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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física Mestrado ADRIANA JUSTINO TRANSIÇÃO DE CARREIRA ESPORTIVA DE ATLETAS DE VOLEIBOL MASCULINO INFANTO-JUVENIL São Paulo/ SP Agosto/2014

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física

Mestrado

ADRIANA JUSTINO

TRANSIÇÃO DE CARREIRA ESPORTIVA DE ATLETAS

DE VOLEIBOL MASCULINO INFANTO-JUVENIL

São Paulo/ SP

Agosto/2014

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II

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física

Mestrado

ADRIANA JUSTINO

TRANSIÇÃO DE CARREIRA ESPORTIVA DE ATLETAS DE

VOLEIBOL MASCULINO INFANTO-JUVENIL

Orientadora: Profª Drª Maria Regina

Ferreira Brandão

São Paulo/SP

Agosto/2014

Dissertação apresentada ao programa

de Mestrado em Educação Física da

Universidade São Judas Tadeu como

requisito para obtenção do título de

Mestre em Educação Física.

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III

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da

Universidade São Judas Tadeu

Bibliotecário: Ricardo de Lima - CRB 8/7464

Justino, Adriana

J96t Transição de carreira esportiva de atletas de voleibol masculino

infanto-juvenil / Adriana Justino. - São Paulo, 2014.

92 f. : il. ; 30 cm.

Orientadora: Maria Regina Ferreira Brandão.

Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São

Paulo, 2014.

1. Esporte. 2. Psicologia. 3. Voleibol - Carreira. I. Brandão, Maria Regina

Ferreira. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação

Stricto Sensu em Educação Física. III. Título

CDD 22 – 613.7023

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IV

ADRIANA JUSTINO

TRANSIÇÃO DE CARREIRA ESPORTIVA DE ATLETAS DE

VOLEIBOL MASCULINO INFANTO-JUVENIL

Banca Examinadora:

_______________________________________________________________

Profa. Dra. Maria Regina Ferreira Brandão (Orientadora) Universidade São Judas Tadeu

_______________________________________________________________

Profa. Dra. Maria Luiza de Jesus Miranda Universidade São Judas Tadeu

_______________________________________________________________

Prof. Dr. Gerson dos Santos Leite Universidade São Judas Tadeu

Dissertação apresentada ao programa

de Mestrado em Educação Física da

Universidade São Judas Tadeu como

requisito para obtenção do título de

Mestre em Educação Física.

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V

Ao meu pai (in memorian) que quando me ouviu dizer que eu

não sabia se daria conta do mestrado, falou:

“Faz que eu ajudo no que você precisar...”.

E ajudou em tudo, sempre.

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VI

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que fizeram parte deste momento da minha vida e

que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho,

especialmente:

À minha orientadora Professora Maria Regina Ferreira Brandão que, apesar de

todas as dificuldades, não desistiu de mim e sempre foi amiga.

À banca de qualificação, Professora Lenamar e Professora Sheila por suas

orientações tão preciosas.

À Professora Miranda e a todos os professores e demais profissionais da

Universidade São Judas Tadeu que sempre me orientaram com toda a atenção.

Ao Alex, meu marido e grande amor, que teve uma paciência infinita comigo

durante todo esse percurso, além de sempre me escutar e ajudar.

À minha mãe, que é antes de tudo minha amiga, incentivadora e exemplo de

mulher.

À Chica pelos mimos, almoços e amor incondicional.

À Inaê, Chiquinho e amigos da Serrinha que “esqueceram de mim” por muitas e

muitas horas para que eu pudesse me dedicar totalmente à dissertação.

À Mari, Milena, Andréia, Vitor, Camilla, Gustavo e demais amigos do Centro

Olímpico de Treinamento e Pesquisa São Paulo, que acompanharam de perto

minha caminhada, sempre dando suporte e apoio.

À Belzinha e Mara, eternas amigas, sempre preocupadas comigo e com minha

vida acadêmica.

Aos amigos Gerson, Gisele, Raul, Simone e Verena, que conheci no decorrer do

mestrado, e que me ajudaram com suas experiências e conselhos.

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VII

Ao Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa que me permite crescer pessoal

e profissionalmente, dando oportunidades para que eu possa ter acesso ao

melhor da psicologia do esporte.

Aos atletas que com tanto carinho se dispuseram a abrir um pouquinho de suas

vidas pessoais, sem os quais esta pesquisa não teria sido possível e nem teria

razão ser.

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VIII

RESUMO

A carreira atlética passa por diferentes transições e mudanças ao longo de seu

desenvolvimento, como a transição do esporte infantil para o juvenil, juniores para adulto;

esporte amador para o profissional, ou a transição para o término da carreira esportiva, todas

elas com exigências de ajustamento e características próprias. Partindo desta premissa, o

objetivo deste estudo foi investigar e compreender as variáveis que interferem na transição

na/de carreira de atletas de voleibol infanto-juvenil de um centro de esportes de categoria de

base da Prefeitura de São Paulo. Foram avaliados 16 atletas de voleibol, do sexo masculino,

entre 17 e 18 anos, utilizando-se um questionário elaborado para este estudo com questões

que permitiram algumas respostas abertas e outras fechadas, e que se pautou nas propostas do

paradigma bioecológico do desenvolvimento humano de Uri Bronfenbrenner e no modelo

adaptado de desenvolvimento em transições enfrentadas pelos atletas na carreira esportiva,

fase de desenvolvimento psicológico, psicossocial e acadêmico/profissional de Wylleman &

Lavallee (2004). As questões abertas foram analisadas através dos procedimentos propostos

por Miles & Huberman (2004) e as fechadas através de porcentagens. Os resultados mostram

uma valorização da prática do esporte em si e o sentimento de respeito e o compromisso

necessários para que se possa ser considerado atleta. A paixão pela modalidade esportiva

aparece como forma de validação da extrema dedicação. Observou-se um alto nível de

escolaridade da amostra, e que há apoio da família e do próprio centro esportivo para a

continuidade dos estudos. A maioria dos atletas pretende continuar na categoria juvenil, no

entanto, em algum momento, pensou em abandonar a carreira e planeja ter outra profissão

quando parar de jogar vôlei. O microssistema caracterizado pela influência dos pais, técnicos

e professores no desenvolvimento da carreira esportiva, desde as fases iniciais até o momento

de vida atual dos atletas deste estudo, apareceu como muito intenso e pode ter importância

significativa nas decisões ao decorrer da trajetória atlética. O apoio dos pais na manutenção da

prática esportiva também se mostra imprescindível, uma vez que, o desenvolvimento da

carreira atlética exige importantes decisões de vida justamente na adolescência, quando o

indivíduo vive as dúvidas naturais da faixa etária e é com os familiares que conversam sobre o

planejamento de suas carreiras. Os resultados deste estudo podem auxiliar a equipe técnica no

estabelecimento de metas e planos de carreira, a fim de orientar atletas na escolha de seus

caminhos profissionais, oferecendo mais segurança às difíceis decisões, o que poderá criar

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IX

condições para que o atleta se sinta mais seguro, melhorando, inclusive, o desempenho nas

quadras e a qualidade de vida neste momento de transição de/na carreira.

Palavras-chave: esporte, psicologia, significado, voleibol.

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X

SPORTS CAREER TRANSITION OF MALE JUNIOR

VOLLEYBALL ATHLETES

ABSTRACT

The career in sports experiences in its development several transitions and changes, such as

the transition from children´s to juvenile categories, and junior to adult, from amateurs to

professionals, or the transition to the end of the career in sports, all of them bearing specific

characteristics and needs of adjustments. With this proposition in view, the objective of this

study is to investigate and understand the variables that affect the transition in/of the career of

juvenile volleyball athletes of a sports center for the junior categories in the city of São Paulo.

Sixteen male volleyball players aged 17 and 18 were evaluated. A questionnaire was applied,

which was then analyzed according to the procedures recommended by Miles & Huberman

(2004), and discussed according to the bioecological paradigm for human development of Uri

Bronfenbrenner and the adapted development model in transitions experienced by athletes in

their sports career, psychological, psychosocial and academic/professional development of

Wylleman & Lavallee (2004). The results show the value of sports per se and the feeling of

respect and the necessary commitment for one to be considered an athlete. The passion for the

sports modality appears as validation of their extreme dedication. The study observed a high

level of education in the sample, being education fostered by the support received from the

family and also from the sports center. Most athletes intend to continue in the junior

categories, yet, in some moment they have considered quitting the career and they plan to

follow a different profession when they stop playing volleyball. Also the support from their

parents is fundamental to keep them practicing sports, given that the development of such a

career demands that important decisions be made during the period of adolescence, when the

individual is subject to the characteristic questionings that occur during this stage of life, and

it is their family they resort to when willing to talk about the planning of their career. The

results of this study can help the technical staff in the establishment of goals and career plans

to guide athletes in choosing their professional ways, providing more support to the decision

making. This may create conditions for the athletes to feel more confident, also improving

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XI

their performance in the court and the quality of life in this moment of transition in/of their

career.

Keywords: sport, psychology, meaning, volleyball.

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XII

SUMÁRIO

RESUMO..........................................................................................................................................................................VII

ABSTRACT.......................................................................................................................................................................X

LISTA DE FIGURAS.................................................................................................................................................. XIII

LISTA DE ANEXOS .....................................................................................................................................................XIV

LISTA DE TABELAS...................................................................................................................XV

SUMÁRIO .................................................................................................................................................................... .XII

CAPÍTULO I ................................................................................................................................................................ XVI

1.1 Definição do problema ............................................................................................................................... - 17 -

1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................................................... - 21 -

1.2.1 Objetivo Geral: ........................................................................................................................................... - 21 -

1.2.2 Objetivos Específicos: ............................................................................................................................ - 21 -

1.3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................................................. - 22 -

CAPÍTULO II ........................................................................................................................................................... - 24 -

REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................................................... - 24 -

2.1 Transição de Carreira – Conceitos, causas e consequências ..................................................... - 24 -

2.2 Paradigma bioecológico do desenvolvimento humano ............................................................... - 29 -

MÉTODO .................................................................................................................................................................. - 34 -

3.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ........................................................................................................................ - 34 -

3.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ....................................................................................................................... - 35 -

3.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS ................................................................................................ - 35 -

RESULTADOS ......................................................................................................................................................... - 37 -

DISCUSSÃO ............................................................................................................................................................. - 55 -

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................................................... - 64 -

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................... - 66 -

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XIII

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 . Modelo adaptado de desenvolvimento em transições enfrentadas pelos atletas na

carreira esportiva, fase de desenvolvimento psicológico, psicossocial e acadêmico /

profissional (Wylleman & Lavallee, 2003)............................................................................27

Figura 2. Inter-relações observadas através do modelo de desenvolvimento processo-

pessoa-contexto-tempo da Teoria Bioecológica de Bronfenbrenner (1996, 2011) ............ .33

Figura 3. Porcentagem de acordo com o local de nascimento da amostra.............................37

Figura 4. Porcentagem referente ao nível de escolaridade dos atletas. .................................38

Figura 5. Porcentagem referente à pretensão dos atletas em seguir a carreira de jogador de

vôlei após o infanto-juvenil................................................................................................... 40

Figura 6. Porcentagem de atletas que consideram que a continuação dos estudos pode

interferir na carreira esportiva................................................................................................40

Figura 7. Porcentagem de atletas que já pensaram em abandonar a carreira... .....................41

Figura 8. Porcentagem de atletas que planejam ter outra profissão depois que parar de jogar

vôlei........................................................................................................................................42

Figura 9. Porcentagem de respostas de atletas que conversam com alguém sobre o

planejamento de sua carreira no vôlei................................................................................... 43

Figura 10. Porcentagem representando com quem conversam sobre o planejamento da

carreira................................................................................................................................... 43

Figura 11. Porcentagem referente ao grau de expectativas em relação à profissão de jogador

de vôlei...................................................................................................................................44

Figura 12. Porcentagem de atletas que precisam ajudar financeiramente nas despesas da

família.................................................................................................................................... 45

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XIV

Figura 13. Porcentagem de atletas que consideram que precisar ajudar financeiramente nas

despesas da família interfere na sua decisão de permanecer jogando vôlei...........................45

Figura 14. Porcentagem de locais onde aprenderam a jogar vôlei........................................46

Figura 15. Porcentagem de locais onde começaram a treinar regularmente..........................47

Figura 16. Porcentagem de respostas que indicam quem os ensinou a jogar vôlei

inicialmente............................................................................................................................ 47

Figura 17. Porcentagem de respostas que indicam quem os motivou a jogar vôlei. ............48

Figura 18. Porcentagem de atletas que participaram de alguma seletiva Estadual.................48

Figura 19. Porcentagem do nível de escolaridade dos Pais....................................................49

Figura 20. Porcentagem quanto ao grau de apoio que os pais oferecem aos seguintes

aspectos: transporte para os treinos, apoio financeiro, incentivo para continuar estudando,

apoio emocional......................................................................................................................50

Figura 21. Porcentagem de atletas que necessitaram mudar da casa dos pais para jogar vôlei

...............................................................................................................................................50

Figura 22. Porcentagem referente ao grau de benefício que os atletas consideram que

obtiveram até hoje através do vôlei........................................................................................53

Figura 23. Porcentagem referente à frequência dos problemas que os atletas consideram que

já enfrentaram no vôlei...........................................................................................................53

Figura 24. Porcentagem de respostas sobre como os atletas avaliam o contexto do voleibol

no Brasil... ............................................................................................................................. 54

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XV

LISTA DE ANEXOS

ANEXOS .................................................................................................................................................................... - 74 -

ANEXO 1 - Questionário de transição no vôlei ........................................................................................ - 75 -

ANEXO 2 - Termo de consentimento livre e esclarecido/ Responsável........................................ - 82 -

ANEXO 3 - Termo de consentimento livre e esclarecido/Atleta ...................................................... - 85 -

ANEXO 4 - Carta de apresentação USJT ...................................................................................................... - 88 -

ANEXO 5 - Termo de responsabilidade da Instituição.........................................................- 89 -

ANEXO 6 - Parecer consubstanciado CEP .......................................................................................... ........- 90 -

ANEXO 7 - Matriz da análise de dados......................................................................................................... - 92 -

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XVI

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Média e desvio padrão, da idade do início dos treinos regulares e da idade em que foi

federado.............................................................................................................................................................................. 46

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CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

1.1 Definição do problema

Trabalhando como psicóloga de um centro de esportes da Prefeitura de São Paulo, tenho

constatado uma demanda da equipe técnica que percebe que, na medida em que os atletas

alcançam a categoria infanto-juvenil, suas dúvidas e angustias em relação à permanência ou não

no esporte aumentam.

Durante um encontro de psicologia com atletas da equipe infanto-juvenil, após longa discussão

sobre todas as dificuldades oriundas do esporte, solicitei que cada atleta perguntasse a si mesmo

o que o movia e o motivava para o esporte e depois escrevesse no quadro branco. Algumas

respostas apareceram repedidas várias vezes como sonho, amor, paixão, a mãe e a família,

outras, apenas uma vez, como força de vontade, altura, chegar ao final e dizer que “conseguiu”,

lição de vida e superação. Todas as afirmativas foram carregadas de emoção, o que mais uma

vez me sensibilizou para tentar compreender melhor este momento de transição de/na carreira

destes jovens.

A ideia inicial deste estudo surgiu a partir da necessidade de suporte teórico para as dificuldades

encontradas em minha prática diária, em que escuto frequentemente relatos dos próprios atletas

que consideram alguns aspectos neste momento da carreira como geradores de forte pressão

emocional e consequente queda de rendimento nos treinos e jogos. Dentre as questões que mais

emergem neste momento destacam a cobrança familiar por uma profissão mais rentável e segura,

a necessidade de auferir renda para seus gastos pessoais, as cobranças da equipe técnica, as

dúvidas em relação à própria capacidade e talento, o futuro incerto quanto ao que o esporte pode

oferecer e os estudos, que neste momento visam à formação universitária.

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- 18 -

Estas observações indicaram que parece óbvio que ter disponibilidade para praticar esporte não

garante uma carreira esportiva longa. Ao longo da carreira esportiva o atleta passa por

diferentes estágios, decorrentes tanto das fases de desenvolvimento pessoal e do aprendizado do

esporte, quanto da própria história de vida (SAMULSKI, 2009; WYLLEMAN & LAVALLEE,

2003).

Em outras palavras, a carreira atlética passa por diferentes transições e mudanças ao longo de seu

desenvolvimento, por exemplo, a transição do esporte infantil para o juvenil, juniores e adulto; a

do esporte amador para o profissional e a transição para o término da carreira esportiva, etc.

Estas transições na carreira, de acordo com Stambulova (1994), são as fases de desenvolvimento

do atleta no esporte e são definidas pela idade, ou pelo grau de especialização esportiva e

determinam exigências de ajustamento com características próprias.

Estas transições podem ser vividas de forma positiva quando há condições internas para o

ajustamento, permitindo uma adaptação rápida, ou de forma negativa, quando há um esforço

muito grande ou mesmo uma falta de condições para conseguir se adaptar às exigências da nova

posição, gerando sintomas que poderão configurar uma situação de declínio, estagnação no

esporte ou mesmo abandono da carreira esportiva (BRANDÃO et al. 2000).

A transição de carreira no esporte é o resultado de inúmeros fatores, e mais frequentemente,

uma combinação de fatores individuais e influências sociais. Experiências de

desenvolvimento, identidade esportiva, percepção de controle, identificação social,

contribuições de terceiros e recursos disponíveis para adaptação à transição, além de um

prévio planejamento da carreira são exemplos destes fatores (ALFERMANN et al., 2004).

A transição da fase infanto-juvenil para a juvenil na modalidade voleibol, tema deste

estudo, requer dos atletas ajustamentos nas esferas ocupacional, financeira, psicológica e

social. Apesar de ser uma fase muito importante para o esporte em geral, dificuldades

financeiras, falta de patrocínio, de reconhecimento social, ausência do apoio familiar,

casamento, paternidade e lesões têm abreviado a carreira de atletas talentosos e de futuro.

É interessante notar como dirigentes negligenciam a importância da preparação dos atletas

para estes ajustamentos, iludidos com a ideia de que a seleção natural irá eleger os mais

bem preparados para enfrentá-los (SAMULSKI, 2009; BRANDÃO et al. 2000).

Compreender os aspectos implicados neste momento pode ser a peça-chave no processo de

planejamento e ajustamento da carreira atlética. O tópico dedicado à Transição de Carreira

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- 19 -

Esportiva se tornou uma tendência mundial de pesquisa na área da psicologia do esporte. No

entanto, no Brasil, há uma carência de estudos sobre os aspectos relacionados às transições ao

longo da carreira esportiva dos atletas. De fato, a maioria dos estudos realizados se refere à

transição da vida esportiva para a vida pós-esporte (AGRESTA, 2008; AGRESTA, BRANDÃO

& BARROS 2008; BRANDÃO, AGRESTA, 2012; MARQUES & SAMULSKI, 2009).

Uma visão que captura a complexidade da transição de carreira é a desenvolvida por Urie

Bronfenbrenner (1995) denominada de Modelo Bioecológico do Desenvolvimento Humano. De

acordo com esse modelo o desenvolvimento de um indivíduo ocorre dentro de um sistema

complexo composto por quatro elementos: processo, pessoa, contexto e tempo.

O Processo, construto fundamental do modelo, é constituído por formas particulares de interação

que ocorrem entre o individuo e o ambiente e operam por um período de tempo. São esses

mecanismos primários do desenvolvimento humano que Bronfenbrenner define como Processos

Proximais (KREBS, 2009). Para esse desenvolvimento ser efetivo é necessário que estejam em

ação os seguintes fatores: 1) engajamento da pessoa em uma atividade; 2) a interação deve

acontecer em uma base relativamente regular por um longo período de tempo; 3) complexidade

progressiva das atividades em que a pessoa está inserida; 4) reciprocidade entre as relações

interpessoais; 5) os objetos e símbolos presentes no ambiente devem estimular a exploração e a

imaginação do indivíduo (NARVAZ & KOLLER, 2004).

O segundo componente do Modelo Bioecológico é a Pessoa. Nessa perspectiva, o individuo é

um ser ativo, capaz de sofrer influências dos contextos nos quais participa direta e indiretamente,

ao mesmo tempo em que neles determina mudanças que são afetadas por uma variedade de

influências ambientais, do ambiente mais próximo ao indivíduo aos mais amplos (COPETTI &

KREBS, 2004). O elemento Pessoa é descrito por Bronfenbrenner por meio de três

características pessoais que atuam no desenvolvimento e influenciam nos processos proximais:

disposições (forças), recursos e demandas.

O terceiro componente do modelo, o Contexto, é compreendido como os ambientes imediatos ou

remotos que têm o poder de influenciar o desenvolvimento. Bronfenbrenner (1995) define o

contexto em quatro níveis ambientais e sociais integrados: microssistema, mesossistema,

exossistema e macrossistema. O microssistema é o ambiente mais imediato no qual a pessoa em

desenvolvimento participa ativamente. O mesossistema envolve o conjunto de relações sociais

que ocorre entre dois ou mais ambientes, nos quais a pessoa participa ativamente em certo

momento, e que passam a influenciar os ambientes mais próximos. O exossistema é composto

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- 20 -

pelos ambientes dos quais a pessoa em desenvolvimento não participa, mas é influenciada por

ele e também irá influenciá-lo. Já o macrossistema, é visto como estruturas sociais mais amplas,

que envolvem sistemas de valores, ideologias, sistema de governo, culturas, religiões, que

influenciam o desenvolvimento da pessoa.

A dimensão do Tempo no Modelo Bioecológico deve ser compreendida como um sistema

integrado que possui três níveis: microtempo, mesotempo, e macrotempo (KREBS, 2009).

Santos (2006) ressalta que o Tempo deve ser estudado a partir de um ponto de vista histórico-

evolutivo, importando tanto o processo proximal, que determina o desenvolvimento ao longo do

tempo, quanto o processo histórico que envolve a pessoa e o ambiente. Como o tempo exerce um

papel no desenvolvimento a partir de mudanças e continuidades características do ciclo de vida,

o microtempo é determinado pela continuidade e descontinuidade observadas dentro de

pequenos episódios dos processos proximais. O mesotempo envolve a periodicidade dos

episódios de processo proximal por meio de intervalos maiores de tempo, como dias, semanas. E

o macrotempo relaciona-se a eventos em mudança dentro da sociedade por meio de gerações

(COUTO, 2007).

Encontramos importantes estudos realizados por autores na área da psicologia do esporte e da

educação física cujos fundamentos estão alicerçados na teoria bioecológica do desenvolvimento

humano de Bronfenbrenner, tais como os de Brandão (1996) que analisou o perfil psicológico de

uma equipe nacional de voleibol masculino à luz da ecologia do desenvolvimento humano, os

de Vieira et al. (1999, 2003) sobre a trajetória de desenvolvimento de talentos esportivos, o de

Copetti (2001) e o de Krebs et al. (2008) sobre os atributos de tenistas, o de Krebs et al. (2011)

sobre a disposição de adolescentes para a prática de esportes e, mais recentemente, o de

Pedrinelli (2014) sobre a trajetória de atletas com deficiência intelectual na perspectiva

bioecológica do desenvolvimento humano.

O Modelo Bioecológico, dessa forma, pode ser utilizado para o estudo das diversas

possibilidades que o esporte pode abranger e o consideramos um paradigma que permite a

compreensão das diversas transições no esporte, da transição do esporte juvenil para o adulto em

particular, pois esse é um fenômeno que deve ser observado não somente a partir das

características pessoais dos atletas, mas também pela interação dinâmica existente entre os

atletas e o ambiente no qual estão inseridos.

Diante do exposto acima, este estudo tem os seguintes objetivos:

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- 21 -

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral:

Investigar e compreender os fatores que interferem na transição de carreira da categoria infanto-

juvenil para a juvenil de atletas de voleibol infanto-juvenil de um centro de esportes de categoria

de base da Prefeitura de São Paulo e analisá-los à luz do modelo bioecológico do

desenvolvimento humano de Uri Bronfenbrenner.

1.2.2 Objetivos Específicos:

1. Investigar como se deu o processo de iniciação no voleibol;

2. Avaliar o contexto familiar e social em relação ao voleibol;

3. Analisar a influência do contexto esportivo do voleibol na decisão da carreira;

4. Avaliar os aspectos relacionados ao planejamento da carreira esportiva;

5. Analisar a relação entre o contexto esportivo e o contexto familiar e social;

6. Analisar as disposições, recursos e demandas dos atletas em relação ao esporte.

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- 22 -

1.3 JUSTIFICATIVA

A modalidade voleibol vem passando por várias modificações nas últimas décadas a fim de se

tornar um esporte massificado e popularizado no Brasil e, neste contexto, passou a ser um

grande exemplo de como é possível transformar uma modalidade esportiva em espetáculo

para um país inteiro, com vultosos investimentos com publicidade nos uniformes e

patrocinadores dos eventos. Houve mudanças nas regras e investimento na figura dos atletas

como ídolos visando maior interesse do público (MEZZAROBA & PIRES, 2011)

As equipes masculinas e femininas de voleibol brasileiras têm realizado atuações com grande

sucesso e, segundo a Confederação Brasileira de Voleibol (2013), nenhum país do mundo, em

qualquer esporte coletivo, apresenta quadro de medalhas semelhante ao brasileiro. Somente

entre 1997 e 2012, foram alcançadas as marcas de 360 medalhas de ouro, 220 medalhas de

prata e 200 medalhas de bronze, contando todas as categorias esportivas.

Estas conquistas repercutem positivamente tanto nas macroestruturas políticas do esporte,

quanto nas microestruturas familiares, sociais e escolares. Nas aulas de Educação Física o

voleibol está cada vez mais presente e os jogadores e técnicos de voleibol passam a ser ídolos

nacionais, estando com frequência na mídia e nas campanhas publicitárias (KREBS,

COPETTI & BRANDÃO, 2010).

O esporte tem sido um dos fenômenos de maior importância na atualidade, uma vez que a

mídia o divulga como produto que movimenta grandes somas de dinheiro, o que acaba por

influenciar os comportamentos e hábitos sociais e, neste contexto, ser atleta significa mais do

que a prática de esportes ou a possibilidade de uma profissão rentável, mas cumpre uma

importante função social associada à identidade com a torcida, com a representação de valores

morais e éticos, representando a nação através de superação e lutas pela vitória (SGOBI,

2012; VIEIRA, VISSOCI & OLIVEIRA, 2010; MEZZAROBA & PIRES, 2011).

Neste panorama, Samulski (2007) descreve que o número de crianças que ingressa em

programas de iniciação esportiva tem aumentado significativamente nas últimas décadas por

influência dos eventos esportivos, da identificação com os ídolos, da pressão dos pais e

amigos e pela esperança de obter sucesso e status no esporte. Todos estes fatores influenciam

e são influenciados diretamente pelo significado implícito do esporte na concepção do atleta.

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Levando em conta o investimento que vem sendo realizado na modalidade voleibol no Brasil

e a necessidade de projetos de formação do atleta, somados ao fato desta pesquisa vir a ser

realizada com atletas de voleibol da categoria infanto-juvenil, que é a última categoria deste

centro de treinamento esportivo que visa o alto rendimento e que inicia esta modalidade com

crianças menores de 12 anos, entendemos que com o resultado obtido poderemos sugerir

novas possibilidades de intervenção no decorrer da formação do atleta a partir das categorias

menores.

Além da relevância profissional, este estudo pretende agregar conhecimento somando-se a

outros estudos atuais sobre transição de carreira em outras modalidades, outras categorias e,

principalmente, outros países. Conforme descrevem Stambulova et al. (2009), estudos

americanos, europeus e australianos têm maior visibilidade e influência no tema em termos de

referenciais teóricos, instrumentos desenvolvidos e corpo de conhecimento sobre as fases de

carreira. Entretanto, os comportamentos e o desenvolvimento humano, bem como as

transições de carreira, tema desse estudo, são fortemente influenciados pela cultura e pelo

sistema social nos quais a pessoa está envolvida, motivo pelo qual estudos sobre transição de

carreira regionalizados são fundamentais para a compreensão de uma realidade específica.

Este estudo pretende entender o processo de transição de/na carreira de atletas da categoria

infanto-juvenil, ou seja, uma vez que não foram estudadas todas as categorias, o grupo mais

experiente deste centro de treinamento apresentará o processo a partir do recorte do momento

atual e poderá contribuir com dados importantes para comissões técnicas, coordenadores e

dirigentes que terão a oportunidade de conhecer a realidade vivida pelo atleta através de sua

visão e voz, aumentando assim as chances da construção de projetos de carreira que os

considerem desde as categorias de base e que levem ainda mais em conta suas necessidades e

possibilidades.

Por fim, analisar os fatores que permeiam a vida do atleta no momento de transição para a vida

adulta profissional poderá fornecer informações importantes também para o próprio atleta, uma

vez que esta fase trará implicações em todos os aspectos da sua vida.

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CAPÍTULO II

REVISÃO DE LITERATURA

Para entender a transição de carreira esportiva em toda sua complexidade a presente revisão de

literatura estará dividida em duas seções principais. A primeira seção denominada “Transição de

Carreira – Conceitos, causas e consequências” focalizará o background do conceito visando uma

maior compreensão desse processo. A segunda seção, denominada “Paradigma bioecológico do

desenvolvimento humano” discutirá as características do modelo e seus componentes.

2.1 Transição de Carreira – Conceitos, causas e consequências

O conceito de carreira como entendemos hoje, ou seja, trajetória da vida profissional, é recente,

tendo aparecido no século XIX e, segundo Chanat (1995, p. 67), significa "um ofício, uma

profissão que apresenta etapas, uma progressão".

A partir da compreensão de que “carreira” subentende evolução dentro da profissão, o termo

“carreira esportiva” é definido por Alfermann e Stambulova (2007, p.713) como sendo a

“prática voluntária e plurianual de uma atividade esportiva escolhida pelo atleta com o objetivo

de alcançar altos níveis de desempenho em um ou vários eventos esportivos”.

No decorrer de sua carreira esportiva o atleta passa por diversas fases, decorrentes tanto das

etapas de desenvolvimento pessoal e do aprendizado do esporte, quanto da própria história de

vida (SAMULSKI, 2009).

Estas transições podem ser vividas de forma positiva, quando há condições internas para o

ajustamento permitindo uma adaptação rápida, ou de forma negativa, quando há um esforço

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muito grande ou mesmo falta de condições para conseguir se adaptar às exigências da nova

posição, gerando sintomas que poderão configurar uma situação de declínio ou estagnação no

esporte (BRANDÃO et al., 2000).

A comunidade científica esportiva tem se esforçado para conceituar o processo de transição de

carreira desde que se tornou emergente o debate acerca das dificuldades enfrentadas pelos atletas

no momento de sua aposentadoria e, segundo Lavallee (2000), teóricos anteriormente aos anos

1980 traçaram paralelos entre a transição de carreira e modelos “tanatológicos” e modelos de

“gerontologia social”. Olgivie & Taylor (1993); Lavallee (2000); Brandão et al. (2000),

descrevem esses modelos demonstrando que ambos associam a transição de carreira ao final da

carreira e não como um processo da evolução da carreira atlética.

A partir de então, observamos que, historicamente, os estudos pioneiros sobre transição no

esporte associaram a aposentadoria atlética de forma análoga à aposentadoria de uma carreira

profissional e, como resultado desta forma de analisar a questão, a transição dos atletas para o

pós-carreira foi geralmente apresentada como negativa e, muitas vezes, considerada como um

evento traumático (STAMBULOVA et al. 2009).

Atualmente, entende-se a relevância destes modelos para os estudos de transição de carreira, mas

a partir dos anos 1980, outros modelos vieram propor a transição de carreira no esporte dentro da

concepção de processo, entendido como uma gama de transições dentro da própria carreira,

opondo-se então aos modelos tanatológico e gerontológico (BRANDÃO, 2000).

Em 2009 a International Society of Sport Psychology (ISSP) publicou posição para o

desenvolvimento de carreira e transição de atletas. Neste texto, Stambulova et al. (2009, p.396),

trazem a definição de Schlossberger (1981) para transição atlética definindo-a como "um evento

ou não-evento que resulta em uma alteração de pressupostos sobre si mesmo e o mundo, e,

portanto, requer uma mudança correspondente em seu comportamento e relações”. Esta

definição foi inicialmente adotada pela área da psicologia do esporte, mas atualmente tem sido

contestada por pesquisas de transição de carreira no esporte, especialmente quando identifica a

transição como um evento ou não-evento, uma vez que estudos de aposentadoria com atletas

indicaram que a adaptação ao pós-carreira se estendeu, em média, cerca de um ano, o que

configura um processo (TAYLOR & OGILVIE, 1994; ALFERMANN, 2000).

Os pesquisadores Taylor & Ogilvie, em 1998, partindo do princípio de que a transição de

carreira esportiva deveria ser entendida e analisada como um processo, desenvolveram o Modelo

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Conceitual da Transição de Carreira, que mostra a importância de se estudar todas as variáveis

relacionadas à qualidade da transição no esporte, desde a iniciação esportiva até a transição para

o final da carreira.

O objetivo desta concepção, de acordo com esses autores, é proporcionar um modelo detalhado e

abrangente, que aborda todo o curso do processo de transição de carreira para atletas e no qual se

podem observar as causas da transição em relação aos aspectos que influenciarão sua qualidade.

A partir do presente modelo, pode-se concluir que a transição de carreira atlética pode ser vivida

de forma positiva ou negativa, uma vez que a qualidade da adaptação para a transição dependerá

das etapas anteriores do processo. É neste momento que a reação do atleta para a transição

tornará evidente uma série de fatores psicológicos, sociais e ambientais que determinarão a

natureza da resposta. O fenômeno das dificuldades na transição de carreira esportiva pode ser

mais bem compreendido e observado como uma complexa interação de fatores estressantes tanto

de ordem física, quanto psicológica, social, educacional, ocupacional, ou financeira. Embora o

trauma pareça estar mais presente nos atletas de elite, tanto amadores como profissionais,

intervenções adequadas podem diminuir o risco de que os atletas de qualquer nível

experimentem sentimentos de “distress” após a aposentadoria (COAKLEY, 1983;

GREENDORFER & BLINDE, 1985 apud TAYLOR & OLGIVIE, 1998).

Considerando o modelo de Taylor & Ogilvie (1998) acima exposto, Wylleman & Lavallee

(2003) e Stambulova et al. (2009) apontam para uma mudança importante nos estudos do

desenvolvimento da carreira e de transição de carreira, que é o fato de que não se considera mais

apenas as transições que os atletas vivem exclusivamente dentro do esporte, mas se passou a

considerar o atleta como "uma pessoa inteira" na perspectiva de uma vida útil, compreendendo

as transições na carreira esportiva em sua relação com os desafios do desenvolvimento e

transições em outras esferas de suas vidas.

Além deste, outro aspecto que é relevante para a compreensão do papel dos fatores contextuais

no desenvolvimento da carreira e transições, diz respeito ao fato de que enquanto estudos

anteriores focavam apenas em como técnicos, pais e colegas contribuíam para o

desenvolvimento dos atletas em suas carreiras e transições, estudos mais recentes também

consideram o papel dos fatores macrossociais como, por exemplo, o contexto em que o esporte

está inserido regionalmente, com suas facilidades e dificuldades, e a cultura, interferindo

diretamente neste processo. (STAMBULOVA, STEPHAN & JÄRPHAG, 2006).

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Considerando a evolução dos estudos sobre o tema, o modelo de Lavallee (2006), apresenta as

transições de desenvolvimento dentro da carreira associando-as ao nível de exigência esportiva

da seguinte forma:

- fase de iniciação: neste nível as crianças desenvolvem atividades lúdicas sem a exigência da

performance,

- fase de desenvolvimento: é feita a opção pela modalidade esportiva, as crianças já começam a

competir, aumentando o nível de comprometimento, o que requer maior organização na rotina do

atleta,

- fase de excelência: neste momento o atleta decide investir na carreira esportiva, dedicando-se

totalmente à performance esportiva e, em alguns esportes, passando à profissionalização,

- fase de aposentadoria: a partir desta etapa, há a diminuição do envolvimento do atleta com o

treinamento e competições.

Utilizando dados de pesquisa sobre o desenvolvimento da carreira dos alunos-atletas,

estudantes-atletas, atletas profissionais e elite, e de ex-atletas olímpicos, Wylleman e Lavallee

(2004) apresentaram um modelo de desenvolvimento que inclui transições evolutivas

enfrentadas pelos atletas conforme descrito na figura a seguir:

Figura 1. Modelo adaptado de desenvolvimento em transições enfrentadas pelos atletas

na carreira esportiva, fase de desenvolvimento psicológico, psicossocial e acadêmico /

profissional (Wylleman & Lavallee, 2003).

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Este modelo apresenta as transições de desenvolvimento dentro da carreira esportiva

associando-as ao nível de exigência esportiva do seguinte modo: a fase de iniciação se dá na

infância, aproximadamente entre 10 e 13 anos, quando as crianças desenvolvem atividades

lúdicas sem a exigência da performance, sendo que pais, irmãos e amigos representam as

maiores influências e em relação à escolaridade, estão cursando o ensino fundamental

(WYLLEMAN & LAVALLEE, 2003; WYLLEMAN & LAVALLEE, 2004; ALFERMANN

et al, 2004).

Na fase de desenvolvimento estão na adolescência, entre os 14 e os 18 anos, quando é feita a

opção pela modalidade esportiva, já começam a competir, aumenta o nível de

comprometimento, o que requer maior organização em sua rotina, e quanto à escolaridade,

estão passando pelo ensino médio e sob influência de amigos, treinador e pais (WYLLEMAN

& LAVALLEE, 2003; ALFERMANN et al., 2004; WYLLEMAN & LAVALLEE, 2004).

A fase de excelência, entre os 18 e os 27 anos aproximadamente, é o momento em que o atleta

decide investir na carreira esportiva, dedica-se totalmente à performance esportiva e, na

maioria das modalidades, passa à profissionalização. É nesta fase que há a escolha da carreira

profissional e a possibilidade de se iniciar o ensino superior. As grandes figuras de influencia

na vida são o parceiro e o treinador (WYLLEMAN & LAVALLEE, 2003; ALFERMANN et

al., 2004; WYLLEMAN & LAVALLEE, 2004).

A fase de aposentadoria no esporte acontece muitas vezes antes dos 30 anos, muito mais cedo

do que na maioria das outras carreiras profissionais e, a partir desta fase, há a diminuição do

envolvimento do atleta com o treinamento e competições. Trata-se de um momento no qual

está sendo influenciado especialmente pelo parceiro e pela própria família.

Este modelo destaca a natureza interativa de transições em diferentes domínios da vida dos

atletas, mostrando que todas as transições da vida podem afetar o desenvolvimento da carreira

esportiva não apenas as relacionadas à vida atlética. (WYLLEMAN & LAVALLEE, 2003;

ALFERMANN et al, 2004).

Nas pesquisas com talentos do atletismo na transição da categoria juvenil para adulto, Rocha

et al. (2010) concluem que o abandono precoce da modalidade é algo complexo e está

ancorado em experiências durante todo o processo do treinamento esportivo e que os cuidados

primários e essenciais se localizam na iniciação esportiva. Os autores concluem ainda, que

pais e técnicos não são os únicos a influenciar as decisões tomadas pelos atletas, há a

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influência desde a esfera política com o apoio ao esporte e divulgação da modalidade, até os

relacionamentos mais próximos do indivíduo, como amigos, emprego e família.

O tema transição de carreira na faixa etária dos atletas infanto-juvenis reporta a um momento

de transição da própria adolescência para a vida adulta e vem acompanhada das angústias

peculiares desta fase. Conforme Melucci (1996), a perspectiva temporal do adolescente

tornou-se um tema interessante de pesquisa, uma vez que a história de vida atualmente está

cada vez menos previsível e os projetos de vida passaram mais do que nunca a depender da

escolha do indivíduo. No passado, as sociedades viviam na incerteza do futuro, que podia ser

resultado de eventos aleatórios e incontroláveis como epidemias, guerras, colapso econômico

e muito dificilmente envolvia a decisão de cada um na definição de futuro para a própria vida,

que era determinada pelo nascimento e se tornava previsível pela história da família e

contexto social.

O adolescente dos dias de hoje, além das incertezas da própria idade, vive outros tipos de

dúvidas a partir da ampliação de perspectivas da disponibilidade de possibilidades sociais, e

variedade de cenários nos quais as escolhas podem ser situadas (MELUCCI, 1996).

Assim sendo, na transição para a vida adulta, o tempo vivido na atualidade não está

determinado somente pelas experiências somadas do passado, mas fazem parte dele as

aspirações e os planos para o futuro: o presente aparece condicionado pelos projetos ou a

antecipação do futuro (PAIS, 2002).

2.2 Paradigma bioecológico do desenvolvimento humano

Urie Bronfenbrenner nasceu em Moscou em 1917 tendo sofrido muitas privações em virtude

da situação política de seu país. Aos seis anos de idade emigrou para os Estados Unidos, onde

viveu até 25 de setembro de 2005, data de seu falecimento aos 88 anos.

Em 1979 desenvolveu sua teoria sobre a ecologia do desenvolvimento humano, para a qual

sempre foi aberto e receptivo às críticas, revisando constantemente seus escritos e

apropriando-se da evolução da ciência em várias áreas. A abordagem bioecológica do

desenvolvimento humano, como o próprio Bronfenbrenner denominou sua teoria, apresenta

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uma visão holística e integrada do ser humano, em seu contexto, história de vida e processos

de desenvolvimento (KOLLER, 2011).

O paradigma que direciona a teoria bioecológica parte do princípio de que as características

de uma pessoa, em um momento determinado de sua vida, são a interação das suas

peculiaridades e do ambiente ao longo da sua trajetória da vida e a partir deste dado momento.

Em 2005, Bronfenbrenner reavaliou, reviu e ampliou conceitos estabelecidos em seu trabalho

realizado entre 1979 e 1996 e publicou um capítulo no livro “Making Human Beings Human:

Bioecological Perspectives on Human Development”, traduzido para o português como

“Bioecologia do desenvolvimento humano: tornando os seres humanos mais humanos”

(2011). Neste livro, o autor denomina como “definição 1” o que considera ser a “pedra

angular de sua estrutura teórica”, escrita em 1979/1996, que em 2011 a título de

esclarecimento recebe uma frase em negrito, como podemos observar a seguir:

Definição 1: A Ecologia do Desenvolvimento Humano é o estudo científico da

progressiva acomodação mútua, durante todo o ciclo de vida, entre um ser humano

ativo em crescimento e as propriedades em mudança nos contextos imediatos nos

quais a pessoa em desenvolvimento vive. Nesse processo ela é afetada pelas relações

entre esse contexto imediato e os distantes, estando todos estes encaixados

(Bronfenbrenner, 2011, p138).

O modelo a partir desta teoria, segundo Bronfenbrenner (1996) tem quatro componentes

interligados, sendo o primeiro o processo de desenvolvimento, que é formado pela inter-

relação entre o indivíduo e o contexto. O processo é um construto essencial nesta teoria, no

qual os processos proximais podem ser caracterizados como a interação entre o organismo e o

ambiente ao longo do tempo, sendo que sua forma, direção, intensidade e conteúdo, somados

às características biopsicológicas da pessoa, o ambiente, as mudanças ao longo do tempo e o

momento histórico vivido, serão responsáveis pela qualidade do desenvolvimento (NARVAZ

& KOLLER, 2004)

O próximo componente é a pessoa, considerada através de suas características pessoais:

biológicas, cognitivas, emocionais e comportamentais. Conforme Bronfenbrenner e Morris

(1998) apud Lerner (2011) há três características da Pessoa capazes de influenciar a direção e

a intensidade do processo proximal:

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- as disposições que podem ativar os processos proximais em determinada direção, dando

sustentação à sua operação,

- os recursos que abrangem as capacidades, experiência, conhecimento e habilidades

indispensáveis para o efetivo funcionamento dos processos proximais e

- a demanda, que é a capacidade de encorajar ou desencorajar reações do contexto social e

que podem, portanto, promover ou desfavorecer as relações dos processos proximais.

O componente contexto nos faz observar o desenvolvimento humano a partir de níveis, ou

sistemas entrelaçados da ecologia do desenvolvimento humano, abrangendo a interação de

quatro níveis ambientais denominados de microssistema, mesossistema, macrossistema e

exossistema (BRONFENBRENNER, 2011).

Bronfenbrenner (2011) definiu o microssistema como sendo um padrão comportamento,

atitudes, papéis sociais que se estabelecem nas relações interpessoais nos contextos onde os

relacionamentos são próximos; e pessoais onde há a interação direta com outras pessoas com

características pessoais e culturais diversas. O mesossistema refere-se às ligações entre os

processos que se passam entre os diversos ambientes nos quais a pessoa se relaciona, ou seja,

entre os diversos sistemas (ex.: escola e a casa, centro de treinamento e a escola e a casa, etc.).

Já o exossistema abrange as relações e ligações entre dois ou mais contextos, nos quais ao

menos um deles não contém diretamente a pessoa em desenvolvimento, mas influencia o seu

contexto de participação direta (ex.: a relação entre o trabalho dos pais e a casa). O

macrossistema consiste na inter-relação entre as características do micro, meso e

exossistemas de uma determinada cultura ou contexto social, ou seja, as crenças, os recursos,

as oportunidades que geram as possibilidades de escolhas nos caminho a seguir na vida,

podendo ser considerado como uma “marca de identificação social para uma determinada

cultura” (Bronfenbrenner, 2011, p. 115).

Para se compreender a importância do contexto nas pesquisas que têm como paradigma o

modelo Bioecológico do Desenvolvimento Humano, conforme descrevem Prattiet al. (2008), é

fundamental que se reflita sobre o conceito de processo proximal, que segundo Bronfenbrenner

(2005), está associado ao fato de que o desenvolvimento humano se dá através de relações

recíprocas e complexas entre o indivíduo, com suas características biopsicológicas e as pessoas,

objetos e símbolos do ambiente mais próximo, sendo que este tem uma importância fundamental

nesta teoria por ter os elementos necessários ao desenvolvimento.

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Por fim, o tempo, por ser o elemento que permite a compreensão das mudanças e

continuidades ao longo do ciclo da vida, é analisado através de três estágios: microtempo,

mesotempo e macrotempo. O modelo bioecológico considera que os processos proximais são

efetivos na medida em que há certa regularidade e progressiva complexidade nas interações.

Sendo assim, é no microtempo que se observa a continuidade e descontinuidade das ações,

no mesotempo pode-se verificar a periodicidade dos episódios de processo proximal em

períodos maiores de tempo, como dias e semanas e, no macrotempo, há distância suficiente

para que se possam analisar as intervenções dos eventos através das gerações e como estes

interferem no processo de desenvolvimento humano (NARVAZ & KOLLER, 2001).

Originalmente, a dimensão tempo não havia sido considerada, fato que foi avaliado por

Bronfenbrenner como uma lacuna na teoria, revisada em 1986 com o acréscimo doo conceito

de modelos de cronossistema, que pode ser observado em curto ou longo prazo. Em curto

prazo pode ser considerado como uma experiência de transição de vida, como por exemplo,

alguém ser despedido de um emprego, ou ainda, o nascimento de uma criança na família, ou

em longo prazo se pode observar a sequência de transições que ocorrem na vida e alteram seu

rumo (BRONFENBRENNER, 2011).

Estes quatro elementos formam o modelo processo-pessoa-contexto-tempo (PPCT) da Teoria

Bioecológica de Bronfenbrenner, conceituando o sistema de desenvolvimento integrado.

O modelo bioecológico em pesquisas com esporte, apesar de ainda ser incipiente, começa a

ser cada vez mais utilizado e busca compreender o atleta através de suas características

físicas, biológicas e psicológicas em relação com o ambiente, sendo que estas três

características individuais consideradas como disposições, recursos e demandas, formam a

estrutura pessoal que influenciarão, darão direcionamento e fortalecerão os processos futuros

(BRONFENBRENNER & MORRIS, 2006, apud KREBS et al, 2008).

Segundo Bronfenbrenner (2011), uma pesquisa com parâmetros ecológicos deve buscar

informações e dados relativos ao maior número de sistemas dos quais a pessoa focalizada faz

parte. Sendo assim, primeiramente, em um projeto de pesquisa é necessário definir o sujeito em

desenvolvimento que será seu foco, só então buscar compreender a forma como ele está

colocado e se desenvolve nos diferentes sistemas ambientais, que são dinâmicos e vivenciados

concomitantemente (ALVES, 1997).

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Ainda de acordo com Alves (1997), a Abordagem Ecológica do Desenvolvimento deve usar

instrumentos que possibilitem a descrição e a investigação dos sistemas de forma longitudinal e a

mais contextualizada possível sendo, portanto, um paradigma ideal para a presente pesquisa que

pretende entender a importância da transição de carreira na vida destes atletas de forma

integrada, correlacional e sistêmica.

Figura 2. Inter-relações observadas através do modelo de desenvolvimento processo-

pessoa-contexto-tempo (PPCT) da Teoria Bioecológica de Bronfenbrenner (1996, 2011) .

A figura acima ilustra as inter-relações que são observadas através do modelo de

desenvolvimento processo-pessoa-contexto-tempo (PPCT) da Teoria Bioecológica de

Bronfenbrenner, na qual “o desenvolvimento é definido como fenômeno de continuidade e de

mudança das características biopsicológicas dos seres humanos como indivíduos e grupos.

Esse fenômeno se estende ao longo da vida humana por meio das sucessivas gerações e ao

longo do tempo histórico, tanto passado quanto presente” (Bronfenbrenner , 2011, p.43).

Para ilustrar suas idéias, Bronfenbrenner (1996, p.5) traz a imagem de que “o espaço

ecológico é concebido como uma série de estruturas encaixadas, uma dentro da outra, como

um conjunto de bonecas russas”, imagem esta que nos ajuda a entender quão sistêmico e

relacional e intrincado é o paradigma escolhido para nortear este estudo.

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CAPÍTULO III

MÉTODO

O presente estudo caracterizou-se como uma pesquisa de natureza descritiva, utilizando-se

dos benefícios de informações quantitativas e qualitativas na perspectiva da análise da

percepção dos atletas em relação ao contexto no qual estão inseridos. (THOMAS &

NELSON, 2002).

Para a contextualização do processo de desenvolvimento dos atletas, optou-se pelo modelo

bioecológico de Uri Bronfenbrenner (1996, 2011) através do modelo PPCT (pessoa, processo,

contexto e tempo), sendo que a pessoa é representada pelas propriedades do atleta através de

seus atributos pessoais, o contexto é caracterizado pela modalidade voleibol pelo meio de seus

sistemas (microssistema, mesossistema, exossistema e macrossistema), o processo é

entendido como a evolução dentro do voleibol e o tempo, como tempo vital e social.

3.1 SUJEITOS

Foram avaliados 16 (dezesseis) atletas de voleibol da categoria infanto-juvenil, do sexo

masculino, com idades entre 17 e 18 anos, que treinavam em um centro de esportes da

Prefeitura de São Paulo no ano de 2013.

3.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Ser atleta federado no voleibol há pelo menos um ano.

Não estar afastado por licença médica há mais de seis meses.

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3.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Atletas participantes desta equipe há menos de dois meses, contados a partir da data da

aplicação do questionário.

3.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS

Para este estudo, foi elaborado um questionário composto por 28 questões, divididas em

cinco blocos, sendo eles: dados pessoais e de escolaridade; formação esportiva inicial;

contexto familiar e social; contexto do voleibol; planejamento de carreira (Anexo 1). Algumas

questões foram elaboradas a partir do questionário utilizado por Marques (2008) e outras

foram colocadas com o propósito de contextualizar o percurso do atleta através das premissas

do paradigma bioecológico de Uri Bronfenbrenner , em consonância com os estudos de

psicologia esportiva e especialmente nos de transição de carreira, tais como os de Willeman,

Alferman & Lavallee (1999 e 2004) e Stambulova et al. (2009).

Antes de se iniciar a coleta de dados a comissão técnica e os atletas foram contatados para que

fossem explicados os objetivos do estudo, bem como os procedimentos de avaliação. Aqueles

que se propuserem a participar assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE), sendo que no caso dos menores de 18 anos o termo foi assinado por pais ou

responsável legal (Anexos 2 e 3). Os atletas foram avaliados no centro de treinamento,

durante o período de treinamentos, em horário previamente estabelecido com a comissão

técnica.

Mediante informe da Universidade São Judas Tadeu, dando ciência ao diretor do Centro de

Esportes sobre a pesquisa e solicitando apoio a fim de subsidiar o trabalho acadêmico (Anexo

4), foi obtido o termo de responsabilidade da Instituição (Anexo 5) assinado pelo Diretor da

Coordenadoria de Gestão do Esporte de Alto Rendimento do centro esportivo em questão,

autorizando a coleta de dados.

O presente projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas

Tadeu, de acordo com o protocolo 167.627/2012 (Anexo 6).

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3.5 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram analisados utilizando uma Matriz de Análise de dados (Anexo 7) construída

para este estudo com o objetivo de agrupar os resultados de acordo com o paradigma

bioecológico de Uri Bronfenbrenner, ou seja, através dos quatro componentes que compõem

o modelo: pessoa, processo, contexto e tempo.

Desta forma, consideramos atributos da pessoa os dados gerais (nascimento e escolaridade),

as disposições (significado atribuído ao esporte, disposição para seguir/abandonar a carreira,,

os recursos (planejamento da carreira esportiva e grau de expectativas) e as demandas

(necessidade de ajudar financeiramente a família e capacidades e habilidades para o esporte).

Quanto ao processo, foram agrupadas as questões que tiveram como propósito compreender a

formação esportiva inicial, o processo de desenvolvimento da carreira esportiva do início à

fase atual e o término da carreira.

O contexto seguiu por duas vertentes: o familiar (genealogia familiar, escolaridade familiar,

apoio parental, relação e expectativas da família com o esporte) e o esportivo (contexto do

voleibol no centro de esportes e no Brasil, benefícios adquiridos com a prática e problemas

enfrentados na prática)

E o tempo vital considerado foi o da adolescência e o esportivo, o da transição da categoria

infanto-juvenil para a juvenil.

Para as respostas das questões fechadas foram utilizados a frequência e porcentagem de

respostas e, para as questões abertas, os procedimentos recomendados por Miles & Huberman

(2004), de acordo com as seguintes etapas: leitura exaustiva das respostas, com o objetivo de

familiarizar-se completamente com elas; seleção das informações consideradas relevantes,

escolhendo-se como unidades de registro frases e/ou afirmações; redução dos dados mediante

a aplicação, a posteriori, de um sistema de codificação, reunindo-se assim as diversas frases e

afirmações em categorias de análises com características comuns; análise das categorias de

acordo com a literatura.

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CAPÍTULO IV

RESULTADOS

Os resultados serão apresentados de acordo com a Matriz de Análise de dados descrita no

capitulo anterior (Anexo 7), construída para este estudo com o objetivo de agrupar os

resultados de acordo com o paradigma bioecológico de Uri Bronfenbrenner, ou seja, através

dos quatro componentes que compõem o modelo: pessoa, processo, contexto e tempo.

4.1 PESSOA

4.1.1. Dados gerais

A média e o desvio padrão da idade dos participantes é de 17,5 (dp + 0,5) anos, conforme

esperado para a categoria infanto-juvenil.

Na figura 3 a seguir podem ser observadas as porcentagens por local de nascimento.

Figura 3. Porcentagem de acordo com o local de nascimento da amostra.

Observa-se que a grande maioria nasceu no Estado de São Paulo, somente 18% dos atletas

são de outros Estados. Desses últimos, três vieram para São Paulo morar com parentes. É

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interessante, também, que alguns atletas relataram que saíram da casa dos pais, indo morar

com parentes ou em alojamento, para poderem se dedicar ao vôlei.

Na figura 4 observam-se as porcentagens referentes ao nível de escolaridade.

Figura 4. Porcentagem referente ao nível de escolaridade dos atletas.

Como podemos observar na figura 4 há um predomínio de atletas cursando o ensino médio, o

que está de acordo com a relação entre idade cronológica e nível de escolaridade.

4.1.2 Disposições

O significado de ser jogador de voleibol foi questionado com o intuito de compreender a

motivação e a subjetividade do esporte para estes atletas. Foram obtidas 19 unidades de

registro das quais emergiram quatro categorias de respostas: habilidades psicoemocionais e

comportamentais; emoções no esporte; reconhecimento e retorno financeiro; competências

como atleta/jogador.

Habilidades psicoemocionais e comportamentais: Nesta categoria estão as afirmações que

indicam que para ser jogador de voleibol é necessário ter controle de suas emoções no esporte

e comportamentos compatíveis ao esperado para um atleta: “ter um psicológico muito bom

que independente de ter errado e/ou da pressão da torcida conseguir contornar o erro...”;

“ter postura de atleta e homem dentro e fora de quadra”; “ser jogador de vôlei

primeiramente tem que ter disciplina, tem que ser atleta completo em todos os treinos”; “é

preciso ter sangue frio nas horas tensas de uma partida e manter a calma durante a

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finalização de um ponto”, “ter atitude, disciplina, liderança...”; “ser disciplinado, objetivos

traçados a cada temporada que se iniciar”.

Emoções do esporte: Nesta categoria as afirmações indicam que ser jogador de vôlei é uma

atividade que gera sentimentos como prazer, amor e felicidade e que estes são oriundos da

prática em si: “significa tudo, significa fazer valer a pena todo o tempo e suor dedicado ao

esporte que amo”; “significa fazer algo que você gosta de fazer, algo que te agrade e te dê

felicidade”; “fazer por um tempo muito grande uma coisa que eu amo que é jogar”; “... estar

feliz consigo mesmo”.

Reconhecimento e retorno financeiro: Nesta categoria foram incluídas as afirmações que

indicam o valor atribuído ao esporte através do reconhecimento profissional e prestígio, além

de retorno financeiro: “... ser reconhecido mundialmente”; “ser um jogador de vôlei para

mim significa representar sempre uma instituição ou a nação no esporte que eu tanto me

dedico para conseguir ser profissional”; “ter um bom retorno financeiro através do

esporte”; “... o principal é o salário de um jogador, que se for muito bom, irá ganhar muito

bem”.

Competências como atleta/jogador: Nesta categoria foram incluídas as afirmações que

diferenciam ser atleta de ser jogador de vôlei: “ser um jogador de vôlei é ser só mais um no

mundo do vôlei, mas atleta de voleibol é totalmente diferente, o atleta de voleibol é dedicado,

focado, adquire uma bagagem técnica e tática sobre o esporte, tem todas as artimanhas do

vôlei”; “ser jogador de vôlei é, para mim, saber jogar vôlei, diferente de ser atleta de vôlei

onde existe uma rotina de treinos e jogos, onde a cobrança é muito maior”; “ fazer a melhor

execução do movimento obtendo sucesso na posição”; “... ser bom e importante para a equipe

na sua posição”, “... ser um jogador com regularidade dentro de quadra”.

Outro aspecto avaliado foi a intenção do atleta em seguir a carreira esportiva após a passagem

pela categoria infanto-juvenil. Na figura a seguir pode-se observar a porcentagem de

respostas:

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Figura 5. Porcentagem referente à pretensão dos atletas em seguirem a carreira de

jogador de vôlei após o infanto-juvenil.

A figura 5 mostra que aproximadamente 60% dos atletas pretendem continuar na carreira

esportiva.

Figura 6. Porcentagem de atletas que consideram que a continuação dos estudos pode

interferir na carreira esportiva.

Observa-se um equilíbrio nas respostas sobre a interferência dos estudos na carreira esportiva

e, ao apontarem os motivos pelos quais isto poderia acontecer, foi unanime a afirmação de

que conciliar estudo e carreira poderia ser prejudicial ao desempenho dos dois lados:

“O rendimento, a dedicação não poderá ser a mesma quando se divide seu “máximo” nos

estudos e treinamentos”; “Devido aos treinamentos serem todos os dias, interfere nos

estudos em casa, caso a faculdade (curso) exigir muito, como por exemplo: Engenharia”;

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“Muito tempo com treinos e jogos e pouca determinação na escola”; “Porque ou você se

dedica ao vôlei em período integral ou você estuda, porque os treinos ocupam uma boa parte

do dia e às vezes o dia inteiro”; “Precisamos focar em algo mais certo, por exemplo, caso

você tenha uma lesão, e não puder continuar jogando, já nos estudos, só depende de você e

também temos a dedicação, que dependendo do curso você terá que se dedicar mais em um

do que em outro”; “Pretendo cursar medicina ano que vem e não vejo como conciliar uma

coisa com outra”.

Ao serem perguntados sobre se já pensaram em abandonar a carreira esportiva os seguintes

resultados foram obtidos:

Figura 7. Porcentagem de atletas que já pensaram em abandonar a carreira.

Nota-se na figura 7 uma alta incidência de atletas que já pensaram em abandonar a carreira.

Os motivos apresentados foram classificados em três categorias: desempenho,

estudos/trabalho e lesões. Somente um atleta indicou que a falta de apoio familiar fez com

que pensasse em abandonar a carreira.

Desempenho: Nesta categoria foram consideradas as afirmativas que indicam que o atleta

pensou em abandonar a carreira por sentir que não tinha condições físicas, psicológicas,

técnicas e/ou táticas no nível esperado para a categoria:

“porque quando nós estávamos no começo deste ano eu não me sentia em nível de continuar

jogando, com isso pensei em parar, porém mudei de posição e agora me senti em condições”;

“porque tinha muitos outros melhores do que eu e parecia que eu não iria conseguir chegar

ao nível deles, mas eu não desisti e fiquei, pois acredito em mim”; “no meu primeiro ano de

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federado eu tinha um nível técnico e tático muito baixo diante dos demais atletas, mas com

força de vontade consegui balancear o meu nível técnico e tático”; “... desmotivação

própria, por não realização e descontente com o meu desempenho”; “porque não estou feliz

dentro de quadra, psicologicamente, meu rendimento está abaixo, não consigo melhorar...”.

Estudos/Trabalho: Foram incluídas nesta categoria as afirmativas que demonstraram que a

dificuldade em conciliar o esporte com os estudos e/ou trabalho foram os principais motivos

pelos quais pensaram em abandonar a carreira esportiva.

“por conta dos estudos, logo após entrar a faculdade vi o quanto seria difícil conciliar”;

“Devido ao estudo, e para trabalhar. Em relação ao trabalho devido o retorno financeiro

para gastar com roupas, saídas com amigos”; “porque penso que os estudos são mais certos,

mas ainda não parei por amor ao que eu faço”; “Sempre pensei em ajudar a minha família e

para isso tenho que começar a trabalhar e estudar”; “Por conta dos estudos, pois teve uma

época que eu estava decaindo em relação às notas”; “... por estudos...”.

Lesões: Foram incluídas aqui as afirmativas nas quais os atletas indicaram que as lesões

foram o motivo para que pensassem no abandono da carreira esportiva.

“porque foi uma época em que tinha quebrado o dedo pela segunda vez em menos de um mês.

Mais graças a uma grande amiga que conheci na fisioterapia, que me deu muitos conselhos

e disse que só iria sair do centro olímpico quando me visse jogando de novo”; “... por

lesões...”.

Figura 8. Porcentagem de atletas que planejam ter outra profissão depois que parar

de jogar vôlei.

Apenas um atleta não planeja ter outra profissão depois que parar de jogar vôlei, os demais

pretendem ter as profissões mais variadas tais como: educador físico, engenheiro, médico,

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advogado, profissional na área de moda, arquiteto, administrador de empresas, músico,

farmacêutico, entre outras.

4.1.3 Recursos

Figura 9. Porcentagem de respostas de atletas que conversam com alguém sobre o

planejamento de sua carreira no vôlei.

Figura 10. Porcentagem de respostas sobre com quem conversam sobre o planejamento

da carreira

Observando as figuras anteriores, obtivemos respostas indicando que a maioria conversa

sobre o planejamento da carreira principalmente com familiares, mas também com amigos.

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Figura 11 : Porcentagem de respostas quanto ao grau de expectativas em relação à

profissão de jogador de vôlei.

Quando questionados sobre qual a expectativa pessoal sobre a profissão de jogador de vôlei,

os atletas se referem a resultados positivos sobre a questão financeira, de auto realização,

possibilidade de ajudar a família e competência no esporte, apenas sobre fazer sucesso na

carreira e obter fama observa-se que não há consenso.

4.1.4 Demandas

Os atletas também foram inquiridos quanto à ajuda financeira para a família e seu reflexo na

carreira esportiva. Os resultados podem ser observados nas figuras 12 e 13.

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Figura 12. Porcentagem de atletas que precisam ajudar financeiramente nas despesas

da família.

Figura 13. Porcentagem de atletas que consideram que precisar ajudar financeiramente

nas despesas da família interfere na sua decisão de permanecer jogando vôlei.

Observa-se nas duas figuras que a grande maioria dos atletas não precisa ajudar

financeiramente a família. No entanto, do total, aproximadamente um terço considera que

precisar ajudar financeiramente a família pode interferir na decisão de permanecer no vôlei.

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4.2 PROCESSO

4.2.1 Formação esportiva inicial

Tabela 1: Média e desvio padrão, da idade do início dos treinos regulares e da idade em que

foi federado.

Média de idade dos inicio treinos regulares (dp) Média de idade em que foifederado (dp)

12,5 (+1,5) 14,5 (+1,5)

As figuras 14 e 15 a seguir, mostram respectivamente a porcentagem de respostas para local

de aprendizado e treinamento dos atletas..

Figura 14. Porcentagem de respostas para local onde aprendeu a jogar vôlei.

A figura demonstra que tanto o colégio, através das aulas de educação física, como as

escolinhas de vôlei foram os responsáveis por iniciar esses atletas na pratica do voleibol.

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Figura 15. Porcentagem de respostas para local onde começaram a treinar

regularmente.

Em relação ao inicio dos treinos regulares, o clube aparece como o principal local para o

aprimoramento da prática, seguido pela escolinha de esportes, centro de esportes e colégio.

Nas figuras 16 e 17 serão apresentadas as porcentagens de respostas para o principal

responsável pela iniciação e pelo incentivo inicial para a prática do voleibol.

Figura 16. Porcentagem de respostas que indicam quem os ensinou a jogar vôlei

inicialmente.

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Figura 17. Porcentagem de respostas que indicam quem os motivou a jogar vôlei.

Nota-se nas figuras acima que o professor de educação física tem um importante papel na

iniciação do voleibol e que os pais são personagens significativos na inserção da criança no

esporte.

Figura 18: Porcentagem de atletas que já participou de alguma seletiva Estadual.

Observa-se que a metade da equipe já participou de seletivas para a seleção estadual em anos

anteriores.

Com relação aos fatores que podem ajudar na transição da fase amadora para a profissional

77% dos atletas citaram aspectos que foram classificados em duas categorias que serão

descritas a seguir: esforço próprio e oportunidades.

Esforço próprio: foram consideradas as afirmações que demonstraram que o atleta percebe

que a passagem da fase amadora para a profissional depende especificamente de seu esforço,

seja através do trabalho físico e/ou da determinação e força de vontade. Destacam-se as

seguintes afirmações textuais dos atletas:

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“Treinar dando o máximo de mim, porque eu dando meu máximo, seleção é uma passagem

que só passam os melhores que não desistem fácil”; “Muita dedicação aos treinos”; “Ter

esperança, e acreditar em mim”; “A vontade, força e batalhar para conseguir chegar à fase

profissional”; “Ter coragem para tomar decisões difíceis”; “Ser mais regular nas minhas

ações da minha posição no caso, passe, defesa e ataque”.

Oportunidades: foram consideradas as afirmações que indicaram que o que poderia ajudar na

passagem da fase amadora para a profissional seriam as oportunidades profissionais e/ou

condições do esporte no país, como segue:

“Conseguir um clube que tem de categoria de base a adulto”; “Uma convocação para a

seleção brasileira e, é claro, jogar os campeonatos Mundial, Sul Americano e outros com a

seleção”.

4.3 CONTEXTO

4.3.1 Contexto Familiar

As famílias dos atletas não são muito numerosas,.com uma média de 4,25 pessoas (dp +1,0)

por domicílio, incluindo o atleta.

A seguir serão apresentados os resultados referentes ao nível de escolaridade dos pais.

Figura 19: Porcentagem de respostas para o nível de escolaridade dos pais.

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Observa-se nesta figura que há uma prevalência do ensino médio completo no nível de

escolaridade tanto do pai quanto da mãe, resultados similares aos encontrados nos atletas

(figura 4), mas deve-se levar em consideração que os atletas são jovens e, portanto, ainda em

fase de desenvolvimento escolar.

Na figura 20, a seguir, observa-se a porcentagem de suporte recebido dos pais para os

diferentes aspectos da vida esportiva, transporte, apoio financeiro, incentivo para a prática e

apoio emocional.

Figura 20. Porcentagem de respostas em relação ao grau de apoio que os pais

ofereceram em diferentes aspectos.

Nota-se que há uma tendência dos pais apoiarem os filhos tanto financeira quanto

emocionalmente, no transporte, e no incentivo para continuar a prática.

Na questão sobre como o atleta percebe a relação dos familiares com o esporte, foram

encontradas 25 unidades de resposta que resultaram em três categorias: apoio e incentivo,

não interferem e não incentivam. A seguir serão apresentadas as definições de cada

categoria e, para exemplificar, algumas afirmações textuais dos atletas.

Apoio e incentivo: Nesta categoria foram consideradas as afirmações nas quais se observa a

percepção do atleta em relação ao apoio recebido pelos pais e incluem as seguintes respostas:

“Ótima, não podia ser melhor”; “Eles adoram o voleibol e me apoiam”; “Me admiram,

acham que tenho talento e estão sempre me apoiando”;” A relação de meus pais com o vôlei

é muito boa, além de me apoiarem totalmente em seguir a carreira de atleta eles gostam do

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esporte e me veem feliz praticando vôlei de alto rendimento”; “Me incentivam bastante e

oram para que eu alcance meu sonho”; “meus familiares gostam muito de voleibol e por

conta disso, apoiam muito para que eu continue tentando uma carreira”.

Não interferem: foram consideradas as respostas nas quais os atletas demonstraram que os

pais têm um papel pequeno e de não interferência na escolha e prática do esporte.

“o apoio não é muito grande, mas não atrapalha muito”; “... minha mãe não conhece muito

minha rotina e não interfere no meu esporte”.

Não incentivam: nesta categoria, foram consideradas as respostas que demonstram que os

pais pouco incentivam a permanência do esporte, pois consideram que pode interferir em

outros aspectos da vida, tal como estudos: “Por parte de meu pai é muito superficial, devido a

minha idade, ele acha que eu deveria trabalhar”; “Minha mãe acha que conciliar a

faculdade com o vôlei atrapalhará meus estudos”; “Minha mãe diz que o sucesso no vôlei é

incerto num país em fase de crescimento”.

Na questão sobre quais seriam as expectativas da família em relação a seu futuro, foram

encontradas 16 unidades de registro que resultaram em três categorias: apoio aos estudos ou

outra profissão, apoio ao vôlei, apoio a qualquer decisão.

Apoio aos estudos ou outra profissão: na percepção do atleta, os pais incentivam o estudo

ou outras profissões em detrimento do vôlei: “Minha família apesar do apoio ao esporte,

acha que devo focar em estudar Educação Física para dar continuidade na área esportiva;

“Meus pais querem eu desista do vôlei para me dedicar completamente aos estudos, pois

devido a minha facilidade em aprender, terei sucesso na carreira profissional que eu

escolher”; “Eles acreditam que não vou conseguir ser profissional”. Acreditam que eu possa

ser bem sucedido em outras áreas”.

Apoio ao vôlei: Nesta categoria foram agrupadas as respostas que demonstram que os pais

estimulam que o filho tenha uma carreira no vôlei: “A expectativa deles é sempre boa,

querendo o meu melhor dentro do vôlei”; “Querem que eu continue seguindo para ser um

atleta de alto rendimento”; “na minha opinião, minha família acredita que conseguirei

colher muitos frutos em relação ao esporte. Meus pais acompanham a maioria dos meus

jogos e falam que eu devo continuar lutando pois irei conseguir algo no futuro”;”querem que

eu continue jogando para ter uma carreira consagrada no vôlei, ser feliz e ganhar dinheiro”;

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“esperam que eu me torne profissional para não ter que trabalhar e ganhar pouco”; “meu

pai deseja que eu seja profissional no vôlei, me dá todo o apoio, mas quer uma ajuda em suas

empresas.

Apoio a Qualquer Decisão: pais apoiam qualquer que seja a decisão tomada pelo filho,

aparentemente sem exercer pressão por determinada escolha: “que eu seja bem sucedido e

possa trabalhar fazendo o que eu gosto”; “eles sempre irão me dar apoio total em qualquer

decisão que eu possa tomar, sempre me auxiliando a tomar a melhor decisão”; “que eu faça

o que eu quiser, se me fizer feliz está ótimo, claro, com um bom retorno financeiro”.

Figura 21: Porcentagem de atletas que necessitaram mudar da casa dos pais para jogar

vôlei.

Observamos que 25% dos atletas informaram que necessitaram se mudar da casa dos pais

para dar continuidade ao esporte e, destes, três mudaram de Estado e um de cidade.

4.3.2 Contexto esportivo

A figura 22 mostra a porcentagem de respostas referente ao grau de beneficio obtido através

do vôlei em relação a status social e fama, saúde, educação, educação para a vida, condições

financeiras e amizades.

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Figura 22. Porcentagem referente ao grau de benefício que o atleta considera que

obteve até hoje através do vôlei.

Observa-se nesta figura que o maior benefício percebido é a formação para a vida, seguido de

amizades, educação e saúde. Para esta idade nota-se que status/fama e condição financeira

ainda não são percebidos como benefícios significativos na vida dos atletas.

Os problemas enfrentados na carreira até o momento configuram-se da seguinte maneira:

Figura 23: Porcentagem de respostas sobre a frequência dos problemas que o atleta

considera que já enfrentou no vôlei.

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Observa-se através da figura 23 que a maioria dos atletas não apresentou frequentemente

problemas relacionados a contusões, falta de estrutura no clube, dificuldade nos estudos,

relacionamento com a equipe técnica, falta de apoio financeiro, relacionamento com

dirigentes, relacionamento com outros atletas, distância da família ou indisciplina.

No entanto, os itens que revelaram que acima de 30% dos atletas tiveram algum tipo de

problema foram as contusões, a falta de estrutura no clube, problemas financeiros e com a

comissão técnica.

Figura 24. Porcentagem de respostas sobre como o atleta avalia o contexto do voleibol

no Brasil.

Sob a ótica destes atletas, o contexto do voleibol apresenta aspectos muito positivos, pois a

maioria considera que o sucesso, o retorno financeiro, as viagens, a rotina dos treinos, o

relacionamento entre os atletas, o reconhecimento social/ fama e a satisfação pessoal são, em

sua maioria, de regular a excelente no Brasil.

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CAPÍTULO V

DISCUSSÃO

O objetivo deste estudo foi investigar e compreender os fatores que interferem na transição de

carreira - da categoria infanto-juvenil para a juvenil - de atletas de voleibol infanto-juvenil de

um centro de esportes de categoria de base da Prefeitura de São Paulo e analisá-los à luz do

modelo bioecológico do desenvolvimento humano de Uri Bronfenbrenner.

A matriz de análise de dados (anexo 7) foi o guia para a construção da discussão deste estudo

a partir do modelo bioecólogico de Uri Bronfenbrenner (1996), no qual pessoa, processo,

contexto e tempo são os elementos que formarão a teia do desenvolvimento do atleta.

Investigou-se como se deu o processo de iniciação no vôlei e a influência do contexto

familiar, social e esportivo na decisão da carreira, avaliando os aspectos relacionados ao

planejamento da carreira esportiva.

Desta forma, analisando as disposições, recursos e demandas dos atletas em relação ao esporte

numa perspectiva de desenvolvimento constante, procurou-se ampliar o foco para abranger

diferentes níveis de estruturas ambientais que envolveram a pessoa, com a perspectiva da

interação dentro do contexto, em seu momento vital e histórico.

Neste estudo, o fator tempo foi compreendido a partir da evolução da carreira atlética desde

seu início na infância, até o momento atual. A adolescência será considerada como período

vital dos atletas e do tempo esportivo, caracterizado pela fase de transição da categoria

infanto-juvenil para a juvenil.

O desenvolvimento de uma carreira atlética não depende apenas da qualidade das ações

técnicas e táticas aprendidas, mas também das inter-relações do ambiente físico e social que

podem ter influência positiva ou negativa sobre o desempenho bio-psico-emocional. Nesta

perspectiva, o fator tempo exerce papel essencial na compreensão do desenvolvimento, pois é

a partir de todas as transformações características do ciclo vital que se pode compreender o

momento atual. Esta interação multifacetada e dialética é o que caracteriza a perspectiva

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ecológica no esporte e através da qual se desenvolverá esta discussão (BRANDÃO, 1996;

BRANDÃO & KREBS, 2010; BRONFENBRENNER, 2011; PRATI et al. 2008).

Pessoa

Os dados pessoais nos permitem caracterizar a amostra facilitando possíveis estudos

comparativos. A média de idade dos atletas é de 17,5 anos, portanto, se observados segundo o

modelo adaptado de desenvolvimento de Wylleman & Lavallee (2004), atualmente em

relação à carreira esportiva, todos estão passando da fase de desenvolvimento para a de

excelência, em que o nível de cobrança por parte da equipe técnica aumenta e há a

necessidade de grande dedicação de tempo e de esforço pessoal. Ainda segundo o mesmo

modelo, em relação ao desenvolvimento psicológico estão saindo da adolescência para a vida

adulta, aumentando assim, suas responsabilidades em relação às escolhas para o futuro.

Na área psicossocial estão ainda sofrendo a influência direta de amigos, técnicos e pais.

Percebe-se neste esporte que todos os atletas apresentam nível de escolaridade compatível

com a idade, entre o ensino médio e o superior. Observa-se o apoio da família e centro

esportivo para a continuidade dos estudos, diferentemente dos resultados obtidos no estudo de

Costa et al. (2010) com jogadores de futebol, no qual 58% tinham apenas o ensino

fundamental incompleto e o esporte aparecia como a possibilidade quase única de ascensão

profissional.

Disposições: O significado do esporte

Atividades esportivas são orientadas por processos subjetivos (Brandão et al., 2011) e o

significado destas atividades, entendido como parte da subjetividade de cada atleta e, portanto

singular e único, provocará um conjunto de reações de conduta diferenciadas, que influirão as

decisões no processo de transição de carreira.

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Analisar o significado de ser um atleta para estes jovens, nos remete aos estudos de González

Rey (2007) em que o sentido subjetivo e as configurações subjetivas são importantes para

compreender as ações individuais, mas também permitem entender a sociedade numa nova

dimensão:

O sentido subjetivo é a forma pela qual a multiplicidade de elementos presentes na

subjetividade social, assim como todas as condições objetivas de vida do mundo

social, se organizam numa dimensão emocional e simbólica, possibilitando ao

homem e a seus distintos espaços sociais novas práticas que, em seus

desdobramentos e nos processos emergentes que vão se produzindo nesse caminho,

constituem o desenvolvimento humano em todos os seus aspectos, dentro dos novos

contextos de organização social que, por sua vez, participam da definição desses

processos e se transformam no curso dos mesmos (González Rey, 2007, p.20).

Analisando o significado atribuído pelos atletas ao voleibol, observamos que a emoção é

manifestada em frases como “significa tudo, significa fazer valer a pena todo o tempo e suor

dedicado ao esporte que amo” ou significa “fazer por um tempo muito grande uma coisa que

eu amo que é jogar”. Nestas frases encontramos a paixão como um aspecto motivador para o

engajamento e a manutenção da prática esportiva, aspecto apontado em diferentes estudos,

tais como os de Vieira (2011), Brandão et al. (2008), Brandão et al. (2011) e Ferreira &

Brandão (2012).

No esporte Vallerand, Grouzet, Dumais, Grenier & Blanchard (2006) e Vallerand et al.

(2007) definem paixão como uma forte inclinação e desejo acerca de uma atividade que o

indivíduo considera importante e na qual investe tempo e energia, ou seja, para uma atividade

representar paixão ela deve ser significativa na vida da pessoa, algo que ela goste ou ame e

que gaste tempo regularmente em sua execução. Os referidos autores afirmam, ainda, que a

paixão reflete um forte investimento numa determinada atividade, o que implica que o

indivíduo fica comprometido a se engajar nesta atividade de maneira competente.

Em estudo com atletas de voleibol feminino da categoria juvenil, Agnello (2009) apresenta

resultados semelhantes que revelaram que o significado do voleibol está relacionado à paixão

pela prática em si, à expectativa de sucesso através do esforço próprio e dedicação para

enfrentar os desafios e dificuldades.

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Observamos o fato dos atletas não se referirem ao voleibol como um divertimento ou como a

possibilidade de relacionamento social, o que pela idade poderia ser esperado.Talvez pelo fato

de suportarem as demandas do esporte de alto rendimento, tenham um olhar mais focado em

realizações.

Os motivos pelos quais o indivíduo decide participar de um esporte constituem um importante

componente do significado subjetivo desta atividade e, de acordo com Duda (1993), há dois

tipos de motivação:

- a do envolvimento com a tarefa, que se apresenta quando os indivíduos centram seus

esforços no desenvolvimento do desempenho esportivo com competência e na preocupação

com o domínio da tarefa, sendo persistentes, estabelecendo metas adequadas e sendo

motivados para o sucesso, e

- a dos indivíduos orientados para o ego, que são motivados por fatores externos, como o

reconhecimento e o status, demonstrando uma preocupação com a comparação da sua

capacidade com a de outros.

Neste estudo, encontramos atletas que afirmam que o significado do esporte em suas vidas

está relacionado ao reconhecimento social e retorno financeiro demonstrando que, para eles, a

motivação parece estar mais voltada para o ego e para recompensas externas. No entanto, a

maioria demonstra ter motivação para a tarefa através de expressões que mostram a

importância das habilidades psicoemocionais e comportamentais como postura, disciplina e

controle emocional, além das competências como atleta relacionadas à dedicação, foco,

bagagem técnica e tática.

Chamou-nos a atenção o fato de que alguns atletas se referiram a ser jogador como algo

diferente de ser atleta: “ser um jogador de vôlei é ser só mais um no mundo do vôlei, mas

atleta de voleibol é totalmente diferente, o atleta de voleibol é dedicado, focado, adquire uma

bagagem técnica e tática sobre o esporte, tem todas as artimanhas do vôlei”. “ser jogador de

vôlei é para mim saber jogar vôlei, diferente de ser atleta de vôlei onde existe uma rotina de

treinos e jogos, onde a cobrança é muito maior”.

Estas afirmações encontram sentido nos estudos de Milistet et al.(2011), que analisam a

concepção de treinadores experts acerca das etapas de formação desportiva do jogador de

voleibol em longo prazo. Os treinadores deste estudo defendem que os treinamentos das

categorias anteriores à categoria infanto-juvenil (sub 19) devem preparar os atletas para

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dominar todos os fundamentos do jogo e a técnica específica de cada função. A partir daí, o

trabalho técnico deve ser formatado especificamente para a formação do atleta para a posição

que deverá assumir no time, o que exige dele profundo comprometimento com o treino. Isto

significa que os jovens jogadores necessitam investir tempo e esforço para se tornarem atletas

de alto nível. As exigências e cobranças são cada vez maiores e os jovens agora encarados

como "verdadeiros" atletas.

Os atletas da pesquisa se referem ao esporte de maneira muito autocentrada, indicando que o

significado do esporte está no aperfeiçoamento da tática e da técnica, nas questões

relacionadas à própria emoção, no desenvolvimento de habilidades psicoemocionais e de

comportamento e no reconhecimento. Em momento algum, foi mencionada a importância de

outras pessoas, como pais, treinadores ou amigos, revelando que, na concepção desses atletas,

o esporte ocupa lugar central em suas vidas e que o resultado depende estritamente do

empenho de cada um.

O esporte exige um amadurecimento precoce dos atletas, acelerando seu processo de

maturidade emocional, o que é possível através do frequente reconhecimento do significado,

da importância do esporte em suas vidas e da constante busca pelo prazer que a prática

esportiva representa (Epiphanio, 2002).

Contexto esportivo: O voleibol em suas vidas

O centro de treinamento oferece técnicos especializados em cada modalidade, atendimento

médico, atendimento odontológico, atendimento psicológico, assistência social, fisioterapia,

fisiologia, lanches, auxílio transporte, quadras, academia (PORTAL DA PREFEITURA,

2014). Como categoria de base, neste centro de treinamento, os atletas ainda não receberam

benefícios financeiros.

Observamos que o voleibol na vida destes atletas, até o presente momento, apresenta como

ganhos secundários benefícios em relação à saúde, educação, formação para a vida e

amizades, ou seja, o esporte não é apenas uma possibilidade de caminho profissional, mas

parte de uma formação global, podendo ser entendido como um processo dentro do complexo

desenvolvimento humano.

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Uma vez que a grande maioria informou que ainda não obteve retorno financeiro e as

questões que envolvem ganhos de desenvolvimento pessoal e social são apresentadas como

significativas, podemos entender que estas são importantes para permanecerem no esporte

(GOULD et al. 2001; GOULD et al., 2002).

“A participação esportiva dos jovens, independente do seu talento, ocorre numa

etapa decisiva do seu desenvolvimento pessoal e social e não pode deixar de refletir

as incidências particulares desse processo. Assim, na base do sucesso do jovem atleta,

há uma complexa e singular combinação de pré-requisitos biológicos, afetivos e

emocionais que se organizam e são valorizados num dado contexto cultural” (Vieira,

1999, p.23).

Quanto aos problemas enfrentados durante a carreira atlética até então, apenas dois atletas

disseram que as lesões foram motivo para pensar em desistir do esporte e nos chama a atenção

o fato de que 37% relataram ter tido problemas com a comissão técnica.Consideramos esse

um dado importante para ser aprofundado futuramente, uma vez que o técnico, especialmente

nesta faixa etária, é uma figura relevante e de extrema influência na formação esportiva e

global destes jovens. (KREBS et al. 2006; WYLLEMAN et. al., 2004; SAMULSKI, 2009).

Processo

Os atletas deste estudo treinam no centro de esportes da Prefeitura de São Paulo, que visa à

formação de atletas de alto rendimento em diversos esportes olímpicos, participando das

principais competições municipais, estaduais, nacionais e até internacionais (Portal da PMSP,

2014).

Tiveram, em sua maioria, suas experiências iniciais com voleibol na escola e na escolinha de

voleibol, e a maioria relata que o professor de educação física e o técnico de vôlei foram os

responsáveis pela formação inicial e, consequentemente, pelo interesse da criança pelo

esporte. Estes dados nos levam a entender a fundamental importância da escola formal e da

escolinha de esportes no despertar do interesse da criança pelo esporte, na formação esportiva,

na motivação para permanência no esporte e na detecção de talentos e que o professor de

educação física é o primeiro responsável pela iniciação esportiva, fato que também pode ser

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observado em diferentes estudos (ALFERMANN et al., 2004, WYLLEMAN & LAVALLEE,

2003, ALFERMANN & STAMBULOVA, 2007).

O Voleibol, segundo Milistetd et al., 2010, é considerado uma modalidade de especialização

tardia se comparado a outros esportes coletivos, pois a iniciação de prática sistemática ocorre

por volta dos 10 a 12 anos de idade. Em nossos estudos, observamos que o início dos treinos

regulares se deu por volta dos 12 anos e a média de idade em que são federados foi de 14,5

anos, ou seja, na adolescência que é o período no qual Alfermann et al. (2004) apontam como

o momento de maior especialização no esporte.E no voleibol é justamente quando se iniciam

as competições promovidas pela Federação Estadual de Vôlei que já apresentam um caráter

oficial e, consequentemente, passam a ter maior exigência quanto à performance.

A maioria dos atletas começou a ter treinos regulares no clube e centro de treinamentos, dado

também presente nos estudos de Vieira et al. (2003), demonstrando o quanto é necessário que

haja cada vez mais investimento em centros de formação esportiva para que se possam

encontrar crianças e adolescentes com talento e motivação para a prática esportiva.

Quando questionados sobre quem os motivou em suas trajetórias esportivas, a família e

principalmente o pai apareceram como peças importantes nesse processo e, assim como em

nosso estudo, Peres e Lovisollo (2006), Gould et al. (2001) e Gould et al. (2002), também

demonstram que a motivação, os recursos, o encorajamento e o acompanhamento dos pais são

principais aspectos relacionados à influência da família nessa fase.

Observa-se a relação entre a interação do processo com o contexto conforme descrito por

Bronfenbrenner (1996, 2011) uma vez que o contexto familiar e esportivo estão fortemente

interligados e refletem as influências diretas do microssistema no desenvolvimento do atleta.

Contexto Familiar

Observando as relações estabelecidas através do microssistema Bronfenbrenner (1996, 2011)

verificamos que a maioria dos atletas ainda mora com os pais, em famílias com quatro

pessoas em média , incluindo o atleta, e que a maioria não tem necessidade de ajudar

financeiramente a família. Na percepção dos atletas, os pais em geral oferecem apoio total

para a iniciação e permanência no esporte, tanto com relação ao transporte para os treinos,

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apoio financeiro, incentivo para continuar treinando, quanto ao apoio emocional. Estes dados

confirmamdiversos estudos como os de Krebs et al. (2006), Wylleman et al. (2004), Samulski

(2009), Sgoby (2012), que mostraram a importância do contexto familiar, especialmente dos

pais, na permanência do atleta no esporte.

Segundo Willeman et al. (1999), os atletas neste período de transição para a

profissionalização também podem experimentar algum revés quando começam a participar de

competições mais importantes, o nível de exigência e as cobranças por parte da comissão

técnica são cada vez maiores, e eventualmente os resultados nem sempre são os esperados. De

acordo com os autores, os efeitos de tais experiências são geralmente neutralizados pelo real

interesse dos atletas e entusiasmo pelo seu esporte, bem como pela qualidade do apoio

prestado pelos pais, equipe técnica e companheiros de equipe. Os jovens atletas que são

capazes de lidar com essas e outras situações de transição seguem progredindo em sua

carreira enquanto outros, devido a uma falta de habilidades de enfrentamento ou de apoio de

pessoas significativas, podem abandonar o esporte, em favor de, por exemplo, outras

atividades de lazer.

Transição de/na carreira

De acordo com a teoria bioecológica (Bronfenbrenner 1996, 2011), planejar uma carreira

implica em se conhecer através dos atributos pessoais (disposições, recursos e demandas),

avaliar o processo vivido, analisar o contexto pessoal, familiar e esportivo dentro do momento

histórico atual e das perspectivas de futuro.

Observamos que pouco mais da metade dos atletas pretende continuar jogando vôlei após a

categoria infanto-juvenil e, neste estudo, foi detectado que os atletas vivenciam as mesmas

dificuldades apontadas por Brandão & Agresta (2012) e Sgobi, (2012) referentes à falta de

orientação em relação ao planejamento de carreira.

Uma carreira sólida é o resultado da interação dos vários fatores aqui estudados e que para

que seja bem sucedida requer planejamento e, nesta questão, a maioria relata que conversa

sobre este assunto com amigos e com a família. Este resultado nos pareceu preocupante,

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principalmente pelo fato de que ninguém apontou algum membro da equipe técnica como a

pessoa com a qual se elaboram estratégias para um plano de carreira.

Estas dificuldades relativas à falta de orientação profissional parecem as mesmas de mais de

uma década atrás, quando Petipas et al. (1997) citam a treinadora Hubie Brown, que afirma

que um problema muito comum na nossa sociedade é o fato de que pessoas com enorme

potencial acabam mal sucedidas, pois apenas talento e habilidades físicas não são suficientes

para o sucesso de uma carreira se ela não for bem planejada.

Em estudo comparativo entre adolescentes atletas e não atletas, Albion e Fogarty (2005)

observaram que o nível de dificuldade e os conflitos enfrentados no momento da tomada de

decisão de carreira são os mesmos entre todos os adolescentes, e podemos observar neste

estudo que, a apesar de a maioria desejar seguir carreira esportiva, 80% já pensaram em

abandonar o esporte por sentirem que estavam com desempenho abaixo do esperado, seja por

condições físicas, psicológicas, técnicas e/ou táticas, ou por dificuldades em conciliar o

esporte com os estudos/trabalho, por terem tido alguma lesão, ou por falta de apoio familiar.

O voleibol, definitivamente não é a única opção de carreira profissional para estes jovens,

pois a grande maioria planeja ter outra profissão além do esporte. Praticamente todas as

profissões citadas pelos atletas exigem nível universitário: engenharia, história, medicina,

direito, música, moda, arquitetura, administração de empresas e farmácia. Estes resultados

diferem dos encontrados nos estudos de Agresta (2006) realizados com atletas de basquete e

futebol, nos quais se observa que o esporte influenciou diretamente na escolha da nova

carreira profissional (técnicos, auxiliares, comentaristas) e que 66,3% não estudaram durante

a carreira e, não tinham, portanto, outra formação profissional. Neste momento de importantes

decisões na vida, com a enorme gama de possibilidades que a escolha profissional oferece, os

atletas consideram que esforço próprio e oportunidades podem ajudar na passagem da Fase

Amadora para a Fase Profissional, dado que nos permite perceber que o adolescente, neste

momento de transição de carreira, não considera o auxílio de profissionais, equipe técnica

(psicólogo ou outro profissional) para orientação e suporte em suas decisões. Isso se dá, muito

provavelmente pelo fato deles ainda não terem esta experiência e nem cogitarem esta

possibilidade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

À luz dos autores estudados na revisão de literatura e partir dos resultados e da discussão

deste estudo, concluiu-se que o desenvolvimento da carreira atlética exige importantes

decisões de vida justamente na adolescência quando o indivíduo vive as dúvidas naturais da

faixa etária, portanto, é imprescindível que sua formação inicial seja consistente para que as

suas escolhas sepautem em alicerces seguros.

De acordo com o modelo bioecológico de Uri Bronfenbrenner (1996, 2011) os recursos

pessoais, neste caso caracterizados pelo bom nível de escolaridade dos atletas, somado ao

momento histórico em que vivem (tempo), agrega uma série de possibilidades ao contexto da

própria vida e abre uma gama de opções de carreira. Se, por um lado, o leque de

oportunidades de escolha profissional abre as portas de um universo fascinante, por outro,

gera uma indecisão que pode desestabilizar emocionalmente o jovem.

O microssistema, caracterizado pela influência dos pais, técnicos e professores no

desenvolvimento da carreira esportiva desde as fases iniciais até o momento de vida atual dos

atletas deste estudo, apareceu como muito intenso e pode ter importância significativa nas

decisões no decorrer da trajetória atlética.

Tornar-se atleta requer escolha profissional precoce, renúncias, sonhos, saber lidar com

frustração e ainda ter motivação, além de enfrentar as dificuldades físicas onde apenas os mais

altos e fisicamente capazes conseguirão passar no funil do esporte amador para o profissional.

O significado implícito do voleibol traz à tona a subjetividade envolvida na prática do esporte

e compreender a emoção e os sentimentos atribuídos por cada atleta pode ser de fundamental

importância para a elaboração de um plano de preparação psicológica que vise dar suporte às

suas necessidades, incluindo a decisão de permanecer ou não no esporte, ou de qual caminho

seguir caso deseje permanecer no esporte.

Esta pesquisa revela o grande valor atribuído pelos atletas à prática do esporte, ao sentimento

de respeito e o compromisso necessários para que se seja considerado atleta, a paixão como

forma de validação da extrema dedicação e a força interior de controle das emoções e exterior

de aplicação da tática e da técnica como forma a potencializar o desempenho.

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A partir deste estudo, pode-se recomendar o desenvolvimento de pesquisas complementares

ao tema, tais como estudos comparativos entre outros centros de treinamento, interculturais e

intermodalidades com atletas na mesma faixa etária; estudos longitudinais que identifiquem

quais as facilidades e dificuldades encontradas por atletas cuja carreira esportiva atingiu a

profissionalização; estudos longitudinais que identifiquem quais as facilidades e dificuldades

encontradas por atletas cuja carreira esportiva não atingiu a profissionalização; estudos que

enfoquem o ponto de vista dos treinadores acerca do planejamento da carreira do jovem

atleta; estudos que enfoquem o ponto de vista da família sobre a carreira esportiva.

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ANEXOS

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ANEXO 1

QUESTIONÁRIO ATLETAS

A – Dados gerais e escolaridade

NÚMERO: ____

Data de nascimento:______/_____/______

Local de nascimento: Cidade:______________________________Estado:_____

Você é federado? ( ) sim ( ) não .

Com quantos anos você se federou?_________________

1. Onde você mora atualmente?

( ) Na casa dos meus pais ( ) Na casa de outros parentes

( ) Em outro lugar. Qual?_____________________________________________

2. Você está estudando? ( ) Sim ( ) Não

Até que série escolar você cursou ou que série está cursando?

( ) Ensino fundamental incompleto: _______ série

( ) Ensino fundamental completo

( ) Ensino médio incompleto : ________ano.

( ) Ensino fundamental completo

( ) Cursando superior :Curso:___________________________________ano:____

B – Formação esportiva inicial

3. Onde você aprendeu a jogar vôlei?

( ) Colégio ( ) Escolinha de vôlei ( ) Em casa

( ) Em outro lugar Qual?____________________

4. Com quantos anos você começou a ter treinos regulares?_____anos

Onde ?( ) Colégio ( ) Clube ( ) Centro de esportes ( ) Escolinha

( ) Em outro lugar . Qual?_____________________________________________

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5. Quem te ensinou inicialmente a jogar vôlei?

( ) pessoa da minha família

( ) técnico

( ) amigos

( ) professor de educação física

( ) Outra pessoa. Quem?____________________________________________

6. Quem te motivou a jogar vôlei?

( ) pai ( ) mãe( ) técnico( ) professor( ) ninguém( ) Outra pessoa.

Quem?______________________________________

C – Contexto familiar e social

9. Quantas pessoas moram na sua casa (contando você)?___________

10. Até que série escolar seu pai estudou?

( ) Ensino fundamental incompleto: __________ série

( ) Ensino fundamental completo

( ) Ensino médio incompleto : _____________ ano.

( ) Ensino médio completo.

( ) Superior : ( ) completo ( ) incompleto - Curso:_______________________

11. Até que série escolar sua mãe estudou?

( ) Ensino fundamental incompleto: __________ série

( ) Ensino fundamental completo

( ) Ensino médio incompleto : _____________ ano.

( ) Ensino médio completo.

( ) Superior : ( ) completo ( ) incompleto - Curso:________________________

7. Quantos dias por semana você treina?_______ Quantas horas por dia?________

8. Você já participou de alguma seletiva para a seleção de seu Estado?

( ) Sim ( ) Não. Caso tenha respondido “sim”, em que ano(s) ?_____________

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12. Você precisou mudar da casa dos seus pais para jogar vôlei? ( ) Sim ( ) Não. Caso

tenha respondido “sim”, com que idade?_______ano(s)

Porquê?___________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________

13. Qual grau de apoio que seus pais lhe oferecem com relação aos aspectos

abaixo? Avalie de acordo com o seguinte quadro:

1. Nenhum 2. Pouco 3. Razoável 4. Muito 5. Total

( ) Transporte para treinos e jogos

( ) Apoio financeiro

( ) Incentivo a continuar treinando

( ) Apoio emocional em situações difíceis (contusões, dispensas, etc.)

D. Contexto do voleibol

14. Com relação aos itens a seguir, indique de acordo com a tabela abaixo qual grau

de benefício que você obteve até hoje através do vôlei.

0. Nenhum 1. Pouco 2. Razoável 3. Muito 4. Total

( ) Status social/ fama

( ) Saúde

( ) Educação

( ) Formação para a vida

( ) Condições financeiras

( ) Amizades

15. Com qual frequência você já enfrentou no vôlei os problemas abaixo? Marque de

acordo com a tabela:

0. Nenhuma 1. Pouca 2. Alguma 3 .Muita 4. Sempre

( ) Contusões, lesões.

( ) Falta de estrutura do clube (condições de treinamento)

( ) Dificuldades nos estudos

( ) Problemas de relacionamento com a comissão técnica

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( ) Falta de apoio financeiro

( ) Falta de apoio da equipe técnica

( ) Problemas de relacionamento com dirigentes

( ) Problemas de relacionamento com outros atletas

( ) Distância da família

( ) Indisciplina

( ) Outro (especifique):

16. Na sua visão como você avalia o contexto do voleibol no Brasil. Marque de acordo

com a tabela:

0.péssimo 1.ruim 2.regular 3.muito bom 4.excelente

( ) Sucesso

( ) Retorno financeiro

( ) Viajar e conhecer outros lugares

( ) Rotina de treinos

( ) Contato com os colegas

( ) Reconhecimento social e fama

( ) Satisfação pessoal

( ) Outro (especifique):

17.Como você percebe a relação de seus familiares com seu esporte?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

18. Em sua opinião, qual a expectativa da família em relação a seu futuro?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

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E – Planejamento da carreira

19. O que significa para você ser um jogador de vôlei?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

20. Você pretende seguir a carreira de jogador de vôlei após o infanto-juvenil?

( ) Sim ( ) Não

SE VOCÊ PRETENDE SEGUIR A CARREIRA DE JOGADOR DE VÔLEI APÓS O

INFANTO-JUVENIL RESPONDA AS QUESTÕES A SEGUIR, SE NÃO PRETENDE, PODE

PARAR POR AQUI:

21. Considerando os fatores abaixo, qual é o grau de suas expectativas em relação

à profissão de jogador de vôlei? Responda de acordo com a tabela:

0. Nenhuma 1. Pouca 2. Razoável 3. Muita 4. Total

( ) Financeira (ganhar dinheiro)

( ) Pessoal / auto-realização (jogar por prazer)

( ) Familiar (ajudar minha família)

( ) Social / status (fazer sucesso, ser famoso)

( ) Excelência / Competência (ser um jogador de alto nível)

( ) Outra (especifique):

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22. Você conversa com alguém sobre o planejamento de sua carreira no vôlei?

( )Sim ( )Não. Se sim quem? ________________________________________

23. Hoje você precisa ajudar financeiramente nas despesas da família?

( ) Sim ( ) Não

24. Considerando a resposta anterior, você acha que isso interfere na sua decisão de

permanecer jogando vôlei? ( ) Sim ( ) Não

25. Há outros fatores ainda que pudessem te ajudar na passagem da Fase Amadora para a

Fase Profissional? Quais?___________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

F.Término de carreira

26. Você acha que a continuação dos estudos pode interferir na sua carreira enquanto

atleta?

( ) Sim ( ) Não.

Se sim, de que maneira interferem?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

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27. Alguma vez pensou em abandonar a carreira.? ( ) Sim ( ) Não

Se pensou por quê?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

MUITO OBRIGADA PELA SUA PARTICIPAÇÃO!

|

28 .Hoje, você planeja ter outra profissão depois que parar de jogar vôlei?

( ) Sim ( ) Não. Qual?__________________________________________

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ANEXO 2

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TÍTULO DA PESQUISA: TRANSIÇÃO DE CARREIRA ESPORTIVA

EM ATLETAS DE VOLEIBOL MASCULINO INFANTO JUVENIL

RESPONSÁVEL

Eu,_______________________________________________________________________, data de

nascimento: ____/_____/_________, documento de identidade

tipo:___________________________ n° _____________________________,

endereço:_______________________________________________________________,

telefone:___________________________e-mail:________________________________

abaixo assinado , responsável pelo atleta

____________________________________________________________________________ dou

meu consentimento livre e esclarecido para sua participação como voluntário do projeto de pesquisa

TRANSIÇÃO DE CARREIRA ESPORTIVA EM ATLETAS DE VOLEIBOL MASCULINO INFANTO JUVENIL, sob

responsabilidade da pesquisadora Adriana Justino e da orientadora Maria Regina Ferreira Brandão,

da Instituição de ensino Universidade São Judas Tadeu, Curso de Pós Graduação Stricto Sensu em

Educação Física.

Assinando este Termo de Consentimento, estou ciente de que:

1. Essas informações estão sendo fornecidas para participação voluntária neste estudo, que visa

investigar a TRANSIÇÃO DE CARREIRA ESPORTIVA EM ATLETAS DE VOLEIBOL MASCULINO INFANTO

JUVENIL.

2. O atleta irá responder a um questionário, com a finalidade de se obter dados sobre a carreira

esportiva e o momento da transição na categoria infanto-juvenil.

3. O pesquisador se compromete em utilizar as informações obtidas pelos questionários somente

para esta pesquisa.

4. O procedimento para este estudo apresenta risco mínimo de constrangimento pelo teor das

perguntas, mas caso o atleta não me sinta à vontade poderá interromper a qualquer momento sua

participação na pesquisa e retornar se tiver interesse

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5. As informações obtidas serão tratadas de forma confidencial e não haverá a identificação de

nenhum dos participantes.

6. O atleta tem o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais das pesquisas,

quando em estudos abertos, ou de resultados que sejam do conhecimento dos pesquisadores.

7 . Os resultados gerais obtidos por meio da pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os

objetivos do estudo exposto acima, incluída sua ampla publicação na literatura científica

especializada.

8. Não há despesas pessoais para o atleta em qualquer fase do estudo. Também não há

compensação financeira relacionada à sua participação. Toda e qualquer despesa será de

responsabilidade dos pesquisadores.

9. Em qualquer etapa do estudo, terei acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa para

esclarecimento de eventuais dúvidas, sendo eles:

• Psicóloga Adriana Justino, que pode ser encontrada no endereço: COTP -Av. Ibirapuera, 1315

– Indianópolis – S.P.

• Prof. Dra. Maria Regina Ferreira Brandão .

9. Poderei contatar o comitê de ética em pesquisa da Universidade São Judas Tadeu para apresentar

recursos ou reclamações em relação à pesquisa através do telefone: (11) 2799-1946.

Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados,

seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes.

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas

para mim, descrevendo o estudo “TRANSIÇÃO DE CARREIRA ESPORTIVA EM ATLETAS DE VOLEIBOL

MASCULINO INFANTO JUVENIL”.

Concordo voluntariamente que o atleta

_____________________________________________________________________________ em

participe deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou

durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter

adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço.

Este termo de consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e a

outra com o pesquisador.

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- 84 -

-------------------------------------------------

Assinatura do responsável Data / /

(Somente para o responsável do projeto)

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste

participante para a participação neste estudo.

-------------------------------------------------------------------------

Assinatura do responsável pelo estudo Data / /

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- 85 -

ANEXO 3

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TÍTULO DA PESQUISA: TRANSIÇÃO DE CARREIRA ESPORTIVA

EM ATLETAS DE VOLEIBOL MASCULINO INFANTO JUVENIL

ATLETA

Eu,_______________________________________________________________________, data de

nascimento: ____/_____/_________, documento de identidade

tipo:___________________________ n° _____________________________,

endereço:_______________________________________________________________,

telefone:___________________________e-mail:________________________________

abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário do

projeto de pesquisa TRANSIÇÃO DE CARREIRA ESPORTIVA EM ATLETAS DE VOLEIBOL MASCULINO

INFANTO JUVENIL , sob responsabilidade da pesquisadora Adriana Justino e da orientadora Maria

Regina Ferreira Brandão, da Instituição de ensino Universidade São Judas Tadeu, Curso de Pós

Graduação Stricto Sensu em Educação Física.

Assinando este Termo de Consentimento, estou ciente de que:

1. Essas informações estão sendo fornecidas para minha participação voluntária neste estudo, que

visa investigar a TRANSIÇÃO DE CARREIRA ESPORTIVA EM ATLETAS DE VOLEIBOL MASCULINO

INFANTO JUVENIL.

2. Irei responder a um questionário com a finalidade de se obter dados sobre a carreira esportiva e o

momento da transição na categoria infanto-juvenil.

3. O pesquisador se compromete a utilizar as informações obtidas pelos questionários somente para

esta pesquisa.

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4. O procedimento para este estudo apresenta risco mínimo de constrangimento pelo teor das

perguntas, mas caso eu não me sinta à vontade poderei interromper a qualquer momento minha

participação na pesquisa e retornar se tiver interesse

5. As informações obtidas serão tratadas de forma confidencial e não haverá a identificação de

nenhum dos participantes.

6. Tenho direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais das pesquisas, quando em

estudos abertos, ou de resultados que sejam do conhecimento dos pesquisadores.

7 . Os resultados gerais obtidos por meio da pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os

objetivos do estudo exposto acima, incluída sua ampla publicação na literatura científica

especializada.

8. Não há despesas pessoais para mim em qualquer fase do estudo. Também não há compensação

financeira relacionada à minha participação. Toda e qualquer despesa será de responsabilidade dos

pesquisadores.

9. Em qualquer etapa do estudo, terei acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa para

esclarecimento de eventuais dúvidas, sendo eles:

Psicóloga Adriana Justino, que pode ser encontrada no endereço: COTP -Av. Ibirapuera, 1315

– Indianópolis – S.P.

Prof. Dra. Maria Regina Ferreira Brandão .

9. Poderei contatar o comitê de ética em pesquisa da Universidade São Judas Tadeu para apresentar

recursos ou reclamações em relação à pesquisa através do telefone: (11) 2799-1946.

Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados,

seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes.

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas

para mim, descrevendo o estudo “TRANSIÇÃO DE CARREIRA ESPORTIVA EM ATLETAS DE VOLEIBOL

MASCULINO INFANTO JUVENIL”.

Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a

qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer

benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço.

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- 87 -

Este termo de consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e a

outra com o pesquisador.

-------------------------------------------------

Assinatura do voluntário Data / /

(Somente para o responsável do projeto)

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste

participante para a participação neste estudo.

----------------------------------------------------------------------

Assinatura do responsável pelo estudo Data / /

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ANEXO 4

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ANEXO 5

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ANEXO 6

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ANEXO 7

Quadro 1. Matriz da Análise de dados

Dados gerais

Local de

nascimento

Nível de

escolaridade

Disposições

Significado

atribuído ao

esporte

Disposição para

seguir carreira

Disposição para

abandono de

carreira

Recursos:

Planejamento da

carreira esportiva

Grau de

expectativas

Demandas:

Ajuda

financeiramente a

família

Capacidades e

habilidades para o

esporte

Fatores que

auxiliam a

transição

Pessoa Processo Tempo

Formação esportiva

inicial:

Local de

aprendizagem

Idade de início

Influência de

terceiros para

início

Processo de

desenvolvimento da

carreira esportiva do

início à fase atual

Término de carreira

Contexto

Familiar

Genealogia

familiar

Escolaridade

familiar

Apoio

parental

Relação da

família com o

esporte

Expectativas

da família

com o esporte

Esportivo:

Contexto do

voleibol no

centro de

esportes e no

Brasil

Benefícios

adquiridos

com a prática

Problemas

enfrentados

na prática

Tempo Vital

Adolescência

Tempo esportivo

Transição da

categoria

infanto

juvenil para

a categoria

juvenil.