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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Edição 79 Ano VII - JUNHO 2014 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê Yxáàtá ]âÇ|Çtá Yxáàtá ]âÇ|Çtá Yxáàtá ]âÇ|Çtá Yxáàtá ]âÇ|Çtá As festas juninas homenageiam três santos católicos: Santo Antônio (no dia 13 de junho), São João Batista (dia 24) e São Pedro (dia 29). No entanto, a origem das comemorações nes- sa época do ano é anterior à era cristã. No hemisfério norte, várias celebrações pagãs aconteciam durante o solstício de verão. Essa importante data astronômi- ca marca o dia mais longo e a noite mais curta do ano, o que ocorre nos dias 21 ou 22 de junho no hemisfério norte. Leia mais sobre: Página 14 Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associa- ção “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos pontuais e inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa EDITORIAL Leis de incentivo só funcionam pe- la isenção fiscal e não pelo interesse dos projetos. Atu- ar, escrever, can- tar, tocar, com ca- tegoria e conhecimento de cau- sa,após longos anos de estudo e empenho, está longe de torná-los profissionais e permitir-lhes com isso um meio de vida. Leia mais sobre: Página 2 DIA DA IMPRENSA Desde o ano 2000 que o dia oficial da imprensa no Brasil deixou de ser 10 de setembro pa- ra assumir o 1º de junho. Uma menina. Leia mais sobre: Página 3 O TERMO PROIBIDO Em 22 de maio de 2014 me depa- rei com a seguinte notícia publicada no Caderno de es- portes do jornal o Estadão por Rober- ta Pennafort - A- gência Estado: “RIO - ATÉ 31 DE DEZEMBRO, A PALAVRA PAGODE PERTENCE À FIFA. Leia mais sobre: Página 3 Dia dos Namorados Qual a origem do dia dos namorados? Qual seu significado? Segundo a versão mais conhecida a comemoração teria se originado na Roma antiga, no sé- culo III. O imperador Cláudio II, durante seu governo, proibiu a re- alização de casamentos em seu reino, com o objetivo de formar um grande e poderoso exército. Leia mais sobre: Página 13 VÉÑt wÉ `âÇwÉ Çt XávÉÄt VÉÑt wÉ `âÇwÉ Çt XávÉÄt VÉÑt wÉ `âÇwÉ Çt XávÉÄt VÉÑt wÉ `âÇwÉ Çt XávÉÄt Já começou a contagem regressiva para a Copa do Mundo, que este ano acontece em terras brasileiras, de 12 de junho a 13 de julho. Os aficionados por futebol e aqueles que nem costumam torcer vão conviver diariamente com o assunto, mesmo antes de se iniciarem os jogos entre 32 seleções de todo o planeta. O tema está nas rodas de conversa, nos pro- gramas de TV e nos noticiários. Nas 12 cidades-sede espa- lhadas pelo país as obras de infraestrutura já mudam a paisa- gem e as lojas vão inundar as vitrines de produtos verde- amarelos. Difícil, portanto, a escola ignorar o megaevento. "A Copa é um grande acontecimento para nossa população e pode ser um excelente tema gerador, porque possibilita de- sencadear reflexões e discussões pertinentes relacionadas aos conteúdos curriculares", diz Maria Márcia Sigrist Malava- si, professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Leia mais sobre a Copa do Mundo : Página 9 e 10

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Edição 79 Ano VII - JUNHO 2014 Distribuição Gratuita

Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

Yxáàtá ]âÇ|ÇtáYxáàtá ]âÇ|ÇtáYxáàtá ]âÇ|ÇtáYxáàtá ]âÇ|Çtá As festas juninas homenageiam três santos católicos: Santo Antônio (no dia 13 de junho), São João Batista (dia 24) e São Pedro (dia 29). No entanto, a origem das comemorações nes-sa época do ano é anterior à era cristã.

No hemisfério norte, várias celebrações pagãs aconteciam durante o solstício de verão. Essa importante data astronômi-ca marca o dia mais longo e a noite mais curta do ano, o que ocorre nos dias 21 ou 22 de junho no hemisfério norte.

Leia mais sobre: Página 14

Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associa-ção “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos pontuais e inerentes à sustentabilidade social e ambiental.

Filipe de Sousa

EDITORIAL

Leis de incentivo só funcionam pe-la isenção fiscal e não pelo interesse dos projetos. Atu-ar, escrever, can-tar, tocar, com ca-

tegoria e conhecimento de cau-sa,após longos anos de estudo e empenho, está longe de torná-los profissionais e permitir-lhes com isso um meio de vida.

Leia mais sobre: Página 2

DIA DA IMPRENSA Desde o ano 2000 que o dia oficial da imprensa no Brasil deixou de ser 10 de setembro pa-ra assumir o 1º de junho.

Uma menina.

Leia mais sobre: Página 3

O TERMO PROIBIDO Em 22 de maio de 2014 me depa-

rei com a seguinte notícia publicada no Caderno de es-portes do jornal o Estadão por Rober-ta Pennafort - A-gência Estado:

“RIO - ATÉ 31 DE DEZEMBRO, A PALAVRA PAGODE PERTENCE À FIFA.

Leia mais sobre: Página 3

Dia dos Namorados Qual a origem do dia dos namorados? Qual seu significado? Segundo a versão mais

conhecida a comemoração teria se originado na Roma antiga, no sé-culo III. O imperador Cláudio II, durante seu governo, proibiu a re-alização de casamentos em seu reino, com o objetivo de formar um grande e poderoso exército.

Leia mais sobre: Página 13

VÉÑt wÉ `âÇwÉ Çt XávÉÄtVÉÑt wÉ `âÇwÉ Çt XávÉÄtVÉÑt wÉ `âÇwÉ Çt XávÉÄtVÉÑt wÉ `âÇwÉ Çt XávÉÄt Já começou a contagem regressiva para a Copa do Mundo, que este ano acontece em terras brasileiras, de 12 de junho a 13 de julho. Os aficionados por futebol e aqueles que nem costumam torcer vão conviver diariamente com o assunto, mesmo antes de se iniciarem os jogos entre 32 seleções de todo o planeta. O tema está nas rodas de conversa, nos pro-gramas de TV e nos noticiários. Nas 12 cidades-sede espa-lhadas pelo país as obras de infraestrutura já mudam a paisa-gem e as lojas vão inundar as vitrines de produtos verde-amarelos. Difícil, portanto, a escola ignorar o megaevento. "A Copa é um grande acontecimento para nossa população e pode ser um excelente tema gerador, porque possibilita de-sencadear reflexões e discussões pertinentes relacionadas aos conteúdos curriculares", diz Maria Márcia Sigrist Malava-si, professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Leia mais sobre a Copa do Mundo : Página 9 e 10

Junho 2014 Gazeta Valeparaibana Página 2

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download e

visa a atender à Cidade de São Paulo e suas Regiões Metropolitanas.

Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista, Bragantina e Alto do Tietê e ABC Paulista. Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J Revisão dos textos: Drª. Claudia Andreucci

Veículo divulgador da Associação

“Formiguinhas do Vale”

Gazeta Valeparaibana é um MULTIPLICADOR do Projeto Social

“Formiguinhas do Vale” e está presente

mensalmente em mais de 80 cidades do Cone

Leste Paulista, com distribuição gratuita em

cerca de 2.780 Escolas Públicas e Privadas de

Ensino Fundamental e Médio.

“Formiguinhas do Vale” Uma OSCIP - Sem fins lucrativos

Cidadania Meio

Ambiente

Formiguinhas do Vale www.formiguinhasdovale.org

A Associação tem como princi-pal objetivo interferir nas mudanças compor-tamentais da sociedade que o momento exi-ge, no que tange a preservação ambiental, sustentabilidade e paz social, reflorestamen-to, incentivo à agricultura orgânica, hortas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e compostagem do lixo doméstico além, de incentivar a preser-vação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divulgado através deste veículo de interação.

Projetos integrados: • Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a música de raiz de ca-da região, ao mesmo tempo em que se evi-denciam as culturas e tradições populares de cada região. Inicialmente iremos formar tur-mas que terão a finalidade de multiplicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respectivas comuni-dades.

• Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nati-vas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nos-sas crianças irão aprender sobre os ecos-sistemas estudados, árvores nativas, técni-cas de plantio e cuidados; técnicas de com-postagem e reciclagem de lixo doméstico, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico à práti-ca, através de demonstrações de como plan-tar e cuidar, incentivando e destacando tam-bém, a importância da agricultura orgânica, hortas comunitárias e familiares. Serão for-madas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conhecimento adquirido em cada comunidade.

• Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finalida-de de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também se-rão formadas turmas multiplicadoras de co-nhecimento, que terão como função a forma-ção de cooperativas ou grupos preservacio-nistas em suas comunidades.

• Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a músi-ca de raiz sejam o seu tema. Primeiramente será formado um grupo composto por crian-ças, adolescentes e adultos com responsabi-lidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos.

# SEJA UM VOLUNTÁRIO. Conheça !!!

Fale conosco 0xx12 - 99114.3431

Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org

www.formiguinhasdovale.org

Editorial

Rádio web CULTURAonline Brasil NOVOS HORÁRIOS e NOVOS PROGRAMAS

Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós !

A Rádio web CULTURAonline Brasil, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Professor , Família e Socie-dade.

Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, onde a Educação se discute num debate aberto, crítico e livre. Mas com responsabilidade!

Acessível no link: www.culturaonlinebr.org

“VIRADA CULTURAL”

É certo que a “Virada Cultural”,é um evento que tem papel primordial.

No entanto, escritores, músicos, artistas e educadores que vem enfrentando dificuldades juntos, esforçando-se para fazer a diferença no cenário cultural, estão sem espaço legítimo, enquanto notórias figuras da mídia e da arte que mostram o corpo e levantam bandeiras de ostentação e vícios, demons-tram suas rejeições à ordem e disciplina, fazem shows, musi-cas e poemas sem ao menos conjugarem um verbo correta-mente, desvalorizando a própria língua, usando veemente, modelos de outros países.

Leis de incentivo só funcionam pela isenção fiscal e não pelo interesse dos projetos. Atuar, escrever, cantar, tocar, com categoria e conhecimento de causa, após longos anos de estudo e empenho, está longe de torná-los profissionais e permitir-lhes com isso um meio de vida. Nem mesmo os impostos que já saíram de seus bolsos ao longo do tempo que dedicaram paralelamente a outras profissões que os mantiveram vivos, são sequer revertidos em valores suficientes que permitam manter projetos culturais ou orçamentos para sobrevivência e luta.

O que me fez escrever esse artigo foi minha participação como jornalista e poetisa na “Virada Cultural”, onde vários anônimos, embora já há pelo menos dez anos na estrada, são considerados pelos canais culturais como autores des-conhecidos ou novos talentos.

Um evento que no maior estado do país completou dez anos, ainda se dá em condições precárias e a platéia, na sua maioria, cada vez mais à margem do raciocínio, entrega-se ao prazer das bebedeiras, drogas, alienação, participando do processo sem nenhum comprometimento cultural.

Sinto que fica cada vez mais difícil transpor essa barreira, afinal, representamos o risco de abrir os olhos do povo, es-clarecer e mostrar o que realmente está acontecendo. Somos um perigo...

Enquanto o Estado promove a “Virada Cultural”, apadrinhando uma minoria de talentos que já conquistaram seu espa-ço e adulando artistas pela simpatia financeira que lhes proporcionam e esquecendo alguns ídolos que já fizeram tanto pela arte e educação, nós, com apenas cinco, dez, doze anos de carreira, nos tornamos mendigos de profissão, de au-toestima e perseguidos pela burrice de alguns talentos que despencam nos palcos e nas editoras, pela zona de confor-to de “cartas marcadas”.

Se todos tivessem espaço, de maneira justa,aprendessem com ídolos que deixaram um legado de erros e acertos, se tivessem a certeza de serem ouvidos por gente que ainda não é surda, lidos até o fim, assistidos por olhos curiosos, que bom seria! Afinal,o dom da arte e do educar é para brilhar e não para morrer de fome ou sair de cena de cabeça baixa, dolorosamente invadidos pela decepção como muitos estão.

Mas, nós estivemos lá e gritamos nossas poesias e arte em nome do amor.

E se não nos quiserem manter acesos, seguiremos cantando, declamando e gritando mesmo que para ouvidos surdos e um dia nos faremos escutar, seja pela nossa voz ou por quem colher a semente que plantamos, com a certeza de que seremos a parte boa do currículo nacional.

Sei que parece um lamento que não leva a nada, mas sigo valendo-me de meu direito de cidadã em prol da cultura e que sirva como alarme para transformar essa realidade.

Que nas próximas “Viradas”, a platéia também sofra uma virada e venha de “cara limpa” e seja cúmplice desse trabalho. Quem sabe até descubra-se nela, outros talentos.

Genha Auga Jornalista - MTB: 15.320

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fotos e

demais conteúdos são de inteira respon-

sabilidade dos colaboradores que

assinam as matérias, podendo seus

conteúdos não corresponderem à

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CULTURAonline BRASIL

Junho 2014 Gazeta Valeparaibana Página 3

1 de Junho dia da Imprensa

UM POUCO DE HISTÓRIA Desde o ano 2000 que o dia oficial da impren-sa no Brasil deixou de ser 10 de setembro pa-ra assumir o 1º de junho, ou seja, amanhã a imprensa neste país faz 206 anos. Uma meni-na. A mudança de data corrigiu uma injustiça, mas que certamente pode ter referendado ou-tras. Acreditava-se que com a fuga da família real para a colônia, especificamente para o Rio de Janeiro, surgiu o primeiro jornal de lín-gua portuguesa nestas terras: a Gazeta do Rio de Janeiro. Era uma espécie de Diário Ofi-cial da Coroa, editado pelo frei Tibúrcio José da Rocha. Seria um jornal oficial da família real o início do jornalismo brasileiro? Um peri-ódico de decretos do rei, não de notícias, sem a menor inspiração de independência. Há como se pensar em jornalismo verdadeiro sem liberdade? É óbvio que não. Naquele mo-mento a Gazeta não fazia jornalismo. Mesmo assim e revelando muito mais que um ato, o presidente Getúlio Vargas baixou um decreto oficializando o dia 10 de setembro de cada ano como o Dia da Imprensa no Brasil. A data é uma referência a primeira edição da Gazeta do Rio de Janeiro, 10 de setembro de 1808. Antes, porém, da Gazeta do Rio, o brasileiro Hipólito José da Costa Pereira tinha lançado em Londres e enviava clandestinamente para o Brasil o seu Correio Braziliense, um periódi-co independente da Coroa e de caráter noti-cioso, científico, que trazia para cá notícias do mundo e comentava fatos no Brasil. Por conta da campanha do memorável Barbo-sa Lima Sobrinho, em 2000 o Congresso Na-cional aprovou um projeto e o presidente Fer-nando Henrique o sancionou a mudança da data para o Dia da Imprensa que passou a 1º de junho, dia em que circulou a primeira edi-ção do Correio Braziliense (1º de junho de 1808). O interessante é que a definição dessa data não fez encerrar as discussões sobre o pioneirismo no jornalismo brasileiro. O grande estudioso e talvez o primeiro profes-sor de comunicação do país, Costa Rego, de-fende que a imprensa surgiu antes de frei Ti-búrcio e Hipólito da Costa veio Tavares Bas-tos.Já o bravo jornalista Carlos Alves Muller acredita que muitos outros nomes fizeram jor-nalismo antes dos três já citados, todos, se-gundo ele, contrários à independência do Bra-sil. Muller advoga os nomes de Antônio Isidoro da Fonseca, primeiro tipógrafo a imprimir no Bra-

sil (1746); ou João Soares Lisboa, editor do Correio do Rio de Janeiro, que duramente re-agiu contra uma lei de D. Pedro I que censu-rava imprensa. João Soares defendia a con-vocação de uma constituinte brasileira. Carlos Muller chama atenção também para Frei Caneca, um dos líderes da revolução Pernambucana de 1817 e da Confederação do Equador. Ele morreria fuzilado, tornando-se o primeiro mártir da imprensa brasileira. Lembra ainda Muller do médico italiano Líbero Badaró, editor do Observador Constitucional, guerreiro defensor da liberdade de imprensa, sendo assassinado em novembro de 1830. Certamente essa é uma discussão que exige muito mais pesquisas e debates, que estão acontecendo e objetivam compreender as raí-zes do jornalismo brasileiro. O que vale por hora é deixar registrado que o dia oficial da imprensa é 1º de junho numa ho-menagem ao trabalho de Hipólito da Costa. O Correio Braziliense era uma publicação men-sal, política, mas com grande cobertura cientí-fica, econômica e social e que teve uma im-portância vital na formação do país. SOBRE HIPÓLITO DA COSTA: Hipólito da Costa nasceu em 1774 na Colônia de Sacramento, povoamento português no Rio de la Plata que se tornou território do Uru-guai. Sua vida relaciona-se fundamentalmente com o desenvolvimento dos primórdios da im-prensa no Brasil. Foi ele o idealizador do Cor-reio Brazilienze, ou Armazém Literário, consi-derado o primeiro jornal brasileiro com grande circulação. Já havia algumas gazetas circulan-do no país antes do surgimento do Correio, porém, estas publicações eram feitas pela Corte Portuguesa e só atendiam os interesses da realeza. O periódico era publicado em Londres e exis-tiu entre o período de junho de 1808 a dezem-bro de 1822. Por ser feito na Inglaterra, che-gava ao Brasil por via marítima e com 45 a 90 dias de atraso, começando a circular na então colônia portuguesa em setembro de 1808. O conteúdo do jornal variava entre 72 e 140 pá-ginas (alguns ultrapassavam 200) e era dividi-do entre as seguintes editorias: Política, Co-mércio e Artes, Literatura e Ciência; e Misce-lânea – esta última continha as seções de cor-respondências e reflexões. A linha editorial era opinativa, com ênfase no debate público. Colocava em evidência a questão da emanci-pação colonial e denunciava a corrupção, o que desagradou a Corte Portuguesa e as au-

toridades. Hipólito, que já havia sido perseguido pelo Tri-bunal do Santo Ofício por acusação de disse-minar ideias maçônicas na Europa, teve seu jornal formalmente proibido no Brasil e em Portugal. Um de seus maiores inimigos foi Jo-aquim de Santo Agostinho, que publicou ano-nimamente o livro: “Reflexões sobre o Correio Braziliense”, onde analisou todos os artigos de 1809 a 1810, repudiando a publicação. Ou-tro inimigo de Hipólito era Bernardo José de Abrantes e Castro, embaixador de Portugal em Londres que chamou o Correio Braziliense de “terrível invenção de um jornal português na Inglaterra”. Bernardo ainda publicou o “O Investigador”, jornal contra Hipólito. Com a proibição e as reações contrárias ao Correio Brazilienze, sua popularidade aumen-tou e deu início a um contrabando em larga escala. O jornal começou a ser lido por todos, inclusive pela Corte Portuguesa. Alguns histo-riadores indicam que o jornal era patrocinado pela Corte Portuguesa, visto que não havia ataques pessoais diretos ao Rei. Já outros a-pontam o governo inglês como seu principal financiador. Talvez por ter pertencido a uma época domi-nada pela crise, onde impérios ruíam e na-ções se reerguiam, o jornal tenha tido tanta importância. Notam-se em suas páginas, as tensões e incertezas de uma época de instabi-lidade e transformações expressivas. Outro fator importante é sua associação ao proces-so de independência brasileiro, apesar de a-penas as últimas edições apoiarem a separa-ção de Portugal. Além da relevância histórica, há, sem dúvida, seu valor documental e críti-co, pois seu redator não apenas registrava os acontecimentos de forma imparcial e objetiva, mas assumia posições, influindo nas mudan-ças políticas e na opinião pública. Faleceu em 1823 e não chegou, a saber, que fora nomeado cônsul do Império do Brasil em Londres. No Brasil é considerado o patrono da imprensa. Em Porto Alegre foi homenageado, emprestando seu nome ao Museu de Comuni-cação Social Hipólito José da Costa. Estava sepultado em St. Mary the Virgin, em Hurley, condado de Berkshire; mas em 2001 seus restos mortais foram trasladados para Brasí-lia. Atualmente estão nos Jardins do Museu da Imprensa Nacional. Edição: Claudia Andreucci Fontes: http://www.infoescola.com http://www.infonet.com.br

CONTATOS: 055 12 9 9114.3431 - E-mails: CONTATO: [email protected] - PATROCÍNIOS: patrocí[email protected]:

Junho 2014 Gazeta Valeparaibana Página 4

Literatura I

CONTATOS: 055 12 99114.3431 - E-mails: CONTATO: [email protected] - PATROCÍNIOS: patrocí[email protected]:

YxÜÇtÇwÉ cxááÉtYxÜÇtÇwÉ cxááÉtYxÜÇtÇwÉ cxááÉtYxÜÇtÇwÉ cxááÉt “Segue o teu destino, Rega as tuas plantas, Ama as tuas rosas. O resto é a sombra De árvores alheias”.

Fernando Antônio Nogueira Pessoa nasceu em 13 de junho de 1888 em Lisboa. Em 1893 morre seu pai e em 1894, seu irmão, Jorge. No ano seguinte, sua mãe casa-se com João Miguel Rosa, cônsul português em Durban, na África do Sul. Em 1896, a família parte para Durban, onde Fernando Pessoa estuda e aprende o inglês em colégio de freiras e na Durban High School. Em 1905, ele regressa definitivamente a Lisboa, com intenção de se inscrever no Curso Superior de Letras. Lê Shakespeare, Wordsworth e filósofos gregos e ale-mães. Toma contato com a poesia francesa, especial-mente a de Baudelaire e lê os poetas portugueses Ce-sário Verde e Camilo Pessanha. Um dos mais importantes poetas da língua portuguesa. "Mensagem" foi um dos poucos livros de poesias publi-cado em vida. Fernando Pessoa ocupou diversas profis-sões, foi editor, astrólogo, publicitário, jornalista, empre-sário, crítico literário e crítico político. Em 1905 de volta à Lisboa, matricula-se na Faculdade de Letras, onde cursou Filosofia. Em 1907 abandona o curso. Em 1912 estreou como crítico literário. Em 1907, abandona o curso superior e monta uma tipo-grafia que mal chega a funcionar. No ano seguinte, co-meça a trabalhar como correspondente estrangeiro em casas comerciais, profissão que exerceu até a morte. Em 1912, Pessoa inicia sua colaboração na revista A Águia. Inicia correspondência com Mário de Sá-Carneiro que, de Paris, manda a Pessoa notícias do Cubismo e do Futurismo. Pessoa escreve, em inglês, o poema Epithalamiun e, em português, o drama O Marinheiro. Vai elaborando o pro-jeto de vários livros e traz um novo movimento: o Paulis-mo, isso no ano de 1913. No ano seguinte, publica Pa-úis, sob o título de Impressões do Crepúsculo. Fernando Pessoa compõe Ode Triunfal, encaminhando-se para o Sensacionismo e para o Futurismo, sob o he-terônimo de Álvaro de Campos. Compõe ainda Chuva

Oblíqua (poesia ortonímica), delineando o Interseccio-nismo. Em 1915, surge a revista Orpheu, marco do Modernismo em Portugal. O primeiro número, dirigido por Luís Montalvor e Ronald de Carvalho, publica os poemas Ode Triunfal e Opiário (Álvaro de Campos) e O Marinheiro (Fernando Pessoa). Os poemas "Ode Triunfal" e "Opiário", escritos por Álva-ro de Campos, causaram reações violentas contra a revista.No segundo número, saem Chuva Oblíqua e Ode Marítima. No mesmo ano, Fernando Pessoa inicia-se no esoterismo, traduzindo um Tratado de Teosofia. Em 1919, escreve Poemas Inconjuntos, assinados por Alberto Caeiro, apesar deste ter“morrido” em 1915. Em 1920, Pessoa passa a morar com sua mãe, que re-gressara, viúva, da África do Sul. Ela falece em 1925. Cinco anos depois, Pessoa escreve mais poemas, assi-nados por seus heterônimos. Fernando Pessoa mostrou muito pouco de seu trabalho em vida. Em 1934 candidatou-se com a obra "Mensagem", um dos poucos livros publicados em vida, ao prêmio de poesia do Secretariado Nacional de Infor-mações de Lisboa. Ficou em segundo lugar. Fernando Pessoa foi vários poetas ao mesmo tempo. Tendo sido "plural" como se definiu, criou vários poetas, que conviviam nele. Cada um tem sua biografia e traços diferentes de personalidade. Os poetas não são pseudô-nimos e sim heterônimos, isto é indivíduos diferentes, cada qual com seu mundo próprio, representando o que angustiava ou encantava seu autor. Os principais heterônimos de Fernando Pessoa são: 1- Alberto Caeiro, nascido em Lisboa em 16 de abril de 1889 - o mais objetivo dos heterônimos. Busca o objeti-vismo absoluto, eliminando todos os vestígios da subjeti-vidade. É o poeta que se volta para a fruição direta da Natureza; busca "as sensações das coisas tais como são". Opõe-se radicalmente ao intelectualismo, à abstra-ção, à especulação metafísica e ao misticismo. Neste sentido, é o antípoda de Fernando Pessoa "ele-mesmo", é a negação do mistério, do oculto. Coerente com a posição materialista, antiintelectualista, adota uma linguagem simples, direta, com a naturalida-de de um discurso oral. Os versos simples e diretos, próximos do livre andamento da prosa, privilegiam o nominalismo, a "sensação das coisas tais como são". É o menos "culto" dos heterônimos, o que menos conhece a Gramática e a Literatura. Mas, sob a aparência exteri-or de uma justaposição arbitrária e negligente de versos livres, há uma organização rítmica cuidada e coerente.

Caeiro é o abstrador paradoxalmente inimigo de abstra-ções; daí a secura e pobreza lexical de seu estilo. 2- Ricardo Reis, nascido no Porto em 19 de setembro de 1887 - representa a vertente clássica ou neoclássica da criação de Fernando Pessoa. Sua linguagem é conti-da, disciplinada. Seus versos são, geralmente, curtos, tendendo à vernaculidade e ao formalismo. Tem consci-ência da fugacidade do tempo; apoia-se na mitologia greco-romana; apresenta-nos uma musa (Lídia) e, filo-soficamente, é adepto do estoicismo e do epicurismo (saúde do corpo e da mente, equilíbrio, harmonia) para que se possa aproveitar a vida, mas sem exageros, sos-segadamente, porque a morte está à espreita. Médico que se mudou para o Brasil. 3- Álvaro de Campos, nascido no Porto em 19 de se-tembro de 1887 - é o lado "moderno" de Fernando Pes-soa, caracterizado por uma vontade de conquista, por um amor à civilização e ao progresso, por uma lingua-gem de tom irreverente. Essa modernidade tem ligações claras com o cosmopolita Cesário Verde, com Walt Whitman e com o Futurismo. Sentindo e intelectualizan-do suas sensações (sentir e pensar), Campos percebe a impossibilidade de não pensar, observa criticamente o mundo e a si próprio, angustiando-se diante do tempo inexorável e do absurdo da vida. Apresenta-se como o engenheiro inativo, inadaptado, inconciliado, com cons-ciência crítica. Em 1934, publica Mensagem, livro de poemas de cunho místico-nacionalista, única obra em português publicada em vida. Em 1935, no dia 30 de novembro, no Hospital São Luís, em Lisboa, morre Fernando Pessoa. Obras Publicadas em Vida: 35 Sonnets, 1918; Antinous, 1918; EnglishPoems, I, II e III, 1921; e, Mensagem, 1934; Obras Póstumas: Poesias de Fernando Pessoa, 1942; Poesias de Álvaro de Campos, 1944; A Nova Poesia Portuguesa, 1944; Poesias de Alberto Caeiro, 1946; O-des de Ricardo Reis, 1946; Poemas Dramáticos, 1952; Poesias Inéditas I e II, 1955 e 1956; Textos Filosóficos, 2 v, 1968; Novas Poesias Inéditas, 1973; Poemas Ingle-ses Publicados por Fernando Pessoa, 1974; Cartas de Amor de Fernando Pessoa, 1978; Sobre Portugal, 1979; Textos de Crítica e de Intervenção, 1980; Carta de Fer-nando Pessoa a João Gaspar Simões, 1982; Cartas de Fernando Pessoa a Armando Cortes Rodrigues, 1985; Obra Poética de Fernando Pessoa, 1986; O Guardador de Rebanhos de Alberto Caeiro, 1986; e, Primeiro Faus-to, 1986.

Edição: Claudia Andreucci

Junho 2014 Gazeta Valeparaibana Página 5

Cidadania

O TERMO PROIBIDO

Em 22 de maio de 2014 me deparei com a seguinte notí-cia publicada no Caderno de esportes do jornal o Estadão por Roberta Pennafort - A-gência Estado: “RIO - ATÉ 31 DE DEZEMBRO, A PA-

LAVRA "PAGODE" PERTENCE À FIFA. Abaixo mais alguns trechos da notícia: “O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) registrou o termo porque se trata do nome da fonte tipo-gráfica da marca da Copa. A rigor, qualquer pessoa que usá-lo comercialmente sem permissão poderá ser pro-cessada[...] No site do INPI, é possível ver os pedidos de registros feitos pela FIFA [...] a partir da entrada em vigor da chamada Lei da Copa, foram 236 [...] Não im-porta se "pagode" se refere ao ritmo brasileiro ou às construções orientais com fins religiosos. Se a FIFA considerar o uso da palavra inadequado, poderá recor-rer à Justiça. Um bar que anunciar um pagode, por e-xemplo, corre o risco de sofrer sanção. "Teoricamente, a FIFA até 31/12 poderia ajuizar ações, mas é muito em teoria, porque usar a palavra não significa que a pessoa está querendo pegar carona na marca que usa a tipo-grafia", explica o diretor de marcas do INPI, Vinicius Câmara. E o que dizer de Zeca Pagodinho? "Nesse

caso, trata-se de um nome artístico, é intocável. "Respaldada pela Lei da Copa, a FIFA conseguiu furar a fila do INPI para proteger sua lista de marcas - em geral, os registros levam até três anos para sair e esses saíram em um ano ou menos.” Considerando que o samba é um gênero musical, o qual deriva de um tipo de dança, de raízes africanas, surgido no Brasil e considerado uma das principais ma-nifestações da cultura popular brasileira e, que dentre suas características originais, possui uma forma na qual a dança é acompanhada por pequenas frases melódi-cas e refrões de criação anônima, alicerces do samba de roda nascido no Recôncavo Baiano. Considerando ainda, que o samba como gênero musi-cal é entendido como uma expressão musical urbana do Rio de Janeiro, aonde chegou durante a segunda metade do século XIX levado por negros oriundos do sertão baiano. Que, tradicionalmente, esse samba é tocado por instrumentos de corda (cavaquinho e vários tipos de violão) e variados instrumentos de percussão, como o pandeiro, o surdo e o tamborim. Com o passar dos anos, outros instrumentos foram sendo assimila-dos, e se criaram novas vertentes oriundas dessa base urbano carioca de samba, que ganharam denomina-ções próprias, como o SAMBA DE BREQUE, O SAMBA-CANÇÃO, A BOSSA NOVA, O SAMBA-ROCK, O PA-GODE, ENTRE OUTRAS. Lembrando aqui, que o termo "pagode" está presente na linguagem musical brasileira desde, pelo menos, o século XIX. Inicialmente, associado às festas que acon-teciam nas senzalas e, mais tarde, tornando-se sinôni-

mo de qualquer festa regada a alegria e cantoria que, com o passar do tempo, começou a ser usado como sinônimo de samba, portanto parte integrante da CUL-TURA MUSICAL BRASILEIRA, de imediato me veio a pergunta: como pode a CULTURA BRASILEIRA ser considerada propriedade da FIFA podendo esta acionar judicialmente quem do termo se utilizar? Não bastasse tudo que a FIFA tem direta ou indireta-mente extraído do povo brasileiro, nos toma também nossa cultura?! Que país é este que coloca o futebol à frente da Cultura Nacional? Que país é este que mais uma vez numa clara demons-tração da “Lei de Gerson” desta vez respaldado pela Lei da Copa permitiu que a FIFA “furasse a fila” do INPI para proteger “sua” lista de marcas tendo nela incluída parte de nossa Cultua Nacional em detrimento de ou-tros que esperam pelos registros de suas marcas au-tênticas por até três anos? Já dizia Confúcio: “A cultura está acima da diferença da condição social.” Cultura é o que somos e o que molda nossa identidade. Ela contribui para a redução da pobreza e abre cami-nho para o desenvolvimento centrado no ser humano, de forma inclusiva e equitativa. Nenhum desenvolvimento pode ser sustentável sem a Cultura. Seria esse o cerne da questão? Claudia Andreucci Advogada

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Na cidade, a pressão da opinião pública é capaz de fazer o que a lei não consegue

É possível ser livre dentro de uma Republica, onde os governantes são eleitos pelo povo e as decisões sobre como governar deveriam emanar do povo?

Como em qualquer democracia republicana é isso que teoricamente acontece. Na prática ser-se livre depende de outros fatores nomeadamente da inteligência da so-ciedade que vota. Tal como no Brasil ou em Portugal (que têm problemas

semelhantes a nível político) também no Reino Unido, por exemplo, os governantes são votados pela socieda-de. A diferença entre essas Repúblicas democráticas e a-quela monarquia democrática (o reino unido) é que tan-to o povo brasileiro como o português (ou como o fran-cês ou o de boa parte das repúblicas do mundo) existe uma mentalidade de rebaixar a hierarquia, de desobedi-ência, de achar que todos somos obrigatoriamente i-guais (coisa que teoricamente é muito bonita mas na prática não existe em lado nenhum), e nas monarquias democráticas o povo já cresceu o suficiente para perce-ber a vantagem de ter um chefe de Estado que real-mente representa o povo por estar acima da política.

Enquanto que nas repúblicas o chefe de Estado vem sempre de dentro dos partidos políticos e, como todos sabemos, os políticos jogam com os eleitores como quem brinca com marionetes, numa monarquia o chefe de estado vem de uma família na qual todos os outros investem de modo a que essa família os represente e

os defenda.

Na república não somos livres porque antes de defen-der a nação o presidente defende os seus interesses e os interesses do seu partido, na monarquia (a democrá-tica como as do Reino Unido, Canadá, Holanda, Norue-ga, etc.) o monarca defende sempre a tradição e a na-ção, não deve nada a partido nenhum (o que deve é ao povo e ao povo deve tentar alegrar sob pena de não ser aclamado pelo mesmo - o monarca tem de ser aceite pelo povo para poder reinar), logo os povos com mo-narcas hereditários e vitalícios (que têm a obrigação de representar o povo toda a sua vida), são mais livres do que aqueles que têm como chefe da nação presidentes que mudam a cada 4 ou 5 anos, ficando com pensões e garantias vitalícias (sem precisarem de trabalhar mais, ou de representar mais o seu povo), passando a outro do mesmo ou de outro partido que vai defender-se a si e ao seu partido. Filipe de Sousa

Porque precisamos fazer a Reforma Política no Brasil?

Seus impostos merecem boa administração. Bons políti-cos não vem do nada. Para que existam bons políticos

para administrar o país, toda a sociedade precisa colaborar para que eles possam nascer e terem sucesso. É preciso um sistema eleitoral moderno para melhorar a qualidade da política. Os políticos "tradicionais" tem horror à reforma política, porque ela pode mudar a situa-ção atual onde eles usam e manipulam o eleitor e são pouco cobrados !

Junho 2014 Gazeta Valeparaibana Página 6

Literatura II

]Éá° _|Çá wÉ ]Éá° _|Çá wÉ ]Éá° _|Çá wÉ ]Éá° _|Çá wÉ exzÉexzÉexzÉexzÉ

"Não gosto de trabalhar, não fumo, dur-mo com muitos sonos e já escrevi 11 ro-mances. Se chove, tenho saudades do sol; se faz calor, tenho saudades da chu-va. Temo os poderes de Deus, e fui de-voto de Nossa Senhora da Conceição. Enfim, literato da cabeça aos pés, amigo dos meus amigos e capaz de tudo se me pisarem nos calos. Perco então a cabeça e fico ridículo. Afinal de contas, sou um homem como os outros e Deus permita que assim continue." Esta é a autodescrição de José Lins do Rego, considerado um dos maiores fic-cionistas da língua portuguesa. José Lins do Rego Cavalcanti era filho de fazendeiros. Nasceu no município de São Miguel de Taipu (Pb), nas proximidades de Pilar* em 3 de junho de 1901. Com a morte da mãe, passou a ser criado pelo avô, num engenho de açúcar. Aos oito anos ingressou no Internato Nossa Senhora do Carmo, onde estudou durante três anos. Em 1912 passou a estudar em João Pessoa. Nesse mesmo ano, publicou seu primeiro artigo em jor-nal. Três anos depois mudou-se para o Recife, onde concluiu seus estudos se-cundários. Em 1919 ingressou na faculdade de direi-to do Recife. No ano seguinte, passou a escrever uma coluna literária para o jor-nal "Diário do Estado da Paraíba". Em 1924 formou-se e, no ano seguinte, ca-sou-se com Filomena Masa Lins do Re-go, com quem teve três filhas. Em 1925, Lins do Rego assumiu o posto de promo-tor público na cidade de Manhuaçu, em Minas Gerais, mas no ano seguinte mu-dou-se para Maceió, onde começou a trabalhar como fiscal de bancos, cargo que ocupou até 1930. Dois anos depois, José Lins do Rego publicou seu primeiro livro, "Menino de Engenho". Custeado com seus próprios recursos, o livro recebeu críticas favorá-veis e tornou-se um grande sucesso. No ano seguinte, publicou um segundo ro-mance, "Doidinho". A partir daí, o editor José Olympio lhe propôs uma edição de dez mil exemplares para o terceiro ro-mance. José Lins do Rego tornou-se um escritor de prestígio, estimado pelo públi-co. Passou a publicar um romance por ano: em 1934, "Bangüê"; em 1935, "O Mole-que Ricardo"; em 1936, "Usina"; em

1937, "Pureza"; em 1938, "Pedra Bonita"; e em 1939, "Riacho Doce". Nomeado fiscal do imposto de consumo, em 1935, transferiu-se para o Rio de Ja-neiro. Voltou a escrever para jornais. Nessa época, tomado também por sua paixão pelo futebol, tornou-se um dos diretores do Clube de Regatas do Fla-mengo. Em 1936, publicou seu único livro infantil, "Histórias da Velha Totonha", em edição ilustrada pelo artista plástico Santa Rosa. A partir de então, passou a se destacar também como cronista. Realizou diversas viagens e viu suas obras serem publica-das em vários idiomas. O livro que é considerado sua obra-prima, o romance "Fogo Morto", saiu em 1942. O autor consagrou-se como mestre do regionalismo. Seu último romance, "Cangaceiros", foi publicado em 1953. Três anos mais tarde, José Lins do Rego tornou-se membro da Academia Brasilei-ra de Letras. Em seu discurso de posse, referiu-se ao seu antecessor, o ministro do Supremo Tribunal Federal Ataulfo de Paiva, como alguém que "chegou à aca-demia sem nunca ter gostado de um poe-ma". A partir desta nota de sarcasmo, seus discursos da academia passaram a ser previamente censurados. A obra de José Lins do Rego, bastante conhecida, foi adaptada para o teatro, o cinema e televisão. Em 1956 Lins do Re-go publicou "Meus Verdes Anos", um livro de memórias. No ano seguinte mor-reu de um problema hepático, aos 56 anos, no Rio de Janeiro. Prêmios recebidos: Prêmio da Fundação Graça Aranha, pelo romance Menino de engenho (1932); Prêmio Felipe d'Oliveira, pelo romance Água-mãe (1941), e Prê-mio Fábio Prado, pelo romance Eurídice (1947). *Encontra-se biografia de José Lins do Rego com a informação equivocada de que o escritor teria nascido no município de Pilar (Pb). Na verdade, ele nasceu no município de São Miguel de Taipu (Pb), nas proximidades de Pilar. O local de nascimento de Lins do Rego foi, de fato, motivo de dúvida e o próprio site da Aca-demia Brasileira de Letras diz que o es-critor nasceu em Pilar. No livro "Onde nasceu José Lins do Rego, afinal?", pu-blicado em 2000, o estudioso Nestor Pin-to de Figueiredo esclareceu definitiva-mente a questão.

Edição: Claudia Andreucci

www.formiguinhasdovale.org /// CULTURAonline BRASIL /// http://www.culturaonlinebr.org

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Guimarães Rosa (1908-1967) foi escritor brasileiro. O romance "Grandes Sertões: Veredas" é sua obra prima. Fez parte do 3º Tempo do Modernismo, caracterizado pelo rompimento com as técnicas tradi-cionais do romance.

Guimarães Rosa (1908-1967) nasceu em Cordisburgo, pequena cidade do interior de Minas Gerais. Filho de comerciante da região, aí fez seus estudos primários, seguindo em 1918 para Belo Horizonte, para casa de seus avós, onde estudou no Colégio Arnaldo. Cursou Medicina na Uni-versidade de Minas Gerais, formando-se em 1930. Datam dessa fase seus primei-ros contos, publicados na revista O Cru-zeiro.

Depois de formado foi exercer a profissão em Itaguara, município de Itaúna, onde permaneceu por dois anos. Culto, sabia falar mais de nove idiomas. Em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, voltou para Belo Horizonte para servir como médico voluntário da Força Pública. Posteriormente atuou como oficial médico no 9º Batalhão de Infantaria em Barbace-na.

Em 1934 vai para o Rio de janeiro, presta concurso para o Itamarati. Obtém o se-gundo lugar. Em 1936, participou de um concurso ao Prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras, com uma coletânea de contos chamada "Magma", conquistando o pri-meiro lugar. Mas não publicou a obra. Em 1937, começou a escrever "Sagarana", volume de contos, retratando a paisagem mineira, a vida das fazendas, dos vaqueiros e criadores de gado. Com a obra participa de um concurso mas não é classificado. Entre os anos de 1938 e 1944, foi nomea-do cônsul-adjunto na cidade de Hambur-go, Alemanha. Quando o Brasil rompeu a aliança com a Alemanha, durante a Se-

gunda Guerra, Guimarães foi preso, em 1942 e no ano seguinte foi para Bogotá, como Secretário da Embaixada Brasileira. Em 1945 vai rever os lugares onde pas-sou a infância. Em 1946, depois de refa-zer a obra, publica "Sagarana". O estilo era absolutamente novo, a paisagem mi-neira ressurgia viva e colorida. Sucesso de crítica e público, Recebe o Prêmio da Sociedade Felipe d'Oliveira, esgotando-se, num mesmo ano, duas edições.

De 1946 a 1951, reside em Paris. Em 1952, em excursão ao estado de Mato Grosso, conviveu com os vaqueiros do oeste do Brasil, e escreve uma reporta-gem poética, "Com o Vaqueiro Mariano", publicada no Correio da Manhã. Passa-dos dez anos de sua estreia, Guimarães publica, em 1956, "Corpo de Baile" e "Grandes Sertões: Veredas".

A novela "Corpo de Baile", obra em dois volumes, com 822 páginas, publicada em janeiro de 1956, Guimarães continua a mesma apresentação focada em "Sagarana", mas, agora com arrojadas experiências linguísticas. Em maio do mesmo ano, publica "Grandes Sertões: Veredas", narrativa épica, em seiscentas páginas, onde apresenta o mundo dos jagunços e dos coronéis. A obra causa impacto, pela temática e pela linguagem caboclo-sertaneja.

Guimarães Rosa é promovido a embaixa-dor, em 1958, mas prefere não sair do Brasil, permanece no Rio de janeiro. Em 1963 é eleito para a Academia Brasileira de Letras, somente tomou posse em 1967. Três dias depois de tomar posse, tem um infarto.

João Guimarães Rosa morre no Rio de Janeiro, no dia 19 de novembro de 1967.

Obras de Guimarães Rosa Sagarana, contos, 1946 Corpo de Baile, novela, 1956 Grandes Sertões: Veredas, romance, 1956 Primeiras Estórias, contos, 1962 Tataméia, contos, 1967 Estas Estórias, contos, 1969 Ave, Palavra, 1970 Edição: Claudia Andreucci

Junho 2014 Gazeta Valeparaibana Página 7

Contos, Poesias e Crônicas

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CURIOSIDADES DA IDADE MÉDIA Genha Auga Se visitar o suntuoso “Palácio de Versailles” em Paris, poderá observar que não tem banheiros. Quem já esteve em Versailles admirou muito os jardins enormes e belos que, na época, não eram só contem-plados, mas "usados" como vaso sanitário nas famosas baladas promovidas pela monarquia.

Na Idade Média, não existia dentifrício, escova de den-te, perfume, desodorante ou papel higiênico e nem água encanada. As excrescências humanas eram despejadas pelas janelas do palácio.

Se parar para pensar que nos filmes as pessoas apare-cem sendo abanadas, passa despercebido o motivo. A justificativa para um país de clima temperado, não era o calor e sim o péssimo odor que exalavam das pessoas que não usavam os utensílios citados acima e das mu-lheres que muito menos faziam higiene íntima, vinha um mau cheiro que sai por debaixo das saias (eram feitas grandes para conter o odor das partes íntimas).

Os nobres eram os únicos que podiam ter súditos que os abanavam para espalhar o mau cheiro que exalavam do cor-po e para espantar os insetos que atraíam.

Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho (para eles o início de verão), pela simples razão: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda estava tolerável. Entretanto, como alguns odores já começavam a se exalarem, as noivas, carregavam buquês de flores junto ao corpo para disfar-çar o cheiro. Daí termos maio como o mês das noivas e a origem do buquê de noiva.

Os banhos eram tomados numa única tina enorme e cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do pri-meiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa por ordem de idade, as mu-lheres também por idade e, por fim, as crianças. Os bebês eram os últimos a tomar banho e quando chegava a vez de-les, a água da tina já estava tão suja que era possível “perder” o bebê ao término do banho. Daí a expressão em inglês: don't throw the baby out with the bath water,que significa-“não jogue fora o bebê com a água do banho” –e que hoje usamos para os mais apressadinhos...

Os telhados das casas não tinham forros e as madeiras que os sustentavam, era o melhor lugar para os animais se aquecerem: cães, gatos e outros de pequeno porte como os ratos e besouros. Quando chovia, começavam as goteiras e os animais pulavam para o chão. Assim, a nossa expressão “está chovendo canivetes”, o equivalente em inglês àit’s raining cats and dogs, que significa:“está chovendo gatos e cachorros”. Para não sujar as camas, inventaram uma espécie de cobertura, que se transformou no dossel (uma armação de apa-rato), com mosquiteiro de tule.

Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho, só que, certos tipos de alimento oxidavam o material, o que fazia com que muitos morressem envenenados, (lembre-se que os hábitos higiênicos da época, não eram lá grande coisa), os tomates sendo ácidos, foram considerados durante muito tempo como venenosos.

Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, às vezes, deixava o indivíduo no chão, (numa espécie de narcolepsia induzida pela bebida alcoólica e pelo óxido de estanho) e, quem passasse pela rua, poderia achar que a pessoa estava morta, portanto, recolhia-se o corpo e o preparava para o enterro colocando-o sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo e bebendo e esperando para ver se o “morto” acordava ou não. Daí surgiu o velório.

A Inglaterra, um país pequeno, nem sempre tinha espaço para enterrar todos os mortos e então, os caixões eram aber-tos, os ossos tirados e encaminhados ao ossário e o túmulo era utilizado para outro infeliz. Às vezes, ao abrir os caixões, percebiam que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que significava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a ideia de amarrar uma tira no pulso do “defunto”, tira essa que passava por um buraco no caixão e ficava amarrada num sino. Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo durante uns dias. Se o indivíduo acor-dasse, o movimento do seu braço faria o sino tocar e ele, seria saved by the bell, ou, “salvo pelo gongo”, expressão por nós usada até os dias atuais.

acesso no link: http://muraldeimagens.blogger.com.br/2004_07_04_archive.html

Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, encontramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo-se a devassidão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você mesmo nos mais divergentes momentos que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu futuro amanhã. Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás!

Filipe de Sousa Programa: Noites de Domingo - Todos os Domingos ás 20 horas

CREIO EM TI GenhaAuga

Vai à luta, todos os dias.

Bate a cara,

levanta e vence.

Enfrenta o que vem por aí,

não descuida de nada,

segue em frente, acredita em si.

Ama a pátria, a mulher, a vida!

Zela pela filha, vela pela mãe.

Com erros e acertos,

conquista seus passos.

Orgulha a mim.

E se tivesse o pai ainda aqui,

seguramente, o encantaria,

dariam as mãos, se abraçariam.

Eu sei, os veria.

Outra história escreveria...

Mas, se a vida assim quis,

digo a você meu filho:

Fez sua trajetória,

melhor do que ensinei,

melhor do que previ...

Melhor que a minha!

Junho 2014 Gazeta Valeparaibana Página 8

Meio Ambiente A lei federal nº. 9.433, de 08 de janeiro de 1997, insti-tuiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídri-cos com o objetivo de assegurar um precioso bem: a água, às atuais e futuras gerações, em qualidade e dis-ponibilidade que sejam suficientes à preservação deste recurso através da utilização racional e integrada, da prevenção e da defesa dos recursos hídricos.

O texto foi claramente influenciado pela Declaração Universal dos Direitos da Água, documento originado da Conferência Internacional Sobre Água e Meio ambiente: o Desenvolvimento na Perspectiva do Século 21, reali-zado em Dublin (Irlanda) em 1992, evento que antece-deu a ECO 92, sediada no Rio de Janeiro e um dos mais importantes e influentes fóruns já realizados sobre o meio-ambiente em âmbito internacional, onde foi reco-mendada a compreensão da água como bem de valor econômico e, portanto, passível de tributação, como um dos itens da Agenda 21.

A Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), a fim de alcançar seus objetivos definidos no art. 2º do referi-do diploma legal, assim como fez a Lei 6.938/81, que trouxe a Política Nacional do Meio ambiente, traz instru-mentos capazes de alcançá-los, enumerados nos inci-sos de I a VI do art. 5º, quais são o Plano de recursos hídricos, o Enquadramento dos corpos d’água em clas-ses, segundo os usos preponderantes da água; a Outor-ga dos direitos de uso de recursos hídricos; a Cobrança pelo uso da água; a compensação a Municípios e o Sis-tema de informações sobre Recursos hídricos.

À luz de ter sido criada à égide da Constituição “cidadã” de 1988, a PNRH, obedecendo tendências trazidas de outras ferramentas administrativas de inserção demo-crática tais como o orçamento participativo e as audiên-cias públicas, como inovação, trouxe a criação dos Co-mitês de Bacias como forma de gestão dos recursos hídricos.

“Lei 9.433/97. Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos: (...) VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentrali-zada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.” Ainda, na formação dos Comitês de Bacia Hidrográfica, para além de assegurar o direito de participação e repre-sentação da sociedade, limitou a representação dos Po-deres Executivos à metade da composição desta.

“ Lei 9.433/97 Art. 39. Os Comitês de Bacia Hidrográfica são compostos por representantes: I - da União; II - dos Estados e do Distrito Federal cujos territórios se situem, ainda que parcialmente, em suas respectivas áreas de atuação; III - dos Municípios situados, no todo ou em parte, em sua área de atuação; IV - dos usuários das águas de sua área de atuação; V - das entidades civis de recursos hídricos com atua-ção comprovada na bacia. § 1º O número de representantes de cada setor mencio-nado neste artigo, bem como os critérios para sua indi-cação, serão estabelecidos nos regimentos dos comitês, limitada a representação dos poderes executivos da Uni-ão, Estados, Distrito Federal e Municípios à metade do total de membros. (...) (Grifo nosso)

Por se tratar de um recurso natural, que mesmo antes de existir uma lei que regulasse seu uso e um Plano Nacional que lhe estabelecesse diretrizes, a água já per-meava direta ou indiretamente diversas outras áreas de importância social, econômica e/ou ambiental anterior-mente reguladas. Áreas afins legisladas posteriormente tiveram o Plano Nacional de Recursos Hídricos como referência, tal é o caso da Lei nº. 11.445/07 que estabe-lece as diretrizes nacionais de saneamento básico, que traz em seu art. 2º, VI e XII, referências tácitas à PNRH:

“Art. 2º. Os serviços públicos de saneamento básico serão prestados com base nos seguintes princípios fun-damentais: (...) VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promo-ção da saúde e outras de relevante interesse social vol-tadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante; (...) XII - integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos.” (Grifo nosso) O caput do art. 4º estabelece de forma clara um impor-tante ponto acerca do processo de tributação pelo uso da água, assim como seu parágrafo único traz de forma expressa a referência ao diploma legal em questão, qual seja a Lei nº 9.433/97. “Art. 4º.Os recursos hídricos não integram os serviços públicos de saneamento básico. Parágrafo único. A utilização de recursos hídricos na prestação de serviços públicos de saneamento básico, inclusive para disposição ou diluição de esgotos e outros resíduos líquidos, é sujeita a outorga de direito de uso, nos termos da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, de seus regulamentos e das legislações estaduais.” No entanto, algumas outras áreas afins aos Recursos Hídricos foram legisladas antes de 1997, portanto, pre-cederam a PNRH, é o caso da Agricultura, que teve sua Política Nacional instituída através da Lei 8.171/1991. Ainda assim é possível apreender deste diploma orde-namentos que se adéquam à Política de Recursos Hídri-cos, ainda que não expressamente presentes no texto legislativo. É o caso dos arts. 3º,V e 4º, IV “Art. 3°.São objetivos da política agrícola: (...) V - proteger o meio ambiente, garantir o seu uso racio-nal e estimular a recuperação dos recursos natu-rais;” (...) “Art. 4°.As ações e instrumentos de política agrícola referem-se a: (...) IV - proteção do meio ambiente, conservação e recupe-ração dos recursos naturais;” (...) O Capítulo VI do referido diploma trata da “Proteção ao Meio Ambiente e da Conservação dos Recursos Natu-rais”. Logo em seu primeiro artigo, traz obrigações con-feridas pelo legislador ao Poder Público e no parágrafo único estende-se essa obrigação ao proprietário, possui-dor e beneficiários da reforma agrária, no intuito de pre-servar o meio ambiente, estando presente neste ínterim, é claro, a questão hídrica. “Art. 19. O Poder Público deverá: I - integrar, a nível de Governo Federal, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios, os Municípios e as comu-nidades na preservação do meio ambiente e conserva-ção dos recursos naturais; II - disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo, da á-gua, da fauna e da flora; (...) V - desenvolver programas de educação ambiental, a nível formal e informal, dirigidos à população; (...) VII - coordenar programas de estímulo e incentivo à pre-servação das nascentes dos cursos d'água e do meio ambiente, bem como o aproveitamento de dejetos ani-mais para conversão em fertilizantes. Parágrafo único. A fiscalização e o uso racional dos re-cursos naturais do meio ambiente é também de respon-sabilidade dos proprietários de direito, dos beneficiários da reforma agrária e dos ocupantes temporários dos imóveis rurais.” Com relação à integração da PNRH com a Política Na-cional do Meio Ambiente, a criação dos Comitês de Ba-cia Hidrográfica, em que pese ser um grande instrumen-to de inserção popular nas decisões que afetam a socie-dade e o meio ambiente, segundo o Prof. Edimur Ferrei-ra de Faria[1] criou um sério entrave pois as águas sob sua tutela estão em território, competência das Munici-palidades, a quem compete também a guarda do meio ambiente, enquanto a atuação dos Comitês insurgirá um

claro conflito de competências. Para o referido autor, uma nova forma de composição e articulação da organização municipal é necessária, pre-vendo a intermunicipalidade, cooperação entre municí-pios que vivam as consequências de uma determinada bacia hidrográfica comum com o Comitê de Bacia res-pectivo a fim de realizarem efetivamente a integração entre as políticas de recursos hídricos e meio ambiente, uma vez que é praticamente impossível dissociar estes dois elementos e que, na atual conjuntura administrativa brasileira, resultaria em desperdício de dinheiro público e ineficácia na realização dos objetivos propostos haja vista que a atuação de forma precária numa extensa área e tendo, muitas vezes, recursos alocados dupla-mente para o mesmo fim, se comum.

Como se vê, a gestão dos recursos hídricos não pode ser entendida à parte de suas componentes comple-mentares que interagem entre si de forma indissociável. Com efeito, o art. 31 da própria Lei que institui a PNRH orienta:

“Lei n. 9433/97. Art. 31. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, os Poderes Executivos do Distrito Federal e dos municípios promoverão a inte-gração das políticas locais de saneamento básico, de uso, ocupação e conservação do solo e de meio ambi-ente com as políticas federal e estaduais de recursos hídricos.”

Além da Integração desta Política com a do Meio Ambi-ente e de Saneamento Básico, outras mais se apresen-tam necessárias para o equilíbrio hídrico na interação com atividades econômicas; é o caso da pesca, geração de energia, transporte hidroviário e política agrícola.

As necessidades, interesses e objetivos de cada época exigiram a evolução das normas e instituições dos recur-sos hídricos brasileiros. É interessante observar, neste contexto, que as primeiras constituições brasileiras tute-laram os recursos hídricos para assegurar os direitos de navegação e pesca, tendo em vista a relevância econô-mica destas atividades para o país (HENKES, 2003).

A partir da segunda metade do século XX, a aceleração do crescimento econômico brasileiro exigiu maior inten-sidade e diversificação da utilização da água. Desta for-ma, a legislação pátria, especificamente o Código de Águas, passou a tutelar os recursos hídricos visando assegurar a produção energética. Este entendimento é corroborado ao verificar-se o elevado número de usinas e centrais hidrelétricas criadas no país neste período e também pelo fato de que as disposições do Código de Águas referentes à preservação, conservação e recupe-ração dos recursos hídricos não foram regulamentadas, ao contrário das disposições referentes à produção e-nergética (HENKES, 2003).

Assim, apreende-se que somente com a integração e sincronicidade dos elementos referentes ao solo, recur-sos hídricos, saneamento básico, meio ambiente, pesca, agricultura e sem prejuízo de outras matérias que por-ventura não tenham sido aqui elencadas e que sejam por sua vez estritamente conexas ao desenvolvimento sustentável, pode gerar resultados que satisfaçam o que preceitua o artigo 225 da Constituição Federal. A Pre-servação ambiental deve ser vista a partir de um prisma holístico, que englobe todos os elementos interligados entre si e que atinjam o fim comum de desenvolver o país sem que se sacrifique a vida futura.

“Constituição Federal/88. Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualida-de de vida, impondo-se ao Poder Público e à coleti-vidade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Autor: Winder Oliveira Garcia

Junho 2014 Gazeta Valeparaibana Página 9

E agora José?

Levar ao pé da letra os dizeres “não vai ter Copa”, é, no mínimo, se entregar à burrice (como diz Paulo Ghiraldelli Jr.). Não vai ter Copa se tornou um símbolo, uma figura de linguagem para externar o sentimento de culpa e revolta. Culpa por ter elegido um governo (seja Federal, Estadual ou Municipal) que não cumpriu com as suas promes-sas, e revolta, pelo mesmo motivo! Desde Outubro de 2007 até ao presente momento observamos a pressa do congresso nacional, dos Estados e dos Municípios em cumprir com as metas estabelecidas para a Copa. Obviamente que rodovias, vias de acesso, melhorias no transporte público e outras tarefas assumidas como prioridade não saíram do papel, mas vimos o congres-so se articular rapidamente para votar leis a favor da Copa do mundo, a construção (ainda que porcamente e superfaturadas) dos estádios e a corrente gastança de di-nheiro para este evento. O setor privado também se mobilizou: organizaram cursos de inglês, vendas de materiais e bugigangas e até flexibilizaram seus períodos de férias para que todos pudessem apreciar a Copa do mundo no Brasil. Mas como nem tudo são flores, também vimos as declarações dos “filósofos” Pelé, Ronaldo e mais recentemente do Lula utilizando a imprensa para dizer que a Copa do mundo vai acontecer, quer queiram ou não. E ainda mais, vimos todas as articulações dos grupos opositores para protestar contra a Copa do mundo. O problema não é a Copa do mundo ser no Brasil, muito pelo contrário, seria motivo de grande orgulho sediar tal evento! Seria, se nossos problemas sociais fossem levados a sério tal como a Copa é levada! Não temos segurança, não temos educação, não temos hospitais, não temos estrutura urbana, não temos transportes, não temos transparência nas contas públicas, mas como disse o “fenômeno”: “Copa se faz com estádios, e não com hospitais” (Ronaldo). Com a decisão de a Copa do mundo ser no Brasil, vimos um congresso articulado, eficiente, dinâmico e prestativo (para servir à Copa), enquanto isso o Plano Nacional de Educação continua penando no congresso, desde 2011 e já deveria estar em vigor! É altamente errado dizer que a construção dos estádios demorou! Considerando o tempo 2007-2014 demoramos apenas 7 anos para concluir as obras. Vale lembrar que a transamazônica começou suas obras em 1970 e até hoje não foi concluída. A trans-posição do Rio São Francisco está engasgada desde 2007. Isso sem contar em diver-sas escolas e hospitais que atrasam suas reformas em dois, três ou quatro anos (sem falar no superfaturamento), usinas paradas há 25 anos, turbinas de usinas eólicas que nunca funcionaram, hidroelétricas que não foram concluídas, usinas de transmissão

de energia que estão paradas... mas “vai ter Copa”. Entenda, caro leitor, que o nosso problema não é com a Copa. O nosso problema é com a falta de vergonha na cara daqueles que deveriam nos representar. Sejam eles de qual partido forem! Eis que surge em junho de 2013 as manifestações contra tudo e contra todos. Mani-festações muito pertinentes com pautas bem articuladas, entretanto é preciso deixar claro que não adianta manifestar, quebrar tudo, reivindicar e continuar votando nas mesmas raposas, vender seu voto em troca de um saco de farinha ou de uma cesta básica. Não adianta protestar pedindo “mais educação”, ou 10% do PIB para a educa-ção e não verificar o caderno do seu filho na escola. Mas o nobre Pelé tem a solução para os nossos problemas: “Faltam 10 meses para começar a Copa. Não vai dar tempo para ver o que foi gasto. Então vamos aproveitar para arrecadar com turismo e compensar o dinheiro que foi roubado dos estádios”. Viu, simples assim! Como é possível não se tomar de tamanha alegria diante das ilustres elucubrações ditadas pelos nossos ídolos? Como não se contagiar com tamanha festa? Como não entrar nos movimentos “não vai ter Copa” e cobrar dos ilustres corruptos e hipócritas que tem o poder da caneta? Literalmente, é óbvio que haverá Copa, quer gostemos, ou não. Quer tenhamos outras prioridades, que já cobramos desde sempre, ou não. Mas é importante deixar claro para o mundo todo, para tudo e para todos os nossos descontentamentos. É preciso deixar claro para aqueles que deveriam nos representar que, aos poucos, estamos acordando. Como disse a nossa “presidenta”: “O Brasil fará a Copa das Copas”. Realmente, esperamos que sim! Omar de Camargo Técnico Químico Professor em Química. [email protected]

Ivan Claudio Guedes Geógrafo e Pedagogo. Articulista e Palestrante. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Geociências e doutorando em Geologia. [email protected]

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Junho 2014 Gazeta Valeparaibana Página 10

Copa do Mundo e Brasil

Brasil é a seleção que mais ganhou Copas do Mundo de futebol. Foram cinco conquistas: 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. A seleção brasileira também foi a primeira tricampeã mundial, com a conquista da Copa do Mundo de 1970, façanha essa que deu a posse defi-nitiva da Taça Jules Rimet, primeiro troféu dos campeões mundiais. Após a conquista definitiva da Taça Jules Ri-met com o tricampeonato brasileiro em 1970, ela foi substituída pela Taça FIFA, que o Bra-sil ganhou em 1994 e 2002. Ao contrário da Jules Rimet, a Taça FIFA não ficará em defini-tivo com nenhuma seleção independente de quantas Copas do Mundo ela ganhe.

Suécia 1958

A primeira das Copas do Mundo que o Brasil ganhou O Brasil chegou à Copa do Mundo da Suécia em 1958 com um grande time e duas revela-ções que iniciariam a competição na reserva: Pelé e Garrincha.

Chile 1962 Brasil bicampeão em Copas do Mundo O Brasil disputou a Copa do Mundo do Chile em 1962 com um time muito parecido da con-quista de 1958. Na estréia, vitória de 2x0 so-bre o México. No jogo seguinte um dramático 0x0 com a Tchecoslováquia no qual Pelé se machucou e não pode mais disputar o restan-te da Copa. No jogo seguinte Amarildo substi-tui Pelé com maestria e marcou 2 gols na vitó-ria de 2x1 sobre a Espanha que deu a classifi-cação para o Brasil às quartas-de-final. A par-tir daí a estrela de Garrincha brilhou e o Brasil foi campeão da Copa do Mundo do Chile com vitórias sobre a Inglaterra (3x1), Chile (4x2) e Tchecoslováquia de virada (3x1)

México 1970 Brasil tricampeão conquista a posse definitiva da Taça Jules Rimet No México 1970 o Brasil ganhou a terceira de suas Copas do Mundo e com isso ganhou a posse definitiva da Taça Jules Rimet. O Brasil, com uma constelação de estrelas lideradas por Pelé, foi campeão vencendo todas as par-tidas: 4x1 Tchecoslováquia, 3x2 Romênia, 1x0 Inglaterra, 4x2 Peru, 3x1 Uruguai e 4x1 Itália.

Estados Unidos 1994

Brasil tetracampeão em Copas do Mundo O Brasil ganhou sua quarta Copa do Mundo em 1994 nos Estados Unidos com um futebol defensivo e desinteressante. O mais importan-te era defender e contar que Bebeto e Romá-rio fariam pelo menos um gol para a vitória. Para chegar à final o Brasil teve a seguinte campanha: 2x0 Rússia, 3x0 Camarões, 1x1 Suécia, 1x0 EUA, 3x2 Holanda e 1x0 Suécia. A final contra a Itália foi a única decisão de Copas do Mundo sem gols. Com o placar de 0x0 a decisão foi para os pênaltis nos quais o Brasil ganhou por 3x2.

Japão e Coréia do Sul 2002 Brasil pentacampeão em Copas do Mundo O Brasil ganhou a quinta das suas Copas do Mundo em 2002, onde a organização do e-vento ficou dividida entre Japão e Coréia do Sul. Apesar da preparação complicada, o Bra-sil brilhou com um futebol empolgante e cra-ques como Rivaldo, Ronaldo Fenômeno e Ro-naldinho Gaúcho. Assim como em 1970, o Brasil ganhou a Copa do Mundo vencendo todos os jogos: 2x1 Turquia, 4x0 China, 5x2 Costa Rica, 2x0 Bélgica, 2x1 Inglaterra, 1x0 Turquia e 2x0 Alemanha.

Filipe de Sousa

CURSO DE RECREAÇÃO A ARTE DO BRINCAR

A Recreativa é uma prestadora de serviços especializados que sob a supervisão do Prof. José Paulo Passos, oferece Cursos de Recreação destinados a estudantes e profissionais de Educação Física, Pedagogia e demais interessados, bem como eventos es-portivos de recreação e lazer, gerenciamento de Academias, Co-lônias de Férias, Ginástica Laboral, Palestras, etc..

Nossos projetos nasceram a partir da necessidade de resgatar o brincar em grupo através dos jogos e brincadeiras e como uma opção de lazer educativo, atividades que valorizam a convivên-cia, a integração, a socialização e a alegria, assim como da ne-cessidade do mercado em contar com profissionais especializa-dos e da conscientização da importância do esporte, recreação e lazer, nos dias atuais.

Tudo isso por meio da vivência corporal, social e cultural com ênfase nas áreas de esporte, recreação e lazer e pela prática de atividades que esti-mulem a cooperação e a criatividade. Nossa filosofia é prestar serviços com criatividade e qualidade baseada na parceria. Tudo isso é desenvolvido através de soluções dinâmicas e efici-entes, sempre explorando o lado lúdico das atividades, atendendo as ne-cessidades de cada cliente e objetivando, acima de tudo, a melhoria da qualidade de vida dos participantes.

Estamos aptos a desenvolver esses projetos junto a Escolas, hotéis, em-presas, clubes, faculdades, prefeituras, etc.

Estar bem em todos os momentos- é assim que a Recreativa quer ver as pessoas, ao criar eventos exclusivos. Contatos: 12 -99793-6664 /98172-2810 E-mail: [email protected] Facebook: http://facebook.com/recreativa

Junho 2014 Gazeta Valeparaibana Página 11

Museu Nacional DO MUSEU REAL AO MUSEU NACIONAL

O Museu Real foi criado pelo decreto de 6 de junho de 1818, com a finalidade de “propagar os conhecimentos e estudos das ciências naturais no Reino do Brasil, que encerra em si milhares de objetos dignos de observação e exame, e que podem ser empregados em benefício do comércio, da indústria e das artes”.

Para seu estabelecimento foi adquirida pela Coroa, atra-vés do mesmo decreto, uma casa oferecida pelo influen-te comerciante João Rodrigues Pereira de Almeida, futu-ro barão de Ubá, no Campo de Santana, Rio de Janeiro. Seu primeiro diretor foi o botânico e mineralogista frei José da Costa Azevedo, professor da Academia Real Militar. (MUSEU Real, s.d., 2008)

Na Europa, durante o século XVIII, a criação de museus de história natural, jardins botânicos, gabinetes e labora-tórios voltados para a catalogação e análise dos ele-mentos naturais esteve relacionada à concepção da na-tureza como fonte de riqueza e saber, característica da Ilustração. O estudo da história natural em seus diversos ramos, como botânica, mineralogia e zoologia, visava à descoberta de uma aplicação prática, como o uso medi-cinal das plantas ou o aproveitamento de novas minas.

Em Portugal, estas tendências tomaram impulso com as reformas conduzidas por Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro marquês de Pombal, que, além de renovar o sistema de ensino, criou instituições científicas com o objetivo de fomentar a prosperidade a partir do conheci-mento e exploração dos recursos naturais, considerados fundamentais para a revitalização da economia.

Entre as práticas incentivadas pela Coroa portuguesa estiveram o apoio a viagens naturalistas, com o objetivo de coletar materiais que depois se destinariam à investi-gação ou formariam a coleção do Museu Real da Ajuda em Lisboa, e uma política de aclimatação de plantas e animais em todas as colônias portuguesas (FIGUERÔA; SILVA; PATACA, 2004; BITTENCOURT, 2000, p. 115; MUNTEAL FILHO, 2000, p. 145).

Nos anos seguintes, já durante o reinado de d. Maria I, a comunidade reformista-ilustrada ficou congregada na Academia Real de Ciências, fundada em dezembro de 1779 como espaço científico e literário responsável por abrigar as modernas concepções de ciência. Ali se reu-niam não só homens ligados às reformas pombalinas, mas também o grupo antipombalino, conduzido por lide-ranças políticas da “viradeira”.

Seus membros mantinham correspondentes nas colô-nias, que recebiam instruções sobre os procedimentos de observação, recolha, preparo e remessa do material para Portugal. Além das iniciativas oficiais, proliferaram também nesse período as sociedades literárias, acade-mias e outros espaços de divulgação e troca de conheci-mento científico (MUNTEAL FILHO, 2000, p. 146-156).

No Brasil, durante o período colonial, o vice-rei Luís de Vasconcelos e Sousa promoveu viagens e levantamen-tos naturalísticos, como a expedição do padre José Ma-riano da Conceição Velloso entre os anos de 1783 e 1790. Seus sucessores continuaram essa política e, a

partir de 1796, essas viagens ganharam um novo cará-ter, tendo o objetivo de complementar os dados que já haviam sido recolhidos e estavam sendo sistematizados para publicação. No mesmo ano foi instalado um jardim botânico em Belém no Pará e, um pouco antes, em 1784, uma casa de história natural no Rio de Janeiro, conhecida como Casa dos Pássaros, que abrigava mi-nerais e animais vivos e empalhados.

A Casa funcionaria até 22 de junho de 1813, quando a decisão n. 20 mandou extinguir seus empregos, transfe-rindo o acervo de mineralogia e história natural para a Academia Real Militar. Houve ainda a organização de associações científicas, como a Academia Científica de Rio de Janeiro, de 1771, e a Sociedade Científica do Rio de Janeiro, depois Sociedade Literária, em 1786 (FIGUERÔA; SILVA; PATACA, 2004; FONSECA, 2000, p. 127).

Com a transferência da corte para o Brasil, em 1808, montou-se todo um aparato administrativo indispensável para a nova sede do Reino português, inclusive institui-ções culturais e científicas. Nesse contexto, foram esta-belecidos os cursos de medicina da Bahia e do Rio de Janeiro, a Academia Real Militar, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico, o Laboratório Químico-Prático e o Mu-seu Real.

Houve também, a partir de 1815, a permissão da entra-da de expedições científicas estrangeiras, como a do barão de Langsdorff, a do príncipe da Baviera Maximilia-no I, a de Charles Othon Fréderic Jean Baside, membro da comitiva do duque de Luxemburgo, que trouxe o bo-tânico Auguste de Saint-Hilaire, e as missões austríaca e bávara, esta dirigida por Spix e Martius, que vieram após o casamento da arquiduquesa da Áustria com o príncipe herdeiro (SCHWARCZ, 2002, p. 332-334).

Nesse contexto, o acervo do Museu Real constituiu-se inicialmente da coleção de objetos naturais, de arte e artefatos indígenas adquirida do mineralogista alemão Abraham Gottlob Werner e trazida ao Brasil por Antônio Araújo de Azevedo, o conde da Barca, além de itens antigos doados pela nobreza. O museu teria incorporado também o Gabinete dos Instrumentos de Física e Mate-mática que, em Lisboa, dividia espaço com a Biblioteca Real na igreja dos Terceiros do Carmo. Mais tarde pas-sou a receber materiais de todas as capitanias e de ou-tros continentes (CUNHA, 1981, p. 133; SILVA, 1977, p. 144).

O museu era também responsável pela análise das apli-cações práticas dos produtos naturais e com isso o de-creto de 11 de maio de 1819 mandou que a ele ficasse anexo o Jardim Botânico, localizado próximo à lagoa Rodrigo de Freitas.

Posteriormente, o decreto de 26 de fevereiro criou o lu-gar de Inspetor-geral dos Estabelecimentos Literários e Científicos do Reino, ocupado por José da Silva Lisboa, depois visconde de Cairu, colocando o museu sob sua inspeção. A decisão n. 69, de 24 de outubro do mesmo ano, facultou ao público a entrada no Museu Real às quintas-feiras, promovendo o papel educacional caracte-rístico dessa instituição (MUSEU Real, s.d., 2008; BIT-TENCOURT, 2000, p. 114). No entanto, a primeira regu-lamentação específica sobre o museu, dispondo sobre sua organização e administração, só foi promulgada por decreto de 3 de fevereiro de 1842.

Originalmente denominado de Museu Real, foi incorpo-rado à Universidade do Brasil em 1946. Atualmente o Museu integra a estrutura acadêmica da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Atualmente denominado Museu Nacional/UFRJ e está vinculado ao Ministério da Educação. É a mais antiga

instituição científica do Brasil e o maior museu de histó-ria natural e antropológica da América Latina.

Acervo numa visão geral

A formação do acervo do Museu deu-se primeiramente pela transferência para sua sede, de instrumentos, má-quinas e gabinetes dispersos em outras instituições, pela doação de objetos de arte e da Antiguidade pela família real, pelas coleções existentes na Casa dos Pás-saros, pela coleção de mineralogia, conhecida como Coleção Werner, e por peças etnográficas provenientes das províncias do Brasil. Hoje, com um acervo cultural e científico relevante é considerado o maior museu de história natural da América Latina.

A atividade de memória do Museu Nacional /UFRJ está representada no seu acervo sob diversas formas:

• Acervo Bibliográfico formado de livros, folhetos, periódi-cos, multimeios, in-fólios, obras raras, mapas, teses e dissertações pertencentes à Biblioteca do Museu Nacio-nal e da Biblioteca Francisca Keller, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS);

• Acervo Científico composto por exemplares representa-tivos da biodiversidade, fósseis, objetos etnográficos e arqueológicos, pertencentes aos Departamentos de An-tropologia, de Botânica, de Entomologia, de Geologia e Paleontologia, de Invertebrados e de Vertebrados; e

• Acervo Documental constituído de material arquivístico, custodiado pela Seção de Memória e Arquivo (SEMEAR) e pelo Centro de Documentação em Línguas Indígenas (CELIN).

SEMEAR - Seção de Memória e Arquivo

A Seção de Memória e Arquivo do Museu Nacional/UFRJ (SEMEAR) possui um acervo que retrata o cotidi-ano desta instituição no contexto político, econômico e social brasileiro, bem como revela as suas relações com instituições congêneres, nacionais e estrangeiras. São documentos que registram os primórdios do trabalho científico no Brasil e as alterações ocorridas no cenário internacional das ciências. Além disso, custodia também diversos arquivos privados pessoais, de cientistas e pro-fessores.

O objetivo da Seção é proporcionar a recuperação e disseminação das informações contidas na documenta-ção arquivística e garantir a sua integridade física, subsi-diando o desenvolvimento de pesquisas sobre a história do Museu Nacional/UFRJ e do Palácio Imperial e, princi-palmente, sobre a institucionalização das ciências no Brasil. Sua origem remonta à implementação, na década de 1990, do Projeto Memória do Museu Nacional/UFRJ, que possibilitou, a partir de 1994, a informatização do catálogo já existente e a higienização, identificação e acondicionamento primário dos documentos do século XIX, projetos financiados pela Fundação Vitae e pela FAPERJ.

Um convênio com o Arquivo Nacional trouxe para o Mu-seu uma nova abordagem técnica para o processamen-to da documentação - a Descrição Multinível Integrada (DMI) - bem como o uso de seu sistema informatizado - SIAN. Em um futuro próximo os dados referentes ao acervo estarão disponíveis na base Minerva da UFRJ. Pouco a pouco o Arquivo vem se constituindo em um dos principais polos de pesquisa e acesso a informa-ções sobre o Museu Nacional/UFRJ e seu corpo científi-co, ganhando a confiança do público interno e externo e tendo seu acervo como base para a produção de disser-tações e teses. Edição: Claudia Andreucci Pesquisa: WEB

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Junho 2014 Gazeta Valeparaibana Página 12

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Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conheci-mento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas res-ponsabilidades sociais.

No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudi-quem seus nomes. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected]

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Liberdade de expressão e o direito de criticar

O Ministro Celso de Mello decide no Recurso Extraor-dinário com Agravo 722.744 do Distrito Federal que "Jornalista tem o direito de fazer crítica impiedosa".

A decisão do ministro é longa, constituída de 18 pági-nas, e comentá-la ponto a ponto daria um livro. Como não tenho esta pretensão, serei lacônico em minha pré-dica: Todo o equívoco do ilustre ministro se funda em dois conceitos que são essencialmente filosóficos, quais sejam: liberdade e crítica. Diz o ministro Celso de Mello na página 5:

“Não se pode desconhecer que a liberdade de imprensa, enquanto projeção da liberdade de manifestação de pensamento e de comunicação, reveste-se de conteúdo abrangente, por compreender, dentre outras prerrogati-vas relevantes que lhes são inerentes, (a) o direito de informar, (b) o direito de buscar informação, (c) o direito de opinar e (d) o direito de criticar.”

Pois bem. Sartre é a melhor pessoa para nos auxiliar aqui – e desde já peço a compreensão de todos pela ausência da citação das referências, pois não é meu intuito transformar esta reflexão em artigo acadêmico...

O ministro acerta quando fala da liberdade como algo inerente ao ser humano. Para Sartre, principalmente no livro “O Ser e o Nada”, o ser humano é produto de sua liberdade, já que a todo momento escolhe as ações que irá praticar. Dessa forma, a liberdade não é uma con-quista humana, ela é uma condição da existência huma-na. Acontece que a liberdade é uma via de mão dupla, onde um vai com sua liberdade e o outro vem. Não exis-te liberdade do indivíduo isolado, pois o indivíduo não é só. A liberdade é conjunta, daí na obra do Sartre quando se fala em liberdade, se fala, também, no Outro. O outro é necessário para a minha existência, mas é também um mal; um mal necessário. “Somos, eu e o outro, duas liberdades que se afrontam e tentam mutuamente parali-sar-se pelo olhar. Dois homens juntos são dois seres que se espreitam para escravizar a fim de não serem escravizados.” E diz mais Sartre no livro “O Ser e o na-da”, p. 473,

"Pode acontecer que, pela própria impossibilidade de identificar-me com a consciência do outro por intermédio da minha objetividade para ele, eu seja levado a me vol-

tar deliberadamente para o outro e olhá-lo. Nesse caso, olhar o olhar do outro é colocar-se a si mesmo em sua própria liberdade e tentar, do fundo desta liberdade, a-frontar a liberdade do outro. Assim, o sentido do preteri-do conflito será deixar às claras a luta de duas liberda-des confrontadas enquanto liberdades."

Em resumo: a minha liberdade limita a do outro e a do outro, limita a minha. Direitos e deveres, senhor minis-tro: o direito de criticar e o dever de respeitar. O senhor bem sabe que não existe hierarquia entre direitos e ga-rantias fundamentais, certo? Logo assim, se por um lado a Constituição Brasileira diz em seu art. 5º, IV, que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”, imediatamente após diz: V - “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”; e tem mais: IX – “é livre a expressão da atividade intelec-tual, artística, científica e de comunicação, independen-temente de censura ou licença”, e imediatamente após: X – “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indeni-zação pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.”

Andou bem o legislador da Constituição quando inseriu o direito à liberdade de expressão e a responsabilidade por suas manifestações em incisos próximos. Liberdade de expressão e respeito ao outro são, em Sartre e na Constituição, gêmeos siameses.

Sigamos. O ministro fala em direito à crítica. Do que se retira da fundamentação do Celso, a crítica pra ele é um cami-nhão carregado de brita, desgovernado descendo uma ladeira e o outro que será atingindo, um fusquinha su-bindo esta ladeira bem devagar. Desculpe-me, ministro, mas eu sou uma pessoa muito apegada a conceitos.

A palavra Crítica vem do grego “Crinein” que significa “separar; julgar”. Criticar é concordar ou discordar de algo, apresentando argumentos pertinentes à questão. Criticar, ministro, não é a licença que um jornalista – ou qualquer outra pessoa – tem para ofender quem quer que seja.

Um jornalista, uma pessoa qualquer, que chame outro de mentiroso, de ladrão, sem apresentar provas concre-tas não está sendo crítico, no mínimo um irresponsável e, no máximo, uma pessoa que se enquadra em dois crimes previstos no Código Penal: o da difamação (art.

139) por chamar o outro de mentiroso e o de calúnia (art. 138), por chamar o outro de ladrão.

Se ainda resta dúvidas quanto ao conceito ou sentido do que seja uma crítica, recomendo a reflexão profunda sobre uma frase do teólogo Leonardo Boff:

"Ser crítico é tirar a máscara dos interesses escusos e trazer à tona conexões ocultas. A crítica boa é sempre também autocrítica. Só assim se abre espaço para um conhecimento que melhor corresponde ao real sempre cambiante. Pensar criticamente é dar as boas razões para aquilo que queremos e também implica situar o ser humano e o mundo no quadro geral das coisas e do uni-verso em evolução."

Então, Dr. Ministro Celso de Mello, o que o senhor cha-ma de liberdade pra criticar é, nada mais nada menos, do que a abertura dos portões que deixam adentrar em nossa sociedade o direito de “falar o que eu quiser, doa a quem doer”; e esta prática, sabemos, não condiz com bons costumes e nem é um caminho indicado pra uma sociedade como a nossa que, dia após dia, vem perden-do a capacidade de dialogar e resolvendo tudo “na base da porrada”.

Por fim e enfim, como eu disse, a decisão do ministro é longa e comentar cada parte, cada trecho, me tomaria um tempo que eu não disponho e que nem seria interes-sante pra este espaço. Peço que leiam a íntegra da de-cisão dele e percebam como, brilhantemente, usando o recurso da falácia – recurso que só gênios conseguem usar com louvor – ele quer nos fazer entender que “esculhambar o outro é um direito inerente à profissão do jornalista”.

Estamos perdendo a capacidade de argumentar, de fa-zer ideias e teses brigarem. Estamos optando pelo re-curso retórico do argumentum ad hominem ao invés de fundamentar nossos pensamentos numa base teórica sólida. O jornalismo, então, está deixando de informar pra se tornar um instrumento de mera opinião, de politi-cagem, de manipulação ideológica. Estamos caminhan-do para a barbárie. E o pior: com a benção jurídica do Supremo Tribunal Federal.

Como diz o teólogo François Fénelon: "As difamações e calúnias são os argumentos daqueles que não têm ra-zão." Autor: Wagner Francesco

Junho 2014 Gazeta Valeparaibana Página 13

Amor e Felicidade

W|t wÉá atÅÉÜtwÉáW|t wÉá atÅÉÜtwÉáW|t wÉá atÅÉÜtwÉáW|t wÉá atÅÉÜtwÉá

Qual a origem do dia dos namorados?

Qual seu significado?

Segundo a versão mais conhecida a comemoração teria se originado na Roma antiga, no século III. O imperador Cláudio II, durante seu governo, proibiu a realização de casamentos em seu reino, com o objetivo de formar um grande e poderoso exército. Cláudio acre-ditava que os jovens, se não tivessem família, iam alistar-se com maior facilidade. No entanto, um bispo romano continuou a celebrar casamentos, mesmo com a proibi-

ção do imperador. Seu nome era Valentim e as cerimo-nias eram realizadas em segredo. A prática foi desco-berta e Valentim foi preso e condenado à morte. En-quanto estava preso, muitos jovens jogavam flores e bilhetes dizendo que os jovens ainda acreditavam no amor. Entre as pessoas que jogaram mensagens ao bispo estava uma jovem cega, Artérias, filha do carcerei-ro, a qual conseguiu a permissão do pai para visitar Va-lentim. Os dois acabaram apaixonando-se e, milagrosa-mente, a jovem recuperou a visão. O bispo chegou a escrever uma carta de amor para a jovem com a seguin-te assinatura: “de seu Valentim”, expressão ainda hoje utilizada. Valentim foi decapitado em 14 de Fevereiro de 270. Considerado mártir pela Igreja Católica, a data de sua morte - 14 de fevereiro - também marca a véspera de lupercais, festas anuais celebradas na Roma antiga em honra de Juno (deusa da mulher e do matrimônio) e de Pã (deus da natureza). Um dos rituais desse festival era a passeata da fertilidade, em que os sacerdotes cami-nhavam pela cidade batendo em todas as mulheres com correias de couro de cabra para assegurar a fecundida-de. Entretanto, desde 1799 sua data não é mais celebrada oficialmente pela Igreja Católica em função da precarie-dade de comprovações históricas que levam em ques-tão até mesmo a sua existência, assim ele e considera-do o santo do dia dos namorados. Antes de partir, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como “Seu Namora-do”. Outra versão diz que no século XVII, ingleses e france-ses passaram a celebrar o Dia de São Valentim como a

união do Dia dos Namorados. A data foi adotada um século depois nos Estados Unidos, tornando-se o Valan-tine´s Day. E na Idade Média, dizia-se que o dia 14 de fevereiro era o primeiro dia de acasalamento dos pássa-ros. Por isso, os namorados da Idade Média usavam esta ocasião para deixar mensagens de amor na soleira da porta da amada. No Brasil, é comemorado em 12 de junho a partir de 1949.Infelizmente a história aqui não é tão romântica. No final da década de 40, um grupo de comerciantes paulistas estava insatisfeito com o volume de vendas nessa época do ano. A solução veio da agência Standart Propaganda, onde o publicitário João Dória criou o slogan "Não só de beijos vive o amor". O dia 12 foi eleito pelos estrategistas por ser véspera de Santo Antônio, conhecido como casamenteiro. A jogada deu certo. Hoje o dia dos namorados é uma das datas mais lucrativas do comércio brasileiro e os corações apaixonados movimentam milhões de reais em nome do amor. Como junho é um mês de vendas baixas, eles decidiram comemorar a data nesse mês e escolheram a véspera de Santo Antônio, o santo casamenteiro como o Dia dos Namorados. E assim se instituiu o dia dos namorados ou o dia do amor como se o amor não fosse celebrado diariamente através do carinho, do respeito, da cumplicidade, da paixão, compartilhados e vivenciados diariamente por um casal.

Edição: Claudia Andreucci

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Sobre a felicidade Acredito que a felicidade realmente nos faz melhores. Quem disse que o sofrimento nos enobrece? Quer dizer que para ser melhor ou aprender algo preciso antes sofrer? se não o meu aprendizado não será bom? NÃO acredito nisso nem por um instante. Sei que cada um tem sua opinião, mas acho que é na alegria, quando estamos felizes que somos pessoas melhores. Estamos mais abertos a energia do amor, mais sensíveis e con-seguimos perceber o outro com os olhos da alma. Nos tornamos mais generosos pelo simples fato de querer-mos que todos compartilhem a nossa felicidade.

O sofrimento faz parte do crescimento de qualquer pes-soa, mas não torna alguém melhor ou pior porque sofreu mais ou menos. Acho que podemos renascer, começar de novo a partir de um grande sofrimento, mas isso não é um fato obrigatório. Tendemos a valorizar o sofrimen-to, dando uma importância que talvez ele realmente não possua. É inevitável, faz parte da vida, da nossa evolu-ção, assim como os momentos felizes. O sofrimento nos atinge em suas variadas formas, a felicidade também.

Vejamos então: sofremos por amor, pela perda de al-guém, por doença, por planos frustrados, por solidão, por sermos desprezados, humilhados, rejeitados, espe-zinhados etc a lista é infindável. Ficamos felizes por tan-tas coisas...o nascimento de um filho, uma data festiva, estar com amigos, lugares que nos inspiram, ouvir uma música, ler um bom livro, família, fazer coisas da qual gostamos muito, conhecer novos lugares... admirar uma paisagem, ouvir um pássaro cantar, encontrar o amor, beijos e abraços, nos enternecermos com uma cena de

amor que nos enche o coração de paz e alegria...ufa! A lista também é infindável para a felicidade.

Fato é que sofrer, faz parte de sermos humanos. O so-frimento pode ser encarado de formas diferentes depen-dendo da época e do contexto em que está inserido, ás vezes supervalorizamos algo que, em outras culturas não se dá tanta importância assim. Sem falar naqueles que gostam desse sentimento, precisam disso, estão tão acostumados a sofrerem e serem vítimas que não sa-bem viver sem isso. Pensam que se a felicidade por a-caso chegar, com certeza uma desgraça maior está por vir. Não sabem ser felizes, ou aproveitar os momentos felizes.

O sofrimento é real para aquele que sofre e o perpetua em sua existência, fazendo parte de seu ser, tanto que não sabe mais viver sem esse “vício”. Através dele se obtém atenção, se entra num ciclo que não tem fim. O meu conselho para essas pessoas é : Troque de vício, se vicie em felicidade, em pequenos prazeres, em tornar seu mundo mais leve. Essa é a busca da maioria das pessoas. Não podemos esquecer que a vida é feita de momentos felizes, o estado de felicidade constante não existe. Acredito mesmo que a felicidade está dentro de nós, é um estar e um bem-estar que nos preenche e se origina de motivos diversos. Pense bem sobre isso.

Com certeza você já se sentiu assim, e nesses momen-tos felizes, queremos compartilhar com todos o que sen-timos. Temos vontade de sair abraçando e cumprimen-tando todos que encontramos pela frente, e essa energi-a é tão boa que contagia quem está perto de nós. O as-sunto merece inclusive a atenção de estudiosos. Acredi-to que existem pessoas que escolhem ser infelizes. As-

sim com existe aquelas que escolhem ser felizes, e es-tou convencida que a felicidade tem mais a ver com o nosso estado de espírito do que com bens materiais, tem mais a ver com o SER do que com o TER. Encarar a vida e os problemas de forma positiva já faz a diferen-ça. A vida é curta e a nossa preocupação deveria ser desfrutar de coisas que nos fazem bem, que deixam nossa alma mais leve e nossos dias mais coloridos, para a maioria de nós, isso requer um treinamento. É preciso um pouco de paciência. Uma das coisas que pode nos ajudar a ser mais felizes é entender que não podemos mudar nem controlar tudo. Saber e aceitar isso já nos dá uma paz incrível.

Enfim, felicidade é basicamente estar feliz, um estado de espírito, são sensações, sentimentos. Estar em paz com a nossa consciência também nos trás momentos felizes e sensação de estarmos plenamente conectados com o universo. A felicidade constante é uma utopia, ela existe em doses. Cada um tem que achar a sua ma-neira de ser feliz. A busca do material e do espiritual faz parte da nossa vida e nos angustia, às vezes temos um e não temos o outro, a procura por esse equilíbrio nos estressa, mas quando conseguimos isso, nos sentimos felizes e realizados. Vamos tentar lidar melhor com nos-sos temores e inseguranças, encarando nossos proble-mas de maneira mais positiva, vamos nos doar mais e sermos mais compassivos com o outro. Estando em paz, com certeza estaremos mais perto de sermos feli-zes. Autor: Mariene Hildebrando Especialista em Direitos Humanos e-mail: [email protected]

Junho 2014 Gazeta Valeparaibana Página 14

Festas Populares

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As festas juninas homenageiam três santos católicos: Santo Antônio (no dia 13 de junho), São João Batista (dia 24) e São Pedro (dia 29). No entanto, a origem das comemorações nessa época do ano é anterior à era cristã.

No hemisfério norte, várias celebrações pagãs aconteci-am durante o solstício de verão. Essa importante data astronômica marca o dia mais longo e a noite mais curta do ano, o que ocorre nos dias 21 ou 22 de junho no he-misfério norte.

Diversos povos da Antiguidade, como os celtas e os egípcios, aproveitavam a ocasião para organizar rituais em que pediam fartura nas colheitas. "Na Europa, os cultos à fertilidade em junho foram reproduzidos até por volta do século X. Como a igreja não conseguia comba-tê-los decidiu cristianizá-los, instituindo dias de homena-gens aos três santos no mesmo mês", diz a antropóloga Lucia Helena Rangel, da Pontifícia Universidade Católi-ca de São Paulo (PUC-SP).

As festas juninas são na sua essência multiculturais, embora o formato com que hoje as conhecemos tenha tido origem nas festas dos santos populares em Portu-gal: Santo Antônio, São João e São Pedro principalmen-te.

O curioso é que os índios que habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses também faziam importan-tes rituais durante o mês de junho. Apesar de essa épo-ca marcar o início do inverno por aqui, eles tinham vá-rias celebrações ligadas à agricultura, com cantos, dan-ças e muita comida.

Com a chegada dos jesuítas portugueses, os costumes indígenas e o caráter religioso dos festejos juninos se fundiram. É por isso e,a época propícia para a colheita do milho, que as festas tanto celebram santos católicos como oferecem uma variedade de pratos feitos com ali-mentos típicos dos nativos.

Já a valorização da vida caipira nessas comemorações reflete a organização da sociedade brasileira até mea-dos do século XX, quando 70% da população vivia no

campo. Hoje, as grandes festas juninas se concentram no Nordeste, com destaque para as cidades de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB), que por ser uma região árida, agradece anualmente a São João e também a São Pedro, pelas chuvas caídas nas lavouras.

As roupas ‘caipiras’ ou ‘saloias’ são uma clara referência ao povo campestre, que povoou principalmente o nor-deste do Brasil e muitíssimas semelhanças se podem encontrar no modo de vestir ‘caipira’ tanto no Brasil co-mo em Portugal.

As festas juninas são na sua essência multiculturais, embora o formato com que hoje as conhecemos tenha tido origem nas festas dos santos populares em Portu-gal: Santo Antônio, São João e São Pedro principalmen-te.

A música e os instrumentos usados, cavaquinho, sanfo-na, triângulo ou ferrinhos, reco-reco, etc, estão na base da música popular e folclórica portuguesa e foram trazi-dos para o Brasil pelos povoadores e imigrantes do país irmão.

Do mesmo modo, as decorações com que se enfeitam os arraiais tiveram o seu início em Portugal com as novi-dades que na época dos descobrimentos os portugue-ses levavam da Ásia, enfeites de papel, balões de ar quente e pólvora por exemplo. Embora os balões te-nham sido proibidos em muitos lugares do Brasil, eles são usados na cidade do Porto em Portugal com muita abundância e o céu se enche com milhares deles duran-te toda a noite.

Além de Portugal, outros países europeus cristianizados dos quais são oriundas comunidades de imigrantes, chegados a partir de meados do século XIX, também cultivavam a tradição e assim, logo foi incorporada aos costumes das populações indígenas e afro-brasileiras.

No Brasil, a festa recebeu o nome inicialmente joanina em homenagem a São João, passando posteriormente a ser chamada de junina porque ocorre no mês de junho em homenagem a São João, Santo Antônio e São Pe-dro.

As grandes mudanças no conceito artístico contemporâ-neo acarretam na “adequação e atualização” destas fes-tas, onde ritmos e bandas não tradicionais são acres-centados às grades e programações de festas regionais, incentivando o maior interesse de novos públicos.

Essa tem sido a aposta de vários festejos para agradar a todos, não deixando de lado os costumes juninos, têm-se como exemplo as festas do interior da Bahia, como a de Santo Antônio de Jesus, que apesar da inclusão de novas programações não deixa de lado a cultura nor-destina do forró, conhecido como “pé de serra” nos dias de comemoração junina.

O local onde ocorre a maioria dos festejos juninos é cha-mado de arraial, um largo espaço ao ar livre cercado ou

não, onde barracas são erguidas unicamente para o evento, ou um galpão já existente com dependências já construídas e adaptadas para a festa.

Geralmente o arraial é decorado com bandeirinhas de papel colorido, balões e palha de coqueiro, folhas de bananeira ou bambu. Nos arraiais acontecem as quadri-lhas, os forrós, leilões, bingos e os casamentos matutos. As tradições europeias e indígenas se misturam nessas divertidas comemorações, formando assim um arraial multicultural onde encontramos:

Dança à francesa A quadrilha tem origem francesa, nas contradanças de salão do século 17. Em pares, os dançarinos faziam uma sequência coreografada de movimentos alegres. O estilo chegou ao Brasil no século 19, trazido pelos no-bres portugueses, e foi sendo adaptado até fazer suces-so nas festas juninas.

Recado pela fogueira A fogueira já estava presente nas celebrações juninas feitas por pagãos e indígenas, mas também ganhou u-ma explicação cristã: Santa Isabel (mãe de São João Batista) disse à Virgem Maria (mãe de Jesus) que quan-do São João nascesse acenderia uma fogueira para avisá-la. Maria viu as chamas de longe e foi visitar a criança recém-nascida.

Sons regionais As músicas juninas variam de uma região para outra. No Nordeste, as composições do sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga são as mais famosas. Já no Sudeste, compositores como João de Barro e Adalberto Ribeiro ("Capelinha de Melão") e Lamartine Babo ("Isto é lá com Santo Antônio") fazem sucesso em volta da fogueira.

Abençoadas simpatias Os três santos homenageados em junho - Santo Antô-nio, São João Batista e São Pedro - inspiram não só novenas e rezas, como também várias simpatias. Acre-dita-se, por exemplo, que os balões levam pedidos para São João. Mas Santo Antônio é o mais requisitado, por seu "poder" de casar moças solteiras.

Comilança nativa A comida típica das festas é quase toda à base de grãos e raízes que nossos índios cultivavam, como milho, a-mendoim, batata-doce e mandioca. A colonização portu-guesa adicionou novos ingredientes e hoje o cardápio

ideal tem milho verde, bolo de fubá, pé-de-moleque, quentão, pipoca e outras gostosuras.

Edição: Claudia Andreucci

Cultura e tradições O Brasil fascina por sua miscigenação. As raízes indígenas, europeias, asiáticas e africanas entre tantas outras se refletem não só na cultura como nos costumes do brasi-leiro. A culinária, a música, o artesanato, a arquitetura e festas populares trazem consigo impressa essa identidade multicultural. Não à toa, o país conta com 17 bens culturais e naturais tombados pelo Patrimônio Mundial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e uma das maravilhas do mundo con-temporâneo, o Cristo Redentor. A imigração no Brasil foi de extrema importância para a formação da cultura nacional. Características de todos os lugares do mundo foram incorporadas ao longo dos sécu-los, desde a chegada dos portugueses, em 1500. Além das contribuições de índios, negros e portugueses, a expressiva vinda de imigrantes de todas as partes da Europa, do Oriente Médio e da Ásia influenciou a formação do povo brasileiro. Vale lembrar que, apesar de sua extensão territorial, fala-se o mesmo idioma em todas as regiões brasileiras. O português é a quinta língua mais falada, e a terceira entre as ocidentais, após o inglês e o espanhol. A Constituição Brasileira assegura o pleno exercício dos direitos culturais e define que o estado deve apoiar, incentivar e valorizar suas manifestações, além de proteger as culturas indígenas, afro-brasileiras e de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.

Junho 2014 Gazeta Valeparaibana Página 15

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O Tratado de Tordesilhas O Tratado de Tordesilhas definiu as áreas de domínio dos territórios ultramarinos, entre Portugal e Espanha.

O Tratado, assinado em 1494, definia uma linha de demarcação localizada a 370 léguas a oeste do arquipélago de Cabo Verde, de polo a polo. Caberia a Espanha, as terras do lado ocidental, e a Portugal as do lado orien-tal.

Contexto Histórico

Pela bula papal RomanusPontifex, de 1455, Portugal já teria direito a todas as terras ul-tramarinas conquistadas e a conquistar.

As disputas pelo trono de Castela e as aspi-rações espanholas por conquistas ultramari-nas levaram Portugal e Espanha a assinar o Tratado de Alcáçovas, em 1479, buscando a paz na Península. A Espanha assegurava o direito às Ilhas Canárias. Portugal assegura-va o direito às ilhas da Madeira e dos Aço-

res, e aos territórios conquistados ou a conquistar, ao sul das Canárias, desistindo de Castela.

Interessante notar que, antes de Tordesilhas, o Tratado de Alcáçovas já dividia o mundo em duas partes entre portugueses e espanhóis, só que através de um parale-lo, embora isso não estivesse claro no acordo. Assim, a conquista de terras ao norte das Canárias seriam, pelo acordo, de direito dos espanhóis, abrindo caminho para o descobrimento da América, patrocinado por eles.

Em 1492, Colombo teria desembarcado em terras portuguesas, segundo o Tratado de Alcáçovas. Toda a região do Caribe fica ao sul das Canárias. Portugal protestou. A Espanha alegou que a expressão "as ilhas de Canária para baixo contra Guiné", do Tratado de Alcáçovas, limitava-se à região da costa africana. Era necessário um novo tratado.

Desde meados do século 15 e início do século 16, os portugueses eram a maior po-tência marítima do Planeta. Os Tratados de Alcáçovas e de Tordesilhas sugerem es-sa supremacia, pois os portugueses dominavam a África e a costa sul da Ásia. Possi-velmente suspeitavam da existência de ilhas, onde está o Brasil, mas acreditando ser parte do extremo oriental da Ásia.

Diferentemente da maioria das grandes potências do passado, Portugal buscava as-segurar seus territórios através de acordos e com a benção do Papa. Era tudo cuida-dosamente documentado e guardado na Torre do Tombo.

A expansão espanhola pelo Atlântico, no final do século 15, teve muito da influência do papa Alexandre VI (também espanhol), que tendia em favor de Castela. Mario Pu-zo (1920-1999), autor da trilogia O Poderoso Chefão, acreditava que esse papa, da

família Bórgia, tenha sido o fundador da Máfia italiana. Os portugueses conheciam o papa corrupto e exigiram dos espanhóis que Tordesilhas fosse celebrado sem sua participação. O acordo foi ratificado pela Igreja, apenas em 1506, pelo papa Júlio II.

Os Erros de Tordesilhas

Tordesilhas foi a primeira tentativa de delimitação de território em que a forma esféri-ca da Terra fez grande diferença. A delimitação por uma paralelo, como no Tratado de Alcáçovas, era algo relativamente simples, mas o uso de um meridiano mostrou-se um desafio para os cosmógrafos da época e resultou em erros grosseiros, em mui-tos casos. O sistema de construção das cartas de marear usadas pelos portugueses e espanhóis, até boa parte do século 16, tinham base nas cartas náuticas do Mediter-râneo, em que não existia qualquer projeção cartográfica.

Não foi definido, por exemplo, a partir de que ponto do arquipélago de Cabo Verde seria considerada as 370 léguas.

Para se ter uma ideia dos erros grosseiros que existiam, o Planisfério de Cantino, de 1502, o primeiro mapa do Brasil conhecido, indica a Linha de Tordesilhas passando pelas Guianas.

A delimitação das terras portuguesas, principalmente abaixo do trópico de capricór-nio, não era consenso entre portugueses e espanhóis. A determinação das longitudes era um grande problema da época e explica, em parte, as distorções nos mapas de então.

Os portugueses sustentavam que suas terras chegavam até o Rio da Prata, o que incluía os territórios atuais do Uruguay e de Buenos Aires. Os cosmógrafos espanhóis insistiam que suas terras iam até Cananéia. Existiam diferenças entre as técnicas náuticas adotadas entre portugueses e espanhóis, além disso, acredita-se que existi-ram erros propositais, com fins políticos, em certos mapas divulgados na época.

As polêmicas sobre linha da demarcação de Tordesilhas, entre portugueses e espa-nhóis, durou até 1750, com o Tratado de Madrid. Mas os problemas com a divisão das terras continuou por longo tempo.

Acima, parte do mapa de Luís Teixeira (cerca de 1574), indicando o meridiano de Tordesilhas (Linha da Demarcaçam). Observa-se que as distorções do mapa, princi-palmente na área sul, favorecem muito Portugal. A Linha de Tordesilhas passa con-venientemente pelo Rio da Prata, indicando que o exagero foi provavelmente inten-cional. Desde a expedição de Martim Afonso de Sousa, em 1532, que os portugueses tentavam colonizar as terras da margem esquerda do Rio da Prata.

Embaixo, o meridiano de Tordesilhas em seu traçado mais conhecido, passando por Belém do Pará e Laguna - SC. Entretanto, não era esse o traçado considerado pelos portugueses e esse conceito tem deturpado a maioria dos textos sobre a História do Brasil do século 16. As Capitanias Hereditárias do sul tinham, para os portugueses, um território muitas vezes maior que normalmente considerado nos textos atuais. Pa-ra os portugueses, o Uruguay era brasileiro, por isso fundaram lá a colônia de Sacra-mento.

Fonte: http://www.historia-brasil.com/ Edição: Claudia Andreucci

História

Cada inimigo seu vai te aplaudir de pé, quando seu escudo for o seu olhar, e sua espada a sua fé! Quando sua meta for felicidade não vitória, quem não se foca no presente não fica para a história .

JUNHO - 2014

Edição nº. 79 Ano VII - 2014

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania

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Dia de Camões

Dia de Portugal

As origens do Dia de Portugal, de Camões e das Comu-nidades remotam ao início do século XX (1924). O Dia de Camões começou a ser festejado a nível nacional com o Estado Novo (um regime instituído em Portugal por António de Oliveira Salazar, em 1933).

Porquê Dia de Portugal e de Camões? Segundo Conceição Meireles (investigadora especialista em História Contemporânea de Portugal) Camões repre-sentava o gênio da pátria, representava Portugal na sua dimensão mais esplendorosa e mais genial. O feriado em honra de Camões (um dos símbolos da Nação) pas-sou a ser a 10 de Junho uma vez que esta data foi a-pontada como sendo a da morte do poeta que escreveu "Os Lusíadas".

Porquê Dia das Comunidades? Até ao 25 de Abril de 1974, o 10 de Junho era conheci-do como o Dia de Camões, de Portugal e da Raça. Oli-veira Salazar, na inauguração do Estádio Nacional em 1944, tinha denominado também o dia 10 de Junho co-mo o Dia da Raça em memória das vítimas da guerra colonial. A partir de 1963, o feriado do 10 de Junho as-sumiu-se como uma homenagem às Forças Armadas e numa exaltação da guerra e do poder colonial. A segun-da republica não se revê neste feriado, pelo que, em 1978, o converte em Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

20 de Junho dia do migrante

Em cada ano, precedendo o dia 20 de junho, se realiza a “Semana do Migrante”.

Quando a celebração é de um dia só, a data se limita a ser uma efeméride vazia, como existe dia para tudo no calendário da ONU! Mas quando se propõe uma sema-na, é para encarar a realidade com mais atenção, enten-der o que ela nos diz, e tomar as providências que ela nos sugere.

Que a realidade migratória é complexa, se comprova pelo fato da própria bíblia ter assumido um paradigma migratório como sujeito representativo da humanidade. Seja individualmente, na pessoa de Abraão. “Meu pai era um arameu errante”, diz o livro do Deuteronômio (26, 05). Seja coletivamente, na experiência do povo de Israel, que forjou sua identidade nacional na experiência da penosa e longa migração através do deserto, saindo da escravidão do Egito, em busca de sua libertação hu-mana e espiritual.

A realidade migratória acaba expressando a problemáti-ca humana, que perdura ao longo da história.

Entre tantas facetas do problema migratório, sempre inquietou uma contradição que perdura e se acentua cada vez mais. No mundo globalizado de hoje, o siste-ma econômico mundial faz questão de defender, e de exigir, a absoluta liberdade de migração dos capitais, enquanto forja obstáculos cada vez maiores para impe-dir a migração dos trabalhadores.

Não é nenhuma indiscrição perguntar por que. Pois se temos o dever de dar a razão doe nossas esperanças, como São Pedro nos anima a fazer, temos também o direito de saber as razões de nossas desgraças.

Olhando a grande facilidade que tem hoje o capital, so-bretudo o financeiro, de buscar as aplicações que mais lhe garantam dividendos, seja onde for, em qualquer bolsa de valores ou em qualquer banco do mundo, com-preendemos que ele se move na busca do lucro maior que ele pode auferir. Assim, a grande migração de capi-tais especulativos, tem a cândida e evidente razão do lucro, que os move e direciona.

Ao passo que a tenaz, e cada vez mais sofisticada políti-ca de coibir os fluxos migratórios humanos, se entende a partir do objetivo de impedir que mais pessoas ve-nham auferir as vantagens do sistema econômico globa-lizado.

Assim, no topo da globalização, encontramos a mesma tensão das origens do capitalismo: quanto menos se remunera o trabalho, mais dividendos sobram para o capital. Estamos ainda no mesmo mundo.

Com uma diferença a ser advertida com seriedade.

Tempos atrás os prejudicados eram os trabalhadores, considerados singularmente. Agora os prejudicados po-dem ser os países. Pois com a mesma facilidade com que vêm, os capitais podem sair de um determinado país, quando eles não têm mais vantagens de lá perma-necer. Este cenário começa a se desenhar quando se verifica uma forte tendência à desnacionalização da in-dústria, e também da agricultura, e em estágio mais gra-ve quando se acentua o processo de desindustrialização de um determinado país.

É muito conveniente que o Governo comece a fazer as contas, para verificar a quantas anda nossa dependên-cia externa, e em que medida se acentua o processo de desindustrialização do Brasil.

Assim, os migrantes continuam cumprindo sua saga, mas também seu indispensável serviço de alerta sobre os rumos da humanidade. Eles continuam testemunhan-do que o mundo ainda não entrou nos eixos da fraterni-dade. Dom Luiz Demétrio Valentini Bispo de Jales - SP

“Se há um país que cometeu atrocidades inomináveis no mundo, é os Estados Unidos. Eles não se importam com seres humanos.”

Nelson Mandela