verificaÇÃo da atividade antimicrobiana de...

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54 R. Periodontia - Dezembro 2007 - Volume 17 - Número 04 INTRODUÇÃO A cavidade bucal possui um habitat favorável a uma grande variedade de bactérias, devido à presença cons- tante de nutrientes e secreções. Algumas bactérias da flora oral normal possuem potencial patogênico capaz de causar danos ao hospedeiro (SILVA, 1999). Embora a higienização bucal consiga reduzir a pla- ca dentária, ela não é geralmente suficiente para elimi- nar a fermentação dos restos de placa localizados em lugares inacessíveis à escovação ou pela limpeza do fio dental. Portanto, bochechos com soluções anti-sépti- cas, como clorexidina, triclosan e associações como mentol, timol e eucaliptol; são de grande valia como complementação de higiene bucal (SILVA & ALVES, 2000). Um método químico que está sendo atualmente bastante estudado por suas propriedades terapêuticas é a solução de própolis. Apesar de já ter sido utilizada pelo homem empiricamente desde o Egito Antigo (GALVÃO & GALVÃO, 2003). Na história da medicina popular a própolis pode ser considerada como um dos mais eficientes medicamentos naturais descobertos (GERALDINI et al, 2000). A própolis é uma substância resinosa coletada pe- las abelhas de diversas partes das plantas (ALENCAR et al , 2005). As abelhas, com incrível capacidade biosseletora VERIFICAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE SOLUÇÕES À BASE DE PRÓPOLIS, SOBRE MICROBIOTA ORIUNDA DE BOLSAS PERIODONTAIS - ESTUDO IN VITRO Evaluation of antimicrobial activity of solutions propolis upon microorganisms of the periodontal pockets – Study in vitro Paulo Augusto Sperança 1 , Leógenes Maia Santiago 2 , Tharciana Bezerra Toscano de Carvalho 3 , Wedja Karla Florêncio Neves 3 RESUMO A atividade antimicrobiana do extrato alcoólico de própolis em diferentes concentrações contra bactérias periodontopatogênicas foi investigada através de testes in vitro. Realizou-se o teste de difusão em culturas mistas oriundas de bolsas periodontais, em condições de anaerobiose facultativa e microaerofilia. A leitura e a mensuração dos halos de inibição foram feitas pelo uso de régua milimetrada e computação grá- fica. Os resultados encontrados permitiram observar que o extrato em todas as concentrações testadas inibiu o cresci- mento bacteriano. As soluções utilizadas foram de 30%, 20%, 10% e 5%, que na condição de anaerobiose facultativa apre- sentaram, respectivamente, valores médios de halo de inibição de 16,20 mm, 15,41 mm, 15,11 mm e 13,07 mm; na condi- ção de microaerofilia os valores médios foram de 16,12mm, 15,03mm, 14,10mm e 13,20mm, respectivamente. Estes re- sultados sugerem a continuidade dos estudos com a própolis, tendo em vista que foi observada sua atividade antimicrobiana, até mesmo em baixas concentrações, com base nas condi- ções experimentais da presente pesquisa. UNITERMOS: 1 Doutor em Farmacologia da FOP/UNICAMP-USP 2 Mestrando em Periodontia da AWU-USA 3 Pós-graduandas em Clínica Odontológica da Faculdade de Odontologia de Caruaru - FOC Recebimento: 10/04/07 - Correção: 07/05/07 - Aceite: 11/05/07 Própolis; teste de sensibilidade microbiana; bactérias periodontopatogênicas. R Periodontia 2007; 17:54- 59. revdezrepaginado30-04indmexido.pmd 27/5/2008, 18:48 54

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R. Periodontia - Dezembro 2007 - Volume 17 - Número 04

INTRODUÇÃO

A cavidade bucal possui um habitat favorável a uma

grande variedade de bactérias, devido à presença cons-

tante de nutrientes e secreções. Algumas bactérias da

flora oral normal possuem potencial patogênico capaz

de causar danos ao hospedeiro (SILVA, 1999).

Embora a higienização bucal consiga reduzir a pla-

ca dentária, ela não é geralmente suficiente para elimi-

nar a fermentação dos restos de placa localizados em

lugares inacessíveis à escovação ou pela limpeza do fio

dental. Portanto, bochechos com soluções anti-sépti-

cas, como clorexidina, triclosan e associações como

mentol, timol e eucaliptol; são de grande valia como

complementação de higiene bucal (SILVA & ALVES,

2000).

Um método químico que está sendo atualmente

bastante estudado por suas propriedades terapêuticas

é a solução de própolis. Apesar de já ter sido utilizada

pelo homem empiricamente desde o Egito Antigo

(GALVÃO & GALVÃO, 2003). Na história da medicina

popular a própolis pode ser considerada como um dos

mais eficientes medicamentos naturais descobertos

(GERALDINI et al, 2000).

A própolis é uma substância resinosa coletada pe-

las abelhas de diversas partes das plantas (ALENCAR et

al, 2005). As abelhas, com incrível capacidade biosseletora

VERIFICAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DESOLUÇÕES À BASE DE PRÓPOLIS, SOBRE MICROBIOTAORIUNDA DE BOLSAS PERIODONTAIS - ESTUDO INVITROEvaluation of antimicrobial activity of solutions propolis upon microorganisms of the periodontal

pockets – Study in vitro

Paulo Augusto Sperança1, Leógenes Maia Santiago 2, Tharciana Bezerra Toscano de Carvalho3, Wedja Karla Florêncio Neves3

RESUMO

A atividade antimicrobiana do extrato alcoólico de própolis

em diferentes concentrações contra bactérias

periodontopatogênicas foi investigada através de testes in vitro.

Realizou-se o teste de difusão em culturas mistas oriundas de

bolsas periodontais, em condições de anaerobiose facultativa e

microaerofilia. A leitura e a mensuração dos halos de inibição

foram feitas pelo uso de régua milimetrada e computação grá-

fica. Os resultados encontrados permitiram observar que o

extrato em todas as concentrações testadas inibiu o cresci-

mento bacteriano. As soluções utilizadas foram de 30%, 20%,

10% e 5%, que na condição de anaerobiose facultativa apre-

sentaram, respectivamente, valores médios de halo de inibição

de 16,20 mm, 15,41 mm, 15,11 mm e 13,07 mm; na condi-

ção de microaerofilia os valores médios foram de 16,12mm,

15,03mm, 14,10mm e 13,20mm, respectivamente. Estes re-

sultados sugerem a continuidade dos estudos com a própolis,

tendo em vista que foi observada sua atividade antimicrobiana,

até mesmo em baixas concentrações, com base nas condi-

ções experimentais da presente pesquisa.

UNITERMOS:

1 Doutor em Farmacologia da FOP/UNICAMP-USP

2 Mestrando em Periodontia da AWU-USA

3 Pós-graduandas em Clínica Odontológica da Faculdade de Odontologia de Caruaru - FOC

Recebimento: 10/04/07 - Correção: 07/05/07 - Aceite: 11/05/07

Própolis; teste de sensibilidade microbiana;

bactérias periodontopatogênicas. R Periodontia 2007; 17:54-

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coletam as resinas de que necessitam e as transformam, com

uma enzima produzida por glândulas salivares, fornecendo-lhes

ácidos graxos insaturados que potencializam as propriedades

das resinas vegetais (GARCIA et al, 2004).

Alguns componentes estão presentes em todas as amos-

tras, enquanto outras ocorrem somente em própolis colhidas

de espécies particulares de plantas. Pelo menos 200 componen-

tes diferentes já foram identificados em amostras de própolis de

origens diversas, dentre esses, ácidos graxos e fenólicos, ésteres,

ésteres fenólicos, flavonóides, terpenos, esteróides, aldeídos e

álcoois aromáticos, sesquiterpenos e naftalina (MARCUCCI, 1995

apud MANARA et al, 1999).

A própolis tem atividade antibiótica, cicatrizante (AGOSTINI

et al, 1997), antiinflamatória, antioxidante (PARK et al, 1998),

antiviral, anestésica (MANARA et al, 1999), antifúngica (MARTINS

et al, 2002; OLIVEIRA et al, 2006), amebicida (SANTOS & ZAIA,

2002), antiulcerogênica (ARAÚJO et al, 2002), antitumoral, anti-

séptica (GARCIA et al, 2004), antibacteriana (FERREIRA, 1999;

KOO et al, 2002; DOS SANTOS, 2003; COELHO et al, 2004;

VARGAS et al, 2004) e anticariogênica (ALMEIDA et al, 2006),

além de possuir biocompatibilidade (ARAÚJO et al, 2001).

A atividade antimicrobiana possui maior ou menor efeito

mediante os componentes químicos, o gênero da abelha

coletora e os meios de preparo da própolis (SWERTS et al, 2002).

Como é extraída bruta, a própolis necessita de preparações para

o seu correto emprego, seja em in vitro ou em enxaquatórios

para os ensaios clínicos (PARK et al, 1998).

Todas as propriedades terapêuticas, associadas ao baixo

custo do produto, fazem das soluções de própolis um potencial

método de enxagüatório de uso em cavidade oral.

Apesar da atividade antimicrobiana do extrato alcoólico de

própolis ter sido estudada por vários autores, poucos a investiga-

ram em patógenos orais, dentre eles Gebara et al, 1996; Ferreira,

1999; Gebara et al, 2002; Pereira, 2003; Coelho et al, 2004;

Almeida et al, 2006.

Desta maneira, o presente estudo foi delineado para avaliar

in vitro a atividade antimicrobiana de soluções à base de própolis,

sobre microbiota de bolsas periodontais.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado na Faculdade do Agreste

Pernambucano (FAAPE), no setor de microbiologia do Laborató-

rio de Análises Clínicas, situada na cidade de Caruaru-PE, mantida

pela Associação Caruaruense de Ensino Superior (ASCES).

Foram utilizadas culturas mistas de microorganismos (“pool”

de germes) periodontopatogênicos, cedidos em frascos

liofilizados pelo Laboratório de Microbiologia Experimental da

UFRJ. Armazenados em sangue desfibrinado de coelho jovem

no Laboratório de Microbiologia de FOP/UPE.

Foi verificada a atividade antimicrobiana, sob tais

microorganismos, dos seguintes produtos:

� EAP (P1): Extrato Alcoólico de Própolis a 30%

� EAP (P2): Extrato Alcoólico de Própolis a 20%

� EAP (P3): Extrato Alcoólico de Própolis a 10%

� EAP (P4): Extrato Alcoólico de Própolis a 5%

Todas as soluções testadas foram manipuladas em farmácia

de manipulação (Pharmaderme), respeitando-se as concentra-

ções e características galênicas recomendadas pela literatura

especializada.

A técnica que foi utilizada para realização dos testes de sen-

sibilidade seguiu a técnica preconizada por Bauer-Kirby (1966),

descrita pela NCCS-National Commitee for Clinical Laboratory

Standards subsidiados por informações técnicas de autores

como Ferreira & Ávila, 1996; Couto et al, 1999; Opplustil et al,

2000; Microbiology Manual Merck, 2000.

Oriundo dos tubos de armazenagem, os inóculos foram

transferidos para o meio líquido de tioglicolato de sódio USP

(Merck) encubados a 37º C por 48 horas, quando então se

transferiu uma alçada para o caldo de triptona soja (BBL) ajus-

tando-se então a densidade da suspensão bacteriana ao tubo 4

da escala de McFarland, objetivando-se padronizar o crescimen-

to microbiano nas placas de cultura.

Uma vez padronizada a turbidez do inóculo bacteriano, foi

semeado 0,1 ml de cada cultura mista no meio de ágar triptona

soja (Merck), previamente esterilizado em autoclave por 20 mi-

nutos a 01 ATM e distribuído assepticamente em placas de Petri

(Pirex) de 9 cm de diâmetro.

Os inóculos de cada cultura teste foram então espalhados

na superfície dos meios de cultura, com o auxílio de uma alça de

Drigalski, deixando-se as placas secando a temperatura ambien-

te por um período de 15 minutos. Os produtos químicos foram

levados para o interior das placas de Petri pela impregnação de

discos de papel de filtro estéreis de 6 mm de diâmetro, após a

remoção do excesso testando-se os produtos.

A incubação das placas foi realizada por um período de 48

horas a temperatura de 37°C, para a cultura mista em condi-

ções de anaerobiose facultativa, sendo o tempo de incubação

de 72 horas em condições de microerofilia, em jarra de fecho

hermético.

A leitura e a mensuração dos halos de inibição foram realiza-

das em triplicata, utilizando régua milimetrada, sendo os valores

expressos pela média aritmética, considerando que para cada

cultura foram realizados 10 testes, desconsiderando os halos de

inibição cujos valores fossem inferiores a 1 mm. Para maior segu-

rança na obtenção dos resultados, também foram utilizadas

técnicas de leitura computadorizadas, pela utilização de réguas

digitais e de softwares específicos, aplicando-se o filtro gráfico

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CARTONIZAÇÃO (PHOTOSUITE 2-MGI), como também o uso

do IMAGETOOL (FIGURA 1), de acordo com as recomenda-

ções de alguns autores, como Lafayette et al, 2004.

RESULTADOS

Os resultados do teste de difusão estão apresentados na

TABELA 1, os quais se referem à média dos halos de inibição

em mm.

Em condição de anaerobiose facultativa a microbiota mos-

trou-se sensível ao EAP em todas as concentrações estudadas.

Apresentando resultados de 16,20 mm, 15,41 mm, 15,11 mm

e 13,07 mm para as concentrações de 30%, 20%, 10% e 5%,

respectivamente (FIGURA 2).

Também se verificou a mesma sensibilidade ao EAP nas cul-

turas com incubação em microaerofilia, apresentando, para as

concentrações de 30%, 20%, 10% e 5%, valores de 16,12 mm,

15,03 mm, 14,10 mm e 13,20 mm, respectivamente

(FIGURA 3).

DISCUSSÃO

Concluída a parte experimental e a análise dos resultados,

observamos que as soluções testadas, em todas as concentra-

ções, apresentaram atividade inibitória sob as culturas teste, tan-

to em condições de anaerobiose facultativa, quanto em

microaerofilia.

Essa atividade antimicrobiana condiz com os achados de

autores como Fernandes Jr et al, 2001; Pereira, 2003; Vargas et

al, 2004; e Almeida et al, 2006, que relataram estar presente

esta propriedade inibitória, bem como a mesma ser desejável.

Koo et al, 2000, também comprovaram que a própolis é

agente antimicrobiano, através de um trabalho que avaliou essa

ação in vitro do EAP a 10%, o qual inibiu todos os 15

microorganismos testados. Da mesma forma Gebara et al, 2002,

obtiveram resultados semelhantes contra cepas

periodontopatogênicas de Prevotella intermédia, Prevotella

melaninogenica, Porphyromonas gingivalis, Actinobacillus

actinomycetemcomitans, Capnocytophaga gingivalis e

Fusobacterium nucleatum.

Tomando por base as concentrações estudadas, esperava-

se que concentrações progressivamente menores apresentas-

sem igualmente valores médios de halos de inibição numerica-

mente menores, fato este confirmado em parte pelos resulta-

dos. Já que a análise mais detalhada, com os testes

antimicrobianos das duas culturas, permite observar que os va-

lores encontrados nas soluções com 30%, 20%, e 10% mos-

tram-se equivalentes, uma vez que foi encontrada pequena di-

ferença apenas no caso da diluição de 5%.

Resultado diferente do apresentado por Park et al, 1998, em

seu estudo sobre as aplicações da própolis, determinaram que

os EAP a 10% e 20% não apresentaram atividade antimicrobiana,

o EAP de 30% a 50% apresentaram uma ligeira atividade, mas

que concentrações de 60% a 80% aumentaram significativa-

mente a capacidade de inibição do crescimento microbiano.

Já Pereira, 2003, em seu estudo realizado com EAP a 5%,

confirmou que concentrações menores também possuem efei-

to antimicrobiano. Ele o utilizou uma vez ao dia, em blocos de

esmalte extraídos de terceiros molares inclusos e concluiu que a

própolis atua sobre o biofilme dental, diminuindo a população

dos microorganismos que foram avaliados (Streptococcus to-

tais, Streptococcus mutans e Lactobacilos).

Assim, com base nos resultados da presente pesquisa, ob-

serva-se que concentrações menores se mostram tão efetivas

quanto as maiores, sendo as mesmas, razão de resistência

microbiana e tolerância orgânica, de eleição quando compara-

das às mais concentradas. Desta forma, é factível que se passem

aos clínicos e especialistas esta lógica, diminuindo os riscos po-

tenciais de aparecimento de cepas resistentes, quadros de

superinfecção e recidiva da infecção por uso abusivo de princípi-

os antimicrobianos.

CONCLUSÕES

Os testes de difusão realizados perante culturas mistas de

bolsas periodontais, em condições de anaerobiose facultativa e

microaerofilia, mostram-se sensíveis quanto à atividade

antimicrobiana do extrato alcoólico de própolis, nas concentra-

ções de 30%, 20%, 10% e 5%, não existindo diferença significa-

tiva entre os valores encontrados. Essa equivalência pode servir

Culturas Mistas EAP 30% EAP 20% EAP 10% EAP 5%

Anaerobiose Facultativa 16,20 15,41 15,11 13,70

Microaerofilia 16,12 15,03 14,10 13,20

Tabela 1

VALORES MÉDIOS DOS HALOS DE INIBIÇÃO EM MM DO CRESCIMENTO BACTERIANO, RESULTANTE DO TESTE DE DIFUSÃO REALIZADO

PARA AS SOLUÇÕES DE EXTRATO ALCOÓLICO DE PRÓPOLIS EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES SOBRE CULTURAS MISTAS ISOLADAS DE

BOLSAS PERIODONTAIS COM INCUBAÇÃO EM CONDIÇÕES DE ANAEROBIOSE FACULTATIVA E MICROAEROFILIA

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de referencial para que se utilizem concentrações menores, evi-

tando-se quadros de tolerância e, principalmente, de resistência

microbiana.

ABSTRACT

The antimicrobial activity of the alcoholic extract of propolis

in different concentrations against bacteria of the periodontal

tissues was investigated through tests in vitro. The Test of Diffusion

was carried through in mixing cultures deriving of periodontal

pockets markets, in anaerobic facultative and microaerophilia

conditions. The reading and measurement of halos inhibition

was made by the use ruler in millimeters and graphical

computation. The joined results had allowed to observe that the

extract in all the tested concentrations inhibited the bacterial

growth. The used solutions had been of 30%, 20%, 10% and

5%, that in anaerobic facultative condicions, they had presented,

respectively, average values of halo inhibition of 16,20 mm, 15,41

mm, 15,11 mm and 13,07 mm; microaerophilia conditions, the

average values had been of 16,12mm, 15,03mm, 14,10mm

and 13,20mm, respectively. The gotten results encourage the

accomplishment of new studies with the propolis, in view of

FIGURA 1: teste de difusão da cultura mista em condição de anaerobiose facultativa apósaplicação de filtro gráfico de cartonização e utilizando-se de Software IMAGETOOL.

that was observed its antimicrobial activity, even though in low

concentrations, on the basis of the experimental conditions of

the present research.

UNITERMS:

FIGURA 3: teste de difusão das soluções de extrato alcoólico de própolis em diferentesconcentrações sobre cultura mista isolada de bolsas periodontais em placa contendo Bacto AgarTriptona-Soja (BBL), após 72 horas de incubação em microaerofilia.

FIGURA 2: teste de difusão das soluções de extrato alcoólico de própolis em diferentesconcentrações sobre cultura mista isolada de bolsas periodontais em placa contendo Bacto AgarTriptona-Soja (BBL), após 48 horas de incubação em anaerobiose facultativa.

Propolis, microbial sensitivity test, bacteria of

the periodontal timmes.

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Endereço para correspondência:

Rua do Convento, 443 - 1° andar - Divinópolis

CEP: 55010-280 – Caruaru - PE

E-mail: [email protected]

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