voz da igreja 27

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Em nome da VERDADE 27 A IGREJA ESTÁ PERDENDO FIÉIS? O QUE INDICA A NOVA PESQUISA DO IBGE? 4 Revista de apologética cristã católica - periódico mensal - ano 3 - 2012 Uma publicação da Paróquia São João Batista do Brás - São Paulo www.vozdaigreja.blogspot.com doutrina | espiritualidade | tira-dúvidas | prática | polêmica | história do cristianism o MICHELANGELO DI LODOVICO BUONARROTI SIMONI, “La Pietá”, Basílica de São Pedro, Vaticano VozdaIgreja-27.indd 1 26/07/2012 14:47:33

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Revista com artigos católicos.

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Page 1: Voz da Igreja 27

Em nome da VERDADE

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A IGREJA ESTÁ PERDENDO FIÉIS?O QUE INDICA A NOVA PESQUISA DO IBGE?

4 Revista de apologética cristã católica - periódico mensal - ano 3 - 2012

Uma publicação da Paróquia São João Batista do Brás - São Paulo www.vozdaigreja.blogspot.com

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MICHELANGELO DI LODOVICO BUONARROTI SIMONI, “La Pietá”, Basílica de São Pedro, Vaticano

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doutr ina

Um leitor do blog Voz da Igreja, identificado como Keslson Vieira, deixou-nos o seguinte comentário: “Paz e Bem! Deixa eu ver se entendi uma coisa. Sobre os docu-mentos da Igreja (vindos do Vaticano), estes são tão verdadei-ros quanto as sagradas escrituras? Do contrario, até que ponto são verdadeiros? E sobre escritos dos Doutores da Igreja, o que podemos afirmar?”

A Igreja Católica nos ensina que a Sã Doutrina, guardada e proclamada por ela mesma desde o tempo dos Após-tolos, foi sendo gradualmente revelada por Deus, em

certos detalhes, através dos tempos. Esse processo vem desde os tempos do Antigo Testamento, pois o Povo de Deus, é cla-ro, já existia desde antes da vinda de Cristo. Jesus Cristo, que é considerado pelos cristãos católicos como o único Salvador da humanidade, anunciou o Evangelho final e definitivo à humanidade. Nada mais há para ser acres-centado à Revelação trazida pelo Salvador. Mas a compreensão da Doutrina de Nosso Senhor é baseada na Revelação Divina de maneira progressiva, isto é, se dá progressivamente através da História. Por isso, necessitamos sempre de constante estu-do, reflexão, oração e contemplação. Essa compreensão da Revelação, no entanto, perma-nece sempre fiel à própria Revelação, e é sempre orientada pelo Magistério da Igreja, que é guiada pelo Espírito Santo e à qual foi confiada a autoridade sobre a Sã Doutrina, diretamente por Nosso Senhor. - Esta definição progressiva é chamada “De-senvolvimento da Doutrina”. A Revelação, que é imutável e definitiva, é transmiti-da pela Igreja sob a forma da Tradição. A Doutrina Católica está expressa e resumida no Credo dos Apóstolos e também nos Documentos da Igreja, como por exemplo o Catecismo da Igreja Católica (CIC) e o seu Compêndio (CCIC). A Igreja, ao longo da História, cresceu na fé e produ-ziu a Teologia. Dessa maneira foram criadas diversas formas de comunicação, internas e externas, destinadas a toda a Igreja,

DOCUMENTOS DA IGREJAOs documentos da Igreja são tão importantes quanto as Sagradas

Escrituras? Por quê? Até que ponto é importante conhecê-los?

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1 http://www.vatican.va/archive/aas/index_sp.htmDocumentos Pontifícios da Igreja em ordem alfabética:http://www.vatican.va/offices/papal_docs_list_po.html2www.osservatoreromano.va

Classificação dos Documentos Pontifícios

tanto ao clero quanto aos leigos. Surgiam assim os documentos, as diretrizes e as normas baseadas na experiência e observância da prática cristã e da doutrina da Igreja. Portanto, tudo que até hoje foi publicado oficialmente pela Igreja é muito importante.

Se o Magistério da Igreja extrai da Revelação Divina todo o ensinamento que dá aos fiéis, - que se compõe da Tra-dição oral, que vem dos Apóstolos, e da Tradição escrita, isto é, a Bíblia, e se é sobre essa Tradição escrita e oral, as duas com igual importância, que o Magistério assenta seus ensinamentos, - podemos dizer que sim, os documentos da Igreja são tão ver-dadeiros quanto as Escrituras, embora não sejam equivalentes.

Sem a Revelação oral, que chegou até nós por meio da Igreja, a Bíblia não existiria, já que ela foi redigida, canonizada, traduzida e preservada pela Igreja através dos séculos.

Como verificar um documento da Igreja:Se um documento é oficial, aparece na Acta Apostolicae Sedis, que está disponível para download na internet (endereço abai-xo1). Os documentos oficiais da Igreja podem também ser ve-rificados no jornal do Vaticano, o L’Osservatore Romano2, que é publicado em diversas línguas, inclusive em português.

Classificação dos Documentos Pontifícios# Carta Encíclica: a) doutrinal, b) exortatória, c) disciplinar;# Epístola Encíclica;# Constituição Apostólica;# Exortação Apostólica;# Carta Apostólica;# Bula;# Motu Proprio.

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PESQUISA COMPROVAQUEDA DE CATÓLICOS?

Há um assunto sendo ampla-mente divulgado nos últimos dias, nos noticiários televisi-vos, nos jornais impressos,

revistas, páginas e redes sociais da internet. Trata-se da recente pesquisa que atualizou o mapa das religiões no Brasil, coordenado pelo pesquisador Marcelo Néri.

Segundo a pesquisa, os católi-cos teriam passado de 73,8% da popu-lação (em 2003) para 68,4% (em 2009). Estes números representam uma que-da de 5,4 pontos percentuais, embora os católicos continuem representando a maioria no país. Ao mesmo tempo, o grupo de “evangélicos” e de “pessoas sem religião” (ateus e agnósticos) te-ria crescido.

O levantamento foi feito a partir de dados obtidos por meio de aproximadamente 200 mil entrevistas da Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em algumas fontes, atre-lada a esta mesma pesquisa, encontra-mos ainda a divulgação de previsões especulando que os católicos deixarão de ser maioria no Brasil até 2030.

Lembramos que o Papa Bento XVI já tratou deste mesmo assunto há alguns anos, e nós publicamos um ar-tigo comentando a respeito em nossa 14ª edição. Basicamente, o Papa falou aquilo que todo verdadeiro católico já sabe: “A Igreja não perdeu nenhum fiel, pois aqueles que se foram não

eram fiéis realmente. Não se pode perder o que nunca se teve. (...) A Igreja, Casa e Família de Deus, surgiu como um pequeno grupo; não importa a quantidade, e sim a qualidade dos seus filhos, como cristãos conscientes e santificados”1.

É importante reiterar que, como católico, nos últimos anos tenho visto as igrejas mais cheias do que nun-ca, com novos seminaristas e jovens padres, com fé renovada e interesse em resgatar o respeito à Tradição e à Sagrada Liturgia. Vejo também os ver-dadeiros fiéis católicos demonstrando uma fé cada vez mais vibrante e con-creta, em palavras e, principalmente, em gestos. Participando de diversas pastorais, como aquelas que auxiliam homens e mulheres em situação de rua e crianças abandonadas, reconheço que nunca vi tantos católicos voluntá-rios como nos últimos tempos. As Mis-sas de domingo, em todas as paróquias que conheço, - não são poucas, - estão cada vez mais concorridas.

Constatar tudo isso só me leva a ponderar entre duas possibiliadades: ou esses números não são precisos ou as pessoas que supostamente deixaram de ser católicas eram aqueles chama-dos “católicos do IBGE”: pessoas que nunca conheceram nem praticaram a fé, e agora estão apenas deixando de se declarar como “católicas”. O fato é que estão indo embora sem nunca terem chegado.

Consequentemente, os que permanecem na Igreja são os católicos de verdade, aqueles que conhecem e praticam a sua fé, os que entendem que Jesus Cristo está presente na Ce-lebração Eucarística, que a Igreja é o Corpo do Senhor, que não se deixam levar por calúnias e sabem diferenciar a igreja instituição gerida por homens, com as falhas dos que administram pa-róquias e comunidades, da Igreja co-luna e fundamento da Verdade (1Tim 3,14-15), Igreja que nos irmana aos santos no Céu.

Para a Igreja, o que faz a di-ferença é a qualidade dos seus fiéis. O cristianismo começou com doze homens convictos, e hoje é a maior religião do planeta. Nosso Senhor Je-sus Cristo advertiu-nos que teríamos dificuldades neste mundo. Católicos, combatam o bom combate, termi-nem a corrida, guardem a fé (cf. 2Tm 4,1-7)! O mais importante não é ser-mos muitos, e sim sermos realmente fiéis! Instruam-se, preparem-se para responder aos ataques e calúnias que sempre sofremos e que por certo con-tinuaremos sofrendo.

“Estai sempre prontos a res-ponder, para a vossa defesa, a todo aquele que vos pedir a razão de vos-sa esperança”, falou o Apóstolo (I Pe-dro 3,15). Se você fizer a sua parte, com o seu testemunho conquistará o respeito de todos, pela palavra e pelo exemplo. Lembre-se sempre que você está unido, aqui na Terra, aos santos do Céu, que que já fizeram a sua parte e vivem a Bem-aventurança eterna na Casa do Pai, à Santíssima Virgem Ma-ria, e, principalmente, ao próprio Au-tor da Vida, Jesus Cristo. À luta! Deus nos guarde!

Henrique Sebastião

1 Informações concedidas por Dom Geraldo MajellaAgnelo ao Correio Brasiliense, disponível em

http://direitos.org.br Acesso em 4-ma-2011

Celebração Eucarística da Paróquia São João Batista do Brás (fev-2012)Foto: Josafá Cavalcanti

ref lexão

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Há um princípio da DSI conhecido como o princípio da “subsidiariedade” que também decorre daquele primeiro, que diz respeito à dignidade e centrali-dade da pessoa humana.

Precisamos, conforme rege o princípio, que haja grupos, associações e agremiações que trabalhem para tornar possível a vida social. “Não se substituam os níveis mais altos pelos inferiores; as responsabilidades devem ser tomadas o mais próximo ao nível das pessoas”. As entida-des menores devem ser incentivadas, estimuladas através de ajuda econômica, institucional e legislativa. Não deve o Estado restringir a atuação e o espaço dessas organiza-ções nascidas no seio do povo e essenciais à sociedade. O princípio da subsidiariedade exige “o respeito e a promoção efetiva do primado das pessoas e da família, a valorização de todas as iniciativas da sociedade civil, nas próprias opções fundamentais e em todas as que não po-dem ser delegadas ou assumidas por outros; o incentivo oferecido à iniciativa privada de tal modo que, cada organis-mo social com as suas peculiaridades, permaneça ao ser-viço do bem comum”. Todos os que detêm mandato político e que se afirmam católicos deverão ter sempre presente esse princípio que valoriza a participação dos segmentos da sociedade civil. Por esse princípio, busca-se a eficácia através da descentralização burocrática e administrativa. São considerações extraídas do Compêndio da Doutrina Social da Igreja.

DOUTRINA SOCIALDA IGREJA - DSI

Por Irineu Uebara, advogado, ministro extraordinário da Eucaristia e da Palavra e estudante de Teologia (PUC-SP)

108. Por que Jesus manifesta o Reino por meio de sinais e milagres?

Jesus acompanha a sua palavra com sinais e milagres para atestar que o Reino está pre-sente nele, o Messias. Embora ele cure algu-mas pessoas, não veio para eliminar todos os males nesta terra, mas para nos libertar antes de mais nada da escravidão do pecado. A ex-pulsão dos demônios anuncia que a sua cruz será vitoriosa sobre o “príncipe deste mun-do” (Jo 12,31).

109. No Reino, que autoridade Jesus confere a seus Apóstolos?

Jesus escolhe os Doze, futuras testemunhas da sua Ressurreição, e os faz participantes da sua missão e da sua autoridade para ensinar, absolver os pecados, edificar e reger a Igre-ja. Nesse colégio, Pedro recebe “as chaves do Reino” (Mt 16,19) e ocupa o primeiro lugar, com a missão de guardar a fé na sua integri-dade e de confirmar os seus irmãos.

110. Que significado tem a Transfiguração?

Na Transfiguração mostra-se antes de mais nada a Trindade: “O Pai na voz, o Filho no homem, o Espírito na nuvem clara” (Santo Tomás de Aquino). Ao evocar com Moisés e Elias a sua “partida” (Lc 9,31), Jesus mostra que a sua glória passa pela cruz e dá ante-cipação da sua ressurreição e da sua glorio-sa vinda, “que transformará o nosso pobre corpo, tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso” (Fl 3,21).

111. Como se dá a entrada messiânica em Jerusalém?

No tempo estabelecido, Jesus decide subir a Jerusalém para sofrer sua paixão, morrer e ressuscitar. Como Rei Messias que manifesta a vinda do Reino, entra na sua cidade monta-do em um jumento. É acolhido pelos peque-nos, cuja aclamação é retomada no Sanctus Eucarístico: “Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana (salva-nos)” (Mt 21,9). A li-turgia da Igreja dá início à Semana Santa com a celebração dessa entrada em Jerusalém.

COMPÊNDIO DO CATECISMO

DA IGREJA CATÓLICAII Seção - Capítulo 2º

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De modo semelhante, Jesus, Salvador de todos os ho-mens, foi chamado “Nazareno”, porque, convivendo entre os homens, precisava de um endereço físico neste mundo, que foi a cidade de Nazaré. E Jesus Cristo, por acaso, veio só para os habitantes de Nazaré? Não. Chamá-lo de “Jesus Nazareno” ou “Jesus de Nazaré” compromete o caráter universal da sua missão? Claro e evidente que não. Da mesmíssima maneira se dá com o nome dado à Igreja que Ele instituiu neste mundo.

Importante para nós, católicos, é enxergar o poder de Deus também nesse título de “católico romano”. Pois, desde o inicio do Cristianismo, os católicos foram perseguidos, ca-çados, torturados e mortos justamente pelo Império Romano, durante centenas de anos. Desde a liberação do Cristinianis-mo pelo Imperador Constantino, porém, a sede da verdadeira Igreja fica em Roma, como que mostrando ao mundo que os perseguidores sucumbiram frente à Igreja de Deus. Ela, que foi perseguida e martirizada, hoje está situada exatamente na sede do antigo Império. Isso prova que Deus sempre trans-forma o mal em bem, como diz São Paulo: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” - Romanos 5, 20.

Onde predominou o Império de Roma, o maior já visto na História da humanidade, e que levou a escravidão, o terror e a morte a milhões de pessoas, neste mesmo lugar Jesus Cristo, através da sua Igreja, converteu no maior centro de fé e difusão das Boas Novas da libertação, do amor fraterno e da vida em todo o mundo, e que perdurará até o fins dos tempos, segundo a promessa de Jesus em Mateus 28, 20.

E como diz a Bíblia Sagrada, nenhuma instituição fi-cará de pé se não for obra divina: “Se o seu projeto ou sua obra provem de homens, por si mesmo se destruirá, mas se provier de Deus, nao podereis desfazê-la (Atos 5, 38-39). - O Império Romano caiu. A Igreja Catolica Apostólica Romana, instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo, permanece por dois milênios.

O leigo “evangélico” (isto é, pentecostal e/ou neopentecostal) comum, em sua falta de conhecimentos históricos e teológicos, normalmente não compreende como a Igre-

ja pode ser chamada Católica Apostólica Romana. Quando explicamos que “católica” significa universal, isto é, que a Igreja está para todos os homens e mu-lheres, de todas as nações, conforme a determinação de Jesus Cristo, os mais maleáveis até aceitam.

Quanto ao termo “apostólica” também não há maiores problemas, já que a verdadeira doutrina cris-tã é aquela que procede dos Apóstolos, e isso está dito e repetido na Bíblia inúmeras vezes. Mas e “romana”? Por que a Igreja é chamada também romana? E como pode ser ao mesmo tempo universal e romana? É co-mum vermos, inclusive, algumas pessoas que cha-mam a Igreja apenas de “igreja romana”, suprimindo os termos principais (Católica e Apostólica), numa tentativa de diminuir a sua importância ou negar a sua autenticidade.

Bem, a questão é tão simples que impressio-na a maneira como provoca dúvidas. Se bem que, em muitos casos, seja uma questão muito mais de má vontade do que de dúvida legítima. O fato é que o tí-tulo “romana” não implica nacionalismo nem particu-larismo. Isto é, não quer dizer que a Igreja pertença à Roma, ou que se limite à Roma, assim como aconte-ceria com uma empresa, por exemplo.

Romana, no caso da Igreja, é apenas o título que indica o endereço da sede primacial da Igreja. Só isso. De fato, a Igreja, atuando neste mundo, precisa ter um endereço, um referencial físico e postal, que é o do Bispo de Roma, feito Chefe visível por Cristo. Em consequência, a Igreja Católica recebe, como uma es-pécie de “subtítulo”, a designação “romana”, e isso em nada contraria a sua catolicidade ou universalidade. www.vozdaigreja.blogspot.com.br/2002/03/por-que-igreja-catolica-e-romana.html

tira-dúvida

POR QUE A IGREJA CATÓLICA É “ROMANA”?

COMPÊNDIO DO CATECISMO

DA IGREJA CATÓLICAII Seção - Capítulo 2º

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PEDRO E PAULO

Muito se fala sobre a oposição de Pedro a Paulo, e che-gam a falar até de um suposto conflito de ideias en-tre os dois. Nada mais distante da verdade. Os Evan-gelhos mostram claramente a importância de Pedro

como chefe do Colégio Apostólico e líder dos Apóstolos de Jesus Cristo. “Tu és Kefa e sobre esta Kefa edificarei a minha Igreja”. Estas palavras do Senhor são mais que suficientes para estabelecer a importância e a autoridade superior de Pedro. Junte-se a isto o testemunho dos Atos dos Apóstolos e o próprio testemunho de Paulo, que fez questão de encontrar-se com Pedro para ter confir-mada a sua própria missão.

Durante a perseguição de Agripa I, Pedro ficou preso, mas graças às orações da Igreja foi milagrosamente libertado. Segundo a Tradição, Pedro e Paulo foram as colunas da Igreja em Roma. Na Cidade Eterna, durante a perseguição de Nero, por volta do ano 64, as vidas dos dois Apóstolos foram ceifadas no martírio (Pedro morreu provavelmente no ano 64, e Paulo em 63, embora existam estudiosos que proponham outras datas). Crê-se que Paulo foi de-capitado e Pedro crucificado de cabeça para baixo.

Quando Paulo estava já perto da morte, escreveu estas palavras: “Quanto a mim, já fui oferecido em libação1, e chegou o tempo da minha partida. Combati o bom combate, terminei a minha corrida, guardei a fé. Desde já me está reservada a coroa da justiça, que me dará o Senhor, Justo Juiz, naquele Dia; e não somente a mim, mas a todos os que tiverem esperado com amor a sua Aparição” (2Tm 4,6-8).

JOÃO, APÓSTOLO E EVANGELISTA

Entre os anos 92 e 96, João, o discípulo que Jesus amava encontrava-se na ilha de Patmos, deportado por ordem do imperador Domi-ciano. Do seu exílio, ele testemunhava a crueldade das perseguições contra a Igreja.

Inspirado por Deus, sentindo a necessidade de reagir con-tra o desespero e a angústia que ameaçavam os cristãos, escreveu um livro que é o grito de esperança e confiança em Deus de todo seguidor de Jesus: o Apocalipse.

Quando o primeiro século chega ao seu final, o apóstolo é um ancião venerável, cheio de glória e santidade, reverenciado por toda a Igreja. O seu corpo conservava as marcas do suplício do óleo fervente, do qual tinha sobrevivido milagrosamente.

Entre 96 e 104 conclui o quarto Evangelho. Entre suas maiores preocupações estavam as heresias e os erros que ameaçavam a integridade da fé. Seu estilo teológico é bem particular, marcado pela influência grega (fala do Verbo ou Logos, por exemplo).

Com a morte do discípulo que Jesus amava, aquele que re-cebeu Maria em sua casa como mãe, que viu o sangue e a água saindo do lado do Salvador e que conheceu e tocou com as mãos o Verbo da Vida, encerram-se os tempos apostólicos.

OS OUTROS APÓSTOLOS

Há uma tradição, que consta dos escritos de Eusébio de Cesaréia (265-340aC), que diz que os Apóstolos foram dispersos pelos quatro cantos da Terra. Tomé teria ido para o país dos partos, Mateus para a Etiópia, André para a Cítia e João para a Ásia, falecendo em Éfeso. Marcos teria partido para a evangelização no Egito.

Tiago, irmão de João, foi decapitado por ordem de Agripa I, em 44. Em 62, o sumo sacerdote Anã manda apedrejar Tiago, irmão do Senhor e bispo de Jerusalém. Ele é sucedido por Simeão, filho de Cleófas e de Maria, irmã da mãe de Jesus.

A GLORIOSA HISTÓRIA DA IGREJA - VII

FRA ANGELICO, Comunhão dos Apóstolos, Museu São Marcos, Florença

mundo

1. Nos sacrifícios judaicos, libações de óleo, água e vinho eram derramadas sobra as vítimas (cf. Ex 29,40; Nm 28,7). Fonte: Bíblia de Jerusalém ed. 2002, p. 2078Bíblia Católica Online, disponível em: http://www.bibliacatolica.com.br/historia_igreja/, acesso em 17 jun 2012.

1. Nos sacrifícios judaicos, libações de óleo, água e vinho eram derramadas sobre as vítimas (cf. Ex 29,40; Nm 28,7). Fonte: Bíblia de Jerusalém ed. 2002, p. 2078Bíblia Católica Online, disponível em: http://www.bibliacatolica.com.br/historia_igreja/, acesso em 17 jun 2012.

histór ia

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ABADEChama-se abadia tanto o mosteiro quanto sua res pec tiva igreja. Nos lugares onde as abadias tinham ou trora *cura de almas, ainda hoje trata-se o *pároco por aba de. ABLUÇÃOGesto cerimonial, durante a Missa, em que se faz a lavagem do Cálice e dos dedos do sacerdote. Abluir quer dizer lavar, purifi-car; limpar, tirar manchas. A impureza legal do Antigo Testamen-to não tinha a ver com a impureza moral (Ex 19,10-14; Lv 15,5-13; Dt 23,1-12; Ez 44), mas os Profetas insistiram na pureza de coração (Is 1,16-17; Ez 36,25-27). Jesus e os Apóstolos, em certos momen-tos, entraram em conflito com as abluções dos judeus (Mc 7,1-8). A Palavra de Deus é que purifica (Jo 15,3) e o Sangue de Cristo nos lava de toda mancha (Jo 13,6-15; Hb 10,19-22; Ap 7,14).

ABBA; ABBÁTermo aramaico tipicamente in fantil (pela repetição de sílabas, co mo em ‘papá’ ou ‘mamã’) que as crianças judias, no tempo de Cristo, usa vam no tratamento aos seus pais, em atitude de plena confiança, equi valente ao nosso “papai”. Jesus Cristo chamou as-sim ao Deus Uno, o Senhor dos Exércitos do Antigo Testamento, tão temido pelos judeus que seu Nome sequer era pronunciado (Mc 14,36). Foi assim que Cristo chamou, no mo mento crucial da sua agonia na Cruz, ao entregar-se totalmente nas Mãos do Pai Celestial. Também S. Pau lo fala sobre a ação do Es pí rito Santo, Espí rito de adoção, no co ração dos que pela Graça Batismal po-dem chamar a Deus Todo Poderoso de “Abbá” (Rm 8,15 e Gl 4,6). Na inv ocação do Pai-Nos so (Mt 6,9 e Lc 11,2), a palavra Pai deve ser dita com a entoação espiritual de “Abbá”, bro tan do do íntimo do nosso ser, com a sim plicidade, a confiança e o amor como que de crian ça (cf. Mt 19,14; Mc 10,13; Lc 18,16).

ENCICLOPÉDIA CATÓLICA VOZ DA IGREJA

A partir desta edição, Voz da Igre-ja apresenta um instrumento para a facilitação da compreensão dos jargões e termos menos conheci-

dos do grande público usados pela Igreja, tanto nos discursos, encontros, cerimônias e celebra-ções quanto nas cartas e documentos oficiais. Trata-se da organização e formatação de um vocabulário de termos usados na Igreja Ca-tólica, destinado a comunicadores, catequistas, membros de movimentos católicos, fiéis leigos em geral e aos clérigos preocupados com a sua atualização doutrinária e pastoral. A necessidade de tal vocabulário é frequentemente percebida.

Todos os verbetes são explicados da ma-neira mais simples e objetiva possível, evitando-se os termos demasiadamente técnicos e/ou acadê-micos. Para cada nova edição, está programada a publicação de no mínimo três novos verbetes.

Agradecemos à colaboração dos nossos leitores, com críticas e sugestões que ajudem a me-lhorar este trabalho, as quais podem ser enviadas para o editor, acompanhadas das devidas fontes e referências bibliográficas, pelos e-mails [email protected] ou [email protected] ou pelo blog: www.vozdaigreja.blogspot.com.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: FALCÃO, Dom Manuel Franco. Enciclopédia Católica Popular. Jul. 2012.

Disponível em: http://www.ecclesia.pt/catolicopedia

estudo

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A misteriosa senhora de luz então lhes disse: “Se meu povo não quer submeter-se, sou forçada a deixar cair o Braço de Meu Filho. É tão forte e pesado que não posso mais sustê-lo. Há quanto tempo sofro

por vós! Dei-vos seis dias para trabalhar, reservei-me o sé-timo, e não me querem conceder! (...) Os carroceiros não sabem jurar sem usar o nome de meu Filho. São essas as duas coisas que tornam pesado o Seu braço. Se a colheita for perdida a culpa é vossa. (...) Orai bem, fazei o bem.”

“Se a colheita se estraga, e só por vossa causa! (...) Quando encontráveis batatinhas estragadas, blasfemáveis usando o nome de meu Filho. Elas continuarão assim e, neste ano, para o Natal, não haverá mais...”.

A Senhora continuou a falar, mas só Maximino entendia. Melânia percebia seus lábios se moverem mas nada entendia. Instantes depois, Melânia ouvia, enquanto Maximino nada mais entendia e brincava com pedrinhas no chão. Assim, a Bela Senhora falou em segredo a Maxi-mino, depois a Melânia. Depois, novamente os dois juntos ouviram sua pergunta: “Fazeis bem vossa oração, meus filhos?” - “Não muito, Senhora”, responderam.

“Ah! Meus filhos, é preciso fazê-las bem, à noite e de manhã, dizendo ao menos um Pai Nosso e uma Ave Maria quando não puderdes rezar mais. Quando puderdes rezar mais, dizei mais. (...) Nunca vistes trigo estragado, meus filhos? - “Não Senhora”, responderam eles.

Então Ela se dirigiu a Maximino: Mas tu, meu fi-lho, deves tê-lo visto uma vez, perto de Coins, com teu pai. O dono da roça disse a teu pai que fosse ver seu trigo estragado. Ambos fostes até lá. Ele tomou duas ou três espigas entre as mãos, esfregou-as e tudo caiu em pó. Ao voltardes, quando estáveis a meia hora de Corps, teu pai te deu um pedaço de pão dizendo-te: “Toma, meu filho, come pão neste ano ainda, pois não sei quem dele comerá no próximo ano, se o trigo continuar assim”.

Maximino respondeu: “É verdade, Senhora, agora lembro”. - E a Bela Senhora concluiu, não mais em dialeto ‘patois’, e sim em francês: “Pois bem, meus filhos, trans-mitireis isso a todo o meu povo”. Então ela seguiu até o lugar em que haviam subido para ver onde estavam as vacas. Seus pés deslizavam, tocando apenas a ponta da grama, sem dobrá-la.

Na colina, a Bela Senhora se detêm. Melânia e Ma-ximino correm para ver aonde ela vai. A Senhora se eleva rapidamente, permanecendo por alguns minutos a 3 ou 5 metros de altura. Olha para o céu, olha à sua direita, na direção de Roma, e à sua esquerda, na direção da França. Olha para as crianças, e parece dissolver-se no globo de luz que a envolvia. Este globo, então, sobe até desaparecer completamente no firmamento.

Depois da aparição No início, poucos acreditavam no que Maximino e Melânia diziam ter visto e ouvido. Os camponeses que os haviam contratado se surpreendiam com o fato de que, sendo eles tão simples, fossem capazes de transmitir uma mensa-gem tão complicada, tanto em francês, que não entendiam bem, quanto em ‘patois’.

Na manhã seguinte, Melânia e Maximino foram levados ao pároco. Era um sacerdote de idade avançada, generoso e respeitado. Ao interrogar os dois, ficou muito surpreso com o relato, e considerou que diziam a verdade. Na Missa do domingo seguinte, falou da visita da Senhora e seu pedido. Quando chegou aos ouvidos do Bispo que o pároco havia falado da aparição no púlpito, este foi repre-endido e substituído por outro sacerdote: a Igreja é muito prudente em não fazer juízos apressados sobre aparições.

Melânia e Maximino eram constantemente inter-rogados por curiosos e por devotos. Contavam a mesma história. Aos que estavam interessados em subir a monta-nha, mostravam o local exato onde a Senhora havia apa-recido. Várias vezes foram ameaçados de prisão se não negassem o que continuavam a dizer, mas sem temor rela-tavam a todos as mensagens que a Senhora havia dado.

Surgiu uma fonte no lugar onde a Senhora havia aparecido, e a água corria colina abaixo. Milagres come-çaram a ocorrer. E as terríveis calamidades anunciadas começaram a se cumprir.

aparições marianas

NOSSA SENHORADE SALETENOSSA SENHORADE SALETE

Fontes e bibliografia:BÖING, Mafalda Pereira. La Salette - A Mãe chora por seus filhos.

São Paulo: Loyola, 2007.SANTOS, Lúcia. Nossa Senhora, rogai por nós. Rio de Janeiro:

Ediouro, 2007, pp. 59-61.

Continua no próximo número...

Representação artística em escultura de Maximino e Melânia Calvat (Paris, França)

Continuação da edição anterior

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espiritualidade

Representação artística em escultura de Maximino e Melânia Calvat (Paris, França)

Insensato é aquele que põe sua esperança nos ho-mens ou nas criaturas. Nào te envergonhes de servir a outro, por amor a Jesus Cristo, nem de ser tido como pobre neste mundo. Não confies em ti mes-

mo, mas põe em Deus tua esperança. Faze de tua parte o que puderes, e Deus ajuda-rá tua boa vontade. Não confies em tua ciência, nem na sagacidade de qualquer vivente, mas antes na graça de Deus, que ajuda os humildes e abate os presunçosos.

Se tens riquezas, não te glories delas, nem dos amigos poderosos, senão em Deus, que dá tudo, além de tudo, deseja dar-se a si mesmo. Não te desvaneças com a airosidade ou formosura de teu corpo, que com pequena enfermidade se quebranta e desfigura.

Não te orgulhes de tua habilidade ou de teu ta-lento, para que não desagrades a Deus, de quem é todo bem natural que tiveres. Não te reputes melhor que os outros para não seres considerado pior por Deus, que co-nhece tudo que há no homem.

Não te ensoberbeças pelas boas obras, porque os juízos dos homens são muito diferentes dos de Deus, a quem não raro desagrada o que aos homens apraz. Se em ti houver algum bem, pensa que ainda melhores são os outros, para assim te conservares na humildade.

Nenhum mal te fará se te julgares inferior a to-dos; muito, porém, se a qualquer pessoa te preferires. De contínua paz goza o humilde; no coração do soberbo, po-rém, reinam inveja e iras sem conta.

CAPÍTULO 7

COMO FUGIR À VÃ ESPERANÇA E PRESUNÇÃO

KEMPIS, Tomás. A Imitação de Cristo,São Paulo: Vozes, 2006, pp. 39-42.

IMITAÇÃODE CRISTO

ReflexãoConsiderando a fraqueza do homem, a fragilidade da vida, os sofrimentos que de toda parte o cercam, as trevas de sua razão, as incertezas de sua vontade, sempre propensa ao mal, é de ad-mirar que um só movimento de soberba possa elevar-se numa criatura tão miserável; e todavia a soberba é o fundo mesmo de nossa natureza degradada!

“A soberba”, diz Santo Agostinho, “separa-nos da sa-bedoria, faz com que queiramos ser nós mesmos nosso bem, como Deus é seu próprio Bem; a tanto chega a loucura do cri-me!” (De Libero Arbitrio III, 24).

Busca-se, então, o homem a si mesmo, e admira-se em tudo que o distingue dos outros, e se engrandece aos seus pró-prios olhos, nas vantagens do corpo, do espírito, do nascimento, da riqueza, e até da graça, abusando assim, ao mesmo tempo, dos dons do Criador e dos benefícios do Redentor.

Oh, Quanto devemos temer em nós a menor manifes-tação de vaidade e o louco desejo de nos preferirmos a um de nossos irmãos! Esqueçamos o fariseu do Evangelho, que des-prezava o publicano, e digamos junto com este último: “Oh, meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador!”.

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A Oração eucarísticaComeça a Oração Eucarística, centro de toda a celebração. A as-sembleia está de pé e se ajoelha no momento da Consagração, par-ticipando com respeito nas aclamações, que podem ser rezadas ou cantadas. No Brasil, temos 14 Orações Eucarísticas (3 para Missas com crianças, 2 para a Reconciliação, 4 para circunstâncias diversas). Algumas delas têm prefácio próprio. Utiliza-se sempre uma Oração Eucarística apropriada à Celebração do dia ou ao Tempo Litúrgico, para haver unidade na celebração.

Na última ceia, depois de tomar o pão, Jesus deu graças. Da mesma forma, o presidente e a assembléia rendem graças a Deus mediante a Oração Eucarística. Toda Oração Eucarística pos-sui oito elementos básicos:

1. Prefácio - É a abertura da Oração Eucarística. O Prefácio é uma ação de graças ao Pai por Jesus Cristo, e inicia-se com um diálogo entre o presidente e a assembléia. Há vários Prefácios: para os Tem-pos Litúrgicos, solenidades, festas... Quando o Prefácio é chamado “próprio”, significa que forma um todo com aquilo que celebra-mos. No tempo comum, há Prefácios a escolher.

2. Santo - O prefácio termina com louvor a Deus. A assembleia une-se ao Coro dos Anjos e canta a Santidade de Deus: “Santo, Santo, Santo...”. O “Santo”, preferencialmente, deve ser cantado.

3. Epiclese - É a Invocação do Espírito Santo sobre as Oferendas. O presidente da Celebração impõe as mãos sobre o pão e o vinho, e pede que, por ação do Espírito Santo, se tornem Corpo e Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo. É um momento de extrema importância em toda a Celebração Eucarística.

4. Narrativa - Da Instituição e Consagração. É o ponto alto da Ce-lebração Eucarística. Quem preside repete os gestos e palavras do Senhor na última ceia. O pão e o vinho se tornam Corpo e Sangue do Senhor. O sacerdote mostra ao povo a Hóstia e o Vinho consa-grados, e todos adoram em silêncio o Corpo e o Sangue de Cristo. Nas celebrações solenes costuma-se incensar o Corpo e o Sangue de nosso Senhor.

Não somos capazes de compreender suficientemente o que a Trin-dade fez e faz em nosso favor, em cada Eucaristia! É o Mistério da nossa fé, ao qual o povo responde com uma das aclamações.

5. Anamnese (Memorial) - O próprio Senhor Jesus ordenou: “Fazei isto em memória de mim”. E o Apóstolo Paulo escreveu: “ Todas as vezes que vocês comem deste Pão e bebem deste Cálice, estão anunciando a morte do Senhor, até que Ele venha” (1Co-ríntios 11,26). É isso que o sacerdote proclama em nome de toda a assembleia que celebra. Você pode observar isso nas primeiras palavras após a Consagração. Note também que o presidente fala no plural (nós), em nome de toda a comunidade.

6. Oblação ou Ofertório - Agora aparece a palavra “ofertamos”, sinal de que o verdadeiro Ofertório da Missa acontece aqui, e é uma Oferta Insuperável: o próprio Cristo! - Seu Corpo e Sangue, - ofe-recidos ao Pai, no Espírito, por nós. Pede-se que pela força desse Sacrifício, todos os cristãos se tornem um só Corpo, em Cristo. Em suas cartas, o Apóstolo Paulo insistia que a Igreja é o Corpo de Cristo. Recebendo o Corpo de Cristo, nos tornamos Corpo de Cristo, pela ação do Espírito Santo!

7. Intercessões - Ainda em nome de toda a assembleia, o presiden-te faz as intercessões: pela Igreja, pelo Papa, seus bispos, presbíte-ros e diáconos, pela comunidade que celebra a Fé, pelo mundo todo e pelos fiéis defuntos. Há o momento para recordar os mortos, aqueles que conhecemos e amamos, e também “aqueles que morre-ram na nossa amizade”. Os cristãos que celebram a Eucaristia estão unidos em todo o mundo, e também no Céu e na Terra; ninguém é excluído na Celebração do Santo Sacrifício.

As intercessões geralmente terminam pedindo pela própria comunidade, que peregrina a caminho da Vida Eterna em Deus.

8. Doxologia final - É um breve hino de louvor, abraçando a Trin-dade: “ Por Cristo, com Cristo e em Cristo...”: é o fecho da Oração Eucarística, merecendo ser cantado, sobretudo o “Amém” da as-sembleia. No canto, esse “Amém” pode ser repetido várias vezes.

A SANTA MISSAA SANTA MISSA

Referência bibliográfica:BORTOLINI, José. A Missa Explicada Parte por Parte, 4ª edição. São Paulo: Paullus, 2006, pp. 27– 28.

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Referência bibliográfica:BORTOLINI, José. A Missa Explicada Parte por Parte, 4ª edição. São Paulo: Paullus, 2006, pp. 27– 28.

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Jesus Mestre, santificai minha inteligência e aumentai minha fé.Jesus, Caminho da Santidade, tornai-me vosso fiel seguidor.

Jesus Vida, não permitais que eu me separe de vós. Fazei-me viver sempre na alegria do vosso Amor.

Jesus Verdade, que eu seja luz para o mundo.Jesus Caminho, que eu seja vossa testemunha diante das pessoas.

Jesus Vida, fazei que minha presença contagie a todos com vosso amor.Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tende piedade de nós!

+ Invocações a Jesus Mestre +

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