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18.2.5

 Assim, a crise de 1929-33 não foi de modo algum uma crise estruturaldo capital na formação global. Pelo contrário, forneceu o estímulo epressão necessários para o re-alinamento das suas !árias forçasconstituintes, conforme as relaç"es de poder ob#ecti!amentealteradas, muito contribuindo, desse modo, para o desen!ol!imentodas tremendas potencialidades do capital inerentes $ sua %totalidadeintensi!a%.

Externamente isto significou&

'1( uma mudança dramática do imperialismo multi-centrado,

ultrapassado, militar e político perdulariamente inter!encionista para

um sistema de dominação global )ue, sob a egemonia norte-americana, se torna muito mais din*mico e economicamente muitomais !iá!el e integrado+

'2( o estabelecimento do istema onetário nternacional e de

!ários outros /rgãos importantes de regulamentação das relaç"esinter-capitais incompara!elmente mais racionais do )ue a!ia $disposição da estrutura multi-centrada+

'3( a e0portação de capital em grande escala 'e com ela a

perpetuação mais efecti!a da dependncia e do subdesen!ol!imento%imposto( e o repatriamento seguro, em escala astron/mica, de ta0asde lucro totalmente inimaginá!eis nos países de origem+ e

'( a incorporação relati!a, em graus !ariados, das economias de

todas as sociedades p/s-capitalistas na estrutura de interc*mbioscapitalistas.

Por outro lado, internarmente, a ist/ria de sucesso do capital poderiaser descrita em termos de&

'1( uso de !árias modalidades de inter!enção estatal para a

e0pansão do capital pri!ado+

'2( transferncia de ind4strias pri!adas falidas, mas essenciais,

para o sector p4blico, e a sua utili5ação para no!amente apoiar,atra!6s dos fundos estatais, as operaç"es do capital pri!ado, paraserem no!amente transformadas em monop/lios ou )uase-monop/lios pri!ados depois de se terem tornado mais uma !e5

altamente lucrati!as pela in#ecção de fundos !olumosos financiadospela tributação geral+

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  '3( desen!ol!imento e operação bem sucedidos de uma economia

de %pleno emprego% durante a guerra e por um período considerá!eldepois dela+

'( larga abertura de no!os mercados e ramos de produção no

plano da %economia de consumo% fortemente distendida, #unto com osucesso do capital em gerar e sustentar padr"es e0tremamenteperdulários de consumo, força moti!adora !ital de tal economia+ e

'7( para coroar tudo isso, tanto no porte de seu peso econ/mico

como na sua significação política, estabelecimento de um imenso%comple0o industrial8militar% como controlador e beneficiário directo dafracção mais importante da inter!enção estatal& com isso,simultaneamente, o isolamento de bem mais de um terço da economia

das desconfortá!eis flutuaç"es e incerte5as do mercado.

 Apesar de o !alor intrínseco de todas estas reali5aç"es sere0tremamente problemático 'para di5er o mínimo(, não pode a!erd4!ida )uanto ao significado da auto-e0pansão din*mica do capital esua contínua sobre!i!ncia. Precisamente por causa da suaimport*ncia central nos desen!ol!imentos capitalistas do s6culo , ase!eridade da crise estrutural de o#e 6 fortemente realçada pelo factode !árias das características mencionadas acima #á não serem mais!erdades, e de as tendncias sub#acentes apontarem na direcção da

sua completa re!ersão& a tendncia a um no!o policentrismo 'pense-se no :apão e na Alemana, por e0emplo(, com conse)unciaspotencialmente incalculá!eis, a um persistente desemprego de massa'e suas implicaç"es /b!ias para a economia de consumo( e $desintegração ameaçadora do tema monetário internacional e seuscorolários. eria tolice considerar permanentes as posiç"espoderosamente fortificadas do comple0o industrial-militar e suacapacidade de e0trair e alocar para si mesmo, imperturbado, oe0cedente necessário para seu funcionamento contínuo na escala

actual, ainda astron/mica.

 Algumas pessoas argumentam )ue, assim como conseguiu resol!eros seus problemas no passado, o capital o fará indefinidamentetamb6m no futuro. Poderiam acrescentar )ue, se a crise de 1929-33imp;s ao capital mudanças dramáticas, )ue !imos testemunandodesde então, a crise estrutural actual de!erá produ5ir rem6diosduradouros e soluç"es permanentes. < problema deste raciocínio 6)ue ele não conta com absolutamente nada para respaldar o sonhoinviável de perseguir a %lina de menor resistncia% )uando isso não

mais 6 possí!el.

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=mbora se#a !a5io e perigoso argumentar a partir de meras analogiascom o passado, torna-se auto-contradit/rio fa5-lo )uando o assuntoem )uestão 6 precisamente a crise estrutural e o colapso de algunsmecanismos e determinaç"es at6 agora !itais, )ue se manifestam sob

a forma da pr/pria crise de controlo e dominação estabelecida.Podem-se especificar as condiç"es para uma solução da crise actual,como !eremos mais adiante. Portanto, a menos )ue se possademonstrar )ue as tendncias contempor*neas de desen!ol!imentodo capital podem realmente satisfa5er estas condiç"es, toda acon!ersa sobre a sua capacidade intrínseca de sempre resol!er osseus problemas será apenas um %assobiar no escuro% para afugentaro medo.

<utra lina de argumentação insiste )ue o capital tem $ sua

disposição uma imensa força repressi!a )ue pode usar li!remente,tanto )uanto )uiser, na resolução dos seus crescentes problemas.=mbora a#a certas restriç"es > algumas at6 importantes > ao usoreal, e potencial, de força bruta pelo capital, 6 in)uestioná!el )ue acapacidade de destruição e repressão acumuladas 6 assustadora, econtinua a multiplicar-se. esmo assim, mant6m-se a !erdade de )uenada se resol!e, nem #amais foi resol!ido, apenas pela força. ?endasem contrário > relati!as ao na5ismo e ao estalinismo, por e0emplo >são fre)uentemente usadas para #ustificar a cumplicidade mais oumenos acti!a de sectores importantes da população supostamenteimpotentes.

 Al6m disso, á uma consideração ainda mais importante )ue se refere$s características inerentes ao pr/prio capital. < capital 6 uma forçae0tremamente eficiente para mobili5ar os comple0os recursosproduti!os de uma sociedade muito fragmentada. @ão importa aocapital em )uantas partes& o seu grande recurso 6 precisamente acapacidade de lidar com a fragmentação. Por6m, o capitaldefiniti!amente não 6 um sistema de emergência unificadora, nem

poderia s-lo a longo pra5o, de!ido $ sua pr/pria constituição interna.@ão 6 de modo algum acidental )ue formaç"es estatais como asfascistas s/ se#am !iá!eis o#e na periferia do sistema do capitalglobal, subordinadas a algum centro %metropolitano% liberaldemocrático e dele dependentes.

 Assim, por maior )ue se#a o 0ito temporário das tentati!asautoritárias de %puno de ferro% em atrasar ou adiar o %momento da!erdade% > e as probabilidades de tais 0itos a curto pra5o nãode!em ser subestimadas > num pra5o mais longo elas podemsomente agra!ar a crise. <s problemas estruturais descritos acimae)ui!alem a um importante entra!e no sistema global de produção e

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distribuição. ada a sua condição de entra!e, e0igem rem6diosestruturais ade)uados, e não a sua multiplicação atra!6s deadiamentos forçados e de repressão. Por outras pala!ras, estesproblemas re)uerem uma inter!enção positi!a no pr/prio processo

produti!o problemático para enfrentar as suas contradiç"esperigosamente crescentes, para remo!-los $ medida )ue o permita oritmo da reestruturação real. Bontra isto, 6 absurdo sugerir apossibilidade de o capital recorrer, en)uanto isto ainda 6 possí!el, $dominação por meio de um estado de emergência completamenteinstá!el, portanto necessariamente efémero como condição permanente de sua normalidade futura.