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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA SILVANE LUNKES RUCKHABER UTILIZAÇÃO DE INSTRUMENTO DE SOPRO COMO COMPLEMENTO TERAPÊUTICO PARA PACIENTES PNEUMOPATAS CRÔNICOS Tubarão 2007

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

SILVANE LUNKES RUCKHABER

UTILIZAÇÃO DE INSTRUMENTO DE SOPRO COMO COMPLEMENTO

TERAPÊUTICO PARA PACIENTES PNEUMOPATAS CRÔNICOS

Tubarão

2007

2

SILVANE LUNKES RUCKHABER

UTILIZAÇÃO DE INSTRUMENTO DE SOPRO COMO COMPLEMENTO

TERAPÊUTICO PARA PACIENTES PNEUMOPATAS CRÔNICOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito a obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Orientador: Prof. Esp. Kelser de Souza Kock

Tubarão

2007

3

Dedico este trabalho a todos os meus familiares, em

especial aos meus pais por todo amor, dedicação e

esforço e por seus ensinamentos e valores morais

que contribuíram na base da minha educação; a

minha irmã pelo apoio; e por fim ao meu namorado

Eduardo que sempre me incentivou e motivou

durante o decorrer dente projeto. Sei que esta vitória

não se deu somente pela minha capacidade, mas

porque ao meu lado caminhavam pessoas que

acreditavam em meu sonho e sucesso.

4

AGRADECIMENTOS

Chegada à reta final gostaria de agradecer as pessoas que estiveram comigo

durante essa jornada, e que me ajudaram na realização e conclusão desta pesquisa.

Primeiramente agradeço a Deus que me deu força e coragem nas horas mais

difíceis, caminhando sempre ao meu lado, permitindo que este trabalho fosse concluído.

Aos meus pais Valmir e Inês, pela paciência, força, preocupação e confiança

depositadas em mim e por não medirem esforços para que eu pudesse cursar esta faculdade.

Ao meu amado namorado Eduardo, que suportou minhas ausências e me deu

força, carinho e muito amor durante todo o tempo.

A minha irmã Cristiane, que me apoiou e me suportou nas horas de raiva e de

estresse, me dando força e abrindo meus olhos para novos caminhos.

Ao meu orientador e amigo Kelser Kock por sua competência, dedicação e apoio,

dando-me força e aprendizado para a realização desta pesquisa. E aos outros professores do

Curso, que também tiveram presença indispensável para realização desse sonho.

Aos meus amigos de faculdade, pela amizade, apoio e força.

Aos membros da banca, que concordaram em avaliar este trabalho.

Contudo, meus agradecimentos finais a todas as pessoas, que passaram pela minha

vida nesses quatro anos, agüentando-me nos momentos mais críticos e, principalmente, nos

momentos de muitas alegrias. Ficaram sempre guardados na memória.

Agradeço ainda a todos aqueles que aqui não foram citados, mas que de uma

forma ou outra contribuíram para a conclusão de mais essa etapa!

Muito obrigada!

5

RESUMO

As doenças pulmonares crônicas podem apresentar caráter restritivo, obstrutivo ou misto (combinação de ambos). O padrão restritivo apresenta a expansão pulmonar limitada, resultado da diminuição dos volumes pulmonares e da diminuição da força que comanda o fluxo aéreo expiratório. Já os distúrbios obstrutivos são processos que envolvem obstrução brônquica e são caracterizados pela redução do fluxo expiratório onde o pulmão fica com uma quantidade excessiva de ar alçaponado. A fisioterapia respiratória é uma especialidade com ampla atuação no tratamento de doenças respiratórias agudas ou crônicas. Especificadamente com relação a doenças crônicas (obstrutivas e restritivas) utilizam-se técnicas como o PEEP (pressão expiratória positiva) que consiste na aplicação de uma resistência à fase expiratória, aumentando o volume alveolar e a capacidade residual funcional do paciente. O trompete, assim como esta técnica, é um instrumento de sopro que impõe uma resistência à fase expiratória o que teoricamente causaria o mesmo efeito do PEEP. Alem disto, o fazer música, tocar um instrumento de sopro e ler partitura, desenvolve o cognitivo facilitando a resolução de problemas e o pensamento rápido. Ainda a musica tem influência sobre as emoções, pois cria um nível de coerência entre a atividade elétrica de áreas diferentes no cérebro, causando diferentes sensações. Objetivos: analisar os efeitos, na função pulmonar e na qualidade de vida, da utilização de instrumento de sopro (trompete) como alternativa de tratamento para pacientes pneumopatas crônicos. Materiais e Métodos: 6 sujeitos preencheram os critérios de inclusão da amostra, sendo 3 para o grupo controle e 3 para o grupo experimental. No estudo foram utilizados espirômetro (MUltispiro sensor, software SX 252) para avaliar função pulmonar e o questionário (CRQ) para avaliar qualidade de vida. O estudo foi realizado na Clinica Escola de Fisioterapia da UNISUL. Em seguida o GE foi submetido a aulas de trompete, num total de 30 atendimentos, onde foi enfatizado o aprendizado de partituras, tocar o instrumento de sopro e treino respiratório. Resultados: na comparação entre grupos e no pré e pós aprendizado de trompete não foram encontradas diferenças importantes na função pulmonar. Na qualidade de vida ocorreu uma melhora geral nos dois grupos. Conclusão: o uso de trompete como complemento do tratamento fisioterapêutico demonstrou manutenção da função pulmonar e melhora na qualidade de vida, embora esse resultado também possa ser visto no grupo controle. Palavra-clave: Trompete, Função Pulmonar, Qualidade de vida, Fisioterapia.

6

ABSTRACT

The chronic pulmonary illnesses can present restrictive, obstructive or mixing character (combination of both). The restrictive standard presents the limited pulmonary expansion, resulted of the reduction of the pulmonary volumes and the reduction of the force that commands aerial the expiratory flow. Already the obstructives riots are processes that involve bronquial blockage and are characterized by the reduction of the expiratory flow where the lung is with an extreme amount of air trapping. The chest physiotherapy is a specialty with ample performance in the treatment of acute or chronic respiratory illnesses. Specifically with regard to chronic illnesses (obstructives and restrictives) techniques are used as the PEEP (positive end expiratory pressure) that consists of the application of a resistance to the expiratory phase, increasing the alveolar volume and the functional residual capacity of the patient. Trumpet, as well as this technique, is a blow instrument that a resistance to the expiratory phase imposes what theoretically it would cause the same effect of the PEEP. Besides, making music, playing a blow instrument and to read partition, develops the cognitive facilitating the resolution of problems and the fast thought. Still the music has influences on the emotions, therefore it creates a coherence level enters the electric activity of different areas in the brain, causing different sensations. Objectives: to analyze the effect, in the pulmonary function and the quality of life, of the use of wind instrument (trumpet) as alternative of treatment for patient chronic respiratory disease. Materials and Methods: 6 citizens had filled the criteria of inclusion of the sample, being 3 for the group have controlled and 3 for the experimental group. In the study it had been used spirometer (Multispiro sensory, software SX 252) to evaluate pulmonary function and the questionnaire (CRQ) to evaluate quality of life. The study was carried in the School Clinic of Phyisiotherapy of the UNISUL. After that, GE was submitted the lessons of trumpet, in a total of 30 sessions, where the learning of partitions was emphasized, to play the instrument of respiratory blow and trainings. Results: in the comparison between groups, before and after trumpet learning, were not found important differences in the pulmonary function. In the quality of life a general improvement in the two groups occurred. Conclusion: the use of trumpet as complement of the physioterapic treatment demonstrated maintenance of the pulmonary function and improves in the quality of life, even so this result also can be seen in the group has controlled.

Key Words: Trumpet, Lung Function, Physiotherapy, Quality of life.

7

LINSTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Espirômetro.............................................................................................................30

Figura 2 - Trompete.................................................................................................................31

Figura 4 - Notas longas............................................................................................................33

Figura 4 - Notas musicais da primeira oitava ..........................................................................45

8

LISTA DE GRÀFICOS

Gráfico 1 - Demonstração dos valores percentuais previstos na avaliação e reavaliação

espirométrica ......................................................................................................35

Gráfico 2 - Média dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e reavaliação ...................36

Gráfico 3 - Demonstração dos valores percentuais previstos na avaliação e reavaliação

espirométrica ......................................................................................................37

Gráfico 4 - Média dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e reavaliação .................37

Gráfico 5 - Demonstração dos valores percentuais previstos na avaliação e reavaliação

espirométrica ......................................................................................................39

Gráfico 6 - Média dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e reavaliação ..................41

Gráfico 7 - Demonstração da média dos valores percentuais previstos na avaliação e

reavaliação espirométrica no Grupo Experimental ............................................42

Gráfico 8 - Demonstração da média dos valores percentuais previstos na avaliação e

reavaliação espirométrica no Grupo Controle ....................................................42

Gráfico 9 - Média dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e reavaliação nos Grupos

Controle e Experimental.....................................................................................43

9

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Descrição dos valores absolutos em litros e em percentuais previstos na

avaliação e reavaliação espirométrica ................................................................34

Quadro 2 - Média e desvio padrão dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e

reavaliação ..........................................................................................................35

Quadro 3 - Descrição dos valores absolutos em litros e em percentuais previstos na

avaliação e reavaliação espirométrica ................................................................36

Quadro 4 - Média e desvio padrão dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e

reavaliação ..........................................................................................................37

Quadro 5 - Descrição dos valores absolutos em litros e em percentuais previstos na

avaliação e reavaliação espirométrica ................................................................38

Quadro 6 - Média e desvio padrão dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e

reavaliação ..........................................................................................................39

Quadro 7 - Descrição da média e desvio padrão dos valores absolutos em litros e em

percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica no Grupo

Experimental.......................................................................................................40

Quadro 8 - Descrição da média e desvio padrão dos valores absolutos em litros e em

percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica no Grupo

Controle ..............................................................................................................41

Quadro 9 - Média e desvio padrão dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e

reavaliação nos Grupos Controle e Experimental ..............................................42

10

LISTA DE ABREVIATURAS

ATS – American Toracic Society

AVD’s – atividades de vida diárias

BD – broncodilatador

CPT – capacidade pulmonar total

CRQ – questionário de qualidade de vida

CRF – capacidade residual forçada

CV – capacidade vital

CVF – capacidade vital forçada

CVL – capacidade vital lenta

DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

DVM – distúrbio ventilatório misto

EUA – Estado Unidos da América

FEF25-75 – fluxo médio expiratório forçado 25% a 75% da capacidade vital forçada

GC – grupo controle

GE – grupo experimental

PEEP – pressão positiva expiratória

PFE – pico de fluxo expiratório

QV – qualidade de vida

SBPT – Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

SC – Santa Catarina

TCLE – Termo de consentimento livre e esclarecido

UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina

VC – volume corrente

VEF1 – volume expiratório forçado no primeiro segundo

VEF1/CVF – relação volume expiratório no primeiro segundo e capacidade vital forçada

VR – volume residual

VRE – volume residual expirado

VRI – volume residual inspirado

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................13

2 CONSIDERAÇÕES SOBRE DOENÇAS PULMONARES CRÔNICAS,

FISIOTERAPIA RESPIRATORIA, INSTRUMENTO DE SOPRO E QUALIDADE

E VIDA ...................................................................................................................................16

2.1 DOENÇAS PULMONARES CRÔNICAS.......................................................................17

2.1.1 Doença pulmonar crônica restritiva ...........................................................................17

2.1.2 Doença pulmonar crônica obstrutiva .........................................................................18

2.1.2 Doença pulmonar crônica mista ou combinada ........................................................20

2.2 FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA E REABILITAÇÃO PULMONAR .........................21

2.3 ESPIROMETRIA ..............................................................................................................22

2.4 INSTRUMENTO DE SOPRO ..........................................................................................23

2.5 MUSICOTERAPIA...........................................................................................................25

2.6 QUALIDADE DE VIDA ..................................................................................................26

3 MATERIAL E MÉTODOS ...............................................................................................28

3.1 TIPO DE PESQUISA........................................................................................................28

3.1.1 Quanto à abordagem ....................................................................................................28

3.1.2 Quanto ao objetivo .......................................................................................................28

3.1.3 Quanto ao procedimento técnico utilizado na coleta de dados.................................28

3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA ..............................................................................................29

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA COLETA DE DADOS.......................................29

3.3.1 Questionário de qualidade de vida (CRQ) .................................................................29

3.3.2 Espirômetro...................................................................................................................30

3.3.3 Trompete .......................................................................................................................30

3.3.4 Método de ensino ..........................................................................................................32

3.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS................................................................32

3.5 PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.................34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................35

4.1 DESCRIÇÃO DO GRUPO

12

EXPERIMENTAL ..................................................................................................................35

4.2 DESCRIÇAO DO GRUPO CONTROLE.........................................................................41

4.3 COMPARAÇÃO ENTRE GRUPO CONTROLE E EXPERIMENTAL .........................41

4.3.1 Avaliação Espirométrica ..............................................................................................41

4.3.2 Avaliação da Qualidade de vida ..................................................................................43

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................52

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................54

APÊNDICES .........................................................................................................................58

APÊNCICE A – Termo de esclarecimento e de consentimento livre .....................................59

APÊNCICE B – Músicas: “Pastorzinho”e “Hino à Alegria” ..................................................61

ANEXOS ...............................................................................................................................64

ANEXO A – Questionário de qualidade de vida.....................................................................65

ANEXO B – Cartões-resposta.................................................................................................75

ANEXO C – Folha resposta ....................................................................................................77

ANEXO D – Método elementar para pistão, trombone e bombardino ...................................79

13

INDRODUÇÃO

As doenças respiratórias constituem importante causa de adoecimento e morte em

adultos e crianças no mundo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS apud

TOYOSHIMA, 2005) estas doenças representam cerca de 8% do total de mortes em países

desenvolvidos e 5% em países em desenvolvimento. No caso do Brasil, as doenças crônicas,

incluindo a doença pulmonar obstrutiva crônica, ocupam agora as posições principais de

morbidade e de mortalidade no país. De acordo com as fontes do governo, um quarto de todas

as hospitalizações para problemas respiratórios nos adultos é devido à doença pulmonar

crônica.

Os transtornos pulmonares crônicos podem ser divididos em restritivos,

obstrutivos e mistos. Os transtornos restritivos incluem processos que podem afetar a caixa

torácica, o espaço pleural e o parênquima pulmonar. Com relação à fisiopatologia, o padrão

restritivo apresenta a expansão pulmonar limitada, resultado da diminuição dos volumes

pulmonares e da diminuição da força que comanda o fluxo aéreo expiratório.

Já os transtornos obstrutivos, segundo Azeredo (2000, p.191), são processos que

envolvem obstrução brônquica e são comumente ocasionados pelo aumento da produção e

retenção das secreções no trato respiratório. Caracteriza-se ainda pela redução do fluxo

expiratório onde o pulmão fica com uma quantidade excessiva de ar alçaponado, o que leva e

um aumento de pressão nos espaços aéreos seguidos de dilatação e ruptura de suas paredes.

Os Distúrbios Ventilatórios Combinados (DVC) podem se dever a doença única

ou a combinação de doenças (obstrutiva + restritiva).

A reabilitação pulmonar para pacientes portadores de doença pulmonar crônica,

tem ganhado grande aceitação nos serviços de pneumologia. Os programas de reabilitação

pulmonar são compostos de várias intervenções, incluindo tratamento medicamentoso,

nutricional, fisioterapêutico e o educacional. Este último vem ganhando grande importância,

pois incentiva o paciente no seu próprio processo de reabilitação, levando-o a um

conhecimento das alterações físicas e fisiológicas que decorrem da doença.

A fisioterapia respiratória é uma especialidade com ampla atuação no tratamento e

prevenção de doenças respiratórias agudas ou crônicas. O tratamento abrange várias

intervenções, dentre elas as técnicas de higiene brônquica e de reexpansão pulmonar. Mais

especificamente com relação a doenças crônicas (obstrutivas e restritivas) utilizam-se técnicas

como o PEEP (pressão expiratória positiva) que consiste na aplicação de uma resistência à

fase expiratória e o EPAP (pressão positiva expiratória nas vias respiratórias) é uma técnica

14

de reexpansão pulmonar que consiste em manter um volume extra ao volume expiratório de

repouso.

O instrumento de sobro contem uma abordagem lúdica, com a intenção de prender

a atenção do paciente, e ao mesmo tempo estimulá-lo a realizar o tratamento, que muitas

vezes pode se tornar cansativo e monótono. Alem disso, ao se tocar um instrumento de sopro

como o trompete, impõe-se uma resistência à fase expiratória, o que vai ao encontro do

objetivo de algumas manobras fisioterapêutica (PEEP e EPAP).

A musicoterapia segundo Ruud (apud TOLEDO, 2005, p. 62) é um processo

sistemático que emprega a música (tanto no ouvir, quanto no fazer) como um instrumento

capaz de desenvolver um canal de comunicação entre o mundo interno e externo do paciente.

Sendo que o objetivo final é aprimorar o autoconhecimento do paciente, proporcionando-lhe

uma melhor qualidade de vida.

Sabe-se que a qualidade de vida envolve função física, bem-estar emocional,

função social, além de satisfação com a vida e auto percepção de saúde. E em portadores de

doença respiratória crônica, a melhoria da qualidade de vida tem se tornado um fator

importante a ser avaliado, dando mais efetividade ao programa de reabilitação pulmonar. A

utilização de instrumentos ou questionários de avaliação da qualidade de vida tem sido

reconhecida como uma significativa área do conhecimento científico no campo da saúde.

Este é um tema interessante, pois a maioria das referências sobre música é voltada

para o lado auditivo, apenas psicológico, e não prático como a abordagem deste projeto,

voltado para efeito físico (pulmonar) e qualidade de vida. Deve-se destacar também o seu

valor social, pois é comum, hoje em dia, as escolas (tanto particulares como públicas)

disponibilizarem aos alunos aulas de instrumentos de sopro. Sendo que as crianças e

adolescentes muitas vezes são impedidas pelos pais de ingressarem neste mundo da música

devido a problemas respiratórios. Este trabalho seria então um meio de verificar o equívoco

desse ponto de vista, incentivando a inclusão social destas crianças e adolescentes.

Considerado o pressuposto, seis pacientes, atendidos na Clinica Escola de

Fisioterapia - UNISUL/Tubarão, foram submetidos a avaliar os efeitos da utilização de

instrumento de sopro (trompete) na função pulmonar, através na Espirometria; e na qualidade

de vida, através do CRQ.

O trompete é um instrumento de sopro, que impõe uma resistência à fase

expiratória, aumentando o tempo expiratório e causando melhora nas trocas gasosas e

aumento da capacidade residual funcional. No intuito de verificar se o trompete pode

beneficiar os pacientes com Doença Pulmonar Crônica, elaborou-se a seguinte situação

15

problema: O instrumento de sopro - trompete é capaz de produzir efeitos benéficos

significativos na função pulmonar e na qualidade de vida em individuas portadores de Doença

Pulmonar Crônica?

Com isso, o presente estudo tem como objetivo geral, analisar os efeitos da

utilização de instrumento de sopro (trompete) como complemento terapêutico para pacientes

pneumopatas crônicos. Já os objetivos específicos são: avaliar os efeitos, imediatos e á médio

prazo, na função pulmonar (Capacidade vital forçada, Volume expiratório forçado no

primeiro segundo, Índice de Tiffeneau, Pico de fluxo expiratório, Fluxo expiratório forçado

médio) e comparar a qualidade de vida pré e pós aprendizado de instrumento de sopro em

pneumopatas crônicos.

Esta pesquisa em seu sentido estrutural divide-se em cinco capítulos. No primeiro

capítulo há uma breve introdução sobre o trabalho com o intuito de fundamentar as variáveis

envolvidas no problema desse estudo e para facilitar a compreensão do assunto, o segundo

contém uma revisão bibliográfica abordando os principais assuntos do trabalho, falando sobre

doenças pulmonares crônicas, função pulmonar, instrumento de sopro (trompete), avaliação

funcional pulmonar, e finalizando com qualidade de vida. O terceiro capítulo tem como

principal objetivo apresentar a metodologia do trabalho adotado para realização do estudo,

onde são apresentadas a classificação da pesquisa e os procedimentos utilizados. No quarto

capítulo foram analisados e discutidos os dados, apresentados em forma de gráficos e tabelas.

E por fim, o quinto capítulo exibi as considerações finais desta pesquisa.

16

2 CONSIDERAÇÕES SOBRE, DOENÇAS PULMONARES CRONICAS,

FISIOTERAPIA RESPIRATORIA, INSTRUMENTO DE SOPRO E QUALIDADE E

VIDA

O sistema respiratório do ser humano pode ser definido com um sistema de vias

aéreas (superiores e inferiores), unido a um par de pulmões, os quais são revestidos pela

pleura pulmonar e estão contidos na caixa torácica. A respiração é uma das funções essenciais

do organismo. Este processo natural consiste em fornecer oxigênio ao sangue, oxigênio esse

que será levado a todas as células. E este se da em decorrência de uma diferença entre

pressões (pressão intrapulmonar mais negativa ou menos positiva que a pressão atmosférica)

(COSTA, 1999).

A ventilação pulmonar é medida pela quantidade de ar que entra e sai dos

pulmões num minuto e consiste em apenas uma das três condições básicas da respiração

(ventilação, perfusão, e difusão). Ao final de uma inspiração máxima, a quantidade de ar nos

pulmões denomina-se capacidade pulmonar total (CPT). Esta compreende algumas divisões e

subdivisões. A capacidade vital (CV) é a quantidade máxima de ar que pode ser expirada a

partir da CPT. A capacidade residual funcional (CRF) é a quantidade de ar nos pulmões ao

final de uma expiração normal. Esta é a posição mecanicamente neutra do aparelho

respiratório, correspondendo ao volume torácico durante o completo relaxamento muscular.

Este nível de repouso expiratório apresenta razoável constância, pois é neste volume que a

retração elástica dos pulmões, agindo no sentido expiratório, é antagonizada pela força

elástica da caixa torácica que atua no sentido inspiratório. A CRF possui dois componentes: o

volume de reserva expiratório (VRE), volume máximo de ar que não pode ser eliminado a

partir da CRF; e o volume residual (VR), quantidade de ar que não pode ser eliminada dos

pulmões ao final de uma expiração máxima. A quantidade de ar que pode ser inspirada ao

máximo a partir da CRF denomina-se capacidade inspiratória. (COSTA, 2002).

“A função pulmonar, sob o ponto de vista mecânico, é conseqüência dos

movimentos da caixa torácica, que por sua vez depende da inter-relação entre as forças

elásticas do conjunto pulmão-caixa torácica e as forças musculares.” (SILVA, 2000, p. 1). A

inspiração ocorre por ação da musculatura inspiratória já a expiração é um movimento

passivo, pela retração elástica do pulmão.

De acordo com Silva (2000, p. 3), ao final de uma inspiração máxima, a

quantidade de ar contida nos pulmões denomina-se capacidade pulmonar total (CPT). A

capacidade vital (CV) é a quantidade de máxima de ar que pode ser expirada a partir da CPT.

17

A capacidade residual funcional (CRF) é a quantidade de ar não pulmões ao final de uma

expiração normal.

O transporte de oxigênio e do gás carbônico entre atmosfera e sangue depende da

integridade das diferentes estruturas anatômicas envolvidas e do seu adequado desempenho

funcional. Devendo ser cumpridas três funções: ventilação, difusão e perfusão (SILVA, 2000,

p. 1).

2.1 DOENÇAS PULMONARES CRÔNICAS

Os transtornos pulmonares crônicos podem ser divididos funcionalmente em

transtornos restritivos, obstrutivos e mistos ou combinados (PEREIRA, 2002, p. 50).

2.1.1 Doenças pulmonares restritivas

Segundo Rodrigues (2003, p. 5), os transtornos pulmonares restritivos incluem

uma variedade de processos que podem afetar o aparelho neuromuscular respiratório, a caixa

torácica, o espaço pleural e o parênquima pulmonar.

De acordo com Silva (2000, p. 27) as doenças restritivas caracterizam-se por:

aumento da retração elástica do parênquima pulmonar, redução da resistência das vias aéreas,

aumento da relação VEF1/CVF.

Do ponto de vista fisiopatológico, a marca registrada do padrão restritivo é a expansão pulmonar limitada, resultado da diminuição dos volumes pulmonares (volume residual, capacidade pulmonar total e capacidade residual funcional) e da diminuição da força que comanda o fluxo aéreo expiratório, estando preservadas as vias aéreas e sua resistência. (RODRIGUES, 2003, p. 5).

Ainda de acordo com Rodrigues (2003, p. 6), ocorre diminuição da elasticidade

pulmonar, dificultando a insuflação. As vias aéreas geralmente permanecem funcionando

adequadamente, preservando os índices de fluxos.

Existem duas síndromes distintas na doença pulmonar restritiva. A insuficiência

ventilatória, que se origina de algumas doenças como: doenças intersticiais pulmonares e

problemas neuromusculares. Sendo essas doenças caracterizadas por hiperventilação até o

estagio terminal por insuficiência ventilatória e cardíaca. O outro tipo que há hipoventilação

desde o inicio, inclui obesidade e mixedema (RODRIGUES, 2003, p. 6). Ainda há os casos de

18

fibrose pulmonar, deformidades torácicas como a escoliose e o pectus excavatum e doenças

restritivas extrapulmonares, que inclui: pneumotórax, derrame pleural, espessamento pleural,

dentre outras (SILVA, 2000, p. 113).

No caso de doenças intersticiais pulmonares, a redução dos volumes pulmonares se dá em decorrência da diminuição da complacência pulmonar, devido ao espessamento das paredes alveolares como conseqüência de inflamação e fibrose. Alem disso, o volume do espaço aéreo está diminuído por causa das células inflamatórias e da exsudação. (RODRIGUES, 2003, p. 6).

Segundo Silva (2000, p. 115), os distúrbios neuromusculares podem influir na

função respiratória em vários sítios. As conseqüências mais freqüentes são desordem do

comando central e fraqueza ou disfunção dos músculos respiratórios. Estes distúrbios podem

causar diminuição da Capacidade Vital e dos picos de fluxo expiratórios, sendo que os fluxos

aéreos costumam ser preservados.

A obesidade de acordo com Silva (2000, p. 118), costuma alterar a capacidade

residual funcional e o volume residual expiratório. A eventual redução dos fluxos aéreos é

conseqüência da diminuição da capacidade vital forçada. As anormalidades mecânicas, na

obesidade, levam a um aumento pouco significativo do trabalho respiratório, mas o consumo

de O2 é relativamente alto pela ineficácia dos músculos respiratórios devido à adiposidade da

caixa torácica.

Mixedema é um derrame que ocorre ocasionalmente como complicação de

hipotireoidismo grave e geralmente esta associado a derrame pericárdico, tendo o liquido

particularidades típicas de transudato que reverte conforme normaliza a situação do paciente

(TARANTINO, 1997, p. 935).

A fibrose pulmonar segundo Tarantino (1997, p. 764) é caracterizada por uma

alveolite neutrofílica, associada à fibrose progressiva das unidades alveolocapilares.

Caracteristicamente é detectada em indivíduos de meia idade, que apresentam dispnéia aos

esforços e tosse improdutiva, freqüentemente após um infecção respiratória viral. À avaliação

espirométrica, constata-se insuficiência respiratória restritiva e diminuição da capacidade de

difusão.

2.1.2 Doenças pulmonares obstrutivas

19

Os transtornos obstrutivos, segundo Azeredo (2000, p. 191), são processos que

envolvem obstrução brônquica e são comumente ocasionados pelo aumento da produção e

retenção das secreções no trato respiratório. Caracteriza-se ainda pela redução do fluxo

expiratório onde o pulmão fica com uma quantidade excessiva de ar alçaponado. E Tarantino

(1997, p. 524), afirma que esse ar que fica aprisionado no interior dos alvéolos traz como

conseqüência o aumento de pressão nos espaços aéreos seguidos de dilatação e ruptura de

suas paredes. Esse aumento de pressão, que se agrava com a expiração, vai se exercer de

maneira prejudicial sobre os alvéolos e bronquíolos vizinhos.

As doenças obstrutivas caracterizam-se por: redução da retração elástica do

parênquima pulmonar, aumento da resistência das vias aéreas, redução da relação VEF1/CVF

(SILVA, 2000, p. 27).

De acordo com Silva (1997, p. 315), as doenças obstrutivas crônicas englobam

uma serie de entidades, que embora diferentes quanto à causa e à anatomia patológica,

manifestam em comum a disfunção caracterizada pela limitação ou obstrução ao fluxo aéreo.

Dentre as patologias dessa classe se encontram: bronquite crônica, enfisema pulmonar, asma

brônquica, bronquiectasias, fibrose cística. Sendo a bronquite crônica e o enfisema pulmonar

integrantes do grupo de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica).

Podemos definir DPOC como um estado de doença caracterizado por limitação ao fluxo aéreo, que não é totalmente reversível, habitualmente progressiva que associada com resposta inflamatória inadequada dos pulmões perante partículas de gases nocivos. (RODRIGUES, 2003, p. 8).

Segundo Zanchet, Viegas e Lima (2005, p. 119), os pacientes portadores de

DPOC apresentam alteração da função pulmonar e dispnéia. Fator que leva à intolerância ao

exercício e à piora progressiva do condicionamento físico, chegando a limitar as atividades da

vida diária. Isto pode causar isolamento social, ansiedade, depressão e dependência. A

incapacidade física, perda de produtividade e piora da qualidade de vida agravam-se

substancialmente com a progressão da DPOC.

A bronquite crônica é a condição caracterizada clinicamente pela presença de

tosse e expectoração por três meses seguidos, durante dois anos consecutivos ou mais. A

obstrução brônquica ocorre principalmente em vias aéreas periféricas, devendo-se à:

espessamento da parede bronquiolar, edema da mucosa, muco excessivo, destruição e

obliteração bronquiolar (SILVA, 1997, p. 312)

20

O enfisema pulmonar “é a condição caracterizada estruturalmente pela dilatação

dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, com destruição das paredes alveolares.”

(SILVA, 1997, p. 317). A obstrução brônquica no enfisema, não se deve a lesão brônquica em

si, mas, sim, à diminuição da retração elástica. Esta, por sua vez, é o resultado da destruição

das paredes alveolares e suas conseqüências: perda do tecido elástico, diminuição da tensão

superficial e resistência adicional da ventilação colateral.

A asma brônquica “é a doença crônica caracterizada pela hiper-responsividade

traqueobrônquica a estímulos diversos, resultando em estreitamento difuso das vias aéreas”

(TARANTINO, 1997, p. 563). Segundo Silva (1997, p. 320), a broncoconstrição que inclui

broncoespasmo, edema da mucosa, retenção de secreções e infiltração inflamatória, resulta

em aumento da resistência das vias aéreas. Estas alterações levam a um prolongamento do

tempo expiratório, capacidade vital forçada baixa, diminuição do fluxo expiratório e

hiperinsuflação. O grau de obstrução varia muito e costuma ser reversível, espontaneamente

ou como resultado de tratamento, em curtos períodos de tempo.

As bronquiectasias se caracterizam pelo caráter crônico, permanente, das

dilatações dos brônquios, cujas paredes tem a anatomia subvertida, com perda progressiva de

cartilagem e músculo. Segundo o modo de formação das bronquiectasias existem três

mecanismos – aumento da tração peribrônquica, aumento da pressão endobrônquica e

diminuição da resistência da parede do brônquio – porem não se tem, ainda hoje, o

conhecimento completo da patogenia. Com maior freqüência as bronquiectasia se localizam

nos lobos inferiores, unilateralmente em cerca de dois terços dos casos (TARANTINO, 1997,

p. 610).

Segundo Tarantino (1997, p. 589), a fibrose cística é uma doença sistêmica,

hereditária, de padrão autossômico recessivo, que se manifesta usualmente na infância, sendo

mais comum na raça branca. É caracterizada pela produção excessiva de secreção mucosa

pelas glândulas hipertrofiadas e o defeituoso mecanismo de transporte do muco que acabam

obliterando as vias respiratórias, especialmente os segmentos menos calibrosos, propiciando

infecções e o estabelecimento de dilatações brônquicas.

2.1.3 Doenças pulmonares mistas ou combinadas

Se a Capacidade Pulmonar Total (CPT) for medida na espirometria, distúrbio

misto estará caracterizado se a mesma se encontra abaixo do nível esperado para a obstrução,

e não abaixo do limite inferior de referência, já que as doenças obstrutivas elevam a CPT. Os

21

Distúrbios Ventilatórios Combinados (DVC) podem se dever a doença única ou a combinação

de doenças. No primeiro caso, situam-se doenças granulomatosas como a sarcoidose,

tuberculose, PCM e granuloma eosinofílico, e outras como bronquiectasias, ICC e

linfangioleiomiomatose. Na combinação de doenças destaca-se em nosso meio a associação

de tuberculose residual com DPOC. Outras combinações comuns envolvem seqüelas pleurais

com asma e/ou DPOC (PEREIRA, 2002, p. 52).

2.2 FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA E REABILITAÇÃO PULMONAR

A fisioterapia respiratória é uma especialidade com ampla atuação no tratamento

e prevenção de doenças respiratórias agudas ou crônicas. Segundo Tarantino (1997, p. 631),

seus principais objetivos incluem: facilitar a depuração mucociliar e por conseguinte aumentar

o volume de secreções expectoradas, melhorando a função das vias respiratórias. O

tratamento abrange varias técnicas e procedimentos terapêuticos próprios, dentre eles as de

reabilitação pulmonar.

A definição de reabilitação pulmonar é dada como: “um serviço multidimensional

contínuo, direcionado para pessoas com doenças pulmonares e seus familiares, com o objetivo

de proporcionar ao paciente sua máxima independência e funcionalidade na comunidade.”

(NIH apud RODRIGUES, 2003, p. 2).

Segundo Rodrigues (2003, p. 55), os objetivos da reabilitação pulmonar são:

redução dos sintomas, redução da perda da função causada pela doença pulmonar e

otimização das atividades físicas e sociais, traduzidas em melhora da qualidade de vida.

De acordo com Tarantino (1997, p. 627) os objetivos da reabilitação pulmonar

compreendem: redução da obstrução das vias aéreas, dessensibilizar o paciente do pânico da

dispnéia, melhorar a condição nutricional e induzir o exercício físico à vida dos pacientes,

ensinando técnicas e estratégias de conservação de energia. Portanto, busca-se

fundamentalmente uma melhora na qualidade de vida para o paciente.

Ao programas de reabilitação pulmonar são compostos de varias intervenções,

incluindo tratamento medicamentoso e o componente educacional. Segundo Rodrigues (2003,

p. 85), o tratamento medicamentoso compõe somente parte do suporte assistencial na reversão

da sintomatologia. A educação também vem ganhando grande importância, pois incentiva o

paciente no seu próprio processo de reabilitação, levando-o a um conhecimento das alterações

físicas e fisiológicas que ocorrem em decorrência da doença. Isoladamente a educação não é

suficiente para melhorar a função pulmonar do paciente. Entretanto, é possível que essa

22

modalidade diminua a sensação de percepção da dispnéia e a ansiedade, o que provavelmente,

contribua pra melhorar a qualidade de vida destes pacientes.

Dentre as intervenções disponíveis no programa de reabilitação pulmonar estão as

técnicas de higiene brônquica e de reexpansão pulmonar. Mais especificadamente com

relação a doenças crônicas (obstrutivas e restritivas) utilizam-se técnicas como o PEEP

(pressão expiratória positiva) que consiste na aplicação de uma resistência à fase expiratória,

com o propósito de manter uma pressão positiva na via aérea em toda a duração da fase

expiratória melhorando a oxigenação em situações onde a dificuldades nas trocas gasosas,

aumentando o volume alveolar e a capacidade residual funcional do paciente (AZEREDO,

2000, p.115). Outra técnica apresentada por Azeredo (2000, p. 171), é o EPAP (pressão

positiva expiratória nas vias respiratórias) é uma técnica de reexpansão pulmonar que consiste

em manter um volume extra ao volume expiratório de repouso, provocando, portanto, uma

pressão positiva alveolar que irá impedir o colabamento de alvéolos, melhorar as trocas

gasosas, melhorar da complacência pulmonar, aumentar a capacidade residual funcional, alem

de promover o recrutamento alveolar.

Programas bem direcionados de RP resultam em melhora na habilidade de

realização das atividades de vida diária, na capacidade de realizar exercícios, na qualidade de

vida, na redução dos sintomas respiratórios, da ansiedade e da depressão dos pacientes

portadores de doenças pulmonares crônicas. Está bem documentado na literatura que a RP

promove melhora na capacidade funcional de exercício, na qualidade de vida, reduz a

dispnéia (ZANCHET, VIEGAS, LIMA, 2005, p. 120).

2.3 ESPIROMETRIA

Na avaliação da função pulmonar um dos principais testes é a espirometria que,

segundo Costa (1999, p.35), é uma técnica que mensura a entrada e saída de ar nos pulmões.

Como o ar, por si só, apresenta certa dificuldade de ser medido volumetricamente, a

espirometria utiliza-se de registros gráficos do ar. Suas principais funções são de avaliar a

função pulmonar do paciente, detectar precocemente as disfunções pulmonares obstrutivas,

confirmar ou detectar as disfunções restritivas, diferenciar uma doença obstrutiva funcional de

uma outra obstrutiva orgânica e parametrizar recursos terapêuticos por meio de testes pré e

pós-intervenção terapêutica. Na espirometria são avaliados vários parâmetros, dentre eles:

Capacidade vital forçada (CVF): é o volume de ar que pode ser expirado, tão rápida e

completamente quanto possível, após uma inspiração máxima (COSTA, 1999, p. 38).

23

Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1): é o volume máximo que um

individuo consegue expirar no primeiro segundo da CVF. Este valor exprime o fluxo aéreo da

maior parte das vias aéreas, sobretudo as de calibre maior (SILVA, 2000, p. 18).

Índice de Tiffeneau (VEF1/CVF): resultado da fração entre volume expiratório forçado no

primeiro segundo e capacidade vital forçada (COSTA, 1999, p. 38). Este índice permite

corrigir o valor do VEF em função das variações da CVF. Seus valores normais variam com a

faixa etária: crianças e jovens > 80%; acima de 45 anos > 75%; idosos > 70%. Enquanto sua

redução favorece a presença de componentes obstrutivos, seu aumento favorece o

componente restritivo (SILVA, 2000, p. 18).

Pico de fluxo expiratório (PFE) ou Peak-flow: é o pico máximo do fluxo expiratório atingido

numa expiração forçada (ponto da curva expiratória em que a velocidade da expiração foi

maior) (COSTA, 1999, p.38).

Fluxo expiratório forçado médio (FEF25% - 75%): também conhecido como fluxo máximo

mesoexpiratório (FMME) é o fluxo médio de ar que ocorre no intervalo entre 25% e 75% da

CVF (COSTA, 1999, p. 38). Dividindo-se a CVF em quatro partes, obtém-se o FEF25% - 75%

desprezando-se a primeira e a ultima. Seu valor normal varia bastante, sendo seu limite

inferior situado entre 605 e 65% do previsto (SILVA, 2000, p. 18).

De acordo com Silva (2000, p. 15), é a espirometria é um exame simples e de fácil

compreensão. O exame baseia-se na medida de volumes e fluxos, particularmente os

expiratórios.

A espirometria (do latim spirare = respirar + metrum = medida) é a medida do ar que entra e sai dos pulmões. Pode ser realizada durante respiração lenta ou durante manobras expiratórias forçadas. A espirometria é um teste que auxilia na prevenção e permite o diagnóstico e a quantificação dos distúrbios ventilatórios. A espirometria deve ser parte integrante da avaliação de pacientes com sintomas respiratórios ou doença respiratória conhecida. A espirometria é um exame peculiar em medicina, posto que exige a compreensão e colaboração do paciente, equipamentos exatos e emprego de técnicas padronizá-las aplicadas por pessoal especialmente treinado. Os valores obtidos devem ser comparados a valores previstos adequados para a população avaliada. Sua interpretação deve ser feita à luz dos dados clínicos e epidemiológicos. (PEREIRA, 2002, p. 2).

2.4 INSTRUMENTO DE SOPRO

Os instrumentos de sopro podem ser divididos de maneira geral em duas famílias

(naipes): família das madeiras, como flautas, oboés, clarinetes, dentre outros e a família dos

metais, como trompas, trompetes, trombones, e outros. Os sons do naipe de metais, assim

24

como os da madeira, são produzidos pelos sopros dos instrumentistas. Cada instrumento

consiste de uma determinada extensão de tubos, dobrados ou enrolados, para facilitar o seu

manuseio pelo instrumentista. Um bocal é encaixado em uma das extremidades do tubo e a

outra extremidade se alarga para formar uma campânula. (BENNETT, 1985, p. 47).

O instrumentista coloca o bocal em contato com os lábios e sopra para fazer os lábios vibrarem. Quanto mais o instrumentista relaxa os lábios, mais lentamente eles vão vibrar e fazem a coluna de ar que esta dentro do instrumento vibrar mais lentamente, produzindo assim as notas graves. Quanto maior for a tensão dos lábios do instrumentista, mais rápido eles vibram, causando maior compressão na coluna de ar que esta dentro do instrumento, fazendo-a vibrar mais rapidamente, e assim produzindo notas mais agudas. (BENNETT, 1985, p. 48).

Segundo Bennett (1985, p. 53), dentre os instrumentos da seção de metais, o

trompete é o mais antigo, foram descobertos trompetes retos datando aproximadamente 1350

a.C.

Este instrumento (trompete ou pistão, como era conhecido antigamente), possui

um sistema de válvulas (pistos). Cada uma das três válvulas adiciona um novo segmento de

tubo ao tubo original (principal) do instrumento. Quando uma válvula é pressionada para

baixo, o ar é direcionado para esta volta extra. As válvulas podem ser usadas individualmente

ou em combinação, oferecendo a escolha de sete notas fundamentais e suas respectivas séries

harmônicas. O instrumentista usa as válvulas de acordo com a necessidade e, ao aplicar

determinada tensão nos lábios, seleciona uma nota específica da série harmônica produzida

pela combinação de comprimento de tubo que o sistema de válvulas torna possível. As notas

de todas as sete séries harmônicas se sobrepõem, tornando o trompete completamente

cromático (isto é, capaz de tocar todos os semitons) em toda a extensão (BENNETT, 1985, p.

49).

Ao se tocar um instrumento de sopro, impõe-se uma resistência à fase expiratória,

o que vai ao encontro do objetivo das manobras acima descritas (PEEP e EPAP). A técnica de

sopro de um instrumento musical, o buzing, é similar a utilizada para fazer o freno labial, que

segundo Costa (1999, p. 82) é uma técnica fisioterapêutica aplicada para a desinsuflação

pulmonar e melhora do equilíbrio V/Q (ventilação / perfusão). Outra manobra que impõe

resistência é a respiração com os lábios semicerrados, que segundo Tarantino (1997, p. 633), é

um tipo de respiração que consiste em inspiração nasal seguida de uma expiração lenta, de 4 a

6 segundos, através da boca, mantendo-se os lábios semicerrados. Esta técnica, quando usada

corretamente, leva ao aumento do volume corrente e diminuição da freqüência respiratória,

25

aumento da pressão parcial do oxigênio arterial e aumento da endurance (tempo em que

consegue realizar um determinado exercício). A razão para levar a diminuição da dispnéia,

parece ser que a expiração com os lábios semicerrados mantém uma pressão intrabrônquica

mais alta que a pressão pleural, impedindo o seu colapso. Alem disso, mantendo todas as vias

respiratórias permeáveis, haverá um esvaziamento homogêneo. Esta manobra leva a

diminuição do auto-peep, e conseqüentemente menos gasto energético para respirar.

2.5 MUSICOTERAPIA

A idéia da música com efeitos terapêuticos, atingindo a saúde e o comportamento

humano, é tão antiga quanto os escritos de Aristóteles e Platão. A música tem sido utilizada

de forma terapêutica por séculos, e existem numerosos exemplos dos poderes curativos e

preventivos da música, em vários documentos históricos de diferentes culturas (HATEM,

2006, p. 186).

Na virada do século XXI, o interesse na ação da música sobre a saúde, era em

grande parte devido à ênfase dada à busca do controle da dor. Seus efeitos na redução da dor

se explicam pela teoria do portal do controle da dor. A música age como um estímulo em

competição com a dor, distrai o paciente e desvia sua atenção da dor, modulando, desta forma,

o estímulo doloroso (TODRES, 2006, p. 166).

A música é uma combinação de sons rítmicos, harmônicos e melódicos, sendo que

muitos povos, através da história, acreditavam em seu efeito medicinal. Segundo Henry

(1995, p.72), a musicoterapia é o processo sistemático de intervenção em que o terapeuta

ajuda o paciente a promover a saúde utilizando experiências musicais e as relações que se

desenvolvem através delas como forças dinâmicas de mudança. É um processo

multidisciplinar em que se usa, basicamente, como elemento principal de trabalho, a música.

A musicoterapia é um processo sistemático que emprega a musica como um instrumento capaz de desenvolver um canal de comunicação entre o mundo interno e externo do paciente. O objetivo final é aprimorar o autoconhecimento do paciente, proporcionando-lhe uma melhor qualidade de vida. (RUUD, apud TOLEDO, 2005, p. 62).

Segundo Piovezani e Maranhão (2003, p. 13), a música é considerada como uma

espécie de linguagem emocional, capaz de atingir áreas de nossa psique que processam

26

informação. Por a musica se constituir de uma linguagem, exerce uma função terapêutica. O

fazer musica constitui-se em um trinômio ação/relação/comunicação.

De acordo com Toledo (2005, p. 62), os objetivos da musicoterapia seguem os

seguintes aspectos: aumento da percepção e auto-estima, favorecendo a elucidação dos

conflitos internos e o fortalecimento da estrutura geral do paciente no sentido de equilíbrio e

segurança.

2.6 QUALIDADE DE VIDA

Nos últimos anos tem aumentado o interesse em se avaliar a qualidade de vida

(QV) das pessoas. Devido à impossibilidade de se aumentar a longevidade de pacientes com

doenças incuráveis, há a necessidade de valorizar-se a melhora da QV desses pacientes

(CERQUEIRA, 2000). De acordo com a American Thoracic Society (ATS), a QV pode ser

descrita como a satisfação e/ ou felicidade com a vida frente aos domínios considerados

importantes pelo indivíduo. Além disso, a QV pode ser definida como a relação entre o que é

desejado e o que é alcançado ou alcançável. O conceito de QV é bastante amplo e

complicado, principalmente em função de seu alto grau de subjetividade.

As doenças pulmonares crônicas são a maior causa de morbidade em idosos,

causando redução da QV. Aspectos variados como sensação de dispnéia, sintomas de

ansiedade e depressão, fatores relacionados à tolerância ao exercício, estado nutricional,

freqüência de tosse e gravidade da doença podem interferir na QV (DOURADO, 2004).

Sabe-se que a qualidade de vida envolve função física, bem-estar emocional,

função social, além de satisfação com a vida e auto percepção de saúde. Segundo Rodrigues

(2003, p. 143), em portadores de doença respiratória crônica, a melhoria da qualidade de vida

tem se tornado um fator essencial na avaliação da efetividade do programa de reabilitação

pulmonar. A utilização de instrumentos ou questionários de avaliação da qualidade de vida

tem sido reconhecida como uma significativa área do conhecimento científico no campo da

saúde. Questionários como o CRQ (Chrocic Respiratory Disease Index Questionnare), que

segundo Matte (2000, p. 16), foi desenvolvido por Guyatt em 1987 e é capaz de mensurar

tanto aspectos emocionais quanto físicos dos pacientes. Ele avalia a qualidade de vida

relacionada a saúde através de quatro dimensões ou domínios, são eles: domínio dispnéia,

domínio fadiga, domínio emocional e domínio mastery. O domínio mastery é definido como o

sentimento do paciente de controle sobre a doença. Um somatório dos resultados dos quatro

domínios pode ser realizado, e recebe o nome de escore total. Para essa pesquisa será utilizado

27

uma versão brasileira do CRQ, retirada da Dissertação de Mestrado “Reabilitação pulmonar

em pacientes com DPOC: efeitos de um programa ambulatorial de curta duração” de Darlan

Matte, (2000).

28

3 MATERIAIS E MÉTODO

Esta pesquisa analisou se o trompete, através da avaliação e reavaliação produziu

efeitos benéficos imediatos e a médio prazo sobre a função pulmonar, através da espirometria;

e sobre a qualidade de vida através do CRQ, de pacientes Pneumopatas Crônicos atendidos na

Clinica Escola de Fisioterapia, da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL na

cidade de Tubarão.

3.1 TIPO DE PESQUISA

As pesquisas podem se classificadas quanto à sua abordagem, em qualitativas,

quantitativas, ou quali-quantitativa; quanto aos seus objetivos, em exploratória, descritiva ou

explicativa; e ainda sobre os procedimentos técnicos em experimental e quase experimental.

(OLIVEIRA, 2001). Esta pesquisa é classificada como quantitativa, exploratória, e quanto aos

procedimentos técnicos utilizados experimental.

3.1.1 Quanto à abordagem

“A pesquisa quantitativa é aquela que, utilizando instrumentos de coleta de

informações numéricas, medidas ou contadas, aplicada a uma amostra representativa do

universo a ser pesquisado, fornece resultados numéricos, probabilísticos e estatísticos.”

(RUDIO, 1991, p. 98).

3.1.2 Quanto ao objetivo

É considerada uma pesquisa exploratória, pois seu principal objetivo é

proporcionar maior familiaridade com o objeto de estudo. É a forma mais precisa de

“desencadear um processo de investigação que identifique a natureza do fenômeno que aponte

as características essenciais das variáveis que se quer estudar.” (KÖCHE apud HEERDT,

2004, p. 71).

3.1.3 Quanto ao procedimento técnico utilizado na coleta de dados

29

A pesquisa experimental “é quanto um fato ou fenômeno da realidade é

reproduzido de forma controlada, com o objetivo de descobrir os fatores que o produzem, ou

que por ele são produzidos.” (SANTOS, 2000, p. 27).

3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA

A população da referente pesquisa foi constituída por indivíduos pneumopatas

crônicos, atendidos na Clinica Escola de Fisioterapia, da Universidade do Sul de Santa

Catarina – UNISUL na cidade de Tubarão.

A amostra é considerada não-probabilística intencional, onde os critérios de

inclusão para o estudo foram os seguintes: ter diagnóstico de alguma pneumopatia crônica;

serem atendidos na Clínica Escola de Fisioterapia, da Universidade do Sul de Santa Catarina –

UNISUL, Tubarão; concordar em participar da pesquisa e assinar o termo de consentimento

livre após esclarecimento (Apêndice A).

De acordo com os critérios de inclusão foram selecionados seis (6) pacientes,

onde no decorrer da pesquisa três não puderam continuar o estudo. Então os sujeitos foram

divididos em dois grupos o grupo experimental GE que foi constituído pelos três sujeitos que

demonstraram bom desempenho e regularidade nos atendimentos e o grupo controle,

constituído por aqueles que, por algum motivo, não puderam mais realizar as aulas de

trompete.

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA COLETA DE DADOS

As coletas de dados foram feitas através da ficha de avaliação da própria Clinica

Escola de Fisioterapia - UNISUL, contendo informações com dados de identificação.

Para avaliar a qualidade de vida foi utilizado o CRQ (Chrocic Respiratory Disease

Index Questionnare); para avaliar a função pulmonar foi utilizado o Espirômetro (Espirômetro

MULTISPIROTM SENSOR - analisado pelo software versão Sx: 252); Para os atendimentos

(aulas), realizados com o grupo experimental, foi utilizado um trompete e o “Método

elementar para pistão, trombone ou bombardino” do autor Pierangeli (2001), método de

ensino para iniciantes.

3.3.1 Questionário de qualidade de vida (CRQ)

30

O instrumento utilizado para avaliar a qualidade de vida foi o CRQ (Chrocic

Respiratory Disease Index Questionnare), que segundo Matte (2000, p.16), e é capaz de

mensurar tanto aspectos emocionais quanto físicos dos pacientes. Ele avalia a qualidade de

vida relacionada a saúde através de quatro dimensões ou domínios, são eles: domínio

dispnéia, domínio fadiga, domínio emocional e domínio mastery. O domínio mastery é

definido como o sentimento do paciente de controle sobre a doença. Um somatório dos

resultados dos quatro domínios pode ser realizado, e recebe o nome de escore total. Para essa

pesquisa será utilizado uma versão brasileira do CRQ, retirada da Dissertação de Mestrado

“Reabilitação pulmonar em pacientes com DPOC: efeitos de um programa ambulatorial de

curta duração” do autor Darlan Matte, (2000). O questionário, os cartões-resposta e a folha

resposta, se encontram respectivamente nos anexos A, B, C deste projeto.

3.3.2 Espirômetro

Para a avaliação da função pulmonar foi utilizado espirômetro (Espirômetro

MULTISPIROTM SENSOR – analisado pelo software versão Sx: 252). O espirômetro é um

aparelho que mensura a entrada e saída de ar nos pulmões. Como o ar, por si só, apresenta

certa dificuldade de ser medido volumetricamente, a espirometria utiliza-se de registros

gráficos do ar. Suas principais funções são de avaliar a função pulmonar do paciente, detectar

precocemente as disfunções pulmonares obstrutivas, confirmar ou detectar as disfunções

restritivas, diferenciar uma doença obstrutiva funcional de uma outra obstrutiva orgânica e

parametrizar recursos terapêuticos por meio de testes pré e pós-intervenção terapêutica

(COSTA, 1999, p. 36).

Os espirômetros modernos fornecem a curva fluxo-volume para análise gráfica do

fluxo gerado durante a manobra da capacidade vital forçada (CVF), plotando entre volume

(CVF) e fluxo (fluxo máximo instantâneo). Com a espirometria, basicamente são medidos

volumes e fluxos aéreos.

31

Figura 1: Espirômetro Fonte: autor

3.3.3 Trompete

Para os atendimentos foi utilizado um trompete, instrumento que possui um

sistema de válvulas (pistos), onde cada uma das três válvulas adiciona um novo segmento de

tubo ao tubo original do instrumento. Para se tocar um trompete o instrumentista coloca o

bocal em contato com os lábios e sopra para fazer os lábios vibrarem, produzindo assim as

notas musicais (BENNETT, 1985, p. 48).

32

Figura 2: Trompete Fonte: autor.

3.3.4 Método de ensino

Foi utilizado também o “Método elementar para pistão, trombone ou bombardino”

do autor Pierangeli (2001), trata-se de um método de ensino para iniciantes. (Anexo D). Este

método visou o aprendizado de duas músicas: “Hino à Alegria” e “Pastorzinho”, que se

encontram no apêndice B deste projeto.

3.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS

As coletas dos dados foram desenvolvidas na Clínica Escola de Fisioterapia –

UNISUL, Tubarão, supervisionada pelo professor de Fisioterapia Cardiorespiratória,

orientador do estudo. Tendo sido aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP

UNISUL, com número de registro: 06.524.4.01.III.

Primeiramente os pacientes em estudo foram informados sobre os objetivos da

pesquisa, e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que segue em

apêndice A. Também foram informados para não utilizar medicação broncodilatadora

inalatória por pelo menos doze horas antes da avaliação.

Após esta fase, a avaliação foi marcada para julho de 2006. Então realizou-se a

calibração do Espirômetro com a seringa da marca MULTISPIROTM padrão 3 litros, e a

aquisição dos dados de identificação (nome, idade, altura, gênero, sexo, etnia). Depois foi

realizada a avaliação espirométrica com todos os participantes de acordo com as diretrizes da

função pulmonar; é interessante ressaltar que os dados da identificação do paciente foram

considerados parâmetros para o valor previsto, analisados pelo software versão Sx: 252.

33

Os valores espirométricos foram obtidos antes e após o aprendizado de trompete.

Sendo que na reavaliação, realizada entre fevereiro e março de 2007, a espirometria foi

realizada três vezes: a primeira com o paciente a doze horas sem utilizar broncodilatador

inalatório; a segunda logo após utilização de broncodilatador (400 microgramas de

formoterol) e a terceira após dez minutos tocando trompete. Sendo assim foram observadas as

alteração na função pulmonar, tanto imediata quanto a médio prazo. Para obtenção dos

resultados espirométricos, verificou-se quanto: (a) CVF; (b) VEF1; (c) VEF1/CVF; (d) PFE;

(e) FEF(25% - 75%).

Os dados de qualidade de vida foram coletados em julho de 2006 e em

fevereiro/março de 2007, utilizando-se o CRQ. Sendo este questionário aplicado de maneira

individual com cada paciente, pela acadêmica e pelo orientador do estudo.

O GE recebeu o tratamento utilizando instrumento de sopro, que foi realizado na

freqüência de duas sessões semanais, com duração de 50 minutos cada sessão, durante quatro

meses, totalizando 30 “aulas”. Nos atendimentos foi utilizado o método de ensino de

instrumento de sopro “Método elementar para pistão, trombone ou bombardino” do autor

Pierangeli (2001), sendo este aplicado pela pesquisadora do estudo com supervisão do

orientador, e visou o aprendizado de duas musicas (apêndice B), sendo que durante as sessões

foram realizados treino respiratório de controle da respiração utilizando notas longas de 4

tempos (semibreves) e 8 tempos (semibreves ligadas) (figura 3) com andamento lento (60) e

treino de padrão respiratório diafragmático. Estas sessões foram realizadas no laboratório de

fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, campus Tubarão.

É importante salientar que os componentes da amostra são pacientes cujo

programa de exercícios supervisionados realizados na Clínica Escola compreendia:

Treinamento aeróbico em bicicleta ou esteira ergométrica na intensidade de 70% da

freqüência cardíaca máxima (correspondendo a 40% do tempo total do atendimento);

Alongamento geral (correspondendo a 20% do tempo total do atendimento); Fortalecimento

muscular (correspondendo a 20% do tempo total do atendimento); Exercícios respiratórios

(correspondendo a 20% do tempo total do atendimento). Com freqüência de duas a três vezes

por semana com duração de cinqüenta minutos.

34

Figura 3 – Partitura notas longas Fonte: autor.

3.5 PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Os desempenhos na avaliação e na reavaliação foram comparados buscando-se

analisar os efeitos benéficos significativos do trompete na função pulmonar e na qualidade de

vida, em indivíduos pneumopatas crônicos. Os resultados achados receberam, analise

quantitativa (média e desvio padrão) e Gráfica.

35

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos ao avaliar o efeito de

aprender um instrumento de sopro na função pulmonar e na qualidade de vida de indivíduos

pneumopatas crônicos, atendidos na Clinica Escola de Fisioterapia, da Universidade do Sul de

Santa Catarina – UNISUL na cidade de Tubarão.

A amostra que constituiu a pesquisa foi integrada por um total de seis (6)

pacientes, onde no decorrer da pesquisa, três não puderam continuar o estudo por razoes

pessoais, sendo assim a amostra foi dividida em dois grupos o grupo experimental GE que foi

constituído pelos três sujeitos que demonstraram bom desempenho, regularidade e

assiduidade nos atendimentos (aulas) e o grupo controle, constituído por aqueles que, por

algum motivo, não puderam mais comparecer as aulas de trompete.

A seguir nos resultados o grupo experimental será descrito em detalhes sendo

cada individuo do grupo avaliado individualmente e o grupo controle será apenas utilizado

para comparação.

4.1 DESCRIÇÃO DO GRUPO EXPERIMENTAL

Paciente A: 32 anos de idade, sexo feminino, diagnóstico de DPOC e

bronquectasia, possui disfunção ventilatória obstrutiva moderada segundo as Diretrizes de

Função Pulmonar (Rubin et al., 2002).

De acordo com o quadro 1 e gráfico 1, observou-se que tanto na avaliação como

na reavaliação espirométrica, a paciente A apresentou pouca resposta ao Bd, pois de acordo

com Pereira (2002) valores acima de 7% do VEF1 em relação ao previsto, em indivíduos com

obstrução ao fluxo aéreo, podem ser utilizados para caracterizar variação significativa após

broncodilatador. Sendo o VEF1 o parâmetro funcional mais importante na avaliação da

resposta a Bd, e que alguns casos de obstrução grave pode ocorrer aumento da CVF.

No pós-trompete, houve um pequeno aumento do PEF e leve diminuição da CVF,

sendo que os demais parâmetros mantiveram-se nos mesmos valores.

Quadro 1 – Descrição dos valores absolutos em litros e em percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica.

Avaliação Reavaliação

36

Parâmetros Pré-BD pós-BD pré-BD pós-BD Pós-TROMPETE

CVF 3,13 (87,44) 3,27 (91,58) 2,97 (83,04) 3,18 (88,36) 3,08 (86,13) VEF1 1,73 (56,16) 1,84 (59,63) 1,54 (50,1) 1,75 (56,91) 1,73 (56,09) VEF1/CVF 55,31(64,23) 56,08 (65,12) 51,96 (60,33) 55,47 (64,41) 56,09 (65,12) PEF 3,6 (57,07) 3,85 (61,03) 2,71 (42,98) 2,97 (47,04) 3,33 (52,74) FEF25-75 0,81 (22,18) 0,9 (24,51) 0,75 (20,51) 0,95 (25,73) 0,9 (24,52)

Fonte: autor.

Gráfico 1 – Demonstração dos valores percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica

0102030405060708090

100

pré BD pós BD pré BD pós BD pósTROMPETE

Avaliação Reavaliação

% d

o pr

evis

to CVF

VEF1

VEF1/CVF

PEF

FEF25-75

Gráfico 1 – Demonstração dos valores percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica Fonte: autor.

Com relação à qualidade de vida apresentada na quadro 2 e gráfico 2, pode-se

constatar que houve uma diminuição no domínio mastery na reavaliação, porem os demais

domínios estudados apresentaram uma melhora na reavaliação, tendo um aumento importante

nos domínios Dispnéia e Emocional.

Quadro 2 – Média e desvio padrão dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e reavaliação Domínio Avaliação Reavaliação

DISPNÉIA 2,00 ± 1,00 3,40 ± 1,14

FADIGA 4,29 ± 1,98 4,57 ± 1,62

EMOCIONAL 2,75 ± 0,50 4,25 ± 1,50

MASTERY 4,50 ± 1,73 4,25 ± 0,96

Fonte: autor

Gráfico 2 – Média dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e reavaliação

37

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

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5,00

DISPNÉIA FADIGA EMOCIONAL MASTERY

Pon

tuaç

ão m

édia

(CR

Q)

Avaliação

Reavaliação

Gráfico 2 – Média dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e reavaliação Fonte: autor.

Paciente B: 43 anos de idade, sexo feminino, com diagnóstico de Bronquiolite

obliterante, apresenta disfunção ventilatória obstrutiva grave de acordo com as Diretrizes de

Função Pulmonar (Rubin et al., 2002).

Segundo o quadro 3 e gráfico 3, a paciente B apresentou boa resposta ao Bd na

avaliação (9% na CVF), e pouca resposta na reavaliação. De acordo com Pereira (2002), uma

diferença maior que 7% no VEF1 ou na CVF (quando o individuo apresenta uma obstrução

grave) caracteriza uma boa resposta ao Bd. No pós-trompete ocorreu um leve aumento dos

parâmetros CVF e VEF1 e uma diminuição de VEF1/CVF e PEF.

Quadro 3 – Descrição dos valores absolutos em litros e em percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica

Avaliação Reavaliação

Parâmetros Pré-BD Pós-BD pré-BD pós-BD Pós-

TROMPETE

CVF 1 (40,41) 1,23 (49,29) 1,16 (46,79) 1,15 (46,3) 1,22 (49,32)

VEF1 0,51 (22,92) 0,62 (27,98) 0,5 (22,41) 0,59 (26,6) 0,61 (28,04)

VEF1/CVF 50,55(56,72) 50,6 (56,77) 42,68 (47,89) 51,19 (57,44) 50,52 (56,85)

PEF 2,58 (46,83) 2,92 (53,12) 2,35 (42,75) 3,1 (56,35) 2,99 (54,56)

FEF25-75 0,2 (6,86) 0,25 (8,57) 0,15 (5,13) 0,24 (8,33) 0,25 (8,5)

Fonte: autor

38

Gráfico 3 – Demonstração dos valores percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica

0

10

20

30

40

50

60

70

pré BD pós BD pré BD pós BD pósTROMPETE

Avaliação Reavaliação

% d

o pr

evis

to CVF

VEF1

VEF1/CVF

PEF

FEF25-75

Gráfico 3 – Demonstração dos valores percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica Fonte: autor.

Na avaliação e reavaliação da qualidade de vida (quadro 4 e gráfico 4), pode-se

constatar um aumento importante do domínio Dispnéia e os demais apresentaram uma leve

diminuição.

Quadro 4 – Média e desvio padrão dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e reavaliação

Domínio Avaliação Reavaliação

DISPNÉIA 1,80 ± 0,45 3,20 ± 0,45

FADIGA 5,86 ± 0,90 5,71 ± 1,38

EMOCIONAL 6,50 ± 0,58 6,25 ± 0,50

MASTERY 6,50 ± 0,58 6,25 ± 0,50

Fonte: autor.

Gráfico 4 – Média dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e reavaliação.

39

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

DISPNÉIA FADIGA EMOCIONAL MASTERY

Pon

tuaç

ão m

édia

(CR

Q)

Avaliação

Reavaliação

Gráfico 4 – Média dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e reavaliação. Fonte: autor

Paciente C: 72 anos de idade, sexo feminino, com diagnóstico de DPOC e Asma,

apresenta distúrbio ventilatório obstrutivo leve segundo as Diretrizes de Função Pulmonar

(Rubin et al., 2002).

De acordo com o quadro 5 e o gráfico 5 , referentes a espirometria, pode-se

constatar que a paciente C obteve boa resposta ao Bd (8%) tanto na avaliação como na

reavaliação, pois segundo Pereira (2002) valores acima de 7% do VEF1 em indivíduos com

obstrução ao fluxo aéreo, podem ser utilizados para caracterizar variação significativa após

broncodilatador. No pós-trompete houve uma permanência dos valores apresentando apenas

uma leve diminuição do VEF1/CVF.

Quadro 5 – Descrição dos valores absolutos em litros e em percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica.

Avaliação Reavaliação

Parâmetros Pré-BD Pós-BD Pré-BD Pós-BD Pós-

TROMPETE

CVF 2,08 (76,22) 2,1 (76,74) 1,82 (66,66) 1,82 (66,53) 1,86 (68,22)

VEF1 1,21 (57,98) 1,36 (65,05) 1,06 (51,02) 1,25 (59,96) 1,25 (59,91)

VEF1/CVF 58,02(76,07) 64,66 (84,77) 58,38 (76,54) 68,75 (90,13) 66,99 (87,82)

PEF 3,78 (67,27) 4,12 (73,21) 3, 51 (62,49) 3,47 (61,7) 3,49 (62,05)

FEF25-75 0,55 (29,08) 0,73 (38,68) 0,49 (22,27) 0,79 (41,76) 0,74 (39,55)

Fonte: autor.

40

Gráfico 5 – Demonstração dos valores percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica.

0102030405060708090

100

pré BD pós BD pré BD pós BD pósTROMPETE

Avaliação Reavaliação

% d

o pr

evis

to CVF

VEF1

VEF1/CVF

PEF

FEF25-75

Gráfico 5 – Demonstração dos valores percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica. Fonte: autor.

Com relação a qualidade de vida, apresentados no quadro 6 e gráfico 6, ocorreu

um aumento geral dos domínios estudados na reavaliação.

Quadro 6 – Média e desvio padrão dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e reavaliação

Domínio Avaliação Reavaliação

DISPNÉIA 3,60 ± 0,55 4,00 ± 0,00

FADIGA 4,14 ± 1,46 4,71 ± 1,70

EMOCIONAL 3,75 ± 0,96 4,25 ± 0,96

MASTERY 3,00 ± 0,82 3,50 ± 1,00

Fonte: autor

Gráfico 6 – Média dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e reavaliação.

41

0,00

0,50

1,00

1,50

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5,00

DISPNÉIA FADIGA EMOCIONAL MASTERY

Pon

tuaç

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édia

(CR

Q)

Avaliação

Reavaliação

Gráfico 6 – Média dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e reavaliação. Fonte: autor.

4.2 DESCRIÇÃO DO GRUPO CONTROLE

O grupo controle foi constituído pelos seguintes indivíduos:

Paciente D: Idade 24 anos, sexo feminino, com diagnóstico de Dermatomiosite, apresentando

distúrbio ventilatório restritivo moderado, de acordo com as Diretrizes de Função Pulmonar

de Rubin et al. (2002).

Paciente E: Idade 47 anos, sexo feminino, com diagnóstico de DPOC e seqüela de

tuberculose, apresenta disfunção ventilatória obstrutiva moderada, de acordo com as

Diretrizes de Função Pulmonar de Rubin et al. (2002).

Paciente F: Idade 52 anos, sexo feminino, com diagnóstico de DPOC, disfunção ventilatória

obstrutiva moderada, de acordo com as Diretrizes de Função Pulmonar de Rubin et al. (2002).

4.3 COMPARAÇÃO ENTRE GRUPO CONTROLE E EXPERIMENTAL

4.3.1 Avaliação Espirométrica

Utilizando a estatística descritiva (média e desvio padrão), pode-se notar, no

quadro 7 e gráfico 7, que de maneira geral houve pouca resposta ao Bd no grupo

experimental, tanto na avaliação com na reavaliação de acordo com Pereira (2002) valores

acima de 7% do VEF1 em relação ao previsto, podem ser utilizados para caracterizar variação

42

significativa após broncodilatador. No pós-trompete, houve um leve aumento do PEF e da

CVF, sendo que os demais parâmetros mantiveram-se.

Quadro 7 - Descrição da média e desvio padrão dos valores absolutos em litros e em percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica no Grupo Experimental.

Avaliação Reavaliação Parâmetros Pré-BD pós-BD pré-BD pós-BD Pós-

TROMPETE

CVF 2,07 ± 1,07

(68,02 ±24,56) 2,20 ± 1,02

(72,54 ±21,46) 1,98 ± 0,92

(65,50 ± 18,15) 2,05 ± 1,03

(67,06 ± 21,04) 2,05 ± 0,94

(67,89 ± 18,41)

VEF1 1,15 ± 0,61

(45,69 ± 19,74) 1,27 ± 0,61

(50,89 ± 20,02) 1,03 ± 0,52

(41,18 ± 16,26) 1,20 ± 0,58

(47,82 ± 18,44) 1,20 ± 0,56

(48,01 ± 17,40)

VEF1/CVF 54,63 ± 3,78

(65,67 ± 9,76) 57,11 ± 7,09 (68,89 ± 14,38)

51,0 ± 17,89 (61,59 ± 14,37)

58,47 ± 9,16 (70,66 ± 17,22)

57,87 ± 8,38 (69,93 ± 16,04)

PEF 3,32 ± 0,65

(57,06 ± 10,22) 3,63 ± 0,63

(62,45 ± 10,12) 2,86 ± 0,59

(49,41 ± 11,33) 3,18 ± 0,26

(55,03 ± 7,42) 3,27 ± 0,26

(56,45 ± 4,93)

FEF25-75 0,52 ± 0,31

(19,37 ± 11,37) 0,63 ± 0,34

(23,92 ± 15,06) 0,46 ± 0,30

(15,97 ± 9,43) 0,66 ± 0,37

(25,27 ± 16,72) 0,63 ± 0,34

(24,19 ± 15,53) Fonte: autor.

Gráfico 7 – Demonstração da média dos valores percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica no Grupo Experimental.

0,00

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pré BD pós BD pré BD pós BD pósTROMPETE

% d

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to CVF

VEF1

VEF1/CVF

PEF

FEF25-75

Gráfico 7 – Demonstração da média dos valores percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica no Grupo Experimental. Fonte: Autor

Com relação ao grupo controle, pode-se notar no quadro 8 e gráfico 8, que houve

pouca resposta ao Bd na avaliação e boa resposta na reavaliação (18% na CVF). De acordo

com Pereira (2002), uma diferença maior que 7% no VEF1 ou na CVF (quando o individuo

apresenta uma obstrução grave) caracteriza uma resposta significativa ao Bd.

43

Quadro 8 - Descrição da média e desvio padrão dos valores absolutos em litros e em percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica no Grupo Controle.

Avaliação Reavaliação Parâmetros Pré-BD Pós-BD pré-BD pós-BD

CVF 2,30 ± 0,44

(70,42 ± 13,28) 2,37 ± 0,41

(76,34 ± 7,21) 2,03 ± 0,18

(62,05 ± 4,17) 2,44 ± 0,21

(78,75 ± 0,37)

VEF1 1,45 ± 0,45

(51,05 ± 8,71) 1,32 ± 0,33

(50,73 ± 8,70) 1,30 ± 0,51

(45,54 ± 11,32) 1,34 ± 0,32

(51,57 ± 7,96)

VEF1/CVF 63,83 ± 21,75

(74,68 ± 22,50) 55, 03 ± 4,34 (66,22 ± 5,14)

63,50 ± 22,32 (74,27 ± 23,16)

54,41 ± 8,20 (65,47 ± 9,80)

PEF 3,90 ± 1,39

(63,85 ± 20,54) 3,63 ± 0,69

(61,29 ± 13,54) 3,72 ± 1,91

(60,55 ± 28,60) 3,70 ± 1,10

(62,67 ± 20,65)

FEF25-75 1,33 ± 1,35

(36,48 ± 30,20) 0,61 ± 0,21

(20,87 ± 5,37) 1,17 ± 1,25

(31,77 ± 28,30) 0,63 ± 0,30

(21,68 ± 8,63) Fonte: Autor.

Gráfico 8 – Demonstração da média dos valores percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica no Grupo Controle.

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

pré BD pós BD pré BD pós BD

Avaliação Reavaliação

% d

o pr

evis

to CVF

VEF1

VEF1/CVF

PEF

FEF25-75

Gráfico 8 – Demonstração da média dos valores percentuais previstos na avaliação e reavaliação espirométrica no Grupo Controle. Fonte: Autor.

4.3.2 Avaliação da Qualidade de vida

De acordo com a estatística descritiva (média e desvio padrão), o quadro 9 e o

gráfico 9, expressam o comparativo da qualidade de vida entre o grupo controle e o

experimental, com isso, nota-se que ocorreu um aumento nos valores dos domínios estudados

nos dois grupos.

44

Quadro 9 – Média e desvio padrão dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e reavaliação nos Grupos Controle e Experimental. Grupo Controle Grupo Experimental

Domínios Avaliação Reavaliação Avaliação Reavaliação

DISPNÉIA 3,20 ± 0,53 4,53 ± 1,75 2,47 ± 0,99 3,53 ± 0,42

FADIGA 3,67 ± 0,79 5,19 ± 1,66 4,76 ± 0,95 5,00 ± 0,62

EMOCIONAL 2,83 ± 1,23 5,08 ± 2,32 4,33 ± 1,94 4,92 ± 1,15

MASTERY 3,92 ± 2,27 5,00 ± 2,65 4,67 ± 1,76 4,67 ± 1,42

Fonte: autor

Gráfico 9 – Média dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e reavaliação nos Grupos Controle e Experimental.

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

Avaliação Reavaliação Avaliação Reavaliação

GRUPO CONTROLE GRUPO EXPERIMENTAL

Pon

tuaç

ão m

édia

(CR

Q)

DISPNÉIA

FADIGA

EMOCIONAL

MASTERY

Gráfico 9 – Média dos domínios obtidos pelo CRQ na avaliação e reavaliação nos Grupos Controle e Experimental. Fonte: autor

De acordo com os resultados obtidos no estudo, observamos que não houve uma

diferença importante entre o Grupo Controle e o Experimental, tanto comparando a função

pulmonar como a qualidade de vida. Esta manutenção de valores espirométricos de pré e pos

tratamento com o trompete e na comparação entre grupos pode estar relacionada a dois

fatores: a própria doença, por ser crônica não apresenta uma alteração importante o que leva a

pouca ou nenhuma melhora da função pulmonar com o passar do tempo; e também devido os

integrantes da amostra já realizarem fisioterapia respiratória há pelo menos 4 anos, ocorrendo

uma manutenção da capacidade cardiorespiratória destes pacientes.

Alguns estudos como de Schorr Lesnick, et. al. (1985), demonstram que há uma

pequena diferença entre os valores espirométricos em instrumentistas de sopro e cantores,

45

comparados a instrumentistas de corda e percussionistas porem, esta diferença não foi

estatisticamente significante. De acordo com Smith et al. (1990), em seu estudo, ele também

não constatou diferença entre os valores de volume pulmonares e de pressão inspiratória entre

músicos e não músicos , porem a reprodução dos volumes era mais exata nos músicos.

Concluindo que os trompetistas parecem ter algumas diferenças adquiridas na percepção

respiratória e no controle neuromuscular ventilatório comparado com não músicos.

Em nossas aulas de trompete os pacientes aprenderam, a ler partituras, a tirar som

do instrumento, mas também a respirar da melhor maneira possível, através de exercícios de

controle respiratório com notas longas e treino de padrão ventilatório diafragmático. Sendo

que estes exercícios de controle da respiração são de grande importância para melhorar seu

desempenho em frases e notas longas realizando com o menor esforço possível. Wiens et al.

(1999), realizou um estudo onde um grupo realizou a terapia da música, associado a

respiração (cantar), e outro penas a apreciação da música. Ele constatou que houve uma

melhora na força da musculatura expiratória no grupo que realizou a terapia da musica, e

houve também um melhor controle da respiração e aumento do tempo expiratório em todos os

pacientes deste grupo. De acordo com Eckley (2000), ao se tocar um instrumento de sopro,

seja ele qual for, necessariamente se trabalha o controle da respiração, e em seu estudo

comprovou que um instrumentista de sopro controla o fluxo de ar necessário através da

laringe, interferindo diretamente no tocar. Assim ele conclui que um músico de instrumento

de sopro pode ser considerado um usuário da voz.

Segundo Slutzky (2001), o treino do padrão ventilatório diafragmático favorece a

expansão abdominal. Ao contrair-se durante a inspiração, o diafragma diminui a pressão

intratorácica, expandindo a cavidade torácica e aumentando o volume pulmonar. O

fortalecimento e treinamento da musculatura abdominal feita exclusivamente através de

técnicas de inspiração e expiração controlada, aumentam a área de inserção diafragmática,

aumentando sua força e a capacidade pulmonar. De acordo com Costa (2002), a fisioterapia

respiratória visa melhorar as condições da mecânica respiratória de pacientes com debilidade

decorrente de alguma patologia pulmonar, a cinesioterapia respiratória fornece um suporte

muscular respiratório e melhora a mobilidade toracoabdominal a fim de prevenir

complicações pulmonares ou minimizar os efeitos de uma patologia já instalada.

Segundo Ferreira e Troster (1996), os exercícios respiratórios, como treino de

padrão respiratório diafragmático, tem como objetivos a reexpansão alveolar, aumento da

ventilação e oxigenação e mobilização da caixa torácica.

46

Sapienza et al. (2002), relata que um instrumentista de sopro, utiliza métodos de

respiração para poder tocar uma serie de notas ou frases de uma musica, assim o individuo

estaria realizando um controle e treinamento da respiração, trabalhando a musculatura

respiratória, para em casos que necessitem uma sustentação expiratória (notas ou frases

longas) e aumento da pressão expiratória. Segundo Rocha (2001), um estudo envolvendo o

efeito de tocar instrumento de sopro em indivíduos asmáticos, demonstra uma diminuição do

medo-pânico, percebendo-se uma melhor capacidade de lidar com a doença, alem de uma

significante melhora na saúde. A autora conclui que tocar um instrumento de sopro pode ser

um agente terapêutico a longo prazo para asmáticos.

Cossette (2000) realizou um estudo com três flautistas profissionais, onde

verificou a musculatura respiratória e a porcentagem da capacidade vital que eram utilizadas

no ato de tocar. Em seus resultados encontrou que os músicos utilizaram 72-83¨% de sua

capacidade vital, sugerindo uma atividade da musculatura inspiratória ao tocar. Ainda devido

aos movimentos abdominais e treino diafragmático, permitem o controle do fluxo de ar e da

velocidade para produzir a intensidade e a freqüência desejada do som.

Segundo Wigger et al. (2005), os indivíduos que tocam um instrumento de sopro

possuem grande controle de ar expirado que provoca vibrações da coluna de ar do

instrumento e emite o som. Em seu experimento ele mensura a força muscular inspiratória e

expiratória em trompetistas e não trompetistas e conclui que a pratica de instrumento de

sopro, como o trompete, aumenta a força muscular respiratória, e conseqüentemente sua

capacidade expiratória.

Em nosso estudo o aprendizado de instrumento de sopro priorizou apenas a

primeira oitava de notas (dó, ré, mi, fá, sol, lá e si), os pacientes não foram incentivados a

utilizar notas agudas. Na seqüência a figura ilustra o fragmento de uma partitura constando a

primeira oitava de notas (de dó a dó).

Figura 4 – Notas musicais da primeira oitava Fonte: autor

47

De acordo com Mata (2007), o praticar um instrumento seja de sopro ou corda, é

uma rotina que não só conserva o talento musical, como também, contribui para o bem estar

físico e mental. Os médicos concordam e dizem que tocar música pode contribuir para a

saúde mental e, em alguns casos, ajuda mesmo a aliviar doenças crônicas. Se um indivíduo

asmático, tocar um instrumento de sopro que não exija uma enorme pressão de ar (como o

trompete ou o clarinete em notas mais graves) poderá ser útil para a sua função pulmonar.

Entretanto, alguns autores relatam fatores negativos na pratica de instrumento de

sopro. É o caso de Rajput (2001) que em seu trabalho relata três casos de hemoptise em

instrumentistas de sopro que não tinham nenhuma patologia identificada, chegando a

conclusão de que o fluxo de ar turbulento e o trauma de fricção podem ter sido a causa,

designando-a como a etiopatologia subjacente. Gilbert (1998) relata que o desempenho de um

instrumento de sopro requer um volume pulmonar considerável e um controle hábil da

respiração. Porem os instrumentistas de sopro poderiam sofrer de algumas doenças

respiratórias, isto seria em decorrência de mudanças anatômicas bronquiais, laringeais e orais

um resultado do constante aumento da pressão nas vias aéreas durante o desempenho.

Barbenel, et al. (2002) conseguiu mensurar a força aplicada ao bocal durante o

desempenho do instrumentista, relatando que quanto mais aguda for a nota maior a força

aplicada no bocal, o que diminui o calibre de passagem de ar e conseqüentemente aumenta a

pressão nas vias aéreas. Constatando que quando maior o tempo de atuação como musico,

maior a capacidade em tolerar esta força. Porem, segundo Deniz et al. (2006), tocar um

instrumento de sopro requer uma atividade respiratória árdua. Em seu estudo verificou que os

valores espirométricos foram encontrados diminuídos significativamente em instrumentista de

sopro profissionais comparando com não instrumentistas. E conclui que a função pulmonar

em tocadores de instrumento de sopro pode ser diminuída devido ao desenvolvimento de

asma ou barotrauma constante durante o tocar notas agudas em decorrência da elevada

pressão nas vias aéreas.

De acordo com Fiz et al. (2000), os trompetistas experientes, podem alcançar

durante o desempenho, pressões mais elevadas com sua musculatura expiratória e inspiratória

do que músicos iniciantes. Em seu estudo ele concluiu que as pressões respiratórias máximas

são mais elevadas no grupo de trompetistas experientes (com 4 anos de ensaios), e que

provavelmente seja conseqüência do treinamento da musculatura respiratória no tocar

trompete

Segundo Herer (2001), o desempenho musical, especialmente em cantores ou

instrumentistas de sopro, depende de uma função pulmonar eficaz, pois as elevadas pressões,

48

necessárias para realização de certas notas, e uma não eficiência da musculatura respiratória

poderiam desencadear alguma doença respiratória.

Durante o nosso estudo, constatamos que para alguns autores a utilização da

música, tanto no ouvir como no “fazer”, teria uma influencia sobre o lado cognitivo. De

acordo com Kristeva, et al. (2003), execução de uma seqüência musical, ou mesmo a

preparação e imaginação das notas, ativa a região frontal bilateral, alem de áreas

sensoriomotoras e suplementares bilateral. Demonstrando que o fazer música, como tocar um

instrumento de sopro e ler uma partitura, desenvolve o cognitivo, facilitando a resolução de

problemas e o pensamento rápido.

Segundo Pantev et al. (2003), a organização cortical não é fixa devido a

capacidade do cérebro em adaptar-se a exigências atuais do ambiente. Em músicos ocorre

uma grande plasticidade. O autor estudou as mudanças que ocorrem no cérebro quando uma

habilidade é adquirida, como o aprender a tocar um instrumento musical. Concluiu que a

representação cortical para notas esta mais realçada em violinistas e trompetistas e que ocorre

uma plasticidade cruz-modal quando os lábios do trompetista são estimulados (monitoração

da posição e da pressão dos lábios no bocal) ao mesmo tempo em que o tom do trompete

aumenta a ativação do córtex somatosensorial.

Schulz, Ross e Pantev (2001), realizaram um estudo onde compararam o processar

de informação multimodal nos córtex somatosensorial e auditivo e na área multimodal

relacionada nos músicos (trompetistas) e não músicos. Seus dados revelaram que ao estimular

os lábios em trompetistas profissionais, uma interação multimodal no córtex somatosensorial

correspondente mostrou um pico positivo em 33ms, que não foi encontrada no grupo controle.

Ele conclui que a organização e treinamento dos músicos conduzem a uma maneira

qualitativa diferente de processar a informação multisensorial, favorecendo um processo

adiantado de processo cortical, que é modificado pelas conexões entre os neurônios

multimodal e auditivo do tálamo à área somatosensorial preliminar.

A linguagem e a música diferem de outros impulsos auditivos de varias maneiras

fundamentais. Em primeiro lugar, os sons musicais e os da fala transmitem um significado

especial. A analise do significado do som é mais complexa que a simples detecção de sua

presença. Para analisar o significado dos sons musicais e da fala, o cérebro teve de

desenvolver sistemas especiais que se localizam no lobo temporal esquerdo e direito

respectivamente (KOLB; WHISHAW, 2002, p. 325).

Kolb e Whishaw (2002) relatam em seu livro que um músico que sofre lesão no

hemisfério esquerdo do cérebro, permanece com muitas habilidades musicais, pois ela estão

49

localizadas no hemisfério direito. Por exemplo, ainda poderia reconhecer melodias, detectar

erros na música que ouve e até mesmo julgar a afinação de um instrumento. Entretanto

habilidades relacionadas a produção musical, reconhecer a musica escrita, tocar ou compor

estão entre as atividades perdidas. E concluem que aparentemente, o hemisfério esquerdo

desempenha pelo menos algum papel em certos aspectos do processamento da música,

especialmente relacionados à sua “produção”.

Em nosso estudo avaliamos não somente o físico (função pulmonar), mas também

a parte emocional, de qualidade de vida. Como muitos estudos revelam, a música tem grande

influencia ou “poder” sobre nossas emoções. De acordo com Routledge (1994), os estudos

com eletroencefalografia sugerem que a musica cria um nível de coerência entre a atividade

elétrica de áreas diferentes no cérebro, causando diferentes sensações relacionada com a

musica. Etzel et al. (2006), pesquisou se a música pode causar emoções induzidas, analisou a

freqüências cardíaca e respiratória quando os indivíduos eram induzidos a felicidade, tristeza

e medo através da música. Concluindo que o tipo de musica (o tempo, andamento e tons)

interferem na freqüência cardíaca e respiratória, levando a sensações de felicidade, tristeza e

até o medo.

De acordo com Vieillard (2005), os parâmetros de modo e andamento são

essenciais para determinar se uma melodia pode acalmar ou provocar agitação. As melodias

caracterizadas pela lentidão, regularidade de tempo e harmonia são consideradas

tranqüilizantes, geralmente encontramos estes parâmetros em músicas clássicas ou eruditas.

Uma das músicas utilizadas neste estudo foi o “Hino à Alegria” quarto movimento

da nona sinfonia de Beethoven. A Nona sinfonia, obra de música erudita inscrita no período

clássico, foi a última dentre aquelas compostas por Ludwig van Beethoven. Esta foi a

primeira sinfonia na história a utilizar a voz humana, que figura no quarto movimento, com

um coro e quatro solistas, sobre a poesia, modificada por Beethoven, do original de Friedrich

Schiller "Ode an die Freude" (Ode à Alegria) ou Hino à Alegria. Este movimento, faz síntese

de ideais clássicas ligadas ao Humanismo, à Fraternidade, à Liberdade e à Igualdade.

(WIKIPÉDIA, 2007).

De acordo com Khalfa (2005), em uma pessoa estressada, o complexo amidalóide

é ativado. Ele estimula o hipotálamo, que ativa a hipófise, que por sua vez, secreta o

hormônio ACTH, levado às glândulas supra-renais. Essas liberam o cortisol, aumentando a

liberação de glicose pelo fígado, que ficara disponível para os músculos. Quando o cortisol

atinge o cérebro, o individuo esta em estado de alerta. Passado o stress, uma musica tranqüila

50

ativa o córtex auditivo, reduzindo a atividade do complexo amidalóide inibindo toda a cadeia

de reações. O cortisol para de ser liberado.

Chlan et al. (2007), realizou um estudo sobre o efeito da música no stress em

pacientes hospitalizados. Ele verificou os níveis de cortisol, concluído que aqueles pacientes

que ouviram música (clássica), apresentaram níveis de cortisol mais baixos que aqueles que

não ouviram musica.

Ao que tudo indica o córtex auditivo dispõe de uma faculdade natural para

reconhecer certos motivos sonoros particulares, estressante ou tranqüilizante. Com efeito, as

musicas que comportam disparidades de ritmo e dissonância seriam mais estressantes

enquanto os tempos lentos e regulares seriam tranqüilizantes. Foi constatado que o efeito anti-

stress não depende tanto do gosto musical de cada um. Certas características das músicas

agiriam de maneira inconsciente sobre as estruturas cerebrais relativamente constantes de um

individuo para outro. “Assim, o amante de tecno pode ter certeza: se ele ouvir Mozart, se

sentirá apaziguado.” (KHALFA, 2005, p 73).

Gallagher, et al. (2006), estudou o efeito da terapia da música em pacientes com

doença avançada, relatou em seu trabalho que houve uma melhora da ansiedade, da expressão

facial, dor e respiração curta - taquipnéia. Sendo que todas as melhorias foram

estatisticamente significantes. Segundo Todres (2006), a musica possui efeito na redução da

dor devido a teoria do portal do controle da dor. A música age como um estimulo em

competição com a dor, distrai o paciente e desvia sua atenção da dor, modulando, desta forma,

o estimulo doloroso. E estudos de imagem do cérebro mostram que a música é capaz de

baixar níveis elevados de estresse e que certos tipos de musica (como a clássica lenta),

reduzam os marcadores neuro-hormonais de estresse, o que levaria a diminuição de

ansiedade, medo e tensão.

De acordo com Toledo (2005, p. 62), os objetivos da musicoterapia seguem os

seguintes aspectos: aumento da percepção e auto-estima, favorecendo a elucidação dos

conflitos internos e o fortalecimento da estrutura geral do paciente no sentido de equilíbrio e

segurança.

Segundo Piovezani e Maranhão (2003, p.13), a música é considerada como uma

espécie de linguagem emocional, capaz de atingir áreas de nossa psique que processam

emoção. Por a musica se constituir de uma linguagem exerce uma função terapêutica.

Nowobilski et al. (2005), verificou a influencia da musicoterapia no nível de

ansiedade em pacientes asmáticos hospitalizados. Foi realizado juntamente com a musica

exercícios de controle da respiração, padrão respiratório e treino diafragmático. Ele concluiu

51

que houve uma diminuição da ansiedade e melhora da respiração, porem não foram dados

significantes se comparado ao grupo de não utilizou a música.

Segundo Silva, et al. (2005), em seu estudo sobre a qualidade de vida de

indivíduos com DPOC, ela evidenciou que controlar sentimentos conflitantes manter-se na

luta por uma vida melhor e superar limites trazidos pela doença, influenciam diretamente na

qualidade de vida destas pessoas. Assim o aprender algo novo como tocar trompete seria uma

superação de limites e uma luta por algo novo

Nos últimos anos tem aumentado o interesse em se avaliar a qualidade de vida

(QV) das pessoas. Devido à impossibilidade de se aumentar a longevidade de pacientes com

doenças incuráveis, há a necessidade de valorizar-se a melhora da QV desses pacientes. Este

foi um dos objetivos neste trabalho, contando que uma atividade diferente e desafiante como

aprender um instrumento de sopro, poderia levar a uma melhora geral do paciente, tanto na

parte física como emocional levando a uma melhora na qualidade de vida. De acordo com a

American Thoracic Society (ATS), a QV pode ser descrita como a satisfação e/ ou felicidade

com a vida frente aos domínios considerados importantes pelo indivíduo. Além disso, a QV

pode ser definida como a relação entre o que é desejado e o que é alcançado ou alcançável.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e tisologia (2000), as doenças pulmonares

crônicas são a maior causa de morbidade em idosos, causando redução da QV. Aspectos

variados como sensação de dispnéia, sintomas de ansiedade e depressão, fatores relacionados

à tolerância ao exercício, estado nutricional, freqüência de tosse e gravidade da doença podem

interferir na QV. Dourado (2004) relata que não há consenso em relação à influência de cada

fator na QV de pacientes com doença pulmonar crônica. Embora os dados de função

pulmonar e os índices de QV devam ser considerados na classificação da gravidade de

doenças como DPOC e asma, a correlação entre os índices espirométricos e a QV é pequena

ou quase nula. Ele conclui que a correlação entre a evolução da obstrução pulmonar e a

redução da QV é pouco consistente e não seria possível quantificar o nível de QV de um

determinado paciente baseando-se somente nos valores dos índices espirométricos.

52

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As doenças pulmonares crônicas podem ser divididas em restritivas, obstrutivas e

mistas (combinação). Os transtornos restritivos incluem processos que podem afetar a caixa

torácica, o espaço pleural e o parênquima pulmonar. Com relação à fisiopatologia, o padrão

restritivo apresenta a expansão pulmonar limitada, resultado da diminuição dos volumes

pulmonares e da diminuição da força que comanda o fluxo aéreo expiratório.

Já os transtornos obstrutivos são processos que envolvem obstrução brônquica e

são comumente ocasionados pelo aumento da produção e retenção das secreções no trato

respiratório. Caracteriza-se ainda pela redução do fluxo expiratório onde o pulmão fica com

uma quantidade excessiva de ar alçaponado, o que leva a um aumento de pressão nos espaços

aéreos seguidos de dilatação e ruptura de suas paredes.

Os objetivos da reabilitação pulmonar incluem a redução da obstrução ou

restrição das vias aéreas, redução dos sintomas e da perda da função causada pela doença

pulmonar, dessensibilização do paciente quanto ao pânico da dispnéia, indução à atividade

física na vida do paciente, otimizando as atividades de vida diária e sociais com estratégias de

conservação de energia, traduzindo em melhora da qualidade de vida. Assim pode-se citar a

técnica de reabilitação pulmonar PEEP (pressão expiratória positiva), que consiste na

aplicação de uma resistência à fase expiratória com o propósito de manter uma pressão

positiva na via aérea em toda a duração da fase expiratória melhorando a oxigenação,

aumentando o volume alveolar e a capacidade residual funcional do paciente.

Para se tocar um instrumento de sopro, o instrumentista coloca o bocal em contato

com os lábios semicerrados e sopra para faze-los vibrarem, assim, o trompete impõe uma

resistência à fase expiratória, indo de encontro com algumas técnicas de fisioterapia utilizadas

na reabilitação pulmonar como a PEEP. Para conseguir realizar algumas notas longas é

necessário um treino respiratório, onde se prioriza a utilização do diafragma para maximizar o

volume de ar inspirado e conseqüentemente ter um aumento da fase expiratória o que facilita

o tocar.

Alem disso o fazer música, como tocar um instrumento de sopro e ler partitura,

desenvolve o cognitivo, facilitando a resolução de problemas e o pensamento rápido. Ainda, a

música tem influência sobre as emoções, pois cria um nível de coerência entre a atividade

elétrica de áreas diferentes do cérebro, causando diferentes sensações ao se ouvir diferentes

ritmos em diferentes modos e andamentos.

53

Os objetivos estabelecidos nessa pesquisa foram alcançados. Entretanto, não

obtivemos resultados importantes que comprovem o efeito positivo do trompete na função

pulmonar e qualidade de vida em pacientes pneumopatas crônicos. Após as aulas de trompete

os pacientes do GE foram avaliados, os mesmo apresentaram uma leve melhora em alguns

parâmetros da espirometria, porem não muito importantes. Com relação a qualidade de vida

ocorreu um importante aumento nos domínios avaliados tanto no GE como no GC. Ocorrendo

manutenção apenas no domínio mastery no GE.

Sabe-se que a qualidade de vida envolve função física, bem-estar emocional,

função social, além de satisfação com a vida e auto percepção de saúde. E em portadores de

doença respiratória crônica, a melhoria da qualidade de vida tem se tornado um fator de

prioridade em programas de reabilitação pulmonar. Sendo assim este trabalho se torna de

grande importância, pois busca um novo meio para melhorar a qualidade de vida destes

pacientes, proporcionando um complemento diferenciado e tornando mais agradável e

estimulante a terapia respiratória, que ao longo dos anos pode se tornar repetitiva e cansativa.

O tocar um instrumento de sopro é um desafio que, como demonstrado neste trabalho, pode

ser alcançado por pneumopatas crônicos, e o superar limites impostos pela doença e a busca

por algo novo, influencia diretamente na qualidade de vida.

Alem disso este estudo se faz importante para o meio cientifico, pois há uma

carência de trabalhos envolvendo instrumento de sopro para reabilitação pulmonar. Sendo

assim, como na realização deste estudo houve uma dificuldade em encontrar bibliografias

específicas, fica a sugestão de mais pesquisas nesta área. Mesmo porque os trabalhos

utilizados na discussão possuem muita divergência quanto a opiniões e resultados. Assim, um

estudo com amostra maior e avaliando também a força da musculatura respiratória, que de

acordo com autores estudados tem bons resultados, poderia se ter uma comprovação da

eficácia ou não do instrumento de sopro como complemento terapêutico ou mesmo para

tratamento de doenças pulmonares crônicas.

54

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58

APÊNDICES

59

APÊNCICE A

Termo de esclarecimento e de consentimento livre

60

Termo de Esclarecimento

Você tem um tipo de doença respiratória crônica e está sendo convidado a participar de um

estudo de avaliação da qualidade de vida e da função pulmonar em pneumopatas, após aprendizado

de instrumento de sopro (trompete). Os avanços na área da saúde ocorrem através de estudos como

este, por isso a sua participação é importante. O objetivo deste estudo é analisar os efeitos da

utilização de instrumento de sopro (trompete) como alternativa de tratamento para portadores de

pneumopatias crônicas, avaliando seus efeitos na função pulmonar e na qualidade de vida desses

portadores e caso você participe a qualidade de vida em portadores de doenças respiratórias crônicas

e caso você participe, será necessário preencher um questionário e fazer um teste de função pulmonar

(espirometria). Não será feito nenhum procedimento que lhe traga qualquer desconforto ou risco à

sua vida.

Você poderá ter todas as informações que quiser e poderá não participar da pesquisa ou retirar

seu consentimento a qualquer momento, sem prejuízo no seu atendimento. Pela sua participação no

estudo, você não receberá qualquer valor em dinheiro, mas terá a garantia de que todas as despesas

necessárias para a realização da pesquisa não serão de sua responsabilidade. Seu nome não aparecerá

em qualquer momento do estudo, pois você será identificado com um número.

Termo de consentimento livre, após esclarecimento

Eu, _________________________________, li e/ou ouvi o esclarecimento acima e compreendi

para que serve o estudo e qual procedimento a que serei submetido. A explicação que recebi

esclarece os riscos e benefícios do estudo. Eu entendi que sou livre para interromper minha

participação a qualquer momento, sem justificar minha decisão e que isso não afetará meu

tratamento. Sei que meu nome não será divulgado, que não terei despesas e não receberei dinheiro

por participar do estudo.

Eu concordo em participar do estudo.

Assinatura do voluntário (ou responsável legal):

______________________________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável:

______________________________________________________________

61

APÊNCICE B Músicas: “Pastorzinho”e “Hino à Alegria”

62

63

64

ANEXOS

65

ANEXO A Questionário de qualidade de vida

66

CHRONIC RESPIRATORY OUESTIONNAlRE

PRIMEIRA ADMINISTRAÇÃO, ESCALA DE 7 PONTOS

FOMULÁRIO DO ENTREVISTADOR

Este questionário foi concebido para saber como você tem se sentido durante as duas últimas semanas. Você será perguntado sobre quanta falta de ar você tem sentido, quão cansado você tem se sentido e como seu humor tem estado.

1. Eu gostaria que você pensasse quais atividades que você tem feito nas duas últimas semanas que fizeram você sentir falta de ar. Estas devem ser atividades que você faz freqüentemente e que são importantes no seu dia a dia. Por favor, liste o maior número possível de atividades que você tenha feito nas duas últimas semanas as quais lhe causaram falta de ar.

[NA FOLHA DE RESPOSTAS CIRCULE O NÚMERO ADJACENTE A CADA ATIVIDADE MENCIONADA. SE UMA ATIVIDADE MENCIONADA NÃO ESTIVER NA LISTA, ESCREV A-A NO ESPAÇO DISPONÍVEL, USANDO AS PRÓPR!ÁS PALAVRAS DO RESPONDENTE.]

Você consegue pensar em qualquer outra atividade que você tenha feito nas duas últimas semanas que fez você sentir falta de ar?

[ANOTE OS ITENS ADICIONAIS]

2. Eu vou ler agora uma lista de atividades que fazem algumas pessoas com problemas pulmonares sentirem falta de ar. Após cada item, eu vou fazer uma pausa suficientemente longa para você me dizer se você tem sentido falta de ar fazendo esta atividade nas duas últimas semanas. Se você não tem feito esta atividade durante as duas últimas semanas, apenas responda 'NÃO'. As atividade são:

[LEIA OS ITEMS OMITINDO AQUELES QUE O RESPONDENTE MENCIONOU ESPONTANEAMENTE. FAÇA UMA PAUSA APÓS CADA ITEM PARA DAR AO RESPONDENTE A CHANCE DE INDICAR SE ELE/ELA TEM SENTIDO FALTA DE AR ENQUANTO REALIZAVA AQUELA ATIVIDADE DURANTE AS DUAS ÚLTIMAS SEMANAS. CIRCULE O NÚMERO ADJACENTE AO ÍTEM APROPRIADO NA FOLHA DE RESPOSTAS]

1. FICANDO BRABO OU NERVOSO 2. TOMANDO UM BANHO OU DUCHA

3. INCLINADO-SE PARA FRENTE 4. CARREGANDO. COMO CARREGANDO COMPRAS

5. VESTINDO-SE 6. COMENDO

67

7. INDO PARA UMA CAMINHADA 8. FAZENDO SEU SERVIÇO DE CASA

9. SE APRESSANDO 10. DEITANDO NA POSIÇÃO HORIZONTAL 11. ARRUMANDO A CAMA 12. VARRENDO OU ESFREGANDO O ASSOALHO 13. MOVENDO A MOBÍLIA 14. BRINCANDO COM OS FILHOS OU NETOS 15. PRATICANDO ESPORTES 16. LEVANTANDO OS BRACOS ACIMA DE SUA CABEÇA 17. CORRENDO, COMO PARA PEGAR O ÔNIBUS 18. FAZENDO COMPRAS 19. FALANDO 20. ASPIRANDO PÓ 21. CAMINHANDO AO REDOR DE SUA PRÓPRIA CASA 22. SUBINDO MORRO ACIMA 23. SUBINDO ESCADAS 24. CAMINHANDO COM OUTRAS PESSOAS NO PLANO 25. PREPARANDO AS REFEIÇÕES

26. TENTANDODORMIR

3.A) Dos itens que você listou, qual o mais importante no seu dia a dia? Eu vou ler todos os itens e quando eu terminar, quero que você me diga qual o mais importante.

[LEIA TODOS OS-ITEMS-MENCIONADOS ESPONTANEAMENTE E AQUELES DA LISTA QUE O PACIENTE MENCIONOU)

Qual destes itens é o mais importante no seu dia a dia?

[LISTE O ITEM NA FOLHA DE RESPOSTA]

3.B) Dos itens que restaram, qual o mais importante no seu dia a dia? Eu vou ler todos os itens e quando eu terminar, quero que você me diga qual o mais importante.

[LEIA TODOS OS ITENS QUE RESTARAM]

Qual destes itens é o mais importante para você no seu dia a dia?

(LISTE O ITEM NA FOLHA DE RESPOSTA]

3.C) Dos itens que restaram, qual o mais importante para você no seu dia a dia?

[LISTE O ITEM NA FOLHA DE RESPOSTA]

3.0) Dos itens que restaram, qual o mais importante para você no seu dia a dia?

[LISTE O ITEM NA FOLHA DE RESPOSTA]

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3.E) Dos itens que restaram, qual o mais importante para você no seu dia a dia?

[LISTE O ITEM NA FOLHA DE RESPOSTA]

[PARA TODAS AS QUESTÕES SUBSEQUENTES, ANTES DE COMEÇAR A PERGUNTA, ASSEGURE QUE O RESPONDENTE TENHA O CARTÃO DE RESPOSTAS APROPRIADO EM FRENTE A ELE]

4. Eu gostaria agora que você descrevesse quanta falta de ar você tem sentido durante as duas últimas semanas enquanto realizava as cinco atividades mais importantes que você selecionou.

a) Por favor, indique quanta falta de ar você tem sentido nas duas últimas semanas enquanto você [ENTREVISTADOR: INSIRA A ATIVIDADE LISTADA EM 3.A]. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. (CARTÃO VERDE]

b) Por favor, indique quanta falta de ar você tem sentido nas duas últimas semanas enquanto você (ENTREVISTADO R: INSIRA A ATIVIDADE LISTADA EM 3.B). Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO VERDE]

c) Por favor, indique quanta falta de ar você tem sentido nas duas últimas semanas enquanto você [ENTREVISTADOR: INSIRA A ATIVIDADE LISTA DA EM 3.C]. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO VERDE]

d) PÔr favor, indique quanta falta de ar você tem sentido nas duas últimas semanas enquanto você [ENTREVISTADOR: INSIRA A ATIVIDADE LISTADA EM 3.0). Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO VERDE]

e) Por favor, indique quanta falta de ar você tem sentido nas duas últimas semanas enquanto você [ENTREVISTADOR: INSIRA A ATIVIDADE LISTADA EM 3.E]. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO VERDE]

5. Em geral, quanto tempo durante as duas últimas semanas você se sentiu frustrado ou impaciente? Por favor, indique com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu frustrado ou impaciente. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO AZUL]

6. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você sentiu medo ou panico quando você teve dificuldade para respirar? Por favor, indique quanto tempo você sentiu medo ou pânico quando teve dificuldade para respirar. Por favor escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. (CARTÃO AZUL]

7. E que tal sobre cansaço? Por favor, indique quão cansado você se sentiu nas duas últimas semanas. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO LARANJA]

8. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu constrangido por

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causa de sua tosse ou respiração pesada? Por favor, indique quanto tempo, nas duas últimas semanas, você se sentiu envergonhado por causa de sua tosse ou respiração pesada. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO AZUL]

9. Nas duas últimas semanas, quanto tempo você se sentiu bem confiante e seguro de que você conseguiria lidar com sua doença? Por favor, indique quanto tempo você se sentiu bem confiante e seguro de que você conseguiria lidar com sua doença. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO AMARELO]

10. Quanta energia você tem tido nas duas últimas semanas? Por favor, indique quanta energia você tem tido. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO ROSA]

11. Em geral, quanto tempo você se sentiu nervoso, preocupado ou deprimido nas duas últimas semanas? Por favor, indique quanto tempo, nas duas últimas semanas, você se sentiu nervoso, preocupado ou deprimido. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO AZUL]

12. Com que frequência durante as duas últimas semanas você sentiu que você tinha completo controle de seus problemas respiratórios? Por favor, indique com que freqüência, nas duas última{semanas, você sentiu que tinha completo controle de seus problemas respiratórios. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO AMARELO)

13. Quanto tempo nas duas últimas semanas você se sentiu relaxado e livre de tensão? Por favor, indique quanto tempo você se sentiu relaxado e livre de tensão. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO AMARELO]

14. Com que freqüência nas duas últimas semanas você se sentiu com pouca energia? Por favor, indique com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu com pouca energia. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO AZUL)

15. Em geral, com que freqüência nas duas últimas semanas, você se sentiu desencorajado ou com baixo astral? Por favor, indique quanto tempo, nas duas últimas semanas, você se sentiu desencorajado ou com baixo astral. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO AZUL]

16. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu exausto ou apático? Por favor, indique quanto tempo, nas duas últimas semanas, você se sentiu exausto ou apático. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. ICARTÃOAZUL]

17. Quão feliz, satisfeito ou contente com sua vida pessoal você tem se sentido nas duas últimas semanas? Por favor, indique quão feliz, satisfeito ou contente com sua vida pessoal você tem se sentido nas duas ultimas semanas. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO CINZA]

70

18. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu aborrecido ou com medo quando você teve dificuldade para respirar? Por favor, indique com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu aborrecido ou com medo quando você teve dificuldade para respirar. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO AZUL]

19. Em geral, quão freqüentemente, durante as duas últimas semanas, você se sentiu inquieto, tenso ou preocupado? Por favor, indique quão freqüentemente você se sentiu inquieto, tenso ou preocupado. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente. [CARTÃO AZUL]

71

CHRONIC RESPIRATORY OUESTIONNAlRE

SEGUIMENTO, ESCALA DE 7 PONTOS, INFORMADA

FOMULÁRIO DO ENTREVISTADOR

Você completou anteriormente questionário (s) nos dizendo como você tem se sentido e como sua doença pulmonar estava afetando sua vida. Este é um questionário de seguimento elaborado para saber como você tem estado ultimamente [INSlRA O INTERVALO DE TEMPO DESDE A ÚLTIMA VISITA].

Nesta vez, quando você estiver respondendo as perguntas, eu vou lhe dizer que resposta você nos deu na última vez. Hoje, eu gostaria que você respondesse tendo em mente a resposta dada na última vez. Por exemplo, digamos que na última vez eu lhe perguntei quanta falta de ar você teve enquanto batia os tapetes [DÊ AO ENTREVISTADO O CARTÃO VERDE] e você disse" 4 Moderada falta de ar". Se você está exatamente igual hoje, você deveria responder 4 de novo. Se você sente mais falta de ar você deveria escolher 1, 2 ou 3 e se você tem menos falta de ar você deveria escolher 5, 61Ju7.

[PARA AS QUESTÕES 4.A) a 4.E) INSIRA AS ATIVIDADES 3.A) a 3.E) DA FOLHA DE RESPOSTA DA PRIMEIRA ADMINISTRAÇÃO DO QUESTIONÁRIO]

4. Eu gostaria agora que você descrevesse quanta falta de ar você tem sentido, durante as duas últimas semanas, enquanto fazendo cada uma das cinco atividades mais importantes que você escolheu.

A) Por favor, indique quanta falta de ar você sentiu durante as duas últimas semanas enquanto (ENTREVISTADOR: INSIRA A ATIVIDADE LISTADA EM 3.A). Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu (INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIAI). [CARTÃO VERDE]

B) Por favor, indique quanta falta de ar você sentiu durante as duas últimas semanas enquanto [ENTREVISTADOR: INSIRA A ATIVIDADE LISTADA EM 3.A]. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu [INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIA].

C) Por favor, indique quanta falta de ar você sentiu durante as duas últimas semanas enquanto (ENTREVISTADOR: INSIRA A ATIVIDADE LISTADA EM 3.C). Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu (INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIA). [CARTÃQ VERDE].

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D) Por favor, indique quanta falta de ar você sentiu durante as duas últimas semanas enquanto [ENTREVISTA DOR: INSIRA A ATIVIDADE LISTADA EM 3.D). Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu [INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIA]. [CARTÃO VERDE].

E) Por favor, indique quanta falta de ar você sentiu durante as duas últimas semanas enquanto (ENTREVISTADOR: INSIRA A ATIVIDADE LISTADA EM 3.E]. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez você respondeu' o questionário você escolheu [INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIA]. [CARTÃO VERDE]

5. Em geral, quanto tempo durante as duas últimas semanas você se sentiu frustrado ou impaciente? Por favor, indique com que frequência, nas duas últimas semanas, você se sentiu frustrado ou impaciente. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu (INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIA). [CARTÃO AZUL]

6. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você sentiu medo ou pamco quando você teve dificuldáde para respirar? Por favor, indique com que freqüência, nas duas últimas semanas, você sentiu medo ou pânico quando você teve dificuldade para respirar. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu (INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIA). [CARTÃO AZUL]

7. E que talo cansaço? Com que freqüência você se sentiu cansado nas duas últimas semanas? Por favor, indique com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu cansado. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu [INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ÚLTIMA ADMINISTRAÇÃO]. [CARTÃO LARANJA]

8. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu constrangido por causa de sua tosse ou respiração pesada? Por favor, indique com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu envergonhado por causa de sua tosse ou respiração pesada. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu (INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIA). (CARTÃO AZUL)

9. Nas duas últimas semanas, quanto tempo você se sentiu bem confiante e seguro de que você conseguiria lidar com sua doença? Por favor, indique com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu bem confiante e seguro de que você conseguiria lidar com sua doença . Escolha uma das opções no cartão que está a súa frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu (INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO

73

PRÉVIA]. [CARTÃO AMARELO]

10. Quanta energia você tem tido nas duas últimas semanas? Por favor, indique quanta energia você tem tido nas duas últimas semanas. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu [INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIA]. [CARTÃO ROSA]

11. Em geral, quanto tempo você se sentiu nervoso, preocupado ou deprimido nas duas últimas semanas? Por favor, indique quanto tempo, nas duas últimas semanas, você se sentiu nervoso, preocupado ou deprimido. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu [INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIA]. [CARTÃO AZUL]

12. Com que freqüência durante as duas últimas semanas você sentiu que você tinha completo controle de seus problemas respiratórios? Por favor, indique com que freqüência, nas duas últimas semanas, você sentiu que tinha controle completo de seus problemas respiratórios. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu [INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIA]. [CARTÃO AMARELO]

13. Quanto tempo nas duas últimas semanas você se sentiu relaxado e livre de tensão? Por favor, indique quanto tempo você se sentiu relaxado e livre de tensão. Escolha uma das opções no. cartão. que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu (INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIA). [CARTÃO AMARELO]

14. Com que freqüência nas duas últimas semanas você se sentiu com pouca energia? Por favor, indique com que freqüência, nas duas últimas semanas, você sentiu pouca energia. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu [INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIA]. [CARTÃO AZUL]

15. Em geral, com que freqüência nas duas últimas semanas, você se sentiu desencorajado ou com baixo astral? Por favor, indique quanto tempo, nas duas últimas semanas, você se sentiu desencorajado ou com baixo astral. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu [INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIA]. [CARTÃO AZUL]

16. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu exausto ou apático? Por favor, indique quanto tempo, nas duas últimas semanas, você se sentiu exausto ou apático. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu (INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMJNISTRAÇÃO PRÉVIA). [CARTÃO

74

AZUL]

17. Quão feliz, satisfeito ou contente com sua vida pessoal você tem se sentido nas duas últimas semanas? Por favor, indique quão feliz ou satisfeito, contente com sua vida pessoal você tem se sentido nas duas últimas semanas. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu (INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIA). (CARTÃO CINZA]

18. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu aborrecido ou com medo quando você teve dificuldade para respirar? Por favor, indique com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu aborrecido ou com medo quando você teve dificuldade para respirar. Escolha uma das opções no cartão que está a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu (INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIA). [CARTÃO AZUL)

19. Em geral, quão freqüentemente, durante as duas últimas semanas, você se sentiu inquieto, tenso ou preocupado? Por favor, indique quão freqüentemente, nas duas últimas semanas você se sentiu inquieto, tenso ou preocupado. Escolha uma das opções no cartão que está /a sua frente tendo em vista que na última vez que você respondeu o questionário você escolheu [INSIRA A RESPOSTA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO PRÉVIA]. (CARTÃO AZUL]

75

ANEXO B Cartões-resposta

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CARTÃOVERDE

1 EXTREMA FALTA DE AR 2 MUITA FALTA DE AR 3 BASTANTE FALTA DE AR 4 MODERADA FALTA CEM 5 ALGUMA FALTA DE AR 6 POUCA FALTA DE AR 7 NENHUMA FALTA DE AR

CARTÃO AZUL

1 0 TEMPO TODO 2 A MAIOR PARTE DO TEMPO 3 BOA PARTE DO TEMPO 4 NENHUMA PARTE DO TEMPO 5 POUCO TEMPO 6 QUASE NENHUM TEMPO 7 NENHUM TEMPO

CARTÃO LARANJA

1 EXTREMAMENTE CANSADO 2 MUITO CANSADO 3 BASTANTE CANSADO 4 MODERADAMENTE CANSADO 5 ALGUM CANSAÇO 6 UM POUCO CANSADO 7 NENHUM CANSAÇO

CARTÃO AMARELO

1 NENHUM TEMPO 2 POUCO TEMPO 3 ALGUM TEMPO 4 BASTANTE TEMPO 5 A MAIOR PARTE DO TEMPO 6 QUASETODO O TEMPO 7 TEMPO TODO

CARTÃO ROSA

1 NENHUMA ENERGIA 2 UM POUCO DE ENERGIA 3 ALGUMA ENERGIA 4 ENERGIA MODERADA 5 BASTANTE ENERGIA 6 MUITA ENERGIA 7 CHEIO DE ENERGIA

CARTÃO CINZA

1 MUITO INSATISFEITO, INFELIZ A MAIOR PARTE DO 1EMPO 2 GERALMENTE INSATISFEITO, INFELIZ. 3 ALGO INSATISFEITO, INFELIZ 4 GERALMENMTE SATISFEITO, CONTENTE 5 FELIZ NA MAIOR PARTE DO TEMPO 6 MUITO FELIZ NA MAIOR PARTE DO TEMPO 7 EXTREMAMENTE FELIZ, NÃO PODERIA ESTAR MAIS SATISFEITO OU CONTENTE

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ANEXO C

Folha resposta

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CRQ - Folha-Resposta

Identificação do paciente: no: ______

1. FICANDO BRABO OU NERVOSO 2. 3. NCLINADO-SE PARA FRENTE 4. 5. VESTINDO-SE 7. INDO PARA UMA CAMINHADA 8. 9. SE APRESSANDO 10. 11. ARRUMANDO A CAMA 12. 13. MOVENDO A MOBíLIA 14. 15. PRATICANDO ESPORTES 16. 17. CORRENDO, COMO PARA PEGAR O ÔNIBUS 19. FALANDO 21. CAMINHANDO AO REDOR DE SUA PRÓPRIA CASA 22. SUBINDO MORRO ACIMA 23. 24. CAMINHANDO COM OUTRAS PESSOAS NO PLANO 25. PREPARANDO AS REFEiÇÕES 26.

2. TOMANDO UM BANHO OU DUCHA 4. CARREGANDO. COMO CARREGANDO COMPRAS 6. COMENDO 8. FAZENDO SEU SERViÇO DE CASA 10 DEITANDO NA POSIÇAO HORIZONTAL 12. VARRENDO OU ESFREGANDO O ASSOALHO 14. BRINCANDO COM OS FILHOS OU NETOS 16. LEVANTANDO OS BRACOS ACIMA DE SUA CABEÇA 18. FAZENDO COMPRAS 20. ASPIRANDO PÓ 23. SUBINDO ESCADAS 26. TENTANDO DORMIR

Outras atividades: ___________________________________________________________________________

Número da atividade: 3ª) ____________; 3b) _____________; 3c ____________; 3d) ____________; 3e) ______________

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ANEXO D Método elementar para pistão, trombone e bombardino

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88

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91

24.