yeye omo eja (1)

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Yeye Omo Eja- Uma mãe, uma guerreira, uma santidade africana em terras brasileiras. Raphael Lisboa de Souza Discente do curso de licenciatura e bacharelado de História, pela da Bahia (UFBA) !"unt#, $arab%, &aiala, e Sob' !lo u , *na#, +anaina e e an-' !"unt#, $arab%, &aiala, e Sob' !lo u , *na#, +anaina e e an-' S.o rainhas do ar $ar///0 (Lenda da Sereia1$arisa $onte) A 2or3a uterina 4 de uita i port5ncia para as reli"i6es de atri ulheres1independentes do "rau hier'r7uico 1 4 o 7ue "arant e a p continuidade das reli"i6es de atrizes a2ricana s, e ta b4 , da cu "eral/ sso pode ser 2acil ente notado, 7uando percebe os 7ue as do cando bl4, especi2ica ente as 8abas do pante.o 9etu n.o dese p secund'rio dentro dos itans, e dentro do próprio culto/ Dentro des 2a3o u recorte na i a"e de *e an-a, tida co o a .e dos ori 's *e8e ! o ;-a ( .e de todos a7ueles, 7ue seus 2ilhos s.o pei es), * .e/ A "rande .e 7ue teve seus seios ras"ados, dando assi ori"e rios e ta b4 , aos outros ori 's / < u a das divindades ais cultu dentro e 2ora das reli"i6es a2ro/ Filha de !lo9u 1 Deus do oceano conhecido co o 2i"ura asculina e terras do atual Beni , e ascu cultuada pelos povos ;"b', 7ue após a "uerra dentro do território para re"i.o de Abeo9uta/ =essa i"ra3.o 2or3ada, os ;"b's levara *e an-a 7ue a"ora seria cultuada no Rio !"u / Durante o 2inal do inicio do > >, u a "rande levas de ;"b's 2ora trazidos escraviza A7ui che"ados, trou era o culto a *e an-a/ Ao dese barcar e ter culto a *e an-a 2oi atribu@do aos ares/ resu o 7ue, essa atribu

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artigo sobre yemanja e seu culto no brasil

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Yeye Omo Eja- Uma me, uma guerreira, uma santidade africana em terras brasileiras.Raphael Lisboa de SouzaDiscente do curso de licenciatura e bacharelado de Histria, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Ogunt, Marab, Caiala, e SobOloxum, Yna, Janaina e IemanjOgunt, Marab, Caiala, e SobOloxum, Yna, Janaina e IemanjSo rainhas do marMar... (Lenda da Sereia-Marisa Monte)

A fora uterina de muita importncia para as religies de matriz africana. O papel das mulheres-independentes do grau hierrquico - o que garante a preservao e a continuidade das religies de matrizes africanas, e tambm, da cultura afro brasileira em geral. Isso pode ser facilmente notado, quando percebemos que as divindades femininas do candombl, especificamente as yabas do panteo ketu no desempenham um papel secundrio dentro dos itans, e dentro do prprio culto. Dentro desse universo das yabas, fao um recorte na imagem de Yemanja, tida como a me dos orixs e senhora do ri.Yeye Omo Eja (me de todos aqueles, que seus filhos so peixes), Yemanja tida como me. A grande me que teve seus seios rasgados, dando assim origem a dois grandes rios e tambm, aos outros orixs. uma das divindades mais cultuadas e respeitadas dentro e fora das religies afro. Filha de Olokum- Deus do oceano que pode ser conhecido como figura masculina em terras do atual Benim, e masculina em If-, era cultuada pelos povos Egb, que aps a guerra dentro do territrio Yorubano, se refugiam para regio de Abeokuta. Nessa migrao forada, os Egbs levaram consigo o culto a Yemanja que agora seria cultuada no Rio Ogum. Durante o final do sculo XVIII e inicio do XIX, uma grande levas de Egbs foram trazidos escravizados para o Brasil. Aqui chegados, trouxeram o culto a Yemanja. Ao desembarcar em terras brasileiras, o culto a Yemanja foi atribudo aos mares. Presumo que, essa atribuio tenha se dado atravs de uma possvel juno do culto a Olokum (deus dos oceanos, que deu a luz a Yemanja), com o culto dessa yaba.Comment by Gladys: Tida por quem? Comment by Gladys: Com base em que? Uma de suas lendas conta que Yemanja, depois de ser violada por Orugan, seu filho primognito, teve teus seios rasgado, de onde saram dois rios e todos outros orixs. Em uma outra verso desse mito, ao invs de originar dois rios, se originou as correntes martima.Um outro mito conta que Yemanja depois de ter se casado com Orunmila,cdeu a luz a dez orixs. Em uma outra verso desse mesmo mito, conta que aps ela ter um breve caso com Orunmila, na poca que ela era casada com Oxal, ela deu a luz a uma criana.Vendo esses mitos podemos constatar a presena da fertilidade contida dentro das atribuies dessa divindade. H relatos mostrando que, alm de cuidar dos seus filhos legtimos, Yemanja tambm cuidou de outros filhos no gerados por ela, como foi o caso de Omolu, filho de Nan com Oxalufan, marido de Yemanja. Isso tambm revela um outro trao importante dessa divindade yorubana:a maternidade. No por acaso que muitas fiis realizam at hoje (tanto no Brasil como na regio de Abeokuta), oferendas com a inteno de engravidarem. Aqui no Brasil particularmente essas oferendas no ficam restritas apenas aos fieis das religies de matrizes africanas.Comment by Gladys: Melhor substituir a palavra por outra com o mesmo sentido.Comment by Gladys: De onde?Comment by Gladys: Analisando, estudando, examinando... Cairia melhor.Comment by Gladys: Constatar um termo forte, pq parece que a verdade absoluta. Sugiro substituir chego a concluso que...Falando ainda sobre a relao da maternidade e da fertilidade como um trao presente no perfil arqutipo de Yemanja, notvel que muitos a confundam com uma outra yaba tambm muito conhecida e venerada dentro das religiosidades afro brasileiras: Oxum, senhora da beleza e da fertilidade, dona do ouro, divindade das guas doces (podendo tambm ser cultuada nas guas do mar em alguns casos) facilmente confundida com Yemanja, sua me. Oxum, conjuntamente com Yemanja, responsvel por guarnecer o aparelho reprodutor feminino. Uma de suas lendas conta que Oxum, apesar de no ser a me biolgica dos Ibejis, filhos de Yans, criou e os amou como se fossem seus filhos biolgicos. Essa caracterstica da fertilidade e da maternidade que esta relacionada Yemanja, faz com que sejam traados arqutipos corporais de suas filhas: quadris largos e seios fartos, mostrando assim a possibilidade fertilidade e fartura. Todavia, no devemos nos apegar tanto a esses traos corpreos, pois, nem sempre isso uma regra.Como j se sabe, os cultos de matrizes africanas eram proibidos em terras brasileiras. Para se driblar essa proibio,foi adotado o processo de sincretismo religioso,onde orixs,nkises,e vodus eram travestidos com a imagem de santos catlicos. Esse processo envolvia todo um jogo onde as caractersticas de cada entidade africana, eram colocadas no mesmo de igualdade que as santidades catlicas, e tambm as lendas das divindades africanas eram correlacionadas s lendas dos santos catlicos. Nesse processo Oxossi foi sincretizado a imagem de So Jorge, Ogum a imagem de Santo Antonio, Oxala a imagem de Jesus, e etc...Yemanja dentro desse contexto teve sua imagem equiparada a imagem de Nossa Senhora. Isso ajudou para que, a imagem de rainha guerreira,vencedora de batalhas, fosse esquecida, diminuda, enquanto que a imagem de me serena se reforou. Dentro tambm do contexto do sincretismo religioso, importante ressaltar o embranquecimento sofrido nas imagens das divindades africanas, em especial, na imagem de Yemanja. Em terras africanas ela era tida como uma mulher negra, de seios fartos, cabelos crespos, quadris largos, e muito guerreira. Aqui no Brasil a partir do sculo 19,foi se desenvolvendo a imagem de uma mulher alta,magra,branca,cabelos lisos,e com semblante de serenidade,podendo at ser comparada a imagem da Nossa Senhora. Comment by Gladys: etc. da a entender que uma idia vaga. Comment by Gladys: Se voc iniciou o texto usando o XIX, use o padro no texto todo.

A primeira foto representa Mikaia, uma das nkises que representam a fora das guas dentro do panteo Bantu, sendo assemelhada a Yemanja do panteo Ketu. em seguida temos a imagem mais famosa de Yemanja,onde ela aparece branca,e muito semelhante a terceira imagem,a de Nossa Senhora.Yemanja tambm teve sua imagem alterada e assemelhada as imagens das sereias europias, e tambm, com a divindade indgena regente dos rios e lagos. Isso ajudou para que essa Yaba fosse representada como uma sereia de doce canto, que se senta em suas pedras nas noites de lua cheia, a espera de um pescador ou de um marujo perdido para lev-lo para seu castelo no fundo no mar. Dessa maneira, Yemanja passa de ser uma divindade apena do panteo candomblecista, e passa ser uma divindade popular, como pode ser notado nas festas pblicas realizadas em muitos territrios brasileiros. Alguns pontos de candombl de Umbanda fazem reflexo sobre essa representao de Yemanja como sereia.Saia do marLinda sereiaSaia do marVenha brincar na areiaSaia do marSereia belaSaia do marVenha brincar com elaYemanja pros yorubanos, Aziri Tobossi pros jejes, Mikaia/Kaitumba/Mametu Samba/Kaiala dos bantus, essa divindade me de todos. senhora que pode adquirir varias formas. De moa velha a uma adolescente, ela rege as ondas do mar, o fluxo das ondas, a fertilidade. energia presente em todos os seres humanos. pura vitalidade.

BibliografiaCarneiro, Edison: Religies negras.Carneiro, Ribeiro: Negros Bantus.Carneiro, Ribeiro: Candombl na Bahia.Martins, Suzana: A dana de Yemanja Ogunt: sob as perspectivas do corpoAMIM, Valria; Povoas Ruy do Carmo: Iemanj: imagens arquetpicas da grande me na dispora.Luz, Marco Aurlio: Agad: A dinmica da civilizao africano-brasileira