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A força das pequenas empresas A força das pequenas empresas A ideia de que o crescimento do Brasil depende do fortaleci- mento das micro e pequenas empresas (MPEs) é um senso comum nas análises econômicas e sociais do país, principal- mente sob o ângulo da geração de emprego e renda. Apesar disso, só há pouco mais de quatro anos o Brasil ganhou uma legislação mais avançada, com garantias e estímulos aos pequenos negócios: a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Mesmo com tantos obstáculos da burocracia e dos altos custos trabalhistas, as pequenas empresas conseguem gerar mais postos de trabalho que as grandes organizações. Confi- ra mais no artigo a seguir.

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Page 1: View Novembro 2011

A força das pequenas empresasA força das pequenas empresasA ideia de que o crescimento do Brasil depende do fortaleci-

mento das micro e pequenas empresas (MPEs) é um senso

comum nas análises econômicas e sociais do país, principal-

mente sob o ângulo da geração de emprego e renda.

Apesar disso, só há pouco mais de quatro anos o Brasil

ganhou uma legislação mais avançada, com garantias e

estímulos aos pequenos negócios: a Lei Geral da Micro

e Pequena Empresa. Mesmo com tantos obstáculos

da burocracia e dos altos custos trabalhistas, as

pequenas empresas conseguem gerar mais postos

de trabalho que as grandes organizações. Confi-

ra mais no artigo a seguir.

Page 2: View Novembro 2011

Segundo levantamento do Sebrae, a partir dos

dados do Cadastro Geral de Empregados e

Desempregados (CAGED), do Ministério do

Trabalho, de cada dez vagas abertas nos nove

primeiros meses de 2011, sete estão no seg-

mento das pequenas empresas. No total, elas

contrataram 1,3 milhão de trabalhadores

desde janeiro de 2011.

O que impressiona nestes números é a força

destes empreendedores que, mesmo atuando

sob de uma legislação trabalhista extrema-

mente complexa, conseguem crescer e gerar

mais postos de trabalho que grandes empre-

sas.

O Governo já deu alguns pequenos passos no

sentido de simplificar alguns procedimentos

fiscais e tributários, através da Lei do Simples

Nacional, mas ainda estamos “engatinhando”

nesta área quando comparamos a nossa legis-

lação tributaria com a de outros países.

Se compararmos a legislação trabalhista,

então, é deprimente. Nossa CLT (Consolidação

das Leis do Trabalho) surgiu em 1943 e de lá

para cá, tudo que se fez foi piorá-la ainda mais.

Com 922 artigos é considerada uma das mais

complexas do mundo.

Sei que devemos resguardar direitos trabalhis-

tas adquiridos, mas também devemos analisar

que a CLT foi criada numa época totalmente

diferente e não acompanhou as mudanças que

ocorreram no mundo durante esse tempo.

O Brasil precisa das pequenas empresas, isso

já está mais do que provado, pelo volume de

empregos gerados e no efeito multiplicador

que estes postos de trabalho geram na econo-

mia interna, livrando-nos dos terríveis efeitos

da crise econômica mundial.

Nossos legisladores têm a obrigação de encon-

trar alternativas para simplificar e flexibilizar

as regras trabalhistas para as pequenas

empresas, pois precisamos aumentar ainda

mais a oferta de empregos. O problema é que

esse assunto ainda é considerado tabu e

ninguém tem coragem de falar abertamente

em mudanças na área trabalhista temendo

possível represália dos eleitores.

Então, apesar de esta notícia ser positiva,

acaba sendo prejudicial para as pequenas

empresas, pois dá a impressão de que está

tudo bem, quando a realidade está sendo tem-

porariamente mascarada e, ao primeiro sinal de

desaquecimento da economia, este número

poderá ser reduzido drasticamente, sob o peso

da burocracia e do custo trabalhista.

O próprio trabalhador, se consultado e devida-

mente esclarecido, aprovaria mudanças que

estimulassem a manutenção e, principalmente,

a criação de novos postos de trabalho.

Superando obstáculos da burocracia e dos

altos custos trabalhistas, as pequenas empre-

sas conseguem gerar mais postos de trabalho

que as grandes organizações, imaginem,

então, se tivessem um tratamento realmente

diferenciado na área trabalhista.

A força das pequenas empresasA força das pequenas empresas

Page 3: View Novembro 2011

Segundo levantamento do Sebrae, a partir dos

dados do Cadastro Geral de Empregados e

Desempregados (CAGED), do Ministério do

Trabalho, de cada dez vagas abertas nos nove

primeiros meses de 2011, sete estão no seg-

mento das pequenas empresas. No total, elas

contrataram 1,3 milhão de trabalhadores

desde janeiro de 2011.

O que impressiona nestes números é a força

destes empreendedores que, mesmo atuando

sob de uma legislação trabalhista extrema-

mente complexa, conseguem crescer e gerar

mais postos de trabalho que grandes empre-

sas.

O Governo já deu alguns pequenos passos no

sentido de simplificar alguns procedimentos

fiscais e tributários, através da Lei do Simples

Nacional, mas ainda estamos “engatinhando”

nesta área quando comparamos a nossa legis-

lação tributaria com a de outros países.

Se compararmos a legislação trabalhista,

então, é deprimente. Nossa CLT (Consolidação

das Leis do Trabalho) surgiu em 1943 e de lá

para cá, tudo que se fez foi piorá-la ainda mais.

Com 922 artigos é considerada uma das mais

complexas do mundo.

Sei que devemos resguardar direitos trabalhis-

tas adquiridos, mas também devemos analisar

que a CLT foi criada numa época totalmente

diferente e não acompanhou as mudanças que

ocorreram no mundo durante esse tempo.

O Brasil precisa das pequenas empresas, isso

já está mais do que provado, pelo volume de

empregos gerados e no efeito multiplicador

que estes postos de trabalho geram na econo-

mia interna, livrando-nos dos terríveis efeitos

da crise econômica mundial.

Nossos legisladores têm a obrigação de encon-

trar alternativas para simplificar e flexibilizar

as regras trabalhistas para as pequenas

empresas, pois precisamos aumentar ainda

mais a oferta de empregos. O problema é que

esse assunto ainda é considerado tabu e

ninguém tem coragem de falar abertamente

em mudanças na área trabalhista temendo

possível represália dos eleitores.

Então, apesar de esta notícia ser positiva,

acaba sendo prejudicial para as pequenas

empresas, pois dá a impressão de que está

tudo bem, quando a realidade está sendo tem-

porariamente mascarada e, ao primeiro sinal de

desaquecimento da economia, este número

poderá ser reduzido drasticamente, sob o peso

da burocracia e do custo trabalhista.

O próprio trabalhador, se consultado e devida-

mente esclarecido, aprovaria mudanças que

estimulassem a manutenção e, principalmente,

a criação de novos postos de trabalho.

Superando obstáculos da burocracia e dos

altos custos trabalhistas, as pequenas empre-

sas conseguem gerar mais postos de trabalho

que as grandes organizações, imaginem,

então, se tivessem um tratamento realmente

diferenciado na área trabalhista.

Fonte: TI Inside

Nossos legisladores têm a obrigação de encontrar alternativas para simpli�car e �exibilizar as regras trabalhistas para as pequenas empresas,

pois precisamos aumentar ainda mais a oferta de empregos..

Autor: Isaac Rincaweski

Empresário no ramo de Prestação de Serviços Contábeis, Contador, formado na FURB-Blumenau, com

pós-graduação em Gerência na Qualidade nos Serviços Contábeis.

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