variabilidade de crescimento e idade das árvores da floresta amazônia simone ap. vieira; diogo...

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Variabilidade de crescimento e idade das árvores da floresta Amazônia Simone Ap. Vieira; Diogo Selhorstb, Plínio B. De Camargoa, Niro Higuchic; Jeff Chambersd Luiz Antonio Martinellia; Susan Trumbored. a Centro de Energiqa Nuclear na Agricultura/USP ([email protected] ) b Universidade Federal do Acre c Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia; d Universidade da California. Esta pesquisa foi financiada pela NASA e pela FAPESP (proc 99/03353- 2) M anaus = 10,046x + 12,551 R 2 = 0,3964 Paragom inas = 3,3943x -30,819 R 2 = 0,2414 R io B ranco = 3,9545x + 50,068 R 2 = 0,4986 Santarém = 2.2966x + 70.643 R 2 = 0.1985 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 0 50 100 150 200 250 D A P (cm ) idade (anos) M anaus Paragominas R io Branco Santarém y = 85.218x -0.766 R 2 = 0.5132 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 Taxa de crescim ento m édio a longo prazo (cm .ano -1 ) Idade (anos) Distribuição do 14C ao longo do raio de Embaúba Preta (Pourouma sp.) da Fazenda Catuaba-AC 0 50 100 150 0 5 10 15 20 25 D istância do centro (cm ) D14C (por m il) -100 0 100 200 300 400 500 600 700 1950 1960 1970 1980 1990 2000 ±14C Taxa de crescimento de Embauba Preta (Pourouma sp.) da Fazenda Catuaba-AC y = 0.3288x -636.96 R 2 = 0.9103 0 5 10 15 20 25 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 anos Distância do centro (cm ) Atmospheric data from Stuiver et al. (1998); OxCal v3.8 Bronk Ramsey (2002); cub r:4 sd:12 prob usp[chron] 1400CalAD 1500CalAD 1600CalAD 1700CalAD 1800CalAD 1900CalAD 2000CalAD Calibrated date 0BP 100BP 200BP 300BP 400BP 500BP 600BP Radiocarbon determination 180±35BP 68.2% probability 1660AD (12.1%) 1690AD 1730AD (45.0%) 1810AD 1920AD (11.1%) 1950AD 95.4% probability 1650AD (19.1%) 1700AD 1720AD (52.4%) 1820AD 1830AD ( 7.6%) 1890AD 1910AD (16.3%) 1960AD Métodos Este trabalho foi desenvolvido na EEST-INPA, (Manaus, AM); na FLONA do Tapajós, (Santarém, PA); e na Fazenda Experimental Catuaba – UFAC, (Rio Branco, AC). As áreas de estudo apresentam diferenças quanto: quantidade e a distribuição de precipitação, distribuição diamétrica dos indivíduos arbóreos e de biomassa arbórea. A biomassa seca total nas áreas é 360 t.ha -1 em Manaus, 281 t.ha -1 (Santarém) e 244 t.ha -1 (Rio Branco). Foram coletadas amostras de tronco de 85 indivíduos. As medidas do radiocarbono foram utilizadas nas determinação da idade e da taxa de crescimento de várias espécies arbóreas. O pico na quantidade de 14 C na atmosfera observada a partir de 1964-65 associado aos testes nucleares, esta refletido na madeira, o que nos permite estimar a taxa de crescimento nos últimos 35-40 anos. O 14 C foi analisado no Laboratório de radiocarbono de departamento de “Earth System Science” da Universidade da Califórnia, Irvine, nos EUA e os resultados foram calibrados utilizando-se o programa “OxCal Program” v3.5. Introdução A floresta de terra firme da Amazônia compreende 41% da área total de florestas tropicais do planeta, com aproximadamente 250 milhões de hectares e cerca de 30% do estoque global de carbono vegetal. Em estudos de ecologia florestal uma acurada determinação da idade das árvores é essencial para a interpretação da distribuição das idades e dos padrões de crescimento arbóreo. Por meio da distribuição etária da população arbórea, pode-se estimar o tempo médio de permanência do carbono na vegetação. A contagem dos anéis de crescimento é o metodo mais utilizado para a determinação da idade das árvores, não sendo adequado no entanto para árvores tropicais onde os anéis de crescimento das árvores podem ser inexistentes, anuais ou irregulares. A datação por meio de 14 C é uma ferramenta importante na datação ena determinação da taxa de crescimento das árvores de locais onde não há dados de crescimento de parcelas permanentes. O isótopo natural radioativo de carbono pode ser utilizado tanto como traçador quanto na datação de amostras orgânicas. O 14 C natural é produzido em taxas relativamente constantes na estratosfera e fixado na biota através da fotossíntese. Quando se cessa a fixação do C, a quantidade de 14 C presente no tecido diminue segundo a curva de decaimento especifica do elemento. Baseado nesta relação determina-se a idade do radiocarbono. Com o objetivo de compreender a dinâmica do carbono na vegetação da região Amazônica e suas variações decorrentes do gradiente climático, determinamos a idade e o crescimento diamétrico de indivíduos arbóreos em três áreas de floresta tropical úmida na região amazônica. Conclusões A idade das árvores da floresta Amazônica é uma questão de fundamental interesse, não somente no que se refere ao ciclo do carbono, mas também como base para elaboração dos planos de manejo madeireiro. Manaus foi a área que apresentou indivíduos arbóreos com maiores idades donde se conclui que o tempo de residência do carbono nestas florestas seja maior que nas florestas sujeitas a estações seca mais prolongadas. A hipotese que indivíduos arbóreos da Amazônia podem alcançar idades superiores a 1000 anos, foi suportado pelo presente trabalho. Em todas as áreas de estudo foram encontrados indivíduos da classe de tamanho pequeno com idades superiores a 200 anos. Esta constatação pode alterar o enfoque dado até o momento aos planos de manejo florestal nos quais os pontos principais são as árvores de interesse econômico e o tempo que estas levam para atingir o diâmetro comercial. Local N om e Vulgar N om e C ientífico DAP (cm ) Idade provável Taxa de crescimento (cm ano -1 ) Abiurana abiu P outeria spp. 29.3 465 0.06 Abiurana Abiu P outeria spp. 38.5 535 0.07 Am apá Brosimum parinarioides 100 600 0.17 Angelim P arkia pendula 110 260 0.42 Angelim Hymenolobium spp. 115 570 0.20 Angelim Hymenolobium spp. 139 780 0.18 Angelim Hymenolobium spp. 225 980 0.23 Arura verm elho Iryanthera grandis 110 600 0.18 Branquinha R inorea racemosa 13.3 200 0.07 Breu verm elho C repidospermo gontiano 23.3 200 0.12 C ardeiro S cleronema micranthum 28.6 340 0.08 C astanha de galinha C ouepia longipendula Pilger 44.0 470 0.09 Cum aru Dipteryx odorata 120 1240 0.10 Envira bobó R ollinia insignis 18.0 37 0.49 Escorrega m acaco Peltogyne paniculata 70.0 185 0.38 Fava folha fina Pseudopiptadenia psilostachya 55.0 185 0.30 Fava paca P arkia spp. 71.0 135 0.53 Jarana Lecythis poiteaui 100 1000 0.10 Loro Aritu Licaria guianensis Aublet 55.0 280 0.20 Louro gam ela Nectandra rubra 49.0 460 0.11 M assaranduba Manilkara huberi 140 710 0.20 M atam ata am arelo E scheweilera odora 26.5 190 0.14 M uirapiranga E perua spp. 43.0 120 0.36 Pau rainha Brosimum rubescens Taub. 22.5 190 0.12 Piãozinho Micrandropsis scleroxilon 24.5 190 0.13 Piquiá C aryocar villosum 130 260 0.50 Piquiá M arfim A spidosperma album (Vahl)R .Ben. 30.0 270 0.11 Piquiarana C aryocar glabrum 118 350 0.34 R ipeiro verm elho C orytophora alta Knuth 45.0 435 0.10 R ipeiro verm elho C orytophora alta Knuth 58.0 445 0.13 Tachi S clerolobium spp. 97 270 0.36 Tachi preto T achigalia cf.mymercophyla 14.0 280 0.05 Tatajuba Bagassa guianensis 112 510 0.22 Tauarí C ariniana micrantha 140 790 0.18 Tauarí C ariniana micrantha 142 720 0.20 Tauarí C ariniana micrantha 150 580 0.26 Tauarí C ariniana micrantha 150 590 0.25 Tauarí C ariniana micrantha 180 685 0.26 Tauarí C ariniana micrantha 180 1450 0.12 U cuúba V irola spp. 60.0 175 0.34 U xiAm arelo E ndopleura uchi (H uber)C uatr. 51.8 285 0.18 Violeta Peltogyne catingae 82 350 0.23 Breu T etragastris altissima 69.0 389 0.18 Faveira P arkia spp. 73.6 57 1.28 Jarana Lecythis spp. 25.5 60 0.43 Tatajuba Bagassa guianensis 36.4 64 0.57 Abiu de Anta P outeria sp. 23.3 300 0.08 Andiroba C arapa guianensis Aubl. 17.0 920 0.02 Andiroba C arapa guianensis Aubl. 37.5 270 0.14 Angelim Hymenolobium spp. 96.1 439 0.22 Balsam o Myroxylon balsamum Harm s 71.1 542 0.13 Beu verm elho T etragastris altissima (Aubl)Sw art 15.0 120 0.13 C aribe Hirtella sp. 35.2 220 0.16 C astanheira Bertholletia excelsa H.B.K. 45.2 840 0.05 C astanheira Bertholletia excelsa H.B.K. 101.0 1075 0.09 C astanheira Bertholletia excelsa H. B. K. 129.5 591 0.22 C atuaba R osa Qualea grandiflora 54.2 856 0.06 C erejeira A pidosperma macrocarpon M art. 33.0 190 0.17 C um aru ferro Dipteryx odorata (Aldl.)W illd 89.9 444 0.20 Em bauba preta P ourouma spp. 47.8 40 1.20 Envira fofa Guatteria sp. 35.3 41 0.86 Jatoba Hymenaea courbaril L. 52.0 93 0.56 Jatoba Hymenaea courbaril L. 64.0 190 0.34 Loro Itaúba Ocotea neesiana 13.0 755 0.02 M assaranduba Manilkara huberi 76.0 549 0.14 Maparajuba C hysophyllum sp. 11.3 155 0.07 m aparajuba da folha m iúda P outeria sp. 48.7 315 0.15 Pam a P seudolmedia murure Standl. 35.5 51 0.70 Pereiro A pidosperma macrocarpon Mart. 79.0 525 0.15 Sum aum a C eiba pentandra 102.5 189 0.54 Taxi preto S clerolobium sp. 23.3 19 1.23 Taxi Verm elho S clerolobium sp. 28.0 42 0.67 Timbauba E nterolobium maximum 91.0 350 0.26 Timbauba E nterolobium maximum 119.0 710 0.17 Torem abacate Pourouma spp. 47.8 63 0.76 Abiurana P outeria torta 63.7 48 1.33 Am arelão A puleia moralis 87.0 190 0.46 Am arelão A puleia moralis 131.0 120 1.09 andiroba C arapa guianensis A ubl. 55.0 185 0.30 andiroba C arapa guianensis A ubl. 56.0 230 0.24 andiroba C arapa guianensis A ubl. 84.0 335 0.25 Breu P rotium apiculatum 20.4 280 0.07 Breu P rotium apiculatum 42.0 47 0.89 C edro C edrela odorata 83.0 195 0.43 C um aru Ferro Dipteryx odorata 95.0 480 0.20 Fava am argosa V atairea paraensis 90.0 43 2.09 Freijó C ordia goeldiana 75.0 190 0.39 Goiabão P outeria bilocularis 86.0 450 0.19 Gom beira S wartizia sp. 74.0 185 0.40 G uariuba C larisa racemosa 67.0 415 0.16 Inga Verm elha Inga alba 25.6 40 0.64 Ipé Tabebuia spp 72.0 640 0.11 Ipé Tabebuia spp 109.0 650 0.17 Jatoba Hymenaea courbaril L. 118.0 280 0.42 Jatoba Hymenaea courbaril L. 131.0 275 0.48 Loro verm elho Nectandra rubra 143.0 535 0.27 Envira Preta Guatteria poeppigiana 27.1 70 0.39 M assaranduba Manilkara huberi 40.4 190 0.21 M assaranduba Manilkara huberi 68.0 435 0.16 M assaranduba Manilkara huberi 123.0 335 0.37 M uiracatiara A stronium lecontei 68.0 190 0.36 M uiracatiara A stronium lecontei 75.0 195 0.38 M uiracatiara A stronium lecontei 119.0 190 0.63 Piquiá C aryocar villosum 113.0 645 0.18 Q uaruba V ochysia maxima 109.0 205 0.53 Sucupira Diplotropix purpurea 61.0 205 0.30 Tatajuba Bagassa guianensis 108.0 185 0.58 Tatajuba Bagassa guianensis 130.0 450 0.29 tauarí C ouratari guianensis 30.6 132 0.23 tauarí C ouratari guianensis 77.0 190 0.41 tauarí C ouratari guianensis 120.0 185 0.65 Taxi S clerolobium spp. 50.0 57 0.88 Taxi Verm elho T achigalia alba 35.5 45 0.79 M anaus Paragominas R io B ranco S antarém

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Page 1: Variabilidade de crescimento e idade das árvores da floresta Amazônia Simone Ap. Vieira; Diogo Selhorstb, Plínio B. De Camargoa, Niro Higuchic; Jeff Chambersd

Variabilidade de crescimento e idade das árvores da floresta Amazônia Simone Ap. Vieira; Diogo Selhorstb, Plínio B. De Camargoa, Niro Higuchic; Jeff Chambersd

Luiz Antonio Martinellia; Susan Trumbored.aCentro de Energiqa Nuclear na Agricultura/USP ([email protected]) bUniversidade Federal

do Acre cInstituto Nacional de Pesquisa da Amazônia; dUniversidade da California.

Esta pesquisa foi financiada pela NASA e pela FAPESP (proc 99/03353-2)

Manaus = 10,046x + 12,551

R2 = 0,3964

Paragominas = 3,3943x - 30,819

R2 = 0,2414

Rio Branco = 3,9545x + 50,068

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Taxa de crescimento médio a longo prazo (cm.ano-1)

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180±35BP 68.2% probability 1660AD (12.1%) 1690AD 1730AD (45.0%) 1810AD 1920AD (11.1%) 1950AD 95.4% probability 1650AD (19.1%) 1700AD 1720AD (52.4%) 1820AD 1830AD ( 7.6%) 1890AD 1910AD (16.3%) 1960AD

MétodosEste trabalho foi desenvolvido na EEST-INPA, (Manaus, AM); na FLONA do Tapajós, (Santarém, PA); e na Fazenda Experimental Catuaba – UFAC, (Rio Branco, AC). As áreas de estudo apresentam diferenças quanto: quantidade e a distribuição de precipitação, distribuição diamétrica dos indivíduos arbóreos e de biomassa arbórea. A biomassa seca total nas áreas é 360 t.ha-1 em Manaus, 281 t.ha-1 (Santarém) e 244 t.ha-1 (Rio Branco). Foram coletadas amostras de tronco de 85 indivíduos. As medidas do radiocarbono foram utilizadas nas determinação da idade e da taxa de crescimento de várias espécies arbóreas. O pico na quantidade de 14C na atmosfera observada a partir de 1964-65 associado aos testes nucleares, esta refletido na madeira, o que nos permite estimar a taxa de crescimento nos últimos 35-40 anos. O 14C foi analisado no Laboratório de radiocarbono de departamento de “Earth System Science” da Universidade da Califórnia, Irvine, nos EUA e os resultados foram calibrados utilizando-se o programa “OxCal Program” v3.5.

IntroduçãoA floresta de terra firme da Amazônia compreende 41% da área total de florestas tropicais do planeta, com aproximadamente 250 milhões de hectares e cerca de 30% do estoque global de carbono vegetal. Em estudos de ecologia florestal uma acurada determinação da idade das árvores é essencial para a interpretação da distribuição das idades e dos padrões de crescimento arbóreo. Por meio da distribuição etária da população arbórea, pode-se estimar o tempo médio de permanência do carbono na vegetação. A contagem dos anéis de crescimento é o metodo mais utilizado para a determinação da idade das árvores, não sendo adequado no entanto para árvores tropicais onde os anéis de crescimento das árvores podem ser inexistentes, anuais ou irregulares. A datação por meio de 14C é uma ferramenta importante na datação ena determinação da taxa de crescimento das árvores de locais onde não há dados de crescimento de parcelas permanentes. O isótopo natural radioativo de carbono pode ser utilizado tanto como traçador quanto na datação de amostras orgânicas. O 14C natural é produzido em taxas relativamente constantes na estratosfera e fixado na biota através da fotossíntese. Quando se cessa a fixação do C, a quantidade de 14C presente no tecido diminue segundo a curva de decaimento especifica do elemento. Baseado nesta relação determina-se a idade do radiocarbono. Com o objetivo de compreender a dinâmica do carbono na vegetação da região Amazônica e suas variações decorrentes do gradiente climático, determinamos a idade e o crescimento diamétrico de indivíduos arbóreos em três áreas de floresta tropical úmida na região amazônica.

ConclusõesA idade das árvores da floresta Amazônica é uma questão de fundamental interesse, não somente no que se refere ao ciclo do carbono, mas também como base para elaboração dos planos de manejo madeireiro.Manaus foi a área que apresentou indivíduos arbóreos com maiores idades donde se conclui que o tempo de residência do carbono nestas florestas seja maior que nas florestas sujeitas a estações seca mais prolongadas.A hipotese que indivíduos arbóreos da Amazônia podem alcançar idades superiores a 1000 anos, foi suportado pelo presente trabalho.Em todas as áreas de estudo foram encontrados indivíduos da classe de tamanho pequeno com idades superiores a 200 anos. Esta constatação pode alterar o enfoque dado até o momento aos planos de manejo florestal nos quais os pontos principais são as árvores de interesse econômico e o tempo que estas levam para atingir o diâmetro comercial.

Local Nome Vulgar Nome CientíficoDAP (cm)

Idade provável

Taxa de crescimento

(cm ano-1)Abiurana abiu Pouteria spp. 29.3 465 0.06Abiurana Abiu Pouteria spp. 38.5 535 0.07Amapá Brosimum parinarioides 100 600 0.17Angelim Parkia pendula 110 260 0.42Angelim Hymenolobium spp. 115 570 0.20Angelim Hymenolobium spp. 139 780 0.18Angelim Hymenolobium spp. 225 980 0.23Arura vermelho Iryanthera grandis 110 600 0.18Branquinha Rinorea racemosa 13.3 200 0.07Breu vermelho Crepidospermo gontiano 23.3 200 0.12Cardeiro Scleronema micranthum 28.6 340 0.08Castanha de galinha Couepia longipendula Pilger 44.0 470 0.09Cumaru Dipteryx odorata 120 1240 0.10Envira bobó Rollinia insignis 18.0 37 0.49Escorrega macaco Peltogyne paniculata 70.0 185 0.38Fava folha fina Pseudopiptadenia psilostachya 55.0 185 0.30Fava paca Parkia spp. 71.0 135 0.53Jarana Lecythis poiteaui 100 1000 0.10Loro Aritu Licaria guianensis Aublet 55.0 280 0.20Louro gamela Nectandra rubra 49.0 460 0.11Massaranduba Manilkara huberi 140 710 0.20Matamata amarelo Escheweilera odora 26.5 190 0.14Muirapiranga Eperua spp. 43.0 120 0.36Pau rainha Brosimum rubescens Taub. 22.5 190 0.12Piãozinho Micrandropsis scleroxilon 24.5 190 0.13Piquiá Caryocar villosum 130 260 0.50Piquiá Marfim Aspidosperma album (Vahl) R. Ben. 30.0 270 0.11Piquiarana Caryocar glabrum 118 350 0.34Ripeiro vermelho Corytophora alta Knuth 45.0 435 0.10Ripeiro vermelho Corytophora alta Knuth 58.0 445 0.13Tachi Sclerolobium spp. 97 270 0.36Tachi preto Tachigalia cf. mymercophyla 14.0 280 0.05Tatajuba Bagassa guianensis 112 510 0.22Tauarí Cariniana micrantha 140 790 0.18Tauarí Cariniana micrantha 142 720 0.20Tauarí Cariniana micrantha 150 580 0.26Tauarí Cariniana micrantha 150 590 0.25Tauarí Cariniana micrantha 180 685 0.26Tauarí Cariniana micrantha 180 1450 0.12Ucuúba Virola spp. 60.0 175 0.34Uxi Amarelo Endopleura uchi (Huber) Cuatr. 51.8 285 0.18Violeta Peltogyne catingae 82 350 0.23

Breu Tetragastris altissima 69.0 389 0.18

Faveira Parkia spp. 73.6 57 1.28

Jarana Lecythis spp. 25.5 60 0.43

Tatajuba Bagassa guianensis 36.4 64 0.57Abiu de Anta Pouteria sp. 23.3 300 0.08Andiroba Carapa guianensis Aubl. 17.0 920 0.02Andiroba Carapa guianensis Aubl. 37.5 270 0.14Angelim Hymenolobium spp. 96.1 439 0.22Balsamo Myroxylon balsamum Harms 71.1 542 0.13Beu vermelho Tetragastris altissima (Aubl) Swart 15.0 120 0.13Caribe Hirtella sp. 35.2 220 0.16Castanheira Bertholletia excelsa H. B. K. 45.2 840 0.05Castanheira Bertholletia excelsa H. B. K. 101.0 1075 0.09Castanheira Bertholletia excelsa H. B. K. 129.5 591 0.22Catuaba Rosa Qualea grandiflora 54.2 856 0.06Cerejeira Apidosperma macrocarpon Mart. 33.0 190 0.17Cumaru ferro Dipteryx odorata (Aldl.) Willd 89.9 444 0.20Embauba preta Pourouma spp. 47.8 40 1.20Envira fofa Guatteria sp. 35.3 41 0.86Jatoba Hymenaea courbaril L. 52.0 93 0.56Jatoba Hymenaea courbaril L. 64.0 190 0.34Loro Itaúba Ocotea neesiana 13.0 755 0.02Massaranduba Manilkara huberi 76.0 549 0.14Maparajuba Chysophyllum sp. 11.3 155 0.07maparajuba da folha miúda Pouteria sp. 48.7 315 0.15Pama Pseudolmedia murure Standl. 35.5 51 0.70Pereiro Apidosperma macrocarpon Mart. 79.0 525 0.15Sumauma Ceiba pentandra 102.5 189 0.54Taxi preto Sclerolobium sp. 23.3 19 1.23Taxi Vermelho Sclerolobium sp. 28.0 42 0.67Timbauba Enterolobium maximum 91.0 350 0.26Timbauba Enterolobium maximum 119.0 710 0.17Torem abacate Pourouma spp. 47.8 63 0.76Abiurana Pouteria torta 63.7 48 1.33Amarelão Apuleia moralis 87.0 190 0.46Amarelão Apuleia moralis 131.0 120 1.09andiroba Carapa guianensis Aubl. 55.0 185 0.30andiroba Carapa guianensis Aubl. 56.0 230 0.24andiroba Carapa guianensis Aubl. 84.0 335 0.25Breu Protium apiculatum 20.4 280 0.07Breu Protium apiculatum 42.0 47 0.89Cedro Cedrela odorata 83.0 195 0.43Cumaru Ferro Dipteryx odorata 95.0 480 0.20Fava amargosa Vatairea paraensis 90.0 43 2.09Freijó Cordia goeldiana 75.0 190 0.39Goiabão Pouteria bilocularis 86.0 450 0.19Gombeira Swartizia sp. 74.0 185 0.40Guariuba Clarisa racemosa 67.0 415 0.16Inga Vermelha Inga alba 25.6 40 0.64Ipé Tabebuia spp 72.0 640 0.11Ipé Tabebuia spp 109.0 650 0.17Jatoba Hymenaea courbaril L. 118.0 280 0.42Jatoba Hymenaea courbaril L. 131.0 275 0.48Loro vermelho Nectandra rubra 143.0 535 0.27Envira Preta Guatteria poeppigiana 27.1 70 0.39Massaranduba Manilkara huberi 40.4 190 0.21Massaranduba Manilkara huberi 68.0 435 0.16Massaranduba Manilkara huberi 123.0 335 0.37Muiracatiara Astronium lecontei 68.0 190 0.36Muiracatiara Astronium lecontei 75.0 195 0.38Muiracatiara Astronium lecontei 119.0 190 0.63Piquiá Caryocar villosum 113.0 645 0.18Quaruba Vochysia maxima 109.0 205 0.53Sucupira Diplotropix purpurea 61.0 205 0.30Tatajuba Bagassa guianensis 108.0 185 0.58Tatajuba Bagassa guianensis 130.0 450 0.29tauarí Couratari guianensis 30.6 132 0.23tauarí Couratari guianensis 77.0 190 0.41tauarí Couratari guianensis 120.0 185 0.65Taxi Sclerolobium spp. 50.0 57 0.88Taxi Vermelho Tachigalia alba 35.5 45 0.79

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