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Revista da Estrutura de Aço | Volume 3 | Número 3 Revista da Estrutura de Aço | Volume 3 | Número Centro Brasileiro da Construção em Aço CBCA Volume 4 | Número 2 Agosto de 2015

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Revista da Estrutura de Aço | Volume 4 | Número 2Revista da Estrutura de Aço | Volume 3 | Número 3

Revista da Estrutura de Aço | Volume 3 | Número 2

Centro Brasileiro da Construção em AçoCBCA

Volume 4 | Número 2Agosto de 2015

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Revista da Estrutura de Aço | Volume 4 | Número 2

ARTIGOS

Terças de aço formadas a frio comcontinuidade nos apoios

A. H. Favero Neto, M. Malite, L. C. M.Vieira Jr.

Determinação dos esforços solicitantes em barrasde pórtico plano, considerando-se a não linearidade

geométrica por meio de um método simplificadoSamuel Leopoldino Pinto e Valdir Pignatta Silva

Pré-dimensionamento de perfis de aço para osistema light steel framing - gráficos

Rodrigo Barreto Caldas, Francisco Carlos Rodrigues, Lucimar de Oliveira Meira

Pré-dimensionamento de perfis de aço para osistema light steel framing – exemplo

Rodrigo Barreto Caldas, Francisco Carlos Rodrigues, Lucimar de Oliveira Meira

94

114

134

154

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* Correspondent Author 94

Volume 4. Número 2 (agosto/2015). p. 94-113 ISSN 2238-9377

recebido: 13/11/2014 aprovado: 12/05/2015

TERÇAS DE AÇO FORMADAS A FRIO COM CONTINUIDADE NOS APOIOS

Fávero Neto, A. H.¹*; Malite, M.²; Vieira Jr., L. C. M.³

1 Pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, [email protected] 2 Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP,

[email protected] 3 Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da FEC-UNICAMP,

[email protected]

COLD-FORMED STEEL PURLINS WITH CONTINUITY OVER INTERNAL SUPPORTS

R e s u m o

Terças de aço formadas por dobramento a frio são muito utilizadas em sistemas de cobertura e fechamento. Para conferir continuidade entre tramos adjacentes e possibilitar um melhor aproveitamento de material devido à redistribuição de esforços, são empregadas ligações parafusadas por transpasse ou luva. O comportamento estrutural dessas ligações é muito dependente da sua configuração geométrica e do nível de carregamento. Com base em uma série de nove experimentos, o comportamento estrutural dessas ligações foi investigado, no tocante à sua resistência e rigidez. Conclui-se que as ligações por transpasse podem ser consideradas plenamente satisfatórias do ponto de vista de comportamento estrutural, sendo que terças com essas ligações são mais resistentes e rígidas que terças com continuidade física. O mesmo não ocorre nas terças com ligações por luva.

Palavras-chave: Estruturas de aço. Terças de aço formadas a frio. Continuidade. Ligações parafusadas.

A b s t r a c t

Cold-formed steel purlins are widely used in roofing and walling systems. One can use overlapped or sleeved bolted connections to achieve continuity among adjacent purlins over internal support. The continuity leads to material savings due to the redistribution of bending moments and shear forces. The structural behavior of these connections is highly dependent on their geometric configuration and load level. Based on a series of nine experimental tests, the strength and stiffness of these connections were investigated. Purlins with overlapped connections are stronger and stiffer than continuous purlins. The same does not hold for purlins with sleeved connections.

Keywords: Steel structures. Cold-formed steel purlins. Continuity. Bolted connections.

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1 INTRODUÇÃO

Perfis de aço formados a frio são elementos estruturais com elevadas razões entre

inércia e massa, podendo ser altamente eficientes do ponto de vista estrutural. Seu

uso se dá principalmente em sistemas estruturais especiais de edificações, como

coberturas e fechamentos (terças, suportes, telhas), pisos leves (steel joist) e

estruturas treliçadas. Sua utilização se estende ainda a pórticos de edificações

industriais, comerciais e residenciais de pequeno a médio porte.

Os sistemas de cobertura são talvez a aplicação com maior interesse atualmente,

visto que, no Brasil, cada vez mais empresas passaram a oferecer esse produto nos

últimos anos, sendo perceptível uma migração gradual do sistema convencional

(biapoiado) para o de terças com continuidade. Esses sistemas geralmente são de

propriedade de empresas, sendo oferecidos para uma grande faixa de vãos e de

número de tramos, com a aplicação de diversos tipos de perfis, aços e sistemas de

ligações entre perfis para assegurar vários graus de continuidade.

No tocante ao sistema estrutural, existem basicamente quatro tipos (HO;

CHUNG, 2004), descritos a seguir e ilustrados na Figura 1:

- Um vão biapoiado.

- Dois vãos contínuos.

- Múltiplos vãos com luvas.

- Múltiplos vãos com transpasse.

Todos os sistemas possuem vantagens e desvantagens, bem como nichos de

aplicação e, portanto são utilizados no mundo todo.

Os sistemas de múltiplos vãos com luva ou transpasse são os sistemas mais

interessantes para obter continuidade entre as terças e consequentemente, redução

dos esforços solicitantes máximos. Esses sistemas requerem um maior detalhamento

das peças e maior cuidado na execução com relação às tolerâncias. Na fase de obra,

exigem maior especialização da mão de obra, porém, tempos menores de

montagem. No cômputo geral, são mais competitivos que os outros sistemas,

principalmente no caso de múltiplos vãos entre 8,0 m e 16,0 m, pela economia de

material e rapidez de montagem.

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Figura 1 - Sistemas de terças. (a) Sistema contínuo fisicamente (1) e sistema

biapoiado (2). (b) Sistema contínuo com ligação parafusada com luva. (c) Sistema

contínuo com ligação parafusada por transpasse. (Fonte: Fávero Neto, 2013)

Os perfis utilizados nas terças são variados, ainda assim, são três os perfis mais

comuns (Figura 2):

- Perfil U enrijecido ou não.

- Perfil Z enrijecido.

- Perfil sigma.

Os perfis do tipo sigma e U têm sua maior aplicação em sistemas biapoiados e com

dois vão contínuos, sendo o perfil U muito empregado ainda em sistemas de

múltiplos vãos com luva. A maior aplicação do perfil do tipo Z é em sistemas de

múltiplos vãos, tanto com luva como por transpasse.

Nesse contexto, o Brasil ainda utiliza majoritariamente perfis do tipo U enrijecido em

sistemas do tipo biapoiado. Algumas empresas já disponibilizam sistemas com

continuidade nos apoios com luva e transpasse, e sua utilização vem crescendo: a

tendência é que esses sistemas passem a ser mais comumente empregados.

Em vários países da Europa e também nos Estados Unidos, os sistemas com

continuidade já são os mais empregados. Há uma predominância da utilização de

perfis do tipo Z, tanto com luvas, como transpasse devido à facilidade de transporte,

armazenamento e de montagem (HO; CHUNG, 2004).

a)

b) c)

(1)

(2)

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Figura 2 – Perfis de aço usualmente utilizados como terças. (a) Perfil U. (b) Perfil Z

enrijecido. (c) Perfil sigma. (Fonte: Fávero Neto, 2013)

As ligações por luva são obtidas justapondo as terças adjacentes e fixando-as pela

alma a um trecho de perfil similar que une as terças ao suporte (cobrejunta), criando

um transpasse para cada lado da luva, sendo capaz de transmitir momento fletor

(Figura 1b). No caso do transpasse, terças de vãos adjacentes são superpostas de

certo comprimento e parafusadas pela alma uma à outra e no suporte, formado uma

região de inércia maior, capaz também de transmitir momento fletor (Figura 1c).

1.1 O problema apresentado

O projeto e dimensionamento de sistemas de terças de cobertura e fechamento é

uma tarefa relativamente simples e direta no caso de sistemas biapoiados ou de dois

ou mais vãos com a terça fisicamente contínua1. Quando se trata, no entanto, de

sistemas com continuidade nos apoios, conferida por ligações parafusadas com luva

ou transpasse, o mesmo já não pode ser afirmado.

Nesses últimos, na região da ligação sobre o apoio a luva ou o transpasse criam uma

mudança brusca nas propriedades geométricas da seção transversal. Há ainda uma

1 Ao longo de todo o texto, quando houver referência aos termos “terças fisicamente contínuas”, ou “com

continuidade física” o que se deve entender é que a terça perfaz toda a sua extensão como uma única viga sem emendas, ou com emendas que forneçam continuidade total. Consideram-se como emendas que fornecem continuidade física, soldas de topo em todo o perímetro da seção transversal.

a)

b) c)

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98

descontinuidade na transmissão das tensões longitudinais devida à descontinuidade

nos caminhos de tensões nas mesas e a introdução de esforços localizados nas almas

dos perfis.

Não se sabe a priori o comportamento estrutural dessas ligações, sendo assim, a

distribuição dos esforços solicitantes fica indeterminada e os esforços solicitantes

internos impossibilitados de serem comparados com os esforços resistentes. Mesmo

os esforços resistentes ficam indeterminados em função, conforme já citado, das

particularidades da ligação e da interação entre os perfis na região da luva ou do

transpasse2.

Na prática de projetos atual, o que se faz é considerar que a ligação seja plenamente

rígida e forneça continuidade total de esforços e deslocamentos. Dois tipos de análise

estrutural são empregados para determinar a distribuição de esforços solicitantes e

deslocamentos ao longo das terças: uma considerando-as como viga contínua

prismática e a outra como não prismática. A prática mais comum é considerar o

momento de inércia equivalente da região da ligação como sendo a soma dos

momentos de inércia dos perfis adjacentes.

Com relação à determinação do momento fletor resistente, o que se faz é aplicar

diretamente as expressões de previsão normativas de momento fletor resistente,

levando em conta o modo de falha mais provável, segundo a interação momento

fletor – força cortante. Os esforços resistentes então devem ser verificados nas

seções críticas: meio do vão, seção imediatamente após a ligação e a seção do apoio,

sendo que para esta última, procede-se a soma dos esforços resistentes dos perfis

isolados.

Frente a essas considerações questiona-se a análise que deve ser adotada para um

projeto seguro de terças com continuidade. É intuitivo que uma análise elástica

considerando um modelo de terça não prismática seja mais adequada, em razão da

presença de dois perfis na região da ligação.

Com base na literatura, apreende-se que a falha em ligações por transpasse se dá

predominantemente na zona do fim do transpasse, no perfil simples, pela

2 Os modelos normativos de previsão como o MRD, por exemplo, não foram calibrados para seções transversais

com descontinuidades ou para esforços localizados.

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combinação de uma instabilidade local na mesa comprimida e na alma, pela

interação entre o momento fletor e a força cortante (HO; CHUNG, 2004). No caso de

luvas, a falha também pode ocorrer no perfil simples da luva (GUTIERREZ et al.,

2011).

Dados todos os problemas enfrentados, geralmente os sistemas oferecidos pelas

empresas no mercado são desenvolvidos a partir de um processo de validação

experimental extenso e caro. Nesse processo a rigidez e os esforços resistentes da

ligação desenvolvida são determinados. Devido à onerosidade desse método há uma

tendência para a pesquisa e formulação de regras que permitam o desenvolvimento

desses sistemas analiticamente (MOORE, 1990).

1.2 Objetivos do trabalho

O objetivo do trabalho reside em aprofundar o conhecimento já existente sobre o

comportamento estrutural das ligações para prover continuidade de terças com

múltiplos vãos, mais especificamente as ligações de apoio por transpasse ou com

luvas (cobrejuntas). Como consequência do aprofundamento desse conhecimento

espera-se compreender os mecanismos de falha e as parcelas de flexibilidade

adicionais introduzidas ao sistema pela ligação. Como objetivos decorrentes almejou-

se a proposição de expressões para determinar a rigidez efetiva dessas ligações para

utilização direta em projeto, permitindo a determinação dos esforços solicitantes de

maneira mais realista. Com relação aos esforços resistentes, também propor uma

nova abordagem para o cálculo do momento fletor resistente, que forneça uma

resposta segura. A partir dessas expressões e modelos, uma metodologia de projeto

mais atualizada e coerente com o estado da arte atual pode ser desenvolvida,

contribuindo para o estímulo à utilização desses sistemas no Brasil e facilitando o

processo de desenvolvimento desses produtos.

2 Metodologia

Inicialmente propôs-se um programa experimental para estudo da região específica

da ligação. De maneira resumida, nove protótipos foram ensaiados, sendo desses:

quatro ligações por transpasse, três ligações com luva e dois modelos contínuos que

servem como parâmetro de comparação.

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A partir da realização dos experimentos, os resultados obtidos foram analisados em

relação ao comportamento força-deslocamento e força-deformação. Outro ponto

importante foi a localização e documentação do modo de falha.

Com os dados anteriores, foi possível comparar diretamente as diferentes tipologias

de ligação e qual a influência dos seus parâmetros no comportamento global das

mesmas. Foram realizadas comparações entre esforços resistentes teóricos e

solicitantes experimentais.

Fazendo uma análise inversa dos perfis, determinou-se a resistência dos mesmos de

forma mais precisa, levando em conta a interação dos perfis na região de

sobreposição.

Partiu-se então para a determinação analítica das componentes de flexibilidade da

ligação, para previsão dos esforços solicitantes e dos deslocamentos. Um modelo

simples foi proposto para determinar a distribuição interna de esforços, levando em

conta um momento de inércia equivalente da região da ligação, e assim, permitir a

utilização de métodos analíticos de determinação de deslocamentos devidos à força

cortante e ao momento fletor.

Em resumo, utilizaram-se os resultados experimentais para avaliar resultados

teóricos obtidos, tanto pelas expressões normativas, como de modelos em

elementos finitos.

3 Desenvolvimento

Para realização dos ensaios, foram escolhidos perfis do tipo Z enrijecidos a 55º (em

relação ao plano da mesa), devido à já apontada facilidade de armazenamento,

transporte e montagem, além da alta eficiência estrutural possível de ser obtida com

uso de tais perfis.

Com base na literatura técnica disponível, observa-se que os dois parâmetros de

maior influência no comportamento estrutural da ligação são a espessura da chapa

dos componentes e o comprimento da ligação, sendo assim, esses dois parâmetros

foram variados nos ensaios.

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Duas seções transversais foram empregadas, ambas com 270 mm de altura nominal

(h), e praticamente as mesmas dimensões, à exceção dos enrijecedores de mesa e

das espessuras de chapa.

A seção com espessura nominal de chapa de 1,75 mm, foi denominada “Z1” e suas

dimensões nominais, são apresentadas nos moldes da padronização3 apresentada

pela norma NBR 6355 (ABNT, 2012) para Z enrijecido: Z55 270x80x74x22x1,75 (mm). A

outra seção, com espessura nominal de 2,70mm, “Z2”, tem as seguintes dimensões

nominais: Z55 270x80x74x24x2,70 (mm). Neste ponto, cabe nota o fato de que a

escolha da altura dos perfis e das espessuras se baseou nos catálogos dos fabricantes

e representam uma faixa média dentro do que é normalmente utilizado em sistemas

de cobertura e fechamento (razão bw/tn, entre altura da alma e espessura nominal,

de 90 a 200).

Na escolha do vão de ensaio (50% do vão real) adotou-se o valor da razão entre a

altura da alma do perfil e vão (L), bw/L, constante e igual a 44, na porção superior do

intervalo normalmente adotado, entre 25 e 50. Com essa razão mantida constante, o

vão de ensaio em todos os protótipos foi de 6.000 mm, o que corresponde a um vão

na estrutura real de 12.000 mm (muito comum nos sistemas modernos de cobertura

e fechamento).

Por fim, variou-se o comprimento das ligações, como parâmetro importante. Para

ambos as seções, foram realizados ensaios com luvas e transpasse de 1.036 mm e

com transpasse de 2.200 mm. Essas dimensões de ligação fornecem razões entre

comprimento de transpasse, 2Lt e altura do perfil, h, respectivamente de 3,84 e 8,15.

Essas razões foram estudadas por diversos autores, sendo usuais em vários países.

As informações relativas às dimensões reais dos protótipos são resumidas na

Tabela1. As dimensões apresentadas são dimensões reais, medidas com paquímetro

digital antes da realização dos ensaios. Para maiores informações sobre a montagem

e execução dos ensaios, vide Fávero Neto et al. (2013) e Fávero Neto (2013).

3 Na referida norma, a sequência de apresentação das dimensões é: altura nominal, largura nominal de uma

mesa, da outra mesa, largura nominal do enrijecedor e a espessura nominal. A NBR 6355 não prevê perfil com enrijecedor a 55º.

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Tabela 1 - Resumo das dimensões geométricas dos protótipos. (Fonte: Fávero Neto,

2013)

Para facilitar a apresentação dos resultados adotou-se uma nomenclatura específica

para identificar os protótipos. Nessa nomenclatura, Z1 ou Z2 já foram definidos

anteriormente e representam o tipo de perfil e a espessura da chapa. Esses dois

caracteres são precedidos de mais uma letra e número (ou somente letra). A segunda

letra se refere ao tipo de ligação ensaiada, L para luva, T para transpasse e C para

terça sem ligação (contínua). Nos protótipos com ligação, o número que precede a

segunda letra se refere ao comprimento de meia ligação (Lt), ou seja, “5” para 518

mm e “11” para 1.100 mm.

4 Resultados

Os resultados dos ensaios, no tocante ao comportamento da ligação e modo de falha,

de maneira geral, foram coerentes com os apresentados na literatura. A Tabela 2

apresenta um resumo dos resultados, força máxima aplicada, máximo deslocamento

vertical e modo de falha observado.

Na Tabela 2, na coluna do Estado Limite, a letra D representa modo de falha

distorcional do perfil, D-L representa modo de falha conjunto, com interação

distorcional-local, e D da Luva representa modo de falha distorcional puro apenas do

perfil da luva.

Conforme pode ser observado na Tabela 2, os dois protótipos sem ligação, tiveram

conforme previsto pelos procedimentos normativos, modo de falha distorcional, com

surgimento de semiondas de distorção ao longo de toda a extensão das terças

quando próximo ao fim do ensaio.

h

(mm)

b1

(mm)

b2

(mm)

D

(mm)

t

(mm)

Z1-C 269,5 81,57 72,60 19,7 - -

Z1-L5 269,5 82,83 73,29 18,4 1036

Z1-T5 269,2 82,29 72,68 19,3 1036

Z1-T11 270,0 81,50 72,23 19,7 1036

Z1-L5P 268,2 81,85 72,41 19,5 2200

Z2-C 269,8 81,19 79,38 19,4 - -

Z2-L5 271,7 78,90 70,62 21,9 Luva 1036

Z2-T5 271,2 79,04 70,21 21,8 1036

Z2-T11 271,8 79,04 70,08 21,2 2200

Z1 1,71Luva

Transpasse

Z2 2,66

Transpasse

Seção Protótipo

Dimensões Medidas

Ligação

Comprimento

da ligação

(mm)

b1

b2

h

D

t

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Tabela 2 - Resumo dos resultados dos ensaios. (Fonte: Fávero Neto, 2013)

1 - Deslocamento correspondente à força máxima aplicada. 2 – O estado limite se refere ao modo de falha observado na região do fim da ligação.

No caso dos protótipos com ligações curtas (protótipos com luva e com transpasse de

1.036 mm) o modo de falha observado foi uma combinação do modo de falha

distorcional e local. As terças com ligações por transpasse longo, apresentaram modo

de falha distorcional com a particularidade do surgimento de uma única semionda

pronunciada nas imediações do fim do transpasse, no perfil individual inferior.

Ocorreu ainda um caso de distorção do próprio perfil da luva no protótipo Z2-L5,

sendo similar em termos conceituais ao modo de falha D das terças sem ligações.

Uma visão geral dos modos de falha é apresentada na Figura 3.

Figura 3 - Modos de falha observados nos ensaios. (Fonte: Fávero Neto, 2013)

Z1-C contínua 20,6 35,6 D

Z1-L5 17,7 38,1

Z1-L5P 19,6 40,6

Z1-T5 22,2 27,8 D + L

Z1-T11 28,8 29,3 D

Z2-C contínua 38,9 40,3 D

Z2-L5 Luva 36,8 67,9 D da Luva

Z2-T5 48,0 42,7 D + L

Z2-T11 49,5 31,7 DTranspasse

Estado

Limite2

Z1Luva D + L

Transpasse

ProtótipoTipo de

ligação

Força máxima

(kN)

Deslocamento1

(mm)Seção

Z2

Modo distorcional do

perfil (D)

Modo distorcional-

local no fim da ligação

(D+L)

Modo distorcional no

fim da ligação (D)

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104

4.1 Momento fletor resistente

O modo de falha dos protótipos é de fato uma interação distorcional - local, podendo ser observada

na classificação modal, Figura 4.

Analisando a Figura 4, não se percebe distinção entre o modo “local” para flexão

restringida e o mesmo modo para flexão livre (diferença na tensão crítica inferior a

1%). A diferença de contribuições do modo distorcional nesse caso é de 63% para

flexão restringida e de 59% para flexão livre. No caso do modo distorcional, Figura 4a,

este também se apresenta de forma “pura” para a flexão restringida, com

participação modal superior a 93%.

Surge agora, além da influência da distribuição das tensões e consequentemente se o

que ocorre é flexão restringida ou livre, outro fator a se determinar para determinar

os esforços resistentes desses perfis: no caso do modo local, advindo da flexão

oblíqua, ou quando houver apenas esse modo em outro tipo de análise, qual a curva

de dimensionamento deve ser utilizada, distorcional ou local?

Figura 4 - Análise de estabilidade elástica do perfil “Z2”. a) Flexão restringida (reta). b)

Flexão livre (oblíqua). (Fonte: Fávero Neto, 2013)

a)

b)

σcr,ld = 555,3 MPa

σcr,l = 550,6 MPa σcr,d = 364,5 MPa

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Os resultados das curvas experimentais da razão entre a tensão próxima ao

enrijecedor e a tensão próxima à alma nas mesas versus a razão entre momento

fletor aplicado e o momento fletor resistente experimental, permitem concluir que o

comportamento de tais perfis é algo entre o comportamento de flexão restringida e

livre.

Para quantificar a influência da distribuição de tensões aplicou-se a ideia de que se o

modelo testado de distribuição levasse a uma correta previsão do momento

resistente na seção da falha, via MRD, esse modelo seria adequado, e assim se

conseguiria uma resposta para a questão do tipo de flexão a ser adotada na análise

de terças com continuidade nos apoios.

No primeiro modelo testado, analisaram-se as seções via software CUFSM v. 3.12

(SCHAFER; ADANY, 2006) impondo as tensões medidas experimentalmente como

input das análises.

As seções “Z1” e “Z2” foram modeladas com suas dimensões nominais, como é

prática de projeto e as mesas com larguras iguais à média entre ambas (lembrar que

para facilidade de montagem as mesas tinham uma diferença de 6 mm na largura).

A Tabela 3 resume os resultados da análise de estabilidade elástica e do cálculo do

momento fletor resistente para as tensões experimentais. Tanto na Tabela 3, como

nas demais, a coluna MR,teo representa o momento fletor resistente de cálculo sem

coeficientes de segurança (em kN.cm).

Tabela 3 - Previsão de resistência considerando a distribuição de tensões

experimentais. (Fonte: Fávero Neto, 2013)

Obs.: Tensões em “MPa”, comprimentos em “mm” e momentos em “kN.cm”.

FLT

λdist MRdist MRe λl MRl

Z1-N 1,42 1631,0 2743,1 1,38 1869,6 1631,0

Z1-CN 1,33 1725,8 2743,1 1,42 1838,3 1725,8

Z1-L5N - - 2743,1 1,47 1796,2 1796,2

Z1-L5PN 1,09 2009,3 2743,1 1,48 1785,9 1785,9

Z1-T5N 1,21 1853,4 2743,1 1,41 1848,9 1848,9

Z1-T11N 1,35 1701,0 2743,1 1,38 1870,8 1701,0

Z2-N - - 3379,8 0,79 3329,2 3329,2

Z2-CN 0,91 2816,0 3379,8 0,79 3353,2 2816,0

Z2-L5N - - 3379,8 0,87 3151,0 3151,0

Z2-T5N 0,95 2743,3 3379,8 0,79 3352,7 2743,3

Z2-T11N 0,94 2751,6 3379,8 0,80 3309,3 2751,6

Distorcional Local σcrd σcrl

MR,teoProtótipo Comprimento de semionda (mm) Tensão crítica elástica (MPa) Modo distorcional Modo local

- 145 - 203

650 150 367,9 199,7

710 150 216,1 227,7

700 150 248,5 216,9

- 148 - 552,7

700 145 297,7 220,5

710 145 239,7 228,1

570 148 390,8 565,3

566 149 394,2 542,2

530 146 421,6 565,6

- 151 - 464,3

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106

Nas análises seguintes, procurou-se considerar a flexão como sendo totalmente

restringida ou totalmente livre. Essas análises também foram realizadas

considerando as dimensões nominais da seção transversal.

No caso da flexão restringida, conforme a Figura 4a, existem duas curvas de mínimos

(“local” e distorcional) e, portanto, impõe-se que sejam utilizadas as respectivas

curvas de dimensionamento. No caso de flexão livre, no entanto, pela existência de

uma única curva de mínimo, diga-se “local”, deve-se decidir qual das curvas de

dimensionamento do MRD utilizar. Optou-se no final pela curva que forneceu o

menor momento fletor resistente. A Tabela 4 resume as informações para ambas as

análises.

Na Tabela 4, como se utilizaram as dimensões nominais os resultados são os mesmos

para todos os protótipos de mesma espessura de chapa, sendo apresentados,

portanto, apenas dois resultados por análise (chapas 1,75 mm e 2,70 mm).

O último teste realizado foi considerar a previsão do momento fletor resistente

conforme a metodologia atual de projeto, com a flexão assumida restringida, porém

com uma particularidade em relação ao que já foi apresentado na Tabela 4:

considerando as dimensões reais das seções transversais dos protótipos. Os

resultados são apresentados na Tabela 5.

Tabela 4 - Previsão de resistência considerando a distribuição de tensões da flexão

restringida e livre. (Fonte: Fávero Neto, 2013)

Obs.: Tensões em “MPa”, comprimentos em “mm” e momentos em “kN.cm”.

FLT

λdist MRdist MRe λl MRl

Z1 1,42 1631,0 2743,1 1,38 1869,6 1631,0

Z2 0,98 2667,2 3379,8 0,80 3317,9 2667,2

FLT

λdist MRdist MRe λl MRl

Z1 707,5 1,97 1237,5 2743,1 1,97 1456,1 1237,5

Z2 2617,3 1,14 2398,4 3379,8 1,14 2638,0 2398,4

Flexão restringida

Flexão livre

229,2

552,7

Comprimento de semionda (mm)

Misto

147

148

567 151 360,8 546,7

710 148 216,1 227,7

MR,teoProtótipo Mcr

Modo distorcional Modo localTensão crítica (MPa)

D - L

Protótipo Comprimento de semionda (mm) Tensão crítica elástica (MPa) Modo distorcional Modo local

MR,teoDistorcional Local Distorcional Local

Page 16: Volume 4 | Número 2

107

Tabela 5 - Previsão de resistência para a distribuição de tensões da flexão restringida

e dimensões reais. (Fonte: Fávero Neto, 2013)

Obs.: Tensões em “MPa”, comprimentos em “mm” e momentos em “kN.cm”.

De posse dos resultados dos momentos fletores resistentes nominais, pode-se avaliar

qual fornece a melhor resposta na média e qual o mais conservador através de uma

variável muito simples, chamada erro de modelo, Em. A variável erro de modelo tem

a propriedade de mostrar na média a tendência central do erro (erro sistemático). De

maneira informal, mede o quanto o modelo de previsão da resistência se aproxima

do fenômeno real, no caso, representado pelos resultados experimentais. Define-se

de maneira numérica o erro de modelo pela razão entre o momento fletor resistente

real (experimental) e o momento fletor resistente característico obtido por uma das

metodologias anteriormente apresentadas, conforme a Equação (1), abaixo:

Da simples análise da Equação (1) percebe-se que quanto mais próximo da unidade a

variável Em se aproximar, mais fiel ao fenômeno é a representação do modelo. No

caso de valores inferiores à unidade, o modelo se mostra não conservador, enquanto

que para valores superiores à unidade, o modelo pode ser considerado conservador.

Portanto, outro aspecto muito interessante de se utilizar a variável erro de modelo é

para avaliar o grau de conservadorismo do modelo.

Uma maneira fácil de avaliar a “qualidade” desses modelos, tanto com relação à

melhor aproximação do valor unitário do erro de modelo (grau de ajuste), como em

relação ao seu conservadorismo é através de um simples gráfico onde são plotados

os valores de Em para todos os modelos de previsão testados, e uma reta que

FLT

λdist Mrdist MRe λl MRl

Z1-C 1,47 1567,0 2703,3 1,38 1843,5 1567,0

Z1-L5 1,51 1530,2 2702,7 1,39 1840,4 1530,2

Z1-T5 1,48 1554,1 2700,9 1,38 1842,2 1554,1

Z1-T11 1,47 1569,3 2706,1 1,39 1843,6 1569,3

Z1-L5P 1,47 1553,2 2684,3 1,38 1835,8 1553,2

Z2-C 1,03 2582,6 3370,9 0,80 3301,6 2582,6

Z2-L5 0,96 2663,8 3315,0 0,80 3257,9 2663,8

Z2-T5 0,96 2653,6 3302,1 0,80 3248,7 2653,6

Z2-T11 0,97 2637,4 3298,4 0,80 3240,1 2637,4

Modo distorcional Modo localMR,teo

Distorcional Local

203,1 228,0

ProtótipoTensão crítica elástica (MPa)

191,8 227,1

199,5 228,2

203,3 227,4

379,8 550,6

374,4 547,8

202,2 229,9

332,3 542,7

379,7 548,6

(1) Em =

Mexp

MR,teo

Page 17: Volume 4 | Número 2

108

representa o modelo perfeito (Em = 1,0). A Figura 5 apresenta esse gráfico. Na

legenda da Figura 5, DN = dimensões nominais; FR = flexão restringida; FL = flexão

livre; TE = distribuição de tensões experimental; DR = dimensões reais e FR = flexão

restringida.

Analisando a Figura 5, mais uma vez percebe-se nitidamente que o modelo DN-FL

(triângulo azul escuro) é o melhor modelo de aproximação, sendo o que fornece a

maior quantidade de valores próximos do Em unitário e o único que na média é

conservador (valores acima da reta). Esse modelo, portanto, é recomendável para

verificação da seção crítica de terças com continuidade nos apoios, conferida por

ligações por luva ou transpasse.

No caso da análise apenas dos protótipos com continuidade física, conforme

mencionado, fazendo as mesmas análises, chega-se à conclusão que o modelo DR-FR

é o melhor em geral, tanto no grau de ajuste, como no conservadorismo e em

seguida vem o modelo DN-FR. Como na fase de projeto não se conhecem as

dimensões reais dos perfis, o melhor modelo passa a ser o DN-FR.

Figura 5 – Valores de Em dos modelos de previsão do momento fletor resistente.

(Fonte: Fávero Neto, 2013)

Page 18: Volume 4 | Número 2

109

4.2 Análise da rigidez

Por que é tão importante estudar a rigidez das ligações? A resposta é de certa

maneira direta: a rigidez da ligação é fundamental na rigidez do sistema estrutural

como um todo, determinando a distribuição de esforços ao longo da estrutura e,

inclusive os esforços aos quais, a própria ligação estará submetida.

As ligações de continuidade em terças podem ser classificadas entre rígidas e

semirrígidas, pois permitem certa rotação relativa entre os perfis adjacentes, devido

entre outros fatores, à deformabilidade da chapa no contato com os parafusos.

Portanto, a correta determinação da rigidez dessas ligações é fundamental para

conhecer os deslocamentos e a distribuição de esforços ao longo das terças para o

correto dimensionamento e verificação em projeto.

Inicialmente, é importante conhecer quais as parcelas de flexibilidade que afetam o

comportamento da ligação, influindo nos deslocamentos do sistema como um todo.

Ho e Chung (2006) propõem que o deslocamento vertical total a meio vão dos

protótipos (Δ) (e consequentemente do sistema) pode ser subdividido em três

parcelas: (i) deslocamento devido à deformação causada pelo momento fletor (ΔM),

(ii) deslocamento devido à deformação causada pela força cortante (ΔV), e (iii)

deslocamento causado pela deformação de contato da parede dos furos da ligação

(Δb). Soma-se às parcelas citadas anteriormente em alguns casos em que seja

significativa, a parcela de deslocamento devida ao escorregamento do parafuso no

furo (Δslip). Essa parcela é significativa em ligações com detalhes de furação

diferenciados, como por exemplo, furos alargados ou pouco alongados. No caso de

ligações com tolerâncias de furação usuais (furo padrão) a parcela de

escorregamento já ocorre com a solicitação do peso próprio e é em geral minimizada

pela contra flecha utilizada nos perfis. O deslocamento vertical total é dado então

pela Equação (2):

Na Equação (2) as parcelas ΔM e ΔV podem ser determinadas para qualquer arranjo de

ligação via princípio dos trabalhos virtuais. A parcela devida à deformação dos furos

na ligação, Δb, no entanto, requer a compreensão de como se processam as

(2) ∆= ∆M + ∆V + ∆b + ∆slip

Page 19: Volume 4 | Número 2

110

deformações localizadas e do deslocamento relativo desenvolvido em cada arranjo

de ligação.

Uma metodologia para determinação da rigidez da ligação e utilização na análise

estrutural de sistemas de terças com continuidade nos apoios é apresentada a seguir.

4.2.1 Método da Rigidez Equivalente

No Método da Rigidez Equivalente (MRE), a região da ligação é considerada contínua

e perfeitamente rígida. Para levar em conta a redução da rigidez causada pela

rotação relativa devida à parcela de deformação do furo, um fator de redução do

momento de inércia (α) é aplicado.

Mediante um procedimento de tentativa e erro, o momento de inércia da região da

ligação é alterado de forma que o deslocamento a meio vão seja igual ao

determinado experimentalmente. A razão entre o momento de inércia modificado

(Imod) e o momento de inércia da seção individual (I) é o fator de redução,

Equação (3):

A Figura 6a resume os valores do fator de redução encontrados para os protótipos.

Uma análise de regressão foi realizada separadamente para os protótipos com

transpasse, Figura 6b e uma curva proposta para interpolação dos resultados e para

programação, Equação (4).

No caso dos protótipos com luva, devido à escassez de dados e pela razão única entre

comprimento de transpasse e altura do perfil, os dois fatores propostos são 0,90 para

chapa de 1,75 mm e 0,85 para chapa de 2,70 mm.

(3)

(4)

α =Imod

I

α = 0,0501�2Lt/h� + 1,5326

Page 20: Volume 4 | Número 2

111

Figura 6 - Fator de inércia equivalente versus razão 2Lt/h. (a) Fatores calculados. (b)

Curva para interpolação em ligações por transpasse. (Fonte: Fávero Neto, 2013)

Com base nesses valores, a região da ligação pode ser modelada em qualquer

software de análise estrutural com a inércia modificada para verificação dos

deslocamentos, considerando que a resposta elástica seja representativa do

deslocamento real, procedimento usual na prática.

Ghosn e Sinno (1995) apresentam uma expressão similar, baseada em ensaios de

ligações por transpasse com razões 2Lt/h variando entre 2,52 e 7,50. Essa expressão é

apresentada a seguir, Equação (5), em função da razão entre o transpasse e o vão.

A diferença entre as duas expressões (Eqs. 4 e 5), para razões usuais entre o

comprimento de transpasse e vão, de 10% e 20% são inferiores a 11%, o que mostra

uma boa concordância de resultados, mesmo em face da escassez de dados.

5 Conclusões

O que se conclui de tudo que foi apresentado, em linhas gerais é que a ligação por

transpasse pode aumentar a capacidade resistente do sistema, se comparado a um

perfil com continuidade física. No caso das ligações por luva, o mesmo não pode ser

afirmado para as configurações ensaiadas.

y = 0,0501x + 1,5326

R² = 0,9194

(a)

(b)

Z1-L5 0,938

Z1-L5P 1,015

Z1-T5 1,751

Z1-T11 1,904

Z2-L5 0,876

Z2-T5 1,699

Z2-T11 1,978

Protótipo α

(5) α = 0,25 ln�2Lt L⁄ � + 2,0

Page 21: Volume 4 | Número 2

112

O mecanismo de falha ocorre de maneiras diversas, mas a parcela distorcional está

sempre presente, afetando a resistência e a rigidez das ligações.

Na região do fim da ligação, ao se determinar o momento fletor resistente pela

metodologia atual de projeto4, há uma discrepância para o lado da insegurança, pois

se verificou que os momentos fletores resistentes experimentais são menores que os

previstos pelos métodos normativos, inclusive o MRD, considerando flexão

restringida. Na realidade a distribuição de tensões na seção, verificada

experimentalmente, corresponde de maneira mais próxima ao caso de flexão livre,

que no caso de perfis Z pontossimétricos é oblíqua.

O método da resistência direta é capaz de prever com segurança o momento fletor

resistente dos perfis com ligação por transpasse ou com luva. Para tanto, devem ser

consideradas na análise de estabilidade elástica as tensões advindas da flexão livre e

a curva de dimensionamento do modo distorcional.

No tocante à rigidez das ligações, no transpasse, devido ao momento de inércia

praticamente dobrado na região da ligação, torna as terças mais rígidas e menos

deslocáveis. No caso das ligações por luva, a seção crítica (sobre o apoio)

corresponde apenas a um perfil, sendo sua rigidez, portanto, igual ou inferior à de

uma terça com continuidade física.

O deslocamento da terça com ligação por luva ou transpasse tem três parcelas

contribuintes principais: parcela devida ao momento fletor, à força cortante e à

deformação da parede do furo.

Uma abordagem apresentada para determinar a rigidez e os deslocamentos das

terças com ligações é considerar que a região da ligação onde há superposição de

perfis possua um momento de inércia equivalente, ou seja, que tudo se processa

como se o perfil fosse perfeitamente contínuo, mas com seção transversal variada

(análise não prismática).

Sugere-se que esse tipo de análise possa ser efetuada pelas empresas que

desenvolvem esse tipo de sistema, determinado seus próprios parâmetros de rigidez

equivalente.

4 Como metodologia atual de projeto, entendam-se as prescrições do Design Guide do AISI (2009).

Page 22: Volume 4 | Número 2

113

6 Agradecimentos

Agradecimento especial à Modular Sistema Construtivo pela doação de todo o

material utilizado na campanha experimental e ao Instituto de Pesquisas

Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT. Agradecimentos também à CAPES e ao

CNPq pelas bolsas de estudo concedidas.

7 Referências bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6355: Perfis estruturais de aço formados a frio — Padronização. Rio de Janeiro, 2012.

FÁVERO NETO, A. H. Terças em perfis de aço formados a frio com continuidade nos apoios: ênfase ao estudo das ligações de alma parafusadas com transpasse ou luva. Escola de Engenharia de São Carlos - USP. Dissertação de mestrado. São Carlos. 2013.

FÁVERO NETO, A.H.; VIEIRA JR., L.C.M.; MALITE, M. Strength and Stiffness of cold-formed steel purlins with sleeved and overlapped bolted connections. In: 2013 SSRC Annual Stability Conference. St. Louis, 2013. Proceedings… p. 548-563. ISBN: 978-1-62748-338-4.

GHOSN, A.A.; SINNO, R.R. Governing stresses in Z-purlin lap joints. Journal of Structural Engineering, v.121, n.12, p.1735-1741, 1995. ISSN: 0733-9445.

GUTIERREZ, R.; LOUREIRO, A.; LOPEZ, M.; MORENO, A. Analysis of cold-formed purlins with slotted sleeve connections. Thin-Walled Structures, v.49, p.833-841, 2011. ISSN: 0263-8231.

HO H.C.; CHUNG, K.F. Experimental investigation into the structural behaviour of lapped connections between cold-formed steel Z sections. Thin-Walled Structures, v.42, p.1013-1033, 2004. ISSN: 0263-8231.

HO H.C.; CHUNG, K.F. Analytical prediction on deformation characteristics of lapped connections between cold-formed steel Z sections. Thin-Walled Structures, v.44, p.115-130, 2006. ISSN: 0263-8231.

MOORE, D.B. Moment-rotation characteristics of purlin connections. In: 10th International Specialty Conference on Cold-formed Steel Structures. Saint Louis, 1990. Proceedings… University of Missouri-Rolla, 1990. p.525-544.

SCHAFER, B.W.; ADANY, S. Buckling analysis of cold-formed steel members using CUFSM: Conventional and constrained finite strip methods. In: 18th International Specialty Conference on Cold-Formed Steel Structures. Orlando, 2006. Proceedings… p.39-54.

Page 23: Volume 4 | Número 2

* Autor correspondente 114

Volume 4. Número 2 (agosto/2015). p. 114-133 ISSN 2238-9377

recebido: 15/04/2014 aprovado: 25/07/2015

Determinação dos esforços solicitantes em barras

de pórtico plano, considerando-se a não

linearidade geométrica por meio de um método

simplificado.

Samuel Leopoldino Pinto1 e Valdir Pignatta Silva2

1SLP Engenharia e Consultoria, Rua Alberto da Costa, 381

Jardim Paulista CEP 13208-550 Jundiaí-SP. [email protected]

2Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Av. Prof. Almeida Prado, trav2,

nº271, Cidade Universitária CEP 05508-900 São Paulo. [email protected]

Determination of internal forces in plane frames, considering geometric

nonlinearity by a simplified method.

Resumo

A análise de estruturas de aço conforme ABNT NBR 8800:2008 requer que a estrutura seja analisada considerando os efeitos de não linearidade geométrica por meio de análises mais precisas e também permite a utilização do método simplificado conhecido como método B1-B2. O objetivo deste artigo é avaliar um novo método simplificado, como alternativa ao método B1-B2, comparando os resultados obtidos aos métodos convencionais já existentes. Para a comparação do método simplificado

proposto ao método P-∆, foi utilizado o programa computacional MASTAN2.

Palavras-chave: aço, não linearidade geométrica, P-∆, Método B1-B2, MASTAN2.

Abstract

The analysis of steel structures according to ABNT NBR 8800:2008 requires that the structure be analyzed considering the effects of geometric nonlinearity through more accurate analysis and allows the use of the simplified method known as B1-B2 method. The objective of this paper is to evaluate a new simplified method, as an alternative to B1-B2 method, comparing the results with existing conventional methods. To compare

the proposed simplified method with the P-∆ method, the software MASTAN2 was used. Keywords: Steel, geometric nonlinearity, P-∆, Method B1-B2, MASTAN2.

Page 24: Volume 4 | Número 2

115

Lista de símbolos

B1 Fator de amplificação de esforços entre nós considerados fixos de uma barra

B2 Fator de amplificação de esforços de uma barra com nós móveis

BM Fator de amplificação dos momentos fletores

BP Fator de amplificação das forças axiais

Mlt Momento fletor solicitante de cálculo, obtido por análise elástica de primeira

ordem devido à translação lateral da estrutura (deslocamentos horizontais dos nós)

Mnt Momento fletor solicitante de cálculo, obtido na análise elástica de primeira

ordem, assumindo não haver translação lateral da estrutura.

MRd Momento fletor resistente de cálculo

MSd Momento fletor solicitante de cálculo

MSd,0 Momento fletor solicitante de cálculo obtido na análise de primeira ordem

Nc,Rd Força normal resistente de cálculo

Nc,Rk Força normal resistente de característica

Nlt Força normal solicitante de cálculo, obtida por análise elástica de primeira

ordem devido à translação lateral da estrutura (deslocamentos horizontais dos nós)

Nnt Força normal solicitante de cálculo, obtida na análise elástica de primeira

ordem, assumindo não haver translação lateral da estrutura.

NSd Força normal solicitante de cálculo

NSd,0 Força normal solicitante de cálculo obtida na análise de primeira ordem

γa1 Coeficiente de ponderação da resistência

λp Força-limite plástica

ϕ Resultado da equação������ +��

�,���,�� +

,�� ,���

Page 25: Volume 4 | Número 2

116

1. Introdução

Os métodos tradicionais de análise de estruturas com base na Resistência dos

Materiais têm por hipótese que as deformações dos elementos não afetam os esforços

internos e a distribuição de tensões. Esse método é conhecido como análise de

primeira ordem, onde a estrutura é analisada na posição indeformada. Porém, em

estruturas esbeltas e de maior flexibilidade, a análise considerando-se a posição

deformada pode encontrar esforços adicionais significativos que não podem ser

ignorados. As normas, tanto a brasileira como as estrangeiras, propõem vários

métodos para se levar em conta esses esforços adicionais por meio de análises

simplificadas e, para casos especiais, análise rigorosa.

Este trabalho objetiva divulgar e ampliar os estudos para validação de um método

simplificado para se levar em conta os efeitos de não linearidade geométrica e do

material em estruturas de aço de pequena ou média deslocabilidade apresentados por

ELHOUAR (2012), como forma alternativa a métodos mais precisos e ao método

aproximado B1-B2 proposto pelas normas brasileira, ABNT NBR 8800:2008, e norte-

americana, ANSI/AISC 360 (2010).

Inicialmente serão abordados diversos tipos de análise estrutural, uma descrição do

método aproximado exposto no anexo D da norma ABNT NBR 8800:2008, o método

B1-B2, e será apresentado um novo método simplificado.

Em seguida, serão feitas diversas análises de várias configurações de estruturas com

alturas de até 18 m e distância entre pavimentos de 4,50 m. Em todas as análises serão

considerados pórticos sem contraventamentos e lajes maciças nos pavimentos. Para

realizar todas essas análises será utilizado o programa de computador MASTAN2 V3.3

desenvolvido por ZIEMIAN (2000) e que serviu de base para calibrar o método de

análise direta da norma americana ANSI-AISC-360 (2010).

Com a elaboração deste trabalho espera-se que sejam abertas novas discussões para

um método aproximado de análise, como alternativa ao método B1-B2,

especificamente para edificações de pequeno porte.

Page 26: Volume 4 | Número 2

117

2. Métodos de análise

Nesta seção serão abordados vários tipos de análise estrutural, considerando-se ou

não a não linearidade geométrica, considerando-se ou não a não linearidade do

material, e prover as hipóteses que estão em cada método.

Análise primeira ordem (linear) considerando material de comportamento elástico-

linear: É o método de análise mais básico onde o material é considerado em regime

elástico-linear e o equilíbrio da estrutura é feito na condição indeformada. Como

resultado, os deslocamentos e as ações são proporcionais.

Análise geometricamente não linear considerando material de comportamento

elástico: Os materiais continuam no regime elástico-linear, mas o equilíbrio da

estrutura é resolvido na posição deformada. Para a maioria das estruturas a relação

entre o carregamento e o deslocamento deixa de ser linear e passa a ser curvilínea.

Isso é obtido aplicando-se uma análise não linear geométrica exata ou aproximada. De

forma pouco precisa, essa análise aproximada é, às vezes, chamada de segunda

ordem. O limite da estabilidade elástica calculado por uma análise não linear

incremental distingue-se da força crítica elástica (Pcr) calculada pela análise de

estabilidade clássica (ou autovalor). A diferença nos dois limites surge pela razão de

que a força-limite de estabilidade elástica corresponde ao equilíbrio na configuração

deformada, enquanto que a força crítica elástica é aquela que causa bifurcação na

trajetória de equilíbrio força x deslocamento para a geometria indeformada. As forças

críticas elásticas são usualmente calculadas para condições idealizadas que,

geralmente, não representam um carregamento real.

Análise de primeira ordem considerando material de comportamento elastoplástico:

Nesses modelos, o equilíbrio é verificado considerando a geometria indeformada da

estrutura (linearidade geométrica) e o comportamento elastoplástico do material. Esse

tipo de análise inclui os efeitos de plastificação das barras, que podem ser

representados desde os modelos simples de rótulas plásticas até modelos mais

detalhados que consideram a propagação da plastificação no interior das mesmas.

Quando o material é elastoplástico perfeito, a resposta da curva força x deslocamento

de uma análise elastoplástica de primeira ordem aproxima-se assintoticamente da

Page 27: Volume 4 | Número 2

118

força-limite plástica λp, calculada por análise de mecanismo plástico. Trata-se de uma

análise linear geométrica considerando-se a não linearidade do material.

Análise não linear geométrica considerando material de comportamento

elastoplástico: Nesses modelos são considerados a perda de rigidez decorrente da

plastificação dos elementos e às grandes deformações. A estrutura tem o seu

equilíbrio formulado na sua posição deformada (não linearidade geométrica) e

considera-se o comportamento não linear do material. A força-limite obtida pela

análise elastoplástica não linear geométrica é a que mais se aproxima da capacidade

resistente real, sendo essa a análise que melhor representa o verdadeiro

comportamento de um pórtico. Trata-se de uma análise não linear geométrica

considerando-se também a não linearidade do material.

A Figura 2.1 mostra, esquematicamente, as curvas força x deslocamento horizontal de

um pórtico plano submetido ao carregamento estático indicado.

Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no

documento..1. Tipos de análises

Fonte: ZIEMIAN (2010) adaptado

2.1. Processo P-Delta

O chamado processo P-Delta é um método de análise não linear geométrica.

Page 28: Volume 4 | Número 2

119

Segundo Lopes (2005), na literatura há diversos meios para se aplicar esse processo,

tais como: método da força lateral equivalente, método de dois ciclos iterativos e

método da rigidez negativa.

Neste artigo será explanado o método da força lateral equivalente.

2.2. Método da força lateral equivalente

Esse método também é conhecido como P-Delta iterativo. Inicialmente, realiza-se uma

análise linear na estrutura, ou seja, de primeira ordem. Em seguida, seguem-se

iterações até que se chegue à posição de equilíbrio da estrutura.

Para cada iteração obtém-se uma nova força lateral fictícia. Com essa nova força,

repete-se o processo até atingir a posição de equilíbrio.

A Figura 2.2 mostra esse processo aplicado a edifícios de múltiplos andares.

Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no

documento..2. Forças horizontais fictícias em edifícios de múltiplos andares

Fonte: GAIOTTI (1989).

Page 29: Volume 4 | Número 2

120

Para explicar melhor a Figura 2.2, serão consideradas algumas etapas, sendo a

primeira a de aplicação de carregamento vertical, surgindo, logo após, os esforços

horizontais fictícios (cortante fictícia, V’, e força lateral fictícia, H’).

Os esforços fictícios são definidos conforme a equação 2.1.

��� = ∑���� . (∆��� − ∆�) eq.2.1

A força lateral fictícia H’ de um andar (i) pode ser obtida subtraindo-se a força cortante

fictícia desse andar (i) do valor relativo ao andar inferior (i – 1), conforme equação 2.2.

��� = �′� � − �′� eq.2.2

Na Figura 2.3, observa-se a estrutura na posição indeformada e deformada, esta

representada pela linha mais escura.

Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no

documento..3. Deslocamento dos pavimentos

Na Figura 2.4 são mostrados os deslocamentos horizontais interpavimentos.

Page 30: Volume 4 | Número 2

121

Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no

documento..4. Deslocamento horizontais entre os pavimentos

Com a aplicação das forças verticais, como mostrado na figura 2.4(a), surgirão

momentos, decorrentes dos deslocamentos horizontais entre os pavimentos. Por

exemplo, utilizando-se os deslocamentos entre os pavimentos da figura 2.4(b), ter-se-

ia o momento igual a ∑Pi. (∆#�� − ∆#). Dividindo-se cada parcela pela respectiva altura

hi, obtém-se o binário de forças cortantes fictícias, o qual é representado pela equação

2.1. Subtraindo-se a força cortante V'i de V'i-1, mostrada na Figura 2.4(b), obtém-se a

equação 2.2, anteriormente mostrada, para a força lateral fictícia H’i.

Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no

documento..5. Esquema de forças verticais (a) e horizontais fictícias (b)

Page 31: Volume 4 | Número 2

122

Vale ressaltar que na Figura 2.5(b) ainda estão aplicadas as forças verticais, que não

foram indicadas, para permitir melhor visualização das forças horizontais fictícias. Para

a obtenção do momento final não linear global, devem-se realizar algumas iterações

até que se chegue à posição de equilíbrio, devendo-se verificar a convergência do

processo.

2.3. Método B1-B2

Na norma brasileira ABNT NBR8800:2008, como no ANSI/AISC 360 (2010), é

apresentado um método aproximado de análise não linear. O método aproximado de

amplificação de esforços solicitantes, aqui denominado de B1-B2, permite amplificar os

momentos de primeira ordem pelos fatores de majoração B1 e B2.

Essa metodologia tem sido adotada por várias normas técnicas e é discutida por

diversos autores tais como: LeMESSURIER (1977), CHEN (1991) e CHEN & WANG

(1999). A utilização dos fatores de amplificação tem por base a semelhança entre o

modo de instabilidade de pórtico e sua configuração deformada. CHEN (1991)

apresenta as bases para a determinação dos fatores de amplificação ressaltando suas

vantagens para o uso prático, porém alertando para os limites de aplicabilidade.

Segundo o ANSI/AISC 360 (2010), em estruturas calculadas com base na análise

elástica, os momentos fletores solicitantes MSd, devem ser determinados por uma

análise elástica não linear geométrica exata ou aproximada conforme a equação 2.3.

$%& = '�. $() + '*. $+) eq. 2.3

O coeficiente B1 amplifica o momento fletor solicitante na barra, levando em conta o

efeito da combinação da força axial de compressão e do momento fletor solicitante

em decorrência da deformação da barra. Assume-se que não há translação lateral

relativa entre as extremidades da barra. Esse procedimento é denominado efeito P-δ.

O coeficiente B2 leva em conta a não linearidade geométrica da estrutura, ou seja, o

deslocamento dos nós da estrutura. Esse procedimento é denominado efeito P-∆, que

deve ser verificado em estruturas contraventadas ou não.

Page 32: Volume 4 | Número 2

123

3. Método simplificado proposto

3.1. Desenvolvimento do método

Segundo ELHOUAR (2012) uma maneira de simplificar o método de análise é eliminar a

necessidade de duas análises para se obterem os coeficientes de amplificação B1 e B2,

executando-se apenas uma análise para obtenção dos coeficientes de amplificação dos

esforços BP e BM.

Isso se torna simples para estruturas em que um dos efeitos é dominante sobre o

outro, porque, para essas estruturas, os efeitos das forças amplificadas podem ser

diretamente relacionados aos efeitos das forças totais sem haver a necessidade de

distinção entre o nível de amplificação de elementos ou da estrutura, desde que a

amplificação venha de uma mesma fonte.

Com base em tais observações e com o objetivo de simplificar o procedimento para

estruturas de pequeno porte, ELHOUAR (2012) propôs um procedimento para o qual

foi realizado grande número de análises a fim de se obterem dados suficientes para

validar o novo método.

ELHOUAR (2012) analisou diversas estruturas de pórticos para as quais obteve os

valores de Nc,Rd, MRd,Mnt, Mlt, Nnt, Nlt, B1 e B2. Com base nesses valores foi feita uma

análise paramétrica.

Para as estruturas analisadas, os valores de B1 foram próximos de 1,00 e os de B2

variaram entre 1,01 e 1,29.

Com base nesses dados e para estruturas dimensionadas pelo método B1-B2, foi

possível adotar um único coeficiente para cada esforço, conforme equações 3.1 e 3.2.

B- = -./(-01�-21) =

-./-./,3 eq. 3.1

B4 = 5./(501�521) =

5./5./,3 eq. 3.2

Os coeficientes resultantes das equações 3.1 e 3.2 foram aplicados ao sistema

estrutural em análise e verificado seu efeito em função de: número de andares,

número de baias, largura da baia, nível do elemento e posição do elemento. Nível do

Page 33: Volume 4 | Número 2

124

elemento refere-se ao andar que o pilar pertence. Posição do elemento refere-se a se

o pilar é interno ou externo ao andar.

Conforme ELHOUAR (2012), a análise paramétrica mostrou que a amplificação dos

momentos e da força axial foi principalmente afetada pelo nível do elemento e o

número de andares no sistema estrutural e menos afetada pelo número de baias. A

posição do elemento dentro do pórtico teve mais efeito sobre o coeficiente de

amplificação dos momentos BM, mas sem importância ao coeficiente de amplificação

das forças axiais BP. No entanto, o objetivo do estudo de ELHOUAR (2012) era chegar a

um método simplificado de amplificação dos esforços. Para isso, foi imperativo obter

uma simples variável que contemplasse esses coeficientes, pois utilizando nível do

elemento, número de níveis e número de baias na estrutura não resultaria em

resultados práticos.

O resultado das análises indicaram que existe uma correlação entre a magnitude da

força axial a que o pilar está solicitado e os coeficientes de amplificação das forças

axiais e momentos fletores. Para investigar isso, uma variação de BP e BM com

(6() + 6+))/68,9: foi examinada. Essa relação foi escolhida porque incorpora não

somente as forças aplicadas, mas também a geometria e as propriedades do material

do pilar afetado. Um estudo inicial revelou um intervalo de valores de BP e BM que

pode ser associado a um simples valor de (6() + 6+))/68,9:. Isso ocorre porque os

dados representam uma variedade de pilares que podem ser afetados pelo efeito P-

Delta em diferentes graus. Uma aproximação conservadora foi analisada para

correlacionar os máximos valores de BP e BM com (6() + 6+))/68,9:.

A Figura 3.1 mostra a variação de BP máximo em função de (6() + 6+))/68,9: e linhas

de tendência linear e quadrática.

A Figura 3.2 mostra a variação de BM máximo com (6() + 6+))/68,9:e as linhas de

tendência linear e quadrática.

Segundo ELHOUAR (2012) a aproximação linear é adequada para validação do

coeficiente simplificado.

Page 34: Volume 4 | Número 2

125

Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no

documento..6.Variação do máximo de BP com (6() + 6+))/68,9:

Fonte: ELHOUAR (2012)

Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..7. Variação do máximo de BM com (6() + 6+))/68,9:

Fonte: ELHOUAR (2012)

3.2. Método de análise proposto

O procedimento proposto por ELHOUAR (2012) para se levar em conta os efeitos das

não linearidades geométricas global e local para edificações de pequeno porte tem a

sua metodologia baseada na força crítica dos pilares do andar, ∑;8< = ∑ =>?@(AB)>, a qual

Page 35: Volume 4 | Número 2

126

não depende do deslocamento interpavimentos (drift) como parâmetro no cálculo de

amplificação do parâmetro B2. Segue a apresentação do método.

• Analisar a estrutura para todas as combinações de ações para se obter a maior

força axial e o maior momento fletor de cálculo, NSd,0 e MSd,0, respectivamente.

• Cálculo do coeficiente Bp, conforme equação 3.3.

'� = �� C

���,3��� D + 1 eq. 3.3

• Cálculo do coeficiente BM, conforme equação 3.4.

' = �* C

���,3��� D + 1 eq. 3.4

• Cálculo de NSd e MSd, conforme equações 3.5 e 3.6.

6F& = '�6F&,G eq. 3.5

$F& = '$F&,G eq. 3.6

4. Aplicação numérica

Será feita uma aplicação numérica para validar o que foi proposto por ELHOUAR

(2012), com resultados comparados aos obtidos por meio do método descrito na ABNT

NBR 8800:2008.

Na análise foi considerada uma edificação de geometria retangular com altura entre

pavimentos de 4,50 m. Os pórticos foram considerados formados por uma a quatro

baias, com espaçamento de 7,00 m, conforme Figura 4.1. Para cálculo das forças

atuantes em cada pórtico analisado foi admitido que o espaçamento entre pórticos

vale 8,00 m. Todos os modelos foram analisados como um pórtico plano de um a

quatro andares. No modelo foi considerada uma largura constante de 40,00 m.

Os pilares foram considerados articulados na base e com um travamento na metade da

altura no sentido da menor inércia.

As ações solicitantes consideradas nos modelos são provenientes da ação permanente,

composta pelo peso próprio da estrutura de aço e peso próprio da laje maciça de

concreto com espessura de 20 cm, gerando um carregamento de 5 kN/m2 e sobrecarga

para escritórios no valor de 2 kN/m2. Para as ações horizontais foi considerado um

vento referente à cidade de São Paulo com velocidade básica de 40 m/s. Para

Page 36: Volume 4 | Número 2

127

simplificação do modelo foi adotada uma força-padrão de vento calculada na

Categoria IV e Classe B.

Para as análises foram consideradas duas combinações de cálculo aqui nomeadas de

C1 e C2, combinação da carga permanente mais sobrecarga e combinação de carga

permanente com o vento, respectivamente.

Nas estruturas analisadas, os pilares são do tipo W com altura entre 250 e 530 mm.

Com relação às vigas adotou-se perfil do tipo W com altura de 530 mm. Na modelagem

da estrutura todos os nós foram considerados rígidos, para os pilares foi mantida a

seção constante em toda a sua extensão e foi criado um nó intermediário a fim de se

obter os efeitos locais (P-δ).

Figura 4.1. Pórtico Típico

Para as análises, os modelos foram nomeados da seguinte maneira: 1B1F7, onde o

primeiro conjunto (1B) indica número de baias, o segundo conjunto (1F) o número de

andares e o número 7 no final indica o vão entre baias.

Todos os modelos foram analisados pelo método da ABNT NBR 8800:2008

(coeficientes B1 e B2), pelo método simplificado proposto (coeficientes BP e BM) e, por

meio do programa MASTAN2, considerando-se a não linearidade geométrica por meio

do procedimento P- ∆, sem redução do módulo de elasticidade (coluna E da Tabela

4.1) e considerando a não linearidade do material por meio da redução de 20% do

módulo de elasticidade (coluna F da Tabela 4.1).

Page 37: Volume 4 | Número 2

128

Os resultados serão apresentados por meio de tabelas. Na tabela 4.1, pode-se ver os

fatores de amplificação dos esforços, para todos os métodos, calculados no pilar P1

indicado na Figura 4.1.

Tabela 4.1. Fatores de amplificação para diversos tipos de análises.

Para o cálculo dos esforços solicitantes as estruturas foram processadas conforme o

seu grau de sensibilidade aos deslocamentos laterais, podendo ser observado na

coluna B da Tabela 4.1.

B1 (A) B2 (B) BP (C) BM (D)

1B1F7 C1 1,17 1,15 1,03 1,12

1B1F7 C2 1,18 1,14 1,03 1,12

1B3F7 C1 1,14 1,30 1,04 1,17

1B3F7 C2 1,14 1,29 1,04 1,17

1B4F7 C1 1,13 1,28 1,05 1,19

1B4F7 C2 1,14 1,31 1,05 1,20

2B1F7 C1 1,00 1,36 1,03 1,11

2B1F7 C2 1,00 1,35 1,03 1,11

2B3F7 C1 1,00 1,30 1,10 1,39

2B3F7 C2 1,00 1,30 1,08 1,33

2B4F7 C1 1,00 1,31 1,09 1,36

2B4F7 C2 1,00 1,34 1,07 1,30

3B1F7 C1 1,00 1,66 1,08 1,30

3B1F7 C2 1,00 1,43 1,07 1,29

3B3F7 C1 1,00 1,32 1,10 1,38

3B3F7 C2 1,00 1,31 1,07 1,29

3B4F7 C1 1,00 1,35 1,11 1,45

3B4F7 C2 1,00 1,39 1,08 1,34

4B1F7 C1 1,00 1,73 1,08 1,31

4B1F7 C2 1,00 1,45 1,07 1,29

4B3F7 C1 1,00 1,33 1,10 1,38

4B3F7 C2 1,00 1,34 1,09 1,37

4B4F7 C1 1,00 1,18 1,09 1,364B4F7 C2 1,00 1,39 1,09 1,35

1,10

Método B1-B2 Método Proposto

D2/D1(0,8E) (F)

1,14

D2/D1 (E)

1,11

1,10

1,62

1,36

1,21

1,21

1,24

1,21

1,34

1,32

1,26

1,26

1,28

1,29

Modelo Combinação

1,24

1,27

1,26

1,27

1,68

1,37

1,22

1,23

1,19

1,23

1,18

1,18

1,15

1,17

1,15

1,17

1,26

1,22

1,19

Método P-D (MASTAN2)

1,21

1,47

1,25

1,22

1,18

1,44

1,30

1,20

1,19

1,21

1,25

1,18

1,16

Page 38: Volume 4 | Número 2

129

Para as estruturas de média deslocabilidade, com o valor de B2 entre 1,10 e 1,40,

houve a redução da rigidez em 20% e para estruturas de grande deslocabilidade com

B2 maior que 1,40, foi feita a redução de 20% na rigidez e as forças nocionais

decorrentes das forças gravitacionais foram somados aos esforços decorrentes da ação

do vento. Após o processamento, com as devidas mudanças, foram elaboradas as

Tabelas 4.2 e 4.3 para comparação dos esforços momento fletor de cálculo e força

normal de cálculo, respectivamente.

Tabela 4.2. Momento Fletor de Cálculo.

1ª Ordem

Elástica

MSd (A) MSd(B) (B/A) MSd (C) (C/A) MSd (D) (D/A)

1B1F7 C1 161,7 183,23 1,13 181,53 1,12 179,10 1,11

1B1F7 C2 197,2 223,19 1,13 221,79 1,12 219,40 1,11

1B3F7 C1 126 134,88 1,07 147,15 1,17 128,40 1,02

1B3F7 C2 363,2 439,80 1,21 424,66 1,17 421,69 1,16

1B4F7 C1 132,2 139,90 1,06 157,90 1,19 135,90 1,03

1B4F7 C2 484,39 603,49 1,25 582,59 1,20 572,90 1,18

2B1F7 C1 85,05 86,70 1,02 94,43 1,11 85,88 1,01

2B1F7 C2 104 114,41 1,10 115,51 1,11 112,50 1,08

2B3F7 C1 19,01 30,14 1,59 26,33 1,39 23,68 1,25

2B3F7 C2 201,6 266,35 1,32 267,25 1,33 249,30 1,24

2B4F7 C1 25,55 44,55 1,74 34,65 1,36 31,13 1,22

2B4F7 C2 297,54 404,37 1,36 386,29 1,30 374,65 1,26

3B1F7 C1 24,43 28,48 1,17 31,78 1,30 27,08 1,11

3B1F7 C2 46,47 57,53 1,24 59,73 1,29 55,42 1,19

3B3F7 C1 25,51 33,16 1,30 35,21 1,38 30,95 1,21

3B3F7 C2 147,64 192,79 1,31 189,80 1,29 183,67 1,24

3B4F7 C1 27,94 48,37 1,73 40,42 1,45 36,88 1,32

3B4F7 C2 210,02 297,52 1,42 280,71 1,34 273,68 1,30

4B1F7 C1 20,68 25,41 1,23 27,06 1,31 24,02 1,16

4B1F7 C2 36,73 45,97 1,25 47,42 1,29 44,18 1,20

4B3F7 C1 24,59 33,90 1,38 33,95 1,38 30,56 1,24

4B3F7 C2 115,2 156,06 1,35 158,25 1,37 145,80 1,27

4B4F7 C1 26,84 42,01 1,57 36,38 1,36 35,62 1,33

4B4F7 C2 161,8 239,44 1,48 218,25 1,35 213,70 1,32

Momento Fletor (kN.m)

Método P-D

(MASTAN2)Modelo CombinaçãoMétodo B1-B2 Método Proposto

Page 39: Volume 4 | Número 2

130

Conforme a Tabela 4.2, nota-se que os momentos fletores obtidos pelo método

proposto estão a favor da segurança se comparados aos resultantes do procedimento

P-∆.

Tabela 4.3. Força Normal de Cálculo.

1ª Ordem

Elástica

NSd (A) NSd (B) (B/A) NSd (C) (C/A) NSd (D) (D/A)

1B1F7 C1 295,1 295,23 1,00 304,15 1,03 295,30 1,00

1B1F7 C2 300 301,98 1,01 309,35 1,03 301,40 1,00

1B3F7 C1 888,8 892,40 1,00 926,10 1,04 889,90 1,00

1B3F7 C2 994,6 1032,27 1,04 1036,67 1,04 1016,00 1,02

1B4F7 C1 1187 1189,64 1,00 1244,69 1,05 1189,00 1,00

1B4F7 C2 1398 1474,83 1,05 1468,85 1,05 1437,00 1,03

2B1F7 C1 240,1 240,47 1,00 246,72 1,03 240,20 1,00

2B1F7 C2 240,8 243,11 1,01 247,46 1,03 242,50 1,01

2B3F7 C1 1811 1811,11 1,00 1985,38 1,10 1811,00 1,00

2B3F7 C2 1776 1776,23 1,00 1920,58 1,08 1776,00 1,00

2B4F7 C1 2370 2370,37 1,00 2581,10 1,09 2370,00 1,00

2B4F7 C2 2320 2319,45 1,00 2493,00 1,07 2319,00 1,00

3B1F7 C1 637 637,51 1,00 684,90 1,08 637,50 1,00

3B1F7 C2 620,91 622,05 1,00 665,20 1,07 621,75 1,00

3B3F7 C1 1788 1788,34 1,00 1957,98 1,10 1789,00 1,00

3B3F7 C2 1756 1758,63 1,00 1881,35 1,07 1758,00 1,00

3B4F7 C1 2364 2363,09 1,00 2627,91 1,11 2364,00 1,00

3B4F7 C2 2321 2322,18 1,00 2516,30 1,08 2321,00 1,00

4B1F7 C1 653,1 653,56 1,00 703,45 1,08 653,80 1,00

4B1F7 C2 633,35 634,33 1,00 679,44 1,07 634,00 1,00

4B3F7 C1 1789 1789,06 1,00 1959,17 1,10 1790,00 1,00

4B3F7 C2 1757 1757,55 1,00 1921,13 1,09 1758,00 1,00

4B4F7 C1 2364 2362,35 1,00 2574,03 1,09 2363,00 1,004B4F7 C2 2321 2321,18 1,00 2523,46 1,09 2322,00 1,00

Força Axial (kN)

Modelo CombinaçãoMétodo B1-B2 Método Proposto

Método P-D

(MASTAN2)

Page 40: Volume 4 | Número 2

131

A partir dos esforços solicitantes momentos e forças normais, foi feita uma

comparação entre os valores de ϕ obtidos pelos métodos estudados, cujos resultados

são apresentados na Tabela 4.4.

Tabela 4.4. Comparação entre valores de ϕ.

Page 41: Volume 4 | Número 2

132

Observando-se a Tabela 4.4, nota-se que o método proposto conduz a resultados mais

conservadores, sem exageros, ao compará-los aos obtidos ou pelo método B1-B2 ou

pelo procedimento P-∆.

Método

B1-B2 (A)

Método

Proposto (B)Método P-D

MASTAN2 (C)

ϕϕϕϕ ϕϕϕϕ ϕϕϕϕ B/A B/C

1B1F7 C1 0,84 0,84 0,82 1,00 1,02

1B1F7 C2 0,97 0,97 0,96 1,00 1,01

1B3F7 C1 0,55 0,58 0,54 1,06 1,08

1B3F7 C2 0,97 0,95 0,94 0,98 1,01

1B4F7 C1 0,56 0,60 0,56 1,07 1,08

1B4F7 C2 1,02 1,00 0,98 0,98 1,02

2B1F7 C1 0,70 0,75 0,70 1,07 1,08

2B1F7 C2 0,86 0,87 0,85 1,01 1,03

2B3F7 C1 0,82 0,89 0,81 1,08 1,10

2B3F7 C2 1,02 1,07 1,00 1,05 1,08

2B4F7 C1 0,76 0,82 0,75 1,07 1,09

2B4F7 C2 0,95 0,98 0,92 1,03 1,06

3B1F7 C1 0,79 0,86 0,78 1,08 1,10

3B1F7 C2 0,89 0,94 0,88 1,06 1,07

3B3F7 C1 0,81 0,89 0,81 1,09 1,10

3B3F7 C2 0,80 0,84 0,79 1,05 1,06

3B4F7 C1 0,95 1,04 0,94 1,09 1,11

3B4F7 C2 0,97 1,00 0,94 1,04 1,07

4B1F7 C1 0,79 0,85 0,78 1,07 1,09

4B1F7 C2 0,84 0,89 0,83 1,06 1,07

4B3F7 C1 0,81 0,89 0,81 1,09 1,10

4B3F7 C2 0,99 1,07 0,98 1,07 1,09

4B4F7 C1 0,77 0,82 0,75 1,06 1,09

4B4F7 C2 0,97 1,01 0,94 1,04 1,07

Relações

Modelo Combinação

Page 42: Volume 4 | Número 2

133

5. Conclusões

Neste trabalho apresentou-se e analisou-se o método proposto por ELHOUAR (2012),

para determinação dos esforços solicitantes considerando-se as não linearidades

geométricas e do material por meio da redução do módulo de elasticidade em 20%.

Para atingir o objetivo deste trabalho, analisaram-se diversos pórticos planos pelo

método proposto, pelo método da ABNT NBR 8800:2008 e pelo procedimento

conhecido como P-∆, a fim de se verificar a consistência do método.

No universo de pórticos aqui analisados, pôde-se concluir que o método proposto

conduziu a resultados favoráveis à segurança, sem exageros, ou em relação ao método

normatizado (B1-B2) ou ao método P-∆.

No método proposto notou-se que a influência da majoração das forças normais é

maior do que a dos momentos fletores, se comparado ao método B1-B2. Trata-se de

algo que merece ser mais bem pesquisado.

É de se destacar, que o método proposto necessita de menor esforço computacional

do que o método normatizado.

6. Agradecimentos

Os autores agradecem ao Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento

Científico, CNPq e à Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP.

7. Referências bibliográficas

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ZIEMIAN, R. D. Guide to stability design criteria for metal structures, 6th Edition, John

Willey & Sons, 2010

Page 44: Volume 4 | Número 2

* Autor correspondente 134

Volume 4. Número 2 (agosto/2015). p. 134-153 ISSN 2238-9377

recebido: 18/10/2014 aprovado: 26/02/2015

Pré-dimensionamento de perfis de aço para o

sistema light steel framing - gráficos Rodrigo Barreto Caldas1*, Francisco Carlos Rodrigues2 e Lucimar de Oliveira Meira3

1 Departamento de Engenharia de Estruturas, Universidade Federal de Minas Gerais,

[email protected] 2 Departamento de Engenharia de Estruturas, Universidade Federal de Minas Gerais

3 Arquiteta e Urbanista

Preliminary design of steel profiles for light steel framing system - charts

Resumo

Neste trabalho são apresentados gráficos para o pré-dimensionamento dos perfis de aço formados a frio que compõem o sistema construtivo Light Steel Framing. Os gráficos foram desenvolvidos para os perfis com seções Ue 90x40x12, Ue 140x40x12 e Ue 200x40x12 com espessuras nominais de 0,8, 0,95 e 1,25 mm e aço com resistência ao escoamento de 230 MPa. Podem ser estimadas as capacidades resistentes à compressão, flexão e flexocompressão para perfis com vários comprimentos.

Palavras-chave: pré-dimensionamento, perfis de aço formados a frio, light steel framing

Abstract

In this paper charts are presented for the preliminary design of cold-formed steel profiles comprising the Light Steel Framing system. The charts were developed for the profiles with sections C 90x40x12, C 140x40x12 e C 200x40x12 with nominal thickneses of 0.8, 0.95 and 1.25 mm and steel with yield strength of 230 MPa. Can be estimated the resistance to compression, bending and combined compression and bending with various lengths. Keywords: preliminary design, cold-formed steel profiles, light steel framing

1 Introdução

O Light Steel Framing - LSF é um sistema estruturado com perfis de aço formados a frio

que suportam as ações e constituem painéis que formam paredes, pisos e cobertura

da edificação (Rodrigues, 2006; Santiago et al., 2012). É um sistema industrializado

com materiais de elevado padrão e controle de qualidade. O aço possui uma elevada

resistência e o processo de galvanização garante a durabilidade da estrutura. Os perfis

que compõem o sistema são de fácil manuseio, transporte e montagem no canteiro de

obras, em muitos casos os painéis chegam montados ao local da obra. A construção é a

seco atenuando os desperdícios.

Page 45: Volume 4 | Número 2

135

Os projetos em LSF devem atender às especificações técnicas das normas brasileiras

para perfis de aço formados a frio (ABNT NBR 6355:2012; ABNT NBR 14762:2010). Para

mais informações podem-se consultar os manuais do Centro Brasileiro da Construção

em Aço – CBCA (Rodrigues, 2006; Santiago et al., 2012; Silva et al., 2014). No Brasil,

grande produtor de aço, o sistema ainda é pouco utilizado, exige profissionais

especializados e projetos bem detalhados. O domínio da tecnologia incorporada ao

projeto arquitetônico, aliada à padronização e modulação da edificação proporcionam

maior eficiência e produtividade.

Neste trabalho são apresentados gráficos para o pré-dimensionamento dos perfis de

aço formados a frio que compõem o LSF. O projeto estrutural envolvendo os perfis

formados a frio demanda um considerável trabalho de cálculo. A utilização de gráficos

de pré-dimensionamento pode facilitar as tarefas do projeto estrutural, e até mesmo

aperfeiçoar as soluções empregadas, possibilitando ao engenheiro e ao arquiteto o

estudo de um maior número de soluções alternativas.

Os gráficos de pré-dimensionamento foram elaborados com o objetivo de facilitar a

definição dos perfis do sistema LSF, visando à elaboração do projeto estrutural. Será

também de grande valia nas fases do anteprojeto de arquitetura. Os gráficos foram

desenvolvidos para os perfis Ue 90x40x12, Ue 140x40x12 e Ue 200x40x12 com

espessuras nominais de 0,8, 0,95 e 1,25 mm e aço com resistência ao escoamento de

230 MPa. Podem ser estimadas as capacidades resistentes à compressão, flexão e

flexocompressão para perfis com vários comprimentos. Os gráficos foram

desenvolvidos com o intuito de comporem o Manual de Construção em Aço intitulado

Steel Framing: Engenharia (Rodrigues, 2006), atualmente em revisão. Este trabalho

trata apenas do dimensionamento em temperatura ambiente. Caldas et al. (2012)

apresentam informações sobre o comportamento do sistema LSF em situação de

incêndio.

2 Gráficos para o pré-dimensionamento de perfis do sistema LSF

2.1 Barras submetidas à força axial de compressão - Gráficos L x NSd

Os gráficos são dados pelos pares L x NSd, onde L é o comprimento efetivo de

flambagem por flexão em relação ao eixo x, ou seja, L = kxLx. O eixo x é o eixo de maior

Page 46: Volume 4 | Número 2

136

inércia do perfil Ue. Foram desenvolvidos gráficos para os casos em que kzLz = kyLy =

kxLx / 2 (caso em que se tem um sistema de travamento constituído por fitas e

bloqueadores ao longo do comprimento da barra) e para o caso em que kzLz = kyLy =

kxLx / 3 (caso em que se tem dois sistemas de travamento constituído por fitas e

bloqueadores ao longo do comprimento da barra). kyLy é o comprimento efetivo de

flambagem por flexão em relação ao eixo de menor inércia y e kzLz é o comprimento

efetivo para torção. O valor de NSd é a máxima força axial (normal) de compressão

solicitante de cálculo que pode ser aplicada na barra. Esse valor é igual à força axial

resistente de cálculo, obtida conforme a ABNT NBR 14762:2010 considerando a

flambagem local com base no Método da Largura Efetiva - MLE e a flambagem global

por flexão ou flexo-torção. A flambagem distorcional não foi considerada.

A seguir são apresentados os gráficos L x NSd de pré-dimensionamento das barras

submetidas à força axial de compressão com apenas um travamento ao longo do vão,

ou seja, kzLz = kyLy = kxLx / 2:

Gráfico 1 - Perfis Ue 90x40x12, submetidos a força axial de compressão, com um

travamento ao longo do vão

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

NSd (kN)

L (m)

Ue 90x40x12x0,8

Ue 90x40x12x0,95

Ue 90x40x12x1,25

Page 47: Volume 4 | Número 2

137

Gráfico 2 - Perfis Ue 140x40x12, submetidos a força axial de compressão, com um

travamento ao longo do vão

Gráfico 3 - Perfis Ue 200x40x12, submetidos a força axial de compressão, com um

travamento ao longo do vão

A seguir são apresentados os gráficos L x NSd de pré-dimensionamento das barras

submetidas à força axial de compressão com dois travamentos ao longo do vão, ou

seja, kzLz = kyLy = kxLx / 3:

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

NSd (kN)

L (m)

Ue 140x40x12x0,8

Ue 140x40x12x0,95

Ue 140x40x12x1,25

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

NSd (kN)

L (m)

Ue 200x40x12x0,8

Ue 200x40x12x0,95

Ue 200x40x12x1,25

Page 48: Volume 4 | Número 2

138

Gráfico 4 - Perfis Ue 90x40x12, submetidos a força axial de compressão, com dois

travamentos ao longo do vão

Gráfico 5 - Perfis Ue 140x40x12, submetidos a força axial de compressão, com dois travamentos ao longo do vão

Gráfico 6 - Perfis Ue 200x40x12, submetidos a força axial de compressão, com dois

travamentos ao longo do vão

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

NSd (kN)

L (m)

Ue 90x40x12x0,8

Ue 90x40x12x0,95

Ue 90x40x12x1,25

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

NSd (kN)

L (m)

Ue 140x40x12x0,8

Ue 140x40x12x0,95

Ue 140x40x12x1,25

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

NSd (kN)

L (m)

Ue 200x40x12x0,8

Ue 200x40x12x0,95

Ue 200x40x12x1,25

Page 49: Volume 4 | Número 2

139

2.2 Barras submetidas à flexão simples - Gráficos qSd x L

Os gráficos são dados pelos pares qSd x L, onde L é o vão entre apoios, para flexão em

relação ao eixo de maior inércia x, ou seja, L = Lx. Foram desenvolvidos gráficos para os

casos em que Lz = Ly = Lx / 2 e para o caso em que Lz = Ly = Lx / 3. O valor de qSd é igual à

máxima carga de cálculo, distribuída ao longo do vão que pode ser aplicada na barra

dado por:

3

ef

Rd

2

Rd

Sd

L350

EI

5

3844,1

L

V2

L

M8

q

(1)

O cálculo de qSd leva em conta o momento fletor resistente de cálculo (MRd), a força

cortante resistente de cálculo (VRd) e o deslocamento máximo (L/350) para vigas

birrotuladas. O momento fletor resistente de cálculo (MRd) foi obtido conforme a ABNT

NBR 14762:2010 considerando o início do escoamento da seção efetiva obtida com

base no MLE e a flambagem lateral com torção com o coeficiente Cb tomado igual a

1,0. A flambagem distorcional não foi considerada. A força cortante resistente de

cálculo (VRd) foi obtida conforme a ABNT NBR 14762:2010 considerando a alma das

barras sem enrijecedores transversais.

Em relação ao deslocamento máximo de L/350, o momento de inércia efetivo (Ief) foi

obtido com base no MLE considerando yf=σ . Também se considerou que qSd é igual

a 1,4 vezes a carga distribuída característica. A seguir são apresentados os gráficos qSd

x L de pré-dimensionamento das barras submetidas à flexão simples com apenas um

travamento ao longo do vão, ou seja, Lz = Ly = Lx / 2:

Page 50: Volume 4 | Número 2

140

Gráfico 7 - Perfis Ue 90x40x12, submetidos a flexão simples, com um travamento ao

longo do vão

Gráfico 8 - Perfis Ue 140x40x12, submetidos a flexão simples, com um travamento ao

longo do vão

Gráfico 9 - Perfis Ue 200x40x12, submetidos a flexão simples, com um travamento ao

longo do vão

0

2,5

5

7,5

10

12,5

15

17,5

20

22,5

25

27,5

30

32,5

35

37,5

40

42,5

45

0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2

qSd (kN/m)

L (m)

Ue 90x40x12x0,8

Ue 90x40x12x0,95

Ue 90x40x12x1,25

0

1

2

3

45

6

7

8

910

11

12

13

1415

16

17

18

1920

21

1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3

qSd (kN/m)

L (m)

Ue 140x40x12x0,8

Ue 140x40x12x0,95

Ue 140x40x12x1,25

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

5,5

6

6,5

7

7,5

8

2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75 4

qSd (kN/m)

L (m)

Ue 200x40x12x0,8

Ue 200x40x12x0,95

Ue 200x40x12x1,25

Page 51: Volume 4 | Número 2

141

A seguir são apresentados os gráficos qSd x L de pré-dimensionamento das barras

submetidas à flexão simples com dois travamentos ao longo do vão, ou seja, Lz = Ly =

Lx / 3:

Gráfico 10 - Perfis Ue 90x40x12, submetidos a flexão simples, com dois travamentos ao

longo do vão

Gráfico 11 - Perfis Ue 140x40x12, submetidos a flexão simples, com dois travamentos

ao longo do vão

0

2,5

5

7,5

10

12,5

15

17,5

20

22,5

25

27,5

30

32,5

35

37,5

40

42,5

45

0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2

qSd (kN/m)

L (m)

Ue 90x40x12x0,8

Ue 90x40x12x0,95

Ue 90x40x12x1,25

0

1

2

3

45

6

7

8

910

11

12

13

1415

16

17

18

1920

21

1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3

qSd (kN/m)

L (m)

Ue 140x40x12x0,8

Ue 140x40x12x0,95

Ue 140x40x12x1,25

Page 52: Volume 4 | Número 2

142

Gráfico 12 - Perfis Ue 200x40x12, submetidos a flexão simples, com dois travamentos

ao longo do vão

2.3 Barras submetidas à flexocompressão - Gráficos qSd x NSd

Os gráficos são dados pelos pares qSd x NSd, onde NSd é o valor da máxima força axial de

compressão solicitante de cálculo que pode ser aplicada na barra. O valor de qSd é igual

a máxima carga de cálculo, distribuída ao longo do vão que pode ser aplicada na barra

dado por:

3

ef

Rd

Rd

Sd

2

x1

Rd

Sd

L350

EI

5

3844,1

L

V2

N

N1

LB

M8

q

(2)

O cálculo de qSd leva em conta a interação entre o momento fletor e a força axial de

compressão, a força cortante resistente de cálculo (VRd) e o deslocamento máximo

(L/350) para vigas biapoiadas.

A primeira parcela da expressão anterior para o cálculo de qSd pode ser obtida partindo

da expressão de interação NSd/NRd + MSd,x/MRd,x ≤ 1,0 onde:

- a força axial resistente de cálculo, NRd, foi obtida conforme a ABNT NBR 14762:2010

considerando a flambagem local com base no MLE e a flambagem global por flexão ou

flexo-torção. A flambagem distorcional não foi considerada. Foram desenvolvidos

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

5,5

6

6,5

7

7,5

8

2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75 4

qSd (kN/m)

L (m)

Ue 200x40x12x0,8

Ue 200x40x12x0,95

Ue 200x40x12x1,25

Page 53: Volume 4 | Número 2

143

gráficos para os casos em que kzLz = kyLy = kxLx / 2 e para o caso em que kzLz = kyLy =

kxLx / 3;

- o momento fletor solicitante de cálculo, MSd,x, considera os efeitos de segunda ordem

ao longo da barra por meio do coeficiente B1 = 1 / (1 – NSd/Ne,x);

- o momento fletor resistente de cálculo (MRd) foi obtido conforme a ABNT NBR

14762:2010 considerando o início do escoamento da seção efetiva obtida com base no

MLE e a flambagem lateral com torção com o coeficiente Cb tomado igual a 1,0. A

flambagem distorcional não foi considerada. Os travamentos considerados são efetivos

tanto para compressão quanto para a flexão, ou seja, os gráficos em que kzLz = kyLy =

kxLx / 2 correspondem a flexão com Lz = Ly = Lx / 2 e os gráficos em que kzLz = kyLy = kxLx

/ 3 correspondem a flexão com Lz = Ly = Lx / 3 ;

A força cortante resistente de cálculo (VRd) foi obtida conforme a ABNT NBR

14762:2010 considerando a alma das barras sem enrijecedores transversais.

Em relação ao deslocamento máximo de L/350, o momento de inércia Ief foi obtido

com base no MLE considerando. Também se considerou que qSd é igual a 1,4 vezes a

carga distribuída característica.

A seguir são apresentados os gráficos qSd x NSd de pré-dimensionamento das barras

submetidas à flexocompressão com apenas um travamento ao longo do vão, ou seja,

kzLz = kyLy = kxLx / 2 para compressão e Lz = Ly = Lx / 2 para flexão:

Page 54: Volume 4 | Número 2

144

Gráfico 13 - Perfil Ue 90x40x12x0,8, submetido a flexocompressão, com um

travamento ao longo do vão

Gráfico 14 - Perfil Ue 90x40x12x0,95, submetido a flexocompressão, com um

travamento ao longo do vão

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5 1.75

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 90x40x12x0.8

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0

0123456789

101112131415161718

0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5 1.75 2 2.25

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 90x40x12x0.95

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0

Page 55: Volume 4 | Número 2

145

Gráfico 15 - Perfil Ue 90x40x12x1,25, submetido a flexocompressão, com um

travamento ao longo do vão

Gráfico 16 - Perfil Ue 140x40x12x0,8, submetido a flexocompressão, com um

travamento ao longo do vão

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5 1.75 2 2.25 2.5 2.75

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 90x40x12x1.25

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0

0123456789

10111213141516

0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5 1.75 2 2.25 2.5 2.75 3

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 140x40x12x0,8

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0

Page 56: Volume 4 | Número 2

146

Gráfico 17 - Perfil Ue 140x40x12x0,95, submetido a flexocompressão, com um

travamento ao longo do vão

Gráfico 18 - Perfil Ue 140x40x12x1,25, submetido a flexocompressão, com um

travamento ao longo do vão

0123456789

101112131415161718192021

0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5 1.75 2 2.25 2.5 2.75 3 3.25 3.5 3.75

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 140x40x12x0,95

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

30

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 140x40x12x1,25

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0

Page 57: Volume 4 | Número 2

147

Gráfico 19 - Perfil Ue 200x40x12x0,8, submetido a flexocompressão, com um

travamento ao longo do vão

Gráfico 20 - Perfil Ue 200x40x12x0,95, submetido a flexocompressão, com um

travamento ao longo do vão

0123456789

10111213141516

0 0.5 1 1.5 2

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 200x40x12x0.8

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,4 2,2 2,1 2,0

0123456789

1011121314151617181920

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 200x40x12x0.95

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,4 2,2 2,1 2,0

Page 58: Volume 4 | Número 2

148

Gráfico 21 - Perfil Ue 200x40x12x1,25, submetido a flexocompressão, com um

travamento ao longo do vão

A seguir são apresentados os gráficos qSd x NSd de pré-dimensionamento das barras

submetidas à flexocompressão com apenas um travamento ao longo do vão, ou seja,

kzLz = kyLy = kxLx / 3 para compressão e Lz = Ly = Lx / 3 para flexão:

Gráfico 22 - Perfil Ue 90x40x12x0,8, submetido a flexocompressão, com dois

travamentos ao longo do vão

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

30

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6 6.5 7 7.5 8

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 200x40x12x1.25

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0

0123456789

10111213141516

0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5 1.75

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 90x40x12x0.8

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0

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149

Gráfico 23 - Perfil Ue 90x40x12x0,95, submetido a flexocompressão, com dois

travamentos ao longo do vão

Gráfico 24 - Perfil Ue 90x40x12x1,25, submetido a flexocompressão, com dois

travamentos ao longo do vão

0123456789

1011121314151617181920

0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5 1.75 2 2.25

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 90x40x12x0.95

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5 1.75 2 2.25 2.5 2.75

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 90x40x12x1.25

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0

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150

Gráfico 25 - Perfil Ue 140x40x12x0,8, submetido a flexocompressão, com dois

travamentos ao longo do vão

Gráfico 26 - Perfil Ue 140x40x12x0,95, submetido a flexocompressão, com dois

travamentos ao longo do vão

0123456789

1011121314151617

0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5 1.75 2 2.25 2.5 2.75 3

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 140x40x12x0,8

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0

0123456789

10111213141516171819202122

0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5 1.75 2 2.25 2.5 2.75 3 3.25 3.5 3.75

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 140x40x12x0,95

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0

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151

Gráfico 27 - Perfil Ue 140x40x12x1,25, submetido a flexocompressão, com dois

travamentos ao longo do vão

Gráfico 28 - Perfil Ue 200x40x12x0,8, submetido a flexocompressão, com dois

travamentos ao longo do vão

02468

101214161820222426283032

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 140x40x12x1,25

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0

0123456789

1011121314151617

0 0.5 1 1.5 2

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 200x40x12x0.8

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,4 2,2 2,1 2,0

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152

Gráfico 29 - Perfil Ue 200x40x12x0,95, submetido a flexocompressão, com dois

travamentos ao longo do vão

Gráfico 30 - Perfil Ue 200x40x12x1,25, submetido a flexocompressão, com dois

travamentos ao longo do vão

0123456789

1011121314151617181920212223

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 200x40x12x0.95

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,4 2,2 2,1 2,0

02468

10121416182022242628303234

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6 6.5 7 7.5 8

NSd (kN)

qSd (kN/m)

Ue 200x40x12x1.25

L (m) = 4,0 3,5 3,0 2,8 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0

Page 63: Volume 4 | Número 2

153

3 CONCLUSÕES

Neste trabalho são apresentados gráficos para o pré-dimensionamento dos perfis de

aço formados a frio que compõem o sistema Light Steel Framing (LSF). O projeto

estrutural envolvendo os perfis formados a frio demanda um considerável trabalho de

cálculo. A utilização de gráficos de pré-dimensionamento pode facilitar as tarefas do

projeto estrutural, e até mesmo aperfeiçoar as soluções empregadas, possibilitando ao

engenheiro e ao arquiteto o estudo de um maior número de soluções alternativas.

4 Agradecimentos

Os autores deste trabalho agradecem aos órgãos de fomento à pesquisa brasileiros CNPq, CAPES e FAPEMIG e ao Centro Brasileiro da Construção em Aço - CBCA.

5 Referências bibliográficas

ABNT NBR 6355:2012. Perfis estruturais de aço formados a frio. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, 2012. ABNT NBR 14762:2010. Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, 2010. CALDAS, Rodrigo Barreto; RODRIGUES, Francisco Carlos; SOUZA, Marcos Ferreira; SIMÕES, Rodrigo de Araújo; SILVEIRA, Luisa Lana Gonçalves Costa. Estudo Numérico de Painéis do Sistema Light Steel Framing em Situação de Incêndio. Revista da Estrutura de Aço, CBCA, 2012. RODRIGUES, Francisco Carlos. Steel Framing: Engenharia. Série Manual de Construção em Aço, IBS/CBCA, Rio de Janeiro, 2006. SANTIAGO, Alexandre Kokke; FREITAS, Arlene Maria Sarmanho; CRASTO, Renata Cristina Moraes. Steel Framing: Arquitetura. Série Manual de Construção em Aço, IBS/CBCA, Rio de Janeiro, 2012. SILVA, Edson Lubas; PIERIN, Igor; SILVA, Valdir Pignatta. Estruturas Compostas por Perfis Formados a Frio – Dimensionamento pelo Método das Larguras Efetivas e Aplicação Conforme ABNT NBR 14762:2010 e ABNT NBR 6355:2012. Série Manual de Construção em Aço, IBS/CBCA, Rio de Janeiro, 2014.

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* Autor correspondente 154

Volume 4. Número 2 (agosto/2015). p. 154-162 ISSN 2238-9377

recebido: 18/10/2014 aprovado: 26/02/2015

Nota técnica Pré-dimensionamento de perfis de aço para o

sistema light steel framing – exemplo Rodrigo Barreto Caldas1*, Francisco Carlos Rodrigues2 e Lucimar de Oliveira Meira3

1 Departamento de Engenharia de Estruturas, Universidade Federal de Minas Gerais,

[email protected] 2 Departamento de Engenharia de Estruturas, Universidade Federal de Minas Gerais

3 Arquiteta e Urbanista

Preliminary design of steel profiles for light steel framing system - example

Resumo

Neste trabalho apresenta-se um exemplo do uso dos gráficos de pré-dimensionamento desenvolvido por Caldas et al. (2015). O objetivo é apresentar um exemplo básico, buscando demonstrar como os gráficos podem auxiliar na definição da estrutura de uma edificação projetada com o sistema light steel framing.

Palavras-chave: pré-dimensionamento, perfis de aço formados a frio, light steel framing

Abstract

This paper presents an example of the use of charts for preliminar design developed by Caldas et al. (2015). The goal is to present a basic example to demonstrate how charts can assist in defining the structure of a building designed with the light steel framing system. Keywords: preliminary design, cold-formed steel profiles, light steel framing

1 Introdução

Neste trabalho apresenta-se um exemplo do uso dos gráficos de pré-dimensionamento

desenvolvido por Caldas et al. (2015). O objetivo é apresentar um exemplo básico,

buscando demonstrar como os gráficos podem auxiliar na definição da estrutura de

uma edificação projetada com o sistema LSF. Conforme Caldas et al. (2015) a utilização

de gráficos de pré-dimensionamento pode facilitar as tarefas do projeto estrutural, e

até mesmo aperfeiçoar as soluções empregadas, possibilitando ao engenheiro e ao

arquiteto o estudo de um maior número de soluções alternativas. Os gráficos de pré-

dimensionamento foram elaborados com o objetivo de facilitar a definição dos perfis

do sistema LSF, visando à elaboração do projeto estrutural. Sendo também de grande

valia nas fases do anteprojeto de arquitetura. O exemplo apresentado neste trabalho

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155

foi desenvolvido com o intuito de compor o Manual de Construção em Aço intitulado

Steel Framing: Engenharia (Rodrigues, 2006), atualmente em revisão.

2 Exemplo de pré-dimensionamento de perfis do sistema LSF

Neste item, faz-se o pré-dimensionamento dos perfis a serem utilizados na análise da

estrutura do edifício residencial de dois pavimentos mostrado nas Figuras 1 a 4. Nas

figuras não aparece a escada que dá acesso ao pavimento superior.

Figura 1 – Arquitetura do pavimento térreo e superior (dimensões em cm)

Figura 2 – Vista 3D e plano das vigas do piso e da cobertura do pavimento superior

SALA

SERVIÇO

CO

ZIN

HA

QUARTO

BA

NH

O

SERVIÇO

QUARTO

QUARTO QUARTOB

AN

HO

COZINHA

SALA

X

Y

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156

Elevação nos eixos 1 e 9 Elevação nos eixos 2 e 8

Elevação nos eixos 3 e 7 Elevação nos eixos 4 e 6

Elevação no eixo 5

Figura 3 – Elevações nos eixos 1 a 9

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157

Elevação na fila A

Elevação na fila B

Elevação na fila C

Elevação na fila D

Figura 4 – Elevações nas filas A a D

Page 68: Volume 4 | Número 2

158

Para a análise da estrutura foram consideradas as seguintes ações:

a) Carga permanente e sobrecarga seguindo as prescrições da ABNT NBR 6120:1980

conforme a tabela:

Tabela 1 – Carga permanente e sobrecarga na estrutura

Carga Permanente (CP) Sobrecarga (SC)

Laje de piso - Placa OSBa 14 mm: 0,014 x 6,4 = 0,0896 kN/m²

- Placa gesso 12 mm: 0,12 kN/m² - Lã de vidro

b 50 mm: 0,006 kN/m²

- Revestimentoc: 0,5 kN/m²

- Total = 0,7156 kN/m²

- Área de serviço: 2,0 kN/m² - Demais cômodos: 1,5 kN/m²

Laje de cobertura

- Placa OSB 14 mm: 0,014 x 6,4 = 0,0896 kN/m² - Placa gesso 12 mm: 0,12 kN/m² - Lã de vidro 50 mm: 0,006 kN/m² - Manta asfáltica: 0,04 kN/m² - Vermiculita expandida 50 mm

d: 0,05 x 1,6 = 0,08

kN/m² - Total = 0,3356 kN/m²

- Em toda a cobertura: 0,5 kN/m² - Caixas d’água ao longo de 4 m do painel que divide as unidades residenciais (eixo 5, a partir da fila D), totalizando 40 kN

Vedações (paredes) externas

- Placa cimentíciae 12 mm: 0,012 x 17 = 0,204 kN/m²

- Placa gesso 12 mm: 0,12 kN/m² - Lã de vidrob 50 mm: 0,006 kN/m² Total = 0,33 kN/m²

Vedações internas ou externas com revestimento em uma das faces (paredes da cozinha e banheiro)

- Placa cimentícia 12 mm: 0,204 kN/m² - Revestimento porcelanato: 0,3 kN/m² - Placa gesso ou cimentícia: 0,204 kN/m² - Lã de vidro 50 mm: 0,006 kN/m² Total = 0,714 kN/m²

Notas: a peso específico do OSB: 6,4 kN/m³;

b peso específico da lã de vidrio: 0,12 kN/m³;

c peso específico considerando o pior caso entre porcelanato (0,30 kN/m²) e piso flutuante (0,07 kN/m²)

mais 0,20 kN/m² para regularização ou impermeabilização, onde necessário; d peso específico da vermiculita expandida: 1,6 kN/m³;

e peso específico da placa cimentícia: 17 kN/m³.

c) Vento seguindo as prescrições da ABNT NBR 6123:1988 considerando a velocidade

básica igual a 40 m/s e os coeficientes S1=1,0; S2 calculado para Categoria IV e Classe A

e S3= 1,0.

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159

Para o pré-dimensionamento dos montantes, em geral, tomou-se um elemento, do

pavimento térreo, da fila A próximo ao eixo 9 que recebe vigas de 3 m de vão da laje

de piso e de cobertura (Figura 5).

O peso próprio dos elementos estruturais foi tomado igual a 0,015 kN/m (equivalente

a um perfil Ue 140x40x12x0,8, considerado como uma estimativa inicial para os

montantes e vigas). Para o vento foi considerada uma pressão de 0,72 kN/m² obtida da

análise da ação do vento na edificação.

Figura 5 – Cargas em um dos montantes da fila A próximo ao eixo 9 que recebe vigas

de 3 m de vão

Na Figura 5: PP significa peso próprio; CP significa carga permanente; SC significa

sobrecarga; VT significa vento e L é o comprimento do elemento estrutural.

Com base na Figura 5, tem-se a carga distribuída de cálculo em todas as vigas do piso,

que independe do vão:

mkNqSd /30,16,05,12862,035,1015,025,1 =×+×+×=

PP = 0,015 kN/m

CP = 0,4 x 0,3356 = 0,1342 kN/mSC = 0,4 x 0,50 = 0,2 kN/m

L = 3,0 m

PP = 0,015 kN/m

CP = 0,4 x 0,7156 = 0,2862 kN/mSC = 0,4 x 1,5 = 0,6 kN/m

L = 3,0 m

PISO

COBERTURA

PP

= 0

,01

5 k

N/m

CP

= 0

,4 x

0,3

3 =

0,1

32

kN

/m

VT

= 0

,4 x

0,7

2 =

0,2

88

kN

/mL

= 2

,8 m

Page 70: Volume 4 | Número 2

160

Pelo Gráfico 7 apresentado no trabalho de Caldas et al. (2015), para as vigas com vão

de 1,4 a 1,6 m será utilizado o perfil Ue 90x40x12x0,80 com um travamento ao longo

do vão.

Pelo Gráfico 8 de Caldas et al. (2015) para as vigas com vão de 2,4 a 3 m será utilizado

o perfil Ue 140x40x12x0,95 com um travamento ao longo do vão.

Pelo Gráfico 12 de Caldas et al. (2015), para as vigas com vão de 3,8 m será utilizado o

perfil Ue 200x40x12x0,95 com dois travamentos ao longo do vão.

As mesmas vigas da laje de piso do pavimento superior serão adotadas para a laje de

cobertura.

As forças normais solicitantes características de compressão no montante do

pavimento térreo são:

kNPP 129,0)6,52/0,32(015,0 =+××=

kNCP 37,1132,06,5)1342,02862,0(5,1 =×++×=

kNSC 2,1)2,06,0(5,1 =+×=

Tomando a sobrecarga como ação variável principal, a força normal de compressão e a

carga lateral distribuída solicitantes de cálculo no montante do pavimento térreo são:

kNN Sdc 81,32,15,137,135,1129,025,1, =×+×+×=

mkNqSd /242,0288,084,0 =×=

Tomando o vento como ação variável principal, a força normal de compressão e a

carga lateral distribuída solicitantes de cálculo no montante do pavimento térreo são:

kNN Sdc 91,22,175,037,135,1129,025,1, =×+×+×=

mkNqSd /403,0288,04,1 =×=

Pelo Gráfico 13 de Caldas et al. (2015), para o montante com comprimento de 2,8 m

será utilizado o perfil Ue 90x40x12x0,8 com um travamento ao longo da altura.

Para os montantes do eixo 5 que sustentam as caixas d’água, a Figura 6 apresenta as

cargas atuantes.

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161

Figura 6 – Cargas em um dos montantes do eixo 5 que sustenta as caixas d’água

As forças normais solicitantes características de compressão no montante do

pavimento térreo são:

kNPP 198,0)6,52/8,34(015,0 =+××=

kNCP 34,2132,06,5)2862,01342,0(8,3 =×++×=

kNSC 04,13)2,06,0(8,310 =+×+=

A força normal de compressão solicitantes de cálculo no montante do pavimento

térreo é:

kNN Sdc 97,2204,135,134,235,1198,025,1, =×+×+×=

Pelo Gráfico 1 de Caldas et al. (2015), para o montante com comprimento de 2,8 m

será utilizado um perfil caixa formado por dois perfis Ue 90x40x12x0,95 com um

travamento ao longo da altura. Ou seja, cada perfil suportara uma carga de 11,485 kN.

PP = 0,015 kN/m

CP = 0,4 x 0,3356 = 0,1342 kN/m

SC = 0,4 x 0,50 = 0,2 kN/m

L = 3,8 m

PP = 0,015 kN/m

CP = 0,4 x 0,7156 = 0,2862 kN/m

SC = 0,4 x 1,5 = 0,6 kN/m

L = 3,8 m

PP

= 0

,01

5 k

N/m

CP

= 0

,4 x

0,3

3 =

0,1

32

kN

/m

L =

2,8

m

PISO

COBERTURA

SC = 10kN

(caixa d'água)

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162

Os mesmos perfis adotados para os montantes do pavimento térreo foram repetidos

no pavimento superior.

3 CONCLUSÕES

Neste trabalho apresenta-se um exemplo do uso dos gráficos de pré-dimensionamento

desenvolvido por Caldas et al. (2015). O exemplo demonstra a facilidade e a

praticidade de obtenção dos perfis com os gráficos, auxiliando a atividade de pré-

dimensionamento.

4 Agradecimentos

Os autores deste trabalho agradecem aos órgãos de fomento à pesquisa brasileiros CNPq, CAPES e FAPEMIG e ao Centro Brasileiro da Construção em Aço - CBCA.

5 Referências bibliográficas

ABNT NBR 6120:1980. Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, 1980. ABNT NBR 6123:1988. Forças devidas ao vento em edificações. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, 1988. CALDAS, Rodrigo Barreto; RODRIGUES, Francisco Carlos; MEIRA, Lucimar de Oliveira. Pré-dimensionamento de perfis de aço para o sistema light steel framing – gráficos. Revista da Estrutura de Aço, CBCA, 2015. RODRIGUES, Francisco Carlos. Steel Framing: Engenharia. Série Manual de Construção em Aço, IBS/CBCA, Rio de Janeiro, 2006.