ventilação mecânica em paciente terminal

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Ventilação Mecânica em Paciente Terminal

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Ventilação Mecânica em Paciente Terminal. Quando aVentilação Mecânica é Obstinação Terapêutica. Alexandre Pinto Cardoso Md Phd Professor Pneumologia Fac. Medicina UFRJ Diretor Divisão de Tiso-Pneumologia Coordenador Unidade de Pesquisa Clínica IDT/HUCFF/ UFRJ Conselheiro CREMERJ. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Ventilação Mecânica em Paciente  Terminal

Ventilação Mecânica em Paciente Terminal

Page 2: Ventilação Mecânica em Paciente  Terminal

Quando aVentilação Mecânica é Obstinação Terapêutica

Alexandre Pinto Cardoso Md Phd Professor Pneumologia Fac. Medicina UFRJ Diretor Divisão de Tiso-Pneumologia Coordenador Unidade de Pesquisa Clínica IDT/HUCFF/UFRJ Conselheiro CREMERJ

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“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida (espírito); e o homem tornou-se alma vivente”. Gênesis 2:7

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Antigamente o paciente em fase terminal, morria lentamente em sua própria casa, onde tinha tempo para despedir-se e passar seus últimos momentos com seus familiares. Com o desenvolvimento científico o morrer tornou-se mais solitário e desumano. Geralmente o doente é confinado em um hospital, estando as pessoas mais preocupadas com o funcionamento de seus pulmões, secreções e não com o ser humano que há nele. Estando muitas vezes sofrendo mais emocionalmente que fisicamente.

Era mais fácil elaborar a morte, já que a crença religiosa acreditava que o sofrimento na terra seria recompensado no céu, oferecendo esperança e sentido ao sofrimento, ao contrário da rejeição da sociedade moderna, que aumenta a ansiedade , obrigando-nos a fugir da realidade e do confronto com a nossa própria morte.(...)

Heloise Zanelato

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Quando começa a Vida?

Quando termina a Vida?

Manutenção da VidaTratar – Cuidar

Obstinação – Futilidade TerapêuticaDistanásia - Ortotanásia

Fim

Início

Nascer e Morrer – o Círculo da VidaUmaVisão

Decisões

SACRALIDADE X QUALIDADE DA VIDA

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Orgulho dos avanços científicos.Morte não é desfecho natural e sim inimigo a ser vencidoManutenção intransigente da vida a qualquer custo.

Obstinação Terapêutica embrião da Distanásia

Planejamento estratégicoAnálise de custosDiferentes nuances em relação à Distanásia . Hospital : lucro.Intermediário: custosEmbrião do Home Care

Valoriza a beneficência e a não maleficênciaDefende a morte digna e humana na hora certa.Defende a

Autonomia ,o respeito à cultura e valores do paciente

Embrião do Home Care

TECNO COMERCIAL BENIGNIDADE CIENTÍFICO EMPRESARIAL HUMANITÁRIA

PARADIGMAS ATUAIS DA PRÁTICA MÉDICAE SUAS INFLUÊNCIAS NO PROCESSO DE DECISÃO

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“uma agonia prolongada que originauma morte com sofrimento físico oupsicológico do indivíduo lúcido”

“a forma de prolongar a vida de modoartificial, sem perspectiva de cura oumelhora”

Pessini, 2001

Distanásia

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Obstinação terapêutica

“consiste em tornar o processo demorrer uma experiênciaparticularmente sofrida e quepode ser qualificada de ‘indigna’,daí moralmente questionável”

Silva e Schramm, 2007

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Terminalidade da Vida

Paciente terminal:

aquele que está em fase final por evolução da sua doença, sem mais condição de reversibilidade, mesmo que parcial e temporária, frente a qualquer medida terapêutica conhecida e aplicada.

Silva e Schramm, 2007

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Ortotanásia

Morte no tempo certo, sem abreviação nemprolongamentos precários nem penosos davida, sem interromper os cuidados normaise ordinários aos doentes. Nesse sentido,estimula a humanização da morte e o alívio das dores, sem o uso de medidas abusivas que levem a sofrimento adicional e inútil.

Page 11: Ventilação Mecânica em Paciente  Terminal

Cuidados Paliativos

Cuidado ativo e integral direcionado aos pacientes - e familiares – cuja doença não responda mais ao tratamento curativo, priorizando-se o controle dos sintomas e a preservação da qualidade da vida, sobre a preservação pura e simples doprolongamento dessa vida.

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A BIOÉTICA

PRINCIPIALISMO CONTEXTUALISMO

BENEFICÊNCIANÃO MALEFICÊNCIA

AUTONOMIAJUSTIÇA

UTILITARISMO

CONTEXTOSOCIAL

ECONÔMICOCULTURAL

VALORIZA AUTILIDADE DO ATOPARA O PACIENTE

... e surge

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Juízos clínicos - prognósticos / diagnósticos / terapêuticos.

Juízos éticos - qual a melhor opção (bom ou correto) entre as alternativas disponíveis, para chegar ao melhor resultado possível, naquela situação específica e para aquele doente em particular.

MÉDICO

ESTIMATIVA DE VALOR

JUIZOS CLÍNICOS JUIZOS ÉTICOS

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Por duas visões distintas mas não excludentes

Cujas análises (riscos e benefícios) vão mostrar o caminho bioético respeitando a situação

contextual.

MEDICINAO que a ciência

considera melhor

PACIENTEO que o pacienteconsidera melhor

A DECISÃO

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RESOLUÇÃO CFM Nº 1.805/2006(Publicada no D.O.U., 28 nov. 2006, Seção I, pg. 169)

 (Resolução suspensa por decisão liminar do M. Juíz Dr. Roberto Luis Luchi Demo, nos autos da Ação Civil Pública n. 2007.34.00.014809-3, da 14ª Vara

Federal, movida pelo Ministério Público Federal)

(...)RESOLVE: Art. 1º É permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal.

§ 1º O médico tem a obrigação de esclarecer ao doente ou a seu representante legal as modalidades terapêuticas adequadas para cada situação.

§ 2º A decisão referida no caput deve ser fundamentada e registrada no prontuário.

§ 3º É assegurado ao doente ou a seu representante legal o direito de solicitar uma segunda opinião médica. 

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Art. 2º O doente continuará a receber todos os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, assegurada a assistência integral, o conforto físico, psíquico, social e espiritual, inclusive assegurando-lhe o direito da alta hospitalar.  Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.   Brasília, 9 de novembro de 2006     EDSON DE OLIVEIRA ANDRADE LÍVIA BARROS GARÇÃOPresidente Secretária-Geral

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CAPÍTULO I - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAISO QUE É NOVO

XXI - No processo de tomada de decisões profissionais, de acordo com seus ditames de consciência e as previsões legais, o médico aceitará as escolhas de seus pacientes, relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos por eles expressos, desde que adequadas ao caso ecientificamente reconhecidas.

XXII - Nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e propiciará aos pacientessob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados.

CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

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O QUE É NOVO

CAPÍTULO VRELAÇÃO COM PACIENTES E FAMILIARES

É vedado ao médico

Art. 66 - Utilizar, em qualquer caso, meios destinados a abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu responsável legal.

Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal.

Parágrafo único. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas outerapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal.

CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

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R

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Este quarto...

Este quarto de enfermo, tão desertode tudo, pois nem livros eu já leioe a própria vida eu a deixei no meiocomo um romance que ficasse aberto...

que me importa este quarto, em que despertocomo se despertasse em quarto alheio?Eu olho é o céu! imensamente perto,o céu que me descansa como um seio.

Pois só o céu é que está perto, sim,tão perto e tão amigo que pareceum grande olhar azul pousado em mim.

A morte deveria ser assim:um céu que pouco a pouco anoitecessee a gente nem soubesse que era o fim...

Mario Quintana(1906-1994)

Grato pela atenção