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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA Fernanda Cristina Hümmelgen DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DO HERPESVÍRUS BOVINO 1 E 4. CURITIBA 2010

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Fernanda Cristina Hümmelgen

DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DO HERPESVÍRUS BOVINO 1 E 4.

CURITIBA

2010

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DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DO HERPESVÍRUS BOVINO 1 E 4.

CURITIBA

2010

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Fernanda Cristina Hümmelgen

DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DE HERPESVIRUS BOVINO 1 E 4

CURITIBA

2010

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciência s Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médica Veterinária.

Orientador Acadêmico: Prof. Dr. Uriel V. Cotarelli Andrade

Orientador profissional: Jorge V. Bacila Agottani

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TERMO DE APROVAÇÃO

Fernanda Cristina Hümmelgen

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para a obtenção do título

de Médico Veterinário por uma banca examinadora do curso de Medicina Veterinária

da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 06 de dezembro de 2010

Medicina Veterinária

Universidade Tuiuti do Paraná

Orientador: Profº Uriel V. Cotarelli Andrade

Universidade Tuiuti do Paraná

Profª Gisele Ludwig Tesseroli

Universidade Tuiuti do Paraná

Profº Welington Hartmann

Universidade Tuiuti do Paraná

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Reitor

Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos

Pró Reitor Administrativo

Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos

Pró Reitora Acadêmica

Prof.ª Carmem Luiza da Silva

Pró Reitor de Planejamento

Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos

Pró Reitor de Pós Graduação, Pesquisa e Extensão

Prof. Roberval Eloy Pereira

Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Prof. João Henrique Faryniuk

Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária

Prof.ª Ana Laura Angeli

Campus Prof. Sidney Lima Santos

Rua Sidney A. Rangel dos Santos 238 - Santo Inácio

Cep 82010-330- Curitiba- Paraná

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APRESENTAÇÃO

Este trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresentado ao curso de

Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da

Universidade Tuiuti do Paraná, com requisito parcial para obtenção do título de

Médica Veterinária, é composto de um Relatório de Estágio nos quais são descritas

as atividades realizadas por Fernanda Cristina Hümmelgen, no Instituto de

Tecnologia do Paraná na área de produção de antígenos, com o objetivo de

conhecer as técnicas utilizadas para o diagnóstico sorológico de Herpesvírus

Bovino, no período de 27 de Julho a 01 de outubro de 2010, perfazendo o total de

368 horas.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus pais Wivian e Eduardo, aos meus irmãos Luiz

Henrique e Larissa, aos meus amigos de verdade, e a todos os responsáveis pela

realização deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por estar ao meu lado em todos os momentos da

minha vida, por todas suas bênçãos estarem sobre mim, e por ter sempre sido

minha fonte inesgotável de amor e força.

Aos meus pais amados Eduardo Hümmelgen e Wivian, por nunca terem

desistido de mim, pelo amor, pela confiança, força e principalmente pela educação

que me deram.

Aos meus irmãos pelos momentos de descontração, conselhos e apoio.

A Mel e ao Sushi que mostraram sempre o verdadeiro significado do

companheirismo e do amor incondicional.

Aos meus padrinhos, minha melhor amiga Juliana, tios e tias, primos e primas

por fazerem parte da minha vida.

A todos meus amigos ( Liedge, Hellen, Carol, Gabi, Joyce, Tio, Fabricio e

Roni) que sempre estiveram comigo, obrigado pelo apoio, pela compreensão, pelas

ajudas, pelas risadas,festas e até pelos desentendimentos que de alguma forma nos

fizeram crescer.

Ao meu orientador, Professor Uriel, pelos conhecimentos compartilhados,

pela paciência, e dedicação.

A todos os professores os outros professores que tiveram paciência comigo e

com todos os meus colegas sempre, por mostrar os caminhos que devemos seguir,

pela amizade e dedicação por todos nós.

Ao meu orientador profissional Jorge V. Bacila Agottani, por todas as vezes

ter me atendido quando precisei, ao meu Co- Orientador Ernesto Renato Krüger por

que sem a ajuda dele não teria aprendido tudo o que aprendi, e a todos os amigos

que tive grande alegria em fazer durante meu período de estágio.

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Obrigada A TODOS!

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-te também no senhor, e ele te concederá o que deseja teu

coração. Entrega o

Salmos 37:5-6

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RESUMO

O diagnóstico sorológico do Herpesvírus Bovino (BoHV) apesar de não

representar uma ferramenta de diagnóstico etiológico em animais com sinais

clínicos, é uma estratégia fundamental para demonstrar a presença do vírus no

rebanho, e também para quantificar o número de animais infectados.E além disso

diferencia os tipos de BoHV existentes. A sorologia para o Herpesvírus Bovino

também é importante para o monitoramento da infecção em rebanhos bovinos tanto

para a definição de estratégias de controle e profilaxia, como a vacinação, quanto

para a erradicação das enfermidades.

No presente trabalho serão apresentadas as técnicas de detecção de

anticorpos do Herpesvirus1 e 4 em soros bovinos mais utilizadas: soroneutralização

(SN), ensaio imunoenzimático (ELISA) indireto e Imunofluorescência indireta. Para a

comparação de resultado entre tais testes, foram coletados 80 soros de bovinos da

Colônia Penal Agrícola localizada no município de Piraquara-PR, que foram testados

segundo os procedimentos operacionais padrões do TECPAR de cada teste

sorológico citado acima.

Palavra-chave: Herpesvírus bovino1, Herpesvirus bovino 4, diagnóstico

sorológico.

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LISTA DE ABREVEATURAS

- Graus Celsius.

µL Microlitros.

Ac. Anticorpos.

Ag.- Antígeno.

AIHV Vírus da Febre Catarral Maligna.

BoHV- Herpesvírus bovino.

BSA Albumina Bovina.

CO2 Dióxido de Carbono.

ELISA Ensaio imuno enzimático.

Fc Fragmento cristalizável.

FITC - Isotiocianato de Fluoresceína.

- Gama.

IBR Rinotraqueite Infecciosa Bovina.

ICTV - Comitê internacional sobre taxonomia de vírus

IFI Imunofluorescência indireta.

IgG - Imunoglobulina G.

IPV Vulvovaginite pustular infecciosa.

M Molar.

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MC Meio de crescimento.

mL. Mililitro.

MM Meio de manutenção.

Na2HPO4 Sódio Dibásico.

NaHCO3 Bicarbonato de sódio.

Na2CO3 Carbonato de sódio.

NaN3 Azida Sódica.

NaCl Cloreto de sódio.

NaH2PO4 Sódio Monobásico.

PCR Reação em cadeia de polimerase.

PNCEBT Programa nacional de controle e erradicação da Bruclose e tuberculose.

SFB Soro fetal bovino.

SN Soroneutralização.

SNC Sistema Nervoso Central.

TECPAR Instituto de Tecnologia do Paraná.

TPB - Caldo triptose fosfato.

TR Região terminal.

U.V. Ultra violeta.

UI Unidades internacionais.

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- Alfa.

Beta.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Localização do TECPAR em fotografia via satélite...................................5

FIGURA 2- Frascos de Antígenos produzidos pelo TECPAR......................................6

FIGURA 3- Estrutura viral............................................................................................8

FIGURA 4- Estrutura dos Herpesvírus.......................................................................17

FIGURA 5- 2 e garrafas de cultivo celular......................31

FIGURA 6- Centrífuga para clarificação.....................................................................33

FIGURA 7- Garrafa de cultivo celular de 150cm2......................................................33

FIGURA 8- Garrafa Roller de cultivo celular de 890cm2............................................34

FIGURA 9- Distribuição de diluições para Titulação viral em SN..............................36

FIGURA 10 Direção de diluição do Antígeno..........................................................38

FIGURA11- Lavadora de placas de ELISA (Elx50 Automated Strip Washer-

BioTEK Instruments, INC)..........................................................................................38

FIGURA 12 Direção da diluição do conjugado........................................................40

FIGURA 13 Fluxograma da soroneutralização.......................................................42

FIGURA 14- Microscópio invertido.............................................................................43

FIGURA 15 Esquema Ilustrativo do ELISA.............................................................45

FIGURA 16 Fluxograma da IFI...............................................................................47

FIGURA 17- Célula com efeito citopático (Soro negativo).........................................48

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FIGURA 18- Monocamada celular intacta (Soro positivo).........................................48

FIGURA 19- Espectrofotômetro (µQuant BioTEK Instruments, INC)......................49

FIGURA 20- Células com efeito citopático com coloração fluorescente (Soro

positivo)......................................................................................................................50

FIGURA 21- Células com efeito citopático com coloração verde fosco ( Soro

negativo)....................................................................................................................50

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Titulação viral para soroneutralização pelo método Reed and Muench......................................................................................................................37

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................1

2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO..................................................................5

2.1 DIVISÃO DE ANTÍGENOS.....................................................................................5

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.............................................................................7

4 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................8

4.1 VÍRUS....................................................................................................................8

4.1.1 Classificação.......................................................................................................9

4.1.1.1 Estrutura geral taxonômica.............................................................................10

4.1.2 Taxonomia dos vírus.........................................................................................10

4.1.2 1 Famílias de DNA vírus....................................................................................10

4.1.2.2 Famílias de RNA vírus....................................................................................12

4.2 HERPESVÍRUS....................................................................................................16

4.2.1 Herpesvirus bovino............................................................................................17

4.3 HERPESVÍRUS BOVINO 1..................................................................................18

4.3.1 Histórico.............................................................................................................18

4.3.2 Descrição do agente..........................................................................................18

4.3.3 Patogenia e patologia........................................................................................19

4.3.4 Sinais clínicos....................................................................................................20

4.3.4.1 Características clínicas do sistema reprodutor...............................................20

4.3.4.2 Características clínicas do sistema respiratório e olhos.................................21

4.3.5 Aspectos econômicos........................................................................................22

4.3.6 Epidemiologia....................................................................................................22

4.3.7 Diagnósticos......................................................................................................22

4.3.7.1 Testes Sorológicos.........................................................................................23

4.4 HERPESVÍRUS BOVINO 4..................................................................................26

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4.4.1 Histórico............................................................................................................26

4.4.2 Descrição do agente.........................................................................................26

4.4.3 Patogenia e patologia........................................................................................26

4.4.4 Sinais clínicos....................................................................................................27

4.4.5 Aspectos econômicos........................................................................................27

4.4.6 Epidemiologia....................................................................................................28

4.4.7 Diagnósticos......................................................................................................29

5 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................30

5.1 CULTIVO DE CÉLULAS DE TRAQUÉIA DE FETO BOVINO..............................30

5.2 AMPLIAÇÃO CELULAR.......................................................................................37

5.3 PRODUÇÃO DE ANTÍGENOS.............................................................................32

5.3.1 Produção de BoHV-1 para uso em SN..............................................................32

5.3.2 Produção de BoHV-1 e BoHV-4 para uso em ELISA........................................33

5.3.3 Titulação viral para SN......................................................................................35

5.3.4 Titulação de Ag. e conjugado para teste de ELISA...........................................37

5.4 DESENVOLVIMENTO DOS TESTES..................................................................41

5.4.1 SN. para detecção de anticorpos Anti- BoHV-1................................................41

5.4.2 ELISA para detecção de anticorpos Anti-BoHV-1 e BoHV-4............................44

5.4.3 IFI para detecção de anticorpos Anti-BoHV-1 e BoHV-4..................................46

6 RESULTADOS.......................................................................................................48

6.1 SORONEUTRALIZAÇÃO.....................................................................................48

6.2 ELISA..................................................................................................................49

6.3 IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA.................................................................50

7 DISCUSSÕES........................................................................................................51

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................53

9 CONCLUSÃO.........................................................................................................54

10 REFERÊNCIAS.....................................................................................................55

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1

1 INTRODUÇÃO

A família Herpesviridae contém mais de 100 vírus, que foram isolados de uma

ampla gama de espécies animais: anfíbios, peixes, répteis, aves, mamíferos e do

homem. São vírus de especial importância, pois possuem ampla ocorrência,

diversidade evolucionária e estão envolvidos em muitas doenças importantes que

acometem animais domésticos e humanos (QUINN et al.,2002).

Os vírus pertencentes a esta família tem grande variação em suas

propriedades biológicas, incluindo patogenicidade, e propenção para formar

infecções latentes. Os Herpesvirus são morfologicamente similares, envelopados e

variam de 120 a 200nm de diâmetro. Contém DNA em dupla fita em um capsídeo

icosaédrico de 162 capsômetros, circundado por uma zona granular composta de

proteínas globulares (tegumento) e circundado por um envoltório lipídico (QUINN et

al., 2002). Além disso, o virus da herpes contém mais de 30 proteínas, das quais

seis estão presentes no nucleo capsideo, dois sendo associados ao DNA. As

glicoproteínas que são no total de 10, estão localizadas no envelope, algumas delas

projetadas como peplomeros, e uma das glicoproteínas dos pepilomeros possuem

atividade de receptores Fc (Fragmento cristalizável) (FENNER et al.,1993)..

A divisão da família em subfamília foi baseada inicialmente pelas

propriedades biológicas e mais tarde precisamente baseados nos atributos

- -Herpesvirinae e -

Herpesvirinae.

O Herpesvirus é um dos agentes etiologicos causador de uma série de

doenças infecciosas de rebanhos bovinos. Dentre eles estão o BoHV(Herpesvírus

Bovino) 1, BoHV 2, BoHV 4, e BoHV 5.(FENNER et al., 1993)

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2

O BoHV -1 tem uma ampla distribuição, estando presente em quase todos

os países de bovinocultura expressiva. E tem custado a industria de gado cerca de 3

bilhoês de dólares anualmente Pertence à subfamília Alphaherpesvirinae ,e gênero

Varicellovirus, e é o agente etiológico da IBR/IPV (Rinotraqueíte infecciosa

bovina/Vulvovaginite pustular infecciosa), conjuntivites,balanopostite pustular,

encefalite, doenças sistêmica do recém nascido, enterites e abortos. Suas cepas são

divididas em três subtipos: BoHV 1.1 está associado à doença respiratória; BoHV-

1.2a e BoHV- 1.2b está associado com doença genital; e o BoHV- 1.3 está

associado a encefalites (VIDOR et al., 1995).

O BoHV 2 possue distribuição mundial e foi identificado no Brasil na

década de 70. Nota-se que os maiores prejuízos ocasionados por este vírus ocorrem

em gado leiteiro, mas também tem sido diagnosticada em bovinos de corte.

Pertence à subfamília Alphaherpesvirinae e gênero Simplexvirus. A infecção pelo

BoHV 2 apresenta duas formas clínicas: Mamilite Herpética (Lesões vesiculares e

erosivas nos tetos ou no úbere), e Pseudolumpy skin disease ( Lesões nodulares

disseminada pela pele) (JONES et al.,1998).

O BoHV- 4 está distribuído mundialmente e pertence à subfamília

Gammaherpesvirinae e ao Gênero Rhadinovirus. Tem apresentado uma variedade

de enfermidades, e dentre elas as principais são aborto, metrite, vaginite, enterites e

pneumonia (GILLET et al.,2003)

O BoHV 5, devido à reatividade sorológica que tem com o BoHV 1,não

tem sua distribuição geográfica muito conhecida. Este é um vírus pertencente à

subfamília Alphaherpesvirinae, e gênero Varicellovirus, que tem como principal

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3

doença a meningoencefalite, devido à facilidade deste vírus se replicar no sistema

nervoso central (SNC) dos animais (KUNRATH et al., 2004).

Devido à diversidade dos sinais clínicos de todos os Herpesvírus,bem como a

presença dos mesmos sinais em outras doenças infecciosas e parasitárias, não

permite a elaboração de um diagnóstico clínico conclusivo da infecção ocasionada

pelos Herpesvirus. Até mesmo nos casos de vulvovaginite no BoHV - -1, por

exemplo, onde as lesões são características, o diagnóstico é apenas presuntivo.

Sendo assim necessário o diagnóstico sorológico (RUHNKE et al.,1984).

Atualmente as técnicas sorológicas mais utilizadas na detecção de anticorpos

incluem a soroneutralização (SN) os ensaios imunoenzimático (ELISA), e a

Imunofluorescência. Para minimizar o risco da introdução de animais infectados em

rebanhos ou em centrais de inseminação, os testes sorológicos devem ser sensíveis

o suficiente para evitar resultados falso-negativos, principalmente quando os títulos

de anticorpos específicos para o vírus são baixos. A detecção de animais portadores

do vírus em latência também é de extrema importância nos programas de controle e

erradicação da doença e, em algumas situações, essa identificação não é possível

de ser realizada por meio de métodos sorológicos tradicionais uma vez que os

animais podem apresentar baixo título de anticorpos (TAKIUCHI et al.,2001).

O procedimento do ensaio imunoadsorvente ligado à enzima (ELISA) tem

como objetivo detectar anticorpos, Aonde há a ligação de um antígeno viral à uma

fase sólida(poços de poliestireno), depois são adicionadas diluições de soro-teste,

permitindo a interação com os antígenos. Após lavagem antiglobulinas conjugadas a

enzimas são adicionadas e após incubação e lavagem, um substrato apropriado é

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4

adicionado. A intensidade da alteração de cor é proporcional à quantidade de

anticorpos no soro-teste (QUINN et al.,2002) .

Usando-se imunofluorescência indireta o soro teste é adicionado a um

conhecido antígeno viral fixado em uma lâmina de microscopia. Após a incubação, a

lâmina é lavada, e após a adição da antiglobulina conjugada a um fluorocromo,

então é incubada para um período posterior. A lâmina é novamente lavada,para

posterior leitura a luz Ultra Violeta (QUINN et al., 2002).

O teste de soroneutralização é considerado o padrão definitivo quando

comparados a outros testes sorológicos. Os anticorpos neutralizantes em geral se

relacionam estritamente com a proteção imunológica. Neste teste que é tipicamente

realizado em placas de micro tubulação, uma quantidade constante de vírus com

infectividade conhecida é adicionado a diluições de um soro. teste. Células

suscetíveis ao Vírus são adicionadas aos poços. A presença de anticorpos

neutralizantes do soro previne a infecção das células e efeitos citopáticos. O titulo do

soro é a mais alta diluição na qual o vírus é neutralizado. Nos animais recuperados,

anticorpos neutralizantes tendem a persistir por períodos longos, com freqüência

durante anos (QUINN et al.,2002).

Associado ao que precede, o seguinte trabalho discorrerá detalhadamente

sobre os meios de diagnósticos sorológicos realizados para Herpesvírus bovino 1 e

4, assim como seus materiais e métodos. A apresentação destes herpesvírus bovino

no trabalho deve-se ao fato de serem agentes etiológicos de doenças que hoje em

dia apresentam-se em uma significativa quantidade nos rebanhos de bovinos de

todo o mundo.

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5

2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

O Estágio Pré-Profissional Obrigatório foi realizado no Instituto de Tecnologia

do Paraná (TECPAR), na Divisão de Antígenos (DAN), localizado na cidade de

Curitiba, no bairro Juvevê.

FIGURA 1 Localização do TECPAR em fotografia via satélite

Fonte: Google Maps, 2010

2.1 DIVISÃO DE ANTÍGENOS

Por solicitação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, desde

1989 o TECPAR vem produzindo reativos para o diagnóstico de tuberculose e

brucelose nos animais domésticos (Antígenos estes que são distribuídos para todo o

território nacional, para atender ao Programa Nacional de Controle e Erradicação da

Brucelose e Tuberculose PNCEBT). Além disso, produz também conjugado para

imunofluorescência, imunoperoxidase e ELISA, Anti IgG Bovino, Kits para

diagnóstico de Brucella ovis e Leucose enzoótica Bovina.

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6

FIGURA 2: Frascos de Antígenos produzidos pelo TECPAR.

Atualmente, encontram-se em andamento no laboratório de

desenvolvimento de Novos Produtos, Kits para diagnósticos sorológicos de:

Herpesvírus Bovino 1, Herpesvírus Bovino 4, Neospora Caninum e Kit para

determinação de título humoral induzido pela vacina antirábica em cães.

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7

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

De segunda a sexta-feira o horário respectivo para o estagiário assim como

para os funcionários, é das 8:00 às 17:00 horas. A função do estagiário foi auxiliar

na coleta e organização de soros para todos os tipos de testes diagnósticos, auxiliar

na padronização dos testes assim como: imunodifusão em Ágar gel, contagem de

volume celular, verificação de pH dos antígenos produzidos, testes de prova lenta

em tubo e ring test, montagem de lâminas de imunofluorescência indireta para

diagnóstico de Neospora caninum, desenvolvimento de teste de ELISA e

soroneutralização

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8

4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 VÍRUS

O termo vírus vem do latim, e significa veneno (QUINN et.al., 2002). São

agentes infecciosos, extremamente pequenos. Que parasitam células para replicar-

se. Estas partículas virais conhecidas também como vírions, são constituídas de

duas ou três partes: material genético (ácido nucléico), podendo ser DNA ou RNA,

mas nunca os dois em simultâneo (FENNER, 1993), uma camada protéica que

protege o material genético (FIGURA 3), que segundo TIZARD, 2008 é denominada

capsídeo(composto de subunidades chamadas capsômeros), e alguns vírus também

podem estar envoltos por um envelope contendo lipoproteínas e glicoproteínas.

FIGURA 3 Estrutura viral.

Fonte: SOFI 2010

As proteínas do capsídeo são ótimos antígenos, altamente capazes de

estimular a formação de anticorpos. Quando um vírus infecta um animal, as

proteínas dos vírions atuam como antígenos e desencadeiam uma resposta imune

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adquirida. Os vírus, entretanto, não são sempre encontrados livres na circulação,

mas vivem dentro de células, onde estão protegidos das atenções inoportunas dos

anticorpos. De fato, o acido nucléico viral pode ser integrado ao genoma da célula.

Nessa condição, os genes virais codificam novas proteínas, algumas das quais são

transportadas para a superfície celular das células infectadas. Essas proteínas

embora sejam sintetizadas dentro das células animais, ainda são consideradas

estranhas. Essas proteínas estranhas recém sintetizadas são denominadas

antígenos endógenos, para distingui-los dos antígenos estranhos que entram de fora

e são chamados de antígenos exógenos (TIZARD, 2008)

4.1.1 Classificação

Classificar os vírus tem como objetivo descrever a diversidade dos vírus por

nomeação e agrupá-los com base em semelhanças. André Lwoff, Robert Horne, e

Paul Tournier em 1962 desenvolveram um meio de classificação de vírus, baseado

no sistema de Taxonomia de Lineu, aonde os vírus são classificados em uma

hierarquia, que consiste em filo, classe, ordem, família, gênero e espécie

(SUBRAMANYA e GRIVAS, 2008) Posteriormente, o Comitê Internacional de

Taxonomia de Vírus foi formado. No entanto, os vírus não são classificados com

base em filo ou classe, pois devido ao seu pequeno genoma e sua alta taxa de

mutação torna-se difícil determinar a sua ascendência para além da ordem. O

Comitê Internacional sobre Taxonomia de Vírus (ICTV) desenvolveu o sistema de

classificação atual e escreveu as diretrizes que dão um peso maior sobre as

propriedades de determinados vírus para manter a uniformidade da família.

Os principais critérios para a delimitação das famílias são o tipo de ácido

nucléico que constitui o genoma, a estratégia de replicação viral, e a morfologia do

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vírus.A subdivisão das famílias em gêneros é baseada em critérios que variam de

famílias diferentes. Gêneros, geralmente são definidos por diferenças substanciais

em seu genoma, contendo de um a mais de uma centena de espécies. A definição

de espécies é mais arbitrária, virologistas ainda discutem os critérios para a

designação das espécies (FENNER,1993)

É provável que no futuro outros grupos de famílias com comprovada

afinidades filogenéticas serão agrupados para formar ordens

No total, há 5 ordens, 82 famílias, 11 subfamílias, 307 gêneros, 2.083 espécies e

cerca de 3.000 tipos ainda não classificados

4.1.1.1 Estrutura geral taxonômica

Ordem(-virales)

Família(viridae)

Subfamília(virinae)

Gênero(vírus)

Espécie (vírus)

4.1.2 Taxonomia dos vírus

4.1.2.1 Famílias de DNA vírus

Família: Circoviridae

Família: Parvoviridae

Gênero: Parvovírus

Gênero: Dependovírus

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Família: Hepadnaviridae

Gênero: Orthohepadnavírus

Gênero: Avihepadnavirus

Família: Paponaviridae

Gênero: Papillomavirus

Gênero: Polyomavírus

Família: Adenoviridae

Gênero: Mastadenovírus

Gênero: Aviadenovírus

Família: Herpesviridae

Subfamília: Alphaherpesvirinae

Gênero: Simplexvírus

Gênero: Varicellovírus

Subfamília: Betaherpesvirinae

Gênero: Cytomegalovírus

Gênero: Murocytomegalovirus

Subfamília: Gammaherpesvirinae

Gênero: Lymphocryptovirus

Gênero: Rhadinovírus

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Família: Iridoviridae

Gênero: Ranavírus

Gênero: Lymphocystivírus

Família sem nome: African Swine Fever Virus

Família: Poxviridae

Subfamília: Chordopoxvirinae

Gênero: Orthopoxvírus

Gênero: Parapoxvírus

Gênero: Avipoxvírus

Gênero: Capripoxvírus

Gênero: Leporipoxvírus

Gênero: Suipoxvírus

Gênero: Molluscipoxvírus

Gênero: Yatapoxvírus

Subfamília: Entomopoxvirinae

4.1.2.2 Famílias de RNA vírus

Família: Picornaviridae

Gênero: Enterovírus

Gênero: Cardiovírus

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Gênero: Rhinovírus

Gênero: Aphthovírus

Gênero: Hepatovírus

Família: Calciviridae

Gênero: Calicivírus

Família: Togaviridae

Gênero: Alphavírus

Gênero: Rubivírus

Família: Flaviviridae

Gênero: Flavivírus

Gênero: Pestivírus

Gênero sem nome: vírus da Hepatite C

Família: Coronaviridae

Gênero: Coronavírus

Família: Paramyxoviridae

Subfamília: Paramyxovirinae

Gênero: Paramyxovírus

Gênero: Morbillivírus

Subfamília: Pneumovirinae

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Gênero: Pneumovírus

Família: Rhabdoviridae

Gênero: Vesiculovírus

Gênero: Lyssavírus

Família: Filoviridae

Gênero: Filovírus

Família: Orthomyxoviridae

Gênero:Influenza vírus A e B

Gênero: Influenza vírus C

Família: Arenaviridae

Gênero: Arenavírus

Família: Bunyaviridae

Gênero: Bunyavírus

Gênero: Phlebovírus

Gênero: Nairovírus

Gênero: Uukuvírus

Gênero: Hantavírus

Família: Reoviridae

Gênero: Orthoreovírus

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Gênero: Orbivírus

Gênero: Rotavírus

Gênero: Coltivírus

Gênero: Aquareovírus

Família: Birnaviridae

Gênero: Birnavírus

Família: Retroviridae

Gênero: Lentivírus

Gênero: Spumavírus

Gênero sem nome: Retrovírus de mamíferos tipo B

Gênero sem nome: Retrovírus de mamíferos tipo C

Gênero sem nome: Retrovírus aviário tipo C

Gênero sem nome: Retrovírus de mamíferos tipo D

Gênero sem nome: HTLV/BLV virus

FONTE: Adaptado de FENNER, 1993.

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4.2 HERPESVÍRUS

A família Herpesviridae é uma família numerosa, composta por DNA vírus que

possuem como hospedeiros naturais, humanos, outros mamíferos e vertebrados, e

em um caso descrito, um invertebrado (McGEOCH ET al., 2000).

As partículas virais dos Herpesvírus apresentam baixa resistência ao meio

ambiente e, não possuem resistência fora do organismo infectado e, geralmente sua

transmissão requer contato direto para que ocorra a infecção viral.

A divisão das famílias se baseia nas propriedades biológicas, enquanto a

classificação em gêneros baseia-se na disposição genômica e sorológica

respectivamente. Assim os herpesvírus são classificados em -herpesvirinae, -

herpesvirinae, e -herpesvirinae (FENNER et al., 1993).

Os vírus pertencentes à família Alphaherpesvirinae, possuem um amplo

espectro de hospedeiros, um ciclo replicativo curto, uma disseminação em cultivo

celular rápida, uma eficiente destruição das células, e estabelecem latência

principalmente em neurônios dos gânglios sensoriais (VAN ENGELEMBURG et

al.,1994; WINKLER et al., 1998; VOGEL, 2004).

Os membros da subfamília Betaherpesvirinae replicam-se de forma lenta,

induzindo um aumento de volume das células infectadas e possuem um número

restrito de hospedeiros.

Os outros vírus que pertencem a subfamília Gammaherpesvirinae podem

replicar-se ou estabelecer latência em células linfóides e causar infecção lítica em

células epiteliais e fibroblásticas (VAN ENGELEMBURG et al.,1994; WINKLER et al.,

1998; VOGEL, 2004).

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FIGURA 4 Estrutura dos Herpesvírus

Fonte: STDGEN, 2010

4.2.1 Herpesvírus Bovino

A espécie bovina é hospedeira primária de diversos Herpesvírus, distribuídos

entre as diferentes subfamílias.

Dentre elas estão o Herpesvírus bovino tipo 1 (BoHV-1), Herpesvírus bovino

tipo 2 (BoHV-2), Herpesvírus bovino tipo 4 (BoHV-4), o Herpesvírus bovino tipo 5

(BoHV-5) e o Herpesvírus alcelafino tipo 1 ou vírus da febre catarral maligna (AIHV-

1) ( ROIZMANN e PELLETT, 2001).

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4.3 HERPESVÍRUS BOVINO TIPO 1

4.3.1 Histórico

O Herpesvírus Bovino Tipo 1 (BoHV-1) é um importante patógeno que

provoca alterações nos sistemas respiratório e reprodutivo de bovinos. Foi

primeiramente isolado no ano de 1956 por MADIN et. al, e desde então tem sido

descrito em vários países.

No Brasil o BoHV-1 já foi isolado de diferentes manifestações da enfermidade.

No Estado do Rio Grande do sul foram relatados isolamentos do vírus de casos de

balanopostite infecciosa (WEIBLEN et al.1991) e vulvovaginite pustular infecciosa

(LOVATO et al., 1995). Foram realizados também em alguns estados brasileiros

inquéritos sorológicos que comprovam que o BoHV-1 está bastante distribuído na

população bovina no país (WIZIGMANN et al. 1972; RAVAZZOLO et al., 1989;

ROSA et al., 1992; DE STEFANO et al., 1993; PITUCO et al., 1993).

4.3.2 Descrição do agente

O Herpesvírus bovino tipo 1 pertence a família Herpesviridae,

subfamília Alphaherpesvirinae e gênero Varicellovirus (TEIXEIRA et al., 2001;

MURPHY et al., 1999). Apresenta genoma constituído por 1 molécula de DNA linear

dupla fita, com cerca de 130.000 a 150.000 pares de bases. O genoma pode ser

dividido em uma região longa (UL) e uma curta (US) cercado por duas regiões

repetidas e invertidas, sendo uma interna (IR) e outra terminal (TR), arranjo típico do

gênero Varicellovírus.(SCHWYZER e ACKERMANN, 1996).

É o agente etiológico da IBR/IPV (Rinotraqueite infecciosa bovina/

Vulvovaginite pustular infecciosa), infecções contagiosas de rebanhos bovinos, que

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afetam principalmente o trato respiratório e genital podendo provocar aborto, e

também balanopostite pustular, conjuntivite, encefalite, doença sistêmica do recém

nascido e enterite (VIDOR et al., 1995).

As cepas de BoHV-1 foram divididas em três subtipos, conforme análise dos

perfis de restrição enzimática do genoma de várias amostras do vírus: BoHV-1.1,

que está associado com doença do trato respiratório; BoHV-1.2a e BoHV-1.2b

associados com doença genital.; mais tarde as amostras encefálicas foram

classificadas como BoHV-1.3 (VIDOR et al., 1995). QUINN et al., 2002, relata que os

subtipos 1.1 e 1.2a, raramente causam aborto;e o subtipo menos virulento, o 1.2b,

não tem sido associado a aborto.

4.3.3 Patogenia e patologia

Após contato com a mucosa nasofaríngea ou genital de um animal

contaminado, o vírus estabelece uma replicação inicial nas células epiteliais locais,

causando a lise destas, o que leva ao surgimento dos primeiros sinais clínicos que

consistem em congestão local, presença de secreção e lesões vesiculares a

erosivas na mucosa. (WYLER et al., 1989; VOGEL et al., 2004; SPILKI et al., 2004).

Durante esta fase da doença, devido a replicação do vírus nas membranas mucosas

do trato respiratório superior, o vírus se apresenta em grande quantidade e é

eliminado nas secreções nasais (QUINN et al., 2002), assim sendo uma fonte de

infecção para outros animais. Após a replicação primária, o vírus invade terminações

nervosas e é transportado intra axonalmente até o gânglio trigemial, onde

permanece latente. Durante esta fase de latência, não há replicação viral ou

expressão de antígenos virais (WYLER et al., 1989; PASTORET et al., 1982).

Algumas vezes pode haver necrose tecidual facilitando a entrada de bactérias

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podendo causar uma infecção secundária, com complicações importantes e

possivelmente, morte. Raramente uma viremia associada ao linfócito em vacas

prenhes pode ocasionar infecção fetal e aborto. Nos fetos abortados é possível

encontrar focos necróticos em vários órgãos (QUINN et al., 2002).

Nas infecções do trato reprodutivo, ocasionado pelos subtipos 1.2a e 1.2b, os

vírus fazem replicação na mucosa da vagina ou prepúcio, e no gânglio sacral pode

se estabelecer infecções latentes. Podem ser observadas lesões necróticas focais

na mucosa genital, que ocasionarão a formação de úlceras. Pode também haver

uma reação inflamatória intensa no trato reprodutivo com infecção secundária

bacteriana e possivelmente levar a uma endometrite.

Eventualmente, sob influência de fatores externos, como estresse ou

tratamento com corticóides, pode ocorrer a reativação da infecção latente, quando

ocorre síntese de novas partículas virais infecciosas na célula nervosa e transporte

destas via axonal anterógrada até o sítio inicial da infecção. Neste, se estabelece

novamente um ciclo lítico de infecção, com manifestação de sinais clínicos e re-

excreção viral (VAN OIRSCHOT, 1995).

4.3.4 Sinais Clínicos

4.3.4.1 Características clínicas do sistema reprodutor

A vulvovaginite pustular infecciosa é geralmente reconhecida em vacas

leiteiras.as quais desenvolvem sinais clínicos como febre, depressão, anorexia, se

mantem afastadas, e muitas vezes com a cauda afastada da vulva, e a micção é

freqüente e dolorosa. Os lábios da vulva ficam edemaciadas,com secreção vaginal,

mucosa vestibular avermelhada e com pequenas pústulas que posteriormente irão

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formar úlceras. O estágio agudo da doença dura de 4 a 5 dias, e as lesões não

complicadas acabam dentro de 10 a 14 dias (FENNER,1996).

Nos machos lesões similares às das fêmeas aparecem no pênis e no

prepúcio (JONES e CHOWDHURY,2007).

4.3.4.2 Características clínicas do sistema respiratório

Os sinais iniciais incluem febre, depressão, inapetência e secreção nasal

abundante, inicialmente serosa e, mais tarde mucupurulenta. A mucosa nasal pode

estar hiperemica, e as lesões podem ser de difícil identificação, e assim pode iniciar

um processo de necrose focal pustular,a mucosa pode estar ulcerada e

hemorrágica. Hálito fétido, dispnéia, respiração pela boca, sialorréia e tosse de

origem brônquica é muito comum. Casos agudos, e casos simples podem cessar

dentro de 5 a 10 dias.

Conjuntivite uni e bilateral, frequentemente com lacrimejamento abundante, é

um sinal clínico comum em bovinos com a rinotraqueíte infecciosa bovina, mas pode

ocorrer em um rebanho como um sinal quase que exclusivamente clínico. Gatro

enterite pode ocorrer em bovinos adultos e é um sinal clínico predominante na

doença generalizada dos bezerros, que muitas vezes é fatal. O aborto pode ocorrer

em 4-7 meses de gestação (FENNER,1996)

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4.3.5 Aspectos econômicos

As enfermidades causadas pelo BoHV-1 provocam sérios prejuízos à

pecuária nacional, especialmente em bovinos de especialidade leiteira, onde há

queda da produção de leite e diminuição no índice de fertilidade.Particularmente nos

sistemas de criação mais tecnificados, que exigem maiores custos de produção

(DEL FAVA et al., 1998)..

Baixos índices reprodutivos nos rebanhos bovinos podem ser responsáveis

pela inviabilidade de exploração e também restringem o comércio internacional de

animais vivos e seus produtos como sêmem e embriões (DEL FAVA et al., 1998).

4.3.6 Epidemiologia

O BoHV-1 é um dos principais patógenos de bovinos jovens e adultos

(ALFIERRI,1998) e está distribuído de forma significativa em quase todos os países

criadores de bovinos (TEIXEIRA, 2001). De acordo com KUNRATH et al., 2004

alguns países europeus já erradicaram a infecção.

No Brasil, grande parte das propriedades apresentam animais

sorologicamente positivos para BoHV-1. Assim, mostra-se a importância da adoção

de medidas utilizando a identificação destes animais que são grandes

disseminadores da infecção (FENNER, 1993).

4.3.7 Diagnóstico

O diagnóstico na fase aguda da doença tem sido feito através do isolamento

em cultivo celular utilizando-se swab nasal, órgãos de fetos abortados, placentas e

sêmem. Para o isolamento viral, vários tipos de cultura celular de origem bovina são

utilizadas, como células de rim fetal, células de traquéia de feto bovino, ou linhagem

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celular de rim bovino. O vírus produz efeito citopático em 2- 4 dias, e é identificado

através da neutralização ou método de detecção do antígeno usando anti-soro

monoespecífico ou anticorpos monoclonais (OIE, 2002).

Métodos de identificação viral tem sido desenvolvidos, como a reação da

polimerase em cadeia (PcR) que tem sido particularmente útil no exame de amostras

de sêmem. Pode-se ainda fazer a detecção direta do agente a partir de cortes

congelados de órgãos, utilizando o conjugado policlonal ou monoclonal específico

acoplado à imunofluorescência (OIE, 2002)..

4.3.7.1 Testes sorológicos

O teste de soroneutralzação e vários testes de ELISA são os mais

amplamente usados para a detecção de anticorpos séricos. (OIE, 2002)

A seguir estão relacionados métodos de diagnóstico do BHV, tanto por

isolamento viral quanto por testes sorológicos.

A Microscopia eletrônica

Alternativa para um diagnóstico rápido, contudo necessita de confirmação por

Imunomicroscopia eletrônica (WYLER, 1989).

B- Imunofluorescência

Técnica muito empregada, cuja principal vantagem é a rapidez do

diagnóstico, no qual não há necessidade de posterior caracterização viral. Pode em

desvantagem ser algo menos sensível que o isolamento (WYLER, 1989).

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C- Imunohistoquímica

Este procedimento, fundamentalmente empregando anticorpos monoclonais,

é provável o mais sensível dentre as técnicas convencionais e reúne algumas

vantagens tais como: rapidez no diagnóstico e no requerimento de cultivos celulares

(GIAVEDONI, et al. 1988).

D- Hibridação de ácidos nucléicos

Esta técnica tem sido investigada por Giavedoni e demonstrou ser específica

e altamente sensível (GIAVEDONI, et al. 1988).

E- Hemoaglutinação passiva (HAP)

Esta prova evita a utilização de cultivos celulares e permite uma rápida

resolução (GONZÁLES, et al. 1985). No entanto, é importante mencionar que com

esta técnica existem problemas de especificidade e por isso são mais aconselháveis

os testes imunológicos.

F- ELISA

Técnica que vem substituindo rapidamente os demais testes sorológicos,

devido ter mostrado maior sensibilidade, rapidez e economia. Já existem muitos

estudos que variam desta técnica: ELISA competitivo, ELISA indireto, e o

desenvolvimento de um ELISA para a detecção de antígenos em amostras de leite

(WYLER, 1989).

G- Soroneutralização

É a técnica mais comum utilizada para a detecção de anticorpos específicos

do BoHV (WYLER, 1989).

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H- Reação em cadeia da Polimerase (PCR)

Diferentes autores concluíram que este teste é tão sensível como o

isolamento viral e é uma prática alternativa interessante para a localização rápida do

BoHV (XIA et al., 1995).

O desenvolvimento destas e outras técnicas de diagnóstico são fundamentais

para a prevenção controle e erradicação dos herpesvirus bovino.

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4.4 HERPESVÍRUS BOVINO TIPO 4

4.4.1 Histórico

O Herpesvírus Bovino Tipo 4 (BoHV-4) foi primeiramente isolado na Europa

de animais com enfermidades respiratórias e oculares por Bartha e colaboradores

em 1966. Mais tarde no ano de 1971 Mohanty e colaboradores isolaram o vírus nos

Estados unidos (DONOFRIO et al., 2000).

Atualmente tem sido isolado de rebanhos saudáveis assim como de rebanhos

apresentando diversas enfermidades pelo mundo inteiro (GILLET et al., 2003).

4.4.2 Descrição do agente

O BoHV-4 pertence a família Herpesviridae, subfamília

Gammaherpesvirinae e gênero Rhadinovírus (GILLET et al. 2005)

Possui genoma constituído por 1 molécula de DNA linear dupla fita,

com aproximadamente 144Kb e estrutura tipo B que consiste em uma única região

longa (L-DNA). (BOERNER et al, 1999).

A replicação da maioria dos - herpesvirus acontece somente no seu

hospedeiro natural, mas o BoHV-4 é capaz de se replicar em uma grande variedade

de espécies de hospedeiros. O ciclo biológico de vida destes vírus baseia-se, assim

como em todos os Herpesvírus, na existência de dois tipos de infecção: Lítica (ou

replicativa)e infecção latente (GILLET et al., 2003).

4.4.3 Patogenia e patologia

O BoHV-4 replica-se ativamente no baço e nos leucócitos do sangue

periférico, mas não há multiplicação viral em outros órgãos. É provável que o BoHV4

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27

entre no organismo através da via oronasal. O vírus se multiplica, e em seguida ele

é disseminado por todo o organismo através destas células mononucleares.

Também pode haver a multiplicação na conjuntiva, trato respiratório anterior e

mucosa genital, produzindo excreção ocular, nasal ou vaginal, e metrite em vacas

pós parturiente. Destacando que nenhum sinal foi observado após a infecção

primária (THIRY et al., 1989).

4.4.4 Sinais Clínicos

Cepas do BoHV-4 foram isoladas de animais com uma variedade de sinais

clínicos. No entanto, o vírus também foi isolado em animais aparentemente

saudáveis.

Em contraste com o herpesvírus bovino tipo 1, o herpesvírus bovino tipo 4

até o momento não foi estabelecido como o agente etiológico de uma doença

específica (YAMAMOTO et al., 2000). Assim, é possível citar diversas doenças

relacionadas à infecção por herpesvírus como: conjuntivite, pneumonia, metrite,

lesão de pele, mamilite ulcerativa, enterite, tumor na bexiga urinária e rúmem.

(YAMAMOTO et al., 2000).

4.4.5 Aspectos econômicos

O aborto pode ser seguido de infecção com uma variedade de alfa, beta e

gama herpesvírus, mas as causas virais da doença uterina raramente são

investigadas em bovinos. Embora a metrite pós-parto afete até 40% do gado,

causando infertilidade e perdas econômicas consideráveis, foi assumido que as

maiorias das doenças são de origem bacteriana e isolamento viral ou sorologia

raramente é considerada (DONOFRIO et al., 2007).

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28

4.4.6 Epidemiologia

O vírus tem sido identificado por todo o mundo, mas principalmente na

Europa, Africa, América do Norte, e Ásia. Na Bélgica, em três diferentes estudos, as

prevalências foram de 28,7%, 15% e 38%. Na Holanda 4% das amostras de leite

foram positivas em um total de 54 vacas com mamilite. Em 1986, 18,4% dos soros

foram positivos na região oeste da Alemanha, e de 0 - 69% de soros pertencentes a

centrais de distribuições. No norte da Itália 50% das explorações estão infectadas,

na Suíça 4,2% dos animais destinados ao abate estão infectados. Na Escócia, em

um estudo com 109 touros destinados à reprodução não houve detecção de Ac. ao

BoHV-4. No Quênia, Tanzânia e África do Sul, diferentes amostras de BoHV-4 tem

sido isolados de infecções cutânea, Epididimite e vaginite. No Zaire, um estudo

sorológico revelou que 70% dos bovinos são soro positivo. Em Gana, e na Etiópia,

os relatórios de sorologia revelam que 14 e 22,3% respectivamente são soro

positivo. Na região Oeste da África 93,6% dos búfalos africanos são soros positivo.

Na América do Norte, a soro prevalência difere de região para região. Em um estudo

sorológico de animais de corte e leiteiro de Idaho, Oregon e Washington detectou

86% dos animais positivos. Em um outro estudo realizado em Minessota permitiu por

em evidência Anticorpos para BoHV-4 em 17% dos animais de exploração sem

problemas. No Kansas a prevalência para a infecção é de 12,4% dos animais de

corte e 24,2% dos animais de leite. Na Geórgia há um relatório de soro prevalência

de 36% de animais leiteiros com problemas de endometrite. Em Taiwan, 23,3% e no

Japão 8,9% dos animais são infectados (GORIAYNOFF et al ,2003).

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29

4.4.7 Diagnóstico

Os meios diagnósticos do BoHV-4 são quase os mesmo do BoHV-1. Apenas

o teste de soroneutralzação não pode ser feito para este vírus, devido à

ambigüidade dos dados sorológicos para níveis não detectáveis de anticorpos

neutralizantes, e reação cruzada de BHV-4 com outros herpesvírus bovino

(BOERNER et al, 1999).

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30

5 MATERIAL E MÉTODOS

5.1 CULTIVO DE CÉLULAS DE TRAQUÉIA DE FETO BOVINO

No desenvolvimento deste trabalho, para realização dos testes diagnósticos

do BoHV-1 e BoHV-4, utilizou-se protocolo padrão do TECPAR de cultivo celular

para a produção dos antígenos para o desenvolvimento dos testes.

A linhagem de células de Traquéia de feto bovino utilizada foi proveniente do

Centro de diagnóstico Marcos Enrietti (CDME), sendo armazenada no banco de

células do TECPAR. Uma ampola de células de Traquéia de feto bovino foi retirada

do botijão de nitrogênio líquido (- -maria, à

, para descongelamento rápido das células. O conteúdo da

ampola foi transferido para um tubo de centrífuga contendo 10 ml de meio de

crescimento (MC) (Composição: F-10/199, 5% SFB, 10% TPB, Fungison, Penincilina

G potassica, estreptomicina) e centrifugado a 2.500 rpm por 5 minutos para a

formação de sedimento celular. O sobrenadante contendo Dimetilsufóxido (DMSO),

reagente de congelamento e tóxico para as células em meio de cultura, foi

descartado. O sedimento foi ressuspendido com 10mL de MC, e transferido para

garrafa de 75cm² de superfície contendo 10 mL de MC. A cultura foi mantida em

estufa 5% CO2

48 horas após o início do processo de incubação. Todos os cultivos celulares foram

incubados nas mesmas condições.

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5.2 AMPLIAÇÃO CELULAR

Estando a camada celular formada no fundo da garrafa (monocamada

confluente) coletou-se o sobrenadante e em seguida foram adicionados 3 mL de

tripsina (Composição: Tripsina 2,5% e EDTA 10%) e com movimentos de inclinação

da garrafa por 2 ou 3 vezes com finalidade de lavagem da monocamada.

Descartou-se o sobrenadante e adicionou-se mais 3 mL de tripsina seguido de 5 a

10 minutos de incuba (FIGURA 5), até o desprendimento

completo das células da garrafa e individualização destas.

As células foram homogeneizadas com 10mL de MC com 5% de SFB para

neutralização da tripsina e dissociação dos grumos celulares, foram adicionadas em

garrafa de 150cm² e o meio foi completado até o volume final de 50 mL. Este

processo de ampliação celular foi realizado por vezes consecutivo até a obtenção do

volume celular desejado.

FIGURA 5 2, e garrafas cultivo celular.

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5.3 PRODUÇÃO DE ANTÍGENOS

5.3.1 Produção de herpesvírus 1 para uso em soroneutralização.

Uma garrafa de 150 cm² (FIGURA 7), com camada celular confluente, foi

utilizadada para iniciar a produção do antígeno.

Primeiramente o meio de crescimento da garrafa foi descartado. Em seguida,

de uma ampola contendo BoHV-1 com título 10-7 TCID50/50µL foi feita uma diluição

10-3 em um volume total de 10 mL. Foi colocado tal diluição na garrafa para

inoculação do vírus, então, colocado para incubação por 1 hora em estuf

com agitações da garrafa a cada 15 minutos. Ao fim da incubação adicionou-se a

garrafa mais 15 mL de meio de manutenção.

por 48 a 72 horas. Foi feita uma avaliação diária da monocamada celular, e quando

esta com efeito citopático generalizado, a garrafa foi submetida a 3 congelamentos e

descongelamento (-

3.000 rpm por 20 minutos para clarificação. (FIGURA 6)

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FIGURA 6 Centrífuga para clarificação.

Após este procedimento o sobrenadante foi fracionado em volumes de 1 mL,

em criotubos, congelados a - feridos para nitrogênio líquido (-

FIGURA 7 Garrafa de cultivo celular 150cm2.

5.3.2 Produção de BoHV-1 e BoHV-4 para uso em ELISA

A partir de 3 garrafas de 150cm² foi preparado uma garrafa Roller de 890cm²

(FIGURA 8)

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estivesse confluente. Então as células foram infectadas com 10mL de uma

suspensão viral de 10-3

monocamada mostrou 100% de efeito citopático, foram feitos 3 ciclos de

congelamento e descongelamento (-

foi feita uma clarificação na centrifuga a 5.000 rpm por 20 minutos. O sobrenadante

da clarificação foi concentrado em ultra filtro até 10% do volume original.

FIGURA 8 - Garrafa Roller de cultivo celular de 890cm².

Depois distribui-se a suspensão viral concentrada igualmente em seis tubos

de ultra centrífuga contendo 3ml de solução de sacarose a 30% (Composição:

Tampão TEN e Sacarose), pesados para distribuição adequada de pesos, e então

colocados na ultracentrífuga a 25.000 rpm por 90 minutos, para a semipurificação.

Resuspendeu-se o pellet em tampãoTEN (Composição: Tampão TRIS, EDTA,

Cloreto de Sódio e água ultra pura) aproximadamente 200µL por tubo, e tratou-se

esta suspensão em ultra som com potência de 75,80 Watts, 20Hz em 3 ciclos com

15 segundos cada. O antígeno obtido foi fracionado em tubos eppendorf e colocados

em freezer a - -

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5.3.3 Titulação viral para Soroneutralização

Foi removido do botijão de nitrogênio líquido (-

amostra viral conforme descrito o item 5.3.1.

Foram então utilizados oito tubos de diluição, e em cada tubo foram

adicionados 2,7 mL de meio de manutenção, onde em seguida no primeiro tubo foi

adicionado 0,l mL da amostra viral (diluição 10-1 Vírus/ meio de manutenção),

homogeneizado10/199, Fungison, Penincilina G potassica, estreptomicina) e então

transferido 0,3 mL ao segundo tubo (10-2 Vírus/ meio de manutenção (Composição:

F-) e assim sucessivamente até obter uma diluição 10-8 Vírus/ meio de manutenção.

Sempre trocando as ponteiras da micropipeta a cada transferência de um tubo para

outro.

Em uma placa para cultivo de células com 96 poços (FIGURA 9), foram

adicionados 50µl de meio de manutenção em todos os poços. Em seguida foi

colocado nas colunas 11 e 12 de A a H 50µl da diluição 10-8, nas colunas 9 e 10 foi

colocado 50µl da diluição 10-7 , 50µl da diluição 10-6 nas colunas 7 e 8, 50µl da

diluição 10-5 nas colunas 5 e 6, 50µl da diluição 10-4 na coluna 4, 50µl da diluição

10-3 na coluna 3, 50µl da diluição 10-2 na coluna 2 e 50µl da diluição 10-1 na coluna

1.

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FIGURA 9 Distribuição de diluições virais para titulação viral em SN.

Feito isso a placa foi colocada 2 durante 1

hora para incubação. Após a incubação, foram adicionados 100µl de uma

suspenção de células, contendo 4x105 células por mL de meio de crescimento.

Leituras diárias da placa foram feitas até o 5º dia com intuito de acompanhar

os efeitos citopáticos, e após o 5º dia foi calculado o título viral por Reed and

Muench ou Sperman- Karber.

Método de Sperman Karber

Porcentagem da menor diluição 50 = X + diluição da menor %

Porcentagem da menor diluição 0

Método de Reed and Muench

Porcentagem maior - 50

Porcentagem da maior porcentagem menor

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Diluição

do vírus

Poços

inoculados

Efeito

Citopático

Poços com

infecções

(Acumuladas)

Poços não

infectados

(Acumulados)

Resultado

da taxa %

-1 8 8 50 0 100

-2 8 8 42 0 100

-3 8 8 34 0 100

-4 8 8 26 0 100

-5 8 8 18 0 100

-6 8 6 10 2 83

-7 8 3 4 7 36

-8 8 1 1 14 6

TABELA 1 Organização de dados para titulação viral pelo Método Reed and

Muench.

5.3.4 Titulação de antígeno e conjugado para o teste de ELISA

Nesta etapa, foi utilizada uma placa de polietileno com alta adsorção

(Imunolon Greiner) contendo 96 poços com fundo chato. Para Iniciar a diluição do

antígeno, cada poço foi preenchido com 50µL de Tampão de adsorção

(Composição: NaHCO3, Na2CO3, NaN3, e água ultra pura) e depois foi adicionado

50µL/ poço do antígeno viral produzido conforme descrito anteriormente na

produção de BoHV-1 e BoHV-4 para teste de ELISA, com diluição 1:50, na coluna 1,

que foi homogeneizado e transferido 50 µL para a coluna seguinte e assim

sucessivamente até a coluna 12 e os últimos 50 µL foram desprezados, seguida de

incubação de 4 (FIGURA 10).

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FIGURA 10 Direção de diluição do Antígeno.

Depois, da adsorção do antígeno, foi feita a primeira lavagem com a

finalidade de remover o excesso de antígeno que não se fixou na placa. Utilizou-se

300µL/poço de solução de lavagem (Composição: NaCl), com auxÍlio do aparelho

para lavagem de placas (ELX50® Automated Strip Washer Bio-Tek Instruments,

INC) (FIGURA 11). A operação de lavagem foi repetida por cinco vezes. E a solução

ainda restante nos poços foi retirada invertendo-se a placa sobre papel absorvente.

FIGURA 11 Lavadora de placas de ELISA. (ELX50® Automated Strip

Washer Bio-Tek Instruments, INC)

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Em seguida foi feito o bloqueio dos poços com o objetivo de bloquear os sítios

de ligação não específicos. Este bloqueio foi feito utilizando 100µL/ poço de solução

de bloqueio (Composição: Tampão TRIS, BSA, Azida sódica). Incubou-se a mesma

60 minutos, em seguida verteu-se a placa para retirada do

tampão e incubação do soro.

Diluiu-se 1:25 em tampão de bloqueio o soro de bovino sabidamente positivo

para uma placa e outro soro sabidamente negativo para outra placa, e depois a

diluição foi dis

durante 60 minutos. Após a incubação, a placa foi lavada como descrito no item

5.3.4, para a retirada dos anticorpos que não se ligaram ao antígeno adsorvido na

placa.

Adicionou-se 50µL/poço de tampão de diluição (Composição: Tampão TRIS,

BSA, Azida sódica). O segundo anticorpo a ser adicionado na placa foi

imunoglobulina anti-IgG de bovino, conjugado com a enzima peroxidase (Sigma

Chemical Company- A9044). De forma semelhante ao antígeno, foi feita a diluição

seriada de conjgado, sendo distribuida na linha A de 1 a 12 , 50µL de conjugado

diluído 1:400, assim a diluição ficou 1:800, pois já haviam os 50µL de tampão de

diluição.E assim com uma micropipeta multicanal foram feitas diluiçoes sucessivas

da linha A até H (FIGURA 12)

de lavagem.

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FIGURA 12 Direção da diluição do Conjugado.

A atividade enzimática foi revelada usando-se 50µL/poço da solução

reveladora (Composição: Cromógeno OPD, Tampão Citrato). A placa foi incubada a

, a reação foi

interrompida pela adição de 50µL/ poço de ácido sulfúrico 1N.

A diluição do antígeno e conjugado foi escolhida a partir da leitura da placa,

comparando resultados do soro positivo com soro negativo. Uma densidade ótica de

0,800 a 1,0 para soro positivo e de 0,100 a 0,150 para soro negativo, para posições

equivalentes na placa, são diluições de reagentes adequadas.

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41

5.4 DESENVOLVIMENTO DOS TESTES

5.4.1 Soroneutralização para detecção de Anticorpos anti BoHV-1

Para a realização do teste de soroneutralização, primeiramente foi feita a

inativação dos soros teste em banho maria

descongelamento dos soros.

Foram utilizadas duas placas de cultivo de células com 96 poços, onde cada

poço foi preenchido com 50µL de meio de manutenção (ANEXO), e posteriormente

foi adicionado 50µL de cada soro a testar, e os soros de referencia ( um positivo e

um negativo para posterior comparação de resultados), em duplicata (Ex: A1 e A2),

fazendo assim uma diluição 1:2, em seguida foi feita uma diluição 1:4 passando

50µL da diluição 1:2 para os próximos poços da segunda linha. (Ex: 50µL de A1 para

B1 e A2 para B2).

Depois, em todos os poços foram colocados 50µL de suspensão viral

100TCID50 , e então as placas foram colocadas para incubação por 24 horas à

Uma terceira placa de cultivo celular foi utilizada para a realização de uma

retrotitulação viral para verificar a eficiência do 100TCID50, Nesta placa foi adicionado

50µL de meio de manutenção em cada um dos 96 dos poços. Nas colunas 11 e 12

foram adicionados 50 µL de suspensão viral zero TCID50, nas colunas 9 e 10 com

1TCID50, nas 7 e 8 com 10TCID50, nas 5 e 6 com 100TCID50, e as colunas 1,2,3 e 4

foram utilizadas para controle celular. Depois de feitas estas distribuições as placas

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Passadas as 24 horas, foram adicionadas às placas 100µL de uma

suspensão celular com 4 x 105

dias.

FIGURA 13 Fluxograma da Soroneutralização.

Foi feito um acompanhamento diário em microscópio invertido (FIGURA 14)

das placas até o 5º dia, quando foi feita a leitura para interpretação de resultados.

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43

FIGURA 14 Microscópio invertido.

Os soros contaminados e/ ou hemolizados tiveram monocamada avaliada no

teste para ver sua integridade e os que deixaram dúvidas foram coletados e valiados

novamente.

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5.4.2 ELISA para detecção de anticorpos anti -BoHV-1 e BoHV-4..

Para a execução do ELISA, microplacas de polietileno de 96 poços foram

sensibilizadas com 50µL/ poço de Ag. em uma diluição 1:200 como pré determinada

na etapa de titulação de antígeno citado no item 5.3.4.

úmida. No dia seguinte à sensibilização foi retirada a diluição da placa invertendo-a.

Em seguida foram feitas cinco lavagens com tampão de lavagem em um

equipamento próprio para lavagem de placas de ELISA, e invertidas em papel

absorvente para retirar o líquido restante de lavagem.

Depois de lavadas, as placas foram bloqueadas com 100µL de tampão de

bloqueio

de CO2 por 1 hora

Retirado então o tampão de bloqueio dos poços invertendo as placas, foram

distribuídos 50µL de soros teste diluídos 1:25 nos poços em duplicata, e foram

2 por 1 hora novamente.

Após a incubação dos soros, as placas foram invertidas para retirada do soro,

e então cinco lavagens das placas foram feitas, e estas foram invertidas em papel

absorvente para serem secas.

De acordo com a diluição do conjugado (1:3200) pré determinada como cita o

item 5.3.4 , foi feita a distribuição de 50µL desta diluição do conjugado em todos os

Feita a incubação do conjugado, as placas foram lavadas da mesma forma

que já foi descrita anteriormente e foram então adicionados 50µL de solução

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reveladora em todos os poços para revelar a atividade enzimática. As placas foram

5 minutos de incubação a

reação foi interrompida pela adição de 50µL/ poço de Solução de Parada.

FIGURA 15 Esquema ilustrativo do ELISA.

Fonte: UNESP, 2010.

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5.4.3 IFI para detecção de anticorpos anti BoHV-1 e BoHV-4.

Para a realização do teste de imunofluorescência foi utilizada uma placa com

96 poços para cultivo celular. Em cada poço foi adicionada 100µL de uma

suspensão celular contendo 4x105 Células/ ml.

2 por 48 horas. Após as 48

horas o meio foi removido, e a camada celular que ficou na placa foi lavada com

100µL de salina Tamponada (Composição: NaCl, PBS50x, água ultra pura) e em

seguida inoculada às células uma suspensão viral contendo 100 TCID50/50µL e para

inoculação colocou-

100µL de meio de crescimento foram colocados em cada poço. Vinte e quatro horas

após a infecção, já era possível observar os efeitos citopáticos, e então foi removido

o meio de cultura, e novamente as placas foram lavada com salina tamponada,

sendo 50µL do mesmo por poço, e a placa foi invertida para retirar a solução, depois

lavou-se as placas com 50µL de acetona 80% por poço e invertidas para a retirada

da mesma da placa.

As células adsorvidas nas placas foram fixadas com 50µL por poço de

acetona 80%, e deixadas em temperatura ambiente por 30 minutos.

Os soros a serem testados foram diluídos 1:10, assim como os soros controle

positivo e negativo, e foram distribuídos 50µL por poço, sendo 2 poços para cada

com 50µL de Salina Tamponada.

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Lavadas as placas, foi adicionado 50µL por poço de conjugado anti IgG

Bovino com FITC (Isotiocianato de Fluoresceína) e depois colocadas para incubar

Após a incubação as placas foram lavadas com salina tamponada por mais 2

vezes, com 50 µL por poço, e uma ultima lavagem foi feita com água ultra pura. E

em seguida foi feita leitura em microscópio invertido com U.V.

FIGURA 16 Fluxograma da IFI.

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6 RESULTADOS

6.1 SORONEUTRALIZAÇÃO

A ausência de efeito citopático era indicativo de que o soro era positivo para

BoHV-1, e se fosse possível observar focos de efeito citopático o soro era negativo

(FIGURAS 17 e 18). Em casos que para a diluição 1:2 o soro era positivo e na

diluição 1:4 era negativo, determinou-se que o soro seria postivo.

FIGURA 17 Célula com efeito citopático ( Soro Negativo)

FIGURA 18 Monocamada celular intacta (Soro positivo)

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6.2 ELISA

A leitura dos resultados foi obtida com base na densidade óptica (D.O.)

determinada em espectrofotômetro (FIGURA 19) com comprimento de onda de 490

nm. Após a leitura, foram determinadas as médias das D.O. de cada soro em teste,

dos soros controle positivo e negativo e orifícios nos quais foram adicionados soros

bovinos.

FIGURA 19 Espectofotômetro (µQuant Bio- Tek Instruments, INC)

A deter

expresso em densidade ótica, aquem do qual os soros são considerados negativo.

Para isso, foram utilizados soros provenientes de uma propriedade cuja prevalência

de BoHV-1 foi considerada zero. Estabeleceu-se a média das densidades óticas e o

desvio padrão. Este procedimento utilizado já foi previamente estabelecido em

trabalhos anteriores.

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6.3 IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA

Os soros positivos apresentavam células com efeitos citopáticos com

coloração fluorescente (FIGURA 20).

FIGURA 20 Células com efeitos citopáticos fluorescentes (Soro Positivo)

Os soros negativos apresentavam células infectadas porém com coloração verde

fosco (FIGURA 21).

FIGURA 21 Efeito citopático com coloração verde fosco (Soro Negativo)

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7 DISCUSSÃO

Descreve-se no presente trabalho um conjunto de metodologias aplicáveis ao

diagnóstico sorológico de um grupo de vírus pertencentes a família Herpesviridae,

com ocorrência em rebanhos bovinos brasileiros, documentada por inquéritos

sorológicos e ou isolamento viral, e frequentemente associados a patologias dos

aparelhos respiratório, digestório e reprodutivo. Outros, com manifestações cutâneas

e nervosas.

Das atividades desenvolvidas, que compões um repertório de abordagens

que visam evidenciar a interação patógeno-hospedeiro, que tenha como alvo a

caracterização bioquímica de proteínas e ácidos nucléicos virais nos tecidos

animais, isolamento viral em cultivo de células in vitro, quer destine-se a avaliação

da imunidade humoral (Anticorpos) e ou celular (blastogênise, linfocinas, etc.),

buscou-se aqueles instrumentos que permitissem uma contribuição pedagógica e

que ao mesmo tempo fossem estratégicas ao conhecimento da epidemiologia e

controle das doenças.

Das metodologias trabalhadas, a soroneutralização, considerado o teste de

referência ao desenvolvimento de outros, oferece a possibilidade de diagnóstico

binomial, positivo-negativo, mas também quantitativo, expressão de um título, e que

tem a capacidade única de evidenciar anticorpos neutralizantes. GIBBS e

RWEYEMAMU (1977) citam que o teste de SN. É altamente específico e confiável

para a detecção de anticorpos contra BoHV-1, e que os animais positivos

apresentam títulos entre 8 e 64.

ELISA, uma metodologia com ampla aceitação, pela sua praticidade, rapidez,

e independência de cultivo de células, contitui-se em uma opção com elevada

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52

sensibilidade para diagnóstico precoce de infecções e também para discriminar

resposta imune e vírus materno daquelas para vírus vacinais.O teste de ensaio

imunoenzimático, apresenta uma elevada concordância com a soroneutralização, e

pode ser automatizada, simplificando os inquéritos epidemiológicos (CORTEZ, A. et

al., 2001)

Imunofluorescência, apesar da dependência intensa, e as vezes penosa da

microscopia. Constituiu-se em alternativa de diagnóstico e também para referenciar

outros testes, em que anticorpos neutralizantes não são produzidos ou então em

baixos títulos.

A aplicação e uso das metodologias descritas teve como objeto de estudos

soros bovinos procedentes de uma propriedade sabidamente com prevalência

elevada de BoHV-4 em que se pretendia estudar possíveis relações sorológicas

entre este vírus e o BoHV-1.

No que tange ao diagnóstico sorológico do BoHV-1, um único animal foi

revelado positivo pelas três metodologias e os demais negativos, revelando que para

os níveis de anticorpos presentes no soro apresentaram sensibilidade equivalente.

Com este trabalho teve início um estudo que pretende avaliar relações

sorológicas entre o BoHV-1 e BoHV-4, com informações discrepantes na estrutura

internacional e fundamental para o desenvolvimento de insumos e reagentes para

diagnóstico. Os resultados jurados obtidos serão objeto de publicação por isso não

constam no presente trabalho.

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio curricular obrigatório foi de fundamental importância para a minha

formação profissional e para aplicação prática de conhecimentos adquiridos na

universidade. A experiência comprova que certos conhecimentos só podem ser

adquiridos quando são realizados na prática.

Foi durante o estágio curricular obrigatório que tive contato com novas

tecnologias e novas maneiras de trabalho, aprendendo muito sobre disciplina,

relação inter-pessoal, responsabilidade e postura profissional.

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9 CONCLUSÃO

A importância da avaliação sorológica no diagnóstico das infecções pelo

BoHV 1 e 4 é evidente pois demonstra a distribuição geográfica do vírus

principalmente. A implantação de um programa de erradicação destas enfermidades

está diretamente ligada a prevalência da infecção em determinadas regiões. Por isso

é importante a informação de surtos destas infecções com isolamento do vírus e o

conhecimento da situação sorológica dos rebanhos, que traduz o nível de infecção

dos bovinos.

Com o desenvolvimento deste trabalho foi possível observar que existem

diversas maneiras de se realizar estes diagnósticos sorológicos, obtendo os

mesmos resultados em todos eles, tendo como diferenças, a sua rapidez de

resolução, facilidade de obtenção de resultados e também o custo-benefício.

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