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"W ANNO XV :¦£*,*- ^?í5^*l_*í''ii'-. V-í'T RIO DE JANEIRO, 20 DE MARÇO DE 1912 NUM. 1425 «1 M /i Periódico humorístico Illustrado bi-semanal REDACÇÃO E ESCRIPTORIO RUA DA CARIOCA, 53. SOBRADO Telephone 3.51S REIVIEDIO EFFIOAZ para flores brancas e hemorrhagias uterinas, ,— obesidade e arthritismo ¦fcwcl' ""XS ' />> "' ;.*•,'"¦ Activa o utero na oceasião do parto ,z'/ -^ »> ..' v"'V»i '-**»**a**'*V*^lara.-^'l O MEDICOIsto não é nada. minha senhora; é um tumorzinho superficial que eu vou 'espremerãom os dedos,rsem ser precisa a inter- venção cirúrgica. A clienteAdiuiro a sua sinceridade, pois todos os médicos moços gostam de ir logo mettendo o ierro na gente... Do pharmaceutico e chimico João da Silva Silveira ^ll^íff!(PELOTAS—RIO GRANDE DO SUL) &* EL ÜL W-uGrande depurativo do sangue-. Lnlco .|iic cura a «SyphilnM Casa Matriz—Pelotas, Rio Grande do Sul. Caixa, 66.—Casa Filial e Deposito Gera] ROA CONSELHEIRO SARAIVA, 14 e 16.—Caisa, 148—Rio de Janeiro ^^^^^^^^_____-==============-^-:VENDE-SE EM TODAS AS PH A K MACIAS E DROGARIAS²- 16J "¦-- -laünH

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ANNO XV

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RIO DE JANEIRO, 20 DE MARÇO DE 1912 NUM. 1425

«1

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Periódico humorísticoIllustrado bi-semanal

REDACÇÃO E ESCRIPTORIO

RUA DA CARIOCA, 53. SOBRADOTelephone 3.51S

REIVIEDIO EFFIOAZ

para flores brancas e hemorrhagias uterinas,,— obesidade e arthritismo

¦fcwcl' ""XS '/>>

"' ;.*•,'"¦ Activa o utero na oceasião do parto

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O MEDICO Isto não é nada. minha senhora; é um tumorzinho superficial que eu vou 'espremerãom os dedos,rsem ser precisa a inter-venção cirúrgica.

A cliente Adiuiro a sua sinceridade, pois todos os médicos moços gostam de ir logo mettendo o ierro na gente...

• Do pharmaceutico e chimico João da Silva Silveira

^ll^íff! (PELOTAS—RIO GRANDE DO SUL)&* EL ÜL W-u Grande depurativo do sangue-. Lnlco .|iic cura a «SyphilnM

Casa Matriz—Pelotas, Rio Grande do Sul. Caixa, 66.—Casa Filial e Deposito Gera] ROA CONSELHEIRO SARAIVA, 14 e 16.—Caisa, 148—Rio de Janeiro^^^^^^^^_____-==============-^-: VENDE-SE EM TODAS AS PH A K MACIAS E DROGARIAS -

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O RIO NU — 20 DE MARÇO DE 1912— EXPEDIENTE —

ASSIGNATURAS

^ ano 12S000 Semestre 7S0UOExterior, anno 20S000

Numero avulso 100 réis

Nos Estados e no interior, 200 réis

Os Agentes do Correio ou qualquer pessoa quenos enviar 3 assignaturas com pagamento adeantado,|.odcm descouíar I .*» °i«. <I« comniii-saão.

Toda a correspondência, seja de que espécie fõr,deve ser dirigida ao gerente desta folha.

ANTOLHOS

I erça-peira, 19 dc Março de 1912. Santos do dia :Os Tres Virgens Martyres ; Santa Mexidinhá e São

Mexilhão.Numa espessa e jamais transitada matta virgem,

não diremos até o pé humano mas até o dedo grande-da—mão-hereje,.nasceram^e foram criados esses queridossantinhos dos quaes a

"tnsTõlíã, não saberíder o-'nome,~"

trata simplesmente pelos Tres.

O culto desses milagrosos santinhos foi durantemuito tempo exclusivamente cultivado pelas jovens deBarcelona que cautelosamente escondiam e guardavamOs Tres dos olhares profanos.

D. Juan de Arrebenta Cabresto, príncipe moscovita,forçando Barcelona na época em que Adão comia ofrueto prohíbido, roubou ás pobres moças os seusqueridos Os Tres e desde ahi elles mesmo cm imagemraramente são verdadeiros.

A maioria d'Os Tres que se encontram hoje éfalsificada.

Um pensamento diário : Todo o homem que, nãopodendo sahir de um logar onde se note a ausência dcfunecionarias, fôr obrigado a passar muitos dias emjejum, não se deve metter a lazer extravagâncias, taescomo : cocar elle próprio a... garganta, etc. Deve esperarcom paciência e resignação e, assim que puder, chegaráao Rio ( ou a outra cidade movimentada que lhe fiquemais próxima do logar onde se encontrar ) e procuraráimmediatamente uma mulher bonita, pagando-lhe gene-rosamente para que lhe faça esse serviço. — Lid^iiCaldas.

Provérbio — Dizem que quem não tem câo caçacom gato, porém isso está mal traduzido. O adagio éeste: Quem não tem mulher bonita e serviçal folgacom a do vizinho ou então arranja um pequeno quetome parte no seu entliusiasmo.

Ephemeride5 — Setecentas grammas de toucinhoantes do rapto das Sabinas, uma senhora passando poruma estrada escura cahiu num buraco e espetou-se numprego de palmo e meio.

Quando a foram soecorrer e perguntaram o queella sentia, si estava machucada, a mesma respondeu:

— Então vocês pensam que berimbáo é gaita cpimenta só arde no nan\ dos outros? I

Está hoje esta elegante secção embandeirada cmarco e cheia da mais viva satisfação, pois festeja o seu69o anniversario.

Sim, os "Antolhos" fazem 69 annos, sempre rijose duros no bom serviço das nossas formosas leitoras!

' —O que tem sido a nossa vida e a nossa influencia

no meio artístico e smartico é quasi desnecessário dizer,porque o nosso valor entra pelo olho de qualquer um.

Daqui temos ensinado a todos, senhoras, senhoritase cavalheiros, vários e primorosos ieitios de modas.

Por nosso conselho foram criadas as principaes eafamadas casas dc modas que tão bons serviços temprestado.

Hoje pôde um cavalheiro passear pela Avenida, átarde, com ceroulas de cambraia, e -uma distmeta senhora.andar por lá em camisa, sem que o povo repare.

Ninguém mais, devido aos "Antolhos", mette odedo no nariz e quando tem esse desejo meite-o noutralogar.

A parodia dos bondes electricos, feita pelos cãesinhosde estimação, foi nossa invenção.

E o 96 em uso agora? E a soda do meio-dia quejá vae, graças ao nosso esforço, entrando nos hábitoscariocas ?

Podem dizer qtie isto é falta de modéstia, porém averdade nào se contesta, c nós, fazendo hoje o 69o annode vida elegante, justamente nos orgulhamos.

Mais outras porções dc votos recebemos para onosso original concurso.

Eis a apuração :

Ermelinda Costa., 3Ó9 votosCecilia Neves 341 »Chica Perna Inchada. 204 »Marietta Meleca 169 »Olga Não Se Lava 96 »Dalila Mamãe Não Quer ^6 »Hilda Ventas Largas 69 »Madame Rosita 69 »Cabocla Joancttc 69 »Suzana 50 »Chiuinha 50 »Albertina do 50 »,

Além desses votos recebemos 569 votos para oCarlos Leal, os quaes não apuramos porque o concursopernal é entre senhoras e além disso o Leal não temperna fina.

Concurso Pernal

Qual a senhorita, senhora ou aquella que tema perna mais fina ?

Cantigas de ca e de lã

Roubei-te um beijo. Não digasA ninguém que fui ladrão,Tenho-o no bolso da calça,Vem tiral-o com a mão.

Os teus olhos são escurosComo a noite mais cerrada.Meu bem-te-vi quer dormirNa tua matta fechada.

Impressões theatraes

I ys doís grupos que actualmente se exhibem no Re-^^ creio e no S. Pedro fizeram novas tentativas derepresentações mas, como das outras vezes, foram ínfe-lizes. Os triutnphos, os louros, os assombros, fugiram-lhes pelo buraco do ponto e a prima-àona do S. Pedro,Sra. Sylvia Marchem, soffreu mesmo o desgosto de verposto na imprensa, em confronto com o da notávelartista Palmyra Bastos, o seu trabalho em Amores depríncipe, e com vantagem para a actriz portugueza.

Não é, de certo, coisa para admirar ninguém, quea Sra. Sylvia não possa competir com Palmyra, mas nãofora o pouco tacto do secretario da empreza do S. Pedroprovocando dissabores aos grandes jornaes diários, eestes lh'o não diriam á boca cheia, com a semecrimoniaque se viu.

Da gente do Recreio ha a destacar a saudade queem todos fez á'A dama mysteriosa de tempos passados,no Carlos Gomes, a representação que com esse tituloannunciaram ha dias.

O Sr. Monteiro, principalmente, que, cheio devento, emitte opiniões arrojadíssimas sobre o trabalho c.o valor de collcgas e patrícios seus, de outras compa-nhias, empregou todos os meios possíveis para que essasopiniões sejam as nossas com respeito á sua pessoa. Orapaz não sabia, ou esquecera, o seu papel, vendo-se aSra. Adelia Pereira na necessidade de estar a ensinar-Ih'o em scena.

E sem querermos falar noutras coisas porqufi asImpressões theatraes não têm pretenções, não podemosainda assim deixar de notar a rata do ensaiador naquellahistoria do camarada que vae tomar banho sahir dellevestido com a farpella que liavia deixado no comparti-mento do outro lado, coisa tão escabrosa, que, talvezfosse por sua causa a prohibição actual de peças dessaordem no S. Pedro de Porto Alegre.

O gênero é realmente livre demais em matéria dcensaiar... A companhia, de resto, promette-nos muitassurpresas. Estreando com uma peça da força de Manelickvae passar ao estylo meloso das morgadinhas, assimuma espécie de homem vigoroso condemnado aoregimen lácteo...

Paço Lkon.

CapadoçagensCapadocio chega a Maceió — Radio-

grammas em penca — Acção deei-siva do nosso companheiro — Re-nuncía o Malta e espalha-se amalta.

Quando eu cheguei ao chateau, de volta do meu

consultório, onde com o meu páo tinha concer*tado um imindào de olhos masculinos e olhas femininas,a minha mulher numero quatro, que é alagoana-dagemma, disse-me logo:

Meu amo, tu tem ahi um telegrammas de Ma-ceio que o estafermo do telegrapho troche. Pela letracreio que é dc mamãe.

Mandei a crioula na esquina ver si kagado tomarape e abri o despacho que dizia o seguinte:

« Capadocio. — Rio. — Tempo quente. Cangica pe-gando fogo. Malta regressa amanhã. Vem salvar situaçãoe evitar enrascada preta.—Clodoaldo.»

Chamei togo a negrada toda e puz o mulherameinteiro no movimento.

Emquanto uma me esfregava o uniforme de generalda guarda urbana, outra me armava a pistola e aindaoutra me limpava o ferro da espada.

As restantes foram buscar o aeroplano de soo ca-vallos marinhos que eu achei no angar da aviação.

Quando o troço empinou, tomei um garrafão daD. Branquinha, trepei nus costas da negra numero ires,pulei 110 manichismo e voei no arranco mãe dc urubugosmento para a Alagoas velha.

Quando meu apparelho de andar por cima dosoutros passou pelo navio que levava o Malta, este queestava na tolda gritou :

Quo vadis ?Quo vadis é elle, seu aquelle !Quem és tu e para onde vnes ?O' gentes— respondi —tu, mano estradeiro,

não conheces o grande Capadocio Maluco ?O' meu cheiroso amigo, desce da geringonça e

vem commigo.Comtigo ?! Comtigo é nove ! Eu vou a Maceió

concertar a gaita.O Malta poz ns mãos na cabeça e começou a correr

pelo convez, berrando como mulher de boi quando querdar á luz :

Estou perdido 1 Não arresisto !... O Capadociovalente de guerra vae para Maceió ! Estou morrido poli-tica mente.

Deixei o supplicante gemebundo se carpindo nasolução do medo receiativo e toquei a coisada p'r'o páo.

Ao avistar a heróica terra do Caboclo, passei estesradiogrammas :

« Fonca—Rio.—Eu cá m'acho Maceió. Vim gaiantirCladoaldo, não mande força intervir sinão chamo ca-nhões das zonas a serviço. Viva a China !—Capadocio.»

« llio Nu—Rio.—Camaradas, cheguei. Preparempessoal artilheiro da zona. Si Malta chíscar sae umacavada preta — Capadocio.»

Quinhentas grammas depois aterrei na praça prín-cipal, onde toda a população estava anciosa á minhaespera.

Clodó 'deu-me logo um abraço quebra-osso e deitou

falação explicando aos cidadãos e cidadôas que eu assu-mia daquella hora em diante a direcção do movimento.

Então eu subi numa lata de banha de cachorrohydrophobo e obrei deste modo:

Maceioticos correligionários. A's armas 1 Toda anegrada pegue com gosto e geito no páo furado. Vocêsestão armados?

Sim senhor, general.Então ponham as armas para fora, que eu quero

examinar a coisa. Vamos, depressa, que a malta doMalta está chegando 1

Quando elles me mostraram o armamento gosteida limpeza e distribui o pessoal nos pontos estratégicos.

Seu Malta assim que desembarcou correu burra-mente para assumir o poleiro governamental; eu, po-réni, sapateei de velho na frente do bicho e declarei-lhesolemne e gravidamente que elle só entrava no negociosi se resignasse a resignar a mandança da meleca.

O mano engulíu em secco todo o caroço e replicou:Nào quero! Fu acompanho o Clodoaldinho de

coração ! Adhiro... depois eu tenho a malta.Nâo venhas, meu negaro — respondi—de borze-

guins ao leito. Deixa o troço ou cu intervenho com aartilharia das zonas. A malta que se fomente e não en-tre de queixo sinão sahe chorando firme na rabada.

O homem fez cara de bronze, resignou-se a. resi-gnar, cu fiz a eleição do Clodoaldo velho camarádão ecá m'acho de volta 110 meio da negrada.

Capadocio Maluco.

p. S.—O Fonquinha fingiu que não gostou, porémmandou-me um garrafão da especial do Rio Grande.

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O RIO NU — 20 DE MARÇO DE 1912

A ISCA

f\ o cahir cie uma linda tarde da semana passada,penetrei no jardim do Campo de Sant Anna c

puz-me a perambular pelas encantadoras aléas daquelleparque encantador.

Minha alma de poeta divagava por aquelles cami-nhos quasi desertos, a pensar na ingratidão do povo quedeixa' abandonados os jardins públicos, quando, ao fazeruma pequena curva, vi, a uns vinte metros, sentada numbanco, uma mulher cuja silhueta me pareceu attrabcnte.

Disfarçando, procurei o banco que lhe ficava fron-teiro e nelie me sentei. A noite cahira de todo, masainda nào havia luz no jardim. Olhei para a mulher, evi-lhe ao collo uma criancinha, que ella embalava cari-nhosamente contra os seios. De repente, como si aminha presença não a incomniodasse, abriu a blusa etirou nm peito, grande, alvo, setineo, cujo bico chegouá boca da criança. Nesse momento, uma lâmpadaelectrica, que mão invisível accendera junto a nós, fezincidir sobre a mulher a sua luz branca, leitosa...

Foi então que ella, tardiamente envergonhada,recolheu o peito, aliás sem protesto da criança...

Quem seria aquella mulher ? Uma ama de leite ?Não podia ser. Estava muito bem vestida para essecargo e muito apertada na sua loilelte bem talhada ámoda. Tinha as feições delicadas, mãos e pés peque-ninos, indicando mulher de algum trato.

A sombrinha, que descansava ao seu lado, casualou propositalmente, cahiu ao chão, e favoreceu-meensejo de, apanhai: do-a, travar conversação com tãogentil creatura.

Durou meia hora a nossa palestra, em que ella mecontou ser casada ha pouco mais de um anno e aban-donada ha um mez pelo marido que lhe deixou aquellacriança, frueto do seu primeiro amor...

O petiz — coitadinho! — era muito doentinho,muito franzininho, e ella todas as tardes o.levava ali, arespirar o ar embalsamado da floresta, a ver se retém-perava o pobrezinho...

De facto, notei que a criança estava envolta dacabeça aos pés em abrigos excessivos para a temperaturacalida do dia.

Sahimos juntos do jardim, e ella permittiu que aacompanhasse á casa, ali próximo, na rua Visconde deItauna. . -..

Eu ia radiante ao lado da minha conquista eantegosava já os momentos deliciosos que ia passarcom ella, a consdlal-a da ausência do marido ingrato...

E' aqui — disse ella, parando junto a um prédioassobradado.

Posso entrar ? — perguntei.E então ?. .. Eu moro só, com uma criada.

Entrei para a sala e ella, depositando ou amesatirando a criança sobre um safa, dirigiu-se para ointerior da casa, dizendo-me:

Espere-me um pouco...Notando a passividade do petiz, quando a mulher

dcsapparc-ceu tomei-o nos braços e... fiquei espantado.!era uma boneca !

Quando, dahi a momentos ella voltou, envoltanum peignoir provocador que punha em evidencia todosos seus encantos, pedi-lhe que me explicasse a causadaquella mystifícação.

Essa boneca é o anzol c o meu seio é a isca,meu velho...

E essa historia do marido que a abandonou ?E', como diz, uma historia.

X. P.

Gambiarrasf\ inda se não sabe quem é a dama mysteriosa de

que precisa a troupe do Recreio. ^ Fala-se emdiversas, sem que comtudo se possa afiirmar coisaalguma de positivo.

Quem sabe se a cila não serã a Delfina Victor ou aBeatriz da trama ?

Sempre se foram para Lisboa a Estrudes e aGuilhermina.

O choro do Cotta fazia dó contrastando com aalegria do escrivão, livre emfim da carraça que era aEstrudes.

Parece que vão suicidar-se por estes dias acorista Estrella do Pavilhão e o coristo Albuquerque domesmo theatro.

Ignoram-se as causas da futura tragédia, mas a ditajustifica-se na ntlllidade do valor dessas duas iiguras nacompanhia.| O Monteiro do Recreio está prccisadissimo detomar o Elixir de Nogueira do chimico Silveira.

Com um ou dois fiascos do famosa depurativo,voce, seu méco, fica até com a pronuncia um tanto maiscapaz de se ouvir.

Experimente...

A corista Aurelia Mendes veiu a esta redacçaoprotestar contra a fita do .seu ex-suicidio, dizendo-nosque a coísa se originou ,numa troca fatal de fiascos deremédio.

Tinha graça que no fim de ter dado o co.. .ração amais de um milheiro, a!tintasse c mi tra tt bi'da por In'adeste ultimo.

Tá direito I,.,Que diabo quererá dizer a penna encarnada que

o Gomes da Silva traz no chapéo'?Será distinetivo das hostes couceiristas?

O tal seu Ipólio já não parece aquelle grandeartista de outros tempos. Tudo lhe lãz confusão emscena e fora della.

Que homem cheio de dedos o Ipólto. Parece -preoecupado apenas em tornar-se cara que se veja.

Quanto pócle o amor!A Cecilia Porto só com a mira de ser ovacionada

também no seu papel de Fenianos, foi ao ciub dos ditosdenunciar um supposto projecto sinistro dos Demo-craticos.

Ma cada fiteira !A Luiza Caldas, afinal, vae parar ás mãos do

Candinho !Ora, sabendo-se como a lingua della era perversa

contra o homem, é caso para lhe dar pezames pelaafinação a que chegou.

Nem tem desculpa o dizer a menina que é com apromessa delle lhe arranjar de novo o Luz I

O celebre Já le pintei! está no cento e meio derepresentações e representações com casas cheias.

Que ponha ali os olhos o Monteiro do Recreio, aver si deixa de dizer mal duma vez.

O Marzullo fez-se alfaiate !Mais um que, desilludido do tão falado resurgi-

mento do theatro nacional, vae tentar a sorte foradelle. -

Que, ao menos, não negue agora fogo a boatesoura que o Marzullo sempre foi!

Quebrou mais uma vez o Humberto do Amaral.A ascensão do estimado artista em matéria de que-

bras, dá com elle em neurasthenico. ..Foi ás chinezas dos bichos a nossa camarada

Maria das Neves, sem que conseguisse ver melhor depoisdisso.

Lamentamos-te a pouca sorte, Maria.A corista Estrella vae fazer uso-da A Saúde da

Mulher, mais uma vez.Que utero damnado o da tal Estrella para se

avariar ! Também, com o gasto que ella lhe dá não épara menos. ..

O Oliveira dos Óculos vae tratar de ver (poissim) si encaixa a Ermelinda uo Recreio. **

E' caso para dar parabéns a toda gente do Pavilhãodesde a empreza aos espectadores.

— A Aurelia Mendes está na maré da pouca sorte,coitada!

A pobre foi barrada pelo homem da Rua doRezende que a poz fora e mais ao novo rufa que ellaarranjou.

Que raio de azar!O Alberto Ferreira desde que se suicidou tor-

nou-se um homem sério, Agora oecupa-se apenas emtratar das antigas mazellas com o famoso Mucusan, oespecifico da moda em doenças secretas.

Bem bom I...A tal Silvina do Pavilhão, segundo diz a Beatriz

da trama, continua na mesma semvergonhice de sempre.Que faz a Silvina que não cliama á ordem a Beatriz ?

Chico Ponto.

Atai de um velho

Au Bijou de Ia Mode- _ Grande depositode calç.idos, por

atacado e a varejo. Calçado nacional e estrangeiro parahomens, senhoras e crianças. Preços baratissimos, ruada Carioca n. 8o. Telephone 3.6Ó0.

Foi encontrada perdida na Cascata do Campo dcSant'Anna uma innocente criancinha dc seis mezes.

Interrogada habilmente pelas chinezas dos bichosdeclarou que ali fora com sua mãe que a deixaraemquanto ia tirar um dente de um senhor doente quepor lá appareceu.

As autoridades guardam a pequena emquanto amãe tira o dente do doente.

Vende-se uma égua, viuva, branca, de 2" annos,boa niarcbadorn, sem compromissos e que deseja ir paraa companhia de um cavalheiro de posição, dando garupapara viverem como casados, pois está bem ferrada dasquatro patas e e muito carinhosa.

Quem prctendel-a pude montal-a umas duas vezese sendo pessoa séria deixe carta nesta redacçao aViuvinha Quínínha.

LÍCOR TIBAINAO A-tÂelbior "rjuriücatJor do sangue

GRANADO & C." — Rua i" de M.irço, 14i

O DIA FELIZ

Ha indivíduos que parecem ter nas-cido de uma lagrima ou de uni soluço,tal a mania eterna que têm de passar avida maldizendo a sorte, embora estalhes sorria sempre e só lhes offereça pra-zeres e risos.

Nessa classe de carpideiros estava omeu amigo Mcneláo Pulchcrio que ja-mais achara um dia feliz na existência.

Julgue, entretanto, o leitor, por simesmo, o meu camarada.

Meneláo era possuidor duma boa for-tuna, realizada em excellente espécie,tinha quarenta e cinco annos rijos, de""'v & uma saúde dc ferro e, além disso tudo,

era casado com uma interessante e bella menina devinte fulgentes primaveras.

A esposa do Meneláo, a linda Stella, era uma ele-gante e aristocrática morena, de basta e crespa cabelleiranegra e uns poéticos olhos verdes a brilharem no rostomimoso como duas esperanças vivas.

Quando, no volteio entóntecedor da valsa, eu lhevia a linha seduetora dó collo voluptuoso agitar-se sof-frega, nào posso negal-o, tinha desejos que não erammuito favoráveis ao Meneláo.

No seu andar languido, tentador como o languidoandar das odaliscas amorosas, Stella deixava perceber oesculptural talhado de seu corpo esbeito.

E o Meneláo, rico, forte, pleno de vida, maridodaquelle thesouro, passava os dias- cheio de nostalgia aqueixar-se do destino.

Um dia, ou mais propriamente uma noite, era an-'niversario do meu camarada; eu lá fui cumprir o deverde felicital-o, auciando por admirar mais uma vez a per-feição divina da encantadora Stella.

Quando cheguei ao principesco paíacete do meucamarada e elle veiu a mim risonho, braços abertos, ale-gre como uni collegial em férias, pasmei e quasi duvideique aquelle fosse o taciturno e sempre nostálgico Me-neláo.

Após os naturaes e expansivos cumprimentos, elle,travando-ine do braço, levou-me para o jardim feérica-mente illuminado e foi dizendo:

Não te admires, meu velho amigo. Estou curado.iSJào tenho mais a terrivcl nostalgia que me desgraçava.Sou feliz ! Completamente feliz 1

E donde vem essa repentina felicidade? per-guntei. Do meu sobrinho, do Zeca, aquelle que se for-mou este anno. Está morando comnosco. Não imaginas .o que elle é. Um demônio, a alegria em pessoa. Não hatristeza que resista a seu lado. E' um...

Nessa oceasião chegávamos nós a um espesso cara-manchão donde partia em surdina uma deliciosa musicade beijos.

O Meneláo interrompeu-se e disse-me muito baíxi-nho e muito brejeiro :

Vamos surprehender este casal de ponibinhos.Vae ser uma fita.

Entrámos sorrateiramente no caramanchão e dé re-;pente accendemos dois phosphoros.,.

No banco rústico o sobrinho do Meneláo e a Stellabeijavam-se longamente... amorosamente...

Mathusalem.

O commendador Serapião Leão Papão queixou-seamargamente e com toda a razão, ás botucudas daestatua de Pedro I contra umas mocinhas e mocinhosseus visinhos que não o deixam socegar nem pregarolhos. \

E' o caso que as meninas fronteiras a elle levamtodas as tardes fazendo exercícios dc flauta com osrapazes e o commendador que na sua mocidade foi roxopor esse divertimento, fica nervoso pois já perdeu toda...a embocadura.

As meninas vão ser intimadas a fazer o exercidoem outro logar mais resguardado.

Como até hoje não houvesse quem de direito désseas providencias urgentes que o facto exigia e comocontinua tudo como dantes, nós aqui estamos de novoclamando com todas as nossas forças,

Como vem os leitores não é assumpto que se possaadcüar tal a gravidade que elle encerra.Sim, descure quem quizer dos seus deveres; nòs,

nào ! é aqui sempre castigando factoi assim. Não-acha o-leitor? . ,w|-;

Tônico Japonez—Para perfumar o cabelloe destruir as parasitas, evitando com seu uso diário todasas enfermidades da cabeça, não ha como o Tônico Japo-nez — Rua dos Andradas. of*.'

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O RIO NU DE MARÇO DE 1912

Ella — Que é isso, seu Daniel?... Então o senhor ainda não aprendeu a patinar?- Elle—Não foi nada, e até nem tenho vontade de sahir desta posição, que me permitte ver uns pa-noramas soberbos...

Peitoral de Angico Pelotonso—-Não ha emtodo o mundo medicamento mais efficaz contra tosses, resfriados.influenza, coqueluches, bronchites, etc, do que o Peitoral de AngicoPelotense, verdadeiro especifico contra a tuberculose nos primeirosgráos. E' o melhor peitoral do mundo. Fabrica-se no Rio Grandedo Sul. O Peitoral de Angico Pelotense não exige resguardo.Vende-se em todas as pharmacias e drogarias. Depósitos : Pelotas.Eduardo C. Sequeira; Rio, Drogaria Pacheco: São Paulo, Baruel& C.; Santos, Drogaria Colombo, de A. Leal & C.

Em nosso escriptorio vendemos clicüiés

publicados na £o3h.a, EimÈto foeiva coiisei^vEY-dos» por preços baratissimos. lias S da^manhã as 6 da tarde.

João Benguela, nosso palpiteiro-mór, manda lembranças aosamáveis leitores e recommenda-lhes seus bons palpites.

'rtíii

— Si esta trança fôr postiça, vocês vão ver o bonito quandoeu arriar a pêndula

',

Boa pilhéria Ingenuidades

A peqjjena — Virgem Nossa Senhora ! Lulú enguliu o cabo do ancinho,que lhe entrou pela boca e sahiu pelo... Vou chamar papae para ver!

HL,—I '****¥$&%> _——7^—' ~>~^ -

St^oL —5T?; ' **-—>—~v_

O pequeno -Qtie tola que é a maninhaerificar o truc!

E com que cara vae ficar quando

HYPOCRITA

— Não creio na Hrmina !Ella só quer gosar,E faz-se de menina .. .E' moça bem ladina,Que sabe especular. . .

Eu gosto delia, é certo,Mas sei ? que ella faz...Tambem sou muito esperto.. .Si tarde náo desperto,Sou do engano incapaz..,

Ella a qualquer um toloh" fácil de illudir;A quem tiver miolo,Não, não consegue pól-oAttento a reflectir...

Tem muita hvpocrisia!Olá, olé, si tem IGostando da folia,A tal durante o diaSò mostra ter desdém. . .

Mas eu bem a conheçoE fujo delia assim. , .Sim, nào Ihedouapreço...E o seu amor mereça...Une-se bem a mim...

Mas só socego espero,Ter calmo o coração. . .Oh ! sempre fui sincero !St ella diz—«Eu sou zero»—Seus olhos di^em— «Não!... *

Camisinha.

ispensa o facto de serem ainda,s daquelle regimento.

A sepultura nos iribunaes

l*'oi praiTjgado por mais tres mil annos o prazopara a terminação do monopólio de enterrar defuntosdeitados.

Devidamente instruído, com todos os pesos e me-didas adequadas ao casa, a Companhia Humanitária deCommodidades Intimas vae requerer, logo que finde oprazo, para enterrar cm pé.

Amores de um Frade2- EDIÇÃO

ESrssit ciifjraeadivsiiiia uovclln. enj» -irnf|emde "t-.mta (wempInrcM iscou <l*"*«lr loifo esj|o<ndn.f.tt-i proiliptn uma 2' ediyitn rum fjríivnrasmais apropriadas UO assumpto.

AMORES DE UM FRADE.,,.,.,-.. u. I .1» UOI.l.S:<< iO tlIOHONA. Mtc Be.lln*• ediçiio muito melhorado na parlo matrriril rc vendido pelo mesmo preeo

SOO RÉIS,ein nosso rwerlpiorlo n rnu du Carioca n. 5Jf.Nofiruilo.

Recebem-se pedidos de fArn qne. oeompa-nliniliis iIh respectiva Imporlmicla. devem sercdei-a-vaal»-, u •»• VKM.OSO

Noite de noivadoEstá á venda essa interessante novclla amorosa, em

que o seu auctor narra, com um naturalismo crú, as pe-ripecias do noivado da Xézé, uma interessante creaturaque ingenuamente, numa noite só percorre toda a escalado amor.

Além do texto attrahentc, a

NOITE DE NOIVADO

tem gravuras explicativas tiradas do natural.Esse interessante livrinho, que se pôde conduzir no j

bolso, faz parte da Collecção Amorosacusta apenas

SOO réisna capim! o HiHi rúia pelo Correio.

Ao Ministério da Aviação ò cidadão argentinoCondor dos Andes requereu privilegia de invenção paraum seu svstcma de fabricar grandes blocos de mel depáo para a exportação para a estranja.

Caso o prestimoso gringo consiga esse privilegiopara os grandes blocos de mel, pedirá outro para o seusystema, ainda mais aperfeiçoado, de fazer pequenos;estes porém, não serão exportados.

A coTlaboraScTnesíírjcinral-é franca a todos-os leitores. Os trabalhos enviados, entretanto,sento submeteidos ao juizo da. redacção, que ospublicará ou não, conforme o entender.

Em caso algum serão restituidos os ori-ginaes.

Pomada Seccaíiva de São LázaroA única que cura toda e qualquer ferida sem pre-

judicar o sangue; allívia qualquer dor, como a erysipelae o rheumatismo. Conhecida em todo o universo. Ruados Andradas 95.

AGENCIA DE REVISTAS E JORNAESFigurinos, Romances e Cartões Postaes

Acceita e dá prompta execução a qualquer encommend.1,assim como acceita assiguaturas c vende

avulsos. — NOVIDADES POR TODOS OS VAPORES,

Braz Lavaria

rua do ouvidor, iSi — rio de janeiro

Do logar de medico parteira do 20" regimento decavallaria de Chaves foi dispensado o Dr. Bom Sue-cesso.

Motivou essavirueus todas as pri

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O RIO NU — 20 DE MARÇO DE 1912

Um banho de cerveja11

x-Ti__ I ' .T_.AQi.IAT_>'.9 V. Ks/\Z£ i¦ Éx£~%\,\ _fô " *'"**V.,____L*-L_!____ ¦*¦'"' círtSi_í_-WS

Estava num bar-restaurante a familia Grogotó a refrescar a guélacom bons chopps, quando entrou o marido da caixeira, o Maçarico,que chegara de viagem.

. iQ-_*rV_rftrt»__" -*•*•»*•* "«•" rt-imt^se^^.^^ry^aa-t^saiWaotaiaKi^o^ani ¦•_>¦*¦. _*_f^^,

,gA .¦•'¦-;: r-p __^íí^>. '..

Vendo o seu homem, a caixeira esqueceu-se de que trazia umabandeja com tres copos de cerveja e atirou-se a elle num abraço quedeu o resultado que se está vendo : matou as saudades dando um ba-nho dc chopp nos freguezes !.. .

w s\ wia^i^-^^^^¦'^S*£y^^k==JÍ{P~. ¦ 1\___

*** '^ '¦ " tA¦ _„w_.Ja«-_ ^^

Seu Manoel, eu vou á cidade. Quer que lhe traga algumacoisa dc li ?

Traga-me um frasco de Peitoral Je Ançico Pelotense para amulher, que anda com uma tosse de cachorro.

^^^^^^fl^ |—¦ Olha, Clara, eu vou-me embora. Tu hoje estás atacada dos nervos e eu não quero abor-

recer-te com a minha presença.— Pois sim, vae; . um favor que me prestas. E, si queres prestar-me outro, manda-me cá

teu marido, pois estou muito precisada dos seus serviços médicos...

Noticias frescasEm audiência especial que terá logar ao ar livre,

ainda mesmo que chova, o Sr. presidente da AssociaçãoBrahmanka de Velhos receberá o enviado ptenípoten-cio e ministro especial da sua congênere da Guiné.

Tanto o recipiente coma o recebido estarão vesti-dos a caracter : completamente nús, com uma penna depavão no... pé.

Hontem, ás 2 horas da tarde, faltando poucosminutos para meia-noite, uma joven senhorita, pombasem fel, anjo de candura, quando sahía de uma casa demodas da rua Formosa, foi abordada por um ary qual-quer

"que lhe declarou estar com fome.A moça não teve duvida em soecorrer o desgraçado

e conduziu-o até sua residência, onde lhe offereceu asopa que levara da casa de modas...

Sirva de exemplo ás outras o procedimento altruis-tico dessa senhorita.

_.r^/.^_P_S'.JÍ_rffi-_ss5___5-"' .__-___._ . _.£-_&* "T—g.

O Zé Careca e a mulherEstào na mesa a jantarQuando a criada GuiomarLhes traz o chá a ferver.

— Que pressa!—diz o Careca-Inda bem não acabamosDc comer e já—co'a breca!—Com o chá na frente estamos '.

~_T fl* G-__.

Não faz mal —diz a mulher.Emquanto isso, o chá eslria,Pois que ninguém poderiaTomal-o assim a ferver...

Fala por ti tão somente(Diz o Zé), nois quanto a mimQue gosto ue tudo quente.Aprecio o chá assim...

... . .

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AA-

O RIO NU DE MARÇO DE 19£2_

Lição cie natação( ONHECI-A no Boqueirão, no tempo em que ainda^¦^ existia aquella bemaventurada ponte, que era uma

espécie de exposição permanente de todos os seios,ancas e... etc, do Rio de Janeiro, no bello tempo cmque tínhamos ali aquella legendária casa de banhos,theatro de tanta aventura picaresca'e de tanta scenasuggestiva. .."

Ella ia banhar o lindo corpo no salso elemento, apretexto dc uma moléstia nervosa, mas estou conven-cido de que o seu único fim, indo ao Boqueirão erafazer admirar a plástica maravilhosa.

Verdade seja, que cu, no seu logar, faria o mesmo.Uma mulher que tem a ventura de possuir fôrmas

tào perfeitas, deve aproveitar todas as oceasiões de mos-tral-as á gente ; oceultar semelhante obra-prima, guar-dal-a egoisticamente para si próprio ou para goso de umúnico

"homem seja este seu marido, é mais do que

crime, é peccado.Ora. como a. policia dc nossa triste época não

permitte que as mulheres por mais bem feitas quesejam, andem nuas, singela e "placidamentc nuas, comoandavam na antiga e sabia Grccia, uma senhora bemintencionada, só dispõe dos bailes e dos banhos de marpara provar á humanidade que ainda ha csthetica e bel-leza no mundo.

Pois, como ia dizendo, conhecí-a ali ao lado doPasseio Publico.

A primeira vez que a vi.encantado-com a opu-lenda esbelta e graciosa de seu corpo alvissimo, inda-guei, informei-me. Dísscram-me que se chamava Amélia,era casada com um velho, vinha ao Boqueirão com suamãe e tinha fama'de honesta.

Hum ! Honesta, com um corpo d'aquelles, umolhar tão vivo e um marido velho !...

Parecia-me impossível. Tratei de estabelecer relaçãocom a linda creatura e para começar, conquistei as boasgraças da velha, dando-lhe palpites para o bicho.'

A mãe de Amélia, doida por jogo, como quasitodas as Senhoras cariocas, interessou-se logo por mim ;tive a felicidade dc acertar varias vezes até em dezenasc, com isso tornei-me intimo da familia toda. Amélianão jogava, mas, sympathizou commigo e pediu-me quelhe ensinasse a nadar.

Ah I que lições aquellas ! Nunca me pareceu tãoagradável a situação de professor ! Ella não sabia nemsequer boiar e explicou-me que nunca aprendera porvergonha de se mostrar desageitada diante daquellagente toda. Aproveitei logo essa confissão de acanha-mento, para lhe propor que fossemos fazer os exercícios

?- V

de natação IA para longe, bem afastados da multidão debanhistas que enchia a praia.

Ella acceitou c assim ficámos muito mais á von-tade. Não pôde haver regalo maior para um rapaz sen-suai do que ensinar natação a uma mulher bonita. Emprimeiro'logar o traje 0 suggestivo. A bem dizer, eu ecila estávamos mais nus do que vestidos. A água colla-va-lhe a roupa do corpo desenhando por completo asformas esculpturaes. Alem disso, para lhe ensinar a na-dar, eu tinha que agarral-a e, embora nos primeiros diastivesse ainda alguma cerimonia por nào ter ainda verifi-cada si ella queria mesmo uma aventura, não nos erapossível evitar contados deliciosos.

Comecei por fazel-a boiar de costas, mas Améliatinha medo, como todos os principiantes, em exercíciosnatatorios. Em vez de se deitar naturalmente em cimad'agua, deixando o corpo á vontade, encolhia-se, tor-cia-se toda, mal lhe entrava água nos ouvidos et claro,desandava para o fundo.

E, eu era obrigado a sustental-a sobre as ondas,passando-lhe a mão por baixo do corpo.

Amélia devia pesar uns sessenta a setenta kilos, c aamparai-a, assim, eu ficava com o braço moido, mas atéhoje não me arrependo. Que bons momentos aquelles Ia minha mão recebia todo o peso de seu corpo, mas,só encontrava carne, e que carne 1 Toda em curvas,macia e, ao mesmo tempo, dura, e com um calor tãogrande que, mesmo dentro d'agua, aquecia-me a mão ea... alma. -¦

Quando a fazia boiar de bruços, eram os seios quecu amparava, c parece impossível que ella não semantivesse á tona, tendo ali duas boías tão redondas etão perfeitas.

Devo confessar que, apezar de muito atirado aconquistas, sempre.lutei com um empecilho— a minhatimidez inconcebível no que se refere a falatorio. Degestos, sou atrevido a valer, e isso me tem custadomuita desfeita desagradável. Quando se trata de umassalto rápido c efficaz, não sou molle nem nada, mas,para deitar o verbo, não tenho geito. Falta-me a bossada eloqüência e fico sempre sem coragem de dirigir aprimeira phrase ardilosa a uma mulher; não sei o quelhe hei de dizer.

Prefiro mil vezes arriscar uma audácia, calado, umgesto pérfido desses que obrigam a mulher a cederimmediatamente -ou a brigar logo de uma vez. Ora éfácil comprehender que, para essas cousas, não podiahaver situação melhor do que aquella.

A pretexto de segural-a sobre a água, eu ia pegando,por onde podia, os encantos de Amélia. E o ladrão da

mulhemnha tinha encantos por toda a parte ! Então,,habilmente, comecei a amparal-a de modo que minhamão ficasse apoiada nos pontos mais... vulneráveis, maissensíveis de um corpo feminino. A primeira vez queabusei um pouco desse estratagema, compriniindo-lhe osseios — como que por acaso, mas com insistênciatraiçoeira, para ver sí lhe despertava o sensualismo —cila ficou muito séria, interrompeu o caso que me estavacontando c ficou calada, com os dentes cerrados e asnarinas tremulas... mas não protestou nem interrompeua lição.

Julguei que podia continuar. 'Passei a amparal-acom as duas mãos, uma, sob o seu peito, c a outra,dois palmos mais abaixo.

Amélia estava deitada, estendida a fio comprido, debarriga para baixo e com o corpo bem esticado, emcima d'agua, mas, apenas se viu sustentada deste modo,por minhas mãos robustas, abriu os braços, e poz-se aagital-os mansamente, como se experimentasse nadar,e pouco depois começou a fazer o mesmo com. aspernas.

Jsso obrigou minha mão esquerda, que a amparava-no peito e a outra, principalmente a outra, a segural-acom mais força apertando mais ainda a carne macia queencontrava sobre os dedos.

A scena foi-se animando ; os movimentos de Améliafaziam com que a minha mão resvalasse um pouco,nesse incessante movimento de vae-vem, c quanto mais..a minha mão resvalava e apertava, mais Amélia movia tcom os braços e com as pernas, batendo na água, comgestos rithmados, que foram pouco a pouco se tornandomais rápidos ; de repente ella, como que exaltada porum paroxisuio de animação, bracejou com fúria, desor-denadamente, mas, logo lhe veiu uma fadiga súbita, umabatimento que a obrigou a tomar pé, e apoiar-se aomeu hombro, muito pallida.

E quiz logo sahir d'agua.A velha, que a esperava na ponte, com o manto dc

felpo, notou a sua pallidez, as olheiras que lhe circum-davam os olhos magníficos.

Oh ! filha I — disse ella — como estás tão aba-tida 1 Demoraste muito no banho, olha que isso pódc tefazer mal. Não estás resinada ?

Qual! — respondeu Amélia — juro que o banhode hoje até me esquentou a valer I

E acerescentou com um ligeiro rubor :Vamos, mamãe, dá-me a toalha depressa; p que

eu preciso é me enxugar. Não imaginas a afflicção que-me faz, ficar toda molhada como estou.

ZÉ FlDIÍLlS. .

Álbum de VistasESTÁ Á VENDA

o 4° numero dessa esplendida collecção de photo-gravuras, justamente denominada Collecção deFogo, pois a contemplação das scenas nella estampa-das, tiradas do natural, e a leitura dos primorosos versos

que as acompanham constituem um excitante dos mais

enérgicos para os organismos depauperados, infiltrando-lhes no sangue uma lava incandescente capaz de reani-

mar um defunto.Accresce que o Álbum foi confeccionado de

modo a caber no bolso interno do paletot.Preço, iSooo; pelo Correio, 1S500.Não comprem romances sinão em nosso escriptorio,

á rua da Carioca 53, sobrado.

«Uma senhora educada ¦ c modesta,deseja encontrar um senhor de idade,distineto e de fina educação, quê aproteja cm negocio muito serio...

( Do Jornal do Commercio )Certamente, quem duvida ?Ha de ser serio o negocio...Mas só será protegidaSe encontrar algum beocio.

Sak-tos.

Não ha nada mais estúpido do que ler um livrosem graça, sem espirito, sem interesse, e que muitasvezes custa um dinheirão, Pois nós vendemos o que hade maís alegre, interessante e espiriiuoso, pela ninhariade 2S000, 1S50C. 1S000 e $500. Carioca 53, sobrado.

Pedaços^«Uma rapariga recém-chegada da ter-

ra deseja tomar conta da casa de umsenhor viuvo.»

( Do Jornal do Brasil )Caramba I bella tirada IOh ! rapariga brilhante !Da terra apenas chegada,E já á cata... Je um marchante I

«Um moço solteiro deseja protegeruma moça com a quantia de 50S men-

3KONICO...

E' pouco, seu toleirào,Voei bem dar mais podia...Dessa fórma, a pralcççVoSae quas' a mil réis por d.a !

( Annuncio)

«A vida? Oh ! a vida é uma alegria !...(Muitas vezes me disse um meu amigo)Não passa cá por mim, crê, um só diaSem que eu muito gose, é o que te digo.

Eu soube sempre me pôr ao abrigoDa dor moral, essa dor que atrophia...Passo o icmpo a cantar meu caro amigo,Vivo contente, a sorrir noite e dia.»

E no entretanto, esse que assim falava,Esse que a vida sua me pintavaA côrcs fulgentes, de um brilho doce ;

Esse amigo prazenteiro e garboso,Que, a sorrir, me dizia ser dítoso,Teve um fim bem horrivel — suicidou-se.

VIMOS.... . .0 barbeirinho do Andarahy, ás 11 horas da

noite na zona Lapa, com a Laura do Regimento.... . .a Joscpha do Andarahy fazendo certas coishibas

com o carroceiro. . .. . .na Avenida Mem de Sá, o Mendes tintureho

dando conselhos á Mariquinhas Cruzeiro. . .. . .a Odefte Bemgallinha confessando-se á Abba-

dessa do «Convento das Privações».... , .a Durvalina Irmã de Caridade, feita maribondo

á procura de pouso......aElvira Toupeira dizendo ao Jaymc Avestruz

que tem preciosidades no seu buraco. .... .0 Campinhos, pela zona Mem dc Sá, coçando-se

todo..... .a Jovclina e os seus quatro filbiuhos cm sessões

para descobrir quem foi que a appellídou de PataLarga...

. . .0 Jaymc Avestruz sempre na porta do «Buraco))1com receio do militar. . .

. . ,i\ Maria Pé Sujo mnldizendo-sc da sorte porcausa do seu gênio...

. . .a Emma da zona Praça d'Arcos, comprandotintas para se remoçar pintando os cabellos...

. . .a Seraphim vendedor de nabos, da zona Lavra-dío, passeando dc automóvel fechado com a portugueza,no domingo penúltimo, . ,

. . .a Nhã Garage, na sexta-feira ultima, tomandoum taxi na zona Carioca, ás 5 horas dn tarde...

. . .a Alzira Boneca dc Alcatrâo dando o desesperocom certa Maioral da zona Mem de Sá por lhe teremmudado o appellido para «Fuligem dc Chaminé...

Vis Tubo.

Tônico Japonez — Para perfumar o cabelloe destruir as parasitas, evitando com seu uso diário todasas enfermidades da cabeça, não ha como o Tônico Japo-nez — Rua dos Andradas, 95.

Chie, agradável, interessante e barato é o roman-cetc Hoite de Noivado... por 500 réis.

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O RIO NU — 20 DE MARÇO-DE 1912 '7

Nas Zonas...X^aiiemos pelo Dr. Amaral que a Egydia Italiana de

dia é discípula do seu collegio e á noite é porteirado Cinema Rio Branco.

Então, sua gaja, já deixou as barraquinhas ? Alificava mais perto do collegio, ou por outra, da Umversi-dade I

Diz o Frei Malote que não dá mais o desesperopor sahir «nas zonas», pois a france^inha lhe disse quenão aturava gente nervosa, e elle não quer perder o bombocado.

Ahi, valente !O agaloado Correia, das Barraquinhas de Sant'-

Anna, está agora numa maré de sorte... As funecionariasandam atraz delle como moscas á procura dc melado.

Ahi, seu Pinto, você agora está cantando de gallo !Contou-nos a Honorina Macaca Simão que o

Victorino anda lhe fazendo umas festinhas... mas queella não gosta de sobras, mesmo porque a Jovelina já oviciou com as suas viagens pelo interior.

Olhe, sua funecionaria, quem tem telhado de vidronão atira pedras nos dos vizinhos !...

A Chininha disse á Alice Murrinha que está emuso da A Saúde, da Mulher, para concertar o uteroestragado depois das grandes farras em que se temmettido 1

Muito bem, dona funecionaria IO Prefeitural refina de Pinheiro anda intrigado

com as nossas notas c a Albertina Porre Preto consola-ocom as suas amodernadas caricias e diz : «Meu Julinho,não te incommodes com esta gente d'«0 Rio Nu» ; elleso que têm é inveja de ti, meu negrinhoj»

Ora a esbrogue!...Diz certo pasteleiro que o Victorino andava pelo

Leme com a Amélia Cabocla. Será possível, sua func-cionaria, que você faça falsidades á Maioral ?

Abra o olho, Pata Larga, sinão você perde osortimento do principio do mez !

Sabemos que a Maríquinhas Cruzeiro contratouum chateatt em casa de certo tintureiro para o seuquerido barbeirinho. Só assim o mesmo desmancha otão falado casamento.

Esse Mendes è um almanach !O menino César, depois que começou a fazer

uso do Elixir de Nogueira do chimico Silveira, temapparecido «nas zonas» com o sangue mais purificado.

Nós não lhe dizíamos, seu moço?O Morado Páo d'Agua anda dizendo que está

com a bkycleíte quebrada...Deixe disso, moço, nós sabemos o que são essas

fraquezas... Você fugiu «das zonas» por falta de arames!Uma noite destas ouvimos dizer a Mmc. Fon-

seca na zona Lapa :«Elle agora anda pelos theatros, já não é o mesmo,

mas eu parto-lhe o nariz c elle nunca mais se chamaGuimarães.»

Que águias, querem ter ás dúzias!A Maioral Violeta, do «Canteiro», no ultimo

baile do «Castello» andava e sahiu muito agarradinha auma mulher fantasiada dc «Pierrot».

Agora também deu para .isso í Livra 1 Sí alguémsoubesse...

E o tal de Cabeça ? Conta fitas e fitas de fran-cezas c não passa de... Cebollinha. Mus como já oconhecem, não fazem caso.

Deixem o moço dar á lingua, seus coisas!...Consta que, devido á sahída da Zeferina Cabeça

dc Leitòa da zona S. Pedro, resolveu o Maioral Albinotransferir a sua escola para a zona Mem de Sá.

Ahi, mulato sestroso!O Fon-Fon estava radiante no ultimo baile do

«Castello» porque encontrou lá o que o cabra gosta.Nem depois de velho perde a mania I

A Marietta Italiana agora anda sem collete e abarriga um pouco grande. O que será ?

Algum descuido... Quem será o papá?...—"O Fera quíz no «Castello» dar num menino a

quem chamam Aborrecido, mas mestre Fon-Fon met-teu-sc na encrenca e disse ; «Não faz isso, elle é lão bommenina....}

Que doente !O Serafim dos Tomates parece que quer ser um

segundo «Gungunhana»; pois si elle é casado para quequer casar outra vez?

Tome juizo, seu homem dos tomates maduros !O Diadema espalhou que tinha desapparecido,

mas, uma destas noites, passando nós pela zona Ria-chuelensc, ouvimos do interior de um quarto o melrodizer: «dá... dá, que te dou um vestido de seda».

Que é que você queria, seu moço ?¦— O Murraça anda todo convencido, porque diz

elle que si quizesse formava um "harem", visto as func-cionarias serem tantas. „

Pobre Magalhães IPedimos á Maríquinhas Alliança, Maioral do

"Convento das Privações", zona Mem de Sá 34, quediga-á sua inquilina, uma velha carcassa e nojenta, quenão continue a atracar 05 transeuntes na porta da casa.

Livra ! Que jacaré feio e esbrogue !O Bororó não esteve pelos autos com certas fes-

tinhas que o Chiquinho fez na sua ella c depois de forteencrenca deixou a caixa das fichas da "Caverna".

Isso não é igual 1O Souza Cantor nos disse que, tendo mais uma

vez ido conversar com a Nhã Garage, viu-se obrigado afazer uso das injecções do especifico "S", para se curarde forte constipação que apanhou naquella garage.

Safai... .O Dr. Lambada tem desapparecido "das zonas",

Como o amor é valente! Que culpa tem elle de ter ocoração como o Corcovado ? I

Não lhe dê folga, Mathílde, sinão... vae-se !...Então, sua Maioral Lola, você ainda não arran-

jou quem defendesse a sua espelunca da zona Becco doThesouro ?

Ora vá se lixar IQueixa-se a Elvira que o ceguinho Ananias não

muda a roupa da'cama da csj.elunca c não dá sabonetepara as suas freqüentadoras lavarem-se.

O que nos diz, Elvira ?!. . .O Maioral Albino resolveu montar nova escola,

sendo a professora-mór a sua ex-amasia Zeferina Cabeçade Leitòa.

iTEüIa Xserunl

Dep.— Como pediu. Obrigadissmio.Costa—O amigo continua a gosar o mesmo con-

ceito de outros tempos; portanto, aqui estamos.

Língua de Prata.

Loterias da Capiia! Federal

Sabbado, 23 do corrente

- GRANDE E IMPORTANTE LOTERIA -

I00:000$000por 8$G00, divididos em décimos

Bilhetes á venda em todas as casas lotericas

ReceitaBERINGELA COM BANANA

A beringela é um frueto polposo, esbranquiçado oumeio arroxeado, macio, com um cheirinho meio acre eum tanto aguado. Quando se lhe faz uma racha sobre ocomprido apresenta umas bordas grossas e outras finas.Em geral os homens gostam mais das beringelas que asmulheres, havendo até alguns que chegam a lambel-as.

Quem quizer, porém, preparar um saboroso pra-tinho junte a beringela á banana, isto é, recheie aberingela com uma boa banana.

Para isso procede-se deste modo :Pega a cozinheira na beringela, que deve ter a

racha bem aberta c um tanto morna e introduz-lhe umaboa banana pela fenda.

Quando tiver a '-banana toda dentro procuraráapertar as bordas da beringela para nao vasar o caldoque naturalmente a banana deitará fora com o calor.

Espera o ponto mexendo c... está prompto»

LICOR TIBAINAO melnor purificador do sangue

GRANADO li C.»— Rua l« de Março, 14

Requereu aposentadoria, por contar menos de dezmil faltas em trinta annos de bons serviços, o chefe desecção da Contadoria de Fiados, Benedictus BeneplacitusFortunorum.

O assiduo e zeloso funecionario vae ser aposentadocom todos os vencimentos c mais 99 % de addicionaes.

Vae reverter ao quadro ordinário um alto funecio-nario publico que há vinte cinco annos exerce as fun-cções de capitalista e chefe político da situação domí-nante do seu Estado.

Tendo cahido no ostracismo e na miséria, requereua sua reversão c vae gosar das vantagens do dec. A,art. li, paragrapho C, da Lei n. D.

E' feliz o gajo 1

Tiroteio fulminante

Pouco antes das 3 horas da madrugada de ante-hontem, os moradores do aristocrático bairro de Bota-fogo foram despertados por um forte tiroteio na direcçãodo cães do Porto,

Chamada a Assistência, esta compareceu prompta-mente, mas não potide prestar os seus serviços porquenão encontrou mais ninguém vivo.

Água Japoneza — Não ha outra que tornea pelle mais macia. Dá ao cabello a côr que se deseja.E' tônico, faz crescer o cabello e extirpa a caspa.— Ruados Andradas 95.

Andando, vagando, troçando, cantando, mexendo,remexendo, mordendo, ouvindo, zumbindo, latindo,bolindo, pondo, propondo, repondo e dispondo demuito tempo, andava pelas ruas da cidade o famigeradoBento Minhoca contando as pedras c as pontas decigarros.

Aproveitando essa qualidade nata de "gary", a au-toridade competente acaba de nomeal-o fiscal

"dos grãos

de areia da via publica.

ALTA CAVAÇÃOSempre na maré da sorte!

São perfeitamente dispensáveis os commentariospara as nossas suecessivas victorias. Sinão vejam o

Resultado dos sorteios :

Dia 13 —Antigo, Touro, 082; Moderno, Ca-vallo, 843 ; Rio, Elepbante, 646; Salteado,Carneiro; 2° prêmio, Cachorro, 219.

Dia 14 — Antigo, Borboleta, 813 ; .Moderno,Tigre,'987; Rio, Borboleta, 416; Salteado,Gaílo; 2° prêmio, Cavallo, 444.

Dia 15 — Antigo, Pavão, S76 ; Moderno, Ca-melo, 830; Rio, Tigre, 08o ; Salteado, Aves-truz; 2« prêmio, Burro, 510.

Palpites do João BengueJa

_n—^» y-Vf"' V\_____, ^jsf§_^b**,17—20—2

íC_üí_517—20—219 469—72—770 555—33— 036

989—90-391606 —O5 — 708 153—54—655

Madame Josephine

Cerquem o Tigre e o Macaco, cerquemCarneiro e Cavallo e mandem tocar o sino atépartir o badalo 1

CENTENAS ESPECIAES

746—115—373—804—481—924—049—338—210-643DEZENAS

83—22—16—02—37—76—45—09—51—66

Palpites do Averno

164—63—461596—94—795

032—29—230

779—80—277

8957—60-859 700—97—19

Madame Xakalalak.

Romances bons, baratosescriptorio.

bonitos, só no nosso

Castelioes, os mais afamados cigarros' deSão Paulo estão á venda no Rio na Confeitaria Casei-lões, Charutaria Paris, Ta"bacaria de Londres e Charu-taria do Bar da Brahma.

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O RIO NU — 20 DE MARÇO DE 1912

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II MÁ OCCASIÃO... II

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II ¦ IIJw, ArM Sae a Vicencia a passeio, Mas Vicencia está zangada JjVi ///L

. aWíJIle Sobrevem um pé de vento justamente porque o \ :nto »\lli'l»

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\vW ®e causar mesmo receio Apanhou-a num momento «/W A\Afe'//aCVvl Por seu incivil intento. Em que não 'stá

prcpartulct... í//5c\rífl ii•\\\ l/r E',que qualquer ventania E diz: «Maldito tuião A\\l yjr__u\ Jl/Á A's damas é perigosa, «Que tantas coisas realças! *>¦* •'"

E' .que qualquer ventaniaA's damas é perigosa,Principalmente de dia,Pois t sempre desastrosa..

E diz: «Maldito tuião«Que tantas coisas realças!«Perdes hoje a oceasião«Commigo... pois

'stou de calças!»

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