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Y e hôshûa {Clérigo Presbiteriano da IPU} TEMPO DA PÁSCOA – 2011 PROJETO GRÁFICO, PROGRAMAÇÃO VISUAL E FORMATAÇÃO NOVA DIAGRAMAÇÃO REVISÃO E COPYDESK – RESPONSÁVEL: O AUTOR DO ENSAIO PRODUÇÃO INDEPENDENTE, MAS QUE TEM COMO REFERENCIAL O CONGRESSO ABAIXO: PORTRAIT-CHARGE DO CONGRESSO 2010 – XIX ENAJOP SUBSTRATO OU RETROSPECTO DO QUE FOI PREPARADO PARA OS CONGRESSISTAS SEJAM BEM-VINDOS A ESTE ENSAIO, PORÉM, SEM ESPÍRITO PRECONCEBIDO APESAR DO ANACRONISMO, ESTE ENSAIO PRETENDE SER UM VALE A PENA VER DE NOVO’... VALE A PENA VER DE NOVOSEM FUGIR DA SUA FINALIDADE COEXTENSIVA Estas colocações iniciais em forma de parágrafos {CAPUT} podem ser entendidas como um SUMÁRIO do que será sequenciado ou subscrito ficando pactuado que o seu conteúdo estará – obrigatoriamente – relacionado à linha temática do supracitado Congresso 2010 – XIX–ENAJOP. O que se propõe é uma abordagem sistêmica de feedback, se possível abrindo horizontes diferenciados a fim de se obter uma mundividência paralela do que foi realizado no já citado Congresso. Seria uma espécie de {materialização figurativa} do reconhecido esforço que o CC-IPU da gestão passada fez no sentido de oferecer a igreja {igreja: Comunidade da Fé Cristã, Povo de uma Nova Aliança e Corpo Místico de Cristo} uma discussão de fundamental importância levando para o palcoum debate de caráter construtivo que tenha por escopo buscar a abolição de 1

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Yehôshû’a{Clérigo Presbiteriano da IPU}

TEMPO DA PÁSCOA – 2011PROJETO GRÁFICO, PROGRAMAÇÃO VISUAL E FORMATAÇÃO

NOVA DIAGRAMAÇÃO

REVISÃO E COPYDESK – RESPONSÁVEL: O AUTOR DO ENSAIO

PRODUÇÃO INDEPENDENTE, MAS QUE TEM COMO REFERENCIAL O CONGRESSO ABAIXO:

PORTRAIT-CHARGE DO CONGRESSO 2010 – XIX ENAJOP

SUBSTRATO OU RETROSPECTO DO QUE FOI PREPARADO PARA OS CONGRESSISTAS

SEJAM BEM-VINDOS A ESTE ENSAIO, PORÉM, SEM ESPÍRITO PRECONCEBIDO

APESAR DO ANACRONISMO, ESTE ENSAIO PRETENDE SER UM ‘VALE A PENA VER DE NOVO’... ‘VALE A PENA VER DE NOVO’ SEM FUGIR DA SUA FINALIDADE COEXTENSIVA

Estas colocações iniciais em forma de parágrafos {CAPUT} podem ser entendidas como um SUMÁRIO do que será sequenciado ou subscrito ficando pactuado que o seu conteúdo estará – obrigatoriamente – relacionado à linha temática do supracitado Congresso 2010 – XIX–ENAJOP.

O que se propõe é uma abordagem sistêmica de feedback, se possível abrindo horizontes diferenciados a fim de se obter uma mundividência paralela do que foi realizado no já citado Congresso.

Seria uma espécie de {materialização figurativa} do reconhecido esforço que o CC-IPU da gestão passada fez no sentido de oferecer a igreja {igreja: Comunidade da Fé Cristã, Povo de uma Nova Aliança e Corpo Místico de Cristo} uma discussão de fundamental importância levando para o ‘palco’ um debate de caráter construtivo que tenha por escopo buscar a abolição de interesses ideológicos pessoais em favor de uma causa maior, ou seja: a promoção do Reino de Deus e a recuperação da credibilidade da igreja {Igreja} e a reativação da TRADIÇÃO MÍSTICA DA FÉ CRISTÃ das Igrejas Históricas há muito tempo esquecida entre nós. Só assim sepultaremos a letargia para o surgimento de uma nova forma de ser igreja.

Deve ficar acentuadamente claro que o compromisso maior do ensaísta é preservar a linha temática formulada pela equipe organizadora dela só se desviando para abrir novos ‘braços’ ou vertentes que estejam rigorosamente ligados a essa privilegiada linha temática.

A proposta paralela deste ensaio é sinalizar um êxodo que na concepção de J. Severino Croatto seria uma hermenêutica da liberdade, ou provocar a capacidade do leitor de gerar acontecimentos ou conhecimentos

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novos. É o que ele trabalha em sua obra do mesmo nome, publicação da Edições Paulinas, São Paulo, 1981 o que coincide com a proposta ou o objetivo deste ensaio, ou seja: um deslocamento consciente do lugar onde o leitor estiver instalado e caso Iahweh-Deus conceda esta graça ao ensaísta, possibilitar aos leitores um salto de qualidade. Esta atitude estará sempre presente no ‘self ’ {Que cf. Jung é o Centro Regulador da Consciência} do ensaísta. A consciência de quem escreve um ensaio deve estar sempre articulada por este propósito.

Este tentame não representa uma aferição do que foi FEITO para julgar o que foi FEITO porque o que foi FEITO, foi FEITO, já está realizado e não deve estar sujeito a julgamento.

Se algo agora precisará ser FEITO não será para corrigir o que foi FEITO. Por quê? Por que o que foi FEITO representou, isto ficou claro, uma tentativa de mobilização dos eclesianos a fim de movê-los a aceitar um determinado projeto e ao mesmo tempo conscientizá-los a fazer uma avaliação da linha temática prioritária que foi e ainda é relevante, ou seja: PLANTAR IGREJAS. Um projeto missionário atípico e inusitado, mas foi FEITO. Não está em julgamento o sucesso de... Isso é uma prerrogativa de IAHWEH-DEUS.

Se o que foi FEITO não foi bem FEITO, devemos debitar os resultados – caso os consideremos negativos – as limitações humanas. Não existe um culpado ou um ‘bode expiatório’.

O que temos agora a fazer é ‘COLOCAR SOBRE A MESA’ o que foi FEITO para tentar – se possível – sinalizar caminhos para o seu aperfeiçoamento caso isso seja possível neste ensaio.

É preferível ERRAR fazendo a ERRAR sem fazer, INVESTINDO NA OMISSÃO.

A verdade é que a Hierarquia da nossa Confissão de Fé teve a coragem e uma ‘santa ousadia’ de provocar uma discussão que não ainda não acabou e que a todo o momento se aflora em nossa memória por ser um assunto atualíssimo.

O ‘caso isso seja possível’, pela via do figurativo, nos anima a continuar caminhando. Vamos

‘colocar o pé na estrada’ e andar, continuamente poematizando a epopeia de Antonio Machado em sua poesia sobre o Caminho de Santiago:

ANDAR

“Caminhante, o caminho é feito por seus passou.O caminho é feito ao andar.Andando se faz o caminho.

E se você olhar para trás tudo o que verá são as marcas de passosque algum dia seus pés tornarão a percorrer.

Caminhante, não há caminho.O caminho é feito ao andar”

VAMOS CAMINHAR...

Nossa opinião não deve ser insuflada por ninguém. Um EVANGELIZADOR consciente certamente observará esta regra e se preocupará em não transgredi-la. Isto é importante para os que se lançam de ‘corpo e alma’ na MISSIO DEI.

O QUE O EVANGELIZADOR NÃO DEVE FAZER...

Quem tentar impor sua “CARTILHA” ao outro, cometerá um terrível erro de percurso porque rezar na mesma cartilha significa uma tentativa de se buscar a sonhada unidade, mas nem sempre isso será possível porquanto os variados modelos que estão enraizados na personalidade de cada homem são sinais de um patrimônio particular.

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Quando a questão é colocada nestes termos, o patrimônio se transforma em verdades irredutíveis, ou melhor: em trincheiras, ou barreiras intransponíveis e tal atitude dentro de um processo de interatividade é desagregadora. Mas...

O QUE TODOS DEVEM BUSCAR DENTRO DESTE CONTEXTO?

O reverendo José Borges dos Santos Jr. – de saudosa memória – trabalhava a questão da UNIDADE NA DIVERSIDADE que nós não devemos confundir com UNANIMIDADE por esta é a soma de um consenso. Podemos pensar diferente e buscarmos uma COMUM-UNIDADE. Isso é possível. A vaidade é via-de-regra a responsável pela fragmentação de uma união que é utópica, mas deve ser procurada.

Encontrar e promover a UNIDADE NA DIVERSIDADE será sempre o pano-de-fundo deste ensaio.

Um CONSENSO BUSCADO para a unidade dos cristãos sejam eles de que Confissão Religiosa for, é uma Obra do Espírito de Deus. Quem se colocar na contramão desta Obra estará de certo modo, ressalvada a exegese tradicional sobre o assunto que entende blasfêmia como a rejeição do PROJETO SALVÍFICO de Iahweh-Deus oferecido aos homens por Jesus, o Cristo, seu Filho.

É óbvio que quando alguém rejeita o toque do Espírito de Deus em seu coração, para se salvar não terá mais nenhuma opção. A expressão BLASFÊMIA poderá ter esta conotação. Caso alguém recuse a proposta do Espírito de Iahweh-Deus, restará o que mais? O CAMINHO DA ETERNIDADE, na JERUSALÉM CELESTIAL, estará fechado e não serão as variadas CONFISSÕES DE FÉ que irão abrir o caminho. Elas poderão sim sinalizar, mas sinalizar. O próximo passo – é de notório saber – será do Espírito. O “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abriu a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo” – {Ap 3,20} . {OBS: Mesmo que respeitemos a ambiguidade da expressão SALVAÇÃO, o ensaísta entende que este não é o espaço para colocar esta discussão}

A palavra do Espírito ao João de Patmos seria o prelúdio do FESTIM MESSIÂNICO ou a Jerusalém messiânica: Ap 21,9-23 {Mt 8,11ss – Os filhos do Reino mencionados é uma referência explicita aos Judeus} Abrir a porta é um ato de autoentrega sinalizado pelo Espírito a Igreja de Laodicéia, mas – cf. Spinosa para haver um processo de interação, isto é; comunhão entre alma e corpo, a porta precisa estar aberta, particularmente quando o Cristo bater.

O ensaísta está usando este termo, sem a influência do MUTATIS MUTANDI a fim de sinalizar outra forma de blasfêmia, ou seja: a unidade dos irmãos na Fé Cristã, é o algo mais que Jesus sonhou – e a ainda sonha – mas o entendimento entre os irmãos que optaram pela Fé Cristã, embora em Confissões de Fé diferenciadas, miscigenadas fica mais complicado por causa das variadas etnias.

Em função disso fica cada vez mais difícil a tão sonhada unidade. Decorre dessa premissa que no entendimento do ensaísta quem rejeita a unidade, particularmente o cristão estaria blasfemando contra o Espírito Santo e esta ofensa ao Espírito de Deus jamais será perdoada.

É oportuno consultar a Logia de Jesus em Mateus 12, 31-32: “Por isso vos digo: todo o pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém disser uma palavra contra o Filho do Homem {...}”

«O Filho do Homem, ou o HOMEM PERFEITO, várias vezes citado pelo profeta Ezequiel é – em última

análise o próprio Jesus. Ele mesmo assim se declara: “Se soubésseis o que significa: misericórdia é que eu quero e não sacrifício, não condenaríes os que não têm culpa. ‘Pois o Filho do Homem é o senhor do sábado’”»

COMPLEMENTANDO A LOGIA...

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“{...}, ser-lhe-á perdoado, mas se disser contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro” {Mateus 12,31-32}

Com relação à UNANIMIDADE alguém já disse que ‘toda unanimidade é burra’. O ensaísta não concorda com esta afirmação porque a UNANIMIDADE poderá ser irmã gêmea da UNIDADE. E por falar e unidade, logo vem à minha memória o que Jesus, depois de Glorificado o Cristo, desejava ardentemente para todos aqueles que ASSUMIRAM O PROJETO SALVÍFICO DE DEUS e isso Ele deixou claro em sua ORAÇÃO SACERDOTAL:

“Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes dei a glória que me deste para que sejam um como nós somos um: Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e para que o mundo reconheça que me enviaste e os amaste como amaste a mim” {Jo 17,21-23}

Esta é uma conditio sine qua non para o seguimento de Cristo. Sem estar Nele e com os irmãos da mesma Fé, mesmo que em Confissões diferentes?!!!...

A perícope joanina é ‘coisa’ séria. Estar em Cristo significa o leitor ignorar os meus defeitos e os erros de percursos que nós imaginamos no próximo, se unindo a eles, tentando falar a mesma língua, porque toda divisão é anti-Espírito. Nós somos herdeiros da Reforma Protestante, mas hoje deveríamos fazer uma indagação introspectiva: Ainda que os objetivos do movimento reformista tenham sido os mais nobres aquela divisão do século XVI não teria uma auréola divisionista, portanto anti-Espírito?

UMA OBJEÇÃO AO ‘MODUS FACÉRE’ DO EVANGELIZADOR AO REALIZAR A ‘MISSIO ECCLESIA’...Na opinião de J. G. Davies do livro CULTO E MISSÃO, tradução de Luiz Marcos Sander, Co-edição de Concórdia S.A. e Editora Sinodal, São Leopoldo, RS-Brasil, 1977 a história forma de evangelizar precisaria passar por uma revisão, como segue:

“Nenhum homem descobriu toda a verdade ou assimilou todo o bem; e o esforço para comunicar uma verdade alcançada ou um bem realizado, por sua própria dificuldade e exigência, tende a desviar minha atenção de procurar mais ainda a verdade e de alcançar mais ainda o bem... No esforço de ensinar e beneficiar os outros se insinua algo de dominação e arrogância. Nós começamos a achar que somente se eles aprenderam a crer assim como nós cremos e a experimentar o que nós experimentamos – em outras palavras, se eles se juntarem ao nosso partido – eles terão alcançado o alvo. Porém esse é justamente o tipo de proselitismo que nosso Senhor condenou” {O que está entre aspas é uma citação que Davies faz da obra de A.G. Hogg, em Evangelism for th World Today, editado por J. Mott, 1938, p.24}

SEQUENCIANDO DAVIES:

“Os cristãos só podem ser salvos da mesma condenação se reconhecerem que, como seu Senhor, sua preocupação não deveria ser contrapor uma religião à outra, mas o Reino de Deus à necessidade humana. Eles devem fazer exigências por Deus e não promover reivindicações religiosas {...}

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«o ensaísta tem a acrescentar – dentro desta linha: precisarem sacrificar os modelitos da nossa CONFISSÃO DE FÉ em favor de... Vale lembrar – nesta oportunidade – uma ilustração uma vez feita contada pelo Rev. José de Aguiar Vallim Filho – de saudosa memória – que sempre lembrava a metodologia de duas missionárias católico-romanas {Freiras} quando em missão numa tribo africana. Durante dois anos de trabalho não abriram a Bíblia para falar de Deus. Só cuidaram – com especial carinho – das feridas daquela gente sofredora {...}”

Elas estavam, atendendo a recomendação do Mestre, que para os seus discípulos fez esta revelação: [Em verdade vos digo: cada vez que o fizeste a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizeste] {Mt 25, 40b}

“{...} Após este período começaram a falar de Cristo, mas foram surpreendidas pelos membros da tribo que lhes disseram não quererem ouvir o Evangelho, canônico agora pregado porque o ‘EVANGELHO VIVO’ que elas aplicaram, sem agredir a etnia da tribo, era o suficiente para eles acreditaram no Cristo e no seu projeto salvífico»” CONTINUANDO J.G. DAVIES...

{...} A não ser que os cristãos aceitem essa posição, eles nunca se livrarão da suspeita de agirem com motivos ulteriores. Em vez de serem aceitos como embaixadores de um Deus que ama que está preparado a aceitar os homens assim como eles são - «acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu {Rm 15,7}» - e estão preocupados em libertar os homens, eles serão considerados agentes de um sistema estranho de pensamento ao qual desejam sujeitar os homens. Proselitismo e a forma de servo são incompatíveis.

Mahatma Gandhi tinha razão quando disse:

«Eu penso que proselitização sob o pretexto de trabalho humanitário é, para dizer o mínimo, não sadio...»

O cristianismo como é pregado hoje em dia, tem um aspecto comercial. A não ser que vocês isolem o aspecto proselitizador de suas instituições educacionais e médicas, elas não terão valor algum.

Essa afirmação merece atenção, pois expressa claramente a falsidade de interpretar a missão em termos de proselitismo. A não ser que o proselitismo seja rejeitado, nunca estaremos livres da mácula do interesse próprio. O cristão não deveria engajar-se em missão para abrir o caminho ao sucesso de seus poderes da persuasão, mas porque reconhece Cristo em todos os homens e aceita todos os homens como seus irmãos, pelos quais Cristo morreu. Enquanto planejarmos em termos de extensão da Igreja e conversão, não é de surpreender que os homens não ouçam a mensagem. Isso acontecerá se o cenário for Calcutá ou Chichester. Em Calcutá a reação é: seu serviço é calculado para fazer-me aceitar sua posição. Em Chichester sua visita á para induzir-me a frequentar a Igreja. Assim o Evangelismo é transformado em promoção para angariar membros para a igreja, e os cristãos transmitem a impressão de que só estão interessados no homem da rua na medida em que ele possa tornar-se o homem do banco da Igreja.

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Esse conceito centrado na Igreja causou muito dano, pois levou o homem moderno a questionar os motivos dos cristãos: eles não são vistos como seres libertadores, mas como seres que querem transformar os outros à sua própria imagem e fazê-los adotar seu próprio padrão de comportamento. O contraste com Cristo é evidente demais para precisar ser apontado” Hoje vivemos um tempo novo, pressionados pela ‘FEBRE PENTECOSTAL E OS CARISMATISMO DESORDENADOS’ é por isso que devemos – agora mais do que nunca – cantar com sinceridade e alegria a conhecida canção:

“Deus chama a gente pra um momento novo, de caminhar junto com o seu povo. É hora de transformar o que não dá mais, sozinho, isolado, ninguém é capaz...” Agora anote...

Os três pilares que irão orientar, ou melhor, pavimentar os caminhos deste ensaio até chegarmos às CONSIDERAÇÕES FINAIS serão na medida do possível, desfilarão na sequência e, pela ordem serão: DESCREVER, INTERPRETAR E PROJETAR. Para este último elemento, um tríplice caminho deve ser adotado, ou seja: QUE ESTRUTURAS DEVEM CONTINUAR? QUAIS ABOLIR? QUE NOVAS CRIAR? Concorda com o ensaísta? Vamos desvendar esta incógnita?Como consequência e dentro de uma linha paralela, o ensaísta acrescenta que depois da ERA rotulada de CIBERNÉTICA a igreja passou a ter outras preocupações por que obrigatoriamente precisou se adaptar aos novos conceitos a fim de entender e visualizar de outra forma sua maneira de enxergar a ECLESIOLOGIA, sem desprezar, porém, os seus princípios fundantes. Filho deste novo tempo, o VIRTUAL passou a ter ufania de se tornar o REAL, mas nunca será a REALIDADE vigente, ou melhor, a configuração adotada pela igreja a fim de viver no dia-a-dia a FÉ CRISTÃ. O ensaísta estaria escrevendo o óbvio? Quem está situado na exclusão digital entenderia esta mudança?

Os três pilares supracitados fazem parte da divisão de um dos livros sobre uma CONSCIÊNCIA CRÍTICA cujo autor é o conhecido e competente Libânio, teólogo católico de grande expressão e entre tantos, um dos mais credenciados. Ele faz três divisões: EVANGELIA, KOINONIA, DIAKONIA e no quadro geral para a análise, explicita em três módulos: ESTRUTURAS, INSPIRAÇÃO e PESSOAS que estão ligados e identificados aos citados três pilares.

NA CAMINHADA DESTE PROJETO, ALGUMAS RESSALVAS SERÃO NECESSÁRIAS:

Nos MEIOS DE PRODUÇÃO o instrumento do lucro empresarial é a MATÉRIA PRIMA que é o estoque da matéria a se manufaturado, ou melhor: patrimônio bruto, ainda não beneficiado que necessita de transformação a fim de se tornarem aptos para satisfazer diretamente necessidades, as mais variadas, do MERCADO CONSUMIDOR. ‘Mutatis Mutandi’ levando esta ideia para o Universo Eclesiológico a ‘MATÉRIA PRIMA’ da Igreja seriam os homens em seu sentido genérico, ou seja: a «’îsha – mulher» e o «’îsh – homem».

A descrição sobre a utilidade de uma ‘MATÉRIA PRIMA’ – no sentido eclesiológico – usada de uma forma figurativa se liga ou se relaciona com a vida de Fé de cada eclesiano e é aqui empregada com uma configuração folclórica e um determinado eito, mas tudo foi, é e será feito com muito respeito. Ele – o eclesiano – também precisará passar pela transformação a fim de ser uma peça útil ao Reino de Deus e essa transformação tem seu sentido próprio, ou seja: chama-se METANÓIA.

Esta atitude de mudança radical – que deve fazer parte do processo de EVANGELIZAÇÃO e ser assumida pelo EVANGELIZADOR – exige dos filhos de Iahweh-Deus, respeito à etnia do outro. Para isso se tornar realidade na vida da igreja, precisaremos sepultar todos os preconceitos contra o nosso interlocutor i.é com a pessoa com quem assumimos um pleito de interatividade, sim essa pessoa deverá ser prioritariamente e obrigatoriamente considerada o NOSSO PRÓXIMO, a fim de que a MISSIO DEI seja de fato produtiva e verdadeira, ou melhor: a Missão de Iahweh-Deus. Plantar Igrejas sem este propósito?...

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Quando pensamos na etnicidade, pensamos de forma paralela no respeito ao UNIVERSO CULTURAL DO EVANGELIZANDO e este procedimento segue os trâmites que se ligam a mesma linha de respeito à etnia e dos valores socioculturais que constituem a identidade do EVANGELIZANDO e não somente isso, mas o ENVANGELIZADOR deve colocar destaque os seus valores religiosos. Caso contrário a EVANGELIZAÇÃO ou o EVANGELISMO aplicado pelo missionário, além de cometer o pecado da aculturação, torna-se uma agressão. No Oráculo proferido e direcionado Zorobabel: pelo profeta Zacarias {4,6b 7a} tudo deve funcionar em obediência ao Espírito de Deus. Vejamos:

“Não pelo poder, não pela força, mas sim por meu Espírito – disse Iahweh dos Exércitos. Quem és tu grande montanha?”

Este conjunto de ponderações é para reafirmar que o EVANGELIZANDO não poderá sofrer qualquer tipo de violência cultural e não ter excluída a sua CULTURA. Por falar nisso. O leitor sabe o que é cultura?

Antes de dar um salto a fim de sinalizar este ‘tradição étnica de cada povo’, ou melhor: este universo importante que conhecemos pelo nome de CULTURA que é o cenário ou o palco onde o evangelizador vai atuar é oportuno utilizar as colocações importantes que o Teólogo Católico chileno, Segundo Galilea fez em seu opúsculo Espiritualidade da Evangelização, segundo as bem-aventuranças, coleção ‘Espírito e Vida’ Edições Paulinas – São Paulo, 1980:“A evangelização é obra de Deus, que enviou seu Filho. Essa obra continua na Igreja, {O ensaísta prefere igreja – ‘i’ minúsculo que corresponde a: Povo de uma Nova Aliança, Comunidade da Fé Cristã, Corpo Místico de Cristo} indissoluvelmente unida à missão de Jesus graças ao Espírito que dele recebeu. É o Espírito que está na Igreja quem, em última instância, converte e constrói o Reino, fazendo ‘novas todas as coisas’ e trazendo a justiça aos corações e às sociedades.

Se, por um lado, o homem entregue a si mesmo é incapaz de evangelizar, por outro lado ele sabe que o resultado de sua missão vai muito além dos seus limites e do constatável. Aquilo que o Espírito realiza na evangelização supera os meios de ação da Igreja e dos EVANGELIZADORES {...};

{...} Evangelizar é identificar-se com o ardente anseio de justiça do Jesus bem-aventurado e evangelizador, é entregar-se ao movimento missionário do seu Espírito. No entanto, com humilde convicção de que o Espírito tem caminhos que não são os nossos, soprando onde e quando Ele quer {Jo 3,8}.

{...} A mística da evangelização é uma síntese de atitudes em tensão: anseio ardente, consciência dos próprios limites e impotência, confiante esperança. Se forem autênticas, essas atitudes farão brotar a oração. E a oração é uma necessidade da Igreja missionária: é o reconhecimento prático de nossa impotência para evangelizar e de nossa convicção de que a missão não é apenas a utilização prática dos meios de ação, mas, sobretudo a obra do Espírito que opera em nós. Orar é abrir-se para o Deus que preenche nossas limitações, é deixar-se invadir por sua justiça para construir justiça nos outros, é colaborar com a ação libertadora do Espírito, que age na raiz das consciências, chegando onde os meios de ação não podem chegar.

{...} A oração do evangelizador é a resposta cristã ao fato de que o Reino da justiça é um dom de Deus, devendo, portanto, ser desejado e pedido. É a resposta ao fato de que aquele que trabalha pela justiça do Reino deve viver ele próprio a justiça. É a resposta ao fato de que toda a justiça e santidade provêm de Deus e devem ser recebidas como graça. ‘Venha a nós o teu Reino!’” {Pág. 74-75}

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Segundo Galilea não entrou no mérito da questão: justiça, mas é bom não perder de vista que a justiça de Deus não está atrelada ao normativo, porém, ao distributivo. O Reino igualitário anunciado por Jesus, o Cristo de Iahweh-Deus, mostra-nos isso. O ensaísta respeita as opiniões contrárias a este silogismo e espera ser orientado por uma nova exegese dos mais entendidos no assunto.

ESCLARECENDO A QUESTÃO DA CULTURA...

É oportuno recorrer à opinião de John Francis Kavanaugh em seu livro SEGUINDO A CRISTO NUMA SOCIEDADE DE CONSUMO – A ESPIRITUALIDADE DA RESISTÊNCIA CULTURAL, DA COLEÇÃO ‘ESPIRITO E VIDA’, EDIÇÕES PAULINAS – SÃO PAULO, 1984:

“CULTURAS, HOMENS E FÉ – Há inúmeras formas de se abordar e definir o significado de CULTURA – pelo aspecto histórico, pelo psicológico, pelo antropológico, mas vamos fazer uma simples reflexão a partir da etimologia da palavra. E o latim nos sugere muitas coisas. “CULTURA”: do verbo latino Colo, colui, cultum, colere, com diversos significados: Cultivar, cuidar, arar. Morar e habitar, como Tácito e Lívio a empregaram. Cícero usou-a para significar desenvolver, estudar. Finalmente, como o sugerem os cognatos derivados do particípio – cultum – a palavra cultura tem também alguma relação com o domínio da RELIGIÃO. Virgílio e Cícero usaram-na num contexto que sugere ADORAÇÃO, HONRA E OBJETOS DE CULTO.

Uma cultura é um culto. É uma forma de revelação. É toda uma sequência de rituais coletivos, de formas simbólicas, de expressões humanas, e de formas de produzir. Como tal, a cultura modifica, faz emergir compromissos, transforma, leva a atos heroicos e sugere realizações humanas. A cultura é, portanto, um EVANGELHO – um livro de revelação – mediador das crenças, revelando-nos a nós mesmos.

Cultura é desenvolvimento. Os seres humanos cuidam e tratam de si mesmos levando a natureza a um desenvolvimento. Quando este desenvolvimento chega a tornar-se uma realidade independente, por reciprocidade, ele cuida e trata de nós. Tornamo-nos desenvolvidos. E por isso, apesar de a cultura ser feita pelos seres humanos, ela também nos faz e, até certo ponto, à sua imagem.

Uma cultura é, simbolicamente, um lugar onde moramos. Nós, com nossa consciência, habitamos em nossa cultura. A cultura é um santuário humano, a encarnação do espírito coletivo. É a expressão viva de homens e mulheres. A cultura pertence à psique e esta, por sua vez, é formada pela cultura. Daqui o fato de a cultura ser um problema para qualquer teoria sobre a ‘PESSOA HUMANA’, para qualquer abordagem à FÉ e à ESPIRITUALIDADE.

Cultura significa toda a extensão de formas com que um grupo humano expressa e concretiza sua realidade. É produzida por homens e mulheres e, portanto, é uma parte de todo humano. Pertence ao ser humano e não é o ser humano que pertence a ELA, como, em última análise, o entende o reducionismo.

A finalidade da cultura é revelar e confirmar a nós mesmos na humanidade. Como qualquer outra expressão de trabalho consciente, ela deve estar a serviço da humanidade, se for fiel a si mesma.É verdade que se emprega a palavra mais frequentemente para fazer referência ao domínio dos significados, da inteligibilidade, da formação – estruturar e ordenar são atividades próprias do cultivo e desenvolvimento da natureza e de nossa natureza. Contudo, nossa compreensão da cultura deve estender-se par além destes aspectos.

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Um determinado sistema econômico, político, uma unificação de forças de produção, uma rede de relações de poder, tudo isso deve ser considerado como parte da realidade cultural. Num sentido verdadeiro são formas tão simbólicas como o são também os artefatos humanos e as formas literárias. São expressão de valores, portadores de valores, mestres de valores”.

Esta analogia o ensaísta fez em parágrafos anteriores ligando MATÉRIA PRIMA aos homens – {...} POVO DE UMA NOVA ALIANÇA... – a partir de uma consciência possível, não podemos evitá-la. Ela se constitui numa realidade espiritual, tomada de empréstimo da linguagem secular.

PARA J. B. LIBÂNIO DENTRO DA ESTRUTURA TEOLÓGICA...

“O homem situa-se diante do mundo como ser interrogante. Doutro lado, só sabe perguntar por aquilo que, de certa maneira, pertence a seu universo de conhecimento. Não se pergunta pelo totalmente desconhecido. Nem se pode querer saber aquilo que se encontra completamente fato do horizonte de percepção. O homem que crê, pelo fato mesmo de sua fé, aproxima-se qualquer realidade com uma tríplice preocupação comandada pela sua compreensão cristã do mundo.Seu PRIMEIRO OLHAR volta-se natura mente para a TRANSCENDÊNCIA. Que relação tem tal realidade com Deus? Como o TRANSCENDENTE entre na compreensão de tal obra ou atividade? Esta primeira dimensão recebe no a designação de EVANGELIA, termo grego que significa toda obra em relação a Deus: anunciar a BOA-NOVA de seu amor entre os homens. Com isso, já preconotamos a compreensão do TRANCENDENTE. Toda relação com Ele se entende dentro de um horizonte de «BOA-NOVA», de anúncio auspicioso de salvação.

Neste primeiro momento, a nossa análise se orienta a querer constatar como a realidade em questão manifesta sua relação com Deus. Evidentemente só temos acesso aos sacramentos, aos sinais visíveis deste relacionamento. A verdadeira realidade Deus escapa-nos totalmente a qualquer análise. Como Ser Transcendente não se deixa prender pelas malhas das categorias humanas. Revela-se, entretanto, através de sinais visíveis das pequenas estruturas humanas. Estas, por sua vez, exprimem as compreensões que temos de Deus” {DO LIVRO DISCERNIMENTO E POLÍTICA – VIDA RELIGIOSA, TEMAS ATUAIS, COEDIÇÃO VOZES/CRB}

Então quando o eclesiano – que também é homem – se lançar para realizar a MISSIO DEI, vai enfrentar ou entrar em contacto com esta “MATÉRIA PRIMA”.

Para PLANTAR IGREJAS será preciso estar preparado e saber com que tipo de pessoa o EVANGELISTA está lidando.Esta recomendação parece inoportuna, mas não é. O cristão é sujeito a todo tipo de contradição é igualmente susceptível a fracassos de toda ordem. Paulo revela as tensões da sua luta interior quando escrevendo aos romanos declara:

“Realmente não consigo entender o que faço; pois não pratico o que quero, mas faço o que detesto {...}” “{...} Com efeito, não faço o bem que eu quero, mas pratico o mal que eu que não quero. Ora, se eu faço o que não quero, já não sou eu que estou agindo, e sim o pecado que habita em mim” “Infeliz de mim! Quem me libertará deste corpo de morte? Graças sejam dadas a Deus, por Jesus Cristo Senhor nosso. Assim, pois, sou eu mesmo que pela razão sirvo à lei de Deus e pela carne à lei do pecado” {Rm 7,14-24b}.

Você, caro leitor, é melhor do que Paulo?!!!...

Em outra oportunidade, aos cristãos de Éfeso escrevendo sobre o COMBATE ESPIRITUAL, ele adverte:

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“Finalmente, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos da armadura de Deus, para poder resistir às insídias do diabo {...}” {Ef 6,10-11ss}.

São muitos – os evangelizadores – que partem para a Missio Ecclesia a fim de PLANTAR IGREJAS, mas esquecem de levar a ARMADURA DE DEUS. O fracasso mora ao lado desse erro de percurso. Aldous Huxley deixou escrito algo de grande importância:

“Os fatos não deixam de existir simplesmente por serem ignorados”

O cristão pode se imaginar um forte e preparado para a Missio Dei, entretanto, na prática ele é um fraco. A Escola Petrina faz uma sugestão a fim de que evitemos que o nosso perfil cristão não fique abalado porque a nossa tendência está voltada para a fragilidade. O cristão evitará que a sua personalidade cristã não fique comprometida ou corrompida conquanto que – escreve o hagiógrafo:

“Despojando-vos, pois de toda a maldade, de todo o engano, de hipocrisias e invejas, e de toda sorte de maledicências, desejai, como crianças recém-nascidas, o leite espiritual não adulterado, para a salvação, se é que já haveis experimentado a benignidade do Senhor”

{1º Pedro 2,1-3}

No ‘Cadernos do CEDI nº 12’, {Hoje Koinonia} quando o nosso competente colega de Ministério da Palavra, Rev. Zwinglio Mota Dias era o Secretário-Geral. A abordagem do Caderno foi sobre a Sexta Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas, Vancouver, Canadá, de 24 de julho a 10 de agosto de l983. Interessa—nos a conferência do Reverendo Phillip Potter, na ocasião secretário geral do Conselho. Zwinglio – com a competência que lhe é peculiar – assim traduziu a mensagem de Potter sobre o tema: Casa de pedras vivas.

“O cristão é como uma criança recém-nascida que do fraco seio de sua mãe tenta avidamente obter o alimento que lhe permitirá crescer e tornar-se uma pessoa completa. Aprender é esse processo íntimo de experimentar {Obs. do ensaísta: Nunca devemos perder de vista o que escreveu Leonardo Boff sobre a experiência que ele separa em três semas: « ex » = sair de dentro para fora; « pery » = saindo de dentro para fora, contemplamos o mundo ao nosso redor; « ência » = quando contemplamos ao mundo à nossa volta aprendemos com a ciência o que ela nos ensina para conduzir – sob o ponto-de-vista da secularidade, a nossa vida} a benignidade de Deus, o que ele fez e o que deseja que se faça para que o mundo se converta num verdadeiro lar {oikos}. Pedro cita implicitamente o Salmo 34, que descreve como descobriremos a bondade de Deus nas dores da nossa existência com nossos semelhantes, no mundo. Aprender da Bíblia é um processo pelo qual as pessoas se relacionam com Deus e com o seu caminho de verdade, justiça e paz, a fim de que possam obedientes, seguir por esse caminho em suas relações mútuas e estendê-lo às nações. Disse Moisés:

‘{...} Javeh me disse: Reúne-me o povo, para que eu os faça ouvir as minhas palavras, as quais aprenderão {Ramadh}, para temer-me todos os dias que viverem sobre a terra, e as ensinarão aos seus filhos... Ordenou-me também Javeh, naquele mesmo tempo, que vos ensinasse as leis e os preceitos que deveis na terra que ides possuir’{...}”

A despeito do possa acontecer, esta é a tarefa do EVANGELIZADOR, porém sempre respeitando a etnia do EVANGELIZANDO.

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O QUE O ENSAÍSTA NÃO PODERÁ EVITAR NA ELABORAÇÃO DESTE ENSAIO?...

Os estereotípicos do ensaio não serão intencionais. Algum escrito – repetido – poderá estar com um ‘cheiro’, mas, é só o ‘cheiro’ de repetição, porque o que for repetido certamente será uma simples ênfase. Em face de algo que eventualmente seja inadvertidamente ou não repetido, o leitor poderá – com toda razão – pensar: FALTA DE ARGUMENTOS? Talvez sim!!!... Talvez não!!!... Por quê?

Uma pesquisa feita com seriedade não dispensa qualquer tipo de detalhe. O que nos resta dizer é que os leitores precisarão se revestir de uma DOSE FORTE, ou forte dose {O ensaísta deixa a análise gramatical para o experts. Se devemos substantivar ou adjetivar?!!!...} sim, o ensaísta vai precisar contar com uma FORTE DOSE, ou uma DOSE FORTE de paciência porque quando alguém fica “BATENDO EM UMA SÓ TECLA” aborrece o seu interlocutor. Em outros espaços do ensaio a ÊNFASE será necessária.

QUAL SERÁ O FUNDAMENTO ‘LITERÁRIO-EDITORIAL’ OU O QUE SERÁ MATRIZADO NESTE ENSAIO?

Este ensaio – em face da fragilidade do seu autor já que o seu padrão de escolaridade não é erudito – inevitavelmente fugirá do estilo clássico e não poderia ser diferente. Afinal, na condição de um simples pesquisador, o ensaísta não teria condições para elaborar um ENSAIO LITERÁRIO-EDITORIAL por que não se considera um expoente do Idioma Português sem contar sua tenuidade teológica. Sem falsa modéstia cabe uma indagação que é pertinente: “Quem sou eu?!!!”

O ensaísta tem consciência que irá encontrar na elaboração deste ensaio muitas PEDRAS que irão dificultar a seu objetivo de oferecer o melhor aos seus leitores. Fernando Pessoa – esse importante poeta português que muitas vezes será citado neste trabalho – deixou escrito algo que nos anima:

“Pedras no caminho? Guardo todas. Um dia construirei um castelo”Este poema de Fernando Pessoa caminha na contramão do poema de Sady Machado {opere citato em outro local deste ensaio} porque nele Sady suplica a Iahweh-Deus que tire as PEDRAS do seu caminho que estão ferindo os seus pés e a resposta do Deus Eterno insiste em que elas fiquem: “Ah! meu filho. Ah! meu filho, o Senhor falou: ‘as pedras ai estão e as pedras irão ficar. Faze, porém, dessas pedras, um desafio, e desse desafio uma canção’”

O que Sady teria ouvido como resposta de Iahweh-Deus, Fernando Pessoa também teria ouvido, mas sua atitude é diferente da postura do poeta cristão. Ele vai com elas – as PEDRAS – construir um CASTELO. E nós como entendemos esta situação? Quem está certo nesta história?

Também devemos guardá-las para construir o nosso CASTELO, porém, o CASTELO que devemos erguer com elas, obrigatoriamente deve ser o CASTELO DA FÉ. Caso exista uma relação entre CONSTRUIR UM CASTELO e PLANTAR IGREJAS, estaríamos no caminho certo e só quem teria a lucrar com isso seria o REINO DE DEUS. É certo que o CASTELO DA FÉ, para ser verdadeiro, terá um perfil arquitetônico e dentro dele só alguém muito importante poderá habitar, ou seja: o REI DOS REIS.

A figura do CASTELO no nosso caso fica na esfera do imaginário fértil. Por quê? Por que o IDEÁRIO CAPITALISTA sinaliza uma situação socioeconômica que é incompatível com o modelo da Fé Cristã que se desenvolve em outro nível, ou seja: o PROJETO IGUALITÁRIO de Iahweh-Deus. Tudo o que foi projetado na mente do ensaísta faz parte do universo folclorístico; consequentemente estará fatalmente estacionada na esfera do abstracionismo. Jamais poderíamos conceber o Menino de Nazara – ou Nazaré se você preferir – habitando num CASTELO tomando por base os modelos do Sistema Capitalista.

Ele, o filho de Maria, tendo nascido em Belém da Judéia, a sua cabeça foi reclinada por sua mãe, a ‘theotokos mater dei’, numa manjedoura. Ele era Rei, mas quando os seus olhos se abriram para a polis humana,

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sob o ponto-de-vista humano, nasceu de forma atípica numa Cidade superlotada e segundo o hagiógrafo lucano a grande dificuldade que Maria e José encontraram, foi algo ligado à exclusão e ao preconceito. Eles eram de Nazara, um lugarejo localizado na periferia sem nenhuma importância econômica. Seus parentes se anteciparam e chegaram primeiro não deixaram lugar para o casal. Maria estava grávida e preste a dar a luz e então surgiu o problema: “porque não havia um lugar para eles na sala” é o que o registro histórico – cf. relato Lucas 2,1-14 focaliza. Por quê? Por que era pobre e o lugar do pobre não é num CASTELO.

Mas o paradoxo aponta para uma contradição: sendo Rei, deveria morar num CASTELO, mas como o seu Reino não era deste mundo, só teve direito a uma estrebaria.

Se não for assim use as pedras para construir o CASTELO DO EGOÍSMO, DO PRECONCEITO, DA VAIDADE, DA EXCLUSÃO, est cetera, sente no trono e assuma – sem máscara – sua verdadeira pessoalidade. É evidente que o ensaísta está falando em tese e o leitor está fora desse suposto silogismo dialético e este argumento serve para ser utilizado no processo de evangelização para quem em sua vida ainda não foi capaz de fazer uma opção cristocêntrica.

Mesmo tendo conhecimento de suas limitações e do seu modesto nível intelectual a insuficiência do seu saber que de certo modo é inferior ao de muitos leitores, o ensaísta tem para este ensaio um SONHO: QUE ELE SEJA OU SE TRANSFORME EM FORTE CONTRASTE A FIM DE QUE, À SEMELHANÇA DO QUE FAZ O TÉCNICO EM ELETRÔNICA COM AS TVS OU SEJA: MELHORAR A IMAGEM E TORNAR MAIS NÍTIDO E BELO O PERFIL DA FÉ CRISTÃ ENTRE NÓS. Seria pedir muito?

A etimologia da palavra nos dá conta que CONTRASTE É OPOSIÇÃO, mas não é este o sentido que ela aqui foi usada. A referência feita aos aparelhos de TV serve para ilustrar. Um dos anseios do ensaísta é continuar sempre alimentando este SONHO e caso eventualmente acorde, transformá-lo numa realidade que venha a favorecer os leitores e animá-los na Fé. Deus seja louvado por isso.

Uma preocupação que incomoda o ensaísta foi o que disse Platão: “Os sábios falam porque tem alguma coisa para dizer; os tolos porque desejam falar alguma coisa”. O ensaísta não se agrada das duas capas porque nem uma e nem a outra já ajustam bem ao seu perfil.

A finalidade do presente ensaio está acima de qualquer interesse O que importa é oferecer aos leitores uma mundividência ou um perfil diferente DO QUE FOI FEITO. O que aqui FOR FEITO neste espaço – o ensaísta quer deixar evidente – tem o escopo de aprimorar uma situação passada, e em sentido paralelo também apresentar aos leitores uma conotação inovadora para a linha temática do Congresso-XIX ENAJOP em evidência neste ensaio.

Ele não deve ser visto ou entendido como o posicionamento de um plutocrata, mas o esforço de alguém que adotou uma postura humilde e jamais teve intenção ou a pretensão de ser o FIEL DA BALANÇA. Tal atitude o ensaísta transfere para os mais sábios. Do lado do ensaísta só resta à mesma certeza que fazia parte do pensamento do famoso pintor Pablo Picasso:

“Sempre faço o que não consigo fazer para aprender o que não sei”Foi inevitável a forma antitética na construção deste parágrafo. É de total utilidade este ensaio se espelhar no que foi FEITO.

O que foi FEITO naquele encontro, foi FEITO a partir de uma constatação que estava identificada com uma necessidade concreta. Feita esta verificação brotou na mente dos membros do Conselho Coordenador – particularmente por influência do ilustre Moderador, reverendo Enoc – a necessidade de se produzir algo em face das evidências dos fatos que estavam circulando no sítio da nossa eclesiologia. Nosso problema não é unívoco. As demais Igrejas Históricas vivem o mesmo drama. Os fatos estão diante dos nossos olhos transparentes. Como dizia Aldous Huxley: “Os fatos não deixam de existir simplesmente por serem ignorados”

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Fez bem o CC-IPU por caso contrário estaria se igualando ao avestruz que diante de um problema simplesmente enterra a cabeça na terra; para isso precisa cavar o buraco.

O leitor nesta fase preambular do ensaio, não deve simplesmente criptografar o texto que está em suas mãos, mas buscar o motivo principal que move os passos do ensaísta na construção deste ensaio, ou seja: tudo será FEITO a partir de uma fé adulta e uma entrega irrevogável em IAHWEH-DEUS. Seria uma honra para o ensaísta ser o intermediário de uma renovação do nosso jeito de ser e de ser igreja de Jesus, o Cristo.

Não sendo proibido sonhar ou ter uma visão utópica, por que não tentar. Caso isso seja possível que seja possível para a Glória de Iahweh-Deus...

Não se assuste o leitor caso um pensamento seja usado, no conteúdo do que doravante for ‘ENSAIADO’, e que – eventualmente ou não – estiver circulando na contramão dos seus pressupostos, ou dos seus anseios.

Na realidade, entre outras coisas, este ensaio tem uma estreita ligação com o provérbio árabe que faz uma comparação muito oportuna, ou seja:

“Os homens são como tapetes: às vezes precisam ser sacudidos”Toda COISEDADE tem uma COISA, mas nem sempre a COISA é visualizada ou descoberta por falta de interesse ou por um confronto de opiniões de caráter ideológico que não nos deixa enxergar ou divisar o valor, a importância e a beleza da COISA.

O ensaísta repudia toda forma de preconceito ou ideia preconcebida. Na razão direta de uma proposta de somar fatos novos ou não, é que o ensaísta se lançou na aventura de escrever para um público estreme, portanto em função disso exigente ‘POLICIAL’ de sua HERANÇA CRISTÃ. Ainda bem que o ensaísta tem esta consciência e mesmo sabendo que estas linhas serão manuseadas por um público seleto, porém elitizado, espera que os mais simples e humildes a elas tenham acesso, sejam por elas alcançados e sejam úteis para o aprendizado de cada um deles.

A ACEITAÇÃO DA FÉ E SUAS EXIGÊNCIAS INCLUIRIAM ALGUNS ELEMENTOS FUNDAMENTAIS:

o homem – cristão ou não – precisa experimentar a necessidade e o dever de escolher uma ordem de valores que oriente o sentido de sua vida; esta escolha não deve ser arbitrária porque objetivamente ele se depara com uma hierarquia de valores que exige sua adesão, ainda que sua liberdade não se veja necessitada o seu reconhecimento;

os valores ético-religiosos proclamados por Jesus e sua doutrina aparecem como os mais dignos de serem aceitos; devemos somar a esta premissa: estes valores têm tal grau de perfeição que superar e estão além de tudo quanto um homem em sua secularidade, seja cristão ou não e a comunidade em seu sentido global venham a elaborar; demonstram, pois, uma presença divina em cada um deles, isoladamente e comunitariamente;

este milagre moral, que estando unido aos demais argumentos agregados por que do mesmo universo, outorga aos ensinamentos do cristianismo uma elevada probabilidade de se transformar em algo que estará em sintonia com a revelação de Deus;

a obrigação de colocar a própria vida a serviço da verdade e do mais algo dos ideais, constrangem-nos a compreender essa verdade do cristianismo, o que nos dará a certeza da validade dessa prática, eliminando de sua consideração habitual, particularmente quando venha a debilitar sua entrega, a inquietação com uma suposta ou real possibilidade de erro.

POR QUE ESTE TIPO DE COMENTÁRIO?

Não devemos alimentar ilusões. A nossa Comunidade de Fé é constituída de homens iguais socialmente – sob o ponto-de-vista de uma ética ultrapassada, mas que é ainda preponderante na sociedade e igual a todos os demais homens que a ela foram ou estão integrados. São os egoísmos que estão arraigados no

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contexto dessa organização humana que gerenciarão os que plantam no amanhã e com utilização desta desastrosa semente certamente irão colher os resultados da sua semeadura.

E QUANDO OS CONFLITOS SURGIREM EM NOSSA CAMINHADA?

No MAR REVOLTO DA VIDA, nós precisamos TER FÉ, não como uma propriedade a ser defendida, mas COMO UM PROCESSO DE INTERAÇÃO COM O DEUS DA VIDA ABUNDANTE. Nossa situação é semelhante a dos discípulos de Jesus no barco particularmente quando as situações da vida são varridas pelas ondas e ficamos no centro das tempestades. O episódio citado nós encontraremos nos Sinóticos.

PRIMEIRAMENTE EM MATEUS – 8,23-24: “Por que tendes medo, homens fracos na fé” {v.26b};

EM SEGUNDO LUGAR MARCOS – 4,35-40: “Por que tendes medo? Ainda não tendes fé?” {v.40b}

EM TERCEIRO LUGAR LUCAS – 8,22-25: “Onde está a vossa fé?” {v.25b}

Os conflitos da vida cotidiana, jamais serão capazes de sufocar a FÉ. Se nós aceitarmos as intimidações e ou as insinuações do Diabo, a voz do Espírito de Deus estará permanentemente ressoando em nossos ouvidos: “Onde está a vossa fé?”

O QUE NÃO PODEMOS DEIXAR DE LADO: A regras gramaticais, em nome da fidelidade aos acordos idiomáticos, devem ser obedecidas ao longo do ensaio, mas não podemos evitar o hábito de neologismar na construção de um projeto contaminado por muitas exigências fonéticas. Somos levados a pensar, aprioristicamente, no que falou Horácio: “lus est norma loquendi – O uso é a norma do falar. A maneira de falar {o uso} se transforma em regra, em direito”. Portanto, que ninguém pense que o ensaísta está agredindo ou desprezando o uso das normas gramaticais, mas, fiquem certos os leitores: tudo o que ocorrer neste ensaio estará atrelado ao nível de uma CONSCIÊNCIA POSSÍVEL.

Isto posto como ressalva só nos restar avançar. É o que o ensaísta vai fazer.

NA SEQÜENCIA NOVAS COLOCAÇÕES EXORDIAIS

Paulo, O MISSIONÁRIO DA NAÇÃO GENTÍLICA, provoca-nos a viver a vida cristã a partir de valores – que ele entendia como os melhores – que devem ser preservados entre nós caso queiramos pautar o nosso viver diário condicionado e agraciado pela premissa levantada pelo salmista: “Feliz o homem que não vai ao conselho dos ímpios, não para no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores. Pelo contrário: seu prazer está na lei de Iahweh e medita sua lei, dia e noite” {SALMO 1 QUE SINALIZA OS DOIS CAMINHOS, TRADUÇÃO DA BJ}.

De uma forma ou de outra, em meio a perigos e provações, as viagens missionárias de Paulo aconteciam. Ele fundava aqui e ali, FOCOS MISSIONÁRIOS DO CRISTIANISMO NASCENTE. A igreja em Roma era motivo de suas preocupações e a partir destas apreensões sua caneta escreve, certamente com a colaboração do hagiógrafo da sua Escola, UM HINO AO AMOR DE DEUS na sua carta aos romanos {capítulo 8-9}:

“Depois disso, que nos resta a dizer? Se Deus está conosco, quem estará contra nós? Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? Segundo está escrito: Por sua causa somos postos à morte o dia todo, somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro. Mas em tudo isto somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou.

Pois estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem os poderes, nem a altura, nem

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a profundeza, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor”

A forma antitética como Paulo coloca os seus questionamentos, provoca-nos ou leva-nos a fazer duas perguntas introspectivas isto é; antes de avançar no ensaio... ‘PLANTAR IGREJAS’: SERÁ QUE ESTOU PREPARADO? ESTOU CONVENCIDO {A} DE QUE E DO QUE?

É BOM AMPLIAR, MAS DE FORMA ABREVIADA A QUESTÃO LEVANTADA NO PARÁGRAFO ANTERIOR:

Caso o EVANGELIZADOR em sua ação ou missão evangelística detecte – a partir de um juízo de valor decorrente de sua etnia – por suposição JULGUE no EVANGELIZANDO algum sinal de que sua alma {alma: rigorosamente no sentido hebraico e grego da palavra} esteja etnicamente ou não, corrompida por que fundamentada e atrelada a preceitos suspeitos à “SÃ DOUTRINA” será preciso e necessário higienizá-la, mas com especial carinho e respeito e acima de tudo com acuidade. Será que a ‘sã doutrina’ é uma particularidade da nossa Confissão de Fé? O que deve ser evitado nesse processo de pregação do Reino de Iahweh-Deus, é o ESPÍRITO PRECONCEBIDO.

Porém, do EVANGELIZADOR se exige uma forte dose de cuidado. Ele deve estar atento à recomendação dos Apóstolos e particularmente de Jesus, o Cristo:

Sobre o assunto – JULGAMENTO – Paulo adverte: “Por que julgas teu irmão? E tu, por que o desprezas? Pois todos nós compareceremos ao tribunal de Deus”.

Jesus, o Cristo é mais contundente e objetivo: “Por que reparas no cisco que está no olho do teu irmão, quando não percebes a trave que está no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão” {Mt 7,1-5}

O EVANGELIZADOR nunca – em qualquer circunstância – deverá vestir a camisa de um DISSIMULADO. Para ter credibilidade precisará ser autêntico, mas isso não significa dizer que a prática do preconceito deva ser a rotina da sua VIDA DE FÉ, ou melhor, faltar com a caridade cristã e mandar para o inferno o outro que pensa diferente. Devemos sempre lembrar sempre do episodio Cornélio e ouvir o que o Espírito de Deus disse a Pedro: “{...} Ao que Deus purificou, não chames de profano” {Atos 10,15b}. Quem Iahweh-Deus está purificando? O EVANGELIZADOR ou o EVANGELIZANDO?

Na nossa individualidade devemos pensar nisso e só depois iniciar a caminhada no cumprimento das tarefas que Iahweh-Deus colocou em nossas mãos. Se for plantar IGREJAS a despeito de:... Que seja feito com urgência. Caso a resposta de Iahweh-Deus não recomende esta atitude, devemos fazer uma reflexão severa e buscar uma solução que certamente o Espírito de Deus nos dará na hipótese de nos encontrarmos na contramão da vontade do DEUS ETERNO e de seu Filho, Jesus – o Cristo.Nossa responsabilidade é sobremaneira pesada. Precisamos, à semelhança do soldado que está sendo treinado no período de mobilização, ACERTAR O NOSSO PASSO e não viver presos a elucubrações inúteis e ou claustrais que não nos levarão a nenhum lugar. Nesse NÃO LUGAR {as utopias são as exceções} ou NESSE ESPAÇO EVENTUALMENTE POR NÓS OCUPADO, só serão encontradas as nadificações da vida. Quando Jesus, sinalizando a necessidade de estarmos em prontidão para o retorno do Messias, Pedro ficou intrigado {Lucas 12,41; 47-48}. Jesus, o Cristo, termina o seu discurso apontando para o destino dos que não são fiéis:

“Aquele servo que conheceu a vontade de seu senhor, mas não se preparou e não agiu conforme a sua vontade, será açoitado muitas vezes. Todavia aquele que não a conheceu e tiver feito coisas dignas de chicotadas, será açoitado

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poucas vezes. Aquele há quem muito se deu, muito será pedido, e há quem muito se houver confiado, mais será reclamado”A nuança figurativa dessa logia de Jesus nos remete a Parusia... Como será e quais serão as consequências da nossa infidelidade?!!!... Sem mais delongas, mesmo que não seja do agrado dos o ensaio precisar avançar e ensaísta vai relembrar a recomendação paulina:

“Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas não me deixarei escravizar por coisa alguma. Os alimentos são para o ventre e o ventre para os alimentos, e Deus destruirá aqueles e este. Mas o corpo não é para a fornicação e, sim, para o Senhor, e o Senhor é para o corpo” {1º Co 6,12-14}.

A proposta em discussão, ou a linha programática e temática principal do Congresso encimado foi: PLANTAR IGREJAS, mas, a SEMENTE DA FÉ primeiramente precisará germinar, ou melhor: ser plantada no coração daqueles que já fizeram uma opção por Jesus, o Cristo, o Filho de Iahweh, o ‘DEUS VIVO’ e Dele receberam uma tarefa, i.é: OS TALENTOS. Só assim estaremos preparados para a realização da «MISSIO DEI».

Caso contrário, quem agir de forma diferente estará ‘MALHANDO EM FERRO FRIO’ Um inócuo desperdício de tempo. Caso a sua opção seja esta, o que fazer???!!!

Grave em sua mente subconsciente as pontuações que estão no seguimento, por que elas irão estabelecer o maior ou menor grau de coesão entre as unidades do ensaio. Sua mente consciente precisará ser aprovisionada por novos pressupostos a fim de que quem entrar em contato com o ensaio possa entender em toda a sua plenitude o que o ensaísta está escrevendo. Então agora, na sequencia vamos às pontuações:

PRIMEIRA:

ASSIM COMO UM NAVIO NECESSITA DE UMA BÚSSOLA PARA NAVAGAR SEGURO, SEM RISCOS, OS QUE IRÃO CONSULTAR ESTE ENSAIO DEVEM FICAR CIENTES QUE A ORIENTAÇÃO GRÁFICA DO PRESENTE TEXTO OBEDECERÁ AO MÉTODO EXPOSITIVO SEM QUALQUER COMPROMISSO COM AS REGRAS E NORMAS DA ABNT. PARA A CONFECÇÃO DESTE ENSAIO, ESTA SERÁ A AGULHA MAGNÉTICA MÓVEL A SER USADA PARA A NOSSA NAVEGAÇÃO NO «GRANDE OCEANO» DESSA COMPROMETIDA E MUITO EXPLORADA LINHA TEMÁTICA.

SEGUNDA: INEVITAVELMENTE O ENSAÍSTA IRÁ TRANSITAR POR «CAMINHOS JÁ PERCORRIDOS» PELOS LEITORES, PORÉM, SÓ UMA CERTEZA TODOS NÓS DEVEMOS TER: O ESPÍRITO DE DEUS VAI ALARGAR OS

NOSSOS HORIZONTES PORQUE ELE “{...} SOPRA ONDE QUER” E VAI PROVOCAR E EMBLEMAR SITUAÇÕES QUE CADA LEITOR NECESSITA FAZENDO-OS ENXERGAR COISAS NOVAS MESMO QUE ESTEJAMOS APEGADOS ÀS COISAS ANTIGAS E A ELAS ESCRAVIZADOS. É A PROPOSIÇÃO DO APOCALIPSE: “{...} Eis que eu faço novas todas às coisas”. E continuou: “escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras” disse-me ainda: “elas se realizaram!”. {21,5b-6a} SE ELAS SE REALIZARAM, VAMOS ASSUMIR ESTE LEGADO PORQUE “{...} porque estas palavras são fiéis e verdadeiras”

TERCEIRA:

NOSSA MAIOR OU PREFERENCIAL FERRAMENTA SERÁ A PESQUISA E, NESSE SENTIDO, O ENSAÍSTA TUDO FARÁ COM SERIEDADE. OS EXPOENTES DA TEOLOGIA E DA FILOSOFIA ESTARÃO EVOLVIDOS NESTE PROCESSO SENDO A OPINIÃO DE MUITOS DELES O ALICERCE DESTE ENSAIO PODEM NÃO REPRESENTAR O IDEÁRIO DO ENSAÍSTA, MAS SERÃO USADOS COMO REFERENCIAL E SEM COMPROMETIMENTO.

QUARTA:16

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O QUE DISSEREM AO CONTRÁRIO É INTRIGA DA OPOSIÇÃO. ELE – O ESPÍRITO DE DEUS – FAZ NOVA TODAS AS COISAS DO QUE JÁ EXISTIA. SE O QUE JÁ EXISTIA ENVELHECEU SÓ UMA ALTERNATIVA NOS É OFERECIDA: SERÁ PRECISO RENOVAR, MAS NADA DEVE SER INVENTADO; SIMPLESMENTE, POR QUE TUDO SE FEZ NOVO A PARTIR DA AÇÃO E INTERVENÇÃO DO ESPÍRITO DE IAHWEH-DEUS.

Soma-se a estas quatro pontuações um especial invólucro: a fundamentação deste ensaio estará subordinada a uma CONSCIÊNCIA POSSÍVEL como já anteriormente o ensaísta colocou. Não dá para fugir deste prioritário esquema.

DENTRO DESTAS RESSALVAS PRELIMINARES UMA PEQUENA DIGRESSÃO {SENTIDO DE ESCLARECER}

Na opinião de {Cornelius Tacitos – Tácito} um historiador e político romano, notório por sua imparcialidade e sinceridade, nascido na Ùmbria em 55 DC. Sua carreira política ocorreu durante o reinado de Tito e Domiciano. Sabe-se que o estilo de Tácito é talvez o mais original e pessoal de toda a literatura. Pois bem! É dele este pensamento que ratifica a promoção do novo:

“O povo é ávido de novidades, e ao mesmo tempo temeroso”É difícil para quem escreve se situar, ou priorizar uma e ou outra situação é uma tarefa inglória. Nunca saberemos qual será a reação do povo porque são ‘verdadeiros’ mestres da ‘PALAVRA’. Os oráculos de Iahweh-Deus, sempre estarão em sua boca e sempre ‘apoiados’ pela expressão: DEUS DISSE...

VOLTANDO A IDÉIA DA QUARTA PONTUAÇÃO DO ÚLTIMO MÓDULO:

Tomando por base a maneira de agir do Espírito o ensaísta nada terá que inventar. Nossas limitações obrigam-nos a adotar o que declarou o humorista Abelardo Barbosa:

“Neste mundo nada se cria; tudo se copia”O ensaísta está consciente que irá enfrentar dificuldades e contratempos ou acidentes de percurso na composição deste ensaio precisará contar ou recorrer à ajuda dos que acreditam nas utopias e aceitando como cúmplices ou parceiros aqueles que mesmo não fazendo parte da nossa IRMANDADE CRISTÃ ou não rezando na nossa cartilha serão usados como instrumentos úteis para complementar as finalidades do que aqui for buscado e em última análise utilizando, sem exclusões, o suporte que os expoentes desta linha temática nos disponibilizem para a realização final deste projeto.

Deve ficar translúcido que na medida do possível as opiniões as recorrências serão feitas acobertadas pela obrigatoriedade de uma transcrição ‘ipis litteris’, porém, quando houver necessidade de uma correção ortográfica ou redacional, isso será feito sem demérito do autor do pensamento ou da perícope usada. Explicação dada vamos seguir:

Estar aberto às opiniões diferentes representa o sucesso de quem se disponha a uma tarefa dessa grandeza ou magnitude, mas precisa ser feito com despojamento, com humildade, porém, sem afrotamento às barreiras dos prepotentes que julgam não precisar de ninguém. Helen Keller, Escritora {FONTE: JORNAL EXPRESSSO DE 04.05.2011} é autora de um pensamento que sintetiza essa ideia:

“Sozinhos podemos fazer tão pouco, mas juntos podemos fazer muito”

Para seguir sinalizando caminhos, o leitor deve saber que são três as motivações que gerenciam a vontade de o ensaísta chegar ao final da aventura proposta:

1. A CERTEZA DE FERNANDO PESSOA:“No fim tudo dá certo. Se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim”

2. O VATICÍNIO DE CHARLES KETTERING:

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“Prossiga e prepare-se para tropeçar quando menos espera. Só não tropeça quem não sai do lugar”

3. A INJEÇÃO DE ÂNIMO DE EMERSON RALPHVALDO: “Os vencedores das batalhas da vida são homens perseverantes que, sem se julgarem gênios, convenceram-se de que só pela perseverança no esforço podem chegar ao almejado fim”

O ensaísta vai arriscar se deslocando do lugar onde está instalado. Caso tropece, vai se levantar e prosseguir, porque no fim “Tudo dá certo {...}”Agora vamos buscar os caminhos e caminhar, na certeza de que tanto o ensaísta quanto os leitores estarão dispostos a recusar o epíteto de GÊNIOS, porque só assim “{...} poderão chegar ao almejado fim”UMA CONSTATAÇÃO...

As miríades dos CONSERVADORES, que não admitem o pensar diferente, julgam estar vivendo na fidelidade. Os velhos hábitos, já cauterizados, servem para que? Para ser fiel a verdade devemos considerar as exceções, i.é: alguns são bons, mas... Dar uma nova mundividência à VIDA CRISTÃ atualizá-la, lapidá-la é uma atitude de quem deseja ser “{...} sal da terra e luz do mundo” Só dessa forma a coisa nova será desvelada; e “{...} Se o sal se tornar insípido?...” É tedioso pensar que as coisas antigas, ainda que tenham o seu valor, não devam ser renovadas. Quem caminhar em sentido contrário e ficar apegado as ‘COISAS ANTIGAS’ não estaria contrariando o Espírito de Iahweh-Deus?

Hoje nós vivemos o tempo das novidades, ou melhor: de mudanças. Alvin Toffler, no livro: O Choque do Futuro da Editora Artenova S.A., 1972, impressão e acabamento, do Círculo do Livro S.A., Lapa, São Paulo – Brasil tenta tirar as iscas dos nossos olhos. O porvir já chegou, deixando-nos de olhos esbugalhados, assombrados e atônitos. Em nosso momento histórico a REALIDADE, tornou-se VIRTUALIDADE e a cibernética – no nosso tempo – chegou para justificar “OS MILAGRES DA TECNOLOGIA”, mas ainda não encontrou o caminho da perfeição e da felicidade. Desconfio, apesar dos avanços, ficará muito distante dela.

Por falar em felicidade, um pequeno escrito do Pe. Roque Schneider, S.J.:

O ENDEREÇO DA FELICIDADE...

“Um rei poderoso e muito rico, desiludido e insatisfeito, convocou os maiores sábios do reino, suplicando que lhe dessem o segredo da felicidade.O primeiro falou:

Felicidade é riqueza e poder! Sou rico e poderoso... e não sei o que é felicidade – respondeu o monarca.

Um sábio, metido a filósofo e pensador, entrou na sala: É na ciência, na cultura e no raciocínio que reside à felicidade, meu senhor. Não acredito. Leio livros, possuo a maior biblioteca do reino, e desconheço

dias felizes – ponderou sua majestade.

Um terceiro súdito ariscou sua formula: Majestade, o coração humano precisa de glória, prestígio e aplausos para

sentir-se feliz,realizado.

Conversa fiada, meu filho. Tenho um reino inteiro a meus pés, e durmo mal à noite, sinto

medo e insegurança continuamente.

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Súbito, uma criança invadiu a sala real. Tranquila, desembaraçada, um belo sorriso nos lábios:

Majestade, sem amor na vida e no coração, não existe felicidade!Duas lágrimas afloraram aos olhos do rei. No testemunho daquela menina, falara a voz da sabedoria.

Não foi sem razão que Jesus Cristo resumiu todo o Evangelho e a sua doutrina cf. a anotação do hagiógrafo joanino:

“Amai-vos uns aos outros, como eu amei”Muitos são os caminhos, as fórmulas, os segredos e as dimensões da felicidade. Uma coisa é certa é certa, porém: Amar e ser amado é o endereço mais curto e mais certo da FELICIDADE”Um interregno: Uma grande parte da Sociedade humana está vivendo uma situação se enquadra de forma bem ajustada no estribilho da canção do Reverendo João Dias de Araujo: “Nas trevas vivem sem perceber que são escravos de outro ser”.

RETOMANDO O FIO-DA-MEADA:Voltando ao livro de Alvin Toffler, neste espaço onde ainda são feitas colocações exordiais, uma sinopse situada na ‘ORELHA’ do livro acima em referência, escrita pelo Editor, Álvaro Pacheco:

“A aceleração da mudança na nossa época é, ela própria, uma força elementar, fundamental. Este impulso de aceleração oferece consequências pessoais e psicológicas, assim como sociológicas. Nas páginas que se seguem, tais efeitos de aceleração são, pela primeira vez, explorados. O presente livro aumenta convincentemente, espero eu, no sentido de que, a menos o homem aprenda rapidamente a controlar o índice de mudança nos seus negócios pessoais assim como na sociedade em geral, estaremos fadados a uma crise coletiva de caráter desagregador, e de natureza adaptacional”.

ALVIN TOFFLER ESCREVE NA INTRODUÇÃO DO LIVRO...

“Em 1965, num artigo publicado na revista HORIZON, cunhei a expressão «CHOQUE DO FUTURO», a fim de descrever a esmagadora tensão e desorientação que induzimos nos indivíduos ao sujeitá-los a uma carga de mudanças excessivas dentro de um tempo demasiadamente curto. Fascinado por esta conceituação, gastei cinco anos que se seguiram visitando numerosas universidades, centros de pesquisas, laboratórios e repartições do governo; passei esse tempo, ainda, lendo incontáveis artigos e ensaios científicos e entrevistando literalmente centenas de especialistas nos diferentes aspectos da transformação social, nos comportamentos de adaptação e no futuro. Titulares de Prêmio Nobel, hippies, psiquiatras, homens de negócios, futurólogo profissionais, filósofos e educadores – todos levantaram a sua voz sobre as alterações sociais, sobre as ansiedades que advêm do processo de adaptação, sobre os seus receios quanto ao futuro” Para não se tornar tedioso o ensaio, o ensaísta vai destacar do livro, alguns tópicos:O IMPULSO ACELERADOR...

“No começo de março de 1967, na parte leste do Canadá, um menino de onze anos de idade morreu de velhice.

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Ricky Galiant tinha apenas onze anos de idade cronologicamente, mas sofria de uma doença chamada progeria – envelhecimento precoce – e mostrava muitas características de uma pessoa de noventa anos. Os sintomas da progeria são a senilidade, o endurecimento das artérias, a calvície, a pele fofa e enrugada. Com efeito, Ricky era um homem idoso quando morreu uma longa pauta de duração de alterações biológicas tendo sido convergida para os seus curtos onze anos.

Os casos de progeria são extremamente raros. Ainda assim, num sentido metafórico, todas as sociedades altamente desenvolvidas tecnicamente sofrem dessa doença peculiar. Não estão ficando velhas ou senis. Mas estão EXPERIMENTANDO índices supernormais de alterações. Muitos de nós temos um vago «SENTIMENTO» de que as coisas estão mudando com uma velocidade maior do que a do costume.

Tanto os médicos quanto os homens de negócios queixam-se de que não podem acompanhar os últimos acontecimentos do progresso nos seus respectivos campos de atividade. É rara a reunião ou a conferência que hoje ocorre sem que haja alguma oratória ritualista acerca do «DESAFIO DAS MUDANÇAS». Em muitas se nota um mal-estar qualquer – uma suspeita de que as mudanças estão fora de qualquer controle.

Nem todos, no entanto, compartilham desta ansiedade. Milhões transitam como sonâmbulos ao longo de como se nada houvesse se modificado desde a década dos anos 1930 e, ainda, como se nada se modificasse no futuro. Vivendo no seio do que certamente é um dos períodos mais estimulantes na história da humanidade, tais pessoas tentam escapar dele, bloqueá-lo de suas vidas, como se fosse possível fazer com que a época se esvanecesse pelo simples fato de ignorá-la. Procuram a consecução de uma «PAZ EM SEPARADO», uma imunidade diplomática que os proteja das mudanças.

Veem-se tais pessoas por toda a parte: velhos, resignados em deixar passar os seus dias e anos, tentando evitar, a qualquer custo, as intrusões das coisas novas. Pessoas de trinta e cinco anos, e de quarenta e cinco – já velhas, que ficam nervosas em relação aos conflitos provocados por estudantes, pelas demonstrações de sexo, pelo LSD {NA LINGUAGEM DE HOJE: CRACK} ou pelo uso das minissaias, tentando febrilmente persuadirem-se a si mesmas de que, no final, a juventude sempre foi rebelde, e o que se passa nos dias de hoje não é diferente daquilo que ocorreu no passado. Até mesmo no seio dos jovens encontramos uma incompreensão quanto às mudanças: são estudantes tão ignorantes das coisas do passado que não veem nada de estranho nas ocorrências do presente.

O fato conturbador está em que a vasta maioria das pessoas, incluindo-se as pessoas educadas e de qualquer forma refinadas nos gostos, acham a ideia de mudança tão ameaçadora que tentam negar a sua existência. Mesmo as várias pessoas que compreendem intelectualmente que a mudança acha-se em processo de aceleração, não conseguiram compenetrar-se da situação e não levam em consideração este crucial fato social ao planejarem as suas próprias vidas.

TEMPO E TRANSFORMAÇÃO...

Como SABEMOS que a mudança acha-se em processo de aceleração? Não há, afinal de contas, nenhuma maneira absoluta para medir a transformação. Na aterradora complexidade do universo, mesmo no seio de determinada sociedade, ocorre simultaneamente um número virtualmente infinito de correntes de transformação. Todas as «COISAS» – desde o mais imperceptível dos vírus até a maior das galáxias – não são na realidade coisas, mas processos. Não existe um ponto estático , nenhuma coisa que se pareça a uma não-transformação NIRVÂNICA, {NOTA DO ENSAÍSTA: SEGUNDO A OPINIÃO DOS GRAMÁTICOS NOS DIVERSOS DICIONÁRIOS, NIRVANA É ALGO QUE NO BUDISMO, SIGNIFICA ESTADO DE AUSÊNCIA TOTAL DE SOFRIMENTO; PAZ E PLENITUDE A QUE SE CHEGA POR UMA EVASÃO DE SI QUE É A REALIZAÇÃO DA SABEDORIA}

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cuja referência servisse para medir o tempo. A transformação é, por conseguinte, necessariamente relativa.

É também desigual. Se todos os processos ocorressem à mesma velocidade, ou se acelerassem ou desacelerassem em uníssono, seria impossível observar a transformação. O futuro, no entanto, invade o presente por meio de velocidades diferentes. Desta forma, torna-se possível comparar a velocidade dos diferentes processos, à medida que se afirmam e se desenvolvem. Sabemos, por exemplo, que comparada à evolução biológica das espécies, a evolução social e cultural é extremamente rápida. Sabemos que algumas sociedades transformam-se tecnologicamente ou economicamente com mais rapidez do que outras. Sabemos também que diferentes setores, dentro de uma mesma sociedade, oferecem índices distintos de transformação – disparidades a que William Ogbum denominou de «DEFASAGEM CULTURAL». É precisamente a heterogeneidade de transformação que faz com que ela seja mensurável”O livro de Alvin Toffler tem 407 páginas. Seria impossível e inviável para a leitura deste ensaio, utilizar todas as premissas da sua obra. O autor, na contracapa do livro afirma: “Choque do futuro é sobre o presente”UM POUCO MAIS...

O INVESTIMENTO NEURAL:

“Os acontecimentos sucedem-se velozmente e nos deixam para trás, obrigando-nos a uma reavaliação de nossas concepções e opiniões das nossas imagens da realidade, já antes elaboradas. A pesquisa derruba as velhas concepções em relação ao homem e à natureza. As ideias vêm e vão a um ritmo frenético {Um ritmo que, pelo menos na área da ciência, tem sido calculado ser cem vezes do que mais veloz do que há apenas um século atrás.} As imagens carregadas de mensagens martelam os nossos sentidos. Nesse ínterim, a linguagem e a arte, códigos através dos quais transferimos as imagens condutoras de mensagens de umas para as outras pessoas, estão elas próprias se modificando mais rapidamente.

Tudo isto não podemos deixar, como de fato não nos deixa, inalterados, já que acelera o ritmo em que o individuo deve elaborar a sua imagística, se quiser se adaptar com sucesso ao convulsionado meio-ambiente.

Ninguém conhece na realidade como convertemos os sinais vindos do mundo exterior em imagens que se formam no nosso interior. Ainda assim, a psicologia e as ciências da informação jogam alguma luz no que acontece uma vez formada a imagem.

Sugerem, para começar, que o modelo mental é organizado em várias estruturas de imagens altamente complexas, e que as novas imagens são, na verdade, encaixadas nessas estruturas segundo inúmeros princípios classificatórios. Uma imagem nova elaborada é armazenada juntamente com outras imagens pertencentes à mesma ordem de assunto.

As inferências cada vez menores e limitadas são classificadas sob generalizações cada vez mais vastas e includentes. A imagem é testada em relação à sua consistência comparada às que já se acham armazenada. {Há prova de existência de um mecanismo neural específico que conduz este processo de comprovação de consistência} Tomamos uma decisão, em relação à imagem, para sabermos se é intimamente relevante para os nossos objetivos, ou se, em lugar disso, é uma imagem remota e daí, para nós, sem importância. Cada imagem também se avalia para saber se é «boa» ou «má» para

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nós. Finalmente, o que quer que façamos com a nova imagem, também julgamos da sua verdade.

Decidimos até onde devemos acreditar nela. Será uma reflexão acurada da realidade? Pode-se acreditar nela? Podemos basear nela a nossa ação?”E aqui, muito contra gosto, fazemos uma obrigatória pausa em Alvin Toffer, deixando para trás muitas coisas importantes que ele escreveu sobre o assunto em referência. Caso o leitor deseje tomar conhecimento do que ficou faltando é só procurar em locais apropriados, ou seja: nos ‘SEBOS’; talvez o leitor encontre O Choque do Futuro. UMA JÓIA RARA!!!

MUDANÇAS, TRANSFORMAÇÕES E NOVIDADES... VAMOS JOGAR TUDO NO LIXO? NÃO!!!

Os carismatismos estão na moda nas passarelas da MÍDIA e o povo sofrido está à procura de milagres para mudar o curso anormal das suas vidas são seduzidos buscam respostas. Será que encontram ou é só ilusão?

Mas o que é, ou o que são os milagres? O ensaísta vai usar uma opinião do Frei Carlos Mesters, transcrita no boletim dominical da Igreja Presbiteriana Unida de Jacarepaguá {21.09.1997} pelo saudoso Reverendo Carlos Cunha, subordinado ao tema sinalizado neste parágrafo:

“O grande milagre, tão grande que a gente não vê, por estar muito perto dos olhos, é: a vida que se renova pela fé em Cristo; vida que sempre cria nova coragem e que não desanima nunca; vida que aguenta perseguição, que chega a morrer, mas que ressuscita sempre; vida que renova os outros pela simples presença; vida que confunde por causa da sua grande riqueza, apesar da pobreza em que se vive.Este é o grande milagre, ambulante contínuo, provocado pela ação do Espírito, presente na vida do homem.

Onde diminui a percepção dessa força assim da vida, do Espírito, aí nasce à necessidade de ‘MILAGRES’ como uma espécie de apoio à vida.

Onde os seres humanos perdem a sensibilidade para a presença atuante de Deus no meio deles, presença garantida pela Palavra de Deus, aí procuram outros meios a fim de garantirem para si tal presença, e surgem os ‘MILAGRES’.É difícil fazer um julgamento sobre os ‘MILAGRES’ que hoje acontecem em toda a parte do Brasil e que enchem as salas dos grandes santuários. Muitos balançam a cabeça e dizem: ‘COITADOS!’Convém lembrar sempre aquela frase do evangelho: «Uma grande multidão o seguia porque eles tinham visto os milagres da cura dos doentes» {João 6,2}

E Jesus acolhia aquele povo «{...} e teve pena daquela gente, porque pareciam ovelhas sem pastor» Chegou mesmo a permitir que uma senhora, que sofria de hemorragia há doze anos tocasse nele para poder ser curada. {Marcos 5,25. 34} Era uma atitude mágica e supersticiosa, mas Jesus não a condenou.

Condenar a atitude do povo é relativamente fácil. Mas encontrar o vazio interior que leva o povo a procurar os ‘MILAGRES’, isso é muito difícil.

Em vez de JULGAR levianamente o sentimento do povo, talvez fosse mais honesto fazer uma séria revisão das nossas atitudes. {Nota do ensaísta: A questão de julgar ou deixar de julgar é uma questão de inteligência. Fique atento ao poema de M.L. Pedroso, autor católico}

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Se eu fosse inteligente, Senhor

Se eu fosse inteligente, Senhor,não julgaria ninguém;

seria capaz de perceberque cada homem é um mistério.

Se eu fosse inteligente, Senhor,não julgaria ninguém;

seria capaz de compreenderque ninguém está acabado,

que ninguém está petrificado;seria capaz de sentir

que a tua criação continuano mais profundo de cada ser.

Se eu fosse inteligente, Senhor,nem a mim mesmo eu julgaria:

por acaso sou eu capazde desvendar meu próprio enigma?

Se eu fosse inteligente, Senhor,não julgaria ninguém;

seria capaz de respeitaro mistério que é o outro,o mistério que sou eu.

Saberia que só tuvês o que ninguém vê,que só tu podes julgar

e, ao mesmo tempo, amar.

«Não julgueis e não sereis julgados – Mt 7,1»Voltando a focar Carlos Mesters que vem desenvolvendo a ideia de MILAGRE...

Estamos oferecendo ao povo uma esperança, algo que lhe abra a porta de um futuro melhor e pelo qual valha à pena lutar?

Será que não se deve ver, nessa crescente busca de ‘MILAGRES’ em tantos lugares um sinal de que está aumentando o desespero do povo que já desacreditou de todas as soluções oficiais, tanto do governo como a Igreja?

Será que não é o caso de ter pena porque parecem como ovelhas que não têm pastor e de oferecer a esse povo, em toda a plenitude, a ‘BOA-NOTÍCIA’ do Reino?

E isso não vale somente para o povo pobre e subdesenvolvido. O horóscopo é moda e se encontra até em jornais ditos católicos.

Religiões esotéricas aumentam o número de seus membros em toda a parte, entre gente instruída que tem tudo o que quer. Somente não têm a vida que querem. Também eles andam pela vida como ovelhas sem pastor, necessitados de uma visão de futuro que desperte esperança, fé, um grande amor” Mesmo depois de ter nos deixado, Carlos Cunha continua a ser uma das nossas melhores referências. Seus legados são muito importantes e a melhor homenagem póstuma que podemos fazer à sua memória é aproveitar

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com carinho e amor o seu acervo cultural o seu cabedal que fortalecem e permitem que a sua imagem continue viva entre nós.

UMA LIGEIRA PINCELADA NO CARISMATISMO E SUA HISTÓRIA:

O ensaísta não poderia avançar sem fazer uma pequena abordagem sobre o nosso momento eclesiológico que é dominado pelos CARISMATISMOS.

As seitas da modernidade assumiram o carisma como uma propriedade e em função disso entendem que a ação do Espírito de Deus só é uma realidade entre eles. Não importa o que eles pensam o mais relevante é o que Iahweh-Deus pensa a nosso respeito. A historicidade desse movimento tem o seu principio fundante entre os profetas. O gospel é um aliado dentro desse movimento, mas não é o seu início.O ensaísta toma de empréstimo o opúsculo de José Luiz G. do Prado – O PASTOR DE TÉCUA, Vida do Profeta Amós, EDIÇÕES PAULINAS – São Paulo, 1987. José Luiz nasceu em Paraguaçu, MG. É sacerdote. Licenciado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana e em Sagradas Escrituras pelo Pontifício Instituto Bíblico, de Roma. Fique o leitor cientificado que a verdadeira história da influência carismática na vida dos filhos de Iahweh-Deus:

“Não se sabe onde ou quando começa a história dos profetas. Quando os hebreus se instalaram na terra de Canaã, já havia lá os PROFETAS CARISMÁTICOS. Eles se reuniam em grupos que formavam o que se chama uma «ESCOLA PROFÉTICA». Havia um Mestre ou Pai de profetas {AB-NEBIIM ou simplesmente NABI} e os ‘BENÊ-NEBIIM’ {discípulos de profetas}. Eles se isolavam, porque seu comportamento, sua maneira de pensar e de agir era diferente: viviam uma experiência que não se podia comunicar em palavras comuns, de uma lógica normal. Só quem participasse da mesma experiência poderia entender. Então, a pessoa tornava-se mais um discípulo de profetas e passava a fazer parte do grupo. Para a massa da população, o comportamento deles era ridículo. O próprio rei Saul, por ter-se deixado tocar certa vez pela experiência profética, passou a ser motivo de constantes caçoadas.

A experiência profética consistia em deixar-se levar pela empolgação religiosa e acabar possuído pelo espírito da divindade. O clima para esse estado de transe religioso era criado por orações e cânticos ao ritmo de instrumentos de corda e de percussão que normalmente se sobrepunham às vozes e fazia as palavras perderem sentido. Tomadas pelo ritmo, as pessoas eram possuídas pelo espírito de um Baal {DEUSES CANANEUS} ou, no caso, pelo Espírito de Iahweh-Deus {NOTA DO ENSAÍSTA: O AUTOR USA JAVÉ}. Aí o seu comportamento tornava-se estranho: DANÇAVAM, PULAVAM, CANTAVAM, FERIAM-SE COM PEDRAS E ATÉ COM FACAS, RASGAVAM AS PRÓPRIAS ROUPAS ETC.

Depois de participar de uma experiência dessas, a pessoa não é mais a mesma. Para ela nada no mundo se compara àquela experiência, àquele grau de intimidade alcançado com a divindade. Depois de se embriagar de Deus uma vez, a única coisa que alguém pode fazer é levar outras pessoas a participarem da mesma experiência, a sentirem a mesma empolgação, o mesmo entusiasmo alucinante {...}”{NOTA DO ENSAÍSTA: ESTE RELATO DO AUTOR DO LIVRO EM TELA NÃO LIGA O ONTEM AO NOSSO HOJE? O QUE PRECISAMOS SABER DINTINGUIR: AS ESCAMOTEAÇÕES RELIGIOSAS DE UMA E DE OUTRA ÉPOCA. REFLITA E FAÇA AS SUAS ARREMATAÇÕES}

SEQÜÊNCIANDO O RELATO DO AUTOR DO LIVRO – JOSÉ LUIZ...

“{...} Os reis procuravam ter sempre um Nabi ou, pelo menos, um dos Benê-nebiim como conselheiro. Esse profeta da corte é que lhes anunciava em nome de Javé se suas guerras ou outros empreendimentos correspondiam ou não ao plano de Deus e, portanto, se estavam destinados ao sucesso ou fracasso. Muitos desses profetas

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da corte tiveram grande influência na política, tendo provocado várias vezes golpes de estado e derrubada {...}” EM RESUMO...

“{...} Desta forma, ser profeta da corte acabou por se tornar um meio de vida. Os profetas carismáticos já não eram tão «CARISMÁTICOS»: fingiram entrar em transe e estar possuídos pelo Espírito de Javé, para dizer o que interessava a quem lhes desse alguma coisa para mastigar. {OBS. DO ENSAÍSTA: VOCÊ JÁ VIU ESTE FILME?...} Bastava enaltecer os grandes, elogiar as suas iniciativas, anunciar um futuro brilhante para tudo o que planejavam os donos do poder. Por outro lado era bom calar, esquecer o lado escuro, não falar da opressão, da situação do pobre, dos problemas sociais, nem tomar conhecimento dos golpes e trapaças do reis e de seus generais. Assim muitos desses ‘PROFETAS CARISMÁTICOS’ viviam bem e até ‘COMIAM DA MESA DO REI’”EM SUA AVALIAÇÃO EXISTE UMA TENSÃO ENTRE O PRESENTE E O FUTURO?...

O ensaísta responderia: SIM E NÃO!!! POR QUE DUALIZAR A RESPOSTA?

VEJAMOS:

“O homem, na realidade, vive mais do futuro do que do presente. A realidade concreta não tem lugar para as suas grandes aspirações nem para a sua realização plena. O mundo, e mesmo sua vida, são constantemente ameaçados pela guerra, pela violência que aterroriza, pela doença que mata, pela injustiça dos homens. O presente inquieta, não o conforma e gera a insatisfação. Então a solução é vista no amanhã, no futuro onde, finalmente, a felicidade é encontrada. Assim, espera-se de corpo e alma a paz que há de vir” {DO LIVRO REFLEXÕES SOBRE A RELIGIÃO COMO UTOPIA E ESPERANÇA, DE PEDRO CÉSAR KEMP GONÇALVES, EDIÇÕES PAULINAS – SÃO PAULO – 1985}

A CONVICÇÃO DO ENSAÍSTA...

Apesar de toda a intolerância e dos mais variados preconceitos contra a nossa CONFISSÃO DE FÉ...

O ensaísta tem a honra de pertencer a IPU. Na condição de eclesiano da mencionada Igreja que, a semelhança da demais, corre o risco de fraquejar, lamenta e repudia as muitas críticas que foram e ainda estão sendo feitas a nossa eclesiologia. O que é falado sem uma sólida base ou por preconceito é desagregador, mas, mesmo assim alegra-mo-nos de continuar investindo na UTOPIA. Não será por esta ou por outras razões que vamos desistir. Temos um compromisso de fidelidade com Iahweh-Deus. Em função disso, não devemos aceitar os ‘PADRÕES’ que alguns querem nos impor.

A IPU não é – para a tristeza dos nossos detratores – sim o que a IPU não é e jamais será como alguns gostariam que Ela fosse e nunca será simplesmente um CONVENTÍCULO. Essa não é a nossa vocação.

Temos erros de percursos? Por que não!!! Olhe para o ‘UMBIGO’ da sua Confissão de Fé e veja se a sua Irmandade Confessional não tem defeitos? Se não tem estamos diante de uma exceção. Mas se você está convicto de que é um ser humano perfeito por que faz parte da Comunidade de Pecadores que é a igreja, está no lugar errado. Assim sendo {com uma falsa auréola na cabeça} estaria fora do seu HABITAT. A igreja {Corpo Místico de Cristo} é a Comunidade dos Santos e um santo, no verdadeiro sentido da palavra, é alguém que está neste lugar, SEPARADO PARA... E NÃO SEPARADO DE... Entretanto não deixou de ser pecador.

Que continuem as críticas impiedosas por parte dos que estão em outras Confissões de Fé e o JUÍZO CRÍTICO dos estão entre nós, ou melhor: dentro da IPU. Nós só temos que parafrasear – com todo

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respeito – as palavras de Jesus, o Cristo, feitas na Cruz: “Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem” {Lucas 23,34b} Se isso serve de orientação para os nossos pseudo-acusadores, sem usar o texto como pretexto, a palavra de Jeremias 7, 4-7, 11:

“Não vos fieis em palavras enganadoras que dizem: ‘Templo de Javeh é este’. Mas se melhorardes completamente vossos caminhos e vossas obras; se verdadeiramente praticardes a justiça entre o homem e o seu próximo; se não oprimirdes, o órfão, a viúva, nem derramares neste lugar o sangue inocente, nem andardes, para desgraça vossa, atrás de deuses alheios, então eu vos farei morar neste lugar, na terra que dei a vossos pais para sempre... É, por acaso, a vossos olhos uma caverna de bandidos esta casa, na qual é invocado o sei nome. Eis que também eu o vejo, diz Javeh”.

O pior é que alguns que se dizem nossos PARCEIROS NA FÉ, mas, não conhecendo a história de lutas do laicato e do Ministério Ordenado dos que construíram com lágrima a IPU, buscam as redes sociais para infamar o nome da Igreja que os acolheu... Da parte dos remanescentes só uma certeza: recuar seria um ato de pusilanimidade e mais: se o seu dedo indicador aponta para o ‘pseudo–inimigo’, os outros três, ou seja: dedos médio, anular e mínimo, apontam para você, o acusador, e o polegar estará sempre voltado para cima, ou melhor, para o céu, onde os antigos entendiam ser o lugar físico da morada de Iahweh-Deus. Cuidado! A sua acusação é tríplice.EM FACE DOS ACONTECIMENTOS DO NOSSO MOMENTO HISTÓRICO QUAL SERIA O POSICIONAMENTO DAS IGREJAS HISTÓRICAS DENTRO DESSE CONTEXTO E QUAIS OS REFLEXOS QUE A LEVAM A INÚMERAS INTERROGAÇÕES?

As Igrejas Históricas – que fazem parte do complexo das Igrejas oriundas da Reforma Protestante – entraram em CRISE por múltiplas razões, mas duas especificamente estão em destaque:

Porque se desviaram do seu Princípio Fundante quando abandonaram o MÍSTICO DA FÉ trocando-o por uma secularização ateia e incorporaram na vida eclesial a modernização em detrimento dos seus VALORES HISTÓRICOS por uma desordenada modernização, tanto uma quanto a outra, sem freios e sem limites. A homilia dos Ministros da Palavra tinha, via-de-regra, uma figura arredondada sobre a cabeça do pregador representando uma opção RACIONALISTA que seria o pano-de-fundo discurso que na palavra de alguns se sobrepunham ao TEOLÓGICO;

Quando ignoraram ou não desejaram entender os deslocamentos da eclesiologia que ocorreram por conta e ordem dos grupos carismáticos que sinalizavam com uma fé mais comprometida com o Espírito de Iahweh-Deus.

AS CRISES – SABEMOS – SÃO VARIADAS. PODEMOS IDENTIFICÁ-LAS:

A primeira CRISE e a mais forte que o cristão que não se relaciona com os dois motivos alegados nos parágrafos anteriores, é a CRISE da CONVERSÃO.

Quem estava instalado em outros valores acorrentados que foram por exigências ligadas aos interesses da ORDEM SOCIAL consensualmente aceita e foram alcançados pela pregação do Evangelho e descobriram o caminho da BOA NOVA do Reino de Iahweh-Deus, anunciada e credibilisada pelo Filho do Deus-Eterno, certamente irá conviver e experimentar uma profunda CRISE. Por quê? Porque precisará abrir-se e aceitar a METANÓIA. Diferente da conversão ela exige do converso, uma radical mudança da forma de agir e pensar a realidade da Fé Cristã.

Por falar em INSTALADO o ensaísta declinando de uma promoção pessoal, vai usar de seus arquivos uma homília pregada em uma Igreja que pastoreava que exordialmente se iniciava com uma pergunta: CRISTIANISMO INSTALADO OU ABERTO?

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Podemos entender inicialmente o instalado, algo que não se move que não admite ser questionado porque já tem a verdade pronta, geralmente particular que se situa na esfera da crença e não na crença em Deus.

Quando eu estou estabelecido, fechado ou instalado em minha opinião pessoal, rejeito, ou coloco de lado até uma relação Divina. É Isso que eu chamo de CRENÇA NA CRENÇA.

Essa atitude cria barreira, gera preconceito e impede que o Espírito de Deus gerencie o diálogo na busca de uma maior abertura par Iahweh-Deus e consequentemente para os homens.

Um cristianismo aberto abre-se para o Espírito e abrindo-se para o Espírito está aberto para Iahweh-Deus rendendo-se a sua vontade.

Quando alguém está instalado em suas ideias elas serão mais importantes do que os Oráculos de Deus, o círculo de relações fica muito pequeno, bloqueia-se o canal de interação humana, ou na hipótese de desejarmos entender melhor essa questão fica como alguns ensinam as nossas crianças: ‘Tu no teu cantinho e eu no meu’.

Um cristianismo aberto não admite um cantinho particular ou um festival de egoísmo, mas a promoção de um espírito comunitário.

Hoje a síndrome de um cristianismo instalado produziu terríveis monstros que têm incomodado a genuína Fé Cristã. A Fé Cristã, a partir da Logia Principal de Jesus, o Cristo, sinaliza um caminho que tem por base o ‘o amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei’.

Que tipos de monstros o cristianismo instalado produziu? Quais as implicações que surgiram decorrentes dessa aparição nos hábitos dos seguidores de Jesus, o Cristo?

É oportuno alvitrar ou recorrer à entrevista que revista ISTO É fez com Dom Paulo Evaristo Arns na ocasião Arcebispo Católico da Diocese de São Paulo. O que diz esse profeta e pastor:

«O repórter pergunta a Dom Paulo: E o sentimento de solidariedade em São Paulo? Hoje cada um quer cuidar dos próprios problemas. E o pastor responde: ‘Esse é o ponto fundamental da civilização moderna. Não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro, entrou o subjetivismo e uma espécie de egoísmo. Pessoas que não pensam mais no próximo. Vivi o pós-guerra na França e achei que ali tinha surgido uma solidariedade sem igual, Lá se repartia tudo. Até as panelas eram emprestadas. Isso desapareceu até entre os pobres. E talvez seja a coisa mais a se lamentar. É o fruto de um neoliberalismo que entre dentro das próprias camadas populares, leva a um individualismo, à concentração de tudo para certos grupos. Temos que enfrentá-lo agora’» Mas alguém poderá dizer que o pastor está falando do ideológico que influencia no econômico.

A igreja não está livre do subjetivismo {Subjetivismo = O que é voltado exclusivamente para dentro da pessoa; o que está subordinado à linha particular do meu interesse desprezando o do outro} do egoísmo, ou melhor, do que satisfaz o EGO, o meu EU quando o TU e o NÓS são considerados como inimigos. Podemos entender que o neoliberalismo poderá representar a soma dessas duas realidades.

Quais seriam as alternativas para nos livrarmos do cristianismo instalado? O que fazer para promover o cristianismo aberto, solidário?

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Cada um, dentro das suas possibilidades de vida e, depois de uma reflexão introspectiva caso se descubra na mesma situação, ou seja, instalado em ideias antigas e fixas, tentar buscar respostas ou uma saída para essa questão.

Uma chave de leitura para realidade seria se espelhar no episódio da angústia que tomou conta quando as prisões foram abertas ‘magicamente’ quando Paulo estava preso, vítima da intolerância de que quem estava instalado na Tradição herdada pelos judeus da Antiga Aliança. A Nova Aliança em Jesus, o Cristo, incomodava a quem não queria aceitar as novidades do Reino de Deus.

Dispensável seria repetir para a minha irmandade da Fé usando uma analogia, que Iahweh-Deus, abre as prisões de um cristianismo instalado e diante dessa abertura do Deus Eterno, quando nos é oferecido outro espaço, só nos resta usar, ainda em forma de similitude, a resposta de Paulo ao assustado carcereiro: ‘crê no Senhor Jesus e serás salvo... ’ O verbo empregado por Paulo é dinâmico. Quando creio em alguém, estabeleço com essa pessoa uma relação solidária e obrigo-me a renunciar ao espaço onde estou instalado”

A homilia tem outras nuanças ligadas a essa questão ‘do instalado’, mas para este ensaio só foi necessário usar parte.

VIVER O PRESENTE ESCRAVIZADO AO PASSADO SERIA A MELHOR FORMA DE SE FORTALECER O FUTURO?

A igreja {IGREJA = OS ECLESIANOS} ou a Igreja {A INSTITUIÇÃO ECLESIÁSTICA} porque rejeita o novo, deu largos passos para trás.

É verdade que no passado – ressalvados os ornamentos folclóricos que em nada se identificam com a valoração desse precioso tempo – encontramos o nosso PRINCÍPIO FUNDANTE. Ele é parte integrante da nossa estrutura eclesiológica e porque não dizer cultural, mas não podemos ignorar o que escreveu o João de Patmos sob o influxo de uma inspiração mística, ou melhor, gerida pelo Espírito de Deus no Apocalipse, em relação ao passado. Abrir-mão do em FAVOR DO NOVO é o apelo do Espírito de Iahweh- Deus:

“As coisas antiga já se foram e eis que tudo se fez novo – e mais: Elas se realizaram”

MAS NA FÉ CRISTÃ, NEM TUDO É FESTA E A PAZ EM CERTOS MOMENTOS FICA MUITO DISTANTE E O IDEOLÓGICO QUE ELA ADOTOU, PROMOVE TENSÕES E...

Quem fez uma opção pelo Cristo não escapará dos CONFLITOS E TENSÕES. Afinal uma substituição de hábitos trocando-os por algo novo que transforme inteiramente a forma do viver, obriga o converso a assumir outro perfil. Quem tem uma vida eclesial fundamentadas em ordem sacras já sedimentadas desde o “BERÇO” não passou por imaginários ou reais CONFLITOS foram poupados e não submetidos ou sufocados por essa incômoda situação.

Ainda dentro deste ensaio, mais à frente, o ensaísta vai tomar de empréstimo – sobre o assunto que foi colocado em nossa ‘MESA DE DEBATES’ a opinião de Elter Maciel, um cientista social, oriundo do presbiterianismo. Ele é um especialista nessa área.

NÓS PRECISAMOS CRÊR EM ALGUMA COISA, MAS PREFERENCIALMENTE EM IAHWEH-DEUS. QUEM NÃO CRÊ É SEMELHANTE A UM NAVIO AGITADO PELAS “BRAVIAS ONDAS DOS OCEANOS”, SEM BÚSSULA E SEM FUTURO. O AMANHÃ PARA ESSE TIPO DE PESSOAS É SEM INCERTO.

Apesar do contrassenso e da descaridosa avaliação que os nossos adversários gratuitos fazem da IPU vamos continuar acreditando, sonhando e seguir com vigor a caminhada da Fé que é a nossa vocação. Valorizamos os

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MITOS do AT e do NT que afinal sustentam um povo que caminha com o seu Deus, dia a dia, lado a lado a fim de construir a HISTÓRIA DA FÉ porque o “{...} o justo viverá por sua fidelidade” {cf. o oráculo do profeta Habacuc – 2,4b}.

No texto da LXX, o hagiógrafo usa o termo FIDELIDADE que se torna FÉ e Paulo se utiliza desse expediente ou dessa versão para construir – na carta aos romanos – a doutrina da justificação pela Fé. Assim é que lemos em {Romanos 1,17} “Porque nele a justiça de Deus se revela da fé para a fé, conforme está escrito: O justo viverá da fé”A FÉ sem os MITOS além de ficar sem uma base histórica, estaria entrando no caminho da falta de credibilidade porque não só na Fé Cristã como no secular e em outros segmentos da religiosidade de outras etnias, os MITOS são de fundamental importância.

ALÉM DAS CONVICÇÕES CALVINISTAS COMO SE DESENVOLVE A CONFISSÃO DE FÉ DA IPU E O QUE A HIERARQUIA DA IGREJA OFERECE AOS SEUS ECLESIANOS COMO ELEMENTOS SUSIDIÁRIOS PARA A SUSTENTAÇÃO DE UMA FÉ ADULTA? ALGO QUE CAMINHA EM SENTIDO PARALELO, OU SEJA:

Os MITOS, que devido a sua natureza se confundem com a UTOPIA. Como todos sabem a utopia poderá ser entendida como O NÃO LUGAR. Algo inalcançável, que foge ao uso comum da razão, mas que precisamos ir buscar.

Fernando Pessoa, o Grande Poeta Português legou em um dos seus versos, uma afirmação:

“O MITO É O NADA QUE É TUDO”Ao longo da milenar história do diversos grupos humanos o pano-de-fundo é sempre o mesmo: buscar as respostas para o MISTÉRIO PERMANENTE sobre o que é ou não realidade. Mas o homem inteligente, jamais colocará o MISTÉRIO NA CABEÇA, mas sim a CABEÇA NO MISTÉRIO.

As pontuações do ensaio, mesmo que não obedeçam a uma natural sequencia, não podem ser colocadas como situações estanques. Cada pontuação tem um pano-de-fundo interligado a... O approach entre o que foi escrito, e o que o ensaísta ainda vai escrever, terá uma afinidade ou um forte elo com a linha temática fundante do Congresso em tela. Isso é uma situação que não dá para evitar. A referência, ou o ponto-de-apoio sempre será – obrigatoriamente – o Congresso de 2010, que aconteceu em sentido paralelo com a XIX ENAJOP.

Os jovens fazem parte da ‘FACÇÃO’ de uma Igreja ou de um Corpo de eclesianos que se constituem em uma Comunidade da Fé, mais dinâmica e atuante mesmo que com a também, a inevitável ausência de um a experiência mais sólida encontrada nos que estão situados na Fé Cristã há mais tempo dificultem um posicionamento mais adulto em certas conjunturas. Quem não foi jovem um dia? Só os que estão na primeira e segunda infância. Iremos sempre avançando apesar de... O jovem de hoje, amanhã chegará à maturidade absoluta; então...

O ensaísta tem muitos «PARCEIROS» que o ajudarão na caminhada para a plena realização deste ensaio. Alguns deles – mesmo que já tenham partido para a eternidade – pelos seus exemplos ou pelos seus legados, certamente servirão como elemento força para alavancar os fundamentos desta MINI-OBRA que foi «BATIZADA» pela ausência de um melhor epíteto de ENSAIO.

O ensaísta evocando a opinião do sapiente Isaac Newton, cientista inglês {1642-1727 – séc. XII/XIII} professor de Matemática em Cambridge desde 1669, além de matemático, foi físico e astrônomo, tendo lançado as bases da física moderna. Como tinha uma inteligência singular formulou as leis da gravitação e do movimento e, paralelamente, provou que a luz branca é composta das várias cores do arco-íris, fundando também o cálculo infinitesimal.

Foi dele que apesar de grande expoente, a premissa que poderá motivar aos que desejarem chegar ao ‘ÚLTIMO DEGRÁU DA ESCADA’:

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“Se cheguei até aqui foi porque me apoiei no ombro dos gigantes”

O GIGANTE, sim o GIGANTE que se sobrepõe aos demais ‘GIGANTES’ terrenos, que sustenta e firma os nossos pés no CHÃO DA VIDA é sem dúvida, o ESPÍRITO DE DEUS. Davi que era um nanico não poderia em face da sua altura, se apoiar em Golias, mas este gigante não era amigo do povo de Iahweh-Deus por isso foi preciso vencê-lo. Os gigantes neste parágrafo mencionados são diferentes. Devemos nos apoiar neles.

Quem pensar diferente estará sujeito a tombos e a tropeços. A partir da convicção paulina nós somos TEMPLOS DO ESPÍRITO SANTO, acreditando nesta premissa, nada teremos a temer e tudo o que fizermos estará fadado ao sucesso, para a Glória do TRINO DEUS. Animados por esta certeza a nossa CAMINHADA SECULAR E CRISTÃ sempre será vitoriosa.

Este ensaio esta usando como ponto de partida a louvável e feliz iniciativa do CC-IPU da gestão 2008-2011, sob a liderança e orientação do Rev. Enoc, ou seja: Congresso 2010 – XIX ENAJOP. Não importa o distanciamento do calendário fundante; o importante é manter viva entre nós as situações levantadas naquele encontro e analisar a linha temática usada naquele encontro em todos os ângulos, sem críticas ou subserviências, mas com a responsabilidade de quem quer somar e não diminuir.

Como o ensaísta tem conhecimento que alguns que estão ligados à Fé Cristã, no laicato ou fora dele, olham com desconfiança a CIÊNCIA, solicita a tolerância do leitor para um artigo e a transcrição dele em forma de uma sinopse ou a utilização de pontuações do que foi publicado pela revista TUDO de 20.12.2002, da Editora Abril que dedicou como tema central dessa publicação o tema: A CIÊNCIA EM BUSCA DE DEUS.

A Diretora da Redação fez um Editorial a partir de uma alegoria sob o título: BIOLOGIA DA FÉ. Sua linha opinável é firme e ela trabalha uma questão que sempre será o PRINCÍPIO FUNDANTE DA FÉ, ou seja, o CRER que se associa a mesma FÉ que o Cristo espera da sua Igreja que somos nós: A IGREJA, ou seja: Comunidade da Fé Cristã, Povo da Nova Aliança e Corpo Místico de Cristo.

Este CRER que se associa à FÉ é o forte alicerce da igreja que, segundo a convicção paulina, TEMPLO DO ESPÍRITO DE DEUS. Quem pensar diferente que vá para o ISLAMISMO. O ensaísta não nutre qualquer tipo de preconceito contra os que etnicamente concebem Iahweh-Deus com um nome diferenciado: Não!!!

Quem é o juiz da forma de pensar diferente do outro? Moisés foi advertido quando em momento de puro êxtase, ouviu do Deus Eterno: “Deus falou a Moisés e lhe disse: «Eu sou Iahweh. Apareci a Abraão, a Isaac e a Jacó como El Shadai; mas pelo meu nome, Iahweh, não lhes fui conhecido»” {ÊXODO 6,2-3}

VOLTANDO AO EDITORIAL SOBRE SOB O TÍTULO À BIOLOGIA DA FÉ ELA PRENUNCIOU:

“A necessidade de acreditar é inerente ao ser humano. Ao buscar sentido para as nossas angústias, estamos sempre botando fé em alguma coisa. É uma espécie de combustível para nos reerguer nos momentos mais complicados e continuar seguindo”O EXPOSITOR DA TESE DESENVOLVE O MESMO BALIZAMENTO TEMÁTICO:

“A mudança dos tempos vem sendo observada em várias áreas de estudo que se dedicaram hoje a pesquisar a religiosidade com metodologia científica”PARA ENFATIZAR O EXPOSITOR TRANSFERE PARA O EDITOR A TAREFA DE UM POSICIONAMENTO MAIOR SOBRE O TEMA:

O EDITOR DA REVISTA EM DESTAQUE ACRESCENTA:30

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“Novas tecnologias ajudam a desvendar a cadeia de reações provocadas no organismo durante uma prece”. {OBS DO ENSAÍSTA: O QUE NÃO DIZER DA MÚSICA, ESPECIFICAMENTE DA MELODIA GOSPEL QUE É A ‘COQUELUCHE’ OU UM FENÔMENO DO NOSSO MOMENTO HISTÓRICO QUE TANTO ENCANTA OS CARISMÁTICOS E OS CANTORES QUE DELA SE UTILIZAM, SOB PRETEXTO DE EVANGELIZAR OS NÃO-CRISTÃOS, MAS, POR OUTRO LADO, TAMBÉM SERVE PARA ENGORDAR OS COFRES DAS GRAVADORAS E ENCHER OS BOLSOS DOS ‘PSEUDOS’ CANTORES. O GOSPEL SERVE TAMBÉM PARA DE SUSTENTATAR E CRIAR UM CLIMA EMOCIONAL NAS REUNIÕES CARISMÁTICAS}

RESSALTA O EDITOR: “Além de elevar a autoestima, esse tipo de experiência aciona o cérebro {...}”

{LEMBRETE DO ENSAÍSTA: O QUE É O CÉREBRO? UM SISTEMA ULTRA-ORGANIZADO E SUPERCOMPLEXO. NELE EXISTEM MILHARES DE INTERCONEXÕES ENTRE AS DIFERENTES REGIÕES A MAIORIA AINDA DESCONHECIDA PELOS CIENTISTAS. A REVISTA ÉPOCA DE 31 DE OUTUBRO DE 2005 APRESENTOU UMA VERSÃO SIMPLIFICADA DESSAS CONEXÕES}:

1 - SISTEMA LÍMBICO; CÓRTEX PRÉ-FRONTAL «COMANDA A CAPACIDADE DE RACIOCINAR, DE RESOLVER PROBLEMAS E DETERMINA AS RESPOSTAS DO COMPORTAMENTO DO INDIVÍDUO AO ESTÍMULO RECEBIDO. OS NEURÔNIOS ENVOLVIDOS EM ALGUMAS ATIVIDADES EXIGEM CONCENTRAÇÃO»;

2 - LÓBULO TEMPORAL; AMÍGDALA «É A ÁREA DA EXPRESSÃO DAS EMOÇÕES, COMO A TRISTEZA E O MEDO. ACIONA-SE A AMÍGDALA QUANDO SE TREME DE MEDO AO VER UM ASSALTO. É COMO SE TIVESSE SIDO DISPARADO UM ALARME DENTRO DO CÉREBRO. TODO O ORGANISMO FICA EM ESTADO DE ALERTA»;

3 - HIPOCAMPO «É A CONHECIDA ‘REGIÃO DA MEMÓRIA’, DE CURTO Em MÉDIO PRAZO»;

4 - LÓBULO FRONTAL; CÓRTEX MOTOR PRIMÁRIO «PRINCIPAL REGIÃO DO CÉREBRO»;

5 - LÓBULO PARIETAL «É A REGIÃO DO CÉREBRO QUE PROCESSA AS REAÇÕES SOMATO-SENSORIAIS»; LÓBULO OCCIPITAL {ONDE SE PROCESSAM BASICAMENTE OS ESTÍMULOS VISUAIS CAPTADOS PELOS OLHOS...}; CEREBELO «É AQUI QUE ACONTECE O APRENDIZADO DA MÚSICA, DAS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS E A COORDENAÇÃO MOTORA FINA. O CEREBELO COMANDA O EQUILÍBRIO E A MUSCULATURA DE TODO O CORPO»

“{...} o cérebro é portador de circuitos responsáveis pelas sensações de transcendência espiritual”

Todo esse implexo que controla a nossa existência e que nos mantém em pé, é afetado pelo psicossomático que em última análise tem relação direta com o cérebro. Isso é inevitável; não temos para onde fugir como, da mesma forma, não podemos evitar a presença divina controlando toda a nossa existência.

Para uma plêiade de leitores que por uma questão de BONDADE e GENTILEZA estarão em contato com este ensaio, todos igualmente ilustres, muitos dos quais se consideram excelentes exegetas e ou um grupo relativamente influente que se sente DONO DA VERDADE, só resta ao ensaísta uma única expectativa: TER MEDO. Mas como a EXPECTATIVA É A MÃE DA DECEPÇÃO o ensaísta precisará relativizar o medo. Longe do ensaísta, pela Graça de Deus, a síndrome do Pânico. Entendam esta colocação como uma ressalva, NADA MAIS... NADA MAIS.

Carlos Afonso Schmitt, teólogo católico-romano em seu livro RESTA SEMPRE UMA ESPERANÇA, escreveu:

“Há verdades que, sempre de novo, precisam ser ditas. Nem que milhares de vezes já tenham sido proclamadas {...}”

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Voltando a questão da BONDADE e GENTILEZA, é oportuno lembrar um pensamento de Friedrich Wilhelm Nietzsche, filósofo alemão que, apesar ateizar seu pensamento – portanto alguém que não ‘REZANDO NA CARTILHA CRISTÃ’, foi um implacável crítico dos fundamentos da cultura europeia do século XIX, particularmente contra o platonismo, cristianismo e positivismo. Habitou a ‘POLIS’ humana de 1844 a 1900 e não obstante, ou a despeito da sua postura de características ateias, deixou-nos alguns legados importantes. Entre tantas afirmações de impacto, sua percepção retrata – no seu momento histórico – uma ameaçadora realidade.

Ele escreveu:

“O mundo jamais esteve tão pobre de amor e de bondade”

QUANDO O ENSAÍSTA AFIRMA TER MEDO {...}

{...} esta ponderação pontual não significa um ato de pusilanimidade, mas uma atitude de respeito aos que irão manusear estas linhas, ou páginas que, por serem anacrônicas em relação ao CONGRESSO, correm um risco da defasagem, entretanto, servem de referência, porém, sujeitas a equívocos. Mas o ter medo deve ser sepultado em nome de uma boa causa.

Com muita sabedoria Franklin Roosevelt {1882-1945} 32º presidente em 1933 do E.U.A afirmou que o medo não deve gerenciar as nossas vidas. Ele nos fez pensar:

“Só tenha medo do próprio medo”

Só uma intimativa serve de inspiração e transborda o coração do ensaísta de CONFIANÇA E ESPERANÇA, ou seja, algo que se relacione com o pensamento abaixo que é o nosso segundo texto de rosto:

“Só quem se arrisca a irlonge demais

descobre o quão longe se pode ir”{T.S. Eliot, escritor contemporâneo – Fonte: Jornal Expresso – 26-07-2011, das Organizações Globo}

Carlos Afonso Schmitt em seu livreto RESTA SEMPRE UMA ESPERANÇA {opere citato} Edições Paulinas, São Paulo – SP {Brasil}, 1988, anima-nos com esta declaração:

“Descubra cada dia um motivo para viver e sinta-se renascer de luta em luta e viva da esperança: no amor à vida ela me faz caminhar”A alavanca que é peculiar e sustenta o sentimento religioso: trabalhar, nas situações da vida, a questão das VERDADES. Mas não podemos evitar que em contraposição as dúvidas marquem a sua presença a fim de se oporem às VERDADES. Este ensaio não poderá evitar uma e outra situação. Entretanto, como todos sabem, a ênfase maior que circula nos corredores das diversas eclesiologias, é a VERDADE e, o que é lamentável, alguns se julgam proprietários majoritários dela. O lamentável é que muitos legitimam a VERDADE além das limitações que nela estão presentes principalmente quando a “NOSSAS VERDADES” estão longe da VERDADE PLENA.

SEGUNDO A OPINIÃO DE Oliver Wendell Holmes: “A verdade é dura. Não se desfaz como uma bolha a um simples toque; podemos chutá-la de todo jeito, como uma

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bola, e à noite” continuará redonda e cheia {Fonte: Seleções do Reader’s Digest, novembro de 1963}

Outro pensador contemporâneo – Jabão – criou um pensamento de impacto que é uma forma de satirizar a cultura dominante e de certo modo retrata uma situação que contraria o universo dos interesses já sedimentados mostrando-nos os riscos para quem deseja ser fiel à VERDADE:

“Diga uma verdade e saia correndo”Jabão tinha consciência de que uma VERDADE questiona as nossas convicções fanatizadas, as nossas tradições, os nossos modelos, os nossos equivocados hábitos. A premissa nietzschiana de Nietzsche, filólogo e filósofo alemão {1844-2900} é autor da afirmação que tem haver com o risco que a VERDADE corre ao ser pronunciada: Ele escreveu:

“Convicções são mais inimigas da verdade do que as mentiras”No séc. XVII Blaise Pascal {SUA BIOGRAFIA: Sábio francês – 1623/1662 – matemático, físico, filósofo e escritor que teve morte prematura, ou seja: aos 39 anos. Aos 12 anos formulou os 1º dados da geometria não euclidiana, aos 16 escreveu o Ensaio sobre as Cónicas e aos 18 anos inventou a máquina de calcular. Estudou o vácuo e a pressão atmosférica, e da sua correspondência com Fermat nasceu, em 1654 a teoria matemática das probabilidades. Rigorista em moral esboçou uma apologia do Cristianismo: nela tentou conciliar a RAZÃO com a FÉ afirmando os direitos da lógica do coração – a ciência é importante para chegar à esfera da FÉ, onde a razão é substituída pelo amor. Como escritor preparou o classicismo francês} constatou que a verdade enquanto propriedade representa uma “PATOLOGIA ESPIRITUAL” que faz o ego se vangloriar e estremecer de vaidade. Foi por isso que Blaise Pascal, com autoridade conjeturou e o ensaísta assumiu o seu pensamento:

“É uma doença natural no homem acreditar que possui a verdade”Em razão disso, o ensaísta se utiliza do pensamento pronunciado por Moliére e adota sua extremada persuasão íntima {QUE, OLHANDO EM OUTRO ÂNGULO PODERÍAMOS CONSIDERÁ-LA UMA ENANTIOSE} A partir deste pensamento o ensaísta em segundo momento – neste início – vai usá-lo como se fora um texto de rosto:

“As dúvidas são maiscruéis do que as duras verdades”

{Pertencente ou relativo ao comediógrafo francês – 1622/1673 – conhecido como Molière, ou que a ele se relaciona}

René Descartes, filósofo francês {1596 – 1650- séc. XVI-XVII} que duvidou de tudo, até das verdades matemáticas mesmo sendo iniciador da matemática coeva que se celebrizou com seu: DISCURSO DO MÉTODO a partir de uma certeza primordial “PENSO, LOGO EXISTO” procurou deduzir todas as verdades do saber humano, sendo a primeira a existência de Deus, ficou conhecido com o « O PAI » da FILOSOFIA MODERNA afirmando: “é indubitável que eu duvido, e duvidar é pensar!” deixou-nos um irrefutável testemunho que ainda hoje não está sujeito a uma derrogação:

“A meditação que fiz ontem me encheu de tantas dúvidas que desde então não mais está em meu poder o esquecê-las. E, no entanto, não vejo de que maneira eu as poderia resolver; é como se de repente eu tivesse caído em águas profundas e ficasse de tal modo surpreso que não poderia afirmar os pés no fundo nem tampouco nadar para me sustentar na superfície. Todavia, esforçar-me-ei e de novo seguirei a mesma via que trilhei ontem, afastando-me de tudo em que possa imaginar a menor dúvida, do mesmo modo como se eu soubesse que isso fosse absolutamente falso”

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A dúvida levou Descartes a criar o chamado COGITO CARTESIANO que seria, então, um silogismo que tem a seguinte estrutura:

“MAIOR: Para pensar é preciso ser. MENOR: Ora, eu penso: CONCLUSÃO: logo, existo”{Fonte da pesquisa sobre Descartes: livro HISTÓRIA DOS FILÓSOFOS ilustrada pelos textos, 3ª edição, Livraria Freitas Bastos S.A., 1976, de André VERGEZ e Denis HUISMAN traduzido do francês por Lélia de Almeida Gonzáles, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da U.E.G., do Colégio de Aplicação da U.E.G. e do Instituto de Educação}

Nesta sequencia – embora muitos já tenham conhecimento – será oportuno trabalhar a etimologia da palavra RELIGIÃO. O seu significado deve ficar bem entendido quando transliterado para o nosso idioma.

O ENSAÍSTA COLOCA OUTRA VEZ, NOS ‘TRILHOS DESSA LOCOMOTIVA FUMAÇANTE’, A QUESTÃO RELIGIÃO...

É oportuno refletir a RELIGIÃO enquanto elo de ligação do homem com Iahweh-Deus. A partir dessa ideia o

ensaísta é induzido a pensar no termo latino: «RELIGARE» que deve ser entendido como: tornar a ligar; atar a Iahweh-Deus. Jesus Cristo, o Filho de Iahweh-Deus, que com a sua Encarnação, restabeleceu o PARAÍSO PERDIDO e pela sua NOVA ALIANÇA, ligou o HOMEM NOVAMENTE AO SEU CRIADOR. A religião cristã sinaliza com a possibilidade de uma VIDA ETERNA e em função disso todo cristão está vivendo em «stand by», ou melhor: estado de espera.

Religião é o conjunto de pensamentos, atos e sentimentos que estabelecem a relação entre o homem e Deus. Doutrina ou sistema de princípios que regulam a subordinação da criatura ao Criador.

A aplicação desses princípios à vida; a sua prática; o tributo de gratidão ou culto à Divindade. Crença, piedade. Culto, devoção, reverência. Estado das pessoas que estão ligadas por voto a certas regras de vida religiosa.

Uma ordem religiosa até por força da etimologia da palavra tem uma ligação direta com o «RELIGARE» {cf. acima – parágrafo anterior}, ou melhor: estar ligado, unir, ou «RELIGERE» – escolher cuidadosamente; ou ainda «RELIGIO» – dúvida, escrúpulo, e mais tarde – cerimônia de culto.

Costuma-se chamar «RELIGIÃO NATURAL» a que é formada apenas pela contribuição da razão, pela especulação do pensamento filosófico; e «RELIGIÃO SOBRENATURAL» ou «REVELADA» a que é ensinada por Iahweh-Deus, sendo a inteligência e a vontade assessoradas ou amparadas pela GRAÇA.

Em nome da verdade o cristão – que adotou a religião cristã como a melhor fonte para se chegar a Iahweh-Deus – deve estar precatado contra o RACIONALISMO mesmo sabendo que ninguém deve separar – com preconceito – O MÍSTICO DA RAZÃO. Ambos são necessários para a sobrevivência da Fé.

“A Fé não dispensa provas e razões. Maria soubera, na hora da anunciação, que sua parenta, já idosa, iria ter criança. O arcanjo lhe dera a notícia como uma prova de que para DEUS NADA É IMPOSSÍVEL e, portanto, ela, Maria, não tivesse a menor dúvida a respeito da concepção divina acontecida.

A visita a Isabel {UMA VIAGEM DE 150 QUILÔMETROS QUE LEVAVA DE TRÊS A QUATRO DIAS} tem, então, duas finalidades práticas: uma a de ajudar Isabel nos trabalhos domésticos nos três últimos meses de gravidez e fazer-lhe companhia; outra a de buscar a certeza de sua vocação para mãe do Messias.

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Não que Maria duvidasse de Deus e da encarnação milagrosa de Jesus. Mas a busca da certeza, da verdade faz parte da condição humana, porque a FÉ MADURA não dispensa provas e razões. Isabel elogia a FÉ no cumprimento das palavras do Senhor. Este espírito de fé – que não dispensa a procura de razões e os sinais da verdade – é uma das condições para bem se receber a chegada de Jesus no Natal.

Não se entende Natal sem FÉ. Vira dia feriado. Vira dia de se dormir até mais tarde. Vira dia de praia. Vira dia de cartões-postais. O Natal de Jesus é antes de tudo, um dia de FÉ na pessoa e na Missão Divina de Jesus”{OS TRÊS PARÁGRAFOS ENTRE ASPAS FORAM TRANSCRITOS DA REVISTA FAMÍLIA CRISTÃ, EDIÇÕES PAULINAS – ANO 52 – Nº 600, DEZEMBRO DE 1985, E ESCRITOS PELO FR. CLARÊNCIO NEOTTI, OFM NO DOMINGO 22 DE DEZEMBRO, MÓDULO INTRODUTÓRIO DO ARTIGO, COLIGIDOS IPSIS LITTERIS, DA REFERIDA REVISTA}

O que é bom – seja o que for – mesmo que seja um artigo escrito por um ‘NÃO EXPOENTE’, mas por alguém que esteja inspirado pelo Espírito de Deus – deve ser assumido e guardado ao mesmo tempo trancado a ‘7 CHAVES’, DENTRO DO CORAÇÃO. Faça isso e você estará alimentado para a vida em seu sentido secular e mais ainda: FORTALECERÁ O ESPIRITUAL OU A FÉ EM JESUS, O CRISTO. É o caso em pauta de autoria desse Frei.

VAMOS SEGUINDO A NOSSA VIAGEM...

Além do seu caráter ESCATOLÓGICO e da sua vocação missionária – particularmente a religião cristã – ela a religião, também está ajoujada a ESPERANÇA DE UMA VIDA ETERNA que é o fundamento de REINO IAHWEH-DEUS.

Quando Jesus o Cristo consolou os seus discípulos, suas palavras estavam sobrecarregadas pelo fator ESPERANÇA. Vejamos: “Não se perturbe o vosso coração {...}” continua a logia: “{...}, pois vou preparar-vos um lugar, e quando eu for e vos tiver preparado um lugar, virei novamente e vos levarei comigo, {...}” e mais: “{...} Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós” {ALGUNS VERSOS DO CAPÍTULO 14 DO EVANGELHO DE JOÃO}.

Quando a Hierarquia da Igreja sugere aos seus eclesianos que PLANTEM IGREJAS, o ensaísta entende que a referência não é a Igreja em sua forma jurídica. A igreja que é chamada a plantar e cultivar é obviamente é a igreja enquanto pessoa aquela vive em processo de interação e sob a influência do Espírito de Deus e que sempre estará receptiva a aceitar o Reino que Jesus, o Cristo da forma como Ele anunciou.

Ele – o Cristo – nos deixou a promessa de uma VIDA ETERNA na Jerusalém celeste {Apocalipse 21ss} onde com Ele iremos habitar pelos séculos dos séculos. O que temos a fazer é esperar a eclosão do momento escatológico.

ATO DE ESPERAR chama-se ESPERANÇA mesmo e apesar de muitos não estarem em sintonia com a Logia de quem tinha autoridade para prometer, ou seja: Jesus, o Cristo.

Ernst Bloch, que é olhado por muitos com desconfiança, tinha esta certeza: “Onde está à esperança ali também está à religião”. Rubem Alves também escreveu: “De fato seja esta a grande marca da religião: A ESPERANÇA” A questão da ESPERANÇA, devido a sua ligação direta com a PARUSIA sempre estará ocupando um lugar de destaque em parágrafos posteriores deste ensaio. Afinal o verdadeiro cristão é o único homem que assumiu o kairós de Iahweh-Deus, ou seja: o tempo que há de vir ou o porvir que a todos conduz ao ato de ESPERAR. Algo que poderá confundir a vida dos exegetas é o que Paulo {PELA PENA DOS SEUS HAGIÓGRAFOS ESCREVENDO EM SEU NOME – PSEUDONÍMIA...} pensa sobre a ESPERANÇA:

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“Pois sabemos que a criação inteira {OS RACIONAIS E OS IRRACIONAIS?... HOJE ALGUNS AGENTES DA CIÊNCIA ADMITEM QUE OS IRRACIONAIS TAMBÉM TENHAM SINAIS DE RACIOCÍNIO NÃO IGUAL AO DO HOMO HABILIS,

HOMO ERECTUS OU PARTICULARMENTE O HOMO SAPIENS. ELES SERIAM DOTADOS DE ALGO PARECIDO COM A RAZÃO} geme e sofre as dores de parto até o presente. E não somente ela. Mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gemendo interiormente, suspirando pela redenção do nosso corpo. Pois a salvação é objeto de ESPERANÇA; e ver o que se espera não é esperar. Acaso alguém espera o que vê? E se esperamos o que não vemos, é na perseverança que o aguardamos” {Rm 8,22-25}.

A hermenêutica dos cientistas poderá gerar em nossa mente certa desconfiança, mas os irracionais muitas vezes nos surpreendem. A posição do ensaísta em relação ao acima exposto é: nada contra; nada a favor.

ESPERAR GERA IMPACIÊNCIA?...

Sim! Gera a impaciência. O povo judeu esperava o REINO, mas a sua realização dependeria de uma comprometida e correta interpretação. Os fariseus como eram dissimulados, sempre tinham segundas intenções em seus questionamentos e, muitas vezes, tentaram atropelar a Sabedoria Divina como se isso fosse possível. A Escola Lucana faz referência a uma situação – entre muitas – sobre suas dúvidas a respeito da chegada do Reino. Afinal Jesus era o Messias esperado?... O que sabemos é que Jesus certa vez afirmou que o Seu Reino não era deste mundo {Jo 18,36}, mas nessa perícope sua resposta confunde a cabeça dos seus interlocutores:

“Interrogado pelos fariseus sobre quando chegaria o Reino de Deus, respondeu-lhes: ‘A vinda do Reino de Deus não é observável. Não se poderá dizer: «Ei-lo aqui! Ei-lo ali!», pois eis que o Reino de Deus está no meio de vós’” {Lucas 17,20-21}

Outra versão traduz: “Dentro de vós”, mas esta tradução compromete de certo modo o contexto. Ficamos com a BJ. A esperança do povo judaico era num Reino material. Porém, o Reino anunciado por Jesus: {...} NÃO ERA DESTE MUNDO.

DANDO SEGUIMENTO A QUESTÃO DA ESPERANÇA QUE É IRMÃ GÊMEA DA UTOPIA...

Do livro de Pedro César Kemp Gonçalves, reflexões sobre a religião como utopia e esperança, Edições Paulinas – São Paulo, 1985 {OP. CIT.}

“A RELIGIÃO COMO ESPERANÇA – Nós poderíamos ter concluído estas reflexões sobre a religião no final do segundo capítulo, visto já termos evidenciado lá o aspecto imaginário do sentimento religioso, o seu caráter utópico que confirma no homem a sua abertura para o absoluto e para a transcendência. Mas acreditamos que seja de grande importância, para que fique mais compreensível, dar um enfoque maior ao aspecto da esperança, que distingue a religião das outras teorias de cunho imaginário {Como as teorias sociopolíticas, por exemplo,} Pois nela vê-se a marca que ilumina a realidade do ser humano: a necessidade de que a vida faça sentido, e a plena realização dos projetos no futuro.

A ESPERANÇA é muito mais forte, do ponto de vista religioso, do que a UTOPIA. Quando falamos em utopia, automaticamente vem-nos a ideia dos projetos políticos para se formar uma nova sociedade, perfeita e ideal. Estes planos muitas vezes não se fazem reais e frustram a muitos, perdendo o seu significado. É claro que as pessoas, diante disto, buscarão uma nova orientação, uma nova filosofia que centralize os seus desejos. Mas a esperança nos diz muito mais, pois é diante destes « fracassos », em meio às contradições e no momento em que parece não haver mais solução, que ela surge contra toda desilusão. Como nos diz o ditado

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popular, «a esperança é a última que morre». E poderíamos ir mais longe: a esperança jamais morre!

A religião, como sendo eminentemente ESPERANÇA, vem dar uma resposta às prioridades da vida do homem, visto que a realidade causa-lhe insatisfação e faz nascer dela o anseio por uma existência alegre e significativa.

Seria um erro de nossa parte se quiséssemos minimizar a religião atribuindo o seu aparecimento às insatisfações de ordem material. O homem não se realizaria como homem se apenas as suas necessidades materiais fossem sanadas, garantindo a sua sobrevivência fisiológica, e fossem deixadas de lado as necessidades e faculdades especificamente humanas: AMOR, TERNURA, RAZÃO, ALEGRIA, ESPERANÇA, ETC.

«A religião é praticamente o único sistema que incorporou esses aspectos da existência humana» {Fonte: Erich Fromm, A revolução da esperança, 3ª ed., Zahar Editores, Rio de Janeiro, 1977, pág. 143}

«A religião fala sobre o sentido da vida. Ela declara que vale a pena viver. Que é possível ser feliz e sorrir. E o que todas elas propõem é nada mais que uma série de receitas para a felicidade. Aqui se encontra a razão por que as pessoas continuam a ser fascinada pela religião, a despeito de toda a crítica que lhe faz a ciência»

{Fonte: Rubem Alves, O que é religião, 3ª ed., Brasiliense – Primeiros Passos – São Paulo, 1981, pág. 121}

HOMO RELIGIOSUS: HOMO SPERANS...

O homem religioso é fundamentalmente um homem que espera. A ESPERANÇA é do homem e não está no homem. No entanto, este esperar deve ser isento de toda passividade, caso contrário ele não passará de um disfarce para a resignação ou de uma simples ideologia. Infelizmente, em português empregamos a palavra esperar no sentido de ter esperança e de aguardar. A esperança não é este aguardar resignadamente. Isto seria a alienação da esperança, pois nela se pensa ‘Não tenho capacidade para realizar nada, não sou nada, sou impotente’. Com isso, «ESPERA-SE» que tudo se realize no futuro sem que se faça nada. Este tipo de espera passiva nada mais é do que uma forma disfarçada da «NÃO-ESPERANÇA», ou seja, do desespero e da impotência.

Outro é o sentido da esperança na religião. O «HOMO RELIGIOSUS» é o que vive entre aquilo que é e o que ainda não é. Por isso ele espera e trabalha para que o ainda-não {NOTA DO ENSAÍSTA: NÃO SERIA A UTOPIA?} aconteça. Ele espera e molda, orienta sua vida para o que há de vir, espera e reflete no seu cotidiano o esperado, espera e procura antecipar o que ainda não existe, planejando e fazendo projetos que iluminam a realidade concreta. E nada abala a esperança do «HOMO RELIGIOSUS», nem mesmo quando as suas esperanças parecem impossíveis ou contraditórias.

O religioso é aquele que, apesar de estar morrendo de sede, ainda acredita na água.

«Ter esperança significa estar pronto a todo o momento para aquilo que ainda não nasceu e, todavia não se desesperar se não ocorrer nascimento algum durante nossa existência. Não faz sentido esperar pelo que já existe ou pelo que não pode ser.

Aqueles cuja esperança é fraca decidem pelo conforto ou pela violência; aqueles cuja esperança é forte veem e apreciam todos os sinais da nova vida e estão prontos a todo instante para ajudar no nascimento daquilo que está pronto para nascer3» {3 ERICH FROMM, A REVOLUÇÃO DA ESPERANÇA, 3ª ED., ZAHAR EDITORES. RJ, 1977, P. 27}

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Portanto, ter esperança é um estado de ser. É, pois, algo que acompanha todo o crescimento de vida do homem, orientando-a e dando um vigor sempre novo para o agir. Assim, não é apenas uma diretriz ou uma orientação, mas também princípio, causa de ação. O ‘HOMO SPERANS’ faz, age para ver o mais depressa possível o «AINDA-NÃO-EXISTENTE» tornar-se realidade.«Quando a esperança desaparece, a vida termina, na realidade ou potencialmente. A ESPERANÇA é um elemento intrínseco da estrutura da vida, da dinâmica do espírito do homem4» {4 ERICH FROMM, OP.CIT., P. 31}

O homem sempre viveu de esperança, embora nem sempre tenha falado ou tenha se ocupado da mesma. No meio filosófico encontramos o tema da esperança, porém tido em pouca consideração, quer no pensamento antigo quer no moderno.Aristóteles, em sua obra DE MEMÓRIA, falava da esperança em oposição à sensação.Enquanto esta última se refere às coisas presentes, a primeira é dirigida às futuras. Contudo, não podemos nos esquecer de que na mentalidade grega sobre a realidade a esperança não tem vez, pois é o destino que reina.A história se repete num continuo vir-a-ser e o homem, por fazer parte da natureza, está sujeito às suas leis. Assim, a atitude mais sábia para os gregos está na ataraxia, na apatia, ou seja, na eliminação de toda perturbação, de toda a agitação interior e no conformar-se com o determinismo presente no mundo.

Na filosofia moderna os autores contentam-se apenas em dar algumas definições de ESPERANÇA e não lhe dão nenhuma importância especial.

Para Descarte a ESPERANÇA está em oposição ao temor:«A esperança é uma disposição da alma para se convencer de que os próprios desejos se hão de realizar... O temor é outra disposição de alma, pela qual se persuade que os desejos não se realizarão5»

Hobbes opõe a esperança ao desespero;

«Um apetite ligado à ideia da consecução de uma coisa diz-se ESPERANÇA; se, pelo contrário, falta à ideia de consecução diz-se DESESPERO6»

Spinoza define-a em oposição ao medo:

«A esperança não é senão uma alegria inconstante, brotada da imagem de uma coisa futura ou até passada, de cujo acontecimento é duvidoso. Pelo contrário, o medo é a tristeza inconstante, causada pela imagem de uma coisa incerta7»

NOTAS:{5 DESCARTES, LES PASSIONS DE LIAME, Nº 165; 6 HOBBES, LAVIATHAM, I, C.6; 7 SPINOZA, ETHICA, III, PROP. 18, SCH. 2.}

Cabe ao alemão Ernst Bloch o mérito de ter tirado do esquecimento o tema ESPERANÇA. Bloch, criando a sua FILOSOFIA DA ESPERANÇA, afirma que esta é coisa essencial para o homem: «o que importa é aprender a esperar».

O motivo pelo qual Bloch dirige sua atenção para a ESPERANÇA é que esta predomina sobre todas as outras manifestações vitais do homem. O futuro, vindo a manifestar-se, influirá sobre todo o seu modo de pensar e de conhecer.

O homem, na realidade, vive mais do futuro do que do presente. A realidade concreta não tem lugar para as suas grandes aspirações nem para a sua realização plena. O mundo, e mesmo sua vida, são constantemente ameaçados pela guerra, pela violência que aterroriza, pela doença que mata, pela injustiça dos homens. O presente o inquieta, não o conforma e gera a insatisfação. Então a solução é vista

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no amanhã, no futuro onde, finalmente, a felicidade é encontrada. Assim, espera-se de corpo e alma a paz que há de vir”OUTRA PRERROGATIVA HUMANA...

O outro algo que faz parte da existência humana é o PENSAMENTO. Mas o que é o PENSAMENTO?

O PENSAMENTO é algo que não tendo barreiras geográficas, nos leva, até em função da ausência de um ente querido que esteja muito longe, a lugares nunca vistos. Rubem Alves no artigo publicado na revista Tempo e Presença de Koinonia, № 318 julho/agosto de 2001 sob o título: Sobre computadores, deuses e o universo e faz uma interpretação da mística declaração de João:

«NO PRINCÍPIO ERA O VERBO» “Passou o tempo {1} Os homens aprenderam a construir máquinas, dentre elas maravilhosos relógios. Os relógios fizeram os homens pensar pensamentos que nunca haviam pensado antes. Não os relojoeiros, prisioneiros dos relógios que fabricavam; eles só viam relógios, relógios precisos, relógios bonitos. Mas os cientistas, ao contrário dos relojoeiros, não moravam dentro dos relógios. Para eles os relógios eram trampolins para o pensamento. Os seus olhos viam os relógios e a sua imaginação voava. O que se vê não pode se comparar ao que se imagina. Pensaram os pensamentos que moram no lugar onde nasce a inteligência. Pensaram analogias. Pela analogia o pensamento salta do conhecido para o desconhecido”«No princípio era o Verbo» “Passou o tempo {2} Novas máquinas foram inventadas. Dentre elas, a mais maravilhosa: COMPUTADORES. Diferentes de todas as outras. As máquinas não têm alma. Os computadores têm uma alma delicada que não se faz com matéria: ela se faz com uma coisa etérea sem substância: símbolos. Lembra-se do que está escrito no evangelho antigo, o Verbo se fez carne? Pois do computador se pode dizer, o verbo de fez máquina.Aconteceu, então, algo semelhante ao que havia acontecido no passado. Os especialistas em computadores – à semelhança dos relojoeiros – foram entrando nos computadores, até que eles se transformaram em gaiolas para os seus pensamentos. E passaram a só saber pensar computadores {...}”Pensamento é isso e tem muita semelhança com à “EX– PERY–ÊNCIA.” O ‘EX’ {SAIR PARA FORA DE...} ‘PERY’ {QUANDO VEMOS O MUNDO A NOSSA VOLTA} Pensamento é ± isso: algo que brota em nosso subconsciente sai de dentro para percorrer lugares muito próximos ou longínquos, sem respeitar fusos horários. A ciência {ÊNCIA} nasce no somatório de muitos pensamentos.

QUAL É O OUTRO ALGO JÁ VISTO ANTERIORMENTE... NECESSÁRIAS REITERAÇÕES.

Outro algo que se liga – Já fizemos uma projeção anterior dentro deste ensaio. É bom insistir – à Fé Cristã tem um pano-de-fundo ESCATOLÓGICO que muitos Teólogos entendem como ligado à ESPERANÇA.

Mas a ESPERANÇA necessariamente se realiza como um ATO DE ESPERA FUNDAMENTADA na Fé Cristã e no amanhã que é gerenciado por Iahweh-Deus e só torna sólida por este caminho. Não devemos, porém, levar a nossa ESPERANÇA para formulações vazias e ter a consciência que é, provavelmente, a única base de apoio que nos ajudará a caminhar no dia-a-dia com firmeza e determinação. Fernando Pessoa, o mais influente dos poetas que Portugal produziu, tem uma restrição quando escreve sobre a ESPERANÇA. O que ele escreveu vale como um balizamento e orientação segura para nossa FELICIDADE:

“Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas”

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Outro fator de grande importância para o sentimento religioso que sinaliza um processo de interação entre o homem e Iahweh-Deus, tem ligação com o costume peculiar da Comunidade da Fé que se encontra no templo ou fora dele para CULTUAR. É...

Um salutar hábito dos cristãos – particularmente entre nós protestantes – que sempre iniciam uma celebração ou um CULTO {QUANDO A EUCARISTIA SE FAZ PRESENTE} ou em qualquer encontro para a realização de algum trabalho, com ORAÇÃO.

A SUSTENTAÇÃO DA IRMANDADE DA FÉ CRISTÃ É SEM DÚVIDA A ORAÇÃO

Pois bem! Este ensaio, por uma questão de base, enfatiza {A ORAÇÃO} e rememora uma prece feita ± no séc. XV ou XVI por Michelangelo Buonarroti, o Miguel Ângelo como é por nós conhecido.

O ensaísta pesquisou e obteve informações seguras – historicamente – que ele era um cristão assumido e, paralelamente, contumaz simpatizante do cristianismo, mas sabe, e todos nós sabemos igualmente pelos registros históricos que ele era no universo secular, escultor, pintor, arquiteto, poeta e engenheiro militar italiano que viveu nos séculos mencionados nos parágrafos anteriores, ou seja: {1475-1564} e foi considerado uma das figuras, ou um expoente máximo da RENASCENÇA que era um movimento artístico e científico dos sécs. XV e XVI que objetivava ser um retorno à Antiguidade Clássica.

Miguel Ângelo que foi reconhecido como o primeiro grande escultor moderno, teve uma vida agitada, de lutas contra os inimigos e desentendimento com os Mecenas «MECENAS: 60 A.C – 8 D.C. MINISTRO DE AUGUSTO,

PROTETOR DE ARTISTAS E HOMENS DE LETRAS» e, ainda que não estivesse ligado à eclesiologia vigente no seu tempo, abraçou a vida solitária e simples como o melhor caminho para do seu jeito ter um viver vitorioso, porém acobertado por um processo de interação com Iahweh-Deus. Sobre a questão da solidão, caso seja possível dentro deste espaço, o ensaísta vai tomar emprestado um aprofundamento sobre o assunto feito por Rubem Alves.

Para não desviar sua atenção desta refulgente figura o ensaísta vai sequenciar o ensaio focalizando a vida e a obra de Miguel Ãngelo.

Entre as obras que deixou, salientam-se PIETÁ {Basílica de São Pedro}.

AGORA A SÚPLICA DO GRANDE ESCULTOR:

“Senhor conceda-me poder sempre desejar mais do que posso realizar”Se este não é o maior, entretanto figura entre os muitos desejos, ou melhor: é o que está no centro do interesse do ensaísta na elaboração deste ensaio. O presente ensaio não é uma Obra-Prima, porém o que for aqui abordado tem uma profunda identidade com a oração de Miguel Ângelo.

Santo {separado para e não separado de...} Agostinho tem uma concepção diferenciada sobre a oração. Ele escreveu:

“O desejo ora sempre;mesmo que a língua emudeça,

se sempre desejas,estarás em permanente oração”

É bom lembrar o que Jesus, O Cristo, falou para os seus discípulos coetâneos {Nós hoje, historicamente não somos muito contemporâneos do Jesus de Nazara, apenas e tão somente testemunhas auriculares do Projeto Salvífico} sobre a oração que a liga de certo modo ao DESEJO. Brotou o desejo, Ele antecipadamente já sabe. Por quê? Ele é onisciente e disso o ensaísta está convicto:

“{...} porque o vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de lho pedirdes”

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{Mateus 6,7b}

AFINAL!... QUAL É O MAIOR DESEJO OU O COGITO, ERGO SUM DO ENSAÍSTA? – DOIS OBJETIVOS APARENTEMENTE DIFERENTES, MAS QUE SE UNEM –

O que o ensaísta mais deseja é que Iahweh-Deus coloque em seus ombros uma CAPA semelhante, ou melhor: o seu MANTO PROTETOR igual ao que colocou em Ezequiel e o vocacione com as mesmas atribuições concedendo-lhe a mesma MISSÃO com a qual privilegiou o profeta em referência a fim habilitá-lo a transmitir para o seu povo os seus ORÁCULOS, mesmo que seja mal-entendido ou rejeitado. O que disse Iahweh-Deus ao profeta:

“Filho do homem, vou enviar-te aos filhos de Israel, a esses rebeldes que se rebelaram contra mim. Sim, eles e os seus pais se revoltaram contra mim até o dia de hoje. Os filhos são insolentes e de coração empedernido. Envio-te a eles para que lhes digas: ‘Assim diz o Senhor Iahweh’: Quer escutem, quer deixem de escutar – com efeito, são uma casa de rebeldes – saberão, ao menos, que um profeta esteve com eles {...}” Ez 2,3b – 3,1ss.Seria esta a atual situação do NOVO Israel nascido na EPIFANIA do Menino de Nazaré, ou seja: do “Verbo que se fez carne e habitou entre nós {...}” cf. Jo 1,14?... Somos semelhantes ao povo de Iahweh-Deus que era, no passado tão distante da nossa geração, coetâneo do profeta? O ensaísta neste caso – tem a dizer que não é judicioso e lembra a todos, mais uma vez, dentro de um contexto de muita humildade, sem narcisismo, a maiêutica socrática que era a metodologia dialógica que ele – Sócrates – usava de somente ouvir e nada responder e quando falou foi para dizer:

“Só uma coisa eu sei; é que nada sei”Em função desta certeza do ensaísta – que é a mesma de Sócrates – este ensaio não pretende ser uma grande obra, mas mesmo liberando os pequenos indicativos ou as frases que se transfigurem em importantes ensinamentos, a expectativa do ensaísta é que o ensaio se transforme em algo que seja útil para os leitores e particularmente, para o engrandecimento da Fé Cristã da nossa amada irmandade.

Nesse sentido o nosso olhar se volta para Sigmund Freud {1856-1939} o neuropsiquiatra austríaco que trabalhou as reações da vida humana, entre elas a questão da LIBIDO {DESEJO VIOLENTO} i.é, energia motriz dos instintos da vida, ou melhor: de toda a conduta ativa e criadora do homem, sim é hora de reproduzir o que ele escreveu:

“As grandes coisas podem ser reveladas através de pequenos indícios”O ensaísta está consciente que para agregar novos valores ao saber dos leitores deste ensaio, será necessário recorrer aos especialistas da erudição teológica. Isso representaria um esforço, muita dedicação, a fim de acrescentar ao nosso conhecimento a erudição dos expoentes da Teologia.

Estando estes ilustres representantes do saber ausentes do ensaio, ficam prejudicados os pressupostos que o ensaísta deseja oferecer a quem se tornar um leitor amigo deste ensaio.

UMA ADVERTÊNCIA DENTRO DESTA LINHA DE PENSAMENTO: não devemos esquecer os antigos valores que ajudaram a formar o nosso caráter e a nossa personalidade e isso vale para o Princípio Fundante da Fé Cristã por que segundo a convicção de um pensador contemporâneo com a qual o ensaísta concorda sem restrições...

“{...} valores não cultivados acabam por serem esquecidos”Valores são iguais as PLANTINHAS que jogamos no solo; quando não as cultivamos adequadamente, adubando-as e não tendo com elas os necessários cuidados, acabam morrendo. Assim é a Fé! Precisa ser cultivada para não morrer no TERRENO MOVEDIÇO DO TRADICIONALISMO.

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Por tradicionalismo podemos hoje voltar os nossos olhares para as doutrinas que foram surgindo na Igreja-igreja, pós Reforma. O que é NOVO representa uma ameaça para o que já está sedimentado e se transformou em consenso para a maioria como se fora o melhor para vivenciar a Fé. Outros movimentos de caráter ideológico foram penetrando pelos portais ou pórtico da Igreja-igreja colocando em risco o Princípio Fundante da Fé Cristã primitiva.

Assim é que os alguns movimentos de maior importância, sob o ponto-de-vista do ensaísta, foram: SECULARISMO, MODERNISMO, MATERIALISMO, NATURALISMO e o ILUMINISMO, et cetera. Pela ordem, em forma de sinopse, este ensaio da Enciclopédia Fundamental Amepe, Editorial Verbo/São Paulo e Elsevier Publishing Projects, S.A., Lausanne, gráficas de Gris Impressoras, de março/1982:

SECULARISMO E SECULARIZAÇÃO, O QUE É?

“Secularismo é uma ideologia que assume o profano {SENTIDO LATO SENSU DA PALAVRA} ou mundano como sistema fechado sobre si próprio, como tendo dentro de si próprio a explicação global do mundo e da vida. Explicita ou implicitamente exclui, portanto, toda e qualquer referência ao Absoluto pessoal, à Transcendência, a Deus. Cai, por isso, no agnosticismo e mesmo no ateísmo”

Por secularização entende-se: “{...} o processo de passagem do sacro ao profano, do religioso ao mundano e do consagrado ao desconsagrado de pessoas e coisas, de funções e de instituições. É em si mesma aceitável a distinção entre os dois mundos, o da razão e o da fé, o da política e o da prática religiosa, enquanto proporciona o desenvolvimento autônomo das respectivas esferas sem interferências abusivas mútuas, mas torna-se inaceitável quando eivada de horizontalismo, pois reduz a secularização ao secularismo”

O QUE É MODERNISMO?

“1. É o cultivo do «moderno» ou da modernidade, i. é, daquilo que se supõe ser próprio do gosto ou da mentalidade contemporânea, quase sempre, para os que se reclamam de seguidores ou adeptos do modernismo, privilegiando a novidade sobre o estabelecido, a aventura sobre a segurança, a liberdade sobre o dever, o individualismo sobre o social, etc. 2. Em concreto designa uma corrente teológica e uma escola literária surgidas no fim do séc. XIX e que se prolongaram pelo 1º quartel do séc. XX.

O modernismo teológico ao tentar conciliar a Fé Cristã com a ciência moderna, não salvaguardou a pureza das verdades da FÉ REVELADA e a constituição hierárquica da Igreja – NA IGREJA CATÓLICA ROMANA – sendo por isso condenado em 1907, por Pio X.

O modernismo literário assumiu, tanto em Portugal como no Brasil, um matiz acentuado de revolta contra o gosto estabelecido marcando excessivamente o contraste entre a «novidade» e os «valores estabelecidos»: iniciou-se em Portugal a revista Orfeu {de F. Pessoa, L. Montalvor, etc.} e reforçou-o a Presença {com José Régio, Casais Monteiro e outros} e o FUTURISMO {Almada Negreiros, M. de Sá-Carneiro}, no Brasil a Semana de Arte Moderna realizada em São Paulo no ano de 1922, com reflexos não só na literatura e nas artes plásticas, mas também no plano sociopolítico dando origem à revolução de 1930 que levou ao poder Getúlio Vargas.

Quando falamos de TRADICIONALISMO pensamos do PIETISMO que foi um movimento religioso protestante do séc., XVII que pretendia a renovação da Igreja-igreja pelo aprofundamento da piedade {em latim pietas}. Considerava o DOGMA como secundário ou mesmo como supérfluo, privilegiando a vivência da Fé Cristã de um modo pessoal e a PRÁTICA DAS BOAS OBRAS que via-de-regra tinham uma conotação paternalista. Neste ambiente de fervorosa piedade, em que se inspiraram Bach e Händel, desempenhava papel preponderante o sentimento – daí que o PIETISMO viria a influenciar o MOVIMENTO ROMÂNTICO.

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AINDA SOBRE O PIETISMO PODEMOS ENTENDER RESPEITADAS AS OPINIÕES CONTRÁRIAS...

“‘A única resposta a essa tradição pietista é de que o Evangelho abarca o todo da vida e sociedades humanas. A vida do homem na sociedade é uma teia interdependente. Imoralidade pessoal não é mais nem menos acessível à renovação espiritual do que discriminação racial em habitação. Uma espiritualidade estreita recusa-se a reconhecer a interdependência e integridade da vida; sua preocupação rejeita envolvimento, sua preocupação com a piedade individual deriva-se da falsa suposição de que a alma individual está mais aberta à MUDANÇA do que instituições sociais’ {Referência a obra: The Suburban Captivity of the Chuches, p. 163} O mesmo propósito tem uma afirmação publicada”

MATERIALISMO, O QUE É?

“Concepção filosófica que reduz a realidade, e inclusive o homem, à matéria e às forças naturais. Deste modo reduz-se ao absurdo de explicar o superior pelo inferior. O materialismo metafísico faz da matéria o princípio último da realidade; o materialismo antropológico reduz ao somático ou corporal as atividades psíquicas e espirituais do homem; o materialismo ético {hedonismo, utilitarismo} coloca no prazer ou na satisfação dos instintos materiais o princípio supremo da realização humana; o materialismo histórico do marxismo aponta como únicos fatores históricos decisivos a luta de classes ao redor dos meios de produção, antevendo que esta tensão desaparecerá quando no comunismo se instaurar uma sociedade sem classes”NATURALISMO, O QUE É?

1. “É uma concepção filosófica que só admite a NATUREZA como única realidade existente, recusando-se a admitir tudo o que transcenda a explicação das ciências naturais. Trata-se de um monismo mais metodológico que ontológico patente no empirismo inglês, no positivismo de A. Conte e sequazes, e no pragmatismo do norte-americano J. Dewey. O naturalismo exclui, pois, toda a realidade espiritual, quer metafísica quer religiosa. 2. Nas artes plásticas designa-se por naturalismo o processo que tende a dar uma imitação direta do modelo o mais fielmente possível segundo a sua aparência sensível na natureza. Ao contrário do realismo, não procura complementar a imagem objetiva com dados de conhecimentos obtidos por via diferente de uma visão direta e de tipo fotográfico.3. Na literatura, é um exagero do realismo: não só se propõe ver objetivamente com frieza, mas também observar e apresentar os fatos humanos como resultantes de leis biológicas, em função da hereditariedade e do meio ambiente. E. Zola foi o mestre do naturalismo, o qual teve influência em Eça Queiroz {por exemplo, O Crime do Padre Amaro e O Primo Basílio} e, sobretudo, em Abel Botelho”.

ILUMINISMO, O QUE?

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“Movimento cultural imperante na Europa nos séc. XVII e XVIII, que teve a pretensão de inundar a vida humana com a luz da razão, dissipando as « TREVAS » do dogma {e de toda a religião positiva} e da autoridade {mormente a de direito divino} Para o ILUMINISMO os valores supremos consistem na RAZÃO e na liberdade individual. Deslumbrados pelo progresso dos conhecimentos e das técnicas, os cultores do iluminismo arvoraram a razão em Sol que dissipe o erro e a ignorância, a estupidez e a má-fé, fechando-se, por isso, à Transcendência, ao relegar a Deus para a prateleira das inutilidades”Uma apreciação, ainda que literal das novidades explicitadas nos parágrafos anteriores deixa-nos a certeza que elas em nada foram elas benevolentes com a FÉ CRISTÃ. Consequentemente!!!...

SABEMOS IDENTIFICAR O NOSSO CONTEXTO HISTÓRICO-ECLESIOLÓGICO?

Retomando a análise da progressão do GOSPEL taxiado nos seguimentos dos movimentos conhecidos como de unicidade PENTECOSTAL devemos acrescentar apenas uma certeza: o gospel não é o protagonista dos movimentos carismáticos.

O que constatamos é que o movimento GOSPEL se utiliza de uma auréola para engordar o orçamento dos variados “cantores” que sob o pretexto de anunciar o Cristo usufruem de grandes vantagens quando simulam até com gestos de ardor espiritual, mas escondem e não apresentam o faturamento em decorrência da “conquista”. Os interesses que se tornam escusos quando o pano-de-fundo é outro ou caminha em outra direção, ou seja: O BOLSO.

Hoje vivemos dentro de um contexto eclesiológico em nosso momento histórico, envolvidos pelos MOVIMENTOS CARISMÁTICOS, que se constituem em desafios para as Confissões de Fé que preferem o equilíbrio ao exagero de alguns pregadores que anunciam estarem possuídos pelo Espírito Santo em detrimento das demais. Falta entre eles uma pregação teológica de qualidade. Paulo em 1º Co 1,28 trata desse estilo de pregação que tem uma aparência de loucura. Diante desse quadro o que as Igrejas Históricas têm a dizer sobre isso?!!!... Este movimento procriou-se também e principalmente, com a parceria do universo gospel. Um justifica o outro a fim de obter credibilidade das massas populares e Ibope na Mídia.

O principio fundante do golpel, liga-se ao movimento Full Gospel que devemos traduzir conforme o entendimento pentecostal, como EVANGELHO PLENO. Em outro espaço deste ensaio, ou seja, vamos identificar o nascimento histórico em seu momento fundante, quando foi plantada a semente desse tipo de religiosidade que era desenvolvida pelos profetas carismáticos do AT.

Na modernidade, tudo foi sofisticado e os interesses mercantilistas levaram para a Midia, outra espécie de CARISMATISMO o que ficou explicado no parágrafo anterior. AGORA!!!... Outro artigo que enche os bolsos dos que se dizem proprietários do Evangelho Pleno, é a musica. A música hoje oferece aos ‘CANTORES’ – muitos dentro do patamar da mediocridade – e que estão gravando CDs e DVDs que propiciam largas fontes de lucros e parte da fatia deste bolo fica nas mãos das gravadoras e também dos Meios de Comunicação Social. A comercialização do gospel, particularmente no que concerne a música é o MAPA DA MINA.

UMA ÊNFASE: Os apresentadores de programas na TVS veem neste “seleto” e sofrido público, um meio de lucro quer seja no patrocínio para a emissora, na criação de gravadoras que proporcionam a comercialização de milhares de DVs e CDs, além do IBOPE que é sinalizador de largo faturamento. Todos ganham e ninguém perde. O importante é populismo para ganhar e nessa história Iahweh-Deus passa a ser um coadjuvante. Muitos cantores hoje, nas Seitas que se apresentam na Midia fazem uma ‘TORRE DE BABEL’ de sons e ritmos que agridem, mais uns poucos ainda estão atrelados ao movimento fundante como vemos no parágrafo abaixo o que é uma exceção.

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Outro fato ligado aos carismatismos é uma consequência, i.é: a “MUSICALIDADE GOSPEL” que invade os palcos dos ‘ATOS-SHOWS’ e os seus muitos estilos, possuindo cada um deles igual essência e raiz, ou seja: a música cristã negra que se identifica com as belas canções dos «NEGROS SPIRITUALS »

A música Gospel assumiu, como se fora uma herança, esse rico patrimônio musical dos ESPIRITUAIS NEGROS que a muitos encantou em função do belo ritmo. O foco desta breve história é a música da igreja Afro-americana que fluiu e inspirou uma ‘CORNUCÓPIA’ {que se pode traduzir por atributo da abundância} de corais modernos e artistas do mercado ‘Rhyth’m & Blues’ que corresponde ao atual Gospel contemporâneo, além de outros estilos musicais do gênero.

Mesmo sabendo que o movimento carismático contemporâneo é FILHO LEGÍTIMO DO PENTECOSTALISMO, esta prática de fé precisará ser bem explicada a fim de não confundir os eclesianos das outras Confissões de Fé, particularmente os das Igrejas Históricas. Os eclesianos das Igrejas Históricas são acusados de falta de “ARDOR CARISMÁTICO”, mas não são inferiores aos eclesianos das Seitas que propalam um argumento de exclusividade na unção do Espírito de Deus.

Todos os que fazem uma opção por Jesus, o Cristo, passam a ser orientados pelo Espírito de Deus e constituem também ou principalmente, o quadro de membros ativos das diversas COMUNIDADES DA FÉ CRISTÃ; da mesma forma integram o CORPO MÍSTICO DE CRISTO, sendo consequentemente contados como participantes assumidos do POVO DA NOVA ALIANÇA. Quem duvidar desta premissa que é verdadeira estará contaminado por preconceitos que não justificam a propalada fidelidade que eles – os carismáticos – alegam ter.

Assim é que procuramos e encontramos em Leonardo Boff, algumas respostas que esclarecerão as dúvidas que eventualmente estiverem se contrapondo à nossa compreensão deste fenômeno. Vamos a seguir colher com muito carinho e agradecimento, a opinião e contribuição do competente Frei que é – entre poucos – um no meio dos expoentes máximos da Teologia, foi afastado da Igreja em seu sentido eclesiático, mas sem perda de tempo adotou outra e produtiva trajetória, ou seja: o Magistério na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mas apesar de despojado da Igreja ‘MATER’ não deixou de ser o grande teólogo que escreveu {E AINDA ESCREVE} tantos livros que encantam os seus fiéis admiradores. Agora o artigo de Boff, com algumas pontuações:

“O CARISMA É UMA FORÇA CÓSMICA NAS PESSOAS

Afinal, quem são os carismáticos? Como entender o carisma numa concepção ampla, relacionando-o, mesmo, com a força cosmogênica? De uma forma original e extremamente instigante, quebrando antigos tabus e preconceitos arraigados essa questão é tratada neste artigo.

O ser humano é o último ser de grande porte a entrar no universo. Carrega consigo a memória de todas as fases do processo cosmogênico anterior. Nele reboam, como de resto em todos os espaços siderais, as últimas reminiscências do grande pum que deu origem ao nosso cosmos. Nos arquivos de sua memória são guardadas as vibrações energéticas oriundas das inimagináveis explosões das grandes estrelas das quais vieram as supernovas e os conglomerados de galáxias, cada qual com seus bilhões de estrelas e planetas e asteróides. Nele se encontram ainda reminiscências do calor gerado pela destruição de galáxias umas contra as outras, do fogo originário das estrelas e dos planetas em seu redor, da incandescência da terra, do fragor das águas que caíram por 200 milhões de anos por sobre o nosso planeta até resfriá-lo, da exuberância das florestas ancestrais; reminiscências da voracidade dos dinossauros que reinaram soberanos, por 166 milhões de anos em todos os quadrantes da terra, da agressividade dos nossos ancestres no afã de sobreviver, do entusiasmo pelo fogo que ilumina e cozinha, da alegria pelo primeiro símbolo criado e pela primeira palavra pronunciada;

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o carisma – o ‘carisma’ deve ser compreendido como referência a uma qualidade extraordinária de uma pessoa, independentemente do quanto é verdadeira, alegada ou pressuposta. a ‘autoridade carismática’ portanto, deve reportar-se a uma lei acima dos homens, seja predominantemente externa ou interna, à qual os governados se submetem devido a sua crença na qualidade extraordinária da pessoa específica {Citação que Boff faz de um texto de M. Weber, Apud Charles Lindholm, carisma – êxtase e perda de identidade na veneração ao líder}

Quando alguém, entretanto, sabe abrir-se ao dinamismo do imaginário e ao mesmo tempo mantém os pés no chão, quando assume seu cotidiano e o vivifica com injeções de novidade e de criação, então começa a irradiar uma rara energia interior. Dele sai força de expressão. Emerge a singularidade pessoal. Há luz e brilho na vida, originalidade no que propõe e criatividade em suas práticas.

CARISMÁTICOS

A esta força se chamou de carisma. Carisma, carma, Crishna, Cristo, crisma e caridade possuem a mesma raiz sânscrita. Ela significa a energia cósmica que tudo vitaliza que tudo penetra para rejuvenescer, força que faz atrair as pessoas e fascinar os espíritos.

Quem são os carismáticos? Todos. A ninguém, é negada a força cosmogênica que movimenta, na palavra de Dante, o céu e todas as estrelas. Por isso a vida de cada um é chamada para brilhar... Por isso carismática.

COTIDIANO – As forças inteiras do cosmos que ajudaram a chegar até aqui se condensam nos carismáticos e em cada pessoa humana que também é portadora de carisma.

Não sem razão Max Weber, o grande estudioso do carisma, chamou-o de estado nascente. O carisma atualiza, cada vez que irrompe, a criação do mundo na pessoa da qual emerge. A função dos carismáticos é a de serem parteiros do carisma que está dentro das pessoas. Sua missão não é dominá-los com seu brilho, nem seduzi-los para que sigam cegamente. Mas despertá-los da letargia do cotidiano.

E despertos descobriram que o cotidiano em sua platitude guarda segredo, novidades, energias ocultas que sempre podem acordar e conferir novo sentimento e brilho à vida, à nossa curta passagem por esse universo.” {FONTE: REVISTA TEMPO E PRESENÇA, KOINONIA, MARÇO/ABRIL DE 1985, ANO 17, Nº 280}

Mesmo que a nossa silhueta esteja diretamente ligada ao nosso orgulho e a nossa vaidade, situações que nos dominando não nos deixam enxergar, uma pergunta que o ensaísta faz é credora de uma resposta consciente:

‘Qual seria a melhor opção para a sua vida?’ É preciso optar por Iahweh-Deus, já nesta vida, hoje! Poderíamos chamar esta opção de ato de conversão que se for real, abre-nos ‘a PORTA’ da vida eterna e nos dá acesso ao Reino. Inicia-se uma vida nova, na qual a pessoa humana se realiza plenamente, à luz de Deus. Sabe-se que esse tipo de experiência, só podemos classificar como EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL na fé, torna-se cada vez mais consciente. Ela emerge das profundidades, se relaciona com a graça que invade todo o ser, impregnando o corpo com sua luz até chegar à consciência. O crescimento na graça, sempre será – ao mesmo tempo – um progresso ou um processo translúcido na consciência do Divino.

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UMA PEQUENA INTERRUPÇÃO

Sobre o seguimento do tema em tela neste ensaio, o eleitor ficará em ‘stand by’ e ensaísta fará um ligeiro interregno. A linha temática do Congresso-XIX ENAJOP será depois retomada.

O SÉCULO XVI FOI UM ESFORÇO PARA RENOVAR A IGREJA CRISTÃ E CADA REFORMADOR BUSCOU CAMINHOS PARA SINALIZAR A IGREJA IDEAL.

O ENSAÍSTA TEM UMA OPINIÃO SOBRE O SEU MELHOR PERFIL:

No espírito do Oráculo de Ezequiel em outro espaço deste ensaio o ensaísta vai reproduzir uma reflexão sobre o que considera a igreja, ou Igreja que em sua opinião melhor representaria a verdadeira Agência Sinalizadora do Reino de Deus. No artigo que já naquela época representava sua preocupação a fim de coordenar o juízo de valor dos eclesianos sobre a eclesiologia. O texto em referência foi publicado no Boletim Dominical da Igreja que pastoreava no Complexo do Alemão, em Ramos – Rua Joaquim de Queiroz, 305 – de 3 de janeiro de 1982 e será aqui reproduzido:

UMA REFLEXÃO SOBRE A IGREJA {...}

{...} quando encerramos mais um ano, ano de 1981 «CF. O CALENDÁRIO CRISTÃO» é oportuno travar por alguns instantes o cronômetro da nossa vida para uma introspectiva revisão sobre a Igreja, ou igreja, seus modelos e suas realizações.

Tentarei codificar a minha particular concepção relativa a esse tema, ressaltando preliminarmente, que não é a Igreja Instituição Eclesiática que vai ocupar o nosso pensamento, porém, o maior foco serão àqueles que dela fazem parte e professam por sua mediação, a Fé Cristã. Também Jesus, o Cristo, não estava preocupado com a Igreja sinagogal quando afirmou: ‘As portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela’.Sabemos que as variadas raízes do cristianismo têm os seus modelos e é a partir deles que se esquematizam as suas realizações. Já afirmei em outras reflexões que a nossa visão de fé modela ou determina a nossa representação de Deus que poderá ser falsa ou verdadeira. Quem vai julgar esta questão? Não sou eu, o pastor. Jesus, o Cristo, deixou-nos um sinal: ‘Pelos seus frutos os conhecereis’ {Mateus 7,16BJ}. Apenas desejo fazer o irmão pensar neste assunto levantando à Luz do Evangelho, alguns questionamentos que servirão de roteiro para quem estiver disposto a refletir sobre essa matéria.

É importante sinalizar algumas pistas na perspectiva negativa, mas também emitir sugestões {O IRMÃO: {a} ACEITA SE QUISER} a respeito da igreja em seu aspecto existencial, vivencial e em seu jornadear que concerne à secularização e a eclesiologia.

A Igreja e a igreja é um tema apaixonante porque na sua individualidade e no somatório de cada uma delas, particularmente na que nós denominaremos de ‘IGREJA-POVO’, principalmente quando estão na berlinda às questões de foro íntimo que via-de-regra são conflitivas com os interesses da Igreja enquanto personalidade jurídica. Esta se preocupa com regras, normas e Leis que objetivam disciplinar e policiar o comportamento dos que estão sob sua jurisdição e a outra, a ‘IGREJA-POVO’, ao contrário está preocupada e buscando a consolidação da VERDADE da JUSTIÇA e do AMOR.

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Destaque-se que a ‘IGREJA-POVO’ não outro motivo senão motivar-se e orientar-se por outro caminho porque a Igreja que prioriza a política eclesiática está sujeita a alienação e caso seja essa a dinâmica de sua ação, distancia-se da beleza do Evangelho.

Com base nestes argumentos entrego-me ao risco de afirmar:

a minha igreja não é a Igreja da Tradição farisaica, legalista, que valoriza as normas, os preceitos e as Leis em detrimento do homem... {‘O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado {...}’ cf. Mc 2,27-BJ;

a minha igreja não é a igreja do exclusivismo carismático que obriga o homem a ignorar a sua realidade existencial e quando os conflitos se afloram, oferece ao acuado por uma existência subumana, estímulos psicológicos que invariavelmente se transformam em veículos de exploração do homem pelo homem, abrindo espaços e estímulos aos pseudos «detentores dos ‘carismas’» para as suas realizações financeiras e com isso escraviza-se a ‘IGREJA-POVO’ à prática de uma vida devocional egoísta anti-comunitária e distante da verdadeira MISSIO DEI e sob o ponto-de-vista da Nova Aliança do Cristo {cf Lc 4,16-19/BJ};

a minha igreja não é a igreja de um ecumenismo anti-pragmático, promocional, dogmático e utópico em sua proposta de entrega solidária em favor da sociedade dos carentes, na realização ou implantação do Reino de Iahweh-Deus, na Polis humana. Muitos, com justificável razão, diante das contradições e da corrida eclesiológica que muitos fazem para monopolizar a Fé Cristã, incitarão também entre muitos a pergunta:

“{...} QUAL É AFINAL A VERDADEIRA IGREJA?” A igreja para ser verdadeira precisará atender

aos requisitos básicos exigidos pelo Senhor da igreja, ou seja: a igreja é a igreja que entrega-se à prática e não se escraviza à teoria,

porém, promove o projeto igualitário de Deus que Paulo sintetizou apelo: “{...} nem cuidando cada um só do que é seu, mas também do que é dos outros” – Filipenses 2,4-BJ e mais: “{...} pela caridade, colocai-vos a serviço uns dos outros” – Gálatas 5,13/BJ;

a igreja é a igreja que viabiliza todos os desejos do Filho de Deus sabiamente interpretado por Paulo: “{...} Há um só Corpo e um só Espírito, assim como uma a esperança da vocação com que fostes chamados; há um só Senhor, uma só Fé, um só batismo; há um só Deus e Pai de todos, por meio de todos e em todos” – Efésios 4,4-6/B

UMA CONFISSÃO DE FÉ INTELIGENTE...

“CREIO na igreja cuja atuação não visa à própria segurança, influência, e reconhecimento, mas o Reino de Deus e a humanização do HOMEM chamado a vencer a culpa e a morte na realização da liberdade dos filhos de Deus”

{ESTE É O PERFIL DA IGREJA IMAGINADA PELO FREI CLÁUDIO VAN BALEN}

E A IGREJA DO ENSAÍSTA? QUAL SERIA A SUA LINHA PREFERENCIAL?

a minha igreja é a igreja que tem a ousadia de realizar a sua tarefa profética conforme o Oráculo do Senhor pronunciado pelo profeta das nações: «{...} Escutai a palavra de Iahweh, Casa de Davi! Assim disse Iahweh: Praticai o direito e a justiça; arrancai o explorado o explorado da mão do opressor, não

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oprimais estrangeiros, órfãos ou viúva, não o violenteis {...}» {Jeremias 21,11; 22,3BJ}”

Na sequencia, do anunciado texto do parágrafo anterior, um artigo do abalizado expoente da Teologia, Antonio Gouveia de Mendonça, subordinado ao tem: UMA FÉ VOLTADA PARA O COTIDIANO publicado na revista Tempo e Presença de junho/86. Até chegarmos aos dois textos, ficam guardados, para nos questionar e incomodar a pergunta: A NOSSA FÉ ESTÁ VOLTADA PARA QUE LUGAR?

NÓS SOMOS NADA!!! IAHWEH-DEUS É TUDO!!!{O SALMISTA DAVI TINHA RAZÃO? – Quem responde e o leitor deste ensaio}

– SALMO 139 E 138 NA VERSÃO DA BÍBLIA USADA PELOS IRMÃOS CATÓLICOS –

“Iahweh, tu me sondas e conheces;conheces meu sentar e meu levantar, de longes penetras o meu pensamento;examinas meu andar e meu deitar, meus caminhos todos são familiares a ti.

A palavra ainda não me chegou à língua,e tu, Iahweh, já a conheces inteira.

Tu me envolves por trás e pela frente, e sobre mim colocas a tua mão.É um saber maravilhoso, e me ultrapassa,

é alto demais: não posso atingi-lo!Para onde ir, longe do teu sopro?

Para onde fugir, longe da tua presença?Se subo aos céus, tu lá estás; se me deito no Xeol, aí te encontro,

Se tomo as asas da alvorada para habitar nos limites do mar,mesmo lá é tua mão que me conduz, e tua mão à direita me sustenta.

Conhecias até o fundo do meu ser: meus ossos não te foram escondidosquando eu era feito, em segredo,

tecido na terra mais profunda.Teus olhos viam o meu embrião.

No teu livro estão todos os dias que foram fixadose cada um deles nele figura.

Mas, a mim, que difíceis são teus projetos, Deus meu, como sua soma é grande! {...}

{...} Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração!Prova-me, e conhece minhas preocupações!”

OBS: Este salmo foi transcrito ‘ipsis litteris’ da Bíblia de Jerusalém

{A experiência do salmista em relação à onipresença de Iahweh-Deus em sua vida é a mesma do ensaísta. A prospecção Divina é uma realidade inevitável na vida humana. Este ensaio, ou o ensaísta acredita na interferência direta de Iahweh-Deus na confecção deste ensaio. Caso você não o queira ler... PACIÊNCIA!!!

Nós nada somos e pensamos que somos tudo, mas o Senhor, Iahweh-Deus, conhece todo o nosso ser e esquadrinha o nosso coração. Como escreveu Herbert Prochnow – pasmem!... Um Empresário:

{“Não é nada fácil para uma ideia entrar numa cabeça cheia de preconceitos”}

QUE TIPO DE CONJURAÇÃO OCORREU PARA ESVAZIAR O CONGRESSO? : O TEMPO

O TEMPO conspirou para um melhor aproveitamento do encontro. O clima do Congresso transcorreu em ambiente muito fraterno e de certo modo festivo, mas em face deste inimigo comum não foi além do seu próprio limite a fim de se tornar um marco de realização dentro da nossa IPU. Os organizadores fizeram de tudo para produzir o melhor, mas... De uma forma ou de outra só podemos louvar o esforço dos organizadores.

É bom tomar de empréstimo o que escreveu Pitágoras, filósofo e matemático grego {580/500 a.C}. Natural de Samos abriu uma escola em 532-531, em Cretona, na Itália do Sul. Viu-se depois obrigado a refugiar-se em Metaponto onde morreu. A escola por ele fundada na Magna Grécia teve longa duração. Os pitagóricos concebiam os números como

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essência das coisas, o elemento primordial que explica a harmonia natural, o fundamento da realidade. Pitágoras pressentiu a esfericidade da Terra, o seu movimento de rotação em torno do Sol, etc., tendo sido considerado por Aristóteles o fundador das matemáticas. É dele este pensamento:

“Com organização e tempo, achamos o segredo de fazer tudo e bem feito”

Se algo – no Congresso – não foi bem feito, vamos atribuir e debitar ao TEMPO que foi exíguo para um projeto tão importante, mais ousado, relevante e oportuno para a nossa eclesiologia, particularmente para o nosso MOMENTO HISTÓRICO que está mergulhando o homem – cristão ou não – em diversas preocupações envolvendo-o em TEIAS DE ARANHA, CAMINHOS SEM RETORNOS E OBJETIVOS.

HOJE – o ensaísta está convencido – nós estamos: as seitas e a Igrejas Históricas, sob o questionamento do Espírito de Deus. Ele quer nos levar a “{...} verdade plena, pois não falará de si mesmo {...}” «Jo, 16,13». A “VERDADE PLENA É JESUS”.

UMA INDAGAÇÃO PERTINENTE...

Por que Jesus enviou o PARÁCLITO? Por que muitas verdades, depois da ascensão do Senhor, ficaram pendentes em aberto. Por que ficaram pendentes? Sem preconceitos e exclusões este ensaio está no prelo e dele irá sair para as suas mãos, mas...

A RESPOSTA VOCÊ NOS ENCONTRARÁ NO V. 12:

“Tenho ainda muito que vos dizer, mas não podeis agora suportar”EM NOSSO MOMENTO HISTÓRICO – Não só no Brasil, mas no Mundo inteiro, o homem vive acuado pelos seus problemas, por suas CRISES, mas a despeito disso a VIDA ABUNDANTE prometida por Jesus, nunca foi tão procurada:

“{...} Que ânsia de viver palpita no homem! Quanta preocupação pelos problemas da vida! Problema internacional gravíssimo: desarmamento, intercâmbio comercial. Problema nacional: produção, orçamento, etc... Problema familiar: emprego, manutenção do lar, futuro dos filhos. Problema individual: trabalho, doença... Haverá aqui um só homem que não seja atormentado por qualquer preocupação?

Quantas preocupações CIENTÍFICAS! A constituição da matéria! Problemas psíquicos... Enigma da psicose; problemas histológicos... {NOTA DO ENSAÍSTA: HISTOLOGIA: RAMO DA BIOLOGIA QUE ESTUDA A ESTRUTURA MICROSCÓPICA NORMAL DE TECIDOS E ORGÃOS.}

Qual será a nossa patogenia espiritual? {NOTA DO ENSAÍSTA: PATOGENIA TEM SUA ETIMOLOGIA

LIGADA A PATO – DO GREGO ‘PATHO’ < PÁTHOS, EOS – OUS QUE É IGUAL A ELEMENTO DE COMPOSIÇÃO; SOFRIMENTO, DOENÇA, TUDO ISSO ‘IRMÃOS GÊMEOS’ DA EXPRESSÃO CARDIOPATIA} do câncer ou carcinoma, cf, Jung? Problemas químicos... Históricos... Os problemas da Bolsa e da Técnica Industrial... Que Igreja, ou igreja em nosso momento histórico não sofre de alguma PATOGENIA?

Como esses problemas inquietam os homens!!! Como absorvem sua atividade!!! O mundo se agita como um possesso!!! Terei, por acaso, que me alongar para dizer que o mundo se acha profundamente preocupado com o problema do existir, sim do existir sem nenhuma nova esperança para o amanhã?”

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{O ENTRE ASPAS FOI TOMADO DE EMPRÉSTIMO DO LIVRO JESUS CRISTO É DEUS? CONFERÊNCIAS SOBRE A DIVINDADE DE JESUS CRISTO, 12ª EDIÇÃO, EDIÇÕES LOYOLA, SÃO PAULO, 1979, DE JOSÉ ANTONIO DE LABURU, S.J.}

As CRISES são semelhantes às TEIAS DE ARANHAS {mais uma vez elas!!!} nos envolvem e – por elas arrastados em seus aterrorizantes emaranhados, sempre muito bem articulados pelas ‘ENGENHEIRAS’ que são as aranhas. Este é um estranho universo do qual custamos a nos desvencilhar. Falar do trabalho das aranhas significa o mesmo que repetir obviedades, mas precisamos considerar que elas ou muitas delas – as aranhas – são terrivelmente perigosas e ameaçam a vida. Figurativamente ou não, precisamos estar atentos a fim de não cairmos em suas armadilhas.

Mas é um grande equívoco pensar que as CRISES são um mal. Ao contrário! Quando elas chegam, Iahweh-Deus chega com a forma de parceiro, mas, elas chegam com um propósito que sempre resulta em benefício para o homem, seja ele cristão ou não.

Este ensaio estará focalizando nas páginas subsequentes nos mínimos detalhes os desencontros da vida que alguns qualificam como CRISE.

Mas como preliminar, um texto, ou melhor, algumas pontuações de Leonardo Boff, ampliando o nosso entendimento do que significa uma CRISE. {Teologia da Graça Libertadora, Revista de cultura vozes, nº 4, 1975, ano 69}

Antes de conhecermos a opinião – parcial – de Leonardo Boff, uma projeção da CRISE e a IPU:

A partir do momento que a IPU surgiu no ‘CENÁRIO ECLESIOLÓGICO’ nossa Organização Eclesiástica vem passando por sistemáticas avaliações e sendo vitimada pelas críticas dos desavisados, mas como a IPU nasceu subordinada ao lema: UMA NOVA FORMA DE SER IGREJA certamente seria inevitável e ninguém poderia ficar perplexo com os choques de interpretação, particularmente em relação à TRADIÇÃO que a IPU herdou da IPB.

QUAL É O GRANDE ‘PECADO’ DA IPU?... TENTAR SINALIZAR O NOVO, PORÉM...

A nossa Confissão de Fé está pagando um preço muito elevado por oferecer ao eclesianos UMA NOVA FORMA DE SER IGREJA. Para uma grande maioria a TRADIÇÃO é maior do tudo e a igreja que dela se afasta, se deixou trair pela apostasia. Para a Igreja Católica Romana a TRADIÇÃO é superior a Bíblia. Quem se apega demasiadamente à tradição, fica fanatizado à semelhança do que fazem os irmãos das Seitas em relação ao Batismo do Espírito Santo.

Antes de dar sequencia a esta ideia, na berlinda, um pensamento que caminha pela viela, ou melhor, pela trilha de uma variante do assunto agendado para sua avaliação:

Em sentido paralelo, as contradições étnicas entre os eclesianos de origem AGRARIA e os de origem URBANA, também, seria inevitáveis. É verdade que estes polos diferenciados da cultura, já vinham ocorrendo há muito tempo, mas havia uma tolerância recíproca e a convivência era pacífica. Por causa dessa contradição cultural, nunca houve uma desagregante CRISE entre os eclesianos. O espírito comunitário era quase perfeito e todos viviam em paz. VAMOS AO TEXTO DO BOFF:

“A GRAÇA COMO CRISE: O amor de Deus {Graça} incidindo sobre o homem pecador age como uma crise acrisoladora, despertando para um processo de libertação de seu projeto de pecado habitual PARA de graça habitual. A palavra CRISE aqui possui um eminente sentido positivo como aparece em sua origem filosófica. CRISE provém do sânscrito {kri ou kir} significando limpar, purificar. As línguas latinas conservam o sentido originário de crise nas palavras ACRISOLAR e CRISOL. A crise age como um CRISOL {elemento químico} que purifica o ouro de sua ganga; a CRISE vai acrisolando {purificando} a pessoa para sua verdadeira identidade, ao depurá-la de tudo

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quanto possuía de fictício e deturpado. A graça de Deus {-AMOR-} age como um crisol acrisolador fazendo o homem passar de pecador para justo. Esta passagem é crítica e não se faz sem CRISE. Mas é profundamente libertadora. Os evangelhos nos apresentam Jesus como a crise do mundo pecador {cf. MT 10,34; Jo 3,19; 5,19-30; 12,31.47; 16,11}, como aquele que, com sua presença, sua luz e seu amor, purifica o mundo, fazendo-o passar por um processo de conversão doloroso mas gratificante. O Concílio de Trento, numa linguagem muito processual, apresenta a justificação do pecador como à ação de passagem do homem sob o signo do velho Adão para o homem sob o signo do NOVO ADÃO. A ‘justific-ação’ – AÇÃO resulta da AÇÃO amorosa da graça que deslancha todo o processo de conversão e da AÇÃO livre do homem que “acolhe aquela inspiração que poderia também rejeitá-la”{DS 1525}, fazendo com que o homem de pecador, vivendo um projeto fundamental cerrado a Deus, se transforme em justo, vivendo um projeto fundamental aberto para Deus.

Num outro sentido ainda emerge a graça como CRISE, pois CRISE pode significar também ruptura e divisão dentro de uma ordem dada. Todo o processo de purificação implica um deixar e um ASSUMIR NOVO. A graça de Deus incidindo no homem pecador equivale a um raio de luz atingindo à cegueira dos olhos que agora podem ver. A ordem de pecado, extravio da vida de sua trilha para o céu da qual pode surgir uma ORIENTAÇÃO NOVA que equivale a um CRITÉRIO {provém de crisis}: uma medida que permite discernir o falso do verdadeiro.

Em grego significa CRISE {krísis, krínein}, decisão. Esta supõe um leque de opções, cada qual oferecendo suas possibilidades, gerando tensões e conflitos. A decisão é tomada, ao se superar “o momento crítico”, das tensões e ao se optar por um caminho que constituirá a NOVA DIREÇÃO do projeto de pecado habitual {...}”

Para o homem em CRISE, algo que não deve ser esquecido ou ignorado deve ser considerado de forma muito especial por causa da sua importância é um algo que estará sempre envolvido no processo de EVANGELIZAÇÃO:

QUAL DEVE SER O CORPOTAMENTO DO EVANGELIZADOR AO REALIZAR A MISSIO ECCLESIA? DEVE PRATICAR A ACULTURAÇÃO OU A INDIGENIZAÇÃO?

Estas perguntas não figuraram – certamente por falta de TEMPO HÁBIL, no Encontro acima referido, mas elas deveriam nos incomodar por que delas depende o sucesso da MISSIO ECCLESIA e consequentemente o da MISSIO DEI. O ensaísta vai pisar neste terreno de areias movediças sem medo de ser mal interpretado.

Quando a Hierarquia da IGREJA convoca a Comunidade, ou seja: ‘Comunidade da Fé Cristã, Povo da Nova Aliança e Corpo Místico de Cristo’ para refletir sobre sua situação eclesiológica, esta é uma atitude que merece o nosso aplauso, nosso respeito, ou melhor: a nossa aprovação. É um ato de Fé chamar os eclesianos para PLANTAR IGREJA.

Deveríamos acrescentar a este gesto altruísta uma questão significativa, ou seja: seria necessário dizer ao EVANGELIZADOR que o EVANGELIZANDO já está plantando. Se for ou não a BOA SEMENTE este será um julgamento de Iahweh–Deus. Outra questão: Será que o que o EVANGELIZANDO está plantando no solo fértil da sua cultura, da sua etnia, não será melhor do que o EVANGELIZADOR está plantando?O trabalho do EVANGELIZADOR deve se assemelhar ao do Engenheiro Agrônomo. Este profissional, em que pese o seu saber teórico, aprende muito com a experiência do agricultor. A partir do fundamento étnico do outro, muito se poderia fazer, o que a Igreja chamaria um trabalho de catequese.

A MISSIO ECCLESIA e a MISSIO DEI, é consequência do amor. Caso o amor – na evangelização esteja ausente – nunca existirá uma relação dialógica entre os contrários. Ser contrário, ter opinião própria, não é um ato reprovável

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porque Iahweh-Deus liberta-nos para vivermos na liberdade a partir da VERDADE que chegou a POLIS HUMANA e foi proclamada pelo Verbo que se fez carne. Porém, a LIBERDADE e a VERDADE precisam ser trabalhadas e assumidas com responsabilidade.

Quando J. Xto alertou os seus discípulos: “{...} conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” – JO 8,32 – certamente Ele sinalizava, salvo opinião diferente, algo que o preocupava:

“Os filhos de Deus vivem acorrentados a que?”

Do livro Missão evangelizadora da Comunidade Eclesial, de José Marins e Equipe, Edições Paulinas, São Paulo, 1977, pág. algo de muito importante para as pretensões do projeto evangelístico da Missio Ecclesia:

“Tanto o evangelizando quanto o evangelizador estão culturalmente condicionados. Penetrar evangelicamente numa cultura, nela se encarnando, significa partir de onde está o povo {realidade}, levando em conta sua cultura, linguagem, etc.

Cada cultura é o meio concreto pelo qual o homem vivente exprime sua interioridade, seu mundo mental e vivencial, suas angústias, aspirações, busca de Deus. Ela é a linguagem autêntica e global que um grupo humano criou, manteve e transmitiu em seu próprio contexto histórico e com as contribuições de sua criatividade1.

― ― ― ― ― □ ― ― ― ― ―

NOTAS DE RODAPÉ DO LIVRO:

1 – ‘NIVEIS DE CULTURA: o Evangelho chega vitalmente ao homem quando é ouvido em sua própria linguagem cultural 1 É com essas expressões culturais que ele também exprime sua fé. Por isso, a penetração evangélica de uma cultura supõe uma investigação antropológica {não necessariamente explicita... pode também ser implícita, de modo intuitivo} que se transforma em atitudes concretas perante os homens e sua cultura: – solidarizando-se com seus valores autênticos; – simpatizando com sua história, linguagem, mentalidade, costumes e realizações; – respeitando o que, no entanto, não se entende nela; – vivendo “com”, assumindo a situação, encarnando-se.2 – A evangelização perde sua força e eficácia, caso não leve em consideração o povo concreto a que se dirige e em sentido paralelo não utilize sua ‘língua’, seus signos e símbolos, e não responda às questões que coloca se não chegar à sua vida concreta {Ev. Nunt 63}.

Contudo, por outro lado, a evangelização corre o risco de perder sua alma e desvanecer-se esvaziar ou desvirtuar seu conteúdo, sob o pretexto de traduzi-lo. ’

― ― ― ― ― □ ― ― ― ― ―Nenhum homem vive isolado de um contexto sociocultural e histórico. Cada um expressa sua vitalidade, sua interioridade, através de sistemas particulares dos signos culturais criados, objetivados, interiorizados, transmitidos e transformados na história, pelo mesmo povo. Estes sistemas de signos culturais incluem não só expressões verbais e explícitas, mas também outras formas de comportamento e estruturação social que revelam sua identidade e interpretação da vida, de um modo mais indireto.

Cada um destes sistemas tem sua originalidade própria e sua consistência, temos que interpretá-lo de acordo com os critérios do mesmo grupo, e não com outros critérios externos, pois cada povo cria sua cultura à base de próprias experiências concretas e de seu próprio gênio, objetivando-a ou codificando-a de um modo

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particular e original, transmitindo-a a seus membros através de múltiplos processos sociais, e transformando-a a base de novas experiências históricas.

‘É preciso ter em conta a concepção que pessoas têm de si mesmas, da vida, de Deus e da salvação. A vida do povo tem aspectos positivos {SENTIDO DE AGRADECIMENTO DIANTE DA PROVIDÊNCIA DE DEUS, LOUVOR, FESTA, REUNIÃO COMUNITÁRIA ETC...} e aspectos negativos {TEMOR, FATALISMO, DEUS CASTIGO-DOR, SUBMISSÃO AO COSMO, SUPERTIÇÃO, ETC.}

É necessário aproveitar o bem {A SEMENTE DO VERBO} e corrigir o mal, mediante um anúncio centralizado na alegria da Páscoa, do Deus que ama, convoca e nos dá a alegria de vivermos a libertação de Cristo’”

O ensaísta entende que para não agredir o Universo Cultural do EVANGELIZANDO poderíamos falar de Jesus a começar por uma pergunta que é atípica, mas que figurativamente espelha uma realidade do pano-de-fundo da vinda de Jesus: “Por que Jesus veio ao mundo?”

O ensaísta acredita que um bom início seria levantar as colocações feitas em forma de pergunta por um teólogo católico que criou uma metáfora considerada pelo ensaísta – no seu entendimento – como um deslocamento teológico, uma translação de algo REAL para uma interpretação alegórica, i.é: como se fora o próprio Jesus falando. O que foi por ele escrito deve ser considerado uma metáfrase. E aqui é oportuno invocar o pensamento do grande poeta português Fernando Pessoa:

“As figuras imaginárias têm mais relevo e verdade que as reais”

Quem melhor interpretou a era da CIBERNÉTICA foi Fernando Pessoa. Cibernética... O que é? A etimologia da palavra vai explicar: Do ingl. «CYBER – CYBERNETICS » elemento de composição, arte... Do gr. «KYBERNETIKÓS» ou, para completar a ideia: «TÉCHNE KYBERNETIKÉ», ‘a arte do piloto’, ‘realidade virtual’.

Leia o texto a seguir e use o seu imaginário fértil a fim de ouvir, em situação de êxtase, a voz de Jesus, o Cristo, acrescentando algo que o hagiógrafo não escreveu, mas que é na realidade era e é a expressão viva da Missão de Jesus para todos os homens:

“Eu sabia que muitos não têm comida, nem fria.Eu sabia que muitos não têm roupa, nem velha.

Eu sabia dos que nunca veem coisas novas, dos que nunca descobrem, nem são descobertos.

Eu sabia dos que são despedidos, dos que se iludem.Eu sabia das guerras, dos terrorismos, dos exploradores do povo, dos

massificadores,eu sabia de tudo isso.

Mas eu vim justamente por isso.Eu vim para que não desanimem, para que não percam a ESPERANÇA.

Eu sabia de todas as neuroses, e vim por isso mesmo.Eu sabia de todas as desgraças por que você e os outros passam.

e vim ser mais um de vocês.Eu vim para você saber que nada disso mata se você mesmo não quiser ser

destruído.Eu vim para você acreditar na ESPERANÇA, para você saber que não há mais

morte,que a vida nunca mais vai acabar.

Eu vim para dar importância a você,para ligar você a todos os homens,

de hoje em toda a parte.Pois, de hoje em diante,

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estarão todos cada vez mais juntos.Eu nasci para procurar você

no meio disso tudo,e mostrar que você é maior do que isso tudo.

A revista Ultimato – Ano XXXVI nº 280, Janeiro-Fevereiro 2003 {Ainda que alguém não concorde com a linha tradicionalista o rigor inclinado ao conservantismo dessa publicação, ela apresenta em seus números muitos artigos de boa qualidade que não é uma exclusividade do ensaísta} desenvolveu – neste número – a linha temática – o grande desafio do terceiro milênio depois de Cristo, é a lembrança contínua do Jesus do Novo Testamento até que Ele venha – o artigo de Ricardo Gondim, pastor da Assembleia de Deus Betesda, mora em S.Paulo. É autor de diversos livros entre eles Artesãos de Uma Nova História. Interessante que a linha temática da revista tem este significativo título: SOBRE O FIM DA HISTÓRIA, segundo a louca versão do de Francis Fukuiama, secretário do Departamento de Estado, norte-americano.

É oportuno pontuar sobre este artigo de Gondim porque muitas são as afirmações importantes que – depois de tantos séculos – ainda hoje geram CRISE para o dia-a-dia da Comunidade da fé cristã, Povo de uma Nova Aliança e Corpo Místico de Cristo. Vejamos:

Sobre a mundividência equivocada de Fukuiama:

“Ele simplesmente expressava a mentalidade de uma época, também chamada de PÓS-MODERNIDADE. Um contrapé histórico, caracterizado pela decepção com as propostas do ILUMINISMO EUROPEU – que terá um capítulo à parte mais a frente – e com as afirmações da modernidade. Eram elas:

1. o avanço do saber científico;2. o domínio da natureza pela tecnologia;3. o aumento exponencial da produtividade e da riqueza material;4. a emancipação das mentes após séculos de opressão religiosa,

superstição e servilismo;5. o progresso e salvação dos povos pelas instituições políticas;6. o aprimoramento intelectual e moral dos homens por meio da ação

conjunta da educação e das leis. Não se aguarda mais o paraíso proletariado sonhado por Marx, o eldorado do capitalismo ocidental ou o mundo feliz do positivismo em que imperam a ‘ordem e o progresso’”

“Realmente parece que se acabaram os sonhos, que se arriaram as bandeiras apaixonadas das ideias e que os visionários cederam lugar aos HEDONISTAS {...} {N. do A. DO ENSAIO : DOUTRINA QUE CONSIDERA QUE O PRAZER INDIVIDUAL E IMEDIATO É O ÚNICO BEM POSSÍVEL, PRINCÍPIO E FIM DA VIDA MORAL –“A TEORIA SOCRÁTICA DO BOM E DO ÚTIL, DA PRUDÊNCIA,... PRODUZ PELA ÍNDOLE VOLUNPTUÁRIA DE ARISTIPO, O HEDONISMO, OU A FILOSOFIA, EM QUE TODA A HUMANA BEM-AVENTURANÇA SE RESOLVE NO PRAZER” – LATINO COELHO, A ORAÇÃO DA COROA, PÁGS. CCXXXVI – CCXXXVII} Fonte: Dicionário Aurélio.

{...} Os grandes ideólogos dos partidos políticos acossados nos corredores das universidades, cederam os palcos para os marqueteiros. Diminuíram as barricadas e trincheiras nas ruas das grandes cidades – os jovens optaram pelos corredores refrigerados dos shoppings. A China, maior país comunista do planeta, criou um novo paraíso capitalista, com instituições políticas totalitárias e uma economia de mercado.

Idealista, idealistas mesmo, restaram os fundamentalistas islâmicos defensores de um mundo pré-moderno, guerreiros dispostos a deitar suas próprias vidas

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por um Estado teocrático. Vislumbraram um mundo homogeneizado pelo Corão e sujeito à disciplina de um Ministério de Costumes e Tradição, que condenaria as mulheres a retrocederem séculos, sujeitando-as novamente às mordaças medievais.

Fora esses segmentos islâmicos mais radicais, o mundo carece de sonhos e ideais. Gabriel Perissé afirma que uma das ideias mais fortes de vida estava pichada em um tapume e dizia:

‘Se você está tranquilo é porque está mal informado’Entorpecemos nossas consciências com a desinformação. A televisão nivelou-nos por baixo.

Fernando Pessoa, em seu magnífico Livro do Desassossego, afirmou que, ao herdarmos uma descrença generalizada tanto no ‘cristianismo como na igualdade social e na ciência e nos SEUS PROVEITOS’, acabamos nos contentando em meramente viver’. E arremata inclemente: ‘Ficamos, pois, cada qual entregue a si próprio, na desolação de sentir viver. Um barco parece um objeto cujo fim é navegar; mas o seu fim não é navegar, senão chegar ao porto. Nos encontramo-nos navegando, sem a ideia do porto a que deveríamos acolher’ O veredicto de Pessoa, mesmo vaticinado há quase 100 anos, é doloroso:

‘Sem ilusões, vivemos apenas do sonho, que é a ilusão de quem não pode ter ilusões {...}

{...} Sem fé, não temos esperança, e sem esperança não temos propriamente vida. Não tendo uma ideia de hoje, porque hoje, para o homem de ação, não é senão um prólogo do futuro. A energia para lutar nasceu mora conosco, porque nós nascemos sem o entusiasmo da luta”Os SONHOS podem ser pesadelos e um pesadelo nos rouba a paz, mas quando o SONHO mesmo sendo aflitivo, porém, se ligado a uma UTOPIA é um sinal que o POVO DE DEUS é chamado a lutar a fim de que o FUTURO ultrapasse os LIMITES DO PRÓLOGO.

OUTRAS PONTUAÇÕES...

Melancolicamente, também constatamos que a ESPERANÇA igualmente anda trôpega entre os cristãos. Podemos perceber que nos contentamos em repetir dominicalmente nossos cultos à mesmice de sempre. Sujeitamo-nos à ladainha enfadonha de orações prontas, paliativos espirituais em um mundo inclemente;

José Comblin, Teólogo da Igreja Católica Romana, escreveu e a Edições Paulinas publicou um breve curso de Teologia, tomos de II a III, nessa ordem: A Igreja e sua Missão no Mundo; O Espírito Santo e sua missão; A Igreja e sua missão no mundo e A sabedoria cristã. Este ensaio vai usar apenas o segundo e o terceiro tomo:

ASPECTOS DA ESPERANÇA: “A ESPERANÇA é vivida sob a forma de paciência em meio á morte, à perseguição e às ameaças. A ESPERANÇA sabe mostrar-se mais forte porque sabe que a perseguição procura justamente vencê-la como ESPERANÇA.

2.a – O POVO DA ESPERANÇA: ‘Os que vivem na esperança não olham da mesma maneira. Na esperança podem ver a realidade. A esperança vai além do que a palavra diz no dicionário. A esperança do povo de Deus é sua

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segurança colocada no porvir, a projeção de seu ser para o porvir. É arriscar tudo pelo futuro. É colocar todo o seu ser, todos os seus bens no porvir. Esperar é jogar a própria vida toda no porvir, sacrificar o imediato pelo porvir. Assim caminha o povo de Deus. A CELEBRAÇÃO DA ESPERANÇA: Na peregrinação, há momentos de parada. O caminho é o da cruz e a cruz leva à ressurreição. No entanto, o povo de Deus não olha só para a ressurreição como algo futuro. Ela já está antecipada. Aqui mesmo, no mistério da assembleia do povo de Deus, celebra-se, mostra-se e vive-se, antecipadamente e na esperança, a ressurreição. Este é o significado dos sacramentos. Pois eles nos tornam participantes da morte de Jesus na cruz e também de sua ressurreição. Por isso, a assembleia do povo é também festa e alegria. Isto vale para o batismo, para a eucaristia e para todos os sacramentos {NOTA: O AUTOR É CATÓLICO. COMO SE SABE A IGREJA ROMANA CONCEBE SETE SACRAMENTOS. NO MODO DE ENTENDER DO ENSAÍSTA, TODO PROCESSO DE INTERAÇÃO ENTRE A CRIATURA E O SEU CRIADOR É SACRAMENTAL; PORTANTO!!!} A liturgia é a organização da festividade. É o que veremos nas seções deste livro dedicadas aos sacramentos. Basta assinalar aqui que os sacramentos são a vivência da ESPERANÇA em nível do povo reunido’”.

UM APELO PROFÉTICO...

Quem era o enigmático Amós que questionava o sistema estabelecido e por isso foi pelo inimigo comum do povo, perseguido. Ele era também excêntrico em seus costumes, mas até hoje sua atuação profética é atualizada para os nossos dias como uma fonte de referência. Vejamos...

As fontes de informação do ensaísta foram tomadas dos melhores dicionários bíblicos de Teologia, particularmente o de John L. McKenzie, Paulus, São Paulo, 1984, AMÓS conhecido como um vaqueiro e cultivador de SICÔMOROS que, conforme a pesquisa feita é uma árvore descendente das ACERÁCEAS que produzem frutos que são NOZES ALADAS. Mas isso é só um detalhe que só tem importância se considerarmos que ele era um homem rude, mãos cobertas de calosidades, de estrutura étnica agrária, mas que Deus usava para questionar os poderosos políticos ou não, da sua época.

Ele – naquele tempo incomodava e provocava a ira dos donos do Poder e ainda hoje quando a sua leitura é contextualizada para o nosso momento histórico o seu teor somado aos Oráculos de Iahweh- Deus, incomoda e provoca inquietação ainda hoje. Amós é considerado um dos pastores de Técua, cidade de Judá, o Reino do Sul.

Ele não era profeta por vocação e mesmo não sendo profeta por definição, pronunciou Oráculos contra Damasco, Gaza, Tiro, Edom, Amon, Moab e Judá, que naquela época {entre 760 e 750 a.C} estava sob o reinado de Jeroboão II {786-746 a.C} e vivendo um período de paz e prosperidade, se aparente ou não isso não nos interessa e nem altera o conteúdo da historicidade bíblica.

Mas mesmo assim, o povo da Antiga Aliança andava na contramão das determinações estabelecidas por Iahweh-Deus.

Interessa-nos depois desta fundamentação histórica, o veemente apelo que fez as cidades impenitentes e a advertência que continha uma auréola escatológica:

“{...} Israel, prepara-te para encontrar o teu Deus!”{Amós 4,12b}

O QUE NÓS DESEJAMOS E QUAL É A NOSSA EXPECTATIVA AO MUDAR OS EQUÍVOCOS EXISTENTES EM NOSSA ECLESIOLOGIA OU NO QUE A IGREJA

RESOLVEU DENOMINAR DE ‘SÃ DOUTRINA’?QUAL O CAMINHO QUE OPTAMOS PERCORRER EM NOSSO AMANHÃ?

FUGA DE ALGO QUE NÃO TEMOS A CAPACIDADE PARA MUDAR?57

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ALMEJAMOS BUSCAR A FELICIDADE PARA ENCONTRAR UMA MANEIRA ENCARAR O NOVO SEM TRAÍR O NOSSO PASSADO DE FÉ?

SABERÍAMOS SUPORTAR AS CRISES E OS CONFRONTOS DE UMA MUDANÇA DECORRENTES DE UMA NOVA POSTURA ECLESIOLÓGICA QUE PODEM GERAR

COMFLITOS EXISTENCIAIS?

Todos sabem que crises sócio-políticas e econômicas, ou de culturas e etnias tradicionalmente diferentes formam, entre outros motivos igualmente importantes, desconforto e infelicidade na Comunidade da Fé Cristã. Isso é um fato que muitos não querem admitir, mas não têm para onde fugir.

A Igreja, ao contrário do que muitos imaginam, não é um agrupamento de ‘SANTOS’, mas de homens e o homem é sempre uma incógnita. Foi por causa do pecado dessa Comunidade Cristã que Jesus, o Filho do Deus Vivo, que João classifica como o Verbo, sim o Verbo – assim escreve o hagiógrafo da Escola joanina: “{...} E o Verbo se fez carne e habitou entre nós; {...}” – Jo 1,14a e mais

ainda no relato deste capítulo verso o testemunho de João Batista: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo {...}” – v. 26b. Nós estamos no mundo

Na igreja {ou Igreja caso você esteja pensando na organização eclesiástica ou a Pessoa Jurídica} não poderá ser diferente. Quem trabalhou este assunto com uma com figuração muito abrangente de forma plural foi Emmanuel Mounier no livro O PERSONALISMO, Moraes Editores, Lisboa, Portugal, título original Le Personnalisme, 1950, textos escolhidos, traduzidos e apresentados por João Bénard da Costa, Coleção Circulo do Humanismo Cristão em 1960, livro editado no Brasil pela Livraria Martins Fontes Editora Ltda. O ensaísta vai usar um pequeno trecho da pág. 82:

“O homem pode viver como uma coisa. Mas, como não é uma coisa {NOTA DO ENSAÍSTA: LAMENTAVELMENTE O SISTEMA DE DOMINAÇÃO INSISTE EM COISIFICAR O HOMEM} tal vida apresentará sempre o aspecto duma demissão: seja o ‘DIVERTISSEMENT ’ de Pascal, o ‘ESTÁGIO ESTÉTICO ’ de Kierkegaard, a ‘VIDA INAUTÊNTICA’ de Heidegger, a ‘ALIENAÇÃO ’ de Marx ou a ‘MÁ-FÉ ’ de Sartre. O homem do divertimento vive como que expulso de si próprio, confundido com o tumulto exterior: assim o homem prisioneiro de seus apetites, funções, hábitos, relações, dum mundo que o distrai. Vida imediata, sem memória, sem Projetos, sem Domínio, e que é a própria definição de exterioridade, ou a escala humana, de vulgaridade. A vida pessoal começa com a capacidade de romper contactos com o meio, de RIPOSTAR, de recuperar, para, através duma unificação tentada, se constituir uma só.

À primeira vista, este movimento é um movimento de fuga. Essa fuga não é senão um tempo dum mais complexo movimento. Se alguns ficam por aí e aí se agitam, é apenas porque interveio uma perversão. O importante não é a fuga, mas a concentração, a conversão de forças. A pessoa só recua para depois saltar melhor”Considerando em sentido paralelo a opinião de Emmanuel Mounier e aplicando-a como se fora um recado para a nossa Confissão de Fé, só nos restaria dizer: alguns dos nossos opositores poderão pensar... ‘Então a IPU é uma contradição’ NÃO!!!

Quem conhece a nossa história dentro da Igreja de origem sabe que nós – um grupo de pastores – lutou com todas as forças a fim de dar outro perfil a Comunidade de Fé, onde estávamos inseridos e a amávamos, ou seja: a IPB, i.é: algo que Lutero fez com a Igreja Católica Romana. Não foi possível! Surgiu entanto a Reforma Protestante. No nosso caso temos uma admiração fraterna pelos eclesianos que ainda fazem parte da Igreja irmã. As incompreensões da Hierarquia são fatos já sepultados.

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A Hierarquia da IPB montou um ‘Tribunal Inquisitorial’ julgaram-nos a revelia, despojaram-nos entenderam que eram competentes para julgar os nossos atos, porém assumiram um erro de percurso porque só Iahweh-Deus tem o direito de julgar.

Mesmo sabendo que o grupo e as Igrejas que pastoreávamos, já tinham dado um grito de alforia, mas este ‘grito’ era na verdade um afastamento temporário até que.. Este ‘até que... ’ ainda está em processo na Igreja das nossas origens. Que lamentável!!!...

As crises do nosso contexto histórico, sem pedir licença, entraram pelos umbrais das Comunidades da Fé Cristãs e nelas se instalaram. Crise? Que Crise? A vida apronta-nos algumas surpresas, mas quando algo de anormal acontecer...

PARA VOCÊ GRAVAR ENQUANTO ESTIVER LENDO ESTE ENSAIO:

O ensaísta não quer provocar tediento nos leitores, mas, por outro lado não poderá deixar de ‘abrir as portas’ a fim de que a UTOPIA se realize entre nós. Buscamos a Utopia e o seu parceiro mais próximo, ou seja: O DESEJO, particularmente o DESEJO DE JUSTIÇA a fim de transitem com liberdade – repetidamente ou não – entre nós. Este ensaio tem também este objetivo.

UMA ADVERTÊNCIA IMPORTANTE QUE DEVE NOS ACOMPANHAR AO LONGO DESTE ENSAIO:

As opiniões que no entendimento dos leitores poderão representar uma contradição ao PATRIMÔNIO DOUTRINÁRIO ECLESIOLÓGICO que, via-de-regra está influenciado por princípios étnicos já sedimentados na consciência dos nossos eclesianos, e que, por força e em nome da verdade irão desfilar como ponto de referência nos variados clichês do presente texto não significarão uma estereotipia. Serão usados para efeito de avaliação do que é verdadeiro e do que é falso, porém tudo isso relacionado com a linha temática do ‘Encontro’ em tela.

As pontuações que, aparentemente estiverem na contramão e forem destaque nas linhas sequenciais deste ensaio, não terão por objetivo potencializar a força dos adversários da FÉ CRISTÃ.

Os ‘supostos opositores’ que eventualmente forem citados, não devem ser vistos como destruidores dos PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS da nossa CONFISSÃO DE FÉ. A partir de Jesus, o Cristo, o homem tem o direito de pensar diferente. Cada juízo de valor deve ser visto como contribuição e não como agressão. Sem preconceitos pré-concebidos avançaremos para a edificação do Povo da Nova Aliança.

O ensaísta está atento a recomendação da Escola Paulina, segundo a qual ou conforme sua elocução, ou melhor, algo que é uma produção discursiva do seu hagiógrafo credenciado, em Efésios 4,27:

“{...} Irai-vos, mas não pequeis e nem deis lugar ao diabo”

O ensaísta não irá puxar a cadeira para a –‘sua excelência’ o Diabo – sentar a fim de participar da nossa reflexão se intrometendo em algo que não lhe diz respeito sobre os assuntos em pauta.

Agora para firmar um juízo de valor a respeito da VERDADE é oportuno citar um pensamento de Neimar de Barros, no livro o Deus Negro, l6ª edição-SP:

“Só existe uma verdade: a de Deus! Isso porque a verdade individual do ser humano leva sempre à mentira coletiva!”

Jesus, o Cristo, alertou os seus discípulos a sim de que eles seguissem a uma única verdade que em uma de suas Logias alertou-os a legítima verdade

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“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”

Qual é a única VERDADE que liberta? Consensualmente afirmamos: Jesus, o Cristo. Assim e desse modo Ele se apresentou para os seus seguidores:

“Eu sou o caminho a VERDADE e a vida {...}”

Repetir esta afirmação de Jesus, o Cristo, representaria transitar pelo óbvio, ou melhor, o que você já sabe por que certamente estes três pilares sustentam o “Edifício da Fé Cristã”

Agora...

PONTUAÇÕES PRELINARES QUE SE SOMAM ÀS CONSIDERAÇÕES EXORDIAIS:ESTAS LINHAS OBJETIVAM OFERECER AOS LEITORES APORTES E ALGUNS

‘BRAÇOS’ SUBTEMÁTICOS QUE NÃO FORAM CONTEMPLADOS, INVESTIGADOS E INCLUIDOS COMO PRIORITÁRIOS NA LINHA PROGRAMÁTICA DESENVOLVIDA NA

GRADE DA PROGRAMAÇÃO DO CONGRESSO.{JUSTIFICA-SE ESSA AUSÊNCIA. AFINAL FORAM SOMENTE 4 DIAS DE ENCONTRO}{A EXIGÜIDADE DO TEMPO CONSPIROU CONTRA A VASTIDÃO DESTA IMPORTANTE TEMÁTICA}{O ORGANIZADORES SÃO CREDORES DA NOSSA ADMIRAÇÃO PORQUE FIZARAM DE TUDO

E FORAM ALÉM DE SEUS PRÓPRIOS LIMITES A FIM ASSEGURAR O SUCESSO DO ENCONTRO. ISSO É UM FATO}

ESTE ENSAIO NÃO TEM PRESSA. TUDO O QUE AQUI FOR ESCRITO, SEM PRECIPITAÇÕES – TOMARÁ COMO REFERENCIAL A OPORTUNA E FELIZ NECESSIDADE, OU SEJA: CONVOCAR O POVO DE DEUS, POVO DE UMA NOVA ALIANÇA, PARA UMA

REFLEXÃO CONSCIÊNTE E RESPONSÁVEL DA SUA RELIGIOSIDADE QUE TEM UMA FORMA VIVENCIAL E MUITAS VARIAÇÕES AO LONGO DA SUA HISTÓRIA – A PARTIR DE VARIADOS MODELOS COM BASE NUMA AUTOTIPIA COMBINADA COM UM

CLICHÊ CHAMADO: C R I S T I A N I S M O

FALTOU O “SITZ IM LEBEM” {CONTEXTO VITAL} DO ENCONTRO?

Tomar como referencial não significa – em nenhuma hipótese – fazer um ‘chek-ap’, um juízo de valor e sim apresentar um trabalho expositivo para relembrar o que foi feito e aduzir, ou melhor: organizar um somatório de informações responsáveis e respeitáveis, que seria uma singular contribuição, valorizando assim essa importante ideia. Também não se trata – este ensaio – de uma xilogravura.

Cabe dentro deste contexto, mais uma abalizada e inquestionável e inalienável opinião de um superespecialista, relacionada com o assunto em pauta:

“Com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer tudo e bem feito”

{A AFIRMAÇÃO ACIMA É DE PITÁGORAS – FILÓSOFO E MATEMÁTICO GREGO «580-500 a.C.» A ESCOLA POR ELE FUNDADA NA MAGNA GRÉCIA TEVE LONGA DURAÇÃO. OS PITAGÓRICOS CONCEBIAM OS NÚMEROS COMO ESSÊNCIA DAS COISAS, O ELEMENTO PRIMORDIAL QUE EXPLICA A HARMONIA NATURAL, O FUNDAMENTO DA REALIDADE. PITÁGORAS PRESSENTIU A ESFERICIDADE DA TERRA, O SEU MOVIMENTO DE ROTAÇÃO EM TORNO DO SOL, ETC., TENDO SIDO CONSIDERADO POR ARISTÓTELES O FUNDADOR DAS MATEMÁTICAS. PITÁGORAS NÃO É ‘UM’ QUALQUER}

Teria faltado o que Pitágoras sinalizou a fim de que o Congresso fosse perfeito?

Parece que a grande tensão da nossa religiosidade hoje é o distanciamento entre os números e qualidade. Alguns entendem que o crescimento da igreja precisa ser numérico. Outro grupo não abre-mão do crescimento qualitativo cf. a súplica petrina: ‘{...} crescei na graça e no conhecimento {...}’

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No UNIVERSO DA FÉ – seja cristão ou não – como se fora uma grande LAVOURA, brota, cresce e se faz um ARVOREDO ADULTO que prolifera em contradição com a vontade de Iahweh-Deus, a semente do preconceito. O que Paulo escreveu, ou seja: que nós deveria EXAMINAR TUDO E RETER O QUE É BOM, não é visto com bons olhos pela grande maioria dos eclesianos mal informados ou dominados por um regime de exceção ou de exclusão que são parceiros e caminham de braços dados. Lamentável!!!

Embora muitos companheiros sejam avessos a Filosofia, ela em muitos aspectos tem ajudado a Teologia. Só não podemos permitir que alguns filósofos – arrogantemente – queiram estar acima do Theos / Logos que é o falar sobre Iahweh-Deus. O ensaísta não tem medo de citá-los na medida em que o pensamento deles seja uma contribuição para o engrandecimento da Graça de Deus, sobre a vida do homem. Alguns também não gostam que se fale na “Theotokos Mater Dei”!...

Quando a Mãe de Deus, Maria é claro, é desconsiderada!!!...

Não é bom perder de vista: Maria foi chamada numa teofania, ou seja, a aparição do Anjo Gabriel que a chamou de ‘BEM-AVENTURADA’. O ensaísta está defendendo a Mariologia? Não!!!

Este ensaio não é o lugar para discutir dogmas. O que temos a fazer? Respeitar a opinião do outro. O julgamento – caso este dogma mereça julgamento – é de Iahweh-Deus.

Assim sendo mesmo correndo o risco de não agradar quem não gosta de Filosofia, o ensaísta vai continuar citando a opinião de alguns. O que importa é o pensamento. Se estiver dentro dos padrões cristãos...

Friedrich Nietzsche, filósofo alemão, deixou escrito:

“Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal”

O novo sempre é novo porque existiu um passado que se fez história e que não deve ser desprezado. Não devemos desprezar o nosso presente, suas novidades, mas deixar de lado a HISTÓRIA?...

Preste atenção no que escreveu um pensador contemporâneo:

“{...} a história se vinga dos que a desconhecem, obrigando-os a repeti-la”.

O que o ensaísta pretende fazer – caso Iahweh-Deus permita – é um levantamento, se possível, mais aprofundado do tema, mas como não é um Ph. D. tomará de empréstimo a opinião de especialistas de diversas áreas, mesmo que não concorde com o ponto-de-vista de alguns deles.

É sempre bom colocarmos na “BALANÇA” “ALGO NOVO OU UMA NOVIDADE”, que não faça parte da rotina eclesiológica, para oferecer aos leitores algumas alternativas a fim de qualificá-los a fazer uma boa avaliação dos milhares de braços que este tema comporta. Se a sua paciência for restrita... Paciência!!!

A verdade é que este ensaio é um INVESTIMENTO DE AFETO que todo o leitor merece. O ensaísta tem por todos os leitores uma profunda EMPATIA.

Por que o ensaísta não pode calar?

A resposta o Oráculo de Ezequiel 2,4-6, vai responder.

“Os filhos são insolentes e de coração empedernido. {ISSO FOI ONTEM, OU MELHOR; NO PASSADO. E HOJE?} Envio-te a eles para que lhes digas: ‘Assim diz o Senhor Iahweh’: Quer escutem, quer deixem de escutar – com efeito, são uma casa de rebeldes – saberão ao menos, que um profeta esteve com eles. Quanto a ti, filho do

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homem não tenha medo deles nem das suas palavras. Não tenhas medo porque eles se opõem a ti e te menosprezam ou porque estás sobre escorpiões. Não tenhas medo das suas palavras, nem fiques apavorado com o seu olhar, pois são uma casa de rebeldes. Transmitir-lhes-ás as minhas palavras, quer escutem, quer não escutem, pois são uma casa de rebeldes”

Quando o profeta pronunciou este Oráculo, nem todos colocaram esta carapuça na cabeça. Isso poderá ocorrer com os nossos leitores?... O ensaísta não está insinuando qualquer tipo de libelo contra os leitores que não merecem este tipo de tratamento.

Em nosso momento histórico – e isso afeta a Comunidade Cristã – estamos vivendo e convivendo com variados tipos de VIOLÊNCIA. Não há limites para a maldade humana. O Temor a Iahweh-Deus está cada vez mais distante – e isso afeta «também» ao Povo da Nova Aliança – No AT inúmeros são os registro da VIOLÊNCIA. É bom citar apenas um: o tempo de Habacuc {± 640/609 a.C}.

“Até quando, Iahweh, pedirei socorro e não ouvirás, gritarei a ti: ‘Violência’ e não salvarás? Por que me fazes ver a iniquidade e contemplas a opressão? Rapina e violência estão diante de mim, há disputas, levantam-se contendas! Por isso a lei se enfraquece e o direito não aparece nunca mais! Sim, o ímpio cerca o justo, por isso o direito aparece torcido!” {HAB 1,2-4}

Os flagelos da nossa época não seriam uma repetição histórica? Notamos que o profeta Habacuc não entendia a PACIÊNCIA HISTÓRICA de Iahweh-Deus.

O que acontece agora são sinais dos tempos? É bom relativizar a fim de não se fazer uma exegese ou uma hermenêutica equivocada das barbáries que desfilam nas ‘passarelas’ da Midia.

Ricardo Gondim – pastor da Assembléia de Deus no Brasil, de São Paulo – escreveu um artigo para a revista Ultimato de janeiro-fevereiro 2003, ano XXXVI, №280 com uma abordagem sobre O FIM DA HISTÓRIA:

“Há alguns anos, um obscuro funcionário do Departamento de Estado norte-americano propôs que a história chegara ao fim. O nome de Francis Fukuiama logo se tornou conhecido nos meios acadêmicos. Seus argumentos causaram enorme furor entre os defensores da dialética histórica. Ele defendia que o fim das grandes utopias, principalmente o esfacelamento da proposta soviética de um estado marxista, exauria a possibilidade de se escrever ‘HISTÓRIA’, com ‘H’ maiúsculo.Ele simplesmente expressava a mentalidade de uma época, também chamada de pós-modernidade. Um contrapé histórico, caracterizado pela decepção com as propostas do iluminismo europeu e com as afirmações da modernidade. Eram elas:

1. o avanço do saber científico;2. o domínio da natureza pela tecnologia;3. o aumento exponencial da produtividade e da riqueza material;4. a emancipação das mentes após séculos de opressão religiosa, superstição e

servilismo;5. o progresso e salvação dos povos pelas instituições políticas;6. o aprimoramento intelectual e moral dos homens por meio da ação conjunta

da educação e das leis. Não se aguarda mais o paraíso proletário sonhado por Marx, o eldorado do capitalismo ocidental ou o mundo feliz do positivismo em que imperam a ‘ordem e o progresso’.

Realmente parece que se acabaram os sonhos, que se arriaram as bandeiras apaixonadas.

A palavra de ORDEM DO CONGRESSO 2010, XIX ENAJOP, em referência, foi colocada de forma enfática e de modo incisivo, dentro de uma linha prioritária, ou seja: MISSIONAR.

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Certamente não havia nenhum equívoco na elaboração temática do encontro. O hagiógrafo mateano apresenta-nos a última logia de Jesus, o Cristo, em seu último momento na POLIS dos homens, o Filho de Deus reuniu os seus Apóstolos para deixar a ordem:“Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quando vos ordenei. E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” {Mateus 28,19-20 – Tradução da BJ}

As palavras chaves desta Logia de Jesus são conhecidas, básicas e necessárias a sobrevivência da Fé Cristã, ou seja: BATIZAR; ENSINAR e apostar na PARUSIA que é – a tônica – que deve estar presente diariamente no cotidiano humano. Na medida em que muitas pessoas são levadas a fazer uma opção consciente pelo Cristo é um sinal evidente que a igreja {ou Igreja} está em processo de crescimento numérico. Isso vai depender da disposição da igreja em MISSIONAR. Mesmo que o numericamente {cf. citação em parágrafo anterior} seja uma necessidade, o mais importante, segundo a versão da Escola Petrina é:

‘{...} crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus cristo’ {2 Pd 3,18}

O profeta – segundo Isaías 17,10-11 – fala da missão de PLANTAR, ou MISSIONAR usando a terminologia eclesiológica, porém, forma figurada:

“Visto que te esqueceste do Deus da tua salvação e não te lembraste da rocha da tua fortaleza, tu te pões a formar PLANTAÇÕES de deleite e a PLANTAR sarmentos {sarmento: originariamente ramo da videira e outros significados} estranhos.No dia em que os plantas, tu os fazes crescer, {ação humana num primeiro momento que se segue – posteriormente – pela ação divina} na manhã seguinte fazes com que eles floresçam {os cuidados humanos no plantio, são precários e quando não acontece a ação divina...}, mas a colheita se esvai no dia da doença, da dor incurável”Estaria à igreja doente por isso a plantação {DE IGREJAS} não prospera?O MISSIONAR exige um algo importante: CONHECIMENTO. Porque – caso contrário – não acontece a JUSTIÇA.

Platão {429-347 A.C.} filósofo grego, criador da teoria ou do mundo das ideias, que ofereceu ao mundo ocidental a base de sua cultura, particularizou temas éticos, objetivando um responsável conhecimento do BEM, conhecimento que faz aflorar a JUSTIÇA entre os Estados e entre os homens, antes mesmo de Cristo, sinalizou o fundamento de uma boa relação dialógica entre os homens. O que escreveu Platão segue na sequencia deste parágrafo:

“A educação cria bons homens, e bons homens agem nobremente”

O pensamento do Filósofo Chinês, Hwan-Tzu, que escreveu p.v. do III séc. a.C. revela-nos este caminho para uma melhor organização da sociedade:

“Se planejarmos para um ano, devemos plantar cereais.Se planejarmos para uma década, devemos plantar árvores.

Se planejarmos para toda vida, devemos treinar e educar o homem”

Alguns bons políticos – raridade!!! – sinalizaram este caminho, mas não foram entendidos e até perseguidos. Estão aí os CIEPs.

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Um pensador nosso contemporâneo, trata desse tema de forma objetiva e consistente. Vamos buscá-lo no em nosso passado mais recente e trazê-lo para o nosso momento histórico:

Trata-se de Bertrande Arthur William Russell {1872-1970} filósofo e matemático inglês inspirado pelo Espírito de Iahweh-Deus deixou-nos um pensamento que é e sempre será o arcabouço para um viver feliz:

“Uma vida boa é aquela inspirada pelo amor e guiada pelo conhecimento”

O conhecimento só se torna eficaz através de um SISTEMÁTICO processo EDUCATIVO. Esta é a proposta de Jesus antes de partir para junto do Pai. Quem não gosta disso, paciência... Paciência!!!

Preocupa agora a questão da MISSÃO que necessariamente precisará transitar por estes caminhos anteriormente sinalizados.

Por que MISSIONAR?

Entende-se a EVANGELIZAÇÃO {AÇÃO TOTAL DA IGREJA} ou EVANGELISMO {AÇÃO PROSELITISTA DA IGREJA QUANDO ESTA MISSIONA TENTANDO IMPLANTAR OS SEUS PRINCÍPIO ÉTNICOS E ECLESIOLÓGICOS AO OUTRO...} como uma tarefa particular e exclusiva, dos seguidores do Cristo.

O nosso hoje e nosso amanhã estão comprometidos com a MISSÃO EVANGELIZANTE a fim de outros possam ser alcançados pela Vida abundante que o cristão encontrará na eternidade.

Se no ONTEM nada fizemos para cumprir o mandado do Filho de Deus, iremos pagar o preço da nossa negligência ou omissão, mas ainda nos restam o HOJE e o AMANHÃ. Sabemos que o nosso HOJE será o nosso FUTURO que é representado pelo nosso AMANHÃ. É bom cuidar bem do nosso HOJE a fim de que o nosso FUTURO seja tranquilo e sem arrependimentos.

Seria um ato de egoísmo e falta de fidelidade ao Reino de Deus, reter as promessas de uma vida feliz na eternidade só para nós. Em função disso, nossa responsabilidade maior é MISSIONAR.

“O DRAMA DA CONVERSÃO – {CONTRACAPA} O fenômeno ‘conversão’, particularmente no protestantismo de missão, tem manifestado aspectos bem mais profundos e radicais do se poderia esperar. Trata-se de uma prática de Fé que tem seus fundamentos nas influências pietistas e moralista {QUE O PROFESSOR ELTER ME PERDOE: ISTO É UMA ESPADA DE DOIS GUMES PORQUE OS QUE SÃO PIETISTAS TAMBÉM SÃO SINCEROS} que ressurgem sempre entre os grupos oriundos da Reforma Protestante quando tentam recuperar a base teológica da sola fide e sola graça {QUE O ENSAÍSTA – SEM EXAGEROS E EXACERBAÇÕES – TAMBÉM ACEITA}.

“A conversão, dessa forma, é uma atitude dramática de rompimento com o mundo estabelecido e a violenta imposição de outro elaborado minudentemente nos tratados religiosos, mas confissões, nas declarações de Fé.Em decorrência, a conversão, por incrível que pareça, deve afetar até a maneira de produzir ficção literária. ‘Lavado’ de seus pecados que, no fundo são apenas a liberdade de criação, o romance pietista propõe uma estória com sérios limites quanto a uso e costumes; produz uma literatura de amor sem sexo, sem corpo, sem equívocos. O enredo passa a ter como clímax a crise de consciência artificialmente criada e como anticlímax o folhetinesco céu, ou vida santa, pura, escoimada de ‘maus’ hábitos e de ‘maus’ costumes {...}”

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“Outra constatação, de grande importância para que se possa entender a interpretação da vida e do mundo na ótica pietista é a de que esta não é antagônica ao racionalismo do iluminismo. Na verdade, as ênfases na iluminação interior e no contato direto do homem com o Espírito Santo se configuram como a roupagem religiosa da autonomia racional pleiteada pelo iluminismo. Percebe-se que a crença no Espírito {COMO GUIA AUTÔNOMO DE TODO INDIVÍDUO} representa, em certo sentido, a linguagem da ‘orientação racional que possui todo o mundo por sua razão autônoma” {Entre aspas Tillich, Paul, Teologia Sistemática, pag. 299}.

A biodisponibilidade absoluta para a MISSÃO EVANGELIZANTE foi substituída pela acomodação, pelo apego exagerado aos dogmas e a crença na crença que ficou mais forte do que a CRENÇA EM DEUS. O que se viu? Um forte indício poetizado por todas as melancolias da pobreza espiritual. A igreja ficou sem caminho e sem vida e a vida abundante oferecida por Jesus Cristo foi relegada ao segundo lugar. Este é o clichê mais usual é o perfil da nova ordem religiosa que assumiu um lugar de destaque na religiosidade que se esvaziou em detrimento as suas origens primitivas.

Seria mais correto fazer uma avaliação dos MODELOS que a igreja ou a Igreja, adotou ao longo da sua história. Para a efetivação dessa busca e de suas implicações, o seria oportuno tomar de empréstimo a opinião de Avery Dulles, SJ do livro A IGREJA E SEUS MODELOS – APRECIAÇÃO CRÍTICA DA IGREJA SOB TODOS OS SEUS ASPECTOS, Edições Paulinas – São Paulo – 1978 pag. 216-219 o que o ensaísta fará em outro módulo deste ensaio.

Paulo aos irmãos da Igreja de Corinto traça o perfil dessa herança, ou graça de Iahweh-Deus que só alcançaremos primeiramente a partir de uma METANÓIA que no último momento ocorrerá com a metamorfose:

“Sabemos, com efeito, que, se a nossa morada terrestre, esta tenda, for destruída, teremos no céu um edifício, obra de Deus, morada eterna, não feita por mãos humanas. Tanto assim que gememos pelo desejo ardente de revestir por cima da nossa morada terrestre a nossa habitação celeste – o que será possível se formos encontrados vestidos, e não nus. Pois nós, que estamos nesta tenda, gememos acabrunhados, porque não queremos ser despojados da nossa veste, mas revestir a outra por cima desta, a fim de que o que é mortal seja absorvido pela vida. E quem nos dispôs a isto foi Deus, que nos deu o penhor do Espírito” {2 Co 5,1-5}

Por que não oferecer esse presente de Deus para quem não tem? Você concorda com essa ilação paulina? Então não podemos perder tempo. Deixemos o ontem vazio. Vamos agir a fim de cumprir a nossa MISSÃO.

O profeta Isaías {Segundo Isaías} esta identificado com essa promessa quando escreve:

“Mas Iahweh espera à hora de poder mostrar-vos a sua graça, ele se ergue para mostrar-vos a sua compaixão, porque Iahweh é Deus de justiça: bem-aventurado todo aquele que nele espera” {ISAÍAS 30,18}

Quem vive na esperança da PARUSIA deve estar certo que, por esta Logia de Jesus, o Cristo, ela já aconteceu porque a parusia não tem somente um significado escatológico, mas podemos entendê-la como: ESTAR AO LADO DE...

Então quando a Hierarquia da Comunidade da Fé Crista, nos chama para PLANTAR IGREJAS, isso ela faz em obediência ao mandado do Mestre e esta atitude é um convite a COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ ao POVO DE UMA NOVA ALIANÇA, OU AO CORPO MÍSTICO DE CRISTO a fim de que se prepare para MISSIONAR.

Seguindo esta linha, o ensaísta entende por oportuno ampliar estas considerações a fim de sinalizar o que significa uma ATIVIDADE MISSIONÁRIA.

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Missionar é uma atividade da Fé – individual ou comunitária – porque o MISSIONÁRIO, ou o EVANGELIZADOR, quando se deixa envolver pela “MISSIO DEI” ou “MISSIO EKKLESIA” toma essa decisão em nome em nome de uma Comunidade da Fé que professa, seja ela Cristã ou de outro fundamento eclesiológico. Entretanto, o que o missionário deve observar com muita atenção é se o seu trabalho subordina-se a que prática.

Clodovis Boff, O.S.M. no seu livro Teologia e Prática, Teologia do Político e suas mediações, da Editora Vozes, Petrópolis-RJ, 1978 aponta para alguns bloqueios que impedem o avanço da Missão:

“{...} Como ideologização da fé’ compreendendo por essa expressão a absolutização da dimensão histórica. Portanto, relativa da Fé. Esta deveria ser concebida como uma realidade transcendente e absoluta, de modo que toda tentativa de ‘rebaixá-la’ de seu nível próprio seria um atentado à sua essência” E mais: “{...} a noção de ‘ideologia’, se refere a toda ideia que tenha por função a justificação de uma prática ou de um interesse”

AH! VOCÊ JÁ SABIA DISSO?

AINDA TEMOS MUITO QUE APRENDER. O MOTE POPULAR DENUNCIA ESTA INCÔMODA SITUAÇÃO, OU SEJA:

“{...} NÃO SABEMOS DA MISSA UM TERÇO”

A falta do saber entre os que não têm voz nem vez tem sua culpabilidade atribuída e debitada na conta do opressor que age como dominador negando e não abrindo o PORTAL DO SABER aos que nada têm porque não tiveram acesso e na razão direta deste fato, ficaram sem esperança e por que não dizer, num beco sem saída.

Também podemos imputar esta exclusão e marginalização que vitima os mais pequeninos, ao egocentrismo dos intelectuais. Portanto não saber jamais se constituirá em um crime que deva merecer punição para alguém que seja vítima desse processo desagregador.

O leitor deve estar pensando: “{...} o ensaísta está transitando, ou movendo-se pelos caminhos da obviedade”, mas é este óbvio que precisa ser combatido porque é o ‘GRANDE MONSTRO’ que está tauxiado numa sociedade sem Deus e sem coração.

Fazer parceria com esta situação representaria uma grande contradição na medida em que proclamamos uma Fé Cristã que se Encarnou no mundo como solução e em oposição a qualquer tipo de opressão.

Existem muitos a quem foi negado o saber. Por essa razão permanecem na ignorância. Não são culpados. Culpados seriam aqueles que tendo uma oportunidade de acesso ao saber, preferem permanecer na ignorância. Não querem dar um salto de qualidade e ficam escravos do espaço onde estão instalados. Se depender do ensaísta esta situação vai mudar. Ter medo faz parte do cotidiano humano.

Jean Paul Sartre {1905-1980}, filósofo francês, existencialista, nosso contemporâneo, deixou para a posteridade este pensamento:

“Todos os homens têm medo. Quem não tem medo não é normal”Expatriar o saber tem um vínculo direto com quem, por seu livre arbítrio ou seu bel-prazer – que é a apocopada de belo+prazer – não estiver disposto a abrir-mão do espaço do lugar onde está instalado para aprender. Isso tem haver com a questão do medo trabalhada por Sartre.

Não é o ensaísta que vai impor ou criar um suporte para mudar essa situação, ou seja: sinalizar um caminho, caso você não queira por ele caminhar. O ensaísta não proprietário de uma verdade absoluta, porém, se angustia ao ver um esquema escravocrata triunfar.

SOMA-SE A ISSO UMA SITUAÇÃO PARALELA...

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Existe – também – uma grande distância entre a teoria e a práxis. Não é este ensaio que vai suprir esta lacuna: seria uma injustificável pretensão. Sabemos que a nossa vida inteira é um aprendizado. Só paramos de aprender quando Iahweh-Deus, determinar que o nosso jornadear terreno acabou. O ensaísta não sabe como será o seu amanhã. O que todos nós sabemos é que precisamos executar as tarefas que Iahweh-Deus colocou em nossas mãos e agradecer por esta confiança, apesar da nossa fragilidade. O nosso dia-a-dia precisa estar a serviço da “MISSIO DEI”

É BOM RELEMBRAR O QUE FOI ESCRITO NA LITERATURA SAPIENCIAL:

“Tudo quanto te vem à mão para fazer, faze-o conforme a tua capacidade, pois, no Xeol para onde vais, não existe obra, nem reflexão, nem conhecimento, nem sabedoria” {Eclesiastes 9,10-BJ}

O grande nó da questão é a busca desenfreada da FELICIDADE que poderá ter um sentido dual. Nas pequenas coisas da vida podemos encontrá-la, mas insistimos em abraçá-la nos lugares mais complicados.

Os que nada têm os que pertencem às classes sociais mais pobres buscam a felicidade pelos caminhos da ilusão. Nas redes sociais, em cada blog, nos portais predominantes na mídia. Estes meios de Comunicação Sociais oferecem a felicidade pela cura dos males físicos, mas lamentavelmente, são sinalizados por quem não tem credibilidade profética e fazem da Fé Cristã um negócio altamente lucrativo. Quando a justiça Divina se manifestar...

As Redes Sociais – todos estão presenciando este moderno fenômeno – estão infestadas por muitos que se dizem portadores dos Oráculos de Iahweh-Deus, mas o que efetivamente ouvimos são vozes humanas gerenciadas por interesses que buscam o lucro financeiro e oferecem uma FELICIDADE VIRTUAL. Certamente, pelas suas características de SHOW estão muito distantes da Vida Eterna oferecida por Jesus, o Cristo, que conforme a declaração do Apóstolo Pedro é o Filho do Deus Vivo.Isso é uma simples constatação. O que ocorre nesse universo tem o perfil de uma virose que contaminou a Mídia. Portanto a abordagem que o ensaísta faz no parágrafo anterior, não é um libelo. Em uma de suas Logias Jesus, o Cristo, lançando seus olhares para o porvir, a partir da sua época, deixou esta situação clara com um acrescentamento muito importante e com muita inflexibilidade, atualizado para o nosso momento histórico:

“Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes. Pelos seus frutos os conhecereis {...}” {MATEUS 7,15-16}

Nota da BJ sinalizando outra Logia de Jesus, dentro da mesma linha temática:

QUEM SÃO ESTES?

“Doutores de mentira que seduzem o povo com falsas aparências de piedade, enquanto no íntimo, buscam fins interesseiros” {cf. MATEUS 24,4s.24}Nas Cartas Pastorais, atribuídas a Escola Paulina, encontramos – certamente por indicação de Paulo alguns recados ao jovem pastor Timóteo:

“Eis o que deves ensinar e recomendar. Se alguém ensinar outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina conforme a piedade, é porque é cego, nada entende, é um doente à procura de controvérsias e discussões de palavras. Em função disso nascem: invejas, brigas, blasfêmias, más suposições, altercações intermináveis entre os homens de espírito corrupto e desprovido da verdade, supondo que a PIEDADE É FONTE DE LUCRO. A piedade é de fato grande fonte de lucro, mas para quem sabe se contentar {...} Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas. Segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança, a mansidão” {1º TM 6,2s /11}

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E MAIS:

“Sabe, porém, o seguinte: nos últimos dias sobrevirão momentos difíceis {ESTAMOS NOS ÚLTIMOS OU EM TEMPOS SEMELHANRES A ELES???!!! O ENSAÍSTA NÃO TEM A CHAVE DESTE MISTÉRIO} Os homens serão egoístas, gananciosos, jactanciosos, soberbos, blasfemos, rebeldes com os pais, ingratos, iníquos, sem afeto, implacáveis, mentirosos, incontinentes, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres do que de Deus; guardarão as aparências da piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Afasta-te também destes” {2º Tm 3,1-5} A virtualidade entrou no cenário social e nas diversas redes de comunicação como uma nova realidade que deve ser vivida. Mas ela oferece em sentido paralelo, muita ilusão. Fernando Pessoa, poeta e escritor português, sinalizou este perfil quando definiu dessa nova forma de informação:

“As figuras imaginárias têm mais relevo e verdade que as reais”

O ensaísta colocaria a expressão VERDADE de Fernando Pessoa, entre aspas. Por quê? No universo virtual o que é a VERDADE? Precisamos refletir e não aceitar – como VERDADE – tudo o virtual nos oferece.

VOLTEMOS À QUESTÃO DA FELICIDADE:A felicidade é destinada aos pobres. No cânon hebraíco os pobres de Iahweh, são conhecidos pelo nome de {‛anawîm}; os oprimidos {‘aniyyîm}; reclamam justiça para os fracos e os pequenos, {dallîm}; e para os indigentes {ébyônîm}. Os {‘anawîm} são, em resumo, os israelitas que demonstravam submissão à vontade Divina.

Jesus, o Cristo, deixou isso claro nas bem-aventuranças. O hagiógrafo mateano não quer se incompatibilizar com o sistema – a Tradição judaíca e a opressão romana – e em razão disso que traduz a Logia Principal de Jesus de modo diferente de Lucas que não tem qualquer tipo de comprometimento ou envolvimento com o Sistema. Assim é que em Mateus lemos:

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”{Mt 5,1}

Lucas – como o ensaísta referenciou no parágrafo anterior – não tem esse tipo de preocupação e o seu hagiógrafo escreve:

“Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus”{Lc 6,20}

A questão da felicidade é hoje relativizada. Conta-se – se é uma saga o ensaísta não sabe – mas na realidade o que o mote popular admite como verdade é que a FELICIDADE não está ligada ao patrimônio, ao ter. Reportando-nos a FELICIDADE o que se fala sobre ela é uma historieta muito conhecida que revela que o HOMEM MAIS FELIZ DO MUNDO NÃO TINHA UMA CAMISA PARA VESTIR. Há tanta gente que têm em seu guarda-roupa muitas camisas, entretanto não são felizes.

O autor deste ensaio tem o hábito de guardar papeis e revistas e principalmente livros – são mais de 500 – que são julgados como importantes. Veio às suas mãos uma revista – que estava perdida entre eles – ou seja: a Época, de 22 de julho d 2002, nº 218.

Entre os seus artigos destaca uma entrevista com Pascal Bruckner, nascido em Paris em 1948, depois de ter passado da infância e a adolescência na Áustria e na Suíça, fez o seu doutorado em letras nos Estados Unidos, além de ser romancista ensaísta, publicou 15 livros. Pois bem ele questiona a felicidade.

O ensaísta vai reproduzi, ipsis litteris, parte da entrevista. O entrevistado diz de forma exordial antes da entrevista quando declara em forma de denúncia a fragilidade e a crueldade de uma sociedade que transformou a FELICIDADE em ideal coletivo e obrigatório. Agora sua palavra preliminar:

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“No mundo ocidental, quem não é feliz se sente excluído e fracassado”... “A felicidade é extremamente individual e efêmera por definição. Por isso as pessoas obcecadas em conquistá-la, como uma propriedade, sofrem em dobro e se distanciam das pequenas alegrias da vida”

O ENTREVISTADOR DA ÉPOCA PERGUNTA A BRUCKNER:

Época: Como a felicidade se tornou uma tirania? Bruckner: “No século XVIII, felicidade já deixara de ser um direito para se tornar um dever. Mas esta inversão de valores só se consolidou no século XX, depois de 1968, quando se fez uma revolução em nome do prazer, da alegria, da voluptuosidade. A partir do momento em que o prazer se torna o principal valor de uma sociedade, quem não o atinge vira um indivíduo fora-da-lei.

Época: O problema não é o que se considera felicidade hoje?Bruckner: O problema é a procura. Todos os que buscam a felicidade ficam mais felizes, porque não se trata de uma caça ao tesouro ou à pedra filosofal. A busca da felicidade está fadada ao fracasso. É como procurar um príncipe encantado. Acabamos por nos privar dos pequenos prazeres e das pequenas alegrias, e ficamos com uma insatisfação permanente.

Época: Confunde-se felicidade e bem estar?Bruckner: Dinheiro compra bem-estar, conforto, mas nada compra a felicidade. Nos países em que o Estado falha em suprir as necessidades básicas do cidadão, é compreensível que a felicidade seja vista como a ausência da tristeza. Mas ela não deve ser reduzida a uma pela negação. Nos países ricos, em que as pessoas dispõem de certa renda, têm casa e comem normalmente, a felicidade não é compulsória. Prova disso é que na França se consome enorme quantidade de antidepressivos.

Época: E o papel da religião em tudo isso?Bruckner: O cristianismo coloca a felicidade como o paraíso perdido ou por vir. É a noção da felicidade perfeita, ao pé de Deus. Praticamente todas as religiões falam do sofrimento e nos prometem a felicidade depois desta vida. No catolicismo, o sofrimento é tamanho que o Deus sangra e agoniza. Por outro lado, há cada vez mais religiões que se ocupam da felicidade na Terra, como evangélicos, budistas e hinduístas, por exemplo. Na verdade, nos tornamos todos crentes laicos: tentamos cumprir na Terra o ideal que o cristianismo nos propõe para o céu. Queremos fazer nossa felicidade como penitentes de outros tempos se flagelavam. Nós nos penitenciamos nas academias de ginástica, no esforço permanente para emagrecer, nos regimes, na obrigação de ter orgasmo.

Época: O que seria a felicidade real, não-idealizada?Bruckner: Um sentimento sem objeto preestabelecido, algo que muda de acordo com a pessoa, com a época e com a idade. Nós a encontramos em alguns momentos, mas ela é fugidia por natureza, não vem quando a chamamos e às vezes chega quando menos esperamos. Há erros básicos ma forma como a encaramos atualmente. Um é não reconhecê-la quando acontece ou considerá-la muito banal ou medíocre para acolhê-la. O segundo erro é o desejo de retê-la, como a uma propriedade. Jacques Prévert tem uma frase linda sobre isso: ‘Reconheço a felicidade pelo barulho que ela faz ao partir’. A ilusão contemporânea é a da dominação da felicidade. Um triste erro”

CRER E CULTIVAR A FÉ CRISTÃ – Foi à escolha que o ensaísta fez para desenvolver o seu trabalho e serão os PILARES que sustentarão e animarão as linhas deste ensaio, ou melhor, o fundamento de uma ‘CONSTRUÇÃO’ que objetivará a ‘CONFECÇÃO DE UM RETRATO’ que é hoje o perfil da nossa religiosidade tão congestionada pelas contradições do nosso TEMPO. O ensaísta estará sempre batendo nessa TECLA e sempre estará repetindo

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ao longo desta ‘OBRA’ o pano-de-fundo que é e sempre será o FUNDAMENTO do REINO DE IAHWEH-DEUS, ou seja:

CRER, TER FÉ {NÃO A FÉ PROPRIEDADE A SER DEFENDIDA COMO UM PATRIMÔNIO COMO ENSINAVAM NOS SEMINÁRIOS EM SUA GRADE CURRICULAR I. É: ASSUMIR A APOLOGÉTICA DA FÉ CRISTÃ} e paralelamente sim viver a VIDA CRISTÃ animados pela ESPERANÇA; não podemos nos esquecer que a CARIDADE é uma das virtudes mais importantes do Evangelho.

Não foi sem razão que Jesus, o Cristo, contou para os seus coetâneos, a Parábola do Bom Samaritano. Ele questionou a falta de autenticidade dos que se dizem portadores da Verdade, mas ignoram o sofrimento e a ele ficam indiferentes. Não é o SOCIAL mais importante do que o ESPÍRITUAL, mas um espiritual que ignora o social, não se coaduna com a realidade do Evangelho. Vamos recordar a parábola do Bom Samaritano:

O intérprete da Lei tentou colocar a prova o Filho de Deus, mas, como o mote popular nos adverte, ‘o tiro saiu pela culatra’...

“E eis que um legista se levantou e disse para experimentá-lo: ‘Mestre, que farei para herdar a vida eterna? ’ Ele disse: ‘Que está escrito na Lei? Como lês? ’ Ele então, respondeu:

‘Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com toda tua força e de todo o teu entendimento; e ao teu próximo como a ti mesmo’ {...}

O resto da história você já conhece e que envolve a caminhada de um homem de Jerusalém a Jericó, os assaltante fazem uma abordagem e o assaltam, roubam tudo dele, batem muito nele e o deixam semimorto, caído na estrada. Participam da cena um sacerdote, um levita e o ignoram. Nada fazem.

Só o samaritano, que foi movido de compaixão cuida dele. O legista, que era judeu, tinha uma concepção de próximo que foi herdada por sua raça. Próximo só os membros de um mesmo clã, mas Jesus, o Cristo, entendeu como correta a resposta do legista que estava intrinsecamente calcada na Lei: {...} ‘Respondeste corretamente; faze isto e viverás’ {...}

O hagiógrafo da Escola Lucana, mais adiante relata: Quando questionado sobre quem era o seu próximo o legista mais uma vez acerta:

{...} ‘Aquele que usou de misericórdia para com ele’

Jesus então lhe disse: ‘Vai, e também tu, faze o mesmo’” {Lc 10,25-37}}

A parábola do Bom Samaritano tem um sentido bipolar. O primeiro polo é um questionamento a religiosidade ou a Fé que anda de muletas. Não é perfeita, caminha em só uma direção. No segundo polo Jesus deixa transparente que o homem da Fé Cristã, tem o compromisso de responder todas as questões da vida, de acordo com o que o Cristo ensinou e sua Fé jamais poderá ser egoísta e deve estar sempre voltada para o próximo e necessitado.

Responder corretamente tem uma ligação direta com o primeiro polo e o ‘vai, e também tu, faze o mesmo’ com o praxismo de uma Fé comprometida com as necessidades de quem está ‘CAÍDO NA ESTRADA’.

Esta é a grande discussão da igreja, ao longo de sua história, ou seja: tentar conciliar o MÍSTICO DA FÉ, ao SECULAR. Devemos EVANGELIZAR sem perder de vista a RESPONSABILIDADE SOCIAL da FÉ CRISTÃ.

Em seu opúsculo Espiritualidade Hoje, comunhão solidária e profética, Edições Paulinas, São Paulo, 1987, Arturo Paoli, pág. 192-3 ele afirma:

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“A razão de muitos insucessos da igreja deve ser procurada aí: ela prega coisas justas partindo do nível injusto {...}”

Como este ensaio está caminhando a passos de tartaruga {SÃO VÁRIAS AS IMPLICAÇÕES QUE FIZERAM O ENSAÍSTA CHEGAR A ESTE PONTO} nos encontramos agora em 21 de março de 2012, com um NOVO TEMPO PASCAL e uma Campanha da Fraternidade da CNBB, que tem como linha temática: E QUE A SAÚDE SE DIFUNDA SOBRE A TERRA.

Que bonito! A igreja {ou Igreja} preocupada com os que nada têm e vivem na total dependência de uma política de saúde gerenciada pelo SUS que é precária deixando a grandes massas sem alternativas e o que é pior: sem atendimento humano.

Como é a esperança a mola propulsora deste ensaio, é bom relembrar o que o hagiógrafo escreveu no Corpus Paulinus:

“{...} Pois nossa SALVAÇÃO é objeto de ESPERANÇA; e ver o que se espera não é esperar. Acaso alguém espera o que vê?” «RM 8,24»

OU COMO AFIRMA O OUTRO APÓSTOLO:

“{...} antes, santificai a Cristo, o Senhor, em vossos corações, estando sempre prontos a dar a razão da vossa ESPERANÇA a todo aquele que pede; vô-la {...}” «1 PD 3,15»

E mais...

“{...} Todo o que nele tem esta ESPERANÇA, purifica-se a si mesmo como também Ele é puro” «1 JO 3,3». Victor Hugo deixou escrito, algo revelador de dois polos importantes para o ser humano: “A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero”

Antes do próximo parágrafo uma reflexão de Arturo Paoli do livro ESPIRITUALIDADE HOJE – COMUNHÃO SOLIDÁRIA E PROFÉTICA, Edições Paulinas, São Paulo, 1987, pág. 196 {op. cit.}, um poema:“Eu sou, disse Deus, o Mestre das três virtudes:

a fé é uma esposa fiel,a caridade é uma mãe dedicada,mas a esperança é uma menina.

Eu sou, disse Deus, o Mestre das três virtudes:a fé é que se mantém estável pelos séculos dos séculos,

a caridade é a que se dá pelos séculos dos séculos,mas a minha pequena esperança é a que

levanta-se toda manhã.Eu sou, disse Deus, o Mestre das três virtudes:

a fé é a que se mantém em tensão pelos séculos dos séculos,a caridade é a que se estende pelos séculos do séculos,

mas a minha pequena esperança é a que todas as manhãs nos dá o bom-dia”{Mistério dos santos inocentes}

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O RELEVANTE É ENFATIZAR: “{...} mas a minha pequena ESPERANÇA é a que todas as manhãs nos dá o bom-dia”Continuar pequenos trechos do livro em pauta seria para o ensaísta uma boa escolha. Também para o leitor, seria de igual forma ótimo! Mas colocar algo além do que já foi colocado, também seria fastidioso e uma provocação aos objetivos deste ensaio que seriam desviados por falta de interesse.

Quais são as razões do fracasso de muitas Igrejas Históricas? O mesmo das Seitas que proliferam em cada esquina? Entrar neste mérito de forma mais abrangente representaria um cansaço. O hagiógrafo do Evangelho de João chegou a uma projeção semelhante revelando-se, porém, sintético:

“Jesus fez, diante de seus discípulos, muitos outros sinais ainda, que não estão escritos neste livro. Esses, porém, foram escritos para credes que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e que para que, crendo, tenhais a vida em seu nome” {JOÃO 20,30 – O CAPÍTULO 21 É UMA INTERPOLAÇÃO POSTERIOR}

Para chegarmos ao final deste ensaio precisaremos de uma superação recíproca. Em relação ao ensaísta ter a força do Espírito de Deus para continuar a pesquisa; em relação aos leitores ter a paciência Divina para ler todo o ensaio mesmo que o considerem tedioso.

Do livro Novos Movimentos Religiosos na Igreja e na Sociedade, de Francisco Cartaxo Rolim, José Bittencourt Filho e Jesús Hortal, S.J., AM edições, São Paulo, SP – Brasil, 1996, pág 34-35, do primeiro autor que cita Bloch que não era um cristão, mas que critica o {...}

‘materialismo mecanicista a partir de sua origem materialista e do vazio da dimensão histórica, e não em nome de uma suposta monocausalidade, ou de um moralismo distorcido’:

“E aqui gostaríamos de aludir às implicações da luminosa formulação de Bloch: ‘o mundo é um sistema aberto. Nele nada está totalmente pronto, nada é definitivo e acabado. O que ocorre está em processualidade histórica. Nenhuma experiência, humana, social ou religiosa, traz o sinete do definitivo.

Cabe, então, descobrir criteriosamente os sinais concretos das tendências enraizadas na realidade para se perceber aonde se pretende chegar. Isso significa que as experiências que se desenrolam diante de nós devem ser entendidas nas processualidades históricas, ou seja, com suas tendências e potencialidades.

Mas esse processo histórico não se explica por si mesmo. Nele as coisas e experiências tendem para outra realidade que ainda não se efetivou. Mas o caminhar, o tender para outra coisa seria um indefinido, se tentássemos explicá-lo por si mesmo. A processualidade se encaminha para um desfecho histórico, para um final da história.

No plano religioso é o ‘ESCHATON’, realização do Reino do Amor divino. É a escatologia, cuja crença se perdeu nos porões da história cristã, como muito bem assinalou Bossuet.Escatologia não é apenas lembrar a segunda vida de Cristo, é muito mais do que isso. Ela implica, sobretudo, destacar a processualidade histórica, cujo desfecho final é, essencialmente, a instalação do Reino do amor e da fraternidade.

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Malgrado a recusa por parte da ala religiosa conservadora, que se agarra em falar mais nos novíssimos do que em ESCATOLOGIA, GERMINADORA DA ESPERANÇA a ser vivida na história e que nos fortalece na processualidade histórica.

E nessa caminhada nada nos impede de associarmos marxismo e cristianismo, como faz Bloch, pois o primeiro apresenta a história como um conjunto de etapas a caminho da instauração do Reino da liberdade, e o cristianismo como uma caminhada rumo à aurora do Reino do Amor divino.

‘{...} a luminosa frase de Ernst Bloch {...}’ sintetiza uma verdade que não podemos negar: «Em toda ESPERANÇA há um germe de religião. Mas, nem toda religião é germinadora de esperança»”SOBRE A HISTÓRIA, PAUL TILLICH, TEÓLOGO PROTESTANTE ASSIM SE EXPRESSA:

“A história das Igrejas é uma história secular, com todos os elementos desintegradores, destrutivos e trágico-diabólicos que fazem a vida histórica tão ambígua como todos os demais processos vitais”

PULANDO DE UMA PARA OUTRA FRONTEIRA:

O nosso praxismo {Do gr. ‘PRAXIS’: ‘ação’; ‘realização’; ‘função’; praxiterapia} via-de-regra é negligenciado, ficando em seu lugar apenas o intelectualismo. Na medida do possível devemos ter rapidez a fim de cumprir ou incorporar em nossa vida todas as exigências do REINO DE IAHWEH-DEUS, ANUNCIADAS POR SEU FILHO JESUS, O CRISTO. Para este ensaio o critério obrigatoriamente caminhará em outra direção.

Para não errar e cair em contradição o ensaísta precisará caminhar com calma. O que está criando dúvidas na cabeça do ensaísta é o fato de ele já ter completado 81 anos e surge em seu cérebro a pergunta:

HÁ TEMPO PARA EXECUTAR A TAREFA QUE IAHWEH-DEUS COLOCOU EM SUAS MÃOS? Mas como o nosso amanhã é gerenciado por IAHWEH-DEUS, o resto tem pouca importância.

Não importa se este ensaio venha a cair na TEIA DO ANACRONISMO porque a nossa pressa deve estar condicionada à PREGAÇÃO DO REINO DE IAHWEH-DEUS E A SUA JUSTIÇA... O KAIRÓS de Iahweh-Deus, não é o nosso KAIRÓS. Essa é a nossa MISSÃO mais importante na condição de eclesianos de uma Igreja que leve ou que leva a sério o Cristianismo.

A preocupação de quem escreve é sempre a mesma. Para explicar esta perplexidade nada melhor do que recorrer ao diálogo entre a raposa e o Pequeno Príncipe quando ela disse ao seu interlocutor: A LINGUAGEM É UMA FONTE DE MAL ENTENDIDOS.

Todos os que escrevem correm este risco. O ensaísta não é à exceção da regra. A linguagem acadêmica, ou clássica caso seja esta a sua escolha, choca-se com a linguagem popular, mas nem sempre podemos evitá-la.

Por outro lado, um ensaio usando uma linguagem alternativa possivelmente cairia na simpatia da grande parte dos leitores. Porém, a linguagem diferenciada, sem os exageros do academicismo, nem sempre atende os objetivos de um esclarecimento que se quer prestar. Elitizar o que for escrito seria uma forma de sufocar os que falam uma linguagem popular, mas o inevitável sempre acontece, contra a nossa vontade.

Na medida do possível o ensaísta vai tentar explicar o que estiver dentro do Universo da Linguagem Clássica ou Científica mesmo quando tomar de empréstimo a opinião de um especialista o ensaísta estará – obrigatoriamente – fazendo as necessárias explicações. Só isso é que o ensaísta poderá prometer. De resto...

A expectativa é que este ensaio não saia do ÚTERO PARA O CEMITÉRIO e isso só faria quem está apaixonado por sua cartilha achando que ela é a única e verdadeira.

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ALGO, QUE FAZ PARTE DA HISTÓRIA, QUE VOCÊ PRECISA LEMBRAR...

O século dezenove foi marcado por fatos extraordinários, o que afetou – também – a igreja ou a Igreja. Afirmar que essa situação da modernidade não comprometeu a vida dos eclesianos, seria faltar com a verdade.

Na época referida pelo ensaísta no parágrafo anterior, floresceram diversos movimentos, muitos foram os pensadores que desenvolveram as suas ideias. A principal delas foi REVOLUÇÃO INDUSTRIAL. Muitas foram as mudanças ocorridas a partir do séc. XIX com a transformação dos meios de produção. Nesse período – em decorrência – NASCEU A TRÍADE DIABÓLICA – ou seja:

PRODUÇÃO, CONSUMO E DESPEJO

Alguém precisa produzir; alguém vai obrigatoriamente consumir e depois joga fora. Essa roda – no Sistema Capitalista – não interrompe a sua rotatividade. A Economia precisará crescer e hoje – sem entrar no mérito da questão – esse Sistema está em decadência no mundo inteiro.

Em parágrafos anteriores, neste ensaio, diversas mudanças e novidades já foram focalizadas e é inútil negar que elas não tenham exercido grande influência, ou de certo modo tentado esvaziar a Fé Cristã.

A igreja não está livre de do sofrer ingerência indébita dessa tríade acima referida. O Sistema dominante envolve qualquer pessoa com seus os devastadores efeitos. Mas, o Capitalismo está agonizando. Provavelmente não irá sobreviver por muito tempo e caso isso venha acontecer, mudará a História e afetará a Comunidade da Fé Cristã. Os Meios de Produção – então – passariam a obedecer a outro ‘MAESTRO’ sociopolítico e econômico que nós não sabemos se seria melhor ou pior. Só Iahweh-Deus sabe o que é melhor para a Sua criatura. Por enquanto o que temos a fazer é só ficar na expectativa da ação do Espírito de Deus em benefício da Humanidade.

Seria impossível deixar de lado a nossa historicidade que de certo modo modificou o comportamento da igreja. Os novos fatos que foram surgindo – e aqui incluímos a CIBERNÉTICA – não poderiam ser ignorados porque certamente influenciam ou influenciariam no ato de PLANTAR IGREJAS. Quando nos referimos ao fato de plantar Igrejas vem a nossa lembrança a problemática da MISSÃO.

O ensaísta vai tomar de empréstimo algumas dicas sobre a missão, mas antes um pensamento de Paulo Freire, o maior pedagogo do Brasil um inigualável educador, nosso coetâneo que – não faz muito tempo – faleceu:

“Não há mudança sem sonho como não há sonho sem esperança”

MUDANÇA, SONHO E ESPERANÇA, são ALGUNS PILARES que foram colocados no ‘projeto arquitetônico’ da IPU o que nós continuamos buscando. Nossa Igreja ou igreja {SE A REFERÊNCIA FOR A COMUNIDADE DA FÉ CRISTA, POVO DE UMA NOVA ALIANÇA E OU CORPO MÍSTICO DE CRISTO} ainda é um projeto inacabado. Continuamos trabalhando para encontrar...

O SONHO QUE É SEGUNDO ALGUNS É UM FORTE PARCEIRO DA UTOPIA? SERÁ? Pode ser; para muitos os sonhos se transformaram em realidade. Porém essa busca incessante poderá criar muitas dificuldades que irão ferir os nossos pés produzindo crises para a nossa alma.

Sobre as consequências das opões da nossa eclesiologia, leia com atenção o poema de Sady Machado da Silva, sobre as pedras do caminho transcrito ipsis litteris ± entre as páginas 155 a 160 deste ensaio. No poema Sady Machado inicia deste modo:

“Eu gostaria que tu tirasses as pedras do meu caminho...!”

E o Senhor – Iahweh-Deus responde:

“As pedras ai estão e as pedras irão ficar. Faze, porém dessas pedras, um desafio, e desse desafio uma canção. Depois, segue, e prossegue no

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Caminho, sabendo que por esse caminho pedregoso a minha mão segura tua mão”

Agora a prometida dica sobre a MISSÃO EVANGELIZANTE da igreja. Do livro Teologia da Missão, de José Comblin, Editora Vozes Ltda, Petrópolis-RJ, 1980, pág. 72,73 e 74:

“{...} O caminho do Espírito vai do complexo ao simples. A missão é necessária como meio de simplificação.

Uma igreja ou Igreja, estática perde de vista a sua razão de ser: o sistema que ela elabora para si mesma oculta a sua razão de ser; ela acaba pensando que tem em si mesma a sua razão de ser. Por isso a verdadeira igreja existe somente no ato da missão; os atos históricos da missão são as etapas pelas quais o Espírito faz com que a igreja caminhe para a sua verdadeira realidade.

Não é o CAMINHO DE CRESCIMENTO DA IGREJA, e sim o caminho do seu descobrimento. A missão não é, antes de tudo, uma expansão da igreja e sim um processo de busca da origem, de volta à realidade, processo que a igreja não pode realizar ficando fechada em si mesma; precisa sair de si mesma para se encontrar.

Por isso, a história da missão não é apenas a história dos elementos acidentais da igreja {da assimilação das culturas}, menos ainda a história de um CRESCIMENTO QUANTITATIVO: a história da missão é a história da busca da igreja por si mesma.

Claro está que a experiência do passado e do presente nos mostra fenômenos de crescimento institucional, de estruturação da doutrina, da moral, da instituição, da socialização, etc. Porém tais fenômenos são sempre secundários e precisam ser julgados de acordo com os critérios que acabamos de citar para que saibamos se constituem uma construção de citar para que saibamos uma construção ou uma destruição da verdadeira igreja, ou Igreja.

O Espírito e a missão são conceitos bíblicos que iluminam a História. Falta ver de que modo a mensagem bíblica nos ajuda a compreender alguma coisa dos fatos em que essas realidades se manifestaram de verdades até agora. Porém, não será inútil procurarmos no conceito de sinais dos tempos uma confirmação das teses que acabamos de enunciar.

OS SINAIS DOS TEMPOS

O conceito de sinais dos tempos começou a ser aceito de modo geral pela consciência cristã nos tempos do Vaticano II. Contudo, não basta invocar as palavras ‘sinais dos tempos’.Cada um interpreta as palavras de acordo com a ideia de historicidade que lhe é própria.

Se há tempos para a igreja, há também tempos para a missão. Esses tempos são visíveis de certa maneira, ainda que o sentido último dos tempos pertença a Deus. Há certos acontecimentos que permitem reconhecer diversas fases ou etapas na história da missão e da igreja. Já que a história é essencialmente a história da missão {pelo que escrevemos antes}, importa reconhecer os tempos da missão e a sua história com os seus sinais visíveis.

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Quem tiver uma ideia puramente orgânica da história da igreja verá os sinais dos tempos nas oportunidades de expansão ou CRESCIMENTO QUANTITATIVO da igreja {ou Igreja}. Os sinais dos tempos da missão seriam os indícios que mostram à igreja {ou a Igreja} a possibilidade de ‘conquistar’ novos povos ou de penetrar em novas áreas da sociedade humana.

Para outros, os sinais dos tempos revelam apenas as adaptações novas da igreja {ou Igreja}: diante de realidades novas, a igreja é chamada a iniciar de novo um processo de assimilação e de integração para crescer com a substância de novos setores da realidade humana. Os sinais dos tempos mostram novos aparelhos, novas estruturas, novas ideias, isto é, uma nova complexidade.

Na realidade, os verdadeiros sinais dos tempos da missão são os passos dados para sair ao encontro dos outros: esses passos são os lugares da manifestação de Jesus Cristo na luz do Espírito. Os missionários podem partir com a consciência de quem ensina. Na realidade, eles vão para aprender: entre os outros, eles poderão descobrir a verdade de Jesus Cristo vivida pelos novos discípulos numa forma mais livre e mais viva do que por eles próprios. O missionário descobre no outro o Cristo que pensava conhecer. Descobre que não o conhecia. Liberta-se dos invólucros que confundia com a palavra revelada. Entra em contato com o Espírito que a letra ocultava. Há na história diversas oportunidades que são dadas à igreja para rejuvenescer e recomeçar a própria carreira, para ‘nascer de novo’, como Jesus o pedia a Nicodemos. Essas oportunidades não aparecem todos os dias. Em certas épocas privilegiadas, o Espírito chama para fora {O SONHO DE PAULO, AT 16,9}: os sinais manifestam esses tempos.

Os sinais dos tempos são manifestação exteriores dessa vocação dada aos discípulos. A marcha da missão não é cega, nem puramente intuitiva, nem puramente carismática. Há certos elementos de racionalidade; há matéria para a inteligência humana capaz de perceber que os tempos estão para mudar, que há um passo para dar. Os tempos têm os seus sinais.

Nem todos percebem os sinais. Jesus denunciava os fariseus que não sabiam ‘INTERPRETAR OS SINAIS DOS TEMPOS’ {MT 16,3 E MT 16,4}. Tudo indica que, em todas as épocas, haverá pessoas insensíveis aos sinais e incapazes de entenderem a novidade dos tempos. Para essas pessoas, a história não pode ser outra coisa a não ser a continuação e o desenvolvimento de tudo aquilo que já foi adquirido {...}

{...} Sinais dos tempos não podem ser fatos meramente materiais ou acontecimentos objetivos. Tais fatos não mostram nenhuma realidade humana, nenhum caminho novo. Por si mesmo não podem ser indicadores. Os fatos podem criar a suspeita de que alguma coisa está germinando, que algo está por acontecer. Todos os homens percebem os fatos exteriores: muitos não vão além dessa objetividade, e, portanto, não veem fatos nenhuma solicitação, nenhum apelo.

Os verdadeiros sinais são atos humanos, respostas aos desafios criados pelos fatos. Somente homens podem criar pelos seus gestos, pela sua atuação realidade que mostram um caminho. Sinais dos tempos são aqueles gestos que tornam a atuação de Jesus Cristo presente numa época de transição semelhante à época em que o próprio Jesus apareceu”

Em função da exigüidade do tempo do ‘ CALENDÁRIO HUMANO’ que não faz parte do ‘CALENDÁRIO DIVINO’. É uma questão de saber identificar o KAIRÓS. Também e de igual modo

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determinante e oportuno acrescentar o Oráculo do salmista e a afirmação de Pedro registrado pelo hagiógrafo da sua Escola, ou seja: a Escola Petrina.

“Nossos dias todos passa sob a tua cólera, como um suspiro «COMO UMA ARANHA» {BEM SIRAC, QUE O GREGO E A VULGATA ACRESCENTAM} consumismo nossos anos” {Sl 90,9}

“Há, contudo, uma coisa, amados, que não devemos esquecer: é que para o Senhor um dia é como mim anos e {MIL ANOS COMO UM DIA}. O Senhor não tarda a cumprir a sua promessa, como pensam alguns, entendendo que há demora; o que ele está é usando de paciência convosco, porque não quer que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se” {2°Pedro 3,8-9} – {NOTA DO ENSAÍSTA: O HAGIÓGRAFO DE PEDRO ESTÁ FAZENDO REFERÊNCIA A PACIÊNCIA HISTÓRICA DE IAHWEH-DEUS. PORTANTO A AFIRMAÇÃO PREDESTINISTA DE CALVINO FICA SOB SUSPEIÇÃO E SEM SENTIDO OU SEJA: QUE DEUS PREDESTINA UNS PARA A SALVAÇÃO E OUTROS PARA A PERDIÇÃO – QUE ME DESCULPE O CALVINO, MAS ESTE NÃO É O DEUS DO ENSAÍSTA PORQUE O QUE PREVALECE PARA O JUSTO E PARA O ÍMPIO É O SENHOR DA GRAÇA QUE USA DE MISERICÓRDIA COM TODOS. E AQUI É BOM COLOCAR: “Pois Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; quem não crê, já está julgado, porque não creu no Nome do Filho único de Deus” – João 3,16-18. COMO O ENSAÍSTA É UM APRENDIZ DA TEOLOGIA, ENTENDE – SALVO OPINIÃO CONTRÁRIA – QUE A CHAVE PARA A SALVAÇÃO É O CRER}

Iahweh-Deus vai julgar todos os nossos erros e equívocos voluntários de percurso? Sim! Veja na sequencia:

Alguns – fundamentados no preconceito – acusam a IPU de uma igreja, ou Igreja fraca. O ensaísta acredita que alguns Conselhos Coordenadores não agiram como a nossa eclesiologia merecia. Provavelmente por desconhecimento de causa ou por que ainda dominados por uma ideologia que é escravocrata.

A Igreja sob o ponto-de-vista do seu jornal oficial estava sendo bem conduzida {O ENSAÍSTA JÁ REFERENCIOU EM OUTRA PÁGINA DESTE ENSAIO, PARA FICAR BEM GRAVADO NA MENTE DO LEITOR, O FATO AQUI DESCRITO} pela via do Ide e anunciai, Caderno do PIEC – Projeto Integrado de Educação Cristã, que o ensaísta, o reverendo Bittencourt e o Rafael, um psicólogo, Secretário Executivo – até hoje – de Koinonia, quando com muito cansaço, levaram muitas semanas para idealizar – {Jayme ainda era vivo} e que era tão bem preparado pela reverenda Maria Luiza Rücket.

O ensaísta não entende porque substituíram esse Órgão Informativo de boa qualidade por um HÍFEN, ou melhor, TRAÇO-DE-UNIÃO. Que união?

Precisam ler o profeta Isaías 10, 20-23 os que julgam a IPU como algo sem importância e fora do contexto da Salvação cf. edição abaixo:

“Naquele dia, o resto de Israel, os sobreviventes da casa de Jacó não continuarão a apoiar-se sobre aquele que os fere; apoiar-se-ão sobre Iahweh, o Santo de Israel, com fidelidade. Um resto, o resto de Jacó, voltará ao Deus forte. Com efeito, ó Israel, ainda que o teu povo seja como a areia do mar, só um resto dele voltará, pois a destruição está decidida: a justiça transborda! Sim, a destruição está decidida; o Senhor Iahweh dos Exércitos a fará executar no meio de toda a terra” Não confundam esta profecia de Isaias com controvertida doutrina da PREDESTINAÇÃO principalmente a Calvinista.

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Ainda sobre o PIEC o ensaísta – mais adiante – vai insistir na sua estranheza por terem extinguido um Órgão Informativo de boa aceitação e de tamanha importância. Seria um jogo de interesses?

Um homem negro que é um teólogo não ordenado interpretou a expressão ORÁCULO da forma que a seguir que o ensaísta irá transcrever, ‘ipsis litteres’:

“DEUS QUIS QUE O HOMEM FOSSE O SEU MICROFONE”{NEIMAR DE BARROS, AUTOR DO LIVRO O DEUS NEGRO}

Neimar de Barros certamente está se referindo ao ORÁCULO que é a Palavra de Iahweh-Deus, colocada na boca do homem, seja ele profeta ou não. Abaixo outra frase de efeito:

“A UNIÃO DO REBANHO OBRIGA O LEÃO A IR DORMIR COM FOME”Este ditado africano será usado novamente ± entre as páginas 60 e 70 deste ensaio.

Para deixar o leão ir dormir com fome, a igreja de Cristo precisará sepultar o {ESPÍRITO PRÉCONCEBIDO} que gera o PRECONCEITO, o NEUTRALISMO e o SECTARISMO. São três atitudes que desmerecem a credibilidade do cristão e fazem de apenas uma caricatura e não um verdadeiro seguidor de Jesus, o Cristo.

Hoje vivemos um tempo onde curar as mazelas do homem – todas elas provocadas pela psique desregulada, é uma fonte de riqueza. Os “CARISMÁTICOS” surgem neste cenário como uma força para livrá-lo das suas idiossincrasias. Mas isso tem um preço que é cobrado do inocente útil, desavergonhadamente.

Do livro CONHEÇA OUTRAS TERAPIAS, Editora Paulus, 1998, São Paulo, Brasil, organizado por Hildegard Bromberg Richter, duas frases de impacto e um texto de rosto de Sócrates:

“Não existe doença incurável, apenas doentes incuráveis”; “Contra facta nihil valent argumenta – contra os fatos nenhum

argumento tem valor”; “Se alguém busca saúde, pergunte, em primeiro lugar, se futuramente

ele está disposto a evitar as causas de sua doença – só depois procure ajudá-lo”.

O profeta Jeremias sabia onde procurar a solução, ou melhor, conhecia o caminho a fim de curam a sua enfermidade:

“Cura-me, Iahweh, e eu serei curado, me salva e eu serei salvo, porque tu és o meu louvor {...} Não sejas para mim motivo de pavor, tu que és meu refúgio no dia da tribulação” {JEREMIAS 17,14 E 17}

Hoje a grande preocupação das Igrejas Históricas é o CRESCIMENTO NUMÉRICO porque os carismáticos, aparentemente crescem em número, ainda que este crescimento seja transitório. O ensaísta não quer entrar «nessa briga», mas, sugere que devemos anotar o que o hagiógrafo em nome de Paulo escreveu na carta aos Efésios:

“Exorto-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, a andardes de modo digno da vocação a que fostes chamados: com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só Corpo e um só Espírito, assim como é uma só a esperança da vocação a que fostes chamados; há um só

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Senhor, uma só fé, um só batismo; há um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos.Mas a cada um de nós foi dada a graça pela medida do dom de Cristo, por isso é que se diz:

Tendo subido às alturas, levou cativo o cativeiro, concedeu dons aos homens.

Que significa ‘subiu’, senão que ele também desceu as profundezas da terra? O que desceu é também o que subiu acima de todos os céus, a fim de plenificar todas as coisas. E ele é que ‘concedeu’ a uns para ser apóstolos, a outros profetas, a outros evangelistas, a outros pastores e mestres, para aperfeiçoar os santos em vista do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo, até que alcancemos todos a unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, o estado de Homem Perfeito, a medida da estatura da plenitude de Cristo.

Assim, não seremos mais crianças, joguetes das ondas, agitados por todo vento de doutrina, presos pela artimanha dos homens e da sua astúcia que nos induz ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresceremos em tudo em direção àquele que é o Cabeça, Cristo, cujo Corpo, em sua inteireza, bem ajustado e unido por meio de toda junta e ligadura, com a operação harmoniosa de cada uma das suas partes, realiza o seu crescimento para a sua própria edificação no amor”

{Parênese de Paulo aos Efésios, 4, 1-16 que é o apelo à unidade}

Caso a abordagem do Congresso e a XIX ENAJOP seguisse por este caminho paulino, seria um sucesso, mas...Entretanto, o que foi feito já significou um grande avanço.

Para plantar igrejas o evangelizador precisará renunciar ao seu ego porque poderá estar contaminado por esta contradição. Do livro {LIBERDADE E FÉ, TEMPO E PRESENÇA EDITORA LTDA, AGÔSTO DE 1972, RIO DE JANEIRO, GB, EDITOU DIVERSOS ENSAIOS DE TEÓLOGOS DE GRANDE GABARIDO, OU SEJA: RUBEM A. ALVES; JÜRGEN MOLTMANN; JÚLIO DE SANTA ANA, HUBERT LEPARGNEUR E GILBERTO GORGULHO E O ENSAÍSTA VAI FOCALIZAR APENAR UM PEQUENO TRECHO DE LEPARGNEUR, PÁG. 92, 93,94}:

“No passado a igreja, ou a Igreja {NÃO ESTA NO ORIGINAL É UMA ADAPTAÇÃO DO ENSAÍSTA: O {i} MINÚSCULO – sempre é bom repetir: «QUE É A IGREJA COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ, POVO DE UMA NOVA ALIANÇA E CORPO DE CRISTO» E {i} MAIÚCULO A IGREJA ECLESIÁSTICA, OBRIGATORIAMENTE JURÍDICA} não se mostrou muito favorável às declarações dos direitos do homem; elas constituem hoje, no entanto, uma tomada de consciência progressiva e feliz da dignidade da pessoa humana, como ela deve ser reconhecida individualmente. João XXIII – o Papa pastor responsável pelo Concílio Vaticano II que mudou de forma radical o perfil da Igreja Católica Romana – {ENTRE TRAÇO DE UNIÃO UM ACRÉSCIMO DO ENSAÍSTA} rendeu, felizmente, homenagem a este esforço na sua última encíclica «PACEM IN TERRIS – OU SEJA: PAZ NA TERRA» {...}

{...} ‘O neutralismo é, por outro lado, uma impossibilidade radical: um homem não pode pensar, nem agir, fazendo realmente abstração de toda a concepção de vida. Pretende ser ‘neutro’, isto é, agir sem princípios de base, é igualmente um modo de tomar posição em face da vida. O neutralismo é, portanto, uma ideologia e sem dúvida a MAIS POBRE que se possa imaginar.

É uma ideologia muitas vezes SECTÁRIA, por uma contradição interna que pode ser inconsciente. Seus partidários são às vezes, tão agressivos que sua atitude chega a ser ‘tolerante’ em relação à verdade e ‘intolerante’ em relação às pessoas.

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É preciso constatar que a tentação é frequente e insidiosa. Na medida em que esta atitude fosse consciente se tornaria desleal; ela seria uma mentira e uma falta de honestidade. O vocábulo ‘neutralista’ é atualmente, muitas vezes empregado no plano internacional, no sentido de um ‘não-engajamento’, de uma recusa de engajamento, de recusa de engajamento, seja com o Oeste, seja com o Este; a palavra; a palavra não deixa então, necessariamente, um sentido ideológico. Não deixa, entretanto, de ser ambígua.

Certamente que o primeiro fundamento do bem comum é a justiça; trabalhar na instauração da justiça exige um grande dinamismo social, que deveria aparecer nas nossas sociedades como dimensão moral do dinamismo de desenvolvimento econômico ‘A justiça só, mesmo escrupulosamente praticada, pode fazer desaparecer as causas dos conflitos sociais; ela não opera por sua virtude a aproximação das vontades e a união dos corações.

Ora, todas as instituições destinadas a favorecer a paz e a ajuda mútua entre os homens, recebem sua solidez de um elo espiritual que une os homens entre si’ {PIO XI EM ‘QUADRAGÉSIMO ANNO’} Este elo espiritual não se identifica necessariamente com uma religião determinada” UM CONVITE ATÍPICO CORRENDO TODOS OS RISCOS OS ENSAÍSTA FAZ AGORA...

Mesmo não sendo um OPINIÁTICO CONTUMAZ {QUE NOS MELHORES DICIONÁRIOS É UM SUBSTANTIVO OU ADJETIVO DE DOIS GÊNEROS E TAMBÉM SIGNIFICA UM SER HUMANO SONHADOR QUE APRENDEU, CONTUDO, NA LUTA PELA VIDA – SÃO 81 ANOS QUE O ENSAÍSTA JÁ CELEBROU –, A CONHECER O MOMENTO EM QUE O SONHO TERMINA E A REALIDADE COMEÇA. ESTA É UMA DEFINIÇÃO DE OTÁVIO ISSA, EM OS INQUIETOS, PÁG. 13, QUE O AURÉLIO SINALIZA E O ENSAÍSTA VAI PROCURAR ASSIMILAR}.

Este ensaio objetiva dar um salto de qualidade, sem vaidade ou presunção:

O CONVITE:

ESTE ENSAIO CONVIDA O LEITOR PARA UM FUNERAL. FUNERAL? SIM!

O obituário do preconceito, do descomedimento, do discurso teológico racionalista, do convencionalismo exacerbante; com relação aos tabus divisionistas colocando-os sob suspeição e tudo fazendo para jogar na sepultura o escravizante tradicionalismo que sufoca a transparente clarividência da fé; só uma fé pura nos possibilitará ter uma mundividência que ao mesmo tempo a todos permitirá descobrir as armadilhas que a sociedade nos oferece para enfraquecer a nossa comunhão com Iahweh-Deus.

Caso o leitor aceite este convite, acredito, não vai se arrepender.

Por que e como precisamos atualizar a igreja ou a Igreja aos tempos modernos? SÓ COM UM CONGRESSO? NÃO! Com a sistematização de projetos teológicos que atendam as necessidades básicas do kairós humano que foi secularizado afastando-se do espiritual. Algo precisa ser feito {O MUNDO E POR QUE NÃO DIZER A SOCIEDADE, ESTÁ PASSANDO POR TRANSFORMAÇÕES RADICAIS E ISSO AFETA a igreja e a Igreja} Como vai ser feito?

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O que sabemos é que hoje as figuras do antropólogo, do geólogo, do biólogo e do agrônomo com o ecossistema em estado de decomposição, se tornaram os mais importantes e envolvidos na busca de soluções que aliviem o sofrimento do povo.

Eles, na presente conjuntura, se tornaram mais importantes do que os TEÓLOGOS que – salvo honrosas exceções – estão em baixa. Alguns, porque não encontram soluções plausíveis para sanar as crises da eclesiologia, «cavam um buraco na terra e escondem a cabeça dentro dela», imitando o avestruz.

E claro que isso precisa ser feito com calma. Quem está lembrado da Fábula entre a tartaruga e a lebre? A veloz lebre propôs uma corrida a pachorrenta tartaruga? Quem iria ganhar? Só que a lebre de tanto correr se sentiu cansada e dormiu no caminho e a tartaruga ganhou a prova. Com isso o povo criou um mote popular: DEVAGAR SE VAI AO LONGE. Isso não contradiz o que foi escrito anteriormente.

É OPORTUNO RELEMBRAR O QUE ESCREVEU O UNGIDO E INESQUECÍVEL REVERENDO CARLOS CUNHA... UMA DEFINIÇÃO SOBRE A IGREJA DE CRISTO:

“Assembléia dos rebelados, clandestinos deste século, os quais se porque Deus os amou primeiro; clandestinos, pois ninguém nem o Diabo lhes conhecem antecipadamente os planos e os projetos: e o Mundo nem se apercebe desses ‘CUMPINS’ ativos, capazes de reduzir ídolos a pó, ao impulso do Espírito Santo, alimentados que são de certo Pão e de certo Vinho” {BOLETIM DOMINICAL DA IGREJA PRESBITERIANA UNIDA DE JACAREPAGUÁ, ANO XVII, DE 3 DE MARÇO DE 2002}

Uma sugestão do Pe. Roque Schneider, S.J., com seu estilo poético e atualizado para o nosso desencontrado momento social, no opúsculo VOCÊ E EU... INACABADOS, Edições Loyola, São Paulo, 1982, pág. 28 e 29 sinaliza um caminho para os cristãos da nossa época:

CONSTRUA COM SABEDORIAMeu irmão minha irmã:

Na construção de sua harmonia,da sua paz interior,

não deixe Deus de lado,por favor!

Ele é nosso maior aliadona confecção da alegria,

da fé, da esperança, do amor.Não existe verdadeira harmonia,

sem raiz no Criador.É d’Ele que parte a energia,

coragem, luz, destemor.Viva Deus, no dia-a-dia,

e sua vida terá mais sabor. Cristo é o Caminho, a Verdade,

nosso Amigo e Redentor.Não existe felicidade

longe de Cristo, o Senhor.

A vida tem flor e espinhos,nobreza e vilania,

céu aberto e cativeiro.Preguiça e desalento:

dois braços mesquinhoscruzados na omissão.

Ajuda-me, Divino Engenheiro,a prosseguir motivado,

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sereno, feliz, sobranceiro,sorrindo na paz e na alegria,

colocando tijolos, paredes, cimento,no meu prédio em construção...

Seria melancólico e triste, se tudo estivesse pronto, acabado. Tudo perfeito, sem necessidade de retoque, de complementação.O inacabamento das coisas, do mundo e das pessoas, é graça também. Quem tem experiência de vida... sabe. E agradece.Deus é tão sábio e desconcertante em seus desígnios e planos projetados na história e ao chão que palmilhamos... VOCÊ E EU, INACABADOS!

Ainda de Schneider:

1 - Hoje começo uma nova vida. 2 - Saudarei este dia com amor no coração.

3 - Persistirei até alcançar êxito.4 - Eu sou o maior milagre da natureza.

5 - Viverei hoje como se fosse meu último dia.6 - Hoje serei senhor de minhas emoções.

7 - Rirei do mundo.8 - Hoje centuplicarei meu valor.

9 - Agirei agora. 10 - Jamais suplicarei pelas coisas materiais do mundo. Suplicarei

apenas orientação

Schneider faz um agradecimento a Or Mandino, autor de um consagrado livro:

Seu livro mudou minha vida. A influência que exerceu em mim não foi superada senão pela Bíblia. Deus lhe pague”.

Castro Alves, vate brasileiro, dizia há um século atrás {o opúsculo de Schneider é de 1982}:

«O livro caindo n’almaé germe que faz a palmaé gota que faz o mar!»

Ainda que esteja fora do contexto, nunca é demais lembrar a palavra do filósofo que é algo que você precisa levar a sério a fim de não deixar de realizar algo de tão belo em seu passado:

“VALORES NÃO CULTIVADOS ACABAM POR SEREM ESQUECIDOS”Voltando ao Pe. Roque Schneider, S.J., do opúsculo celebrando a vida, Edições Loyola, SP 1981 pinta o perfil da sociedade, fato que a igreja ou a Igreja, não deve ignorar:

“De tudo o que já li e ouvi, até hoje sobre a FOME DE DEUS, dentro do coração humano, destaco a síntese traçada pelo romancista Gilbert Cesbron, recentemente falecido. É das melhores descrições que já encontrei sobre o binômio MUNDO E DEUS, CORPO E ESPÍRITO, SOCIEDADE E HOMEM.

« - Jamais a sociedade esteve tão necessitada e faminta de espírito, como agora. Cristo é hoje mais necessário do que nunca. As pessoas buscam e compram tudo o que se refere ao espírito. O mundo e a sociedade dos nossos

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dias precisa de uma espiritualidade. Este é o grande momento para os cristãos: falar da fé, escrever sobre a fé. Os homens estão doentes de materialismo, de ambição, de sexo, de promiscuidade, de drogas, de dinheiro, de política. Estão carentes de luz, de ordem, de vida, de conhecimento recíproco. Urge falar de Cristo, em tudo e em toda a parte. Com seriedade, com realismo, por impulso interno e convicção. O VERDADEIRO REALISTA, HOJE, É O PROFISSIONAL DO ESPÍRITO. Prescindir da dimensão espiritual, no mundo contemporâneo, é ser parcialmente omisso, cúmplice na destruição do homem, na falência da sociedade - »

E quando lhe perguntaram qual o livro que mais influiu em sua vida, Cesbron respondeu: «Os Evangelhos».

- O que significa para você escrever? A resposta veio rápida, luminosa:

« Escrever, para mim, é transmitir Jesus Cristo »”PLANTAR ÁRVORES – que foi o lema do Congresso XIX ENAJOP de Xerém – é um bom negócio, mas precisamos de ALGO MAIS e esse algo mais o ensaísta pretende desenvolver ao longo deste ensaio.

Do livro {O Fim do Cristianismo Convencional de Pol, van de, São Paulo, Herder, 1969}, um pequeno resumo que o autor, com desprendimento e ousadia, mostra aos cristãos de sua época, o que se aplica para os nossos dias, o perfil de uma igreja ou Igreja que se perdeu na caminhada da Fé:

“A Fé Cristã, originária do mundo intelectual semita, atravessou sucessivamente, quando de sua expansão no mundo, vários ‘mundos’ lingüisticos, mentais e culturais e teve de se adaptar a isso {...}

UM PARÊNTESIS DO ENSAÍSTA QUE ESTÁ LIGADO A OPINIATICIDADE DE VAN DE POL:

Fiquem ligados – na sequencia – às considerações preambulares...

Até os nossos dias esta situação focalizada do primeiro parágrafo do texto de Pol, van de, não mudou. Os cristãos serão sempre alienígenas para as culturas contrárias ao cristianismo.

Os cristãos do primeiro século que assumiram em suas vidas o Reino de Deus foram martirizados por causa da sua fidelidade a Jesus, o Cristo o Filho de Iahweh-Deus, o verdadeiro Deus.

Muitos foram jogamos nas arenas ou anfiteatros para serem devoras pelas feras porque não cederam as exigências do Poder Romano a fim de que renunciassem a Fé Cristã. Morreram como – tendo a mesma sorte de Estevão – O PRIMEIRO MÁRTIRE DO EVANGELHO. SEQUENCIANDO O PRIMEIRO PARÁGRAFO DE POL, VAN DE:

1} Esse acontecimento não ocorreu somente na questão da língua, mas também mudou a maneira de pensar porque a cultura do Ocidente era bem diferenciada da Oriental. Em nome da verdade é bom relembrar que a cultural ocidental teve a sua formação a partir de Jesus, o Cristo e sedimentada pelos seus seguidores. Ele – Jesus – tinha uma formação cultural oriental porque era judeu, mas o Reino de Deus foi oferecido a todas as nações do mundo, mesmo para aquelas que ainda não tinham os parâmetros sociais já organizados. É oportuno reiterar que a teologia tem uma origem grega. Na Igreja Ocidental a abordagem e a resposta à questão em torno de Deus foi operacionalizada durante mil anos e paralelamente influenciada e determinada pelo intelectualismo do espírito grego, sem esquecermos o influxo romano, com seu moralismo e seu legalismo. {pág. 170} houve apologetas

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2} TEOLOGIA REVELADA E TEOLOGIA NATURAL – Crer em Deus para o cristão sempre foi uma resposta do homem à maneira pela qual Deus se revelou em Jesus Cristo. Sem essa revelação não haveria lugar para a Fé em Deus no sentido cristão da palavra. Tal Fé não é uma façanha do homem, mas sim uma dádiva de Deus {pág. 172} No entanto, desde que o cristianismo recém-nascido entrou no mundo mental dos gregos, houve apologetas que sentiam a necessidade de fundamentar a Fé em Deus, não só estribando-se na Bíblia, mas também em raciocínios {pág. 172}.

Assim é que a teologia cristã desde o início fez perguntas sobre Deus e deu testemunho dele, de duas maneiras: partindo tanto do raciocínio humano {-Teologia Natural-} quanto da Revelação {-Teologia Revelada-} {pág. 173}

A Escolástica Medieval soube muito bem como cimentar essas duas formas de teologias; ela é uma confirmação lógica da Fé Cristã em Deus, porém em termos e categorias da filosofia grega, especialmente a de Platão e a de Aristóteles. {pág. 173}

Apesar da Reforma do século XVI, onde os reformadores lutaram em prol de uma fundamentação autenticamente bíblica e evangélica da Fé Cristã, também no Cristianismo reformado continuou havendo resquícios da Teologia Natural {pág. 173}

A Teologia Natural tinha como uma de suas características e formulação das provas da existência de Deus, como p.ex.: a prova ontológica de Deus, elaborada por Anselmo; as provas aristotélico-tomísticas de Deus {pág. 173}”

Este ensaio ainda utilizará outros ‘BRAÇOS’ para focalizar e em face desta alternativa que é inevitável, deixará de seguir viagem com Pol, van de, que exercendo o seu direito de opinante, abordou o posicionamento da questão em torno de Deus, destacando que Kant e Fichte: {...} no século XVIII, 1793 quando Emmanuel Kant aplicou seus princípios epistemológicos ao conhecimento de Deus por vias naturais e ambos, Kant e Fichte passam a formular uma prova da existência de Deus, partindo da

consciência, não se baseando na ‘RAZÃO PURA’, mas sim uma prova baseada na

‘RAZÃO PRÁTICA’... Continuando com o relato de Pol, van de, vamos dar um salto para Schleiermacher – ainda dentro da sua Obra {1768-1834 – séc. XVIII e XIX}:

“{...} Uma vez que, na teoria de Kant, o ‘imperativo categórico’ é algo que é um dado a priori, e que determina tanto o caráter moral da atividade humana como a relação entre Deus e o homem, a ética e a religião têm um denominador comum. Nessa teoria kantiana inexiste um a priori religioso separado, no qual repousaria o aspecto religioso do homem. A importância de Schleiermacher está em que ele não estribou a Fé em Deus num a priori puramente moral, mas sim, especificamente religioso {...}”AGORA VAMOS DAR UMA VOLTA POR MARTIN BUBER {1878-1964 séc. XIX e XX}:

“{...} Uma relação puramente objetiva {de objeto para objeto} entre um homem e outro é uma relação infra-humana. Somente a relação pessoal, onde não se encontre um algo diante de outro algo, mas um alguém diante de outro alguém é uma relação plenamente humana. Um ‘eu’ que se põe diante de um ‘algo’

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torna-se também um ‘algo’, uma coisa. Um ‘ser humano’ é somente aquele que fala ‘eu’ quando se dirige com esse ‘eu’ a um ‘tu’. Quando esse ‘tu’ se dirige, por sua vez, a um ‘eu’ que se aproxima dele como de um ‘tu’ aí é que surge um diálogo tipicamente humano. {pág. 221}

Essa faculdade especificamente humana de entrar numa relação do tipo eu-tu se mostra especialmente no seu pleno poder, quando se trata de uma relação de Deus para com o homem. Ela é a mais original, a mais real, a mais fundamental relação do tipo eu-tu. A relação entre homens, do tipo eu-tu, apenas reflete aquela. {... pág. 222}CHEGOU O MOMENTO DE CONHECERMOS A OPINIÃO DE KARL BARTH:

“O trabalho que Barth realizou na Teologia foi, no fundo das coisas, uma luta para se encontrar uma resposta absoluta e irrefutável para a questão em torno de Deus. Quando é que alguém tem o direito de dizer que tem Fé em Iahweh-Deus? Será que alguém pode ter certeza de que sua Fé é uma Fé verdadeira e de que ele não acredita num pseudo-deus, mas sim Iahweh-Deus vivo e verdadeiro? Onde é que o homem deverá começar a chegar à Fé em Iahweh-Deus? {pág. 244}

Segundo Barth, é em Deus que está à fonte da Fé em Deus, é Deus que realmente age na relação entre Deus e o homem. É Deus que se ocupa com o homem, Deus que se revela ao homem. Essa ação reveladora é anunciada com a autoridade de Deus, não de qualquer maneira, mas no ‘espaço da igreja’, através da proclamação de Sua Palavra.

A questão acerca de Deus aponta para a Revelação; entende-se, não aquilo que o homem, por própria autoridade, considera como «REVELAÇÃO», mas para o único e autêntico ter-se revelado de Deus, a fim de ser a única e verdadeira REVELAÇÃO DE DEUS, pois parte dele, ou seja: de Deus não podendo ser reconhecida ou aceita tal como é, por filosofia ou ciências, mas tão somente na Fé oferecida pelo Espírito Santo através da Palavra” {pág. 252}

FINALMENTE O ÚLTIMO OPINANTE, PAUL TILLICH:

“A Fé em Deus surge no ponto onde se cruza o caminho que vem da existência humana com o que vem da REVELAÇÃO de Iahweh-Deus. A Fé, em outras palavras, nasce do encontro entre Deus e o homem. O próprio Iahweh-Deus é resposta ao problema que o homem constitui. O próprio Iahweh-Deus é a única fundamentação sólida para a coragem de ser homem, mesmo que ele não esteja consciente disso. {pág. 308}

Para Tillich, a REVELAÇÃO se processa na e através da existência humana; essa atividade auto-reveladora de Iahweh-Deus em e através da existência humana, encontrou sua expressão definitiva e completa na pessoa e na atividade de Jesus, como o Cristo, conforme o quadro que nos pinta o Novo Testamento. {pág. 312}

A Fé em Deus não é uma decisão intelectual, mas existencial, ou seja, não são argumentos racionais que conduzem à Fé em Deus, mas esta Fé repousa sobre a vinda de Iahweh-Deus dentro do horizonte da existência humana, repousa num encontro existêncial entre Deus e o homem. {pág. 316}

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Em Jesus, como o Cristo, é que se manifestou o Novo Ser {News Being}. Somente este novo ser humano corresponde à essência do homem não procura somente uma resposta; ele quer também ser curado, ser salvo. Essa cura, essa salvação, o homem encontra na participação do novo ser, que se tornou manifesto em Jesus como o Cristo. E essa participação pela Fé em Jesus como o Cristo, significa o fim da alienação que afasta o homem de Deus, e o restabelecimento da relação entre Deus como RESPOSTA e o homem como QUESTÃO {pág. 319}”.

{OBS. MESMO TENDO EM SUA BIBLIOTECA O LIVRO VAN DE POL: O FIM DO CRISTIANISMO CONVENCIONAL, O ENSAÍSTA OPTOU PELO RESUMO QUE O PROFESSOR URIEL DO SEMINÁRIO E DAS FACULDADES BENETT ELABOROU PARA OS SEUS ALUNOS – ENTRE ELES O ENSAÍSTA} Os desafios das Igrejas Históricas não se restringem apenas a questão da REVELAÇÃO. Outros fatores foram igualmente relevantes. Seria impossível – para um espaço tão pequeno – citar ou focalizar todos. O ensaísta só poderá enfocar alguns. A própria REFORMA PROTESTANTE do século XVI teve efeitos positivos, mas também foi traída por questões dogmáticas negativas e até alguns reformadores tiveram comportamentos que não justificava a sua condição de cristão reformado.

O ensaísta, abusando da paciência do leitor, vai colocar na ‘PASSARELA’ a questão da ‘CRISE DA CONVERSÃO’. Não devemos deixar de mencionar a importância que o PIETISMO para manter viva a Fé das

Igrejas Históricas até que surgiu com toda força o ‘PENTECOSTALISMO’ que passou a trabalhar a questão do Espírito por uma via preconceituosa e ao mesmo tempo espalhafatosa.

O enforco do ensaísta se desloca para a realidade deste universo procurando demonstrar e ao mesmo tempo tentar mostrar a forma que os nossos irmãos do pentecostalismo autônomo usavam para interpretar a Fé Cristã e como concebiam a atuação do Espírito de Deus sobre eles. Ficou faltando para fortificar os argumentos anteriores, colocar sobre a mesa o opúsculo escrito pelo Teólogo Metodista Ely Eser B. Cesar, com o revolucionário tema: A AÇÃO humanizadora do Espírito, editado pela Aste – São Paulo, 1975.

O que o ensaísta espera é que a contribuição deste expoente da Teologia venha abrir as portas do saber espiritual e ajude os leitores em sua caminhada a fim de fortificar o CRER e ter FÉ que são amigos inseparáveis

O competente teólogo faz projeções interessantes e pontuações que não poderiam ficam fora deste ensaio, como por exemplo:

O ESPÍRITO E JESUS...

“Se há uma característica que distingue o homem Jesus dos demais vultos bíblicos do passado e dos cristãos do futuro. Para João, ela será precisamente o fato de que ‘Deus não lhe mediu o Espírito’{Jo 3.34}. Ele viveu na plenitude do Espírito, fato que é bem marcado, também nos sinóticos, no episódio que narra o seu batismo {Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21s; cf. Jo 1.32-34}. O Espírito será a dinâmica que o impulsionará durante todo o seu ministério {Jo 3.34; cf. Mt 12.28}; cf. também o relato da tentação de Jesus, a definição que Jesus dá de sua missão na sinagoga de Nazaré em Lc 4.18: ‘O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres {...}’, o resumo da vida de Jesus fornecido por Atos 10.38 “{...} como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com Espírito Santo e poder, o qual andou por todas as partes fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele’}.

Embora a menção ao Espírito nos três primeiros evangelhos, os sinóticos, não seja tão abundante quanto se poderia esperar, ela é extremamente significativa e marca exatamente o início do ministério de Jesus como que indicando que todo ele será realizado na dinâmica e pelo o poder do Espírito.

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O evangelho de João, entretanto, escrito por volta do ano cem e preocupado em aprofundar a compreensão teológica acerca de Jesus, nos enseja uma reflexão mais sistemática da relação entre ele e o Espírito Santo. Apesar de o quarto evangelista afirmar que Deus não mediu o Espírito que seria concedido aos que viessem a crer que o Espírito não fora dado até então, porque Jesus não havia sido ainda glorificado.

Para o judeu o dom do Espírito é um dos acordes fundamentais do grande concerto escatológico {cf. Joel 2, 28-32, profecia considerada realizada no relato do Pentecostes}. Parece não haver dúvida de que o judeu João se refere exatamente a este dom do Espírito que marcará o final dos tempos, ou antes, os tempos finais.

Mas, para o evangelista, ele só será DOM a partir do Cristo ressuscitado e glorioso {cf. Jo 16,7: “{...} porque se eu não for o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei”}

O Novo Testamento considera o Espírito como o « agente relacionador » entre Deus e os homens. Daí o uso que ele faz da imagem do vento ou do movimento de ar « pneuma ». Na verdade, a dinâmica que impulsiona o Jesus terrestre será concedida aos homens e se constituirá no approach entre o homem e Cristo e vice-versa. É exatamente por esta razão que o quarto evangelista em particular, e a Igreja em geral, compreenderam o Pentecostes como o dom do próprio Cristo glorificado.

O ESPÍRITO E CRISTO...

O Espírito Santo é, no Novo Testamento, o agente que permite o relacionamento do Cristo ressuscitado com os homens de boa vontade. Em outros termos, o Espírito Santo é quem atualiza a presença de Cristo na Igreja, desde o Pentecostes.

Esta verdade é absolutamente clara em João. O quarto evangelista se refere ao Espírito como ‘o outro Paráclito’ – 14.16 – que o Pai dará ao mundo, ‘a fim de que esteja para sempre convosco’. ‘Ele habita convosco’, no sentido de permanecer, e ‘e estará em vós’. A menção ‘o outro Paráclito’ deixa clara a existência de um primeiro Paráclito. Estamos novamente diante de uma ideia de relacionamento.

O primeiro Paráclito, implícito no texto, é Jesus, aquele que ‘protegia e sustentava’ os seus com a sua presença histórica {esta é a ideia básica do termo Paráclito: indica aquele que é chamado para prestar socorro, para defesa jurídica, para exercer a tarefa de intercessor} Segundo João, o Espírito é aquele que, sendo ‘o outro Paráclito’ ,continuará a obra terrestre de Jesus, Ele será a eterna presença de Deus junto aos homens.

João não é o único a transmitir-nos tal imagem do PNEUMA. O apóstolo Paulo afirma, de maneira mais radical do que João, que o Cristo e o Espírito, de certo modo, se confundem. O Espírito divino é nada mais nada menos do que o Espírito de Cristo {Rm 8,2-4; Gl 4,6 Mais que isto, o SENHOR É O ESPÍRITO «2 Co 3,17-18».

Paulo estaria longe de identificar, em termos absolutos, o Senhor {o Ressuscitado} e o Espírito. O Senhor é aquele que, existindo como o Jesus de Nazaré, foi glorificado através da Ressurreição. O que está subjacente a esta surpreendente afirmação de Paulo é o fato de não haver outra forma de presença do Senhor na Igreja a não ser aquela provocada pelo Espírito. {‘Ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma: Anátema Jesus! Por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor

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Jesus! senão pelo Espírito Santo’ – 1 Co 12,3} ‘E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele’ – {Rm 8,9}”

E MAIS...

“Cristo é aquele que nos revela o Pai, pois é o ‘Espírito de seu filho que Deus enviou aos nossos corações’e que nos permite clamar ‘Aba, Pai’ – {Gl 4,6; cf. Rm

8,12-17} O Espírito é aquele cuja função é dar testemunho de Cristo” {Jo 15,26; 16,8ss}

Neste sentido, a ação do Espírito não é, nem deve necessariamente tornar-se ESPETACULAR, pois sua papel não é falar de si mesmo, mas dizer tudo o que tenha ouvido {Jo 16,13-15}. Sua função não é criar uma nova revelação. Se assim fosse, ela faria caducar a revelação plena e perfeita e Cristo. Sua função primeira é a de permitir-nos a vida em Cristo.

Todas as demais manifestações do Espírito, como a de falar em línguas, por exemplo, embora consideradas possíveis pelos cristãos do Novo Testamento, não devem ser vistas como condição sine qua non para atestar sua presença. Sua função é de natureza mais humilde. E a de dar testemunho do OUTRO, é a de ser, simplesmente, veículo entre nós e este OUTRO. Por isto mesmo, nem sempre se fará notar. Sua obra interior será, na maioria das vezes, imperceptível como a doce aragem de verão. O máximo que podemos afirmar se pretendemos levar a sério o testemunho bíblico, é que em Cristo, tudo está cumprido.

Não se pode esperar que o Espírito nos abra as portas de um novo reino para nos conceder graças que a cruz deixou escapar. Do contrário, estaremos simplesmente afirmando a insuficiência da obra de Cristo”

E O TÉOLOGO CONTINUA...

“Se nossa Igreja parece não ser a comunidade guiada à verdade, provavelmente a causa reside no fato de que nós resolvemos guiá-la às nossas verdades. O Espírito certamente está ali. Nós é que perdemos a sintonia, a sensibilidade para entender os seus acordes ou, talvez, tenhamos construído instituições tão rígidas que tenhamos sufocado o livre soprar do PNEUMA” No módulo subordinado ao subtítulo O Mundo e o Spiritus Creator focalizando as duas visões, ou seja, a do teólogo judeu convertido e a dos judeus sobre o Espírito o teólogo coloca:

“Estas duas visões, uma do hebreu, e a outra do teólogo judeu-cristão Paulo, demonstram bem porque a palavra escolhida para designar ‘ESPÍRITO’ na Bíblia foi a palavra pneuma, {sopro}. O Pneuma, como já vimos, é o sopro vital que anima todo homem. Para o judeu e o cristão não vida possível sem o dom do Pneuma; é ele quem permeia todo o nosso mundo, a tal ponto, que qualquer manifestação de vida nele é obra sua {...}

{...} Apesar disto, a partir da fé na ação do PNEUMA no mundo, é impossível recorremos às categorias dualistas de sagrado e profano para caracterizar Igreja e Mundo. Examinaremos ainda, à luz da doutrina bíblica do Espírito, a dimensão positiva do ‘PRESENTE SÉCULO’ para a própria vida da Igreja, mas o faremos mais adiante quando examinarmos o tópico ‘IGREJA E RENOVAÇÃO’.

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Finalmente, gostaríamos apenas de reforçar o que já dissemos sobre o valor teológico da história humana à luz destas novas considerações. Concluímos que a história não é desprovida de valor teológico à partir de duas constatações: primeiro, porque o Espírito foi dado à toda a ‘CARNE’ segundo, porque o Espírito dado no Pentecostes ao continuar a obra da encarnação até que cheguemos ao futuro de Deus, quando o Espírito será concedido em Plenitude. A simples presença no PNEUMA no mundo atual é indicativa de que este mundo avança em direção a seu PLÊROMA {plenitude}. Esta noção é agora reforçada pela convicção de que o Espírito é a própria dinâmica da vida do cosmos. É impossível esvaziar-se a história de sua dimensão ‘PNEUMÁTICA’ ou TEOLÓGICA.

Não é dada ao cristão outra saída a não ser a de viver na consciência de que o mundo é palco da ação de Deus” No capítulo III do opúsculo em tela, Ely Eser vai discutir o subtema ESPÍRITO E MISSÃO e dentro é colocada a questão da VERDADE:

“Se a realidade última da Igreja é Cristo, se ele é o seu fundamento, não é de todo insignificante reconhecer-se que é o Espírito quem nos conduz a Cristo, quem atualizada sua presença hoje em nossa comunidade, quem nos relaciona como o PNEUMA, a Deus, quem nos conduz a toda a Verdade.

Os critérios para qualquer atividade da Igreja serão dados, portanto, no Espírito, e não em nossas verdades pessoais ou comunitárias.

Tentemos compreender as implicações desta primeira conclusão, agora no contexto da MISSÃO.

Que é Verdade? Verdade, no mundo bíblico, se concentra numa pessoa e não na correspondência entre nossas imagens conceptuais das coisas e as próprias coisas. A Verdade, no Novo Testamento, se confunde com uma pessoa que é a um só tempo, o Jesus Ressuscitado cuja presença no mundo, por meio do Espírito, faz surgir a Igreja.

Esta Verdade, este Cristo que revela os eternos propósitos de Deus para a humanidade, não é um objeto de que nós, individualmente, ou como Igreja, podemos nos apossar.Nós não a possuímos, mas somos guiados, sem cessar, a ela. Nós não a possuímos porque esta Verdade é confessada por nós como sendo idêntica ao Senhor nosso, aquele através de quem o mundo e nós fomos criados. A relação entre nós e esta Verdade é uma relação de Criador para criatura. Pretender possuir esta Verdade é e será, a eterna tentação adâmica; é pretender ser como Deus, possuir o seu mundo, dominar os seus mistérios.

Em segundo lugar, a Verdade, para o mundo bíblico, é objeto não de especulação, mas de REVELAÇÃO. Não nos delongaremos no exame deste fato, mas na constatação de que Deus não a revelou na intenção de alguns eleitos.

A verdade revelada se é verdade, o é para o mundo. Apesar de repetirmos, sem cessar, que o texto de ouro da Bíblia é João 3,16 {‘Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna’}, somos condicionados, por nossos conceitos exclusivistas, a entendermos o primeiro elemento da frase a partir do segundo, ou seja, o ‘MUNDO’, para nós, se confunde com aqueles que creem e foi a estes que Deus amou e a eles é que se revelou.

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Na realidade, é o segundo elemento que dá conteúdo ao primeiro, ou seja, foi porque Deus amou ao mundo, a ponto de se revelar a ele, que surgiu uma comunidade de fé. Se o amor é o agente da ação de Deus, este amor não deve ser hoje menor. A simples constatação deste amor deve constranger a proclamá-lo ao mundo. ‘Ai de mim se não pregar o Evangelho’: disse Paulo aos cristãos de Corinto {1 Co 7,16} A Verdade foi revelada para o mundo e por causa do mundo. Torna-se agora mais fácil admitir o fato de que é por guiar-nos à Verdade, que é Cristo, que o Espírito nos conduz ao mundo {...}”

“{...} O Espírito derramado sobre os incircuncisos obriga a primeira Igreja a aceitar o universalismo do amor de Deus. Neste relato {At 10,18 – a questão Cornélio} Lucas deixa claro que o Espírito precedeu a Igreja no mundo, constrange-a a segui-lo, abre suas janelas estreitas, a ponto de Pedro clamar àqueles que exigem satisfações: ‘quem era eu para que pudesse resistir a Deus? ’ {At 11,17}.

Uma das grandes lições que este texto nos revela hoje é a da imperiosa necessidade de total abertura da Igreja à imprevisível obra do PNEUMA. A tônica do Espírito ‘missionário’ seria, então, uma sucessão feérica de novidades? Já vimos que a função básica do PNEUMA é guiar à VERDADE, Cristo. Neste sentido ele não pode ser um novidadeiro anti-institucionalista, mas a imagem que de fazemos, não pode ser, tampouco, a de um criador de cadeias. Pode ser que, por razões de segurança pessoal, prefiramos não ouvir o seu sopro, a fim de continuarmos vivendo a tranquilidade do estável e do imutável. Mas se quisermos ouvi-lo e segui-lo, descobriremos a verdade da qual ele nos guia. Então ele revelará a mentira de muitas de nossas opiniões, a incoerência de muitas de nossas posições. O PNEUMA não pode ser uma realidade estática”

“Se entendermos Pentecostes, descobriremos que a Igreja {OBS. do ensaísta: Que em permita o Ely Eser. Ou igreja {Comunidade da Fé Cristã, Povo de uma Nova Aliança e Corpo Místico de Cristo} não existe para si. Isto implica o fato de que sua estrutura deve existir para adequá-la, oura e simplesmente, à Missão. Do contrário, não poderemos nunca afirma, como Pedro, quem somos nós para que possamos resistir a Deus. Estruturando a Igreja {igreja} para ‘nós’ estaremos pretendendo subsistir diante de Deus! Se a Igreja {igreja} que é chamada para proclamar o amor universal de Deus, que visa a tornar os homens mais humanos, não vive para si, sua estrutura deve estar também aberta ao Espírito que a empurra aos homens que Deus ama. Nossas estruturas devem ser de tal ordem que atestem nossa fé na realidade de que o Espírito já está no mundo, ‘compungindo os corações dos homens’ à fé, criando sinais do futuro de Deus {...}”

“Em último lugar, importa realçar, neste exame da dinâmica do Espírito na Missão, o fato de que é ele quem confere ao Corpo de Cristo os dons necessários para que este manifeste ao mundo a presença viva daquele que é a ‘alma’ do Corpo. ‘A manifestação do Espírito é concedida a cada um, visando a um fim proveitoso’” {1º Co 12,7}

“Os primeiros cristãos compreenderam o dom do Espírito no Pentecostes como a realização da escatologia: ‘e acontecerá que nos últimos dias derramarei o meu Espírito sobre toda carne... ’ {At 2,17}. Ele é o Espírito vivificante que arrancou Jesus da morte e que abre ao mundo a possibilidade de vida. No entanto, embora o

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Espírito nos torne mais plenamente homens, vivemos ainda tendidos ao futuro, vivemos de esperança. Embora ele tenha sido derramado sobre toda carne todas as estruturas do mundo, a história humana continua o seu percurso sob o signo da ambiguidade. O homem e sua história caminham para o futuro onde o Espírito nos cumulará da plenitude dos seus dons. Então, não viveremos mais de primícias e de penhor, mas de plenitude. Isto quer dizer que a vida que a Igreja {igreja} proclama, embora real e significativa no hoje do mundo só se realizará quando o PNEUMA tiver completado a sua obra {...}”

“A atitude do cristão, tanto, como membro do Corpo de Cristo, como em sua tarefa de testemunha da nova humanidade em Cristo, no seio do mundo, só pode ser a atitude de vigilância. Sua vigilância não será a posição passiva de quem sabe que o Espírito conduz a história a seu desfecho final, mas, a de quem sabe possuir uma função e uma visão precisa nesta marcha; a de possibilitar ao homem ‘natural’ a vida que irradia da Ressurreição, e, a de significar ao mundo pragmático, os sinais das perenes realidades que nos aguardam no futuro, a saber, a justiça, a paz e o amor. Trata-se, sim da vigilância do cristão em marcha, vigilância daquele que aprendeu a discernir o mundo a partir do Reino de Deus, É a vigilância daquele que sabe que os critérios do presente nos são dados do futuro”

Este é o primeiro módulo. São 265 o ensaio completo e esta 90 páginas são praticamente introdutórias do conteúdo como um todo. O último módulo já está pronto esperando apenas o copydesk e uma revisão mais aprofundada. As questões ou os questionamentos até aqui levantados não significam um julgamento ao que foi feito em 2010.

O ensaísta não teria uma iniciativa de tamanha envergadura e risco, caso o CC-IPU do mandato anterior não tivesse a feliz iniciativa de se aventurar a uma tarefa de uma linha temática emoldurada de muitas implicações. Contando com o apoio de Iahweh-Deus e a opção favorável do leitor, o ensaísta – em tempo oportuno – vai dar seguimento ao ensaio. Por enquanto convido o leitor a alimentar o sonho da IPU de se tornar – falta muita coisa – UMA NOVA FORMA DE SER IGREJA. Isso só depende da nossa vontade. VAMOS CONTINUAR SONHANDO?

O axioma levantado pelo poeta William Shakespeare deve ocupar agora o nosso pensamento:

“Um homem que não se alimenta dos seus sonhos envelhece cedo”

Mesmo que o ensaísta já tenha emplacado 81 anos, apesar da crescente osteoporose, porque na sua idade a rarefação anormal dos ossos seja natural, ele – o ensaísta – quer continuar jovem e consequentemente sonhando a fim de que a IPU seja a verdadeira Comunidade da Fé Cristã, um Povo de uma Nova Aliança e o Corpo Místico de Cristo.

E você, caro leitor?

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Alguns afazeres do universo secular obrigam o ensaísta a fazer uma pausa 04-02-2013, às 03 h. Mesmo na dúvida se sou ou não a habilitado {É o Espírito de Iahweh-Deus quem nos habilita e disso o ensaísta tem plena certeza} a fazer um check-up da religiosidade do nosso momento histórico tendo como ponto de referência o Congresso 2010-ENAJOP. O tema levantado naquele encontro foi oportuno e ainda não foi esgotado, sob o ponto-de-vista de uma avaliação mais profunda. O conteúdo já está todo pronto faltando apenas às considerações finais que devem ser elaboradas para deixar uma ideia solidificada. Até aqui os equívocos de digitação e a falha na revisão ou copidesque o leitor deve tolerar. Afinal o ensaísta não é o primeiro e nem o último a cometer erros de percurso. Não importa o tempo em que será feita a inclusão: o importante é o TEMA. Preciso do seu aval para continuar. E aqui introduzo um desafio do poeta J.G. de Araujo Jorge: “Trairíamos a vida se voltássemos... Se não nos encontrássemos, não seria viver... Fugir... seria morrer... Querendo Iahweh-Deus, tudo se realizará para a Glória do seu Nome.

Dentro de uma linha paralela, em Alceu, Tudo se Transforma da Ed. Cidade Nova, 1996, de Alceu Amoroso Lima:

Não há... felicidade sem atração recíproca... missão cumprida que não seja o amor a cumpri-la... possibilidade de ciência, sem o amor da verdade... instituições políticas justas, senão por amor aos homens...

Voltando ao assunto do olhar – ou dos olhos – Jesus, o Cristo, alertou:

“A lâmpada do corpo é o olho. Portanto, se o teu olho estiver são todo o teu corpo ficará iluminado; mas se o teu olho estiver doente, todo o teu corpo ficará escuro. Pois se a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão as trevas!” {LOGIA PRINCIPAL DE JESUS, CF. O RELADO DO HAGIÓGRAFO MATEANO, NA VERSÃO DA BJ – Mt 6,22-23}

Como e em que situação está o nosso olhar? Precisamos vigiar os nossos olhos. Caso estejam doentes será preciso fazer – urgentemente – uma ‘CIRURGIA DE CATARATA ESPIRITUAL’

Em outra oportunidade Jesus, o Cristo, radicalizou:

“Ouviste que foi dito: NÃO COMETERÁS ADULTÉRIO. Eu, porém, vos digo: todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ele em seu coração. Caso o teu olho direito te leve a pecar, arranca-o e lança-o para longe de ti, pois é preferível que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado na Geena” «Inferno» {Lc 5,27-29}

Se tivermos a coragem de sairmos da mesmice a fim de dar um salto para uma NOVA REALIDADE ESPIRITUAL essa nova realidade espiritual contribuirá para qualificar a nossa maneira de agir e conduzir à eclesiológica. O socialmente que a igreja desenvolve paralelamente ao eclesiológico, precisará passar por uma total reformulação. Esse socialmente – que não é o místico que a Fé Cristã professa, mas uma consequência da materialidade que faz parte desta mini-sociedade de consumo que é a igreja – não pode superar o místico da eclesiologia. O equilíbrio deve ser o caminho a ser percorrido. Fora disso uma inversão de valores poderá desfigurar a nossa tradição cristã que deve ser preservada.

Depois disso só nos restará sepultar as coisas que nos separam. Desse modo a FÉ CRISTÃ NOS UNIRÁ.

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Que Fé? A Fé patrimônio? Não! A Fé que seja fiel parceira do CRER.

A igreja precisará CRER em Iahweh-Deus e Ele exige dos seus seguidores, muita fidelidade. Caso isso aconteça os divisionismos deixarão de existir. A KOINONIA é uma virtude cristã que precisa ser colocada em prática porque sem COMUNHÃO não existirá UNIÃO. Uma vez os adversários de Jesus, o Cristo, disseram: “É por Beelzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios e outros para pô-lo à prova, pediam-lhe um sinal vindo do céu”. O Filho de Deus não ficou calado. Sua resposta? : “Todo reino dividido contra si mesmo acaba em ruínas, e uma casa sobre outra. Ora, até mesmo Satanás, se estiver dividido contra si mesmo, como subsistirá seu reinado?... Vós dizeis que é por Beelzebu que eu expulso os demônios; ora, se é por Beelzebu que eu expulso os demônios, {...} Contudo, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus já chegou a vós {...} «Lc 11,14-22 »

Muitos hoje, insatisfeitos com a Comunidade da Fé a qual estão ligados, andam procurando a VERDADEIRA IGREJA.

A verdadeira igreja é você leitor e todos que professam o Cristo que na medida em que O confessam publicamente são considerados Templo do Espírito Santo.

Nas linhas abaixo – DIANTE DE UM QUESTIONAMENTO DE JESUS, O CRISTO QUANDO ELE CHEGOU AO TERRITÓRIO DE CESARÉIA DE FILIPE PERGUNTOU AOS DISCÍPULOS: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” – vamos rememorar a famosa e controvertida Confissão de Fé Pedro. É sempre bom recordar as coisas boas que aconteceram em nosso passado e do passado da igreja.

‘TU ÉS O CRISTO O FILHO DO DEUS VIVO’Um dos ramos {O MAIS ANTIGO} da Igreja Cristã se diz portador da verdade petrina. Com base nisso criou um dogma esquecendo-se que o Mestre argumentou que não era o Apóstolo Pedro que estava falando, mas esta declaração foi colocada em sua boca por Iahweh-Deus. Uma coisa é Pedro, outra coisa é a sua profissão de fé. Jesus acrescentou: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra {O QUE ELE FALOU SOB INSPIRAÇÃOA DIVINA} edificarei minha igreja, e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela” Pedro não era o líder carismático do Colégio Apostólico {Mt 16, 13-20}. Era falível como todos os homens e jamais o colocaram num trono.

Durante o seu Ministério Ele – Jesus – pregou o Reino de Deus. A igreja surgiu e posteriormente a Igreja, enquanto Instituição Eclesiástica, depois da sua ressurreição. O que existia no tempo da Encarnação do Verbo, era a sinagoga dos judeus. O ensaísta está ‘chovendo no molhado’ porque o leitor deste ensaio já ouviu isso de diversas fontes eclesiológicas e teológicas.

A nossa responsabilidade como a igreja do Cristo {COM «i» MINÚSCULO, QUE É A COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ O SEU CORPO MÍSTICO OU O POVO DE UMA NOVA ALIANÇA} é muito grande. Por isso nunca é demais relembrar:

“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre o monte. Não se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire {NOTA DE RODA-PÉ DA B.J.:‘NA ANTIGÜIDADE, O ALQUEIRE ERA UM PEQUENO MÓVEL DE 3 OU 4 PÉS. ASSIM, AQUI SE TRATARIA APENAS DE ESCONDER A LÂMPADA DEBAIXO DESSE

MÓVEL «MAIS OU MENOS COMO EM MC 4,21P SE FALA EM ‘DEBAIXO DE UMA CAMA’»...}, mas no candelabro, e assim ela brilha para todos que estão na sala. Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus” {Mt 5,l4-l6} Este valor agregado à nossa Fé fortificará a nossa fidelidade ao Senhor da Graça Abundante.

Jogando fora todo o material, ou melhor, as nossas mazelas o nosso labéu e o lixo com os quais os homens constroem barreiras que sorrateiramente e astuciosamente entram sem pedir licença pelos portais do ‘ templo’. Quem é o templo? Ao adquirimos a consciência de que somos templo a partir do ensino apostólico fica tudo mais fácil.

Paulo tinha esta consciência quando escreveu em uma de suas cartas aos irmãos da Igreja de Corinto:

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“{...} ou não sabeis que o vosso corpo é templo do espírito santo, que está em vós e que recebeste de Deus?...” – {1º Co 6,19a}.

Neste ensaio o ensaísta desenvolverá a ideia de Templo ou IGREJA=TEMPLO usando a primeira letra sempre minúscula: “igreja” que conotará ou se distinguirá da Instituição Eclesiástica.

Assim é que quando o ensaísta sinalizar a diferença ele estará pensando em : {Comunidade da Fé Cristã, Povo de uma Nova Aliança e Corpo Místico de Cristo}

É SEMPRE OPORTUNO REITERAR:

Assumindo essa maneira de pensar e agir, estaremos em condições de seguir na leitura deste ensaio. Só assim teremos oportunidade de manusear as páginas do ensaio a fim de que o universo do saber seja a tônica principal, tanto para o ensaísta quanto para leitor o que certamente irá clarear o nosso entendimento.

Por que escrever um ensaio tomando por base um Congresso que pelo tempo em que foi realizado, uma avaliação – depois ou decorrido este tempo – tornar-se-ia anacrônica? Porque o racional deverá ser a linha determinante quando se conhece o mote latino que sinaliza este caminho:

“VERBA VOLANT, SCRIPTA MAMENT”{AS PALAVRAS VOAM, OS ESCRITOS FICAM}Não foi uma tarefa prazerosa e fácil utilizar no ensaio opiniões que o ensaísta foi buscar no UNIVERSO DAS CONTRADIÇÕES. Mesmo com elas não concordando foi inevitável a sua utilização. Mas será preciso tomar conhecimento do outro lado a fim de que tenhamos a capacidade de escolher o lado bom.

Caso seja assim, vamos seguir... A FÉ CRISTÃ AINDA É A SOLUÇÃO PARA OS PROBLEMAS DA HUMANIDADE?

???????????????ESTE É O GRANDE NÓ A DESATAR OU O NOSSO MAIOR DESAFIO.

MUITOS AINDA NÃO ENCONTRARAM RESPOSTA PARA ESTA PERGUNTA

O ensaísta não tem a resposta pronta para esta pergunta. Não custa tentar

Atender a todas as pretensões e expectativas e priorizar os focos que visem satisfazer as necessidades eclesiológicas dos eclesianos constituem uma tarefa que – em um encontro de três dias é um sinal vermelho porque as implicações tornariam impossíveis as respostas a esse dilema. – Fica evidenciado que a pergunta acima em negrito seria o nosso principal incômodo. Tudo o que foi feito na XIX ENAJOP ficou prejudicado por causa da exigüidade do tempo e também em função das limitações sempre presentes nesses projetos. O que ficou marcante naquele Encontro foi o domínio do espírito fraternal.Por essas e por outras razões, ajudando Iahweh-Deus, num segundo módulo este ensaio deverá continuar. O ensaísta espera contar com o apoio dos leitores e ficando na expectativa arregimentar outros parceiros.

Devemos tomar consciência que a nossa realidade cotidiana é cheia de limitações porque como o provérbio inglês indica: “Time is money”, ou seja: tempo é dinheiro...

Como o dinheiro está escasso em nosso bolso, os investimentos devem ser modestos e quando os investimentos são modestos, o tempo de um encontro ficará prejudicado e para procurar respostas para a pergunta do presente tempo, precisaríamos de muito tempo. Não levem a mal o processo dialético deste parágrafo.

{POR OUTRO LADO, HOJE VIVEMOS UM TEMPO CONTURBADO, CHEIO DE COMPROMISSOS E QUASE NÃO SOBRA TEMPO PARA IAHWEH-DEUS EM NOSSO DIA-A-DIA, O QUE É LAMENTÁVEL}

O leitor conhece o mote popular que ensina: “Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto”?

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Mas o hagiógrafo paulino da carta aos Efésios {Ef 5,15-16} deixou-nos uma advertência:

“Vede, pois, cuidadosamente como andais: não como tolos, mas como sábios. REMINDO O TEMPO, porque os dias são maus”

Alfred Läplle no livro BIBLIA, Interpretação Atualizada e Catequese, volume 4 O Novo Testamento-2, Edições Paulinas, São Paulo, 1980, pág. 351-353, escreveu algo de grande importância que envolve o Apocalipse que a partir de uma linguagem alegórica, emblemática, misteriosa, mística e simbólica, faz as sete Igrejas da Ásia, múltiplas advertências, orientado extaticamente que foi pelo Espírito de Deus. Crises era o que não faltava a essas Igrejas. Do livro citado, interessa-nos o subtítulo: A EXPERIÊNCIA DA CRUZ NA HISTÓRIA...

“A teologia da história do Apocalipse aniquila a ideia de que, com o progredir dos séculos, o poder do Maligno será contido e, por fim, reduzido a restos e grupelhos esparsos, terá que admitir a própria impotência. A visão apocalíptica da história refuta qualquer convicção profana do progresso ou qualquer visão otimista da evolução histórica. Tratar-se-ia de uma fuga da dura realidade para o mito. A partir do momento em que se realiza a obra redentora de Jesus, projeta-se sobre a vasta paisagem da história a poderosa sombra da cruz, símbolo do poder do maligno e da impotência do bem.

A comunidade salvífica neotestamentária deve aprender que, mesmo munida da força do Cristo pascal, deve por seu turno segui-lo na imitação do tempo pré-pascal da perseguição, do escárnio, da flagelação e da coroa de espinhos, no caminho que conduz à Cruz e à morte do Senhor. Ela não pode obter a glória pascal sem primeiro ter sofrido e provado até o fim a dolorosa obscuridade e as trevas do afastamento de Deus na Paixão. A história ainda se encontra diante da Cruz e sob a Cruz, ainda não deixou a Cruz para trás.

História é experiência da Cruz, precisamente no sentido terrificante de que a experiência da Cruz, o sofrimento da morte e as trevas de deus de um só indivíduo são transmitidos a toda a história, sobretudo àqueles que modelaram sua vida no pensamento dessa única pessoa. Por isso, quem desde já se refugia na harmonia e na paz da aurora da Páscoa não compreendeu, ou então não quer compreender, o Apocalipse. Também se pode deixar de encontrar Cristo e sua Salvação fugindo da imitação e da co-participação na sua Paixão. A mensagem de esperança de Cristo no apocalipse é a seguinte: «SIM, VENHO MUITO BREVE!» – [Ap. 22,20] A VITÓRIA DE CRISTO NÃO SE ENCONTRA NA HISTÓRIA, MAS APENAS NO FIM DA HISTÓRI Por isso, a Comunidade Salvífica Cristã não pode fazer nada pior do que deixar-se levar a um prematuro triunfalismo.

Sobre a terra, ela continua sendo sempre igreja peregrina, que possui em seu coração crente a certeza da vinda de Jesus Cristo, mas ao mesmo tempo leva “EM SEU CORPO AS MARCAS DE JESUS” «Gl 6,17» e que o mundo hostil a Deus conclama continuamente ao seu destino de Cristo e ao seu seguimento de cruz”.

Em sentido paralelo {CF. EFÉSIOS 5,15-16 CITADO EM LINHAS ANTERIORES} firmamos um pacto com a fidelidade com Iahweh-Deus e firmamos a partir de uma opção consciente uma parceria com Reino de Deus e em função do compromisso assumido devemos manter viva a nossa forma de agir, pelo nosso testemunho. Isso nos faz pensar que devemos trabalhar para a plena realização e integral concretização do PROJETO SALVÍFICO DE IAHWEH-DEUS entre os homens com todas as suas utopias.

Na abertura deste ensaio o ensaísta tomou como espelho o Congresso da IPU-XIX ENAJOP de Xerém-RJ de setembro 2010. O objetivo principal do ensaísta é tentar espelhar ou ampliar o que viu e o que gostaria de ver e não viu, naquele encontro.

O espelho é um artefato muito importante – geralmente de vidro – um perfeito refletor que é construído por uma película metálica instalada sobre um dielétrico {ISSO NÃO VALE PARA OS RAIOS – TEMPESTADES DESCARGA ELÉTRICA ENTRE UMA NUVEM E O SOLO QUE MATA QUEM ESTIVER COM UM ESPELHO NA MÃO}

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Sem o espelho como veríamos o nosso rosto? Narciso não tinha espelho para contemplar o seu rosto, olhava para dentro do lago a fim de vangloriar-se da sua beleza. O espelho é importante, mas não abuse dele. É perigoso. Faça as suas ilações sobre o espelho de modo figurado ou real e aplique nas situações onde a eclesiologia ou a teologia tem falhado por não representar a realidade que está do outro lado.

Uma introdução que no modo de entender do ensaísta deveria ser o motivo de estudo e reflexão de um Congresso específico estaria condicionada a questão da ESPERANÇA.

Este ensaio vai tomar de empréstimo do opúsculo de Pedro César Kemp Gonçalves, REFLEXÕES SOBRE A RELIGIÃO COMO UTOPIA E ESPERANÇA, Edições Paulinas – São Paulo – 1985 somado ao que escreveu Leonardo Boff, 4ª edição, O Destino do Homem e do Mundo que examinaremos pela ordem.

É bom – ANTES DE ENTRARMOS NO MÉRITO DA QUESTÃO – respeitar os textos de rostos do opúsculo: 1 - A todo aquele que acredita na concretização da Utopia do Reino de Deus; 2 – Por um futuro onde a criança possa brincar com a serpente.

VAMOS AGORA ENTRAR NA INTRODUÇÃO DO OPÚSCULO ENCIMADO:

“Será que a religião é coisa do passado? Estaria ela morrendo, sendo desmascarada pela ciência? Será que, como costumam dizer, quanto mais culta e inteligente pessoa, menos religiosa ela se torna? A estas perguntas só podemos responder negativamente.No decorrer destas páginas queremos fazer uma reflexão sobre a religião, partindo do seu aspecto fenomenológico, na intenção de chegar ao seu significado mais profundo para a vida do homem. No intuito de demonstrar que o sentimento religioso não ruiu, mas sobrevive em meio a tanto progresso e desenvolvimento, concluiremos com a pretensão de responder à seguinte pergunta: ‘Por que o homem produz religião?’A religião, um fenômeno tipicamente humano, sempre esteve presente na história da humanidade e, não raramente, influenciou de maneira profunda o seu decurso. Não existe povo isento de religião, mesmo que se afirme ateu, materialista ou desenvolvido demais para suportá-la.Na busca do entendimento desta manifestação humana ela tem se apresentado de forma misteriosa, o que, muitas vezes, fez com que fosse mal interpretada. Seu caráter enigmático, como nos diz Rubem Alves, encontra sua razão de ser mais fortemente no fato de que o homem, apesar de não entender as origens da religião, não consegue se desvencilhar do seu fascínio.Mas, por que a religião ainda vive?

Podemos dizer que a essência da religião não está nos seus símbolos sagrados, nos objetos, nos ritos, na sua linguagem. O sentimento religioso, talvez a maior das expressões da imaginação, tem muito a ver com a vida concreta do homem. Como pano de fundo de todo o seu complexo de símbolos e objetos está uma experiência de vida.

As entidades religiosas, como construções da imaginação, são sempre simbolizações de experiências realmente vividas. O homem, por sua vez, não inventou sobre a existência de Deus ou, se o quisermos, sobre a existência do Sagrado, mas sentiu, viveu e experimentou em sua história.Desta forma, será impossível a destruição da religião enquanto houver homem sobre a terra, {...} «NOTA DO ENSAÍSTA: O SENTIMENTO RELIGIOSO É UMA SEMENTINHA COLOCADA NO CORAÇÃO DO HOMEM POR IAHWEH-DEUS QUE PODERÁ SER CULTIVADA CASO O HOMEM QUEIRA FAZÊ-LA CRESCER. TAMBÉM PODEMOS ENTENDER RELIGIÃO COMO O CONJUNTO DE PENSAMENTOS, ATOS E SENTIMENTOS QUE ESTABELECEM A RELAÇÃO ENTRE O HOMEM E IAHWEH-DEUS. CULTO, DEVOÇÃO, REVERÊNCIA. ESTADO DAS PESSOAS QUE ESTÃO LIGADAS POR VOTO A CERTAS REGRAS DE VIDA RELIGIOSA. A ORIGEM DO TERMO É DISCUTIDA. RE-LIGARE – ESTAR LIGADO, UNIR, ATAR; OU RE-LEGERE – ESCOLHER CUIDADOSAMENTE. “OU, EM SENTIDO

PARALELO: RE-LIGIO...»

{...}, pois ela não está para iludi-lo, para aliená-lo de seus problemas e da realidade, nem foi inventada por poderosos para servir de instrumento de opressão e dominação. A religião faz parte do ser do homem. Ela está para que este se volte para o Absoluto e encontre nele a força que lhe falta ou a coragem necessária para resistir e vencer as

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dificuldades que a realidade lhe impõe. Diante do não, ela faz o homem acreditar e apostar no sim. {...}

«NOTA DO ENSAÍSTA: A RELIGIÃO É ALGO CONGÊNITO AO HOMEM, OU MELHOR, UMA DOAÇÃO DE IAHWEH-DEUS E FOI POR ISSO QUE

PAULO DECLAROU:

‘Deus é testemunha fiel de que a nossa palavra a vós dirigida não é sim e não. Pois o Filho de Deus, o Cristo Jesus, que vos anunciamos, eu, Silvano e Timóteo não foi sim e não, mas unicamente sim. – 2º Co 1,18-19’»

{...} Diante de um mundo sem alma, ela faz brotar a «ESPERANÇA» num mundo de amor, humano. Faz com que a vida mereça ser vivida.

Durkheim observou isto muito bem em seu livro The elementary forms of the religious life: «Há algo de eterno na religião que está destinado a sobreviver a todos os símbolos particulares com que o pensamento religioso sucessivamente se envolveu»

A religião acredita na vida e, portanto, suscita no ser religioso a vontade de ver a utopia sentar os pés no chão o quanto antes. Mas, enquanto isto não acontece, ele espera. Tal sentimento revela muito bem que o homem, este ser contingente e finito, não se contente somente com a realidade deste mundo, mas precisa de algo maior que plenifique sua existência e valorize sua vida. Assim, ocorre no Sagrado onde nós depositamos nossas maiores expectativas”.

“Religião é a grande utopia que engendra no coração do homem a esperança: a esperança na vida”

Um pseudo-ateu muito conhecido pelo nome de Friedrich Nietzsche autor de vários livros – o principal deles ASSIM FALAVA ZARATUSTRA – {Um livro para todos e para ninguém} 3ª edição, Livraria e Editora Logos Ltda, São Paulo, tradução e notas explicativas da simbólica nitzscheana de Mário Ferreira dos Santos-1959, traduzido da edição alemã de Alfredo Kröner – Leipzig-1919 é autor de muitas frases interessantes. {pág. 118 – Da Canalha}:

“A vida é uma fonte de alegria; mas onde bebe o canalha, todas as fontes estão envenenadas. Amo tudo quanto é puro; mas não posso ver güelas arreganhadas nem a sede dos impuros. Eles atiraram o seu olhar ao fundo do poço; agora o poço reflete o seu repugnante sorriso”

DANDO SEQÜÊNCIA AO OPÚSCULO DE PEDRO CESAR...

Pág. 11: “Talvez não consigamos elaborar uma definição que esgote todo o sentido do fenômeno religioso, mas sabemos que ele é próprio do ser humano, do qual têm muito a nos revelar. {...}

O autor do livro focalizado abre um ligeiro parêntesis sobre o fenômeno religioso um pensamento de Rubem Alves como segue:

“É necessário reconhecer a religião como presença invisível, sutil, disfarçada, que se constitui num dos fios com que se tece o acontecer do nosso cotidiano. A religião está mais próxima de nossa experiência pessoal do que desejamos admitir.

{...} Não se entende a religião senão profundamente relacionada com o agir e existir daquele que reza {ora} inclina-se, transforma objetos em símbolos e constrói templos.

Da mesma foram que dizemos ser própria do homem a capacidade de pensamento, de comunicação, de sociabilidade, de trabalho {transformação}, de produzir arte, de

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diversão etc., poderíamos também defini-lo como um SER RELIGIOSO, visto que as várias formas de religião e seu sentido último sempre estiveram presentes na história dos povos, mesmo na dos mais primitivos”.

“Como dissemos, a religião torna-se um projeto, um plano que orienta o homem para o futuro, e por isto mesmo ela só se realiza na medida em que o homem manifesta o seu desejo de sair de si mesmo e mergulhar na esperança de que o futuro será melhor, de que suas expectativas hão de se tornar realidade. A religião sempre reza {ora} por uma utopia a ser concretizada. Ela deseja um mundo ideal. Mas a realização deste desejo nunca se dá plenamente, nunca acontece de tal maneira que o conteúdo da imaginação utópica se esgote por completo, e sim como ainda faltando algo de irrealizável {...}

{UMA NOTA DO ENSAÍSTA: A UTOPIA É IRMÃ GÊMEA DA ESPERANÇA}{...} Haverá sempre um plano, uma promessa ou, se quisermos dizer, uma doutrina que não ‘encontra lugar’ para sua realização plena e que serve de mola para um novo projetar-se. Este algo de irrealizável busca «-realizar-se-» sempre numa nova projeção. Deste modo, veremos como o mundo do sagrado jamais se apresenta ao homem com algo que, a certo momento, ele prende para si, dando por encerrada a caminhada de busca. A busca do Absoluto jamais tem fim.

{OBS. DO ENSAÍSTA: Por que o autor do opúsculo que é transcrito ‘ipsis litteris’ tem esta opinião? Permitam-me interpretar: porque o que é humano e o que é divino não são categorias que não se identificam pela via das regras gramaticais criadas pelos Gramáticos.

A dupla natureza de Jesus, o Cristo, i.é, a humana e a divina não podem ser iguais. Como homem Jesus sentiu fome. Na cruz ele manifestou um desejo que era humano: «tenho sede». Como Deus ele precisaria cumprir a vontade do Pai.

A teoria teológica que afirma a existência única no ser humano de corpo e alma se assemelha a ‘dicotomia’ Divina e confunde os sábios e os entendidos. É por isso que a busca de Iahweh-Deus não tem fim. Ainda precisaremos aprender muitos Mistérios que permanecem encobertos. Nossas limitações estabelecem esse distanciamento de uma realidade espiritual que não conhecemos e que seja mais transparente. A religião, como utopia e esperança nos anima a perseguir esse objetivo}

As entidades religiosas sempre existiram na vida do homem e continuarão sempre a existir, visto depender delas a sua vida. O ser humano continua a existir, continua acreditando na vida, porque a religião assim orienta, e a religião como realidade utópica que lhe aponta para a «possibilidade do impossível».

A utopia, em contraposição ao cientificismo, vai além do dado concreto, palpável e nos transporta para o inexistente. Ilusão ou alienação aos olhos da ciência, que trabalha somente sobre o real, o comprovável, ela lida com alguma coisa ausente.

O sentimento religioso vem de encontro aos problemas da vida cotidiana e situa o indivíduo num mundo {ou neste mundo} onde seja possível encontrar a felicidade. Ele lhe aponta um lugar melhor.

[A ideia de um paraíso a alcançar, depois, mais tarde, ao fim de alguma coisa – em todo o caso, no futuro – ou a intuição de um paraíso perdido, esquecido lá para trás e do qual o homem teria saído ou sido expulso, são as formas mais comuns de manifestação religiosa da vontade utópica] «O texto entre colchetes é uma citação de Pedro César de um pensamento

de Teixeira Coelho, do livro o que é utopia, Brasiliense – Primeiros Passos, São Paulo, 1980, pág. 15»

Quem sabe, esta parábola que fizemos nos ajude a entender melhor a função da religião na vida humana:

«Certa vez, numa cidade qualquer vivia um grupo de pessoas que passava a vida a cultuar o sol, pois este permitia a possibilidade de vida, tudo clareava e tornava as coisas mais alegres. Mas, outro grupo de pessoas, amante das trevas, irritou-se com os filhos da luz e resolveram prendê-los

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num túnel, onde nem as estrelas era possível contemplar. Os filhos do sol padeciam por não vê-lo mais. Um deles disse: ‘sem luzes é escuro demais para se viver’.Foi então que acenderam uma enorme fogueira para que clareasse o túnel, enquanto esperavam para que clareasse o túnel, enquanto esperavam poder ver o sol, um dia, novamente.»

Assim, na religião contempla-se a fogueira na esperança de se ver o sol.É interessante notar que as utopias, em todos os campos, nascem, quando existe certa insatisfação em relação ao mundo do real.Parece ser um ato de rebeldia, pois não se contenta com o cotidiano que, ‘ sem luzes é escuro demais para se viver’

No campo político e filosófico foram muitas as tentativas de se elaborar modelos ideais de sociedade onde, por exemplo, a vida fosse mais fácil, as pessoas fossem respeitadas e nenhuma delas considerada superior, onde reinasse a liberdade, a paz, onde houvesse educação, alimentação e moradia suficiente para todos {A república, de Platão; Utopia, de Thomas More etc.}...

Também no campo religioso, mesmo entre as sociedades primitivas, encontramos a imaginação utópica na esperança de que exista um lugar melhor e feliz: UM PARAÍSO.A utopia se apresenta como aquilo que nos situa no inexistente, transcendendo ao dado concreto. Ela aplica-se à ausência de alguma coisa. Aparece quando há a rejeição da realidade determinista, criando um projeto futuro onde se realizem os seus desejos e aspirações: um futuro que lhe sorria.

Na religião, o homem, não estando contente com a realidade presente ou não encontrando ânimo para viver, projeta suas esperanças para o reino do possível, para um mundo onde ele seja feliz. E, assim, sua vida presente toma sentido, pois ela fica coroada e sustentada pela esperança da ‘realização do irrealizável’.

«A relação do homem com o mundo que o cerca, seja natureza, seja cultura, traz as marcas da insatisfação. De busca sem fim do desejo surge a imaginação: representação dos objetos de amor, perdidos, ainda não encontrados, ausentes. Assim, aquilo que não tenho, mas desejo, ou represento através da imaginação para que, pelo menos no mundo dos símbolos a posse se realize, seja de forma substitutiva, seja como aperitivo da esperança... E é por isso que a imaginação nos faz felizes. E da imaginação surgem os sonhos... E da imaginação surgem às utopias... E da imaginação surgem às preces pela vinda do Reino de Deus, realização de sonhos e de utopias, objetivação das nostalgias geradas pelo coração humano »

O desejo utópico da religião não seria uma fuga da realidade conturbada, mas a sua força e mérito estão justamente na capacidade de fazer com que o homem lute por sua concretização. A imaginação utópica da religião torna-se algo de preciso, porém não tende a realizar-se completamente como algo de infinitamente concreto. Este querer ou tentativa de colocá-la na prática impõe-se como uma ordem, um mandato.

«O problema surge quando os visionários começam a invocar ausências, e os exilados, sem segredo, plantam suas nostalgias, e os místicos tratam de trazer o céu a terra, e os derrotados se encaminham na direção do Paraíso, e os corpos dos sacrificados se põem a derrubar as cidades dos homens para construir a cidade de Deus – Rubem Alves, Variações sobre a vida e a morte, Edições Paulinas, São Paulo, 1982, pg. 198 »...”

Certamente que a religião fundamenta-se na utopia {Podemos entender utopia como o ‘não realizável’, mas que os homens buscam alcançar movidos pela ESPERANÇA} Perder de vista esta fundamentação da religião seria uma perda irreparável porque todas as religiões apontam para o futuro. {Leonardo Boff, no livro vida para além da morte, 7ª edição, Editora Vozes, Petrópolis, 1982, pág. 20} empresta-nos sua competente opinião sobre o assunto:

“A utopia manifesta a permanente ânsia de renovação, regeneração e aperfeiçoamento buscados pelo homem. A utopia não arranca do nada. Parte de uma experiência e anseios do homem”

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Para finalizar as citações do opúsculo de Pedro César, o subtema: A RELIGIÃO COMO ESPERANÇA, pág. 60-61:

“Onde está à esperança ali também está à religião” {Ernst Bloch} “De fato, talvez seja esta a grande marca da religião: a esperança” {Rubem Alves}

“Para quem estiver ligado aos vivos, ainda há esperança” {Ecl 9,4}

“Nós poderíamos ter concluído estas reflexões sobre a religião no final do segundo capítulo {do livro focalizado} visto já termos evidenciado lá o aspecto imaginário do sentimento religioso, o seu caráter utópico que confirma no homem a sua abertura para o absoluto e para a transcendência. Mas acreditamos que seja de grande importância, para que fique mais compreensível, dar um enfoque maior ao aspecto da esperança, que distingue a religião das outras teorias de cunho imaginário {como aas teorias sociopolíticas, por exemplo,} Pois nela vê-se a marca que ilumina a realidade do ser humano: a necessidade de que a vida faça sentido, e a plena realização dos projetos no futuro.

A esperança é muito mais forte, do ponto de vista religioso, do que a utopia. Quando falamos em utopia, automaticamente vem-nos a ideia dos projetos políticos para se formar uma nova sociedade, perfeita e ideal. Estes planos muitas vezes não se fazem reais e frustram a muitos, perdendo o seu significado. É claro que as pessoas, diante disto, buscarão uma nova orientação, uma nova filosofia que centralize os seus desejos.

Mas a esperança nos diz muito mais, pois é diante destes ‘FRACASSOS’, em meio às contradições e no momento em que parece não haver mais solução, que ela surge contra toda a ESPERANÇA. Como nos diz o ditado popular, ‘a esperança é a última que morre’. E poderíamos ir mais longe: a esperança jamais morre!

A religião, como sendo eminentemente esperança, vem dar resposta às prioridades da vida do homem, visto que a realidade causa-lhe insatisfação e faz nascer dela o anseio por uma existência alegre e significativa.

Seria um erro de nossa parte se quiséssemos minimizar a religião atribuindo o seu aparecimento às insatisfações de ordem material.

O homem não se realizaria como homem se apenas as suas necessidades materiais fossem sanadas, garantindo a sua sobrevivência fisiológica, e fossem de lado as necessidades e faculdades especificamente humanas: AMOR, TERNURA, RAZÃO, ALEGRIA, ESPERANÇA etc”

É neste ponto que o autor – com sua inigualável verbosidade expressada no que escreve cita alguns famosos especialistas sobre o assunto, O primeiro deles é Erich Fromn:

‘Aliás, por ser também um animal, o homem precisa primeiro satisfazer suas necessidades materiais; mas sua história é um registro da procura e da expressão das suas necessidades de transobrevivência, como acontece na pintura e na escultura, no mito e no drama, na música e na dança. A religião é praticamente o único sistema que incorporou esses aspectos da existência humana – Erich Fromn, A REVOLUÇÃO DA ESPERANÇA, 3ª ed., Zahar Editores, Rio de Janeiro, 1977, pág. 143’.

Muitos gostariam, talvez, de degredar a religião como o fizeram Marx, Feuerbach, Conte e outros, demonstrando a falsa afirmação de que ela despreza o mundo concreto e busca uma evasão ilusória. Não raramente, pensa-se de maneira errônea que à religião só interessam aquelas coisas que denominamos de ‘espirituais’ ou aquilo que esteja fora da realidade da vida cotidiana, longe dos nossos problemas concretos, num outro mundo {...}

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Não raras vezes imaginamos que a igreja ou a Igreja, não tem problemas. Seria oportuno meditar no que foi escrito no livro A Práxis do Martírio Ontem e Hoje, Coleção: Pastoral e Comunidade – 11 da Edições Paulinas, São Paulo, 1980, diversos autores, capítulo 2, subtítulo: A Igreja é Conflitiva, pág. 223:

“Pode-se dizer que o anúncio evangélico e a vivência da Comunidade Cristã são fatos conflitivos, pois denunciam o egoísmo, a exploração do homem, os ídolos. Como hoje, a igreja dos primeiros séculos não procurou inimigos, mas acabou sendo perseguida.Em muitos momentos da história, sua vivência eclesial e sua evangelização se realizaram em circunstâncias sociais difíceis, suportando perseguições e violentas pressões externas, defendendo-se do opressor externo e solucionando crises internas de grande importância, como foram o gnosticismo, o puritanismo, a tentação das religiões de mistérios nos séculos I e II. Tampouco faltarem os fracassos e a consequente necessidade de atender aos cristãos ‘apóstatas’, inautênticos e pecadores de todos os tipos. Entretanto, por entre as perseguições do mundo e as consolações de Deus, a Igreja avançou peregrina, anunciando a cruz e a morte do Senhor enquanto Ele não vem {1 Co

11,16 }”CONTINUANDO O PARÊNTESIS {AGORA DO LIVRO DE J.G. DAVIES CULTO E MISSÃO, TRADUÇÃO DE LUIZ MARCOS SANDER, CO-EDIÇÃO DE CONCÓRDIA S.A. E EDITORA SINODAL, 1977, PÁG. 37-38-39}:

“A compreensão de missão em termos de conversão, arrependimento dos pecados e salvação dos pecados e salvação individual provém originalmente do pietismo {Simonton era pietista e foi um missionário presbiteriano oriundo do sul dos estados unidos que era igualmente pietista e também escravocrata} e tem sido desde então uma característica dos movimentos de reavivamento. Esse método como se tem dito de forma um tanto cruel, mas não injusta, implica em tratar o homem «como se ele fosse apenas uma alma com ouvidos – nota de roda-pé: J. Carter, Methops of Mission in Southern Africa» Isso realmente é não considerar o homem como um todo, como um ser social, mas como alguém que deve ser tirado e isolado de seu ambiente, enquanto que «o cerne do cristianismo não é preocupação com a alma, mas com o mundo... O evento final da vida cristã não é simplesmente salvação da pessoa, mas um novo céu e uma nova terra – nota de roda-pé: D.T. Niles, Upon the Earth, pág. 52».

Além disso, a ênfase em salvação individual traz consigo a ideia de remover o homem para fora do mundo e levá-lo para dentro de um enclave religioso; ele pode ter que permanecer no mundo para ganhar a vida, mas agora isso é encarado como irrelevante para sua preocupação principal, que é salvação individual. Esse ponto de vista está, em parte, baseado numa dicotomia entre o sagrado e o profano, o que já foi criticado no primeiro capítulo {...} {NOTA DO ENSAÍSTA: PROFANO E UMA EXPRESSÃO DUAL PORQUE DA RAIZ LATINA, OU SEJA: «profanu» ou «profanum» QUE SIGNIFICA AO MESMO TEMPO, SECULAR E SAGRADO. NO LIVRO ETICA CRISTÃ, HARING, NA PÁG. 68, DEFINE A PALAVRA PROFANO DESTE MODO: TUDO AQUILO QUE SE DEIXA DELIMITAR PELAS CATEGORIAS DE RACIONALIDADE, DE CAUSALIDADE OU DE UTILIDADE; É TUDO AQUILO QUE O HOMEM PODE DEFINIR}

{...} Ele é uma ordem de participar duma vida ‘religiosa’ separada do mundo secular, e isso perpetua a ideia errônea de que existem dois reinos. É um chamado para entrar no santuário interior da nossa alma e descobrir lá outra vida, uma vida espiritual, para a qual a existência secular é irrelevante, exceto na medida em que fornece a esfera para o exercício de piedade e paciência.

O convertido pode ter sido resgatado, mas o Evangelho não foi pregado ao mundo, somente à parte ‘espiritual’ do homem {Nota de roda-pé: Cf. P. Abrecht, The Churches and Rapid Social Change, 1961, pp. 20s.}. Esta dicotomia, é importante acentuar, é contrária à perspectiva bíblica.«Na Bíblia a comida que o homem come o mundo do qual tem que participar e viver, lhe são dados por Deus, e lhe são dados como COMUNHÃO COM DEUS. O mundo, como alimento do homem, não é algo ‘material’ e limitado a funções materiais, sendo, assim,

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diferente de e estando em oposição às funções especificamente ‘espirituais’, pelas quais o homem está relacionado com Deus.

Tudo o que existe é dádiva de Deus para o homem, e tudo existe para tornar Deus conhecido ao homem, para fazer da vida do homem comunhão com Deus» {Nota de roda-pé: A. Schemann, For the Life of the World, 1963, pág. 3s}

A interpretação pietista e reavivalista de missão, além disso, ‘está errada em não levar a sério o fato de que o Reino de Deus existe em justiça, paz e alegria, nas quais servimos. Isso é mais do que uma condição da alma; é o senhorio de Cristo tornado realidade no mundo’ {W. Freytag, ‘The Meaning and Purpose of the Christian Mission; International Review of Missions, 1950, pág. 159}.

Assim, a ênfase sobre conversão significa que a experiência privada substitui a responsabilidade pública, e essa ênfase sobre salvação individual é ‘um deslocamento pietista de energias e recursos, a qual só confunde os cristãos e não cristãos quanto à mensagem do Evangelho, a natureza do cristianismo’ {G. Winter, The New Creation as Metropolis, 1963, pág. 19} no mundo, pois resulta na crença de que a pregação de um Evangelho Individualista produzirá a reconciliação da sociedade. Consequentemente, a tarefa da igreja é compreendida como consistindo na divulgação do Evangelho, deixando-se que os problemas sociais se resolvam por si próprios. Gibson

Winter afirma o seguinte:

« A resposta a essa tradição pietista é de que o Evangelho abarca o todo da vida e sociedades humanas. A vida do homem na sociedade é uma teia interdependente. Imoralidade pessoal não é nem mais nem menos acessível à renovação espiritual do que discriminação racial em habitação. Uma espiritualidade estreita recusa-se a reconhecer a interdependência e integridade da vida; sua preocupação rejeita envolvimento, sua preocupação com a piedade individual deriva-se da falsa suposição de que a alma individual está mais aberta à mudança do que instituições sociais» {The Suburban Captivity of the Churches, pág. 163}

UMA PREOCUPAÇÃO:O Padre Antonio Vieira foi um grande pregador e escritor português {1608-1697} nasceu em Lisboa, com seis anos veio para o Brasil, onde fez toda sua educação religiosa, no colégio dos jesuítas, na Baia. Dono de rara inteligência e insueto conhecimento, aos dezessete anos dominava o latim, a filosofia e a teologia, ensinando retórica na cidade de Olinda. Seus sermões eram obra-prima de pensamento e expressão, atraindo grande número de ouvintes. O ensaísta separou um dos seus pensamentos que retrata a sua preocupação:

“Quem não lê, não quer saber. Quem não quer saber, quer errar”Como desconfio que você possa colocar em seus ombros a ‘capa’ desses descuidados da leitura, ofereço-lhe este ensaio com a esperança de que o texto seja lido, pois, nele o leitor encontrará pontuações que por certo animarão o seu saber. Não é o {e o do ensaísta também} que vai mudar sua forma de pensar. Por outro lado o ensaísta tem uma grande preocupação: a grande carga de informações decorrentes da importância do assunto em tela poderá acarretar esmorecimento na vontade de ler. Vença esse obstáculo. Por quê? O ensaísta – sem preconceitos – cita um pensamento {que não é a nossa praia} cuja fonte é a “Logosofia {do gr. Logos+Sofia} que é uma doutrina ético-filosófica, criada pelo pensador argentino Gonzáles Pecotche {1901-1963} que objetiva ensinar o homem a encontrar à autotransformação {A METANÓIA É UMA PRERROGATIVA E NOS É

CONCEDIDA POR IAHWEH-DEUS} mediante um processo de evolução consciente, libertando, exclusivamente cristão: {...} «Se, pois, o Filho vos libertar, sereis, realmente, livres {Jo 8,36}» {...} assim o pensamento das influências sugestivas”.{O QUE ESTÁ ENTRE ASPAS É UMA COLABORAÇÃO DO GRAMÁTICO AURÉLIO COM ADAPTAÇÃO DO ENSAÍSTA}

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AGORA O PENSAMENTO:

“Somente a força do conhecimento pode permitir ao homem realizar até as mais altas aspirações, porque é ela o maior estímulo a que pode ele aspirar. Quanto mais conhecimentos o homem possua, mais força terá, e mais formosos serão os frutos de sua realização”.

DA MESMA FONTE:

“Todo o tempo é bom quando nos ocupamos em superar o que sabemos”{Do livro: O Senhor de Saúdara}

Quem muda a nossa vida e é o responsável direto pela transformação do nosso viver levando-nos à metanóia é o Espírito de Deus. O resto é fantasia! A função do ensaísta e animar e sugerir aos leitores que leiam estas linhas. A avalanche de informações do mundo moderno atinge em cheio – particularmente – os jovens com novidades, algumas excêntricas, que comprometem a sua massa cinzenta. Nos idosos, as causas mais conhecidas do distúrbio – quando se abandona o hábito de ler – são: a demência, o mal de Alzheimer, provocando a aposentadoria precoce da mente. Em outras palavras: falta colocar o cérebro para trabalhar. O psicanalista Dr. Ivan Isquierdo recomendou:

“{...} o celebro e uma máquina para ser usada”Os passos da memória – pela ordem são: AQUISIÇÃO: Primeiro você presta atenção. Os cinco sentidos entram em ação: ouvir, sentir, cheirar, ver ou tocar. ARMAZENAMENTO: {CÓRTEX E HIPOCAMPO} O cérebro processa as informações no HIPOCAMPO, que as manda para o CÓRTEX {ESPÉCIE DE COMPUTADOR} Ele determina que informações devam ser armazenadas e quais podem ser desprezadas. RECUPERAÇÃO: É a lembrança, quando você vasculha a massa cinzenta à procura das informações espalhadas no CÓRTEX. Quem faz esse trabalho de varredura é o LOBO CENTRAL ou FRONTAL. A memória é catalogada por assunto.

A proposta de quem escreve algo objetiva tentar elaborar um juízo de valor de uma situação vivenciada, encenada no «palco da vida» e que se torna histórica, ou melhor: é algo que envolveu a nossa existência. Se o passado foi bom, tudo bem! Mas caso contrário, rememorar uma situação negativa vivida significa entrar no emaranhado de uma «teia de aranha».

Em sentido paralelo quando tivermos a coragem de fazermos uma avaliação teológica – sobre o desenrolar de um encontro eclesiológico – certamente iremos enfrentar uma situação paralela porque não podemos evitar os antagonismos. O ensaísta está consciente desse risco. Agora duas advertências: este ensaio não é um manual grafológico como da mesma forma o ensaísta não é técnico em logotecnia {Logotecnia : do gr. «logotéchnes» ‘artista da palavra + ia’ ciência da significação e emprego das palavras}.

Também o ensaísta não é parceiro do etnocentrismo que é a tendência do pensamento a considerar as categorias, normas e valores da própria sociedade ou cultura como parâmetro aplicável a todas as demais. Entretanto este ensaio será conduzido, ‘ex vi verborum’ {POR FORÇA DE EXPRESSÃO}.Esperar que todos os leitores assumam‘uma opinião consensual’ seria uma pretensão sem cabimento. Além disso, ainda teremos que enfrentar e explicar, a razão do anacronismo o que representa um obstáculo para quem tem uma memória curta ou dificuldade para resgatar acontecimentos do passado. Mas com paciência e amor cristão esperamos sepultar todas as contradições decorrentes da diversificação de opiniões que são ricas de detalhes e estão alicerçadas em horizontes e objetivos variados e, se este ensaio souber discernir as opiniões diferentes vai descobrir que algumas são válidas e necessárias. Mesmo que estejamos andando na contramão, ainda assim, acreditaremos que este ensaio tudo fará para chegar perto da unidade tão sonhada pelo Filho de Iahweh-Deus – Jesus, o Cristo.Este ensaio é aqui descontinuado e será sequencionado, querendo Iahweh-Deus, oportunamente. Tenho fé em Iahweh-Deus que este – oportunamente – não vai demorar

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a fim de que não se inicie novamente uma nova fase que nos leve a cair – mais uma vez – nas malhas do anacronismo.

Como foi sinalizado na pág. 28, o ensaísta fica devendo as colocações que o cientista social Elter Maciel – um dos ilustres professores do ensaísta no curso de Bacharel em Teologia – que em seu opúsculo A CONVERSÃO E A FICÇÃO BATISTA, tratou a questão da CONVERSÃO que é uma das bases do EVANGELISMO {não confundir com EVANGELIZAÇÃO que não se restringe ao proselitismo, mas é a ação global da igreja que abrange todos os segmentos da vida humana}. O ensaísta respeita as opiniões contrárias e com os ilustres exegetas que fazem parte da nossa Confissão de Fé – alguns que são verdadeiros expoentes da Teologia, só quer ter uma relação dialógica pacífica.

Esta parte do ensaio é encerrada, mas o ensaísta não poderia deixar de abordar derradeiramente, a opinião de João Calvino – comentada pelo tradutor – sobre o homem – sentido genérico – {como o ensaísta afirmou e outro caput do ensaio, em sentido figurativo a ‘matéria prima’ da Missio Ecclesia} do livro PROTESTANTISMO, de J. Leslie Dunstan {1961}, tradução de Alvaro Cabral, editado pela Zahar Editores, 1964, Rio de Janeiro, como segue:

“Há muita razão naquele velho adágio que tão fortemente recomenda ao homem o conhecimento de si mesmo. Pois se é considerado uma desdita ser ignorante das coisas que respeitam à conduta da vida humana, muito mais vergonhosa é a ignorância de nós próprios, o que nos levam na deliberação sobre assuntos de importância, a tatearmos o nosso caminho em miserável obscuridade, quando não em total escuridão. Mas em proporção à utilidade desse preceito, deve estar também a nossa prudência em não fazer dele um uso insensato, como temos visto praticado por alguns filósofos. Pois enquanto exortam o homem a conhecer-se a si mesmo, a finalidade que propõem é que não permaneça ignorante da sua própria dignidade e excelência; nem desejam contemplar no homem qualquer outra coisa exceto aquilo que o possa inflar de vã confiança e de vaidade. Mas o conhecimento de nós próprios consiste, em primeiro lugar, na apreciação do que nos foi concedido ao sermos criados e os favores que continuamente recebemos da benignidade divina, para que possamos conhecer até que ponto teria sido grande a excelência da nossa natureza, se tivéssemos retido a sua integridade; contudo, ao mesmo tempo, relembrando que nada temos que seja propriamente nosso, sentiremos a precariedade da posse de tudo o que Deus nos concedeu, de modo a colocarmo-nos sempre na sua dependência. Em segundo lugar, deveríamos pensar na nossa miserável condição, desde a queda de Adão, cujo sentido tende a destruir toda a nossa vanglória e confiança, a esmagar-nos de vergonha e a encher-nos de verdadeira humildade. Pois assim como Deus, no princípio, nos fez à sua própria imagem, de modo que nossos espíritos pudessem por ele ser erguidos à prática da virtude e à contemplação da vida eterna, também, para evitar que a grande excelência da nossa espécie, que nos distingue dos animais, caísse em estúpida indolência, é digno de nota que ele delineou o nosso ser dotado de razão e inteligência, para que, levando uma vida virtuosa e justa, possamos aspirar à mega colocada diante de nós de uma bem-aventurada imortalidade. Mas não podemos pensar a respeito dessa dignidade primordial, sem que nossa atenção seja atraída, imediatamente, para o melancólico espetáculo da nossa desgraça e ignomínia, desde que, na pessoa do primeiro homem, fomos precipitados da nossa condição original. Daí resultam a desaprovação e aborrecimento de nós próprios e uma genuína humildade; e somos inflamados de NOVO ARDOR na busca de Deus, para recuperar nele aquelas excelências de que nos encontramos radicalmente destruídos. {John Calvin, Institutes of the Christian Religion – Londres: Thomas Tegg, 1844 – vol. I, p. 191}...”

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Não seria este “novo ardor” que estaria faltando às Igrejas {igreja} Históricas?

PENSE NISSO E FAÇA UMA ANÁLISE INTROSPECTIVA

Então a ‘TORRE DE BABEL’ que ao longo de todos esses milênios continua em construção, será minimizada. O «ego» será vencido para dar lugar à ação do Espírito de Deus. Mas ao contrário da nossa expectativa, o nosso mundo vive hoje um clima semelhante a uma ‘TORRE DE BABEL’ que no passado tinha como propósito: “Vinde! Construamos uma cidade e uma torre cujo ápice penetre nos céus!” «Gn 11,4b» {É BOM LEMBRAR QUE CÉU É SINÔNIMO DA HABITAÇÃO DE IAHWEH-DEUS} Mas o Javista vê nessa atitude um sentimento de orgulho sobrecarregado de insensatez.

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A resposta de Iahweh-Deus não se fez esperar: “Vinde! Desçamos! Confundamos a sua linguagem para que não se entendam uns aos outros” «Gn 11,7» Desde então a pretendida unidade entre os cristãos tem sido perseguida por esse estigma. {A IDÉIA DE CÉU EM CIMA E TERRA EM BAIXO ERA A CULTURA DOMINANTES NA ÉPOCAXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Ainda que a manifestação do Pentecostes, que no NT ocorreu no período de cinqüenta dias entre a Páscoa e Pentecoste como uma fiel cópia histórica do AT que na ocasião era chamada festa da colheita {Ex 23,14 +} e igualmente conhecida como a festa da renovação da Aliança {cf. 2cr 15,10-13; Jubileus 6,20; Qumrã – Nota da BJ} mesmo que de forma predominantemente extática os reflexos na modernidade operacionalizou-se em situações onde até a Fé Cristã foi – e continua sendo – desafiada.

Esse é ainda um problema não resolvido. E proposta de se “plantar igrejas para o crescimento numérico da Comunidade da Fé Cristã” seja muito nobre, primeiramente será preciso um entendimento fraterno entre as diversas facções do cristianismo. Não foi sem razão que Pedro – através do hagiógrafo da Escola Petrina – escreveu: “{...} antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo “{...} « 2º Pd

3,18b - VERSÃO DE JOÃO FIGUEIREDO DE ALMEIDA». Que adianta o numericamente caminhar vitoriosamente, mas dentro do ‘espírito capitalista’ quando as Comunidades da Fé cristã continuam fundamentadas no interesse particular e freqüente por causa da aceitação de uma linguagem comprometida com o ideológico?

Também não foi sem razão nas logias das SETE MALDIÇÕES CONTRA OS ESCRIBAS E FARISEUS – QUE AINDA HOJE PERMANECEM COMO REFERENCIAL E TEM UM APLICATIVO PARA DETERMINADO TIPO DE COMPORTAMENTO DOS CRISTÃOS «NÃO IMPORTA O RÓTULO» EM QUALQUER TEMPO – ou seja: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, que percorreis o ma ar e a terra para fazer um prosélito, mas, quando conseguis conquistá-lo, vós o tornais duas vezes mais digno da Geena do que vós!”XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX O hagiográfo da Escola Lucana encerra no v.56 do capítulo 23 a versão joanina sobre o Ministério e as Obras realizadas pelo FILHO DO HOMEM {AS PROFECIAS DE DANIEL E EZEQUIEL DÃO MUITA ÊNFASE A ESTE TÍTULO QUE JESUS AFINAL ASSUME PORQUE O FILHO DO HOMEM É O HOMEM PERFEITO E O HOMEM PERFEITO NÓS SÓ VAMOS ENCONTRAR EM JESUS, O CRISTO}.

Segue-se – após a ressurreição, informações sobre a aparição do Cristo relativas, ao cap. 24, versos 13-35 que os especialistas chamam de texto interpolado. É a história dos dois discípulos que caminhavam de Jerusalém para um povoado chamado Emaús. Eram dois os viandantes, que andavam cabisbaixos, desiludidos quando alguém deles se aproximou e a relação dialógica se inicia. O desconhecido que agora com eles caminhava perguntou:

“Que palavras são essas que trocais enquanto ides caminhando?”

O que era chamado Cleófas, lhe perguntou:

“Tu é o único forasteiro em Jerusalém que ignora os fatos que nela aconteceram nestes dias?” “Quais?”, disse-lhe ele. Responderam: “O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que foi profeta poderoso em obra e palavra, diante de Deus e diante de todo o povo: nossos chefes dos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem iria redimir Israel; mas, com tudo isso, faz três dias que todas essas coisas aconteceram {...}

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Ele, então, lhes disse:

“Insensatos e lentos de coração para crer tudo o que profetas anunciaram! Não era preciso que o Cristo sofresse tudo o que os profetas anunciaram! E, começando por Moisés e por todos os Profetas, interpretou-lhes em todas as Escrituras o que a ele dizia a seu respeito”

{NOTA DO ENSAÍSTA: ESTE NÃO SERIA O MOMENTO PARA UM EXAME INTROSPECTIVO, COLOCAR O PÉ NA ESTRADA DE EMAÚS E VERIFICAR SE O NOSSO COMPORTAMENTE DE FÉ NÃO SERIA IGUAL AO DE CLÉOFAS E DO SEU COMPANHEIRO QUE NÃO TEVE O NOME REVELADO, MAS QUE EM RAZÃO DA OMISSÃO – INVOLUNTÁRIA? – NÓS PODERÍAMOS ASSUMIR O SEU LUGAR. CURIOSO É QUE APESAR DA INTERPELAÇÃO DO ESTRANHO QUE CAMINHAVA COM ELES, NÃO O RECONHECERAM. COMO O RECONHECERIAM? É BOM CONSULTAR OS VERSOS 3O-31 e 35, A SEGUIR:}

“E, uma vez à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, depois partiu e distribuí-o a eles. Então seus olhos se abriram e o reconheceram; ele, porém, ficou invisível diante deles” {v.30-31} “E eles narraram os acontecimentos « aos 11 e seus companheiros » do caminho e como o haviam reconhecido na fração do pão” {v. 35}

É na fração do pão que o cristão reconhece a presença de Jesus, o Cristo. Assim se sucedeu com os forasteiros de Emaús. Caminharam de Jerusalém até a Aldeia de Emaús, durante toda a caminhada ao lado Jesus, mas não o reconheceram. Só quando Ele tomou o pão, rendeu graças {É O QUE SIGNIFICA O VERBO GREGO – ‘EUCHARISTIA’ QUE TRANSLITERADO PARA O NOSSO IDIOMA TRADUZ-SE PELA EXPRESSÃO: EUCARISTIA. UM TERMO QUE NÃO É USADO NO NOVO TESTAMENTO PARA INDICAR O RITO SACRAMENTAL DO OFERTÓRIO E DA CONSUMAÇÃO DO PÃO E DO VINHO}. O narrador lucano relata: “Então seus olhos se abriram e o reconheceram..., mas misteriosamente – relata o texto: ... ele, porém, ficou invisível diante deles”

O ensaísta lembra Is 55,6 e 30,18: “Procurai a Iahweh-Deus enquanto pode ser achado, invocai-o enquanto está perto”; “Mas Iahweh-Deus espera à hora de poder mostrar-vos a sua graça, ele se ergue para mostrar-vos a sua compaixão”

Em relação à mesa mão senhor, ou a última ceia é bom não atropelarmos as palavras de Jesus.

O HAGIÓGRAFO {QUEM ESCREVEU} a HAGIOGRAFIA {O QUE FOI ESCRITO}. O primeiro para preservar a Tradição Oral que nós recebemos das FONTES BÍBLICAS em relação ao Ato da Criação do Universo – incluindo o nosso planeta terra – tiveram muito trabalho – mesmo levando-se em consideração os equívocos do anacronismo – mas o hagiógrafo do Quarto Evangelho, o de João, no capítulo 30 versos 29 e 30 escreveu outra logia de Jesus, o Cristo {v.28b}: “Por viste, creste. {REFERINDO-SE AOS APÓSTOLOS} Felizes os que não viram e creram” {REFERINDO-SE AOS SUCESSORES DOS APÓSTOLOS – NÓS NO MEIO} As narrativas deste capítulo {v.30} nos conscientizam de duas realidades: “Jesus fez, diante de seus discípulos, muito outros sinais ainda, que não se acham escritos neste livro. Esses, porém, foram escritos para crerdes que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome”

Será que o Espírito Santo de Deus, já revelou a você e ao ensaísta, toda a verdade? Você caro leitor é um VEXILÁRIO, ou seja: um ‘porta-bandeira’ da verdade?

CRER, mas CRER COM PAIXÃO {NÃO A PAIXÃO ERÓTICA QUE ATROPELA O RACIOCÍNIO E NADIFICA A RAZÃO} é o caminho para o eclesiano – e por que não dizer também os pastores – adquirirem uma FÉ ADULTA.

A partir de uma FÉ ADULTA, ninguém, precisará dos GURUS que estão na Mídia influenciando os incautos. Você é o responsável pelos seus atos e vai – NA PLENITUDE HISTÓRICA – isto, é: quando Iahweh-Deus esgotando a sua PACIÊNCIA-HISTÓRICA chamar a sua criatura para um acerto de contas. Explicações...? Justificativas...?

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Os gurus e também os falsos profetas, serão todos julgados juntamente com os que colocaram sobre a cabeça uma auréola de santificados. A linguagem que Jesus, o Cristo – sob ponto- de- vista cultural era à linguagem apocalíptica que surgiu com Daniel e Ezequiel ± p.volta de 200 a.C. ‘Quando chegarmos ao grande dia do último julgamento’ qual será o cenário? Quem estará no palco? O certo é que nem os coadjuvantes escaparão...!!! O hagiógrafo de Mateus {Mateus 25, 31ss} não deixou escapar nenhum detalhe e trabalhou esta logia principal de Jesus, o Cristo, nos mínimos detalhes:

“Quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória. E serão reunidas em sua presença todas as nações – {UM PARÊNTESIS DA BJ: TODOS OS HOMENS DE TODOS OS TEMPOS. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS NÃO É MENCIONADA, MAS DEVE SER SUBENTENDIDA «CF. 10,15; 11,22-24; 12,41S» –} e ele separará os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos...!!!Os que estiverem Á SUA DIREITA serão premiados: ‘Vinde benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino preparado para vós desde a fundação do mundo... ’ E os que estiverem À SUA ESQUERDA não terão a mesma sorte: ‘Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos’

Nota do ensaísta: os porquês o leitor já sabe é só ler na sua Bíblia. Uma pergunta pertinente:QUAL É A SUA PREFERÊNCIA? LADO DIREITO OU LADO ESQUERDO?A OPÇÃO É SUA QUE IAHVEH-DEUS VAI RESPEITARO PROFETA DANIEL JÁ TINHA PROFETISADO SOBRE ESTE ACONTECIMENTO:“E muitos dos que dormem no solo poeirento acordarão, uns para a vida eterna e outros para o opróbrio, para o horror eterno, Os que são esclarecidos resplandecerão, como o resplendor do firmamento; e os que ensinam a muitos a justiça hão de ser como as estrelas, por toda a eternidade” {Dn 12,2-3}

O momento escatológico, ou melhor, o tempo {kairós de Iahweh-Deus} do fim, será terrível. É só ler o v. 1 deste capítulo.

O hagiógrafo nunca nunca foi um exegeta. Ele sempre relatou o fato e o que ouviu, ‘ipsis litteris’. Pela via do literalmente fica em aberto uma variada interpretação dependendo do ideológico do receptor. Assim é que precisaremos questionar a O QUE É A LINGUAGEM: “É a faculdade de um ser humano comunicar a outro ideias e sentimentos. Necessidade de um emissor e um receptor e compreende uma atividade psicológica, fisiológica e motora que produz um signo portador de uma mensagem. Dar formas de linguagem conhecidas – cosuantes os elementos expressivos fônicos, visuais, fácteis – a mais eficiente é a que se realiza através de signos orais. A linguagem oral foi-se transformando e diversificando ao longo dos séculos originando diversas famílias linguisticas. A filosofia da linguagem ocupa-se fundamentalmente com estabelecer a relação entre o pensamento e a palavra e com buscar a adequação da palavra àquilo que se pretende exprimir” {FONTE: ENCICLOPÉDIA FUNDAMENTAL, 03.1982 – VERBO, LISBOA/SÃO PAULO} XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

VOLTANDO A HISTOCIDADE E TRAÇANDO O PERFIL DO GURU... Sabemos que a figura do GURU {SEGUNDO AURÉLIO QUE NÃO É O GRAMÁTICO PREFERIDO DO ENSAÍSTA} sim o GURU – na Índia é o mestre da vida interior. {SUPERIOR A JESUS, O CRISTO???!!!} Continuando a passar o perfil do guru – SEGUNDO O AURÉLIO –: Guia, ou líder espiritual que à sua volta congrega seguidores, via-de-regra, fanáticos. Mentor e guia além de conselheiro... {ADAPTADO PELO ENSAÍSTA}.

E O AURÉLIO {MESMO NÃO SENDO O GRAMÁTICO É MAIS QUALIFICADO} FAZ UMA CITAÇÃO MUITO INTELIGENTE:

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“Antigos gurus, velhas fidelidades, lideranças carismáticas, crenças ideológicas. Talvez seja preciso o advento de uma geração nova para que tudo isso venha a ser, afinal arquivado” {Ferando Pedreira, O Quebra-cabeças, p. 33}

Nós da ala PROTESTANTISMO HISTÓRICO, preservamos muito a tradição e é por essa razão que muitos abandonam a Igreja de origem. A TRADIÇÃO ORAL teve a sua importante no crescimento do povo de Iahweh-Deus. Os católico-romanos exageram porque consideram a Tradição como superior a própria Bíblia. Na verdade ela nasceu antes da palavra escrita em livros {Não havia Imprensa} e teve o seu mito fundante determinado por Iahweh-Deus. Vamos recordar:

“Ouve, ó Israel: Iahweh nosso Deus é o único Iahweh! Portanto, amarás a Iahweh teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua força. Que estas palavras que hoje te ordeno estejam em teu coração! Tu as inculcarás aos teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando em teu caminho, deitado e de pé. Tu atarás também à tua mão como um sinal, e serão como um frontal entre os teus olhos; tu as escreverás nos umbrais da tua casa, e nas tuas portas” {Dt 6,9s; 11,20s}Estas pontuações deveriam ser um breviário, mas o tema é muito envolvente, extenso e repleto de alternativas. Como o assunto tem muitos braços, ninguém poderia fugir do lhe é intrínseco. Uma ressalva a priori deve ser feita: a complicação maior é o ANACRONISMO. Não foi assim com o AT? E o NT segue pelo mesmo caminho já que conforme um consenso histórico – que faz parte do relato do historiador Flavio Josefo e outros – os primeiros escritos da vida e do Ministério do Messias, aparecem ± por volta do ano 65 D.C. {ANNO DOMINI} e são as chamadas cartas ocasionais. Os Sinóticos e o Quarto Evangelho aparecem muito tempo depois.

Certamente que cada participante do CONGRESSO/XIX ENAJOP no fundo da sua alma, tinha escondido a sua predileção. Isso é absolutamente normal. Então, quando algo que estava na mente de algum congressista não foi elencado ou abordado {ABORDAR – TRATAR DE, VERSAR «TEMA OU ASSUNTO» ABORDAVA: VERBO TRANSITIVO

CIRCUNSTANCIAL} será necessário entrar no ‘TUNEL DO TEMPO’ e tentar CONSERTAR ou acrescentar o que escapou, ou CONCERTAR {POR EM BOA ORDEM} somando novos valores como se fora outra sinfonia. {A EXPRESSÃO SINFONIA É AQUI UTILIZADA EM SEU SENTIDO FIGURATIVO JUSTIFICANDO-SE O CONCERTAR COM “C”, PORÉM, TAMBÉM SE ENTENDE CONCERTAR COM

“C” NÃO COMO UMA REFERÊNCIA AO UNIVERSO MUSICAL, MAS‘POR BOA ORDEM’}

Paralelamente o ensaísta tem a consciência clara e evidente de que este ‘ENSAIO-AVALIAÇÃO’ não é feito por algum expoente da teologia, ou melhor, por alguém que ocupe lugar de destaque entre os expositores de primeira grandeza que nós constumamos classificar de Teólogos, ou melhor, de uma ‘CONSTELAÇÃO’ que é um {GRUPO

DE PESSOAS NOTÁVEIS PELA INTELIGÊNCIA E CULTURA}. Pessoas deste nível nós não encontramos em qualquer lugar porque se trata de uma raridade.

À vista do acima exposto, como o autor deste ensaio não faz parte desse seleto grupo, e tomando por base esta dura realidade, o ensaísta vai considerar o que for escrito apenas, e tão somente, umas despretensiosas ‘COSQUINHAS’ teológicas e em alguns momentos animadas pela FILOSOFIA. Quando além da escolaridade básica alguém tem uma formação “LATO SENSU” fica tudo mais fácil. Não é o caso do ensaísta que está no nível “STRICTO SENSU”. Conseqüentemente...

Muitos colegas têm pavor da FILOSOFIA, mas o ensaísta entende que desde que Ela não se sobreponha ou interfira dasagregadoramente ao TEOLÓGICO, por que não citá-la exporadicamente? Ademais alguns pensadores que nós chamamos de Filósofos eram filhos de pastores e nem por ísso foram por eles rejeitados.

Sabemos que a Filosofia {do gr.philos+sofhia} significa: amor à ciência, mas esta é uma simples definição. No grego, ‘philósophos’ procede do adjetivo ‘philos’ que vertido para do nosso idioma é o mesmo que AMIGO e ‘sóphon’ se traduz por SABEDORIA. Nunca devemos esquecer que o Evangelho de Lucas é subscritado para uma figura ilustre chamada TEÓFILO {Theou+philos = AMIGO DE DEUS} e este ensaio está direcionado para os AMIGOS DE DEUS. Ciência e Fé não é uma mesma coisa porque o ‘Theou+Logos’ = Teologia, quer dizer: falar sobre Deus e é o que prevalece acima de tudo e de todas as coisas. A Filosofia trabalha com o RACIONAL e nós trabalhamos

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com o « ESPIRITUAL » porque o falar sobre Deus jamais poderá fazer parceria com o que é racional. Quando nós priorizarmos IAHWEH-DEUS acima de tudo, qual é o problema?

Outro inimigo extremamente perigoso para Cristianismo é a «NOVA ERA» que entende – pela astrologia ou astronímia « a 11ª constelação do zodíaco situada no hemisfério sul » – que a Era PEIXE estária terminada. Esta é a exegese que fazem sectariamente os seguidores desse movimento. Para esses ‘visionários’, a Era PEIXE teria cedido definitivamente e de forma irrefutável e irrevogável o seu lugar para a Era AQUÁRIUS e, ‘IPSO FACTO’, o tempo de Jesus Cristo já teria passado e Ele nada mais representaria. Nós, que fazemos uma leitura da hermenêutica cristã diferenciada e não misturamos astrologia e sígno zodiacal com a Fé Cristã, repudiamos e não condordamos com esse absurdo. A Fé Cristã é a verdade de Iahweh-Deus, por nós herdada.

É oportuno destacar, algumas pinceladas do opúsculo de J.B Libânio SER CRISTÃO EM TEMPOS DE NOVA ERA, Paulos – 1996, São Paulo, {Brasil} O perfil deste inimigo da Fé Cristã é defendido pelo autor em contraposição ao esse movimento pára-religioso que tem a sua origem bem controvertida:

ORIGEM DO MOVIMENTO

“{...} A resposta frustra. A Nova Era dissolve-se na indeterminação. Os autores confundem em explicações para assinalar-lhe o começo ou para apontar-lhe algum nome ou evento fundante.Alguns a fazem recuar, na idade moderna, ao século XVIII, ao pensamento místico do sueco Emanuel Swedenborg {†1772}, cuja tese é a progressiva revelação de Deus na História. Este, por sua vez, influencia os transcendentalistas norte-americanos {R. W. Emerson}, que amalgamam elementos da mística naturista, da religiosidade oriental e da filosofia norte-americana individualista e desenvolvimentista. A intuição sobrepõe-se à razão em oposição a um pensamento materialista, utilitarista e tradicional

A RELIGÃO UNIVERSAL

O questionamento mais grave, levantado pela Nova Era em contraposição ao Cristianismo, é o de considerá-lo uma “ERA” já terminada. A era cristã vem simbolizada por peixe. Na iconografia cristã, o peixe representa aa pessoa de Cristo, pela simples razão de as iniciais da palavra peixe em grego {Ichthus} significar: Iesous = Jesus; Christós = Cristo; Theoû = de Deus; Uiós = Filho; Sótér = Salvador. Ou seja: Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador. {Nota do ensaísta: O ensaísta prefere a outra tradução: «JESUS CRISTO, SALVADOR NOSSO, FILHO DO DEUS VIVO». Os cristãos primitivos – para evitar a perseguição romana – ESCREVIAM NA AREIA, usando as linhas sinalizadoras do desenho de um peixe, a fim de se identificarem como cristãos. Quem era cristão e lia aquela inscrição Ichthus sabia que estava cruzando com um seguidor de Cristo. Portanto, não havia perigo caso a relação dialógica acontecesse, ou um processo de interatividade fosse aberto e por que não dizer: de interação – que é algo de sobrenatural, isto é: quando ocorre uma comunhão entre {ALMA E CORPO}

VONTANDO A LIBANIO:

A Nova Era anuncia o início da era de Aquárius, que é o signo zodiacal que se segue a Peixe. Por conseguinte – segundo os seguidores desse movimento – significa a superação da ERA CRISTÃ, ligada a Jesus Cristo, filho de Deus e de Maria, morto e ressucitado. A Nova Era fala também de Cristo. Mas não é o Cristo dos Evangelhos, da tradição eclesial.

A Nova Era afasta-se das tradições semita e cristã de um Deus pessoal, criador, distinto das criaturas, para falar mais da divindade, do divino, com quem as pessoas se relacionam em diversos níveis de consciência. O próprio divino se confunde com o cosmo, com o Si profundo. É – ainda segundo a concepção dos líderes desse movimento – uma grande ‘Unidade do Todo’, uma Energia espiritual e material que é onipresente, primordial, inicial, fontal. Visão panteísta, monista.

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A Nova Era recolhe série interminável de “neos”. Neo-ortodoxa; recupera doutrinas antigas, tradicionais, que as formas iluministas, secularizadas e críticas do Cristianismo descartaram. Lá voltam os anjos, os demônios, os santos, carregados de mitologias, há muito sepultado – pelas ondas desmitologizantes – levantada pela tempestade bultimaniana no mundo evangélico e pelo Concílio Vaticano II no universo católico.

Apesar de tanta liberdade hermnêutica e de absurdas novidades, a Nova Era casa também com o neofundamentalismo pentecostal: ‘O OUTRO É O DEMÔNIO’. Com efeito, esse neofundamentalismo medra no contexto de crise das grandes religiões no mundo pós-industrial. De fato, a pós-modernidade tem ameaçado, por todas as partes, o status quo social, a cultura tradicional, a integridade da fé. Assim grupos rígidos e sectários não resistem a tal perigo. As pessoas unem-se, organizam-se e saem à luta, atendo-se a uma leitura literal do texto sagrado respectivo, combatendo assim toda divergência como se fora uma heresia. Vamos relativizar esta expressão HERESIA por causa da sua anfibologia. Quando existe um conflito o outro sempre é o herege. É por isso, o outro, O DIFERENTE É O DEMÔNIO. Contrapõe-se à insegurança fluida de muitos ensinamentos em curso a rigidez ortodoxa, neofundamentalista. As inquisições – do lado romano e do lado protestante – nunca aconteceram sem outro argumento, ou seja: HERESIA!

{Nota do ensaísta: A interpretação literal das Sagradas Escrituras é outro risco que tem levado muita gente a usar o texto como pretexto. No caso da Nova Era isso não resolve o problema. Ademais a metodologia de interpretação do AT e do NT – a mais correta – é quando se leva em consideração o contexto de uma perícope}

VOLTANDO A J.B. LIBÂNIO:

NOVA ERA: DESAFIO À FÉ CRISTÃ

A Fé Cristã tem conhecido, ao longo da História, desafios vindos das fontes mais opostas. Nascida no mundo judeu, não demorou muito a enfrentar-se, a partir de um monoteísmo trinitário, com o monoteísmo fechado da Religião de Israel. No campo da Lei e do culto, pouco a pouco foi tomando certa distância crítica, reinterpretam do ambos noutra perspectiva.

Diante do mundo pagão, houve uma ligação com a enchente religiosa de deuses, mitos, ritos, símbolos, em enorme esforço crítico-sincrético. Na modernidade, foi à vez de defrontar-se com a secularização, o humanismo ateu, o secularismo sem religião. Apenas refeita dessa refrega, eis que de novo se deparará com outra onda. Desta vez, mais próxima do paganismo, a ponto de ver-se aí um neopaganismo. É a maré montante da Nova Era.“NOVA ERA” é paradoxal sob muitos aspectos. O termo “ERA” tem certa solenidade e remete a algum ponto de referência notável da história da terra ou dos seres humanos. Assim, quer na historiografia quer na geologia, usa-se este termo para dividir as épocas a partir de algum fato surpreendente. E, quando esse fato perde a sua relevância, a “era” cai no olvido da história.

Quem tem hoje a mínima idéia de quando datou a Era bizantina? {5.508 a.C.}; ou a Era das Olimpíadas {776 a.C.}; ou a Era da fundação de Roma {773 a.C.}; ou a de Augusto {27 a.C.}; ou mais recentemente a Revolução Francesa {1792, séc XVIII} que vigorou uns 13 anos± Hoje só vem à nossa memória – sem muita base Histórica – a divisão entre Era Antiga e Era Cristã, cuja data de referência é o nascimento de Jesus Cristo. As outras se perderam no esquecimentoda história. {Neste e em outros páragrafos foram introduzidas algumas adaptações do ensaísta}

Agora a Nova Era tem a pretensão de marcar uma nova época que deixa o Cristianismo para trás. Para que se marque uma era, faz falta algum acontencimento marcante. A que acontecimento fundamental a Nova Era se refere? Surgiu algum gênio espiritual que lhe deu o impulso inicial? Algum evento cósmico ou histórico abalou a terra, a história humana, a ponto de cortar-lhe em nova fatia milenar?

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Um dos maiores representantes – que publicou muitas obras – inclusive o Alquimista que estava à procura da Pedra Filosofal – é Paulo Coelho membro da Academia Brasileira de Letras. O ensaísta não é discípulo da Nova Era – e não poderia ser – mais o chamado mago escreveu no seu Twitter algo que não podemos desprezar. Paulo nos ensinou que devemos “Discerni tudo e ficar com o que é bom” {1º Ts,521}:

“Se vivemos para agradar os outros, não estamos vivendo para agradar a Deus”

Será que a religiosidade de muitos eclesianos não seria um ‘PAPEL CARBONO’ das convicções inopinadas desse movimento que anda na contramão, do “{...} Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida {...}” desafiando os incontestáveis artigos da Fé Cristã?

Ao fazer estas pontuações, qual é a expectativa do ensaísta?Preparar todas as linhas do ensaio, ‘DEO ADJUVANTE’ {COM O AUXÍLIO DE DEUS} e não dispensará essa ajuda.

ADVERTÊNCIA:

Seria uma tarefa fora dos limites da razão tentar fazer uma avaliação do CONGRESSO pela via da sinopse o que prejudicaria a apresentação concisa do conteúdo. A “COISA E A OBRA” não poderão ser ocultadas porque são produtos de uma mesma realidade. Cada detalhe, cada conjuntura de um encontro tem raízes que darão sustentabilidade a qualquer linha temática e isso justifica que os horizontes devem ir além do infinito a fim de que nada fique de fora do contexto do encontro.

O foco principal do Congresso foi a EVANGELIZAÇÃO, porém, o plantio de árvores como ênfase mesmo que o seu uso fosse alegórico, permitiu aos palestrantes uma digressão. Quem está acostumado com a vida agrária sabe que plantar árvóres tem uma diversidade de exigências e por que não dizer segredos o que na linguagem da Fé seriam Mistérios. Quando os opositores da Fé Cristã se levantam com as suas inovações eles colocam sob suspeita a verdade do Evangelho. Que é então, em verdade para esse grupo de inovadores? Apenas uma coisa?

Uma coisa poderá ser um « ENTE » ou um « SER », ou melhor: tudo quanto existe. Um ente ou um ser – segundo os gregos – contém ambigüidades: corpóreo ou não corpóreo; vivo ou não vivo; sensível ou não sensível; racional ou irracional; substancial ou acidental. Também os gregos classificavam os « ENTES » e o « SERES » em dez categorias: Substância – O que é? QUALIDADE – Qual é? QUANTIDADE – Quanto é? – TEMPORALIDADE – Quando é? LOCALIDADE – Onde é? – ATIVIDADE – Que faz? PASSIVIDADE – Que sofre? POSIÇÃO – Como se dispõe – HÁBITO – Como está? RELAÇÃO – A que se refere? AO HOMEM ENQUANTO SER VIVENTE.

Trocando em miúdos – sem entrar no mérito – ONTOLOGIA – {TRATADO DOS SERES EM GERAL; - O CRISTÃO NO MEIO – PARTE DA METAFÍSICA – O QUE ESTÁ ACIMA DO LIMITE DO PALPÁVEL; O QUE É TRANSCENDENTE – QUE ESTUDA O SER EM GERAL E SUAS PROPRIEDADES TRANSCENDENTAIS – DO GR. ON, ÓNTOS+LOGOS = ÓNTOS: PART. PRES. DO VERBO EÎNAI, SER, ESTAR; LOGOS = VERBO, PALAVRA}

Como anteriormente, logo no início deste ensaio, o ensaísta já citou o sentido dual, ambíguo e ou anfibológico de algumas palavras foi o que motivou o que a raposa revelar ao Pequeno Príncipe...

“A linguagem é uma fonte de mal entendidos”.

Essa premissa sempre ocorre na ‘EISÉGESIS’ {O que se conduz para dentro, diferente da ‘EXEGESE’ que é o que se conduz para fora, que se tira} porque tem, via-de-regra, como pano-de-fundo o IDEOLÓGICO.

Uma pergunta pertinente que deveria ter transitado nas discussões do Congresso: O QUE É IDEOLOGIA?

Vamos tomar por empréstimo do livro ‘Teologia e Prática, Teologia do Político e suas mediações’ de Clodovis Boff, O.S.M., Editora Vozes, Petrópolis-RJ, 1978, uma definição para IDEOLOGIA:

“{...} ‘ideologização da fé’, compreendendo por essa expressão a absolutização da dimensão histórica, portanto, relativa da Fé. Esta deveria ser concebida

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como uma realidade transcendente e absoluta, de modo que toda tentativa de ‘rebaixá-la’ de seu nível próprio seria um atentado à sua essência” E MAIS: “{...} a noção de ‘ideologia’, se refere a toda idéia que tenha por função a justificação de uma prática ou de um interesse “{...}”

UM PARÊNTESIS...

Do livro RAÍZES DA TEOLOGIA LATINO-AMERICANA de Pablo Richard {ORGANIZADOR} Edições Paulinas, São Paulo, 1988, pág. 148, 149, 150 e 151... {NOTA ESPECIAL DO ENSAÍSTA: ESTE LIVRO É UM PRECIOSO PRESENTE QUE O ENSAÍSTA RECEBEU DA IGREJA PRESBITERIANA UNIDA DE JARDIM AMÉRICA EM 15.10.1989, QUANDO ESTAVA NAQUELA IGREJA NO EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO DA PALAVRA E DOS SACRAMENTOS, COM A SEGUINTE DEDICATÓRIA: «AO AMIGO E IRMÃO EM CRISTO COM CARINHO E ADIMIRAÇÃO. QUE DEUS, NOSSO PAI, O AJUDE NESTE MINISTÉRIO DE LIBERTAÇÃO E “CURA”»}

“O DOGMATISMO TRIUNFALISTA – A exegese entre o império espiritual e o temporal exercido pela Igreja sobre o ‘Mundo Ocidental’, começou a estruturar-se a partir dos séculos IV e V, quando a propria Igreja começou a ser parte do Imperialismo Romano. É isto que Lacunza {NOTA DO AUTOR: LACUNZA É DESCONHECIDO, EXCETO PARA UNS POUCOS ESPECIALISTAS. APESAR DE ENTUSIÁSTICA E FAVORÁVEL INFORMAÇÃO DO CENSOR ECLESIÁSTICO, PADRE PABLO DE LA CONCEPCIÓN, E APESAR DA SUBSEQUENTE APROVAÇÃO DO ‘SANTO OFÍCIO’, ESTA MESMA INSTITUIÇÃO DO VATICANO COLOCOU A OBRA NO ÍNDICE, EM 1824, SEM EXPLICAR OS MOTIVOS, SENDO ASSIM A CAUSA DE A OBRA PASSAR DO ‘ÚTERO PARA O

TÚMULO’, COMO ELE MESMO TEMIA – TOMO 1, P.32. PRÓLOGO} chama de «sistema dos doutores», ao qual se atribuia o caráter de cátedra quase oficial

FECHADO O PARÊNTESIS...

Voltando a questão ideológica – sempre muito presente na Instituição Eclesiática – e, também envolvendo a igreja {COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ; POVO DA NOVA ALIANÇA E CORPO MÍSTICO DE CRISTO } uma opinião de grande importância de André Dumas, do opúsculo IDEOLOGIA E FÉ – O pensamento cristão em face das ideologias contemporâneas, Tempo e Presença Editora Ltda, 1968, RJ – Brasil. O ensaísta vai tomar de empréstimo o subtema – {FÉ SEM IDEOLOGIA?} página 21:

“É impossível à Fé viver apenas num encontro com o homem individual sem encontrar-se com a ideologia. A função, necessidade e perigos das ideologias, especialmente em nosso mundo, que é ideológico. O serviço da Fé ao nosso mundo ideológico: conservar o poder do símbolo sem entrar na fraqueza dos mitos. Tentativas de descrição das ideologias existentes no mundo real”

“No capítulo anterior chegamos a duas conclusões: primeiro, que a dimensão da Fé é vertical, isto é, que ela nos coloca em contato com Deus, levando-nos de imediato ao fim da História; segundo, que ela não faz da História o critério da verdade podendo, neste sentido, existir em perfeita independência da História. A título de ilustração desta primeira imagem vertical da Fé, tomei exemplo que Jesus mesmo usa da criança na qual não estão acumuladas nem as esperanças nem as procupações da Hitória. Quando as crianças que soltavam seus papagaios acima das favelas onde vivem, imaginei que Jesus poderia ter tomado isto para uma de suas parábolas procurando mostrar na Fé, está fora da História: este contato imediato com Deus, que, à semelhança das grandes dores e dos grandes prazeres, arranca o homem do desenrolar da História e o coloca direto com o essencial.

Vimos também que a dimensão da História é horizontal. E que na vidada humanidade foi a Fé biblica que gerou a História, que nos tirou da simples repetição e nos voltou para o futuro. Por isso concluímos haver êstes dois aspectos: a Fé vertical fora da História, e a Fé horizontal, criadora da História.

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Tendo esta dupla dimensão, horizontal e vertical, parece-me que a primeira tentação da Fé é clamar que não carece, absolutamente, de ideologias. Ela tem encontro direto com o homem e visão geral do desenronlar da História no mundo, tal qual Deus a vê, o que a torna perfeitamente suficiente.

As ideologias, portanto, parecem, à primeira vista, apenas remendos inúteis.

Para mim, os cristãos que ignoram as ideologias pertencem a duas categorias de pessoas: as que, consagrando-se exclusivamente a contatos pessoais, vêem a Fé sob a dimensão do momento, pessoas para as quais a Fé se resume neste contato imediato com Deus e para as quais qualquer ideologia não passa de suplemento humano que nos afasta do encontro essencial. E diria simplesmente, não obstante amá-los muito, que poderiam ser classificados de pietistas {O QUE SIGNIFICA SER PIETISTA? VAMOS VER ISSO MAIS ADIANTE}. A outra categoria se refere aos que pensam também poder dispensar ideologias, uma vez que têm visão teológica da História, lêem a História à luz da teologia vêem a criação no princípio, a encarnação no meio e a escatogia no fim. {O ENSAÍSTA ENTENDE QUE O FINAL DA HISTÓRIA, OCORRERÁ NA PARUSIA – QUE SE TRADUZ DO GR. PARA A NOSSA LÍNGUA

COMO‘ESTAR AO LADO DE... ’ OU O MOMENTO ESCATOLÓGICO} Com tão boa teologia do desenrolar da Editoria, qualquer outra lhes parece heresia. Por isso os pietista como os bons teólogos têm, por diferentes razões, a impressão de que, com a Fé, já possuem tudo: o momento de encontro com Deus e a visão geral do desenrolar da História. Apenas a ideologia poderia distraí-los da verdade essencial.Mostrar-lhes-ei, todavia, aque a Fé não pode viver sem ideologia, porque as ideologias representam esforço dos homens para dar sentido às suas vidas.

E se, como cristãos, vivemos entre homens, nossa fé milita entre as ideologias. Ter a pretensão de manter contato com as pessoas sem nos ocuparmos das ideologias que as condicionam é viver em individualismo irreal. Intelectualmente, é pretendermos permanecer entre nós mesmos, formando um mundo teológico fechado que, do ponto de vista intelectual, é pietismo.Ora, na Bíblia vemos todos aquêles que Deus chamou vivendo no meio de ideologias opostas. O chamado de Deus jamais foi isolado, mas ocorreu sempre num mundo onde existem outros chamados. Deus, por exemplo, mandou seu povo à terra prometida, Canaã.

Não era uma terra abandonada, mas terra ocupada por povos e, portanto, repleta de idéias. {N. DO A. = DE DIVERSAS ETNIAS} Tivesse Deus ‘optado’ que vivessem exclusivamente com Ele, que simplesmente o povo vivesse em encontro pessoal com Êle e com a teologia, não os teria dado como terra prometida, um país vazio. Ter-lhe-ia dito que, sem concorrência de pessoas ou idéias {IDEOLOGIAS}, vivessem – o chamado Povo Escolhido – essa relação exclusiva com Ele. Mas Deus ‘assumiu o risco de mandar’ o seu povo a uma terra repleta de símbolos e ídolos. Da mesma forma como, hoje, o povo de Israel novamente encontra a sua terra ocupada pelos árabes.

É oportuno salientar que o judaísmo nasceup.v. do ano 400 a.C. e era também chamado de povo de Israel e faziam parte dos semíticos. “A grande península da Árabia é considerada por muitos etnólogos como pátria-mãe de todos os povos semíticos” {John L. McKunzie} hebreus entre eles. O nome “ÁRABE” {hebr. ‘aran} é usado para designar um nômade {Is 13,20} e um bandido {Jr 3,2} Geralmente, o Antigo Testamento conhece as tribos árabes por seus nomes específicos mais do que pelo nome genérico de “árabe”. Os treze filhos de Jectã {Gn 10,25ss} os seis filhos

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de Cetura uma das mulheres de Abraão {Gn 25,1ss}; e os doze filhos de Ismael {Gn 25,12ss} que era filho de Abraão com Agar, escrava egípcia de Sara. São tribos árabes em relação às quais a genealogia admite um parentesco com os hebreus {Hoje os Judeus}. E eles ainda hoje continuem brigando mesmo sendo irmãos”

Por causa desses conflitos milenares Jesus, o Cristo, parafraseou o Oráculo de Miquéias 7,6: “{...} os inimigos do homem são as pessoas de sua casa” {Mq 7,6} Lemos em {Mt 10,36} “Em suma: os inimigos do homem serão os seus próprios familiares”

Não se trata de um MUTATIS MUTANDIS, mas uma constatação sobrecarregada de sofrimentos e dor. Quando alguns dos nossos irmãos nos deixaram, ou melhor, abandonaram a IPU, ficamos tristes, mas em Nazara os irmãos de Jesus e os judeus {seus irmãos étnicos, i.é., da mesma raça e irmãos de sangue} – Marcos 6,6ss fizeram a mesma coisa duvidando da sua messianidade. O hagiógrafo relata a ‘decepção’ do Filho de Deus, nosso Mestre quando se retirou de Nazara:

“E admirou-se da incredulidade deles”A saída de muitos foi apenas uma opção de bem-estar comunitário e eclesiologico ou teria ocorrido uma incredulidade no esforço que foi feito a fim de vivenciarmos UMA NOVA FORMA DE SER IGREJA? O ensaísta não tem o direito de responder a esta indagação, mas quer deixar a pergunta incomodando a consciência dos que preferiram “{...} as panelas do Egito”.

É uma pergunta sem mágoas e sem rancores ou ressentimentos. Só uma coisa o ensaísta deseja com o coração aberto: onde quer que você esteja, na medida em que a sua comunhão com Deus não seja interrompida, só desejamos que você fosse espiritualmente muito feliz. Quando está em jogo aquilo que nós julgamos – mesmo que este julgamento for equivocado – a nossa fidelidade a Deus, a marca religiosa pouco importa. O ensaísta deseja relembrar um ditado africano, ou seja, um mote popular:

“A união do rebanho obriga o leal a ir dormir com fome”

OS PERTURBADORES NA IGREJA

O título acima faz parte de uma publicação do boletim da Igreja Presbiteriana Unida de Jacarepaguá, de 20 de agosto de 2000, nosso colega Carlos Cunha – de saudosa memória – que tem a seguinte redação:

“Senhor:O diretor de missões do Conselho Nacional de Igrejas nos enviou um interessante folheto editado pela Associação de Ostiários da Igreja de Nova York. É uma organização que tem prestado excelentes serviços as igrejas no que se refere à direção do culto. O ministério do porteiro {OSTIÁRIO} da Casa do Senhor é um nobre ministério e os ostiários o têm honrado de fato.

Há um trecho no folheto que trata de “como lidar com os perturbadores”.É importante para a boa ordem do culto. No geral as recomendações dos porteiros quanto à maneira de tratar os perturbadores se assemelham ao que diz Emily Post quando trata de outro problema também importante, ou seja, “como se devem comer espigas de milho verde” diz a senhora Post: “Ataquem as espigas com um mínimo de ferocidade {avidez} possível. Os ostiários aconselham a proceder com os perturbadores do mesmo modo.

Há uma sugestão que eles fazem e que, de fato, suscita algumas restrições. “Se a situação se torna complicada, deve-se combinar com o organista para ele, a um sinal, tocar o hino nacional o que vai fazer com todos se ponham de pé e, então o perturbador da ordem pode ser expulso sem despertar atenções maiores. Eu duvido. Imagine-se que, no meio de um sermão do pastor sobre a passagem bíblica “Aquietai-vos e sabei que

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eu sou Deus” o órgão irrompe com o hino nacional, haveria mais do que um simples entendimento do assunto por parte da congregação.

Este assunto de se manter a ordem leva-me a perguntar se as igrejas na História e na atualidade não têm dado muita atenção a “Como livrar-se dos perturbadores” e bem pouca atenção a “Como estimular e aumentar o número dos perturbadores. É muito fácil esquecer que a igreja possui um Evangelho ‘pertubador’ e que, muitas vezes, a paz dentro da igreja é a paz do sepulcro. Num mundo assustadoramente de pernas para o ar com o nosso, toda a criação está gemendo e se excita para que surjam alguns perturbadores que o reponham na posição correta.

Afinal, Jesus foi um perturbador. Ele entrou em Nazaré, onde havia sido criado e pregou durante o serviço religioso da manhã. Não havia ali um vigilante ‘associação de ostiários de Nazaré’, mas as autoridades bem tinham a capacidade de reconhecer um perturbador quando o escutavam. “Então, todos da sinagoga ficaram cheios de ira e, levantando-se o expulsaram da cidade”

Mais ainda, o próprio Jesus admitiu ser um perturbador. Falou com franqueza: ‘Eu vim para pôr filho contra pai e filha contra mãe’. Estas palavras duras muito bem caracterizam um dos maiores serviços prestados por Jesus à sociedade – o de ser um perturbador de lealdades, desfazendo lealdades a coisas de segunda importância e substituindo-as pela lealdade a outras coisas mais importantes. Necessitamos terrivelmente que alguém incomode nossas lealdades esgotadas pela adesão a idéias a idéias desgastadas, a tradições petrificadas a estupidezes santificadas e a provincianismos de clã e raça.

Lutero, João Wesley e tantos outros foram perturbadores. Do seu amigo para melhores e maiores perturbações, Simeão Estilita.

Se o meu amigo Cunha estivesse ainda entre nós o ensaísta não teria dúvida em lhe dizer que ele era um dos melhores PERTURBADORES que na época tornou-se um especialista. Isso vale também para o igualmente saudoso Domício Pereira de Mattos. Ele – seus pares: Cyro, Cerilto, Chicão – e o Josué de Oliveira, no antigo Sínodo da Guanabara-IPB, se empenharam bastante pela conquista do Ministério Feminino. As duas primeiras presbíteras Antonina {já falecida} e Else Gama – com cobertura total da Imprensa, foram ordenadas na Igreja Presbiteriana de Ramos. Foi uma vitória da persistência e da Fé desses pastores.

{UMA NOTA DO ENSAÍSTA: ESQUEÇA A CONSTATAÇÃO QUE JESUS, O CRISTO FEZ SOBRE OS INIMIGOS DO HOMEM E SUA DECLARAÇÃO

‘EU VIM PARA PÔR FILHO CONTRA O PAI... ’ É QUE UMA EXEGESE DESCOMPROMETIDA DO TEXTO VIA NOS ENSINAR QUE, NA MEDIDA EM QUE FIZERMOS UMA OPÇÃO POR JESUS, O CRISTO, OS ESTÃO NA CONTRAMÃO SERÃO INIMIGOS. MAS O QUE VALE E O QUE É MAIS IMPORTANTE É O QUE ESCREVEU O HAGIÓGRAFO DE JOÃO 10,10: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”}

O QUE É A VIDA ABUNDANTE?

AGORA UMA REALIDADE QUE NÃO PODEMOS DEIXAR DE LADO:

QUANDO A CRISE ENTRA PELA PORTA, SE INSTALA NA IGREJA PROVACANDO A DESORDEM, O AMOR SAI PELA JANELA

Por que as pessoas que se amam se separam? Então nunca existiu amor! É O AMOR DE DEUS NOS UNE E NÃO UMA SIMPLES TRADIÇÃO. O que é humano fica na sepultura, mas o que é ETERNO subsiste para sempre. Paulo era humano e de um passado não recomendável. Deus o escolheu e no Caminho de Damasco ele foi separado para levar o Evangelho do Reino de Deus aos gentios. Na condição de homem – agora a servido da Missio Dei – ele entra em choque com Barnabé e dele se separa levando em suas viagens missionária, Silas. Mas ainda como homem entrou – em seu êxtase ouviu quando foi arrebatado até o TERCEIRO CÉU {2º Co 12,1ss} e lá ouviu segundo o seu relato {...} palavras inefáveis, que não é lícito ao homem repetir {...} – v.4b – Trata-se Mistério de Deus não é para ninguém colocar a cabeça nele e sim colocá-lo na cabeça esperando que a Glória de Deus se manifeste em seu kairós.

Uma separação causa dor, contrangimento e aflição. Foi o Cristo que em uma das logias do Quarto Evangelho e o hagiógrafo registrou: “{...} No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo” {Jo 16,33b} Se estou com Cristo e ele comigo está, por inferência posso afirmar que a sua

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vitória é a minha vitória. Paulo também tinha um espinho na carne e o incomodava e ele declarou aos romanos : “Penso, com efeito, que o sofrimento do tempo presente não tem proporção com a glória que deverá revelar-se em nós” {Rm 8,18}. Se você foi embora e nos fez sofrer, ficamos com esta promessa do “CORPUS PAULINUS”Fechado o parêntesis, voltemos à questão da ocupação da terra de Canaã {1.200-1250 a.C.} que é para muitos um assunto ainda mal resolvido.

Da revista Vida Pastoral, Edições Paulinas, Ano XXVII, janeiro e fevereiro de 1986, ensaio do Pe. Ivo Storniolo sob o tema: A TERRA PROMETIDA {dom de Deus ou conquista do homem?}

A HISTORICIDADE DOS FATOS

“À primeira vista o livro de Josué nos deixa maravilhado: como não se maravilhar diante de um quadro uniforme de conquista e ocupação, seguido pela partilha fraternal da Terra entre todos? Novas leituras, porém, e a comparação com outros livros, começaram a levantar tantas perguntas que, por fim, acabamos completamente perplexos. Por exemplo: embora baseadas em tradições antigas, que valor histórico tem as sagas que formam Js 1 – 12? E que valor documentário tem as listas de Js 13 – 21, quando o próprio livro nos avisa que muitas regiões foram partilhadas antes mesmo de serem conquistadas {13,13; 15,13-18; 16,10; 17,11-13.16-18; 19,47}? De um lado afirma-se que a conquista da Terra foi um esforço de todo o povo, dando-se de forma repentina, sangrenta e total; ao mesmo tempo, porém, somos informados de que os cananeus continuam no meio de Israel {15,63; 16,10; 17,12. 18}, assim como vário outro povos {13,2-6; 15,13-19; 23,7-13} Por outro lado, quando lemos os livros os livros de Juízes e Samuel, percebemos que a própria Bíblia nos mostra que a ocupação da Terra foi um processo lento e difícil, levado a cabo pelo esforço de clãs individuais, e esse processo só terminou completamente no tempo de Davi. Chegamos então ao ponto de perguntar: houve realmente uma conquista da Terra, tal como se diz nesse livro?

1. O testemunho da arqueologia

Numa tentativa de confirmar o texto bíblico, advogou-se por muito tempo o testemunho da arqueologia. Esta, de fato, dá provas abundantes de que a Palestina sofreu um assalto colossal na segunda metade do séc. XIII a.C., parecendo comprovar a narrativa do livro de Josué. Por exemplo: Js 8 relata à tomada de Hai e Jz 1,22-26 à tomada de Betel. As escavações, por sua vez, mostram que Betel ainda existia quando Hai já estava em ruinas; mostram também que Betel foi destruída por um incêndio no final do séc XIII, e foi substituída por uma cidade mais pobre, que só pode ser atribuida a uma população invasora menos desenvolvida.

A arqueologia – mesmo em sua forma artesanal – prestou relevantes serviços à exegese bíblica. Ela, via-de-regra legitima a narrativa bíblica. Ela trabalha com três hipóteses. O testemunho da arqueologia nem sempre é conclusivo em relação aos textos bíblicos. Em nosso caso, por exemplo, ele pode até acarretar mais perplexidade. E o que pensar diante disso? Os estudiosos se dividem. Atualmente contamos com três hipóteses de trabalho sobre como Israel entrou na Palestina e ocupou o território:

a} Conquista

É a hipótese tradicional: Canaã foi conquistada pelas doze tribos unidas sob a chefia de Josué, que as liderou numa invasão e captura militar de todomo território, tal como relata em Js 1 – 12.

b} Integração

Conforme esta hipótese, o que a primeira vista se apresenta como conquista foi, na verdade, um longo e complicado processo de imigração, infiltração e mistura pacífica das tribos com a população Cananéia, processo finalmente coroado por um triunfo político-militar que se concretizou apenas no tempo de Davi. Episódios como o de Raab {Js 2; 6,22-25}, o dos gabaonitas {Js 9}, o livro dos Juízes e o testemunho de casamentos com os

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cananeus {Gn 38} parecem corroborar essa hipótese. Seus defensores, contudo, parecem ignorar muito do texto bíblico e do testemunho da arqueologia.

c} Revolução social

Esta hipótese reúne de certa forma as duas primeiras, mas acrescenta um dado novo: Israel se compôs em grande parte de nativos cananeus que se revoltaram contra os reis das cidades-estados cananéias e se juntaram aos marginados do sistema {‛APIRU} e um grupo de invasoresContinuar, continuar, continuar

SERIA ESSA A LINHA PROGRAMÁTICA DO EVANGELIZADOR?

Esta prática submete o receptor ao risco de fazer uma leitura IDEOLÓGICA do que o emissor escrever ou falar e esta forma de se interpretar o que foi escrito, poderá complicar a relação dialógica. O ESPIRITUAL estaria – neste caso – servindo a outros deuses. O ensaísta não é e nunca será opiniático. O SABER {QUE TAMBÉM É PROVISÓRIO PORQUE A CADA DIA O ESPÍRITO DE IAHWEH-DEUS ABRE NOVAS LUZES PARA MUDAR O NOSSO ENTENDIMENTO DO ONTEM} precisará ser repassado graciosamente sem a intenção de retorno.

Por este caminho não haverá comunicação entre EMISSOR e o RECEPTOR. Se o que foi escrito estiver em conflito com os padrões gramaticais pré-estabelecidos, ipso facto, tudo ficará prejudicado e nadificando o entendimento do que foi escrito. Por esta via, o presente ensaio seria difícil de ser entendido. Porém – que nos perdoem os gramáticos – as regras gramaticais – como já explicitado no início deste ensaio – na medida do possível serão contempladas, mas o ensaísta não ficará algemado por elas.

O fundamento básico do Congresso foi a EVANGELIZAÇÃO e o ensaísta fará um esforço para ampliar e tema, além do que já foi feito e que representou muito trabalho para os seus organizadores.

Como a EVANGELIZAÇÃO ocupou a maior parte das reflexões do Congresso o ensaísta não poderia deixar de colocar na pauta do presente ensaio esta linha temática, porém, com variações intimamente ligadas ao assunto.99999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999Uma indagação que tem incomodado o ensaísta, quando se trata de CONHECIMENTO do TOTALMENTE-OUTRO – ou seja, de Iahweh-Deus.

Geralmente quando se realiza um Congresso, os organizadores criam linhas temáticas e lemas, fugindo sempre das questões polêmicas. Poucos são os que dedicam o melhor do seu tempo para pesquisas sérias e alguém caso se aventure a entrar na discussão de afirmações bíblicas de duplo sentido e aparente contradição imediatamente é marginalizado.

Um exemplo que é um obstáculo de interpretação: “Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus {Iahweh-Deus} sofre violência e violentos se apoderam dele” {Mt 11,12} Você entende essa afirmação complicada que Jesus proferiu quando Ele falou sobre o mistério do Reino de Deus aos Doze?

Na profecia de Zacarias {É um oráculo que questiona a violência} relativo à Zorobabel. {NASCIDO NA BABILÔNIA, FILHO DE SALATIEL, DESCENDENTE DE DAVI, GOVERNADOR DE JUDÁ – O REINO DO SUL – NO PERÍODO PÓS-EXÍLICO DA ÉPOCA DA RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO «1º Cr 3,19; Ne 12,47; Ag 1,1,12 »}

O QUE DISSE IAHWEH-DEUS PELA BOCA DO PROFETA?

“Não pelo poder, não pela força, mas sim por meu Espírito – disse Iahweh dos Exércitos. Quem é tu grande montanha? Diante de Zorobabel é uma planície! Ele tirará a pedra de remate aos gritos: ‘Graça, graça a ela! ’ E a palavra de Iahweh {ORÁCULO} me foi nestes termos: ‘As mãos de Zorobabel lançaram os fundamentos deste Templo: suas mãos o terminarão. {E vós reconhecereis que Iahweh dos Exércitos me enviou aa vós} Pois

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quem desprezou o dia de pequenos acontecimentos? Que eles se alegrem vendo a pedra escolhida na mão de Zorobabel’” {Zacarias 4,1s} E mais: O capítulo 4 é a quinta visão: o lampadário e as oliveiras. Uma teofania que trás ao profeta coisas seculares mais representativas, porém de forma egnimática. “Que vês? – um lampadário todo de ouro... sete lâmpadas estão sobre ele... E junto estão duas oliveiras... uma à direita e outra à esquerda. {v.2b / 3} O profeta pergunta ao anjo: ‘ O que significam estas coisas, meu Senhor? ’ ‘ Não, meu Senhor! ’ {v. 4b -- 5} continuar,continuar

O que você conhece a respeito de Iahweh-Deus? Qual é a sua experiência do Divino? Precisamos nos apropriar do desejo de conhecer e conhecer de forma mais abrangente esse Deus que é o Deus que comanda a história da nossa vida.

Porém, a expectativa do ensaísta é que {Esta avaliação se transforme em um ensaio. Mas nunca se deve perder de vista que um ensaio é sempre é ALGO PROVISÓRIO para posterior estudo} e que o seu interesse pela leitura ou pelo que for escrito, seja apaixonante. A paixão, mal direcionada, circunscrita somente ao EROS nos levará a um afastamento perigoso de Iahweh-Deus.

Caso a leitura venha a lhe interessar ao leitor será beneficiado porque este ensaio não será montado apenas na verborragia.

O NOSSO PRIMEIRO PASSO SERÁ TRAZER À LUZ A A ORAÇÃO DE PAULO {Ef 3,21}:

“Aquele, cujo poder, agindo em nós, é capaz de fazer muito além, infinitamente além de tudo o que os filhos de Deus a Ele de joelhos pedir, ou conceber, a Iahweh-Deus seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações dos séculos dos séculos!”

{Versão BJ – com adaptação do ensaísta}

A GLÓRIA É EXCLUSIVAMENTE DE DEUS TENDO POR BASE O SALMO 115:

“Não a nós, Iahweh, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por teu amor e tua verdade! Por que diriam as nações: ‘ Onde está o Deus deles? ’” “O nosso Deus está no CÉU {O

céu é uma utopia alimentada pelo antigo Israel, mas Ele – Iahweh Deus – declara: “Eu habito em lugar alto {MONTE} e santo, mas estou junto aos abatidos e humildes, a fim de animar os corações abatidos. {...} Paz! Paz ao que está longe e ao que está perto, diz Iahweh, eu o curarei” O Deus que para a Filosofia é um Deus ausente da vida do seu povo porque é TRANSCENDENTE, mas para nós é um Deus sempre onipresente, caminhando lado a lado de forma IMANENTE {Não do jeito que a Filosofia entende a questão da imanência} mais sempre divinamente presente e nosso parceiro de todas as jornadas. Quem não acreditar nisso, vai correr para onde?

Na perícope narrada pelo hagiógrafo do Quarto Evangelho, temos sinais indicadores dos discípulos que ficaram escandalizados com Jesus, o Cristo:

{João 6, 66-71 – tradução do latim para o português fei pelo Pe João Ferreira de Almeida}{Edição revista e atualizada no Brasil, pela Sociedade Bíblica do Brasil}

No versículo 40 {Jo 6} Jesus, o Cristo apresenta-nos suas logias que tem início com a multiplicação dos pães, quando Ele anda por sobre o mar e quando se declara o PÃO DA VIDA lemos:

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“De fato a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele CRER, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”.

Isso irritou os judeus que murmuravam entre si {v. 41-59}, os discípulos ficaram escandalizados {v. 60-65} e muitos discípulos se retiraram. Interessa-nos os versos já citados {66-71}:

“A vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com Ele. Então peguntou Jesus aos Doze: porventura quereis também vós outros retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: ‘Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna: e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus’ Replicou-lhe Jesus: Não vos escolhi eu em número de doze? Contudo um de vós é diabo. Referia-se Ele a Judas, filho Simão Iscariotes; porque era quem estava para traí-lo, sendo um dos Doze”O Terceiro-Isaías trás ao ensaísta recordações da sua primeira infância. Sim, no meu tempo de criança, sacralizava-se o domingo. Os avos do ensaísta compravam o que era preciso para se consumir no domingo e nada que representasse trabalho era permetido, ou melhor, singnificava transgressão à Lei de Deus. Nada se poderia fazer aos domingos além de ir à ‘igreja’ e isto de terno e gravada para emitar o executivo americano. Na Escola Dominical na minha infância aprendi que deveria orar sentado na cama porque caso orasse deitado estaria pecando por desrespeito a Deus. Fazia-se muito jejum morfiticando-se a alma. A verdade é que os pobres já vivem em jejum permanente. Se não têm dinheiro para ir ao Sacolão ou ao Supermercado, o jeito é jejuar. Aqui entra o Teiceiro-Isaías 58,5-12 e isso tem uma direta ligação com a MISSIO EKKLESIA:

“Por acaso é este o jejum que escolhi; um dia em que o homem mortifique a sua alma? Por acaso a esse inclinar de cabeça como um junco, a esse fazer a cama sobre pano de saco e cinza, acaso é a isso que chamas jejum e dia agradável a Iahweh? Por acaso não consiste nisto o jejum que escolhi: em romper os grilhões da inuqüidade, em soltar as ataduras do jugo e pôr em liberdade os oprimidos e despedaçar todo o jugo? Não consiste em repartires o teu pão com o faminto, em recolheres em tua casa os pobres desabrigados, em vestires aquele que ves nu e em não te esconderes daquele que é tua carne?Se fizeres isto, a tua luz romperá como a aurora, a cura das tuas feridas se operará rapidamente, a tua justiça irá à tua frente e a glória de Iahweh irá à tua retaguarda. Então chamarás e Iahweh responderá, clamarás por socorro e ele dirá; continuar, continuar

Ao ensaísta, nada! O ensaísta é agradecido a Iahweh-Deus porque Ele – apesar de já ser octogenário – não é qualficado – sob o ponto-de-vista humano para fazer uma profunda avaliação do viu e ouviu por ocasião do Congresso em pauta. A EXPERIÊNCIA {do gr. EMPEIRIA e do latim: EMPERIENTIA}, significa: tentar, comprovar, assegurar-se, o que é igual a percorrer o objeto em todos os sentidos. Esta expressão em nosso idioma tem três semas: EX – PERI – ÊNCIA. Quem não tem experiência – por vontade própria ou opção de vida distante de uma realidade opressora estão na condição da canção de João Dias de Araujo {QUE ESTOU FAZENDO SE SOU CRISTÃO} – uma letra sábia e envolvente:

“Mílhões não sabem como escrever,Milhões de olhos não sabem ler,Nas trevas vivem sem perceberQue são escravos de outro Ser”

Reiterando: O ensaísta só servirá de instrumento ou intermediário do que o Iahweh-Deus determinou que o Seu Espírito elaborasse, ou seja, uma linha programática para a Comunidade da Fé Cristã a fim de que as escamas

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fossem extirpadas dos seus olhos e que fosse por Ele aprovado. Lembram dos caminheiros de Emaus? Estavam caminhando ao lado do Cristo, ressuscitado e não o reconheceram. No texto interporlado por um hagiógrafo lucano – igualmente inspirado pelo Espírito Santo – um estranho diálogo e narrado:

“{...} crescer na graça e no conhecimento” conforme a recomendação petrina {2º Pe 3,18} vai contribuir para o crescimento numérico da igreja {Quando o eclesiano cresce na graça e no conhecimento, além de credibilizar a FÉ CRISTÃ – paralelamente – pelo conhecimento ficará qualificado a realizar como sucesso a ‘MISSIO

DEI’ e ou a ‘MISSIO EKKLESIA’

Quando pensamos em ‘EVANGELIZAR’ devemos levar em consideração diversas facetas deste ato primordial na VIDA DA IGREJA CRISTÃ. Não basta vestir a ‘CAPA DE CRISTÃO’. Será preciso para ser fiel a VERDADE que é Jesus, o Cristo, vivenciar o EVANGELHO em todas as suas dimensões. Herdamos da TRADIÇÃO ORAL do que foi escrito em papíros e nas cavernas a HISTORICIDADE do nosso MITO FUNDANTE.

Como o universo inteiro – com todos os seus planetas e entre e planeta terra onde passamos – como um breve pensamento na afirmação so salmista:

“{...} acabam-se os nossos anos como um breve pensamento” {Salmo 90,9} ou conforme a versão da BJ: “{...} a vida passa como um suspiro.

O kairós de Iahweh-Deus é diferente do kairós humano

Não basta só plantar IGREJAS e abandoná-las a sua própria sorte. Evangelizar na verdade e levar o EVANGELHO para todos os segmentos da vida. Outro terrível mal é quando praticamos a EVANGELIZAÇÃO ou o EVANGELISMO – que são duas atitudes diferentes, mas têm a mesma filanlidade ou o mesmo pano-de-fundo com o extencionismos que o saudoso Paulo Freire, o maior pedagogo do mundo condena no processo educativo. Precisamos respeitar a etnia do evangelizando porque o que a sua religiosidade ou a sua forma de viver a vida não aconteceram por acaso. Iahweh-Deus, nas diversas culturas também se fez presente. Ah! Você não acredita nisso? Então você é um pobre coitado entensionista e via viver a sua vida pensando que é o o único poetador da verdade. Lamentável! Lamentável!

Precisaremos exaurir todas as nossas forças e a associarmos a um total despojamento, para isso o mito fundamental é este: Se estamos atormentados pela NOSTALGIA DA VERDADE e diante da nossa sob ponto-de-vista da realidade existencial estamos engasgados e consequentemente sufocados – ardentemente – só nos restará uma alternativa: buscar e perseguir, com desapossamento somado a uma forte e profunda dose de amor, a reversão dessa situação anômola, a necessidade de dar, CRENDO E COM FÉ, o com ardente desejo, mas sempre no espírito do que escreveu Sto Agostinho: “O desejo ora sempre; mesmo que a língua emudeça, se tu sempre desejas, certamente viveras em permanente oração”. A realização da FÉ CRISTÃ deve estar ligada ao CRER Para e a fim de que este algo importante em nossas vidas aconteça, devemos com tremor e temor, dar o...

“{...} GRITO DA SUBJETIVIDADE PARA O SEU DEUS” como afirmava Jacques Maritain {1882-1973}.

Caso não transitemos por este caminho, para nada vale a realização de Congressos, ainda que sejam oportunos e bem organizados, estaremos à luz da literatura sapiencial, ‘{...} correndo atrás do vento’ {Ec 2,17; 26}

O profeta Isaías, em sua primeira intervenção histórica contra os desmandos de Acaz, filho de Joatão, filho de Ozias, rei de Judá – que era o reino do Sul que estava sempre ameaçado pelo reino do Norte – Israel – pronunciou um oráculo que tem o seguinte desfecho:

“A cabeça de Efraim é Samaria e a cabeça de Samaria é o filho de Romélias. SE NÃO O CRERDES, NÃO VOS MANTEREIS FIRMES” {Is 7,9}

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Para melhor compreender a nossa realidade histórica – RELIGIOSA E SECULAR – precisaremos enfeitar os nossos corações, com as flores do campo para a FESTA DA VIDA e, colocar diante de nós – como um espelho – esta logia de Jesus:

“Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrarrá e sairá e encontrará pastagem. O ladrão vem roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância” {Jo 10, v. 9-10}

Neste mesmo capítulo {Jo 10, v. 16} Ele, Jesus – o Cristo, complenta o pano-de-fundo da Missio Dei:

“Mas tenho outras ovelhas que não são deste redil: devo conduzí-las também; elas ouvirão a minha voz; então haverá um só rebanho e um só pastor”

Nosso ponto de partida será trabalhar algumas pontuações mais importantes objetivando complementar {SEM

VAIDADES OU INSINUAÇÕES MALICIOSAS} o que ficou faltando – certamente pela via do ‘ INVOLUNTARIAMENTE’ – no Congresso de 2010.

Mesmo que os rivais gratuitos e antagonistas da IPU discordem, ao nome da dessa Igreja {ORGANIZAÇÃO ECLESIÁSTICA} e igreja {POVO DE UMA NOVA ALIANÇA, COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ E CORPO MÍSTICO DE CRISTO} que nasceu dentro de um clima de opressão e muita incompreensão, deveria ser somado ou acrescentado o nome de ‘EMANU-EL’ {HEBR. ‘EMANUEL} ‘DEUS CONOSCO’ ou ‘QUE DEUS ESTEJA CONOSCO’

Nome dado por Isaías à criança cujo nascimento é anunciado em Is 7,10-17.

O fundo da passagem – acima citada – é a crise de 735 a.C., quando Judá encontrava-se ameaçado por um ataque de Facéia, filho de Romélias, rei de Israel {737-732 a.C.}...

A História secular e a canônica vai identificar Jesus, o Cristo, em uma direta analogia com esse epísódio do AT e isso fica claro e explícito no v. 14: “Pois sabei que o Senhor mesmo vos dará um sinal. Eis que a jovem concebeu e por-lhe-á o nome de Emanuel” o que se liga a Mateus 1,23: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e Ele será conhecido pelo nome de EMANU-EL que traduzido significa ‘DEUS ESTÁ CONOSCO’”.

“A etimologia não oferece pistas para o significado do radical de El e Elohim; a maioria dos comentaristas e lexicógrafos creem que os termos designam poder, mas esta concepção é tirada do conceito de divindade mais do que da etimologia. O poder é certamente um componente básico na concepção da divindade.Os termos hebr. para o ser divino são « » « » « »

Tem um ‘ALGO’ que – obrigatoriamente – para sermos justos, devemos reconhecer ‘A PRIORI’: O Conselho Coordenador teve a capacidade de reunir em Xerém-RJ muitos irmãos e irmãs, jovens voluntariosos, de todas as partes da nossa Pátria, onde a IPU se faz presente. Devemos isso, em grande parte, ao esforço do Moderador Rev. Enoc. Não fora a exigüidade, ou melhor, o escasso tempo que estava disponível o ideal era ter avançado além da nossa expectativa. Particularmente – uma crítica construtiva que o ensaísta fará – a linha temática do encontro e o lema que nos foi oferecido pelo folder, foram – de certo modo – modestos e contraditórios.

Ainda na avaliação do ensaísta, nós perdemos grande oportunidade de fazer um melhor aprofundamento a fim de escolarizar os eclesianos que eventualmente estejam afastados, longe ou bem longe, da historicidade do protestantismo e do saber religioso e secular. Caso o ensaísta possa ajudar – na gratuidade e no amor – isso acontecerá prazerosamente. Voltando a questão levantada nos parágrafos anteriores:

O hagiógrafo mateano esclarece a teofania {ou sonho de José, esposo de Maria}: “José, ao despertar do sonho, agiu conforme o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em casa sua mulher. Mas não a conheceu até o dia em que ela deu à luz um filho. E ele o chamou com o nome de Jesus” {Hebr. YEHOSHÚ’A – QUE SINGNIFICA IAHWEH SALVA} O TETRAGRAMA do nome de Deus...

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{CONSOANTES «IHWH » E AS VOGAIS DE ADONAI, A-O-A CRIARAM O HÍBRIDO JEOVÁ. O SIGNIFICADO DO NOME,

ETIMOLOGICAMENTE, É MUITO CONTROVERTIDO. A LXX TRADUZIU-O POR ‘AQUELE QUE É’, E A VULG. ‘EU SOU QUEM SOU’ } ... que se origina de Josué, ou seja: Yehôshû’a. Por que esta pincelada histórica? Quem não conhece ou reconhece a sua matriz religiosa, ignora a HISTÓRIA. Um pensador nosso contemporâneo declarou:

‘A História se vinga daquele que a desconhecem, obrigando-os a repetí-la’

O pensamento acima combina com o que disse George Santayana {Seleções: ob. Cit.}:

“Os que não se lembram do passado estão condenados a repeti-lo”

O Ressuscitado nos oferece – a cada dia – ajuda, está sempre presente entre nós {“... onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome Eu ali estarei entre eles” – UMA PROMESSA QUE JAMAIS FUNCIONOU EM NOSSA VIDA COM DISSIMULAÇÕES} e pela sua MORTE E PAIXÃO, ou melhor, antes dela, o hagiógrafo da Escola Joanina registrou:

“Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. O ladrão vem só para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância. Eu sou o bom pastor: o bom pastor dá sua vida pelas suas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê o lobo se aproximar-se e foge, e o lobo as ataca e dispersa, e porque ele é mercenário e não se importa com as ovelhas. {Jo 10,11-14}

{Nota do ensaísta: “{...} e não se importa com as ovelhas” somente com dinheiro que resta no bolso dos inocentes úteis. Nas PASSARELAS DO ESTADO FEBRIL DAS NULTIDÕES, sem opções e sem alternativas temos assistido cenas deprimentes na Mídia «pelos MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL patrocinadas pelos ‘falsos profetas’}

MAS O QUE É A VIDA?

O Pe. Roque Schneider no opúsculo Viver é plantar e contruir, 6ª edição, Edições Paulinas, São Paulo, 1977, pg 15, ele escreve sob o tema: NA ESCOLA DA VIDA. Mas antes o texto de rosto do opúsulo: “AMIGO, desculpe que eu insista logo de saída: mesmo não sendo um artista da categoria de um Miguel Ângelho: Você é o engenheiro de sua vida, o escultor de sua própria personalidade.

Agora o mini-ensaio:

“Mesmo que você atinja a idade de cem anos, seja humilde e aberto, sempre: nunca deixe de aprender: Milhares de pensadores tentaram definir a vida. Estive pensando, pensando... E concluí que a vida é uma ESCOLA. Uma Escola de Engenharia. Uma Escola de Agricultura. Porque viver é PLANTAR e viver é Construir. A vida é uma escola. Sábia. Desafiadora. Original. Aprender, todos aprendem. Viver, todos vivem... mais ou menos. Uns vivem bem. Outros vivem mal. Há gente que roda nos testes pequenos, e outros levam bomba no EXAME FINAL. A vida é uma escola. Sábia. Diferente. Desafiadora. Original. Morremos no exato momento em que deixarmos de aprender”

VOCÊ ESTÁ MORTO OU VIVO?

Quando um Conselho Coordenador se reune e convida o povo para um Congresso e nele inclui os jovens – que são hoje a parte dinâamica da igreja – e estabelecendo como lema: “NÃO SÓ A ALMA DO MAL SALVAR.

TAAMBÉM O CORPO RESSUSCITAR” O que é alma? O ensaísta sabe que o Dr. Rev. João Dias de Araujo, autor da canção, tem uma conotação diferente sobre alma, diferente ao semtido sematológico que deram ao lema.

Avançar, colocando – sem sugestionabilidade – novos ‘OS BRAÇOS QUE FORAM AMPUTADOS’ da linha temática do encontro, será o perigoso desafio que o ensaísta vai enfrentar a fim de oferecer subsídios a quem se interessar em dar um salto de qualidade no seu saber. Não sei se terei condições humanas para realizar a tarefa

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proposta ou: propocionar. Não é o ensaísta com o seu ‘SABER HUMANO’ que irá qualificar o leitor. Isso é uma MISSÃO do Espírito de Deus.

A avaliação será feita e o ensaísta vai tentar despersonificar, ou seja, por uma questão de respeito aos leitores e aos organizadores do encontro que agiram no sentido de agregar valores, mas – como todos têm – eles também tiveram limitações as mais diversas. Não seria justo personificar ou pessoalizar em respeito ao que alguns especialistas chamam de uma NOVA ÉTICA, sim e porque a antiga ÉTICA FEUDAL terninou no século XVI e hoje o ensaísta desconhece se a NOVA EXISTE. Se ela existe está escondida no fundo do baú e não é aplicada na prática em uma sociedade cruel que segundo Baruch ou Benedictus Spinoza {1632-1677 – Séc XVII} se organizou tendo por base do egoísmo

“Foi o egoísmo que induziu os homens a se organizarem socialmente”Nestas pontuações o ensaísta vai focalizar subtemas da LINHA TEMÁTICA PRINCIPAL DO CONGRESSO, porém seguindo o pensamento de Neimar de Barros, autor do livro Deus Negro:

“Escrevo não aquilo que você quer ler, mas que precisa ler” {Adaptado pelo ensaísta}

Dizem as LÍNGUAS DESCARIDOSAS, GUIADAS PELO ADVERSÁRIO DE NOSSAS ALMAS, que a IPU é fraca, sem vida, sem crescimento numérico, et cetera... O que importa tudo isso se o Espírito de Deus é nosso parceiro? Sabemos como escreveu o hagiógrafo da 1º Epístola de João: “{...} o mundo inteiro jaz no malígno” {1º Jo 5,19}. Ele – o malígno não fica feliz com a sua felicidade. É a função dele para testar a nossa fé. Fez assim com Jó porque não faria conosco? Nós conhecemos – na mesma Epístola – qual é à verdadeira ‘FONTE DA FÉ’ {1º Jo 5,5-13} e vamos reproduzí-la ‘ipis litteris’: “Quem é o vencedor do mundo, se não aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus

Cristo, não com água somente, mas com água e sangue. E é o Espírito que testemunha, porque o Espírito é a Verdade. Porque três são os

que testemunham: o Espírito, a água o sangue, e os três tendem ao mesmo fim. Se aceitarmos o testemunho dos homens, o testemunho

de Deus é maior.

Pois este é o testemunho de Deus: testemunho que deu de seu Filho. Aquele que crê no Filho de Deus tem este testemunho em si mesmo. Aquele que não crê em Deus faz dele um mentiroso, porque não crê no que Deus deu em favor de seu Filho. E o testemunho é este: Deus nos a vida eterna e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho não tem a vida. Eu vos escrevo tudo isso a vós que credes que tendes a VIDA ETERNA”.

A vida eterna você – caro leitor – você não vai adquirir só na PARUSIA ou no momento ESCATOLÓGICO. Na proporção em que você fez uma opção – sincera – por Jesus, o Cristo, a SUA VIDA ETERNA JÁ ESTÁ GARANTIDA. Não se acredite em exegeses equivocadas. Na Cruz Jesus já fez a OBRA COMPLETA e isso Ele proclamou com todas as letras: ‘CONSUMMATUM ETS’ O ensaísta – do no seu tempo de conservador roxo – ainda se lembra de uma canção que todos cantavam com Fé – e eu acredito nisso – ser no sentido Comunitário para a IPU, já que sua letra é individualista como tudo depois da Reforma Protestante, da qual o ensaísta é descendente:

“Jesus me guia nos caminhos desta vida;Jesus me guia nos caminhos desta vida.

Apesar de pequenino,Jesus vem me guiar,

Jesus me guia nos caminhos desta vida”

Uma historióla contada pelo Frei Carlos Mesters, do livro Por trás das PALAVRAS, 2ª edição, Editora Vozes, 1975. Por trás das palavras, volume I, é um estudo sobre a porta de entrada no mundo da Bíblia, mas não é sobre ela que o ensaísta vai pedir de empréstimo a Carlos Mesters. Antes, porém, dois textos de rosto do livro:

“Sou só um sertanejo, nessas altas idéias navego mal. Sou muito pobre coitado... Eu quase que nada sei {É o caso do ensaísta} Mas desconfio de muita coisa. O senhor concedendo, eu digo: para pensar longe, sou cão mestre.

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– o senhor solte em minha frente uma idéia ligeira, e eu rastreio essa, por fundo de todos os matos, amém! ”{João Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas. Ed. José Olympio, Rio de Janeiro, 8ª ed. 1972, p. 14 e 15.

“Senti o perfume de uma idéia ligeira que o povo soltou e minha frente. Como cão-mestre vou rastreá-la, até atingir, se possível, a casa onde ela mora” {C. Mesters}

É isso o que objetiva fazer o ensaísta, se possível, em relação ao Congresso – XIXENAJOP, isto é: RASTREAR.

Vamos à historióla que o leitor poderá pensar: ‘O que isso tem de implicação com o Congresso?’ A resposta do ensaísta? Muita coisa. Leia com atenção e veja a intimidade com uma ‘PESSOA’ que você deve conhecer.

A HISTÓRIA DA FLOR – Introdução:

“Iniciei este livro, citando as palavras do sertanejo de Minas: ‘Sou só um sertanejo...”

Senti o perfume de uma idéia ligeira que o povo soltou em minha frente, e fui atrás. Como cão

Mestre tentei rastreá-la, até atingir

Foi essa idéia ligeira que me guio nos caminhos da perquisa, anos a fio, através do Brasil tendo como referencial maior to a Biblia. Iniciei a caminhada, bem abastecido. Não faltavam idéias, cursos feitos, diplomas obtidos, leituras e conselhos recebidos. Tudo isso muito me ajudou. Mas, na medida em que eu ia rastreando o perfume da idéia ligeira pelo fundo dos matos do sertão e da Bíblia fui me sentindo.Cabe aqui a pergunta: ‘Houve falha no planejamento da IPU?’ Os Princípios de Fé e Ordem são ótimos! Os eclesianos não entenderam a profundidade do acervo doutrinário ou a IPU os deixou só no papel? Esta e outras perguntas deveriam ser feitas no Congresso e discutidas exaustivamente. Mas esbarramos na plantação de Igrejas! O que o ensaísta sabe é o que J. Simões Lopes Neto escreveu em seus Contos Gauchescos e Lendas do Sul:

“Muita gente anda no mundo sem saber pra quê: outros vivem porque vêem os outros viverem”Outra pergunta do ensaísta para os leitores deste ensaio inspirada por empréstimo diversos ensaios, sob o tema EVANGELIZAÇÃO. {Da Revista Tempo e Presença, CEI «hoje Koinonia» - Suplemento, sob o tema mencionado neste parágrafo – 1/77 – Diretor-responsável do também saudoso Rev. Domício Pereira de Mattos, amigo do ensaísta e um bravo lutador pelo Direito e pela Justiça, e principal batalhador e defensor do Ministério Feminino «o ensaísta era também parceiro deste Projeto, com muita honra».

Este – entre outro – foi um dos motivos do nosso despojamento da IPB sob o comando da Hierarquia da Igreja, mesmo depois quando já estávamos libertos da opressão da época, ou seja, um manifesto assinado por 8 pastores que já tinham dado o Grito de Alforria, isso em 6 de junho de 1982 e foram acompanhados por 11 presbíteros regentes. A Assessoria Jurídica era constituída dos advogados Dr. Severino Pereira Fortes, Dr. José Carlos Ferreira Lobo e Dr. Carlos Palmer, que pela graça de Deus ainda está entre nós na peregrinação terrena.

O Lema?“{...} ONDE HOMENS DIFERENTES SEJAM CAPAZES DE AMAR E SERVIR AO MESMO SENHOR, E RESPEITANDO A

COMUNIDADE LOCAL” – ECLESIANOS DA IPB SEM CULPA}

Vamos aos ESTUDOS:

1 - de Paulo César Loureiro Botas

EVANGELIZAÇÃO: O JULGAR DO MUNDO “{...} quando os homens chegaram junto dele, disseram: João Batista enviou-nos para perguntar: Tu és tu aquele que está para vir, ou esperamos outro? Então Jesus respondeu: Ide e anunciai a João o que vistes e ouviste: os

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cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres anuncia-se-lhes o evangelho {Lc 7, 20-22}

Quando, atualmente, nos defrontamos com o desafio de responder ao que é evangelização, temos a sensação de que algo de muita responsabilidade e que exige muita coragem deve ser respondido. Quando, há tempos atrás, nos catecismos como nas nossas escolas dominicais ‘vendíamos’ a evangelização {Nota do ensaísta: E hoje a

evangelização não está à venda pelos televangelistas na Mídia?} a evangelização ‘segura’ e ‘corente’ nós nos sentíamos portadores de ‘verdades eternas e imutáveis’ na sua formulação lógica e metafísica.

Somos portadores de uma formação rígida e segura quanto aos seus conceitos. Falamos da ‘graça gratificante’ como se fosse alguma coisa capaz de ser medida e quantificada através da recepção ou não dos sac ramentos. Falamos de ‘atitude cristã ou não’ quando qualquer comportamento vem carregado de uma linguagem que soa bem familiar aos nossos ouvidos condicionados à segurança, de certas palavras que são quase uma senha ao reconhecimento dos cristãos: graça, sacramento, pecado, instrumentos de Deus, harmonia, servir fraterno, próximo, caridade, etc...

Nós ainda hoje estamos preocupados em como ‘transmitir Jesus Cristo’, como se Cristo dependesse, exclusivamente de nós cristãos, para realizar a sua salvação; como se Cristo tivesse a preocupação de que nós, cristãos, falássemos todo o dia, toda hora no seu para ele fosse anunciado.

Uma pergunta cabe nes momento: COMO CRISTO EVANGELIZA?

E a resposta vem clara no texto de Lucas:

Cristo evangeliza possibilitando uma mudança radical nas situações humanas, ou mais, uma situação nova, vital que implica uma nova ação no mundo e uma nova maneira de ver, de sentir, de ouvir, de viver e de exprimir as coisas.

Evangelizar, segundo Paulo César é dar NOME AS COISAS; é JULGAR AS COISAS; é DENUNCIAR OS IMPLICADOS NOS CRIMES CONTRA OS HOMENS; é COMPROMETER-SE COM O QUE SE DISSE; é ACREDITAR QUE A VIDA VENCE A MORTE.

2 – de João Dias de Araujo:

“A tarefa da evangelização da igreja {Obs. do ensaísta: Comunidade da Fé Cristã, Povo de uma Nova Aliança e Corpo Místico de Cristo} começa, pois, com o anúncio das ‘Boas Novas’ de que o Reino de Deus é chegado. A tarefa da igreja é convidar todos os homens a viver debaixo da Soberania de Deus, porque Ele é o Senhor de toda a realidade.

A obra da evangelização estava dentro do plano geral do estabelecimento do Reino de Deus na terra. A igreja tem que encarar a evangelização neste sentido. Os Evangelhos afirmam que quando Jesus evangelizava estava pregando e estabelecendo o Evangelho do Reino. Devemos reformular hoje o conceito bíblico de Evangelização. Vamos consideraralguns aspectos:

1 – EVANGELIZAR É PROCLAMAR O REINO DE DEUS.

A primeira tarefa é esta: “Dirigindo-vos a elas, proclamai que está próximo o Reino dos Céus” {Obs do ensaísta. O Evangelho de Mateus era direcionado para os judeus e como eles não poderiam usar o nome Iahweh-Deus em vão, o hagiógrafo por essa razão usa a expressão Céus que tem o mesmo significado de Iahweh-Deus.} – Mt 10,7. Foi essa a ordem de Jesus aos doze discípulos. A sua ordem para os setenta foi: “Não passeis de casa em casa. Em qualquer cidade em que entrardes e fordes recebidos, comei o que vos servirem; curai os enfermos que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’ ”{Lc 10,8-9 o ensaísta usou a versa da BJ} Ele mesmo deu exemplo

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quando iniciou as suas pregações dizendo: ‘O tempo está cumprido, O Reino de Deus está próximo, arrependei-vos e crede no Evangelho’ {Mc 1,15}

O que os cristãos têm feito é separar o que não se deve separar, por isso a evangelização tem caído em quatro extremos errados.OPRIMEIRO é aquele que considera a evangelização apenas com proclamação verbal, como pregação separada do homem {...}O SEGUNDO extremo em que tem caído a obra da evangelização está na atitude de pensar que a igreja deve humanizar sem proclamar {...}O TERCEIRO extremo se localiza entre as duas primeiras posições, e pode ser sintetizado nas seguintes palavras: ‘Vamos pregar a tempo e fora de tempo, se der tempo, vamos cuidar dos problemas sociais e da promoção do homem’ {...}O QUARTO extremo tmbém deve ser evitado. Ele se resume nas seguintes palavras: ‘Vamos humanizar primeiro e, quando a sociedade estiver evoluída e ideal, então podceríamos pregar o Evangelho.

O ensaísta – fugindo por opção particular da regras gramaticais modificadas – usará uma LOGOTECNIA {ciência da significação e emprego das palavras: do gr. LOGOS+TECHNE} apropriada para o presente ensaio.Além disso, o ‘CONSUETO EST ALTERA LEX’ ou seja: o costume é outra lei, o costume tem força de lei será somado a esta idéia, a palavra de Horácio {usada no início deste ensaio} não admite qualquer tipo de especulação: ‘LUS EST NORMA LOQUENDI’ – o uso é a norma do falar. A maneira de falar {o uso} se transforma em regra, em direito. Mas tudo será feito ‘DEO FAVENTE’ – com o auxílio de Deus.

O ensaísta não é mais perfeito do que os outros irmãos ou ‘ irmãos’, mas – sem perfeccionismos – tudo fará para oferecer o melhor para os leitores. Alguém poderá pensar: ‘Mais {Você tem o direito de escolher: mais ou caso

deseje: mas} este ensaísta é um presunçoso e não é nada humilde!’

O ensaísta não tem conhecimento histórico se a hagiografia do AT ou o povo de Israel, quando buscou no túnel do tempo, uma explicação para a sua existência e procurou construir – a partir da Tradição Oral ou nas Escritas das Cavernas – um {Cânone – do gr. KANON, do hebr. QAMEH, ‘CANA’ usada como instrumento de medição; portanto

‘medida’ ou ‘norma’ - Nas quatro vezes que aparece no Novo Testamento, o termo significa um campo ou setor apostólico «2 Co 10,13-16» ou afirmação comum de um ponto doutrinário «Gl 6,16» No uso eclesiático o termo logo passou a designar a norma de fé, isto é, a afirmação do dogma cristão, seja em sua totalidade, seja em alguns aspectos; por essa razão, as definições dos concílios eram chamadas ‘cânones’. Também os regulamentos disciplinares das autoridades – ou hierarquia –

eclesiásticas, passaram a ser chamadas cânones, isto é, ‘regra’ de vida. A parte fixa do culto, que se distingue das partes

variáveis segundo os tempos e as festas «liturgias?», também chamada ‘cânone’. A palavra ‘cânone’ significa ainda

‘relação’ ou ‘enumeração’; nesse sentido, o ‘cânone’ da Bíblia significa a relação acreditada dos livros contidos na

Bíblia} sim, não se sabe se eles tinham o habito de consultar os motes populares {VOX POPULI, VOX DEI – FONTE: Dicionário Bíblico, Paulus, 1984, S.Paulo, de John L. McKenzie, S.J. adaptado pelo ensaísta para a linguagem protestante}. Um mote popular ninguém sabe quem fez ou quando começou. Quem já não ouvir dizer que ‘A pressa é inimiga da perfeição?’ Pois bem! Jesus, o Cristo, em uma de suas logias, determinou que cada um de nós, deverá buscar com muita agudeza de espírito a perfeição:

‘{...} Portanto, deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito’ {Mt 5,48}

Na hipótese do surgimento de uma pergunta que lhe induzisse a fugir da rotina o do ‘CONSENSUS

OMNIUM’ {O CONSENSO DE TODOS}, como por exemplo: ‘Qual é o verdadeiro caminho da salvação cristã?’ qual seria a sua resposta? Paulo tem uma opinião que contraria a voz da ortodoxia e muitas das afirmações da hagiografia do «corpus paulinus» sobre o CAMINHO DA FÉ CRISTÃ são constituídos por escritos atípicos. Ele não criou arquétipos inconseqüentes, e nem foi considerado um HERESIARCA {somente os escribas e os fariseus pensavam dessa forma}, mas entre os apóstolos foi aquele que

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trabalhou as Logias de Jesus, o Cristo, teologicamente à semelhança do que fez João no Quarto Evangelho. Na carta que escreveu aos filipenses {3,1-21} nós lemos:

“Finalmente, irmãos, regozijai-vos no Senhor. Escrever-vos as mesmas coisas não me é penoso e é seguro para vós. Cuidado com os cães {Epíteto que os judeus davam aos gentios e que Paulo a eles aplica ironicamente – Nota de roda-pé da BJ}, cuidado com os maus operários, cuidado com os falsos circuncidados! Os circuncidados somos nós, que prestamos culto pelo Espírito de Deus {Cf. a variante da Vulg.: ‘que servimos a Deus em espírito’} e nos gloriamos em Cristo Jesus e não confiamos na carne. Aliás, eu poderia, até confiar na carne. Caso algum outro pense que pode confiar na carne, eu ainda mais: circuncidado ao oitavo dia, da raça de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu filho de hebreu, quanto à lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da Igreja; quanto à justiça que há na Lei, irrepreensível. Mas o que era para mim fonte de lucro eu o tive como perda, por amor de Cristo. Mais ainda: tudo eu considero perda, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por ele eu perdi tudo e tudo tenho como esterco, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo a justiça da Lei, mas a justiça que vem de Deus, apoiada na fé, para conhecê-lo, conhecer o poder da sua ressurreição e a participação nos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte, PARA VER SE EU ALCANÇO A RESSURREIÇÃO DE ENTRE OS MORTOS. NÃO QUE EU JÁ O TENHA ALCANÇADO OU QUE JÁ SEJA PERFEITO, MAS VOU PROSSEGUINDO PARA VER SE O ALCANÇO, pois que também já fui alcançado por Cristo Jesus. Irmão, eu não julgo que eu mesmo o tenha alcançado, mas uma coisa eu faço: esquecendo-me do que fica para trás e avançando para o que está diante, prossigo para o alvo, para o premio da vocação do alto {não seria o Calvário}, que vem de Deus em Cristo Jesus. Portanto, todos nós que somos

‘PERFEITOS’, tenhamos este sentimento, e, se em alguma coisa pensais diferente, Deus vos esclarecerá. Entretanto, qualquer que seja o ponto a que chegamos, conservemos o rumo”Isso muda alguma coisa em relação a sua concepção sobre o VERDADEIRO CAMINHO DA SALVAÇÃO CRISTÃ? Precisamos repensar alguma coisa diante dessa afirmação paulina? Você é melhor ou pior do que Paulo?

No ‘Corpus Paulinus’ – Paulo ou o hagiógrafo de sua Escola – têm teorias inovadoras. Como somos salvos?

A resposta paulina não se preocupa com as Logias de Jesus, o Cristo, dos Sinóticos ou do Quarto Evangelho Ele sinaliza uma ‘CHAVE-DE-LEITURA’ para o homem encontrar-se com a salvação. E na citada perícope logo a seguir, SALVAÇÃO – não em um sentido dual – o hagiógrafo na carta aos romanos {8,22-25} mostra-nos o anseio de todos em seu significado ESCATOLÓGICO:Qual é a expectativa paulina?

‘É EM ESPERANÇA QUE SOMOS SALVOS’Aos romanos {8,24-24} trabalha em função de uma certeza:

“Pois nossa salvação é objeto de ESPERANÇA; e ver o que se espera não é esperar. Acaso alguém espera o que vê? E se esperamos o que não vemos, é na perseverança que o aguardamos”No opúsculo de Jean Van den Eynde, sob o título {CONVERSANDO SOBRE A ORAÇÃO – Oração e vida – Viver a oração}

“Pediram-me para reletir com vocês sobre o tema ‘ORAÇÃO E VIDA’. De fato, acho que se trata de algo muito importante porque uma das objeções contra a renovação que se ouve mais freqüentemente é de que a oaração carismática, hoje – antes era a oaração pura e simplesmente –, desmobiliza os compromissos humanos. Ela seria uma espécie de fuga diante da vida, uma espécie de droga que nos levaria a passar ao largo das realidades.Não podemos silenciar a respeito de tais objeções; elas bem que podem ser reais: alguns buscam, na oração pessoal ou numa reunião de oração, uma fuga ou um clima que, durante um bom período de tempo, consiga dopá-los, drogá-los ou insensibilizá-los em face dos problemas e dos sofrimentos da vida.

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QUE É UMA ORAÇÃO CAPAZ DE TRANSFORMAR MINHA VIDA? – Tudo o que vou dizer vale para a oração pessoal quanto para a oração comunitária.É bom que recordemos, antes de começarmos, que A VERDADEIRA ORAÇÃO CONSISTE PRIMORDIALMENTE EM A PESSOA COLOCAR-SE DIANTE DE DEUS.Pelo fato de realizarem isto, muitas orações pessoais ou de grupos são estéreis: as pessoas se encontram diante de idéias; cada uma vê diante das outras e o que quer fazer são belas orações... Isto não serve para nada! É preciso primeiramente colocar-se diante de Deus.‘Não oreis como os fariseus, diz Jesus, que oram uns diante dos outros, reparando o efeito que isto produz’...‘Fiz uma bela oração! Que sentido pode isto ter?’...‘ Oh! Foi uma excelente reunião de oração!’... Com base em que você diz isto?UMA BOA ORAÇÃO É UMA ORAÇÃO QUE TRANSFORMARÁ A MINHA VIDA, PORQUE DEIXEI QUE DEUS FIZESSE EM MIM AS MUDANÇAS QUE DESEJAVA.A ORAÇÃO NÃO CONSISTE NO QUE EU DIGO, MAS NO QUE DEUS REALIZA EM MIM QUANDO EU ME DEIXO CONDUZIR POR ELE.PORTANTO, É NECESSÁRIO, ANTES DE TUDO OU DE MAIS NADA QUE EU ME COLOQUE DIANTE DE DEUS:‘NÃO OREIS COMO OS PAGÃOS, QUE ORAM EM FUNÇÃO DO MUNDO E BASEADOS EM NECESSIDADESTERRENAS’Esta oração diante de Deus precisa ser verdadeira. E, para que o seja de fato, deve necessariamente conformar-se a certas exigências que vou descobrindo através da história da oração na igreja. Vou apresentar-lhes isto usando ícones {O termo ícone é aqui empregado no sentido de uma epifania de Deus através de uma humanidade. Nota de roda-pé do autor} Vejo a primeira exigência realizar-se plenamente em Maria {THEOTOKOS, MATER DEI - Mãe de Deus}

Maria não se serve de Deus! ‘Eis a serva do Senhor’ Foi ela que ao receber o Anjo, na Teofania a que foi entregue quando recebeu a notícia do nascimento de Jesus, disse: Fiat = Faça-se conforme a tua vontade, por isso foi chamada de bem-aventurada”Mas em outra ocasião Paulo mostra o CAMINHO para o carcereiro de Filipos {Uma cidade ao NO. da Macedônia, no golfo de Neápolis + ou – a cerca, de 13 km do mar situada numa planície cercada por montanhas. Quando foi visitada por Paulo e Silas, segunda viagem missionária, em resposta a um sonho que Paulo teve em Troade {At 16, 9-12}. «Barnabé, que tinha se mostrado, fraco não era mais o companheiro de Paulo. Paulo tomou Silas como seu parceiro {At 15,37ss} ».

Pois bem: “Certo dia, – relata o hagiográfo desse episódio referindo à palavra de Paulo – quando íamos para a oração veio ao nosso encontro uma jovem escrava que tinha espírito de adivinhação, ela obtinha muitos lucros para os seus amos, por seus oráculos... {resultado: Paulo a curou pela graça de Deus e o amor ao dinheiro ao dinheiro que não entrou cena, ficou perturbado} ‘Em nome de Jesus Cristo, eu te ordeno que te retires dela. E na mesma hora saiu. Vendo seus amos que findara a esperança dos seus lucros {...}

{Hoje vemos nos Meios de Comunicação Social e conseqüentemente na Mídia as massas desiludidas, sem rumo e sem alternativas neste mundo em crise e profunda recessão, buscando soluções, que na verdade são instrumentos de fuga de uma realidade cruel em que estão vivendo. Os aproveitadores de ontem estão aí conquistando grandes lucros, tudo isso em nome de Jesus como esse nome pronunciado fosse uma PALAVRINHA MÁGICA. Na sua experiência de clérigo o ensaísta já viu e ouviu muita gente orando e usando no final o nome de Jesus de forma equivocada. Quando Jesus disse que tudo o pedirmos, devemos pedir em seu Nome Ele queria ensinar que quando oramos devemos ter com Ele uma cumplicidade. Sim o Cristo que nos autorizou a pedir em SEU NOME. Entretanto nossa forma orar e uma forma enganadora, gerenciados muitas vezes pelo egoísmo que obrigou Paulo dizer:

“Assim também o Espírito socorre a nossa fraqueza. Pois não sabemos o que pedir como convém; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis, e aquele que perscruta corações sabe qual o desejo do Espírito; pois, é segundo Deus que ele intercede pelos santos” {SANTOS: separados para...} E então sua oração é perfeita? Paulo diz que não! E agora? – Rm 8,26-27.

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“Pois sabemos que a criação inteira {também os irracionais? O ensaísta não é um bom exegeta, mas os leitores que são peritos na hermenêutica sagrada – e essa é uma marca que eles herdaram da Reforma Protestante – podem ajudá-lo} geme e sofre as dores de parto até o presente. E não somente ela. Mas também nós, que temos as primícias do Espírito {Paulo desfaz a idéia de que as primícias do Espírito, só pertença, a grupos privilegiados}, gememos interiormente, suspirando pela redenção do nosso corpo. {sobre a questão do corpo um texto da Ivone Gebara será usado dois parágrafos mais à frente} Pois nossa salvação é objeto de esperança {salvação em seu sentido escatológico?}; e ver o que se espera não é esperar. Acaso alguém espera o que vê? E se esperamos o que não vemos, é na perseverança que o aguardamos” {AFIRMAÇÃO DO CORPUS PAULINUS USADA NAS CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES DO ENSAIO}

Sobre a ESPERANÇA um texto do caderno Rede do CLAI de fevereiro de 1994, de Juan Damián, na ocasião Secretário de Evangelização do CLAI, preparado para a Assembléia de Concepcion, Chile, janeiro/fevereiro de 1995. O título? A ESPERANÇA NÃO SE EXPLICA: SE ESPALHA POR CONTÁGIO:

“Sempre me recordo daquela pobre e humilde mulher que, durante um estudo bíblico, deu a melhor lição de interpretação dos textos sagrados. O orientador do estudo, perito em Apocalipse, numa posição de quem corre o risco de cercear o vento do Espírito, perguntou se os presentes tinham compreendido os códigos e símbolos do texto que acabara de ser lido.A mulher, de forma sincera e corajosa, respondeu: ‘Não sei se de fato entendi, porém, me sinto reconfortada ao ler este texto. Sinto mais vontade de viver, de continuar lutando, me dá forças’ {...}

O ENSAÍSTA INTERPOLA AQUI UM PARÊNTESIS:

Aparece agora no SELF do ensaísta {Si-mesmo, o arquétipo da totalidade e o centro regulador da personalidade que Jung, chama também de {–MENTE CONSCIÊNTE–} a perícope do cego de nascença quando os discípulos de Jesus ao presenciarem que o cego tinha sido curado, perguntaram ao Mestre: “Rabi, quem pecou, ele ou seis pais, para que nascesse cego?” Jesus respondeu: “Nem ele nem seus pais pecaram, mas é para que nele sejam manifestadas as obras de Deus”.

Mas a história não para por aí.

Os judeus ficaram indignados e com muito ódio e questionaram – novamente – aquele que fora cego: “Chamaram, então, uma segunda vez, o homem que fora cego e lhe disseram: ‘Dá glória a Deus! Sabemos que esse homem é pecador’”. Respondeu ele: ‘Se é pecador, não sei. Uma coisa eu sei: é que eu era cego e agora vejo’ {Jo 9,1s}

Fechado o parentesis

{...} Isso é o que eu desejaria para esta Assembléia. Que todos saíssemos com vontade de viver, de continuar lutando, de sentir a força envolvente e inquebrantável da esperança. Que, a exemplo de Jesus, não percamos tempo em explicá-la, mas aproveitemos o máximo do tempo para fazer com que ela contagie outras pessoas.Afinal de contas, por que nos reunimos? Para os evangélicos ou protestantes com etiqueta ecumênica, exibir o nosso poder diante dos outros? Para medir nossa força de oposição num continente catolicizado? Para exibir carteira de identidade, de promoção, depois de – durante décadas – termos jogado em divisões inferiores?

Eu creio pura e exclusivamente como Pedro. Nós nos reuniremos para ‘dar razões da nossa esperança’. Por isso, cuidado! Não iremos à Assembléia {do CLAI} para comprar ou mendigar esperança. Não. Vamos a Assembléia com a esperança que temos para compartilhar. Esse é o convite intransferível, que gratuitamente recebemos do Senhor. {O ensaísta fica pensando: ‘Será que aqueles que estiveram no Congresso-XIX ENAJOP tiveram este espírito?} Porém, de maneira alguma a questão terminaaqui! No lugar de partilharmos medalhas ou bandeiras, faremos intercâmbio de experiências. Medalhas fariam bem às pessoas do

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Rotary ou do Lions Club. Não ficariam bem para nós que assumimos, diante de nossos povos, o compromisso de dar razão da esperança que temos.

E aqui, não se trata de dar razões da razão da esperança, mas sim dar razões do coração da esperança. Não se trata de argumentos intelectuais, de memorizarmos a esperança de Moltman, Jon Sobrino ou Gustavo Gutierrez para depois a vomitarmos em palavras e gestos. Se trata da grandeza de minha pobre e pequena esperança, de nossa esperança, tão frágil e minúscula como a semente de mostarda ou uma medida de fermento.

O desafio maior que temos a enfrentar, meus irmãos e minhas irmãs não é de um voluntarismo masoquista, como podem fazer os gatos que vão morrer em uma luta. Isso seria desespero, mas não um sinal de esperança.

Não temos por que explicar a esperança. Esse comportamento bem que poderíamos deixar às pessoas do Primeiro Mundo. Elas não têm necessidade, nem gosto, nem sede de esperança. São insípidas. Elas têm tempo, idéias, palavras, porém não têm a experiência da esperança. Este não é o contexto de uma de saciedade. Não é também, da fartura do presente. Tudo isso eles possuem – sobejamente – com muita abundância certamente em detrimento dos mais pobres ”{ESTE ÚLTIMO PARÁGRAFO FOI ADAPTADO PELO ENSAÍSTA}

Ainda sobre a ESPERANÇA

E aqui, o ensaísta insere – sobre o mesmo assunto – do Boletim da Igreja Presbiteriana Unida de Jacarepaguá, de {30 de novembro de 1997} do saudoso Rev. Carlos Cunha – na ocasião o ensaísta e o Rev. José Bitteencourt Filho – compunham o Colégio Pastoral da citada Igreja – sob o título viver na esperança de Friedrich Heer – Catolicidade de ontem e de amanhã, Leituras do povo de Deus, 1973:

“{...} Tantos corpos e estruturas ainda por descobrir, tantas cores desconhecidas, tantas formas, tantos perfumes e sons! Essa natureza que se revela como ‘virtualidade’, espera em obediência {não dizia S. Weill que a substância da matéria é a obediência?}, essa natureza é a imagem da condição real da humanidade e de cada indivíduo; porque o ser humano, uma vez libertado de suas angústias e de sua necessidade instintiva de se afirmar e de iludir-se a si próprio, ele é também espera.

O mundo vive na ESPERANÇA, o homem também: tanto o agitador político que provoca a greve, como representante de comércio ou o chefe poderoso, tanto o pesquisador e o sábio como a menina ou o exilado longe da pátria; todos trabalham, produzem, vivem, porque todos têm ESPERANÇA, porque o próprio ser humano é uma ESPERANÇA de uma vida melhor.

Mas, podemos realmente viver na ESPERANÇA? E como? Todo o destino do homem se decide aqui. Alguns pensarão que essa ESPERANÇA não é mais que um sonho, uma imagem vã, uma quimera.

O que não esperaram os cristãos da Europa, e com eles, os não-cristãos nestes cento e cinqüenta anos? Tantos sonhos no ar levados nas ondas de sangue nos campos de batalha!

Viver, porém, na ESPERANÇA é trazer um fruto por chegar, unicamente vive na ESPERANÇA aquele concebeu. Isto é uma exigência que os homens amedrontados e pouco maduros recusam nervosamente: querem produzir, criar, pensar e ser senhores de sua vida, querem dar à luz, porém sem terem concebido e trazido, por longo tempo, em si mesmos o seu próprio fruto; querem o conhecimento, mas sem procurar quiná-lo. A vida dos sentidos é um meio de tudo atrair a si m esmos; a fé, uma maneira de dominar; amar é exigir...

E, porque os homens da Europa tiveram medo de viver na ESPERANÇA, nossa civilização moderna se entorpeceu oprimida e paralisada pela angústia, pelas psicoses, pelas obsessões, ctc. E o mundo perdeu a alegria e a liberdade {...} ”

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Sobre a ESPERANÇA – mais à frente – o ensaísta fará novas abordagens. No nosso modo de entender, sem ESPERANÇA a vida fica vazia e sem qualquer tipo de motivação. Mais não se assustem se as pontuações são muito abrangentes. Até aqui, 20/09/2011, já foram digitalizados 344.460 caracteres e 64.160 palavras, mas o ensaísta vai sacrificar o conteúdo do ensaio e circunscrevê-lo apenas as pontuações.

Esta supressão tem por finalidade viabilizar a leitura que terá como pano-de-fundo, Ecos do Congresso-XIXENAJOP. Portanto – mais uma vez – não se assustem. Repaginar o que já foi feito e dentro da linha do anacronismo, não é uma tarefa muito fácil. Provavelmente a mesma dificuldade, com apenas uma variante, do que enfrentaram os hagiógrafos do Canon do AT e do NT que contaram a história de um povo escolhido feita em mutirão. Assim são as Escrituras Sagradas um povo que no AT recebeu a MISSÃO de universalizar o nome de Iahweh-Deus entre as nações e do NT que se organizou em Igreja Cristã e – através dos seus eclesianos – recebeu a MISSÃO de:

“Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que eu estou {Note bem: O Cristo não disse: ‘E eis que eu estarei’} convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” {Mt 28,18b-20}.

O anacronismo incomoda não motiva a leitura, principalmente para quem despreza a HISTÓRIA. Não será por este motivo que o ensaísta vai desistir de escrever e, particularmente quando se está fazendo uma avaliação de um Congresso que reunião irmãos e Igrejas da IPU no Brasil inteiro.

É bom também anotar: a MISSÃO não é extensionista. A ‘ MISSIO DEI ’ é determinada pelo Espírito de

Deus. É por este motivo que o ensaísta se arisca em afirmar que nem sempre a ‘ MISSIO EKKLESIA ’ é a ‘ MISSIO DEI ’. O que muitos entendem por projeto evangelístico, Jesus, o Cristo, chama apenas de pregação e em nenhum momento encontramos em sua Logia insinuações e que uma atividade de catequetica e de conquista, deveriam ser realizados, a finalidade particular em criar prosélitos. O ensaísta acredita na salvação eterna dos índios, porém nada impede que a igreja exerça o seu papel e vá ao encontro deles – sem sufocar a suas etnias – pregar o Evangelho do Reino, mas {Dentro do espírito do Oráculo de Isaias:55,10-11}e ensinar – trabalho de conscientização. Mais uma vez é oportuno citar:

“O Anjo do Senhor dirigiu-se a Filipe e lhe disse: {Uma Teofania? Certmente que sim} ‘Levanta-te e vai ao meio-dia {ou para o lado do sul}

O ensaísta teria mais a dizer: Muitos credos foram criados. Precisaríamos avaliá-los, mas ... Este ensaio não vai inovar mais o ensaísta quer deixar claro algo que para eles – dentro do contexto de cada credo – que ‘ Não crê no JAVÉ-TRIBAL, mas crê de uma forma inabalável, no SENHOR DE GRAÇA e isso faz a diferença’

SUGESTA PARA A LEITURA DESTE ENSAIO

A leitura só se tornará produtiva é oportuna caso três atitudes importantes e necessárias sejam assumidas: 1} Fazer uma boa ‘ eiségesis’ {QUE CONDUZ PARA DENTRO};

2} De igual modo será preciso fazer uma consciente ‘exegese’ {QUE CONDUZ PARA FORA, QUE TIRA}

3} Fazer pensar é algo que o ensaísta tentará neste ensaio, seguindo a linha do pensamento de Pierre Menard – 1766/1844, RESPECTIVAMENTE SÉC XVIII E XIX – escritor francês:

“Pensar, analisar, e inventar não são em atos anômalos, mas a normal respiração da inteligência”

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Além do pensamento em foco, ainda poderíamos citar o ‘COGITO, ERGO SUM’ que podemos literalmente traduzir como: ‘PENSO, LOGO EXISTO’ que é entendido como uma verdade firme e assegurada, de que não se pode duvidam, ou seja: o ‘SITZ IM LEBEN’ do cartesianismo. O ‘PENSO, LOGO EXISTO’ é um cogito que não esvazia o ‘consensus omnium’. Porém... Sempre existe um porém.

“A verdade firme e assegurada é Jesus, o Cristo”Ao pensamento de Pierre Menard, poderíamos somar o de Francis Bacon {1561-1626} filósofo inglês:

“A leitura torna o homem completo; a conversação torna-o ágil; e o escrever dá-lhe precisão”Esta é a proposta do presente ensaio. O ensaísta estará fazendo – paralelamente – um ‘Check-Up’ da Fé Cristã em todos os ramos do cristianismo. Caso seja isto que você está esperando, fique antenado.

Para animá-lo – caro leitor – é sempre oportuno repetir Fernando Pessoa, o poeta português que escreveu algo para a posteridade que tem uma profundidade impar:

“TUDO VALE À PENA SE A ALMA NÃO É PEQUENA”

O CONGRESSO TEVE QUALQUER TIPO DE INFLUÊNCIA ENTRE OS CONGRESSISTAS?

Todo Congresso tem um TEMA PRINCIPAL e homeomorfo SUBTEMAS que seriam considerados os braços que complementariam a palavra que não foi dita, mas no entender do ensaísta faltou um LEMA. A canção do competente amigo e colega Reverendo Dr. João Dias de Araujo, que aparece no folder bem que poderia ser utilizada como pano-de-fundo do encontro. O LEMA?

O ensaísta usaria a canção de Jaci Maraschin {†} como o lema do encontro:

«Deus chama a gente pro momento novode caminhar junto com o seu povo

é hora de transformar o que não dá mais,sozinho isolado ninguém é capaz

Por isso vem entra na roda com gentevocê é muito importante, vem!!!» {bis}

Na Índia os GURUS são conhecidos como mestre da vida interior. Eles se consideram guias ou líderes espirituais que à sua volta dominam seguidores e, via–de–regra fanáticos.

Fernando Pedreira em seu Quebra-Cabeça, pg. 33, declara:

“Antigos gurus, velhas fidelidades, lideranças carismáticas, crenças ideológicas. Talvez seja preciso o advento de uma geração nova a fim de que as coisas velhas afinal sejam arquivadas definitivamente e sepultadas para dar lugar ao Espírito de Deus que – segundo o visionário da Ilha de Patmos, repetindo {João 16, 13} vai nos conduzir a Verdade Plena que só ocorrerá dentro do kairós de Deus” {Adaptado}E mais: Jesus, o Cristo, no êxtase de João do Apocalipse, sinalizou duas asseverações importantes:

“Eis que faço novas todas as coisas”“Sim! As coisas antigas se foram”

{Ap 21, 4b; 5b}Pedreira fala de crenças ideológicas. Isso existe? O que é ideologia?

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Sim porque IDEOLOGIA é a ciência da formação das idéias; conjunto de convicções religiosas, filosóficas, jurídicas, sociais e políticas, relacionadas com a situação social dos seus representantes dentro da sociedade; modo de pensar peculiar a um grupo ou classe social. {Do gr. idea+logos}

Ainda sobre a idéia:

Você – caro leitor – também faz HISTÓRIA. Mas para mudá-la e fazer novos os fundamentos da nossa vida, você precisará agir para derrubar dos ‘PULPITOS INSTALADOS NA MIDIA’ os falsos profetas. Jesus, o Cristo, sinalizou em duas logias que eles ocupariam o nosso espaço:

“Atenção para que ninguém vos engane. Pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘ O Cristo sou eu’ e enganarão a muitos. {Nota de roda-pé da BJ: ‘Antes do ano 70 d.C., houve aventureiros que se fizeram passar por Messias’} Haveis de ouvir sobre guerra e rumores de guerras. Cuidado para não vos alarmardes. É preciso que aconteçam, mas ainda não é o fim. Pois se levantará nação contra nação e reino contra reino. E haverá fome e terremotos em todos os lugares. Tudo isso será o princípio das dores. Nesse tempo, vos entregarão à tribulação e vos matarão, e sereis odiados de todos os povos por causa do meu nome. E então muitos ficarão escandalizados e se entregarão mutuamente e se odiarão uns aos outros. E surgirão falsos profetas em grande número e enganarão a muitos. E pelo crescimento da iniqüidade, o amor de muitos esfriará. Aquele, porém, que perseverá até o fim, esse será salvo”. {Sentido dual da expressão: salvo?!!!}.

Pois hão de surgir falsos Cristos e FALSOS PROFETAS, que apresentarão grandes SINAIS E PRODÍGIOS, DE MODO A ENGANAR, SE POSSÍVEL, até mesmo os eleitos. Eis que eu vo-lo predisse” {Cf. a hagiografia

do hagiégrafo da Escola Mateana, MT 24,4-14; 23.}

No início os que faziam parte da IPU, ficaram empolgados. AFINAL ELA SERIA UMA NOVA FORMA DE SER IGREJA. Entraram na RODA com a gente, mas não demorou muito acharam que a IPU não era o MOMENTO NOVO que eles queriam. Para a nossa tristeza nos deixaram. Certamente – sem pré-julgamento – o voltaram para as COISAS ANTIGAS. Esqueceram de ler o Apocalipse: “SIM AS COISAS ANTIGAS SE FORAM”

UMA VERTENTE ALTERNATIVA:

A Logosofia que é uma doutrina ético-filosófica {não Cristã} fundada pelo pensador argentino Gonzáles Pecotche {1901-1963}, e que tem por objetivo ensinar o homem a chegar à AUTOTRANSFORMAÇÃO { NO CRISTIANISMO ESTA ATITUDE SE CHAMA METANÓIA} mediante um processo de transformação consciente, libertando assim o pensamento das influências sugestivas ou negativas. O pensador citado legou-nos esta assertiva que de certo modo foi inspirada pelo zelo neotestamentário. Rejeitar preconceituosamente o que escreveu Gonzáles contraria o ponto-de-vista paulino: “Discerni tudo e ficai com o que é bom” {1ºTs 5,21}.

Quem tem medo de ler um pensamento que não se harmonise com os seus assumidos arquétipos? Se a sua Fé é adulta, por que temer?

APENAS UMA HISTORÍOLA

UMA SIMPLES LENDA; UMA LENDA... NADA MAIS

Conta à lenda que Jesus, o Cristo, passando por uma viela na Palestina, parou diante de um cachorro morto já em estado de putrefação ficando ali algum tempo contemplando aquela cena mal-cheirosa.. Sua atitude despertou a atenção dos que por ali passavam e um deles questionou o Mestre. Um deles arriscou : Mestre por que insistentemente estais olhando para este cachorro que já cheira mal? Sua resposta foi esta:

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‘Estou admirando a dentadura do cachorro que é muito bonita’ O preconceito cega-nos e não nos deixa ver as coisas belas nas diferentes situações da vida.

O pre-conceito ou o pensamento preconcebido são os responsáveis pela destruição de uma Comunidade {Que deveria ser uma COMUM–UNIDADE} que se alimenta e se fortalece pela união. Quando não há união o grupo se desarticula... Foi Jesus, o Cristo, que nos legou esta Logia:

“{...} Todo o reino dividido contra si mesmo acaba em ruína e nenhuma cidade ou casa dividida contra si mesma poderá subsistir” {Mt 12,25b}

Dentro da recomendação paulina – sem preconceito, mas apenas como referencial – nesta oportunidade inserimos algo que não se identifica com a nossa cartilha, mas é bom examinar:

O PENSAMENTO LOGOSÓFICO:

“Quando todos os homens forem capazes de controlar a si mesmos {AUTODOMÍNIO que é um dos frutos do Espírito – Gálatas 5,22} e pensar, pensar para bem próprio e dos demais, não existirão esses rancores milenares entre os povos”Para quem quer alargar o seu conhecimento, só uma atitude é indispensável. A que o Cardeal Karol Wojtyla sugere sinaliza para o leitor a solução:

“Quem quiser encontrar a nascente, terá de subir contra a corrente”{ADAPTADO}

É bom que fique claro que estas pontuações e as narrativas exordiais seqüenciais, não se constituem em censura ao que deixou de ser feito. Elas serão produzidas para formar alicerces ou pontes que possilibitarão a valorização da linha temática do CONTEÚDO PRINCIPAL do XIX ENAJOP {ENCONTRO NACIONAL DA JUVENTUDE PRESBITERIANA} e o CONGRESSO encimado que se abriu para pastores {as}, presbíteros {as} diáconos e diaconisas e o laicato em geral, além dos jovens que abrilhantarem o Congresso com pujança e maturidade uma oportunidade para a meditação. O ensaísta – nos seus tempos de jovem – sempre ouvia a famosa fase: “A mocidade é a Igreja de amanhã” – Bisonho engano: A MOCIDADE DE HOJE É A IGREJA DE HOJE. Discriminá-la é um pecado muito peculiar dos ignorantes.

O ensaísta entende que para se chegar com mais velocidade à finalidade última do Congresso, tudo o que fizer – nesse sentido - terá a função de horizontalizar caminhos que nos levem ao foco principal do Congresso em tela. Sua auto-estima, caro leitor, sempre será prestigiada e preservada neste ensaio e jamais desprezada. O ensaísta não tem tendências para as variadas dissimulações. Tudo que for escrito não estará subordinado a sua verdade, mas a VERDADE PLENA: Jesus, o «xpistós » {o

christós} que transliterado para o nosso idioma significa CRISTO o Messias. {do hebr. «mashîah» o ungido} que age hoje através do seu Espírito de Deus. {Jo 16,12} para abrir os nossos olhos a fim de que

enxerguemos o CAMINHO.

Ely Eser B. César, teólogo metodista em seu opúsculo: A Ação humanizadora do Espírito – ASTE – São Paulo, 1975, adverte:

“Se nossa Igreja {igreja} parece não ser a Comunidade guiada à verdade, provavelmente a causa reside no fato de que nós resolvemos guiá-la às nossas verdades. O Espírito certamente não está ali. Nós é que perdemos a sintonia, a sensibilidade para entender seus acordes ou, talvez, tenhamos construído instituições tão rígidas e com isso impedimos o livre soprar do Pneuma” {Adaptado pelo ensaísta}

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A impressão que fica – quando constatamos a igreja retroagindo aos ensinamentos do Cristo e ao Didaque é que a ela se apegou ao TRADICIONALISMO e não se preparou para enfrentar os desafios da MODERNIDADE. A aparente apatia é o resultado da resistência

O profeta Oséias {4,6ª; 14b} transmitiu para os seus coetâneos e para a posteridade:

“Meu povo será destruído por falta de conhecimento. Um povo que não tem conhecimento caminha para a perdição”Fica subentendido que o profeta está falando de Iahweh-Deus é só olhar o contexto. Jó também falou desse conhecimento que para muitos na ‘EKKLESIA’ é apenas superficial, sem conteúdo. Interessa-nos – até para justificar nossa assertiva, a confissão de Jó:

“Conhecia-te só de ouvido, mas agora te viram meus olhos: por isso, retrato-me e faço penitência no pó e na cinza” {Jó 42,5-6}

Se o ensaísta abre às portas da sua casa para receber um estranho a primeira atitude será dizer-lhe: ‘Prazer em conhecê-lo’ isso se trata apenas de mera formalidade.

Quando o profeta Oséias pronuncia o Oráculo: “Meu povo será destruído por falta de conhecimento. Um povo que não tem conhecimento caminha para a perdição” o ensaísta além de assustado, fica pensando:

Não seria este o problema maior das Igrejas em nosso momento histórico, que teriam – além da falta de conhecimento de Deus – acumulado um somatório de normas que foram fundamentadas no ideológico e não no cristológico?

O profeta Jeremias 31,33-34 no Oráculo que pronuncia para eleito ou escolhido, não para a salvação eterna como pensava erradamente Calvino, mas para universalizar o nome de Iahweh-Deus entre as nações do mundo, sim neste Oráculo encontramos uma esperançosa promessa:

“Porque esta é a aliança que selarei com a casa de Israel depois desses dias, Oráculo de Iahweh. Eu porei minha lei no seu seio e a escreverei em seu coração. Então eu serei seu Deus e eles serão meu povo. Eles não terão mais que instruir seu próximo ou seu irmão, dizendo: ‘ Conhecei a Iahweh !’ Porque todos me conhecerão, dos menores aos maiores – Oráculo de Iahweh – porque vou perdoar sua culpa e não me lembrarei mais de seu pecado” {Jeremias 31,33-34}.

As Igrejas chamadas Históricas nasceram de uma ruptura do Monge Lutero com a Igreja-Mãe com sede Hierárquica em Roma. Isso resultou em uma séria crise porque toda ruptura é anti-Espírito. Desde então as crises nunca nos abandonaram. Agora os olhares dos Conselhos Coordenadores estão voltados para o esvaziamento. Estão se esquecendo dos fatos históricos que marcaram a vida do povo de Deus no AT e no NT.

No AT uma palavra profética se destaca:

“Naquele dia, o Resto de Israel, os sobreviventes da casa de Jacó não continuarão a apóia sobre aquele que os fere; apoiar-se-ão sobre Iahweh-Deus, o Santo de Israel, com fidelidade. Um resto, o resto de Jacó, voltará ao Deus forte. Com efeito, ó Israel, ainda que o teu povo seja como a areia do mar, só um resto dele voltará, pois a destruição está decidida: a justiça transborda!” Oráculo foi proferido pelo profeta Sofonias que profetizou no tempo de Josias {640-609} e foi contemporâneo de Jeremias, Naum e Habacuque:

“Naquele dia, {O naquele dia em referência é o mesmo de Isaías} não terás vergonha de todas as tuas más ações, pelas quais te revoltaste contra mim, porque, então, afastarei de teu seio teus orgulhosos fanfarrões; e não continuarás mais a te orgulhar em minha montanha santa. Deixarei em teu seio um povo pobre e humilde, e procurará refúgio no nome de Iahweh o Resto de Israel.

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Eles não mais praticarão a iniqüidade, não dirão mentiras; não se encontrará em sua boca língua dolosa. Sim, eles apascentarão e repousarão sem que ninguém os inquiete” {Sofonias 3,11-13}

No mesmo livro {2,3} outro Oráculo, sinalizando dois caminhos importantes:

“Procurai Iahweh vós todos os pobres da terra, {Em Mateus 5,3b quando o hagiógrafo escreve aos ‘pobres de espírito’, ou seja ‘humildes’ que no hebr. chama-se de «‛anawîm » é o mesmo sentido do Oráculo de Sofonias} que realizais a sua ordem. Procurai a justiça, procurai a pobreza: talvez sejais protegidos no dia da ira de Iahweh”

O ensaísta sempre se preocupou – a exemplo de outros – com situação da IPU escrevendo variados ensaios que sempre foram enviados aos colegas. Não sei se eles leram. É oportuno citar apenas dois: Na imprensa EVANGÉLICA {Que era um meio de comunicação – naquela ocasião – oficial do Presbitério Cidade do Rio de Janeiro – Ano I - nº 3 de janeiro de 1983, quando o ensaísta escreveu um ensaio sob o título QUAL É A NOSSA? Com subtópicos: 1} Proclamar a Libertação, nosso Alvo Principal... 2} O que Buscam e o que Pensam os Pastores... 3} Lutas, Dificuldades e Esperança... 4} Viver a Globalidade do Evangelho e 5} Unidade que Respeita o Pluralismo da Fé... O outro, mais recente, O QUE ACONTECEU COM A IPU? Também será interessante transcrever dois trechos do citado ensaio:

“Quando Jung e Tillich sinalizaram: ‘Precisamos restaurar a Tradição Mística do Cristianismo’ era uma reação contraria ao racionalismo e, como conseqüência a apatia «ESPIRITUAL» que ocupando indevido espaço nas Igrejas Históricas. Muitos reclamavam que não havia «FERVOR ESPIRITUAL», ou melhor, aquele «ALGO MAIS» que eles viam no carismatimo. {NOTA DO ENSAÍSTA: NO MOMENTO QUANDO ESTE ENSAIO AINDA NO MEIO DO CAMINHO, EM ELABORAÇÃO, O ENSAÍSTA RECEBE UM E-MAIL – DATADO DE RJ 13.12.2011 – DO COLEGA VALTEMIR COM A CITAÇÃO DE UM PENSAMENTO DE BLAISE PASCAL, HOMEM E PENSADOR FRANCÊS «1623-1662» - DO SÉC. XVII}:

“Somos tão presunçosos que desejaríamos ser conhecidos de toda a terra, e até das pessoas que vierem quando nela não estivermos mais; e somos tão vãos que a estima de cinco ou seis pessoas que nos cercam nos diverte e nos contenta. Condição do homem: inconstância, desgosto, inquietude. É o coração que sente Deus e não a razão. Eis o que é a fé: {NOTA DO ENSAÍSTA: CASO PASCAL ESTIVESSE SE REFERINDO À FÉ CRISTÃ, ELE SERIA PLENAMENTE CONSCIÊNTE} Deus sensível ao coração, não à razão”

“Como as Igrejas Históricas, com raras exceções, viviam mergulhadas nas ‘areias movediças’ do racionalismo, o excesso de confiança estava na razão e o espiritual esvaziado, sufocado sem qualquer tipo de influência. Sucedia que – em função disso – a confiança ilimitada na razão e nas luzes do iluminismo constituíram uma mentalidade difusa muito praticada nos séc XVIII – XIX. Esta metal idade refletia-se não só numa crítica demolidora da revelação sobrenatural, dos milagres, das leis, instituições religiosas e morais, mas também num entusiástico esforço para construir um direito, uma moral e uma religião simplesmente naturais. Há um racionalismo metafísico, um racionalismo gnoseológico, um racionalismo ético, um racionalismo religioso que as lideranças das Igrejas que ocupam outro território não aceitam. O excesso dos racionalismos explica-se pelo abandono do primado natural do ser sobre o conhecer: privar a razão dos seus complementos isolando-a do resto da alma {que tem outras capacidades} e do mundo e traindo-a no que ela tem de mais natural e razoável”Apenas – para o leitor ficar informado – estes dois tópicos acima como referencial.

As crises, portanto, fazem parte da rotina da vida religiosa em todos os segmentos do cristianismo, sejam eles autênticos ou não. O ensaísta tem em suas mãos o opúsculo cientista social, que foi seu professor de sociologia no curso de Bacharel em Teologia. O livro foi impresso pelo extinto CEDI e, ligado ao Programa de Assesoria à Pastoral Protestante tendo como título – aparentemente atípico – O drama da conversão – Análise da Ficcção Batista. Interessa-o, para não congestionar este ensaio, a sinopse da contracapa, a apreciação do editor:

“O fenômeno ‘conversão’, particularmente no protestantismo de missão, tem manifestado aspectos bem mais profundos e radicais do que se poderia esperar. Trata-se

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de uma prática de fé que tem seus fundamentos nas influências pietista e moralistas que ressurgem sempre entre todos os grupos oriundos da Reforma Protestante quando tentam recuperar a base teológica da ‘sola fide’ e ‘sola gratia’ {Nota do ensaísta: para quem não sabe, respectivamente: somente pela Fé e somente PT Graça}.Parece ser difícil assumir a salvação pela Graça nos termos da fé bíblica. Há que apor alguma participação humana, intervenção decisória que, essa sim, converte, isto é, distingue os ‘bons’ dos ‘maus’.

A conversão dessa forma é uma atitude dramática de rompimento com o mundo estabelecido e avio lenta imposição de outro elaborado minudentemente nos tratados religiosos, nas confissões, nas declarações de fé.Em decorrência, a conversão, por incrivel que pareça, deve afetar até a maneira de produzir ficção até a maneira de produzir ficção literária. ‘Lavado’ de seus pecados que, no fundo são apenas a liberdade de criação, o romance pietista propõe uma estória com sérios limites quando a corpo, sem equívocos, O enredo passa a ter como clímax a crise de consciência artificialmente criada e como anticlimax o folhestinesco céu, ou vida santa, pura, escoimada de ‘maus’ hábitos e de ‘maus costumes.

Na qualidade de cientista social, Elter Maciel disseca essa mundivisão forçada, a-histórica, deliciando-nos e até distraindo-nos com sua maneira de nos fazer ‘LER’.Não devemos ignorar que esta vasta e envolvente ficção religiosa protestante, está, ainda hoje, disseminada nos segmentos mais influentes e importantes da Fé Cristã e sempre apoiada por eclesianos e teólogos, que fazem dela, um forte artigo religioso”

CONVENTÍCULOS

Na página 16 do citado opúsculo, Elter Dias Maciel revela-nos a principal faceta do pietismo:

“Como se afirmou anteriormente, os pietistas de reuniam para o estudo bíblico, a meditação e a oração no interior das organizações eclesiásticas já existentes, formando grupos cujo comportamento os diferenciava dos demais eclesianos. Eram as ‘IGREJINHAS NA IGREJA’ As ‘ECCLESIOLAE IN ECCLESIA’. {Nota do autor: Não devemos perder de vista que Simonton foi o missionário norte-americano emergente do Sul do EUA e fundou o presbiterianismo no Brasil com essa base} Uma vez que fugiam tanto da secularização como da reflexão racional da ortodoxia, a separação permitiu que seus postulados se desenvolvessem de maneira eficiente. Este procedimento não só garantiu a sua existência, mas favoreceu sua expansão pois, aos poucos, o movimento pietista passa a dominar a prática religiosa das denominações, até o momento em que se torna vitorioso na vida religiosa norte-americana”

No ensaio acima o Professor Elter fala do CORPO que como se sabe é um tabu dentro das Igrejas Protestantes. Ivone Gebara {Teóloga do romanismo e questionada pela Hierarquia da Igreja} trata do assunto na revista Tempo e Presença, de Koinonia, mar/abril de 2002 no texto: Caminho da Torre, caminho das aldeias, mas antes um pensamento de Jean-Jacques Rousseu:

Continua, continua, continua

O ensaísta – em que pese o seu modesto jeito de entender as CRISES que se propagam nas Igrejas Históricas, ou melhor: as que são oriundas da Reforma – poderá sinalizar caminhos. O leitor vai investigar a validade ou não dos horizontes sinalizados. Sua mundividência – e você tem este direito – poderá ser muito diferente do juizo–de–valor do ensaísta. Se desejar legitimar o ensaio, o ensaísta ficará feliz. De qualquer forma estamos abertos a uma relação dialógica.

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Não é só a igreja que está em crise. Não é muito diferente do que acontece com a sociedade no mundo inteiro e o Brasil não uma exceção. A violência e a corrupção estão presentes em todos os lugares. A ganância pelo lucro fácil foi a razão da destruição do Ecossistema e a natureza

Caso o ensaio não esteja pedagogicamente bem elaborado, o jeito de fazer diferente. O fazer diferente foi uma opção do ensaísta. Não é muito fácil arrumar situações esparsas. O ensaísta vai tentar.

Ao fazer esta avaliação o ensaísta repudia a idéia de ser o FIEL DA BALANÇA. O tema escolhido pelos organizadores do Congresso tem um fator multiplicador, mas que é inimigo da sinopse. A julgar pelo folder que recebemos com a listagem de subtemas, ou seja, “Não só o corpo ressuscitar” Recolocando a Evangelização como a Prioridade da Igreja e as Palestras – ‘Plantando Igrejas’ Intencionalmente, Sua Igreja Pode Crescer e se formos contar as Oficinas: Evangelização de Crianças, Evangelização através da Música. Evangelizando nos Lares isso representaria um somatório inesgotável de investigação e pesquisa que demandaria um tempo bem maior. Os desmembramentos do que nos foi oferecido no Congresso deveriam ser colocados na ‘MESA DE DEBATES’.

O custo desse tempo maior a receita orçamentária da Igreja não suportaria. Afinal os contribuintes da IPU não são assim tão ‘ fanáticos’.Entre os pregadores que estão na Midia, existe um que hoje já não se contenta com o dízimo ou ofertas esparças. Ele está cobrando das massas sofridas uma posição de ‘dedicação’ contundente: ele quer o ‘ TRÍSIMO’ {EXPRESSÃO POR ELE INVENTADA} que na sua consepção seria: do você ganha daria 10% para Deus; 10% para Jesus e 10% para o Espírito Santo. Não é uma boa idéia?...

Quem não gostaria enriquecer o seu conhecimento com novos pressupostos relativos ao que foi sinalizado no folder do Congresso?

Mas como cada leitor tem uma linha preferencial e acaba por individualisar ou empobrecer os seus valores étnicos e eclesiológicos. O nosso juízo de valor deve respeitar o ‘TELOS’ do encontro e o acervo cultural de cada participante que nunca será uma unanimidade e em senti do paralelo o ‘SITZ IM LEBEM’ {contexto vital} do encontro. Além disso, os ARQUÉTIPOS são e regras – muitas delas morais – que sufocam a nossa religiosidade.

A igreja {Comunidade da Fé Cristã, Povo da Nova Aliança, Corpo Místico de Cristo} vive em seu momento histórico um inusitado clima de tensão e de muitas crises.

Abandonou o PRIMEIRO AMOR {Apocalipse 2,1-4}?Deixou que o IDEOLÓGICO sufocasse o FEMENOLÓGICO {Do gr. ‘PHAINOMENON’ que significa: ‘PÔR–SE À LUZ’Sabe-se que séc. XVI houve uma ruptura entre a FILOSOFIA e a TEOLOGIA. Entretanto a primeira continuou influenciando o discurso teológico e com isso as homilias pastorais deixaram de dar a devida atenção ao MÍSTICO DA FÉ. O ensaísta não está afirmando que o MÍSTICO DA FÉ é mais importante do que as LITURGIAS e a nossa DOGMÁTICA, mas cada um deve ocupar o seu espaço objetivando a promoção da Fé Cristã. Não importa se a FILOSOFIA que tem outro tipo de AMOR diferente do que concebem os teólogos {A etimologia, ou raíz grega da palavra revela isso: philos+sofia = amor a ciência} o que importa é a nossa fidelidade ao amor que o Cristo nos legou.Alguns pensadores eram filhos de pastores. É o caso de Jung que na sua primeira infância – o que ele relata em um dos seus livros – via o seu pai fazer eloqüentes sermões e depois confessar que não acreditava no que pregava. Se eu não creio que ao subir à Tribuna Sagrada {ou púlpito} sou guiado pelo Espírito de Deus, vou crer em que?

Como o homem cristão geralmente vive cercado por um emaranhado de informações ele fica ‘QUASE INDUZIDO’. Quem detectou isso foi Sarah Poulton Kalley {1825-1907 – SÉC. XIX/XX} quando escreveu o hino 228 do Hinário Evangélico:

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“Quase induzido” A crer em Jesus!“Quase induzido” A andar na luz!

Sonhas em replicar: “Quando tiver vagar,Então irei buscar; o Redentor”

“Quase induzido” Oh! coração!“Quase induzido” Oh! ilusão!

Hoje o bom Salvador, com voz de santo amor,Convida o pecador. Escuta e vem!

“Quase induzido” decide já!“Quase induzido” tarde será!

“Quase” – não servirá;“Quase” – te afastará;

“Quase” – te lançará na perdição!

Não é fácil reverter esse quadro, mesmo quando você foi premiado por uma MUNDIVIDÊNCIA que muito se aproxima da verdade...

É uma caminhada muito complicada, mas que precisa ser feita. Caso contrário você se tornará um extensionista segundo o PADRÃO ERUDITO. Não é isso que o ensaísta quer. O que é que o ensaísta quer? Apenas servir e tentar ‘ VESTIR A CAPA’ de orientalista.

Por falar em CORPO que para muitos representa VARIADOS TABÚS, a eclesiologia deveria tomar consciência que

o homem é um ‘SER PSICOSSOMÁTICO’, ou seja: {do gr. psyche = transliterado para o nosso idioma como psique, s.f. Alma, manifestação dos centros nervosos; modo de ser e reagir; caráter} e corpo {do gr. soma que é o conjunto das células que morrem com o indivíduo, em oposição à psique e ao plasma germinativo}.

Em nome da verdade – para sermos leais – o que foi feito foi feito – com muito empenho e seriedade pelo Conselho Coordenador da gestão passada e quanto a isso ninguém tem dúvida. Porém os balizamentos colocados nos temas propostos criaram barreiras deixando de fora coisas importantes.

Mas os organizadores têm um forte álibi: o tempo disponível por ser exíguo conspirou contra a possibilidade de se avançar no CONTEÚDO, mas isso faz parte das dificuldades que os organizadores certamente enfrentaram e – para ficar apenas no terreno das ilações – não reuniram, em função da metodologia adotada, condições para ir mais longe.

O ensaísta vai tentar reunir alguns subsídios ligados à referida linha temática do Encontro, mas dentro do universo das suas limitações. O ensaísta também tem a forte vontade de tentar descortinar o pano-de-fundo dos objetivos do Congresso/XIX ENAJOP.

Para não ficarmos somente na vontade e penetrarmos de ‘CORPO E ALMA’ em nosso objetivo que é unívoco e aliado ao que for escrito pelo ensaísta e que – paralelamente sugere – que a leitura do ensaio seja subordinada circunscrita à recomendação paulina:

“A Palavra de Cristo habite em vós ricamente: com toda sabedoria ensinais e admoestai-vos uns aos outros e, em ação de graças a Deus entoem vossos corações salmos, hinos e cânticos espirituais. E tudo o que fizerdes de palavra ou ação. Fazei-o em nome de em nome do Senhor Jesus, por ele dando graças a

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Deus” E mais: “E reine nos vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados em um só corpo. E sede agradecidos” {Tudo isso deva acontecer enquanto você estiver lendo

o ensaio} {Colossenses, 3, 15b +16-17}

A humildade fotografa-nos de corpo inteiro, face interna e externa e nos revela pecadores ... É assim e desse modo, isto é: com HUMILDADE que o ensaísta vai pisar esse TERRENO DE AREIAS MOVEDIÇAS esperando ultrapassá-lo. Desvencilhando os nossos pés desse traiçoeiro TERRENO vamos seguindo em frente, caminhando, porque como diz o poeta espanhol – ‘Caminheiro! O caminho só se faz caminhando... ’ Mas o nosso caminhar jamais poderá ser individualista, porém, comunitário. Como cantamos: ‘Sozinho e isolado ninguém é capaz. Por isso vem entra na roda com a gente, você é muito importante, vem!’ O poeta português, Fernando Pessoa nos dá sinais indicativos da necessidade e da importância da PALAVRA falada e particularmente a escrita quando expressou este pensamento:

“Quem não vê bem uma palavra, não consegue ver bem uma alma”Mas a PALAVRA tem outras implicações até em função de uma interpretação deformada. Há uma grande distância entre o emissor e o receptor. Na literatura infantil algo sobre a PALAVRA foi escrito: A raposa alertou o Pequeno Príncipe sobre algo que prejudica a relação dialógica entre os homens, ou seja,...

“A palavra é uma fonte de ‘mal-entendidos’”...o que escreveu Fernando Pessoa se associa e fortalece o que a raposa falou ao Pequeno Príncipe.

O ensaísta está confiante o que leitor deste ensaio não precisará colocar em seu rosto óculos especiais para bem entender o que foi escrito, mas para isso precisará apelar para seu contexto e levar em consideração as implicações do que for escrito e que tiver uma ligação com o fenomenológico, em consonância com o conjunto das palavras seqüenciais.

Na vida dos esclesianos, a subjetividade do caráter religioso do nosso ser – enquanto pessoa humana – faz parte de todo o contexto da nossa vida, ou seja, o que pertence e é integrante das nossas atividades psíquicas, sentimentais, emocionais, volitivas, etc. e se manifesta mais fortemente na religiosidade e isso parece que é fundamento de tudo que nela é transcendente. Subjetivar nossas convicções religiosas é uma tônica do Corpus Paulinus:

“Se há um corpo psíquico, há também um corpo espiritual. Assim está escrito: o primeiro HOMEM, Adão, foi feito ALMA VIVENTE; o último Adão tornou-se espírito que dá a vida. Primeiro foi não o que espiritual, mas o que é psíquico; o que é espiritual vem depois. O primeiro homem tirado da terra é terrestre {Influência do Mito Babilônico} O segundo homem vem do céu. Qual foi o homem, terrestre, tais são também os terrestres. Qual foi o homem celeste, tais serão os celestes. E, assim como trouxemos a imagem do homem terrestre, assim também traremos a imagem do homem celeste. Digo-vos, irmãos: carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herdará a incorruptibilidade” {1 Co 15,44b50}

O ensaísta era um dos representantes do PRNT e nessa condição teria que, de algum modo avaliar o encontro. Muitos foram os motivos que obrigaram o ensaísta – nesta avaliação – a cair no anacronismo. Embora isto não justifique e nem sirva de paralelo, os hagiógrafos do AT e do NT, também tiveram a mesma dificuldade até descobrir – mesmo que anacronicamente – o caminho da canonicidade da História da caminhada de Iahweh-Deus com o seu povo predileto.

Além disso, em algumas perícopes as Escrituras classificam o Novo Israel como Povo Eleito. Muitos por causa de uma exegese equivocada deviam fazer a pergunta: “ELEITO PARA QUE?”. Alguns entendem que é para a salvação. Isso depende do:

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“{...} Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim, não morrerá, eternamente. Crês isto?” {João 11,25b-26}.

A PALAVRAR CHAVE – assim entende o ensaísta – é o CRER. O profeta Isaías { 7,9b} parace-nos que essa era a idéia é muito forte desde os tempos proféticos.

“Se não o credes, não vos mantereis firmes”Esta história de ELEIÇÃO PARA A SALVAÇÃO ETERNA – que alguns aprenderam das Institutas {IRC} de Calvino certamente teria sido enlaçada do ‘Corpus Paulinus’ de empréstimo dos – Se Calvino não entendeu bem o

que Paulo quis dizer, não é o ensaísta que vai ‘EMBARCAR NESSA CANOA FURADA’.

A predestinação é uma doutrina complicada que merece um estudo à parte. O Povo de Deus – do AT e do NT – Novo Israel – foi e é realmente eleito para universalizar o nome de Iahweh entre as nações. É por isso que Ele aparece a Moisés – não é uma epifania, mas provavelmente um êxtase para lhe dizer:

“Deus falou a Moisés e lhe disse: ‘Eu sou Iahweh. Apareci a Abraão, a Isaac e a Jacó como El Shadai, mas pelo meu nome, Iahweh, não lhes fui conhecido” {Êxodo 6,2b3}

Lamenta-se que Congresso-2010/XIX ENAJOP tenha sido obrigado a trabalhar pela via da sinopse, mas mesmo deixando de fazer uma abordagem mais abrangente, provável mente pelas razões acima referenciadas, teve o mérito de criar um clima fraternal, o que foi uma prova a que IPU sobrevive – apesar dos pesares – às ‘intempéries eclesiológicas’ do nosso MOMENTO HISTÓRICO.

Não podemos e não devemos ignorar que – historicamente – estamos envolvidos num tempo de revolução científico-tecnológica e isso modifica o comportamento da sociedade e como a igreja {ou Igreja} é uma mini-sociedade de consumo, mesmo que voluntariamente ignore as transformações da modernidade será por ela influenciada.

Não podemos varrer a ‘POEIRA PARA DEBAIXO DO TAPETE’ a fim de viver uma vida espiritual que não corresponde à realidade, mas também – paralelamente – não devemos acolher com ‘carinho’ a maledicência dos que prazerosamente nos acusam de infiéis.

Quando deixamos – sem ou alternativa – a nossa Igreja de origem um dos pastores do nosso Presbitério – seu nome não será revelado por uma questão de ética e também porque já faleceu – escreveu no boletim da igreja que pastoreava que nós éramos adoradores de «BA’AL»... {Quem desejar saber mais sobre o deus canaanita ou amorita é só recorrer ao texto-resposta que o autor do presente ensaio escreveu publicado na Imprensa Evangélica, ano 1 nº 2 de novembro de 1982}. O artigo publicado pelo redator-chefe do jornal, o também saudoso reverendo Domício Pereira de Mattos – a quem muitos devem pela sua inteligência teológica e suas grandes aberturas políticas e ecumênicas – sim, o ensaísta que tem uma elevada estima pela memória do Domício – foi produzido sem ressentimentos.

Quando chegamos ao local do encontro e ao fazermos a nossa inscrição, marcando a nossa presença, recebemos dos organizadores um Caderno – bem elaborado – mas na página 3 sugere-se que avaliemos o Congresso pelo sistema de múltipla escolha. Como o ensaísta considera que esse sistema está últrapassado a avaliação para representar o verdadeiro perfil de cada módulo do Congresso, não poderíamos avaliar como nos sugeriram no caderno: ÓTIMO, BOM, REGULAR, RUIM, PÉSSIMO, NÃO SEI...

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Se o leitor disser – na sua mundividência – que algo é ÓTIMO, precisará explicar as razões. Mas da forma como nos foi sugerido não se diz nada.

Quando surgiu a FENIP e depois dela a IPU – os nove pastores remanescentes que lutavam cristãmente em favor de UMA NOVA VISÃO DE IGREJA – foram ameaçados de despojamento do Ministério da Palavra e Sacramentos da sua Igreja de origem só pelo pecado de assumirem uma postura ecumênica e aqui no Rio no Sinodo lutarem pelo Ministério Feminino não compareceram ao ‘tribunal’ e por isso foram ‘julgados a revelia’. Para se ter uma idéia da capciosidade o ensaísta teve o seu nome publicado no Jornal Oficial da Igreja que o julgava onde se lia: DESPOJADO DO MINISTÉRIO DA PALAVRA E DOS SACRAMENTOS, SEM MOTIVO.

Mas antes do malevolente julgamento por quem não tinha nenhuma competência moral e espiritual para fazê-lo, juntos – os pastores do Rio, a exceção de dois – deram um grito de alforria fazendo um manifesto e foram fazer parceria com os que já tinham sido considerados ‘hereges’ portanto, segundo os seus acusadores traidores da SÃ DOUTRINA.

Os eclesianos as Igreja que se desligaram do vínculo eclesiástico opressor, foram solidários aos pastores, mas não passou muito tempo a pressão dos arquétipos herdados, o tradicionalismo e o conservadorismo a que estavam acostumados a obedecer servilmente, falou mais alto e alguns – certamente com medo de perder o espaço onde estavam instalados – logo nos deixaram

O ensaísta – e os demais participantes do Congresso – foram convidados a fazer – pelo método da múltipla escolha – uma avaliação.

A Igreja Presbiteriana Unida do Brasil {IPU} tem sido vitimada e acusada – pelos que estão de fora e por alguns que estão dentro, mas não vestiram {no sentido metafórico} a ‘CAMISA DA IPU’.

Muitos a consideram uma igreja que sofre de hipostenia {do gr. hypo+sthenos} que em outra versão poderá significar a diminuição descontrolada da glicose {ainda em sentido figurado em relação a igreja} muito baixa, ou seja: é uma igreja congelado sem ‘calor espiritual’.

A CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO NOS AJUDARÁ NA CAMINHADA.VAMOS EMBARCAR NESTA VIAGEM.

A IGREJA {COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ, POVO DA NOVA ALIANÇA E CORPO MÍSTICO DE CRISTO}SIM, A IGREJA NÃO SE DEU CONTA QUE OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIALTERIAM GRANDE INFLUÊNCIA NA VIDA COMUNITÁRIAMAS,A COMUNIDADE DA FÉ CRISTA QUE DEVERIA ESTAR ATENTA AO QUE SE DIVULGA NAS REDES SOCIAIS E SE PREPARAR A FIM DE SER COLOCADO À PROVA, SE DESCUIDOU.

NÓS QUE OPTAMOS PELA FÉ CRISTÃ E TEMOS A ORIENTAÇÃO DO ESPÍRITO DE DEUS, DEVEMOS ESTAR CONSCIENTES QUE OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL SUBMETEM-SEM A CENSURA IMPOSTA PELO PODER POLÍTICO E ECONÔMICO DOMINANTE OBJETIVANDO – NA QUALIDADE DE EMISSOR OFICIAL – PASSAR AO RECEPTOR,SISTEMATICAMENTE NA QUALIDADE DE INOCENTE ÚTIL, UM NOTICIÁRIO NEM SEMPRE VERDADEIRO COM UM JUÍZO DE VALOR MOVIDO POR INTERESSES PARA INDUZÍ-LO A ACEITAR O IDEOLÓGICO QUE INCUTINDO SUA CONDIÇÃO QUE VIA-DE-REGRA ESTÁ QUE PRIVILEGIAM OS DOMINADORES ECONÔMICOS E SUFOCAM DISSIMULADAMENTE OS DIREITOS DA CLASSE MAIS POBRE

O NOSSO IMAGINÁRIO FÉRTIL É RICO PARA CRIAR OS SEUS ARQUÉTIPOS, NÃO PERMITINDO A MODIFICAÇÃO DA NOSSA HERANÇA CRISTÃ E JAMAIS PERMITINDO SUA ADAPTAÇÃO À NOVA REALIDADE SOCIAL.ESSA É A NOSSA RESPONSABILIDADE COMO CRISTÃOS RESPONSÁVEIS.QUANDO A REALIDADE SOCIAL SE COLOCA A SERVIÇO DO BEM...DEVEMOS COM ELA FAZER UMA DESCOMPROMETIDA PARCERIA.

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PORÉM,

A HISTORICIDADE DA PREGAÇÃO DO REINO DE DEUS DEVE SER RESGUARDADAPORQUE O NOSSO MITO FUNDANTE – QUE É JESUS, O CRISTO FOI SEPULTADO, MAS NÃO FICOU NO TÚMULO

– ACREDITAMOS – COMO RECITAMOS NO CREDO DOS APÓSTOLOS,

«{...} RESSUSCITOU AO TERCEIRO DIA, ESTÁ SENTADO À {...}»

NINGUÉM PODERÁ ESCAPAR DA JUSTIÇA DIVINA.DEVEMOS APROFUNDAR A NOSSA REFLEXÃO SÓ NOS FARÁ BEM

VAMOS CAMINHAR JUNTOS PORQUE COMO DIZ O POETA ANTONIO MACHADO:{opere citato}

“Caminante, no hay camino, Se hace camino al andar.Y al volver la vista atrás, sólo se vé la la senda

que no se há de volver a pisar.Caminante, no hay camino, sino estelas em la mar”

UMA NECESSÁRIA DIGRESSÃO – COM RESPEITO AOS LEITORES – SERÁ FEITA A FIM DE ALARGAR OS NOSSOS HORIZONTES

COM A REFERÊNCIA E A FIDELIDADE QUE O ENSAÍSTA DEVE A DEUS, OS MUITOS BRAÇOS DA RELIGIÃO DEVEM SER ABORDADOS. ALÉM DE TUDO QUE FOI COLOCADO NO CONGRESSO EM TELA.O ENSAÍSTA NÃO PODERÁ FICAR RESTRITO A UMA MULTIPLA ESCOLHA, OU SEJA: GOSTOU? SIM OU NÃO?

O ENSAÍSTA ESTÁ INTITULANDO ESTE ENSAIO DE ‘ECO’ – QUE SEGUNDO O AURÉLIO – É...

“UM FENÔMENO FÍSICO DEVIDO À REFLEXÃO DE UMA ONDA ACÚSTICA POR UM POR OBSTÁCULO

OBSERVADO COMO A REPETIÇÃO DE UM SOM EMITIDO POR UMA FONTE”ATÉ ONDE O SOM VAI? NÃO SEI! VAMOS TENTAR ACOMPANHÁ-LO

VOCÊ É O MEU ILUSTRE CONVIDADO.ECOS DE UM ENCONTRO

{MINIRRETROSPECTIVA DO CONGRESSO 2010 - XIX ENAJOP}SINTETIZADA FILOCALIA

{PEQUENA FILOCALIA, O LIVRO CLÁSSICO DA IGREJA ORIENTE} {FILOCALIA: AMOR À BELEZA}

ALELUIA!!! – GLÓRIA AO PAI, AO FILHO E AO ESPÍRITO SANTO, AMÉMMINHA AVALIAÇÃO FOI TRANSFORMADA EM ENSAIO

PINCELADAS PREÂMBULARESA PRINCIPAL EXPECTATIVA DO ENSAÍSTA É QUE ESTE ENSAIO TENHA

O ‘NIHIL OBSTAT’ DO ESPÍRITO DE DEUSO TEMA EVANGELIZAÇÃO NÃO SE ESGOTA COM UM CONGRESSO OU UM ENSAÍO

UM SIMPLES ENCONTRO É RELAMPAGUEANTECOMO FOI LIGEIRO E CIRCUNSCRITO FICARAM AS PENDÊNCIASSABEMOS QUE UMA ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA TEM DUAS FACES

ESTE ENSAIO FOI FEITO EM FORMA DE ‘FEED BACK’ – DE CONFORMIDADE COM A CIBERNÉTICA E PSICOLOGIASIGNIFICA AÇÃO DE RETORNO OU RETROAÇÃO,

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MAS TEM UM, PORÉM QUE FOI INEVITÁVEL. A ESTÉTICA AJUDA-NOS A VER A BELEZAQUE VAI PERMITIR QUE EXERGUEMOS A COISEDADE DA COISA

E FOI POR ISSO QUE PARA MELHORAR O PERFIL DO ENSAIOO ENSAÍTA USOU UMA VARIEDADE DE FONTES QUE CASO NÃO EXISTAM NO SEU COMPUTADOR

VOCÊ QUE É UM EXPERT EM CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃOSABERÁ COMO RESOLVER.

O ENSAÍTA, COITADO!!! É UM SIMPLES APRENDIZ, MAS QUIS OFERECER O MELHOR PARA O LEITOR.O QUE NÓS ESTAMOS PROCURANDO?

PLANTAR IGREJAS?BUSCAR A VERDADE?

A FÉ CRISTÃ É CHEIA DE DESAFIOS E SUJEITA AS MAIS VARIADAS INTERPRETAÇÕES E TAMBÉM ACOBERTA DE FORMA VELADA OU NÃO MUITAS CRISES. QUANDO ESTIVERMOS CERTOS DO CAMINHO QUE DEVEMOS PERCORRER A FIM DE FAZERMOS UMA PARCERIA E VIVERMOS EM CONSONÂNCIA COM O JESUS: “Vós sereis meus amigos – TEÓFILOS – se fizerdes o que vos mando”. ENTÃO SIM – E DESSE MODO – ESTAREMOS, POR JESUS, QUALIFICADOS PARA A MISSÃO E MUITO PERTO DA {V-E-R-D-A-D-E} QUE É A SUPREMA ASPIRAÇÃO HUMANA. PORQUE A MENTIRA, COMO BEM FALOU JESUS, O CRISTO EM SUA RELAÇÃO DIALÓGICA COM OS JUDEUS QUE O QUESTIONAVAM FEZ O HAGIÓGRAFO DA ESCOLA JOANINA TRANSCREVER PARTE DESTE DIÁLOGO:

“Vós sois do diabo, vosso pai, e quereis realizar o desejo do vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque nele não há verdade: quando ele mente fala do que lhe é próprio por que é mentiroso e pai da mentira. Mas, porque digo a verdade, não credes em mim” {Jo 8,44-45}

POR QUE JESUS FEZ ESTA AFIRMAÇÃO?

PORQUE JESUS, O CRISTO, A ÚNICA VERDADE, O ÚNICO CAMINHO E A ÚNICA VIDA E EXIGE DOS SEUS DISCÍPULOS, TOTAL ENTREGA SEM RESTRIÇÕES AO ESPÍRITO DE DEUS QUE SEGUNDO A SUA PROMESSA NOS CONDUDIRÁ À VERDADE PLENA. ENTÃO SIM ESTAREMOS PREPARADOS PARA O PLANTIO DE IGREJAS, OU MELHOR, REALIZAR A MISSÃO EVANGELIZANTE.

COMO ESTAMOS SINALIZANDO DE FORMA ESPECIAL A QUESTÃO DA VERDADE QUE É UMA ‘MATÉRIA PRIMA’ MUITO IMPORTANTE DO CRISTIANISMO, É CABÍVEL O ENSAÍSTA ABUSAR DO ALEGÓRICO {FIGURA ESTILÍSTICA} COMO UM MEIO DE MOSTRAR COMO O SECULAR PODERÁ ILUSTRAR O ESPIRITUAL. É UMA SITUAÇÃO EMBLEMÁTICA, MAS É OPORTUNO MOSTRAR A RELAÇÃO ENTRE A LINGUAGEM HUMANA É O IDIOMA DIVINO – PRINCIPALMENTE EM JESUS COM SUAS LOGIAS. O QUE O ENSAÍSTA ESTÁ LEMBRANDO ABAIXO TEM ESTES SENTIDO:

NÃO ESQUEÇAM, PORÉM, DE ‘CONSULTAR’ UM GEÓLOGO, PORQUE ELE, AINDA QUE ‘FIGURATIVAMENTE’, E SE O

LEITOR FOR UM CRISTÃO, MUITO NOS AJUDARÁ A PREPARAR O SOLO. – MUTATIS MUTTANDIS – O ‘TERRENO’ PARA SER BEM PREPARADO PARA O CULTIVO – PROVAVELMENTE PRECISARÁ CONTAR COM A AJUDA DE UM ENGENHEIRO

AGRÔNOMO – TUDO ISSO AINDA DENTRO DO UNIVERSO DO ‘FIGURATIVAMENTE’.

Neimar de Barros autor do livro o Deus Negro, faz a apologia da verdade nessa Obra que já está na 16ª. O que ele escreveu ninguém poderá refutar:

“Só existe uma verdade: a de Deus! Isso porque a verdade individual do ser humano leva sempre à mentira coletiva!”Jean-Jacques Rousseau {Escritor e pensador francês de origem suíça {1712-1778} Com o CONTRAT SOCIAL {1762} veio impor a tese, segundo a qual o povo é a única origem da soberania e das leis: as suas teorias sociais tiveram poderosa influência sobre a Revolução Francesa e o liberalismo democrático. Afirmar que suas idéias não entraram pelas portas dos Templos e influenciaram os

eclesianos desde XVIII até o século atual, ou seja: XXI, seria uma tentativa de ‘tapar o sol com uma peneira’}

Rousseau escreveu este pensamento:

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‘A consciência é a voz da alma, as paixões são a voz do corpo’

Moisés – {É uma figura que criou – primitivamente – muita polêmica entre os cristãos convertidos e os judeus, particularmente para os que se abriram para a METANÓIA} mais Moisés continua como referencial histórico é o maior do AT. Abraão teve uma participação importante na PLANTAÇÃO DA SEMENTE DIVINA por isso a ele foi dada a promessa de que seria uma GRANDE NAÇÃO {Gn 18,18}. Entretanto Moisés teve o privilégio de subir à montanha {SINAI} para receber de Iahweh as...

‘{...} as duas tabuas de pedra {...}’

{Porque a primeira ele quebrara depois do Decálogo – Êxodo: 20ss quando descendo do Sinai encontrou o povo que já havia experimentado a ação de Iahweh-Deus em suas vidas na caminhada pelo deserto e agora aproveitando a momentânea ausência do líder estavam cultuando um Bezerro de Ouro por eles moldado} Agora, na renovação da Aliança, recebendo de Iahweh as TABUAS DA LEI ele o invoca e passa a falar-lhe:

“Iahweh! Iahweh!Deus de compaixão e de piedade, lento para a cólera

e cheio de amor e fidelidade;que guarda o seu amor a milhares,

tolera a falta, a transgressão e o pecado,mas a ninguém deixa impune {...}

“Imediatamente Moisés caiu de joelhos – Deus não resiste quando nos colocamos de joelhos – por terra e adorou; depois disse: ‘Iahweh, se agora encontrei graça aos teus olhos, segue em nosso meio conosco, mesmo que este povo seja de cerviz dura. Perdoa as nossas faltas e os nossos pecados e toma-nos por tua herança’”Quando na Comunidade da Fé Cristã os conflitos tomam o lugar da PAZ DO CRISTO que deve reinar nos corações então vale fazer o que recomenda o mote árabe:

“Os homens são como tapetes: em algumas ocasiões precisam ser sacudidos”

As contradições, as barreiras, as dificuldades que foram colocadas por Iahweh-Deus enquanto o ensaísta tentava – na sua insuficiência – montar este ensaio, foram muitas. O anacronismo deste texto não tira o seu mérito porque – mesmo que tenha ultrapassado diversos tempos litúrgicos que a igreja {POVO DA NOVA ALIANÇA, COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ E CORPO MÍSTICO DE CRISTO} a LITURGIA oficial que é usada roteiro para a Comunidade da Fé Cristã contar, contar e contar repetidas vezes, objetivando recordar – ano após ano – a HISTÓRIA DA SALVAÇÃO. Em função disso o ensaísta foi levado pelo Espírito de Deus até a celebração da PÁSCOA que é a maior festa da igreja. Sim, todos os impedimentos, todas as pedras que foram colocadas no caminho do ensaísta, o levaram para esse tempo litúrgico lindo e altamente significativo.

Sabe-se que a Páscoa é celebrada no primeiro domingo depois da lua cheia do EQUINÓCIO {EQUINÓCIO tem a sua duração do dia e da noite da que sucede no dias dia 21 de março a 23 de setembro. Este ano a Páscoa é celebrada no EQUINÓCIO DO OUTONO. Segundo o Aurélio e outros gramáticos, EQUINÓCIO é um substantivo masculino e que segundo a astrologia «Obs. do ensaísta: ASTROLOGIA criada por Deus, não foi só o planeta terra» é o instante em que o Sol, no seu movimento anual aparente, corta o equador celeste. O EQUINÓCIO que se divide em três fases} :

1} ...a primavera – astrologia = Ponto vernal;2} ...do outono – astrologia = Ponto de Libra;3} ...equinócio fictício cuja posição é a do ponto vernal em certa data, sem se levar em conta o

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efeito mutação.

CELEBRAR a PÁSCOA é celebrar nossa vida-em-Cristo:

Celebrar a PÁSCOA – para a igreja – significa celebrar nossa vida-em-Cristo.PÁSCOA {do hebr. ‘PESACH’ e no gr. ‘PÁSCHA’- quer dizer PASSAGEM. Deus passou entre nós. Visitou – pessoalmente – a cidade dos homens, com uma MISSÃO e é por isso que a igreja celebra a PÁSCOA e a PÁSCOA significa que:

Tudo o que é mais vida,tudo que é a manifestação da justiça,

um somatório de amor;tudo o que se ergue e tudo que torna-se digno;

tudo o que promove o ser humano criado por Deus;tudo que contribui par sermos mais gente;

tudo que promove e liberta;tudo o que nos torna humanos e nos cristifica;

tudo que ultrapassa os limites da discórdia;tudo o que planta {Ligado ao bem é claro} no coração

de modo particular a união:TUDO É E SEMPRE SERÁ SINÔNIMO DA PÁSCOA.

E por estes caminhos é Cristo ressurgindo nos homens.

A ressurreição de Cristo inaugura uma NOVA FASE na HISTÓRIA do mundo. Passamos a enxergar a tudo o que é CRISTROCÊNTRICO {Isto é: Cristo no centro da ação humana} e isso ocorre quando o Reino de Deus for plantado {Dentro do coração do homem. Nunca é demais lembrar para a língua hebraica coração – dependendo da sua aplicação na frase, poderá ser interpretado como mente999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999 para a felicidade do homem. Podemos entender que a Justiça de Deus triunfou sobre a justiça dos homens que herdaram de Adão {O primeiro homem} uma velha história que com Jesus, o Cristo, o novo Adão, começa a dar sinais evidentes que uma nova história já se estabeleceu. {Adaptado de Puebla 197}

Plantar igrejas é um programa que tem a aprovação Divina e deve contar com a nossa simpatia. É nossa obrigação missionária – desde que não tenha um caráter extensionista – mas os que já são ‘ÁRVORES’ com experiência acumulada precisam cuidar dos galhos das ‘NOVAS ÁRVORES’ fazendo anualmente ou quando necessário uma ‘PODADURA’, preferencialmente no kairós oportuno a fim de que possam dar muitos frutos e frutos em abundância. A fim de que o leitor tenha um melhor e total aproveitamento, o ensaísta – particularmente para o laicato – sugere que não se faça ou não tente fazer uma EXEGESE da linha principal do ENCONTRO-CONGRESSO. Esta é uma atividade teológica arriscada e o ensaísta não deseja ser o responsável por eventuais riscos que o leitor possa correr.

POR QUÊ?

Por que a exegese é o que se conduz para fora, que se tira. Quando eu faço um projeto a minha interpretação a partir de uma mundividência ou uma cosmovisão herdade inevitavelmente estará obviamente subordinada ou influenciada por valores já vividos, mas mesmo assim o que escrevo e o que falo nunca será a verdade absoluta por que o meu subjetivo armazena tudo o que a minha mente consciente ouviu e testemunhou.

São dois extremos são capturam dados visuais e formar um grande arquivo que existe em nosso cérebro e que com funções específicas, algumas delas ligada diretamente ao que se denominou chamar de a CAIXA-PRETA DO CÉREBRO.

Mas à caixa-preta do cérebro só estão ligados: O sistema límbico; o lobo temporal; a amígdala; o hipocampo.

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Interessa-nos o LÓBULO OCCIPITAL – onde se processam basicamente os estímulos visuais captados pelos olhos, que interpretam informações por meio de comparações, seleção e integração. Está ligado também à memória visual, quando se lê um livro.

O segundo é o CÓRTEXPRÉ-FRONTAL – Comanda capacidade de raciocinar, de resolver problemas e determinar as respostas do comportamento do indivíduo ao estímulo recebido. Esta área é uma das últimas a amadurecer na adolescência. Talvez seja a razão por que o jovem toma decisões rapidamente, sem pensar nas conseqüências. E aqui também que os neurônios envolvidos em algumas atividades que exigem concentração, como fazer palavras cruzadas, são estimuladas.

Então faça uma EISÉGESIS que é exatamente ao contrário, ou seja: O que conduz para dentro. Conduza para o seu interior, o que é subjetivo e só Deus poderá esquadrinhar só o bem a fim de que o seu perfil de cristão verdadeiro seja irretocável. Abra-se ao Espírito de Deus e permitindo que Ele atue. Só então quando você estará habilitado fazer uma EXEGESE e estará – verdadeiramente – pronunciando um Oráculo – que é a Palavra de Deus na boca do profeta. E você poderá ser um profeta de Deus. Não precisará estudar Teologia porque quando algo se circunscreve apenas ao teórico de distancia do prático, do seu dia-a-dia que é o que interessa ao Espírito de Deus.

A Teologia é necessári

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a? O ensaísta responderia que sim desde que ela seja representativa do Deus que fala de várias maneiras.

A carta aos hebreus, exordialmente coloca a multiplicidade e as diversas forma do falar de Deus que quando é pronunciada por um profeta nós chamamos de ORÁCULO.VOCÊ CERTAMENTE JÁ LEU, MAS NUNCA É DEMAIS LEMBRAR:

“Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora aos Pais, pelos profetas, agora, neste dias que são os últimos {Aqui se fala da Plenitude dos Tempos} falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e pelo qual fez os séculos. É ele o resplendor de sua glória e a expressão do seu ser; sustenta o universo – {Embora a ganância do lucro dos poderosos esteja destruindo o nosso bonito planeta terra} do seu ser; sustenta o universo com o poder de sua palavra; e depois de ter realizado a purificação dos pecados, sentou-se nas alturas à direta da Majestade, tão superior aos anjos quando o nome que herdou excede o deles” {Hb 1-4} {Obs do ensaísta: Hebreus – de autor desconhecido – abre-nos o entendimento para, de forma clara, no limiar desta carta, descrever o PERFIL DO SENHOR DE HISTÓRIA. Não há outro}

VOLTANDO A IDÉIA ANTERIOR:

Tomemos por exemplo um simples fato da vida: Você está com fome: O que tem a fazer? Alimentar-se. Especulações que isso ou aquilo vai lhe fazer mal!!! É melhor saciar logo a sua fome desde que o alimento a ser ingerido tenha nutrientes que seja de grande valia para a sua saúde. Espiritualmente você só poderá se alimentar – figurativamente – fazendo uma boa eiségesis.

Tudo o que nós fizermos se alicerçado à FILOCALIA, modificará o perfil da VIDA CRISTÃ COMUNITÁRIA e ela ficará mais fácil de ser vivida. Estas duas virtudes do cristianismo – {se ligadas} – poderão representar o fundamento do projeto SALVÍFICO DE DEUS.

Dentro de uma seqüência aparentemente alienígena ao tema proposto para o Congresso encimado, do livro: você TAMBÉM FAZ A HISTÓRIA de Irene Tavares de Sá, Edições Paulinas, São Paulo, 1981, prefaciado por Rachel de Queiroz, no capítulo CAMINHOS DA CIÊNCIA que ela preliminarmente um texto de rosto de João Paulo II:

“A promoção do conhecimento é indispensável, mas é insuficiente quando não é acompanhada pela cultura moral. Por causa da educação imperfeita ou nula da consciência, o puro conhecimento pode dar origem a um humanismo orgulhoso puramente terrestre”

A escritora inicia o desfile dos mais famosos cientistas com Louis Pasteur {1822-1895} – as fontes vivas de um grande ideal – este grande nome da ciência começa mal e termina bem, muito bem, escreve a autora:

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“Ao terminar o ‘baccalauréast’ em 1842, foi-lhe atribuída à nota ‘medíocre’ em química...

Parece de somenos importância, mas a união do rebanho o faz forte, resistente, desdenha os ataques do principal inimigo do Reino de Deus o deixando com ‘fome’ ou provavelmente sem alternativas. Um mote popular dos africanos sinaliza que a unidade é o que existe de mais importante:

“A união do rebanho obriga o leão a ir dormir com fome”

Desde que a IPU nasceu o ‘LEÃO’ está tentando destruí-la, mas o Espírito de Deus não vai deixar e está agindo desde a ascensão do Cristo para fazê-lo dormir. Porém o rebanho precisará estar unido. Quando Jesus, o Cristo pronunciou a Logia: “Simão Pedro, respondendo disse: ‘Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo’. Jesus respondeu-lhe: ‘bem aventurado’ és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que revelaram isso, e sim o meu Pai que está nos céus. Também eu te digo tu és Pedro, {Do gr. PETROS e com uma proximidade do ARAMAICO – rocha, pedra...} e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela – Mt 26,16-18.

{Excluindo os antropomorfismos, se fizeram de Pedro o primeiro Papa isso é um grande equívoco histórico e exegético. Sem preconceito ou contestação contra quem pensa diferente, ensaísta arrisca a dizer que a igreja {Não a Instituição Eclesiástica} de Cristo foi e edificada a partir do oráculo que Pedro pronunciou – A IPU é a igreja moldada por Jesus a partir do oráculo que Iahweh-Deus, colocou na boca de Pedro}

O outro mote – este brasileiro – fala a mesma coisa com outras palavras e em nada perde para o africano:

“A união faz a força”

Isso vale para todos os grupos sociais, mas particularmente para o rebanho de Jesus Cristo. Foi Ele mesmo que pronunciou esta Logia:

“Se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não poderá subsistir. E se uma casa se dividir contra si mesma, tal casa não poderá manter-se” {Mc 3, 24-25} Troque as palavras REINO e CASA por REBANHO e a Logia de Jesus se enquadra e se aplica as três expressões como se fora uma só. OUTRA ASSOCIAÇÃO NECESSÁRIA NA VIDA DA IGREJA:

A FÉ associada ao CRER – {QUE NO ENTENDIMENTO DO ENSAÍSTA SÃO PACEIROS E O CRER ALÉM DISSO, É IRMÃO GÊMEO DA ESPERANÇA} Juntos no gerenciamento da vida dos eclesianos produzirão milagres inenarráveis e inalienáveis no modo de agir da igreja.

Quem tem a capacidade de reunir estas duas qualidades nunca irá andar na contramão e jamais errará o caminho da eternidade.

Na literatura sapiencial {Provérbios 13,12-14} encontramos algo que é o arcabouço de toda a religiosidade – chama-se: E-S-P-E-R-A-N-Ç-A.

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No cristianismo este algo que nós conhecemos por ESPERANÇA é de grande importância e está fortemente presente.

Pela Fé e a partir dela, nós cremos que a CRUZ do Cristo é a garantia da nossa SALVAÇÃO ETERNA. O que é que nós então esperamos? Segundo Pedro {3,13}:

“O que nós esperamos, conforme a sua promessa, são novos céus e nova terra, onde habitará a justiça”

Qualquer outro tipo de ação excluindo-se esta base a FÉ fica vazia, sem forma e nadificada de conteúdo, esvazia a nossa motivação para buscar parceria com este DEUS que revolucionou o mundo chamado Jesus, o Cristo, Filho de DEUS que os antigos hebreus conheciam como Iahweh.

Consultando os seus alfarrábios, o ensaísta descobriu a Revista Ultimato, ANO XXXV, Nº janeiro/fevereiro 2002 o ensaísta constatou que o Editor escolheu uma linha temática – ATÉ QUE ELE VENHA – A EXPECTATIVA DO FIM NA HISTÓRIA DO CRISTIANISMO – O TEIMOSO SONHO DA HUMANIDADE – OU DA SOCIEDADE OCIDENTAL E OCIDENTAL.PARA ONDE ESTAMOS CAMINHANDO? PARA A DESTRUIÇÃO DO HOMEM PELO HOMEM? PARA A BARBÁRIE TOTAL? PARA O PARAÍSO MUÇULMANO, COM RIOS DE VINHO E MULHERES DE OLHOS NEGROS? PARA OS NOVOS CÉUS E NOVA TERRA, NOS QUAIS HABITA A JUSTIÇA?

O ensaísta não tem resposta para estas perguntas. É possível que façamos alguma formulação exegética que venha a esclarecer em parte as interrogações do parágrafo anterior. Mas quaisquer tentativas para responder serão apenas e tão somente especulações propostas, e podem ser consideradas meras especulações.

Na tenho conhecimento que o Elben M. Lenz César seja um MILENARISTA, mas isso não o impede de trabalhar esse assunto.

PINCELADAS DO EDITORIAL‘OPUS CITATUM’:

“Nem sempre o fim da história significa o fim do mundo. Mas o fim do mundo sempre significa o fim da História.Quando aconteceu extermínio da União Soviética pelo poder político do Império Americano, Francis Fukuyana, Secretário de Estado do Presidente Buch declarou que o mundo tinha chegado ao final da História, porque cf. sua concepção quando o mundo tivesse apenas uma IDEOLOGIA – no caso a Capitalista – o FIM DA HISTÓRIA teria sido decretado.

O Comunismo foi extinto na Russia e um sinal característico foi à queda do muro de Berlim. Hoje a China e muitos países da Ásia a ideologia é a Comunista. Caso seja a melhor ou pior não sei? Este não é o espaço apropriado para o ajuizamento das questões levantadas. Por enquanto ficamos com as interrogações. Aliais, de acordo com Maria Sylvia de Carvalho Franco, professora dos departamentos de filosofia da USP e da Unicamp, em entrevista a revista VEJA, Editora ABRIL, edição 1963, ano 39, nº 26 de 5 de julho de 2006, “ideologia emburrece”. E DISSE MAIS: “Não há nada mais flexível do que a espinha de um político brasileiro” Seria muito interessante notar que Jesus nunca usou as expressões FIM DA HISTÓRIA {Esta é uma expressão moderna}. Ele se referia simplesmente ao fim:

“Quando ouvirdes falar de guerras e rumores de guerras, não vos assusteis; é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim” {Mc 13,7}

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UMA EXPLICAÇÃO – O ensaísta não está fugindo da linha temática do Congresso de setembro/2010, apenas faz um pequeno parêntese que no seu modo de entender tem alguma ligação – ainda que distante – da linha programática do citado Congresso Pode ser entendido pelo leitor como uma pequena digressão:

Vamos ‘PESCAR’ das pg. 23 a 27 da revista, somadas as opiniões esparsas do Editorial e pontuar o que nelas existe de mais importante. O articulista não está preocupado em plantar Igreja. Foi por isso que a geotécnica não foi convidada. Não é hora de chamar o geólogo, ou engenho agrônomo. Se a terra está ou não preparada para o plantio este não é um assunto que preocupa o autor.

VAMOS PONTUAR:“Embora tenha escrito o recém-lançado o FIM DA UTOPIA {Record}, o professor de história e educação da Universidade da Califórnia, Russel Jacoby, confessou ao Jornal do Brasil que ninguém vai querer viver sem utopias:

‘Penso que é importante manter-se compromissado com a idéia de que o futuro pode ser melhor e diferente. Abandonar isso acaba afetando a vida em todos os aspectos’ {JB, Idéias, 10.11.2001, pg. 3}

Dentro de cada um de nós há pelo menos uma vaga esperança de um mundo novo. Não importa se somos ignorantes ou letrados, pobres ou ricos, pagãos ou cristãos. O fenômeno é tão antigo quanto a mais antiga civilização. Até Karl Marx, que tentou destruir a religião chamando-a de ‘ópio do povo’, dizia que a história caminha para a remissão do homem de todas as injustiças, mazelas e desigualdades. Embora por vias totalmente opostas, o cristão também nutre essa visão escatológica, que termina com “{...} novos céus e nova terra” – 2º Pe 3, 13.O animal não tem ESPERANÇA, nem sabem o que esperança. A esperança é um fantástico problema do ser humano, ‘{...} o único que tem a frescura de querer saber de onde vem, para onde vai é que é {...}’, segundo Millor Fernandes. ‘É na vida, acrescenta {Murilo Astora presidente do Conselho Antidroga, do Rio de Janeiro}:

‘{...} só existe um homem perdido: aquele que perdeu a ESPERANÇA’.

Sobre a ESPERANÇA... {Victor Hugo, escritor francês {1808-1885} porta, ensaísta, dramaturgo, romancista, polemista, memorialista, é a figura cimeira do romantismo sobre o impulso que soube dar à literatura do séc. XIX é considerado na França como monumento nacional.}Entre outras bela produções não poderiam os ocultar a que ele escreveu sobre o principal inimigo da à ESPERANÇA:

“A ESPERANÇA seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero”

O desespero faz parte da vida e ele enfraquece este sentimento bonito que se chama ESPERANÇA. Quem a perde jamais encontrará outro caminho que seja mais seguro para o nosso amanhã. Mas nem por isso vamos deixar de acreditar que existe para nós reservada agora e para a eternidade a felicidade.

É como explica a Rainha Silvia da Suécia:

“{...} felicidade, acima de tudo, é poder acreditar no futuro”

A revista Época fez a clássica pergunta: ‘Para onde caminha a humanidade?’ à professora de filosofia política da USP Olegária Matos e obteve a seguinte resposta:

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“Para a utopia dos vales, onde o leite, o mel, ou para a barbárie, para a emancipação de todos os sentidos, ou para a destruição do homem pelo homem”99999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999“Mesmo que estejamos caminhando para A DESTRUIÇÃO DO HOMEM PELO HOMEM mesmo que experimentemos uma catástrofe mundial {de acordo com a mitologia escandinava}, mesmo que o nosso planeta seja incendiado {de acordo com Pedro} – “{...} nós, porém, segundo a promessa de Deus, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça” {2º Pe 3,13}Na ESPERANÇA CRISTÃ, a humanidade caminha para um mundo novo. Mas não será por meio da evolução, das reencarnações, das religiões, da globalização, da guerra, do terrorismo, do pacifismo, da falida ONU, do nirvana nem do esforço humano. Será por meio de uma intervenção direta de Deus, por ocasião da parusia de Jesus Cristo”

Moisés não o conhecia {Êxodo 6,3-7}. Como foi a relação dialógica entre DEUS e Moisés? Como isso foi possível? Através de uma TEOFANIA ou um ÊXTASE:

“Eu sou Iahweh. Apareci a Abraão, a Isaac e a Jacó o Deus Eterno...

{TRADUÇÃO DA BÍBLIA NA LINGUAGEM DE HOJE QUE OPTOU PELA EXPRESSÃO SENHOR. ENTRETANTO IAHWEH FOI CONHECIDO COMO

EL-SHADDAY – O DEUS TODO-PODEROSO. ELE DIZ A MOISÉS: PORÉM, PELO MEU NOME NÃO FUI CONHECIDO. EU SOU IAHWEH «O MESMO

QUE JAVÉ PARA DEFINIR O TETRAGRAMA IHVH» QUE É O MESMO QUE DEUS}

... Fiz um acordo com eles e prometi dar-lhes a terra de Canaã, onde tinham vivido como estrangeiros. Agora eu ouvi os gemidos dos israelitas, que estão escravizados pelos egípcios, e me lembrei do acordo que fiz com eles. Portanto, diga aos israelitas o seguinte ‘Eu sou o Deus Eterno. Vou livrá-los da escravidão do Egito. Estenderei o meu braço poderoso para fazer cair sobre os egípcios um castigo horrível e salvarei vocês. Farei que vocês sejam o meu povo e eu serei o seu Deus” {O ENSAÍSTA USA A BJ, MAS COMO OPÇÃO OFERECE PARA ALGUNS PÁRAGRAFOS A BÍBLIA – NA LINGUAGEM HOJE} AGORA SIM... O ENSAÍSTA VAI EXPLORAR UM POUCO AQUILO QUE É DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA A FÉ CRISTA – A E-S-P-E-R-A-N-Ç-A {Pv 13,12-14}:

A ESPERANÇA bem que poderia ser sinônimo do DESEJO. Um não existe sem o outro. Antes que a esperança seja colocada em nosso coração pelo Espírito de Deus, o desejo humanamente ou não, já está subjetivado em nosso ser. Sem delongas vamos ao que escreveu o hagiógrafo, influenciado segundo o consenso histórico, por Salomão:

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“A ESPERANÇA que tarda deixa doente o coração; é árvore de vida o DESEJO que se realiza. Quem despreza a palavra perder-se-á, quem respeita o mandamento será salvo. O ensinamento do sábio é fonte de vida para afastar os laços da morte”

Depois do Apocalipse o João de Patmos recebeu do Espírito de Deus, oráculos de ESPERANÇA. Porém seria bom que estivéssemos conscientes do que não haverá no NOVO MUNDO: Aborto criminoso, adultério, armas, arrogância, alcoolismo, blasfêmia, cadeia, calamidades, cemitério, choro, ciúme, corrupção, culpa, delegacia, desperdício, difamação, discriminação, discórdia, doença, drogas, exércitos, feitiçaria, furto, guerra, hipocrisia, homicídio, idolatria, inimizade, injustiça, inveja, ira, lágrimas, lascívia, maledicência, manicômio, medo, mentira, morte, ódio, opressão, orgia, polícia, prostituição, racismo, remorso, suicídio, vingança, violência, velório... Estas são as contradições da vida humana, a prática do homem que anda na contramão da vontade de Deus. Tem tiver estes desvios de percurso jamais terá acesso à vida eterna. Estes sentimentos negativos são parceiros de uma alma impenitente, mas que muitas vezes entram na casa dos filhos de Deus. Cuidado para não se deixar dominar por eles.

O ensaísta vai ampliar esta questão do DESEJO através da obra do Rubem Alves, CREIO NA RESSURREIÇÃO DO CORPO – Meditações, editado pelo CEDI {hoje KOINONIA} 2ª edição, RJ, 1984:

“E se eu lhe pedisse para contar/cantar os seus sonhos de amor? Que imagem você ofereceria aos seus companheiros de jornada, a guisa de pão e vinho? Aquelas memórias e esperanças que fazem brotar um sorriso e que, se realizadas, fariam do mundo um lugar mais amigo... Ah! Se, como nas estórias infantis, lhe fosse concedido formular um desejo, um desejo apenas, o mais intenso, o mais ardente, aquele em que se dependura sua vida e sua morte... você sabe? Teria o que dizer? Ou perdeu a memória do paraíso, esquecido dos seus desejos, enterrado no dia a dia, medíocre e inexorável...Nós somos aquilo que amamos.Nem maiores e nem menores que o tamanho dos objetos do nosso desejo. E é por isso que os cristãos se dão a conhecer revelando, uns aos outros, os seus sonhos. Sonhar é ver o amor e os desejos transformados em símbolos, palavras. Não é de os desejos transformados em símbolos, palavras. Não é de causas espanto, portanto, que Deus, que é amor, nos fale por meio dos nossos sonhos. E nós, do nosso lado, lhe falemos pela oração, que nada mais é que a confissão dos nossos sonhos de amor, perante altar... Veja que somos belos, como desejo de Deus. Tão belos que ele nos criou para que fôssemos espelhos... Que em nós se refletisse sua imagem e semelhança. E nos fez amor, em amor, para o amor, destinado a andar de mãos dadas, sensíveis à beleza, à bondade, à verdade: nosso corpo se animou,, vivo ao sopro do seu Espírito...”

AINDA MAIS... {AGORA DO OPÚSCULO POESIA PROFECIA MAGIA – MEDITAÇÕES, TAMBÉM DO CEDI, RJ, 1983}:

“No princípio era a PALAVRA: há uma palavra mágica que cria universos, engravida as virgens, chama as coisas que são como se não fossem e as que não são como se fossem, palavra de vida...O problema é encontrá-la.Que mágicos, ou que crianças, ou que poetas, ou que sonhadores saberão o seu segredo?

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Onde esta a linguagem é falada, ali mundo novos são gerados, Ali, no vértice do torvelinho, uma comunidade que fala de um mundo novo e, da sua fala, o novo aparece...

NESTA ESPERANÇA SOMOS SALVOS.

ESPERANÇA - coisas que o olho não viu e a mão não tocou: pelo poder das coisas ausentes, que só ausentes, que só as nostalgias podem anunciar. ESPERANÇA desejo transfigurado pela alegria. É que o desejo pode vir sozinho, franco e abandonado, como aquele do Pai que quer que o filho viva, mas sabe que é inútil. Não existe coisa mais triste do que isto. Quando o corpo se convence da inutilidade do desejo, a cabeça se curva e a boca invoca a morte.ESPERANÇA: é o desejo mais aquela aposta de que ele haverá de florescer, futuro. E as mãos começam a fazer as roupas da criancinha que ainda não nasceu, e a se preparar para colher os frutos da árvore que ainda não cresceu, e os braços se abrem para a presença que ainda não chegou.O corpo se transfigura e salta.Não é mais um habitante do presente.Todas as verdades, todas as palavras boas para pensar ficam repentinamente muito pobres. É que elas vivem das presenças. Por isto que se dizem sempre no indicativo, indicando, apontando aquilo que está ali, ao alcance dos olhos, ao alcance das mãos. Acontece que as coisas presentes não são aquelas por que o corpo sente nostalgias, e ele permanece impassível e triste.Que seria do nosso corpo sem o poder das coisas que estão ausentes? É pelo seu poder que ele ressurge da morte para a infância...”

A ESPERANÇA que uma parceira do DESEJO caminha de mãos dadas para fazer a felicidade do homem.

Este ensinamento integrado à vida do leitor {Ligado o não a qualquer Comunidade Cristã, seja de que

organização eclesiástica, do gr. ‘EKKLESIASTIKÓS’} fará dele um homem forte, pois, terá a credibilidade do espírito de DEUS. Temos em nossa vida uma grande parceira que não tarda: se chama: E-S-P-E-R-A-N-Ç-A.

Este ensaio não é um tratado de estética, mas não podemos deixar em segundo plano o fundamento misterioso e tão belo da FÉ CRISTÃ e a E-S-P-E-R-A-N-Ç-A é a mola-mestra do Projeto Salvífico de Deus para “{...} para todo que nele crer tenha a VIDA ETERNA” {Jo 3,l6}

Ela – a FÉ não é uma propriedade a ser defendida, mas revela-nos pela pena do hagiógrafo da escola joanina...

{HAGIÓGRAFO: O HOMEM QUE ESCREVE E A HAGIOGRAFIA É O QUE FOI ESCRITO PELA INTERMEDIAÇÃO DO ESPÍRITO DE DEUS}

...o amor de um DEUS não egoísta {QUE PELA FORÇA DO SEU AMOR OFERECEU AOS HOMENS O SEU UNIGÊNITO FILHO} que pregado a na cruz, enfrentando com coragem “o sofrimento do Calvário” amou o mundo com um GRANDE AMOR.

Este amor não é o que de mais belo e importante existe no mundo?

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È esta BOA NOVA que a igreja precisa anunciar ao mundo. Só isso é suficiente para sinalizar para o homem que se organizou em sociedade um silhueta diferente... Que segundo Baruch Spinoza e «1632-1677» em sua mundividência pessimista pintou um retrato nada animador da sociedade porque ele declara:

“O egoísmo é que impele os homens a se organizarem socialmente”Não é belo e salutar sacrificar o ego em favor do amor de DEUS? Isso só faz bem ao homem porque a decisão de se ‘organizarem socialmente’ provoca no homem um distanciamento do amor de deus e ‘ipso facto’ sepulta a esperança que fortalece o cristão a viver – em amor fraternal – o acontecimento final da história, ou seja, a E-S-P-E-R-A-N-Ç-A.

A ESPERANÇA é a maior “matéria prima” do prometido momento escatológico. Com a aproximação do “FIM DA HISTÓRIA”, qual seria então dentro deste contexto a função da Teologia?

PARA ILUSTRAR E FORTIFICAR O NOSSO PROÊMIO:

A revista tempo e presença, edição especial, nº 244-245, agosto/setembro 89, que corajosamente se posiciona em defesa da amazonia já previa – pelos seus articulistas e em seu editorial – o que hoje é uma realidade: a destruição do ecossistema que – no mundo inteiro – tem provocado um desastroso resultado. As vozes proféticas não foram ouvidas. Entre elas quero destacar a de Rubem Alves:

OS IPÊS ESTÃO FLORIDOS – “Tourear, que amava muito a natureza, escreveu que se um homem resolver viver nas matas para gozar o mistério da vida selvagem, será considerado pessoa estranha ou talvez louca. Se ao contrário, se puser a cortar as árvores para transformá-las em dinheiro {muito embora vá deixando a desolação por onde passe} será tido como um homem trabalhador e responsável... Mas sei que o espaço urbano pensa diferente. O que é milagre para alguns é canseira para a vassoura de outros. Melhor o cimento limpo que a copa colorida. Lembro-me de um pé de ipê, indefeso, com sua casca cortada a toda volta. Meses depois, estava morto, seco. Mas não importa. O ritual de amor no inverno espalhará sementes pela terra e a vida triunfará sobre a morte, o verde arrebentará o asfalto. A despeito de toda a nossa loucura, os ipês continuam fiéis à sua vocação de beleza, e nos esperarão tranqüilos. Ainda haverá de vir um tempo em que os homens e a natureza conviverão em harmonia... Corra o risco de ser considerado louco: vá visitar os ipês. E diga-lhes que eles tornam o seu mundo mais belo. Eles nem o ouvirão e não responderão. Estão muito ocupados com o tempo de amar, que é tão curto. Quem sabe acontecerá com você o que aconteceu com Moisés, e sentirá que ali resplandece a GLÓRIA DIVINA?”

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Amar a natureza foi o que o homem – por causa da ganância do lucro desordenado – não fez e nisso resultou a destruição do “ECOSSISTEMA” que fez do GEÓLOGO {Em nosso contexto histórico} um especialista mais importante do que o médico, principalmente por que o médico é um TÉCNICO-BUROCRATA.

Um médico hoje é o CLÍNICO GERAL que é o único que tem acesso e poderá atuar com precisão nas UTIs.

Ao longo deste ensaio o ensaísta vai continuar sinalizando este grande e preocupante problema do nosso tempo, ou seja: A natureza dando a sua resposta ao “mal-mau” que o homem – por causa da chamada MAIS-VALIA {O resultado dos meios de produção pelos donos do poder econômico, que é o mesmo que a corrida pelo lucro que fica no bolso do dono do Capital}. É o preço que maus e bons estão pagando quando utilizam e ocupam – sem alternativas – as áreas de proteção ambiental para sustentar a sua ganância.

O QUE ISSO TEM DE ENVOLVIMENTO COM A FÉ? Sem avaliação tendenciosa, tudo!!!

O Pe. Roque Scheider, S.J. em seu opúsculo SONHOS E REALIDADE, ed. loyola, sp, 1982, escreveu:

“Sonhar é bom, enquanto nos incentiva e impulsiona para frente. Nem Deus proíbe a gente de sonhar... Sonhar ajuda. O grão de trigo morre contente, porque já preliba com antecedência a ressurreição posterior... E MAIS:

A vida é uma paisagem onde os mais diversos pincéis deixam sua marca, seus dedos, seu talento ou sua mediocridade. Nas paisagens do cotidiano, cada qual pinta como pode, como sonha como concebe como intenciona como quer. Os gostos diferem. As tinhas variam. Artistas se estranham se entendem se amam, se odeiam. Engarrafamentos de rua e colisões de rota são lugares comuns na vasta tela do mundo, do convívio humano. Sonhos e realidade se confundem. Rotinas e novidades se atropelam. Horizontes abertos se confrontam com idéias gastas. Luz e trevas se embaralham. Antagonismos explodem. ‘GERAÇÕES SE CONFLITAM’”

APESAR DE TUDO, DAS CONTRADIÇÕES...

“Sonhar é terapêutico, necessidade psicológica. sonho bom, válido e útil é sempre portador de verdades, caminhos e vida.”

A IPU ousou sonhar e encontro em seu caminho os que ainda estão apegados à TRADIÇÃO. Muitos – por preconceito – não querem mudança e são inimigos dos que querem mudar.

VOLTANDO A QUESTÃO DO ECOSSISTEMA:

No momento quando o ensaísta está {21-março-2011} tentando chegar às considerações finais deste ensaio, o mundo assiste espantado e com muita preocupação e tristeza a tragédia japonesa. Eles não estavam acostumados ao caos.

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SEGUNDO AS REDES SOCIAIS LOCAIS E INTERNACIONAIS FORAM DETECTADAS A:

“{...} confirmação da presença de radiação no coração da Capital japonesa, somada ao racionamento de energia e à crise de abastecimento, deixou Tóquio em estado de choque, e levou a população, com medo, a se confinar em casa ou a planejar rotas de fuga”. REITERANDO: ALGUNS PODERÃO PERGUNTAR...

“O que este fato tem de implicação com o Congresso em tela?”

Aparentemente nada, mas o ensaísta vê um envolvimento em nossa linha temática. Será que os eclesianos das nossas Comunidades de Fé estão livres das conseqüências de tudo o que está acontecendo do outro lado do mundo?O ensaísta – segundo o seu parecer na qualidade de um simples opiniático – entende que sim. Isso complica a ‘Missio Dei’ e confunde a ação do evangelizador.

O leitor tem o direito de pensar diferente do ensaísta e também de se alienar dessa realidade mundial – que também já atinge o Brasil, porque uma grande parte de Teresó-polis - Petró-polis e Friburgo foi muito afetada pelo desequilíbrio do ecossistema e muitos irmãos nossos foram arrastados e mortos. Uma forte alteração climática, ou um abalo sísmico – não se sabe – porque mesmo que o lençol freático estivesse muito próximo do solo fosse a causa do desastre no bairro Caleme só um lado foi danificado calamitosamente?

Tudo isso sem volta e os equipamentos para tentar resgatar pessoas ainda com vidas foram uma negação. Não há interesse político para uma ação mais humana a fim de salvar vidas.

O que eles querem? Apenas querem sair na foto...

Medidas demagógicas foram adotadas, mas muitos ainda estão sem solução.

A burocracia é priorizada e, portanto, a culpada... Será!!! Dentro deste contexto estão muitos dos nossos irmãos na FÉ.

A comoção é geral e o povo se arrisca em ajudar, mas é pela via do artesanal. A classe política dessas cidades está mais preocupada com o seu bolso.

Porém nós – seguindo a recomendação do Corpus Paulinus – precisamos:

“{...} chorar com os que choram”Outra atitude que se faz necessária: O leitor não deverá se alienar dessa realidade e entender que está isento e livre de quaisquer acontecimentos e que jamais será atingido por desastre semelhante. Se for assim, o ensaísta – a contra gosto, sente-se no dever e é obrigado a colocar sob suspeição a inteligência do leitor que se deixar levar pela crença da inatingibilidade da COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ no contexto da destruição do ecossistema.

A Igreja {COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ, POVO DA NOVA ALIANÇA E CORPO MÍSTICO DE CRISTO} não tem uma auréola protetora porque ela não foi feita viver num gueto. O desejo maior de Jesus, o Cristo, é contextual: ele deseja que os seus filhos estejam no mundo e sobre isso o hagiógrafo joanino escreveu:

“NÃO PEÇO QUE OS TIRES DO MUNDO, MAS QUE OS GUARDES DO DIABO”

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Se você que se considera ‘CRENTE’ mora ao lado de alguém que não crê em Deus e é servido pela mesma rede de abastecimento, quando faltar água na bica do ateu, não vai faltar na sua?

O desmatamento que faz secar as fontes cristalinas não afetará somente o ateu. Você que é da Fé Cristã também será vitimado. Não tem jeito!...

A dicotomia igreja x mundo – se existe – contraria o desejo do Cristo, o Filho de Deus.

Portanto!... Não devemos praticar a dissimulação. Isso é uma tendência para quem não tem o temor a Deus.

Reiterando: hoje – no mundo inteiro – o geólogo é a figura mais importante que um médico. Os interesses da IDEOLOGIA CAPITALISTA, a CORRIDA PELO LUCRO, a falta de sensibilidade humana – no Brasil – foi à responsável pelo assassinato do Chico Mendes que era o nosso símbolo de resistência. Na tragédia que se abateu sobre Teresópolis, o geólogo precisaria fazer com o solo uma auréola de contato a fim definir a verdadeiras causas. Isso não foi feito. A Defesa Civil fez a sua intervenção apenas para obrigar as famílias em situação de risco a deixarem as suas casas que logo foram saqueadas. Além disso, nada mais foi feito a não ser tirar os mortos dos escombros. Assim é o Brasil. No Japão é diferente. A Mídia mostrou isso.

Outros mártires estão espalhados no mundo inteiro, mas não são ouvidos. Eles sempre serão o protótipo da figura folclórica, ou seja:

“O PALADINO LOUCO, DOM QUIXOTE, O HOMEM DE LA MANCHA A LUTAR CONTRA MOÍNHO DE VENTOS, MAS NA

VERDADE ELE {...}” Sabe-se que ele era realmente mui nobre, de bom coração e boas intenções, embora de certo modo desguiado pela sua demência, faz renascer o espírito da cruzada, a busca de significado e propósito na vida, a natureza e realidade da VERDADE!

Na IPU nós temos muitos irmãos lutando contra MOINHOS DE VENTO, tentando desesperadamente se identificar com a verdade no espírito e no acolhimento desta Logia {cf. abaixo} – que não foi a derradeira – mas ele, Jesus – o Cristo inspirou o hagiógrafo da Escola Joanina a escrever:

“Tenho muitas coisas para dizer, mais isso seria demais para vocês agora. porém, quando o espírito da verdade vier, ele os guiará em toda verdade. não vai falar por sua conta, mas dirá tudo o que ouviu e anunciará as coisas que estão para acontecer. ele me honrará, pois vai receber o que tenho para dizer e dirá a vocês. tudo o que o pai tem é meu. por isso eu disse que o espírito vai receber o que eu lhe der e vai anunciar a vocês” {JOÃO, 16,12-15, versão da bíblia na linguagem de hoje}

O ensaísta não é ‘NABÎ’ – um profeta vidente como foi Samuel – mas mesmo assim coloca a sua posição sobre os fenômenos do nosso momento histórico-eclesiológico: o TRADICIONALISMO CEGO, O RACIONALISMO FILOSÓFICO E O DISCURSO ELITIZADO DAS IGREJAS HISTÓRICAS – EM NOSSO CASO O PRESBITERIANOnadificaram a nossa visão e não permitiram que enxergássemos que a Logia Principal de Jesus, acima digitalizada em Tempus Sans ITC está em evidência e já chegou.

A canção muito usada em nossas celebrações e culto - FLUIRÁ COMO UM RIO é cantada com muita ênfase, mas fica só nisso:

FLUIRÁ COMO UM RIO / COMO A CHUVA CAIRÁQUAL A ALVA DO CÉU / O SENHOR LEVANTARÁ

E A GLÓRIA DO SENHOR / TODA A TERRA COBRIRÁQUANDO O ESPÍRITO DE DEUS CHEGAR

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O Mote popular ensina-nos que “Água mole e pedra dura, tanto bate até que fura” É oportuno repetir: A DESTRIUÇÃO DO ECOSSISTEMA É ALGO DE PREOCUPANTE DE CONSEQÜENCIAS IMPREVISÍVEIS...

Não é só a igreja que eclesiologicamente está em crise. O nosso planeta também está passando por transformações e vivendo sob muitas ameaças, correndo muitos riscos. É um verdadeiro barril de pólvora. A IDEOLOGIA CAPITALISTA provocou a inimizade entre os homens. A noção de próximo acabou.

Sabe-se pela hagiografia {O que foi escrito nos primórdios da criação} entre os irmãos da próxima raça, os CLÃS eram independentes e a noção de próximo era o membro do próprio CLÃ. O judaísmo agarrou-se a esta herança maldita. Foi por isso que Jesus contou {LOGIA PRINCIPAL} do BOM SAMARITANO.

Por outro lado, a corrida pelo lucro, a falta de respeito ao MEIO-AMBIENTE o desmatamento e outros fatores de destruição, transformação o mundo criado – que segundo o relato no livro dos primórdios quando Iahweh-{Deus} a cada passo do ato criativo o hagiógrafo teve o cuidado de repetir o oráculo: ‘E VIU DEUS QUE TUDO ERA BOM’. O que era bom ficou ruim, se transformou em um espaço de desastres que tem feito milhares de vítimas. Já não há mais temor a Deus que segundo a literatura sapiencial ‘{...} é o princípio de toda a ciência-conhecimento’ {Pv 1,7}.

As mudanças climáticas, resultado do desequilíbrio ecológico, resultam em terremotos, Tsunamis e colocam o homem em situações sem saída. O habitat humano é hoje um lugar cheio de interrogações. Quem é o culpado por essa situação? O próprio homem, ricos e pobres, crentes e não crentes.

Quando você é convidado para um congresso que tem por finalidade avaliar a eclesiologia usual do nosso contexto histórico precisará receber as informações completas – detalhadamente – porque a TEOLOGIA é o falar sobre DEUS, ou seja: {Do gr.. THEO+LOGIA = FALAR SOBRE DEUS}.

Nada é mais emblemático do que esta verdade por que em uma de suas LOGIAS PRINCIPAIS quando ele Jesus declarou:

“Deus é espírito e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade”

{Evangelho de João 4,24}

Esta declaração no diálogo com a mulher samaritana mostra-nos um dos atributos divinos – um indecifrável mistério – a T-R-A-N-S-C-E-N-D-Ê-N-C-I-A que alguns filósofos consideram um DEUS que não está ausente da vida dos homens porque a transcendência excede os limites ordinários; é muito elevado; superior; metafísico ou o que só poderá ser encontrado em situação de êxtase que é o que excede o limite do temporal, ou um arrebatamento; uma elevação e contemplação das coisas sobrenaturais.

O que é um algo sobrenatural?

Refere-se à raiz grega ‘PHAINOMENON’ significa: “Pôr-se à luz”. Quem não gosta da LUZ fez um a opção pelas TREVAS, portanto não enxerga com muita facilidade.

O que não se pode esquecer é que essa situação mística não prevalece diante de um DEUS que é transcendente e ao mesmo tempo onipresente e está presente na história e na vida secular do homem a que ele criou.

FUNDAMENTAÇÃO PRÉVIA

Não podemos esconder as duas faces da religião. Quais são as duas siluetas de uma religião ou de uma igreja ou igreja? Uma comunidade é constituída pelas pessoas físicas e a outra pela pessoa jurídica. As duas sempre estão presentes no universo secular, porém, com objetivos bem diferenciados.

A igreja {i} ou um ser em sua individualidade... 161

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{O individuo que é um ser misterioso e é uma incógnita que quando se irmana e forma uma classe social, ou melhor, uma comunidade que se identifica pelo sistema econômico e pela fraternidade que se classifica cristã que se forma pelo amor doação}

...a igreja que é o aglomerado de pessoas que se encontram mesmo na heterogeneidade de suas reações subjetivas através dos êxtases, ou melhor: o que está armazenado no seu interior, no seu íntimo que só o ‘OLEIRO’ poderá esquadrinhar tem um só perfil.

NAS PROFECIAS DE ISAIAS... {No TERCEIRO-ISAÍAS – 64,7 – RECONHECE O ATO CRIADOR DO HOMEM}:

“E, no entanto, Iahweh, tu és o nosso pai, nós somos a argila e tu és o nosso oleiro, todos nós somos obras das tuas mãos”Esta narrativa bíblica tem uma correspondência ou está influenciada pelo mito Babilônico da Criação.

O deus Marduc teve um sério desentendimento com a deusa Tianá. Ela foi ferida e o seu sangue teria se misturado com a terra {No hebraico ADAM é igual a homem e ADAMÁ corresponde a terra, isto é, traduzido para o nosso idioma}, Portanto...

...O profeta Jeremias {17,9-10} {ASSESSORADO POR SEU HAGIÓGRAFO CHAMADO BARUK «hebr.BARÛK» – que

traduzindo para o nosso idioma significa ‘BENDITO’ companheiro e escriba do profeta quando este ficou cego -}

O ENSAÍSTA SEGUE OS PASSOS DO PROFETA EM RELAÇÃO A ESTE DEUS-AMOR QUE PENETRA EM NOSSO INTERIOR NESTE ORÁCULO:

“O coração é falso como ninguém, ele é incorrigivel; quem poderá ‘ousá-lo’ e conhcê-lo? Eu, Iahweh, perscruto o coração, sondo os rins, para retribuir ao homem conforme o seu caminho, conforme o fruto de suas obras”

Até os brutos e os insensíveis de coração o reconhecem. Um terrorista e psicopata chamado Napoleão Bonaparte que será motivo de uma apreciação mais profunda neste ensaio foi capaz – foi capaz de no cativeiro e no exílio ter a coragem de fazer esta confissão, reconhecendo o PODER DE JESUS:

“Napoleão Bonaparte se encontrava cativo na ilha de Santa Helena, onde morreu em 1821 {Séc. XIX}. Certo dia, ele comentou com o seu fiel colaborador, o general Bertrand: ‘Escute, Jesus Cristo não é um homem...

{N. do Ensaísta: Certamente sua referência era: um homem igual a nós, falível, insensato, mas simplesmente ainda em sua natureza humana, o filho de Iahweh, portanto um homem excepcional}

... Seu nascimento, a história de sua vida, a profundidade de sua doutrina, seu evangelho, seu império, sua marcha ao longo dos séculos, tudo isso é para mim uma maravilha, um mistério inexplicável. Alexandre, Cesar Magno e eu fundamos impérios,

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mas em que se fundamentam as criações de nosso gênio? ‘Na força’.

Continua Napoleão:

“... Somente Jesus Cristo fundou um império com base no amor, e neste exato momento milhões de pessoas morreriam por Ele”

Como seria bom se o leitor – ou os esclesianos de nossas Comunidades da Fé Cristã – pensassem assim! As crises e o ateísmo seriam inoperantes e a igreja seria constituída de um grupo com muita credibilidade. Mas, infelizmente deixamos o humano e o ideológico dominar e então quem exerce o seu poder entre nós são as forças estranhas ao Reino de Deus. É um verdadeiro desastre... É um desastre total!!!

“Jesus Cristo é a imagem perfeita do Deus invisível”E MAIS... “O hagiógrafo do Corpus Paulinus escreveu o que ouviu de Paulo:

“{...} Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e sobre a terra... Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste” {Colossenses 1,15-17}

{OBS. DO ENSAÍSTA: O QUE ESTÁ ESCRITO EM ‘Tempus Sans ITC’ – NOS ÚLTIMOS PARÁGRAFOS, desde Napoleão Bonaparte até Colossenses 1,15-17, foi tomado de empréstimo do livro AINDA EXISTE ESPERANÇA, de Enrique Chaij – distribuição interna sem fins comerciais, lucrativos. Gratuitamente e exclusivamente só para Clérigos – da Casa Publicadora Brasileira.} Cada Igreja Cristã tem os seus dogmas. Cada uma procurar preservar o que considera um ensinamento cristão verdadeiro. A Igreja Católica Romana tem alguns. P.Ex. O dogma de Maria nós os protestantes não adotamos. Por quê? Por que também entendemos que ela foi considerada a “THEOTOKOS, MATER DEI”, portanto, digna de todo o respeito por ser a bem-aventurada MÃE TERRENA de Jesus que é também Deus. Por que ela evangelizou cantando. O “MAGNIFICAT” é uma das primeiras elaborações teológicas da igreja {Comunidade da Fé Cristã, Povo da Nova Aliança e Corpo Místico de Cristo}. Ela poderia dizer:

FIAT = “{...} faça-se em mim segundo a tua palavra” {Lc 1,38b}.Alguém poderá pensar que é pura perda de tempo estas considerações preambulares, mas não podemos jogar no lixo o “pano-de-fundo” da nossa história de FÉ.

ELA – a FÉ que faz história – precisará sempre passar por rigorosa avaliação a fim de que tenhamos chance de corrigir possíveis erros de percurso.

POR QUÊ?

Por que é ela – A HISTÓRIA DA NOSSA FÉ – instrumentaliza e ilumina o nosso presente. Também é ELA – a nossa FÉ em parceria com histócidade – é o nosso PRINCÍPIO FUNDANTE, mas não confundamos a história com a tradição porque não é ela que deve guiar os nossos caminhos.

POR QUÊ?

Por que quando o Espírito de Deus manifesta- se ao visionário de Patmos e em seu oráculo Jesus manda que ele escreva:

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“Vi então ‘UM CÉU NOVO E UMA NOVA TERRA’, pois o primeiro céu e a primeira terra se foram, e o mar já não existe. Vi também descer do céu, de junto de Deus, a Cidade santa, um a Jerusalém nova, pronta como uma esposa que se enfeitou para o seu marido. Nisto ouvi uma voz forte que, do trono, dizia:Eis a tenda de Deus com os homens. ‘ELE HABITARÁ COM ELES; ELES SERÃO O SEU POVO, E ELE, DEUS-COM-ELES’, será o seu Deus. Ele ‘ENXUGARÁ TODA LÁGRIMA DOS SEUS OLHOS’, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Sim! As coisas antigas se foram!”“{...} “Eis que eu faço novas todas às coisas.”“{...} “Elas se realizaram!”{Ap 21,1ss}

O que o espírito de DEUS inspirou o João de Patmos a escrever é o nosso princípio fundante, é a nossa história. Os eclesianos {ou qualquer grupo religioso} que formam uma comunidade de fé têm conhecimentos empíricos, perspectivas diversas oriundas das experiências acumuladas. A experiência é o fator determinante para o eclesiano fazer suas opções. O que é a experiência? Vamos recordar?

VAMOS RECORDAR:

A ETIMOLOGIA DA PALAVRA ‘EXPERIÊNCIA’ É CONSTITUIDA DE TRÊS SEMAS:

1. ‘EX’{Sair de dentro para fora. Pleonasmo? Não!}; 2. ‘PERY’ {Quando nós enxergamos o mundo à nossa volta. E aqui vem à nossa

lembrança uma Logia de Jesus}: “A lâmpada do corpo é o olho. Portanto, se o teu olho estiver são todo o teu corpo ficará iluminado; mas se o teu olho estiver doente, todo o teu corpo ficará escuro. Pois a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão as trevas” {Mt 6,22-23 – Será

que Jesus estava falando de um‘GLAUCOMA DA FÉ’} 3. ‘ÊNCIA’ = Ciência, ou seja: EX-PERY-ÊNCIA.

Segundo certa doutrina o Empirismo é o que dá origem ao conhecimento e este – por sua vez – resulta esta coisa que é uma prerrogativa humana que todos identificam com a: E-X-P-E-R-I-Ê-N-C-I-A. porque sem ela o homem fica perdido e não encontra sequer um atalho para sobreviver.

Na ‘FÉ CRISTÃ’ este esquema funciona da mesma forma. Quando os eclesianos estão missionando

acumulam muita experiência a partir de uma linha programática criada – espero – não proselitista.

A igreja {COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ, POVO DA NOVA ALIANÇA, CORPO MÍSTICO DE CRISTO} tem muitas barreiras. O preconceito, o apego à tradição, os arquétipos que ela transforma em dogmas, a dicotomia igreja x mundo e muitas outras coisas que se relatadas ocupariam um espaço muito grande e congestionaria este ensaio. Nós iremos caminhar dentro de uma consciência possível tentando vencer as dificuldades de uma avaliação anacrõnica, procurando – se possível – buscar insistentemente a sinopse.

As pessoas físicas {COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ, POVO DA NOVA ALIANÇA E CORPO MÍSTICO DE MÍSTICO DE CRISTO} serão neste ensaio sinalizadas com {- i -} minúsculo. Por que é a ‘IGREJA’ a que se referiu Jesus em {Mt 16,18b}.

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Em sua individualidade este grupo que crê é e sempre será ou o TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO {1º Co 3,16} porque DEUS...

“{...} O altíssimo não habita em moradas – templos – feitas por mão de homem{...}”

«At 7,48b – Hb 9,11. 24»A segunda, que para destacar da primeira, deve ser escrita com {- i -} maiúsculo.

Por quê? Por que a comunidade da FÉ CRISTÃ é formada pelos eclesianos convertidos que via-de-regra não ‘rezam’ na mesma cartilha da Igreja a Instituição Eclesiástica.

A razão é simples: a igreja em sua função hierárquica administra – em obediência ao que determina o poder civil – a ‘EKKLESIA’ {gr.} ou ‘ECCLESIA’ {lat.}.

A expressão anteriormente citada era conhecida na Grécia antiga, e especialmente em Atenas, como a assembléia dos cidadãos – termo secular que foi tomado de empréstimo pela IGREJA CRISTÃ PRIMITIVA.

Em muitos outros casos as normas regimentais e as exigências exacerbadas pelos moralismos que são postos em evidência para policiar o comportamento dos eclesianos, acabam por sufocar o amor fraternal comunitário.

Mas devemos tomar consciência que os hábitos de uma Irmandade Social secular não servem como referencial para o modo de viver do cristão... O monge Graciano imaginou ± por volta de 1140 quando emitiu este pensamento que revela o caráter emblemático da atuação de dois tipos de eclesiános:

“Há duas espécies de Cristãos: os eclesiásticos {NA IGREJA} e os leigos {NO

MUNDO}”No Sistema de Governo do Romanismo é a Diocese a responsável – através do Bispo Diocesano – pelas Paróquias. No inicio a Igreja tinha uma TRIPLICE ORDEM: {Epíscope, Presbítero {QUE MINISTRA OS SACRAMENTOS NA PARÁQUIA} Presbítero Diácono.

O Epíscope {gr. ‘EPISKOPOS’, ‘VIGILANTE’ – NO GREGO CLÁSSICO, O TERMO É USADO PARA INDICAR UM FISCAL, OS

ADMINISTRADORES MUNICIPAIS, OS VIGILANTES DO TEMPLO TAMBÉM TOMADO DE EMPRÉSTIMO PELA ‘ECCLESIA’}No protestantismo são diversos os sistemas de governo, mas interessa-nos o nosso que é representativo, mesmo sabendo-se que Calvino adotava a TRIPLICE ORDEM já referenciada acima.

UM PARÊNTESIS:

As Igrejas têm hoje que obedecer e adaptar seus estatutos ao novo código civil, Lei nº 10.406, de 10.01.2002 – dou 1 de 11.01.2002 em detrimento do ‘CÓDIGO DA NOVA ALIANÇA’ DE JESUS – OU SEJA: O CRISTIANISMO QUE MUDOU A ANTÍGA ALIANÇA QUE FAZIA DOS SACERDOTES OS ÚNICOS QUE GUARDAVAM OS SEGREDOS DA ARCA DA ALIANÇA. NINGUÉM TINHA ACESSO A ESTE LUGAR QUE ERA SANTO E INTOCÁVEL. No modo de entender do ensaísta a LEI DE DEUS é superior a LEI DOS HOMENS.

Mas o que há de se fazer quando tudo tem que se submeter ao que é humano e não ao que é Divino.

No momento escatológico há de prevalecer o DIVINO e não o HUMANO. Na hora da verdade, quando a ‘JUSTIÇA DIVINA’ se manifestar, tudo que é humano desaparecerá.

No catolicismo romano a Diocese é responsável pelas Paróquias que não se envolvem nestas exigências humanas.

{Comentário sob a responsabilidade do ensaísta}165

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Lamentavelmente – conforme colocação anterior – este ensaio foi feito involuntariamente de forma anacrônica, mas – em compensação – a avaliação será enriquecida com novas idéias e premiarão as colocações que ficaram pendentes. – também involuntariamente – no Congresso em tela. Porém – reconhecemos – que uma sobrecarga distenderia o conteúdo e a Comissão Organizadora do encontro não dispunha de tempo para avançar mais do que fez.

Mesmo assim algo foi feito e esse algo que foi feito deve ter produzido um determinado resultado. Só DEUS sabe os desdobramentos e a conscientização do algo realizado mesmo considerando-se as limitações de tempo e a nadificação do nosso saber. Qualquer tipo de pendência deve-se ao fato de que o homem é limitado.

O ensaísta – sem falsa modéstia – deverá sempre repetir a maiêutica socrática:

“Só uma coisa sei; é que nada sei”

É relevante salientar – no momento inicial deste “CHECK-UP” – algumas colocações sobre o tema em evidência no Congresso encimado {PLANTAR IGREJAS TEM UMA LIGAÇÃO DIRETA – ACREDITAMOS – COM A SEMEADURA E É ALGO QUE PODERIA SE DENOMINAR MISSIOLOGIA, OU MELHOR, A EVANGELIZAÇÃO}.

Esta linha programática é algo inusitado, mas um esforço válido para dar mais vitalidade a igreja e abalizar a sua credibilidade. Merece o nosso aplauso e não críticas destrutivas. Caso tenhamos críticas que sejam construtivas. Vamos agradecer a Deus pela iniciativa do Conselho Coordenador da IPU – particularmente ao moderador reverendo Enoc o principal incentivador. A nossa Comunidade da Fé Cristã, nasceu pluralista e ecumênica. Portanto...

MAS ALGUMAS QUESTÕES PRECISARIAM SER LEVANTADAS ‘a priori’: Será que todos os eclesianos conhecem os riscos e as implicações que isso representa? Quando plantamos uma planta, uma arvore, ela vai precisar de cuidados especiais. A preparação

da terra; Hoje com as alterações climáticas, a destruição do ecossistema, um geólogo e também um

engenheiro agrônomo precisariam ser chamados; ‘Mutatis Mutandis’ ainda que figurativamente este procedimento também seja válido para a

igreja {ou Igreja enquanto Instituição Eclesiástica} devemos observar os pré-requisitos para a consolidação desse tipo de ação;

Devemos sempre lembrar que quando estamos missionando a Pessoa de Cristo é mais importante do que as nossas concepções ideológicas ou os nossos dogmas particulares. A etnia do evangelizando deve ser respeitada.

E mais, seguindo o ensino da Raposa para o Pequeno Principe, ‘NÓS SOMOS RESPONSÁVEIS

PELAS PESSOAS A QUEM NÓS CATIVAMOS’. {CATIVAR – É UM VERBO TRANSITIVO DIRETO QUE SE FOR OLHADO COMO – CAPTURAR, SEDUZIR, GRANJEAR TRANSFIGURA A MISSÃO EVANGELIZANTE E FAZ DO EVANGELIZAR UM SIMPLES

EXTENSIONISTA. O AMOR QUE NOS AMOR DE TAL MANEIRA NÃO PODERÁ EM NENHUMA HIPÓTESE SER TRAÍDO. CATIVAR... QUANDO A MISSÃO É DE DEUS SE TORNA UMA PALAVRA CHAVE DA NOSSA RELAÇÃO DIALÓGICA COM O

EVANGELIZANDO} Quando o semeador enterra a semente, a árvore nasce de baixo para cima. Assim deve acontecer com a igreja. Não é a hierarquia que determina – de cima para baixo – a

plantação de uma igreja. Ela nasce de baixo para cima a fim de ser uma verdadeira Comunidade da Fé Cristã. Se o grupo que se forma – voluntariamente – desejar se transformar em uma Pessoa Jurídica é outra história.

Caso contrário...O reverendo João Dias de Araujo {UM DOS MAIORES EXPOENTES DA TEOLOGIA NA IPU, NOSSO AMADO COMPANHEIRO AINDA

EM ATIVIDADE ENTRE NÓS – PELA GRAÇA DE DEUS} escreveu um artigo bem elaborado para a revista Tempo e Presença, 10-1973, sobre o assunto que é a EVANGELIZAÇÃO.

Vamos direto – sem mais delongas – ao que escreveu o professor que também é doutor em teologia:166

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“A tarefa principal da igreja {OU IGREJA A INSTITUIÇÃO ECLESIÁSTICA}, a evangelização tem que passar sempre pelo crivo do reexame e da reformulação, à luz do exemplo de Jesus Cristo nos Evangelhos, e da prática da igreja apostólica”.

“É importante salientar de início, que Jesus ligou várias vezes a palavra EVANGELHO à palavra REINO”.

“Ele anunciava o ‘EVANGELHO DO REINO’” {Mt 4,23; 9,35; 24,14; etc.}

“Não podemos separar as ‘BOAS NOVAS’ que Jesus anunciava de outra realidade que ele também proclamava – o ‘REINO DE DEUS’.”

“O Reino de Deus era o tema principal da pregação de Jesus Cristo, que envolvia todo o seu Ministério por palavra e obras...”

O ensaísta vai sequenciar João Dias com suas importantes pontuações do assunto na ‘mesa das discussões’, mas antes vai – da mesma revista – colher a opiniaticidade de Paulo César Loureiro Botas, escrevendo sobre o mesmo tema.

“EVANGELIZAÇÃO: JULGAR O MUNDO”, como segue:

EVANGELIZAR: DAR NOMES AS COISAS

“Quando damos nomes às coisas isto significa que tomamos posição em relação a elas. Significa que nos decidimos por uma ou por outra coisa. Ora, nossa evangelização sempre foi uma evangelização de coexistência pacífica, a evangelização das ‘coisas que não são deste mundo’, mas também não conseguimos precisar de maneira convincente de qual ‘mundo’ seria”

“Basta ver que todos os que tiveram uma formação cristã, são hoje, na sua grande maioria, pessoas desacreditadas da igreja que os evangelizou...”

“Será que nossos anúncios da Boa-Nova possibilitam um dia uma tomada de decisão: SIM ou NÃO, e não mais uma atitude de contemplação das ‘coisas deste mundo’ e uma total impotência e covardia?”Como poderia um evangelizador apresentar a boa-nova {OU BOA REALIDADE} do Cristo movido pelos interesses ideológicos da organização eclesiástica? Ademais o que se vê hoje – PELAS REDES SOCIAIS – são as massas desalentadas sendo seduzidas pelos interesses do lucro – DOS FALSOS PROFETAS – que usam a mídia arrancando do bolso dos ‘SEM VOZ E SEM VEZ’ até o último ‘TOSTÃO’. {COMENTÁRIO SUPLEMENTAR DO ENSAÍSTA}

EVANGELIZAR: JULGAR AS COISAS

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“Quando damos nomes às coisas nós estamos capacitados para julgá-las. e julgar as coisas é saber qual a nossa posição e de que nós nos situamos. ora o evangelho já decidiu, por nós, que lado está: Do lado dos oprimidos, dos pobres, dos injustiçados, dos que sofrem perseguição, dos que estão famintos, etc”.

EVANGELIZAR: DENUNCIAR OS IMPLICADOS NOS CRIMES CONTRA OS HOMENS

“Em toda a tradição bíblica as situações de injustiça ao serem denunciadas trazem em si a denúncia dos que a mantém. As situações não são criadas por elas mesmas. Existem homens por detrás delas. Existem interesses por detrás delas. Ora, para que possamos saber aonde devemos anunciar a Boa-Nova, e, apesar do que e de quem anunciá-la é importante saber quem está mantendo a situação de morte e de opressão. Os crimes têm criminosos. Os criminosos têm razões fortes para manterem as situações de crime, as situações de exceção onde os crimes podem ser efetivados sob a aparência de atitudes legais e defensoras do “BEM COMUM’”.

EVANGELIZAR: COMPROMETER-SE COM O QUE SE DISSE

“É a crença na verdade que anunciamos que pode legitimar a atitude de se comprometer. Metz, ao escrever a sua teologia, diz que a Igreja...”

ACRÉSCIMO DO ENSAÍSTA: ‘A REFERÊNCIA É A IGREJA – i – ’ {COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ, POVO DA NOVA ALIANÇA E CORPO MÍSTICO DE CRISTO}

ASSIM É QUE:

Devemos estar atentos e meditar com muita profundidade no que esse grande teólogo escreveu sobre os caminhos de um comprometimento eclesial:

A EVANGELIAÇÃO DEVE ESTAR POLARIZADA EM TRÊS LINHAS NA SUA ATITUDE CRITICA: “Falar a verdade”; “Morrer por ela”; “Na ESPERANÇA da ressurreição”

EVANGELIZAR: ACREDITAR QUE A VIDA VENCE A MORTE

“Tudo que foi dito, anteriormente, tem como pressuposto o enunciado acima. Porque acreditamos que a vida vence a morte, que a vida anunciada pela Boa-Nova é capaz de aniquilar todos os sinais de morte do nosso mundo e da nossa História é que nos sentimos chamados a

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viver nossa convicção numa linguagem comum a todos os que tentam resistir aos sinais de morte que se manifestam em todas as dimensões da vida humana...”

“Que a nossa fraternidade seja o elemento capaz de manter nossos olhos abertos, nossos ouvidos atentos, nossos braços prontos, nosso coração disponível, nossa língua livre, nossa inteligência lúcida para sabermos o momento exato de anunciar, de denunciar, de agir, de calar, de esperar e de proclamar que a VIDA vence a MORTE. Que a plenitude dos tempos comece a ser criada na carência e nas sombras do nosso próprio tempo. E não esqueçamos o desafio que a Boa-Nova nos lança”:

“‘Quando vier o Filho do Homem, achará porventura Fé na terra? ’”VOLTANDO AO REVERENDO DOUTOR JOÃO DIAS:

“O que os cristãos têm feito é separar o que não se deve separar por isso a EVANGELIZAÇÃO tem caído em quatro em quatro extremos errados”:

“O PRIMEIRO é aquele que considera a evangelização apenas como proclamação verbal, como pregação separada da promoção total do homem. A evangelização que não considerar o corpo humano e a realidade social mutila o conceito do Evangelho de Cristo”

“O SEGUNDO extremo em que tem caído a obra da evangelização está na atitude de pensar a igreja {ou Igreja} deve humanizar sem proclamar. Nesse extremo caiu o movimento denominado ‘Evangelho Social’ {...}”

“O TERCEIRO extremo se localiza entre as duas primeiras posições, e pode ser sintetizado nas seguintes palavras: ‘Vamos pregar a tempo e fora de tempo e depois, se der tempo, vamos cuidar dos problemas sociais, e da promoção do homem’ Essa procrastinação tem levado a Igreja a uma atitude de retaguarda e não de vanguarda na solução de muitos problemas humanos”

“O QUARTO extremo também deve ser evitado. Ele se resume nas seguintes palavras: ‘Vamos humanizar primeiro e, quando a sociedade estiver evoluída e ideal, então poderemos pregar o Evangelho’Todos esses extremos têm viciado a tarefa evangelizadora da Igreja, porque desprezaram o exemplo de Cristo e da igreja apostólica. A obra de Cristo foi levantar o homem, restaurá-lo em todos os sentidos e em todas as suas implicações existenciais. Isto significa colocar o homem debaixo da soberania de Deus, para fazer a vontade do Pai Celeste”

“Por isso a Igreja precisa reformar e corrigir sempre seus métodos de evangelização, para que a sua obra se enquadre dentro do ensino e da prática de Jesus {...}”

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“Relacionando a obra da evangelização com o ensino sobre o Reino de Deus, chegaremos às seguintes conclusões:

A evangelização não é dirigida apenas para a alma do homem, como separada do corpo, mas é para o homem total;

A evangelização não deve visar apenas o indivíduo em particular, mas também a sociedade como um todo, e toda a humanidade;

Não é uma tarefa que deve ser feita sem a visão escatológica do plano de Deus para a humanidade e para o universo.

A evangelização tem como práxis o testemunho. Evangelizar é viver debaixo da Soberania de Deus {Reino de Deus}

que é Senhor de toda a realidade”

O TESTEMUNHO CRISTÃO

“O testemunho cristão, portanto, deve estar relacionado com a EVANGELIZAÇÃO, e deve ter quatro características essenciais:

1 - DEVE SER POSITIVO: Estamos dando testemunho da Obra grandiosa do Reino de Deus? Essa é uma mensagem positiva para o mundo. Não devemos cair num testemunho negativo, que conduz ao moralismo negativista e farisaico. O testemunho do Evangelho de Cristo é para construir vidas e conduzir existências, ‘porque o Filho do Homem veio para buscar e salvar o perdido’;

2 - DEVE SE CRISTOCÊNTRICO. Cristo disse: ‘{...} Sereis minhas testemunhas... ’ Somos testemunhas dele, e não de nossa cultura, ou de nossa civilização, ou de nossa classe social, ou de nossa ideologia política, ou de nossa seita.O testemunho cristão é cristocêntrico porque é fruto da comunhão com o Espírito de Cristo, e, porque aponta para a pessoa de Cristo. 3 - DEVE SER TOTAL: O testemunho do cristão é uma expressão de sua experiência com Cristo e não apenas um relato verbal das doutrinas cristãs. Testemunhar é viver a Presença do Reino de Deus no mundo. Não podemos limitar o nosso testemunho a alguns setores restritos de nova vida.

4 - DEVE SER COMUNITÁRIO: Damos testemunho de que pertencemos à nova comunidade que Cristo estabeleceu na terra e que deve ser estendida até os confins da terra.Nenhum cristão pode dar um testemunho individual sem relação com essa nova comunidade de Cristo. Todo o nosso viver aponta positiva ou negativamente para a comunidade que sente mais de perto a atuação de Deus no mundo, porque ela é a vanguarda do Reino de Deus. Como podemos evangelizar, se o nosso testemunho comunitário não corresponde ao anúncio das Boas Novas que nós temos que proclamar comunicar e transmitir ao mundo?”Lamentavelmente – por mais que os especialistas da teologia se esforcem – não podemos evitar que a MEGALOMANIA entre pelas portas das Igrejas ocupe o seu espaço e – ESCONDENDIDO NA SÊDE DE PODER PELO PODER – Este de eclesiano, à semelhança

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do ‘joio e do trigo da parábola de Jesus’ se juntam aos demais fiéis para dizer ‘SENHOR, SENHOR!!!’, mas segundo a afirmação do Filho de Deus, jamais entraram no Reino de Deus.

A recomendação Cristo aos seus discípulos no passado e que o TRIGO E O JOIO DEVEM CRESCER JUNTOS ATÉ À HORA DA COLHEITA.

Você já leu isso, não vou repetir.

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Os psicopatas sempre existiram. A paranóia do Napoleão Bonaparte foi vencida e a sua memória ficou apenas registrada na história, mas não na HISTÓRIA. A igreja não está isenta dos megalomaníacos, mas eles serão vencidos até mesmo antes da GRANDE COLHEITA. Porque caso a GRANDE COLHEITA ocorra com eles ainda vivos, não agüentarão a ação da JUSTIÇA DIVINA. Quem entender que esta é uma CARAPUÇA para a sua cabeça poderá colocá-la com urgência. De repente esta e a indumentária que estava faltando para completar o seu perfil.

Caso você reflita e queira mudar, experimentar a metanóia, quem sabe ainda terá tempo para o verdadeiro arrependimento!

NAS DECLARAÇÕES ANTITÉTICAS DA LITERATURA SAPIENCIAL UM HOMEM QUE SE DIZ SÁBIO QUE DECLARA:

“{...} Fui rei de Israel, em Jerusalém. E resolvi examinar e estudar tudo o que se faz neste mundo. Que serviço cansativo é este que Deus nos deu! Eu tenho visto tudo o que se faz neste mundo e digo: tudo é ilusão. É tudo como correr atrás do vento. Ninguém pode endireitar o que é torto nem fazer contas quando faltam os números” {Eclesiastes 1,12-15. Pela forma como o hagiógrafo escreveu dá para perceber que esta figura aqui descrita, seria Salomão que foi muito sábio, mas pelas suas loucuras {veja 2 Cr 10,1-18} provocou a divisão do Reino de Israel em duas facções; o Reino do Norte e o Reino do Sul {Jeroboão e Roboão} que se tornaram inimigos. Entretanto e apesar disso você leitor amigo, deveria fazer o que ele fez {de bom} e seguir também o conselho paulino:

‘EXAMINAI TUDO E RETENDE O QUE É BOM ...’ Na compreensão salomônica a tempo para tudo e nós sabemos que o kairós de Deus não é o nosso kairós. Quem sabe os paranóicos que hoje criam muitas dificuldades para a IPU não terão oportunidade e serão beneficiados pela

PACIÊNCIA HISTÓRICA DE DEUS?} OUTRO ARTIGO DE JOÃO DIAS DE ARAUJO:

{Do Caderno do PIEC, ano II, Vitória, Fevereiro de 1995, nº 4, ainda sob a direção Paulo Roberto Rückert e Maria Luíza Rückert}

“CONCEITO DE MISSIONAR: No início deste estudo, quero introduzir a analise do verbo MISSIONAR que tem, na língua portuguesa, uso nobre entre os clássicos e que não é muito usado em nosso vocabulário protestante nacional. Consultemos a

palavra no ‘Aurélio’.

“Missionar – V. int. 1. Fazer missões {V. missões 7}; Pregar a fé cristã: ‘D. Luiz de Santa Tereza... MISSIONOU desde Porto Calvo até o Rio

Grande do Norte’ {Franklin Távora. O Cabeleira. P. 58. T. d. 2. Pregar a fé a; instruir em matéria religiosa; catequizar. 3. P. ex. Pregar, propagar,

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apregoar: ‘e sem que eles intrusivamente MISSIONEM as suas idéias ou seus costumes’ {Eça de Queirós – que não era um extensionista –

Cartas Familiares e Bilhetes de Paris}”

Em João 20,19-23 encontramos no versículo 21, o verbo ENVIAR para traduzir por dois verbos gregos que irão significar MISSIONAR. Este texto nos mostra que Deus é missionário porque seu Filho foi enviado ao mundo. O Espírito Santo é o missionário do Pai e do Filho. Os discípulos são missionários – enviados por Cristo.Nós nos encontramos diante de duas épocas que terminam e uma nova que vai surgir. Acaba, dentro de poucos anos, o 2º Milênio da Era Cristã, e completamos, em 1992, meio milênio de missão cristã nas Américas. Vamos entrar na nova época procurando corrigir os erros e enganos que, como Igreja e como cristãos cometemos na tarefa de MISSIONAR. Nesse longo período, que ficará para trás, fizemos missão, muitas vezes erradamente. Vale a pena relembrar esses desvios históricos neste estudo:

MISSIONAR NÃO É CRISTIANIZAR O primeiro desvio doutrinário e prático, que se instalou, apareceu na época pós-apostólica, na fase de expansão do Cristianismo, quando a ênfase era a conquista dos povos e nações para se colocarem debaixo da liderança cristã.

Consultemos novamente o ‘Aurélio’ para saber o que significa cristianizar. {ESCLARECIMENTO DO ENSAÍSTA: Apesar de tanta badalação que fazem, o ensaísta entende que o Aurélio não é o melhor gramático, mas respeita o uso que dele faz o reverendo João que é um homem escolarizado devendo ter outras e melhores fontes gramaticais – Respeito o colega por sua opção}‘CRISTIANIZAR – {do gr. Christianízio; pelo lat. Christianizare} V.T. d.1. Tornar = cristão; converter à fé cristã: “Havia que batizar todos os negros, segundo os MANDAMENTOS da Santa Madre Igreja. Cristianizá-los, para que assim se salvassem” {Herberto Sales, Os Pareceres do Tempo. p. 31}’” «Nota do ensaísta: Esta questão polêmica – batizar ou não batizar crianças, ainda faz suas vítimas na cabeça de alguns irmãos que acham que a

criança imatura para este ato. Só que segundo a nossa tradição eclesiológica – seguindo a regra anunciada por Jesus, o Cristo: “{...} deixai vir a mim os pequeninos- crianças – porque dos tais é o Reino dos Céus-Deus”, porém nossas crianças são batizadas na Fé da igreja e conseqüentemente na Fé dos pais, confirmando na idade adulta os votos. Sabemos que a pertença à igreja {Igreja} é voluntária. Conversão também é uma opção íntima. Como os negros seriam salvos a fim de se salvar?}

VAMOS CONTINUAR NO ESTUDO BEM ELABORADO DO REV. JOÃO DIAS:

“Na História das Missões encontramos missionários que chegavam a um país e procuravam converter o rei. Se o rei se convertesse, os seus súditos eram rotulados de cristãos, depois dos batismos em massa.A principal falha desse método de missionar é a ausência do valor do compromisso pessoal expresso na frase de Cristo: “Quem crer e for batizado...” O apóstolo Paulo fala: “Com o coração se crê para justiça.”{Rm 10,10}

Os Bispos latino-americanos, no Documento de Medelín {1968}, falavam que havia nos povos latino-americanos uma “falta de adesão pessoal ao Cristo”. Devido ao tipo de cristianização, uma vida religiosa superficial apareceu nas grandes massas da população. Um cristianismo sem raízes na experiência pessoal, sem doutrinação mais profunda.Esse desvio se repete hoje na chamada ‘EVANGELIZAÇÃO EM MASSA’.Enormes estádios, cheios de gente, onde se pratica um apelo emocionalista, oportunista e até terrorista para que haja ‘decisões’ por Cristo ou curas e exorcismos, usando os meios modernos de comunicação.Há muito prejuízos para as Igrejas, quando elas usam esse método de missionar.

MISSIONAR NÃO É ACULTURAR

Esse método errado é muito sutil e apareceu já nos dias apostólicos, quando os cristãos convertidos do judaísmo queriam que os gentios, que aceitaram o Evangelho, seguissem os costumes judaicos prescritos por Moisés {At 15,1}. Foi à primeira tentativa

de missionar por ACULTURAÇÃO”.

{OBS. DO ENSAÍSTA: CERTAMENTE QUE ESSE GRANDE EXPOENTE DA TEOLOGIA REFORMADA O AMIGO DE TODOS CHAMADO JOÃO Dias de ARAUJO, TOMOU DE EMPRÉSTIMO DE PAULO FREIRE, DO SEU LIVRETO COMUNICAÇÃO OU EXTENSÃO O TERMO ACULTURAÇÃO. TODA ATITUDE EXTENSIONISTA É UMA FORMA DE DESTRUIR A ETNIA DA TRIBO OU DO GRUPO PARA O QUAL LEVAMOS – NO BOLSO DO COLETE – TODA E QUALQUER COMUNICAÇÃO.

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PAULO FREIRE FOI CONSIDERADO SUBVERSIVO POR QUE ERA O MAIOR PEDAGOGO DA AMÉRICA LATINA. NA CONDIÇÃO DE EXILADO DE SUA PÁTRIA PELOS DITADORES MILITARES DE SUA ÉPOCA, LECIONOU EM ALGUMAS UNIVERSIDADES, INCLUSIVE NOS EUA. A BOA-NOVA DO REINO DE DEUS PREGADA POR JESUS, O CRISTO, NÃO É PARA SER IMPOSTA. O EVANGELIZADOR PRECISA DEIXAR QUE O ESPÍRITO DE DEUS ATUE E QUEM DEIXOU ISTO MUITO CLARO NO AT, FOI O TERCEIRO-ISAÍAS {55,9-11}:

“Assim como o céu está acima da terra, assim os meus pensamentos e as minhas ações estão muito acima dos seus. A chuva e a neve caem do céu e não voltam até que tenham regado a terra, fazendo as plantas brotar, crescer e produzir sementes para serem plantadas e alimento para as pessoas. Assim é a minha Palavra; {ORÁCULO DE IAHWEH} não voltará para mim vazia, antes prosperará para a qual eu a enviei”

{Esclarecimento do ensaista: A partir do ‘Assim é a minha Palavra...’ é a tradução da Bíblia de Jerusalém porque a Bíblia na

Linguagem de Hoje: ‘ASSIM TAMBÉM A ORDEM QUE EU DOU NÃO VOLTA SEM TER FEITO O QUE EU QUERO; ELA CUMPRE TUDO O QUE

EU MANDO’ apresenta-nos uma tradução muito radical. Iahweh não é – como pensavam os antigos – o JAVÉ TRIBAL. Foi por isso que Ele enviou o SENHOR DA GRAÇA – Jesus, o Cristo, seu Filho Amado – Esta questão da tradução do original para o nosso idioma passa por muitas adaptações. P.ex.: O capítulo 54, do mesmo Isaías, revela o Amor de Deus por Jerusalém de uma forma a nos deixar interrogações:

“Jerusalém, você nunca teve filhos, você nunca sentiu dores de parto, mas agora grite de alegria, pois o Deus Eterno diz: ‘A mulher abandonada terá mais filhos do que a que mora com o marido’”

Será que Deus é contra o casamento convencional?}

MAS VOLTEMOS AO JOÃO QUE VINHA TRABALHANDO A EXPRESSÃO ACULTURAÇÃO

“Que é ‘aculturar’? ‘Consultemos a Enciclopédia Mirador Internacional: ‘ACULTURAÇÃO’ – 1. Etimologia. ‘O ing. «acculturation» é neologismo norte-americano documentado já em 1880. 2. Conceito. O termo aculturação é utilizado em antropologia para designar o contato entre duas ou mais culturas diferentes, bem como as transformações decorrentes de cada uma delas, por força desse contato... a aculturação compreende os fenômenos que resultam de quando grupos de indivíduos portadores de culturas diferentes entram em contato contínuo e direto, com mudanças subseqüentes nos padrões culturais originais de um ou de ambos os grupos’.Muitas vezes, na História das Missões Cristãs, esse método foi usado, até inconscientemente – de misturar a mensagem do Evangelho com a cultura...

{N. do E. = E O ensaísta diria: ETNIA – porque cultura tem um sentido mais amplo e engloba tudo o que compõe o conhecimento e a sustentação do ser humano não somente o religioso e sua tradição eclesiológica. Porém o missionário pensando estar realizando a Missão de Deus se apresenta como agente de um Sistema ideológico. Não é fácil o processo de INDIGENIZAÇÃO.

O que significa este ‘palavrão’? Simplesmente quando o evangelizador ou missionário sabe respeitar a etnia particular e a cultura do evangelizando. Sua função é pregar a Boa-Nova do cristianismo esperando que o Espírito de Deus atue para mostrar no subjetivo de que quem ainda não conhece a riqueza e a profundidade da Cruz do Cristo e o melhor caminho, porém não um simples e ideológico atalho que nunca nos levará à VIDA ETERNA. Outro fator que notamos é a busca da verdade porque a mentira não nos levará a lugar algum e isso não é uma tarefa humana. Jesus, o Cristo – também Deus, passou para a chamada terceira pessoa da Trindade essa tarefa, ou seja: A VERDADE PLENA que não é nossa mais uma prerrogativa e MISSÃO do Espírito. O Filho de Deus em uma de

suas ‘Logias’ declarou que só existem dois caminhos}.

...do missionário. Exemplos recentes na Ásia, África e América Latina mostram as distorções do missionar.

Missionários de países mais adiantadas sempre quiseram impor sua cultura nos países mais adiantados sempre quiseram impor sua cultura nos países que eram objetos da missão. O pior de tudo é que esses missionários não tiveram, e não têm o mínimo respeito pela cultura de quem recebe a mensagem, taxando-a de demoníaca, em todos os seus aspectos. Temos um exemplo claro quanto à música cantada pelos neo-convertidos do 3º Mundo. Os missionários ensinaram os hinos do Primeiro Mundo e não estimularam o aparecimento de uma ‘hinologia’ nativa e terceiro-mundista. Quando esses hinos autóctones começaram a aparecer, foram recebidos com suspeita e com desdém.Acontece um fenômeno de ênfase à aculturação na tarefa de missionar nas igrejas brasileiras. Muitas vezes o neo-convertido a Cristo também precisa se converter ao ETOS...

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{Leia a explicação do ensaísta no parágrafo subseqüente}

{Nota do ensaísta: ‘ethos + logos’ = etologia que é o tratado dos usos, costumes e caracteres humanos; estudo da adaptação dos seres vivos às condições do ambiente}

...cultural protestante ou católico, para ser aceito como membro da Igreja. O implante cultural que os missionários têm feito em todas as terras de missão, tem sido um elemento polêmico, quando se avalia a estratégia missionária das igrejas. Na América Latina, não foi só na música, mas também na arquitetura dos templos, na escultura e nas demais artes, onde a Igreja influiu. No Brasil há um movimento, nas alas mais jovens, para a produção de hinos que falem da realidade espiritual brasileira. Na Teologia, há teólogos tentando fazer uma reflexão teológica contextualizada e indigenizada.O problema da aculturação nos campos missionários ainda não foi resolvido porque suas ramificações são envolventes. As Igrejas mais novas, que foram aculturadas pelas ‘IGREJAS-MÃES’, repetem os mesmos vícios quando enviam missionários, como

se herdassem as características das ‘mães’. Mas, no Brasil já estamos cometendo dois erros: O primeiro é que nós costumamos desprezar as expressões culturais brasileiras, exatamente como fez a maioria dos missionários estrangeiros. O segundo erro ocorre quando enviamos missionários para outros países: quase sempre estamos repetindo a estratégia paternalista e prepotente semelhante àquela que recebemos de outros missionários do Primeiro Mundo.

MISSIONAR NÃO É CONSTANTINIZAR

O imperador romano Constantino I, o Grande {280-337}, passou à História principalmente porque foi o primeiro imperador romano que se tornou cristão. Até a época de sua vitória sobre Maxêncio parece ter sido pagão. Nessa época {312} induzidos por uma visão sobrenatural, seus soldados passariam a usar o monograma cristão nos escudos. No ano seguinte, Constantino reconheceu oficialmente o cristianismo como religião do império, através do Edido de Milão. Ainda em 313, por uma lei, protegeu os sacerdotes cristãos contra injúrias dos heréticos. Em 325 convocou o Concílio Ecumênico de Nicéia, a partir do qual o paganismo passou a ser apenas tolerado. A partir de Constantino, as igrejas iniciaram o método de missionar como uma ‘constantinização’, procurando forçar cada país a adotar o cristianismo como religião oficial. Mais tarde, com a divisão do cristianismo e da cristandade, houve três tipos de religião oficial que os cristãos pretenderam implantar o catolicismo, o protestantismo e o cristianismo ortodoxo oriental.Paulo R. Schilling, citando Ricardo Konetzke {América Latina y La epoca colonial} nos informa:‘As viagens dos séculos 14 e 15 respondiam a uma difundida tese jurídica da época, segundo a qual era lícito se expropriar territórios recém-descobertos que não pertenciam a príncipes não cristãos. A consciência jurídica do homem medieval estava inspirada pela religião.Como os Cristãos, acreditavam ter um melhor direito de posse que os infiéis. Várias bulas papais tratam de legitimar essas possessões:

UMA OBS. LIGADA À POLÍTICA DE CAPTAÇÃO DAS TERRAS DOS “INFIÉIS”:

{N. do Ensaísta: Os infiéis eram aquele que não rezavam na cartilha da Igreja Oficial, mas hoje – depois do Concílio Vaticano II sob o comando do Papa João XXIII - em relação à rejeição das Igrejas Históricas muitas coisa mudaram. Se instalou o Ecumenismo – hoje em baixa – e os chamados ‘IRMÃOS SEPARADOS’ eram vistos de outra forma. Poderíamos perguntar por que a Igreja Católica Romana tem muitas terras? E a explicação está ligada ao período medieval}

CONTINUANDO COM O ESTUDO HISTÓRICO E EXPOSITIVO DE JOÃO DIAS, SOBRE DO CAOS NA IGREJA:

Em cinco bulas do ano de 1494 – séc. XV - o papa Alexandre 6º outorgou aos reis católicos {da Espanha} sobre as ilhas e países adquiridos por eles no oceano, a plena e ilimitada autoridade e jurisdição e com os mesmos direitos que o papa Nicolau 5º atribuíra aos portugueses na região da África Ocidental. Posteriormente, pelo tratado de Tordesilhas {1494} dividiu-se o Atlântico por um meridiano que corria 370 milhas marítimas a oeste das ilhas de Cabo Verde. Com isso, o Vaticano asseguraria o domínio lusitano sobre o que seria posteriormente o Brasil {Fonte: Dívida Externa e Igreja –CEDI, 1989, Rio, p. 18}.No neo-colonialismo, os países protestantes levaram para os países colonizados os seus missionários para legitimarem sua dominação política.

Pela ‘constantinização’ as nações recebiam o cristianismo como um dos elementos de dominação. Por isso há revolta em muitas partes do Terceiro Mundo em relação à religião cristã.

“SE EXISTE DEUS... ELE SE ASSENTA À MESA DOS PATRÕES”Esta frase estava escrita com giz, no cimento do calçamento da praça de São Marcos, em Lima, no Peru.

UMA OBS. DO ENSAÍSTA SOBRE A FRASE ACIMA:

{Em sociologia existe uma termo que bem representativo e justifica este pensamento ateísta: chama-se MAIS VALIA. O que é isto? Na tríade

diabólica do Capitalismo «PRODUÇÃO – CONSUMO E DESPEJO», o operário produz, não tem participação na venda do que produz e o lucro fica no bolso do dono do Capital que é o patrão}

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CONTINUANDO JOÃO DIAS DE ARAUJO:

O método de ‘constantinização’ representa uma ameaça e, ao mesmo tempo, uma tentação para e, ao mesmo tempo, uma tentação, uma tentação para as igrejas. Nas páginas do Novo Testamento encontramos várias vezes Jesus repelindo esse método – desde as tentações do deserto {Lc 4,.5-6} até às insinuações de Herodes e de Pilatos. Trata-se de um método que facilita

a expansão numérica do cristianismo, celebrada pelo grande poeta Camões, em ‘Os Lusiadas’:

‘E também as memórias gloriosasDaqueles reis que foram dilatandoA fé, o império; as terras viciosas

De África, e de Ásia andaram devastando’Depois de vermos o que não é MISSIONAR, veremos agora o lado positivo do conceito.

MISSIONAR É FAZER PRESENTE CRISTO E SEU REINO

A Missão...

{ESCLARECIMENTO DO ENSAÍSTA: Sempre que no ensaio a expressão MISSÃO estiver escrita com letra maiúscula, a referência é a Missão de Deus que nunca será a missão da igreja ou Igreja pelas razões negativas que o João Dias de Araujo sinalizou} ... acontece quando o cristão, a Igreja missionária e o missionário permitem que Cristo apareça no campo missionário. Quem deve aparecer

AGORA VAMOS ENTRANDO NO MÉRITO DA QUESTÃO:

Algo de muito importante aconteceu em Xerém – Duque de Caxias, Rio de Janeiro de 4 a 7 de setembro de 2010. Lamento que esta avaliação seja anacrônica. A grande preocupação do ensaísta é que muitos leitores têm a memória curta. Ninguém tem culpa desta situação que peculiar ao SER HUMANO. Mas mesmo assim espero que o Espírito de Deus se manifeste e transforme estas linhas – em SANTO REMÉDIO para curar nossas feridas e que o ceticismo entre nós seja aniquilado para a glória de Deus.

Quando alguém acha que Deus é apenas aquela força TRANSCENDENTE e deixa de acreditar que Ele é e sempre será ONIPRESENTE sendo em qualquer situação – na medida em que o CRER dominar as nossas emoções subjetivas – então Ele – Iahweh-Deus – será lâmpada para os nossos PÉS e LUZ para os nossos caminhos. Quem tinha esta certeza era o salmista. É só ler e reler o Salmo 119, 105:

“Tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho”João foi o evangelista que bem definiu o sentido teológico da PALAVRA ENCARNADA:

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e nós vimos a sua glória, gloria que ele tem junto ao Pai como Filho único, cheiro de graça e de verdade”“Porque a Lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” {Jo 1,14 e 17}

‘VERBO’{NO PRINCÍPIO ERA O VERBO...} – todos sabem – que é um substantivo masculino significa

PALAVRA. Então podemos ler o texto em sua forma correta: ‘E o Verbo se fez PALAVRA... ’

‘Crer’ num Deus que é TRANSCENDENTE e ao mesmo tempo IMANENTE deve ser a CHAVE DE LEITURA aplicada para a nossa realidade tão complicada. Os verdadeiros profetas {Alguns já partiram e agora estão alojados na esfera do TRANSCENDENTE, ou melhor, localizaram-se apenas no habitat eterno de Deus, mas jogaram as suas capas sobre os que ficaram envolvidos nos labirintos da

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materialidade deixando-nos saudades e as contradições da nossa temporalidade}, sim, os verdadeiros profetas ainda são porta-vozes dos ORÁCULOS. O que temos a fazer? Procurar identificá-los.

O ensaísta não poderá fazer isso pelo leitor. O profeta é o ungido de Deus e será encontrado caso você o procure porque ele tem a tarefa de denunciar os nossos erros de percurso e anunciar a salvação de Deus.

Nós via-de-regra nos sentimos como se estivéssemos dentro de um profundo poço. Sufocamos o CRER no verdadeiro Deus dando lugar aos arquétipos criados pela imaginação fértil do homem.

Na página seguinte a opinião de um ex-padre que era professor da PUC que deixando a Cátedra casou com uma ex-freira, igualmente professora da Santa Úrsula.

Ele, à semelhança de Lutero, abriu-mão da subserviência ao Vaticano, foi perseguido pela Diocese, acolhido pelo Bispo Paulo Ayres, tornando-se professor da Universidade Benett.

“{...} metidos até o pescoço, em cisternas vazias e fendidas que já não sustentam a água. Mas é preciso voltar. Logo. Já. Rápido. Para refrescarmos as raízes do nosso coração, ressequido talvez e já sem vida...”

{FONTE: DO LIVRO CLERO – IGREJA – MUNDO, RITMO DE CRISE. PROGRESSISMO E INTEGRISMO ou A ESCOLÁSTICA NA BERLINDA de José Sotero Caio - Pe. ex-profesor da PUCRJ e professor de filosofia do ensaísta no curso de Bacharel em Teologia no Seminário Metodista-RJ}

O PROFETA ISAÍAS QUANDO VAI AO ENCONTRO DE ACAZ E O QUESTIONA FAZ UMA PROFECIA:

“Se não o credes, não vos mantereis firmes”{Isaías 7,9b}

CREMOS...

“Sem risco não há fé. Fé é precisamente a contradição entre a infinita paixão da subjetividade do indivíduo e a incerteza objetiva. Se eu fosse capaz de agarrar Deus, objetivamente, eu não precisaria crer; mas exatamente porque isto me é impossível, eu tenho de crer.No mundo das presenças, constituído por meio da visão, articulado através de evidências, a fé é interditada. Não é necessário CONFIAR no que nos é dito: a palavra se subordina aos olhos.

Mas no mundo das ausências, quando os olhos são inúteis, só dispomos da palavra e da imaginação, como instrumentos para a construção do não ainda, para o qual o absurdo e o fascínio da teologia, porque ela se inicia no salto de fé que toma o risco de viver ‘como se’ o universo sentisse, falasse prometesse; como se o universo tivesse um destino, irmão do nosso destino; como se criação e homens gemessem em uníssono.

Como se, de suas profundezas nos viessem palavras de promessa; a reconciliação do homem com a natureza; a humanização da natureza e a naturalização do homem; natureza com face humana, faces humanas com a tranqüilidade das aves e a simplicidade dos lírios; unificação de todas as coisas num só corpo, Corpo de Cristo”

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Não importa o que pensam o que falam os insensíveis. Nós CREMOS que a IPU – Em que pese à fuga e o ceticismo dos que imaginaram uma Igreja a sua imagem e semelhança – está viva. O que importa e o que nós levamos em consideração é a convicção paulina {Corpus Paulinus – Rm 8, 31, 33,38-39}:

“Depois disto, que nos resta dizer? Se Deus está conosco, quem estará contra nós? Quem acusará os eleitos de Deus? Pois estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem os poderes, nem a altura, nem a profundeza, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor”O ensaísta tem a consciência do seu nada em relação ao saber, mas do seu tudo como INSTRUMENTO DIVINO quando escreve e nada do que escreve é de sua autoria. Apenas empresta o seu nome ao presente ensaio...

O ensaísta tem uma profunda gratidão e inusitada alegria pela iniciativa de provocação e deste toque de alerta a fim de que a nossa querida Comunidade, batizada com o nome de IPU se estiver caminhado em estado de SONOLÊNCIA ESPIRITUAL, acorde e siga em outra direção. Ela não é a única. Outras Igrejas {igrejas} estão vivendo drama semelhante. Este foi o grande mérito do Conselho Coordenado, gerenciado pelo Moderador que com equilíbrio e grande preocupação quis dar uma balançada nos eclesianos.

Afinal – como afirmou Gonçalves Dias em seu livro Obras Poéticas, II, pg. 43, “A VIDA É COMBATE” e o combate é conseqüência das crises existenciais que fazem parte da sociedade e ‘IPSO FACTO’ da igreja.

O Espírito de Deus inspirou a Hierarquia da IPU a reunir toda a liderança da nossa sofrida, porém, abençoada Comunidade da Fé Cristã para uma reflexão sobre os CAMINHOS que nós estamos percorrendo. Quando Jesus pronunciou a logia que sinaliza a ‘estrada’ que nos levará ao lugar da nossa eterna habitação Ele mostrou-nos o unívoco caminho. Ele deixou claro que há um só CAMINHO. O cristianismo não admite atalhos:

“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida...” «Jo 14,6»

Tinha razão John Kennedy Presidente dos Estados Unidos e assassinado por um psicopata a serviço do Sistema de repressão, quando disse:

“À hora de consertar o telhado é quando o sol está brilhando”

Quando a chuva chega o tempo já não é mais propício. Tudo fica complicado e difícil. Dá mais trabalho e a obra que se realiza traz mais prejuízos.

Outro presidente do U.S.A {United States of América} considerado o melhor de todos, Abraham Lincoln{1809-1865} agricultor até os 22 anos, licenciou-se em Direito em 1837, ganhou as eleições presidenciais em 1860, enfrentou a Guerra da Secessão, emancipou os escravos, foi reeleito em 1864, morreu assassinado por um fanático.

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Tinha uma grande nobreza de espírito, e integridade de caráter e foi na América, o símbolo da democracia. Foi dele este pensamento:

“Podemos caminhar sem pressa. Mas nunca caminhar para trás”

A IPU deve ser avaliada em sua caminhada a partir do pensamento de Lincoln. Ela está andando em que direção?

Esta é uma pergunta que – a partir e com isenção de ânimos – nos faz refletir buscando respostas não preconceituosas e em sentido paralelo nadificando as nossas ‘verdades’. Será que temos que apelar para anti-sepsia e ressuscitar Pasteur e fazer algo semelhante que fez o cirurgião escocês J. Lister?QUANDO CANTAMOS:

“Deus chama a gente pra um momento novo; de caminhar junto com seu povo. É hora de transformar o que não dá mais, sozinho, isolado, ninguém é capaz...”

Isso nos conclama para a luta, mas em unidade porque toda ruptura é anti-Espírito.

O ensaísta tem uma preocupação contínua e o forte desejo que o COMUNITÁRIO seja o ‘SITZ IM LEBEM’{contexto vital} e a base da interatividade entre os eclesianos da igreja {COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ, POVO DA NOVA ALIANÇA E CORPO MÍSTICO DE CRISTO}. O individualismo é um mal que tem afetado a comunhão dos irmãos que se reúnem para celebrar a mesma Fé.

O protagonista deste evento foi o Conselho Coordenado da IPU provavelmente sob a inspiração do seu ilustre e competente Moderador, Rev. Enoc. Seria inviável uma sinopse sobre o Congresso Nacional que trabalhou a linha temática RECOLOCANDO A EVANGELIZAÇÃO COMO A PRIORIDADE DA IGREJA!!!... O resumido tempo do Congresso conspirou para um melhor aproveitamento do encontro. Valeu pelo pouco que se fez e pela confraternização.

Em nome da verdade – ainda que uma comparação entre nós e Jesus, o Cristo, seria um sacrilégio – Ele o nosso – O NOSSO SUPREMO MESTRE – também em seu MINISTÉRIO apelou para as parábolas e esconomisou as palavras que as massas e nem os homens em sua individualidade poderiam entender. Ele foi sintetizador e com sua inteligência divina poupou seus coetâneos só aprensentado-lhes parte da verdade. O único evangelista a revelarnos esta metodologia divina, que só hagiógrafo joanino. {Jo 16,12-13a...}.

“TENHO AINDA MUITO QUE VOS DIZER, NAS NÃO PODEIS AGORA SUPORTAR. QUANDO VIER O ESPÍRITO DA VERDADE, ELE VOS CONDUZIRÁ À VERDADE PLENA”

Jesus priorizou apenas o indispensável, o suficiente e o necessário. Cada coisa vai acontecer em nossa vida de Fé no tempo que Deus determinar. O seu kairós vem na hora certa e no momento certo quando Ele sentir que nós estamos precisando.

A questão da prioridade é algo que precisa ser relativizada. O homem é um SER complicado. Uma proposta de mudança passa necessáriamente pelo processo hermenêutico.

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Cada uma tem o direito a interpretar qualquer proposta de mudança como um deslocamento perigoso para o espaço onde está instalado a longos anos. Precisamos entender essa situação com muita caridade cristã.

“A vida se tornaria insuportável se não nos oferecesse mudanças”{Joseph Murphy – Escritor irlandês – Fonte: Jornal Expresso 11.6.2009}

Também o ensaísta vai abusar – neste ensaio – da ACEPÇÃO e da SILEPSE. A interpretação e a forma de escrever do ensaísta não ficarão refém das regras gramaticais. Caso seja possível elas serão respeitadas.

E aqui se aflora em meu pensamento o que escreveu Leon Tolstói {escritor russo, 1828-1910 – {aparentado com o precedente Alexei Tolstoi 1883-1945}.

Tolstói atraía admiradores de todo o mundo por que pregava uma ascese que era um misto de cristianismo e de sabedoria oriental, com a eliminação do mistério de toda a concepção de Igreja Hierárquica e em função disso foi excomungado pelo Sínodo da Igreja Ortodoxa. Qual era a sua concepção sobre as mudanças que ocorrem em nosso dia-a-dia? O que ele pensava sobre elas? Leia abaixo:

“Quando pequenas mudanças acontecem, realmente vivemos” {Tolstói}

POIS BEM!!!

Muitas questões, irmãs gêmeas do assunto principal colocado na mesa das discussões – nem havia tempo para isso – não foram abordadas ou pelo menos sinalizadas no Congresso em sua pauta de trabalho. O que podemos reafirmar é que a IPU teve a ousadia de pretender assumir UMA NOVA FORMA DE SER IGREJA, i.é, mudar sua eclesiologia, o seu jeito de ser igreja {Igreja}, mas muito preferiram a ‘MORTE’ rejeitando o ‘VIVER’. A prova disso é que depois de sua organização, vários encontros foram feitos e o ‘SINAL DE ALERTA’ como se fora um farol foi ligado para conscientizar os eclesianos de uma crise que se avizinhava.

Da revista Tempo e Presença, publicação mensal do CEDI que mudou de nome – e passou a chamar-se KOINONIA – número 175, maio/junho de 1982 que trabalhou o tema: A VIDA VENCE A MORTE o ensaísta reproduz parte do Editorial – {Preparativos da Sexta Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas – Vancouver, Canadá, 1983} “O APERFEIÇOAMENTO, O INCENTIVO E O AUMENTO DE SOFISTICA INSTRUMENTO QUE PRODUZEM A MORTE RECOLOCAM, DE MANEIRA DRAMÁTICA A TEMÁTICA DA VIDA. É CRESCENTE O NÚMERO DE PESSOAS, DE GRUPOS E DE INSTITUIÇÕES PREOCUPADAS COM O SIGNIFICADO DA TRANSFORMAÇÃO DA TERRA NUM GRANDE ARSENAL. É NATURAL QUE ESTE PROBLEMA SE TENHA TRANSFORMADO EM PREOCUPAÇÃO CENTRAL TAMBÉM NA VIDA DA IGREJA QUE, PELA NATUREZA, SE CONSTITUI EM CORPO QUE ANUNCIA A MENSAGEM DE CRISTO – ‘EU VIM PARA QUE TENHAM VIDA’. NÃO SE TRATA, PORTANTO, MAIS UM ENUNCIADO RETÓRICO, MAS DE UM CLAMOR FUNDAMENTAL QUE SE EXPRESSA EM TODAS AS ATIVIDADES ECLESIÁTICAS”

E MAIS:179

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“{...} a ação está imbricada na missão, ou MISSÃO – quer dizer: a igreja ou Igreja está sendo chamada para ser sinal de unidade, unidade que aproxime todas as gerações e todas as pessoas. Unidade diante de um só Deus. Quando uma igreja ou Igreja se renova, é sinal de que se purifica. As crises contemporâneas são também sinais evidentes de que se impõe uma revisão de esquemas arcaicos e obsoletos. A fragmentação de nossas igrejas ou Igrejas impede-nos de sermos uma força conhecida para fazermos frente aos poderes do mal, os quais promovem a morte em nosso contexto. Para as igreja ou Igrejas latino-americanas. Que significa ‘viver em Cristo’?

Significa termos, com ele, de dedicar-nos à promoção da vida em nosso Continente. Significa termos de passar por uma CONVERSÃO {transformação} por meio da qual possamos ver a realidade, sofrer, lutar ao lado dos que sofrem o peso da morte. É preciso, neste sentido, perceber – e a prática dos anos tem demonstrado – que a igreja ou Igreja, pode cumprir um papel importante no processo de conscientização: enquanto que – ao ser invadida pelos pobres – a igreja ou Igreja é conscientizada, e passa também a conscientizar. Significa isso ler o Evangelho a partir da perspectiva do povo, escutando a sua reflexão e tendo respeito pela palavra que vem a nós desse povo. Significa termos que assumir a defesa dos grupos marginalizados. Significa rompermos com os nossos estilos pastorais tradicionais para estar lá, no meio do povo, fazendo-nos com aqueles que o integram. Significa estarmos ao lado das forças da vida e combatermos até o sacrifício para derrotarmos as forças do mal ou mau, as quais impedem a realização plena da vida abundante que Jesus Cristo veio oferecer ao nosso Continente.” {O ensaísta foi obrigado a fazer pequenas adaptações ao texto. Por exemplo, igreja-Igreja, mal-mau, mas isso não modificou o perfil do que foi escrito pelo autor}

QUAL A PROPOSTA DESTE ENSAIO?

Não restringir o ‘Check-up’ do nosso perfil de igreja e epitomar os caminhos da avaliação dos problemas que hoje fazem parte da nossa prática eclesiologia que como se apresenta necessita de uma restauração.

Sabemos que hoje a MISSÃO EVANGELIZANTE é motivo de dúvida ou esvaziamento e não queremos enfrentar as razões. O que realizamos seria precisamente o que? A...

MISSIO DEI ou seria tão somente a MISSIO ECSLESIA? Seria MISSIO DEI e MISSIO ECCLESIA? Ou seria a MISSIO DEI x MISSIO ECCLESIA?

A missão que a igreja {ou a Igreja como Instituição Eclesiática} realiza é ou está dentro de que linha programática? A verdade que fica transparente é uma só: quando a MISSÃO ou o processo evangelístico que a igreja realiza é proselitista e está muito condicionado ao ideológico, ou se materializa a tendência é o fracasso.

O QUE PREOCUPA O ENSAÍSTA EM RELAÇÃO A ESTE ENSAIO?

O ensaísta sabe que uma grande carga de informações poderá acarretar desânimo na leitura. Depois da era da cibernética, com as inovações das redes sociais, particularente a Internet, tudo mudou e grande parte das Igrejas Históricas, pararam no tempo e no espaço.

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Faltou um lançar-se nesse universo que é hoje um veículo precioso para a EVANGELIZAÇÃO. Os eclesianos das nossas Comunidades que não estão na exclusão digital, estão melhores informados do que está ocorrendo nesta ALDEIA GLOBAL que se chama MUNDO e em relação à religiosidade recebem diretamente a influência de REDE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL.

Hoje da ALDEIA GLOBAL no interior e nos lugares mais distantes, onde se prozuz para o povo das cidades conssumir, estão bem informados porque as antenas parabólicas levam as imagens de tudo que está ocorrendo no mundo ao universo caipira mais longíquo.

Nas cidades onde a tecnologia tomou conta os usuários {inclusive os eclesianos das nossas Comunidades que navegam pela Internet} têm novas opções e variados sites. Hoje o Facebook – criado por Mark Zuakerberg e três colegas da Harvard, que mudou sua sede para Pato Alto {CALIFÓRNIA}. A informação de uma revista especializada no assunto afirma que o Facebook chegou para moldar o futuro da Internet. Só nos Estados Unidos os usuários soma 596 milhões de conectadores ativos, superando o Gloogle que era líder em audiência. No Brasil o ORKUT reina nos lares que têm o privilério da inclusão digital.

De que forma essa redes sociais influenciam na EVANGELIZAÇÃO? Não se poderá calcular mais muda todo um processo tradicional que foi a base de todas as ecleciologias cristãs.

EVANGELIZAÇÃO no modo de entender do ensaísta é a ação total da igreja {Ninguém poderá negar que no caderno que foi entregue aos congressitas, o ideológico prevaleceu por que a Comunidade da Fé é chamada de Igreja («i» maiúsculo}. Se os MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL exigem a ação da igreja {Igreja} por esses caminhos, devemos usá-los.

Quando em meus ensaios faço referência a um agrupamento religioso autêntico que todos nós conhecemos como igreja tenho o cuidado de escrever {Comunidade da Fé Cristã; Povo da Nova Aliança e Corpo Místico de Cristo, porém sempre com «i» minúsculo}. A Igreja {Instituição Eclesiática} sempre nós sempre devemos escrever com «i» maiúsculo.

Ninguém é obrigado a concordar com a minha opinião nos dois sentidos deste parágrafo.

Mas... Como tenho vocação para ostiário...

É próprio de um ser pensante, formatar os seus parâmetros. O que se espera dessa atitude é uma total isenção de ânimos que vai nos ajudar a fazer um ‘JUIZO DE VALOR’ de uma situação controvertida, onde a falta de consenso é a tônica principal. Entretanto...

Jesus também foi – em seu tempo, considerado pelos escribas e fariseus, parceiros do Poder Romano de opressão – UM OSTIÁRIO.

O saudoso – um dos expoentes da teologia contemporânea, que deixou entre nós um vazio porque o ditame de Deus foi levá-lo para a outra pátria – ou seja – o lugar onde vamos complementar a nossa existência terrena: a ETERNIDADE o Rev. Carlos Cunha, nosso respeitado colega, além de um amigo da solidariedade e amante da verdade, foi um dos melhores exegetas {que conduz para fora, que tira...} e que também fazia – como

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ninguém – uma perfeita ‘EISÉGESIS’{que conduz para dentro} e era também um musicólogo e poeta.

A adaptação da letra escrita pelo nosso finado colega tomou por base a música de João Pernambuco:

“Não há o gente ou não luar como este do sertão...”E ele, o Cunha, fez uma adaptação desta letra e melodia para o Natal. Por exigência de espaço e respeito aos leitores, o ensaísta vai reproduzir apenas uma estrofe:

“Não há ó gente, ó nãoamor maior que um irmão.

Natal é festa de alegria incomparávelquando Deus se faz papável

em Jesus, o nosso irmão.Por isso todos, irmanados na magia

desta linda melodia, repitamos o refrão!

Não há ó gente, ó nãoamor maior que um irmão.”

No boletim dominical da Igreja de Jacarepaguá, ano XV, nº 760 de 20 de agosto de 2000, o Cunha publicou um assunto sobre os perturbadores nas Igrejas.

Este texto foi remetido pelo diretor de MISSÕES ESTRANGEIRAS DO CONSELHO NACIONAL DE IGREJAS, produzido pela ASSOCIAÇÃO DE OSTIÁRIOS DA IGREJA de Nova York:

O ENSAÍSTA VAI REPRODUZIR APENAS PARTE:

“{...} Este assunto de se manter a ordem leva-me a perguntar se as igrejas na história e na atualidade não têm dado muita atenção a ‘COMO LIVRAR-SE DOS PERTUBADORES’ e bem pouca atenção a ‘COMO ESTIMULAR E AUMENTAR O NÚMERO DE PERTURBADORES’.

É muito fácil esquecer que a Igreja possui um evangelho ‘PERTURBADOR’ e que, muitas vezes, a paz dentro da igreja é paz do sepulcro. Num mundo assustadoramente de pernas para o ar como o nosso, toda a criação está gemendo e se excita para que surjam alguns pertubadores que o reponham na posição correta.

Afinal, Jesus foi um pertubador. Ele entrou em Nazaré, onde havia sido criado e pregou durante o serviço religioso da manhã. Não havia ali um vigilante ‘ASSOCIAÇÃO

DE OSTIÁRIOS DE NAZARE’, mas as autoridades bem tinham a capacidade de reconhecer um perturbador quando o escutavam. ‘Então, todos da Sinagoga ficaram cheios de ira e, levantando-se expulsram-no da cidade’.

Mais ainda, o próprio Jesus admitiu ser um pertubador, Falou com franqueza: ‘Eu vim para por filho contra pai e filha contra a mãe’ {Lc 12, 51-53}.

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Estas palavras duras muito bem caracterizam um dos maiores serviços prestados por Jesus à sociedade – o de ser PERTUBADOR de lealdades, desfazendo lealdades a coisas de segunda importância e substituindo-as pela lealdade a outras coisas mais importantes. Necessitamos terrivelmente que alguém incomode nossas lealdades esgotadas pela adesão a idéias desgastadas, a tradições petrificadas a estupidezes santificadas e a provincianismos de clã e raça.Lutero, João Wesley e tantos outros foram pertubadores”.‘Do seu amigo pronto para melhores e maiores pertubações’.

a = Simeão Estilita

Ainda para avivar a memória dos eclesianos – os que participaram do Congresso e os que estiveram ausentes – a EVANGELIZAÇÃO sem a FÉ, sem o CRER, sem o desejo de CATIVAR {E aqui o ensaísta toma de empréstimo a resposta da raposa para o Pequeno Príncipe: O QUE É CATIVAR? E raposa respondeu: ‘É quando nós nos tornamos responsáveis pelo outro’}

sim, sem esta tríade, FÉ, CRER e CATIVAR são virtudes cristãs que devem estar presentes na EVANGELIZAÇÃO sem as quais a missão ficará esvasnecida.

Para finalizar estes parágrafos-módulos uma pergunta {parte da resposta} do opúsculo Missão evangelizadora...

“O QUE É EVANGELIZAR? Descrevemos a evangelização como sendo o anúncio, por obras {sacramentais ou não} e por palavras, da presença e ação de Jesus Cristo salvador na história dos homens, como um acontecimento que os converte e compromete pessoal e comunitariamente com ele e com sua Comunidade, a serviço da integral libertação do homem, até que todos sejam verdadeiramente irmãos. Como conseqüência vivam o dom da filiação divina em Jesus e assumam o mundo como herdeiros.

Os elementos centrais da ação evangelizadora são: a pregação da palavra, o testemunho de vida e comunhão, o compromisso com a realização global dos homens, e a celebração do sacramento.

A MISSÃO EVANGELIZADORA tem como meta, pois, revelar ao homem uma novidade maravilhosa e transformante: sua salvação e libertação integral.A Comunidade da Fé, que atua pela caridade {Gl 5,6} e exprime a comunhão, é também Comunidade de Culto. A Eucaristia, de modo eminente, é o ápice da evangelização e tem as seguintes características:

1. APRESENTA-SE COMO FERMENTO É SERVIDORA E LIBERTADORA DE TODOS OS HOMENS E DEVE:

comprometer-se com toda realidade, com o homem concreto, suas obras, inquietudes, necessidades, especiamente com os pobres;

formar pessoas que individual e comunitariamente sejam testemunhas de uma libertação ampla {do poder, do possuir, do egoísmo...}, testemunhas vivas das bem-aventuranças;

deixar-se interpelar pelo mundo, para rever, purificar e redescobrir dia a dia a qualidade humana e evangélica de seu agir;

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anunciar a liberdade plena dos filhos de Deus. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” {Gl 5,1};

anunciar a dignidade da pessoa, “Deus criou o homem à sua imagem’ {Gn 1,17}; anunciar a solidariedade eo amor. “Tive fome e me destes de comer” {Mt 25,35}; anunciar que são bem-aventurados os que têm fome e se de justiça {Mt 5,6}; denunciar o pecado sócio-políticas e sócio-econômicas;

A MISSÃO EVANGELIZADORA SUPÕE, PORTANTO, COMPROMISSO COM A REALIZAÇÃO INTEGRAL DO HOMEM, UM DIAGNÓSTICO DA REALIDADE E UMA TOMADA DE CONSCIÊNCIA SÓCIO-POLÍTICA. EXISTEM DIFERENTES DIAGNÓSTICOS DA REALIDADE, POR SE USAREM DISTINTOS INSTRUMENTOS DE REFLEXÃO E ANÁLISE.

“Quem não vê bem uma palavra,não consegue

ver bem uma alma”

“Mas hoje, vendo que o que sou é nada,

quero ir buscar quem fui onde ficou”

“Os deuses sãouma encarnação do que os homens

não podem ser”

“Tudo é diferente de nós,e por isso é que tudo existe”

{Fernando Pessoa, escritor e poeta português}

“Uma palavra posta fora do lugarestraga o pensamento

mais bonito”{Voltaire, pseudônimo

De François-Marie Arouet – 1694/1778 – escritor francês}

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“Para voar alto,quebre as amarras da tradição,

da obediênciae da servidão”

“Aquilo que se faz por amorestá sempre além do bem e do mal”

“Falar muito sobre si próprio pode também ser

um meio de se ocultar”{Friedrich Nietzsche – filósofo alemão- 1844-1900}

“Recria tua vida sempre.remove pedras,

plantas e roseirase faz doces”

{Cora Coralina – Escritora}

“Para todas as grandes coisasexigem-se lutas penosas,

crises existenciais,muitas lágrimas e comoções, ato de entrega,

despojamento do egoe por tudo isso se paga um preço alto.

O que sabemos e reconhecemoscomo a única derrota da vida é a fuga

diante das dificuldades.O homem, aliado da fé cristã ou nãoque morre lutando é um vencedor”

{Adaptado pelo ensaísta de um texto do Pe. Tiago Alberione}

“Quem tem CORAGEM E Fé nunca conseguirá perecer na miséria”{Anne Frank – Escritora}

“Aquilo que guia e arrasta o mundo não são as máquinas, mas as idéias”

{Victor Marie Hugo, poeta, romancista e dramaturgo francês – 1802/1885, séc. XIX}

“Exige muito de ti e esperapouco dos outros.

Assim, evitarás aborrecimentos”

“Nem todos podem ser pessoas ilustres, mas

todos podem ser bons” {Confúcio, filósofo e legislador chinês – 551-479 + ou -, cujo

verdadeiro nome: Khong-Fon-Tseu}

Quando alguém se propõe fazer um balanço {Esta expressão é aqui aplicado no sentido usado pelos ‘expert’ em Ciências Contábeis e a finalidade sempre será apurar através da ‘conta de resultados’ anteriormente chamada de ‘lucros e perdas’ onde se busca superávit ou déficit}

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Este balanço para ser fiel a verdade deve ser feito ‘aequo animo’, ou seja: com equilíbrio de julgamento, com isenção de ânimos. Para melhor clarear a apreciação – no nosso caso – ela será feita ‘ex-libris’, i.é.: como se fora uma gravura ou um desenho que indicará a direção tomada pelo ensaísta. No presente ensaio esta forma serão os nossos textos de rosto

A palavra de ordem da nossa religiosidade sempre será ‘idealidade’ que é uma ordem subjetiva que alimenta e enche de esperança o nosso ideal que é o objetivo maior da nossa vida espiritual. E aqui o ensaísta cita um trecho do livro Maricy Rodrigues Trussardi {leiga} Coincidência... ou Providência?..., Edições Paulinas, São Paulo, 1982, pg. 16:

“Acredito que, no ideal, a renúncia e o amor caminham juntos, porque, muitas vezes, amar é fazer da renúncia um prazer. Assim, o ideal mais elevado nos leva ao encontro de grandes dificuldades. E quem não deseja, um dia, amar alguém ou algo, para assim ter o seu grande ideal?...”

E mais:

“Foi nesses princípios que pautei o meu ideal, sempre sorrindo. E mesmo quando a vida disse não para mim, eu procurei dizer sim à vida. E sempre recebi uma resposta para o meu crescimento: a de o ideal está no dia-a-dia, no sim total.Porque o ideal sem a adesão total facilmente deixa de ser ideal. Mas, com a adesão total, ter-se-á a vitória. E lembre-se de que não se conheceria o valor da vitória sem provar o sabor da luta”.

A IPU nasceu com um ideal: SER UMA NOVA FORMA DE SER IGREJA. Quem não aderiu a este ideal, paciência...

MOLDURAGEM DE UM EVENTO RELIGIOSO DE GRANDE IMPORTÂNCIA{Este ensaio vai colocar na ‘passarela’ um espelho da XIX ENAJOP}

O QUE FOI OFERECIDO APRIORISTICAMENTE AOS CONGRESSISTAS?

NADA DE EXTRAORDINÁRIO. OUTROS JÁ TIVERAM ESTA PREOCUPAÇÃO. O PRÓPRIO ENSAÍSTA MINUTOU {Quando era pastor da 2ª Igreja Presbiteriana em Ramos, Rua Joaquim de Queiroz, 305 - RJ – Complexo do Alemão – em 20.09.1981, no boletim dominical, escreveu um mini-ensaio cujo tema estava circunscrito ao título: OS RISCOS DA MISSÃO}

O DESAFIO QUE FOI COLOCADO PARA OS CONGRESSISTAS: PLANTAR IGREJAS.

{Abrindo um parêntesis}

O Pe. Roque Schneider, opúsculo das Edições Paulinas, 6ª edição, São Paulo, 1977:

Uma canção brasileira:

O CHÃO DÁ, SE A GENTE PLANTAR.SE A GENTE NÃO PLANTAR, O CHÃO NÃO DÁ.

ESSE MEU CHÃO NÃO É O CHÃO QUE A GENTE PISA:É O CHÃO QUE NOS MORALIZA, SEM BRIGA, SEM AMBIÇÃO.

SÓ ELE TEM UMA CIDADE DIFERENTE:É A CAPITAL DA MENTE,

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É O CHÃO DO CORAÇÃO.O CHÃO DÁ SE A GENTE PLANTAR.

SE A GENTE NÃO PLANTAR, O CHÃO NÃO DÁ.A GENTE PLANTA UMA SEMENTE DE ALEGRIA

E, NO DECORRER DO DIA, JÁ COMEÇA A GERMINAR.NA PLANTA, CRESCE, FLORESCE FELICIDADE.

DÁ EM GRANDE QUANTIDADE, DÁ MAIS QUE O PEIXE NO MAR.

PLANTEI AMOR, NUM BURACO BEM PROFUNDO,DEI AMOR PRA TODO MUNDO, AINDA TENHO AMOR PRA DAR.

E, AINDA MAIS, PLANTEI UM PÉ DE ESPERANÇAQUE, QUANDO O VENTO BALANÇA,

QUASE ARRANCA DO LUGAR.O CHÃO DÁ, SE A GENTE PLANTAR.

SE S GENTE NÃO PLANTAR, O CHÃO NÃO DÁ.E aqui o ensaísta coloca entre colchetes acrescentando ao que o padre escreveu como preparação para a poesia:

“NATUREZA [IGREJAS] SADIA È O CHÃO PARA O LARGO PLANTIO DAS BOAS COLHEITA”

{Fechando o parêntesis}

ACONTECIMENTOS EXTRAORDINÁRIOS INVADIRAM O SECULAR E O UNIVERSO RELIGIOSO NOS SÉCULOS: XVII, XVII, XIX, XX.

A CRISE TEOLÓGICA DAS MISSÕES {FONTE: Revista Teológica, ano XXIV, dezembro de 1963, nº 32, do Reverendo Carl J. Hahn Sr.}:

“{...} foi evidente que a Igreja primitiva e as Igrejas Históricas nas grandes épocas de avanço, não foram afligidas com tanta hesitação, incerteza e confusão. Mas de fato foi um contexto histórico caracterizado por uma paixão de procurar um encontro com todos e evidenciou pela proclamação das Boas Novas concernentes aos grandes atos de Deus por nós realizados em Cristo Jesus.

Além disto, ficou manifesto que os teólogos analisando a situação atual {Em junho-1963, séc XX}, estão cada vez mais convictos, de que os teólogos do século XIX nas suas tentativas de entrar em diálogo com seus coetâneos, isto é com os homens da Europa – dentro do «Corpus Christianum» – mas alienados da Igreja por influência de filosofias contemporâneas, no processo do diálogo, cederam demais. Isto quer dizer que os teólogos naquela tentativa franca e honesta de apresentar o Cristianismo duma maneira aceitável aos Europeus influenciados pelas filosofias que dominaram na «Idade da Razão», fizeram concessões teológicas que hoje estão enfraquecendo e até paralisando o esforço da o esforço da Igreja no seu encontro com as crenças rivais atuais.

A tarefa que ficou para este para ser esclarecida é analisar mais nitidamente o diálogo teológico do século XIX e tentar descobrir quais foram às modificações que a fé evangélica sofreu quais as modificações benéficas se de fato a igreja deve voltar a teologia Bíblica para uma renovação da fé e paixão na tarefa de evangelização”UMA HERANÇA ECLESIOLÓGICA CONTAMINOU OS SÉCULOS XX E XXI: O QUE ECLODIU NESTE PERÍODO FOI UM FENÔMENO QUE MUDOU O COMPORTAMENTO DOS ECLESIANOS DA LINHA TRADICIONAL QUE PRODUZIU UMA CRISE SEM LIMITES EM “NOSSO AQUARIO” – TODOS SABEM –

FOI O PENTECOSTALISMO AUTONOMO E OS CARISMATIMOS.

AS IGREJAS HISTÓRICAS NÃO SOUBERAM O QUE FAZER COM PARA EVITAR AS IMITAÇÕES DO TROFEU HERDADO QUE ENTROU PELAS PORTAS DO LUGAR DE ADORAÇÃO QUE NÓS CHAMAMOSA, OU SEJA: O TEMPLO.

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A COMPLICAÇÃO TOMOU CONTA DE MUITOS DOS QUE ENTENDERAM SER ESTE MOVIMENTO UMA VOZ DO ESPÍRITO CONVOCANDO-NOS A FAZER MUDANÇAS NA FORMA DE CULTUAR A DEUS. OS INCONFORMADOS FORAM ATRAÍDOS PELO “CANTO DA SEREIA” E BUSCARAM OUTROS CAMINHOS DEIXANDO A COMUNHÃO COMUNITÁRIA DE TANTAS DÉCADAS QUE NOS UNIU SÓ

PERMANECENDO EM NOSSA ‘COMUM-UNIDADE’’ “O PEQUENO RESTO”. {Este movimento pentecostal é filho legitimo de W.J.Seumour e teve a sua origem numa reunião em Los Angeles «Califórnia» realizada em abril de 1906, sob a direção}O QUE TAL MOVIMENTO GEROU OU PROVOCOU NAS IGREJAS HISTÓRICA?:

UMA INUSITADA PATOLOGIA ESPIRITUA QUE É O MAL DA NOSSA ÉPOCA...

A PATOLOGIA ESPIRITUAL TOMOU CONTA DA NOSSA RELIGIOSIDADE EM FUNÇÃO DO SOMATÓRIO DOS ACONTECIMENTOS QUE PODERÃO SER ELENCADOS EM OUTRA PARTE DESTE ENSAIO. A PSICOPATOLOGIA TEVE A PRETENSÃO DE DOMINAR A RELIGIOSIDADE. A FILOSOFIA FOI A GRANDE ALIADA DA PSICOLOGIA PARA CONFUNDIR O PENSAMENTO DOS ECLESIANOS DAS IGREJAS HISTÓRICAS.

O GRANDE PROBLEMA SITUA-SE ENTRE AS MASSAS QUE À SEMELHANÇA DOS TEMPOS DE JESUS, VIVEM PROCURANDO UM MESSIAS QUE RESOLVA MAGICAMENTE OS SEUS PROBLEMAS.

O PEQUENO RESTO... NO AT E NO NT:

“Naquele dia, o resto de Israel, os sobreviventes da casa de Jacó não continuarão a apoiar-se sobre que os fere; apoiar-se-ão sobre Iahweh, o Santo de Israel, com fidelidade. Um resto, o resto de Jacó, voltará ao Deus forte. Com efeito, ó Israel, ainda que o teu povo como a areia do mar, só um resto dele voltará, pois a destruição está decidida; o Senhor Iahweh dos Exércitos a fará executar no meio de toda a terra” {Is

10,20-23}

E mais:

“Naquele dia, o rebento de Iahweh se cobrirá de beleza e de glória, o fruto da terra será motivo de orgulho e um esplendor para os sobreviventes de Israel. Então o resto de Sião e o remanescente de Jerusalém serão chamados santos, a saber, o que está inscrito para a vida em Jerusalém” {Is 4,2-3}

O que tem escapado à nossa percepção e isso tem criado as mais variadas crises, é um acontecimento que o profeta Oséias coloca com singeleza, mas podemos entender como algo que as Igrejas Históricas têm negligenciado:

Em seu oráculo o profeta toca na ferida principal: A CONVERSÃO EFÊMERA A IAHWEH {Os 6,1-2,3,4,5-6} . Ele faz um convite, uma denúncia e finalmente declara o maior desejo de Deus:

“Vinde, retornemos a Iahweh. Porque ele despedaçou, ele nos curará; ele feriu, ele nos ligará a ferida. Depois de dois dias nos fará reviver, no terceiro dia nos levantará, e nós viveremos em sua presença. {Uma alusão a Jesus Cristo?...}”

E mais:

“Conheçamos, corramos atrás do conhecer a Iahweh; certa, como a aurora, é sua vinda, ele virá a nós como a chuva, como o aguaceiro que ensopa a terra...”

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“O vosso amor é como a nuvem da manhã, como o orvalho que cedo desaparece. Por isso eu os feri por intermédio dos profetas, matei-os pelas palavras da minha boca, para que o meu direito surja como luz. Porque é amor que eu quewro e não sacrifício, conhecimento de Deus mais do que holocaustos”.

Não seria este o problema da IPU? Como plantar Igrejas caso a nossa identidade cristã esteja em consonância com este oráculo de Oséias? Que tipo de ‘ÁRVORE’ brotaria das nossas mãos? Uma ‘FIGUEIRA ESTÉRIL’ que por não satisfazer a vontade de Jesus nunca mais produziu frutos e secou imediatamente? {Mt 21,18-22} Será que somos – também – semelhantes a essa figueira?

{Apenas dois tópicos do Dicionário de Espiritualidade – Edições Paulinas, São Paulo, 1989 e Edições Paulistas, Portugal que faz na APRESENTAÇÃO uma preparação própria para a nossa época: “Hoje é muito necessária uma espiritualidade que motive a vida cotidiana. O homem atual não se resigna a vida fechada no tempo, sem horizontes e sem esperança. Sente-se empurrado, forçado a optar pela espiritualidade, já que um dilema o tortura: ou espiritualidade, como atitude orientadora, decisiva, unificante, ou vida medíocre, reduzida a cadeia superficial de ações desprovidas de significado definitivo; ou espiritualidade, como escuta religiosa do Espírito, que habita no homem, ou confinamento no universo material e no torvelinho da técnica sem alma de sociedade consumista; ou espiritualidade, como vivo com Cristo, fonte de liberdade, de comunhão e de vida eterna, ou condenação ao absurdo e ao desespero. O homem de hoje sabe bem que ‘quem se contenta com a monotonia e a mediocridade do suceder-se das coisas não terá perdão {R. A. Knox}’”

PSICOPATOLOGIA E RELIGIOSIDADE

“Uma psicopatologia do espírito não se dá 8888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888

A RELIGIOSIDADE QUE HÁ MUITO TEMPO DOMINAVA – e ainda domina – A COMUNIDADE FÉ CRISTÃ PRECISARIA SER REAVALIADA. NÃO IMPORTA – para efeito de se fazer um sério levantamento do nosso comportamento – SE UNIVERSO IDEOLÓGICO ESTIVER COISIFICANDO A NOSSA PERSONALIDADE E MUDANDO A NOSSA CONDUTA ECLESIOLÓGICA. O QUE IMPORTA AGORA É O QUE DOMINA AS NOSSAS AÇÕES OU SE NOS OBRIGARAM A ENTRAR NO TUNEL DA ALIENAÇÃO. O CERTO É QUE FIZEMOS NOSSAS AS OPÇÕES QUE PODEM TER ALTERADO O NOSSO CORPORTAMENTO E TRANSFORMADO A NOSSA IMAGEM E MUTILADO O NOSSO RETRATO. A MOLDURA QUE TEM POR FINALIDADE DAR VIDA A FOTO PODERÁ SER VALIOSA E BONITA, MAS O QUE ESTÁ DENTRO DELA JÁ NÃO É MAIS AQUELE CRISTÃO SEM OS VÍCIOS DO IDEOLÓGICO. ISSO É UM MAL QUE AFETA DIRETAMENTE A COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ.

FOI EM RAZÃO DISSO – Considere esta informação oficiosa – QUE OS ORGANIZADORES – SOB A ORIENTAÇÃO DA HIERARQUIA DA IGREJA PRESBITERIANA UNIDA DO BRASIL – ORGANIZARAM O ENCONTRO DO ENAJOP E TAMBÉM O DENOMINARAM DE CONGRESSO GERAL. SERIA PRECISO DESCERRAR O RETRATO QUE FOI COLOCADO DENRO DA GUARNIÇÃO. O GRANDE PROBLEMA É SABER SE O QUE FOI COLOCADO DENTRO DA MOLDURA É FALSO OU VERDADEIRO.

É BOM LEVAR EM CONSIDERAÇÃO O QUE DISSE – EM SUA LOGIA PRINCIPAL – ‘JESUS, O FILHO DO

DEUS VIVO’: 189

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“Nem todo aquele que me diz ‘Senhor’ ‘Senhor’ entrará no Reino dos Céus ‘Deus’, mas sim, aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos e em teu

nome que expulsamos demônios e em teu nome que fizemos muitos milagres? ’ Então, sem rodeios, eu lhes direi: ‘Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade’” {Mt 7,21-23}. ESTE FILME – EM NOSSOS DIAS – NÓS TEMOS VISTO. MAS SERIA INOPORTUNO – UM CONFRONTO DE OPINIÕES POR QUE ISSO REPRESENTARIA UMA DISCUSSÃO INÚTIL. CASO ALGUÉM ESTEJA USANDO INDEVIDAMENTE OU INDIGNAMENTE O NOME DE JESUS, O CRISTO, NÃO SOMOS NÓS QUE IREMOS JULGAR A AÇÃO DOS FALSOS PROFETAS. NÓS NÃO TEMOS ESPAÇO NA MÍDIA E OFERECEM INSTRUMENTOS DE FUGA AOS QUE NA SITUAÇÃO DE DESVALIDOS

UMA SÁBIA DECISÃO QUE PROVOCOU – COM MUITA RACIONALIDADE ALIADA OBVIAMENTE A UMA A FORTE E DETERMINANTE ESPIRITUALIDADE – INDUZIU A IGREJA {Comunidade da Fé Cristã, Povo da Nova Aliança e Corpo Místico de Cristo} A REPENSAR A SUA CAMINHADA NESTE CONTRADITÓRIO E COMPLICADO MOMENTO HISTÓRICO E ECLESIOLÓGICO A QUE NOS ACOSTUMAMOS A VIVER SEM QUESTIONAR.

DE TODAS AS DECISÕES A QUE MAIS AGRADOU O ENSAÍSTA – {Na condição de representante PRJN} – FOI A DE SE DEMONSTRAR AS OUTRAS ECLESIOLOGIAS QUE OS JOVENS NA IPU TÊM VOZ E TÊM VEZ, OU MELHOR: O DIREITO DE SER OUVIDO DE SE FAZER OUVIR. ELES SÃO A ATUANTE IGREJA DE HOJE E NÓS QUE SOMOS SEUS COETÂNEOS, SABEM O QUE QUEREM - {Em que pese a nossa faixa etária mais avançada} – PRECISAMOS OUVÍ-LOS E APRENDER COM ELES. OS JOVENS QUE VESTIRAM A CAMISA DA IPU ESTÃO AMADURECIDOS NÃO SÃO ALIENADOS E NÃO ECOLHERAM UM TERRENO DE AREIAS MOVEDIÇAS PARA PISAR.

P A R A B E N S! INICIATIVA LAUDÁVEL E SIGNIFICATIVA.

RESGATAR A NOSSA HISTÓRIA FUNDANTE FOI FRUTO DE UMA UTOPIA {não lugar} UM SONHO QUE PRECISAMOS ACALENTAR PORQUE CERTAMENTE IRÁ INTERMEDIAR INSTRUMENTALIZAR E CONCRETIZAR A PUREZA DE UM CRISTIANISMO QUE DESDE O INÍCIO FOI MAL INTERPRETADO PELOS HERESIARCAS. É ALGO DE UMA IMPORTÂNCIA INALIENÁVEL.

A INALTERABILIDADE DO ENSINO DO ‘JESUS HISTÓRICO’ QUE SE SOMA AO ‘CRISTO DA FÉ ’É UMA GLORIOSA TAREFA QUE SEUS VERDADEIROS DISCÍPULOS PRECISAM REALIZAR.

MISSIONAR E INDICAR O CAMINHO DA METANÓIA SERÁ UM PASSO DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA PARA A CONVERSÃO TOTAL DA SOCIEDADE.

A NOSSA FUNÇÃO É HONRAR A HISTORICIDADE QUE NOS FOI LEGADA E SEGUIR O NOSSO CAMINHO DE BRAÇOS DADOS COM O PROJETO SALVÍFICO DE DEUS. O IMPORTANTE É PRESERVAR A ENCARNAÇÃO DO VERBO PERSONIFICADA NO FILHO DE DEUS POR QUE FOI ELA QUE RETRATROU O PERFIL DE UM DEUS QUE “{...} NOS AMOU DE TAL MANEIRA {...}” FOI ESTA CRIANÇA QUE HABITOU EM NOSSA TENDA HUMANA DE FORMA FEMENOLÓGICA {A raiz grega desta expressão, ou seja: “PHAINOMENON” significa “PÔR-SE À LUZ”} QUE TRANSFERIU PARA A IGREJA – QUE POR NÃO SER PERFEITA TEM AS SUAS LIMITAÇÕES – A MISSÃO DE CONVERCER OS HOMENS DA NOSSA ÉPOCA QUE ESTA CRIANÇA QUE REVOLUCIONOU O MUNDO AINDA TEM PODER PARA MUDAR O RUMO DAS NOSSAS VIDAS.

DEPOIS QUE INICIOU O SEU MINISTÉRIO, JESUS UMA VEZ DECLAROU:

“Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas. Mas terá a luz da vida” {Jo 8,12b; 13-17, 24}. “Disseram-lhe os fariseus: ‘Tu dás testemunho de ti mesmo: teu testemunho não é valido’ ‘Jesus respondeu-lhes’”

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“Eu dou testemunho de mim mesmo; meu testemunho é válido porque sei de onde venho e para onde vou. Vós, porém, não sabeis de onde venho nem para onde vou. Vós julgais segundo a carne, mas eu a ninguém julgo, se eu julgo, porém, o meu julgamento é verdadeiro, porque não estou sol, mas comigo está o Pai que me enviou; e está escrito na vossa Lei que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro. Eu dou testemunho de mim mesmo e também o Pai que me enviou, dá testemunho de mim.”

PARA CONFUNDIR AINDA MAIS A CABEÇA DOS FARISEUS ELE ACRESCENTOU:

“Vós sois daqui de baixo e eu sou do alto. Vós sois deste mundo. Disse-vos que morrereis em vossos pecados, por que se não credes que EU SOU, morrereis em vossos pecados”

O exacerbado legalismo da Torah de Moisés ou Código da Aliança. A fanática aversão à Nova Aliança criou um abismo Jesus e a nação mosaica. Para quem esperava um ‘mashîeh’ – ungido – que é usado no AT para indicar o rei de Israel e o sacerdote, ouvirem daquele ostiário que eles imaginavam ser o Messias...

“O meu reino não é deste mundo”

...foi uma grande decepção. Afinal eles eram escravos em sua própria terra e dominados pelo imperialismo romano, não é fácil. Para complicar os gregos que nada esperavam, vêm o menino de Nazaré como ‘christos’. Ainda que seja pela via idiomática eles sinalizaram no Jesus de Nazaré, o messianismo que os judeus não conseguiam enxergar.

PARA OS SEUS DISCÍPULOS ELE DISSE:

“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. Nem se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no candelabro e assim ela brilha para todos os que estão na casa. Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus” {MT 5,14-16}

ESTA NÃO SERIA UMA BOA FORMA DE MISSIONAR? PARA OS QUE ESTÃO –VOLUNTARIA OU INVOLUNTARIAMENTE – SOB O DOMÍNIO DAS TREVAS E MUITO AFASTADOS DA VERDADEIRA LUZ, COMO EVANGELIZAR?

O MENINO QUE VIVEU TODA A SUA INFÂNCIA NA PERIFERIA DA GALILÉIA MUDOU TODA HISTÓRIA DO MUNDO. DEIXOU-NOS UM NOVO MANDAMENTO QUE SUPERA OU ENGLOBA TODO O DECÁLOGO:

A historiografia do menino de Nazaré que nasceu em lugar mal cheiroso não é a mais agradável. Para dar acolhida, hospedar a tão ilustre criança estava reservada uma – manjedoura – com dois animais.

POR QUÊ?

“{...} porque não havia um lugar para eles na sala” {Lc 2,7b}

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EM BELÉM NÃO HAVIA LUGAR E NA SUA VIDA?

Avaliar algo de importante que aconteceu – COMO O CONGRESSO XIX ENAJOP mesmo que pela via do anacronismo – é uma honra e, paralelamente uma responsabilidade grandiosa. Estas linhas serão transformadas em ensaio e terão um pano-de-fundo: SINALIZAR NOVOS CAMINHOS PARA A SOLUÇÃO DOS GRANDES PROBLEMAS DA IPU.

Um ‘AGGIORNAMENTO’ que é uma expressão italiana que significa ATUALIZAÇÃO, ou trabalhar a nossa LINHA MESTRA ou o SITZ IM LEBEM {Que é igual a: contexto vital} das raízes primitivas da igreja Cristã que segundo as suposições de alguns estão bem distantes das nos expressões de Fé contemporâneas estão bem distantes das práticas da IPU é um desafio. Tal atitude significaria reavaliar o nosso MITO FUNDANTE sobre o qual colocaram novas molduras. Acostumados a contemplar as bonitas molduras, muitos dos nossos eclesianos esqueceram o principal: fidelidade a nossa historicidade eclesiológica.

Então quando a Hierarquia da Igreja convoca os eclesianos para um Congresso e estabelece uma linha temática provocativa, estará promovendo um despertamento ou tentando reavivar o que é básico em nossa Fé Cristã. A recomendação paulina {Ef 5,13-14}:

“Mas tudo o que é condenável é manifesto pela luz, pois é luz tudo o que é manifesto. É por isso que se diz: ‘ Ó tu, que dormes desperta e levanta e levanta-te de entre os mortos, que Cristo te iluminará’” – que combina com o terceiro Isaias {60, 1-3; 19-22}:

“Põe-te em pé, resplandece, porque a tua luz é chegada, a glória de Iahweh raia sobre ti. Com efeito, as trevas cobrem a terra, a escuridão envolve as nações, mas em ti brilha Iahweh e a sua glória se mostra no meio de ti {...}” «Is 60,1-3»No passado o povo de Deus teve muitos problemas, mas o Deus da História estava sempre com eles, no meio deles como parceiro da caminhada. Nem sempre percebemos o Deus que está ao nosso lado e o exemplo maior é a dos ‘caminheiros de Emaús – Lc 24,13ss’. Precisamos acreditar que a IPU poderá estar caminhando em um túnel que geralmente é escuro, mas uma luzinha brilhará em seu final com a indicação do caminho a seguir. É só acreditar !!!

É bom complementar o oráculo do Trito-Isaías, vv. 19-22 que descreve o esplendor de Jerusalém:

“Não terás mais o sol como luz do dia, nem o clarão da lua te iluminará, porque Iahweh será a tua luz para sempre, e o teu Deus será o teu esplendor.O teu sol não voltará a pôr-se, e a tua lua não minguará, porque Iahweh te servirá de luz eterna, e os dias do teu luto cessarão. O teu povo, todo ele constituído de justos, possuirá a terra para sempre, como um renovo de minha de minha plantação, como obra das minhas mãos, para a minha glória”

A IPU estaria procurando o seu ‘archê’ = origem, princípio tendo necessidade de adequá-lo a um seguro ‘telos’ = finalidade, objetivo/fim?

A NOSSA CLICHERIA PRECISARÁ SER RECICLADA?

O ENSAÍSTA ACREDITA QUE SIM! MAS SERÁ NECESSÁRIO TRATAR ESTE ASSUNTO COM MUITA PRUDÊNCIA, CAUTELA E COM MUITO CARINHO

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Há os que só enxergam a prática eclesiológica IPU, assemelhando-a a um ‘FREEZER’. Não podemos evitar um JUÍZO DE VALOR equivocado e tendencioso que fazem aqueles que não entendem ou não querem entender UMA NOVA FORMA DE SER IGREJA.

Uma verdade que fica transparente é que qualquer pessoa pode pensar desta forma. Entretanto uma acusação dessa natureza pressupõe que o julgador tem integridade moral e espiritual para fazê-la, mas antes de proferir esta assertiva o julgador deveria estar consciente que nós temos duas mãos. Via-de-regra é um incorrigível costume sinalizarmos com o dedo INDICADOR da mão direita o que segundo o nosso entendimento seriam desvios de conduta do próximo.

Só que temos mais quatro dedos: o MÉDIO o ANULAR e o MINDINHO que estão dobrados e apontados para nós. Resta-nos um: o POLEGAR que está – em sentido vertical – apontando o céu que segundo acreditavam os antigos {a.C.} era o lugar onde Deus habitava, ou seja, a residência Divina de onde Ele governava todo o hemisfério, ou planisfério celeste e os demais planetas. Os outros astros – acreditamos – foram criados por Deus.

Será que os defeitos que muitos vêm na IPU não seria uma projeção dos seus próprios desvios de percurso armazenados em cada subconsciente culpado?

Entende o ensaísta que nós devemos repassar a resposta desta pergunta para a JUSTIÇA DIVINA porque dela ninguém ficará isento dos erros praticados. O que é não se pode esconder em toda essa história são as chamadas ‘LOGIAS PRINCIPAIS’ de Jesus que se opõe aos que sem dó nem piedade cristã, só enxergam com os ‘óculos de lentes condenatórias’.

A que o hagiógrafo juanino teve o cuidado de escreve – que é – a Palavra Principal do Mestre dos mestres - {1ª - Jo 7,24} :

“Não julgueis pela aparência, mas julgai conforme a justiça”

Caso os nossos julgadores não conheçam a JUSTIÇA DE DEUS, como podem ‘julgar’ com isenção de ânimos ou com equanimidade?

A outra logia é da Escola Mateana que é mais contundente -{2ª – MT 7, 1-2}:

“Não julgueis para não serdes julgados. Pois com o julgamento com que julgais, e com a medida com que medis sereis medidos”

{É possível que ninguém nos julgue na nossa individualidade, mas julguem a Comunidade à qual estamos ligados por quer queiramos ou não adotamos uma NOVA FORMA DE SER IGREJA por isso somos considerados hereges e então nos julgam. Mas da Justiça Divina, por mais corretos que sejamos nós não escaparemos}

Jesus, o Cristo, também foi vítima do mal que se chamava: indiferença. Ele pregou na Galiléia {Região da Palestina...} e particularmente na cidade – onde passou toda a sua infância – o Reino de Deus. A sua Igreja – por ser judeu – era a Sinagoga. A hierarquia – os Escribas e fariseus – não o toleravam por causa da sua pregação que questionava as suas origens tradicionais:

“Ouviste que foi tido aos antigos: ‘Amarás o teu próximo {Não devemos esquecer que próximo para o povo de Israel e para o judaísmo {400 a.C} era aquele que pertencia ao mesmo CLÃ. Foi

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por este motivo que Jesus contou a parábola do Bom Samaritano} e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, vos digo:

{Com diz o povo do interior, mote que nós que pertencemos ou nascemos na região urbana adotamos: ‘AI É QUE A PORCA TORCE O RABO’}

“Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelo que vos perseguem; {E agora o que no modo de entender do ensaísta é o mais importante desta logia} desse modo vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus {...}” {Mt 5,21s; destaco os versos 43 a 45a} Uma vez em numa de suas logias, pasmado com o que via, com a indiferença dos seus coetâneos, Ele disse:

“A quem vou comparar esta geração? Ela é como crianças sentadas nas praças, a se desafiarem mutuamente: ‘Nós vos tocamos flauta e não dançastes! Entoamos lamentações e não batestes no peito!’ Com efeito, veio João, que não come nem bebe, e dizem: ‘Um demônio está nele’ Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: ‘Eis aí um glutão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores’. “Mas a Sabedoria foi justificada pelas suas obras.”. {Mt 11,16-19}

A IPU vive o mesmo dilema de Jesus. E como conseqüência no seu ‘CALVÁRIO’ vive o drama da solidão. Na Cruz do Cristo, muitos fugiram, o deixaram o abandonaram. Queriam algo mais. Em compensação... Mas o centurião romano e os que guardavam Jesus deram a resposta reconhecendo a sua messianidade:

“De fato, este era filho de Deus!”{Mt 27,54b}

Por que a IPU teria que ser a exceção? Estamos fracos – numericamente falando – mas devemos nos perguntar: vale à pena trocar a nossa fidelidade por projetos humanos que jamais nos aproximarão de Deus?

Retomando a questão LUZ DO MUNDO que não fez parte – em nenhum momento – da linha temática é oportuno colocar – reiterando o que anteriormente foi escrito – que o cristão é visto por Jesus, o Cristo, como alguém que por onde passa com o seu rasto luminoso põe as trevas para correr.

No relato dos primórdios da criação, Iahweh que tudo fez e achou que tudo era bom, Ele Iahweh a metafísica da criação declara que tudo foi criado ‘ex nihilo’ mas a criação não é um mito atemporal, ela é integrada na história da qual é o início absoluto.

Em hebraico – texto de roda-pé da BJ – “‘tohû’ e ‘bohû’ {o deserto e o vazio}; como as {trevas sobre o abismo}, o {vento} a as {águas}, trata-se de imagens que, pó seu caráter negativo, preparam a noção da criação a partir do nada. A narrativa, atribuída à fonte sacerdotal, mais abstrata e mais teológica que a seguinte {2,4b–25} quer dar uma classificação lógica e exaustiva dos seres criados seguindo um plano refletido no quadro de uma semana que termina pelo repouso sabático” A verdade é que Iahweh não criou o Universo do nada, do vazio. Lemos no Livro dos Primórdios que foi pela força da PALAVRA. Primeiramente: “Deus disse ‘HAJA LUZ’ e houve luz. Deus viu que a luz era boa, e Deus separou a luz e as trevas. Deus chamou à luz ‘DIA’ e às trevas ‘NOITE’. Houve uma tarde e uma manhã: primeiro dia” {Gn 1,3}

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“A luz é símbolo de vida, felicidade e alegria; as trevas, símbolo de morte, desgraça e lágrimas {Jó 30,26; Is 45,7; cf. Sl 17,15+} às trevas da escravidão se opõe, portanto, a luz da libertação e da salvação messiânica {Is 8,22; 9,1; Mt 4,16; Lc 1,79; Rm 13,11-12} atingindo até as nações pagãs {Lc 2,32; At 13,47}, pelo Cristo-Luz {Ef 5,14}, para se consumar no Reino dos Céus {Mt 8,12; 22,13; 25,30; Ap 22,5, cf. 21,3-4} O dualismo Luz x Trevas vem caracterizar, por isso, os dois mundo oposto do Bem e do Mal” {Fonte: BJ, texto de roda-pé, adaptado pelo ensaísta}

O nosso contexto histórico passou e está passando por muitas transformações que envolvem no seu dia-a-dia todas as Comunidades da Fé Cristã.

Hoje, com a Mídia e a Internet dominando os meios de comunicação, a religiosidade é obrigada a mudar os seus costumes e mudando de postura, perde o seu perfil e a sua personalidade histórica. A tecnologia se impôs e domina todos os setores da sociedade e a igreja que não é gueto, mas também integra o grupamento social. A Fé Cristã é afetada e das variadas eclesiologias as que mais quem sente são as Igrejas Históricas.

Tudo é VIRTUAL !!! Tudo é VIRTUAL !!! O VIRTUAL passa a ser o real, mas jamais será a realidade.

Nós já tivemos acesso à Rede Social falada, quando o ensaísta e o presbítero Simões da Igreja Presbiteriana do Rio {SINODO DA GUANABARA} faziam – alternadamente – o programa IRRADIAÇÕES DA CRUZ pela Rádio Copacabana e tinha audiência.

Nesta época os pastores eletrônicos e os atuais PASTORES SHOW, estavam fora do ar, mas eles aprenderam bem a lição do Papa Leão X {1513-1521 – Séc. XVI} que em seu apotegma afirmava:

“Que bom negócio tem sido para nós essa fábula de Cristo”A Rádio Copacabana era de propriedade do Sr. Lima que era espiritualista da linha de Allan Kardec {1804-1869} – mas amigo dos evangélicos – e como tinha afeição pelo pastor Domício Pereira de Mattos, cedeu – graciosamente – o andar que ocupava para os protestantes organizarem ali uma Igreja.

A Rádio Copacabana nasceu na Praia de Botafogo, 530 – e a Comunidade da ocupou parte do 1º andar do prédio onde funciona até hoje a Igreja Presbiteriana da Praia de Botafogo – Algum tempo depois o estúdio e a Igreja dividiram os espaços e a Rádio foi se instalar na Rua dos Inválidos.

O programa era feito ao vivo. Uma vez – quando sai do estúdio – recebi uma ligação telefônica que reclamava de uma referência que fiz a Virgem Maria – mãe de Deus. {Nesta época o ensaísta era presbítero regente da Igreja Presbiteriana de Ramos e antiecumênico} mas apesar disso, tudo ter mimou bem.

É possível que mais adiante este ensaio venha enfatizar os riscos do mau uso destes meios modernos de comunicação sociais.

Como surgiram as redes sociais? Provavelmente depois que os homens se organizaram socialmente. A sociedade nasceu de moletas porque tinha um pano- de-fundo não muito recomendável e quem detectou e fez um perfeito perfil da sociedade foi o filósofo abaixo:

Baruch Spinoza {1632-1677} deixou escrito como uma contribuição para todas as gerações vindouras:

“O egoísmo é que impele os homens a se organizarem socialmente”195

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Em função das ‘facilidades’ criadas nas Redes de Comunicação Sociais as bibliotecas foram abandonadas porque é mais fácil clicar a Internet do que pesquisar.

Só que a Internet não é completa porque as considerações exordiais e finais que estão geralmente introduzindo e finalizando explicativamente o conteúdo a Internet é inoperante. Acrescente-se o fato de que uma pesquisa poderá chegar ao nosso conhecimento preparada por alguém que não é um especialista. Na verdade que a Internet tem meio técnicos – ainda não muito bem apurados – que permite a emissão de pareceres de nível aceitável. O ensaísta, porém, não ‘REZA NESTA CARTILHA’ Para fazer uma introdução exordial e considerações finais, o pesquisador precisará de uma interpretação. Nós sabemos que – com o respeito que o leitor merece – ele não tem obrigação de ser um EXEGETA. Mas poderá produzir algo bom neste sentido se for um se fizer uma EXSÉGESIS {QUE É O QUE SE CONDUZ PARA DENTRO}.

A modernidade entrou pelas portas das Igrejas e os eclesianos que a elas pertencem via-de-regra não sabem o que fazer com este “TROFEU”. se desarticulam, acham que a hierarquia da Comunidade precisa inventar soluções mágicas e não falta delas criam os seus arquétipos ou procuram instrumento de fuga em outra Comunidade.

O ensaísta tem em suas mãos a revista Tempo e Presença, publicação do CEDI, nº 251, ano 12, 1990. O ensaísta reproduz parte do artigo assinado pelo pastor da Igreja de Confissão Luterana no Brasil e nesta época ela fazia o seu mestrado em Missiologia em São Paulo:

O REINO DE DEUS... O QUE É? O CONGRESSO QUE É O MOTIVO PRINCIPAL DESTA AVALIAÇÃO NÃO SE OCUPOU DO MÉRITO DESTA QUESTÃO. OS ORGANIZADORES ESTAVAM PREOCUPADOS COM OUTRA LINHA TEMÁTICA, OU SEJA: PLANTAR IGREJAS. SERIA UMA RESERVA ‘ECOLOGICA DE ORDEM RELIGIOSA?’{A partir de uma mundividência particular muitos já se pronunciaram sobre o XIX Congresso e ENAJOP {4 a 7 de setembro 2010 – em Xerem-RJ}, mas o básico foi omitido ou esquecido. Entretanto, para não ser preconceituoso, o autor deste ensaio, precisa e vai respeitar o pensamento do irmão ou da irmã que só enxergou ‘UM PALMO À

FRENTE DO NARIZ’. Os direitos, por serem plurilaterais, são – obviamente – diferentes e, o respeito a quem pensa diferente e que faz nascer faz nascer entre nós àquela bela atitude que o Rev. José Borges dos Santos Jr. estimulou: A UNIDADE NA DIVERSIDADE} – citatório anterior.

O Reino de Deus tem exigências que os chamados ‘FILHOS DE DEUS’{Seriam os nossos eclesianos?...} têm demonstrado que são despreparados para realizá-las. Jesus nos oferece a LUZ, mas os inimigos do Reino de Deus nos oferecem as TREVAS. Salvo as raras exceções, andamos – PELAS VIELAS DA VIDA – trôpegos porque enxergamos com limitações. Somos dominados e ou caímos da rede dos subvertedores e mesmos que usemos uma lanterna só vislumbraremos os atalhos que nos levam rapidamente ao objetivo que buscamos e lá só encontraremos o ideológico que ofusca a LUZ. “A APRENDIZAGEM PERMANENTE - Este movimento desencadeado por Jesus, que formou e forma comunidades de fé e vida pelo mundo afora, é o que entendemos ser o movimento de EVANGELIZAÇÃO. Um movimento que suscita instituições, instrumentos de luta, de organização, mas que vive na dialética permanente do aprendizado, da desinstalação, na difícil dinâmica entre o exercício do carisma e a força do poder, como tão bem se expressou o teólogo Leonardo Boff.

O discipulado de que fala o EVANGELHO nada mais é do que isto: pôr-se a caminho seguindo a orientação e o espírito de Jesus assumindo os riscos dessa caminhada.

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Importante é dar-se conta que ninguém consegue ser discípulo de Jesus sozinho. Esse caminho só pode ser comunitário. Daí porque o Evangelho está sempre na contramão do individualismo, tão em voga na atual sociedade de consumo.

Por isto, a tarefa de evangelizar jamais acaba enquanto vivermos na história. Onde o individualismo, o egoísmo, a cegueira querem tomar conta das pessoas, inviabilizando a vida humana, aí o Evangelho tem algo de n ovo a propor, ai a mensagem de libertação mexe e incomoda. Porque se trata não de uma idéia simplesmente, mas de um novo dinamismo. Por isso dizemos que participar deste movimento de Jesus significa optar por um modo de vida diferente, significa escolher andar com os pobres a segunda milha, a milha da mudança de todas as coisas, significa buscar com os pecadores, os pequenos, os sem nada, o reino que já é deles pela graça de Deus. Participar deste movimento de mudança de vida significa, portanto, correr riscos.

Quem arrisca, contudo, passa a entender o que é a boa notícia. Quem começa a agir como discípulo de Jesus, como aprendiz do reino, como artífice da justiça e da paz, este compreende o sentido do evangelho.Quem, ao contrário, não age não se põe a caminho junto com os companheiros, este desconhece a proposta de Jesus, Aprender de Jesus significa, na verdade, entrar ativamente no caminho da lei do amor. É por isso que já dizia Santo Agostinho:

‘AMA E FAZES O QUE QUISERES’.

O que caracteriza os seguidores de Jesus é precisamente esta atitude sempre aberta ao outro, sempre pronta a aprender do outro, a ver no outro o irmão, a compartilhar com o outro a dor e alegria, a festa e a luta, o perdão e a esperança. Desta forma, os discípulos se ajudam, se corrigem, ajudando a outros, pois encontram no rosto palpável do pobre o próprio Jesus {Mt 25,31ss}.

Os seguidores de Jesus já se puseram a caminho e estão ai anunciando um mundo novo, se comprometendo com as mudanças reais, históricas e urgentes, lutando pela dignidade dos seres humanos, exigindo justiça social, fazendo eco ao clamor dos oprimidos, celebrando a vida a cada momento de esperança.

O reino que vem vai crescendo como o fermento na massa do pão, como aquele pequenino grão de mostarda, como aquele campo que surpreende até o agricultor. Não deveria nos inquietar se somo vexados, caluniados, perseguido, até mortos. O que importa é não desistir, é ficar firmes, ressuscitando em cada pequena vitória, em cada simples avanço, em cada gesto novo que rompe a casca do individualismo e da hipocrisia. Porque vamos descobrindo ao longo da caminhada que não estamos sós. O Senhor está conosco e não nos abandona jamais. Esta presença é que nos sustenta {“...}” A tecnologia por mais avançada que esteja ainda não adquiriu a perfeição que é uma prerrogativa divina revelada ao homem {Em parte pela via do mistério que aprioristicamente indecifrável porque depende da manifestação do kairós de Deus} e via-de-regra, na maioria das vezes, usada pelos tecnocratas e pelos burocratas’ equivocadamente.

O pior é quando alguém – falando ou escrevendo – imaginando que poderá concluir alguma coisa, em suas considerações finais usa a empressão grafológica ‘CONCLUSÃO’. Qual o humano que tem o poder de dar por concluído o que escreve ou mesmo quando imagina ter concluído uma obra?

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Só Jesus, o Cristo teve esta prerrogativa. Para essa tarefa Ele não teve sucessores e nem discípulos. Só a Ele foi concedido o direito de dizer: ‘CONSUMMATUM EST’

Com avanço das diversas tecnologias em nossa modernidade elas iriam suscitar ‘ORIENTALISTAS’ que se transformaram em ‘GURUS’ para uma sofrida sociedade e também estão com o ‘ANZOL’ nas mãos a fim de pescar os descontentes das Igrejas Históricas.

É bom lembrar que a igreja {Comunidade da Fé Crista, Povo da Nova Aliança e Corpo Místico de Cristo} não é um ‘gueto’ e integra o CORPO SOCIAL vigente. Dependendo das tendências desses ORIENTALISTAS devemos ou não aceitá-las.

Em nossa modernidade surgiram os computadores – a CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO – e em como ‘filha mais nova’ dele nasceu à internet que quando usada para o bem é um ótimo instrumento, mas quando usada para o mal... Bill Gates, dono da Microsoft tinha a consciência que a máquina que criou era limitada e traria alienação. Foi em razão disso que fez esta declaração:

“Meus filhos terão computadores. “Mas antes terão livros”{Fonte: revista, TUDO, edição nº 43, 23 de novembro de 2001, Editora Abril}

UMA ADVERTÊNCIA:

ABRA O OLHO COM AS REDES SOCIAIS – “É verdade que a troca de informação através SITE {onde você poderá acessar o} ORKUT, FACEBOOK, BLOG e TWITTER podem trazer bons resultados para o trabalho. Mas é preciso ter muito cuidado com as reuniões sociais, para que elas não roubem demais o seu tempo e acabem trazendo prejuízos. A cada dia a tecnologia vai avançando.

Alguns – até entre os eclesianos das várias Igrejas – estão seduzidos e apaixonados por esse moderno meio de comunicação chamado INTERNET. É sempre bom relembrar a opinião do ensaísta sobre epidemia, ou melhor, essa endemia que desperta paixão. Paixão – segundo o ensaísta – É O SENTIMENTO QUE ATROPELA O RACIOCÍNIO.

Especialistas dizem que as modernas ferramentas disponíveis nas redes sociais são uma conquista para agilizar as comunicações, mas as maiores causas de perda da produtividade. Então, abra o olho!

Se bem aproveitados, esses SITES ajudam a fazer novos contatos, a descobrir oportunidades, a ter idéias e até mesmo a relaxar.

Para isso criaram GOOGLE IMAGENS que é também um SITE.

Em maio de 2008 o FACEBOOK conseguiu derrubar todo o marketing do seu principal rival, o MYSPACE. O facebook o que fez com MySpace, em nada afetou a liderança do ORKUT que só no Brasil tem mais de 43 milhões de usuários ativos, contra 9,5 milhões de Facebook.

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Mas evite o papo furado, além daqueles recadinhos, cartões virtuais e piadinhas para todo mundo. Ligados ao universo da informatização dos tempos modernos ou às redes sociais e aos novos meios de comunicação social, muito gastam muito tempo com conversas inúteis e muito não em casa, tembém no trabalho são vencidos por essa inebriante fantasia que se transformou numa realidade indispensável para a sociedade. Inclui-se nesta apreciação, a igreja ou Igreja. Para os não são comedidos nos uso desses meios uma recomendação, cf. abaixo:

“No trabalho, fale só o que for realmente relevante...”{FONTE: seção de auto-ajuda, do jornal Expresso, 6-janeiro de 2011}

A virtualização da igreja ou Igreja obriga os cristãos a serem escravos desses sites e alguns aceitam as ofertas das redes sociais, sob o pretexto de utilizá-las para a EVANGELIZAÇÃO escondendo o pano-de-fundo desse uso.

São muitos os eclesianos – os não excluídos digitalmente – que usam estas ferramentas e as Redes Sociais disponíveis. Os pregadores televisivos fazem dos Meios de Comunicação Social {Refiro-me a comunicação falada nas TVs} o seu púlpito, sinalizando para as massas sofredoras soluções mágicas, contrariamente ao que fez Jesus – o Senhor da igreja – que uma vez declarou e o hagiógrafo registrou:

“{...} o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muito” {Mt 20,28b}.

O que temos observado na Midia são líderes de algumas seitas do pentecostalismo autônomo, servindo-se de Jesus para acumular grandes fortunas. Mas eles têm um mérito: fazem o que as Igrejas Históricas deixaram de fazer. O que as Igrejas Históricas deixaram de fazer? Abandonaram a Missão de Deus e os seus eclesianos sepultaram suas obrigações eclesiológicas. Entre elas:

A igreja {Comunidade da Fé Cristã, Povo da Nova Aliança e Corpo Místico de Cristo} esqueceu o seu compromisso de manter e sustentar financeiramente as necessidades básicas da Comunidade da Fé Cristã. Entende o ensaísta que este não seria o espaço apropriado para se discutir fórmulas ou modelos de contribuição, porque a nossa linha temática é a MISSÃO.

É oportuno relembrar o que escreveu o Pe. José Comblin no livro Teologia da Missão, Vozes, Petrópolis, RJ, 1980:

“A marcha da ‘MISSÃO’ não é cega, nem puramente intuitiva, nem puramente carismática”

Caberia um ensaio específico em separado sobre o assunto que é de fundamental importância mesmo por que nenhuma organização sobrevive sem a contribuição dos seus associados. A Igreja {a organização eclesiática} é constituída pela a igreja {A Comunidade da Fé Cristã, Povo da Nova Aliança, Corpo Místico de Cristo} tem encargos – além da sua base eclesiológica: FÉ+CRER e, para servir ao Reino de Deus – tem outras exigências. 88888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888

O regime de governo da nação brasileira foi mudando, o que se fazia no tempo da Monarquia {cujo soberano tinha o título de imperador ou imperatriz – o que certamente deu origem a expressão: IMPERIALISMO – que era praticante de um regime tributário e de encargos sociais próprios para a sua época, foi substituído.

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Hoje uma organização eclesiástica para ser reconhecida precisará ter um estatuto transformando-se socialmente em uma Pessoa Jurídica. O Código Civil a que está em vigor, subordinada e exige este tipo de jurisdição. Não tem como fugir. Na igreja primitiva houve um momento que – segundo o hagiógrafo dos Atos dos Apóstolos a forma herdada da Antiga Aliança era o DÍZIMO.

No AT, o livro chamado de ‘Malaquias’ pois este nome significa ‘meu mensageiro’ foi escrito + ou – em 5l5 a.C. tempo de dominação persa e é posterior a reconstrução do templo de Jerusalém,

“Todos os fiéis, unidos, tinham tudo em comum; vendiam as suas propriedades e os seus bens e dividiam o preço entre todos, segundo as necessidades de cada um”.{At 2,44}

Certamente 88888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888

A realidade aceita pela maioria é a virtual e não será fácil mudar este ‘status’ ou se você preferir, este quadro caótico. A maioria das igrejas fazer dessa situação um papel carbono. Qual é hoje a nossa identidade? Platão, filósofo grego recomenda:

“Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida”.

Ele sabia que o VIRTUAL e ILUSÓRIO como a SUPERFICIALIDADE DA FÉ é uma ilusória prática que levam a lugar nenhum, principalmente a VIDA ETERNA. Por quê? Por que falta o CRER. Nós sabemos sem FÉ é impossível agradar a Deus.Mas e a FÉ sem o CRER agrada o que ou a quem?Não encontramos nos evangelhos Jesus exigindo que nós tivéssemos FÉ nele. Mas quando alguém – crendo nele – o procurava, tocava em suas veste e ficava curado Ele sempre dizia: “{...} Vai a tua fé te salvou”. Crer, portanto, é a CHAVE que devemos usar a fim de entrarmos em comunhão com Jesus, o Cristo. Caso contrário... O verbo CRER que é transitivo direto, significa: TER POR CERTO; DAR COMO VERDADEIRO; ACREDITAR; TER CONFIANÇA EM...

Algo também de grande importância para Fé Cristã é a adoção de RITOS. E aqui tomo de empréstimo a opinião de Pedro César Kemp Gonçalves, do livro REFLEXÕES SOBRE A RELIGIÃO COMO UTOPIA E ESPERANÇA, Edições Paulinas, São Paulo, 1985:

“Enquanto que o símbolo vem ‘FALAR’, comunicar a realidade sagrada que ao mesmo tempo se revela e permanece oculta, o RITO possibilita uma ‘ÍNTIMA UNIÃO’ com a divindade, além de reunir as pessoas num encontro quase que familiar, celebrando a amizade na comunidade. O indivíduo, apesar de fazer uma experiência religiosa muito pessoal, por sentir-se seguro na vida, bem localizado no mundo e feliz, tem o desejo de transmitir àqueles que o cercam toda a sua prosperidade, sua esperança... Então surge a idéia de se formar um

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grupo dos que compartilham da mesma crença. A respeito deste aspecto do rito, Irineu S. Wilges e Olírio P. Colombo {FONTE: Livro Cultura Religiosa, 2ª Ed., EST-VOZES-UCS, 1975, p.13 nota de roda-pé do livro} nos ensinam o seguinte: ‘A religião tende a formar comunidade. Quem está convencido de uma crença sente-se irresistivelmente atraído para os seus co-irmãos e quer manifestar a sua fé junto com eles. Estes aspectos impedem que o sentimento religioso se dissolva em sentimentalismo individualista e incoerente. Sem isso a religião torna-se incomunicável e arbitrária, uma prisão em vez de um caminho’.

Por aqui se esconde um fato social: a religião é capaz de congregar pessoas de diferentes raças, idades, níveis de cultura, formando como que uma família. Seus eclesianos se reúnem para celebrar sua crença, e as pessoas, outrora desconhecidas, agora são irmãs umas das outras. Por este motivo, por se sentirem tão felizes na comunidade, seus adeptos lutam de toda forma para que tantos outros participem da mesma.O RITO verdadeiramente religioso – pois há inúmeros ritos como, por exemplo, os de iniciação, que introduzem o indivíduo numa determinada estrutura social – é fundamentalmente ‘PRECE EM GESTOS’ onde o homem é situado no tempo e no espaço sagrados. É neste contexto que as atividades do homem, no tempo e no espaço comum {sociais}, ganham sentido.Percebendo e interpretando existencialmente a realidade do RITO vem envolver a mesma com um sentido novo. A realidade comum, o tempo comum são inconsistentes, transitórios, relativo e, por conseguinte, sem significado próprio.Só os animais vivem em tais situações.O homem, por ser mais que um simples animal, desenvolvendo o RITO , encontra um significado para a sua existência atual, pois o RITO dá valor às suas ações cotidianas e o prepara para uma vida mais digna, imortal. Divina.No RITO, portanto, celebram-se as coisas que estão por vir e, assim, vive-se antecipadamente o futuro.Vemos o homem, em relação ao sentimento religioso, freqüentemente preocupado em apagar ou afastar-se de si tudo aquilo que se apresenta como contrário ao Sagrado e buscar tudo o que lhe é favorável, e o faz sob a forma de RITOS e CULTOS. A verdade é que encontramos presente no homem um impulso para o Absoluto, para o infinito: uma tendência para unir-se com o SAGRADO.

O fenômeno religioso não é próprio de uma época ou específico de um grupo de pessoas, mas universal, apesar de cada povo manifestá-lo à sua maneira e de acordo com sua cultura. Independente da língua que fala do país em que habita, do progresso que conquistou, o homem tende a dirigir sua vida para Deus, para o transcendente.‘Quando o homem se vê frustrado em sua experiência religiosa autêntica, ele se volta para as pseudo-religiões e pseudomessianismos. Logo, a experiência religiosa é algo intrínseco à natureza humana, e não o fruto de uma cultura. Foi o que aconteceu com o budismo: o próprio Buda, que se esforçara por desmitizar o hinduísmo, acabou sendo adorado como um deus... Hoje, é a técnica que substitui a magia; é o messianismo socialista que substitui o messianismo cristão, e são o Estado e o Partido que substituem os deuses do passado... Mas o homem continua religioso, porque sempre está voltado para a conquista de uma felicidade absoluta, única, que é capaz de contentar o seu espírito aberto para o infinito... {Mircea Eliade}’”

Não se compreende religião ou Igreja, distanciada da MISSÃO DE DEUS. A religião tem como seu patrimônio principal a ESPERANÇA. O que pensam Ernst Bloch, Rubem Alves e o AT sobre estas duas irmãs gêmeas:

“Onde está à esperança ali também está à religião” “De fato, talvez seja esta a grande marca da religião: a esperança”

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“Para quem estiver ligado aos vivos, ainda há esperança” {Ecl 9,4}

O que o ensaísta está inserindo subsidiariamente ou enfocando neste ensaio, são alguns pontos que se fizeram ausentes da linha temática que – segundo o entendimento do ensaísta – poderiam abordados. Alguns, ou melhor, os que não gostam de acrescentar algo mais ao seu saber ficam satisfeitos com uma sinopse.

Mas o ensaísta não está ‘engordando’ demasiadamente o ensaio apenas colocando algumas idéias que por causa do tempo disponível não foram abordadas, como o pano-de-fundo do Congresso – XIX ENAJOP notoriamente e basicamente priorizou a questão da MISSÃO EVANGELIZANTE DA IGREJA. Não seria perda tempo um somatório um maior de informações. Devemos lembrar – mais uma vez – o pensamento de Francis Bacon – 1561/1626, filósofo inglês:

“A leitura torna o homem completo; a conversação torna-o ágil; e o escrever dá-lhe precisão”

Caso o leitor acredite no que escreveu Bacon, continue a leitura. Acredito que ninguém irá perder o seu tempo. Agora vamos continuar sinalizando os subtemas que não foram abordados – por causa do tempo – e, razão disso não apareceram na pauta do Congresso para uma sondagem hermenêutica mais ampla.

Nossa proposta não é transformar este ensaio em um ‘BEST-SELLER’. ‘BEST’{melhor} ‘TO SELL’ {vender}

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Na Comunidade da Fé Cristã esvaeceu-se o espírito comunitário. O individualismo tomou conta e por conta disso o ego passou a reinar em lugar da comunhão fraterna.

A Igreja Presbiteriana sempre teve um projeto missionário, mas o seu crescimento numérico sempre um crescimento vegetativo, ou seja: sempre dependeu do carpogônio, i.é, dos órgãos reprodutivos da mulher e do homem. Cada criança que nascia fazia aumentar o rol de eclesianos e a igreja crescia em número.

Desde a Reforma até o nosso século as Igrejas Históricas enfrentaram muitas mudanças ocorreram, particularmente no século XIX modificando o comportamento social dos eclesianos e via-de-regra afetando a Fé.

O que as Hierarquias das Igrejas Históricas não esperavam e para essa situação não se prepararam é que esta crise que há muito tempo se avizinhava fosse afetar os seus eclesianos. Agora – fato consumado – estão buscando soluções que no modo de entender do ensaísta estão muito distantes. Nem a curto, nem a médio e nem a longo prazo. Uma total reformulação na linha programática dessas Igrejas custará um preço muito elevado.

As Igrejas Históricas abandonaram a sua TRADIÇÃO MÍSTICA, repudiaram e nunca fizeram uma RENOVAÇÃO LITÚRGICA, desprezaram os SÍMBOLOS mais importantes da Fé Cristã que tornavam possível o relacionamento entre o homem e o Absoluto. {Nota do ensaísta: uma vez, numa igreja que o ensaísta pastoreava uma diaconisa o chamou para fazer um pedido: ‘pastor por que o senhor não tira aquela porcaria atrás do púlpito? ’ A ‘porcaria’ era a CRUZ um símbolo que para ela nada representava}

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Os símbolos surgiram porque traduzem uma realidade invisível e dão sentido à vida enquanto evocam situações felizes e ordenadas – utópicas – mas marcadas pela esperança, desvendando ou tornando próximo o mistério.

Em nosso momento histórico a prática religiosa entende que o crescimento numérico é a única alternativa. A outras eclesiologias devem tomar como exemplo as novas eclesiologias que ocupam um universo diferente das demais eclesiologias. O que entendem como modelo de Igreja Cristã para é a doutrina do pentecostalismo.

Aqueles que aceitam esta nova prática como a ‘conditio sine qua non’ para crescimento numérico da Comunidade da Fé Cristã não se conformam caso a Hierarquia da Igreja recomendem aos eclesianos outro tipo comportamento. Nesse caso usam este argumento como pretexto para mudar de espaço.

O CRESCER NA GRAÇA E NO CONHECIMENTO não interessa as Seitas do neopentecostalismo e todas elas estão abandonando a tradição e trocando-a pelas ALELUIAS = {hebr. HALL ELÛ-YAH – louvai a YAH/WEH} e os {GLÓRIAS} a Deus. Isso é válido, mas não usual em nossa tradição litúrgica.

QUAL O MODELO IDEAL DE IGREJA?

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O ensaísta será neste ensaio o mais diáfano possível, i.é., agir com literal transparência.

O clichê que nos é oferecido pelas outras religiosidades existentes em nosso tempo e que se apresentam como verdadeiras, não se identifica com o clichê da IPU. Estamos vendo hoje verdadeiros espetáculos, ou ‘loucuras’, de eclesianos enfermos em sua existencialidade – espiritual reflexo ou não, de um desconforto sócio-econômico – o homem é um ‘homo oeconomicus’ {Consumidor soberano, sempre tem razão, se tiver se tiver poder de compra. Se não tiver e a perder, deixa de existir como agente econômico e entra em crise. Rubem Alves tinha razão quando escreveu: “O HOMEM VALE PELO QUE TEM, ENQUANTO TEM”}.

A ‘TEOLOGIA DA PROSPERIDADE’ tão badalada pelas seitas do pentecostalismo autônomo, particularmente das apelidadas de ‘carismáticas’ de certo modo tem a sua razão de ser quando nada de mais perfeito temos a oferecer. O pior é quando tudo tica restrito aos instrumentos de fuga, para alienar quem está vivendo em dificuldade e sem alternativas e em total desespero. Miguel de Cervantes {Autor de o PEQUENO PRÍNCIPE}:

“Não existe maior loucura no mundo do que entrar em desespero”

Antes de iniciar a minha cantilena uma pequena oração do livro APELOS AO DEUS DO SILÊNCIO, de Karl Ranhner S.J., Edições Paulistas, 1968. Composto e impresso na Pia Sociedade de S.Paulo, Apelação, março de 1974:

“Só a tua graça me mantém na tua presença, quando me evado para me entregar às coisas do mundo. Nemo temor, nem o nada, nem a morte, como dizem os filósofos de

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hoje me libertam das coisas do mundo; mas só o teu amor, o amor por ti, que sois impulso e fim de todas as coisas. A ti, a exuberante vontade de nos encontrar. Quanto a nós o amor por ti, ó meu Deus infinito, amor que, atravessando o centro de todas as coisas, por meio do teu coração, se lança, ultrapassando-as, na tua infinita amplidão, para ainda assim tomar contigo todas as coisas perdidas como elogio da tua infinidade.Diante de ti toda a multiplicidade é reduzida à unidade; toda a dispersão é reunida em ti; o que era puramente exterior é introduzido pelo teu amor no «interior». No teu amor, toda saída para o mundo é susceptível de me unir a ti, quer dizer, de me conduzir à vida eterna.Mas este amor que aceita a vida quotidiana tal como se apresenta que transforme, entretanto, cada um dos meus dias humanos num dia de graça, para fazer chegar a ti este amor, somente a ti que dele me podereis fazer dom. Que poderei eu dizer-te nesta hora em tento aparecer diante de ti na companhia dos meus cuidados quotidianos? Só tenho uma oração a balbuciar; concede-me o dom mais banal e maravilhoso que possa existir: toca o meu coração com a tua graça; concede-me o teu amor. Permiti que me servindo das coisas deste mundo na alegria na dor, chegue, através delas, a compreender-ti, amar-ti, a ti, o último e único fundamento de toda a criatura.Tu que és amor, faça-me participar do teu amor, para que um dia todos os meus dias cheguem ao único dia da Tua Vida Eterna” {O ensaísta respeitou ‘ipsis litteris’ pelo autor, porém, só alterou o pronome que alterou da terceira para a primeira pessoa como é hábito do protestantismo}

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PILARES BÁSICOS DA CAMINHADA DA IPU

NOSSA COMUNIDADE DA FÉ NASCEU SOB ESTE SIGNO E FUNDAMENTA-SE NO ORÁCULO ABAIXO:

“Amor e Verdade se encontram, Justiça e Paz se abraçam;da terra germinará a Verdade e a Justiça se inclinará do céu”

{Do mestre de canto, dos filhos de Coré – Salmo 85}

{OS DESAFIOS DESTA UTOPIA PROFÉTICA SÃO HORIZONTES OU SONHOS DA FÉ CRISTÃ} {A UTOPIA É ALGO MUITO DISTANTE; É O IMPOSSÍVEL DA REALIDADE HUMANA}

{MAS ESTE FOI O OBJETIVO QUE A IPU SE PROPÔS ALCANÇAR}

Da revista TEMPO E PRESENÇA {Publicação bimestral de KOINONIA julho/agosto de 2001, ano 223 nº 318} artigo de Ivone Gebara, pg. 27 – apenas o último parágrafo:

“Os sonhos de amor e de justiça nunca morrem. Enquanto estivermos aí estaremos sonhando juntos para que cada vida seja simplesmente este ‘momento’ breve, esta palavara dita, esta flor desabrochada, mas com qualidade. Não conhecemos ainda o novo nome de nossos sonhos coletivos. Apenas sabemos que se inspiram no desejo mais profundo que existe em nós de que cada ‘vida vale’ por si mesma e que ninguém pode roubá-la de nós ou escravizá-la ou reduzi-la à loucura de narcisimos alheios. A vida, cada vida,

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cada flor, cada criança são empressões únicas da magnificência criativa na qual simplesmente existimos. Por isso, aqui estamos, de pé, em cada país, com paixão, firmes lutando pelo direito à ‘abundância’ de vida!”

SONHOS DE AMOR, UTOPIA, ESPERANÇA...

SÃO ATRIBUTOS DOS VERDADEIROS CRISTÃOS – Rubem Alves, nosso irmão é Doutor em Teologia, psicanalista e homem de uma qualificação sem limites, tomando de empréstimo os oráculos das profecias de Isaias, faz do seu jeito agora poético – em seus opúsculos – considerações importantíssimas – que são predicados apesar da sua fundamentação utópica devem ser a moldura da personalidade dos filhos de Deus em Jesus Cristo.

Por que inserir neste ensaio uma linha temática diferente do Congresso elementos que não foram agendados para discussão?

Porque há uma ligação intrínsica da Fé Cristã com essas promessas a fim de que a vida seja abundante de esperança. Plantar Igrejas sem esse objetivo!!!...

“Do futuro chegou o tempo de Deus, quando as espadas serão transformadas em arados, as botas militares serão queimadas no fogo, as portas das prisões se abrirão, os mansos herdarão a terra, os desertos serão transformados em jardins, e os poderosos verão seus cetros de opressão arrancados das suas mãos”

“Do futuro chegou o tempo de Deus, o Reino de Deus. Arrependei-vos. Mudai vossas maneiras antigas de pensar. Foi-se o respeito pelos poderes do passado... Foi-se a andiedade pelo dia de amanhã... Foi-se o medo do futuro... EIS QUE TUDO SE FEZ NOVO”

“Crede nesta boa nova que vos anuncio. Iniciai uma nova dança: a lagarta se transforma em borboleta, o velho vira criança. Nos corpos exaustos pelo passado, como se fossem corpos de mágico, o futuro se encarna. O poema se fez carne, o desejo vira vida. Não mais sois o que fostes. Dantes, filhos do passado, escravos daquilo que sempre foi, obrigados a repetir sem fim, as leis que o medo do futuro esculpiu como canga, pousada nos pescoços...” É verdade profética – que é também messiânica – é constituída de quatro atitudes que deveriam estar presentes em toda Comunidade da Fé Cristã. Mas na prática a igreja {Povo da Nova Aliança, Comunidade da Fé Cristã e Corpo Místico de Cristo} por causa de um ego reprimido entra em CRISE, afeta os demais eclesianos e decorrência disso um labirinto de opiniões divergentes passam a reinar em lugar e AMOR A VERDADE, A JUSTIÇA E A PAZ ficam prejudicadas. Quando se trata da VERDADE a situação se complica um labirinto se instala em nossas vidas como se fora teias de aranha os arquétipos são criados e religiosasamente obedecidos. Seriam os nossos arquétipos sinais de esperança e felicidade?

UM PROVÉRBIO IUGOSLAVO RETRATA O QUE O ENSAÍSTA ESTÁ AFIRMANDO:

“DIGA A VERDADE E SAIA CORRENDO”A verdade nos infunde uma nova postura de Fé por que ela questiona os nossos arquétipos e deixando-nos em crise existencial. As crises desmantelam e esvaziam as Comunidades da Fé

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Cristã. Os quem têm medo da verdade são iguais aos escribas e fariseus que não se conformavam de adotar para as suas vidas uma NOVA ALIANÇA. Tinham medo do Reino de Deus pregado por Jesus que questionavam e censurava os fanatismos da ANTIGA ALIANÇA. Ontem e Hoje, a religiosidade continua recebendo esta influência.

Mas o medo em lugar de nos fazer optar por instrumento de fuga deve ser olhado como uma terapia. O ensaísta reproduz o editorial da revista Ultimato, ano XXX – nº246, maio de 1997. Essa é uma por que levaram Jesus para a Cruz.

Josué, josué, josué

O QUE ESTÁ FALTANDO A IGREJA PRESBITERIANA UNIDA DO BRASIL? CRISES E DESENCONTRO O ENSAÍSTA SABE QUE NÃO FALTAM.

AS DEMAIS ECLESIOLOGIAS – SEJAM AS OUTRAS IGREJAS HISTÓRICAS OU MESMO AS SEITAS DO PENTECOSTISMO, OU SEJA, AS CLASSIFICADAS COMO CARISMÁTICAS NÃO TÊM PROBLEMAS?

Quem não tem problemas existenciais – dentro e fora da Igreja – LEVANTE A MÃO!Quem disser que está em plena paz neste mundo onde o TEMOR A DEUS é coisa rara, ou é uma exceção ou estará ocultando a verdade. A perícope que o hagiógrafo da Escola Joanina escreveu em {Jo 8,3-11} tem um sentido paralelo em sentido paralelo, com o que escreveu Norman Vincent Peale, pastor presbiteriano e antigo Capelão do Senado Americano:

“Acredite que há sempre solução para todos os problemas”Muitos argumentos e diversos tópicos poderiam ser introduzidos no conteúdo no encontro dos clérigos e jovens realizados em Xerém-RJ. Seria salutar e proveitosa uma elaboração mais abrangente a fim de ampliar a nossa mundividência sobre as crises da hora presente e, se possível caso fosse sugerido aos congressistas à busca respostas para as múltiplas indagações que circulam na mente dos eclesianos. Este seria o caminho a fim de abrir muitas trilhas para a reflexão o que iria subsidiar a linha temática do Congresso que era a EVANGELIZAÇÃO.

Mas isto “SÃO ÁGUAS PASSADAS QUE NÃO MOVEM MOINHOS”. Porém, caso algum leitor queira ampliar a pesquisa só terá – sem falsa modéstia – o trabalho de ler o presente ensaio.

Mas o que se enfatizou foi algo simplesmente simbólico, ou seja: transformar os eclesianos em “AGRICULTORES” porque a proposta do encontro foi definida pelos seus organizadores como PLANTAÇÃO DE IGREJA.

SERIA ESTA A SOLUÇÃO? E a subjetividade dos eclesianos que fazem parte da nossa Comunidade de Fé, como ficaria? A semeadura tem regras pré-estabelecidas por Jesus o Cristo como veremos ainda neste ensaio. Logo, quem planta Igreja está subordinado a esses princípios.

VOLTANDO A LINHA BÁSICA DO CONGRESSO: EVANGELIZAÇÃO

Verborragias só não resolvem. É necessário pensar fundo no que significa a EVANGELIZAÇÃO esmiuçando todas as implicações que esta MISSÃO CRISTOCÊNTRICA nos oferece:

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A opinião abaixo que é dos especialistas em teologia é válida e nos ajudará a ampliar a nossa reflexão:

“A evangelização deve renovar-se, para ajudar os cristãos a VIVEREM A SUA FÉ dentro dos novos condicionamentos criados pela CULTURA URBANA. Nesta linha, a cidade – A GRANDE CIDADE – constitui um desafio à pastoral. Nela, concentram-se as mudanças e as crises da nossa cultura. Ela põe às claras problemas até agora desconhecidos. Transtorna os modos de vida e as estruturas habituais da existência: a família, a vizinhança, o trabalho, sobretudo a consciência religiosa e as expressões de FÉ”. “A religião é uma dimensão da cultura” {DP 304-307 – A Mensagem de PUEBLA, Segundo Galilea, Edições Paulinas, 1979}

Do mesmo livro o ensaísta vai trabalhas alguns riscos para a EVANGELIZAÇÃO e para a Comunidade da Fé Cristã. Um deles chama-se SECULARISMO que irá aparecer no ensaio mais à frente. O outro muito conhecido no universo evangélico é o PIETISMO.

A busca da religião hoje é uma realidade, principalmente entre os jovens que nos seus encontros colocam como assuntos mais questionados, perguntas e debates, em geral, sempre na mesma linha de pensamento: AMOR, RELIGIÃO, PAZ, FAMÍLIA, DIÁLOGO, SOCIEDADE, JUVENTUDE, FOME, MISÉRIA, UNIÃO POLÍTICA, MASSIFICAÇÃO...

Todos estes temas o leitor vai encontrar no livro PANELA DE OPRESSÃO: Juventude: da opressão do cativeiro à libertação, de Walmir Fernandes Brandão, Edições Paulinas, SP, 1979. Na pg. 65, É oportuno reproduzir o que o autor escreveu, dentro de um estilo poético, o que ele entende por religião:

Religião é vida que leva à vida! Vida que começa e não acaba mais.Vida que se encontra no temporal, e se prolonga no transcendental.

Vida que se planta! Vida que se constrói, Religião é vida que dá vida a vida!...

Religião é encontro no tempo que passa; com o eterno que permanece.É comunhão, é encontro de seres humanos, Com pessoas divinas que só sabem amar,Que só nos amam porque são o amor! Que constroem vidas, celeiros de amor!

Religião é caminho que leva à vida! É verdade que busca a “VERDADE”! É vida que dá aos chamados sem-vida! É paz pra edificar reinos de paz! É justiça que ampara os que são sem-justiça! É consolo pros aflitos e perseguidos. Religião é descida sobre a terra, do Deus Amor que assumiu a humanidade,

que instalou a sua tenda entre os homens, para servir e jamais “o” ser servido! Que todos vivam na total fraternidade: Todos os irmãos, filhos de Deus e nosso Pai ! Religião é perdoar como Deus fez, com a humanidade ingrata e sem saída! É reconhecer o nosso Deus em cada irmão. Que sofre frio, passa fome e sente sede! Que padece em lutar pela justiça... Que liberta seu irmão da escravidão! Religião é marchar rumo ao Calvário; caminhar juntos com os milhões de cirineus,

com fé imensa a inabalável confiança! Que a sexta-feira da Paixão é passageira... Mas vem domingo de alegria, de aleluia! Deus ressurgiu e o que morreu não morre mais!

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AFINAL! O QUE ESTÁ FALTANDO A IPU?O ensaísta entende que tudo e mais alguma coisa. Vangloriamo-nos das tarefas que realizamos para a promoção do Reino de Deus? É bom não se esquecer da advertência do Mestre:

“Assim também vós, quando tiverdes cumprido todas as ordens, dizei: ‘Somos servos inúteis, fizemos apenas o que devíamos fazer’” {Lc 17,10}

O QUE SE DEVERIA PAUTEAR PARA AS ATIVIDADES OS CONGRESSISTAS, PARALELAMENTE OU NÃO AO TEMA PRINCIPAL?

ALÉM DA EVANGELIZAÇÃO, MESMO NA CONDIÇÃO DE SUBTEMAS:

A relação Fé Cristã e etologia {do gr. ETHOS+LOGOS}; O afastamento das nossas origens {do gr. ARCHÊ - «origem «princípios»}; Descobrir a finalidade última da nossa vida {do gr. TELOS – finalidade «objetivo, fim»; A influência da Filosofia {do gr. PHILOS+SOFIA «amor a ciência»} sua intromissão em

nossos usos, costumes e em última análise, em nossa cultura. Mesmo e apesar da ruptura entre a Teologia e a Filosofia no séc. XVI nada mudou nos séculos subseqüentes;

Igual influência exerce a psicologia {do gr. PSYCHE+LOGOS «estudo dos fenômenos psíquicos e suas leis. Tratado a cerca da alma;

A obediência aos mandamentos de Deus, particularmente o “AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI...”. As foram feitas a fim de serem obedecidas: as naturais, morais e as religiosas. Quando Isaac Newton descobriu a Lei da Gravidade... Pensaram que ele era louco. Mas como o nosso corpo é mais pesado do que o AR não é conveniente desobedecer esta Lei.

A tensão que existe entre a FÉ e o CRER. Uma depende da outra e se complementam. O profeta Isaias {7,9b} em sua primeira intervenção profética faz para Acaz o anúncio do desaparecimento do reino do Norte e coloca como condição um ato de fé em Deus: “SE NÃO O CREDES, NÃO VOS MANTEREIS FIRMES”

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UM RECADO INICIAL...

Quando resolvi fazer ponderações sobre encontro {XIX ENAJOP} conversei, por telefone, com o Rev. Enoc {Ilustre Moderador do Conselho Coordenador da IPU} e fui pelo colega de Ministério incentivado a preparar esta avaliação porque ele queria levá-la para a Reunião do Conselho Coordenador que se realizaria em novembro.

Abalizar com isenção de ânimos aquele encontro de irmãos seria além de um grande privilégio e uma profunda responsabilidade.

Entretanto quando – na condição de representante do PRNV no encimado Congresso – já estava finalizando a avaliação somativa, fui informado {Por especial deferência e consideração, ou seja, uma iniciativa gratuita e obsequiosa da reverenda Neusa} que a reunião fora antecipada para outubro.

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Por causa desse imprevisto o ensaísta foi obrigado a improvisar muitas coisas no ensaio e tudo ficou atropelado. Seus planos precisariam ser modificados, mas agora o tempo ficaria abruptamente reduzido. Diante do distanciamento entre o Congresso e a avaliação o ensaísta não poderia livrar-se do anacronismo.

Sem pré-julgamentos, o Congresso para alguns participantes – hoje – já é coisa do passado não sei se como pouca ou muita importância. Por quê? Por causa do caráter anacrônico do ensaio. As razões? Estão explicitadas neste recado inicial.

Seja lá como for o dever do ensaísta é seguir em frente e, caso o ensaio em função deste contratempo fuja dos padrões do sinóptico, todos os seus “BRAÇOS” – entretanto – estarão de forma direta ou indireta ligados à linha principal do Congresso. O ensaísta será um hagiógrafo fora do tempo de acontecimento.

JÁ DENTRO DESTE RECADO INICIAL UMA LIGEIRA ADVERTÊNCIA:

A igreja {COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ, POVO DA NOVA ALIANÇA, CORPO MÍSTICO DE CRISTO} foi organizada pelos apóstolos a partir da Encarnação do Verbo, ou seja, Jesus o Cristo, Filho de Deus. Mas «cf. Jo 1,14», mas ela a – A IGREJA – não foi fundada por Jesus – {é uma criação apostólica}.

O menino de Nazaré não a este mundo para funda uma igreja, porque igreja na concepção de Jesus e mais tarde referendada por Paulo somos todos nós que ele chama de porque sua Missão principal na “POLIS DOS HOMENS” foi a de pregar e anunciar o Reino de Deus.

O ensaísta usou – como representante do Presbitério ao qual está ligado, ou seja, Presbitério Rio Novo {PRNV – o direito de não dizer SIM E AMÉM a tudo o que foi feito no Congresso {XIX-ENAJOP}.

Entretanto para não personificar uma posição individualizada e ou passar a imagem de “FIEL DA BALANÇA” o avaliador vai transformar esta avaliação em ENSAIO PROVISÓRIO.

POR QUE PROVISÓRIO?

Porque amanhã uma circunstância nova ou um fato importante que escapou a uma glosa que precisaria ser enfatizada, escapou – inadvertidamente – da percepção do ensaísta. Neste caso o opinante precisará reavaliar a sua opinião. Tudo o que se faz hoje sempre será colocado para ulterior estudo. Ninguém escapa desta taxinomia escritural. É um risco que todo hagiógrafo corre. Nunca vai ser diferente.

A nossa CAMINHADA CRISTÃ é feita de contradições e acertos. É próprio do ser humano gostar de andar na contramão da vontade de Iahweh.

Como base nesta sistematização e sabendo disso, o nosso Mestre – Jesus Cristo – reuniu os seus discípulos e fez uma enquete:

“Chegando Jesus ao território de Cesaréia de Felipe, perguntou aos discípulos: ‘Que dizem os homens ser o Filho do Homem? ’ {Uma variedade de

respostas foram emitidas, mas não satisfeito O Filho do Homem «O HOMEM PERFEITO

revelado pelos profetas Ezequiel e Daniel», provocou e obteve a opinião dos seus auxiliares mais diretos}

‘E vós quem dizeis que eu sou? ’209

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Aquele – que ainda hoje – é considerado pela eclesiologia romana o 1º Sumo Pontífice {ou Construtor de Pontes} antecipando-se aos colegas do Colégio Apostólico, responde:

“Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo” {MT 16,13s}

Em outra ocasião sentindo a indiferença dos que o seguiam por interesse e dos judeus que eram néscios de entendimento, fez aos discípulos outra pergunta: O hagiógrafo da Escola Joanina {Jo 6,66s} registrou a debandada dos discípulos:

AS REVELAÇÕES DE JESUS AOS QUE O SEGUIAM FORAM DURAS E DE DIFÍCIL INTERPRETAÇÃO. DIANTE DISSO...

“A partir daí, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele.Então, disse Jesus aos Doze: ‘Não quereis também vós partir?’ Simão Pedro respondeu-lhe: ‘Senhor, a quem iremos? Tens palavras de vida eterna e nós cremos e reconhecemos que tu és o Santo de Deus’” {Não são dois episódios, mas essa relação dialógica de Jesus faz parte de uma mesma logia}

Para ser leal a verdade, devo confessar – na qualidade de representante do meu Presbitério – que a Comissão Organizadora está de parabéns pelo esforço e pelo trabalho apresentado.

E é nesta condição – como coloquei no parágrafo anterior, ou seja: de minha condição de representante do PRNV que faço duas restrições:

1} O que foi colocado na folha 3 como ficha de avaliação deveria obedecer à outra metodologia. Uma avaliação não se faz por meio de uma múltipla escolha, ou seja: na base do SIM ou NÃO e mais: deixando-se pouco espaço para as observações... Para ser completa a pesquisa teria que obedecer as regras do discursivo.

2} A linha temática do encontro estabeleceu como prioridade para a nossa eclesiologia, a evangelização. Quando estabelecemos prioridade para a igreja, deixamos de considerar tarefas paralelas igualmente importantes.

Porém – sempre existe um, porém – foi muito bem-sucedido quem organizou o caderno de orientação e apresentação do encontro. Se não foi perfeito, chegou bem perto.

Fazer o relato-avaliação do Congresso Nacional 2010, XIX ENAJOP, pela via da sinopse, será uma tarefa de certo modo impossível pelas circunstâncias que o ensaísta anteriormente já explicou. O ensaísta poderá buscar este caminho, mas...

O ensaísta entende que deixar de caminhar pelas ‘AREIAS MOVEDIÇAS’ da digressão, será inevitável.

Para quem escreve será cansativo. Para o ledor fastidioso, mas espero não seja tedioso.

INSISTA ! ! ! NÃO DESISTA ! ! !

Em nome da verdade, parafraseando Neimar de Barros no livro O DEUS NEGRO:

“Eu escrevo não só aquilo que você quer ler, mas aquilo que você precisa ler”O ensaísta tem esta tendência escrita por um homem controvertido:

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“Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim evitarás aborrecimentos”{Confúcio «Kung Fu-tze» filósofo chinês – 551/479 a.C.} O nascimento da IPU teria surgido de muitas coisas que precisariam ser ditas, modificadas ou renovadas. À semelhança de Lutero, os pastores precisariam ‘escrever 95 teses – ou um pouco mais, contra os desmandos da Hierarquia da Igreja à qual estávamos ligados’. As conseqüências foram às mesmas: D E S P O J A M E N T O do Ministério da Palavra, mesmo depois que já estávamos desligados por um antecedente grito alforria e isso nos faz lembrar o milenar provérbio Iugoslavo:

“Diga a verdade e saia correndo”

Nada melhor do que iniciar esta tentativa de avaliação resgatando a história fundante da IPU como fez o autor desse caderno que era uma súmula bem elaborada de toda a programação Congresso e foi colocada em nossas mãos no ato da inscrição. Para dar subsídios aos congressistas o caderno estava recheado da historicidade da IPU. O que foi escrito na página 4, onde lemos o sonho que nos motivou a sair de um regime de exceção para a “{...} liberdade dos filhos de Deus” «Gl 5,1s», e que é o pano-de-fundo da IPU foi uma excelente idéia.

O ensaísta sentiu a necessidade de acrescentar parte do foi apresentado na página 10, feito em Atibaia e datado de 10 de setembro de 1978. É um algo mais que precisa ser acrescentado e que escapou inadvertidamente da relação de princípios norteadores a novel igreja, como segue:

Proclamar as Boas Novas em Jesus Cristo, ao individuo e à sociedade; Celebrar o culto a Deus Pai, Filho e Espírito Santo, em espírito e em verdade; Ministrar os sacramentos do batismo e eucaristia; Preparar, através do ensino e da doutrina, os seus membros para a sua missão no

mundo; Promover a unidade e a comunhão de todos os cristãos; Desenvolver e participar de ação concreta visando a justiça, a paz, a promoção do

ser humano e da vida. {Princípio de Fé e Ordem, artigo 3º com o acréscimo da página 10} 3. Clamar contra a injustiça, a opressão e a corrupção, e tomar iniciativa de esforço

para aliviar os sofrimentos dos infelicitados por uma ordem social iníqua; colaborando também com aqueles que, movidos por espírito de temor a Deus e respeito à dignidade do homem, busquem esses mesmos fins, assim como aceitando sua colaboração.

5. Lutar pela preservação e integridade da família e pela integração de grupos marginalizados pela ignorância e analfabetismo, pelos vícios, pelas doenças, e pela opressão na plena comunhão do corpo social.

8. Fazer a proclamação profética incessante dos princípios éticos e sociais do evangelho de modo que sejam denunciados todos os erros dos poderes públicos, sejam de omissão ou comissão, que resultem em ameaças ou obstáculos à paz social ou tendam à destruição da nossa estrutura democrática.

9. Defender a necessidade de mais equitativa distribuição das riquezas, inclusive da propriedade da terra, e advertir, em nome da justiça de Deus e da fraternidade cristã, aqueles cujo enriquecimento seja fruto da exploração do próximo,

ACRÉSCIMO DO ENSAÍSTA:211

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Nunca em tempo algum, esquecer que a Missão de Deus, manifestada em Jesus Cristo, na pregação – não extensionista – do Evangelho do Reino de Deus para a salvação dos céticos de outras etnias particularmente dos que estão distante do CAMINHO, DA VERDADE E DA VIDA, isto é, no Jesus de Nazaré que nós os cristãos acreditamos ser o Filho do Deus vivo. Este princípio deve ser a sistemática da EVANGELIZAÇÃO da igreja.

Com este perfil, saindo da teoria para a prática, a IPU seria “UMA NOVA FORMA DE SER IGREJA”, mas alguns preferiram abandonar este ideal e partiram em busca de inconsistentes aventuras que faziam parte do passado de uma eclesiologia que se acostumou a tolerar e aceitar subservientemente o JUGO AMEAÇADOR.

PACIÊNCIA! O ENSAÍSTA NADA TEM A FAVOR E NÃO APROVA ESSE TIPO DE COMPORTAMENTO. TEM, PORÉM, O DEVER DE RESPEITAR AS OPÇÕES QUE CADA ECLESIANO TEM O DIREITO DE FAZER EMBORA COM ELAS NÃO CONCORDE.

Em algumas ocasiões nos esquecemos do mote popular que diz: {A UNIÃO FAZ A FORÇA}. Mas muitas vezes optamos pela ruptura. Só temos a lamentar por que toda divisão é anti-Espírito.

Nosso foco é perfazer – a partir de uma percepção não inovadora – as particularidades que dominaram a linha temática do Congresso. Certamente não será fácil desvincular o inevitável, ou seja: que o relato do ensaísta seja um panfleto isento das suas opções ideológicas. Seria falso afirmar diferente.

Quando – fazemos uma leitura retrospectiva da História – iremos constatar que os inimigos da Fé nos levam para um lugar onde só moram as ausências e ficamos desolados. Somos levados para o exílio e Rubem Alves – agora com uma mundividência mais apurada e depurada da realidade que nos envolve – traz à nossa lembrança a aflição do Povo de Deus no passado que foi levado para o cativeiro babilônico e o hagiógrafo do AT relata a sua aflição no Salmo 137:

“A beira dos canais de Babilônia nos sentamos, e choramos com saudades de Sião; nos salgueiros que ali estavam penduramos nossas harpas. Lá, os que nos exilaram pediam canções, nossos raptores queriam alegria: ‘Cantai-nos um canto de Sião’. Como poderíamos cantar um canto de Iahweh numa terra estrangeira?”

Como o exílio acontece na vida do POVO DA NOVA ALIANÇA, ou melhor: na igreja?

Não é o geograficamente que está ‘em evidência’. O ensaísta tem em suas mãos o livro de Rubem Alves, editado pelo CEDI em {1983-RJ} sob o título POESIA, PROFECIA, MAGIA – Meditações. Ele começa como uma pergunta e mais adiante nos dá uma idéia, ou a sua opinião sobre EXILIO.

“Por que não esquecer a nostalgia? Não mais dizer o nome do amor que se perdeu... Encher a dor da ausência com o prazer de novas presenças...Esta é uma canção do exílio {SALMO 137}, como aquela dos negros ‘os corpos naquelas águas, as almas por longe terra’

Exílio é isto: quando o desejo anda por lugares onde o corpo não pode ir. Aí a nostalgia só pode ser dita como um lamento.

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Quem se alegra, no canto, é porque já se esqueceu. Encontrou novos amores. Abandonou os fragmentos do passado perdido e os trocou pelas gordas e suculentas panelas de carne que as Presenças servem como seus sacramentos, para a obesidade e a domesticação...

É isto que pedem os conquistadores: que a memória do objeto perdido se torne em tema de uma canção de alegria.

Os donos do poder sempre contam estórias negras sobre o passado que eles matavam a espada. O passado tem de ser esquecido a todo custo. Suas lembranças seriam subversivas. Elas despertariam desejos adormecidos e fariam o corpo se retesar para o amor e para a luta. O presente é sempre melhor. E é isto que eles celebram: a perda de um passado e a excelência do presente que existe, sob o seu patrocínio...

Choramos quando o mundo se enche de ausências e o desejo não tem o que abraçar. E rimos quando vislumbramos, no meio das ausências, pequenas promessas, fragmentos daquilo por que o desejo suspira.

Moramos nas ausências. Elas são o lugar do nosso corpo. Têm um gosto bom, é comida, fazem bem à carne...

Nossos desejos são seres tímidos, com medo da luz do sol, parecidos com aqueles gnomos das estórias encantadas das crianças, nas florestas, e que vão aparecendo, acanhados, quando tudo se faz silêncio, as sombras chegam, e os estranhos se põem a dormir. E então que eles cantam e dançam.

Não é assim que acontece??Os desejos preferem os nossos sonhos e mesmo ali aparecem sempre sob um disfarce, para não serem reconhecidos. Quanto mais pesadas às presenças, mais eles se escondem...”

Os nossos desejos e os nossos sonhos fazem parte das nossas utopias. O não-realizável é um universo onde a esperança atua e nos devolve a Fé em nosso amanhã. Temos um Deus que é ao mesmo tempo transcendente e imanente. Não importa o que pensam os filósofos o que realmente nos interessa é viver a duplicidade da Fé, acreditando no místico, na femenologia ‘PHAINOMENON’’ que é raiz grega da palavra que significa: ‘PÔR-SE À LUZ’. O que significa ‘PÔR-SE À LUZ?’.

Significa tentar entender porque Jesus adotou em seus discursos a dicotomia grega. Quando Ele se declara: ‘Eu sou a Luz do mundo... ’. Ele estaria se opondo às trevas porque aonde a LUZ chega não há lugar para as trevas.

Ivone Gebara, religiosa, teóloga e escritora. Nas considerações finais do seu artigo para a revista Tempo e Presença, 318, ano 23, julho e agosto de 2001, faz uma leitura teu histórica do tema que desenvolve Pacha Mama ou Pátria Grande:

“Os sonhos de amorDepois da Reforma Protestante no séc XVI, muitas coisas mudaram. Particularmente em relação ao pensamento teológico. Nem todos na Igreja gostam de ouvir essa expressão que

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obrigatoriamente faz parte do vocabulário eclesiológico, mas o ‘THEO+LOGOS’ é o falar sobre Deus, QUEM ESTARIA CONTRA O FALAR SOBRE DEUS?

Este ensaio – para mostrar as conseqüências nas diversas eclesiologias que mudaram o comportamento da Comunidade da Fé Cristã – o ensaísta necessita buscar – em parte ou não – as razões das mudanças no séc. XX, voltando ao séc XVIII e particularmente ao XIX. Na Revista Teológica do Seminário Teológico Presbiteriano de Campinas, Ano XXIV, dezembro de 1963, nº 32, Campinas, São Paulo, Brasil, artigo assinado pelo Rev. Carl J. Hahn Sr.

A história da igreja {principalmente da Igreja em seu sentido hierárquico} foi marcada pela CRISE TEOLÓGICA DAS MISSÕES:

“{...} Em contraste disto, foi evidente que a Igreja primitiva e a Igreja Histórica nas grandes épocas de avanço, não afligida com tanta hesitação, incerteza e confusão. Mas de fato foi um movimento caracterizado por uma paixão de procurar um encontro com todos e proclamar suas Boas Novas concernentes aos grandes atos de Deus por nós realizados em Cristo Jesus.

Além disto, ficou evidente que teólogos analisando a situação atual, estão cada vez mais convictos, de que os teólogos do século XIX nas suas tentativas de entrar em diálogo com seus contemporâneos, isto é, com os homens da Europa – dentro do «Corpus Christianum» – mas alienados da Igreja por influência de filosofias contemporâneas, no processo de diálogo, concederam demais. Isto quer dizer que os teólogos naquela tentativa franca e honesta de apresentar o Cristianismo duma maneira aceitável aos Europeus influenciados pelas filosofias que dominaram na «Idade Razão», fizeram concessões teológicas que hoje estão enfraquecendo e até paralisando o esforço da igreja no seu encontro com as crenças rivais atuais”.

Muitos dos desencontros religiosos em nosso momento histórico são conseqüências dos acontecimentos dos séculos posteriores a Reforma Protestante que nos deixaram como herança legados que hoje são responsáveis diretos pela mudança de comportamento dos eclesianos das Igrejas Históricas. O séc. XIX foi um dos mais marcantes nesse sentido.

Neste século um dos nomes mais marcantes e influentes foi o de “Friedriich Ernst Daniel Schleiermacher, teólogo alemão {1768-1834 – séc. XVIII e XIX} professor de teologia e filosofia em Halle e pregador protestante em Berlim. Sua filosofia da religião afirma que as religiões não devem ser tanto uma moral ou metafísica {N. do E. = «METAFÍSICA» - Além ou transcendentemente distante da nossa realidade, ou da nossa existencialidade terrena, ou melhor, a terra os nossos pés pisam}, mas principalmente sentimento, vida íntima de religiosidade, de subordinação interior ao Infinito. Repudiou o dogma, pregando uma mística peculiar a cada um ou forma individual livre de chegar a Deus” {Dicionário Enciclopédico Brasileiro – Ilustrado, com a colaboração do melhores gramáticos da época e mais de 50 professores e especialistas, Editora Globo, 1960, Porto Alegre, com as devidas e necessárias adaptações do ensaísta}

Continuar, continuar, continuar

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Os movimentos carismáticos que se apresentam em nossa contemporaneidade como uma resposta as crises existenciais no universo religioso, social e econômico influenciam na vida da Fé Cristã.

O homem de dentro e de fora da igreja está hoje acuado, preocupado com o seu amanhã e buscando soluções mágicas em instrumento de fuga da sua realidade. O Grande profeta Elias, entrou em crise em face da perseguição de Jezabel {Reino do Norte} e fugiu para a caverna, mas Deus o retirou de lá e o recolocou na Missão. O confronto seria inevitável.

Depois de uma longa história, o Reino do Norte desapareceu e só restou o Reino do Sul, ou seja, o Reino de Judá. O judaísmo surge por volta 400 a.C.

Tentar “TAPAR O SOL COM UMA PENEIRA” representa imaginar que o homem que está na Comunidade da Fé Cristã e o que está fora dela é de estrutura somática diferente. A antropologia biológica mostra-nos o perfil do homem com todas as suas implicações. Ele é um ser social, simbólico, o homo oeconomicus que é aquele estranho ser, inventado pelos neoclássicos, a quem não se lhe reconhecem quaisquer necessidades e que é definido unicamente por suas preferências. É o consumidor soberano, que sempre tem razão, se tiver poder, ou seja, poder de compra. Se não tiver, deixa de existir como agente econômico.

CONTINUAR, CONTINUAR, CONTINUAR.

O hagiógrafo da Escola Lucana {Lc 11,b15 a 20}:

“Alguns dentre eles, porém disseram: ‘É por Beelzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios’. Outros, para pô-lo à prova, pediam-lhe um sinal vindo do céu. Ele, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: ‘Todo reino dividido contra si mesmo acaba em ruínas, e uma casa cai sobre a outra. Ora, até mesmo Satanás, se estiver dividido contra si mesmo, como subsistirá seu reinado?

“O homem é excencialmente um ‘HOMO RELIGIOSO’ que se abre para o ABSOLUTO e à TRANSCENDÊNCIA. – Émile Durkheim, sociólogo francês {1858-1917} observou que a religião faz parte do ser do homem e em seu livro {The elementary forms of the religious life} escreveu: ‘Há algo de eterno na religião que está destinado a sobreviver a todos os símbolos particulares com que o pensamento religioso sucessivamente se envolveu’”.

A religião acredita na vida e, portanto, suscita no ser religioso à vontade de ver a utopia sentar aos pés no chão o quanto antes. Mas, enquanto isto não acontece, ele espera. Tal sentimento revela muito bem que o homem, este ser contingente e finito, não se contenta somente com a realidade deste mundo, mas precisa de algo maior que plenifique sua existência e valorize a vida. Assim, é o no Sagrado que ele deposita suas maiores expectativas.Religião é a grande utopia que engrendra no coração do homem a esperança: esperança na vida”{Do livro REFLEXÕES SOBRE A RELIGIÃO COMO UTOPIA E ESPERANÇA, de Pedro César K. Gonçalves, Edições Paulinas, São Paulo, 1985}

FALA-SE MUITO EM UTOPIA. MAS O QUE É UTOPIA? UMA SIMPLÓRIA EXPLICAÇÃO DEVE SER REPASSADA AO LEITOR:

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“A utopia é o acabamento do processo de realização de todas as possibilidades, termo que é subjetivado no ser humano diariamente colocando para nossa reflexão imagens-desejos, e não redutível ao puramente dado, visto apresentar um ‘NOVUM’ absolutamente inédito. A confiança na epifania {Teologicamente é o Deus que chegou} desse ‘NOVUM’ – não reinstauração do – ‘PRIMUM’ nem seu mero deriva do evolutivo é o que mantém o processo”.

“A ESPERANÇA é, por conseguinte, o ‘PRINCÍPIO’ {no sentido aristotélico} do termo ‘ARCHÉ’ {origem}: o fundamento de toda a realidade ontológica e psicológica, sustento do AINDA-NÃO-REALIZADO e o AINDA-NÃO-CONSCIÊNTE”. Isso é UTOPIA.

A esperança é a irmã gêmea da utopia.{A IPU INVESTIU NESTA FORMAR DE PENSAR A FÉ. FOI UM SONHO OU UMA UTOPIA?}

No parágrafo anterior, o ensaísta desenvolve e liga a ESPERANÇA a UTOPIA. Elas não são exatamente a mesma coisa, mas a segunda é realizada e alcançada com base na primeira. Não podemos acreditar na hipótese de conquistar a UTOPIA sem antes abraçarmos a ESPERANÇA. Na carta aos hebreus, de autor não identificado, a FÉ está associada às duas. É uma lembrança da forma de CRER quando os patriarcas e seus sucessores foram arrojados em ‘saltar em um grande poço’, mas só saltaram porque acreditaram, creram que la no fundo Iahweh-Deus estava de braços abertos esperando-os para salvá-lo. Foi com os braços abertos que Jesus, o Cristo – na Cruz – garantiu a nossa salvação e a posse antecipada da eternidade. Vejamos o que escreveu o hagiógrafo:

“A fé é uma posse antecipada do que se espera {ESPERANÇA}, um meio de demonstrar as realidades que não se vêem {UTOPIA}”.

ENTRE OS GRANDES HERÓIS DO AT, O ENSAÍSTA CITA APENAS UM:

“Foi pela fé que Abraão, respondendo ao chamado, obedeceu e partiu para uma terra que devia receber como herança, e partiu sem saber para onde ia” {ESPERANÇA E UTOPIA IRMANADAS}

{Hebreus, 1 e 8}

“Crer o ter fé na divindade reveladora, que Hermes é posto no caminho para atingir por si mesmo o conhecimento {dynasthai gnonai} ou visão {soi ophthesetai} de Deus” {Fonte: A Interpretação do Quarto Evangelho, de C.H.Dodd, Edições Paulinas, Soa Paulo 1977}

“O mal supremo é ser ignorante do que é divino, mas ser capaz de conhecê-lo, desejar e esperar taL tal conhecimento, eis o caminho certo” {Opus citatum}

A igreja {COMUNIDADE DA FÉ CRISTA, POVO DA NOVA ALIANÇA, CORPO MÍSTICO DE CRISTO} segundo o entendimento do ensaísta a que inclui a IPU tornou-se – PELOS

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SEUS OBJETIVOS – uma verdadeira “ SHEKINÁ ” que podemos traduzir como “HABITAÇÃO DE DEUS, PRESENÇA DO ALTÍSSIMO”.

As chamadas ‘ÚLTIMAS ORDENS DE MOISÉS’ foram passadas para o povo de Israel depois que ele voltou do HOREB – OS MONTES TAMBÉM SEMPRE FORAM A HABITAÇÃO DE IAHWEH E FOI NESTE MONTE QUE O FALÍVEL MOISÉS RECEBEU A TÔRAH – QUE É ENTENDIDA COMO ‘INSTRUÇÃO, DIREÇÃO DADA’ PARA O CULTO E TODA A CONDUTA HUMANA – para cada etnia.

E assim – segundo o hagiógrafo – Iahweh-Deus teria dado o seu recado para o povo em marcha pelo deserto com destino a Canaã:

“‘Só existe um povo sábio e inteligente’ De fato! Qual a grande nação cujos deuses lhe estejam tão próximo como Iahweh nosso Deus, todas as vezes que o invocamos?

{NOTA DO ENSAÍSTA: E AQUI PODEMOS FALAR DOS DOIS ATRIBUTOS DIVINOS: SUA TRANSCENDÊNCIA E SUA IMANÊNCIA}

E qual a grande nação tenha estatutos e normas tão justas como toda esta Lei que vos proponho hoje? Apenas fica atento a ti mesmo! Presta atenção em tua vida, para não te esqueceres das coisas que teus olhos viram, e para que elas nunca se apartem do teu coração, em nenhum dia da tua vida. Ensina-as aos teus filhos e aos teus netos” {Dt 4,6b; 9}

Estas recomendações não valem para a IPU e para as demais Igrejas? Ou foram jogadas no lixo?

Sabemos que Jesus, o Cristo, não veio revogar a Lei e os Profetas {MT 5, 17-19} apenas deixou-nos um MANDAMENTO NOVO que complementa o que ficou faltando TÔRAH de Moisés:

“Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos uns aos outros. Nisso conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros” {Jo 13,34-35}

Entende o ensaísta – apesar de todo o esforço que a Hierarquia da IPU faz, ainda estamos muito distante do que o Espírito exige de nós. Para os irmãos da Igreja de Corinto Paulo deu a seguinte orientação:

“{...} e, o que no mundo é vil e desprezado, o que não é Deus escolheu para reduzir a nada o que é, a fim de que nenhuma criatura se possa vangloriar diante de Deus. Ora, é por ele que vós em Cristo Jesus, que se tornou para nós sabedoria proveniente de Deus, justiça, santificação e redemção, a fim de que, como diz a Escritura, ‘aquele que se glorie, se glorie no Senhor’.Ele – Paulo – pregou para os irmãos de corinto e fez questão de nadificar a sua pregação ou a sua sabedoria. Paulo era um cidadão romano, foi escolarizado nas melhores Escolas, mas faz questão de informar:

“{...} Estive entre vós cheio de fraqueza, re cheio e tremor; minha palavra e minha pregação nada tinham da persuasiva linguagem da sabedoria, mas eram uma demonstração de Espírito e poder, a fim de que a vossa fé não se baseie sobre a sabedoria dos homens, mas sobre o poder de Deus”.

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E mais:

“{...} Ensinamos a sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que Deus, antes dos séculos, de antemão destinou para a nossa glória. Nenhum dos príncipes deste mundo a conheceu, pois, se a tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da Glória. Mas, como está escrito

O que os olhos não viram,Os ouvidos não ouviram

e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam

A nós, porém, Deus o revelou pelo Espírito. Pois o Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as profundidade de Deus. Quem, pois, dentre os homens conhece o que é o homem, senão o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, o que está em Deus, ninguém conhece senão Espírito que vem de Deus. Quando a nós, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que vem de Deus, a fim de que conheçamos os dons da graça de Deus.

Desses dons não falamos segundo a linguagem ensinada pela sabedoria humana, mas segundo aquela que o Espírito ensina exprimindo realidades espirituais em termos espirituais...” “Nós, porém, temos o pensamento de Cristo.” {1º Co 1,28b-3; 2º 3-5; 7-9; 10; 16b}

VAMOS AVANÇAR UM POUCO MAIS PARA CONTINUA PONTUANDO SOBRE A ESPERANÇA:

“A ESPERANÇA é, portanto, ‘não apenas uma propriedade fundamental da consciência humana; é também uma determinação fundamental da realidade objetiva total’”.

Segundo J. Comblin, Pe. e teólogo consagrado, no livro O ESPÍRITO SANTO E SUA MISSÃO – BREVE CURSO DE TEOLOGIA, Edições Paulinas, São Paulo, 1984:

“O reino de Deus se vive na ESPERANÇA. Se o reino de Deus é o aspecto objetivo, a ESPERANÇA é o aspecto subjetivo da mesma realidade, a peregrinação que é a existência humana. Esta é uma existência de ESPERANÇA.Isto quer dizer que a dimensão do futuro é fundamental na concepção cristã da existência: em nenhuma religião, em nenhuma filosofia, o futuro impregna de tal modo o presente.

A mensagem da esperança está exatamente no centro da mensagem de Cristo aos homens. Pois esta mensagem está enunciada nas bem-aventuranças, e todos os autores concordam em afirmar que as bem-aventuranças contêm a síntese e a essência de tudo o que Jesus quis dizer aos homens sobre eles mesmos. As bem-aventuranças são a expressão mais completa e mais radical da ESPERANÇA.

A ESPERANÇA só pode ter significado para os pobres, os que choram e se sentem frustrados, pois não gozam das regalias dos ricos. Por si mesmo, não crêem na ESPERANÇA . Já não crêem em nada. Estão espontaneamente resignados sabem que, na condição de pobres, se sofre menos quando se eliminam os desejos... {E aqui se faz necessária uma observação do ensaísta: precisamos – urgentemente – EVANGELIZAR OS NOSSOS DESEJOS, i. é, colocar as exigências do Evangelho e cada desejo} Quem quiezesse gozar sem poder fazê-lo sofreria mais. {Nota do ensaísta: GOZAR!!! Sem prazer no íntimo, não poderá experimentar o gozo de se apossar da ESPERANÇA} A resignação é a solução que economiza os sofrimentos. Por

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isso, os pobres vêem nas bem-aventuranças uma surpreza em que não se atrevem a crer. A mensagem do Evangelho é uma exortação a uma ESPERANÇA que parece impossível. O Espírito Santo é o autor da ESPERANÇA, é quem torna possível este impossível.

A ESPERANÇA não é passiva. Ela aprofunda a cada etapa: ao acolher os dons enviados pelo Espírito com a disposição de abertura do Espírito, ao receber e viver cada dom, o ser humano aprofunda a ESPERANÇA. Pois todo o dom é um laço novo, uma união nova com novos seres humanos, uma nova fraternidade. Ao viver cada fraternidade e cada solidaridade em seu tempo, o ser humano se habilita a receber o dom final. Porque o futuro Reino de Deus se torna presente nos sinais que o antecipam.

A verdadeira ESPERANÇA estabelece uma justa relação entre o mundo presente e o mundo futuro. O futuro não se constrói aqui, Pois o Reino de Deus está nos próprios homens abertos aos outros e a Deus, e isto se prepara na ESPERANÇA.

A ESPERANÇA é dom do Espírito – Não se pode viver na ESPERANÇA sem Espírito. O Espírito nos faz ver e viver o presente como etapa de passagem para o futuro. O Espírito nos faz ver a falsidade de toda riqueza que oculta o futuro, que fecha a porta ao dom pelo fato de reduzir tudo à propriedade. O Espírito nos faz reconhecer os sinais do dom de Deuse do próximo, faz-n os viver desses dons e abre-nos para os dons furutos. O Espírito infunde a confiança nos pobres para que esperem um futuro.

A ESPERANÇA é abertura para Deus pelo Espírito de Jesus Cristo. Os dons do passado são sinais dos dons futuros.

A ESPERANÇA é a vivência cristã é a vivência cristã do tempo. Cada momento é dado como sinal, promessa e preparação do momento seguinte, numa evolução que só há de parar no outro mundo, para além do tempo. Cada momento tem seu valor e é um dom, traz um dom específico. Mas quem quer ser o dono do tempo, de um único momento, quem quer prolongar um dom para além de seu tempo, engana-se, perde o sentido da realidade: tem de reconhecer tratar-se de um dom pos a sua confiança na vaidade. Tudo é vaidade, quando se separa o dom de deus que lhe confere seu valor. Separa do amor de todo bem é algo vazio e sem valor. O que lhe dá valor é a comunhão que estabelece com Deus.

A ESPERANÇA é vivida sob a forma de paciência em meio à morte, à perseguição e às ameaças. A ESPERANÇA sabe mostrar-se mais forte porque sabe que a perseguição procura justamente vencê-la como ESPERANÇA. Ela é registência para se salvar como ESPERANÇA. Quem deixa de ter ESPERANÇA entra no jogo do mundo, adota as armas do mundo e começa a agir como os outros. Quem perde a confiança na força dos pobres perde a ESPERANÇA.

A paciência inclui também as provas que vêm da missão ou MISSÃO dos apóstolos: cansaço, enfermidade, perigo das viagens, insegurança, mal-entendidos, rivalidades, divisões; a vida do discípulo de Jesus é uma prova permanente para a ESPERANÇA um exercício permanente de paciência”.

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UM LIGEIRO PARÊNTESE

Em setembro {o mês inteiro} fiquei mal de saúde e passei eu e a Aureny {Companheira de 53 anos de casado} na UPA de Teresópolis no dia 24.9.2010 das 9 às 17h30min. Exatamente nessa data – com uma comprovada ameaça de pneumonia – fiquei sabendo do falecimento e do imediato sepultamento do reverendo Domício Pereira de Mattos {Meu particular amigo de tantas lutas, fiel escudeiro da verdade e um dos maiores incentivadores a fim de que a metanóia se instalasse em definitivo na IPU.

Pois bem! Nessa condição o ensaísta não teria a menor possibilidade de se deslocar de Teresópolis, Cidade Serrana do RJ.

O ensaísta ficou bastante abalado e ao mesmo tempo frustrado; mas o que fazer?...

O saudoso reverendo Domício foi durante toda a vida um expoente do presbiterianismo. Teologicamente era bem esclarecido, mas devido a sua formação no Seminário de Campina, seu discurso tinha um pano-de-fundo pietista. Politicamente se colocava na vanguarda dos projetos sociais de grande importância. Foi mentor da Conferência do Nordeste em 1962 e em 1964 perseguido pelos líderes do Golpe Militar, acusado que foi por defender os sem voz e sem vez, de comunista.

Na Igreja (IPB} era visto com total desconfiança, mais seus amigos mais íntimos e fiéis e aliados das causas cristãs que ele defendia – mesmo geograficamente distantes – derramaram muitas lágrimas por sua partida para a eternidade. Certamente ele recebido de braços abertos na Jerusalém Celestial o que – paradoxalmente – representa um fator de alegria para os que comungavam das suas convicções cristãs.

Agora só resta saudade, mas ele que era Mestre em Escatologia, sabia que Deus mandou para os que habitam a ‘POLIS HUMANA’ o recado-promessa pelo Espírito Santo que o João de Patmos deixou escrito que para os que creriam no Cristo, o maior de todos os legados:

“Eis a tenda de Deus com os homens. Ele habitará com eles; eles serão o seu povo, e ele, Deus-com-eles, será o Seu Deus. Ele enxugará toda a lágrima dos seus olhos, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Sim! As coisas antigas se foram!”. ‘Eis que eu faço novas todas às coisas’. Elas se realizaram!

{Ap 21,1-8}

FECHADO O PARÊNTESE. UM FATO TÃO IMPORTANTE NÃO PODERIA SER IGNORADOMESMO FUGINDO UM POUCO DO ASSUNTO TRATADO NO CONGRESSO O ENSAÍSTA ASSUME A RESPONSABILIDADE DE TER INTRODUZIDO NO ENSAIO ESTA REFERÊNCIA DE SUMA IMPORTÂNCIA.

Devo ao leitor desculpas porque o ensaísta vai personalizar um acontecimento que extravasará a linha temática do Congresso. Sequenciar este recado exordial tornou-se agora uma necessidade.Como as datas foram mudadas...

O que seria objeto de um esclarecimento mais abrangente, mesmo que pela via da sinopse para não cansar o leitor, precisaria ser procrastinado, ou melhor, um texto lacônico. O que seria conciso perdeu a capacidade de se estender a horizontes, ou melhor, a um território obrigatoriamente mais condensado furtando-se do mais envolvente que é a via de um melhor esclarecimento e tem por fim por fim eliminar todas as dúvidas. O que o ensaísta tem a dizer depois desse involuntário desencontro? Paciência!

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Mesmo assim será preciso avançar em detrimento dos padrões burocráticos e gramaticalmente pré-estabelecidos para a formatação deste ensaio.

Precisei fazer tudo na base da lufa-lufa ou da azáfama e em função deste fato, não deu tempo a fim de que o ensaísta fizesse as considerações finais como planejara e de igual modo inserir aquele algo a mais que precisaria constar no conteúdo do ensaio, mas que em razão do acima exposto, foi suprimido. Portanto, o ensaio ficou incompleto e os leitores prejudicados. Entretanto, como o ensaísta tem a consciência de que tudo o que escreve tem um caráter provisório...

Porém, abusando da tolerância do leitor, o ensaísta vai tentar ‘EMBOÇAR’ e fazer a ‘REBOCADURA’ do ensaio e, para atingir o objetivo proposto, precisará passar por cima, ou melhor: faltar com o ‘RESPEITO’ aos formulários ortográficos quando sentir esta necessidade e metodizar uma terminologia particular e como conseqüência desta opção usar este recurso não muito ortodoxo, a fim de ignorar tudo o que estiver subjugado às regras

tradicionais e editoriais que são ‘IRMÃS GÊMEAS’ dos legalismos que fazem parte de um ideário excludente.

Em alguns pontos do ensaio, a SILEPSE – que é a figura pela qual – segundo os melhores gramáticos – a concordância das palavras se faz de acordo com o sentido e não segundo as regras da sintaxe, será usada a fim de dar uma conotação diferenciada mais abrangente ao que for escrito. Uma ênfase que busque contemplar todas as vertentes da nossa linha temática só tende a enriquecer o seu saber esclarecendo pontos eventualmente duvidosos.

O ensaísta usará – sem cerimônia – letras maiúsculas, negritos, itálicos e sublinhados, se esses recursos forem necessários para chamar a atenção do que tiver sido escrito. O ensaísta acredita que – mesmo assim, com uma diagramação e uma formatação inovadora, a fim de dar o recado de forma mais atraente ou envolvente.

Este processo pode parecer anárquico, porém a expectativa do ensaísta mesmo que seja obrigado a não respeitar rotina gramatical e redatorial o leitor faça deste ensaio um amigo, seja cúmplice!

Apesar deste desencontro e do esvaziamento do aspecto legal, se este ensaio puder solucionar, pelo menos em parte, as suas dúvidas e problemas, o ensaísta terá cumprido a sua missão.

Também o leitor deve estar atento que o que foi INTITULADO não vai reger o ensaio, particularmente no que concerne a FILOCALIA – amor a beleza – porque o que o ensaísta está fazendo não é um trabalho de estética. Entretanto, o ensaísta não se furtará em buscar a ‘COISEDADE DA COISA’ porque toda ‘COISA’ tem a sua ‘COISEDADE’ que no estudo da estética é algo que fica escondido e não enxergamos por que não é transparente.

Não faz parte do caráter do ensaísta negar o saber aos sem voz e sem vez e abrir um clarão no horizonte dos que nas TREVAS VIVEM SEM PERCEBER QUE SÃO ESCRAVOS DE OUTRO SER.

O nosso colega João Dias de Araújo com sua habitual sapiência colocou no estribilho de sua canção QUE ESTOU FAZENDO SE SOU CRISTÃO uma expressão{ que é o retrato da situação que faz parte do cotidiano de milhões de pessoas que vivem na sociedade sem esperança e enganadas pelos maliciosos dominadores dos mais fracos.

ANOTE TAMBÉM NA SUA AGENDA:

Este ensaio tem por finalidade conscientizar o leitor que – o ensaísta – acredita, isto é, CRÊ e aceita como verdadeira – em que pese o seu caráter anacrônico – na HAGIOGRAFIA {o que foi

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escrito} no AT e no NT. Não tem o ensaísta a capacidade de colocar em dúvidas a credibilidade da historicidade, apesar dos mitos e das sagas que fazer parte de um sistema cultural de cada época.

O hagiógrafo {o homem que escreve – mesmo que seja pelo método da pseudonímia – é um {PHRÔNIMOS} que no idioma grego significa: ‘AQUELE QUE TEM ESPÍRITO’, mas não deixa de ser um alônimo. Nos catecismos das Igrejas aprendemos que as ESCRITURAS SAGRADAS foram escritas por homens santos {separados para...} inspirados pelo Espírito Santo. O ensaísta concorda plenamente no ensinamento do catecismo que a sua Confissão de Fé incorporou à tradição da Instituição Eclesiática.

O ato de se fazer um balanço do encontro, inevitavelmente precisará ser transformado em ensaio e um ensaio – que não é algo definitivo – e fica sujeito em função disso – a ulterior estudo para dar valimento às idéias nele alicerçadas. Por este motivo e o anterior já explicado é que resolvi completá-lo e oferecê-lo a quem desejar lê-lo. É bom ler! Por quê? Até para justificar o pensamento de Bacon que já foi usado como texto de rosto em outro ensaio se faz adequado agora repetir:

“A leitura torna o homem completo; a conversação torna-o ágil; e o escrever dá-lhe precisão” {Francis Bacon – 1561-1626 – filósofo inglês}

Devemos estar advertidos que o ensaísta mesmo conhecendo todos os riscos de que precisa, aqui e ali, ultrapassar os limites do universo da sinopse.

Depois do séc. XVI {pós Reforma protestante} aconteceram diversos fatos, invenções e coisas novas foram acontecendo. Em outro lugar deste ensaio focalizaremos os “INSMOS” que foram se incorporando à tradição das eclesiologias existentes e assumindo – particularmente nas Igrejas Históricas – formas de arquétipos.

Hoje “O mundo está ligado e interligado pela mídia. Não existem mais distâncias, não há mais dificuldades. Ficamos reduzidos a o que um pensador contemporâneo chamou de ALDEIA GLOBAL. Sentados em casa, sabemos de tudo o que está acontecendo até mesmo nas regiões mais longínquas do planeta. Basta para isso ligar a televisão, o rádio, tomar um jornal ou revista, ou PLUGAR NA REDE. Subitamente cenas de guerras ao vivo, crianças subnutridas, violência e corrupção invadem nossa sala. Estamos na era da mídia. É ela quem elege e derruba presidentes, cria mitos da noite para o dia e depois também os derruba com a mesma rapidez. Ela dita as regras com respeito a comportamento, moda, preferências, ou seja, nos mostra o que é certo e o que é errado {N. do E. = segundo a hermenêutica de quem está veiculando a notícia} Na cultura atual, somente o que é veiculado pela mídia é digno de atenção. {N. do E.= segundo o entendimento dos desavisados} Mas, será que ela tem o valor que a sociedade lhe atribui? Podemos lhe dar crédito?”. {Fonte do que está entre aspas neste parágrafo: da revista Expressão, 2º trim. 2001, Editora Cultura Cristã, Cambuci, São Paulo, usada pela IPB}OUTRO AVISO TAMBÉM EM FORMA DE PARÊNTESE:

Para aqueles já foram alforriados da exclusão digital o presente trabalho {ensaio} não é um ‘HYPERLINK’ {um hipertexto ou um sistema de hipermídia} que no Brasil possibilita o fácil acesso através de um simples clique no mouse grifando-se termos e ícones.No Brasil – esta rede social – e constituída por mais 29 milhões de perfis, ou seja, e é conhecida como uma argola de cadeias.

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Segundo os modernos dicionários esta é uma linguagem de informática tem sua origem etimológica cf. abaixo:{voc. Ingl. ‘hyperlink’; HYPER «TEXT», - hipertexto + link «elo, vínculo»}

A Comunidade da Fé Crista está também interligada a este idioma que uma espécie de filho da cibernética. A igreja {Comunidade da Fé Cristã, Povo da Nova Aliança, Corpo Místico de Cristo}

Precisamos ter a consciência de que o assunto EVANGELIZAÇÃO é muito envolvente e importante para a igreja e não deve estar circunscrito apenas à nossa mundividência ou a uma metodologia envelhecida que é carente de novos horizontes para a FÉ CRISTÃ.

Antes de nascer a IPU, a crise na eclesiologia à qual estávamos ligados, já se havia instalado e os pastores que manifestaram o seu descontentamento contra o ideológico que era promovido em detrimento ao que era mais importante em nossa herança cristã tentaram mudar o ‘status quo’.

Porém, como os pastores inconformados mexeram nesse {VESPEIRO – sentido fig.}, foram premiados com o despojamento e a FENIP surgiu como uma opção e em Atibaia, SP no dia 10 de setembro de 1978. Quando a intolerância da Cúpula da IPB foi atingindo outros pastores de outras regiões o Rio de Janeiro foi também vitimado e os primeiros passos foram dados, o grito da alforria surgiu com toda a força e em 8 de julho de 1983, a FENIP converteu-se em IPU. Esta é uma sinopse da nossa historicidade eclesiológica.

O ‘liturgo’ do culto de abertura do nosso Congresso-XIX ENAJOP foi feliz ao colocar como texto de rosto da liturgia:

SONHAMOS...

“... com uma Igreja onde cada eclesiano abasteça o viver agradecido com adoração genuína, espontânea e criativa ao Deus Trino, em todos os dias e lugares, privilegiando um ambiente acolhedor, alegre e litúrgico.

“... com uma Igreja onde cada eclesiano descubra, desenvolva e ofereça dons e talentos em favor de todos, cujo maior benefício será o aprendizado contínuo e o crescimento da vida integral.

{adaptado da ‘Carta do Jubileu’ – Atibaia; SP, 27 de julho de 2003}SERÁ QUE A SAUDADE E O RETORNO ÀS ‘PANELAS DO EGITO’, DESTRUÍRAM ESTE SONHO?

As Igrejas Históricas e também as outras confissões, estão teologicamente esvaecendo. Hoje – os desavisados – valorizam mais a LITERATURA DE CORDEL deixando de lado e até esnobando o nosso mito fundante.

A missão que a igreja realiza não poderá jamais adotar o método CENTRÍFUGO {QUE SE AFASTA DO CENTRO}, mas só terá o perfil da MISSÃO DE DEUS quando sua tarefa estiver alicerçada na metodologia e prática missionária CENTRÍPTA {QUE SE DIRIGE PARA O CENTRO E SE ENVOLVE EM TODOS OS SEGMENTOS DO – MUNDO-SOCIEDADE. SÓ DESTE MODO A IGREJA OU A IGREJA INSTITUIÇÃO ECLESIÁSTICA SERÁ FIEL A LINHA PROGRAMÁTICA DO FILHO DE DEUS} caso contrário estará, uma e outra, sinalizando seus interesses eclesiológicos e ou na contramão do PROJETO SALVÍFICO DE DEUS.

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Hoje – em nosso momento histórico – estamos assistindo, não sabemos se é um processo de decadência religiosa ou se o Espírito de Deus estaria atuando para questionar a Fé Cristã que abandonou as suas origens.

É POR ISSO QUE OS CARISMATISMOS ESTÃO EM APARENTE ASCENSÃO

O QUE É O MOVIMENTO CARISMÁTICO? {É verdade que CARISMA não tem nenhuma identidade e significação o sentido etimológico com o que dolorosamente assistimos na MÍDIA. Nas Igrejas e em sua prática de fé, na reinvenção da metodologia de muitos que se dizem ungidos do Senhor. Mas “em função disso os novos pastores, com menos ênfase no sobrenatural e mais investimento em técnicas de auto-ajuda, a nova geração de pregadores evangélicos multiplica o rebanho protestante e aumenta a sua penetração na classe média” {Fonte: Revista VEJA nº 1964, 12 de julho de 2006 – CIC}.

Tudo tem um começo e poderá também ter um fim porque sendo humano só será eterno se estiver – o que fazemos – ligados ao Projeto Salvífico de Deus. Nossa vida terrena, após o mo mento escatológico, certamente ira continuar na eternidade, nos termos já definidos no Corpus Paulinus {1º Co 15, 35-58}.

Para nós que confessamos a Fé Crista, o tempo litúrgico da páscoa não passou. Vivermos em expectativa pascal:

“Páscoa é lembrança permanente de que caminhamos para a Plenitude, para a consumação final de tudo, quando Cristo entregar ao Pai todas as criaturas, as do céu e as da terra. Então, no fim do mundo, ’os que praticarem o bem irão para a RESSURREIÇÃO DA VIDA; mas, os que praticarem o mal, para a ressurreição do juízo’ {Jo 5,29}. Este é também o NOSSO mistério pascal: a CERTEZA de que Deus não falha, - Um dia, todos ressurgiremos! Em meio aos revezes da vida, caminhamos para o Pai, aguardando, alegres, o DIA DA GRANDE LIBERTAÇÃO: - A PÁSCOA DEFINITIVA! {Fonte: Edições Paulinas, 1982, São Paulo, de Carlos Afonso Schmitt}.

VOLTANDO A QUESTÃO DOS MOVIMENTOS CARÍSMÁTICOS

“Os PENTECOSTAIS consideram como origem do seu movimento uma reunião realizada em Los Angeles {Califórnia} em abril de 1906, em que W.J. Seymour, guia da comunidade, suscitou tal onde de fervor religioso, que os presentes começaram a ‘falar em línguas’, sentindo-se participantes de NOVO PENTECOSTES Praticam um estrito {Full Gospel}, isto é, o EVANGELHO PLENO; administram nos crentes o batismo de água por imersão e invocam o batismo do Espírito Santo, única fonte do dom das línguas {glossolalia} ou de sua interpretação. Ensinam a cura pela fé mediante a imposição das mãos. {N. do E. – O ensaísta acredita que para a Fé Cristã a imposição das mãos seja muito importante. Sabendo-se que o homem também é um ser psicossomático «psyché = alma, mente + soma = corpo» Este mandato do Cristo: Mc 16,15-18} Sua espiritualidade tem expressão mais profunda na oração comunitária de invocação do Espírito, que se expressa também no canto da assembléia, suscitando momentos de grande emotividade, de fervor coletivo e de arrebatamentos místicos. {Quem está

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lembrado do que Rubem Alves escreveu em seu livro Dogmatismo e Tolerância - A MÚSICA COLOCA ASAS NOS NOSSOS PÉS?...}O pentecostalismo foi o precursor dos atuais MOVIMENTOS CARISMÁTICOS” Alguns eclesianos estranham que a crise tenha se instalado – particularmente nas Igrejas Históricas. As seitas que foram se formando por causa do inconformismo motivado pelo esquecimento das primeiras da tradição mística que é uma das heranças do mito fundante do cristianismo, estão também envolvidas pelas crises apesar e a despeito da ‘mãozinha’ que o pentecostalismo tem dado a essas eclesiologias alternativas.

Embora os líderes das seitas tenham aversão a Teologia: “O teólogo mais significativo de nosso século é, sem dúvida, Karl Barth {1886/1963}, o qual dá vida à ‘TEOLOGIA DIALÉTICA’ ou ‘TEOLOGIA DA CRISE’ {em contraposição ao liberalismo teológico que tivera mais eminentes Friedrich Schleiermacher – {1768/1884} e em Ernst Troltsch {1865/1923}. Contra a teologia liberal, Barth se converte no arauto da transcendência de Deus e afirma que Deus é o ‘TOTALMENTE OUTRO’, que não pode ser afirmado pelo homem, a menos que o próprio Deus queira revelar-se a ele. Rejeita igualmente toda ‘TEOLOGIA NATURAL’, porque a possibilidade de chegar ao conhecimento de Deus não procede da razão, nem da natureza, nem da história, mas somente revelação em Cristo Jesus. Momento de fundamental importância barthiana é chamada ‘CONCENTRAÇÃO CRISTOLÓGICA’, em cuja perspectiva se desenvolve sua monumental obra dogmática” “João Meyendorff, ao afirmar a exigência de remontar até a fonte para de volver ao culto cristão sua função pascal primigênia, se pergunta ‘se a crise da liturgia que hoje constatamos não provém, sobretudo, da secularização do culto, introduzida e aceita com excessiva facilidade’ E Marc Gibbard aplica o bisturi com mais profundidade quando afirma que ‘por trás de nossa crise de culto existe uma crise generalizada de fé’” {Fonte: Dicionário de Espiritualidade, Edições Paulinas/ Edições Paulistas, São Paulo, 1989}

Quem diz que estas questões agora levantadas não afetam o comportamento das igrejas, estaria tentando cobrir o sol com uma peneira.

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EVANGELIZAÇÃO OU EVANGELISMO?

Antes de entrarmos no mérito da questão, um pequeno ‘flash’ do artigo deste especialista e competente teólogo, inegavelmente um expoente – entre outros - do presbiteriano contemporâneo, chamado João Dias de Araujo {Doutor em Teologia} que honra a IPU com sua atuante presença e nós nos alegramos em desfrutar da sua companhia. Seu artigo subordinado ao tema encimado foi publicado pelo saudoso Reverendo Domício na revista Tempo e Presença, CEI, suplemento nº 5 de outubro/1973:

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“A obra da evangelização estava dentro do plano geral do estabelecimento do Reino de Deus na terra. A Igreja tem que encarar a evangelização neste sentido. Os Evangelhos afirmam que quando Jesus evangelizava, estava pregando e estabelecendo o Evangelho do Reino. Devemos reformular hoje o conceito bíblico de Evangelização. a} EVANGELIZAR É PROCLAMAR O REINO DE DEUS. A primeira tarefa é esta:

‘à medida que seguirdes pregai que está próximo o Reino dos Céus, {MT 10,7}. Foi essa a ordem de Jesus aos doze discípulos. A sua ordem para os setenta foi: ‘Anunciai-lhes: A vós outros está próximo o Reino dos Céus.

{Lc 10,9}...b} EVANGELIZAR É PROMOVER O HOMEM

Não é possível separar a proclamação do Evangelho da obra da promoção do ser humano. Todas as vezes que aparece nos Evangelhos a proclamação do Reino ela está relacionada com a situação humana... Jesus evangelizava: ‘pregando e curando’ Jesus não humanizava primeiro para depois evangelizar, nem evangelizava primeiro para depois humanizar, mas evangelizava humanizando e humanizava evangelizando.

O que os cristãos têm feito é separar o que não se deve separar por isso a evangelização tem caído em quatro extremos errados.

O PRIMEIRO – é aquele que considera a evangelização apenas como proclamação verbal, como pregação separada da promoção total do homem. Seguindo esse extremo a tarefa da igreja seria, por exemplo, encontrar nos mocambos e dizer: ‘Jesus é o Salvador’.

A tarefa terminaria na simples proclamação. A outra parte competiria ao Governo ou às instituições de caridade. Essa é uma atitude herética porque não considera o Evangelho como uma mensagem que se aplica a todas as situações individuais e sociais.

A evangelização que não considera o corpo humano e a realidade social mutila o conceito do Evangelho de Cristo.O SEGUNDO – extremo em que tem caído a obra da evangelização está na atitude de pensar que a igreja deve humanizar sem proclamar. Nesse extremo caiu o movimento denominado ‘EVANGELHO SOCIAL’. Essa posição é também heréticaquando estabelece que a única missão da Igreja {igreja} é melhorar a situação social e cuidar do corpo do homem, desprezando a denúncia profética contra o pecado e o anúncio da libertação pelo sangue de Cristo.

O TERCEIRO – extremo se localiza entre as duas primeiras posições, e pode ser sintetizado nas seguintes palavras: ‘Vamos pregar a tempo e fora de tempo e depois, se

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de tempo, vamos cuidar dos problemas sociais, e da promoção humana’. Essa procrastinação tem levado a Igreja {igreja} a uma atitude de retaguarda e não de vanguarda na solução de muitos problemas humanos.

O QUARTO – extremo também deve ser evitado. Ele se resume nas seguintes palavras: ‘Vamos humanizar primeiro e, quando a sociedade estiver evoluída e ideal, então poderemos pregar o Evangelho’. Todos esses extremos têm viciado a tarefa evangelizadora da Igreja {igreja}, porque desprezam o exemplo de Cristo e da igreja apostólica. A Obra de Cristo foi levantar o homem, restaurá-lo em todos os sentidos e em todas as suas implicações existenciais. Isto significa colocar o homem debaixo da Soberania de Deus, para fazer a vontade do Pai Celeste. Por isso a Igrejas {igreja} precisa reformular e corrigir sempre seus métodos de evangelização, para que a sua Obra se enquadre dentro do ensino e da prática de Jesus.

O REINO DE DEUS É ESCATOLÓGICO

Continuar, continuar, continuar

O ensaísta, sem fatalismos ou pessimismos exacerbados, desconfia – com os seus 79 anos de idade – que a contagem regressiva está muito próxima. Não é bom perder tempo. E como não quer jogar fora a sobrevida que Deus está lhe dando de conviver com os irmãos e entre aqueles que acreditam no Deus que é o Senhor da História, tem pressa em construir alguns legados para a reflexão dos que acreditam no pensamento de Francis Bacon.

Antecedendo as considerações exordiais, alguns textos de rosto – em duas etapas – serão usados como pano de fundo deste ensaio – estarão na ‘passarela’ que você poderá aprofundar e antes de chegar ao final deste ‘TÚNEL TEOLÓGICO’ facilmente sentirá a ligação deles com a linha temática do encontro de Xerém RJ, IPU:

PRIMEIRA ETAPA DE TEXTOS DE ROSTO:

“Ao fim e ao cabo há verdadesvelhas caiadas de novo”

{Joaquim Maria Machado de Assis, romancista, contista, poeta e teatrólogo brasileiro – 1839/1908}

“O mais importante e bonito, do mundo, é isto:Que as pessoas não estão sempre iguais,

Ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando”

{Guimarães Rosa – FGV/SP}

“A vida, a vida, só é possível reinventada”{Cecília Meireles}

“Um galo sozinho não tece uma manhã”227

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[João Cabral de Melo Neto}

“Navegar é preciso, viver não é preciso”{Fernando Pessoa, poeta português}

“Liberdade é o caminho mais curtoentre o homem e a felicidade”

{E. S. de Estatística-BA}“Só conhecemos bem aquilo que nós

mesmos descobrimos e criamos”{PUC-SP}

“E a dada instante é diferente,e a cada homem é diferente,

e somos todos iguais”{Carlos Drummond de Andrade}

“As coisas que admitimos e amamos, os heróis que escolhemos,os modelos que seguimos,

dão a medida exata do somos”{UF-RN}

AMPLIANDO AS CONSIDERAÇÕES EXORDIAIS

ESTA È UMA RETROSPECTIVA QUE FOI ANIMADA POR ELEMENTOS SUBSIDIÁRIOS QUE SE IDENTIFICAM COMO TEMA PRINCIPAL DO CONGRESSO EM PAUTA

{Sem animosidade, sem qualquer atitude acusatória contra o que foi feito}

Para melhor esclarecer e tornar clarividente a retrospectiva tornando-a dinâmica e abrangente este ENSAIO {Usando uma prerrogativa particular do Ministro da Palavra} BATIZARÁ o ensaio pela via do ‘FIGURAMENTE’, ou seja, a anatomia do animal conhecido por POLVO servirá de referência figurativa e simbólica da dissecação que o ensaísta fará do Congresso XIX ENAJOP.

Por que polvo? Por que esses cefalópodes que pertencem à classe dos moluscos, se distinguem por ter na cabeça grande quantidade de braços. Criar diversos braços que estejam ligados à linha temática do Congresso é o grande desafio do ensaísta.

Quando a Hierarquia da Igreja organiza um Congresso Nacional e trabalha uma linha temática priorizando univocamente uma só vertente da missão da igreja {Notem bem! O ensaísta está se referido a missão da igreja e não a Missão de Deus, ou seja, a MISSIO DEI que não é a mesma coisa} e no caso no encontro XIX-UNAJOP, isto é: RECOLOCANDO A EVANGELIZAÇÃO COMO A PRIORIDADE DA IGREJA. Por inferência podemos deduzir que as outras tarefas da igreja têm sua importância relativizada ou seu valimento bem menor. Isto não tem um tom acusativo, mas é uma constatação respeitosa do ensaísta. O leitor ou os eclesianos das Igrejas, nosso alvo preferido, poderão não ter a mesma mundividência do ensaísta e mesmo que use uma ‘CHAVE DE LEITURA’ diferenciada da realidade do encontro. Este em saio reconhece que o leitor e os eclesianos, por livre e espontânea vontade, inocentemente ou não, terão assegurado o direito de pensar diferente e andar na contramão do que for escrito mesmo que tenham sido induzidos a ‘COMPRAR O PEIXE COMO ELE VEIO DO MERCADO’.

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Também a Hierarquia da Igreja tem o direito de ter um posicionamento diferenciado da igreja {COMUNIDADE DA FÉ CRISTA, POVO DA NOVA ALIANÇA E OU CORPO MÍSTICO DE CRISTO}. Afinal é o ideológico que muitas vezes obriga a Igreja a agir dessa ou daquela forma.

MAS ALGUM LEITOR PODERÁ ESTAR ARGUMENTANDO:

‘O ensaísta está misturando as ‘estações’...

Isso estaria justificado, se verdadeira e esta ilação, o ensaísta não estivesse acalentado e amparado pela misericórdia de Deus que tem preservado – até aqui – a CAIXA-PRETA DO SEU CÉREBRO que é um sistema ultra-organizada é demasiadamente complexo fazendo parte de um algo que foi moldado e modelado pelo Criador de forma criativa e inteligente. E este algo que foi formado de forma perfeita e maravilhosa se chama HOMEM que ainda e nunca foi e nunca será superado pela tecnologia moderna que incluiu os avanços da cibernética et cetera. A antropologia já provou isso de forma incisiva sem circunlóquio e contestação.

Fiquem tranqüilos os leitores porque a CAIXA-PRETA, também conhecida como SISTEMA LÍMBICO que como se sabe regula a sede, o impulso sexual, a fome e todo o sistema emocional de um ser vivente racional. Com o ensaísta não seria diferente. O cérebro quando é ativado – mesmo levando-se em consideração a idade do ensaísta: 79 anos – responde favoravelmente demonstrando que está tudo em ordem, ou melhor, sob controle. O sistema límbico é aquilo que se convencionou chamar de ‘OUVIR AS EMOÇÕES’. Esta área é acionada quando se faz algo que dê prazer – tanto comer como ingerir droga.

Em sentido paralelo a PSIQUÉ e o SELF {que é o centro regulador da personalidade} também estão em ordem pela graça de Deus.

Contra-argumentando o ensaísta mais uma vez relembra uma afirmação do Pe. Roque Schneider em seu opúsculo VIVER É PLANTAR E CONSTRUIR, Edições Paulinas, São Paulo, 1977:

“Mudar de idéia não é vergonhoso. Vergonhoso, mesmo, é não ter idéias para mudar”O mesmo autor da frase acima comentando de forma alegórica o tema do show teatral encenado em fins de abril de 1975 para um grupo de artistas portoalegrenses com o cenário preparado por Maria Lídia Magliani onde ela montou uma grande ‘teia de aranha’ para a peça ‘EM PALPOS DE ARANHA’. Roque Schneider faz uma paráfrase do tema:

“TEIAS DE ARANHA. Você e eu somos artistas em tecê-las. Sobre nós mesmos. Sobre os outros. E todos terminamos enredados, envolvidos. E o riso murcha em nossos lábios. A alegria de viver deserta do nosso cotidiano. ATITUDE MENTAL POSITIVA. Antes de mais nada, é preciso querer cultivá-la. Atitude mental positiva não é um não é um milagre. É a bandeira da maturidade, fruto de lutas contra as teias de aranha do pessimismo e da desesperança.”

Quem já viu uma teia de aranha? Os caminhos de uma teia de aranha são complicadíssimos verdadeiros labirintos e quando pensamos que vamos sair dela, embarramos num atalho e tudo se complica porque não achamos o final. Mas a aranha sabe como sair dela e achar o caminho de volta.

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Assim é a igreja {COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ, POVO DA NOVA ALIANÇA, CORPO MÍSTICO DE CRISTO} está sempre envolvida em ‘TEIAS DE ARANHA’ valoriza os arquétipos criados por ela mesma e faz mais fé na ‘CRENÇA DA CRENÇA’ do na crença em Deus. A igreja não é um gueto e o seu lugar é no mundo, ou melhor, vivendo em sociedade, foi o que Jesus pediu ao Pai: “Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno” {Jo 17,15} ou cf. MT 6,13: “{...} que os preserve do mal”.

A igreja estando abre-se ao processo de socialização e “Ao nível do pensamento, à socialização fornece categorias mentais, representações, imagens, conhecimentos, preconceitos, estereótipos, ou melhor, maneiras de pensar, sem as quais a inteligência, a memória, ou melhor, a imaginação não poderiam desabrochar desenvolver-se e produzir. É através da incorporação dos elementos da cultura que as faculdades intelectuais se desenvolvem e podem criar novos elementos culturais” {A. G. Galliano, Introdução à sociologia}. O processo de socialização, assim se desenvolvem, dentro e fora da igreja;

nível biológico {ou psicomotor}; nível afetivo; nível mental.

Continuar, continuar, continuar

Termina Roque Schneider, contando um ensinamento que faz parte da historicidade da sua vida em sua infância:

Papai sempre dizia e mamãe confirmava: Meu filho, aqui na cidade e no cemitério, lá adiante, há três tipos de pessoas, definitivamente derrotados...

Os que nada querem, na vida. Os que apenas querem e não cultivam seu querer. E outros, que cultivam um pouco, mas não sabem perseverar em seus

propósitos!”Sem estabelecer paralelos, mas de forma interrogativa, o ensaísta se pergunta:

NÃO SERIA ESTA A DOENÇA DOS ECLESIANOS DA IPU? SERÁ QUE NÃO SABEM ONDE GUARDARAM A SEMENTE POR ISSO NÃO EVANGELIZAM O CASO ENCONTREM A SEMENTE NÃO ESCOLHEM COM SABEDORIA O TERRENO ONDE JOGÁ-LA? ISSO É UM NÓ QUE SÓ O SEMEADOR PODERÁ DETECTAR. A TAREFA DO EVANGELIZADOR DEVERÁ SER REAALIZADA A PARTIR DO IDEÁRIO DIVINO E NÃO POR ESSE OU POR AQUELA MOTIVO HUMANO.

O ensaísta não quer ouvir respostas para esta questão sugere apenas uma reflexão introspectiva. Deus é o nosso juiz...

Nossa respeitável e competente colega de Ministério da Palavra, Maria Luiza Rückert e seu esposo Paulo Roberto Rückert, no saudoso IDE E ANUNCIAI – Caderno do PIEC, Projeto Integrado de Educação Cristã, Ano IV 02-03/1997, nº 17, reproduziram – em momento oportuno – o poema de Sady Machado da Silva.

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Sem outra escolha essa seria uma estrada que a IPU iria encarar no futuro, mas para enfrentar essa situação futura que é o nosso hoje, certamente se descuidaram da recomendação do hagiógrafo da Escola Paulina que escreveu a carta aos efésios:

“{...} e calçai os vossos pés com a preparação do evangelho da paz – Ef 6,15{...}”

É OPORTUNO REPRODUZIR PORQUE ESTÁ DENTRO DO CONTEXTO DO ENSAIO:

Senhor, eu gostaria que tu tirasses as pedras do meu caminho...!Essas pedras me atrapalham... Essas pedras ferem-me

- os pés,- as mãos,- parece que me ferem a própria alma,- essas pedras me ferem o coração. Eu quero um caminho, sem pedras, Senhor,

caminho onde tudo seja paz, caminho onde transborde, jorrando, a grandeza infinita do teu infindo amor!

- Que é isto?!- Que é isto, Senhor?!

As pedras continuam. As pedras aumentaram. As pedras são agora montanhas à minha frente?!...

- Aonde foi parar minha prece?!...- Que é feito do teu poder?!...- Para que rumo seguiu tua proteção?!...

Ah! meu filho. Ah! meu filho, o Senhor me falou: As pedras ai estão e as pedras irão ficar. Faze, porém, dessas pedras, um desafio, e desse desafio uma canção. Depois, segue, e prossegue no Caminho, sabendo que por esse caminho pedregoso a minha mão segura tua mão!

Apostilando Sady Machado. A canção que nas nossas igrejas cantamos com muita vibração:

SEGURA NA MÃO DE DEUS, SEGURA NA MÃO DE DEUS; QUE ELA, ELA TE SUSTENTARÁ. NÃO TEMA SEGUE ADIANTE E NÃO OLHES PARA TRÁS, MAS SEGURA NA MÃO DE DEUS E VAI...

A Igreja Presbiteriana Unida nasceu embalada da melhor de todas as esperanças: a Esperança da Boa-Nova do Evangelho de Jesus, o Cristo, o amado Filho de Deus. Substituiu a FENIP que era constituída dos excluídos da IPB.Os sonhos... Formaram um universo animador, mas as ‘rosas’ que perfumavam a esperança, também tinham espinhos e a igreja {os eclesianos} esqueceram da advertência do Cristo:

“...” No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo!”{Jo 16,3b}

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O ensaísta não tem obrigação ou comprometimento com o SITZ IM LEBEM da linha temática do encontro, mas, na medida do possível, fará um esforço para se tornar simpático com o CONSENSUS OMNIUM {O consenso de todos}, porém dentro de uma consciência possível. O ensaísta só não é parceiro e não bate palmas para “OS LÍDERES QUE POR COVARDIA, PASSARAM PARA A MAIORIA SILENCIOSA {porque segundo Neimar de Barros, autor desse aforismo, do livro O Deus Negro}, NÃO MORRERÃO SEM SENTIR O ENSURDECEDOR BARULHO DA CONSCIÊNCIA”Os rudimentos e as variadas tinturas subsidiários que estarão desfilando ou irão formar o pano-de- fundo da ‘PASSARELA DA LINHA TEMÁTICA’ do encontro, exercerão o papel de agentes formadores de opinião. Em sentido isomorfo representarão uma contribuição paralela a fim de esclarecer e ilustrar para os que não tiveram acesso ou não marcaram presença em todos os módulos do encontro, por falta de oportunidade ou por que foram induzidos a fazer outro tipo de opção novos horizontes. Tornar-se-ia impossível – sob o ponto-de-vista humano – estar em todos os lugares ao mesmo tempo. A Onipresença é uma característica divina – segundo a doutrina da Igreja – e não humana.Isto é um álibi que isentam de culpa os participantes que não devem ser classificados e qualificados de negligentes porque não estiveram presentes acompanhando toda a programação.Situações estanques e em lugares afastadas uma das outras, criam esse tipo de dificuldade. Eles – os módulos, alguns de relativa importância – que não foram conhecidos por todos são informações de fatos que ficaram – acredito, sem segundas intenções – guardados no ‘BOLSO DO COLETE ’ dos preletores e ou dos organizadores e animadores do encontro. Alguns assuntos que foram apresentados estavam acobertados pela ‘PRÁTICA’ e adoção de variadas oficinas e reuniões paralelas... Sabemos que isso faz parte da organização de um Congresso, mas esta metodologia quando utilizada ideologicamente, «TEM POR FINALIDADE DEPRECIAR A SUBJETIVIDADE DO INDIVÍDUO» e inadvertidamente provoca em muitos a ocultação de detalhes importantes do encontro. Quando o inevitável passa a ser – sem melhores alternativas – o unívoco caminho...Lamentavelmente quando não se atende os interesses comunitários os agentes formadores de opinião correm o risco de contrair diversas ‘bactérias’. Poderão ser contaminados pela doença do poder que é sinonímia do ideológico ou...

Geralmente quando alguém ou uma organização religiosa faz um encontro com uma abordagem sobre o momento de crise sabidamente polêmico, que está ameaçando a FÉ CRISTÃ ou oculta a ‘RADIOGRAFIA COMPLETA’ ou a exposição e a palavra dos preletores convidados para trabalhar a linha temática pré-estabelecida fica direcionada e acorrentada a prévia censura. O importante e censurar a priori o que for exposto a fim de que tudo fique restrito e limitado apenas à linha temática do encontro.

CONVÉM REPETIR QUE: “{...} crise da vida da vida religiosa não é conjuntural, é estrutural; por isso, todas as tentativas de renovação – enquanto insistirem numa interpretação da vida religiosa que se afastou do Evangelho – nada os temáticos conseguirão a não ser agravar a crise. O caso seria partir da

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pergunta: COMO RECRUTAR JOVENS PARA A VIDA RELIGIOSA? – usando o mesmo critério com que os acionistas da Coca-Cola indagam dos agentes de publicidade de que modo poderiam aumentar o índice de consumo do produto.Devemos começar por nos perguntarmos, com lealdade e profundidade, qual é a função da vida religiosa no momento no momento histórico que estamos vivendo {...}”

DEUS NÃO AMA O HOMEM ABSTRATO

“{...} Freqüentemente, têm-me perguntado o que penso de alguns movimentos religiosos, que parecem apaixonar muito a juventude, costumo responder que eles me dão a impressão de representar telheiros cômodos sob os quais as pessoas se abrigam à espera que passe a tempestade. O telheiro é necessário, porém com uma condição: termos consciência que se trata de uma parada provisória; viver é andar, trabalhar e escolher ou optar.E a responsabilidade dos proprietários dos telheiros, dos alpendres, das coberturas ou abrigos é imensa, porque podem sentir-se orgulhosos e contentes com o fato de ter muita gente em casa. A Igreja «igreja – Comunidade da Fé Cristã; Povo da Nova Aliança; Corpo Místico de Cristo» - deve questionar-se continuamente para verificar se está sendo telheiro ou fermento da história. O telheiro pode transformar-se em local permanente, onde a pessoa se sente bem, porque livre da responsabilidade de encher o tempo com valores autênticos, isso significa fazer do tempo o portador da libertação.Confesso, para evitar equívocos, que este meu discurso sobre a fé não tem por objetivo lançar bombas nos telheiros ou abrigos; o vendaval se encarregará de derrubá-los, e o vendaval não tarda a vir. O meu discurso dirige-se aos que fazem experiência de fé autêntica, crítica, pessoal. Não pretendo ‘ensinar’ a fé, porque tal pretensão me levaria a incorrer no mesmo erro; quero apenas propor uma amizade que nasce e se consolida, quando se descobre alguém que encara a vida do mesmo ângulo e escolhe globalmente a mesma maneira de viver. Decidimos andar pela chuva, procurando a segurança que se apresenta inesperada apanhados pela tempestade em pleno mar convencidos de que agora para eles não há nada mais a esperar senão o naufrágio: ‘SENHOR,

NOS SALVA QUE PERECEMOS’{...}” “{...} Vejam os lobos-do-mar, acostumados a todas as aventuras que os deixam a um passo da morte, dizerem: ‘MESTRE ESTAMOS PERDIDOS VAMOS NAUFRAGAR! ’. ‘POR

QUE TEMEIS HOMENS DE POUCA FÉ? ’É disto que se trata de pouca Fé; portanto, ter Fé significa não ter medo de descobrir, a um passo da morte, que a salvação está chegando.Quisera começar dizendo a esta minoria, que quer redescobrir a Fé em meio à tempestade, que não se deixe impressionar com a quantidade de pessoas refugiadas sob os telheiros {...}.{...} Devemos olhar para as minorias proféticas porque são elas que captam os sinais dos tempos, sinais que a Igreja, solenemente no Concílio Vaticano II, nos convida a observar e a interpretar. Com freqüência, estas minorias proféticas

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nos confundem, porque optam pelas rupturas destruidoras, e juntamente porque não descobriram que a Fé religiosa é uma ruptura.

Se a Fé é a substância das coisas esperadas, quais são estas ‘coisas esperadas’? {...}” {Fonte: Livro Espiritualidade Hoje – comunhão solidária e profética – Arturo Paoli, Edições Paulinas – São Paulo – 1987}

O homem concreto é uma pessoa sentimental, isto é, é dotado de sentimentos que sofre as ‘dores do parto’ tem necessidades existenciais, chora e também ri, luta pela sobrevivência, tem erros de percurso, e é solidário e humano por que a fagulha Divina do amor nele penetrou e fez morada permanente.

{Vale aqui relembrar, abrindo um pequeno parêntese, o pensamento de roda-pé de Walmir Fernandes Brandão do livro PANELA DE OPRESSÃO, Edições Paulinas, São Paulo, 1979, que tem a seguinte redação}...

“Quando eu procurei o Amor, ele já estava dentro de mim me procurando”

Enfim, o homem, é OBRA DE DEUS FEITO À SUA IMAGEM E A SUA SEMELHANÇA. ELE ESTÁ FORA E DENTRO DA COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ E É IGUAL A TODOS OS OUTROS QUE COMPÕE A SOCIEDADE. PORÉM COM UMA DIFERENÇA QUE É FUNDAMENTAL. COMO TEM FÉ E CRÊ, CONHECE A ESTRADA QUE O CONDUZIRÁ À VIDA ETERNA COM DEUS:

“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; Ninguém vem ao Pai senão por mim” {Jo 14,6b}

Arturo Paoli foi muito feliz na sua análise de conjuntura do tempo presente em que nós vivemos em termos de religiosidade.

UM ALGO MAIS QUE A IGREJA NÃO DEVE ESQUECER: A ORAÇÃO!

“{...} A oração intensifica a Fé. A oração permite-nos sentir internamente o gosto espiritual das verdades de Fé. Infelizmente, estas verdades de Fé se tornam para muitos de nós antes um desafio para a inteligência que um convite à vivência do mistério de Deus. A oração vem corrigir esse intelectualismo da Fé, mostrando que a Fé é, antes de mais nada, vida, compromisso, experiência do mistério de Deus. Afasta assim também o risco de racionalismo e iluminismo, que facilmente o processo de discernimento pode correr.Enfim, a Fé, sempre ameaçada por formas alienadas, encontra na oração um momento de vigilância e purificação. “Só uma Fé continuamente em processo de purificação pela oração garante-nos um discernimento espiritual sem tantos perigos de ilusão”. {Formação da Consciência Crítica – Vida Religiosa, Subsídios Sócio-Analíticos, de J.B. Libânio, SJ, Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 1979, co-edição CRB}

AINDA SOBRE ORAÇÃO...

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Não quero um mundo mesquinho, dotado de homens sórdidos;SUPLICO INTEGRIDADE

Não quero ver o homem massacrado pela sua própria inteligênciaSUPLICO HUMILDADE

Não quero que o poder escravize os menos favorecidos;SUPLICO JUSTIÇA

Não quero que a vitória custe a vida de um irmão:SUPLICO HONESTIDADE

Não quero que o preconceito divida os povos em raças;SUPLICO UNIÃO

Não quero o bem-estar de poucos à custa da fome de muitos;SUPLICO CARIDADE

Não quero ver uma criança chorar pela falta de um lar;SUPLICO FRATERNIDADE

Não quero ver jovens perdidos no meio das drogas e dos desclassificados;SUPLICO PERSEVERANÇA

Não quero que os que tiveram pouca sorte desistam tão cedo;SUPLICO CONFIANÇA

Não quero que o progresso faça da natureza sua maior vítima;SUPLICO RESPEITO

Não quero encontrar pessoas paradas no caminho;SUPLICO ESPERANÇA

Não quero que os homens deixem de crer no Deus eterno;SUPLICO FÉ

Não quero ser vítima da destruição do meu mundo;SUPLICO PAZ

{Ana Cecília de Almeida Penna – Cuiabá-MT, revista família cristã Edições Paulinas – ano 53, nº 616, abril de 1987}

MÉDICOS, ADVOGADOS, ENGENHEIROS... E AGORA O PASTOR SHOW

O homem de hoje, ou melhor, os profissionais de todas as áreas, são escravos da máquina {e nessa linhas o ensaísta coloca os Meios de Comunicação Social} Estão colocando em seus ombros a capa de TÉCNICOS BUROCRÁTAS. Tomemos como exemplo os médicos: não se arriscam a fazer um diagnóstico ‘a priori’ e, para descartar o paciente, dizem que o doente está com uma virose. Só mudam de opinião quando a máquina coloca em suas mãos um laudo diferente. Existem honrosas exceções, particularmente quando o profissional acumula em sua vida, uma experiência de vários anos.

Hoje, a Sociedade {e aqui se inclui a igreja} está à procura de soluções para as doenças que afetam os de fora e os de dentro da Igreja}. É por isso que as massas correm atrás dos pastores que fazem Show na Mídia estão com os bolsos cheios de dinheiro.

Quando alguém atribulado e desesperado pelos seus problemas existenciais logo o pastor, que em nosso momento histórico são chamados de PASTOR SHOW!{Consulte a reportagem da revista VEJA de 12.07.2006. nº 1964} que os dominam as massas oferecendo-lhes instrumento de fuga e alienação.Eles que são hoje os líderes das chamadas SEITAS CARISMÁTICAS, seitas que surgiram e são o subproduto do pentecostalismo {UMA ESPÉCIE DE PAI DESTE MOVIMENTO} assumem a

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responsabilidade de considerar estas vítimas de um sistema iníquo, como endemoniadas. A prática do exorcismo será – dentro deste contexto – a conseqüência lógica e imediata.

Sabe-se – historicamente – que a origem do movimento pentecostal é fruto de uma reunião realizada em Los Angeles {Califórnia}, em abril de 1906, quando W.J. Seymour, guia da comunidade, suscitou uma onda de fervor religioso, que os presentes começaram a falar em línguas, sentindo-se participante de novo pentecoste praticando um estrito biblicismo {FULL GOSPEL}, isto é, o EVANGELHO PLENO.

QUANTO A IPU O QUE TEMOS A DIZER?

O ENSAÍSTA DIRIA: EBENEZER {Hebr. ‘eben há ‘ezer} Em 1º Samuel 7, ll-12:

“As forças de Israel saíram de Masfa e perseguiram os filisteus até Bet-car, e os destroçaram. Então Samuel tomou uma pedra e a colocou entre Masfa e Sem, e lhe deu o nome de Ebenezer, dizendo: ‘ATÉ AQUI IAHWEH NOS SOCORREU’”O ensaísta não tem o direito de fazer um pré-julgamento. Seria injusto apontar o dedo indicador sem apresentar provas contundentes. Isenção de ânimos é o que se espera de um Congresso que tenha a coragem de fazer uma abordagem que desvele os desvios de percurso equívocos dos eclesianos ligamos à Comunidade da Fé. No nosso caso as igrejas ligadas a IPU que é preferencialmente o nosso instrumento de avaliação.

Muitas cenas que o ensaísta presenciou certamente ele faria diferente, mas ele não é nunca será PALMATÓRIA DO MUNDO mesmo por que já esteve em situações semelhante e tem conhecimento do somatório de dificuldade que envolve a organização de um encontro. Agradar a GREGOS E A TROIANOS ninguém até agora conseguiu.

Portanto, mesmo que o ensaísta tenha observado algo que foi feito que no seu modo de entender deveria ser diferente – teria antes de mais nada a obrigação de em consideração que sua apreciação precisaria ser isenta e não tendenciosa. ‘ENGOLIR SAPOS NÃO É UMA TAREFA GRATIFICANTE’.Muitas coisas que aos nossos olhos ocorre de forma equivocada e não podemos mudar porque são verdadeiras ‘CASAS DE MARIMBONDOS’ devemos levar para o túmulo. O que modo de entender do ensaísta deveria ser diferente, não sendo como responsável, o melhor caminho é buscar o silêncio seguindo o conselho de Attila Józef {1905-1937} que legou-nos este pensamento:

“O profundo cala”

Esta seria uma atitude pacificadora. O ensaísta não é profundo, mas nada custa tentar. Ficar calado, diferente do que muitos entendem, não significa concordar com o que o seu interlocutor está falando. Também podemos entender como uma contribuição para a PAZ. Além do mais a recomendação que lemos na literatura sapiencial:

“Não respondas ao insensato conforme a sua tolice, para não te igualares a ele” e mais: “Sem lenha o fogo se apaga, sem difamador acaba-se a briga” {Provérbios 26, 4 e 20}

Entretanto este não seria o motivo para deixar de sinalizar – respeitosamente – o seu ponto-de-vista mesmo por que – no Congresso a participação do ensaísta era a de representante do Presbitério do Rio Novo. Quem aceita uma representação...

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De qualquer forma a confissão religiosa que se dedicar a tarefa da evangelização ou evangelismo, deve evitar com um especial escrúpulo a prática do etnocentrismo. Não podemos e não devemos impor o nosso modelo confessional ao outro que pensa diferente por que dessa forma estaremos colocando barreiras à ação do Espírito de Deus que “{...} o vento – Espírito {ruah} – sopra onde quer e ouves o seu ruído, mas não sabes de onde vem nem para onde vai {...}” «Jo 3,8».

ALGO QUE CHAMOU A ATENÇÃO DO ENSAÍSTA...

Não ficou muito claro para o ensaísta se para descontrair ou em última análise para ironizar... {Nesta derradeira hipótese o ensaísta não acredita} o nosso respeitável competente colega João Dias de Araujo e os outros que ficaram em casa ou por compromisso já assumidos anteriormente ou por que tiveram dificuldade de deslocar a para a Xerém – certamente tiveram as suas razões – receberam de igual forma também – por inferência – o epíteto de ‘DINOSSAUROS’. Todos eles são nossos coetâneos. Portanto...

Mas nem este expoente do cristianismo, nosso estimado irmão João Dias de Araujo e também os outros que ficaram em casa, ainda não alcançaram a idade 46 milhões de anos «SEGUNDO

OS CIENTISTAS E ARQUEÓLOGOS».

Nosso estimado irmão Rev. João Dias de Araujo é sim um GIGANTE e como ele não é tão alto, é fácil subir em seus ombros para enxergar melhor a nossa realidade de ontem e de hoje.

Não conhecemos as dificuldades econômicas dos companheiros que não estiveram presentes, mas o que temos a dizer sobre a IPU é que ela surgiu – por influencia do Espírito de Deus – e nascendo da forma como nasceu, foi incorporada ao universo da eclesiologia como ‘SINAL DE

CONTRADIÇÃO’.

Sem comparação ou paralelos, Jesus também era – segundo o visionário Simeão motivo de controvérsias:

“Eis que este menino foi colocado para queda e para soerguimento de muitos em Israel, e como sinal de contradição e a ti, {Maria} uma espada traspassará tua alma! – para que se revelem os pensamentos íntimos de muitos corações.”

FAZENDO UMA PEQUENA INSERÇÃO LIGADA À QUESTÃO DO PENSAMENTO...

RENÉ DESCARTES ESCREVEU:

“Eu sou uma coisa que pensa”

PIERRE MENARD {1766-1844}- ESCRITOR FRANCÊS EXPRESSOU SUA OPINIÃO DA FORMA ABAIXO:

“Pensar, analisar, e inventar jamais são atos anômalos, mas a normal respiração da inteligência”

NATANIEL JEBÃO, UM DOS CRÍTICOS DE UMA IMPRENSA ESCRITA {jornal} QUE TINHA UMA LINHA SATÍRICA, ESCREVEU:

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“Não pense – Dói muito”FECHADO O LIGEIRO PARÊNTESE...

Já imaginaram caso os organizadores do encontro colocassem no palco uma grande lousa onde os participantes fossem convidados a escrever as subjetividades da sua vida?

Certamente se isso fosse feito, ninguém conseguiria chegar até o final sem cobrir o seu rosto de vergonha, isto, porém, caso tivessem a coragem de revelar, pelo menos parte, da verdade da sua vida introspectiva.

C O R R U P Ç Ã O é algo que sempre envolveu toda a humanidade desde a expulsão do {Jardim do Éden – do hebr. «’eden » que corresponde também a «gan»: PARAÍSO, nome religioso adotado pela LXX que tem ligação com o também hebr. «pardes» combinado com o gr. «paradeisos», expressão tomada por empréstimo do persa antigo «pairi-daeza», que significava extenso parque contíguo ao palácio real. Neste lugar plantavam-se árvores e relvas irrigadas, irrigadas por corrente naturais ou canais que eram desviados para lagos pequenos. «Adam» expressão oriunda do hebraico que vertida para o nosso idioma é o mesmo que: Deus criou {UM HOMEM}, que submetido à prova tornou-se desobediente e corrupto}

No livro dos primórdios {Gn 6 5,13} – particularmente – que está sobrecarregado de antropomorfismos e o que foi escrito pelo hagiógrafo atribui a Deus características humanas:

“Iahweh viu que a maldade do homem era grande sobre a terra, e que continuamente mau todo o desígnio de seu coração. Iahweh arrependeu-se de feito o homem sobre a terra, e afligiu-se o seu coração. E disse Iahweh: ‘Farei desaparecer da superfície do solo os homens que criei – e com os homens os animais, os répteis e as aves do céu – porque me arrependo de tê-los feito’ Mas Noé achou graça aos olhos de Iahweh {...} {...} Noé um homem justo, íntegro entre seus contemporâneos, e andava com Deus.{...} Deus disse a Noé: chegou o fim de toda carne, eu o decidi, pois a terra está cheia de violência por causa dos homens, e eu os farei desaparecer da terra” A nossa contemporaneidade histórica, ou seja, o nosso ontem e o no hoje, parecem um filme repetido. Como o ensaísta acredita na canonicidade das perícopes bíblicas que, na regressão histórica que foi feita – ainda que anacronicamente – são o resultado de diversas pesquisas nas variadas Fontes da Tradição Oral que foram buscar a origem da criação do universo e do homem. Só no livro dos primórdios – o Gênesis – encontramos duas: tradições javista e a eloista = Iahweh; ‘elohîm respectivamente. Portanto devemos acreditar nesta hagiografia que produziu a narrativa acima.

E, como o ensaísta crê que o hagiógrafo tem credibilidade, mutatis mutandis, estabelecendo uma relação entre o ontem e o hoje faz uma ilação por entender que quando sentimos de perto a semelhança da nossa temporalidade, seria mais prudente construir uma grande ARCA. Plantar Igrejas???!!! Isto não significa dizer que o ensaísta está usando o texto como pretexto. Sua exegese está obedecendo a um contexto que só não enxerga quem não quer enxergar.

Hoje a nossa sociedade avançou em termos de modernidade, acima de todos os limites imagináveis. A igreja {Comunidade da Fé Cristã, Povo da Nova Aliança e Corpo Místico de

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Cristo} e Igreja Instituição Eclesiástica, não estão classificados – particularmente a primeira que não é a Pessoa Jurídica – não é um GUETO por isso não vive à margem da sociedade e é por ela influenciada. As pessoas {Principalmente os que estão jogados – não por opção particular – na exclusão digital} se comunicam pelos meios de informatização social, ou seja: Orkut, Twitter {micro blog}, e-mail e mais os Sites, Facebook {site} etc. Quem internet, não orçamento para bancar um provedor... Passam a viver em outro universo.

O ensaísta já afirmou – em outro lugar – que esta preocupação já é muito antiga. Tenho nas mãos um boletim informativo do SGB - Sinodo da Guanabara da IPB, de novembro de 1966, uma campanha que obedeceu a seguinte linha temática: O CRISTO ETERNO PARA O HOMEM DE HOJE GRANDE CAMPANHA PRESBITERIANA DE EVANGELIZAÇÃO, GUANABARA – de 13 DE NOVEMBRO a 4 DE DEZEMBRO. A grande Concentração Geral foi realizada no Maracanãzinho e o pregador convidado: o Rev. José Borges dos Santos Jr.

Em entrevista a Imprensa Evangélica, ano II nº 8 de 12/1983, o Rev. Dr. Benjamim de Moraes declarava:

“Vejo a IPU como um santo movimento, buscando reunir os diversos ramos em que se fracionou, infelizmente, a nossa IPB {...}”POR QUE COLOCAR A IPU NA BERLINDA E VITIMÁ-LA COM ACUSAÇÕES TENDENCIOSAS QUANDO AS ECLESIOLOGIAS COIRMÃS ESTÃO EM SITUAÇÃO SEMELHANTE?

Nos tempos de criança do ensaísta, se brincava de berlinda. O que era e como era esta brincadeira?

Uma roda de crianças escolhia-se uma que ficava no meio da roda e era o alvo de comentários nesse jogo de berlinda. A criança – objeto dos comentários que eram feitos ao ‘pé do ouvido’ das demais, era vítima de motejos e comentários.

Esse jogo infantil em que a criança que tinha sido escolhida para ficar na roda e alvo dos comentários que eram depois a ela transmitidos pela via do anonimato. Acabada aquela primeira fase era feito um rodízio e a criança era substituída na berlinda e começava-se tudo de novo.

Tomando-se como exemplo – figurativamente – essa brincadeira das crianças, formulamos – também figurativamente – uma pergunta:

POR QUE COLOCARAM A IPU NA BERLINDA?Nós hoje vivemos um momento histórico de muitas inovações e por que não dizer de muitas complicações.Para os que não tiveram acesso à FONTE e dela estejam desligados ocasionalmente ou não conheçam a NASCENTE que se inicia no alto de uma montanha convém relembrar e reafirmar...

{Esta história do alto do monte e da FONTE-NASCENTE que nela brota obriga-nos a ficar atentos ao seu significado especial. O Monte – segundo os cânones do AT e do NT – é o lugar da habitação de Deus {Salmo 67,17} e as FONTE S–NASCENTES à medida que avançam – todas elas – formam os rios caudalosos que são – dádivas de Deus – para as nações Quando eles «OS

RIOS» secam, devido à ação predadora do homem...}.

Sim a situação se complica e o homem fica sem alternativas de sobrevivência. 239

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Este fato afeta a Fé Cristã? Os cristãos têm uma fonte que jamais secará: Jesus, mas isso também no sentido figurado porque com o desmatamento as Fontes estão desaparecendo, ou melhor, estão secando e os rios estão acabando. Como será o futuro dos nossos filhos e netos e mesmo dos que fazer parta de uma Comunidade da Fé Cristã?

JESUS O CRISTO, ESTAVA JUNTO A UM POÇO QUANDO SE APROXIMOU UMA SAMARITANA E UM INTERESSANTE DIÁLOGO – figurativo – TEVE O SEU INÍCIO:

Use a sua Bíblia e leia o texto desde o seu início porque o ensaísta só esta usando no ensaio a conclusão do diálogo. A profundidade e a abrangência fizeram de Jesus, o Cristo, enquanto visitava a polis humana sim, ele que tinha duas naturezas, ou seja: HUMANA-DIVINA, alguém que esteve e está situado acima de os todos os conhecimentos segmentos e segredos da vida humana em termos de sabedoria e conhece todas as nossas limitações.

Hoje – não a IPU como as demais Confissões de Fé, estão com uma só preocupação:

O que fazer e como fazer para tornar a igreja {Comunidade da Fé Cristã, Povo da Nova Aliança, Corpo Místico de Cristo} mais dinâmica e fazê-la crescer na Graça e no Conhecimento e também numericamente?

Nós estamos na IPU e, sem egoísmos é com Ela que precisamos nos preocupar. Esta histórica fria deve fazer os nossos acusadores pensarem no êxtase de Pedro, no seu preconceito e no que Jesus com ele falou – intermediado pelo Espírito de Deus:

“Ao que Deus purificou não chames de profano” {At 11,9b} É importante lembrarmos a etimologia e o sentido semântico da palavra PROFANO:

Continuar, continuar, continuar

O QUE ESTÁ FALTANDO A IPU?

Conhecimento de Deus? Sabedoria? Fé? Crer? Estes ‘braços’ que estão ligamos à principal linha temática do Congresso XIX ENAJOP serão todos contemplados.

Quem poderia EVANGELIZAR sem ter estes atributos espirituais?

POR SABEDORIA PODEMOS ENTENDER: “Com efeito, é claro que os mestres adaptaram a tradição de sabedoria de modo a torná-la veículo para descrever uma vida honesta SOB A LEI, pois, para eles o sumo da sabedoria era temer a Deus e guardar sua lei. Realmente, a sabedoria, em última análise, era sinônima da lei”

Continuar, continuar, continuar

Diversos texto do AT confirmam esta afirmação, particularmente – Esd 7,25:

“E tu, Esdras, segundo a sabedoria do teu Deus, que tens nas mãos, estabelecerás escribas e juízes que administrem a justiça para todo o povo da Transeufratênia, para todos os que conhecem a Lei de teu Deus. E deverás ensiná-la a quem não a conhece.”

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“Aquele que bebe desta água terá sede novamente; mas quem beber da água que eu lhe darei, nunca mais terá sede. Pois a água que eu lhe der tornar-se-á nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna” {Jo 4,13b-14}.

UM AVISO: ao longo do conteúdo não podemos evitar os fugir as variantes e as implicações da principal linha temática do Congresso, ou seja, EVANGELIZAÇÃO que é cercada por posições hermenêutica de várias tendências. O assunto levantado – novamente – que têm o seu valor intrínsico e ligações fortes ou mesmo um pano-de-fundo que inevitavelmente estará sustentando este importante tema na pauta.

Serão enfatizados os braços {Lembram-se do polvo? Sem os braços ele não seria o polvo e ficaria sem os recursos que lhe são característicos} e as raízes que não podem ser cortados e jogados fora e isso vale para os ‘textos de rosto’.

‘Missão não é apenas proclamação,ensino e cura,

mas também comida e bebida.Acontece por meio da comunidade que come e bebe.

Esperança são comida e bebida.Comer e beber faz parte da missão do Reino

Antigo provérbio judaico adverte que ‘o Messias só virá quando todos os convidados

estiverem nos seus lugares à mesa’.O Novo Testamento afirma, por sua vez, que o Messias Jesus

já veio e que, por isso, os convidados já podem se assentar à mesa do Reino. Antecipa a superação da fome do povo nessa

comida e bebida dos pobres.A missão de comer e beber antecipa o Reino

entre os famintos e sedentos.Aí está a sua alegria na pobreza’

{Do livro Paixão pela Vida JURGEN MOLTMANN, ASTE, São Paulo, 1978}

“O amor é o auxiliar do espírito liberto de qualquer apego insensato ao sensível.

Ele desperta o espírito,agora puro,

para as palavras da sabedoria.O intelecto percebe-o, rejubila-se e anuncia aos outros,

num fluxo de eloqüência...as disposições secretas das virtudese as operação invisíveis da ciência”

{PEQUENA FILOCALIA, o livro clássico da Igreja oriental‘a oração dos pobres’ Edições Paulinas, SP, 1984}

ASSIM FALAVA ZARATUSTRA241

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{De Friedrich Nietzsche}, {Pg. 146-147 - o homem que era ao mesmo tempo ateu e cristão

filho de pastor luterano}“Amar e perecer; desde a eternidade

as duas palavras seguem juntas.Querer amar é aceitar até a morte.

Eis o que vos tenho a dizer, covardes!’‘Na verdade, sois capazes de enganar,

ó «contemplativos»!Outrora até o próprio Zaratustra foi enganado

pelas vossas carapaças divinas;ele nem presumia de que corrente de víboras

elas eram habitadas’ ‘E eis em consiste para mim o Conhecimento:

fazer subir toda a profundidade – até a minha própria «altura»” {1}

{1} O conhecimento apofântico {cf. Aristóteles são enunciados verbais susceptíveis de serem falsos ou verdadeiros} do iniciado é uma busca ou uma inserção para desvelar a verdade, ‘alétheia’, mas é uma busca de um penetrar ou campear cheio de amor. A Lua é símbolo polissignificante, e aqui significa a luz do Espírito do Pesadume {tristeza, desgosto e pesar}. É a ciência pseudamente profunda, meramente abstrata, e não a concreta, que é viva. As iluminações lunares, pálidas claridades que não iluminam, pois dão formas irreais e falsas as coisas. Só a luz do Sol ilumina – esse astro exuberante de amor – e dadivoso, que dá sem nada perder, símbolo do amor divino e do poder criador. Quer aspirar às profundidades do mar, ao oceano primevo {tempos primitivos} e confuso de tantas verdades, para alcançar a profundidade, onde a verdade está oculta, e resplandecerá, afinal, em toda a sua pujança e beleza luminosa.

CONHECER A IAHWEH {DEUS} É UM PROCESSO QUE DEPENDE DE UMA BUSCA INCESSANTE.

O profeta Oséias sabia que sem conversão interior jamais o povo de Deus iria conhecê-lo:

“Conheçamos, corramos atrás do conhecer a Iahweh; {...}”«Os 6,3a»

Jó – símbolo e protótipo da humanidade sofredora – faz uma última apreciação, – figurativamente – que representa uma percepção da realidade de Deus. Até aquele momento da sua vida tinha aprendido – ou foi ensinado – uma idéia de Deus baseada na Tradição, mas ingressou no mistério, inclinando-se diante da sua Onipotência com grande discernimento foi capaz de confessar:

Conhecia-te só de ouvido, mas agora te viram meus olhos {...}«Jó 42,5a»

JESUS, O CRISTO, FAZ PARA A SAMARITANA QUE VAI BUSCAR ÁGUA E COLOCA EM SUA LOGIA PRINCIPAL UMA ENFASE ESPECIAL PARA O VERBO CONHECER:

“Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora – e é agora – em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade; pois tais são os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade” {Jo 4,22-24}.

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Não seria isto que está faltando a IPU e as demais igrejas que usam o epíteto de Evangélicas?

Nunca devemos perder de vista o que Jesus falou a respeito dos seus discípulos. Ele ‘PINTOU’ de forma bem clara o perfil do verdadeiro discípulo:

“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre o monte. Nem se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no candelabro e assim ela brilha para todos os que estão em casa. Brilhe do mesmo mo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus”

«Mt 5,14-16»

O lugar da LUZ se manifestar é no mundo. No mundo que ela vai brilhar a fim de ofuscar os guetos dos egoísmos, dos preconceitos, da excludência, da falta de amor ao próximo, do apego a superficialidade de uma tradição que tem a sua importância porque e o mito fundante da nossa Fé, mas que cria arquétipos que contrariam as Logias Principais de Jesus, o Cristo.

UM LEMBRETE: Você só enxerga até um palmo adiante do seu nariz?

Enxergar mais longe não é um privilégio: é uma busca. O Grande Isaac Newton, cientista inglês {1642-1727}, professor de matemática em Cambridge desde 1669, foi matemático, físico e astrônomo. É autor de uma afirmação que foi demonstração da sua humildade:

“Se vejo mais longe que os outros é porque me acho de pé sobre ombros de gigantes”

O ensaísta vai por este caminho sinalizado por Isaac Newton... Não é um ‘EXPERT ’ e é também um admirador do que disse Sócrates e provavelmente escrito Platão um dos seus discípulos mais próximos:

‘SÓ UMA COISA EU SEI: É QUE NADA SEI’.Sócrates por são ser judeus, não tinha qualquer tipo de compromisso com a tradição mosaica. Entretanto era capaz de se esvaziar mesmo sendo um dos grandes pensadores do universo cultural grego. Roque Schneider – clérigo católico – escreveu:

“Quando alguém reconhece sua impotência, seu nada, Deus inicia tudo! É um paradoxo universal, que desafia a vida e a morte: A grandeza verdadeira se alimenta na prece e um grande ideal subsiste, apenas, e não perece quando vivido com humildade!”

Do mesmo Pe. Roque Scheider, S.J., do opúsculo de bolso; CELEBRANDO A VIDA , Edições Loyola, São Paulo, 1981:

“Santidade é viver a vontade do Pai. Inserção da nossa vontade, pequena e limitada, na vontade divina. Só isso, nada mais.

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A santidade é algo muito simples e concreto: a transfiguração do cotidiano. Dom Marcos Barbosa {Nota do ensaísta: autor de lindas poesias} escreve: ‘Varredor das ruas. Tu varres o Reino de Deus!”SEM UM CARÁTER ARGÜITIVO OU ACUSATIVO FICA A PREOCUPAÇÃO DO ENSAÍSTA...

‘À SEMELHANÇA DO VARREDOR DE RUA NÃO PRECISARÍAMOS VARRER O CHÃO DA NOSSA VIDA?’E o leitor que é um eclesiano da UPU vai usar uma vassoura? Caso exista lixo que ao seu redor ele não estaria encobrindo a beleza da Fé Cristã? Não seria este o melhormomento de torná-la limpa e cristalina para a glória de Deus? Assim e deste modo o chão da nossa eclesiologia ficaria limpo, transitável para aquele que estão longe de Deus e mergulhados nas areias movediças da desesperança. Nós é que temos a responsabilidade de limpar o caminho e ou o chão que pisamos. Um retorno ao passado todos os eclesianos devem da relação dialógica entre Iahweh e Moisés no episódio da sarça ardente quando Iahweh fez a seguinte advertência:

“Não te aproximes daqui: tira as sandálias dos pé porque o lugar em que estás é uma terra santa” {Ex 3,5b}

Um pensador nosso coetâneo formulou um circunlóquio que – de certo modo – uma ligação muito estreita com o pensamento de Sócrates.

Sócrates não era judeu e na condição de maior pensador da etnia grega foi capaz de ser suficientemente humilde para nadificar sua sabedoria. 99999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999“QUEREIS SABER AS VIRTUDES QUE FALTAM A UM HOMEM? PROCURAI PERCEBER AS QUE ELE SE

GABA POSSUIR”

A vida do ensaísta foi marcada por uma ‘BARGANHA’. Não é uma transação fraudulenta ou uma trapaça como sugere a etimologia da palavra. Foi uma combinação que o ensaísta fez com Deus. ‘Eu cuido das tuas coisas’ {Sentido de um pacto ligado ao universo social e particularmente ao espiritual}, ou seja, ‘e tu Senhor cuida das minhas’. Quem lucrou com esta inversão de valores?

Isto tem um nome: ATO DE ENTREGA OU ALGO QUE VENCE O EGOÍSMO.

Emmanuel Mounier, que escreveu o opúsculo: O PERSONALISMO, Livraria Morais Editora, 1960 – editado em Lisboa – Portugal, Copyright, Presses Universitaires de France-1950 sinalizou caminhos – ligados a sua própria historicidade – mas que foram e ainda são, de uma utilidade para engrandecer o nosso saber:

“É bom lembrar que no séc. XIX que aquilo que se podia chamar de revolução socrática, ou seja, o assalto contra as forças modernas de despersonalização do homem se separou em dois ramos: um deles, através de Kierkegaard, chama o homem moderno, deslumbrado pela descoberta e exploração do mundo, à consciência da sua subjetividade e da sua liberdade; outro através de

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Marx denuncia as mistificações a que o conduzem estruturas sociais enxertadas na sua condição material, e lembra-lhe que o seu destino não depende somente do seu coração, mas das suas mãos. Lamentável separação!” {pg. 30-31, opus citatum}.

As citações aqui registradas, do livreto ventilado de Mounier, são dois pólos em choque que foram ventilados no Congresso ENAJOP, teologicamente:

DUAS PONTUAÇÕES:

Precisamos dar ênfase a uma atitude que nos fará crescer material e espiritualmente, tornando a nossa Fé Cristã mais adulta e resistente as adversidades.É simples e se resume numa só frase:

SAIR PARA FORA DE NÓS PRÓPRIOS {Um pleonasmo necessário} NÃO É FÁCIL!

Este circunlóquio mostra-nos que quando temos nas mãos uma proposta de fazer crescer a igreja {COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ, POVO DA NOVA ALIANÇA E OU CORPO MÍSTICO DE CRISTO} a Instituição Eclesiática que peca quando se escraviza ao ideológico não terá qualquer participação nesse processo.

Então quando estamos falando de IPU, nos referimos – especificamente – a igreja ‘CORPO DE

CRISTO’ que não é uma Pessoa Jurídica e jamais se dobrará as imposições do Estado, ou do Poder Político e Socioeconômico porque serve a um Deus que lhe ensinou porque na sua Logia Principal que as dificuldades estão incorporadas ao nosso cotidiano.

Temos necessidades – de ordem sócio-econômica ou material, sim! Mas quem não tem? O importante é sabermos e acreditarmos que Jesus, o Cristo sinalizou um caminho ou uma solução de todos os nossos problemas de ordem temporal.

Eu – o ensaísta – acredito que isto é a verdade Divina que alimenta a Fé e Esperança no dia de amanhã. Mas o dia de amanhã nos reserva desafios e surpresas.

Dizer que os eclesianos que fazem parte das nossas Comunidades da Fé Cristã não têm necessidades existenciais, seria uma ocultação da verdade. Desde a minha primeira infância participei – de muitos programas denominados CAMPANHA DO QUILO. Para quem?

Jesus, o Cristo deixou-nos um legado, sinalizando a solução para este problema:

“Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos preocupeis, portanto, co m o dia de amanhã, pois o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo. A cada dia basta o seu mal”

{Mateus 6,33-34, LOGIA PRINCIPAL DE JESUS, escrita pelo hagiógrafo da Escola Mateana}.

Quais são estas ‘{...} coisas vos serão acrescentadas’?

É bom responder com a mesma Logia de Mateus 6, 25s em suas considerações exordiais:

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“Por isso vos digo: Não vos preocupeis com a vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem com o vosso corpo com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa? Olhai as aves do céu: não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E, no entanto, vosso Pai celeste as alimenta. Ora, não valeis vós mais do que elas? Quem dentre vós, com as suas preocupações, pode prolongar, por pouco que seja, a duração da sua vida? E com a roupa, porque andais preocupados? Aprendei dos lírios do campo, como crescem e não trabalham nem fiam. E, no entanto, eu vos asseguro quem nem Salomão, eu todo o seu esplendor, se vestiu como um deles. Ora se Deus veste assim a erva do campo, que existe hoje e amanhã será lançada ao forno, não fará ele muito mais por vós homens fracos na fé? {...}”

VOLTANDO A EMMANUEL MOUNIER:

“A pessoa é uma existência capaz de se libertar de si própria, de se desapossar, de se descentrar par se tornar disponível aos outros. Para a tradição personalista {principalmente para a cristã}, a ascese do despojamento é a ascese central da vida pessoal; só liberta o mundo e os homens aquele que primeiramente se libertou a si próprio. Os antigos falavam da luta contra o amor-próprio; nós chamamos-lhe hoje egocentrismo, narcisismo, individualismo.

SER FIEL

A aventura da pessoa é uma aventura constante desde o nascimento à morte. As dedicações pessoais, amor, amizade, só podem ser perfeitas na continuidade. Essa continuidade não é uma exibição, uma repetição uniforme, como sucede na matéria ou nas generalizações lógicas, mas uma continua renovação. A fidelidade pessoal é uma fidelidade criadora.

ÚLTIMA PINCELADA SOBRE O PERSONALISMO...

“Uma família que só conhece os laços de sangue torna-se facilmente um ninho de víboras.Uma Comunidade de necessidades ou interesses esconde, debaixo de provisórios entendimentos, a discórdia, porquanto, contrariamente ao que pensam os moralistas liberais, a prática da associação não é capaz nunca de arrancar definitivamente o interesse ao seu vetor egocêntrico. Além disto, as sociedades vitais, insuficientemente personalizadas, constituem blocos, tendem a hipnose, a arrogância e a guerra; a hierarquia interna das funções, embora dominando absolutamente, endurece nas relações entre escravos e senhor: classes, castas, etc., são outros germes de guerras interiores. Tendem para a formação dum todo que corrompe o nós. Não se mantém abertas para a pessoa senão quando estão já vinculadas a uma ordem superior.

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O século XVIII pensou que a solução que a única solução para escapar às paixões das sociedades irracionais estava numa ‘sociedade racional’ fundada no acordo dos espíritos num pensamento impessoal, e no comportamento numa ordem jurídica formal. Pensavam que assim caminhariam para a paz universal através da instrução obrigatória, da organização industrial ou do reino do direito. A experiência iria demonstrar que o saber não agita paixões, que o direito formal pode sufocar desordens persistentes, que a organização e a ideologia, quando desprezam o absoluto pessoal, levam tal como as paixões, à polícia, à crueldade e à guerra. Numa palavra, que não se pode estabelecer a universalidade esquecendo a pessoa. Foi a enraivecida consciência de todas as desilusões e a desolação afetiva em que deixaram o homem contemporâneo {...}

{N. do E: Não confundir com o coetâneo, ou eqüevo com contemporâneo que são dois verbetes que andam juntos, mas o primeiro significa que é ‘DA MESMA IDADE DO OUTRO’ enquanto que o segundo tem o sentido de ‘da mesma época’ e dependendo da aplicação do verbete na frase pode ser adjetivo ou substantivo masculino. Dependendo da aplicação na frase eles podem representa a mesma coisa}

{...} que lançaram as massas nos últimos anos, num furor irracionalista, nas « MÍSTICAS » do fascismo, do absurdismo, da psicanálise, do esoterismo. Etc.Para curar esta decomposição ou esta nevrose coletiva não basta com certeza regressar às ilusões racionalistas. Mas também com certeza não basta ignorar as mediações racionais. O pensamento só existe e irradia quando enraizado na pessoa. Se, no entanto, o pensamento não se tornar comunicável e, portanto, em certa medida, impessoal já não será pensamento, mas delírio.

COMPLEMENTANDO:

Mounier focaliza alguns ismos que entraram pelas portas da Igreja {ascetismo, teísmo, idealismo, pessimismo, espiritualismo, ecletismo, positivismo, tradicionalismo, intucionismo, modernismo, existencialismo, e de sobra renascentismo, além de Reforma} e confundiram o imaginário fértil dos eclesianos causando interrogações que alguns pastores não souberam responder ou justificar o que significavam em sua época cultural e histórica.

O somatório dos ISMOS é muito grande. Mounier citou alguns e o ensaísta acrescenta: misticismo, animismo, gnosticismo, idealismo, racionalismo, pluralismo, liberalismo... Sobre o pietismo vamos escrever mais adiante

O QUE FOI A RENASCENÇA E A REFORMA?

“A renascença produziu o renascimento das letras e das artes, que marcou a transição da Idade Média para a idade moderna. O movimento teve início na Itália, no século XIV, com o estudo e admiração dos cânones artísticos da antiguidade clássica, relegadas durante a Idade Média, e estendeu-se gradualmente pela Europa ocidental, aumentando e aprofundando sua influência, até abranger os costumes, a filosofia, a ciência, a religião e a política. A queda de Constantinópla fez que muitos sábios bizantinos se transferissem para Europa {...}

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QUEM ERAM OS BIZANTINOS? – {Era uma comunidade de homens, mulheres e crianças, membros e pertencentes a BIZÂNCIO, cidade européia, situada às margens do Bósforo «Estreito apelidado ‘passagem do boi’ entre a Europa e a Ásia» fundada pelos gregos no séc. VII a.C, que se tornou a capital do Império Romano do Oriente ou Império Bizantino «330 a 1453» tomando o nome Constantinópla, atual Istambul}

{Segundo consta – historicamente – a civilização, a cultura e as artes, floresceram no Império Bizantino e que por sua continuidade, transmitiram ao Ocidente a herança da Antiguidade enriquecida pelo contato com o Oriente e pela prática do cristianismo}

A passagem do cabo da Boa Esperança, a descoberta da, a invenção da imprensa, e da bússola, a utilização militar da pólvora, o desenvolvimento do comércio e do crédito, assim como o nascimento da burguesia urbana como fator econômico de produção, operaram grandes mudanças na sociedade feudal. O estudo dos clássicos antigos, e o abandono de filosofia medieval levaram os estudiosos, a dedicar-se aos problemas e assuntos humanos. A Renascença terminou quando a supremacia escolástica e feudal foi substituída pela do nacionalismo.

No séc XVII que nasceu sem uma data determinada e fruto de uma articulação, certamente surgiu da ação do homem em tentar subordinar tudo ao comércio, ao interesse, ao lucro, ao ganho com a predominância do espírito mercantil que era – antes de surgir o capitalismo – uma doutrina econômica.

O segundo sistema, ao contrário do mercantilismo, o capitalismo centralizou sua preferência econômica na tríade diabólica que, seja, PRODUÇÃO, CONSUMO E DESPEJO, deixando a ‘MAIS VALIA’ que é o lucro do Capital, nas mãos de quem não só participou da produção com o seu dinheiro explorando os operários sem dar a eles qualquer tipo de retorno e participação.

Podemos também à luz do que escreveu Horácio – já citado em outro local do presente texo – a ACEPÇÃO {do lat. acceptiome}, ou seja, sentido em que se emprega uma palavra; significado; interpretação; escolha; preferência. O mesmo que {ex vi verborum}, isto é: por força de expressão darão o tom das ênfases que necessariamente foram usados neste projeto, que batizamos de ensaio.

EM RAZÃO DISSO...

A {CACOEPIA – do gr. KAKOÉPEIA} é o que ensaísta e vai usar na confecção deste ensaio. Esta será a nossa metodologia mesmo que os críticos não concordem. A METÁFORA, METONÍMIA e a CATACRESE estarão presentes e integradas no presente ensaio, por uma questão de destaque que poderá contrariar o sentido original das palavras. É uma escolha do ensaísta e uma via opcional de se comunicar com o leitor. Caso você não concorde...O objetivo primordial deste ensaio é fazer retrospecto – pontual é claro porque o opinante não é onipresente e, não poderia estar em todos os lugares do Congresso ao mesmo tempo, fotografar ou filmar cada momento do encontro.

Na titulagem deste ensaio usei a expressão FILOCALIA {amor à beleza – mas no opúsculo das Paulinas intitulado PEQUENA FILOCALIA não tem nenhuma ligação com a ESTÉTICA que é a ciência do belo, usual para focalizar a COISEDADE DA COISA.

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A sociedade – que foi estruturada a partir do egoísmo {o ego que influencia em nossa personalidade} – produziu e continua produzindo através do poder dos mais fortes sobre os mais fracos e com uma caridade cristã descaracterizada e desumana e insistem – diabolicamente – coisificar as pessoas, transformar os sem voz e os sem vez em mártires e as vítimas. Mas são eles e elas que fazem e mudam a História.

Como são os ‘vencedores e não os vencidos’ que escrevem a História nossa historicidade será – invariavelmente – uma herança maldita, comprometida com a mentira e a covardia.

Não foi sem razão que Baruch Spinoza {1632-1677 – séc. XVII} escreveu:

“O egoísmo é que impele os homens a se organizarem socialmente”

... AS VITIMAS...

“Quando um homem morre, um mundo desconhecido morre...” {Saint Exupéry}

Para o ensaísta este episódio faz parte da rotina da vida. Sem fatalismo, mas com realismo, todos nós um dia, em determinado momento, também chegaremos a óbito. Mas este acontecimento surpreendeu o ensaísta quando ele e sua esposa Aureny estavam às voltas {internados} com um processo gripal muito forte e sob ameaça de pneumonia que em parte se configurou depois e ambos foram medicados pela UPA {Teresópolis, RJ} no período das {9 horas até as 17h30min. do dia 24.9,2010} Só que uma pneumonia não se cura da noite para o dia e nesta circunstância ficamos proibidos de sair da nossa casa.

O ensaísta ficou impedido de ir ao Rio dar o último adeus ao amigo que ele acompanhou desde que a Igreja Presbiteriana de Ramos o elegeu quando ele deixando a Igreja da Lapa em São Paulo, assumiu o lugar deixado pelo Rev. João Alves de Barros. Fez o seu Mestrado em Escatologia, em Princeton no EUA. Foi Diretor-Redator do jornal Brasil Presbiteriano – antes ‘o Puritano’ e logo depois sem qualquer tipo de explicação e um motivo justificável, dispensado. Como ele era uma cabeça pensante das melhores que eu conheci talvez tenha sido por esta razão, injustiçado.

VAMOS DAR SEQÜÊNCIA A ESTE PARENTESIS EXORDIAL DENTRO DESTE ENSAIO PORQUE UM FATO DESTA RELEVÂNCIA NÃO PODERIA SER DEIXADO DE LADO, SEM UM REGISTRO ESPECIAL:

VOLTANDO AO HOMEM QUE NOS DEIXOU SAUDADES E QUE PORQUE FOI CHAMADO POR DEUS E, CONSEQUENTEMENTE, NOS PRIVOU DA SUA COMPANHIA, PORÉM DEIXANDO-NOS DIVERSOS LEGADOS, MAS COMO SOMOS HUMANOS O NOSSO CORAÇÃO FICOU ACUADO POR UM SENTIMENTO DE AUSÊNCIA:

Ele foi um homem sincero, humilde, sem rancor, amigo de todos mesmo daqueles que nada tinham a lhe oferecer. Portanto não era excludente. Aplicou em sua vida – como ninguém – a recomendação do Filho de Deus:

“Ouviste que foi dito: amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; deste modo vos tornareis filhos do vosso pai que está nos céus {n. do ensaísta: entendiam os antigos que este era o lugar da habitação de deus}, porque ele faz nascer o seu sol

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igualmente sobre maus e bons e cair à chuva sobre justos e injustos. com efeito, se amais aos que vos amam que recompensa tendes?” {MT 5,43s}.Fatos marcantes devem ser relembrados: a ele – Domício – o autor deste ensaio deve a sua formação teológica e também a sua metanóia, ou seja, a sua nova mundividência. Dele recebeu o estímulo para não sair do Seminário Metodista César Dacorso Filho e a sua turma foi preparada pela Primeira Região Eclesiástica, por inspiração do Bispo Paulo Ayres, como uma Turma Laboratório. Os nossos filhos {5} todos foram por ele batizados. Parafraseando Paulo na Carta Pastoral – a ele atribuída – escrita ao jovem pastor Timóteo, dele {Domício} podemos dizer:

“Ele combateu o bom combateu, terminou a carreira, guardou a fé. desde já lhe está reservada a coroa da justiça, que lhe dará o Senhor, justo juiz, naquele dia: e não somente a ele, mas a todos os que tiverem esperado com amor a sua aparição” {2º Timóteo 4.1s}.

QUE SAUDADES! ... QUE SAUDADES! ...

FECHADO O PARÊNTESIS

UMA PRIMEIRA PINCELADA SOBRE O CONGRESSO DA XIX ENAJOP:

Este ensaio não tem por objetivo tentar mudar a sua opinião. Pensar diferente é algo que deve ser respeitado, um direito inalienável, e ao mesmo tempo um privilégio. Alguns comentários – dentro desta linha – devem ser feitos porque nós só alcançamos a maturidade quando temos a liberdade para pensar diferente ter muita empatia e muito respeito por quem discorda da nossa hermenêutica e da nossa etnia.

Em sentido paralelo, será também uma tentativa de diagnosticar ou retratar, segundo a mundividência e ou o ponto-de-vista do ensaísta oferecendo aos leitores o seu juízo-de-valor e um retrato {Se possível com uma moldura especial} ou um cenário sobre os principais destaques das coisas boas que transitaram ou circularam na programação nos diversos módulos do Congresso.

Alguns, ou melhor, pelo menos um desavisado personagem que tinham uma tarefa a realizar, no modo de entender do ensaísta, usou o ‘palco’ com hilariante participação.

Porém – o ensaísta sabe – que o esforço primordial do Conselho Coordenado da IPU foi sério, sincero e tinha um pano-de-fundo que era o grande desejo dos seus integrantes – principalmente do senhor Moderador, em refletir sobre a importância da Fé Cristã em nossas vidas. Os princípios fundantes estampados nas Logias Principais de Jesus precisariam e precisam – urgentemente – serem recuperados. Quem tem dúvida que uma atitude corajosa precisa ser adotada?

O que aconteceu de negativo ficou por conta do exagero de poder manifestado por um dos dirigentes do Congresso, mas até ele tem o direito de andar na contramão. Erros de percurso são uma tônica da existência humana. O que ultrapassar o limite de uma consciência possível, nós, porém, devemos aplicar o:

“Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisso conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros” {Jo 13, 34-35}.

E o ensaísta acrescentaria: a despeito de... A imparcialidade deve ser a tônica do ensaísta e ele será um falso discípulo se não for capaz de cumprir este mandamento de Jesus, o Cristo. O

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resto fica por conta do Senhor da História que não está indiferente com o que está acontecendo – na religiosidade superficial dos que têm a responsabilidade de anunciarem o Evangelho.

Não é novidade. Dizer que a linha principal da igreja é o IDE E PREGAI seria a ocultação de verdade. Conforme John L. McKenzie, Evangelho, do gr. ‘EUANGELION’. Transliterado para o nosso idioma significa {boa nova} e ‘EUANGELIZESTHAI’{anunciar boas novas} Qual foi à boa nova que Jesus veio anunciar:

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor” {Lc 4, 18-19}.

Um ano de graça do Senhor, corresponde: ao ANO JUBILEU {McKenzie, é o nome dar nas línguas modernas à lei de Lv 25,8-17.29-31. O nome deriva da forma do grego e do hebraico {YÔBEL = ‘trombeta’}: o início do ano era proclamado com o toque de uma trombeta. A lei prescreve que, depois de 49 anos, cada qual retome a propriedade de sua terra: nesse ano, o terreno não deve ser cultivado.

O ensaísta vai tentar oferecer uma projeção dos acontecimentos. Apenas os pontuais tendo em vista que não é onipresente e não poderia estar em todos os lugares na mesma hora.

Cada passo da linha programática elaborada pelos organizadores e isso foi objetivado e ficou bem transparente, ou seja, seria repensar a nossa maneira de vivenciar a Fé e um agir – na prática – mesmo que o conflito e a crise tenham se instalado em nossa vida religiosa o que é normal e até benéfico para a nossa Fé Cristã.

Sabemos que ‘crise’ em sua etimologia está ligada a crisol ou acrisolar que tem o sentido de purificar e quando isso acontece no ‘espiritual’ Deus, na sua Sabedoria vai assegurar o seu o propósito de purificar a nossa Fé.

Estas linhas – não poderiam ser classificadas como uma obra literária – mas sim, concebida e enquadrada como um simples um ensaio devido ao caráter provisório do assunto em pauta. O que é pontual jamais será o definitivo. Cada módulo do encontro teve uma importância fundamental. Sabemos que a finalidade desse Congresso da IPU foi a de procurar caminhos de um retorno as nossas origens.

O esforço maior do Conselho Coordenador {??? -!!!} – com méritos particulares para o Moderador Rev. Enoc – tinha como escopo especial mexer com os brios dos eclesianos da IPU que eventualmente ou de caso pensado, teriam optado em dar uma ‘mergulhada’ nas areias movediças da apatia ‘espiritual’ e, em razão disso, desfigurando o mito fundante da nossa eclesiologia, ou seja: trabalhar para solidificar essa ‘NOVA FORMA DE SER IGREJA’. Isso ficou translúcido na linha temática do encontro.

POR QUE SURGIU ESTE LEMA: UMA NOVA FORMA DE SER IGREJA?

Os eclesianos da IPB são nossos irmãos de fato e de direito. O que abaixo for escrito não tem um sentido polêmico ou apologético. Retaliação? Jamais! Temos uma história em comum e não será uma marca religiosa que vai criar uma incompatibilidade com quem – na Comunidade da Fé – foi nosso parceiro na alegria e na tristeza.

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Depois dos nossos 32 anos de existência da IPU parece que algo está mudando. Sentimos o Espírito de Deus trabalhando pela união dos presbiterianos. Isso só será possível caso vençamos as barreiras, ‘ABRINDO-MÃO’ dos ditames do nosso ego mais tudo só acontecerá se for da vontade de Deus e dentro de uma consciência possível. Portanto o que for escrito na seqüência é apenas uma recordação histórica que deixou marcas negativas no nosso coração.

Nós pertencíamos ao Presbitério Rio Norte, jurisdicionado pelo Sínodo da Guanabara. Todas as Igrejas e os seus ministros foram levados e transferidos pela Comissão Executiva da IPB para o Sínodo Oeste Fluminense sendo que oito ministros e nove Igrejas teriam que sentar no ‘BANCO DOS RÉUS’ na reunião do citado Sínodo para serem julgados. Por que, nós nunca ficamos sabendo o real motivo dessa decisão?

Foi um episódio nascido da intolerância da Hierarquia da IPB, que mandou arbitrariamente – infelizmente não temos como passar uma borracha nesta página obscura da história – os seus obreiros e suas Igrejas para serem ‘JULGADOS’ por outro Sínodo. Mas antes disso todos foram injustamente perseguidos pela ação discricionária já citada. Os pastores visados, em razão disso – por consentimento mútuo – em 6 de junho de 1982 acordaram fazer uma proclamação que era ao mesmo tempo um grito de alforria: o Presbitério da Cidade do Rio de Janeiro surgiu nesta época.

Nela se declarava: RESOLVEMOS, nesta data, 6 de junho de 1982, DESLIGARMOS-NOS, TEMPORARIAMENTE, DA ATUAL ESTRUTURA DE PODER DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL.

O DOCUMENTO TEM UMA PERORAÇÃO ESPECIAL:

‘agora, ao nosso povo, o convite para prosseguirem em suas orações a favor da Igreja Presbiteriana do Brasil, a fim de que o nosso deus lhe abra outras perspectivas de ação, no Espírito reconciliador de Jesus cristo, para que voltemos a ser uma só Igreja Presbiteriana – muita gente, diferente entre si no modo de ser e DE SE EXPRESSAR NA FÉ, MAS UM POVO QUE O MESMO DEUS E PROCLAMA UM SÓ SENHOR, JESUS CRISTO’Este documento foi produzido pelo Rev. Domício Pereira de Mattos e colocado neste ensaio em forma de parêntese.

Até hoje não houve uma retratação da IPB por este absurdo erro histórico produzido por homens igualmente falíveis e que estavam ideologicamente doentes vivenciando uma Fé comprometida com interesses anticristãos. Quem sabe um dia alguém mais lúcido não toma a iniciativa de corrigir esse equívoco que em nada engrandece a honrosa tradição da IPB?

Foram todos julgados, despojados do ministério a revelia porque lá não comparecemos. Com relação ao ensaísta e ao Rev. José de Aguiar Vallim Filho, ambos foram juntamente com os demais julgados e no Brasil Presbiteriano foi publicado em relação aos dois últimos: DESPOJADOS DO MINISTÉRIO, SEM MOTIVOS.

Nós fomos chamados – e impiedosamente acusados de adoradores de BA’AL – e o ensaísta deu a resposta ao pastor que fez a acusação no boletim da Igreja que pastoreava, em artigo de duas páginas, publicado na Imprensa Evangélica, ano 1, nº 2 de novembro de 1982.

RETORMANDO A PROBLEMÁTICA CHAMA DA IPU QUE ESTÁ ‘TRAMITANDO EM JULGADO’ É BOM RETOMAR O FIO-DA-MEADA:

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O ensaísta tem a consciência lúcida e clara de que reverter uma situação que virou rotina e caiu nas malhas da tradição ou Tradição, não é uma tarefa das mais confortáveis, mas colocando o nosso momento histórico – de muitas interrogações – pendentes e sem resposta – com realidade e coração aberto – poderíamos usar o princípio ativo da homeopatia {Similia similibus curantur}, ou seja:

‘AS DOENÇAS SÃO CURADAS PELOS REMÉDIOS QUE PODERIAM PROVOCÁ-LAS’.

NÃO SERIA ESTE UM CAMINHO?

O grande problema para se combater o mal com o próprio mal se situa na dificuldade de se detectar o mal. Por quê? Por que como se trata de uma organização eclesiológica, o processo hermenêutico é diferenciado, tanto para hierarquia quanto para laicato. O leigo poderá não entender das ciências hermenêuticas, mas é – dentro da Comunidade da Fé Cristã, um formador de opinião e isso é o resultado do que ficou instituído no séc. XVI, quando os reformadores declararam o “O SACERDÓCIO UNIVERSAL DOS FIÉIS.

Com todo respeito aos organizadores do Congresso, não sou simpático ao ‘slogan’ do cartaz: “NÃO SÓ O CORPO RESSUSCITAR, TAMBÉM A ALMA DO MAL SALVAR” e o seu complemento: ‘RECOLOCANDO A EVANGELIZAÇÃO COMO A PRIORIDADE DA IGREJA’. A canção do colega João Dias não e não poderia jamais ser mutilada por que cada palavra e cada frase por ele escrita tem um significado especial.

O ensaísta fica com a impressão que privilegiaram apenas uma parte da canção, ou melhor, a que estava em consonância com os objetivos de quem idealizou o Congresso:

“Não só a alma do mal salvar, também o corpo ressuscitar”Conversei com o colega João no dia do encontro e lhe disse: da sua canção seria preciso esclarecer esta questão da ALMA.

O QUE É ALMA?

O ensaísta tem muitas opiniões de respeitáveis especialistas da exegese bíblica sobre o assunto que se fosse agora usar, tornaria muito extenso o ensaio. Apenas o ensaísta quer colocar que no hebraico o significado de ALMA tem um sentido diferente do grego. Esta é uma discussão para outra oportunidade.

O ensaísta vai dar apenas uma pincelada sobre esta questão da ALMA:

O HOMEM POSSUI O É ALMA?

“{...} Das reflexões feitas anteriormente se depreende que o homem constitui uma unidade radical corpo-espírito.Corpo não é uma parte do homem, coexistindo ao lado da outra parte a alma. Alma e corpo não são coisas que se possam separar, mas dimensões de um e o mesmo homem. Por isso não se concebe uma alma separada. Isso seria destruir sua essência, pois ela é essencialmente encarnada e não acidentalmente, de forma a poder subsistir sem a matéria. Ela seria um anjo, mas não alma humana. Ora, essa compreensão torna supérflua e impossível uma reencarnação da alma em corpos sucessivos até retornar a ser puro espírito, livre da matéria, como afirmam os espíritas. Se concluirmos ainda que a ressurreição aconteça depois da morte, porque por ela o homem atinge sua culminância de hominização terrestre, passando para uma situação

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celeste, então se torna novamente inócuo qualquer retorno à vida terrestre, para tentar novamente a experiência e aventura da existência.

Se a teologia cristã, à deriva da teologia bíblica que não conhece sequer a palavra ALMA sem corpo e corpo sem ALMA, tivesse afirmado e ensinado a unidade substancial e essencial do homem corpo-alma, certamente teria sido menor a tentação espírita. Na verdade, a elaboração antropológica instaurada dentro da reflexão teológica cria as bases para uma deturpação no espiritismo”{Fonte: VIDA PARA ALÉM DA MORTE, Leonardo Boff, 3ª edição, Petrópolis-RJ, 1974}

O ENSAÍSTA PREFERIRIA TRABALHAR A SEGUNDA ESTROFE DA CANÇÃO:

“Há muita fome no meu país, há tanta gente que é infeliz, há criancinhas que vão morrer, há tantos velhos a padecer. Milhões não sabem como escrever, milhões de olhos não sabem ler nas trevas vivem sem perceber que são escravos de outro ser”O Rev. João Dias que é um GIGANTE enxergou mais longe e colocou em sua canção a nossa triste realidade. Sem desprezar as vidas sem salvação, que ainda não garantiram um lugar eterno ao lado de Deus, deveriam adentrar em todas as questões da canção.

Por que prioridade para evangelização? Estariam desejando priorizar o evangelismo? Se a finalidade última da igreja é fazer prosélitos, estariam certos. Os discípulos de Jesus – no epísódio da multiplicação dos pães – queriam dispensar a multidão. A ordem de Jesus foi literal e sem rodeios:

“{...} Dai-lhes vós mesmos de comer” {Mt.14,16b}

Tenho a impressão que os organizadores do Congresso foram despertados para parte do problema que tem afetado a igreja.

Sobre EVANGELIZAÇÃO é oportuno transcrever, ‘ipsis litteris’ a opinião {que não é somente uma opinião e sim um depoimento histórico} deste Gigante da Teologia, chamado Julio de Santa Ana, para a revista Educação Teológica em debate, ASTE e co-edição Editora Sinodal, 1988, São Paulo/São Leopoldo-RS:

“{...} E a evangelização significa o reconhecimento, em primeiro lugar, de que eram destinadas as pessoas, o que não era aceito pela teologia oficial que se fazia naquela época. Por exemplo, discutia-se, na Espanha {isso ocorreu entre as potencias coloniais da América Latina}, se os índios tinham alma ou não tinham alma, para poderem passar pela salvação. Essas pessoas começaram a colocar perguntas teológicas em meio à situação vigente, em meio ao genocídio, em meio à dificuldade de comunicar e reconhecer, por parte dos índios, que Deus também os amava. Porque para os índios – isso deve ficar muito claro – e não somente para os índio, mas também para os descendentes de africanos, na América Latina o Deus dos cristãos significou a morte e não a vida. O Deus dos cristãos significou que os índios tinham que ir trabalhar e morrer nas minas, que as mulheres deviam ser violadas, que os filhos deviam ser separados dos pais o trabalho escravo. E o trabalho na plantação, na ‘ENCOMIENDA’, devia ser um trabalho de pelo menos 16 horas por dia, o que explica o genocídio do qual estávamos falando”.

A IGREJA ESTÁ SUJEITA A SÉRIOS RISCOS254

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Vejamos dois, os mais freqüentes, que são linhas de comportamento eclesiológico:

Leonardo Boff, em seu livro O Pai Nosso identificou – entre outros – um problema que tem duas dimensões: NEM TEOLOGISMO NEM SECULARISMO. Os extremos são perigosos.

“Há dois perigos que importa evitar, sobre os quais tanto o Papa Paulo VI na EVANGELIO NUNTIANDI {1975} quanto os bispos em Puebla {1979} nos chamaram a atenção. O primeiro é o reducionismo religioso {teologismo}: limita-se a ação da fé e da Igreja ao campo estritamente religioso, ao culto, à piedade e à doutrina. O Papa Paulo VI foi claro ao sustentar que «a Igreja não admite circunscrever a sua missão ao campo religioso, como se se desinteressasse dos problemas temporais do homem {EN n.34}”. Puebla expressou-se de forma ainda mais contundente:

‘O cristianismo deve evangelizar a totalidade da existência humana, inclusive a dimensão política. Por isso a Igreja critica aqueles que tendem a reduzir o espaço da fé à vida pessoal ou familiar, excluindo a ordem profissional, econômica, social e política, como se o pecado, o amor, a oração e o perdão não tivessem importância aí. O que se enfatiza é a necessidade de se compreender adequadamente o cristianismo, não como uma região da realidade {o campo religioso}, mas precisamente como um processo de encarnação de toda a realidade para redimi-la e fazê-la matéria do Reino de Deus. Importa que a fé seja verdadeira e salvífica. E ela é salvífica e, por isso verdadeira, quando se faz amor. E o amor que nos faz apropriar a salvação não é uma teoria, é uma prática. Somente a fé que passa pela prática do amor é digna deste nome. Portanto, faz-se mister articular a fé com as demais realidades da vida’.

“O segundo perigo é o reducionismo político {secularismo}: restringe-se a importância da fé e da Igreja ao espaço estritamente político. Sua missão seria reduzida «às dimensões de um projeto simplesmente temporal; os seus objetivos a uma visão antropocêntrica; a salvação, de que ela é mensageira e sacramento, a um bem-estar material; a sua atividade – esquecendo todas as preocupações espirituais e religiosas – a iniciativas de ordem política ou social» {EN n. 32, Puebla n. 483}.

“A fé possui uma dimensão voltada à sociedade; mas não se exaure nisto; seu olhar, em seu sentido originário, se orienta para a eternidade e daí contempla a atividade política e informa a ação social. Ela anuncia e sinaliza já dentro da história uma salvação que a história não pode produzir uma libertação tão plena que gera a perfeita liberdade, mas que começa já agora aqui na terra”.

UM DESTAQUE E OS NOSSOS APLAUSOS PARA OS JOVENS:

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PARA OS JOVENS {QUE TIVERAM EXCELENTE PARTICIPAÇÃO NO XIX ENAJOP, CONGRESSO NACIONAL IPU E, PARA A NOSSA ALEGRIA, DEIXARAM MUITO EVIDENTE QUE NÃO ESTÃO ESCRAVIZADOS À ‘REDE DA ALIENAÇÃO’}.

Rachel de Queiroz, na contracapa do livro VOCÊ TAMBÉM FAZ A HISTÓRIA escreveu:

“Há que se respeitar a noção que os jovens já têm do mundo e dos seus problemas; a sua capacidade de mobilizar-se em prol de figuras e temas que os sensibilizem ou apaixonem; mas há que fugir igualmente da chamada literatura apologética, pois é sabido que o jovem ressente ao máximo qualquer visível tentativa de manobrá-lo, embora seja em nome de uma boa causa {...}”.

A LINHA TEMÁTICA SUBSIDIÁRIA OFERECIDA AOS JOVENS... RESGATANDO NOSSA HISTÓRIA E REAFIRMANDO NOSSA IDENTIDADE ‘PARA QUE NÃO SEJAMOS MAIS COMO MENINOS ARRASTADOS POR VENTOS DE DOUTRINA’Será que os jovens precisam resgatar alguma coisa? Será que o subtema vale para eles. Hoje os jovens estão mais maduros do que nós imaginamos. Não são mais adolescentes mesmo levando-se em consideração que de conformidade com as projeções dos mestres da psicologia, a adolescência vai até os 30 anos. Eles não mais ‘correm mais atrás do vento’{Ec 1,14b} porque sabem que é uma pura perda de tempo. Estão conquistando o seu espaço já agora e não no futuro. Representam – por esta via – a geração forte da IPU. Nos meus tempos de jovem, ouvia-se dizer que a mocidade era igreja de amanhã. Quanto equívoco! A mocidade sempre foi a igreja de hoje.

{N. do Ensaísta: Coloquei aspas no subtema porque por descuido ou falta de revisão o cartaz ou clichê deveria mencionar a fonte, ou seja: ‘Corpus Paulinus’, Efésios 4,14 que tem a seguinte redação:

“Assim, não seremos mais crianças, joguetes das ondas, agitadas por todo o vento de doutrina, presos pela artimanha dos homens e da sua astúcia que nos induz ao erro”. Transformar em sinopse uma expressão paulina!!!...

UMA PREOCUPAÇÃO ANTIGA, CHEIA DE INDAGAÇÕES SEM RESPOSTAS:

A XIX ENAJOP, longe de ser um simples Congresso ou um encontro rotineiro de irmãos da mesma Fé, foi sem dúvida, uma necessidade de reavaliar o que foi feito e como foi feito, um repensar o que até aqui vivenciamos como igreja {COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ, POVO DA NOVA ALIANÇA, CORPO MÍSTICO DE CRISTO}. Este tipo de questionamento já foi motivo de preocupação de outros Conselhos Coordenadores

AGORA UMA CARINHOSA ADVERTÊNCIA:

Tentar avançar no numérico e não associando, a recomendação petrina quanto à qualidade ou a qualificação do crescimento seria uma medida unilateral que faria a igreja andar de muletas:

“CRESCEI DA GRAÇA E CONHECIMENTO DE NOSSO SENHOR E SALVADOR JESUS CRISTO” {2º Pe 3,18} deve ser a linha programática da igreja.

AFINAL O QUE É EVANGELIZAÇÃO?

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J.B. Libânio, no livro EVANGELIZAÇÃO E LIBERTAÇÃO, 2ª edição, Reflexões Aplicadas à Vida Religiosa, Editora Vozes, Petrópolis-RJ, co-edição CRB, 1976 opinasobre este tema que sempre foi – em todos os tempos – a alavanca que sustentou todas as eclesiologias:

“A EVANGELIZAÇÃO é toda atividade da Igreja, pela qual a fé é despertada e alimentada e pela qual os homens são chamados à conversão e a participar do mistério salvífico de Cristo proclamado no Evangelho e expresso na vida. Os elementos mais importantes da ação evangelizadora são: A PREGAÇÃO DA PALAVRA; A CELEBRAÇÃO DO SACRAMENTO; O TESTEMUNHO DE VIDA E A PROMOÇÃO CRISTÃ DA REALIDADE TEMPORAL, SOBRETUDO ATRAVÉS DA JUSTIÇA SOCIAL {...}”O grande dilema da Fé Cristã hoje é não deixar que a igreja se transforme numa Comunidade de minorias, mas geralmente a numerologia que nos deixa animados tem lá os seus riscos. O ‘CRESCIMENTO’ numérico é válido, mas não devemos esquecer que as massas que atiravam ramos de flores no chão para Jesus e o seu burrico passarem iniciando a via sacra objetivando a realização do Projeto Salvífico de Deus, a partir da Entrada Messiânica de Jerusalém, foram os que na hora da verdade o deixaram abandonado e só na Cruz. O que é que vale?...

As opiniões são variadas, mas direcionadas para o mesmo fim e com a mesma conotação e preocupação. Vejamos:

1. DO REV. ABIMAEL ETZ RODRIGUES

“Os sofrimentos dos pobres cobrem o nosso rosto de vergonha do pecado da presunção e do materialismo do protestantismo institucionalizado. É sobre os ombros deles que repousa a esperança redentiva de Cristo. Quem há de mudar o mundo são os flagelados das inundações e das estiagens, os marginalizados das grandes das cidades, os oprimidos deste estúpido e fracassado desenvolvimento e os estripados, viúvas e órfãos das fratricidas e hediondas instigadas pelos Estados ricos produtores de instrumentos de morte. Não são os poderosos e nem os políticos profissionais que realizarão o Reino de Deus. Estes apenas destruirão o mundo que Deus tanto amou.Estas mudanças que têm acontecido conosco custam-nos muito caro, são difíceis de serem aceitas e assimiladas. Não podemos negar que alguns nos deixaram. Não compreenderam a liberdade e nem suportaram o dever do amor. Porem, este é o caminho da nossa fé. Não podemos trair a visão do Evangelho que o Espírito Santo nos está dando. Torna-se cada vez mais claro para nós que havemos de ser muito mais um discipulado de Cristo que igreja-instituição. A mensagem e o estilo de vida que a Igreja Presbiteriana Unida do Brasil propõe estimula intensamente o nosso jeito de proclamar e viver o amor de Deus”

{Fonte: Imprensa Evangélica, Ano II nº 8 – Dez. de 1983, Rio de Janeiro-RJ}

2-Do Rev. Domício Pereira de Mattos257

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A IGREJA MUDA OU DEUS A ABANDONARÁ: “Estamos virando a página do Ano e entrando na última década do Século XX, e, por que por que mão dizer, também do segundo milênio... Que não seja um simples virar de página. Vamos dar uma olhada na página que acaba de ser virada. Que pena! Não dá mais para corrigir ou rasurar... Lá estão os nossos erros, os nossos enganos, a nossa maledicência, os nossos rancores, os nossos julgamentos apressados, o nosso desamor e a nossas perdas de oportunidade para fazer o bem e engrandecer o nome do Senhor. Só podemos fazer uma coisa: arrependermo-nos sinceramente das coisas erradas que foram feitas, confessar ao Senhor as nossas culpas e prometer-lhe, de todo o coração, a começar a escrever na página e branco, limpa, que Ele nos dará uma nova história. Sem borrões, sem manchas, sem rasuras. ... Ou nos arrependemos dos nossos erros e começamos, em amor, uma nova fase da vida comunitária de nossa IPU, ou o Senhor tirará das nossas mãos o livro e não poderemos escrever mais nada! Porque ‘{...} o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza respectivos frutos’ {Mt 21,43} Assim diz o Senhor. E é bom ouvi-lo!”. {Fonte: Imprensa Evangélica, nº 38, 1990} CONSULTA MISIONÁRIA 19 a 23.9.1990 Linha temática: a mesma dos artigos anteriores.

IDE E ANUNCIAI Caderno do PIEC – Projeto Integrado de Educação Cristã Vitória, 02-03 de 1997, nº 17 1º Encontro Nacional de Presbíteros {as} da IPU Linha temática: A mesma do Congresso XIX ENAJOP

Antes de dar seguimento às linhas principais deste ensaio uma nova manifestação de descontentamento e estranheza do ensaísta por terem ‘deletado’ o PIEC. Ele nasceu quando o missionário americano Jaime Wright – que na ocasião era o Secretário Geral da IPU, sugeriu que se fundissem todas as Secretarias à Secretaria de Educação Cristã. O ensaísta naquela ocasião e assumiu a responsabilidade de criar um projeto para a nossa IPU. Foram muitas tardes no Cosme Velho, Colégio Sion, que o PIEC nasceu, floresceu e se transformou em esperança para a Igreja. Nada fiz sozinho. Nós, o ensaísta, o Rev. José Bittencourt Filho e o Secretário Executivo do CEDI, o psicólogo Rafael trabalhamos – semanas após semana, incansavelmente.

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A reverenda Maria Luiza Rückert, de inegável competência e seu esposo o Rev. Paulo Roberto Rückert estavam com muita dedicação fazendo um bom trabalho e produzindo um Caderno do PIEC, e o nome do jornal tinha uma conotação evangelistica, ou seja: “Ide e anunciai” com uma boa diagramação e o seu conteúdo era dos melhores.

Será que este caderno se tornou tão pernicioso para a IPU? Como ‘plantar’ igrejas ou IGREJAS {não foi definido que tipo de Comunidade se quer plantar: a Instituição Eclesiástica, que é ideológica ou a igreja {COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ, POVO DA NOVA ALIANÇA E OU CORPO MÍSTICO DE CRISTO} na base das excludências injustificáveis?

Nunca é demais lembrar a parábola que Jesus contou. A ação do homem, por mais Congressos e falatórios nada irá resolver sem a intervenção do Espírito de Deus.

ASSIM SE INICIA A PARÁBOLA NA VERSÃO DA ESCOLA MATEANA:

“O Reino dos Céus {Deus} é semelhante a um homem que semeou boa semente no campo. Enquanto todos dormiam...” {Mt 13,18-30}. “O que foi semeado em terra boa {O hagiógrafo adjetivou o substantivo que também é feminino} é aquele que ouve a Palavra e a entende...” Será que os evangelizadores da IPU estão usando a semente certa, porém em solo errado? Semear a Boa Nova do Reino de Deus requer cuidados especiais, mas jamais ao homem foi passada a tarefa de plantar Igreja. Jesus, o Cristo, cria uma figura agrária para mostrar que a semeadura tem as suas implicações. Agora – morando em Teresópolis – o ensaísta tem presenciado coisas interessantes. Plantar exige para que uma árvore cresça uma terra boa, um bom adubo, um clima favorável e um momento certo. Não sou contra e nem a favor das pessoas que pensam de forma diferente. Nessa história quem está certo é Jesus, O Filho de Deus. O resto são literaturas e especulações inúteis.

E aqui o ensaísta toma de empréstimo a opinião de Feuerbach citada por Rubem Alves no opúsculo Tempo e Presença Editora Ltda 08/1972, RJ, GB:

O QUE É RELIGIÃO, COMO EXPERIÊNCIA HUMANA?

“‘Religião’, Feuerbach responde: ‘é o ato pelo qual o homem se separa de si mesmo... e no qual ele contempla a sua natureza latente’. O homem é um ser dividido; é isto que o distingue dos animais. Dividido por não se conformar consigo mesmo, tal como ele é, Transcende-se, Mas este ato de transcender-se emerge na consciência humana em sua capacidade de ‘projetar’, de criar imagens, de ver-se à distância. Mas o que é que o homem projeta? O que é que ele vê? Ele projeta e vê aquilo que existe latente em sua própria natureza, suas potencialidades não realizadas em suas experiências históricas”

Feuerbach {ateu confesso} afirma que o homem transcende-se. Provavelmente talvez seja um ‘nó’ para a cabeça de muitos eclesianos e por que não dizer também da Hierarquia. O ensaísta vai tomar de empréstimo a palavra de um ‘gigante’ e subir em seus ombros para enxergar

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melhor e com mais clareza. Leonardo Boff, que foi escolhido Paraninfo da nossa turma de Bacharel em Teologia vai nos oferecer a sua mundividência sobre o assunto:

A religião trabalha com um ‘MATERIAL’ especial: A graça Libertadora de Deus; o Mistério, a transcendência, a imanência, Vida além da morte, e enigma da Cruz, a inexplicável – sob o ponto-de-vista humano, duas naturezas de Jesus, ou seja: a divina e ao mesmo tempo a humana, a Fé e o Crer e uma não poderá viver sem a outra, o nascimento virginal de Jesus, o processo de interação da celebração eucarística, o Deus-Trino faz uma matemática divina onde 1 é 3 ao mesmo tempo apenas 1, a canonicidade dos hagiógrafos que escreveram, segundo o entendimento da igreja, por inspiração do Espírito de Deus, a tradição que trás até os nossos dias sagas, mitos e relatos anacrônicos, como é o caso do Ato Criador de Deus, as Logias Principais de Jesus apontando-nos os horizontes eternos, e o et cetera...

Fazem parte um somatório os arquétipos criados que são particularidades da religião e o que mais assusta aos desavisados ou aos que não nenhuma orientação teológica é a questão da transcendência e da imanência por causa de um posicionamento ateísta de alguns pensadores contemporâneos que acusam por causa da transcendência, Deus ausente da nossa realidade. A imanência mostra-se ligada a materialidade recusando a transcendência.

Na seqüência este ensaio não poderia deixar de subsidiar a questão que está e faz parte das preocupações dos eclesianos que têm os seus nomes arrolados e mergulhados nos mistérios profundos da Fé Cristã, ou seja:

A METAFÍSICA MODERNA QUE SE OCUPA COM A IMANÊNCIA E A TRANSCENDÊNCIA, INCLUINDO-SE DENTRO DESTE CONTEXTO, A EXPERIÊNCIA HUMANA QUE É O FRUTO DE UMA REALIDADE VIVIDA E SE TRADUZ NA LINGUAGEM, MAS SEGUNDO O DIÁLOGO ENTRE A RAPOSA E O PEQUENO PRÍNCIPE,

“A linguagem {ou a fala} é uma fonte de mal entendidos”

E ISSO NOS DEIXAR PREOCUPADOS PORQUE O EMISSOR PODE TER UM UNIVERSO DIFERENTE DO RECEPTOR E ENTÃO TUDO SE COMPLICA, PARTICULARMENTE QUANDO SE TRATA DE RELIGIÃO.

Então devemos prestar atenção no que escreveu Leonardo Boff que mostra-nos as implicações que nascem na eclesiologia, fruto de ‘mal entendidos’ na Revista de Cultura VOZES, nº 4, 1975, ano 69 a Teologia da Graça Libertadora, op. cit. pág. anterior:

“Só podemos falar... de Deus se Ele emergir de dentro da experiência do homem na caminhada de sua vida com outros e com o mundo”

AGORA O QUE O ENSAÍSTA PROMETEU ANTERIORMENTE...

“{...} Que tipo de experiência humana é essa, para a qual é significativo falar em graça e sobrenatural? Em outras palavras: graça e sobrenatural não são realidades em si, existentes fora da vida, hipostasiadas {Nota do ensaísta: HIPÓSTASE – do gr. «HYPÓSTASIS». Filos. = ficção ou abstração falsamente rotulada como real}

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fora do mundo e daí relacionados com o homem. A linguagem faz isso e o fará de forma inevitável. Mas a linguagem não é a realidade originária. Ela é já tradução; é interpretação; é momento segundo. Antes de dizer, uma experiência foi vivida.

Para entendermos o que seja o sentido originário de graça, precisamos questionar o esquema que contrapões grã-natureza, graça-homem, graça criação, fazendo-nos crer que graça seja uma realidade em si, embora relacionada com o mundo. A metafísica clássica hipostasiou, por exemplo, a transcendência como uma realidade ou um mundo contraposto à imanência. Transcendência vem a significar a esfera do sobrenatural. A imanência a do natural. Estas, na verdade, são objetivações de uma experiência humana.

A metafísica moderna se dá conta de que tanto transcendência como imanência são objetivações. Não constituem a realidade originária. Por isso fala da morte da metafísica. Não que negue a metafísica. Mas considera a metafísica clássica {dos gregos e dos medievais} como uma epocalidade do pensamento humano onde o Ser foi pensado em termos de Ente e onde a história do Mistério se desvelou na forma do predomínio do Ente. A metafísica moderna {de Kant em diante até Heidegger} tenta pensar a partir de um ponto mais originário do que a metafísica clássica. Entende esta como uma errância e um esquecimento do Sr enquanto Ser e como uma identificação da representação {transcendência e imanência como opostos e duas realidades} como a realidade.

Na linguagem criamos sempre dois mundos, por isso, semanticamente a metafísica moderna é tão dualista quanto a clássica. Mas só no nível da linguagem. A metafísica clássica tenta, no interior do dualismo semântico, pensar a realidade originária uma e idêntica.

Qual é essa realidade originária? A realidade originária é a história. História originária não é o relato lógico dos fatos acontecidos. Mas é a situação do homem ou o homem mesmo enquanto é ex-istência, situação, enquanto se decide, assume um compromisso, se engaja, se define dentro de seu estar-no-mundo-com-os-outros em sociedade e assim vai construindo sua identidade. Se o homem viver sua historicidade radicalmente, assumir sua abertura para o mundo e para o outro, se engajar num processo de libertação, começa a aparecer aquilo que ele realmente é: alguém dentro de uma situação, limitado, encurralado dentro dela, um ser-que-está-aí junto de outros, podendo manipular – quando é deixado – seu mundo e o complexo de suas relações; quer dizer, experimenta aquilo que é o sentido da imanência; por outro lado, dentro desta limitação situacional, mostrar-se alguém que pode se erguer infinitamente sobre esta situação, seja acolhendo-a, seja rechaçando-a, seja protestando contra ela, aberto para um futuro ainda não experimentando e definido; em outras palavras, experimenta o sentido originário de transcendência.

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Imanência e transcendência não são, pois duas entidades, mas são duas dimensões da mesma e única vida. Na historicidade do homem elas vem juntas, e se dão como aparições da realidade radical do homem. O homem mostra-se como imanente e transcendente; como feito e produzido e como ainda e sempre por fazer e por ser gestado pata dentro do futuro em aberto. Essa é a realidade originária {...}”

O imanentismo metafísico reduz a realidade à experiência {empirismo} ou ao pensamento {idealismo}.

Dele derivam o agnosticismo, o positivismo, o panteismo e outras doutrinas errôneas que recusam a transcendência.

JUNG {Filho de pastor Luterano} e Tillich {Teólogo protestante alemão naturalizado norte-americano – 1886/1965} trabalharam a questão da imanência e da transcendência que no Congresso XIX ENAJOP não foi motivo da reflexão, mas que tem muitas implicações no pensamento dos eclesianos. O ensaísta já usou este texto em um recente sob o tema Comunicação e a Evangelização:

“Nas suas reflexões biográficas e nos seus trabalhos mais importantes, Jung e Tillich mostram uma percepção aguda do lado destrutivo da religião em geral, e, especificamente, da religião na qual foram criados. Cada um a seu modo, assumiu a tarefa de defender a humanidade ocidental. Eles julgaram que a religião desta tinha se tornado hostil às suas próprias necessidades e que o cristianismo, o sistema de mitos e símbolos culturalmente predominante, não mais poderia oferecer ao Ocidente o sustento espiritual necessário. A preocupação para com as necessidades espirituais de seu tempo levou os dois homens a exigirem a restauração do sentido e significado da religião, como também a reativarem uma consciência, que de novo poderia apreciar e responder aos símbolos, que são a linguagem nativa da religião.Argumentavam que este sentido da religião somente podia ser restaurado se o homem pudesse recuperar sua experiência de ser imagem de Deus... Teologicamente, para Tillich, isto significa fundamentar o ser e a vida do homem, intimamente, no ser e na vida de Deus... Os dois sugerem – e Tillich exige – que a experiência da psique dentro da vida é à base da percepção humana de Deus além da vida. A percepção da imanência divina é à base, para o homem, de sua percepção de um Deus transcendente”{Fonte: A PSIQUE como sacramento de John P, Dourley, sacerdote e analista junguiano, Edições Paulinas, SP – Brasil, 1985}O QUE ISSO TEM DE IMPLICAÇÕES PARA OBSTRUIR O CAMINHO DA UNIDADE?

O caminho para a implementação do Reino de Deus entre os homens é este: A UNIDADE. Devemos abraçar o projeto da EVANGELIZAÇÃO com o coração, associando a FÉ e ao CRER. Jesus, o Cristo em nenhum momento exigiu que tivéssemos FÉ nele, mas deixou claro em sua Logia quando falou para Jairo, Chefe da sinagoga de Cafarnaum que acabara de receber a notícia que sua filha tinha morrido:

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Quantas são as dimensões da Fé Cristã? Thomas H. Groome em seu livro EDUCAÇÃO RELIGIOSA CRISTÃ, Compartilhando nosso Caso e Visão, Edições Paulinas, São Paulo, 1985. Ele afirma que são três e escreve:

“Minha asserção é que a Fé Cristã como uma realidade vivenciada tem três dimensões essenciais e constitutivas:

1. uma convicção de crença;2. uma relação de confiança;3. uma vida vivida de ágape.

Dado o fato de que aqui estamos falando especificamente da FÉ CRISTÃ, e desta Fé como vivenciada, essas três dimensões encontram expressão em três atividades;

4. a fé como crença;5. a fé como confiança;6. a fé como ação.

Sustento, ainda mais que quando propomos a Fé Cristã como finalidade da educação religiosa, todas as três dimensões e atividades devem ser promovidas.

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Um dos maiores adversários do eclesianos das variadas igrejas do ramo cristão são o ISMOS. Não podemos fugir deles porque fazem para da história e que de forma subliminar entram pelas portas das Igrejas e são acolhidos pelos eclesianos e incorporados – muitas vezes acima dos postulados tradicionais da Fé Cristã – soma-se a isso alguns elementos complicadores que são aceitos como arquétipos determinantes do comportamento social e espiritual dos eclesianos. Lamentável!

Todos os ‘ISMOS’ da materialidade são nocivos a Fé Cristã e problematizam para o entendimento dos nossos eclesianos criando os fantasmas que assustam e é por isso que precisam ser mais bem orientados para vivenciar a Fé e Crer no Deus que se faz presente em nossas vidas guiando os nossos passos. O que deve ficar evidenciado, antes que o mérito da questão seja colocado na pauta para a apreciação dos leitores é algo inquestionável, ou seja: ninguém deve se sentir na obrigação de rezar na mesma cartilha que é utilizada pelo ensaísta e dizer amém a sua forma de pensar.

Quem escreve alguma coisa destinada a uma clientela tentando esclarecer uma situação que se afigura controvertida, vai esbarrar na má vontade que muitos

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têm para ler, principalmente quando conhecem os pressupostos do autor do ensaio certamente alguns bloqueios surgem que foi certamente irão se conflitar com o que foi escrito.

Mas isso ninguém vai mudar.

De agora em diante vamos chamar este texto de ensaio em face do seu caráter provisório. Por quê?

Por que e também porque, o ensaísta não é nenhum ‘MONSTRO SAGRADO’ da Teologia e sua capacidade para a ‘EISÉGESIS’ {O que conduz para dentro} e, mutatis mutandis, sua ‘EXEGESE’{O que conduz para fora, que tira} e, ‘ipso facto’, sua hermenêutica é limitada.

Procura se enquadrar no universo eclético, e isso significará um esforço para tentar agradar a ‘gregos e a troianos’. Seu ‘COGITO’ {Substância pensante} não é a de um intelectual. Mas, mesmo assim, procura fazer o melhor. Estas coisas são aqui colocadas para mostrar o perfil do ensaísta. Nada mais! Nada mais!

O MÉRITO DESTA QUESTÃO É AMPLO. O TEMOS A FAZER É SOMAR NOVAS RAZÕES DE ENVOLVIMENTO NUMA REALIDADE QUE MUITOS – NO PASSADO, PRÓXIMO OU DISTANTE – TENTARAM MUDAR, MAS FORAM INESORAVELMENTE VENCIDOS EM SUA VONTADE DE MUDAR – ARRISCAR É POSSÍVEL! SE VAI DAR CERTO...

O Moderador do Conselho Coordenado da IPU o Rev. Enoc Teixeira Wenceslau é um colega sério e para quem com ele convive nos encontros presbiteriais percebe nele uma sensibilidade da Fé Cristã muito aguçada e sua percepção de uma realidade que na eclesiologia deveria ser diferente. Ele não deve ser visto como sinônimo de perfeição, mas sua margem de acertos é muito grande. O ensaísta – pode ter uma formação teológica diferente, recebida numa ‘Casa de Profetas’ que adotou uma hermenêutica e uma grade curricular alternativa, mesmo assim e apesar disso faz questão de respeitar – cristãmente – o Moderador. Além de tudo reconhece que sua tarefa é árdua e sua responsabilidade não tem limites.

Pois bem!

Repetindo e resgatando o que foi feito no passado - Consulta Missionária de 19 a 23 de setembro de 1990, em Mariápolis, SP e 1º Encontro Nacional de Presbíteros {as} que obedeceu a linha temática:

REPENSANDO A IPU, a partir do encontro de 14 a 16 de março de 1997, no Vale da Tranqüilidade, Marechal Floriano, Espírito Santo – colocou na pauta do XIX ENAJOP para a nossa reflexão, suas preocupações com o futuro da IPU.

Sinalizou com o, que a igreja {Comunidade da Fé Cristã, Povo da Nova Aliança e Corpo Místico de Cristo} e os eclesianos que estão ligados à nossa organização Eclesiática, precisariam retomar o modelo da igreja cristã primitiva e não deixar de lado a evangelização.

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Todo o encontro obedeceu a uma base de sustentação tendo como referência maior, o estribilho da letra da canção {QUE ESTOU FAZENDO SE SOU CRISTÃO} do Rev. João Dias de Araujo, carinhosamente chamado de {DINOSSAURO que como sabemos pela historicidade que está passando de geração a geração eram da classe dos répteis mesozóico, notáveis pela variedade de formas e pelo enorme tamanho que mediam 11 metros de altura por 35 de comprimento. Fala-se por uma corrente científica que o petróleo é derivado desses fósseis mortos.}

Anteriormente, ainda neste ensaio, já mencionou e fez ponderações sobre esta linha temática, que não deve de forma alguma poderá ser desprezada, mas colocada como uma das necessidades da igreja que se soma a tantas outras.

De um modo geral devemos agradecer a iniciativa do Conselho Coordenador da IPU por ter provocado essa discussão na pauta do Congresso. O que o senhor Moderador – um pastor ocupado e dedicado fez, por merecer também o nosso reconhecimento – se algo não aconteceu melhor do que ele desejava isso se deve as limitações humanas.

Só – na linha da programação o que não mereceu o NIHIL OBSTAT do ensaísta, foram as palestras. O primeiro o ensaísta não conhecia, mas que além de não conhecer bem a historicidade da IPU, defendeu um tema de certo podo polêmico: PLANTANDO IGREJAS INTENCIONALMENTE.

Ele é brasileiro, mas como já está radicado nos Estados Unidos há muito tempo, deve ter assimilado a sua etnia e, certamente, está por ela muito influenciado e, no modo de entender do ensaísta, já esqueceu a nossa cultura.

Seria bem melhor caso fosse convidado um engenheiro agrônomo da Fé Cristã, e usando um sentido figurado e alegórico, fizesse uma transposição para essa história de plantar Igrejas.

O segundo palestrante eu conheço de sobra, já fizemos diversas campanhas juntos, mas ele tem uma característica que é sua e o ensaísta respeita a de fugir de dar as respostas aos questionamentos levantados. Por exemplo, o ensaísta fez um questionamento e queria ouvir a sua opinião sobre evangelismo extensionista. Ele deu uma volta e afinal deixou de se pronunciar sobre a posição de Paulo Freire {o maior pedagogo do Brasil, infelizmente já falecido}

A organização burocrática deixou os organizadores extenuados, mas foi bem elaborada. Se não ótima não poderia ser mais bem arquitetada. Parabéns!

Hoje, quando vemos mercantilizada a Fé Cristã, particularmente em relação ao nome de Jesus o Cristo, o ensaísta é pressionado pela lembrança das palavras do Papa Leão X {Giovanni de Médicis -1477-1521} sagrado em 1513. Ele protegeu incansavelmente as letras, as ciências e as artes. Foi Leão X quem excomungou Martinho Lutero. Foi dele frase:

“Que grande negócio é esse negócio grande chamado Jesus Cristo”

Adalbert Stifter {1805-1868} é autor da frase:

“Há coisas que alguém sabe durante cinqüenta anos e aos cinqüenta e um se admira de como é grave e tremendo o seu conteúdo”

E O AUTOR COMPLETA:

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“Há cristãos que podem acreditar durante anos e decênios sem terem problemas. De repente percebem que, insensivelmente, os fundamentos de sua Fé se tornaram vacilantes sob seus pés”{FONTE: Nossa Fé Está Mudando? – Orientação para os cristãos de Hoje de Alfred Läpple, Edições Paulinas, São Paulo, 1983}

E O ENSAÍSTA ESTABELECENDO COM ESTE PENSAMENTO E O PENSAMENTO DOS QUE HOJE FAZEM PARTE DA COMUNIDADE DA FÉ CRISTÃ, FAZ UMA ILAÇÃO:

Caso sejamos um desses, não seria o caso de acertarmos as nossas contas com Deus?Caso contrário...

Continuar, continuar, continuar

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