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Uma nobre missão O magistério é ofício dos mais importantes para a formação de cidadãos, mas para exercê-lo são indispensáveis compromisso e determinação Marco Vilarinho Editor do Metrópole Para exercer o ofício de professor (a) é conta o mercado de trabalho optou pelo magistério, que abraçou como uma missão. “Quando sai da sala de aula o aproveitamento do aluno. Hoje, para exercer o magistério é preciso uma abnegação muito grande; é ressalta, lembrando que a admiração que tinha pelo pai fez com que ela abraçasse a profissão. Perguntada sobre mente, a situação seria outra: o aluno aprenderia muito mais, resultando num adulto com melhor difíceis, como ocorre em todas as outras profissões, mas quando os alunos me abraçam sinto uma ternura

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Uma nobre missãoO magistério é ofício dos mais importantes para a formação de cidadãos, mas para exercê-lo são indispensáveis compromisso e determinação

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Marco VilarinhoEditor do Metrópole

Para exercer o ofício deprofessor (a) é necessário,antes de tudo, ser missionário,abraçar a profissãocomo uma meta a ser cumpridaao longo da vida.Independente de questõessalariais, alguns se destacamentre muitos pelaabnegação, pelo compromissofirmado com a educação,com a transmissãode valores que contribuempara as transformaçõessociais.Hortência Oliveira, professorahá 20 anos , destacaque a sua primeiraopção não foi o magistério,mas a administração.Entretanto, levando em

conta o mercado de trabalhooptou pelo magistério,que abraçou comouma missão. “Quando saida sala de aula para a prática,vi que tudo era muitodiferente do que eu imaginava:os alunos não erammais atenciosos como osde antigamente, nem tampoucoas famílias estavamempenhadas em caminharjunto com a escola – comoocorria em passado recente;vi que era preciso ser bemmais que uma simples professora:era necessário termuita criatividade paraque houvesse um aprendizadomelhor por partedesses alunos”, assinala.“Infelizmente, a faltade acompanhamento dafamília compromete muito

o aproveitamento do aluno.Hoje, para exercer o magistérioé preciso uma abnegaçãomuito grande; énecessário haver um comprometimentosério com aprofissão, pois nossa jornadaé dupla: quando nãoestamos em sala de aulaestamos em casa preparandoos conteúdos a seremaplicados em sala de aula”,observa Hortência.“Eu sempre tive pendorpara o magistério, atémesmo porque nasci numafamília de professores”,diz a professora BertaChaib, filha do tambémprofessor André SalomãoChaib: “Acho que o magistérioveio naturalmente ehoje já estou no mercadode trabalho há 15 anos”,

ressalta, lembrando que aadmiração que tinha pelopai fez com que ela abraçassea profissão.Perguntada sobre as qualidadesque um professordeve ter, nos dias atuais,Berta não vacila: “O professortem de ser perseverante,otimista e criativo,para conseguir prendera atenção dos alunos eseguir em frente”, diz. Elanão desconhece a questãosalarial, o cansaço da lidadiária e outros problemasligados ao comportamentode alunos e da família,porém não se intimida,“porque foi uma escolhaminha, uma escolha queme realiza.”“Se a família se irmanasseà escola, segura

mente,a situação seriaoutra: o aluno aprenderiamuito mais, resultandonum adulto com melhorformação”, diz Berta, acrescentandoque hoje os paiscolocam toda a responsabilidadeda educação do filhonas mãos dos professores.Por outro lado deixa claroque os alunos, passam a seramados como filhos: “É umcarinho muito grande quededicamos a eles, portantoé como se fôssemos mãe demuitos filhos”, argumenta.Ela pensava fazer jornalismo,mas uma espécie contratempoa fez ingressar nocurso de Pedagogia: há doisanos, Geysethaís Ribeiroentrou em sala de aula e seapaixonou pela profissão:“É claro que há momentos

difíceis, como ocorre emtodas as outras profissões,mas quando os alunos meabraçam sinto uma ternuramuito grande. Gostode receber cartinhas, dever o sorriso em cada rosto,porque sei que o carinhodeles é muito sincero’, assinalaa professora.Para o professor de EducaçãoFísica Ivan Macedo, oque o faz mais contente tera certeza de que está ajudandoa formar cidadãos:“Eu me sinto muito satisfeitocom a minha profissãoporque não estou ajudandoa formar profissionais, massim cidadãos”, acentua.Contudo, Ivan afirma queser professor é um desafio,um compromisso que se

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Um passado de histórias

“Quando sai da sala de aula paraa prática, vi que tudo era muito diferentedo que eu imaginava: tudoestava muito mudado.”Hortência Oliveira

“O professor tem de ser perseverante,otimista e criativo paraconseguir prender a atenção dosalunos e seguir em frente.”Berta Chaib

“Quando as crianças me abraçam,fico muito feliz: gosto de ver o sorrisoem cada rosto, porque sei que ocarinho deles é muito sincero.”Geyse Thaís Ribeiro

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Enfrentando todo tipo de dificuldades, alguns conseguiram driblar, ou ultrapassar, os obstáculos e se colocarem de frente para os alunos, passando paraa história como exemplos de fibra, de boa vontade e, principalmente, de compromisso com a carreira a que se destinou. É impossível não citar Odilon Nunes quando o assunto é magistério: inspiração para todos os historiadores piauienses - por ter escrito obras pesquisadas diretamente em antigos documentos -, contemporâneos seus são unânimes ao afirmar que Odilon Nunes tinha a essência do magistério nas veias, como parte de seu DNA.Historiador de renome nacional, Odilon Nunes era amarantino - nascido em 1899 e falecido em 1989.Autodidata, era dono de uma cultura invejável, tendo projetado conhecimentos por inúmeros colégios. Fundador do Colégio Amarantino, seu nome estava ligado a todos os movimentos que tinham a educação como princípio para a formação da personalidade dos jovens de seu tempo.Odilon Nunes foi diretor de vários colégios e lecionou com brilhantismo, tendo seu talento reconhecido no Piauí e Brasil afora. Quando secretário de Educação, saia a cavalo interior adentro, percorrendo vilas, povoados, e analisando a o nível educacional da população.Hoje, o Museu do Piauí leva seu nome, em decorrência da grande contribuição á historiografia local.É autor de “O Piauí na História”, “Súmula de História do Piauí”, “Pesquisas para a História do Piauí”, 4 volumes; “Apontamentos Históricos”, “Economiae Finanças”, “Piauí Colonial”, “Geografia e História do Piauí”, “Os Primeiros Currais”, “Devassamento e Conquista do Piauí”, “O Piauí, seu Povoamento e seu Desenvolvimento”, “Estudos da História do Piauí”, “A Origem das Fazendas Estaduais”, “Domingos Jorge Velho e o Assentamento das Bases Econômicas do Piauí”, “Um Desafio da Historiografia do Brasil” e “Raízes do Terceiro Mundo”.

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