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Desenvolvimento Municipal em MOÇAMBIQUE Desenvolvimento Municipal em MOÇAMBIQUE LIÇÕES DA PRIMEIRA DÉCADA URBANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL EM MOÇAMBIQUE CAPÍTULO: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Relatório Técnico Final (Junho, 2008) Elaborado por: Karin Segala Izidine Opressa Jaime Palalane Instituto Brasileiro de Administração Municipal Área de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente

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DesenvolvimentoMunicipal emMoçaMbique

DesenvolvimentoMunicipal emMoçaMbiqueLições da Primeira década

URBANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL EM MOÇAMBIQUECapítulo: Gestão de Resíduos sólidos

Relatório técnico Final (Junho, 2008)

elaborado por: Karin segala izidine opressa Jaime palalane

instituto Brasileiro de administração Municipal

Área de desenvolvimento urbano e Meio ambiente

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URBANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL EM MOÇAMBIQUE

Capítulo: Gestão de Resíduos Sólidos

RReellaattóórriioo TTééccnniiccoo FFiinnaall (Junho, 2008)

Elaborado por: Karin Segala

Izidine Opressa Jaime Palalane

Instituto Brasileiro de Administração Municipal Área de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente

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SUMÁRIO EXECUTIVO

O Capítulo Gestão de Resíduos Sólidos é parte integrante do Estudo de Urbanização e Desenvolvimento Municipal em Moçambique, coordenado pelo Banco Mundial, e realizado com apoio do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (UN-HABITAT), por intermédio do Escritório Regional para África e Países Árabes (ROAAS) e do Programa (WAC II) de Água para as Cidades Africanas II.

O estudo tem como objectivo apresentar a situação actual da gestão de resíduos sólidos e recomendações com vistas a melhorar os serviços de limpeza urbana dentro de uma perspectiva sustentável, bem como identificar boas práticas que possam servir de exemplo para a revitalização dos modelos actuais ou de modelos alternativos de gestão.

A estratégia de intervenção tem foco em seis Municípios, nomeadamente: Maputo e Inhambane na Região Sul, Quelimane e Gurué na Região Centro, Cuamba e Nacala na Região Norte, tomando-os como referência para uma demonstração Nacional.

A escolha desses Municípios considerou os seguintes aspectos: categoria da Cidade, representatividade por região do país e optimização dos recursos com as deslocações para os trabalhos de campo. Para além desses aspectos, as seguintes justificativas complementaram a tomada de decisão:

Maputo: por ser a capital e maior cidade do país;

Inhambane: encontra-se em região costeira com forte vocação turística;

Nacala e Quelimane: são municípios portuários com forte vocação industrial. A gestão dos resíduos sólidos em Nacala é exercida diretamente por órgão do Conselho Municipal, enquanto que em Quelimane foi criada recentemente uma empresa pública municipal.

Gurué e Cuamba: estão na categoria de vila e situam-se em regiões com características climáticas e geomorfológicas (área de montanha) diferentes das demais autarquias. Estas apresentam ainda forte vocação para a agricultura para consumo interno e exportação.

Para a elaboração do estudo foram considerados pressupostos metodológicos baseados no conceito de gestão integrada de resíduos sólidos, como um novo paradigma da limpeza urbana, alinhados à Agenda 21. Serviu de referência, portanto, a redução da geração de resíduos sólidos, o aumento da reutilização e da reciclagem, a universalização da prestação dos serviços e a deposição final ambientalmente correcta.

A gestão integrada tem por base a consolidação de uma cultura de planeamento estratégico, com implementação, monitoramento e avaliação dos processos, garantindo que estejam em consonância com a legislação e com as políticas de desenvolvimento económico e de uso e conservação dos recursos naturais.

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O estudo baseou-se em entrevistas com instituições públicas e privadas a nível nacional e municipal, utilizando inquéritos previamente elaborados, que procuravam orientar as actividades de campo para levantar informações sobre:

• Caracterização do serviço de gestão de resíduos sólidos,

• Identificação da abrangência de cobertura dos serviços;

• Prospecção das atitudes e comportamentos dos munícipes e instituições relativamente às questões da gestão de resíduos sólidos;

• Caracterização dos resíduos sólidos produzidos;

• Identificação/inventariação dos recursos materiais, humanos e financeiros envolvidos no processo;

• Identificação e comentário sobre a cobrança da taxa de limpeza e do custo - eficiência do modelo de gestão dos resíduos sólidos;

• Identificação de modelos de gestão em curso ou modelos alternativos sustentáveis e eficientes que garantam a qualidade do serviço municipal de gestão de resíduos sólidos.

O trabalho de campo foi realizado em cada Município, no período de 18 de Fevereiro a 14 de Março de 2008, onde foram entrevistados representantes dos Conselhos Municipais, Vereadores, Directores e Chefes dos serviços de limpeza, associações locais, Directores das principais indústrias e unidades sanitárias. Também foram visitados os pontos críticos ao longo das rotas de recolha, os locais de deposição final dos resíduos, assim como os principais hospitais e centros de saúde.

Este estudo confirmou que os problemas de gestão de resíduos sólidos são semelhantes em quase todos os Municípios do país. Nos Municípios objecto deste estudo, verificou-se resíduos sólidos expostos ao longo das vias de acesso, no interior dos bairros e mercados, assim como nos sítios de deposição final, agravando as condições ambientais urbanas.

As principais constatações estão relacionadas aos seguintes aspectos:

(i) Estrutura organizacional: falta de recursos humanos qualificados e competentes para o trabalho; falta de planeamento para desenvolver modelos de gestão de resíduos sólidos sustentáveis e implementar controles operacionais e financeiros;

(ii) Sustentabilidade económico-financeira: insuficiência de recursos financeiros para manutenção e operação dos serviços de limpeza urbana com regularidade e qualidade; falta de instrumentos de controle de gastos e arrecadação de receitas;

(iii) Estrutura Operacional: fraca cobertura territorial do serviço de limpeza urbana, isto é, a recolha concentra-se na zona de cimento não sendo efectuada em todos os bairros; falta de instrumentos de controle operacional; área peri-urbana pouco atendida com os serviços de infra-estrutura;

(iv) Deposição final em lixeiras a céu aberto, sem qualquer tratamento ou cuidado com a saúde humana e a preservação do meio ambiente;

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(v) Capacitação e valorização dos recursos humanos: falta de investimento num programa de capacitação continua para todos os níveis profissionais do sector de limpeza urbana; insuficiência de recursos materiais para prover os trabalhadores de fardamento, equipamentos de protecção individual e ferramentas adequadas ao trabalho, bem como de meios dedicados exclusivamente aos serviços de limpeza urbana;

(vi) Fraca participação da comunidade na cooperação com os esforços autárquicos para manter os locais de residência ou de trabalho (em especial os mercados) limpos;

(vii) Baixo ou nenhum estimulo para o envolvimento do sector privado em acções de melhoria da gestão dos resíduos sólidos.

Tomando como referência o acima exposto, torna-se urgente abordar a gestão integrada de resíduos sólidos urbanos em toda sua complexidade – nos aspectos administrativos, operacionais, legais, ambientais e económicos – indicando soluções baseadas em critérios de sustentabilidade.

A visão de sustentabilidade que norteia este estudo é abrangente e interrelacionada. Para além da sustentabilidade económico-financeira preocupa-se, também, com a sustentabilidade técnica e social, assim definidas:

• Sustentabilidade económico-financeira: relaciona-se com à capacidade do Município em arcar com recursos próprios a operação e manutenção do sistema de limpeza;

• Sustentabilidade técnica: refere-se à definição dos serviços de limpeza urbana, à escolha de meios e equipamentos adequados à realidade de cada Município, à optimização dos recursos disponíveis, à formação técnica dos profissionais envolvidos na prestação dos serviços;

• Sustentabilidade social: diz respeito ao envolvimento de todos os segmentos da sociedade, nomeadamente o Conselho Municipal representado pelos Vereadores e técnicos do sector de limpeza, a Assembleia Municipal e os

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munícipes, na busca de soluções para os problemas de limpeza da cidade assumindo cada um suas responsabilidades.

Assim, pensar a gestão dos resíduos sólidos, tema do Capítulo em estudo, remete ao conceito da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos como a “maneira de conceber, implementar e administrar sistemas de limpeza urbana considerando uma ampla participação dos sectores da sociedade com a perspectiva do desenvolvimento sustentável1”.

Nesse sentido, para tratar dos resíduos sólidos ou da limpeza urbana é necessário utilizar um instrumento capaz de abordar todo ciclo da gestão dos resíduos – desde a produção à deposição final, passando pela definição dos arranjos institucionais, do controle de receitas e gastos, dos programas de educação cívica e da fiscalização –, definindo objectivos e metas, garantindo a sustentabilidade dos serviços.

Para este feito, propõe-se como instrumento de planeamento para os gestores municipais de todos os níveis de Municípios moçambicanos a elaboração de um Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos (PGIRSU).

O Plano passará a servir de base para a tomada de decisões, para implementar melhorias na limpeza das cidades e para a formulação do Plano Anual de Actividades e Orçamento. Servirá, também, como um documento de referência para o monitoramento da implementação e progresso das actividades programadas.

Um dos principais desafios das administrações municipais é assumir a gestão dos resíduos sólidos como prioridade, com vistas a garantir aos seus munícipes uma cidade saudável e sustentável, devendo-se destacar nesse processo a participação da sociedade.

Para este feito as acções a serem desenvolvidas:

(i) Nível nacional

• Harmonizar a legislação já existente, ou em fase de elaboração no país, relacionada com o tema ambiental e, em especial, gestão dos resíduos sólidos, no sentido de não haver discordância de princípios, de conceitos e de terminologia;

• Uniformizar em consonância com a legislação os procedimentos para tratamento e deposição final dos resíduos sólidos domiciliares, industriais perigosos e de serviços de saúde;

• Divulgar o quadro regulatório (estratégias nacionais, directivas técnicas, entre outros) para a gestão de resíduos sólidos e apoiar os municípios na sua implementação;

• Capacitar e dotar de instrumentos de trabalho os técnicos das Direcções Provinciais e Distritais do MICOA para a descentralização das acções de orientação a elaboração e implementação de PGIRSU junto às autarquias nacionais.

• Estabelecer como critério de elegibilidade para concorrer a qualquer financiamento nacional ou internacional que o Município tenha seu PGIRSU,

1 Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, SEDU/IBAM, Brasil, 2001.

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incluindo o detalhamento de um plano gradual para se chegar à sustentabilidade económica do sector, aprovados pela Assembléia Municipal.

(ii) Nível municipal

• Sustentabilidade económico-financeira – implantar controles de receita e despesas específicos para a gestão de resíduos sólidos, rever o valor da taxa de limpeza e abrangência da cobrança, implantar cobrança diferenciada para grandes produtores de resíduos sólidos;

• Instrumentos legais e de fiscalização – criar as bases legais e os procedimentos para implementar a fiscalização;

• Estrutura Operacional – promover e consolidar um cultura de planeamento estratégico integrado, investir em controles operacionais, estudar a composição dos resíduos, aumentar a abrangência dos serviços de recolha para os bairros peri-urbanos, garantir qualidade e eficiência dos serviços;

• Deposição final – reabilitar as lixeiras e promover a construção de aterros sanitários;

• Capacitação – deve ser de forma contínua e abrangente a todos os níveis de trabalhadores, nomeadamente: técnico, gerencial, administrativo, fiscalização e operativo;

• Valorização dos recursos humanos – adoptar medidas para a valorização dos trabalhadores, em especial os colectores;

• Educação cívica – os municípios devem desenvolver programas de educação cívica coordenados com a área operacional de limpeza urbana, no sentido de co-responsabilizar os munícipes pela manutenção da limpeza das cidades.

Finalmente, apresentamos algumas iniciativas, desenvolvidas pelos municípios que participaram neste estudo, para melhorar a situação de limpeza, com resultados consolidados e passíveis de serem replicadas, desde que ajustadas à realidade das autarquias interessadas. São elas:

• Recolha primária porta-a-porta com uso de tchovas;

• Cobrança diferenciada para grandes produtores de resíduos, utilizando o princípio Poluidor Pagador;

• Recolha Selectiva, maximizando o uso de transportes de carga;

• Acondicionamento de resíduos domiciliários em sacos reutilizáveis para a recolha porta-a-porta;

• Criação de Empresa Municipal de Saneamento como forma de rentabilizar e tornar eficiente a gestão dos resíduos sólidos.

Também, foram identificadas experiências bem sucedidas no Brasil utilizando materiais recicláveis para construção de telhas ecológicas e produção de composto orgânico a partir de materiais biodegradaveis.

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Pretende-se que este estudo sirva, portanto, como um documento de referência para o aprimoramento do processo de gestão dos resíduos sólidos junto aos Municípios moçambicanos.

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SUMÁRIO

SUMÁRIO EXECUTIVO............................................................................................. 2 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10 2. OBJECTIVOS ................................................................................................... 11 3. METODOLOGIA ............................................................................................... 11

3.1 Pressupostos Metodológicos .................................................................. 11 3.2 Trabalho de Campo ................................................................................. 12

4. ANÁLISE COMENTADA DA SITUAÇÃO ACTUAL DA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS.............................................................................................. 13

4.1 Estrutura Organizacional......................................................................... 16 4.2 Sustentabilidade económico-financeira ................................................. 16 4.3 Instrumentos legais e de fiscalização .................................................... 18 4.4 Estrutura Operacional.............................................................................. 19 4.5 Deposição Final ....................................................................................... 20 4.6 Capacitação.............................................................................................. 21 4.7 Valorização dos Recursos Humanos ..................................................... 22

5. RECOMENDAÇÕES ........................................................................................ 23 6. BOAS PRÁTICAS ............................................................................................ 27

6.1 A nível Nacional ....................................................................................... 27 6.2 A nível Internacional ................................................................................ 31

ANEXOS.................................................................................................................. 35 ANEXO 1 - Notas dos Encontros com Órgãos do Governo Central ..................... 36 ANEXO 2 - Notas dos Encontros com Instituições Relevantes ao Estudo ........... 37 ANEXO 3 - Resumo da Situação da Limpeza Urbana nos Municípios................. 42 ANEXO 4 - Inquéritos Aplicados nos Municípios.................................................. 73 ANEXO 5 - Sugestão de Roteiro para elaboração de um Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos ............................................................ 117 ANEXO 6 - Lista de Contactos ........................................................................... 118 ANEXO 7 - Bibliografia Consultada .................................................................... 123 ANEXO 8 - Apresentação para o Seminário....................................................... 124

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LISTA DE ABREVIATURAS ADASBU Associação de Água e Saneamento do Bairro da Urbanização AGRESU Apoio a Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos na Grande Maputo ALMA Associação de Limpeza e Meio Ambiente AM Assembléia Municipal ANAMM Associação Nacional dos Municípios Moçambicanos CDS-ZU Centro de Desenvolvimento Sustentável para Zonas Urbanas CM Conselho Municipal CMN Conselho Municipal da Cidade de Nacala CPI Centro de Promoção de Investimentos CPM Código de Postura Municipal DANIDA Danish International Development Agency DAU Departamento de Água Urbana DES Departamento de Saneamento DDS Direcção Distrital de Saúde DMSS Direcção de Serviço Municipal de Saúde e Salubridade DPCA Direcção Provincial de Coordenação Ambiental DPOPH Direcção Provincial de Obras Publicas e Habitação EDM Electricidade de Moçambique EMUSA Empresa Municipal de Saneamento EPC Equipamentos de Protecção Colectiva EPI Equipamentos de Protecção Individual FEMA Fórum Empresarial para o Meio Ambiente FUNAB Fundo do Ambiente GP Grande Produtor GTZ German Development Aid IPA Imposto Pessoal Autárquico IPRA Imposto Predial Autárquico MICOA Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental MISAU Ministério da Saúde MOPH Ministério das Obras Publicas e Habitação MT Metical MTn Metical da nova família OCB Organização Comunitária de Base ODM Objectivos de Desenvolvimento do Milênio ONG Organizações Não Govenamentais P7 Programa de Apoio a Gestão Ambiental em 7 Municípios (DANIDA) PDM Projecto de Desenvolvimento Municipal PDRS Plano Director de Resíduos Sólidos PET Politereftalato de Etila (polímero termoplástico) PGIRSU Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos PROGOV Projecto de Governação Autárquica Democrática RGRS Regulamento de Gestão de Resíduos Sólidos RSU Resíduos Sólidos Urbanos SGAAS Serviço de Gestão Ambiental, Água e Saneamento TDM Telecomunicações de Moçambique TLU Taxa de Limpeza Urbana UGSM Uaiene Gama de Serviços Maputo, Lda. UNDP United Nations Development Programme´ UN-HABITAT United Nations Programme for Human Settlements

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1. INTRODUÇÃO

Hoje, as expressões “proteger”, “preservar” ou “conservar”, quando aplicadas ao tema ambiental, perderam o cunho sensacionalista ou de marketing e passaram a ser consideradas uma exigência para garantia da qualidade de vida. Normas e regulamentos vêm sendo criados a um ritmo acelerado com o intuito de inibir e/ou punir acções de degradação ambiental. Iniciativas que visem consciencializar e educar a população são associadas às anteriores a fim de estabelecer relações de equilíbrio entre o homem e o meio ambiente.

Os problemas relacionados com os resíduos sólidos na sociedade actual são complexos, dada a quantidade e diversidade produzida diariamente e que tem vindo a aumentar ao longo do tempo. O desenvolvimento explosivo das áreas urbanas, o aumento de consumo de bens descartáveis ou pouco duráveis conjugados ao financiamento limitado para a prestação dos serviços de limpeza urbana e à baixa capacidade técnica para a operação desses serviços, demonstram a necessidade de uma intervenção urgente para minimizar os impactos à saúde publica e à degradação do meio ambiente.

Neste sentido, os sérios problemas advindos da geração e deposição inadequada de resíduos sólidos tornam-se um desafio a qualquer administração solucionar ou, ao menos, diminuir seu impacto negativo, implantando acções de melhoria na área de limpeza urbana e procedimentos para a sua manutenção, de maneira a garantir a qualidade dos serviços prestados.

Em Moçambique as autoridades municipais são as que tradicionalmente se encarregam de garantir os trabalhos de limpeza urbana da sua área de jurisdição, com base no Artigo 6 da Lei 2/97, de 18 de Fevereiro e Artigo 25 da Lei 11/97, de 31 de Maio.

Se, por um lado, as Autarquias têm a obrigação de responder a estas exigências para atingir um desenvolvimento sustentável, por outro a falta de recursos financeiros, humanos e materiais, continua a ameaçar o sistema de gestão local comprometendo a prestação destes serviços básicos.

Percebendo que a problemática dos resíduos sólidos nas cidades moçambicanas cresce e se agrava o UN-HABITAT, com apoio do Banco Mundial, busca aprofundar um estudo que aborde a gestão dos resíduos sólidos urbanos em toda sua complexidade, indicando soluções baseadas na sustentabilidade.

A noção de sustentabilidade que norteia esse estudo é abrangente. Para além da sustentabilidade económico-financeira o estudo preocupa-se, também, com a sustentabilidade técnica e social, assim definidas:

• Sustentabilidade económico-financeira: a capacidade do Município em arcar com recursos próprios a operação e manutenção do sistema de limpeza;

• Sustentabilidade técnica: a definição dos serviços de limpeza urbana, a escolha de meios e equipamentos adequados à realidade de cada Município;

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• Sustentabilidade social: o envolvimento do Conselho Municipal, representado pelos Vereadores e Técnicos do sector de limpeza, e dos munícipes na busca de soluções para os problemas de limpeza da cidade, assumindo cada um suas responsabilidades.

Portanto, a busca de uma cidade saudável e sustentável, incluindo seus aspectos físicos, ambientais e de ocupação do solo, deve ser assumida como um compromisso dos dirigentes locais, devendo destacar-se, também, a participação da sociedade na conquista desse feito.

2. OBJECTIVOS

O estudo tem como objectivos: (i) apresentar a situação actual de gestão de resíduos sólidos dos Municípios de Maputo, Inhambane, Quelimane, Gurué, Cuamba e Nacala, tomando-os como referência para uma demonstração Nacional, (ii) recomendar melhorias para os serviços de limpeza urbana dentro de uma perspectiva sustentável, e (iii) identificar boas práticas que possam servir de exemplo para a revitalização dos modelos actuais ou de modelos alternativos de gestão.

3. METODOLOGIA

Para a elaboração do estudo tomaram-se por base as orientações do Termo de Referência, os pressupostos metodológicos adoptados pela Instituição responsável pelo trabalho, consulta aos diversos documentos listados no anexo 8, assim como entrevistas com instituições públicas e privadas e, principalmente, o trabalho de campo junto as Autarquias.

Pressupostos Metodológicos

Os principais pressupostos metodológicos que orientaram o estudo estão baseados no conceito de gestão integrada de resíduos sólidos, como um novo paradigma da limpeza urbana, alinhados à Agenda 21. Adoptando-se, portanto, como metas a redução da geração de resíduos sólidos, o aumento da reutilização e da reciclagem, a universalização da prestação dos serviços e a deposição final ambientalmente correcta. Assim, entende-se:

I. Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

Considera, para além do enfoque técnico e operacional dos serviços de limpeza urbana, as dimensões sociais, ambientais, culturais, económicas, políticas e institucionais com vistas a garantir a sustentabilidade da gestão dos resíduos sólidos.

II. Resíduos sólidos como parte do saneamento ambiental

As soluções para a deposição final devem estar em consonância com as directrizes nacionais e internacionais para o saneamento básico, e articuladas com o conjunto

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de actividades que compõem os serviços de saneamento ambiental – abastecimento de água, esgoto sanitário, drenagem de águas pluviais, gestão de resíduos sólidos e limpeza urbana.

III. Participação da população

O processo participativo é essencial para envolver os “stakeholders”, organizações comunitárias de base e sectores informais e privados da sociedade. Esta estratégia metodológica se diferencia de outras metodologias tradicionais e permite uma postura mais activa da sociedade em favor do governo local.

IV. A inclusão social

A figura do catador de materiais recicláveis deve ser destacada sempre na óptica da construção de parcerias com vistas ao estabelecimento de novas oportunidades de geração de trabalho e renda. A eficácia e a sustentabilidade dos trabalhos de gestão integrada demandam, também, um olhar social com a perspectiva da valorização e envolvimento dos catadores, sobretudo aqueles voltados para a recolha selectiva e reaproveitamento de materiais recicláveis.

V. Fortalecimento da equipe técnica municipal com capacitação em serviço

Os estudos de gestão integrada de resíduos sólidos são preparados considerando a realidade local dos Municípios e sua capacidade de implementação das acções propostas. Os técnicos locais são estimulados a participar dos levantamentos de dados, mas estes permitirão também que eles se capacitem ao longo do processo.

VI. Parcerias locais e regionais

Estas pressupõe a promoção do dialogo entre diferentes sectores e esferas do governo, assim como com a sociedade civil. Estes grupos em geral apresentam pontos de vista diferentes. O desafio da parceria é a identificação de complementaridades, não obstante a existência de diferenças, de modo a atingir objectivos comuns.

Trabalho de Campo

O trabalho de campo foi realizado no período de 18 de Fevereiro a 14 de Março de 2008, incluindo visitas técnicas a todos os municípios envolvidos no estudo, como demonstrado na tabela 1:

Tabela 1: Cronograma de visita aos Municípios

Município Período Maputo 18 a 22 de Fevereiro

Inhambane 25 a 28 de Fevereiro Quelimane 03 a 05 de Março

Gurué 06 a 08 de Março Cuamba 10 a 11 de Março

Nampula com CDS/ZU 12 de Março Nacala 13 a 14 de Março

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Em cada Município foram feitas entrevistas com representantes dos Conselhos Municipais, Directores e Chefes dos serviços de limpeza, associações locais, Directores das principais indústrias e unidades sanitárias. Também foram realizadas visitadas técnicas aos pontos principais ao longo das rotas de recolha, os locais de deposição final dos resíduos, assim como os principais hospitais e centros de saúde.

As entrevistas tomaram por base inquéritos previamente elaborados, abordando os seguintes aspectos:

• Caracterização do serviço de gestão de resíduos sólidos, identificando os modelos operacionais em todas as etapas do processo e identificando constrangimentos: (i) no acondicionamento; (ii) na limpeza dos bairros (urbanos e peri-urbanos); (iii) no transporte; (iv) na deposição final e tratamento dos resíduos sólidos urbanos; e (v) nas formas de gestão de resíduos de serviços de saúde;

• Identificação da abrangência de cobertura do serviço de recolha dos resíduos sólidos, das rotas e frequência da recolha, e a identificação dos constrangimentos para tornar o serviço mais abrangente;

• Prospecção das atitudes e comportamentos dos munícipes e instituições relativamente às questões da gestão de resíduos sólidos;

• Caracterização dos resíduos sólidos produzidos, em quantidade e qualidade, (resíduos de serviços de saúde, domésticos, comerciais, industriais, resíduos especiais / tóxicos, etc.), a forma actual do seu tratamento e proposição de formas alternativas de tratamento adequado, conforme o caso;

• Identificação e inventariação dos recursos materiais, humanos e financeiros envolvidos no processo;

• Identificação e comentários sobre a cobrança da taxa de limpeza e do custo - eficiência do modelo de gestão dos resíduos sólidos;

• Identificação de modelos de gestão em curso ou modelos alternativos sustentáveis e eficientes que garantam a qualidade do serviço municipal de gestão de resíduos sólidos.

4. ANÁLISE COMENTADA DA SITUAÇÃO ACTUAL DA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A síntese quantitativa dos levantamentos realizados junto aos Municípios envolvidos no estudo, é apresentada nas tabelas 2 e 3.

Observa-se, com base na Tabela 2, que todos os Municípios contam com serviços de limpeza urbana que vão desde a recolha dos resíduos até a deposição final. Contudo, como comentado no Anexo 3 a qualidade destes serviços prestados pelos CMs varia significativamente de actividade para actividade e mesmo de um município a outro.

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Tabela 2: Serviços de limpeza urbana disponibilizados pelas autarquias e respectivos responsáveis

Serviços Cuamba Gurué Inhambane Maputo Nacala Quelimane Recolha de resíduos domiciliares CM CM CM CM/T/P CM EP Recolha de resíduos especiais - entulho CM CM P CM/P CM EP/P Recolha de resíduos especiais - podagem privada CM CM CM/P CM/P CM EP

Recolha de resíduos especiais - grande produtor CM P - CM CM/P EP

Recolha de resíduos de Serviços de Saúde P P CM CM/P CM/P EP/P Recolha de resíduos de Portos e Aeroportos P - - P T P Recolha de resíduos Industriais CM P P P P P Recolha de resíduos Comerciais CM CM - CM/P CM EP Varredura de vias públicas CM CM CM CM CM EP Limpeza de sarjetas e valas de drenagem CM CM CM CM CM EP Limpeza de parques/praças/jardins públicos CM CM CM CM/P CM EP Limpeza de praias - - CM CM CM - Limpeza de mercados CM CM CM CM/P CM EP Tratamento de resíduos - CM - CM - - Deposição final CM CM CM CM CM EP Outros serviços - - CM CM CM EP

CM – Conselho Municipal EP – Empresa Pública P – Produtor T – Contrato a Terceiro

Com base nos resultados apresentados na Tabela 3 conclui-se que a abrangência do serviço de recolha de resíduos sólidos urbanos é satisfatória no que se refere a área urbana dos municípios, por outro lado este serviço é quase inexistente nas áreas peri-urbanas. Na perspectiva de universalização dos serviços é importante que estes sejam ampliados e disponibilizados a toda a população.

Observa-se também que todo o resíduo recolhido tem como destino final lixeiras a céu aberto, facto que acarreta sérios problemas de ordem ambiental e de saúde pública.

Ainda tomando como base as informações da Tabela 3, constata-se que, apesar de todos os municípios aplicarem a taxa de limpeza urbana nem todos tem taxas diferenciadas de acordo com a quantidade ou a natureza dos resíduos a serem recolhidos.

Outra observação importante diz respeito ao percentual dos gastos com a limpeza urbana em relação ao orçamento total do CM, estimou-se uma média de 11%, variando de 2 a 19%. Porém, há que se ressaltar que não foi possível obter os gastos exclusivos com os serviços de limpeza urbana, pois a maioria dos municípios tem a contabilidade conjunta, em especial no que se refere a pessoal, assim como os meios são utilizados para diversas outras actividades. Estes dados referem-se a uma estimativa apresentada pelos técnicos do sector de limpeza urbana, uma vez que estes também não possuem instrumentos de controle dos seus gastos.

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Tabela 3: Síntese do diagnóstico da gestão dos RSU nos municípios

População

RSU Recolhido

(t/dia) Abrangência da recolha (Área)

Deposição Final

TLU Diferenciada

% Gastos X

OrçamentoInstrumentos

Legais Fiscalização Capacitação Educação cívica

Cuamba 72.056 14 Urbana 90% Peri-urbana 0% Lixeira Sim 4,2

CPM PGIRSU PE

Sim Não Sim Permanente

Gurué 140.025 15 Urbana 100% Peri-urbana 30% Lixeira Não - CPM Sim Não Sim

Permanente

Inhambane 68.285 23 Urbana 100% Peri-urbana 30% Lixeira Sim 14,37 CPM Não Não Sim

Maputo 1.068.607 450-600 Urbana 90% Peri-urbana 60% Lixeira Sim 16,61

CPM RGRS PDRS Estatuto

Sim Não Sim Permanente

Nacala 167.038 34-40 Urbana 100% Peri-urbana 35% Lixeira Sim 2,0

CPM PGIRSU PDM

Sim Não Sim Permanente

Quelimane 191.476 90 Urbana 100% Peri-urbana 60% Lixeira Não 19,0

CPM PGIRSU Estatuto

Não Não Sim Permanente

RSU - Resíduos Sólidos Urbanos RGRS - Regulamento de gestão de resíduos sólidos TLU - Taxa de Limpeza Urbana CPM - Código de Postura Municipal CM - Conselho Municipal PGIRSU - Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos PE - Plano Estratégico Estatuto - Estatuto da Empresa Municipal de Saneamento de Quelimane (EMUSA) PDM - Projecto de Desenvolvimento Municipal PDRS - Plano Director de Resíduos Sólidos

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Com base nesses dados e no resultado dos levantamentos de ordem qualitativa, apresentamos uma breve análise da situação, que demonstra a necessidade de se envidar esforços nas seguintes áreas:

Estrutura Organizacional

É da competência das Autarquias a provisão de serviços públicos essenciais, de interesse predominantemente local, entre esses, a prestação do serviço de limpeza urbana, independente do arranjo institucional que por ventura seja feito. Caberá sempre ao Conselho Municipal (CM) a tarefa de planificação e monitoramento dos serviços, e de garantirem a sustentabilidade económica do sector.

Diversos arranjos institucionais são possíveis para a optimização dos serviços de limpeza urbana e cada um deles demandará uma estrutura administrativa diferente. As formas comummente adoptadas são a administração directa pela Autarquia, ou indirecta, por meio de empresa pública específica, ou mesmo empresa de economia mista. Em qualquer um desses casos a prestação dos serviços pode se dar através de terceirização a empresas privadas.

À excepção de Quelimane que criou uma empresa pública, a Empresa Municipal de Saneamento – EMUSA, ou seja, administração indirecta, os demais Municípios têm os serviços de limpeza urbana alocados em uma Direcção ou Departamento do Conselho Municipal, administração directa.

A estrutura mais adequada para a gestão dos resíduos em Autarquias pequenas é por administração directa, mas é fundamental que haja um sector específico e com estrutura de pessoal administrativo e operativo para a realização dos serviços.

A criação de empresa pública só se justifica para as Autarquias de maior porte, pois permite maior agilidade e autonomia na gestão dos serviços, entretanto a experiência da EMUSA, por sua recente criação (Junho/2007) ainda não oferece dados concisos para avaliar seu desempenho. Porém, há que se resguardar com relação a criação de empresas públicas, pois algumas agências de cooperação não disponibilizam linhas de financiamento para esse tipo de estrutura administrativa.

Qualquer que seja o arranjo institucional adoptado para o desenvolvimento operacional dos serviços de limpeza, seja administração directa ou indirecta, implicará uma estrutura administrativa adequada à complexidade e ao porte da Autarquia, contando com recursos humanos qualificados e competentes. Pois, mesmo terceirizando os serviços de limpeza, o Conselho Municipal não se exime da responsabilidade de coordenação e controle de maneira a garantir a qualidade dos mesmos.

Sustentabilidade económico-financeira

A Taxa de Limpeza, prevista no Código de Posturas Municipais, é um tema bastante polémico nos Municípios, seja pela qualidade do serviço ofertado, pelo valor cobrado ou forma e abrangência da cobrança, seja por não terem acesso ao valor real da arrecadação por parte da Electricidade de Moçambique (EDM). Ademais, conforme

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observado nos inquéritos aplicados no nível de decisores, em quase a totalidade dos municípios, a política fiscal não está consignada para a gestão dos resíduos sólidos.

Para saber se o sistema de limpeza urbana é auto-sustentável ou deficitário é necessário conhecer os gastos correntes mensais, bem como as receitas previstas com a taxa de limpeza e outras fontes de arrecadação.

O resultado dessa análise servirá de base para orientar o gestor quanto ao desempenho financeiro do sector de limpeza urbana, podendo avaliar se o valor da taxa de limpeza é suficiente, se precisa ser revista ou melhorada a forma e abrangência da arrecadação, bem como definir o percentual do orçamento municipal necessário à complementação do orçamento do sector.

O presente estudo demonstrou que na maioria dos Municípios a taxa de limpeza tem seu valor aquém da necessidade para sustentar os serviços de recolha e deposição final. Demonstrou, também, que a cobrança nem sempre é diferenciada por categorias de produtores de resíduos.

De acordo com os decisores locais que foram entrevistados a sustentabilidade da gestão dos resíduos sólidos em todos os municípios está associada à necessidade de implantação de taxas de saneamento e a aplicação de taxas diferenciadas para grandes produtores.

A Cidade de Maputo tem uma programação para atingir gradualmente a sustentabilidade financeira do sistema de limpeza urbana em 100%, até o ano de 2012. Para tal, iniciou com a revisão dos valores da taxa de limpeza e diferenciou a cobrança por produtor (domiciliar, grandes produtores por meio de Prova de Serviço), por oferta de serviços (serviço de remoção especial e para deposição de resíduos sólidos na actual lixeira). O valor da taxa de limpeza é dividido em doméstico e não doméstico e está indexado a três categorias de escala de consumo da energia, porém é de se ressaltar que foi implementada, também, uma tarifa social.

Para atingir a sustentabilidade económico-financeira do sector de limpeza urbana, os Municípios devem adoptar medidas para rever os valores da taxa de limpeza e estabelecer a cobrança diferenciada para grandes produtores de resíduos, bem como, criar instrumentos de controle de receitas e gastos exclusivamente para o sector. Entretanto, para a implementação de cobrança diferenciada de taxa de limpeza deve haver uma preocupação com a capacidade de pagamento de cada família, ou seja, tem que ser aumentada de uma maneira socialmente justa para tentar cobrir todos os custos da GRSU.

É preciso ter consciência, também, que a cobrança de outras taxas municipais, nomeadamente taxa de mercado, de cadastro e Imposto Predial Autárquico (IPRA), podem ter um percentual delas computadas na contabilidade da gestão dos resíduos. No caso específico do IPRA, há que se estudar o nível de pagantes e não pagantes para depois calcular e direcionar um percentual para compor parte das despesas com a GRSU.

Algumas empreendimentos econômicos que ocorrem nos Municípios podem causar grandes impactos no que diz respeito a produção de resíduos, não só pela natureza de sua atividade mas, sobretudo, pelo que vem a provocar na dinâmica da economia

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local. A exemplo disso podemos citar a atividade portuárias que em Nacala, Quelimane e Pemba trazem um fluxo grande de pessoas e mercadorias para consumo. Portanto, esse tipo de empreendimento deve contribuir com o pagamento de taxa de limpeza diferenciada, mesmo que não seja um grande produtor de resíduos sólidos.

Instrumentos legais e de fiscalização

O enquadramento legal para a responsabilização do Município na gestão dos resíduos sólidos tem suporte nos Artigos 6 e 46 da Lei 2/97 (Lei das Autarquias), de 18 de Fevereiro.

A Lei nº 2/97 no seu Artigo 6 - alínea 1 define que as atribuições das autarquias locais respeitam os interesses próprios, comuns e específicos das populações respectivas e, designadamente:

a) desenvolvimento económico e social local; b) meio ambiente, saneamento básico e qualidade de vida; c) abastecimento público; d) saúde; e) educação; f) cultura, tempos livres e desporto; g) polícia da autarquia; h) urbanização, construção e habitação

Em seu Artigo 46, nas alíneas (a), (b) e (d), define competências da Assembleia Municipal na aprovação e fiscalização da gestão ambiental, inclusive no que respeita ao plano de gestão dos resíduos sólidos. A seguir podem ser observados os estratos das referidas alíneas:

a) O plano ambiental e zoneamento ecológico do Município; b) Programas de incentivos a actividades protectoras ou reconstituintes das

condições ambientais; c) Programa de uso de energia alternativa; d) Processos para a remoção, tratamento e depósito de resíduos sólidos,

incluindo os dos hospitais e os tóxicos.

Como demonstrado na Tabela 3, todos as Autarquias dispõem de Código de Posturas Municipais, porém nem todos estão actualizados. Verifica-se, portanto, que há necessidade de se criar um instrumento legal actualizado, seja o Código de Posturas Municipais revistas ou outro instrumento legal, a fim de disciplinar e ordenar o funcionamento do sistema de limpeza urbana, vinculado ao estabelecido no PGIRSU.

Este documento deve definir claramente as responsabilidades, de um lado do Conselho Municipal para a execução dos serviços com qualidade e regularidade, e de outro lado da população participando nas acções de manutenção da limpeza. O Código de Posturas Municipais deverá estar coerente com as diretrizes e responsabilidades definidas no PGIRSU.

Após este feito, seja revisão das bases legais existentes ou elaboração de um documento novo com base no PGIRSU, é preciso aprovar na Assembleia Municipal e

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promover uma ampla divulgação para todos os munícipes, instituições e comércio local.

Já com a base legal aprovada, devem-se criar os métodos e procedimentos para realizar a fiscalização, formar e capacitar a equipe para o cumprimento das suas atribuições.

Neste contexto a fiscalização deve actuar, primeiramente, como agente de informação e orientação aos munícipes, tendo como objectivo principal evitar a ocorrência de irregularidades frente ao regulamento de limpeza da cidade, contando com a participação da população e dos empregados do sector, onde cada um está ciente de suas responsabilidades. Somente após esta actuação deve-se aplicar as penalidades adequadas aos infractores das regras estabelecidas.

Estrutura Operacional

Apesar dos Municípios se empenharem ao máximo para realizar os serviços de limpeza urbana, vários foram os aspectos demonstrados frágeis na estrutura operacional, à excepção de Maputo, mas nos demais podemos encontrar em maior ou menor grau:

• deficiência na manutenção dos meios;

• meios não exclusivos para a recolha de resíduos;

• irregularidade na frequência da prestação dos serviços de limpeza urbana;

• inexistência ou irregularidade na prestação dos serviços de limpeza urbana aos bairros peri-urbanos;

• baixa capacidade técnica da equipe operacional;

• inexistência de controle operacional, em especial relativos à quantidade de resíduos recolhidos;

• falta de planeamento para operar os serviços de limpeza urbana;

• deposição final dos resíduos em lixeiras a céu aberto causando danos ao meio ambiente.

Uma das metas do estudo era conhecer a composição dos resíduos sólidos e a quantidade produzida e recolhida de resíduos. Esses dados levantados nos Municípios se deram a partir da capacidade dos meios e estimativa de carradas. Porém, na maioria dos Municípios não havia controle sobre o número exato de carradas, consideramos que esta informação deve ser confirmada a partir da implantação de instrumentos de controle operacional.

Portanto, é fundamental investir em controles operacionais para calcular a quantidade de resíduos recolhidos, determinar o peso específico dos resíduos,

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estimar a produção per capita, avaliar o desempenho das rotas de recolha, assim como realizar a composição gravimétrica dos resíduos sólidos.

Para esse feito, deve-se capacitar as equipes locais para desenvolverem um programa de quantificação e caracterização dos resíduos sólidos urbanos periodicamente (anual ou bianual), utilizando planilhas de controle e, no caso da composição gravimétrica, de equipamentos apropriados, como balança e tambores plásticos.

Deposição Final

Os resíduos sólidos de todas as Autarquias objecto do estudo são depositados, actualmente, em lixeiras a céu aberto sem nenhum tratamento ou operação adequada. A solução deste problema foi indicada como prioridade de investimento pela maioria dos decisores entrevistados.

Em algumas Autarquias, existe inclusive, produção de resíduos industriais perigosos que são deitados em sítios impróprios requerendo acções de melhoria urgentes.

Do ponto de vista institucional é de responsabilidade do MICOA a implementação e supervisão da observância aos requisitos relacionados à gestão do resíduo perigoso2. No entanto, em consequência da falta de acção do órgão competente, recai ao Município suportar os riscos de orientar quanto ao seu manuseamento e indicar um sítio para deposição desses resíduos que, em muita das vezes, são levados para a lixeira municipal por falta de opção.

O MICOA elaborou a Directiva Técnica para Implantação e Operação de Aterros Sanitários, datada de Janeiro de 2008, porém ainda não aprovada oficialmente. Esta tem por objectivo orientar as Autarquias para a construção de aterros sanitários ambientalmente seguros para a deposição de resíduos domiciliares.

A Directiva abrange desde os procedimentos para escolha de área indo até a operação do aterro. Neste caso define o modo de operação e grau de compactação dos resíduos por categorias diferenciadas de aterro, nomeadamente – aterros rurais, aterros pequenos, médios e grandes, conforme demonstramos na tabela 4. A partir dessa categorização dos aterros são estabelecidas exigências diferenciadas de estudos a serem elaboradas para a instalação de um aterro sanitário.

2 (Decreto no 13/2006 de 15 de Junho de 2006, Regulamento sobre a Gestão de Resíduos)

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Tabela 4: Categorização dos aterros3

RSU’s Gerais

Classe do Aterro * R P M G

Quantidade gerada anualmente de RSU <1.000t 1.000t –

10.000t <40.000t >40.000t

População da área designada para o aterro <5.000 <30.000 <150.000 >150.000

Potencial de lixiviação ** B B B A B A * R = Zona Rural P = Pequeno M = Médio G = Grande ** B = Baixo A = Alto

Enquanto os Municípios não constroem seus aterros sanitários, é possível elaborar um plano de emergência, definindo o método de operação, horário de funcionamento e adoptando algumas medidas para reabilitar as lixeiras e minimizar os impactos negativos ao meio ambiente.

Outro aspecto de primordial importância que o estudo apontou é quanto à existência de apenas um aterro industrial na região sul do país. É necessário buscar recursos para a implantação de aterros industriais nas regiões centro e norte do país para atender a legislação ambiental vigente e as demandas locais, em especial das Cidades de Nacala e Quelimane, onde o problema de deposição final irregular de resíduos perigosos é mais grave por serem cidades com forte vocação industrial e portuária.

Capacitação

Os programas de capacitação ocorrem eventualmente nos Municípios e, em sua maioria, quem participa são os Vereadores e Directores, quase nunca alcançando os seguimentos mais operativos do sector de limpeza, em especial os colectores. Conforme informado pelos responsáveis pela limpeza urbana de cada município, não existe programa de formação específico voltado para a GIRS.

Apostar num processo de capacitação amplo e contínuo, fomentando o fortalecimento institucional por meio da criação de capacidades técnicas em nível local, deve considerar a oferta de cursos para os diferentes níveis de profissionais da limpeza urbana.

Ao elaborar a programação básica, é importante prever a abrangência do conteúdo dos temas e a metodologia adequada ao público que se pretende atender, e a logística necessária para realizar os cursos. Para o nível operativo é recomendável que o conteúdo seja conciso utilizando predominantemente imagens para abordar as mensagens, uma vez que muitos colectores não são alfabetizados. É importante elaborar brochuras utilizando figuras e desenhos, como apoio à capacitação.

3 Directiva Técnica para a Implantação e Operação de Aterros Sanitários, Micoa, Maputo, 2008.

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Portanto, é fundamental conceber a oferta de cursos na área de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, enfatizando o seguinte conteúdo básico:

• Nível técnico-gerencial: conceitualização da gestão integrada de resíduos sólidos, caracterização dos resíduos, etapas operacionais do serviço, segurança no trabalho, procedimentos administrativos e de controle operacional e financeiro, entre outros;

• Nível administrativo: conhecer os procedimentos administrativos e de controle operacional e financeiro, informática básica, entre outros;

• Nível fiscalização: conhecer os serviços de limpeza disponibilizados para a população, conhecer o regulamento de limpeza urbana, estabelecer os métodos, procedimentos e atribuições para o cumprimento da fiscalização dos serviços de limpeza.

• Nível operativo (colectores, encarregados e varredores): uso adequado de ferramentas para cada tipo de serviço, manuseio de resíduos perigosos, segurança no trabalho, higiene do trabalhador, a importância da qualidade nos serviços, o papel do servente como agente educador, assuntos relacionados ao Estatuto Geral dos Funcionários do Estado – direitos, deveres e obrigações dos funcionários, entre outros.

Valorização dos Recursos Humanos

De um modo geral os trabalhadores da limpeza urbana, em especial os colectores, são aqueles que ou estão em vias de se reformar ou tem baixa produtividade noutros sectores, sendo transferidos para o sector limpeza como ultimo recurso. Consequentemente, dada a condição marginal do sector de limpeza,, estes também são desprovidos de qualquer atenção que reconheça e valorize seu trabalho enquanto agentes colaboradores para a saúde pública, deixando-os sem equipamentos de protecção individual, sem fardamento ou mesmo sem as ferramentas adequadas aos serviços sob sua responsabilidade

Os escritórios são desprovidos de infra-estrutura e equipamentos necessários para os trabalhos de registros administrativos e de controles operacionais e gastos.

Entretanto, para que o trabalho tenha sucesso a equipe responsável pela limpeza urbana de uma cidade deve ser devidamente capacitada e valorizada. Um dos aspectos a examinar-se é, primeiramente, a mudança de atitude quanto aos critérios para a escolha dos recursos humanos; há que se definir os cargos e suas respectivas atribuições, a formação necessária para ocupar tais cargos, esclarecer as respectivas responsabilidades e o dever de cada um. Também, em termos de valorização da imagem pessoal e social do grupo, é importante promover:

a) um amplo programa de capacitação, apoiado pela compilação e elaboração de manuais educativos ilustrados;

b) equipagem de escritórios sede do sector de limpeza urbana; c) aquisição e distribuição regular de fardamentos e equipamentos de protecção

individual (EPI) para a equipa operativa do sector de limpeza urbana;

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d) compra de ferramentas adequadas ao trabalho a ser realizado pelos colectores, varredores e mecânicos;

e) compra e manutenção de equipamentos e meios adequados ao trabalho.

5. RECOMENDAÇÕES

Pensar a gestão dos resíduos sólidos, tema do Capítulo em estudo, remete ao conceito da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos como a maneira de conceber, implementar e administrar sistemas de limpeza urbana considerando uma ampla participação dos sectores da sociedade com a perspectiva do desenvolvimento sustentável4.

Nesse sentido, para tratar dos resíduos sólidos ou da limpeza urbana é necessário pensar num instrumento capaz de abordar todo ciclo da gestão dos resíduos – desde a produção à deposição final, passando pela definição dos arranjos institucionais, do controle de receitas e gastos, dos programas de educação cívica e da fiscalização –, definindo objectivos e metas, com foco prioritário na elaboração de um plano econômico que defina etapas para se chegar à sustentabilidade plena dos serviços.

Para este feito, deve-se adoptar como instrumento de planeamento para os gestores municipais de todos os níveis de Municípios moçambicanos a elaboração de um Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos (PGIRSU) e de um Plano de Sustentabilidade Econômica.

O PGIRSU deve ser assumido como prioridade pelo Presidente do Conselho Municipal e contar com o envolvimento dos Vereadores, de decisores relevantes, da equipe técnica do sector de limpeza urbana, como também com a participação dos líderes municipais eleitos na Assembleia Municipal, organizações da sociedade civil e sector privado.

O Plano passa a servir de base para a tomada de decisões no que respeita as Parcerias Público Privadas, de âmbito local, nacional ou internacional, com vista a implementar melhorias no sistema de limpeza das cidades e das áreas de deposição final. Serve como referência para a formulação do Plano Anual de Actividades e Orçamento, como também, para o monitoramento da implementação das actividades programadas, na perspectiva de garantir a sustentabilidade do sistema de limpeza urbana e da deposição final dos resíduos. Assim, o sucesso do Plano está ligado ao gradualismo de sua implementação associado ao fortalecimento institucional e aumento da capacidade financeira dos Municípios.

As etapas e capítulos que compõem um PGIRSU são apresentadas a seguir e demonstradas na figura subseqüente.

4 Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, SEDU/IBAM, Brasil, 2001.

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1ª Etapa – Diagnóstico Para a elaboração do diagnóstico deve-se considerar:

Caracterização do município • Histórico • Localização • Aspectos físico-ambientais • Aspectos económicos • População • Aspectos sócio-culturais

Caracterização dos Resíduos Sólidos • Composição gravimétrica dos resíduos • Geração per capita e projecção dos resíduos considerando o

crescimento populacional. Caracterização do Sistema de Limpeza Urbana (LU)

• Deve abranger os mesmos tópicos descritos nas Proposições 2ª Etapa – Objectivos e Metas

• Definição dos objectivos do Plano de Gestão • Fixação das metas

3ª Etapa – Proposições

a. Estrutura administrativa do órgão responsável • Propor, quando necessário, uma estrutura administrativa adequada

para o gerenciamento do sector de limpeza urbana b. Plano de Sustentabilidade económico

• Levantar informações sobre os gastos com os serviços • Apresentar as necessidades de custeio para os serviços – investimento

e operação c. Instrumentos legais e de fiscalização

• Apresentar uma minuta para o código de posturas municipais ou o regulamento municipal de limpeza urbana

• Propor um sistema de fiscalização – dos serviços prestados e do munícipe

d. Estrutura operacional • Confirmar os tipos de lixo produzidos, suas características e

quantidade • Definir os serviços e sua abrangência • Definir em qualidade e quantidade o pessoal necessário para realizar

os serviços e. Tratamento e Deposição final dos resíduos

• Avaliar a situação de deposição final dos resíduos e sugerir melhorias f. Valorização dos Recursos Humanos

• Definir programas de capacitação, bem como os equipamentos de procteção individual e fardamento para os trabalhadores de limpeza

g. Programa de Educação Cívica • Apresentar uma proposta para o desenvolvimento de acções

educativas no nível formal e não formal

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Mais informações também podem ser consultadas no Manual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos, editado pelo MICOA em Novembro de 2006.

Para além do PGIRSU, apresentamos alguns procedimentos que podem ser adoptados para imprimir melhorias no sistema de gestão de resíduos sólidos, tomando como referência acções em nível Nacional e Municipal:

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Nível Nacional

• Harmonizar a legislação já existente, ou em fase de elaboração no país, relacionada com o tema ambiental e, em especial, gestão dos resíduos sólidos, no sentido de não haver discordância de princípios, de conceitos e de terminologia;

• Uniformizar em consonância com a legislação os procedimentos para tratamento e deposição final dos resíduos sólidos domiciliares, industriais perigosos e de serviços de saúde;

• Divulgar o quadro regulatório (estratégias nacionais, directivas técnicas, entre outros) para a gestão de resíduos sólidos e apoiar os municípios na sua implementação;

• Capacitar e dotar de instrumentos de trabalho os técnicos das Direcções Provinciais e Distritais do MICOA para a descentralização das acções de orientação a elaboração e implementação de PGIRSU junto às autarquias nacionais.

• Estabelecer como critério de elegibilidade para concorrer a qualquer financiamento nacional ou internacional que o Município tenha seu PGIRSU incluindo o detalhamento de um plano gradual para se chegar à sustentabilidade económica do sector, aprovados pela Assembléia Municipal.

Nível Municipal

• Sustentabilidade económico-financeira – implantar controles de receita e despesas específicos para a gestão de resíduos sólidos, rever o valor da taxa de limpeza e abrangência da cobrança, implantar cobrança para grandes produtores de resíduos sólidos;

• Instrumentos legais e de fiscalização – criar as bases legais e os procedimentos para implementar a fiscalização;

• Estrutura Operacional – promover e consolidar um cultura de planeamento estratégico integrado, investir em controles operacionais, estudar a composição dos resíduos, aumentar a abrangência dos serviços de recolha para os bairros peri-urbanos, garantir qualidade e eficiência dos serviços;

• Deposição final – reabilitar as lixeiras e promover a construção de aterros sanitários;

• Capacitação – deve ser de forma contínua e abrangente a todos os níveis de trabalhadores, nomeadamente: técnico, gerencial, administrativo, fiscalização e operativo;

• Valorização dos recursos humanos – adoptar medidas para a valorização dos trabalhadores, em especial os colectores e varredores;

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• Educação cívica – os municípios devem desenvolver programas de educação cívica coordenados com a área operacional de limpeza urbana, no sentido de co-responsabilizar os munícipes pela manutenção da limpeza das cidades.

6. BOAS PRÁTICAS

Entre os empreendedores de idéias inovadoras no tema dos resíduos sólidos encontram-se iniciativas desenvolvidas por Municípios, ONGs, entidades de ensino e pesquisa, agências de cooperação, entre tantos outros. Entretanto, há que se ressaltar que uma prática para ser considerada boa deve ter garantia de sustentabilidade.

Neste relatório iremos relatar aquelas que mereceram destaque nos levantamentos realizados junto a Municípios moçambicanos por ocasião deste estudo e outras que consideramos igualmente relevantes, mas que foram desenvolvidas no Brasil.

Porém, já deixamos registrada a importância da criação de mecanismos de incentivo a projectos de pesquisa com uso de materiais alternativos para a construção civil, ou outras finalidades, por meio do reaproveitamento de materiais que em condições normais seriam descartados no meio ambiente.

A nível Nacional

Recolha primária na Cidade de Maputo

A baixa capacidade operacional e financeira da maioria dos CMs, faz com que a abrangência dos serviços de recolha de resíduos se restrinja às zonas urbanas (zonas de cimento). Os bairros peri-urbanos, que apresentam ruas estreitas, sinuosas e não pavimentadas, dificultando ainda mais o acesso aos meios de recolha dos resíduos sólidos, são os mais prejudicados com a ausência de qualquer serviço de limpeza urbana. Nesses bairros, os moradores utilizam como meio para eliminação dos seus resíduos o enterramento, a queima ou o depósito em pequenas lixeiras, isso quando os mesmos não vão parar em valas de drenagem ou em outros locais inadequados.

Na Cidade de Maputo, mais especificamente nos Bairros Maxaquene A e Urbanização, foi implantado um sistema de recolha primária, que consiste na recolha dos resíduos, porta a porta ou em pontos fixos pré-estabelecidos dentro do Bairro, utilizando como meio de transporte tchovas, carroças a tracção animal ou tractores com reboque.

A vantagem do uso de tchovas é sua capacidade de adaptar-se às condições de circulação dos bairros peri-urbanos informais, bem como ter baixa demanda de manutenção. Porém, este método necessita de um segundo meio de transporte para o local de deposição final.

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Na recolha primária de resíduos utilizando tchovas, os operadores percorrem todas as ruas do bairro recolhendo os resíduos porta a porta e levam-no para pontos de transferência (contentores estacionários) destinados à recolha secundária, situados na periferia dos bairros, ao longo das avenidas mais largas. A planificação das rotas das tchovas, assim como a localização e o dimensionamento dos contentores para a recolha secundária devem estar bem coordenados para receber os resíduos correspondentes à abrangência da área de recolha à qual estariam servindo de apoio.

A remoção destes contentores é feita pela Direcção de Serviço Municipal de Saúde e Salubridade (DSMSS), porém este ainda é um constrangimento, pois a regularidade para sua retirada depende da disponibilidade de viaturas que muitas vezes se encontram avariadas.

Entretanto, este sistema de recolha primária é relativamente fácil de implementar, sem necessidade de grandes investimentos em oficinas e administração, ficando o custo maior com os operadores das tchovas. Este sistema pode ser realizado por empresas pequenas e médias dos próprios bairros, gerando trabalho e renda para os moradores. Neste caso, a aceitação do “empresário” local pelos moradores e o conhecimento por parte deste da situação do bairro são vantagens imprescindíveis para o sucesso do sistema.

Há de realçar que a experiência deste serviço no Bairro Urbanização tem um resultado melhor, uma vez que contou com apoio dos Médicos sem Fronteira na sua estruturação inicial. Além de promoverem um amplo programa de educação cívica junto aos moradores, realizado por um grupo de activistas formados por jovens do próprio bairro, investem em novas tecnologias tanto para melhorar os equipamentos de recolha como para o reaproveitamento de materiais provenientes dos resíduos.

A inovação nos equipamentos de recolha se deu por meio da construção de tchovas com crivos no fundo e o reaproveitamento de materiais oriundos dos resíduos está a ser realizado com a fabricação de briquetes (carvão biológico) a partir dos resíduos de carvão.

Replicabilidade

Esta é uma experiência que deve ser estendida aos demais Municípios moçambicanos visto que um dos maiores constrangimentos do sector de limpeza urbana é não poder atender a todos os bairros, nomeadamente os peri-urbanos, com recolha de resíduos.

Para garantir a sustentabilidade da implantação da recolha primária, seria conveniente a realização de um “Plano de Negócio”, para orientar os pequenos e médios empresários ou associações de bairros quanto às condições para a implantação e gerenciamento desse “negócio”, contemplando os investimentos necessários, gastos com operação e manutenção, fundo de reserva, necessidade de arrecadação, trabalho de educação cívica, entre outros. Também, deve-se considerar nesse estudo o potencial de material reciclável produzido no bairro para implantar a recolha selectiva como forma de ingresso para a sustentabilidade do serviço.

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Potenciais parceiros para realizar um “Plano de Negócio” que apresente um modelo com os requisitos mínimos para garantir sua eficiência são o FUNAB – Fundo do Ambiente em coordenação com parceiros de cooperação relevantes.

Grandes Produtores de Resíduos Sólidos Urbanos

A Cidade de Maputo implantou a cobrança diferenciada para grandes produtores de resíduos, introduzindo o Princípio Poluidor Pagador. Com base na revisão da primeira postura sobre limpeza da cidade (Resolução 39/AM/2001, de 5 de Novembro) e buscando sua adequação ao novo contexto da gestão integrada de resíduos sólidos, a Assembleia Municipal (AM) aprovou o Regulamento de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Resolução 15/AM/05, de 24 de Setembro) que exige dos grandes produtores de resíduos a comprovação da Prova de Serviço.

Todos os produtores não domiciliares, cuja produção diária exceda uma quantidade definida (actualmente 25 kg ou 50 l por dia) têm que provar à DSMSS da Cidade de Maputo, por meio de Prova de Serviço, que os seus resíduos são devidamente removidos por uma empresa licenciada para o efeito. O grande produtor paga uma taxa relacionada com a quantidade de resíduos sólidos que produz.

A Prova de Serviço é um instrumento que contribui para o controle e conhecimento do tipo e quantidade produzida de resíduos sólidos comerciais e industriais, na medida em que o produtor deve se cadastrar no DSMSS e, para além disso, é também uma forma de ingresso de recursos para o sector de limpeza urbana.

Replicabilidade

Todas as Cidades devem adoptar a cobrança da Taxa de Limpeza diferenciada para a recolha de resíduos dos grandes produtores de resíduos sólidos, pois este serviço representa um custo elevado para o CM, impedido, muitas vezes, de ampliar a recolha de resíduos para os bairros pois é preciso priorizar o atendimento aos grandes produtores, justamente pelos riscos que esses resíduos podem causar à saúde pública.

Potencial parceiro para apoiar a implementação dessa iniciativa junto aos Municípios é o PROGOV – Projecto de Governação Autárquica Democrática, visto que já vem desenvolvendo um Sistema de Gestão Municipal e se mostrou disponível em incluir na base de dados desse sistema o controle das receitas oriundas da cobrança de taxa dos grandes produtores de resíduos sólidos.

A implementação da cobrança para grandes produtores de resíduos sólidos deve tomar em conta a existência de um cadastro desses utentes, da caracterização em quantidade e qualidade dos resíduos produzidos, dos instrumentos legais e dos arranjos administrativos e operacionais necessários à prestação desse serviço.

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Recolha Selectiva na Praia do Tofo – Inhambane

A Associação de Limpeza e Meio Ambiente – ALMA, com sede na Praia do Tofo em Inhambane preocupada com as precárias condições de recolha e deposição final dos resíduos produzidos na Praia do Tofo, em especial nos períodos de alta temporada, iniciou, em Janeiro de 2007, um estudo sobre o tipo de resíduos e possíveis soluções para minimizar o problema. Após apresentar a proposta ao Presidente do CM, iniciaram os trabalhos com a realização de campanhas de limpeza das praias, recolhendo os resíduos e orientando o comércio local e os usuários. As campanhas acontecem num sábado de cada mês.

Com apoio da Agência de Desenvolvimento do Governo Alemão, DED, e da empresa turística Terra, Água e Mar Lda. Evoluíram com o projecto e adquiriram 38 contentores plásticos que foram distribuídos em locais públicos para armazenar os resíduos nas praias do Tofo e Tofinho, e passaram a organizar a lixeira local implementando a segregação de materiais potencialmente recicláveis.

Para a realização desse trabalho, contaram com a colaboração de 10 catadores, capacitados e equipados com EPIs, cuja tarefa era recolher dos montes de resíduos materiais recicláveis, armazená-los em área próxima à lixeira para futura comercialização.

O maior constrangimento que tinham dizia respeito ao transporte para a comercialização dos materiais segregados, cujo mercado se encontra em Maputo. Neste sentido, estabeleceram uma parceria com a empresa de materiais de construção Kanjela, com sede em Maputo, mas que possui loja naquela região. Assim, o material reciclável vai para Maputo gratuitamente, com vista a ser comercializado. Ou seja, os camiões vão para a região de Inhambane cheios de material de construção e, no regresso as suas bases em Maputo, levam os materiais recicláveis armazenados em “big bags”.

Um dos directores da ALMA recebe este material em Maputo e procede a sua comercialização para as empresas Paga Lata e Recicla.

A recolha de materiais recicláveis foi estendida à lixeira de Inhambane, onde também 10 catadores equipados com EPIs, separam e armazenam materiais para comercialização.

Em ambas as lixeiras estão a construir um alpendre para armazenagem do material recolhido enquanto aguarda o transporte para futura comercialização.

A primeira venda, correspondente a recolha desses materiais no período entre Dezembro e Fevereiro, foi de aproximadamente 300kg de PET e 800kg de metal, equivalente a 1.500,00 Mt que serão repartidos entre os trabalhadores.

Replicabilidade

O projecto ainda não tem informações suficientes para avaliar seu desempenho, mas a ideia é bem interessante e inovadora e merece ser acompanhada para verificar sua evolução e servir de modelo a outros Municípios.

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Potencial de material reciclável passa a existir nas Cidades, dado o incremento de produtos industrializados e a capacidade de acesso a esses bens por parte da população, porém o escoamento desses materiais para comercialização ainda é deficitário por não haver mercado comprador em todas as regiões do país, estando este mais concentrado em Maputo. Portanto a ideia de aproveitar transporte de regresso a Maputo, geralmente vazio, para o carregamento de materiais recicláveis é muito boa.

Potencial parceiro para apoiar na programação de uma logística que atenda a iniciativa da ALMA seria o Fórum Empresarial para o Meio Ambiente – FEMA, que representa várias empresas comerciais e industriais com grande sentido de responsabilidade, e como o nome diz, dispostas a colaborar para a melhoria da qualidade do meio ambiente.

A nível Internacional

Produção de telhas ecológicas – Projeto Vira Lata (www.viralata.org.br)

As técnicas construtivas em Moçambique, mais especificamente nas zonas peri-urbanas informais e rurais, estão passando por um processo de transformação bastante acelerado. De paredes de taipa para tijolos de barro ou blocos de cimento, de portas improvisadas para madeira sólida e de coberturas de palha para outras mais sofisticadas em chapa ondulada de zinco.

Considerando que o uso do zinco na cobertura das casas é inapropriado para a região devido à alta propagação do calor; considerando que é visível e mensurável o aumento do descarte de embalagens de papel e cartão, actualmente exportados para reciclagem nos países vizinhos; e, considerando ainda que há necessidade de geração de postos de trabalho e aumento da renda familiar, o estudo aqui apresentado aponta para o aproveitamento de materiais provenientes dos resíduos sólidos para a produção de telhas ecológicas.

Em 1998, um grupo de moradores do Jd. Boa Vista, em São Paulo/Brasil, reuniu-se para pensar como ajudar a minimizar a triste realidade do desemprego e a problemática dos resíduos em São Paulo. Nasce das discussões o “Projecto Vira Lata”, que teria a missão de promover a inclusão social e geração de trabalho e renda através da recolha selectiva e reciclagem.

Em 2001, foi constituída a Associação Vira Lata, quando o projecto passou a ter personalidade jurídica e poderia firmar convénios e colectar materiais recicláveis em uma quantidade maior de lugares.

Com o empenho dos catadores, da directoria da Associação e, principalmente, do apoio de parceiros (escolas, empresas, condomínios e parques), o Projecto foi crescendo cada vez mais e alcançou um novo ramo do mercado: a produção de telhas ecológicas.

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As telhas ecológicas, também denominadas "telha fibroasfáltica", cuja composição consiste de fibras de celulose vegetais saturadas a alta temperatura com betume asfáltico, é um produto altamente viável e comercialmente competitivo.

O processo produtivo consiste, numa primeira etapa, em transformar fibra vegetal reciclável (papel, cartão e outras fibras) em mantas, posteriormente moldadas em estrados de madeira e secas ao tempo. Após serem recolhidas e refiladas, essas mantas estarão prontas para a segunda etapa, que é a de impermeabilização em material asfáltico quente. Esse processo de acabamento ocorre em um tanque metálico aquecido a 180 graus aproximadamente, onde as mantas permanecem por um período médio de uma hora, após o qual serão retiradas, resfriadas à temperatura ambiente e armazenadas, prontas para comercialização.

Este projecto contou com a parceria da empresa Petrobrás, que financiou a construção da fábrica de telhas de papelão, de dois veículos para recolha, construção de uma bancada de separação de materiais, compra de equipamentos de segurança, “big bags” e a confecção de todo material visual do Projecto.

Vantagens da Telha Ecológica

• feita com materiais recicláveis (papel, jornal, cartões, fibras e outros); • ecologicamente correcta; • uso de água reutilizada; • menor preço do mercado; • durabilidade comprovada; • excelente isolamento térmico; • leve, flexível e resistente; • fácil de instalar; • inclusão social e geração de renda.

Características Técnicas

Composição: Fibras vegetais saturadas a alta temperatura com betume asfáltico;

Coloração: Chapas originalmente pretas ou qualquer outra cor, com a utilização de pintura acrílica à base de água;

Modelo: Ondulada, com opções de diversas outras formas, com a utilização de moldes variados;

Dimensões: Comprimento 1,60m X Largura 0,60m, Espessura 2mm, 4mm ou mais, peso por chapa 3 a 4 Kg;

Propriedades: Óptimo isolante térmico, excelente redutor sonoro, extremamente leve, flexível (faz cobertura em arco parabólico), mínima absorção de água (1% por kg).

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Produção de composto orgânico (http://www.embrapa.br)

Em Moçambique mais da metade dos resíduos sólidos de origem domiciliar são compostos por matéria orgânica. Por esta razão apresentamos uma experiência para a produção de composto orgânico com baixo custo de implantação e operação.

Compostagem é um processo biológico de transformação de resíduos orgânicos como palhas, estercos, restos de alimentos, em substâncias húmicas, isto é, em matéria orgânica homogénea e estabilizada, pronta para ser utilizada como composto orgânico. A sua aplicação melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo, configurando-se numa alternativa simples e de baixo custo para ser utilizada em diversas culturas.

O composto orgânico deve possuir as seguintes características, conforme os cinco itens abaixo: (fonte: MAPA, 2005)

1. Matéria orgânica total, com valor = Mínimo de 40%, com tolerância = Menos 10%;

2. Nitrogénio total, com valor = Mínimo de 1,0%, com tolerância = Menos 10%;

3. Humidade, com valor = Máximo de 10%, com tolerância = Mais 10%;

4. Relação C/N = com valor = Máximo de 18/1, com tolerância = 21/1; e

5. Índice de pH = com valor = Mínimo de 6,0, com tolerância = Menos 10%.

No composto, devem estar ausentes as seguintes substâncias: agentes fito-tóxicos, agentes patogénicos ao homem, aos animais e às plantas; metais pesados; agentes poluentes; pragas e ervas daninhas.

A utilização de composteiras é recomendada para produção de composto orgânico em pequena escala, com volumes de resíduos de até 1m³. Para quantidades maiores torna-se mais viável montar pilhas directamente sobre o solo.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Pantanal produz mensalmente 1m³ de composto orgânico, em uma composteira de alvenaria com três câmaras de 1m³. O processo dura cerca de 90 dias e as matérias-primas mais utilizadas são folhas de bananeira, esterco bovino, resíduos de jardins (galhos podados e grama cortada) e uma planta aquática conhecida como orelha-de-onça (Salvinia auriculata Aubl.), cultivada em espelhos d’água da Unidade.

O primeiro passo da produção do composto é encher a composteira com os resíduos orgânicos, numa proporção de três quartos em volume de restos vegetais por um quarto de estercos ou outros meios de fermentação, que devem ser bem misturados na própria composteira. Caso os resíduos vegetais estejam secos, faz-se necessário irrigar sem, contudo, encharcar.

Na primeira semana, recomenda-se revolver o material todos os dias e, após este período revolvê-lo semanalmente, ou quando houver mal-cheiro. A irrigação do material se faz necessária sempre que sua humidade estiver baixa. Na prática ao

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apertá-lo entre os dedos ele deve soltar água como uma esponja que já foi espremida antes.

Após 30 dias muda-se o material para a segunda câmara e adiciona-se novo material na primeira; aos 60 dias, o que está na segunda vai para a terceira, o que está na primeira para a segunda e se abastece a primeira novamente. Esse procedimento tem duas vantagens: produção mensal de quantidade fixa de composto; o material residual da transferência de uma câmara para outra é rico em microrganismos e funciona como inoculante para novos resíduos vegetais.

No máximo em noventa dias o composto orgânico estará pronto. Pode ser aplicado diretamente sobre o solo ou incorporado. O mesmo pode ser usado próximo a sementes, mudas ou plantas adultas por não causar nenhum problema.

Como exposto, a fabricação e utilização do composto orgânico é muito simples e de baixo custo, principalmente em regiões onde há abundância de esterco bovino e plantas aquáticas, se configurando numa excelente alternativa para agricultores familiares e funcionários de fazendas que cultivam hortaliças, pomares e lavouras de subsistência.

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ANEXOS

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ANEXO 1

NOTAS DOS ENCONTROS COM ÓRGÃOS DO GOVERNO CENTRAL

Direcção Nacional de Águas – Departamento de Saneamento Data: sexta-feira, 29 de Fevereiro de 2008

Local: Direcção Nacional de Águas – Departamento de Saneamento

Representante: Eng.º Valdemiro Matavele (Chefe do DES)

O DES responde pela parte do saneamento ligada a drenagem de águas pluviais e residuais, sendo que a GRS não está sobre sua alçada, nem tem desenvolvido actividades nesta área. A água urbana está sobre a responsabilidade do Departamento de Água Urbana – DAU, para alguns dos Municípios e cidades. O Plano Estratégico de Saneamento para 7 Municípios faz referência ao saneamento num âmbito mais geral.

As suas acções são baseadas nas competências atribuídas pelas leis que regulam os serviços, que podem ser resumidas em mobilizar recursos e apoiar os Municípios e Direcções Provinciais de Obras Publicas e Habitação (DPOPHs) que são, segundo a lei, no caso do saneamento unidades autónomas de serviço.

Para uma melhor interacção com os Municípios são assinados acordos de assistência técnica que estabelecem, a priori, os deveres e obrigações de cada parte. O DES tem se mostrado capaz de mobilizar parcela considerável de fundos necessários para a implementação de projectos nas autarquias, como são exemplos os fundos recentemente alocados na reabilitação dos sistemas de drenagem de Maputo e Beira, orçados em 60 e 30 milhões de USD, respectivamente.

Ainda não é prática cobrar pelos serviços de saneamento. A idéia é iniciar a cobrança de uma taxa de serviços de saneamento a partir da factura de água, estando a decorrer estudos na Beira para a sua implementação.

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ANEXO 2

NOTAS DOS ENCONTROS COM INSTITUIÇÕES RELEVANTES AO ESTUDO

CPI – Centro de Promoção de Investimentos / UNDP Data: sexta-feira, 18 de Fevereiro de 2008

Local: Escritório do CPI

Representante: Marcos Vaena – Agente de Negócios para Moçambique

Ao longo dos últimos anos, o PNUD tem estado a desenvolver a sua experiência no envolvimento do sector privado na ajuda ao avanço dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs). Este trabalho ganhou maior prioridade após a divulgação do relatório do Secretário-Geral da Comissão da ONU para o Sector Privado e Desenvolvimento em Março de 2004.

Esta Comissão, tutelada pelo PNUD, reconheceu as contribuições fundamentais que o sector privado – seja de pequena ou grande escala, nacional ou estrangeiro – tem dado e poderá dar para a redução da pobreza e alcance dos ODMs em todo o mundo. Um princípio central entre as constatações da Comissão é que o valor do envolvimento do sector privado é maximizado quando este é fundamentado em incentivos baseados no mercado, e quando existe uma coincidência entre interesses comerciais e de desenvolvimento.

O programa Desenvolvendo Negócios Sustentáveis (Growing Sustainable Business – GSB) capta este espírito ao envolver o sector privado em parcerias inovadoras, muitas vezes através de novos modelos empresariais, incluindo a facilitação de “linkages” entre grandes empresas, potenciais investidores, e parceiros locais; parcerias público-privadas; fortalecimento e expansão das pequenas e médias empresas no desenvolvimento de cadeias de fornecimento (supply chain), e ao permitir acesso ao uso de bens e serviços necessários e oportunidades de emprego, a fim de acelerar o progresso em direcção aos ODMs.

O programa GSB está presente em 17 países e iniciou suas atividades em Moçambique em Junho de 2007, através de parceria estabelecida entre o PNUD e o CPI (Centro de Promoção de Investimentos).

Neste contexto, o programa inicia sua fase de contratação de estudos e planos de negócio para dar suporte ao desenvolvimento de projectos a fim de maximizar o desenvolvimento socioeconómico de Moçambique.

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Associação de Água e Saneamento do Bairro da Urbanização – ADASBU Data: quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2008

Local: Escritório da ADASBU

Representantes da UGSM: Chico Francisco e Berto Abreu Chiau (Chefe do Sector de Promoção de Higiene)

A ADASBU é uma associação comunitária de base que surgiu no bairro da Urbanização, em Maputo, depois das cheias de 2001 com o principal objectivo de melhor as condições de saneamento nesta área. Com a campanha de limpeza do bairro que teve lugar no ano de 2001 conseguiram retirar um volume próximo de 1.000 m3 de lixo.

No inicio das suas actividades, contaram com o apoio da ONG Médicos sem Fronteiras (MSF), e a comunidade comparticipava com o pagamento de 0,50 MT/semana (500,00 MT da antiga família). Com a introdução da taxa de limpeza em Março de 2002, o CMCM passou, a partir de Fevereiro de 2004, mediante a assinatura de um contrato, a remunerar a ADASBU pelo trabalho de recolha primaria do lixo no bairro da Urbanização.

O bairro tem, aproximadamente, 2.300 residências e se considerado um número médio de 6 pessoas por agregado familiar chega-se a perto de 15.000 habitantes. Nas actividades de recolha do lixo, estão envolvidos 6 trabalhadores mais 1 supervisor, que auferem o salário mínimo, sendo feita 2 recolhas domiciliarias por semana por célula. No acto da recolha, é chamada a atenção dos moradores com um apito para levarem o lixo.

Neste bairro a recolha é feita com “tchovas” com crivos, e foi feita uma grande campanha de sensibilização sobre o acondicionamento do lixo. O acondicionamento do lixo nas residências foi, numa fase inicial, feita em crivos familiares de tambores cortados, que tinham como principal objectivo reduzir a quantidade de areia a ser recolhida.

Além da recolha de resíduos sólidos, a ADASBU também trabalha na melhoria das condições de saneamento, promoção de higiene, drenagem pluvial e abastecimento de água.

Para as actividades ligadas ao saneamento, contam com um vacum cleaner para o esvaziamento de latrinas e fossas sépticas e um tanque local de 13m3 de capacidade onde são acumuladas as lamas das fossas sépticas antes de serem levadas à Estação de Tratamento de Águas Residuais – ETAR de Infulene. Estão destacados para esta actividade 4 trabalhadores mais um supervisor.

Para a redução dos problemas de drenagem e acumulação de águas estagnadas, foram construídos cerca de 2.300m de vala, actividade que contou com a parceria das faculdades de Engenharia e Arquitectura da Universidade Eduardo Mondlane. Actualmente é feita a limpeza destas valas, sendo que cada família contribui para o pagamento do pessoal responsável por esta actividade com 15,00 MT/mês.

No que diz respeito ao abastecimento de água, a ADASBU faz a gestão de 6 fontanários. Para as actividades de promoção da higiene foram contratados 9 activistas mais 1 chefe, pagos pela ONG WaterAid, na sua maioria jovens entre os 24 e 30 anos, que trabalha 6:30/dia das 8:00-12:00 e das 13:00-15:30.

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Uaiene Gama de Serviços Maputo, Lda. – UGSM Data: quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2008

Local: Escritórios da UGSM - Av. Milagre Mabote, nº 109

Representantes da UGSM: Paulino Uaiene (Administrador) e Albano Chilaúle (Conselheiro Sénior)

A UGSM foi a primeira iniciativa privada de recolha primária no Município de Maputo. A idéia de desenvolvimento desta iniciativa surgiu no ano 2000 quando o seu mentor, Paulino Uaiene, constatou existirem problemas na recolha do lixo no bairro da Maxaquene A, com cerca de 26 mil habitantes, onde não se fazia sentir a acção do Conselho Municipal.

Na sua fase inicial, os moradores do bairro pagavam pelo serviço de recolha por ele efectuado. Depois da introdução da taxa de limpeza pelo CMCM, a responsabilidade de remunerar a UGSM recaiu sobre o Município.

Actualmente contam com um efectivo de 23 trabalhadores, dentre os quais 17 operacionais de recolha, 2 supervisores, 1 administrativo e 1 mecânico, para alem do administrador e conselheiro sénior. Para além de trabalharem em Maxaquene A (contrato assinado em 2004), recentemente, a sua área de recolha foi estendida para o bairro da Maxaquene B, com efeitos a partir de Abril de 2008.

O bairro da Maxaquene A foi divido em três zonas de recolha, trabalhando dois dias por semana em cada zona, de segunda a sábado. A jornada laboral diária é de 7h, com inicio as 6:30 e fim as 13:30. Esta escala é condicionada pela recolha secundaria que, por ser muito irregular obriga a alterações na freqüência da recolha primária. Mensalmente, é enviado um relatório ao Distrito Municipal e Vereação de Salubridade onde são reportadas as actividades desenvolvidas ao longo do mês, bem como os problemas e dificuldades, servindo o mesmo de base para a avaliação do trabalho efectuado.

Como dificuldades enfrentadas pela empresa destaca-se a constância do valor do contrato com o Município, o que obriga a não actualização anual dos salários dos trabalhadores. Como hoje existe a obrigação de pagar o salário mínimo em vigor no país aos trabalhadores da recolha e o contrato não é reajustado, a UGS adoptou como forma de aumentar os seus rendimentos e fazer face às dificuldades financeiras, a prestação de serviços privados de recolha terciária com o camião próprio.

A empresa se propõe a elaborar um plano que servirá de base da sua actuação nos próximos anos, onde inclui: comprar uma parcela de terra para os seus escritórios e pátio para o parque automóvel, conseguirem financiamento para investirem em acções de formação, aquisição de meios, melhoria das condições de trabalho e alargamento da sua área de acção (ex. esvaziamento de fossas sépticas).

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O projecto “Apoio a Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos na Área de Grande Maputo” (AGRESU) Data: sexta-feira, 29 de Fevereiro de 2008

Local: Escritório GTZ/AGRESU

Representante: Gereon Hunger – Coordenador de Projecto

O projecto AGRESU é uma cooperação entre os governos de Moçambique e Alemanha que visa a assistência técnica e assessoramento ao Conselho Municipal de Maputo e Matola, nos aspectos ligados à gestão de resíduos sólidos urbanos. É financiado pelo Ministério Federal de Cooperação Económica e Desenvolvimento (BMZ), e a administração geral do projecto está a cargo da Agência de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento (GTZ).

A contraparte do Projecto no Conselho Municipal de Maputo é tutelada à Vereação de Saúde e Salubridade na Direcção Municipal de Saúde e Salubridade (DMSS), órgão responsável pela gestão dos resíduos sólidos urbanos para a cidade de Maputo.

Como o próprio nome diz o projecto trabalha com o conceito de gestão de resíduos sólidos, ou seja, interliga as questões técnicas operacionais, económicas (custos, tarifas, etc.) com as questões sociais na medida em que se preocupa em incorporar o sector informal e reconhece a necessidade dos geradores se responsabilizarem de seu papel para formar parte da gestão integral dos RSU.

A AGRESU e a DMSS elaboraram o Plano Director de Resíduos Sólidos Urbanos como estratégia para a melhoria da gestão de resíduos sólidos urbanos, reconhecendo a importância e a participação do Sector Privado e Informal na gestão integral de RSU.

O projecto tem como objectivo superior apoiar os órgãos competentes para que as condições de saúde e do meio-ambiente dos Municípios de Maputo e Matola sejam melhoradas e que seja alcançada uma gestão comunal sustentável.

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Fórum Empresarial para o Meio Ambiente – FEMA Data: sexta-feira, 29 de Fevereiro de 2008

Local: Escritório do FEMA

Representante: João Viseu – Director

FEMA é uma ONG estabelecida desde 1996 com vista a representar o sector privado no que concerne a questões ambientais. Tem como visão orientar o sector empresarial e a indústria para uma competitividade global de Moçambique através da promoção de um desenvolvimento ambiental, social e econômico equilibrado.

Sua missão está voltada para:

• Facilitação do diálogo entre os sectores público e privado, relativamente ao desenvolvimento sustentável, sua legislação, políticas e práticas;

• O apoio aos seus membros com perícia relevante ou informação, incluindo exemplos das melhores práticas do sector empresarial sobre o desenvolvimento sustentável para o sector;

• Demonstração dos benefícios associados e oportunidades de desenvolvimento sustentável para o sector empresarial e a indústria;

• Aumento da consciencialização para as questões relacionadas com o desenvolvimento sustentável em Moçambique.

Integra mais de noventa das maiores empresas privadas e concentra a sua atuação nas seguintes áreas-chave:

• Promoção e divulgação direccionada ao aumento da consciencialização ambiental das organizações privadas e investidores em várias partes do país;

• Formação técnica com vista à capacitação do Sector Privado de forma a abordar questões ambientais em Moçambique;

• Assistência técnica com vista a facilita e a promover investimentos em empresas ambientalmente sãs, que ajudarão a minimizar a poluição ambiental e a melhorar a gestão de recursos;

• Facilitação e liderança do Sector Privado relativamente ao Sector Público, no desenvolvimento de políticas e regulamentos ambientais.

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ANEXO 3 – RESUMO DA SITUAÇÃO DA LIMPEZA URBANA NOS MUNICÍPIOS

MUNICÍPIO DE MAPUTO

Situação Geográfica, População e Organização

A Cidade de Maputo é a capital e a maior cidade de Moçambique, gerida pelo Conselho Municipal constituído à luz da lei n.2/97 de 11 de Fevereiro. Localiza-se no extremo sul do país, na margem ocidental da Baía de Maputo. Tem limites, a norte com o distrito de Marracuene; a noroeste e oeste com o município da Matola, a oeste também com o distrito de Boane, e a sul com o distrito de Matutuíne. No concernente a organização administrativa, o Município de Maputo é dividido por unidades administrativas autárquicas (distritos urbanos), no total de 7.

A população da Cidade de Maputo é de 1.099.102habitantes, sendo 48,38% homens e 51,62% mulheres (INE- Censo 2007). Cerca de 60% da população deste município trabalha no sector informal, estando os restantes 40% no sector formal, divididos nas áreas de pesca, agricultura, indústria, serviços e turismo.

Possui o principal porto do País, considerado o segundo em toda a costa oriental da África devido a sua dimensão, capacidade de manuseamento de carga e produtividade. A este porto confluem três principais linhas ferroviárias que ligam à República da África do Sul (linha do Ressano Garcia), ao Zimbabwe (linha do Limpopo) e à Suazilândia (linha de Goba), compondo o sistema e rede de transportes dos Caminhos de Ferro de Moçambique Sul (CFM-SUL), conhecido como “Corredor de Maputo”.

As principais actividades económicas encontram espaço na indústria, comércio e serviços. No que respeite à indústria, existem de castanha de caju, chá, madeira, copra, sisal, gergelim, calçado, vestuário e metalo-mecânica. O comércio é caracterizado por dois tipos de mercados: o mercado formal, que compreende a rede de comércio a retalho e grossista, espalhada pela Cidade e arredores, e o mercado informal, constituído por um conjunto de vendedores espalhados pela Cidade e arredores, assim como pelos mercados formais em número de 38 e informais que somam actualmente 20.

Outra actividade económica digna de registro é agro-pecuária. Na cintura do grande Maputo, conhecida por Zonas Verdes, produz-se quantidades consideráveis de hortículas, oleaginosas, cereais e tubérculos; criação de bovinos, caprinos, ovinos, suínos, coelhos, galinhas, patos, gansos, perus, pombos, cavalos e muitas outras variedades de animais.

Para orientar a gestão dos resíduos sólidos, o município possui o Código de Postura Municipal, Regulamento de Gestão de Resíduos Sólidos e o Plano Director de Resíduos Sólidos.

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O Serviço Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos

1. Enquadramento institucional

Actualmente os serviços de limpeza urbana estão subordinados à Vereação de Saúde e Salubridade, onde está afecto a Direcção Municipal de Saúde e Salubridade, estruturada por Departamentos: de Planificação e Monitoramento, de Saúde Pública, de Prevenção do HIV/SIDA, de Administrativo e Finanças, de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, de Oficinas e Equipamentos, e de Administração de Funerais e Cemitérios.

O Departamento da Gestão de Resíduos Sólidos Serviços Urbanos é responsável pela limpeza das vias pública e todo o processo de gestão de resíduos sólidos no que concerne a recolha, transporte e deposição final em lixeira municipal. O trabalho do Serviço de Limpeza é apoiado pelos outros departamentos nomeadamente: de Planificação e Monitoramento, de Administração e Finanças e de Oficinas e Equipamentos.

O Município de Maputo foi o primeiro município em Moçambique a consolidar as acções da participação do sector privado, através de contratação de prestação de serviços de empresas privadas especializadas em recolha e gestão de resíduos sólidos urbanos e micro-empresas para a recolha primária, dos resíduos sólidos urbanos na zona suburbana e que estes serviços estão sendo actualmente estendido para outros bairros da cidade.

2. Cobertura do Serviço de Recolha e Caracterização dos Resíduos Sólidos Urbanos

O serviço de recolha dos resíduos sólidos cobre actualmente 90% a zona de cimento (Cidade Urbanizada) e 60% nos bairros peri-urbanos. A previsão para aumentar a cobertura e qualidade dos serviços de limpeza pública está associada ao fortalecimento institucional e crescimento da capacidade económica do município, e será faseada entre os anos de 2007 a 2017.

Para operacionalizar este plano o município conta com apoio de diversos parceiros no âmbito do PROMAPUTO – Programa de Desenvolvimento Municipal de Maputo, para os próximos 10 anos (2007-2017). Este programa tem três componentes principais, nomeadamente:

A: Desenvolvimento Institucional e Governação Municipal;

B: Melhoria das Finanças; e

C: Melhoria da Prestação de Serviços.

Na componente C, o objectivo é aumentar a qualidade e abrangência dos serviços de limpeza com três abordagens: gestão de resíduos sólidos sustentável e eficiente (capacitação institucional e remoção de resíduos sólidos urbanos); deposição final dos resíduos sólidos em condições ambientalmente aceitáveis e crescente sensibilização e educação dos munícipes na gestão de resíduos sólidos.

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Grande parte desse programa será financiado pelo Banco Mundial durante os primeiros três anos. Nesse contexto, foi contratada uma empresa privada (Enviroserv) para prestar serviços de recolha e transporte de resíduos sólidos, onde a empresa deverá colocar 70 contentores de 12 m3 em alguns pontos da zona de cimento e peri-urbana e garantir a sua remoção para a lixeira municipal de Hulene. Paralelamente a isso, o Município de Maputo celebrou uma série de contratos com micro-empresas para recolha primária dos resíduos sólidos nos bairros peri-urbanos.

Os principais resíduos identificados no município de Maputo são: os domiciliares e de podagem, do comércio em geral, dos mercados municipais, resíduos de serviços de saúde e os oriundos de actividades industriais e do porto.

Não foi possível realizar a análise gravimétrica nem o peso específico de resíduos sólidos gerados. Entretanto, usou-se o dado de caracterização realizado pelo AGRESU/GTZ em 2002, que achamos estarem desactualizadas, mas descrevemos no quadro a seguir:

Quantidade e Qualidade dos Resíduos Sólidos Domésticos (RSD)

Tipo de Urbanização Geração RSD (kg/hab*dia)*

Densidade RSD (t/m³)*

Geração por dia (t)

Alta (cidade de cimento) 1.0 (0.54 – 2.16) 0.22 – 0.25 ~ 230

Baixa (bairros peri-urbano) 0.5 (0.45 – 0.55 0.4 ~ 430

Em Junho de 2004 a Direcção Municipal de Saúde e Salubridade em coordenação com GTZ/AGRESU, fez uma análise do mercado de reciclagem para identificar possibilidades de um projecto piloto. O resultado desta análise indicou a existência de dois grupos distintos que trabalham no sector informal, a saber, catadores que moram e/ou trabalham na lixeira de Hulene e catadores nas ruas.

O plástico foi classificado como principal entrada para a promoção do mercado de reciclagem por explorar no município. A principal fonte de obtenção deste produto actualmente é na lixeira de Hulene e no comércio. Outros materiais como garrafas (de vidro e plástico) e metais, também vão ganhando mercado gradativamente. Actualmente existem empresas que pretendem entrar na área de reciclagem de plástico, papel e vidro porém ainda precisam verificar a viabilidade técnica e económica para implantar um projecto piloto.

3. Etapas de acondicionamento, recolha, transporte e deposição final dos resíduos sólidos

Acondicionamento

O município actualmente possui diversos sistemas de acondicionadores nomeadamente: contentores de 800/1.100 litros, grandes contentores (6m³, 10/16m³) e sacos plásticos.

Serviço de Recolha – Freqüência e Transporte

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A freqüência de recolha é de 7 dias por semana (2a, 3a,4a, 5a, 6a, Sábados e Domingos) no horário entre 20:00h – 06:00h. O sistema de recolha e transporte está organizado através de equipas fixas e rotas fixas, que permite organizar os escassos recursos humanos e evitar a sobreposição e acumulação de folga do pessoal.

Os Serviços de Limpeza estão divididos em duas zonas, a Cidade Cimento e os Bairros Peri-urbanos.

Na Cidade Cimento, o sistema está subdividido em duas partes: zona com prédios altos e com densidade populacional alta, utilizam contentores comuns de 800l/1.100litros e zona com vivendas individuais com densidade populacional mais reduzida, usam sacos plásticos. A recolha é realizada por viaturas compactadoras e basculantes ou caixa aberta. Também, existem em pontos estratégico da cidade e nos mercados, contentores comuns de 6m³ transportados por viaturas Skiploader e contentores de10/16 m3, transportados por viaturas Roll-on Roll-off.

Nos Bairros Peri-urbanos, estão disponibilizados contentores comuns de 6, 10 e 16 m3 nas grandes avenidas e dentro dos bairros, que são transportados por viaturas Skiploader e Roll-on Roll-off. Também é feita recolha primária (porta a porta das casas para o contentor) organizada por associações de bairro, micro-empresas ou mesmo por Administrações Municipais. Nesta zona registra-se pouca disposição de meios para efectuar o trabalho regularmente, o que obrigou o Conselho Municipal, desde Fevereiro de 2007, a contratar uma empresa privada (Interwaste) que aumentou significativamente a capacidade de recolha com mais contentores.

Os resíduos sólidos considerados perigosos, tais como pilhas danificadas e alimentos fora de prazo, são transportados pelo município mediante solicitação do produtor, que paga por este serviço especial ao Conselho Municipal (embora não há taxas claramente definidas) e procedem a queima na lixeira de Hulene.

Meios para a Gestão de Resíduos Sólidos (viaturas, equipamentos, pessoal)

• Viaturas: 10 camião compactador (5 avariadas e 1 sem recuperação); 02 camião basculante; 03 tractores com atrelado basculante; 03 viaturas Roll-On-Roll-Off (2 operacionais e 1 avariada); 04 viaturas Skiploader (2 avariadas e 2 operacionais); 02 pá-carregadora (1 avariada e 1 operacional); 02 Buldozer (2 avariadas); 07 viaturas caixa aberta para serviços administrativos (3 avariadas e 4 operacionais); 01 viatura para vala comum.

• Pessoal: Administrativos (36); Serventes (12); Varredores (216); Motoristas (33); Deposição final (25); Mecânicos (04); Ajudantes Mecânicos (06); Electricista Auto (04); Bate-chapa (04); Lubrificação (02); Torneiros Mecânicos (03); Vulcanização (03); Outros (54).

• Ferramentas e fardamento: Neste momento, as ferramentas de trabalho precisam de substituição e os equipamentos de protecção individual (luvas, máscaras) já estão esgotados.

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Deposição Final

A deposição final consiste em uma lixeira oficial localizada 7 á 10 km da cidade (Bairro de Hulene) ao lado do aeroporto, com uma extensão cerca de 17 hectares e uma altura de resíduos sólidos depositados entre 5 a 15 metros. O modo de operação é parcialmente regularizada com buldozer e pá escavadora, que espalham os resíduos sólidos depositados e degradados não havendo cobertura dos mesmos. Em agosto de 2006, foi instalada uma báscula que controla a entrada e saída de viaturas, permitindo assim o monitoramento da quantidade de resíduos recolhidos diariamente e depositados na lixeira.

Para a circulação interna, foram reabilitados os acessos em 2007. A lixeira possui somente uma vedação frontal, o que permite sofrer invasões da população dos catadores a procura de produtos recicláveis/reutilizáveis. Estes “catadores” perturbam a operação da lixeira porque põem fogo nos resíduos sólidos e ficam muito perto ou mesmo dentro das viaturas no momento do descarregamento. Os moradores dos bairros vizinhos reclamam por causa da poluição do ar, das moscas e outros vectores prejudiciais à saúde pública.

Por insuficiência do sistema de recolha de resíduos sólidos, particularmente na periferia da cidade de Maputo, é notório vários lugares com acumulação de resíduos sólidos ao longo de ruas e em diversas ravinas. Exemplo: há 500 metros da lixeira de Hulene e perto do mercado de Xiquelene, existem grandes cavidades de areia como lixeiras ilegais, onde, não só os habitantes utilizam estes locais, mas também as empresas privadas para evitar o pagamento de uso na lixeira oficial.

Há previsão da construção do Aterro Sanitário para deposição de resíduos sólidos não perigosos para os municípios Maputo e Matola, com todos os processos de controlo de operação, de acesso, de tratamento da águas residuais e prevenção da infiltração assim como o monitoramento pós-encerramento.

Fiscalização

Existe um departamento que vela pela fiscalização da recolha dos resíduos sólidos, o chefe do sector todos os dias segue as rotas planificadas pra verificar se foram cumpridas ou não, os Chefes dos Departamentos, os capatazes da varredura, os Vereadores e o Presidente do Conselho também fazem parcialmente a sua fiscalização.

Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde

O Conselho Municipal faz a recolha regular nos hospitais e centros de saúde da cidade dos resíduos sólidos de serviços de saúde (comuns) e deposita na lixeira municipal. Em alguns hospitais da cidade, os resíduos anatômico e biomédico são separados na fonte geradora, incinerados e as cinzas enterradas no local. No Hospital Central de Maputo os resíduos sólidos anatómicos são enterrados na vala comum localizada no cemitério de Lhanguene.

Alguns Centros de Saúde localizados na cidade e província de Maputo transportam os seus resíduos para o Hospital Geral de Mavalane para posterior destruição na incineradora. O transporte dos resíduos não é feito com viaturas especiais sendo

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muitas vezes a mesma viatura que serve para o transporte de pacientes ou de medicamentos. Outras unidades sanitárias localizadas na zona suburbana depositam simplesmente em crateras abandonadas.

4. Sustentabilidade financeira

Os serviços de recolha de resíduos sólidos são financiados parcialmente pela receita da taxa de limpeza domiciliar; das taxas da Prova de Serviço, dos contratos da prestação de serviços com o Conselho Municipal; taxa pela remoção especial, pela utilização da Lixeira de Hulene e outra parte é coberta pelos diversos parceiros, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Municipal (PROMAPUTO), onde o Banco Mundial financiará a maior parte do programa.

Pela Resolução 58/AM/06, de 28 de Dezembro, foi aprovada a alteração pontual do valor da Taxa de Limpeza Domiciliar, assim como, a Nova Estratégia de Gestão de Resíduos Sólidos, e pela Resolução 62/AM/07, de 11 de Abril, aprova a entrada em vigor das novas Taxas de Limpeza a partir de 1 de Maio de 2007, e determina a interrupção do fornecimento de energia eléctrica a quem não paga a taxa de limpeza. Esta alteração consistiu em revisar o valor fixo mensal de 20Mt. por família (tarifa normal) ou 5 Mt por família (tarifa social), para o novo sistema que é indexado ao escalão do consumo da energia e cobrado através da factura mensal pela empresa EDM. Este valor é repassado mensalmente ao Conselho Municipal mediante o pagamento dos serviços em 17.5% do valor da factura. A tabela a seguir mostra escalões e as respectivas taxas mensais.

Escalão EDM Taxa Mensal De 0 a 200kWh/mês 30 MT De 201 a 500 kWh/mês 45 MT Acima de 500 kWh/mês 65 MT Taxa Social 10 MT

Fonte: Direcção Municipal de saúde e Salubridade

Outras fontes de arrecadação são a Taxa de Limpeza da Prova de Serviço, que consiste na cobrança a todas as instituições públicas ou privadas, que produzem resíduos acima da produção domiciliar, que é de 25 kg ou 50 litros. Esta taxa mensal depende da quantidade produzida e é cobrada directamente pelo sector da Prova de Serviço da Direcção. As taxas dos contratos da prestação de serviços e taxa pela remoção especial também são cobradas directamente pelo sector, e são variáveis de acordo as quantidades de resíduos recolhidos. A taxa pela utilização da Lixeira de Hulene, com a recente instalação da báscula, permite maior controle de cobrança do valor de 75Mt por tonelada.

5. Conclusões e Recomendações para a melhoria dos serviços

Conclusões

Actualmente, o município possui vários instrumentos legais e estratégias que orientam para o desenvolvimento e melhoria da situação actual na Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos na Cidade de Maputo, um dos quais é o Plano Director que se enquadra no PROMAPUTO - Programa de Desenvolvimento Municipal de Maputo.

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O serviço de recolha de resíduos sólido na Cidade Cimento é parcialmente eficiente porque existe uma boa colaboração dos moradores que deitam os resíduos sólidos nos contentores no horário estipulado, porém este sistema às vezes é estrangulado quando regista-se avarias das viaturas de recolha. Na zona peri-urbana e nos grandes mercados, a eficiência é reduzida por dois motivos básicos, a falta de regularidade da recolha, seja por falta de contentores ou de viaturas para sua remoção, e o comportamento dos munícipes que deitam o lixo fora das caixas e fora do horário.

Como solução desses problemas, o município recorreu ao sector privado com apoio do Banco Mundial no PROMAPUTO, para contratação de uma empresa privada especializada para prestar serviços de recolha e transporte de resíduos sólidos durante os próximos três anos, e contratos com micro - empresas para a recolha primária dos resíduos sólidos.

Actualmente o sistema de recolha nas zonas cobertas é diário, conseqüentemente altos custos com o serviço. A redução da freqüência da recolha nas zonas urbanizadas abrirá a possibilidade de reduzir os custos do serviço e também optimizar a cobertura. Contudo, implica estudar e implementar alternativas de acondicionamento adequado para prédios e quintais com dimensões reduzidas. Sem sombra de dúvida, para mudar o sistema necessitará uma educação cívica intensa e inovadora.

Constatamos que o município elaborou uma Estratégia da Educação Cívica para gestão dos resíduos sólidos urbanos da cidade, envolvendo de forma contínua todos actores “Associações Comunitárias de base, Sector Privado, ONG’s e Munícipes em geral”, com mensagens de fácil percepção.

Finalmente, de acordo com a legislação em vigor no país, verifica-se fraqueza no controle dos resíduos produzidos em unidades de saúde por parte do Ministério da Saúde, e dos resíduos industriais perigosos por parte do Ministério para Coordenação da Acção Ambiental, e a falta de coordenação institucional destes com o Conselho Municipal de Maputo para minimizar os impactos negativos causados ao meio ambiente por esses resíduos.

Recomendações

O município deverá investir de forma contínua na reorganização institucional e recrutamento de quadros qualificados, bem como na capacitação dos trabalhadores da limpeza urbana, em todos os níveis de direcção, operacional e de fiscalização.

Deve-se atualizar o estudo de caracterização e quantificação dos resíduos sólidos gerados no município, para melhor dimensionamento e optimização dos serviços de limpeza;

O Município deverá continuar a implantar um sistema de controle económico financeiro e operacional, registrando em fichas apropriadas os dados relativos à quantidade de resíduos recolhidos por meio circulante/rota, número de viagens até a lixeira por viatura, freqüência dos trabalhadores da recolha e da varredura, abrangência diária da varredura, quantidade de sarjetas limpas, áreas de podagem, fichas do sistema de controlo e programação da manutenção e outros controles que porventura sejam necessários;

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Deve estudar a melhor forma de implementar a médio ou longo prazo, o sistema de registro e controle do pagamento das taxas de limpeza não cobradas pela EDM, de modo a incrementar as receitas para o Conselho Municipal e maior justiça social no pagamento da taxa da limpeza;

Finalmente, o município deve continuar na promoção de actividades que visem a redução, reutilização e reciclagem dos resíduos (Regra 3R) com objectivo de reduzir a quantidade dos resíduos gerados e depositados na lixeira, criando assim projecto de geração de emprego aos munícipes, através de aproveitamento e reciclagem dos resíduos sólidos urbanos.

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MUNICÍPIO DE QUELIMANE

Situação Geográfica, População e Organização

O Município de Quelimane é a capital e maior cidade da província da Zambézia. Está localizada nas margens do rio dos Bons Sinais, a cerca de 20 km do Oceano Indico, contando por essa razão com um porto, que é uma das suas principais actividades económicas, centro de uma importante indústria pesqueira. Tem como limites geográficos o distrito de Nicoadala a Norte e Oeste; o distrito de Inhassunge a Sul e o Oceano Índico a Este.

Estimativas do Censo de 2007 indica que Quelimane possui uma população de 192.876 habitantes, contra os 150.116 habitantes em 1997, o que corresponde a um crescimento populacional na ordem de 28% em 10 anos. Esta população encontra-se distribuída pelos 5 bairros do Município numa área aproximada de 117 km2. A divisão administrativa do Município da Cidade de Quelimane compreende 5 bairros, sendo o Bairro 1 corresponde à cidade cimento, com arruamentos bem definidos e os restantes 4 bairros periféricos.

Aliada a baixa altitude e elevado nível freático, Quelimane enfrenta grandes problemas de drenagem residual e pluvial, o que tem contribuído grandemente para a degradação das vias de circulação e acesso existentes, tanto no bairro cimento como nos bairros peri-urbanos.

A Cidade de Quelimane é considerada uma cidade de Nível “C”, e é gerida pelo respectivo Conselho Municipal, constituído à luz da lei n.2/97 de 11 de Fevereiro. Cerca de 60% da população deste Município trabalha no sector informal, estando os restantes 40% no sector formal, divididos nas áreas de pesca, agricultura e pequenas articulas.

Para orientar a gestão dos resíduos sólidos, a cidade possui Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, datado de 2004, para além do Código de Postura Municipal que regula este e outros serviços municipais.

O Serviço Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos

1. Enquadramento institucional

Quelimane foi o primeiro Município em Moçambique a apostar na criação de uma empresa publica para a gestão dos resíduos sólidos, nomeadamente a EMUSA – Empresa Municipal de Saneamento de Quelimane, constituída em Outubro de 2005. A EMUSA é dotada de personalidade jurídica e possui autonomia administrativa, patrimonial e financeira. Para além dos resíduos sólidos, também responde pelos sistemas de drenagem pluvial e residual, e numa escala reduzida, pelo abastecimento de água e manutenção de estradas.

O funcionamento e actividades desenvolvidas pela EMUSA são na base de contrato de programa celebrado como o Conselho Municipal de Quelimane, que é parte integrante da direcção executiva da mesma. Ao nível do Município a vereação que responde pela gestão dos resíduos sólidos, interactuando com a EMUSA, é a Vereação de Saneamento e Lixo.

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2. Cobertura do Serviço de Recolha e Caracterização dos Resíduos Sólidos Urbanos

Durante a visita ao Município, foi notória a área abrangida pelo serviço municipal de recolha de resíduos sólidos que cobre em 100% zona urbana (bairro 1) e 60% da zona peri-urbana, assim como os mercados principais dos bairros, onde estes são acessíveis pelo tractor.

Os principais resíduos identificados no Município são os domiciliares e de podagem, do comércio em geral, dos mercados municipais, resíduos de serviços de saúde e os oriundos de actividades industriais e do porto.

Não foi possível realizar a análise gravimétrica nem o peso específico de resíduos sólidos gerado no Município. Observou-se nos contentores de 800/1100litros distribuídos ao longo das vias da cidade de cimento, resíduos de comida (principalmente vegetal), folhas e ramos, plásticos, vidros, papéis e latas, areia e ao redor entulho. Praticamente não existe sucata, pois é recolhida pela população e vendida a comerciantes que exportam no porto.

O Município (EMUSA) não monitora a quantidade de resíduos recolhidos. A partir das informações fornecidas sobre a capacidade das viaturas e o número de viagens, estima-se que cerca de 90 ton/dia de resíduos sólidos são recolhidos da cidade para a lixeira municipal.

3. Etapas de acondicionamento, recolha, transporte e deposição final dos resíduos sólidos

Acondicionamento

Existem nas vias públicas da cidade urbana contentores metálicos de 800/1100litros para acondicionar os resíduos domiciliar e comercial. Na zona peri-urbana, os resíduos sólidos ficam amontoados em pontos estratégicos das vias públicas, assim como nos mercados, e ficam a espera de recolha.

Serviço de Recolha – Freqüência e Transporte

A freqüência de recolha é de 6 dias e meio por semana (2a, 3a,4a, 5a, 6a, Sábados e domingo a tarde) o horário de entrada para a recolha é às 20:00h até o fim da rota de recolha previamente definida, praticamente não existe um horário estabelecido para o termino da recolha. A EMUSA pretende rever os dias de trabalho, actualmente trabalham todos os dias com escassos recursos humanos e conseqüentemente sobreposição e acumulação de folga do pessoal.

Existem rotas estabelecidas e bem conhecidas pelos funcionários directamente ligados ao serviço de recolha e transporte de resíduos sólidos. A recolha incide principalmente sobre os resíduos sólidos domiciliares, comerciais e dos mercados, e está dividida em 4 zonas com horários distintos:

• zona de cimento – são 2 rotas, efectuadas diariamente no período nocturno, com excepção dos Domingos com horário pela manhã;

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• mercados – é efectuada diariamente no período diurno, incluindo os Domingos no horário da manhã;

• bairros peri-urbanos – é efectuada diariamente no período diurno apenas ao longo das vias principais.

Na maior parte da cidade os resíduos domésticos e os comerciais são depositados em contentores metálicos de 800/1100litros ou no chão em locais previamente indicados pelo Conselho Municipal (EMUSA), no horário de 17 a 20 horas. É proibido deitar resíduos sólidos em via pública após a passagem da recolha, que tem início às 20 horas até, mais tardar, às 5 horas de madrugada. Os bairros peri-urbanos não são, ainda, beneficiados com recolha de resíduos sólidos regularmente.

Os resíduos dos mercados são carregados manualmente, com o auxílio de pás e ancinhos, para os atrelados dos tractores ou dos camiões, para sua posterior deposição na lixeira.

Resíduos sólidos considerados perigosos, tais como pilhas danificadas e alimentos fora de prazo, são transportados pelo Município mediante solicitação do produtor e produtor paga este serviço especial a EMUSA (embora não existam taxas claramente definidas) e procedem a queima na lixeira.

A EMUSA recolhe diariamente os resíduos sólidos de serviços de saúde (comuns) no Hospital Provincial de Quelimane e Centro de Saúde, que são depositados na lixeira municipal, os resíduos sólidos anatômico e o biomédico são separados na fonte geradora e incinerados no próprio hospital.

Serviço de limpeza e vias públicas

Os serviços de limpeza das vias públicas envolvem 150 senhoras do INAS - Instituto Nacional de Acção Social, divididas em seis rotas na Cidade Urbana. Cada rota tem um capataz responsável por um grupo de 20-25 varredoras, e é feita no período de tarde das 15:00h ás 20:00h. Com auxílio de uma palha, utilizada na região, juntam nas bermas das ruas e depois recolhem com sacos e deitam nos contentores ou outros sítios indicados para armazenagem dos resíduos públicos, que será recolhido após 20:00 horas. Este serviço de varredura conta com equipamentos inadequados o que torna o serviço lento e insalubre devido à posição para varrer com a palha.

Meios para a Gestão de Resíduos Sólidos (viaturas, equipamentos, pessoal)

• Viaturas: 3 camião compactador (20 ton), 1 camião basculante (11ton), 7 tractores com atrelado basculante de 3.5m3; 3 carrinha e 1 pá-carregadora acoplado a tractor.

• Pessoal: Administrativo (11); Varredores (150); Motoristas (20); Remotores (46); Apontador na lixeira (01); Mercados (05); Mecânicos (05); Electricista (01) Ajudantes Mecânicos (08); soldador (01); Animadores de Saneamento (10) Capatazes de limpeza (06). Também participam na gestão dos resíduos sólidos, a tempo intermitente, os Chefe de Departamento de Serviços Urbanos e Chefe do Serviço de Gestão Ambiental, Água e Saneamento.

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• Ferramentas e fardamento: Neste momento, as ferramentas de trabalho precisam de substituição e os equipamentos de protecção individual (fardamento, luvas e máscaras) já estão esgotados.

Deposição Final

A deposição final consiste numa lixeira oficial localizada a 7km da cidade (zona de Tecane), aproximadamente 70 metros da estrada principal que dá acesso á cidade de Quelimane. A visita ao local revelou que existem várias massas de águas superficiais paradas (provavelmente águas subterrâneas expostas o que não foi confirmado) em redor do perímetro da lixeira. Adicionalmente observaram-se também vários campos de arroz a uma distância de 500 metros do perímetro Sul e de criação de gado. Parece não haver outros residentes ou terra sendo usada na vizinhança do local.

A EMUSA não impõe limites para deposição dos resíduos sólidos industriais e perigosos (ou materiais perigosos) que são entregues neste local, pôde-se observar, também, vários amontoados de resíduos sólidos hospitalares (RSH). Existe um apontador que apenas registra a entrada de “carradas”, não havendo monitoria ou inspecção dos resíduos a depositar no local.

Não existe nenhuma forma de tratamento, apenas é utilizada a queima dos resíduos no local de deposição final. Considerando as condições da área e sua localização, pode-se afirmar que a mesma não reúne as mínimas condições ambientais adequada para a deposição dos resíduos.

Fiscalização

O Município dá ênfase à fiscalização da recolha de resíduos sólidos. O Chefe do Serviço todos os dias segue a rota dos tractores e camiões na sua mota e verifica a limpeza de forma aleatória, também os capatazes da varredura, os Vereadores e o Presidente do Conselho fazem a sua fiscalização. Por outro lado, a fiscalização da observância destas e doutras normas relacionadas com a gestão dos resíduos sólidos urbanos é realizada pela polícia municipal.

4. Sustentabilidade financeira

O serviço de recolha de resíduos sólidos é financiado parcialmente pelas receitas gerais do Município e cobrança da Taxa de Limpeza. Esta taxa foi fixada em 30 MTn por mês e é cobrada pela EDM por meio da factura de eletricidade de todos os consumidores de energia eléctrica no Município. Entretanto, o Município não sabe quantos consumidores de energia existem no Município, o que não permite um controle maior sobre a arrecadação.

Segundo as informações das autoridades e técnicos da área, apenas a cobrança da taxa é insuficiente para cobrir os gastos com os serviços, o que na verdade deve ser comprovado com o estabelecimento dos custos reais. O Município actualmente não tem controle de gastos especificamente para o serviço de gestão dos resíduos.

Na situação apresentada o Município tem uma certa dificuldade em garantir a manutenção de equipamentos, que ficam comprometidos com a presente realidade

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financeira. Prevê -se a partir do mês de Abril 2008 que o valor da taxa de limpeza cobrada pela EDM seja gerida pela própria EMUSA.

Recebem, também, apoio da DANIDA (projecto de Gestão Ambiental para 7 Cidades), UN-HABITAT (Projecto Cities Alliance) para a compra de equipamentos, fardamentos e outros investimentos.

5. Conclusões e Recomendações para a melhoria dos serviços

Conclusões

A actualmente o Município dispõe de Código de Posturas Municipais, Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e Estatuto da Empresa Municipal de Saneamento de Quelimane (EMUSA) e não dispõe de Regulamento de Limpeza Urbana que detalhe e siga o estabelecido no Código da Postura.

As acções educativas são essenciais para o alcance de mudanças comportamentais individuais e colectivas. Elas terão reflexos directo no sistema de limpeza urbana e devem acompanhar as iniciativas operacionais. Para que estas mudanças ocorram de forma efectiva é fundamental que o programa educativo tenha um carácter permanente e não se limite apenas a campanhas esporádicas.

O serviço de gestão de resíduos sólidos na cidade de Quelimane é parcialmente eficaz comparado com alguns Municípios visitados, as áreas da cidade abrangidas pelos serviços municipais permanecem razoavelmente limpas. Julgamos que resulta do esforço empreendido pelo Município no que concerne o sistema de fiscalização, que integra os diversos níveis do Município. Por outro lado, existe boa colaboração dos moradores na cidade cimento, que deitam os resíduos sólidos nos contentores no horário estipulado e, nos mercados, a eficiência é reduzida, pois os vendedores deitam os resíduos sólidos fora dos contentores e fora do horário. Outro problema que minora as possibilidades de manter a cidade limpa é a redução paulatina do número dos contentores, o que conduz há mais montes de resíduos sólidos em outros lugares.

Actualmente o sistema de recolha nas zonas cobertas é diário, conseqüentemente altos custos de serviço. A redução da freqüência da recolha nas zonas urbanizadas abrirá a possibilidade de reduzir os custos do serviço e também ampliar a cobertura. Contudo, implica redimensionar o sistema de acondicionamento e de recolha dos resíduos sólidos urbanos, como proposta efectuar a recolha porta a porta onde os munícipes acondicionem os resíduos em sacos de lylon ou estudar sistemas de acondicionamento adequados para prédios, quintais com dimensões reduzidas e nos mercados, sem sombra de dúvida, para mudar o sistema necessitará uma educação cívica intensa e inovadora e, sobretudo, fiscalização.

O Município (EMUSA) tem a capacidade institucional desenvolvida para poder aumentar a sua receita fiscal (cadastro e registros actualizados, procedimentos de registro de terrenos, experiência de cobrança de taxas e impostos). Também pode buscar outras experiências específicas na cobrança da taxa de limpeza em alguns Municípios que já avançaram nesta componente, em especial para a cobrança de grandes produtores de resíduos.

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Recomendações

Conceber e implementar programas de educação cívica envolvendo todos actores, Associações Comunitárias de Base, Sector Privado, ONG’s e Munícipes em geral, para alcançar a máxima redução de produção de resíduos; o máximo reaproveitamento e reciclagem de materiais; melhoria no acondicionamento dos resíduos de forma mais sanitária e ambientalmente adequada. É importante que a população tenha conhecimento que é ela quem sustenta o sistema, através do pagamento da Taxa de Limpeza.

É recomendável estabelecer um Regulamento da Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos com responsabilidades e deveres do Município (EMUSA) e dos munícipes, pautar sua actuação, dar transparências aos seus serviços, constituir uma fiscalização responsável e definir os valores das cobranças pelos serviços prestados que não estiverem compreendidos na cobrança da Taxa de Limpeza.

Deve-se realizar um estudo de caracterização e quantificação dos resíduos sólidos gerados no Município, para posteriormente, dimensionar melhor os serviços, meios necessários e pessoal.

Como forma de garantir a sustentabilidade financeira dos serviços propõe-se: rever e actualizar o valor da taxa de limpeza tendo como base a origem (domiciliar, comercial, industrial, hoteleiros, outros) e a quantidade de resíduos produzidos, observando-se a capacidade da EMUSA de proceder a cobrança directa da taxa limpeza e do munícipe em arcar com esta contribuição. Esta revisão deverá estar de acordo com o Código de Postura Municipal.

Enquanto não há cobrança directa pela EMUSA, estabelecer, junto a EDM, mecanismos para efectuar a actualização da cobrança diferenciada da taxa de limpeza e para acompanhar a arrecadação por meio de relatórios mensais, incluindo informações sobre novas ligações e cortes feitos no mês.

O Município (EMUSA) deverá investir de forma contínua na capacitação dos trabalhadores da limpeza urbana, em todos os níveis: gerencial, operacional (incluindo-se aí os remotores) e das equipes de fiscais para o correcto cumprimento das suas atribuições.

O Sector de Limpeza deverá implantar um sistema de controle operacional, registrando em fichas apropriadas os dados relativos à quantidade de resíduos diário recolhidos por meio circulante/rota, número de viagens até a lixeira por viatura, freqüência dos trabalhadores da recolha e da varredura, abrangência diária da varredura, quantidade de sarjetas limpas e outros controles que porventura sejam necessários.

O porte do Município carece da implantação de um sistema de fiscalização com profissionais treinados para esta função e que actue em coordenação com o Sector de Limpeza.

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MUNICIPIO DE GURUÉ

Situação Geográfica, População e Organização

A Cidade de Gurué localiza-se numa zona montanhosa no Norte da Província de Zambézia, a cerca de 350 km da cidade capital provincial, Quelimane. Estendendo-se numa superfície de 107 km2, com uma população estimada em 5.215 habitantes (Censo 2007).

A cidade do Gurué abrange 23 bairros, com a maior parte da população concentrada em 10 bairros, assim designados: Bairro Cimento; Bairro 1 de Maio; Bairro Cerra; Bairro Barragem; Bairro 25 de Junho; Bairro Comtap; Bairro Monela; Bairro Muela; Bairro Escola Secundária; Bairro Ártes e Oficios; Bairro Eucaliptal; Bairro Cooperativa; Bairro Nacuácuè; Bairro UP3; Bairro UP4; Bairro UP5;Bairro UP6(archote); Bairro Companhia da Zambézia; Bairro MurreceI; Bairro MureceII, Bairro Malessane; Bairro 7 de Abril (Lussa).

A área de ocupação densa é limitada pelas concessões de terra para as plantações de chá e representa praticamente a área reservada nos meados do século 20 para a Povoação de Gurué. A zona urbanizada (de cimento) estende-se ao longo das principais vias de acesso à cidade, nos cumes e terrenos com relevo moderado, enquanto que os bairros peri-urbanos localizam-se em zonas extremamente declivosas.

Nestes bairros, verificam-se densidades habitacionais pouco recomendadas para o tipo de utilização do terreno, com tendências de causar problemas de desmoronamento dos solos e desaparecimento dos caminhos de acesso devido às escavações destinadas a ampliação das construções. Com efeito, a maioria das casas é feita de tijolos queimados, para o fabrico dos quais se retira a terra no mesmo local da construção.

A Cidade do Gurué, considerada Cidade de Nível “D”, é gerida pelo respectivo Conselho Municipal, constituído à luz da lei n.2/97 de 11 de Fevereiro.

É uma Cidade com características económicas principais direcionadas e dependentes da produção de chá, milho, mandioca e mapira. O sector chazeiro está em constante processo de reabilitação após o período de privatização, e é este sector que emprega principalmente, nas plantações e nas fábricas, mão-de-obra sazonal que vem não apenas da cidade, mas também dos distritos vizinhos.

Actualmente estão a funcionar plenamente três fábricas de chá e uma fábrica de processamento de feijão boer, para exportação, para além de varias serrações e carpintarias. Contudo, como acontecem nos outros centros urbanos, a agricultura familiar e o comércio informal jogam um papel importante no sustento da população.

Actualmente a cidade não possui Plano de Estrutura para orientar o seu crescimento e as possibilidades de expansão são constrangidas pela necessidade de negociar com os chazeiros. Assim, apesar das indicações contrárias do Conselho Municipal, os Secretários dos Bairros continuam a ceder terrenos para a população construir em zonas consideradas impróprias para tal. Durante o trabalho de campo verificou-se uma actividade intensa de construção e ampliação de casas nas encostas,

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alegadamente para aluguer à mão-de-obra temporária na produção de chá. Nestes bairros, as precárias condições sanitárias, agravadas pelos charcos numerosos e poços de água estagnada, provocam doenças diarréicas e malária, bem como as infecções respiratórias em tempos de frio.

O Serviço Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos

1. Enquadramento institucional

Actualmente os serviços de limpeza urbana estão subordinados à Vereação de Urbanização, Administração territorial e Saneamento, onde está afecto o Sector da Limpeza Urbana. O chefe do sector de serviços de limpeza, que responde directamente ao vereador, é responsável pela limpeza pública e todo o processo de gestão de resíduos sólidos no que concerne a recolha, transporte de resíduos sólidos, manutenção dos equipamentos e a deposição final (lixeira municipal).

2. Cobertura do Serviço de Recolha e Caracterização dos Resíduos Sólidos Urbanos

A área coberta pelo serviço municipal de recolha de resíduos sólidos limita-se apenas à zona de cimento, o hospital e os mercados localizados ao longo das estradas principais (o que inclui todos os mercados informais e formais na área urbana, com excepção de Muela). O tractor não penetra nos bairros peri-urbanos onde vivem mais de 90% da população.

Nos bairros peri-urbanos, os munícipes queimam os seus resíduos nos quintais ou depositam nas numerosas covas abertas para o fabrico de tijolos queimados. Assim, não é visto como um problema, mas sim uma solução para eliminar o perigo que as covas representam. Reconhecendo esta situação, o Município tenta aproveitar formalmente do valor dos resíduos, exigindo requerimento e pagamento para depositar os resíduos nas covas nas zonas acessíveis para entrada do tractor.

As indústrias visitadas produzem resíduos sólidos que são aproveitados internamente. Contudo, os resíduos sólidos do Hospital Rural de Gurué são da responsabilidade do sector da Saúde, apresenta um risco real para a saúde pública, devido a sua queima incompleta, em covas abertas e não protegidas nas proximidades de uma zona residencial.

Não foi possível realizar análise gravimétrica nem o peso específico de resíduos sólidos gerado no Município em virtude do pouco tempo de permanência no local. Estima-se que recolhem aproximadamente 15 ton/dia numa área que abrange apenas 50% de cobertura. Os resíduos sólidos recolhidos são predominantemente orgânicos: restos dos produtos vendidos nos mercados, resultados da varredura do quintal (terra, pedras, capim, folhas), ramos de poda e pequenas quantidades de comida confeccionada. Existem quantidades muito baixas de papel, sacos plásticos, latas ou outros objectos que têm utilidade. Não há separação dos tipos diferentes de resíduos.

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3. Etapas de acondicionamento, recolha, transporte e deposição final dos resíduos sólidos

Acondicionamento

Não existem recipientes para acondicionamento dos resíduos sólidos nas vias públicas e nem nos mercados, os resíduos ficam amontoados pelos varredores à espera de recolha, exposto assim ao vento e a animais. Por outro lado, foi reportado que na época chuvosa o Mercado Municipal apresenta condições péssimas de higiene devido, essencialmente, à falta de saneamento do meio (faltam recipientes para os resíduos, pavimentação, sanitários etc).

Serviço de Recolha – Freqüência e Transporte

Existe um horário estabelecido para a recolha dos resíduos em dois turnos por dia das 05:00h às 12:00h e das 12:00h às 16:30h. Os moradores da zona cimento não estão sensibilizados para acondicionarem os seus resíduos antes de ser iniciada a recolha, portanto, verifica-se nesta zona que os munícipes deitam os seus resíduos sólidos na rua a qualquer hora.

Os resíduos são transportados por dois tractores com atrelado não basculante (1 tractor novo apoiados pelo PROGOV e 1 tractor bastante antigo sujeito a constantes avarias) e uma camioneta Kia, quando necessário o Município pede apoio de camião com outras entidades.

Serviços de limpeza de vias públicas

A limpeza das ruas e a recolha dos resíduos sólidos são feitas em seis dias (2ª, 3ª,4ª,5ª, 6ª e sábados) e com excepção de feriados. Não existem rotas definidas, mas freqüentemente faz-se a recolha diária dos resíduos nos pontos críticos tais como: no mercado central, no hospital e numa parte rotativa da zona cimento, nas outras zonas a recolha é menos regular. Normalmente o tractor faz 4 voltas à lixeira por dia.

Meios para a Gestão de Resíduos Sólidos (viaturas, equipamentos, pessoal)

O Município dispõe de dois tractores com atrelado não basculante (1 tractor novo e 1 tractor bastante velho) e uma camioneta Kia. Os instrumentos de recolha (pás, ancinhos, forquilha) são escassos e os trabalhadores de recolha trabalham sem equipamento de protecção individual (fardamento, botas, luvas, capas de chuvas etc.).

O sector conta com um efectivo de 51 funcionários, dos quais 03 técnicos administrativos, o chefe dos serviços de limpeza, 6 remotores de recolha, 03 motoristas/tractoristas, 03 mecânicos, 03 jardineiros, 03 zeladores de mercados (que tem a função de recolher as taxas, zelar pela disciplina e fazer a supervisão da limpeza) 30 varredores das vias públicas.

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Deposição Final

A lixeira oficial dista cerca de 7 km do centro da cidade. Não tem vedação ou guarda e não há qualquer tratamento dos resíduos ali depositados. Porém parte significativa do lixo recolhido não é levada para a lixeira, mas sim é depositado pela equipe de recolha em covas em quintais particulares, abertas para a extracção de argila para o fabrico de tijolos, a pedido dos donos. O Conselho Municipal aceita prestar este serviço mediante requerimento e pagamento de 50MTn por carrada.

Fiscalização

A capacidade de gestão e supervisão do conselho municipal está condicionada pela falta de pessoal qualificado. Não existem sistemas de planificação e controle das actividades de recolha, transporte e deposição de resíduos, embora exista fiscalização diária do trabalho de limpeza das ruas/mercados e recolha de resíduos. O Código de Posturas é bastante antigo e o seu conteúdo referente aos resíduos sólidos é desconhecido, mesmo pelo pessoal de limpeza do Município.

Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde

Os resíduos comuns são da responsabilidade do Município, que tem meta de recolhê-lo diariamente. Na prática é recolhido em média uma ou duas vezes por semana. Quando os resíduos sólidos ficam acumulados por muito tempo, o pessoal do hospital procura uma maneira de queimar no local de acumulação.

Os resíduos perfuro-cortantes são acondicionados em caixas retangulares de cartolina e em sacos plásticos e são depositados em covas a céu aberto, e depois queimados. Em princípio, a queima a céu aberto deveria ser feita diariamente, mas isto não acontece devido a demoras verificadas na requisição do combustível e os resíduos sólidos infectantes são deitados numa fossa sépticos.

A situação gestão dos resíduos sólidos no hospital não é adequada, tendo em consideração que o Hospital foi reabilitado há poucos anos, parece que o sistema de tratamento dos resíduos não foi dimensionado de forma adequado. Neste local de deposição a vedação (rede tubarão) que passa ao lado das covas está levantada, permitindo a fácil entrada de crianças e cães do Bairro Serra, para além das crianças dos funcionários que vivem no recinto do hospital. É recomendável que o Conselho Municipal juntamente com a Direcção do Hospital estude e implante uma solução que atenda melhor as necessidades.

4. Sustentabilidade financeira

O serviço de recolha de resíduos sólidos é financiado parcialmente pelas receitas gerais do Município e parcialmente da receita da Taxa de Limpeza, cobrada através da factura mensal da EDM de todos os consumidores de energia eléctrica no Município. Esta taxa foi fixada em 10 MTn por mês no ano 2000. Entretanto, o Município não tem controle sobre a arrecadação, pois não recebe esta informação da EDM.

Segundo as informações das autoridades e técnicos da área a arrecadação com a Taxa de Limpeza é insuficiente para cobrir os gastos, porém o Município não tem

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conhecimento dos seus reais gastos com os serviços de limpeza. Na presente realidade financeira, o Município tem uma certa dificuldade com a manutenção dos meios.

5. Conclusões e Recomendações para a melhoria dos serviços

Conclusões

No Município de Gurué produz uma quantidade bastante modesta de resíduos sólidos. Os mercados (formais e informais) são os únicos focos de resíduos sólidos que pode ser considerado ofensivo e potencialmente prejudicial à saúde pública. Nesta situação, a gestão dos serviços não deveria precisar de processos complicados ou dispendiosos. Entretanto, o Município gasta mais do que a receita da Taxa de Limpeza, na recolha de resíduos que poderiam, em grande parte, ser tratados pelos moradores dentro dos seus quintais.

A actualmente o Município dispõe de Código de Posturas Municipais, mas não dispõe de Regulamento de Limpeza Urbana que detalhe e siga o estabelecido no Código. É recomendável estabelecer em Regulamento as responsabilidades e deveres do Município e dos munícipes, pautar sua actuação, dar transparências aos seus serviços, constituir uma fiscalização responsável e definir os valores das cobranças pelos serviços prestados que não estiverem compreendidos na cobrança da Taxa de Limpeza.

As acções educativas são essenciais para o alcance de mudanças comportamentais individuais e colectivas. Elas terão reflexos directo no sistema de limpeza urbana e devem acompanhar as iniciativas operacionais. Para que estas mudanças ocorram de forma efectiva é fundamental que o programa educativo tenha um carácter permanente e não se limite apenas a campanhas esporádicas.

Recomendações

O programa educativo deverá priorizar a questão da mobilização da comunidade utilizando os meios de comunicação social mais adequados a cada bairro, tendo como metas a alcançar: o acondicionamento correcto dos resíduos sólidos nas residências, a observância dos locais para armazenagem dos resíduos e horário para sua deposição, e a fiscalização da qualidade dos serviços prestados pelo Conselho Municipal.

Deve-se realizar um estudo de caracterização e quantificação dos resíduos sólidos gerados no Município, para posteriormente, dimensionar melhor os serviços, e estabelecer horário de trabalho correspondente ao pessoal da recolha de resíduos.

Como forma de garantir a sustentabilidade financeira dos serviços propõe-se estudar o valor da taxa de limpeza tendo como base a origem (domiciliar, comercial, industrial, hoteleiros, outros) e a quantidade de resíduos produzidos, observando-se a capacidade do munícipe em arcar com esta contribuição. Esta revisão deverá estar de acordo com o Código de Postura Municipal.

Estabelecer junto a EDM, mecanismos para efectuar a actualização da cobrança diferenciada da taxa de limpeza e para acompanhar a arrecadação por meio de

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relatórios mensais, incluindo informações sobre novas ligações e cortes feitos no mês.

O Município deverá estudar e implementar um modelo institucional que seja capaz de promover a sustentabilidade económica das operações; preservar o meio ambiente; preservar a qualidade de vida da população; garantir a participação da população, do privado na gestão da limpeza urbana.

O Município deverá investir de forma contínua na capacitação de todos seus funcionários particularmente o sector de finanças e de limpeza urbana em todos os níveis: gerencial, operacional (incluindo-se aí os remotores) e das equipes de fiscais para o correcto cumprimento das suas atribuições.

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MUNICIPIO DE CUAMBA

Situação Geográfica, População e Organização

A Cidade de Cuamba (Ex-Vila de Nova Freixo), Sede do Distrito do mesmo nome (Ex-Conselho de Amaramba), é a seguir de Lichinga o maior centro urbano da Província do Niassa, não só devido às facilidades de acesso, como também a sua localização excêntrica relativamente às províncias do Niassa, Zambézia e Nampula. Geograficamente, a Cidade situa-se no extremo Sul da província do Niassa a cerca de 300 Km de Lichinga, e tem como limites físicos o rio Ntipuehi a Nordeste; os rios Namutimbua e Mathimba a Sudoeste; o rio Nincara a Noroeste e o rio Muandá a Sudeste.

Do ponto de vista económico, a Cidade ocupa um lugar de destaque no desenvolvimento da província, beneficiado por uma linha férrea que estabelece a ligação entre Lichinga, o Porto de Nacala e a República do Malawi.

Com uma superfície de 131Km2 e uma população estimada em 77.500 habitantes (Censo 2007), a Cidade está estruturada em 11 bairros assim designados: Adine I (Central); Adine II: Adine III; Mutxora; Aeroporto; Rimbane; Nacto; Tetereane; Macanga; Mucuapa e Matia.

Em 1994 a Cidade foi elevada a categoria de Distrito Municipal, ao abrigo da Lei nº3/94 de 13 de Setembro, revogada pela Lei 10/97 de 31 de Maio, pela qual foi elevada à categoria de Município.

O Serviço Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos

1. Enquadramento institucional

Actualmente o Município não tem em sua estrutura organizacional um órgão com a responsabilidade única de realizar a limpeza urbana, sendo os serviços relativos aos resíduos sólidos geridos directamente pela Vereação da Área de Saúde, Meio Ambiente e Acção Social.

O sector da limpeza urbana tem a responsabilidade de fazer a recolha dos resíduos sólidos, a limpeza de vias públicas, recolha de resíduos dos mercados e da limpeza dos cemitérios.

2. Cobertura do Serviço de Recolha e Caracterização dos Resíduos Sólidos Urbanos

A recolha não tem a abrangência necessária e nem é feita com a qualidade desejada, observa se nos sítios de armazenagem (silos) grandes quantidades de resíduos acumulados e uma utilização durante grande parte do dia, mesmo após a passagem da recolha. Isto faz com que sempre existam resíduos nos silos causando um mau aspecto.

O serviço de recolha cobre seis (6) bairros, de um total de 11, e os cinco (5) mercados, sendo que a zona peri-urbana não é abrangida.

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O Município conta com o trabalho de 10 mulheres que fazem a limpeza e capinagem, trabalhando sem rota especifica e utilizam enxadas com cabo curto o que as obriga a trabalhar curvadas, evidentemente com maior esforço e desconforto, com conseqüentes reflexos na queda da produtividade e ainda com riscos de contraírem doenças ocupacionais.

Os principais resíduos identificados nos silos do Município são os domiciliares, de podagem, de capinagem e de corte de relva, do comércio em geral, dos mercados municipais, resíduos de serviços de saúde e os oriundos de actividades agrícolas.

Não foi possível realizar análise gravimétrica nem o peso específico de resíduos sólidos gerado no Município em virtude da permanência no local ter sido exígua.

Fazendo-se uma análise estimativa utilizando valores de geração per capita e de peso específico dos resíduos estimados pelo pessoal da equipa técnica é possível, logo a priori, fazer a recolha em todo o Bairro Adine I e em metade dos Bairros Adine II e Adine III, o que garantiria uma melhoria extraordinária nos serviços prestados à população.

3. Etapas de acondicionamento, recolha, transporte e deposição final dos resíduos sólidos

Acondicionamento

Os resíduos sólidos são acondicionados em silos previamente construídos para efeito. Conforme indica o Código de Postura, os munícipes devem deitar os resíduos sólidos entre as 16:00h às 5:00h do dia seguinte, porém estes não cumprem com o horário estabelecido.

Serviços de Recolha – Freqüência e Transporte

A freqüência de recolha é de 6 dias por semana (2a, 3a,4a, 5a, 6a, Sábados) no horário entre 6:00h às 14:00h. O Município pretende rever os dias de trabalho, actualmente trabalham todos os dias com escassos recursos humanos e conseqüentemente sobreposição e acumulação de folga do pessoal.

Não existem rotas de recolha estabelecidas, sendo assim a recolha de forma desorganizada. As viaturas percorrem duas voltas para completar o horário fixado das 6:00h às 14:00h e não conseguem concluir com todos pontos, os resíduos recolhidos são depositados numa lixeira municipal que dista 1.5km do centro urbano.

A eficiência no desempenho da recolha de resíduos deverá considerar a utilização de veículos ou tractores adequados às necessidades, a racionalização dos percursos a serem feitos e o correcto acondicionamento dos resíduos sólidos, sendo imprescindível a colaboração das pessoas em relação ao cumprimento das orientações para acondicionamento e armazenagem dos resíduos.

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Meios para a Gestão de Resíduos Sólidos (viaturas, equipamentos, pessoal)

O Município dispõe de um tractor basculante de 4,45m³ de capacidade em funcionamento, um tractor com atrelado avariado e camião de carroçaria Mercedes-Benz alugado para fazer face à recolha de resíduos.

O sector conta com um efectivo de 03 técnicos na parte administrativa, uma vez que o Vereador da Área tem experiência na área de saúde pública e exerce a função, 02 fiscais, 12 remotores de recolha, 08 varredores das vias públicas, 03 motoristas/tractoristas, 03 jardineiros, 05 zeladores de mercados (que tem a função de recolher as taxas, zelar pela disciplina e fazer a supervisão da limpeza) e 14 mulheres que trabalham directamente na limpeza de 05 mercados, a saber: Mercado 7 de Setembro, Central, 25 de Setembro, Cajueiro e Mutxora.

Os trabalhadores deste sector trabalham sem equipamento de protecção individual (fardamento, luvas, botas).

Deposição final dos resíduos

Os resíduos sólidos recolhidos são depositados num terreno ao lado da pista do aeroporto, onde é feita extração de saibro por empresa particular para uso na recomposição de vias públicas. O local mostra-se inapropriado para deposição dos resíduos por estar ao lado do aeroporto e junto a diversas casas que estão sendo construídas.

Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde

Os resíduos sólidos infectantes são deitados em um buraco feito especialmente para esse fim, cuja vedação foi deteriorada. Os demais resíduos são colocados em uma vala nos fundos do Hospital Rural e queimados, às vezes também fora da vala. No mesmo local existe um forno crematório simples que foi construído há bastante tempo e actualmente não está sendo utilizado por razões não explicáveis, onde os resíduos sólidos perfuro-cortantes gerado no hospital poderiam ser queimando, o que seria uma solução muito melhor do que a actual, sem representar custos elevados.

A situação não é adequada, com risco ainda maior para a deposição dos resíduos sólidos infectante pois o hospital utiliza água retirada de um poço localizado em seu próprio terreno. É recomendável que o Conselho Municipal juntamente com a Direcção do Hospital estude e implante uma solução que atenda melhor as necessidades.

4. Sustentabilidade financeira

Os serviços de recolha de resíduos sólidos são financiados, parcialmente, pela receita da taxa de limpeza e subsidiado por outras receitas municipais. A taxa de limpeza foi definida em 10MTn por mês para habitações, 35MTn para serviços e 50,00MT para o comércio e indústrias, e é cobrada por meio de factura mensal da EDM de todos os consumidores de energia. Entretanto, não se tem conhecimento se a cobrança é diferenciada, nem o controle da arrecadação por consumidores ativos.

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Segundo as informações das autoridades e técnicos da área o valor arrecadado é insuficiente para cobrir os gastos, em especial para a manutenção dos meios e equipamentos.

5. Conclusões e Recomendações para a melhoria dos serviços

Conclusões

A actualmente o Município dispõe de Código de Posturas Municipais, mas não dispõe de Regulamento de Limpeza Urbana que detalhe e siga o estabelecido no Código. É recomendável estabelecer em Regulamento as responsabilidades e deveres do Município e dos munícipes, pautar sua actuação, dar transparências aos seus serviços, constituir uma fiscalização responsável e definir os valores das cobranças pelos serviços prestados que não estiverem compreendidos na cobrança da Taxa de Limpeza.

As acções educativas são essenciais para o alcance de mudanças comportamentais individuais e colectivas. Elas terão reflexos directo no sistema de limpeza urbana e devem acompanhar as iniciativas operacionais. Para que estas mudanças ocorram de forma efectiva é fundamental que o programa educativo tenha um carácter permanente e não se limite apenas a campanhas esporádicas.

Recomendações

O programa educativo deverá priorizar a questão da mobilização da comunidade utilizando os meios de comunicação social mais adequados a cada bairro, tendo como metas a alcançar: o acondicionamento correcto dos resíduos sólidos nas residências, a observância dos locais para armazenagem dos resíduos e a fiscalização da qualidade dos serviços prestados pelo Conselho Municipal.

Deve-se realizar um estudo de caracterização e quantificação dos resíduos sólidos gerados no município, para posteriormente, dimensionar melhor os serviços e estabelecer horário de trabalho correspondente ao pessoal da recolha de resíduos.

Como forma de garantir a sustentabilidade financeira propõe-se estudar o valor da taxa de limpeza tendo como base a origem (domiciliar, comercial, industrial, hoteleiros, outros) e a quantidade de resíduos produzidos, observando-se a capacidade do munícipe em arcar com esta contribuição. Esta revisão deverá estar de acordo com o Código de Postura Municipal.

Estabelecer junto a EDM, mecanismos para efectuar a actualização da cobrança diferenciada da taxa de limpeza e para acompanhar a arrecadação por meio de relatórios mensais, incluindo informações sobre novas ligações e cortes feitos no mês.

O Município deverá investir de forma contínua na capacitação de todos seus funcionários particularmente o sector de finanças e de limpeza urbana em todos os níveis: gerencial, operacional (incluindo-se aí os remotores) e das equipes de fiscais para o correcto cumprimento das suas atribuições.

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MUNICIPIO DE NACALA

Situação Geográfica, População e Organização

Sede do distrito do mesmo nome, a cidade de Nacala localiza-se na península do mesmo nome a Nordeste da Província de Nampula. Tem como limites naturais a baía Fernão Veloso a Norte; os Distritos de Mossuril e Nacala-a-Velha através do rio Napala e da EN8 ao Sul; a baia de Maiaia ao Oeste e o rio Nipupulo, distrito de Mossuril e Oceano Indico a Leste.

Município de Nacala com uma superfície de aproximadamente 400km² a população é estimada em 220.000 (censo de 2007), da qual cerca de 80% vive na zona urbana, a cidade está organizado em 2 Postos Administrativos Municipais e 23 bairros assim designados: Bloco I; Chivato; Lile; Maiaia; Mocone; Matola; Ontupaia; Mathapue; Nauiaia; Mazuane; Naherenque; Mutiva;Triangulo.

Em 1994, a cidade foi elevada à categoria de distrito municipal pela Lei 3/94 de 13 de Setembro, revogada pela Lei 10/97 de 31 de Maio que a elevou à categoria de Município.

É o segundo maior centro urbano da província de Nampula, a cidade emergiu como centro portuário mais importante da região Norte nos meados do século XX, devido não apenas a disponibilidade de melhores condições físicas para a portagem de navios ao nível de toda a África Austral como também a sua posição favorável à construção de infraestruturas industriais e as ligações inter-regionais, constituídos pela EN8 que estabelece a ligação com a cidade de Nampula e EN 106 que liga com Pemba e Montepuez, e internacionais: O porto serve a zona Norte e o Malawi através dos CFM.

O Conselho Municipal tem Estatuto Orgânico e Organigrama revisto de acordo com o Decreto 51/2004 de 1 de Dezembro. A nova organigrama introduz a figura de um Director Executivo para a parte técnica do Município estruturada em 5 Departamentos: Administração, Finanças e Planificação; Assuntos Económicos e Sociais; Serviços Técnicos e Cadastro; Serviços Urbanos; e Inspecção e Fiscalização. Há 6 Vereações, um para cada Departamento, mais a Vereação de Abastecimento de Água e Energia.

Entre 1989 e 1998, Nacala beneficiou de um Programa de Desenvolvimento Urbano Integrado, financiado pela FINNIDA, que se concentrou na capacitação institucional do Conselho Executivo e, conseqüentemente o Conselho Municipal. Os resultados do Programa são notórios “Registra-se no Município uma situação diferente e mais favorável dos alguns Municípios analisados, no que concerne, a existência razoável de quantidade e qualidade de quadros técnicos que asseguram a execução das actividades e programas de manutenção da gestão urbana”.

Para além do apoio que recebeu da FINNIDA nos anos 90, o Município de Nacala beneficiou nos anos 2004/05 do Fundo de Subvenções Municipais do Projecto de Desenvolvimento Municipal (PDM) financiado pelo Banco Mundial e actualmente está beneficiando-se pelo Programa de Apoio ao Sector Ambiental da DANIDA, Componente de Apoio à Gestão do Meio Ambiente em Sete Cidades.

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O Serviço Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos

1. Enquadramento institucional

Actualmente os serviços de limpeza urbana estão subordinados a Vereação para Serviços Urbanos, Saneamento, Abastecimento de Água e Energia, onde está afecto o Departamento de Serviços Urbanos. O Departamento dos Serviços Urbanos sector de Serviços de Limpeza e Saneamento é responsável pela limpeza pública e todo o processo de gestão de resíduos sólidos no que concerne a recolha, transporte, manutenção dos equipamentos e a deposição final (lixeira municipal).

O Chefe do Sector é o responsável pelo planeamento, acompanhamento e fiscalização geral dos serviços, e conta com a colaboração de dois capatazes, um para a Cidade Baixa e outro para a Cidade Alta, sendo que um deles não está oficialmente nomeado.

Este Sector, para além da recolha de resíduos sólidos e limpeza das vias públicas e dos mercados, tem atribuições relativas a manutenção dos cemitérios.

O trabalho do Serviço de Limpeza é apoiado pelo Serviço de Gestão Ambiental, Água e Saneamento do Departamento de Serviços Técnicos e Cadastro, que está actualmente sendo transferido para o Departamento dos Serviços Urbanos.

2. Cobertura do Serviço de Recolha e Caracterização dos Resíduos Sólidos Urbanos

O serviço de recolha de resíduos sólidos do Município cobre em 100% da Cidade Baixa e Cidade Alta e 35% na zona peri-urbana assim como os mercados principais dos bairros, onde estes são acessíveis pelo tractor.

Os principais resíduos identificados no Município são os domiciliares e de podagem, do comércio em geral, dos mercados municipais, resíduos de serviços de saúde e os oriundos de actividades industriais e do porto.

Não foi possível realizar a análise gravimétrica nem o peso específico de resíduos sólidos gerado no Município por falta de tempo e equipamentos. Observou-se nos silos resíduos de comida (principalmente vegetal), folhas e ramos, plásticos, vidros, papéis e latas, areia e entulho. Praticamente não existe sucata na cidade de Nacala, pois agora é recolhido logo pela população e vendido a comerciantes que exportam no do porto.

O Município não monitora a quantidade de resíduos recolhidos. A partir das informações fornecidas sobre a capacidade das viaturas e o número de viagens, estima-se que cerca de 35-40 ton/dia de resíduos sólidos são recolhidos das cidades Baixa e Alta.

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3. Etapas de acondicionamento, recolha, transporte e deposição final dos resíduos sólidos

Acondicionamento

Os resíduos sólidos domésticos, dos serviços e dos mercados são acondicionados em silos previamente construídos para efeito. Conforme o Código de Postura, os munícipes devem deitar os resíduos entre 19:00h e 5:00h do dia seguinte.

Existiam inicialmente 56 silos localizados principalmente em frente de terrenos vagos, mas quando os talhões são concedidos, o concessionário muitas vezes pede ao Município a demolição da caixa, ou simplesmente remove a caixa sem pedir autorização. Recentemente foi feito um levantamento que mostrou que existem apenas 40 silos em funcionamento.

Serviço de Recolha – Freqüência e Transporte

A freqüência de recolha é de 6 dias por semana (2a, 3a,4a, 5a, 6a, Sábados) no horário entre 5:00h e 13:30h. O Município pretende rever os dias de trabalho, actualmente trabalham todos os dias com escassos recursos humanos e conseqüentemente sobreposição e acumulação de folga do pessoal.

Na Cidade Baixa e Alta os resíduos sólidos são recolhidos por uma viatura compactadora com capacidade de 20 toneladas e nos bairro são servidos por tractores com atrelado basculante (5 ton). Cada tractor e camião leva um motorista mais 6 remotores de recolha.

Existem rotas de recolha estabelecidas e bem conhecidas pelos funcionários responsáveis. As viaturas percorrem duas voltas para completar a recolha do centro urbano (Cidades Baixa e Alta) à lixeira municipal e os tractores com atrelados basculantes alocados no seis mercados e bairros percorrem menos ou igual a duas voltas dependendo do dia de maior ou menor produção de resíduos sólidos.

Resíduos sólidos considerados perigosos, tais como pilhas danificadas e alimentos fora de prazo, são transportados pelo Município mediante solicitação do produtor, que paga por este serviço especial ao Conselho Municipal (embora não existam taxas claramente definidas), e procedem a queima na lixeira.

As áreas habitacionais não ordenadas nas encostas não têm serviço de recolha de resíduos sólidos pelo Município, nem podem ter, por causa de falta de acesso adequado para um tractor ou camião. Estas zonas são altamente afectadas pela erosão e por falta de outra opção, a população lança os resíduos sólidos para as ravinas, para ser levado pela chuva para as zonas mais baixas, contribuindo assim para o entupimento das valas de drenagem.

Serviço de limpeza de vias públicas

A limpeza das vias é dividida em duas zonas, a Cidade Baixa e a Cidade Alta. Cada zona tem um capataz, responsável por um grupo de 20-25 varredores (homens e mulheres) que, a partir das 4h de manhã, fazem a varredura nas vias públicas depositando assim os resíduos sólidos produzido nos silos.

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Meios para a Gestão de Resíduos Sólidos (viaturas, equipamentos, pessoal)

• Viaturas: 1 camião compactador (20 ton), camião basculante 5 toneladas, 5 tractores com atrelado basculante de 3.5m3(4 operacionais e 1 avariado); 1 carrinha e 1 pá-carregadora.

• Pessoal: Varredores (102); Motoristas e tractoristas (4); lixeira (2); mercados (44); Capatazes de limpeza (2) e Jardim (20). Também participam na gestão dos resíduos sólidos, a tempo intermitente, o Chefe de Departamento de Serviços Urbanos e a Chefe do Serviço de Gestão Ambiental, Água e Saneamento.

• Ferramentas e roupas: Neste momento, as ferramentas de trabalho precisam de substituição e os equipamentos de protecção individual (fardamento, luvas e máscaras) já estão esgotados.

Deposição Final

A deposição final consiste em uma lixeira oficial localizada 15 á 16 km da cidade (zona de Nacoto) com área aproximadamente 250m x 250m e verificou-se a existência de espaço para efeito.

O modo de operação é parcialmente organizado a pá escavadora afasta os resíduos sólidos já degradados e como há falta de vedação, a lixeira sofre invasões da população aproveitando os resíduos sólidos já decompostos como adubo para fazer machambas. Registram-se catadores nas ruas e na lixeira a procura de material ou produtos recicláveis/reutilizáveis, exemplo, a fábrica VINCALA compra garrafas não partidas e artigos de ferro são vendidos como sucatas a outros compradores.

Fiscalização

O Município (todos os órgãos e o executivo) dá ênfase à fiscalização da recolha de resíduos sólidos. O Chefe do Serviço todos os dias segue a rota dos tractores e camiões na sua mota e o Chefe do Departamento verifica a limpeza de forma aleatória todos os dias. Os capatazes da varredura, os vereadores e o Presidente do Conselho fazem a sua fiscalização também.

Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde

O Conselho Municipal vai duas vezes por semana ao Hospital Geral de Nacala e ao Centro de Saúde para recolher os resíduos sólidos comuns e deposita na lixeira municipal.

Os resíduos anatômico e biomédico são separados na fonte geradora no próprio hospital, porém em condições pecarias. Durante esta visita, observou-se que o hospital possui incineradora e fossa séptica, mas a incineradora não funciona porque no plano de orçamento 2008 não existe rubrica de aquisição de combustível e a fossa séptica não funciona por má construção. Estes factores fazem com que o hospital opte por queimá-los em cova aberta ao redor do recinto do hospital.

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4. Sustentabilidade financeira

Para 2008, o Município tem orçamento de aproximadamente 44.000.000,00MT, desta cifra não existe uma apropriação em gasto para o sector de gestão de resíduos sólidos, mas 25% é alocado para todo Departamento de Serviços Urbanos.

A taxa de limpeza foi definida em 10MTn por mês para habitações e 25MTn para serviços, comércio e indústrias. Estes valores mostram-se desajustados, e esta cobrança é actualmente feita por meio da factura mensal da EDM de todos os consumidores de energia eléctrica no Município. Porém, não existe controle sobre a correspondência do valor arrecadado e o número de consumidores ativos.

5. Conclusões e Recomendações para a melhoria dos serviços

Conclusões

O serviço de gestão de resíduos sólidos em Nacala é bem eficaz comparado com os demais Municípios visitados, as áreas da cidade abrangidas pelos serviços municipais permanecem razoavelmente limpas. Julgamos que resulta do esforço empreendido pelo Município no planeamento das acções operacionais, capacidade de manutenção dos meios e o que concerne o sistema de fiscalização.

Por outro lado, existe boa colaboração dos moradores na Cidade Baixa, que deitam os resíduos sólidos nos silos no horário estipulado e, na cidade Alta, a eficiência é reduzida, pois os munícipes deitam os resíduos sólidos fora dos silos, fora do horário, e não cooperam na selecção dos resíduos sólidos para não danificar o compactador. Outro problema que minora as possibilidades de manter a cidade limpa é a redução paulatina do número dos silos, ou que conduz há mais montes de resíduos sólidos em outros lugares.

A área e a população abrangida pela recolha de resíduos sólidos é muito limitada, o desafio para o Município será de ampliar o serviço buscando maior eficiência e otimizando o uso dos recursos, acompanhado de educação cívica que terá um grande papel na divulgação e aplicação das posturas.

Actualmente o sistema de recolha nas zonas cobertas é diário, conseqüentemente altos custos de serviço. A redução da freqüência da recolha nas zonas urbanizadas abrirá a possibilidade de reduzir os custos do serviço e também ampliar a cobertura. Contudo, implica mudar o sistema de acondicionamento dos resíduos sólidos pelos munícipes, como proposta substituir os silos em alguns pontos e efectuar a recolha porta a porta onde os munícipes acondicionem os resíduos em sacos de lylon ou estudar sistemas de acondicionamento adequados para prédios e quintais com dimensões reduzidas, e nos mercados poderia se manter os silos, sem sombra de dúvida, para mudar o sistema necessitará uma educação cívica intensa e inovadora.

O Município tem a capacidade institucional desenvolvida para poder aumentar a sua receita fiscal (cadastro e registros actualizados, procedimentos de registro de terrenos, experiência de cobrança de taxas e impostos). Também tem experiência específica na cobrança da taxa de limpeza – na altura chamada taxa de meio ambiente e saneamento. Considerando que a percentagem de casas que têm ligação eléctrica é bastante baixa fora das zonas urbanizadas, sugere-se que o Município

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estude a viabilidade de recomeçar cobrar a taxa, pelo menos nos bairros planificadas e com cadastrado de terras. Para isso a EDM deve alterar a sua base de dados para não cobrar a taxa de limpeza nas zonas onde o Município cobra directamente.

Recomendações

Conceber e implementar programas de educação cívica envolvendo todos actores, Associações Comunitárias de Base, Sector Privado, ONG’s e Munícipes em geral, para alcançar a máxima redução de produção de resíduos; o máximo reaproveitamento e reciclagem de materiais; melhoria no acondicionamento dos resíduos de forma mais sanitária e ambientalmente adequada. É importante que a população tenha conhecimento que é ela quem sustenta o sistema por meio do pagamento da Taxa de Limpeza.

Deve-se realizar um estudo de caracterização e quantificação dos resíduos sólidos gerados no Município, para posteriormente, dimensionar melhor os serviços, meios e equipe de trabalho.

Como forma de garantir a sustentabilidade financeira dos serviços propõe-se: rever e actualizar o valor da taxa de limpeza tendo como base a origem (domiciliar, comercial, industrial, hoteleiros, outros) e a quantidade de resíduos produzidos, observando-se a capacidade do Município de proceder a cobrança directa da taxa limpeza e do munícipe em arcar com esta contribuição. Esta revisão deverá estar de acordo com o Código de Postura Municipal.

Enquanto não há cobrança directa pelo Município, estabelecer, junto a EDM, mecanismos para efectuar a actualização da cobrança diferenciada da taxa de limpeza e para acompanhar a arrecadação por meio de relatórios mensais, incluindo informações sobre novas ligações e cortes feitos no mês.

O Sector de Limpeza deverá implantar um sistema de controle operacional, registrando em fichas apropriadas os dados relativos à quantidade de resíduos diário recolhidos por meio circulante/rota, número de viagens até a lixeira por viatura, freqüência dos trabalhadores da recolha e da varredura, abrangência diária da varredura, quantidade de sarjetas limpas e outros controles que porventura sejam necessários.

O Município deverá investir de forma contínua na capacitação de todos seus funcionários particularmente o sector de finanças e de limpeza urbana em todos os níveis: gerencial, operacional (incluindo-se aí os remotores) e das equipes de fiscais para o correcto cumprimento das suas atribuições.

6. Serviços não abrangidos pela recolha Municipal

As principais indústrias da cidade, bem como a zona do porto, não se beneficiam da recolha de resíduos sólidos pelo Município, muito embora paguem a taxa de limpeza. O Porto tem contrato com a “City Clean”, uma empresa moçambicana que trabalha em todo o país. City Clean recolhe os resíduos do recinto do porto e levam, numa carrinha aberta e deposita na lixeira.

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A City Clean tem contratos para limpeza dos escritórios com outras indústrias e serviços em Nacala, como por exemplo, Cimentos de Nacala, TDM e vários bancos. Nestes casos, a City Clean deposita os resíduos sólidos (principalmente papeis) nos silos nas ruas. Esta empresa não tem qualquer licenciamento ou autorização para recolher e transportar os resíduos na área de jurisdição do Município de Nacala.

As empresas entrevistadas preferem ter o serviço de recolha de resíduos sólidos pelo Município e mostraram interesse em colaborar com o mesmo.

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ANEXO 4 – INQUÉRITOS APLICADOS NOS MUNICÍPIOS

Município de Maputo – 18 à 22/02/2008

Inquérito para Nível de Decisores Entrevistados:

Vereador de Saúde e salubridade – Dr. João Schwalbach

Director Municipal de Saúde e salubridade – Dr. Háfido Abacassamo

1) Qual a percepção da situação da gestão dos resíduos sólidos (GRS)? R: a situação actual tende a melhorar com a descentralização dos serviços aos Distritos municipais, ao privado, alteração pontual da taxa de limpeza e com o Programa de Desenvolvimento Municipal de Maputo (PROMAPUTO) para os próximos 10 anos (2007-2016).

O PROMAPUTO tem como objectivo global aumentar a cobertura e qualidade dos serviços municipais oferecidos aos munícipes de Maputo por meio do fortalecimento institucional e da capacidade financeira do Conselho Municipal de Maputo. O PROMAPUTO define a visão para a cidade de Maputo, a missão e os valores do Conselho Municipal em 3 componentes, nomeadamente: A) Desenvolvimento Institucional e Governação Municipal; B) Melhoria das Finanças e C) Melhoria da Prestação de Serviços e é neste componente onde se encontra mensurado o serviço de limpeza urbano.

Componente C: Melhoria da Prestação de Serviços

Objectivo Geral: Melhorar os Serviços Prestados aos Munícipes

Objectivos Específicos:

• Melhorar a gestão do espaço urbano;

• Melhorar o estado das vias actuais e garantir a expansão futura;

• Aumentar a qualidade e abrangência dos serviços de limpeza;

• Melhorar a qualidade de serviços fúnebres prestados aos munícipes;

• Aumentar a qualidade e cobertura dos sistemas de saneamento e drenagem;

• Melhorar o transporte urbano;

• Minimizar a erosão e a degradação do ambiente costeiro;

• Aumentar a segurança pública;

• Aumentar a cobertura de abastecimento de água;

• Melhorar a qualidade e aumentar a cobertura de Mercados e Feiras;

• Promover projectos e parcerias para a criação de emprego e capacitação profissional;

• Aumentar a prática de actividades culturais e desportivas;

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• Criar ou promover serviços de atendimento social aos munícipes.

2) Quais os principais constrangimentos? R: existências na direcção viaturas que ultrapassaram o seu tempo útil e que precisam ser substituídas, por isso não conseguem fechar todo plano de recolha devido a avarias freqüentes das viaturas, também o não cumprimento dos munícipes com as posturas camarárias, a lixeira saturada, insuficiência de recursos financeiros arrecadados para cobrir com o funcionamento do sector e investimento.

3) A política fiscal do Município, nomeadamente arrecadação de receitas, está consignada para a gestão dos resíduos sólidos?

R: está consignada desde 2004, delegada à Direcção Municipal de saúde e Salubridade para fazer face as despesas operacionais. Este valor é suficiente para cobrir cerca de 66% dos gastos com o sistema e o restante é coberto pelo Governo Central e Banco Mundial (PROMAPUTO).

4) Qual o percentual do orçamento do Conselho Municipal é direccionado à gestão dos resíduos sólidos?

R: O Plano de Actividades e Orçamento para ano fiscal de 2008 prevê 16.61% do seu total do orçamento para Sector da Limpeza Urbana. Desse percentual, 29% é destinado a despesas correntes (custos com pessoal e bens & serviços) e 71% é destinado a despesas de capital na compra de 6 motorizadas e diversas maquinarias e equipamentos oficinal.

5) O que deve ser feito para a sustentabilidade da gestão dos resíduos sólidos?

R: Criar maior autonomia administrativa e financeira para a gestão dos resíduos sólidos urbanos a fim de garantir controle das receitas e das despesas, em especial para a manutenção dos meios e aquisição de EPI e ferramentas para os trabalhadores da limpeza urbana; estudar e implementar as formas de expansão os serviços para todos os bairros e implementar o futuro Aterro Sanitário.

6) Existe previsão orçamental para a Educação Ambiental e desenvolvimento de programas geradores de emprego e renda?

R: Existe, a Direcção tem repartição de Fiscalização que fazem acções de promoção de higiene e sensibilização dos munícipes no que diz respeito à postura camarária e o próprio Município também tem um programa de educação cívica coordenada pela Direcção de Comunicação e Imagem.

7) Quais são os instrumentos legais existentes no Município para GRS? R: Existe o Código de Posturas Municipal, Plano Director de Gestão de Resíduos Sólidos e Regulamento de Gestão de Resíduos Sólidos.

8) Existe apoio técnico a partir do Governo Central? Qual existe ou qual deveria existir?

R: Na área da GRS existe, através do DPCA-MICOA e Ministério das Finanças, no apoio capacitação institucional. Deveria existir a isenção de imposto na aquisição dos equipamentos importados.

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9) Existe apoio a partir de Doadores/ONGs? Qual existe ou qual deveria existir?

R: Existe um apoio permanente para a área da GRS com a GTZ/AGRESU; Banco Mundial (PROMAPUTO).

10) Existem grupos/lideranças comunitárias que trabalham com o Município? R: Sim, Associações Comunitárias de Base nos bairros, activistas nos bairros e escolas. Trabalham na recolha primária dos resíduos sólidos nos bairros onde as viaturas do Conselho Municipal não tem acesso aos ecocentros previamente estabelecidos para efeito, apoiam o Conselho Municipal na promoção da educação cívica

11) Que oportunidade ou possibilidade de envolvimento do setor privado para melhorar a gestão dos resíduos sólidos?

R: Com revisão pontual da “Postura sobre a limpeza da cidade de Maputo” (Resolução nº15/AM/04) e introdução do “Regulamento sobre a participação do sector privado na Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos” (GRSU) (Resolução nº 16/AM/04), abriu espaço para integração do privado no sistema de gestão de resíduos sólidos no Município de Maputo. Foi introduzido o sistema de Prova de Serviço para os grandes produtores de resíduos sólidos (50 kg ou 100 litros), onde estes contratam serviço privado para a recolha dos seus resíduos.

12) Existe alguma iniciativa para a geração de trabalho e renda a partir dos resíduos sólidos?

R: SIM. Projecto de reciclagem de plástico (RECYCLA) localizado ao lado da lixeira do Hulene, projecto de recolha primária dos resíduos sólidos feita porta a porta localizado no Distrital Municipal no3 no bairro da Urbanização e Maxaquene A, licenciamento de algumas empresas bem estruturadas para recolha e transporte de resíduos sólidos urbanos mediante contratos com grandes produtores de resíduos sólidos

13) Qual sua opinião sobre a limpeza da cidade? R: Considera a cidade parcialmente limpa, porém ainda deficiente na colaboração dos munícipes no cumprimento do horário da deposição dos resíduos sólidos, dificuldades pelo estado das vias de acesso, não abrangência da recolha nos bairros peri-urbanos e capacidade técnica dos recursos humanos existente na Direcção.

14) Qual a prioridade de investimentos para a GIRS? R: Mais meios de transporte para a recolha, equipamentos de trabalho, melhoria das condições de trabalho e da deposição final dos resíduos sólidos.

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Situação Actual dos Resíduos Sólidos Município de Maputo – 20 de Março de 2008

População Total: 1.068.607 (Censo 2007) Área Total: 466 km2

1. Atividade econômica principal no Município: Comércio informal com cerca de 60% de mão de obra e formal com cerca de 40%, pesca, pequenas hortículas, indústria, serviços e turismo.

2. Responsável pelo serviço de limpeza urbana no Município. Vereador de Saúde e salubridade – Dr. João Schwalbach Director Municipal de Saúde e salubridade – Dr. Háfido Abacassamo Director Adjunto de Saúde e salubridade – Dr. Domingos Coelho Chefe de Higiene e Salubridade - Sr. Domingos Chivambo

4. Responsabilidade 3. Serviços de limpeza urbana existentes no

Município CONSELHO MUNICIPAL

CONTRATADO A TERCEIRO PRODUTOR

Recolha de resíduos sólidos domiciliares X X

Recolha de resíduos especiais – entulho X X

Recolha de resíduos especiais – podagem privada X X

Recolha de resíduos especiais – grande produtor x - -

Recolha de resíduos de Serviços de Saúde X (resíduos não perigoso)

X- (Incineração de resíduos perigosos)

Recolha de resíduos de Portos e Aeroportos X

Recolha de Resíduos Industriais - - X

Recolha de Resíduos Comercias X X

Varredura de vias públicas X

Limpeza de sarjetas e valas de drenagem X

Limpeza de parques/praças/jardins públicos X X

Limpeza de praias X - -

Limpeza de mercados X X(limpeza Interna)

Tratamento de resíduos X - -

Deposição final X Outros serviços – (recolha dos resíduos através de contratos especiais) X

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5. Infra-estrutura disponível: A – Instalações físicas: (Administrativa / Operativa / Oficina) Existe gabinete para o vereador, a Direcção de saúde e Salubridade, Oficinas, Parque de viaturas e armazém de material. B – Resumo Sectorial do Pessoal em Regime de carreiras Profissionais

Pessoal: Administrativo ( 36 ) remotores (12)

Operativo: Recolha ( 83 ); Motorista (33 ); Varredura (216) ; Deposição final (25 ); Mecânico (4 )

Ajudantes Mecanicos ( 6); Electricista Auto (4); Serralharia (4 ); Bate-chapa (4); Lubrificação (2);

Torneiro Mecanicos (3); Vulcanização (3); Outros ( 54 )

C – Profissionais: nível superior (8) nível médio (24) nível básico (457) D – Veículos, equipamentos: (equipamentos são exclusivos para GRS, limpeza de fossas e drenagem e fornecimento de água)

Descrição Quant. Próprio (P) Alugado (A)

Manutenção (CM/ Terceiros)

Viatura compactadora 20t 04 P CM Viatura basculante 11t 02 P CM Tractor C/ Atrelado basculante 03 P CM Viatura Roll – On- Roll - Off (2 operacionais e 1 avariada) 03 P CM Viatura Skip Loard (1 avariada e 2 operacionais) 03 P CM Pá Carregadora (1 avariada e 1 operacional) 02 P CM Buldozer (as 2 avariadas) 02 P CM Viatura caixa aberta (para serviços administrativos) (1 avariada e 3 operacionais)

04 P CM

Viatura para vala comum 01 P CM

6.Composição do orçamento dos serviços de limpeza em valores e percentual`para 2008: Orçamento de funcionamento: 50.841.000,00 MT/ano

Custos com o pessoal = 22.941.000,00 MT Bens e Serviços = 27.900.000,00 MT

Orçamento de investimento: 124.150.009,00 MT/ano Total do Orçamento para o Sector = 174.991.009,00 MT Total geral do Município = 1.053.352.000,00 MT

7. Percentual destes gastos em relação ao orçamento do Conselho Municipal. (16.61%)

8. Receitas dos serviços de limpeza urbana Erro! Indicador não definido.

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9.Taxa de limpeza é diferenciada? (SIM)

10.Taxa de limpeza cobrada pela EDM: Taxa de serviço cobrado: 17.5% Valor arrecadado / repassado ao CM? Varia a média mensal 4.200 – 4.100 milhões de Mt/mês O valor repassado ao CM é consignado para os serviços de limpeza urbana? ( SIM ) desde ano 2004 O valor arrecadado com a taxa da EDM cobre os gastos com a Limpeza? Quem complementa o restante necessário? Não cobre, são cerca de 66% e o restante é coberto pelo programa PROMAPUTO do Banco Mundial

11.Quantidade de resíduos sólidos recolhidos DIARIAMENTE / MENSALMENTE na cidade, em peso ou estimado em função do número de viagens e capacidade do meio de transporte.

O peso apresentado é estimado em função do número de viagens pesados lidos na báscula instalado na deposição final que varia de 450 ton/dia á 600 ton/dia.

12.Caracterização dos resíduos sólidos: ( foi realizado pelo AGRESU/GTZ 2002)

Cidade Cimento: Bairros Peri-urbanos:

Matéria orgânica (% ) 67 29

Papel/cartão (%) 13 2

Metais (%) 2 1

Plástico (% ) 10 4

Vidro (%) 4 1

Outros (%) 4 6

13.Percentual do Município atendido pela recolha de resíduos sólidos domiciliares: Erro! Indicador não definido.

14.Área de deposição final: Tipo: ( X ) Lixeira ( ) Aterro Controlado ( ) Aterro Sanitário Distância do centro de recolha: 7km Infra-estrutura existente no local de deposição final:

( X ) Casa ( X ) Muro Frontal ( X ) Pessoal operativo ( ) Pessoal administrativo

( X ) Segurança ( X ) Equipamentos Buldozer, Báscula e Pá escavadora ( X ) Outros nenhuma

Modo de operação: simplesmente deitam os resíduos sólidos a céu aberto Obs: existe previsão de construção de um aterro novo

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15.Resíduos de Serviços de Saúde: Existe separação na fonte geradora? ( SIM ) Qual e onde são depositados?

Resíduos comuns – CMCM recolhe – deposita na lixeira de Hulene no Município de Maputo Resíduos biomédicos e perfuro-cortantes – incinerados no próprio hospital, cinzas enterradas no local.

16 .Descrever alguma iniciativa inovadora para a melhoria da gestão dos resíduos sólidos? Em Setembro de 2004 a Assembléia Municipal aprova: A revisão pontual da “Postura sobre a limpeza da cidade de Maputo” (Resolução nº15/AM/04); O “Regulamento sobre a participação do sector privado na Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos”(GRSU) (Resolução nº 16/AM/04). Como conseqüência, definiu-se as condições básicas para que o sector privado possa participar na área de gestão de resíduos sólidos ((““PPrroovveeddoorr””)), fazendo depender de um prévio licenciamento e introduziu o sistema de PPrroovvaa ddee SSeerrvviiççoo para os grandes produtores de resíduos sólidos (50 kg ou 100 litros) e obriga este a pagar a taxa de limpeza, proibindo-os de usar os sistemas de recolha pública.

17. Existe alguma iniciativa para a geração de trabalho e renda a partir dos resíduos sólidos? ( SIM), Projecto de reciclagem de plástico (RECYCLA) localizado ao lado da lixeira do Hulene, projecto de recolha primária dos resíduos sólidos feita porta a porta localizado no Distrital Municipal no3 no bairro da Urbanização e Maxaquene A, licenciamento de algumas empresas bem estruturadas para recolha e transporte de resíduos sólidos urbanos mediante contratos com grandes produtores de resíduos sólidos.

18. Existem catadores de rua ( SIM ) ou na lixeira ( SIM ) Quantos? Não especificado. Estão organizados? ( NÃO ) Não aplicável. Catam que materiais e vendem a quem? Latas para fabricação de utensílios(coadores,raladores,canecas), garrafas de vidro para conservação do petróleo, plástico, ferro. Existem crianças trabalhando no lixo? ( SIM ) Quantas? Não especificado O Sector Informal tem garantido a sobrevivência de um número considerável de famílias em Maputo há uma rede de informais que catam nos contentores,das vias públicas e na lixeira de Hulene materiais que possam ser consumidos, reusados e reciclados tais como: o papel, o ferro, a lata e plástico, este último é reciclado em algumas fábricas em Maputo, e dois primeiro são comprados selecionados e exportados os países vizinhos.

19.Existe programa de Educação Cívica? ( SIM ) É permanente? ( SIM ) A quem é dirigido? Todos Munícipes Quem realiza? Fiscais da Direcção, Grupos Teatrais, Organizações Comunitárias de Base, microempresas, associações. Fazem a sensibilização sobre as normas da postura camarárias, horário da deposição dos RS, divulgam as novas estratégias de gestão de RS do município. . Qual o resultado observado? Nunca foi feita esta análise

20.Capacitação / formação Os funcionários recebem treinamento específico? ( NÃO ) Descrever. Não receberam treinamento específico voltado para a GRS, mas está planificado para o ano 2008.

21.Existe algum instrumento legal para a gestão dos resíduos sólidos no Município? ( SIM ) ( x ) Regulamento de gestão de resíduos sólidos ( X ) Código de Postura Municipal ( ) Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

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( X ) Estatuto da Empresa Municipal de Saneamento de Quelimane (EMUSA) ( X ) Plano Director de Resíduos Sólidos ( ) Estratégia Municipal de Gestão dos Resíduos Sólidos

22.Existe fiscalização dos serviços de limpeza urbana? ( SIM )

Quem faz? Os fiscais da Direcção Quantos fiscais? 30 Fiscais

23. Existe uma avaliação periódica do desempenho dos serviços prestados (por reclamação, por auditoria periódica)? ( SIM ) é feita pelo Departamento de Monitoria.

Qual a avaliação actual? Positiva.

24. Seu Município tem algum projeto na área de resíduos sólidos financiado ou em negociação com alguma agência de cooperação? Quais são os objetivos do projecto? AGRESU/GTZ e Banco Mundial

25. Qual a prioridade de investimento para GRS na cidade?

Profissionalizar a Instituição, Meios a funcionar com manutenção permanente;

Aquisição de EPI e ferramentas adequadas ao trabalho, e melhoria salarial e das condições laborais

26. Qual sua opinião sobre a limpeza da cidade? considera a cidade limpa suja Como pode melhorar? - implantar uma direcção eficiente e eficaz para responder com a demanda da GRS; - intensificar educação cívica associada à fiscalização; - elaborar planos operacionais de acordo com os recursos humanos e meios existentes - pessoal e meios a funcionar 100%

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Município de Inhambane – 25/02/2008 Inquérito para Nível de Decisores Entrevista:

Vereador de Urbanização, Meio Ambiente e Água Potável – Eugénio Casimiro

Chefe dos Serviços Urbanos – Arquiteto Martins da Silva

1. Qual a percepção da situação da gestão dos resíduos sólidos (GRS)? R: os munícipes apóiam a gestão dos resíduos sólidos, existe uma Associação de Limpeza e Meio Ambiente – ALMA que implementou um sistema de recolha selectiva na praia do Tofo, razão pela qual a cidade encontra-se em bom estado de limpeza. Há uma cobertura de 100% da cidade de cimento.

2. Quais os principais constrangimentos? R: as lixeiras saturadas, tanto da Cidade como da praia do Tofo.

3. A política fiscal do Município, nomeadamente arrecadação de receitas, está consignada para a gestão dos resíduos sólidos?

R: não está consignada, mas delegada ao departamento de finanças que centraliza toda arrecadação e distribuição para os setores.

4. Qual o percentual do orçamento do Conselho Municipal é direccionado à gestão dos resíduos sólidos?

R: o Plano de Actividades e Orçamento para ano fiscal de 2008 prevê 35.41% do seu total para investimentos junto a Vereação de Urbanização, Meio Ambiente e Água Potável. Desse percentual, 6% vai para a gestão dos resíduos sólidos, onde 3.9% é destinado a construção de um aterro municipal com apoio do Fundo da DANIDA, 2.1% é destinado à construção de depósitos de lixo para os mercados com fundo próprio e 2.85 % é destinado à aquisição de um tractor articulado com a pá niveladora com recursos do Fundo de Investimento.

5. O que deve ser feito para a sustentabilidade da gestão dos resíduos sólidos?

R:criar maior autonomia administrativa e financeira para a gestão dos resíduos sólidos urbanos a fim de garantir controle das receitas e das despesas, em especial para a manutenção dos meios e aquisição de EPI e ferramentas para o trabalho da limpeza urbana.

6. Existe previsão orçamental para a Educação Ambiental e desenvolvimento de programas geradores de emprego e renda?

R: não existe.

7. Quais são os instrumentos legais existentes no Município para GRS? R: Existe o Código de Posturas.

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8. Existe apoio técnico a partir do Governo Central? Qual existe ou qual deveria existir?

R: na área da GRS não, porém existe um técnico para apoiar no saneamento do meio, mais especificamente para águas residuais e drenagens, programa do Ministério das Obras Públicas na Direcção Nacional de Águas. Este técnico está dedicado aos Municípios de Maxixe e Inhambane.

9. Existe apoio a partir de Doadores/ONGs? Qual existe ou qual deveria existir?

R: não existe um apoio permanente para a área da GRS, mas a DANIDA deve realizar o estudo e construção do novo aterro e a GTZ o estudo de caracterização e quantificação dos resíduos sólidos.

10. Existem grupos/lideranças comunitárias que trabalham com o Município? R: ALMA – Associação de Limpeza e Meio Ambiente que implementa recolha selectiva na Praia do Tofo e na lixeira de Inhambane.

11. Que oportunidade ou possibilidade de envolvimento do setor privado para melhorar a gestão dos resíduos sólidos?

R: não responderam.

12. Qual sua opinião sobre a limpeza da cidade? R: considera a cidade limpa, porém ainda deficiente na recolha dos bairros peri-urbanos.

13. Qual a prioridade de investimentos para a GIRS? R: mais meios de transporte para a recolha e a construção da nova lixeira.

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Situação Actual dos Resíduos Sólidos Município de Inhambane – 25 fevereiro/2008

População Total: 68.285 (Censo 2007) Área Total: 520 km2

1. Atividade econômica principal no Município: Comércio informal com cerca de 60% de mão de obra e formal com cerca de 40%, pesca, pequenas hortículas, agricultura baseada na produção de coco para fornecimento a indústria e turismo.

2. Responsável pelo serviço de limpeza urbana no Município. Vereação de Urbanização, Meio Ambiente e Água Potável – Vereador Eugénio Casimiro Departamento de Serviços Urbanos – Chefe de Serviço Arquiteto Martins da Silva Sector de Água, Saneamento e Meio Ambiente – Chefe Ali Momad Natul

4. Responsabilidade 3. Serviços de limpeza urbana existentes no Município CONSELHO

MUNICIPAL CONTRATADO A TERCEIRO PRODUTOR

Recolha de resíduos sólidos domiciliares X

Recolha de resíduos especiais – entulho X

Recolha de resíduos especiais – podagem privada X X

Recolha de resíduos especiais – grande produtor - - -

Recolha de resíduos de Serviços de Saúde X (lixo não perigoso)

Recolha de resíduos de Portos e Aeroportos - - -

Recolha de Resíduos Industriais - - X

Varredura de vias públicas X

Limpeza de tarjetas X

Limpeza de parques/praças/jardins públicos X

Limpeza de praias X

Limpeza de mercados (1 formal e 2 informais) X

Tratamento de resíduos - - -

Deposição final X

Outros serviços – sucção de fossas sépticas X 5. Infra-estrutura disponível: A – Instalações físicas: (Administrativa / Operativa / Oficina) Existe gabinete para o vereador e chefe dos serviços mas não existe para o chefe do sector. Nas dependências do sector existe oficina, carpintaria e armazém. B – Pessoal: Administrativo ( 04 )

Operativo: Recolha ( 17 ) Motorista ( 05 ) Varredura ( 20 ) Deposição final ( 0 )

Mercado ( 6 ) Mecânico ( 03 ) Jardim ( 20 )

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C – Profissionais: nível superior ( 01 ) nível médio ( 01 ) nível básico ( restante ) D – Veículos, equipamentos: (equipamentos não são exclusivos para GRS, são utilizados para outros serviços)

6. Composição do orçamento dos serviços de limpeza em valores e percentual: Esses são valores estimativos visto que não existe apropriação de gastos exclusivos para o sector. Orçamento de funcionamento: (2.366.388,00Mt/ano)

Combustível: 1.350 l/mês = 52.110,00Mt/mês Manutenção e reparação: 15.000,00Mt/mês Óleos lubrificantes: 22 l/mês = 2.464,00Mt/mês Material de limpeza: 30.000,00Mt/ano Fardamento: 21.000,00Mt/ano Pessoal: 123.375,00Mt/mês

Orçamento de investimento: (3.790.000,00Mt/ano).

7. Percentual destes gastos em relação ao orçamento do Conselho Municipal. 14.37%

8. Receitas dos serviços de limpeza urbana

9. Taxa de limpeza é diferenciada? ( SIM ) Munícipe – 10,00Mt (Baixa Tensão) Comércio – 50,00Mt (Média Tensão) e Indústria – 100,00Mt (Alta Tensão)

10. Taxa de limpeza cobrada pela EDM: Taxa de serviço cobrado: 25% Valor arrecadado / repassado ao CM? Média mensal 65.752,00Mt/mês O valor repassado ao CM é consignado para os serviços de limpeza urbana? ( NÃO )

Descrição Quant. Próprio (P) Alugado (A)

Manutenção (CM / Terceiros)

Camião basculante 3t 01 P CM Camião basculante 6t (avariado) 01 P CM Tractor 02 P CM Atrelado basculante 4t (avariado) 01 P CM Atrelado simples 3t 02 P CM

Forma de cobrança Meio (CM / EDM) Preço Unitário/Unidade Taxa de limpeza do munícipe com energia EDM Vide item 7 Taxa de limpeza do munícipe sem energia Não faz cobrança Taxa de serviço especial CM Não especificado Taxa para Grande Produtor - - Taxa para deposição final - - Outras (citar) – sucção de fossas sépticas CM 600,00Mt por 5.000litros

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11. Quantidade de resíduos sólidos recolhido DIARIAMENTE / MENSALMENTE na cidade, em peso ou estimado em função do número de viagens e capacidade do meio de transporte. O peso apresentado é estimado em função do numero de viagens - 680t/mês o que equivale a aproximadamente 23t/dia. Porém, há que se ressaltar que este valor é abaixo da produção per capita, pois grande parte dos resíduos não é recolhidos e sim reaproveitados e tratados nas próprias residência, como compostagem e alimentação de animais domésticos.

12. Caracterização dos resíduos sólidos: Orgânico ______% Papel/cartão ______% Lata ______% Ferro ______% Plástico ______%

Vidro ______% Trapos ______%

13. Percentual do Município atendido pela recolha de resíduos sólidos domiciliares:

14. Área de deposição final: Tipo: ( X ) Lixeira ( ) Aterro Controlado ( ) Aterro Sanitário Distância do centro de recolha: 5km Infra-estrutura existente no local de deposição final:

( ) Casa ( ) Vedação ( ) Pessoal operativo ( ) Pessoal administrativo ( ) Segurança

( ) Equipamentos __________________________________ ( X ) Outros nenhuma

Modo de operação: simplesmente deitam o lixo a céu aberto Obs: Previsão de construção de um aterro novo que dista 14km do centro de recolha

15. Resíduos de Serviços de Saúde: Existe separação na fonte geradora? ( SIM ) Qual e onde são depositados?

Resíduos comuns – CM recolhe – deposita na lixeira de Inhambane Resíduos biomédicos e perfuro-cortantes – incinerados no próprio hospital, cinzas enterradas no local

16. Descrever alguma iniciativa inovadora para a melhoria da gestão dos resíduos sólidos? Recolha porta a porta dos resíduos acondicionados em sacos reutilizáveis na zonas residenciais da cidade de cimento e contentores plásticos na zona comercial.

17. Descrever alguma iniciativa para a geração de trabalho e renda a partir dos resíduos sólidos?

Separação de materiais recicláveis (vidros, plásticos, latas e papelão) nas lixeiras da Praia do Tofo e da Cidade, com perspectiva de geração de trabalho e renda para aproximadamente 20 pessoas, sendo 10 na lixeira do Tofo e 10 na lixeira de Inhambane.

Atendimento (%) Meta de Cobertura Área População Área Abrangência Prazo URBANA - 100% - - PERIURBANA - 30% RURAL - 0

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18. Existem catadores de rua ( NÃO ) ou na lixeira ( SIM ) Quantos? 10 Lixeira do Tofo e 10 Lixeira de Inhambane

Estão organizados? ( SIM ) Forma de organização: Associação de Limpeza e Meio Ambiente-ALMA está a organizar o sistema de recolha selectiva dos materiais recicláveis para comercialização utilizando esses indivíduos e, futuramente, esses deverão se organizar em cooperativa. Catam que materiais e vendem a quem? Plásticos, latas, papel e papelão vendem para Paga Lata Plásticos pretendem vender para Recicla Garrafas de vidro “long neck” vendem para um intermediário de Maxixe que comercializa em Tete. Existem crianças trabalhando no lixo? ( NÃO ) Quantas? _______________

19. Existe programa de Educação Cívica? ( SIM ) É permanente? ( NÃO ) A quem é dirigido? Mercados, Bairros e escolas primárias Quem realiza? Vereação de Saúde, em campanhas quando a surto de cólera Qual o resultado observado?

20. Capacitação / formação Os funcionários recebem treinamento específico? ( NÃO ) Descrever. Não receberam treinamento específico voltado para a GRS, mas o chefe do sector e o chefe adjunto participaram do curso Saneamento Peri-urbano, promovido pelo Centro de Formação de Água e Saneamento.

21. Existe algum instrumento legal para a gestão dos resíduos sólidos no Município? ( SIM ) ( ) Regulamento de gestão de resíduos sólidos ( X ) Código de Postura Municipal ( ) Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos ( ) Plano Director de Resíduos Sólidos ( ) Estratégia Municipal de Gestão dos Resíduos Sólidos

22. Existe fiscalização dos serviços de limpeza urbana? ( NÃO ) Quem faz?

Quantos fiscais?

23. Existe uma avaliação periódica do desempenho dos serviços prestados (por reclamação, por auditoria periódica)? ( NÃO ) Qual a avaliação actual?

Mas existe avaliação dos recursos humanos realizado pelo Dept. Administração e Finanças

24. Seu Município tem algum projeto na área de resíduos sólidos financiado ou em negociação com alguma agência de cooperação? Quais são os objetivos do projecto?

DANIDA – para estudo e construção do novo aterro GTZ – para estudo de caracterização e quantificação dos resíduos sólidos

25. Qual a prioridade de investimento para GRS na cidade? Meios a funcionar com manutenção permanente;

Aquisição de EPI e ferramentas adequadas ao trabalho, e melhoria salarial

26. Qual sua opinião sobre a limpeza da cidade? Como pode melhorar?

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- pessoal e meios a funcionar 100% - elaborar planos operacionais de acordo com os recursos humanos e meios existentes - educação cívica associada à fiscalização

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Município de Quelimane – 03 à 05/03/2008 Inquérito para Nível de Decisores Entrevistados:

• Vereador de Saneamento e Lixo – João A.V. Canrameia

• Vereador das Finanças – Silva Mário

• Director da Empresa Municipal de Saneamento de Quelimane – Arlindo Rajab

• Assessor da Empresa Municipal de Saneamento de Quelimane – Armando

Pires Chagunda

• Chefe de Serviços de operação e Manutenção – Arone Manuel Aramuge

1. Qual a percepção da situação da gestão dos resíduos sólidos (GRS)? R: a situação actual tende a melhorar com a descentralização dos serviços e criação

da empresa municipal de saneamento (EMUSA), do qual está implementando um

sistema de reorganização institucional:

• responsabilização aos trabalhadores nos serviços operacionais;

• criação das rotas e equipas fixas de recolha de resíduos;

• fixação do período de recolha diurno e nocturno, e horário da varredura no

período da tarde;

• redução do consumo de combustível em cerca de 33%, cobertura em

100% na cidade de cimento (Bairro 1) e expansão aos bairros.

2. Quais os principais constrangimentos? R: inexistência de direcção efectiva para melhor gestão, falta de regulamento interno

da direcção, inadequação da postura municipal de saneamento, insuficiência de

recursos para integração do pessoal do INAS com melhor desempenho, a lixeira

saturada, insuficiência de recursos financeiros arrecadados para cobrir com o

funcionamento e investimento.

3. A política fiscal do município, nomeadamente arrecadação de receitas, está consignada para a gestão dos resíduos sólidos?

R: está consignada desde Fevereiro 2008, delegada a EMUSA para fazer face às

despesas operacionais. Os fundos arrecadados com as cobranças por si só não

cobrem todas as despesas da GRS pelo que o município transfere um valor

adicional. A EMUSA tem nos seus planos alargar as fontes de receita, como forma

de conseguirem a sustentabilidade, com a cobrança de outros serviços tais como:

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fornecimento de água com o camião tanque, limpeza de fossas, e cobrança de taxas

diferenciadas já aprovadas mas que não foram postas em prática por limitações no

sistema das EDM.

4. Qual o percentual do orçamento do Conselho Municipal é direccionado à gestão dos resíduos sólidos?

R: O Plano de Actividades e Orçamento para ano fiscal de 2008 prevê 19% do seu

total do orçamento para EMUSA. Desse percentual, 18,90% é destinado a despesas

correntes e (custos com pessoal e bens & serviços), onde 0,10% é destinado a

despesas de capital na compra de mobiliário e maquinaria.

5. O que deve ser feito para a sustentabilidade da gestão dos resíduos sólidos?

R:criar maior autonomia administrativa e financeira para a gestão dos resíduos

sólidos urbanos a fim de garantir controle das receitas e das despesas, em especial

para a manutenção dos meios e aquisição de EPI e ferramentas para o trabalho dos

trabalhadores da limpeza urbana; estudar e implementar a cobrança da taxa de

limpeza diferenciada e a taxa de saneamento através da catalogação dos grandes

produtores.

6. Existe previsão orçamental para a Educação Ambiental e desenvolvimento de programas geradores de emprego e renda?

R: Não existe, mas pelo apoio de parceiro de cooperação (UNICEF) fazem acções de

promoção de higiene e sensibilização.

7. Quais são os instrumentos legais existentes no município para GRS? R: Existem o Código de Posturas Municipal, Plano de Gestão Integrada de Resíduos

Sólidos, estatuto de Empresa Municipal de Saneamento de Quelimane.

8. Existe apoio técnico a partir do Governo Central? Qual existe ou qual deveria existir?

R: na área da GRS existe, através do CDS/ZU, DPCA-MICOA no apoio técnico e

capacitação institucional. Deveria existir a isenção de imposto na aquisição dos

equipamentos.

9. Existe apoio a partir de Doadores/ONGs? Qual existe ou qual deveria existir?

R: Existe um apoio permanente para a área da GRS com a DANIDA no Projecto de

Gestão Ambiental de 7 Cidades, UNICEF, em educação comunitária, e UNHABITAT

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no Projecto Cities Alliance que pretendem implementar a recolha primária nos bairros

peri-urbanos.

10. Existem grupos/lideranças comunitárias que trabalham com o município? R: Sim, Conselhos Comunitários de Saneamentos nos bairros, activistas nos bairros

e escolas. As principais actividades realizadas são de sensibilização de boas

práticas ao nível familiar, deposição do lixo no quintal em covas abertas para o

efeito, educação para a não deposição de resíduos nas valas de drenagem. Também

é feito um trabalho com os Núcleos de Saneamento Escolar para sensibilização das

crianças.

11. Que oportunidade ou possibilidade de envolvimento do setor privado para melhorar a gestão dos resíduos sólidos?

R: O CM ainda não reflectiu a possibilidade da integração do sector na GRS, porém,

numa primeira fase prefere avaliar o desempenho e a sustentabilidade da EMUSA.

12. Qual sua opinião sobre a limpeza da cidade? R: considera a cidade limpa, porém ainda deficiente na colaboração dos munícipes

no cumprimento do horário da deposição dos resíduos sólidos, dificuldades pelo o

estado das vias de acesso e não abrangência nos bairros peri-urbanos.

13. Qual a prioridade de investimentos para a GIRS?

R: mais meios de transporte para a recolha, equipamentos de trabalho, melhoria das condições de trabalho e da deposição final dos resíduos sólidos.

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Situação Actual dos Resíduos Sólidos Município de Quelimane – 3 de Março de 2008

População Total: 191.476 (Censo 2007) Área Total: 117 km2

1. Atividade econômica principal no Município: Comércio informal com cerca de 60% de mão de obra e formal com cerca de 40%, pesca, pequenas hortículas, agricultura baseada na produção de coco para fornecimento a indústria e turismo.

2. Responsável pelo serviço de limpeza urbana no Município. Vereador de Saneamento e Lixo – João A.V. Canrameia Director da Empresa Municipal de Saneamento de Quelimane - Arlindo Rajab Assessor da Empresa Municipal de Saneamento de Quelimane - Armando Pires Chagunda Chefe de Serviços de operação e Manutenção - Arone Manuel Aramuge

4. Responsabilidade

3. Serviços de limpeza urbana existentes no Município

CONSELHO MUNICIPAL

(EMUSA) CONTRATADO A TERCEIRO PRODUTOR

Recolha de resíduos sólidos domiciliares X

Recolha de resíduos especiais – entulho X X

Recolha de resíduos especiais – podagem privada X

Recolha de resíduos especiais – grande produtor x - -

Recolha de resíduos de Serviços de Saúde X (resíduos não perigoso)

X (Incineração de resíduos perigosos)

Recolha de resíduos de Portos e Aeroportos X

Recolha de Resíduos Industriais - - X

Recolha de Resíduos Comercias X

Varredura de vias públicas X

Limpeza de sarjetas e valas de drenagem X

Limpeza de parques/praças/jardins públicos X

Limpeza de praias - - -

Limpeza de mercados X

Tratamento de resíduos - - -

Deposição final X

Outros serviços – sucção de fossas sépticas X

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UN-HABITAT

5. Infra-estrutura disponível: A – INSTALAÇÕES FÍSICAS: (ADMINISTRATIVA / OPERATIVA / OFICINA) Existe gabinete para o vereador, a Direcção da EMUSA, oficina e parque de viaturas e armazém de material. B – Pessoal: Administrativo ( 11 )

Operativo: Recolha ( 46 ) Motorista ( 20 ) Varredura ( 150 ) Deposição final (1 )

Soldador( 01 ) Mecânico ( 05 ) Electricista (01) Ajudantes Mecanicos ( 8)

Animadores de saneamento (10)

C – Profissionais: nível superior ( ) nível médio ( ) nível básico ( ) D – Veículos, equipamentos: (equipamentos são exclusivos para GRS, limpeza de fossas e drenagem e fornecimento de água)

6. Composição do orçamento dos serviços de limpeza em valores e percentual: Orçamento de funcionamento: (12.734.334,00Mt/ano)

Custos com o pessoal = 6,976.934Mt/ano Bens = 4,742,400 Mt/ano Serviços = 1,015,000 Mt/ano

Orçamento de investimento: (65.000,00Mt/ano).

7. Percentual destes gastos em relação ao orçamento do Conselho Municipal. 19%

8. Receitas dos serviços de limpeza urbana

Descrição Quant. Próprio (P) Alugado (A)

Manutenção (CM/ Terceiros)

Camião compactadora 20t 03 P EMUSA Camião basculante 11t 01 P EMUSA Tractor C/ Atrelado basculante 07 P EMUSA Camião de Sussão 01 P EMUSA Pá Carregadora acopolado a tractor 01 P EMUSA Jet para limpeza de sarjetas 01 P EMUSA Viatura caixa aberta ( para serviços administrativos) 03 P EMUSA Cilindro 01 P EMUSA

Forma de cobrança Meio (CM / EDM) Preço Unitário/Unidade Taxa de limpeza do munícipe com energia EDM 30 Mt Taxa de limpeza do munícipe sem energia Não faz cobrança Taxa de serviço especial EMUSA Não especificado Taxa para Grande Produtor - - Taxa para deposição final - -

Outras (citar) – sucção de fossas sépticas EMUSA 1500,00Mt por 5.000litros

Taxa de saneamento Empresa de Águas 10% da factura de água

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UN-HABITAT

9. Taxa de limpeza é diferenciada? ( NÃO )

10. Taxa de limpeza cobrada pela EDM: Taxa de serviço cobrado: 20% Valor arrecadado / repassado ao CM? Média mensal 331.430,00Mt/mês referente mês de outubro 2007 O valor repassado ao CM é consignado para os serviços de limpeza urbana? ( SIM ) desde janeiro de 2008, porém não é suficiente e o CM complementa o restante para cobrir os gastos com os serviços.

11. Quantidade de resíduos sólidos recolhidos DIARIAMENTE / MENSALMENTE na cidade, em peso ou estimado em função do número de viagens e capacidade do meio de transporte. O peso apresentado é estimado em função do numero de viagens – 2,700t/mês o que equivale a aproximadamente 90t/dia.

12. Caracterização dos resíduos sólidos: ( não foi realizado) Orgânico ______% Papel/cartão ______% Lata ______% Ferro ______% Plástico ______%

Vidro ______% Trapos ______%

13. Percentual do município atendido pela recolha de resíduos sólidos domiciliares:

14. Área de deposição final: Tipo: ( X ) Lixeira ( ) Aterro Controlado ( ) Aterro Sanitário Distância do centro de recolha: 7km Infra-estrutura existente no local de deposição final:

( ) Casa ( ) Vedação ( ) Pessoal operativo ( ) Pessoal administrativo ( ) Segurança

( ) Equipamentos __________________________________ ( X ) Outros nenhuma

Modo de operação: simplesmente deitam os resíduos sólidos a céu aberto Obs: Não existe previsão de construção de um aterro novo

15. Resíduos de Serviços de Saúde: Existe separação na fonte geradora? ( SIM ) Qual e onde são depositados?

Resíduos comuns – EMUSA recolhe – deposita na lixeira de Quelimane Resíduos biomédicos e perfuro-cortantes – incinerados no próprio hospital, cinzas enterradas no local

16. Descrever alguma iniciativa inovadora para a melhoria da gestão dos resíduos sólidos? Criação de uma Empresa Municipal de Saneamento de Quelimane.

Atendimento (%) Meta de CoberturaÁrea População Área Abrangência Prazo URBANA - 100% - - PERIURBANA - 60% RURAL - 0

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UN-HABITAT

17. Descrever alguma iniciativa para a geração de trabalho e renda a partir dos resíduos sólidos? NÃO

18. Existem catadores de rua ( SIM ) ou na lixeira ( SIM ) Quantos? Não especificado. Estão organizados? ( NÃO ) Catam que materiais e vendem a quem? Latas para fabricação de utensílios de candeeiros Garrafas de vidro para conservação do petróleo. Existem crianças trabalhando no lixo? ( SIM ) Quantas? Não especificado Por vezes, aparecem crianças que catam o mesmo lixo �que os adultos na lixeira.

19. Existe programa de Educação Cívica? ( SIM ) É permanente? ( SIM ) A quem é dirigido? Todos Munícipes Quem realiza? Animadores, Activistas, Grupos Teatrais, Rádios. Qual o resultado observado?

20. Capacitação / formação Os funcionários recebem treinamento específico? ( SIM ) Descrever. O Vereador, actual Director, assessor e Chefe da EMUSA participaram de curso de capacitação de gestão de resíduos sólidos organizado pelo CDS/ZU na Ilha de Moçambique em 2005. O Chefe da EMUSA foi a uma missão de treinamento no Brasil. Porém há que se ressaltar que a capacitação está direccionada apenas para um nível mais elevado, faltando programas para o pessoal mais operativo.

21. Existe algum instrumento legal para a gestão dos resíduos sólidos no município? ( SIM ) ( ) Regulamento de gestão de resíduos sólidos ( X ) Código de Postura Municipal ( X ) Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos ( X ) Estatuto da Empresa Municipal de Saneamento de Quelimane (EMUSA) ( ) Plano Director de Resíduos Sólidos ( ) Estratégia Municipal de Gestão dos Resíduos Sólidos

22. Existe fiscalização dos serviços de limpeza urbana? ( NÃO ) Quem faz?

Quantos fiscais?

23. Existe uma avaliação periódica do desempenho dos serviços prestados (por reclamação, por auditoria periódica)? ( NÃO ) Qual a avaliação actual?

Mas existe avaliação dos recursos humanos realizados pelo Dept. Administração e Finanças

24. Seu município tem algum projeto na área de resíduos sólidos financiado ou em negociação com alguma agência de cooperação? Quais são os objetivos do projecto?

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UN-HABITAT

DANIDA – Projecto de Gestão Ambiental de 7 Cidades, apóia na construção de ruas e saneamento do meio. UN-HABITAT – Projecto Cities Alliance – ainda não começaram a desenvolver actividades na área de GRS, pensam em trabalhar na recolha primária nas zonas peri-ubanas. UNICEF – Um técnico da UNICEF é o responsável pelos grupos de animadores e activistas para realizar campanhas de educação cívica nos bairros. Elaboraram algumas brochuras para os trabalhos.

25. Qual a prioridade de investimento para GRS na cidade? Meios a funcionar com manutenção permanente;

Aquisição de EPI e ferramentas adequadas ao trabalho, e melhoria salarial e das condições laborais

26. Qual sua opinião sobre a limpeza da cidade? considera a cidade limpa Como pode melhorar? - implantar uma direcção eficiente e eficaz para responder com a demanda da GRS; - estudar e implementar o sistema de cobrança diferenciada e socialmente justa. - intensificar educação cívica associada à fiscalização - elaborar planos operacionais de acordo com os recursos humanos e meios existentes - pessoal e meios a funcionar 100%

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Município de Gurué – 6 à 7/3/2008 Inquérito para Nível de Decisores Entrevistados:

Presidente do Conselho Municipal de Gurué – João Bernardo

Vereador de Urbanização, Administração Territorial e Saneamento – Henriques Naruaniuca

Chefe da Contabilidade – Afonso Rui Mucova

Chefe da Secção de Obras (substituto do Chefe da Secção de Limpeza) – Piassone Muquilivé

1. Qual a percepção da situação da gestão dos resíduos sólidos (GRS)? R: A percepção actual é de que a GRS está a melhorar desde que tiveram apoio institucional pelo projecto ProGov na aquisição de um tractor, visto que trabalhavam com um tractor obsoleto oferecido pelo ACHNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

2. Quais os principais constrangimentos? R: Falta de material de protecção dos trabalhadores, insuficiência de fundos para as actividades de limpeza, a não consignação da taxa de limpeza e a existência de mercados dispersos na cidade.

3. A política fiscal do Município, nomeadamente arrecadação de receitas, está consignada para a gestão dos resíduos sólidos?

R: A taxa cobrada pela EDM, de 10 MT, é usada para as várias despesas do Município.

4. Qual o percentual do orçamento do Conselho Municipal é direccionado à gestão dos resíduos sólidos?

R: Não individualizada no orçamento.

5. O que deve ser feito para a sustentabilidade da gestão dos resíduos sólidos?

R: Capacitar e fornecer assistência técnica para actualização e estabelecimento de um sistema de registro para recolha da taxa de limpeza diferenciada, lutar para essas receitas serem consignadas para o saneamento, estudar e implementar a cobrança de taxa de saneamento e cobrança diferenciada para os grandes produtores (cerca de 25 lojas).

6. Existe previsão orçamental para a Educação Ambiental e desenvolvimento de programas geradores de emprego e renda?

R: Não existe. Nos bairros onde não há recolha de resíduos sólidos (fora da cidade cimento) fazem sensibilização com os técnicos da vereação, activistas dos bairros (voluntários da saúde) e Comités Comunitários de Saúde a custo zero para enterrar os seus resíduos.

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7. Quais são os instrumentos legais existentes no Município para GRS? R: Código de Postura Municipal actualmente em revisão e o Plano Estratégico do Município de Gurué.

8. Existe apoio técnico a partir do Governo Central? Qual existe ou qual deveria existir?

R: Não existe um apoio directo e permanente. O único que existiu foi através do seminário de GRS realizado em Nampula pelo Progov e ANAM. Deveria existir capacitação institucional, educação e formação dos técnicos.

9. Existe apoio a partir de Doadores/ONGs? Qual existe ou qual deveria existir?

R: Existe apoio da ARD-Progov até 2010 nas áreas de capacitação institucional e formação.

10. Existem grupos/lideranças comunitárias que trabalham com o Município? R: Sim, existem. Conselho Consultivo Municipal onde participam varias individualidades, activistas de saúde e meio ambiente do Conselho Consultivo de Saúde, Núcleo de Educação e Protecção Ambiental (NEPA).

11. Que oportunidade ou possibilidade de envolvimento do sector privado para melhorar a gestão dos resíduos sólidos?

R: Não há possibilidade de envolvimento do sector privado, após varias tentativas feitas pelo presidente em envolver o sector privado em apoiar na GRS, verifica-se actualmente uma separação total dos industriais em colaborar com o Município, justificando que eles próprios fazem a gestão dos seus resíduos, e recomendamos lamentavelmente ao presidente para que continua-se a buscar esta parceria com os industriais para apoiar a Município não no sector de GSRS mas sim outros sectores, por exemplo nas via publicas, em que eles utilizam viaturas de grande porte etc.

12. Qual sua opinião sobre a limpeza da cidade? R: Está boa e bem organizada apesar de os munícipes não contribuírem deitando lixo ao chão.

13. Qual a prioridade de investimentos para a GRS? R: Aquisição de equipamento e meio de protecção individual para os trabalhadores directamente ligados à GRS urbanos.

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Situação Actual dos Resíduos Sólidos Município de Gurué – 6 de Março de 2008

População Total: 140.025 (Estimativas do Censo de 2007) Área Total: 107 km2

1. Atividade econômica principal no Município: Agricultura, comércio informal e agro-processamento chá e feijão Boer.

2. Responsável pelo serviço de limpeza urbana no Município. Vereação de Urbanização, Administração Territorial e Saneamento – Chefe da Secção de Limpeza

4. Responsabilidade 3. Serviços de limpeza urbana existentes no

Município CONSELHO MUNICIPAL

CONTRATADO A TERCEIRO PRODUTOR

Recolha de resíduos sólidos domiciliares X

Recolha de resíduos especiais – entulho X

Recolha de resíduos especiais – podagem privada X

Recolha de resíduos especiais – grande produtor X

Recolha de resíduos de Serviços de Saúde X

Recolha de resíduos de Portos e Aeroportos - - -

Recolha de Resíduos Industriais X

Recolha de Resíduos Comerciais X

Varredura de vias públicas X

Limpeza de tarjetas X

Limpeza de parques/praças/jardins públicos X

Limpeza de praias -

Limpeza de mercados (1 formal e 2 informais) X

Tratamento de resíduos X

Deposição final X

Outros serviços – sucção de fossas sépticas - 5. Infra-estrutura disponível: A – Instalações físicas: (Administrativa / Operativa / Oficina) Existe gabinete do vereador e oficinas. B – Pessoal: Administrativo ( 03 )

Operativo: Recolha ( 06 ) Motorista ( 03 ) Varredura ( 30 ) Deposição final ( - )

Mercado ( 03 ) Mecânico ( 10 ) Jardim ( 03 )

C – Profissionais: nível superior ( - ) nível médio ( - ) nível básico ( ) D – Veículos, equipamentos: (equipamentos não são exclusivos para GRS, são utilizados para outros serviços)

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6. Composição do orçamento dos serviços de limpeza em valores e percentual: Gurué tem um orçamento difícil de desagregar por áreas de actividades. Não foi possível identificar os gastos exclusivos para o sector. Orçamento de funcionamento: Não individualizado.

Combustível: Manutenção e reparação: Material de limpeza: Fardamento: Pessoal:

Orçamento de investimento: Não existe.

7. Percentual destes gastos em relação ao orçamento do Conselho Municipal. -

8. Receitas dos serviços de limpeza urbana

9. Taxa de limpeza é diferenciada? ( NÃO )

10. Taxa de limpeza cobrada pela EDM: Taxa de serviço cobrado: 25% Valor arrecadado / repassado ao CM? 11.000,00 – 16.000 Mt/mês O valor repassado ao CM é consignado para os serviços de limpeza urbana? ( NÃO ) Não é enviado nenhum relatório mensal nem informação do número de clientes existentes e percentagem retida.

11. Quantidade de resíduos sólidos recolhidos DIARIAMENTE / MENSALMENTE na cidade, em peso ou estimado em função do número de viagens e capacidade do meio de transporte.

São recolhidas 15 ton/dia da produção diária de 30 ton. A quantidade de recolha estimada foi com base na capacidade de meios circulantes e no numero de carradas diárias.

12. Caracterização dos resíduos sólidos: Orgânico ______% Papel/cartão ______% Lata ______% Ferro ______% Plástico ______% Vidro

Descrição Quant. Próprio (P) Alugado (A)

Manutenção (CM / Terceiros)

Tractor (avariado) 1 P CM Tractor com atrelado 1 P CM

Forma de cobrança Meio (CM / EDM) Preço Unitário/Unidade Taxa de limpeza do munícipe com energia EDM 10,00 MT/mês Taxa de limpeza do munícipe sem energia - - Taxa de serviço especial - - Taxa para Grande Produtor - - Taxa para deposição final - - Outras (citar) – sucção de fossas septicas - -

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______% Trapos ______%

13. Percentual do Município atendido pela recolha de resíduos sólidos domiciliares:

14. Área de deposição final: Tipo: ( X ) Lixeira ( ) Aterro Controlado ( ) Aterro Sanitário Distância do centro de recolha: 3 km Infra-estrutura existente no local de deposição final:

( ) Casa ( ) Vedação ( ) Pessoal operativo ( ) Pessoal administrativo ( ) Segurança

( ) Equipamentos __________________________________ ( X ) Outros nenhuma

Modo de operação: simplesmente deitam o lixo a céu aberto

15. Resíduos de Serviços de Saúde: Existe separação na fonte geradora? ( NÃO ) Qual? -

Onde são depositados?

Resíduos comuns, biomédicos e perfuro-cortantes são enterrados e queimados em simultâneo no hospital. Tecidos humanos são depositados em uma fossa séptica.

16. Formas de tratamento existente: Resíduos sólidos urbanos: -

Resíduos de serviços de saúde: queima

17. Descrever alguma iniciativa inovadora para a melhoria da gestão dos resíduos sólidos? Reutilização dos resíduos do agro-processamento para fertilização dos solos e produção de ração para alimentar os animais domésticos. São exemplos a fabrica de descasque de Feijão Boer (Peijon Peas) que utiliza os desperdícios (27% do total) para a produção de farelo e as fabricas de chá que usam a fibra para fertilização (10% do total).

18. Descrever alguma iniciativa para a geração de trabalho e renda a partir dos resíduos sólidos? Não existe. 19. Existem catadores de rua ( SIM) ou na lixeira ( SIM ) Quantos? - (mais na lixeira que na rua) Estão organizados? ( NÃO ) Forma de organização: - Catam que materiais e vendem a quem? Latas para candeeiros e garrafas para venda de diesel e petróleo.

Atendimento (%) Meta de Cobertura Área População Área Abrangência Prazo URBANA - 100% - -

PERIURBANA - 30% (6 de 23 bairros)

Dependente da aquisição de meios

-

RURAL - 0 - -

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Existem crianças trabalhando no lixo? ( NÃO ) Quantas? _______________

20. Existe programa de Educação Cívica? ( SIM ) É permanente? ( SIM ) A quem é dirigido? Todos munícipes da zona de cimento e bairros peri-urbanos Quem realiza? Vereação de Saneamento com os CCS – Conselhos Comunitários de Saúde e NEPA – Núcleo de Educação e Prevenção Ambiental. Qual o resultado observado? Todos bons resultados pois ao se andar pelos bairros na se encontra lixo.

21. Capacitação / formação Os funcionários recebem treinamento específico? ( NÃO ) Descrever.

22. Existe algum instrumento legal para a gestão dos resíduos sólidos no Município? ( SIM ) ( ) Regulamento de gestão de resíduos sólidos ( X ) Código de Postura Municipal ( ) Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos ( ) Plano Director de Resíduos Sólidos ( ) Estratégia Municipal de Gestão dos Resíduos Sólidos

23. Existe fiscalização dos serviços de limpeza urbana? ( SIM ) Quem faz? Fiscais gerais

Quantos fiscais? 2 de um total de 13 que foram treinados para assuntos de saneamento e obras. Os outros fiscais trabalham em outras áreas como mercados. O estatuto orgânico prevê a existência de fiscais da área mas até ao momento não existem.

24. Existe uma avaliação periódica do desempenho dos serviços prestados (por reclamação, por auditoria periódica)? ( SIM ) Qual a avaliação actual?

Avaliação mensal do desempenho pela vereação e chefes de mercado que recebem reclamações dos vendedores.

25. Seu Município tem algum projeto na área de resíduos sólidos financiado ou em negociação com alguma agência de cooperação? Não.

Quais são os objetivos do projecto?

26. Qual a prioridade de investimento para GRS na cidade? Equipamentos de limpeza (Pás, carrinhas de mão, vassouras, enxadas)

Equipamento de protecção individual ( fardamento, botas, luvas )

Meios de transporte (tractor com tanque sucção para limpeza das fossas sépticas)

27. Qual sua opinião sobre a limpeza da cidade? Está boa e bem organizada apesar de os munícipes não contribuírem, deitando lixo ao chão, por isso esforços estão sendo tomados no sentido de sensibilizar os munícipes a não deitar o lixo no chão, e a nossa proposta parcial foi de adicionar nas mensagens de educação cívica a possibilidade dos munícipes enterrarem os resíduos domésticos ou aproveitarem para compostagem porque a maior parte dos resíduos provém da poda das árvores e restos de comidas. Como pode melhorar?

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Capacitar e fornecer assistência técnica para actualização e estabelecimento de um sistema de registro para recolha da taxa de limpeza diferenciada, lutar para essa receita ser consignada para o saneamento, estudar e implementar a cobrança de taxa de saneamento e cobrança diferenciada para os grandes produtores (cerca de 25 lojas).

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Município de Cuamba – 10 à 11/3/2008

Inquérito para Nível de Decisores Entrevistados:

Vereador de Saúde, Meio Ambiente e Acção Social – João Monforte Mussussele

Vereadora de Administração e Finanças – Graça Tomás

Substituto do Presidente do CM – Vereador Artur Cangela

Chefe da Secção de Limpeza – Elias Castene Wiriamo

1. Qual a percepção da situação da gestão dos resíduos sólidos (GRS)? R: Os resultados são satisfatórios e não é má apesar de muitos constrangimentos que ultrapassados podem contribuir para a melhoria da GRS.

2. Quais os principais constrangimentos? R: 1) Exigüidade e antiguidade dos meios de recolha. Estão a trabalhar com dois tractores velhos, herdados de projecto antigos e um camião do Governo da Província que solicitou a sua devolução. Estas avarias constantes aliadas à demora nos desembolsos para a sua reparação e substituição de peças. 2) Efectivo reduzido, muitos dos quais são transferidos para outros sectores do Município e da Administração sem se proceder a sua substituição, ficando pessoal do INAS de idade avançada. 3) Não há uma lixeira condigna, esta se encontra localizada perto da pista do aeroporto, registrando-se uma invasão do seu perímetro pela população que constrói suas casas mesmo ao lado e 4) Falta de equipamento e meios de trabalho e de protecção individual dos trabalhadores. 5) Os munícipes destroem os silos de acondicionamento dos RS nas vias publicas. 5 dos 8 silos existentes foram por eles danificados e não se respeita o horário de deposição estipulado na postura municipal.

3. A política fiscal do Município, nomeadamente arrecadação de receitas, está consignada para a gestão dos resíduos sólidos?

R: Não. A taxa cobrada pela EDM é usada para as várias despesas do Município.

4. Qual o percentual do orçamento do Conselho Municipal é direccionado à gestão dos resíduos sólidos?

R: Não individualizada no orçamento. Estimativa de 4,2% excluindo gastos com salários do pessoal da limpeza.

5. O que deve ser feito para a sustentabilidade da gestão dos resíduos sólidos?

R: Meio de transporte em dia, pessoal adequado para a actividade, meios de trabalho e de protecção individual adequados, incrementar as receitas com a alteração do nome para taxa de saneamento ou limpeza e a incrementação do valor cobrado para a mesma, divulgação das posturas camarárias a partir dos serviços de rádio.

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6. Existe previsão orçamental para a Educação Ambiental e desenvolvimento de programas geradores de emprego e renda?

R: Não existe.

7. Quais são os instrumentos legais existentes no Município para GRS? R: Código de Postura Municipal, Plano de Estrutura e Plano Integrado de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos.

8. Existe apoio técnico a partir do Governo Central? Qual existe ou qual deveria existir?

R: Não existe. Deve apoiar na área de questões ambientais ligadas aos sistemas de drenagem na cidade e nos mercados. Afectação de pessoal formado e/ou especializado nas áreas de ambiente e gestão de resíduos sólidos que de alguma forma possa dar apoio técnico requerido, não apenas aos distritos como tem sido habito, mas também aos Municípios.

9. Existe apoio a partir de Doadores/ONGs? Qual existe ou qual deveria existir?

R: Cooperação Suíça. Há previsão de o Município de Cuamba ser incorporado no projecto de 13 cidades da DANIDA.

10. Existem grupos/lideranças comunitárias que trabalham com o Município? R: Sim, existem. Trabalham com os lideres comunitários nos 11 bairros que constituem o Município, que apóiam na sensibilização dos munícipes.

11. Que oportunidade ou possibilidade de envolvimento do sector privado para melhorar a gestão dos resíduos sólidos?

R: Não existe. Foi apresentada uma proposta à Assembléia Municipal de contratação de privados para os trabalhos de limpeza da cidade, no presente caso uma associação que apresentou o seu orçamento para este trabalho durante 3-4 meses, mas por exigüidade de fundos não foi avançada. Prevê-se para após a reabilitação do sistema de abastecimento de água a criação de uma empresa municipal de abastecimento de água.

12. Qual sua opinião sobre a limpeza da cidade? R: A cidade está minimamente limpa com muito esforço.

13. Qual a prioridade de investimentos para a GRS? R: 1) Trabalhos sérios na drenagem da cidade para evitar o arrastamento dos resíduos sólidos pelas águas das chuvas; 2) Aquisição de meios de transporte: pá carregadora, tractores e equipamentos de protecção individual; 3) Aumento do efectivo que trabalha no sector da limpeza; 4) Aumentar o número de construção de silos de contentores existentes nas vias públicas.

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Situação Actual dos Resíduos Sólidos Município de Cuamba – 10 de Março de 2008

População Total: 72.056 (Estimativas do Censo de 2007) Área Total: 131 km2

1. Atividade econômica principal no Município: Agricultura de sustentação (milho e feijão) e agricultura de rendimento (algodão e tabaco).

2. Responsável pelo serviço de limpeza urbana no Município. Vereador de Saúde, Meio Ambiente e Acção Social Chefe da Secção de Limpeza

4. Responsabilidade 3. Serviços de limpeza urbana existentes no

Município CONSELHO MUNICIPAL

CONTRATADO A TERCEIRO PRODUTOR

Recolha de resíduos sólidos domiciliares X

Recolha de resíduos especiais – entulho X

Recolha de resíduos especiais – podagem privada X

Recolha de resíduos especiais – grande produtor X

Recolha de resíduos de Serviços de Saúde X X

Recolha de resíduos de Portos e Aeroportos X

Recolha de Resíduos Industriais X

Recolha de Resíduos Comerciais X

Varredura de vias públicas X

Limpeza de valas de drenagem X

Limpeza de parques/praças/jardins públicos X

Limpeza de praias -

Limpeza de mercados X

Tratamento de resíduos -

Deposição final X

Outros serviços -

5. Infra-estrutura disponível: A – Instalações físicas: (Administrativa / Operativa / Oficina) Existe gabinete do vereador. As viaturas da recolha são parqueadas no quintal traseiro do Município. B – Pessoal: Administrativo ( 03 ) Vereador, chefe da secção e substituto.

Operativo: Recolha ( 12 ) Motorista ( 02 ) Varredura ( 10 ) Deposição final ( - )

Mercado ( 09 ) Mecânico ( - ) Jardim ( 03 )

C – Profissionais: nível superior ( - ) nível médio ( - ) nível básico ( - )

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D – Veículos, equipamentos: (equipamentos não são exclusivos para GRS, são utilizados para outros serviços)

6. Composição do orçamento dos serviços de limpeza em valores e percentual: Esses são valores estimativos visto que não existe apropriação de gastos exclusivos para o sector. Orçamento de funcionamento: Orçamento ANUAL. Não individualizado.

Combustível: 487.499,94 MT (75% do total para combustível orçado em 649.999,92 MT) Manutenção e reparação: 112.500,00 MT (75% do total pra manutenção orçado em 150.000,00 MT) Material de limpeza: 79.999,92 MT Fardamento: 199.999,92 MT Pessoal: não individualizado para a limpeza. Valor global para todos trabalhadores do Município.

Orçamento de investimento: Valor insignificante.

7. Percentual destes gastos em relação ao orçamento do Conselho Municipal. 4,2% [sem salários] = 879.999,78 MT [Total do item 6 ] / 21.066.856,44 MT [Orçamento anual do Município]

8. Receitas dos serviços de limpeza urbana

9. Taxa de limpeza é diferenciada? ( SIM )

Munícipe 10,00 MT Comércio 50,00 MT Serviços 35,00 MT

10. Taxa de limpeza cobrada pela EDM: Taxa de serviço cobrado: 25% Valor arrecadado / repassado ao CM? 45.000 Mt/mês (estimado a partir do valor médio de 4.500 clientes das EDM em Cuamba) O valor repassado ao CM é consignado para os serviços de limpeza urbana? ( NÃO ) Não é enviado nenhum relatório mensal nem informação do numero de clientes existentes e percentagem retida. Verificam-se atrasos no desembolso desses valores por parte da EDM, chegando a registrar-se atrasos de 6 meses.

Descrição Quant. Próprio (P) Alugado (A)

Manutenção (CM / Terceiros)

Tractores (1 operacional e 1 avariado) 2 ton 2 P Terceiros Camião Mercedes-Benz 5 ton 1 Emprestado Terceiros

Forma de cobrança Meio (CM / EDM) Preço Unitário/Unidade Taxa de limpeza do munícipe com energia EDM 10,00 MT/mês Taxa de limpeza do munícipe sem energia - - Taxa de serviço especial - - Taxa para Grande Produtor (Comercio e serviços) EDM 50,00 e 35,00 MT/mês

(respectivamente) Taxa para deposição final - - Outras (citar) - -

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11. Quantidade de resíduos sólidos recolhido DIARIAMENTE / MENSALMENTE na cidade, em peso ou estimado em função do número de viagens e capacidade do meio de transporte.

14 ton/dia (considerando 1 camião e 1 tractor operacionais fazendo 2 carradas/dia). OBSERVAÇÃO: Horário de deposição dos munícipes não definido. Recolha dos RS é efectuada das 6 às 14 horas. Cada viatura faz 2 carradas em tempo chuvoso e 3 na época seca.

12. Caracterização dos resíduos sólidos: Orgânico ______% Papel/cartão ______% Lata ______% Ferro ______% Plástico ______% Vidro

______% Trapos ______%

13. Percentual do Município atendido pela recolha de resíduos sólidos domiciliares:

14. Área de deposição final: Tipo: ( X ) Lixeira ( ) Aterro Controlado ( ) Aterro Sanitário Distância do centro de recolha: 3 km do centro da cidade Infra-estrutura existente no local de deposição final:

( ) Casa ( ) Vedação ( ) Pessoal operativo ( ) Pessoal administrativo ( ) Segurança

( ) Equipamentos __________________________________ ( X ) Outros nenhuma

Modo de operação: simplesmente deitam o lixo a céu aberto

15. Resíduos de Serviços de Saúde: Existe separação na fonte geradora? ( SIM ) Qual? - Lixo comum, lixo infeccioso e placentas e

tecidos humanos

Onde são depositados?

Placentas e tecidos humanos na fossa séptica do centro de saúde próximo do hospital, porque o local onde está situado o hospital não favoreceu a construção de uma fossa séptica devido ao lençol freático estar muito elevado, Lixo comum e infeccioso é depositado numa cova aberta e parcialmente vedada existente no terreno do Hospital Rural de Cuamba em condições que deixa a desejar, e por outro lado verificamos a existência de um forno construído para efeito e que não esta sendo utilizado.

16. Formas de tratamento existente: Resíduos sólidos urbanos: não existe.

Resíduos de serviços de saúde: não é feito tratamento.

Atendimento (%) Meta de Cobertura Área População Área Abrangência Prazo

URBANA - 90% (6 bairros)

- -

PERIURBANA - 0 (5 bairros)

- -

RURAL - 0 - -

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17. Descrever alguma iniciativa inovadora para a melhoria da gestão dos resíduos sólidos? Não existe.

18. Descrever alguma iniciativa para a geração de trabalho e renda a partir dos resíduos sólidos?

Não existe.

19. Existem catadores de rua ( SIM) ou na lixeira ( SIM ) Quantos? - Estão organizados? ( NÃO ) Forma de organização: - Catam que materiais e vendem a quem? Papel, latas, resto de comidas, garrafas para uso próprio. Existem crianças trabalhando no lixo? ( SIM) Quantas? _______-________ A percepção com que ficamos foi de que as crianças procuram restos de comida, papeis, garrafas de vidro e latas para uso próprio, tal como os adultos. 20. Existe programa de Educação Cívica? ( SIM ) É permanente? ( SIM ) A quem é dirigido? Mercados, casas, munícipes e outros locais públicos. Quem realiza? Presidente, Vereador da área e chefe da secção. Qual o resultado observado? Mudança drástica dos munícipes no seu comportamento, as ruas estão limpas, não pedalam nos mercados e depositam o lixo dentro dos contentores.

21. Capacitação / formação Os funcionários recebem treinamento específico? ( NÃO ) Descrever. Só o vereador participou de seminários.

22. Existe algum instrumento legal para a gestão dos resíduos sólidos no Município? ( SIM ) ( ) Regulamento de gestão de resíduos sólidos ( X ) Código de Postura Municipal ( X ) Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos ( X ) Plano de Estrutura ( ) Estratégia Municipal de Gestão dos Resíduos Sólidos

23. Existe fiscalização dos serviços de limpeza urbana? ( SIM ) Quem faz? Vereador, chefe e substituto.

Quantos fiscais? 9 polícias municipais que apóiam na fiscalização dos mercados.

24. Existe uma avaliação periódica do desempenho dos serviços prestados (por reclamação, por auditoria periódica)? ( SIM ) Qual a avaliação actual?

Avaliação é feita pela apresentação de reclamações dos munícipes que submetem à Assembléia Municipal e discutida nos dias de sessão.

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25. Seu Município tem algum projeto na área de resíduos sólidos financiado ou em negociação com alguma agência de cooperação?

Sim. Cooperação Suíça. Quais são os objetivos do projecto? Capacitação institucional e participação em workshops, como por exemplo no workshop de Nampula que abordou sobre a gestão de resíduos sólidos urbanos realizado pelo ANAMM em coordenação com agencia de cooperação Suíça, PROGOV.

26. Qual a prioridade de investimento para GRSU na cidade? Tractores basculantes, viaturas para recolha, construção de mais silos e equipamentos de proteção individual.

27. Qual sua opinião sobre a limpeza da cidade? É limpa. Os munícipes contribuem na limpeza da cidade.

Como pode melhorar? Aquisição de equipamentos considerados prioritários e aumentando a arrecadação de receitas.

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Município de Nacala – 13 à 14/3/2008 Inquérito para Nível de Decisores Entrevistados:

Vereador de Finanças, Património, Mercados e Feiras (Substituto do Presidente do CM) – Abdul Magid

Substituto do Director de Serviços Urbanos – José Da Silva

Chefe Serviços de Limpeza e Saneamento – Abibo Cassimo

Coordenadora da Gestão Ambiental, Água e Saneamento – Sara Davuca

Chefe das Despesas – Belinda Fonseca

Chefe das Receitas – Júlia Helena Francisco

Chefe de Higiene do Hospital Rural de Nacala – Maria Inês

1. Qual a percepção da situação da gestão dos resíduos sólidos (GRS)? R: É limpa, apesar de a limpeza não ser a desejável.

2. Quais os principais constrangimentos? R: 1) Aumento populacional que torna insuficientes os trabalho existentes; 2) Falta de contentores e meios de protecção individual dos trabalhadores; 3) Problemas políticos, que se manifestam pelo desacato dos princípios estabelecidos pelo CM e campanhas que contrariam os trabalhos de sensibilização desenvolvidos pelo Município.

3. A política fiscal do Município, nomeadamente arrecadação de receitas, está consignada para a gestão dos resíduos sólidos?

R: Não. A taxa cobrada pela EDM é usada para as várias despesas do Município.

4. Qual o percentual do orçamento do Conselho Municipal é direccionado à gestão dos resíduos sólidos?

R: Não individualizada no orçamento. Boa parte das despesas é comum para diferentes áreas o que dificulta a desagregação das mesmas.

5. O que deve ser feito para a sustentabilidade da gestão dos resíduos sólidos?

R: Vontade política e estudos de viabilidade para a cobrança e/ou aumento das receitas do Município, reforço da mão-de-obra e aquisição de equipamentos.

6. Existe previsão orçamental para a Educação Ambiental e desenvolvimento de programas geradores de emprego e renda?

R: Existe, previsto no plano qüinqüenal (não foram especificadas).

7. Quais são os instrumentos legais existentes no Município para GRS? R: Código de Postura Municipal, Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos e Plano Director Municipal.

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8. Existe apoio técnico a partir do Governo Central? Qual existe ou qual deveria existir?

R: Existe na capacitação dos técnicos responsáveis do sector pelo CDS. Melhorar a vontade política como forma de viabilizar os planos que o Município desenha.

9. Existe apoio a partir de Doadores/ONGs? Qual existe ou qual deveria existir?

R: Existe. Aquisição de meios. Podem apoiar na formação de técnicos a todos os níveis.

10. Existem grupos/lideranças comunitárias que trabalham com o Município? R: Sim, existem. Comités de Gestão de Água dão o seu apoio na gestão dos RS nos bairros e lideres comunitários.

11. Que oportunidade ou possibilidade de envolvimento do sector privado para melhorar a gestão dos resíduos sólidos?

R: Existe a possibilidade de se criar uma empresa publica ou mesmo adjudicar os serviços de limpeza a um privado, como é o caso dos portos. O que se quer é que exista capacidade de se pagar pelos serviços prestados. Já foi analisada está proposta..

12. Qual sua opinião sobre a limpeza da cidade? R: A cidade está suficientemente limpa porque existem algumas condições materiais e humanas mas poderia estar melhor.

13. Qual a prioridade de investimentos para a GRS? R: 1) Trabalhos sérios na drenagem da cidade para evitar o arrastamento dos resíduos sólidos pelas águas das chuvas; 2) Aquisição de meios de transporte: pá carregadora, tractores e equipamentos de protecção individual; 3) Aumento do efectivo que trabalha no sector da limpeza; 4) Aumentar o número de contentores existentes nas vias públicas.

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Situação Actual dos Resíduos Sólidos

Município de Nacala – 13 de Março de 2008

População Total: 167.038 (Estimativas de 2006) Área Total: 400km2

1. Actividade econômica principal no Município: Agricultura de subsistência, pesca, comercio, pecuária, prestação de serviços, turismo e artesanato.

2. Responsável pelo serviço de limpeza urbana no Município. Vereador de Urbanismo, Infra-estruturas, Saneamento Básico, Ambiente e Combate à Erosão –

Jorge Metupa de Aguiar

Direcção de Serviços Urbanos – José Da Silva

Serviços de Limpeza e Saneamento – Abibo Cassimo

4. Responsabilidade 3. Serviços de limpeza urbana existentes no

Município CONSELHO MUNICIPAL

CONTRATADO A TERCEIRO PRODUTOR

Recolha de resíduos sólidos domiciliares X

Recolha de resíduos especiais – entulho X

Recolha de resíduos especiais – podagem privada X

Recolha de resíduos especiais – grande produtor X X

Recolha de resíduos de Serviços de Saúde X X

Recolha de resíduos de Portos e Aeroportos X

Recolha de Resíduos Industriais X

Recolha de Resíduos Comerciais X

Varredura de vias públicas X

Limpeza de valas de drenagem X

Limpeza de parques/praças/jardins públicos X

Limpeza de praias X

Limpeza de mercados X

Tratamento de resíduos -

Deposição final X Outros serviços. Destruição de produtos tóxicos ou putrefatos de grande produtor. X

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5. Infra-estrutura disponível: A – Instalações físicas: (Administrativa / Operativa / Oficina) Oficina geral (para todo o Município), gabinete de limpeza . B – Pessoal: Administrativo ( 04 ) Director, chefe da secção e dois capatazes.

Operativo: Recolha ( 18 ) Motorista ( 04 ) Varredura ( 96 ) Deposição final ( 02 )

Mercado ( 44 ) Mecânico ( oficina municipal ) Jardim ( 20 – arborização e jardins )

C – Profissionais: nível superior ( - ) nível médio ( - ) nível básico ( - ) D – Veículos, equipamentos:

6. Composição do orçamento dos serviços de limpeza em valores e percentual: Esses são valores estimativos visto que não existe apropriação de gastos exclusivos para o sector. Orçamento de funcionamento: Não individualizado.

Combustível: 444.849,60 MT (24% do total para combustível orçado em 1.853.540,00 MT) Manutenção e reparação: 144.000,00 MT (24% do total pra manutenção orçado em 600.000,00 MT) Material de limpeza: - Fardamento: 48.000,00 MT (24% do total pra manutenção orçado em 200.000,00 MT) Pessoal: não individualizado para a limpeza.

Orçamento de investimento: Valor insignificante para o sector.

7. Percentual destes gastos em relação ao orçamento do Conselho Municipal. [Orçamento anual do Município – Fundo de Investimento: 24.720.000; Fundo Corrente (FCA e Receitas Próprias): 10.076.420; OGE: valor ainda não definido]

8. Receitas dos serviços de limpeza urbana

9. Taxa de limpeza é diferenciada? ( SIM )

Munícipe 10,00 MT Comércio, Industria e Serviços 50,00 MT

Forma de cobrança Meio (CM / EDM) Preço Unitário/Unidade Taxa de limpeza do munícipe com energia EDM 10,00 MT/mês Taxa de limpeza do munícipe sem energia - - Taxa de serviço especial (destruição de R. tóxicos) CM Dependente de avaliação

Taxa para Grande Produtor EDM 50,00 MT/mês Taxa para deposição final - - Outras (esvaziamento de fossas 3/5 m3) CM 750,00 / 1.500,00 MT

Descrição Quant. Próprio (P) Alugado (A)

Manutenção (CM / Terceiros)

Camião compactador 20 ton 1 P CM Tractores (4 operacionais e 1 avariado – 2 para RS) 2 P CM Pá mecânica 1 P CM Camião basculante 8 ton 1 P CM Camião de sucção 1 P CM

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10. Taxa de limpeza cobrada pela EDM: Taxa de serviço cobrado: 25% Valor arrecadado / repassado ao CM? 150.000 Mt/mês O valor repassado ao CM é consignado para os serviços de limpeza urbana? ( NÃO ) Não e a EDM não envia um relatório mensal com informação do numero de clientes existentes.

11. Quantidade de resíduos sólidos recolhidos DIARIAMENTE / MENSALMENTE na cidade, em peso ou estimado em função do número de viagens e capacidade do meio de transporte.

O peso apresentado é estimado em função do numero de viagens a aproximadamente 35~40 ton/dia. Obs. Os Munícipes não tem horário fixo para deposição de lixo nos contentores e o CM faz a recolha no período de 05:00h às 13:00h.

12. Caracterização dos resíduos sólidos: Orgânico ______% Papel/cartão ______% Lata ______% Ferro ______% Plástico ______% Vidro

______% Trapos ______%

13. Percentual do Município atendido pela recolha de resíduos sólidos domiciliares:

Nos bairros peri-urbanos são feitas campanhas de limpeza.

14. Área de deposição final: Tipo: ( X ) Lixeira ( ) Aterro Controlado ( ) Aterro Sanitário Distância do centro de recolha: 15 km do centro da cidade Infra-estrutura existente no local de deposição final:

( X ) Casa ( X ) Vedação ( ) Pessoal operativo ( ) Pessoal administrativo ( X ) Segurança

( ) Equipamentos __________________________________ ( X ) Outros nenhuma

Modo de operação: deposição com desassoreamento

15. Resíduos de Serviços de Saúde: Existe separação na fonte geradora? ( SIM ) Qual? - Lixo comum, lixo infeccioso e placentas e

tecidos humanos

Onde são depositados?

Placentas e tecidos humanos numa fossa séptica antiga por a nova ter sido mal construída; Lixo comum é recolhido pelo CM; Lixo infeccioso é depositado numa cova aberta e queimado pois apesar de se ter uma nova incineradora construída em 2007 não existem fundos para compra de combustível. A varredura do hospital é garantida pelo pessoal do CM, INAS e Organizações Mohamed Halif.

Atendimento (%) Meta de Cobertura Área População Área Abrangência Prazo URBANA - 100% - - PERIURBANA - 35% - - RURAL - - - -

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16. Formas de tratamento existente: Resíduos sólidos urbanos:

Resíduos de serviços de saúde:não é feito tratamento.

17. Descrever alguma iniciativa inovadora para a melhoria da gestão dos resíduos sólidos? Reutilização de garrafas de bebidas alcoólicas para enchimento de vinho pela VINI-CALA – Sociedade de Vinhos de Nacala, Lda.

18. Descrever alguma iniciativa para a geração de trabalho e renda a partir dos resíduos sólidos?

A VINI-CALA – Sociedade de Vinhos de Nacala, Lda compra garrafas recolhidas pelos catadores. O preço varia entre 1.00 ~ 1,60 MT/garrafa.

19. Existem catadores de rua ( SIM ) ou na lixeira ( SIM ) Quantos? - Estão organizados? ( NÃO ) Forma de organização: - Catam que materiais e vendem a quem? Garrafas e sucata. Utilizam o húmus da lixeira para agricultura, plantando milho no perímetro exterior desta. Existem crianças trabalhando no lixo? ( SIM) Quantas? _______-________ 20. Existe programa de Educação Cívica? ( SIM ) É permanente? ( SIM ) A quem é dirigido? Educação ambiental para todos munícipes. Quem realiza? Serviços de Gestão Ambiental, Água e Saneamento. Qual o resultado observado? Mudança drástica dos munícipes no seu comportamento, as ruas estão limpas, não pedalam nos mercados e depositam o lixo dentro dos contentores.

21. Capacitação / formação Os funcionários recebem treinamento específico? ( NÃO ) Descrever. Só o responsável do sector participa de alguns seminários que tem tido lugar.

22. Existe algum instrumento legal para a gestão dos resíduos sólidos no Município? ( SIM ) ( ) Regulamento de gestão de resíduos sólidos ( X ) Código de Postura Municipal ( X ) Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos (a ser aprovado) ( X ) Plano Director Municipal (em revisão) ( ) Estratégia Municipal de Gestão dos Resíduos Sólidos

23. Existe fiscalização dos serviços de limpeza urbana? ( SIM ) Quem faz? Departamento de Fiscalização e Inspeção. Quantos fiscais? -

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24. Existe uma avaliação periódica do desempenho dos serviços prestados (por reclamação, por auditoria periódica)? ( SIM ) Qual a avaliação actual?

Munícipes fazem chegar as suas reclamações através da Assembléia Municipal e os Vereadores avaliam o grau de cumprimentos dos planos traçados.

25. Seu Município tem algum projeto na área de resíduos sólidos financiado ou em negociação com alguma agência de cooperação?

Sim. ProGov 7 Cidades. Quais são os objetivos do projecto? Melhorar a Gestão Ambiental, reduzindo os problemas de saneamento e deposição de RS.

26. Qual a prioridade de investimento para GRS na cidade? aquisição de meios circulantes e contentores para reforçar a capacidade de recolha e da operação da lixeira, materiais de trabalho e de protecção individual dos trabalhadores.

27. Qual sua opinião sobre a limpeza da cidade? É limpa, apesar de a limpeza não ser a desejável.

Como pode melhorar? Aumentar a capacidade técnica da instituição, o reforço das equipes e actividades de educação

ambiental.

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ANEXO 5 Sugestão de Roteiro para elaboração de um

Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos 1. Caracterização do Município - Histórico - Aspectos físico-ambientais - Aspectos populacionais e sócio-culturais - Aspectos econômicos - Infra-estrutura urbana

2. Caracterização dos Resíduos Sólidos - Caracterização dos resíduos produzidos em quantidade e qualidade, e por tipo. - Determinação da geração per capita.

3. Definição dos Objectivos e Metas - Buscar a universalização da prestação dos serviços com regularidade e

qualidade.

4. Sistema de Limpeza Urbana 4.1 Estrutura administrativa do órgão responsável - Propor uma estrutura administrativa adequada para o gerenciamento do sector e

prestação dos serviços de limpeza urbana. 4.2 Sustentabilidade económico-financeira - Levantar informações sobre as receitas e os gastos com os serviços. - Apresentar as necessidades de custeio para os serviços – investimento e

operação. 4.3 Instrumentos legais e de fiscalização - Dar subsídios para elaboração de lei que contemple o sistema de limpeza

urbana. - Propor um sistema de fiscalização – dos serviços prestados e do munícipe. 4.4 Estrutura operacional - Aprimorar a estrutura de limpeza urbana existente, definindo os serviços

prestados a municipalidade e sua freqüência. - Implementar sistemas de controle operacional dos serviços prestados. - Dimensionamento de pessoal, meios e ferramentas 4.5 Plano de valorização do trabalhador da limpeza urbana - Definir as acções para a valorização dos trabalhadores da limpeza urbana.

5. Deposição final dos resíduos - Avaliar a situação de deposição final dos resíduos e sugerir melhorias.

6. Capacitação - Definir a necessidade de capacitação para os técnicos do sector de limpeza,

nomeadamente os chefes, fiscais e os remotores.

7. Programas Educativos - Apresentar uma base para o desenvolvimento de acções educativas.

8. Custos de implementação do PGIRSU - Definir os custos de investimento, manutenção e operação – por serviço.

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ANEXO 6 – LISTA DE CONTACTOS

1. Órgãos do Governo Central Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) Av. Acordos de Lusaka, 2115

Direcção Nacional de Gestão Ambiental (DINGA)

Policarpo Napica Director

Cel: +258-82 43 94 840 Tel.: +258-21 46 64 07 [email protected]

Departamento do Ambiente Urbano (DAU)

João Cipriano Chefe

Cel: +258-82 70 32 440 Tel.: +258-21 46 51 70 [email protected]

Centro de Desenvolvimento Sustentável para Zonas Urbanas (CDS-ZU) - Nampula

Lucas Cumbeza Director

Cel: +258-82 30 50 260 Tel.: +258-26 21 66 18 [email protected]

Fundo do Ambiente – FUNAB Carlos Seventine Secretário Executivo

Cel: +258-82 30 57 850 Tel.: +258-21 49 87 58 [email protected]

Ministério da Saúde (MISAU) Departamento de Saúde Ambiental

Dra. Ana Charles Chefe

Gestão de Lixo Hospitalar Agostinho Fernando Técnico Senior

Cel: +258-82 42 36 690 [email protected]

Ministério das Obras Públicas e Habitação (MOPH) Av. 25 de Setembro, 942 Direcção Nacional de Águas – Departamento de Saneamento

Valdemiro Matavele Chefe do Departamento

Cel: +258-82 84 38 910 Tel.: +258-21 30 71 89 [email protected]

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2. Municípios Conselho Municipal de Maputo Praça da Independência Presidente do CM Enéas da Conceição Comiche

Vereador Pelouro de Saúde e Salubridade

João Fernando Lima Schwalbach

Cel: +258-82 30 82 950 [email protected]

Direcção Municipal de Saúde e Salubridade Háfido Hassam Abacassamo

Cel: +258-82 32 09 240 Tel.: +258-21 32 79 61 [email protected]

Conselho Municipal de Inhambane Av. da Liberdade

Presidente do CM Lourenço António da Silva Macul

Cel: +258-82 30 31 079 Tel.: +258-29 32 05 28

Vereador de Urbanização, Meio Ambiente e Água Potável Eugénio Casimiro Cel: +258-82 42 88 890

Departamento de Serviços Urbanos Martins da Silva Cel: +258-82 91 09 940

Chefe do Sector Saneamento Ali Momad Natul Cel: +258-82 45 90 300

Chefe Adjunto Sergio José Junior Pangula Cel: +258-83 33 43 800

Elisabete Aparecida Silva Cel: +258-82 78 38 655 [email protected] ALMA – Associação de Limpeza e

Meio Ambiente do Tofo Marcus Cel: +258-82 02 16 250

[email protected] Conselho Municipal de Quelimane Presidente do CM Pio Augusto Matos

Vereador de Abastecimento de Água e Saneamento Henriques

Vereador de Saneamento João Alberto Canrameia Cel: +258-82 29 07 220

EMUSA – Director Arlindo Rajab Cel: +258-82 57 10 290 Tel.: +258-24 21 32 18

EMUSA – Assessor Armando Chabunda Cel: +258-82 59 24 200

EMUSA – Chefe do Departamento de Higiene e Salubridade Arone Manuel Cel: +258-82 84 51 810

Vereador da Área de Finanças Silva Mário

Contabilista do CM Laura Calisto Malauene

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Conselho Municipal de Gurué Presidente do CM João Bernardo

Vereador de Urbanismo, Infra-Estrutura, Saneamento, Meio Ambiente e Administração Territorial

Henriques Nanuariuaca Cel: +258-82 60 59 582

Substituto do Chefe da Secção de Limpeza

Piassone Muqilivé Chefe da Secção de Obras

Chefe da Contabilidade Afonso Rui Mucova

Agro Industries, Lda.

Chazeiras de Moçambique

Director Distrital de Saúde Olegário Mwanatata Conselho Municipal de Cuamba Av. Eduardo Mondlane Presidente do CM Teodosio Simão Uatata

Vereador Artur Cangela Cel: +258-82 68 01 740

Vereador de Saúde, Meio Ambiente e Acção Social João Monforte Mussessele Cel: +258-84 39 85 874

Chefe da Secção de Limpeza Elias Wiriamo Castene

Vereadora de Administração e Finanças Graça Tomás

Enfermeiro Chefe do Hospital Rural de Cuamba Gabriel de Nascimento

Conselho Municipal de Nacala Rua da Direcção do Trabalho Presidente do CM Manuel José dos Santos

Vereador de Finanças, Património, Mercados e Feiras Abdul Magid Cel: +258-82 67 73 870

Tel.: +258-26 52 65 56

Vereador de Urbanismo, Infra-Estruturas, Saneamento Básico, Ambiente e Combate à erosão

Jorge Metupa De Aguiar Cel: +258-82 59 82 728

Substituto do Director de Serviços Urbanos José Carlos Da Silva Tel.: +258-26 52 60 46

Chefe dos Serviços de Limpeza e Saneamento Abibo Cassimo Tel.: +258-82 55 17 842

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Chefe dos Serviços de Gestão Ambiental, Água e Saneamento Sara Davuca

Chefe das Despesas Belinda Fonseca

Chefe de Receitas Júlia Helena Francisco

Chefe de Higiene do Hospital Rural de Nacala Maria Inês Cel: +258-82 40 11 467

Vinicala – Sociedade de Vinhos de Nacala, Lda. Tel.: +258-26 52 60 94

3. Instituições relevantes ao estudo CPI – Centro de Promoção de Investimentos / UNDP Marcos Vaena – Agente de Negócios para Moçambique Av. Kenneth Kaunda, 931 – Maputo Cel: +258-82 73 00 471 Tel.: +258-21 31 33 10 FEMA – Fórum Empresarial para o Meio Ambiente João Viseu – Director Cel: +258-82 30 54 290 Tel.: +258-21 31 63 17 / 18 GTZ – Programa AGRESU – Apoio a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos Gereon Hunger – Coordenador de Projecto Rua Dionísio Ribeiro, 83 – Maputo Cel: +258-82 31 84 380 Tel.: +258-21 30 26 31 PROGOV – Projecto de Governação Autárquica Democrática Bernhard Weimer – Coordenador de Projecto Rua Damião de Góis, 523 – Maputo Cel: +258-82 30 26 737 Tel.: +258-21 49 51 34 Mozlegal, Lda Elisabete Aparecida Silva – Directora Rua General Pereira D´Eça nr 90 – Maputo Tel: +258 21 496 900 Cel: +258 82 783 8655 UGSM – Uaiene, Gama de Serviços de Maputo Lda. Paulino Uiaene – Administrador Av. Milagre Mabote, 109 – Maputo Cel: +258 84 730 8865 Cel: +258 82 537 3106

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ADASBU – Associação de Água e Saneamento do Bairro da Urbanização Paulino Daniel Mate – Presidente Francisco Vasco Nhancale – Tesoureiro Bairro Urbanização, quarteirão 11, rua 3057, casa 573 Tel.: +258 21 466 065

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ANEXO 7 – BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

• Relatório Final do Seminário sobre Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (PROGOV/USAID – Setembro, 2007)

• Estudo de mapeamento do serviço municipal de gestão de resíduos sólidos nos Município de Gurué e Nacala (PROGOV/USAID – Fevereiro, 2007)

• Plano Estratégico de Saneamento Urbano 2005-2015 (Direcção Nacional de Águas – Agosto, 2006)

• Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para os Municípios de Quelimane, Nacala (CDS-ZU/IBAM – 2005 e 2006)

• Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para o Município de Cuamba (SDC/IBAM – 2005)

• Avaliação da recolha de resíduos sólidos nos Bairros Maxaquene e Urbanização (GTZ/2002)

• Planos Municipais de Gestão Ambiental nos Municípios já elaborados.

• Estratégia Nacional de Resíduos Sólidos (MICOA/2006)

• Estratégia Nacional de Educação Ambiental (MICOA/2004)

• Estratégia de Gestão de Lixo Industrial Perigoso (MICOA/2004)

• Directiva Técnica para Implantação e Operação de Aterro Sanitário (MICOA/2008)

• Manual Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (MICOA/2006)

• Lei de Avaliação de Impacto Ambiental (2004)

• Regulamento sobre a Gestão de Lixos Bio-médicos (decreto 08/2003)

• Código de Posturas Municipais;

• Estatuto da Empresa Municipal de Saneamento – EMUSA;

• Estratégia Municipal de Gestão dos Resíduos Sólidos;

• Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos;

• Regulamentos de Gestão de Resíduos Sólidos.

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ANEXO 8 – APRESENTAÇÃO PARA O SEMINÁRIO

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