voz da igreja - edição 28

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HISTÓRIA DA BÍBLIA SAGRADA doutrina | espiritualidade | tira-dúvidas | prática | polêmica | história do cristianismo Cristo Pantokrator Ícone russo do séc. XI (Reprod.) 4 Revista de apologética cristã católica - periódico mensal - ano 3 - 2012 Uma publicação da Paróquia São João Batista do Brás - São Paulo www.vozdaigreja.blogspot.com 28 VozdaIgreja-28.indd 1 22/08/2012 01:11:00

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Revista de estudo com artigos católicos

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HISTÓRIA DA BÍBLIA SAGRADAdout

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Cristo PantokratorÍcone russo do séc. XI (Reprod.)

4 Revista de apologética cristã católica - periódico mensal - ano 3 - 2012

Uma publicação da Paróquia São João Batista do Brás - São Paulo www.vozdaigreja.blogspot.com

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doutr ina

A Bíblia é mais corretamente chamada de “Sagradas Escrituras”, pois não se trata de um só livro, escrito de uma vez, mas sim de um conjunto de livros (73 no total, sendo 46 do Antigo Testamento e 27 do

Novo Testamento), que foram sendo escritos ao longo de mui-tos séculos, e depois reunidos numa única obra. Exatamente daí é que se origina o termo “Bíblia”, que vem do grego biblios e quer dizer “livros” ou “biblioteca”. Esses livros começaram a ser escritos há mais de três mil anos, sendo que o primeiro foi o de Jó (segundo a maioria dos estudiosos, escrito em torno de 1250aC), e o último a tercei-ra carta de São João (do ano 90dC, aprox.). “Cânon” é o termo técnico para chamar a lista de li-vros que compõem a Bíblia. Vem do grego kânon, de “cana”, um pedaço de “caniço” que era usado para medir (Ez 40,3.5). Em sentido derivado, passou a significar “medida”, “regra” ou “norma” (Gl 6,16). A Igreja usa a palavra cânon com o sentido de “regra de fé”: no caso das Escrituras, a regra escrita de fé. As Escrituras dividem-se em três grupos de livros: históricos, didáticos e proféticos, pois os textos sagrados in-fluenciam a vida dos fiéis em todas as suas dimensões: passado (livros históricos), presente (livros didáticos) e futuro (livros proféticos). A Teologia orienta-nos a ter o Novo Testamento (NT) como chave de leitura para o Antigo Testamento (AT), isto é, todos os livros devem ser lidos como preparatórios para os Evangelhos e cartas dos Apóstolos, que compõem o Novo Testamento (NT). Para os judeus, só existe a Bíblia Hebraica, que é com-posta da primeira parte da Bíblia Cristã, o AT. Recentemente, em consideração a estes nossos irmãos e predecessores na fé, alguns novos teólogos passaram a usar os termos “Primeiro Testamento” e “Segundo Testamento”, mas outros consideram essa expressão inadequada, pois na tradição de dois milênios da Igreja sempre foram usados os termos Antigo e Novo Testa-mento. Além disso, a expressão “Antigo Testamento” vem da própria Bíblia e já era usada por São Paulo Apóstolo, como ve-mos em 2Cor 3,14.

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Fontes e referência bibliográfica: LIMA, Alessandro. O Cânon Bíblico, Origem da Lista dos Livros Sagrados. S. José dos Campos: ComDeus, 2007. http://presbite-ros.com.br/Patristica/Canon.htm

Organização em capítulos e versículos - A atual divisão da Bíblia em capítulos e versículos passou a existir somente a partir do ano de 1214, quando o Profº Estêvão Langton, docente de Paris e depois Arcebispo de Cantuária, fez a divisão em capítu-los. Foi Hugo de Santa Clara, padre dominicano do 13º século, quem dividiu os capítulos em parágrafos, em 1263. Sante Pag-nini, estudioso e hebraísta cristão, dividiu o AT em versículos, em 1528, levando em consideração a antiga divisão dos judeus, pois na Bíblia Hebraica já existia uma divisão em versetos. Fi-nalmente, Robert Etienne, redator parisiense, dividiu o NT em versículos, em 1551.Critérios para a canonização dos livros do NT - 1) Apostoli-cidade, procedência dos Apóstolos; 2) A leitura pública precisa-va estar já sendo feita, tradicional e oficialmente, na maioria das paróquias; 3) Não contradição com a Regula Fidei (Regra de Fé da Igreja), transmitida na catequese batismal. O Evangelho, por ordem de Jesus, foi primeiro pregado oralmente (Mt 28,19-20; Mc 16,15-16; At 5,28-29): até o ano 51, o que existia do Novo Testamento era a pregação viva da Igreja daquilo que Jesus “fez e disse”. O que dinamizava as comunida-des da Igreja (Jerusalém, Samaria, Damasco, Antioquia, Corinto, Tessalônica, Roma, etc.) era a Tradição, que continua até hoje. Os AT sempre foi Escritura Sagrada dos cristãos, mas a Igreja primitiva já entendia estes livros no seu sentido mais pro-fundo, como preparatórios para a vinda do Cristo. A autoridade mais decisiva eram os Apóstolos, que testemunharam e ouviram diretamente do próprio Cristo, Deus e Senhor. As palavras e atos do Senhor, que eram proclamados oralmente, depois começaram a ser escritos, quando os Após-tolos acharam necessário escrever cartas para as comunidades. Alguns desses escritos eram trocados entre as igrejas, e logo ga-nharam a mesma autoridade dos escritos do Antigo Testamen-to. É compreensível que tenha decorrido um bom tempo antes que esses escritos tomassem seu lugar ao lado dos livros do AT, com o mesmo peso e autoridade para a Igreja que crescia.

AS SAGRADAS ESCRITURAS

Mais do que ler a Bíblia, é preciso entendê-la

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O SENHOR ME CHAMOU

Neste mês dedicado às vocações, quero falar-lhes da minha vocação. Sou o décimo primeiro filho do ca-sal Alfredo e Anésia. Décimo primeiro, é isto mes-mo, somos 13 filhos! Quer saber o nome de todos, acho que me lembro... Vamos lá, por ordem de

“chegada”: Maria (Nenê), Aparecida (Cidinha), Rúbens (Rúbi), Marlene, Marcílio, Marli, Carlos (Carlo), Rafael (Fael), Silvana, Maércio, Marcelo, Vagner (Neco) e Ricarte.

Nossa chegada se deu entre os anos 1950 e 1973. Se você for bom em matemática saberá, mais ou menos a idade de cada um de nós...

Ei, mas eu disse que ia falar da minha vocação ao sa-cerdócio, não é? Pois, então, nascemos em Ubirajara/SP, espe-cificamente no sítio São José, Bairro Ingazeiro. Fomos batiza-dos na Capela Nossa Senhora das Graças do Bairro Areia Branca. Tivemos como catequistas nossos pais, tios, avós e primos, além, é claro, de alguns vizinhos. Crescemos numa comunidade católica. A fé e os valores Cristãos nos foram transmitidos con-forme reza o Salmo 77: “Aquilo que ouvimos e aprendemos, e transmitiram para nós os nossos pais, não haveremos de ocul-tar a nossos filhos, mas à nova geração nós contaremos”.

Quando eu tinha nove anos, a igreja (Paróquia Divino Espírito Santo) me ofereceu uma catequista, Vanderlice, hoje minha cunhada e comadre. Aos 10 anos, no dia 14 de Janeiro de 1979 (dia em que nasceu minha sobrinha Fernanda), fiz a minha primeira comunhão com Cristo na Eucaristia.

Que alegria! Não sabia direito o que significava “eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo”. Jesus entrou na minha casa, eu nunca mais quis me afastar dele.

A presença do Pe. James em nossa família foi muito importante para a nossa educação cristã. Foi ele quem batizou vários de nós, e foi ele também quem “ca-sou” meus pais.

Quando adolescente, participei do grupo de jo-vens, que se chamava “Decolores”; ainda lembro da mú-sica que sempre cantávamos: “Decolores, decolores são todas as flores ...”.

Quando busco o chamado de Deus para o sacer-dócio, me lembro do Pe. James. Ele usava batina. Sempre que eu o via, assim estava vestido. Eu tinha curiosidade sobre aquela roupa, pensava em ser padre para descobrir os segredos daquela roupa. Engraçado, né? A batina era a veste oficial do padre. Com o Conc. Vat. II (1962–1965) o uso deixou de ser obrigatório.

Estudei na Escola Estadual Dr. Francisco de Paula Abreu Sodré até o 2º colegial. Nesse período, enquanto estudava, morando com minha irmã Nenê e o seu marido Nilson (com quem trabalhei por 3 anos e meio) eu partici-pava das Missas, Terços e Novenas. Eu rezava bastante.

Tive a alegria de contar com homens e mulheres de Deus, que contribuíram para o crescimento da minha fé. Dentre eles, destaco carinhosamente a Rose (do Jor-ge), tio Adolfo e a tia Né. Sentia-me chamado para o sa-cerdócio, mas não queria contar a ninguém. Quantas noi-tes de angústia...

Eu pedia um sinal a Deus, à noite, quando reza-va; que “aquela estrela mudasse de lugar”, que “o galho daquele pé de pata-de-vaca estivesse quebrado no dia se-guinte”... Mas, como o tempo pertence a Deus e o sinal ele dá como quer, foi na ordenação sacerdotal do Diácono Dimas Colombo, ocorrido na escola onde eu estudava, que Ele me chamou.

Eu havia participado da organização da celebra-ção, na ornamentação da escola, no ensaio de cantos, ti-nha ouvido os seminaristas, que durante a semana fizeram visita nas salas de aula e falaram do que aconteceria na-quele sábado. Falaram do sacerdócio, do seguimento de Jesus Cristo, do batismo...

Eu “bebi” tudo aquilo com muita sede, mas foi no momento da invocação do Espírito Santo, com o can-to “a nós descei Divina Luz...” que eu senti que Ele me chamava. Naquele momento chorei, rezei, cantei e tive certeza que Ele me chamava. Agradeci a Deus. Tive muito medo. Pensava: e agora, o que vou fazer”? “Curti” pro-fundamente aquele momento. Embora eu não quisesse, a Celebração de Ordenação chegou ao final; as pessoas foram saindo da escola e eu também, é claro.

Nunca usei batina, “aquela estrela nunca mudou de lugar, o galho de “pata-de-vaca” não quebrou, mas Ele me chamou e eu respondi: “Senhor, aqui estou”!

testemunho

Depoimento do Padre Marcelo Monge

Foto: Josafá Cavalcanti

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O quarto princípio da DSI, o da solidariedade, tam-bém persegue o bem comum, reconhecendo o conjunto de laços que ligam as pessoas e os gru-pos sociais, superando o individualismo.

Esse princípio, de certa forma, compreende todos os demais, pois se constitui num dos mais importantes da concepção cristã de organização social e política.

Quando refletimos sobre o milagre da multiplicação dos peixes e pães, percebemos que o próprio Jesus afirma: “Daí vós mesmos de comer”. Depois, orientou para que fos-sem organizados grupos para receber o fruto da partilha.

O princípio da solidariedade é iluminado pelo da caridade. Caridade que, por sua vez, é o sinal distintivo dos seguidores de Cristo. Aprendemos que de nada valerão os dons do Espírito se não tivermos caridade, que é o amor cristão em ação.

Essa caridade precisa se fazer presente em todas as relações sociais e tocar especialmente as pessoas que devem cuidar do bem da população.

Quando presenciamos o agir dos nossos mandatá-rios políticos, infelizmente percebemos quão distantes esta-mos dessa civilização do amor que todos almejamos.

Dessa forma, não se pode perder a esperança de construir uma civilização onde prepondere o amor- “cari-dade social”, para que possa existir uma paz autêntica e duradoura, que só se torna realmente possível quando se coloca Deus como único e bastante Senhor.

Senhor, acalente a nossa esperança e nos estimule a buscar com nossas atitudes, e não só com palavras, a construção do Seu Reino! Não seja utopia o nosso sonho!

DOUTRINA SOCIALDA IGREJA - DSI

Por Irineu Uebara, advogado, ministro extraordinário da Eucaristia e da Palavra e estudante de Teologia (PUC-SP)

112. Qual a importância do Mistério Pascal de Jesus?O Mistério Pascal de Jesus, que compreende a sua Paixão, Morte, Ressurreição e Glori-ficação, está no centro da fé cristã, porque o desígnio salvífico de Deus se realizou de uma vez por todas com a Morte Redentora do seu Filho, Jesus Cristo.

113. Com que acusações Jesus foi condenado?Alguns chefes de Israel acusaram Jesus de agir contra a Lei, contra templo de Jerusalém e em particular contra a fé no Deus único, por-que Ele se proclamava Filho de Deus. Por isso o entregaram a Pilatos, para que o condenasse à morte.

114. Como se comportou Jesus em relação à Lei de Israel?Jesus não aboliu a Lei dada por Deus a Moi-sés no Sinai, mas deu-lhe cumprimento ao lhe dar a interpretação definitiva. É o Legislador Divino que executa integralmente essa Lei. Além disso, Ele, o Servo Fiel, oferece com sua Morte Expiadora o único Sacrifício capaz de redimir todas “as transgressões cometidas no decorrer da primeira Aliança” (Hb 9,15).

115. Qual foi a atitude de Jesus em relação ao Templo de Jerusalém?Jesus foi acusado de hostilidade em relação ao Templo. Todavia, respeitou-o como “casa do seu Pai” (Jo 2,16) e ali proferiu uma parte importante do seu ensinamento. Mas também predisse a destruição dele, numa relação com a própria morte, e se apresentou ele mesmo como a Casa definitiva de Deus em meio à hu-manidade.

116. Jesus contradisse a fé de Israel no Deus Único e Salvador?Jesus jamais contradisse a fé no Único Deus, nem mesmo quando realizava a Obra Divina por excelência, que cumpria as promessas messiânicas e o revelava igual a Deus: o perdão dos pecados. O pedido de Jesus de crer nele e de se converter permite entender a trágica incompreensão do Sinédrio que considerou Jesus digno de morte como blasfemador.

COMPÊNDIO DO CATECISMO

DA IGREJA CATÓLICAII Seção - Capítulo 2º

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franceses da Guanabara, que lhes davam armas, ferramentas e roupas. O obstáculo à paz eram os tupis, inimigos dos tamoios e aliados dos portugueses. O perigo era iminente. Nóbrega e Anchieta estavam isolados do mundo: os navios em que tinham vindo estavam na Guanabara, onde também se tentava um acordo. Permaneciam sob constante ameaça dos índios mais exaltados, irritados com o simples fato de a tribo ter recebido os dois jesuítas amigos dos portugueses.

NóbregavoltouaSãoVicenteparafinalizarotratadode paz, e Anchieta ficou inteiramente só. Passava horas emmeditação, caminhando pela praia. Seu trabalho foi decisivo para a implantação do catolicismo no Brasil. Com seu conhe-cimento e sua fé, percorreu a pé, a cavalo e em embarcações, boa parte do território brasileiro. Além de abrir caminhos que se transformariam em estradas, contribuiu para manter uni-ficadoopaísnosséculosseguintes.Lançouos fundamentosda Catequese no Brasil e começou a reverter o quadro iniciado desde o descobrimento, em que os nativos eram vistos apenas como propriedade da Coroa e, como tal, passíveis de serem es-cravizados. Com seus dotes de comunicador, conseguiu com os indígenas um amplo entendimento. O homem de muitas faces que foi Anchieta transparece com nitidez nas palavras do poeta paulista Guilherme de Almeida:

“Santo, erguestes a cruz na selva escura. Herói, plan- tastes nossa velha aldeia. Mestre, ensinastes a doutri na pura. Poeta, escrevestes versos sobre a areia.”

Padre Anchieta não foi somente um fiel servidor daIgreja. Quando estudamos sua vida e obra, seus atos heróicos, suas virtudes e atos exemplares, vemos Jesus Cristo espelhado nele. A vida deste Beato mostra a verdadeira Face amorosa do Senhor,eéexatamenteissoquesignificaserSanto:espelharDeus na própria vida! Faz lembrar do Chamado Divino a to-dos nós, amados de Cristo, a sermos também santos e santas. Olhando o exemplo de José de Anchieta, somos convidados a seguir Nosso Senhor com a mesma entrega.

JosédeAnchietanasceuemSãoCristóvãodaLa-guna, Ilha de Tenerife, Espanha. Teve como pai JoãoLopesdeAnchieta,daprovínciadeGuipus-coa. Tomou parte na Revolta dos Comuneiros

contra o imperador Carlos V, na Espanha. Condenado à morte, foi salvo por interferência de um parente mi-litar ilustre,ocapitão InigodeLoyola (InáciodeLoyo-la, que mais tarde fundou a Companhia de Jesus). Por precaução, mudou-se para as Ilhas Canárias. A mãe de Anchieta,MênciaDiasdeClavijoyLlarena,naturaldaspróprias Canárias, era neta de conquistadores.

No dia 13 de julho de 1553, Anchieta chegou ao Brasil, o “paraíso terrestre”, como descreviam os histo-riadores daquele tempo. Mas a “Terra de Santa Cruz” era também considerada um sanatório, onde aportavam do-entes com tuberculose, varíola e outras doenças contagio-sas. Anchieta tinha então 19 anos, o mais jovem jesuíta na esquadra do Governador Duarte da Costa.

Pe. Manuel da Nóbrega, sabendo da facilidade de Anchieta em aprender línguas e se comunicar com os ín-dios, e da sua resistência física, em 1563, levou-o para as negociações de paz entre os tamoios, que, apoiados por colonos franceses, encontravam-se em conflito armadocontra colonos portugueses na região de Ubatuba.

Anchieta entrou nas aldeias falando em voz alta, como era costume dos índios, em perfeito tupi. Em pouco tempo ele e Nóbrega puderam construir um pe-queno Altar na cabana que os abrigava. Auxiliado por Anchieta, Nóbrega passou a rezar a Missa diariamen-te. Os índios, movidos pela curiosidade e atraídos pelas cores dos paramentos, passaram a assistir às Missas. Anchieta começou a fazer pregações em tupi, abrindo o caminho para evangelizar a tribo.

Com Anchieta como intérprete, Nóbrega trata-va da paz. Os tamoios estavam cansados de perseguir e matar portugueses, mas nada tinham a reclamar dos

Referência bibliográfica: MAIA, Pedro Américo. José de Anchieta, Após-tolo do Brasil. São Paulo: Loyola, 2004 / www.pateocollegio.com.br

testemunhodos santos

BEATO JOSÉ DE ANCHIETA: SACERDOTE, MISSIONÁRIO, CATEQUISTA,

POETA, AVENTUREIRO, SANTO!

COMPÊNDIO DO CATECISMO

DA IGREJA CATÓLICAII Seção - Capítulo 2º

O jesuíta José deAnchieta foi ordenadopadre em Salvador, Bahia, no ano de 1566. Seu dia é comemorado em 9 de junho.

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As Sagradas Escrituras do cristianismo foram surgindo ao longo do século I. Os livros do Novo Testamento foram escritos em grego (que no Império Romano era a língua universal). Guardavam-se as cartas (ou epístolas)

do Apóstolo Paulo, vistas como textos inspirados. As várias tradi-ções orais sobre a vida de Jesus e seus ensinamentos se cristalizam na forma dos Evangelhos. O Evangelho de Mateus é uma exceção, foi escrito provavelmente em aramaico, no ano 50, aproximada-mente. O Evangelho de Marcos é redigido por volta do ano 64, em Roma. O Evangelho de Lucas, o Evangelho de Mateus e os Atos dos Apóstolos surgiram a partir do ano 70.

Outros Apóstolos e pessoas importantes da Igreja primi-tiva redigiram epístolas: Pedro, João, Tiago e Judas, todas produzi-das entre os anos 60 e 90.

A Igreja reverenciava e guardava os textos dos Apóstolos, que eram lidos no culto, juntamente com as escrituras judaicas, mas a fixação do cânon (lista oficial) do Novo Testamento pela Igeja demoraria ainda muito tempo. Juntamente com os livros ins-pirados, circulavam inúmeros outros evangelhos, epístolas, atos de apóstolos e apocalipses, que a Igreja veio a considerar como apó-crifos, isto é, livros não autênticos, que não foram considerados dignos de pertencer à lista das Sagradas Escrituras dos cristãos.

JERUSALÉMCansado da brutalidade dos procuradores Albino (62-64) e Géssio Floro (64-66), e incitado pelos zelotas (facção religiosa que pregava a luta armada contra os romanos, pela libertação de Israel), o povo judeu se revoltou. Em Cesaréia e Jerusalém houve grande agitação. A Fortaleza Antônia (forte militar construído por Herodes) e o palá-cio de Herodes foram incendiados. Suas tropas foram massacradas. Ataques contra guarnições romanas pipocavam em toda a Palestina.

Durante o inverno do ano 66-67, doze legiões alcançaram os muros de Jerusalém e foram derrotadas pelos guerrilheiros judeus. A

vitória exaltou os ânimos dos rebeldes. Chegaram a ser cunhadas moe-das de prata com a data do “primeiro ano da liberdade” de Israel.

Mas Roma reagiu com força. Em 67, o imperador Nero enviou o general Vespasiano, que devastou a Galiléia com sessenta mil soldados. Ao chegar à região montanhosa do país, porém, sofreu muitas baixas, algumas bem graves. Na Páscoa do ano 70, Vespasiano, sucessor de Nero, enviou seu filho Tito para Jerusalém, com todas as forças necessárias, e a Cidade Santa foi cercada.

Depois de cinco meses de horror, o cerco terminou com a vitória dos romanos. Jerusalém foi reduzida a ruínas, o Templo foi incendiado e muitos cadáveres deixados pelas ruas. A resistência ju-daica foi reduzida a pequenos grupos. O último refúgio dos judeus revoltosos era em Massada, fortaleza situada no alto de um planalto a 400 metros de altura. No ano 73, Flávio Silva, legado da Judéia, triun-fou sobre os revoltosos chefiados por Eleazar, os quais, para evitarem a humilhação, preferiram suicidar-se ou matar-se uns aos outros.

Esses fatos contribuíram para aumentar a tensão entre ju-deus e cristãos. No começo do século II, o imperador Adriano (117-138) ordenou a reedificação de Jerusalém, mas, ao mesmo tempo, instalou muitos ídolos pagãos na cidade. A resistência de Israel, mais uma vez, inflamou-se. Um falso messias chamado Bar Kókeba e um certo rabi Akiba incentivaram a revolução.

Mais três anos de horror se sucederam. Os fanáticos com-bateram em duas frentes: contra os romanos e contra os cristãos. Roma, mais uma vez, esmagou impiedosamente os agitadores. Bar Kókeba foi degolado, e os sobreviventes dispersos. A partir destes episódios, foi decretado que os judeus só poderiam aproximar-se de Jerusalém apenas a cada quatro anos.

A HISTÓRIA DA IGREJA - VIII

1. Nos sacrifícios judaicos, libações de óleo, água e vinho eram derramadas sobra as vítimas (cf. Ex 29,40; Nm 28,7). Fonte: Bíblia de Jerusalém ed. 2002, p. 2078Bíblia Católica Online, disponível em: http://www.bibliacatolica.com.br/historia_igreja/, acesso em 17 jun 2012.

1. Nos sacrifícios judaicos, libações de óleo, água e vinho eram derramadas sobre as vítimas (cf. Ex 29,40; Nm 28,7). Fonte: Bíblia de Jerusalém ed. 2002, p. 2078Bíblia Católica Online, disponível em: http://www.bibliacatolica.com.br/historia_igreja/, acesso em 17 jun 2012.

histór ia

FRANCESCO HAYEZ, A Destruição do Templo de Jerusalém (1867)

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BÊNÇÃO

1. Na tradição bíblica, bênção tanto po de significar ben-dizer (‘bem-dizer’) ou louvar a Deus, quanto receber de Deus seus fa vores. No segundo sentido, em bo ra as bên-çãos sejam normalmente transmitidas por um me diador, elas também podem ser da das por fiéis leigos, como no caso do pai que abençoa o(a) filho(a) ou na bênção do ali-mento antes da refeição, num gesto de ação de graças. Antigamente, o gesto habi tual da bênção era estender as mãos ou uma das mãos sobre a pes soa ou objeto a ser abençoado. A bênção com o *Sinal da Cruz, sur gi da no século II (aprox.), é hoje a mais habi tual na Igreja, as ve-zes se gui da da aspersão com *água benta.2. As bênçãos rituais que a Igreja concede têm o valor de *sa cra mentais, e podem ser invocativas (quando se pede a benevolência de Deus, como, por exemplo, na bênção das crian ças) ou consti tut ivas (quando a benção sagra ou consa gra uma pessoa ou coisa para determinado fim, como na ins titui ção de um ministro da Eucaristia ou na bênção de um Cálice). Além das bênçãos que fa zem parte do ritual da Missa, dos Sacramentos e de outras ações litúrgicas, a Igreja reu-ne em seus rituais algumas dezenas de bên çãos: para as pessoas; para edifícios, objetos e animais ao serviço das pessoas; para as coisas destinadas ao ser vi ço li túrgico e piedade dos fiéis; etc. 3. A Bên ção do Santíssimo Sa cra mento do Altar, uma das principais expressões da devoção eucarística, em voga desde o séc. XII, encerra habitualmente a procissão do Corpo de Deus, o canto do *Te Deum ou um tempo de exposição do San tís simo, terminando com o *Tantum Er go ou com um cântico eucarístico. 4. A Bên ção In Articulo Mortis (momento da mor-te), com *in dulgência plenária, pode ser dada por qualquer sa cerdote ao moribundo que a peça ou dê sinais de arrependimento (cf. EI 12; RUPD 122). 5. Urbi et Orbi é uma das bênçãos papais mais comuns, e significa “À cidade (de Roma) e ao mundo”.

ENCICLOPÉDIA CATÓLICA VOZ DA IGREJA

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: FALCÃO, Dom Manuel Franco. Enciclopédia Católica Popular. Jul. 2012.

Disponível em: http://www.ecclesia.pt/catolicopedia

ABSOLVIÇÃO DOS PECADOS

1. No Sacramento da *Penitência, é o ato do sacerdote que, em nome de Cris-to, perdoa ao peniten-te arrependido seus pe ca dos, devidamente confessados. Ba seia-se no poder outorgado por Jesus Cristo à sua Igreja (Mt 16,19; 18,18; Jo 20,22-23). É um ato que pode ser exercido em qual quer lugar, a menos que expressa-mente proi bido pelo Ordi nário do lugar (CDC 967,2).

2. Formas de absolvição: da da a responsabilidade pes-soal de cada um pelo pe ca do, a absol vição indivi dual é a for ma or dinária (mais comum) de absolver. Em caso de peri go iminente de morte ou de grave ne cessidade (naufrágio, bom bar dea men to, impossibilidade de aten-der grande número de penitentes, com o ris co de fica-rem privados da graça sacramental e da Comu nhão, etc.) é admi tida a absolvição coleti va, com a con di ção de os penitentes con fessarem seus pecados graves em confissão indivi dual logo que lhes seja possível (CDC 960-963; cf. Motu proprio Misericordia Dei de João Pau-lo II, 7.4.2002).

3. Ou tras absolvições: além da absolvição sacramental, a Liturgia inclui outras absolvições (im plorativas), dentre as quais se destaca a que é feita no Ato Penitencial da Missa. Também se emprega a palavra absolvição para o perdão de *cen suras, tanto dentro como fora do Sa-cramento da Pe ni tên cia.

estudo

FRANCESCO HAYEZ, A Destruição do Templo de Jerusalém (1867)

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As calamidades anunciadas na aparição da Vir-gem Maria começaram a se cumprir. A escassez de alimentos de 1846 se espalhou, especialmente na Irlanda, onde muitos morreram: mais de um

milhão de pessoas na Europa morreram de fome. Muitos, porém,aceitaramamensagemdeNossaSenhoradeLaSalette. Muitos começaram a ir à Missa. As lojas eram fe-chadas aos domingos e as pessoas pararam de fazer tra-balhosdesnecessáriosnodiadoSenhor.Conflitosemauscostumes foram diminuindo.

AAPROVAÇÃOECLESIÁSTICAOBispodeLaSaletteencarregouadois teólogosda in-vestigação da aparição, e de todas as curas registradas. Durantecincoanos,fizeram-seminuciosasinvestigações.Em toda a França, em aproximadamente oitenta lugares diferentes, os bispos encarregaram sacerdotes de investi-garem as curas milagrosas através das orações a Nossa SenhoradeLaSalleteedaáguadafontemilagrosa.Cen-tenas de graças foram registradas.

A Aparição da Virgem Santíssima, ocorrida em 1846, foi reconhecida e aprovada pela Igreja em 1851. O Santo Padre Pio IX aprovou a devoção a Nossa Senhora deLaSalette.Pediuaosjovensquelheenviassemorelatodos segredos por escrito.

SobreLaSalette,oPapaJoãoPauloIIdeclarou:“Neste lugar, Maria, Mãe sempre amorosa, mostrou sua dor pelo mal moral causado pela humanidade. Suas lá-grimas nos ajudam a entender a gravidade do pecado e a rejeição a Deus, enquanto manifestam ao mesmo tempo a apaixonadafidelidadequeSeuFilhomantémcomrelaçãoa cada pessoa, embora seu Amor redentor esteja marcado com as feridas da traição e do abandono dos homens.”

Várias congregações foram fundadas pela inspira-çãodeNossaSenhoradeLaSalette,comoadosMissioná-rios e das Irmãs Saletinas, que se dedicam a propagar a Mensagem de Reconciliação.

Pela maternal caridade da Virgem Santíssima, ela intercede, Ela se preocupa e continua trazendo os dons da salvação eterna a nós, irmãos de Seu Filho, que ainda estamos peregrinando nesta terra, rodeados de perigos e dificuldadesatéodiadeentrarnapátriafeliz.

A Virgem Santíssima fala o idioma de seu povo. NossaSenhorafoiuma“filhadeIsrael”queviveu,aquinaTerra, inserida emuma cultura específica.Ao aparecer,elatambémsecomunicasegundoaculturadeseusfilhose irmãos, que somos nós. Ela manifesta sua preocupação com a humanidade na linguagem do povo. Na Bíblia, a Palavra de Deus se manifesta de uma maneira concreta nahistóriadopovodeDeus.Maria,comofilhadeIsrael,

aparições marianas

NOSSA SENHORADE SALETENOSSA SENHORADE SALETE

Fontes e bibliografia:BÖING, Mafalda Pereira. La Salette - A Mãe chora por seus filhos.

São Paulo: Loyola, 2007.SANTOS, Lúcia. Nossa Senhora, rogai por nós. Rio de Janeiro:

Ediouro, 2007, pp. 59-61.

Continuação da edição anterior

“nos ensina a descobrir, através dos eventos e situações da vida, a Presença discreta de Deus, que faz maravilhas e que sempre se recorda de seu Amor por seu povo.

Ela nos chama à conversão urgentemente. Por seu santo amor, Nossa Senhora preocupa-se com a nossa indiferença religiosa e com os nossos pecados, mas tam-bém com os nossos problemas e esperanças.

A Virgem se situa na tradição dos Profetas. Um profetaéaqueleaquemDeusconfiaamissãodefalaremSeu Nome ao povo, para revelar, nos eventos passageiros deste mundo, o Chamado a um Amor maior. Em Salette, a Virgem considera a situação das colheitas. Ela come-ça com a advertência aos agricultores. Diz que nós não prestamos atenção e logo chama a atenção de cada um: “Convertam-se”! Recorda-nos o Chamado dAquele que é a Palavra de Deus: “O Reino de Deus está próximo: conver-tei-vosecredenoEvangelho”(Mc1,15),enovamentenosdiz: “Não vos preocupeis, buscai primeiro o Reino de Deus esuajustiça(Mt6,33).

Na verdade é uma chamada do Evangelho que tal-vez tenhamos esquecido e a Virgem Santíssima nos recor-da. Analisando seu discurso, damo-nos conta das grandes verdades encontradas nos Evangelhos.

TudoseconcentraemCristo:OSenhorCrucifi-cado e Ressuscitado. O papel de Maria Santíssima com relação a todo crente é unir-nos a Jesus, em nossas lutas, batalhas e sacrifícios, temos a oportunidade de sermos transfiguradosemCristo.

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espiritualidade

CAPÍTULO 8

COMO SE DEVE EVITAR A EXCESSIVAFAMILIARIDADE

KEMPIS, Tomás. A Imitação de Cristo,São Paulo: Vozes, 2006, pp. 42-44.

IMITAÇÃODE CRISTO

Reflexão

Havemos de prestar-nos aos homens, e só darmos a Deus.

Se no mundo a familiaridade é coisa de menor pre-ço, nas coisas de Deus o demasiado trato com a criatura divide a alma e a enfraquece.

Não foi ela criada para a terra, senão para viver em mais alta morada. “Nossa conversação é no Céu”, diz São Paulo (Flp. 3, 20).

Enquanto, porém, vivemos com os homens, o me-lhor é ter geral afabilidade para com todos, e com ninguém particular familiaridade.

G G

Não abras teu coração a qualquer pessoa; mas tra-ta teus problemas pessoais com o sábio e temen-te a Deus (Eclo 8,22).

Com os jovens e estranhos sê reservado. Não li-sonjeies os ricos, nem busques aparecer muito na presen-ça dos poderosos.

Busca a companhia e o convívio com os humildes e com os simples, devotos e pessoas de bons costumes, e trata com eles de coisas edificantes.

Homem, não tenhas excessiva familiaridade com mulher alguma; mas, em geral, encomenda a Deus todas as que forem virtuosas.

Procura intimidade com Deus apenas, e com seus anjos, e foge de ser popular entre os homens.

Caridade deve-se ter para com todos; mas não convém ter com todos a familiaridade.

Frequentemente, sucede que uma pessoa des-conhecida tenha boa reputação; mas, quando presente, ofende aos olhos dos que a vêem.

Pensamos, algumas vezes, em agradar aos outros com a nossa intimidade, porém, na realidade, mais os aborrecemos com as falhas que em nós vão descobrindo.

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Pai-NossoNa Oração Eucarística, todos juntos pedimos que o Espírito Santo fizesse da assembleia, que celebra reunida, um único Corpo. Agora, o Pai-Nosso nos educa a sermos uma família unida e amorosa, to-dos filhos de um Único Pai. Foi esta a oração que Jesus mesmo nos ensinou, por isso ela é chamada “Oração do Senhor”. São os nos-sos pedidos essenciais que fazemos, unidos, ao elevarmos nossas vozes ao “Pai Nosso”. É importante rezarmos todos juntos.

A oração que vem a seguir, rezada pelo presidente, é a ampliação do último pedido do Pai-nosso: “livrai-nos do mal”. A assembleia participa com a fórmula final da oração: “Vosso é o Reino, o Poder e a Glória para Sempre, Amém”!

Abraço da PazDepois de rezar: “Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Após-tolos: ‘Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha Paz’...”, o sacerdote convida a comunidade a se saudar fraternamente com o abraço da paz. Partilhamos nossa fraternidade, como irmãos em Cristo que somos, em paz. É um costume que nasceu já entre os primeiros cristãos. São Paulo convidava os coríntios a se saudarem com o “ósculo (beijo) santo” (conf. 1 Coríntios 16,20). É uma excelente oportunidade, também, para fazer as pazes com alguém.

Dependendo da opção do padre, por condições de tempo, tipo de celebração ou outras razões, o abraço pode acontecer tam-bém no final da Celebração, ou mesmo não acontecer.

O ideal é que o Rito da Paz não se torne desorganiza-do, alvoroçado, dispersivo, com pessoas saindo dos seus lugares e atravessando toda a igreja, já que muita dispersão pode perturbar o prosseguimento da celebração, com piedade e concentração no Santo Sacrifício, que continua com a oração do Cordeiro de Deus, que é um momento diferente, pois é penitencial, e bastante tocante, na Celebração da Missa. Referência bibliográfica:

BORTOLINI, José. A Missa Explicada Parte por Parte, 4ª edição. São Paulo: Paullus, 2006, pp. 29–30. Baseado em texto do Frei José Ariovaldo da Silva, Ofm

prática

A SANTA MISSAA SANTA MISSAparte por parte Fração do Pão

Jesus, na última ceia, realizou três ações que se eternizaram na Igreja. A primeira: pegou o pão, pegou o cálice com vinho. Segun-da: deu graças. Terceira: partiu (e repartiu) o pão. E mandou realizar essas ações em sua memória.

Os cristãos obedeceram ao Senhor e, como resultado, cada uma dessas ações evoluiu para uma ação litúrgica específica na Celebração Eucarística. A ação do Senhor de tomar o pão e o vinho é espelhada na ação litúrgica da preparação das Oferendas (Ofertório), desde a procissão levando as Oferendas do pão e do vinho para o Altar até a Oração sobre as Oferendas.

A ação do Senhor, de dar graças, é espelhada na ação li-túrgica da grande Oração Eucarística: desde a saudação e convite a “dar graças”, até o “Amém” cantado por toda a assembleia. A ação do Senhor de partir e repartir o pão evoluiu também para uma ação litúrgica específica: a “fração do pão”, momento em que o sa-cerdote, antes da Comunhão, pega o pão consagrado e parte-o em pedaços. Trata-se de uma ação litúrgica de suma importância. Por isso mesmo, não deve ser feita durante a agitação do abraço da paz, de tal maneira que o povo nem a perceba. Precisa ser valorizada, por seu profundo sentido.

Numa festa de aniversário, cortar o bolo é um momento muito importante; é quando todos se reúnem ao redor da mesa, com o aniversariante postado diante daquele bonito símbolo da sua vida, acendem-se as velinhas e todos cantam, unidos, ao seu redor. A ação de cortar e dividir o bolo entre todos é um ritual social. Na Missa, o momento da Fração do Pão precisa ser valorizado. Afinal, “Fração do Pão” foi o primeiro nome da Celebração Eucarística, e o Catecismo nos lembra que foi por esse gesto que os discípulos reconheceram o Cristo após a sua Ressurreição (cf. Lc 24,13-35).

Assim como na cruz o Corpo do Senhor foi entregue, que-brado e “partido” em favor de todos nós, esse mesmo Corpo, agora ressuscitado, continua sendo entregue e partido em nosso favor.

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“Voz da Igreja” é uma iniciativa do Pe. Marcelo Monge, Pároco de S. João Batista do Brás, e leigos da Pastoral da Comunicação. Tem por objetivo a evangelização. A distribuição é gratuita. Se você gostou deste trabalho e também acha que a Igreja merece ter voz, faça uma assinatura!

n Supervisão e coordenação geral: Pe. Marcelo A. M. Monge.n Editoração, diagramação, arte e projeto gráfico: Henrique Sebastião.n Fotografia / tratamento de imagem: Henrique Sebastião.n Articulistas: Pe. Marcelo A. M. Monge, Henrique Sebastião, Silvana Sebastião, Dr. Irineu Uebara.n Revisão de texto: Silvana Sebastião.

EDITORIAL

Domingo: 08h - 10h - 18h Segunda-feira: 15h

Terça-feira: 19hQuarta-feira: 7h - 19h

Quinta-feira: 12h10 - 19h Sexta-feira: 7h

(primeiras sextas do mês também às 19h)

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Oração à Nª Sª de Salete

Lembrai-vos, ó Nossa Senhora de Salete, das lágrimas que derramastes por nós no Calvário! Lembrai-vos dos cuidados que, sem cessar, tendes por vosso povo,

a fim de que, em nome de Cristo, se deixe reconciliar com Deus. E vede se, depois de tanto terdes feito por vossos filhos, podeis agora abandoná-los.

Reconfortados por vossa ternura, ó Mãe, eis-nos aqui, suplicantes, apesar de nossa infidelidade e ingratidão. Não rejeiteis nossa oração, ó Virgem Reconciliadora,

mas volvei nosso coração para vosso Filho. Alcançai-nos a graça de amar Jesus acima de tudo, e de vos confortar por uma vida de doação, para a Glória de Deus e o amor

de nossos irmãos. Nossa Senhora de Salete, rogai por nós! AMÉM

19 de Setembro, Dia de Nossa Senhora de Salete

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