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1 2⁰ Simpósio Internacional de História das Religiões XV Simpósio Nacional de História das Religiões ABHR 2016 Um ensaio sobre mulheres empreendedoras no Amapá: conquistas no mercado de trabalho e desafios no mundo dos negócios. 1 Fátima Lucia Carrera Guedes Dantas 2 Daiule Pimenta 3 Elines Moraes da Silva 4 Samanta Melo Sampaio 5 RESUMO: Com o avanço da sociedade capitalista industrializada moderna, engendra-se uma nova conformação social, na qual a mulher se emancipa e adentra, vigorosamente, no mundo do trabalho, no mundo empreendedor. Historicamente, o acesso da mulher ao mercado de trabalho teve seu marco desde a Revolução Industrial, mas somente na contemporaneidade se revela proeminente. No Brasil, o fato ocorre a partir dos anos 70, segue pelos 80, aprofundando-se nas décadas de 1990 e 2000. No Estado do Amapá, o tema mereceu, nos últimos cinco anos, a atenção de uma pesquisa acadêmica no Curso de Secretariado Executivo da Universidade Federal do Amapá e hoje, preliminarmente, alguns dos seus resultados estão expostos neste artigo, trazendo breve debate sobre a entrada da mulher no mercado de trabalho, a cultura sexista, categoria de gênero, o trabalho feminino, o empreendedorismo das mulheres amapaenses (macapaenses e mazaganenses) e seus desafios a enfrentar. Palavras-chaves: Gênero. Empreendedorismo amapaense. 1 Este artigo foi produzido a partir de uma pesquisa feita na Universidade Federal do Amapá - UNIFAP, envolvendo três alunas do Curso de Secretariado Executivo que, sob nossa orientação, se propuseram a pesquisar sobre o caráter empreendedor das atividades das mulheres amapaenses, particularmente, dos municípios de Macapá e Mazagão. 2 Mestre em Política, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília - UnB. Professora do Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. Atualmente é aluna no Doutorado do Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais da Universidade do Rio Grande do Norte – PPGCS/UFRN e, participa do Grupo de Pesquisa Poder Local, Desenvolvimento e Políticas Públicas. 3 Graduada em Secretariado Executivo pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. 4 Graduada em Secretariado Executivo pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. 5 Graduada em Secretariado Executivo pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP.

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2⁰ Simpósio Internacional de História das Religiões

XV Simpósio Nacional de História das Religiões

ABHR 2016

Um ensaio sobre mulheres empreendedoras no Amapá: conquistas no mercado de

trabalho e desafios no mundo dos negócios.1

Fátima Lucia Carrera Guedes Dantas2

Daiule Pimenta3

Elines Moraes da Silva4

Samanta Melo Sampaio5

RESUMO: Com o avanço da sociedade capitalista industrializada moderna, engendra-se uma nova conformação social, na qual a mulher se emancipa e adentra, vigorosamente, no mundo do trabalho, no mundo empreendedor. Historicamente, o acesso da mulher ao mercado de trabalho teve seu marco desde a Revolução Industrial, mas somente na contemporaneidade se revela proeminente. No Brasil, o fato ocorre a partir dos anos 70, segue pelos 80, aprofundando-se nas décadas de 1990 e 2000. No Estado do Amapá, o tema mereceu, nos últimos cinco anos, a atenção de uma pesquisa acadêmica no Curso de Secretariado Executivo da Universidade Federal do Amapá e hoje, preliminarmente, alguns dos seus resultados estão expostos neste artigo, trazendo breve debate sobre a entrada da mulher no mercado de trabalho, a cultura sexista, categoria de gênero, o trabalho feminino, o empreendedorismo das mulheres amapaenses (macapaenses e mazaganenses) e seus desafios a enfrentar. Palavras-chaves: Gênero. Empreendedorismo amapaense.

1 Este artigo foi produzido a partir de uma pesquisa feita na Universidade Federal do Amapá - UNIFAP, envolvendo três alunas do Curso de Secretariado Executivo que, sob nossa orientação, se propuseram a pesquisar sobre o caráter empreendedor das atividades das mulheres amapaenses, particularmente, dos municípios de Macapá e Mazagão. 2Mestre em Política, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília - UnB. Professora do Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. Atualmente é aluna no Doutorado do Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais da Universidade do Rio Grande do Norte – PPGCS/UFRN e, participa do Grupo de Pesquisa Poder Local, Desenvolvimento e Políticas Públicas. 3Graduada em Secretariado Executivo pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. 4Graduada em Secretariado Executivo pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. 5Graduada em Secretariado Executivo pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP.

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I Introdução

O tema deste artigo pretende, sobremaneira, colocar em pauta a própria temática

estudada, o empreendedorismo feminino, no estado do Amapá, difundindo o resultado

alcançado com a pesquisa acadêmica nesta área do conhecimento. A produção bibliografia

local sobre esse tema ainda é escassa −o que nos imputa o ímpeto de investigar e publicar

para dar a conhecer à comunidade acadêmica6. A motivação temática inicial veio pelo

Prêmio SEBRAE Mulher de Negócios 2009, que premiou no Amapá algumas mulheres

empreendedoras que acreditaram em seus sonhos de empreender um negócio e seguiram

fazendo-o, além de desempenharem o papel de mães e donas de casa e, na busca, haviam

conquistado seu espaço no mercado de trabalho. O assunto despertou a atenção de três

alunos do Curso de Secretariado Executivo da Universidade Federal do Amapá – UNIFAP e,

passou a se constituir um projeto de pesquisa7.

O tema é de importância e expressa significado singular no mundo do trabalho e no

imaginário da mulher contemporânea− que, hoje, contraria seu passado histórico que a

relegou à subordinação de várias ordens. Trataremos aqui das iniciativas de gerir atividades

diversas, considerando que cuidar de negócios na atualidade ou, cuidar da existência

cotidiana em toda a sua complexidade é uma das muitas funções executadas por mulheres.

Assim, a formulação do problema se manifestou a partir das seguintes perguntas: a mulher

empreende e lidera melhor do que o homem? Ela tende a valorizar mais o trabalho em

detrimento dos filhos ou da família em geral? A hipótese da qual partiu este trabalho é a de

que mulheres empreendedoras não gerenciam menos ou pior, mais e/ou melhor, que os

homens; trata-se somente de outra perspectiva de perceber a realidade, de construir

6 “Teoricamente, são válidos na medida em que oportunizam analisar, classificar ou mesmo medir determinada área do saber. A prática da pesquisa, sabemos, justifica-se à medida que socializa os achados de pesquisas” (CASOL, VIEIRA e HOELTGEBAUM, 2007, p. 2). 7 É um trabalho referente ao período de 2010-2014, em que de 2010 e 2011 se procedeu com levantamento bibliográfico e observações de campo e, de 2011 a 2014, dedicou-se à maturação e sistematização dos dados coletados. Devido à conclusão de curso das alunas, em 2011, abortaram a continuidade da pesquisa; porém, demos seqüência e, somente agora, com uma recente revisão e atualização bibliográfica, exporemos os resultados obtidos. É um trabalho bibliográfico com algumas observações de campo e, de análise qualitativa e descritiva. As correspondências obtidas entre os dados bibliográficos e dados empíricos observados são do tipo qualitativo.

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estratégias de condução dessa realidade e, de gerir meios e recursos para realizar suas

atividades e/ou de fazer sua gestão?!

Trataremos, neste trabalho, da mulher que, contrariando a lógica vigente da Mística

Feminina (FRIEDAN, 1971) - ou, mesmo dentro dela, pois empreender, nesse caso,

independente de que ideologias proferem - abandonou uma vida que existia apenas no lar

para, fora dele, responsabilizar-se e conduzir sua vida pelo próprio punho. Vemos assim a

mulher enquanto mentora de uma mudança social que ocorreu ao longo desse tempo e

permeou muitas conflagrações, assim como se constitui ainda hoje sinônimo de resistência

diante do legado patriarcal8 que a ignorou em sua identidade feminina, pois nessa

identidade “não haveria realizações, status ou identificação, excepto os de ordem sexual: a

realização da conquista, o status como objecto sexual desejável, e a identificação com o

papel de esposa e mãe sexualmente bem sucedida” (FRIEDAN, 1971, p. 229 apud

NAGASAVA, 2012, p. 15). Por muito tempo a mulher permaneceu na “passividade sexual, no

domínio do macho, na criação dos filhos e no amor materno” (FRIEDAN, 1971, p. 40). A

mulher empoderada de hoje e com a capacidade de potencializar o seu próprio trabalho,

sustento e propósito de vida individual e coletivamente, notada em outros âmbitos é uma

presença que começou a ser sentida a partir da Revolução Industrial. Mas é somente na

contemporaneidade que tal presença se faz marcante no mundo dos negócios propriamente

ditos, nas pequenas, médias e grandes empresas e nos diversos ramos de atividades, do

cooperativismo ao setor de franquias; ocorrendo do contexto urbano ao rural ou quando

esses contextos se mesclam. Ou seja, as mudanças no universo feminino ocorreram em um

espaço e tempo, historicamente determinados, onde todas as relações com seus símbolos,

linguagens, crenças e representações adquirem significado e peso próprios. Daí a

fundamentação teórica deste artigo se assentar no debate conceitual sobre mulher e gênero

e as transformações históricas, econômicas e sociais no Brasil – período em que percebemos

ter engendrado, na mulher, a atitude motivacional de empreender, influenciando e

8 “O patriarcado pode ser entendido como um sistema de normas morais que se caracteriza por ser extremamente rígido, coercitivo, em que, para a mulher, sobra-lhe a submissão ao homem. A estrutura desse sistema priva a mulher de toda liberdade sexual e social, do desfrute do prazer, restringindo-a às [sic] funções de esposa obediente e submissa, e colocando-a em “seu” lugar e condição de fêmea subjugada” (DE ARAÚJO e MONASTÉRIOS, 2011, p. 52)

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permitindo assim a ocorrência do empreendedorismo feminino no Amapá. É intenção de

neste trabalho se traçar um perfil, prévio e parcial, das mulheres empreendedoras dos

municípios de Macapá/AP9 e de Mazagão/AP10. Ao tempo que faz isso, indagar e instigar o

debate, sugerindo hipóteses de investigação na área.

II Uma questão de gênero para o entendimento das mudanças nas conformações sociais

Considerando o fato que a mulher vem ocupando e exercendo funções em áreas e

atividades profissionais antes consideradas típicas do gênero masculino, invocamos a teoria

feminista para nos aclarar o sentido e importância na compreensão de gênero, pois este nos

“revela todas aquelas estruturas e mecanismos ideológicos que reproduzem a discriminação

ou exclusão das mulheres dos diferentes âmbitos da sociedade” (BEDÍA, 2014, p. 9). Na

perspectiva antropológica que permeia a questão, Margareth Mead destaca o peso da

cultura na determinação dos papéis sexuais e das condutas e comportamentos: “As

padronizadas diferenças de personalidade entre os sexos são desta ordem, criações culturais

às quais cada geração, masculina e feminina, é treinada a conformar-se.” (MEAD, 1962 apud

FILHO, 2011, p. 9). Mas, para compreender a mulher empreendedora (e que não está nos

padrões sociais estabelecidos), foram necessários os movimentos de liberação da mulher,

surgidos na década de sessenta. Por um lado, graças às influencias de ativistas como Betty

Friedan11− que trouxe a reflexão sobre a atuação da mulher na sociedade, defendendo o

papel do trabalho criador−; de pesquisadoras como a inglesas Joan Scott12 e Gayle Rubin13−

9 “Macapá é um município brasileiro, capital do estado do Amapá. Localizada no sudeste do estado. Segundo pesquisas feitas pelo IBGE em 2009, a cidade conta com uma população de 366 484 habitantes em uma área de 6 563 km², resultando em uma densidade demográfica de 52,4 hab./km². É a quinta cidade mais populosa do norte do Brasil, atrás apenas de Manaus, Belém, Ananindeua e Porto Velho” (GUIA DO TURISMO). 10 “Mazagão está localizado ao sul do Estado do Amapá (Meso Região Sul); distante da capital, Macapá, a 41 km. Possui três distritos: Mazagão, Carvão e Mazagão Velho. (SOUZA, 1995 apud IBGE/BRASIL, 2013)”. Sobre Mazagão ver: SOUZA, Manoel Dorandins Costa de. A Evolução Política, Demográfica e Sócio-Econômica do Amapá. Coordenação do Curso de História. Universidade Federal do Amapá. Macapá/AP, 1995. 101 p. 11Friedan viveu entre 1921-2006, ativista feminista estadunidense que, por volta e 1963, aborda o papel da mulher na indústria e na função de dona de casa. 12 “Joan Scott é professora da Escola de Ciências Sociais do Instituto de altos Estudos de Princeton, Nova Jersey. É especialista na história do movimento operário no século XIX e do feminismo na França. É uma das mais importantes teóricas sobre o uso da categoria gênero em história” (SCOTT, 1989 in: Nota das tradutoras) 13 “Antropóloga feminista que escreveu sobre uma vasta gama de assuntos, entre os quais teoria antropológica, sexo sadomasoquista e literatura lésbica moderna” (RUBIN, 2003).

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que formularam o conceito de gênero explicitando-o, a partir do entendimento das

diferenças sexuais, enquanto conceito útil para explicar comportamentos de mulheres e

homens no contexto histórico de sociedade e, tantos outros. E, por outro lado, a própria

práxis histórica protagonizou este processo.

2.1 Mercado de trabalho (reestruturação das atividades econômicas) X reestruturação

familiar (mudança das relações hierárquicas na família)

Consideramos que o momento histórico no qual se engendrou a atitude de

empreender da mulher brasileira se encontra nos idos dos anos 70 quando, por necessidade

econômica advinda da deterioração dos salários de trabalhadores, a mulher encontrou

motivos para adentrar no mercado de trabalho – fato que impôs uma considerável mudança

em sociedade, “obrigando-as assim, a buscar fora do lar de uma complementação para a

renda familiar; outro fator foi a conquista de sua independência financeira, a necessidade de

consumos pessoais” (BRUSCHINI, 1994 apud SOUZA e RODRIGUES, 2011, p. 36). Os reflexos

disso se põem de 1991 a 2010, quando ocorre a intensificação da entrada da mulher no

mercado de trabalho no Brasil (MONTALI, 2014, p. 7). A conjuntura brasileira e a

configuração familiar, na década de 90, nos revelam mudanças no padrão de incorporação

pelo mercado de trabalho e aumento do desemprego. Expressam-se em alterações nos

arranjos familiares de inserção no mercado de trabalho. (MONTALI, 2003). Esses são alguns

dos fatores que favoreceram o aparecimento de pequenos negócios. Porém, este é

marcado, em primeira instância, pela necessidade e até compulsória sobrevivência e

somente em última instância, pela cultura empreendedora e/ou factual oportunidade de

empreender.

2.3 A mulher empreendedora do Amapá, seu empreender e, desafios para continuar

empreendendo.

É a partir dessas referências que pudemos encontrar correspondências de

similaridades entre as alegações de estudiosos e a realidade empírica das mulheres

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macapaenses e mazaganenses14; assim como, por outro lado, tipicidades e particularidades

no empreender. Os resultados apresentados são sobre a atitude do empreender feminino,

tais como as características da gestão feminina nos negócios que é marcada pela

humanização do ambiente; o equilíbrio entre profissão e satisfação pessoal; a sobrecarga e

fadiga física, emocional e social; as influências exercidas no comportamento empreendedor;

os desafios a serem vencidos (ligados a educação e formação das empreendedoras).

Sobre a gestão humanizada nos negócios, as mulheres destacam-se por atitudes

como a habilidade em acomodar situações; sensibilidade para a necessidade dos outros;

preocupações comunitárias e, outros tipos dessa natureza. Se os homens foram os heróis da

era industrial, as mulheres têm um interessante papel na era dos serviços, a qual necessita

de habilidades de relacionamento com clientes e com comunidades – peculiaridades há

muito incitadas socialmente e desenvolvidas na conduta feminina. Alguns autores alegam

que as experiências bem sucedidas de mulheres nos negócios estão intrinsecamente ligadas

a sua forma de liderar e ao teor emocional envolvido. Daniel Goleman, 1995 apud Des

Derlove et al. (2002, p. 15) analisando o processo de gestão, se aprofunda nas emoções e,

abrindo um debate sobre a inteligência emocional, afirma que “É um risco ignorarmos as

competências emocionais.”

Comparando, vejamos o relato de Souza e Trindade (2009, p. 10) sobre

empreendedoras do ramo turístico de Florianópolis/SC: “a participação de mulheres

dirigindo empresas humaniza a relação de negócios. Contudo, a gestão do empreendimento

deve ser feita com responsabilidade econômica, legal, ética, filantrópica”. Em Mazagão, os

estudos de Souza e Rodrigues (2011, p. 40) relatam: “observamos durante a pesquisa de

campo que a rotina dessas trabalhadoras é de certa maneira um momento de lazer, pois

proporcionam [sic] intercâmbio social, e este por sua vez acaba por quebrar sua rotina

diária”. Nos dois casos vimos que, respectivamente, do sul ao norte do País, as mulheres

empreendedoras têm como meta atingir um equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal;

ou seja, optam por uma alternativa que expressa à valorização combinada de ambos,

14 “Quem nasce em Mazagão é mazaganense (gentílico)” (Souza, 1995 apud IBGE, 2013). O termo ‘mazaganense’ é o mais usual.

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utilizando diferentes estratégias para lidar com as demandas do negócio e da família. Esse é

um aspecto de similaridade que, em si mesmo, já diferencia a gestão de um negócio em mão

feminina.

No que diz respeito à sobrecarga e fadiga física, emocional e social, de modo geral, as

mulheres, mesmo com forte tendência a perceber seus negócios como difíceis, os vêem

muito mais como um desafio do que como um fardo. Essa percepção vem contrariando

crenças muito difundidas, pois a vivência no mundo dos negócios para elas tende a ser sem

culpa, em harmonia com o lar, vantajosa para a família, não se constituindo, portanto, como

oposição, apesar das manifestações de cansaço físico que dizem sentir. A frase a seguir foi

ouvida numa conversa informal, com uma das mulheres observadas que falava sobre

separar ‘o profissional’ do ‘pessoal’: “tenho que separar direitinho o que é de casa e o que é

do meu negócio pra soma não dá errada... aí no final é só felicidade”9empreendedora de

Macapá, 2011). Isso traduz parte desse significado de responsabilidade, de labuta, mas

também de satisfação experimentada. Para corroborar com essa idéia sobre os dois lados de

um mesmo fator− benefícios pessoais, familiares e profissionais versus fadiga no processo de

empreender –, em pesquisa com as mulheres empreendedoras mazaganenses, Souza e

Rodrigues (2011, p. 48) apontam para a seguinte situação:

Destacam-se entre elas a independência financeira, a melhora de sua autoestima – a

mulher sentiu-se mais útil e valorizada pelo seu círculo social –, a satisfação profissional e

as novas amizades que conquistou. Porém, algumas mulheres relatam que se sentem

cansadas, sem tempo para cuidar de si mesmo, pois além do trabalho ainda tem as

atividades domésticas para realizar quando chegam em casa. (grifo nosso)

O fato de ser mulher, mãe e empreendedora exige esforço redobrado para dar conta

do acúmulo de funções. (GOMES, SANTANA e SILVA, 2005, p. 50 apud SOUZA e RODRIGUES,

2011). As mulheres macapaenses e mazaganenses, do meio rural ao urbano, tal como as

demais brasileiras que estão à frente de negócios, precisam enfrentar em seu dia-a-dia, além

da carga de trabalho inerente a atividade profissional, também a carga social - que é a

pressão da cultura perpetuada por décadas sobre a expectativa do papel da mulher: de mãe

e esposa. Segundo Maués 1993 apud Souza e Rodrigues (2011, p. 37):

9

A mulher sempre aparece como uma figura marcada por sua especificidade biológica,

como uma categoria limite e, por isso mesmo, sujeita a critérios diferentes de apreciação

e julgamento daqueles usados para o homem. Ela é então classificada como perigosa,

sujeita a poluição, marcada por tabus.

Observa-se um misto de sentimentos que vai desde a realização e satisfação pessoal

e profissional, emocional e material–aqui traduzido como os benefícios −, até o outro

extremo constituído de carga e pressão não somente física (inerente as atividades), mas

também emocional. Nesse caso, as cargas e pressões são delegadas a partir de fatores que

decorrem de condicionamentos sociais, ou seja, no discurso hegemônico, a atividade

doméstica e feminina não pode deixar de ser feita− e essa atitude de delegação impositiva à

mulher foi naturalizada e‘naturalmente’ aceita até bem recente.

Quanto à tipicidade do ambiente ou localidade das atividades, as mulheres de

Macapá desenvolvem atividades típicas da área urbana (serviços, comércio, revendas). E as

mulheres de Mazagão desenvolvem atividades com multi-tipicidade, ou seja, de tipicidade

rural (roça); peri-urbana (cuidam de criação de animais domésticos e produzem artesanato:

produção de cestaria, bordado, pequenos objetos oleiro-cerâmico e outros); e urbana (são

funcionárias públicas do estado ou município: merendeiras/serventes, vigilantes, secretárias,

professora) e, por vezes, algumas delas desenvolvem até os três tipos, concomitantemente.

Quanto à influência motivacional na atitude de empreender das mulheres

macapaenses e mazaganenses, esta assume caráter distinto entre ambos os grupos. Além do

fator das imposições e demandas acionadas por conjuntura econômica e motivações

pessoais, que são comuns a ambas, a influência motivacional para essas mulheres

macapaenses viria, portanto, do próprio ambiente urbano (que é o da capital do Estado)

onde vivem, com todos os seus apelos midiáticos e aparatos estruturais e organizacionais; a

facilidade de acesso a formação, aprendizagem e qualificação promovidas por instituições

especializadas (ao ‘Sistema S’ 15 , sobremaneira); as parcerias de escolas com essas

instituições, faculdades, universidades e outros. Os estímulos nesses ambientes urbanizados,

15 “Termo que define o conjunto de organizações das entidades corporativas voltadas para o treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica” Fazem parte do ‘Sistema S’: SENAI; SESC; SESI; SENAC; SENAR; SESCOOP; SEST. (SENADO FEDERAL).

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no caso, Macapá, costumam estar ao alcance das mãos em tempo real, on-line, assim como

toda a estrutura necessária, praticamente, pronta a serem usadas. Ao contrário das zonas

onde a influência rural subsiste - como é o caso de Mazagão. Esse é um diferencial que

marca o perfil entre as mulheres empreendedoras amapaenses e as empreendedoras

mazaganenses. Entretanto, diferenças a parte, concebemos que, neste caso, o fator motriz

da atitude de empreender independe do local onde se encontram e da atividade que

desenvolvem. Há um aspecto comum entre ambas: a força motriz está ligada ao desejo de se

auto-reconhecer capacitada, competente, produtiva e percebemos ainda com o fator

‘autoestima’ satisfeito. Todos esses são aspectos necessários, essenciais e indispensáveis a

serem considerados, conjuntamente, se queremos adentrar no específico universo feminino

em sua dimensão empreendedora.

Ainda se tratando de motivações para empreender, o fator ‘visão’ é importante e se

soma aos fatores da influência cultural, geográfico e territorial, ambiental, familiar, midiático

e outros; além dos apelos pessoais os quais cada mulher se fez e se faz empreendedora.

Segundo os estudos sobre o empreendedorismo, há que se considerar que existem famílias,

cidades, regiões, países e comunidades com maior probabilidade para empreender que

outras, dependendo das influências recebidas. Dolabela, 1999b, p. 30 apud Dantas (2003, p.

99) faz suas considerações a esse respeito e alega a importância do empreendedorismo no

desenvolvimento, especialmente, local, assim como pondera sobre a ‘visão’ requerida para

tal:

Tudo leva a crer que o desenvolvimento econômico seja função do grau de

empreendedorismo de uma comunidade. As condições ambientais favoráveis ao

desenvolvimento precisam de empreendedores que as aproveitem e que, através de sua

liderança, capacidade e de seu perfil, disparem e coordenem o processo de

desenvolvimento, cujas raízes estão sobretudo [sic] em valores culturais, na forma de ver

o mundo. O empreendedor cria e aloca valores para indivíduos e para a sociedade, ou

seja, é fator de inovação tecnológica e crescimento econômico.

Observamos no universo estudado aspectos de influência ambiental que

consideramos emblemáticos para esta reflexão quanto à ocorrência do empreendedorismo

nas amapaenses de Macapá e Mazagão. A alegação de Dolabela (2003) é uma afirmativa que

11

nos leva a refletir sobre um estado de coisas, do Amapá, que percorre um sentido contrário

ao ideário das práticas empreendedoras: o Amapá enquanto estado permeado de resquícios

da cultura de antigo Território Federal, possui originalmente um feitio social de

empregabilidade voltada para o serviço público (funcionalismo),em que a idéia

predominante é a do ‘ganho certo’ pelo assalariamento e ‘estabilidade funcional que

somente o serviço público pode proporcionar’− ideias popularmente aceitas até nossos dias,

porém ofensivas ao que apregoa os estudos sobre o comportamento empreendedor. Ou

seja, por influência do ambiente externo e formação sociocultural, o Amapá não pode ser

considerado empreendedor. Porém, a realidade das mulheres observadas, em especial a

mazaganense, nos mostrou um inconformismo com o tal ‘ganho certo’ e ‘estabilidade’, uma

vez que muitas dessas mulheres desenvolvem até duas atividades extras, além das

atividades inerentes a função de servidoras públicas, quando é o caso. Há, além dessa

influência do ambiente externo, outra, a da percepção aguçada de pessoas que conseguem

fazer prognósticos acertados. Essas são consideradas ‘pessoas de visão’. Esses visionários

são pessoas proativas e disso resulta que elas acabam definindo os seus próprios rumos,

porém “independente do ambiente externo. Enquanto os reativos são conduzidos pelos

sentimentos, circunstâncias, condições e ambiente, os proativos e visionários são guiados

por seus valores, cuidadosamente pensados, selecionados e interiorizados.” (CUNHA e

PFEIFER, 1997, p. 17-18). Então, entre as duas alegações retratadas acima, onde se situariam

as amapaenses? Uma coisa é certa: a motivação principal de empreender entre as mulheres

amapaenses, não difere do restante do País, pois tem como principal motivação a

necessidade financeira e não o quesito oportunidade visionária como se esperaria que fosse

(idealizada num ‘tipo ideal’ weberiano), tal como vem demonstrando as estatísticas das

instituições responsáveis por essas aferições e monitoramento – instituições com interesse,

propositalmente, voltado em modificar esse quadro e são também responsáveis, na sua

grande maioria, pela formação nessa área de conhecimento, a exemplo do ‘Sistema S’.

Numa visão macro, os principais desafios experimentados e relatados pelas mulheres

na gestão de seus negócios estão, além das barreiras relacionadas à questão de gênero-

herança cultural sexista − que sustenta que o lugar da mulher é em casa cuidando das

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tarefas domésticas e criação dos filhos−, nas dificuldades inerentes ao próprio negócio as

quais estão expostas às empresas de micro e pequeno porte. Essas dificuldades retardam ou

inviabilizam o seu desenvolvimento. A questão do nível de formação e escolaridade, assim

como de outros conhecimentos específicos ao próprio negócio foi outro aspecto observado.

A escolaridade das mulheres empreendedoras, hoje, em Macapá e Mazagão, se encontra

entre o nível de Ensino Fundamental e de Ensino Médio (sem contar com algum caso de

analfabetismo e, de apenas ‘alfabetizada’) e, as iniciativas de formação empreendedora

ainda são de pouca abrangência, em Mazagão, especialmente. Esse fator é limitante à

atividade empreendedora e, segundo os especialistas, “restringe o potencial de crescimento

das empresas brasileiras, pois os produtos e serviços oferecidos ao mercado são em sua

maioria de baixo valor agregado” (GEM 2014, p. 16). Pelo lado das mulheres

empreendedoras macapaenses e mazaganenses ainda há muito a fazer e desafios a

enfrentar, segundo elas próprias, são eles: estudar (com significado que vai desde ‘ser

alfabetizada’, passando por terminar o Ensino Fundamental ou Médio e, chegando à

aspiração de cursar um Ensino Superior); aprender a planejar e realizar o planejamento de

seus negócios; capacitarem-se gerencialmente; aprender a estudar o mercado; preparar-se

para enfrentar o cenário econômico; conhecer e promover a inovação e a tecnologia como

estratégias de competitividade (afirmativa, segundo elas, muito ouvida nos cursos os quais

participam). Porém, um questionamento que perdura é quanto ao nível qualitativo do

empreendedorismo feminino amapaense, tendo em vista a escolaridade e a formação para a

condução e gestão dos negócios empreendidos por mulheres no Amapá. Esse também se

constitui um motivo interessante (e sugestivo) que pode tornar-se um projeto investigativo

de pesquisa acadêmica, além de tema esclarecedor sobre o nível de qualidade da formação

das empreendedoras daquele local.

III Considerações finais

Empreender demanda conhecimento de análise de negócios, do mercado e de si

próprio para enxergar oportunidades (DANTAS, 2003, p. 99-100) e é um processo passível de

vivência em ensino-aprendizagem; pode ser, e é salutar que seja um processo de

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cooperação e entre ajuda; e, portanto, um processo que, se bem conduzido, minimiza gastos

e aperfeiçoa recursos (materiais e humanos, ecológicos e ambientais). Advogamos que isso

seria possível caso o empreendedorismo fosse considerado objeto significativo e permeasse

as políticas públicas de forma transversal, em especial e inicialmente, nas áreas diretamente

ligadas à formação. Estudos apontam para a ausência da dimensão educacional no perfil dos

empreendedores brasileiros − e isso, vimos, é fato na realidade amapaense. Apesar disso, a

estrutura tradicional de ensino que prevalece no Brasil ainda enfatiza o direcionamento dos

alunos para a obtenção de empregos no setor público ou privado e negligencia o

empreendedorismo enquanto alternativa de carreira (GEM 2014, p.16). Nessa perspectiva,

surgem questões que se constituem incitamento ao debate e a futuras investigações

acadêmico-cientificas: 1) Como pensar a mudança cultural para que se tenha o

desenvolvimento da atitude de empreender do tipo ‘por oportunidade’, frente ao contexto

atual?; 2) Como desenvolver,nessas mulheres, novos imaginários que possibilitem atitudes

empreendedoras capazes de vir a gerar, cada vez mais, valor social para si e para o ambiente

em que atuam – se consideramos que ‘valor social’ é uma característica da gestão feminina

nos negócios e tangido por ideais mais coletivos?; 3) Qual o nível qualitativo do

empreendedorismo feminino amapaense, tendo em vista a escolaridade e a formação para a

condução e gestão dos negócios empreendidos por mulheres no Amapá?

Para reverter essa realidade, somente um Estado também empenhado e

comprometido com políticas públicas pensadas a partir dessa nova concepção, uma espécie

de Estado empreendedor. É desejável o esforço da sociedade civil organizada por uma rede

multi-institucional, de iniciativa privada e pública, de iniciativa associativa e cooperativa de

forma a reivindicar as demandas do setor. É necessário, ainda, iniciar como uma nova base

educacional, desde a infância − não apenas com a orientação formativa para empreender,

mas antes e, sobremaneira, para perceber a mulher e suas aspirações manifestas em

iniciativas, por vezes, de cunho pessoal-familiar, por outras encontradas nas atividades

profissionais por ela empreendidas e, por tantas outras vezes, dos dois modos,

concomitantemente. A partir daí é possível vislumbrar a construção de uma cultura na qual

vigore um empreendedorismo feminino qualificado. A mulher, amapaense seja pela

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necessidade ou pelo sonho de realização profissional, está presente no mercado de trabalho

na condição de empreendedora, de forma que aumenta o grau de importância que o

fenômeno adquire e que deve ser tratado e debatido especialmente dentro do meio

acadêmico. As universidades são as instituições legitimadas a produzir novos conhecimentos

e fazê-los retornar a sua sociedade, seja subsidiando a tomada de decisão do setor público,

seja disponibilizando conhecimento e fundamentando projetos de desenvolvimento de

maneira a somar esforços com os demais agentes para o desenvolvimento de todos.

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