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Portugal com a terceira maior taxa de bancos por habitante da União Europeia Págs. 48 e 49 www.vidaeconomica.pt Nº 1471 / 7 de dezembro de 2012 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa NEWSLETTERS TEMÁTICAS Subscrição Gratuita mailings.vidaeconomica.pt COMISSÁRIA EUROPEIA DAS PESCAS CONSIDERA Emprego no setor das pescas pode crescer 35% numa década Pág. 8 EMPRESAS IAPMEI anuncia 350 milhões para as PME Pág. 6 MERCADOS ANTÓNIO PIMENTA “Banca vai voltar ao tradicional” Pág. 45 FISCALIDADE Fisco assume cobrança coerciva de propinas Pág. 35 ASSOCIATIVISMO Estado e banca asfixiam PME Págs. 26 e 27 TECNOLOGIAS SAP prepara “mudanças” no mercado Págs. 32 e 33 Portugueses disponíveis para poupança a longo prazo Págs. II e III SUPLEMENTO SEGUROS PUB 9 720972 000037 01471 PUB RSI quer elevar produtividade dos Estaleiros de Viana Caso vençam o concurso de privatização dos Estaleiros de Viana, os investidores russos da JSC River Sea Industrial Trading podem assegurar a produção contínua ao longo de todo o ano e reforçar o número de trabalhadores. À experiência, mão-de-obra qualificada e valências técnicas existentes em Portugal, os russos adicionam o “know- how” dos estaleiros na Rússia que, juntos, podem aumentar a competitividade internacional dos Estaleiros de Viana. Pág. 7 MIRA AMARAL CONSIDERA QUE O DESEQUILÍBRIO DAS FINANÇAS PÚBLICAS É INSUSTENTÁVEL “Portugal precisa de boa gestão” Págs. 4 e 5 PUB

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Portugal com a terceira maior taxa de bancos por habitante da União Europeia

Págs. 48 e 49

www.vidaeconomica.pt

Nº 1471 / 7 de dezembro de 2012 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

NEWSLETTERS TEMÁTICASSubscrição Gratuita

mailings.vidaeconomica.pt

COMISSÁRIA EUROPEIA DAS PESCAS CONSIDERA

Emprego no setor das pescas pode crescer 35% numa década

Pág. 8

EMPRESAS

IAPMEI anuncia 350 milhões para as PME

Pág. 6

MERCADOSANTÓNIO PIMENTA“Banca vai voltar ao tradicional”

Pág. 45

FISCALIDADE

Fisco assume cobrança coerciva de propinas

Pág. 35

ASSOCIATIVISMO

Estado e banca asfi xiam PME

Págs. 26 e 27

TECNOLOGIAS

SAP prepara “mudanças” no mercado

Págs. 32 e 33

Portugueses disponíveis para poupança a longo prazo

Págs. II e III

SUPLEMENTO SEGUROS

PUB

9 720972 000037

0 1 4 7 1

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RSI quer elevar produtividade dos Estaleiros de VianaCaso vençam o concurso de privatização dos Estaleiros de Viana, os investidores russos da JSC River Sea Industrial Trading podem assegurar a produção contínua ao longo de todo o ano e reforçar o número de trabalhadores.À experiência, mão-de-obra qualifi cada e valências técnicas existentes em Portugal, os russos adicionam o “know-how” dos estaleiros na Rússia que, juntos, podem aumentar a competitividade internacional dos Estaleiros de Viana.

Pág. 7

MIRA AMARAL CONSIDERA QUE O DESEQUILÍBRIO DAS FINANÇAS PÚBLICAS É INSUSTENTÁVEL

“Portugal precisa de boa gestão”

Págs. 4 e 5

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2 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

ABERTURA

Top da semana

ANTÓNIO GUTERRES

António Guterres, antigo primeiro-ministro de

Portugal, deu uma entrevista interessante a um canal de televisão. Sobretudo, teve a humildade de reconhecer que a atual situação do país se fica também a dever à sua governação. Assumir tal responsabilidade não é nada comum no nosso país. Guterres, naturalmente, nada terá de “pagar” por essa governação, mas nem por isso deixa de revelar dignidade. Nota-se que está bem na posição que ocupa na ONU e não é de colocar de parte a possibilidade de regressar à vida política ativa. Se assim for, não terá tarefa simples, especialmente se decidir avançar para uma candidatura presidencial.

PASSOS COELHO

O primeiro-ministro continua uma trajetória

errática. O que diz hoje pode não ser verdade amanhã. A menos que os Portugueses tenham todos grandes dificuldades em entenderem o seu discurso, Passos Coelho quase entrava num poço de que dificilmente conseguiria sair. Foi o caso do copagamento na Educação. Preto no branco, colocou a possibilidade de serem pagas propinas no ensino secundário. Perante a forte contestação que se fez sentir, acabou por recuar, considerando que tinha sido mal interpretado. Parece que há problemas de expressão do lado do Governo e do primeiro-ministro.

MARIANO RAJOY

Podem mudar os países, mas são mais as

parecenças do que as diferenças entre os políticos. Mariano Rajoy não é diferente dos restantes políticos. Passou demasiado tempo a rejeitar a possibilidade de qualquer tipo de resgate e que o país conseguiria cumprir o défice estabelecido. Afinal, como já vai sendo habitual no Sul da Europa, as previsões saíram completamente ao lado. Agora já admite que a meta de défice não será alcançada. As coisas continuam muito pouco promissoras para o país vizinho.

EXPANSIÓN

Indústria chinesa com maior expansão em 13 meses

A indústria chinesa teve o seu maior crescimento, novembro, numa sucessão de 13 meses. O índice industrial voltou a entrar em terreno positivo, depois de um ano consecutivo de contração.É um sinal claro da progressiva recuperação económica da potência económica. De notar que os pedidos de exportações tiveram, no mês em análise, o seu máximo anual. O Governo deverá continuar a aplicar políticas de flexibilização económica para estabilizar o crescimento e voltar a crescer à taxa anual de cerca de 8% no quarto trimestre do presente exercício.

REUTERS

Despesa em publicidade cai na Europa

A Europa Ocidental é a única região do mundo que regista uma quebra nas despesas publicitárias, sobretudo devido à crise soberana, de acordo com a empresa de

pesquisa de mercado ZenithOptimedia.A descida, no presente exercício, será 2,2%, para cerca de 106,8 mil milhões de dólares, enquanto que, a nível mundial, se vai registar um crescimento de 3,3 pontos percentuais. Na América do Norte, o acréscimo será de 4,1%, para 171,9 mil milhões, e de 6,1%, na Ásia, para 140,1 mil milhões de dólares.

LES ECHOS

Delta Airlines quer 49% da Virgin Atlantic

A companhia aérea Singapore Airlines já confirmou que está em conversações com as partes interessadas sobre a venda de 49% que detém na britânica Virgin Atlantic. As conversações poderá terminar com uma eventual transação.A companhia britânica tem interesse para a Delta Airlines. Isto porque permitirá à segunda maior companhia aérea dos Estados Unidos reforçar a sua presença no aeroporto londrino de Heathtrow, o mais frequentado da Europa. Se a Delta assinar o acordo de venda, o seu parceiro europeu, a Air france-KLM, poderá ficar com uma parte dos 51% detidos por Richard Branson.

ImprensaEM REVISTA

Internacional .........Pág. 11

BCE quer supervisão de todos os bancos da Zona Euro

IVDP ......................Pág. 17

O território tem de ser um valor acrescentado ao produto

PME ...................... Pág. 23

Fatura eletrónica já é utilizada por 20% das empresas

AEA .......................Pág. 26

Estado e banca asfixiam pequenas e médias empresas

OTT ....................... Pág. 29

Mais mulheres com trabalho temporário não qualificado

Turismo ................ Pág. 30

Turismo em espaço rural conta com normalização de qualidade

Direitos ..................Pág. 34

Plano de reestruturação de crédito à habitação

Mercados ............. Pág. 36

Portugal tem a terceira maior taxa de bancos por habitante da União Europeia

KPMG ................... Pág. 37

Angola tem depósitos a crescer mais do que o crédito

Nesta edição

28 Associativismo

Indústria de moldes nacional vai continuar competitiva

32 Tecnologias

SAP prepara “mudanças” no mercado das PME no próximo ano

45 Mercados

Banca tende a regressar ao negócio tradicional

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilher-me Osswald, Marta Araújo, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO

PUBLICIDADE LISBOA [email protected]; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

As nossas vidas perderam muito do seu significado e sentido nos últimos tempos e não foi só por questões económicas conexas com a austeridade que os poderes nos vão impondo e a que alguns espantosamente se subjugam silenciosamente, quando a não defendem. Vivemos, sobretudo, uma época de crenças moles e raras convicções. Um tempo de lassidão e laxismo. Como disse Martin Luther King, “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”.

O 10 de junho, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades é passado geralmente na praia. O 5 de outubro (que deixou de ser dia feriado) reúne uns pequenos grupos de republicanos desnorteados nalgumas cerimónias incaracterísticas e a que o povo é absolutamente alheio. O 1º de dezembro é para as compras e não chega. E o Natal que aí vem, felizmente menos mercantilizado, já nada diz a muitos de nós, afastados do consumismo que o vinha caracterizando.

Um silêncio ensurdecedor instalou-se no nosso quotidiano comum e aprisiona, mesmo, a consciência de muitos. Reina sobre as grandes questões da sociedade, e até já muitas elites intelectuais embarcaram na desistência de pensar a vida.

O pragmatismo que se impõe nas contas públicas e nos orçamentos privados não é inconciliável, porém, com um plano de batalha transformador da sociedade a médio e longo prazo.

O maior fator do desespero dos cidadãos é a vacuidade do discurso dos poderes públicos quando se fala do futuro.

Não estamos condenados à pobreza, ao sofrimento e à ignorância!

Uma outra sociedade é possível!A pobreza em que mergulhámos não

tem a ver, apenas, com a carência dos bens materiais, a falta de alojamento condigno, a deficiente alimentação e males semelhantes. A grande interrogação e a maior angústia, hoje, tem a ver com o facto de que ninguém sabe o que será o amanhã.

O medo mata. Vidas, sonhos e um futuro decente. Está instalado na nossa sociedade. O Ocidente está nas mãos de gente sem memória. A UE, sem norte, ergue-se como o templo dos egoísmos, indiferente às crescentes desigualdades sociais. Ora, as sociedades em crise são o terreno propício para crescer o medo e toda a espécie de radicalizações. Em Portugal, um país de joelhos, cada dia que passa somos menos pessoas. Os governantes, que parecem

só saber a tabuada do défice e da dívida, ignoram o desemprego, desvalorizam a redução brutal dos rendimentos das famílias e cortam os apoios sociais. A subida draconiana dos impostos vai de par com a agonia inexorável do funcionamento dos serviços públicos. Culpabilizam-se os cidadãos pelo consumismo, pelo desequilíbrio externo, pelo desemprego, por estarem reformados, por não emigrarem. A mentira é anestesiante e desmotivadora, mas não deixa de ser mentira, ainda que gritada todos os dias aos ouvidos de incautos cidadãos.

A regra de ouro de qualquer contrato social é a defesa dos mais desprotegidos. Ora, é precisamente o contrato social que existia entre o Estado e os cidadãos que tem sido meticulosamente rasgado, escamoteado no acordo com a “troika” que bebe das mesmas ideias e opções de Thatcher.

Está em marcha a desconstrução do Estado social e que ninguém se iluda, pois com ela vai o fim da democracia.

É preciso reapreciar o Estado-providência? É, seguramente. Mas este é uma patologia do Estado Social que, esse, é um dos pilares da democracia. Cuidado, porque, por este andar, vai o bebé com a água do banho…

Dar sentido aos sacrifíciosNão estamos condenados à pobreza, ao sofrimento e à ignorância!

Causas do dia-a-diaANTÓNIO VILAR [email protected]

45 Mercados Foto de António Guimarães Pimenta

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“A qualidade do ajustamento está a ser péssima” – afirmou Luís Mira Amaral. O presidente do Banco BIC foi o orador convidado da conferência “Para além do Or-çamento de Estado 2013”, organi-zada pela AIP e pela Moneris, com o apoio da “Vida Económica”.

Com o reequilíbrio da balança comercial, o país passou a consu-mir aquilo que produz, eliminan-do o défice externo crónico que atingia os 10%, e está na origem da espiral de endividamento do Estado, das empresas e das fa-mílias. Mas, para Mira Amaral, o facto de se ter conseguido não significa que tenha sido bem fei-to. O equilíbrio atual não será sustentável face ao enorme dese-quilíbrio das finanças púbicas.

“Duvido que se consiga fazer este ano a redução do défice para 4,5%. Deverá estar acima dos 6%, o que obriga a mais receitas extra-ordinárias como a venda da ANA” – referiu Mira Amaral. Ao contrá-rio do que esperava, a consolida-

ção está a ser feita em 80% do lado da receita e em 20% do lado da despesa. E dois terços da redu-ção das despesas estão nos cortes dos vencimentos dos funcionários e pensionistas do Estado.

“O nosso país precisa de boa gestão e não de teóricos da ma-croeconomia” – disse Mira Ama-ral. Para o presidente do banco BIC, a macroeconomia deve ser tratada à escala europeia em Bru-xelas. Comparando a realidade dos Estados-membros com os governos regionais, Mira Ama-ral referiu que o que se espera do secretário regional das Finanças da Madeira é que faça uma boa gestão das finanças públicas e não teoria macroeconómica.

MIRA AMARAL CONSIDERA QUE O DESEQUILÍBRIO DAS FINANÇAS PÚBLICAS É INSUSTENTÁVEL

“Portugal precisa de boa e não de teoria macroeco

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Rangel entra no mercado moçambicanoO grupo Rangel continua a avançar com o seu plano de expansão e internacionalização. Depois de Angola, a empresa de transportes e logística fez a sua entrada em Moçambique. Até 2014, está previsto o investimento de cinco milhões de dólares neste país. A intenção é abrir uma filial a Norte, em Nacala, e arrancar com a construção de um terminal logístico em Maputo, num projeto que poderá ascender a cerca de três milhões de dólares.

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 7 DEZEMBRO 2012

“A consolidação está a ser feita em 80% do lado da receita e em 20% do lado da despesa”

Com a queda da procura interna e o mérito dos exportadores, conseguimos algo que parecia impensável. Foi corrigido o défice externo que atingia 10% - afirmou Mira Amaral. Mas presidente do Banco BIC considera que o reequilíbrio da balança comercial não será sustentável se persistir o “terrível desequilíbrio das finanças públicas”. Segundo referiu, o país precisa de boa gestão e não de teóricos da macroeconomia. Até agora, as medidas seguidas pelo atual Governo têm sido a continuação dos PEC de José Sócrates, sem a indispensável redução estrutural da despesa pública.

“A tributação vai provocar a desertificação empresarial do país. Os quadros qualificados querem sair de Portugal” – lamentou Mira Amaral.

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Impostos arrefecem a economia

“Qualquer pessoa sabe aumen-

tar os impostos” – disse Mira Amaral. Mas o aumento do IVA arrefeceu a economia e provocou a queda das receitas do imposto. “Numa economia moribunda os aumentos de taxas dos impostos têm reflexos negativos” – acres-

centou. Depois do que aconte-ceu com o IVA, deverá suceder o mesmo com o IRS.

Para Mira Amaral, o Governo criou uma nova classe de ricos, ou seja, as famílias com rendimento superior a 80.000 por ano, tribu-tados com uma taxa de 54%. Na Alemanha, a taxa máxima de IRS é para as pessoas com rendimen-to acima dos 500.000. Tendo em

conta que a TSU funciona como um IRS não explícito, na medida em que o pagamento equivalente de pensões de reforma não deverá acontecer, a tributação atinge os 65%.

“A tributação vai provocar a de-sertificação empresarial do país. Os quadros qualificados querem sair de Portugal” – lamentou Mira Amaral. Segundo referiu, a enorme despoupança pública cria um problema muito sério.

A fiscalidade também está a al-terar os fluxos de investimento.

Está a haver um forte aumento do investimento holandês em Angola. Mas, de facto, trata--se de investimento de empresas portuguesas que preferem fazê-lo a partir da Holanda porque em Portugal o enquadramento fiscal e desfavorável e instável.

Estado tem que reduzir despesa e rever funções

Mira Amaral considera que a

orientação seguida contraria a posição dos partidos da maioria, quando estavam na oposição. Pe-rante os PEC de José Sócrates, os dirigentes do PSD diziam que o Estado é que tinha de entrar em austeridade e não as empresas e os cidadãos. Para Setembro de 2011 o Governo prometia um corte da despesa pública como nunca ti-nha sido visto em Portugal.

Para as medidas do OE 2013, não valia a pena ter gasto dinhei-ro com as eleições. Mira Amaral considera que o que temos é a continuação dos PEC de José Só-crates.” E quando o PS voltar ao Governo teremos a continuação das medidas atuais, então com o país em cacos” – comentou Mira Amaral.

UNICRE cria solução para pagamentos recorrentesA UNICRE lançou o produto Redunicre Pagamentos Recorrentes, uma solução de aceitação de pagamentos que permite a gestão de pagamentos periódicos associados a mensalidades ou a subscrição de serviços. Exemplo disso são os estabelecimentos de ensino, que podem efetuar o débito aos cartões de crédito e débito para pagamento das mensalidades sem que o encarre-gado de educação se tenha de deslocar à escola.

gestão nómica”

Restauração considera aumento do IVA inconstitucionalO Movimento Nacional de Empresários da Restauração (MNER) pretende reclamar a in-constitucionalidade da subida do IVA de 6% para 23% no setor. O argumento apresentado é que a subida deste imposto se aplica à restauração e similares, mais deixa de fora o subsetor doalojamento, o qual manteve a taxa mínima do IVA. A falta de equidade vai contra o princípio da igualdade consagrado na Constituição.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 5

“A tributação vai provocar a desertificação empresarial do país. Os quadros qualificados querem sair de Portugal”

Parceiros sociais e Presidente da República

A redefinição do papel do Estado é indispensável. “Não pode haver sistemas gratuitos para todos” - referiu.“O Governo devia ter começado a discussão com os parceiros sociais, fazendo o ajuste do Estado social sob a égide do Presidente da República” – disse Mira Amaral. Actualmente, o Estado social representa 52% da despesa púbica.Na reforma da Administração Local, o Governo começou pelas freguesias e deixou de fora os concelhos, quando o peso das freguesias na despesa pública é insignificante.Mira Amaral recordou que o Governo Sócrates criou um óptimo regime que era a mobilidade especial. O regime previa a redução gradual de vencimento, permitindo aos funcionários em excesso transitarem para o sector provado. Para o presidente do banco BIC era uma forma elegante de reduzir o numero de funcionários públicos sem avançar para o despedimento. “Porque é que esta excelente ideia não é aprofundada pela actual Governo” – questionou Mira Amaral.

Conferência “Para além do Orçamento de Estado 2013” organizada pela AIP e pela Moneris, com o apoio da “Vida Económica”.

CHARTIS FOI SUBSTITUÍDA

AIG renasce em Portugal

O setor segurador português vê

renascer uma nova marca. A su-cursal portuguesa da Chartis Eu-rope S.A. passa a designar-se AIG Europe Limited (sucursal emPortugal), numa altura em que amarca AIG regressa em todos ospaíses onde operava com Chartis.

Em todo o mundo, incluindoPortugal, a AIG regressa enquan-to marca comercial para o setorsegurador do Grupo AIG e com ela toda a história que a fez umadas marcas mais valiosas em todo o mundo. Recorde-se que a AIGestá presente em Portugal desdeo dia 2 de Dezembro de 1986, ou seja, há precisamente 26 anos, tendo operado os últimos anos sob a marca Chartis.

Segundo Nuno Simão Antunes,Diretor Geral da AIG em Portugal,«este é um momento particular-mente entusiasmante para a AIG. As diversas melhorias que temosvindo a introduzir no nosso negó-cio nos últimos anos alicerçam esteprojeto de reintrodução da marca. Esta evolução contínua associada a uma longa história de sucesso dá--nos garantias de que, no futuro, o nosso impacto no mercado portu-guês será ainda mais forte».

Ao apresentar-se no mercado sob uma poderosa marca comuma longa história de sucessoem todo o mundo, garantirá um maior impacto no atual contex-to de mercado e cristalizará va-lor enquanto grupo, permitindoaportar ainda mais valor a todos os parceiros.

A decisão de retomar a marca AIG foi baseada na auscultação de clientes e parceiros de negó-cio em todo o mundo, os quaisde forma inequívoca expressaramque o uso estratégico de umaúnica marca é a melhor forma de comunicar que se trata de umaorganização contínua, com pro-dutos cuja amplitude e alcancegeográfico são incomparáveis.

O Grupo AIG é um dos prin-cipais grupos seguradores a nível mundial do Ramo Não-Vida,com carteiras de clientes emmais de 130 países. As empresas do Grupo AIG prestam serviços a todo o tipo de clientes, sejamempresas, instituições ou consu-midores, através de uma das maisextensas e inigualáveis redes deseguros não-vida a nível mundial.

Recorde-se que, na sequência da mudança de marca e imagem,a AIG anunciou no mês passado o patrocínio aos lendários All Blacks, famosa seleção de rugby da Nova Zelândia.

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ATUALIDADE

TERESA [email protected]

“O ideal era que os empresários deste país estivessem todos focados no mesmo objetivo: o produto fi nal, que deve ser hoje considerado o patrão” de uma empresa, pois “não há nenhum patrão que o possa ser se o seu patrão que é o cliente não fi zer entrar dinheiro para que ele possa distri-buir”, considera Arménio Miranda, fun-dador e chairman da Frulact, fundada na Maia há 25 anos.

Em entrevista à “Vida Económica” a pro-

pósito do seu livro de refl exões “Ignorância – Apologia da Ignorância Positiva”, Armé-nio Miranda diz que “hoje não há patrões”, pois são “um equívoco dos sindicatos e de alguma gente que pensa ainda que existe uma empresa com um patrão”, quando “o que existe numa empresa é um gestor”.

Questionado sobre a diferença entre os dois conceitos, o fundador da Frulact não hesita: “aquele patrão que eu conheci quando comecei a trabalhar era o que dizia ‘isto é meu’, ‘eu quero, posso e mando’ e não entendia a empresa como um espaço

social e com o objetivo fi nal: servir o verda-deiro patrão”. Daí que considere que, mais do que patrão, o gestor deve ser o líder de uma empresa, ela própria “um espaço so-cial”. Cabe-lhe, pois, “gerir, ser responsável e criar responsabilidades”.

Assumindo que a Frulact é hoje uma organização responsável por “algumas centenas de famílias”, diretamente, e “por muitas centenas de outras, indiretamente, que vivem das nossas decisões” – a empre-sa tem fábricas em cinco países e emprega mais de 500 pessoas –, Arménio Miranda

acredita que “a maioria” dos empresários portugueses são “honestos”, “negoceiam com honestidade e entendem que só as si-nergias entre as partes é que podem levar ao sucesso sustentado nos negócios”.

O problema é quando se exploram “as fragilidades uns dos outros”, aquilo a que chama “a ignorância negativa”. Recomen-da, por isso, que devemos “estar precavi-dos”, mas diz-se portador de um “defeito”: “acreditar em toda a gente”. Porém, quan-do se sente “utilizado”, assume o outro lado da moeda: “aí, corto radicalmente”.

IAPMEI anuncia 350 milhões para pequenas e médias empresas

ARMÉNIO MIRANDA, FUNDADOR E CHAIRMAN DA FRULACT, ADVERTE

“Os patrões são um equívoco dos sindicatos”

FERNANDA SILVA [email protected]

Está a ser ultimada a assinatura de um protocolo entre o IAPMEI e a Caixa Geral de Depósitos, que vai permitir disponibi-lizar 350 milhões de euros para recapitali-zação das empresas, anunciou Luís Filipe Costa, presidente do Instituto de Apoio a Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI), durante o XIV Fórum da Indústria Têxtil

Luís Filipe Costa, orador-convidado que falou sobre “Financiamento da atividade empresarial corrente - capitais próprios e re-cursos alheios” e as “Alternativas ao fi nancia-mento bancário: capital de risco”, garantiu que, no âmbito do Orçamento de Estado para 2013, a linha de crédito “PME Cres-cimento” vai ter o valor mínimo de dois mil milhões de euros, estando pela primeira vez aberta às empresas cujo Código de Atividade Económica (CAE) pertença ao setor primá-rio, casos da agricultura ou agroindústria.

O presidente do IAPMEI admitiu tam-bém que, desde que a crise se instalou no nosso país, existe da parte da banca “uma aversão ao risco”, agravada com as condi-ções impostas por força do acordo com a ‘troika’, e sublinhou que “quem sofreu mais com isto foram as pequenas e médias empresas”. “É preciso garantir o acesso ao investimento”, mas este “não se resume ao acesso ao crédito bancário mas também à recapitalização das empresas”, rematou.

Setor têxtil “tem resistido à crise”

Já foi o principal setor exportador nacio-nal mas na última década foram centenas as empresas têxteis que encerraram. Ainda assim, foi sem surpresa que aquelas que apostaram na exportação foram as que me-lhor resistiram a estes tempos difíceis e esses que possibilitaram que a indústria têxtil e de vestuário portuguesa se assuma agora como um dos motores da economia nacional. Contas feitas, o setor registou, entre janeiro

e agosto de 2012, um aumento de 0,4% das exportações, para um volume de negócios de cerca de 2,76 mil milhões de euros.

Discursando na sessão de abertura do XIV Fórum da Indústria Têxtil, sob o tema “Financiar a atividade, relançar o investi-mento”, e que decorreu, na passada sema-na, no Citeve, em Vila Nova de Famalicão, João Costa, presidente da Associação Têx-til e Vestuário de Portugal (ATP), admitiu que “há menos empresas e menos postos de trabalho” no setor, mas garantiu “o mesmo contributo para as exportações”, o que sig-nifi ca que o “setor tem resistido à crise”.

Salientando que em 2011 o volume de negócios atingiu “mais de quatro mil mi-lhões” e que “este ano estamos praticamente no mesmo nível”, João Costa afi rmou ain-da que “são as empresas exportadoras que apostaram na inovação, na qualifi cação dos recursos humanos, na inovação e na criati-

vidade que melhor estão a resistir à crise”.Empregando cerca de 150 mil trabalha-

dores e representando cerca de 10% do volume de exportações nacionais, o setor perdeu, ainda assim, na última década, uma média de dez mil postos de trabalho. “Nes-tes últimos dois, três anos poderemos estar a falar de quebras que atingem os 50% em muitas áreas das vendas aos públicos, o que obrigou, e continua a obrigar, a reduções de pessoal e a fecho de lojas. Algumas empresas não resistiram e tiveram de entrar em pro-cesso de insolvência e encerrar a atividade”, lamentou João Costa.

Solução passa por “vender mais ao exterior e com um valor superior”

O XIV Fórum da Indústria Têxtil fi cou ainda marcado pela análise de Manuel Tei-xeira, diretor-geral do CENIT – Centro de

Inteligência Têxtil, ao atual perfi l da Indús-tria Têxtil e de Vestuário (ITV) de 2005 até aos dias de hoje.

Assim, para este especialista, “nunca foi tão difícil perceber uma tendência marcan-te”, afi rmou, revelando que “o que temos hoje é um modelo muito próximo do que sempre tivemos”, com a “incorporação de muito mais serviço, mas com uma base for-temente industrial”. “E se temos uma base fortemente industrial, temos de ter atenção, sobretudo quem nos governa, com as polí-ticas económicas do país, nomeadamente, com o custo dos fatores de produção, da energia às comunicações e ao trabalho”, alertou.

Analisando os indicadores, Manuel Tei-xeira revelou ainda que o setor, no geral, “desceu em 2008 e 2009, e subiu em 2010 e 2011”, o que, ainda assim, resultou numa “quebra das exportações de 1,5% entre 2005 e 2011”. Já em relação aos destinos, Espanha continua a ser o principal par-ceiro de negócio, tendo mesmo aumenta-do 13,3% entre 2005 e 2011 e 5,7% nos primeiros nove meses deste ano, represen-tando, em alguns produtos, uma quota de 35% das exportações, o que refl ete o “agra-vamento da dependência de Espanha”.

Entretanto, e numa observação aos nú-meros detidos pelo Banco de Portugal, Ho-mero Gonçalves, coordenador do Núcleo de Análise Sectorial de Balanços da institui-ção, revelou, por sua vez, que o “número de empresas em atividade no setor tem vindo a diminuir”, mas que “quem resiste vende mais ao exterior, com um valor superior ao do total das indústrias transformadoras”.

Salientando que “a torneira ao crédito bancário está fechada e trancada, embora os banqueiros não digam o mesmo”, Homero Gonçalves afi rmou ainda que “a autonomia fi nanceira do setor está muito em linha com as restantes sociedades não-fi nanceiras em Portugal”, sendo que “mais de dois terços da sua atividade é fi nanciada por capitais alheios”, rematou.

Urban Market promove o PortoA Portugal Lovers – marketing e eventos, entidade promotora do Urban Market, apresenta em dezembro o Urban Market & Os Grandes Amores do Porto integrado com o Projecto Casa, Even-to de Arquitectura e Design da Exponor, de 6 a 9 de dezembro, com o apoio da Câmara Municipal do Porto e o patrocínio da Super Bock.

6 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

“Vencer no mercado global” tema de workshopA internacionalização das empresas e a procura de novos mercados fo-ram os temas do workshop “Vencer no Mercado Global”, que teve lu-gar no dia 4 de dezembro, organizado pela Finance XXI Consulting, em parceria com o ISG Business & Economics School e com CIGEST. O mercado lusófono, e, em particular, os casos de Angola e Moçambique este no centro do debate.

A linha de crédito PME Crescimento vai ter o valor mínimo de dois mil milhões de euros, estando pela primeira vez aberta às empresas da agricultura ou agroindústria, refere Luís Filipa Costa.

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“Queremos tirar partido da experiência, da mão-de-obra altamente qualificada e das valências técnicas que existem atualmente nos ENVC. Este ‘know-how’, combinado com a ‘expertise’ dos nossos estaleiros na Rússia, pode tornar os ENVC altamente competitivos no futuro”, afirma à “Vida Económica” Frederico Casal-Ribeiro, coordenador da proposta da RSI – River Seas Industrial Trade, com ligações ao grupo Russian Financial Corporation.“Além disso, o clima ameno de Portugal permite uma produção continuada durante todo o ano”, acrescenta.

Vida Económica - Quais são as razões que determinam o interesse pela privatização dos ENVC?

Frederico Casal-Ribeiro - O Grupo Russian Financial Corpo-ration, do qual a River Seas In-dustrial Trade faz parte, tem atu-almente uma forte presença na Rússia, nos países da ex-URSS, na Ásia Central e em toda a re-gião do Mar Cáspio.

No âmbito da estratégia de cres-cimento do grupo, os mercados sul-americanos (nomeadamente Venezuela, Colômbia e Brasil) e africano (nomeadamente Ango-la) são neste momento uma prio-ridade. Inclusivamente, a RSI já tem, desde 2011, um escritório de representação na Colômbia (cidade de Bogotá). Tendo em vista esta estratégia de expansão para estes novos mercados regio-nais, os ENVC têm uma posição geográfica perfeita. Também a língua e a afinidade histórica e cultural com estes mercados tor-nam os ENVC estratégicos para a prossecução desta política de expansão.

Queremos também tirar par-

tido da experiência, da mão-de--obra altamente qualificada e das valências técnicas que existem atualmente nos ENVC. Este “know-how”, combinado com a “expertise” dos nossos estaleiros na Rússia, pode tornar os ENVC altamente competitivos no futuro. Neste ponto podemos referir que os barcos construídos nos ENVC nos anos 80 para o mercado da ex-URSS tornaram os ENVC co-nhecidos pela sua excelência.

Além disso, o clima ameno de Portugal permite uma produção continuada durante todo o ano, o que não sucede nos estaleiros do grupo na Rússia, os quais, para poderem funcionar no inverno, implicam custos muito elevados.

VE - Existe uma estimativa sobre o investimento que pode envolver a compra e o relança-mento da atividade?

FCR - Evidentemente que sim. O Grupo RSI tem um plano de desenvolvimento para os ENVC perfeitamente delineado. Con-tudo, por motivos de confiden-cialidade da nossa proposta, não podemos neste momento dar de-talhes do mesmo.

VE - Em termos de criação de emprego direto e indireto, que previsões existem na hipó-tese de vencerem o concurso?

FCR - Como já é do domí-nio público, a proposta da RSI mantém os atuais 635 postos de trabalho.

De acordo com o plano de desenvolvimento dos ENVC, o aumento do nível de emprega-bilidade direta nos estaleiros será uma consequência natural.

O relançamento dos ENVC e a sua consequente plena produ-ção terão com certeza um efeito multiplicador sobre a economia local e regional, com óbvias con-sequências quanto à criação de emprego indireto.

VE - Quais são os principais motivos de interesse que Por-tugal apresenta para os inves-tidores estrangeiros?

FCR - Salientamos aqui três aspetos principais: posição ge-ográfica e ligações políticas e culturais de Portugal face aos mercados sul-americanos e afri-canos; qualidade da mão-de--obra portuguesa; estabilidade e segurança do país.

Para além disso, acreditamos que as medidas em curso que visam relançar a nossa econo-mia, tais como a recentemente anunciada tributação das em-presas constituídas em Portugal por capitais estrangeiros à taxa de IRC de 10% (já aprovada por Bruxelas), são motivo de interesse para o investimento estrangeiro.

VE - O que pensa sobre as regras do concurso e as con-dições de privatização?

FCR - Quanto a esta questão, não nos cabe obviamente pro-nunciar, a não ser para referir que, ao decidirmos apresentar a nossa proposta, respeitámos tais regras e condições.

“GO LOCAL: por uma cidade sustentável”O Município de Grândola acaba de assinar a declaração de adesão à campanha “GO LO-CAL: por uma cidade sustentável”, tornando-se a terceira autarquia a nível europeu a ade-rir a esta iniciativa. Promovida no âmbito do projeto “Redes para o Desenvolvimento: da Geminação a uma Cooperação mais Eficiente”, este é um desafio dirigido aos municípios e a entidades locais da sociedade civil.

EDP Solidária Barragens financia nove projetos sociaisSerão nove os projetos apoiados pela iniciativa EDP Solidária Barragens. O objetivo é in-centivar o desenvolvimento económico, social e cultural nas regiões das barragens. Viking Kayak Clube – “Um rio para todos”, Associação Prevenir – “Eu Passo...“, Agrupamento de Escolas de Murça – “Querer Crescer”, Município de Alfândega da Fé – “Hortas bioló-gicas”, e Junta de Freguesia de Fridão – “Horta da Quinta das Fontainhas”, são alguns dos projetos vencedores.

FREDERICO CASAL-RIBEIRO, COORDENADOR DA PROPOSTA DA RSI AOS ENVC, CONSIDERA

RSI quer elevar produtividade dos Estaleiros de Viana

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 7

A palavra de Cavaco

Nos últimos dias, estive a vasculhar nos meus arquivos escritos antigos, nomeadamente nos jornais i e “Vida Económica”. É sempre bom fazer este exercício retrospectivo, analisar a evolução dos acontecimentos e lançar um juízo crítico sobre aquilo que pensamos num determinado momento e circunstância.Não resisti a sorrir quando me caíram nas mãos dois artigos que versavam a mesma temática: Cavaco e a agricultura. Em junho de 2011, no jornal i, escrevia sobre o discurso presidencial no Dia de Portugal. “No dia de Portugal, Cavaco Silva falou no interior do país, do interior do país. Um tiro certeiro num problema que tarda em resolver: o da desertificação do interior e do abandono da agricultura”.Na mesma altura, na “Vida Económica”, escrevia: “Cavaco Silva não hesitou em colocar a agricultura e o desenvolvimento do interior e do mundo rural no topo da agenda política e entre as prioridades de agenda do próximo Governo”.Mais de um ano depois, o Presidente da República regressa ao tema. No mês passado, numa intervenção pública, Cavaco disse: “O país precisa de ultrapassar estigmas e voltar a olhar para os setores que esqueceu nas últimas décadas: o mar, a agricultura e a indústria”.É curiosa a autocrítica que o próprio Cavaco faz aos anos em que foi primeiro-ministro. Mas o que importa referir é que a palavra do Presidente da República tem uma grande influência e um grande impacto.Estou convencido que muitos dos que entraram para a agricultura nestes últimos meses foram influenciados pelas palavras presidenciais. Espero que o Governo também continue com os ouvidos bem abertos a estes conselhos.Da minha parte apenas me posso congratular por ter percebido há muito tempo que o futuro de Portugal estava na agricultura e no regresso à terra. É por isso que não deixo de sorrir, hoje, quando vejo que a nossa classe política acordou para a importância deste sector económico. Mais vale tarde que nunca!

JOSÉ MARTINOengenheiro agrónomo)Josemartino.blogspot.com

“O clima ameno de Portugal permite uma produção continuada durante todo o ano”

“Queremos tirar partido da experiência, da mão-de-obra altamente qualificada e das valências técnicas que existem atualmente nos ENVC”, afirma Frederico Casal-Ribeiro.

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GUILHERME [email protected]

Vida Económica – Que comparação pode ser feita entre Portugal e outros Estados-Membros no que toca a ga-nhos, oportunidades de emprego e per-formance das frotas no que respeita à atividade piscatória?

Maria Damanaki – No ano passado, a frota portuguesa era composta por 8310 navios de pesca, representando aproxima-damente 10% da frota de pesca da União Europeia. O total de postos de trabalho no setor rondava 17 mil pessoas, o que se traduzia em 15% do global a nível euro-peu. A esmagadora maioria, na ordem dos 90%, das empresas de pesca é constituída por apenas uma embarcação. O volume total de receita gerado pela frota pesqueira portuguesa era de 400 milhões de euros, cerca de 6% do total da União Europeia. Pode-se concluir que a frota é relativamen-te rentável. No entanto, os desafios que a mesma defronta são idênticos àqueles que existem no resto da União, designadamen-

te stocks explorados em excesso e preços dos combustíveis cada vez mais elevados. Na Comissão fizemos alguns cálculos e es-timamos que a adopção plena da reforma da política de pescas comum vai aumentar os níveis de pesca sustentável, sendo que o emprego na frota portuguesa poderá cres-cer em cerca de 35% e a contribuição do setor para a economia poderá aumentar em 45%, na próxima década.

VE – O que se entende por pesca sus-tentável e que necessita Portugal de fazer para atingir os objetivos propostos pela Comissão Europeia?

MD – A pesca sustentável significa que apenas se pode pescar quantidades especí-ficas em cada stock de peixe e região, de modo a que seja possível garantir a rege-neração dos stocks e assim tornar viável a atividade no longo prazo. Apesar de Portu-gal ter uma ampla Zona Económica Exclu-siva (ZEE), o facto de ter uma plataforma continental reduzida restringe o acesso aos recursos piscatórios. As atividade de pes-ca em águas profundas é dificultada pelos custos elevados em termos de operações, a que acresce o facto de que muitas espécies de águas profundas não podem sustentar níveis elevados de exploração. Em contra-partida, ainda que limitada em área, em comparação com a ZEE, a costa portu-guesa possui uma larga diversidade de es-pécies que são pescadas por embarcações pequenas de mão de obra intensiva. Além disso, uma parte da frota portuguesa está integrada nas pescas internacionais, fora da sua zona económica exclusiva.

VE – Mas o novo esforço de preserva-ção das pescas vai alterar a atividade

dos profissionais do setor?MD – Sob a Política de Pescas Comum,

um dos nossos principais objetivos é asse-gurar a exploração sustentável dos recursos naturais. Stocks de pesca em níveis capazes de produzirem o máximo de sustentabilida-de vão fazer com que os pescadores possam melhor abastecer os mercados. Aumentan-do a atividade da frota portuguesa para além dos níveis razoáveis apenas terá o efeito contrário, nos médio e longo prazos, já que os stocks chegariam ao fim. Em certa medi-da, a aquacultura pode ajudar a satisfazer a procura e Política de Pescas Comum apoia fortemente o desenvolvimento deste setor.

Maria Damanaki diz que a frota de pesca portuguesa gera uma receita anual de 400 milhões de euros, sendo relativamente rentável.

MARIA DAMANAKI, COMISSÁRIA EUROPEIA DAS PESCAS, PREVÊ PARA PORTUGAL

Emprego no setor das pescas pode crescer 35% numa década

ATUALIDADE

8 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

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Governação mais regionalizada

“A tomada de decisões em Bruxelas nem sempre se revela efetiva”, afirma Maria Damanaki. “Na nossa reforma, pretendemos que as decisões, em termos gerais, sejam tomadas em Bruxelas, mas depois implementadas ao nível regional ou local pelas pessoas que conhecem melhor as situações no terreno. Queremos assistir a um envolvimento ativo dos agentes das comunidades piscatórias e da indústria na tomada de decisões à escala local e regional na gestão do fundo europeu marítimo e das pescas, um novo fundo que foi proposto para acompanhar a referida reforma.” “Os grupos de ação local das pescas – já existentes – são um bom exemplo da autogovernação dos fundos ao nível local e da gestão de pojetos de pesca, bem como atividades inovadoras”, conclui.

O emprego na frota de pesca portuguesa tem a possibilidade de crescer cerca de 35% na próxima década. E a contribuição do setor para a economia poderá aumentar 45%, são as perspetivas otimistas de Maria Damanaki, comissária europeia para os Assuntos Marítimos e das Pescas, numa entrevista em exclusivo à “Vida Económica”. Mas também admite que existem problemas, sobretudo stocks de pesca sobreexplorados e preços dos combustíveis cada vez mais elevados.

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ATUALIDADE/Opinião

Greve dos estivadores dos portos até ao NatalA greve dos estivadores dos portos de Lisboa, Setúbal, Aveiro e Figueira da Foz vai prolongar--se até à véspera de Natal. A paralisação já dura desde setembro, altura em que o Governoanunciou o acordo com nove dos 11 sindicatos representativos dos trabalhadores portuáriospara a nova legislação.

Cobrança coerciva de imposto atinge 1,1 mil milhões A cobrança coerciva de impostos atingiu, em Novembro, os 1,1 mil milhões de euros, que era a meta definida para o final do ano de 2012, anunciou a Secretaria de Estado dos As-suntos Fiscais. Apesar disso, o valor deste ano poderá ficar abaixo do registado em anos an-teriores.

“Buraco legis” (na alegada reforma

do regime do arrendamento) – onde está o BNA?

A Lei 31/2012, de 14 de agosto, foi promulgada, publicada e entrou em vigor no passado dia 12 de novembro, sem que tenha ocorrido a prévia e indispensável regulamentação: onde está o BNA?

Depois de os advogados terem sido afastados, como mandatários dos senhorios, do procedimento de despejo, de terem sido atribuídas competências ao BNA típicas da actividade jurisdicional, de os notários assumirem funções de agentes de execução, o Ministério da Agricultura, que promoveu a reforma do regime do arrendamento também na vertente da agilização do processo de despejo, e o Ministério da Justiça, que ficou com a responsabilidade da criação do BNA e da restante regulamentação, criou o “buraco legis”!

Todos conhecíamos a expressão “vacatio legis”, mas, com a liderança bicéfala das Ministras da Agricultura e da Justiça (brilhantes juristas e pessoas de bem), foi criada a realidade/ expressão “buraco legis”, que resulta da anunciada intenção vital de reformar o regime do arrendamento urbano (NRAU), na vertente da agilização do processo de despejo, e da revogação do actual quadro legal (acção executiva de despejo regulada pelo CPC) e da inexistência de alternativa (procedimento) para fazer valer os direitos dos senhorios e arrendatários: o BURACO!

A presente situação, denominada “buraco legis” no regime do arrendamento, é absurda e intolerável, sendo de estranhar a omissão de pronúncia dos actuais dirigentes da Ordem dos Advogados perante tamanho atropelo dos direitos fundamentais dos cidadãos intervenientes na relação de arrendamento, que tem por suporte uma irresponsável desjudicialização da conflitualidade de uma área estrutural da atividade social e económica (direito à habitação, direito à propriedade, direito de estabelecimento, etc).

Daí que, para evitar males maiores, seja feito o apelo “onde está o BNA”?

Sem que a reforma do arrendamento entre efectivamente em vigor, o que impõe a criação do BNA, da respetiva plataforma informática, dos modelos de pedido de despejo de oposição ao mesmo, da regulamentação da caução a prestar pelos inquilinos, etc., (1 decreto-lei e 6 portarias), o papel dos advogados está seriamente afetado e a ideia de justiça totalmente prejudicada, por não ser viável responder à pergunta: e agora como se efetua o despejo do inquilino ou sanciona o comportamento do senhorio?

Tendo estado atento a muitas reformas legislativas, nunca se assistiu a algo equiparável, pelo que o presente APELO poderá contribuir para evitar maiores atrasos e prejuízos, para o que a colaboração de todos os Colegas é fundamental, em especial na divulgação desta mensagem de alerta!

Apesar de tudo, entendo que muitos mantenham a esperança de que a reforma do regime da insolvência será completada com a criação dos anunciados fundos de revitalização empresarial, entre outras mediadas previstas na Resolução do Conselho de Ministros que criou o “Programa Revitalizar” (que quase todos confundem com o “processo de revitalização” introduzido a martelo no Código da Insolvência, sem prejuízo de serem reconhecidos os efeitos no crescente aumento de insolvências e da taxa de desemprego), mas este “BURACO LEGIS” do regime do arrendamento urbano destrói a confiança no legislador e levanta a dúvida sobre as razões de uma liderança bicéfala (2 Ministérios, 2 Ministras e Ilustres juristas) ser incapaz de, em tempo, impor a criação do mesmo, ou seja, a não criação do BNA.

Cabe perguntar se o BNA não for encontrado (morada e meios operacionais): estarão as Portas fechadas ou os Passos trocados?

Portugal não pode parar!O esforço de muitos

contrasta com o egoísmo de poucos que insultam o cidadão comum e que definham toda uma nação.

Portugal enfrenta um enorme desafio da sua vida coletiva, num esforço sem precedentes de reequilíbrio orçamental e restauração da viabilidade económica da nação.

As exportações pareciam apontar um caminho positivo e uma esperança nacional.

Mas alguns sofrem e outros procuram simplesmente manter e ampliar privilégios...!

Escrevo a título individual e não em nome de algum cargo e ou função que ocupo, e completamente descomprometido da política partidária.

Escrevo simplesmente como cidadão português, que ama o seu País e tem orgulho na nação.

O impacto na vida dos portugueses, em geral, é de facto “colossal” com as medidas de austeridade, com uma redução real dos rendimentos de todos os que honestamente contribuem para a criação de riqueza, sejam empresários, sejam trabalhadores por conta de outrem, sejam parte dessa grande fileira de sofredores que são os desempregados.

Sim, sejamos sinceros: ter trabalho em Portugal é hoje um inegável privilégio!

Grito como cidadão comum, num período em que a cidadania impõe uma atitude coletiva responsável e convergente no esforço de construir uma solução para a economia nacional e dotar Portugal de um futuro, digno do seu nome.

A greve dos estivadores já provocou prejuízos superiores a 450 milhões de euros na economia nacional.

Alguns privilegiados, bem pagos e cooperativamente fortes, entendem-se no direito de destruir todo o esforço colectivo em seu favor particular!

Refiro-me à greve dos portos portugueses e dos seus

trabalhadores.Os novos heróis da nação

são alguns empresários que insistem em procurar novos caminhos e destinos para os bens e serviços que o Pais produz.

As empresas exportadoras são a nossa grande esperança, a coragem que nos resta para vencer e ultrapassar a crise que vivemos.

Esta casta de gente audaciosa, criativa e empenhada contrasta com a falta de ideal comum e espírito da mais elementar Portugalidade.

A lei não permite, mas o coração do povo exige, não uma carga policial, mas uma carga de pancada nessa gentalha que trava as exportações e impede uma saída económica para Portugal, por puro egoísmo, e desejo de manutenção de privilégios e falta de amor aos portugueses e a Portugal.

A lei não considera, mas o povo assim entende que se trata de um crime contra a nação parar os portos de Portugal.

Não é aceitável que para enriquecer uma elite profissional, cheia de privilégios, se destruam empregos e empresas que empregam inúmeros trabalhadores menos privilegiados.

A greve dos portos deveria ser considerada uma chantagem nacional, um crime de lesa-pátria e como tal todos os aderentes deveriam ser considerados indignos da nação que os viu nascer.

Só nos faltava agora que os pilotos da TAP com ordenados dezenas de vezes superiores à media nacional, e ou os privilegiados controladores aéreos, acabassem de vez com a economia nacional, paralisando o País, por lhes terem reduzido o tempo para tomarem a “bica”.

Uma casta de seres que se consideram superiores à nação, adormecidos em privilégios e mordomias sem o menor pudor ou sensibilidade ao que se passa com a maioria dos trabalhadores portugueses.

Considerando-se simplesmente superiores e com direitos intocáveis.

Impõe-se uma requisição civil já!

O Governo é eleito para governar e não se curvar perante uma elite socioprofissional poderosa, rica e irresponsável, que se julga acima da nação e dos portugueses comuns.

“Nos portos, a falta de saída de contentores portugueses está já a impedir a entrada de muito dinheiro numa economia em crise.

Os prejuízos avultados que esta situação acarreta para os setores da indústria e do comércio têm ser travados o mais depressa possível.”

O direito à manifestação é normal em democracia.

Em democracia é não só aceitável como uma prova de participação cívica a indignação de alguns grupos profissionais, que lutam por condições aceitáveis de trabalho, como aconteceu recentemente com os enfermeiros.

Mas o que se passa com a greve dos portos é uma pura chantagem de um grupo de cidadãos privilegiados, bem remunerados, que querem vergar uma nação as suas conveniências, destruindo emprego e o esforço de recuperação nacional.

Requisição civil já, é apoiar as exportações e os verdadeiros empresários que lutam pela economia do nosso país.

Como pode um país pedir um esforço sobrehumano a todos e manter incólumes as regalias de uma minoria, que se entrincheira na necessidade de todos e na sua indispensabilidade técnica.

Temos que posicionar Portugal acima de tudo e acima de todos!

Portugal tem que estar em 1º lugar.

Recuperar Portugal é recuperar o espírito e consciência da nação e o orgulho de ser português.

Pelo bem de todos, Portugal não pode parar, sendo este um imperativo nacional.

Portugal não pode parar!

ANTÓNIO RAPOSO SUBTIL(Advogado e ex-Presidente do CDL)

FREDERICO D’OREYCEO DA D’OREY CONSULTING E ESPECIALISTA DE MARKETING

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 9

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O Governo português defende uma aposta estratégica na reindustrialização. Vinte anos depois de o professor de Harvard Michael Porter ter realizado um profundo diagnóstico sobre as opções da economia portuguesa, mantém-se o problema central – ou se reinventa por completo o modelo económico ou então os problemas estruturais – défice público elevado, desemprego incontrolado, um tecido empresarial envelhecido, poderão ter efeitos incontroláveis. Como há 20 anos torna-se claro que a competitividade portuguesa é o grande desafio nos próximos tempos! Por isso, a aposta em reindustrializar Portugal é a via certa para ganhar uma nova dimensão de futuro.

Falta em Portugal um sentido de entendimento coletivo de que a aposta nos fatores dinâmicos de competitividade, numa lógica territorialmente equilibrada e com opções estratégicas claramente assumidas, é o único caminho possível para o futuro. Falta por isso em Portugal uma verdadeira rede integrada para a competitividade capaz de produzir efeitos sistémicos ao nível do funcionamento das organizações empresariais. O “novo paradigma” da economia portuguesa radica, nesse sentido, na capacidade de os resultados potenciados pela inovação e conhecimento serem capazes de induzir novas

formas de integração social e territorial capazes de sustentar um equilíbrio global do sistema nacional.

Uma breve radiografia à matriz setorial da economia portuguesa demonstra de forma inequívoca as alterações contextuais produzidas ao longo destes últimos vinte anos, com impactos diretos na própria organização da sociedade. Para além do desenvolvimento duma “nova economia de serviços”, de âmbito eminentemente local e com impacto reduzido em matéria de criação de valor sustentado, é de referir também o fenómeno de progressiva desindustrialização, entretanto acentuado nos anos mais recentes e o ténue desenvolvimento de “novos clusters” associados às dinâmicas da inovação e desenvolvimento. Trata-se duma evolução manifestamente assimétrica, com efeitos negativos em matéria de renovação dos indicadores ativos de “capital estratégico”.

Uma política ativa de reindustrialização deve dar prioridade a duas áreas de intervenção sistémica – profunda renovação organizativa e estrutural dos setores (sobretudo) industriais e aposta integrada na utilização da Inovação como fator de alavancagem de criação de valor de mercado. A mobilização ativa dos “atores económicos” numa

lógica de pacto estratégico operativo permanente era uma condição central no sucesso desta nova abordagem, sob pena de intervenções isoladas não conseguirem produzir de facto os efeitos desejados. Passado todo este tempo, a leitura dos resultados não é nada abonatória - excluindo os muito conhecidos e divulgados casos de reconversão interna e sectorial conseguida com algum sucesso, na maior parte dos setores industriais clássicos não foi feita a renovação necessária e os fechos de empresas e perda de quota efetiva de alguns mercados é o resultado mais do que evidente.

Uma nova economia, capaz de garantir uma economia nova sustentável, terá que se basear numa lógica de focalização em prioridades claras. Assegurar que o “IDE de inovação” é vital na atração de competências que induzam uma renovação ativa estrutural do tecido económico nacional; mobilizar de forma efetiva os “centros de competência” para esta abordagem ativa no mercado global – mas fazê-lo tendo em atenção critérios de racionalidade estratégica definidos à partida, segundo opções globais de política pública, que tenham em devida atenção a necessidade de manter níveis coerentes de coesão social e territorial. reindustrializar Portugal é dar à competitividade portuguesa um novo sentido de oportunidade.

Para um investidor financeiro o ouro é como um Picasso: vale hoje aquilo pelo qual se espera poder vendê-lo amanhã. Ou, para ser mais preciso, o seu valor atual depende do preço que se espera venha a ter no futuro, descontado a uma taxa apropriada ao risco do investimento. O crucial é a expectativa, que é algo que se baseia na psicologia e nos valores sociais. Nada afeta tanto o preço do ouro ou de um quadro como uma evolução nas expectativas.

Tal como um Picasso, o investimento em ouro tem períodos em que a rentabilidade é elevada, devido a aumentos significativos e sustentados de preço, mas também períodos sustidos com rentabilidades baixas e mesmo negativas.

Tal como um Picasso, as taxas de rentabilidade do ouro exibem uma elevada correlação com as taxas de inflação. Em qualquer moeda, o valor nominal do ouro sobe com a inflação, tal como acontece tipicamente com um Picasso. Assim, ambos são bons protetores contra a perda de valor da moeda.

Tal como acontece com Picassos, a quantidade de ouro que se encontra disponível no mercado é uma pequena proporção do stock total de ouro existente. Uma vez transacionada, tipicamente, essa “tranche” fica sem voltar a ver a luz do dia durante um longo período. Em ambos os casos os maiores compradores e vendedores são entidades públicas ou parapúblicas:

museus e bancos centrais.Pode parecer que existe um

aspeto em que o ouro difere de um Picasso: enquanto se continua a extrair ouro, a produção de Picassos terminou em 1973. Pura ilusão. Geologicamente, a produção do ouro terminou há já uns milhões de anos atrás: a quantidade de ouro ao dispor da humanidade é constante. Não existe grande diferença em ter ouro armazenado numa cave ou numa mina. Se os custos de armazenagem numa mina são inferiores ao da cave, os custos de mobilidade do ouro na mina são marginalmente superiores ao do ouro na cave. E não devemos esquecer que, ocasionalmente, se descobre e desenterra um Picasso esquecido numa cave.

Tal como um Picasso, o investimento em ouro comporta um elevado risco: as flutuações de preço são grandes e a variância das taxas de rentabilidade elevada. No entanto, este é um risco que só afeta investidores não diversificados. Isto porque o ouro tem um risco de mercado muito baixo: para longos horizontes de investimento, o beta do ouro é muito baixo, com valores próximos de zero. É, portanto, tal como um Picasso, um excelente instrumento de diversificação de carteira para o investidor financeiro.

Como investimento financeiro, o ouro ganha a um Picasso só na fracionabilidade e na fungibilidade. O que já não é pouco.

ATUALIDADE/Opinião

10 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

UMA APOSTA ESTRATÉGICA FUNDAMENTAL PARA OS NOVOS DESAFIOS DA COMPETITIVIDADE

Reindustrializar PortugalPicasso

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação e Competitividade

NOVOS ARTIGOS DISPONÍVEIS NO SITE VIDA ECONÓMICAwww.vidaeconomica.pt

O E-COMPRADOR: COMO O MUNDO DIGITAL ESTÁ A REVOLUCIONAR

A FORMA COMO VIVEMOS

Nos dias de hoje, ser consumidor é um processo bem mais complexo e desafiante do que há algumas décadas atrás. Esta alteração está não só relacionada com a maior diversidade da oferta, mas, principalmente, com a multiplicação dos canais/locais de aquisição. Nesta evolução, as novas tecnologias e, muito especialmente, as possibilidades apresentadas pela Internet são a face mais visível da mudança. É, justamente, sobre a revolução nos padrões e comportamentos de consumo que vivemos actualmente, que versa o estudo “Digital Shopper Relevancy”, desenvolvido pela Capgemini.

GÁS NATURAL BIOLÓGICO NA ÁGUA RESIDUAL

E NOS SUBPRODUTOS

Conjugar o ‘bolso’ das empresas/industriais com os imperativos ambientais é o desafio que se coloca à engenharia.Para reduzir os custos operacionais, a indústria terá de necessariamente adotar medidas de racionalização energética que implicarão auditorias e intervenções nas soluções existentes, nomeada mas não exaustivamente, de tratamento de águas e de subprodutos. O principal desiderato terá de ser a adoção de soluções de economia energética e de “waste-to-energy”, visando reduzir a carga poluente dos efluentes e mitigar os custos com energia elétrica, com transporte e deposição de lamas e com taxas de ligação a coletor municipal, quando aplicável.

PORTUGAL OU SUÍÇA?

Portugal é um país que pode reunir todas as condições para ser uma Suíça no Sul da Europa. Geograficamente privilegiado, pode posicionar-se como uma porta para abastecer o mercado europeu em produtos e serviços de vanguarda e servir de plataforma de negócios, centro de serviços e logística, quer para a União Europeia quer para a Lusofonia (países da CPLP). Portugal tem, por comparação com a Suíça, um melhor clima, uma mais longa e influente história para descobrir, melhor gastronomia, uma hospitalidade e pacatez mais vincada, igual segurança, grande beleza natural, excelente e diversificada oferta turística de serra e mar, um país de sol e praia que consegue fomentar os desportos marítimos e captar uma procura turística diversificada.

PARA EMPREENDER É PRECISO TER ESTÔMAGO?

Utilizadora que sou das redes sociais, surge um debate no Linkedin: “Para Empreender é preciso ter estômago”.Eu diria, antes, que é preciso ter “estômago” em qualquer altura da nossa vida, seja pessoal ou profissional. Para empreender é preciso pensar no que gostamos de fazer. Se observamos com atenção o mundo que nos rodeia, facilmente nos apercebemos que existem oportunidades em todo o lado. Mesmo nos setores que parecem saturados, existe sempre espaço, nomeadamente, para a inovação.O parar e pensar “o que quero ser quando for grande”, leva-nos ao sonho e, muitas das vezes ao desalento, quer seja por não acreditarmos em nós mesmos e nas nossas capacidades, quer seja pelos dos desafios que julgamos não conseguir alcançar.

SUÍÇA: O FIM DO SIGILO?

Se, há alguns anos, políticos e banqueiros suíços afirmavam que o sigilo bancário não era negociável, decerto subestimaram a audaz luta contra a evasão fiscal internacional.A consciencialização de que a fraude e a evasão fiscais limitam a capacidade de um Estado aumentar as suas receitas, e pôr em prática a sua política económica, deu origem a um esforço combinado por parte das potências económicas mundiais no sentido de alcançar mais justiça fiscal pelo fim de paraísos fiscais e sistemas jurídicos que facilitem a evasão fiscal através de sigilos bancários.Em 2009, a Suíça foi posta na lista cinza de países não-cooperantes quando o G-20 e a OCDE declararam oficialmente guerra ao sigilo bancário.

DRA. VANESSA LOUREIROManager da Capgemini

PAULO C. SEABRAGerente da empresa Aguadoiro

MÁRIO DE JESUSEconomistaDirecção do FRES – Fórum de Reflexão Económica e Social

PATRÍCIA VALENTEEZ.BIZ – Soluções Empresariais, Lda

DRª.MARGARIDA MARTINS LEITÃOAdvogada da Gali Macedo & Associados

JOSÉ MIGUEL PINTO DOS SANTOSProfessor de Finanças, AESE

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O presidente do Banco Central Euro-peu (BCE), Mario Draghi, defende que a entidade monetária deve supervisionar todos os bancos da Zona Euro. Mesmo os bancos mais pequenos, a partir do momento em que assumir a supervisão bancária unificada. A Alemanha está contra esta unificação, como já deu a conhecer.

O responsável máximo do BCE con-sidera que a entidade deve manter a sua independência e que as funções de po-lítica monetária e de supervisão devem ser separadas. Quer ainda que a legis-lação esteja pronta o mais rapidamente possível, preferencialmente a 1 de Janei-ro, para que possam ter início os prepa-rativos.

Mario Draghi é de opinião que não apenas os grandes conglomerados ban-cários internacionais que têm a capaci-dade de influenciar o sistema financeiro.

Devido às ligações e aos mecanismos de contágio, as instituições mais pequenas também podem tornar-se importantes.

De facto, os bancos mais pequenos têm uma forte presença na Europa. Em quase metade dos países da Zona Euro, mais de 60% dos ativos bancários estão na posse destas entidades. Draghi faz questão de salientar que os bancos mais pequenos têm 30% dos ativos bancários totais da Zona Euro. O presidente do BCE propõe que o supervisor europeu trabalhe como um sistema descentrali-zado, com o conselho de supervisão no centro. Este conselho será composto so-bretudo por representantes das autori-dades de supervisão nacionais. E insta os governos a continuarem com a aplica-ção das reformas estruturais necessárias a nível nacional, já que o banco não se pode substituir à atuação desses mesmos governos.

BCE quer supervisão de todos os bancos da Zona Euro

“O sistema de reembolso foi alterado em Janeiro passado” – explica à Vida Económica Johannes Ruckert, director.

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 11

Popular garante ampliação de capital de 2,5 mil milhõesO Banco Popular conseguiu captar os 2,5 mil milhões de euros que pretendia com a sua am-pliação de capital. O que faz com que não necessite de qualquer ajuda pública e o coloca em boa posição para fazer face às condições económicas mais adversas, em resultado das provasde resistência da consultora Oliver Wyman. A operação acabou por ser um sucesso e revelou, sobretudo, um elevado nível de confi ança por parte dos investidores privados e institucionais na entidade bancária espanhola.

Europa prepara acordo comercial com o JapãoA Europa pode estar em vias de abrir um novo capítulo nas trocas comerciais com o Japão. Isto apesar das fortes resistências levantadas sobretudo por dois países, a Itália e a França. Quanto ao Japão, está na disposição de fazer esforços para abrir um pouco mais os seus mercados aos produ-tos europeus. Já a fi leira automóvel europeia receia um novo choque, tendo em conta um mercado com uma produção excessiva. A Comissão Europeia está a tentar atenuar os protestos, afi rmando que existe bom senso de ambas as partes e que estas vão tirar vantagens de um acordo de livre troca.

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O presidente do BCE, Mario Draghi, tem contado com a oposição da Alemanha nas suas propos-tas de supervisão bancária.

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RESPOSTAAs atividades de engenharia civil e de construção, CAE 42 e 43, são atividades consideradas não elegíveis pelo Enquadramento Nacional dos Sistemas de Incentivos. Contudo, esta legislação permite que os regulamentos específicos de cada sistema de incentivos considerem como elegíveis outras atividades. Tal é o caso das CAE 42 e 43, no que respeita ao SI Qualificação e Internacionalização das PME. De acordo com o regulamento específico deste programa, as empresas com as CAE referidas podem candidatar-se ao mesmo.Acresce que, como o Aviso de Concurso que se encontra aberto neste momento não exclui essas CAE, a sua empresa poderá candidatar-se ao presente período de candidaturas ao SI Qualificação.O SI Qualificação de PME visa promover a competitividade das empresas através do aumento da produtividade, da flexibilidade e da capacidade de resposta e presença ativa das PME no mercado global. Neste sentido, tanto as despesas com a prospeção de novos mercados para a internacionalização da empresa, como a aquisição e instalação de novos equipamentos para melhoria da rede informática consistem em investimentos que vão de encontro aos objetivos do Aviso de Concurso, enquadrando-se nas despesas elegíveis do SI Qualificação.Para se candidatar a este concurso, a empresa promotora deve cumprir um rácio que afere o contributo do projeto para uma maior orientação para os mercados externos: a intensidade das exportações (peso do volume de

negócios internacional no volume de negócios total) no pós-projeto deverá apresentar um valor mínimo de 15%.O incentivo a conceder é calculado através da aplicação às despesas elegíveis de uma taxa base de 45%, com exceção das despesas relativas à participação em feiras e exposições, sobre as quais incide uma taxa de apoio de 75%.Podem-se candidatar as empresas localizadas em todo o território continental.De realçar que a pontuação do Mérito do Projeto atribui especial importância à orientação dos projetos para a internacionalização das empresas, uma vez que às candidaturas que apresentem despesas elegíveis associadas à tipologia internacionalização que representem pelo menos 70% do total das depesas elegíveis é atribuída a pontuação máxima no subcritério A3 – Aposta na internacionalização.Também se verifica uma especial importância da criação de postos de trabalho qualificado, em particular no que diz respeito à criação de emprego jovem, ou seja, da contratação de funcionários com idade até 30 anos e qualificação igual ou superior a VI (licenciatura).A primeira fase de candidaturas ao Aviso de Concurso que se encontra aberto termina a 31 de Dezembro de 2012. Para estes candidatos, apenas são elegíveis as despesas realizadas até 31 de Dezembro de 2014.WWW.SIBEC.PT [email protected] 228 348 500

Dora Troncã[email protected]

O mercado de compras online está a crescer. Um estudo Cetelem aponta para um primeiro semestre de 2012 com compras em Portugal na ordem dos 1630 milhões de eu-ros. A razão para este crescimento contínuo, segundo Nuno Rodri-gues, responsável Pixmania pelos Mercados da Europa do Sul, é “o cliente estar cada vez mais exigente e procurar melhores preços”.

Outros fatores que contribuem para o comércio online, segundo o responsável Pixmania, são o acesso facilitado à internet que aumentou a nível mundial e, consequente-mente, aumentou e-commerce. “Há mais tecnologia ao alcance das pessoas com os smart phones, in-ternet em casa, pacotes promocio-nais de TV, telefone e internet.”

Com o “market place”, a Pixmania oferece 1,2 milhões de referências di-ferentes, com categorias como peque-nos eletrodomésticos, desporto, brico-lagem, jardim, joias, por exemplo.

Há também parcerias com em-presas. “Tivemos um aumento considerável nas vendas com a entrada de novos parceiros, 100% certificados Pixmania, cumprindo regras rigorosas quanto ao cuidado com que deve ser tratado o cliente.”

Ter mais parceiros com produtos nacionais

“A intenção é que pixmania.pt tenha cada vez mais parceiros por-tugueses com produtos nacionais e utilizem a plataforma do site, que existe há 11 anos, de forma a pro-mover os seus produtos.”

“A conjuntura não é a mais fa-

vorável, mas há uma solução mui-to fácil e pouco dispendiosa que é utilizar esta plataforma, que pode dar mais notoriedade às empresas portuguesas”, confessa Nuno Ro-drigues.

A Pixmania não está imune à con-juntura económica negativa da atu-alidade. Houve uma diminuição das vendas em 2011, esperando estabili-zar em 2012. “O cliente tem outras prioridades, vendemos produtos de luxo, o que de alguma forma faz com que cliente pense duas vezes e, de facto, o cesto médio de compras online era mais alto há uns anos.”

A Pixmania possui uma loja física em Lisboa, no Saldanha Residence, para a qual está prevista uma refor-mulação de conceito e abriu recen-temente duas lojas em Madrid e duas outras em Barcelona.

“Portugal nunca foi visto de for-ma individual para as grandes em-presas, mas é um país que tem um peso importante, tem margens de crescimento nesta área de negócio e este novo conceito de abrir uma loja, com preços de web ao alcance, com especialistas e possibilidade de envio, abre um novo rumo tanto para o comércio tradicional como para o comércio online. Encomen-dar na web não retira possibilida-des ao comércio tradicional. Não falamos apenas da questão do pa-gamento seguro porque Pixmania tem formas de tranquilizar o clien-te, mas também de esclarecer dú-vidas acerca do produto, de tocar e poder fazê-lo sem compromisso. Portugal esta na linha da frente nos Mercados do Sul, assim como Es-panha. São dois países com peso no

Pixmania quer alargar parcerias

Nersant apoia criação do Parque de Negócios da Beira A Nersant – Associação Empresarial da Região de San-tarém foi convidada pela Associação Comercial da Beira (Moçambique) para prestar apoio no desenvolvimento do projeto do futuro Parque de Negócios da Beira, em Moçambique. O convite foi formalizado durante o Ner-sant Business 2012, que decorreu em Torres Novas, Ribatejo.

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

12 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Internacionalização na construção civil

Sou gerente de uma empresa de pequena dimensão no setor da construção civil e, devido à crescente paragem das obras em Portugal, especialmente das obras públicas, pretendo iniciar uma estratégia de internacionalização da empresa. Os mercados escolhidos são o angolano e moçambicano, onde pretendemos realizar várias visitas de prospeção.Complementarmente, será necessário investir na rede informática da empresa, com vista a facilitar as comunicações com funcionários destacados para esses países, bem como com os clientes internacionais.Será possível obter algum tipo de apoio para o nosso projeto?

“Encomendar na web não retira possibilidades ao comércio tradicional”, afirma Nuno Rodrigues.

“A conjuntura não é a mais favorável, mas há uma solução muito fácil e pouco dispendiosa que é utilizar esta plataforma, que pode dar mais notoriedade às empresas portuguesas”

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Reestruturar empresas

De uma forma geral, a falência de uma empresa pode ser vista como o resultado de um mecanismo de autorregulação do mercado: admitindo que o objeto do negócio (a venda de certo tipo de bens ou serviços) não acaba, o encerramento da actividade de uma empresa leva a que o seu espaço seja apropriado por outra que cumpra a mesma função de forma mais competitiva e sustentável. Isto é, numa aplicação económica da Lei de Darwin, há uma seleção natural entre aqueles que melhor se adaptam ao ambiente e aqueles que não o conseguem fazer.Na verdade, tal como na natureza, também no quadro de desenvolvimento de cada uma das atividades económicas a envolvente não é imutável, o que obriga as empresas (mesmo as mais fortes e bem sucedidas) a desenvolverem um contínuo processo de transformação e ajustamento a cada nova realidade.Poder-se-á dizer, porém, que há determinados contextos de tal forma adversos em que mesmo as ditas mais “fortes” (numa ótica de resistência e não de dimensão) têm extremas dificuldades em sobreviver.Ora, restringindo-nos ao âmbito estritamente económico, assim acontece quando a conjuntura induzir um volume tal de falências que o mesmo ponha em causa a estrutura da base económica (nacional, regional ou local) e se repercuta em elevados custos sociais (nomeadamente pelo agravamento das cifras do desemprego).Em qualquer circunstância, mas nestes casos de forma particular, o que é intolerável é admitir que pode haver fatores que poderiam mitigar tal realidade e que os mesmos não estão a ser valorizados por todas as contrapartes envolvidas.De registar, pois, o particular esforço que o Ministério da Economia desenvolveu no sentido de alterar o enquadramento normativo que envolve os processos de insolvência e de criar instrumentos de apoio à recuperação de empresas em dificuldades. O Programa Revitalizar (através do PER - Processo Especial de Revitalização, do SIREVE – Sistema de Recuperação de Empresas pela Via Extrajudicial e da renovação do quadro legal dos administradores de insolvência), as alterações produzidas aos nível do Capital de Risco público e a criação dos Fundos Regionais de Expansão Empresarial são alguns exemplos desta nova postura.Faltará, porventura, a criação de uma “Câmara de Compensação” de débitos/créditos com todo o Sector Público e o reforço dos estímulos à concessão de crédito às empresas por parte do sector bancário, tanto mais que boa parte das dificuldades das empresas resultam hoje de problemas de tesouraria.Do lado privado, o contacto com inúmeras empresas levou-me a considerar que o problema se centrava na incapacidade de planear, de agir proativamente e de promover as alterações necessárias em tempo, o que conduzia a tentativas tardias de reagir contra as adversidades ou à afirmação de “estados de negação” perante situações já quase insolúveis.Mas também esta realidade parece estar a mudar. No âmbito do novel Programa de Reestruturação Empresarial da Porto Business School (Ex.: Escola de Gestão do Porto). há a registar que a maioria das manifestações de interesse já verificadas advém de empresas com situações económicas e financeiras relativamente estabilizadas, que pretendem reforçar os seus argumentos e esbater as suas fragilidades antes que sejam surpreendidas negativamente pelas circunstâncias.Note-se, finalmente, que uma das linhas do Programa Revitalizar visa ainda apoiar os processos de concentração, sucessão ou transmissão da propriedade das empresas, o que, em ligação com a reunião dos meios financeiros e a qualificação das práticas de gestão e ctuação no mercado, pode também contribuir para dar maiores oportunidades de sobrevivência às empresas e maior solidez ao tecido económico.

RICARDO [email protected]://econominho.blogspot.com

NEGÓCIOS E EMPRESAS

14 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

“Quem ganha mais, paga mais!” – é o mote que norteia a proposta fiscal que, uma vez mais, agrava, desmesuradamente, a carga fiscal confiscatória que capeia mais um Orçamento de Estado, em que a tal Estado nada se exige e aos Contribuintes tudo se impõe, tudo sob a mesma ladainha dos tempos do PREC socialista ortodoxo que, de novo, se ressuscita sob o chavão da “progressividade”! Mas… porquê um imposto “progressivo”? Por que razão é que “quem ganha mais” e, por isso, já paga mais, tem que pagar muito mais? Há quem ensaie uma resposta que tal política fiscal tem que ser executada em nome de um sacrossanto (e, na realidade, inexistente) “Estado Social” ou para que haja “justiça social”… uma verdadeira miragem – que, como já em anteriores crónicas, com Hayek, como verdadeiro embuste que é, se cuidou de desmontar –, sem outro fim que não o da mera propaganda, vazia de fundamento, sentido e significado, que não o de alienar dinheiro confiscado a quem produz mais e acrescenta mais valor acrescentado à cada vez mais escassa riqueza a uma economia em que os ditos “ricos” (que são, no caso do IRS, trabalhadores por conta de outrem) fiquem indesejavelmente cada vez mais pobres, sem que os pobres fiquem, por isso, mais ricos, como seria desejável. Dando sequência aos dois simplificados e hipotéticos casos em que, a bem da sua fácil inteligibilidade, se compararam os efeitos de aplicação de uma Taxa Proporcional versus Progressiva de Imposto, exemplificados na última crónica: «- um, em que o Contribuinte “A”, que aufere J10.000 por ano, é

colectado a uma Taxa (Proporcional) de IRS em 10% e, por isso paga J 1000 de Imposto; o Contribuinte “B”, que aufere J 200.000, também por ano, colectado por essa mesma taxa proporcional de 10%, paga J 20.000 de IRS… “B” paga, em termos absolutos, 20 vezes mais que “A”;- noutra situação, sob o “manto” da Progressividade, o mesmo Contribuinte “A”, que aufere os mesmos J 10.000 por ano, continua a ser colectado a uma taxa de IRS em 10%, pagando os mesmos J 1000 de Imposto; já o Contribuinte “B”, auferindo os mesmos J 200 000, por força do carácter “progressivo” do Imposto, irá ser objecto de uma Taxa de IRS em 40% (o quádruplo), pagando, por isso, 80.000 J de Imposto… “B” paga, em termos absolutos, 80 vezes mais que “A”».Relembremos que os Contribuintes “A” e “B” são, ambos, trabalhadores por conta de outrem, hoje tidos como “trabalhadores ricos” à luz da propaganda de quem nos governa e de quem se lhe “opõe”; nem um nem o outro escolheram nem o que cada um aufere em termos ilíquidos, nem o que o outro recebe ao fim do mês a título de salário, bruto ou líquido – “limita-se” esta Lei Fiscal “progressiva”, dita “progressista”, a determinar que, das 8 horas que cada um trabalha por dia, a “A” sejam retirados 48 minutos do seu esforço de trabalho para pagar impostos e a “B” (que “não tem culpa de ganhar mais que A”), são 192 os minutos que trabalhou mas cujo devido e merecido salário não “levou para casa”… e, se mais auferisse, menos veria compensado o seu esforço.No limite deste verdadeiro absurdo

saque fiscal a quem trabalha e tem o “azar” de auferir, em 2013, J 80.000 ou mais de rendimento colectável, para além de uma Taxa Marginal de 48%, acrescida de 11% de TSU, vai ainda ter que se sujeitar a uma dita “sobretaxa” de 3,5% e… ainda a uma (pasme-se!) “taxa adicional de solidariedade” de 2,5%! Ou seja, nem metade do seu trabalho (em rigor, só 35%) será compensado no seu salário “líquido”. Em bom português, colocando a questão na linguagem do dia-a-dia, seja em que circunstâncias for, “B” (que não é “rico”), que trabalha pelo menos tanto como “A” (que não é “pobre”), por ter um salário superior (porventura, por mérito ou por maior qualificação técnica, profissional ou académica), vai ter que pagar de Imposto, até 65% (!!!!) sobre o seu rendimento, honestamente auferido pelo seu esforço. A saber: num ano de 365 dias vai ter que trabalhar 237,25 dias só para pagar o IRS e a TSU (para além de toda a demais miríade de impostos e taxas – IMI, IVA, IMC, etc… – que vai suportar)? Porquê? Quem quer ser “rico”? Quem quer trabalhar mais? Quem quer investir na sua formação? Quem vai conseguir poupar? Quem vai poder consumir para alavancar a oferta? Quem acredita nesta farsa “progressista” da “progressividade”?Respostas a este autêntico “garrote fiscal”, que se vai apertando à medida que cada contribuinte vai auferindo mais, num esquema de taxas médias e marginais crescentes, que se supõe, sem prova, em consonância com a capacidade contributiva e que, com mais tempo, mas com cada vez menos paciência e dinheiro, ficarão para continuar a debater nas próximas crónicas.

O empresário enfrenta processos de tomada de decisão complexos.É sempre mais fácil tomar decisões quando o ambiente económico é mais favorável.Quando os recursos são mais escassos e as expectativas externas mais duras, o empresário entra por vezes num impasse, optando por adiar sucessivamente as suas decisões.Há uma maneira clássica que o pode ajudar a tomar decisões. Já viu, certamente, o balanço da sua empresa: do lado esquerdo tem o ativo; e do lado direito o passivo mais a situação líquida. A situação líquida é o resultado da diferença entre o ativo e o passivo.Utilize a técnica do balanço para tomar decisões atempadas…Sempre que enfrenta uma decisão – e o empresário está constantemente a ser confrontado com decisões importantes e urgentes - pegue numa folha de papel, desenhe uma linha a meio, e coloque no lado esquerdo a palavra “Ativo” e no lado direito a

palavra “Passivo”. Do lado do ativo liste todos os elementos positivos – os elementos que podem contribuir para melhorar o ativo da sua empresa, isto é, que lhe criam receita ou um proveito imediato ou potencial. Do lado do passivo liste todos os elementos negativos – os elementos que acarretam um custo, ou uma despesa para a sua empresa, e que, por isso, contribuem para o seu passivo.Agora, a decisão que tem que tomar parecer-lhe-á muito mais óbvia.Pode aplicar a técnica do balanço a inúmeras coisas na sua empresa. Aplique-a ao seu produto ou serviço!Reúna-se com os seus clientes.Ouça com atenção aquilo que eles lhe dizem. Do lado do ativo liste as principais necessidades dos seus clientes, as questões que lhes quer efetuar, os benefícios que quer abordar e porque é que você acredita que o seu cliente lhe irá comprar. Do lado do passivo liste as razões pelas quais porque é que os seus potenciais

clientes podem não lhe comprar (as respostas deles e as suas) e quais os obstáculos que podem surgir durante o processo de venda.O empresário encontra-se, muitas vezes, embrenhado no quotidiano, o que lhe proporciona o refúgio psicológico para não decidir. Os dias passam e anda sempre atarefado. Contudo, não se centra no que é essencial para o seu negócio. Espera que o dia de amanhã seja melhor do que o dia de hoje…Experimente esta visão clássica. Tome as decisões que tem que tomar. Decidir não decidir – impasse – é, normalmente, a sua pior opção.O empresário que continua a fazer o que está a fazer no presente, irá obter os resultados que está a obter agora. Os resultados só irão mudar se o curso de ação da sua empresa também mudar.Comece já e coloque a Sua Empresa um passo à frente da sua concorrência!

Os “progressistas” e os impostos progressivos

O empresário tem de acelerar as suas decisões…

M. JORGE C. CASTELA economista e [email protected]

Investor Relations

AZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner&Diretor Geral www.quantumcrescimentonegocios.com

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ABERTURA DOS TRABALHOS Tiago Gali Macedo

Sócio fundador da Gali Macedo e Associados

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES AO REGIME SUBSTANTIVO DO ARRENDAMENTO URBANO

Dra. Maria Olinda Garcia

Professora da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra

O NOVO PROCEDIMENTO ESPECIAL DE DESPEJODra. Ana Sofia Oliveira

Advogada associada da Gali Macedo e Associados

A TRIBUTAÇÃO DE RENDASDra. Andreia Júnior

Advogada associada da Gali Macedo e Associados

MODERADOR João Luís de Sousa

Diretor-adjunto Vida Económica

LISBOA17 dezembro14h30 às 17h30Associação Lisbonense de Proprietários

Informações e inscrições:

O preço da

Inscrição incluí

o livro “Novo

Regime do

Arrendamento

Urbano”

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InnoWave abre escritório na BélgicaCom o objetivo de criar uma estrutura local autónoma e reforçar o negócio na região do Benelux, a portuguesa InnoWave acaba de concluir a criação de uma subsidiária belga, a InnoWave Technologies Belgium. Em 2013, prevê atingir os J 4,5M de volume de negócios global e abrir um novo escritório nos Estados Unidos da América.

O Programa Operacional Mais Centro acaba de lançar os “Roteiros Mais Cen-tro”, um conjunto de onze roteiros de ín-dole cultural e turística, numa iniciativa em parceria com as várias Comunidades Intermunicipais das sub-regiões da Re-gião Centro do país.

As edições do “Roteiro Mais Centro” sugerem a visita a vários locais históri-cos, culturais e turísticos como museus, parques, aldeias, património, mercados, piscinas, jardins, praias, bibliotecas, pro-jetos apoiados por fundos comunitários e que integram o dia-a-dia das gentes locais.

As visitas dos Roteiros estão delineadas para dois dias, permitindo que famílias e grupos de amigos aproveitem o fi m--de-semana para melhor conhecerem as regiões da zona Centro de Portugal – Baixo Mondego, Baixo Vouga, Beira Interior Norte, Beira Interior Sul, Cova da Beira, Dão-Lafões, Médio Tejo, Oes-te, Pinhal Interior Norte, Pinha Interior Sul, Pinhal Litoral e Serra da Estrela.

O primeiro “Roteiro Mais Centro”, o roteiro Dão-Lafões, foi apresentado há dias em Viseu pela Comissão Diretiva do Mais Centro e pela Comunidade In-termunicipal de Dão-Lafões.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

UIA realiza seminário em MoçambiqueA União Internacional de Advogados (UIA) está a realizar uma série de eventos que visam promover investimentos em países africanos de língua portuguesa. Sob este tema, a UIA realiza um segundo seminário agora em Moçambique, Maputo, entre os dias 7 e 8 de dezembro.

16 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEEMBRO 2012

“Roteiros Mais Centro” promovem cultura e turismo

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Na sequência de um artigo que li nesta coluna, enviei carta para atualização do contrato e renda, a um inquilino que em 1983 me arrendou um apartamento para habitação.

Este meu inquilino já me res-pondeu dizendo que se opõe às minhas propostas, que tem 70 anos e que por esse motivo não pode ser obrigado a pagar a ren-da que propus. Posso ou não pos-so atualizar a renda por o inquili-no ter a idade que invoca?»

Depois de o senhorio enviar a carta necessária para despoletar a transição dos contratos mais antigos para o NRAU (Novo Regime do Arrendamento Urbano) e atualização de renda, efetivamente, o arrendatário tem o prazo de 30 dias, a contar da receção da comunicação, para se pronunciar sobre cada um dos itens propostos, ou seja, sobre a renda, o prazo e o tipo do contrato.

Se o arrendatário nada disser no prazo de 30 dias a contar da receção da comunicação, o seu silêncio vale como aceitação da proposta, ficando o contrato submetido ao NRAU e passando a pagar a renda proposta a partir do 1.º dia do 2.º mês seguinte ao termo dos referidos 30 dias.

Em casos como o que o leitor expõe, em que a oposição do arrendatário ao valor da renda proposto pelo senhorio não é acompanhada de proposta de um novo valor, deve entender-se que a proposta é a de manutenção do valor da renda praticada à data da comunicação do senhorio.

Pelo exposto e se o arrendatário, para além de invocar ter mais de 65 anos, fez prova documental da mesma, sem nada mais invocar ou propor, como parece ter sido o caso, o contrato só fica submetido ao NRAU mediante acordo entre as partes e o valor da renda anual, poderá passar a ser, no máximo, de um quinze avos do valor do locado indicado pelo leitor na comunicação inicial.

Assim sendo, o leitor determinará o valor da renda anual dividindo, por quinze, o valor resultante da avaliação do imóvel pelas finanças. Posteriormente poderá determinar o valor da renda mensal dividindo o último resultado por doze.

Será este último valor que o leitor poderá comunicar ao arrendatário como a nova renda a pagar indicando que a mesma é devida no 1.º dia do 2.º mês seguinte ao da receção, pelo arrendatário, da comunicação de tal valor.

Atualização da renda em arrendamento habitacional

de 1983 - inquilino com mais de 65 anos

ARRENDAMENTO

URBANOMARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

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“O território tem de ser reposicionado como um vetor de análise e intervenção do IVDP e ser assumido como um valor que deve ser acrescentado ao produto”, afirma Manuel Cabral, presidente do IVDP – Instituto dos Vinhos do Douro e Porto.

Vida Económica - Quais são as priori-dades da ação do IVDP?

Manuel Cabral - Para a promoção e in-ternacionalização, 2,3 milhões de euros foi o montante definido em 2012.

A estratégia assenta em linhas estratégicas fortes e distintas que, acredito, virão a im-plementar uma nova forma de posicionar a promoção dos Vinhos da Região Demarca-da do Douro dentro e fora de portas: pela primeira vez o plano de promoção inclui a apresentação de um planeamento de três anos, o que nos permite ter uma perceção mais alargada no tempo dos resultados das ações, e apostamos fortemente no território como valor acrescentado ao vinho, na valo-rização das Denominações de Origem e na formação para públicos especializados.

Acima de tudo, passamos a gerir a ação em face dos resultados. Defendo que o ter-ritório tem de ser reposicionado como um vetor de análise e intervenção do IVDP e ser assumido como um valor que deve ser acrescentado ao produto. Valorizar o siste-ma de certificação das Denominações de Origem que estão sob a responsabilidade desde Instituto é outro item a desenvolver.

Definimos estratégias concertadas quer nos mercados tradicionais quer nos merca-dos potenciais (Estados Unidos, Brasil, Ca-nadá, Espanha).

VE - Como compara a situação de mer-cado entre o vinho do Porto e os vinhos tranquilos do Douro?

MC - O volume de negócios do vinho do Porto em 2011 foi de 356 milhões de euros. O do vinho DOC Douro foi de 85 milhões. Juntos representam um volume de

negócios de 441 milhões de euros. O mer-cado do vinho do Porto é 4,5 vezes maior que o do DOC Douro, mas este vindo a crescer paulatinamente, sobretudo na ex-portação.

VE - A região do Duero espanhol deve ser encarada mais como concorrente ou como parceira da região do Douro?

MC - O rio Douro tem 900 km de exten-são e menos de um terço em Portugal. Em todo o seu percurso, a natureza foi pródiga na criação de condições para a cultura da vinha. Só em Portugal, refira-se a Região Demarcada do Douro e a Região dos Vi-nhos Verdes.

Pegando neste exemplo, torna-se evidente a enorme diversidade de vinhos que podem ser produzidos nas margens do mesmo rio, com “terroirs” tão diferentes.

Tal como os filhos dos mesmos pais, fe-lizmente para nós que os vinhos produzidos na bacia do Douro têm identidade própria, revelando excelência nas suas diferenças. E estas diferenças são expressão da natureza e do trabalho do homem, revelando-se como uma riqueza que pode e deve ser explorada.

VE - O evento Porto & Douro Wine Show tem por objetivo aumentar a posi-ção da região no mercado interno?

MC - O conceito do Porto e Douro Wine Show concentra em si dois aspetos que con-sidero justificarem a sua continuidade na estratégia de promoção do IVDP: por um lado, é o único grande evento que realiza-mos a sul do País, e por outro, a sua géne-se tem como objetivo atingir mais do que um público vasto, um público informado e sensibilizado para consumir os vinhos do Douro e do Porto de categorias “premium” e recetivo a novas formas de consumo.

VE - Em termos de ações de marketing no plano interno e externo quais são as principais apostas?

MC - O sector profissional de vinhos, res-tauração e educação continua a ser o principal enfoque da nossa estratégia, seja no estrangei-ro seja em Portugal. Vejam-se, por exemplo, os números do mercado francês e a importante posição que ocupam na tabela das exportações

MANUEL CABRAL, PRESIDENTE DO IVDP, AFIRMA

“O território tem de ser um valor acrescentado ao produto”

“Eu não gosto particularmente de dizer isto, mas a verdade é que os portugueses têm uma relação difícil com o vinho do Porto”, afirma Manuel Cabral.

dos vinhos da Região Demarcada do Douro. Temos em andamento uma missão neste país que passa, sobretudo, por manter e até au-mentar a apetência dos franceses pelo consu-mo de vinho do Porto de categorias especiais, desafiando-os a novas formas de o usufruírem. E este trabalho, moroso e delicado, passa pela formação de públicos alvo, como sejam os alunos das escolas de hotelaria.

Em Portugal, propusemo-nos a procurar ensinar aos portugueses a ultrapassarem a difícil relação que têm com o vinho do Porto.

Eu não gosto particularmente de dizer isto, mas a verdade é que os portugueses têm uma relação difícil com o vinho do Porto. Todos achamos que os estrangeiros têm obrigação de conhecer e de comprar vi-nho do Porto, mas parece que nós estamos isentos dessa obrigação.

Foi com este pressuposto que avançamos com uma formação inédita nos restauran-tes e bares de gama média do Grande Porto e do Douro porque temos que chegar aos restaurantes onde vai a generalidade das pessoas no seu dia a dia, os portugueses e os turistas.

Defendo que uma boa experiência de consumo que depois é transmitida no “pas-sa a palavra” é a melhor forma de promover o vinho do Porto.

VE – Quais foram os resultados no pri-meiro semestre?

MC - Os números do primeiro semestrede 2012 deixam-nos confiantes sobre a di-reção a seguir: as vendas de vinho do Portoregressaram ao plano positivo, com o ReinoUnido a liderar – comprou mais 22,6%que no ano anterior, e consolida a sua po-sição como o quinto maior mercado parao vinho do Porto. Também em Portugal secomercializou mais vinho do Porto do queno primeiro semestre de 2012: mais 16,6%.

De janeiro a junho, no total dos merca-dos, as vendas de vinho do Porto somarammais seis milhões de euros, atingindo os138 milhões.

Num período de contração económica,um aumento nas vendas de vinho do Por-to é um sinal francamente positivo para asexportações portuguesas, sobretudo tendoem conta o que representa este produtobandeira de Portugal. E se o Reino Unidocomprou cerca de 11 milhões de euros, aHolanda ascendeu aos 18,2 milhões, a Bél-gica 15,6 milhões de euros e Portugal 17,8milhões.

Também o vinho DOC Douro registouum aumento de vendas – 39 milhões deeuros, mais 4,2%, com o maior aumentoa registar-se em Angola. Também a Alema-nha comprou mais vinho DOC Douro nes-te primeiro semestre: mais 25%, ascenden-do aos 1,9 milhões de euros. Perante estesvalores, registou-se um aumento do preçomédio na ordem dos 3,9 %.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 17

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SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 19

NEGÓCIOS E EMPRESAS

A actual crise financeira tem contribuído para uma alteração significativa dos para-digmas que orientam a investigação em teoria macroeconómica. Se, por um lado, os métodos fundamentais se têm mantido-relativamente inalterados (como a ênfase em modelos dinâmicos de equilíbrio geral), a capacidade de cada modelo de explicar determinados fenómenos tem sido alvo de muito escrutínio. Um aspecto que tem ganho progressivamente maior atenção por parte dos economistas é a capacidade que estes modelos têm de explicar a evolução da desigualdade entre agentes em termos de riqueza (o valor actual dos rendimentos de um indivíduo ou família) e de rendi-mentos extraídos dos factores de produção (capital, trabalho, empreendedorismo, etc.). Este tópico poderá aparentar ser de rele-vância apenas académica. No entanto, a utilização de modelos macroeconómicos de equilíbrio geral é pervasiva em termos de formulação e condução de políticas económicas e sociais. Instituições como governos, bancos centrais ou entidades reguladoras recorrem, frequentemente, às previsões destes modelos para desenhar e implementar instrumentos de intervenção e de regulação que afetam diretamente todos os agentes numa economia. A preocupação dos economistas com a desigualdade não é, obviamente, recente. Este é um fenómeno que tem implicações fundamentais para a análise do bem-estar

social, um dos principais objetos de estudo da economia. No entanto, a inclusão de mecanismos que explicam e permitem pre-ver a evolução da desigualdade de rendi-mentos e riqueza no contexto de modelos macroeconómicos ganha apenas importân-cia no final da década de 90. Até então, a maioria dos modelos (como aqueles amplamente utilizados para conduzir política monetária) eram basea-dos na hipótese de existência de um agente representativo: uma família arquétipo, que representa o ’consumidor/trabalhador mé-dio’ numa econo mia. Toda a análise tinha como objectivo maximizar o bem-estar deste único agente. A teoria económica tem muito a dizer sobre a ’existência’ deste agente: quando é que restringir a análise ao seu bem-estar sem perda de generalidade. Esta hipótese permite a formulação de mo-delos simples e capazes de descrever toda uma série de fenómenos que são observa-dos na macroeconomia. Esta hipótese esconde, contudo, uma série de dimensões que são relevantes para análise de políticas: estas não têm um impacto uniforme na distribuição de rendimento, riqueza, consumo ou horas de trabalho. Daí que, para estudar os meca-nismos da desigualdade, os economistas tenham começado a introduzir heteroge-neidade ao nível de famílias, empresas e outros agentes. O veículo mais óbvio para a introdução de desigualdades é a rique-za, o valor dos activos detidos por uma

família. Outras fontes de heterogeneidade frequentemente consideradas são níveis de produtividade (influenciados pela edu-cação, por exemplo), preferências entre consumo e lazer/trabalho, qualidade da saúde 1 ou capacidade de acesso a merca-dos financeiros/instrumentos de poupança 2. A inclusão de heterogeneidade nos modelos tem profundas implicações para a forma como a política económica é con-duzida: por exemplo, a alteração da taxa de juro por parte dos Bancos Centrais ou a introdução de impostos sobre mais-valias, que tendem a ter um muito maior impacto sobre os agentes no topo da distribuição (e cujos rendimentos provêm, essencial-mente, de capital e activos financeiros) do que sobre aqueles que se encontram na sua cauda inferior (e que extraem a maioria dos seus rendimentos do trabalho). Em modelos de mercados incompletos, onde os agentes têm apenas acesso a um número limitado de instrumentos de poupança e transferência do rendimento entre períodos (por exemplo, não conseguem garantir que terão poupanças acumuladas durante períodos de recessão, em que se tornam desempregados), estas consequências são fortemente amplificadas. A aparente preocupação tardia dos eco-nomistas com este tópico é parcialmente justifica da por duas razões. Primeiro, a maior sensibilização da sociedade em geral pela questão da desigualdade que foi des-poletada pelos eventos gerados pela recente

crise financeira. Segundo, a introdução de heterogeneidade em modelos económicos é extremamente custosa a nível matemático e/ou computacional. O desenvolvimento destes modelos, e o seu tratamento prático para análise de políticas apenas se tornou possível com recentes desenvolvimen-tos computacionais (novos algoritmos, hardware, etc.). Um modelo que não pode ser simulado é, frequentemente, inuti-lizável para a análise de políticas. Estes desenvolvimentos têm, portanto, motivado um cada vez maior número de macroeco-nomistas a incluir mecanismos geradores de desigualdade/heterogeneidade nos seus modelos. Nalguns casos, tem-se mesmo concluído que não existe um conflito tão grande como se pensava entre eficiência e equidade, uma das questões fundamentais daciência económica.

1- Existe uma enorme heterogeneidade a nível de despesas de saúde entre famílias, e estas tendem a ter um grande impacto no seu rendimento e riqueza. 2- Também fortemente correlacionado com a riqueza e nível de rendimento

* Licenciado em Economia pela Universidade Nova de Lisboa.Mestre de Investigação em Economia, pela Universidade Nova de Lisboa.Aluno de Doutoramento em Economia na New York University.

Desigualdade e heterogeneidade na macroeconomia

MIGUEL DE FARIA E CASTROVencedor do Tema Política Económica*

VENCEDORES

DO 8º CTE

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O diretor-geral da Volkswagen Autoeuropa, António de Melo Pires, quer reforçar e dinamizar a parceria entre a sua empresa e o Instituto Politécnico de Leiria. Durante a visita ao Laboratório de Engenharia Automóvel da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria (ESTG / IP Leiria), salientou a qualidade científica e a forte liga-ção ao mercado de trabalho e às empresas, referindo que se trata de uma parceria do maior interesse para a Autoeuropa. A cooperação é considerada proveitosa, tendo em conta a sua ligação à região de Leiria, onde se localiza uma grande parte dos fornecedores da empresa.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

Vodafone Portugal disponibiliza o iPad miniJá está disponível no website da Vodafone Portugal o pré-registo para os Clientes interessados em adquirir o iPad mini na versão Wi-Fi+Móvel. O mais recente iPad da Apple pode ser escolhido nas cores preto/antracite e branco/prateado, com capacidades de 16GB, 32GB e 64GB, respetiva-mente, por J 469, J 569 e J 669 (valores com IVA incluído).

“Uma Casa Portuguesa” homenageia cultura e artistasO projeto “Uma Casa Portuguesa” vai disponibilizar mostras de cultura portuguesa como música tradicional, literatura e cinema. Como exemplo, um dos quartos vai ser dedicado a José Saramago. Situada numa das aldeias do xisto, Ferraria de S. João, em Penela, a abertura ao público da Casa está prevista para o verão de 2013.

20 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

Autoeuropa parceira

do Politécnico de Leiria

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O diretor-geral da Autoeuropa assistiu a demonstrações dos projetos no Laboratório de Engenharia Automóvel_1.

Pretendo um colaborador para um posto de trabalho muito específico, cujo know-how é grande.Existe alguma forma de os potenciais candidatos nos contactarem, sem que seja efetuado um processo de recrutamento “tradicional”, com todos os contratempos que o mesmo implica?

São várias as formas de contratação de um colaborador para um posto de trabalho específico sem que a empresa tenha de gerir um processo de recrutamento. Contudo, as principais serão o recurso ao trabalho temporário e às agências privadas de colocação de candidatos a emprego (doravante agência de colocação). Se a primeira é amplamente utilizada em Portugal e, por isso, dispensa apresentações, o mesmo não sucede com a segunda, que é algo “desconhecida” dos agentes do mercado laboral. Contudo, tal como a primeira, as agências de colocação podem ser um utensílio útil na redução do desemprego e no aumento da competitividade das empresas.O exercício da atividade destas agências encontra-se regulado no Decreto-Lei 260/2009, de 25 de setembro, em especial nos seus artigos 14.º e ss. De acordo com o artigo 2.º desse diploma, as agências privadas de colocação de candidatos a emprego são pessoas de direito privados, singulares ou coletivas, que, fazendo a intermediação entre a oferta e a procura de emprego, promovem a colocação de candidatos a emprego sem fazerem parte das relações de trabalho que daí decorram.No âmbito da sua atividade, as agências de colocação desenvolvem um ou mais dos seguintes serviços:a) Receção de ofertas de emprego;b) Inscrição e colocação de candidatos a emprego:c) Seleção, orientação ou formação profissional, desde que desenvolvida com vista à colocação do candidato a emprego.A agência pode, ainda, promover a empregabilidade de candidatos a emprego através do apoio à procura ativa de emprego ou autoemprego.À semelhança do que sucede com as empresas de trabalho temporário (ETT), o exercício da atividade da agência encontra-se sujeito a licença, que deve constar de alvará numerado. Na verdade, o número e data do alvará de licença têm, necessariamente, de estar presentes

em toda a documentação emitida pela agência. Para além disso, para que a agência seja lícita, tem, entre outras, de constituir uma caução a favor do IEFP e demonstrar que tem as condições (físicas e de qualificação profissional) suficientes para a realização da atividade.No que diz respeito à relação de intermediação laboral, antes de mais importa referir que, ao invés do que sucede com as ETT, as agências de colocação não são parte da relação laboral que promovem. Assim, conforme estabelece o artigo 23.º do DL 260/2009, a agência deve, entre outras, no âmbito da sua atividade:a) Sempre que fizer uso de oferta de emprego publicitada pelos serviços públicos de emprego, informar desse facto a entidade contratante e o candidato a emprego interessados;b) Assegurar a proteção de dados pessoais dos candidatos a emprego, de acordo com a legislação aplicávelc) Assegurar que a relação laboral oferecida consiste no exercício de funções ou tarefas suscetíveis de poderem ser desempenhadas pelo candidato a emprego, atendendo nomeadamente às suas aptidões físicas, habilitações escolares e formação profissional;d) Assegurar a gratuitidade dos serviços prestados ao candidato a emprego, não lhe cobrando, direta ou indiretamente, quaisquer importâncias em numerário ou em espécie.Entre outros dados, os candidatos a emprego que recorram a estas entidades têm direito a ser informados sobre as técnicas e métodos de recrutamento, as pessoas ou empresas destinatárias das informações prestadas, bem como o direito a recusar responder a questionários ou testes que não se relacionem com as aptidões profissionais ou que se relacionem com a sua vida privada.Assim, no caso em apreço, a empresa poderá recorrer aos serviços de uma agência de colocação de candidatos a emprego para que esta efetue o processo de recrutamento. Tal solução será eficiente e não implicará qualquer “perda de tempo” com a escolha de candidatos. Contudo, obviamente, será mais dispendiosa.Concluindo, as agências privadas de colocação de candidatos a emprego podem assumir um papel de relevo no mercado laboral, funcionando como uma “arma” eficiente contra o desemprego.

As agências de colocação de candidatos a emprego

RICARDO MEIRELES VIEIRA Advogado Gabinete de Advogados António Vilar, Luís Cameirão & Associados [email protected] www.avlc-advogados.com

CONSULTÓRIO LABORAL

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SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 21

NEGÓCIOS E EMPRESAS/Empresas Familiares

Idealizar, implementar, crescer e dar continuidade a um negócio é um ciclo de gestação empresarial que, de imediato, se associa a uma empresa familiar.

No entanto, quando se analisa com mais profundi-dade a história de empresá-rios ou negócios familiares, duas outras caraterísticas sobressaem:

-neirismo, a vontade de criar e a visão rapida-mente levam o empresá-rio a identificar e a que-rer desenvolver novos negócios;

-ção da atividade e a sua capacidade de interpre-tação do mercado levam--no a reinventar o negó-cio ou, no seu limite, a abandonar alguns para se poder focar noutros que considera mais inte-ressantes.

Sabemos que gerir uma empresa familiar em “veloci-dade de cruzeiro” não é uma

tarefa simples, pois, para além de competir no merca-do como qualquer outra, ain-da tem de gerir as vontades da família, o que obviamente exige muito tempo e esforço. Para além disso, quem lidera uma empresa familiar sabe ainda que só terá sucesso se conseguir aliar a pilotagem deste barco à descoberta de novos portos; ou seja, terá de apurar a sua capacidade de empreender, de identificar novas oportunidades de ne-gócio e de arriscar a avançar.

Certamente que neste per-curso de descoberta se con-frontará com diversos bancos de areia ou recifes que terão de ser evitados, mas também se poderá descobrir novas paragens que podem ser a fonte de rejuvenescimento e continuidade da empresa familiar.

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

O espírito empreendedor na empresa familiar

Temas para reflexão:

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTA

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares - Santiago – Porto www.efconsulting.es [email protected]

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A Oracle acaba de anunciar o Oracle CloudWorld, um evento onde os seus executivos senio-res, os clientes, os parceiros e os principais pensadores da indús-tria a nível mundial irão parti-lhar as suas experiências sobre a forma como estão a alavancar a transformação dos seus negócios através da utilização da Oracle

Cloud. A Oracle Cloud é uma oferta

abrangente, disponível nesta área à escala global, diariamente utili-zada por mais de mais de 10 000 organizações e de 25 milhões de utilizadores.

A criação do Oracle Clou-dWorld reflete a expansão do Oracle Cloud services portfolio

no Oracle OpenWorld 2012. O presidente da Oracle, Mark Hurd, terá a seu cargo a aber-tura do Oracle CloudWorld dia 15 de janeiro de 2013, no Du-bai. O Oracle CloudWorld irá depois correr várias cidades em todo o mundo, nomeadamente: Londres, Los Angeles, Cidade do México, Bombaim, Munique,

Nova Iorque, Singapura, Sydney e Tóquio.

As principais intervenções nas sessões deste evento irão abordar a estratégia da Oracle e o seu ro-teiro na área da Cloud e das redes sociais. As inscrições na Oracle CloudWorld podem ser feitas no endereço: http://oracle.com/cloudworld

Oracle CloudWorld proporciona troca de experiências entre as empresas

Melhor CEO do ano para a Repsol O presidente executivo da Repsol, Antonio Brufau, acaba de receber o prémio de “Melhor CEO do Ano” pelos Prémios Platts “Global Energy”. Estes prémios reconhecem a liderança, a inovação e a excelência do setor energético.

Rumos propõe cursos para jovens no NatalA Rumos vai promover ações de formação na área da informá-tica para os jovens durante as férias de Natal. O Programa In-formática Jovem destina-se aos jovens entre os 7 e os 16 anos. As ações irão decorrer entre 17 a 28 de dezembro, das 9h30 às 18h, nas instalações da Rumos de Lisboa e Porto.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

22 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

Montebelo Aguieira Lake Resort & Spa com programa de fim de ano

Com o final do ano a aproxi-mar-se, o Montebelo Aguieira Lake Resort & Spa, em Mortá-gua, lança duas propostas de ré-veillon.

A unidade da Visabeira Turis-mo tem duas opções, com e sem alojamento. Quem desejar ficar alojado no resort dispõe de uma oferta para duas ou três noites, com preços a partir de 261 eu-ros ou 299 euros, por pessoa, em apartamentos T1 (duas pessoas). O programa com alojamento está dimensionado para várias tipo-logias e inclui pequeno-almoço buffet no restaurante da unida-de cinco estrelas, almoço no dia 31 de Dezembro no Hotel Casa Da Ínsua, réveillon com cocktail, jantar, ceia e animação e brunch no dia 1 de Janeiro.

Estão ainda disponíveis vou-chers de descontos para o aces-so a atividades no resort, como aluguer de bicicletas ou passeios de barco e atividades naúticas na Marina da Aguieira. A 15 mi-nutos da unidade, em Viseu, os clientes têm acesso a passeios a cavalo e falcoaria, no Montebe-lo Hípico, ou a aulas de golfe e green fees, no Montebelo Golfe. Quem quiser aproveitar a qua-dra para cuidar do corpo, pode desfrutar de tratamento de rosto e de corpo, massagens e terapias orientais no Montebelo Aguieira Spa ou no Health Clube For Life, no Palácio do Gelo Shopping, em Viseu.

Os mais pequenos podem di-vertir-se com um leque variado de atividades e de ofertas, entre as quais, uma hora na Pista de Gelo, uma hora no Polar & Brincar e uma partida no Bowling & Play Center.

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“As pequenas e microempresas devem aderir em força à econo-mia digital, para superarem a crise e avançarem para o desen-volvimento dos seus negócios”, afirmou Carlos Oliveira, no Fó-rum Nacional da Fatura Eletró-nica, iniciativa do Ministério das Finanças, do Ministério da Eco-nomia e do Emprego promovida pela ACEPI - Associação do Co-mércio Eletrónico e da Publici-dade Interativa e pelo IAPMEI.

O secretário de Estado do Empreendedorismo, Competi-tividade e Inovação sublinhou o facto de Portugal nesta matéria

se encontrar entre os países mais avançados da Europa. Defendeu também que a fatura eletrónica constitui um passo decisivo para o combate à evasão e para a im-plementação de um sistema fis-cal mais justo e equitativo, dois objetivos fundamentais da atua-ção do Governo para os próxi-mos anos.

Durante o Forum a ACE-PI apresentou os resultados do estudo – Adoção da Fatura Eletrónica em Portugal. Trata--se dum estudo quantitativo, centrado na identificação do potencial de adesão do universo

empresarial português à faturaeletrónica, quer na emissão quer na receção.

De acordo com os resulta-dos, apenas 20% das empresas portuguesas aderiram à fatura eletrónica, ainda que a maioria já utilize sistemas informáticos para faturar.

Das 443 mil empresas regis-tadas na Via CTT, inquiridas,responderam 3792. O modelode abordagem do estudo incluiu o perfil das empresas, o processode emissão de faturas, o processo de receção de faturas e a fatura-ção eletrónica: vantagens.

Fatura eletrónica já é utilizada por 20% das empresas

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 23

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

AIP ajuda PME a exportar pela

primeira vez

São as 120 PME das regiões Norte, Centro e Alentejo que vão beneficiar do programa “Exportar - a 1.ª vez” criado pela AIP criou para apoiar as empresas que quei-ram iniciar os seus processos de internacionalização.

A AIP estima que o impacto do programa no crescimento de vendas em mercados externos seja de 180 milhões de euros e que as exportações passem a representar 33% do seu volume futuro de ne-gócios.

O “Exportar - a 1.ª vez” é um programa estruturado que consis-te no apoio à promoção interna-cional das empresas com efetivo potencial exportador, auxiliando--as na necessária e urgente reo-rientação das suas estratégias de desenvolvimento para os merca-dos externos. O projeto foi objeto de candidatura ao COMPETE.

Promover o alargamento da base exportadora

Promover o alargamento da base exportadora nacional, atra-vés do desenvolvimento de no-vas empresas preferencialmente orientadas para mercados externos não tradicionais, é o objetivo do projeto.

Numa política de exportação, as prioridades estão centradas na subida da cadeia de valor (novos produtos/sectores), na diversifica-ção de destinos (novos mercados) e no alargamento da base expor-tadora (novos exportadores). E é sobre estas duas últimas priori-dades que o projeto irá ter o seu impacto.

Num universo empresarial de 314 mil empresas, onde 40 mil tiveram experiências em mercados de exportação, mas onde só 28 mil exportam mais de 10 mil euros por ano, e em apenas 16 mil empresas o comércio em mercados externos representa mais de 15% do seu volume de vendas, demonstra a oportunidade do projeto.

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mento, em Portugal, cerca de 40 colabora-dores diretos. Para Miguel Major, os recur-sos humanos são “o recurso mais essencial da empresa e absolutamente fundamentais para o sucesso”.

Por isso, a empresa pauta-se por uma cultura de inovação, valorizando, como salienta o empresário, as ideias criativas de todos os colaboradores e tentando criar co-nhecimento.

Além disso, a empresa investe continu-amente em pesquisa e desenvolvimento, “esta equipada com uma equipa específi-ca de técnicos, favorece parcerias com as principais universidades da sua área de atuação e tem um laboratório adicional de desenvolvimento também em Portugal”, adianta.

Mas como vê a casa-mãe a prestação da filial portuguesa? “É vista como uma filial de extrema importância, que inova perma-nentemente, que está junto de um mer-cado extremamente enérgico. Portugal é claramente, em termos de retalho, um dos países diferenciadores da Europa”, respon-de Miguel Major.

“Intraempreendedorismo é ferramenta fundamental para as empresas”

Startup Moving Walls ganha primeiro prémio do concurso da Ernst & YoungA primeira edição do “Concurso de Empreendedorismo Ernst & Young”, que decorreu entre os dias 23 e 26 de Novembro, na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, atribuiu o primeiro prémio à Startup Moving Walls. A proposta envolve uma parede interior amovível e garantiu-lhes um prémio de cinco mil euros em capital social, acompanhamento total do projeto e um período de pré-incubação nas novas instalações da Startup Lisboa.

EMPREENDER

24 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

“Na Itautec acreditamos que o intraempreendedorismo é, hoje e cada vez mais, uma ferramenta fundamental para as empresas que se querem manter e destacar no mercado”, afirma o diretor-geral ibérico, Miguel Major. PATRICIA [email protected]

Há cerca de duas décadas no mercado nacional, a Itautec Portugal é uma empresa especializada em tecnologias de informa-ção e comunicação, com soluções para a distribuição, comércio grossista e de reta-lho.

Neste momento, o principal objetivo da empresa é ser reconhecida como especia-lista no negócio dos seus clientes, “desen-volvendo soluções completas e integradas de automação que permitam criar dife-renciação, inovação e criação de valor para os clientes”, explica o responsável. Acres-centando que todos os serviços prestados e soluções, como por exemplo o software de gestão de loja, que inclui todas as fun-cionalidades necessárias devidamente inte-gradas, são desenvolvidas e dirigidas para o retalho, sendo customizadas à medida de cada cliente.

O responsável esclarece ainda que “a tec-nologia é vista como um meio de suporte para criar experiências únicas no ponto de venda, o local de interação com a marca, permitindo uma maior proximidade e fi-delidade dos clientes”.

Tendo em conta que o mercado do re-talho em portugal está cada vez mais satu-rado e competitivo, Miguel Major ressalva que “a inovação, a diferenciação e o em-preendedorismo continuam a ser absolu-tamente relevantes e fundamentais para os objetivos da Itautec junto dos seus clien-tes”.

Aliás, sempre com o objetivo de se des-tacar da concorrência, a tecnologia assume também um papel determinante para a empresa: “É vista como um meio de su-porte para criar experiências únicas no ponto de venda, o local de interação com a marca, permitindo uma maior proximi-dade e fidelidade dos clientes”, explica o entrevistado.

A marca de tecnologias de informação do grupo brasileiro Itausa tem, neste mo-

“A empresa pauta-se por uma cultura de inovação, valorizando, como salienta o empresário, as ideias criativas de todos os colaboradores e tentando criar conhecimento.”

“A diferenciação e o empreendedorismo continuam a ser absolutamente relevantes e fundamentais para os objetivos da Itautec junto dos seus clientes”, afirma o diretor-geral ibérico, Miguel Major.

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Solicito o envio à cobrança. (Acrescem 4€ para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

(recortar ou fotocopiar)

Autor: António Guimarães Pimenta Páginas: P.V.P.: € 16,90

É um livro de imprescindível leitura, não só para os gestores bancários, mas tam-bém para todos os clientes que tem no banco um parceiro, contribuindo para um melhor entendimento deste serviço tão essencial numa saudável economia de mercado.

António Godinho, Administrador da Sartorial e do Grupo Onebiz

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Contributos

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EMPREENDER

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 25

Projeto “Viana Criativa” pretente atrair negócios para região A Câmara Municipal de Viana do Castelo, Associação Empresarial de Viana do Castelo e o Ins-tituto Politécnico de Viana do Castelo estão a promover o projeto “Viana Criativa”. O grandeobjetivo da iniciativa é melhorar a qualidade de vida da população e reforçar as condições dese-jáveis para atrair e fixar negócios e pessoas com talento.

Action Coach promove acções para PME A Action Coach, empresa de Business Coaching, irá estar durante o mês de Dezembro em vários pontos do país com Workshops, Sessões de Introdução ao Business Coaching e com várias Aca-demias. Os seminários destinam-se a negócios pequenos, mas “com potencial, que precisam de ser estruturados para crescer”, como é revelado em comunicado. Nestas sessões, os clientes ficam a perceber o que o Coach pode fazer individualmente por cada negócio.

PATRICIA FLORES [email protected]

Braga foi o palco da primeira campanha organizada pela DécorShow, denominada “Fazer Acontecer! Empreender e Dinamizar Portugal”.

Com esta iniciativa, a organização preten-de reunir empresas dos mais diversos setores como o turismo, a construção, a decoração, a tecnologia ou a moda e mostrar ao país o que de melhor se faz em Portugal.

“O principal objetivo é o de empreender e dinamizar as empresas presentes na iniciativa, assim como projetá-las a nível nacional e in-ternacional”, refere o responsável do projeto, Jorge Teixeira. Acrescentando ainda que se pretende ainda “promover a oportunidade de as empresas mostrarem o que fazem e o queproduzem de diferente”.

Esta ação diferencia-se pela personalização, criativadade e proactividade. Até porque, ape-sar de estar aberta ao público, a organização ressalva que irá convidar o perfil de visitante que quer, ou seja, a classe média/alta. “Preten-de igualmente integrar várias especialidades,torná-las mais apelativas, dando-lhe um ar mais intimista”, esclarece Jorge Teixeira.

Estes eventos de dimensões mais reduzi-das são mais focalizados quando comprados com as grandes feiras que se realizam no Por-to e em Lisboa, segundo a organização. Istopermite aos empresários mostrarem as suasinovações ao público em geral, bem como aoutros players económicos e potenciar assimo seu negócio.

DécorShow dá a conhecer os melhores negócios

Jorge Teixeira, responsável DécorShow.

A rede regional de apoio ao empreende-dorismo EmpreenDouro lançou o “Pré-mio Douro Empreendedor”, destinado a empresários com iniciativas de sucesso no Douro. O concurso é dividido em três ca-tegorias, cada uma com um prémio de 5 mil euros, e conta com o apoio da EDP.

Este visa distinguir os projetos inovado-res de cariz empresarial que valorizem os produtos endógenos, contribuam para a competitividade da região e promovam o desenvolvimento integrado e sustentável da mesma.

O “Prémio Douro Empreendedor”, cujas candidaturas estão a decorrer até 4 de Fevereiro de 2013, é dividido em três categorias:

Prémio “Novas empresas”Prémio “Empresas que fazem o Douro”Prémio “Douro boa região para investir”A categoria “Novas Empresas” destina-se

a premiar projetos empresariais em criação ou empresas constituídas com menos de dois anos de existência e pretende distin-guir a melhor “Ideia de negócio” e “Em-presa inovadora” (projetos que originem o aparecimento de novos produtos, novos processos produtivos, novos serviços, nova forma de comercialização ou nova aborda-gem adaptada a um novo mercado).

O prémio “Empresas que fazem o Dou-ro” dirige-se a empresas com mais de dois anos e que representem o melhor em “Ino-vação” e “Internacionalização”. O prémio “Douro Boa Região para Investir” pre-tende distinguir investimentos no Douro,

protagonizados por pessoas de outras regi-ões ou pessoas que têm raízes no Douro e que decidem retornar ao território.

Podem candidatar-se a este prémio todos os cidadãos com idade superior a 18 anos, individualmente ou em grupo, empresá-rios em nome individual ou membros de sociedades formalmente constituídas (nes-te caso o concorrente deverá ter poderes para vincular a sociedade). As candidaturas são formalizadas através do preenchimento do respetivo formulário disponível no site www.empreendouro.pt.

Além de um incentivo monetário no va-lor de 5 mil euros, os vencedores de cada categoria terão ainda direito ao seguinte:

Acompanhamento e consultadoria gra-tuita das estruturas de apoio ao empreen-dedorismo da UTAD ou IPB;

Acompanhamento de proximidade dos processos pelas entidades da Rede Empre-enDouro solicitadas;

Participação em possíveis suplementos a publicar nos órgãos de comunicação social a definir pela rede;

Participação das empresas em campa-nhas alusivas ao investimento na região do Douro a promover pela Rede Empre-enDouro.

Esta rede regional de apoio ao empre-endedorismo, que integra 26 entidades do Douro, pretende ainda motivar o de-senvolvimento de projetos inovadores de elevado potencial nacional e internacional, com especial interesse para a região do Douro.

Rede EmpreenDouro lança concurso

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NERSANT realiza missão empresarial a MoçambiqueA NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém realiza, entre os dias 2 e 8 de dezembro, uma missão empresarial a Moçambique, que irá incidir nas cidades de Beira e Maputo, onde vai chegar a delegação de empresários no próximo sábado. Esta é mais uma iniciativa desta asso-ciação com vista à internacionalização das empresas da região do Ribatejo.

ASSOCIATIVISMO

EMPRESÁRIOS EXPORTADORES, EM DEBATE NA ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DE ÁGUEDA, AFIRMAM

Estado e banca asfixiam pe Empresários industriais de diversos setores com capacidade exportadora - Revigrés, Grupo Tupai, EPEDAL, EEE e HFA – que participaram num debate promovido pela Associação Empresarial de Águeda(AEA), moderado pela “ Vida Económica”, apontam para um acentuado peso dos “custos de contexto”, fiscal, laboral e burocrático, agravado pelo aumento dos custos energéticos e pelas dificuldades do acesso ao crédito. Estas empresas sugerem também um efetivo apoio à internacionalização e exportação.

ALBANO DE [email protected]

Os elevados custos energéticos (eletricidade e água), na perspeti-va de Augusto Gonçalves, admi-nistrador da Revigrés, estão entre os principais fatores bloqueadores da competitividade na indústria de pavimentos e revestimentos, representando, no caso desta em-presa, custos adicionais de despesa estimados em cerca 2,5 milhões de euros, em 2012. “Como con-tornam as PME estas dificuldades, com uma estrutura financeira me-nos sólida, fortemente dependente do crédito bancário, numa altura em que este é de difícil acesso e so-bretudo muito caro?” – questiona o empresário.

O caminho a seguir é a reorga-nização e a inovação, que reforçam a competitividade, embora no reverso da medalha gerem maior desemprego pela via da extinção de postos de trabalho, salientou Augusto Gonçalves.

A Revigrés exporta cerca de 40% da sua produção. Augusto Gonçal-ves assume que a exportação é um desígnio nacional, mas preocupa-o a grande dificuldade que as PME enfrentam na sua internacionaliza-ção, porque exige recursos não só financeiros como funcionais/ope-racionais, dando como exemplo a

capacidade de inovação e investi-gação e de promoção agressiva nos mercados externos.

O excesso de burocracia e de regalias laborais e sociais

O excesso de burocracia é, para Joaquim Cruz, administrador do Grupo Tupai – que atua no setor das ferragens, exporta cerca de 30 milhões de euros, representando 60% da produção respectiva — um dos principais fatores inibido-res da atividade empresarial, dan-do disso o exemplo das minuciosas certificações de qualidade (e inter-roga porque é que as universidades não fazem tal a custo zero). A isto adiciona o facto de os subsídios à exportação e internacionalização não serem atribuídos diretamente às empresas em função de crité-rios objetivos relacionados com o respetivo valor das exportações, eliminando assim a elaboração de-talhada e a custosa elaboração de projectos executados por diversos intermediários e o seu envolvi-mento na máquina administrativa do Estado.

Referindo que, “para se vender, muitas vezes é preciso ter preços relativamente baixos”, Joaquim Cruz afirma que “é fundamental trazer os clientes externos para vi-sitar as fábricas e o país”, acrescen-tando que, “em regra, esses clientes ficam muito bem impressionados com Portugal, na medida em que a realidade supera as respetivas ex-petativas”.

Em matéria laboral, Joaquim Cruz, apesar de considerar que o salário mínimo nacional é dema-siado baixo, afirma não compre-ender o porquê de tantas regalias

laborais e sociais, esperando no en-tanto pela implementação da nova legislação laboral.

Finalmente, exorta para que se façam valer em Portugal os valo-res duma justiça célere e eficaz, do respeito e da responsabilidade que são essenciais para a saída da crise em que o país tem estado mergu-lhado.

Difícil acesso ao crédito

José Aleixo, empresário da EPE-DAL, fábrica de componentes de automóvel com faturação da ordem dos 16 milhões de euros e peso relativo das exportações dire-tas e indiretas da ordem dos 90%, afirma que o atual Governo pouco tem feito em prol das empresas. Mas reconhece que, no caso da in-dústria automóvel — destinatária da sua produção — o problema é do foro global, a nível europeu e que terão que ser adotadas medi-das, sob pena de se gerar na União Europeia um desemprego de 12 milhões de trabalhadores nesta in-dústria.

No que toca à realidade nacio-nal em geral, destaca como fatores negativos o difícil acesso ao crédi-to, o seu custo e as desmesuradas exigências de garantias bancárias, relevando que os ciclos de explo-ração no atual momento exigem fortes necessidades de fundo de maneio, que terão que ser finan-ciadas na generalidade das empre-sas, e também de investimentos de modernização cujo financiamento não é fácil para o tecido das PME.

Acrescenta também que a moro-sidade operacional e a burocracia ligadas à linha Export Invest reti-ram a sua eficácia.

Quanto à legislação laboral, a despeito das alterações recentes, considera ainda que a flexibilidade deve ser maior designadamente no capítulo dos despedimentos indi-viduais, pois há muito trabalhador antigo sem qualquer espécie de interesse pela formação e aperfei-çoamento.

A exemplo dos intervenientes anteriores, José Aleixo releva a im-portância duma melhor formação profissional direcionada para o emergir de quadros intermédios que muita falta fazem e que são aqueles que “metem a mão na massa.” E, finalizando, insurge--se contra o Estado português, na medida em que exerce uma carga - fiscal, parafiscal e burocrática – so-bre as empresas que as tem vindo a asfixiar.

Greves nos portos põem em causa a democracia

O empresário Manuel Pereira da EEE, empresa ligada ao fabrico de equipamentos para iluminação com um peso da exportação supe-rior a 50% e com atuação diver-sificada em mercados de vários continentes, considera que o gran-de problema no mundo de hoje é o acesso ao crédito, especificando melhor que se trata de créditos em

geral não só das empresas indivi-duais como de todos os agentes económicos a seu montante e ju-sante. No atual contexto, conclui, a cadeia de valor fica afetada e quanto mais longa for pior.

Refere que as mudanças neces-sárias na legislação laboral nada trazem de novo face à realidade doutros países, mas não deixa de considerar preocupante o surto de greves dos portos que põem em causa, no seu entender, a própria democracia, referindo que o porto de Aveiro perdeu agora uma boa oportunidade para melhorar o seu posicionamento.

Para além de elevados custos energéticos refreadores da com-petitividade da indústria portu-guesa, Manuel Pereira releva que, pelo facto de Portugal ser um país periférico, a insuficiência logística pode representar 30% do valor da produção quando se opera em mercados mais longínquos, o que é inaceitável designadamente face à capacidade de stockagem das empresas em geral. A fraqueza das infra-estruturas rodoviárias e ferro-viários é outro fator que penaliza as empresas, em termos do abas-tecimento das matérias-primas e do escoamento dos produtos aca-bados.

Valores estatísticos contraditórios desmotivam iniciativa empresarial

Por sua vez, Carlos Alves, admi-nistrador da HFA, empresa ligada à área das novas tecnologias desig-nadamente à fabricação de com-ponentes eletrónicos com 60% da produção exportada, começou por realçar que subsiste um clima

Insuficiência logística pode representar 30 % do valor da produção quando se opera em mercados mais longínquos

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José Aleixo, Joaquim Cruz, Augusto Gonçalves e Ricardo Abrantes (Presidente da AEAgueda), salientam o excesso de burocracia e as dificuldades de acesso ao crédito.

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ASSOCIATIVISMO

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 27

Presidente da AICEP discute internacionalizaçãoO presidente da AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Pedro Gonçalves, foi na passada terça-feira ao Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP) debater o presente e o futuro da internacionalização da economia lusa. A iniciativa é da responsabi-lidade da direção do Mestrado em Gestão das Organizações.

de descrença e de desconfiança por vezes potenciado por comunica-ções e valores estatísticos contradi-tórios que desmotivam a iniciativa empresarial.

Carlos Alves realça também a boa imagem que Portugal causa em geral aos clientes externos –

que reconhecem o “know how” disponível em muitos domínios —, referindo, no entanto, alguns fatores negativos, tais como: buro-cracia do QREN, a fraca atitude das empresas portuguesas no esta-belecimento de uma cooperação e parcerias que é vital para o sucesso na própria internacionalização —desde logo a começar pela fase da inovação de produtos e processos — e naturalmente as dificuldades de acesso ao crédito para a gene-ralidade das empresas. Nesse sen-tido, apelou às associações empre-sariais para serem agentes activos da aproximação das emopresas em termos de rede de comunicação e de cooperação no terreno.

quenas e médias empresasA morosidade operacional e a burocracia ligadas à linha Export Invest retiram a sua eficácia

Presidente do IPDT forma quadros em LuandaAntónio Jorge Costa, presidente do IPDT – Instituto de Turismo, foi o especialista escolhido para lecionar, em Luanda, Angola, um seminário de-dicado ao tema “Gestão de Destinos Turísticos”. A iniciativa foi organizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com o apoio do Ministério da Hotelaria e Turismo de Angola (MINHOTUR).

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um leque alargado de serviços de apoio aos proprietários

Os proprietários de imóveis estão confrontados com o aumento do IMI, taxas camarárias, os encargos inerentes à sua habitação e as alterações legislativas que regulam os seus direitos e obrigações.

A Aprenor – Associação de Proprietários do Norte de Portugal é uma nova estrutura associativa que lhe proporciona um conjunto único de serviços: gestão de condomínios, aconselhamento jurídico, atualização de rendas, arrendamento de imóveis, obtenção de benefícios fiscais em IMT, IMI, IVA, apoio à conservação de imóveis, assistência técnica.

Ao fazer a sua pré-inscrição na associação pode começar já a beneficiar dos serviços sem qualquer compromisso, tendo a opção de se tornar posteriormente associado, em condições preferenciais, com isenção de joia.

Pode efetuar a sua pré-inscrição por telefone

(tel. 223399492) ou por e-mail [email protected].

Aprenor – Associação de Proprietários do Norte de Portugal

Rua Gonçalo Cristóvão, 14, 6.º - 4000-263 Porto

Défice de formação em gestão nos nossos governantes Há um défice de formação em gestão por parte dos nossos governantes que lhes limita a capacidade de compreeensão da realidade empresarial com as consequências nefastas a que todos assistimos - afirma Ricardo Abrantes, presidente da Associação Empresarial de Águeda (AEA), também ele um empresário exportador.Ricardo Abrantes considera importante o papel do movimento associativo na sua missão de juntar empresários no sentido de trocarem e partilharem experiências diversificadas, reconhecendo no entanto que em Portugal é algo difícil consolidar parcerias entre empresas. Donde enuncia que um dos objetivos centrais da AEA, após um período de forte concentração prioritária na área da formação para empresas, é ajudar a superar esta resistência à cooperação, ao que acrescentou também a necessidade de um maior envolvimento direto da AEA no apoio às acções de internacionalização do tecido empresarial da região assente desde logo na prestação duma informação oportuna, fiável e aprofundada.Para tal, refere Ricardo Abrantes, a AEA vai socorrer-se da experiência dos empresários mais antigos. Defendendo que o vetor exportação não pode ser descurado, afirma no entanto que assumir que a saída da crise passa exclusivamente pelas exportações é pura ingenuidade.O presidente da AEA vaticinou uma intervenção do Presidente da Republica face à instabilidade política e social crescente.

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CSP propõe 10 medidas para apoiar a criação de empregoIncentivar e divulgar os regimes de estágios profissionais existentes e possibilitar ás empresas com programas de fundos nacionais ou europeus (nomeadamente QREN ou Capital de Ris-co) recorrer a uma bolsa de recursos qualificados são duas das 10 medidas sugeridas pela Con-federação dos Serviços de Portugal (CSP) para promover a criação de emprego em Portugal.

ACL organizou Bootcamp Empresarial A Associação Comercial de Lisboa (ACL), em parceria com a ANJE, o The Lisbon MBA, a Feed Business Performance e a Atlas, promoveu, na última quarta-feira, a iniciativa Bootcamp Empresarial - Desafios Práticos de Gestão. Trata-se de uma jornada dedicada ao mundo das empresas, que recorre a formatos diferenciadores de partilha de experiências entre empresários, empreendedores e start-ups.

JOÃO FAUSTINO, PRESIDENTE DA CEFAMOL, CONFIANTE NO FUTURO DO SETOR

Indústria de moldes nacional vai continuar competitivaAbordar um “cluster” alicerçado em 60 anos de árduo trabalho de empresários e trabalhadores com elevada intensidade tecnológica e forte vocação exportadora deixa sempre um foco de esperança sobretudo neste quadro de conjuntura global tão crítico. Esta é a opinião João Faustino, presidente da CEFAMOL – Associação Nacional da Indústria dos Moldes.ALBANO DE [email protected]

A crise mundial despoletada em 2008 gerou no setor dos moldes uma forte retra-ção das encomendas provenientes do mer-cado automóvel — e mesmo encerramento de empresas em número significativo —, na medida em que adiou o lançamento de novos modelos e pelo facto de o setor dos moldes nacional estar predominantemente dependente da indústria automóvel. Ou seja, se é certo que a indústria dos moldes portuguesa exporta 90% da sua produção, cerca de 80% têm como destinatária a in-dústria automóvel mundial.

Inquirido sobre este comportamento num contexto desfavorável, João Fausti-no explicita algumas das fortes vantagens competitivas do setor em Portugal, desig-nadamente: “know how” suportado numa mão de obra qualificada, desenvolvimento tecnológico, flexibilidade para atender às necessidades dos clientes que assegura a res-petiva fidelização e ainda alguma competiti-vidade baseada no preço que, no entanto, se vai esfumando face ao aproximar da estru-tura de custo à média europeia. E faz ques-tão de destacar o facto praticamente único de o país dispor de dois importantes centros de produção (Marinha Grande e Oliveira de Azeméis) num raio de apenas 150 km.

Passando a abordar os sinais de saída da crise mais aguda, João Faustino salienta que o volume de negócios obtido em 2011 – e em 2012 o crescimento será também de dois dígitos - permite que as empresas em recuperação possam libertar fundos para procederem aos absolutamente neces-sários investimentos tecnológicos próprios de um setor de capital intensivo, no senti-do de poderem vir a enfrentar os desafios futuros da competitividade.

Acesso ao crédito trava negócios Mas existem problemas que são travões a

esta evolução favorável, nomeadamente as dificuldades de acesso ao crédito e a sua ca-restia, “desproporcionada face às margens que o setor obtém no atual contexto”.

Dificuldades não só na ótica do financia-mento ao investimento mas sobretudo no financiamento das necessidades de fundo de maneio.

“A CEFAMOL tem feito sucessivos ape-los às entidades governamentais no sentido de atenuar as dificuldades de crédito, tendo participado em conjunto com o IAPMEI, a Cosec e a Sociedade de Garantia Mútua num estudo que terá estado na base da linha de crédito Expo Invest, que está disponível para a indústria em geral”, acrescenta.

Contudo, “da disponibilidade à efetiva utilização vai um grande passo” e o presi-dente da CEFAMOL culpabiliza a exces-siva burocracia para aceder a esta linha, os elevados requisitos de acesso e a dificul-dade de obtenção de adequadas garantias bancárias, factos estes que em conjunto ditaram a inoperacionalidade duma linha de crédito que à partida poderia trazer re-sultados muito benéficos.

Sobre a diversificação geográfica de mer-cados, a CEFAMOL, no âmbito do plano estratégico a 10 anos que elaborou, aponta mercados com especial potencialidade de crescimento, como a Rússia, a Colômbia, o Chile, o México, a Polónia, os Estados Unidos e o Brasil. Quanto a estes dois úl-timos grandes mercados, João Faustino salienta que eles já foram noutras circuns-tâncias, mercados de referência para a nossa indústria de moldes, mas que atu-almente razões como a depreciação do dólar face ao euro (no caso dos EUA) e a excessiva proteção aduaneira no Brasil (sem reciprocidade em termos europeus, evidenciando uma taxa de 40%! para os moldes) constituem barreiras a uma con-sistente penetração em mercados que, se não fossem estes entraves, revelariam grande potencial. Salienta mesmo que o Brasil é o 4º mercado de destino dos mol-des nacionais, a seguir à Alemanha, Espa-nha e França, tendo revelado em 2011 um crescimento de 80%, partindo, é certo, duma base pequena.

Antecipar o reajuste do setor automóvel

No que toca à diversificação de setores clientes da indústria dos moldes, o presi-dente da CEFAMOL faz questão de sa-lientar que não se trata de sair do destino da indústria automóvel, mas sim de mini-mizar os inconvenientes duma excessiva dependência desta indústria mundial. Pelo que, no âmbito do plano estratégico a 10 anos, dinamizado pela CEFAMOL, apare-

cem salientados setores como embalagem, saúde, ambiente e energia, aeronáutica.

Em jeito de síntese e inquirido sobre as expectativas a médio prazo do setor, o presidente da CEFAMOL equaciona duas vertentes relacionadas com a indústria au-tomóvel em jeito de “trade off ”.

Por um lado, sabe-se que a oferta será ex-cedentária face às necessidades da indústria automóvel, o que irá determinar, pela cer-ta, encerramentos de empresas de moldes a nível global.

Por outro, a necessidade de manter e re-forçar a competitividade por parte das pró-prias empresas fabricantes de automóveis determina o lançamento de novos mode-los, potenciando por essa via o setor dos moldes.

Pelo que, admite, “a indústria dos mol-des competitiva terá sempre alguma saída”, reconhecendo, no entanto, que a grande questão difícil de antecipar é a de saber se os modelos novos de automóveis vão exigir a mesma proporção de moldes ou se então se vai caminhar para uma situação em que os modelos novos de automóveis vão utili-zar muitas mais peças comuns.

Por tudo isto, salienta João Faustino, e dada a profunda reestruturação que a indústria automóvel está a sofrer a nível mundial, é muito arriscado fazer previsões a dois, três ou quatro anos. Donde “urge a procura dos novos setores utilizadores”.

CEFAMOL “no terreno”

Consciente dos desafios que se colocam à indústria de moldes nacional, o presi-dente da CEFAMOL salienta que esta

associação tem vindo a “institucionalizar” uma imagem de marca dos moldes portu-gueses – Engineering & Tooling Portugal – que pretende corporizar a excelência do setor dos moldes português, ultrapassando o âmbito da sua mera fabricação e esten-dendo-se às várias fases da cadeia do valor, no sentido da valorização duma oferta in-tegrada.

Para João Faustino, esta imagem de marca não só tem que ser mais difundida a vários níveis internacionalmente como, sobretudo, as empresas nacionais do setor devem utilizar esta chancela nas suas rela-ções comerciais.

João Faustino defende a valorização duma oferta integrada e diversificada para os mercados au-tomóvel, embalagem, saúde, ambiente e energia e aeronáutica.

ASSOCIATIVISMO

28 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

Exportações representam 90% da produção total

Nº empresas – 530, com predominância de PMENº trabalhadores - 8250Distribuição geográfica bipolar – Marinha Grande e Oliveira de AzeméisExportações – 90% da produção total (364 milhões de euros em 2011)Mercados dominantes: Alemanha, França, Espanha, que no seu conjunto representam 70% das exportações totaisBalança comercial excedentária: 276 milhões de euros em 2011Portugal assume-se como um dos principais fabricantes mundiais de moldes, nomeadamente de moldes para injeção de plásticos.FONTE: CEFAMOL

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ASSOCIATIVISMO

EFAPEL exporta para mais cinco destinosA EFAPEL, maior fabricante nacional de aparelhagem eléctrica de baixa tensão, entrou, durante o terceiro tri-mestre de 2012, em cinco novos mercados: Dinamarca, Suécia, Estónia, Líbia e Guiné-Conacri, reforçando as-sim a sua estratégia de expansão no exterior. São já 53 os países para onde exporta os seus produtos.

Desemprego no setor da construção aumenta 35,9% O número de trabalhadores desempregados ultrapassou, em Ou-tubro, os 100 mil, representando um crescimento de 35,9% face a igual período do ano passado. A CPCI - Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário diz que esta situação “é insustentável e ex-plosiva” rotulando esta realidade de “completamente insuportável” e exige do Governo medidas de salvaguarda das empresas.

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 29

tipos de contrato, podemos ob-servar que a maioria dos TTA em 2008 possui um contrato de trabalho a termo para cedência temporária, sendo que este pre-domínio se mantém em todas as categorias de profissões que têm mais TTA. De um modo distin-to, em 2009 a maioria dos traba-

lhadores possuem um contrato de trabalho por tempo indetermina-do, sendo que este predomínio se encontra também em todas as categorias de profissões que têm mais TTA, embora o contrato de trabalho a termo para cedência temporária continue a apresentar uma expressividade significativa.

RELATÓRIO DO OTT REVELA

Mais mulheres com trabalho temporário não qualificado

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Entre 2008 e 2009 verificou-se uma diminuição de trabalhado-res por conta de outrem. Há tam-bém uma evolução geral de uma maioria de contratados por ce-dência temporária em 2008 para uma maioria de contratados por tempo indeterminado em 2009 em todos os subgrupos mais re-presentativos dos trabalhadores temporários de agência (TTA). Estas são algumas das conclusões do Relatório 2012, apresentado pelo Observatório do Trabalho Temporário, documento este que contou com a investigação cientí-fica da FPUL e a colaboração do ISEG, OEFP, APESPE e PEETT.

A diminuição dos trabalhado-res por conta de outrem, que se verificou em 2008 e 2009, tam-bém ocorreu nos trabalhadores contratados diretamente (TCD) e os trabalhadores temporários de agência (TTA), mas os TTA pas-saram a ter um peso percentual inferior (3,06% para 2,85%) no total dos trabalhadores por con-ta de outrem. Ainda segundo o relatório do OTT, os TTA assu-mem um peso mais relevante no conjunto dos trabalhadores des-sa categoria profissional no caso do pessoal administrativo e dos trabalhadores não qualificados (aproximadamente, 5%).

Segundo o mesmo documento, as categorias que reúnem mais trabalhadores nestes dois anos, independentemente de serem TCD ou TTA, são o pessoal ad-ministrativo, os trabalhadores dos serviços pessoais, de prote-ção e segurança e vendedores, os trabalhadores qualificados da in-dústria, construção e artífices e os trabalhadores não qualificados.

Quando analisamos homens e mulheres, verificamos que, quer no ano de 2008 quer no de 2009, existe uma elevada semelhança quer na distribuição pelas várias categorias profissionais quer no peso percentual que ocupam em cada uma delas, independente-mente de serem TCD ou TTA. Por outro lado, e para o ano de 2009, podemos observar que, no caso dos TTA, a categoria pesso-al administrativo passa a ter uma distribuição quase equitativa en-tre homens e mulheres, enquanto no caso dos TCD se mantém o predomínio significativo de mu-lheres, e nos TTA esta atividade profissional passa a ser exercida por cerca de um quarto dos ho-mens, mas no caso dos TCD só cerca de 10% dos homens traba-lham nesta categoria.

Tendo em conta os diferentes

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O desenvolvimento do turismo de habitação e turismo no espaço rural faz aumentar as preocupações dos operadores quanto à oferta de padrões de serviço profissionalizados. O Turismo do Centro realizou um ‘roadshow’ que visou dar a conhecer os objetivos da certificação de qualidade segundo o referencial NP 4494.

MARC [email protected]

O Turismo do Centro realizou um ‘ro-adshow’ que visou dar a conhecer os ob-jetivos da certificação de qualidade para unidades daquele segmento. O referencial NP 4494 – Turismo de habitação e turis-mo no espaço rural, que entrou em vigor em Julho último, contém os requisitos conducentes à certificação do serviço de empreendimentos de natureza familiar, que disponibilizem serviços de turismo de habitação e turismo no espaço rural, de-vidamente licenciados, salvaguardando as respetivas especificidades. No âmbito desta norma não estão incluídos os hotéis rurais.

Segundo dados do Turismo de Portugal, em 2008 estavam em funcionamento em Portugal 1047 unidades de turismo de ha-bitação e turismo no espaço rural, com um total de 11.692 camas disponíveis. Estas concentraram 56,8% das camas existentes no país.

As regiões do Norte, Alentejo e Centro concentraram 75% do total de dormidas estimadas para o país, e as modalidades de turismo rural, turismo de habitação, casa de campo e hotel rural abrangeram 86% do total de dormidas. O perfil dos hóspedes mostra que estes são sobretudo nacionais com habilitações académicas ele-vadas (ensino superior 63%), com estadas médias até três noites (51%).

Assim, o desenvolvimento de um refe-rencial específico para este segmento re-sulta de um trabalho pioneiro, em que os diversos atores do turismo nacional, juntos numa Comissão Portuguesa de Normali-zação para o Turismo – CT 144 –, acom-panham e validam o processo europeu de normalização.

Segundo aquela norma, “a prestação de um serviço no âmbito do turismo de habitação e turismo no espaço rural com-preende o cumprimento de um conjunto de requisitos de serviço associado às ca-racterísticas deste tipo de oferta turística”.

Estes agrupam requisitos de acolhimento; infraestruturas e equipamentos; limpeza e manutenção; ambiente interno e externo e; requisitos de gestão.

Os benefícios da implementação e certificação da NP4494 passam pela “uni-formidade do serviço prestado”, patente na adoção de um código de boas práticas”, refere o Instituto Português da Qualidade. Este viabiliza a “existência de uma meto-dologia de tratamento de reclamações”, o “aumento do grau de confiança por parte dos clientes” e, globalmente, a “melhoria da imagem” da unidade turística.

Apoios do Compete ao setor

No mesmo evento, foram dados a co-nhecer os prazos para a apresentação de candidaturas de empresas do setor do tu-rismo no âmbito dos programas de incen-tivos do Compete.

O primeiro destes prende-se com o SI Qualificação PME Individual (Aviso n.º 10/SI/2012 | SI QPME – Individual). A dotação orçamental global afeta ao con-curso é de 29,4 milhões de euros (ver qua-dro I – prazos).

Este visa “concentrar o investimento em favor das atividades transacionáveis

e o aumento da orientação das empresas portuguesas para os mercados externos”, “apostando na especialização inteligente tendente à inovação empresarial, com vista à obtenção de ganhos de competitividade”.

Já o concurso para SI Qualificação PME Projeto Conjunto (Aviso n.º 11/SI/2012) conta com uma dotação orçamental global de 7,2 milhões de euros, visa simplificar o processo de decisão e introduzir um maior

REFERENCIAL NP 4494 – TH E TER É PIONEIRO À ESCALA INTERNACIONAL

Turismo em espaço rural conta com normalização de qua

Certificação do turismo em espaço rural permite a uniformização do serviço prestado e maior integração da oferta.

Congresso da APAVT arranca hoje Arranca hoje o 38º congresso da APAVT, sob o lema «Potenciar Recursos, Romper Bloqueios, Ganhar Mercado». O evento terá lugar em Coimbra e reunirá as principais figuras do turismo na-cional e internacional, como o secretário-geral da OMT, Taleb Rifai, e o presidente da WTTC, David Scowsill. A secretária de Estado do Turismo e o Ministro dos Negócios Estrangeiros serão outras presenças aguardadas.

TURISMO

30 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

Quadro I - Aviso n.º 10/SI/2012 | SI QPME – Individual

Fases Início Receção de Candidaturas

Fim Receção de Candidaturas

Comunicação da Decisão ao Promotor

Fase I 24-Out-12 31-Dez-12 26-Mar-13

Fase II 02-Jan-13 20-Mar-13 18-Jun-13

Fase III 21-Mar-13 28-Jun-13 23-Set-13

Fase IV 01-Jul-13 16-Set-13 09-Set-13

Fonte: Turismo do Centro; Compete.

Quadro II - Avisos n.º 12/SI/2012 - SI Inovação Produtiva e

n.º 13/SI/2012 - concurso SI Inovação - Empreendedorismo

Qualificado

Fases Início Receção de Candidaturas

Fim Receção de Candidaturas

Comunicação da Decisão ao Promotor

Fase I 24-Out-12 29-Nov-12 11-Mar-13

Fase II 30-Nov-12 18-Fev-13 30-Mai-13

Fase III 19-Fev-13 22-Abr-13 1-Ago-13

Fase IV 23-Abr-13 5-Set-13 12-Dez-13

Fonte: Turismo do Centro; Compete.

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lidade

Turismo estimula empreendedoresO Turismo de Portugal quer apoiar jovens empreendedores a criarem o seu negócio no setor do turismo, apoiando-os na concretização de ideias inovadoras e na construção de planos de negócios. Entre 4 de dezembro e 24 de janeiro decorrem as primeiras Jornadas do Empreendedorismo Turístico nas escolas de Hotelaria e Turismo de Lisboa, Porto, Coimbra, Algarve e Estoril.

TURISMO

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 31

Alentejo realiza inquérito de InvernoNo Inverno de 2012, a maioria dos inquiridos que visi-taram o destino Alentejo é de nacionalidade portuguesa (+ 70%), seguindo-se os turistas residentes em Espanha. Os turistas com rendimentos entre os 1001 J e os 2000 J mantiveram-se. Os inquiridos pernoitaram no destino Alentejo entre 1 e 3 noites (72,5%) e entre 4 e 7 noites (19,3%).

Turismo médico, de saúde e bem-estar aponta para a internacionalizaçãoO segmento do turismo de saúde e bem-estar conta com uma nova associação. A Associação Portuguesa de Turismo de Saúde e Bem-Estar tem como finalidade última “valorizar o posicionamento do destino turístico Portugal”.MARC [email protected]

Este segmento “é um produto turísti-co compósito que inclui cinco principais subprodutos: turismo médico, turismo es-tético, talassoterapia, termalismo e SPA”, referiu à VE João Viegas Fernandes, presi-dente daquela entidade.

Apesar de não existirem estimativas fi-áveis sobre o valor económico potencial deste segmento turístico para Portugal, aquele especialista disse que “o mercado mundial do turismo de saúde e bem-es-tar alcançou em 2010 sessenta e sete mil milhões de dólares e estima-se que atinja cem mil milhões em 2012”. Anualmente, “calcula-se que movimente cerca de cem milhões de turistas a nível mundial”.

O segmento “está em grande desenvol-vimento a nível da oferta”, uma vez que é um “produto diferencial que atrai clientes e combate a sazonalidade”. A procura tam-bém cresce “devido ao envelhecimento das populações e à crescente consciência da importância da saúde e do bem-estar na qualidade de vida e felicidade das pessoas”, disse João Viegas Fernandes.

Segundo um estudo do próprio Viegas Fernandes, datado de 2011, estão refe-renciados em Portugal mais de duzentos SPA de água de consumo humano, qua-tro SPA médicos, trinta e oito termas, oito centros de talassoterapia e cerca de uma dezena de hospitais e clínicas, voca-cionados para o turismo médico e turis-mo estético.

PALOP na mira

Nesse sentido, a Associação Portuguesa de Turismo de Saúde e Bem-Estar (APTS-BE) tem como principais objetivos de-senvolver “uma ‘network’ que articule os vários subprodutos de turismo de saúde e bem-estar, de forma a potenciar sinergias entre hospitais, clínicas, hotéis, resorts, termas, wellness centers e outros”.

Segundo Viegas Fernandes, Portugal tem perdido nichos de mercado para des-tinos tradicionais”, como as ilhas Canárias e o Sul de Espanha, bem como “para des-tinos turísticos emergentes - Tunísia e Tur-quia -, que têm vindo a apostar forte, nos últimos anos”, no segmento.

Aquele responsável considera que “tem--se subestimado o turismo de saúde e bem--estar” na promoção turística de Portugal. Paralelamente, disse à VE, “têm-se negli-genciado as potencialidades do mercado africano”, como os PALOP.

planeamento no acesso aos apoios disponí-veis às PME.

No âmbito deste aviso, o plano para apresentação de candidaturas inclui duas fases. Uma primeira, para candidaturas re-cecionadas entre o dia 24 de outubro de 2012 e o dia 31 de dezembro de 2012, e uma segunda fase, para candidaturas rece-cionadas entre o dia 22 de abril de 2013 e o dia 15 de julho de 2013. São elegíveis projetos apresentados por entidades públi-cas, associações empresariais ou entidades do sistema científico e tecnológico.

O programa SI Inovação Produtiva (Aviso n.º 12/SI/2012) tem uma dotação orçamental global de 199,5 milhões de eu-ros (ver quadro II). No caso do setor do turismo, consideram-se enquadráveis os investimentos que correspondam à criação de empreendimentos, equipamentos ou serviços inovadores, através da demonstra-ção de um elevado perfil diferenciador face à oferta turística existente no território.

São também elegíveis projetos de requa-lificação de empreendimentos, equipa-mentos ou serviços por via da introdução de fatores de inovação que permitam a obtenção de vantagens competitivas e da qualificação da oferta turística existente no território. No caso do PO Algarve para os projetos no sector turismo aplicam-se as prioridades definidas no documento “Prioridades para o setor do turismo no Algarve”.

Já quanto ao concurso SI Inovação - Empreendedorismo Qualificado (Aviso n.º 13/SI/2012, ver quadro II), a dota-ção orçamental global é de 20,3 milhões de euros. O concurso visa a promoção da inovação no tecido empresarial através do estímulo ao empreendedorismo.

No âmbito do SI Inovação, a par da di-mensão internacionalização, o concurso tem como prioridades a criação de em-presas de serviços qualificados com valor acrescentado em atividades turísticas.

No caso do alojamento, o concurso apli-ca-se apenas a empreendimentos turísticos resultantes da recuperação ou adaptação de património classificado de interesse na-cional, público ou municipal, ou inserido em quintas produtoras de vinho. O patri-mónio classificado tem de estar de acor-do com a Lei do Património Cultural n.º 107/2001, de 8 de setembro, e o Decreto--Lei n.º 309/2009, de 23 de outubro.

O Algarve será o palco da II International Conference on Health and Tourism, entre 10 e 12 de abril de 2014.

Dotação global dos concursos ascende a 256,4 milhões de euros.

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SUSANA MARVÃO, EM [email protected]

Vida Económica – O mercado mu-dou, a forma de fazer negócio tam-bém. Como classifica hoje o mercado nacional?

Paulo Carvalho – Portugal tem pas-sado uma situação muito difícil, que é conhecida. Os nossos clientes são as empresas portugueses, pelo que essas di-ficuldades são sentidas por nós, no sen-tido em que as temos de ajudar a reduzi-rem custos operacionais, a conseguirem fazer o que fazem, mas de forma mais eficiente. E isso é possível. E há espaço para fazer mais, até porque a tecnolo-gia evoluiu de uma forma que permite encontrar novas formas de redução de custos. Depois, a SAP está a apoiar as empresas e as organizações em Portugal a serem mais competitivas. Sobretudo as que querem ir para mercados externos e competir em mercado onde vão ter de se diferenciar de alguma forma. Seja pelo produto, pela marca e pela inovação do modelo que conseguem levar ao consu-midor desse mercado.

VE – Competir sem investir já não é possível?

PC – Não. Sobretudo se quiserem equipar o seu negócio com uma ofer-ta que seja diferenciada. Em termos da SAP em Portugal, o ano passado, conse-guimos crescer, o que é particularmente único em empresas da nossa dimensão, quer nacionais quer internacionais. Muitas das empresas internacionais nem sequer falam de resultados em Por-tugal… Mas era útil sabermos quanto crescem … Fica aqui o compromisso: a SAP vai continuar a revelar, quer cres-ça, quer decresça. Porque achamos que é importante, reflete o próprio merca-do. O ano passado, crescemos 4% no volume total e no que tem a ver com o nosso core business, que é o software, crescemos duplo dígito, o que é assina-lável. Este ano está a ser bastante difícil, mas dentro das nossas expectativas. Ou seja, quando olhamos para os primeiros nove meses do ano, Portugal conseguiu crescer ligeiramente, sendo que a nossa expectativa no final do ano seria conti-nuar a manter este crescimento. Isso é o que nós nos comprometemos com a corporação e é o que achamos que va-mos conseguir.

Crescimentos tímidos

VE – Hoje, já ninguém fala em cres-cimento a dois dígitos em Portugal, pois não?

PC – Bem, a SAP globalmente cres-ceu a dois dígitos nos últimos 11 trimes-tres... Crescer tem de ser o objetivo de qualquer empresa que está no mercado,

senão entramos numa dinâmica regres-siva e no que tem a ver com as multina-cionais isso é muito importante. Repa-re que se, localmente, não crescermos, há um desinvestimento da companhia. Nós, pelo contrário, demos um sinal ao país extraordinário – e falo não só como gestor mas como português – ao, num dos anos mais difíceis, termos anuncia-do um investimento adicional em Portu-gal. Algo que eu creio nos vai trazer uma nova fonte de receita porque estamos a exportar serviços, neste momento para mais de 10 países. Isso vai mudar um pouco a figura da empresa em Portugal. Independentemente dessa trajetória, es-tamos muito comprometidos e muito focados em ajudar as empresas nacionais nestes desígnios: serem mais eficientes operacionalmente, reduzirem os custos e crescerem e serem mais competitivas quer no mercado português mas sobre-tudo nos mercados externos.

VE – Há pouco, dizia que há no-vas formas de reduzir os custos. Que

TECNOLOGIAS

PAULO CARVALHO, DIRETOR-GERAL DA SAP PORTUGAL, DISSE ESTAR A ANALISAR O MERCADO DAS PME PARA “TOMAR ALGUMAS DECISÕES”

SAP prepara “mudanças” no mer

Alexandre Ferreira toma conta das finanças da FujitsuAlexandre Ferreira é o novo diretor financeiro da Fujitsu. Segundo Alexandre Ferreira, “o atu-al panorama económico torna particularmente exigente o apoio prestado aos nossos clientes e parceiros. No entanto, acredito que o vasto e competente leque de serviços e soluções da Fujitsu irá permitir às empresas agilizar os seus negócios, tornando-os mais rentáveis e competitivos.”

32 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

“A SAP está a apoiar as empresas e as organizações em Portugal a serem mais competitivas. Sobretudo as que cado onde vão ter de se diferenciar de alguma forma”, disse Paulo Carvalho, diretor-geral da SAP Portugal.

As empresas estão a olhar de outra forma para o posto de trabalho, vendo alternativas, nomeadamente através da adoção de estratégias de mobilização das suas forças de trabalho

A SAP Portugal está a analisar o mercado das PME. E deverá “tomar algumas decisões no decorrer do próximo ano”, disse à “Vida Económica” Paulo Carvalho, diretor da estrutura nacional da empresa de software germânica. Certo é que a cloud irá ter céu limpo para as PME e o negócio para estas entidades será realizado totalmente pelos parceiros, que deverão duplicar em 2013.

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cado das PME no próximo ano

PHC é parceira do projeto PME DigitalA PHC associou-se ao projeto PME Digital, uma iniciativa criada pelo Ministério da Eco-nomia e do Emprego em coordenação com a Associação do Comércio Eletrónico e Publici-dade Interativa (ACEPI) e o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) e que visa estimular a inclusão das microempresas nacionais na Economia Digital.

TECNOLOGIAS

Infor no PortoA Infor vai realizar o roadshow anual para parceiros e clientes, centra-do em como as empresas podem explorar melhor novas estratégias em-presariais. O evento terá lugar no próximo dia 12 de dezembro no The Yeatman Oporto Hotel, no Porto.

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 33

há sempre onde cortar. Onde é que normalmente as empresas se “esque-cem” que podem reduzir os custos?

PC – Os orçamentos das Tecnolo-gias de Informação não crescem nem em Portugal e, deixe-me dizer-lhe, nem na Europa. As empresas passaram a olhar para os seus investimentos em TI de uma forma diferente. Estão, por exemplo, a retirar o investimento em hardware onde cada vez mais as infraes-truturas são um commodity. Por outro lado, estão a olhar de outra forma para o posto de trabalho, vendo alternativas nomeadamente através da adoção de es-tratégias de mobilização das suas forças de trabalho, não só daqueles que seriam mais óbvias, como as forças de ven-das, mas por exemplo tudo o que tem a ver com prestação de serviços. Acho que essa é claramente uma área de re-dução de custos. E, no que tem a ver com infraestruturas, olhar uma forma diferente de consumir os sistemas de in-formação. Acreditamos muito na cloud. A SAP fez uma trajetória nos últimos

três anos muito acelerada para oferecer muitas opções aos clientes no sentido de consumir mais rapidamente o software que disponibiliza através de dois mode-los diferentes: a oferta da SAP enquanto “provider” de cloud pública e a oferta através dos nossos parceiros.

Já temos cerca de 17 milhões de uti-lizadores de cloud, somos a segunda empresa em número de utilizadores. No que diz respeito aos parceiros, a recen-te parceria que anunciamos com a PT [NR: ver edição 1468, de 11 de novem-bro] creio que é muito significativa.

VE – Em que sentido?PC – Para já, porque colocamos uma

empresa portuguesa que está a fazer um investimento único mesmo à escala glo-bal, numa oferta de cloud. A SAP quer estar junto dos parceiros mais inovado-res e que querem chegar primeiro ao mercado. Casamos aqui essas duas con-dições. O que vamos oferecer com a PT é uma parceria em que a SAP coloca as suas plataformas de software nas mãos de um parceiro para que ele possa cons-truir uma oferta mais global e abrangen-te para clientes não só em Portugal, mas no mundo.

Investimento de 17 milhões, a três anos

VE – O investimento anunciado para Portugal de 17 milhões de euros, no-meadamente no centro de serviços globais, está já totalmente realizado?

PC – O investimento será realizado ao longo de três anos, o que prevê um crescimento desde o zero até 300 no-vos colaboradores nesta área de serviços para fora de Portugal. Este valor de 17 milhões de euros é muito significativo, já que falamos de um investimento que não tem infraestruturas associadas. Nós somos uma empresa que produz capital intelectual e não construímos fábricas ou infraestruturas, pelo que esse investi-mento é sobretudo na formação e capa-citação de uma equipa.

VE – Que argumentos teve a estru-tura portuguesa para ganhar este in-vestimento à casa-mãe?

PC – Basicamente dois. Primeiro, as condições do país. Temos infraestrutu-ras, boas universidades, ambiente de ne-gócio favorável e temos um custo com-petitivo, nomeadamente nos recursos na área de engenharias. Depois, há o facto de a SAP estar há 19 anos em Portugal, logo conhecendo muito bem o país e as empresas portuguesas. Normalmente, a SAP toma decisões de investir em mer-cados que de alguma forma conhece, onde se sente bem e onde tem um es-paço natural para desenvolver este tipo de projetos.

VE – Antes, a marca SAP era cono-tada como uma empresa cara, moro-sa nos projetos que desenvolvia, que estaria apenas vocacionada para as grandes empresas e projetos…

PC – Sim, era uma crítica reconhe-cida à SAP que a empresa endereçou. Mas, hoje, o SAP é realmente fácil de implementar e configurar, para além de os custos serem muito diferentes do que antes. Aliás, veja que a própria empresa, nos seus ciclos de desenvol-vimento, passou de 15 meses de de-senvolvimento médio do produto para cerca de sete meses. Essa é a média de todos os produtos. E se olharmos para áreas como a mobilidade, podemos in-clusivamente falar de poucas semanas. O mesmo se reflete na implementação dos produtos. Por exemplo, o que este centro está a fazer são pacotes de ser-viços – chamamos-lhes Rapid Employ-ment Solutions – que é um projeto pré--definido à partida e implementado em prazos muito curtos. Conseguimos im-plementar um sistema de CRM em seis semanas. Isto normalmente eram meses, agora falamos em semanas. O que lhe posso garantir é que a SAP está muito empenhada em reduzir dramaticamente este esforço e vemos também uma ade-são muito grande dos nossos parceiros. Os nossos parceiros também entendem que o modelo de negócio está a mudar. Já não é mais praticável e assumível ter projetos que demorem anos, ou muitos meses, até podermos tirar valor de uma aquisição e de um investimento.

PME vão ter “surpresas” em 2013

VE – Que percentagem do volume de negócios é realizada dentro das PME? São as pequenas e médias empresas que vão alavancar o cresci-mento do próximo ano?

PC – Portugal tem 350 mil empresas na classificação que a União Europeia para PME ou seja, menos de 50 milhões

de faturação e menos de 250 emprega-dos. É um mercado muito importante, representa 70% da empregabilidade esignifica mais de 50% do que as nossas empresas fazem em Portugal. É um mer-cado que abordamos de duas formas. Te-mos algumas PME que, pelas suas carac-terísticas, em que as suas necessidades não são muito diferentes de uma empre-sa média ou grande, em termos de ofertade soluções acaba por ser muito próxima destas. E depois temos o Business Onepara empresas de menos de 10 milhõesde faturação e menos de 100 emprega-dos. É um mercado que a SAP Portu-gal está a analisar e vamos certamentetomar algumas decisões no decorrer do próximo ano. Mas posso dizer-lhe quevimos uma grande oportunidade paraa cloud nesse mercado. Ou seja, aí te-mos de falar não de implementar SAP mas de aprovisionar. É uma área para a qual estamos a olhar para podermostomar algumas decisões importantes nodecorrer do próximo ano. Mas deixe-medizer-lhe que no espaço das médias em-presas – que faturam entre os 50 e os100 milhões de euros – Portugal está a crescer, em novos projetos, mais de 20%na sua faturação.

VE – Há alguma razão para isso?PC – Há. Estas empresas são as que

estão a reagir de uma forma muito as-sertiva à crise. Fico muito inspiradopor muitos empresários e gestores com quem falo e que rapidamente estão a ir para novos mercados, que acelerarama expansão para fora de Portugal e quetêm novos desafios, nomeadamente demultigeografia, multimoeda, gerir umnegócio mais complexo, de diversificar linhas de negócio… A SAP é um parcei-ro relevante para muitas destas empresas porque está realmente a ajudá-las.

VE – Essas decisões passam pelo canal de parceiros?

PC – Este ano vamos duplicar o negó-cio feito com parceiros.

VE – Os vossos parceiros só traba-lham SAP?

PC – Não. Não temos essa visão e nãoimpomos esse modelo. Não podemos, nem devemos, impor que o parceiro só trabalhe connosco. O que impomos é que o parceiro tenha qualificações paranos representar bem. Uma boa notícia é que este ano, em Portugal, vamos dupli-car o negócio que fazemos com os par-ceiros.

VE – Neste momento esse negócio representará quanto?

PC – Quase 30%. A nossa ambição é chegar a 40%. Mais. Num país como Portugal, podemos ambicionar faze me-tade do negócio através do parceiro.

querem ir para mercados externos e competir em mer-

Os orçamentos das TI não crescem nem em Portugal nem na Europa. As empresas passaram a olhar para os seus investimentos em TI de uma forma diferente.

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DIREITOS

LEGAL E ILEGAL

Plano de reestruturação de crédito à habitação Somos um casal jovem que possui um crédito à habitação, mas, neste momento, não conseguimos proceder ao pagamento das prestações. Há alguma lei que nos possa ajudar a sair desta situação?PATRÍCIA OLIVEIRA LOPESGabinete de AdvogadosAntónio Vilar e Luís Cameirão e Associados

Em 12 de Novembro de 2012, entrou em vigor o novo regime extraordinário do crédito à habitação (Lei n.º 57/2012, D.R. n.º 217, Série I, de 2012-11-09, Lei n.º 58/2012, D.R. n.º 217, Série I, de 2012-11-09, e Lei n.º 59/2012, D.R. n.º 217, Série I, de 2012-11-09), que prevê e regulamenta uma série de medidas que visam, essencialmente, a restruturação dos créditos à habitação, relativamente às famílias que se encontram numa situação financeira bastante precária. Este diploma estabelece uma série de requisitos cumu-lativos para aferir da existência da referi-da situação: a) no agregado familiar deve encontrar-se pelo menos um membro de-sempregado, b) o crédito em causa deve-rá ser referente à habitação permanente e única habitação do agregado familiar, c) o valor patrimonial tributário do imóvel não pode exceder os J90,000, e J120.000,00, dependendo do coeficiente de localização, d) não poderão existir outras garantias re-ais ou estar garantido por fiador, a não ser que o mesmo se encontre igualmente em situação deficitária, e)o valor do patrimó-nio financeiro de todos os elementos de agregado não pode ultrapassar a metade do rendimento anual bruto do mesmo, não podendo o rendimento bruto do mesmo

exceder em 12 vezes os seguintes limites: J582 no caso de o agregado ser constituído por uma única pessoa, J824,5 no caso de um casal, J1067 para um casal com um filho menor e J1164, no caso de um casal com um filho maior.

Caso as famílias reúnam estas condições, passam a dispor de um plano de reestrutu-ração de crédito, sendo certo que, quais-quer que sejam as modalidades de res-truturação adotadas, a taxa de esforço do agregado familiar não poderá ser superior a 45%, no caso de famílias com dependen-tes, ou 50% sem dependentes.

Ademais, o referido plano deverá fixar um período de carência parcial, entre 12 a

48 meses, durante o qual as famílias apenas ficarão vinculadas ao pagamento de juros.

No que diz respeito à amortização re-sidual, deverá ser a mesma apenas até ao limite de 30% do capital, cujo pagamento se realiza na última prestação do crédito à habitação, facultando -se, ainda, a possibi-lidade de aumento do prazo de pagamento até um máximo de 50 anos e até a idade máxima de 75 anos do respetivo mutuário.

Saliente-se que é conferida a possibi-lidade de diminuição de “spread” até ao mínimo de 0,25%, durante o período de carência e até à concessão de um emprés-timo adicional, ficando o mesmo sujeito às condições do empréstimo inicial, sem

que as instituições bancárias possam co-brar quaisquer comissões por conta desta restruturação (cfr. art.º8 do Decreto- Lei n.º227/2012).

Se, apesar de tudo, a situação precária e de incumprimento não se alterar, o Banco poderá recorrer a medidas complementares apresentando-se estas como facultativas.

Caso se verifique a extinção de todas as medidas possíveis de restruturação do crédito, as instituições bancárias terão de propor medidas substitutivas da execução da hipoteca, tais como a venda do imóvel a um Fundo de Investimento Imobiliário para arrendamento habitacional, a troca por habitação de valor inferior, ou a dação em cumprimento.

Assim, só em última instância e como última opção, será entregue a habitação ao Banco, sendo certo que a entrega do imó-vel originará a extinção da divida, desde que, a soma da avaliação atual do imóvel e das prestações já pagas for igual ou supe-rior ao valor do empréstimo inicial, ou o valor da avaliação atual foi igual ou supe-rior ao capital em dívida.

Acresce que, para além do regime supra referido, que salvaguarda as famílias que vivem situação financeira difícil, o legis-lador preocupou-se em criar uma série de medidas extensivas a todas as famílias com crédito habitação. Nomeadamente, foi criada: i) a possibilidade de resgatarem os Planos Poupança Reformam sem perda de benefícios fiscais para poderem proceder ao pagamento das prestações do crédito a habitação, ii) os bancos ficam impedidos de rever as condições contratuais, mor-mente no que concerne com o aumento de “spread”, em caso de arrendamento e divórcio, sempre tendo por base determi-nadas condições que por ora não se consi-deram pertinentes.

Abreu Advogados realiza conferência “Futuro das Cidades”A Abreu Advogados comunica que Rui Peixoto Duarte e Cecília Anacoreta Correia, advoga-dos da Abreu Advogados, são oradores da Conferência “Futuro das Cidades – Competitivi-dade Territorial e Financiamento”, promovida pela Abreu Advogados e pela Strategy XXI, em Lisboa, a 5 de dezembro, e no Porto, a 11 de dezembro.

Quais as principais alterações introduzidas no regime do arrendamento urbano aos contratos de arrendamento para fins não habitacionais?

O regime do arrendamento urbano foi recentemente alterado pela Lei nº 31/2012, de 14 de agosto, dando cumprimento às exigências resultantes do memorando de entendimento com a “troika”. As alterações apenas entraram em vigor no passado dia 12 de Novembro, sendo que existem algumas que têm repercussão direta no arrendamento urbano para fins não habitacionais. A primeira alteração de relevo diz respeito à forma do contrato de arrendamento, a qual passa a ser obrigatoriamente escrita (art. 1069º do Código Civil). As regras quanto à duração do contrato continuam a ser as estabelecidas entre as partes; contudo, na falta de estipulação considera-se que o contrato foi celebrado com prazo certo de cinco anos (não obstante as especificidades constantes do regime

transitório estabelecido pela Lei nº 6/2006 para os contratos celebrados na vigência do DL nº 257/95), não podendo, nesta circunstância, ser denunciado antes de decorrido um ano desde a sua celebração (art. 1110º CC). Relativamente à resolução do contrato, existem alterações quanto às causas, sendo que a mais relevante se relaciona com a mora do arrendatário no pagamento da renda, a qual passa a ser de dois meses. A desocupação do imóvel é agora exigível contado um mês desde a resolução do contrato, como resulta da leitura dos arts. 1083º/3 e 1087º do CC. Não obstante as principais novidades se encontrarem no âmbito do arrendamento de prédios urbanos para fins habitacionais, tendo em conta a remissão para esse regime como regime supletivo (art. 1110º CC) da denúncia e oposição à renovação do contrato do arrendamento para fins não habitacionais, é importante mencionar as alterações introduzidas.

A renovação do contrato é automática por períodos de duração idêntica à estabelecida contratualmente, sendo que a oposição à renovação obedece a prazos diferentes (art. 1096º CC). No caso de a oposição ser deduzida pelo senhorio, os prazos de antecedência variam entre os 240 dias nos contratos iguais ou superiores a seis anos, e um terço do prazo do contrato quando este tenha duração inferior a seis meses (art. 1097º CC). Caso a oposição seja deduzida pelo arrendatário os prazos variam entre os 120 dias nos contratos com duração superior ou igual a seis anos, e um terço do prazo no caso de contrato com duração inferior a seis meses (art. 1098º CC). Quanto à denúncia, apenas pode ser feita decorrido que esteja um terço da duração inicial do contrato, sendo que os prazos são de 120 e 60 dias consoante o contrato tenha prazo igual ou superior a um ano, ou inferior, respetivamente (art. 1098º/3 CC). Nos casos de contratos de duração indeterminada, a denúncia pelo senhorio

tem de ser comunicada ao arrendatário com antecedência superior a dois anos sobre a data em que pretenda a cessação, caso não seja motivada por nenhuma das causas tipificadas no art. 1101º CC. Nestes casos, a comunicação tem sempre de ser feita com mais de seis meses de antecedência (art. 1103º/1 CC). Por último, a denúncia pelo arrendatário pode ser feita após seis meses de duração efetiva do contrato, obedecendo aos prazos de antecedência para comunicação ao senhorio estabelecidos no art. 1100º CC. Das alterações constantes do novo diploma resulta a flexibilização do regime do arrendamento, especialmente quanto aos prazos, do qual a redução para dois meses de mora para a resolução do contrato representa o paradigma. Ao mesmo tempo a obrigação da forma escrita na celebração destes contratos vem facilitar a prova, bem como a clareza do contrato nos domínios onde o regime contratual é estabelecido pela vontade privada das partes.

LEGAL & ILEGAL

NOVO REGIME DE ARRENDAMENTO URBANO

34 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

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A Autoridade Tributária e Aduaneira vai assumir a cobrança coerciva de propinas devidas a instituições de ensino superior público. Justifica esta posição como uma intervenção da autoridade tributária no processo de execução fiscal, como previsto no Código do Processo de Procedimento Tributário (CPPT).

“As propinas – como prestações pecuni-árias devidas a instituições de ensino supe-rior público e estabelecidas por ato admi-nistrativo – podem ser objeto de cobrança

coerciva, nos casos de falta de pagamento voluntário, a efetuar através do processo de execução fiscal previsto no CPPT”, refere o fisco em ofício circulado. E adianta para esclarecimento dos serviços de Finanças: “As certidões de dívida emitidas pelas insti-tuições credoras têm força executiva, desde que obedeçam aos termos legais que são os constantes do CPPT.” Perante este cená-rio, compete à AT a cobrança coerciva das propinas e respetivos juros de mora, devi-dos àquelas instituições. A emissão dos tí-

tulos e a cobrança coerciva devem efetivar--se com base nas normas legais em vigor.

As propinas devidas a instituições de en-sino superior públicos são encaradas como tributos, portanto enquadradas na subca-tegoria das taxas, preenchendo os requisi-tos necessários (e doutrinais) para serem incluídas naquele tipo de receitas públicas. “Trata-se de uma prestação patrimonial, definitiva, estabelecida por lei em sentido lato, a favor de entidades que têm a seu cargo o exercício de funções públicas, para satisfação de fins públicos, que não consti-tui sanção de atos ilícitos e que não depen-de de vínculos anteriores.”

Refere a Autoridade Tributária que as instituições de ensino superior público credoras das propinas são pessoas coleti-vas públicas e gozam de autonomia esta-tutária, pedagógica, científica, cultural, administrativa, financeira, patrimonial e disciplinar face ao Estado. No âmbito da autonomia financeira de que gozam, as propinas são receitas próprias dessas mes-mas instituições.

Importa ter em conta quais os procedi-mentos a desenvolver pelos órgãos da exe-cução fiscal. Assim, compete ao serviço de Finanças do domicílio do devedor que estiver indicado nas certidões de dívida, emitidas por falta de pagamento voluntário de propinas, respetivos juros de mora e en-cargos administrativos instaurar e tramitar o processo executivo, com base nos títulos executivos emitidos pelas instituições de ensino superior público. “Excetuam-se os casos em que tais títulos não obedeçam aos requisitos legais previstos no CPPT, como os casos em que a instituição emitente seja uma pessoa coletiva de direito privado, situ-ações em que os títulos executivos deverão ser devolvidos às entidades emitentes. De-verão igualmente ser devolvidas as certidões de dívida que visem a cobrança de receitas das instituições de ensino superior público, mas que, ao contrário das propinas, não sejam suscetíveis de cobrança coerciva, me-diante processo de execução fiscal.”

Fisco assume cobrança coerciva de propinas

DEZEMBRO

Até ao dia 10

- Periodicidade Mensal – Envio obrigató-rio via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de Outubro. Conjuntamente com a de-claração periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às trans-missões intracomunitárias isentas, efec-tuadas nesse mês.

Até ao dia 15

- 3º pagamento por conta do Imposto so-bre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) devido por entidades residentes que exercem, a título principal, ativida-de de natureza comercial, industrial ou agrícola e por não residentes com esta-belecimento estável, com periodicidade coincidente com o ano civil.

- Entrega da Declaração Modelo 11, pelos Notários e outros funcionários ou entidades que desempenhem fun-ções notariais, bem como as entidades ou profissionais com competência para autenticar documentos particulares que titulem actos ou contratos sujeitos a re-gisto predial, das relações dos actos pra-ticados no mês anterior, susceptíveis de produzir rendimentos.

- 3º pagamento adicional por conta da derrama estadual devido por entidades residentes que exercem, a título prin-cipal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e por não residen-tes com estabelecimento estável que te-nham no ano anterior um lucro tributável superior a 1 500 000 J, com periodici-dade coincidente com o ano civil.

Inspetores tributários

ABERTO CONCURSO PARA

PREENCHER 1 000 VAGAS

Foi publicado no Diário da República do dia 21 de Novembro o aviso de abertura do concurso interno de admissão a perí-odo experimental, para a constituição de relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado, tendo em vista a ocupação de 1000 postos de trabalho, previstos e não ocupados, da categoria de inspetor tributário do pessoal da Au-toridade Tributária e Aduaneira (AT).Os vagas disponíveis destinam-se a ser preenchidas por candidatos que sejam detentores de relação jurídica de em-prego público por tempo indeterminado ou que se encontrarem em situação de mobilidade especial, e sejam detentores de curso superior nas áreas da Econo-mia, Gestão ou Contabilidade e Auditoria (900 lugares), Informática (80 lugares) e Informação Estatística (20 lugares)O prazo para apresentação de candida-turas é de 15 dias úteis e termina no próximo dia 12 de Dezembro.

AGENDA FISCAL

PRÁTICA FISCAL

1. Em 2 de Setembro de 2010, foi publicada a Lei n.º 37/2010, a qual eliminou a anterior regra da dependência de autorização judicial para a efetivação do levantamento do sigilo bancário.2. Este diploma veio também clarificar que as contas bancárias das empresas sujeitas a contabilidade organizada podem ser acedidas por parte

da Administração Fiscal sem dependência do consentimento dos respetivos titulares, nos termos e circunstâncias previstas para os restantes contribuintes.3. Esta alteração fundamenta-se no facto de a contabilidade visar a comprovação pública de operações com relevância patrimonial, sendo a mesma utilizada como ponto de partida para o apuramento do resultado fiscal.

SIGILO BANCÁRIO

FISCALIDADE O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, considera que existe a máxima urgência em chegar a consenso sobre o mecanismo de supervisão bancária da União Europeia. A intenção é concluir um acordo entre os ministros das Finanças até ao final do ano. Referiu a este propósito: “Que-remos separar o risco soberano do risco bancário e isto é a chave para conter os riscos sistémicos na Zona Euro e evitar possibilidades catastróficas.”

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 35

A Autoridade Tributária considera que as propinas se integram no quadro das taxas e, como tal, constituem uma receita pública.

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No âmbito do consultório do Departamento Jurídico da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, verificamos que existem algumas questões relativas ao direito do trabalho em que a sua abordagem é bastante mais complexa do que à primeira vista parece.Frequentemente, as dúvidas prendem-se com a seguinte situação: Sou trabalhador dependente da empresa “A”, exercendo as funções de TOC, no entanto como esta empresa está inserida num grupo de empresas, faço também a contabilidade das empresas “B”, “C” e “D”.A empresa “A”, tem salários em atraso e vou rescindir com justa causa. O que fazer? Que comunicações a efetuar?Basta comunicar à Autoridade Tributária e Aduaneira e à OTOC?Assim, e no sentido de elucidar os profissionais informamos que os Técnicos Oficiais de Contas têm determinados deveres para com as empresas a quem prestam serviços, é um facto que nenhum TOC é obrigado a exercer funções a título gratuito; motivo pelo qual o n.º 1 do Art. 15.º do Código Deontológico determina que a falta de pagamento de honorários ou remunerações acordadas com as entidades a quem presta serviços constitui justa causa para a rescisão do contrato.Pelo exposto, e porque não estamos perante um contrato de prestação de serviços, mas sim perante um contrato de trabalho (empresa A), pode o TOC suspender ou resolver o contrato de trabalho, decorridos, respetivamente, 15 ou 60 dias após o não pagamento da retribuição, conforme o disposto no Art. 325.º do Código de Trabalho e alínea a) do n.º 2 do Art. 394.º e n.º 5 do mesmo artigo, também do Código de Trabalho. O encerramento do exercício e consequente preenchimento e envio das declarações fiscais é o término das operações contabilísticas e fiscais num determinado ano, fazendo, em princípio, parte do trabalho que o TOC realizou, durante a maior parte do exercício fiscal. Há, no entanto, exceções.Assim, na eventualidade de o TOC resolver o contrato de trabalho, há que atender à Norma Interpretativa n.º 1 do EOTOC - que determina que, no caso de o Técnico Oficial de Contas prestar a sua atividade no regime de trabalho dependente, só é obrigado a proceder à elaboração e assinatura das declarações fiscais e demonstrações financeiras, se com um mínimo de oito dias de antecedência, relativamente à eficácia da rescisão do contrato de trabalho, lhe forem disponibilizadas todas as informações e documentos necessários para proceder ao encerramento da contabilidade – consequentemente, deixa de impender sobre si a responsabilidade do encerramento do exercício, uma vez que não lhe podem ser facultados os elementos necessários para que possa proceder ao fecho das contas, cabendo essa responsabilidade ao TOC que o substituir; pois não há porque fazer subsistir as funções de Técnico Oficial de Contas, como trabalhador dependente, quando a relação laboral já se extinguiu.Se o TOC optar pela suspensão do contrato de trabalho, e caso esteja nos últimos três meses para o final do exercício, terá que requerer, por escrito, ao Conselho Diretivo da

OTOC, autorização de recusa de assinatura das declarações fiscais e respetivo fecho de contas, nos termos do art. 54º do EOTOC, invocando as razões que fundamentam o seu pedido, fazendo referencia à identificação completa do sujeito passivo (nome, morada e o NIPC), devendo concretizar o exercício fiscal a que respeita, bem como anexar ao respetivo pedido os elementos de prova que entenda por convenientes.

Outras comunicações a efetuar (quer em caso de resolução, quer em caso de suspensão do contrato de trabalho)De acordo com o estipulado no artigo 10º, n.º 1, do Estatuto da OTOC “… nos 30 dias subsequentes ao início ou à cessação de funções, os técnicos oficiais de contas comunicam à Ordem que são, ou que foram, responsáveis pelas contabilidades das entidades referidas na alínea a) do n.º 1 do artigo 6.º do EOTOC.Sendo que as alterações feitas pelo TOC serão obrigatoriamente efetuadas diretamente no sítio, sendo aceites e validadas no dia seguinte ao da atualização.Quanto ao cadastro da Autoridade Tributária e Aduaneira, este não é da competência da OTOC, pelo que terá o TOC também que proceder à sua atualização, cada vez que inicie ou cesse funções nos diversos sujeitos passivos, podendo, na presente, fazer as atualizações no sítio da Autoridade Tributária e Aduaneira.De acordo com informação prestada pela Autoridade Tributária e Aduaneira, o sistema só assume a alteração de TOC quando outro colega procede à sua nomeação como TOC.Aproveitamos ainda para esclarecer que, de forma a o TOC poder dar cumprimento à obrigação de informação, prevista no Orçamento de Estado para 2006 (vide redação do art. 8º do RGIT), deverá o TOC proceder ao envio de carta registada com AR, dirigida ao Chefe do Serviço Local de Finanças, mencionando que não entregou ou entregou fora de prazo a declaração fiscal x, devendo anexar os meios de prova que entender por convenientes (que sejam idóneos a provar que a culpa de tais factos não foi do TOC).Quanto às empresas do grupo (“B”, “C” e “D”)Como nestas sociedades o TOC não tinha um contrato de trabalho, mas sim um contrato de prestação de serviços a título gratuito (ainda que o mesmo não estivesse reduzido a escrito), o procedimento terá de ser diferente; assim:o TOC deverá começar por remeter uma carta a cada sociedade informando a mesma que por motivo de rescisão contratual com justa causa com a empresa “A”, não vai continuar a prestar os seus serviços para a empresa destinatária, pelo que terão os mesmos que proceder à alteração de TOC, com a maior brevidade possível.Posteriormente e após ter feito a comunicação supra indicada, deverá o TOC informar a OTOC e a Autoridade Tributária (nos termos do item anterior) e requerer à Ordem a respetiva autorização de recusa de assinatura para as declarações fiscais do ano, uma vez que a situação poderá também encontrar-se enquadrada no âmbito do art. 54º, n.º 2, do EOTOC.

Suspensão e resolução de contrato de trabalho “versus” contrato de prestação de serviços

CARLA SOFIA BASTOSJURISTA DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

Diretiva define deduções em sede de IVAA Diretiva 2006/112/CE, relativa ao sistema comum do IVA, deve ser interpretada no senti-do de que uma sociedade que adquiriu um terreno e edifícios construídos neste último, ten-do em vista a sua demolição e a construção de um complexo residencial nesse terreno, tem o direito de deduzir o IVA relativo à aquisição dos referidos edifícios. A demolição de edifí-cios não implica a obrigação de regularizar a dedução inicialmente efetuada do IVA relativo à aquisição dos edifícios.

Artistas usufruem de benefícios fiscaisO Governo garantiu o alargamento do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) sobre os ren-dimentos da propriedade literária, artística e científica aos detentores de direitos conexos – como intérpretes e outros executantes – através de uma alteração efetuada ao referido estatuto e integrada em sede do OE. Fica reconhecido um direito que estava sujeito a dúvidas de inter-pretação e aplicação por parte da administração fiscal. O benefício fiscal aplica-se aos titulares dos direitos conexos, para além dos titulares de direitos de autor.

CONSELHO TÉCNICO

Faturação pode ser emitida sem um programa certificado

Se o sujeito passivo estiver dispensado de possuir um programa informático certificado para emissão da sua faturação, nos termos do n.º 2 do artigo 2.º da referida Portaria, poderá emitir a sua faturação através de programas informáticos não certificados (se adquiridos antes de 1 de abril de 2012), manualmente, em impressos de tipografia autorizada, ou através de máquinas registadoras, terminais eletrónicos ou balanças eletrónicas (faturas simplificadas).

As sociedades que não utilizam software de faturação e não possuem o ficheiro SAFT-PT estão obrigadas a adquiri-lo? As sociedades, e apenas estas, estavam obrigadas a utilizar faturação certificada?Os contribuintes individuais que utilizam máquina registadora podem continuar a utilizá-la, desde que a mesma imprima a fatura no modo simplificado para valores até 100 euros e no modo completo para valores superiores? Essa fatura não simplificada pode ser emitida em livro de faturação?

A partir de 1 de janeiro de 2013, a emissão de faturas por um sujeito passivo deverá ser efetuada de acordo com os procedimentos previstos nos artigos 36.º e 40.º do Código do IVA (IVA), artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 198/90, de 19 de junho, e Decreto-Lei n.º 147/2003, de 11 de julho, atendendo às alterações previstas no Decreto-Lei n.º 197/2012 e Decreto-Lei n.º 198/2012, com entrada em vigor, a 1 de janeiro de 2013, e ainda da Portaria n.º 363/2010 (com redação dada pela Portaria n.º 22-A/2012). Haverá a referir que o Decreto-Lei n.º 197/2012 e o Decreto-Lei n.º 198/2012, que introduziram alterações substanciais ao CIVA e legislação complementar, não implicaram qualquer alteração na forma de emissão de faturas, mantendo-se a possibilidade de emissão de faturação (faturas e faturas simplificadas) através de programas informáticos (certificados ou não), máquinas registadoras, balanças eletrónicas e manualmente em impressos de tipografia autorizada. Haverá, no entanto, que atender às obrigações previstas na Portaria n.º 363/2010, com redação dada pela Portaria n.º 22-A/2012, que não sofreu qualquer alteração com os referidos Decreto-Lei n.ºs 197/2012 e 198/2012. Se o sujeito passivo estiver dispensado de possuir um programa informático certificado para emissão da sua faturação, nos termos do n.º 2 do artigo 2.º da referida Portaria, poderá emitir a sua faturação através de programas informáticos não certificados (se adquiridos antes de 1 de abril de 2012), manualmente em impressos de tipografia autorizada, ou através de máquinas registadoras, terminais eletrónicos ou balanças eletrónicas (faturas simplificadas). A emissão de faturas simplificadas através de máquinas registadoras, terminais eletrónicos ou, balanças eletrónicas apenas será possível desde que esses equipamentos cumpram os requisitos previstos no artigo 9.º da Portaria n.º 363/2010 (com redação da Portaria n.º 22-A/2012). Esses equipamentos deverão ainda possuir a capacidade técnica de se poder introduzir o número de identificação fiscal dos adquirentes nas faturas simplificadas emitidas nos termos do artigo 40.º do CIVA, nomeadamente quando esses adquirentes forem sujeitos passivos, ou não o sendo, solicitem a inclusão desse NIF. Quando esses equipamentos (registadoras, terminais eletrónicos ou balanças eletrónicas) não tiverem a capacidade técnica para a introdução do NIF dos adquirentes, a entidade poderá optar por emitir faturas simplificadas manualmente através de impressos de tipografias autorizadas (numa série distinta), quando os adquirentes forem sujeitos passivos,

ou. não o sendo, solicitem a inclusão do NIF. O ficheiro normalizado de exportação de dados (SAFT-PT), previsto na Portaria n.º 321-A/2007, de 26 de março (e Portaria n.º 1192/2009, de 8 de outubro), será aplicável aos sujeitos passivos de IRC, que possuam faturação ou contabilidade organizada com recurso a meios informáticos, estando dispensados desta obrigação os sujeitos passivos de IRS, mesmo que com faturação ou contabilidade organizada por meios informáticos Desta forma, se a entidade em causa estiver dispensada de possuir programa informático certificado para emitir a sua faturação (nos termos da referida Portaria n.º 363/2010, com redação da Portaria n.º 22-A/2012), e estiver a emitir essa faturação manualmente em impressos de tipografia autorizada, máquinas registadoras ou balanças eletrónicas, sem capacidade técnica de gerar o ficheiro SAFT-PT, estará dispensada de possuir a capacidade de emissão desse ficheiro SAFT-PT relativamente à faturação. No entanto, terá que ter capacidade para gerar o ficheiro SAFT-PT através do seu programa informático de contabilidade. Como se consta, a obrigação de possuir a capacidade de produzir o ficheiro SAFT para a faturação apenas se aplicará quando a entidade em causa estiver, ou for obrigada, a emitir a sua faturação através de programas informáticos, sejam esses programas certificados pela AT, ou não. No que toca à segunda questão, tal como referido acima, continuará a ser possível a utilização de máquinas registadoras, terminais eletrónicos ou balanças eletrónicas para emissão da faturação. Todavia, esses equipamentos apenas poderão ser utilizados para emissão de faturas simplificadas nos termos do artigo 40.º do CIVA, sendo que apenas se poderá emitir faturas simplificadas para transmissões de bens por retalhistas ou vendedores ambulantes a adquirentes não sujeitos passivos de valor não superior a mil euros, ou para outras transmissões de bens e prestações de serviços a qualquer tipo de adquirente de valor não superior a 100 euros. Quando a operação não se puder enquadrar nestas duas situações, a entidade terá sempre que emitir faturas nos termos do artigo 36.º do CIVA através de programas informáticos (certificados ou não) ou manualmente através de impressos de tipografia autorizada (dependendo das obrigações da referida Portaria da certificação de programas de faturação). Nunca será possível emitir faturas nos termos do artigo 36.º do CIVA através de máquinas registadoras, terminais eletrónicos ou balanças eletrónicas. Estará prevista a emissão de Portarias a regulamentar as alterações previstas nos Decretos-Leis n.ºs 197/2012 e 198/2012, bem como de Ofícios-Circulados com entendimentos e explicações de aplicações práticas dessas alterações, pelo que se sugere que o colega efetue a consulta a esses documentos quando forem publicados para esclarecimentos de quaisquer dúvidas.(INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS

TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS)

FISCALIDADE

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Apatia dos membros, falta de lealdade para com a cooperativa, perda de senti-mento de pertença, perda de influência, rigidez, burocracia, dificuldades no recru-tamento de dirigentes, falta de rotativida-de nos corpos sociais, fraca participação fe-minina, incapacidade de atração de jovens, dificuldade no recrutamento de técnicos qualificados, não satisfação dos membros. “Estes são os problemas que a maioria das cooperativas hoje enfrentam”, afirmou João Salazar Leite, da CASES - Cooperati-va António Sérgio para a Economia Social, durante as Sétimas Jornadas Cooperativas, recentemente realizadas em São João da Pesqueira.

Para além destes, “são também de rele-var o reduzido capital social, dificuldades de penetração no mercado, dificuldades de aceder a crédito, incapacidade de planifi-

car uma atividade a prazo médio ou longo, banca cooperativa muitas vezes esquecida do setor, sem programas específicos a ele dirigidos, progressivos ataques ao regime fiscal cooperativo, incapacidade de levar a formação e educação aos destinatários lógicos, numa visão de progresso para a cooperativa, ou de decidir sobre o tipo de formação a desenvolver, incapacidade de interagir com organizações que lhes são próximas, designadamente as do setor da economia social.”

Problemas que, segundo o mesmo res-ponsável, dizem respeito quer à cooperati-va enquanto associação quer à cooperativa enquanto empresa. “Problemas, muitos dos quais são de sempre, são, diria, quase genéticos, mas que devem hoje ser vistos e discutidos quer a nível interno quer tam-bém internacional, dadas as necessidades

decorrentes da globalização e tendo em atenção a crise mundial que se atravessa, e que necessita de respostas coordenadas.”

Credibilizar o cooperativismo

Credibilizar uma cooperativa passa, no entender de João Salazar Leite, “por ser verdadeiro no projeto e na ação, e por um insistente controlo pelas próprias organi-zações de cúpula do setor das falsas coo-perativas.”

“Passa também por fazer aumentar o capital social das cooperativas, a partir de um maior esforço de cada um dos mem-bros; montantes individuais de 50 euros são muitas vezes convites ao desleixo e ao não comprometimento com o projeto co-operativo.

“Passa por se ser cioso da independência

face a todos os poderes públicos e ocultos,pela não dependência de subsídios, por projetos lançados apenas tendo em mira vir a obter verbas externas ao esforço do coletivo de membros. Basta de cooperati-vas criadas pelo aparelho de Estado para que a nível local certos serviços possam seracedidos pela população, como aconteceucom a criação de cooperativas agrícolas pelo antigo Regime por no interior não haver acesso a fatores de produção para a agricultura (uma CUF ou uma SAPECnão achavam rentável distribuí-los).”

Credibilizar uma cooperativa passa por “defender a auditoria permanente das con-tas das cooperativas, por se estar aberto permanentemente ao escrutínio interno,aquele que cabe a cada membro por si pró-prio fazer, ou externo, seja feito pelas or-ganizações de cúpula do próprio setor ouquaisquer entidades externas.”

“Passa por divulgar o balanço social, re-levar a responsabilidade social que é inataao modelo cooperativo, e não moda usur-pada pelas empresas privadas, empresas que viram nela uma forma de marketing quantas vezes sem efetivo conteúdo de que as populações venham a beneficiar.”

Credibilizar passa finalmente “pelo em-penho de cada uma e de todas as coope-rativas no projeto da marca cooperativa, dando maior visibilidade ao setor junto da opinião pública, que certamente se ques-tionará depois sobre o modelo cooperativo e suas vantagens. E com a marca virá en-tão a certificação de qualidade e a própriacertificação de cooperatividade.”

SÉTIMAS JORNADAS COOPERATIVAS TRAÇAM O CAMINHO DO FUTURO

Cooperativas querem maior reconhecimento económico e social

Decisão “infeliz e ilógica” da Comissão Europeia

Por esta ordem de ideias, João Salazar Leite, considera “infeliz e ilógica” a não renovação pela Comissão Europeia do programa de desenvolvimento cooperativo que fez aprovar em 2004, e que deveria ter sido revisto em 2009. “Comissão Europeia que, deliberadamente, o deixou cair com o argumento de ser essa a vontade dos Estados-membros – manifestação de vontade que quanto a Portugal se não sabe quem a emitiu -, em prol de uma iniciativa mais alargada sobre a empresa social, o seu novo ‘menino querido’, que parece conduzir à diluição das cooperativas, e das outras empresas de economia social, num conceito que não lhes sendo estranho, também não é o que se lhes adapta melhor, já que não se lhes entranha na totalidade. Com efeito, muitas cooperativas são empresas de economia social, mas não são empresas sociais, por não desenvolverem atividades de cariz social ou solidário.”

Cooperativas sentem de maneira mais profunda as dificuldade que o país atravessa.

Governo garante reembolso mais rápido do IVAO Governo anunciou um regime simplificado para a prova de exportação. A confirmar-se estaoperação, haverá uma aceleração do processo de reembolso do IVA. O regime para as empresasexportadoras está previsto para o início do próximo ano e representa “uma reforma estrutural do processo de exportação”, de acordo com Paulo Núncio, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. A simplificação de prova de exportação vai possibilitar obter o certificado de exportação mais rapidamente por via eletrónica.

COOPERATIVISMO

“A vantagem cooperativa derivará de uma resposta discutida, pensada, querida, a seis grandes vetores: credibilização, democracia, participação, capitalização, renovação e educação”

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 37

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COOPERATIVISMO

As cooperativas deverão tor-nar-se mais visíveis e reforçar a aprendizagem mútua, quer no interior do movimento coope-rativo, quer fora dele. A nível interno, devem centrar-se na “cooperação entre cooperativas”, elaborar diretrizes e proceder com determinação à divulgação de boas práticas, prestando espe-cial atenção à gestão da mudança e, a nível externo, empenhar-se em parcerias com outras empre-sas privadas, autoridades públicas e outros atores.

Estas são algumas das reco-mendações do Parecer do Comité Económico e Social Europeu de que Jal Olsson foi correlator.

Segundo o mesmo documento, os relatórios de responsabilidade social cooperativa (responsabili-dade social da empresa de uma forma cooperativa) devem cons-tituir um instrumento impor-tante para a visibilidade e a pro-moção. O setor cooperativo deve também estabelecer regras de boa governação e de auditoria interna rigorosa, a fim de evitar abusos

da forma de cooperativa.“Pela sua própria natureza e

pelo modelo de negócios que proporcionam, as cooperativas contribuem para a Estratégia Eu-ropa 2020. Gerem a mudança de uma forma economicamente efi-ciente e socialmente responsável. Contribuem para a coesão social e territorial. Organizam modelos de negócio novos e inovadores com vista a aumentar a compe-titividade. Todos estes fatores de-verão ser colocados em evidência em 2012, o Ano Internacional das Cooperativas.”

A “vantagem cooperativa” derivará de uma resposta discutida, pensada, querida, a seis grandes vetores: credibilização, democracia, participação, capitalização, renovação, educação. Esta foi outra das conclusões do encontro.

Uma das formas de atingir essa “vantagem cooperativa” passa por conseguir chamar de novo os membros à participação, atrair nova gente, praticar os valores e princípios cooperativos. No fun-do, tal como salienta João Salazar Leite, “se soubermos ouvir e co-municar, se as direções se derem à confiança, se a responsabilidade for partilhada, se intercooperar-mos e nos respeitarmos todos, se formos todos, dirigentes, tra-balhadores e membros, uma fa-mília, se nos soubermos inserir na comunidade que nos rodeia e que de nós também depende, se

inovarmos e não tivermos medo de pedir conselho sempre que ne-cessário, se respeitarmos o meio ambiente no qual desenvolvemos as nossas atividades, se conseguir-mos ser mais visíveis, mais ciosos da nossa história, realizações e propostas”, acrescentou o respon-sável da CASES - Cooperativa António Sérgio para a Economia Social.

Mas existem outros fatores a ter em conta. “A vantagem coopera-tiva existirá se for bem sucedida a implantação de uma marca coop, progressivamente alargada do nacional ao internacional. Para que tal possa ser bem sucedido é necessário que as cooperativas confiem umas nas outras. Por isso, proponho a criação de um Erasmus cooperativo, que leve dirigentes e técnicos das coopera-tivas a estagiar em congéneres de outros países, criando uma teia de relações pessoais e profissio-nais que venham a permitir ini-ciativas eficazes e capazes de uma repercussão transnacional.”

A vantagem cooperativa “só se consolidará se as cooperativas sou-berem estabelecer laços comerciais com outras cooperativas, e daí partirem para reforçar ou recriar

uniões e federações capazes de fa-zer lobby, de fazer ouvir a sua voz junto dos eleitos locais e, sobretu-do, dos fazedores nacionais de po-lítica, no Governo ou na oposição. E, porque não, fomentar a criação de um grupo de deputados ami-gos do cooperativismo no Parla-mento, a exemplo dos que existem noutros países ou no Parlamento europeu.”

A vantagem cooperativa “só se poderá afirmar se o legislador for mais orientador que intervencio-nista, se tolerar que as coopera-tivas construam o seu caminho próprio e não as peie em ramos estanques ou percursos que não resultem da vontade livre dos seus corpos sociais, se for exigen-te quanto às cooperativas verda-deiras, punindo as falsas coope-rativas, se estiver consciente da especial fiscalidade que deve en-quadrar o regime cooperativo de agir, se for mais europeu e menos nacional, possibilitando que as cooperativas se sintam capazes de atuar a uma escala supranacional de acordo com regras não discri-minatórias ou por meras conside-rações de calculismo em função de aqui ou ali existir um regime legal ou fiscal mais favorável.”

PARECER DO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU RECOMENDA

Fundos estrutu de apoio às coo

ANTÓNIO SALAZAR LEITE AFIRMA

Cooperativas devem ter autonomiapara construir o seu caminho próprio

Jal Olsson é correlator no Parecer do CESE sobre a reestruturação das cooperativas.

António Salazar Leite propõe a criação de um Erasmus cooperativo.

38 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

A Comissão Europeia e o BEI/FEI deverão garantir os mecanismos financeiros ao nível da UE

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rais são instrumentos importantes perativas

COOPERATIVISMO

Recomendações dirigidas às políticas da UE

Segundo o CESE, “as cooperati-vas devem ser tidas em conta em to-das as políticas da UE, contribuindo para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, bem como nas iniciativas emblemáticas perti-nentes da Estratégia Europa 2020. Há que garantir a equidade de con-dições entre as cooperativas e outros tipos de empresas, salvaguardando os objetivos e métodos de trabalho das primeiras.

A fim de sublinhar a experiência particular das cooperativas na res-truturação, as sociedades cooperati-vas “devem participar nos objetivos e ações da política industrial da UE, incluindo a iniciativa emblemática específica”.

“A Comissão Europeia e o BEI/FEI deverão garantir que os meca-nismos financeiros ao nível da UE, incluindo o plano de ação de finan-ciamento das PME sugerido no ‘Ato para o Mercado Único’, sejam também acessíveis pelas sociedades cooperativas, devendo envidar es-

forços concretos, em conjunto com o setor bancário, para verificar se é efetivamente esse o caso, identifi-cando igualmente instrumentos es-

pecíficos.”As novas regras relativas aos con-

tratos públicos e aos auxílios estatais (“pacote Almunia”) devem entrar em vigor assim que possível. Deve-rão ser tomadas medidas com vista a facilitar a transmissão de empresas aos trabalhadores, na sequência da proposta do CESE de criação de um quadro favorável à participação financeira dos trabalhadores. Os programas e fundos estabelecidos para o próximo período de progra-mação da UE 2014-2020 devem

tornar-se instrumentos importantes de apoio às cooperativas, em parti-cular os fundos estruturais.

O CESE solicita a adoção de um regulamento simplificado relativo ao Estatuto da Sociedade Coopera-tiva Europeia no decurso de 2012. O CESE insta a Eurofound (Fun-dação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho) e, em particular, o seu Observatório Europeu da Mudança, a analisarem detalhadamente o papel das coope-rativas na reestruturação, em cola-

boração com o setor cooperativo.O próximo programa de investi-

gação da UE Horizonte 2020 devetambém incluir referências específi-cas ao estudo dos fatores subjacentes à capacidade de resistência das coo-perativas.

“Tendo em conta os seus objeti-vos e modelos de gestão, as coopera-tivas são partes interessadas naturais na iniciativa em favor do empre-endedorismo social recentemente lançada pela Comissão Europeia”,conclui o CESE.

As cooperativas deverão reforçar a aprendizagem mútua

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SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 39

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COOPERATIVISMO

TERESA [email protected]

“É preciso criar um grande consenso sobre o que querem para a Agricultura”, disse o ex--ministro desta pasta, Arlindo Cunha, durante o debate “Que Agricultura iremos ter no Futuro em Portugal?”, realizado no con-gresso da CONFAGRI (Confe-deração Nacional das Coopera-tivas Agrícolas de Portugal) com outros dois ex-ministros, Sevina-te Pinto e António Serrano.

“A Agricultura é um setor cru-cial para o desenvolvimento de qualquer sociedade, mesmo das mais ricas e desenvolvidas, como é o caso da França, onde há sem-pre consenso quanto ao setor”, explicou Arlindo Cunha. Aler-tou, por isso, para a importância de “não ter ilusões” e de “criar-mos condições de valorização daquilo que produzimos”, o que também passa por “um grande debate” e uma “reforma estrutu-ral, nomeadamente no setor co-operativo, sobre racionalização e concentração”.

Recorde-se que o ex-ministro de Cavaco Silva, também profes-sor da Universidade Católica do Porto, lidera um grupo de traba-lho que está a ultimar um estu-do, encomendado pela Confagri, sobre “Agricultura de Futuro – A Qualidade Cooperativa”.

O setor, de acordo com os resultados preliminares, agrega em Portugal 946 cooperativas agrícolas (28% de todo o uni-

verso cooperativo) e mais de um milhão de cooperantes, sendo responsável por mais de 51 mil postos de trabalho e movimen-tando anualmente 2600 milhões de euros de vendas.

“A Agricultura está do lado bom da crise”

Mercê das alterações climáti-cas e das mudanças nos hábitos alimentares de milhões de con-sumidores em todo o mundo, “a Agricultura desempenha um papel importantíssimo”, nome-adamente em Portugal. É, aliás, um setor que “está do lado bom da crise”, disse o ex-ministro Se-vinate Pinto, quando chamado a intervir no debate da Confagri.

Defendeu, pois, que, em Por-tugal, “o regadio é absolutamen-te essencial”, dadas as nossas “limitações climatéricas”, mos-trando-se convicto de que, “com água, podemos ser competiti-vos”, nomeadamente na vinha e no olival, mas, também, “no ramo dos hortofrutícolas”, setor que diz ter “a certeza que vai pro-gredir ainda mais”.

“Autossuficiência alimentar até 2020? É preciso ser rigoroso”

“Quando se diz que vamos atingir a autossuficiência alimen-tar, em valor, até 2020 é preciso ser rigoroso”, alertou o ex-minis-tro da Agricultura António Ser-

rano no debate no congresso da Confagri.

Numa alusão a declarações do secretário de Estado da Agricul-tura, José Diogo Albuquerque, que defendeu há escassos me-ses que Portugal pode atingir a autossuficiência alimentar em 2020, António Serrano alertou para os “condicionalismos eco-nómicos, financeiros e climáti-cos” em Portugal.

E defendeu também a neces-sidade de “organizar o setor por fileiras estratégicas, promovendo contratos de médio/longo prazo” com a indústria e a distribuição, também não esquecendo o se-tor cooperativo e a necessidade de “fusões nas organizações de produtores”. Se assim fosse, dis-se António Serrano, “podíamos ter gente mais agregada para in-fluenciar melhor o mercado”.

CASES e INE lançam conta satélite para a economia social

Os ex-ministros da Agricultura António Serrano (à esquerda), Sevinate Pinto e Arlindo Cunha debateram no con-gresso da Confagri o futuro do setor em Portugal

40 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

DEBATE COM TRÊS EX-MINISTROS NO CONGRESSO DA CONFAGRI

“É preciso criar um grande consenso sobre o que querem para a Agricultura”

TERESA [email protected]

A Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES) vai lançar, “até ao final do ano”, em parceria com o Instituto Na-cional de Estatística (INE), uma conta satélite para a economia social (CSES), revelou à “Vida Económica” Eduardo Graça, pre-sidente da CASES, à margem do congresso da CONFAGRI (Con-federação Nacional das Coopera-tivas Agrícolas de Portugal).

Este sistema de informação in-tegrada “permitirá dispor de nú-meros fiáveis e certificados acerca da dimensão e do peso do setor cooperativo e social em Portugal e que, até ao momento, não está monitorizado, mas que é segura-mente superior àquele que todos nós pensamos, pois os dados que até agora se conhecem são apenas um palpite”, explicou Eduardo Graça. Referiu, ainda assim, que

se estima que haja “cerca de 60 mil entidades” neste setor no país, entre cooperativas, mutualidades, misericórdias, associações de vo-luntariado, entre outras.

O protocolo entre a CASES e o INE foi assinado em abril de 2011 e o trabalho que está a ser desenvolvido “vai permitir fazer o apuramento de um conjunto de agregados da contabilidade nacio-nal para o setor da economia so-cial”, encontrando-se já em curso o apuramento das organizações da economia social em atividade, o que vai permitir levar a cabo o reajustamento deste universo de entidades. Deverá ficar operacio-nal “no início de 2013”.

Questionado pela “Vida Eco-nómica” sobre os custos finan-ceiros associados ao projeto, Eduardo Graça diz que “são irre-levantes”, revelando que, parale-lamente, deverá ser “aprovada em breve” uma nova Lei de Bases da Economia Social.

“A Agricultura é um setor crucial para o desenvolvimento de qualquer sociedade, mesmo das mais ricas e desenvolvidas”

Eduardo Graça, presidente da CASES.

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SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 41

LIOR KEINAN, CONSELHEIRO POLÍTICO DA EMBAIXADA DE ISRAEL EM LISBOA, CONSIDERA

“A situação em Portugal não é tão má como as pessoas pensam”O investimento em investigação e a quantidade de pequenos negócios fazem de Israel um país atrativo para os jovens – afirma Lior Keinan. Em entrevista concedida a Ricardo Miguel Vieira, o conselheiro político da Embaixada da Israel desdramatiza a gravidade da situação portuguesa, e afirma que, apesar dos cortes, as condições sociais continuam a ser bastante satisfatórias. “Há muitos mais exemplos de países que ultrapassam a crise com crescimento” – considera.

A relação entre Portugal e Israel não é muito visível entre a opinião pública. Existe uma activa e contínua cooperação entre os dois países?

Lior Keinan - Nós temos uma relação estável permanente. Tam-bém é bom ter uma relação estável com os países, sem altos e baixos a todo o momento. É estável mas estamos sempre a tentar melhorá--la de forma a que não seja ins-tável. Devo dizer que se trata de um objetivo comum entre ambos os governos. Pode sempre ter me-lhores relações comerciais, mais turismo em conjunto. Por isso, também estamos focados nesses assuntos. Apesar de Portugal estar numa crise, a cooperação comer-cial melhorou um pouco. Mesmo sem termos voos diretos de Por-tugal para Israel, o que é realmen-te importante para a existência de relações normais entre os países. Obtivemos sucesso ao disponi-bilizarmos quatro meses por ano voos diretos de Tel Aviv para Lis-boa. Já politicamente, temos uma porta aberta, apesar de Portugal estar dentro das linhas da União Europeia, o que reduz um pouco a importância da relação política bilateral. Deste modo, Israel está

a adaptar-se a essa posição para falar tanto com Bruxelas como com as próprias capitais. Pode-mos sempre fazer mais e é isso que vamos tentar fazer.

Como conselheiro político, como é que observa a crise em Portugal?

LK - A minha opinião pesso-al, como alguém que observou a realidade em Israel e noutros países, é de que a situação não tão má quanto as pessoas jul-gam. Eu sei que, com as medidas de austeridade e tudo o que se passou nos últimos anos, hou-ve coisas cortadas e eliminadas e eu sei que é fácil habituarmo--nos a coisas boas. Mas costumo relembrar que as coisas que são agora retiradas nunca foram da-das. Por exemplo, em Israel não temos 13º e 14º salários, temos 12; temos menos dias de férias, e não nos envergonhamos disso. Estamos a adaptar-nos a tudo o que pudermos fazer de forma a balancear as coisas. Os benefícios

estão a ser retirados e isso nunca é fácil, contudo as coisas continu-am na mesa para os cidadãos e as condições sociais ainda são bas-tante satisfatórias. Se isso ajudar a manter empregos, a combater o desemprego, a respirar um pouco acima da superfície da água antes de se melhorar, então que seja.

Israel é uma boa opção para os jovens desempregados por-tugueses?

LK - Israel é um país bonito e fascinante para todos os por-tugueses e para a geração jovem. É um paraíso para os jovens. A quantidade de pequenos negó-cios e o investimento na investi-gação e desenvolvimento é enor-me. Isto ajuda-nos a superar o buraco da atual crise. Há muitos mais exemplos de países que ul-trapassam a atual crise com cres-cimento. Tivemos um crescimen-to de 5% no PIB quando todos estavam em baixo e falidos. O investimento está a crescer para Israel, apesar da situação inter-

nacional e das ameaças em nossoredor. Apesar de amanhã o Irãopoder, hipoteticamente, disparar um míssil. Israel é, de facto, um paraíso para as gerações jovens.Isto sem falar do tempo, do sol,do mar em Tel Aviv, da cultura.Aqui têm trabalho e oportunida-des.

Os portugueses seriam bem--vindos mesmo com os recentes relatos de atos de xenofobia e de deportações de imigrantes em Israel?

LK - Primeiro de tudo, claro que seriam bem-vindos. As tro-cas entre ambos os países supõem ideias, estudantes e todos os me-canismos que facilitem a chegadade jovens portugueses a Israel e vice-versa. Já o caso dos imigran-tes não tem nada que ver com isso. Estamos a falar de um fluxo dedezenas de milhares de imigran-tes expulsos de África e a chegarao primeiro lugar que acreditampoder tomar conta deles.

Agora, Israel é um país querespeita os direitos desses imi-grantes, mas é impossível existireste fluxo de pessoas. Nós somos pequenos, não somos um impé-rio do tamanho dos Estados Uni-dos, França e até Portugal, que é quase cinco vezes maior em área. As nossas capacidades são limita-das. Nós somos oito milhões depessoas no país, não podemos ter centenas de milhares de pessoas a chegar de África. Por isso, é claro que era suposto travar-se isto, se-não perdia-se o controlo. Essa foia intenção do Governo.

Como é que Israel pode aju-dar Portugal a sair da crise?

LK - Depois de algum temposem a visita de qualquer repre-sentante do Governo [portu-guês] em Israel, temos agoraalgumas visitas, principalmen-te de setores em que acreditoque Israel pode ajudar Portu-gal. As visitas do secretário deEstado da Agricultura e, bre-vemente, do secretário de Es-tado da Inovação refletem isso. São exatamente os dois setoresem que acredito que Israel é melhor. Devíamos continuar atrocar visões nesses setores, a ver as coisas em que cada paíspode apoiar o outro e esperar que a cooperação melhore maise mais.

“Israel é, de facto, um paraíso para as gerações jovens. Aqui têm trabalho e oportunidades”

“Acredito que Israel pode ajudar Portugal”, afirma Lior Keinan.

SAPHIR vence Prémio Nacional de Inovação Ambiental 2012O projecto SAPHIR – System for Algae-Phosphorus Interac-tion Rupture arrecadou o primeiro lugar da edição deste ano do Prémio Nacional de Inovação Ambiental 2012, e ficou em terceiro lugar na final internacional do EEP Award 2012 – En-vironmental Innovation for Europe.

EM FOCO

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O lançamento em Lisboa contou com as presenças de, da esquerda para a direita, Vasco Silva (editor da Verbo), Anne Taylor (presidente do American Club), Manuel Carmo (autor do livro), Mendo Henriques (presidente do Instituto da Democracia Portuguesa) e Paulo Teixeira Pinto (presidente do Grupo Babel).

Em Portugal está-se cada vez mais a agir sem pensar. Manuel Carmo, autor do livro “Caixa para pensar”, quer, com esta obra, levar as pessoas a pensarem por si mesmas.“Tudo o que fazemos ou pensamos durante a nossa vida está relacionado como tudo o que já vivemos e pensámos”, afirma o advogado, professor, gestor, diplomata, escultor, pintor e músico, atividades que, como refere, “desenvolvem a minha forma de estar e de pensar”.

Vida Económica - Como surgiu a ideia de criar a “Caixa para pensar”?

Manuel Carmo - Surgiu da constata-ção de que, em Portugal, se está cada vez mais a agir sem pensar. Os cidadãos são

diariamente acordados por notícias que os obrigam a pensar mas que não lhes deixam margem de manobra para pensar no que querem. Pensam no que lhes é imposto que pensem. Uma espécie de dirigismo que ninguém nota e que, parece, ninguém quer notar.

A “Caixa para pensar” é o contrário dis-so. Claro que eu afirmo nela o que penso. Mas o meu objectivo não é que os meus leitores pensem sobre o que eu já pensei. É que pensem por eles. Pensem comigo, não pensem o que eu penso.

VE - Qual a importância que atribui à experiência obtida na sua vida profis-sional na criação deste projeto literário?

MC - Tudo o que fazemos ou pensamos durante a nossa vida está relacionado como tudo o que já vivemos e pensámos. Como advogado, professor, gestor, diplomata, es-cultor, pintor, músico, todas as actividades que já tive e tenho desenvolvem a minha forma de estar e de pensar. Somo sempre o resultado do que nos acontece, do que somos e do que queremos ser.

E é assim que está certo. Não somos par-tes de nós, mas sim um todo que tende a completar-se à medida que pensamos e fa-zemos. É preciso gerir em permanência as nossas experiências, as nossas capacidades e as nossas expectativas. É da conjugação destes três factores que evoluímos e, com isso, somos.

VE - O que diferencia esta obra de outros livros existentes no mercado?

MC - Como já disse, não quero que pensem como eu. Quero que pensem co-migo. Quantos livros conhece assim?

VE - A sua obra pode contribuir para que os leitores pensem mais e melhor?

MC - Espero que contribua. A “Caixa para pensar” é constituída por três livros: um chamado “10.XXI”, no qual procuro pensar sobre a primeira década do século XXI, no que ela trouxe de novo relativa-mente ao século XX. Posso dizer-lhe que analiso essencialmente a busca permanen-te do “autêntico” e do “inconstante”, duas

palavras, ou conceitos, que são transversais a todas as questões novas que levantámos nestes últimos anos.

Um segundo livro chama-se “Entre Margens” e trata de analisar e fazer pen-sar sobre o novo conceito que se está a desenvolver sobre a irrelevância do nas-cimento para a vida, sendo que esta se desenvolve muito mais em contraponto à morte. Uma questão que, nos próxi-mos dez anos, vai trazer grandes altera-ções filosóficas e até religiosas que não poderemos ignorar.

Finalmente, o terceiro livro que com-põe a “Caixa para pensar” é um livro de citações a aforismos retirados das minhas obras a que dei o nome de “Em Amor a Pirro”. Refiro-me tanto ao filósofo cético como ao general grego que ganhava todas as batalhas para perder sempre a última. Deu, aliás, origem à expressão “vitória pír-rica”, hoje tão usada.

Com a publicação desta “Caixa para pensar” espero sobretudo que os meus lei-tores se encontrem perante as novas ques-tões do séc. XXI.

MANUEL CARMO, AUTOR DO LIVRO “CAIXA PARA PENSAR”, AFIRMA

“É preciso gerir em permanência as nossas experiências, capacidades e expetativas”

GEFCO Portugal muda armazém logísticoA GEFCO Portugal, operador logístico, mudou as instalações do seu armazém logístico de Alverca. Embora se mantenha na mesma localidade, a GEFCO dispõe agora de uma localiza-ção mais central, num espaço de 2700 m2 realmente adaptado ao desenvolvimento das ope-rações de logística e transporte.

Centro PINUS debate o presente e o futuro da Fileira do PinhoO Centro PINUS promove, no próximo dia 14 de dezembro, em Cantanhede, na sede do Biocant (Parque Tecnológico de Cantanhede, Núcleo 04, Lote 2), a partir das 10h00, um se-minário intitulado “Mais e Melhor Pinhal”. De entre os temas em destaque estarão o incen-tivo ao investimento e à gestão.

EM FOCO

42 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

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O BES Express Bill, a solução de crédi-to inovadora e exclusiva do BES que ga-rante os pagamentos e recebimentos entre empresas, já assegurou este ano mais de mil milhões de euros de pagamentos ga-rantidos.

O BES Express Bill consiste na emissão de ordens de pagamento a prazo que têm garantia de pagamento do BES (mon-tante e data), facultando ao fornecedor a antecipação dos fundos sem consumir os seus plafonds de crédito e com custos inferiores ao financiamento tradicional de tesouraria.

São mil milhões de euros de crédito que permitiram às empresas nacionais finan-ciarem os seus pagamentos a fornecedo-res, e mil milhões de euros de antecipa-ções de recebimentos que o BES facultou ás empresas.

LINHAS APROVADASDois mil milhões de euros

FUNDOSAntecipação via BES-network

O BES tem actualmente dois mil mi-lhões de euros de linhas BES Express Bill aprovadas que podem gerar, em utilização permanente e com prazos de pagamento de 70 dias, 10 mil milhões de euros de pagamentos por ano. Com garantia de pagamento e liquidez auto-mática.

“O BES Express Bill é, cada vez mais, a solução escolhida pelas PME nacionais

para financiarem a execução das suas en-comendas e anteciparem os recebimentos das suas faturas. Sempre à hora certa com total simplicidade e comodidade”, refere Luís de Carvalho, responsável na área de empresa pela solução.

Arranque de pagamentos internacionais

No âmbito da melhoria permanente desta solução de crédito, o BES Express Bill acaba de disponibilizar a funcionali-dade de pagamentos internacionais. As-sim, já é possível emitir pagamentos BES Express Bill, em euros, para qualquer par-te do mundo, com pagamento diferido e garantia de pagamento do BES.

Esta nova modalidade vai permitir às empresas portuguesas beneficiarem de me-lhores condições de pagamento das suas importações, em termos de preço e prazo, dado que os seus fornecedores passam a dispor de uma garantia de pagamento do BES. Os fornecedores que sejam clientes do BES Espanha podem ainda beneficiar da antecipação destes fundos de forma fácil via BESnetwork (plataforma de internet-banking de empresas do BES) e automá-tica.

A rede BES Express Bill é constituída por empresas (micro, pequenas, médias e grandes empresas) que acreditam que cumprir os prazos de pagamento e aceder a crédito por via da antecipação de rece-bimentos é a chave para termos cada vez mais empresas fortes e competitivas á es-cala mundial.

BES Express Bill

assegura mais de

mil milhões de euros

de pagamentos

EM FOCO

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 43

Sport Zone eleita a loja de desporto preferida A Sport Zone, rede de lojas de desporto da Sonae SR, alcançou o 1º lugar na análise nacional de notoriedade espontânea na categoria “Lojas de Desporto”, elaborada pela QSP – Consultoria de Marketing, tendo superado as várias marcas de desporto nacionais e internacionais pre-sentes em Portugal.

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A Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI) inaugurou recen-temente as suas novas instalações na Avenida Marechal Gomes da Costa, no Porto. Num cocktail que contou com a presença de parceiros e clientes, a empresa apresentou o novo edifício, to-talmente projetado e construído para a SPI e que veio substituir os anteriores escritórios situados no Edifício “Les Palaces”, na Rua Júlio Dinis.

Augusto Medina (presidente do Conselho de Administração) presidiu ao evento e realizou um balanço sobre os frutíferos 15 anos de atividade da empresa, ao longo dos quais a SPI acompa-nhou e fez parte da própria evo-lução do conceito de Inovação.

“Em 1997 falava-se muito me-nos de Inovação do que hoje e, ao longo dos últimos anos, a Ino-vação passou a entrar em muitos discursos. A SPI procurou contri-buir para o aproveitamento oti-mizado do conceito de inovação, estabelecendo as necessárias liga-ções com a Investigação & De-senvolvimento. Por outro lado, quisemos sempre ligar a Inovação aos esforços de internacionaliza-ção das organizações. E, de facto, para se pensar numa Inovação que possa ter um carácter não in-cremental é preciso ter uma visão internacional. Com uma visão de Inovação com maior valor acres-

centado, ligada à área de I&D e claramente ligada aos esforços de internacionalização, a SPI pode-rá continuar a desenvolver a sua atividade como até aqui, sendo também certo que a Inovação co-meça a atrair públicos novos. Te-mos, por um lado, no Espaço Eu-

ropeu, uma continuada aposta na Inovação e, por outro lado, novas áreas de atuação, nomeadamente as ligadas a países em desenvolvi-mento.”

Posicionando-se de forma oti-mista quanto ao futuro da empre-sa, o presidente do Conselho de

Administração conclui, dizendo: “A SPI nos próximos anos não vai ter grandes alterações de rumo: sabemos que a conjuntura é bas-tante complexa, mas acreditamos que a maioria do nosso futuro de-pende de nós e que isso implicará trabalhar mais e melhor. Espera-

mos que o futuro se desenvolva num caminho semelhante ao per-corrido até agora, muito devido ao apoio que sempre tivemos dos clientes e dos parceiros, que têm participado em muitos dos nos-sos projetos”.

LIDE homenageia autoridades mundiais do Turismo Taleb Rifai, secretário-geral da Organização Mundial de Turismo (OMT), e David Scowsil, presidente do Conselho Mundial de Turismo (CMT), foram homenageados num jantar promovido pelo subcomité do LIDE Portugal dedicado ao Turismo e Gastronomia, que reuniu cerca de duas dezenas de empresários e líderes de Viagens e Turismo.

A SOCIEDADE PORTUGUESA DE INOVAÇÃO

SPI comemora 15 anos de atividade e inaugura novas instalações

44 SEXTA-FEIRA, 7 DEZEMBRO 2012

EM FOCO

Schindler equipa metropolitano chinês A Schindler China foi a empresa escolhida para instalar 117 elevadores e escadas rolantes na extensão da linha 3 do metropolitano no sul da cidade de Chonqing. O projeto está a ser gerido pela empresa Engenharia de Transportes em Monocarris.

Inauguração das novas instalações contou com a presença de parceiros e clientes.

SPI tem novas instalações na Avenida Marechal Gomes da Costa, no Porto.

Augusto Medina (presidente do Conselho de Administração) presidiu ao even-to e realizou um balanço sobre os frutíferos 15 anos de atividade da empresa.

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“A banca vai voltar ao tradicional”, de acordo com o autor do livro “Banca e Empresas – Parceiros”, António Guimarães Pimenta. “Vai captar recursos aos clientes, sob a forma de depósitos, e recolocá-los na economia”, explica aquele experiente profi ssional da banca (é diretor comercial Norte do Montepio), que atribui ao setor fi nanceiro uma quota-parte no sobre endividamento que se atingiu. A mensagem principal do livro, editado pelo grupo Vida Económica, é incentivar bancos e empresários a dialogarem.AQUILES [email protected]

Vida Económica – É possível falar em parceria entre empre-sas e bancos quando a generali-dade dos empresários se queixa de falta de fi nanciamento?

António Guimarães Pimen-ta – É possível e é obrigatório e a minha experiência tem-me mostra-do que é possível. O tema do livro aborda as microempresas e PME, que constituem 98% do tecido empresarial português e metade

do negócio [bancário] em Portu-gal. Estas são empresas pequenas, mas que são as que criam emprego e têm de dialogar com o banco. É possível e necessário dialogar com o banco, mas por que não se faz isso? A minha mensagem com este livro é incentivar bancos e empresários a promoverem esse diálogo. Quando quero apoiar um cliente, tenho pri-meiro de perceber o negócio, quem é o empresário e o que ele precisa. Se eu perceber isso, posso desenhar--lhe uma solução a aconselhar. O que acontece é que, a partir de me-ados da década passada, os bancos adotaram, e bem, a análise de ris-cos. Qualquer negócio tem riscos e alguns desses podem ser controla-dos. Para isso, é preciso ter alguns dados. Antigamente, não era tanto assim, era mais pelo conhecimen-to pessoal. Hoje, há determinados modelos estatísticos que indicam que determinados tipos de pessoa ou empresa têm maior ou menor probabilidade de perda. No entan-to, o que se perdeu um pouco na generalidade do setor bancário é que estes modelos estatísticos pas-saram a ser a informação principal. No caso das empresas, pega-se nos dados dos últimos três anos e che-ga-se à conclusão de qual o risco.

VE – Os empresários queixam--se justamente que os gestores de conta que os contactavam a oferecer fi nanciamento foram os mesmo que, de um dia para o outro, deixaram de conceder.

AGP – Isso tem, também, a ver com a conjuntura económica. Agora, a verdade é que a informa-ção sobre as empresas pequenas é muito fraca. Se eu fi zer depender

dessa informação as decisões, ar-risco errar. Depois, quem decide o crédito, por norma, nem sequer são os gerentes, que são uma fi gu-ra que também tento recuperar no livro. O que acontece é que se eu, como gestor de conta ou gerente, acompanhar o empresário, o seu negócio, analisar os seus movimen-tos, questionar qual a aplicação dos valores fi nanciados, provavelmente percebo mais depressa de onde sur-gem os problemas. Mas se eu me preocupar ainda mais e procurar encontrar a solução adequada para o seu problema, respeitando os seus interesses, provavelmente consigo dialogar com o empresário. Mas perguntava-me que os empresários dizem que tinham crédito e de re-pente deixaram de ter…

VE – Afi rmam que lhes fecha-ram a “torneira”…

AGP – Essa é outra questão. Havia um processo de euforia na banca, em que o dinheiro era qua-se de borla, interessava era colocar o dinheiro no exterior. E como as pessoas vivem de prémios por cum-primento de objetivos, não tinham problemas em fazê-lo. Acreditava--se que haveria uma saída, porque o dinheiro era barato, não precisava de ter muita rendibilidade e o ban-cário, como vendedor, precisava de cumprir objetivos, sendo premiado por isso. Podia não os cumprir bem, mas cumpria-os. Por isso é que falo em ética no livro. A ética tem a ver com algo muito simples: “Nunca faças aos outros o que nunca gos-tarias que te fi zessem a ti”. Se eu tiver esta consciência, quando es-tou a falar com um empresário, eu próprio ponho-me na sua posição e procuro perceber o que gostaria que me propusessem. Aliás, é esta a mensagem que passo aos gestores bancários. Quando chego a este estado, encontrei a solução. Então, vou servir o cliente da melhor for-ma, respondendo às suas necessida-des, sem vender produtos, eu não sou adepto da venda de produtos, mas da venda de soluções.

VE – Essa reconquista de ética na banca que aborda no “Banca e empresas – Parceiros”, pode ser o lado bom de uma crise mundial e nacional?

AGP – A adoção da ética, em qualquer área de negócio, é essen-cial. Eu sempre defendi isso. Devo dizer, aliás, que me senti um derro-tado durante anos. Estou a cami-nhar para 47 anos de experiência profi ssional, aquilo que vivi é que me permite defender certos prin-cípios, mas durante vários anos

não consegui passar a mensagem. Porquê? Era a euforia. Uma pessoa precisava de comprar casa, chegava a um banco e diziam-lhe “não há problema, valoriza-se por mais, leve para a casa, para o carro, etc.”. Isto porque o dinheiro era barato. Os bancos não tinham dinheiro para isso, mas iam pedir crédito, porque ainda era barato, compravam com spread de 0,2% e depois vendiam a 0,5%, 0,7 ou 1%, já estavam a ganhar dinheiro. Não digo que esta atividade fosse má, o que trouxe foi os problemas que temos hoje. De resto, até conseguiu levar muita gente a ter habitação própria, em-bora, no presente, levante proble-mas para a mobilidade das pessoas.

VE – O setor vai mudar?AGP – A banca vai voltar ao tra-

dicional, não vai ser dos swaps, dos derivados. Vai captar recursos aos clientes, sob a forma de depósitos, e recolocá-los na economia, par-ticularmente junto das empresas, para estas últimas funcionarem e criarem riqueza. É natural que o nível de crédito também reduza, porque, durante anos, os bancos fi zeram muito mais crédito do que os recursos captados. Não podere-mos voltar ao que existia há algu-mas décadas em que os bancos não emprestavam mais de 70% do que captavam. No entanto, com a eu-foria de que falo, desde há cerca de 15 anos, passou-se para um rácio de 180%, mesmo de 200% em alguns casos. Acontece que a “troika” já de-

fi niu que, até 2014, aqueles rácios não podem exceder 120%. Ou háaumento de depósitos ou redução do crédito, que é o que já está a acontecer. Como há muitos crédi-tos de longo prazo, como o à habi-tação, quem sofre são as empresas.

VE – As empresas que, por ou-tro lado, nem sempre têm noção dos indicadores a cumprir para obter fi nanciamento.

AGP – Sem dúvida. Dou como exemplo as chamadas contas cau-cionadas, algo que eu, não defendo.Isto porque se eu como empresário, tiver ali, por exemplo, 100 mil euros disponíveis, tenho dois problemas: primeiro, relaxo as cobranças aos clientes, e o dinheiro fi nanciado tem custos; e segundo, tendo dinhei-ro disponível, aumento os riscos de descurar os investimentos, quefaço, pois posso sentir a tentação de usar aquele valor, por exemplo, na compra de equipamentos, quandoas contas caucionadas devem ser usadas apenas gestão quotidiana de tesouraria. Se não houver esse cui-dado, o empresário pode endividar--se e depois passa a vida nos bancos em vez de dedicar-se à atividade em que é entendido. Em suma, os empresários precisam de saber com muito rigor quanto é que as coisas lhes vão custar. Para isso pode serimportante haver aconselhamento da gestão fi nanceira. Os empresá-rios conhecem bem o seu negócio,mas, se não tiverem cuidados com a gestão, correm riscos.

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 45

AUTOR DO LIVRO “BANCA E EMPRESAS – PARCEIROS” APONTA CAMINHO DO DIÁLOGO

“Banca vai voltar ao tradicional”

António Guimarães Pimenta critica a concessão exagerada de crédito que a banca fez no passado. “Havia um processo de euforia”, afi rma.

MERCADOS

PSI-20 (5.12) 5371,70

2,85% Var. Semana

-2,23% Var. 2012

Dow Jones 5/Dec .......13043,06

Var Sem ................................0,47% Var 2012 ................................6,78%

Nasdaq 5/Dec ..............2982,423

Var Sem ...............................-0,31% Var 2012 ..............................14,49%

IBEX 35 5/Dec ...............7883,20

Var Sem ................................0,58% Var 2012 ............................... -7,97%

DAX 5/Dec ..................... 7454,55

Var Sem ................................1,51% Var 2012 ..............................26,38%

CAC40 5/Dec ...................3590,5

Var Sem ................................2,14% Var 2012 ..............................13,63%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

515052005250530053505400

29 Nov 30 Nov 3 Dez 4 Dez 5 Dez

Livro foi apresentado esta semana

O “Banca e empresas – Parceiros” foi apresentado esta semana em Lisboa e Porto. Editado pelo grupo Vida Económica, o livro resulta da experiência de 47 anos de António Guimarães Pimenta na banca e aborda a realidade atual e os paradigmas com que se deparam clientes e banca, tendo em consideração exemplos práticos. O livro já está disponível nos vários canais de distribuição, entre os quais a loja online do grupo editorial Vida Económica (http://evida-store.com/).“A abordagem do crédito na ótica do clientes e na ótica bancária com objetivos pedagógicos onde se tenta

sensibilizar para a importância de poupar e nos prepararmos para os momentos mais difíceis não foram menosprezados. A importância de refl etir e de aprender com experiências alheias nacionais ou estrangeiras prepara o leitor para evitar facilitismos”, refere António Tomás Correia, presidente do Montepio, no prefácio. A nota de apresentação é da responsabilidade de José António Barros, presidente da AEP.

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1,04% Var. Semana -0,005% Var. Semana -0,41% Var. Semana

0,89% Var. 2012 -0,884% Var. 2012 1,57% Var. 2012

Euro/Libra 5/dez .......0,8122

Var Sem ........................ -0,51% Var 2012 .........................2,61%

Euro/Iene 5/dez .... 107,7550

Var Sem ........................ -1,66% Var 2012 .........................-7,50%

Euribor 3M 5/dez ......0,1900

Var Abs Sem ................... 0,000 Var 2012 .......................... -0,811

Euribor 1Y 5/dez .......0,5730

Var Abs Sem .................. -0,003 Var 2012 ......................... -0,931

Ouro 5/dez ...........1691,65

Var Sem ......................-1,74% Var 2012 .......................7,27%

Prata 5/dez ............... 32,76

Var Sem ..................... -2,94% Var 2012 .....................16,19%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (5.12) 1,3077 EURIBOR 6M (5.12) 0,3400 PETRÓLEO BRENT (5.12) 108,97

1.29

1.292

1.294

1.296

1.298

1.3

1.302

1.304

1.306

1.308

1.31

1.312

29 Nov 30 Nov 3 Dez 4 Dez 5 Dez

0.337

0.338

0.339

0.34

0.341

0.342

0.343

0.344

0.345

0.346

29 Nov 30 Nov 3 Dez 4 Dez 5 Dez107.5

108

108.5

109

109.5

110

110.5

111

111.5

29 Nov 30 Nov 3 Dez 4 Dez 5 Dez

MERCADOS

46 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

Nos relatórios de competitividade internacional, há uma vertente na qual Portugal se qualifica sempre mal: a burocracia. No mais recente relatório do World Economic Fórum, a ineficiência da burocracia pública aparecia em terceiro lugar (logo depois da dificuldade no acesso ao crédito e da fiscalidade excessiva) na lista de impedimentos ao desenvolvimento empresarial do País. Na realidade, as respostas dos mais de 100 gestores e empresários inquiridos para o efeito, na sua maioria de pequenas e médias empresas sediadas em Portugal, colocaram o País em 129º lugar entre 144 países no que diz respeito ao impacto (negativo) do fardo burocrático associado à regulação pública. É obra!

Neste aspecto, a “licença” é uma figura muito comum em Portugal, sendo que o licenciamento é frequentemente apontado como o processo através do qual se criam dificuldades para se venderem facilidades. Mas esta nossa predilecção pelo licenciamento não é de agora. Também noutros tempos, inclusive noutras fases da nossa História marcadas por períodos de maior crescimento económico,

nomeadamente durante Pombal ou Salazar, já se fazia uso dessa figura tão proeminentemente portuguesa. Quem não se lembra, por exemplo, da licença para o uso de isqueiro durante o Estado Novo?! O problema é que os tempos são hoje outros, e a concorrência internacional não se compadece com a lentidão, a rigidez, a complexidade e, frequentemente, a opacidade associadas ao licenciamento.

Se Portugal quer afirmar-se num mundo global, no mundo do livre comércio, não pode manter práticas contrárias ao ambiente “pro-business” que os empresários globais tanto apreciam e tanto procuram. E, de facto, no memorando de entendimento da “troika”, o estímulo à concorrência interna, associado a determinadas reformas estruturantes impostas pelos credores, é das melhores coisas que o dito documento poderia conter. O problema é mesmo a execução dessa agenda de transformação estrutural, nomeadamente a incapacidade que a generalidade dos reguladores portugueses revelam em afrontar determinados “lobbies”. Esta incapacidade tem origem, acima de tudo, na forma como muitos desses reguladores se financiam, pois,

não obstante beneficiarem de dotações do Orçamento do Estado, beneficiam também de receitas provenientes dos regulados que estatutariamente têm de regular – e é aqui que está o pecado original.

A actividade reguladora em Portugal deveria estar centrada na promoção da concorrência interna do País nos mais variados sectores económicos. Deveria residir na definição de um ambiente regulador sintético e simples de entender, exigente mas transparente, que promovesse a entrada de novos operadores em benefício final dos consumidores. Pelo contrário, deveria afastar-se de uma orientação quase corporativa, que infelizmente é aquela que vigora em Portugal. É disto exemplo a recente medida da senhora ministra da Agricultura que, a fim de combater o oligopólio existente no sector da (grande) distribuição e as respectivas práticas leoninas exercidas pelos grandes operadores sobre alguns dos seus fornecedores mais pequenos, em vez de chamar a Autoridade da Concorrência ou quem de direito, decidiu legislar sobre os prazos de pagamento dos gigantes do sector. Enfim, é o exemplo acabado dessa tendência para a “microgestão”, uma tarefa para a qual

a acção da ministra – alegadamente no cargo em representação da direita parlamentar! – não era chamada. Deveria, sim, ter zelado pela promoção da concorrência no sector da distribuição, onde a diminuta concorrência vai permitindo os tais atropelos.

A regulação deve, pois, ser equidistante: não deve estar demasiado próxima do consumidor final nem demasiado próxima do regulado. Se pender excessivamente para o lado do consumidor, acabará a desresponsabilizá-lo, e se pender demasiado para o lado do regulado, acabará a beneficiá-lo. O equilíbrio é difícil de alcançar, eu sei. Mas tudo começa num bom enquadramento institucional, designadamente, num bom modelo de financiamento, que deverá depender exclusivamente do Orçamento do Estado. Depois, é necessário rever os processos de licenciamento, eliminando tudo o que não for estritamente necessário. E, por fim, é necessária uma acção forte do Estado central, que podendo e devendo ser mais pequeno do que é hoje, tem também de ser muito mais eficiente e eficaz do que é hoje.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

A burocraciaEspeculação

RICARDO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA e docente no Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF)

AQUILES [email protected]

Os fundos de investimento mo-biliário (FIM) têm mostrado, ao longo dos últimos meses, rendibi-lidades a um ano bastante atrativas. A Casa de Investimento avisa, po-rém, que, se for analisado o históri-co de rentabilidades em anos ante-riores, as conclusões são diferentes. “Como sabemos, por si só, um ano isolado de boa performance de ati-vos de rendimentos voláteis (como é o caso) não é garantia de uma boa performance no longo prazo. Exis-tem inúmeros casos em que após uma série de ‘anos maus’, surge um ‘ano bom’ que pode camuflar a fraca performance no longo prazo, levando a que investidores menos atentos coloquem o seu dinheiro onde, de facto, não obtém o ren-dimento que eles esperavam”, disse à “Vida Económica” Luís Ferreira, especialista daquela gestora de pa-trimónio.

Tomando como exemplo a ta-bela da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP) para a semana que terminou a 9 de no-vembro (que publicámos na edição

1468, de 16 de novembro), a mes-ma fonte afirma que “a excelente rentabilidade dos últimos doze meses dos fundos, na sua maioria, não corresponde à rentabilidade histórica”. Luís Ferreira defende que existem fundos (ver quadro) que têm no seu histórico de ren-

tabilidades perdas anuais de 20%, 27%, 35% e até 58%, entre outras mais baixas.

Importa ter em contaas comissões

As comissões cobradas, outro as-

peto que não é tido em conta nas tabelas semanais de rentabilidades publicadas pela APFIPP, também influenciam as rentabilidades dos investidores nestes fundos, de acor-do com o especialista da Casa de Investimento. “Podemos ver nos fundos apresentados comissões de

subscrição e resgate que variam entre 1,5% e 5%. São valores que não entram nas contas das renta-bilidades apresentadas dos fundos, mas que irão reduzir a rentabilida-de líquida para o investidor que decida colocar o seu dinheiro nos mesmos”, indica Luís Ferreira.

REMUNERAÇÃO A 12 MESES DIFERENTE DA HISTÓRICA, SEGUNDO A CASA DE INVESTIMENTO

Fundos de investimento mobiliário têm má rentabilidade de longo prazo

Fonte: Casa de Investimento (informação recolhida da Bloomberg. Informação sobre Fundos Barclays e Caixa recolhida nos respectivos relatórios disponíveis)

Rentabilidade a 10 anos chega a ser negativa

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Telefónica prepara saída em bolsa na América LatinaA espanhola Telefónica espera encaixar entre 10% e 15% do capital da sua filial na América Latina, avaliada em cerca de 40 mil milhões de euros, através de uma operação em bolsa. Com a operação pública de venda, a empresa de telecomunicações pretende enviar para o mercado a mensagem de que a soma das partes do negócio é muito maior que o valor da Telefónica. A operação vai funcionar como uma espécie de plano b, caso seja necessário reduzir a dívida no ano que vem.

Vista Alegre Atlantis atenua perdas no terceiro trimestreA Vista Alegre Atlantis teve um resultado líquido negativo de 4,7 milhões de euros, no terceiro tri-mestre, o que se traduziu uma melhoria de 5%, face a igual período do ano passado. Os resultados operacionais apresentaram um prejuízo de 3,1 milhões de euros. A empresa vai continuar os in-vestimentos na inovação, um dos pilares da estratégia de internacionalização. Em curso está tam-bém a racionalização de processos e métodos de fabrico. O grupo tem desenvolvido importantes investimentos nas áreas do marketing, da reformulação de lojas próprias e promoção internacional.

MERCADOS

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SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 47

O Banco Santander Totta foi distinguido pela revista “The Banker”, como o “Banco do Ano em Portugal”. O prémio reconhece ainda a qualidade na gestão do risco, que permitiu ao banco apresentar níveis de crédi-to vencido inferiores à média do setor. Segundo a revista, “apesar do enquadramento muito difícil da economia portuguesa, com a crise da dívida soberana, o ban-co Santander Totta foi o único, entre os principais bancos por-tugueses, a não recorrer a qual-quer tipo de ajuda pública. Com um rácio Tier 1 de 12%, o ban-co tem sido capaz de enfrentar a difícil conjuntura, tendo apre-sentado um rácio de crédito com incumprimento de 2,24% e um rácio de crédito de provisões de 104,5%”. Para além do prémio ao Santander Totta, a publica-ção elegeu também o Santander como o Banco do Ano no Reino Unido, México, Polónia, Argen-tina e Porto Rico.

O presidente-executivo do Santander Totta, António Vieira

Monteiro, refere que “num ano muito complexo para a econo-mia portuguesa, e tendo o ban-co já elevados rácios de capital e liquidez, o crédito vencido tor-nou-se uma prioridade. Assim, o banco implementou um pro-grama inovador com diferentes soluções para garantir a flexibi-lidade nos pagamentos assumi-dos pelos clientes”. O executivo salienta ainda que “o banco vai aproveitar as suas excelentes po-sições de capital e de liquidez para continuar a apoiar a eco-nomia portuguesa, em especial, as pequenas e médias empresas e empresas exportadoras”.

Esta distinção vem juntar-se ao prémio que o banco recebeu da revista “Exame”, num estudo realizado pela Deloitte e a Infor-ma D&B, que consagrou o San-tander Totta como o “Grande Banco Mais Sólido” em Portu-gal. Este ano, o Santander Totta foi premiado também pelas re-vistas “Euromoney” e “Global Finance” como o “melhor banco a atuar em Portugal”.

O grupo Crédito Agrícola lan-çou a campanha “CA Soluções de Reforma” onde apresenta um con-junto de produtos que pretendem apoiar os clientes a manter a quali-dade de vida nessa fase da vida. Dis-ponível nas agências da instituição até 4 de Janeiro, a campanha tem na “lista” o CA PPR com taxa de juro garantida (cuja TAEB em 2012 é, segundo a entidade, de 2,3%), re-novada anualmente, à qual acresce a participação anual nos resultados dos investimentos. Além das entre-gas únicas e extraordinárias, o CA PPR permite a realização de inves-timentos programados – mensais, trimestrais, semestrais ou anuais – a partir de 25 euros por mês.

Estão também disponíveis trêsFundos de Pensões Abertos quese diferenciam pela sua políti-ca de investimento e de acordocom o nível de risco tolerado ehorizonte temporal pretendido.O CA Reforma Segura tem umapolítica de investimento conser-vadora que permite uma renta-bilização a médio prazo. O CAReforma Tranquila caracteriza--se por uma política de investi-mento prudente e é aconselhadopara uma rentabilização a médioprazo. Já o CA Reforma Maisapresenta uma política de in-vestimento dinâmica para umamaximização da rentabilidade amédio e longo prazo.

Santander Totta considerado “Banco do Ano em Portugal” pela “The Banker”

Crédito Agrícola promove soluções de reformaClasse Activos

Perfil de RiscoISIN

Conservador AgressivoLiquidez 0,0% 0,0%Obrigações 60,0% 20,0%

Obrigações Repsol 2013 20,0% 5,0% XS0172751355Obrigações EDP 2016 20,0% 10,0% XS0435879695Obrigações Portugal Telecom 2018 20,0% 5,0% XS0843939918

Forex 5,0% 10,0%EURUSD 5,0% 10,0% CFD

Commodities 10,0% 15,0%Copper 5,0% 10,0% CFDGold 5,0% 5,0% CFD

Acções 25,0% 55,0%Zon 2,5% 5,0% PTZON0AM0006Jerónimo Martins 2,5% 5,0% PTJMT0AE0001Total 2,5% 5,0% FR0000120271Tesco 7,5% 5,0% GB0008847096Rio Tinto 2,5% 10,0% GB0007188757Ebro Foods 2,5% 5,0% ES0112501012STMicroelectronics 2,5% 10,0% NL0000226223Ford 2,5% 10,0% US3453708600

TOTAL 100% 100%

Novembro revelou-se um mês positivo para os ativos de risco, embora seja de notar a performance mais fraca apresentada pelos ativos denominados em dólares americanos, como é o caso do índice de ações S& P 500 (0,28%), provavelmente refletindo as incertezas criadas pelo “Fiscal Cliff”. Destaque, igualmente, para o comportamento de dois ativos: as ações chinesas tiveram um mês negativo, não obstante os sinais de estabilização económica que têm sido divulgados, e a moeda brasileira registou uma desvalorização significativa em novembro. Se observarmos as variações para o acumulado dos 11 primeiros meses de 2012, encontramos entre as principais variações os índices setoriais financeiros na Europa (20%) e nos EUA (21%), o índice alemão DAX (26%) e o índice da bolsa da Grécia ASE (19%). Entre as piores performances, há que destacar as ações chinesas. Em termos económicos, os dados vindos da China sugerem que uma modesta aceleração poderá estar a

ser observada. Nos EUA, a principal preocupação parece residir nos sinais de enfraquecimento dos indicadores relacionados com o investimento, fruto das incertezas criadas pelo “Fiscal Cliff”. O mercado de construção de habitações continua a ser a principal notícia positiva, o que tem provavelmente contribuído para a subida dos índices de confiança dos consumidores. Na Zona Euro, e apesar da estabilização em alguns indicadores, o nível de atividade parece manter-se fraco e, provavelmente, compatível com a continuação da atual recessão. Como é hábito, apresentamos duas carteiras de investimento para dois perfis de risco distintos. Procurámos diversificar ambas as carteiras por classes de ativos e por áreas geográficas, tendo sempre presente preocupações de liquidez. Num enquadramento de baixas taxas de juro, e após o anúncio por parte do Banco Central Europeu do seu programa de compra de obrigações em mercado secundário (OMT na sigla inglesa), a presença de obrigações de empresas

oriundas de países periféricos europeus parece continuar a fazer sentido. No que à carteira de ações diz respeito, a presença de ações dos EUA é limitada pelas questões do “Fiscal Cliff”. Assim, a nossa preferência recai sobre a Ford, fruto do seu programa de reestruturação na Europa e pela confiança que nos transmite o seu management. O tema do “Fiscal Cliff” serve também para justificar a manutenção da posição no Euro. Acreditamos, igualmente, ser justificada a inclusão de algumas ações mais defensivas (Tesco, Ebro Foods) no atual enquadramento. O “Investor Day” que se realizará em dezembro, justifica a entrada da Jerónimo Martins para a carteira. Uma última referência para a presença da Rio Tinto e do Cobre. Com os sinais de recuperação vindos da China, ambos poderão manter-se suportados durante o próximo mês.

CARTEIRAS ELABORADAS NO DIA 4 DE DEZEMBRO DE 2012.

Novembro marcado pela desaceleração na economia mundial

ALBINO OLIVEIRAanalista de mercados da Fincor

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Portugal tem a terceira maior taxa de agências bancárias per capita da União Europeia. Segundo cálculos da “Vida Económica”, feitos com base em dados do Banco Central Europeu, o nosso país tem 606,25 balcões por milhão de habitante, um valor apenas mais baixo do que Chipre e Espanha. No cenário económico e de utilização de serviços bancários atual, a banca portuguesa está já a diminuir o número de agências.

AQUILES [email protected]

Portugal está entre os países com maior número de agências bancárias por habitante da União Europeia (UE). Com base nos dados do total de balcões por Es-tado-membro, enviados pelo Banco Cen-tral Europeu (BCE), a “Vida Económica” calculou o número per capita, concluindo que o nosso país tem a terceira maior taxa de agências bancárias da UE, sendo apenas suplantado por Chipre e Espanha. Com um total de balcões de 6403, Portugal tem 606,25 agências por milhão de habitan-te, contra 870,6 do país vizinho (40 103 agências) e umas impressionantes 1144,01 na ilha do Mediterrâneo (902 agências).

Destaque para o curioso facto dos pa-íses que ocupam as três posições cimeiras deste “ranking” terem as respetivas eco-nomias num estado frágil. O número de sucursais bancárias em Chipre é 695,5%, superior ao da Estónia, o país da UE com números mais baixos (143,77 balcões por milhão de habitantes).

Já Portugal tem um rácio de agência bancária por milhão de pessoas 321,7% ao da Estónia. Mesmo em relação à Holanda (160,1 balcões por milhão de habitante) e ao Reino Unido (191,65), penúltimo e an-tepenúltimo nesta lista, o nosso país tem, respetivamente, mais 278,7% e 216,3% bancos per capita. Até na comparação com países com demografia semelhante à portuguesa, há diferenças marcantes. Des-ses, o país que mais se aproxima do rácio português é a Áustria (579,9) e o que tem o valor mais baixo é a República Checa (197). Mesmo a Grécia, que tantas vezes serve de comparação a Portugal, tem me-nos bancos por milhão de habitante do que o nosso país: 341,46 agências.

“VIDA ECONÓMICA” CALCULOU DADOS PER CAPITA

Portugal com a terceira maior taxa de

por habitante da União Europeia

comentário à Associação Portuguesa de Bancos (APB). Mas não teve sucesso. “É um assunto que deverá colocar a cada um dos bancos, pois está dentro da estratégia comercial de cada um deles, não se enqua-dra no âmbito da APB”, disse-nos fonte da entidade.

Rute Ventura, “market researcher” na direção de planeamento, estudos e con-tabilidade do Montepio, indicou-nos o abrandamento da atividade, a racionaliza-ção de custos e a imposição das autoridades como fatores para o encerramento de bal-cões que tem acontecido a nível europeu. A mesma fonte salienta, em declarações à “Vida Económica”, que no caso português “há a juntar aos dois primeiros fatores” a otimização das redes de distribuição de-pois dos processos de aquisição e fusão ou rebranding. A especialista acrescenta que, em Portugal, a redução do número de bal-cões não está associada à elevada taxa de bancarização, “mas ao facto de não sermos imunes ao que está a passar-se na Europa e ao difícil programa de ajustamento em curso, com a conhecida exigência para o setor financeiro”.

Rute Ventura salienta, no entanto, que o Montepio está em contraciclo. “Preten-

48 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

BCP e Caixa Geral de Depósitos têm a maior rede de sucursais bancárias em Portugal.

Galp Energia inicia exploração de petróleo em Marrocos como operadoraA Galp Energia assinou um acordo de “farm-in” com a australiana Tangiers para a aquisição de uma participação de 50% na área Tarfaya Offshore, que abrange oito licenças de explora-ção conhecidas como Tarfaya Offshore I a VIII e se localiza na margem atlântica, no “offsho-re” de Marrocos. Segundo os termos deste acordo, a Galp Energia irá substituir a Tangiers como operadora desta área, que se encontra em profundidades de água predominantemente inferiores a 200 metros e cobre uma área de 11 281 km2.

Cosec distinguida pela revista “Exame”A seguradora de créditos Cosec foi considerada a “Melhor Segu-radora”, no segmento das PME do ramo “Não Vida” dos Prémios “Banca e Seguros” da revista “Exame”. “Esta distinção da “Exame”, pelo segundo ano consecutivo faz-nos sentir orgulhosos e cientes que, através da oferta de um serviço de excelência que prestamos aos nossos clientes, continuamos no caminho certo”, afirmou Mi-guel Gomes da Costa, presidente da Cosec.

Entre as cinco maiores economias da UE, além da já referida Espanha, a França é que tem o maior rácio de agência ban-cária por milhão de habitantes (585,55). Seguem-se a Itália (556,53), a Alemanha (462,99) e o também já indicado Reino Unido.

Ajuste já a ser feitoem vários países

O país de David Cameron tem, com efeito, um dos rácios mais baixos. De acordo com um documento do parlamen-to britânico que consultámos, aquele país tem hoje menos cerca de 40% de agências bancárias do que no início da década de 1990.

Será, pois, esse um exercício que ou-tros países deverão seguir nos próximos anos, não só pela conjuntura económica global, mas também pela nova realidade de utilização dos serviços bancários. Com efeito, conceitos como “e-banking” e “mo-bile banking” já se juntaram utilização intensiva de outros meios automáticos já generalizados, como as ATM.

Em Espanha, por exemplo, uma aná-lise do Instituto de Estudios Bursátiles,

apresentada em abril, avisa que deveriam encerrar cerca de 10 agências bancárias por dia nos próximos três anos. O estudo prevê que a quantidade de sucursais baixe 35% face às 41 mil que existiam no fim de 2011 ou 40% face às 46 mil que existiam em 2007, quando, segundo aquela entida-de, o país vizinho teve o pico de 46 mil balcões bancários.

Também Portugal está a percorrer esse caminho. Segundo os dados do BCE, as já referidas 6403 agências indicadas para o fim de 2011 representam um decréscimo face às 6459 agências de 2010. Já este ano, a tendência mantém-se. A “Vida Econó-mica” consultou os resultados dos cinco bancos com maior volume de negócios e constatou que todos reduziram o número de agências ao longo dos últimos meses.

APB não comenta,Montepio e Popular sim

Tendo em conta que esta realidade significa, sobretudo na conjuntura atual, que os bancos a operar em Portugal de-verão manter a estratégia de diminuição de instalações e, também, de recursos hu-manos, a “Vida Económica” solicitou um

MERCADOS

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bancos

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 49

Inapa adquire empresa portuguesa de embalagemA Inapa Embalagem, subsidiária portuguesa da Inapa, adquiriu a Da Hora, com sede no concelho da Maia. O investimento vem na sequên-cia da aquisição da empresa francesa Semaq, também do setor da em-balagem, no início deste ano, “e reflete a prioridade do grupo dada ao desenvolvimento de negócios complementares ao papel, com melho-res perspectivas de rentabilidade e crescimento”, segundo comunicado.

Crédito Agrícola distinguido em banca e seguros O grupo Crédito Agrícola foi duplamente distinguido nos prémios da revista “Exame”, com base no estudo anual “Banca e Seguros”, realizado pela Deloitte e a Informa D&B. O Crédi-to Agrícola foi premiado como o “Banco Mais Rentável” do seu segmento e a CA Vida, pela segunda vez, foi considerada a “Melhor Grande Seguradora Vida”. Para o presidente da Cai-xa Central de Crédito Agrícola Mútuo, João Costa Pinto, “os resultados alcançados em 2011 refletem, sobretudo, as características do Crédito Agrícola enquanto banco cooperativo que pratica uma banca de proximidade”.

Principais bancos reduziram sucursais3ºT 2011 3ºT 2012

BCP 882 861

CGD 827 813

BPI 759 753

BES 701 (dez./2011) 674

Santander Totta 659 (dez./2011) 640 (2ºT)

Fonte: Relatórios bancos

APB indica 6300 agências (2011)BCP 872

CGD 869

BPI 693

Crédito Agrícola 690

Santander Totta 685

BES 672

Montepio 499

Banif 343

Barclays 279

BIC/BPN 225

Banco Popular 211

BBVA 93

Deutsche Bank 77

Outros 97

Total (APB) 6305

Fonte: APB/dez. 2011 (Dados diferem do BCE e dos bancos)

demos expandir a nossa atividade em Por-tugal, estando mais perto das populações e apoiando a atividade empresarial portu-guesa. Para o efeito adquirimos, em 2010, a Finibanco Holding. O Montepio tem procedido ao encerramento de balões por via da otimização da rede de distribuição, uma vez que passaram a existir algumas sobreposições geográficas. Temo-lo feito, no entanto, sem recorrer à dispensa de colaboradores”, salienta aquela responsá-vel, que explica que se assiste a uma “uma mudança de paradigma” na utilização dos serviços bancários.

A realocação dos recursos humanos é, também, o princípio seguido pelo Banco Popular. Fonte da entidade disse à “Vida Económica” que a conjuntura tem obri-gado as empresas de todos os setores a tomarem medidas. “A adaptação à nova realidade não implica necessariamente redução mas, em muitos casos, realoca-ção de efetivos para áreas da atividade bancária em crescimento, como sejam as da prevenção, acompanhamento e recu-peração de crédito. Refira-se que, atual-mente, o Banco Popular apresenta um dos melhores rácios de colaboradores por agência”, disse-nos.

A bancarização da população angolana gerou um efeito que Vítor Ribeirinho, quadro da consultora KPMG, considera ser “o melhor dos dois mundos”: o país tem grandes volumes de meios de finan-ciamento, com o crédito a subir, mas os depósitos estão a subir ainda mais, o que permite ter um rácio de transformação baixo.

O volume de depósitos cresceu, de 2010 para 2011, cerca de 34,3%, enquanto o crédito subiu 22,8% no mesmo período e a economia regista uma forte subida, avança a KPMG no seu mais recente rela-tório sobre a banca angolana.

Vítor Ribeirinho, Head of Audit & Fi-nancial Services, diz que o “segredo” está no nível de bancarização que em dois anos duplicou. A população apresentava em 2011 um nível de bancarização que se si-tuava nos 22%, quando no ano anterior estava nos 13,5%, sendo que os níveis de acesso bancário comparáveis em África de-terminam que o crescimento poderá che-gar até aos 40% a 45% da população. O gestor diz que ainda há muito para crescer. Os 23 bancos do sistema financeiro an-golano esforçam-se por apresentar novas propostas e produtos e um exemplo de sucesso são as unidades bancárias móveis, que permitem recolher um grande volume de poupança que estava em casa e não nos bancos.

Enquanto este movimento se manti-ver, o país registará mais depósitos do que créditos. No ano passado o crédito bruto havia subido aos 1971,8 milhões de AOA e os depósitos aos 3640,5 AOA, ou seja, o rácio entre depósitos e crédito está nos 54,2% em 2011, contra 59,3% no ano anterior. A KPMG assinala que no que respeita à composição dos depósitos verifi-cou-se uma redução do peso dos depósitos à ordem, por contrapartida dos depósitos a prazo. Antecipa o analista que o rácio de transformação apenas se inverterá quando se registar uma melhoria no acesso ao cré-dito por parte das populações e das em-presas.

O país registou o ano passado uma aber-tura média de 12,7 balcões por mês, num total de 153 balcões abertos durante todo o ano, a KPMG considera que com um número tão elevado de balcões abertos em

Luanda, haverá potencial de abertura de outros balcões, sobretudo nas restantes províncias, primeiro no litoral e depois no interior. O número de colaboradores desta indústria chega aos 13 700 e continua acrescer. A consultora antecipa que o setor poderá triplicar os quadros nos próximos dois a três anos.

Pouca concorrência

Cinco bancos – BAI, BFA, BESA, BPC e BIC – concentram 79% do mercado.O resultado tem sido uma maior agres-sividade das instituições financeiras maispequenas.

As novas regras a nível da lei cambial es-tão, entretanto, a despoletar forte interesse da banca europeia, asiática e norte-ameri-cana no país. A própria KPMG, disse o gestor, está com potenciais interessados internos e externos naquela indústria.

As novas regras, que vêm na orientação da desdolarização da economia, estão a obrigar a que todas as transações sejam fei-tas na moeda nacional, o AOA. O impac-to será grande a nível de petrolíferas que utilizam o dólar em todas as operações deswift. A banca nacional vai ter de intervir e todos os negócios serão denominados em kuanzas, o que irá obrigar os bancos a adotarem novas regras contabilísticas e de procedimentos. A banca estrangei-ra manifestou-se muito interessada neste mercado e a KPMG antecipa parceriasentre entidades locais e exteriores, ou mes-mo operações de entradas no capital ou de fusões, neste caso envolvendo bancos maispequenos.

Entretanto, a par das boas performan-ces, os analistas mantêm-se atentos à ques-tão do crédito vencido no sistema bancário do país, que apresenta um rácio do crédito vencido sobre crédito total nos 4,35%, muito embora o modelo de análise seja diferente do europeu. O produto bancário da banca registou um aumento de 13,3%,explicado sobretudo pelo abrandamento do crescimento da margem financeira que se ficou pelos 11,6%. A rentabilidade dos capitais próprios, ROE, atingiu os 25%, o que é muito atrativo. Este nível continua aser compaginável com o aumento dos cus-tos de estrutura.

Península Ibérica tem dos maiores rácios agência/habitante da União

Total de balcões*

Balcões por milhão/hab.**

Chipre 902 1144.01

Espanha 40103 870.60

Portugal 6403 606.25

França 38323 585.55

Itália 33561 556.53

Áustria 4431 527.90

Bulgária 3779 476.61

Alemanha 37853 462.99

Luxemburgo 227 449.06

Polónia 14592 379.59

Bélgica 3881 376.93

Hungria 3449 342.71

Grécia 3845 341.46

Eslovénia 687 340

Dinamarca 1557 284

Roménia 6046 271.77

Finlândia 1422 265.88

Malta 105 254

Letónia 549 247.22

Irlanda 1099 239.89

Suécia 2083 221.24

Lituânia 676 201

República Checa 2049 197

Eslováquia 1034 192.21

Reino Unido 11686 191.65

Holanda 2653 160.10

Estónia 193 143.77

Fonte: BCE outubro 2012* e cálculos Vida Económica**

Angola tem depósitosa crescer maisdo que o crédito

MERCADOS

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Pelo segundo ano consecutivo na quadra natalícia, o Banco Popular lança um depósito solidário, no qual em cada mil euros investidos a instituição bancária doa um euro a instituições de solidariedade social. O produto pode ser subscrito na modalidade de seis (TANB média de 2,6%) ou 12 meses (TANB de 2,5%) a partir de, no mínimo 300 euros. Nos dois cenários, não são permitidas renovações nem reforços, mas é possível, mediante penalização, mobilizar antecipadamente o capital investido.

MARTA ARAÚ[email protected]

“Com este depósito, o Natal é dar e receber”

Apelando, por um lado, à vertente de pou-pança dos portugueses, mas, principalmente, ao seu lado solidário, o banco espanhol aposta em Portugal, pela segunda vez no Natal, na implementação de uma campanha de solida-riedade. O cliente investe, pelo menos, 300 J e em cada mil euros de adesão a este produto, o Banco Popular encarrega-se de proceder à respetiva doação.

Não se trata, propriamente, do lançamento de um produto novo, mas sim na adaptação de uma ação em produtos que já existem. Ou seja, são os já existentes “Depósito Ouro Plues 12 Meses” e o “Depósito Ouro a seis meses” que, nesta altura do ano, se revestem de solidariedade através da doação de um euro em cada mil euros investidos.

Tanto numa solução como na outra, é pos-sível aderir à campanha através de um inves-timento mínimo de 300 euros, sendo o valor máximo de 500 mil euros por cliente. Com estes números, o banco “pisca o olho” a uma fatia mais abrangente de pessoas no que con-cerne, na atual conjuntura, à capacidade de

investimento pelo facto de o valor mínimo ser relativamente acessível.

Depósito a seis meses a taxa é crescente, no de 12 meses a TANB é fixa

No “Depósito Ouro seis Meses” a TANB média aplicada é de 2,6%, sendo as taxas de juro crescentes, indo desde os 2,26% e os 2,9%. O pagamento dos juros, conforme escolha do cliente, pode ser mensal ou no vencimento.

No caso do “Depósito Ouro Plus 12 Me-ses”, a taxa remuneratória é fixa, tratando-

-se, assim, de uma TANB aplicada de 3,5% TANB. Neste cenário, o pagamento dos juros ocorre no vencimento.

Nos dois cenários a mobilização antecipada pode acontecer a qualquer momento, de for-ma total ou parcial. No caso de mobilização parcial, o saldo remanescente não poderá ser inferior ao montante mínimo exigido para a constituição do depósito. A penalização é de 1% (TAN) calculada sobre o montante mo-bilizado e o prazo vincendo da aplicação, sen-do que a importância a deduzir não poderá exceder os juros vencidos.

A NOSSA ANÁLISE

Depósitos de seis e 12 meses do Banco Popular apoiam instituições sociais

China e Zona Euro penalizam resultados da Cimpor A Cimpor registou um resultado líquido negativo de 165 milhões de euros, no acumulado até se-tembro. O EBITDA totalizou 421,6 milhões de euros, menos 12%, face a igual período do ano passado. As vendas decaíram 7,6%, nos nove primeiros meses, para 1,6 mil milhões de euros. A contração económica e as medidas orçamentais levaram a uma retração do mercado ibérico. As condições de mercado na China induziram um abrandamento. Verificaram-se boas condições para a atividade no Brasil e um forte dinamismo em Moçambique. A Índia manteve a recuperação.

Teixeira Duarte surpreende pela positivaA construtora Teixeira Duarte teve um resultado melhor do que o esperado pelos analistas nos nove primeiros meses do ano. Os resultados passaram de negativos a positivos. Os lucros as-cenderam a 5,6 milhões de euros, o que compara com prejuízos de 129 milhões em igual pe-ríodo do ano passado. Os analistas esperavam que a empresa liderada por Pedro Maria Teixeira permanecesse em terreno negativo, o que acabou por não suceder e levou a uma valorização considerável em bolsa. Os resultados operacionais foram também consistentes.

CONSELHOS

300J

J

MERCADOS

50 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

O deputado europeu Diogo Feio viu há dias as suas posições relati-vas ao contributo dos Eurobonds para a estabilização da Zona Euro e para a solução da crise da dívida soberana serem aprovadas na co-missão dos Assuntos Económicos do Parlamento Europeu. O voto do relatório sobre a viabilidade da introdução de obrigações de esta-

bilidade foi aprovado na comissão parlamentar.

Enquanto negociador pelo PPE (relator sombra), Diogo Feio acre-dita que os Eurobonds (ou obriga-ções de estabilidade) são o “meio necessário para estabilizar a Zona Euro, uma vez que trazem vanta-gens evidentes para os Estados em dificuldades”.

Também está previsto um instru-mento para a emissão de dívida de curto prazo que permite ajudar os países membros nas suas urgências financeiras. Durante todo o proces-so negocial, Diogo Feio teve a pre-ocupação de considerar os meios necessários para a criação do fundo de Resgate Europeu (de Redenção), para o qual irá reverter toda a dívida

pública acima dos 60% do PIB. O mesmo fundo tem como objetivo a eliminação da dívida soberana aci-ma do limite instituído pela UEM (60%) num horizonte de 25 anos.

Para o deputado do CDS-PP, os Eurobonds são “um passo mui-to relevante para a finalização da construção da moeda única”. Dio-go Feio negociou todo o processo

para que fosse estabelecido, pela primeira vez, um plano de ação, com instrumentos a serem aplica-dos a curto prazo e paralelamente um conjunto de medidas de prazo mais alargado que implicarão uma revisão dos tratados. Em qualquer dos casos, o objetivo será sempre a emissão de dívida em comum pelos países da Zona Euro.

Diogo Feio quer Eurobonds para estabilizar a economia

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Fixing5.dez.12

Variação semanal (%)

Variação no mês (%)

Desde 1 jan. (%)

EUR/USD 1.3065 1.35% 2.07% 0.97%

EUR/JPY 107.31 1.77% 4.59% 8193.53%

EUR/GBP 0.8119 0.62% 1.37% -37.25%

EUR/CHF 1.2128 0.79% 0.44% -0.23%

EUR/NOK 7.3560 0.20% 0.46% 468.51%

EUR/SEK 8.6510 0.39% 0.92% 568.60%

EUR/DKK 7.4599 0.01% 0.00% 476.54%

EUR/PLN 4.1198 0.30% -0.03% -7.59%

EUR/AUD 1.2483 1.17% 1.79% -1.89%

EUR/NZD 1.5826 0.74% 2.43% 22.31%

EUR/CAD 1.2960 1.07% 1.87% 0.16%

EUR/ZAR 11.4554 0.19% 2.75% 9.28%

EUR/BRL 2.7511 2.09% 5.68% 112.62%

Euro soma ganhos

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

Desde meados de Julho que o índice nacional vinha registando uma forte recuperação. No entanto, após o máximo de 6 meses registado no mês passado os movimentos do PSI 20 têm vindo a demonstrar um menor momentum ascendente. Atualmente, o índice está com performance lateral, “balizado” entre os 5555 e 5200 pontos. A quebra da zona de suporte 5160/5200 pontos poderá pôr em causa os ganhos obtidos desde o segundo trimestre.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

Apesar de o índice alemão ter, há duas semanas, conseguido cotar em valores abaixo dos 7200 pontos, o limite inferior do intervalo que tinha caracterizado o seu comportamento dos últimos meses, a recuperação registada na semana posterior sinalizou a rejeição deste movimento. A recuperação foi seguida nestas últimas semanas por valores acima dos 7475 pontos, o que representa um máximo relativo mais alto. Este evento reforça os sinais de força ascendente do DAX, afastando para o curto prazo uma visita aos 6900/7000 pontos.

Na última semana as taxas Euribor a prazos mais curtos conseguiram recuperar ligeiramente da prolongada queda que se tem verificado. Esta evolução resultou das cada vez menores expectativas quanto a um corte das taxas de referência na reunião do BCE. A referência a 3 meses subiu ligeiramente para os 0,191%, ainda que nos 6 e 12 meses ainda se registe o movimento contrário, de convergênciaObserva-se menor liquidez no sistema interbancário, ainda que o excesso de massa monetária continue a ser uma realidade – a agência Reuters estima que persista ainda um excesso de 634 mil milhões de euros. Os depósitos junto do BCE continuam a registar volumes consideráveis, apesar de ficarem aquém dos constantes registados no início do ano.No que diz respeito a questões de cariz económico, a taxa de

desemprego na Zona Euro subiu para um novo máximo de 11.5% em outubro, de acordo com dados do Eurostat. Este valor é o mais alto desde a criação do euro e ilustra bem o impacto que a crise bancária e da dívida pública está a ter na população ativa. Também os investidores e empresas têm demonstrado recuos na confiança, nomeadamente na intenção de apostar em novos investimentos. Além do mais, o enfraquecimento da economia da Zona Euro está a criar pressões deflacionárias, com a inflação a cair para mínimos de dois anos. Em novembro a inflação baixou para os 2,2%, face aos 2,5% registados em Outubro, aproximando-se desta forma do objectivo de 2%, traçado pelo BCE. As obrigações alemãs mantiveram-se relativamente estáveis ao longo da última semana. O facto de se ter encontrado uma solução transitória, mas de carácter mais decisivo do

que as anteriores para a Grécia, ajudou a restabelecer alguma confiança na Zona Euro. As dúvidas relativas à forma de atuação dos EUA sobre o pacote de austeridade que entrará em vigor caso os políticos não cheguem a um acordo (“fiscal cliff”) estão a favorecer o euro e os títulos emitidos em moeda europeia. Os investidores continuam a apostar nos ativos alemães como “porto seguro”. A situação da Grécia acabou por ser benéfica para as obrigações de outros países periféricos. Os rendimentos das obrigações espanholas a 10 anos recuaram para os 5,26%. Em Itália, para o mesmo prazo, chegaram mesmo a cair até aos 4,50% – mínimos de quase dois anos. Apesar da estabilização dos indexantes, a atratividade de trocar um indexante variável por uma taxa fixa é ainda muito baixa.

ANÁLISE PRODUZIDA A 5 DE DEZEMBRO DE 2012

Poucos motivos para fixar taxas apesar da estabilização dos indexantes

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd Após a visita a valores abaixo

dos 1,2750 dólares, o câmbio reagiu em alta a este nível de su-porte. Este movimento anulou a totalidade das perdas registadas entre meados de outubro e de de-zembro. O comportamento das duas últimas semanas permitiu a uma nova visita a valores acima dos 1,3100 dólares. Apesar de o atual comportamento ainda não sugerir a possibilidade de um re-cuo para valores abaixo dos 1,30 dólares, a performance desta se-mana demonstra já alguma difi-culdade em o câmbio subir.

Eur/JpyO Eur/Jpy registou esta se-

mana um acentuar dos ganhos registados nas últimas semanas, tendo cotado num máximo de oitos meses. Apesar de na semana passada termos assistido a uma

tentativa de recuo para valores próximos dos 104,62 ienes, o comportamento desta semana vem reforçar a forte tendência de alta do câmbio. Para o curto pra-zo, valores acima dos 108 ienes são prováveis.

Eur/GbpO Eur/Gbp também acompa-

nhou a tendência de ganhos do euro, tendo conseguido subir para valores acima das 0,81 li-bras. Apesar de este comporta-mento permitir afastar, para já, a possibilidade quebra da tendên-cia de alta registada desde mea-dos de julho, o facto de ainda não termos registado um máximo relativo mais alto sugere alguma precaução. No entanto, apenas valores abaixo das 0,7960 libras podem pôr em causa a tendência de alta registada desde meados de julho.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)5.dezembro12 31.outubro12 10.outubro12

1M 0.113% 0.107% 0.006 0.109% 0.004

3M 0.190% 0.188% 0.002 0.196% -0.006

1Y 0.573% 0.578% -0.005 0.597% -0.024

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,75%BCE Lending Facility* 1,50% Deposity Facility* 0,00%

*desde 5 de julho 2012

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 7,25%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

CARLOS BALULA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

January 13 0.170%February 13 0.175%March 13 0.170%June 13 0.165%

September 14 0.375%March 16 0.915%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0.150 0.1903X6 0.150 0.1901X7 0.300 0.3403X9 0.290 0.330

6X12 0.300 0.34012X24 0.600 0.640

*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0.374 0.3943Y 0.465 0.5155Y 0.814 0.8448Y 1.358 1.364

10Y 1.632 1.638

Obrigações 5Y 10Y 6.09 7.53

4.34 5.420.75 2.010.37 1.353.32 4.470.80 1.780.61 1.590.17 0.72

Fontes: Reuters e IMF

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 51

MERCADOS

1,2751,282

1,245

1,3

Price

USD

1,22

1,23

1,24

1,25

1,26

1,27

1,28

1,29

1,31,31

30 06 13 20 27 03 10 17 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26 03 10

Ago 12 Set 12 Out 12 Nov 12

4.420

5.160

5.558Price

EUR

4.400

4.600

4.800

5.000

5.200

5.400

02 09 16 23 30 06 13 20 27 03 10 17 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26 03 10

Jul 12 Ago 12 Set 12 Out 12 Nov 12

5.900

5.000

7.200

7.475Price

EUR

5.200

5.600

6.000

6.400

6.800

7.200

Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Q4 2011 Q1 2012 Q2 2012 Q3 2012 Q4 2012

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Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 0,631 0,80% 2,000 0,528 -0,328 0,021 -- 30,048 -- 0,00% 05-12-2012 16:38:00

INDITEX 98,67 -5,08% 107,350 60,827 3,883 4,361 25,411 22,626 1,62% 2,27% 05-12-2012 16:38:00

REPSOL YPF 16,285 -0,58% 24,230 10,900 1,611 1,683 10,109 9,676 5,92% 5,26% 05-12-2012 16:38:00

TELEFONICA 10,04 0,15% 13,948 7,900 1,192 1,255 8,423 8,000 -- 0,00% 05-12-2012 16:38:00

FRA. TELECOM 8,424 6,12% 12,920 7,835 1,274 1,168 6,612 7,212 16,38% 11,06% 05-12-2012 16:36:04

LVMH 136,75 2,24% 137,600 103,200 7,217 7,988 18,948 17,119 2,12% 2,20% 05-12-2012 16:35:34

BAYER AG O.N. 70,15 0,14% 70,800 44,295 5,351 5,888 13,097 11,902 2,36% 2,59% 05-12-2012 05:00:00

DEUTSCHE BK 34,95 5,02% 39,510 22,110 3,822 4,480 9,130 7,789 2,15% 2,11% 05-12-2012 05:00:00

DT. TELEKOM 8,622 3,38% 10,060 7,688 0,537 0,661 16,071 13,056 8,12% 8,12% 05-12-2012 05:00:00

VOLKSWAGEN 152,85 0,26% 157,500 101,750 36,753 23,938 4,159 6,385 1,96% 2,20% 05-12-2012 05:00:00

ING GROEP 7,128 4,67% 7,580 4,440 0,942 1,143 7,567 6,236 -- 0,10% 05-12-2012 16:38:55

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 1,494 -0,07% 1,550 0,945 0,187 0,177 7,989 8,441 1,34% 0,47% 05-12-2012 16:35:08

B. COM. PORT. 0,073 7,35% 0,141 0,047 -0,064 -0,016 -- -- -- 0,00% 05-12-2012 16:35:00

B.ESP. SANTO 0,830 6,82% 1,055 0,434 0,033 0,047 25,152 17,660 -- 0,12% 05-12-2012 16:39:07

BANIF-SGPS 0,121 -5,47% 0,460 0,100 -0,330 -0,120 -- -- -- -- 05-12-2012 16:29:17

B. POP. ESP. 0,650 6,56% 1,973 0,520 -0,328 0,021 -- 30,952 -- 0,00% 04-12-2012 04-12-2012

BANCO BPI 0,836 4,50% 0,919 0,338 0,111 0,069 7,532 12,116 -- 0,00% 05-12-2012 16:38:49

BRISA 2,050 6,77% 2,785 1,620 0,094 0,086 21,809 23,837 -- 12,59% 05-12-2012 16:35:00

COFINA,SGPS 0,572 -8,04% 0,820 0,300 0,051 0,048 11,216 11,917 1,75% 2,27% 05-12-2012 16:36:02

CORT. AMORIM 1,530 1,33% 1,650 1,200 0,260 0,270 5,885 5,667 4,25% 5,23% 05-12-2012 14:28:26

CIMPOR,SGPS 3,340 5,70% 5,700 2,930 0,370 0,430 9,027 7,767 4,97% 5,99% 05-12-2012 16:36:59

EDP 2,037 6,26% 2,518 1,628 0,288 0,269 7,073 7,572 9,08% 9,13% 05-12-2012 16:35:00

MOTA ENGIL 1,350 -0,59% 1,439 0,951 0,208 0,187 6,490 7,219 8,15% 7,93% 05-12-2012 16:35:16

GALP ENERGIA 11,840 2,73% 13,775 8,330 0,449 0,532 26,370 22,256 2,70% 1,94% 05-12-2012 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0,300 -6,25% 0,620 0,260 0,009 0,001 33,333 300,000 -- 0,00% 05-12-2012 15:07:07

J. MARTINS 14,350 -1,03% 16,070 11,255 0,630 0,746 22,778 19,236 1,92% 2,17% 05-12-2012 16:35:00

MARTIFER 0,530 1,92% 1,140 0,500 -0,115 0,020 -- 26,500 -- -- 05-12-2012 16:23:48

NOVABASE 2,150 0,94% 2,350 1,660 0,235 0,240 9,149 8,958 1,40% 3,95% 05-12-2012 16:35:00

GLINTT 0,110 10,00% 0,160 0,090 -- -- -- -- -- -- 05-12-2012 16:03:42

P. TELECOM 3,576 0,39% 5,103 3,003 0,333 0,363 10,739 9,851 24,33% 11,05% 05-12-2012 16:37:18

PORTUCEL 2,158 3,25% 2,174 1,680 0,267 0,252 8,082 8,563 10,24% 8,20% 05-12-2012 16:39:00

REDES E. NAC. 1,993 0,45% 2,295 1,800 0,259 0,271 7,695 7,354 8,48% 8,48% 05-12-2012 16:35:00

S. COSTA 0,150 0,00% 0,440 0,140 -0,070 0,020 -- 7,500 -- -- 05-12-2012 08:00:00

SEMAPA 5,113 -0,23% 6,035 4,602 0,948 0,903 5,393 5,662 4,99% 4,99% 05-12-2012 16:39:06

SONAECOM 1,490 3,47% 1,540 1,042 0,158 0,145 9,430 10,276 4,70% 4,09% 05-12-2012 16:37:47

SONAE,SGPS 0,616 6,21% 0,620 0,366 0,050 0,058 12,320 10,621 5,37% 5,20% 05-12-2012 16:35:00

SONAE IND. 0,440 -1,79% 0,740 0,384 -0,280 -0,147 -- -- -- 0,00% 05-12-2012 16:35:00

SAG GEST 0,350 -10,26% 0,520 0,280 -0,090 -0,010 -- -- -- -- 05-12-2012 16:23:34

TEIX. DUARTE 0,280 12,00% 0,310 0,170 -- -0,030 -- -- -- -- 05-12-2012 16:16:22

Z. MULTIMEDIA 2,886 9,32% 3,000 1,977 0,123 0,149 23,463 19,369 5,54% 5,79% 05-12-2012 16:35:00

Sonae Sierra com comercialização avançada no Brasil e na AlemanhaA Sonae Sierra, empresa especializada de centros comerciais, tem elevadas taxas de área bruta locável comercializada nos novos projetos na Alemanha (Solingen) e no Brasil. “A qualidade da oferta comercial já comprometida demonstra a escolha acertada de desenvolver estes dois proje-tos e a sua capacidade de atrair novos lojistas para as respetivas cidades. O que reforça o posicio-namento dos futuros centros comerciais como destinos de compras de referência em mercados--chave para a empresa”, de acordo com Fernandes Guedes de Oliveira, CEO da Sonae Sierra.

UE não chega a acordo para mecanismo de supervisão bancáriaOs ministros das Finanças da União Europeia continuam sem acordo quanto ao mecanismo único de supervisão bancária. Um dos pontos mais controversos tem a ver com a distinção entre a função de supervisão e a função de política monetária no âmbito do BCE. Está agora agenda-da nova cimeira para o dia 12 de dezembro, em Bruxelas. Parece estar mais longe a possibilidade do novo mecanismo de supervisão bancária entrar em vigor a partir do início do próximo ano. Este mecanismo, a acontecer, deverá abranger a totalidade dos bancos localizados na Zona Euro.

MERCADOS

52 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

Crédito Agrícola e Santander limpos de imparidades

O grupo Crédito Agrícola e o Santander são os únicos grandes bancos nacionais que não necessitam de reforço de imparidades. A análise é feita a setembro último e indica que o Millennium bcp é a instituição com maiores necessidades, se-guida do BES e do Banif.

Recorde-se que o Programa de Inspeções On-site ficou concluído no final de novem-bro, e incidiu sobre os setores de construção e da promoção imobiliária nos dois países ibé-ricos. Os dados apurados são do segundo semestre e neste mês todos os maiores bancos do sistema tinham imparida-

des por registar, sendo o Mil-lennium bcp, BES e Caixa os mais afetados. No referido pro-grama os outros maiores gru-pos bancários nacionais foram analisados, tendo sido avaliada a adequabilidade dos níveis de imparidades registadas sobre as exposições aos setores refe-ridos.

Da informação dos bancos pode concluir-se que os oito maiores grupos nacionais re-gistavam cerca de 860 milhões de euros de imparidades por registar em junho e esse valor caiu para cerca de 470 milhões de euros no final do terceiro trimestre.

BPI reembolsou 100 milhões da ajuda do Estado

O BPI recomprou esta semana ao Estado portu-guês 100 milhões de euros de obrigações subordinadas de conversão contingente, conhecidas como “CoCo”. Anunciado desde 24 de ou-tubro, este reembolso baixa para 1200 milhões de euros (eram 1300 milhões, portan-to) o montante das obrigações subordinadas de conversão contingente na titularidade do Estado Português.

De acordo com um comu-nicado do banco liderado por Fernando Ulrich, as obrigações “pagam juros correspondentes a uma taxa anual efetiva de 8,5% no primeiro ano, que aumenta 0,25% nos dois anos seguintes e 0,5% em cada ano posterior. Tendo em conta que o investimento do Estado no banco BPI é financiado através da linha de 12 mil milhões de

euros disponível para a reca-pitalização dos bancos portu-gueses no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira, cuja taxa de juro média é de cerca de 3,6%, o Estado Português está a rece-ber uma margem de 4,9% ao ano para remunerar o risco do investimento no banco BPI”.

Assim, pelas contas da en-tidade, para um valor do in-vestimento público no BPI de 1200 milhões de euros, esta margem corresponde a um ga-nho anual para o Estado Por-tuguês de cerca de 59 milhões de euros. “As necessidades de capital público do banco BPI resultaram essencialmente do buffer temporário de capital para exposições a dívida sobe-rana europeia, na sequência da recomendação da Autoridade Bancária Europeia definida no final de 2011”, conclui o BPI.

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A quebra acentuada que o mercado automóvel tem registado tem levado os operadores a praticarem uma política de descontos arrojada. O novo presidente da Honda Portugal, Tom Gardner, avisa para os perigos da opção. “Os níveis de desconto atualmente praticados não são benéficos nem para a indústria, nem para os nossos clientes, pois, por exemplo, o valor dos veículos usados também é afetado neste tipo de situações”, afirma, numa entrevista à “Vida Económica” em que mostra confiança para o desafio profissional que agora abraçou. “Comecei na área informática e cedo me apercebi de que, quanto mais simples fazemos uma coisa, mais fácil será para que todos a compreendam. É esse o princípio que procuro também aplicar às nossas áreas de negócios”, refere.AQUILES [email protected]

Vida Económica – Chega a Portugal no pior período económico de há déca-das. Como recebeu o desafio de liderar a filial portuguesa da Honda?

Tom Gardner – Vivemos um período de grandes desafios para todos. Com a confiança dos consumidores a níveis mui-to baixos e no meio de uma tempestade, é complicado descortinar qual o melhor caminho para seguir em frente. No entan-to, sou sempre otimista e, apesar da crise, posso dizer que fui muito bem recebido por todos aqueles que tenho conhecido, e apercebi-me que existe uma grande von-tade de levar as coisas em frente. E isso aplica-se também para a Honda. Temos uma gama de produtos bastante alargada e onde, por exemplo, apesar da crise, esta-mos a viver um excelente ano no negócio de motos. As nossas scooters 125cc, como a PCX125 e a SH125, oferecem mobili-dade pessoal a baixo custo e com soberba economia de combustível. Estes produtos são atualmente bastantes populares e 2012 será mesmo o nosso melhor ano desde 2004. No nosso negócio automóvel, este ano lançámos com sucesso dois modelos novos – o Civic e o CR-V –, tendo am-

bos recebido excelentes críticas. A partir de janeiro, a nossa rede de concessionários, irá iniciar a comercialização do novo Ci-vic equipado com o novo motor 1.6 diesel, especialmente desenvolvido para os con-sumidores europeus e capaz de oferecer excelente economia sem sacrificar o prazer de condução. Também na divisão de pro-dutos temos apresentado boas vendas, e estamos a lançar novos produtos, como a nova motoenxada FJ500, ideal para quem pretende regressar à produção própria. Todos estes novos produtos são típicos do grau de inovação Honda e oferecem várias soluções, a custo acessível, para conseguir colocar Portugal em movimento.

VE - Em termos de vendas de novos, a Honda está a perder menos do que a generalidade do mercado. Esse facto dá-lhe algum conforto?

TG – A quebra acentuada do mercado é uma preocupação. Neste momento, e de forma clara, verifica-se que os consumido-res não estão confiantes para fazer grandes investimentos. Simultaneamente, os níveis de desconto atualmente praticados não são benéficos nem para a indústria, nem para os nossos clientes, pois, por exemplo, o valor dos veículos usados também é afeta-do neste tipo de situações. A Honda está a conseguir manter uma quota de mercado à volta dos 2%, no entanto, necessitamos de maior volume para sustentar o negócio da nossa rede de concessionários, de forma a sermos capazes de responder às necessi-dades dos nossos clientes. O novo Civic,

equipado com um pequeno motor diesel, chega na altura certa para nós - a sua capa-cidade de percorrer 100 km com apenas 3,6 litros de combustível é ideal para quem vive momentos de austeridade e com 120 cv e 300 Nm de binário consegue, ao mes-mo tempo, transmitir uma sensação de condução desportiva. No próximo ano, irão ouvir falar da Honda.

VE – Além do problema económico, o mercado automóvel português tem, historicamente, um problema fiscal. Já está familiarizado com a fiscalidade aplicada aos automóveis em Portugal?

TG – Muitos dos governos europeus têm adotado medidas para encorajar os fabricantes a reduzir o impacto ambien-tal dos seus produtos. Em Portugal, as regras são particularmente severas para os produtos que não se apresentem em con-formidade. Agora, com o novo motor 1.6 diesel, temos uma fábrica que será referên-cia no setor, pois conseguirá produzir pro-dutos económicos com excelentes perfor-mances de condução. A inovação faz parte do ADN da Honda e as nossas equipas de investigação estão muito focadas em de-senvolver produtos com baixas emissões poluentes.

VE – O que espera da sua liderança da Honda Portugal?

TG – A Honda está firmemente esta-belecida em Portugal. Tenho visto vários dos nossos modelos nas estradas portu-guesas e tenho ficado surpreendido com

a quantidade de modelos antigos, e ain-da em excelentes condições. O valor dos produtos usados é impressionante e isso diz-me que somos valorizados como uma marca de qualidade. Os nossos concessio-nários estão extremamente motivados em manter não só esta imagem mas também o excelente serviço aos clientes que propor-cionam. Temos também uma boa equipa na Honda Portugal, interessada nos clien-tes e nas suas necessidades atuais. Comecei na área informática e cedo me apercebi de que,quanto mais simples fazemos uma coisa, mais fácil será para que todos a com-preendam. É esse o princípio que procuro também aplicar às nossas áreas de negó-cios.

TOM GARDNER, O NOVO PRESIDENTE DA HONDA PORTUGAL, AFIRMA

“Níveis de desconto atualmente praticados não são benéficos”

Venda de automóveis cai 25%As vendas de automóveis ligeiros de passageiros caiu 25,4% em novembro face ao mês homó-logo de 2011, para um total de 7127 unidades, indicam os dados da Associação Automóvelde Portugal. Pior foi a descida dos comerciais ligeiros, que registaram 1515 veículos, menos49,6% que em novembro do ano passado. A quebra acumulada já vai nos 37,4% (para 88945) nos ligeiros de passageiros e nos 53,7% (para 13 644) nos comerciais.

AUTOMÓVEL

SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012 53

“Quanto mais simples fazemos uma coisa, mais fácil será para que todos a compreendam”, defende Tom Gardner.

Há 20 anos na marca japonesa

Tom Gardner acumula um percurso de mais de 20 anos de experiência na Honda, tendo iniciado a sua carreira em 1991. O executivo britânico passou por várias na filial da Honda no seu país natal, tendo passado por diversos cargos de chefia relacionados com a divisão de produtos de força, peças, pós venda e marketing, tendo sido também diretor-geral da divisão automóvel da Honda UK. Entretanto, em 2010 foi nomeado responsável pelo marketing da Honda Motor Europe, assumindo no ano seguinte o cargo de diretor-geral da divisão automóvel da mesma empresa.

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A análise anual do mercado do Seguro Automóvel da Actuaria – Consultadoria demonstra que as seguradoras terminaram 2011 com resultados de subscrição em 30 milhões de euros negativos. Ainda assim, os resultados técnicos foram ainda positivos em cerca de cinco milhões de euros, em consequência dos rendimentos financeiros que, apesar de relativamente baixos e in-feriores à inflação, terão atingido em valor absoluto os 25 milhões de eu-ros. Este resultado é uma deteriora-ção face ao obtido no ano anterior, altura em que já contrastava com a boa performance obtida entre 2003 e 2009, período em que a rentabili-dade foi muito superior.

Segundo a consultora, esta de-terioração de resultados de 2011

acontece apesar da frequência de sinistros ter decaído de 14% para 13,2% e do índice de gravidade dos sinistros com vítimas se ter mantido relativamente estável. “A queda dos resultados é sobretudo explicada pelo crescimento do custo médio dos sinistros em 4,4%. Esta situação é em parte consequência do aumen-to do IVA em 2012, um custo não recuperado pelas seguradoras e que obriga ao aumento do provisiona-mento dos sinistros ocorridos até 2011, mas que apenas vão ser pagos a partir de 2012”, refere a Actuaria – Consultadoria.

O decréscimo da frequência de si-nistros em 2011 foi, de acordo com a mesma entidade, provocado “pela recessão económica registada nesse ano, que gerou uma menor utiliza-

ção dos automóveis”, assim como “pelo menor nível de pluviosidade do ano, quando comparado com o elevado valor registado no ano an-terior”.

Por sua vez, o prémio médio das seguradoras terá caído 1%. “Isto sig-nifica que o preço médio do seguro automóvel caiu 14% nos últimos 12 anos, o que representa uma queda em termos reais (deduzida a inflação do mesmo período) de 46%”, refe-re o relatório da consultora. “Face a estes resultados, o capital em risco das seguradoras no ramo automó-vel, antes de efeitos de diversificação com outros ramos, é estimado pela Actuarial – Consultadoria em cerca 120 milhões de euros, o que repre-senta 9,4% dos capitais próprios das seguradoras”, remata a empresa.

A Peugeot reforçou os argu-mentos do 308, ao redefinir os preços e aumentar o nível de equipamento do modelo do segmento C.

No que se refere ao preço, o modelo passa a ter como entra-da 16 840 euros, a gasolina, e 19 190 euros, a diesel. Em ter-mos de equipamento, destaque para a série especial Envy. Dis-ponível nas motorizações 1.4 VTi 98 (gasolina) e 1.6 HDi 92 e 1.6 e-HDi 112 (diesel), passa a constituir a versão de acesso à gama 308.

A lista de equipamento da série Envy inclui, entre outros elementos, seis airbags, ar con-dicionado automático, compu-tador de bordo, cruise control,

ESP, Pack City (ajuda ao esta-cionamento traseiro e retrovi-sores rebatíveis electricamente) e Bluetooth. Nas versões SW, acresce ainda sistema de nave-gação.

O nível Active passa a incluir (em acrescento ao Envy) ajuda ao estacionamento traseiro e dianteiro, sistema de navega-ção (com serviço de assistência localizada Peugeot) e, entre ou-tros elementos, sensor de chuva e de luz. Por fim, a série especial Sportium (apenas associada ao 1.6 e-HDi), acrescenta painel de instrumentos com quatro mostradores com aro cromado e fundo branco, pára-choques dianteiro com barras cromadas e alarme.

ESTUDO DA 4FLEET SOBRE O TCO INDICA

Toyota Yaris diesel com custos de propriedade mais baixos do segmento

Resultados dos seguros automóveis em queda

Peugeot redefine preços do 308

AQUILES [email protected]

O Toyota Yaris 1.4 D4D 90 tem o custo total de proprieda-de (TCO, do inglês “total cost of ownership”) mais baixo entre as viaturas do segmento B diesel, segundo um estudo da 4Fleet. Fonte da Toyota Caetano Por-tugal referiu à “Vida Económi-ca” que “uma das premissas de desenvolvimento de qualquer modelo” da marca são os cus-tos de utilização. “Esta análise é realizada ao longo de todo o ciclo de vida da viatura, ou seja, desde o momento de aquisição

com desenvolvimento de mo-torizações e aerodinâmica que proporcionem baixas emissões, o que vai corresponder com um menor custo da tributação no momento de compra do auto-móvel. Consequência das baixas emissões é também a redução de consumo de combustível, diminuindo consideravelmente os custos de utilização da via-tura. Outro aspeto importante prende-se com os custos das ma-nutenções programadas. Neste último item é importante referir a aplicação de várias medidas, como a utilização de componen-

tes fáceis de mudar assim como as quantidades de fluidos foram especificamente quantificados para reduzir os custos com a sua substituição”, disse-nos a mesma fonte.

O TCO foi calculado pela con-sultora com um prazo de 48 meses, pressupondo uma quilometragem de 120 mil km (30 mil por ano) e inclui a substituição de 10 pneus. Para o cálculo do custo de combus-tível, foi utilizado o consumo misto indicado por cada marca.

Segundo a análise da 4Fleet, o modelo japonês tem um TCO por 100 km de 16,98 euros, enquanto

o Volkswagen Polo 1.6 TDI 90, o modelo com o valor mais elevado do comparativo, apresenta 19,33 euros. Os restantes quatro mode-los analisados ficam, segundo o TCO por 100 km indicado pela

consultora, por esta ordem: Ford Fiesta 1.4 TDCi 70 (18,79 euros), Opel Corsa 1.3 CDTi 95 (18,61 euros), Peugeot 208 1.6 e-HDi 92 (20,74 euros) e Renault Clio 1.5 dCi 90 (19,67 euros). De realçar que o Clio em análise é o III e não a nova geração, entretanto já em comercialização.

Custos abaixo da média na maioria dos parâmetros

O desempenho do Toyota Yaris e conseguido por ter as menores de-preciação (mantém 44% do PVP), manutenção (2166 euros) e pneus (1157 euros). Já nos parâmetros combustível e imposto único de cir-culação (IUC) é o Opel Corsa que vence. O modelo alemão “gasta” 6087 euros de gasóleo e 372 euros de IUC (todos os outros modelos nesta análise da 4Fleet pagam 514 euros de “selo”).

Autoeuropa reforça parceria com o Politécnico de LeiriaO diretor-geral da Volkswagen Autoeuropa, António de Melo Pi-res, quer reforçar e dinamizar a parceria entre a sua empresa e o Instituto Politécnico de Leiria. A cooperação é considerada provei-tosa, tendo em conta a sua ligação à região de Leiria, onde se loca-liza uma grande parte dos fornecedores da empresa.

Liberty Seguros apoia Programa Nacional de Educação RodoviáriaA Liberty Seguros estabeleceu uma parceria com o ACP no âmbito do Programa Nacio-nal de Educação Rodoviária – ACP Kids, projeto-piloto de educação rodoviária que preten-de sensibilizar os mais jovens e estimular comportamentos de segurança. No ano letivo de 2012/2013, a iniciativa vai centrar-se no Porto e em Lisboa, alargando-se ao resto do país nos anos seguintes.

AUTOMÓVEL

54 SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO 2012

O modelo japonês tem um TCO por 100 km de 16,98 euros, enquanto o veí-culo com o valor mais elevado do comparativo apresenta 19,33 euros.

Diferencial por 100 km superior a dois eurosSegmento B 48 meses/120 000 km

Modelo PVP VR Depreciação Manutenção Pneus Combustível IUC TCO Custo (100 km

Toyota Yaris 1.4D 90 Active 5p 17 755 44% 9943 2166 1157 6594 514 20 374 16,98

Ford Fiesta 1.4 TDCi 70 Titanuim 5p DPF

19 130 42% 11 095 2936 1239 6763 514 22 547 18,79

Opel Corsa 1.3 CDTi 95 Enjoy 5p 18 950 37% 11 939 2803 1133 6087 372 22 334 18,61

Peugeot 208 1.6 e-HDi 92 Allure 5p 21 973 41% 12 964 2990 1994 6425 514 24 887 20,74

Renault Clio III 1.5 dCi 90 GT 5p MY12

18 900 40% 11 340 3649 1334 6763 514 23 601 19,67

VW Polo 1.6 TDI 90 BMT Trendline Pack 5p

20 809 41% 12 277 2853 1295 6256 514 23 195 19,33

Media 19 586 41% 11 593 2900 1359 6481 490 22 823 19,02

Obs.: Salvo indicação contrária, valores em euros Fonte: 4Fleet

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Voo para Maputo. Executiva. Novembro. Pego no menu: peixe e pato. Peixe, se faz favor. Só temos massa. Massa? Tome lá os talheres, vou trabalhar, muito obrigado.Pouco tempo depois levanto-me para pedir um sumo e as assistentes de bordo almoçavam um polvo com muito bom aspecto (que os meus parcos conhecimentos de culinária indicam como sendo à lagareiro). Compreende-se: o almoço (um recurso escasso), não chega para todos. E eu sou só cliente.A viagem é de quase onze horas e por isso as cadeiras da executiva têm fi chas eléctricas. Mas … não têm força para carregar o computador enquanto se trabalha. Naturalmente: ou se gasta dinheiro nisto ou nos salários dos “trabalhadores”.À volta o voo é nocturno e aproveito para dormir. De manhã quando acordo, apetece-me ouvir música. Os auscultadores não funcionam. Uns outros que a assistente me traz também não. Nem sequer ligados à cadeira do vizinho. Obviamente que sendo os recursos escassos, o tempo e a energia do pessoal de assistência, ou se aplicam a servir os clientes, ou no descanso dos trabalhadores … Não dá para tudo …Em Portugal os trabalhadores estão convencidos que as empresas existem para os servir a eles e os clientes para os servir. Eu tenho o direito e “você” (um termo tão em uso hoje em Portugal) o dever. Azar o meu (e dos clientes) de terem nascido (em Portugal) só com deveres e não com direitos. “Pagas para mim, não para eu te servir”.Este é o primeiro problema de Portugal: a mentalidade comuno/socialista que Abril implantou na economia portuguesa.

Há 40 anos.Depois, há a emigração que já vem de trás e se acentuou recentemente. Dos melhores (com mais espírito de iniciativa e capacidade de trabalho). Segundo o Observatório da Emigração há ± 5 milhões de portugueses registados nos consulados no estrangeiro.Finalmente veio a crise de endividamento devido (às baixas taxas de juro do) euro.O governo tem procurado resolver este último problema. Mas Portugal não vai lá sem se atacar os outros dois. Os dois primeiros.Pelo que Portugal tem 1/3 do governo (necessário). E pelo que a divisão hoje em Portugal não é entre esquerda e direita. Mas entre os que não querem trabalhar (e para quem o esquerdismo é uma pena para tapar o sol) e os, ou acomodados, ou que emigram, ou que vão para fora cá … dentro.É assim … por isso, enquanto não houver uma revolução liberal, razão tinha Alexandre O’Neill, Portugal é um país em forma de assim … e assim …P.S: Um último exemplo do que é a economia comuno/socialista?:O Banco de Portugal limita o valor máximo de juro que um banco pode pagar a um cliente por um depósito, mas não limita as taxas de juro que (p.e.) no crédito à habitação os clientes têm que pagar aos bancos. Brilhante.Pode-se discutir se o Banco de Portugal deve intervir ou não. Mas se intervier não deve ser dos dois lados? Não, claro que não.Sem falar da inteligência de limitar o juro de um depósito a prazo, mas não de outras fontes de fi nanciamento dos bancos como as obrigações. Chapeau.

Nº 1471 / 7 de dezembro 2012 Semanal J 2,20 Portugal Continental

A TAP (os recursos são escassos), 1/3 de Governo e Alexandre O’neill

NOTA DE FECHO

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ MESTRE DRUCKER SCHOOL PHD COLUMBIA UNIV.Professor Catedrático – [email protected]

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ENQUADRAMENTO: Os aspetos financeiros encontram-se subjacentes

a toda a atividade empresarial. Por tal fato, o conhecimento do impacto das decisões quotidianas sobre os resultados globais da empresa é de extrema importância.

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resultados globais da empresa

duma cultura financeira indispensável a todos os elementos com responsabilidades numa empresa.

PROGRAMA:

significativos

de uma empresa

das empresas

Formador:

LISBOA 17 e 18 Dezembro

PORTO 7 e 8 janeiro

Preços*: Público Geral: G 120

G 90 *+ IVA

sem custos para empresas com resultados negativos e desempregados.No âmbito da sua política de responsabilidade

os assinantes empresas com resultados

de desemprego. Para beneficiar desta oferta até ao limite dos lugares

Organização:

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:

Vida Económica – Patricia Flores

E-mail: [email protected]

Os indicadores de confi ança dos consu-midores e das empresas registaram fortes quebras entre Setembro e Novembro, para valores mínimos recordes, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). Consumidores e empresários estão receo-

sos quanto à futura evolução econó-

mica do país.

As expetativas dos empresários sofre-ram uma forte quebra em quase todos os setores de atividade, com o indicador de clima económico a recuar de -4,6 para -5. Há um ano, entre outubro e Novembro, o indicador era de menos 3,9. O que se terá fi cado a dever sobretudo aos recuos na indústria transformadora, com destaque para a construção e os serviços. O mesmo sucedeu entre os consumidores, com o in-dicador de confi ança a descer de -55,3 para -59, quando há um ano estava em menos 56. Destaque para as perspetivas negativas da situação económica do país e da situ-ação fi nanceira dos agregados familiares.

Confi ança de consumidores e empresários desce para níveis recordes

A Tableros Tradema, subsidiária da So-nae Indústria para Espanha, está em ne-gociações com os sindicatos, no sentide de fechar a sua fábrica localizada em Solsona. O processo envolve mais de 140 trabalha-dores e uma capacidade de produção de aglomerados de partículas anual de 340 mil m3.

“É nossa intenção concentrar a produ-ção desta unidade noutra fábrica locali-

zada em Espanha, em Linares. A decisão é tomada no seguimento da forte crise e na consequente queda na procura que se tem sentido nos últimos anos no setor da construção”, refere a empresa em comuni-cado. A Sonae Indústria está a desenvolver esforços para reestruturar o seu negócio no país vizinho, onde o mercado está a pas-sar por sérias difi culdades, em resultado da profunda crise económica.

Sonae Indústria encerra fábrica em Espanha

O grupo Santander Totta tem necessi-dade de reforço das imparidades regista-das nos setores da construção e promoção imobiliária no montante de 49 milhões de euros, correspondente a cerca de 1,9% das exposições avaliadas. O resultado res-peita ao programa de inspeções on-site à exposição aos setores da construção e da promoção imobiliária em Portugal e Es-panha, com referência ao passado dia 30 de Junho.

“Os reforços de imparidade que o gru-po Santander Totta constituiu entretanto, com referência a 30 de Setembro, cobri-ram já a totalidade das necessidades iden-tifi cadas neste exercício, pelo que os resul-tados da OIP não terão qualquer impacto sobre o rácio Tier 1 previsto para o fi nal do exercício”, refere a entidade fi nanceira em comunicado. De salientar que o OIP

envolveu os oito maiores grupos bancá-rios nacionais e teve por objetivo avaliar a adequabilidade dos níveis de imparidade registados sobre as exposições aos setores abrangidos.

Santander Totta garante cobertura das imparidades na construção e no imobiliário

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