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___________________________________________________________________________________________________________________REGULAMENTO MUNICIPAL DE URBANIZAÇÃO E EDIFICAÇÃO DE VIDIGUEIRA 1
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REGULAMENTO MUNICIPAL DE URBANIZAÇÃO E EDIFICAÇÃO DE VIDIGUEIRA (RMUE)
Índice
CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS Artigo 1.º - Lei habilitante Artigo 2.º - Objeto e âmbito de aplicação Artigo 3.º - Definições CAPÍTULO II – NORMAS TÉCNICAS Secção I – DISPOSIÇÕES TÉCNICAS Artigo 4.º - Condições gerais de edificação Artigo 5.º - Condicionantes patrimoniais, ambientais e arqueológicas Artigo 6.º - Compatibilidade de usos e atividades Artigo 7.º - Níveis máximos de ruído Artigo 8.º - Resíduos de construção e demolição Artigo 9.º - Depósito de resíduos sólidos urbanos Secção II – EDIFICAÇÃO Subsecção I – Da construção Artigo 10.º - Muros e vedações Artigo 11.º - Cotas de soleira Artigo 12.º - Alinhamento das edificações Artigo 13.º - Vãos Artigo 14.º - Corpos balançados utilizáveis Artigo 15.º - Empenas e fachadas Artigo 16.º - Coberturas Subsecção II – Elementos e espaços ligados à construção Artigo 17.º - Alterações de fachada Artigo 18.º - Colocação de equipamentos nas fachadas e coberturas dos edifícios Artigo 19.º - Tubos de queda e caleiras Artigo 20.º - Indicação da toponímia Subsecção III – Execução e utilização Artigo 21.º - Execução de obras de edificação Artigo 22.º - Condições à alteração da utilização dos edifícios Secção III – URBANIZAÇÃO Subsecção I – Áreas, cedências e compensações Artigo 23.º - Áreas para espaços verdes e de utilização coletiva, infraestruturas e equipamentos Artigo 24.º - Implantação de equipamentos de utilização coletiva Artigo 25.º - Execução e gestão dos espaços verdes e de utilização coletiva Artigo 26.º - Cedências Artigo 27.º - Compensação Artigo 28.º - Compensação em numerário Artigo 29.º - Compensação em espécie Artigo 30.º - Taxa pela realização, manutenção e reforço de infraestruturas urbanísticas (TRIU)
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Subsecção II – Requisitos técnicos Artigo 31.º - Movimentação de terras Artigo 32.º - Armários e quadros técnicos Artigo 33.º - Postos de transformação Artigo 34.º - Localização dos estacionamentos Subsecção III – Execução e conclusão das obras Artigo 35.º - Contratos de urbanização Artigo 36.º - Execução das obras de urbanização e caução Artigo 37.º - Receção provisória e definitiva das obras de urbanização Artigo 38.º - Garantia da obra Artigo 39.º - Livro de obra Secção IV – OCUPAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Subsecção I – Ocupação para fins urbanísticos Artigo 40.º - Regras gerais de ocupação do espaço público Artigo 41.º - Licenciamento municipal Artigo 42.º - Stands de venda Artigo 43.º - Indeferimento do pedido de licenciamento de ocupação da via pública Subsecção II – Disposições técnicas Artigo 44.º - Tapumes Artigo 45.º - Andaimes Artigo 46.º - Proteção de árvores e mobiliário urbano Artigo 47.º - Cargas e descargas na via pública Artigo 48.º - Condutas de descarga de entulhos Artigo 49.º - Contentores para depósito de materiais e recolha de entulhos Subsecção III – Execução de obras no espaço público Artigo 50.º - Licenciamento Artigo 51.º - Condicionamento e indeferimento do pedido de licenciamento Artigo 52.º - Alteração à programação dos trabalhos Artigo 53.º - Reajuste de infraestruturas Subsecção IV – Obras com caráter de urgência Artigo 54.º - Caráter de urgências das obras Artigo 55.º - Início das obras com caráter de urgência Subsecção V – Identificação, sinalização e medidas de segurança Artigo 56.º - Identificação da obra Artigo 57.º - Sinalização da obra Artigo 58.º - Medidas de segurança CAPÍTULO III – PROCEDIMENTOS DE GESTÃO URBANÍSTICA Secção I – DISPOSIÇÕES GERAIS Artigo 59.º - Licença, comunicação prévia e autorização de utilização Artigo 60.º - Utilização e ocupação do solo Artigo 61.º - Instrução processual Artigo 62.º - Informações sobre o início dos trabalhos Artigo 63.º - Notificações e comunicações
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Secção II – DISPOSIÇÕES ESPECIAIS Artigo 64.º - Isenção de controlo prévio Artigo 65.º - Obras de escassa relevância urbanística Artigo 66.º - Operações urbanísticas com impacte relevante ou com impacte semelhante a operação de loteamento Secção III – TRAMITAÇÃO E INSTRUÇÃO Artigo 67.º - Procedimentos de controlo prévio Artigo 68.º - Consulta pública Artigo 69.º - Alterações à licença ou comunicação prévia de loteamento Artigo 70.º - Instrução dos procedimentos Secção IV – PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS Artigo 71.º - Desabamento de construções Artigo 72.º - Destaque Artigo 73.º - Procedimentos de legalização Artigo 74.º - Propriedade horizontal Artigo 75.º - Edificação anterior ao RGEU Artigo 76.º - Alterações durante a execução da obra Artigo 77.º - Prorrogação dos prazos para a conclusão das obras Artigo 78.º - Telas finais Artigo 79.º - Autorização de utilização e autorização de alteração da utilização de edifícios ou frações CAPÍTULO IV – GARANTIAS Artigo 80.º - Disposições gerais Artigo 81.º - Obras de urbanização Artigo 82.º - Levantamento do estaleiro, limpeza e reparações Artigo 83.º - Execução de obras no espaço público Artigo 84.º - Trabalhos executados pela Câmara Municipal em substituição dos proprietários Artigo 85.º - Reparação dos danos no espaço público CAPÍTULO V – INTERVENIENTES NA EXECUÇÃO DA OBRA Artigo 86.º - Obrigações dos técnicos autores dos projetos Artigo 87.º - Obrigações dos diretores da obra ou de fiscalização da obra Artigo 88.º - Mudança dos técnicos Artigo 89.º - Elementos a disponibilizar no local da obra Artigo 90.º - Outros deveres CAPÍTULO VI – FISCALIZAÇÃO E SANÇÕES Artigo 91.º - Competência de fiscalização Artigo 92.º - Incidência da fiscalização Artigo 93.º - Deveres da fiscalização Artigo 94.º - Auto de notícia Artigo 95.º - Responsabilidade contraordenacional CAPÍTULO VII – DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Artigo 96.º - Queixas e denúncias particulares Artigo 97.º - Disposições legais Artigo 98.º - Regime transitório Artigo 99.º - Taxas Artigo 100.º - Dúvidas e omissões Artigo 101.º - Norma revogatória Artigo 102.º - Entrada em vigor
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REGULAMENTO MUNICIPAL DE URBANIZAÇÃO E EDIFICAÇÃO DE VIDIGUEIRA (RMUE)
PREÂMBULO
O Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 555/99, de 16
de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4 de Junho, pela Lei n.º 60/2007, de 4 de
Setembro e pelo Decreto-Lei n.º 26/2010, de 30 de Março, introduziu alterações profundas e
inovadoras ao regime jurídico do licenciamento municipal das operações de loteamento, das obras de
urbanização e das edificações. De acordo com o artigo 3.º deste diploma legal devem os municípios
aprovar regulamentos municipais sobre esta matéria.
Das alterações mais recentes ao Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Outubro introduzidas pelo
Decreto-Lei n.º 26/2010, de 30 de Março, as mais significativas são o desaparecimento das
autorizações, com exceção das relativas às utilizações; um novo regime das comunicações prévias; o
desaparecimento da figura do emparcelamento; o alargamento do conceito de escassa relevância
urbanística; o surgimento da figura do gestor do procedimento, responsável pelo processo nas suas
diversas fases; e, a introdução das tecnologias de informação.
Dado que o Regulamento Municipal de Edificações Urbanas em vigor no Município data de 1997
encontrando-se, portanto, largamente desatualizado e obsoleto, torna-se urgente e imperativo que se
proceda à redação de um novo regulamento de acordo com o atual enquadramento legal sobre a
matéria.
Assim, nos termos do disposto nos artigos 112.º, n.º 8 e 241.º da Constituição da República
Portuguesa, do preceituado no artigo 3.º, n.º 1 e artigo 116.º do Regime Jurídico da Urbanização e
Edificação, do disposto no Regulamento Geral das Edificações Urbanas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
38382, de 7 de Agosto de 1951, e alterações posteriores e, ainda, da alínea e) do n.º 2 do artigo 53.º e
alínea a) do n.º 6 do artigo 64.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, alterado pela Lei n.º 5-A/2002,
de 11 de Janeiro, apresenta-se a seguinte proposta de novo Regulamento Municipal de Urbanização e
Edificação de Vidigueira, para ser submetido à apreciação da Câmara Municipal e, posteriormente, à
Assembleia Municipal, precedido do necessário período de apreciação pública para sugestões e
recomendações.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 1.º
Lei Habilitante
O presente Regulamento é adotado nos termos do disposto no artigo 241.º da Constituição da
República Portuguesa, e no uso da competência conferida pela alínea a) do n.º 2 do artigo 53.º e alínea
a) do n.º 6 do artigo 64.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, alterada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11
de Janeiro, e pelo n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, alterado pelo
Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4 de Junho, pela Lei n.º 4-A/2003, de 19 de Fevereiro, pela Lei n.º
60/2007, de 4 de Setembro, pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de Janeiro, pelo Decreto-Lei n.º
116/2008, de 4 de Junho e pelo Decreto-Lei n.º 26/2010, de 30 de Março.
Artigo 2.º
Objeto e âmbito de Aplicação
1 - O presente Regulamento tem por objeto a fixação de regras relativas:
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a) À urbanização e edificação, complementares dos planos municipais de ordenamento do território
e demais legislação em vigor, designadamente em termos da defesa do meio ambiente, da qualificação
do espaço público, da estética, salubridade e segurança das edificações e promoção da qualidade do
desenho urbano;
b) Às competências dos técnicos e atividade fiscalizadora, de modo a definir mais claramente as
suas responsabilidades;
c) À tramitação dos procedimentos técnicos e administrativos relativos às operações urbanísticas,
tendo em vista o melhoramento e modernização dos serviços municipais e a promoção da qualidade
do serviço.
2 - O presente Regulamento aplica-se à totalidade do território do Município de Vidigueira.
Artigo 3.º
Definições
1 - Para efeitos do presente Regulamento e visando a uniformização do vocabulário urbanístico em
todos os documentos relativos à atividade urbanística e de edificação do Município, são consideradas
as seguintes definições:
a) Alpendre: zona exterior coberta, diretamente ligada à construção principal;
b) Área bruta de construção: área de construção, representada pelo somatório da área bruta
privativa e da área bruta dependente; caso se trate de um terreno para construção a área a inscrever é
a autorizada ou prevista.
c) Áreas brutas dependentes: áreas cobertas de uso exclusivo, ainda que constituam partes comuns,
mesmo que situadas no exterior do edifício ou da fração, cujas utilizações são acessórias relativamente
ao uso a que se destina o edifício ou fração, considerando-se, para esse efeito, locais acessórios, as
garagens e parqueamentos, as arrecadações, as instalações para animais, os sótãos ou caves acessíveis,
desde que não integrados na área bruta privativa, e ainda outros locais privativos de função distinta
das anteriores.
d) Área bruta privativa: é a superfície total, medida pelo exterior e eixos das paredes ou outros
elementos separadores do edifício ou da fração e inclui varandas privativas, caves e sótãos privativos
com utilização idêntica ao do edifício ou da fração.
e) Área de cedência: parcelas que, no âmbito das intervenções urbanísticas, os proprietários e
demais titulares de direitos reais sobre os prédios, cedem gratuitamente ao município para
implantação de espaços verdes e equipamentos de utilização coletiva e as infraestruturas que, de
acordo com a lei e com a licença ou comunicação prévia, devam integrar o domínio municipal;
f) Área de impermeabilização (Ai): valor, expresso em m2, resultante do somatório da área de
implantação das construções de qualquer tipo e das áreas de solos pavimentados com materiais
impermeáveis ou que propiciem o mesmo efeito, designadamente em arruamentos, estacionamentos,
equipamentos desportivos e logradouros, incluindo as caves que ultrapassem as áreas de implantação;
g) Áreas/partes comuns do edifício: áreas de pavimentos cobertos, correspondentes a átrios e zonas
de comunicação horizontal e vertical dos edifícios, casas de porteira ou outras, com estatuto de parte
comum em regime de propriedade horizontal ou aptas para esse estatuto, medidas pela meação das
paredes;
h) Área útil do fogo: área resultante do somatório das áreas de todos os compartimentos da
habitação, incluindo vestíbulos, circulações interiores, instalações sanitárias, arrumos, outros
compartimentos de função similar e armários nas paredes, medida pelo perímetro interior das paredes
e divisórias, descontando encalços até 30 cm, paredes interiores, divisórias e condutas;
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i) Arruamento ou rua: zona de circulação, podendo ser qualificado como automóvel, ciclável e
pedonal ou misto, conforme o tipo de utilização, incluindo a(s) via(s) de tráfego, zonas de
estacionamento, passeios, bermas, separadores ou áreas ajardinadas ao longo das faixas de rodagem;
j) Cave: espaço enterrado total ou parcialmente, localizado abaixo da cota da soleira;
k) Cércea: dimensão vertical da construção, medida a partir do ponto de cota média do terreno
marginal no alinhamento da fachada até à linha superior do beirado, platibanda ou guarda de terraço,
incluindo andares recuados, mas excluindo chaminés, casa de máquinas de ascensores, depósitos de
água e outros elementos acessórios;
l) Corpo balançado/saliente: elemento saliente e em balanço relativamente às fachadas de um
edifício;
m) Envolvente: porção de espaço, construído ou não, que rodeia ou envolve um monumento,
edifício, conjunto de edifícios, áreas ou localidades;
n) Elementos não dissonantes: aqueles que se enquadram na traça originária do edifício;
o) Equipamento lúdico ou de lazer: as construções não cobertas desde que associadas a uma
edificação principal com área inferior à desta última que se destinem a ser utilizadas durante os
períodos de recreação ou ócio dos seus ocupantes;
p) Estrutura verde: conjunto de espaços naturais e/ou naturalizados, podendo constituir-se como
áreas de recreio ou lazer, que asseguram a continuidade dos ecossistemas;
q) Estudo urbanístico: proposta desenhada de ocupação do solo que, na ausência de planos de
urbanização ou de pormenor, integra os projetos de operações urbanísticas, visando servir de
orientação na gestão urbanística, em zonas que apresentem indefinições ao nível da estrutura
rodoviária, do ordenamento do espaço público e equipamentos, cérceas e afastamentos entre
edificações, e visando, ainda, justificar a solução que o promotor pretende fazer aprovar, devendo o
estudo abranger a parcela do promotor, em articulação com as envolventes, numa dimensão adequada
que permita a avaliação qualitativa da solução;
r) Faixa de rodagem: parte do arruamento constituída por uma ou mais vias de tráfego;
s) Fração autónoma: a unidade independente, distinta e isolada entre si, com saída própria para
uma parte comum de um prédio ou para a via pública que constitua parte integrante de um edifício ou
conjunto de edifícios constituído em propriedade horizontal;
t) Infraestruturas: em termos urbanísticos, designa tudo aquilo que diz respeito, como
complemento, ao funcionamento correto do habitat, compreendendo, nomeadamente, a rede viária,
incluindo a sinalização horizontal e vertical (espaço construído destinado à circulação de pessoas e
viaturas) e o estacionamento, o abastecimento de água, as redes elétrica e de telecomunicações, a rede
de gás, e ainda o saneamento e o escoamento das águas pluviais, bem como os arranjos exteriores;
u) Legalização: o procedimento destinado à regularização legal e regulamentar de operações
urbanísticas executadas sem a adoção do procedimento legal de controlo prévio a que se encontravam
adstritas;
v) Mobiliário urbano: equipamento localizado em espaço público ou privado capaz de contribuir
para o conforto e eficácia dos aglomerados urbanos, nomeadamente, bancos, cabines telefónicas,
recipientes para lixo, abrigos para peões, mapas e cartazes informativos, entre outros;
w) Obras em estado avançado de execução: considera-se, para os efeitos previstos no artigo 88.º do
RJUE, aquelas obras que, no caso de edificações tenham a estrutura concluída e a que, no caso das
obras de urbanização, apenas faltem as pavimentações;
x) Obra em fase de acabamentos: aquelas obras a que, nos caso das edificações, apenas falte executar
as pinturas e assentar as caixilharias e que, no caso das obras de urbanização, apenas falte executar as
pavimentações dos passeios e os arranjos exteriores;
y) Ocupação do espaço público: aproveitamento temporário do espaço público municipal (aéreo,
solo e subsolo) para a realização de operações urbanísticas;
z) Sótão: aproveitamento de vão do telhado para determinado uso;
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aa) Telas finais: peças escritas e desenhadas à escala do projeto entregue que correspondam, em
rigor, à obra executada;
ab) Terraço: Pavimento descoberto sobre edifício ou nível de andar, com ligação aos espaços
interiores do edifício, podendo funcionar como prolongamento dos espaços cobertos;
ac) Varanda: espaço total ou parcialmente aberto, adjacente aos compartimentos interiores de um
edifício e complementares do uso daqueles;
ad) Via e espaço públicos: área de solo do domínio público municipal destinada à presença e
circulação de pessoas e/ou veículos, bem como à qualificação e organização do território,
nomeadamente, caminhos, ruas, avenidas, alamedas, passeios largos, praças, pontes, viadutos, parques,
jardins, lagos, fontes e demais bens municipais não afetos ao domínio privado do município de
Vidigueira.
2 - O restante vocabulário urbanístico utilizado no presente regulamento tem o significado que lhe
é atribuído pelo artigo 2.º do RJUE, pelos instrumentos de gestão territorial em vigor e pelo constante
no Decreto Regulamentar n.º 9/2009, de 29 de Maio.
3 - Os pareceres técnicos e outros documentos elaborados pelos serviços municipais devem
respeitar as designações e correspondentes definições referidas nos números interiores.
CAPÍTULO II
NORMAS TÉCNICAS
Secção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 4.º
Condições gerais de edificação
1 - Nas zonas habitacionais e nas zonas industriais, os loteamentos e/ou as novas edificações devem
respeitar e integrar-se na malha urbana envolvente, garantindo uma solução urbanística adequada ao
local.
2 - É permitida a abertura de novos arruamentos, em processo de loteamento ou de edificações com
impacte relevante se, cumulativamente, se verificarem as seguintes condições:
a) A abertura da nova via contribua claramente para consolidação da malha urbana;
b) O estudo urbanístico apresentado pelo promotor demonstrar ser essa a solução urbanística mais
adequada ao local;
c) Não sejam criadas soluções de impasse.
3 - No licenciamento ou comunicação prévia de edificações que não exijam a criação de novos
arruamentos, deverão ser sempre asseguradas as adequadas condições de acessibilidade de veículos e
peões, devendo prever--se, quando necessário em função da malha urbana e alinhamentos existentes,
a beneficiação do arruamento existente, nomeadamente no que se refere ao traçado e largura do perfil
transversal, à faixa de rodagem e à criação de passeios, baías de estacionamento e arborização.
4 - As operações urbanísticas devem:
a) Valorizar a manutenção, recuperação e reabilitação dos edifícios existentes;
b) Assegurar uma correta integração urbana, física e paisagística, bem como a preservação dos
principais pontos de vistas;
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c) Ser coesas com o tecido urbano envolvente, nomeadamente ao nível da rede viária e outras infra-
-estruturas, tipologias, cérceas e alinhamentos;
d) Tratar de forma cuidada os limites ou espaços intersticiais entre as novas intervenções e os
prédios confinantes, com especial relevo para a vitalização das charneiras dos diferentes conjuntos
urbanos;
e) Preservar os principais elementos e valores naturais, as linhas de água, os leitos de cheia e a
estrutura verde;
f) Proporcionar espaços públicos exteriores, destinados a circulação ou lazer, que proporcionem
ambientes calmos e seguros;
g) Requalificar os acessos e outros espaços públicos existentes;
h) Beneficiar o enquadramento dos valores paisagísticos, dos edifícios e dos espaços classificados.
Artigo 5.º
Condicionantes patrimoniais, ambientais e arqueológicas
1 - A implantação e volumetria das edificações, a impermeabilização do solo e a alteração do
coberto vegetal, devem prosseguir os princípios de preservação e promoção dos valores arqueológicos,
patrimoniais e naturais do local e do Município de Vidigueira no seu conjunto.
2 - A Câmara Municipal pode, nos termos da lei ou dos instrumentos de gestão territorial aplicáveis,
impedir por condicionantes patrimoniais e ambientais, nomeadamente, arqueológicas, arquitetónicas,
histórico-culturais e paisagísticas, a demolição total ou parcial de qualquer edificação, o corte ou abate
de espécies vegetais ou o movimento de terras.
3 - Sem prejuízo do disposto na Lei de Bases do Património e nas áreas delimitadas nos termos do
Plano Diretor Municipal ou em outro plano municipal de ordenamento do território, deve atender-se
ao seguinte:
a) Nas obras de demolição ou que suponham demolição parcial da construção, deve o Município,
antes da sua aprovação, realizar vistoria para definir os elementos arquitetónicos relevantes que se
devem manter;
b) Nas obras de reconstrução, ampliação, alteração ou conservação, a aprovação do projeto de
arquitetura é condicionada por eventuais achados arqueológicos, nos seguintes termos:
i) No alvará de licenciamento ou na admissão de comunicação prévia da obra, constará a
obrigação desta ficar sujeita a intervenção arqueológica de técnico credenciado, que deve elaborar
estudos caracterizadores do potencial patrimonial do local;
ii) Após a intervenção arqueológica deve ser anexado ao processo da obra o relatório do
arqueólogo.
Artigo 6.º
Compatibilidade de usos e atividades
As utilizações, ocupações ou atividades a instalar não podem:
a) Produzir ruídos, fumos, cheiros, poeiras ou resíduos que afetem de forma significativa as
condições de salubridade ou dificultem a sua melhoria, quando na proximidade de áreas habitacionais;
b) Perturbar as normais condições de trânsito e de estacionamento ou provocar movimentos de
cargas e descargas que prejudiquem as condições de utilização da via pública, sem que estejam
estudadas e previstas as medidas corretivas necessárias;
c) Acarretar riscos de incêndio ou explosão;
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d) Prejudicar a salvaguarda e valorização do património classificado ou de reconhecido valor
cultural, estético, arquitetónico, paisagístico ou ambiental;
e) Corresponder a outras situações de incompatibilidade que a lei geral considere como tal.
Artigo 7.º
Níveis máximos de ruído
O licenciamento ou a admissão de comunicação prévia das operações urbanísticas está sujeito às
condições especiais relativas ao ruído previstas no Regulamento Geral do Ruído, bem como nos Mapas
de Ruído do concelho de Vidigueira.
Artigo 8.º
Resíduos de construção e demolição
1 - Não obstante as exigências previstas em legislação especial e no Regulamento de Resíduos
Sólidos, Higiene e Limpeza Públicas do concelho de Vidigueira, os projetistas devem indicar no projeto o
volume de resíduos que se prevê produzir.
2 - Deve ser igualmente indicado o local de depósito dos resíduos, sendo este obrigatoriamente
licenciado para tal.
3 - Antes da emissão da autorização de utilização ou do indeferimento ou arquivamento do
processo se não houver lugar à emissão desta, deve o requerente fazer prova da entrega dos resíduos
em local de depósito licenciado.
Artigo 9.º
Depósito de resíduos sólidos urbanos
Sem prejuízo do disposto em regulamentação especial e no Regulamento de Resíduos Sólidos,
Higiene e Limpeza Públicas do concelho de Vidigueira, os projetos de qualquer operação urbanística
devem prever um espaço destinado ao depósito e recolha de resíduos sólidos, dimensionado de acordo
com o tipo de ocupação em causa e aprovado pela Câmara Municipal.
Secção II
EDIFICAÇÃO
SUBSECÇÃO I
Da Construção
Artigo 10.º
Muros e vedações
1 - Sem prejuízo do previsto em legislação específica, bem como em disposições constantes de
planos municipais de ordenamento do território ou em loteamentos aprovados, os muros de vedação
confinantes ou não com a via pública não podem ter uma altura superior a 2 metros em alvenaria.
2 – Sem prejuízo do disposto no número anterior, os muros não confinantes com a via pública
poderão elevar-se até a altura de 3 metros através da utilização de sebes, estruturas metálicas ou redes
de arame não farpado, desde que salvaguardados os aspetos regulamentares relativos às edificações
vizinhas.
3 - Em situações devidamente justificadas, designadamente pela topografia do terreno ou relação
com a envolvente, poderão ser aceites soluções diferentes das indicadas nos números anteriores.
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4 - Não é permitida a utilização de lanças, picos ou outros materiais cortantes ou perfurantes.
Artigo 11.º
Cotas de soleira
1 - Todos os projetos de edificação devem definir em corte as cotas de soleira referenciadas aos
passeios ou arruamentos confinantes.
2 - É proibido o início de construção de qualquer edificação sem que as cotas de soleira sejam
confirmadas, e registadas em livro de obra, pelo técnico responsável da obra e pelos serviços de
fiscalização da Câmara Municipal.
Artigo 12.º
Alinhamento das edificações
1 - O alinhamento das edificações será, em regra, apoiado numa linha paralela ao eixo das vias que
delimitam o terreno, e em relação ao qual devem ser definidos e cumpridos os afastamentos das
edificações relativamente às vias.
2 - O alinhamento das edificações deverá ainda, em regra, respeitar o alinhamento das edificações
preexistentes e/ou confinantes de modo a garantir uma correta integração urbanística e arquitetónica,
devendo o respeito desse alinhamento ser materializado por elementos construtivos que façam parte
integrante da construção pretendida e que, volumetricamente, a tornem respeitadora do alinhamento
definido.
3 - Quando haja interesse na defesa dos valores paisagísticos ou patrimoniais, podem ser exigidas,
devidamente fundamentadas, outras soluções para os alinhamentos das edificações.
Artigo 13.º
Vãos
1 – Sem prejuízo do disposto no número seguinte, em todo o concelho de Vidigueira devem
observar-se as seguintes regras:
a) Nas fronteiras dos pavimentos térreos sobre a via pública não são permitidas:
i) Portadas, janelas, portas ou portões abrindo para a via pública ou correndo à face exterior da
fachada;
ii) Janelas com grades salientes;
b) Nos materiais a aplicar nos vãos permite-se a utilização de madeira envernizada ou pintada,
metal, alumínio termolacado ou PVC;
c) Nas janelas, janelas de sacada, portadas, portões, portas e respetivos aros, as cores
recomendadas são as cores tradicionais do concelho;
d) Permite-se a colocação de postigo nas portas desde que ambos tenham a mesma cor;
e) É proibida a aplicação de alumínio anodizado.
2 – Na Zona Antiga do perímetro urbano das Vilas de Vidigueira e de Vila de Frades, devem ainda
observar-se as seguintes regras:
a) Nos casos de restauro ou de recuperação de edifícios, deverão ser mantidos os tipos de portas e
janelas tradicionais;
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b) Nos casos de construções novas ou de ampliações das existentes, no desenho dos vãos deverá
preferencialmente ser respeitada a métrica e as proporções dos vãos dos edifícios que constituem a
envolvente;
c) A maior dimensão dos vãos deverá preferencialmente ser disposta verticalmente;
d) Uma possível alteração do material e da forma dos vãos existentes deverá ser objeto de
autorização prévia;
e) É recomendável que o obscurecimento de vãos seja feito através de portadas interiores.
Artigo 14.º
Corpos balançados utilizáveis
Nas fachadas dos edifícios contíguos a espaço público é permitida a utilização do espaço aéreo
público por corpos balançados utilizáveis, nomeadamente varandas, compartimentos ou partes de
compartimentos desde que tenham até 50 cm de avanço e seja garantida uma altura mínima de
passagem de 2,70 m, não podendo em caso algum ultrapassar a largura máxima do passeio.
Artigo 15.º
Empenas e fachadas
1 - Os paramentos das empenas laterais não colmatáveis, ou colmatáveis por encostos de
construções futuras, devem ter tratamento adequado, nomeadamente no que se refere à
impermeabilização e aspetos estéticos.
2 – No que diz respeito à aplicação de cor, deve respeitar-se o seguinte:
a) É obrigatório a pintura das empenas;
b) A cor base das empenas e fachadas é o branco;
c) Todos os elementos decorativos nas empenas e fachadas, nomeadamente os socos, barras,
emolduramentos, alizares e cunhais deverão ser pintados na mesma cor e as cores recomendadas são
as cores tradicionais do concelho.
3 – No que diz respeito à aplicação de materiais, deve respeitar-se o seguinte:
a) As empenas e fachadas deverão ter acabamento do tipo reboco fino ou areado fino, ou do tipo
roscone, proibindo-se expressamente o acabamento rugoso do tipo Tirolês;
b) Poderá ser aplicado mármore e granito da região, xisto ou calcário, não polidos, com acabamento
a pico fino nos socos, emolduramentos e cunhais;
c) Os socos, emolduramentos e cunhais também poderão ser em reboco saliente, de argamassa de
cimento e areia.
d) É expressamente proibida a aplicação de material cerâmico ou imitação de pedra, de
desperdícios de mármore, bem como de azulejos.
Artigo 16.º
Coberturas
1 – Regra geral e sem prejuízo do disposto no n.º 3, nas coberturas com telha só pode ser aplicada
telha cerâmica tradicional de barro vermelho, não vidrado, apenas do tipo “Telha de Canudo” ou do
tipo “Telha Lusa”.
2 – Nos edifícios abrangidos pelo número anterior, os beirados confinantes com a via pública ou
visíveis a partir desta são executados em telha de canudo.
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3 – Nas edificações de cariz industrial, tais como armazéns, casões agrícolas e afins, é permitida a
aplicação de fibrocimento ou chapas onduladas à vista, desde que a face visível seja da cor de barro
vermelho.
4 - As clarabóias existentes devem ser conservadas e mantidas na sua forma original.
5 - Na Zona Antiga do perímetro urbano da Vila de Vidigueira e de Vila de Frades, devem ainda
observar-se as seguintes regras:
a) No revestimento das coberturas só poderá ser aplicada telha cerâmica tradicional de barro
vermelho, não vidrado de tipo “Telha de Canudo” ou outra similar que tenha a mesma imagem estética
da telha de canudo;
b) Será autorizado o uso de telha de tipo “Telha Lusa” desde que já exista na cobertura à razão de
25% e se justifique o seu aproveitamento em obras de conservação, alteração ou ampliação. Este
pressuposto, para ser válido, terá de ser verificado pela fiscalização municipal e ser alvo de relatório a
comprovar a situação;
c) Na reparação de coberturas de telha tipo “Telha de Canudo”, deverão preferencialmente ser
reutilizadas as telhas existentes, desde que se encontrem em bom estado e, após limpeza e tratamento,
poderão ser utilizadas telhas novas nos canais e as velhas nas cobertas, para que o edifício se integre
harmoniosamente no conjunto urbano de que faz parte.
SUBSECÇÃO II
Elementos e espaços ligados à construção
Artigo 17.º
Alterações de fachada
1 – É interdito o encerramento das áreas destinadas a varandas ou terraços das edificações, nas
fachadas confinantes com a via pública ou visíveis a partir desta, exceto quando devidamente
fundamentado e aprovado pela Câmara Municipal.
2 – Não é permitida a instalação de equipamentos de instalações mecânicas, de climatização, ou de
telecomunicações no exterior de edifícios que penalizem as qualidades espácio-formais do conjunto ou
a leitura dos elementos arquitetónicos.
3 - Não é permitida a colocação de telas isolantes exteriores com revestimento de alumínio em
empenas de edifícios.
Artigo 18.º
Colocação de equipamentos nas fachadas e coberturas dos edifícios
1 - A fim de não descaracterizar a imagem arquitetónica, os projetos relativos a obras de
construção, reconstrução, ampliação, alteração e conservação dos edifícios devem prever:
a) Espaços para colocação de equipamentos de infraestruturas, nomeadamente, aparelhos de ar
condicionado, exaustão, ventilação, aquecimento, chaminés e outros, de forma a que, sempre que
possível, quando colocados, não sejam visíveis a partir do espaço público;
b) Calhas internas, para instalação dos cabos de telefones, TV, eletricidade e outros, devendo ser
requerida, às respetivas entidades, a mudança dos cabos para o interior daquelas;
c) A localização nos alçados, das diferentes caixas de ligação às redes de infraestruturas e respetiva
aparelhagem e contagem.
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2 – Serão admissíveis exceções ao disposto no número anterior sempre que tal seja devidamente
fundamentado e outra solução não seja possível.
3 - Os projetos dos edifícios plurifamiliares contemplarão somente antenas coletivas de TV, sendo
interdita a instalação de antenas individuais.
Artigo 19.º
Tubos de queda e caleiras
1 - A instalação de tubos de queda nas paredes confinantes com a via pública ou visíveis a partir
desta, deve obedecer às seguintes condições:
a) Devem ser colocados no interior das paredes;
b) Devem ficar ligados à rede pluvial, através de caixas de pavimento ou, no caso de não existir
passeio ou rede pluvial, através de curva do tubo que encaminhe as águas no sentido do escoamento.
2 - Não é permitida a execução de caleiras exteriores nas paredes confinantes com a via pública.
Artigo 20.º
Indicação da toponímia
1 - Aquando da apresentação dos projetos para obras de urbanização deverão ser propostos os
locais, formas de colocação e modelos das placas toponímicas para novos arruamentos, sujeitos a
apreciação da Câmara Municipal, podendo ser imposta a aplicação de modelos definidos pela
autarquia.
2 - Com a execução das infraestruturas em operações de loteamento deverão ser colocadas as
placas indicativas dos nomes dos novos arruamentos, devendo previamente o requerente solicitar à
Câmara Municipal a atribuição dos respetivos nomes.
SUBSECÇÃO III
Execução e utilização
Artigo 21.º
Execução de obras de edificação
1 - As obras de edificação devem ser concluídas no prazo proposto pelo interessado, que não deverá
exceder a seguinte calendarização, salvo exceções devidamente justificadas:
a) 2 anos, quando a edificação apresente uma área total de pavimento inferior a 500 m2;
b) 3 anos, quando a edificação apresente uma área total de pavimento igual ou superior a 500 m2.
2 - As condições de execução das obras de edificação serão as apresentadas pelo interessado,
devendo respeitar o disposto no presente Regulamento e demais normas legais e regulamentares em
vigor.
3 - Por razões de interesse público, a Câmara Municipal poderá alterar os prazos e condições de
execução previstos neste artigo.
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Artigo 22.º
Condições à alteração da utilização dos edifícios
A alteração do uso dos edifícios, nomeadamente de habitação para comércio ou serviços, está
condicionada pela legislação em vigor e às seguintes exigências:
a) À compatibilidade dos novos usos com a função habitacional existente no próprio edifício e nos
edifícios adjacentes, nos termos do artigo 6.º;
b) Ao cumprimento das regras de estacionamento definidas no presente Regulamento;
c) À capacidade das vias de acesso, existente ou prevista;
d) À vivência resultante, a fim de evitar ou diminuir os efeitos negativos da excessiva terciarização
das zonas habitacionais.
Secção III
URBANIZAÇÃO
SUBSECÇÃO I
ÁREAS, CEDÊNCIAS E COMPENSAÇÕES
Artigo 23.º
Áreas para espaços verdes e de utilização coletiva, infraestruturas e equipamentos
1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 44.º do RJUE, devem prever-se áreas públicas e/ou privadas
destinadas à implantação de espaços verdes e de utilização coletiva, infraestruturas e equipamentos no
âmbito das operações de loteamento ou suas alterações, das operações urbanísticas com impacte
relevante ou das operações com impacte semelhante a loteamento.
2 - As áreas referidas no número anterior devem obedecer aos parâmetros definidos no plano
municipal de ordenamento do território aplicável à realização da operação urbanística, sendo que, na
ausência dos parâmetros nele referidos, continuam a vigorar os fixados na Portaria n.º 216-B/2008, de
3 de Março.
3 - As áreas destinadas a espaços verdes e de utilização coletiva e a equipamentos de utilização
coletiva devem ter acesso direto a arruamentos e a sua localização deve contribuir para a qualificação
do espaço urbano onde se integram e para o bem-estar da população instalada ou a instalar.
4 - As áreas destinadas a espaços verdes e de utilização coletiva e a equipamentos de utilização
coletiva a ceder para o domínio público, devem constituir, pela sua dimensão, implantação e demais
características, unidades autónomas e identificáveis.
Artigo 24.º
Implantação de equipamentos de utilização coletiva
As áreas de cedência para equipamentos de utilização coletiva devem localizar-se:
a) Em áreas estratégicas da malha urbana;
b) Em áreas livres de restrições que condicionem a sua utilização, designadamente:
i) Em áreas que não possuam topografia acentuada, servidões ou restrições de utilidade pública;
ii) Em áreas de utilização pública;
iii) Junto à estrutura verde.
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Artigo 25.º
Execução e gestão dos espaços verdes e de utilização coletiva
1 - A execução dos espaços verdes e de utilização coletiva é da responsabilidade do promotor da
operação urbanística.
2 - A execução prevista no número anterior sujeita-se às condições impostas pela Câmara
Municipal, em conformidade com o projeto de intervenção paisagística, que deverá ser elaborado de
acordo com os princípios estabelecidos no presente capítulo.
3 - As condições de conservação e manutenção dos espaços verdes e de utilização coletiva são
fixadas aquando do licenciamento ou admissão da comunicação da operação urbanística, podendo
abranger a celebração de acordos de cooperação ou de contratos de concessão, no caso dos espaços
cedidos ao Município.
Artigo 26.º
Cedências
1 - Os interessados na realização de operações de loteamento cedem gratuitamente ao município as
parcelas de terreno para espaços verdes públicos e equipamentos de utilização coletiva e as
infraestruturas que, de acordo com a lei e a licença ou a admissão da comunicação prévia para a
realização de operação de loteamento, devam integrar o domínio municipal, integração essa que se
fará, tratando-se de licenciamento, automaticamente com a emissão do alvará, ou, tratando-se de
admissão de comunicação prévia, através de instrumento notarial próprio a realizar no prazo de 20
dias após a admissão.
2 - O disposto no número anterior é ainda aplicável aos pedidos de licenciamento ou à admissão de
comunicação prévia para a realização de obras de edificação nas situações referidas no n.º 5 do artigo
44.º e no n.º 5 do artigo 57.º do RJUE, nomeadamente, quando esteja em causa a realização de
operações urbanísticas com impacte relevante ou com impacte semelhante a operação de loteamento
definidas nos termos do artigo 66.º do presente Regulamento.
Artigo 27.º
Compensação
1 - Se o prédio a lotear já estiver dotado de todas as infraestruturas ou não se justificar a localização
de qualquer equipamento ou espaço verde públicos, não há lugar a cedências para esses fins, ficando,
no entanto, o proprietário obrigado ao pagamento de uma compensação ao município.
2 - O disposto no número anterior é ainda aplicável às operações de loteamento em que os espaços
verdes e de utilização coletiva, as infraestruturas viárias e os equipamentos sejam de natureza privada,
nos termos previstos no n.º 4 do artigo 43.º do RJUE.
3 - A compensação poderá ser paga em numerário, nos termos do disposto no artigo seguinte, ou
em espécie, nos termos do artigo 29.º do presente Regulamento.
4 - O disposto nos números anteriores é ainda aplicável aos pedidos de licenciamento ou à
admissão de comunicação prévia para a realização de obras de edificação, nas situações referidas no
n.º 5 do artigo 44.º e no n.º 5 do artigo 57.º do RJUE, nomeadamente, quando esteja em causa a
realização de operações urbanísticas com impacte relevante ou com impacte semelhante a operação de
loteamento definidas nos termos do artigo 66.º do presente Regulamento.
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Artigo 28.º
Compensação em numerário
O valor, em numerário, da compensação a pagar ao Município é determinado de acordo a fórmula e
os valores constantes na Tabela de Taxas anexa ao Regulamento de Taxas e Preços do Município da
Vidigueira em vigor.
Artigo 29.º
Compensação em espécie
1 - A compensação em espécie é definida pela Câmara Municipal, por sua iniciativa ou sob proposta
do requerente, com valor equivalente à compensação em numerário.
2 - Feita a determinação do montante total da compensação a pagar e tendo sido feita a opção de se
realizar esse pagamento em espécie, haverá lugar à avaliação dos imóveis, lotes, prédios urbanos ou
prédios rústicos a ceder ao Município, e o seu valor será obtido com recurso ao seguinte mecanismo:
a) A avaliação será efetuada por uma comissão composta por três elementos, sendo dois nomeados
pelo Município e o terceiro pelo promotor da operação urbanística;
b) As decisões da comissão serão tomadas por maioria absoluta dos votos dos seus elementos.
3 - Quando se verificarem diferenças entre o valor calculado para a compensação devida em
numerário e o valor dessa compensação a entregar em espécie, as mesmas serão liquidadas da
seguinte forma:
a) Se o diferencial for favorável ao Município, será o mesmo pago em numerário pelo promotor da
operação urbanística;
b) Se o diferencial for favorável ao promotor, ser-lhe-á o mesmo entregue pelo Município;
4 - Se o valor proposto no relatório final da comissão referida no nº 2 do presente artigo não for
aceite pelo Município ou pelo promotor da operação urbanística, recorrer-se-á a uma comissão
arbitral, que será constituída nos termos do artigo 118.º do RJUE.
5 - A Câmara Municipal reserva-se o direito de não aceitar proposta de compensação em espécie
sempre que tal se mostre conveniente para a prossecução dos interesses públicos.
6 - Quando a compensação for efetuada através da cedência de terrenos exteriores ao prédio a
lotear, estes integrarão o domínio privado municipal, podendo ser afetados a qualquer fim julgado
conveniente pela Câmara Municipal.
Artigo 30.º
Taxa pela realização, manutenção e reforço de infraestruturas urbanísticas (TRIU)
1 - A taxa pela realização de infraestruturas urbanísticas (TRIU) é devida pela realização de
operações urbanísticas, sendo dirigida a servir de contrapartida dos investimentos municipais com a
realização, manutenção ou reforço de infraestruturas e equipamentos urbanos.
2 – A TRIU é devida no licenciamento ou admissão de comunicação prévia das operações
urbanísticas que pela sua natureza impliquem um acréscimo de encargos públicos de realização,
manutenção e reforço das infraestruturas, nomeadamente nos seguintes casos:
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a) Operações de loteamento, operações urbanísticas com impacte relevante ou com impacte
semelhante a operação de loteamento;
b) Obras de construção ou ampliação em área não abrangida por operação de loteamento;
c) Obras de urbanização.
3 - O valor da TRIU, em numerário, é determinado de acordo com a fórmula e os valores constantes
na Tabela de Taxas anexa ao Regulamento de Taxas e Preços do Município da Vidigueira em vigor.
4 - O valor da TRIU é objeto de isenção ou redução proporcional ao valor do encargo que o
interessado se disponha a suportar na realização, manutenção ou reforço de infraestruturas ou
serviços gerais em sede de reapreciação do projeto de decisão do indeferimento do pedido de licença
administrativa.
5 - A assunção da obrigação prevista no número anterior implica a celebração de um contrato que
regule as obrigações do requerente e a prestação de uma caução adequada a favor da Câmara
Municipal, mediante garantia bancária autónoma à primeira solicitação, depósito em dinheiro, seguro-
caução, ou garantia real sobre bens imóveis propriedade do requerente.
6 – A TRIU não é devida aquando da emissão do alvará relativo a obras se a mesma já tiver sido
paga previamente aquando do licenciamento da correspondente operação de loteamento e
urbanização.
7 - A TRIU não é devida tratando-se de renovação de licença ou comunicação prévia que,
entretanto, haja caducado, desde que seja junto ao pedido de renovação comprovativo do seu
pagamento no âmbito do procedimento anterior.
SUBSECÇÃO II
REQUISITOS TÉCNICOS
Artigo 31.º
Movimentação de terras
1 - Nas operações de loteamento, durante a execução das obras de urbanização, a movimentação de
terras deve incluir a modelação dos lotes de acordo com o projeto aprovado, com exceção da
respeitante aos pisos em cave.
2 - A movimentação de terras a efetuar deve limitar-se ao estritamente necessário, respeitando a
legislação existente e salvaguardando a modelação do terreno envolvente.
Artigo 32.º
Armários e quadro técnicos
1 - Sempre que seja necessário instalar armários ou quadros técnicos na via pública, estes
equipamentos não podem constituir obstáculo ao uso pleno do espaço, devendo ser,
preferencialmente, embutidos nos pavimentos, nos muros ou nas paredes adjacentes, com acabamento
exterior idêntico ao existente no local, sendo obrigatória a manutenção de um corredor livre de
obstáculos com a largura mínima de 1,20 metros.
2 - Nas situações em que a instalação se verifique em espaços verdes públicos ou outros espaços do
domínio municipal com interesse patrimonial, ambiental ou paisagístico, deverá ser assegurado o
devido enquadramento urbanístico dos equipamentos em causa.
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Artigo 33.º
Postos de transformação
Enquanto não existir um projeto tipo nos serviços municipais, devem apresentar-se previamente,
no âmbito dos pedidos de licenciamento ou comunicação prévia, para análise urbanística e
arquitetónica, os elementos escritos e desenhados que definam a solução pretendida e a sua relação
com a envolvente, bem como a caracterização dos materiais de revestimento e das cores a utilizar.
Artigo 34.º
Localização dos estacionamentos
1 - Os lugares de estacionamento público devem agrupar-se ao longo dos arruamentos, próximo do
edifício ou lote, de forma a não prejudicar a definição e continuidade dos espaços ajardinados e
arborizados e a circulação de pessoas e rodoviária nas áreas adjacentes.
2 - Os lugares de estacionamento privados e de serviço devem localizar-se no interior do lote ou
edifício a licenciar.
3 - A Câmara Municipal pode autorizar a materialização parcial ou total dos estacionamentos
noutros locais funcionalmente próximos, mediante a apresentação de estudo de tráfego que avalie a
acessibilidade e mobilidade nos espaços envolvidos.
4 – O estudo de tráfego referido no número anterior deve conter:
a) A acessibilidade do local, em relação ao transporte individual e coletivo;
b) O esquema de circulação na área de influência direta do empreendimento;
c) Os acessos aos prédios que são motivo da operação urbanística;
d) A capacidade das vias envolventes;
e) A capacidade de estacionamento nos prédios em causa e nas vias que constituem a sua
envolvente imediata;
f) O funcionamento das operações de carga e descarga, quando aplicável;
g) O impacte gerado pela operação urbanística na rede viária;
h) As propostas de alteração na organização e características funcionais das diversas componentes
dos subsistemas de transportes afetados, nomeadamente ao nível das redes viárias e pedonais;
i) A proposta geral de colocação de sinalização vertical e horizontal.
SUBSECÇÃO III
EXECUÇÃO E CONCLUSÃO DAS OBRAS
Artigo 35.º
Contratos de urbanização
Nos termos do artigo 55.º do RJUE, a realização de obras de urbanização pode ser condicionada à
celebração de contratos de urbanização com a Câmara Municipal, sempre que haja vários
intervenientes e responsáveis pela sua execução.
Artigo 36.º
Execução de obras de urbanização e caução
1 - As obras de urbanização devem ser concluídas no prazo proposto pelo interessado, que não
deverá exceder a seguinte calendarização, salvo exceções devidamente justificadas:
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a) 2 anos, quando o valor estimativo das obras de urbanização seja inferior a € 1.000.000 (um
milhão de euros);
b) 3 anos, quando o valor estimativo das obras de urbanização seja igual ou superior a € 1.000.000
(um milhão de euros) e inferior a € 2.000.000 (dois milhões de euros);
c) 4 anos, quando o valor estimativo das obras de urbanização seja igual ou superior a € 2.000.000
(dois milhões de euros).
2 - A Câmara Municipal poderá alterar os prazos de execução previstos no número anterior, nos
termos do n.º 7 do artigo 53.º do RJUE.
3 - O requerente ou comunicante presta caução destinada a garantir a boa e regular execução das
obras de urbanização.
4 - A caução referida no número anterior é prestada a favor da Câmara Municipal, mediante
garantia bancária autónoma à primeira solicitação, depósito em dinheiro, seguro-caução, ou garantia
real sobre bens imóveis propriedade do requerente.
5 - O montante da caução é igual ao valor constante dos orçamentos para execução dos projetos das
obras a executar, eventualmente corrigido pela Câmara Municipal com a emissão da licença, a que
pode ser acrescido um montante, não superior a 5 % daquele valor, destinado a remunerar encargos
de administração caso se mostre necessário aplicar o disposto nos artigos 84.º e 85.º do RJUE.
6 – O reforço ou a redução do montante da caução a efetuar nos termos das alíneas a) ou b) do n.º 4
do artigo 54.º do RJUE, não dá lugar à emissão de novo alvará ou à apresentação e admissão de nova
comunicação.
Artigo 37.º
Receção provisória e definitiva das obras de urbanização
1 - A conclusão das obras de urbanização deve ser comunicada à Câmara Municipal.
2 - É da competência da Câmara Municipal deliberar sobre a receção provisória e definitiva das
obras de urbanização após a sua conclusão e o decurso do prazo de garantia, respetivamente, mediante
requerimento do interessado.
3 - A receção é precedida de vistoria, a realizar por uma comissão, da qual fazem parte o
interessado ou um seu representante e, pelo menos, dois representantes da Câmara Municipal.
4 - À receção provisória e definitiva, bem como às respetivas vistorias, é aplicável, com as
necessárias adaptações, o regime aplicável à receção provisória e definitiva das empreitadas de obras
públicas.
5 - Em caso de deficiência das obras de urbanização, como tal assinaladas no auto de vistoria, se o
titular das obras de urbanização não reclamar ou vir indeferida a sua reclamação e não proceder à sua
correção no prazo para o efeito fixado, a Câmara Municipal procede em conformidade com o disposto
no artigo 84.º do RJUE.
6 - O prazo de garantia das obras de urbanização é de cinco anos.
Artigo 38.º
Garantia da obra
1 - Até à receção definitiva da obra são da inteira responsabilidade da entidade promotora os
prejuízos que advenham, para o interesse público ou para terceiros, por causa imputável à realização
dos trabalhos e sua manutenção.
2 - Sempre que, no decorrer do prazo de garantia, se verifiquem anomalias que prejudiquem a
normal circulação do trânsito, a correção deve ser realizada de acordo com os procedimentos referidos
no artigo anterior.
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3 - Em caso de incumprimento do disposto no número anterior a Câmara Municipal pode substituir-
se ao dono da obra, nos termos previstos no presente Regulamento.
Artigo 39. º
Livro de obra
1 - O livro de obra deve respeitar as exigências previstas na Portaria aplicável.
2 - O livro de obra deve ser entregue nos serviços da Câmara Municipal para ser apenso ao
procedimento de licenciamento ou de admissão de comunicação prévia até trinta dias após a conclusão
das obras, sob pena de sancionamento contra-ordenacional.
SECÇÃO IV
OCUPAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Subsecção I
Ocupação para fins urbanísticos
Artigo 40.º
Regras gerais de ocupação do espaço público
A ocupação do espaço público implica a observância das seguintes condições:
a) Deve ser sinalizada e restringir-se ao estritamente necessário, de forma a não prejudicar o
trânsito de veículos e de peões e a minimizar os danos estéticos, urbanísticos ou de utilização do
espaço público;
b) Deve ser efetuada a reparação integral dos danos ou prejuízos decorrentes da ocupação;
c) Devem ser repostas as boas condições de utilização imediatamente após a execução das obras ou
decorrido o prazo de validade da licença.
Artigo 41.º
Licenciamento municipal
1 - A ocupação do espaço público está sujeita a licenciamento municipal.
2 - O pedido de licenciamento da ocupação do espaço público decorrente da execução de operações
urbanísticas é instruído com os seguintes elementos:
a) O requerimento que contenha as seguintes indicações:
i) Área a ocupar;
ii) Duração da ocupação;
iii) Descrição dos materiais, equipamentos e estruturas de apoio;
iv) Identificação do processo de obras a que respeita a pretensão.
b) Planta à escala 1/100 ou superior, devidamente cotada e com a demarcação da área a ocupar.
3 - Caso não exista processo de obras, o licenciamento deverá ser acompanhado de plantas de
localização à escala adequada, com indicação precisa da localização do prédio, a fornecer pela Câmara
Municipal.
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4 - O pedido de licença de ocupação do espaço público deve ser efetuado no momento do pedido de
emissão de alvará de obras, em caso de operações urbanísticas sujeitas a licenciamento, ou da
apresentação da comunicação prévia, em caso de realização de operações urbanísticas sujeitas a
comunicação prévia.
5 - O alvará de licença de ocupação do espaço público, sem o qual não poderá ser efetuada a
ocupação, é emitido após a apresentação do comprovativo do pagamento da taxa, cauções devidas,
apólice de seguro que cubra a responsabilidade pela reparação dos danos emergentes de acidentes de
trabalho e termo de responsabilidade assinado pelo técnico responsável, quando necessário montar
andaimes ou outras estruturas.
6 - O prazo previsto para a ocupação do espaço público não pode exceder o prazo previsto para a
execução da respetiva operação urbanística.
Artigo 42.º
Stands de venda
1 - A instalação de stands de venda de lotes, edifícios ou suas frações autónomas carece de
licenciamento municipal.
2 - O pedido de licenciamento referido no número anterior deve ser acompanhado de um plano
geral de ocupação prevendo o número e a localização dos stands.
3 - Os stands de venda estão sujeitos ao pagamento das respetivas taxas anuais previstas na Tabela
de Taxas anexa ao Regulamento de Taxas e Preços do Município da Vidigueira em vigor.
Artigo 43.º
Indeferimento do pedido de licenciamento de ocupação da via pública
O pedido de licenciamento de ocupação da via pública é indeferido quando:
a) Da ocupação requerida resultem prejuízos para o trânsito, segurança de pessoas e bens e estética
das povoações ou beleza da paisagem;
b) A ocupação resulte de operação urbanística embargada não licenciada ou admitida, quando
exigível;
c) A ocupação viole as normas legais e regulamentares aplicáveis;
d) A ocupação ou a natureza dos materiais a manusear seja suscetível de danificar as
infraestruturas existentes, salvo se for prestada caução.
Subsecção II
Disposições técnicas
Artigo 44.º
Tapumes
1 - Em todas as obras é obrigatória a montagem de tapumes ou resguardos, que tornem inacessível,
aos transeuntes, a área destinada aos trabalhos.
2 - Os tapumes devem:
a) Ser em material resistente, de preferência metálicos, com desenho e execução cuidada;
b) Ter a altura mínima de 2,20 m, devendo existir uma faixa opaca, de pelo menos 0,50 m em toda a
sua extensão, que impeça a saída ou escorrência de materiais para a via pública;
c) Ter portas de acesso a abrir para dentro;
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d) Ter cabeceiras pintadas com faixas refletoras alternadas, de cor branca e vermelha e com
sinalização noturna, luminosa;
e) Se necessário, prever a construção de passagem pedonal devidamente protegida.
3 - Nas ruas onde existam bocas-de-incêndio ou de rega, os tapumes são executados de forma a que
aqueles fiquem acessíveis a partir da via pública.
4 - É proibido utilizar o espaço exterior ao tapume.
5 - Todas as máquinas e materiais utilizados na execução das obras, bem como os amassadouros e
depósitos de entulhos, devem ser colocados no interior do tapume.
Artigo 45.º
Andaimes
Os andaimes colocados nas fachadas confinantes com a via pública devem ser revestidos na vertical,
a toda a altura, pelo lado de fora e nas cabeceiras, com redes de malha fina ou telas plásticas que, com
segurança, impeçam a queda de materiais, detritos ou quaisquer utensílios para fora da sua prumada.
Artigo 46.º
Proteção de árvores e mobiliário urbano
1 - As árvores, candeeiros e mobiliário urbano que se encontrem junto à obra devem ser protegidos
com resguardos que impeçam quaisquer danos.
2 - A Câmara Municipal pode determinar a retirada ou a deslocalização do mobiliário urbano,
devendo o requerente, a expensas suas, promover a desmontagem e transporte até ao armazém
municipal ou o seu reposicionamento, bem como a sua recolocação após a conclusão da obra.
Artigo 47.º
Cargas e descargas na via pública
1 - A ocupação da via pública com cargas e descargas de materiais, autobetoneiras e equipamento
de bombagem de betão, só é permitida nas seguintes condições:
a) Durante as horas de menor intensidade de tráfego, por período estritamente necessário à
execução dos trabalhos;
b) Com colocação de sinalização adequada, a uma distância mínima de 5 metros em relação ao
veículo estacionado.
2 - Sempre que se verifiquem transtornos do trânsito, o dono da obra deve recorrer às autoridades
policiais para assegurarem a sua disciplina.
3 - Imediatamente após os trabalhos referidos nos números anteriores, é obrigatória a limpeza da
via pública, com especial incidência nos sumidouros, sarjetas e tampas de caixas de visita.
Artigo 48.º
Condutas de descarga de entulhos
Os entulhos provenientes de pisos superiores devem ser vazados através de conduta fechada e
recebidos em recipientes fechados, sem prejuízo de outra solução devidamente identificada no Plano
de Segurança e Saúde.
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Artigo 49.º
Contentores para depósito de materiais e recolha de entulhos
1 - É permitida a recolha de entulhos em contentores metálicos, os quais devem ser removidos
quando se encontrem cheios ou neles tenha sido depositado qualquer material que possa provocar
insalubridade.
2 - Os contentores não podem ser instalados em local que afete a normal circulação de peões e
veículos, com exceção de casos justificados e desde que sejam adotadas as medidas previstas na
presente Secção.
Subsecção III
Execução de obras no espaço público
Artigo 50.º
Licenciamento
1 - A realização de obras, no domínio público municipal, para instalação de infraestruturas por
entidades públicas, privadas ou concessionárias de serviços públicos, está sujeita a licenciamento
municipal.
2 - O pedido de licenciamento para a execução de obras na via pública deve ser efetuado com uma
antecedência mínima de 20 dias úteis.
3 - Sempre que se preveja a interrupção do trânsito, o requerente deve publicitar essa interrupção
nos meios de comunicação social (em pelo menos um jornal de âmbito local), indicando o local, as
horas e os dias em que tal ocorrerá e os circuitos alternativos.
4 - As obras referidas no n.º 1 não podem ser iniciadas sem que se mostrem pagas as taxas
correspondentes, prestadas as cauções necessárias e apresentado o documento comprovativo da
existência do seguro de responsabilidade civil.
5 - Sem prejuízo das demais normas legais e regulamentares aplicáveis, as obras referidas nos
números anteriores devem ser executadas de acordo com as determinações do presente Regulamento.
6 - A execução de obras no espaço público pré-existente, inseridas e previstas em alvará de
loteamento, deve ser comunicada à Câmara Municipal, com uma antecedência mínima de 20 dias úteis.
Artigo 51.º
Condicionamento e indeferimento do pedido de licenciamento
1 - As características do espaço público podem determinar condições especiais de reposição de
materiais.
2 - O tipo e localização da intervenção a realizar podem obrigar à colocação de tubagens adicionais
(negativos) para instalação futura de outras infraestruturas.
3 - O pedido de licenciamento de execução de obras em espaço público é indeferido quando:
a) As obras provoquem prejuízos para a segurança de pessoas e bens;
b) As obras violem as normas legais e regulamentares aplicáveis.
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Artigo 52.º
Alteração à programação dos trabalhos
1 - Tendo em conta o volume de obra, o trânsito e a importância do local, a Câmara Municipal pode
determinar alterações à programação e execução dos trabalhos, nomeadamente, períodos do dia, dias
da semana e prazos de execução.
2 - Quando, por conveniência do dono da obra, devidamente fundamentada, haja alteração na data
do início da obra ou necessidade de prorrogação do prazo de execução, a alteração deve ser
comunicada à Câmara Municipal, com a antecedência mínima de 5 dias úteis, não podendo os trabalhos
iniciar-se ou prosseguir sem que seja efetuado o aditamento ao alvará.
Artigo 53.º
Reajuste de infraestruturas
Sempre que a Câmara Municipal promova retificações ou recargas de pavimento, constitui
obrigação das entidades com infraestruturas na via pública, a sua reposição ou ajuste em altimetria
e/ou alinhamento, aplicando-se a estas obras o regime previsto para as obras com carácter de
urgência, com as devidas adaptações.
Subsecção IV
OBRAS COM CARÁTER DE URGÊNCIA
Artigo 54.º
Caráter de urgência das obras
São obras com caráter de urgência aquelas que requeiram execução imediata, nomeadamente:
a) Reparação de fugas de água ou gás;
b) Reparações de avarias em cabos;
c) Substituição de postes ou outros elementos, em perigo iminente de queda;
d) Reparação de infraestruturas cujo estado constitua perigo para pessoas e bens.
Artigo 55.º
Início das obras com carácter de urgência
1 - A execução das obras com carácter de urgência pode iniciar-se de imediato, devendo o início das
mesmas ser comunicado à Câmara Municipal, por escrito, até ao primeiro dia útil seguinte ao da
ocorrência da intervenção.
2 - Sempre que a intervenção exija a interrupção do trânsito, a comunicação da situação deve ser
feita de imediato às entidades policiais competentes.
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Subsecção V
IDENTIFICAÇÃO, SINALIZAÇÃO E MEDIDAS DE SEGURANÇA
Artigo 56.º
Identificação da obra
1 - A realização de obras no domínio público municipal, salvo no caso de obras com carácter de
urgência, está sujeita à colocação de painéis em material imperecível, contendo as seguintes
indicações:
a) Identificação do dono da obra;
b) Identificação da entidade e do técnico responsáveis pela execução da obra;
c) Número do alvará do exercício da atividade de construção;
d) Número do alvará de licença ou da admissão da comunicação prévia;
e) Prazo de execução.
2 - Os painéis devem ser colocados em locais bem visíveis, em cada frente de trabalho e junto ao
estaleiro da obra.
3 - Os painéis identificativos devem ser retirados no prazo máximo de 3 dias úteis após a conclusão
dos trabalhos.
Artigo 57.º
Sinalização da obra
1 - O dono da obra é responsável pela ocorrência de qualquer acidente cujas causas lhe sejam
imputáveis.
2 - A sinalização dos trabalhos é da responsabilidade do dono da obra e deve ser feita nos termos
seguintes:
a) De acordo com a legislação em vigor relativa à sinalização de carácter temporário de obras e
obstáculos na via pública, incluindo iluminação noturna;
b) Deve ser retirada do local depois de repostas as condições normais de circulação e
imediatamente após a conclusão dos trabalhos.
3 - Na fase de colocação da sinalização deve o promotor comunicar o início dos trabalhos à Câmara
Municipal, por escrito, e com uma antecedência mínima de 5 dias úteis.
Artigo 58.º
Medidas de segurança
1 - Na execução da obra é obrigatória a adoção de todas as medidas de precaução e disposições
necessárias para garantir a segurança dos trabalhadores e do público e as condições normais do
trânsito na via pública, evitando também danos materiais que possam afetar os bens do domínio
público ou particular.
2 - Os trabalhos devem ser executados de modo a garantir o trânsito pedonal e automóvel, sendo
utilizados todos os meios adequados a manter a segurança e comodidade da circulação,
nomeadamente, passadiços, guardas e outros dispositivos de acesso às propriedades e ligação entre
vias, incluindo, se necessário, a requisição de intervenção de meios policiais.
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3 - A zona dos trabalhos deve ser protegida por tapumes, redes plásticas, guardas ou grades
fabricadas para o efeito, para além da sinalização específica adequada.
4 - O dono da obra deve publicitar a interrupção do trânsito nos meios de comunicação social (em
pelo menos um jornal de âmbito local), indicando o local, as horas e os dias em que tal ocorrerá e os
circuitos alternativos.
CAPÍTULO III
PROCEDIMENTOS DE GESTÃO URBANÍSTICA
SECÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 59.º
Licença, comunicação prévia e autorização de utilização
A realização de operações urbanísticas depende de controlo prévio, que pode revestir as
modalidades de licença, comunicação prévia ou autorização de utilização, nos termos prescritos na lei
e sem prejuízo das exceções nela previstas.
Artigo 60.º
Utilização e ocupação do solo
1 - Está também sujeita a controlo prévio municipal, no âmbito dos procedimentos definidos no
RJUE, a utilização ou ocupação do solo, ainda que com carácter temporário, desde que não seja para
fins exclusivamente agrícolas, pecuários, florestais, mineiros ou de abastecimento público de água.
2 - Encontram-se abrangidas pelo disposto no número anterior todas as utilizações com carácter de
depósito, armazenamento, transformação, comercialização e/ou exposição de bens ou produtos,
incluindo estaleiros, ainda que se trate de áreas que constituam o logradouro de edificações
licenciadas, autorizadas ou admitidas.
Artigo 61.º
Instrução processual
1 - Os pedidos previstos no presente regulamento, referentes a operações urbanísticas, são
instruídos com os elementos referidos na Portaria aplicável.
2 - Os elementos que instruem os processos devem, preferencialmente, ser entregues em formato
PDF ou em formato DWF caso contenham peças desenhadas, sendo obrigatória a apresentação da
planta de implantação em DWG, com autenticação e assinatura eletrónicas quando seja para efeitos da
tramitação informática.
3 - Para apresentação das peças processuais a entregar em suporte digital, deverá ser utilizado
como suporte o CD-ROM, o DVD-ROM ou outro compatível com os meios informáticos da Câmara
Municipal e aceite por esta, nos termos do artigo 8.º-A do RJUE e respetiva Portaria.
4 – Sempre que o pedido seja realizado em suporte digital nos termos dos números anteriores, o
requerente deve ainda entregar um exemplar do processo em formato de papel.
5 - Enquanto o sistema informático previsto no RJUE não se encontrar em funcionamento ou nas
situações da sua inoperacionalidade, o interessado deve também apresentar três cópias do processo
em papel, apensos a capa de arquivo, de formato compatível e em material resistente, e um exemplar
em suporte informático, para a Câmara Municipal, devendo ainda, caso o pretenda, apresentar um
exemplar em formato de papel que será chancelado e devolvido ao interessado.
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6 – Em fase de consulta às entidades, sempre que tal tenha lugar, e o requerente não promova a
consulta por sua iniciativa, e não esteja totalmente operacional o sistema informático a que se refere o
artigo 8.º-A do RJUE, pode a Câmara Municipal solicitar a apresentação de exemplares de qualquer um
dos projetos das especialidades e outros estudos, tantos quantas as entidades a consultar.
7 - Das peças que acompanham os projetos apresentados em papel constarão os elementos
necessários a uma definição clara e completa das características da obra e sua implantação, devendo
obedecer às seguintes regras:
a) Todas as peças escritas devem ser apresentadas em formato A4 (210 × 297 mm), redigidas na
língua portuguesa, numeradas, datadas e assinadas pelo técnico autor do projeto, com exceção dos
documentos oficiais ou suas cópias, e dos requerimentos, que serão assinados pelo dono da obra ou
seu representante legal;
b) Todas as peças desenhadas devem ser apresentadas a tinta indelével, em folha retangular,
devidamente dobradas nas dimensões 0,210 m × 0,297 m (formato A4), em papel de reprodução ou
impressão informática com gramagem compreendida entre as 70 e as 110 g/m2, não devendo ter,
dentro do possível, mais de 0,594 m de altura e possuir boas condições de legibilidade, sendo também
numeradas, datadas e assinadas pelo autor do projeto;
c) As escalas indicadas nos desenhos não dispensam a apresentação das cotas definidoras de vãos,
espessura de paredes, pés-direitos, alturas dos beirados e das cumeeiras;
d) Quaisquer rasuras só serão aceites se forem de pequena monta e estiverem devidamente
ressalvadas na memória descritiva.
8 - Em casos excecionais e devidamente justificados, pode a Câmara Municipal solicitar a entrega de
elementos adicionais, quando considerados necessários à correta definição da pretensão,
designadamente, meios de representação mais aproximados à realidade, tais como maquetas de
estudo e simulação virtual tridimensional, ou dispensar a apresentação de alguns, desde que tal seja
invocado e devidamente justificado pelo técnico autor.
9 - Os elementos instrutórios dos pedidos ou comunicações de realização de operações
urbanísticas, elaborados ou detidos pela autarquia serão fornecidos pelos serviços competentes da
Câmara Municipal, no prazo máximo de 10 dias, mediante o pagamento das taxas previstas no
Regulamento competente.
10 - Caso seja necessário proceder à alteração ou aditamento de peças no processo, devem estas ser
entregues em formato de papel, no número exigível, ou, sempre que possível, em formato digital, com
substituição de todas as peças que integram o projeto.
11 - Os documentos autênticos, apresentados pelos requerentes para comprovar afirmações ou
factos poderão ser devolvidos quando dispensáveis e tal for requerido pelo declarante, devendo ser
feita cópia a expensas deste que integrem o processo.
Artigo 62.º
Informações sobre o início dos trabalhos
1 - Até cinco dias antes do início de qualquer obra, incluindo as obras isentas de controlo prévio e
as obras de escassa relevância urbanística, o promotor informa a câmara municipal dessa intenção
através de comunicação escrita, identificando devidamente a operação que pretende executar,
comunicando também a identidade da pessoa, singular ou coletiva, encarregada da execução dos
mesmos.
2 - No caso de obras de escassa relevância urbanística, o promotor deve informar igualmente o
prazo previsível para conclusão das mesmas, que não deverá ultrapassar noventa dias.
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Artigo 63.º
Notificações e comunicações
Para efeitos do disposto no artigo 121.º do RJUE, considera-se que é possível e adequada a
utilização do correio eletrónico como forma de notificação e comunicação dos atos praticados quando
o requerente ou apresentante o tenha indicado no âmbito do processo administrativo em curso,
devendo ser sempre pedido recibo da entrega de notificação/comunicação.
Secção II
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
Artigo 64.º
Isenção de controlo prévio
1 - Estão isentas de controlo prévio as operações urbanísticas referidas no artigo 6.º do RJUE.
2 - Estão igualmente isentas de controlo prévio as operações urbanísticas promovidas pela
Administração Pública, nos termos do artigo 7.º do RJUE.
3 - A isenção de controlo prévio não desonera que as operações urbanísticas sejam realizadas em
cumprimento da legislação e regulamentação em vigor em matéria de ordenamento do território e da
utilização do solo, nomeadamente, os planos especiais e municipais de ordenamento do território, bem
como do cumprimento e obediência das servidões e restrições de utilidade pública vigentes no
território municipal.
Artigo 65.º
Obras de escassa relevância urbanística
1 - Para além das obras referidas no artigo 6.º-A do RJUE, consideram-se como de escassa
relevância urbanística as seguintes obras:
a) Quaisquer estruturas desde que se localizem no logradouro posterior de edifícios até ao limite de
10 m2;
b) Rampas de acesso para deficientes motores e eliminação de barreiras arquitetónicas, quando
localizadas dentro de logradouros ou edifícios e não afetem a sua estrutura;
c) Poços e tanques de rega distando mais de 20 metros do espaço público;
d) Impermeabilização de terraços;
e) Beneficiação das fachadas, nomeadamente, pintura (sem alteração da cor pré-existente), reboco
e limpeza.
2 - Para efeitos do disposto na alínea e) do n.º 1 do artigo 6.º-A do RJUE, e sem prejuízo da definição
constante da alínea o) do artigo 3.º do presente Regulamento, considera-se equipamento lúdico ou de
lazer aquele cuja instalação consista na demarcação de um espaço no solo, com ou sem pavimentação,
e na instalação de equipamentos sem área coberta, que poderá ser delimitado por muros com altura
máxima de um metro acima do solo.
3 - Todas as intervenções de escassa relevância urbanística a levar a efeito em parcelas onde
existam edificações pré-existentes, deverão adotar as características destas últimas, no que se refere à
linguagem arquitetónica, natureza e cor dos materiais de revestimento.
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4 - O disposto na lei e no presente artigo não isenta a realização das operações urbanísticas nele
previstas da observância das normas legais e regulamentares aplicáveis, nomeadamente as relativas
aos índices máximos de construção e implantação, e da observância das prescrições do loteamento no
qual se insiram.
5 - As obras que se encontrem isentas de controlo prévio encontram-se sujeitas a fiscalização
municipal em conformidade com o disposto nos artigos 93.º e seguintes do RJUE e à eventual aplicação
de medidas de tutela da legalidade.
Artigo 66.º
Operações urbanísticas com impacte relevante
ou com impacte semelhante a operação de loteamento
Para efeitos do disposto no n.º 5 do artigo 44.º do RJUE, consideram-se obras de edificação de
impacte relevante, incluindo neste conceito o de operações urbanísticas que respeitem a edifícios
contíguos e funcionalmente ligados entre si que determinem impactes semelhantes a loteamento, de
acordo com o n.º 5 do artigo 57.º do mesmo diploma legal, toda e qualquer nova construção que
disponha de sete ou mais frações ou unidades independentes, com acesso direto ou autónomo a partir
do espaço exterior.
SECÇÃO III
TRAMITAÇÃO E INSTRUÇÃO
Artigo 67.º
Procedimentos de controlo prévio
1 - São procedimentos de controlo prévio o licenciamento, a comunicação prévia e a autorização de
utilização, cuja tramitação obedece ao disposto no RJUE e, quando aplicável, no presente Regulamento.
2 - Os procedimentos especiais estão sujeitos à tramitação e regras dispostas em legislação especial.
3 - Quando haja lugar à emissão de pareceres por parte de entidades exteriores ao Município,
devem aqueles ser preferencialmente entregues pelo requerente no momento em que dá início ao
procedimento.
Artigo 68.º
Consulta pública
1 - Para efeitos do n.º 2 do artigo 22.º do RJUE, ficam sujeitas a consulta pública as operações de
loteamento, bem como as operações com impacte relevante ou com impacte semelhante a loteamento,
e suas alterações, quando excedam algum dos seguintes limites:
a) A área de terreno objeto de intervenção seja superior a 4 ha;
b) O número de fogos resultante seja superior a 100;
c) A população prevista exceda 10% da população da freguesia, contabilizada no último censo geral
da população.
2 - A consulta pública é anunciada com antecedência mínima de 5 dias a contar da data da receção
do último dos pareceres, autorizações ou aprovações emitidos pelas entidades exteriores ao município
ou do fim do prazo para a sua emissão, sendo a sua duração de 10 dias.
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3 - A consulta pública tem por objeto o projeto de loteamento, que deve ser acompanhado da
informação técnica elaborada pelos serviços municipais bem como dos pareceres, autorizações ou
aprovações emitidos pelas entidades exteriores ao município.
4 – A operação de loteamento ou sua alteração que não exceda qualquer dos limites previstos no n.º
1 encontra-se dispensada de prévia sujeição a consulta pública.
Artigo 69.º
Alterações à licença ou comunicação prévia de loteamento
1 – A alteração à licença de loteamento fica sujeita a consulta pública sempre que sejam
ultrapassados os limites referidos no artigo anterior.
2 – O pedido de alteração da licença de operação de loteamento deve ser notificado aos
proprietários dos lotes constantes do alvará de loteamento, nos termos do nº 3 do artigo 27º do RJUE,
devendo, para o efeito, o requerente identificar os seus proprietários e respetivas moradas, através da
apresentação das certidões da conservatória do registo predial ou de fotocópias não certificadas,
acompanhadas do respetivo recibo.
3 – A notificação tem por objeto o projeto de alteração da licença de loteamento, devendo os
interessados apresentar pronúncia escrita sobre a alteração pretendida, no prazo de 10 dias a contar
da notificação, podendo, dentro deste prazo, consultar o respetivo processo.
4 - A notificação prevista no n.º 2 do presente artigo pode ser dispensada no caso dos interessados,
através de qualquer intervenção no procedimento, revelarem perfeito conhecimento dos termos da
alteração pretendida, ou nas situações em que o requerimento venha instruído com declaração
subscrita por aqueles, da qual conste a sua não oposição.
5 – Nos casos em que se revele impossível a identificação dos interessados ou se frustre a
notificação nos termos do nº 2 e, ainda, no caso de o número de interessados ser superior a 20, a
notificação é feita por edital a publicar num jornal diário de âmbito local ou nacional, nos locais de
estilo e na página da internet do município.
6 – As alterações à comunicação prévia de loteamento estão sujeitas ao procedimento previsto para
a alteração às licenças de loteamento.
Artigo 70.º
Instrução dos procedimentos
Os documentos e elementos que devem instruir os requerimentos ou apresentação de operações
urbanísticas sujeitas a controlo prévio da administração municipal constam da Portaria n.º 232/2008,
de 11 de Março.
SECÇÃO IV
PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS
Artigo 71.º
Desabamento de construções
1 - Nos casos de abatimento ou desabamento de qualquer construção deve o proprietário, no prazo
de vinte e quatro horas, proceder aos trabalhos necessários para conservar a via pública livre e
desimpedida ao trânsito.
2 - A remoção dos escombros e materiais faz-se dentro do prazo que for fixado pela Câmara
Municipal.
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3 - Se o proprietário não observar qualquer dos prazos referidos nos números anteriores, a
remoção é feita pela Câmara Municipal, mas a expensas do proprietário.
4 - A remoção não tem lugar se, dentro daqueles prazos, o proprietário, mediante licença municipal,
iniciar as obras de reconstrução.
Artigo 72.º
Destaque
1 – As operações de destaque devem ser instruídas com os seguintes elementos:
a) Requerimento próprio, a fornecer pelos serviços municipais, devidamente preenchido, do qual
deve constar a identificação completa requerente, bem como a indicação do pedido em termos claros e
precisos;
b) Documentos comprovativos da qualidade de titular de qualquer direito que confira a faculdade
de realização da operação;
c) Certidão da descrição e de todas as inscrições em vigor emitida pela conservatória do registo
predial referente ao prédio abrangido;
d) Extratos das plantas de ordenamento, zonamento e localização dos planos municipais de
ordenamento do território vigentes e das respetivas plantas de condicionantes, a fornecer pelos
serviços técnicos de cartografia da Câmara Municipal, onde deverá ser indicada a localização precisa
do terreno alvo da pretensão;
e) Levantamento topográfico com planimetria e altimetria;
f) Planta de delimitação das parcelas à escala 1:200 ou superior que deverá indicar a delimitação e a
área total do terreno, contendo a inscrição das respetivas confrontações, acessos e arruamentos
existentes devidamente cotados, indicação de todos os elementos construídos ou naturais sujeitos a
servidões administrativas ou restrições de utilidade pública, bem como indicação das infraestruturas
que sirvam o terreno e, se existirem, os edifícios nele implantados e da envolvente;
g) Fotografias do local, no mínimo de duas, de ângulos complementares;
h) Memória descritiva e justificativa que deverá ser instruída com os seguintes elementos:
i) Descrição e justificação da pretensão, que deverá contemplar também a definição das áreas e
confrontações das duas parcelas resultantes do destaque e o seu enquadramento face ao disposto nos
n.os 4, 5 ou 10 do artigo 6.º do RJUE;
ii) Enquadramento da pretensão nos planos municipais e especiais de ordenamento do
território vigentes;
iii) Indicação da natureza e condições do terreno;
iv) Indicação das infraestruturas existentes;
v) Indicar o número do(s) processo(s) de obras existente(s) nesta Câmara Municipal que se
prende(m) com as edificações implantadas no prédio em questão;
vi) Área de construção, volumetria, área de implantação, cércea, número de pisos acima e abaixo
da cota de soleira, número de fogos e ou utilizações das edificações existentes no prédio original.
2 – O pedido de destaque, bem como a emissão da certidão de aprovação da parcela a destacar,
estão sujeitos ao pagamento das respetivas taxas previstas na Tabela de Taxas anexa ao Regulamento
de Taxas e Preços do Município da Vidigueira em vigor.
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Artigo 73.º
Procedimentos de legalização
1 - Sem prejuízo da eventual responsabilidade civil, criminal ou disciplinar a que haja lugar, aos
pedidos de legalização de operações urbanísticas executados sem a adoção do procedimento legal de
controlo prévio a que se encontravam legalmente adstritas, aplicar-se-ão, com as necessárias
adaptações, as formas de procedimento de controlo prévio a que haja lugar de acordo com o disposto
no artigo 4.º do RJUE e demais legislação aplicável.
2 - À legalização de operações urbanísticas, nos termos referidos no número anterior, não serão
aplicáveis as disposições legais ou regulamentares para as quais não procedam as razões justificativas
da regulamentação do caso previsto na lei ou em regulamento, designadamente, a comunicação prévia
ou o pedido de emissão de alvará de licenciamento referente a obras já totalmente executadas não
carece, nomeadamente, de ser instruída com apólice de seguro, termos de responsabilidades assinados
pelo diretor de fiscalização, declaração da titularidade de alvará, livro de obra e plano de segurança e
saúde.
3 - À legalização de operações urbanísticas sujeitas ao disposto em leis especiais, nomeadamente, às
operações urbanísticas sujeitas ao regime jurídico do licenciamento da atividade industrial, aplica-se o
disposto no presente artigo em tudo o que não seja expressamente contrariado pelo respetivo regime
especial.
Artigo 74.º
Propriedade horizontal
1 - Quando o requerente pretender que o edifício fique sujeito ao regime de propriedade horizontal,
nos termos dos artigos 1414.º e seguintes do Código Civil, o pedido deve ser instruído com os
seguintes elementos:
a) Requerimento próprio, a fornecer pelos serviços municipais, devidamente preenchido, do qual
deve constar a identificação completa do titular de alvará de licença ou autorização, com indicação do
número e ano do respetivo alvará, incluindo o seu domicílio ou sede, a localização do prédio (rua,
número de polícia, freguesia), bem como a indicação do pedido em termos claros e precisos;
b) Declaração de responsabilidade do técnico devidamente qualificado, assumindo inteira
responsabilidade pela elaboração do relatório de propriedade horizontal;
c) Memória descritiva da qual deve constar a descrição sumária do prédio, com indicação da área da
parcela, área coberta e descoberta, identificação das frações autónomas e respetivo uso, que deverão
ser designadas por letras e partes comuns;
d) A descrição das frações deve ser feita com indicação da sua composição e número de polícia
(quando existir), bem como a permilagem de cada uma delas relativamente ao valor total do prédio;
e) Peças desenhadas onde conste a composição, identificação e designação de todas as frações, bem
como as partes comuns;
f) Os demais elementos que o requerente considere necessários para a constituição do edifício em
propriedade horizontal.
2 – O pedido para que um edifício fique sujeito ao regime de propriedade horizontal, bem como a
emissão da certidão de aprovação, estão sujeitos ao pagamento das respetivas taxas previstas na
Tabela de Taxas anexa ao Regulamento de Taxas e Preços do Município da Vidigueira em vigor.
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Artigo 75.º
Edificação anterior ao RGEU
1 - O pedido de certidão de edificação anterior à entrada em vigor do Regulamento Geral das
Edificações Urbanas (7 de Agosto de 1951) deve ser instruído com os seguintes elementos:
a) Requerimento próprio, a fornecer pelos serviços municipais, devidamente preenchido, do qual
deve constar a identificação completa do requerente, a indicação da respetiva localização do prédio
(rua, número de polícia, freguesia), bem como a indicação do pedido em termos claros e precisos;
b) Prova da legitimidade, nos termos da legislação aplicável;
c) Plantas de localização à escala adequada, com indicação precisa da localização do prédio;
d) Descrição predial e inscrição matricial do prédio no qual se implanta o edifício;
e) Demais elementos, inclusive fotografias ou dados periciais, que permitam fundar a antiguidade
do edifício.
2 – A emissão da certidão de edificação anterior ao RGEU está sujeita ao pagamento da respetiva
taxa prevista na Tabela de Taxas anexa ao Regulamento de Taxas e Preços do Município da Vidigueira
em vigor.
Artigo 76.º
Alterações durante a execução da obra
As alterações de projetos de obras, durante a execução da obra, com título em vigor, previstas no
artigo 83.º do RJUE, devem ainda ser instruídas com:
a) Termo de responsabilidade referente às alterações apresentadas;
b) Memória descritiva e justificativa, na qual conste a descrição e justificação da proposta de
alteração, seu enquadramento com os diplomas legais aplicáveis e quais as peças desenhadas do
projeto inicial que são alteradas.
c) Estimativa orçamental e calendarização, quando sofram alterações em relação ao projeto inicial e
restantes elementos que se entendam necessários ao conhecimento da proposta.
Artigo 77.º
Prorrogação dos prazos para a conclusão das obras
1 - Os pedidos de prorrogação dos prazos de execução das obras devem ser efetuados dentro do
prazo de validade do alvará de licença ou da admissão de comunicação prévia, com a antecedência
mínima de 10 dias úteis em relação ao seu termo.
2 - Os pedidos de prorrogação do prazo para a execução das obras de urbanização e edificação
previstos, respetivamente, nos artigos 53.º e 58.º do RJUE, devem ser instruídos com a justificação do
pedido de prorrogação pretendido e nova calendarização dos trabalhos a executar.
Artigo 78.º
Telas finais
1 - A Câmara Municipal poderá exigir a apresentação de telas finais do projeto de arquitetura e dos
projetos das especialidades e outros estudos correspondentes à obra efetivamente executada,
nomeadamente, quando tenham ocorrido alterações durante a execução da obra nos termos do
disposto no artigo 83.º do RJUE e do artigo 76.º do presente Regulamento.
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2 - Nas obras de urbanização, o pedido de receção provisória deverá ser instruído com planta das
infraestruturas executadas e ainda com levantamento topográfico do qual constarão obrigatoriamente
os arruamentos, as áreas de cedência, os lotes e respetivas áreas.
3 - Os elementos previstos nos números anteriores devem ser entregues em suporte digital, sempre
que solicitado.
Artigo 79.º
Autorização de utilização e autorização
de alteração da utilização de edifícios ou frações
1 - A utilização dos edifícios ou suas frações, bem como as alterações da utilização dos mesmos, está
sujeita a autorização de utilização, sendo esta titulada por alvará.
2 - A autorização de utilização de edifícios ou suas frações autónomas destina-se a verificar a
conclusão da operação urbanística, no todo ou em parte, e a conformidade da obra com o projeto de
arquitetura e arranjos exteriores aprovados e com as condições do licenciamento ou da comunicação
prévia.
3 - A autorização, quando não haja lugar à realização de obras ou quando se trate de alteração da
utilização ou de autorização de arrendamento para fins não habitacionais de prédios ou frações não
licenciados, nos termos do n.º 4 do artigo 5.º do Decreto -Lei n.º 160/2006, de 8 de Agosto, destina-se a
verificar a conformidade do uso previsto com as normas legais e regulamentares aplicáveis e a
idoneidade do edifício ou sua fração autónoma para o fim pretendido.
4 - O pedido de autorização de utilização ou o pedido de alteração de utilização de edifícios ou suas
frações deve ser instruído nos termos do artigo 63.º do RJUE, com os elementos referidos na Portaria
n.º 232/2008, de 11 de Março e, ainda, com:
a) Cópias dos certificados de conformidade (das redes elétrica, telecomunicações, gás, energético,
ascensores e outras certificações previstas na lei);
b) Outros documentos que sejam exigidos em legislação específica.
5 - Sempre que, por razão devidamente fundamentada, não for possível ao requerente apresentar o
termo de responsabilidade do diretor da obra ou do diretor de fiscalização da obra, ou o livro de obra,
a autorização de utilização ficará condicionada à realização de vistoria, sem prejuízo das demais
situações previstas no n.º 2 do artigo 64.º do RJUE.
6 - Nos termos do disposto no artigo 98.º do RJUE, sem prejuízo da responsabilidade civil, criminal
ou disciplinar, é punível como contraordenação a ocupação de edifícios ou suas frações autónomas
sem autorização de utilização ou em desacordo com o uso fixado no respetivo alvará ou na admissão
de comunicação prévia, salvo se estes não tiverem sido emitidos no prazo legal por razões
exclusivamente imputáveis à câmara municipal.
7 - Nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 109.º do RJUE, sem prejuízo do disposto nos n.os 1 e 2
do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 281/99, de 26 de Julho, o presidente da câmara municipal é
competente para ordenar e fixar prazo para a cessação da utilização de edifícios ou de suas frações
autónomas quando sejam ocupados sem a necessária autorização de utilização ou quando estejam a
ser afetos a fim diverso do previsto no respetivo alvará.
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CAPÍTULO IV
GARANTIAS
Artigo 80.º
Disposições gerais
1 - As cauções previstas no RJUE e no presente Regulamento podem ser prestadas mediante
garantia bancária autónoma à primeira solicitação, sobre bens imóveis ou direitos reais titulados pelo
requerente, depósito em dinheiro ou seguro-caução.
2 - O depósito em dinheiro será efetuado em Portugal, em qualquer instituição de crédito, à ordem
da Câmara Municipal de Vidigueira, devendo ser especificado o fim a que se destina.
3 - Se o interessado prestar a caução mediante garantia bancária, deve apresentar um documento
pelo qual um estabelecimento bancário legalmente autorizado assegure, até ao limite do valor da
caução, o imediato pagamento de quaisquer importâncias exigidas pela Câmara Municipal em virtude
de esta ou de terceiros, legalmente habilitados, promoverem a realização das obras ou trabalhos por
conta do interessado nos termos previstos na lei.
4 - Tratando-se de seguro-caução, o interessado deve apresentar apólice pela qual uma entidade
legalmente autorizada a realizar esse seguro assuma, até ao limite do valor da caução, o encargo de
satisfazer de imediato quaisquer importâncias exigidas pela Câmara Municipal ou por terceiros,
legalmente habilitados, para promoverem a realização das obras ou trabalhos por conta do interessado
nos termos previstos na lei.
5 - Das condições da garantia bancária ou da apólice de seguro-caução não pode, em caso algum,
resultar uma diminuição das garantias da Câmara Municipal nos moldes em que são asseguradas pelas
outras formas admitidas de prestação da caução, ainda que não tenha sido pago o respetivo prémio ou
comissões.
6 - No caso de a garantia ser prestada através de cessão de direito de propriedade ou de direitos
reais sobre bens imóveis, o valor dos mesmos será aferido de forma objetiva, de acordo com as regras
estipuladas para o cálculo das compensações em espécie no Regulamento de Taxas.
7 - Todas as despesas decorrentes da prestação de cauções são da responsabilidade do interessado.
Artigo 81.º
Obras de urbanização
1 - Caso o interessado pretenda prestar a caução mediante hipoteca sobre prédios resultantes da
operação de loteamento, as obras de urbanização só podem iniciar-se depois de a mesma estar
registada na competente Conservatória do Registo Predial, sob pena de ser ordenado o embargo das
obras nos termos da legislação em vigor.
2 - No caso previsto no número anterior os prédios resultantes da operação de loteamento,
nomeadamente os lotes constituídos ou eventuais áreas sobrantes, só podem ser alienadas ou
oneradas depois de efetuado o registo de hipoteca, o que expressamente se especificará no alvará de
loteamento.
3 - No caso de as obras de urbanização incluírem trabalhos em vias pavimentadas existentes, a
reposição desses pavimentos deve ser garantida através de caução própria para o efeito, independente
da caução para as obras de urbanização.
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Artigo 82.º
Levantamento do estaleiro, limpeza e reparações
A caução prevista no artigo 86.º do RJUE, para garantia da limpeza da área onde decorre a obra e
reparações de estragos em infraestruturas públicas corresponde a 2 % sobre a estimativa de custo da
obra, devendo ser prestada antes da emissão do alvará de construção e apenas podendo ser libertada
depois de verificada a boa execução dos trabalhos.
Artigo 83.º
Execução de obras no espaço público
1 - A entrega do alvará de licença para execução de obras no espaço público depende da prestação
de caução visando o ressarcimento por eventuais danos causados, designadamente, a reposição de
pavimentos e a reparação das infraestruturas que sejam danificadas em consequência da intervenção.
2 - Nos casos com carácter de urgência, a caução é prestada no prazo máximo de 5 dias úteis após a
comunicação, pela Câmara, do seu valor.
3 - O montante da caução corresponde à estimativa do valor dos trabalhos de reposição dos
pavimentos ou de reparação de outras infraestruturas afetadas pelas obras executadas no espaço
público.
4 - Admite-se, mediante a prévia celebração de acordo escrito, que a caução a prestar seja global,
para o conjunto das obras previsivelmente a realizar num ano; este acordo deverá prever a garantia e
modo de execução das reparações que se venham a demonstrar necessárias, no prazo de garantia de
cinco anos.
Artigo 84.º
Trabalhos executados pela Câmara Municipal em substituição dos proprietários
1 - Sem prejuízo da responsabilidade criminal ou contra-ordenacional, e do disposto no artigo 107.º
do RJUE, quando o dono da obra ou demais titulares de direitos reais sobre o prédio, se recusarem a
executar, no prazo fixado, quaisquer trabalhos impostos pela Câmara Municipal no uso das suas
competências, esta pode substituir-se, por conta daqueles, através dos serviços municipais ou por
recurso a entidade exterior.
2 - O custo dos trabalhos executados nos termos do número anterior, quando não pago
voluntariamente no prazo de 20 dias a contar da notificação para o efeito, será cobrado nos termos do
artigo 108.º do RJUE.
3 - Ao custo total acresce o imposto sobre o valor acrescentado à taxa legal, quando devido e a
percentagem de 5 % para encargos de administração.
Artigo 85.º
Reparação dos danos no espaço público
1 - A reparação dos danos provocados no espaço público municipal, em consequência da execução
de obras ou outras ações, constitui encargo dos responsáveis pelas mesmas que devem proceder ao
início da sua execução no prazo máximo de 48 horas, a partir da sua notificação pela Câmara
Municipal.
2 - Sem prejuízo da responsabilidade contra-ordenacional, ultrapassado o prazo previsto no
número anterior, a Câmara Municipal pode substituir-se ao responsável, nos termos do artigo anterior,
sem necessidade de aviso prévio e a expensas deste.
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3 – A requerimento do interessado e desde que devidamente justificado, poderá o prazo previsto no
n.º 1 ser prorrogado pelo Presidente da Câmara Municipal.
CAPÍTULO V
INTERVENIENTES NA EXECUÇÃO DA OBRA
Artigo 86.º
Obrigações dos técnicos autores dos projetos
Sem prejuízo de qualquer outra competência ou obrigação definida na lei, os técnicos autores dos
projetos e o coordenador destes devem:
a) Cumprir e fazer cumprir nos projetos todos os preceitos do presente Regulamento,
instrumentos de gestão territorial, regulamentação específica e urbanística em vigor e alvarás de
loteamento, se existentes;
b) Dar assistência técnica à obra, de modo a que esta se adeqúe aos projetos aprovados, auxiliando
na resposta a solicitações e intimações dirigidas pela Câmara Municipal;
c) Subscrever os termos de responsabilidade legalmente exigíveis, atestar a correção das telas
finais e proceder a registos no livro de obra, sempre que tal seja exigível;
d) Comparecer nos serviços da Câmara Municipal dentro do prazo que lhe for fixado por aviso, e
transmitir ao dono da obra as intimações ou notificações feitas.
Artigo 87.º
Obrigações dos diretores da obra ou de fiscalização da obra
Sem prejuízo de qualquer outra competência ou obrigação definida na lei, os diretores da obra ou
os diretores de fiscalização da obra devem:
a) Cumprir e fazer cumprir, nas obras sob sua jurisdição e responsabilidade, todos os preceitos do
presente Regulamento, instrumentos de gestão territorial, regulamentação em vigor e alvarás de
loteamento, se existentes;
b) Dirigir e fiscalizar as obras, registando no livro de obra o andamento das mesmas, as suas
características e o termo de encerramento e todos os desvios de obra em relação ao projeto aprovado,
bem como os pedidos de intervenção e a sua ocorrência de entidades com competência fiscalizadora;
c) Comparecer nos serviços da Câmara Municipal dentro do prazo que lhe for fixado por aviso, e
transmitir ao dono da obra e ao empreiteiro a intimação ou notificações feitas;
d) Tratar de todos os assuntos técnicos que se relacionem com as obras sob a sua responsabilidade,
junto do pessoal de fiscalização e dos serviços municipais;
e) Comunicar de imediato à Câmara Municipal quando, por qualquer motivo ou circunstância,
deixar de dirigir a obra;
f) Assegurar que a Câmara Municipal seja avisada quando os trabalhos da obra sejam suspensos,
indicando o motivo da suspensão;
g) Assegurar, junto do dono da obra, que o livro de obra, após a conclusão desta, seja entregue nos
serviços competentes da Câmara Municipal;
h) Participar por escrito à Câmara Municipal, no caso de verificar que a obra está a ser executada
em desacordo com o projeto aprovado, com materiais de má qualidade ou inobservância das normas
técnicas, legais e regulamentes em vigor, depois de ter anotado a circunstância no livro de obra;
i) Assegurar a boa manutenção do estaleiro da obra;
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j) Tratar de todos os assuntos técnicos que se relacionam com as obras sob a sua responsabilidade
junto dos serviços municipais e dos funcionários da fiscalização, sem prejuízo dos direitos que
assistem aos proprietários ou seus legítimos representantes;
K) Solicitar, quando necessário, à Câmara Municipal, por escrito, indicações sobre o alinhamento e a
cota de soleira;
l) Manter em bom estado e no local da obra o respetivo projeto aprovado, bem como o livro de obra
e demais documentos camarários;
m) Avisar de imediato a Câmara Municipal se detetar, no decorrer da obra, elementos que possam
ser considerados com valor histórico, arqueológico ou arquitetónico;
n) Comunicar à Câmara, por escrito, qualquer infração aos regulamentos e legislação vigentes,
sobretudo antes de requerido o alvará de utilização, mas sempre que isso seja tido por adequado,
tendo em vista a segurança e a salubridade.
Artigo 88.º
Mudança dos técnicos
1 - Sempre que se verifique, dentro dos prazos fixados para a apreciação do projeto de arquitetura e
respetivas especialidades e durante os prazos fixados para as obras, a mudança do técnico
coordenador dos projetos ou do técnico responsável pela direção ou fiscalização da obra, deverá o
novo técnico apresentar termo de responsabilidade que defina claramente o momento em que iniciou
a sua intervenção no projeto ou na obra.
2 - Após a verificação do cumprimento daquelas condições a Câmara Municipal aceita o termo de
responsabilidade do novo técnico.
Artigo 89.º
Elementos a disponibilizar no local da obra
No local das obras devem estar disponíveis a cópia do projeto aprovado pela Câmara Municipal, o
alvará de licença ou documentos comprovativos da admissão da comunicação prévia e pagamento das
taxas devidas e o livro de obra, devendo ser facultados à fiscalização sempre que sejam solicitados.
Artigo 90.º
Outros deveres
1 - O proprietário do imóvel, o titular da licença, comunicação prévia ou autorização e o técnico
responsável pela direção da obra são obrigados a facultar aos funcionários municipais incumbidos da
atividade fiscalizadora, o acesso à obra, a todas as informações e respetiva documentação.
2 - As entidades referidas no número anterior são responsáveis solidariamente, pela existência, no
local da obra, dos projetos aprovados e do livro de obra.
3 - Durante a execução de obras de urbanização, nomeadamente de rede viária, abastecimento de
água, de saneamento, águas pluviais e zonas verdes, o titular da licença ou autorização ou o diretor da
obra devem solicitar a presença dos serviços da Câmara Municipal, a fim de estes verificarem os
materiais a utilizar e fiscalizarem a sua aplicação.
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CAPÍTULO VI
FISCALIZAÇÃO E SANÇÕES
Artigo 91.º
Competência de fiscalização
1 - A fiscalização do cumprimento das disposições legais relativas a operações urbanísticas compete
aos serviços da Câmara Municipal, sob direção do Presidente desta.
2 - A atividade fiscalizadora será exercida pelos fiscais municipais.
3 - Além dos funcionários indicados no número anterior, impende sobre os demais funcionários e
agentes municipais o dever de comunicarem as infrações de que tiverem conhecimento em matéria de
normas legais e regulamentares.
4 - Os funcionários incumbidos da atividade fiscalizadora de operações urbanísticas podem
recorrer às autoridades policiais, sempre que necessitem, para o bom desempenho das suas funções.
Artigo 92.º
Incidência da fiscalização
1 - A realização de quaisquer operações urbanísticas está sujeita a fiscalização municipal, a qual
visa a verificação da conformidade dessas operações com as disposições legais e regulamentares
aplicáveis e a prevenção dos perigos que da sua realização possam resultar para a saúde e segurança
das pessoas.
2 - Os atos de fiscalização a levar a efeito no local onde decorre a obra consistem em:
a) Verificar a colocação do aviso publicitando o pedido de licenciamento;
b) Controlar a missão da respetiva licença ou admissão de comunicação prévia e afixação do aviso
dando publicidade à emissão do respetivo alvará ou comunicação;
c) Verificar a existência do livro de obra, que obedeça às determinações legais, nele exarando os
registos relativos ao estado de execução da obra, bem como as observações sobre o desenvolvimento
dos trabalhos considerados convenientes;
d) Verificar o cumprimento da execução da obra no prazo fixado no alvará ou admissão de
comunicação prévia;
e) Verificar a ocupação de edifícios ou de suas frações autónomas sem autorização de utilização ou
em desacordo com o uso fixado na autorização de utilização;
f) Confirmar as marcações e referências de alinhamento, cotas e de todas as operações que
conduzam à correta implantação da edificação;
g) Notificar o embargo determinado pelo presidente da Câmara Municipal e verificação do
cumprimento do embargo, visitando a obra de oito em oito dias;
h) Notificar as demais medidas de tutela da legalidade decretadas;
i) Fazer proposta ao presidente da Câmara Municipal para embargar os trabalhos e obras não
licenciadas ou admitidas ou em desconformidade com o ato de licenciamento ou de admissão de
comunicação prévia de acordo com as exigências legais;
j) Verificar o cumprimento do prazo fixado pelo presidente da Câmara Municipal ao infrator para
demolir a obra e repor o terreno na situação anterior;
k) Acompanhar as operações de montagem do estaleiro e outras operações preliminares à execução
da obra e verificar, no decorrer dos trabalhos, o cumprimento das normas de higiene e segurança do
estaleiro, dos tapumes, das máquinas e dos materiais, bem como a proteção do trânsito e transeuntes;
l) Verificar a limpeza no local da obra após a sua conclusão, bem como a reposição do pavimento
alterado, em consequência da execução de obras e de ocupações de via pública;
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m) Verificar as condições de ocupação do espaço público fixadas;
n) Verificar da afixação da placa identificadora dos técnicos autores do projeto de arquitetura e do
técnico responsável pela direção da obra, bem como da placa identificadora do construtor civil e do
alvará deste;
o) Verificar a conformidade da obra com o projeto aprovado.
Artigo 93.º
Deveres da fiscalização
1 - É dever geral dos funcionários que exerçam a atividade fiscalizadora a criação de confiança no
público perante a ação da administração pública, atuando com urbanidade em todas as intervenções
de natureza funcional, assegurando o conhecimento das normas legais e regulamentares que
enquadram a matéria que esteja em causa, sob pena de incorrerem em infração disciplinar,
nomeadamente por defeituoso cumprimento ou desconhecimento das disposições legais e
regulamentares ou de ordens superiores.
2 – Compete aos funcionários municipais responsáveis pela fiscalização as seguintes atuações:
a) Esclarecer e divulgar junto dos munícipes os regulamentos municipais;
b) Zelar pelo cumprimento de posturas, regulamentos e orientações superiores;
c) Obter e prestar informações no domínio da gestão urbanística;
d) Promover uma ação pedagógica junto dos munícipes que conduza a uma diminuição dos casos de
infração.
3 - São obrigações específicas dos funcionários incumbidos da fiscalização das operações
urbanísticas:
a) Serem portadores do seu cartão de identificação municipal, apresentando-o quando lhes for
solicitado;
b) Alertar os responsáveis pela obra das divergências entre o projeto aprovado e os trabalhos
executados, dando imediato conhecimento ao presidente da Câmara Municipal;
c) Levantar autos de notícia e/ou participação de ocorrência em face de infrações constatadas no
que se refere às obras executadas sem licença ou não admitidas, em desconformidade com o projeto
aprovado ou com normas legais e regulamentares em vigor;
d) Dar imediata execução aos despachos do presidente da Câmara Municipal sobre embargos de
obras ou outras medidas de tutela da legalidade decretadas;
e) Anotar no livro de obra todas as diligências efetuadas no âmbito da sua competência;
f) Percorrer periodicamente, em ação de fiscalização, toda a área do município;
g) Atuar com urbanidade, objetividade e isenção em todas as intervenções de natureza funcional,
bem como nas relações com os munícipes;
h) Munir-se de mandado judicial, nos termos do RJUE, para a entrada em domicílio, sempre que não
se obtenham o consentimento pessoal para o efeito.
Artigo 94.º
Auto de notícia
1 - Os funcionários municipais responsáveis pela fiscalização levantam auto de notícia quando, no
exercício das suas funções, verificarem ou comprovarem, pessoal e diretamente, ainda que não de
forma imediata, quaisquer eventos ou circunstâncias suscetíveis de, nos termos legais, implicar
responsabilidade contra-ordenacional.
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2 - O auto de notícia menciona a identificação do agente fiscalizador, os factos que constituem a
infração, o dia, a hora, o local e as circunstâncias em que foi cometida, bem como a identificação do
infrator sendo assinado pelo funcionário que o levanta.
3 - Nos casos em que as infrações de natureza contra-ordenacional não forem comprovadas
pessoalmente pelos funcionários responsáveis pela fiscalização, é elaborada participação de
ocorrência, instruída com os elementos de prova disponíveis e a indicação de, pelo menos, duas
testemunhas.
4 - Os autos de notícia e participações são remetidos e submetidos à apreciação do superior
hierárquico competente, que assegura o desenvolvimento do procedimento.
5 - Os funcionários responsáveis pela fiscalização podem exigir ao agente da contraordenação a
respetiva identificação.
Artigo 95.º
Responsabilidade contraordenacional
1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 98.º do RJUE, são ainda puníveis como contraordenação, com
coima graduada de € 250 até ao máximo de € 4750, as infrações aos preceitos do presente
Regulamento, nos termos seguintes:
a) Falta da entrega do livro de obra nos termos do artigo 39.º, n.º 2;
b) A ocupação do espaço público sem licença, exigida pelos artigos 41.º e 42.º;
c) A ocupação do espaço público em desconformidade com as condições estabelecidas nos artigos
44.º a 49.º;
d) A não comunicação prévia à Câmara Municipal do início da execução das obras no espaço público
municipal pré-existente, em violação do estipulado no artigo 50.º, n.º 6;
e) A não comunicação à Câmara Municipal do início da execução de obras no espaço público com
carácter de urgência, em violação do estipulado no artigo 55.º;
f) A execução de obras no espaço público em desconformidade com as condições relativas a
identificação, sinalização e medidas de segurança previstas nos artigos 56.º, 57.º e 58.º;
g) A não comunicação à Câmara Municipal do início de quaisquer obras nos termos do artigo 62.º,
n.º 1;
h) A não reparação dos danos provocados por obra no espaço público municipal nos termos do
estipulado no artigo 85.º, n.º 1;
i) A falta, no local da obra, dos elementos previstos no artigo 89.º;
j) O desrespeito por parte do proprietário do imóvel, do titular da licença, da admissão de
comunicação prévia ou autorização e dos autores e coordenador do projeto, ou do diretor da obra ou
de fiscalização da obra das obrigações para si decorrentes do disposto nos artigos 86.º, 87.º e 90º.
2 - A tentativa e a negligência são puníveis.
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Artigo 96.º
Queixas e denúncias particulares
1 - Sem prejuízo do disposto na legislação especial aplicável, as queixas e denúncias particulares,
com fundamento na violação das normas legais e regulamentares relativas ao regime jurídico da
urbanização e edificação, devem ser apresentadas por escrito e conter os seguintes elementos:
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a) A identificação completa do queixoso ou denunciante, pela indicação do nome, do estado civil, da
residência e dos números dos respetivos documentos de identificação pessoal e fiscal;
b) A exposição dos factos denunciados de forma clara e sucinta;
c) A data e assinatura do queixoso ou denunciante.
2 - As queixas e denúncias particulares devem ser acompanhadas de:
a) Fotocópias dos documentos de identificação pessoal e fiscal do queixoso ou denunciante;
b) Fotografias, plantas de localização ou quaisquer outros documentos que demonstrem o alegado
assim como aqueles que o queixoso ou denunciante considere relevantes para a correta compreensão
da sua exposição.
3 - Sem prejuízo do disposto na legislação específica aplicável, designadamente em sede de
procedimento de contraordenação, com a queixa ou denúncia particular tem início o procedimento
administrativo destinado ao apuramento dos factos nela expostos e à adoção das medidas adequadas à
resolução da situação apresentada e que tramitará através de um processo administrativo relativo à
operação urbanística em causa.
4 - Não são admitidas as denúncias anónimas nos termos do artigo 101.º - A do RJUE.
Artigo 97.º
Disposições legais
Sempre que se verifiquem alterações à legislação referida neste Regulamento, as remissões
expressas que aqui para ela se fazem consideram-se automaticamente transferidas para as
correspondentes disposições legais que complementam ou substituem os diplomas alterados ou
revogados.
Artigo 98.º
Regime transitório
O disposto no presente Regulamento não se aplica aos processos de licenciamento, comunicação
prévia, autorização ou pedido de informação prévia que decorram na Câmara Municipal de Vidigueira
à data da sua entrada em vigor.
Artigo 99.º
Taxas
1 - As taxas aplicáveis ao disposto neste Regulamento são as previstas nas Tabelas de Taxas e
Preços anexas ao Regulamento de Taxas e Preços do Município da Vidigueira em vigor.
2 - A emissão do alvará de licença nos casos de deferimento tácito do pedido de operações
urbanísticas está sujeita ao pagamento da taxa que seria devida pela prática do respetivo ato expresso.
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Artigo 100.º
Dúvidas e omissões
1 - As dúvidas e omissões surgidas na aplicação do presente Regulamento serão resolvidas por
recurso aos critérios jurídicos de interpretação e integração de lacunas.
2 – Poderá ainda promover-se a constituição de uma comissão arbitral, nos termos previstos no
Regime Jurídico da Urbanização e Edificação.
Artigo 101.º
Norma revogatória
Com a entrada em vigor do presente Regulamento são revogados o anterior Regulamento Municipal
de Edificações Urbanas e o Regulamento de Compensações Urbanísticas do Concelho de Vidigueira.
Artigo 102.º
Entrada em vigor
O presente Regulamento entra em vigor quinze dias após a sua publicação.
- Aprovado em Reunião da Câmara Municipal de 06 / 06 / 2012.
- Aprovado em Sessão da Assembleia Municipal de 28 / 06 / 2012.
- Publicado (Aviso) em Diário da República, 2.ª Série, N.º 133, de 11 / 07 / 2012.
- Entrada em vigor em 26 / 07 / 2012.