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CÁLCULO PREVIDENCIÁRIO NAS ATIVIDADES CONCOMITANTES X CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO IV CONGRESSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO DO MERCOSUL Florianópolis, SC Professor Emerson Costa Lemes

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Page 1: X CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO IV CONGRESSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO DO MERCOSUL Florianópolis, SC Professor Emerson Costa Lemes

CÁLCULO PREVIDENCIÁRIO NAS ATIVIDADES CONCOMITANTES

X CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIOIV CONGRESSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO DO MERCOSUL

Florianópolis, SC

Professor Emerson Costa Lemes

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CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS NAS ATIVIDADES CONCOMITANTES

“ARRANCAM-ME TUDO À FORÇA,

E AINDA ME CHAMAM DE

CONTRIBUINTE”.

(Millôr Fernandes)

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CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS NAS ATIVIDADES CONCOMITANTES

PONTO DE DISCUSSÃO: O SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO

Lei 8.213, Art. 28. O valor do benefício de prestação continuada, inclusive o regido por norma especial e o decorrente de acidente do trabalho, exceto o salário-família e o salário-maternidade, será calculado com base no salário-de-benefício.

SB x a (c) = RMI

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CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS NAS ATIVIDADES CONCOMITANTES

RETROSPECTO HISTÓRICO DO SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO

1960, Lei 3.807, Art. 23: Média dos últimos 12 salários-de-contribuição, sem correção (surgimento das primeiras “fraudes”).

1973, Lei 5.890, Art. 3º: 1/48 dos últimos 48 salários-de-contribuição, apurados em PBC de 60 meses. Os salários anteriores aos últimos 12 meses seriam corrigidos. Art. 4º: Nascem as regras para “segurado contribuinte através de vários empregos ou atividades concomitantes”.

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CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS NAS ATIVIDADES CONCOMITANTES

RETROSPECTO HISTÓRICO DO SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO

Lei 5.890, Art. 4º. O salário-de-benefício do segurado contribuinte através de vários empregos ou atividades concomitantes será, observado o disposto no artigo anterior, apurado com base nos salários-de-contribuição dos empregos ou atividades em cujo exercício se encontrar na data do requerimento ou do óbito e de acordo com as seguintes regras:

I – se o segurado satisfizer, concomitantemente, em relação a todos os empregos e atividades, todas as condições exigidas para a concessão do benefício pleiteado, o salário-de-benefício será calculado com base na soma dos salários-de-contribuição daqueles empregos e atividades;

II – nos casos em que não houver a concomitância prevista no item anterior, o salário-de-benefício corresponderá à soma das seguintes parcelas:

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CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS NAS ATIVIDADES CONCOMITANTES

RETROSPECTO HISTÓRICO DO SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO

Lei 5.890, Art. 4º, a) o salário-de-benefício resultante do cálculo efetuado com base nos salários-de-contribuição dos empregos ou atividades em relação aos quais sejam atendidas as condições previstas no item anterior;

b) um percentual da média dos salários-de-contribuição de cada um dos demais empregos ou atividades equivalente à relação que existir entre os meses completos de contribuição e os estipulados como período de carência do benefício a conceder;

III – quando se tratar de benefício por implemento de tempo de serviço, o percentual previsto na alínea anterior será o resultante da relação existente entre os anos completos de atividade e o número de anos de tempo de serviço considerado para concessão do benefício.

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CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS NAS ATIVIDADES CONCOMITANTES

RETROSPECTO HISTÓRICO DO SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO

1975, Lei 6.210, Art. 4º: 1/36 dos últimos 36 salários-de-contribuição, apurados em PBC de 48 meses. Os salários anteriores aos últimos 12 meses seriam corrigidos. Não altera a regra de atividades concomitantes.

1991, Lei 8.213, Art. 29: Média aritmética simples dos últimos 36 salários-de-contribuição, apurados em PBC de 48 meses. Art. 32: “O salário-de-benefício do segurado que contribuir em razão de atividades concomitantes”, mas a regra permanece a mesma.

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CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS NAS ATIVIDADES CONCOMITANTESSALÁRIO-DE-BENEFÍCIO ATUAL

1998, Emenda 20: Alterou aposentadoria proporcional, incluindo idade mínima e pedágio. Não alterou a regra de atividades concomitantes.

1999, Lei 9.876, Art. 2º e 3º: Média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a, no mínimo, 80% de todo o período contributivo (PBC de 07/1994 até a DER). Não alterou a regra de atividades concomitantes.

Se o objetivo era evitar fraudes, e aquelas não mais são possíveis, porque a regra se mantém?

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CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS NAS ATIVIDADES CONCOMITANTES

COMO O INSS SE COMPORTA HOJE

Atividade principal: Apura o salário-de-benefício, conforme as regras do Art. 29 (média dos 80% maiores salários, com FP quando devido).

Atividades secundárias: Apura o salário-de-benefício de cada atividade secundária (normalmente sofre os efeitos do mínimo divisor), aplicando um FP que considera apenas o tempo daquela atividade como “tempo de contribuição”, e a seguir faz a proporção entre o tempo da atividade e o tempo que o segurado deveria contribuir.

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CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS NAS ATIVIDADES CONCOMITANTES

ESTUDO DE CASO – CONCESSÃO PELO INSS

Segurado com quatro atividades concomitantes (principal e três secundárias)

Período decorrido até a DIB: 230 meses.

Mínimo divisor: 230 x 60% = 138 meses.

  Principal 1ª secundária 2ª secundária 3ª secundáriaPeríodo contributivo: 207 meses 3 meses 49 meses 48 mesesDivisor: 165 meses 138 meses 138 meses 138 mesesSoma dos salários: 247.863,59 4.436,54 83.857,08 43.149,19Média: 1.502,20 32,14 607,66 312,67Fator Previdenciário: 0,6022 0,2039 0,1004 0,0962Salário-de-Benefício: 904,62 (12/30) 2,62 (6/30) 12,20 (12/30) 5,01RMI: 924,45      

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CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS NAS ATIVIDADES CONCOMITANTES

POSSIBILIDADES DE DISCUSSÃO

1ª tese: Considerar como preponderante a atividade de maior proveito econômico.

EMBARGOS À EXECUÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. EXERCÍCIO DE ATIVIDADES CONCOMITANTES. PERÍODO BÁSICO DE CÁLCULO. CONSIDERAÇÃO DA ATIVIDADE MELHOR REMUNERADA COMO PRINCIPAL. Tratando-se de atividades concomitantes, deverá ser considerada como atividade preponderante, para fins de cálculo da RMI, a que for mais vantajosa economicamente ao segurado. (TRF-4 - AC: 5384 SC 2007.72.01.005384-1, Data de Julgamento: 16/12/2010, Data de Publicação: Revisor)

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CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS NAS ATIVIDADES CONCOMITANTESESTUDO DE CASO – 1ª TESE

Segurado com quatro atividades concomitantes (principal e três secundárias)

Período decorrido até a DIB: 230 meses.

Mínimo divisor: 230 x 60% = 138 meses.

  Principal 1ª secundária 2ª secundária 3ª secundáriaPeríodo contributivo: 207 meses 3 meses 49 meses 48 mesesDivisor: 165 meses 138 meses 138 meses 138 mesesSoma dos salários: 250.307,03 4.436,55 82.501,27 42.062,87Média: 1.517,01 32,15 597,84 304,80Fator Previdenciário: 0,6022 0,2039 0,1004 0,0962Salário-de-Benefício: 913,54 (12/30) 2,62 (6/30) 12,00 (12/30) 11,73RMI: 939,90      

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CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS NAS ATIVIDADES CONCOMITANTES

POSSIBILIDADES DE DISCUSSÃO

2ª tese: Lei de Custeio

Lei 8.212/91, Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:

I – para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)

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CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS NAS ATIVIDADES CONCOMITANTES

POSSIBILIDADES DE DISCUSSÃO

2ª tese: Lei de Custeio

TRIBUTÁRIO – RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO – CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS – SEGURADO QUE EXERCEU SIMULTANEAMENTE DUAS ATIVIDADES REMUNERADAS COM VÍNCULO EMPREGATÍCIO. [...] 3. Definido em lei o salário de contribuição, a alíquota prevista no art. 20, da Lei n. 8.212/91 deve ser calculada sobre o total das remunerações recebidas, e não sobre cada uma das remunerações individualmente, devendo o valor da contribuição ser limitado ao teto do salário-de-contribuição, de acordo com o § 5º do art. 28, da referida Lei. (STJ, REsp 1135946 SP 2009/0073269-0 - Relator: Ministro Humberto Martins - DJe 05-10-2009)

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CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS NAS ATIVIDADES CONCOMITANTESESTUDO DE CASO – 2ª TESE

Segurado com quatro atividades concomitantes (principal e três secundárias)

Período decorrido até a DIB: 230 meses.

Mínimo divisor: 230 x 60% = 138 meses.

Período contributivo: 207 mesesDivisor: 165 mesesSoma dos salários: 394.915,93Média: 2.206,23Fator Previdenciário: 0,6022Salário-de-Benefício: 1.328,59RMI: 1.328,59

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CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS NAS ATIVIDADES CONCOMITANTES

POSSIBILIDADES DE DISCUSSÃO

3ª tese: Aplicação restrita do texto legal.

Lei 8.213/91, Art. 32, II, b) um percentual da média do salário-de-contribuição de cada uma das demais atividades, equivalente à relação entre o número de meses completo de contribuição e os do período de carência do benefício requerido; III – quando se tratar de benefício por tempo de serviço, o percentual da alínea "b" do inciso II será o resultante da relação entre os anos completos de atividade e o número de anos de serviço considerado para a concessão do benefício.

ATENÇÃO: Decreto e IN repetem a mesma redação da Lei.

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CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS NAS ATIVIDADES CONCOMITANTES

ESTUDO DE CASO – CONCESSÃO PELO INSS

Segurado com quatro atividades concomitantes (principal e três secundárias)

Período decorrido até a DIB: 230 meses.

Mínimo divisor: 230 x 60% = 138 meses.

  Principal 1ª secundária 2ª secundária 3ª secundáriaPeríodo contributivo: 207 meses 3 meses 49 meses 48 mesesDivisor: 165 meses 138 meses 138 meses 138 mesesSoma dos salários: 247.863,59 4.436,54 83.857,08 43.149,19Média: 1.502,20 1.478,85 1.711,37 898,94Fator Previdenciário: 0,6022Salário-de-Benefício: 904,62 (12/30) 591,54 (6/30) 342,27 (12/30) 359,58RMI: 2.198,01      

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Muito obrigado!

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