistema 8 do ponto d& *ista dos *n&u'os

Wumanos um &ampo onde todos mandam & o.ede&em a'ternati*amente segundo a

o&asião e onde a+ina' ningu8m se &omuni&a rea'mente- A eJ&eção pro*á*e' são os

a'unos Tue o.ede&em sempre sa'*o em a'guns m.itos uni*ersitários onde

eJer&em o poder-

Estere<tipos e dependXn&ia

Qo ponto de *ista das pr<prias re'açes Wumanas estas se dão &onge'adas

na instituição predominando o *n&u'o dependente a partir d& uma s8rie d&

estere<tipos isto 8 &on4untos d& &ondutas +iJas Tue se repetem &i&'i&amente

em.ora 4á não satis+açam a nenWuma ne&essidade espe&+i&a da tare+a-

O estere<tipo dá segurança uma *e# Tue torna desne&essária a re+'eJão a

tomada d& de&ises +rente a situaçes no*as- ara e*itar o ris&o &ontido na so'ução

d& situaçes no*as in*enta)s& situaçes arti+i&iais "estere<tipos$ nas Tuais Tuase

tudo está pre*isto e onde nada 8 pre&iso &riar- A re'ação pro+essor)a'unos &omo

toda re'ação Wumana *i*ente tende a ser &on+'itante o Tue imp'i&a um es+orço

permanente no sentido de entender & superar esses &on+'itos\ por8m em *e# dissoopta)se por uma re'ação estereotipada morta na Tua' o pro+essor manda e os

a'unos o.ede&em- Nestas &ir&unstn&ias não Wá &on+'ito poss*e' ou me'Wor

di#endo e'es +i&am .em sepu'tados- uando a&onte&e a'guma situação desse tipo

numa &'asse o argumento tpi&o do pro+essor 8 sempre a'go assim: 9Eniprimeiro

'ugar está o respeito Tue *o&Xs de*em a seus pro+essores\ agora podemos

dia'ogar9- Qesta maneira a situa

 A re'ação pedag<gi&a &omo *n&u'o 'i.ertador (?C

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ção está garantida pois ningu8m será ou*ido e nada será modi+i&ado- Não

Wa*erá nada de no*o para en+rentar-

Mas não são s< os pro+essores Tue se &ondu#em de modo estereotipado

mas o Tue 8 mais gra*e os a'unos tam.8m- E'es interna'i#aram de ta' maneira a

atmos+era institu&iona' Tue a seu modo tam.8m se sentem mais % *ontade e mais

seguros nas situaçes tradi&ionais e &ostumam resistir %s mudanças- ;erta *e#

propus a uma &'asse de um &o'8gio se&undário Tue interpretassem 'i*remente um

teJto Tue 'Wes pare&ia muito di+&i'- Um a'uno .astante irritado disse: 9or Tue o

senWor não nos di# +ran&amente o Tue 8 Tue temos Tue estudar e o estudaremos

para amanWãY9- O estere<tipo 8 o seguinte: estudar mais ou menos de &or uma

página do 'i*ro\ o pro+essor toma 9a 'ição9\ os a'unos re&itam &om mais ou menos

su&esso essa passagem\ tiram uma nota\ +i&am 'i*res desse es+orço pe'o resto do

.imestre- Isto tem remotamente seTuer a'go a *er &om o Tue entendemos por uma

aprendi#agem rea'Y SuponWamos Tue não mas muito pou&as *e#es este +ato 8

Tuestionado de modo Tue &m nossas es&o'as não s& ensina nem se aprende- Ou

em V'timo &aso ensinam)s& e aprendem)s& &oisas Tue nem os pro+essores nem os

a'unos imaginam: o ritua'ismo a medio&ridade a su.missão-

Qe*e)se e*itar a postura a.surda Tue &onsiste em a&usar os pro+essores de

má preparação didáti&a "ainda Tue *erdadeira em muitos &asos$ ou os a'unos de

9irresponsá*eis9 e 9+o'gados9\ 8 a instituição Tue &on+igura o te&ido onde se a4ustam

os estere<tipos e Tue possi.i'ita e re+orça determinado tipo de *n&u'os enTuanto

di+i&u'ta outros- !udo a&onte&e &omo numa representação teatra' &m Tue os pap8is

os protagonistas e as +a'as 4á estão pre*istos e onde a norma 8 Tue as pessoas

se4am o mais +i8is poss*e' aos mesmos\ &ada pa'a*ra e &ada gesto tXm r8p'i&as

preesta.e'e&idas & &ada momento se en&adeia &om os anteriores e posteriores de

um modo pre*isto- !odos estão na es&o'a em.ora ningu8m sai.a Tuem 8 o autorrea' do argumento da peça- Os estere<tipos são ne&essários nas re'açes Wumanas

pois do &ontrário pre&isaramos in*entar a &ada instante no*as maneiras de nos

*in&u'armos &om as pessoas & as &oisas\ por8m apenas na medida em Tue

&onstituam um +ator de apoio para o enriTue&imento das re'açes- erdem

tota'mente o sentido Tuando passam a ser um .'oTueio % &omuni&ação autXnti&a-

!omando &omo ponto de re+erXn&ia o &aso des&rito no in&io *e4amos &omo

se arti&u'am de modo estereotipado os trXs e'ementos .ási&os da re'açãopedag<gi&a:

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(?D

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

>- O sa.er: 8 o &onteVdo Tue &orresponde % mensagem &on&e.ido &omo

a'go +eito e a&a.ado- A !eoria da Edu&ação está em a'gum 'ugar e .asta &Wegar a

e'a e aprendX)'a-

- O pro+essor: 8 aTue'e Tue possui no &aso a re+erida teoria- Sua missão 8

transmiti)'a &om +ide'idade %s a'unas\ seu pape' 8 o de um mediador entre o sa.er e

os edu&andos-

(- As a'unas: são aTue'as Tue re&e.em o sa.er pois &omo disseram no

&omeço dese4am 9sa.er &omo ensinar para ser .oas pro+essoras 9-

O.ser*e)se Tue as a'unas se *in&u'am de maneira dup'amente dependente:

primeiro no Tue di# respeito ao sa.er ante o Tua' situam)se &omo &onsumidoras\

segundo Tuanto ao pro+essor diante de Tuem assumem um pape' re&epti*o- O

&i&'o se &omp'etará em seu +uturo do&ente Tuando 4á terão a'&ançado o sa.er & o

transmitirão a seus a'unos ta' Tua' o re&e.eram e &onsumiram e &om estes

reprodu#ir)s&)á o *n&u'o dependente:

SABER EQU;AQOR EQU;ANQO

 Assim se eJp'i&a a insatis+ação ini&ia' das a'unas: Wa*ia)se Tue.rado o

estere<tipo de uma au'a norma'- São impressionantes o *igor e a *igXn&ia deste

V'timo\ se +i&o parado na +rente da &'asse & &omeço a di#er a'go &omo: 9Ho4e *amos

tratar do pro.'ema da aprendi#agem--- 9 automati&amente as a'unas &omeçam a

tomar notas e esta.&'&&e)s& o &ir&uito- Não 8 % toa Tue e'e tem uma *enerá*e'

tradição de mais de de# anos de es&o'aridade pe'os Tuais as a'unas passaram-

Qiante da mudança ini&ia' e'as não *Xem &om &'are#a seu *n&u'o &om o sa.er

pois este não está presente de +orma &'ara e de+inida\ não se pode depender de

a'go Tue não tem uma eJistXn&ia &'ara- Logo perdem de *ista o pape' do pro+essor:se não Wá sa.er Tue +unção desempenWa o mediadorY Se o pro+essor não

esta.e'e&e a mediação & nos des*in&u'a do sa.er de Tue maneira nos *in&u'amos

a e'eY Uma de+esa tpi&a em.ora não eJpressa diretamente 8 pensar Tue o

pro+essor não sa.e a mat8ria o Tue dá segurança uma *e# Tue o a'uno não

modi+i&a seu pape' deiJa)o &m suspenso e 'imita)se a esperar Tue a arti&u'ação se

resta.e'eça do &ontrário a situação torna)se atemori#ante-

 A re'ação pedag<gi&a &omo *n&u'o 'i.ertador (?D

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Os medos .ási&os

uando as a'unas insistiam &m me pedir a resposta %s perguntas Tue

surgiam durante o tra.a'Wo esta*am se es+orçando para resta.e'e&er o estere<tipo

e seu &omportamento re*e'a*a dois medos .ási&os:

>- Em seu +uturo &omo pro+essoras poder)se)ia reprodu#ir uma situação

in&]moda &omo a Tue esta*am *i*endo e ne&essitariam de e'ementos para reso'*X)

'a- Se o pro+essor retoma o pro&esso e dá respostas e'as o.tXm um mode'o para se

&ondu#irem &m &ir&unstn&ias seme'Wantes-

- Ao per&e.er a e*idXn&ia d& Tue eram e'as Tue iam dando +orma ao sa.er

supunWam Tue ta'*e# este sa.er não +osse *á'ido\ 'ogo não era poss*e' *in&u'ar)se

a e'e de modo dependente-

O primeiro se eJpressa*a atra*8s de a&usaçes mais ou menos *e'adas

&ontra a passi*idade do pro+essor- Uma a'una disse: 9E me'Wor Tue o senWor nos

indiTue a'guma .i.'iogra+ia para 'ermos durante a semana e depois a eJponWamos e

dis&utamos em &'asse 9- A id8ia não era má e mostra*a &erta *ontade de estudar\

mas naTue'e momento a'8m d& ser uma a&usação indireta "9o senWor de*e nos dar

au'a9$ era um arti+&io para resta.e'e&er o estere<tipo para o Tue prometiam ser

.oas a'unas "'er o materia' & tra#X)'o e'a.orado$ de maneira Tue a &'asse

&ontinuasse estruturada e*itando)s& assim dV*idas e angVstias-

O segundo eJpressa*a)s& atra*8s do sentimento de Tue esta*am perdendo

tempo pois as au'as se passa*am e não se a*ança*a no programa- uando os

a'unos &omeçam a produ#ir e'es mesmos um sa.er em 'ugar de &onsumi)'o

sentem Tue estão perdendo tempo isto 8 des*a'ori#am seu pr<prio

empreendimento e os seus resu'tados pois de outra maneira tXm Tue a&eitar o +ato

de serem &apa#es de pensar e &riar e isto os assusta 4á Tue da em diante isto de*e

ser sempre assumido & posto &m práti&aE pre&iso es&'are&er Tue tais sentimentos não são eJ&'usi*os dos a'unos

mas tam.8m dos pro+essores Tue tentam não sem dor romper os estere<tipos

interna'i#ados durante tanto tempo- A'guns dos nossos medos são os seguintes:

>- rente % desestruturação da au'a surge o perigo de Tue os a'unos me

surpreendam em a'guma +a'Wa d& &onWe&imento pois supe)se Tue de*o possu)'o

em sua tota'idade\ &aso &ontrário de*o tratar de en&o.rir &om astV&ia os *a#ios o

Tue eJige uma situação norma' "este(?@

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Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

reotipada$ &m Tue não sur4am demasiados impre*istos-

- Se não se 9dá au'a9 no sentido tradi&iona' se se perde tempo a instituição

"os &o'egas os superiores$ podem ameaçar)me & a&usar)me de não &umprir &om as

minWas o.rigaçes-

(- A possi.i'idade de Tue os a'unos atra*8s de sua dis&ussão e e'a.oração

'i*res &Weguem a &on&'uses erradas &ienti+i&amente in&orretas ou

ideo'ogi&amente indese4á*eis- A Tuestão 8 &ertamente gra*e- O Tue a&onte&erá se

os a'unos &Wegarem a &on&'uses rea&ionárias e tomarem posição &m +a*or do atua'

sistema edu&ati*o e dos setores so&iais & po'ti&os Tue o sustentamY

Em primeiro 'ugar 8 pre&iso es&'are&er uma Tuestão)&Wa*e: o pape' do

pro+essor não 8 +a#er prose'itismo po'ti&o e se na &átedra pro&ura +ormar adeptos

do so&ia'ismo ou d& Tua'Tuer doutrina ou teoria re*o'u&ionária não &omete &om isso

nenWum pe&ado mas eTui*o&a)se Tuanto ao seu pape' & não será e+i&iente nem

&omo pro+essor nem &omo po'ti&o- Não di#emos isto em nome do 'i.era'ismo

segundo o Tua' não se de*e +a#er 9po'ti&a9 na es&o'a "ignorando Tue Tuase 'odos

os pro+essores a +a#em in&ons&ientemente prin&ipa'mente os Tue o negam e Tue a

es&o'a em si 8 uma instituição po'ti&a$ mas ao &ontrário Tue tratemos d& de+inir o

pape' do pro+essor Tue 8 di+erente "nem me'Wor nem pior$ do po'ti&o: s& o pape'

deste 8 &onseguir adeptos a uma &ausa ou se4a Tue as pessoas esta.e'eçam um

*n&u'o dependente &om o 'der & &om a doutrina em.ora a meta +ina' possa ser

'i.ertadora isto 8 a'&ançar uma independXn&ia &o'eti*a o pro+essor ensina a

romper a dependXn&ia primária & a tentar no*os *n&u'os- Não o.stante se4am .em

di+erentes não &remos Tue estes pap8is se4am opostos pois um edu&ando 'i.ertado

será um me'Wor mi'itante mais &ons&iente e &omprometido- Somente nesse sentido

mais pro+undo o pape' do pro+essor 8 em V'tima instn&ia um pape' po'ti&o-Em segundo 'ugar 8 pre&iso ter em mente Tue a au'a na aprendi#agem

'i.ertadora 8 o *n&u'o e não o &onteVdo- E*identemente este tam.8m tem a sua

importn&ia uma *e# Tue o &onWe&imento &ienti+i&amente *erdadeiro tra# em si

mesmo uma &arga 'i.ertadora na medida &m Tue nos re*e'a as rea'idades +si&as &

Wumanas indi*iduais e Wist<ri)&o)so&iais\ mas esta &arga atua d& a&ordo &om o tipo

de *n&u'o Tue o edu&ando &om e'e esta.e'e&e- No &aso de o a'uno &ometer erros

e'es serão superados atra*8s de um diá'ogo +ran&o não mais atra*8s de um *n&u'odependente mas &ooperati*o- Se um a'uno se mostrar não 9re

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 A re'ação pedag<gi&a &omo *n&u'o 'i.ertador 

(??

a&ionário9 *a'e a mesma &o'o&ação: aprendeu o importante não depender

de e "por Tue nãoY$ poderá dis&utir &om o pro+essor-

Sa.er 8 pape' do pro+essor 

 A &on&epção do sa.er &omo um produto 8 um dos pi'ares da edu&ação

tradi&iona' e se entre'aça &om a estrutura so&ia' &apita'ista: os donos dos meios de

produção dominam os Tue não os possuem e Tue dependem dos primeiros para

so.re*i*er- As re'açes de produção do sa.er reprodu#em)s& na sa'a de au'a\ os

Tue o possuem +orne&em)no pronto aos Tue não o possuem Tue desse modo

dependem daTue'es-

 A &on&epção do sa.er &omo produção de*e dar 'ugar &omo a'ternati*a a

outro tipo de re'açes de produção do mesmo na &'asse isto 8 de*e)se romper o

estere<tipo do *n&u'o dependente- O sa.er enTuanto sa.er &nsinado)aprendido

se produ# atra*8s do *n&u'o não dependente entre &du&ador)&du&ando-

Isto não Tuer di#er Tue na re'ação pedag<gi&a de*a)se rein*entar o sa.er

&ient+i&o o Tue seria a.surdo mas sim Tue este de*e &umprir uma outra +unção\ 4á

não s& trata de a'go Tue se transmite e se &onsome mas a mat8ria)prima de uma

produção da Tua' parti&ipem o edu&ador e o edu&ando sem Wegemonias nem

su.ordinaçes rea+irmadas- ;omum&nt& ignora)se o poder produti*o Tue possui um

grupo de pessoas intera'uando & tra.a'Wando- As t8&ni&as de dinmi&a de grupo po)

dem ser um auJi'iar *a'ioso para organi#ar a tare+a mas nun&a per&amos de *ista o

perigo *eri+i&ado muitas *e#es de Tue se *enWam a &on*erter num arti+&io de

grande +orça moti*adora para os edu&andos mas Tue &onso'ida um *n&u'o

dependente- or essa ra#ão a nossa proposta não 8 uma mera ino*ação

pedag<gi&a Tue s& possa a&res&entar "&omo +reT1entemente o são as t8&ni&asaudio*isuais o ensino programado a dinmi&a de grupo et&-$ % tare+a de ensinar

&omo Tuem introdu# m<*eis no*os numa &asa sem modi+i&ar &m pro+undidade o

*n&u'o pedag<gi&o- Uma *e# re*o'u&ionado este 8 poss*e' apro*eitar as

*antagens Tue esses re&ursos o+ere&em-

!ampou&o signi+i&a Tue o edu&ador se &on*erta num edu&ando a mais do

grupo em.ora isto possa estar &orreto num sentido +igurado na medida &m Tue

atra*8s d& um *n&u'o &ooperati*o ri&o o edu&ador tam.8m s& modi+i&a- !am.8m 8

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*erdade &orno o.ser*a reire Tue ningu8m edu&a ningu8m e Tue s& aprende 8

numa &omunWão &m Tue o

C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

mundo 8 o mediador ou se4a de*e)se superar a ideia de Tue o edu&ando

não sa.e de*endo re&e.er o sa.er do edu&ador admitindo)se Tue e'e possui um

sa.er inestruturado & in&ons&iente Tue de*e ser organi#ado & resgatado em

&ooperação- Em outras pa'a*ras a edu&ação & a'8m de uma +orma de opressão

tam.8m uma +orma de repressão dos &onWe&imentos Tue o po*o +oi e'a.orando

atra*8s d& sua Wist<ria dessa &u'tura popu'ar Tue entre n<s +oi denominada

.ar.árie--- eitas estas ressa'*as +a#)se ne&essário pre&isar me'Wor o pape'

do&ente numa edu&ação 'i.ertadora pro.'ema +undamenta' Tue n<s os

edu&adores 'emos Tue en+rentar &m nossa práti&a &otidiana & Tue ainda está para

ser reso'*ido de modo satis+at<rio- O Tue anotamos aTui são a'gumas &on&'uses

pre'iminares Tue iremos e'a.orando no de&orrer d& nosso tra.a'Wo-

Qi#er Tue o edu&ador de*e ser um a'uno a mais a'8m de signi+i&ar uma

demagogia a.surda mais &on+unde do Tue es&'are&e- Renun&iar ao autoritarismo e

% Wegemonia não signi+i&a renun&iar ao pape' espe&+i&o Tue no &aso Tue estamos

ana'isando arti&u'a)se so.re um o.4eti*o &'aro: +ormar um no*o do&ente um +uturo

agente d& mudança edu&ati*a a ser*iço da 'i.ertação- ensar Tue para isto o

pro+essor de*e deiJar d& sX)'o 8 um erro não porTue 9a'gu8m tem Tue mandar9 ou

porTue 9de*e Wa*er a'guma ordem9 mas porTue dessa maneira a dependXn&ia se

+a# tão suti' Tue a perdemos &omp'etamente d& *ista\ esse pro+essor)a'uno entre os

a'unos &on*&rt&)s& num 'der in+orma' e so'apado igua'mente Wegem]ni&o\ se a

situação s& eJtremasse renun&ian)do)se in&'usi*e a este pro+essor)a'uno Tua'Tuer

mem.ro do grupo assumiria o pape' *ago & o *n&u'o dependente seriaresta.e'e&ido- od&r)se)ia argumentar Tue toda essa eJperiXn&ia poderia ser

edu&ati*a por8m o desperd&io d& tempo & energia não &ompensariam o resu'tado-

 A&reditamos Tue 8 pre&iso a.andonar essas atitudes pr<prias de um

anarTuismo tres'ou&ado pois &ies não são a sada Tue pro&uramos- Será

ne&essário Tue um terapeuta se trans+orme num neur<ti&o a +im de não eJer&er

nenWuma direti*idade so.re o pa&iente ou Tue um pai +aça 9tra*essuras9 & s&

&omporte &omo +i'Wo &om seus +i'Wos para não *io'entar sua espontaneidadeY Oso&ia'ismo não &onsiste &m os patres *irarem operários mas sim &m Tue não Wa4a

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nem patres nem operários e se rede+inam os pap8is das pessoas Tue s& dedi&am

% produção- Estes eJemp'os podem nos ser Vteis nesta tentati*a d& de+inição do

pape' do&ente- e4amos Tuais são % 'u# de nossa eJperiXn&ia as suas +unçes

.ási&as:

 A re'ação pedag<gi&a &omo *n&u'o 'i.ertador 

C>

>- Romper o estere<tipo do *n&u'o dependente\ esta 8 a sua primeira tare+a &

seu resu'tado &ondi&iona todas as demais- Isto imp'i&a ser não)direti*o 8 &'aro mas

imp'i&a tam.8m uma &erta direti*idade mais pro+unda: instar os a'unos a modi+i&ar o

seu pr<prio pape' o Tue reTuer um grande es+orço 4á Tue se trata de *en&er as

de+esas Tue o grupo mant8m a +im de e*itar o ris&o de uma tare+a di+erente- Este 8

um momento agressi*o da re'ação pedag<gi&a pois 8 pre&iso ata&ar nos a'unos o

mode'o de pro+essor Tue 4á interna'i#aram- !rata)se 8 pre&iso sa'ientar d& uma

agressão de &aráter tota'mente di+erente da Tue &ara&teri#a a re'ação pedag<gi&a

tpi&a de nossas es&o'as pa'pá*e' nos +atos &otidianos\ 8 o &aso por eJemp'o de

o&u'tar as notas Tue se dá aos a'unos +a#er pro*as es&ritas di*idindo as perguntas

em 9temas9 "para Tue 9não &o'em9 uns dos outros$ das admoestaçes dos pitos

et&- Esta agressão &onso'ida a dependXn&ia a outra 8 a +orma de *io'Xn&ia Tue tem

por +ina'idade re*o'u&ionar as re'açes d& produção d& &onWe&imentos no ensino-

- O.ser*ar a dinmi&a d& &omportamento e de tra.a'Wo do grupo para

apontar nos momentos oportunos os su&essos os progressos os des*ios as

'a&unas as &ontradiçes Tue a&onteçam no de&orrer da tare+a- Não Tue o pro+essor

de*a orientar ou guiar os a'unos num sentido paterna'ista e eJer&endo um

autoritarismo de &unWo di+erente +eito de ama.i'idades & sugestes mas Tue se

'imita a assina'ar tudo aTui'o Tue o grupo não pode *er uma *e# Tue não se pode

ser ao mesmo tempo ator e pV.'i&o\ & um assina'amento pode ser desorientado3) ounão o Tue dependerá da pr<pria dinmi&a interna d& produção do grupo-

Os assina'amentos podem re+erir)se a dois p'anos: a- o &on&eituai: assina'ar

in&oerXn&ias omisses erros &on&eituais et& &m determinadas &ir&unstn&ias

pode &onsistir &m tra#er a'gum dado ou in+ormação indispensá*e' ao me'Wor

desen*o'*imento da tare+a por8m o 'imite dessa inter*enção será dado pe'a

ne&essidade eJpressa do grupo & 4amais de*erá &on*erter)se numa su.stituição da

sua ati*idade produti*a- Esta +unção 8 seme'Wante ao Tue em t8&ni&as de grupo sedenomina &oordenação & +a#)se ne&essária porTue na e'a.oração grupai podem

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apare&er &oisas dispersas des&oneJas repetidas et& o&asião &m Tue o pro+essor

inter*8m &omo +ator a&'arador das id8ias\

3\- o da interação: assina'ar as +ormas Tue a ati*idade do grupo apresenta no

desen*o'*imento da tare+a na medida em Tue esse assina'amento +or Vti' a esse

desen*o'*imento\ Tuando um ou *ários

C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

não +a'am ou +a'am demais Tuando se mani+estam su.grupos ou &amari'Was

Tuando se per&e.e apatia ou ansiedade et& a inter*enção 8 *á'ida e isso não Tuer

di#er Tue se pro&eda a uma manipu'ação terapXuti&a do grupo o Tue seria uma

&on+usão 'amentá*e'- !rata)se d& +a#er &om Tue o grupo per&e.a a maneira &omo

atua a Tua' &m determinadas &ir&unstn&ias pode o.struir ou di+i&u'tar a tare+a- O

prop<sito 8 pedag<gi&o & não terapXuti&o uma *e# Tue não s& trata de mane4ar as

moti*açes in&ons&ientes "indi*iduais ou grupais$ Tue su.4a#em e &ondi&ionam o

tra.a'Wo mas de propor&ionar &onWe&imentos e*itando ou superando tudo aTui'o

Tue possa ser um o.stá&u'o para o men&ionado o.4eti*o- Empregamos o termo

assina'amento porTue e'e tem uma &omutação de não)direti*idade pois Tuem

assina'a não pres&re*e nem ordena apenas mostra o Tue o&orre a Tuem não está

&m &ondiçes de per&e.X)'o sem entrar no m8rito dos moti*os in&ons&ientes

pe'os Tuais e*entua'mente não Tueira per&e.er a +im d& +a&i'itar a tareia- Ao

&ontrário do grupo d& terapia o grupo d& aprendi#agem tem uma tare+a espe&+i&a

&orrespondente a um o.4eti*o predeterminado a a'&ançar: &onseguir aprender

atra*8s da e'a.oração d& um *n&u'o não dependente-

 A'gumas &on&'uses

Limitaçes e perigos da tare+a A di+&i' tare+a d& e'a.oração de uma

a'ternati*a 'i.ertadora na práti&a do&ente ta' &omo a *imos re&omendando 'e*ou)nos a a'gumas &on&'uses pre'iminares Tue ora tentamos sistemati#ar- Não são &

nem pretendem ser a +ormu'ação de uma metodo'ogia\ são apenas um in+orme dos

resu'tados d& uma tentati*a re&8m)&omeçada- a'ta muito a in*estigar a +im de Tue

se possa ir &on+igurando uma didáti&a re*o'u&ionada & re*o'u&ionária\ ta'*e# o maior

m8rito do nosso tra.a'Wo resida no +ato d& ir des&o.rindo a rai# autXnti&a dos

pro.'emas do ensino & da aprendi#agem premissa esta indispensá*e' para Tue s&

possa pensar e rea'i#ar uma edu&ação 'i.ertadora-

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Uma das 'imitaçes Tue o tra.a'Wo apresenta 8 a restrição do m.ito &m Tue

as eJperiXn&ias se rea'i#am o n*e' superior &om &'asses de pou&o mais de C

a'unos & em menor es&a'a o n*e' m8dio- Não sa.emos Tue moda'idades d&

tra.a'Wo de*eriam ser adotadas em outros &i&'os e n*eis e em &ursos d& outra

nature#a- ;a.e ao pro+essor 

 A re'ação pedag<gi&a &omo *n&u'o 'i.ertador 

C(

Tue nos 'X &aso a&eite as premissas de nossa &o'o&ação pensar e eJpe)

rimentar em seu pr<prio am.iente a'gumas destas id8ias adeTuando)as %s suas

pr<prias &ir&unstn&ias-

Há dois perigos Tue espreitam a Tuem se 'ança no espinWoso &ampo da

práti&a reno*adora &m edu&ação:

>- O didatismo: 8 uma das maiores pragas de Tue a nossa edu&ação pade&e

a partir da Tua' se des*in&u'ou o pro.'ema pedag<gi&o de Tua'Tuer

&ondi&ionamento so&ia' e po'ti&o o eJtra)es&o'ar dando a i'usão de Tue a

pro.'emáti&a edu&ati*a se resume em modi+i&ar m8todos de ensino- Nossa

proposição não 8 a de uma tro&a de t8&ni&as "em.ora possa a.rangX)'a$ mas

pressupe uma no*a &on&epção do ensinar e do aprender &omo tais em +unção de

um pro4eto re*o'u&ionário mais amp'o Tue trans&ende o aspe&to edu&ati*o & Tue

 4amais perdemos de *ista-

- O pragmatismo: sa.emos Tue 98 na práJis Tue o Womem de*e demonstrar

a *erdade isto 8 a rea'idade e o poder a terrena'idade de seu pensamento9F e

isso signi+i&a Tue não 8 apenas nos es&rit<rios e nos ga.inetes de estudo Tue se irá

e'a.orar a no*a edu&ação mas na re'ação &om a'unos reais no desempenWo

&on&reto do pro+essor- Entretanto da não se pode dedu#ir "o Tue seria perigoso$

Tue a teoria se4a menospre#ada nem Tue se postu'a uma práti&a irre+'eJi*a- Ospro+essores gera'mente su.estimam os te<ri&os da pedagogia porTue 9e'es não

sa.em o Tue 8 'idar &om os a'unos9 & 9nun&a pisaram numa es&o'a9 e tomam &omo

&rit8rio eJ&'usi*o para sua ati*idade sua 9eJperiXn&ia9 de tantos anos- A&usam)nos

de mane4ar um sa.er 'i*res&o sem 'igação &om a rea'idade & os te<ri&os por sua

*e# a&usam os primeiros de resistentes e o.tusos %s rede+iniçes & %s mudanças-

 Am.os tXm ra#ão pois tais atitudes são o resu'tado de um amp'o pro&esso de

de+ormação ideo'<gi&a de +unestas &onseT1Xn&ias: &on&e.er o te<ri&o & o práti&o2'. !ar=, @esis so/re Feuer/ac8, 2.

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&omo opçes &m 'ugar de tomá)'os &omo +ases de um pro&esso dia'8ti&o no Tua' a

teoria a'&ança seu sentido & *a'idade Tuando posta e+eti*amente &m práti&a o&a)

sião em Tue reTuer uma e'a.oração te<ri&a d& &ada uma de suas instn&ias- Esta

in'&r)re'ação entre ação e re+'eJão 8 a &Wa*e para não se &air num pragmatismo

&ego e &omo ta' reprodutor in&ons&iente dos padres & atitudes tradi&ionais

o Tue seria tão pre4udi&ia' e est8ri' Tuanto um 'eori&ismo meramente espe&u'ati*o-

Os momentos .ási&os da tare+a Sistemati#aremos a seguir os

CC

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

momentos ou instn&ias .ási&as Tue a tare+a apresentou:

>- In&io: o programa da mat8ria 'imita)se a a'guns temas enun&iados de

maneira sint8ti&a e a&ompanWados de dois ou trXs teJtos Tue ser*irão de mat8ria)

prima ini&ia' Tue pe o tra.a'Wo em andamento- EJp'i&a)s& o o.4eti*o gera' da

mat8ria "o&asião para uma primeira dis&ussão$ assim &omo o tipo de tra.a'Wo Tue

s& dese4a adotar- Esta V'tima eJp'i&ação &aso permaneça &omo simp'es +ormu'ação

*er.a' do pro+essor 8 tota'mente inoperante uma *e# Tue os a'unos na rea'idade

não a ou*em- O estere<tipo *in&u'ar in&'ui &omo m<du'o .ási&o não es&utar o

pro+essor & sim ou*ir memori#ar de*o'*er Tue &orresponde atitude do

pro+essor de &mi'ir)&ontro'ar)r&gistrar- !rata)se de um tipo de &omuni&ação "ou de

+a'ta de &omuni&ação$ no Tua' o re&eptor "a'uno$ de&odi+i&a a mensagem não para

interpretá)'a modi+i&á)'a trans+eri)'a por si mesmo mas para &odi+i&á)'a

imediatamente so. a +orma de 'ição)aprendida e emiti)'a &omo ta'\ o edu&ador por

sua *e# espera en&ontrar em ta' emissão "+eed.a&$ o re+'eJo +ie' de sua pr<pria

&odi+i&ação da mensagem e não a aptidão do edu&ando para de&odi+i&ar &odi+i&ar

'i*remente- Hansen & ensen em sua aguda o.ra O peTueno 'i*ro *erme'Wo da

es&o'a eJpressam este aspe&to &om &'are#a:9Qe *e# em Tuando o pro+essor 'Wes +a# a'guma pergunta ou manda o

a'uno % 'ousa- ergunta &om +reT1Xn&ia não para sa.er a opinião de *o&Xs mas

para &erti+i&ar)se s& estão ou não prestando atenção ou se &ompreenderam ou não

o Tue e'e disse9-6>

o'tando % proposta ini&ia' Tue s& +a# % &'asse esta a apreende de modo

e+i&a# Tuando o estere<tipo &omeça a modi+i&ar)se de +ato-

- Romper o estere<tipo: isto a&onte&e Tuando o pro+essor renun&ia ao seupape' diretor)estruturador da situação- Um dos pro&edimentos mais e+i&a#es para

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isso &onsiste &omo assina'a Lo.rotD &m manter si'Xn&io pois a pa'a*ra 8 o

prin&pio organi#ador do *n&u'o estereotipado- O Tue 8 Tue se espera Tue o

pro+essor +aça assim Tue entra na &'asseY ue +a'e e +a'ar signi+i&a muito mais do

Tue emitir sons e mensagens: signi+i&a p]r em ação & &m +un&ionamento o *n&u'o

dependente- or isso Tuando +a'amos &m a.ster)se de +a'ar não Tueremos di#er

mutismo a.so'uto de +ato ini&iamos a au'a +a'ando o Tue pro*o

C- Hansen e ensen E' peTueno 'i.ro ro4o de 'a es&ue'a- M8Ji&o

EJtemporneos >?@(-

 A re'ação pedag<gi&a &omo *n&u'o 'i.ertador 

CF

&aria ansiedade e &on+usão mas Tue 8 pre&iso d&s&s'ru'urar a situação o

Tue a&onte&e Tuando por eJemp'o se pergunta % &'asse: 9 Tue *o&Xs Tuerem

+a#er Wo4eY9- A partir desse momento o si'Xn&io & operati*o apenas interrompido por

o.ser*açes oportunas e % medida Tue o grupo &omeça a +a'ar- No in&io esta

atitude 8 .astante traumáti&a para os a'unos pe'as ra#es 4á apontadas\ por8m 8 a

&ondição Tue possi.i'ita +uturos XJitos-

(- O tempo: nosso sistema de ensino .aseia)se entre outras &oisas em

programas &u4os &onteVdos de*em ser aprendidos em determinado espaço de

tempo\ isto representa outro +ator de *n&u'o dependente uma *e# Tue se impe ao

a'uno um tempo de aprendi#agem Tue poderá &oin&idir ou não &om o seu tempo

interior mas Tue de Tua'Tuer maneira 8 um ritmo imposto de +ora para dentro- O

desen*o'*imento e o amadure&imento da persona'idade reTuerem a'8m disso Tue

a pessoa aprenda a e'a.orar seu pr<prio tempo de aprendi#agem &ondição ne)

&essária para Tue os edu&andos possam ser &apa#es de esta.e'e&er *n&u'os não

dependentes &om as &oisas & as pessoas- O.rigar os a'unos e o.rigar o pro+essor a

9terminar o programa9 8 outra das +ormas de opressão tanto mais gra*e na medida&m Tue pode produ#ir em muitos &asos um *erdadeiro .'oTueio da &apa&idade de

aprender do a'uno- E o &Vmu'o a es&o'a +a#er &om Tue o a'uno não aprenda-

Respeitar o tempo de aprendi#agem do grupo 8 uma das regras .ási&as da

edu&ação 'i.ertadora- O Tue a&onte&e se as au'as passam e não se progride no

programaY rimeiro no &aso Tue estamos ana'isando não de*e Wa*er 9programa9

no sentido Wa.itua' mas &omo dissemos uma 'ista sint8ti&a de temas\ segundo

Tue importn&ia tem não sair do 9primeiro ponto9 se o grupo &onseguir e'a.orar um2!. Lo/rot. Pedagogia institucional. +uenos $ires, Qumanitas, 1-5&.

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*n&u'o não dependente &om e'e e &onseT1entemente &om o resto do programa

Tue poderá ta'*e# &omp'etar por &onta pr<priaY

C- A*a'iaçes: neste esTuema de tra.a'Wo não Wá 'ugar para os &rit8rios

tradi&ionais d& a*a'iação 4á &riti&ados & impugnados muitas *e#es- A a*a'iação &m

nosso &aso &onsiste numa auto)o.ser*ação Tue o grupo e+etua para *eri+i&ar o

andamento dos tra.a'Wos Tuer no Tue se re+ere ao &onteVdo Tuer nos aspe&tos de

interação grupai- A a*a'iação não se dá &m perodos predeterminados e +iJos e

&omo um momento separado da ati*idade tota' mas muitas *e#es durante uma

au'a Tua'Tuer o grupo pode at8 mesmo inad*ertidamente &omeçar a se a*a'iar- Ao

pro+essor &umpre assina'ar Tue o +en]meno está o&orrendo a +im de

CD

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Tue se4a identi+i&ado &omo ta'- Isto não impede Tue para'e'amente possam

ser propostas a*a'iaçes mais +orma'i#adas re+erentes aos aspe&tos &on&eituais

e3ou grupais mas 4á não terão o &aráter de 9pro*as es&ritas9 tradi&ionais e serão

dis&utidas e e'a.oradas pe'o grupo-@ O importante & Tue a a*a'iação 4á não 8 do

tipo prXmio)&astigo mas um diagn<sti&o do Tue está a&onte&endo-

F- A rea'idade institu&iona': um momento)&Wa*e do &urso 8 aTue'e em Tue

&edo ou tarde se dá o &WoTue &om a estrutura institu&iona': Worários 8po&as de

eJame regu'amentos et&- Q& +ato o pro+essor e o grupo deparam)se &om o +ato de

9sarem do enredo9 e &om a rea'idade d& Tue a instituição imp'i&a uma organi#ação

rgida na Tua' a auto)organi#ação Tue *inWa se dando no seio do grupo não tem

'ugar- E importante porTue a tomada de &ons&iXn&ia do &ondi&ionamento

institu&iona' & &omo pano de +undo da estrutura e&on]mi&a so&ia' & po'ti&a 8

*i*en&iada & não apenas aprendida\ assim o *n&u'o &om esse sa.er 4á será

di+erente- O mar&o institu&iona' e eJtra)ins'itu&iona' de*e +un&ionar &omo &rit8rio derea'idade para o grupo e para o &urso rea'idade ante a Tua' não &a.em nem o

TuiJotismo ingXnuo pretender modi+i&á)'a a partir da ati*idade do&ente nem o

pessimismo nii'ista não se pode +a#er nada enTuanto não se re*o'u&ionar toda a

estrutura mas e'a.orar um &ompromisso Tue tenda a modi+i&ar as partes dessa

rea'idade pass*eis de modi+i&ação &om a ntida &ons&iXn&ia das possi.i'idades e

'imitaçes de ta' pro4eto-

25Em $ntc/i9C. Carran*a, ;Evaluaci<nR una e=perincia estudantil9docente;, em Oev. de Cincias de laEducaci<n, +uenos $ires, nS II, a/ril de 1-5&, e em ;Crisis en la did4ctica;, em $puiite de @eoria Pr4ctica dela Educaci<n, n; &, Ed. $=is, encontramos a/ordagens valiosas a esta proposta.

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 A pergunta Tue su.4a# a todo o nosso tra.a'Wo re+ere)se % *ia.i'idade de uma

edu&ação 'i.ertadora ainda Tue g&rmina'mente em nossas es&o'as .uro&rati#adas

e desumani#adas\ supe tam.8m uma outra pergunta ainda mais inTuietante: Tua' 8

a nossa +unção ne'as enTuanto do&entesY Isto 8 ta' &omo perguntamos muitas

*e#es aos a'unos: 9ue posso +a#er aTui e agora &om os e'ementos te<ri&o)práti&os

Tue *enWo e'a.orando na Tua'idade de pro+essor &omprometido &om uma edu&ação

'i.ertadoraY9- As respostas a Tue *amos &Wegando sem i'uses e sem desespero

darão a medida do su&esso de um *n&u'o não dependente &om a rea'idade e irão

tornando poss*e' uma re'ação pedag<gi&a di+erente Tue &ontenWa um *n&u'o

'i.ertador-

F

 A pesTuisa em sa'a de au'a: uma &rti&a e uma no*a a.ordagem

Sara Qe'amont e Qa*id Hami'tonG

Introdução editoria'

Este artigo &ont8m uma .re*e seção eJp'i&ando porTue de*eria Wa*er neste

momento uma dis&ussão so.re a pesTuisa em sa'a de au'a na Ing'aterra uma

&rti&a deta'Wada das t8&ni&as restritas empregadas &m grande parte das pesTuisas

de o.ser*ação em sa'a de au'a rea'i#adas anteriormente & a de+esa de uma

eJp'oração genuna de tipos di+erentes de pesTuisa .aseados na o.ser*ação direta

e no registro dos a&onte&imentos em sa'a de au'a- Esse artigo es&'are&e os aspe&)

tos metodo'<gi&os e te<ri&os das pesTuisas apresentadas nos demais artigos

&ontidos neste 'i*ro-

 A prin&ipa' &rti&a d& Qe'amont & Hami'ton está *o'tada para a adoção

eJ&'usi*a & irre+i&tida do tipo de pesTuisa em sa'a de au'a &onWe&ida &omo 9aná'ise

d& interação9 Tue se tornou uma tradição nos Estados Unidos- "!rata)se de uma

t8&ni&a de pesTuisa na Tua' um o.ser*ador uti'i#a um &on4unto d& &ategoriasprede+inidas para 9&odi+i&ar9 ou &'assi+i&ar o &omportamento d& pro+essores e

a'unos-$ Segundo e'es a aná'ise de interação &ont8m muitas distorçes e

'imitaçes Tuando usada &omo um instrumento d& pesTuisa "+a#em uma distinção

ntida entre s*a ap'i&ação enTuanto instrumento d& pesTuisa e sua uti'i#ação no

treinamento d& pro+essores$-

2;Classrooni Oesearc8R $ Critiue and a #eT $pproac8;, em E=plorations in Classroom B/servation, !.tu//s e . Delamont (orgs.). #ova Nor, Ko8n ile. 1-5, p. %92?. @raduo de !aria Oegina Campelloomes.

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 Adotando uma postura &on&i'iadora Qe'amont & Hami'ton argumentam Tue a

aná'ise de interação de*eria ser sup'ementada e não

CG

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

ne&essariamente su.stituda por uma s8rie de t8&ni&as 9antropo'<gi&as9

tais &omo o.ser*ação parti&ipante anotaçes &m &ampo gra*açes e entre*istas

em pro+undidade- Not&)s& Tue e'es não estão de+endendo a suprema&ia de Tua'Tuer

9m8todo9 iso'ado nenWuma t8&ni&a ou teoria iso'ada pode apreender a

&omp'eJidade da *ida &m sa'a d& au'a- Qe+endem a id8ia de Tue a nature#a do

pro.'ema a ser pesTuisado de*eria determinar a es&o'Wa do m8todo e Tue 8 pre&iso

eJp'orar uma grande *ariedade d& m8todos-

Qe'amont & Hami'ton &ara&teri#aram seu artigo &omo 9&onteJtua' & não

des&riti*o9- E'e não des&re*e nem resume os outros artigos deste 'i*ro mas &o'o&a)

os no &onteJto das re&entes tradiçes de pesTuisa na rã)BretanWa & nos Estados

Unidos-

Not&)s& +ina'mente Tue o 9n<s9 neste &aptu'o de*e ser &onsiderado &omo

indi&ati*o de uma grande &on&ordn&ia entre os autores a respeito de aspe&tos

gerais- Não de*e ser &onsiderado &omo sina' de Tue todos os artigos Tue s&

seguem serão pare&idos-

Esta &o'etnea de artigos pretende apresentar um &on4unto de no*as

a.ordagens ao estudo da sa'a de au'a- !odos os autores a&reditam Tue a sa'a d&

au'a 8 uma arena muito importante para a pesTuisa edu&a&iona' Tue Wá muito *em

sendo neg'igen&iada- A'8m disso n<s todos a&reditamos Tue os pesTuisadores Tue

tentaram estudar os +en]menos Tue se *eri+i&am em sa'a d& au'a de'i*eram)se num

&on4unto restrito de t8&ni&as Tue o&u'tam os pro.'emas reais- Os artigos &ontidos

neste *o'ume tem por o.4eti*o sugerir perspe&ti*as a'ternati*as para o estudo dasa'a d& au'a & &onseT1entemente para a pesTuisa edu&a&iona' de todos os tipos\

esperamos Tue e'es *enWam a estimu'ar o desen*o'*imento de uma no*a tradição

de pesTuisa &m edu&ação Tue se4a inte'e&tua'mente eJ&itante & tam.8m

re'e*ante para as pessoas Tue tra.a'Wam nesse &ampo-

Uma *e# Tue os artigos propem perspe&ti*as 'e*emente di+erentes na

a.ordagem % sa'a de au'a &ada um +a'a por si mesmo- Este &aptu'o portanto tem

dois prop<sitos: apresenta os temas su.4a&entes Tue uni+i&am as *árias a.ordagens

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propostas & uma &rti&a do tipo predominante de pesTuisa &m sa'a d& au'a Tue

todos n<s &onsideramos inadeTuado em *ários aspe&tos importantes-

Este &aptu'o o.ede&e % seguinte organi#ação: &m primeiro 'ugar Wá uma

.re*e seção Tue eJp'i&a porTue a&reditamos Tue o momento 8 prop&io para uma

dis&ussão so.re a pesTuisa em sa'a d& au'a na

 A pesTuisa em sa'a de au'a

C?

rã)BretanWa Wá sinais &'aros de Tue a pesTuisa está em *ias de se

&on&entrar na sa'a de au'a mas Tue Wa*erá apenas um tipo restrito de pesTuisa-

Em segundo 'ugar detemo)nos na posição *igente nos Estados Unidos onde os

estudos em sa'a de au'a se &onso'idaram durante mais de de# anos a posição

atua' na Ameri&a & uma ad*ertXn&ia para a rã)BretanWa- Em ter&eiro 'ugar

&ontrastamos os dois tipos prin&ipais de pesTuisa &m sa'a de au'a Tue eJistem para

mostrar &omo e'es tXm de +a'o o.4eti*os muito di+erentes e &omo &ontXm

pressupostos Tue norma'mente não são 'e*ados &m &onta por aTue'es Tue os

prati&am- ina'mente n<s p'eiteamos uma a.ordagem mais e&'8ti&a ao estudo da

sa'a de au'a & uma to'ern&ia &m re'ação %s di+erentes perspe&ti*as o Tue +i&ará

&'aro nos artigos Tue se seguem- No de&orrer desse &aptu'o introdut<rio a +i'oso+ia

Tue uni+i&a esses artigos será posta em re'e*o e ap'i&ada no es&'are&imento da

argumentação-

 A sa'a de au'a uma no*a área de pesTuisa

 A pesTuisa edu&a&iona' na rã)BretanWa está entrando numa no*a +ase- A

medida Tue o interesse pe'os 'estes de n*e' menta' pe'os resu'tados dos &ursos &

pe'a e'a.oração de &urr&u'o gradua'mente diminui uma *ariedade de outros

interesses de pesTuisa pro&ura assumir o primeiro p'ano- Uma das áreas na Tua'

todas as agXn&ias +inan&iadoras de pesTuisa estão in*estindo &ada *e# mais 8 apesTuisa em sa'a de au'a-?

ode pare&er paradoJa' a Tua'Tuer pessoa Tue não pertença a esta área de

ati*idade Tue um &ampo tão &entra' da *ida edu&a&iona' tenWa sido at8 agora uma

área peri+8ri&a d& pesTuisa- Mas a *erdade 8 Tue a sa'a d& au'a tem sido sem

eJ&eçes uma 9&aiJa negra9 para os pesTuisadores meramente um *e&u'o para

2-Durante o ano de 1-52, 0oram anunciados programas pelo #.F.E.O. (pro:eto ;econdar c8ool Da; e

 pro:eto ;Evaluation o0 t8e Primar c8ool), pelo CE.CD. (@8e International !icroteac8ing, Universidade deLancaster) e pelo Departamento dc Educao Escocs (o Interaction $nalsis Pro:ect, do Callcndcr ParCotlege).

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pro4etos d& pesTuisa do tipo 9entrada)sada9 ou um a'*o &ati*o d& programas de

a*a'iação psi&om8tri&a- Mesmo a pesTuisa so.re o ensino tem sido 'e*ada a e+eito

+ora das sa'as d& au'a onde o ensino o&orre- Ao re*er este &ampo M&d'&P & Mit#e'

">?D( p- C@$ +i#eram o seguinte &omentário:

9 pesTuisador 'imita)se % manipu'ação ou estudo dos ante&edentes

C>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

e &onseT1entes "---$ mas 4amais o'Wa para dentro da sa'a de au'a para *er

&omo o pro+essor rea'mente ensina ou &omo o a'uno rea'mente aprende9-

Este &omentário ainda poderia ser ap'i&ado &om 4ustiça % maioria das

pesTuisas edu&a&ionais 'e*adas a e+eito na rã)BretanWa-

Morrison e M&'ntPre es&'are&eram as origens du*idosas deste menospre#o

pe'a sa'a de au'a ao o.ser*arem Tue 98 Tuase um &'i&WX do pensamento

edu&a&iona' moderno a&War Tue o &omportamento dos a'unos em sa'a de au'a

resu'ta em grande par'e de sua *ida +ora de'a9 ">?D? p-' >? gri+o nosso$-

Uma das &onseT1Xn&ias dessa neg'igXn&ia &m re'ação % *ida em sa'a de

au'a & Tue os pro+essores tornaram)se indi+erentes ou mesmo antag]ni&os %s

rei*indi&açes &m +a*or da pesTuisa edu&a&iona'- ara &ompreender o seu &otidiano

*o'taram)s& para outro &enário para as 9Wist<rias de *ia4antes9 "por eJemp'o Ho't

>?D?$ para os 9roman&es de não)+i&ção9 "por eJemp'o B'isW&n >?FF$ ou para as

'endas os mitos e os 9mores9 do pro+essorado-

InTuestiona*e'mente entretanto Wou*e uma mudança nos interesses de

pesTuisa: a sa'a de au'a passou a ser o no*o +o&o- Não & di+&i' eJp'i&ar esta

mudança- Qe *árias partes *em &Wegando o re&onWe&imento &ada *e# maior de Tue

8 essen&ia' a Tua'Tuer aná'ise dos pro&essos edu&a&ionais a apre&iação e a

&ompreensão dos e*entos presentes em sa'a de au'a- Assim por eJemp'o ospro.'emas o&orridos &om &ertos &urr&u'os no*os a n*e' de sa'a de au'a "*e4a

Ma&Qona'd & Ruddu& >?@>$ a 9ine+i&iXn&ia9 de muitos treinamentos de

pro+essores "*e4a Ston&s e Morris >?@$ e a so.re*i*Xn&ia d& 9atitudes &orrentes9

entre pro+essores &m es&o'as primárias não usuais "*e4a Barer Lunn >?@$ todos

apontam a sa'a d& au'a &omo um &ampo d& pesTuisa re'e*ante rea'mente

essen&ia'-

Basi&amente a pesTuisa &m sa'a d& au'a tem por o.4eti*o estudar ospro&essos Tue tXm 'ugar na 9&aiJa negra9 Tue & a sa'a de au'a- At8 agora na rã)

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BretanWa esta pesTuisa tem sido rea'i#ada em peTuena es&a'a prin&ipa'mente por

indi*duos iso'ados usando m8todos & teorias ad Wo&- Nos Estados Unidos

entretanto a pesTuisa &m sa'a d& au'a *em sendo amp'amente su.*en&ionada &

*igorosamente promo*ida- !a' &omo o mo*imento de re+orma &urri&u'ar &om o Tue

estamos mais +ami'iari#ados a pesTuisa em sa'a de au'a desen*o'*eu)se a partir d&

uma preo&upação &om a Tua'idade da práti&a edu&a&iona'-

 A despeito dessa atenção genera'i#ada a pesTuisa em sa'a de

 A pesTuisa em sa'a de au'a

C>>

au'a nos Estados Unidos não deiJou de ter os seus pro.'emas- EnTuanto os

resu'tados &res&eram em proporçes *o'umosas sua &ontri.uição % &ompreensão

dos +en]menos tem sido despropor&iona'mente peTuena- a#e resumindo *árias

d8&adas d& pesTuisa so.re a e+i&iXn&ia do pro+essor p]de apenas &ondená)'as &om

pou&o entusiasmo:

9"--- $ aTui e a'i na pesTuisa so.re m8todos de ensino so.re &ara&tersti&as e

persona'idade do pro+essor e so.re interação so&ia' na sa'a de au'a poder)s&)ia

+a#er 4u'gamentos mais *igorosos so.re o signi+i&ado dos dados da pesTuisah9

">?@> p- (> gri+o nosso$-

ortanto na Am8ri&a uma d8&ada d& pesTuisas &m sa'a de au'a não

produ#iu a re*o'ução nos &onWe&imentos so.re a edu&ação Tue seus proponentes

esperaram- Neste &aptu'o de+endemos o ponto de *ista de Tue este 9+ra&asso9

de*e)se a uma Xn+ase eJagerada &m um tipo de o.ser*ação a 9aná'ise da

interação9 %s eJpensas de outros tipos Tue &Wamaremos 9antropo'<gi&os9-

Na seção seguinte &ontrastaremos as prin&ipais tradiçes de pesTuisa &m

sa'a de au'a ameri&anas aná'ise da interação e pesTuisa antropo'<gi&a em sa'a

de au'a no &onteJto ameri&ano- Atra*8s do &ontraste entre a aná'ise da interação"a tradição dominante$ e a pesTuisa antropo'<gi&a &m sa'a d& au'a esperamos

demonstrar porTue somos da opinião de Tue uma adoção &m massa e sem &rti&a

da primeira na rã)BretanWa 8 prematura senão eTui*o&ada-

 As tradiçes ameri&anas

 Aná'ise da interação

Nesta seção dis&utiremos a eJperiXn&ia ameri&ana &om a aná'ise da

interação & 'e*antaremos a'guns pro.'emas Tue &onsideramos re'e*antes aodesen*o'*imento .em)su&edido da pesTuisa em sa'a d& au'a na rã)BretanWa-

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 A aná'ise da interação( 8 uma tradição de pesTuisa *á'ida para os

C>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

pressupostos &omportamentais nu&'eares na psi&o'ogia ameri&ana- Es)

pe&i+i&amente a pesTuisa desse tipo &onsiste no uso de um sistema de o.ser*ação

Tue tem por o.4eti*o redu#ir o +'uJo d& &omportamentos &m sa'a de au'a a unidades

peTuenas Tue possi.i'itam a ta.u'ação e a &omputação- Mirrors +or BeWa*ior "Simon

e BoPer >?DG e >?@$ a 9+arma&opeia9 do ana'ista de interação deta'Wa setenta &

no*e sistemas di+erentes- Estes *ários sistemas &o.rem tipos 'e*emente di+erentes

de peTuenas unidades a'guns +orne&em 'istas d& &ategorias predeterminadas

"por eJemp'o 9o pro+essor pergunta9 ou 9o a'uno responde9$\ outros +orne&em ao

o.ser*ador uma 'ista d& e*entos Tue serão o.ser*ados "por eJemp'o 9o pro+essor

deiJa a sa'a9 ou 9o a'uno &on*ersa &om o *isitante9$- O sistema mais &onWe&ido o

d& 'and&rs ">?@$ & des&rito por Qe'amont "neste *o'ume$- No uadro >

en&ontram)se as &ategorias Tue &onstituem esse sistema-

uadro >- As &ategorias da aná'ise da interação de 'and&rs2 "IA;$

>- A&eita o sentimento- A&eita & es&'are&e uma atitude ou o tom a+eti*o de um

a'uno d& maneira não ameaçadora- Os sentimentos podem ser positi*os ou negati)

*os- Estão in&'udos a pre*isão & a re&ordação d& sentimentos-

- E'ogia ou en&ora4a- E'ogia ou en&ora4a a ação ou &omportamento do a'uno-

Brin&adeiras Tue a'i*iam a Resposta tensão mas não %s &ustas de um outro

indi*duo\ estão in&'udos a&enos d& &a.eça di#er 9Wum WumY9 ou 9&ontinue9-

(- A&eita ou ap'i&a id8ias dos a'unos- Es&'are&e e'a.ora ou desen*o'*e ideias

sugeridas por um a'uno- Estão in&'udos os a&r8s&imos do pro+essor %s id8ias do a'u

no mas Tuando o pro+essor a&res&enta mais id8ias suas do Tue do a'uno mude

para a &ategoria F-O pro+essor C- a# perguntas- ormu'a uma pergunta so.re o &on +a'a teVdo

ou pro&edimento a partir d& suas pr<prias id8'

as &om a intenção de Tue um a'uno responda-

 A pesTuisa em sa'a de au'a

%?Para (;ms de nossa discusso, ;an4lise dc interao; re0ere9se a ualuer t"cnica de pesuisa ue preenc8a oscrit"rios adotados pelo !3rrors 0or +e8avior (imon e +oer, 1-5?). Estritamente lalando, an4lise de interao "

o nome do sistema desenvolvido por #cd Flanders. Entretanto, como %? dos sistemas de sala de aula ueconstam no !irrors 0or +e8avior esto e=pressamente relacionados com an4lise de interao (re0erem9se aFlanders ou seus antecessores +ales e it8all), consideramos a designao v4lida.

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C>(

F- Qissertar- Apresenta +atos ou opinies so.re &onteVdos ou pro&edimentos\

eJpressa suas pr<prias id8ias apresenta sua pr<pria eJp'i&ação ou &ita uma autori)

dade Tue não o a'uno-

D- Qá instruçes- Instruçes &omandos ou ordens Tue espera Tue o a'uno

&umpra-

@- ;riti&a ou 4usti+i&a a autoridade- A+irmaçes Tue pre)Ini&iação tendem

mudar o &omportamento do a'uno de um pa)

drão ina&eitá*e' para outro a&eitá*e'\ re&rimina a'gu8m eJp'i&a porTue o

pro+essor está +a#endo o Tue está +a#endo\ auto)re+erXn&ia eJtrema-

O a'uno +a'a resposta- er.a'i#ação dos a'unos em resposta ao pro+essor-

O pro+essor ini&ia o &ontato so'i&ita a mani+estação do a'uno ou estrutura a

situação- A 'i.erdade de eJprimir id8ias pr<prias 8 'imitada-

O a'uno +a'a ini&iação- er.a'i#ação ini&iada pe'os a'unos\ eJpressa id8ias

pr<prias\ ini&ia um assunto no*o\ 'i.erdade para desen*o'*er opinies e uma 'inWa

de pensamento &omo para +ormu'ar Tuestes &riati*as\ *ai a'8m da estrutura

eJistente-

>- Si'Xn&io ou &on+usão- ausas perodos &urtos de si)Si'en&to 'Xn&io e

perodos de &on+usão nos Tuais a &omuni&a)

ção não pode ser &ompreendida pe'o o.ser*ador-

"2$ Estes nVmeros não imp'i&am uma es&a'a- ;ada nVmero 8 &'assi+i&at<rio\

designa um tipo parti&u'ar de e*ento de &omuni&ação- Ao es&re*er estes nVmeros

durante a o.ser*ação está)s& enumerando & não a*a'iando uma posição numa

es&a'a- "EJtrado de N- 'and&rs Aiut'P#Mg !eti&Wing BeWa*ior- R&ading Addison)

`es'&P >?@- Reprodu#ido &om permissão-$

 As &ategorias do uadro I apare&em um pou&o modi+i&adas nas *áriaspu.'i&açes d& 'and&rs- or &on*eniXn&ia a *ersão Tue reprodu#imos 8 a Tue

&onsta do prin&ipa' 'i*ro de 'and&rs ">?@$- Nesta *ersão os termos 9resposta9 e

9ini&iação9 su.stituem os termos in+'uXn&ia 9direta9 ou 9indireta9 em re'ação % +a'a do

pro+essor- Em 'anders ">?@ p- >$ en&ontra)se uma dis&ussão dessas peTuenas

a'teraçes- 'anders ">?@$ uti'i#a ainda o &on&eito de ra#ão I 3Q "indireto3direto$ em

sua dis&ussão so.re esti'os de ensino-

G-Resposta

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O a'uno +a'a

Ini&iação

C>C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

 A'guns sistemas tentam a&ompanWar +en]menos mais &omp'eJos num destes

esTuemas id8ias eJpressas *er.a'mente &omo 9unidades d& pensamento9 são

&odi+i&adas de a&ordo &om seu 9n*e' de pensamento9 e sua 9+unção9- A maioria

"sessenta e sete$ dos setenta e no*e sistemas &ompi'ados em Mirrors +or BeWa*ior

são apresentados &omo adeTuados % uti'i#ação nas sa'as d& au'a\ &inT1enta e no*e

&omo adeTuados a Tua'Tuer mat8ria es&o'ar\ &inT1enta & dois são &onsiderados

adeTuados para &odi+i&ar 9mo*imento9- "A'gum tipo d& re&urso audio*isua' se +a#

ne&essário ao registro dos e*entos nos demais sistemas-$ Em.ora todos os

sistemas in&'udos &m Mirrors +or BeWa*ior tenWam sido desen*o'*idos para +ins de

pesTuisa ta'*e# sua ap'i&ação mais .em su&edida tenWa sido &omo instrumento d&

treinamento d& pro+essores- Qe +ato de a&ordo &om Simon e BoPer ">?@ p- @$

9setenta e sete dos setenta e no*e sistemas passaram do m.ito da pesTuisa para

a &ategoria d& instrumentos d& treinamento9-

 A tradição da aná'ise da interação tem e*identemente seus pontos +ortes &

suas +raTue#as- A simp'i&idade da maioria dos sistemas de o.ser*ação & um ponto

a seu +a*or- São testados &on+iá*eis & +á&eis de aprender- A'8m disso podem ser

usados no estudo d& grande nVmero de sa'as de au'a & produ#ir rapidamente uma

riTue#a d& dados num8ri&os pass*eis de aná'ise estatsti&a-(> Os dados produ#idos

por tais sistemas nos di#em a'guma &oisa so.re a *ida numa sa'a de au'a &omum e

nos permitem 9situar9 um pro+essor em re'ação a seus ou suas &o'egas os dados

são portanto num8ri&os e normati*os- !a' &omo os resu'tados d& um 'e*antamento

ou d& um teste psi&o'<gi&o re+erem)se a amostras e popu'açes-Na &o'una do d8.ito entretanto de*em ser 'ançados +atores Tue impem

&ertas restriçes ao uso destes sistemas:

">$ !odos &om eJ&eção d& de# dos sistemas d& aná'ise da interação

ignoram o &onteJto espa&ia' e tempora' no Tua' os dados são &o'etados- Assim

%1V mais correto, em/ora talve* tautol<gico, di*er ue todos os sistemas amplamente usados so simples. Dos

restantes, cinco reuerem uatro o/servadores, um reuer um con8ecimento e=tenso de psican4lise e um reuercon8ecimento da l3ngua estrangeira ue est4 sendo ensinada na sala de aula. Uns poucos sistemas podem serusados apenas em situa6es restritas (por e=emplo, ;uma instituio correlacionai para delinWentes;).

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em.ora isto não este4a eJp'&ito na des&rição dos esTuemas a maioria dos sistemas

usa dados &o'etados durante perodos

 A pesTuisa em sa'a de au'a

C>F

muito &urtos de o.ser*ação "isto 8 medidos em minutos e numa Vni&a au'a

em *e# de Woras ou dias$\ não se espera Tue o o.ser*ador registre in+ormaçes

so.re o am.iente +si&o &omo as dis&utidas nos artigos de Hami'ton e Q&'amont

"neste *o'ume$- Iso'ados desse modo de seu &onteJto so&ia' e tempora' "ou

Wist<ri&o$ os dados &o'etados podem en&o.rir aspe&tos re'e*antes % sua

interpretação-

"$ Os sistemas de aná'ise da interação gera'mente estão *o'tados apenas

para o &omportamento mani+esto o.ser*á*e'- E'es não 'e*am diretamente &m &onta

as intençes di+erentes Tue podem estar por trás desse &omportamento- uando a

intenção 8 re'e*ante para a &ategori#ação do &omportamento o.ser*ado "&omo na

;ategoria de 'anders: 9o pro+essor e'ogia ou en&ora4a9$ o o.ser*ador tem e'e

mesmo Tue atri.uir a intenção não pro&urando des&o.rir a intenção rea' do su4eito

ou por e'e per&e.ida- Em tais &asos apenas a interpretação do o.ser*ador &

&onsiderada re'e*ante- Assim por se &on&entrar em &ara&tersti&as super+i&iais a

aná'ise de interação &orre o ris&o de neg'igen&iar aspe&tos imp'&itos mas ta'*e#

mais signi+i&ati*os- Uma &ompreensão mais amp'a da *ida em sa'a de au'a pode

por eJemp'o depender da tradução das 9'inguagens si'en&iosas9 "SmitW e eo++reP

>?DG$ ou da des&o.erta de 9&urr&u'os o&u'tos9 "SnPder >?@>$- Os artigos de `a'er

& Ad&'man Stu..s & !orode "neste *o'ume$ são eJemp'os dos tipos de aná'ise Tue

podem ser ne&essárias % &ompreensão das &ara&tersti&as .ási&as da interação

*er.a' &m sa'a de au'a-

"($ Os sistemas de aná'ise da interação estão eJpressamente interessadospe'o Tue 9pode ser &ategori#ado ou medido9 "Simon e BoPer >?DG p- I$- odem

entretanto o.s&ure&er distor&er ou ignorar aspe&tos Tua'itati*os Tue a'egam

in*estigar ao uti'i#arem t8&ni&as de mensuração grosseiras ou de+inirem ma' os

'imites entre as &ategorias "tomando um eJemp'o do sistema d& 'anders a

distinção entre 9a&eita o sentimento do a'uno9 e 9uti'i#a a id8ia do a'uno9 não pode

por sua pr<pria nature#a ser &'ara em.ora se4a importante para Tue 9+un&ione9

adeTuadamente$-

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"C$ Os sistemas d& aná'ise da interação +o&a'i#am 9peTuenos +ragmentos de

ação ou &omportamento mais do Tue &on&eitos g'o.ais9 "Simon e BoPer >?DG p-

>$- ortanto e'es ine*ita*e'mente tendem a gerar uma supera.undn&ia de dados

Tue para +ins de aná'ise de*em estar 'igados ou a um &on4unto &omp'eJo d&

&on&eitos des&riti*os gera'mente as &ategorias originais ou a um peTueno

nVmero de

C>D

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

&on&eitos g'o.ais &onstrudos a partir destas &ategorias "por eJemp'o a

9ra#ão direto3indireto9 de 'anders +ormada de &om.inaçes das &ategorias > (

D & @$- orem &omo as &ategorias podem ter sido &riadas em primeiro 'ugar a +im

de redu#ir os &on&eitos g'o.ais a peTuenos +ragmentos de ação ou &omportamento

o eJer&&io pode ser &ir&u'ar- A aná'ise de interação tem pou&as possi.i'idades de ir

a'8m das &ategorias "o artigo d& Q&'amont neste *o'ume na rea'idade eJamina o

Tue está por trás de'as e não a'8m$- Esta &ir&u'aridade e +a'ta d& possi.i'idades

ne&essariamente impedem o desen*o'*imento te<ri&o-

"F$ Os sistemas uti'i#am &ategorias prede+inidas- S& os sistemas de

&ategorias pretendem &o'a.orar &om a eJp'i&ação a prede+inição pode 'e*ar a

eJp'i&açes tauto'<gi&as- Isto 8 os sistemas de &ategorias podem pressupor a

*erdade do Tue pretendem estar eJp'i&ando- or eJemp'o se um &on4unto de

&ategorias .aseia)se na suposição de Tue o pro+essor está na mesma posição Tue

um 'der de um grupo)! não 8 poss*e' Tua'Tuer eJp'i&ação do 9ensino9 em outros

'ermos-

"D$ ina'mente a&Wamos Tue ao &o'o&ar 'imites ar.itrários "e pou&o

&ompreendidos$ &m +en]menos &ontnuos os sistemas d& &ategorias podem &riar

um *i8s ini&ia' do Tua' 8 eJtremamente di+&i' es&apar- Nem sempre 8 +á&i' 'i.ertaruma rea'idade assim &onge'ada de sua representação estáti&a-

!odas estas 'imitaçes inerentes ao sistema d& aná'ise da interação são

imp'&ita ou eJp'i&itamente re&onWe&idas por seus &riadores "por eJemp'o 'anders

>?@ &aptu'o $- Entretanto gera'mente não são re&onWe&idas por outros

pesTuisadores e 'ogo se des*ane&em mesmo nas pu.'i&açes de seus pr<prios

&riadores- A&reditamos Tue Tuando tais esTuemas +orem usados não se de*e

permitir Tue estas 'imitaçes se tornem imp'&itas\ e'as de*em estar &'aras durantetodo o tempo- Os m8todos não de*em ser &onsiderados &omo a'go Tue não são-

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ara serem *á'idos &omo m8todos de estudo da sa'a de au'a as t8&ni&as de*em

ser &onstantemente eJaminadas e não apenas a&eitas & a partir da &onsideradas

&orretas-

 A despeito dos 9&r8ditos9 Tue atri.umos % aná'ise da interação seus

proponentes +a#em outras rei*indi&açes Tue &ontestamos- Em primeiro 'ugar

pretendem Tue a aná'ise da interação se4a o.4eti*a- Seus de+ensores argumentam

Tue &omparados a outras +ormas de o.ser*ação os sistemas de aná'ise da

interação +orne&em dados ineTu*o&os e não &ontaminados pe'os 9*ieses9 do

o.ser*ador- Entretanto o preço

 A pesTuisa em sa'a de au'a

C>@

pago por ta' 9o.4eti*idade9 pode ser a'to- A&reditamos Tue por re4eitar &omo

não *á'idos não &ient+i&os ou 9meta+si&os9 dados &omo os re'atos do agente

"9su.4eti*os9$ ou os registros des&riti*os "9impressionistas9$ dos e*entos em sa'a de

au'a a aná'ise da interação arris&a)se a +orne&er apenas uma des&rição par&ia'-

 A'em do mais ao 4usti+i&ar a re4eição desses dados mais em .ases opera&ionais do

Tue te<ri&as ou mesmo edu&a&ionais a a.ordagem da aná'ise da interação pode

des*iar a atenção do pro.'ema ini&ia' para preo&upaçes mais 9te&no&ráti&as9 tais

&omo a .us&a da 9o.4eti*idade9 e da 9pre&isão9- "No manua' de instruçes do

sistema de 'and&rs Wá de# páginas dedi&adas % pre&isão do o.ser*ador e apenas

duas % &ompreensão dos +en]menos Tue o&orrem &m sa'a de au'a "*e4a 'and&rs

>?DD$-$ !odos n<s Tuestionaramos a eJ&'usão dos assim &Wamados dados

su.4eti*os &m +a*or da .us&a de uma o.4eti*idade super+i&ia'-

Uma outra preo&upação presente em todos os artigos desta &o'etnea & a

&onsideração do pape' do o.ser*ador- !odos os sistemas no Mirrors+or BeWa*ior

&om eJ&eção de um +a#em uma distinção rgida entre o.ser*ador e o.ser*ado- Oprimeiro 8 &onsiderado 9uma mos&a na parede9 des*in&u'ado dos e*entos da sa'a

de au'a- or eJemp'o num estudo o.ser*a&iona' em sa'as de au'a de ing'Xs para

&rianças peTuenas arner ">?@$ não dis&ute o impa&to do o.ser*ador- Mais

parti&u'armente sua 'ista de &ategorias não +a# re+erXn&ia ao &omportamento da

&riança dirigido ao o.ser*ador em.ora se4a ra#oá*e' supor Tue esse

&omportamento o&orreu "ou poderia ter o&orrido$-

 Ao manter uma 9distn&ia9 rigorosa dos Tue estão sendo o.ser*ados aaná'ise da interação pode resu'tar no*amente numa a*a'iação in&omp'eta- Segundo

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Louis SmitW o ensino de*e ser &onsiderado &omo um pro&esso inte'e&tua'

&ogniti*o:

 A maneira &omo o pro+essor[ apresenta seus pro.'emas os tipos de

o.4eti*os e su.o.4eti*os Tue está tentando a'&ançar as a'ternati*as Tue e'e 'e*anta

"---$ são aspe&tos do ensino +reT1entemente perdidos pe'o empirista orientado para

o &omportamento Tue +o&a'i#a o Tue o pro+essor +a# eJ&'uindo o Tue e'e pensa

so.re o ensino- "SmitW e &o+r&P >?DG p- ?D$

Na aná'ise de interação em sua maior parte estes aspe&tos raramente são

&onsiderados- E'es tam.8m são rotu'ados d& 9su.4eti*os9 e

C>G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

&o'o&ados +ora dos 'imites do mundo empri&o- Em &ontraste todos os

autores no presente *o'ume a&reditam Tue a distn&ia rgida entre o o.ser*ador e o

pro+essor e os a'unos pode ser mantida apenas em &ertas &ir&unstn&ias\ assim

optaram pe'a o.ser*ação parti&ipante-

ina'mente em nome da o.4eti*idade muitas pesTuisas .aseadas na aná'ise

da interação são &ompe'idas a pesTuisar um grande nVmero de sa'as de au'a-

 Argumenta)se "&orretamente$ Tue peTuenas amostras podem não +orne&er

resu'tados re'e*antes para a popu'ação em gera'- !a' a.ordagem "mesmo Tue se

&onsiga uma *erdadeira amostra a'eat<ria$ pode entretanto deiJar de dar

importn&ia a distVr.ios 'o&ais ou e+eitos não usuais- Rea'mente a despeito de seu

poss*e' signi+i&ado para a sa'a ou sa'as de au'a %s Tuais se ap'i&am os resu'tados

atpi&os raramente são minu&iosamente estudados- São desati*ados porTue &on)

siderados &omo 9medias ma&u'adas9 e não dis&utidas- !odos os artigos neste

*o'ume re+erem)se a estudos em pro+undidade de um peTueno nVmero de sa'as d&

au'a e não supem Tue as amostras parti&u'ares estudadas se4am 9tpi&as9 deTua'Tuer amostra mais amp'a-

 A'8m das nossas reser*as Tuanto ao uso da aná'ise da interação temos

dV*ida so.re a tradição Wist<ri&a da Tua' essa pesTuisa emerge- A&reditamos Tue a

aná'ise da interação está impregnada por inVmeras 'imitaçes te<ri&as e ideo'<gi&as

pro+undamente enrai#adas- A maior parte das pesTuisas d& sa'a d& au'a "norte)

ameri&anas$ 8 etno&Xntri&a .aseia)se num mode'o de sa'a d& au'a e numa

&on&epção de edu&ação nem sempre re'e*ante na rã)BretanWa- Muitos dossistemas supem o paradigma 9au'a eJpositi*a & 'ousa9 e +o&a'i#am

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predominantemente o pro+essor- "O sistema de aná'ise da interação d& 'anders

tem de# &ategorias sete re+erentes % 9+a'a do pro+essor9 & duas dedi&adas % 9+a'a do

a'uno9- A d8&ima 8 uma &ategoria de 9re+ugos9 d& 9si'Xn&io ou &on+usão9-( Supem

um am.iente de sa'a de au'a &m Tue o pro+essor permane&e na +rente da sa'a &

o&upa os a'unos &om a'gum tipo de pingue)pongue pedag<gi&o ou 'ing1sti&o "o

pro+essor +a# a pergunta3 o a'uno responde3 o pro+essor pergunta3 et&$-

Os sistemas de aná'ise da interação +reT1entemente .aseiam)se em

suposiçes antiTuadas so.re ensino e aprendi#agem- O sistema de 'anders

&on&entra)se no domnio 9a+eti*o9 e Mirrors +or BeWa*ior &'assi+i&a as

 A pesTuisa em sa'a de au'a

C>?

t8&ni&as d& a&ordo &om seu en+oTue 9a+eti*o9 ou 9&ogniti*o9- Esta &isão entre

os domnios a+eti*o e &ogniti*o Tue data pe'o menos de B'oom ">?FD$(( não 8 mais

passi*amente a&eita pe'os edu&adores em gera'- ;ertamente nenWum de n<s

gostaria de 'ançar mão desta di&otomia simp'ista ao nos re+erirmos % &omp'eJidade

das sa'as de au'a na rã)BretanWa-

 A aná'ise da interação pode tam.8m a.ranger suti'mente pressupostos

ideo'<gi&os- !a' &omo grande parte das pesTuisas s<&io)psi&o'<)gi&as e

edu&a&ionais &ondu#idas nos Estados Unidos desde a Segunda uerra Mundia'

e'a nas&eu a partir de &ertas premissas re'ati*as a 9demo&ra&ia9 9autoritarismo9

9'iderança9 e 9Wigiene menta'9- Ned 'anders está eJpressamente interessado em

en&ora4ar o ensino 9indireto9\ &onseT1entemente Wá um resduo a*a'iati*o 'atente

em seu sistema de o.ser*ação- E'e pode ser o.ser*ado por eJemp'o na seguinte

proposição opera&iona' d& 'anders:

9A in+'uXn&ia direta &onsiste naTue'as a+irmaçes *er.ais do pro+essor Tue

restringem a 'i.erdade de ação ao +o&a'i#ar a atenção so.re um pro.'ema aointerpor a autoridade do pro+essor ou am.os-9 "'anders >?DF p- ? gri+o nosso$

Este +ato nem sempre pode ser 'e*ado em &onta Tuando o sistema 8 usado

por outras mãos menos eJperientes-

Estas são portanto a'gumas das prin&ipais o.4eçes Tue todos os autores

neste *o'ume +a#em % aná'ise da interação m8todo de pesTuisa em sa'a de au'a

Tue dominou a &ena da pesTuisa norte)ameri&ana durante de# anos e Tue agora

%2Em il/erman (1-5?, p. &'') e !itc8ell (1--, p. 5?&951?) encontram9se cr3ticas ao sistema de Flanders.%%Esta distino entre categorias e0etivas e cognitivas data de ol00 (1-5-915'&), uando 0oi criada a 0undaoda 0aculdade de Psicologia atualmente esuecida (ver ?X#eill, 1-, p. 2&9').

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o.ser*ação parti&ipante durante a Tua' o o.ser*ador mergu'Wa na 9no*a &u'tura9-

Isto 8 &ia a.range a presença de um o.ser*ador "ou o.ser*adores$ durante 'ongos

perodos numa Vni&a sa'a de au'a ou num peTueno nVmero de'as- Qurante esse

tempo o o.ser*ador não s< o.ser*a mas tam.8m &on*ersa &om os parti&ipantes\

signi+i&ati*amente o etn<'ogo &Wama)os de in+ormantes ao in*8s de su4eitos- A'em

disso o antrop<'ogo não +a# uma distinção muito grande entre o.ser*ador &

o.ser*ado enTuanto &ategorias &omo o +a# a aná'ise da interação- usso & idi&W

de+inem a situação antropo'<gi&a mais &'aramente:

 A pesTuisa em sa'a de au'a

C>

uando os o.ser*adores estão +isi&amente presentes e +isi&amente

a&ess*eis o &on&eito de o.ser*ador não)parti&ipante ainda Tue so&io'ogi&amente

&orreto 8 psi&o'ogi&amente enganoso- "usso >?DC p- C$

uer o pesTuisador de &ampo este4a tota' par&ia'mente ou nada dis+arçado

o respondente +orma uma imagem de'e e usa)a &omo .ase de uma resposta- Sem

ta' imagem a re'ação entre o pesTuisador de &ampo e o respondente por de+inição

não eJiste- "idi&W >?(F p- (F$

 A'em de o.ser*ar a *ida em sa'a de au'a o pesTuisador pode &ondu#ir

entre*istas +ormais &om os parti&ipantes e pedir)'Wes Tue respondam a

Tuestionários- Norma'mente para registrar suas o.ser*açes o o.ser*ador &ompi'a

notas de &ampo ou mais re&entemente gra*açes de &ampo- ;omparados aos

resu'tados da aná'ise de interação os dados do 9pesTuisador antropo'<gi&o9 são

re'ati*amente assistemáti&os & a.ertos36

O 9antrop<'ogo9 tem um Tuadro de re+erXn&ia Wo'sti&o- E'e a&eita &omo dada

a &ena &omp'eta Tue en&ontra e toma esta tota'idade &omo seu dadp!.ase- E'e não

pro&ura manipu'ar &ontro'ar ou e'iminar *ariá*eis- E*identemente o 9antrop<'ogo9não pretende 'e*ar em &onta todos os aspe&tos desta tota'idade em sua aná'ise- E'e

redu# o +]'ego da pesTuisa para &on&entrar a atenção nos aspe&tos emergentes-

Ini&iando &om uma *isão panormi&a e'e aproJima a o.4eti*a e +o&a'i#a progres)

si*amente os aspe&tos da sa'a de au'a Tue &onsidera mais re'e*antes- ortanto a

pesTuisa etnográ+i&a está nitidamente disso&iada de um redu&ionismo a priori

inerente % aná'ise da interação-

 A pesTuisa 9antropo'<gi&a9 em sa'a de au'a &omo a aná'ise da interação&omeça &om uma des&rição- Mas enTuanto a segunda 8 go*ernada por &ategorias

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des&riti*as preesta.e'e&idas "por eJemp'o 9*er.a'9 9não)*er.a'9 9pro+essor9

9a'uno9$ a primeira permite & en&ora4a o desen*o'*imento de no*as &ategorias- A

pesTuisa antropo'<gi&a tem 'i.erdade para ir a'8m do status Tuo e desen*o'*er

'inguagens des&riti)

D- Isto não imp'i&a entretanto Tue toda pesTuisa antropo'<gi&a se4a pesTuisa

9pura9 a.erta- !a' &omo a aná'ise de interação e'a tem sido usada na a*a'iação de

&urr&u'o "por eJemp'o SmitW e oW'and no pre'o e ar'ett e Hami'ton >?@$ e no

treinamento de pro+essores "por eJemp'o o'dWamm&r >?D?$-

C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

*as no*as e poten&ia'mente +8rteis- Os artigos deste *o'ume apresentam

a'gumas destas 'inguagens des&riti*as e suas .ases empri&as-

 Ao &ontrário da pesTuisa etnográ+i&a em sa'a de au'a a aná'ise de interação

está &omo dissemos a&ima gera'mente preo&upada &m produ#ir dados normati*os

isto 8 eJtrapo'ar de uma amostra para a popu'ação- Qe*e ser 'em.rado entretanto

Tue as normas estatsti&as "por eJemp'o por&entagens de 9o pro+essor +a'a9$

"'and&rs >?@$ ap'i&am)se % popu'ação &omo um todo não a seus mem.ros

&onsiderados indi*idua'mente- Ap'i&am)se a situaçes indi*iduais apenas &m termos

pro.a.i'sti&os- E &omo as situaçes 4amais se eTui*a'em tais genera'i#açes

estatsti&as podem nem sempre ser re'e*antes & Vteis- Os artigos Tue se seguem

pretendem prin&ipa'mente ser re'e*antes e Vteis não normati*os mas

es&'are&edores-

 Argumenta)s& +reT1entemente Tue os resu'tados dos estudos antropo'<gi&os

não podem ser genera'i#ados para outras situaçes- Esta &rti&a re+ere)se apenas a

genera'i#açes estatsti&as- ara um pesTuisador antrop<'ogo a +ormu'ação de

proposiçes ap'i&á*eis gera' ou uni*ersa'mente 8 uma tare+a tota'mente di+erenteTue nun&a se &onsegue simp'esmente atra*8s d& um 'e*antamento- A despeito de

sua di*ersidade as sa'as de au'a tXm muitas &ara&tersti&as &m &omum- Atra*8s do

estudo deta'Wado d& um determinado &onteJto ainda 8 poss*e' es&'are&er re'açes

dete&tar pro&essos &rti&os & identi+i&ar +en]menos &omuns- osteriormente podem

ser +ormu'ados &on&eitos gerais & resumos Tue ap<s outras in*estigaçes podem

ser pertinentes a uma *ariedade mais amp'a de situaçes- ortanto os estudos d&

&aso não são ne&essariamente restritos Tuanto a seus o.4eti*os- Na rea'idadedi*ersamente da aná'ise da interação &ies podem a.ranger não s< os aspe&tos

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parti&u'ares &omo os aspe&tos gerais da *ida em sa'a de au'a- A este respeito a

aná'ise da interação 8 aná'oga % demogra+ia ou ao re&enseamento ao passo Tue os

estudos antropo'<gi&os são eTui*a'entes aos estudos em peTuena es&a'a

&omumente re'atados nas re*istas m8di&as Y

 Assim as tradiçes antropo'<gi&as & d& aná'ise da interação di+erem em

inVmeros aspe&tos- Nos Estados Unidos e'as não se &omuni&am- A aná'ise da

interação ignorou a pesTuisa d& sa'a de au'a &ondu#ida +ora de seu territ<rio- or

eJemp'o a monogra+ia so.re a*a'iação de

@- Id8ias *a'ores e ideais predominantes numa &u'tura ou su.&u'tura Tue 'We

atri.uem suas &ara&tersti&as distinti*as "&+- - A- !W&odorson e A- - !Weodorson

 A Modem Qi&tnarP o+ So&io'ogP- No*a or !Womas e ;ro&'' >?D?$-

 A pesTuisa em sa'a de au'a

C(

&urr&u'o da A-E-R-A- denominada ;'assroom O.ser*ation "a''agWer e

outros >?@$ não &ont8m uma dis&ussão e nem mesmo men&iona Tua'Tuer

'iteratura antropo'<gi&a re'ati*a % a*a'iação de &urr&u'o "por eJemp'o Russe'' >?D?\

SmitW e ceitW >?D@ ou Han'eP e &o'- >?D?$- Em Mirrors+or BeWa*ior tam.8m não Wá

menção % eJistXn&ia "ou mesmo % possi.i'idade de eJistir$ de 9meta'inguagens9

para des&re*er &omuni&açes de *ários tipos "p- >$ Tue se .aseiem em outra &oisa

Tue não a mensuração ou a &ategori#ação a priori-

 A pesTuisa antropo'<gi&a desen*o'*eu)se +ora das uni*ersidades de prestgio

da &osta 'este norte)ameri&ana e está &on&entrada no oeste e no meio oeste-

uando &omparada &om a aná'ise da interação 8 pou&o su.*en&ionada seus

dados são de di+&i' o.tenção e seus &anais +ormais "re*istas &on+erXn&ias$ são

mnimos- Na rã)BretanWa este estado nada in*e4á*e' ainda não a&onte&e- Ainda

Wá diá'ogo- As &on+erXn&ias re&entes so.re o.ser*ação em sa'a de au'a tXma.rangido artigos +i'iados a am.as as 'inWas de interesses e as re*ises da 'iteratura

.ritni&as "por eJemp'o Qe'amont >?@( e `a'er >?@$ 'e*aram em &onta os

m8ritos de am.as as tradiçes- Este *o'ume pretende ser uma &ontri.uição ao

prosseguimento deste diá'ogo- Esperamos Tue os proponentes da aná'ise da

interação *enWam a admitir o *a'or de outros tipos de estudo tais &omo os Tue

registramos neste 'i*ro e *i&e)*ersa-

O +uturo desen*o'*imento da pesTuisa em sa'a de au'a na rã)BretanWa

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 Ao &on&'uir este &aptu'o introdut<rio gostaramos de 'e*antar a'guns

pro.'emas Tue &onsideramos essen&iais a um de.ate importante ainda muito

pou&o dis&utido na rã)BretanWa- Em.ora os pro.'emas em gera' digam respeito %

práti&a da pesTuisa em sa'a de au'a e'es estão parti&u'armente re'a&ionados &om

os su.stratos te<ri&os e metodo'<gi&os so.re os Tuais se .aseiam-

">$ Em sua pressa de &Wegar % sa'a de au'a Wá o perigo de Tue a pesTuisa

deiJe de &onsiderar o &onteJto so&ia' e edu&a&iona' mais amp'o em Tue a sa'a de

au'a se insere- ;ontrastar 9sa'a de au'a9 &om 9so&iedade9 8 &onstruir uma oposição

+a'sa- Em.ora se4a poss*e' para +ins de pesTuisa &onsiderar a sa'a de au'a &omo

uma unidade so&ia' por si s< 8 apenas &om muita di+i&u'dade Tue podemos

&onsiderá)'a &omo auto)su+i&iente- Um estudo adeTuado da sa'a de au'a de*e

re&onWe&er e

CC

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

'e*ar em &onta tanto os aspe&tos internos Tuanto os aspe&tos eJternos da

*ida da sa'a de au'a- arti&u'armente as pesTuisas em sa'a de au'a não de*eriam

ser tratadas &omo su.stituti*as dos estudos Tue +o&a'i#am aspe&tos so&iais mais

amp'os da edu&ação- ;omo `a'er ">?@ p- >C($ ad*ertiu9"---$ Tua'Tuer des&rição

de ati*idades de sa'a de au'a Tue não possa ser re'a&ionada &om a estrutura so&ia'

e a &u'tura da so&iedade 8 uma des&rição &onser*adora9-

"$ O desen*o'*imento de t8&ni&as audio*isuais *eio signi+i&ar Tue muitas das

pesTuisas em sa'a de au'a podem tra.a'War a partir de dados gra*ados em *e# de

dados 9ao *i*o9 isto 8 % distan&ia da sa'a de au'a- Em.ora isto permita uma aná'ise

post Wo& tem a des*antagem de Tue muitos dos dados &onteJtuais "usua'mente

imp'&itos$ Tue gera'mente se apresentam ao o.ser*ador in 'o&o podem ser

perdidos- Sugerimos a importn&ia de Tue pe'o menos a'guns estudos Tue usaramregistros *isuais e3ou auditi*os sup'emente)os &ons&ien&iosamente &om a presença

+si&a de um o.ser*ador independente- A&reditamos Tue em.ora uma te&no'ogia

e'a.orada possa +a&i'itar a des&rição do &omportamento e'a não pode eJp'i&ar esse

&omportamento- Os m8todos por si mesmos não pro*Xm ta' 'igação nem suprem

os pro&essos &on&eituais ne&essários % produção de eJp'i&açes- No passado as

pesTuisas em sa'a de au'a parti&u'armente a tradição de aná'ise da interação

moti*aram uma &orrente sem +im de estudos &omparati*os esperandopresumi*e'mente Tue a'guma &'are#a &on&eituai emergisse misteriosamente\ a

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so+isti&ação te&no'<gi&a ameaça aumentar o +'uJo de dados sem a&res&entar nada

ao nosso entendimento-

"($ A&reditamos tam.8m Tue a maioria das &ara&teri#açes de sa'a de au'a

tem sido simp'esmente &omportamentais- E'as tenderam a des&onsiderar o"s$

signi+i&ado"s$ Tue o &omportamento tem- ;omo 4á dissemos essa a.ordagem pode

não registrar di+erenças importantes Tue su.4a#em ao &omportamento- Na medida

em Tue a pesTuisa em sa'a de au'a pretende es&'are&er os pro&essos asso&iados %

*ida na sa'a de au'a e'a não pode 'e*ar ao di*<r&io entre o Tue as pessoas +a#em e

suas intençes- ;aso trate pro+essores e a'unos &omo meros o.4etos pode

&onseguir apenas uma aná'ise par&ia' Tue não &onsegue eJp'i&ar em termos dos

pro&essos su.4eti*os Tue dão *ida %s açes de um pro+essor ou de um a'uno-

In*estigar a su.4eti*idade ou a *erdade re'ati*a não eTui*a'e &omo a'gumas

*e#es se imagina a a&eitar o so'ipsismo ou o re'ati*ismo-

 A pesTuisa em sa'a de au'a

CF

Esta in*estigação pode ser um tema &entra' da pesTuisa empri&a &omo

mostram Harre e Se&ord ">?@ p- >>$:

ara Tue as pessoas se4am tratadas &omo se +ossem seres Wumanos de*e

ainda ser poss*e' a&eitar seus &omentários so.re suas açes &omo registros de

+en]menos autXnti&os em.ora pass*eis de re*isão su4eitos % &rti&a empri&a-

Este aspe&to di# respeito ao uso .em)su&edido dos sistemas de aná'ise da

interação mais &omo instrumento de treinamento do Tue de pesTuisa- ;omo

instrumento de treinamento e'es são usados para dar +eed.a& diretamente %s

pessoas Tue estão sendo o.ser*adas- Qe +ato Tuando são empregados sistemas

audio*isuais o o.ser*ador e o o.ser*ado podem ser uma & a mesma pessoa-

O.*iamente Tuando a aná'ise da interação 8 +eita deste modo o o.ser*ador torna)se mais &ons&iente das intençes e dos pro&essos su.4eti*os presentes e ao

mesmo tempo torna)se mais sens*e' ao seu &onteJto tempora' e so&ia'- ortanto

e'e ou e'a dispem de dados ne&essários para a'&ançar uma &ompreensão mais

s<'ida da interação- A este respeito a aná'ise da interação &omo 9pesTuisa9 8

+undamenta'mente di+erente da aná'ise da interação &omo 9treinamento9- NaTue'a

e'a in&orpora ne&essariamente uma &ompreensão +enomeno'<gi&a .em &omo uma

des&rição &omportamenta' da situação\ seu uso no treinamento está muito maispr<Jimo ao mode'o 9antropo'<gi&o9 de pesTuisa-

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"C$ !odos n<s re&onWe&emos Tue &omo todas as outras pesTuisas todo

estudo de sa'a de au'a desen*o'*e)se a partir de &ertas premissas suposiçes e

interesses de+endidos pe'o pesTuisador- era'mente e'as re+'etem o etWos2

espe&ia'mente o etWos inte'e&tua' de seu tempo- ;omo dissemos eJiste o perigo

insidioso de uma a&eitação sem &rti&a de t8&ni&as desen*o'*idas de pontos de

*ista di+erentes "+reT1entemente esTue&idos$ os 9Warm]ni&os9 m8todos de

pesTuisa e t8&ni&a estatsti&as da 9Wigiene menta'9 .em &omo os &onstru&'os

te<ri&os Tue os mantXm podem tra#er o &arim.o senão as mar&as de um sistema

anterior e possi*e'mente antiTuado "ta'*e# os eJemp'os mais &'aros disto possam

ser eJtrados da di*ersidade Wist<ri&a dos testes de n*e' menta'

G- Em 'aser e Strauss ">?D@$ e Strod.e& ">?D?$ en&ontram)se dis&usses

separadas so.re a &onstrução de teorias e a pesTuisa do tipo estudo de &aso-

CD

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

*e4a por eJemp'o os artigos de ReJ Qanie's e HougWton em Ri&Wardson

e Spears >?@$-

Não se espera Tue o 'eitor a&eite sem &rti&as os argumentos propostos nos

artigos do presente *o'ume- Ao &ontrário esperamos mostrar Tue a partir de

in+ormaçes não usuais podem surgir no*as per&epçes da sa'a de au'a re'ati*as a

aspe&tos Tue a aná'ise da interação ignora ou a&eita &omo ponto pa&+i&o-

"F$ Há um aspe&to +ina' em re'ação ao Tua' gostaramos de nos disso&iar do

padrão pre*a'e&ente na pesTuisa edu&a&iona'- !rata)se do otimismo mana&o e

&ongXnito do Tua' muitas pesTuisas edu&a&ionais estão im.udas- Anun&ia)se

so'enemente Tue a *erdade a.so'uta se en&ontra no Wori#onte- or eJemp'o:

Está)se +omentando uma re*o'ução no ensino- Se .em)su&edida derru.ará a

Wegemonia de um padrão de s8&u'os no Tua' um pro+essor e a C a'unos seenga4am na maioria dos tipos de instrução num dis&urso dominado pe'o pro+essor

"--- $ Se esta re*o'ução ti*er XJito o pro+essor gastará muito menos tempo por dia

&om grupos de estudantes em "--- $ Em resumo um espe&tro está rondando a

pesTuisa so.re o ensino o espe&tro da instrução programada

"ageeUnruW >?D@$-

Este otimismo e seus adeptos &ara&tersti&os do s8&u'o _I_ a&reditam no

Womem ra&iona' e no poder da &iXn&ia "&om a negação imp'&ita da Wistori&idade da*erdade$ e tem tido &onsiderá*eis &onseT1Xn&ias in&'usi*e para a pesTuisa em sa'a

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de au'a- Num &ampo em Tue so'uçes de momento são raras 8 impro*á*e' Tue

esta &rença produ#a muitos +rutos- Ao &ontrário e'a muitas *e#es pode 'e*ar a um

+e&Wamento prematuro "onde uma posição Weursti&a ou eJp'orat<ria seria mais Vti'$

ou mesmo % apresentação de ad*ertXn&ias +antasiadas de 9&on&'uses9 e % .us&a

de pre&isão a &urto pra#o %s eJpensas de uma *a'idade a 'ongo pra#o- Em resumo

esta &rença pode produ#ir uma 9*isão de tVne'9 um estado menta' onde uma

per&epção &'ara % +rente 8 &onseguida %s &ustas de uma pá'ida apre&iação do

passado e uma ignorn&ia do Tue está o&orrendo ao 'ado-

O o.4eti*o deste *o'ume não 8 propor uma outra so'ução ut<pi&a a todos os

ma'es da pesTuisa edu&a&iona'- Rea'mente dadas as di+erentes *ises dos *ários

autores seria di+&i' &onsegui)'o- Estamos de+en

 A pesTuisa em sa'a de au'a

C@

dendo isto sim uma no*a atitude +rente % pesTuisa na Tua' possam ser

usadas &om.inaçes e&'8ti&as de m8todos de pesTuisa e na Tua' di+erentes

pro.'emas possam ser ata&ados atra*8s de m8todos di+erentes e mutuamente

apropriados\ ao in*8s de pro&urar por uma Vni&a so'ução para todos os pro.'emas

sugerimos Tue se dX maior atenção % nature#a dos pro.'emas espe&+i&os Tue

estão sendo en+rentados e então se es&o'Wa uma estrat8gia de pesTuisa parti&u'ar-

Em.ora para 'e*ar a e+eito esta dis&ussão tenWamos di*idido a pesTuisa em

sa'a de au'a em dois &ampos n<s não os re&onWe&emos &omo ne&essariamente

eJ&'usi*os mutuamente- Rea'mente em nosso pr<prio tra.a'Wo estamos enganados

na tare+a de superar esta distinção- A tare+a não 8 +á&i' uma *e# Tue as di+erenças

estão &'ara e pro+undamente enrai#adas & as respe&ti*as posiçes entrin&Weiradas-

or esta ra#ão somos de opinião de Tue os progressos signi+i&ati*os dependerão

em V'tima instn&ia não de uma maior so+isti&ação te&no'<gi&a nem de a'gum tipode &on*ergXn&ia metodo'<gi&a mas de uma re&on&eitua'i#ação e trans+ormação das

dimenses Tue separam as duas tradiçes-

EnTuanto a pesTuisa espera por este a*anço 8 ainda in&um.Xn&ia dos

pesTuisadores tratar a aná'ise da interação e a pesTuisa antropo'<gi&a em sa'a de

au'a em sua de*ida dimensão- EJiste ainda muita &on+usão Tuanto a seus

prop<sitos e o.4eti*os- reT1entemente perguntas tais &omo: 9ara Tue e'as

ser*emY9 9 Tue e'as podem "ou não podem$ +a#erY9 não são 'e*adas em &onta-;omo instrumentos di*ersos e'as se adaptam me'Wor a di+erentes tare+as- E

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importante &onWe&er suas de+i&iXn&ias e seu poten&ia' para usá)'as &om su&esso-

Não são nem podem ser uma pana&eia uni*ersa'-

 Assim por eJemp'o &riti&ar os estudos antropo'<gi&os por não +orne&erem

in+ormaçes demográ+i&as 8 tão +ora de prop<sito &omo to'o- Qo mesmo modo

re&'amar Tue os sistemas de interação não são tão sens*eis &omo digamos

entre*istas em pro+undidade 8 esTue&er Tue e'es nun&a pretenderam ser re&ursos

&'ni&os +o&a'i#am a sa'a de au3a m8dia e não a sa'a de au'a indi*idua'-

No in&io deste artigo dissemos Tue a sa'a de au'a pro*a*e'mente tornar)se)

ia um 9no*o9 &ampo importante na pesTuisa edu&a&iona' .ritni&a- !odos n<s

tememos Tue as eJperiXn&ias ameri&anas na área se

CG

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

repitam aTui- Não Tueremos *er gastas grandes somas de dinWeiro tempo

*a'ioso e .oa *ontade desperdiçados &ometendo os mesmos erros- Qe*er)se)ia

empreender tra.a'Wos &om *ários tipos de t8&ni&as sistemáti&as em sa'a de au'a\

mas a&reditamos Tue outras perspe&ti*as &omo aTue'as Tue se seguem são 'inWas

igua'mente +rut+eras de in*estigação-

Re+erXn&ias .i.'iográ+i&as

Barer Lunn - ; Streaming in tWe rimarP S&Woo' Nationa'

oundation +or Edu&ationa' Resear&W S'ougW >?@- Be&er H- S- eta'-

Maing !We rade- No*a or oWn `i'eP >?DG- B'isWen E- Roaring BoPs-

Londres !Wames and Hudson >?FF- B'oom B- S- et a' !aJonomP o+ Edu&ationa'

O.4e&ti*es Hand.oo I\

;ogniti*e Qomain- No*a or M&caP >?F- Q&'amont S- A&ademi&

;on+ormitP O.ser*ed: Studies in tWe ;'assroom

tese de doutoramento in8dita Uni*ersitP o+ Edin.urgW >?@(- 'anders N- A-!ea&Wer In+'uen&e upi' Attitudes and A&Wie*ement

;ooperati*e Resear&W MonograpW Uni*ersitP o+ Mi&Wigan

>?DF-

 ^-Intera&tion Ana'Psis in tWe ;'assroom: a Manua' +or 

O.ser*ers edição re*ista- S&Woo' o+ Edu&ation Uni*ersitP o+ Mi&Wigan >?DD-

 ^Ana'P#ing !ea&Wing BeWa*ior- Reading Addison)`es'eP

>?@-age N- L- !ea&Wer E++e&ti*eness and !ea&Wer Edu&ation: tWe Sear&W

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+or S&ienti+i& Basis- ;a'i+ornia a&i+i& Boos >?@>- age N- L- `- H- UnruW

9!Weoreti&a' ormu'ations +or Resear&W on

!ea&Wing9 Re*ie o+ Edu&ationa' Resear&W (@ >?D@ (FG)(@- a'iagWer -

- eta'- ;'assroom O.ser*ation A-E-R-A- MonograpW Series

on ;urri&u'um E*a'uation n9 D- ;Wi&ago Rand M&Na''P >?@ arner -

9Some Aspe&ts o+ BeWa*iour in In+ant S&Woo' ;'assrooms9

Resear&W in Edu&ation @ >?@ G)C@- 'aser B- - e A- Strauss !We

Qis&o*erP o+ rounded!WeorP- Londres

`eiden+eid and Ni&Wo'son >?D@- o'dWammer R- ;'ini&a' Super*ision:

Spe&ia' MetWods +or tWe

Super*ision o+ !ea&Wers- No*a or Ho't RineWart f `inston

>?D?-

 A pesTuisa em sa'a de au'a

C?

usso Z- 9!We O.ser*er)O.ser*ed Re'ationsWip as In+ormation a.out

Stru&tures in Sma'' roup Resear&W9 sP&WiatrP @ >?DC(D)C@-

Han'eP - R et ai ;uriositP ;ompeten&e ;ommunitP Edu&ation

Qe*e'opment ;entre ;am.ridge >?D?- Harr8 R- e R R Se&ord !We

EJp'anation o+ So&ia' BeWa*iour- OJ+ord

B'a&e'' >?@- Ho't - Ho ;Wi'dren ai'- HarmondsortW enguin >?D?-

caWne M- - 9sP&Wiatrist O.ser*er in tWe ;'assroom9 Medi&a' !ria'

!e&WniTue uarter'P ( >?D? G>)?G- Ma&Qona'd B- 9!We E*a'uation o+ tWe

Humanities ;urri&u'um ro4e&t9

artigo não pu.'i&ado >?@- Ma&Qona'd B- e - Ruddu& 9;urri&u'um

Resear&W and Qe*e'opment:

Barriers to Su&&ess9 BritisW ourna' o+ Edu&ationa' sP&Wo'ogPC> >?@> >CG)>FC- Med'eP Q- M- e H- E- Mit#e' 9Measuring ;'assroom

BeWa*iour .P

SPstemati& O.ser*ation9- In: N- L- age "org-$ Hand.oo o+ 

Resear&W on !ea&Wing- ;Wi&ago Rand M&Na''P >?D(- Mit&We'' - -

9Edu&ation6s ;Wa''enge to sP&Wo'ogP: tWe redi&tion o+ 

BeWa*iour +rom erson)En*ironment Intera&tion9 Re*ie o+ 

Edu&ationa' Resear&W (? >?D? D?F)@>- Morrison A- e Q- M&'ntPre!ea&Wers and !ea&Wing- HarmondsortW

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enguin >?D?-

O6Nei' `- M- !We Beginnings o+ Modern sP&Wo'ogP- HarmondsortW

enguin >?DG-

ar'&tt M- R- 9Undergraduate !ea&Wing O.ser*ed9 Nature ( >?D? >>)

>>C-

ar'&tt M- R- e Q- Hami'ton E*a'uation as I''umination: a Ne Approa&W to

tWe StudP o+ Inno*atorP rograms O&&asiona' aper ? ;entre +or Resear&W in tWe

Edu&ationa' S&ien&es Uni*ersitP o+ Edin.urgW >?@-

Ri&Wardson c- e Q- Spears Ra&e ;u'ture and inte''igen&e

HarmondsortW enguin >?@- Russe'' H E*a'uation o+ ;omputer)Assisted

Instru&tion rogram St-

 Ann-;-E-M-R-E-L- >?D?- Si'.&rman ;- E- ;risis in tWe ;'assroom- No*a

or intage Boos

>?@-

Simon A- e - E- BoPer "orgs-$ Mirrors +or BeWa*ior Resear&W +or 

C(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Better S&Woo's i'ad8'+ia >?DG-

 ^ Mirrors +or BeWa*ior II Resear&W +or Better S&Woo's

i'ad8'+ia >?@-

SmitW L- M- 9Qi'emma in Edu&ationa' Inno*ation: a ro.'em +or 

 AntWropo'ogP as ;'ini&a' MetWod9 artigo apresentado ao

Simp<sio doA-E-R-A- AntWropo'ogi&a' Approa&Wes to tWe StudP

o+ Edu&ation6 No*a or >?@> SmitW L- M- e - M- ceitW So&ia'

sP&Wo'ogi&a' Aspe&ts o+ S&Woo'

Bui'ding Qesign U-S-O-E- ;ooperati*e Resear&W Report nu S)( `asWington Q-;- >?D@- SmitW L- M- e `- eo++reP !We ;omp'eJities o+

an Ur.an ;'assroom-

No*a or Ho't RineWart f `inston >?DG- SmitW L- M- e - A- M- Bro&

9o Bug9 oh: MetWodi&a' Issues in

;'assroom O.ser*ation Resear&W St- Ann ;-E-M-R-E-L- >?@- ^ !ea&Wer

'ans and ;'assroom Intera&tion- St- Ann ;- E-

M-R-E- L--SmitW L- M- e - A- oW'and 9Edu&ationa' !e&Wno'ogP and tWe Rura'

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HigW'ands9 A-E-R-A- MonograpW Series on ;urri&u'um

E*a'uation nu @ ;Wi&ago Rand M&Na''P- SnPder B- R- !We Hidden

;urri&u'um No*a or cnop+ >?@>- Stones E- e S- Morris !ea&Wing ra&ti&e:

ro.'ems and erspe&ti*es-

Londres MetWuen >?@- Strodt.&& 9;onsiderations o+ Meta)MetWod in

;ross);u'tura'

Studies9- In: Q- R- ri&e)`i''iams "org-$ ;ross);u'tura' Studies-

HarmondsortW enguin >?D?- idi&W A- - 9arti&ipant O.ser*ation and

;o''e&tion and Interpretation

o+ Qata9 Ameri&an ourna' o+ So&io'ogP D >?FF (FC)(D- `a'er R- !We

So&ia' Setting o+ tWe ;'assroom a Re*ie o+ 

O.ser*ationa' Studies and Resear&W tese de doutoramento não

pu.'i&ada Uni*ersidade de Londres >?@>- ^ 9!We So&io'ogP o+ Edu&ation

and Li+e in S&Woo'

;'assrooms9 Internationa' Re*ie o+ Edu&ation >G >?@ ()

C(-

 A o.ser*ação antropo'<gi&a da interação pro+essor)a'uno: resumo de uma

proposta

Maria He'ena Sou#a atto

 As propostas metodo'<gi&as &ompi'adas por Mi&Wae' Stu..s e Sara Qe'amont

em EJp'orations in ;'assroom O.ser*ation ">?@D$ pretendem ser um &aminWo

a'ternati*o na pesTuisa edu&a&iona'- Esta preo&upação nas&eu de uma insatis+ação

&om o &aráter Tue as in*estigaçes so.re o ensino e a es&o'a assumiram no

de&orrer de sua Wist<ria- Ap<s um &ongresso rea'i#ado na Uni*ersidade de

Lan&aster em >?@ um grupo de pesTuisadores de Edin.urgo es&re*eu uma s8rie

de artigos Tue pudessem dar in&io % mudança do estado de &oisas insatis+at<rio-Qois aspe&tos &ara&tersti&os da pesTuisa edu&a&iona' tradi&iona' &Wamaram

a atenção destes pesTuisadores: a$ a +a'ta de pesTuisas &ondu#idas em am.iente

de sa'a de au'a ou se4a a +a'ta de o.ser*açes diretas de pro+essores e a'unos

interagindo dentro das sa'as de au'a\ .$ o uso de m8todos e t8&ni&as Tue não

permitem a &ompreensão dos pro&essos edu&a&ionais na medida em Tue não se

detXm na o.ser*ação do Tue o&orre em sa'a de au'a &omo 8 o &aso da ap'i&ação

de testes e de Tuestionários a amostras de su4eitos ou apesar de se *o'tarempara a o.ser*ação direta dos +en]menos Tue o&orrem em sa'a de au'a não +a#em

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 4ustiça % &omp'eJidade destes e*entos\ nesta &ategoria estão in&'udas as t8&ni&as

de aná'ise da interação entre e'es a di+undida t8&ni&a &riada por 'anders ">?DF

>?@$-

Qe'amont e Hami'ton no artigo pre&edente te&eram *árias &rti&as % aná'ise

da interação\ neste &aptu'o a'8m de &omp'ementar o Tuadro de restriçes

&omparti'Wado por este grupo de pesTuisadores ing'eses em re'ação aos m8todos

tradi&ionais de aná'ise da interação resta)nos es&'are&er um pou&o mais

deta'Wadamente a nature#a das &Wamadas

i

C(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

t8&ni&as antropo'<gi&as- Antes por8m &on*8m Tue nos detenWamos em

a'gumas a+irmaçes es&'are&edoras a este respeito rea'i#adas por Stu..s- No

pre+á&io da &o'etnea segundo e'e as t8&ni&as e m8todos antropo'<gi&os tXm por

o.4eti*o dete&tar a &omp'eJidade da sa'a de au'a atra*8s do desen*o'*imento de

&on&eitos e de uma 'inguagem des&riti*a Tue &aptem a'guns aspe&tos do

&omportamento de pro+essores e a'unos eJ&'udos pe'as t8&ni&as &on*en&ionais de

o.ser*ação- ara atingi)'o seus proponentes *a'em)se de di+erentes m8todos

.aseados em di+erentes re+eren&iais te<ri&os perten&entes % psi&o'ogia % psi&o'ogia

so&ia' % antropo'ogia so&ia' % so&io'ogia e % so&io'ingusti&a- Isto porTue a&reditam

Tue Tua'Tuer ortodoJia *iria a impedir Tue esta área assumisse um &aráter

eJp'orat<rio ne&essário % sua &onso'idação em .ases di*ersas das Tue

prematuramente se esta.e'e&eram na pesTuisa em sa'a de au'a- Em &onsonn&ia

&om esta postura *a'em)se dos mais *ariados m8todos e t8&ni&as de &o'eta de

dados: desde o gra*ador e o +i'me anotaçes no de&orrer das o.ser*açes e

esTuemas de o.ser*ação pre*iamente preparados at8 entre*istas +ormais ein+ormais &om pro+essores e a'unos- E importante registrar desde 'ogo no entanto

Tue o uso Tue +a#em de tais re&ursos ou se4a a maneira &omo a.ordam os dados

por e'es registrados di+ere su.stan&ia'mente do modo &omo um pesTuisador de

orientação &omportamenta' o +aria-

ários dos artigos &ontidos no 'i*ro estão *o'tados para a des&rição e a

eJp'i&ação da &omuni&ação *er.a' e não)*er.a' Tue o&orre em sa'a de au'a- ara

+ins de i'ustração da maneira &omo estes pesTuisadores tra.a'Wam *amos nosdeter na apresentação mais pr<Jima das id8ias &on&eitos e m8todos &ontidos num

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artigo de Sara Qe'amont: 9BePond 'anders ie'ds: tWe Re'ationsWip o+ Su.4e&t

Matt&r and Indi*idua'itP to ;'assroom StP'e9 e no re'ato de pesTuisa da autoria de

Ro. `a'er e ;'em Ade'man: Stra.erries-

ii

Sara Qe'amont está *o'tada para a aná'ise da maneira pe'a Tua' o esti'o

indi*idua' do pro+essor e a mat8ria a+etam a interação Tue se *eri+i&a em &'asse-

ara isso *a'e)se de dados +orne&idos pe'a o.ser*ação sistemáti&a do

&omportamento dos pro+essores mas &omp'ementa)os &om dados &o'Widos por

meio de o.ser*ação não)estruturada de 'onga duração e de entre*istas +ormais e

in+ormais &om pro+essores & a'u

 A o.ser*ação antropo'<gi&a da interação pro+essor)a'uno

C((

nos- usti+i&ando esta &omp'ementação Qe'amont argumenta Tue os

esTuemas de o.ser*ação sistemáti&a podem +orne&er dados adeTuados so.re

&ertos aspe&tos da interação em sa'a de au'a\ podem por eJemp'o mostrar Tue os

pro+essores di+erem Tuanto % maneira &omo 'e&ionam mas não são &apa#es de

re*e'ar por Tue di+erem neste aspe&to ou Tuais os &omponentes da situação de

ensino espe&+i&a daTue'a sa'a de au'a estão &ontri.uindo para Tue seu

&omportamento assuma aTue'a +orma pre+erentemente % outra- ara &onsegui)'o 8

pre&iso re&orrer a m8todos Tue permitam Tue &ategorias e &on&eitos emer4am

durante a pesTuisa-

O Tue Qe'amont pretende em V'tima instn&ia 8 o &ote4o de um m8todo

tradi&iona' de o.ser*ação de interação o IA; "'anders6 Intera&tion Ana'Psis

;ategories$ &om uma metodo'ogia menos rgida de &o'eta de dados Tue permita

apreender &om mais +ide'idade a *ida Tue se pro&essa em sa'a de au'a- Qurante oito

semanas de pesTuisa de &ampo &o'Weu dados Tue 'We permitiram estudar asre'açes entre estes dois tipos de m8todos- Antes de passarmos ao pro&edimento

propriamente dito 8 importantssimo registrar a &rti&a Tue Qe'amont te&e ao rumo

Tue as pesTuisas edu&a&ionais tomaram orientadas pe'o m8todo da aná'ise da

interação na medida em Tue 8 a partir desta &rti&a Tue e'a se 'ança em .us&a de

outras +ormas de pesTuisa Tue e'iminem a possi.i'idade de o&orrXn&ia dos

pro.'emas dete&tados- Qi# e'a:

prin&ipa' o.4eti*o da maioria das pesTuisas &ondu#idas por meio det8&ni&as sistemáti&as tem sido o de produ#ir resu'tados práti&os de ap'i&ação

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imediata ao in*8s da &ondução de pesTuisa 6pura6- Os pesTuisadores estão

parti&u'armente interessados em me'Worar a e+i&iXn&ia do pro+essor e usar os

m8todos de o.ser*ação no treinamento de pro+essores- "---$ Este +ato te*e duas

&onseT1Xn&ias +undamentais Tue nos preo&upam: o dese4o de me'Worar o ensino no

mar&o do status Tuo da seda de au'a tradi&iona' em 'ugar de Tuestionar suas

premissas .ási&as e o prop<sito de esta.e'e&er 6normas6 para o &omportamento do

pro+essor em 'ugar de &onsiderar &ada pro+essor &omo um indi*duo "p- >C$

 A primeira etapa da tare+a de &ara&teri#ar a re'ação entre a mat8ria e a

indi*idua'idade do pro+essor de um 'ado e o esti'o predominante em sa'a de au'a

de outro &onsistiu na o.ser*ação da interação segundo o m8todo de 'anders- Esta

&o'eta de dados +oi rea'i#ada nas primeiras

C(C

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

semanas do tra.a'Wo de &ampo antes Tue segundo re&omendaçes do

pr<prio 'anders o o.ser*ador &onWe&esse os a'unos pe'o nome e os pro+essores

&omo pessoas e pudesse +un&ionar &omo um aut]mato pois segundo as premissas

do m8todo de 'anders o uso de m8todos no)estruturados e de entre*istas nesta

+ase 9&orromperia9 as a*a'iaçes- E Qe'amont não &onsegue deiJar de ser .astante

ir]ni&a ao +a#er estes &omentários-

 A partir da &ategori#ação dos dados e do &á'&u'o da por&entagem de

interação dedi&ada % +a'a do pro+essor % +a'a do a'uno e ao si'Xn&io ou &on+usão

Qe'amont ordenou os pro+essores de&res&entemente em re'ação % por&entagem de

9+a'a do pro+essor9 in&'uindo &omo ponto de re+erXn&ia os nVmeros o.tidos por

'anders para aTui'o Tue e'e &Wama de 9pro+essor m8dio9- O.ser*ou atra*8s deste

pro&edimento Tue os pro+essores de mat8rias seme'Wantes tendem a se agrupar

em torno de por&entagens muito pr<Jimas- or eJemp'o os pro+essores de eogra)+ia e Hist<ria +a'am mais ao passo Tue os pro+essores de 'nguas +a'am menos e os

pro+essores de &iXn&ias tendem a o&upar uma posição intermediária- Isto &omo

padrão gera'\ na *erdade Wá eJ&eçes &omo 8 o &aso de um pro+essor de Bio'ogia

e um de eogra+ia Tue se en&ontram a.aiJo da m8dia de 'anders- Qe outro 'ado

a simp'es ordenação das por&entagens de +a'a do pro+essor nas *árias mat8rias

permite *eri+i&ar Tue os pro+essores de Matemáti&a estão mais pr<Jimos dos

pro+essores de 'nguas do Tue dos pro+essores de si&a umi&a e Bio'ogia- Estesdados segundo Qe'amont são esperados pois 8 sa.ido Tue os pro+essores de

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'nguas pro&uram +a#er &om Tue seus a'unos +a'em a 'ngua Tue estão ensinando o

Tue resu'ta em menos *er.a'i#ação dos pro+essores e mais *er.a'i#ação dos a'unos

do Tue nas demais au'as- Sa.e)se tam.8m Tue dada a nature#a +atua' da

eogra+ia e da Hist<ria seus pro+essores tendem a &o.rir o &onteVdo da mat8ria

dando au'as eJpositi*as em 'ugar de promo*er dis&usses ou ati*idades de

perguntas)e)respostas- O +ato de os pro+essores de ;iXn&ias terem se situado 'ogo

a.aiJo dos pro+essores de Estudos So&iais apresentando portanto uma a'ta pro)

porção de inter*ençes *er.ais durante as au'as i'ustra a inadeTuação da ap'i&ação

do IA; a determinadas mat8rias- Rea'mente argumenta Qe'amont os pro+essores

de &iXn&ias +a'am durante trXs Tuartos do tempo mas do tempo dedi&ado %

interação pV.'i&a- Ao de+inir &omo interação somente a &on*ersação pV.'i&a Tue se

dá entre duas ou mais pessoas 'anders e'imina todas as interaçes em sa'a de

au'a Tue de+i

 A o.ser*ação antropo'<gi&a da interação pro+essor)a'uno

C(F

nem uma situação de interação pri*ada- Assim todas as au'as nas Tuais uma

pessoa 'X ou eJpe um assunto o tempo todo ou nas Tuais os a'unos +a#em

tra.a'Wos es&ritos ou tra.a'Wos práti&os em grupo ou indi*idua'mente não são

pass*eis de aná'ise atra*8s do IA;- E as au'as de &iXn&ias na es&o'a o.ser*ada

ao &ontrário da maioria das mat8rias são &onstitudas em grande parte de

tra.a'Wos práti&os onde 8 &omum a interação pri*ada- ara dete&tá)'a são

ne&essários outros m8todos-

uando su.mete os dados &o'Widos atra*8s do m8todo de 'anders a uma

aná'ise mais deta'Wada Qe'amont se de+ronta &om outras 'imitaçes\ o &á'&u'o da

proporção de respostas do pro+essor "Tue &ompara as proporçes de respostas

a&eitadoras e re4eitadoras do pro+essor diante do Tue os a'unos +a'am$ daproporção de perguntas do pro+essor "Tue &ompara a Tuantidade de perguntas e de

eJposição na +a'a do pro+essor$ e da proporção de ini&iati*a do a'uno "Tue &ompara

a Tuantidade de +a'a espontnea e de +a'a so'i&itada do a'uno$ resu'tou numa ta.e'a

Tue dá a impressão de &aos e deu margem a uma s8rie de perguntas sem resposta

no &onteJto do m8todo de 'anders- ara respondX)'as Qe'amont dete*e)se no

eJame &omparati*o de Tuatro pro+essores atra*8s de outros m8todos Tue

permitissem apreender as &ausas das di+erenças registradas entre e'es- Quas daspro+essoras &omparadas Tue 'e&iona*am Latim numa es&o'a ir'andesa +eminina

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tradi&iona' o.ti*eram resu'tados seme'Wantes Tuanto % proporção &om Tue reagiam

a&eitadoramente %s inter*ençes das a'unas e Tuanto % .aiJa proporção de

ini&iati*a dos a'unos em suas au'as mas di+eriram su.stan&ia'mente Tuanto %

proporção de perguntas3eJposição- E Qe'amont se pergunta: por TuXY O Tue

responde por esta di+erençaY O IA; &ertamente não pode nos es&'are&er\ somente

a aná'ise de dados mais Tua'itati*os a respeito de aspe&tos do esti'o e da

apresentação pessoa' do pro+essor da nature#a dos Worários das atitudes dos

pro+essores +rente a e'es e so.re a maneira &omo os a'unos interpretam as

intençes dos pro+essores e se sentem em re'ação a e'es pode nos +orne&er uma

resposta-

Qados deste tipo ne&essariamente indi*iduais e idiossin&rási&os não podem

ser &o'Widos atra*8s de esTuemas sistemáti&os e predeterminados\ ao &ontrário

eJigem m8todos não)estruturados atra*8s dos Tuais o o.ser*ador possa

dete&tar os aspe&tos importantes de &ada situação de ensino Tuer e'es se4am ou

não os mesmos em &ada &aso- Em

C(D

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

outras pa'a*ras torna)se essen&i&d a o.ser*ação não)estrutu)rada e para

termos a &erte#a de Tue dete&tamos os aspe&tos da situação importantes para os

parti&ipantes +a#em)se ne&essárias entre*istas +ormais e in+ormais "p- >? gri+o

nosso$

!endo &ons&iXn&ia de Tue os dados &o'Widos atra*8s de o.ser*ação não)

estruturada apresentam uma tendXn&ia a se tornarem di+&eis de 'idar Qe'amont

se'e&ionou a'guns temas uni+i&adores Tue estruturassem os dados- A es&o'Wa

destes temas não +oi &asua' ou rea'i#ada aprioristi&amente em +unção de interesses

prede+inidos pe'o pesTuisador- Ao &ontrário emergiram de duas +ontes: asentre*istas +ormais e in+ormais rea'i#adas &om as a'unas & a +ase de tra.a'Wo de

&ampo rea'i#ada pe'o o.ser*ador\ todos os temas es&o'Widos se mostraram impor)

tantes na de+inição do pro+essor enTuanto indi*idua'idade- Entre os temas

se'e&ionados Tuatro se desta&am &omo os prin&ipais: o am.iente +si&o &riado pe'as

pro+essoras sua aparXn&ia pessoa' as opinies das a'unas so.re e'as e eJ&ertos

de diá'ogos o&orridos durante as au'as- O primeiro aspe&to +oi &ara&teri#ado

prin&ipa'mente atra*8s de anotaçes de &ampo rea'i#adas pe'o o.ser*ador osegundo atra*8s de &on*ersas in+ormais &om as a'unas o ter&eiro por meio de

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entre*istas +ormais &om as a'unas e o Tuarto atra*8s de anotaçes deta'Wadas

tomadas em sa'a de au'a num &onteJto de o.ser*ação não)estruturada-

 A &om.inação destes dados &om os re+erentes % nature#a da mat8ria Tue

ensina*am possi.i'itou entender as di+erenças entre as duas pro+essoras de Latim

a&ima re+eridas\ ao adotar esta mV'tip'a perspe&ti*a no entendimento da Tuestão

pesTuisada Qe'amont supera o simp'ismo da a.ordagem de 'anders para Tuem o

+ator mais importante a ser ana'isado em sa'a de au'a 8 a +a'a do pro+essor em seu

aspe&to Tuantitati*o essen&ia'mente- Numa passagem de uma de suas o.ras re)

&entes 'anders 8 .astante &'aro a esse respeito: 9&omo o pro+essor tem mais

autoridade do Tue Tua'Tuer a'uno9 sua &omuni&ação 8 9o +ator mais importante no

esta.e'e&imento do tom da interação9 "'anders >?@ p- (F)(D &itado por

Qe'amont >?@D p- >C$- A pesTuisa empreendida por esta autora *eio mostrar Tue

o tom da interação depende de muitos outros +atores insuspeitados pe'as &ategorias

&riadas pe'o autor doIA;-

 A o.ser*ação antropo'<gi&a da interação pro+essor)a'uno

C(@

iii

`a'er e Ade'man *ão mais 'onge ao a.ordarem um aspe&to da re'ação em

sa'a de au'a at8 agora neg'igen&iado pe'as a.ordagens mo'e&u'ares *igentes: o da

eJtrema &omp'eJidade dos signi+i&ados &omuni&ados em sa'a de au'a atra*8s da

interação *er.a' entre pro+essores e a'unos- Segundo e'es esta &omp'eJidade

apare&e &om toda a sua +orça nas re'açes in+ormais Tue se esta.e'e&em entre o

pro+essor e os a'unos em espe&ia' nas piadas e re'açes 4o&osas Tue se dão em

determinados momentos- Este tipo de interação pode pare&er tota'mente destitudo

de sentido para um o.ser*ador Tue des&onWeça a Wist<ria daTue'e grupo\ assim

sendo um o.ser*ador munido do IA; +a&i'mente as &o'o&aria na &ategoria amp'a &indi+eren&iada de 9si'Xn&io ou &on+usão9 perdendo assim aspe&tos

importantssimos da *ida em sa'a de au'a-

Estes pesTuisadores 'ogo per&e.eram Tue o uso dos instrumentos

tradi&ionais de o.ser*ação Tuer +ossem os sistemas de &ategorias pre*iamente

de+inidas Tuer assumissem a +orma de es&a'as de a*a'iação do &omportamento

era inadeTuado aos +ins a Tue se propunWam: determinar os signi+i&ados imp'&itos

ou o&u'tos na interação *er.a' Tue se dá em sa'a de au'a e Tue podem eJprimir+a&etas importantes da *ida da &'asse- Os m8todos e t8&ni&as eJistentes .aseiam)

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se segundo `a'er e Ade'man em trXs pressupostos Tue os tornam por prin&pio

inadeTuados % &o'eta do tipo de dados Tue permitem atingir esse o.4eti*o- Estes

pressupostos são assim resumidos: a$ o pape' do pro+essor 8 &onsiderado &entra'

em sa'a de au'a e a *ariedade de pap8is Tue os a'unos podem assumir 8

des&onsiderada\ .$ o &onteJto so&ia' predominante na re'ação pro+essor)a'uno 8

aTue'e em Tue uma pessoa +a'a "gera'mente o pro+essor$ e todos os a'unos

assumem um pape' de espe&tadores\ &$ a 'inguagem o diá'ogo a &omuni&ação são

&onsiderados &omo pro&essos re'ati*amente 'ineares transparentes ineTu*o&os

Tuase me&ni&os- Suas o.ser*açes rea'i#adas durante a pesTuisa Tue empreen)

deram 'e*aram)nos a +ormu'ar premissas opostas: a$ tanto a imagem do pro+essor

&omo a do a'uno di+erem em &onteJtos di*ersos\ nas di+erentes au'as as &rianças

desempenWam pap8is e assumem identidades muito di+erentes e estas determinam

em grau &onsiderá*e' os tipos de interação poss*eis naTue'e am.iente\ de outro

'ado o pape' dos pro+essores o.ser*ados não se resume numa re'ação me&ni&a

de ensino mas 8 mar&ado por &a'or Wumano e indi*idua'idade\ isto porTue rea'i#a

C(G

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

ram a pesTuisa numa es&o'a Tue Wa*ia passado por pro+undas mudanças\ .$

as situaçes em Tue o pro+essor +a'a e os a'unos se 'imitam a ou*ir passi*amente

são pou&as e .re*es\ a &omuni&ação entre os a'unos Tue não se dá atra*8s do

pro+essor 8 um e'emento essen&ia' % a*a'iação do Tue o&orre em sa'a de au'a\ &$

as gra*açes Tue rea'i#aram *ieram mostrar Tue a &omuni&ação ora' 'onge de ser

um pro&esso me&ni&o e pre*is*e' 8 a'go a'tamente &omp'eJo ri&o de signi+i&ados

&ontradit<rios e .i#arros e +reT1entemente permeado de di+i&u'dades e &on+uses-

O&u'to so. a estereotipia das situaçes +ormais em sa'a de au'a eJiste um

*erdadeiro sistema so&ia' do Tua' parti&ipam pro+essores e a'unos- !rata)se de umaintrin&ada rede de eJpe&tati*as identidades simpatias e antipatias Tue inter+ere

diretamente so.re as re'açes Tue se dão entre pro+essores e a'unos- !oda &'asse

tem uma Wist<ria e uma mem<ria &omparti'Wada\ a re&onstituição desta Wist<ria &

essen&ia' % &ompreensão dos signi+i&ados Tue a são &omuni&ados- uanto mais

in+ormais as situaçes o.ser*adas mais e*idente se torna esta rede en&o.erta de

inter)re'açes- Somente uma pesTuisa Tue insira os diá'ogos em seu &onteJto

espa&ia' e tempora' mais amp'o 8 Tue poderá re*e'ar em toda a sua riTue#a Tue ose*entos o&orridos em sa'a de au'a tXm para seus parti&ipantes signi+i&ados

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imp'&itos adTuiridos no de&orrer do tempo e intimamente re'a&ionados &om as

identidades pessoa' e so&ia' de pro+essores e a'unos-

ara sanar as di+i&u'dades presentes nos m8todos at8 então desen*o'*idos

`a'er e Ade'man *a'eram)se de m8todos e t8&ni&as de o.ser*ação dos mais

*ariados tipos: +i'magem e gra*ação das au'as o.ser*açes intensi*as durante

perodos &urtos e 'ongos de tempo a&ompanWadas de anotaçes &onsu'tas %s

notas dos pro+essores seus p'anos de au'a entre*istas &om os pro+essores e os

a'unos- ;omo &ara&tersti&a distinti*a de sua pesTuisa en&ontramos a o.ser*ação

parti&ipante de 'onga duração e a t8&ni&a &inematográ+i&a do &onge'amento por

e'es deta'Wada em outras pu.'i&açes "`a'er e Ade'man >?@\ Ade'man e `a'er

>?@C$- A uti'i#ação da o.ser*ação parti&ipante tem muito em &omum &om a t8&ni&a

empregada por SmitW e eo++reP ">?DG$ Tuando de seu estudo pro'ongado das

sa'as de au'a nos &entros ur.anos-

O signi+i&ado das &omuni&açes não seria a&ess*e' % pesTuisa no)

o.ser*a&iona' % pesTuisa o.ser*a&iona' pr8)&odi+i&ada e nem mesmo % o.ser*ação

parti&ipante de &urta duração- Somente a presença do pesTuisador em sa'a de au'a

durante um 'ongo perodo não s< o.ser 

 A o.ser*ação antropo'<gi&a da interaçãopro+essor)a'uno

C(?

*ando mas tam.8m &on*ersando &om pro+essores e a'unos pode &aptá)'o-

Qa a importn&ia das entre*istas so.retudo das in+ormais-

O interesse V'timo Tue su.4a# a todo o empenWo de `a'er e Ad&'man 8 a

&riação de um instrumenta' Tue permita a a*a'iação do impa&to de ino*açes

edu&a&ionais so.re o ensino tradi&iona'- Segundo e'es 8 pre&iso 'o&a'i#ar &

des&re*er as mani+estaçes a n*e' da sa'a de au'a de di+erentes tipos de mudança

edu&a&iona'\ des&endo a este n*e' de aná'ise & poss*e' *eri+i&ar se as ino*açesedu&a&ionais a&arretaram modi+i&açes nos n*eis mais pro+undos do pro&esso de

ensino ou não passaram de mudanças super+i&iais Tue deiJaram into&ado o &erne

do pro&esso edu&a&iona': a re'ação edu&ador)edu&ando-

i*

Qesne&essário di#er a 'eitura deste artigo não in*a'ida a ne&essidade de

entrar &m &ontato direto &om os teJtos a Tue e'e se re+ere- Antes não s< o

&onWe&imento na +onte dos no*e &aptu'os Tue &ompem a o.ra de Stu..s &Q&'amon' & re&omendá*e'- A 'eitura de *ários dos teJtos por e'es reunidos nos

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+a#em &omo Tue retro&eder no tempo mais pre&isamente %s d8&adas de trinta e

Tuarenta Tuando surgiram *ários estudos antropo'<gi&os d& &u'turas primiti*as e

grupos ra&iais minoritários Tue tinWam por meta esta.e'e&er e'os entre &on&eitos

psi&ana'ti&os so&io'<gi&os & d& psi&o'ogia so&ia' atra*8s de m8todos de

in*estigação tpi&os da antropo'ogia &u'tura': a o.ser*ação parti&ipante de 'onga

duração tanto d& aspe&tos materiais &omo d& &ara&tersti&as interpessoais dos

grupos Wumanos estudados\ as entre*istas in+ormais &om *ários mem.ros

signi+i&ati*os na &omunidade estudada\ os estudos de &aso\ os re'atos

auto.iográ+i&os 'i*res- Estamos nos re+erindo % 8po&a áurea dos estudos

&ondu#idos por RutW Ben&di&t Margar&t Mead 'r*ing Ha''oe'' Eri Eri&son e

tantos outros reunidos por ;'Pde c'u&WoWn & HenrP MurraP ">?F$ numa o.ra

aparentemente superada mas Tue pode ser re*i*ida &omo +orma d& +a#er +rente %

*oragem Tuanti+i&adora & % &rença não s< na possi.i'idade & na *antagem da

ro.oti#ação do pesTuisador mas tam.8m de promo*er o ser Wumano para a'8m de

uma &ondição d& o.4eto ou mesmo d& su4eito d& pesTuisa &o'o&ando)o no &entro do

pro&esso d& in*estigação na Tua'idade de parti&ipante ati*o no pro&esso de

produção d& &onWe&imento-

CC

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Re+erXn&ias .i.'iográ+i&as

 Ade'man ; e R- `a'er 9Stop)rame ;inematograpWP itW SPn&Wroni#ed

Sound: a !e&WniTue +or Re&ording Long)!erm SeTuen&es in S&Woo' ;'assrooms9

ourna' o+ So&ietP o+ Motion i&ture and !e'e*ision Engeneers março de >?@C-

'anders N- A- Intera&tion Ana'Psis in tWe ;'assroom: A Manua' +or

O.ser*ers- S&Woo' o+ Edu&ation Uni*ersidade de Mi&Wigan >?DF-

'anders N- A- Ana'Psing !ea&Wing BeWa*ior- No*a or Addison)`es'eP>?@-

c'u&WoWn ; e H- A- MurraP "orgs-$ ersona'itP: in Nature So&ietP and

;u'ture No*a or A'+red A- cnop+ >?F-

SmitW L- M- e ` - eo++reP !We ;omp'eJities o+ an Ur.an ;'assroom- No*a

or Ho't RineWart f `inston >?DG-

Stu..s M- e S- Qe'amont EJp'orations in ;'assroom O.ser*ation- Londres

oWn `i'eP >?@D-

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`a'er R- e ;- Ad&'man !oards a So&iograpWP o+ ;'assrooms- Re'at<rio

apresentado ao SSR; ;We'sea ;o''ege o+ S&ien&e and !e&Wno'ogP mimeogra+ado

"a&ess*e' atra*8s da Nationa' Lending Li.rarP$-

arte I Repensando a si&o'ogia es&o'ar 

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Introdução

 A importn&ia so&ia' da psi&o'ogia es&o'ar &ontanto Tue +undada numa

re*isão &rti&a da pr<pria &iXn&ia psi&o'<gi&a & o tema do artigo de Leser d& Me''o

Tue o situa no m.ito de uma Tuestão mais amp'a: o da +ormação de psi&<'ogos-

O aumento do nVmero de *agas na es&o'a de Ia grau possi.i'itou o a&esso

aos .an&os es&o'ares de mais &rianças das &Wamadas &'asses popu'ares- No

entanto a demo&rati#ação do ensino ainda 8 utopia não s< porTue o su&esso e a

permanXn&ia de'as na es&o'a são di+i&u'tados ou impedidos por práti&as e pro&essos

institu&ionais Tue oprimem e eJ&'uem mas tam.8m porTue a es&o'a demo&ráti&a s<

será poss*e' numa so&iedade *erdadeiramente demo&ráti&a- ;a.e aos Tue

produ#em ensinam e prati&am a psi&o'ogia tomar &ons&iXn&ia do modo pe'o Tua'

teorias m8todos e t8&ni&as Tue natura'i#am os Womens isto 8 tornam)no &oisa &u4a

&ompreensão pres&inde de sua inserção no pro&esso Wist<ri&o tXm &ontri.udo para

este estado de &oisas- uer Tuando atuam 4unto a a'unos e pro+essores nas

es&o'as Tuer Tuando parti&ipam de eTuipes de p'ane4amento e a*a'iação &urri&u'ar

os psi&<'ogos tXm adotado uma *isão de es&o'a e de +ra&asso es&o'ar Tue a&a.a

dando +orça aos pro&essos de dominação e eJ&'usão &omo re*e'aram muitos dos

artigos in&'udos nas artes I a III-

Em >?DC o psi&<'ogo norte)ameri&ano Roger Reger pergunta*a: psi&<'ogo

es&o'ar: edu&ador ou &'ni&oY(C Esta pergunta perdeu a ra#ão de ser &om o a*anço

da &rti&a das &iXn&ias Wumanas par&e'ares .aseadas em &on&epçes de Womem e

de so&iedade de matri# .io'<gi&a- Sem &air na práti&a domesti&adora Tue o termo

9&'ni&o9 imprime % a.ordagem das di+i&u'dades de es&o'ari#ação Tua' se4a a de

insta'ação de &onsu't<rios psi&o'<gi&os 4unto %s es&o'as nos Tuais as di+i&u'dades

de es&o'ari#ação são &onsideradas a priori &omo mani+estaçes de anoma'ias

+si&as e psTui&as o psi&<'ogo pode en&ontrar nas es&o'as um &ampo detra.a'Wo no Tua' não pre&ise a.rir mão de sua espe&i+i&idade e trans+ormar)se em

pro+essor &onse'Weiro &onsu'tor ou

CC

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Tua'Tuer outro tipo de dono todo)poderoso da *erdade- Há nas es&o'as

pV.'i&as de 'u grau um espaço *ago no Tua' a +a&i'itação da passagem da

%&Ooger Oeger, ;@8e sc8ool psc8ologistR educator or clinicianY;. InR @8e Elementar c8ool Kournal, 1-&, p.29%2.

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&otidianidade para a não)&otidianidade "o Tue no &ampo do pensamento signi+i&a

passar do pensamento não)re+'eJi*o para o re+'eJi*o$ pode 'e*ar em &onta

angVstias +antasias e de+esas indi*iduais e grupais Tue .'oTueiam a &omuni&ação

a aprendi#agem e a aTuisição de &ons&iXn&ia &rti&a por parte de seus mem.ros

sem pre&isar negar Tue a es&o'a 8 uma instituição so&ia' mas ao &ontrário

tra#endo a dimensão so&iopo'ti&a para o &entro da &ompreensão do Tue se passa

nas es&o'as-

O ;aptu'o introdu# o 'eitor na &rti&a do &onWe&imento e da ação

psi&o'<gi&a in+ormados por &on&epçes desistori#adas da es&o'a e do +ra&asso

es&o'ar\ o ;aptu'o ( &omp'ementa)o tomando eJemp'os &on&retos de mane4o d&

situaçes es&o'ares pe'os Tue prati&am a psi&o'ogia orientados pe'a &rença ingXnua

de Tue se são &ientistas são po'iti&amente neutros & nada tXm a *er portanto &om

as Tuestes re'ati*as ao eJer&&io do poder-

>

 A +ormação pro+issiona' dos psi&<'ogos: apontamentos para um estudo

SP'*ia Leser de Me''o(F

 A insu+i&iXn&ia da es&o'a &omo uma agXn&ia so&ia' espe&ia'i#ada em

edu&ação tema desen*o'*ido nas aná'ises &rti&as de I*an '''i&W ">?@($ ou mesmo

na o.ra de Bourdieu e asseron ">?@$ +oi o.4eto de um eJtenso re'at<rio da

Unes&o ">?@$ Tue interessou 9o+i&ia'mente9 aos edu&adores por pro.'emas Tue

não sendo no*os podem ser eJaminados &om redo.rada atenção- Os Tue estão

en*o'*idos na +ormação de 7 pro+issionais d& n*e' superior sentem a&aso mais

pro+undamente o +ra&asso re'ati*o da es&o'aridade pois re&e.em os produtos da

edu&ação primária e se&undária e &onWe&em as de+i&iXn&ias da uni*ersidade e os

empe&i'Wos Tue de*em ser *en&idos para minorar ou e'iminar aTue'as de+i&iXn&ias-

Um tra.a'Wo de re+'eJão so.re pro.'emas tão s8rios s< pode o+ere&er maisindagaçes do Tue respostas propor e diagnosti&ar di+i&u'dades mais do Tue

reso'*X)'as- Assim animamo)nos a tratar neste peTueno tra.a'Wo do ma')estar e da

inTuietação per&ept*eis nos a'unos do &urso de graduação em si&o'ogia da US

Tue se e*iden&iam mais &on&retamente pe'a +reT1Xn&ia instá*e' e es&assa %s

sa'as de au'a ou de +orma menos pa'pá*e' no desinteresse Tue demonstram pe'os

tra.a'Wos es&o'ares tidos &omo 9o.rigaçes9 desagradá*eis a serem reso'*idas no

%'Do Departamento de Psicologia ocial e do @ra/al8o, Instituto de Psicologia, Universidade de o Paulo.Oeprodu*ido de Psicologia, I. n; 1, 1-5', p. 1'92?.

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+im dos perodos 'eti*os e a +im de 9passar de ano9- Mas a inTuietação não 8

apenas dos a'unos e as su&essi*as re+ormas do &urr&u'o indi&am Tue tam.8m os

pro+essores estão pro&urando maneiras no*as de &on&e.er um 9.om9 &urso de

graduação em si&o'ogia-

O primeiro grande pro.'ema Tue os a'unos en+rentam 8 o +ra&ionamento do

&onWe&imento re&e.ido durante o &urso- Em.ora e'e

CCC

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

&orresponda a uma &ara&tersti&a da pr<pria &iXn&ia psi&o'<gi&a Tue ainda

não se de+iniu &omo uma &iXn&ia unitária as mV'tip'as dis&ip'inas &om di+erentes

9&on&eituaçes .ási&as9 da si&o'ogia ou 9t8&ni&as psi&o'<gi&as9 Tue +ormam parte

do &urr&u'o não estão integradas de modo a o+ere&er ao a'uno nem seTuer uma

'ongnTua pare&ença &om o &onWe&imento da 9nature#a Wumana9 Tue *eio pro&urar

no &urso- or +im os a'unos não tXm uma per&epção adeTuada do o.4eto dos seus

estudos & a&a.am por +iJar a noção de Tue o &omportamento Wumano s< 8

apreens*e' por uma in+inidade de +<rmu'as +ragmentárias-

Entretanto esse pro.'ema tem uma origem mais &omp'eJa- !eori&amente

esta 8 a pergunta Tue preside % e'a.oração do &urr&u'o para um &urso de

si&o'ogia: o Tue 8 um psi&<'ogoY A resposta pare&e simp'es: o psi&<'ogo 8 aTue'e

pro+issiona' Tue estuda e &onWe&e o &omportamento Wumano- Mas estudar 8 apenas

um aspe&to da preparação do pro+issiona'- O outro & a ap'i&ação desse

&onWe&imento no dia)a)dia do eJer&&io pro+issiona'- O &urso sempre te*e

di+i&u'dades para o+ere&er aos a'unos uma 9práti&a9 satis+at<ria- Os estágios

o.rigat<rios e &om super*isão so+rem *ários tipos de restriçes: de espaço de

tempo de disponi.i'idade dos pro+essores para super*isão do tipo de &'iente'a Tue

pro&ura os ser*iços gratuitos de psi&o'ogia do +ato dos estágios serem apXndi&esde &ursos te<ri&os da +ragmentação do &onWe&imento e assim por diante-

Esses +atores são &m grande parte responsá*eis pe'a &res&ente inTuietação

dos a'unos % medida Tue *ão &omp'etando o &urso- E'a eJprime n*eis di*ersos de

preo&upaçes- Há o n*e' imediato ou se4a a possi.i'idade de en&ontrar tra.a'Wo

ra#oa*e'mente .em pago &omo psi&<'ogo- Há o n*e' um pou&o mais pro+undo Tue

aspira a um tra.a'Wo satis+at<rio segundo as pre+erXn&ias pessoais e a &apa&idade

inte'e&tua' & &riadora de &ada um- Há ainda o n*e' da &ons&iXn&ia 8ti&a e so&ia'Tue indaga do *a'or do ser*iço a ser prestado a uma &omunidade amp'a de a&ordo

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&om o nVmero de anos dispendidos no estudo e a Tua'idade & Tuantidade dos

&onWe&imentos re&e.idos-

uanto % ansiedade mais imediata dos a'unos não Wá muito o Tue di#er- O

mer&ado de tra.a'Wo para o psi&<'ogo em São au'o não 8 eJtenso e &orresponde

% pr<pria eJiguidade das áreas tradi&ionais de atuação: a psi&o'ogia &'ni&a se

poss*e' em &'ni&as & &onsu't<rios parti&u'ares e a psi&o'ogia ap'i&ada % es&o'a &

ao tra.a'Wo Tue ainda não se &ara&teri#am &omo áreas de grande interesse para os

psi&<'ogos-

 A +ormação pro+issiona' dos psi&<'ogos

CCF

Q& +ato &m pesTuisa rea'i#ada em >?@> e Tue &ompreendeu um

'e*antamento das o&upaçes d& todos os psi&<'ogos dip'omados at8 >?@ pe'os

&ursos de graduação eJistentes na &idade de São au'o o.ti*emos a seguinte

distri.uição dos psi&<'ogos pe'as áreas de tra.a'Wo:

NVmero de ati*idades atuais ">?@>$ dos psi&<'ogos distri.udas segundo as

áreas de tra.a'Wo

a&u'dade de i'oso+ia ;iXn&ias e Letras

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CD!omadas as ati*idades &'ni&as dos psi&<'ogos segundo o 'o&a' &m Tue

tra.a'Wa*am o.ti*emos o Tuadro a.aiJo:

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FCCD

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

uando &onstatamos Tue os psi&<'ogos atuam em sua grande maioria na

área &'ni&a das &'ni&as e &onsu't<rios parti&u'ares não estamos a+irmando Tueessa se4a a área pre+erida pe'os a'unos- E'a 8 &om &erte#a mais ntida para os

a'unos &omo oportunidade de o&upação-

 As outras áreas &omo a es&o'a e as empresas ou o tra.a'Wo em outras

instituiçes Tue representem no*as perspe&ti*as de atuação para os psi&<'ogos

são *istas &omo in&<gnitas pro+issionais- O &erto 8 Tue nem sempre as

oportunidades de tra.a'Wo Tue se o+ere&em aos re&8m)+ormados &orrespondem %s

eJpe&tati*as +ormu'adas durante o &urso- ATui 4á to&amos de perto as inTuietaçes

re'a&ionadas &om a satis+ação no tra.a'Wo- Esta ad*8m &omo para Tua'Tuer outro

pro+issiona' das &ondiçes em Tue rea'i#a seu tra.a'Wo e do emprego &on*eniente

dos &onWe&imentos adTuiridos- Qeri*a)se a'8m disso de um gosto pe'a tare+a e em

&ertos &asos da &erte#a de Tue está +a#endo um tra.a'Wo Vti'- ;Wegamos assim ao

n*e' mais pro+undo da inTuietação dos a'unos Tue 8 &omparti'Wada por um nVmero

muito grande de pro+essores: as 3Tuestes re'ati*as % uti'i#ação dos &onWe&imentos

ou mais radi&a'mente % uti'idade dos &onWe&imentos re&e.idos-

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;o'o&ada de uma +orma mais gera' essa Tuestão en*o'*e o pro.'ema da

re'ação entre o pro+issiona' e a so&iedade na Tua' *ai tra.a'War ou de +orma ainda

mais amp'a en*o'*e o pro.'ema das re'açes entre a edu&ação e a so&iedade- A

esse respeito es&o'Wemos um tre&Wo do re'at<rio da UNES;O ">?@ p- FC$:

En 'o Tue a nosotros respe&ta &onsideramos Tue eJiste en e4e&to una

&orre'a&i<n estre&Wa simu'tnea P di+erida entre 'as trans+orma&iones dei am.iente

so&io)e&on<mi&o P 'as estru&)turas P 'as +ormas de a&&i<n de 'a edu&a&i<n P

tam.i8n Tue 'a edu&a&i<n &ontri.uPe +un&iona'mente a' mo*imiento de 'a Wistoria-

ero adernas nos pare&e Tue 'a edu&a&i<n por e' &ono&imiento Tue propor&iona dei

am.iente donde se e4er&e puede aPudar a 'a so&iedad a tomar &on&ien&ia de sus

pr<prios pro.'emas P Tue a &ondi&i<n de dirigir sus es+uer#os a 'a +orma&i<n de

Wom.res &omp'etos &omprometidos &ons&ientemente en e' &amino de su

eman&ipa&i<n &o'e&ti*a e indi*idua' e''a puede &ontri.uir en gran manera a 'a

trans+orma&i<n P a 'a Wumani#a&i<n de 'as so&iedades-

!omado pe'o seu *a'or +a&ia' idea'ista e ameno nas suas +ormu)

 A +ormação pro+issiona' dos psi&<'ogos

CC@

'açes o teJto da UNES;O aponta &arXn&ias essen&iais na +ormação dos

nossos psi&<'ogos- A edu&ação re&e.ida 8 par&a em &onWe&imentos do am.iente

onde e'a se eJer&e- Não +orma 9Womens &omp'etos9 porTue o psi&<'ogo +oi

perdendo gradua'mente os 'aços Tue o prendiam %s &iXn&ias Wumanas e

trans+ormando)se num t8&ni&o Wa.i'itado a &onsertar a máTuina menta' mas

esTue&ido de Tue essa máTuina tem seu me&anismo em grande parte

determinado pe'a so&iedade- or +im o &omprometimento &om a pro+issão e &om o

prestgio da pro+issão a+astam)no do 9&omprometimento &ons&iente &om o &aminWo

da sua eman&ipação &o'eti*a e indi*idua'9-amos supor apenas &omo uma Wip<tese Tue o mer&ado de tra.a'Wo para o

psi&<'ogo &m São au'o so+ra uma inesperada eJpansão e Tue os pro+issionais

se4am &Wamados para tra.a'War: &om es&o'ares em es&o'as pV.'i&as da peri+eria

&om as +am'ias desses es&o'ares &om os pro+essores e diretores dessas es&o'as

&om menores <r+ãos e a.andonados nos re&o'Wimentos de menores nos or+anatos

&om as pessoas Tue &uidam desses menores &om de'inT1entes nas prises &om

os po'i&iais e os 4u#es &om migrantes e suas +am'ias &Wegados Wá pou&o em Sãoau'o-

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amos supor &om mais a'gum es+orço de imaginação Tue se4am &riados

&entros de 9psi&o'ogia pre*enti*a9 Tue de*am atender a todos os pro.'emas de

&aráter psi&o'<gi&o de uma &omunidade po.re-

 Apontaremos .re*emente sem pretender esgotá)'os os pro.'emas &om Tue

se de+rontariam os pro+issionais- Em primeiro 'ugar estariam +a&e a &ir&unstn&ias

am.ientais tão des+a*orá*eis ao desen*o'*imento dos seres Wumanos Tue seriam

o.rigados a s& despirem de +<rmu'as &omo 9a &entra'i#ação no &'iente9 e do uso de

t8&ni&as Tue imp'i&assem a demora eJ&essi*a para ameni#ação dos pro.'emas-

ara &omeçarem a tra.a'War &om a'guma e+i&á&ia teriam Tue re*er o &on&eito

aprendido de 9&omportamento norma'9- ;omo o indi&a Mo++at ">?@C p- @)@>$ este

8 sem dV*ida um produto ideo'<gi&o Tue *isa a sustentar +ormas adaptati*as ou

Tuiçá repressi*as da psi&oterapia: 7

*amos a intentar u.i&ar a' grupo so&ia' en&argado de e'a.orar P ser

depositário dei &on&epto 6&ondueta norma'6- ara nosotros P espe&ia'mente por sit

u.i&a&i<n en 'a estru&tiira de produ&&i<n este grupo es 'a &'ase media 'a 6&u'tura dei

emp'eado6\ su u.i&a&i<n &omo &'ase intermediaria entre 'as Tue dirigen P 'os Tue

produ&en &on&retamente es de&ir 'a &'ase a'ta P 'a &'ase

CCG

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

o.rera 'es dá &omo ro' 'a .uro&ra&ia de 'os papeies e' Wa&er o.ser*ar'os

reg'amentos P 'ograr Tue 'as ordenes de arri.a se &ump'an a.a4o- E' pape' de

6&a&aWuktes de' patron 'os ''e*a a 'a so.re)adapta&i<n a ser 'os de+ensores de 'as

+ormas de 'os papeies pu8s ni proPe&tan 'as ordenes ni 'as ''e*an a 'a prá&ti&a-

Esta a&titud de o.ediXn&ia P &ontro' se &ontamina a todo su mundo: 'a ropa &orre&ta

a a&titud mesurada 'a ade&ua&in pro'i4a a Worários a 'os dias de pago a +<rmu'as

so&ia'es opiniones ra#ona.'es siempre &on 'a so'ution dei t8rmino medio- Es e' gru)po so&ia' en&argado dei eTui'.rio de 'a Womeostasis de todo e' sistema\ 'a &'ase

media es 'a &'ase 6&o'&W<n6 Tue a.sor.e 'as situa&iones de &am.io de *io'Xn&ia

produ&ida desde a.a4o o desde arri.a Tue intenta siempre 'a estrat8gia de 'a

&onser*ation- Uno de 'os arTu8tipos de norma'idad e' emp'eado pV.'i&o 6&on treinta

anos de ser*ido 6 Tue ''ega a ser 'a &ari&atura de 'o Tue e' sistema ''ama 6nom.re

norma'6&on o.ediXn&ia automáti&a a &ua'Tuier reg'amento Tue proponga 'a

6superroridad6- En este sentido todo e' sistema .uro&ráti&o dei estado &onstituPe e'mar&o para medir 6'a norma'idad6P dis&riminar)'a de 'a 6pertur.ation psTui&a6- Lo

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parad<4i&o es Tue &onsiderado desde e' punto de *isto de una psi&o'ogia dinmi&a

este presunto 6norma'6 &onstituPe una *erdadera neurosis o.sesi*a Tue a *e&es

determina un empo.re&imiento de rea'i#ation *ita' muJ grande- Esta &onge'ation de

+un&iones psTui&as en parti&u'ar todo e' pro&eso in&on&iente &on su *ita' &onteVdo

dramáti&o está presentado por e' sistema ideo'<gi&o de 'a .urguesia ur.ana &omo

e' 6punto &ero6de 'a norma'idad a partir dei &ua' se miden todas 'as &ondu&tas

margina'es- para este de'ito de uso de imagination P 'a e'e&tion de so'u&iones

persona'es está 'a segregation primero so&ia' P 'uego para re.e'dias más *io'entas

P .i#arras 'a segregation +si&a en Wosp&ios-

o'temos um instante aos estágios rea'i#ados pe'os a'unos durante o &urso-

 A &'iente'a Tue pro&ura os ser*iços de psi&o'ogia da Uni*ersidade de São au'o

perten&e em grande maioria % &'asse m8dia- O aprendi#ado deri*ado dos estágios

não tra# para os a'unos situaçes Tue se4am estrutura'mente muito di+erentes das

suas pr<prias eJperiXn&ias de *id!- Qessa +orma essa 9práti&a de psi&o'ogia9 não

satis+a# os a'unos porTue não &Wega a pro*o&á)'os a'8m dos pro.'emas de &'asse

m8dia &om Tue se deparam- Mas 8 pre&iso 'em.rar Tue os instrumentos

 A +ormação pro+issiona' dos psi&<'ogos

CC?

de aná'ise psi&o'<gi&a aprendidos durante o &urso representam uma

in+ormação ma&iça naTui'o Tue poderamos &ara&teri#ar &omo uma psi&o'ogia d&

9&'asse intermediária9- A identi+i&ação da si&o'ogia &om os pro.'emas da &'asse

m8dia Tuando *i*emos numa &idade &omo São au'o &om suas grandes massas

popu'ares restringe de +ato o a'&an&e do &onWe&imento adTuirido durante o &urso

e não +a*ore&e o &onWe&imento do am.iente em Tue o pro+issiona' *ai eJer&er sua

pro+issão- No momento em Tue +ossem tra.a'War em meios mais po.res &om

*a'ores ur.anos ainda ma')assimi'ados teriam Tue tomar &ons&iXn&ia tam.8m deuma ruptura &u'tura' Tue tradu#ida em termos simp'es signi+i&a Tue psi&<'ogo &

&'iente não perten&em % mesma &'asse so&ia' 9P tienen di+eren&ias sustan&ia'es en

su +orma de organi#ar 'a rea'idad9 "Mo++at >?@C p- GC$- ara os psi&<'ogos isto

signi+i&a a rea'i#ação de uma no*a aprendi#agem: de *a'ores atitudes *itais

sim.o'ogia e 'inguagem-

Em.ora o pro.'ema das di+erenças de &'asses na rea'i#ação de testes de

inte'igXn&ia e persona'idade 4á tenWa sido sugerido e in*estigado "Riessman e Mi''&r

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>?@F$ 8 re&ente a &ompreensão de Tue 8 pre&iso estudar o uni*erso popu'ar

Tuando se Tuer apreendX)'o puro e sem +a'sear seus *a'ores e 'inguagem pr<prias-

7\ Os a'unos não são treinados durante o &urso a prati&arem uma 9psi&o'ogia

popu'ar9- O programa não pre*X o +uturo- E'e está preso ao presente e %s +ormas

tradi&ionais de uti'i#ação da psi&o'ogia- Os a'unos de modo &on+uso e %s *e#es

desastrado estão *o'tados para o +uturo o seu o da sua pro+issão e não

raramente o do seu pas- E +á&i' entender porTue se impa&ientam e no seu

desassossego a.orre&em os &ursos e desertam as sa'as de au'a- !am.8m 8 +á&i'

entender Tue &ertas estruturas ar&ai&as da uni*ersidade di+i&u'tem so.remodo

muitas modi+i&açes Tue poderiam tra#er uma *anta4osa +'eJi.i'idade % +ormação

dos pro+issionais-

Uma atenção maior aos pro.'emas propostos permitiria Tue os nossos

+uturos psi&<'ogos pudessem 9&ontri.uir grandemente para a trans+ormação e a

Wumani#ação das so&iedades9-

Re+erXn&ias .i.'iográ+i&as

Bourdieu R e - ;- asseron La reproduetion- aris Minuit >?@- erreira

de Brito Es&o'as: pr< ou &ontraY orto Ed- os8 Soares Martins >?@(-

'''i&W I- So&iedade sem es&o'as- etr<po'is o#es >?@(-

CF

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

 ^ In*erteras instituiçes- Lis.oa Ed- Morais >?@(-

'''i&W I- em A- ardner "org-$ A+ter Qes&Woo'ing `WatY No*a or

Harper and Ro >?@(- Mo++at A- si&oterapia de' oprimido- Buenos Aires

Ed- E-;-R- >?@C- Riessman - e S- M- Mi''er 9So&ia' ;'ass and ro4e&ti*e !est9-

In: B- !-

Murstein "org-$ Hand.oo o+ ro4e&ti*e !e&WniTues- No*a orBasi& Boos >?DF- UNES;O Aprender a 'er >?@-

si&o'ogia es&o'ar: mera ap'i&ação de di+erentes psi&o'ogias % edu&açãoY

Mar&os ;orrXa da Si'*a Loureiro(D

% Pro0essor da Faculdade de Educao da Universidade Federal de oi4s.1. Dados recentemente divulgados de pesuisa reali*ada pelo istema de $valiao da Educao +4sica do

!inist"rio da Educao e do Desporto con0irmamR && dos alunos de Ia grau so reprovados na primeira s"rie.2. Pedagogia da repetncia " o t3tulo, nada 8onroso, ue, em virtude dessas evidncias, Oi/eiro atri/uiu Heducao /rasileira.

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O ensino de Ia grau no Brasi' o pV.'i&o em espe&ia' Wá muito tempo *em

passando por a&entuada e progressi*a de&adXn&ia de modo Tue se pode a+irmar

sem re&eio de in&orrer em erro Tue 4á tornou)se endXmi&a essa de+i&iXn&ia Tue se

insta'ou no sistema edu&a&iona' .rasi'eiro no Tue to&a aos seus o.4eti*os de

propor&ionar a todos os &idadãos edu&ação d& Tua'idade- Os a'tos ndi&es de

repetXn&ia em espe&ia' nas primeiras s8ries tXm sido uma &onstante na Wist<ria da

edu&ação .rasi'eira mantendo)se prati&amente ina'terados Wá *árias d8&adas-

Os ndi&es de +ra&asso es&o'ar re+erentes % Tuantidade de &rianças Tue são

retidas nas primeiras s8ries ou se e*adem pre&o&emente da es&o'a prati&amente

não tXm apresentado modi+i&ação sens*e' nas V'timas &in&o d8&adas pois apenas

FD das &rianças Tue 'ogram a&esso % es&o'a &onseguem romper a .arreira do

primeiro ano "Ri.eiro >??>$ &i+ra Tue 8 seme'Wante aos pou&o mais de F Tue

segundo Soares ">?GF$ o +a#iam Wá &inT1enta anos-6

Qentre os pro.'emas da es&o'a a repetXn&ia espe&ia'mente na primeira

s8rie 8 de 'onge

o mais gra*e e preo&upante o Tue não tem sido de*idamente 'e*ado em

&onsideração nas pesTuisas edu&a&ionais- ;á'&u'os rea'i#ados re&entemente

indi&am Tue para o Brasi' &omo um todo a pro.a.i'idade de um a'uno no*o na Ia

s8rie ser apro*ado 8 Tuase o do.ro do Tue a pro.a.i'idade daTue'e Tue 4á 8

repetente na s8rie "Ri.eiro >??>:>F$(@-

CF>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

EJp'i&açes de &aráter &ient+i&o as mais di*ersas tXm sido .us&adas para

este +ato tão insistentemente re&orrente na Wist<ria da edu&ação .rasi'eira in&'usi*e

e espe&ia'mente eJp'i&açes de &unWo psi&o'<gi&o uma *e# Tue a si&o'ogia no

Brasi' *em sendo desde o in&io do s8&u'o o +undamento te<ri&o .ási&o daEdu&ação-

Entretanto apesar dos es+orços te<ri&os empreendidos no de&urso de todos

esses anos *isando a &ompreender a edu&ação & a atuar &om *istas % sua me'Woria

a.ar&ando 4á uma 8po&a mar&ada por rápidas e pro+undas trans+ormaçes

%5 Pro0essor da Faculdade de Educao da Universidade Federal de oi4s.1. Dados recentemente divulgados de pesuisa reali*ada pelo istema de $valiao da Educao +4sica do

!inist"rio da Educao e do Desporto con0irmamR && dos alunos de Ia grau so reprovados na primeira s"rie.2. Pedagogia da repetncia " o t3tulo, nada 8onroso, ue, em virtude dessas evidncias, Oi/eiro atri/uiu Heducao /rasileira.

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&ient+i&as e te&no'<gi&as 9retomamos *e'Wos seriados tão a'uais: as desiguais

oportunidades so&io&u'turais da in+n&ia po.re e os perenes me&anismos de

eJ&'usão de nosso sistema es&o'ar- O +ra&asso *o'ta ou me'Wor nun&a nos

a.andonou9 "ArroPo >??:CD$- ;ontinua)se Tuestionando se as açes 'e*adas a

e+eito resu'taram na direção do o.4eti*o pretendido em modi+i&açes sens*eis na

práti&a pedag<gi&a Tue se desenro'a no &otidiano das es&o'as-

Em outras pa'a*ras os e+eitos das açes &on&retamente rea'i#adas &om

*istas % modi+i&ação das &ir&unstn&ias &on&retas em Tue a edu&ação .rasi'eira se

rea'i#a não se deiJam per&e.er de +orma ntida so.re os resu'tados do ensino o

Tue nos permite indagar so.re a nature#a das eJp'i&açes te<ri&as em espe&ia' as

o+ere&idas pe'a si&o'ogia Es&o'ar &om *istas % &ompreensão de nossas práti&as

edu&ati*as-

!radi&iona'mente a si&o'ogia tem &o'a.orado para 'ançar .ases para a

&ompreensão da dimensão psi&o'<gi&a do pro&esso edu&a&iona' sem no entanto

entrar no m8rito da dis&ussão so.re o tipo de edu&ação Tue se rea'i#a numa

instituição es&o'ar e muito menos so.re &onteVdos &urri&u'ares a'i *ei&u'ados-

Segundo esse entendimento do pape' da si&o'ogia Es&o'ar 8 mesmo dese4á*e'

Tue isso não o&orra pois

tipi&amente o psi&<'ogo edu&a&iona' rea'i#a pesTuisas so.re as inVmeras

*ariá*eis sus&ept*eis de in+'uen&iar a aprendi#agem &om o rigoroso &ontro'e dos

e'ementos estranWos %s *ariá*eis Tue esti*erem sendo in*estigadas--- A pesTuisa

em si&o'ogia da Edu&ação pode ser rea'i#ada muito mais &uidadosamente no

'a.orat<rio Tue na es&o'a "Bardon -I- & irgnia Bennet- Apuei atto >?G@:@$-

Não Tuestionando a edu&ação Tue se rea'i#a na es&o'a mas tão)somente

re+erindo)se ao +ato de Tue sua aTuisição 8 in+'uen&iada por 

si&o'ogia es&o'ar CF

*ariá*eis Tue *a'em a pena serem in*estigadas &ienti+i&amente a &on&epção

de si&o'ogia Es&o'ar eJpressa nessa de+inição tradu# um entendimento de Tue a

aprendi#agem dos &onteVdos a'i *ei&u'ados 8 o.4eti*o *a'ioso em si &onstituindo)se

+unção da si&o'ogia apenas &ontri.uir para a otimi#ação do pro&esso edu&ati*o-

 A'em disso &onsidera Tue a es&o'a não 8 o 'o&us pri*i'egiado da pesTuisa em

si&o'ogia Es&o'ar de*ido a Tue o &onWe&imento produ#ido em 'a.orat<rio está

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&ertamente imune %s 9*ariá*eis inter*enientes9 Tue di+i&u'tam a produção de um

&onWe&imento +a&i'mente ap'i&á*e' % práti&a-

)0 ) Essa &on&epção te<ri&a no entanto apresenta 'imitaçes no Tue

&on&erne % sua &apa&idade de re&onstrução do seu o.4eto- Em +unção de'a a

si&o'ogia Es&o'ar tem sido &riti&ada +reT1entemente por *ir sendo mar&ada por um

*i8s psi&o'ogista ou se4a por uma tendXn&ia a redu#ir ao n*e' indi*idua' e grupai

rea'idades Tue são so&iais em sua essXn&ia-

Esse *i8s psi&o'ogista +a# &om Tue o indi*duo &omo tradi&iona'mente 8 *isto

so. a <ti&a da psi&o'ogia se4a muitas *e#es &onsiderado iso'ado das re'açes

so&iais &m Tue se +orma e Tue 'We &on+erem a nature#a- Ao se e+etuar esse

iso'amento so. a &rença de ser poss*e' o estudo de um indi*duo a.strato não

ne&essariamente re+erido a seres &on&retos reais Wist<ri&os es&amoteiam)se as

re'açes de dominação po'ti&a e eJp'oração e&on]mi&a Tue na .ase da so&iedade

.urguesa &onstituem as &ondiçes &on&retas de produção dos Womens Tue a

&onstroem-

En&ontra)se em andamento no m.ito da pr<pria si&o'ogia um mo*imento

*isando a superar o psi&o'ogismo e &onseT1entemente essa &on&epção de

indi*duo a.strato Tue tem &ara&teri#ado as &orrentes tradi&iona'mente dominantes

da si&o'ogia- O &aráter Wist<ri&o de toda rea'idade so&ia' e portanto Wumana *em

se tornando &ada *e# mais presente nas &onsideraçes te<ri&as de inVmeros

psi&<'ogos e assim a Tuestão das re'açes de poder &ara&tersti&as desta +orma

&on&reta de so&iedade em Tue *i*emos passam a ser *istas &omo eJer&endo pape'

preponderante na &onstituição dos Womens- Ao assimi'ar ao seu dis&urso te<ri&o

essa dimensão &onstituti*a da essXn&ia Wumana a si&o'ogia a.andonando o

terreno das a.straçes passa a re+erir)se a indi*duos &on&retos *i*os

Wistori&amente &onstitudos-Qesse modo arti&u'a)se a &iXn&ia psi&o'<gi&a &om as ;iXn&ias So&iais e &om

a i'oso+ia % &ata das determinaçes so&iais das rea'idades psTui&as &om o intuito

de re&onstruir teori&amente a nature#a

CF(

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

essen&ia'mente so&ia' r44

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 Assume)se &om 4 'ndi*idua'idade- mesmo o.4eto o rumo Tu l6Tue) re+erindo)

se todas essas &iXn&ias a um de +orma a'guma ignor56>G es&'uisas tomem em um

&ampo não pode doso >?G$- lrumo Tue e'as tXm tomado em outros ";ar)

Esse mo*imento d tradu#ir um &onsenso dá- reoi6ientaal te<ri&a no

entanto 'onge de mani+esto no Tua' di+ere59 Se6l dl em.ate o'ti&o nem sempre

so&iedade de edu&ação 5 &on&epçes de mundo de indi*duo de Wegemonia das

&on&epç} ;t;l6xa ; dl ráti&a tentam a+irmar)se so. a a.a'ada\ ao &ontrário

'i.erais em si&o'ogia ainda 'onge de ser 

!a' +ato de*e)se "D,mais do >ue nun&a6 r&+orada)+orças atuantes na

so&4;"[KU&&ss& mo*imento insere)se na &orre'ação de

e'a- Qi+erentes &on&epç+4 e6 d& +orrna a'guma/ en&ontra)se imune a mundo &

Tuer disso tenW5 si&o'lgia tradu#em di+erentes *ises de demos ou não tradu#em

d9>>F &ons&iXn&ia ?uer na/ &om isso &on&or)&as dos +ins a Tue essa ç5er&nt&s

&on&epçes ne&essariamente po'ti)

.us&a dos seus o.4eti*os 6Xn&ia *isa D dos mexS de Tue 'ança mãl 9a ;om

e+eito

o +ato de a si&o'ogia

ti&os e de não se *o't eJn&'tar os seus &ompromissos po')signi+i&a Tue e'a

se4 2ara a'iestes po'ti&as stri&to sensu não Womens- Ao &ontrár4 des*in&u'ada

dessa es+era da *ida dos &iXn&ia % pretensão v6 al aderir ao mito da neutra'idade

da postu'ar a igua'dade 6 9.onomia ante os 4u#os de *a'or e ao in&ide a ;iXn&ia Nat

n/r& seu l5eto e as &oisas so.re as Tuais de sua ndo'e po'ti&a9a'6 a si&o'ogia

&an&e'ou a *isi.i'idade rias e práti&as tanto 96a a *o&a+5l 5ti&a de suas teo)merios

se dão &onta 6h'ais e+i&a#es &omo ação po'ti&a Tuanto Tuestes re+erentes T 0

&'uanto mais se Tuerem a'Weias %s eJer&&io do poder "atto >??Fa:?$-

EJaminada so. es da % si&o'ogia da Edu& utra erspe&ti*a a Tuestão&entra' &o'o&a)a+irma Bosi ">?G@$ par456 a ma6s nonesta e in&ontorná*e' &omo

!ese so.re euer.a&W( 8 a&'ue'es >ue tomam &omo *á'ida a und8&ima

seguinte: o Tue +a#erY uestão in&ri*e'mente

(- 9Os +i'<so+os se 'imitaram

importa 8 trans+ormá)'o9 interpretar o mundo de di+erentes maneiras\ o Tue

"5arJ >?@@:>C$-

si&o'ogia es&o'ar CFC

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simp'es em sua +ormu'ação e ao mesmo tempo eJtremamente OOmp'e Ja

no seu eTua&ionamento porTue pare&e &ondu#ir nos de *o'ta -> pr8 Wist<ria do

&onWe&imento-

!oda*ia por maior Tue se4a a des*a'ia Tue essa Tueit+io deiJe transpare&er

pressupostos eJistem para dar suporte % &onstruçB' > de uma si&o'ogia Es&o'ar

'i.erta das 'imitaçes de um psi&o'ogismo redu&ionista e portanto pou&o

es&'are&edor e mais do Tue isso misti+i&ador-

&onWe&imento psi&o'<gi&o &onstrudo 8 em *erdade produção de Womens

&on&retos em um momento Wist<ri&o determinado- Em *irtude desse +ato &onstitui)

se +reT1entes *e#es na eJpressão de Inte resses .urgueses- Não 8 sem moti*o

Tue as di+i&u'dades es&o'ares Tue &ausam o +ra&asso tXm sido +reT1entemente

atri.udas a &ara&tersti&as indi*iduais das &rianças- E*identemente ao se

&onsiderar Tue as ra#es do +ra&asso estão nos pr<prios +ra&assados sem ao

menos se indagar so.re o ensino Tue 8 o+ere&ido "e muitas *e#es negado$ %s

&rianças das &amadas popu'ares a si&o'ogia en&o.re o pape' &umprido pe'a insti)

tuição es&o'ar de reprodu#ir no m.ito da distri.uição dos .ens &u'turais a

desigua'dade &ara&tersti&a da distri.uição dos .ens materiais-

ara &itar outro eJemp'o ao se atri.uir os pre&on&eitos so&iais a um

pressuposto &aráter pre&on&eituoso ins&rito na &onstituição indi*idua' &omo o +a# o

psi&<'ogo norte)ameri&ano ordon A'port ignora)se o importante pape' eJer&ido

pe'os pre&on&eitos na manutenção da &oesão de uma estrutura so&ia' Tue .ene+i&ia

as &'asses dominantes Tue mo.i'i#am em seu +a*or in&'usi*e os Womens Tue

representam interesses di*ersos dos seus:

&om a4uda dos pre&on&eitos ape'am % parti&u'aridade indi*idua' Tue em

+unção de seu &onser*adorismo e de seu &on+ormismo ou tam.8m por &ausa de

interesses imediatos 8 de +á&i' mo.i'i#ação &ontra os interesses de sua pr<priaintegração e &ontra a práJis orientada no sentido do Wumano)gen8ri&o "He''er

>??:FC$-

Essas &ara&tersti&as Tue tradi&iona'mente tXm mar&ado o &onWe&imento da

si&o'ogia di+i&i'mente permitem)nos &on&e.er Tue uma &iXn&ia moti*ada pe'o

dese4o de &omprometX)'a 9&om o ad*ento de uma no*a ordem so&ia' na Tua' a

igua'dade a U.erdade e a

CFFIntrodução % psi&o'ogia es&o'ar 

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+raternidade se4am mais do Tue uma poderosa i'usão9 "atto >??Fa: >> $

possa tomar &onWe&imento daTue'a estirpe &omo ponto de partida para a

&onstrução de &onWe&imento de outra esp8&ie-

No entanto essas mesmas &ara&tersti&as não nos permitem tam.8m

simp'esmente renegar esses &onWe&imentos a.andonando)os &omo

ne&essariamente reprodutores de re'açes d& dominação3su.ordinação\ uma

perspe&ti*a de trans+ormação dessas re'açes pe'o simp'es +ato d& Tue e'es

&onstituem o &onWe&imento poss*e' a Tue se tem &Wegado no mo*imento da

Wist<ria imp'i&a negá)'o não renegá)'o\ imp'i&a superá)'o não des&artá)'o-

Em prin&pio portanto o &onWe&imento psi&o'<gi&o Tue *isa a &o'a.orar &om

um pro4eto d& trans+ormação do mundo de*e &onter aTue'e outro &omo seu

e'emento &onstituti*o- Esse pro&esso d& superação de &onstituição do no*o em

si&o'ogia &ontudo *ai a'8m: imp'i&a &on&omitantemente a Tue.ra das .arreiras

&riadas por uma di*isão arti+i&ia' das ;iXn&ias Humanas e So&iais e da i'oso+ia Tue

'e*ará ne&essariamente ao en&ontro da produção desses outros &ampos do sa.er

Tue empreendendo muitas *e#es uma &rti&a da si&o'ogia tradi&iona'mente

dominante tXm indi&ado os &aminWos para sua superação-

Qentre a &ontri.uição daTue'as so.ressai a &ompreensão de Tue 9a essXn&ia

Wumana não 8 uma a.stração inerente a um indi*duo singu'ar- Em sua rea'idade 8

o &on4unto das re'açes so&iais9 "MarJ >?@@:>($- Em &onseT1Xn&ia os Womens

passam a ser entendidos &omo seres &on&retos Wist<ri&os e ta' &omo as re'açes

so&iais &m &onstante trans+ormação-

O Womem pois não 8 indi*idua'mente e'e se +a# so&ia'mente- E &ada

so&iedade em &ada momento Wist<ri&o uti'i#a me&anismos para produ#ir os

Womens ne&essários % sua reprodução pois 9para reprodu#ira so&iedade os

indi*duos pre&isam reprodu#ir)se &omo indi*duos696 "He''er >?GC:($- A Tuestão &entra' Tue se &o'o&a não 8 assim a de .us&ar a essXn&ia

imutá*e' do Womem mas a de &ompreender atra*8s do estudo de di+erentes

situaçes &on&retas nas Tuais a&onte&e a reprodução dos indi*duos no interior

desta +orma Wist<ri&a d& so&iedade em Tue *i*emos as &ara&tersti&as desses

Womens &on&retos Tue a so&iedade .ur)

C- 9I+ indi*idua's are to reprodu&e so&ietP tWeP must reprodu&e tWemse'*es as

indi*idua's9 8 a +orma 'itera' desta passagem ta' &omo &onsta na *ersão &i'ada-si&o'ogia es&o'ar 

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CF@

guesa *em reprodu#indo .em &omo os me&anismos dos Tuais 'ança mão

para essa reprodução- Somente a &ompreensão a&i nada dessas Tuestes pode

'e*ar % e'a.oração de uma teoria psi&o'<gi&a Tue &apte a essXn&ia so&ia' do Womem

em suas mani+estaçes &on&retas e W''t<' I&as

 A und8&ima tese so.re euer.a&W no enianio In*erte pape' atri.udo %

teoria em sua re'ação &om a práti&a: de e'emento dominante Tue in+orma a práti&a

aTue'a passa a su.meter)se aos o.4eti*os desta &o'o&ados &omo +i'oso+i&amente

"e portanto teori&amente$ Importantes "&omo o Tue importa$ esta.e'e&endo a partir

da uma Ind''BO;xa).i'idade entre am.as-

Essa in*ersão &o'o&a o &onWe&imento &omo instrumento de trans+ormação da

rea'idade &u4a e'a.oração imp'i&a &onstru)'o em estreita *in&u'ação &om a

rea'idade a Tue se re+ere: no &aso das ;iXn&ias I Itima)nas e So&iais a práti&a

so&ia'- Qessa +orma a ida aos dados para a &ons trução desse &onWe&imento não 8

neutra destituda de *a'ores porTue a práti&a so&ia' não o 8 mas

&omprometida &om a trans+ormação da so&iedade e a eman&ipação do Womem

práti&a Tue desde 4á imp'i&a uma +orma determinada de &on&e.er a pesTuisa e a

produção do &onWe&imento- E por isso Tue em si&o'ogia Es&o'ar não 8 su+i&iente

&o'o&ar)se &omo &iXn&ia auJi'iar da Edu&ação sem se Tuestionar o tipo de Edu&ação

Tue se o+ere&e nas es&o'as-

;om e+eito a &onstrução desse &onWe&imento no*o em si&o'ogia Es&o'ar

pressupe um ponto de partida no Tua' a aprendi#agem es&o'ar ta' &omo e'a 8

atua'mente entendida não pode ser tomada &omo o.4eti*o *a'ioso em si- A Xn+ase

Tue se dá % es&o'a &omo 'o&a' de transmissão de &onWe&imento 'e*a muitas *e#es a

si&o'ogia Es&o'ar a sup&r*a'ori#ar a dimensão &ogniti*a da Tuestão pedag<gi&a

Tuando mesmo no to&ante a essa dimensão &ogniti*a a es&o'a *ai esta.e'e&endoum determinado modo de pensar um &erto tipo de ra&iona'idade ne&essária ao

desen*o'*imento & manutenção da Wegemonia .urguesa &omo o modo de pensar

essen&ia'mente Wumano &omo a ra&iona'idade Wumanamente ne&essária-

Qesse modo muito em.ora eJista um entendimento de Tue uma práti&a

po'ti&o)pedag<gi&a re*o'u&ionária de*a preo&upar)se &om a Tuestão da

aprendi#agem dos &onteVdos es&o'ares "Li.n&o >?GF$ &omo s& a su.stituição

desses &onteVdos garantisse a negação do pape' Tue &a.e % es&o'a de reprodu#ir

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um ar.itrário &u'tura' "Bourdieu e asseron >?@F$ essa preo&upação su.estima o

+ato de Tue a in&u'&ação desse

CFG

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

ar.itrário se +a# de um modo tam.8m ar.itrário- ;a.e % si&o'ogia Es&o'ar

pois *o'tar sua preo&upação tam.8m a esse modo ar.itrário de in&u'&ação Tue não

se resume a uma Tuestão de metodo'ogia de ensino Tue de'e e*identemente +a#

parte mas in&'ui tam.8m o &'ima institu&iona' e a re'ação pedag<gi&a eJpressão

no interior da es&o'a de re'açes de poder Tue trans.ordam os seus muros- Am.os

e+eti*amente mediando a +ormação de determinadas atitudes a intro4eção de

determinados *a'ores a &onstrução de determinados modos de ser &onstituem)se

em me&anismos de reprodução de indi*duos &on&retos mo'dando a representação

Tue e'es +a#em do mundo-

5i+A si&o'ogia Es&o'ar de*e pois &aptar todas essas nuan&es do +ato

edu&a&iona': ao in*8s de &onstituir)se em +ragmentos de si&o'ogia Qi+eren&ia' da

 Aprendi#agem ou do Qesen*o'*imento emo&iona' so&ia' ou &ogniti*o ap'i&ados ao

&onWe&imento de um a'uno a.stratamente &onsiderado de*e &omeçar por ser

*erdadeiramente uma si&o'ogia da Es&o'a ou se4a um estudo do modo &omo a

edu&ação es&o'ar &on&reta atua so. a Wegemonia .urguesa na reprodução dos

indi*duos no &otidiano das es&o'as &onsiderando 9a *ida &otidiana &omo o &on4unto

daTue'es +atores de reprodução indi*idua' Tue pari passu tornam poss*e' a

reprodução so&ia'9 "He''er >?GC:($-(G55>

Nessa tare+a teoria e práti&a são duas dimenses insepará*eis da produção

&ient+i&a da si&o'ogia enTuanto &iXn&ia Wumano)so&ia'- ráti&a porTue parte de

situaçes &otidianamente *i*idas pe'os Womens nos di+erentes &onteJtos em Tue se

mani+esta a sua *ida &on&reta- E teoria) porTue deiJando de re+erir)se a a.straçesideais re+'ete so.re essas situaçes &on&retas resgatando para esta tare+a

&ontri.uiçes te<ri&as tanto de di+erentes &orrentes da pr<pria si&o'ogia Tuanto

das demais &iXn&ias so&iais Wumanas e da i'oso+ia reunidas todas so. o prin&pio

integrador Tue su.4a# % &onstrução de uma teoria gera' da trans+ormação so&ia'-9

%#a verso citada, ;...Xeverda li0eX as l8e aggregate o0 t8ose individual reproduction 0actors T8ic8, pari passu, mae social reproduction possi/le;.

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No entanto a no*a re'ação esta.e'e&ida pe'a dia'8ti&a materia'ista entre a

teoria e a práti&a destr<i desde 4á Tua'Tuer *e'eidade de produ#ir uma teoria pronta

para ap'i&ação % práti&a- Não eJistem 9t&ori)

D- E ao materia'ismo dia'8ti&o Tue me re+iro &om .ase no eJp'i&itado na

und8&ima tese so.re euer.a&W Tue postu'a ser a trans+ormação do mundo o Tue

rea'mente importa em.ora os +i'<so+os at8 então ti*essem se 'imitado a interpretá)

'o-

si&o'ogia es&o'ar 

CF?as dia'8ti&as9 e teorias não)dia'8ti&as se &om essa di'm)miaçfO se pretende

o esta.e'e&imento de 'imites pre&isos entre &onWe&imento *erda deiro e +a'so

ideo'<gi&o e não)ideo'<gi&o pois todo &onWe&imento 8 poss*e' a Tue a

Wumanidade pode aspirar em um momento Wist<ri&o determinado- A'8m disso não 8

o &onteVdo Tue em si 8 dia'8ti&o ou não)dia'8ti&o\ o m8todo sim 8 Tue pode sX)'o

ao tentar &aptar o mo*imento &ontradit<rio de &onstituição do rea' distinguindo o

imediato do mediato o a.strato do &on&reto o apare&er do ser- Neste sentido om8todo dia'8ti&o pode atuar &omo 9+io &ondutor9 Tue .usTue superar "in&orporando$

os di+erentes momentos de produção te<ri&a num pro&esso em Tue a teoria

en&ontra)se em &ontnua &onstrução e re&onstrução- ensar a teoria &omo

&onWe&imento pronto a&a.ado inTuestioná*e' s< 8 poss*e' numa &on&epção de

&iXn&ia Tue não indo a'8m da aparXn&ia não &onsegue &aptar o pro&esso de

&onstituição do rea' &on&e.en)do)o i'usoriamente &omo 9&oisa9 poss*e' de ser

&aptada des&rita medida & de&i+rada-

Re+erXn&ias .i.'iográ+i&as

 ArroPo Migue' on#a'e#-9 ra&asso)su&esso: o peso da &u'tura es&o'ar e do

ordenamento da edu&ação .ási&a9- In: A.erto Bras'ia ''"F($:CD)F( 4an-3mar- >??-

Bosi E&'8a- 9Apresentação9- In: atto Maria He'ena Sou#a- A produção do

+ra&asso es&o'ar- São au'o !-A- ueiro# >??-

Bourdieu ierre e asseron ean ;'aude- A reprodução: e'ementos para

uma teoria do sistema de ensino- Rio de aneiro ran&is&o A'*es >?@F-

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;ardoso Miriam Limoeiro- 9erspe&ti*as na integração da si&aná'ise &om

as di*ersas ;iXn&ias So&iais Humanas9- In: Ga ;ongresso Brasi'eiro de si&aná'ise-

Rio de aneiro >?G "mimeogra+ado$-

He''er Agnes- E*erPdaP Li+e- Londres Rout'edge f ceagan au' p'&- >?GC-

 ^- O &otidiano e a Wist<ria- !rad- de ;ar'os Ne'son

;outinWo- etr<po'is o#es >??-

Li.neo os8 ;ar'os- Qemo&rati#ação da es&o'a pV.'i&a ) A pedagogia

&rti&o)so&ia' dos &onteVdos- São au'o LoPo'a >?GF-

MarJ car' e Enge's riedri&W- A ideo'ogia a'emã- !rad- de os8 ;ar'os

CD

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Bruni e Mar&o Aur8'io Nogueira- São au'o ri4a'.o >?@@- atto Maria

He'ena Sou#a- 9Apresentação9- In: Anda'< ;armen Si'*ia

de Arruda- eda pro+essorah etr<po'is o#es >??F p- ?)>C- ^- 9re+á&io9-

In: A#e*edo Maria Am8'ia

e Menin Maria Su#ana Qe Ste+ano "orgs-$- si&o'ogia e o'ti&a

re+'eJes so.re possi.i'idades e di+i&u'dades deste en&ontro-

São au'o ;orte#3apesp >??Fa p- ?)>- ^- si&o'ogia e Ideo'ogia- São

au'o !-

 A- ueiro# >?G@-

Ri.eiro S-;- 9A pedagogia da repetXn&ia9- In: Estudos a*ançados

>"F$:@) mai-3ago- >??>- Soares Magda Be&er- 9As mV'tip'as +a&etas da

 A'+a.eti#ação9- In:

;adernos de esTuisa- "F$: >?)C São au'o +e*- >?GF-

(

O pape' so&ia' e a +ormação do psi&<'ogo: &ontri.uição para um de.atene&essário(?

Maria He'ena Sou#a atto

 A d8&ada de sessenta assistiu ao surgimento de uma área de estudos da

si&o'ogia Tue rapidamente se &onso'idou e se disseminou: o eJame do

desen*o'*imento psi&o'<gi&o e do desempenWo pedag<gi&o de indi*duos

pauperi#ados su.empregados e desempregados em so&iedades &apita'istas

o&identais-%-7erso modi0icada de artigo com o mesmo l3lulo pu/licado no +oletim de Psicologia, %&, 1-2, p. 591.

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O &enário de origem da teoria da &arXn&ia &u'tura' 8 a so&iedade norte)

ameri&ana dos anos sessenta na Tua' o &ontingente mais a*i'tado da popu'ação

tomou &ons&iXn&ia de sua eJ&'usão e passou a rei*indi&ar a igua'dade de direitos e

oportunidades- A teoria da &arXn&ia &u'tura' surgiu &omo resposta o+i&ia' a esse

&'amor-

Os segmentos de &'asse insatis+eitos gera'mente grupos 8tni&os

so&ia'mente dis&riminados passaram a ser &Wamados de 9dinamites so&iais9 Tue

pre&isa*am ser desati*adas o mais depressa poss*e'- !anto Tuanto a 9desordem9

a in4ustiça repugna %s &ons&iXn&ias 'i.erais im.udas Tue estão da *ia.i'idade da

'i.erdade da igua'dade e da +raternidade numa so&iedade di*idida em &'asses- Era

pre&iso +a#er a'guma &oisa para Tue a in4ustiça +osse a.o'ida e se &orrigisse o

in4usto &urso Tue a Wist<ria tomara supostamente por moti*os a'Weios % ação dos

Womens- Era pre&iso reinstaurar na *ida &otidiana a &rença na igua'dade de

oportunidades sem a Tua' a so&iedade norte)ameri&ana seria +erida morta'mente

&m suas .ases ideo'<gi&as-

 Ao aparato repressi*o &ou.e uma parte da tare+a: muitos se 'em.ram das

mortes e prises dos 'deres negros- Aos &ientistas outra: atra*8s de sua ação

r&instaurou)se a ordem pe'o resta.e'e&imento da i'usão

CD>

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

de Tue as oportunidades podem ser igua'mente distri.udas sem Tue o&orram

mudanças so&iais estruturais-

uando rastreamos o &aminWo per&orrido pe'o Estado norte)ameri&ano na

.us&a de so'ução para o pro.'ema da desigua'dade so&ia' tra#ida % tona pe'os

mo*imentos rei*indi&at<rios das &Wamadas 9minorias ra&iais9 +i&a patente Tue %s

instituiçes edu&a&ionais +ormais & in+ormais +oi atri.udo o prin&ipa' pape' nessa9&om8dia ideo'<gi&a9C de*idamente assessoradas por m8di&os psi&<'ogos

pedagogos assistentes so&iais antrop<'ogos e so&i<'ogos- A estes &ou.e a tare+a

de desen*o'*er nos .astidores a &ara&teri#ação das personagens o enredo as

+a'as a mar&ação e a direção dos programas de edu&ação &ompensat<ria\ ao

Estado &ou.e a produção do grande espetá&u'o edu&a&iona' Tue este*e em &arta#

durante pe'o menos duas d8&adas-C> ;a.e aTui um parXntese: os &ientistas Tue se

&?E=presso usada por c8Tar* (1-5%).&1Concordamos com aviani ( 1-%) uando a0irma ue no se (rala de criar programas de educaocompensat<ria para as crianas po/res ( nos uais o ensino " aligeirado so/ o prete=to de sua suposta capacidade

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dedi&aram a essa missão +i#eram)no im.udos da me'Wor das intençes\ a+ina' de

&ontas a ideo'ogia não se sa.e ideo'ogia-

Na tentati*a de responder %s Tuestes Tue a situação &o'o&a*a por Tue

eJiste a po.re#a e &omo eJtingui)'aY +oram produ#idas a'gumas das *erses

mais in+'uentes da teoria da &arXn&ia &u'tura'- Entre e'as a mais di+undida pode ser

assim resumida: o po.re não tem &ondiçes pessoais para se inserir

produti*amente na so&iedade e por isso 8 po.re\ seu +ra&asso es&o'ar e

o&upa&iona' de&orre de de+i&iXn&ias presentes em seu desen*o'*imento psi&o'<gi&o

ta' &omo o 9pro*am9 instrumentos de o.ser*ação e de medida tradi&iona'mente

usados pe'a si&o'ogia\ as &ausas destas de+i&iXn&ias por sua *e# estariam no

am.iente dom8sti&o tido pe'os pesTuisadores &omo inadeTuado % promoção do

desen*o'*imento &ogniti*o inte'e&tua' e emo&iona'- A &ir&u'aridade desse ra&io&nio

8 e*idente: &m V'tima instn&ia a+irma)se Tue o po.re 8 po.re porTue 8 po.re-

Num primeiro momento portanto a po.re#a +oi &onsiderada &omo um &aso

de pri*ação ou &arXn&ia de estmu'os &ogniti*os de +a'ta de eJposição a

estimu'ação .en8+i&a de +a'ta de um padrão no mundo

O pape' so&ia' e a +ormação do psi&<'ogo

CD

de eJperiXn&ia de inadeTuação das &ontingXn&ias de re+orçamento de +a'ta

de estimu'ação adeTuada em momentos &rti&os do desen*o'*imento in+anti'- Os

adeptos deste mode'o de 9desnutriçBo am.ienta'9 e*o&aram os ensinamentos de

iaget He..e Sinner para +undamentar suas a+irmaçes e a &omparação entre o

am.iente so&ia' das &'asses oprimidas e os am.ientes de pri*ação

eJperimenta'mente produ#idos &m 'a.orat<rio &om animais tornou)se &omum-

Nessa 'iteratura tudo se passa &omo se o estado d& po.re#a +osse tão

natura' Tuanto a &Wu*a o *ento e o +en]meno das mar8s- A &u'tura popu'ar Tuandomen&ionada &ostuma sX)'o na me'Wor das Wip<teses &omo r8p'i&a in+erior da

&Wamada &u'tura erudita- Em a'gumas *ersOes antropo'<gi&as a dis&ussão se dá no

m.ito do mode'o da antropo'ogia &u'tura' ta' &omo +ormu'ada no .o4o do

neo&o'onia'ismo da *irada do s8&u'o: o pro.'ema estaria na disparidade &u'tura'

entre 9grupos dominantes9 & 9grupos dominados9 entendidos de um modo Tue

a'8m d& omitir a eJistXn&ia de &'asses so&iais e seu &on+ronto natura'i#a a domi)

menor de aprendi*agem), mas de o0erecer9l8es uma compensao educacional, ou se:a, cm meio H e=propriaode tantos direitos 0undamentais, ue pelo menos l8es se:a dada a mel8or escola poss3vel nas condi6es 8ist<ricasatuais.

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nação ao a+irmar Tue os grupos dominantes o são porTue mais &i*i'i#ados ou

numeri&amente superiores ao passo Tue os dominados o são porTue mais

primiti*os ou minoritários- A dominação +i&a assim redu#ida a uma Tuestão

num8ri&a ou de em.ate entre &u'turas tidas &omo superiores ou in+eriores- uando

os determinantes e&on]mi&os são &onsiderados o Tuadro não muda: não Wá

menção % gXnese estrutura' da po.re#a e sua dimensão so&ia' +i&a redu#ida %

&ompetição por re&ursos es&assos % +a'ta de re&ursos eJtens*eis a todos-C

O Tue Tueremos ressa'tar 8 Tue Tuer a Tuestão se4a &on&e.ida &omo um

pro.'ema de +a'ta de estimu'ação Tuer &omo resu'tado de di+erenças &u'turais Tuer

&omo +a'ta de re&ursos e&on]mi&os a *isão de mundo su.4a&ente 8 a mesma e o

rem8dio pres&rito um s<: para Tue se resta.e'eçam as &ondiçes perdidas de

igua'dade 8 pre&iso dar aos 9desa+ortunados9 &ondiçes psi&o'<gi&as ne&essárias a

sua integração na so&iedade da Tua' supostamente se en&ontram % margem- Assim

sendo o máJimo Tue podemos +a#er por e'es no interior desta &on&epção 8

resgatá)'os de sua in&ompetXn&ia-C(

CD( Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

Esta doação tem sido +eita atra*8s de programas assisten&iais de promoção

so&ia' e de programas edu&a&ionais entre os Tuais desta&am)se os programas de

edu&ação &ompensat<ria nos primeiros anos da es&o'a primária & a amp'iação da

rede de ensino pr8)es&o'ar não &omo eJtensão do direito de Tua'Tuer &riança %

es&o'a mas &omo su.stituti*a da es&o'a e'ementar na tare+a imposs*e' de garantir

igua'dade de oportunidades numa so&iedade estrutura'mente desigua' "Ma'ta

;ampos- >?@?$-

E mergu'Wada nesses pressupostos Tue se desen*o'*e a ação dos

psi&<'ogos nas Se&retarias de romoção e de Bem)Estar So&ia' e 4unto % rede de

ensino pV.'i&o e'ementar- Nos Estados Unidos depois de &er&a de *inte anos detentati*as estas medidas não &onseguiram atingir o o.4eti*o pro&'amado\

&ertamente seu e+eito mais importante do ponto de *ista dos interesses das

&'asses dominantes +oi a desati*ação temporária da dinamite-

No Brasi' a teoria da de+i&iXn&ia &u'tura' +oi p'antada +'ores&eu e ainda se

en&ontra em p'ena sa+ra: a &rença na reso'ução do pro.'ema da po.re#a sem Tue

&2o/re os modelos e=plicativos dominantes na literatura especiali*ada, ve:a U.. Depailmcnl o0 Qealt8,

Conceitos de privao e desvantagem, na Parle II, Cap. 1, desta coletnea.&%o/re a concepo de marginalidade social como pro/lema /iopsicol<gico indi vidual e sua presena no pensamento educacional, ve:a aviani (1-%).

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a&onteçam mudanças so&iais estruturais atra*8s tão)somente da promoção

so&ia' e da es&o'ari#ação a está & &om e'a os psi&<'ogos- Munidos de um

arsena' ana&r]ni&o de instrumentos de a*a'iação da inte'igXn&ia e da persona'idade

de&idem &omo deuses Tuem tem e Tuem não tem &ondiçes de aprendi#agem

Tuem de*e ser eJ&'udo nos espaços mani&omiais das 9&'asses espe&iais9 & Tuem

de*e ir para as 9&'asses +ra&as9 e 9+ortes9- Munidos de um arsena' ana&r]ni&o de

instrumentos de psi&odiagn<sti&o ignoram a +a'Xn&ia da es&o'a pV.'i&a de primeiro

grau .rasi'eira enTuanto instituição de ensino e 9eJp'i&am9 as di+i&u'dades de

es&o'ari#ação da maior parte dos a'unos pro*enientes das &'asses popu'ares pe'o

re&urso % pato'ogi#ação das &rianças e de suas +am'ias- Ao indi&arem os 9mais

aptos9 & os 9menos aptos9 % es&o'aridade regu'ar a&reditam estar &ontri.uindo para

a 4ustiça so&ia' Tuando na *erdade estão de&idindo destinos es&o'ares de &rianças

redu#idas a o.4etos aná'ogos aos o.4etos +si&os-CC

 As ra#es desse eTu*o&o podem ser .us&adas na pr<pria &onstituição e

e*o'ução da si&o'ogia &omo &iXn&ia .em &omo na +ormação dos psi&<'ogos em

&ondiçes Wistori&amente determinadas- ua' a na

O pape' so&ia' e a +ormação do psi&<'ogo

CDC

ture#a da si&o'ogiaY ue &on&epção de &iXn&ia de Womem e de so&iedade

norteia seu nas&imento e seu desen*o'*imentoY

 A re+'eJão &rti&a so.re a si&o'ogia & so.re a pr<pria &on&epção de &iXn&ia

Tue a +undamenta s< 8 poss*e' no m.ito da i'oso+ia- No entanto ao nas&er a

si&o'ogia de&'arou)a dispensá*e' e mergu'Wou na mais a.so'uta empiria ignorando

o &aráter a.strato do empri&o E Tuando +a'amos em i'oso+ia estamos nos

re+erindo a uma dimensão indispensá*e' da ati*idade Wumana ao es+orço

sistemáti&o e &rti&o Tue *isa a &aptar a essXn&ia dos +en]menos sua estruturao&u'ta o modo do ser do eJistente sem perder de *ista a rea'idade Wumano)so&ia'

enTuan to tota'idade Wist<ri&a e &on&reta- Em outras pa'a*ras estamos +a'ando na

+i'oso+ia da práJis-

Essa distinção "no)di&ot]mi&a$ entre o apare&er e o ser da rea'i dade

Wumano)so&ia' e ser 8 entendido aTui não no sentido su.stan&ia'ista do termo

mas &omo sin]nimo de estrutura o&u'ta da &oisa de dimensão mediata &u4a

&&o/re a Psicologia 0isicalisla 9 seus pressupostos, iinpasses e 0alncia Z ve:a Franlin Leopoldo e ilva(1--5).

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apreensão possi.i'ita &onWe&X)'a entre a sua representação "de&orrente da

eJperiXn&ia imediata &om e'a no mundo &otidiano$ e o seu &on&eito pode pare&er

estranWa % primeira *ista mas & ne'a Tue se en&ontra a pr<pria 4usti+i&ati*a da

eJistXn&ia da i'oso+ia e da ;iXn&ia: se a aparXn&ia e a essXn&ia das &oisas

&oin&idissem ;iXn&ia & i'oso+ia seriam dispensá*eis pois o &onWe&imento da

rea'idade nos seria imediatamente dado pe'o pr<prio &ontato uti'itário &om e'a na

*ida &otidiana-

 A aná'ise do dis&urso da si&o'ogia ta' &omo se mani+esta por eJemp'o na

teoria da &arXn&ia &u'tura' sugere)nos Tue os psi&<'ogos mo*em)se na es+era das

+ormas aparentes da rea'idade e tomam a aparXn&ia pe'a essXn&ia a representação

so&ia' dominante de seu o.4eto de estudo pe'o &on&eito- Aparentemente eJiste o

Womem de um 'ado e a so&iedade de outro\ aparentemente as so&iedades do

9tra.a'Wo 'i*re9 são 'ugar de igua'dade & 'i.erdade nas Tuais os postos so&iais são

o&upados em +unção da &apa&idade pessoa' de &ada um- Qeterminadas eJp'i&açes

&ient+i&as da rea'idade Tue se detXm no Tue pare&e ser en&ontram tanta

ressonn&ia +a#em tanto sentido porTue &oin&idem &om as opinies & estere<tipos

porTue nada mais +a#em do Tue sistemati#ar o senso &omum-

O senso &omum 8 o pensamento práti&o Tue orienta as ati*idades práti&o)

uti'itárias ou &otidianas " cosi >?D?\ He''er >?@\ L&+}.*re >?@$- A ação e o

pensamento &otidianos dão %s pessoas &ondiçes de se

CDF

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar 

orientarem na &otidianidade de se +ami'iari#arem &om as &oisas e mane4á)

'as mas não propor&ionam o entendimento do mundo- Qi#endo d& outro modo 9o

mundo 8 opa&o para a &ons&iXn&ia ingXnua Tue se det8m nas primeiras &amadas

do rea'9 "Bosi >?@D$\ o pensamento &otidiano orienta a maneira automáti&a da açãoWumana *o'tada para a so.re*i*Xn&ia- or isso a possi.i'idade de pensamento

&rti&o do pensamento Tue *ai % rai# do &onWe&imento de+ine seus

&ompromissos so&iais e Wist<ri&os 'o&a'i#a a perspe&ti*a Tue o &onstruiu des&o.re

a maneira de pensar e interpretar a *ida so&ia' da &'asse Tue apresenta esse

&onWe&imento &omo uni*ersa' porTue supostamente o.4eti*o e neutro "Martins

>?@@ p- $ imp'i&a sa.er Tue o 9dado9 "ou se4a o modo pe'o Tua' a rea'idade se

o+ere&e &omo a'go dotado de &ara&tersti&as pr<prias & 4á prontas$ 8 ponto departida sempre a.strato " porTue rei+i&ado$ da .us&a do Tue se o&u'ta so. o senso

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&omum so. os estere<tipos e pre&on&eitos so. a *ersão &orrente do Tue se

pretende &onWe&er\ imp'i&a atenção %s a.straçes e in*erses &onstituti*as das

id8ias Tue impedem o &onWe&imento da rea'idade so&ia' ou se4a &onstituti*as da

ideo'ogia -

Sa.er não 8 deter)s& no apare&er Wumano e so&ia' mas re*e'ar o Tue se

en&ontra so. o Tue pare&e ser 8 des&o.rir por eJemp'o Tue o sa'ário não paga o

tra.a'Wo\ Tue so. um mundo so&ia' d& aparente igua'dade re&ipro&idade

integração e ra&iona'idade eJiste desigua'dade eJp'oração dominação

&ontradição irra&iona'idade\ Tue so. o Tue pare&e ser desa4ustamento pro.'ema

emo&iona' psi&opato'ogia pode estar uma re&usa sadia d& situaçes degradantes\

Tue so. tanta di+i&u'dade de aprendi#agem es&o'ar está uma es&o'a pV.'i&a

destruda pe'o desinteresse se&u'ar do Estado .rasi'eiro &m o+ere&er d& +ato um

ensino de .oa Tua'idade %s &'asses su.a'ternas- O sa.er mas não ne&es)

sariamente o &onWe&imento &ient+i&o "pois e'e pode ser mera representação do

so&ia' isto 8 ideo'ogia$ u'trapassa o senso &omum 8 &onWe&imento da rea'idade

Wumano)so&ia' em &ondiçes Wistori&amente determinadas ";Wau >?@G p- ?)>D$-

 A si&o'ogia Tuase toda mo*e)se nos 'imites estreitos do senso &omum- or

a&War desne&essário o &ontato &om o &onWe&imento gerado por outras ;iXn&ias

Humanas 4á Tue e'as tratam da 9so&iedade9 enTuanto a si&o'ogia &entra)se no

estudo do 9indi*duo9 &ontinua a não per&e.er Tue o Tue pare&e natura' 8 so&ia'

Tue o Tue pare&e a)Wist<ri&o 8 Wist<ri&o- Um &onWe&imento so&io'<gi&o +undado

numa *isão &rti&a das so&iedades industriais &apita'istas poderia in+ormar os psi&<

O pape' so&ia' e a +ormação do psi&<'ogo

CDD

'ogos Tue a popu'ação Tue e'es &Wamam de 9&arente &u'tura'9 8 B popu 'ação

&u4o tra.a'Wo tornou)se desne&essário 8 a popu'ação Tue so.ra num modo deprodução a'tamente poupador & eJp'oradoi de mio de)o.ra 8 a popu'ação Tue

em.ora % margem da produção não está B margem da so&iedade e ne'a se insere

de um modo pe&u'iar e ne&essário % sua manutenção\ Tue a eJ&'usão 8 parte da

'<gi&a do sis'&mn e não resu'tado de de+i&iXn&ias indi*iduais\ Tue Wá dominação

e&on]mi&a e &u'tura' e Tue a si&o'ogia uma &erta si&o'ogia Tue dispensa 'odo

&onWe&imento Tue não +or resu'tado de pro&edimentos eJperimentais$ ap'i&ados a

indi*duos a.stratos &ontri.ui para a 4usti+i&ação desse estado de &oisas-

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 A'Weia %s demais ;iXn&ias Humanas e % i'oso+ia a +ormação dos psi&<'ogos

+a#)se na ausXn&ia de teorias Tue 'Wes permitiriam &onWe&er as .ases

espistemo'<gi&as e re+'etir so.re as imp'i&açes 8ti&o)po''i&as das id8ias e t8&ni&as

Tue adotam- ;om isso a maioria dos psi&<'ogos tem sido redu#ida a mero o.4eto da

&iXn&ia Tue prati&a- Assumindo uma postura idea'ista ou se4a tomando as id8ias

Tue &onstituem a si&o'ogia &omo entidades aut]nomas Tue pairam a&ima dos

interesses em 4ogo na rea'idade so&ia' os psi&<'ogos tornam)se eJe&utores

ins&ientes de açes in+ormadas por a.straçes e in*erses-

!omemos &omo eJemp'o uma in*ersão &orriTueira na práti&a dos psi&<'ogos

es&o'ares- Qurante o ano es&o'ar &'asses inteiras passam por *árias pro+essoras

a'8m de +i&arem a'guns meses pri*adas de ensino distri.udas pre&ariamente por

outras sa'as de au'a\ ao +ina' do ano seus a'unos não aprenderam as Wa.i'idades e

in+ormaçes pre*istas no programa e por isso são repro*ados- No ano seguinte

t8&ni&os e administradores es&o'ares não Wesitam em +ormar &om e'es 9&'asses

+ra&as9 gera'mente assumidas por pro+essoras ineJperientes e &ontrariadas- Qepois

de a'gum tempo todos são en*iados para a*a'iação psi&o'<gi&a- Munidos de

instrumentos de medida da inte'igXn&ia .aseados em &on&epçes pou&o inte'igentes

de inte'igXn&ia e de uma &on&epção de saVde menta' &omo su.missão %s

eJigXn&ias da rea'idade "não importa Tuais se4am$ os psi&<'ogos ignoram a Wist<ria

es&o'ar dos eJaminandos o peso da aprendi#agem "in&'usi*e de &onWe&imentos

es&o'ares$ no su&esso3+ra&asso nos itens dos testes a '<gi&a a+iana das institui)

çes es&o'ares e o desrespeito &om Tue as &rianças po.res gera'mente são

tratadas ne'as e redigem 'audos nos Tuais as &rianças são rotu'adas &omo

de+i&ientes mentais e portadoras de 9pro.'emas de auto)estima9

CD@

Introdução % psi&o'ogia es&o'ar ou 9pro.'emas emo&ionais9 Tue passam a eJp'i&ar o seu +ra&asso es&o'ar-

Qi#endo de outro modo e+eitos da Wist<ria es&o'ar são tomados &omo &ansas dessa

Wist<ria e a rede es&o'ar Tue *irou su&ata por eTu*o&os te&ni&istas ou des&aso do

Estado permane&e into&ada- ara não +a'ar d& toda a sorte de re'açes &ausais

+á&eis e ar.itrárias entre +atos da .iogra+ia do a'uno e seu rendimento na es&o'a-

 As ati*idades pro+issionais e &ient+i&as dos psi&<'ogos re*estem)se &omo

regra de &aráter meramente t8&ni&o e de pretensão de neutra'idade po'ti&a-EnTuanto *e&u'os de uma &iXn&ia Tue não &riti&am e'es +a#em d& suas pesTuisas

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uma eterna repetição &omo atesta o *o'ume d& pu.'i&açes paup8rrimas do ponto

de *ista te<ri&o no Tua' o drama Wumano &ompare&e pasteuri#ado por uma

&on&epção a.strata d& Womem e de so&iedade- Os Re*ies ourna's e &ongXneres

são Tuase sempre destitudos de interesse e perpassados de en+adonWa mesmi&e

d& espantosa po.re#a e o Tue 8 mais gra*e de um poderoso e+eito en&o.ridor da

per*ersidade da '<gi&a &apita'ista Tue rege a *ida nos pases do &Wamado 9ter&eiro

mundo9-

orTue um &oipo te<ri&o +undamenta' &onsiderado por inte'e&tuais d& peso

&omo 9a insuperá*e' +i'oso+ia de nosso tempo9 "Sartre >?@?$ está ausente dos

&ursos de si&o'ogia sa'*o eJ&eçes Tue &on+irmam a regraY A +i'oso+ia da práJis

nada tem a dar % si&o'ogiaY si&o'ogia & o'ti&a são es+eras Tue não se to&amY

;iXn&ia 8 uma &oisa e ti&a 8 outraY i'oso+ia 8 mera meta+si&a dispensá*e' ao

esprito &ient+i&oY

Impedidos de pensamento &rti&o Tuase todos os psi&<'ogos estão

&ondenados % &ondição d& re+8ns de sua &iXn&ia par&e'ar- Nesse &onteJto suas

es&o'Was te<ri&as e t8&ni&as são tomadas a partir de &rit8rios puramente

emo&ionais *erdadeiros atos de +8 Tue se trans+ormam rapidamente &m

dogmatismo a ser*iço do Wá.ito & do &orporati*ismo- ;om suas t8&ni&as

automati#adas d& diagn<sti&o e seus 'audos estereotipados a si&o'ogia está %

.eira de redu#ir)se a mera ati*idade .uro&ráti&a- E a .uro&ra&ia não 8 in<&ua &omo

pare&e mas eJer&&io de poder e +onte de a'ienação "Motta >?G>$-

 A partir da &rti&a +i'os<+i&a e so&io'<gi&a do &ienti+i&ismo Tue par&e'a e

&oisi+i&a o &onWe&imento nas ;iXn&ias Humanas &ontra portanto a &on&epção

positi*ista d& &onWe&imento 8 poss*e' superar os &on&eitos a.stratos de 9ser

Wumano9 & 9nature#a Wumana9 Tue 'astreiam a si&o'ogia- A &on&epção de Womem

presente na antropo'ogia marJista na Tua' este 9ser9 e sua 9nature#a9 s< sees&'are&em se

O pape' so&ia' e a +ormação do psi&<'ogo

CDG

re*e'ado o seu *n&u'o &om o pro&esso Wist<ri&o 8 de grande *a'ia para a

trans+ormação radi&a' da si&o'ogia na direção de seu &ompromisso &om a

Wumani#ação dos Womens-

Na área espe&+i&a da si&o'ogia *o'tada para as Tuestes es&o'ares so.retudo dos pro.'emas re+erentes % es&o'a pV.'i&a de 'u grau a atenção %

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estrutura so&ia' e % Wist<ria da edu&ação e da po'ti&a edu&a&iona' num pas

&apita'ista dependente +undamenta uma *isão &rti&a da es&o'a enTuanto instituição

so&ia' Tue reprodu# em seu interior o estado de &oisas &m *igor na so&iedade Tue a

in&'ui- Nesta direção a'gumas &orrentes da si&o'ogia Institu&iona' Tue arti&u'am as

dimenses so&ia' & psTui&a da ação dos protagonistas da *ida es&o'ar tem sido

+e&undas pois tXm in+ormado uma 'eitura das di+i&u'dades de es&o'ari#ação das

&rianças das &'asses popu'ares e inter*ençes no espaço es&o'ar Tue superam o

mode'o &'ni&o tradi&iona' *o'tado para o diagn<sti&o e o tratamento de supostos

distVr.ios +si&os e psTui&os situados no a'uno Tue não aprende ou não se a4usta

%s eJigXn&ias da es&o'a "*e4a por eJemp'o Ma&Wado >??C>??D\ ;o''ares e

MoPs8s >??D\ Ma&Wado e Sou#a >??@$- Em resumo uma si&o'ogia So&ia' &rti&a

da es&o'a pV.'i&a e'ementar tem permitido Tue a'guns psi&<'ogos &ome&em a &on)

tri.uir para a e'u&idação de pro&essos Tue se dão na *ida diária es&o'ar em suas

re'açes &om a as dimenses e&on]mi&a po'ti&a e &u'tura' da so&iedade .rasi'eira-

Se 9a ausXn&ia de senso &rti&o 8 a sepu'tura da &iXn&ia e da in*estigação

pois neste &aso e'as se pro&essam &om ingXnua segurança num terreno

pro+undamente pro.'emáti&o9 "cosi >?D?$ então a &onstrução de um eJer&&io

pro+issiona' mi'itante tem de &omeçar pe'a re+'eJão nos &ursos de si&o'ogia so.re

os determinantes Wist<ri&os da ingenuidade dos pr<prios psi&<'ogos-

Re+erXn&ias .i.'iográ+i&as

Bosi E- 9Entre a opinião & o estere<tipo9- In: No*os Estudos ;e.rap >??

( p- (C)@>-

;Wau M-S- 9Apresentação9 de M- ;Wau & M-S-;-ran&o- In: Ideo'ogia e

mo.i'i#ação popu'ar- R-- ;&d&&3a# e !erra >?@G-

;o''ares ;L-A- e MoPs&s M-A- re&on&eitos no &otidiano es&o'ar- Ensino e

medi&a'i#ação- S-- ;ort&#3Uni&amp >??D-

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