uso de fitoterápicos no tratamento da obesidade (1)

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS CENTRO DE ESTUDOS DE ENFERMAGEM E NUTRIÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM NUTRIÇÃO CLÍNICA E ESPORTIVA ÉDEN CHRISTINE MATOS CORRÊA JÉSSICA MOREIRA DOS SANTOS POLIANA LAÍS BARBOSA RIBEIRO USO DE FITOTERÁPICOS NO TRATAMENTO DA OBESIDADE UMA REVISÃO DE LITERATURA ORIENTADORA: PROF. DRA. ÉRIKA APARECIDA DA SILVEIRA GOIÂNIA 2012

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Page 1: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

1

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

CENTRO DE ESTUDOS DE ENFERMAGEM E NUTRIÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM NUTRIÇÃO CLÍNICA

E ESPORTIVA

ÉDEN CHRISTINE MATOS CORRÊA JÉSSICA MOREIRA DOS SANTOS

POLIANA LAÍS BARBOSA RIBEIRO

USO DE FITOTERÁPICOS NO TRATAMENTO DA OBESIDADE UMA REVISÃO DE LITERATURA

ORIENTADORA:

PROF. DRA. ÉRIKA APARECIDA DA SILVEIRA

GOIÂNIA 2012

Page 2: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

2

ÉDEN CHRISTINE MATOS CORRÊA JÉSSICA MOREIRA DOS SANTOS

POLIANA LAÍS BARBOSA RIBEIRO

USO DE FITOTERÁPICOS NO TRATAMENTO DA OBESIDADE

UMA REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

curso de Pós Graduação de Nutrição Clínica e Esportiva

ao Centro de Estudo de Enfermagem e Nutrição da

Pontifícia Universidade Católica de Goiás, como parte

dos requisitos para obtenção do título de Especialista

em Nutrição Clínica e Esportiva.

Orientadora: Profª. Dra. Érika Aparecida da Silveira

GOIÂNIA 2012

Page 3: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

3

Éden Christine Matos Corrêa

Jéssica Moreira dos Santos Poliana Laís Barbosa Ribeiro

USO DE FITOTERÁPICOS NO TRATAMENTO DA OBESIDADE: UMA REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro de Pós Graduação de Nutrição Clínica e

Esportiva ao Centro de Estudo de Enfermagem e Nutrição da Pontifícia Universidade Católica de Goiás como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Nutrição e

Clínica Esportiva.

Banca Examinadora:

_________________________________________

_______________________________________ Profa. Dra. Érika Aparecida da Silveira

Professora (Orientadora)

Goiânia, 20 de agosto de 2012

Page 4: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

4

AGRADECIMENTOS

Á Deus pela força espiritual para realização deste trabalho.

Aos nossos pais pelo incansável apoio. Aos professores que nos mostrou que a busca pelo saber deve ser constante e também a Profa

Dra Érika Aparecida da Silveira pela orientação deste trabalho. Aos colegas de turma que mesmo com pouca vivência, tornaram se peça chave nas trocas de

experiências profissionais.

Page 5: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

5

SUMÁRIO

Resumo ............................................................................................................................................................... 6

Abstract .............................................................................................................................................................. 6

Introdução ........................................................................................................................................................ 8

2 Objetivos ..................................................................................................................................................... 12

2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................................................................. 12 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................................................................... 13

3 Metodologia ............................................................................................................................................... 13

4 Resultados ................................................................................................................................................. 14

5 Discussão ..................................................................................................................................................... 16

Conclusão ........................................................................................................................................................ 17

Referências Bibliográficas ....................................................................................................................... 17

Anexos .............................................................................................................................................................. 20

Page 6: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

6

USO DE FITOTERÁPICOS NO TRATAMENTO DA OBESIDADE: UMA REVISÃO DE

LITERATURA1

USE OF HERBAL TREATMENT OF OBESITY: A REVIEW OF LITERATURE

USO DE TRATAMIENTO DE HIERBAS DE LA OBESIDAD: UNA REVISIÓN DE LA LITERATURA

Éden Christine2

Jéssica Moreira3

Poliana Laís Barbosa Ribeiro4

Érika Aparecida Da Silveira5

RESUMO

Introdução: A obesidade é um problema de saúde pública mundial apresentando elevação de sua prevalência. A utilização de fitoterápicos para combater a obesidade aumenta

consideravelmente sem nenhum acompanhamento médico ou nutricional o que se mostra

arriscado. Objetivos: Verificar as evidências científicas sobre o uso dos fitoterápicos ”Garcínia Cambogia”, “Camelia sinensis” e “Cynara scolymus para a perda de peso. Metodologia:

Revisão de literatura de artigos publicados nos últimos dez anos (2001 a 2011). Usando descritores foram encontrados 38 artigos, efetuou-se a leitura dos títulos e resumos aplicando

os critérios de inclusão como estudos realizados em ratos, perda de peso comprovada ou reprovada, uso dos fitoterápicos estudados especificamente. Da exclusão utilizou-se os

critérios: componentes dos fitoterápicos. Restringindo a apenas 6 artigos. Resultados: Segundo os estudos analisados a Camelia sinensis tem efeito na perda de peso, previne

câncer, obesidade e síndrome metabólica, mas, pode causar problemas hepáticos. A Garcínia

cambogia reduz peso, colesterol total, LDL e os triglicérides, não foi encontrado nenhum dado sobre efeitos colaterais. Já a Cynara scolymus a redução de peso é significativa quando

associada a atividade física, reduz a camada adiposa da célula, mas pode provocar flatulência e reações alérgicas. Conclusão: Dos resultados conseguiu-se entender que apesar dos

fitoterápicos apresentarem resultados positivos, ainda são incompletos e necessitam de pesquisas mais aprofundadas e de longo prazo pra que se tornem confiáveis.

Descritores: Fitoterapia; Perda De Peso, Obesidade, Garcínia Cambogia”,Camelia

Sinensis” E “Cynara Scolymus.

ABSTRACT

Introduction: Obesity is a public health problem worldwide showing increased prevalence. The use of herbal medicines to combat obesity greatly increases without any

medical or nutritional tracking what shows risky. Objectives: To assess the scientific evidence on the use of herbal "garcinia cambogia", "Camellia sinensis" and "Cynara scolymus for weight

loss. Methods: Literature review of articles published in the last ten years (2001 to 2011).

Using descriptors were found 38 articles, made up reading the titles and abstracts by applying the criteria for inclusion as studies in mice, weight loss proven or rejected, use of herbal

medicines specifically studied. Exclusion criteria were used: herbal components. Restricting only 6 articles. Results: According to the studies analyzed the Camelia sinensis is effective in

1 Trabalho de Conclusão de Curso Universidade Pontifícia Católica de Goiás (CEEN)- www.ceen.com.br – Curso de Pós-

Graduação Lato Sensu em Nutrição Clinica e Esportiva, 2012, Goiás. 2 Nutricionista graduada em Nutrição pela UNIUBE - [email protected] 3 Nutricionista graduada em Nutrição pela FASI - [email protected] 4 Nutricionista graduada em Nutrição pela UNI - ANHAGUERA - [email protected] 5 Professora orientadora, Doutora em Saúde Publica/Epidemiologia-UFMG, –[email protected]

Page 7: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

7

weight loss, prevents cancer, obesity and metabolic syndrome, but it can cause liver problems.

The garcinia cambogia reduces weight, total cholesterol, LDL and triglycerides, we found no data on side effects. Already Cynara scolymus weight reduction is significant when associated

with physical activity, reduces the fat layer of the cell, but can cause flatulence, and allergic reactions. Conclusion: From the results could be understood that although the present herbal

positive results still incomplete and require further research and long term for them to become unreliable.

Keywords: Herbal, Weight Loss, Obesity, garcinia cambogia, "Camelia Sinensis" E

"Cynara scolymus.

Page 8: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

8

Introdução

O uso de plantas medicinais na terapêutica é muito antigo, e está intimamente

relacionado com a própria evolução do homem. Dados revelam a sua utilização já pelo homem

de Neanderthal, que usava de suas propriedades mágico-simbólicas quando se deparava com

algum tipo de malefício. Para utilizarem as plantas como medicamentos, os homens antigos

valiam - se de suas próprias experiências empíricas de acerto e erro, e da observação do uso

de plantas pelos animais, além da intervenção divina para determinadas doenças (1).

A utilização da fitoterapia, que significa o tratamento pelas plantas, vem desde épocas

antigas. As primeiras descobertas foram feitas por estudos arqueológicos em ruínas do Irã.

Também na China, em 3000 a.C, já existiam farmacopéias que compilavam as ervas e suas

indicações terapêuticas. A Fitoterapia, presente em todas as sociedades humanas, vem sendo

utilizada e documentada por seu valioso conhecimento tradicional e popular decorrente de sua

rica diversidade étnica e cultural (2).

Em suma, percebe-se que mitos, lendas e tradições apontam para o emprego amplo de

plantas medicinais em todos os tempos, em todas as camadas sociais e quase em toda a

humanidade (2). As pesquisas científicas envolvendo estudo de plantas iniciaram na tentativa

de comprovar a identidade botânica, composição química e ação farmacológica das drogas

vegetais, agrupando aquelas de efeito semelhante. Essas pesquisas buscaram determinar as

estruturas químicas envolvidas, a reprodução das estruturas quimicamente ativas, e a

promoção de modificações estruturais (2). Fetrow & Ávila (2000) (1) cita que esses estudos

possibilitaram a proposição de maior atividade terapêutica, junto aos requisitos de qualidade e

ausência de toxicidade. Afirmam ainda que (1) fitoterapia é a prática do uso de plantas ou suas

partes com a finalidade terapêutica. Esta terapia é regulamentada pela RDC nº 17, de 24 de

fevereiro de 2000 é a resolução que dispõe sobre o registro dos medicamentos fitoterápicos e

visa normatizar esses medicamentos junto ao Sistema de Vigilância Sanitária (11).

Segundo Feltrow(1) a Organização Mundial de Saúde, 85% das pessoas do mundo

utilizam plantas medicinais para tratar da saúde, 80% das pessoas dos países em

desenvolvimento no mundo dependem da medicina tradicional e/ou complementar para suas

necessidades básicas de saúde, e que cerca de 85% da medicina tradicional envolve o uso de

extratos de plantas. Sacramento diz que (2001)(4) a Fitoterapia sobreviveu no Brasil devido às

raízes profundas na consciência popular que reconheceu sua eficácia e legitimidade.

Segundo Marques (2001) (5), embora haja centenas de instituições e prefeituras

trabalhando com fitoterapia no atendimento da população, ainda não há um apoio oficial do

Ministério da Saúde. Ainda segundo esse autor a Fitoterapia vem despontando com excelentes

avanços devido aos trabalhos desenvolvidos em comunidades (ONGs) e Instituições públicas

Page 9: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

9

(municipais, estaduais e federais), dentro deste grande conflito econômico e social deste país

que tem o maior índice de exclusão social na América Latina. Tendo em vista que,

aproximadamente, 100 milhões de pessoas não têm acesso a medicamentos, há movimentos

muito fortes no país, tentando fortalecer as iniciativas que utilizam práticas “não

convencionais” no atendimento da população (5).

A fitoterapia e as plantas medicinais são fontes estratégicas de informações

preliminares de eficácia ou toxicidade das plantas medicinais, inspirando muitos estudos

científicos sobre essas propriedades terapêuticas. A tradicionalidade de uso contribui

enormemente com o surgimento de medicamentos inovadores, hoje comercializados em todo o

mundo, para o tratamento de inúmeras enfermidades. A fitoterapia tem apresentado efeitos

positivos no tratamento e prevenção de inúmeras patologias dentre elas a obesidade (1).

Grande parte dos estudos realizados com fitoterápicos no emagrecimento, citam a

Garcínia cambogia, Camelia sinensis e Cynara Scolymus como sendo eficazes no tratamento

da obesidade, mas existe controversas. A Garcínia cambogia, segundo Sullivan (1974) (14) é

nativa da Ásia e tem como princípio ativo o ácido-hidroxicítrico (AHC), que parece ter ação

hipolipemiante, pois inibe a atividade da ATP-citrato liase, uma enzima responsável pela

biossíntese de lipídeos. Alguns dados têm mostrado que a G. cambogia tem efeito

hipocolesterolêmico e promove perda de peso em humanos, embora isso seja discutido.

A Camelia sinensis é uma planta da família Theaceae, conhecida popularmente por chá

verde, chá da Índia ou “green tea”. Suas folhas possuem cerca de 30% compostos

polifenólicos, principalmente epicatequinas, cuja principal propriedade terapêutica é a de

antioxidante (15).

A Cynara scolymus é conhecida popularmente como alcachofra, pertencente à família

compositae, que compreende cerca de 920 gêneros com aproximadamente 19 mil espécies,

cujos hábitos são muito variados. A C. scolymus é oriunda do Mediterrâneo, sendo que seu

cultivo se dá por sementes e está difundido mundialmente, já que é utilizada para fins

medicinais e alimentícios (16).

A utilização de fitoterápicos para combater a obesidade tem aumentado

consideravelmente nos últimos anos, na maioria das vezes sem nenhum acompanhamento

médico ou nutricional devido ás crenças da população em que estes medicamentos não trarão

nenhum dano á saúde (1).Sabe-se que atualmente, a obesidade é um problema de saúde

pública mundial, tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento, apresentando

elevação de sua prevalência (1).

A obesidade pode ser definida, de forma simplificada, como uma doença caracterizada

pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, sendo conseqüência de balanço energético

positivo e que acarreta repercussões à saúde segundo a World Health Organization. Obesity

Page 10: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

10

(2000)(6) com perda importante não só na qualidade como na quantidade de vida afirma

Fontaine (2003)(7).

Autores (2,3,4,7) têm apontado motivos diferentes para o surgimento e a manutenção da

obesidade em inúmeras populações. Os estudos que têm sido empreendidos correlacionando

aspectos genéticos à ocorrência de obesidade não têm sido capazes de evidenciar a

interferência destes em mais de um quarto dos obesos, fazendo com que ainda se acredite que

o processo de acúmulo excessivo de gordura corporal, na maioria dos casos, seja

desencadeado por aspectos sócio-ambientais.

A obesidade é considerada atualmente como um problema de saúde pública tanto na

população jovem como na adulta A obesidade pode iniciar em qualquer idade, desencadeada

por fatores como o desmame precoce, a introdução inadequada de alimentos, distúrbios do

comportamento alimentar e da relação familiar, especialmente nos períodos de aceleração do

crescimento(8).

Whitaker et al. (1997)(8) e Price (1987)(9) relatam a necessidade da identificação

precoce do excesso de peso em crianças para diminuir o risco de se tornarem adultos obesos.

Os autores enfatizam dois fatores que podem contribuir para dobrar o risco da obesidade em

adultos jovens: obesidade em um dos pais ou sua presença na infância. Ambos os fatores não

devem ser considerados isoladamente, mas em interação.

Segundo a ABESO (2011) (10) há um aumento significativo da prevalência da obesidade

em diversas populações do mundo, incluindo o Brasil. O problema do excesso de peso e da

obesidade tem alcançado proporções epidêmicas no mundo todo. A Pesquisa de Orçamentos

Familiares (POF) 2008-2009, realizada em parceria entre o IBGE e o Ministério da Saúde,

analisando dados de 188 mil pessoas brasileiras em todas as idades, mostrou que a obesidade

e o excesso de peso têm aumentado rapidamente nos últimos anos, em todas as faixas

etárias. Neste levantamento, 50% dos homens e 48% das mulheres se encontram com

excesso de peso, sendo que 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres apresentam obesidade.

Ainda segundo informações do site a Organização Mundial da Saúde (OMS)(11) projetou

que em 2005 o mundo teria 1,6 bilhões de pessoas acima de 15 anos de idade com excesso de

peso (IMCI≥ 25 kg/m2) e 400 milhões de obesos (IMC ≥ 30 kg/m2). A projeção para 2015 é

ainda mais pessimista: 2,3 bilhões de pessoas com excesso de peso e 700 milhões de obesos.

Indicando um aumento de 75% nos casos de obesidade em 10 anos. A maior taxa de

obesidade ocorre em populações com maior grau de pobreza e menor nível educacional. Pode-

se explicar essa associação pela maior palatabilidade e pelo baixo custo de alimentos de

grande densidade energética, como açúcar e gorduras.

Page 11: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

11

Muitas doenças surgem como conseqüência da obesidade, dentre elas inclui-se diabetes

mellitus tipo 2, a hipercolesterolemia, a hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, apnéia

do sono, problemas psico-sociais, doenças ortopédicas e diversos tipos de câncer. Com o

crescimento acelerado da obesidade em diferentes populações, incluindo países

industrializados e economias em transição, surge o questionamento sobre quais fatores

estariam determinando esta epidemia. Acredita-se que as mudanças de comportamento

alimentar, uso abusivo de comidas rápidas que na maioria das vezes são ricas em gorduras,

açúcares e principalmente calorias, e os hábitos de vida sedentários tal como a falta de

atividade física. O ambiente moderno é um potente estímulo para a obesidade atuando sobre

genes de susceptibilidade são o determinante principal do crescimento da obesidade no

mundo. É altamente provável a herança poligênica como determinante da obesidade. O risco

de obesidade quando nenhum dos pais é obeso é de 9%, quando um dos genitores é obeso,

eleva-se a 50%, atingindo 80% quando ambos são obesos. Os padrões alimentares de gêmeos

com mais de 50 anos de idade também se devem em parte à influência genética, que justifica

entre 15% e 40% da variação desses padrões.

Há várias opções de tratamento para a obesidade e o sobrepeso, esses tratamentos

fundamentam-se nas intervenções para modificação do estilo de vida, no aumento da

atividade física, tratamento nutricional, tratamento psicológico, cirurgias, tratamento

farmacológico e tratamento fitoterápico. O sucesso no tratamento da obesidade depende da

quantidade de perda de peso e da redução dos fatores de risco presentes no início do

tratamento. Uma intervenção terapêutica para perda de peso é eficaz quando há redução

maior ou igual a 1% do peso corporal por mês, atingindo pelo menos 5% em 3 a 6 meses(8).

A Organização Mundial de Saúde (11) tem expressado a sua posição a respeito da

necessidade de valorizar a utilização de plantas medicinais no âmbito sanitário desde 1978,

tendo em conta que 80% da população mundial utilizam essas plantas ou preparações destas

no que se refere à atenção primária de saúde. Ao lado disso, destaca-se a participação dos

países em desenvolvimento nesse processo, já que possuem 67% das espécies vegetais do

mundo. O interesse popular e institucional vem crescendo no sentido de fortalecer a fitoterapia

no SUS, diversos documentos foram elaborados, enfatizando a introdução de plantas

medicinais e fitoterápica na atenção básica no sistema público. Em levantamento realizado

pelo Ministério da Saúde(13) no ano de 2004, verificou-se, em todos os municípios brasileiros,

que a fitoterapia está presente em 116 municípios, contemplando 22 unidades federadas

Segundo a ANVISA(14) no Brasil, o principal órgão responsável pela regulamentação de

plantas medicinais e seus derivados é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que

tem como papel proteger a saúde da população garantindo a segurança sanitária de produtos

e serviços e participando da construção de seu acesso.

Page 12: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

12

Uma das funções da ANVISA para garantir a segurança da saúde da população é o

registro de medicamentos, onde os mesmos são avaliados quanto a segurança, eficácia e

qualidade antes de serem expostos a venda (14).

A Resolução N° 402/2007 regulamenta a prescrição fitoterápica pelo nutricionista de

plantas in natura frescas, ou como droga vegetal nas suas diferentes formas farmacêuticas,

define fitoterápico como o produto obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas

ativas vegetais, caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim

como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Não se considera medicamento

fitoterápico aquele que inclui na sua composição substâncias ativas isoladas, sintéticas ou

naturais, nem as associações dessas com extratos vegetais (13).

Segundo o Conselho Federal de Nutriconistas(14) a fitoterapia tem grande interface com

a nutrição e que plantas medicinais têm finalidades terapêuticas, bioativas e em alguns casos

funções nutricionais evidenciadas cientificamente por estudos específicos. Com a aprovação da

resolução N° 402/2007 o nutricionista tem total autonomia para prescrever esses produtos

quando julgar necessário.

A Resolução – RDC nº 10 de 9 de março de 2010 dispõe sobre a notificação de drogas

vegetais junto à ANVISA(14) e propõe uma lista de fitoterápicos que são isentos de prescrição

médica, devendo ser observada pelo nutricionista a fim de direcionar a respeito de quais

fitoterápicos podem ser prescritos por ele.

A busca por tratamentos com fitoterápicos e plantas medicinais tem ganhado força nos

últimos anos, principalmente para o tratamento da obesidade, porém existem poucas

evidências científicas sobre os mesmos. Muitos autores (5,8,9) pontuam a necessidade de melhor

qualificação do profissional de saúde para o manejo dos fitoterápicos.

Fez-se assim relevante o conhecimento do uso das plantas medicinais citadas, pois

tratamentos convencionais, devidamente acompanhados por profissionais juntamente a uma

dieta equilibrada e atividades físicas, demonstram efeitos positivos na perda de peso.

2 Objetivos

2.1 Objetivo Geral

Verificar as evidências científicas sobre o uso dos fitoterápicos ”Garcínia cambogia”,

“Camelia sinensis” e “Cynara scolymus para a perda de peso.

Page 13: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

13

2.2 Objetivos Específicos

• Analisar a eficácia dos fitoterápicos no processo de emagrecimento e quais

apresentam maior efeito na perda de peso;

• Descrever as características dos fitoterápicos ”Garcínia cambogia”, “Camelia

sinensis” e “Cynara scolymus com eficácia comprovada;

• Descrever os principais efeitos adversos.

3 Metodologia

O trabalho consiste de uma revisão de literatura de artigos publicados nos últimos

dez anos (2001 a 2011), ademais alguns dados relevantes anteriores a esse período também

foram incluídos.

Usando os descritores foram encontrados 38 artigos. A consulta desses em inglês e

português foram realizada nas bases de dados Scielo, Lilacs, Medline, Pubmed e Google

Acadêmico, para localizar as palavras chaves utilizou-se a biblioteca virtual Descritores em

Ciência da Saúde (DESC). Os descritores utilizados para obter informações sobre fitoterápicos

no processo de emagrecimento foram, “fitoterapia”, “perda de peso” e “obesidade”,

“Phytotherapy”, “Weight Loss” ”obesity”. Além dessas palavras chaves foi realizado uma busca

específica para os seguintes fitoterápicos ”Garcínia cambogia”, “Camelia sinensis” e “Cynara

scolymus.

Após realizada a busca efetuou-se a leitura dos títulos e resumos aplicando os

seguintes critérios de inclusão: estudos realizados em ratos, perda de peso comprovada ou

reprovada, uso dos fitoterápicos estudados especificamente. Da exclusão utilizou-se os

critérios: componentes dos fitoterápicos. Restringindo a apenas 6 artigos, esses foram lidos

na íntegra, analisados e deles coletados as seguintes informações: tipo de fitoterápico usado,

modo de ação, eficácia, conforme tabela abaixo no item Resultados e tabelas em anexo.

Page 14: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

14

4 Resultados

Usando os descritores foram buscados artigos, porém apenas um dos artigos

utilizados teve experiências em seres humanos, conseguiu-se resultados sobre experiência dos

uso dos medicamentos em ratos.

Todos os artigos analisados mostraram efeitos positivos do uso dos fitoterápicos

Camelia sinensis, Garcínia cambogia, e Cynara scolymus no processo de emagrecimento.

Segundo os estudos analisados a Camelia sinensis efeito na perda de peso, previne

câncer, obesidade e síndrome metabólica, mas, pode causar problemas hepáticos. A Garcínia

cambogia reduz peso e também colesterol total e LDL e os triglicérides, não foi encontrado

nenhum dado sobre efeitos colaterais. Já a Cynara scolymus a redução de peso é significativa

quando associada a atividade física, reduz a camada adiposa da célula, mas pode provocar

flatulência e reações alérgicas.

Page 15: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

15

Quadro 1 - Principais resultados sobre os fitoterápicos, Garcínia cambogia,Camelia sinensis e Cynara scolymus usados

no tratamento da obesidade

Autor Fitoterápico

Metodologia Eficácia Efeito adverso

Modo de ação

VERA CRUZ, Marta et al.

2010

Camelia sinensis

(Chá verde)

Ratos Wistar, tratados com

dieta hipercalórica submetidos

tratamento com chá verde

Perda de peso

Podem causar

problemas hepáticos

Aumento da fosforilação do receptor da insulina.

SENGER, Ana Elisa Vieira et al.2010

Camelia sinensis

(Chá verde)

Análise em estudos in vitro

e in vivo estimulação

endócrina e a função

metabólica nas células de gordura.

Redução e manutenção

do peso Não há dados

Importante na prevenção de doenças crônicas como o câncer, obesidade e síndrome metabólica.

DOMENICO T, et al. 2009

Garcínia Cambogia

23 voluntários com excesso de

peso corporal tratado (n=13) e placebo (n=10),

recebendo, dose diária de 2,4g do extrato de Garcínia ou

placebo (3x/dia) durante 8 semanas.

Redução de peso, índices

de colesterol e triglicerídeos

Não há dados

Diminuição de colesterol total e LDL-c foi mais aparente em heterozigotos E*3/E*4, quando comparada à variação em outros genótipos, enquanto a diminuição de triglicerídeos foi mais pronunciada em heterozigotos E*2/E*3.

SANTOS, Ana C S, et

al. 2007

Garcínia Cambogia

Pesquisa bibliográfica para obter

informações sobre o uso dos fitoterápicos no tratamento da

obesidade.

Redução de peso

Não há dados

Demonstrou sua eficiência no combate a obesidade, no entanto, faltam estudos mais aprofundados sobre seu mecanismo de ação para gerar mais segurança no seu uso terapêutico.

SANTOS,

T.M, et al. 2007

Cynara Scolymus

(alcachofra)

15 g de folhas foram adicionados a 200 mL de água fervente. Após 15 minutos, o infuso foi filtrado. Este extrato foi diluído 20 vezes para e usado em animais, durante 30 dias

Redução de peso quando associado a

atividade física

Não há dados

Redução da camada adiposa e nítida infiltração do tecido.

ALEXANDRE, Rodrigo

Fernandes, et al. 2004

Cynara Scolymus

(alcachofra)

Buscas manuais de ensaios clínicos e também publicados após a publicação da última revisão sistemática e/ou meta-análise

Efeitos hipocolesterol

êmicos

Efeitos leves, como

flatulência e reações alérgicas

Resultados foram promissores e confirmados por um ensaio clínico conduzido posteriormente.

Page 16: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

16

5 Discussão

Dos estudos e análises sobre o primeiro medicamento fitoterápico (14) aplicado em ratos

observou-se diminuição do peso corporal e melhora no GTT (glucose tolerance test) o que

significa a afirmação da hipótese levantada que a (Camelia sinensis) ou chá verde pode ser

usado no tratamento para perda de peso e diminuição das taxas de glicose. Quanto ao

segundo artigo selecionado (15) para estudo sobre o mesmo medicamento pôde-se observar em

análise que as pesquisas com o chá verde revelam de forma crescente seu efeito restaurador

de estados patológicos e, por tratar-se de uma bebida amplamente disponível e de baixo

custo, torna-se viável o seu uso como um importante coadjuvante no manejo nutricional em

diversas patologias, os estudos estão indicando que os compostos bioativos do chá verde têm

um potencial papel na prevenção de doenças crônicas como o câncer e doenças que

apresentam um processo inflamatório crônico, como a obesidade e a síndrome metabólica.

Dados da Anvisa 2004 mostra que a Camelia sinensis é indicada para tratamento da

fragilidade capilar e alterações da permeabilidade vascular , foram notificados como reações

adversas hipertensão, arritmia cardíaca, cefaléia, tremor, euforia e insônia após o uso de

Camelia sinensis com a Malva silvestre, nesse registro não existe nenhum dado sobre o uso

desse medicamento no processo de emagrecimento.

Já na análise sobre o medicamento Garcínia Cambogia (16), o grupo tratado com

garcínia, a diminuição de colesterol total e LDL-c foi encontrada em heterozigos E*3/E*4,

quando comparada à variação em outros genótipos, enquanto a diminuição de triglicerídeos

foi mais pronunciada em heterozigotos E*2/E*3. O único grupo que teve um leve aumento de

HDL-c após o tratamento foi o de heterozigotos E*3/E*4. No entanto, nenhuma destas

diferenças atingiu significância estatística. No segundo artigo (17) viu-se que estudos com o

fitoterápico G. cambogia demonstraram sua eficiência no combate a obesidade, no entanto,

faltam estudos mais aprofundados sobre seu mecanismo de ação para gerar mais segurança

no seu uso terapêutico. Segundo a Anvisa a situação de registro desse fitoterápico no Brasil

está classificado na categoria de moduladores do apetite e produtos para dietas especiais.

Lobb 2009 também classifica esse medicamento com um auxiliar na regulação do apetite,

mostra também que efeitos colaterais como infecção de garganta, pneumonia, hemorragia

seguida de óbito quando administrado com uso de anticoncepcional e hepatoxicidade,

considerando esses registros pode se dizer que a Garcínia cambogia tem efeito positivo na

perda de peso mas apresenta efeitos adversos consideráveis.

Por fim, quando estudados os artigos sobre o medicamento fitoterápico Cynara

Scolymus (18) verificou-se um leve decréscimo da massa dos animais dos grupos experimentais

em relação ao grupo controle e redução acentuada para o grupo de animais tratados com

alcachofra e submetidos á atividade física. Entretanto a análise estatística indicou diferença

não significativa entre os grupos e, desta forma, que nenhum tratamento foi eficaz em

Page 17: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

17

provocar alteração sobre o ganho padrão de massa corporal. Desde início do período de

treinamento físico até o término experimental, não se observou aumento significativo no

consumo alimentar dos animais submetidos à atividade física. Supõe-se então que o estresse

físico sofrido pelos animais durante o treinamento físico tenha elevado a taxa metabólica, não

alterando a massa corporal de forma significativa. Quanto ao sexto e ultimo artigo (19) os

resultados mostraram que o perfil de segurança da alcachofra ainda não está bem definido,

mas sabe-se que ela pode provocar efeitos adversos leves, tais como flatulência e reações

alérgicas. As indicações registradas na Anvisa 2004 são, uso oral colagogo e colerético isto é

agentes gastrintestinais que estimulam o fluxo da bile para dentro do duodeno ou estimulam a

produção de bile pelo fígado respectivamente, pode ter efeito laxativo, e causar dermatite de

contato alérgica, segundo essas considerações esse medicamento também não tem nenhuma

relação direta com a perda de peso .

Nota – se que na análise dos estudos todos os medicamentos mostram redução de

peso, mas os registros da Anvisa classifica apenas a Garcínia com efeito direto na perda de

peso por participar na regulação do apetite.

Conclusão

O trabalho se justifica pela necessidade de analisar alguns fitoterápicos quanto à

aplicação, modo de ação e sua eficácia no tratamento da obesidade, para que tenha-se uma

base científica no que prescrever.

Dos resultados conseguiu-se entender que apesar dos fitoterápicos apresentarem

resultados positivos, ainda são incompletos e necessitam de pesquisas mais aprofundadas e de

longo prazo pra que se tornem confiáveis.

Mostrou-se complicada a busca dos artigos específicos sobre as plantas supracitadas e

os resultados todos se mostravam inconclusivos. Esse estudo foi relevante e merece

desenvolvimento posterior sugerindo até pesquisa em campo, com seres humanos, para

comprovação da eficácia dos fitoterápicos para emagrecimento e estabelecimento de

posologia, dosagens, indicações e contra indicações.

Referências Bibliográficas

1. Fetrow, C.W.; Avila, J.R. Manual de medicina alternativa. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 2000. 743p.

2. Sacramento, H.T. Fitoterapia nos serviços públicos do Brasil . In : Jornada Paulista

de Plantas Medicinais, 5.; 2001, Botucatu. Anais... Botucatu: UNESP, 2000. p.28.

Page 18: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

18

3. Marques, F.C. Fito 2000 – Lima/ Peru. Boletim da Associação Catarinense de Plantas

Medicinais, n.2, 2001.

4. World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic.

Geneva: World Health Organization; 2000. (WHO Technical Report Series, 894).

5. Fontaine Kr, Redden DT, Wang C, Westfall AO, Asslison DB. Years of life lost due to

obesity. JAMA 2003; 289:187-93.

6. Whitaker Rc, Wright Ja, Pepe Ms, Seidel Kd, Dietz Wh. Predicting obesity in young

adulthood from childhood and parental obesity. N Engl J Med. 1997;337:869-73.

7. Price Ra. Genetics of human obesity. Ann Behav Med. 1987; 9:9-14.

8. Abeso 76 – Outubro 2010 – Edição Especial. Atualização das diretrizes para o

tratamento Farmacológico da obesidade e do sobrepeso. Disponível em:

<http://www.abeso.org.br/pdf/diretrizes2010.pdf>, acessado em: 01/07/2011.

9. Organizacion Nacional De La Salud. Disponível em:

http://www.who.int/countries/bra/es/. Acesso em: 11/2011

10. Wesenauer. Fitoterapia: Fitofármaco, Farmacologia e Aplicações clínicas. 2. ed. São Paulo:

Pharmabooks, 2006.

11. Anvisa. Disponível em:<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/d37

e2180474580a88c98dc3fbc4c6735/Nota+t%C3%A9cnica+n%C2%BA+1+do+CNPMF_06+10+

2010.pdf?MOD=AJPERES&useDefaultText=0&useDefaultDesc=0>, acessado em: 01/02/2012.

12. Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Gerência Técnica de

Assistência Farmacêutica. Grupo de Estudos de Fitoterápicos. Relação das plantas medicinais

de uso tradicional no SUS. Brasília, 2001. 6p.

13. Brasil. Conselho Federal de Nutricionistas: Resolução CFN N° 402/2007:

Regulamenta a prescrição fitoterápica pelo nutricionista de plantas in natura frescas, ou como

droga vegetal nas suas diferentes formas farmacêuticas, e dá outras

14. Scielo Brasil. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1676

24442010000500010&script=sci_arttext. Acesso em: 11/2011.

15. Scientia Medica (Porto Alegre) 2010; volume 20, número 4, p. 292-300. Disponível

em:

http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/viewFile/7051/5939.

Acesso em: 11/2011.

16. Scielo Brasil. X Salão de Iniciação Científica PUC RS.

http://www.pucrs.br/orgaos/edipucrs/XSalaoIC/Ciencias_Biologicas/Genetica/70567-

TUANY_DI_DOMENICO.pdf. Acesso em: 11/2011.

17. NAtureza on line. Disponível em:

http://www.naturezaonline.com.br/natureza/conteudo/pdf/06_SantosACSetal_3743.pdf

Acesso em: 11/2011.

Page 19: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

19

18. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu. Disponível em:

http://scholar.googleusercontent.com/scholar?q=cache:LFGHIdqZypcJ:scholar.google.com/+al

cachofra+dieta&hl=pt-BR&as_sdt=0 Acesso em: 11/2011.

19. Acta Farm. Bonaerense 24 (2): 310-4 (2005) Disponível em:

http://www.latamjpharm.org/trabajos/24/2/LAJOP_24_2_7_2_E2DEC835LY.pdf. Acesso em:

11/2011.

Page 20: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

20

ANEXOS

FICHAMENTO DOS ARTIGOS ANALISADOS

Camelia sinensis - chá verde

TITULO Efeito do chá verde (Camelia sinensis) em ratos com obesidade

induzida por dieta hipercalórica

ANO DE PUBLICAÇÃO Outubro 2010

REVISTA PUBLICADA Scielo Brasil. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1676

24442010000500010&script=sci_arttext. Acesso em: 11/2011.

AUTORES Marta Vera-Cruz; Elaine Nune; Lívia Mendonça; Érika Chaves; Maria

Luiza de Lima Aguilar Fernandes

INTRODUÇÃO

A obesidade é fator de risco para várias doenças. Estudos têm

demonstrado que os polifenóis do chá verde auxiliam na perda de peso e

interferem nos mecanismos de diversas doenças. A insulina, agindo por

meio de seu receptor (IR), desencadeia uma série de respostas. A via

IR/Shc é ligada ao crescimento celular e à mitogênese.

OBJETIVOS Estudar o efeito do chá verde no peso corporal e no teste de tolerância à

glicose (GTT). No fígado, estudar a fosforilação do IR, a presença e a

expressão de IR e Shc e suas alterações morfológicas.

MATERIAIS E MÉTODOS

Ratos Wistar, jovens e tratados com dieta hipercalórica ou dieta própria

para ratos, foram submetidos a tratamento com chá verde. Para retirada

do fígado, após anestesia, foi infundida insulina ou solução salina. Para

avaliar o grau de fosforilação do IR, o fragmento foi homogeneizado e

submetido a técnicas de imunoprecipitação e imunoblotting. Para análise

morfológica, foi utilizada a técnica de coloração por hematoxilina e

eosina e para localizar a presença de IR e Shc, técnica de imuno-

histoquímica.

RESULTADO E CONCLUSÃO

Observamos diminuição do peso corporal e da esteatose no fígado e

melhora no GTT. Houve aumento da fosforilação do IR no fígado dos

animais obesos tratados com relação aos obesos não submetidos a

tratamento. Verificaram-se lesões que poderiam ser associadas ao

tratamento, como necrose focal. A análise imuno-histoquímica

demonstrou presença de IR e Shc em todos os grupos estudados e

sugeriu alterações na expressão de IR e Shc nos grupos obesos e obesos

tratados.

Page 21: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

21

TITULO Chá verde (Camellia sinensis) e suas propriedades funcionais nas

doenças crônicas não transmissíveis

ANO DE PUBLICAÇÃO 2010

REVISTA PUBLICADA

Scientia Medica (Porto Alegre) 2010; volume 20, número 4, p. 292-300.

Disponível em:

http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/

viewFile/7051/5939. Acesso em: 11/2011.

AUTORES Ana Elisa Vieira Senger, Carla H. A. Schwanke, Maria Gabriela Valle

Gottlieb

INTRODUÇÃO

O chá é a bebida mais consumida no mundo depois da água. Devido ao

seu processo de produção, o chá verde contém mais catequinas do que

o chá preto ou chá oolong. Existem evidências científicas de que as

catequinas são in vitro e in vivo potentes antioxidantes. Recentes

estudos em humanos sugerem que o chá verde pode contribuir para a

redução do risco de doenças cardiovasculares e algumas formas de

câncer, bem como promover outros benefícios à saúde, tais como efeito

hipoglicemiante, controle do peso corporal, proteção contra os raios

ultravioleta e manutenção da densidade mineral óssea. O crescente

interesse em seus benefícios levou à inclusão do chá verde no grupo de

bebidas com propriedades funcionais. Entretanto, é muito importante

ressaltar que o chá verde também pode apresentar efeitos adversos

OBJETIVOS Apresentar uma descrição dos estudos sobre o chá e seus efeitos sobre

a saúde, como um alimento funcional.

MATERIAIS E MÉTODOS

Estudos in vitro e in vivo sugerem que a EGCG modula a mitogênese, a

estimulação endócrina e a função metabólica nas células de gordura,

além de estar associada com a má absorção de carboidratos e gorduras

no trato intestinal, por inibição enzimática e do sódio transportador de

glicose. Os mecanismos pelos quais a EGCG atua na redução e

manutenção do peso corporal estão demonstrados no Quadro abaixo.

↓ Emulsificação lipídica

↓ digestão e absorção de lipídios

↓ transporte lipídico (↓LdL e vLdL, ↑HdL)

↓ absorção de carboidratos

↓ insulina, igf

↓ Hormônios esteróides

↑ Colecistoquinina

↑ termogênese

↑ Oxidação lipídica no fígado e músculo

↑ Captação de glicose no músculo (gLUt4)

↓ deposição de gordura no fígado

↑ Excreção fecal de lipídios

RESULTADO E CONCLUSÃO

Os estudos científicos atuais consideram a C. sinensis uma planta

estratégica para a saúde humana no século XXi. as pesquisas com o chá

verde revelam de forma crescente seu efeito restaurador de estados

patológicos e, por tratar-se de uma bebida amplamente disponível e de

baixo custo, torna-se viável o seu uso como um importante coadjuvante

no manejo nutricional em diversas patologias. os estudos estão

indicando que os compostos bioativos do chá verde têm um potencial

papel na prevenção de doenças crônicas como o câncer e doenças que

apresentam um processo inflamatório crônico, como a obesidade e a

síndrome metabólica.

Page 22: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

22

Garcínia cambogia

TITULO Investigação farmacogenética do fitoterápico Garcinia: relação

ente a variação no gene APOE e o efeito do fármaco sobre o

perfil lipídico em indivíduos com excesso de peso

ANO DE PUBLICAÇÃO 2009

REVISTA PUBLICADA Scielo Brasil. X Salão de Iniciação Científica PUC RS.

http://www.pucrs.br/orgaos/edipucrs/XSalaoIC/Ciencias_Biologicas/Gen

etica/70567-TUANY_DI_DOMENICO.pdf. Acesso em: 11/2011.

AUTORES Domenico T; Klein LC, Rovaris DL; Pollo T; Schneider R; Rossetto S;

Ronconi Vasques CA; de Andrade FM

INTRODUÇÃO

Um dos grandes problemas da saúde pública é a alta prevalência da

obesidade e suas complicações, dentre elas as dislipidemias. O

fitoterápico Garcinia cambogia (Guttiferae), é amplamente utilizado

para o tratamento destas complicações, no entanto existe uma escassez

de estudos científicos que descrevam os seus reais efeitos, e as

possíveis variações de respostas interindividuais. Os estudos

farmacogenéticos têm se mostrado hábeis para associar determinados

polimorfismos em genes candidatos a diferentes respostas terapêuticas,

e como a apolipoproteína E é uma proteína relacionada com a

homeostase lipídica, polimorfismos nesse gene podem ter grande

influência na resposta de fármacos. No entanto, não existe nenhuma

investigação que relacione a variabilidade no gene APOE com a resposta

a Garcinia cambogia, embora um grande número de estudos demonstre

que a variabilidade neste loco influencia a resposta a estatinas.

OBJETIVOS Neste estudo de intervenção com mascaramento duplo cego, o objetivo

é avaliar se o polimorfismo no exon 4 do gene APOE influencia a

resposta do perfil lipídico, ao tratamento com este fitoterápico.

MATERIAIS E MÉTODOS

Até o momento, 23 voluntários com excesso de peso corporal (IMC > 25

kg/m²) foram estratificados aleatoriamente em grupo tratado (n=13) e

placebo (n=10), recebendo, respectivamente, dose diária de 2,4g do

extrato de Garcinia ou placebo (3x/dia) durante 8 semanas. Os

participantes mantiveram dietas usuais, monitoradas através de diário

alimentar; não usavam medicamentos anoréticos ou hipolipemiantes. O

perfil lipídico foi analisado através de colorimetria enzimática

(triglicerídeos - TG, colesterol total – CT, e HDL-c), exceto LDL-c que foi

estimado pela equação de Friedwald. O DNA destes voluntários foi

extraído a partir de 5 ml de sangue total, e o polimorfismo no gene

APOE foi avaliado por PCR-RFLP, com a enzima de restrição Hha I. A

variação do perfil lipídico após o período de tratamento foi comparada

entre genótipos pelo teste de Kruskal-Wallis, utilizando o programa

SPSS para Windows versão 16.0.

RESULTADO E CONCLUSÃO

No grupo tratado com garcínia, a diminuição de CT e LDL-c foi mais

aparente em heterozigos E*3/E*4, quando comparada à variação em

outros genótipos, enquanto a diminuição de triglicerídeos foi mais

pronunciada em heterozigotos E*2/E*3. O único grupo que teve um

leve aumento de HDL-c após o tratamento foi o de heterozigotos

E*3/E*4. No entanto, nenhuma destas diferenças atingiu significância

estatística. No grupo placebo, não houve nenhum padrão perceptível de

variação entre genótipos.. Visto que o trabalho continua em andamento,

provavelmente, o aumento do tamanho amostral possibilitará a

determinação da relação existente entre a variação no gene APOE e a

resposta do perfil lipídico ao tratamento com Garcinia cambogia

Page 23: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

23

TITULO Garcinia cambogia – uma espécie vegetal como recurso

terapêutico contra a obesidade?

ANO DE PUBLICAÇÃO 2007

REVISTA PUBLICADA NAtureza on line. Disponível em:

http://www.naturezaonline.com.br/natureza/conteudo/pdf/06_SantosAC

Setal_3743.pdf Acesso em: 11/2011.

AUTORES Ana C S Santos, Michelle S Alvarez, Priscila B Brandão & Ary G Silva

INTRODUÇÃO

Atualmente, a obesidade é um problema de saúde pública mundial,

tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento,

apresentando elevação de sua prevalência. A transição nutricional é um

processo de modificações seqüenciais no padrão de nutrição e consumo

que acompanha mudanças econômicas, sociais e demográficas, e

mudanças do perfil de saúde das populações.

OBJETIVOS abordar a comprovação científica dos medicamentos fitoterápicos à

base de extrato de Garcinia cambogia Roxb comercializados livremente,

visando ao tratamento da obesidade.

MATERIAIS E MÉTODOS

Utilizou-se a pesquisa bibliográfica, nas bases de dados Medline e

Highwire Press, para obter informações sobre o uso dos fitoterápicos no

tratamento da obesidade. Panorama atual do tratamento fitoterápico da

obesidade Diversas são as alternativas disponíveis no mercado para o

tratamento da obesidade, porém poucas apresentam evidências

consistentes de segurança e eficácia. Os fitoterápicos que

habitualmente são indicados para a redução de peso estão, na maioria

das vezes, desprovidos de estudos científicos confiáveis que

demonstrem a eficácia e a segurança para essa indicação.

RESULTADO E CONCLUSÃO

Estudos com o fitoterápico G. cambogia demonstraram sua eficiência no

combate a obesidade, no entanto, faltam estudos mais aprofundados

sobre seu mecanismo de ação para gerar mais segurança no seu uso

terapêutico.

Page 24: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

24

Cynara scolymus (alcachofra)

TITULO Investigação do efeito hipolipemiante do extrato aquoso de

folhas de alcachofra(Cynara scolymus L.) em associação à

atividade física intensa

ANO DE PUBLICAÇÃO 2007

REVISTA PUBLICADA

Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu. Disponível em:

http://scholar.googleusercontent.com/scholar?q=cache:LFGHIdqZypcJ:s

cholar.google.com/+alcachofra+dieta&hl=pt-BR&as_sdt=0 Acesso em:

11/2011.

AUTORES SANTOS, T.M.; PEREIRA, L.F.; ELIFIO-ESPOSITO, S.L.

INTRODUÇÃO

As propriedades terapêuticas das folhas de alcachofra são conhecidas

desde tempos antigos(Noldin et al., 2003). Dos seus princípios ativos

foram identificados diversos metabólitos secundários tais

comogrosheimina, ácido criptoclorogênico, flavonóides, ácido

cafeoilquínico, ácido clorogênico, cinarina, luteolina,glicosídeos, lactonas

sesquiterpênicas, entre outros(Zhu et al., 2000; Gebhardt, 2001;

Llorach et al., 2002;Fritsche et al., 2002; Speroni et al., 2003;

Shimodaet al., 2003; Li et al., 2004; Wittemer et al., 2005). O extrato

das folhas de alcachofra (ALE) tem sido citado pela medicina popular

para o tratamento de desordens digestivas e circulatórias pela sua

potencial ação como antioxidante e redutor de colesterol

plasmático(Gebhardt & Fausel, 1997; Pérez-Garcia et al., 2000;Saénz-

Rodriguez et al., 2002; Zapolska-Downar etal., 2002). Devido às suas

aplicações para a redução de lipídios plasmáticos o ALE tem sido

também indicado para redução de massa corporal, como coadjuvante

em regimes de emagrecimento

OBJETIVOS

O presente estudo teve como objetivos investigar os efeitos da ingestão

da infusão das folhas secas de alcachofra (ALE) sobre os níveis de

lipídeos plasmático e subcutâneo em ratos, quando administrada como

única forma de tratamento ou em associação com atividade física

intensa. Optou-se por investigar o efeito de folhas comercializadas em

Curitiba, Região Sul do Brasil, por estar presente emprepar ações

fitoterápicas da população local,buscando subsídios maiores para seu

uso na complementação de dietas hipolipemiantes

MATERIAIS E MÉTODOS

Obtenção do Extrato das Folhas Secasde Alcachofra (ALE). A alcachofra,

Cynara scolymus Linné, cultivada no Brasil, trata-se de uma planta

pertencente à família ASTERACEAE, que compreende cerca de 920

gêneros com aproximadamente 19 mi espécies, cujos hábitos são muito

variados (Noldinet al., 2003; Santos et al., 2003). Utilizou-se para este

estudo folhas de C. scolymus, oriundas do Mercado Municipal de

Curitiba.A preparação do extrato aquoso seguiu método descrito por

Santos et al. (2003): 15 gramasdas folhas foram adicionados a 200 mL

de água fervente. Após 15 minutos, o infuso foi filtrado. Este extrato foi

diluído 20 vezes para fornecimento aos animais, durante 30 dias. Esta

dose corresponde, no adulto, a 320 mg, 4 a 6 vezes ao dia, por no

mínimode 6 semanas.Grupos experimentais. Quarenta ratos machos,

Rattus norwergicus norwergius, com 3semanas de vida, pesando

inicialmente entre 61 ± 34g, foram distribuídos, aleatoriamente,

compondo quatro grupos experimentais (n=10). Nas primeiras três

semanas todos os grupos recebem uma mistura hipercalórica composta

por preparado especial de milho, semente de girassol e aveia na

proporção de3:1:1 (Santos et al. 2003) além, da ração padrão para

roedores (Nuvital, Curitiba) envolta em banha de porco derretida em

fervura. Da quarta à sétima semana os grupos passaram a receber

tratamento específico conforme mostrado na Tabela 1. Ao longo de todo

o procedimento experimental o incremento da massa corporal foi

monitorado.

RESULTADO E CONCLUSÃO

Verifica-se um leve decréscimo da massa dos animais dos grupos

experimentais em relação ao grupo controle e redução aparentemente

mais acentuada para o grupo de animais tratados com ALE e submetidos

á atividade física (EX.FÍS+ALE). Entretanto a análise estatística indicou

diferença não significativa entre os grupos para p<0,05 e, desta forma,

que nenhum tratamento foi eficaz em provocar qualquer alteração sobre

o ganho padrão de massa corporal.Desde início do período de

treinamento físico até o término experimental, não se observou aumento

significativo no consumo alimentar dos animais submetidos à natação.

Page 25: Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)

25

TITULO Fitoterapia Baseada em Evidências. Parte 2. Medicamentos

Fitoterápicos elaborados com Alcachofra, Castanha-da-Índia,

Ginseng e Maracujá

ANO DE PUBLICAÇÃO 2004

REVISTA PUBLICADA Acta Farm. Bonaerense 24 (2): 310-4 (2005) Disponível em:

http://www.latamjpharm.org/trabajos/24/2/LAJOP_24_2_7_2_E2DEC8

35LY.pdf. Acesso em: 11/2011.

AUTORES Rodrigo Fernandes ALEXANDRE, Fernanda Nath GARCIA & Cláudia

Maria Oliveira SIMÕES

INTRODUÇÃO

Em continuação à primeira parte deste trabalho 1, serão explicitadas

aqui as informações encontradas na literatura sobre a eficácia clínica e

a segurança dos medicamentos fitoterápicos elaborados com

alcachofra (Cynara scolymus L.), castanha-da-índia (Aesculus

hippocastanum L.), ginseng (Panax ginseng M. A. Mey) e maracujá

(Passiflora spp.).

OBJETIVOS

O presente estudo teve como objetivos investigar os efeitos da

ingestão da infusão das folhas secas de alcachofra (ALE) sobre os

níveis de lipídeos plasmático e subcutâneo em ratos, quando

administrada como única forma de tratamento ou em associação com

atividade física intensa. Optou-se por investigar o efeito de folhas

comercializadas em Curitiba, Região Sul do Brasil, por estar presente

emprepar ações fitoterápicas da população local,buscando subsídios

maiores para seu uso na complementação de dietas hipolipemiantes

MATERIAIS E MÉTODOS

De acordo com um levantamento realizado junto às distribuidoras de

medicamentos fitoterápicos para o Estado de Santa Catarina/Brasil 2 e

confirmado por dados recentes do mercado mundial desses produtos 3,

os medicamentos fitoterápicos mais comercializados são elaborados

com ginkgo, hipérico, kava, valeriana, alcachofra, castanha-da-índia,

ginseng e maracujá. Nesta Parte 2 do trabalho serão abordados os

quatro últimos e, na Parte 1, foram abordados os quatro primeiros .

Realizou-se uma pesquisa bibliográfica para a busca das melhores

evidências externas de eficácia e segurança para os medicamentos

fitoterápicos preparados com alcachofra, castanha-daíndia, ginseng e

maracujá. Para isso, foram utilizadas as bases de dados MEDLINE

(através do PubMed) e COCHRANE COLLABORATION, sem restrição de

data e idioma de publicação, e revisões sistemáticas e meta-análises

dos ensaios clínicos, randomizados, duplos-cegos e controlados,

realizados com medicamentos fitoterápicos elaborados com as plantas

medicinais em questão. Além disso, foram realizadas buscas manuais

de ensaios clínicos nas listas de referências de livros especializados

e/ou dos artigos já localizados. Também foram consultados ensaios

clínicos publicados após a publicação da última revisão sistemática

e/ou meta-análise.

Realizou-se, também, um levantamento bibliográfico para compilar as

melhores informações sobre indicações terapêuticas, posologia,

potenciais interações medicamentosas, possíveis efeitos adversos e

contra-indicações. Estas informações foram obtidas de livros

especializados, artigos de revisão, artigos originais de estudos

farmacológicos e toxicológicos pré-clínicos, monografias da Comissão E

, da ESCOP e da Organização Mundial da Saúde

RESULTADO E CONCLUSÃO

Foram localizados poucos ensaios clínicos que investigaram os efeitos

hipocolesterolêmicos de medicamentos fitoterápicos elaborados com a

alcachofra. Para avaliar a eficácia clínica da alcachofra, foi realizada

uma revisão sistemática, mas, devido as limitações dos estudos, foi

considerado apenas um ensaio clínico com qualidade metodológica

aceitável, cujos resultados foram promissores e confirmados por um

ensaio clínico conduzido posteriormente. Porém, devido à limitação de

publicações de qualidade metodológica aceitável, as evidências

geradas são insuficientes, necessitando a realização de novos ensaios

para justificar o seu uso na prática clínica. Da mesma forma, o perfil

de segurança da alcachofra ainda não está bem definido, mas sabe-se

que ela pode provocar efeitos adversos leves, tais como flatulência e

reações alérgicas