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A solenidade da Imaculada Conceição assi- nala, neste Seminário e desde há muitos anos, a realização da Festa das Famílias, como momen- to mais que oportuno para uma atude mutua- mente agradecida: das famílias, pela formação e acompanhamento vocacional proporcionados aos seus filhos; do Seminário, pela generosida- de e dádiva dos pais. Desde há sete anos a esta parte, e como sinal concreto de um mesmo pro- jecto em etapas disntas e autónomas, este dia acolhe a Festa das Famílias do único Seminário Arquidiocesano. Com a celebração dos 90 Anos do Seminário de Nossa Senhora da Conceição temos procurado percorrer os anais da história. E assim foi possí- vel redescobrir que a proximidade e comunhão destas duas casas, na festa litúrgica que celebra a concepção imaculada de Maria, já vem de lon- ge. No dia 26 de Fevereiro de 1904, por proposta do director do seminário de preparatórios, nosso antecessor, era tomada a decisão de tomar parte nas festas da Imaculada Conceição promovidas pelo seminário de Teologia! O objecvo, naquela época, era bem diferen- te: dar a conhecer a instância preparatória para o Seminário Conciliar, e torná-la, efecvamente, instuição arquidiocesana. Hoje une-nos a comu- nhão e parlha do caminho de discernimento e aprofundamento vocacional, e a consciência de que Maria Imaculada permanece validamente como ícone de todo o vocacionado: gerar Cristo no coração da própria vida, vivendo e crescendo como Seu discípulo; respondendo, depois, com total e generosa disponibilidade à Sua proposta. PERPÉTUA MEMÓRIA EDITORIAL Director: P.e Avelino Marques Amorim Ano XX - 5ª Série | Nº 44 | Bimestral 1,00 € FESTA DAS FAMÍLIAS “A peça Obra em Trânsito recorreu à memória para o conhecimento reconhecido, ou o reconhecimento conhecedor” F. Machado J. Vale p. 9 SEM BARULHO, MAS COM O CORAÇÃO INTEIRO “És Imaculada, Senhora sem mancha, sem ruga, sem pecado, sem falhas de amor para com Deus e para com o próximo” Cón. José Paulo Abreu p. 2-3 JAN - FEV / 2015

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Revista bimestral Seminário Arquidiocesano Braga

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Page 1: Voz de Esperança Jan/Fev 2015

A solenidade da Imaculada Conceição assi-nala, neste Seminário e desde há muitos anos, a realização da Festa das Famílias, como momen-to mais que oportuno para uma atitude mutua-mente agradecida: das famílias, pela formação e acompanhamento vocacional proporcionados aos seus filhos; do Seminário, pela generosida-de e dádiva dos pais. Desde há sete anos a esta parte, e como sinal concreto de um mesmo pro-jecto em etapas distintas e autónomas, este dia acolhe a Festa das Famílias do único Seminário Arquidiocesano.

Com a celebração dos 90 Anos do Seminário de Nossa Senhora da Conceição temos procurado percorrer os anais da história. E assim foi possí-vel redescobrir que a proximidade e comunhão destas duas casas, na festa litúrgica que celebra a concepção imaculada de Maria, já vem de lon-ge. No dia 26 de Fevereiro de 1904, por proposta do director do seminário de preparatórios, nosso antecessor, era tomada a decisão de tomar parte nas festas da Imaculada Conceição promovidas pelo seminário de Teologia!

O objectivo, naquela época, era bem diferen-te: dar a conhecer a instância preparatória para o Seminário Conciliar, e torná-la, efectivamente, instituição arquidiocesana. Hoje une-nos a comu-nhão e partilha do caminho de discernimento e aprofundamento vocacional, e a consciência de que Maria Imaculada permanece validamente como ícone de todo o vocacionado: gerar Cristo no coração da própria vida, vivendo e crescendo como Seu discípulo; respondendo, depois, com total e generosa disponibilidade à Sua proposta.

PERPÉTUA MEMÓRIA

EDITORIAL

Director: P.e Avelino Marques AmorimAno XX - 5ª Série | Nº 44 | Bimestral1,00 €

FESTA

DAS

FAMÍLIAS

“A peça Obra em Trânsito recorreu à memória para o conhecimento reconhecido, ou o reconhecimento conhecedor”

F. Machado J. Valep. 9

SEM BARULHO,

MAS COM O

CORAÇÃO INTEIRO

“És Imaculada, Senhora sem mancha, sem ruga, sem pecado, sem falhas de amor para com Deus e para com o próximo”

Cón. José Paulo Abreup. 2-3

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VISÃO

SEM BARULHO, MAS COM O CORAÇÃO INTEIRO

Cón. José Paulo Leite de Abreu

Releio o episódio da Anunciação e vejo-te perfeita: se Deus quer… se é essa a vontade d’Ele… faça-se… eis a escrava, a disponível, a dócil. O meu coração não conhece amarras. A Deus apenas desejo agradar. Sou uma serva humilde. Glorifico o Senhor por se lembrar de mim. O meu espírito alegra-se em Deus, meu sal-vador. Bendito seja Deus que não desconsidera, an-tes cumula os pequeninos com os seus favores. Pela graça de Deus todas as gerações me chamarão bem--aventurada.

Contemplo o episódio do nascimento de teu filho e vejo-te perfeita. O teu rosto é sereno, os braços acolhe-dores, o sorriso espelha felicidade. Os anjos vêm fazer festa contigo e com José. Também os pobres. E os ricos, magos, reis. Todos. Não lamentas portas que se fecha-ram, durezas do homem vil, egoísmos e insensibilidades. Sorris apenas. Abraças. Acarinhas. Meditas. Celebras com todos o amor de um Deus incarnado e interessado pela humanidade.

Na hora da partida para o Egipto, apesar da dor que os corações cruéis sempre causam, que as injustiças e pre-potências sempre provocam, lá vais corajosa, o Menino colado a ti, a fé no Pai muito viva, o José sempre solidá-rio e empenhado - um baluarte seguro. Por entre o pó da estrada, vêem-se mãos dadas, solidariedade, carinho, corações entrelaçados.

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Então não ralhas, não barafustas, não ameaças, não disparas palavrões nem bofetadas?! Por três dias tives-te que andar à procura do Menino, que não se lembrou de avisar que ia ficar na conversa com os doutores… No reencontro, nem desculpas te pediu. Apenas vos disse, a ti e ao José: “Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de Meu Pai?” Mas tu soubeste manter-te serena, tentan-do perscrutar no sucedido os desígnios de Deus. E como terás percebido bem, anos mais tarde, o que significam as “coisas do Pai”, quando Jesus morreu e reapareceu ao terceiro dia…

Vejo-te perfeita nas bodas de Canã. Solidária com os noivos. A socorrê-los. A interceder por eles, como sempre o fazes por todos nós. A interceder junto de Jesus. A provocar o aparecimento do vinho da alegria sobre a mesa deles - como sobre as nossas mesas. E a centrar as atenções de todos no essencial: “Fazei o que Ele vos disser”.

Jesus disse-te: “Ainda não chegou a minha hora”, apontando assim para o momento da ajuda máxima, do socorro maior, da intercessão perfeita, do apagar comple-to do que aflige o mundo. E nessa hora – uma vez chega-da – lá estás tu, a impecável, a perfeita no amor a Deus e aos homens. Não falas, mas estás. Não fazes barulho, mas amas com o coração inteiro. Não blasfemas contra o mundo, mas estás solidária com quem o salva.

“Mulher, eis aí o teu filho”. E João, o discípulo, está a ouvir, representando-nos a todos. Tornas-te a Mãe de todos os discípulos. Dos corajosos e dos cobardes. Dos ingratos e dos agradecidos. Dos fracos e dos fortes. Dos traidores e dos fiéis. Afogando no teu interior a maldade humana, embrulhas-nos na tua enorme ternura, no teu amor incondicional, no teu coração maternal.

Visito o Cenáculo e vejo-te de novo perfeita. Todos com medo, tu com coragem. Todos céticos, tu com con-fiança. Todos desconfiados, tu com ânimo. E esse Espírito que em ti concebeu o Salvador do mundo volta a derra-mar-se sobre todos. As portas abrem-se. A ressurreição é notícia. O Evangelho espalha-se. Jesus, o Messias, avan-ça pelas estradas, pelos corações, pelo mundo. Por esse mundo que Ele quer redimido, alegre, salvo.

Sei que estás em Deus, pois em Deus sempre estives-te. És a Senhora da Assunção, porque és Imaculada, Se-nhora sem mancha, sem ruga, sem pecado, sem falhas de amor para com Deus e para com o próximo.

Aí junto de Deus, aqui junto de nós, intercede, ampa-ra, acarinha. Roga a Teu Filho, ao Pai, ao Espírito que te tornou fecunda, a toda a Trindade, sejamos dóceis como tu, disponíveis como tu, tementes a Deus como tu, solidá-rios com todos como tu, perfeitos no amor como tu.

E contigo possamos um dia celebrar em festa, para sem-pre, as maravilhas de Deus, a alegre presença do Senhor.

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ARTE

IMACULADA CONCEIÇÃO (III)

Luís da Silva Pereira

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A imagem que hoje escolhi para comentar pertence à igreja dos Con-gregados, em Braga. O seu Reitor, P. José Granja, permitiu-me, amavel-mente, fotografá-la e informou-me de que foi restaurada em 2007, fi-cando o restauro em 1.750 euros. A policromia das vestes imita o gosto do séc. XVIII, época a que, estilistica-mente, a imagem pertence.

De acordo com a visão apocalíp-tica (cap. 12, 1), a escultura apresen-ta um nimbo de 12 estrelas: “Depois apareceu um grande sinal no céu: uma mulher revestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e uma coroa de dozes estrelas na cabeça”. Tam-bém dividido em 12 madeixas lou-ras, o cabelo da Senhora cai sobre os ombros e pelas costas. Houve, por certo, neste pormenor, uma in-tencionalidade do artista, querendo dizer que o cabelo da Senhora é lu-minoso como as estrelas. As mãos encontram-se postas, em atitude orante, e os olhos fitam em frente (noutras iconografias, olham a ter-ra; noutras, ainda, o céu). O manto está apanhado no braço esquerdo e a túnica cobre os pés, sob os quais se destacam três cabeças de anjos, o número clássico. Embora não pos-samos ter a certeza de que as cores correspondem às originais, as asas estão pintadas de vermelho e azul. O vermelho indica que se trata de serafins (porque ardem de amor); o azul, que são querubins. Este

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simbolismo das cores, porém, nem sempre é respeitado, misturando os artistas ambas as cores.

O crescente lunar vira as pon-tas para baixo, posição menos ha-bitual do que viradas para cima. Iconograficamente, porém, o mais interessante é a presença do dra-gão, símbolo do demónio, inspira-do também no texto apocalíptico (cap.12, 3-4): “Apareceu então ou-tro sinal no céu: um grande dragão vermelho”. O dragão, neste caso,

rodeia toda a esfera celeste, sobre a qual está de pé a Senhora. Trata--se da esfera celeste e não da ter-ra, como por vezes, se afirma. De facto, quer a mulher quer o dragão aparecem “no céu”. Por isso, o ar-tista acomoda-se ao texto bíblico, pintando as estrelas.

Outras iconografias da Imacula-da seguem o texto do Génesis, figu-rando a serpente em vez do dragão. Para mostrar a diferença, apresento apenas parte da bonita escultura

existente na igreja do Carmo, onde se vê a serpente com o fruto proi-bido na boca. Há uma evidente contaminação iconográfica com o texto apocalíptico no pormenor de a serpente cingir também a esfera ce-leste, em vez de rastejar pelo chão. Em ambos os casos, o facto de ro-dearem o globo significa, em nossa interpretação, que o pecado de que a Imaculada foi isenta contaminou não apenas o ser humano, mas o universo inteiro.

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SEMINÁRIO MENOR

É a partir do retiro que podemos restaurar forças para a longa cami-nhada que é a vida, estando em co-municação com o divino para que possamos perceber as nossas fragili-dades, e assim as possamos conver-ter em força.

Foi com este princípio que reali-zamos o retiro espiritual em Outubro entre os dias 25 a 27, para dar im-portância à oração, à reflexão e ao silêncio. Este retiro foi orientado pelo nosso director espiritual, Pe. José

RETIRO ESPIRITUALRafael Gonçalves, 12º Ano

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Granja, que desenvolveu várias refle-xões sobre temas diversos, tais como a importância do silêncio, a vida espi-ritual, a vocação, entre outros.

O nosso retiro realizou-se na casa do movimento apostólico de Schoenstatt que foi fundado pelo Pe. José Kentenich. Esta casa está envolvida com uma agradável área natural que proporciona a reflexão, a comunicação com Deus, com os outros e connosco próprios. Para que isso possa acontecer, é neces-

sário estarmos em escuta e muito atentos pois é nos pequenos aspec-tos que Deus se dá a conhecer, e deles podemos tirar ensinamentos para a nossa vida.

Proponho a todos que façam um retiro, e aqueles que não sabem ain-da qual é o seu caminho de felicida-de e vocacional, procurem reflectir com Deus, caminho, verdade e vida, o modo mais acertado de construir o seu futuro. Este retiro desenvolveu variados temas, de modo a esclare-cer as dúvidas que cada jovem tem, as quais, muitas vezes nos condicio-nam e nos impedem de fazer o nosso discernimento vocacional da melhor forma.

A partir das orações apercebi--me que ELE me interpelava a desen-volver as minhas competências e os meus dons “porque a todo o que tem se dará mais, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado”(Mt. 25, 29). Desta forma, devo deixar que seja Deua a guiar-me, pois Ele quer o meu bem. Com o retiro aprendi que é impor-tante estar em comunhão com Deus e com o próximo, o que nem sempre acontece.

Em suma, o retiro é fundamen-tal para fortalecer a fé dos crentes, desfiando-os a uma vida mais ac-tiva e alegre, indo ao encontro de Deus e de tudo o que ELE tem para nos oferecer.

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CAMINHOS DE CONFIANÇA...

Tiago Nogueira, 12º Ano

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O tempo de discernimento vo-cacional suscita perguntas às quais temos de dar respostas. Para tal, te-mos de nos abrir e deixar que outras pessoas nos ajudem a encontrar ca-minhos para as respostas.

Neste sentido, o 12º ano, o ano mais avançado do Seminário de Nos-sa Senhora da Conceição, retirou--se, durante três dias, com a equipa formadora, para que, em conjunto, possamos encontrar caminho para algumas dessas respostas.

Lisboa e Fátima foram os locais escolhidos para passarmos os três dias.

Em Lisboa, acolhidos no Seminá-rio do Verbo Divino, visitámos vários monumentos e locais, como a Torre de Belém, o Terreiro do Paço, a Sé de Lisboa, o Oceanário, a Igreja do

Mosteiro dos Jerónimos, o Chiado, o Padrão dos Descobrimentos, a Igreja de S. Francisco Xavier, entre outros. Deambulando pela capital, que se tornou centro de decisões preciosas e precisas para a sociedade, e nunca esquecendo o verdadeiro sentido, que é descobrir caminhos em Jesus Cristo, celebrámos a Eucaristia na Igreja do Mosteiro dos Jerónimos, no dia 21 de Dezembro, e no dia se-guinte, a 22, celebrámos a Eucaristia com a comunidade do Seminário do Verbo Divino.

No regresso, e para nos centrar-mos no objectivo principal, dirigimo--nos ao Santuário de Fátima, onde, na Capelinha das Aparições, orámos a Deus, por intercessão de Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, que nos

auxilie nesta caminhada vocacional. Ainda no Santuário de Fátima, pude-mos visitar a exposição “Neste Vale de Lágrimas”, evocativa da aparição de Agosto de 1917.

Para encerrar este encontro, reunimo-nos para dialogar e partilhar os bons momentos passados e apro-fundar o seu significado de modo a encontrar caminhos para as respos-tas. E os formadores deixaram-nos al-gumas questões que podem orientar a nossa reflexão até à Páscoa.

Em conclusão, este encontro foi precioso para compreendermos o sentido da união e partilha, o sen-tido de nos deixarmos ser acompa-nhados, e assim podermos caminhar com luz e cuidado, para não tropeçar em alguma “pedra”.

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Rúben Adelino, 4º Ano

Bruno Lopes, do Seminário Menor.Finalmente, tomou a palavra o

Sr. D. Jorge Ortiga, evidenciando a preocupação e o cuidado em ter bons padres, fiéis à palavra e ao ser-viço, e a todos exortando para que sejamos modelos de fé e exemplo a seguir, não como super homens, mas como verdadeiros discípulos que sentem o apelo do Mestre.

Como não podia deixar de ser, a eucaristia constituiu o ponto alto da sessão, onde cada um teve a graça de ser interpelado a não ter medo de ser, verdadeiramente, servidor da alegria do Evangelho.

No dia 16 de Novembro, como sempre acontece aquando do en-cerramento da Semana dos Seminá-rios, celebrou-se a abertura solene das aulas nos seminários arquidio-cesanos de Braga, no auditório S. Frutuoso. Neste ano, o maestro José Carlos Miranda, juntamente com o Rev. Pe. Juvenal trabalharam com o coro a animação dos momentos mais significativos das celebrações. O coro do Seminário Maior abri-lhantou ainda a tarde com algumas peças polifónicas, além do já tradi-cional hino do seminário.

Deve destacar-se a presença e par-ticipação do nosso estimado pastor arquidiocesano, o Arcebispo de Braga D. Jorge Ortiga, e também a presença amiga do Bispo de Viana do Castelo, D. Anacleto Oliveira, do Reitor do Se-minário Conciliar de Braga, Cónego Vítor Novais e do diretor do Seminário de Nossa Senhora da Conceição, Có-nego Avelino Amorim. No seu discur-so, o Cón. Vítor Novais fez uma breve abordagem acerca da sólida formação proposta ao seminarista que se prepa-ra para o sacerdócio ministerial. Neste tocante, apresentou uma novidade: o ano propedêutico, que entrará em vigor a partir do próximo ano letivo e é visto, sem dúvida, como oportuni-dade fecunda para cada jovem poder crescer espiritualmente.

No que diz respeito ao seminário menor, o seu diretor referiu que esta instituição não procura formar «pa-

dres em miniatura», apresentando--se hoje como uma oportunidade de as famílias fazerem uma proposta di-ferente, de crescimento alicerçado, aos seus filhos. Também a doutora Alzira Fernandes usou da palavra ao longo da tarde, dando a conhecer o seu testemunho de vida e mostran-do, assim, aos presentes que, em cada circunstância, a vida deve ser sempre encarada como uma desco-berta, saibamos nós deixarmo-nos trabalhar por Deus. Pela primeira vez, o relatório de atividades foi apresentado por dois seminaristas, Rúben Cruz, do Seminário Maior, e

SEMINÁRIO MAIOR

FIÉIS À PALAVRA E AO SERVIÇO

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de Nossa Senhora da Conceição”, a cargo do grupo São João Bosco, com sede no Seminário Conciliar de Bra-ga, sob a orientação do Professor José Miguel Braga, pelo terceiro ano consecutivo.

Num equilíbrio entre história e tempo, sonho e memória, a peça “Obra em Trânsito”, um só ato com 3 partes, um drama em jeito de co-média, recorreu à memória para o conhecimento reconhecido, ou o reconhecimento conhecedor, da casa e dos modos que chegaram até nós.

O último momento de poesia da tarde foi seguido da execução de mais uma peça de piano que abrilhantou o sarau, assim como os vários momentos de “quebra-gelo”, a cargo dos alunos do seminário menor, que marcaram os momentos de pausa com bom humor e gran-de animação. Finalmente, o Grupo de cantares do seminário conciliar encerrou a tarde com músicas tradi-cionais, antes de todos cantarem os Parabéns pelo nonagésimo aniver-sário do seminário Nossa Senhora da Conceição. Assim terminou mais um dia de ação de graças pela forma maternal como Maria tem amparado esta instituição, o que ficou bem ex-presso no obrigado do diretor deste seminário, Con. Avelino Amorim, à presença e apoio constante dos pais, professores e funcionários dos semi-nários arquidiocesanos.

A invocação de Maria como Ima-culada Conceição está bem patente na devoção do povo lusitano desde o princípio da nacionalidade. Contudo, o dogma da Imaculada Conceição só foi definido pelo papa Pio IX em 1854.

O dia 8 de dezembro reveste-se de especial significado para os Semi-nários de Braga.

Além disso, uma das suas casas está consagrada à proteção de Nossa Senhora da Conceição, assinalando durante o próximo ano os 90 anos da sua construção.

Toda a comunidade participou nas actividades programadas para o dia. A manhã teve início pelas 9.30 horas, com o acolhimento das famílias dos seminaristas no Auditório Vita, onde às 10.00 horas decorreu a oração da manhã. Na capela da Faculdade de Teologia, a celebração da Eucaristia foi presidida por D. Francisco Senra e contou com a presença de toda a co-munidade Seminário (equipas forma-doras, seminaristas e suas famílias), assim como antigos seminaristas e

outros amigos do seminário. Na ho-milia, D. Francisco Senra destacou a figura de Maria, ícone de fidelidade para todo o discípulo, chamado a cor-responder ao amor de Deus, desafio para toda a Comunidade Seminário e toda a Igreja: seguir o seu exemplo de fidelidade e repetir, como Maria, um sim pleno de confiança.

Após a celebração da eucaristia, seguiu-se o almoço em ambiente familiar. A tarde prosseguiu com o já tradicional momento cultural e re-creativo.

Na primeira parte do espetáculo, foram apresentadas as peças polifó-nicas. A primeira atuação esteve a cargo do coro do Seminário Menor e consistiu em seis peças além do hino. Em seguida, o Seminário Conciliar apresentou o hino e três peças poli-fónicas relativas à solenidade do dia e à quadra natalícia.

A segunda parte do sarau teve início com a estreia da peça de Tea-tro deste ano, intitulada “A Obra em Trânsito: nos 90 anos do Seminário

Fernando Machado e José Pedro, 5º ano

FESTA DAS FAMÍLIAS

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Fernando Torres, 5º Ano

SEMINÁRIO MAIOR

CEIA DE NATAL

No passado dia 28 de dezembro, as comunidades do Seminário Maior e Menor de Braga deixaram o con-forto dos seus lares para se reuni-rem no Seminário Conciliar e assim estreitarem relações, acompanha-dos pelos seus pais, na já habitual Ceia de Natal.

Este momento natalício abriu com um musical intitulado “Conto de Natal”, apresentado pela associação do Coro infanto-juvenil de Esporões, cuja mensagem reuniu diversos te-mas atuais para os quais a Igreja tem insistido, nomeadamente a insistên-cia exagerada do mundo, nesta épo-ca festiva, para o consumo de bens supérfluos que levam ao esqueci-mento do verdadeiro acontecimento que é o nascimento de Jesus Cristo, autor da alegria que deve reinar no coração do homem.

Após este momento lúdico, fo-mos convidados a rezar em comuni-dade na Eucaristia dominical, presi-dida pelo Senhor Arcebispo D. Jorge Ortiga. Neste âmbito, deve realçar--se, as palavras do nosso pastor, que começou por elencar o desafio lan-çado a toda a arquidiocese de Braga para o próximo ano de 2015, a saber: as Obras de Misericórdia Espirituais. Apesar de ter a consciência de que nenhum cristão pode esquecer as Obras de Misericórdia “pessoais”, D. Jorge Ortigs preferiu centrar-se nas espirituais. Deste modo, o Senhor Ar-cebispo continuou a sua homilia, ex-

plicando cada uma das sete Obras de Misericórdia espirituais: perdoar as injúrias, consolar os tristes, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, rezar pelos vivos e pelos mortos, su-portar com paciência as pessoas que nos querem mal e aconselhar os que estão em dúvida. Advertiu, ainda, a que tudo façamos em nome de Jesus Cristo, vivendo sempre em ação de graças, tal como desafia o Apóstolo São Paulo aos Colossenses. Final-

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mente, foram recordados, na mesma celebração, todos os familiares dos seminaristas que faleceram ao longo do ano.

Terminado o ponto alto do nosso encontro, reunimo-nos todos para a Ceia de Natal, onde as saudades e a alegria entre todos os seminaristas e familiares foram as tónicas dominan-tes. Ainda houve tempo para desafiar a todos a ter um ano com muitas gra-ças de Deus e muita saúde.

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Eduardo Coturela, Estudante de Mestrado em Economia Social

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CRIARTE: UM PROJETO QUE NÃO DEIXA DE FORA

NENHUM UNIVERSITÁRIO

O Projeto CriArte é um projeto implementado e promovido pela Pastoral Universitária de Braga (PUB) com o propósito de responder às exi-gências financeiras que a vida acadé-mica impõe aos jovens universitários, através da promoção e valorização financeira das diferentes expressões artísticas produzidas por estes es-tudantes. Não obstante, o CriArte

procura também facilitar o acesso de estudantes/jovens artistas a um pú-blico mais vasto, promovendo a sua “profissionalização”.

O ProjetoCriArte tem assim dois grandes objetivos, nomeadamente,a promoção das diferentes expressões artísticas dos estudantes do ensino superior e a valorização financeira dos seus talentos como forma de res-posta às exigências financeiras que a vida académica lhes impõe.

O Projeto CriArte acolhe a partici-paçãode qualquer estudante das ins-tituições de ensino superior situadas no espaço geográfico da Arquidiocese

através da pintura de uma tela. Sen-do o principal objetivo desta ação sensibilizar os estudantes da acade-mia minhota para o Projeto CriArte enquanto forma de conseguirem uma fonte alternativa de financia-mento aos seus estudantes.

No decorrer do mês de dezem-bro, realizaram-se vários momentos de apresentação das obras cedidas

pelos grupos culturais, nomeada-mente, a exposição no Centro Pasto-ral Universitário, uma mostra de al-gumas obras no Posto de Turismo de Braga de dia 8 a dia 15 de dezembro e a Exposição que decorreu na Biblio-teca Lúcio Craveiro da Silva entre o dia 15 e o dia 31 de dezembro.

Com a entrada em 2015, os próxi-mos objetivos do CriArte são a reali-zação de exposições e momentos de apresentação do projeto às comuni-dades, o lançamento da plataforma de venda online e, naturalmente, o de aumentar o número de estudan-tes abrangidos pelos Projeto.

PASTORAL UNIVERSITÁRIA

de Braga. Como forma de respostas às dificuldades financeiras que a vida académica impõe aos estudantes o CriArte prevê que 90% do valor re-sultante da venda das obras reverta para o artista e os restantes 10% para o fundo de apoio social. Sendo que, o estudante pode doar mais do que 10% da receita da obra para o fundo de apoio social, se assim o entender.

No mês de dezembro, este Proje-to lançou o desafio a diversos grupos culturais da Universidade do Minho para se expressaram artisticamente,

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CONCURSO “MOSTRA O QUE FAZES!”

Propriedade do Semináriode Nossa Senhora da Conceição

Rua de S. Domingos, 94 B4710 - 435 BragaTelf: 253 202 820 | Fax: 253 202 821

[email protected]@diocese-braga.pt

N.º de Registo: 1152 88Depósito Legal N.º 40196/91Tiragem: 4000 Exemplares

Agradecemos os donativos que alguns assinantes nos fazem chegar. Não sendo de pagamento obrigatório, o Jornal só é viável com as vossas ajudas de custo! As ofertas deste bimestre totalizam 1.225,00 €.

Podem enviar o vosso donativo para o endereço abaixo descrito, ou directamente para o NIB:0007 0602 00472310008 15.

Que o Senhor vos conceda o Seu amor e Graça.

Os artigos publicados no “Voz de Esperança” seguem,ou não, o novo acordo ortográfico consoante a escolha dos autores.

PASTORAL DE JOVENS

Cada grupo e movimento da Pastoral de Jovens da Arquidiocese de Braga é convi-dado a inscrever-se e ser porta-voz da sua paróquia, através de um vídeo, onde se com-binam a sincronização áudio e labial, com o objetivo de dar a conhecer as perspetivas, realidades, instantes e horizontes dos grupos de jovens.

Trata-se de um concurso de videoclipe musical, sob uma forma de participação es-pecial de cada grupo ou movimento na tua paróquia.

Todos se poderão inscrever e votar!Documenta a tua marca no futuro da tua comunidade!!!

REGRAS GERAIS DO CONCURSO

O principal objetivo é a elaboração de um vídeo que mostre, de forma criativa, clara e con-cisa, aquilo que os grupos de jovens fazem e o que os motiva. Assim, o concurso obedece às seguintes regras:

1) Duração máxima do vídeo: 3 minutos (sem tempo mínimo);

2) O objetivo dos vídeos é o de apresentar os grupos a todos os jovens e partilharem expe-riências. Assim, os vídeos deverão incluir obriga-toriamente:

i) nome do grupo e da paróquia;ii) nome do arciprestado/movimento a que

pertence;iii) dinâmicas e atividades do grupo à esco-

lha (ex.: reuniões, orações, músicas, retiros, en-

cenações, campanhas solidárias, peregrinações/caminhadas)

3) Os vídeos finais serão colocados na pági-na do Facebook do Departamento pela equipa arquidiocesana (www.facebook.com/pastoral-jovens), momento a partir do qual os direitos de utilização e imagem serão cedidos para o Departamento Arquidiocesano da Pastoral de Jovens.

4) Os próprios grupos poderão ir colocando vídeos na página ao longo do tempo, mas sem serem alvo de votação oficial;

5) A equipa do DAPJ reserva-se o direito de não publicar ou colocar a concurso e/ou de reti-rar da sua página vídeos que não se enquadrem no âmbito dos objetivos deste concurso.

Mais informações em:www.diocese-braga.pt/pastoraljovens

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