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Faz parte do ciclo de aprendizagem no Anglo: aula dada, aula es- tudada, prova, diagnóstico. Este trabalho, pioneiro, é mais que um gabarito: a resolução que segue cada questão reproduzida da prova constitui uma oportuni- dade para se aprender a matéria, perceber um aspecto diferente, rever um detalhe. Como uma aula. É útil para o estudante analisar outros modos de resolver as questões que acertou e descobrir por que em alguns casos errou — por simples desatenção, desconhecimento do tema, diculdade de relacionar os conhecimentos necessários para chegar à resposta. Em resumo, deve ser usado sem moderação. A Universidade Estadual Paulista — Unesp — tem unidades instala- das em várias cidades do estado de São Paulo: Araçatuba, Araraquara, Assis, Bauru, Botucatu, Dracena, Franca, Guaratinguetá, Ilha Solteira, Itapeva, Jaboticabal, Marília, Ourinhos, Presidente Prudente, Regis- tro, Rio Claro, Rosana, São José dos Campos, São José do Rio Preto, São Paulo, São Vicente, Sorocaba e Tupã. Seu vestibular, que é aplicado pela Fundação Vunesp, é realizado em duas fases. A segunda fase da Unesp compreende provas de conhecimentos es- pecí cos. São questões analítico-expositivas e uma Redação, em dois dias, com a seguinte constituição: 1 o dia: • 12 questões de Ciências Humanas (História, Geograa e Filosoa). • 12 questões de Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) e Matemática. 2 o dia: • 12 questões de Linguagens (Português, Literatura, Educação Física, Língua Inglesa e Artes) e uma Redação. Duração das provas em cada dia: 4 horas e 30 minutos. Cada questão vale 2 pontos, e a Redação, 28 pontos. Para a nota nal será aplicada a nota da parte objetiva do ENEM 2011 da seguinte forma, quando favorecer o candidato: Nota da 1 a fase × 4 + nota do ENEM 5 = nota da 1 a fase com ENEM a prova da 2 a fase da UNESP junho 2012 o anglo resolve Aula Estudada Aula Dada Prova Diagnós- tico

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Faz parte do ciclo de aprendizagem no Anglo: aula dada, aula es-tudada, prova, diagnóstico.Este trabalho, pioneiro, é mais que um gabarito: a resolução que segue cada questão reproduzida da prova constitui uma oportuni-dade para se aprender a matéria, perceber um aspecto diferente, rever um detalhe. Como uma aula. É útil para o estudante analisar outros modos de resolver as questões que acertou e descobrir por que em alguns casos errou — por simples desatenção, desconhecimento do tema, difi culdade de relacionar os conhecimentos necessários para chegar à resposta. Em resumo, deve ser usado sem moderação.

A Universidade Estadual Paulista — Unesp — tem unidades instala-das em várias cidades do estado de São Paulo: Araçatuba, Araraquara, Assis, Bauru, Botucatu, Dracena, Franca, Guaratinguetá, Ilha Solteira, Itapeva, Jaboticabal, Marília, Ourinhos, Presidente Prudente, Regis-tro, Rio Claro, Rosana, São José dos Campos, São José do Rio Preto, São Paulo, São Vicente, Sorocaba e Tupã.Seu vestibular, que é aplicado pela Fundação Vunesp, é realizado em duas fases.A segunda fase da Unesp compreende provas de conhecimentos es-pecífi cos. São questões analítico-expositivas e uma Redação, em dois dias, com a seguinte constituição:1o dia:• 12 questões de Ciências Humanas (História, Geografi a e Filosofi a).• 12 questões de Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) e

Matemática.2o dia:• 12 questões de Linguagens (Português, Literatura, Educação Física,

Língua Inglesa e Artes) e uma Redação.

Duração das provas em cada dia: 4 horas e 30 minutos. Cada questão vale 2 pontos, e a Redação, 28 pontos.Para a nota fi nal será aplicada a nota da parte objetiva do ENEM 2011 da seguinte forma, quando favorecer o candidato:

Nota da 1a fase × 4 + nota do ENEM5

= nota da 1a fase com ENEM

aprova

da 2a faseda UNESP

junho2012

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resolve

Aula

Estudada

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ProvaDiagnós-

tico

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UNESP/2012 — 2a FASE 2 ANGLO VESTIBULARES

A pontuação fi nal é a média aritmética simples das notas de 1a fase (com ENEM) e a nota da 2a fase.É eliminado o candidato ausente em uma das provas ou que tenha nota zero em qualquer um dos três componentes da Prova de Conhe-cimentos Específi cos ou na Redação.

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UNESP/2012 — 2a FASE 3 ANGLO VESTIBULARES

▼ Questão 1

[…] tudo que os renascentistas pretendiam era assumir a condição humana até seus limites, até as últimas consequências. Nem Deus e nem o demônio; todo o desafi o consistia em ser absolutamente, radicalmente humano, apenas humano.

(Nicolau Sevcenko. O Renascimento, 1985.)

Explique a caracterização que o texto faz do Renascimento e dê exemplo de uma obra artística em que tal intenção se manifeste.

Resolução

O texto de Nicolau Sevcenko enfatiza o humanismo renascentista, que fez do homem o ponto de convergên-cia para o saber. Os estudos dos humanistas, que valorizavam intensamente a produção da antiguidade greco--romana, pretendiam evidenciar a capacidade criadora do ser humano, expressa, por exemplo, nas artes. Entre produções artísticas da época destacam-se:

• a pintura Mona Lisa de Leonardo da Vinci;• as esculturas David e Moisés, bem como os afrescos da Capela Sistina em Roma, todas obras de Michelângelo; • O cancioneiro, de Petrarca.

▼ Questão 2

“A questão social é um caso de polícia” — esta frase, atribuída a Washington Luís, presidente da República de 1926 até a sua deposição em 1930, é geralmente apontada como o sintoma de como as questões relativas ao trabalho (a “questão social”) eram descuidadas pelo Estado durante o período da chamada República Velha (1889-1930). E, de fato, a questão social era um caso de polícia.

(Kazumi Munakata. A legislação trabalhista no Brasil, 1981.)

Explique a frase fi nal do texto, exemplifi cando-a, e indique a principal alteração que ocorreu no tratamento da questão social pelo Estado, após 1930.

Resolução

Durante a República Velha, a “questão social” era efetivamente tratada como um caso de polícia. Os governos oligárquicos não toleravam as reivindicações, protestos e greves dos trabalhadores, por isso usavam a violência militar do Estado para reprimi-los. Os sindicatos e os jornais operários eram fechados pela polícia, as greves eram enfrentadas a bala e os líderes eram presos, e, caso fossem imigrantes, expatriados, pois eram encarados como cidadãos “indesejáveis”. Portanto, pode-se concluir que o Estado republicano, liberal e oligárquico, quando deixava no mais completo desamparo o proletariado, assumia uma clara defesa dos interesses patro-nais. Por esse motivo, os assalariados urbanos olharam esperançosos o movimento militar de 1930, que derru-bou a Primeira República e instalou a Era Getulista.O novo regime político, liderado por Getúlio Vargas, estabeleceu um novo relacionamento com as classes tra-balhadoras. Com a intenção de promover a conciliação de classes, isto é, estabelecer relações amistosas entre capital e trabalho, o governo publicou uma ampla legislação social, especialmente no campo trabalhista e previdenciário, que benefi ciava a grande massa de empregados urbanos, e, ao mesmo tempo, estabelecia um rígido controle do Estado sobre os sindicatos, que, em seus vários aspectos, assemelhava-se ao corporativismo fascista. Por sua vez, todos aqueles que não se enquadrassem nessa nova orientação, sobretudo os setores políticos de esquerda — anarquistas, socialistas e comunistas —, eram violentamente reprimidos. Dessa forma, sob direção estatal, foi organizado o regime populista no Brasil: manipulavam-se as expectativas das massas urbanas, garantiam-se os privilégios dos grupos empresariais capitalistas e estabelecia-se um ambiente de con-córdia social, fundamental para impulsionar o projeto de industrialização idealizado pelos donos do poder.

CCC IIINNNCCC ÊÊÊ AAAIII SSS NNNAAAHHH MMM AAAUUU SSS

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UNESP/2012 — 2a FASE 4 ANGLO VESTIBULARES

▼ Questão 3

(Augusto Bandeira apud Rodrigo Patto Sá Motta.Jango e o golpe de 1964 na caricatura, 2006.)

Analise a charge, publicada originalmente em 17.05.1963, e identifi que como ela representa as difi culdades enfrentadas pelo governo João Goulart em seu projeto de reformas sociais.

Resolução

No princípio dos anos 1960, o nacionalismo varguista tinha em João Goulart seu maior expoente. Contando com a simpatia de movimentos sociais e sustentado pelo PTB, Jango, como era conhecido, defendia as Re-formas de Base que, entre outros fundamentos, propunha a reforma agrária. Entretanto, o tenso cenário da Guerra Fria e a oposição da UDN (União Democrática Nacional), partido defensor do livre mercado e da entra-da de capitais estrangeiros no Brasil, mobilizavam infl uentes setores da sociedade brasileira contra o governo vigente. O PSD (Partido Social Democrático), por sua vez, não era um partido homogêneo, por isso, apesar de uma parcela de seus membros apoiar o governo Jango, outra se aproximava fortemente da UDN. Por isso, ambos, UDN e PSD, foram representados na charge como pedras no caminho da implementação da reforma agrária, bandeira do governo que seria deposto no ano seguinte pelo golpe político-militar de 1964.

▼ Questão 4

Em fevereiro de 2012, uma operação naval britânica no Atlântico Sul gerou tensões diplomáticas entre Argen-tina e Reino Unido. O episódio ocorreu às vésperas do trigésimo aniversário do início da Guerra das Malvinas.Identifi que dois motivos que provocaram tal guerra e a relacione com o regime militar que então controlava a Argentina.

Resolução

A disputa entre a Argentina e a Inglaterra pela posse das Ilhas Malvinas (ou Falklands, como os ingleses as denominam), transformou-se em 1982 em uma guerra. Dentre os vários motivos que a desencadearam, desta-cam-se: a reivindicação histórica da Argentina sobre a região (por se considerar sucessora do antigo território colonial espanhol) e a possibilidade da existência de reservas de petróleo na região.A guerra eclodiu em 1982, quando a Argentina, que estava sob o governo ditatorial, vivia grave crise produ-zida pelo esgotamento do modelo econômico imposto pelos militares. Com a guerra, os militares argentinos pretendiam exacerbar o patriotismo para dar sobrevida ao regime, que estava desprestigiado na sociedade.

▼ Questão 5

Seis estados disputam fábrica da BMW no paísSeis estados disputam a fábrica da BMW no Brasil, após a matriz da montadora anunciar em março de

2011, na Alemanha, que considera instalar uma unidade na América do Sul. São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia discutem com a empresa a possibilidade de conceder incentivos fi scais para se-diar o novo empreendimento. O sexto estado seria da região central do país. O presidente da companhia no Brasil, Jörg Henning Dornbusch, confi rma o interesse e que há negociações em curso, mas não revela de que regiões do país as propostas começam a chegar. “Existe interesse dos estados, mas não há uma proposta fe-chada. O que está sendo feito é um mapeamento para avaliar o mercado não só no Brasil, mas em outros países. O México é um forte concorrente, apesar de o Brasil ser o maior mercado da América do Sul em termos de relevância”, afi rma o executivo.

(www.folha.com.br, 12.05.2011. Adaptado.)

Explique no que consiste a chamada “guerra fi scal” ou “guerra dos lugares” e cite um efeito positivo e outro negativo resultantes da disputa entre os estados do país para a atração de empresas.

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UNESP/2012 — 2a FASE 5 ANGLO VESTIBULARES

Resolução

As expressões “guerra fi scal” e “guerra dos lugares” representam a disputa travada entre os estados e mu-nicípios brasileiros para a atração de empresas, envolvendo incentivos fi scais, como a redução ou isenção de impostos e taxas mais atrativas para empréstimos bancários, doação de terrenos e implantação de infraestru-turas. A adoção dessas medidas favoreceu a desconcentração industrial na região sudeste, incentivando a in-dustrialização e a criação de novos postos de trabalho em outras regiões e estados nacionais. Porém, a redução da arrecadação de impostos e o desemprego industrial, em alguns estados que perderam competitividade no setor por causa da disputa, podem ser considerados efeitos negativos dessa prática.

▼ Questão 6

Analise a tabela.

Expectativa de evolução da produção de energia hidrelétrica no Brasil, 2009-2019Produção MW Sudeste/CO Sul Nordeste Norte Brasil

dez/09 61882 (60%) 16550 (16%) 14759 (14%) 10407 (10%) 103598 (100%)dez/19 77508 (46%) 23614 (14%) 26708 (16%) 39248 (24%) 167078 (100%)

Variação (%) 25,3 42,7 81,0 277,1 61,3(Ministério de Minas e Energia. Plano Decenal de Expansão de Energia, 2010.)

Indique as regiões brasileiras que sofrerão os maiores aumentos percentuais na capacidade de produção de energia hidrelétrica instalada até 2019.Cite um exemplo de usina hidrelétrica que está em construção no Brasil e aponte duas consequências socioam-bientais resultantes da sua instalação.

Resolução

As regiões brasileiras que sofrerão os maiores aumentos percentuais na capacidade de produção de energia hidrelétrica instalada até 2019 serão as regiões Norte (277,1% de crescimento de dezembro de 2009 a dezem-bro de 2019) e Nordeste (81% de crescimento de dezembro de 2009 a dezembro de 2019). Atualmente ocorre a construção de duas usinas hidrelétricas no rio Madeira, no estado de Rondônia. São as de Jirau e de Santo Antônio. Dentre as consequências socioambientais possíveis, destacam-se o alagamento de trechos da fl oresta, causando assim impacto na fauna e fl ora locais, além do deslocamento de populações ribeirinhas em decorrência da formação dos lagos das referidas barragens.

▼ Questão 7

Na Copa do Mundo de Futebol de 2014, para que o deslocamento não seja um problema para as equipes, a FIFA exige que as seleções participantes se hospedem em cidades localizadas nas proximidades dos estádios onde os jogos serão realizados. Como os dirigentes das seleções precisam conhecer a distância e a infraestru-tura de transportes de cada cidade, as prefeituras municipais deverão enviar um mapa com a localização da cidade e do estádio que sediará os jogos de cada seleção.Qual é a função da escala em um mapa? Considerando que a distância entre a cidade que hospedará deter-minada seleção e o estádio seja de 60km, indique a escala numérica que deverá ser utilizada no mapa para representar essa distância em 12cm.

Resolução

Escala é uma relação matemática entre as dimensões dos elementos representados em um mapa e suas di-mensões na natureza. Sua função é demonstrar quantas vezes as dimensões do terreno foram reduzidas para serem representadas no mapa.A respeito da escala numérica do mapa descrito, devemos considerar:A distância real entre a cidade e o estádio de futebol é de 60km. Essa mesma distância é representada no mapa com a distância de 12cm. Portanto, para deduzirmos qual a escala do mapa, segue a seguinte relação matemática:

12cm = 60km1cm = x

Conclui-se que cada centímetro no mapa equivale a 5km. No entanto, nas legendas numéricas, a mesma uni-dade de medida deve ser utilizada no numerador e no denominador, sendo necessário, nesse caso, transfor-mar a distância em quilômetros para centímetros. Assim, a escala do mapa em questão é 1:500.000.

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UNESP/2012 — 2a FASE 6 ANGLO VESTIBULARES

▼ Questão 8

Analise o mapa.

O MUNDO UNIMULTIPOLAR DO INÍCIO DO SÉCULO XXI

(Sérgio Adas. Geografi a: Ensino médio, 2008. Adaptado.)

Os eventos políticos e o conjunto de transformações econômicas e tecnológicas das últimas duas décadas permitem que se empreguem diferentes e, às vezes, divergentes visões sobre a Nova Ordem Mundial. A partir das informações apresentadas no mapa e de conhecimentos sobre a Nova Ordem Mundial, defi na as visões de mundo unipolar e mundo multipolar, apresentando evidências que sustentem uma e outra visão.

Resolução

A visão de mundo unipolar seria marcada pela liderança hegemônica dos EUA devido a seu poder econômico e militar. As evidências que sustentam essa visão são:

• Os EUA lideram a economia mundial com um PIB de cerca de 15 trilhões de dólares, além do maior orçamen-to militar, que representa mais de 40% dos gastos nesse setor em todo o mundo.

• De acordo com o mapa, os EUA são a única potência militar atuante na Nova Ordem comandando interven-ções no Afeganistão (2001) e no Iraque (2003), justifi cadas pelo combate ao terrorismo após os atentados ao World Trade Center.

• Ainda nessa linha, o líder da Al Qaeda, o terrorista Osama bin Laden, foi morto numa operação militar norte-americana no Paquistão em 2011.

• Também é possível citar a participação decisiva dos EUA nas negociações de paz entre Israel e os palestinos e na produção de armas nucleares na Coreia do Norte e no Iraque.

Na visão multipolar, prevalecem outros critérios, como o fi nanceiro, o tecnológico, o comercial. Vários países ou grupos de países exercem algum tipo de infl uência nas principais questões que envolvem a geopolítica mundial. Sob esse ponto de vista, podemos citar as seguintes visões:

• A formação de blocos econômicos como o NAFTA (EUA, Canadá e México) ou a União Europeia (27 países), na tentativa de fortalecer o comércio regional entre os membros da organização e aumentar a infl uência econômica desses países sobre mercados próximos, como a América Latina para os EUA, ou a África para os europeus.

• A ampliação do G7 (grupo dos 7 países mais desenvolvidos do mundo, com Canadá, EUA, Japão, Itália, França, Reino Unido e Alemanha) para G20 (incluindo vários países emergentes, como Brasil, Rússia, Índia e China) na tentativa de encontrar soluções para a crise fi nanceira que atingiu principalmente as economias mais ricas em 2008.

• O fracasso da Rodada Comercial de Doha, comandada pela OMC (Organização Mundial de Comércio), que não chegou a um acordo para a liberalização do comércio mundial sem que fossem eliminadas as barreiras protecionistas dos países mais ricos.

Em resumo, fi ca evidente que a Nova Ordem ainda não apresenta uma situação que permita defi nir com cla-reza quais serão os fatores que defi nirão o equilíbrio de poder no sistema internacional, que é cada vez mais complexo e incerto.

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UNESP/2012 — 2a FASE 7 ANGLO VESTIBULARES

▼ Questão 9

Texto 1

2012 começa sob a vibração positiva de uma Lua crescente em Áries logo no dia 1o. Áries é o signo que tem tudo a ver com o início de algo e traz muita garra, coragem e esperança. Ainda na primeira semana, Mercúrio, das comunicações, forma um aspecto harmonioso com Saturno e Netuno, evidenciando um momento de des-cobertas, diálogo e de primeiros passos coletivos na consolidação de um sonho ou projeto comum, de muitos povos e sociedades. Acordos internacionais e negociações de paz podem ser feitos em um momento feliz e que promete bom desenvolvimento.

(Barbara Abramo. Céu de janeiro de 2012. http://horoscopo.uol.com.br, 01.01.2012.)

Texto 2

O Irã lançou ontem mísseis de cruzeiro melhorados, que podem ameaçar navios americanos, durante um exer-cício naval que simula o fechamento do estreito de Hormuz — por onde passa cerca de um sexto da produção de petróleo mundial. O míssil Ghader (capaz, em farsi) foi desenvolvido com o objetivo de atacar navios de guerra e proteger o litoral do país. Duas unidades foram disparadas ontem da costa iraniana em um teste.

(Irã testa míssil que ameaça frota dos EUA. Folha de S.Paulo, 03.01.2012.)

Os dois textos, publicados no início de 2012, apresentam incompatibilidade lógica entre as formas pelas quais abordam a realidade. Responda quais são os pressupostos ou pontos de vista assumidos por cada um deles e explique os motivos dessa incompatibilidade.

Resolução

O texto 1 tem como pressuposto a crença de que haveria conexão entre a ação humana e o movimento dos astros, ou seja, de que existiria uma sincronicidade mística ou metafísica universal, e isso levaria os homens a estabelecerem pactos de paz. O texto 2, por sua vez, parte da premissa de que as ações políticas são determi-nadas pela história, ou seja, pelos desejos, aspirações e ações puramente humanas. Nesse sentido, a resposta do Irã à supremacia americana não teria qualquer interferência do cosmos: o que levou o país islâmico a ações hostis foram causas puramente geopolíticas. Logicamente, pela lei da não contradição, se fosse verdade que “2012 começa sob a vibração da Lua”, promovendo “acordos internacionais e negociações de paz”, então, o Irã não teria adotado tal resposta às ofensivas diplomáticas dos EUA.

▼ Questão 10

Vigora entre educadores e intelectuais brasileiros uma correta e justifi cável ojeriza às ditaduras de direita. In-felizmente, o mesmo vigor não é encontrado quando se trata de ditaduras de esquerda. As notícias de perse-guições, prisões, greves de fome, fuzilamentos e fugas envolvendo opositores às duras ditaduras esquerdistas são ignoradas. Quando fi ca impossível deixar de falar a respeito, são comuns alegações de que há exagero da imprensa ou, pior, sugestões de que os dissidentes são egoístas que, em nome do individualismo, ameaçam um regime que deveria servir de exemplo. São as velhas táticas de questionar a liberdade de imprensa quan-do as notícias são desfavoráveis e de desmerecer o opositor, em vez de enfrentar as opiniões contrárias com argumentos.

(Janaína Conceição Paschoal. Cuba é uma grande Guantánamo. Folha de S.Paulo, 14.02.2012.)

O texto descreve um confl ito de natureza ideológica. Apresente uma defi nição que seja adequada para o conceito de “ideologia”, tal como ele é empregado pela autora, e comente uma diferença básica entre uma “ideologia de direita” e uma “ideologia de esquerda”.

Resolução

Ideologia, segundo a visão da autora, é a forma de ver e julgar a realidade social e política a partir dos inte-resses dos grupos ou classes sociais de que os indivíduos fazem parte, responsável pelo falseamento da rea-lidade e pela simples negação de fatos noticiados pela imprensa tendendo à desqualifi cação dos opositores. Uma diferença fundamental entre ideologias “de direita” e de “esquerda” é, respectivamente, a defesa da manutenção do status quo na sociedade ou de mudanças radicais nas estruturas socioeconômicas e político--culturais. É considerada de direita na sociedade contemporânea, por exemplo, a defesa de um direito “na-tural” à propriedade privada dos meios de produção, e de esquerda, a proposta da socialização desses meios produtivos em nome do interesse coletivo.

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UNESP/2012 — 2a FASE 8 ANGLO VESTIBULARES

▼ Questão 11

As freiras da Congregação das Pequenas Irmãs da Sagrada Família, de Cascavel (PR) e, em particular, a Irmã Kelly Favareto, poderão aparecer com os véus que cobrem cotidianamente suas cabeças na foto da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A decisão é da Justiça Federal, que aceitou recurso da Irmã contra a Resolu-ção do Conselho Nacional de Trânsito que proíbe, por razões de segurança, que na foto da CNH o condutor apareça usando óculos, bonés, gorros, chapéus ou qualquer outro item que cubra parte do rosto ou cabeça, difi cultando sua identifi cação. “Eu só ando de véu, que é um sinal de consagração a Deus, não é um acessório que posso tirar quando quiser”, alegou a Irmã.

(Evandro Fadel. Freira ganha direito de usar hábito na foto da CNH. O Estado de S. Paulo, 10.02.2012. Adaptado.)

Comente o signifi cado fi losófi co do fato noticiado, abordando a relação entre indivíduo e Estado, e explique a relação entre esse fato e o movimento fi losófi co iluminista do século XVIII.

Resolução

Filosofi camente, a questão se relaciona às seguintes polêmicas que remontam ao Iluminismo: racionalismo/irracionalismo; a igualdade de direitos dos indivíduos; e a constituição de uma política laica. Dentro de uma tradição que remonta ao Iluminismo, o Estado deve garantir a igualdade dos direitos individuais, legislando (racionalmente) nesse sentido conforme o consentimento dos governados. Porém, é frequente que o exercício de um direito individual (no caso noticiado, vestir-se de acordo com a crença religiosa) contraria a racionali-dade da norma que exige a plena identifi cação dos indivíduos em certas circunstâncias (por exemplo, em do-cumentos de identidade). Segundo os parâmetros do Iluminismo, a sociedade pautada na razão não deveria deixar que tradições (irracionais) pautassem as decisões de Estado. No caso da decisão do governo em relação às freiras, não só elas conseguiram um direito especial, como a ação manifestou a interferência da religião no Estado laico.

▼ Questão 12

De certo modo, a primeira fonte de ruptura com o antropocentrismo se encontra na teoria heliocêntrica de Ni-colau Copérnico, a assim chamada revolução copernicana. A segunda grande ruptura é provocada pelo que se poderia chamar, em analogia com a primeira, de revolução darwiniana, resultado da obra de Charles Darwin, A origem das espécies pela seleção natural, onde este formula sua famosa teoria da evolução das espécies.

(Danilo Marcondes. Iniciação à história da fi losofi a, 2001. Adaptado.)

A partir do texto, explique o signifi cado do termo “antropocentrismo” e descreva por que as obras de Copér-nico e de Darwin são apresentadas como momentos de ruptura com essa centralidade.

Resolução

No seu sentido mais imediato, o antropocentrismo consiste na tendência de considerar o homem o centro do universo e, de forma mais abrangente, na tendência de entender o mundo a partir do ponto de vista do sujei-to. Dessa forma, durante muito tempo compreendeu-se a terra como o centro do universo, e o homem como um ser privilegiado na Natureza. Nicolau Copérnico — ao demonstrar racionalmente que a Terra gira em torno do sol, sendo, portanto, apenas “mais um” planeta — e Charles Darwin — que mostrou que o homem na forma em que o conhecemos é resultado de uma evolução natural, sendo apenas “mais uma” espécie —, deram um forte golpe no antropocentrismo.

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UNESP/2012 — 2a FASE 9 ANGLO VESTIBULARES

▼ Questão 13

Um besouro havia caído em uma piscina e, embora a maior parte de seu corpo estivesse acima do nível da água, a cabeça do inseto estava totalmente submersa. Pedrinho, que observava a cena, retirou o animal da piscina depois de mais de trinta minutos nessa situação. O besouro continuava vivo e saiu andando, como se nada tivesse acontecido.Pedrinho quis repetir a cena consigo mesmo, mas não conseguiu manter a cabeça submersa por mais de dois minutos sem respirar. Considerando as características do sistema respiratório dos insetos e as características do sistema respiratório dos mamíferos, explique por que o besouro conseguiu fi car tanto tempo com a cabeça submersa e explique por que Pedrinho não o conseguiu.

Resolução

Nos insetos, o ingresso de ar no sistema respiratório ocorre por inúmeros minúsculos orifícios espalhados pelo corpo e não pela boca. A partir desses orifícios, o ar percorre uma série de túbulos, denominados de traqueias, e atinge diretamente as células corporais, nas quais se dão as trocas gasosas.

Nos mamíferos, o ingresso de ar ocorre pela boca e pelas fossas nasais. Com a submersão da cabeça de Pedri-nho, essas vias fi caram obstruídas, impedindo a entrada de ar nos pulmões, em que ocorrem as trocas gasosas com o sangue. Isso provocou desconforto respiratório em Pedrinho que, em seguida, teve de retirar a cabeça da água.

▼ Questão 14

Nos troncos de várias árvores do quintal de Dona Márcia, crescem exemplares de Oncidium sp, a chuva-de--ouro, uma espécie de orquídea nativa da Mata Atlântica que produz numerosos cachos de fl ores pequenas e amarelas.Antes da fl oração, são comuns o ataque de pulgões, que costumam sugar a seiva das hastes novas, e, também, o aparecimento de joaninhas, que se alimentam desses animais e controlam naturalmente a população de pulgões.Quando da fl oração, as plantas são visitadas por diferentes espécies de abelhas, que disputam o pólen e o óleo secretado por glândulas da fl or. Esse óleo é utilizado pelas abelhas na alimentação de suas larvas.

chuva-de-ouro (Oncidium sp) em fl oração

O texto traz vários exemplos de diferentes relações interespecífi cas. Cite quatro delas, relacionando-as ao exemplo do texto, e explique-as em termos de benefício ou de prejuízo para as espécies envolvidas.

CCC IIINNNCCC ÊÊÊ AAAIII SSS TTTAAADDD NNN UUUAAA RRR AAAZZZEEE AAA TTTMMMEEE EEE MMM AAACCCÁÁÁ IIITTT

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UNESP/2012 — 2a FASE 10 ANGLO VESTIBULARES

Resolução

As interações interespecífi cas são:

a) Epifi tismo entre a orquídea Oncidium sp e a árvore na qual está apoiada. Nesse tipo de interação, também denominada de comensalismo, a orquídea é benefi ciada, por se apoiar em local de maior incidência de luz, enquanto a árvore não é prejudicada.

b) Parasitismo dos pulgões que, ao sugarem a seiva das hastes novas da orquídea, são benefi ciados, prejudi-cando suas hospedeiras.

c) Predatismo das joaninhas, que são benefi ciadas ao se alimentarem de suas presas, os pulgões, que são pre-judicados.

d) Mutualismo, com benefício para as abelhas, que obtêm o óleo que alimentará suas larvas, e ao mesmo tempo, para as orquídeas, cujas fl ores são polinizadas pelas abelhas.

▼ Questão 15

melancia sem sementes

Bom seria se todas as frutas fossem como a banana: fácil de descascar e livre do inconve-niente dos caroços. Para darem uma forcinha à natureza, pesquisadores desenvolveram versões sem sementes em laboratório [...]. Para criar frutos sem sementes a partir de ver-sões com caroços, como acontece com a melancia, é preciso cruzar plantas com números diferentes de cromossomos, até que se obtenha uma fruta em que as sementinhas não se desenvolvam.

(Veja, 25.01.2012.)

Suponha que, no caso exemplifi cado, a melancia sem sementes tenha sido obtida a partir do cruzamento en-tre uma planta diploide com 22 cromossomos e uma planta tetraploide com 44 cromossomos.Quantos cromossomos terão as células somáticas da nova planta? Considerando que as sementes são o resul-tado da reprodução sexuada, explique por que os frutos dessa planta não as possuem.

Resolução

As células somáticas da nova planta terão 33 cromossomos. Na planta híbrida, nem todos os cromossomos serão homólogos. Portanto, haverá difi culdade no pareamento, fenômeno característico da meiose, que será assim prejudicada. Não se formarão nem micrósporos, nem megásporos, e, consequentemente, não se for-marão grãos de pólen e nem óvulos. Dessa forma, não irá ocorrer a produção de sementes. Assim mesmo, os ovários se desenvolvem, devido à ação de hormônios, originando frutos de tamanho menor.

▼ Questão 16

Considere a decomposição da água oxigenada, em condições normais, descrita pela equação:

H2O2(l) → H2O(l) + 12

O2(g) ΔH = –98,2kJ/mol

Com base na informação sobre a variação de entalpia, classifi que a reação como exotérmica ou endotérmica e justifi que sua resposta. Calcule a variação de entalpia na decomposição de toda a água oxigenada contida em 100mL de uma solução aquosa antisséptica que contém água oxigenada na concentração de 3g/100mL.

Resolução

A reação é exotérmica, pois apresenta um ΔH � 0.c = 3g/100mL

3g de H2O2 –––––––––– 100mL de solução

nH2O2 = 3g34g/mol

= 0,088mol

H2O2(l) → H2O(l) + 12

O2(g) ΔH = –98,2kJ

1mol libera

––––––––––––––––––––––– 98,2kJ 0,088mol ––––––––––––––––––––––– x

x = 8,66kJ

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▼ Questão 17

A imagem mostra uma transformação química que ocorre com formação de precipitado. Foram adicionadas a uma solução de íons (Ba2+), contida em um tubo de ensaio, gotas de uma solução que contém íons sulfato (SO4

2–).

Escreva a equação completa dessa transformação química quando o cloreto de bário e o sulfato de magnésio, devidamente dissolvidos em água, são colocados em contato, e explique se a mesma imagem pode ser utili-zada para ilustrar a transformação que ocorre se a solução de cloreto de bário for substituída por NaOH aq.

Resolução

BaCl2(aq) + MgSO4(aq) → BaSO4(s) + MgCl2(aq)

Equação iônica

Ba2+(aq) + SO42– (aq) → BaSO4(s)

A imagem pode ser utilizada, pois ocorre precipitação de Mg(OH)2(s).

2NaOH(aq) + MgSO4(aq) → Mg(OH)2(s) + 2NaCl(aq)

Equação iônica

2OH–(aq) + Mg2+(aq) → Mg(OH)2(s)

▼ Questão 18

Armadilhas para o CO2

Estudo de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista, Unesp, em Presidente Prudente, abre a pers-pectiva de desenvolvimento de tecnologias que possibilitam capturar quimicamente o CO2 atmosférico, o principal gás de efeito estufa.

Os pesquisadores brasileiros demonstraram que uma molécula denominada DBN, em determinadas con-dições de temperatura e pressão, associa-se ao dióxido de carbono, formando carbamato (1) e bicarbonato de DBN (2). O processo está esquematizado a seguir.

(Unesp Ciência, dezembro de 2011. Adaptado.)

N

N

DBN

+ CO2

N+

N N

O O–

+

HOH

O–O

N+

1

2

H2O

Determine a fórmula molecular da DBN. Com base nas informações fornecidas pelo esquema da reação, e dado R = 0,082L ⋅ atm ⋅ K–1 ⋅ mol–1, calcule o volume de CO2, em litros, que pode ser capturado na reação de 1mol de DBN à temperatura de –23ºC e pressão de 1atm.

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Resolução

N

H2C

H2C

H2C H2

CN

C

CH2

CH2

DBNFórmula estrutural

Fórmula Molecular = C7H12N2

A equação devidamente balanceada permite concluir que 1mol de DBN captura 1mol de CO2.

2C7H12N2 + 2CO2 + 1H2O → 1C8H12N2O2 + 1(C7H13N12)+(CHO3)–

1mol ––––– 1mol

Aplicando PV = nRT, temos:

V = 1mol ⋅ 0,082atm ⋅ L ⋅ mol–1K–1 ⋅ 250K

1atmV = 20,5L

▼ Questão 19

Ao lançar um pacote de 4kg, um rapaz o empurra em linha reta, a partir do repouso, sobre uma superfície ho-rizontal, exercendo sobre ele uma força F

também horizontal, mantendo-o em movimento acelerado por 2,0s.

F

O gráfi co mostra como varia a intensidade da resultante das forças (R→

) que atuam sobre o pacote durante os 2,0s em que ele foi empurrado.

R(N)4,0

0,0 0,8 2,0 t(s)

Sabendo que o coefi ciente de atrito cinético entre o pacote e a superfície vale 0,2 e que g = 10m/s2, determine o módulo da velocidade atingida pelo pacote ao fi nal dos 2,0s e a intensidade da força F

exercida pelo rapaz entre 0,8s e 2,0s.

Resolução

Dados do problema:

• o móvel (pacote) parte do repouso: v0 = 0• coefi ciente de atrito cinético: μc = 0,2• massa do pacote: m = 4kg

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UNESP/2012 — 2a FASE 13 ANGLO VESTIBULARES

A área sob o diagrama fornecido indica a intensidade do impulso da resultante das forças atuantes no corpo.R(N)

4,0

0,0 0,8 2,0 t(s)

ÁreaÁrea: (B + b) ⋅ h

2 = (2 + 1,2) ⋅ 4

2 = 6,4

∴ IR = 6,4N ⋅ s

Aplicando o teorema do impulso para o movimento retilíneo:

IR = Qf – Qi0, em que: Q = m ⋅ v

⇓ ⇓6,4 = 4 ⋅ v ∴ v = 1,6m/s

As forças que atuam no pacote são:

A F

N = P

P

Entre 0,8s e 2,0s, a resultante é constante e tem intensidade 4N.Mas, R = F – A, em que A = μc ⋅ N.Assim: R = F – μc ⋅ m ⋅ g

4 = F – 0,2 ⋅ 4 ⋅ 10∴ F = 12N

▼ Questão 20

Para observar detalhes de um selo, um fi latelista utiliza uma lente esférica convergente funcionando como lupa. Com ela, consegue obter uma imagem nítida e direita do selo, com as dimensões relativas mostradas na fi gura.

x

y

2y

2x

selo visto a olho nu imagem do selo vista através da lente

Considerando que o plano que contém o selo é paralelo ao da lente e sabendo que a distância focal da lente é igual a 20cm, calcule os módulos das distâncias do selo à lente e da imagem do selo à lente.

Resolução

Dados:• Pela fi gura: imagem direita e 2 vezes maior que o objeto.

∴ A = + 2

• Lente convergente e com distância focal 20cm: f = 20cm.

Pede-se:• distância do selo à lente: |p| = ?• distância da imagem do selo à lente: |p‘| = ?

A partir da equação do aumento linear transversal (A):

A = ff – p

⇒ 2 = 2020 – p

∴ p = 10cm (o selo está a 10cm da lente)

A partir da equação de Gauss:1f = 1

p + 1

p‘ ⇒ 1

20 = 1

10 + 1

p‘∴ p‘ = –20cm (a imagem está a 20cm da lente)

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UNESP/2012 — 2a FASE 14 ANGLO VESTIBULARES

▼ Questão 21

A fi gura mostra o esquema de ligação de um aquecedor elétrico construído com quatro resistores ôhmicos iguais de resistência R. Os fi os e a chave CH têm resistências desprezíveis. A chave pode ser ligada no ponto 1 ou no ponto 2 e o aparelho é sempre ligado a uma diferença de potencial constante U. Quando a chave CH é ligada no ponto 1, o amperímetro ideal mostrado na fi gura indica uma corrente de intensidade 2,4A e os resistores dissipam, no total, 360W.

A

U 1

2

R

R

R

RCH

Calcule a diferença de potencial U. Calcule a intensidade da corrente elétrica indicada pelo amperímetro quando a chave CH for ligada no ponto 2.

Resolução

Com a chave na posição 1, o circuito é:

A

U

R

R

CH

i

i

i

Os resistores estão em série: REQ = 2R

Indicação do amperímetro: i = 2,4A

Potência total dissipada: P T = 360W

Como P diss = R ⋅ i2 ⇒ 360 = (2R) ⋅ (2,4)2

∴ R = 31,25�

A ddp nos terminais da associação em série corresponde à ddp (U) fornecida pelo gerador:U = REQ ⋅ iU = 2 ⋅ 31,25 ⋅ 2,4U = 150V

Observação: Essa ddp também poderia ser encontrada, lembrando que a potência fornecida pelo gerador é igual à potência dissipada pelos resistores.

P fornecida = P dissipada↓ ↓

U ⋅ i = 360U ⋅ 2,4 = 360 ∴ U = 150V

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UNESP/2012 — 2a FASE 15 ANGLO VESTIBULARES

Na posição 2 da chave, o circuito passa a ser:

A

U

R

R

RCH

i’

i’

i’

i’

Os três resistores estão em série: REQ = 3 ⋅ RREQ = 3 ⋅ 31,25REQ = 93,75�

O valor de i‘ pode ser obtido pela expressão:

U = REQ ⋅ i‘↓ ↓ ↓

150 = 93,75 ⋅ i‘∴ i‘ = 1,6A

▼ Questão 22

No futebol, um dos gols mais bonitos e raros de se ver é o chamado gol olímpico, marcado como resultado da cobrança direta de um escanteio.

R

O

h

d

R

golescanteio

(www.nominuto.com)

Suponha que neste tipo de gol:

1o) a projeção da trajetória da bola descreva um arco de circunferência no plano do gramado;2o) a distância (d) entre o ponto da cobrança do escanteio e o ponto do campo em que a bola entra no gol

seja 40m;3o) a distância máxima (h) da projeção da trajetória da bola à linha de fundo do campo seja 1m.

Determine o raio da circunferência (R), em metros, do arco descrito pela trajetória da bola, com uma casa decimal de aproximação.

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Resolução

R – 1R

O

20 BA

Na fi gura, temos:

OB = R, OA = R – 1 e AB = 20

R2 = (R – 1)2 + 202 (Teorema de Pitágoras)R2 = R2 – 2R + 1 + 4002R = 401 ∴ R = 200,5

Resposta: 200,5

▼ Questão 23

Um prédio hospitalar está sendo construído em um terreno declivoso. Para otimizar a construção, o arquiteto responsável idealizou o estacionamento no subsolo do prédio, com entrada pela rua dos fundos do terreno. A recepção do hospital está 5 metros acima do nível do estacionamento, sendo necessária a construção de uma rampa retilínea de acesso para os pacientes com difi culdades de locomoção. A fi gura representa esquematica-mente esta rampa (r), ligando o ponto A, no piso da recepção, ao ponto B, no piso do estacionamento, a qual deve ter uma inclinação α mínima de 30º e máxima de 45º.

A

B

nível da recepção

nível do estacionamento5m

r

Nestas condições e considerando �2 ≅ 1,4, quais deverão ser os valores máximo e mínimo, em metros, do com-primento desta rampa de acesso?

Resolução

5r

= senα ∴ r = 5senα

30º � α � 45º ⇒

⇒ 5senα

� r � 5senα

⇒ 5sen45º

� r � 5sen30º

⇒ 51

�2

� r � 512

⇒ 5�2 � r � 10�2 = 1,4 ⇒ 7 � r � 10

Resposta: 10 e 7

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UNESP/2012 — 2a FASE 17 ANGLO VESTIBULARES

▼ Questão 24

Identifi que o lugar geométrico das imagens dos números complexos Z, tais que |Z| + |3 · Z| = 12.

Resolução

|Z| + |3| ⋅ |Z| = 12|Z| + 3 ⋅ |Z| = 12

4|Z| = 12|Z| = 3

Como, no plano de Argand-Gauss, o módulo de Z corresponde à distância da origem ao afi xo de Z, concluímos que o lugar geométrico é a circunferência de centro na origem e raio igual a 3.

Resposta: a circunferência de centro na origem e raio igual a 3

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UNESP/2012 — 2a FASE 18 ANGLO VESTIBULARES

INSTRUÇÃO: As questões de números 25 a 28 tomam por base fragmentos de uma crônica de 14.02.1920, do escritor Lima Barreto (1881-1922), que focaliza fatos ocorridos em 1920.

O caso da A Folha[…]A Constituição Federal, edição ofi cial da Imprensa Nacional, 1891, Título III secção II, — Declaração dos

Direitos, art. 72, § 12, diz:“Em qualquer assunto é livre a manifestação do pensamento pela imprensa, ou pela tribuna sem depen-

dência de censura, respondendo cada um pelos abusos que cometer, nos casos e pela forma que a lei determi-nar. Não é permitido o anonimato.”

A lei que dispõe sobre os crimes de responsabilidade do presidente da República diz ainda:“Art. 28 — Tolher a liberdade da imprensa, impedindo arbitrariamente a publicação ou circulação dos

jornais ou outros escritos impressos”, etc.[…]Em dias da semana passada, nesta cidade do Rio de Janeiro, em plena Avenida Central, agentes de po-

lícia e outros funcionários subalternos, da repartição do doutor Geminiano, saíram-se dos seus cuidados e apreenderam das mãos de vendedores e rasgaram in continenti1 exemplares da A Folha, jornal recentemente fundado e dirigido pelo conhecido escritor Medeiros e Albuquerque.

Não é segredo para ninguém que o jornal desse ilustrado e destemido jornalista vem, desde a sua funda-ção, mantendo uma campanha contra a venda aos Estados Unidos dos navios que o Brasil tomou à Alemanha, por ocasião de declarar a guerra a esta.

A campanha tem sido corajosa e tem deveras contundido profundamente o governo, por isso, todos que se julgam pavoneados pelo Catete2 andam irritadíssimos com o vespertino de Medeiros.

A coisa está posta no ponto de vista patriótico, ponto de vista em que não gosto de ver julgada qualquer questão.

Para fi m, o que eu achava honesto e sério, de cavalheiro, era entregar os buques3 aos seus verdadeiros do-nos; o mais tem um nome feio que não quero pôr aqui. Mas, etc., etc. Os agentes, como ia eu dizendo, apreen-deram os jornais de Medeiros e Albuquerque, diante do povo bestializado; e, ao outro dia, um único quotidia-no teve a coragem de denunciar semelhante escândalo, assim mesmo com reservas e injustifi cável prudência.

Sou insuspeito para falar assim dos jornais, porque lhes devo muito; mas, por isso mesmo, julgo que a força da imprensa periga, desde que nessa questão de liberdade de pensamento não houver a mais perfeita solidariedade de vistas em defendê-la contra os atentados dos governos verdadeiramente poderosos e os que se fi ngem poderosos, como o atual.

E essa defesa deve esquecer qualquer outra circunstância que milite em favor ou desfavor do jornal.Não se quer saber se o jornal A, atacado pelos alguazis4 da governança, tira mil ou um milhão de exem-

plares, se é escrito na língua morta de Rui de Pina ou na que os símile-clássicos de hoje chamam vasconço5 ou lá que seja.

O que se deve indagar primeiro é se todo o ataque a um jornal ou à sua liberdade de circulação não é uma ameaça aos outros. Hodie mihi…6

Nesse caso da A Folha, apesar de serôdios7, os protestos vieram; e, ainda ontem, A Noite, na secção “Ecos e Novidades”, denuncia que o próprio diretor dos Correios foi, em pessoa, a determinada dependência, para impedir que aquele jornal fosse distribuído aos seus assinantes.

Até onde quererão ir os administradores do Brasil em sabujice?(Lima Barreto. Feiras e mafuás, 1961.)

(1) In continenti: no mesmo momento, imediatamente, no mesmo instante, na hora.(2) Catete: Palácio do Catete, sede da presidência da República.(3) Buques: navios.(4) Alguazil: funcionário inferior de administração ou de justiça; funcionário subalterno; ofi cial de diligências; meirinho,

beleguim, esbirro.(5) Vasconço: basco; (fi g.) linguagem confusa, afetada, ininteligível.(6) Hodie mihi, cras tibi: provérbio latino que signifi ca “hoje a mim, amanhã a ti”, isto é, o que acontece hoje comigo pode

acontecer amanhã com você.(7) Serôdio: fora de tempo, tardio, atrasado.

III UUULLLNNNGGG GGGAAA EEEMMM EEE ÓÓÓ GGGDDD III OOOSSSCCC

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UNESP/2012 — 2a FASE 19 ANGLO VESTIBULARES

▼ Questão 25

A campanha tem sido corajosa e tem deveras contundido profundamente o governo…

Partindo do sentido próprio com que o verbo contundir é comumente empregado nos esportes e nas ativida-des físicas em geral, descreva o sentido fi gurado com que Lima Barreto emprega tem contundido na frase em destaque.

Resolução

Sabendo-se que “contundir” signifi ca “fazer contusões” (lesão causada por impacto), pode-se supor que o emprego metafórico da locução “tem contundido” para se referir aos efeitos da campanha do jornal visa a enfatizar que ela tem de fato causado sérios danos ao governo. A crônica não deixa claro qual é a natureza desses danos, mas, como são decorrentes de artigos de jornal, pode-se inferir que eles dizem respeito pelo menos a prejuízos à imagem do governo.

▼ Questão 26

Embora não faça uma acusação formal e direta, a leitura dos quatro primeiros parágrafos da crônica de Lima Barreto demonstra que este suspeitava ter havido um só mandatário das ações contra o jornal A Folha. Aponte esse mandatário e, com base nas informações fornecidas nos quatro primeiros parágrafos, explique qual seria sua responsabilidade legal.

Resolução

Lima Barreto suspeitava que o presidente da República fosse o mandatário das ações contra o jornal A Folha. Nos quatro primeiros parágrafos, isso se evidencia pelo fato de que, junto ao trecho da Constituição Federal que defende a liberdade de imprensa, é citado artigo da lei “que dispõe sobre os crimes de responsabilidade do Presidente da República”. De acordo com esse trecho, estava sob sua responsabilidade legal o crime de “tolher a liberdade de imprensa, impedindo arbitrariamente a publicação ou a circulação dos jornais ou ou-tros escritos impressos”. Vale mencionar que o conjunto da crônica confi rma essa interpretação ao mostrar que A Folha havia “con-tundido profundamente o governo” e irritado os que se julgavam “pavoneados pelo Catete”. Além disso, o autor conclama os veículos de imprensa a se defenderem mutuamente dos “atentados dos governos (…) que se fi ngem de poderosos, como o atual” e dos ataques de “alguazis da governança”.

▼ Questão 27

Os agentes, como ia eu dizendo, apreenderam os jornais de Medeiros e Albuquerque, diante do povo bestiali-zado; e, ao outro dia, um único quotidiano teve a coragem de denunciar semelhante escândalo, assim mesmo com reservas e injustifi cável prudência.

Nesta frase, focalizando a reação do único jornal (quotidiano) que ao outro dia denunciou as ações sofridas por A Folha, Lima Barreto atribui àquele jornal o termo “coragem”, mas em seguida ressalva que a denúncia foi feita com “reservas e injustifi cável prudência”. O que pretendeu realmente dizer o cronista quanto à rea-ção do jornal?

Resolução

Segundo o cronista, a apreensão dos jornais de Medeiros e Albuquerque foi um escândalo, uma vez que agre-diu a liberdade de expressão. Isso seria razão sufi ciente para que os órgãos de imprensa se manifestassem, denunciando a censura. Como um único jornal o fez, a atitude é vista por Lima Barreto como um gesto de “coragem”: a denúncia pôs o veículo em destaque em relação aos concorrentes, criando uma imagem positiva dele. A ressalva feita pela expressão “assim mesmo com reservas e injustifi cável prudência”, de valor concessi-vo, sugere que a denúncia, apesar de louvável, deveria ter sido mais contundente, incisiva, direta, sem atenuar os fatos.

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UNESP/2012 — 2a FASE 20 ANGLO VESTIBULARES

▼ Questão 28

O que se deve indagar primeiro é se todo o ataque a um jornal ou à sua liberdade de circulação não é uma ameaça aos outros.Hodie mihi…

Explique o que quer dizer o cronista neste parágrafo, em termos de defesa da cidadania, ao empregar o pro-vérbio latino Hodie mihi, cras tibi (hoje a mim, amanhã a ti).

Resolução

O provérbio latino adverte para o perigo da omissão diante da injustiça: aquele que se cala perante a opressão de seus semelhantes depois será vítima de coações similares. Isso indica que qualquer incidente que fi ra os princípios considerados justos, por menor que seja, pode dar origem a precedentes que depois virão a afetar o direito coletivo.Ao empregá-lo, o cronista quer preservar a integridade do princípio constitucional da liberdade de imprensa, que, segundo seu ponto de vista, é incondicional. Por isso, ele conclama todos os jornais a repudiar os eventos que impediram a livre circulação do periódico A Folha, evitando que se estabeleça precedente que depois possa restringir o direito de livre manifestação e difusão do pensamento.Essa omissão poderia sugerir tolerância frente a futuros atos de censura ou de repressão a outros veículos de imprensa que viessem a desagradar ao governo.

INSTRUÇÃO: As questões de números 29 a 32 tomam por base a letra de uma toada de Tom Andrade (Éver-tom Éder de Andrade) e Manoelito (José Manoel Xavier Souto), gravada pela primeira vez em disco do Grupo Agreste, em setembro de 1982.

Quebra de milho

Mês de agostoÉ tempo de queimadaVou lá prá roçaPreparar o aceiroFaísca pulaQue nem burro braboE faz estrada lá na capoeiraA terra é a mãe,Isso não é segredoO que se planta esse chão nos dáUma promessaA São Miguel ArcanjoPrá mandar chuvaPro milho brotar…Passou setembro,Outubro já chegouJá vejo o milhoBrotando no chãoTapando a terraFeito manto verdePrá esperança do meu coraçãoMês de dezembro,Vêm as boas novasA roça toda já se embonecouUma oraçãoAgradecendo a DeusE comer o frutoQue já madurou...Mês de janeiro,Comer milho assadoMingau e anguNo mês de fevereiro

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UNESP/2012 — 2a FASE 21 ANGLO VESTIBULARES

Na palha verdeEnrolar pamonhaE comer cuscuzDurante o ano inteiroQuando é chegadoO tempo da colheitaQuebra de milho,Grande mutirãoA vida veste sua roupa novaPrá ir no baile lá no casarão…

(In: Beth Cançado. Aquarela Brasileira. Vol. 3. Brasília: Editora Corte Ltda., 1995.)

▼ Questão 29

Esclareça o ponto de vista assumido na letra da toada com relação à necessidade e à utilidade da queimada na agricultura.

Resolução

A letra de Quebra de milho contém várias expressões que revelam o ponto de vista do enunciador a respeito das queimadas em agricultura:• o verso É tempo de queimada informa que elas são um procedimento corriqueiro entre as práticas agrícolas

do sertanejo e indispensável ao preparo da terra, com tempo certo para acontecer (mês de agosto);• o verso Preparar o aceiro evidencia que, para o agricultor, as queimadas são uma atividade planejada, não

um acidente ou uma ilegalidade, para a qual há preparo e controle — aceiro é a faixa de terreno que se limpa para evitar que o fogo se propague em áreas que não serão cultivadas.

▼ Questão 30

A roça toda já se embonecou.

Com base no fato de que no meio rural a espiga do milho quando surge é denominada boneca e de que o sentido usual de embonecar é “enfeitar”, explique o que expressam os autores da toada com o verso em des-taque.

Resolução

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a expressão “embonecar” possui dois signifi cados: um deles, pertencente ao vocabulário da agronomia, signifi ca espigar, ou seja, o momento do nascimento da espiga do milho, manifestado pelos fi os em formato de cabelos, que saem para fora da casca. O outro signifi -cado é “enfeitar”. Ao escrever o verso “A roça toda já se embonecou”, os autores da toada querem dizer que o milharal já evoluiu para o estágio do surgimento das bonecas. Não se descarta a hipótese de interpretar a mesma palavra no sentido de que a roça fi cou bonita.

▼ Questão 31

Demonstre que a comparação da faísca na queimada na roça com um “burro brabo” é bastante adequada ao contexto e à concepção da queimada na letra da toada de Tom Andrade e Manoelito.

Resolução

A “queimada” é um processo pelo qual, ateando-se fogo à vegetação seca, prepara-se a terra para ser culti-vada. Segundo a concepção apresentada na letra da canção, tal processo deve ser feito sobre uma extensão delimitada de terra, o que se subentende da afi rmação de que o eu lírico vai “Preparar o aceiro” (ou seja, criar um intervalo entre as vegetações, para evitar que o fogo se espalhe indefi nidamente mato afora).Tendo isso em mente, a comparação entre a faísca da queimada e um “burro brabo” é bastante adequada. No que diz respeito ao signifi cado, trata-se de uma maneira fi gurada de afi rmar que, tal como um burro valente, o fogo é indomável, intempestivo, impetuoso e, por não respeitar limites, precisa ser contido. Do ponto de vista do efeito de sentido produzido pela comparação, a menção ao “burro brabo” evoca o universo agrário abordado pelo texto.

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▼ Questão 32

Já vejo o milho / Brotando no chão / Tapando a terra / Feito manto verde / Pra esperança do meu coração.

Identifi que e explique os valores simbólicos da cor nos versos em destaque.

Resolução

Os versos em destaque relacionam a cor verde aos valores simbólicos da esperança e da renovação. No mo-mento em que o milho vai brotando, “tapando a terra”, a paisagem deixa de ser marrom (como na queimada) e passa a fi car verde, renovada. Esse processo, que vai “esverdeando” a terra, desencadeia a esperança, tam-bém verde, de que a colheita seja farta.

▼ Questão 33

(www.cartoonistgroup.com. Adaptado.)

Com base na leitura da charge, explique, em português, qual é o ponto de humor apresentado.

Resolução

A charge diz “O rei vai agora responder às perguntas da imprensa”. O humor está presente na ilustração, pois o rei está no comando da guilhotina, ou seja, dependendo da pergunta, a pessoa terá sua cabeça decepada.

INSTRUÇÃO: Leia o texto e responda, em português, às questões de números 34 a 36.

Tell Congress: No Backroom Deals to Regulate the Internet

Right now, representatives from nine countries including the United States are secretly meeting in a luxury hotel in Beverly Hills to negotiate the Trans-Pacifi c Partnership Agreement, a trade agreement with the potential to contain intellectual property provisions that go beyond ACTA. These secret meetings could create over-reaching new rules and standards that will choke off the online speech of individuals, websites, and platforms accused of copyright infringement.

But because the meetings are held behind closed doors and the text has not been released to the public, the citizens who will be affected do not know the details and don’t have a voice.

Click here to join EFF in demanding a Congressional hearing so lawmakers can learn what’s in the TPP and hear from all affected stakeholders, not just the content industry.

Yesterday, EFF International Rights Director Katitza Rodriguez checked in with protestors outside ongoing TPP meetings in Los Angeles. Katitza reported: “The energy at the rally was intoxicating. And the people were right to protest: TPP is one more in a long line of global copyright initiatives that are putting Internet users last. All over the world, people are saying enough is enough.”

This week of negotiations in Los Angeles is a crucial moment for the TPP. Please contact your lawmakers today and let them know that we will not be left in the dark. Demand to know what’s in the Trans-Pacifi c Partnership Agreement.

(www.eff.org/deeplinks. Adaptado.)

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▼ Questão 34

Em que consiste o fato mencionado no texto, que acontece em Beverly Hills, e que consequências poderá tra-zer para cidadãos, plataformas eletrônicas e páginas da internet?

Resolução

Uma reunião secreta de representantes de nove países para negociar o Acordo de Parceria Trans-Pacífi co, que é um acordo comercial que pode conter disposições de propriedade intelectual. Como consequências, pode-rão criar normas e leis de longo alcance que vão bloquear o discurso online das pessoas, sites e plataformas acusados de violação de direitos autorais.

▼ Questão 35

A expressão Backroom Deals, no título, e a frase the meetings are held behind closed doors, no texto, têm signifi cados semelhantes.

O que signifi cam e como se relacionam ao assunto do texto?

Resolução

A expressão backroom deals signifi ca acordos de bastidores, e a frase the meetings are held behind closed doors quer dizer que as reuniões são realizadas a portas fechadas. O texto é uma petição da EFF, pedindo para as pessoas que participem (Take Action) para que o cidadão comum tenha acesso às decisões que estão sendo tomadas secretamente e que afetarão a vida de todos.

▼ Questão 36

No último parágrafo se faz um apelo aos cidadãos. Qual é esse apelo?

Resolução

O último parágrafo ressalta que é uma semana crucial de negociações para o Acordo de Parceria Trans-Pacífi co (TPP) e faz um apelo para que os cidadãos entrem em contato com os legisladores e exijam saber o que consta em tal acordo.

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INSTRUÇÃO: Leia o fragmento de Urupês, de Monteiro Lobato, e o texto Antecedentes, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

Velha praga

Andam todos em nossa terra por tal forma estonteados com as proezas infernais dos belacíssimos “vons” alemães, que não sobram olhos para enxergar males caseiros.

Venha, pois, uma voz do sertão dizer às gentes da cidade que se lá fora o fogo da guerra lavra implacável, fogo não menos destruidor devasta nossas matas, com furor não menos germânico.

Em agosto, por força do excessivo prolongamento do inverno, “von Fogo” lambeu montes e vales, sem um momento de tréguas, durante o mês inteiro.

Vieram em começos de setembro chuvinhas de apagar poeira e, breve, novo “verão de sol” se estirou por outubro a dentro, dando azo a que se torrasse tudo quanto escapara à sanha de agosto.

A serra da Mantiqueira ardeu como ardem aldeias na Europa, e é hoje um cinzeiro imenso, entremeado aqui e acolá de manchas de verdura — as restingas úmidas, as grotas frias, as nesgas salvas a tempo pela cau-tela dos aceiros. Tudo mais é crepe negro.

À hora em que escrevemos, fi ns de outubro, chove. Mas que chuva cainha! Que miséria d’água! Enquanto caem do céu pingos homeopáticos, medidos a conta-gotas, o fogo, amortecido mas não dominado, amoita-se insidioso nas piúcas*, a fumegar imperceptivelmente, pronto para rebentar em chamas mal se limpe o céu e o sol lhe dê a mão.

Preocupa à nossa gente civilizada o conhecer em quanto fi ca na Europa por dia, em francos e cêntimos, um soldado em guerra; mas ninguém cuida de calcular os prejuízos de toda sorte advindos de uma assombrosa queima destas. As velhas camadas de húmus destruídas; os sais preciosos que, breve, as enxurradas deitarão fora, rio abaixo, via oceano; o rejuvenescimento fl orestal do solo paralisado e retrogradado; a destruição das aves silvestres e o possível advento de pragas insetiformes; a alteração para pior do clima com a agravação crescente das secas; os vedos e aramados perdidos; o gado morto ou depreciado pela falta de pastos; as cento e uma particularidades que dizem respeito a esta ou aquela zona e, dentro delas, a esta ou aquela “situação” agrícola.

Isto, bem somado, daria algarismos de apavorar; infelizmente no Brasil subtrai-se; somar ninguém soma...(Monteiro Lobato. Urupês. São Paulo: Editora Brasiliense, 1962.)

(*) Piúcas: tocos semicarbonizados.

Antecedentes

O fogo é uma tecnologia do Neolítico, amplamente utilizada na agricultura brasileira, apesar dos incon-venientes agronômicos, ecológicos e de saúde pública. As queimadas ocorrem em todo território nacional, desde formas de agricultura primitivas, como as praticadas por indígenas e caboclos, até os sistemas de pro-dução altamente intensifi cados, como a cana-de-açúcar e o algodão. Elas são utilizadas em limpeza de áreas, colheita da cana-de-açúcar, renovação de pastagens, queima de resíduos, para eliminar pragas e doenças, como técnica de caça etc. Existem muitos tipos de queimadas, movidas por interesses distintos, em sistemas de produção e geografi as diferentes.

O impacto ambiental das queimadas preocupa a comunidade científi ca, ambientalista e a sociedade em geral, no Brasil como no exterior. O fogo não limita-se às regiões tropicais mas ocorre com frequência, sob a forma de incêndios fl orestais, nos climas mediterrânicos da Europa, Estados Unidos, África do Norte, África do Sul, Chile e Austrália. Também acontece sob a forma de incêndios fl orestais devastadores em áreas de fl o-resta boreal, como no Alasca, Canadá, Finlândia e na Rússia. Em anos mais secos — como nos episódios do El Niño — o número e a extensão das queimadas e incêndios aumentam em todo o planeta, como ocorreu em Roraima em 1998.

O fogo afeta diretamente a físico-química e a biologia dos solos, deteriora a qualidade do ar, levando até ao fechamento de aeroportos por falta de visibilidade, reduz a biodiversidade e prejudica a saúde humana. Ao escapar do controle atinge o patrimônio público e privado (fl orestas, cercas, linhas de transmissão e de telefo-nia, construções etc.). As queimadas alteram a química da atmosfera e infl uem negativamente nas mudanças globais, tanto no efeito estufa como no tema do ozônio.

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Começam a surgir sistemas que visam monitorar a dinâmica mundial das queimadas, nos USA […] e Europa […]. Um Centro Internacional de Monitoramento Global do Fogo (GFMC) foi criado […], como uma atividade da ONU no âmbito da UN International Strategy for Disaster Reduction (ISDR).

Também no Brasil, as queimadas têm sido objeto de preocupação e polêmica. Elas atingem os mais di-versos sistemas ecológicos e tipos de agricultura, gerando impactos ambientais em escala local e regional. Conjugando sensoriamento remoto, cartografi a digital e comunicação eletrônica, a equipe da Embrapa Mo-nitoramento por Satélite realiza, desde 1991, um monitoramento circunstanciado e efetivo das queimadas em todo o Brasil, com apoio da FAPESP. Os mapas semanais são geocodifi cados e analisados pela Embrapa Monitoramento por Satélite e seus parceiros, no tocante às áreas onde estão ocorrendo as queimadas, sua ori-gem, uso das terras em cada local, impacto ambiental decorrente etc. O sistema está operacional desde 1991, utilizando os Satélites da série NOAA 12 e 14, e é constantemente aperfeiçoado […].

(www.queimadas.cnpm.embrapa.br)

PROPOSIÇÃO

Na letra da toada Quebra de milho, bem como no fragmento de Urupês e no texto Antecedentes é abordado, sob pontos de vista distintos, o problema das queimadas na agricultura. Jornais, rádios, revistas, televisões e sites da internet exploram diariamente o mesmo assunto, que também é estudado e discutido nas escolas. Com base em sua experiência e, se achar necessário, levando em consideração os textos mencionados, escreva uma redação de gênero dissertativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

A QUESTÃO DAS QUEIMADAS NO BRASIL

Análise da propostaA redação proposta pela VUNESP seguiu o formato de provas anteriores. A partir de uma coletânea curta

(dois textos: uma crônica e um texto informativo) e da leitura de um poema utilizado também para a resolu-ção de questões, o candidato deveria se posicionar diante do tema explícito: “A questão das queimadas no Brasil”.

O poema “Quebra de Milho”, letra de uma toada de Tom Andrade (texto para as questões de 29 a 32), ce-lebra o plantio e a colheita do milho como evento que agrega práticas e crenças típicas do campo e que refl ete valores de um Brasil interiorano. Tal letra foi publicada num livro de cifras denominado “Aquarela Brasileira volume 3”, donde se deduz que tudo que se associa a essa prática ancestral de colheita de milho, incluindo a queimada, faz parte da cultura brasileira. Seguindo essa linha de raciocínio, pode-se ler o fragmento de Monteiro Lobato, intitulado “Velha Praga”, como manifestação contra a cultura de queima, denunciando-a por seu caráter retrógrado dentro da civilização. O escritor argumenta que a prática das queimadas traz pre-juízos ao solo e ao meio ambiente. É importante destacar que Monteiro Lobato, quando escreveu “Urupês”, considerava a cultura caipira e cabocla, na qual a queimada era regra, como antiquada e prejudicial ao desen-volvimento nacional. Por fi m, a Banca inclui um texto técnico sobre o assunto, “Antecedentes”, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). No artigo, destacam-se causas e consequências do fenômeno, que não é restrito somente ao Brasil e tem despertado a atenção de agências nacionais e internacionais.

Encaminhamentos possíveisObviamente, um texto que apenas enumerasse as causas e consequências da prática de queimada pode-

ria correr o risco de simplesmente repetir os dados fornecidos pela coletânea. Saídas mais promissoras inclui-riam abordar o assunto considerando a culpabilização dos agentes envolvidos ou possíveis intervenções.

Seguem-se algumas teses e argumentos.

Causas. A queimada difi cilmente será erradicada, pois as causas da prática são variadas: preparar a terra pré-plantio (pequenos agricultores); despalhar a cana-de-açúcar ou algodão (monocultura); preparar pasto (pecuária); desmatar fl orestas para abrir campos de lavoura ou de pecuária.

Consequências. A prática da queimada precisa ser erradicada, pois traz prejuízos evidentes ao ecossiste-ma e à própria agropecuária (a longo prazo): altera a composição química do solo, “deteriora a qualidade do ar”, difi culta a visibilidade aérea em regiões afetadas duramente por queimadas.

Intervenção. A prática das queimadas pode ser combatida pelo uso da tecnologia; somente o monito-ramento delas, com consequente penalização para quem as comete, pode coibir a prática; hoje já existem sistemas que vigiam a dinâmica de queimadas tanto por parte de agências internacionais quanto por órgãos nacionais.

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UNESP/2012 — 2a FASE 26 ANGLO VESTIBULARES

Comparação. As queimadas em proporções menores e cuidadosamente protegidas por aceiros (desbaste em volta da área a ser queimada para que o fogo não se espalhe) não chegam a prejudicar drasticamente o meio ambiente — o bioma do cerrado, por exemplo, adaptou-se às queimadas naturais; enquanto as associa-das aos interesses do agronegócio parecem ser um “tiro no pé”, pois ocorrem em larga escala e não respeitam o ecossistema no qual ocorrem.

Contra-argumentação: pró-cultura brasileira. Durante muitos anos, acreditou-se que as queimadas fos-sem consequência de uma cultura cabocla retrógrada; na verdade, apesar de provocar alguns prejuízos, a cultura cabocla desenvolveu formas de viver que agridem pouco o meio ambiente; as queimadas ligadas à agricultura de exportação, ao desmatamento e à pecuária de larga escala são as que realmente ameaçam o ecossistema.

Contra-argumentação: oposição à cultura brasileira. As práticas de queimada no Brasil estão ligadas ao modo de plantio dos índios, caboclos e sertanejos, o que a justifi ca como algo aceito por todos; mesmo que o agronegócio, hoje, seja o grande vilão, não se pode aceitar qualquer tipo de queimada, nem o associado a certos hábitos enraizados na cultura brasileira, como o celebrado na música “Quebra de milho”.

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Filosofi a/Sociologia

Dentro da prova de Humanidades, a Unesp dedica um espaço signifi cativo para questões de Filosofi a e Sociologia, que acabam por compor um terço dela. As perguntas foram bem formuladas e exigiram do candi-dato menos conhecimento teórico e mais capacidade de lidar com conceitos e assumir uma abordagem fi losó-fi ca de certos problemas, incluindo o cruzamento com a História e a História das Ciências.

Geografi a

A prova conseguiu, em apenas quatro questões, abordar temas importantes e de real conteúdo geográ-fi co (indústria, energia, cartografi a e geopolítica). A resolução das questões exigia do candidato, além do co-nhecimento de conceitos geográfi cos, de leitura de tabela e de mapa, uma noção do espaço geográfi co atual brasileiro e mundial.

História

A prova de História foi composta por 4 questões que abordaram de forma adequada temas relevantes da programação de Ensino Médio. Enunciados claros, formulações precisas e uso de textos e imagens caracte-rizaram a prova e diversifi caram as habilidades exigidas dos candidatos. Chama a atenção a questão sobre a Guerra das Malvinas, que completa em 2012 seu 30o aniversário.

Biologia

Questões de bom nível, bem elaboradas e signifi cativas. Embora com a limitação do pequeno número — apenas três questões — as propostas foram capazes de avaliar alguns aspectos relevantes da biologia do Ensino Médio: a fi siologia animal, a ecologia, o processo de divisão celular, a formação de híbridos estéreis e a reprodução em vegetais.

Física

As questões de Física foram assim divididas:

• 1 questão para dinâmica impulsiva, com um enunciado claro, preciso e objetivo, abordando o teorema do impulso. Questões que requer do candidato conhecimento do conteúdo desse tópico, aliado à interpreta-ção correta do enunciado e do gráfi co fornecido.

• 1 questão para óptica geométrica, especifi camente de lentes esféricas. Situação exposta de forma contextualizada e simples, cobrando que o candidato saiba, a partir da ilustração fornecida, operar com as equações do aumento linear transversal e de Gauss.

• 1 questão para circuito elétrico; que propunha ao candidato duas posições de chave, modifi cando os resistores associados.

De forma geral, prova bem elaborada, com nível adequado e com enunciados objetivos, evitando que o candidato seja obrigado a ler textos desnecessários.

Química

Foi uma prova adequada para uma avaliação de conhecimentos específi cos, não podendo ser abrangen-te, devido ao reduzido número de questões.

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Matemática

Uma prova com três questões clássicas e relativamente simples. Os enunciados são curtos, claros e preci-sos.

Linguagens e códigos

A prova de Linguagens e Códigos constou de 8 questões discursivas, baseadas em dois textos: uma crônica do escritor Lima Barreto e a letra de uma toada intitulada “Quebra de milho”.

Foi praticamente uma prova de leitura, dominantemente orientada para questionar o signifi cado de trechos dentro do seu contexto.

Uma das questões (a 26) teve uma abrangência mais ampla, envolvendo a apreensão do sentido global de 4 parágrafos da crônica de Lima Barreto. Não houve nenhuma imprecisão nos enunciados que desse margem a incompreensão ou duplo sentido.

Cabe apenas uma ressalva: sendo uma prova de Linguagens e Códigos, deveria haver questões que foca-lizassem mecanismos acionados para a construção de sentido.

Inglês

A prova da Unesp 2012 (2o semestre) apresentou uma charge para a questão 33, cuja pergunta era em relação ao ponto de humor. Esse é um gênero textual de que os alunos, geralmente, gostam, mas que apre-senta um grau de complexidade maior na hora da interpretação. Era muito importante prestar atenção ao texto verbal e ao não verbal para conseguir responder à questão.

Para as questões de 34 a 36, foi utilizado um texto de uma ONG (Electronic Frontier Foundation — Defending Your Rights in the Digital World) sobre regulamentação de direitos autorais na internet — assunto atual e interessante.

Prova bem elaborada e que não deve ter apresentado difi culdade para os alunos com hábito de leitura.