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XVI. Eventos Noturnos:Descrição e Importância no Holter

Período noturno

Desde crianças, fomos ninados com canções tenebrosas:�...nana nenêque a Kuka vem pegar...� é o melhor exemplo.

Eu, particularmente, já dormia antes da Kuka...

E o que é que tem a haver o Holter com a Kuka?

Quando analisamos um exame de Holter, temos que lembrar que aavaliação circadeana do exame deve ser muito bem observada e portanto,o período noturno do exame tem que ser olhado com muito cuidado.

Hoje em dia podemos suspeitar que o paciente �ronca� durante o sononum exame de Holter...Ahhhh!

E é isso que tentaremos mostrar neste fascículo...Juntos com nossogurus...E um �exorcista� noturno... Salve Kruse...bem vindo aos nossospesadelos!!!

Vamos avaliar o período noturno de um Eletrocardiograma dinâmico...

EVENTOS NOTURNOS

Dr. José Cláudio Lupi KrusePorto Alegre - RS

18

Rejane Pereira

EVENTOS NOTURNOS

17

Durante o sono, apesar do descanso mental e físico, devemos lembrar que vários

processos metabólicos continuam a ocorrer. Eventos isolados ou que vão se acumulando

no tempo, neste períodos de registro da gravação, podem provocar sérias alterações

que são comprovadas por inúmeros estudos na literatura.

Clinicamente, eventos cardiovasculares (morte súbita e infarto, por exemplo) seguem

padrões circadianos. Sabemos por muitos estudos que nas primeiras horas da manhã

o risco de infarto agudo do miocárdio aumenta, por exemplo.

O aparecimento de arritmias cardíacas não é diferente.

Existe influência circardiana sobre a refratariedade dos tecidos cardíacos normais e

vias acessórias, culminando com características peculiares de apresentação de

distúrbios do ritmo cardíaco. Assim, por exemplo, um estudo de Lucente et al publicado

no Am J Cardiol em 1988, demonstrou variações da frequência e padrão das arritmias

ventriculares com redução significativa durante o sono e nenhuma associação a

atividade física.

Em doenças específicas como a Síndrome de Brugada, observou-se que a frequência

da fibrilação ventricular foi maior no período da noite e durante o sono (meia noite e

6 horas) sugerindo que um aumento da atividade noturna vagal e bloqueio da atividade

simpática pode ter um papel importante na arritmogênese desta síndrome.

(Figura 2)

EVENTOS NOTURNOS

Queda da incidência da atividade ectópica ventricular durante o sono. Observar gráfico entre 01h00

e 06h00. Observar gráfico de EVs em vermelho

Figura 1

16

Variação cíclica da Frequência cardíaca

Final da variação cíclica da Frequência cardíaca

Roncador sem apnéia

O sistema nervoso autônomo influencia o ritmo cardíaco e o exame de eletrocardiografia

dinâmica (sistema Holter) pode detectar várias arritmias durante o período noturno e

em especial, o sono. Em muitas vezes as arritmias observadas aparecem de modo

acidental e são benignas. A atenção do médico analista e sua habilidade em manipulação

das configurações do sistema irão detectar essas alterações.

Esta �procura� é extremamente importante pois determinados mecanismos podem ser

reconhecidos e alertados, evitando ritmos potencialmente perigosos.

EVENTOS NOTURNOS

Figura 2

Taquicardia Ventricular Polimórfica, em paciente portador de Síndrome de Brugada

[Maury P,MD et al � Indian pacing Electrop J 2005; 5(1)]

15

O tacograma de RR na análise da apnéia obstrutiva do sono

A gravação de Holter de 24 horas, através do tacograma de frequência cardíaca ou

de RR pode ser ferramenta importante na suposição diagnóstica da apnéia obstrutiva

e de outros distúrbios respiratórios durante o sono.

A apnéia provoca inicialmente um estímulo parassimpático pela obstrução da passagem

aérea seguindo-se importante estímulo adrenérgico com aumento nítido da frequência

cardíaca que retorna ao normal após o alívio do bloqueio aéreo.

Esta sequência provoca uma alteração do RR (da frequência cardíaca); se este ciclo

se repetir no mínimo três vezes, cada ciclo com um mínimo de duração de 10 segundos,

cada um variando a frequência cardíaca no mínimo 6 bat/min, tendo no máximo 2

minutos entre cada ciclo, teremos o diagnóstico de Variação Cíclica da Frequência

Cardíaca e uma possibilidade de 100% de distúrbio significativo do sono, a grande

maioria de apnéia obstrutiva do sono.

Variação cíclica da Frequência cardíaca

Variação cíclica da Frequência cardíaca

As alterações observadas no período noturno, e em especial no sono, podem estar

associadas a alterações patológicas ou não.

Podemos observar essas a l terações em fatores re lac ionados a:

1) Ciclo normal do sono � é importante nos laudos de Holter, descrever a avaliação

do período de sono, com o horário de início, final e suas características;

2) Possibilidade de períodos de hipoxemia no sono (apnéia do sono);

3) Alterações do tônus autonômico;

4) Diminuição do limiar isquêmico � avaliação do comportamento do segmento ST

durante o sono. (Figura 3)

Supradesnivel de ST durante o período de sono.

Figura 3

EVENTOS NOTURNOS

714

Figura 7B

Tacograma do período de sono, apresentando curvas de variação de R-R (modulação) com características de AOS

Figura 8

Início do período de sono. Paciente apresenta normalização do condução IV. Primeira parte do traçado em bloqueio de ramo direito.

Vamos usar a compreensão da fisiologia do sono normal e sua correlação com graus

de apnéia patológicas ou não. Resumidamente:

- Sabemos que o sono apresenta 2 estágios o REM e o não REM;

O sono REM compreende 25% do período de sono e apresenta como características

importantes na avaliação do exame de Holter - Respiração e eletrocardiogramas

regulares, aumento da atividade autonômica simpática com diminuição da Variabilidade

da FC.

O sono NãoREM compreende 75% do período de sono e apresenta regulação

autonômica estável com predomínio da at iv idade parassimpát ica.

Eletrocardiograficamente podemos observar bradicardias e pausas sinusais, e também

bloqueios AV de primeiro e segundo graus. (Figura 4, 5 e 5 A)

Essa fisiologia normal pode ser interrompida por distúrbios orgânicos, sendo o mais

comum a Apnéia obstrutiva do sono (AOS).

Em pacientes com Apneía obstrutiva do sono (AOS) moderada ou grave, podemos

observar arritmias caracterizadas por bradicardia progressiva (atividade vagal), no

episódio de apnéia, sendo seguida por taquicardia no retorno da respiração. Cerca

de 80% das bradicardias ocorrem durante o sono REM. A taquicardia resultante não

é sustentada, sendo que ao retornar a respiração normal, há o retorno da atividade

parassimpática normal. (Figura 7, 7A e 7B)

Ritmo sinusal bradicárdico durante o sono, com escapes juncionais

Figura 4

EVENTOS NOTURNOS

8 13

Paciente masculino, obeso e hipertenso, ECG comprimido no período de sono (3 canais).

Observar intensa variação da FC.

Figura 7

Figura 7A

Queda da frequência cardíaca em ritmo sinusal durante o sono. Há aparecimento de pausa ventricular

de 4,2 segundos com onda P bloqueada por provável mecanismo vagal.

EVENTOS NOTURNOS

Paciente masculino, 29 anos. Período de vigilia.

Intervalo PR normal com condução AV 1:1

Figura 5

Figura 5A

Mesmo paciente. Episódio de Bloqueio AV de segundo grau tipo I durante o sono.

Observar pausa inferior a 2,0 segundos (valores inferiores a configuração).

EVENTOS NOTURNOS

Arritmias

Além das alterações já descritas, observamos outras arritmias significativas:- Indução de fibrilação atrial (Figura 6, 6 A e 6B) por predomínio de atividadeparassimpática. Este achado no exame pode ocorrer em pacientes sem doençasestruturais, mas são frequentes em pacientes com graus de isquemia miocárdica,infarto, insuficiência cardíaca ou mesmo a própria AOS;

- Graus distintos de bradiarritmias, como bradicardia sinusal, graus de bloqueio AV,pausas sinusais e ventriculares;

- Várias arritmias cardíacas apresentam características dependentes de variação daFrequência Cardíaca. Assim, lembrando que muitos pacientes são avaliados emconsulta e ECG de repouso durante períodos de vigília, podemos detectar na avaliaçãode 24h, mudanças do sinal do ECG no período noturno.

Destacam-se os achados abaixo descritos:- Bloqueio de ramo intermitente frequência cardíaca dependente. Pacientes que apresentamdurante toda a vigília bloqueio de ramo e que, durante o sono, a condução IV é normal(Figura 8);

- Graus de pré excitação átrio-His que podem aparecer ou desparecer durante quedada FC (sono, por exemplo);

- Ritmos de substituição, Ritmo atrial ectópico, ritmo juncional ou ritmos ventricularesque aparecem, normalmente, com a queda da FC do ritmo sinusal;

- As características específicas das arritmias já estão comentadas em fascículosanteriores. Vamos descrever especificamente alguns dados da AOS.

Episódio de fibrilação atrial paroxística entre 02h00 e 03h00 - início.

Figura 6

Final do episódio de fibrilação atrial durante o sono.

Figura 6A

Figura 6B

Característica gráfica do episódio de fibrilação atrial paroxística durante o sono.

EVENTOS NOTURNOS

Arritmias

Além das alterações já descritas, observamos outras arritmias significativas:- Indução de fibrilação atrial (Figura 6, 6 A e 6B) por predomínio de atividadeparassimpática. Este achado no exame pode ocorrer em pacientes sem doençasestruturais, mas são frequentes em pacientes com graus de isquemia miocárdica,infarto, insuficiência cardíaca ou mesmo a própria AOS;

- Graus distintos de bradiarritmias, como bradicardia sinusal, graus de bloqueio AV,pausas sinusais e ventriculares;

- Várias arritmias cardíacas apresentam características dependentes de variação daFrequência Cardíaca. Assim, lembrando que muitos pacientes são avaliados emconsulta e ECG de repouso durante períodos de vigília, podemos detectar na avaliaçãode 24h, mudanças do sinal do ECG no período noturno.

Destacam-se os achados abaixo descritos:- Bloqueio de ramo intermitente frequência cardíaca dependente. Pacientes que apresentamdurante toda a vigília bloqueio de ramo e que, durante o sono, a condução IV é normal(Figura 8);

- Graus de pré excitação átrio-His que podem aparecer ou desparecer durante quedada FC (sono, por exemplo);

- Ritmos de substituição, Ritmo atrial ectópico, ritmo juncional ou ritmos ventricularesque aparecem, normalmente, com a queda da FC do ritmo sinusal;

- As características específicas das arritmias já estão comentadas em fascículosanteriores. Vamos descrever especificamente alguns dados da AOS.

Episódio de fibrilação atrial paroxística entre 02h00 e 03h00 - início.

Figura 6

Final do episódio de fibrilação atrial durante o sono.

Figura 6A

Figura 6B

Característica gráfica do episódio de fibrilação atrial paroxística durante o sono.

EVENTOS NOTURNOS

Paciente masculino, 29 anos. Período de vigilia.

Intervalo PR normal com condução AV 1:1

Figura 5

Figura 5A

Mesmo paciente. Episódio de Bloqueio AV de segundo grau tipo I durante o sono.

Observar pausa inferior a 2,0 segundos (valores inferiores a configuração).

Vamos usar a compreensão da fisiologia do sono normal e sua correlação com graus

de apnéia patológicas ou não. Resumidamente:

- Sabemos que o sono apresenta 2 estágios o REM e o não REM;

O sono REM compreende 25% do período de sono e apresenta como características

importantes na avaliação do exame de Holter - Respiração e eletrocardiogramas

regulares, aumento da atividade autonômica simpática com diminuição da Variabilidade

da FC.

O sono NãoREM compreende 75% do período de sono e apresenta regulação

autonômica estável com predomínio da at iv idade parassimpát ica.

Eletrocardiograficamente podemos observar bradicardias e pausas sinusais, e também

bloqueios AV de primeiro e segundo graus. (Figura 4, 5 e 5 A)

Essa fisiologia normal pode ser interrompida por distúrbios orgânicos, sendo o mais

comum a Apnéia obstrutiva do sono (AOS).

Em pacientes com Apneía obstrutiva do sono (AOS) moderada ou grave, podemos

observar arritmias caracterizadas por bradicardia progressiva (atividade vagal), no

episódio de apnéia, sendo seguida por taquicardia no retorno da respiração. Cerca

de 80% das bradicardias ocorrem durante o sono REM. A taquicardia resultante não

é sustentada, sendo que ao retornar a respiração normal, há o retorno da atividade

parassimpática normal. (Figura 7, 7A e 7B)

Ritmo sinusal bradicárdico durante o sono, com escapes juncionais

Figura 4

EVENTOS NOTURNOS

8 13

Paciente masculino, obeso e hipertenso, ECG comprimido no período de sono (3 canais).

Observar intensa variação da FC.

Figura 7

Figura 7A

Queda da frequência cardíaca em ritmo sinusal durante o sono. Há aparecimento de pausa ventricular

de 4,2 segundos com onda P bloqueada por provável mecanismo vagal.

As alterações observadas no período noturno, e em especial no sono, podem estar

associadas a alterações patológicas ou não.

Podemos observar essas a l terações em fatores re lac ionados a:

1) Ciclo normal do sono � é importante nos laudos de Holter, descrever a avaliação

do período de sono, com o horário de início, final e suas características;

2) Possibilidade de períodos de hipoxemia no sono (apnéia do sono);

3) Alterações do tônus autonômico;

4) Diminuição do limiar isquêmico � avaliação do comportamento do segmento ST

durante o sono. (Figura 3)

Supradesnivel de ST durante o período de sono.

Figura 3

EVENTOS NOTURNOS

714

Figura 7B

Tacograma do período de sono, apresentando curvas de variação de R-R (modulação) com características de AOS

Figura 8

Início do período de sono. Paciente apresenta normalização do condução IV. Primeira parte do traçado em bloqueio de ramo direito.

O sistema nervoso autônomo influencia o ritmo cardíaco e o exame de eletrocardiografia

dinâmica (sistema Holter) pode detectar várias arritmias durante o período noturno e

em especial, o sono. Em muitas vezes as arritmias observadas aparecem de modo

acidental e são benignas. A atenção do médico analista e sua habilidade em manipulação

das configurações do sistema irão detectar essas alterações.

Esta �procura� é extremamente importante pois determinados mecanismos podem ser

reconhecidos e alertados, evitando ritmos potencialmente perigosos.

EVENTOS NOTURNOS

Figura 2

Taquicardia Ventricular Polimórfica, em paciente portador de Síndrome de Brugada

[Maury P,MD et al � Indian pacing Electrop J 2005; 5(1)]

15

O tacograma de RR na análise da apnéia obstrutiva do sono

A gravação de Holter de 24 horas, através do tacograma de frequência cardíaca ou

de RR pode ser ferramenta importante na suposição diagnóstica da apnéia obstrutiva

e de outros distúrbios respiratórios durante o sono.

A apnéia provoca inicialmente um estímulo parassimpático pela obstrução da passagem

aérea seguindo-se importante estímulo adrenérgico com aumento nítido da frequência

cardíaca que retorna ao normal após o alívio do bloqueio aéreo.

Esta sequência provoca uma alteração do RR (da frequência cardíaca); se este ciclo

se repetir no mínimo três vezes, cada ciclo com um mínimo de duração de 10 segundos,

cada um variando a frequência cardíaca no mínimo 6 bat/min, tendo no máximo 2

minutos entre cada ciclo, teremos o diagnóstico de Variação Cíclica da Frequência

Cardíaca e uma possibilidade de 100% de distúrbio significativo do sono, a grande

maioria de apnéia obstrutiva do sono.

Variação cíclica da Frequência cardíaca

Variação cíclica da Frequência cardíaca

Durante o sono, apesar do descanso mental e físico, devemos lembrar que vários

processos metabólicos continuam a ocorrer. Eventos isolados ou que vão se acumulando

no tempo, neste períodos de registro da gravação, podem provocar sérias alterações

que são comprovadas por inúmeros estudos na literatura.

Clinicamente, eventos cardiovasculares (morte súbita e infarto, por exemplo) seguem

padrões circadianos. Sabemos por muitos estudos que nas primeiras horas da manhã

o risco de infarto agudo do miocárdio aumenta, por exemplo.

O aparecimento de arritmias cardíacas não é diferente.

Existe influência circardiana sobre a refratariedade dos tecidos cardíacos normais e

vias acessórias, culminando com características peculiares de apresentação de

distúrbios do ritmo cardíaco. Assim, por exemplo, um estudo de Lucente et al publicado

no Am J Cardiol em 1988, demonstrou variações da frequência e padrão das arritmias

ventriculares com redução significativa durante o sono e nenhuma associação a

atividade física.

Em doenças específicas como a Síndrome de Brugada, observou-se que a frequência

da fibrilação ventricular foi maior no período da noite e durante o sono (meia noite e

6 horas) sugerindo que um aumento da atividade noturna vagal e bloqueio da atividade

simpática pode ter um papel importante na arritmogênese desta síndrome.

(Figura 2)

EVENTOS NOTURNOS

Queda da incidência da atividade ectópica ventricular durante o sono. Observar gráfico entre 01h00

e 06h00. Observar gráfico de EVs em vermelho

Figura 1

16

Variação cíclica da Frequência cardíaca

Final da variação cíclica da Frequência cardíaca

Roncador sem apnéia

EVENTOS NOTURNOS

17

Período noturno

Desde crianças, fomos ninados com canções tenebrosas:�...nana nenêque a Kuka vem pegar...� é o melhor exemplo.

Eu, particularmente, já dormia antes da Kuka...

E o que é que tem a haver o Holter com a Kuka?

Quando analisamos um exame de Holter, temos que lembrar que aavaliação circadeana do exame deve ser muito bem observada e portanto,o período noturno do exame tem que ser olhado com muito cuidado.

Hoje em dia podemos suspeitar que o paciente �ronca� durante o sononum exame de Holter...Ahhhh!

E é isso que tentaremos mostrar neste fascículo...Juntos com nossogurus...E um �exorcista� noturno... Salve Kruse...bem vindo aos nossospesadelos!!!

Vamos avaliar o período noturno de um Eletrocardiograma dinâmico...

EVENTOS NOTURNOS

Dr. José Cláudio Lupi KrusePorto Alegre - RS

18

Rejane Pereira

XVI. Eventos Noturnos:Descrição e Importância no Holter