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MAPUTO, MARÇO DE 2017 COMO FOI USADO O SEU DINHEIRO, EM 2015? República de Moçambique TRIBUNAL ADMINISTRATIVO Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2015 (Versão Simplificada)

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MAPUTO, MARÇO DE 2017

COMO FOI USADO O SEU DINHEIRO, EM

2015?

República de Moçambique

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO

Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2015

(Versão Simplificada)

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ABREVIATURAS

ADM – Aeroportos de Moçambique

ADENA – Agencia Nacional de Despacho

ANE – Administração Nacional de Estradas

AR – Assembleia da República

ALC – African Leasing Company, SA

BADEA – Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África

BIRD – Banco Internacional para reconstrução e Desenvolvimento

BNI – Banco Nacional de Investimentos, SA

BT’s – Bilhetes do Tesouro

CFM,EP – Caminhos de Ferro de Moçambique

CGE – Conta Geral do Estado

DAF´s – Direcções de Áreas Fiscais

DNT – Direcção Nacional do Tesouro

DNPE – Direcção Nacional do Património do Estado

DNCP – Direcção Nacional de Contabilidade Pública

EMATUM – Empresa Moçambicana de Atum

EMOPESCA – Empresa Moçambicana de Pesca

MAM, SA – Mozambique Asset Management

MAF – Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos

EAE´s – Empresa de Aluguer de Equipamentos

EP – Empresa Pública

ECMEP´s – Empresas de Construção e Manutenção de Estradas e Pontes

EDM,EP – Electricidade de Moçambique

ENI - East Africa SPA

e-SISTAFE – Sistema Informático de Administração Financeira do Estado

FAD – Fundo Africano de Desenvolvimento

FARE – Fundo de Apoio à Reabilitação da Economia

FAPI – Fundo de Apoio à Pequena Irrigação

FIPAG – Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água

FMI – Fundo Monetário Internacional

GTTꞌs – Gestores Técnicos e Trabalhadores

GAPI – Sociedade de Investimentos,SA

HCB – Hidroeléctrica de Cahora Bassa

IDA – Associação Internacional de Desenvolvimento

IGEPE – Instituto de Gestão das Participações do Estado

IRPC – Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas

IRPS – Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares

IVA – Imposto Sobre o Valor Acrescentado

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IMA – Industria Moçambicana de Aço, SA

LOE – Lei do Orçamento do Estado

OE – Orçamento do Estado

PES – Plano Económico e Social

PIB – Produto Interno Bruto

PII – Programa Integrado de Investimento

PQG – Plano Quinquenal do Governo

RPCGE – Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do Estado

SA – Sociedade Anónima

SISTAFE – Sistema de Administração Financeira do Estado

SPT – Sasol Petroleum Temane

SPM – Sasol Petroleum Moçambique

SCANMO – Representação da marca SCANMO em Moçambique

SMM, SA – Mozambique Asset Management

SPTS – Sasol Petroleum Temane

TA – Tribunal Administrativo

TDM – Telecomunicações de Moçambique

UGB – Unidade Gestora Beneficiária

UGC – Unidade de Grandes Contribuintes

UGC´s – União Geral das Cooperativas

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APRESENTAÇÃO

A Assembleia da República, pela Lei n.◦2/2015, de 7 de Maio, autorizou o Governo a

arrecadar receitas e realizar despesas do funcionamento como salários dos funcionários,

combustíveis, água e luz, etc, e de investimento como a construção de estradas e pontes,

escolas, centros de saúde, etc.

O Governo, após executar o Orçamento do Estado, organiza toda a informação sobre as

receitas que cobrou e as despesas que pagou num documento que e chama Conta Geral do

Estado, que é remetido à Assembleia da República (AR) e ao Tribunal Administrativo

(TA). O Tribunal analisa esta Conta e emite o respectivo Relatório e Parecer, para a AR que

os usa na análise e aprovação da Conta.

Sobre a Conta Geral do Estado de 2015, o Tribunal Administrativo emitiu o Relatório e

parecer de que preparou a presente versão simplificada.

Para mais detalhes e aprofundamento dos assuntos apresentados neste documento, leitor

poderá consultar a versão completa do Relatório e do Parecer sobre a Conta Geral do

Estado (RPCGE) de 2014, disponível na página da internet do TA, no endereço

www.ta.gov.mz, e na sede do TA, em Maputo.

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ESTRUTURA DO DOCUMENTO

O relatório é formado pelos seguintes capítulos:

Processo Orçamental – Neste capítulo é feita a análise dos valores do Orçamento de 2015,

aprovados pela AR, através da Lei n.º 2/2015, de 7 de Maio, a autorização dada ao Governo, pelo

artigo 8 da primeira lei, para introduzir modificações às dotações orçamentais e a delegação, no

Ministro das Finanças e noutros órgãos e instituições do Estado, de competências para procederem

a alterações de dotações orçamentais em cada nível, pelo Decreto n.º 11/2015, de 10 de Junho.

No Capítulo da Receita é feita a comparação entre a receita prevista e a efectivamente cobrada

em 2015 e apresenta-se a evolução histórica das receitas do Estado, no período 2011-2015, assim

como a análise dos subsídios concedidos e benefícios fiscais.

A execução da despesa segundo os limites estabelecidos na Lei Orçamental, bem como a sua

evolução nos últimos cinco anos (2011 – 2015) são analisados no Capítulo da Despesa.

O Capítulo das Operações Relacionadas com o património Financeiro do Estado trata das

operações financeiras do Estado, nomeadamente as participações em sociedades, saneamento

financeiro de empresas e empréstimos com acordos de retrocessão.

O Capítulo da Dívida Pública analisa as obrigações financeiras assumidas com entidades

públicas e privadas, dentro e fora do território nacional, em virtude de leis contratos, acordos e

realização de operações de crédito contraído pelo Estado.

No Capítulo do Património do Estado, faz-se a apreciação do processo de inventariação dos

bens do Estado, sua avaliação e amortização. São analisados os dados contidos no Anexo

Informativo 7 da Conta Geral do Estado – Inventário do Património do Estado, os quais são

comparados com os apurados nas auditorias realizadas a diversas entidades públicas e informações

adicionais recolhidas por este Tribunal, na Direcção Nacional do Património do Estado e outras

entidades.

E, por fim, o Parecer do TA sobre a Conta Geral do Estado de 2015, constituído por

recomendações deixadas em face das constatações.

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Processo Orçamental

CAPÍTULO I

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Capítulo I – PROCESSO ORÇAMENTAL

1. COMO DECORRE O PROCESSO ORÇAMENTAL?

O ano de 2015 é o primeiro do Programa Quinquenal

do Governo (PQG) 2015-2019, aprovado pela AR,

no dia 7 de Maio de 2015.

Como nos outros anos, para 2015, o Governo

preparou um Plano Económico e Social (PES), com

objectivos na Saúde, Educação, Agricultura, Obras

Públicas e outros sectores e submeteu à AR a

proposta do Orçamento do Estado (OE) para o

mesmo ano. A AR aprovou-o Orçamento através da

Lei Orçamental.

1.1. QUAIS OS VALORES PREVISTOS

PARA 2015?

No Quadro que se segue, são apresentados os

montantes globais do Orçamento do Estado para

2015, onde é fixado o valor da receita a cobrar e das

despesas a realizar, bem como o défice orçamental.

Quadro n.º 1 – Orçamento do Estado Inicial e

Rectificativo

(Em

milhões de Meticais)

Como se pode observar no quadro acima, nas alterações orçamentais efectuadas pelo Governo,

foram respeitados os montantes dos recursos do Estado previstos e os limites da despesa fixados

por lei que aprova o orçamento do Estado do ano.

Designação Orçamento Inicial Orçamento Final

Receitas do Estado 160.708 160.708

Despesas do Estado 226.425 226.425

Défice 65.717 65.717

HORA DE APRENDER

Orçamento do Estado – documento

no qual estão previstas as receitas a

arrecadar e fixadas as despesas a

realizar num determinado exercício

económico e tem por objecto

prossecução da política financeira do

Estado.

Plano Económico e Social –

documento elaborado pelo Governo

em que constam os objectivos e

prioridades centrais para um

determinado ano.

A Lei do Orçamento do Estado – lei

que autoriza o Governo a cobrar

receitas e utilizá-las nas despesas.

Se num determinado ano, o valor das

despesas for maior que o das receitas,

está-se perante um Défice

Orçamental

Alteração orçamental é qualquer

modificação produzida numa ou mais

dotações orçamentais na tabela de

despesa de qualquer serviço ou

unidade orgânica.

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Nota-se que as Receitas do Estado previstas cobrem, apenas, 71,0% das necessidades do

financiamento das despesas fixadas no Orçamento do Estado (226.425 milhões de Meticais).

Neste sentido, previu-se o Défice Orçamental de 65.717.242 mil Meticais (29,0%), a ser

financiado por Receitas Externas e Créditos Internos, na ordem de 24,9% e 4,1% do volume

dos recursos.

1.2. DE ONDE VEIO O DINHEIRO PARA PAGAR AS CONTAS DO ESTADO

EM 2015?

O quadro que se segue mostra os valores de cada uma das fontes de financiamento previstas no

Orçamento do Estado de 2015.

Quadro n.º 2 – Fontes de financiamento

(Em milhões de Meticais)

Receitas Montantes

Receitas Fiscais 133.009

Receitas não Fiscais 6.923

Receitas Próprias 4.437

Receitas Consignadas 13.151

Receitas de Capital 3.187

Créditos Internos 9.183

Créditos Externos 36.071

Donativos externos 20.464

TOTAL 226.425

Créditos Internos – Empréstimos que o

Estado contrai dentro do País.

Créditos Externos – Empréstimos que o

Estado contrai fora do País.

Donativos – Ofertas que o Estado recebe de

organizações ou países.

Receitas Fiscais - aquelas que provêm de

impostos como o IVA, o IRPC, o IRPS, etc

Receitas de Capital – Provenientes de

operações de crédito, alienações de bens,

amortizações de empréstimos concedidos.

Receitas não Fiscais – Taxas pagas ao

Estado por prestação de vários serviços.

HORA DE APRENDER

Receitas Consignadas – Recursos públicos que, a título excepcional e por determinação

legal, são afectos à cobertura de determinadas despesas públicas.

Receitas Próprias - são aquelas que provêm dos serviços ou unidades orgânicas do Estado

em resultado da sua actividade específica, da administração e alienação do seu património

ou de quaisquer outras que por lei ou contrato lhes deve pertencer.

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1.3. COMO A RECEITA FOI USADA PARA A REALIZAÇÃO DAS DESPESAS

DO ESTADO

Quadro n.º 3 – Distribuição da despesa do

Estado

(Em milhões de Meticais)

1.4. ANÁLISE SECTORIAL DA DOTAÇÃO DA DESPESA

Em 2015, na fixação dos limites da despesa, teve-se em conta a necessidade de financiamento

das acções previstas no Plano Económico e Social (PES), em alinhamento com as Prioridades

e Pilares de Suporte definidos no Programa Quinquenal do Governo (2015-2019) e com o

Programa Integrado de Investimento (PII 2014-2017).

Assim, a dotação da despesa dos Sectores Económicos e Sociais foi fixada em 116.718 milhões

de Meticais, que representa 51,5% da Despesa Total, de 226.425 milhões de Meticais, conforme

se demonstra, no quadro que se segue.

Comparativamente ao ano anterior, em 2015 houve um decréscimo de 14,5%, na dotação dos

COMPONENTE FUNCIONAMENTO

Despesas Correntes

Designação Montantes

Despesas com o Pessoal 64.441

Bens e Serviços 24.495

Encargos da Dívida 6.923

Transferências correntes 19.280

Subsídios 3.157

Demais despesas correntes 1.340

Exercícios Findos 202

Despesas de Capital

Bens de Capital 513

Operações Financeiras 22.894

COMPONENTE INVESTIMENTO

Designação Montantes

Financiamento Interno 44.881

Financiamento externo 38.292

Componente Funcionamento – refere-se

aos gastos feitos pelo Estado para garantir

o seu funcionamento.

Componente Investimento – diz respeito

aos gastos feitos pelo Estado com vista a

aumentar o seu património.

Despesas Correntes – as que o Estado faz

em vencimentos, subsídios, electricidade,

água, etc.

Despesas de Capital – conjunto de

dispêndios realizados pelos entes públicos

para custear os serviços públicos prestados

à sociedade ou para a realização de

investimentos.

Financiamento Interno – quando os

recursos são internos.

Financiamento Externo – quando os

recursos são Externos.

HORA DE APRENDER

Operações Financeiras – são operações realizadas pelas empresas com o objectivo de gerar

recursos financeiros (dinheiro).

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Sectores Económicos e Sociais, influenciado

pela redução das dotações do sector de

Sistema Judicial e de Infra-estruturas, na

ordem de 78,6% e 24,5%, respectivamente.

No que toca ao peso das dotações dos

sectores, em relação à Despesa Total, a

Educação assumiu a proporção de 20,2%, as

Infra-estruturas, 11,5%, a Saúde, 9,2%, os

mais representativos do exercício de 2015,

conforme se detalha no Gráfico abaixo.

Como se pode observar, no gráfico a seguir,

o Sistema Judicial, sector cuja dotação

registou a maior redução (-78,6%),

comparativamente ao exercício anterior, teve,

no ano em consideração, 2,0% da Despesa Total estimada.

Ao sector da Agricultura e Desenvolvimento Rural, que garante a segurança alimentar e

nutricional e aos Outros Sectores Prioritários (de que fazem parte a Acção Social e Trabalho e

Emprego) foram destinados, respectivamente, 5,9% e 2,8%.

Gráfico n.º 1 - Repartição Percentual da Dotação da Despesa por Sectores

Dotação da Despesa é o limite fixado pela

Assembleia da República para o Estado

gastar.

Plano Económico e Social (PES) – é um

documento elaborado pelo Governo em que

constam os objectivos e prioridades centrais

para um determinado ano.

Programa Integrado de Investimento

define a relação dos projectos públicos

prioritários de infra-estrutura, em

consonância com a visão e orientação do

Programa Quinquenal do Governo.

HORA DE APRENDER

Educação

20,2%

Saúde

9,2%

HIV-Sida

0,05%

Infraestruturas

11,5%

Agricultura e

Desenvolvimento Rural

5,9%

Sistema

Judicial

2,0%

Acção Social

2,4%Trabalho e Emprego

0,4%

Restantes Sectores

34,0%

Encargos da Dívida

3,3%

Operações Financeiras

11,1%

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1.5. ANÁLISE DAS DOTAÇÕES POR ÂMBITO

Como se pode verificar no gráfico adiante, no tocante à distribuição das dotações por âmbito,

aos órgãos e instituições de Âmbito Central foram destinados 143.980 milhões de Meticais, o

equivalente a 63,6% do valor total orçamentado (226.425 milhões de Meticais). Deste montante,

coube aos órgãos e instituições do Âmbito Provincial o valor de 45.577 milhões de Meticais

(20,1%), aos de Âmbito Distrital, 33.674 milhões de Meticais (14,9%) e ao Autárquico,

3.195milhões de Meticais (1,4%).

No âmbito Provincial, as maiores dotações foram destinadas às Províncias de Nampula, com

7.060 milhões de Meticais (3,1%), de Cabo Delgado, com 5.260 milhões de Meticais (2,3%) e de

Sofala, com 5.210 milhões de Meticais (2,3%).

Gráfico n.º 2 - Distribuição das Dotações por Âmbito Territorial

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

160.000

CENTRAL PROVINCIAL DISTRITAL AUTÁRQUICO

143.980

45.577

33.674

3.195

MIL

PE

S D

E M

ET

ICA

IS

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Não foram fundamentadas por documentos legalmente

válidos as alterações orçamentais registadas no e-

SISTAFE referentes a diversos órgãos e instituições do

Estado.

Por ministros dos Sectores e Governadores Provinciais, foram

efectivadas libertações de cativos, inscrições de novas

actividades e projectos, transferências de dotações entre

instituições, redistribuições de verbas de projectos e inscrições

de saldos transitados, que são da competência do Ministro da

Economia e Finanças, nos termos do disposto no n.º 2 do

artigo 1 e n.º 1 e n.º 2 do artigo 3, ambos do Decreto n.º

11/2015, de 10 de Junho, que atribui competências aos

titulares dos órgãos e instituições do Estado para procederem a

alterações (transferências e redistribuições) de dotações

orçamentais em cada nível.

CONSTATAÇÕES

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Receita

CAPÍTULO II

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Capítulo II: RECEITA

2.1. FASES DA RECEITA

As receitas chegam aos cofres do Estado obedecendo aos quatro (4) passos seguintes:

2.2. RECURSOS DO ORÇAMENTO DO ESTADO

O total das receitas mobilizadas pelo Estado, em 2015, foi de

214.702.282 mil Meticais, distribuidos da forma apresentada no

quadro abaixo.

Quadro n.º 4 - Recursos do Orçamento do Estado

(Em mil Meticais)

Categorias Valores Peso (%)

Receitas Estado 155.892.975 72,6

Donativos 18.677.390 8,7

Empréstimos Externos 30.999.653 14,4

Emprestimos Internos 9.132.264 4,3

TOTAL 214.702.282 100

2.3. ANÁLISE DA RECEITA DO ESTADO

Em 2015, a Receita do Estado cobrada foi de

155.892.975 mil Meticais duma previsão de

160.707.817 mil meticais, dos quais 153.597.548 mil

Meticais (98,5%), da Administração Central e

2.295.426 mil Meticais (1,5%), da Administração Provincial, sendo que esta última inclui as

Indicação de

quanto foi

previsto na LOE

para a receita

Reconhecimento

do direito de o

Estado receber a

Receita

Recebimento de

Impostos, taxas e

créditos devidos

ao Estado

Depósito do

dinheiro nos

COFRES

DO

ESTADO

1. PASSO

2.º PASSO

3.º PASSO

4.º PASSO

HORA DE APRENDER

Receita Estado – todos os recursos

monetários ou em espécie, seja

qual for a sua fonte ou natureza,

postos à disposição do Estado.

Empréstimos Internos –

empréstimos que o Estado contrai

dentro do País.

Empréstimos Externos –

empréstimos que o Estado contrai

fora do País.

Donativos – ofertas que o Estado

recebe de organizações ou países.

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receitas do nível Distrital. Em termos globais, as Receitas Fiscais da Administração Central,

representam 83,2% do volume total.

2.4. COBRANÇA DO IVA

O valor do IVA cobrado em 2015 representou um

aumento de 7,3% em relação ao ano de 2014.

2.5. REEMBOLSOS DO IVA

De 2014 a 2015 passaram 348 pedidos de reembolsos de

IVA, no valor de 6.051.527 mil Meticais.

No exercicío de 2015, foram recebidas 950 solicitações, no

valor de 15.349.991 mil meticais, tendo sido pagos 734

pedidos, no valor de 5.797.070 mil Meticais, equivalentes a

24.4% do valor solicitado, o que significa que 75,6% não

foi satisfeito.

Por outro lado, em 2015, foram pagos 188 pedidos, no

valor de 2.054.873 mil Meticais, que respeitam a

submissões de anos anteriores e 546 processos de

reembolsos pagos, no montante de 3.742.198 mil Meticais,

das solicitações efectuadas no exercício.

O valor desembolsado pela administração fiscal, para a

satisfação das solicitações, no ano, equivale a uma

realização de 24,4% do total dos pedidos do exercício.

2.6. ARRECADAÇÃO DOS IMPOSTOS SOBRE O

RENDIMENTO NO QUINQUÉNIO

Em 2015, os Impostos Sobre o Rendimento constituíram 37,2% da Receita do Estado. No quadro

seguinte, é apresentada a sua evolução, compreendendo o período de 2011-2015

Quadro n.º 5 – Evolução da Cobrança dos Impostos Sobre o Rendimento

(Em mil Meticais)

Impostos 2011 2012 2013 2014 2015

IRPC 14.237.782 24.706.496 34.470.926 44.680.907 36.498.408

IRPS 10.583.962 12.007.193 14.841.220 18.345.213 21.311.245

Imposto Especial Sobre o Jogo 74.090 82.787 73.364 71.078 109.427

Total 24.895.834 36.796.476 49.385.510 63.097.198 57.919.080

Peso do IRPC (%) 57,2 67,1 69,8 70,8 63,0

Receitas Fiscais – aquelas que

provêm de impostos como o

IVA, o IRPC, o IRPS, etc.

IVA – Imposto sobre o Valor

Acrescentado. Este é pago

sempre que compramos ou

importamos alguns produtos.

Reembolsos do IVA – na

importação de alguns produtos,

o Estado cobra o IVA, porém,

no âmbito dos benefícios

fiscais, este deve devolver aos

importadores o valor

correspondente a este imposto.

Impostos sobre o Rendimento

– são o IRPS (aplica-se aos

rendimentos de pessoas

singulares) e o IRPC (que

tributa o rendimento de

empresas moçambicanas ou

estrangeiras com negócios em

Moçambique).

HORA DE APRENDER

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Verifica-se neste quadro, que no grupo dos Impostos Sobre o Rendimento, o Imposto Especial

Sobre o Jogo, em termos nominais, registou, em 2015, um crescimento de 54,0%.

Quanto ao peso do IRPC em relação ao total dos Impostos sobre o Rendimento, observa-se que,

ao longo do quinquénio, a sua proporção cresceu, de 2011 a 2014. Porém, em 2015, ocorreu uma

redução de 7,8%, em relação ao ano anterior, ainda assim, com maior peso no total.

2.7. RECEITA COBRADA AOS GRANDES PROJECTOS

Em 2015, os grandes projectos contribuíram, no global, com o valor de 11.550.600 mil Meticais,

sendo, de destacar, a Sasol Petroleum Temane (SPT), Anadarko Moçambique, a Hidroeléctrica

de Cahora Bassa e a ENI – East Africa SPA, com 22,7%, 22,1%, 19,8% e 13,1%

respectivamente.

Ressalta, das diferentes fontes de contribuição, a rubrica do IRPC, com 7.074.689 mil Meticais.

Este valor resulta da tributação do imposto sobre o lucro dos Mega-Projectos que se encontram

na fase produtiva e do conjunto das retenções na fonte para os empreendimentos que ainda estão

na fase de pesquisa e desenvolvimento, que são os casos da Anadarko Moçambique, Sasol

Petroleum Moçambique (SPM) e ENI - East Africa SPA.

No quadro a seguir, apresenta-se a contribuição, no quinquénio, das receitas colectadas dos

Mega-Projectos, na Receita do Estado e no PIB.

Quadro n.º - 6 Receita Cobrada por Mega-Projecto

(Em mil Meticais)

Mega-

Projecto

Natureza do Imposto

IRPC IRPS Iva Royal-

ties

Taxa

Liberatória

Receita

Consigna

-das

Taxa de

Conces-

são

Dividendos Outos Total Geral

HCB 816.588 259.287 154.797 0 0 396.905 663.641 0 0 2.291.218

Sasol

Petroleum

Temane

(SPT)

2.432.697 39.354 0 146.372 0 0 0 0 0 2.618.423

Vale

Moçambique 403.430 893.759 0 136.299 0 0 0 0 1.433.488

Anadarko

Moçambique 2.264.065 292.948 0 0 0 0 0 30 2.557.013

Sasol

Petroleum

Temane

(SPM)

2.279 0 0 0 0 0 0 0 2.279

Areias

Pesadas de

Moma

(Kenmare)

14.513 236.447 0 142.804 0 0 0 0 396.765

Rio Tinto 3.388 45.203 93 26.616 0 0 0 1.741 75.299

Mozal 0 316.030 0 0 341.048 949 0 0 6.643 664.670

ENI-East

Africa SPA 1.137.728 373.717 0 0 0 0 0 0 0 1.511.445

Total 7.074.689 2.456.744 154.890 455.091 341.048 397.854 663.641 155.150 6.643 11.550.600

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14

2.8. RECEITAS NÃO FISCAIS

No grupo das Receitas Não Fiscais, a rubrica das Receitas Próprias assume maior preponderância

no total arrecadado. Em 2015, tiveram o peso de 3,7%, o mais elevado do quinquénio, no total da

Receita do Estado.

2.9.RECEITAS DE CAPITAL

Ao longo deste período, as Receitas de Capital apresentaram um crescimento de 7,3%, por conta

do incremento de 49,5% da sub-rubrica de outras Receitas de Capital, que compensou a

diminuição de 30,8% registada nas Receitas de Dividendos e do crescimento, ainda que menor,

da rubrica da Alienação de Bens.

A variação negativa, nos últimos dois anos do período de 2011 a 2015, deveu-se, essencialmente,

à rubrica de Receitas de Dividendos, com taxas acima de 30% por ano. Este declínio sucede

após o registo de crescimento consecutivo nos exercícios de 2012 (39,1%) e 2013 (405,8%,).

2.10. RECEITA COBRADA ATRAVÉS DAS EXECUÇÕES FISCAIS

Como se pode observar no quadro que se segue, o saldo final das dívidas ao Estado referidas nos

documentos debitados aos Recebedores das Áreas Fiscais e, posteriormente, enviados à cobrança

coerciva, correspondia, em 31/12/2015, a 11.098.803 mil Meticais, mais 9.020.526 mil Meticais

que no ano anterior.

Quadro n.º 7 – Movimento dos Conhecimentos de Cobrança do Orçamento Central

(Em mil Meticais)

Designação 2011 2012 2013 2014 2015

Saldo Anterior 1.464.225 1.721.666 1.799.285 1.959.117 2.078.277

Débitos 739.561 400.623 431.972 343.859 17.901.503

Sub-Total 2.203.816 2.122.289 2.231.257 2.302.976 19.979.780

Cobrados 129.927 55.463 71.370 79.563 75.741

Anulados 352.223 267.541 200.770 145.136 8.805.236

Saldo Final 1.721.666 1.799.285 1.959.117 2.078.277 11.098.803

Os Conhecimentos de Cobrança debitados totalizaram, em 2015, o valor de 3.822 mil Meticais, e

o peso dos Conhecimentos Cobrandos arrecadados sobre o total das dívidas ao Estado, passou

de 3.5%, em 2014, para 0,4%, em 2015.

As Anulações, que representam a parcela incobrável pelo Estado, registaram o seu valor máximo

(44.1%), no que respeita ao seu peso sobre o total das dívidas ao Estado

2.11. BENEFÍCIOS FISCAIS

Os Benefícios Fiscais que incidem sobre o IRPC cresceram 43,1%, o IVA, 80,1% e os Direitos

Aduaneiros, em 80,4%.

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15

Há uma diferença não justificada, entre o valor

da receita registada nos balancetes (Tabelas

M/46) de algumas entidades (DAF´s e UGC´s)

auditadas e o reportado na CGE

O Governo ainda não emitiu qualquer certificação de

conformidade dos custos de exploração referentes aos

Projectos (Anadarko e ENI), no valor de USD, 7.492.037,7

cujo prazo contratualmente previsto é de 3 anos.

Persiste a falta de previsão orçamental

das receitas de Alienação de Bens e de

Dividendos.

HORA DE APRENDER

Benefícios Fiscais – medidas que

implicam a isenção ou redução do

montante a pagar dos impostos em

vigor, com o fim de favorecer as

actividades de reconhecido interesse

público.

Conhecimento de Cobrança –

certificado de dívida que é emitido pela

Direcção da Área Fiscal

Execuções Fiscais – quando os

contribuintes não pagam

voluntariamente os impostos, o Estado

cobrar coercivamente.

Resulta, da análise feita, que 50,1%, dos

Benefícios Fiscais foram para sujeitos passivos

inscritos na Unidade dos Grandes Contribuintes

(UGC) de Maputo e 16,0% para contribuintes da

Direcção de Área Fiscal da Matola.

Em termos globais, a Despesa Fiscal situou-se em

4,0% da receita arrecadada, com particular

destaque para a Província de Maputo, onde o rácio

Benefício/ Receita foi de 9,1%.

De 2011 a 2015, o Imposto sobre o Valor

Acrescentado (IVA) na Importação assume a maior

proporção de Benefícios Fiscais concedidos, sendo

nos valores de 6.000 mil Meticais, em 2012 e, de

17.076 mil Meticais, em 2015

CONSTATAÇÕES

P

Continua a falta de previsão de receitas de alienação de

bens, por Província, no Orçamento, quer na

Administração Central, quer na Provincial.

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Despesa

CAPÍTULO III

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16

Capítulo III: DESPESA

3.1.FASES DA DESPESA

Os passos para a realização das despesas são os seguintes:

Despesa Pública é o dispêndio, pelo Estado, de recursos monetários ou em espécie, seja

qual for a sua proveniência ou natureza, com ressalva daquelas em que o beneficiário se

encontra obrigado à reposição dos mesmos.

Na execução da Despesa foram tidos em conta, os Regulamentos do SISTAFE e da

Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de

Serviços ao Estado e o Manual de Administração Financeira e Procedimentos

Contabilísticos (MAF).

Fazem ainda parte da legislação atinente à execução da despesa as Instruções de

Execução Obrigatória do Tribunal Administrativo, de 29 de Dezembro de 2008 e, por

último, as Instruções sobre a Execução do Orçamento do Estado, emitidas pela Direcção

Nacional de Contabilidade Pública, em 31 de Outubro de 2000.

HORA DE APRENDER

Autorização através

da lei para o Estado

gastar (a chamada

dotação orçamental)

FIXAÇÃO

É a reserva da

dotação orçamental

necessária para a

realização de uma

despesa.

CABIMENTAÇÃO

Verificar se o serviço

foi feito ou se o bem

adquirido está em

boas condições.

Pagamento da

despesa liquidada.

PAGAMENTO

LIQUIDAÇÃO

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17

3.2. EXECUÇÃO GLOBAL DO ORÇAMENTO DA DESPESA SEGUNDO A

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL

A Despesa por funções é apresentada no Quadro que se segue:

Quadro n.º 8 – Execução do Orçamento da Despesa, Segundo a Classificação Funcional

(Em mil Meticais)

Sectores Prioritários Dotação

Actualizada

Execução

Valor %

Educação 45.563 41.815 91,8

Saúde 21.560 18.399 85,3

Infra-estruturas 28.743 21.592 75,1

Agricultura e Desenvolvimento Rural 13.193 11.366 86.1

Sistema Judicial 4.609 4.238 92,0

Outros Sectores Prioritários 6.130 5.035 82,1

Total Sectores Prioritários 119.799 102.446 85,5

Restantes Sectores 73.851 71.846 97,3

Despesa Sem Encargos da Dívida e Operações

Financeiras

193.650 174.292 90,0

Encargos da Dívida 7.622 7.622 100,0

Operações Financeiras 25.154 18.577 73,9

Despesa Total 226.425 200.491 88,5

Como se pode ver neste quadro, a execução

dos sectores económicos e sociais, em termos

globais, foi de 85,5% e a dos restantes

sectores, de 97,3%. A despesa total foi de

88,5%, com as Operações Financeiras a

registarem 73,9% e os Encargos da Dívida,

100,0%.

3.3. EXECUÇÃO GLOBAL DA COMPONENTE FUNCIONAMENTO DO

ORÇAMENTO

As despesas de funcionamento foram de 117.835.943 mil Meticais, distribuídos em 52.782.641

mil Meticais (44,8%) correspondem às despesas de Âmbito Central, 34.198.606 mil Meticais

(29,0%), do Provincial, 24.847.263 mil Meticais (24,5%), do Distrital e 2.007.433 mil Meticais

Encargos da dívida – abrangem as

transacções que conduzem à variação de

activos e passivos mobiliários e

financeiros do Estado.

Operações financeiras – operações

realizadas pelas empresas com objectivo

de gerar recursos financeiros (dinheiro).

Componente funcionamento do

Orçamento – analisa os gastos feitos pelo

Estado para pôr a sua máquina a

funcionar. (salários, pensões, energia,

combustível, etc).

As operações Financeiras podem ser

Activas quando compreendem a

concessão de empréstimos e

adiantamentos, aquisição de títulos de

HORA DE APRENDER

19

20

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18

(1,7%), do Autárquico. Constata-se que, do total executado nesta componente, 99,7% foi em

Despesas Correntes, sendo as Despesas de Capital a de 0,3%.

3.4. EXECUÇÃO GLOBAL DA COMPONENTE INVESTIMENTO DO

ORÇAMENTO POR ÂMBITO E TIPO DE FINANCIAMENTO

A execução da Componente Investimento foi de 64.077.888 mil Meticais. Deste valor,

49.328.952 mil Meticais (77,0%) correspondem às despesas de Âmbito Central, 9.124.695 mil

Meticais (14,2%), de Provincial, 4.442.284 mil Meticais (6,9%), de Distrital e 1.181.957 mil

Meticais (1,8%), de Autárquico.

Relativamente ao investimento de financiamento interno, foram executadas despesas no valor

de 42.677.398 mil Meticais, dos quais, 31.949.369 mil Meticais, no Âmbito Central (74,9%),

tendo o remanescente sido distribuído pelas províncias, distritos e autarquias.

Quanto ao financiamento externo, do valor de 21.400.490 mil Meticais, foram gastos

17.379.583 mil Meticais, a nível Central (81,2%), e o remanescente foi executado pelas

províncias e distritos.

3.4.1. FUNDO DE COMPENSAÇÃO

AUTÁRQUICA

A dotação orçamental do Fundo de Compensação

Autárquica, de uma dotação de 2.013.478 mil Meticais,

foram transferidos 2.007.432 mil Meticais,

correspondente a 99,7%.

Relativamente ao peso no montante global transferido de

2.007.432 mil Meticais, destacam-se os valores

transferidos para as Autarquias da Cidade de Maputo, da

Beira, da Matola e de Nampula representaram 18,6%, 9,1, 8,8% e 6,5%, respectivamente, do

valor executado.

3.5. EXECUÇÃO DA COMPONENTE INVESTIMENTO DO ORÇAMENTO

Na Componente Investimento, foram gastos 64.077.888 mil Meticais, dos quais 49.328.952

mil Meticais (77,0%) correspondem a despesas de Âmbito Central, 9.124.695 mil Meticais

(14,2%), do Provincial, 4.442.284 mil Meticais (6,9%), do Distrital e 1.181.957 mil Meticais

(1,8%), do Autárquico.

HORA DE APRENDER

Fundo de Compensação

Autárquica – destinado a

complementar os recursos

orçamentais das autarquias. É

constituído por 1,5% das

receitas fiscais previstas no

respectivo ano económico.

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19

Do investimento de financiamento interno, foram executadas despesas, no valor de 42.677.398

mil Meticais, dos quais, 31.949.369 mil Meticais, no Âmbito Central (74,9%), tendo o

remanescente sido distribuído pelas províncias, distritos e autarquias.

Relativamente ao financiamento externo, do valor de 21.400.490 mil Meticais, foram

despendidos 17.379.583 mil Meticais, a nível Central (81,2%), e o remanescente foi executado

pelas províncias e distritos.

Persiste o pagamento de despesas com recurso a verbas

inapropriadas, bem como a realização de despesas fora do

âmbito para que os projectos foram inseridos no Orçamento.

CONSTATAÇÕES

Parte das entidades auditadas não facultaram os Planos de

Actividades, as Memórias Descritivas que detalham os objectivos

e as actividades a serem desenvolvidas no âmbito dos projectos de

investimento inscritos e executados.

À semelhança dos exercícios económicos anteriores, na

celebração dos contratos relativos a pessoal, fornecimento de

bens, prestação de serviços, empreitada de obras públicas,

consultoria e arrendamento, não foram cumpridas as normas e

os procedimentos legalmente fixados sobre esta matéria, por

algumas instituições auditadas.

Tal como aconteceu nos anos anteriores, com as dotações

do exercício de 2015, algumas entidades pagaram

despesas de anos anteriores, sem inscrição, nos

respectivos orçamentos, da verba apropriada para

suportar este tipo de despesas.

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Operações Relacionadas com o

Património Financeiro do Estado

CAPÍTULO IV

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20

Capítulo IV: OPERAÇÕES RELACIONADAS COM O

PATRIMÓNIO FINANCEIRO DO ESTADO

São abordados neste capítulo as

operações financeiras que compreendem

os empréstimos contraídos, os créditos

concedidos as respectivas amortizações,

assim como as participações do Estado no

capital social de empresas e o saneamento

financeiro de unidades económicas do

Estado.

4.1. OPERAÇÕES FINANCEIRAS

ACTIVAS

A execução das operações activas em

2015 foi de 3.729.676 mil Meticais, o

correspondente a 36,2%, tendo as Outras

Operações Financeiras Activas sido

executadas na totalidade da verba

inscrita, os Empréstimos com Acordos de

Retrocessão registado 2.912.799 mil

Meticais, o equivalente a 30,8%, e o

Capital Social das Empresas atingido

uma execução de 95,5%.

4.2. PARTICIPAÇÕES DO ESTADO

Em 2015, o Estado através do IGEPE

geria um total de 113 empresas, das quais

94 são sociedades anónimas, 18 são

sociedades por quotas e 1 Fundação.

No exercício em apreço, o Estado detinha

participações em 77 sociedades, sendo,

em 9 delas, através do IGEPE, e nas

outras 8, tanto o Estado como o IGEPE

detinham participações. No exercício em

consideração, o Estado moçambicano

Operações Patrimoniais – dizem respeito ao

património físico e financeiro do Estado. As

receitas e despesas patrimoniais provêm da

administração desse património mobiliário e

imobiliário.

O Património Financeiro do Estado composto

pelo capital das empresas públicas e das

sociedades de capitais públicos, bem como

pelas participações do Estado no capital de

empresas privadas, quer sejam sociedades

anónimas, quer sejam sociedades por quotas,

ou outras.

Operações Financeiras Activas –

compreendem a concessão de empréstimos e

adiantamentos, aquisição de títulos de crédito,

incluindo obrigações, acções, quotas e outras

formas de participação do Estado.

Acordos de Retrocessão – São empréstimos

concedidos pelos diferentes parceiros, para os

quais o Estado é co garante da sua devolução.

Sociedades por Quotas – são aquelas em que

o capital está dividido em parcelas e os sócios

são solidariamente responsáveis pela

realização do capital social.

Capital Social – valor dos bens ou o dinheiro

com que os sócios contribuem para uma

empresa sem direito de devolução.

Sociedades Anónimas (SA) – aquelas em que

o capital é dividido em acções e cada sócio

limita a sua responsabilidade ao valor das

acções que detém.

HORA DE APRENDER

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21

participou no capital social de empresas com 28.525.120 mil Meticais, sendo 28.448.692 mil

Meticais, em Sociedades Anónimas, 51.427 mil Meticais, em Sociedades por Quotas e 25.000

mil Meticais, numa Fundação.

Das 94 Sociedades Anónimas participadas pelo Estado, destacam-se, em termos de peso, a

HCB - Hidroeléctrica de Cahora Bassa, S.A., com 20.024.392 mil Meticais (67,2%), seguida

pelas TDM - Telecomunicações de Moçambique, S.A., com 2.520.000 mil Meticais (8,5%) e

BNI - Banco Nacional de Investimentos, S.A., com

2.240.000 mil Meticais (7,5%)

4.3. SANEAMENTO FINANCEIRO ATRAVÉS

DO IGEPE

As despesas executadas pelo Estado no Saneamento

Financeiro de Empresas através do IGEPE, foram

628.676, mil Meticais, dos quais 72,6% destinou-se

ao saneamento financeiro do Banco Nacional de

Investimentos, SA e 4,0%, à EMATUM, S.A.

É de referir que os 456.599 mil Meticais que foram

destinados ao Banco Nacional de Investimentos, SA

correspondem ao pagamento das Obrigações do

Tesouro e respectivos juros ao Millennium bim,

resultantes do empréstimo de 471.571 mil Meticais,

contraído pelo IGEPE, no ano de 2012, para a

aquisição de parte de activos financeiros do capital

social do BNI, S.A., detida pelo Banco Português

(Caixa Geral de Depósitos).

O valor de 25.100 mil Meticais, desembolsado à

EMATUM, S.A., foi aplicado na realização da participação do Estado no capital daquela

empresa. Por sua vez, 6.489 mil Meticais foram destinados ao pagamento de suprimentos.

Foram transferidos 20.000 mil Meticais (3,2%) à Sociedade Moçambicana de Medicamentos

(SMM, S.A.) para esta pagar 10.000 mil Meticais de despesas correntes caucionadas, vencidas

em Agosto de 2015, 5.000 mil Meticais, de participação dos acionistas e 5.000 mil Meticais,

para disponibilidade de caixa.

IGEPE – entidade que gere as

participações que o Estado tem nas

empresas, com vista a garantir a

efectivação da sua reestruturação

patrimonial. Este coordena e

controla as participações do Estado

nos diferentes tipos de sociedade e

acompanha ou participa na gestão

de todas as empresas participadas

pelo Estado.

Saneamento Financeiro – processo

que visa ajustar a situação

financeira de uma empresa para

evitar o seu colapso, permitindo um

funcionamento normal da mesma. É

a implementação de um conjunto de

medidas com objectivo de melhorar

o seu desempenho.

HORA DE APRENDER

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22

Quadro n.º 9 - Despesas do Estado no Saneamento Financeiro de Empresas e Aumento

de Capital, através do IGEPE

(Em mil Meticais)

Empresas 2011 2012 2013 2014 2015 Total

2011/15

Peso

(%) Valor Peso

I. Saneamento Financeiro 148.653 310.559 149.522 359.615 146.978 23,4 1.115.327 53.9

1. Texmoque 0 2.360 0 0 0 0,0 2.360 0,1

2. Minas do Zambeze 0 0 8.027 0 0 0,0 8.027 0,4

3. Companhia do Búzi, SA 0 24.500 300 0 0 0,0 24.800 1,2

4. Vidreira e Cristalaria de

Moçambique, SA 0 4.145

0 0 0 0,0 4.145 0,2

5. ADENA 69.837 355 0 0 0 0,0 70.192 3,4

6. ALC - African Leasing

Company, SA (*) 12.973 0

2.472 0 0

0,0 15.445 0,7

7. Riopele, Têxteis de

Moçambique, SA

0

13.935 0 0 0

0,0 13.935

0,7

8. ECMEP´s e EAE´s, SA 24.660 219.716 130.045 309.492 0 0,0 683.913 33,1

9. IMA - Indústria

Moçambicana de Aço, SA

0 0 0 1.895 0 0,0 1.895 0,1

10. Mabor, SA 3.151 3.400 0 24.290 0 0,0 30.841 1,5

11. Conselho Municipal da

Cidade de Maputo - Projecto

Polana Caniço"

0 0 0 8.264 0 0,0 8.264 0,4

12. Mozaico do Índigo, SA 0 0 0 2.017 5.572 0,9 7.589 0,4

13. Sociedade Moçambicana

de Medicamentos, SA

37.562 32.148 7.190 3.902 20.000 3,2 100.802 4,9

14. Autogás, SA 0 0 0 2.464 0 0,0 2.464 0,1

15. Sogir, SA 0 0 0 4.500 0 0,0 4.500 0,2

16. SCANMO 0 0 0 2.470 0 0,0 2.470 0,1

17. Complexo Industrial de

Chókwè,

0 0 0 303 0 0,0 303 0,0

18. Magma 470 10.000 1.488 18 0 0,0 11.976 0,6

19. Banco Nacional de

Investimento (BNI), S.A

0 0 0 0 105.934 16.9 105.934 5,1

20. EMOPESCA, SA 0 0 0 0 4.950 0,8 4.950 0,2

21. EMATUM, SA. 0 0 0 0 6.489 1,0 6.489 0,3

22. Fundação Malonda 0 0 0 0 4.032 0,6 4.032 0,2

II. Operações Financeiras

Activas

0 471.571 0 0 481.699 76,6 953.270 46,1

II.2-Aumento da

Participação do Estado no

Capital Social

0 471.571 0 0 481.699 76,6 953.270 46,1

1. Banco Nacional de

Investimento (BNI), S.A

0 471.571 0 0 456.599 72,6 928.170 44,9

2. Ematum 0 0 0 0 25.100 4,0 25.100 1,2

Total Geral I + II 148.653 782.130 149.522 359.615 628.676 100,0 2.068.596 100,0

Total de Recursos

disponibilizados pelo Estado

680.797

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23

4.4. SANEAMENTO FINANCEIRO ATRAVÉS DA DNPE

Em 2015, foram desprendidos, através da DNPE, 2.346

mil Meticais no saneamento financeiro de empresas,

com recurso a receitas de alienação do património e

participações do Estado.

As despesas de saneamento financeiro tiveram uma

grande redução, passando de 8.580 mil Meticais, em

2014, para 2.346 mil Meticais, no exercício em análise.

4.5. EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS PELO

ESTADO

Neste ponto é analisada a situação de 26 beneficiários

de empréstimos concedidos, cujos saldos foram

reportados a 31/12/2002. A dívida, em 31/12/2015, era

de 595.837 mil Meticais, dos quais foram reembolsados

90.542 mil Meticais, o que corresponde a 13,2%, do

total dos empréstimos.

Há, ainda, 10 empresas que continuam sem efectuar qualquer pagamento, desde que lhes

foram concedidos os empréstimos, sendo que o total das dívidas ultrapassa os 231.759 mil

Meticais.

4.6. RECEITAS DE ALIENAÇÃO DAS PARTICIPAÇÕES DO ESTADO ATRAVÉS

DO IGEPE

Em 2015, o valor arrecadado representa uma redução de 69,6%, com as receitas da venda das

participações a significar uma redução de 54,1% e as das alienações aos GTT´s, 98,7%.

No exercício em apreço, o IGEPE arrecadou receitas no valor de 5.463 mil Meticais, dos quais

4.916 mil Meticais (90,0%) foram para os cofres do Estado e 546 mil Meticais (10,0%)

couberam ao IGEPE.

HORA DE APRENDER

DNPE – entidade que procede

ao saneamento das empresas

detidas pelo Estado, com

dificuldades financeiras. As

saídas de fundos respeitam, de

entre outras, ao pagamento de

salários em atraso,

indemnizações aos trabalhadores

e outras despesas

administrativas. As entradas de

fundos provêm dos pagamentos

efectuados pelos adjudicatários

das empresas privatizadas,

sendo, na sua maoria, realizados

em prestações.

Adjudicatário – pessoa escolhida

após concurso por ter apresentar

aproposta mais favorável para

adquirir uma empresa ou bem do

Estado.

O IGEPE continua a não deter o

controlo da totalidade das parcelas

do Estado no capital social de

empresas.

Continua fraco nível de

reembolsos, pelos beneficiários

dos empréstimos concedidos

com Fundos do Tesouro.

Constatações

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24

À semelhança do exercício anterior, os dados apresentados na CGE de

2015 são inconsistentes com os apurados na auditoria realizada ao

IGEPE, relativamente ao capital social das empresas e participações do

Estado por si geridas. O mesmo aconteceu em relação ao saneamento

financeiro de empresas.

Existem divergências nas condições

contratuais (maturidade e período de graça)

dos acordos de financiamento e de

retrocessão, referentes aos desembolsos de

2015

Foram celebrados acordos de retrocessão

com a EDM, E.P. e o FIPAG, cujos

valores divergem dos financiados ao

Estado

Continua a verificar-se o incumprimento generalizado no

pagamento das dívidas referentes à alienação do património

do Estado, incluindo participações do Estado em empresas.

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Dívida Pública

DÍVIDA PÚBLICA DÍVIDA PÚBLICA

CAPÍTULO V

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25

Capítulo V: DÍVIDA PÚBLICA

5.1. EVOLUÇÃO DA DÍVIDA PÚBLICA

Em 2015, a Dívida Pública situou-se, em

termos nominais, em 432.233 milhões de

Meticais que quando comparado com o ano

base, 2011 (149.907 milhões de Meticais),

apura-se o crescimento de 188,3%. A dívida

externa teve uma evolução de 184,5% e a

interna, 210,0%,o%. Em 2012, a dívida

cresceu 10,6%, em 2013, 22,3%, em 2014,

26,9% e em 2015, 67,9%. O crescimento

registado em 2015 deveu-se à contracção de

novas dívidas, no montante de 36.583

milhões de Meticais e à actualização do valor

transitado do ano anterior, ao câmbio de

44,92 Meticais por Dólar Americano, contra

a taxa de 31,50 Meticais, de 2014. No que

concerne ao peso, em 2015, a Dívida Pública

Externa constitui 84,0% do total e a sua média, no período de 2011 a 2015, é de 85,3%. A

interna significa 16,0%, no exercício, e a sua média, no período de 2011 a 2015, é de 14,7%.

5.2. DÍVIDA EXTERNA

A Dívida Pública Externa situou-se, em 2015, em 8.081,0 milhões de Dólares Americanos, um

crescimento de 14,3%, comparativamente ao exercício de 2014, em que foi de 7.067,9 milhões

de Dólares Americanos.

Como se pode observar no gráfico a seguir, em 2014 e 2015, a Dívida Bilateral registou os

valores de 3.776,8 milhões de Dólares Americanos e 4.440,6 milhões de Dólares Americanos,

respectivamente, superando a Multilateral que foi de 3.291,1 e 3.640,4 milhões de Dólares

Americanos, na mesma ordem.

Dívida Pública é todo o dinheiro que o

Estado deve a terceiros, dentro ou fora do

país.

O conceito da dívida pública está

relacionado com o conceito de défice

orçamental. Aliás, é em parte devido aos

défices orçamentais que existe dívida

pública.

A dívida pública pode ser Externa (quando

contraída fora do País) ou Interna (quando

contraída dentro do país).

A dívida externa pode ser Multilateral

(quando contraída junto de organismos

Internacionais, como o FMI, BIRD, etc) ou

Bilateral (quando contraída junto de

Estados).

HORA DE APRENDER

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26

Gráfico n.º 3 – Evolução do Stock da Dívida Pública Externa

Fonte: Anexo Informativo 6 da CGE (2011-2015).

Câmbio: 1 USD = 44,92 Meticais. 2.679,82.926,9

3.383,1

3.291,1

3.640,4

1.709,51.902,4

2.415,2

3.776,8 4.440,64.389,34.829,3

5.798,3

7.067,9

8.081,0

0,0

1.000,0

2.000,0

3.000,0

4.000,0

5.000,0

6.000,0

7.000,0

8.000,0

9.000,0

2011 2012 2013 2014 2015

Em

Mil

es d

e D

óla

res

Multilateral

Bilateral

Dívida Pública

Externa

5.2.1. DÍVIDA MULTILATERAL

Em 2015, a dívida multilateral registou o montante de 3.640,4 milhões de Dólares

Americanos, representando um crescimento de 10,6%, relativamente ao ano anterior, em que

foi de 3.292,3 milhões de Dólares Americanos.

Em termos de peso, as dívidas com o IDA e com o FAD, de 2.464,5 milhões de Dólares

Americanos e 741,4 milhões de Dólares Americanos, respectivamente, representam, no seu

conjunto, 88,1% do total desta dívida, em 2015.

5.2.2. DÍVIDA BILATERAL

A Dívida Bilateral atingiu, em 2015, o valor de 4.440,6 milhões de Dólares Americanos, o

que corresponde a um aumento de 15,3%, em relação ao exercício de 2014, em que a mesma

se situou em 3.850,7 milhões de Dólares Americanos. Nesta evolução, tiveram maior

influência as dívidas contraídas com China e Portugal, nos montantes de 1.635,3 milhões de

Dólares Americanos (36,8%) e 727,3 milhões de Dólares Americanos (16,4%).

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27

5.3. DÍVIDA INTERNA

A Dívida Interna é a contraída pelo Estado junto de

entidades de direito público ou privado, com

residência ou domiciliadas no País e cujo

pagamento é exigível dentro do território nacional.

Em 2015, o saldo acumulado da dívida interna foi

de 69.232.855 mil Meticais, dos quais 3.000.000 mil

Meticais referem-se ao reforço do balanço cambial

do Banco de Moçambique, 23.475.000 mil Meticais,

aos Bilhetes de Tesouro, emitidos junto de outros

bancos comerciais e instituições financeiras,

21.676.269 mil Meticais, às Obrigações do Tesouro

e 21.081.587 mil Meticais, a créditos diversos.

5.4. SUSTENTABILIDADE DA DÍVIDA

Os dados da análise da sustentabilidade da dívida

respeitantes ao período de 2011 a 2015 indicam um

incremento, à excepção do Serviço da Dívida

Pública Total e do valor das Exportações.

A Dívida Pública disparou de 8.170,7 milhões de

Dólares Americanos, em 2014, para 9.622,3 milhões

de Dólares Americanos, em 2015, tendo contribuído

para tal a Dívida Externa, com 8.081,0 milhões de

Dólares Americanos.

Análise mostra que a dívida está a crescer a uma

proporção maior que a do PIB. A relação Serviço da

Dívida/PIB aumentou, de 2014 para 2015, ao passar de 5,8% para 9,0%.

No exercício económico de 2015, todos os indicadores da sustentabilidade da Dívida Pública

Externa situaram-se dentro dos parâmentros normais mas, de 2011 a 2015, a sua evolução

mostra uma aproximação aos limites, sendo de salientar o crescimento do custo do Serviço da

Dívida relativamente às receitas, no exercício em apreço, de 112,1%.

Sustentabilidade da Dívida ou

Nível de Solvência – capacidade de

um país honrar as suas

responsabilidades relativas ao

serviço da dívida, sem prejuízo dos

seus objectivos de desenvolvimento

económico e social.

Serviço da Dívida – é uma

referência à totalidade dos

pagamentos que o devedor faz para

pagar os juros e amortizações

correspondentes a um empréstimo.

Bilhetes de Tesouro – são

instrumentos de financiamento do

Estado e de intervenção monetária,

que são emitidos pelo Banco de

Moçambique, no quadro das

medidas de política monetária, para

financiar défices temporários de

Tesouraria do Estado, originados

pela sazonalidade da receita fiscal

ou eventuais atrasos nos

desembolsos dos parceiros de

cooperação.

HORA DE APRENDER

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28

H

No ano em apreço, o Governo contraiu um

empréstimo não concessional, contrariando o

estabelecido no n.º 2 do artigo 9 da Lei Orçamental.

que autoriza o Governo a contrair empréstimos

externos, desde que a conjugação da taxa de juro,

período de diferimento e amortização e/ou outras

condições, resultem em financiamento concessional;

Foi fixado, fora do período legalmente definido, o limite

máximo de utilização de BT´s, no valor de 45.075.000 mil

Meticais.

CONSTATAÇÕES

Foram emitidos Bilhetes do Tesouro

sem cobertura legal.

As empresas EMATUM, SA, Proíndicus, SA e Mozambique

Asset Management (MAM, SA), contraíram empréstimos, no

exterior, que o Governo avalizou e, em razão disso, passaram a

constituir dívida indirecta do Estado. Estas dívidas foram

contraídas sem a devida autorização da Assembleia da

República.

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CAPÍTULO VI

Património do Estado

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Capítulo VI: PATRIMÓNIO DO ESTADO

6.1. VALORES DESPENDIDOS NA

AQUISIÇÃO DE BENS PATRIMONIAIS

AO LONGO DO QUADRIÉNIO 2011-2015

A despesa em bens inventariáveis, em 2015,

foi de 9.629.474 mil Meticais, representado

4,8% da despesa total registada no ano, dos

quais 1.196.402 mil Meticais correspondem à

execução da Componente de Funcionamento e

8.433.072 mil Meticais, ao Investimento.

Em relação ao ano de 2014, em que o

despêndio foi de 30.910.606 mil Meticais,

houve uma redução de 21.281.132 mil

Meticais (68,8%), consequência da contenção

da despesa pública.

Relativamente ao PIB, em 2015 as despesas

na aquisição de bens patrimoniais representam

1,6% do PIB, a menor proporção, no

quinquénio, correspondende a uma redução de

4,3% comparativamente aos anos anteriores

2014 (5,9%), 2013 (9,5%), 2012 (7,2%) e

2011 (8,7%), respectivamente.

6.2. ANÁLISE DO PROCESSO DE

INVENTARIAÇÃO

No exercício em consideração,os acréscimos

patrimoniais totalizaram 94.068.978 mil

Meticais. Em relação ao Patrímonio Final Bruto, representaram 23,0%, significando, um

aumento de 0,3 pontos percentuais, em relação ao ano de 2014 (16,3%). De forma

individualizada, as aquisições e as actualizações representaram 23,6% e 76,4%,

respectivamente.

6.3. DESPESAS EM BENS INVENTARIÁVEIS VERSUS INVENTARIAÇÃO

A despesa feita pelos organismos e instituições do Estado, na compra de bens inventariáveis,

no exercício de 2015, foi de 9.629.474 mil Meticais, significando uma diminuição de

20.548.077mil Meticais (68,1%), em relação ao ano de 2014.

Património do Estado – conjunto de bens

de domínio público e privado e dos

direitos e obrigações de que o Estado é

titular, independentemente da sua forma

de aquisição. O inventário do Património

do Estado abrange todos os bens de uso

especial ou indisponível, do domínio

privado do Estado, do domínio público e

património cultural, de utilização

permanente, com vida útil superior a um

ano, cujo valor de aquisição seja igual ou

superior a 350 Meticais, e que não se

destinem à venda, nomeadamente,

móveis, animais, veículos e imóveis.

A gestão destes bens é feita pela Direcção

Nacional do Património.

Património Bruto – valor total de

aquisição, do conjunto de bens de

domínio público e privado, de que o

Estado é o titular antes da dedução das

amortizações.

Património Liquido – o que é

apresentado após a dedução das

amortizações.

HORA DE APRENDER

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30

Igualmente, os montantes registados no Mapa Consolidado do Inventário do Património do

Estado, como aquisições do ano, e o Património Líquido, aumentaram, ao passar de 7.991.480

mil Meticais e 109.991.916 mil Meticais, em 2014, para 13.523.512 mil Meticais e

157.217.091 mil Meticais, em 2015, constata-se que houve um incremento de 69,2% e 42,9%,

respectivamente.

CONSTATAÇÕES

Há divergência da informação relativa ao número de imóveis, entre os

dados da CGE, no Relatório do Governo sobre os Resultados da Execução

Orçamental e os Mapas Consolidados do Inventário do Património do

Estado (Anexos 7.4, 7.8 e 7.9, respectivamente, Orgânico, das Empresas

Públicas e Autarquias).

Como tem sido referido nos relatórios e pareceres anteriores, nas auditorias

realizadas, apurou-se que ainda persistem situações como a não actualização

do Inventário, o preenchimento incorrecto/incompleto das Fichas de

Inventário, a falta de aposição das etiquetas de identificação nos bens e

inexistência dos bens nos locais de afectação.

O Anexo 7.3 - Mapa Consolidado do Inventário do Património do

Estado, que deveria reflectir o património de todo o País, continua

sem incluir as empresas públicas e autarquias

No exercício económico de 2015, embora se tenha realizado o Inventário Geral,

na maior parte das entidades auditadas por este Tribunal, o inventário não está,

harmonizado, havendo divergências entre os valores mantidos nos registos

contabilísticos das mesmas e os inseridos no e-Inventário da respectiva UGB

do ambiente e-SISTAFE.

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PARECER

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PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

I. ENQUADRAMENTO LEGAL

1.1 – Competência, Objecto e Prazos

A Constituição da República estabelece, na alínea a) do n.º 2 do seu artigo 230, que

compete ao Tribunal Administrativo emitir o Relatório e o Parecer sobre a Conta Geral do

Estado.

Pelo preceituado no n.º 1 do artigo 50 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o

Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), a Conta Geral do Estado

dever ser apresentada pelo Governo, à Assembleia da República e ao Tribunal

Administrativo, até 31 de Maio do ano seguinte àquele a que a mesma respeite.

O Relatório e o Parecer do Tribunal Administrativo sobre a Conta Geral do Estado devem

ser enviados à Assembleia da República até ao dia 30 de Novembro do ano seguinte àquele

a que a Conta Geral do Estado seja concernente, de acordo com o disposto no n.º 2 do

mesmo artigo.

É no cumprimento dos comandos normativos acima citados que o Tribunal Administrativo,

reunido em Plenário, emite o presente Parecer sobre a Conta Geral do Estado relativa ao

exercício económico de 2015.

1.2 - Âmbito do Parecer

Pelo preceituado no n.º 2 do artigo 14 da Lei n.º 14/2014, de 14 de Agosto, alterada e

republicada pela Lei n.º 8/2015, de 6 de Outubro, relativa à organização, funcionamento e

processo da Secção de Contas Públicas do Tribunal Administrativo, no Parecer sobre a

Conta Geral do Estado, este Tribunal aprecia, designadamente:

a) A actividade financeira do Estado, no ano a que a Conta se reporta, nos domínios

patrimonial e das receitas e despesas;

b) O cumprimento da Lei do Orçamento e legislação complementar;

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c) O inventário do património do Estado;

d) As subvenções, subsídios, benefícios fiscais, créditos e outras formas de apoio

concedidos, directa ou indirectamente.

As regras referentes à execução do Orçamento do Estado de 2015 constam dos seguintes

diplomas legais:

a) A Lei n.º 2/2015, de 7 de Maio, que aprova o Orçamento do Estado daquele ano;

b) A Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira

do Estado – SISTAFE;

c) O Regulamento do SISTAFE, aprovado pelo Decreto n.º 23/2004, de 20 de Agosto, e o

Regulamento da Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e

Prestação de Serviços ao Estado, aprovados pelo Decreto n.º 15/2010, de 24 de Maio;

d) O Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos (MAF),

aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 181/2013, de 14 de Outubro, do Ministro das

Finanças;

e) As Circulares n.º 05/GAB-MF/2014, de 30 de Dezembro, do Ministro das Finanças, n.º

04/GAB-MEF/2015, de 8 de Julho, e n.º 05/GAB-MEF/2015, de 28 de Outubro, ambas do

Ministro da Economia e Finanças, referentes à Recondução do Orçamento do Estado de

2014 para o Exercício de 2015, Administração e Execução do Orçamento e ao

Encerramento do Exercício, respectivamente;

f) As Instruções sobre a Execução do Orçamento do Estado, emitidas pela Direcção

Nacional da Contabilidade Pública, em 31 de Outubro de 2000, publicadas no BR n.º 17, II

Série, de 25 de Abril de 2001, e as Instruções de Execução Obrigatória do Tribunal

Administrativo (BR n.º 52, I Série, de 30 de Dezembro de 1999).

São objecto da Circular n.º 01/GAB-MF/2010, de 6 de Maio, do Ministro das Finanças, os

conceitos e procedimentos relativos à inscrição, no Orçamento do Estado, cobrança,

contabilização e recolha de receitas consignadas e próprias.

O Decreto n.º 11/2015, de 10 de Junho, atribui aos órgãos e instituições do Estado

competências para procederem a alterações (transferências e redistribuições) de dotações

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orçamentais, em cada nível, nos termos do artigo 8 da Lei n.º 2/2015, de 7 de Maio, que

aprova o Orçamento do Estado para o ano de 2015 e do artigo 28 e n.ºs 2 e 3 do artigo 34,

ambos da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro.

II. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Para efeitos de emissão do presente Relatório e Parecer, o Tribunal Administrativo

analisou a Conta Geral do Estado relativa ao exercício económico de 2015 e realizou

auditorias aos diversos órgãos e instituições do Estado, dos níveis central, provincial e

autárquico, com o objectivo de certificar os dados nela contidos. Nessas acções, o Tribunal

apurou, dentre outras constatações, que apesar dos progressos alcançados na observância

das normas e procedimentos respeitantes à colecta de impostos, execução de despesas e

respectiva contabilização, persistem situações de não canalização, às Direcções de Áreas

Fiscais (DAF´s), da totalidade ou parte das Receitas Próprias e Consignadas, por algumas

instituições e organismos do Estado que as arrecadam. Resulta, deste facto, que nem todas

as receitas destas duas rubricas ingressaram na Conta Única do Tesouro (CUT).

Pelo princípio da Unidade de Tesouraria, consagrado na alínea a) do número 1 do artigo 54

da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do

Estado, “todos os recursos públicos devem ser centralizados com vista a uma maior

capacidade de gestão, dentro dos princípios de eficácia, eficiência e economicidade”.

O registo das alterações de dotações orçamentais, em grande parte das entidades auditadas,

não foi fundamentado por documentação legalmente exigida para o efeito, em

conformidade com o Decreto n.º 11/2015, de 10 de Junho, que atribui competências aos

titulares dos órgãos e instituições do Estado para procederem a alterações (transfências e

redistribuições) de dotações orçamentais em cada nível.

Em algumas entidades auditadas, não foram facultadas as fichas de inscrição e memórias

descritivas de projectos de investimento inscritos no Orçamento, nas quais se poderiam

certificar os objectivos que nortearam a sua inscrição, o correspondente Programa do

Governo, bem como as actividades planificadas para a sua concretização.

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34

Os arquivos de algumas instituições auditadas continuam com deficiências de organização,

o que dificulta a localização completa dos documentos comprovativos das receitas

colectadas e das despesas executadas. De acordo com o n.º 1 do artigo 90 das Normas de

Funcionamento dos Serviços da Administração Pública, aprovadas pelo Decreto n.º

30/2001, de 15 de Outubro, o arquivo deverá ser organizado, de maneira a permitir a

consulta ou obtenção de informação, com eficiência, simplicidade e rapidez. Ainda a este

respeito, de acordo com o estabelecido na alínea d) do n.º 7.1 das Instruções Sobre a

Execução do Orçamento do Estado, da Direcção Nacional da Contabilidade Pública, de 31

de Outubro de 2000, supracitadas, nenhum registo poderá ser efectuado sem existência de

documento comprovativo, que deverá ser arquivado por verbas e anos, de modo a permitir

a sua identificação.

Subsiste, ainda, a execução de despesas em verbas inapropriadas, nuns casos, e não

elegíveis nos projectos em que foram contabilizadas, noutros, o que constitui desvio de

aplicação, segundo o disposto no n.º 1 do artigo 78 do Capítulo VIII, Título I, do Manual

de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, aprovado pelo Diploma

Ministerial n.º 181/2013, de 14 de Outubro, do Ministro das Finanças.

A violação das normas sobre a elaboração ou execução dos orçamentos, bem como da

assunção, autorização ou pagamentos de despesas públicas ou compromissos e a utilização

de dinheiros ou outros valores públicos em finalidades diferentes das legalmente previstas,

constituem infracções financeiras, nos termos das alíneas b) e n) do n.º 3 do artigo 98 da

Lei n.º 14/2014, de 14 de Agosto, alterada e republicada pela Lei n.º 8/2015, de 6 de

Outubro.

III. CONSTATAÇÕES E RECOMENDAÇÕES

3.1 – Processo Orçamental

3.1.1 - Recomendações

Face às constatações, o Tribunal Administrativo recomenda que:

a) O registo das alterações orçamentais, no e-SISTAFE, seja justificado por

documentação legalmente exigida para o efeito, observando-se o disposto no n.º 1

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do artigo 13 do Manual de Administração Financeira e Procedimentos

Contabilísticos (MAF), aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 181/2013, de 14 de

Outubro, do Ministro das Finanças (a);

b) As transferências e redistribuições de dotações orçamentais sejam efectuadas de

acordo com a legislação específica, e em estrito respeito pelas competências de

cada interveniente no processo (b).

3.2 – Execução da Receita

3.2.1- Recomendações

Face às constatações enunciadas no capítulo da Receita, recomenda-se:

a) A observância dos procedimentos e regras definidos na Circular n.º 01/GAB-

MF/2010, de 6 de Maio, do Ministro das Finanças, sobre os conceitos e

procedimentos relativos à cobrança de receitas, sua canalização às DAF´s de áreas

de jurisdição das entidades que as arrecadam e sua posterior requisição (a);

b) A implementação de acções efectivas que garantam o pleno cumprimento dos

imperativos legais na elaboração de orçamentos (b);

c) O melhoramento contínuo do sistema de controlo interno nas DAF´s e UGC´s e

levantamento tempestivo das Certidões de Dívida, dos Autos de Notícia e de

Transgressão, bem como das Liquidações Oficiosas do imposto, por forma a

salvaguardar o princípio da oportunidade, consagrado na alínea d) do artigo 39 da

Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o SISTAFE, segundo o qual a

informação deve ser produzida em tempo oportuno e útil, de forma a apoiar a

tomada de decisão e análise de gestão (c);

d) O cumprimento do princípio consagrado no n.º 1 do artigo 46 da Lei n.º 9/2002, de

12 de Fevereiro, segundo o qual a Conta Geral do Estado deve ainda ser elaborada

com clareza, exactidão e simplicidade, de modo a facilitar a sua análise económica

e financeira (d);

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e) A certificação, pelo Governo, nos prazos legalmente fixados, da conformidade dos

custos de exploração até aqui reportados pelas concessionárias das áreas 1 e 4, da

Bacia do Rovuma (e).

3.3 – Execução da Despesa

3.3.1 – Recomendações

Face às constatações descritas, o Tribunal Administrativo recomenda:

a) Que nos processos dos projectos de investimento executados, constem os

respectivos Planos de Actividades e as correspondentes Memórias Descritivas. (a);

b) Que o pagamento das despesas seja registado nas verbas prescritas no Classificador

Económico da Despesa, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 221/2013, de 30 de

Agosto, do Ministro das Finanças (b);

c) A observância do preceituado no n.º 3 do artigo 15 da Lei n.º 9/2009, de 12 de

Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado, segundo o

qual as despesas só podem ser assumidas no ano económico em que tiverem sido

orçamentadas. As referentes a anos anteriores devem ser contabilizadas em rubrica

específica, no Orçamento do Estado, segundo dispõe o n.º 1 do artigo 83 do Título I

do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos (MAF),

aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 181/2013, de 14 de Outubro, do Ministro

das Finanças (c);

d) O cumprimento do estatuído no n.º 2 do artigo 44 do Regulamento da Lei das

Empresas Públicas, aprovado pelo Decreto n.º 84/2013, de 31 de Dezembro,

segundo o qual a empresa pública deve submeter o Contrato-Programa à apreciação

e assinatura das entidades que exercem o poder tutelar e ao Ministério que

superintende a área das Finanças, até noventa dias a contar da data do início das

actividades da empresa ou sessenta dias antes da cessação da gerência anterior (d);

e) O acatamento do disposto no n.º 2 do artigo 36 do Regulamento da Lei das

Empresas Públicas, aprovado pelo Decreto n.º 84/2013, de 31 de Dezembro, o qual

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estabelece que os custos com o pessoal das empresas públicas não deve exceder

30,0% do total dos respectivos custos operacionais (e);

f) O respeito, na contratação de pessoal, de empreitada de obras públicas,

fornecimento de bens e prestação de serviços, consultoria e arrendamento, das

regras e procedimentos fixados na Lei n.º 14/2014, de 14 de Agosto, relativa à

organização, funcionamento e processo da Secção de Contas Públicas do Tribunal

Administrativo, alterada e republicada pela Lei n.º 8/2015, de 6 de Outubro, no

Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado, aprovado pela Lei n.º

14/2009, de 17 de Março, no Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras

Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo

Decreto n.º 15/2010, de 24 de Maio, nas Instruções de Execução Obrigatória do

Tribunal Administrativo, publicadas no BR n.º 52, I Série, de 30 Dezembro 1999

(f).

3.4 – Operações Relacionadas com o Património Financeiro do Estado

3.4.1 – Recomendações

Face às constatações feitas recomenda-se:

a) O acompanhamento e controlo efectivos, pelo IGEPE, das empresas participadas

pelo Estado, em cumprimento do preceituado na alínea a) do n.º 2 do artigo 5 do

seu Estatuto Orgânico, aprovado pelo Decreto n.º 46/2001, de 21 de Dezembro;

b) Que na Conta Geral do Estado seja reflectida a execução das operações de

saneamento financeiro de empresas, em obediência do princípio de clareza,

exactidão e simplicidade, conforme preceitua o n.° 1 do artigo 46 da Lei n.° 9/2002,

de 12 de Fevereiro;

c) O cumprimento do preconizado nas alíneas e) e f) do artigo 3 da Resolução n.º

22/2010, de 30 de Julho, da Assembleia da República, que aprova a Conta Geral do

Estado referente ao exercício económico de 2008, segundo as quais o Executivo

deve estabelecer e manter actualizado um mecanismo eficiente de controlo de

reembolsos dos fundos do tesouro concedidos a terceiros e a respectiva informação

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disponibilizada ao TA, e dar seguimento às recomendações do TA sobre a CGE

mantendo, regularmente, informada a Assembleia da República;

d) Que a DNPE, o IGEPE e a DNT desenvolvam esforços no sentido de fazer

cumprir, rigorosamente, as cláusulas contratuais relativas aos pagamentos das

prestações de aquisição do património do Estado.

3.5 – Dívida Pública

3.5.1 - Recomendações

Relativamente às constatações arroladas no capítulo da Dívida Pública, recomenda-se:

a) A observância do estabelecido no n.º 2 do artigo 9 da Lei Orçamental, que autoriza

o Governo a contrair empréstimos externos, desde que a conjugação da taxa de

juro, período de diferimento e amortização e/ou outras condições, resultem em

financiamento concessional;

b) O cumprimento do estatuído no n.º 2 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002, de 12

Fevereiro, que prescreve que “Nenhuma despesa pode ser assumida, ordenada ou

realizada sem que, sendo legal, se encontre inscrita devidamente no Orçamento do

Estado aprovado, tenha cabimento na correspondente verba orçamental e seja

justificada quanto à sua economicidade, eficiência e eficácia”;

c) O cumprimento do previsto nos diplomas ministeriais que autorizam a emissão de

Bilhetes do Tesouro;

d) A observância do estatuído no n.º 2 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002, de 12 Fevereiro;

e) A incorporação, nas correspondentes CGE, dos avales e garantias emitidos no ano;

f) O acatamento do previsto na alínea p) do n.º 2 do artigo 179, da Constituição da

República, quanto à necessidade de autorização, pela Assembleia da República, da

contracção de empréstimos pelo Governo.

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3.6 - Património do Estado

3.6.1 - Recomendações

Na sequência das constatações referidas neste capítulo, recomenda-se:

a) A inclusão, no Anexo 7.3 - Mapa Consolidado do Inventário do Património do

Estado, da informação relativa aos bens das empresas públicas e das autarquias;

b) O desenvolvimento de esforços que levem as entidades a procederem à

inventariação e digitação, no e-Inventário, dos bens, no ano da sua aquisição;

c) A apresentação de uma informação clara exacta e simples, na CGE seja, cumprindo

o estatuído no n.º 1 do artigo 46 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o

Sistema de Administração Financeira do Estado, nos termos do qual a Conta Geral

do Estado deve ser elaborada com clareza, exactidão e simplicidade;

d) A reavaliação dos bens que embora tenham o seu período de vida útil expirado,

ainda se encontram em condições de uso;

e) A implementação de uma articulação eficaz entre os diversos intervenientes no

processo de registo e regularização dos títulos de propriedade dos imóveis e

veículos e desenvolvimento de esforços tendentes a garantir que estes bens sejam

registados em nome do Estado, cumprindo-se o preceituado no n.º 1 do artigo 11 do

Regulamento do Património do Estado, segundo o qual “Todo o Património do

Estado sujeito ao registo deve ser inscrito nas respectivas Conservatórias, em nome

deste, pelo Ministério que superintende a área das Finanças”.

Que se faça o seguro dos veículos e imóveis do Estado, nos termos da alínea e) do artigo 7,

conjugado com o n.º 5 do artigo 20, ambos do Regulamento do Património do Estado,

supra referido, que estabelecem a obrigatoriedade de seguro dos bens do Estado;

f) Que as entidades inventariem os bens que lhes estão afectos, obedecendo ao

prescrito no n.º 2 do artigo 58 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, segundo o qual

“A inventariação e gestão do Património de Estado compete à entidade onde se

localizam os bens e direitos patrimoniais;

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g) O exercício de maior controlo e rigor no preenchimento das Fichas de Inventário,

em cumprimento dos procedimentos plasmados no Diploma Ministerial n.º

78/2008, de 4 de Setembro, do Ministro das Finanças, que aprova os Suportes

Documentais (Classificador Geral de Bens Patrimoniais e as Fichas de Inventário) e

no Regulamento do Património do Estado, aprovado pelo Decreto n.º 23/2007, de 9

de Agosto;

h) Que se proceda, periodicamente, ao confronto dos inventários físicos com os

respectivos valores contabilísticos, segundo o disposto na alínea d) do n.º 1 do

artigo 58 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro;

i) A verificação dos processos de contas de bens patrimoniais dos órgãos e

instituições do Estado, e bem como a fiscalização da observância de todas as

normas e instruções sobre a gestão do património do Estado, pela DNPE, enquanto

entidade responsável pelo património, nos termos das alíneas j) e k) do artigo 3 do

seu Regulamento Interno, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 94/2012, de 14 de

Junho, do Ministro das Finanças; A intensifique das acções de supervisão e

monitoria às entidades, também pela DNPE, por forma a garantir que os bens

adquiridos sejam incorporados no e-Inventário, em tempo útil;

j) Uma maior articulação entre a Direcção Nacional do Património do Estado e os

orgãos do Estado a que são alocados os bens, assim como se proceda ao

cadastramento dos orgãos e instituições do Estado no e-Inventário, de modo a

permitir o registo dos bens à sua guarda.

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III. Sala de Sessões do Plenário do Tribunal Administrativo, em Maputo, aos 27 de

Novembro de 2015.

Machatine Paulo Marrengane Munguambe –Juiz Conselheiro Presidente

Amílcar Mujovo Ubisse –Juiz Conselheiro Relator

Januário Fernando Guibunda –Juiz Conselheiro

Filomena Cacilda Maximiano Chitsonzo – Juíza Conselheira

José Luís Maria Pereira Cardos – Juiz Conselheiro

David Zefanias Sibambo – Juiz Conselheiro

Aboobacar Zainadine Dauto Changa – Juiz Conselheiro

João Varimelo, Juiz Conselheiro

José Maurício Manteiga –Juiz Conselheiro

Isabel Cristina Pedro Filipe – Juíza Conselheira

Rufino Nombora – Juiz Conselheiro

Pelo Ministério Público

FUI PRESENTE

Edmundo Carlos Alberto

Vice-Procurador Geral da República

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FICHA TÉCNICA

Propriedade e Edição

Tribunal Administrativo

Coordenação Editorial

Direcção de Sistemas de Informação e Comunicação

Inês Matsimbe

Contadoria da Conta Geral do Estado

Moisés Amaral

Equipa Técnica

Ancha Herculano

Elídia Jacques

Nalagi Faquir-Bay

Arranjo Gráfico

Ancha Herculano

Elídia Jacques

Nalagi Faquir-Bay

Revisão Linguística

DCI

Periodicidade

Anual

Distribuição

Gratuita