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07 Revista dos Antigos Estudantes da Universidade do Porto, Nº 07, II Série, Março de 2009, 2.5 Euros NOVO PARADIGMA ENERGÉTICO, pág 12 A ARQUEÓLOGA QUE ZELA PELAS GRAVURAS RUPESTRES, pág 08 OBSERVANDO A FACE SOMBRIA DA CIDADE, pág 10 ENTREVISTA A TEIXEIRA DOS SANTOS, pág 18 IJUP MOSTRA INVESTIGAÇÃO JOVEM, pág 32 A ORIGEM DE DARWIN, pág 34 ANO POUSÃO, pág 36 EMPRESA AO SERVIÇO DO PLANETA, pág 38 LEGADO ARTÍSTICO DE ABEL SALAZAR, pág 46

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7ª edição da revista dos Antigos Estudantes da Universidade do Porto (U.Porto).

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Page 1: UPorto Alumni #07

07Revista dos Antigos Estudantes da Universidade do Porto, Nº 07, II Série, Março de 2009, 2.5 Euros

NOVO PARADIGMA ENERGÉTICO, pág 12 A ARQUEÓLOGA QUE ZELA PELAS GRAVURAS RUPESTRES, pág 08 OBSERVANDO A FACE SOMBRIA DA CIDADE, pág 10 ENTREVISTA A TEIXEIRA DOS SANTOS, pág 18 IJUP MOSTRA INVESTIGAÇÃO JOVEM, pág 32 A ORIGEM DE DARWIN, pág 34 ANO POUSÃO, pág 36 EMPRESA AO SERVIÇO DO PLANETA, pág 38 LEGADO ARTÍSTICO DE ABEL SALAZAR, pág 46

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Apesar de relativamente fugaz, a crise petrolífera vivida em 2008 teve pelo menos a virtude de sublinhar a urgência de uma alte-ração profunda do modelo de desenvolvimento das nossas so-

ciedades. Para lá das questões eminentemente económicas e políticas, o mundo parece ter percebido que não pode mais assistir impávido à degradação da qualidade ambiental e às alterações climáticas decorren-tes da dependência dos combustíveis fósseis. Está, portanto, na hora da Humanidade adoptar um novo paradigma energético, o qual tem necessariamente de passar pela substituição das fontes convencionais pelas renováveis, bem como pela descentralização e democratização da produção/utilização da energia. Por outro lado, é indispensável reduzir o consumo e o desperdício de energia, exigindo-se para tanto medidas mais amplas e contundentes de eficiência energética.Nestas matérias, Portugal pode orgulhar-se de ter já atingido algumas metas importantes. Em 2008, o nosso país produziu a partir da energia eólica 10% da electricidade que consumiu. De resto, a chamada Indús-tria do Vento conheceu, nos últimos anos, um desenvolvimento signifi-cativo, sendo disso exemplo o cluster eólico de Viana do Castelo. Na ener-gia solar, há a registar a construção, na Amareleja (concelho de Moura), da maior central fotovoltaica do mundo, bem como a regulamentação de benefícios fiscais e facilidades no acesso ao crédito bancário para fa-mílias que instalem painéis solares. Aliás, o potencial da microgeração e das redes locais começa agora a ser devidamente explorado pelos por-tugueses.

José CarlosMarques dos Santos

Reitor daUniversidadedo Porto

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Já em S. Miguel, nos Açores, estão instaladas a Central Geotérmica da Ribeira Gran-de e a Central Geotérmica do Pico Vermelho, cuja produção combinada contribuiu, em 2008, com cerca de 40% para a estrutura de produção energética daquela ilha. Enquanto isso, no resto do país multiplicam-se as centrais de biomassa e os nossos rios continuam a permitir a produção de energia em larga escala a partir das barra-gens. No que toca à energia das ondas, o primeiro passo para a constituição de um cluster pode já ter sido dado com a instalação, no final de 2008, de uma plataforma ao largo da Póvoa de Varzim. Por seu turno, no domínio da eficiência energética, Portugal está dotado da mais moderna legislação, designadamente ao nível do comportamento térmico, da clima-tização e da qualidade do ar dos edifícios. Nas duas maiores cidades portuguesas, Lisboa e Porto, existem agências de energia que estão a desenvolver um valoroso trabalho de promoção da inovação e das boas práticas de utilização energética inte-ligente. E, no resto do país, há já a preocupação por parte de algumas autarquias de garantir o uso racional de energia nos edifícios e equipamentos municipais. Para esta paulatina mudança de paradigma energético, a U.Porto tem dado um con-tributo decisivo. Como se comprova no presente número da revista UPorto Alumni, a nossa instituição possui competências, experiência, massa crítica e equipamentos que a colocam na vanguarda da formação, inovação, investigação, desenvolvimento e transferência de tecnologia no domínio das energias. Por tudo isto, o futuro do sector energético em Portugal – um dos que revela maior potencial económico, para além das já aqui referidas vantagens ambientais – pas-sa, incontornavelmente, por esta Universidade. Aliás, as constantes solicitações do mercado mostram bem o nível de prestígio e credibilidade dos grupos de investi-gação da U.Porto que se dedicam às energias renováveis e à eficiência energética. Neste sentido, a nossa instituição cumpre um dos seus objectivos estratégicos: re-forçar os serviços prestados ao tecido empresarial, contribuindo assim para a com-petitividade da economia portuguesa.

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NO CAMPUSNotícias que marcaram a actualidade da comu-nidade académica, com destaque para a passa-gem da U.Porto a funda-ção, para a VII Mostra de Ciência, Ensino e Inova-ção, para a apresentação do futuro Parque de Ciência e Tecnologias do Mar e para o encontro in-teruniversitário ALFA III.

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VINTAGEUm notável acervo de pintu-ra, gravura, escultura e peças em cobre pode ser admirado na Casa Museu Abel Salazar, em São Mamede de Infesta. Trata-se do legado artístico de um cientista que, depois de ter introduzido novos mé-todos de técnica histológica, se dedicou inteiramente à arte, muito por força da re-pressão salazarista.

VIDAS & VOLTASO Curso Médico de 59 foi um alfobre de notáveis clínicos e investigadores. Nele pontificaram perso-nalidades como José Pinto da Costa, Miranda Maga-lhães, Serafim Guimarães, Alexandre Sousa Pinto ou Armando Moreno. Decorrido meio século, há razões de sobra para festejos efusivos e reen-contros comoventes.

MÉRITOPrémios, distinções e des-cobertas que valorizam a comunidade académica da U.Porto e são o reco-nhecimento da sua exce-lência em diferentes áreas do conhecimento. Desta-que para a atribuição da Medalha de Ouro Real a Siza Vieira e dos prémios Secil a Nuno Brandão Cos-ta, Corino de Andrade ao I3S e Pulido Valente a Ana Rita Costa.

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PORTO, CIDADE, REGIÃOConstituído na Escola de Criminologia da FDUP, o Observatório Local de Segurança avalia a inse-gurança subjectiva e ob-jectiva na cidade do Porto, utilizando as regras do método científico. Este or-ganismo goza de prestígio internacional e, segundo o seu director, Cândido da Agra, devia ganhar dimen-são nacional.

ALMA MATERFoto-reportagem sobre o quotidiano da FPCEUP, onde, num edifício projec-tado por Fernando Távora, estudantes, docentes e investigadores encontram condições dignas para o estudo do cérebro, da in-tervenção psicológica, dos comportamentos desvian-tes, do desenvolvimento cognitivo e do fenómeno educativo.

PERCURSOEntão com 18 anos, Ale-xandra Cerveira Lima fez o tirocínio na arqueolo-gia com Cláudio Torres, em Mértola, nos Verões de 1981 a 83. Agora, é directora do Parque Arqueológico do Vale do Côa e espera, em 2009, dinamizar as visitas ao santuário rupestre. Até porque, para breve, está prevista a abertura do museu dedicado a estes achados arqueológicos.

EM FOCOPortugal é muito dependente da importação de produtos energéticos, designadamente de origem fóssil. Mas, nos últimos anos, as energias renováveis e a eficiência ener-gética conheceram um signi-ficativo desenvolvimento no nosso país. A U.Porto está a contribuir para esta mudança de paradigma, graças a um va-loroso trabalho de I&DI neste domínio.

INVESTIGARO IJUP é a grande montra da investigação jovem realizada na U.Porto. E esta segunda edição veio reiterar isso mesmo, ao registar quase o dobro de propostas de apresentação e de inscrição, em relação a 2008. Na Faculdade de Arquitectura cruzaram-se futuros artistas plásticos e de multimédia, aspirantes a bioquímicos, potenciais engenheiros, próximos sociólogos, pretendentes a arquitectos, entre outros.

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CULTURAA exposição “Charles Darwin (1809-2009) – Evolução e Biodiversidade”, inaugurada no dia do aniversário do naturalista britânico, a 12 de Fevereiro, constitui uma oportunidade para conhecer os mais de 100 espécimes naturalizados que compõem a colecção do Museu de História Natural da Faculda-de de Ciências. Patente na Reitoria até 24 de Novembro, a exposição serve de mote à revisitação da vida e obra de Darwin.

FACE-A-FACEO Ministro das Finanças avisa que “estamos a viver tempos únicos” e admite que a crise no nosso país pode agravar-se mais do que o previsto. Ainda assim, Teixeira dos Santos confia na eficácia das medidas governamentais de relan-çamento da actividade económica e de combate ao desemprego. Para o antigo docente da FEP, a nossa economia está hoje melhor preparada para as conjun-turas desfavoráveis.

EMPREENDERCriada em 2004, a Planeta Vivo é uma empresa muito pouco convencional. O seu core business é a preserva-ção da biodiversidade e a promoção da sustentabili-dade ambiental, através de projectos de investigação aplicada. Sedeada no UP-TEC, esta start-up é ainda responsável pela edição de obras de divulgação cien-tífica.

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NO CAMPUS

Um ano depois da passagem pela Faculdade de Des-porto, a Mostra de Ciência, Ensino e Inovação (http://

mostra.up.pt) regressa ao coração da cidade, para quatro dias em que o conhecimento produzido na U.Porto es-

tará acessível ao grande público. Só na edição de 2008, mais de 12.000 visitantes quiseram fazer parte desta fes-ta onde é possível compreender o impacto que a U.Porto

tem na sociedade e no desenvolvimento pedagógico, científico e tecnológico do país.

De 26 a 29 de Março, as 14 faculdades e 14 dos mais importantes centros de I&DI da U.Porto levam os seus

laboratórios e salas de aula para o Pavilhão Rosa Mota, para assim dar a conhecer – com o apoio de centenas de professores, investigadores e estudantes – as acti-

vidades de ensino, investigação e inovação realizadas na maior universidade do país. Aliás, vai ser possível

assistir a várias dezenas de demonstrações científicas e tecnológicas, bem como participar em testes,

experiências e ensaios.

CIÊNCIA EINOVAÇÃO NO “ROSA MOTA”

Paralelamente às actividades no Pavilhão Rosa Mota, decorrerá no au-ditório da Biblioteca Almeida Garrett o primeiro “Science: what else?”, simultaneamente um encontro de divulgadores científicos e um ciclo de colóquios sobre ciência, com temas tão variados como a Biologia Sintética, a Astrofísica e a Astronomia. Os colóquios vão ser, de resto, apresentados por cientistas conceituados.A VII Mostra de Ciência, Ensino e Inovação estará aberta entre as 10 e as 19 horas dos dias 26, 27 e 29 de Março – no sábado, dia 28, as portas mantêm-se abertas até às 23 horas, sendo a entrada gratuita para todos os visitantes.

Refira-se que a Mostra integra as comemorações do 98.º aniversário da U.Porto, que arrancam com a Sessão Solene Comemorativa do Dia da Uni-versidade, a ter lugar a 25 de Março. A referida cerimónia contempla o dis-curso do reitor, José Carlos Marques dos Santos, as intervenções do orador convidado, Jorge Rocha (FCUP), que vai fazer uma alocução sobre “Ciência e Sociedade”, e ainda de Carlos Alberto Gomes Monteiro, escritor e letrista que todos conhecem por Carlos Tê. Ainda durante a sessão solene vão ser entregues os prémios Incentivo e Excelência e-Learning U.Porto, os quais distinguem, respectivamente, os me-lhores estudantes dos primeiros anos de cada faculdade e os docentes que se notabilizaram pelo uso de plataformas de aprendizagem electrónica. Por fim, está prevista a proclamação de Professores Eméritos da U.Porto. Para o dia 25, estão previstos ainda outros eventos culturais: a visita orien-tada à exposição “Giotto em Pádua”, às 17h00, na Reitoria; o concerto “ Inspiração Medieval na Música de Câmara”, às 19h15, na Igreja do Carmo; e a actuação dos Grupos do Orfeão Universitário do Porto (Fado Académico, Fado Lisboa, Orquestra Ligeira, Pauliteiros de Miranda, TUNAF e TUP), às 21h30, também na Reitoria.NA

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NO CAMPUS

Cerca de meia centena de representantes de várias instituições da América Latina e União Europeia reuniram-se em Fevereiro na U.Porto, no âmbito do Programa ALFA III, o qual visa a cooperação no Ensino Superior entre os dois espaços geopolíticos. A U.Porto e o Grupo Santander de Universidades propuseram um dos 14 projectos aprovados, pro-jecto esse que consiste num Observatório da coo-peração para o ALFA III (2007-20013), que sucede a outros programas congéneres, o ALFA I e II.Os projectos seleccionados no âmbito do ALFA III focam especialmente a reforma e modernização dos sistemas de Ensino Superior da América Latina, o desenvolvimento dos recursos humanos da região, a promoção da qualidade e uma maior acessibilidade às universidades e o reforço das re-des de cooperação entre instituições dos dois con-tinentes. Durante o seminário de lançamento dos 14 projectos agora aprovados, os representantes das instituições promotoras dos projectos e outras envolvidas no programa conheceram-se, trocaram impressões e acertaram estratégias.Entre as conclusões do encontro, é salientado o papel do 14.º projecto, o Observatório ALFA III, com sede no Porto e “antenas” no Brasil, Colômbia, México e Uruguai, aproveitando a experiência conseguida com a implementação, ao longo de sete anos, do Programa ALBAN – programa de bolsas de pós-graduação na UE para cidadãos da América Latina. O Observatório ALFA III, sob a direcção de Alberto Sereno, professor da U.Porto, deverá apoiar o desenvolvimento de todos os projectos deste Programa, em coerência com os objectivos do mesmo, fornecendo o apoio solicitado ou propondo serviços que considere de utilidade geral. Deve ain-da identificar e promover sinergias entre os vários projectos, bem como fazer a recolha sistemática e a disseminação de boas práticas e resultados, aumentando a visibilidade internacional do pro-grama.No discurso de encerramento do seminário, o reitor da U.Porto, José Carlos Marques dos Santos, garantiu que “a cooperação com instituições latino-americanas é considerada um desígnio estratégico” da instituição que lidera. “Na América Latina” encontrámos interlocutores válidos para o cumprimento dos objectivos prioritários da nossa instituição, designadamente ao nível da investiga-ção científica, do desenvolvimento tecnológico, do estudo humanístico e da criação artística”.JC

A Universidade de Verão 2009 funcionará tam-bém no pólo do Porto, para além de Arouca, e abrirá candidaturas, até 30 de Abril, para mais do dobro dos módulos que estiveram disponíveis na edição passada. A 2.ª Universidade de Verão de-correrá entre 6 e 31 de Julho, sendo que a maioria dos módulos têm duração de dois dias e meio, excepto em dois casos: “O Porto de Marques da Silva” e “O Porto na Literatura Portuguesa dos Sé-culos XIX a XXI – Representações e Simulações”, com duração de uma semana.No pólo do Porto decorrem: “O Porto de Marques da Silva”; “Geografia e Urbanismo”; “Reabilitação Urbana – dos Conceitos à Prática”; “O Porto na Literatura Portuguesa dos Séculos XIX a XXI – Representações e Simulações”; “Um Porto Bar-roco na Globalização – a Cidade e as Artes”; “Arte Contemporânea no Porto”. No Pólo de Arouca: “Formas que Comunicam – Seis Percursos pelo Mosteiro”; “Artes nos Caminhos de Cister em Portugal”; “Geologia e a Sociedade”; “Genética, Agricultura e Alimentação. Desafios para o século XXI”; “Clusters, Pólos de Competitividade e De-senvolvimento Regional”. Tal como na edição inaugural, os estudantes vão dividir o seu quotidiano entre as aulas conven-cionais e visitas de estudo, saídas de campo e conferências. Desta forma, será possível enri-quecer a formação com temáticas integradas no contexto regional, neste caso de Arouca e Porto. A Universidade de Verão destina-se, essencial-mente, a estudantes de licenciatura, licenciados, estudantes de mestrado e de doutoramento, nacionais e estrangeiros, e antigos estudantes da U.Porto. É possível a inscrição em módulos únicos. Na edição de 2009 participam mais de uma dezena de estudantes da Universidade de San José, na Califórnia. Mais informações: site da U.Porto, www.up.pt -> “Universidade de Verão U.Porto”, e-mail [email protected] , ou tel. 220408053 / 220408198.JC

Brasileiros, espanhóis, italianos, polacos, gregos, franceses, suecos e até afegãos e bengalis estão entre os 1126 estudantes estrangeiros que, no ano lectivo de 2008-09, escolheram a U.Porto para completar a sua formação superior. Para frequen-tarem este segundo semestre, chegaram mais 350 estudantes estrangeiros. Parte deste melting pot de nacionalidades, cul-turas e religiões reuniu-se a 2 de Março, no Salão Nobre da Reitoria, para uma sessão de boas-vindas que teve por anfitrião o vice-reitor da U.Porto responsável pelo pelouro das Relações Internacionais, António Marques. A sessão serviu como uma primeira apresentação da cidade e do país aos estudantes estrangeiros, mas também da Universidade e dos seus serviços de apoio.Recorde-se que, no ano lectivo transacto, a U.Porto recebeu 1075 estudantes provenientes de programas de mobilidade internacional, como o conhecido Programa Erasmus. Agora, com 1126 estudantes estrangeiros a frequentar as suas unidades orgânicas, a U.Porto atinge um novo máximo e revela toda a sua capacidade de atracção académica. Trata-se, igualmente, de um sinal de que a instituição está a cumprir os seus objectivos de internacionalização. Como habitualmente, a maioria destes estudan-tes de mobilidade provêm de países como o Bra-sil (490 estudantes), Espanha (167), Itália (128), Polónia (81), Turquia (43) e França (35), mas entre o contingente estrangeiro da U.Porto é possível encontrar ainda representantes do Afeganistão, Bangladesh, Índia ou Tailândia. A sessão de boas-vindas marcou também o início de um programa de sete dias de recepção, organizado pela secção local da ESN – Erasmus Student Network, organização composta por estudantes que já participaram em programas de intercâmbio internacionais e que se oferecem para ajudar na integração dos estrangeiros que chegam à U.Porto. O referido programa incluiu um passeio pelo centro da cidade, uma passagem pelas Caves do Vinho do Porto, um cruzeiro pelo rio Douro e visitas ao Estádio do Dragão e Museu de Serralves. PR/RMG

A grande maioria dos diplomados pela U.Porto considera “Boa” ou “Muito Boa” a preparação da instituição para o mercado de trabalho, ao nível de cinco dos seis itens analisados no Inquérito aos Diplomados no ano lectivo de 2005-06, cujas conclusões foram conhecidas recentemente. Metade ou mais dos inquiridos – uma amostra de 1.558 indivíduos, num universo de 3.114 diplo-mados nesse ano – considerou “Boa” ou “Muito Boa” a preparação ao nível dos “Conhecimentos teóricos”, “Conhecimentos técnicos”, “Competên-cias profissionais”, “Competências relacionais” e “Desenvolvimento e enriquecimento pessoais”. A percentagem é um pouco mais baixa no tó-pico “Adequação às exigências do mercado de trabalho”. Por outro lado, cerca de 70 % dos diplomados naquele período tinha uma profissão, sendo a percentagem dos inquiridos com profissão mais elevada no caso dos diplomados na FMUP, FMDUP, FEP, FEUP, FADEUP e FAUP. A maior per-centagem (cerca de 40%) conseguiu o primeiro emprego dentro dos três meses seguintes a ter concluído a licenciatura, sendo que a maioria (quase 80%) trabalhava, quando inquirido, por conta de outrem e no sector privado (cerca de 60%). Cerca de 40% considerou “muito adequado” e quase 30% entendeu “bastantes adequado” as funções do primeiro emprego à licenciatura. Quanto às razões para a dificuldade em encontrar emprego, cerca de metade atribuiu “elevada importância” à “falta de experiência profissional” e ao “excesso de licenciados na área da formação”.Mais de metade dos respondentes tinham natu-ralidade e residência na Área Metropolitana do Porto, mais de 30% nasceram noutros pontos do Continente e mais de 20% residiam fora da AMP, no território continental.Esta foi a primeira fase, realizada entre Junho e Setembro de 2008, de um inquérito que a U.Porto pretende tornar periódico, cujos resultados estão disponíveis à comunidade académica no portal http://www.up.pt, opção “Ensino”, depois “Do-cumentos” e “Observatório de Emprego”. Neste momento, decorre o inquérito aos diplomados no ano lectivo seguinte, 2006-07, que terá, previsi-velmente, resultados conhecidos por alturas do Verão deste ano. JC

A passagem da U.Porto a fundação pública de direito privado foi aprovada no Conselho de Ministros de 5 de Fevereiro, dando cumprimento ao previsto na Lei 62/2007 (novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior), na sequên-cia de um longo processo de debate interno e de posterior negociação com a tutela. A passagem a fundação foi entendida, pelas de-cisões tomadas na Assembleia Estatutária, como uma oportunidade para uma maior autonomia de gestão, prevista na Constituição (Artigo 76), mas apenas, em parte, consagrada na lei (Lei 108/88 e Decreto Lei 252/97). Será possível, em princípio, maior flexibilidade e eficiência nos procedimentos de gestão financeira, patrimonial e de pessoal.Por outro lado, ao passarem a fundações, as instituições de ensino superior comprometem-se a angariar 50% de receitas próprias, sendo o restante garantido, sobretudo, pelo Orçamento de Estado, através de contratos plurianuais baseados em objectivos de desempenho. A base para a assinatura de um contrato programa com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Su-perior foi aprovada pela Assembleia Estatutária e aceite pela tutela. O referido contrato contempla o reforço das infra-estruturas e equipamentos, científicos e de ensino; aumento de meios huma-nos qualificados; e medidas específicas de apoio aos estudantes. A U.Porto passou também a ter novos estatu-tos, os quais prevêem, em termos de modelo organizativo, unidades orgânicas (de ensino e investigação e de investigação ou escola dou-toral), subunidades orgânicas, agrupamentos de unidades orgânicas e serviços autónomos (serviços de acção social e centros de recursos e serviços comuns). Assim, os órgãos da Universi-dade passam a ser o Conselho Geral (órgão novo que substitui a antiga Assembleia da Universi-dade), o reitor e o Conselho de Gestão (também novo, composto pelo reitor, o administrador da Universidade e dois vice-reitores). Haverá ainda o administrador, o Senado (órgão consultivo), o provedor do estudante, o Conselho de Curadores (órgão novo, de supervisão, que conta com cinco elementos externos) e o fiscal único (também uma novidade, a quem compete supervisionar as contas da instituição).JC

O futuro Parque de Ciência e Tecnologias do Mar da U.Porto, dedicado à investigação e inovação no sector do mar, foi apresentado a 19 de Feverei-ro na presença do Ministro dos Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, e da Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino. A colaboração protocolada com a Admi-nistração dos Portos do Douro e Leixões e a CM Matosinhos vai permitir albergar várias unidades de investigação com vocação marítima (da bio-logia à robótica) e ligação à U.Porto, mas servirá especialmente de pólo de incubação de novas empresas, a instalar no antigo edifício da Sani-dade, no Porto de Leixões. Graças à colaboração com a autarquia, está prevista a criação, para uma segunda fase do projecto, de um Parque In-dustrial nas imediações do Porto de Leixões.A iniciativa está integrada no projecto de criação de um cluster regional do Norte para o sector do Mar, promovido pela CCDR Norte e a U.Porto. O Parque de Ciência e Tecnologias do Mar inclui-rá, para além do antigo edifício da Sanidade, o futuro edifício do Terminal de Cruzeiros de Leixões, onde se instalará, entre outros grupos de investigação, o CIIMAR – Centro Interdiscipli-nar de Investigação Marinha da U.Porto. Estas unidades de investigação vão ter neste edifício espaços próprios para a realização de testes e experiências em ambiente marítimo. A área dedicada à U.Porto no futuro Terminal de Cru-zeiros contempla ainda espaços para divulgação científica dirigida especialmente aos jovens em idade escolar, bem como um pequeno auditório, livraria e cafetaria.Também em colaboração estreita com a autar-quia, será criada no centro de Matosinhos uma nova residência universitária exclusivamente destinada a investigadores e docentes que traba-lhem no Parque de Ciência e Tecnologias do Mar. JC

PORTO É SEDE DO OBSERVATÓRIO ALFA III

FORMAÇÃO AGRADA A ESTUDANTES

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U.PORTO PASSA A FUNDAÇÃO

ESTUDANTES DE MOBILIDADEJÁ SÃO 1126

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as gravuras rupestres, tem estado limitado a pequenos grupos que se deslocam de jipe e a pé. Concluídas as obras em Feve-reiro e com a abertura prevista para este ano, o Museu do Côa, projectado pelos arquitectos portuenses Tiago Pimentel e Ca-milo Rebelo, pode vir a constituir um contributo decisivo para o aumento do número de visitantes e peça importante para o desenvolvimento da região. Tudo dependerá, essencialmente, “da dinâmica a imprimir no futuro Museu”, na perspectiva de Alexandra Cerveira Lima. Mas também de algumas iniciativas complementares, como a captação do turismo fluvial do Douro e a melhoria das acessibilidades na região, onde a ligação de Trancoso à A25 desempenhará um papel significativo.No sentido de gerir paisagem e património como um todo, as vi-sitas às gravuras têm sido frequentemente articuladas com pas-sagens por outros pólos de interesse. É o caso, entre outros, de Castelo Velho, conjunto datado do Calcolítico (de 3.000 a 1.800 a.C.), em Freixo de Numão, descrito na UPorto Alumni n.05, e de quintas vinhateiras da região. Aliás, recentemente, o PAVC preparou um guia do património histórico das 12 aldeias que integram a área do Parque (cerca de 110 quilómetros): monu-mentos diversos, solares, igrejas e as próprias aldeias, algumas milenares.No interior daquele que será o segundo maior museu de Por-tugal, em área, localizado numa encosta do Vale José Esteves, na confluência dos rios Douro e Côa, os visitantes encontra-rão, entre outros meios explicativos e informativos, réplicas das gravuras mais significativas, como é o caso da “rocha 1”, situada no sítio do Fariseu, quase sempre submersa, onde se registaram 86 figuras ao longo dos milénios, desde o Paleolíti-co Superior, sendo considerada a mais importante do conjunto conhecido.

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Nos alvores da década de oitenta, Alexandra, jovem nascida em 1963 no coração do Porto, arriscava uma aventura que mudaria a sua vida. Tinha então 18 anos.

Vinte e dois anos depois viria a ser directora do Parque Arque-ológico do Vale do Côa (PAVC), que contém o maior complexo de arte rupestre paleolítico ao ar livre conhecido até hoje, clas-sificado em 1998 Património da Humanidade pela UNESCO.Ao saber do trabalho do arqueólogo Cláudio Torres em Mér-tola, sem par a nível nacional, Alexandra Cerveira Lima, então com 18 anos, nascida na portuense freguesia da Sé, quis ver de perto os sinais dos mouros. Os Verões de 1981 a 83 foram passados a desvendar um pouco de um dos mais interessantes conjuntos de sinais da Idade Média e da presença islâmica em Portugal, coligido ao longo dos últimos 20 anos. A policromia e formosura daqueles materiais escondidos no chão de Mér-tola poderão ter sido o clique de que Alexandra Cerveira Lima precisava para decidir o futuro: em 1985 concluía a licenciatura em História, variante de Arqueologia, na Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP).Após trabalhos em Moncorvo, foi no Parque Nacional da Pene-da-Gerês, a partir dos trabalhos arqueológicos em Castro Labo-reiro, que Alexandra Cerveira Lima começou a construir uma visão do património histórico e arquitectónico no contexto da paisagem. A paisagem entendida como um contínuo, onde os elementos histórico-arquitectónicos, e outros associados à ocu-pação humana e aos naturais pré-existentes, formam um todo coerente. Esta visão tem implicações no estudo, ordenamento e gestão do património histórico. Nessa linha, surge a disserta-ção de mestrado, defendida em 1994 na FLUP, sob orientação de Carlos Alberto Ferreira de Almeida, posteriormente desen-volvida e complementada com outros trabalhos científicos rela-tivos à mesma zona, entre os quais o estudo intitulado “Castro

Laboreiro, povoamento e organização de um território serrano” (Instituto de Conservação da Natureza, 1996). Mais claramente nessa lógica sistémica insere-se a tese de doutoramento “Problemática e Metodologias da Identificação de Unidades Paisagísticas e Patrimoniais. O caso de Parques Naturais e Arqueológicos”, que começou em 2002 mas não terminou devido ao falecimento do orientador, Luís Krus (Uni-versidade Nova de Lisboa), em 2005, tendo ainda como co-orientador Cláudio Torres. Após vários trabalhos naquela zona, passa a integrar, em 1997, o quadro do Instituto de Conserva-ção da Natureza e da Biodiversidade, então designado Serviço de Parques, Reservas e Conservação da Natureza.É na sequência das funções que exerce desde 1997, como cola-boradora do PAVC, nomeadamente participando na elaboração da componente arqueológica dos estudos conducentes ao Pla-no de Ordenamento do Parque Arqueológico do Vale do Côa, que consegue uma oportunidade soberana de testar e pôr em prática essa concepção integral de património: estudado, orde-nado e gerido no contexto da paisagem. Depois de um período de colaborações com o Centro Nacional de Arte Rupestre, em Outubro de 2004 é nomeada directora do Parque, cargo que ainda mantém após segunda comissão de serviço.

Grandes desafios para 2009A directora do Parque enfrenta, em 2009, um ano decisivo para o futuro deste que é ainda um serviço dependente do Ins-tituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arquitectó-nico (IGESPAR). Em perspectiva mantém-se a criação oficial do PAVC, que aguarda a publicação do respectivo decreto re-gulamentar. Mas 2009 poderá ser também o ano do grande impulso no número de visitantes do Parque que, dadas as ca-racterísticas do património e dos locais onde podem ser vistas

DA ARTE ISLÂMICAA GESTORA DA

PAISAGEM RUPESTRE

ALEXANDRACERVEIRA

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PERCURSO

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O Porto foi uma das primeiras cidades da Europa a dispor de um observatório para aferir

o sentimento de insegurança da sua população, bem como a insegurança objectiva que grassa no seu perímetro urbano. A iniciativa remonta a 1996 e tem como pano de fundo o Contrato Local de Segurança assinado entre a câmara municipal, na altura liderada pela maioria socialista de Fernando Gomes, e o Ministério da Adminis-tração Interna. O objectivo destes contratos é, ainda hoje, dar condições às autarquias para que estas façam o diagnóstico dos principais problemas

de segurança dos respectivos municípios, de modo a que o Go-verno possa responder de forma adequada. Com esse intuito, a CM Porto solicitou à U.Porto a criação do que então foi desig-nado por Observatório Permanente de Segurança, que nasce na Escola de Criminologia e vive da massa crítica desta unidade da Faculdade de Direito (FDUP). À frente do Observatório ficou, de resto, o professor catedrático de Psicologia e Criminologia Cândido da Agra, que é director da Escola.Na ocasião, o observatório ficou incumbido, segundo Cândido da Agra, de “medir o sentimento de insegurança dos portuen-ses e, ao mesmo tempo, avaliar a eficácia de programas muni-cipais para fazer face a problemas associados à insegurança, como a droga, a prostituição, a violência doméstica e os ‘ar-rumadores’”. O criminologista sublinha, a propósito, que “já no tempo do executivo de Fernando Gomes houve um estudo sobre ‘arrumadores’”. A ressalva de Cândido da Agra prende-se com a segunda vida do Observatório, que ocorre no primeiro mandato do actual presidente da CM Porto, o social-democrata Rui Rio. No âmbito do programa municipal “Porto Feliz”, apro-vado a 18 de Junho de 2002, foi criado o Centro de Investigação dos Problemas Sociais (CIPS), estrutura sucedânea do Obser-vatório e que tinha a seu cargo o estudo dos vários fenómenos de exclusão social. Contudo, o CIPS acabaria por ficar associado à problemática dos “arrumadores”, a componente do “Porto Feliz” que conhe-ceu maior impacto público. Recorde-se que o referido progra-ma causou, à época, grande celeuma política, por alegadamen-te oprimir os “arrumadores”. Cândido da Agra lamenta o des-conhecimento público das actividades do CIPS e salienta que este organismo estava encarregado de “avaliar um programa sócio-sanitário de intervenção sobre os toxicodependentes de rua, mas também sobre os ‘sem-abrigo’. Tinha duas vertentes. E fez também o levantamento de outros problemas sociais as-sociados à insegurança, só que ninguém falou nisso. A ques-tão dos ‘arrumadores’ obnubilou tudo o resto”. Além disso,

garante, “se [o “Porto Feliz”] fosse um programa repressivo, eu certamente não o avaliaria. No fundo, foi-nos pedido que fizéssemos o que já vínhamos fazendo há vários anos, inde-pendentemente da cor política”, esclarece. Em 2005, a autarquia assinou com a FDUP a criação de um Ob-servatório de Riscos Urbanos e Segurança (ORUS), que prosse-guiu a investigação científica desenvolvida pelo CIPS. E, apesar da extinção do “Porto Feliz”, em 2006, a estrutura da Escola de Criminologia manteve-se em actividade, desta feita com a designação que ainda hoje ostenta: Observatório Local de Segu-rança. Agora, é tempo de fazer a avaliação final do “Porto Feliz” e de abraçar outros projectos científicos em colaboração com a autarquia, como o estudo dos efeitos das câmaras de videovigi-lância da Ribeira, da requalificação dos bairros municipais e da intervenção no Bairro do Cerco.

Rigor científicoNão obstante a inconstância política, a estrutura de investiga-ção da insegurança objectiva e subjectiva no Porto mantém-se, desde 1996, fiel à mesma metodologia científica. O observató-rio tem aplicado sistematicamente os instrumentos internacio-nais mais consistentes: o International Crime Victim Survey (ICVS) e o Inquérito de Delinquência Auto-revelada. Isto sig-nifica que os seus estudos não se baseiam unicamente nas es-tatísticas oficiais, que são falíveis porque nem todas as vítimas apresentam queixa. Há, portanto, um cruzamento da informa-ção recolhida pelas três fontes (ICVS, inquérito de delinquência e dados oficiais) durante longos períodos de tempo. A questão temporal não é, aliás, despicienda para Cândido da Agra, que salienta o facto de o Observatório realizar avaliações científicas ex-ante e ex-post. Ou seja, antes e depois de um determinado programa ou intervenção social produzir os seus efeitos.Para realizar as suas actividades de I&D, o Observatório conta com sete investigadores e está equipado com um laboratório, à frente do qual está uma doutorada em Biologia. Assim, para além das observações no terreno, da realização de inquéritos e entrevistas e da análise de dados oficiais, são realizadas expe-riências em laboratório, designadamente para verificar a reac-ção das pessoas a estímulos visuais e auditivos. Todo este rigor científico faz com que, segundo Cândido da Agra, o Observa-tório seja “valorizado internacionalmente e indicado como um exemplo a seguir”.Neste contexto, o criminologista lamenta que o Observatório não ganhe dimensão nacional, conforme chegou a propor a diferentes ministros da Administração Interna. Para Cândido da Agra, justifica-se a criação de “um dispositivo de investiga-dores que, em permanência, trate os dados destas três fontes: estatísticas da polícia (bem feitas), inquéritos internacionais de delinquência auto-revelada e inquéritos internacionais de vitimação. Isso permitia o debate permanente com a comuni-dade científica internacional, que utiliza os mesmos baróme-

tros. Ora, tendo já nós a experiência do Porto, não era preciso fazer nada de novo. Nós já utilizamos os ins-trumentos internacionais, sistema-tizamos em grelha os dados da po-lícia e cartografamos o crime tendo em conta as variáveis tempo e espa-ço. Só eram precisos mais recursos humanos”, considera. Acontece, porém, que “as políticas [de segurança] são tomadas por pressão dos interesses, dos mass media e da opinião pública, e não de forma racional”, acusa Cândido da Agra, acrescentando que “os ministros interessam-se [pela ideia de um obser-vatório nacional], mas acabam por se ir embora”. A volatilidade dos responsáveis pela Administração Interna não chegou, no entanto, a comprometer a criação, em Maio de 2008, do Observatório Nacional de Delinquência Juvenil, con-substanciado num protocolo entre a FDUP e os gover-nos civis de Porto, Lisboa e Setúbal.

Insegurança no PortoRecentemente, o Observatório di-vulgou um conjunto de dados so-bre o fenómeno da insegurança no Porto. As principais conclusões do estudo apontam para uma forte vin-culação dos portuenses à sua área de residência (90% dos inquiridos sentem-se seguros onde moram), para a prevalência do sentimento de insegurança depois do pôr-do-sol (um em cada dois habitantes sente-se inseguro à noite) e para a variação das preocupações dos portuenses

(desordens físicas, comportamentais e sociais) consoante a zona onde habitam. Para Cândido da Agra, os dados encaixam nos padrões internacionais de insegurança, pelo que nos “de-vem deixar satisfeitos”.Ainda assim, o criminologista não escamoteia a existência de problemas de insegurança no Porto. As causas desses proble-mas radicam, em seu entender, na ausência de um policia-mento de proximidade, nas desordens físicas em que a cidade é pródiga (edifícios devolutos e degradados), nos baixos níveis de educação dos habitantes (as pessoas menos instruídas ten-dem a inflacionar o sentimento de insegurança) e na falta de confiança dos cidadãos na polícia (Portugal é dos países onde as vítimas menos participam os crimes).

Conheceu várias designações e dife-rentes interlocutores políticos, mas

as suas funções permanecem pra-ticamente as mesmas desde 1996. Hoje chama-se Observatório Local

de Segurança e avalia a insegurança subjectiva e objectiva na cidade do Porto, utilizando as regras do mé-todo científico. Criado pela Escola

de Criminologia da Faculdade de Direito, em parceria com a autarquia,

o observatório goza de prestígio internacional e, segundo o seu direc-

tor, Cândido da Agra, devia ganhar dimensão nacional.

PORTO, CIDADE, REGIÃO

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Uma luz quese acende

Energias do futuro

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A questão já marcava a agenda pública dos países mais desenvolvidos, mas a última crise petrolí-fera veio reforçar a convicção dos apologistas e

dissipar as renitências dos mais cépticos. Hoje, as ener-gias renováveis e a eficiência energética estão na ordem do dia um pouco por todo o mundo. Inclusivamente nos EUA, de onde se espera um forte impulso político liderado pelo Secretário de Estado da Energia da Admi-nistração Obama, o Nobel da Física Steven Chu. Em Portugal, o Governo mostra-se confiante de que o país irá, em 2020, alcançar uma taxa de 31% de consumo de energia a partir das renováveis, o que corresponde à produção de 60% da electricidade consumida.As energias renováveis (biomassa, eólica, geotérmica, hídrica, hidrogénio, oceanos e solar) são todas aque-las cuja taxa de utilização é inferior à respectiva taxa de renovação. Já a eficiência energética consiste na im-plementação de estratégias e medidas para combater o desperdício de energia ao longo do seu processo de transformação, ou seja, antes de se converter em calor, frio, movimento ou luz. Ora, por tudo isto é fácil de

Portugal é pobre em recursos energéticos de origem fóssil. Daí que a nossa dependência em re-lação à importação de produtos

energéticos ronde os 8o%, o que tem efeitos gravosos no défice ex-terno e na qualidade ambiental do país. Mas a comunidade científica

da U.Porto tem contribuído, nas últimas décadas, para a mudança deste panorama sombrio, graças

a um valoroso trabalho de I&D na área das energias renováveis e da

eficiência energética. Aqui ficam alguns exemplos.

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perceber o carácter decisivo da intervenção da comunidade científica na evolução tanto das energias renováveis como da eficiência energética. O conhecimento produzido em univer-sidades e centros de I&D está a sustentar as decisões políticas tomadas nestas áreas e a fomentar o crescimento mundial do sector energético, um dos que apresentam maior potencial de rentabilidade económica. Neste contexto, a U.Porto pode orgulhar-se de ter desenvolvido, ao longo dos últimos de 30 anos, um trabalho sustentado e em alguns casos pioneiro no domínio energético, em particular na Faculdade de Engenharia (FEUP) e em alguns dos seus institu-tos de interface, como o IDMEC – Instituto de Engenharia Me-cânica, o IHRH – Instituto de Hidráulica e Recursos Hídricos, o INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Indus-trial e o INESC/Porto – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores. Há um claro reconhecimento da excelência das actividades de investigação, desenvolvimento e transferên-cia de tecnologia realizadas no campo energético pelo universo FEUP. Reconhecimento esse que extravasa as fronteiras e é caucionado quer pela comunidade científica, quer pelo tecido empresarial.

Indústria do ventoO vento é uma das energias primárias com maior potencial de produção eléctrica em Portugal. Encontra-se, aliás, num nível tecnologicamente elevado e é alvo de muitas solicitações do mercado. Neste contexto, a FEUP tem-se notabilizado, ao longo de quase duas décadas, pelo desenvolvimento de tecnologia de conversão da energia do vento, em particular nos domínios da modelação de escoamentos atmosféricos, da caracterização do potencial eólico e da integração dos aerogeradores no sistema eléctrico nacional. Neste âmbito, destacam-se o Centro de Es-tudos de Energia Eólica e Escoamentos Atmosféricos (CEsA) e o INEGI, que, em conjunto, são solicitados para inúmeros projectos de I&D e empresariais, tanto no país como no es-trangeiro.

Segundo o seu responsável, José Laginha Palma, o CEsA “está focado no antes da máquina [aerogeradores]. Ou seja, tudo o que tem a ver com a caracterização do vento sobre as monta-nhas, tendo em vista a instalação das máquinas. Trata-se de determinar se existe vento e se este tem as características que recomendam a instalação de parques eólicos. Isso passa por colocar, no terreno, mastros meteorológicos (equipados com anemómetros) e tê-los a medir durante um ano, pelo menos, num determinado local. Para além disso, há que definir a zona exacta de localização do parque e de implantação das máqui-nas, bem como escolher a tecnologia adequada às caracterís-ticas de vento”. Para tanto, o CEsA/INEGI desenvolve ainda software para computação de elevado desempenho do vento sobre terreno complexo (VENTOS e LES – Large-Eddy Simulation), software esse com o qual são avaliados os recursos eólicos em regiões montanhosas e identificadas as condições adversas ao funcio-namento dos aerogeradores já instalados. Através destes mo-delos de simulação computacional de escoamentos atmosfé-ricos é possível prever, em tempo real, a produção energética dos parques eólicos. Por tudo isto, Laginha Palma não tem dúvidas em considerar que o CEsA/INEGI “é um dos melhores grupos do mundo na sua área, em termos de dimensão, competências e condições”. Daí que as receitas geradas anualmente rondem um milhão de euros, o que significa, como realça o mesmo investigador, que existe um “reconhecimento da qualidade do trabalho pela comunidade”, designadamente por empresas nacionais e es-trangeiras. “Até há pouco tempo, 70 a 80% da potência dos parques eólicos instalados em Portugal foi estudada aqui”, acrescenta Laginha Palma.Tal como o INEGI, o INESC/Porto é parceiro do consórcio de empresas promotor do EPREV, um projecto vocacionado para o desenvolvimento de modelos de previsão da produção de energia eléctrica de base eólica. João Peças Lopes, coordena-dor da Unidade de Sistemas de Energia (USE) do INESC/Porto, começa por explicar, a propósito do projecto, que “a produção eólica tem uma característica de variabilidade”, pois “o vento não é constante”. Acontece que “o sistema eléctrico nacional precisa, para definir as estratégias de operação para as horas mais próximas, de conhecer a disponibilidade do recurso ener-gético potência eólica”.

Neste sentido, prossegue, “tem de haver uma conjugação en-tre módulos de previsão da velocidade do vento (componente associada à meteorologia) e o comportamento dos parques eó-licos perante determinadas direcções da velocidade do vento, de forma a obter previsões com horizontes que podem ir até às 72 horas. Essa informação é disponibilizada aos operado-res de rede, que depois a utilizam para encontrar as melhores estratégias de operação do sistema. E não só: também permi-te que, em ambientes de mercado, se conheçam os volumes de energia para as próximas horas, excluindo as energias re-nováveis. Faz-se uma previsão do consumo para essas horas, subtrai-se a previsão da produção eólica e o que falta tem de ser produzido a partir dos recursos termoeléctricos”, esclarece o investigador. A USE encontra-se, desde há seis anos, empenhada em activi-dades de investigação avançada no domínio das redes eléctri-cas inteligentes (smart grids). Neste quadro merece destaque o trabalho que está a ser realizado ao nível das microredes, com o qual se procura integrar as unidades de microgeração (geração de energia pelo próprio consumidor) nas redes eléctricas de baixa tensão, em larga escala. Para o efeito, diz Peças Lopes, “era necessário ter uma componente de gestão activa sobre o consumo do consumidor particular. Os actores do mercado – que naturalmente querem conhecer melhor o seu portfólio de clientes e com eles interagir – precisavam de um equipa-mento de comunicação e de telecontagem inteligente (smart metering)”. Esse equipamento foi desenvolvido cientificamen-te pelo INESC/Porto, designa-se por energy box e vai, a prazo, substituir o contador eléctrico tradicional. O projecto insere-se no programa InovGrid, o qual visa optimizar a microprodução e resulta de um consórcio em que participam a Efacec, a Janz, a Logica, a No Limits e o instituto da U.Porto. O InovGrid prome-te uma redução da facturação energética dos clientes da EDP em 20% e menos custos para os operadores da rede eléctrica.

O INESC/Porto está, igualmente, envolvido no projecto “Green Islands” do Programa MIT Portugal, que procura conferir um elevado grau de autonomia energética a duas ilhas dos Açores: São Miguel e Flores. Uma das vertentes do projecto é a introdu-ção de veículos eléctricos ligados à rede de forma inteligente, os V2G (Vehicle to Grid). Para Peças Lopes, trata-se da “segunda grande revolução do sector eléctrico para os próximos anos”, porquanto “estes veículos vão consumir electricidade em horas de menor consumo e evitar a utilização de combustível fóssil”. Além disso, prevê-se que tenham capacidade para armazenar energia e disponibilizar parte dessa energia à rede eléctrica, durante períodos de maior consumo.Responsável por 70% do volume de facturação do INESC/Por-to (1 milhão de euros), a USE funciona “em fortíssima cola-boração com a indústria”, para a qual “transfere soluções de ponta”, garante Peças Lopes. “O INESC/Porto é uma das maio-res e melhores unidades da Europa. Temos reconhecimento internacional e desenvolvemos trabalho de grande qualidade, medido pelo número de publicações científicas e pelas cola-borações com a indústria, tanto operadores do sistema como empresas que colocam produtos e serviços no mercado”. Nes-te particular, destaca a EFACEC, para quem desenvolvem, há mais de 10 anos, aplicações que são comercializadas em quase todo o mundo.

Células de combustívelAinda no capítulo das energias renováveis, o INEGI avançou com projectos de promoção da Sociedade do Hidrogénio e de desenvolvimento de células de combustível. Em 2001 arran-cou o projecto EDEN (Endogeneizar o Desenvolvimento de Energias Novas), que, apesar dos atrasos motivados por falta de financiamento, logrou, segundo um dos seus responsáveis, José Luís Alexandre, “divulgar os paradigmas que estavam por

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detrás da nova tecnologia do hidrogénio”. Ou seja, “os meca-nismos e processos que se podem desenvolver em torno desta tecnologia ao nível da produção, armazenamento, transporte e utilização”. O EDEN deu mais tarde origem a outros projectos nesta área, sendo de destacar o HW 125, em cujo âmbito foi produzida a primeira pilha de combustível a hidrogénio por-tuguesa.Actualmente, o hidrogénio deixou de constituir uma priorida-de por ser “complicado de produzir, armazenar e transportar”. No entanto, a tecnologia então desenvolvida permitiu agora abraçar um novo projecto, no qual se procura criar equipa-mentos que, funcionando por ciclo de absorção do amoníaco, garantam aquecimento, refrigeração e energia eléctrica, de-pendendo da vontade do utilizador. “Os ciclos de absorção que utilizam o amoníaco têm um problema tecnológico que ainda não foi totalmente ultrapassado: o processo de purificação do amoníaco”, adianta José Luís Alexandre. Mas, “ao contrário do brometo de lítio, o amoníaco é ecológico e bastante eficiente”, complementa o investigador. Ainda no campus da FEUP, o LEPAE – Laboratório de Enge-nharia de Processos, Ambiente e Energia está a realizar inves-tigação de ponta com células de combustível de membrana de permuta iónica (PEMFC), as quais convertem com bastante eficácia energia química de um combustível directamente em energia eléctrica. O mesmo laboratório encontra-se a desenvol-ver células fotovoltaicas de terceira geração (Dye-sensitized Solar Cells), ou seja, dispositivos capazes de transformar a energia proveniente do sol em energia eléctrica. Mas, neste caso, as células fotovoltaicas são concebidas com diferentes matrizes de TiO2 (dióxido de titânio) e, por isso, revelam maior eficiên-cia, apresentam propriedades únicas (cor, design, leveza, fle-xibilidade, etc.), têm toxicidade baixa, adaptam-se a diferentes aplicações (equipamentos electrónicos, dispositivos militares, telhas, vidros de janelas, etc.) e permitem reduzir custos.

Racionalidade energéticaO aproveitamento da exposição solar marca, aliás, o início da investigação da FEUP na área das energias renováveis. Estava-se em 1978, em plena segunda crise petrolífera mundial, e a faculdade considerou pertinente o desenvolvimento de painéis solares para água quente sanitária. Mas os painéis solares aca-bariam por ser abandonados, porque, segundo o responsável pela Unidade de Estudos Avançados de Energia no Ambiente Construído, do IDMEC, Eduardo Oliveira Fernandes, “Portugal não tem capacidade para, sozinho, desenvolver uma tecnolo-gia, produzi-la e comercializá-la. É uma burrice! Somos ime-diatamente invadidos pelos fabricantes alemães, japoneses, chineses...”.Por conseguinte, a estratégia passou a ser “aproveitar o gran-de painel solar que existe em Portugal: os edifícios”, explica o antigo secretário de Estado do Ambiente (2001-02). E assim se avança, em colaboração com o INETI – Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação, para a construção, em 1984, da CTO (Casa-solar Termicamente Optimizada), na rua de Salazares, no Porto. Sob a responsabilidade técnica do Gru-po de Fluidos e Calor do Departamento de Engenharia Mecâ-nica, esta casa/laboratório permitiu experimentar e divulgar soluções energéticas renováveis, de baixo consumo e económi-cas. Passou-se, então, para o domínio da eficiência energética nos edifícios,”partindo do princípio, na altura original, de que estes não consomem energia”. De resto, os dados recolhidos na CTO estiveram na base do processo legislativo que conduziu à elaboração dos regulamentos dos edifícios (designadamente o RCCTE – Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios e o RSECE – Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização de Edifícios), que vigoram no nos-so país desde 1991. Em 1996, o IDMEC cria o Laboratório da Qualidade do Ar In-terior (LQAI), organismo que avalia o impacto dos materiais de construção e dos componentes dos sistemas de ventilação no ar que circula dentro dos edifícios. Neste quadro, o LQAI rea-liza auditorias a edifícios (ainda recentemente declarou a sede da Fundação Calouste Gulbenkian como “edifício saudável”) e certifica produtos e materiais não poluentes (a Amorim Reves-timentos, por exemplo, é um dos seus grandes clientes). “Faze-mos parte da elite mundial. Mas ainda não temos a expressão que poderíamos ter em Portugal porque o mercado ainda não está suficientemente evoluído”, afirma Oliveira Fernandes, a propósito do LQAI. Dois anos mais tarde, as actividades de I&D do LQAI passa-ram a englobar não apenas o edifício mas o espaço urbano.

Assim surge a já aqui referida unidade dedicada à energia em ambiente construído, que será responsável pela definição do modelo energético da Expo-98 e por vários outros projectos eu-ropeus. Neste contexto, é criada em Março de 2007 a Agência de Energia do Porto, organismo municipal presidido por Oli-veira Fernandes e que visa promover boas práticas de eficiência energética junto dos agentes do mercado e dos cidadãos em ge-ral, contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável do concelho. Agora, a unidade do IDMEC prepara-se para alargar o seu raio de acção ao coordenar, para a CCDR Norte, um Plano de Acção para a Energia no Norte de Portugal.

Ainda no capítulo da racionalização do consumo de energia, importa salientar os serviços de consultoria que o INEGI pres-ta à indústria. O instituto é “muito procurado pelo mercado”, na medida em que “há um reconhecimento de que as meto-dologias e procedimentos que aconselha promovem a eficiên-cia energética” e, por isso, “permitem poupanças ao nível do produto final”, salienta José Luís Alexandre. Por outro lado, o INEGI ajuda a dar cumprimento à Directiva Comunitária 2002/91/CE, que teve origem na FEUP e impõe aos Estados-membros da UE a emissão de Certificados Energéticos para os edifícios.De resto, o instituto participa actualmente em três projectos europeus: o HarmonAC (Harmonizing Air Conditioning Ins-pection and Audit Procedures in the Tertiary Building Sector), que visa estabelecer metodologias de inspecção a sistemas de ar condicionado, identificando as poupanças energéticas asso-ciadas a esses procedimentos; o Building Advent, cujo princi-pal propósito é estimular a redução dos consumos de energia motivados pelos sistemas de ventilação dos edifícios não do-mésticos, dando exemplos de boas práticas de ventilação na-tural, mecânica ou híbrida capaz de garantir conforto térmico; e o Commonsense, com o qual se procura demonstrar que al-gumas normas comunitárias que regulam o conforto térmico contrariam o espírito da Directiva Comunitária de Eficiência Energética.Recentemente, o investigador do LEPAE Adélio Mendes e o director de I&D do Grupo CIN, José Nogueira, avançaram com uma solução para aumentar, sem consumo de energia, o conforto térmico dos edifícios. A ser desenvolvido no seio da Associação Rede de Competência em Polímeros, FEUP e CIN, o projecto passa, em traços gerais, pelo aumento da re-flectividade solar dos edifícios e da respectiva emissividade térmica, mediante a incorporação de pigmentos especiais (cool pigments) e de microesferas de vidro nas tintas para telhados e fachadas. Estes pigmentos revelam uma elevada reflectividade ao espectro infravermelho da radiação solar, permitindo assim a obtenção de conforto térmico no interior dos edifícios.

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As previsões da Comissão Europeia para Portugal em ma-téria de crescimento, défice orçamental, dívida pública e desemprego são substancialmente mais negativas do que as

do Orçamento Suplementar do Governo. Em quem é que os portu-gueses devem acreditar? As diferenças nas previsões resultam do elevado grau de incer-teza e volatilidade da actual conjuntura. A mesma instituição surge, de um mês para o outro, com revisões em baixa das suas previsões. Por isso, não devemos fixar-nos nos números. Temos é de perceber o que as previsões nos dizem. E elas di-zem-nos uma coisa muito clara: estamos a entrar na primeira recessão global. E Portugal, que tem uma economia aberta, é tanto mais afectado quanto mais grave for a crise internacio-nal. Infelizmente, a situação até pode ser mais difícil do que aquilo que esperávamos. O que tem, desde logo, uma conse-quência preocupante: o aumento do desemprego.

Particularmente no Norte...E não só no Norte, embora esta região tenha uma matriz pro-dutiva muito orientada para a exportação e um predomínio de sectores mais expostos à concorrência internacional, sobretu-do das economias emergentes.

Apesar da cautela com os números, o Governo é acusado de ter um discurso demasiado optimista e até irrealista. Acha que estão a preparar convenientemente os portugueses para o risco da recessão ser ainda mais grave?A nossa previsão de recessão [-0,8%] incorpora riscos, porque a economia internacional, da forma como tem evoluído, apre-senta elementos novos sempre num sentido negativo. Claro que a oposição gosta sempre de martelar a ideia do optimismo

e do irrealismo. Mas este Governo começou bem cedo a to-mar iniciativas. Recordo que a meio do ano passado, quando as taxas de juro e os preços dos combustíveis subiram de for-ma acentuada, o Governo aliviou os encargos com a habitação das famílias mais carenciadas, reforçou o abono de família e o apoio escolar... E depois da falência do Lehman Brothers, pe-rante o risco do sistema financeiro ficar paralisado, lançámos as garantias de apoio à recapitalização dos bancos. O sistema financeiro ainda não está estabilizado, mas impediu-se um ce-nário que poderia ter sido muito mais grave. Agora, o Governo, com a percepção clara de que estamos em recessão e de que o desemprego se vai agravar, tem já outras medidas, neste caso mais orientadas para a economia e para o mercado de trabalho.

Espera apresentar um orçamento rectificativo?Não. Temos um orçamento que já apresenta um conjunto de medidas adicionais de combate à crise. O que importa agora é implementar rapidamente estas medidas, para que possam contrariar, o mais cedo possível, os efeitos da diminuição da actividade económica e do agravamento do desemprego.

As consequências da crise financeira seriam mais gravosas há al-guns anos?Ah, com certeza. Se esta crise ocorresse em 2005, estaríamos certamente numa situação muito mais complicada.

Mesmo tendo em conta as fragilidades da nossa economia no que respeita ao endividamento externo, à competitividade e à produti-vidade?Se pensarmos nas economias mais competitivas do mundo, como os EUA e a China, vemos que têm os mesmos proble-mas perante a crise. As economias podem ser mais ou menos robustas, mas não há robustez suficiente para resistir a uma crise destas dimensões. Nós estamos a viver tempos únicos. Alguma vez se pensou que nos EUA se equacionaria a hipótese de nacionalizar bancos?

TEIXEIRA DOS SANTOS CONSIDERA QUE “ESTAMOS A VIVER TEMPOS ÚNICOS” E QUE PORTUGAL, DADA A ABERTURA DA SUA ECONOMIA AO EXTERIOR, “É TANTO MAIS

AFECTADO QUANTO MAIS GRAVE FOR A CRISE INTERNACIONAL”. MAIS: “A SITUAÇÃO ATÉ PODE SER MAIS DIFÍCIL DO QUE AQUILO QUE ESPERÁVAMOS”, AVISA O MINISTRO DE ESTADO E DAS FINANÇAS. AINDA ASSIM, O ANTIGO ESTUDANTE E DOCENTE DA FEP

ACREDITA NA EFICÁCIA DAS MEDIDAS GOVERNAMENTAIS DE RELANÇAMENTO DA ACTIVIDADE ECONÓMICA E DE COMBATE AO DESEMPREGO. ATÉ PORQUE, NA SUA OPI-NIÃO, A NOSSA ECONOMIA ESTÁ HOJE MAIS ROBUSTA, GRAÇAS ÀS REFORMAS ESTRU-

TURAIS E AO ESFORÇO DE CONSOLIDAÇÃO DAS CONTAS PÚBLICAS.

“ESTAMOS A VIVER TEMPOS ÚNICOS”

TEIXEIRA DOS SANTOS, MINISTRO DAS FINANÇAS

FACE-A-FACE

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Mas, em virtude dos atrasos estruturais do nosso país, a crise ganha maiores dimensões. Não sei porquê! De facto, temos problemas de médio prazo para resolver, nomeadamente de competitividade e endivida-mento externo que, porventura, outros países não têm. Mas esses problemas estavam a ser resolvidos. Há um programa de reformas a ser implementado e que ataca as debilidades es-truturais da economia portuguesa, designadamente através do reforço das qualificações, da capacidade científica, tecnológica e de inovação e da independência energética. De resto, se ex-purgássemos da nossa balança externa o peso da factura ener-gética e do aumento dos juros, esta não se tinha agravado entre 2005 e 2007. Mais: se olharmos para os indicadores do sector exportador, constatamos que a nossa balança tecnológica me-lhorou bastante. Há aqui uma mudança estrutural.

Contas públicas consolidadas

Mas actual crise não veio refutar a ideia de que as contas públicas estavam já consolidadas?Não, não... Houve, de facto, uma consolidação importante das contas públicas. Estávamos a apontar para um défice orçamen-tal, em 2010, na ordem de 0,5% do PIB. Se não tivéssemos resolvido o desequilíbrio das contas públicas, não tínhamos

conseguido enfrentar a crise com a capacidade que temos hoje.

Sem a crise financeira, Portugal cumpriria as metas para 2009 do Pacto de Estabilidade e Crescimento: 3% de crescimento e 1,6% de défice orçamental?Se não fosse esta situação de crise, nós estávamos bem encaminhados para cumprir as metas que referiu. Mas, voltando à questão de Portugal estar

a ser mais afectado por causa das suas debilidades estruturais, eu sugiro que façam um exercício: olhem para as taxas de cres-cimento previstas, por exemplo, pela Comissão Europeia. Por-tugal é das economias que menos cai em comparação com os principais países europeus.

Como explica então que a Standard & Poor’s diga que “as fraque-zas de Portugal já eram claras antes da crise e que, agora, apenas se tornaram mais claras”? A Standard & Poor’s tem um discurso contraditório. Ainda há meia dúzia de meses louvava – à semelhança da OCDE, do FMI e da Comissão Europeia – o conjunto de reformas que estão a ser implementadas em Portugal. Agora, cai no erro de achar que as reformas estruturais têm de dar resultados num prazo de um ou dois anos. Quando se mexe na educação, na ciên-cia ou na tecnologia, por exemplo, não se pode esperar colher frutos ao fim de pouco tempo. E muito menos no meio desta crise. Confesso que me surpreendeu a decisão da Standard & Poor’s [de rever o rating que atribuiu a Portugal de AA- para A+, o que significa que o risco de conceder crédito ao Estado português é mais elevado]. Mas, nos últimos anos, começa a

ser habitual ficar surpreendido com as notações de crédito que as agências de rating fazem. Para mim, vale o que vale.

O plano anticrise do Governo assenta, basicamente, no investimen-to público.... Não! A ideia de que este pacote de medidas anticrise assenta, essencialmente, no investimento público não é correcta. Temos uma componente importante de investimento privado. E não há só endividamento, mas também financiamento europeu. O es-forço do orçamento neste pacote de medidas é de 1 .300 milhões de euros, mas uma parte não é despesa: é quebra de receita, a qual resulta, por exemplo, do crédito fiscal ao investimento, da redução do Pagamento Especial por Conta de 1.250 euros mês para 1.000 euros ou da diminuição das contribuições para a Se-gurança Social, no âmbito do conjunto de medidas de apoio ao emprego. E há então uma outra parte que são despesas que têm a ver, por exemplo, com a bonificação de linhas de crédito, custos pagos pelas garantias dessas linhas de crédito ou de garantias no crédito à exportação. Há investimento público, isso sim, nas esco-las, na eficiência energética, na agricultura.... Mas trata-se de um pacote que procura arrastar investimento privado tanto de forma directa como indirecta. Há até um crédito fiscal ao investimento em 2009, que proporciona uma poupança até 20% do valor in-vestido. Mistura-se, no entanto, as grandes infra-estruturas com este pacote de medidas...

Não existe o risco de o Estado português, mercê dos grandes in-vestimentos em infra-estruturas, consumir grande parte do crédito disponível para os bancos e, assim, para as empresas e famílias? Creio que nós só correríamos esse risco se, de facto, estivéssemos perante um cenário de grande crescimento do investimento priva-do. Nesse caso, o chamado efeito de crowding out poderia ocorrer. Ao necessitar de ser financiado, o investimento privado iria con-correr nos mercados financeiros com o Estado. Mas nesta conjun-tura, onde nós temos uma retracção do investimento privado, eu não vejo que esse seja um problema. Aliás, há quem acene com o fantasma do TGV como um projecto que, em 2009, vai prejudicar o financiamento das empresas. Mas o projecto do TGV não vai ser lançado este ano e, por isso, não necessita já de financiamento.

Estado substitui os privados

Não há outra via para combater a crise senão a intervenção maciça do Estado na economia? Nesta conjuntura, creio que esta é a forma mais eficaz de con-trariar a crise e ter algum efeito de contra-ciclo. Aliás, como recentemente Paul Krugman [Nobel da Economia] chamava a atenção do presidente Obama, havendo uma retracção da pro-cura privada tem de ser o Estado a preencher esse vazio, levan-do a cabo projectos.

FACE-A-FACE

“Procuro estar nos cargos com autentici-dade e sinceridade, falando claro e não escondendo as dificuldades”. É assim que Fernando Teixeira dos Santos descreve a sua entrega à causa pública, ele que, após a licenciatura em Economia (1973) e uma longa carreira académica na FEP (1973 a 1995), foi Secretário de Estado do Tesouro e Finanças (1995 a 1999), presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliá-rios (2000 a 2005) e é, desde 2005, Minis-tro de Estado e das Finanças. Nascido em Moreira, no concelho da Maia, a 13 de Setembro de 1951, Teixeira dos San-tos assegura estar preparado para enfren-tar a crise financeira e económica mundial, até porque espírito aventureiro parece não lhe faltar. Durante o doutoramento nos EUA (PhD em Economia pela Universidade da Carolina do Sul, em 1985), o ministro atravessou a route 66, a antiga estrada de costa a costa. “É uma viagem mítica. Permite-nos conhecer uma outra América, mais profunda, rural e com forte presença da cultura índia”, diz. Mas, acrescenta, “em termos de resistência e preserverança, a experiência mais interessante foi descer o rio Douro em caiaque”, em 2005, pouco antes de ser indigitado. Esse “exercício de resistência física e psicológica” assemelha-se, garante, às provações que o seu actual cargo acarreta. Menos tormentosa foi a sua vivência políti-ca antes do 25 de Abril, embora tenha par-ticipado nas manifestações estudantis de 1969, com apenas 17 anos. Na altura iden-tificava-se com “uma esquerda socialista mais popular, muito próxima do MES”, sem nunca se deixar “convencer pela concepção de sociedade de tipo comunista”. Teixeira dos Santos só se envolve activamente no PS a partir de 1995, com a participação nos Estados Gerais do partido, então sob a lide-rança de António Guterres. No entanto, não chega a filiar-se. “Nunca senti necessidade de ser militante para colaborar com o PS”, explica, para logo acrescentar que a sua re-lação com o partido “é uma união de facto que funciona bem”.

“HÁ UM PROGRAMA DE REFORMAS A SER

IMPLEMENTADO E QUE ATACA AS DEBILIDADES

ESTRUTURAIS DA ECONOMIA

PORTUGUESA”.

“NOS ÚLTIMOS ANOS, COMEÇA A SER HABITUAL FICAR SURPREENDIDO COM AS NOTAÇÕES DE CRÉDITO QUE AS AGÊNCIAS DE RATING FAZEM. PARA MIM, VALE O QUE VALE”. O ministro

aventureiro

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FACE-A-FACE ESTÓRIAS

O ano lectivo de 1954-55 aproximava-se do fim. Seguir-se-ia a época de exames. Nos calabouços da PIDE es-tavam presos, há algum tempo, vários estudantes uni-

versitários do Porto, por manifestas ideias contrárias ao regime salazarista. Talvez mais de uma dezena, dos quais um ou outro de Belas Artes ou de qualquer outra faculdade, mas quase to-dos de Medicina. Portanto, meus conhecidos e conviventes.Era para nós claro que a prisão dos nossos colegas em véspe-ras de exame tinha uma intenção perversa: fazer com que per-dessem o ano escolar. Seria o castigo pela ousadia de terem manifestado “ideias subversivas”. Por isso, surgiu um abaixo-assinado, julgo que dirigido ao Governador Civil, para que in-tercedesse no sentido de eles poderem prestar provas de exa-me. Era, pois, um gesto fundamentalmente de camaradagem e solidariedade. Assim o entendi, não hesitando em assinar a petição e prontificando-me a apoiar e a reforçar a campanha de angariação de assinaturas. E muito chocado fiquei com a atitude de grande parte dos colegas, que acompanharam a sua recusa com expressões como esta: “eu não me meto nisso”; “eu não quero saber disso para nada”; “eu no teu lugar não me metia nisso”; “vais-te arrepender...”; “ó pá, eu tenho medo!”...Era isso, eles tinham medo. Vínhamos todos de casa com a re-comendação de “não nos metermos em nada”. Mas, caramba, ter medo de ser solidário com os colegas! Fiquei chocado, mes-mo revoltado. Com uma Academia assim, apenas preocupada com os seus próprios interesses e com o futebol, e implantada numa cidade dela independente no seu quotidiano, que era de esperar? As conversas, parcas e quase confidenciais, restrin-giam-se aos amigos dos estudantes presos. Por essa ocasião fez-se um jantar de despedida de solteiro de um colega, que juntou bastantes estudantes (...), sobretudo gente ligada ao Orfeão, de cujas actividades ele era figura pre-ponderante. O repasto (...) decorreu animadíssimo, como era de esperar da característica geral dos convivas. Houve vários discursos e eu também tomei a palavra. No calor da emoção pelo ambiente de camaradagem que ali nos unia, resvalei para a exaltação desse sentimento, terminando com um veemente apelo de solidariedade para com os colegas que estavam pre-sos. Muito aplaudido, tive à despedida do encontro palavras de felicitação de vários dos presentes. Com o que eu não contava foi com a repercussão que as minhas palavras tiveram no meio académico: na Faculdade e no “Piolho” (...) muitos me augura-ram dias penosos, pelo menos desagradáveis, o que me trouxe preocupado durante algum tempo.

Medo de sersolidário

O outro caso tem um sabor mais anedótico. Descia eu a rua da Fábrica à conversa com um colega de curso e velho amigo desde o 1.0 ano do liceu, também dado às coisas da cultura e um bem esclarecido crítico de cinema. Despedimo-nos no cru-zamento com a rua do Almada, mesmo em frente da Livraria Educação Nacional, no preciso momento em que de lá saía um nosso antigo contemporâneo do Colégio, com quem segui ca-minho. Dados alguns passos, estaca. E, agarrando-me o braço, exclama: “Ó pá, quando encontro um estudante de Medicina, ele só fala de medicina, mas este gajo só fala de cinema e anda sempre com livros em inglês. Olha lá, não será ‘comunistói-de’?”. É claro que lhe respondi com uma prolongada e bem sonante gargalhada.Eram tempos de medo, aqueles! Eram tempos de medo, aque-les, em que se sabia haver, nos cafés que frequentávamos, em-pregados que eram informadores da PIDE. Mas quem? Eram tempos de medo, aqueles, em que se sabia que porteiros e contínuos das faculdades o eram também. Mas quais? Eram tempos de medo, aqueles, em que se sabia que os próprios agentes daquela polícia do Estado andavam dispersos pelas ruas da cidade, nos autocarros e nos eléctricos, e até na mesa de café ao lado da nossa, prontos a lançarem as garras sobre os mais incautos ou ousados. Mas como identificá-los na sua aparência de vulgares e inofensivos cidadãos? Eram tempos de medo, aqueles!Por isso, à distância de 50 anos, eu terei tendência a desculpar a fraqueza dos que tiveram medo de ser solidários. Não deixan-do, contudo, de ainda hoje sentir uma enorme admiração pelos que tiveram a coragem de dizer não à mordaça.

Abílio Ferreira da SilvaFaculdade de Medicina de 1949

Não se trata, como diz a oposição, de “atirar dinheiro para cima dos problemas”?Não, não é atirar dinheiro para os problemas: é ter projectos concretos. Atirar dinheiro para os problemas é pensar em des-cidas generalizadas de impostos ou da taxa para a contribuição social. O que a economia precisa, neste momento, é de algo que compense a retracção na procura privada. E isso só pode vir da parte do Estado. As reduções fiscais ou outro tipo de me-didas que aumentam o rendimento disponível não garantem que o sector privado gaste esse mesmo rendimento. A tendên-cia é para poupá-lo. Logo, não são gerados efeitos na procura e assim não é estimulada a actividade económica.

Mas, para que as contas do Orçamento batam certo, é necessário que o investimento privado não diminua abruptamente. Tendo em conta a falta de confiança dos agentes económicos, como espera convencer os em-presários a investir?Apesar dos esforços que têm vindo a ser feitos em todo o mundo, e que evitaram o pior dos cenários nos mercados financeiros, os canais de crédito ain-

da não foram inteiramente restabelecidos. As instituições ban-cárias estão altamente sensíveis à percepção do risco, o que se reflecte nos spreads elevados que praticam. Por isso, para além dos apoios directos ao sistema financeiro, o Governo lançou li-nhas de crédito para as PME. Neste momento, há já três linhas de crédito [PME Invest], tendo delas beneficiado mais de 12 mil empresas [entretanto, o número subiu para 20 mil empresas]. Está ainda prevista, neste programa de medidas anticrise, uma quarta linha de crédito de 2 mil milhões de euros. Se for neces-sário, essa linha será lançada.

Prevê que sejam tomadas mais medidas para estabilizar o sistema financeiro, como o aumento dos avales, a injecção de capitais ou mesmo a nacionalização de algum banco?Nós temos, neste momento, um quadro de apoio que se tra-duz, essencialmente, nos avales às instituições bancárias [20 mil milhões de euros] e na possibilidade de apoiar o esforço de recapitalização dos bancos, assim estes o queiram. Ouve-se dizer que “o Estado anda a meter dinheiro nos bancos”. Ora, o Estado ainda não pôs nenhum dinheiro nos bancos...

Mas pôs a Caixa Geral de Depósitos...Desculpe, deixe-me esclarecer: nós demos avales. Mais: os ava-les são pagos. Os bancos que pedem garantias ao Estado pa-gam uma taxa. Além disso, ainda não recapitalizámos nenhum banco, embora estejam previstos 4 mil milhões de euros se for necessário fazê-lo. Quanto à Caixa, trata-se de emprestar dinheiro, como aconteceu no BPN, e não de dar dinheiro. Os bancos emprestam dinheiro uns aos outros, como fizeram o BCP e outras instituições ao BPP. Faz parte da sua actividade. Essa ideia de que o Estado usou milhões e milhões de euros dos contribuintes nos bancos é uma falsidade.

E não espera ter de nacionalizar outro banco?Não. A situação do BPN foi excepcional. Tínhamos um banco que, por problemas de gestão que agora são do foro criminal, acumulou perdas enormes [1,8 mil milhões de euros] e pôs em risco a sua solvabilidade. De tal forma que se tornou incapaz de honrar os compromissos com os depositantes. A nossa in-tervenção foi, em primeiro lugar, para acautelar os interesses dos depositantes. Num ambiente de grande instabilidade do sistema financeiro, um banco sem capacidade para garantir os depósitos iria gerar um pânico que afectaria todo o sistema bancário português.

Que ensinamentos podem ser extraídos da actual crise para a ciên-cia económica? Nós vivemos um paradigma, sobretudo nos anos 80 e 90, em que se achava que o funcionamento dos mecanismos de mer-cado era suficiente, que as falhas de mercado seriam limitadas e que o Estado devia remeter-se a uma função reguladora. No essencial, este tipo de abordagem não me suscita grandes re-servas. Mas onde eu acho que houve uma percepção deficiente foi, precisamente, na função reguladora do Estado. É que tam-bém era dito que existia uma grande capacidade de auto-regu-lação dos intervenientes no mercado. E a crise veio provar que não. Houve, isso sim, campo aberto a um misto de inovação financeira com ganância e opacidade.

A formação na Faculdade de Economia (FEP) deu-lhe uma prepa-ração adequada para lidar com estes novos problemas?A preparação que obtive na Universidade do Porto foi sólida. Aliás, não teria o sucesso que tive no doutoramento nos Es-tados Unidos sem as bases que ganhei na FEP. E a minha as-sessoria técnica no ministério é, essencialmente, de gente que veio [da Universidade] do Porto e que tem feito um trabalho de primeira qualidade. Os resultados que o ministro obtém no campo político são consequência do trabalho técnico de gente que tem essa origem.

“ATIRAR DINHEIRO PARA OS PROBLEMASÉ PENSAR EM DESCIDAS

GENERALIZADAS DE IMPOSTOS OU DA TAXA PARA A CONTRIBUIÇÃO

SOCIAL”.

“AINDA NÃO RECAPITALIZÁMOS NENHUM BANCO, EMBORA ESTEJAM PREVISTOS 4 MIL MILHÕES DE EUROS SE FOR NECESSÁRIO FAZÊ-LO”.

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Ciências Dentárias

Biomateriais na Regeneração Óssea em Medicina Dentária (curso teórico) Organização: FMDUP • Destinatários: Mé-dicos Dentistas, outras licenciaturas afins e Estudantes de Medicina Dentária • Data: 14 a 28 de Maio • Duração: 27 horas • Crédi-tos: 1 ECTS • Horário: 14h30 às 17h30 • Informações: 220901197 / [email protected] • Propina: 50 e

Diagnóstico e Plano de Tratamento em Ortodontia II (curso teórico) Organização: FMDUP • Destinatários: Mé-dicos Dentistas, outras licenciaturas afins e Estudantes de Medicina Dentária • Data: 16 de Maio • Duração: 27 horas • Créditos: 1 ECTS • Informações: 220901197 / [email protected] • Propina: 100 e

Prótese Total (curso prático)Organização: FMDUP • Destinatários: Mé-dicos Dentistas, outras licenciaturas afins e Estudantes de Medicina Dentária • Data: 3 a 24 de Abril • Duração: 54 horas • Cré-ditos: 2 ECTS • Horário: 14h30 às 17h30 • Informações: 220901197 / [email protected] • Propina: 150 e Ciências Empresariais

Brands that Make Sense & Making Sense Communicating Brands (5.ª Edição, Lisboa)Organização: EGP-University of Porto Bu-siness School • Destinatários: Executivos seniores, quadros seniores e intermédios com funções de marketing • Data: 6 e 7 de Maio • Duração: 2 dias • Informações: 226153270 / [email protected] • Pro-pina: 1500 e (inscrições confirmadas até 8 de Abril: 1050e) • Condições especiais para associados e antigos alunos da EGP-UPBS

Brands that Make Sense & Making Sense Communicating Brands (6.ª Edição, Porto)Organização: EGP-University of Porto Business School • Destinatários: Executivos seniores, quadros seniores e intermédios com funções de marketing • Data: 8 e 9 de Julho • Duração: 2 dias • Informações: 226153270 / [email protected] • Propina: 1500 e (inscrições confirmadas até 9 de Junho: 1050 e). Con-dições especiais para associados e antigos alunos da EGP-UPBS

Como escolher KPIs (3.ª Edição)Organização: EGP-University of Porto Business School • Destinatários: Quadros seniores e intermédios • Data: Junho • Duração: 12 horas (3 manhãs) • Horário: 9h às 13h • Informações: Informações: 226153270 / [email protected] • Propina: 700 e • Condições especiais para associa-dos e antigos alunos da EGP-UPBS

Competitividade Internacional (1.ª Edição)Organização:EGP-University of Porto Business School • Destinatários:Quadros seniores; especialistas • Data: 24 de Abril Duração: 1 dia • Informações: 226153270 / [email protected] • Propina: 1000 e (ins-crições confirmadas até 27 de Março: 600 e) • Condições especiais para associados e antigos alunos da EGP-UPBS

Comunicação Efectiva (11.ª Edição)Organização:EGP-University of Porto Business School • Destinatários:Quadros seniores e intermédios; especialistas • Data: 1 e 2 de Julho • Duração: 2 dias • Horário: 9h às 18 h • Informações: 226153270 / [email protected] • Propina: 2000 e (inscri-ções confirmadas até 3 de Junho: 1300 e) • Condições especiais para associados e antigos alunos da EGP-UPBS

Contabilidade e Finanças para Juristas (1.ª Edição)Organização:EGP-University of Porto Business School • Destinatários:Quadros seniores e quadros médios com background jurídico • Data: Maio e Junho • Duração: 70 horas • Horário: 8h30 às 13h30 • Informa-ções: 226153270 / [email protected] • Propina: 2400 e • Condições especiais para associados e antigos alunos da EGP-UPBS Corporate Governance (5.ª Edição, Lisboa)Organização:EGP-University of Porto Business School • Destinatários:Quadros seniores; especialistas • Data: 30 de Junho • Duração: 1 dia • Horário: 9h às 18h • Informações: 226153270 / [email protected] • Propina: 1000 e (inscrições confir-madas até 2 de Junho: 600 e) • Condições especiais para associados e antigos alunos da EGP-UPBS

Criatividade Prática para a InovaçãoOrganização:EGP-University of Porto Business School • Destinatários:Quadros seniores e intermédios • Data: Julho • Duração:16 horas / 2 dias • Horário: 9h às 18h • Informações: 226153270 / [email protected] • Propina: 900 e • Condições especiais para associados e antigos alunos da EGP-UPBS

Curso de Análise Financeira de Empresas (6.ª Edição)XXXOrganização: EGP-University of Porto Business School • Destinatários:Quadros seniores e intermédios • Data: 15 de Junho a 7 de Julho • Duração: 40 horas • Informações: 226153270 / [email protected] • Propina: 1500 e • Condições especiais para associados e antigos alunos da EGP-UPBS

Curso de Regimes e Procedimentos Aduaneiros (1.ª Edição)Organização:EGP-University of Porto Business School • Destinatários:Quadros intermédios; especialistas • Data: Maio • Du-ração: 20 horas • Informações: 226153270 / [email protected] • Propina: 900 e • Condições especiais para associados e antigos alunos da EGP-UPBS

Experiential Marketing (1st Edition, Porto)Organização:EGP-University of Porto Business School • Destinatários: Senior executives; up-per and middle managers in marketing roles • Data: 14 de Maio • Duração: 1 dia • Horário: 9h às 18 h • Informações: 226153270 / [email protected] • Propina: 1000 e (inscrições confirmadas até 16 de Abril: 600 e) • Con-dições especiais para associados e antigos alunos da EGP-UPBS

Growing Mature Industries (2nd Edition)Organização: EGP-University of Porto Business School • Destinatários: Senior executives • Data: 28 de Maio • Duração: 1 dia • Horário: 9h às 18 h • Informações: 226153270 / [email protected] • Propi-na: 1000 e (inscrições confirmadas até 30 de Abril: 600 e) • Condições especiais para associados e antigos alunos da EGP-UPBS

O Papel dos Recursos Humanos no Sucesso estratégico Sustentável (2.ª Edição)Organização: EGP-University of Porto Business School • Destinatários:Quadros seniores e intermédios • Data: Abril a Maio • Duração:40 horas • Informações: 226153270 / [email protected] • Propina: 1400 e • Condições especiais para associados e antigos alunos da EGP-UPBS

Power & Influence (1.ª Edição)Organização:EGP-University of Porto Business School • Destinatários: Senior executives • Data: 18 de Junho Duração:1 dia • Horário: 9h às 18 h • Informações: 226153270 / [email protected] • Propina: 1000 e (inscrições confirmadas até 21 de Maio: 600 e) • Con-dições especiais para associados e antigos alunos da EGP-UPBS

Strategic Marketing & Innovation (6ª Edição, Lisboa)Organização: EGP-University of Porto Business School • Destinatários: Senior executives • Data: 2 de Abril • Duração: 1 dia • Horário: 9h às 18h • Informações: 226153270 / [email protected] • Propina: 1000 e • Condições especiais para associados e antigos alunos da EGP-UPBS

The Inspirational Leadership Seminar Organização:EGP-University of Porto Business School • Destinatários:Upper, middle and se-nior managers • Data: 4 de Junho • Duração: 1 dia • Horário: 9h às 18h • Informações: 226153270 / [email protected] • Propina: 1000 e (inscrições confirmadas até 7 de Maio: 600 e) • Condições especiais para associados e antigos alunos da EGP-UPBS

Ciências Sociais e do Compor-tamento

Avaliação das Interacções Adulto-Criança em Idade Pré-Escolar (2ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Profissionais, Licenciados/as, Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia • Data: Maio • Duração: 13 horas • Créditos: 1,5 ECTS • Informações: 226 061 890 / [email protected] • Propina: 80 e

Escala de Avaliação do Ambiente em Educação de Infância - Revista Early Childhood Environment Rating Scale - revised-edition (ECERS-R) (5ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Profissionais, Licenciados/as, Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia • Data: Maio • Duração: 9 horas • Créditos: 1 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 80 e

Inserção Social: Estratégias e Programas (2ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Profis-sionais, Licenciados/as, Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia • Data: Maio a Junho • Duração: 18 horas • Créditos: 2 ECTS • In-formações: 226061890 / [email protected] • Propina: 90 e

Introdução à Análise de Dados com o Programa SPSS - análise univariada e bivariada (2.ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Profissionais, Licenciados/as, Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia • Data: Abril a Maio • Duração: 30 horas • Créditos: 3 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 150 e

Resolução de Conflitos: a mediação (3ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Li-cenciados/as de qualquer área de formação; Alunos/as dos últimos anos das Licen-ciaturas em Ciências da Educação e em Psicologia • Data: Maio a Junho • Duração: 48 horas • Créditos: 5 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 275 e

Gestão e Administração

Avaliação de Desempenho e Gestão por ObjectivosOrganização: FPCEUP • Destinatários: Pro-fissionais, Licenciados/as, Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ci-ências da Educação, Psicologia • Data: Abril (2ª Edição); Junho (3ª Edição) • Duração: 15 horas • Créditos: 1,5 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 95 e

Curso de Gestão de Compras (5ª edição)Organização: EGP-University of Porto Business School • Destinatários: Quadros seniores, intermédios e especialistas • Data: Abril e Maio • Duração: 40 horas • Informa-ções: 226153270 / [email protected] • Propina: 1350 e • Condições especiais para associados e antigos alunos da EGP-UPBS

Eficácia do Atendimento ao Público na Administração Pública (1.ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Profis-sionais, Licenciados/as, Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia • Data: 19 de Junho a 3 de Julho • Duração: 15 horas • Créditos: 1,5 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 95 e

Gestão e Concepção da Formação I (3.ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Profis-sionais, Licenciados/as, Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia • Data: Maio e Junho • Duração: 30 horas • Créditos: 3 ECTS • In-formações: 226061890 / [email protected] • Propina: 170 e

Processo de Diagnóstico de Necessidades Formaticas (2ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Profis-sionais, Licenciados/as, Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia • Data: 2 de Abril a 14 de Maio • Duração: 24 horas • Créditos: 2,5 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 150 e

Técnicas de Liderança e Coaching para Chefias Intermédias (5ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Profis-sionais, Licenciados/as, Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia • Data: Abril a Junho • Duração: 30 horas • Créditos: 2,5 ECTS • In-formações: 226061890 / [email protected] • Propina: 170 e

Formação de Professores / For-madores e Ciências da Educação

A Educação Sexual em Contexto EscolarOrganização: FPCEUP • Destinatários: Licen-ciados/as das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia • Data: 14 de Abril a 14 de Maio • Duração: 30 horas • Créditos: 3 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 150 e

Avaliação do Funcionamento de Bibliotecas (2ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Pro-fessores Biliotecários, Dirigentes, Técnicos Superiores, Chefias Administrativas, Técnicos, Técnicos-Profissionais, Administrativos e Estagiários • Data: 8 de Junho a 6 de Julho • Duração: 30 horas • Créditos: 3 ECTS • Infor-mações: 226061890 / [email protected] • Propina: 120 e

Classificação Internacional da Fun-cionalidade, Incapacidade e Saúde: Versão para Crianças e Jovens (CIF-CJ); Aplicação em Contextos Educativos (14ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Psicólogos, Assistentes Sociais, Terapeu-tas, Professores, Educadores de Infância, Médicos (e Estudantes das mesmas áreas); Outros profissionais que desenvol-vam intervenção junto de crianças com incapacidades • Data: Abril • Duração: 27 horas • Créditos: 3 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 130 e

Literacia e a “Sociedade do Conhecimento” (1ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Licenciados/as das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia • Data: Junho • Duração: 30 horas • Créditos: 3 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 120 e

(N)a Escola Face aos Média» Da Educação para os Média à Literacioa Mediática. Formação de Professores e Estratégicas Pedagógicas para o Ensi-no Básico e Secundário (1ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Licenciados/as das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia • Data: Maio • Duração: 30 horas • Créditos: 3 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 120 e

Planeamento e Gestão do Espaço em Unidades Documentais (1ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Licenciados/as das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia. Outros Profissionais Dirigentes, Técnicos Superiores, Chefias Administra-tivas, Técnicos, Técnicos-Profissionais, Administrativos, Estagiários • Data: 3 a 24 de Abril • Duração: 15 horas • Créditos: 1,5 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 100 e

(Per)cursos de Educação e Formação de Adultos: formação avançada (5ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Licenciados/as das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia. Outros interessados profissionais do domínio da Educação e Formação de Adultos, preferencialmente com a experiên-cia na área • Data: 6 de Abril a 7 de Maio • Duração: 30 horas • Créditos: 3 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 150 e

História e Arqueologia

As Civilizações da Antiguidade: uma história culturalOrganização: FLUP • Destinatários: Estu-dantes da U.Porto e Público Geral • Data: A indicar • Duração: 50 horas • Créditos:

3 ECTS / 2 U.C (CCPFC) • Informações: 226077148 / [email protected] • Propina: 285 e + e2,02 e (Seguro Escolar)

Humanidades

Emprego e Desemprego. Diagnósticos e IntervençõesOrganização: FLUP • Destinatários: Estu-dantes da U.Porto e Público Geral • Data: Abril • Créditos: 1 crédito ECTS • Dura-ção: 15 horas presenciais • Informações: 226077148 / [email protected] • Propina: A indicar + e 2,02 (seguro escolar)

Humanidades - Outros Programas

Entrevistas Qualitativas: fundamentos e práticaOrganização: FLUP • Destinatários: Estu-dantes da U.Porto e Público Geral • Data: Junho • Duração: 9 horas • Créditos: 1 ECTS • Informações: 226077148 / [email protected] • Propina: A indicar + e2,02 e (Seguro Escolar)

Iniciação aos Sistemas de Informação GeográficaOrganização: FLUP • Destinatários: Estu-dantes da U.Porto e Público Geral • Data: Julho • Duração: 18 horas • Créditos: 2 ECTS • Informações: 226077148 / [email protected] • Propina: 130 e + e2,02 e (Seguro Escolar)

Metodologia de Avaliação em projec-tos de intervençãoOrganização: FLUP • Destinatários: Estu-dantes da U.Porto e Público Geral • Data: Junho • Duração: 27 horas • Créditos: 2 ECTS • Informações: 226077148 / [email protected] • Propina: A indicar + e2,02 e (Seguro Escolar)

Planificar e Avaliar o ensino da GeografiaOrganização: FLUP • Destinatários: Es-tudantes da U.Porto e Público Geral • Data: Junho a Julho • Duração: 27 horas • Créditos: 2,5 ECTS / 1,1 U.C (CCPFC) • In-formações: 226077148 / [email protected] • Propina: 160 e + e2,02 e (Seguro Escolar)

Políticas Sociais e Estratégias de Inserção: instrumentos de planeamento estratégicoOrganização: FLUP • Destinatários: Estu-dantes da U.Porto e Público Geral • Data: Maio • Duração: 22 horas • Créditos: 1 ECTS • Informações: 226077148 / [email protected] • Propina: A indicar + e2,02 e (Seguro Escolar)

Sociedade Portuguesa Contempo-rânea: estrutura social, modelo(s) de desenvolvimento e mudança socialOrganização: FLUP • Destinatários: Estu-dantes da U.Porto e Público Geral • Data: Maio a Junho • Duração: 27 horas • Cré-ditos: 2 ECTS • Informações: 226077148 / [email protected] • Propina: A indicar + e2,02 e (Seguro Escolar)

FORMAÇÃO CONTÍNUA DA

UNIVERSIDADEDO PORTO

FORMAÇÃO CONTÍNUA DA

UNIVERSIDADE DO PORTO

CANDIDATURASENTRE ABRIL EJULHO DE 2009

AtençãoA presente lista não

dispensa a consulta da página do Catálogo de Formação Contínua da

U.Porto 2008, em ht-tp://www.up.pt > Ensino > Educação > Contínua > Catálogos, através da

qual poderá aceder a todas informações (em constante actualização) sobre os vários cursos que compõem a oferta

da U.Porto.

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Page 15: UPorto Alumni #07

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Técnicas de Representação Cartográfica e SIGOrganização: FLUP • Destinatários: Estu-dantes da U.Porto e Público Geral • Data: 8 a 23 de Maio (1ª edição) / Julho (2ª edição) • Duração: 18 horas • Créditos: 2 ECTS • In-formações: 226077148 / [email protected] • Propina: 130 e + e2,02 e (Seguro Escolar)

Informação e Jornalismo

Biblioteconomia, arquivo e documentação (BAD)Organização: FPCEUP • Destinatários: Licenciados/as das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia. Outros Profissionais Dirigentes, Técnicos Superiores, Chefias Administra-tivas, Técnicos, Técnicos-Profissionais, Administrativos, Estagiários • Data: 3 a 24 de Abril • Duração: 15 horas • Créditos: 1,5 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 100 e

Línguas e Literaturas Estrangeiras

Curso Intensivo de Francês (3ª edição)Organização: FLUP • Destinatários: Es-tudantes da U.Porto e Público Geral • Data: 29 Junho a 24 Julho • Duração: 60 horas • Créditos: 3 ECTS • Informações: 226077148 / [email protected] • Propina: 300 e + e2,02 e (Seguro Escolar)

English Speaking Skills: analysis, promotion and evaluationOrganização: FLUP • Destinatários: Estu-dantes da U.Porto e Público Geral • Data: Julho • Duração: 25 horas • Créditos: 2,5 ECTS / 1 U.C (CCPFC) • Informações: 226077148 / [email protected] • Propina: 145 e + e2,02 e (Seguro Escolar)

Matemática e Estatística

Análise Avançada de Dados Quantitativos com recursos ao SPSSOrganização: FLUP • Destinatários: Estudantes e Funcionários da U.Porto e Público Geral • Data: Abril • Duração: 20 horas • Informações: 226077148 / [email protected] • Propina: A indiciar + e2,02 e (Seguro Escolar)

Introdução à Análise de Dados com o Programa SPSS - análise univariada e bivariada (2ª Edição)Organização: FLUP • Destinatários: Licen-ciados/as das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psi-cologia • Data: Abril e Maio • Duração: 30 horas • Créditos: 3 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 150 e

Medicina

Unidade de Formação Contínua em Antropologia da SaúdeOrganização: FMUP e ICBAS • Destinatá-rios: Titulares do grau de licenciado e/ou detentores do Mestrado Integrado • Data: Maio • Duração: 54 horas • Créditos: 2 ECTS • Informações: 225 513 676 / [email protected] • Propina: 350 e

Unidade de Formação Contínua em Epidemiologia NutricionalOrganização: FMUP e ICBAS • Destinatá-rios: Titulares do grau de licenciado e/ou detentores do Mestrado Integrado • Data: 4 de Maio • Duração: 54 horas • Créditos: 2 ECTS • Informações: 225513676 / [email protected] • Propina: 350 e

Psicologia

Dificuldades de Aprendizagem e Leitura e da Escrita (DALE)Organização: FPCEUP • Destinatários: Educadores do Pré-Escolar; Professores do Ensino Básico; Professores de Português do 2º Ciclo do Ensino Básico; Professores dos Apoios Educativos. • Data: Maio • Duração: 15 horas • Créditos: 1,5 ECTS • Informa-ções: 226061890 / [email protected] • Propina: 75 e

Intervenção em Grupo nas Perturba-ções do Espectro do Autismo (1ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Licenciados/as ou Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia. Profissionais que desenvolvam Intervenção junto das crianças com Perturbações do Espectro do Autismo • Data: Maio • Duração: 36 horas • Créditos: 4 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 150 e

Intervenção Psicossocial em Situa-ções de Crise e Catástrofes (1ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Li-cenciados/as ou Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia, Ciências da Saúde e Ciências. Policiais. Profissionais que traba-lham em áreas nas quais exista risco a nível individual ou colectivo • Data: Maio a Junho • Duração: 30 horas • Créditos: 3 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 150 e

Inventário Home (2ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Li-cenciados/as ou Estudantes de Psicologia que procuram formação complementar à sua Licenciatura na Universidade do Porto • Data: Maio a Junho • Duração: 20 horas • Créditos: 2 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 100 e

Psicopatologia da Criança e do De-senvolvimento –II (1ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Psicólogos/as, Educadores/as de Infância, Professores, Médicos, Enfermeiros, e Pro-fissionais das áreas da Educação, Saúde e Intervenção Sócio-Cultural • Data: Abril • Duração: 18 horas • Créditos: 2 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 120 e

Psicopatologia da Criança e do Desenvolvimento –IIIOrganização: FPCEUP • Destinatários: Psicólogos/as, Educadores/as de Infância, Professores, Médicos, Enfermeiros, e Pro-fissionais das áreas da Educação, Saúde e Intervenção Sócio-Cultural • Data: Abril • Duração: 18 horas • Créditos: 2 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 120 e

Psicopatologia da Criança e do Desenvolvimento – IVOrganização: FPCEUP • Destinatários: Psicólogos/as, Educadores/as de Infância, Professores, Médicos, Enfermeiros, e Pro-fissionais das áreas da Educação, Saúde e Intervenção Sócio-Cultural • Data: Maio • Duração: 18 horas • Créditos: 2 ECTS • Informações: 226 061 890 / [email protected] • Propina: 120 e

Recrutamento e Selecção de PessoalOrganização: FPCEUP • Destinatários: Profissionais, Licenciados/as, Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia • Data: Marco (10ª edição); Maio (11ª edição); • Duração: 18 horas • Créditos: 2 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 120 e

Técnicas de Procura de Emprego (1ª Edição)Organização: FPCEUP • Destinatários: Recém-graduados na área da Psicologia ou de Ciências da Educação • Data: Maio • Duração: 18 horas • Créditos: 2 ECTS • Informações: 226061890 / [email protected] • Propina: 90 e

Saúde

Alimentação da criança na prática pedagógica do educador de infância Organização: FCNAUP • Destinatários: Educadores de infância e coordenadores de promoção da saúde • Data: Março e Abril • Duração: 81 horas • Créditos: 3 ECTS * • Informações: 225074320 /[email protected] • Propina: 297 e

Obesidade: do biológico ao psicossocialOrganização: FCNAUP • Destinatários: Licenciados de cursos da área de ciências da saúde. Estudantes do último ano de licenciaturas da área de ciências da saúde • Data: Maio a Junho • Duração: 135 horas • Informações: 225074320 /[email protected] • Propina: 495 e

Faculdade de Belas Artes (FBAUP)

Av. Rodrigues de Freitas, 265 • 4049-021 Porto • Tlf: +351 225 192 400 • Fax: +351 225 367 036 • http://www.fba.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em Arte e design para o Espaço PúblicoDuração: 2 anos / 4 semestres • Candidatu-ras: 17 a 23 de Julho de 2009 • Vagas: 20 • Horário: pós-laboral • Info: telefone/e-mail: 225192400 / [email protected] • Propi-na: 1600 e/ ano

2º Ciclo / Mestrado em Desenho e Técnicas de ImpressãoDuração: 2 anos / 4 semestres • Candidatu-ras: 17 a 23 de Julho de 2009 • Vagas: 20 • Horário: pós-laboral • Info: telefone/e-mail: 225192400 / [email protected] • Propi-na: 1600 e/ ano

2º Ciclo/ Mestrado em EsculturaDuração: 2 anos / 4 semestres • Candidatu-ras: 17 a 23 de Julho de 2009 • Vagas: 20 • Horário: pós-laboral • Info: telefone/e-mail: 225192400 / [email protected] • Propi-na: 1600 e/ ano 2º Ciclo/ Mestrado em PinturaDuração: 2 anos / 4 semestres • Candidatu-ras: 17 a 23 de Julho de 2009 • Vagas: 20 • Horário: pós-laboral • Info: telefone/e-mail: 225192400 / [email protected] • Propi-na: 1600 e/ ano 2º Ciclo / Mestrado em Design da ImagemDuração: 2 anos / 4 semestres • Candidatu-ras: 17 a 23 de Julho de 2009 • Vagas: 20 • Horário: pós-laboral • Info: telefone/e-mail: 225192400 / [email protected] • Propi-na: 1600 e/ ano 2º Ciclo/ Mestrado em Estudos Ar-tísticos, especialização em Estudos Museológicos e CuradoriaisDuração: 2 anos / 4 semestres • Candidatu-ras: 17 a 23 de Julho de 2009 • Vagas: 20 • Horário: pós-laboral • Info: telefone/e-mail: 225192400 / [email protected] • Propi-na: 1600 e/ ano 2º Ciclo/Mestrado em Estudos Ar-tísticos, especialização em Teoria e Critica da ArteDuração: 2 anos / 4 semestres • Candidatu-

ras: 17 a 23 de Julho de 2009 • Vagas: 20 • Horário: pós-laboral • Info: telefone/e-mail: 225192400 / [email protected] • Propi-na: 1600 e/ ano 2º Ciclo/ Mestrado em Design Gráfico e Projectos EditoriaisDuração: 2 anos / 4 semestres • Candidatu-ras: 17 a 23 de Julho de 2009 • Vagas: 20 • Horário: pós-laboral • Info: telefone/e-mail: 225192400 / [email protected] • Propi-na: 1600 e/ ano

Faculdade de Ciências (FCUP)

Rua do Campo Alegre, s/n • 4169-007 Por-to • Tlf: +351 220 402 000 • Fax: +351 220 402 009 • www.fc.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em MatemáticaDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: 30 • Horário: Horário laboral com aulas concentradas em 2 dias da semana (3as e 5as) • Coordenador: Prof.ª Doutora Isabel Salgado Labouriau • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Matemática para ProfessoresDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: 35 • Coordenador: Prof. Doutor Carlos Manuel Monteiro Correia de Sá • Info:telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Modelação, Análise e Optimização de Processos Industriais (MAOPI)Duração: 2 anos/ 4 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: 15 • Horário: Laboral • Coordenador: Prof. Doutor Gueorgui Smirnov • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Recursos Biológicos e AquáticosDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: 15 • Horário: Laboral • Coordenador: Prof. Doutor Aires Manuel Pereira de Oliva Teles • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em QuímicaDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candi-daturas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: 50 • Horário: Laboral Coordenador: Prof.ª Doutora Maria das Dores Melo Cruz Ribeiro da Silva • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Sistemas de Informação GeográficaDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: 15 • Horário: Laboral • Coordenador: Prof. Doutor André Ribeiro

da Silva Almeida Marçal • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Viticultura e EnologiaDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: 15 • Horário: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Coordenador: Prof. Doutor Jorge Bernardo Lacerda de Queiroz • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Arquitectura PaisagistaDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candidaturas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: 55 • Horário: Laboral • Coorde-nador: Prof.ª Dra. Maria José Dias Curado • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Genética ForenseDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: 10 • Horário: Laboral • Coordenador: Prof. Doutor António Manuel Amorim dos Santos • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / pos.graduaçã[email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Geomateriais e Recursos GeológicosDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: 25 • Horário: Laboral • Coordenador: Prof.ª Doutora Maria Manuela Coelho Marques • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em GeologiaDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: 20 • Horário: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Coordenador: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Informática MédicaDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candida-turas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: 30 • Horário: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Coordenado: Director do Curso: Al-tamiro Manuel Rodrigues da Costa Pereira (FMUP) • Responsável FCUP: Luís Filipe Coelho Antunes Pereira • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em AstronomiaDuração: 3 anos/ 6 semestres • Candidaturas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Horário: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Coorde-nador: Prof.ª Doutora Maria Teresa Vaz Torrão Lago • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em Biodiversidade, Genética e EvoluçãoDuração: 4 anos/ 8 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Horário: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Coordenado: Professor Doutor Nuno Miguel dos Santos Ferrand de Almeida • In-fo: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em BiologiaDuração: 3 anos/ 6 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Horário: Laboral • Coordenador: Prof. Doutor Aires Oliva Teles • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em Ciência de ComputadoresDuração: 3 anos/ 6 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Coordenador: Prof. Doutor Armando Barbot Campos Ma-tos • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em Consumo Alimentar e NutriçãoDuração: 3 anos/ 6 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Coordenador: Prof.ª Doutora Maria Daniel Vaz de Almeida • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em Ensino e Divulgação das CiênciasDuração: 3 anos/ 6 semestres • Candi-daturas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Coordenador: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em Ciências e Tecnologia do AmbienteDuração: 3 anos/ 6 semestres • Candi-daturas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Ho-rário: Laboral • Coordenador: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em GeociênciasDuração: 3 anos/ 6 semestres • Candi-daturas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Horário: Tardes de sexta-feira e sábados • Coordenador: Prof. Doutor Fernando Manuel Pereira de Noronha • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em Biologia de PlantasDuração: 4 anos/ 8 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Coordena-dor: Prof.ª Doutora Mariana Sottomayor • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em Informática (MAP-I)Duração: 3 anos/ 6 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Coordenador: Prof. Doutor Fernando Manuel Augusto da Silva • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em MatemáticaDuração: 4 anos/ 8 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Horário: Laboral • Coordenador: Professor Doutor Paulo Eduardo Oliveira (Universidade de Coimbra) • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em Física (MAP-FIS)Duração: 3 anos/ 6 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Coordena-dor: Prof. Doutor David Simon Schmool • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em Matemática AplicadaDuração: 3 anos/ 6 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Horário: Laboral • Coordenador: Prof. Doutor Sílvio M.A. Gama • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em QuímicaDuração: 3 anos/ 6 semestres • Candidatu-ras: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Horário: Laboral • Coordenador: Prof. Doutor Manuel Aníbal Varejão Ribeiro da Silva • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em Química SustentávelDuração: 3 anos/ 6 semestres • Candidaturas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Coordenador: A divulgar em: http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

FORMAÇÃO PÓS GRADUADA DA

UNIVERSIDADEDO PORTO

Page 16: UPorto Alumni #07

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3º Ciclo / Programa Doutoral em Arquitectura Paisagista e Ecologia UrbanaCandidaturas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Vagas: A divulgar em http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Coordenador: A divulgar em: http://www.fc.up.pt/fcup/index.php • Info: telefone/e-mail: 220402030/31/32 / [email protected]

Faculdade de Desporto (FADEUP)

Rua Dr. Plácido Costa, 91 • 4200-450 Porto • Tlf: +351 225 074 700 • Fax: +351 225 500 689 • http://www.fade.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em Actividade Física e AdaptadaDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candida-turas: a definir • Vagas: a definir • Horário: a definir • Propina: 1.500e /ano • Info: telefone/e-mail: 225074723/6 / [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Actividade Física e SaúdeDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candida-turas: a definir • Vagas: a definir • Horário: a definir • Propina: 1.500e /ano • Info: telefone/e-mail: 225074723/6 / [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Actividade Física para a 3ª IdadeDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candida-turas: a definir • Vagas: a definir • Horário: a definir • Propina: 1.500e /ano • Info: telefone/e-mail: 225074723/6 / [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Desporto para Crianças e JovensDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candida-turas: a definir • Vagas: a definir • Horário: a definir • Propina: 1.500e /ano • Info: telefone/e-mail: 225074723/6 / [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Gestão DesportivaDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candida-turas: a definir • Vagas: a definir • Horário: a definir • Propina: 1.500e /ano • Info: telefone/e-mail: 225074723/6 / [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Treino de Alto Rendimento DesportivoDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candida-turas: a definir • Vagas: a definir • Horário: a definir • Propina: 1.500e /ano • Info: telefone/e-mail: 225074723/6 / [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Desenvolvimento MotorDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candida-turas: a definir • Vagas: a definir • Horário: a definir • Propina: 1.500e /ano • Info: telefone/e-mail: 225074723/6 / [email protected]

3º Ciclo / Programa de Doutoramento em Actividade Física e SaúdeDuração: 3 anos / 6 semestres • Candida-turas: a definir • Vagas: a definir • Horário: a definir • Propina: 2.500e /ano • Info: telefone/e-mail: 225074723/6 / [email protected]

Faculdade de Direito (FDUP)

Rua dos Bragas nº. 223 • 4050-123 Por-to • Tlf: +351 222041609 • Fax: +351 226041614 • http://www.direito.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em DireitoDuração: 2 anos/ 4 semestres • Candidatu-ras: a definir • Vagas: a definir • Horário: A disponibilizar na página web da Faculdade de Direito • Coordenador: Prof. Doutor Carneiro da Frada • Info: telefone/e-mail: 222041609 / [email protected]

Faculdade de Economia (FEP)

Rua Dr. Roberto Frias • 4200-464 Porto • Tlf: +351 225571100 • Fax: +351 225505050 • http://.fep.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em Análise de Dados e Sistemas de Apoio à DecisãoDuração: 3 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: Valor de propina máxima definida para licenciatura • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em ContabilidadeDuração: 3 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: Valor de propina máxima definida para licenciatura • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em EconomiaDuração: 4 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: Valor de propina máxima definida para licenciatura • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Economia e Administração de EmpresasDuração: 4 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: Valor de propina máxima definida para licenciatura • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Economia e Gestão da InovaçãoDuração: 4 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir

• Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: Valor de propina máxima definida para licenciatura • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Econo-mia e Gestão das Cidades

Duração: 4 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: Valor de propina máxima definida para licenciatura • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Economia e Gestão de Recursos HumanosDuração: 4 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: Valor de propina máxima definida para licenciatura • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Economia e Gestão do AmbienteDuração: 4 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: Valor de propina máxima definida para licenciatura • Info: telefone/e-mail: +351 225 571 170/299/292/275/ [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Economia e Gestão InternacionalDuração: 4 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: Valor de propina máxima definida para licenciatura • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em FinançasDuração: 3 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: Valor de propina máxima definida para licenciatura • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Finanças e FiscalidadeDuração: 3 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: Valor de propina máxima definida para licenciatura • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Gestão ComercialDuração: 3 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: Valor de propina máxima definida para licenciatura • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Gestão e Eco-nomia de Serviços de SaúdeDuração:4 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: Valor de propina máxima definida para licenciatura • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em MarketingDuração: 3 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: Valor de propina máxima definida para licenciatura • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Métodos Quantitativos em Economia e GestãoDuração: 4 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: Valor de propina máxima definida para licenciatura • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Gestão de ServiçosDuração: 4 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: Valor de propina máxima definida para licenciatura • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

3º Ciclo / Doutoramento em Ciências EmpresariaisDuração: 6 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: a definir • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

3º Ciclo / Doutoramento em EconomiaDuração: 8 semestres • Candidaturas: 2009.04.14 a 2009.05.15 • Vagas: a definir • Horário: 10:00 - 12:30 e 14:00 - 19:15 • Propina: a definir • Info: telefone/e-mail: +351 225571170/299/292/275/ [email protected]

Faculdade de Engenharia (FEUP)

Rua Dr. Roberto Frias, s/n • 4200-465 Porto • Tlf: +351 225081400 • Fax: +351 225081440 • http://www.fe.up.pt

3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Civil – PRODECDuração: 3 anos / 6 semestres • Candi-daturas: 2009-03-01 até 2009-03-31 / 2009-04-01 até 2009-04-30 • Vagas: 30 • Horário: Laboral • Propina: 9000e / ano • Info: telefone/e-mail: 225082139 / [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Mecânica – PRODEMDuração: 3 anos / 6 semestres • Candi-daturas: 2009-03-01 até 2009-03-20 / 2009-04-01 até 2009-04-20 • Vagas: a definir • Horário: a definir • Propina: 3000e / ano • Info: telefone/e-mail: 225081642 / 225081571/ [email protected]

3º Ciclo / Programa Doutoral em En-genharia e Gestão de TransportesDuração: 3 anos / 6 semestres • Can-didaturas2009-03-01 até 2009-03-31 / 2009-04-01 até 2009-04-30 • Vagas: a definir • Horário: a definir • Propina: 3000e / ano • Info: telefone/e-mail: 225081977 / 225 081412 / [email protected]

Faculdade de Farmácia (FFUP)

R. Aníbal Cunha n.º 164 • 4050-047 Por-to • Tlf: +351 222078900 • Fax: +351 222003977 • http://www.ff.up.pt

2º ciclo / Mestrado em Análises Clínicas Duração: 2 anos / 4 semestres • Candidatu-ras: 20 de Julho a 28 de Agosto de 2009 • Vagas: 25 • Horário: Diurno • Info: telefone/ e-mail: 222078901/ [email protected]

2º ciclo/ Mestrado em Controlo de QualidadeDuração: 2 anos / 4 semestres • Candidatu-ras: 20 de Julho a 28 de Agosto de 2009 • Vagas: 16 • Horário: Diurno • Info: telefone/ e-mail: 222078901 / [email protected]

2º ciclo / Mestrado em Química Analítica AmbientalDuração: 3 semestres • Candidaturas: 20 de Julho a 28 de Agosto de 2009 • Vagas: 12 • Horário: Diurno • Info: telefone / e-mail: 222 078901 / [email protected]

2º ciclo / Mestrado em Tecnologia FarmacêuticaDuração: 2 anos / 4 semestres • Candidaturas:20 de Julho a 28 de Agosto de 2009 • Vagas: 20 • Horário: Diurno • Info: telefone / e-mail: 222078901 / [email protected]

Faculdade de Letras (FLUP)

Via Panorâmica, s/n • 4150-564 Porto • Tlf: +351 226077100 • Fax: +351 226091610 • http://www.letras.up.pt

2ºCiclo / Mestrado em ArqueologiaDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 5/20 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em Ciência da InformaçãoDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 10/30 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 225081870 / [email protected] • Propina: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em Ciências da ComunicaçãoDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 30/60 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 223393660 / [email protected] • Propina: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em Estudos AlemãesDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 1/10 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 1250e / ano

2º ciclo / Mestrado em Estudos Anglo-AmericanosDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 10/50 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em Estudos Literários, Culturais e InterartesDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 10/50 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em Didáctica das Línguas Materna ou Estrangeiras e supervisão pedagógica em LínguasDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 5/12 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em FilosofiaDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 10/30 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propi-na: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em História ContemporâneaDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 10/25 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Pro-pina: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em História da Arte PortuguesaDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 5/25 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em História e EducaçãoDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 10/25 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Pro-pina: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em História e PatrimónioDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 10/30 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Pro-pina: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em História Medieval e do RenascimentoDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 10/20 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Pro-pina: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em História, Rela-ções Internacionais e CooperaçãoDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 10/25 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Pro-pina: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em LinguísticaDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 5/20 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em MuseologiaDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 10/30 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 1250 e / ano

2º ciclo/ Mestrado em Português Língua Segunda/ Língua EstrangeiraDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 10/15 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em Riscos, Cidades e Ordenamento do TerritórioDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 10/40 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Pro-pina: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em Sistemas de Informação Geográfica e Ordena-mento do TerritórioDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 10/30 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Pro-pina: 1750 e / ano

2º ciclo / Mestrado em SociologiaDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 10/40 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Pro-pina: 1250 e / ano

2º ciclo / Mestrado em Tradução e Serviços LinguísticosDuração: 2 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 20 por línguaHorário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 1250 e / ano

3º ciclo / Doutoramento em ArqueologiaDuração: 3 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 5/10 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 2500 e / ano

3º ciclo / Doutoramento em Crítica Textual e Crítica GenéticaDuração: 3 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 3/10 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 2500 e / ano

3º ciclo / Doutoramento em Didáctica de LínguasDuração: 3 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 3/10 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 2500 e / ano

3º ciclo / Doutoramento em Estudos AlemãesDuração: 3 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 3/10 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 2500 e / ano

3º ciclo / Doutoramento em Estudos Anglo-AmericanosDuração: 3 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 1/15 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 2500 e / ano

3º ciclo / Doutoramento em FilosofiaDuração: 3 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 1/20 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propi-na: 2500 e / ano

3º ciclo / Doutoramento em História da Arte PortuguesaDuração: 3 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 5/10 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 2500 e / ano

3º ciclo / Doutoramento em HistóriaDuração: 3 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 10/30 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Pro-pina: 2500 e / ano

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3º ciclo / Doutoramento em Informação e Comunicação em Plataformas DigitaisDuração: 3 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 10/20 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 234372561 / [email protected] • Propina: 2750 e / ano

3º ciclo / Doutoramento em GeografiaDuração: 3 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 5/20 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Pro-pina: 2500 e / ano

3º ciclo / Doutoramento em LinguísticaDuração: 3 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 3/10 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 2500 e / ano

3º ciclo / Doutoramento em Literatu-ras e Culturas RomânicasDuração: 3 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 5/30 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Propina: 2500 e / ano

3º ciclo / Doutoramento em Socio-logiaDuração: 3 anos • Candidaturas: 01 a 14 de Julho de 2009 • Vagas: 5/20 (nº. mínimo /máximo) • Horário: Laboral • Info: Telefone / e-mail: 226077100 / [email protected] • Pro-pina: 2500 e / ano

Faculdade de Medicina (FMUP)

Al. Prof. Hernâni Monteiro • 4200 - 319 Porto • Tlf: +351 225513600 • Fax: +351 225513601 • http://www.med.up.pt

3.º Ciclo/ Programa Doutoral em BioéticaDuração: 3 anos / 6 semestres • Can-didaturas: 15 a 31 de Março de 2009 • Vagas: 6/28 (nº. Mínimo/máximo) • Horário: sexta-feira (16h-20h) e sábado (9h-13h) e (14h-18h) • Coordenação: Prof. Doutor Rui Nunes • Info: Tel. / E-mail: 225513676 /[email protected] • Propina: 2.500 e/ano

3.º Ciclo/ Programa Doutoral em Investigação Clínica e em Serviços de Saúde Duração: 3 anos / 6 semestres • Candida-turas: 15/06 a 26/06 / 1/09 a 18/09 (em aprovação) • Vagas: 8/12 (em aprovação) • Horário: 5.ª feira (16h às 20h), 6.ª feira (14h às 20h) e sábado (9h às 13h) • Coordena-ção: Prof. Doutor Altamiro da Costa Pereira • Info: Tel/ E-mail: 225513676 / [email protected] • Propina: 2.500e/ano (em aprovação)

3.º Ciclo/ Programa Doutoral em NeurociênciasDuração: 4 anos / 8 semestres • Candidatu-

ras: 15/06 a 30/09 (em aprovação) • Vagas: 5/10 (em aprovação) • Horário: 2.ª a 6.ª feira (9h-18h) • Coordenação: Prof. Doutora Deolinda Lima • Info: Tel. / E-mail: 2255136 76 / [email protected] • Propina: 2.500e/ano (em aprovação)

2.º Ciclo/ Mestrado em Cirurgia Ortognática e Ortodontia Duração: 2 anos / 4 semestres • Candida-turas: 15 a 30/06 (em aprovação) • Vagas: 10/15 (em aprovação) • Horário: 2.ª e 6.ª (das 8h às 13h) e (14h às 20h) e 5.ª (das 14h às 20h) • Coordenação: Prof. Doutor José Manuel Amarante • Info: Tel. / E-mail: 225513676 / [email protected] • Propina: 2.500e/ano (em aprovação)

2.º Ciclo/ Mestrado em EpidemiologiaDuração: 2 anos / 4 semestres • Candidaturas15/06 a 11/09 (em aprovação) • Vagas: 8/25 (em aprovação) • Horário: sextas-feiras (14:00 às 20:00)e sábados (9:00 às 18:00) • Coordenação: Prof. Doutor Henrique Barros • Info:Tel./E-mail: 225513676 / [email protected] • Propina: 3000 euros (em aprovação)

2.º Ciclo/ Mestrado em Evidência e Decisão em SaúdeDuração: 2 anos / 4 semestres • Candi-daturas: 6/07 a 15/07 • Vagas: 8/30 (em aprovação) • Horário: Quinta-feira (16h às 20h) Sexta-feira (14h às 20h) e Sábado (9h às 13h) • Coordenação: Prof. Doutor Altamiro da Costa Pereira • Info: Tel./E-mail: 225513676 / [email protected] • Propina: 1.750e/ano (em aprovação)

2.º Ciclo/ Mestrado em Informática MédicaDuração: 2 anos / 4 semestres • Candi-daturas: 15/07 a 27/07 • Vagas: 8/30 (em aprovação) • Horário: Sexta-feira (14h às 20h) e Sábado (9h às 13h) • Coordenação: Prof. Doutor Luís Filipe Antunes (FCUP) • In-fo: Tel./E-mail: 225513676/ [email protected] • Propina: 1.750e/ano (em aprovação)

2.º Ciclo/ Mestrado em Saúde PúblicaDuração: 2 anos / 4 semestres • Candi-daturas: 15/06 a 11/09 • Vagas: 8/25 (em aprovação) • Horário: 2.ª e 5.ª (das 15h às 19h) e 6.ª (das 14h às 20h) • Coordenação: Prof. Doutor Henrique Barros • Info:Tel./ E-mail: 225513676/ [email protected] • Propina: 3000e (em aprovação)

Faculdade de Psicologia e Ci-ências da Educação (FPCEUP)

Rua do Dr. Manuel Pereira da Silva • 4200-392 Porto • Tlf: +351 226079700/ Fax: +351 226079725 • http://www.fpce.up.pt

2º ciclo / Mestrado em Temas de PsicologiaDuração: 2 anos / 4 semestres • Candida-turas: 4 a 29 de Maio • Vagas: 40 • Horário: Pós-Laboral • Propina: 1500 e/ ano

Instituto de Ciências Biomédi-cas Abel Salazar (ICBAS)

Largo Prof. Abel Salazar, 2 • 4099-003 Porto • Tlf: +351 222062200 • Fax: +351 222062232 • http://www.icbas.up.pt

2º ciclo / Mestrado em Ciências da Enfermagem Duração: 2 Anos/ 4 semestres • Candida-turas: 15 de Junho a 10 de Julho • Vagas: 25 • Horário: Uma semana por mês, de se-gunda a sexta, das 09 às 17 horas e todas as sextas-feiras à tarde • Info: Tlf. /E-mail: 222062221 / [email protected] • Propina: 1500e / ano

2º ciclo / Mestrado em Ciências do Mar – Recursos Marinhos Duração: 2 Anos / 4 semestres • Can-didaturas: de 15 de Junho a 10 de Julho • Vagas: 15 + 2 (para candidatos de Países Lusófonos) • Horário: De segunda a sexta e ocasionalmente aos sábados. Manhãs e/ou tardes, até 20-25 horas / semana (se possível ajustável às necessidades dos Mestrandos) • Info: Tlf. /E-mail: 222062221 / [email protected] • Propina: 1250e no 1º ano e 1750e no 2º.

2º ciclo / Mestrado em Contamina-ção e Toxicologia AmbientaisDuração: 2 Anos / 4 semestres • Candi-daturas: de 15 de Junho a 10 de Julho Vagas: 20 • Horário: Horário laboral • Info: Tlf. /E-mail: 222062221 / [email protected] • Propina: 972e / ano

2º ciclo / Mestrado em Gestão Eco-lógica de Bacias Hidrográficas (ECO-CATCH-PT) (Mestrado Europeu)Duração: 2 Anos / 4 semestres • Candi-daturas: de 15 de Junho a 10 de JulhoHorário: Consultar página • Vagas: 10Info: Tlf. /E-mail: 222062221 / [email protected] • Propina: 2750e / ano

2º ciclo / Mestrado em Medicina Tradicional Chinesa Duração: 2 anos / 4 semestres • Candi-daturas: de 15 de Junho a 10 de Julho • Vagas: 14 • Horário: Blocos de 2 a 3 dias, 1 vez por mês. Blocos de 4 a 5 dias, 1 vez de 4 em 4 meses e às sextas-feiras (salvo algumas excepções), das 18 às 22 horas. Horário mais detalhado estará disponível no site do ICBAS • Info: Tlf. /E-mail: 222062221 / [email protected] • Propina: 1500e no 1º ano e 2000e no 2º

2º ciclo / Mestrado em Oncologia Duração: 2 anos / 4 semestres • Candi-daturas: de 15 de Junho a 10 de Julho • Vagas: 20 • Horário: Terças e quartas-feiras, das 14 às 20 horas. As unidades curriculares opcionais são leccionadas às sextas, das 14 às 20 e sábados das 09 às 12 horas em datas a definir • Info: Tlf. /E-mail: 222062221 / [email protected] • Propina: 2000e / ano

Especialização em Ciências Médico-Legais Duração: 2 Semestres • Candidaturas: de 15 de Junho a 10 de Julho • Vagas: 60 • Horário: Sextas-feiras das 14 às 20 horas e sábados das 09 às 13 e das 14 às 18 horas • Info: Tlf. /E-mail: 222062221 / [email protected] • Propina: 750e

Pós-Graduação em Acupunctura e MoxibustãoDuração: 2 Semestres • Candidaturas: de 15 de Junho a 10 de Julho (1ª fase) 24 a 28 de Agosto (2ª fase) • Vagas: 25 • Horário: Sextas-feiras, das 16 às 20 horas, sábados das 09 às 13 e das 15 às 19 horas e Domingos das 09 às 13 ho-ras (2 vezes por mês) • Info: Tlf. /E-mail: 222062221 / [email protected] • Propina: 2400e

Pós-Graduação em Enfermagem de AnestesiologiaDuração: 2 Semestres • Candidaturas: de 15 de Junho a 10 de Julho • Vagas: 40 • Horário: Aulas teóricas – sábados das 09 às 13 e das 14:30 às 18:30. Aulas práti-cas – Bimensais, às segundas-feiras das 09 às 13 e das 14:30 às 18:30 • Info: Tlf. /E-mail: 222062221 / [email protected] • Propina: 1750e

Nome Curso – Especialização em Medicina Tradicional Chinesa Duração: 3 Semestres • Candidaturas: de 15 de Junho a 10 de Julho • Vagas: 35 • Horário: Blocos de 2 a 3 dias 1 vez por mês. Blocos de 4 a 5 dias 1 vez de 4 em 4 meses e às sextas-feiras (salvo al-gumas excepções), das 18 às 22 horas. Horário mais detalhado estará disponível no site do ICBAS • Info: Tlf. /E-mail: 222062221 / [email protected] • Propina: 1500e no 1º ano e 1500e no 3º semestre.

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MONTRA

IMPORTÂNCIA ARQUEOHISTÓRICA DA GRUTA DE RIANE – PROVÍNCIA DE NAMPULA — MOÇAMBIQUEMARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUESEDITORA UP

A obra apresenta os resultados de um estudo efectuado em gabinete, tendo por base os diferentes testemunhos arqueoló-gicos fornecidos pela intervenção na gruta de Riane, localizada no Norte de Moçam-bique, em 1946, durante a 4.ª Campanha da Missão Antropológica de Moçambique (MAM), da antiga Junta de Investigações do Ultramar (JIU), chefiada por Santos Júnior, professor da Faculdade de Ciências da U.Porto.O arqueossítio em estudo situa-se na província de Nampula e terá sido utilizado por grupos de caçadores-recolectores, desde os finais da Middle Stone Age. O estudo procura, entre outros aspectos, evidenciar as influências que cercam cada comunidade num espaço restrito, a par das tradições e cultura.A autora, Maria da Conceição Rodrigues, é doutorada em Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e investigadora do Instituto de Investigação Científica e Tropical. A chancela é da Edi-tora UP.

JACOB MINCERA FOUNDING FATHER OF MODERN LABOUR ECONOMICSPEDRO N. TEIXEIRAOXFORD UNIVERSITY PRESS

O livro de Pedro N. Teixeira, professor da Faculdade de Economia do U.Porto e investigador do CIPES (Centro de Investigação em Políticas de Ensino Su-perior), apresenta e analisa o trabalho de Jacob Mincer, um dos mais influentes economistas do século XX. O seu lega-do, segundo o site do IZA (www.iza.org, Instituto de Economia do Trabalho, com sede em Bona), constitui uma influên-cia duradoura na actual Economia do Trabalho, em termos teóricos e metodo-lógicos. O contributo de Mincer, em particular nos anos 60 e 70, para o estudo dos fac-tores dos ganhos individuais, do capital humano e da oferta da força laboral conheceu um grande impacto na abor-dagem à Economia do Trabalho. Este livro apresenta uma análise sistemática do extenso trabalho publicado por Mincer, salientando uma continuidade como se um programa de investigação para uma vida se tratasse, com uma in-fluência duradoura na actual Economia do Trabalho.Com edição da Oxford University Press, EUA, esta é a primeira obra de uma série sobre distinguidos com o Prémio IZA em Economia do Trabalho, galardão atribuído pelo instituto homónimo. Pedro N. Teixeira é, de resto, research fellow do IZA.

Este livro de Milan Rados, professor da Faculdade de Letras da U.Porto e do Curso de Jornalismo e Ciências da Comunicação, é caracterizado, no texto de apresentação que acompanha a edição, como “uma história da diplomacia do século XX, vista principalmente por dois prismas: os EUA e a Comunicação”. Ou como uma obra que conta “a história política contemporânea em forma de pequenos ensaios, intencio-nalmente parecidos com artigos jornalís-ticos”, prometendo “uma leitura simples sobre temas complexos”.Os EUA, explica do autor, tornaram-se “no actor decisivo das relações internacionais contemporâneas”, desde que entraram na Primeira Guerra Mundial. “Muito cedo, com o aparecimento dos primeiros jornais em e de massas, ainda no século XIX, o governo dos EUA apercebeu-se da utili-dade extraordinária dos meios de comu-nicação e da sua capacidade de decidir o destino do mundo”. O livro foi publicado na colecção CAI (Comunicação, Arte, Infor-mação) das Edições Afrontamento.

MUNDO E COMUNICAÇÃOUMA HISTÓRIA POLÍTICA CONTEMPORÂNEAMILAN RADOSEDIÇÕES AFRONTAMENTO

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A grande montra da investigação jovem na U.Porto, que permitiu cruzar experiências, trocar ideias e consolidar apresentações para públicos diversos, decorreu sob o

signo da qualidade, salientada após o olhar crítico da Comissão Organizadora que também avaliou os trabalhos. Neste IJUP-Investigação Jovem na Universidade do Porto de 2009, a se-gunda edição, atingiu-se mais do dobro das inscrições e quase o dobro dos resumos para apresentação. Foram recebidos cerca de 350 resumos, enquanto no ano passado o número rondou os 200, e o número de inscrições ultrapassou as 700. A Faculdade de Arquitectura, com as suas gigantes faces vira-das ao Douro, foi o palco escolhido, este ano, para esta imen-sa montra da investigação jovem que durou três dias (de 25 a 27 de Fevereiro). Nos corredores e salas idealizados por Siza Vieira, cruzaram-se futuros artistas plásticos e de multimédia, aspirantes a bioquímicos, potenciais engenheiros, próximos sociólogos ou linguistas e, claro, pretendentes a arquitectos, entre várias outras aspirações profissionais que se consolidam no vasto universo de formação da U.Porto. O encontro Investigação Jovem na Universidade do Porto (IJUP) “constitui uma oportunidade única para comunicar o saber perante públicos de áreas diferentes e também entre pares; um momento privilegiado para troca de experiências; uma montra sobre o conhecimento que se produz na U.Porto e onde os investigadores de cada área podem espreitar o que

se faz nas outras”, caracteriza Jorge Gonçalves, vice-reitor da U.Porto e incentivador do encontro. Os efeitos, aliás, já estão a ser sentidos. A Comissão Organizadora comprovou a vanta-gem dessa da troca de experiências, quando os autores de um dos projectos expostos identificou questões de interesse para o seu próprio projecto num outro, de uma área diferente do conhecimento. Reunidos, informalmente, no final do encon-tro, os membros desta Comissão realçaram a surpreendente qualidade dos trabalhos, que consideram invulgar para idade e nível de formação da maioria dos participantes.Mais do que pôr os jovens em formação a discutir diferentes abordagens para o conhecimento e dessa prática ser um bom contributo para a consolidação dos conhecimentos e um im-portante incentivo à prática de investigação, o vice-reitor vê o IJUP como a semente de uma nova postura na Universidade. Uma semente que contribui para que cada investigador, gru-po de investigação ou faculdade conheça o que os outros, ao lado, fazem, tornando rotineiro o estabelecimento de parce-rias, reforçando a produção da investigação em todos os níveis e fortalecendo a identidade da U.Porto, como aliás salientou o reitor José Carlos Marques dos Santos na abertura do encon-tro. A própria organização reflecte a mesma lógica, dado que é constituída por 19 investigadores jovens, idade próxima dos 30 anos, de diferentes áreas do saber (diversas faculdades/centros de investigação), mas já com créditos firmados.

Desafios alargadosOs formatos de apresentação foram da habitual exposição oral, ao poster e à apresentação física do resultado do processo de in-vestigação, tratando-se dos participantes das Belas Artes. Neste caso, dadas as limitações de espaço, os trabalhos só puderam prever duas dimensões para fotografias, desenhos e pinturas. Os trabalhos foram preparados ao longo de aproximadamente um semestre e, em alguns casos, surgiram na continuação de actividade desenvolvida no ano anterior. Para além de jovens investigadores da U.Porto que estudam nos 1.0 e 2.0 ciclos (se-gundo Bolonha) – estiveram presentes, sobretudo, represen-tantes do 1.0 ciclo de estudos –, foram convidados jovens inves-tigadores das universidades brasileiras USP (Universidade de S. Paulo), a maior universidade do Hemisfério Sul e que tem um programa semelhante ao IJUP envolvendo 7.000 estudan-tes, e a UNESP (Universidade do Estado de S. Paulo). Alguns trabalhos, destacados pela Comissão com base na expo-sição, conteúdo científico e respostas às questões finais no mo-mento da apresentação, serão seleccionados para apresentação em encontros congéneres no estrangeiro. Assim aconteceu na edição anterior do IJUP, em que foram seleccionados três tra-balhos para apresentação em S. Paulo, no Brasil, e outros três na Universidade de Rutgers, nos EUA. O mesmo se verificará também este ano, mas os eventos e instituições ainda estavam ainda por definir no encerramento do encontro.

O IJUP deste ano abriu com os de-safios lançados por Alexandre Quin-tanilha, director do IBMC/INEB, aos jovens investigadores das diversas áreas: o crescimento da população do planeta; a escassez de alimentos em várias zonas do mundo e os excessos alimentares noutras; novas doenças e o recrudescimento de antigas; o de-semprego; os fluxos geoquímicos (de carbono, azoto e compostos vários); o problema energético; as combinações bióticas (como a bioengenharia), asso-ciados ao extremar das desigualdades. No encerramento, Cristina Parente, professora de Departamento de Sociologia da Faculdade de Le-tras, salientou a grande oportunidade que representa para os jovens investigadores, particularmente para os de Ciências So-ciais, o novo paradigma da construção do conhecimento desig-nado Modo 2, que se caracteriza por se desenrolar no contexto da aplicação, em equipas multidisciplinares e integrando não académicos (profissionais em empresas, por exemplo).Perspectiva-se ainda a criação de comunidades piloto no Se-cond Life, grupos de discussão organizados por áreas de saber, em articulação com as áreas definidas no âmbito do IJUP.

IMPULSOJOVEM NA

INVESTIGAÇÃODo IJUP’09 paraa posteridade

Do concurso de fotografia que decorreu em paralelo ao IJUP, subor-dinado aos momentos do encontro, resultou esta visão diferente do secretariado, captada por Paula Coelho, entre quase 40 imagens concorrentes.Pretendeu-se, com esta iniciativa aberta a inscritos no encontro, sen-sibilizar a comunidade da U.Porto para as capacidades sensitivas que a expressão artística pode implicar e para a reflexão sobre a relação entre as várias áreas do conhecimento e a técnica da fotografia.O júri foi constituído por docentes e investigadores de várias faculdades da U.Porto e membros da organi-zação do IJUP, sendo presidido por Gonçalo Furtado, professor da Fa-culdade de Arquitectura que viu, re-centemente, uma comunicação sua distinguida como “Highly Commen-ded Paper”, no encontro da WOSC (World Organisation of Systems and Cybernetics).

O IJUP é uma montra privilegiada da investigação que os jovens são

capazes de realizar na U.Porto. O evento pretende incentivar a pesquisa científica e a troca de

experiências entre diferentes áreas do saber, reforçar a iden-

tidade da Universidade e treinar a prática de exposição perante

públicos diversos. Nesta segunda edição atingiu-se quase o dobro de propostas de apresentação e de inscrição, em relação a 2008.

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CULTURA

São cerca de 20 centímetros de escuridão alada e bico grosso, eficientíssima ferramenta para partir as grandes sementes no chão e sobreviver num local onde os recur-

sos não abundam. Poderá ter sido através dos seus pequenos olhos negros, e dos de mais 12 seres alados com ligeiras dife-renças, que um jovem perspicaz, com pouco mais de 20 anos e vindo de longe, viu o início da resposta para o grande mistério da vida na Terra. Um mistério tão grande que, 150 anos depois, ainda perdura, embora com menos zonas de obscuridade.A ave está hoje só, imóvel, mas destacada no meio da exposi-ção, montada na Reitoria da U.Porto, em homenagem à obra notável daquele sábio barbudo inglês, cujo olhar pôde, um dia de 1835, ter pousado sobre o seu bico grosso, numas das ilhas quase perdidas do Pacífico. “Não é impossível que Darwin te-nha observado este mesmo exemplar no seu meio natural”, arrisca a legenda da ave que talvez ainda fosse viva e esvoa-

çante nas Galápagos durante a paragem (1835) nestas ilhas do HMS Beagle, onde viajava o naturalista. Ali, e em vários outros pontos da América do Sul, Charles Darwin tirou muitas notas sobre a morfologia das espécies que ia vendo, como os restan-tes 12 tentilhões, com bicos de diversas formas, e as tartarugas gigantes, com carapaças mais ou menos arredondadas, ou so-bre a alimentação e as características do meio. Reparou que às características diferenciadas dos seres vivos correspondiam condições diferentes do habitat.O tentilhão exposto é, portanto, uma das 13 variedades (na ver-dade espécies, segundo descobriu mais tarde o colega ornitólo-go John Gould) estudadas por Darwin nas Galápagos e que são centrais na construção da sua Teoria da Evolução. Mas também foram importantes as tartarugas gigantes que ali viviam, os ta-tus e nandus da América do Sul e vários outros seres vivos e fósseis de espécies extintas que foi desenterrando, ao longo da viagem de cinco anos de circum-navegação no Beagle. Curio-samente, os tatus e nandus também serviram de alimento à tripulação (Darwin dizia, nas suas notas, que os tatus sabiam a pato) – impensável na investigação biológica actual, mas pro-vavelmente importante, porque pode comparar os seus ossos com os dos fósseis de espécies extintas. O jovem naturalista percebeu que apesar das diferenças óbvias, nomeadamente no

tamanho, entre os animais fossilizados que desenterrara e os que viviam na América do Sul, como preguiças e tatus, havia semelhanças morfológicas e devia haver algum tipo de relação.

Entre os bichos do “Braguinha”A presença daquele tentilhão-grande-terrestre das Galápagos é, pois, um símbolo do enorme contributo que estas aves deram para que Charles Darwin pudesse perceber o mistério da evolu-ção da vida e do próprio homem. A associação dos tentilhões ao legado do naturalista inglês é tal que estas 13 (ou 14, segundo alguns autores) espécies já foram apelidadas os “tentilhões de Darwin”. Concluiu mais tarde que, no decurso de um tempo longo que só os seus conhecimentos em geologia permitiam perceber, os seres vivos se iam “transmutando” (termo inicial-mente usado por Darwin) e as diferenças que naturalmente existiam entre seres vivos permitiriam uma adaptação diferen-

ciada às condições do meio. Os mais aptos teriam vantagem e deixariam maior descendência, transmitindo as suas características às gerações seguin-tes e explicando assim, com a “selecção natural”, a evolução. Claro que estas novas ideias não foram pacificamente recebidas numa sociedade vitoriana e marcadamente religiosa. Não sem ter enfrentado algum escárnio motivado pela visão criacionista dominante, que inspirou a caricatura de Darwin com

aparência de macaco. A História ensina que é uma reacção co-mum a quem traz ideias inovadoras.Como pode então este tentilhão-grande-terrestre-das-Galápa-gos, nome científico Geospiza strenua Gould, hoje designado Geospiza magnirostris, aparecer na exposição “Charles Darwin (1809-2009) – Evolução e Biodiversidade” que assinala o bicen-tenário do nascimento do naturalista inglês (12 de Fevereiro, data do início da exposição) e os 150 anos da publicação da sua obra maior, “A Origem das Espécies” (a 24 de Novembro, últi-mo dia em que estará patente)? Ora, a ave chegou a este mun-do, de latitude e tempo tão diferentes, através da Casa Deyrolle, em França, que comercializava espécimes taxidermizados, tal como aconteceu com os restantes exemplares do mesma colec-ção adquiridos por José Braga Júnior, também chamado “Bra-guinha”, um abastado burguês que veio do Brasil para o Porto, apaixonado pela flora e fauna da América do Sul e filho de um amarantino com o mesmo nome que fez fortuna naquele país. Vivia no palacete onde hoje está instalada a Faculdade de Belas Artes e ali chegou a funcionar um museu onde se mostrava esta colecção, enriquecida com conchas, minerais e fósseis. Após a morte de “Braguinha”, um familiar ofereceu, no final dos anos 20 (séc. XX), grande parte da colecção de animais taxidermizados ao Museu de História Natural da Faculdade de

Ciências da U.Porto. A espécie foi classificada pelo ornitólogo escolhido para classificar as aves recolhidas por Darwin, John Gould, em 1837, ano da chegada do Beagle a Inglaterra. Pode até ter sido capturada antes de 1837, não ter sido classificada até aí, mas, não obstante, ter sido comercializada pela casa francesa.

Em defesa da biodiversidadeO tentilhão-grande-terrestre-das-Galápagos é também um sím-bolo por outro motivo. Com populações extintas em algumas ilhas (embora não esteja extinto como espécie), a espécie re-presentada pelo exemplar exposto em “Charles Darwin (1809-2009) – Evolução e Biodiversidade” simboliza um dos grandes temas tratados nesta iniciativa: a sensibilização para a defesa da biodiversidade, assinalando a espantosa variedade de espé-cies e recordando espécies extintas ou em risco, sempre com recurso a exemplares da colecção do Museu. Por outro lado, das 13 espécies estudadas por Darwin, o tentilhão-dos-mangais é con-siderado “criticamente ameaçado” e o ten-tilhão-arbóreo-médio em situação “vulnerá-vel”. Entre as ameaças, contam-se, como é comum, as espécies invasoras, as doenças introduzidas, a destruição de habitats e o tráfego automóvel nas ilhas habitadas.Para além da viagem do Beagle, onde Darwin recolheu muitos dos elementos de reflexão que contribuíram para a construção da sua teoria, apresentada anos mais tarde em simultâneo com as refle-xões de Alfred Wallace, os restantes temas tratados na exposição são: as consequências sociais e científicas da publicação de “A Ori-gem das Espécies” e o espantoso fenómeno da biodiversidade na terra e a sua urgente defesa, nomeadamente em Portugal. Das espécies portuguesas em risco, a exposição destaca o lince-ibérico e a águia-pesqueira, duas espécies de que há muito não surgem sinais no nosso país, embora ainda não se considerem oficialmente extintas. A colecção de peixes taxidermizados do Museu, aqui apresentada apenas em parte, merece referência pela sua excepcionalidade, ao nível do tipo e quantidade dos exemplares, mesmo a nível mundial.A exposição inclui ainda outra particularidade: entre algumas das imensas publicações sobre Darwin, o seu trabalho e o gran-de impacto que teve, há uma edição da correspondência en-tre um português e Darwin. Arruda Furtado, um naturalista amador dos Açores, foi o único português a corresponder-se com o já então reputado e idoso naturalista. A edição reproduz as suas cartas em francês sobre seres vivos que descobria nas ilhas dos Açores, bem como as respostas em inglês de Darwin. Numa dessas respostas, Darwin encaminhava as questões do português para um colega e remetia uma edição do estudo de Alfred Wallace.

DARWIN, NASCIDO HÁ 200 ANOS, OBSERVOU OS TENTILHÕES DAS ILHAS

GALÁPAGOS PARA CONSTRUIR A SUA TEORIA REVOLUCIONÁRIA, NUMA DAS PARAGENS

DO NAVIO BEAGLE. UM ESPÉCIME DAQUELE TEMPO, AGORA TAXIDERMIZADO, PERTENCE

À COLECÇÃO DO MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL DA FACULDADE DE CIÊNCIAS E PODE SER OBSERVADO NA EXPOSIÇÃO

“CHARLES DARWIN (1809-2009) – EVOLUÇÃO E BIODIVERSIDADE”.TERÁ SIDO UM DOS

OBSERVADOS PELO NATURALISTA? ONDE ESTAVA A AVE QUANDO DARWIN PREPARAVA

A SUA REVOLUÇÃO?

Darwine o nosso tentilhão

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CULTURA

Figura cimeira da pintura portuguesa da segunda metade do século XIX, Henrique Pousão é alvo de uma comemo-ração por parte da U.Porto e do Museu Nacional de Soa-

res dos Reis (MNSR) – o “Ano Pousão” –, a decorrer ao longo de 2009, por ocasião dos 150 anos do nascimento do artista. Natural de Vila Viçosa, onde nasceu a 1 de Janeiro de 1859, Henrique César de Araújo Pousão chegou à então Academia Portuense de Belas Artes em Outubro de 1872, destacando-se, desde logo, como um aluno acima da média. Este estatuto pode aferir-se actualmente, diz Lúcia Almeida Matos, directora do Museu da Faculdade Belas Artes da U.Porto, porque uma das regras do ensino artístico de então determinava que os traba-lhos premiados dos alunos ficassem a pertencer à academia, seguindo-se assim o princípio da cópia dos bons exemplos, fortemente implantado nas duas únicas academias (Porto e Lisboa) existentes no país. Segundo Lúcia Almeida Matos, “o treino era adquirido copiando, ou seja, antes de se atingir um patamar de proficiência que se considerasse suficiente para a auto-expressão, o aluno tinha que copiar intensamente os tais bons exemplos”, frisando que esta “era uma prática corrente em todas as academias europeias, mas que aqui adquiria maior relevo porque não temos grandes museus. Como os exemplos eram escassos, alunos e professores tinham que deixar traba-lho para se constituir um acervo que permitisse esse treino”.Henrique Pousão não fugiu a esta regra. Acresce que, por ter sido premiado várias vezes, legou à Faculdade de Belas Artes (FBAUP) um importante espólio de trabalho. É que, diz Lúcia Almeida Matos, a pintor de reconhecido mérito juntava uma outra característica: tinha uma enorme auto-estima, acreditan-do profundamente nele próprio e no seu trabalho. Era de uma dedicação extrema, sendo disso prova o facto de a sua obra es-

tar toda datada ao dia, desde que entrou na Academia Portuen-se de Belas Artes. Para Lúcia Matos, será abusivo afirmar que a datação dos trabalhos não fosse uma prática comum na altura, mas a verdade, afirma, é que no caso de Henrique Pousão “é algo de muito consistente para ser normal”.Esta auto-estima não surgia por acaso. Tinha raízes familiares, estando directamente ligada ao facto de o pai, Francisco Augus-to Nunes de Pousão, achar que o filho era de facto um fora-de-série, incentivando-o de forma decisiva. Aliás, a veia artística era corrente no seu ambiente familiar. O avô paterno, Caetano Alves de Araújo, pintou a tela “Instituição do Santíssimo Sacra-mento” para a capela da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, sendo que o bisavô paterno, António Pousão, foi autor de quadros para o Convento de São Paulo da Serra de Ossa, no Redondo.Este interesse familiar pelo talento de Henrique Pousão tor-nou-se decisivo para a reunião dos seus trabalhos, após a sua morte. Pousão morreu jovem, aos 25 anos, vítima de tubercu-lose. Assim, se hoje temos mais de cem desenhos na FBAUP e dezenas de pinturas no MNSR, isso deve-se ao intenso labor

do pai de Henrique Pousão, que reuniu todas as obras que con-seguiu, tendo inclusivamente pedido à família algumas que tinham sido oferecidas. Nas suas disposições testamentárias, deixou todo o acervo do filho à Academia Portuense de Belas Artes. Como tal, quase todo o trabalho de Pousão está disponí-vel à fruição do público, até porque a representação em colec-ções particulares é pouco expressiva e no mercado quase não aparece.

Bolseiro em ParisPraticamente ao mesmo tempo que a criação das academias de Belas Artes em Portugal, surgiram as bolsas pagas pelo Estado. Abria-se um concurso nacional, nas diversas áreas, e eram se-leccionados dois estudantes para saírem. A formação era feita primordialmente em Paris, prevendo-se um tempo de circula-ção em Itália e noutros países. Henrique Pousão concorreu e ganhou na área de pintura de paisagem. O pintor prossegue a sua formação na prestigiada École des Beaux-Arts, em Paris, onde não era fácil ingressar. Mas ficou doente, tuberculoso. Assim, acabou por ficar pouco tempo na capital francesa, uma vez que, como era hábito na altura, man-daram-no mudar de ares, para um clima mais seco. É então que pede à academia autorização para ir para Itália, onde se demora mais tempo.Todos os anos, os alunos tinham que mandar as chamadas re-messas, ou seja, o trabalho desenvolvido durante todo aquele espaço de tempo para ser apreciado pelos professores de cá. Por essa altura, Henrique Pousão oficiou a academia dizendo que lhe interessava menos os ateliers formais e mais trabalhar de uma forma mais livre. Relembre-se que a área da bolsa era a pintura de paisagem que, já nessa altura, segunda metade do século XIX, significava pintura ao ar livre. Quase por definição, dificilmente se enquadrava no ensino académico.Assim, em Itália, temos Pousão a passear no campo e a praticar a paisagem, embora continuasse obrigado a fazer trabalhos de cópia. Nesse trabalho de campo, usava o equipamento habitu-al: cavalete portátil e a mala de tintas. E como não podia levar grandes telas, utilizava umas pequenas tábuas onde pintava. Também esses trabalhos, que tradicionalmente seriam consi-derados esboços ou trabalhos menores para outras execuções maiores, estão guardados. Está quase tudo no MNSR e um ou outro no Museu do Chiado, em Lisboa.

No entender de Lúcia Almeida Matos, como eram obras exe-cutadas in loco e com alguma rapidez e desenvoltura, “têm um carácter que hoje valorizamos muito. Na altura podiam ser considerados estudos, mas hoje vemos a coisa de forma diferente. Às vezes têm mais frescura e mais interesse que as obras finais, muito trabalhadas e pensadas”. Um dos factores de atracção pela obra do Pousão prende-se assim com o facto de haver hoje tantos desses pequenos trabalhos muito frescos, quase espontâneos. A intuição pictórica do Pousão revela-se logo ali, em primeira-mão. Claro que isso, por si só, não basta. É preciso obra de maior fôlego e ele também a fez: as chamadas grandes composições.

Morrer jovemMorto aos 25 anos, ninguém sabe o que Pousão poderia ter fei-to depois. Mas, para Lúcia Almeida Matos, não são necessários exercícios de adivinhação. “Ele deixou obra suficiente, comple-ta. Se depois ia enveredar por outros caminhos ou fazer mais do mesmo, não sabemos. O que está aqui é bom, relevante e completo. Temos uma obra com princípio meio e algum fim. Não é uma obra que tivesse deixado uma esperança que depois não se concretizou. A promessa manifestou-se e concretizou-se. É uma certeza”.Desta forma, torna-se claro que Henrique Pousão é uma figura de particular importância na História da Arte portuguesa como o exemplo de um naturalista com abertura para as correntes de carácter mais impressionista. Não foi um impressionista, não pertenceu ao movimento, a pintura dele nunca seria aponta-da como um exemplo de um impressionista, mas foi alguém que se apercebeu de valores, que eram impressionistas, para de alguma maneira personalizar outros, que eram os valores da escola dele, o naturalismo. Podemos dizer que Pousão é um naturalista actualizado, informado, com abertura às novidades do tempo.

Morreu aos 25 anos, vitimado pela tuberculose, mas deixou uma obra que o torna figura incontornável da pintura

portuguesa da segunda metade do século XIX. Henrique Pousão é um dos mais ilustres alunos da Academia Por-tuense de Belas Artes e será, ao longo

deste ano, alvo de intensas comemo-rações, agora que se assinalam os 150 anos do seu nascimento. A efeméride

motiva a organização, por parte da U.Porto e do Museu Nacional de Soa-

res dos Reis, do “Ano Pousão”.

DescobrirHenrique Pousão

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EMPREENDER

“Eu queria fazer investigação aplicada na área da biologia e sentia que havia mercado para isso”. É assim que Nuno Gomes, antigo estudante de Biologia da Faculdade de Ci-

ências e mestre em Ecologia Aplicada pela mesma unidade orgânica da U.Porto, explica o impulso empreendedor que o levou, em 2004, a criar a Planeta Vivo. Sedeada desde Abril de 2008 no UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, a empresa actua em duas áreas de negócio: a investigação am-biental e a edição de obras de divulgação científica.Enquanto centro privado de investigação ambiental, a Planeta Vivo procura promover a biodiversidade e a sustentabilidade ecológica através de projectos de pesquisa científica com po-tencial de aplicabilidade, algo para o qual, afiança Nuno Go-mes, “as universidades portuguesas ainda não estão vocacio-nadas”. De resto, o empresário foi investigador externo do ICETA – Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agro Alimentares (U.Porto) e, já nessa altura, desenvolveu projectos ambientais em parceria com empresas, que os financiavam e retiravam deles conhecimento para aplicar nas respectivas ac-tividades económicas. Não é por isso de estranhar que o primeiro projecto da Planeta Vivo, o “Plano de Recuperação dos Peixes Migradores da Bacia do Douro”, conte com o apoio da EDP e da REN. Com cerca de três anos, o projecto visa promover o retorno dos peixes mi-gradores ao rio Douro, designadamente a lampreia, o sável e a savelha. É que as barragens, apesar de equipadas com eclusas para peixes, continuam a ser um obstáculo intransponível para muitas espécies. “Os dispositivos de transposição não funcio-nam”, garante Nuno Gomes.

Na primeira fase do projecto, a equipa de investigadores da Planeta Vivo realizou um levantamento das populações de pei-xes migradores. Chegou-se, assim, à conclusão de que o sável está extinto no rio Douro e de que a lampreia-marinha só é abundante na bacia duriense até Crestuma. Por outro lado, não foram encontrados vestígios de reprodução (larvas e ovos) de qualquer peixe migrador. Perante isto, o projecto avançou para uma segunda fase, que consistiu no desenvolvimento de uma estratégia para corrigir os desequilíbrios encontrados. É então realizado um primeiro ensaio de reprodução da lampreia-marinha em cativeiro, en-saio esse que, segundo Nuno Gomes, “teve muito sucesso”. Foram, nesse âmbito, obtidos ovos para repovoamento do rio Sousa, afluente do Douro a jusante da barragem de Crestu-ma/Lever. Graças ao sucesso desta experiência reprodutiva, os investigadores avançaram para a transposição dos ovos da lampreia-marinha para zonas de nidificação a montante da barragem, nomeadamente nos rios Paiva e Ardena.

Por este rio acimaConcluiu-se, deste modo, que seria mais fácil, eficaz e barato reproduzir lampreias-marinhas em cativeiro (um indivíduo re-produtor pode gerar 80 mil ovos) e colocar os seus ovos em locais ideais para a instalação de ninhos, ultrapassando assim as dificuldades de mobilidade que as eclusas para peixes co-locam. Agora, o projecto entrou na sua terceira fase, em que se pretende, precisamente, aplicar em maior escala a solução encontrada para repovoamento das espécies. Com esse intuito, a Planeta Vivo espera criar um centro de re-produção artificial de peixes migradores na desactivada Estação Elevatória da Foz do Rio Sousa. O projecto foi já proposto à EDP, à Junta Metropolitana do Porto e à Câmara de Gondomar. Para Nuno Gomes, trata-se de uma ideia com “interesse econó-mico para a região”, uma vez que a lampreia, o sável e a savelha são muito apreciados gastronomicamente. Entretanto, o projecto de recuperação dos peixes migradores deu azo ao “Plano Nacional de Conservação da lampreia-de-rio e da lampreia-de-riacho”, que recentemente foi contemplado com 230 mil dos 500 mil euros do Fundo EDP para a Biodi-versidade. Enquanto faziam o levantamento dos peixes mi-gradores, os investigadores da Planeta Vivo encontraram uma população de lampreias-de-riacho no rio Inha, espécie que se considerava extinta na bacia do Douro e que é muito rara em todo o mundo (na Europa Ocidental, praticamente só existe em Portugal). O projecto envolve ainda a lampreia-de-rio, por se pensar que, apesar de ter maiores dimensões, é da mesma es-pécie da lampreia-de-riacho. À semelhança do que sucede com

as trutas, trata-se apenas de indivíduos que seguem para o mar (provavelmente arrastados pelas cheias) e, por acederem a ou-tro tipo de alimentação, crescem mais do que as lampreias que se mantêm no rio. Desenvolvido em parceria com o CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental e outras instituições públicas, o projecto define um plano de gestão para assegurar a sobrevivência destas duas espécies de lampreia.Por fim, a Planeta Vivo tem ainda em mãos o projecto de “Valo-rização do Património Natural do Vale do Sousa”, que visa pro-mover a gestão sustentável deste afluente do rio Douro. Segun-do Nuno Gomes, “foi o primeiro projecto nacional integrado. Juntámos a geologia, a botânica e a fauna, de forma a ter uma percepção clara dos valores naturais da região. Encontrámos mais de 50 sítios de interesse natural e desses 50 sítios defini-mos oito zonas, as quais integram uma candidatura à CCDR Norte para ordenamento”, explica o investigador.

Que bem que se está no campoEste último projecto, que vai prosseguir em Abril, deu origem ao livro “Terras do Sousa: Natureza Rural” e ao guia de campo “Percursos Naturais das Terras do Sousa”. Aqui entramos na área editorial da Planeta Vivo, chancela que já editou cerca de dez obras, a maioria das quais de divulgação científica. O objec-tivo é publicar “trabalhos feitos por investigadores portugueses que, normalmente, ficam nas gavetas ou não são transmitidos de uma forma que o grande público perceba”, explica Nuno Gomes. Neste sentido, a Planeta Vivo prepara-se para lançar uma colecção de guias de campo, sendo o primeiro volume so-bre cogumelos. Está ainda para sair a obra “Fauna e Flora do Litoral Marinho”, da autoria de investigadores do CIIMAR. Com uma facturação que deve chegar este ano aos 500 mil euros, a Planeta Vivo espera “rentabilizar ainda mais as siner-gias com o meio empresarial que o UPTEC proporciona”. Em equação está, aliás, a mudança da empresa para o futuro Par-que de Ciência e Tecnologias do Mar (Porto de Leixões), ligado ao UPTEC. “Faz todo o sentido ir para lá, até porque a outra empresa que está a ser constituída, a Algamater, pretende ser o primeiro centro mundial de modelação industrial da cultura de microalgas”, justifica Nuno Gomes. De resto, a Planeta Vivo já colabora com o CIIMAR, outro parceiro do pólo do mar, no tratamento de águas, através de uma outra empresa do grupo: a Bluemater, que patenteou um inovador filtro biológico para ETAR’s.

A DAR VIDA AOPLANETA

O que para a maioria das empresas é uma mera obrigação de responsabilidade social

corresponde, no caso da Planeta Vivo, ao seu core business. A start-up criada, em 2004, por Nuno Gomes dedica-se à preservação da bio-

diversidade e à promoção da sustentabilidade ambiental, através de projectos de investigação aplicada. Sedeada no UPTEC, a empresa é ainda responsável pela edição de obras de divulgação

científica, estando previsto para breve o lança-mento de uma colecção de guias de campo.

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ALMA MATER

É de Walter Gropius a perspicaz frase “o cé-rebro humano é como um chapéu-de-chuva: funciona melhor quando aberto”. Esquecendo a subtileza metafórica do arquitecto fundador da Bauhaus, os estudantes da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação (FPCEUP) afadigam-se a perscrutar os meandros do córtex cerebral. Não chegam a abrir cabeças, bem entendido. Mas a curiosidade científica transforma-os, por momentos, numa espécie de Dr. Frankenstein, neste caso empenhado, não em criar um monstro, mas sim em des-vendar o monstro que há em nós.Curiosa (e terrífica) visão que, no entanto, contrasta com a harmonia que ressuma do edifício projectado por Fernando Távora para o Pólo 2 da U.Porto, na Asprela. O que avulta na obra inaugurada em 2005 são os jorros de luz, a amplitude interior, o mobiliário acetinado e as paredes alvas. Assim emerge um ambiente balsâmico e por isso propício, arriscamos nós, ao estudo do cérebro, da intervenção psicológica, dos comportamentos desviantes, do desenvolvimento cognitivo e do fenómeno educativo.No exterior, as fieiras de janelas sucedem-se num infinidade geométrica, vincando o carác-ter funcional do edifício e sua transparência em relação ao que o rodeia. A massa constru-ída, minimal e compacta, é apenas suavizada pelo verde que a bordeja, verde esse aqui e ali pontilhado com árvores. A sobriedade impera.RMG

ELOGIO DA SOBRIEDADE

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Nos anos 50, para colmatar uma falha quanto a textos de apoio actualizados para o estudo da Famacologia e Terapêutica Médica, disciplinas regidas por Malafaya

Baptista, um grupo onde se destacavam Fernando Reis Lima, Ramiro Valentim, Rodrigues Pereira, António Morgado, Sera-fim Guimarães, Mercês Marta Ferreira, Vítor Faria e Carlos Tor-res decidiu meter mãos à obra e construiu os “Apontamentos de Terapêutica Médica” e os “Apontamentos de Farmacologia” de 1956 e 1957. O sucesso deste esforço de solidariedade foi tal que, com as verbas resultantes da vendas das sebentas e um apoio de laboratórios médicos, custearam várias despesas ime-diatas, realizaram o passeio do curso a França e visitas de estu-do às fábricas da Bayer, Merck e Grunenthal, na Alemanha. Foi um dos sinais marcantes dos fortes laços de solidariedade que uniam os colegas do curso de Medicina de 1953/1959, da dedicação, da vocação inequívoca e capacidade individual que levou vários dos seus elementos aos mais altos cargos da vida académica e profissional. Um dos colegas que mais se desta-cou, Alexandre Sousa Pinto, considerou mesmo que, nos úl-timos cem anos da Faculdade de Medicina, foi o curso com melhores classificações, mais doutorados, mais professores ca-tedráticos e em que maior número dos seus elementos atingiu o topo da profissão.

Entre os vários professores e médicos distintos, houve alguns que mais se destacaram publicamente: José Pinto da Costa, conhecido professor de Medicina Legal e Toxicologia Foren-se; Miranda Magalhães, antigo vice-reitor da U.Porto; Serafim Guimarães, Professor Emérito e investigador com extensa pro-dução científica; Alexandre Sousa Pinto, professor e fundador do Departamento de Clínica Geral do Hospital de S. João e secretário de Estado da Investigação Científica no II Governo Constitucional; Armando Moreno, médico-escritor e antigo presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos; Joaquim Figueiredo Barbosa, que trabalhou na Clíni-ca Mayo; e Mercês Marta Ferreira, professora de Medicina em Paris, condecorada por Jorge Sampaio.

Laços perduramOs laços mantêm-se vivos. “Continuamos a reunir periodi-camente em grande número, devido fundamentalmente aos laços de amizade existentes entre todos. O espírito de entre-ajuda, camaradagem e amizade subsiste entre a maioria dos elementos que o constituem”, descreve Fernando Reis Lima, médico cirurgião. Por isso, o meio século do curso, assinalado entre 8 e 10 de Maio deste ano, será vivido de modo muito es-pecial, como só quem participou naqueles momentos da vida académica sabe entender. Será mais um daqueles momentos

em todos se reencontram como se se tivessem separado on-tem, para amanhã regressarem aos rumos que construíram individualmente, cavando as necessárias diversidades. Com emoção funda, Serafim Guimarães explicava no Tripeiro, a propósito dos 40 anos da formatura, esse momento feito de vários tempos, contendo o ontem que foi o final do curso, o hoje e o amanhã, e construído pelos estudantes, médicos, aca-démicos e homens de família, mas sempre os mesmos e todos unidos nas diferenças: “Foi cada um às suas voltas pelos cami-nhos da vida. E na fúria da sua pressa, o tempo foi dispersando por aqui e por ali, estes frutos da mesma sementeira. Frutos indispersáveis porque, hoje, quando nos reunimos, é como se nunca nos tivéssemos separado! Depois dos primeiros cumpri-mentos, movidos não sei por que obscuras afinidades de ma-triz, lá vai cada um à procura da sua biofase, para retomar as conversas interrompidas há 40 anos! E em cada despedida, lá partimos, sempre os mesmos, mas sem dúvida de que já não somos o que fomos e ainda bem!”O programa das comemorações dos 50 anos do curso, dias 8, 9 e 10 de Maio, envolve descerramento de placas, a assinalar a data, no Café “Piolho”, no Hospital de Santo António e Hospi-tal de S. João, e passeio a Chaves.

VIDAS E VOLTAS

O Curso Médico de 59, um dos que mais notáveis produziu, assinala este ano

meio século, nos dias 8, 9 e 10 de Maio, com um programa de actividades que

envolve o descerramento de placas comemorativas no Porto e um passeio

a Chaves. José Pinto da Costa, Miranda Magalhães, Serafim Guimarães, Ale-

xandre Sousa Pinto e Armando Moreno são algumas das personalidades que

integraram esse talentoso grupo de es-tudantes de Medicina da FMUP.

O encontro do Curso Médico de 59, na Curia, em 1984.

No final de um dia de folia, os finalistas do Curso Médico na Queima das Fitas de 1959.

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MÉRITO

A comunicação “Gordon Pask: Exchanges Between Cybernetics and Architecture”, apresentada por Gonçalo Furtado, docente da FAUP, no último dos congressos internacionais tri-anuais promovidos pela WOSC (World Organisation of Systems and Cybernetics) que decorreu na Wrocław University of Technolo-gy, na Polónia, foi distinguida como “Highly Commended Paper”.O paper apresentado por Gonçalo Furtado decorre do seu doutoramento na University College of London, que foca a relação da arquitectura com as áreas da cibernética e computação, detalhando experiências de Gordon Pask, Cedric Price e John Frazer, e a história daquele que ficaria conhecido como o primeiro “Intelligent Building”. O estudo motivou palestras ou apresentações em diversos pólos internacionais como a Universidade de Princeton, o Renssellaer Polythecnic Institut em Nova Iorque, a ASC/University of Illinois at Urbana, a CESUGA/ University College Dublin, o Planetarium Col-legium, o BCN Program/Universidade Calgary do Canadá, o Metropolis/Universidad Politec-nica da Catalunha, o EMCSR/Universidade de Viena, o Intersymp do IIASS.SRC na Alema-nha, a Escola de Design Elizava de Barcelona, entre outras instituições.Gonçalo Furtado foi membro da Comissão Organizadora do IJUP-Investigação Jovem na Universidade do Porto, em 2009.

O consórcio I3S foi distinguido com o prémio nacional Corino de Andrade, instituído pela Secção Regional do Norte da Ordem dos Mé-dicos. A cerimónia de atribuição do prémio, no dia 14 de Fevereiro, contou com a intervenção do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, facto que reforça o reconhecimento do I3S como uma estrutura de impacto na biomedicina actual. O I3S é um projecto que junta três das mais reconhecidas instituições nacionais de inves-tigação biomédica: IBMC, INEB e IPATIMUP (na foto, os responsáveis pelos três institutos: Alexandre Quintanilha, Mário Barbosa e Sobrinho Simões). O objectivo da união entre as instituições é o de reflectir o potencial exis-tente no Norte de Portugal na área e projectar a região para um patamar de referência ainda mais internacional.O prémio Corino de Andrade destina-se a galardoar pessoas singulares não médicas ou colectivas que se tenham notabilizado pela prestação de serviços relevantes à Medicina e aos médicos portugueses. Mas, acima de tudo, o prémio visa preservar e invocar Corino de Andrade, médico e investigador que marcou a da neurologia portuguesa do século XX. Corino de Andrade foi o primeiro a identificar e caracterizar a paramilóidose, conhecida por “doença dos pezinhos”. Outras instituições de referência como a Fundação Calouste Gul-benkian, a Cruz Vermelha ou a farmacêutica Bial foram já laureadas com o Prémio Corino de Andrade, o que marca o nível a que este galardão é atribuído.

Ana Rita Costa, investigadora do grupo de Neurobiologia Molecular do IBMC – Instituto de Biologia Molecular e Celular foi distinguida com o prémio Pulido Valente Ciência 2008, pelos avanços na investigação da doença de Alzheimer, que afecta 20 a 30 milhões de pessoas no mundo, perspectivando-se um aumento. O prémio visa distinguir o melhor trabalho publicado na área das Ciências Biomédicas, realizado num laboratório nacional e por um investigador com menos de 35 anos. É conhecido que na doença de Alzheimer há formação de fibras no cérebro, constituídas, na sua maioria, pelo péptido extremamente tóxico A-Beta 42. O trabalho que valeu esta distinção estudou como a Transtirretina (TTR), proteína já conhecida, degradava o péptido A-Beta 42. Neste estudou ficou demonstrado que a TTR tem um efeito protector no cérebro. Da degradação do péptido A-Beta resultam fragmentos menos tóxicos do que o péptido intacto.

Siza Vieira recebeu, a 26 de Fevereiro, em Londres, a Medalha de Ouro Real de 2009 pela sua contribui-ção para a arquitectura internacional. A distinção foi atribuída pelo Instituto Real dos Arquitectos Britânicos, em nome da Rainha Isabel II. De resto, a monarca entregou pessoalmente a medalha ao ar-quitecto português formado na Escola Superior de

Belas Artes do Porto (ESBAP), entre 1949 e 1955.Aos 75 anos, Siza Vieira junta a Medalha de Ouro Real a importantes prémios internacionais de arquitectura, com destaque para o Prémio Pritzker (1992), três prémios Secil (1996, 2000 e 2006) e o Prémio Wolf (2001). Refira-se que o galardão britâ-nico é atribuído desde 1848 e no passado distinguiu arquitectos como Frank Lloyd Wright, Le Corbusier, Oscar Niemeyer e Frank Gehry. Curiosamente, Siza Vieira é autor de apenas um projecto no Reino Uni-do: o pavilhão temporário da Serpentine Gallery, no Hyde Park, em 2005. Álvaro Joaquim de Melo Siza Vieira é natural de Matosinhos, onde nasceu a 25 de Junho de 1933. Foi colaborador de Fernando Távora (1955 a 1958) e leccionou na ESBAP entre 1966 e 1969, tendo reingressado em 1976. Mas seria na FAUP, onde deu a última aula em Outubro de 2003, que a sua acti-vidade de docente ganhou maior relevância. Entre os seus grandes projectos contam-se o Pavilhão de Portugal da Expo-98, o Museu de Arte Contemporâ-nea de Serralves, a Igreja de Marco de Canaveses, a Faculdade de Ciências da Informação (Santiago de Compostela, Espanha), o Paul Getty Museum (Santa Mónica, EUA) e o Museu de Arte Contemporânea de Helsínquia (Finlândia).

Sílvia Vilarinho conclui, na tese de doutora-mento realizada na Universidade da Califórnia (São Francisco) e defendida no ICBAS, que a hepatite B pode ser prevenida pela adminis-tração endovenosa de um determinado anti-corpo. Isto mesmo foi verificado em animais infectados que, após receberem o tratamento com o referido anticorpo, não desenvolveram a hepatite B. Segundo a investigadora, “esta tese identifica um importante mecanismo envolvido na activação do sistema imunitário inato do fígado”. Refira-se, a propósito, que a novidade da investigação resulta da identificação de um mecanismo pelo qual determinadas células conseguem provocar a morte daquelas que estão infectadas. Desta forma, abre-se a pos-sibilidade de uma nova estratégia terapêutica para os doentes infectados com a hepatite B.“Apesar do vírus da hepatite B não ser maléfi-co para a célula infectada, a resposta imunitá-ria do organismo contra essa infecção conduz ao mau funcionamento do fígado. A descober-ta de Sílvia Vilarinho permitiu tratar ratinhos infectados com a administração endovenosa de um anticorpo que previne a lesão hepáti-ca”, diz a informação fornecida pelo ICBAS.Sílvia Vilarinho é licenciada em Medicina pela FMUP, completou a tese de doutoramento no ICBAS e encontra-se actualmente a trabalhar na Universidade da Califórnia, considerada a segunda mais importante instituição norte-americana na área das ciências biomédicas, apenas ultrapassada por Harvard.

Aos 39 anos, o arquitecto Nuno Brandão Costa foi distinguido, a 26 de Fevereiro último, com o Prémio Secil de Arquitectura pelo Edifício Administrativo e Showroom Móveis Viriato em Recarei, Paredes. O júri do Secil justifica a entrega do galardão por o projecto em causa revelar a “capacidade de entrosamento do edi-fício com o espaço envolvente, já que se insere numa zona de paisagem industrial, reforçando a necessidade de conferir importância à com-ponente paisagística aquando da projecção e execução de uma obra arquitectónica”.Nuno Brandão Costa nasceu no Porto em 1970, licenciou-se na FAUP e estagiou no atelier dos arquitectos suíços Herzog & de Meuron, uma dupla galardoada em 2001 com o Prémio Pritzker e que foi responsável pelo Estádio Olímpico de Pequim (ninho de pássaro). Entre as várias distinções que recebeu, destaca-se o Prémio Revelação e Mérito Jornal Expresso/SIC – 12 anos, em Novembro de 2004.O arquitecto portuense tem vários projectos construídos, sobretudo no Norte do país. Destacam-se, por exemplo, a Casa em Afife (2001/2004), a Quinta de Bouçós (1999/2008) e a Casa em Macinhata da Seixa (2005/2009). A obra de Nuno Brandão Costa poderá, agora, ser apreciada numa exposição na Escola Su-perior Técnica de Arquitectura da Universida-de de Navarra, em Pamplona, Espanha. O Prémio Secil é bienal e constitui uma refe-rência na área da arquitectura, distinguindo obras que incorporam o material principal da actividade da empresa – o cimento – e que, ao mesmo tempo, “constituam peças signi-ficativas no enriquecimento da arquitectura portuguesa”.

“HIGHLYCOMMENDEDPAPER” PARA GONÇALOFURTADO

I3S COM PRÉMIO CORINODE ANDRADE

“PULIDOVALENTE” PARA INVESTIGADORA DO IBMC

SIZA RECEBEMEDALHA DE OURO REAL

POTENCIALTRATAMENTO PARA HEPATITE B

SECIL PARA ALUMNI DA FAUP

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Urgência de desenharÀs vezes era num guardanapo, numa qualquer folha de papel ou nas costas de um desenho que o lápis frenético já tinha de-senhado. Aquele que chegou a ser apelidado como um verda-deiro homem do Renascimento desenhava de forma compulsi-va, impulsiva, desenhava porque sim, desenhava para cumprir um desígnio que às vezes era artístico, outras social. Especta-dor atento de tudo o que o rodeava, Abel Salazar deixou um espólio artístico valiosíssimo, no qual se reúnem mais de mil desenhos guardados entre as paredes que outrora foram de sua casa. As limitações físicas do espaço não permitem que todos conheçam a luz do dia, mas um importante conjunto de 180 desenhos foi seleccionado como embaixador da sua obra e inte-grou a exposição que em 2005 foi levada ao Centro Cultural de Belém, rumou à Figueira da Foz e regressou à cidade do Porto,

onde esteve na galeria do Palácio de Cristal. Luísa Garcia Fernandes, responsável pela Casa

Museu, gostava de internaciona-lizar a exposição, mas comenta que esta não será uma boa altu-ra em termos de orçamento. Um dos desenhos escolhidos para a exposição é “Ensaios Crí-ticos de Filosofia d’Arte”, que demonstra bem o carácter de urgência com que Abel Salazar se expressava. A obra não tem data, não está assinada, mas tem o título manuscrito, a mar-ca do autor, o traço do mestre. Dizia que um médico que só sabe de medicina nem médi-co é. Dele não se pode dizer que era só médico, ou apenas professor, ou pintor, ou escul-tor, ou ensaísta, ou crítico, ou

cronista. Abel Salazar foi tudo junto, e há quem diga que muito mais do que isso...

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Abel Salazar já não viu os milhares de pessoas que, no final de Dezembro de 1946, encheram as ruas do Porto. O cientis-ta/artista não soube que o seu funeral, mais do que uma úl-tima homenagem de um povo agradecido, foi um momento de contestação ao regime ditatorial que então ditava as regras. Regras que, anos antes, o tinham afastado do ensino e banido da U.Porto. A visão caduca e a moral oca do salazarismo de-cretou, por despacho ministerial, que Abel Salazar não servia os interesses do magistério e, para além de ter posto fim à sua fulgurante carreira de cientista, proibiu-o mesmo de entrar na biblioteca da Universidade. A ditadura roubou-lhe a ciência, mas deu-lhe tempo para se dedicar a outra das suas paixões: a arte.De facto, em 1935 começa a sua fase de maior produção ar-tística. Sem as aulas e o trabalho de investigação, refugia-se em casa e a sua obra conhece um impulso avassalador. Todas as energias são agora canalizadas para a arte, campo no qual não se limitou a pintar, a desenhar ou a esculpir, mas onde também é sobejamente conhecido por participar nos debates em torno da pintura neo-realista, especialmente entre 1935 e 1940, período que culminou com a publicação do ensaio “Que é a arte?”.

Ímpeto experimentalistaAbel Salazar deu vazão ao seu ímpeto experimentalista através da pintura, da gravura, da escultura e dos trabalhos que pro-duziu em cobre. Estes últimos, exemplos inéditos na História da Arte portuguesa e que agora repousam na casa que os viu nascer. A Casa Museu Abel Salazar foi doada em Maio de 1975 à U.Porto pela Fundação Calouste Gulbenkian e, desde então, tem sido desenvolvido um trabalho sistemático de inventa-riação, preservação e classificação de toda a obra do mestre. Com instrumentos rudimentares, Abel Salazar trabalhava o cobre, dava-lhe forma, martelava-lhe figuras. As peças por ele deixadas têm uma importância única no panorama artístico português, por se tratarem de obras inéditas. Exemplo disso é um medalhão de 42 centímetros de diâmetro onde está repre-sentada a figura de uma mulher voluptuosa. A minúcia e a per-feição do trabalho executado por Abel Salazar causam espanto, quando se atenta aos instrumentos por ele usados. A mulher foi, aliás, um dos temas recorrentes da obra de Abel Salazar, proficuamente pintada, retratada e esculpida de uma forma abrangente e transversal. A burguesa e a trabalhadora convivem no espólio do artista num estilo que se aproxima do neo-realismo, pela sua função social, mas que nunca foi por ele assumido. A carquejeira e a carvoeira dividem as paredes com as sofisticadas mulheres parisienses e alemãs de meados do século passado. Mais à frente, pinturas do Mercado do Anjo e do Mercado da Ribeira mostram o Porto quotidiano. Embora não se libertasse da estética oitocentista, interpretou-a de uma maneira perfeitamente excêntrica. A estrutura do qua-dro foi-lhe indiferente, representando motivos sociais em gran-des composições, onde utilizou a mancha e o volume como for-ça da sua expressão algo dramática e artificiosa. O auto-retrato como forma de expressão está também muito vincado no seu trabalho e do acervo da Casa Museu constam inúmeras telas que representam o mestre, das quais se salienta uma pintada a óleo sobre cartão e que chegou há pouco tempo à casa de São Mamede Infesta. O seu espírito inquieto impeliu-o ainda a várias incursões pela caricatura, retratando professores e colegas, e pela gravura. Duas prensas mandadas vir de Paris permitiram-lhe fazer vá-rias experiências da técnica, acabando por nela também revelar dotes notáveis.

UM ARTISTA COMPULSIVO

Ironicamente, a prolixidade da obra artística de Abel Salazar

talvez se deva ao homónimo que, na altura, se perpetuava no poder e se dava mal com a liberdade de expressão. A re-pressão salazarista afastou o

cientista da Universidade, mas o que se perdeu em investiga-ção histológica foi compensa-

do com arte. E assim nasceu um notável acervo de pintura, gravura, escultura e peças em cobre que pode ser admirado na Casa Museu Abel Salazar, em São Mamede de Infesta.

A sua ousadia a leccionar ditou, em 1935, o afastamento da U.Porto, onde desenvolveu um trabalho notável enquanto director do Ins-tituto de Histologia e Embriologia. Apesar da falta de recursos e de mil contrariedades, Abel Salazar elabora uma série de trabalhos de in-vestigação em torno da estrutura e evolução do ovário, trabalhos esses que lhe granjeiam fama internacional. Iniciou novos métodos de técnica histológica, entre os quais o método tano-férrico de Salazar, que passou a ser mun-dialmente conhecido em todos os laboratórios de biologia microscópica. Em 1941, sob o patrocínio do Instituto para a Alta Cultura, é criado um modesto Centro de Estudos Microscópios e Abel Salazar é con-vidado para director. Um ano depois inicia a sua colaboração com o Instituto Português de Oncologia, a convite do professor Francisco Gentil. Apesar do seu afastamento e dos par-cos recursos técnicos de que dispunha, volta a entrar no circuito internacional com uma pu-blicação de “Hematologia”, em 1944.Na Casa Museu pode ver-se, em tamanho de uma parede inteira, a fotografia que mostra Abel Salazar a levar os seus pertences numa carroça puxada por um burro. Durante seis anos viveu da sua arte e da parca reforma que recebia do Estado. Morreu em 1946, com 57 anos, em casa da irmã, em Lisboa, acometido de doença grave nos pulmões.

CIENTISTAPRESTIGIADO

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U.PORTO EM NÚMEROS

Campus Universitários

Faculdades

Escola de Gestão

Docentes e Investigadores (1903,8 ETI)

Doutorados (1355,1 ETI)

Funcionários

Estudantes

Estudantes de 1º Ciclo e Mestrado Integrado

Estudantes de 2º Ciclo /Mestrado

Estudantes de Especialização

Estudantes de 3º Ciclo /Doutoramento

Estudantes estrangeiros (7,8% do total)

em programas de mobilidade

em cursos de 1º Ciclo / Licenciatura

em cursos de 2º Ciclo / Mestrados

em cursos de 3º Ciclo / Doutoramentos

investigadores Post-Doc

Nacionalidades diferentes

Programas de Formação em 2008/09

Cursos do 1º Ciclo / Licenciatura

Cursos de Mestrado Integrado

Cursos de 2º Ciclo / Mestrado

Cursos de 3º Ciclo / Doutoramento

Cursos de Formação Contínua

Vagas disponíveis em 2008/09 (15,1% das vagas nacionais)

Vagas preenchidas na 1ª fase do concurso nacional 2008/09 (99,6% das vagas preenchidas)

Mais alta classificação média do último colocado das universidades públicas

Unidades de investigação

Unidades com classificação “Excelente” e “Muito Bom”

Unidades integradas em Laboratórios Associados ao Estado

Artigos científicos indexados na ISI Web of Science em 2007 (21,4% da produção nacional)

Patentes em nome próprio

Bibliotecas

Títulos de Monografias

Revistas científicas disponíveis on-line

Downloads de artigos científicos

Residências Universitárias

Camas

Unidades de alimentação (cantinas, bares, etc)

Lotação das cantinas

Refeições servidas por dia

314

1

2 2701 428

1 702

28 90122 4773 845

5302 049

2 2631 085

583330218

5761

6413518

13949

400

4 0254 010154,2

693113

208039

30634 449

30 607829 601

91 214

202 270

13 600

48

Foi um período já de turbulência no meio académico aquele que antecipou o 25 de Abril de 1974. De tal modo que os mo-vimentos oposicionistas ao regime de então ganharam força

suficiente para inviabilizar a Queima das Fitas. Por isso, o Curso Mé-dico de 1972 reflectiu esse mesmo ambiente político intenso, com defensores das tradições académicas de um lado e opositores do ou-tro. Donde, não chegou a receber a tradicional cartola e bengala.Embora não tenham recebido as insígnias da formatura no ano em que finalizaram o curso, realizaram a viagem de finalistas porque, nesse caso, os defensores das tradições académicas saíram vitoriosos. A omissão da última Queima, considerada da consagração, foi resolvida simbolicamente anos mais tarde, quando se assinalaram 20 anos da conclusão do curso.Hoje e desde há cerca de duas décadas, polémicas políticas à parte e independentemente das filiações ideológicas, reúnem-se anualmente cerca de 50 colegas médicos, chegando a jun-tar-se quase 200 pessoas, incluindo acompanhantes próximos. Entre os colegas de curso estão Rocha Gonçalves, professor da Faculdade de Medicina que foi director do Serviço de Cardiologia da Hospital de S. João, Mota Miranda, professor de infecciologia na mesma faculdade, e o psiquiatra e poeta António Barbedo de Oliveira. O médico-poeta assinou, aliás, o poema impresso na “plaquete” que antecipava o livro de curso, também não publica-do no momento habitual mas editado mais tarde. O 17o Encontro do Curso Médico de 72 está previsto para os dias 29, 30 e 31 de Maio, em Ponte de Lima, e decorrerá sob o tema “’72 em 09’, numa alusão ao abandono da vida profissio-nal activa”, explica a organização. Contacto: [email protected]

OS 37 ANOS DOCURSO SEM CARTOLA

O termo pode enganar os menos familiarizados com as tradições das repúblicas académicas… O que, no Porto, pode significar muita gente, porque a Real República

dos LYSOS é a única república académica por estas bandas. De facto, “Milenário” neste caso significa década. Vão passar 50 anos desde que 13 estudantes de Coimbra, após os anos de formação inicial, vieram para a U.Porto para pode-rem concluir as suas licenciaturas. Os 11 futuros engenheiros e dois futuros farmacêuticos decidiram então criar a Real Repú-blica dos LYSOS que se instalou na Rotunda da Boavista (Praça de Mouzinho de Albuquerque), n.o 60. Não foram os únicos a ter essa ideia, dado que no início dos anos 60 haveria mais cinco repúblicas. Mas os LYSOS foram os mais resistentes, os únicos que ainda se mantêm no Porto, agora instalados na Rua António Granjo.A origem, a idade e a resistência valeu-lhes uma homenagem na 3.o Gala do Antigo Estudante de Coimbra, que decorreu a 7 de Março, no Teatro Académico Gil Vicente, e foi promovi-da pela Reitoria da Universidade de Coimbra. O almoço anual dos LYSOS, no Porto, será, portanto, especial em ano de 5.o Milenário.JC

LYSOS MAS RESISTENTESO Curso Médico

de 72, em 1971

Encontro do Curso Médicode 72, em 2008

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