paciente terminal

56
CASO – PACIENTE TERMINAL Grupo B: Alan Marschall Ana Carolina Andrade Eglea Della Justina Franciele Garcia Henrique Beloto Hohanna Sabadin Pedro Nogueira Clementoni Ricardo Augusto Tenfen Carneiro Tiago Horaguchi Victor Hugo Okamoto Husch O DIREITO DE MATAR E O DIREITO DE MORRER

Upload: victor-hugo

Post on 23-Jun-2015

713 views

Category:

Health & Medicine


3 download

DESCRIPTION

Discução Bioética

TRANSCRIPT

Page 1: Paciente Terminal

CASO – PACIENTE TERMINAL

Grupo B:

Alan Marschall

Ana Carolina Andrade

Eglea Della Justina

Franciele Garcia

Henrique Beloto

Hohanna Sabadin

Pedro Nogueira Clementoni

Ricardo Augusto Tenfen Carneiro

Tiago Horaguchi

Victor Hugo Okamoto Husch

O DIREITO DE MATAR E O DIREITO DE MORRER

Page 2: Paciente Terminal

Paciente Terminal

• “Paciente terminal” refere-se aquele que se apresenta num estágio avançado da doença, sem prognóstico de retrocesso ou cura. O paciente, portanto, perde as possibilidades de resgate às condições de saúde, caminha lentamente para a morte previsível e inevitável, e a vida é suportada apenas por aparelhos elétricos e medicação.

• Ainda, afirma-se que a conceitualização do termo é flexível, pois, embora o estado terminal seja reconhecível, não há limites que definem quando ele se inicia

Page 3: Paciente Terminal

CONCEITOS IMPORTANTES

Page 4: Paciente Terminal

Eutanásia

• Eutanásia ativa: A morte é planejada e negociada pelo doente e o profissional que atenderá ao seu pedido, causando ou acelerando a morte.

• Eutanásia passiva: Não provoca deliberadamente a morte, mas ao longo do tempo, a retirada dos procedimentos que prolongam a vida, sejam equipamentos elétricos, farmacológicos ou cuidados médicos, fazem com que o paciente morra naturalmente.

Page 5: Paciente Terminal

Eutanásia

• Eutanásia voluntária: Ação que causa a morte quando há pedido explícito do paciente.

• Eutanásia involuntária: O pedido não é explícito pelo paciente, mas ainda assim a sua morte ocorre. Este caso melhor enquadra-se como homicídio, com o atenuante de que é executada para aliviar o sofrimento, tanto do doente como possivelmente dos cuidadores, familiares ou profissionais.

Page 6: Paciente Terminal

Mistanásia ou Eutanásia Social

• Mistanásia ou eutanásia social: É o termo para designar a morte miserável, antes e fora da hora. Envolve outras questões de ordem política, econômica e social. Os doentes enquadrados nesse caso são aqueles que não ingressaram efetivamente no sistema de atendimento médico por omissão de socorro estrutural, que foram vítimas de erros médicos ou também aqueles que acabam vítimas de má-prática por parte dos médicos ou associados que, deliberadamente, usam a medicina para tirar a vida de alguém, em benefício próprio ou não.

Page 7: Paciente Terminal

Ortotanásia

• Ortotanásia: No caso de um paciente com danos irreversíveis, sem possibilidade de cura, submetido a tratamento doloroso que apenas prolonga o processo da morte, a interrupção do tratamento teria o nome de ortotanásia ao invés de eutanásia passiva. É o termo médico designado para a morte natural, na hora certa, sem interferência da ciência, e possibilitando ao paciente uma morte digna e sem sofrimento ao permitir que a evolução da doença acarrete a morte.

Page 8: Paciente Terminal

Suicídio

• Suicídio: Planejamento e execução da morte pelo próprio sujeito.

• Suicídio assistido: Ainda que planejado e executado pela própria vítima, ela conta com ajuda de terceiros, que o auxiliam no suicídio. Do ponto de vista legal, é considerado crime.

• Suicídio passivo: A negligência em algum ato acarreta morte. Por exemplo, não tomar os remédios.

Page 9: Paciente Terminal

Distanásia

• Distanásia ou obstinação terapêutica: Prolongamento do processo natural de morrer, ou seja, procura-se manter a vida, onde a morte já impera. Para isso, utilizam-se meios artificiais e desproporcionais, muitas vezes acompanhada de intenso sofrimento, tanto do paciente quanto dos seus familiares.

Page 10: Paciente Terminal

Duplo Efeito

• Duplo efeito (Double effect): Quando uma ação de cuidados é realizada em beficiência mas acaba conduzindo, em efeito secundário, ao óbito. Um exemplo é a utilização de sedativos e analgésicos que têm por objetivo aliviar a dor, e não provocar a morte, embora esta possa acontecer.

Page 11: Paciente Terminal

 LEGISLAÇÃO

Page 12: Paciente Terminal

 Legislação no Brasil:

Conselho Federal de Medicina

• Resolução n° 1.805/2006 do Conselho Federal de Medicina:

“Na fase terminal de enfermidades graves e incuráveis é permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente, garantindo-lhe os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, na perspectiva de uma assistência integral, respeitada a vontade do paciente ou de seu representante legal.”

• Ressalta-se, entretanto, que as decisões tomadas pelo Conselho Federal de Medicina não possuem valor legal.

Page 13: Paciente Terminal

 Legislação no Brasil:

Conselho Federal de Medicina

• A Resolução CFM n° 1.805/2006 revogou implicitamente alguns artigos do Código de Ética do Médico (Resolução CFM n° 1.246/1988). Um deles é o art. 66 que proíbe o médico de “utilizar, em qualquer caso, meios destinados a abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu responsável legal”.

• Outro revogado seria o art. 42 que impede o médico de praticar ou indicar atos médicos proibidos pela legislação do país.

Page 14: Paciente Terminal

 Legislação no Brasil:

Conselho Federal de Medicina

• Concluí-se que a Resolução n° 1.805/2006 do CFM possui eficácia somente quanto à responsabilidade ética do paciente, conforme a competência do órgão conferida pelo art. 2° da Lei Federal n° 3.268/1957. De forma que os Conselhos Regionais não poderão aplicar penalidades aos profissionais que se arriscarem a realizar a eutanásia passiva. Sendo certo que a eutanásia ativa continuaria sendo procedimento antiético. Seguindo literalmente a legislação penal brasileira, a aprovação de semelhante resolução é crime de “incitação ao crime” previsto no art. 286 do Código Penal que consiste em “incitar, publicamente a prática de crime”. E que os membros do Conselho Federal de Medicina deveriam ser responsabilizados

Page 15: Paciente Terminal

Legislação no Brasil

• A Constituição Brasileira defende o direito à vida (art. 5). Este é o maior bem conferido à pessoas, sendo irrenunciável e inviolável. O Estado assegura não só o direito à vida, mas também o direito a uma vida digna. A vida está protegida tanto na Constituição Federal quanto na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 que determina:

“Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”.

• A prática da eutanásia fere, portanto, este direito se analisada pelo lado da Constituição.

Page 16: Paciente Terminal

Legislação no Brasil: Projetos arquivados

• Projeto de Lei nº 125/96 : Propõe a eutanásia seja permitida, desde que cinco médicos atestem a inutilidade do sofrimento físico ou psíquico do doente. O próprio paciente deveria requisitar a eutanásia. Caso não estivesse consciente, a decisão caberia a seus parentes próximos.

• Anteprojeto do Código Penal de 1998, foram introduzidos dois novos parágrafos ao Artigo 121 do Código Penal. Estes tipificam a eutanásia ativa, no § 3º, e excluem a ilicitude da eutanásia passiva ou ortotanásia, § 4º, porém, também não entrou em vigor.

• Em 2005 foi proposto um Projeto de Lei nº 5058 que proibia claramente a prática da eutanásia no país, definindo-a, assim como ao aborto, como crime hediondo. Também arquivado.

Page 17: Paciente Terminal

Legislação no Brasil

• Anteprojeto de Código Penal em estudo pela Comissão encarregada de introduzir mudanças na Parte Especial do Código em vigor, ao tratar do homicídio no art. 121, dispõe no § 3.º:

"Se o autor do crime é cônjuge, companheiro, ascendente, descendente, irmão ou pessoa ligada por estreitos laços de afeição à vítima, e agiu por compaixão, a pedido desta, imputável e maior

de dezoito anos, para abreviar-lhe sofrimento físico insuportável, em razão de doença grave e em estado terminal, devidamente diagnosticados : Pena - reclusão, de dois a cinco anos".

Page 18: Paciente Terminal

Legislação no Brasil

• Já no § 4.º estabelece:• "Não constitui crime deixar de manter a vida de alguém por meio

artificial, se previamente atestada por dois médicos a morte como iminente e inevitável, e desde que haja consentimento do paciente ou, em sua impossibilidade, de cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão".

• Regulam, assim no Brasil, a eutanásia e a ortotanásia, respectivamente.

Page 19: Paciente Terminal

Legislação no Brasil

• Suicídio assistido• Já no caso de suicídio assistido, a atual Constituição Federal,

consagra o direito à vida e o Código Penal prevê a punição para aquele que induzir, instigar ou auxiliar no suicídio, conforme expresso no artigo 122 do atual Código Penal. A punição do suicida é impossível, sendo punível apenas a conduta de quem instiga, induz ou auxilia a prática do suicídio, conforme ensina Mirabete: “Por razões que se prendem a impossibilidade de punição do suicídio e a política criminal não se incrimina a prática do suicídio. Como a pena não pode passar da pessoa do delinquente (art. 5°, XLV, da CF), seria impossível sua aplicação ao suicida.”

Page 20: Paciente Terminal

Legislação na Europa

• França• O código penal francês diferencia a eutanásia ativa da

passiva. A eutanásia ativa é considerada homicídio, enquanto que a passiva é considerada como omissão de atendimento.

• Em 26/01/1999, foi apresentado o projeto de lei 166 no Senado Francês que estabelece a despenalização da eutanásia. Esta lei possibilitaria a utilização de diretivas avançadas na França, ou seja, a possibilidade do paciente deixar por escrito quais as medidas que julga aceitável para a condução de seu caso. Era uma proposta semelhante a da Holanda.

Page 21: Paciente Terminal

Legislação na Europa

• Holanda• Em 2000 “a Câmara Baixa do Parlamento holandês aprova uma lei que

legaliza a eutanásia e o suicídio assistido”; • Em 14 de abril de 2001, o senado holandês, aprovou uma lei

regulamentando e autorizando a prática da eutanásia, passando a Holanda a ser o primeiro país a legalizar a controvertida prática médica da "morte assistida", ou "morte sem sofrimento".

• De acordo com Tereza Rodrigues Vieira, a lei holandesa que autoriza a prática da eutanásia, deve atender alguns requisitos, onde: “tanto o médico quanto o paciente deverão estar convencidos da inexistência de qualquer outra forma alternativa de tratamento, sendo imperioso também a ouvida de um outro especialista. Conforme esta norma, mesmo depois da morte do paciente, uma junta de especialistas será designada para analisar todos os atos realizados pelo médico, e, caso se constate que houve negligência, poderá este ser responsabilizado penalmente por crime de homicídio.” (VIEIRA: 2003, p. 90)

Page 22: Paciente Terminal

Legislação na Europa

• Suécia e Suiça•  Na Suécia, é autorizada a assistência médica ao

suicídio. • Na Suíça, país que tolera a eutanásia, um médico

pode administrar uma dose letal de um medicamento a um doente terminal que queira morrer, mas é o próprio paciente quem deve tomá-la.

Page 23: Paciente Terminal

Legislação nos Países Islâmicos

• Segundo o Código Islâmico de Ética Médica, um importante documento elaborado pela Organização Islâmica de Ciências Médicas e aprovado na 1ª Conferência Internacional de Medicina Islâmica, realizada no Kuwait em 1981, sobre o valor da vida humana e eutanásia: "A vida humana é sagrada (...) e não deve ser tirada voluntariamente, exceto nas indicações específicas de jurisprudência islâmica, as quais estão fora do domínio da profissão médica. O médico não tirará a vida, mesmo quando movido pela compaixão. O médico, na defesa da vida, é aconselhado a perceber os limites, e não transgredi-los. Se é cientificamente certo que a vida não pode ser restaurada, então é uma futilidade manter o paciente em estado vegetativo utilizando-se de medidas heroicas de animação ou preservá-lo por congelamento ou outros métodos artificiais (...)”

Page 24: Paciente Terminal

Legislação nos Países Islâmicos

• (...) O médico tem como objetivo manter o processo da vida e não o processo do morrer. Em qualquer caso, ele não tomará nenhuma medida para abreviar a vida do paciente. Declarar uma pessoa morta é uma responsabilidade grave que em última instância é do médico. Ele apreciará a gravidade do seu diagnóstico e o transmitirá com toda a honestidade, e somente quando estiver certo disto. Ele pode dirimir qualquer dúvida buscando conselho e utilizando-se dos modernos instrumentos científicos. Em relação ao paciente incurável, o médico fará o melhor para cuidar da vida, prestará bons cuidados, apoio moral e procurará livrar o paciente da dor e aflição.”

Page 25: Paciente Terminal

Legislação na Austrália

• Austrália• Esteve em vigor, de 1º de Julho de 1996 a 24 de Março de

1997, no norte da Austrália, uma lei que autorizava a eutanásia ativa. Esta lei ficou conhecida como Lei dos Direitos dos Pacientes Terminais. Havia uma série de critérios que deveriam ser seguidos para que o procedimento fosse realizado. Entretanto, por decisões do Parlamento australiano, esta lei foi revogada por uma diferença de apenas 4 pontos. Apesar disso, 74% da população continuam a favor da prática da eutanásia.

Page 26: Paciente Terminal

Legislação na América Latina

• Bolívia• De acordo com a obra “Eutanásia” de Paulo Daher, o Código

Penal da Bolívia datado de 1935, utiliza em seu texto a expressão Homicídio piedoso, e faculta ao juiz a concessão do perdão judicial para a prática de tal ato.

• Art. 257 – (HOMICIDIO PIADOSO). Se impondrá la pena de reclusión de uno a tres años si para el homicidio fuerem determinantes los móviles piadosos y apremiantes las instancias del interesado com el fin de acelerar uma muerte imminente o de poner fin a graves padecemientos o lesiones corporales probablemente incurables, pudiendo aplicarse la regra del art. 39 y anun concerdese exepcionalmente el perdón judicial.

Page 27: Paciente Terminal

Legislação na América Latina

• Uruguai• Em consonância com a mesma obra, verifica-se que o Código

Penal do Uruguai, também trata do perdão judicial para a prática de homicídio por piedade, conforme exposto nos artigos 37 e 127 da referido diploma:

• Art. 37. Del homicidio piadoso. • Los Jueces tienen la facultad de exonerar de castigo al sujeto de

antecedentes honorables, autor de un homicidio, efectuado por móviles de piedad, mediante súplicas reiteradas de la víctima

• Art. 127. Del perdón judicial.

Page 28: Paciente Terminal

Legislação na América Latina

• Importante frizar que o Uruguai costuma ser reconhecido como o primeiro país do mundo a legislar sobre a eutanásia. Maria Helena Diniz assevera que:

• “O Código Penal uruguaio prevê como causa de impunidade o homicídio piedoso, desde que o agente tenha sido levado por compaixão, mediante reiteradas súplicas da vitima. Esse Código, no art. 37, e o da Colômbia, no art. 365, concedem o benefício do perdão judicial em caso de eutanásia ativa, se realizada com a anuência expressa do paciente terminal.”

Page 29: Paciente Terminal

Legislação na América Latina

• Colômbia• A Corte Constitucional da Colômbia julgou, em 15 de Maio de

1997,uma demanda judicial contra o artigo 326 do Código Penal. Esta demanda propunha a possibilidade de ser realizado homicídio por misericórdia. Este só poderia ser realizado caso houvesse consentimento explícito do paciente em estado terminal. A eutanásia ainda não foi legalizada no país apesar de segundo o jornal “El Tiempo”, de Bogotá, apontar que 84% dos entrevistados são a favor da legalização.

Page 30: Paciente Terminal

Suicídio Assistido no Mundo

• O suicídio assistido é autorizado por lei, em vários países, como por exemplo, na Holanda e a Suíça, onde tal prática consuma-se pela injeção de uma substância letal.

• Na Holanda, o suicídio assistido, na verdade, não passa de uma dissimulação de participação criminosa em suicídio, como se pode depreender do disposto no art. 294 do seu Código Penal, que assim coloca: “A person who intentionally incites to commit suicide, assists in the suicide of another, or procures for that other person the means to commit suicide, is liable to a termo of imprisionment of not more than three years or a fine of the fourth category, where the suicides ensues.” (DINIZ: 2006, p. 381)

Page 31: Paciente Terminal

Suicídio Assistido no Mundo

• Nos Estados Unidos, país onde há grande “tendência” a favor do suicídio assistido, há um conselho que trata de assuntos éticos e jurídicos da classe médica, que de acordo com a obra de Maria Helena Diniz, declara: “é preciso lembrar que, de acordo com o Conselho de Assuntos Éticos e Judiciais da Associação Médica Americana, os médicos não podem participar do suicídio de pacientes, mesmo em caso de morte certa e de atroz sofrimento”.

Page 32: Paciente Terminal

Eutanásia na História

Page 33: Paciente Terminal

Eutanásia na História

• Na Bíblia Sagrada (Samuel, capítulo 31) está presente o primeiro relato sobre a prática da eutanásia. O Rei Saul, de Israel, atirando-se sobre a espada segurada por sua esposa, evitando a rendição.

• Em Esparta, era feita a eutanásia selecionadora que tinha o objetivo de eliminar pessoas, consideradas como fora do padrão de beleza ou social, evitando assim a depreciação da espécie.

• Em Roma, os Imperadores quando voltavam o polegar para baixo, autorizavam a eutanásia nos gladiadores mortalmente feridos nos combates, abreviando o sofrimento deles, por “compaixão real”.

Page 34: Paciente Terminal

Eutanásia na História

• 1906: Uma proposta para a regularização da eutanásia é rejeitada no Estado americano de Ohio, dando início à polêmica sobre o assunto.

• 1920: O americano Frank Roberts envenenou sua mulher com arsênico, a pedido dela, que sofria de esclerose múltipla. É condenado à prisão perpétua e morre na cadeia.

• 1924: Copiando o art.102 do projeto de Código Penal Suíço de 1918, em 1924 o Peru legalizou o homicídio piedoso (art.157).

• 1934: O Uruguai abre a possibilidade para a eutanásia no Código Penal, quando libera da ameaça de prisão o autor de “homicídio piedoso”.

Page 35: Paciente Terminal

Eutanásia na História

• 1935: Foi criado na Inglaterra um Comitê constituído por três médicos, um advogado e três pastores, chamado The Voluntary Euthanasia Legalization Society. Tal movimento expandiu-se rapidamente pelos Estados Unidos, onde em 1938, o pastor Charles Potter criou a Euthanasia Society of America.”

• 1939: A Alemanha institui o Aktion 4, um plano de eutanásia para matar quem tivesse “uma vida que não merecia ser vivida”. Crianças deficientes físicas e mentais passaram a ser mortas.

Page 36: Paciente Terminal

Eutanásia na História

• 1940: No ano de 1940, segundo Paulo Dahler em sua obra “Eutanásia”, pág. 23; “O Hospital de Orsay, na França, teve que ser evacuado por motivo de guerra, só restando as enfermeiras, nova solução: aplicar injeções letais aos doentes impossibilitados de serem removidos.”

• Não obstante esta prática, em 1940, com a ascensão do império de Hitler, o plano alemão de eutanásia não-voluntária se estende para adultos e deficientes e depois para negros, judeus, ciganos e homossexuais. A partir dessa prática, surge o medo e o preconceito contra a eutanásia, com receio de um novo holocausto.

Page 37: Paciente Terminal

Eutanásia na História

• 1971: A médica holandesa Geertruida Postma injeta uma superdose de morfina em sua mãe doente, matando-a. É condenada a um ano de condicional, mas seu gesto inicia a discussão pública do assunto e faz com que muitos médicos admitam praticar a eutanásia.

• 1974: Tereza Rodrigues Vieira cita que “em 1974, três renomados estudiosos, o inglês George Thompson, o francês Jacques Monod e o americano Linus Pauling, ganhadores do prêmio Nobel, assinaram uma declaração em favor da eutanásia humanitária (beneficent euthanasia), definindo-a como uma morte rápida, sem dor e considerada como benefício para o interessado”.

Page 38: Paciente Terminal

Eutanásia na História

• 1987: Visando esclarecer dúvidas acerca do tema, a Associação Mundial de Medicina emitiu, em outubro de 1987, o seguinte parecer: “A eutanásia, o ato de terminar deliberadamente com a vida de um paciente, mesmo que a seu próprio pedido ou por solicitação de seus parentes próximos, é um procedimento que contraria a ética, não impedindo que o médico respeite a vontade do paciente de aceitar que o processo da morte obedeça seu curso natural na fase terminal da doença.”

Page 39: Paciente Terminal

Eutanásia na História

• 1989: Jack Kevorkian o “Doutor Morte”, estreia sua máquina do suicídio, uma estrutura de alumínio motorizada, que quando acionada pelo próprio paciente, injetava um tranquilizante que o punha para dormir. Depois de um minuto, aplicava um veneno no sangue e a morte vinha em outros seis minutos. A estreia do equipamento se deu na dona de casa, Janet Adkins, de 54 anos, que sofria de Alzheimer.

Page 40: Paciente Terminal

Eutanásia na História

• 1990: A Suprema Corte dos Estados Unidos, decidiu no sentido de que, o direito à morte é válido, para os pacientes mantidos vivos artificialmente, desde que estes tenham anteriormente manifestado, expressamente a sua vontade.

• 1991: A Comissão do Meio Ambiente do Parlamento Europeu adotou em abril deste ano uma proposta de resolução admitindo o principio da eutanásia, conforme dados da obra “Bioética e Biodireito”. A seguir um trecho da proposta:

“Na ausência de qualquer terapêutica curativa, e após o fracasso de cuidados paliativos, toda vez que um doente plenamente

consciente solicitar que seja dado um termo a uma existência que tenha perdido toda dignidade, e que uma junta médica constate a impossibilidade de trazer novos cuidados, este pedido deverá ser

satisfeito.”

Page 41: Paciente Terminal

Eutanásia na História

• 1993: A Holanda, país pioneiro neste assunto, aprova uma lei que impede que os médicos que pratiquem eutanásia ou suicídio assistido sejam processados.

• 1997: Conforme dados da obra “Bioética e Biodireito”, o Estado de Oregon torna-se o primeiro nos Estados Unidos a aceitar o suicídio assistido. Anos depois, o governo passa a pagar as famílias que optassem por abreviar a vida, como compensação pela economia que elas davam ao sistema de saúde.

• Neste mesmo ano, precisamente em maio de 1997, a Corte Constitucional da Colômbia autorizou a eutanásia em casos de doentes terminais com o consentimento prévio do envolvido. Todavia, no início de junho do mesmo ano, após denúncias de irregularidades alegadas pelo seu vice-presidente, o presidente do órgão prometeu revisar a decisão.

Page 42: Paciente Terminal

Eutanásia na História

• 2009: A longa agonia da italiana Eluana Englaro, morta em 9 de fevereiro de 2009, aos 38 anos, 17 dos quais passados em estado vegetativo, reacendeu em todo o mundo o debate sobre a eutanásia e a ortotanásia. A prática de provocar a morte de um paciente em estado grave, cuja reabilitação é descartada pelos médicos, é polêmica, mesmo quando é o próprio paciente quem a solicita. Antes de suspender a alimentação de Eluana, vítima de um acidente de carro em 1992, a família teve de atravessar uma longa e ruidosa batalha na Justiça.

Page 43: Paciente Terminal

Eutanásia na História

• 2012: O Senado argentino aprovou, por unanimidade, a "morte digna". Pela nova lei, pacientes terminais têm o direito de rejeitar tratamento médico, que prolonguem suas vidas, quando as perspectivas de uma melhora são poucas. Se os doentes não estiverem em condições de manifestar a sua vontade, as famílias deles podem decidir.

.

Page 44: Paciente Terminal

Eutanásia na História

• 2012: O direito à eutanásia divide a opinião dos russos. A legislação da Rússia qualifica a eutanásia como crime premeditado.

• No Brasil, ainda falta uma legislação específica. A eutanásia se enquadra como homicídio privilegiado por motivo moral, constante no art. 121, § 1º do códgo penal. A prática da eutanásia, dessa maneira, é qualificada como crime com redução de pena de 1/3 a 1/6.

Page 45: Paciente Terminal

Prós e Contras

Page 46: Paciente Terminal

Prós

"Se a Medicina não prolonga a vida em vida, para que prolongar a morte?“

“ A vida só vale se existir dignidade. Viver como um amontoado de órgãos não é vida.”

                                                                   

Carmita Abda, psiquiatra.

"Morrer com dignidade  é saber que tudo foi feito em favor da vida".  

Jozéf Féher, cardiologista.

Page 47: Paciente Terminal

Prós

•Existem alguns quadros patológicos em que o paciente, mesmo que se utilize de todos os recursos farmacológicos e técnicos suficientes possíveis, esse não tem prognóstico de cura e está caminhando para a morte inevitável. Desse modo, é entendido que o uso de métodos artificiais para manter esse paciente estável é, no mínimo, irrelevante, podendo prolongar o seu sofrimento.

Page 48: Paciente Terminal

Prós

•Respeito à autonomia do paciente;•Um exemplo de que a autonomia do indivíduo

deve prevalecer é o caso de Vincent Humbert, um jovem francês que sofreu um acidente automobilístico em 2000 e desde então procurou pela eutanásia - recorrendo inclusive para o presidente da França - para dar fim a sua vida e a seu sofrimento.

Page 49: Paciente Terminal

Contra

"Não pedi  e não escolhi de quem, por que, onde e quando nascer. Da mesma forma não posso decidir quando,

como, onde, de que e por que morrer."              

                                                           Roberto Freire

Page 50: Paciente Terminal

Contras

• Juramento Hipocrático sempre visar ao bem;• Aspectos regiliosos;• Se a eutanásia voluntária fosse legalizada, espaço para a

eutanásia involuntária – risco socio-politico; • Possibilidade de abuso de médicos e familiares, por

interesses escusos, como transplantes de órgãos;• Existe a possibilidade de diagnóstico errôneo, uma vez que

a definição de morte é bastante subjetiva - variando de parada cardíaca à morte encefálica;

• A possibilidade de novos medicamentos e tratamentos para o combate da patologia, revertendo a cronicidade da doença;

Page 51: Paciente Terminal

Contras

• Ir contra o art. 6º do Código de Ética Medica diz que: “ O médico deve guardar absoluto respeito pela vida humana, atuando sempre em benefício do paciente. [...] “Jamais utilizará seus conhecimentos para gerar sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano [...]”.

• Risco Socio-Cultural, como o público entenderia o papel do médico, se ele salva, mas também tira a vida?

• Risco à integridade moral da medicina, pois os médicos devem prolongar, e não encurtar a vida, e os pacientes não podem ter dúvida quanto a esta função.

Page 52: Paciente Terminal

Discussão do caso

Page 53: Paciente Terminal

Caso – Paciente Terminal

• Paciente masculino de 74 anos de idade, portador de carcinoma brônquico avançado, com múltiplas metástases ósseas, hepáticas e cerebrais.  Internado por dificuldade respiratória progressiva. No momento da internação queixa-se de muitas dores que não estão sendo controladas por um esquema analgésico muito forte, a base de morfina por via oral, que também lhe provoca muitos sintomas desagradáveis (náusea, tontura e constipação rebelde). O paciente tem conhecimento do seu diagnóstico bem como sua família. No seu primeiro dia de internação pede ao seu médico assistente que não institua nenhuma medida terapêutica extraordinária e que acelere sua morte. A família tem conhecimento das vontades do paciente e fica dividida: a esposa acha que o paciente deve ser atendido em seus desejos finais, ao passo que seu filho único acha que os médicos devem fazer “tudo que estiver ao seu alcance para mantê-lo vivo”.

•  

Page 54: Paciente Terminal

Caso – Paciente Terminal

• O paciente em uma madrugada apresenta um quadro de insuficiência respiratória aguda, decorrente de um episódio de aspiração de vômito. A equipe de plantão decide transferir o paciente para a Unidade de Tratamento Intensivo, uma vez que o médico assistente não havia sido localizado, não havia qualquer recomendação de conduta em prontuário, o paciente estava sofrendo e a família estava dividida com relação aos limites de tratamento. Na UTI o paciente é intubado e responde bem ao tratamento clínico com antibióticos, mas permanece clinicamente instável, com episódios convulsivos , dor e dificuldade respiratória progressiva. O paciente insiste em retornar para seu quarto com o apoio de sua esposa. Seu pedido é atendido por seu médico. O falecimento ocorre em 4 dias, diante de um novo episódio de infecção respiratória, que o seu médico, sem consultar a família, decide não mais tratar.

Page 55: Paciente Terminal

Discussão

• Vontade do Paciente;• Quem prevalece, caso o paciente estivesse

inconsciente: Cônjuge ou Descendente?;• Ação da equipe na primeira crise;• Segunda Crise e Decisão do médico;• Medidas Heróicas;• Preenchimento do Prontuário;• O médico foi negligente?

Page 56: Paciente Terminal

•FIM