voz da igreja 20 - prévia

10
 São Paulo - SP   e   m   n   o   m   e    d   a       V       E       R       D       A       D       E 4 Revista de evangelização cristã católica - periódico mensal - ano 2 - 2011 Uma publicação da Paróquia São João Batista do Brás www.vozdaigreja.blogspot.com 20 Reencarnação? Neste número, abordamos a história e a teoria da reencarnação e suas implicações. História da Igreja  Tire dúvi das e adquira novos conhecimentos a respeito da gloriosa história da Igreja de  Jesus Cristo.   d   o   u   t   r   i   n   a    |    e   s   p   i   r   i   t   u   a   l   i   d   a   d   e    |    t   i   r   a    d   ú   v   i   d   a   s    |    p   r   á   t   i   c   a    |    p   o   l   ê   m   i   c   a    |    h   i   s   t   ó   r   i   a   d   o   c   r   i   s   t   i   a   n   i   s   m   o “Meu Corpo é verdadeiramente  Alimento. O meu Sang ue é verdadeiramente Bebida.”  João 6, 55  T estemunho de Fé  Você conhece a história do ex-mi- nistro presbiteriano Scott Hahn?

Upload: henrique-sebastiao

Post on 11-Jul-2015

232 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Revista apologética para a defesa da fé cristã.

TRANSCRIPT

Page 1: Voz da Igreja 20 - prévia

5/11/2018 Voz da Igreja 20 - prévia - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/voz-da-igreja-20-previa 1/10

 

São Paulo - SP

  e  m

  n  o  m  e   d  a

      V      E      R      D      A      D      E

4 Revista de evangelização cristã católica - periódico mensal - ano 2 - 2011

Uma publicação da Paróquia São João Batista do Brás www.vozdaigreja.blogspot.com

20

Reencarnação?

Neste número,abordamos a

história e a teoriada reencarnação esuas implicações.

História daIgreja

 Tire dúvidas eadquira novos

conhecimentosa respeito dagloriosa história

da Igreja de Jesus Cristo.

  d  o  u  t  r  i  n  a

   | 

  e  s  p  i  r  i  t  u  a  l  i  d  a  d  e

   | 

  t  i  r  a -  d  ú  v  i  d  a  s

   | 

  p  r  á  t  i  c  a

   |

 

  p  o  l  ê  m  i  c  a

   | 

  h  i  s  t  ó  r  i  a

  d  o

  c  r  i  s  t  i  a  n  i  s  m  o

“Meu Corpo é verdadeiramente

 Alimento. O meu Sangue é

verdadeiramente Bebida.” 

João 6, 55 

 Testemunho

de Fé Você conhece ahistória do ex-mi-

nistro presbiterianoScott Hahn?

Page 2: Voz da Igreja 20 - prévia

5/11/2018 Voz da Igreja 20 - prévia - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/voz-da-igreja-20-previa 2/10

 

2

 

de mim, nas palavras da Missa! Um versículoera de Isaías, outro dos Salmos, outro de Pau-lo. Que experiência maravilhosa! Eu queria in-terromper tudo e gritar: “Ei! Posso explicar oque está acontecendo a partir das Escrituras?Isso é maravilhoso!” Mesmo assim, mantiveminha posição de espectador até que ouvi osacerdote pronunciar as palavras da Consagra-ção: “Isto é o meu Corpo… Este é o Cálicedo meu Sangue”.

E senti todas as minhas dúvidasse desfazendo. Quando vi o sacerdote elevaraquela Hóstia branca, percebi que uma precesubiu do meu coração num sussurro: “Meu Se-nhor e meu Deus! Sois realmente vós!”

A partir daí, fui arrebatado. Nãoimaginava uma emoção maior do que a queaquelas palavras provocaram em mim. Mas aexperiência intensicou-se um momento de-pois, quando ouvi a assembleia repetir: “Cor-deiro de Deus…”, e o sacerdote responder:“Eis o Cordeiro de Deus…”, enquanto eleva-

 va a Hóstia.

Em menos de um minuto a frase“Cordeiro de Deus” ressoou 4 vezes. Graçasaos meus longos anos de estudos bíblicos, per-cebi imediatamente onde eu estava. Estava noLivro do Apocalipse, no qual Jesus é chamado

Cordeiro nada menos que vinte e oito vezesem vinte e dois capítulos. Estava na Festa deNúpcias que João descreve no nal do últimolivro da Bíblia. Estava diante do Trono do Céu,onde Jesus é saudado eternamente como oCordeiro. E eu não estava preparado para isso:eu estava na Missa!

Voltei à Missa no dia seguinte e nooutro dia e no outro. Cada vez que voltava,eu descobria mais passagens das Escriturasconsumadas diante dos meus olhos. Contu-do, naquela Capela escura, nenhum livro meera tão visível quanto o da Revelação de JesusCristo, o Apocalipse, que descreve a adoraçãodos anjos e santos do Céu. Como no livro eu

  vi, na Capela, sacerdotes paramentados, um  Altar, uma assembléia que entoava: “Santo,Santo, Santo”. Vi a fumaça de incenso, ouvia invocação de anjos e santos... Eu mesmoentoava os aleluias, pois me sentia cada vezmais atraído a essa adoração. Continuei a mesentar no último banco com minha Bíblia, emal sabia para onde me voltar: para o texto do

 Apocalipse ou para a ação no Altar, que cada  vez mais pareciam ser exatamente a mesma.

Mergulhei com ânimo renovado noestudo do cristianismo antigo e descobri queos primeiros Bispos, os padres da Igreja, ti-nham feito a mesma “descoberta” que eu. Elesconsideravam o Livro do Apocalipse a chaveda Liturgia, e a Liturgia a chave do livro do

  Apocalipse. Alguma coisa intensa aconteceucom o estudioso e crente que eu era. O livroda Bíblia que eu achava mais desconcertante, odo Apocalipse, agora esclarecia as ideias mais

fundamentais da minha fé: a Aliança é o elosagrado da Família de Deus. Além disso, a açãoque eu considerava a maior das blasfêmias, aMissa, agora se revelava como o acontecimen-to que consumou a Aliança. O Senhor o fez:“Este é o Cálice do meu Sangue, o Sangue da Nova e Eterna Aliança” . Eu estava atordoado com a

 Ali estava eu, incógnito, um ministroprotestante disfarçado, esconden-do-me nos fundos de uma Capelaem Milwaukee (EUA) para partici-

par pela primeira vez da Missa. A curiosidademe arrastara até lá e eu ainda não tinha certezase era uma curiosidade saudável. Ao estudar osescritos dos primeiros cristãos, encontrei inú-meras referências à “Liturgia”, à “Eucaristia”,ao “Sacrifício”. Para os primeiros cristãos, se-parada do acontecimento que os católicos dehoje denominam “Missa”, a Bíblia (o livro queeu mais amava) era incompreensível.

Eu queria entender os cristãos primi-tivos, mas não tinha nenhuma experiência de

Liturgia. Por isso me convenci a ir ver, comoum exercício acadêmico, mas jurando que nãoia me ajoelhar nem participar de “idolatrias”...

Sentei-me no escuro, num bancobem no fundo daquela Capela no subsolo. Àminha frente havia um número considerável deéis, homens e mulheres de todas as idades. Fi-quei impressionado com a sua concentração naoração. Então um sino soou e todos se levan-taram, quando o padre surgiu de uma porta aolado do Altar. Hesitante, permaneci sentado.Durante anos, como evangélico, fui instruídopara acreditar que a Missa era o maior sacrilé-gio. Tinha aprendido que a Missa era um ritualpara “sacricar Jesus outra vez”. Eu seria sóum espectador, caria sentado com a Bíbliaaberta ao meu lado.

Entretanto, à medida que a Missaprosseguia, alguma coisa me tocou. A Bíblianão estava mais só ao meu lado: estava diante

Ex-ministro “evangélico”explica porque a Missa étotalmente bíblica

  Testemunho de Scott Hahn, ex-ministropresbiteriano, autor do livro “O Banquetedo Cordeiro”, que conta em detalhes a tra-jetória de sua conversão à Igreja de Cristo.O texto abaixo é um trecho dessa obra.

   S

  c  o   t   t   H  a   h  n  c  o  m  p  a  r   t   i   l   h  a  a   h   i  s   t   ó  r   i  a   d  a  s  u  a  c  o  n  v  e  r  s   ã  o  n  a   C  a   t  e   d  r  a   l   d  e   W  e  s   t  m   i  n  s   t  e  r   (   L  o  n   d  r  e  s   )

Ex-ministro “evangélico”explica porque a Missa étotalmente bíblica

Page 3: Voz da Igreja 20 - prévia

5/11/2018 Voz da Igreja 20 - prévia - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/voz-da-igreja-20-previa 3/10

 

3

85. Por que é que o Filho deDeus se fez homem?O Filho de Deus encarnou no seio da Vir-gem Maria pelo poder do Espírito Santo,por causa de nós homens e para nossasalvação, ou seja: para nos reconciliar a nós pecadores com Deus; para nosfazer conhecer o seu amor innito; paraser o nosso modelo de santidade; paranos tornar “participantes da natureza di-vina” (2 Ped 1, 4).

86. Que signica a palavra “Encarnação”?A Igreja chama “Encarnação” ao mistério da admirável união danatureza divina e da natureza humana na única Pessoa divina do

Verbo. Para realizar a nossa salvação, o Filho de Deus fez-se “car-ne” (Jo 1,14) tornando-se verdadeiramente homem. A fé na Encar-nação é o sinal distintivo da fé cristã.

87. De que modo Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem?Jesus é, inseparavelmente verdadeiro Deus e verdadeiro homem,na Unidade da sua Pessoa divina. Ele, o Filho de Deus, que é “ge-rado, não criado, consubstancial ao Pai”, fez-se verdadeiramentehomem, nosso irmão, sem com isso deixar de ser Deus e Senhor.

88. Que ensina acerca disto o Concílio de Calcedô-nia (ano 451)?O Concílio de Calcedónia ensina a confessar “um só e mesmo Fi-

lho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito na sua divindade e perfeito

na sua humanidade; verdadeiro Deus e verdadeiro homem, com-

 posto de alma racional e de corpo, consubstancial ao Pai pela sua

divindade, consubstancial a nós pela humanidade, em tudo seme-

lhante a nós, exceto no pecado” (Heb 4, 15); gerado pelo Pai antes

de todos os séculos, segundo a divindade e, nestes últimos tempos,

 por nós homens e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria e

Mãe de Deus, segundo a humanidade”.

89. Como é que a Igreja exprime do mistério daEncarnação?Exprime-o armando que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verda-deiro homem, com duas naturezas, a divina e a humana, que senão confundem, mas estão unidas na Pessoa do Verbo. Portanto,na humanidade de Jesus, tudo – milagres, sofrimento, morte – deveser atribuído à sua Pessoa divina, que age através da naturezahumana assumida.

 Jesus Cristo foi concebido pelo

Poder do Espírito Santo enasceu da Virgem Maria

COMPÊNDIO DO

CATECISMOII Seção - Capítulo 2º

novidade de tudo aquilo. Durante anos tentei entender o Livrodo Apocalipse como se fosse uma espécie de mensagem secretae misteriosa sobre o m do mundo, sobre o Culto no Céu, arespeito de algo que, em sua maioria, os cristãos não poderiamexperimentar aqui na terra. Agora, depois de duas semanas decomparecimento diário à Missa, eu me via querendo levantar du-rante a Liturgia e gritar: “Ei, pessoal! Quero mostrar onde vocêsestão, no Livro do Apocalipse! Consultem o capítulo 4, versículo8. Agora mesmo vocês estão no Céu”. 

No Céu agora mesmo! Os padres da Igreja mostraramque essa descoberta não era minha. Já pregavam a respeito háquase 2 mil anos atrás. E eu achava que tinha redescoberto arelação entre a Missa e o Livro do Apocalipse. Mas descobri queo Concílio Vaticano II tinha me passado para trás:

“Na liturgia terrena, participamos da Liturgia

Celeste, que se celebra na Cidade Santa de Jerusalém,  para a qual, peregrinos, nos encaminhamos. Lá, Cristoestá sentado à direita de Deus, Ministro do Santuário e doTabernáculo verdadeiro; com toda a Milícia do ExércitoCelestial entoamos um hino de Glória ao Senhor e, vene-rando a memória dos Santos, esperamos fazer parte dasociedade deles; suspiramos pelo Salvador, Nosso Senhor 

 Jesus Cristo, até que ele, nossa vida, se manifeste, e nósapareçamos com ele na Glória.” 

Isso é o Céu! Não, isso é a Missa! Não, é o Livro do Apocalipse! Espere um pouco: é tudo ao mesmo tempo! - Es-forcei-me para ir devagar, cautelosamente, com o cuidado deevitar os perigos aos quais os convertidos estão sujeitos, pois

eu estava depressa me convertendo à fé cristã católica. Contu-do, essa descoberta não era produto da imaginação empolgada;era o ensinamento solene de um Concílio da Igreja Católica.

Com o tempo, descobri que era também a mesma con-clusão dos estudiosos protestantes mais rigorosos e honestos.Um deles, Leonard Thompson, escreveu que “até mesmo umaleitura supercial do Livro do Apocalipse mostra a presença dalinguagem litúrgica disposta em forma de culto”… “Bastam asimagens da Liturgia para tornar esse extraordinário livro com-preensível. As guras litúrgicas são essenciais para a mensagemdo Apocalipse, e revelam algo mais que visões de ‘coisas queestão por vir’”.

O Apocalipse tratava de Alguém que estava por vir.

 Tratava de Jesus Cristo e sua “segunda vinda”. Depois de passarhoras e horas naquela capela de Milwaukee, em 1985, aprendique aquele Alguém era o mesmo Jesus Cristo que o sacerdotecatólico erguia na hóstia. Se os cristãos primitivos estavam cer-tos, eu sabia que, naquele exato momento, o Céu tocava a terra.“Meu Senhor e meu Deus. Sois realmente vós!”.

   S  c  o  t  t   H  a   h  n

Fonte: HAHN, Scott. O Banquete do Cordeiro, a Missa Segundo um

Convertido, 9ª ed. São Paulo: Loyola, 2008, pp. 21-25.

Page 4: Voz da Igreja 20 - prévia

5/11/2018 Voz da Igreja 20 - prévia - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/voz-da-igreja-20-previa 4/10

 

4

 

tíssimo é seu Autor; Cristo é seu Esposo e a san-

tiica; O Espírito de Santidade a viviica. Mesmoassim, ela congrega ilhos e ilhas pecadores(as),que ainda não chegaram à perfeição.

Em Pentecostes, a Igreja se manifestoupublicamente, diante da multidão, e começou aanunciar o Evangelho com a pregação católica(universal, para todas as gentes) e apostólica.Nesse inesquecível dia do ano 30, estavam to-

dos reunidos: os Apóstolos, Maria Santíssima,parentes de Jesus, algumas mulheres... Quandoum ruído de ventania desceu do céu. Línguascomo de fogo surgiram e se dividiram entre ospresentes. Todos icaram repletos do Espírito

de Deus e começaram a falar em línguas quenão conheciam: línguas de nações estrangeiras.

Esta assembléia inicial é o princípioda pregação da Igreja. Depois do prodígio daslínguas, Pedro, líder dos Apóstolos e primeiroPapa da Igreja (conf. Mt 16, 18; Jo 21, 15-17) di-rigiu-se à multidão reunida na praça e fez umamemorável pregação.

Muitos se converteram, especialmentejudeus vindos da Diáspora (de outras nações).Estes levaram a Boa-Nova aos seus locais de ori-gem, o que provocou o surgimento, bem cedo,

de novas comunidades cristãs em Damasco, An-tioquia, Alexandria e em Roma. Alguns helenis-

tas, no entanto, permaneceram em Jerusalém.

Para cuidar das suas necessidades ma-

teriais, os Apóstolos escolheram sete diáconos.Eram eles Estevão, “homem cheio de fé e do Es-

pírito Santo” (Atos 6, 5), Filipe, Prócoro, Nica-

nor, Timão, Pármenas, e Nicolau.

Filipe, um dos sete, evangelizou emSamaria. Foi lá que Simão, o Mago, ofereceu di-nheiro aos Apóstolos Pedro e João em troca doEspírito Santo: é daí que vem o termo simonia,

que signiica trocar as coisas sagradas ou bensespirituais por dinheiro. Filipe também anun-

ciou a Boa Nova a um etíope, que era funcioná-

rio da casa real de Candace.

Estevão, porém, era o diácono que maisse destacava. Devido à sua pregação incisiva, elefoi detido pelas autoridades judaicas, julgado eapedrejado até a morte, acusado de blasfêmia.Tornou-se, assim, o primeiro mártir da Históriada Igreja. Enquanto era cruelmente assassina-

do, perdoava os seus perseguidores e entrega-

va, coniante, a sua vida nas mãos de Jesus.

O manto de Estevão foi deixado aos pésde um jovem admirador do ideal farisaico cha-

mado Saulo de Tarso.

...Continua

HISTÓRIA DA IGREJANESTA EDIÇÃO, CONTINUAMOS O NOSSO ESTUDO SOBRE A ORIGEME A GLORIOSA HISTÓRIA DA IGREJA DE JESUS CRISTO - Terceira Parte

Os Evangelhos mostram a Igreja como um grande barco, no qualJesus está presente, embora em alguns momentos nos pareçaque está dormindo (Mt 8,23-27). O mar que este barco atraves-

sa é a História, às vezes calmo, outras vezes turbulento, assus-

tador. Há quase dois mil anos o barco saiu do porto. Não sabemos quandochegará ao seu destino, mas temos certeza de que Jesus nunca o abando-

nará: “Estou convosco todos os dias, até o im do mundo” (Mt 28, 20).

A Igreja é um projeto que nasceu do Coração de Deus Pai, e pode-

mos notar que ela já estava destinada a existir desde o início dos tempos:foi preparada na Antiga Aliança (Antigo Testamento) com Israel, e institu-

ída deinitivamente por Cristo Jesus. A Igreja é o Reino de Deus presentejá neste mundo. Ela se inicia com a pregação de Jesus. Foi dotada pelopróprio Senhor de uma estrutura que permanecerá até o im dos tempos.Ediicada sobre Pedro e os demais Apóstolos (Mt 16, 18), sempre foi econtinua sendo dirigida por seus legítimos sucessores.

A Igreja nasce, ediica-se e cresce do Sangue e da Água que sa-

íram do lado aberto do Cruciicado. É nela que se conserva a Comunhão

Eucarística, o Dom da Salvação oferecido por Cristo pelo nosso bem; paraque alcancemos um dia a Vida eterna e plena com Deus.

A Igreja, no seu sentido mais profundo, é santa, sem manchae sem falha, porque o próprio Deus nela habita, santiicando-a com asua Presença. Os pecados dos iéis, dos padres e até dos Papas, pesso-

as ainda imperfeitas, não pertencem à Igreja, não são parte dela. Só emsentido derivado e indireto pode-se falar de “igreja pecadora”. Fica maisfácil entender assim: como todos nós, cristãos católicos, somos a Igreja,e somos pecadores, neste sentido dizemos que a Igreja é “santa e peca-

dora”. Santa porque somos todos consagrados a nosso Senhor, pelos Sa-

cramentos que ele nos deixou, e comungamos da sua Palavra e tambémdo seu Corpo e Sangue, Alma e Divindade. Mas a Igreja em sua essên-

cia, a Igreja Celeste, imutável e eterna, esta é divina e puramente santa.  

A Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, fundada por Cristo sobreo Apóstolo Pedro, que o Senhor constituiu como seu fundamento visível,esta é a Igreja do povo santo de Deus. A Igreja é Santa porque o Deus San-

HISTÓRIA DA IGREJA

   F  o  n   t  e  s  e    b   i

   b   l   i  o  g  r  a   f  a  :   M   O   N   D   O   N   I ,   D  a  n   i   l  o .   H   i  s   t   ó  r   i  a   d  a   I  g  r  e   j  a ,   3   ª  e   d .   S   ã  o   P  a  u   l  o  :   L  o  y  o   l  a ,   2   0   0   6  ;

   L   E   N   Z   E   N   W   E   G

   E   R ,   J  o  s  e   f  e   t .  a   l .   H   i  s   t   ó  r   i  a   d  a   I  g  r  e   j  a   C  a   t   ó   l   i  c  a ,   3   ª  e   d .   S   ã  o   P  a  u   l  o  :   L  o  y  o   l  a ,   2   0   0   6 .

4

Page 5: Voz da Igreja 20 - prévia

5/11/2018 Voz da Igreja 20 - prévia - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/voz-da-igreja-20-previa 5/10

 

5

Os Ritos Iniciais

As equipes de Liturgia geralmente pre-param uma introdução e alguns comen-tários. Na introdução buscamos os moti-vos que nos levam a celebrar: o TempoLitúrgico, intenções, aquilo que aconteceno país e no mundo... É importante estar-mos bem motivados para celebrar.

Muitas comunidades criaram aPastoral ou Ministério da Acolhida, parareceber bem as pessoas, orientá-las se

for preciso, da mesma forma como aco-lhemos bem uma pessoa querida quevem à nossa casa. Essa pastoral cria umclima de família e dá à igreja uma “cara”de Casa do Povo de Deus, que é o queela é: é graticante ser bem recebido.

Na verdade, esse tipo de iniciati-va é muitíssimo importante se quisermosresgatar nossos irmãos que andam per-didos pelo mundo, e Dom Edmar Peron,Bispo Auxiliar da Região Episcopal Be-lém, é o primeiro a incentivar a formaçãode pastorais litúrgicas nas paróquias.

O Canto de Entrada

Cantamos ao início da Celebração nãosó para acolher o padre e os ministros. OCanto de Entrada deseja criar um climade festa, de alegria, de família, de frater-

nidade, de Comunhão com Deus e comnossos irmãos ali presentes.

Canta-se de pé. Nas festas,costuma-se fazer a Procissão de Entrada,com a Cruz, o Evangeliário (Bíblia), incen-so... Os cantos devem estar sintonizadoscom o tema do dia.

O Sinal da Cruz

O Sinal da Cruz é a porta de entrada ede saída da Missa. É composto de ges-

to e palavras. Com ele marcamos nossocorpo, consagrando-o à Trindade Santís-sima. Faça-o com respeito e sentido, poisé o sinal que nos caracteriza como cris-tãos. Alguns sacerdotes, para ressaltar sua importância, gostam de cantá-lo. Ogesto é repetido ao longo da Missa.

 A Saudação

O presidente da Celebração saúda a as-sembleia. É o começo de um longo diálo-go. A saudação normalmente é tirada dascartas do Novo Testamento. A assem-

bleia louva a Deus por tê-la reunido noAmor de Cristo.

O Ato penitencial

Reunidos em nome da Trindade, pedimosperdão por nossas falhas e indelidades. 

O ato penitencial é ao mesmo tempo con-ssão e prossão de fé na MisericórdiaDivina. Pode ser cantado, porém, sembater palmas: é um momento de intros-pecção e contrição.

O Hino de Louvor

Conhecido como Glória, seria bom quefosse sempre cantado. É a grande Doxo-logia da Missa. (Doxologia signica lou-vação.) A Liturgia prescreve o Glória nasfestas e solenidades, bem como nos do-

mingos (exceto Advento e Quaresma). Éum hino de louvor ao Pai por Jesus Cris-to, na Força do Espírito: o motivo centralda louvação é Jesus Cristo. Não deve ser substituído por nenhum outro canto.

 A Oração da “Coleta”

É a primeira das três orações ditas “pre-sidenciais”, reservada a quem preside. Éo padre que a reza em nome da assem-bleia. Enquanto “coleta”, deseja reunir eunir todos os sentidos da comunidadeque celebra.

Depois de dizer “oremos”, o sa-cerdote faz uma pausa para que cadapessoa coloque diante de Deus as pró-prias motivações. O “Amém” da assem-bleia signica que ela está de acordo. Écomo dizer “é verdade”.

                                                                  P                                                                  A                                                                  R                                                                  T                                                                  E

                                                                   P                                                                   O                                                                  R

                                                                   P                                                                  A                                                                  R                                                                  T

                                                                  E

A Santa Missa

   “   C  o  m  u  n   h   ã  o   d  o  s   A  p   ó  s   t  o   l  o  s   ” .   J  u  s   t  u  s   d  e

   G   h  e  n   t   (   1   4   7   3   /   4   )  ;   P  a   l  a  z  z  o   D  u  c  a   l  e ,   U  r   b   i  n  o ,   I   t

   á   l   i  a .

A Santa Missa

Ref: BORTOLINI, José. A Missa Explicada Parte por Parte, 4ª edição. SãoPaulo: Paullus, 2006, pp. 19 – 21.

Page 6: Voz da Igreja 20 - prévia

5/11/2018 Voz da Igreja 20 - prévia - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/voz-da-igreja-20-previa 6/10

 

6

 

ENTENDA PORQUE  A

REENCARNAÇÃO É

IMPOSSÍVEL SEGUNDO A

LÓGICA, A MATEMÁTICA,  A CIÊNCIA, A FILOSOFIA E

O CRISTIANISMO.

 A

teoria da reencarnação arma que todos nós voltamos a viver várias vezes neste mundo, habitando muitos cor-pos diferentes, através de uma imensa sucessão de mor-tes e renascimentos. Ela surgiu no norte da Índia, com

o hinduísmo, entre 1.000 e 600 aC., aproximadamente[1]. Como ohinduísmo é a origem de todas as religiões da tradição oriental, amaior parte das doutrinas do oriente adotou essa ideia.

Também o lósofo grego Pitágoras, nascido por volta de580 aC, considerou que a alma imortal, depois da morte física, po-deria ocupar um outro corpo, humano ou animal. Foi a primeira vezque algo assim foi mencionado no Ocidente[1]. Isso inuenciou Pla-tão (427 - 347 aC) a dizer que a alma podia renascer[1].

Eis o resumo da história da teoria da reencarnação, antesde Cristo. Certos livros e revistas espíritas armam que a reencar-nação seria unanimidade no pensamento religioso universal, desdea Antiguidade. Insinuam que todos os sábios e santos, em todos ostempos, acreditaram na reeencarnação. Tal pensamento está, no mí-nimo, completamente equivocado. Só para que você possa ter umaideia, se considerarmos apenas as 3 grandes religiões monoteístas(judaísmo, cristianismo e islamismo) do mundo, lembrando que aíse concentra quase 90% da população mundial, e nenhuma delas

 prega a reencarnação, já podemos comprovar que a realidade ébem outra. E até mesmo dentro do hinduísmo existem e sempreexistiram as linhas chamadas dvaita  (dualistas), que também nãoaceitam a reencarnação.

Resumindo: a reencarnação é uma crença surgida na Índiae adotada por uma minoria da população mundial. Isto é um fatomuito simples, denitivo e comprovado.

“Evolução do espírito”?

Um dos pontos centrais da crença na reencarnação é a ideia de queo espírito “evolui” conforme vai reencarnando. Como assim? Seráque isso é possível? Vamos reetir um pouco...

Imagine se num dia você ensinasse ao seu lho sobre oque é certo e o que é errado nesta vida. Além disso, nesse mesmodia ele aprende, por experiência própria, que colocar a mão sobre achama do fogão é algo muito perigoso. Ele aprendeu coisas impor-tantes nesse dia. Poderíamos dizer que ele evoluiu enquanto pessoaconsciente. Mas agora imagine se, no dia seguinte, ele acordasse semse lembrar de nada! O que aconteceria? Tal criança não seria capaz

de nenhum progresso. Se a cada vez que ela acordasse, não se lem-brasse de nada do que aconteceu no dia anterior, ela viveria até om da vida repetindo sempre as mesmas experiências, cometendoos mesmos erros, de novo e de novo sem nunca aprender nada.

Como é que podemos educar uma criança travessa? Pe-

gando-a no ato da travessura e a repreendendo, falando rmementecom ela e explicando como deve se comportar. Esse método fun-ciona porque a criança percebe o que está fazendo. Com o tempo e a

repetição, ela vai aprendendo o que é bom e o que não é. Ela evoluimoralmente. Mas se você vê a criança fazendo suas travessuras eespera até o dia seguinte para repreendê-la, sem explicar o porquêda repreensão, isso não vai funcionar. Ela não vai aprender, porquenão sabe a razão de estar sendo repreendida! Puni-la um dia depoisseria perda de tempo, injustiça e até crueldade.

Segundo a teoria da reencarnação, porém, você estaria namesma condição de uma criança punida um dia depois da traves-sura. Estaria aofrendo hoje por causa de erros que nem sabe quecometeu, porque não se lembra mais deles! Isso porque eles teriamacontecido numa outra vida!.. Mas se você não se lembra de nada,esta situação seria totalmente cruel e injusta. A ideia da reencarna-ção é exatamente esta: responder hoje por atos cometidos numa

outra vida, dos quais não nos lembramos.

Seria simplesmente impossível “evoluir” reencarnando,esquecendo tudo que você foi e fez na outra vida. Se você tem umaaula sobre alguma coisa, mas depois esquece de tudo, o aprendizado volta à estaca zero, simplesmente porque aprendizagem é um  pro-

cesso cumulativo. É mais do que óbvio que não se pode evoluirdessa maneira! Você nunca poderia evoluir se continuasse perdendoa sua memória de uma existência para a outra.

  Aprendizado é como um processo de somar: todo dia você vai acrescentando conhecimento e experiência, até chegar noponto desejado. O total é o que você aprende, o seu grau de evolu-ção, seja intelectual ou moral. Sem memória ativa não pode haver

aprendizado. Da mesma maneira, um indivíduo que viveu crimino-samente, por um tempo, pode, um dia, vivenciar uma retomada deconsciência e mudar o seu proceder a partir daquele ponto. E se eleresolve mudar de atitude, a sua vida muda para melhor. O que pos-sibilitou a mudança? Uma decisão pessoal: ele vinha agindo de umadeterminada maneira, mas se arrependeu e reviu as suas atitudes.

Esse tipo de mudança para melhor também só é possívelquando o indivíduo faz uso da memória. Se você não se lembrade algo ruim que fez, como poderia optar pela mudança? Somen-te se você se lembra do que fez de ruim e das consequências dosseus atos é que pode se arrepender. É por isso que algumas pessoasresolvem procurar alguém que prejudicaram, para se desculpar ou

tentar compensar o mal que causaram, e se comprometem a nãorepetir o mesmo erro. Esta é a verdadeira evolução espiritual.

Nós somos aquilo que lembramos que somos, e isso nãoé teoria, é um fato cientíco. É assim que, inevitavelmente, a teoriada reencarnação cai por terra.

“Evolução do espírito” através da reencarnação?

1. DALLEGRAVE, Geraldo E. Reencarnação, 12ª ed. São Paulo: Loyola, 1999, pp. 7-9

Page 7: Voz da Igreja 20 - prévia

5/11/2018 Voz da Igreja 20 - prévia - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/voz-da-igreja-20-previa 7/10

 

7

 

Campanha Nataldos Sonhos 2011 

A Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo estárealizando a 10ª edição da Campanha Natal dos Sonhos,que todos os anos arrecada brinquedos para as criançascarentes atendidas por entidades sociais.

Com o tema “Solidariedade Transforma o Mun-do! Doe um Brinquedo”, a campanha tem o objetivode educar para a solidariedade e resgatar a infânciaperdida das crianças e adolescentes da cidade de SãoPaulo, através do lúdico, do pedagógico e da defesa dodireito de brincar, previsto no Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA), como explica Sueli Camargo, coor-denadora arquidiocesana da Pastoral do Menor.

No dia 26 de novembro, das 9h às 13h, serárealizado um evento no Teatro Grande Otelo, no Li-ceu Sagrado Coração de Jesus (Alameda Dino Bueno,285/353 – Campos Elíseos). Esse “Dia da Grande Arreca-dação” contará com apresentações artísticas, bandas ecantores, como o Pe. Juarez de Castro. Mas a campa-nha continua depois desta festa! Mais informações: (11)3105-0722 ou [email protected]

Dom Milton Kenan Junior, bispo auxiliar de São

Paulo, reforçou que todas as paróquias e escolas ca-tólicas são chamadas a participar da campanha comopostos arrecadadores.

 

“ A SOLID ARIED ADE T

R ANSFORM A O 

MUNDO! DOE UM BRI

NQ UEDO”

 A ciência estatística e a matemática, com o simples discernimentohumano, provam que a reencarnação é impossível. Ora, é um fatoque a população mundial aumentou muitíssimo nos últimos 1.000anos, sendo que nos últimos 500 anos esse crescimento chega a serassustador, como demonstram os dados ociais[2]:

No ano 1 dC a população mundial totalizava cerca de 250

milhões de habitantes. - No ano 1.600, a população mundial nãoultrapassava 500 milhões de habitantes. - De 1850 a 1950 a popula-ção mundial teve um tremendo crescimento, alcançando 2,5 bilhõesde habitantes. - Hoje somos 7 bilhões de pessoas no mundo! - E aONU divulgou um relatório apresentando as estimativas de cresci-mento cada vez meior e mais rápido para o planeta Terra nas próxi-mas décadas![2]

Para o bom entendedor meia palavra basta: em 2.000anos, a população mundial não só cresceu, mas dobrou, triplicou equadruplicou, várias vezes! Ora, se todos nós morrêssemos e vol-tássemos a reencarnar em novos corpos, o número de habitantes domundo teria que ser mais ou menos o mesmo, desde o começo daHistória. Agora, se novos espíritos estão chegando nessa quantidade

tremenda, quase todos nós teríamos que estar aqui na primeira, ouno máximo, na segunda encarnação. E é exatamente aí que todo oconceito de reencarnação desaba de vez. Vejamos...

Segundo a teoria da reencarnação, os espíritos precisariamde muitas encarnações para evoluirem e se tornarem seres humanosmelhores. Sendo assim, com essa imensa quantidade de espíritosde primeira viagem chegando sem parar ao nosso mundo, seria dese esperar que a sociedade estivesse involuindo tragicamente! Noentanto, nós avançamos da idade da pedra para as carroças, daípara os automóveis, os aviões, e hoje estamos conquistando o es-paço, mandando robôs para Marte (e somos capazes de controlá-los daqui da Terra), construindo supercomputadores, supercelula-

res, etc, etc... Estamos evoluindo cada vez mais e mais rápido. Eapesar de todos os pesares, somos obrigados a reconhecer que asociedade humana também vem evoluindo, cada vez mais rápido,especialmente nos últimos séculos. Evoluímos em nossas estrutu-ras sociais, em nossos sistemas legais, na justiça, na medicina, natecnologia... A escravidão, que já foi legal e “normal” no mundocivilizado, embora persista em situações e lugares isolados, hoje éilegal em todo o planeta. Vivemos tempos inéditos com relação àsuperação do preconceito racial e religioso no mundo: vimos osEUA elegerem democraticamente um presidente negro, algo im-pensável em décadas passadas. A democracia cresce em todo omundo, e se aperfeiçoa nos países em que existe há mais tempo.

O mundo está, sim, evoluindo, e muito, e apesar de cer-

tos retrocessos que nos parecem inadmissíveis. Mas é importanteentender que até o fato de as coisas erradas nos parecerem tão ter-ríveis, agora, também é uma demonstração de evolução das consci-ências. Em outros tempos, situações muito mais graves eram vistascom indiferença por nossos antepassados. Então, voltando à ques-tão central: se a maioria de nós está na primeira encarnação, comose explica a evolução da humanidade?

Irmão(ã) em Cristo, acredite: só existe uma vida nes-te mundo! Viva-a da melhor maneira possível! Aproveite cada diacomo se fosse o último, mantendo em mente que Jesus Cristo é oCaminho, a Verdade e a Vida, e que Ele é Amor. Siga-o e estará comDeus por toda esta vida, e, de maneira perfeita e plena na próxima,

que é eterna e será o reexo do que somos e fazemos aqui, agora.“Está destinado aos homens morrer uma só vez,

e depois disto vem o Julgamento” Hebreus 9, 27

A reencarnação é matematicamente impossível

2. Divisão de População do Departamento de Assuntos Sociais e Econômicasda ONU (DESA)

Page 8: Voz da Igreja 20 - prévia

5/11/2018 Voz da Igreja 20 - prévia - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/voz-da-igreja-20-previa 8/10

 

8

4Refetindo a Carta

F  o n t   e :  C  ar  t   aP  a s  t   or  a l  “ P  ar  ó  q

 u i   a ,T  or  n a- t   e o q u eT  uÉ   s ”  ,A r  q u i   d  i   o c e s  e d  e S 

 ã  oP  a u l   o ,2  0 1 1 

 As reexões sobre a paróquia não pode-riam ser concluídas sem uma atençãoespecial ao padre, a quem é conado ocuidado de uma comunidade paroquial. Aele foi conada uma vocação especíca, fruto de uma vocação de Cristo na Igreja.Os padres, ministros ordenados, exercen-

do seu ministério, ajudam os demais éisa viverem o sacerdócio comum a todos e,mediante seus ministros, Cristo mesmocontinua a oferecer a Deus Pai os dons elouvores de toda a Igreja e a derramar so-bre os homens os dons da salvação. Estesacerdócio não é comum a todos os bati-zados, mas um “ministério”, ou seja, umserviço qualicado em favor dos irmãos,que provém do Cristo através do Sacra-

mento da Ordem conferida pela Igreja.

  A comunidade paroquial depende do sa-cerdote e não pode dispensar o seu serviçoqualicado e dedicado. A ele está conadoo anúncio da Palavra de Deus e o envolvi-mento de toda a comunidade que lhe estáconada. Cabe ainda ao padre presidir acelebração dos Divinos Mistérios e estimu-

lar a participação de todos.

Cada sacerdote deve considerar a paró-

quia como a “casa de Deus” entregue aosseus cuidados para ser administrada el-mente. Nesta missão deve receber a gene-

rosa colaboração de todos os éis leigos.Nenhum padre conseguirá levar adiante a

sua missão se estiver sozinho. A comuni-dade deve ter respeito e consideração por seu pároco, auxiliando-o em suas limita-

ções humanas e diculdades.

“Como pode ser defnida a missãodo padre/presbítero, na paróquia?”

“PARÓQUIA, TORNA-TE O QUE TU ÉS”Leitura e reexão sobre a primeira carta pastoral de Dom Odilo - parte 9

9. PRESBÍTERO, PASTOR E GUIA

DA COMUNIDADE PASTORAL

“Todo Sumo Sacerdote é tomado dentre os homens e colocado para intervir afavor dos homens em tudo o que se refere ao serviço de Deus” (Hb 5,1). Juntos,padres e éis cristãos batizados, participam da vida divina que Cristo, Eterno Sa-cerdote, partilha conosco. No entanto, é importante que seja bem compreendidoque: pela unção do Espírito e por sua especial união com Cristo, o pároco recebeuum dom de Deus que o faz entregar-se de maneira generosa à comunidade.

O pároco não deve ser considerado apenas um representante da comu-nidade ou um mero administrador da paróquia. A renovação desta requer outrasatividades do sacerdote. É preciso que ele seja um missionário ardoroso que esti-mule o trabalho cristão de sua comunidade, busque os batizados que se afastarame se empenhe na integração de todos para a realização do projeto evangélico.

Você, caro leitor, que já recebeu nosso convite para participar de pasto-rais, para tornar-se um missionário e para ser um verdadeiro discípulo de Cristo,deve também entender a importância de seu apoio ao padre de sua paróquia. Elenada poderá realizar sem a sua colaboração.

Os leigos cristãos devem sentir-se corresponsáveis pela renovação emanutenção de suas comunidades. Devemos sempre nos lembrar que fazemosparte de um grande Corpo, onde somos membros e Jesus Cristo é a Cabeça.Lembre-se: nós somos a Igreja.

Reze pelo padre da paróquia da qual você participa! Apoie-o emseus projetos evangelizadores! Fale bem dele, ou, pelo menos, não aponteos seus erros para pessoas que não o conhecem, principalmente para aque-las que não são católicas. Fale das qualidades dos padres, eles por certo tam-bém têm suas qualidades. Fale do quanto é bom participar das Missas, faleda pregação, das visitas às famílias, dos projetos sociais da Igreja e das paró-quias... As falhas que possivelmente venham a existir na sua paróquia sãoas mesmas falhas humanas que você vai encontrar em qualquer lugar, emqualquer família, porque nós, seres humanos, somos falhos e imperfeitos.

Manifeste o seu prazer e a sua satisfação de ser católico(a), não tenhamedo nem vergonha de demonstrar o quanto é bom ser um membro na Igrejaque o próprio Senhor deixou neste mundo. Seja convicto na sua fé, e demonstreessa convicção para que todos possam ver e perceber, e assim você estará evan-gelizando pela palavra e pelo exemplo!

Coragem! Eu venci o mundo! (Jo 16,29-33)

Leitura e reexão sobre a primeira carta pastoral de Dom Odilo - parte 9

“PARÓQUIA, TORNA-TE O QUE TU ÉS”

9. PRESBÍTERO, PASTOR E GUIA

DA COMUNIDADE PASTORAL

Page 9: Voz da Igreja 20 - prévia

5/11/2018 Voz da Igreja 20 - prévia - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/voz-da-igreja-20-previa 9/10

 

9

 

IMITAÇÃO DE CRISTOCapítulo 3 –  A Doutrina da Verdade 

Bem-aventurado aquele a quem a Verdade ensina por simesma, não por guras e vozes que passam, mas como

é em si. Nossa opinião e nossos juízos muitas vezes nosenganam e pouco alcançam. De que serve especular so-

bre questões misteriosas e difíceis? Grande loucura é descuidar dascoisas úteis e necessárias e entregar-se, com avidez, à curiosidade eàs coisas prejudiciais. Temos olhos para não ver.

O que dizer de toda a losoa humana? Aquele a quemfala o Verbo Eterno se liberta de todas as questões. Desse Verbo úni-co procedem todas as coisas, e todas o proclamam: esse é o princípioque também nos fala (Jo 8, 25). Sem Ele não há entendimento nemreto juízo. Quem acha tudo nesse Único (Deus), tudo a Ele refere enEle tudo vê, poderá ter o coração rme e permanecer em paz comDeus. Ó Deus da Verdade, fazei-me um convosco no Amor Eterno!

Sacia-me muitas vezes, faz-me ler e ouvir muitas coisas; pois só em Vós acho tudo quanto quero e desejo. Calem-se todos os doutores,emudeçam todas as criaturas na vossa Presença! Falai-me só Vós!

Quanto mais recolhido for cada um e mais simples de co-ração, tanto mais sublimes coisas entenderá sem esforço, porque do

 Alto recebe a luz da inteligência. O espírito puro, singelo e constantenão se distrai no meio das muitas ocupações, porque faz tudo parahonra de Deus, sem buscar em coisa alguma o seu próprio interesse.Que mais te impede e perturba do que os desejos e vaidades do teucoração? O homem bom e piedoso ordena primeiro no seu interioras obras exteriores; nem estas o arrastam aos impulsos de alguma in-clinação ruim, algum vício, mas as submete ao arbítrio da reta razão.

Haverá maior combate do que lutar contra si mesmo? Este deveriaser o teu empenho: vencer-te a ti mesmo, tornar-te a cada dia maisforte e progredir no Bem.

 Toda a perfeição, nesta vida, é mesclada de alguma im-perfeição, e todas as nossas luzes são misturadas com sombras. Ohumilde conhecimento de ti mesmo é caminho mais certo para Deusdo que as profundas pesquisas da ciência humana. Não é condenávela ciência e nem os conhecimentos humanos das coisas, pois o estudoem si é bom e ordenado por Deus. Sempre, porém, deves preferir aboa consciência e a vida virtuosa. Muitos estudam mais para saberdo que para viver segundo o Bem; assim é que falham, e pouco ounenhum fruto colhem.

Ah! Se fosse empregada tanta diligência em extirpar os ví-cios e implantar as virtudes, não haveria tantos males e escândalosno meio dos povos. De certo, no Dia do Juízo não nos perguntaráo Senhor o quanto estudamos das ciências humanas, mas o que fze - 

mos e quão honestamente temos vivido. Dize-me: onde estarão todosaqueles doutores e mestres que bem conheceste, quando viviam eoresciam nas escolas? Já outros possuem suas altas rendas e rique -zas, mas isso lhes valerá para alguma coisa no último dia? Em vidapareciam valorosos, mas então serão lembrados? Oh! Como passadepressa a glória do mundo! Quantos, neste mundo, descuidados doserviço de Deus, se perdem por uma ciência vã! Querem ser grandese não humildes; perdem-se em seus pensamentos (Rom 1 ,21). Verda-

deiramente grande é aquele que se considera pequeno e não consideraas honras que recebe. Verdadeiramente prudente é quem consideracomo lodo tudo o que é terreno, para ganhar a Cristo (Flp 3, 8). Ver-dadeiramente sábio é aquele que faz a Vontade de Deus e renuncia àprópria vontade.

Reexões

Há duas doutrinas, mas não há senão uma só Verdade. Há duas dou-trinas, uma de Deus, imutável como Ele, outra do homem, mutável

como ele. O Verbo Divino espalha a Sabedoria incriada nas almaspreparadas para recebê-la; e a Luz que lhes comunica é uma partedEle mesmo, de sua Verdade substancial e sempre viva. A todos seoferece, mas com mais abundância se comunica ao humilde de cora-ção; e como não provem de homem algum, nem depende do entendi-mento humano, o humilde o possui sem ser tentado do vão desejo dedominá-Lo ou entendê-Lo.

A doutrina do homem, ao contrário, adula o seu orgulho,pois o homem mesmo é seu autor: “esta ideia é minha; eu fui o primei-ro que disse isto; nada se sabia disto antes de mim”. - Alma soberba,assim é a tua linguagem. Mas bem depressa cairá essa tua poderosarazão, que te faz tão alegre; rirão das tuas ideias falsas, das tuas des-

cobertas imaginárias; no dia seguinte, já ninguém lembra delas, e otempo leva embora até o nome do insensato.

Ó Senhor Jesus, dignai-vos inspirar em mim a vossa Verda-de santa; preserve-me ela para sempre do orgulho da minha razão.

 KEMPIS, Tomás. A Imitação de Cristo,São Paulo: Vozes, 2006, pp. 26w-32.

Page 10: Voz da Igreja 20 - prévia

5/11/2018 Voz da Igreja 20 - prévia - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/voz-da-igreja-20-previa 10/10

 

10

 

O PECADO

A preguiça é um dos principais obstáculos para o des-pertar da alma em direção a Deus. Ela se mani-festa principalmente de três maneiras: a preguiçado conforto, que nos faz permanecer sempre no

mesmo lugar. A preguiça do coração, quando nos sentimosdesencorajados e desestimulados. Finalmente, a preguiçada amargura, quando nada mais nos importa, e já não nossentimos vivos. É como estar morto(a) em vida.

Como todo pecado capital, a preguiça leva a cairem outros pecados. Mas o que é que tem de mais aquela“preguicinha”, uma soneca num domingo à tarde ou relaxarnum dia de folga, quando não temos nada de urgente parafazer? Bem, não é esse tipo de preguiça que se enquadra noconceito de pecado capital.

O pecado capital é a preguiça espiritual, a inércia,a recusa em fazer aquilo que sabemos que devemos fazer. Apior e mais grave de todas é a preguiça de cumprir a missãoà qual fomos chamados neste mundo. Você foi chamado por

Deus, para ser feliz com Ele! Você foi chamado a amar! Estaé a verdadeira vocação de todo cristão. Mas você às vezesacha que o amor dá muito trabalho, amar ao próximo comoa si mesmo, então, nem se fale... O amor é difícil mesmo, eaí surge a preguiça espiritual.

A desculpa mais comum dos preguiçosos é aquela dotipo “Ah, eu nasci assim, eu sou assim mesmo, esse é o meujeito de ser...” E assim vai-se permanecendo na miséria, porpura preguiça espiritual. O grande pecado é a preguiça de seelevar do mundo, de ir além do lugar comum, para assumirintegralmente a nossa maior vocação, que é a sublime Voca-ção do Amor. Precisamos verdadeiramente colocar em Deusnossas esperanças e dizer: “Vou conseguir, vou chegar aonde

Deus me chama!” Deixe de lado a preguiça de fazer a Vonta-de de Deus, este é o único meio para chegar à felicidade!

Você não foi chamado para a miséria nem para se

O PECADO da preGUiçAperder em maus caminhos. Você foi chamado para ser deDeus, que é seu Pai: é Ele quem o chama para realizar nestemundo a obra extraordinária do Amor. A preguiça espiritualimpede de fazê-lo. Impede-o de viver plenamente.

Basta observar e você verá que o mundo de hojevive na preguiça espiritual. O mundo diz: “Não adianta, nóssomos seres humanos, somos assim mesmo, o mundo é as-sim mesmo, as pessoas são desse jeito, não adianta quererlutar”... Mas nós precisamos lutar sim! É preciso reagir, por-que a preguiça arrasta para uma vida sem sentido, uma vidainútil. Podemos até praticar esportes, fazer um pouco deexercício físico, pois eles também facilitam o caminho paraas boas e proveitosas práticas espirituais, já que nos dãomais ânimo e disposição.

Você, que reencontrou a Igreja há pouco tempo,também pode ouvir, vez ou outra: “Você está exagerando,está sendo fanático”... Veja, é a preguiça espiritual baten-

do à sua porta. Você começa a achar que tem que voltar àvelha vida, ao seu modo de vida antigo... Mas aí já é tarde,porque algo muito importante (e maravilhoso) aconteceu nasua vida: você não consegue mais ser feliz no pecado, comoantes, porque você já foi atingido pelo Amor de Deus.

O preguiçoso espiritual é assim: ele não consegueachar felicidade no pecado, mas também não quer se elevarpara Deus, porque não tem coragem de assumir uma mudan-ça radical na sua vida. E assim vai fcando na miséria, maisou menos como o flho pródigo que, sendo flho de um rei,quis ir viver a sua vida longe do pai e acabou sentindo inve-ja dos porcos, que pelo menos tinham lavagem para comer(Lucas 15, 11-24). Pare de ser preguiçoso! Levante-se agora

e tome o Caminho de volta para a Casa do Pai. E é claro queesse Caminho tem nome: Jesus Cristo!

Conscientize-se de que viver em Deus é a melhorcoisa que podemos fazer por nós mesmos nesta vida, por-que a Vontade de Deus é sempre o melhor para cada um denós. Quantas vezes nos decepcionamos por pensar que terliberdade é viver segundo os nossos impulsos naturais, fazertudo o que queremos sem nos preocupar com Deus ou como próximo? E achando que somos livres caímos em vícios,machucamos as pessoas que nos amam, perdemo-nos em so-frimentos e frustrações? Será que alguém tem preguiça deir ao shopping, ao churrasco com amigos, ao futebol? Entãopor que a preguiça de ir à Missa? Por que preguiça de buscar

a Comunhão com Deus em todos os momentos da vida, seessa é a melhor coisa que pode existir neste mundo?

Bom trabalho para todos!

Ajude-nos à dar voz à Igreja! Assine e receba a revista Voz da Igreja, ou presenteie alguém que você amacom uma assinatura! Preencha o formulário e confirme a sua assinatura por tel.: 3569-1292 / 8833-3178

ou por e-mail: [email protected]. - A colaboração que pedimos por um ano de assinatura é deR$ 45,00 (equivale a R$ 3,70 por mês). O depósito pode ser feito em qualquer casa lotérica ou na CEF.

 

Não es trague a 

re v is ta:  t ire uma 

cóp ia des ta  fc ha!

*

Saiba o que é para saber como vencer este Pecado CapitalSaiba o que é para saber como

 vencer este Pecado Capital

10

   B  a  s  e  a   d  o  e  m  p  r  e  g  a  ç   ã  o   d  o   P  e .   P  a  u   l  o   R   i  c  a  r   d  o   d  e   A  z  e  v  e   d  o   J  r . ,   d   i  s  p  o  n   í  v  e   l  e  m  :

   h  t  t  p  :   /   /  p  a   d

  r  e  p  a  u   l  o  r   i  c  a  r   d  o .  o  r  g   /  a  u   d   i  o   /   6   5 -  t  e  s  t  e  m  u  n   h  o -   d  e -   f

  e -   3   3   %   C   2   %   B   A -   d  o  m   i  n  g  o -   d  o -  t  e  m  p  o -  c  o  m  u  m -   1   3

   1   1   1   1   / -   A  c  e  s  s  o  e  m

   7   /   1   1   /   2   0   1   1