universidade sÃo judas tadeu - usjt.br · quanto aos comportamentos dos atletas frente às...

135
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESTRESSE: SIGNIFICADOS E CONDIÇÕES QUE INTERFEREM NO DESEMPENHO DE ATLETAS DE VOLEIBOL DE AMBOS OS SEXOS ROBERTA RIBEIRO VIEIRA São Paulo 2011

Upload: phungkhanh

Post on 17-Dec-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

ESTRESSE: SIGNIFICADOS E CONDIÇÕES QUE INTERFEREM NO

DESEMPENHO DE ATLETAS DE VOLEIBOL DE AMBOS OS SEXOS

ROBERTA RIBEIRO VIEIRA

São Paulo

2011

Page 2: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

ESTRESSE: SIGNIFICADOS E CONDIÇÕES QUE INTERFEREM NO

DESEMPENHO DE ATLETAS DE VOLEIBOL DE AMBOS OS SEXOS

ROBERTA RIBEIRO VIEIRA

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da

Universidade São Judas Tadeu como requisito

parcial para a obtenção do título de Mestre em

Educação Física.

Linha de pesquisa: Bases pedagógicas e

psicológicas do esporte.

Orientadora: Profª. Dra. Maria Regina

Ferreira Brandão.

São Paulo

2011

Page 3: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

iii

Vieira, Roberta Ribeiro

Estresse : significados e condições que interferem no

desempenho de atletas de voleibol de ambos os sexos / Roberta

Ribeiro Vieira. - São Paulo, 2011.

122 f. : il., fig. ; 30 cm.

Orientador: Maria Regina Ferreira Brandão

Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São

Paulo, 2011.

1. Esporte – aspectos psicológicos 2. Voleibol - atletas I. Vieira,

Roberta Ribeiro II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de

Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III. Título

CDD – 796.325 Ficha catalográfica: Elizangela L. de Almeida Ribeiro - CRB 8/6878

Page 4: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

Aos meus pais, pois sem eles nada disso seria possível...

Page 5: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, “(...) Te ter é a maior diferença em mim...”.

Agradeço aos meus pais: Vitalina e Danilo, pelos vários sacrifícios feitos durante o

caminho. Agradeço também minha irmã Renilce e minha sobrinha Gabriela. Vocês são minha

vida! Obrigada pela educação, pelo caráter, pela formação e principalmente pelo amor

incondicional.

Agradeço ao meu namorado Iderval, obrigada por entender minha ausência e por estar

ao meu lado nos momentos mais difíceis desse caminho.

Em especial, gostaria de agradecer a:

Minha orientadora Profª. Dra. Maria Regina Ferreira Brandão pela paciência, pelo

entusiasmo, pela perseverança e principalmente pelo exemplo.

Todos os atletas e comissões técnicas, sem o apoio de vocês, este estudo não seria

uma realidade.

Meus novos amigos: Simone Bighetti, Wesley, Hugo, Kátia, Micheli e demais

amigos do mestrado. Foi fundamental contar com a amizade de vocês.

Professora Bia (New Age – curso de inglês) pela disposição, cooperação e

aprendizado. Teacher, thank you !!!

Todos os professores da Universidade São Judas Tadeu, em especial, a Profª. Dra.

Claudia Borim, hoje vocês são os “culpados” por mais essa conquista.

Todos os funcionários da Universidade, em especial, a secretária Simone.

Todos os amigos: Camila, Luciana, Marcelo, Zoraide, Elizabeth Gonzalez,

Edcarmen, Ana Rosa, Ângela, Ariana, Welder, Ana Maria, Rosana, Evelyn,

Fernanda, Gisele, sem a compreensão e a “mãozinha” de vocês, nada disso aqui

seria possível.

Se eu esqueço alguém, perdão! A cabeça falha, mas o coração não...

A todos vocês: “Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, pois cada pessoa é

única e nenhuma substitui a outra. Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, mas não

veio só, nem nos deixa só. Levam um pouco de nós, e deixam um pouco de si... Há os que

muito levam, mas não há os que nada deixam. Esta é a maior responsabilidade de nossa vida,

é a prova evidente de que duas pessoas não se encontram por acaso” (Antonie de Saint

Exupéry).

Page 6: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

“Quanto mais as pessoas acreditam em uma coisa,

quanto mais se dedicam a ela, mais podem influenciar

no seu acontecimento.”

Dov Éden

Page 7: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... viii

LISTA DE TABELAS ........................................................................................................ ix

LISTA DE ANEXOS ........................................................................................................... x

RESUMO ........................................................................................................................... xi

ABSTRACT ...................................................................................................................... xii

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 01

1.2 Objetivos ....................................................................................................................... 06

1.2.1 Objetivo geral ............................................................................................................. 06

1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 06

1.2.3 Justificativa ................................................................................................................. 07

CAPÍTULO 2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................. 09

2.1 Estresse psicológico: conceito, causas e consequências ................................................. 09

2.2 Estresse e sua relação com o esporte .............................................................................. 14

2.3 Estresse e Voleibol ........................................................................................................ 18

CAPÍTULO 3 MÉTODO ................................................................................................... 22

3.1 Princípios norteadores do estudo ................................................................................... 22

3.2 Amostra ........................................................................................................................ 22

3.3 Instrumentos ................................................................................................................. 23

3.4 Procedimentos ............................................................................................................... 24

3.5 Análises dos dados ........................................................................................................ 25

CAPÍTULO 4 RESULTADOS .......................................................................................... 28

4.1 Da amostra total ............................................................................................................ 28

4.1.1 Resultados quanto as condições gerais de estresse ...................................................... 28

4.1.2 Resultados quanto aos comportamentos mais adotados frente às situações típicas de um

jogo de voleibol .................................................................................................................. 31

4.1.3 Resultados quanto ao significado do voleibol ............................................................. 33

4.1.3.1 Das categorias de discursos para a amostra total ...................................................... 34

4.1.4 Resultados quanto à relação entre o significado do voleibol e as condições gerais de

estresse ............................................................................................................................... 38

4.2 Quanto ao gênero ........................................................................................................... 41

4.2.1 Resultados quanto as condições gerais de estresse por gênero ..................................... 41

4.2.2 Resultados quanto aos comportamentos adotados frente às situações típicas de um jogo

de voleibol por gênero ......................................................................................................... 43

Page 8: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

4.2.3 Resultados quanto ao significado do voleibol por gênero ............................................ 47

4.2.4 Resultados quanto à relação entre o significado do voleibol e as condições gerais de

estresse por gênero .............................................................................................................. 48

4.3 Quanto à categoria de jogo ............................................................................................. 58

4.3.1 Resultados quanto as condições gerais de estresse por categoria de jogo ..................... 58

4.3.2 Resultados quanto aos comportamentos adotados frente às situações típicas de um jogo

de voleibol por categoria de jogo ......................................................................................... 60

4.3.3 Resultados quanto ao significado do voleibol por categoria de jogo ............................ 63

4.3.4 Resultados quanto à relação entre o significado do voleibol e as condições gerais de

estresse ............................................................................................................................... 64

4.4 Quanto às posições de jogo ............................................................................................ 73

4.4.1 Resultados quanto as condições gerais de estresse por posições de jogo ...................... 73

CAPÍTULO 5 DISCUSSÃO .............................................................................................. 79

5.1 Quanto as condições gerais de estresse ........................................................................... 79

5.2 Quanto aos comportamentos mais adotados frente às situações típicas de um jogo de

voleibol ................................................................................................................................ 84

5.3 Quanto ao significado do voleibol .................................................................................. 87

5.4 Quanto à relação entre o significado do voleibol e as condições gerais de estresse .......... 90

CAPÍTULO 6 CONCLUSÃO ............................................................................................ 95

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 99

ANEXOS .......................................................................................................................... 109

Page 9: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

viii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Mecanismo do estresse segundo adaptação dos estudos de Lazarus (1993), Cruz

(1996), Brandão (2000), Brandão et al. (2006), Lazarus (2006) e Brandão, Pires e Marques

(2008) ................................................................................................................................. 11

FIGURA 2 - Relação demandas, recursos (Adaptação de Lazarus, 2006b) ......................... 13

FIGURA 3 - O mecanismo do estresse adaptado da abordagem cognitiva, motivacional e

relacional de Lazarus (1993), Lazarus e Lazarus (1994), Cruz (1996) e Lazarus (2006b) ..... 15

Page 10: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

ix

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Caracterização dos participantes em função do gênero .................................. 23

TABELA 2 – Caracterização dos participantes em função da categoria de jogo ................... 23

TABELA 3 – Caracterização dos participantes em função da posição de jogo ..................... 23

TABELA 4 – Condições gerais de estresse (amostra total) ................................................. 28

TABELA 5 – Ranqueamento dos itens com maiores e menores médias .............................. 30

TABELA 6 – Comportamentos mais adotados frente às situações típicas de um jogo de

voleibol (amostra total) ....................................................................................................... 32

TABELA 7 – Concordância entre os juízes em cada categoria de discursos ........................ 34

TABELA 8 – Frequência de respostas sobre o significado do voleibol em cada categoria de

discursos (amostra total) ...................................................................................................... 37

TABELA 9 – Relação entre as condições gerais de estresse e as categorias do significado do

voleibol (amostra total) ....................................................................................................... 38

TABELA 10 – Média, desvio padrão e análise estatística das condições gerais de estresse em

função do gênero ................................................................................................................. 42

TABELA 11 – Comportamentos frente às situações típicas de um jogo de voleibol (gênero

feminino) ............................................................................................................................ 44

TABELA 12 – Comportamentos frente às situações típicas de um jogo de voleibol (gênero

masculino) .......................................................................................................................... 46

TABELA 13 – Frequência de respostas sobre o significado do voleibol em cada categoria de

discursos por gênero e o teste do Qui-quadrado ................................................................... 48

TABELA 14 – Relação entre o significado do voleibol e as condições gerais de estresse para

o gênero feminino ............................................................................................................... 49

TABELA 15 – Relação entre o significado do voleibol e as condições gerais de estresse para

o gênero masculino ............................................................................................................ 54

TABELA 16 – Média, desvio padrão e análise estatística das condições gerais de estresse em

função das categorias de jogo .............................................................................................. 59

TABELA 17 – Comportamentos frente a situações típicas de um jogo de voleibol (categoria

adulto) ................................................................................................................................ 61

TABELA 18 – Comportamentos frente a situações típicas de um jogo de voleibol (categoria

juvenil) ............................................................................................................................... 63

TABELA 19 – Frequência de respostas sobre o significado do voleibol em cada categoria de

discursos por categoria de jogo e o teste do Qui-quadrado .................................................... 64

TABELA 20 – Relação entre o significado do voleibol e as condições gerais de estresse para

a categoria adulto ................................................................................................................ 65

TABELA 21 – Relação entre o significado do voleibol e as condições gerais de estresse para

a categoria juvenil ................................................................................................................ 70

TABELA 22 – Condições gerais de estresse em função da posição de jogo ........................ 74

Page 11: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

x

LISTA DE ANEXOS

ANEXO 1 - Questionário de caracterização dos participantes ........................................... 110

ANEXO 2 - Versão adaptada do teste de efeito das condições gerais de estresse sobre o

desempenho ...................................................................................................................... 111

ANEXO 3 - Questionário composto pela pergunta aberta ................................................. 113

ANEXO 4 - Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) ..................................... 114

ANEXO 5 - Testes de normalidade “Kolmogorov-Smirnov” ............................................ 115

Page 12: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

xi

RESUMO

As especificidades do voleibol, associadas ao modo como os indivíduos interpretam esta

modalidade esportiva, além dos fatores pessoais, situacionais e sociais inerentes à sua prática,

tornam esse contexto propício para a manifestação do estresse. Assim, o objetivo deste estudo

foi investigar a relação entre a percepção sobre o significado do voleibol e determinadas

condições de estresse que operam sobre o desempenho esportivo em atletas de ambos os

sexos. Para tanto, foram avaliados 69 atletas, de ambos os sexos, integrantes de equipes que

participaram de competições estaduais e nacionais no período de 2009/2010. Os atletas foram

avaliados através de um questionário de dados biográficos, uma versão adaptada do Teste de

Efeito das Condições Gerais de Estresse sobre o Desempenho proposto por Teipel (1993) e

um questionário composto por uma pergunta que permitia respostas abertas: “O que significa

o voleibol para você?”. Basicamente os dados foram tratados por meio de análise descritiva,

além de ter sido utilizada a frequência de respostas e os testes de Kolmogorov-Smirnov, Mann

Whitney, Kruskal Wallis e o Qui-quadrado. Para a análise do questionário composto pela

pergunta aberta foram utilizados os procedimentos de Análise de Conteúdo propostos por

Miles e Huberman (2002). Os resultados encontrados revelaram que os fatores considerados

estressantes compõem três grandes grupos, sendo, aspectos pessoais, aspectos que envolvem o

relacionamento entre a própria equipe ou com pessoas significativas e os aspectos

relacionados à organização e ao ambiente esportivo. Verificamos ainda que os aspectos

negativos estão centrados em questões pessoais, enquanto que os aspectos positivos se

concentram em torno do relacionamento entre a própria equipe ou com pessoas significativas.

No que diz respeito ao gênero e as categorias de jogo verificamos que os homens se

mostraram mais suscetíveis ao fenômeno do estresse, enquanto que os atletas adultos e

juvenis se mostraram mais suscetíveis às situações de conflito com pessoas tidas como

significativas para os mesmos. Em relação às posições de jogo verificamos que os atletas que

desempenham a função de central se diferenciam dos demais na percepção do estresse.

Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi

interessante notar que independemente do gênero ou da categoria de jogo o comportamento de

não se importar com a equipe adversária foi uma constante. Sobre o significado que os atletas

atribuem ao voleibol observamos que para amostra total, o voleibol representa emoção, meio

de vida, desenvolvimento de capacidades e interação social, respectivamente. Enquanto

homens e mulheres apontaram aspectos emocionais como os principais motivadores por seu

engajamento e manutenção da prática esportiva, os atletas adultos e juvenis apontaram a

questão emocional, o desenvolvimento profissional e o sustento financeiro como os principais

significados para o voleibol. Isso nos leva a considerar que o significado pessoal que o atleta

atribui ao voleibol pode em parte explicar quais situações tem maior potencial para se

tornarem estressantes, do mesmo modo que, podem-se identificar quais delas se constituem

como aspectos positivos para o desempenho, sendo, portanto, passíveis de serem estimuladas

para melhorar o rendimento esportivo de cada atleta.

Palavras-chave: Estresse, Significados, Voleibol, Psicologia do Esporte.

Page 13: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

xii

ABSTRACT

The specifics of volleyball related to how people interpret the sport in addition to personal

factors, situational and inherent in its social practice, make this environment conducive to the

manifestation of stress. The purpose of this study was to investigate the relationship between

the perception of the meaning of volleyball and certain stress conditions that operate on sports

performance in athletes of both sexes. We evaluated 69 athletes of both sexes who were

members of teams that participated in state and national competitions in the 2009/2010

period. Athletes were assessed using a biodata questionnaire, an adapted version of the Test

Conditions Effect of Stress on Performance proposed by Teipel (1993) and a questionnaire

with the open-ended question: “What does volleyball mean to you?” The data was analyzed

through descriptive analysis, and the frequency response tests of Kolmogorov-Smirnov, Mann

Whitney, Kruskal Wallis and Chi-Square. The open-ended question was composed using

content analysis procedures proposed by Miles and Huberman (2002). The results showed

that the factors considered stressful comprise three main groups, personal issues, issues

involving the relationship between the team itself or with significant others, and the

organization and sports environment. We found that the negative aspects are focused on

personal issues, while the positives are concentrated around the relationship between the team

itself or with significant others. With respect to gender and the categories of game we found

that men were more susceptible to the phenomenon of stress, while adult and juvenile athletes

were more susceptible to conflict with people perceived as significant to them. We found that

athletes who play the central role are different from others with respect to perception of stress.

It‟s interesting to note that regardless of the genre or category of game, the conduct of the

athletes ahead of the typical situations of a volleyball game were not concerned with the

opposing team. About the meanings that players attach to volleyball, we found that for the

total sample, volleyball represents emotion, livelihood, skill development and interaction,

respectively. While men and women indicated emotional aspects as the main motivators for

their commitment and maintenance of sports, adult and juvenile athletes indicated emotional

issue, professional development and financial support as main meanings for volleyball. This

leads us to believe that the personal significance that attaches to the volleyball athlete may

partly explain situations which have greater potential to be stressful. In the same way one can

identify which of them are positive aspects to performance and likely to improve sports

performance of each athlete.

Keywords: Stress, Meanings, Volleyball, Sports Psychology.

Page 14: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

1

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

Desde muito cedo, o ambiente esportivo sempre fez parte do meu dia a dia. Foram as

aulas de Educação Física Escolar que me levaram a conhecer o voleibol. Lá por volta do ano

de 1995, quando estava na 5ª série do Ensino Fundamental, fui convidada pela professora da

escola para participar de uma escolinha de voleibol. Aceitado o convite, iniciei meus

treinamentos e com eles também se iniciou minha paixão por esse esporte. Durante vários

anos atuei como atleta amadora, em campeonatos locais e regionais. Conheci vários lugares,

fiz vários amigos, tive muitas experiências boas graças ao voleibol. Graças também a este

esporte, mais tarde, ingressei na faculdade de Educação Física.

A faculdade de Educação Física representou o caminho para continuar próxima a esse

esporte e apresentá-lo a outras pessoas. No 3º ano da faculdade, comecei a trabalhar com

iniciação ao voleibol. Ao longo deste trabalho observei os comportamentos dos atletas e

encontrei algumas semelhanças com o meu próprio comportamento. Assim, a partir da

vivência como atleta amadora e, posteriormente, como treinadora, me deparei, muitas vezes,

com algumas situações que me deixavam intrigada. Questionava o porquê de alguns atletas

oscilarem entre rendimentos elevados nos treinamentos e rendimentos inferiores em

competições ou, ao contrário, rendimentos elevados em competições e inferiores nos

treinamentos. Além do mais, questionava porque em situações competitivas semelhantes,

alguns atletas desenvolviam comportamentos e rendimentos diferentes.

A partir dessas indagações, passei a pesquisar sobre o assunto, recorrendo a Psicologia

do Esporte como um meio para tentar encontrar respostas a esses questionamentos. Foi no

último ano da graduação (2005), que elaborei um trabalho de conclusão de curso, sob

orientação do Profº. Dr. Roberto Tadeu Iaochite, que versava sobre o que era mais pesquisado

na área da Psicologia do Esporte em periódicos e congressos nacionais, no período de 1999 a

2004. Com a realização deste trabalho, percebi que muitos são os fatores que podem

contribuir para o bom desempenho esportivo de um atleta e de uma equipe esportiva ou

interferir negativamente em seu desempenho. Sobretudo, constatei que um dos temas mais

estudados e que é apontado como um fator psicológico preponderante para o bom

desempenho esportivo é o estresse (VIEIRA e IAOCHITE, 2006).

O estresse pode ser entendido a partir de duas perpesctivas, uma biológica e outra

psicológica. Na perspectiva biológica o estresse é definido como o conjunto de reações

Page 15: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

2

metabólicas e viscerais provocadas no organismo por agentes agressores variados, no qual

estes agentes põem em perigo o equilíbrio de uma pessoa (MONAHAN, 1986).

Um dos primeiros estudiosos a investigar o estresse nessa perspectiva, foi o médico

britânico Hans Selye. Em 1936, Selye utilizou esse termo para designar a resposta geral e

inespecífica do organismo a um estímulo nocivo ou a uma situação estressante (BRANDÃO,

2000; MARGIS et al., 2003; LIMA, 2005). Para ele, essa resposta do organismo gerava um

processo bioquímico denominado de Síndrome da Adaptação Geral, composto por três

estágios: alarme, resistência e exaustão. No primeiro estágio, o de alarme, o organismo

reconhece e reage ao(s) estressor(es). Há um aumento da secreção de adrenalina, que produz

diversas manifestações sistêmicas, distúrbios fisiológicos e psicológicos. Na fase de

resistência, o organismo contra-ataca os efeitos nocivos do estressor, através de um processo

interno que envolve alterações hormonais e bioquímicas cujo objetivo é restabelecer o estado

de equilíbrio. Quando um organismo fica sob efeito do estresse por um período, alcança o

terceiro estágio, o de exaustão. Neste ponto, o seu sistema de defesa é sobrecarregado, a

capacidade de se adequar biologicamente é perdida por um período de tempo (BRANDÃO,

2000; MARGIS et al., 2003; ROHLFS et al., 2005).

Já em uma perspectiva psicológica, o termo estresse é utilizado quando ocorrem

alterações nos aspectos bioquímicos, físicos e psicológicos, desencadeadas pelo modo como

às pessoas interpretam e avaliam estímulos externos ou internos. (KAISSIDIS-RODAFINOS,

ANSHEL e PORTER, 1997; SAMULSKI, 2002; NOCE e SAMULSKI, 2002a; KELLER et

al., 2005; MACHADO, 2006a). Hanton, Fletcher e Coughlan (2005), acrescentam que o

estresse não é um fator que reside no indivíduo ou no ambiente, mas na relação entre ambos,

não podendo ser compreendido, portanto, somente do ponto de vista da pessoa ou do

ambiente como unidades separadas, mas sim da conjugação de um ambiente e de um

indivíduo que se interrelacionam e se influenciam mutuamente.

Um dos estudiosos que mais tem buscado desvendar o fenômeno do estresse é o norte-

americano Richard S. Lazarus. Para o autor, o estresse é resultado do desequilíbrio entre as

exigências impostas ao indivíduo e os recursos que o mesmo dispõe para lidar com tais

exigências, sendo que esse desequilíbrio ocorre primeiramente em um nível subjetivo, ou seja,

dependendo do modo como esse indivíduo avalia a situação. Isso gera estresse em maior ou

menor escala. (LAZARUS e LAZARUS, 1994). Este desequilíbrio é mediado pelos processos

cognitivos, que também são denominados de avaliação cognitiva e englobam quatro aspectos

distintos: a) avaliação das exigências internas ou externas; b) avaliação dos recursos

Page 16: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

3

disponíveis para lidar com as exigências; c) avaliação das consequências e, d) significado que

as consequências têm para o indivíduo (CRUZ, 1996).

Assim, a avaliação cognitiva é o principal diferencial entre a perspectiva biológica e a

perspectiva psicológica do estresse. É através dessa concepção de estresse que podemos

compreender melhor porque um determinado acontecimento desencadeia uma reação

emocional em um indivíduo e, em outro não, ou até mesmo, porquê um mesmo indivíduo

pode apresentar reações emocionais distintas em acontecimentos semelhantes. Costa e Vieira

(2003) exemplificam essa afirmação ao dizerem que uma determinada situação, pode ser

motivadora para alguns, enquanto para outros pode ser estressante.

Assim, conhecendo um pouco melhor o fenômeno do estresse psicológico, cuja

influência pode ser positiva ou negativa para as pessoas, não é de se estranhar que ao longo do

tempo, numerosos estudos da área da Psicologia do Esporte têm buscado compreender como

esse fenômeno atua sobre o comportamento esportivo em várias ações e tarefas. O estresse

sempre foi considerado um fator psicológico preponderante para o rendimento, sendo

inclusive apontado como um aspecto interveniente no alto rendimento, isso porque os atletas

são submetidos aos mais diversos tipos de pressão, busca por resultados esportivos,

afastamento da família para participar de campeonatos nacionais e internacionais, exigências

físicas, além da interação com os companheiros de equipe, técnicos, adversários, torcida e, até

mesmo, com a mídia, que podem predispor o atleta de rendimento a manifestar uma reação

negativa de estresse e comprometer e/ou prejudicar seu rendimento (CRUZ, 1996; NOCE e

SAMULSKI 2002; GOUVÊA et al., 2004). Tais aspectos podem ainda levar o atleta a ter

alterações psicológicas como menor capacidade de concentração, aumento da ansiedade-

estado1, dentre outras reações emocionais negativas (MÁRQUEZ, 2006).

De acordo com Brandão (2000), a origem do estresse no esporte é um processo

complexo e multifatorial, que precisa ser analisado não somente pela natureza da situação,

mas pelo modo como as pessoas subjetivamente percebem e avaliam essa situação, e pela

repercussão que a mesma pode ter em suas ações. De Rose Júnior, Deschamps e Korsakas

(2001), afirmam ainda, que se o estresse é parte integrante do esporte, o fundamental é o

gerenciamento desse fenômeno, tanto pelos atletas experientes, quanto pelos atletas iniciantes

1 Ansiedade-estado caracteriza-se por um estado emocional transitório no qual sentimentos desagradáveis de

tensão e apreensão conscientemente percebidos são experienciados pelo indivíduo (GONÇALVES e BELO,

2007).

Page 17: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

4

e que o diferencial em um contexto esportivo não é a ausência do estresse, mas sim a forma

como o indivíduo lida com esse fenômeno.

Contudo, apesar do mecanismo do estresse ser amplamente estudado no esporte por

pesquisadores nacionais e internacionais em relação aos aspectos situacionais (NOCE, 1999;

DE ROSE JUNIOR et al., 1999; NOCE e SAMULSKI, 2002a e b; DE ROSE JUNIOR, 2002;

DE ROSE JUNIOR et al., 2004; LOPES et al., 2007; GOUVEA et al., 2007; NOCE e SIMIN,

2009) e aspectos pessoais (BRANDÃO, 2000; COSTA e VIEIRA, 2003; KELLER et al.,

2005), alguns autores apontam a necessidade de que novos estudos sejam conduzidos para

ampliar o conhecimento sobre esse fenômeno.

Teipel (1993) ao avaliar atletas masculinos e femininos de futebol, observou que

determinadas condições ambientais, determinadas condições relacionadas ao próprio jogo de

futebol e determinadas condições relacionadas ao rendimento dos atletas, poderiam

desencadear reações de estresse. Em sua pesquisa, a interação com os adversários, torcedores

fanáticos, árbitros de “casa”, jogos perdidos fora e dentro de “casa”, má colocação no meio e

antes do final da temporada, foram considerados os fatores mais estressantes. Já os itens:

jogadas erradas no início do jogo, conflitos com o treinador e sensação de fraqueza, foram

apontados como responsáveis pela queda do desempenho.

Brandão (1996) ao avaliar 13 atletas que compunham a seleção brasileira de voleibol

masculino, identificou alguns fatores que interferiam no desempenho dos atletas. Como

estressores negativos, a autora, encontrou os aspectos, não estar em boa forma física, maus

rendimentos nos treinamentos e competições, nervosismo excessivo, discordâncias ou

conflitos com o treinador e companheiros de time, viagem muito longa e ficar no banco de

reservas. E como fatores positivos ao desempenho, foram apontadas questões como,

estabelecimento de metas altas, cumprimento das metas elevadas, fazer exercícios na praia, na

água e de força máxima, fazer alongamentos e exercícios de velocidade antes dos jogos, ter

períodos de lazer e folgas durante a semana, concentração e saber com antecedência que vai

ser titular.

Particularmente, esses estudos me instigaram a considerar a possibilidade de investigar

como essas condições avaliadas se manifestavam em atletas de voleibol, após a implantação

de uma nova sistemática advinda das mudanças implantadas pela Federação Internacional de

Voleibol (FIVB), a partir de 1998. Neste ano, a FIVB modificou algumas regras que regiam a

modalidade, dentre elas, o sistema de pontuação e a implantação do líbero. Essas alterações

fizeram com que o Voleibol assimilasse novas características àquelas já existentes, tornando-

Page 18: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

5

se mais dinâmico e significativamente mais rápido, levando a profundas alterações na tática e

no comportamento dos jogadores dentro de quadra, isto porque, foi necessário estabelecer

formas mais eficientes de promover o sucesso em cada ação e de reduzir a quantidade de

erros.

Os erros passaram a ser tratados de uma forma tática, pois, muitas vezes, eles são

responsáveis pelo resultado da partida. Uma equipe que erra menos tem probabilidade maior

de chegar ao final do set e, posteriormente, ao final do jogo em vantagem (SZADE et al.,

2005). Além disso, o Voleibol caracteriza-se por exigir de seus atletas qualidades psicológicas

tais como, autoconfiança, valentia, determinação, disposição e vontade de vencer

(MEDVEDEV, 1988 apud BRANDÃO, 1996) e atributos como: atenção, concentração,

distribuição, estabilidade e velocidade de pensamento. Exige também a atenção sobre as ações

do adversário, atenção sobre as ações dos companheiros de equipe e sobre o placar, além de

dispor de uma boa memória para recordar a solução tática mais adequada para cada situação

do jogo (MARTINEZ e ABREU, 2003).

Além dos estudos de Teipel e Brandão, o enfoque dado à avaliação cognitiva por

Lazarus, também me estimulou a investigar se há relação entre o significado pessoal que o

atleta atribui a seu esporte e a forma como o mesmo interpreta o fenômeno do estresse.

Lazarus (2006) afirma que o nível e o tipo de resposta ao estresse variam de pessoa para

pessoa e que as características que fazem algumas pessoas vulneráveis a um estímulo

estressor, não fazem outras, ou se as fazem, as fazem em um nível menor. Brandão et al.

(2006), ao fazerem referência a abordagem defendida por Lazarus também ressaltam que o

nível de estresse experimentado pelo indivíduo está associado com a percepção subjetiva e

com a atribuição de juízos de valor que o mesmo tem sobre os estímulos impostos pelo meio.

A esse respeito Cruz (1996) e Margis et al. (2003), já afirmavam que os processos de

avaliação cognitiva, centram-se essencialmente no significado pessoal e relacional de cada

situação, determinando o modo de responder diante da situação estressora e a forma como o

mesmo será afetado pelo estresse, tanto no momento atual, como em eventos posteriores.

Portanto, em linhas gerais seria fácil afirmar que todos os atletas interpretam de forma

semelhante sua prática esportiva, isto é, imagina-se que todos, quando colocados diante de

regras e objetivos comuns, poderiam desenvolver as mesmas respostas emocionais e

comportamentais. No entanto, os estudos da área da Psicologia do Esporte têm demonstrado

que os indivíduos sentem diferentes emoções, têm diferentes expectativas e motivações, o que

nos sinaliza que o valor psicológico para a prática e a manutenção da vida esportiva, varia de

Page 19: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

6

atleta para atleta. O envolvimento e engajamento destes atletas não podem ser explicados

somente por questões biológicas e sociais. Faz-se necessário que se observem os aspectos

psicológicos e o valor pessoal atribuído a essa prática (Brandão et al., 2008). Deste modo, é

importante que se observe a relação entre o significado pessoal frente à determinada prática

esportiva e as consequências que este significado pode ter no rendimento esportivo dos

atletas.

Assim, face ao exposto anteriormente, parece-nos que as especificidades da

modalidade voleibol, associadas ao modo como os indivíduos envolvidos interpretam o

significado do voleibol e os fatores situacionais, sociais e pessoais associados à sua prática,

tornam esse contexto propício para a manifestação do estresse, evidenciando assim um campo

fértil para novas pesquisas, pesquisas essas que levem em consideração, aspectos mais

abrangentes.

Deste modo, diante do exposto acima esta dissertação tem os seguintes objetivos:

1.2 - Objetivos

1.2.1 - Objetivo Geral

Investigar a relação entre a percepção sobre o significado do voleibol e determinadas

condições de estresse que operam sobre o desempenho esportivo em atletas de ambos os

sexos.

1.2.2 - Objetivos específicos

Identificar e analisar as condições gerais de estresse sobre o desempenho esportivo;

Avaliar e analisar os comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um

jogo;

Compreender o significado do Voleibol para os atletas;

Relacionar os três aspectos anteriores com as variáveis de caracterização: gênero,

tempo de prática e posição de jogo;

Page 20: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

7

1.3 - Justificativa

Com o avanço dos estudos nas subáreas das Ciências do Esporte tornou-se

fundamental pensar no treinamento desportivo como um todo. Há algumas décadas autores

como Jones e Hardy (1990) já afirmavam que o desempenho esportivo não é simplesmente

um produto de fatores fisiológicos e biomecânicos, mas um complexo processo no qual o

fator psicológico também exerce um papel crucial no desempenho.

Atualmente, há uma exigência cada vez maior para que os atletas tenham

desempenhos ótimos, isso faz com que os profissionais da área esportiva adotem um processo

preparativo que não contemple apenas os aspectos físicos, técnicos e táticos próprios da

modalidade, mas também os aspectos psicológicos que interferem no desempenho esportivo.

Dentre as diversas ciências relacionadas ao esporte, a Psicologia do Esporte vem procurando

estudar as características psicológicas dos atletas e suas relações com variáveis como gênero,

nível de performance, especialidade, o que de certa forma poderia ser considerado uma

contribuição para o processo de otimização do desempenho esportivo, no entanto, os achados

da literatura até o presente momento apresentam resultados diversos e inconclusivos,

demonstrando a existência de uma lacuna no conhecimento sobre o assunto (BARA FILHO et

al., 2004) reforçando, assim, a importância dos estudos sobre os fenômenos psicológicos

relacionados ao desempenho esportivo (AGNELLO, 2009).

Um dos fenômenos psicológicos que tem recebido grande atenção neste contexto é o

estresse. Tal tema foi o terceiro colocado em investigações apresentadas no Congresso

Europeu de Psicologia do Esporte, realizado na Grécia em 2007 e o primeiro colocado no

Congresso Brasileiro de Psicologia do Esporte, realizado em 2006 na cidade de São Paulo

(VIEIRA et al., 2010).

Este fenômeno tem sido amplamente estudado porque se constitui como um aspecto

altamente interveniente no contexto esportivo, isto porque, no ambiente esportivo os atletas

estão expostos aos mais diferentes tipos de pressão (família, exigências físicas, treinadores,

companheiros de equipe, adversários, torcida, mídia entre tantos outros fatores), que

isoladamente ou em conjunto podem predispor o atleta a manifestar uma reação negativa de

estresse. Para Lazarus (1994) o estresse é resultado do desequilíbrio entre as exigências

impostas ao indivíduo e os recursos que o mesmo dispõe para lidar com tais exigências, sendo

que esse desequilíbrio ocorre primeiramente em um nível subjetivo, de tal modo que a

avaliação que o indivíduo faz frente às exigências do meio e os recursos pessoais que dispõe

Page 21: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

8

para lidar com as situações apresentadas gera estresse em maior ou menor escala. Além disso,

existe o fato de que quando se conhece o fenômeno do estresse, torna-se possível identificar

quais as situações que potencialmente deprimem o desempenho e quais facilitam o mesmo, o

que ajuda treinadores e comissões técnicas no planejamento das rotinas de treinamentos e

competições.

Deste modo, este estudo busca contribuir tanto para que os jogadores de voleibol

desenvolvam a conscientização necessária acerca do mecanismo do estresse, bem como,

compreendam as implicações do significado pessoal frente à prática esportiva, permitindo-

lhes, assim, usar estratégias de confronto mais apropriadas para cada situação que se apresenta

no contexto esportivo, quanto para com os demais profissionais da Educação Física, do

Esporte e da Psicologia do Esporte e em especial os que atuam no alto rendimento com mais

um referencial teórico que lhes permita conhecer melhor essa temática e lhes auxilie na

elaboração dos procedimentos metodológicos e mecanismos preventivos ao estresse, de tal

modo que seus trabalhos estejam alicerçados numa concepção na qual o treinamento moderno

tenha um enfoque multidisciplinar (AGNELLO, 2009). Além disso, pretende-se que este

estudo sirva de incentivo para que novos trabalhos sejam produzidos, complementando e/ou

superando os já existentes nesse contexto.

Page 22: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

9

CAPÍTULO 2

REVISÃO DE LITERATURA

Um dos desafios desse estudo é a análise da relação entre estresse e esporte,

particularmente o voleibol, de tal modo que se fez necessário dividir a presente revisão de

literatura em três seções principais. A primeira seção se refere à fundamentação do conceito

estresse psicológico, suas causas e consequências, a segunda aborda sua manifestação no

contexto esportivo e, a terceira, a relação entre o fenômeno do estresse e as características e

especificidades do Voleibol.

2.1 – ESTRESSE PSICOLÓGICO: CONCEITO, CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS

Como dissemos anteriormente o estresse pode ser entendido a partir de duas

perpesctivas, uma biológica e outra psicológica. No presente trabalho, adotamos a perspectiva

psicológica do estresse como norteadora de nossas discussões. Nesta perspectiva o termo

estresse é utilizado quando ocorrem alterações nos aspectos bioquímicos, físicos e

psicológicos, desencadeadas pelo modo como as pessoas interpretam e avaliam estímulos

externos ou internos (KAISSIDIS-RODAFINOS, ANSHEL e PORTER, 1997; WEIBERG e

GOULD, 2001; SAMULSKI, 2002; NOCE e SAMULSKI, 2002a; KELLER et al., 2005;

MACHADO, 2006a), em outras palavras, o estresse é resultado do desequilíbrio entre as

exigências impostas ao individuo e os recursos que o mesmo dispõe para lidar com tais

exigências, sendo que esse desequilíbrio ocorre primeiramente em um nível subjetivo, ou seja,

depende do modo como esse indivíduo avalia a situação. (LAZARUS, 1993; LAZARUS e

LAZARUS, 1994; LAZARUS, 2006).

Para Lazarus (1993); Kaissidis-Rodafinos, Anshel e Porter (1997); Brandão (2000);

Samulski (2002) e Machado (2006a) a principal diferença entre a perspectiva biológica e

psicológica do estresse é a avaliação cognitiva. É essa avaliação que determina o modo de

responder diante da situação estressora e a forma como o indivíduo será afetado pelo estresse

tanto no momento atual como em eventos posteriores. Sobretudo, é através dessa concepção

que se pode compreender melhor porque um determinado acontecimento desencadeia uma

reação emocional em um indivíduo e em outro não ou, até mesmo, por que um mesmo

indivíduo apresenta reações emocionais distintas em acontecimentos semelhantes. Além

Page 23: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

10

disso, é através da avaliação cognitiva que também podemos compreender porque uma

determinada situação pode ser motivadora para alguns enquanto que para outros pode ser

estressante (JONES e HARDY, 1990; COSTA e VIEIRA, 2003).

Brandão, Pires e Marques (2008) afirmam que essa dimensão motivadora ou

estressante está associada à natureza da interpretação individual dos sintomas em termos de

terem uma relação positiva ou negativa com o desempenho subseqüente. Em 1993, Lazarus

afirmava que a avaliação cognitiva era um processo universal no qual as pessoas

constantemente avaliavam o significado do que estava acontecendo sob o ponto de vista de

seu bem estar pessoal. Mais tarde, Cruz (1996) e Margis et al. (2003) complementaram tal

idéia afirmando que os processos de avaliação cognitiva centram-se essencialmente no

significado pessoal e relacional de cada situação e o próprio Lazarus, em 2006, ratificou sua

tese afirmando que tais processos estão baseados no julgamento sobre a importância do que

está acontecendo do ponto de vista da própria pessoa e que a existência de diferenças pessoais

na percepção do estresse indicam que o estressor sozinho não é suficiente para definir o

aparecimento ou não do estresse.

Alicerçado nos estudos de Lazarus, Cruz (1996) afirma que a avaliação cognitiva

engloba quatro aspectos distintos: a) avaliação das exigências internas ou externas: diz

respeito às expectativas pessoais ou expectativas apresentadas por pessoas significativas; b)

avaliação dos recursos disponíveis para lidar com as exigências: capacidades pessoais para

responder adequadamente ao contexto que se apresenta; c) avaliação das conseqüências:

relacionada às implicações decorrentes da atitude estabelecida pelo indivíduo, no sentido de

serem positivas ou negativas a ele e, d) significado que as conseqüências têm para o

indivíduo, associado ao peso que essas conseqüências podem ter na percepção de valor

pessoal de cada um. Assim, como uma forma de melhor ilustrar o mecanismo do estresse

psicológico, na perspectiva dos estudos de Lazarus (1993), Cruz (1996), Brandão (2000),

Brandão et al. (2006), Lazarus (2006) e Brandão, Pires e Marques (2008) apresentamos a

figura 1 a seguir.

Page 24: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

11

Figura 1: Mecanismo do estresse segundo adaptação dos estudos de Lazarus (1993),

Cruz (1996), Brandão (2000), Brandão et al. (2006), Lazarus (2006) e Brandão, Pires e

Marques (2008).

Na figura 1 podemos visualizar como se constitui o mecanismo do estresse numa

perspectiva em que a avaliação cognitiva assume extrema relevância no aparecimento ou não

desse fenômeno. Inicialmente o indivíduo se depara com um evento ou estímulo. A partir

desse estímulo, ocorre um processo pessoal de avaliação cognitiva, no qual são avaliadas as

exigências desse contexto, os recursos disponíveis para lidar com tais exigências, as

conseqüências e o significado dessas conseqüências.

Se o indivíduo interpretar esse estímulo como algo positivo podem surgir sentimentos

como alegria, prazer, satisfação, que dão origem a comportamentos voltados para o confronto,

orientados para a tarefa e que tem como consequência o que a literatura mais atual da área

denomina de estresse positivo ou eustress. O eustress se define como um conjunto de reações

que tem efeitos benéficos ao indivíduo (MATSUMOTO et al. 2009), o eustress deixa o

indivíduo preparado psicologicamente e estimulado fisiologicamente para a realização de

Page 25: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

12

determinada tarefa (BRANDÃO, 2000, LEME, et al., 2008, BRANDÃO, PIRES e

MARQUES, 2008).

Contudo, se o indivíduo interpretar esse estímulo como algo negativo podem surgir

sentimentos como medo, raiva, vergonha, que dão origem a comportamentos voltados para a

evitação ou para a fuga da situação, o que é tradicionalmente denominado pela área de

estresse negativo ou distress. O distress pode ser definido como um conjunto de reações

físicas, mentais e comportamentais desencadeadas quando o indivíduo percebe um

determinado evento como sendo superior aos seus próprios recursos, no sentido de não se

sentir capaz para lidar com tal evento, e que recorrentemente tem efeitos negativos e

prejudiciais sobre o mesmo. O distress pode ainda levar o indivíduo a ter uma reentrada no

processo, o que a longo prazo poderia acarretar em maiores prejuízos a sua saúde física e

emocional. (BRANDÃO, 2000; HUTTON, 2000; BRANDÃO, PIRES e MARQUES, 2008).

Sabendo-se que a avaliação cognitiva é um aspecto central na abordagem psicológica

do estresse, Lazarus (2006b) propõe que o estresse seja analisado através de uma abordagem

mais ampla, denominada de abordagem cognitiva, motivacional e relacional. O autor explica

que o termo relacional indica que as emoções sempre envolvem a relação pessoa-ambiente,

bem como outras pessoas. Outra premissa importante é que o contexto é avaliado

constantemente, atribuindo assim, um significado pessoal a essa relação e é esse significado

que forma e define as emoções. Para entender melhor essa abordagem, o autor faz uma

analogia simples com uma gangorra. Uma versão adaptada dessa proposta é apresentada na

figura 2 a seguir:

Page 26: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

13

Figura 2: Relação demandas, recursos (Adaptação de Lazarus, 2006b).

Essencialmente, o esquema proposto na figura 2 sugere três gangorras (A, B e C)

como meio para fazer uma analogia entre o ponto de equilíbrio das demandas do ambiente e

os recursos disponíveis pelo indivíduo para lidar com tais demandas. Assim como numa

gangorra tradicional, a extremidade que possui maior peso tende a ser a extremidade que

desequilibra a relação entre os dois lados da gangorra. Neste esquema, quando a carga

ambiental é percebida como substancialmente superior aos recursos da pessoa, uma relação

estressante passa a existir. Na parte A da figura notamos que há um equilíbrio entre as

demandas ambientais e as fontes pessoais disponíveis, ou seja, podemos dizer que não há uma

quantidade significativa de estresse ou mesmo que não há estresse. Na parte B da figura, os

recursos pessoais são superiores as demandas ambientais. Quando essa situação acontece,

muitas vezes, os indivíduos experimentam uma sensação de tédio frente às demandas

apresentadas pelo ambiente. Já na parte C da ilustração, as demandas ambientais são

superiores aos recursos pessoais disponíveis, o que acarreta em um alto nível de estresse.

Diante desse contexto o indivíduo pode não se sentir capaz de lidar satisfatoriamente com as

exigências impostas pelo ambiente, ou mesmo experimentar sensações de medo e ansiedade

que podem levar a fuga ou evitação da tarefa (LAZARUS, 2006b).

A partir dessa perspectiva o estresse psicológico passou a ser estudado e investigado

em diferentes contextos, o esporte, como veremos a seguir, é um destes contextos.

Page 27: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

14

2.2 – ESTRESSE E SUA RELAÇÃO COM O ESPORTE

Sendo o estresse psicológico um fenômeno cuja influência pode ser positiva ou

negativa para as pessoas, não é de se estranhar que ao longo do tempo numerosos estudos da

área da Psicologia do Esporte têm buscado compreender como esse fenômeno atua sobre o

comportamento esportivo em várias ações e tarefas. O estresse é considerado um fator

psicológico preponderante para o rendimento, sendo inclusive apontado como um aspecto

interveniente no alto rendimento (NICOLAI RÉ, DE ROSE JR. e BOHME, 2004). Nicholls et

al. (2009) apontam que a participação no esporte profissional pode ser uma experiência

estressante. Os autores afirmam que em pesquisas feitas anteriormente com rúgbi, os

resultados demonstraram que os atletas experimentam uma variedade de fatores que podem

ser vistos como estressores, tais como, lesões, erros de desempenho durante o treinamento e

os jogos.

Diversos estudos têm apontado que os atletas são submetidos aos mais diversos tipos

de pressão e, portanto, vários fatores podem ser considerados estressores. A busca por

resultados esportivos, o afastamento da família para participar de campeonatos nacionais e

internacionais, as exigências físicas, além da interação com os companheiros de equipe,

técnicos, adversários, torcida e, até mesmo, com a mídia, podem predispor o atleta de

rendimento a manifestar uma reação negativa de estresse e comprometer e/ou prejudicar seu

rendimento (CRUZ, 1996; RUBIO, 2000; NOCE e SAMULSKI 2002; GOUVÊA et al., 2004,

COSTA e SAMULSKI, 2005). Esses aspectos, isoladamente ou em conjunto, podem levar o

atleta a apresentar alterações psicológicas como, menor capacidade de concentração, aumento

da ansiedade-estado, dentre outras reações emocionais negativas (MÁRQUEZ, 2006), além de

colaborarem para o aparecimento de sintomas psicofisiológicos, tais como, aumento da

frequência cardíaca, sudorese, aumento da tensão muscular, redução da flexibilidade e

coordenação motora, incidência maior de lesões entre outros aspectos (STEFANELLO,

2007a; NIPPERT e SMITH, 2008; GENCAY, 2009).

Contudo, nem sempre o contexto esportivo ou a competição esportiva são vistos como

estressores pelos os atletas, para alguns, esse ambiente pode ter um caráter desafiador e

motivador (STEFANELLO, 2007a). Para Cruz (1996) o atleta que acredita que o seu valor

pessoal depende do sucesso que tiver no esporte atribui aos resultados que obtém um

significado bastante diferente de outro atleta para quem o valor pessoal não passa

necessariamente pelos bons resultados. Para esse mesmo autor, fenômeno do estresse deveria

Page 28: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

15

ser analisado a partir de uma abordagem cognitiva, motivacional e relacional, conforme

Lazarus já havia proposto em estudos anteriores, o que permitiria uma melhor compreensão

deste fenômeno. A figura 3 ilustra como seria esta abordagem.

Figura 3: O mecanismo do estresse adaptado da abordagem cognitiva, motivacional e

relacional de Lazarus (1993), Lazarus e Lazarus (1994), Cruz (1996) e Lazarus (2006b).

Page 29: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

16

Nesta abordagem os elementos responsáveis por influenciar o processo de avaliação

cognitiva são chamados de variáveis antecedentes. As variáveis antecedentes se subdividem

em ambientais e individuais. As variáveis ambientais estão relacionadas às exigências e

limitações com que os atletas têm que se confrontar no dia a dia e/ou com as incertezas pelas

quais os mesmos têm que lidar durante todo o processo competitivo. Já as variáveis

individuais estão relacionadas às características pessoais e aos traços de personalidade, são

estas variáveis as responsáveis pelas predisposições para perceber, pensar e responder,

emocional e comportamentalmente frente a determinadas situações. Em conjunto essas

variáveis podem ser vistas como potenciais antecedentes da relação entre indivíduo e

ambiente no sentido de influenciarem os processos cognitivos mediadores. Esses são os

responsáveis pelas ligações entre a demanda ambiental e a resposta emocional, e entre crenças

pessoais e objetivos propostos. É através desses processos cognitivos que o atleta atribui um

significado pessoal à relação pessoa-ambiente. Inicialmente, o mesmo faz uma avaliação

considerada primária desta relação, analisa até que ponto o que está acontecendo é relevante

para si e, posteriormente, faz uma avaliação considerada secundária, nessa avaliação são

analisados aspectos relacionados às opções, recursos pessoais e prejuízos ou benefícios do

confronto com a situação. Dependendo do resultado desse processo de avaliação o atleta tem

uma resposta emocional que pode comprometer ou interferir em seu rendimento esportivo.

Estados emocionais negativos, como ansiedade, medo, falta de concentração podem ser

desencadeados a partir dessa avaliação. Frente a esse estado emocional o atleta tende a

desenvolver um novo processo, chamado neste momento, de processo de confronto. O

processo de confronto refere-se aos esforços do atleta para lidar com a situação momentânea e

específica e não ao sucesso ou insucesso desses esforços, sendo que podem ser direcionados

para a regulação emocional ou para a minimização dos efeitos nocivos impostos pela situação.

Ainda sobre esse caráter cognitivo e relacional da manifestação do estresse, Brandão

(2000) afirma que a origem do estresse no esporte é um processo complexo e multifatorial que

precisa ser analisado não somente pela natureza da situação, mas pelo modo como as pessoas

subjetivamente percebem e avaliam essa situação e pela repercussão que esta avaliação pode

ter em suas ações, podendo inclusive ter o estresse, assim como apresentado anteriormente,

uma dimensão facilitativa, o eustress, e uma debilitativa, o distress (JONES e HARDY,

1990). Na perspectiva do contexto esportivo, o eustress prepara o organismo para a uma tarefa

explosiva, deixando o atleta alerta e estimulado fisiologicamente, auxiliando-o a manter o

foco de atenção, a motivação e a conservar um alto nível de energia física, contribuindo dessa

Page 30: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

17

forma para que o mesmo tenha um desempenho esportivo elevado (BRANDÃO, 2000). Já o

distress, consiste em uma avaliação negativa do estressor, que surge quando as pessoas

percebem as demandas como superiores aos seus recursos pessoais (HUNTTON, 2000), o que

implica em efeitos prejudiciais sobre o rendimento, isto porque com uma avaliação negativa

da situação, o atleta pode desenvolver comportamentos inadequados (medo, ansiedade,

dificuldade para tomar decisões entre outros) que prejudicarão ou interferirão em seu

rendimento. O distress tem implicações que vão além do rendimento, o mesmo pode

desencadear um processo crônico, deixando o atleta mais vulnerável a desenvolver lesões, ou

mesmo, interferindo em sua recuperação, podendo inclusive fazer com que passe a perceber a

competição como algo ameaçador e nocivo, levando-o ao esgotamento físico e mental

(“burnout” e/ou “overtraining”) e ao abandono precoce do esporte (COSTA e SAMULSKI,

2005; MÁRQUEZ, 2006; NOCE et al., 2008).

Os dados de diversos estudos evidenciam a elevada incidência do estresse em

contextos esportivos, vivenciado por muitos atletas, independentemente da idade e do nível

competitivo, e também demonstram que esse fenômeno se manifesta de diferentes formas, em

diferentes contextos e com as mais diversas repercussões. Por exemplo, Brandão (2000) ao

realizar um estudo sobre estresse em jogadores de futebol profissional encontrou que a

percepção das fontes de estresse variava de acordo com as situações e o ambiente e estavam

relacionadas às características da especificidade da posição de jogo e ao tempo de experiência

dos atletas. Já De Rose Júnior et al. (2004) ao desenvolverem seu estudo com atletas de

modalidades esportivas coletivas identificaram que as situações causadoras de estresse

estariam relacionadas a três grandes categorias: competência individual, competência coletiva

e pessoas importantes. Dias (2005) ao analisar 11 atletas e 6 treinadores de grande destaque

no esporte mundial, identificou que as fontes de estresse e ansiedade mais experenciadas eram

os aspectos relacionados com a natureza da competição e com as pressões externas mais do

que com o próprio desempenho, enquanto Marques e Rosado (2005) identificaram que as

situações consideradas estressantes pelos atletas relacionavam-se com os aspectos

organizativos, aspectos gerais e específicos da competição e do treino, custos e exigências da

modalidade e aspectos do desenvolvimento da carreira. Stefanello (2007a) ao analisar uma

dupla masculina do vôlei de praia brasileira identificou que os fatores situacionais foram os

mais determinantes e, dentre estes, os aspectos relacionados ao jogo foram os fatores

específicos mais influentes, tendo na facilidade/dificuldade da partida a principal fonte de

estresse para os atletas. Já Pires, Flores e Brandão (2008) ao realizarem um estudo para

Page 31: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

18

identificar as situações de jogo causadoras de estresse em atletas das categorias de base de

handebol pertencentes a áreas geográficas e culturais distintas, sendo um grupo da parte Oeste

do Estado do Paraná e o outro do município de Campinas (SP), encontraram que para os

atletas do grupo Oeste do Paraná, o fato de estar perdendo para equipe tecnicamente inferior

foi considerado como o agente estressor majoritário, ao passo que os atletas de Campinas-SP

julgaram três momentos da partida como maiores geradores de estresse: arbitragem estar

prejudicando minha equipe; ser excluído nos momentos decisivos da partida; e sofrer um gol

devido a uma falha defensiva. Mais recentemente, Segato et al. (2010) ao analisarem 31

velejadores de alto nível, encontraram que estes velejadores apresentavam níveis baixos e

moderados de estresse, oriundos de fontes intrínsecas e extrínsecas ao contexto competitivo.

No entanto, concluíram ser importante que estes atletas controlem e administrem elevados

níveis de estresse psicológico, sabendo assim lidar com situações instáveis e imprevisíveis

advindas tanto da modalidade quanto do próprio contexto esportivo.

De um modo geral esses resultados corroboram com as afirmações de De Rose Júnior,

Deschamps e Korsakas (2001) e Barros e De Rose Júnior (2006) quando dizem que o estresse

é parte integrante do desenvolvimento humano, sendo que o fundamental é o gerenciamento

desse fenômeno tanto pelos atletas experientes quanto pelos atletas iniciantes e que o

diferencial em um contexto esportivo não é a ausência do estresse, mas sim a forma como o

indivíduo lida com esse fenômeno. Assim como Jones e Hardy já sugeriam em seus estudos

na década de 90, Nicolai Ré, De Rose Júnior e Bohme (2004) enfatizam que o imprescindível

no processo de treinamento e competição é buscar alternativas para que os atletas aprendam a

desenvolver e mobilizar mecanismos mentais positivos, que contribuam para a promoção do

eustress, ao mesmo tempo em que são necessárias formas eficientes de se controlar ou

minimizar os efeitos prejudiciais do distress na prática do esporte de alto rendimento, além de

ser necessária uma análise e consideração simultânea de vários fatores que se interrelacionam

e se associam no complexo processo do estresse.

2.3 – ESTRESSE E VOLEIBOL

Como já foi apresentado anteriormente o estresse é um dos fatores psicológicos

considerados mais preponderantes para o desempenho esportivo, e isso faz com que o estudo

da sua manifestação seja extremamente relevante nas mais diversas modalidades esportivas.

Uma das modalidades que mais tem sido estudada para a compreensão deste fenômeno é o

Page 32: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

19

Voleibol. Esse esporte se caracteriza por ser uma modalidade na qual sua especificidade a

torna um contexto propício para a manifestação do estresse, evidenciando assim um campo

fértil para pesquisas NOCE (1999), NOCE e SAMULSKI (2002a), NOCE e SAMULSKI

(2002b), KELLER, et al. (2005), GOUVEA, et al. (2007), LOPES et al. (2007), NOCE et al.

(2010) e TRAPÉ, PRODÓCIMO e MORENO (2010). Para entender melhor toda essa relação

é necessário antes de tudo compreender como tem se constituído essa modalidade ao longo do

tempo.

O Voleibol é uma modalidade esportiva que surgiu em 1895, na cidade de

Massachussets nos Estados Unidos, idealizado pelo professor Willian C. Morgan com o

objetivo de ser praticado pelos idosos durante o forte inverno, quando era difícil praticar

qualquer outra modalidade fora dos ginásios esportivos (MACHADO, 2006b). Ao longo dos

anos sua finalidade foi se alterando, de um simples jogo de recreação para idosos, passou a ser

praticado por soldados durante a 1ª Guerra Mundial, o que levou posteriormente a criação de

seleções nacionais. Com a grande popularidade adquirida nesse período, não demorou muito

para que ganhasse todo o mundo e assim houve a necessidade de uniformizar suas regras e

instituí-lo formalmente, foi quando se criou a Federação Internacional de Voleibol (FIVB) em

1947. A criação da FIVB foi um passo importante para o Voleibol porque possibilitou sua

inclusão nos Jogos Olímpicos em 1957 e a continuidade de sua expansão e popularidade pelo

mundo (SANTOS NETO, 2004).

Desde sua criação até os dias atuais o Voleibol manteve sua essência, um jogo

disputado por duas equipes, separadas por uma rede, que através de toques na bola tentam

conquistar um ponto. Entretanto, as regras que o regem sofreram várias modificações ao

longo dos anos. Duas modificações datadas de 1998 talvez sejam as regras que mais alteraram

a sistemática do jogo, o sistema de pontuação (MÍLAN et al,, 2001; MARTÍNEZ e ABREU,

2003; FONSECA, 2005; MILISTETD et al., 2009) e a implantação do líbero (MÍLAN et al.,

2001; MILISTETD et al., 2009).

Até 1997 o Voleibol era disputado, em competições oficiais, em jogos de 5 sets de 15

pontos cada. Para se obter um ponto nesse sistema era necessário primeiro ganhar o direito de

sacar (a vantagem) para depois ainda com a posse do saque, efetuar uma jogada qualquer que

culminasse com bola ao chão (DESCHAMPS, 2002). Em 1998, a FIVB motivada por

interesses comerciais e televisivos (YIANNIS et al., 2004), (até então, uma partida de

Voleibol poderia chegar a durar algo em torno de 3 horas, com sets que duravam em média de

20 a 40 minutos, o que comprometia a grade de programação de uma emissora), começou a

Page 33: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

20

testar um novo sistema de pontuação, chamado de Rally-Point System, nesse sistema, uma

partida oficial, é disputada em 4 sets de 25 pontos corridos (cada bola ao chão é considerado

ponto para a equipe que efetue essa ação) e o último set de 15 pontos chamado de tie-break.

Com a utilização do novo sistema de pontuação, as partidas de Voleibol passaram a demorar

menos (YIANNIS et al. 2004), os sets passaram a ter uma duração em média de 15 a 30

minutos (MÍLAN et al., 2001; PINO, GÓMEZ e ALONSO, 2002; SANTOS NETO, 2004;

SZADE et al., 2005; FONSECA, 2005). Boucher (1999) afirma que já na Liga Mundial de

1999 em Mar del Plata (Argentina) o tempo médio de duração das partidas caiu, passando a

serem disputadas em 1h46min, com sets que duravam, em média, 23 minutos.

Também em 1998 a FIVB implantou um novo jogador, o Líbero, cuja principal função

é a defesa. O objetivo de sua criação era desequilibrar a supremacia do ataque frente à defesa.

A atuação do líbero está condicionada a algumas limitações, o mesmo atua somente na zona

de defesa, devendo abandonar a quadra quando chegar à zona de ataque, sendo substituído por

outro jogador. Com a criação do líbero, os principais jogadores envolvidos nessa nova regra,

foram os centrais, que passaram a participar do jogo somente na zona onde o líbero não atua,

isto é, a zona de ataque (MÍLAN et al., 2001).

Essas alterações fizeram com que o Voleibol assimilasse novas características

àquelas já existentes, tornando-se mais dinâmico e significativamente mais rápido, levando a

profundas alterações na tática e no comportamento dos jogadores dentro de quadra, isto

porque foi necessário estabelecer formas mais eficientes de promover o sucesso em cada ação

e de reduzir a quantidade de erros (SZADE et al., 2005). Trapé, et al. (2010) acrescentam que

o voleibol além de ser mais dinâmico se tornou mais imprevisível quanto ao resultado. Assim,

com esse novo sistema de pontuação, a decisão dos jogos ficou mais equilibrada, emocionante

e rápida, as equipes passaram a valorizar cada rally disputado, tendo em vista a necessidade

premente de somar todos os pontos possíveis para se vencer a partida (ANFILO, 2003). Para

Maehler e Achour Júnior (2001) o sistema de pontuação atual vem exigindo agressividade

tática e precisão técnica apuradas, além de habilidade, precisão e regularidade do atleta

(TRAPÉ et al. 2010) o que acarreta maior demanda física, técnica e psico-afetiva. Além disso,

o Voleibol se caracteriza por exigir de seus atletas qualidades psicológicas como,

autoconfiança, valentia, determinação, disposição e vontade de vencer (MEDVEDEV, 1988

apud BRANDÃO, 1996) e atributos como: atenção, concentração, distribuição, estabilidade e

velocidade de pensamento, atenção sobre as ações do adversário, atenção sobre as ações dos

Page 34: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

21

companheiros de equipe e sobre o placar, além de dispor de uma memória para recordar a

solução tática mais adequada para cada situação do jogo (MARTINEZ e ABREU 2003).

Assim, face ao exposto anteriormente, parece-nos que as especificidades da

modalidade voleibol associadas ao modo como os indivíduos envolvidos interpretam o

significado do voleibol e os fatores situacionais, sociais e pessoais associados à sua prática

tornam esse contexto propício para a manifestação do estresse, evidenciando assim um campo

fértil para novas pesquisas, pesquisas essas que levem em consideração, aspectos mais

abrangentes e que contemplem a interação senão de todos, mas de grande parte dos fatores

apontados anteriormente.

Page 35: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

22

CAPÍTULO 3

MÉTODO

3.1 - Princípios norteadores do estudo

Tratou-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, em que se fez uso de um

questionário de dados biográficos, de uma versão adaptada do Teste de Efeito das Condições

Gerais de Estresse sobre o Desempenho proposto por Teipel (1993) e de um questionário

composto por uma pergunta que permite respostas abertas, como instrumentos de coleta de

dados. A análise dos dados foi feita por meio de análises estatísticas e pela análise de

discurso, que, em conjunto, ofereceram elementos indispensáveis para a compreensão dos

objetivos anteriormente estabelecidos.

3.2 - Amostra

Foram avaliados 69 atletas de voleibol integrantes de equipes que participaram de

competições estaduais e nacionais no período de 2009/2010. Como critérios de inclusão para

compor a amostra deste estudo os sujeitos deveriam ser jogadores de voleibol, de ambos os

sexos, integrantes da categoria juvenil e/ou adulta, que estivessem inscritos em equipes

participantes de competições estaduais e nacionais no ano de 2009/2010, supervisionadas pela

Confederação Brasileira de Voleibol. Poderiam constituir a amostra quaisquer atletas,

independemente, de classe social, credo ou raça. A participação em estudos anteriores

similares ou não, não foi impedimento para participação no referido estudo.

Como critérios de exclusão dos participantes foram observados os seguintes aspectos:

atletas que estavam sendo negociados e/ou estavam ingressando na equipe na ocasião da

coleta de dados e atletas estrangeiros que eventualmente não possuíam domínio do idioma

português.

Nas tabelas 1, 2 e 3 podem-se observar as características desses sujeitos.

Page 36: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

23

Tabela 1 - Caracterização dos Participantes em Função do Gênero (em anos)

Gênero Masculino (n=47) Feminino (n=22)

M DP M DP

Idade 22,66 4,78 25,14 3,89

Tempo de prática 13,34 2,23 11,45 1,73

Tabela 2 - Caracterização dos Participantes em Função da Categoria de Jogo (em anos)

Categorias Adulto (n= 28) Juvenil (n= 19)

M DP M DP

Idade 25,36 4,43 19,36 0,95

Tempo de prática 12,6 2,32 13,05 2,12

Tabela 3 - Número de Participantes em Função da Posição de Jogo

Posição de jogo

Masculino

(n=47)

Feminino

(n=22)

n n

Ponteiro 14 5

Levantador 9 6

Central 12 7

Oposto 8 3

Líbero 4 1

3.3 – Instrumentos

Os atletas foram avaliados através dos seguintes instrumentos, selecionados

especialmente para fins desse estudo: a) Questionário de caracterização dos participantes

(Anexo 1), no qual os atletas responderam questões referentes à idade, gênero, experiência

profissional, tempo de prática do voleibol, posição que atuava na equipe, entre outros dados

pessoais; b) Versão adaptada do Teste de Efeito das Condições Gerais de Estresse sobre o

Desempenho proposto por Teipel (1993) (Anexo 2). Este teste possui o formato de uma escala

do tipo Likert com 7 pontos que representa a direcionalidade dos fatores de estresse, podendo

ser indicados de acordo com o grau percebido pelo indivíduo como um fator que aumenta ou

diminui o seu próprio desempenho e se subdivide em três seções, a primeira se intitula

“Condições ambientais” e consta de 12 itens; a segunda seção “Condições de jogo” consta de

19 itens; e a terceira “Condições da temporada” que consta de 9 itens. O instrumento tem

ainda uma seção denominada de “Comportamentos frente às situações típicas de um jogo”

Page 37: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

24

que se subdivide em “Condições Gerais (32 itens)” e “Situações típicas de um jogo de

Voleibol (23 itens)”, e, c) Questionário composto por uma pergunta que permitiu respostas

abertas: O que significa o Voleibol para você? (Anexo 3), no qual os atletas poderiam

descrever em uma única palavra ou em um longo texto o significado que o Voleibol tem em

suas vidas. Este questionário contou com um cabeçalho autoexplicativo que informava aos

participantes de que não haveria limites para sua escrita e que os mesmos não precisariam se

preocupar com questões ortográficas.

Para a utilização da versão adaptada do Teste de Efeito das Condições Gerais de

Estresse sobre o Desempenho, inicialmente foi feita a tradução reversa do mesmo, versão em

português do “Test of Effect of the General Conditions of Stress on the Performance” que

seguiu as normas para adaptação cross-cultural de instrumentos de medidas em ciências da

saúde de Beaton et al. (2002), obedecidas as seguintes etapas: 1) Tradução do Inventário da

língua inglesa para o português por 2 profissionais, dos respectivos países, que dominam a

língua inglesa e a área da psicologia do esporte, gerando duas versões T1 e T2 dos

instrumentos; 2) Síntese das duas traduções para determinar a versão T3 do instrumento; 3)

Tradução reversa do T3 por 2 profissionais nativos da língua inglesa e domínio do português,

gerando as versões T4 e T5; 4) Síntese das duas traduções para determinar a versão T6 do

instrumento; 5) Avaliação do Inventário por especialistas doutores, gerando a versão T7 do

instrumento; 6) Versão final do Inventário (T7).

3.4 – Procedimentos

Inicialmente foi feito convite aos atletas para que participassem voluntariamente desta

pesquisa. Os que aceitaram participar, assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE – Anexo 4) elaborado segundo as normas do Comitê de Ética em Pesquisa

da Universidade São Judas Tadeu.

Por meio do TCLE os atletas foram informados de que o sigilo seria mantido durante

todo o desenvolvimento do estudo, que sua participação na pesquisa apresentava risco

mínimo, podendo ocorrer apenas certo grau de constrangimento frente ao teor das questões

apresentadas nos instrumentos que seriam utilizados e que tal participação poderia ser

interrompida e retomada a qualquer momento, caso fosse de seu interesse. Os atletas foram

informados também de que esse estudo poderia lhes beneficiar no sentido de fornecer

informações sobre o mecanismo do estresse e como esse fenômeno poderia interferir no seu

Page 38: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

25

rendimento durante os jogos e treinamentos. Os atletas ainda foram informados de que não

haveria qualquer despesa ou compensação financeira por sua participação e que os resultados

gerais obtidos seriam utilizados apenas para alcançar os objetivos do presente estudo e para

publicação na literatura científica especializada. Por fim os mesmos foram informados de que

poderiam receber uma cópia do estudo final caso assim o desejassem.

Assim, feito o contato inicial com os atletas ocorreu à coleta de dados desta pesquisa.

Tal coleta foi realizada pela própria autora deste estudo, em dias e horários pré-estabelecidos,

sendo que os atletas foram reunidos em grupo, em um local apropriado. Primeiramente a

autora explicou todos os objetivos e procedimentos referentes à pesquisa, logo em seguida, a

aplicação dos instrumentos ocorreu na seguinte ordem: inicialmente o atleta respondeu ao

questionário de dados biográficos, posteriormente, o mesmo respondeu a versão adaptada do

Teste de Efeito das Condições Gerais de Estresse sobre o Desempenho proposto por Teipel

(1993) e na sequencia ao questionário sobre o significado do Voleibol.

O presente projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade São Judas Tadeu sob o protocolo nº89/2009.

3.5 - Análises dos dados

Para as análises estatísticas foi utilizado o pacote estatístico “Statistical Package Social

Science” (SPSS) versão 12.0, sendo que os dados referentes ao gênero, categoria de jogo,

idade, tempo de prática do voleibol e posição de jogo, coletados através do questionário de

dados biográficos, foram analisados através de frequência de resposta, média e desvio padrão.

Os dados coletados através da versão adaptada do Teste de Efeito das Condições

Gerais de Estresse sobre o Desempenho proposto por Teipel (1993) foram analisados

primeiramente por meio de uma análise descritiva, através da média e o desvio padrão.

Posteriormente, foi feito um ranqueamento com os dados levando-se em consideração os itens

que apresentaram médias superiores a 5.0 e inferiores a 3.0. Utilizou-se desse procedimento

porque o valor 4.0 na escala das Condições Gerais de Estresse representava um grau de

influência neutra para o desempenho dos atletas. Assim os itens com médias superiores a 5.0

foram considerados como positivos para o desempenho dos atletas, enquanto que os itens com

médias inferiores a 3.0 foram considerados negativos.

Após as análises expostas anteriormente, buscou-se identificar se havia diferenças

estatisticamente significativas para as Condições Gerais de Estresse quando se comparava os

Page 39: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

26

atletas por gênero, por categoria e por posição de jogo. Para essa análise, primeiramente,

aplicou-se o teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov (teste D), o qual constatou que a

maioria dos itens não seguiu uma distribuição normal (Anexo 5).

Com esses resultados, somou-se à especificidade da amostra e o tipo de escala do

instrumento (tratou-se de uma variável ordinal, disposta em uma escala de 1 a 7), que em

conjunto, determinaram a escolha do teste de Mann Whitney (teste U) para verificar se

existiam diferenças estatisticamente significativas entre as condições gerais de estresse por

gênero e por categoria de jogo. Na sequência das análises optou-se por analisar a relação entre

as condições gerais de estresse e as posições de jogo utilizando-se o teste de Kruskal Wallis

(teste H).

Utilizou-se ainda a frequência de respostas para analisar os resultados da escala de

comportamentos adotados pelos sujeitos frente às situações típicas de um jogo de voleibol, o

que ocorreu por gênero e por categoria de jogo.

Já para a análise do questionário composto pela pergunta aberta foram utilizados os

procedimentos de Análise de Conteúdo propostos por Miles e Huberman (2002):

a) Transcrição palavra por palavra (“verbatim”) das respostas relatadas pelos atletas, sem

qualquer interpretação, para ter uma visão geral e obter o sentido dos relatos dos sujeitos; b)

Leitura exaustiva das respostas com o objetivo de familiarizar-se completamente com elas; c)

Posteriormente, foram selecionadas as informações consideradas relevantes, elegendo

unidades de significância palavras e/ou frases; d) A seguir foi feita uma redução dos dados

aplicando-se um sistema de codificação, reunindo as diversas afirmações em categorias de

análise, com características comuns definidas a partir das questões do estudo; e) Para

assegurar a validade deste procedimento, o mesmo foi apresentado a 07 juízes (Mestres e

Doutores em Educação Física e/ou Psicologia do Esporte) que classificaram as unidades de

significado em suas devidas categorias. Foram aceitas para análise as unidades com 80 % de

concordância (valor definido pelos autores) de classificação numa mesma categoria entre os

juízes. Esse passo assegurou maior fidedignidade na classificação das categorias.

Ainda neste contexto, utilizou-se a frequência de respostas para analisar o significado

do voleibol em cada categoria de discursos, para a amostra como um todo. Em seguida,

aplicou-se o teste do Qui-quadrado (X²) para identificar se o significado atribuído ao voleibol

mantinha a mesma tendência de respostas quando os dados eram comparados por gênero e por

categoria de jogo. E por fim, visando compreender se havia relação entre o significado

Page 40: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

27

pessoal atribuído ao voleibol e as condições gerais de estresse, utilizou-se mais uma vez do

teste de Kruskal Wallis (teste H).

O nível de significância adotado em todos os procedimentos foi de p≤ 0,05.

Page 41: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

28

CAPÍTULO 4

RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados os resultados encontrados neste estudo, para uma

melhor organização, optou-se por apresentar, primeiramente, os resultados encontrados para a

amostra como um todo. Na sequencia, os resultados são apresentados por gênero, categoria e

posição de jogo.

4.1 – Da amostra total

4.1.1 - Resultados quanto as Condições Gerais de Estresse

Os dados coletados através da versão adaptada do Teste de Efeito das Condições

Gerais de Estresse sobre o Desempenho proposto por Teipel (1993) foram tratados

primeiramente por meio de uma análise descritiva, através da média e o desvio padrão, o que

pode ser observado na tabela 4. Em tal tabela são expressos todos os itens do instrumento e

suas respectivas médias e desvios.

Tabela 4 - Condições Gerais de Estresse - (Amostra total, n=69)

Itens M DP

1 Jogadas erradas no começo do jogo 3,77 1,41

2 Adiamento do jogo 3,90 1,46

3 Nervosismo excessivo 2,51 1,31

4 Dificuldades em conciliar e manter o sono 3,32 1,39

5 Ser o favorito 5,26 1,42

6 Metas e rendimento excessivamente altas 4,88 1,67

7 Derrotas anteriores 4,14 1,63

8 Condicionamento físico inadequado 2,28 1,36

9 Conflitos com o treinador 3,00 1,86

10 Resultados positivos inesperados dos adversários 4,77 1,41

Page 42: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

29

11 Performances ruins em treinamentos e competições anteriores 3,42

1,45

12 Adversários desconhecidos 4,90 1,44

13 Ser vaiado durante o jogo 4,67 1,95

14 Grande superioridade do adversário 5,26 1,65

15 Ser prejudicado pelos juízes 3,86 1,72

16 Instalações de competições incômodas 2,77 1,14

17 Pensar constantemente em cumprir as metas fixadas 4,88 1,60

18 Estímulos perturbadores visuais, acústicos e táteis 3,46 1,28

19 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo adversário 4,84 1,61

20 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo treinador 5,01 1,43

21 Viagens muito longas 3,16 1,34

22 Jogar com torcida 6,22 1,17

23 Conflitos com os companheiros de time 3,17 1,40

24 Conflitos com familiares 2,80 1,37

25 Jogar com torcida contra 5,94 1,36

26 Executar jogadas erradas no fim do jogo 3,20 1,34

27 Falta de preparação psicológica 3,25 1,32

28 Jogar contra um adversário agressivo/provocador 5,86 1,40

29 Jogar machucado 2,83 1,90

30 Receber "cobranças" de jogadores mais velhos 5,19 1,66

31 Disputa pela vaga de titular na equipe 6,46 0,93

32 Falta de comunicação entre a equipe 2,62 1,24

Page 43: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

30

Dos itens considerados estressantes, observa-se que os mesmos compõem três grandes

grupos. O primeiro grupo está relacionado a questões que envolvem aspectos pessoais e

contempla 8 itens (1, 11, 4, 27, 26, 29, 3 e 8). O segundo grupo envolve questões voltadas

para o relacionamento entre a própria equipe ou com pessoas significativas, isto é, o

relacionamento com familiares, amigos, treinadores, adversários e árbitros, e contempla 5

itens (15, 23, 9, 24 e 32). E o terceiro grande grupo está relacionado à organização e ao

ambiente esportivo e possui 4 itens (2, 18, 21 e 16).

Posteriormente os dados foram analisados levando-se em consideração os itens que

apresentaram médias superiores a 5.0 e inferiores a 3.0. Utilizou-se desse procedimento

porque o item 4 na escala das Condições Gerais de Estresse representava um grau de

influência neutra para o desempenho dos atletas. Assim os itens com médias superiores a 5.0

representam situações consideradas positivas para o desempenho dos atletas, enquanto os

itens com médias inferiores a 3.0 representam situações consideradas negativas. Na tabela 5 é

possível observar este ranqueamento.

Tabela 5 - Ranqueamento dos Itens com Maiores e Menores Médias

Itens M DP

31 Disputa pela vaga de titular na equipe 6,46 0,93

22 Jogar com torcida 6,22 1,17

25 Jogar com torcida contra 5,94 1,36

28 Jogar contra um adversário agressivo/provocador 5,86 1,40

5 Ser o favorito 5,26 1,42

14 Grande superioridade do adversário 5,26 1,65

30 Receber "cobranças" de jogadores mais velhos 5,19 1,66

20 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo treinador 5,01 1,43

9 Conflitos com o treinador 3,00 1,86

29 Jogar machucado 2,83 1,90

Page 44: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

31

24 Conflitos com familiares 2,80 1,37

16 Instalações de competições incômodas 2,77 1,14

32 Falta de comunicação entre a equipe 2,62 1,24

3 Nervosismo excessivo 2,51 1,31

8 Condicionamento físico inadequado 2,28 1,36

Através do ranqueamento pode-se observar que os itens 31, 22, 25, 28, 5, 14, 30 e 20

foram considerados positivos para o desempenho, enquanto que os itens 9, 29, 24, 16, 32, 3 e

8 foram considerados negativos para o desempenho dos atletas.

4.1.2 - Resultados quanto aos comportamentos mais adotados frente às situações

típicas de um jogo de voleibol

Para analisar os comportamentos mais adotados pelos sujeitos frente às situações

típicas de um jogo de voleibol utilizou-se a frequência de respostas para cada tipo de

comportamento. Na tabela 6 são apresentadas as frequências de respostas para cada tipo de

comportamento para amostra como um todo. Desta forma é possível observar quais os

comportamentos mais adotados pelos os atletas frente às situações que são comuns em um

jogo de Voleibol:

Page 45: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

32

Tabela 6 - Comportamentos mais Adotados Frente às Situações Típicas de um Jogo de Voleibol

Amostra total n=69

Itens

Per

co u

m p

ou

co a

mo

tiv

ação

Me

con

cen

tro

nas

pró

xim

as

jog

adas

Rea

jo d

e fo

rma

agre

ssiv

a

Não

me

imp

ort

o

Ten

to m

e tr

anq

üil

izar

Fic

o i

rrit

ado

e n

erv

oso

Me

esfo

rço

mai

s

Peç

o a

ori

enta

ção

e a

aju

da

do

s

com

pan

hei

ros

ou

tro

s

1 Sou advertido por causa de uma reclamação .. 20 3 19 23 2 2 .. ..

2 Alguns dos meus companheiros não se esforçam 9 .. 7 1 1 35 12 3 1

3 O juiz toma uma decisão incorreta contra minha equipe .. 7 12 4 20 21 2 .. 3

4 Meus companheiros me criticam após uma jogada errada 1 25 2 1 12 7 21 .. ..

5 O treinador me critica por falta de esforço 3 10 2 2 6 4 38 2 2

6 Minha equipe perde o ponto porque adotei uma tática

errada 2 26 1 3 13 7 9 8 ..

7 Por causa dos meus erros o adversário abre vantagem no

placar 5 13 5 1 15 8 12 6 4

8 Perco o saque num momento importante do set 6 16 .. 3 19 15 6 1 3

9 Os torcedores vaiam todas minhas jogadas durante o jogo 4 5 1 40 10 3 5 .. 1

10 Sou substituído 13 5 1 12 10 9 11 3 5

11 Minha equipe está em desvantagem no tie-break 1 17 1 1 18 1 24 3 3

12 Minha equipe está em vantagem no tie-break .. 20 1 .. 11 .. 27 2 8

13 O melhor jogador da equipe adversária é substituído .. 9 2 29 3 1 14 .. 11

14 O melhor jogador da equipe adversária sai da partida por

estar lesionado .. 12 .. 36 2 .. 9 .. 10

15 O levantador da minha equipe é substituído .. 18 1 15 10 2 8 2 13

16 O levantador da equipe adversária é substituído .. 11 2 31 2 .. 6 3 14

17 O líbero da minha equipe é considerado o melhor jogador

da posição na competição .. 2 .. 13 1 1 10 3 39

18 O líbero da equipe adversária é considerado o melhor

jogador da posição na competição 2 3 .. 31 1 2 7 1 22

19 Cometo repetidamente os mesmos erros 10 4 2 .. 16 23 5 9 ..

20 Minha equipe recupera e vira uma “bola perdida” 1 11 2 2 1 3 18 4 27

21 Acontece um bate-boca entre a equipe adversária .. 9 6 37 7 1 2 1 6

22 Acontece um bate-boca entre os jogadores da minha

equipe 2 8 3 4 30 8 3 2 9

23 O bloqueio da equipe adversária é muito alto .. 10 3 21 2 .. 19 7 7

Page 46: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

33

Como forma de melhor compreender esses resultados optou-se por categorizar os itens

do teste reunindo-se os mesmos em categorias de respostas com características comuns

(determinadas pela autora do estudo). Deste modo, estabeleceram-se três categorias:

1) Aspectos relativos ao desempenho pessoal – Se refere aos itens que contemplam

situações típicas que dependem quase que exclusivamente das ações dos próprios

atletas. Fazem parte dessa categoria os itens 1, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 19;

2) Aspectos relativos ao desempenho da equipe – Se refere aos itens que contemplam

atitudes que dependem em grande parte das ações dos companheiros de equipe ou que

envolvem pessoas significativas, ou ainda que envolvam o ambiente esportivo em si.

Compõem essa categoria os itens 2, 3, 11, 12, 15, 17, 20 e 22;

3) Aspectos relativos à equipe adversária – Se refere aos itens que contemplam atitudes

e/ou ações provenientes da equipe ou do jogador adversário. Fazem parte dessa

categoria os itens 13, 14, 16, 18, 21 e 23;

Ao analisar as frequências de respostas dos sujeitos para a categoria “Aspectos

relativos ao desempenho pessoal” verifica-se que esses atletas tendem a desenvolver

comportamentos voltados para o gerenciamento da situação, atribuindo a si mesmos a

responsabilidade pelas ações ocorridas no momento atual do jogo. Comportamentos como

“Me concentro nas próximas jogadas” e “Tento me tranquilizar” foram os que receberam uma

maior frequência de respostas dentro dessa categoria. Em quatro situações específicas “(5) O

treinador me critica por falta de esforço”, “(9) Os torcedores vaiam todas minhas jogadas

durante o jogo”, “(10) Sou substituído” e “(19) Cometo repetidamente os mesmos erros” os

atletas demonstraram outros tipos de comportamento que são, respectivamente, “Me esforço

mais”, “Não me importo”, “Perco um pouco a motivação” e “Fico irritado e nervoso”.

Quando analisamos a frequência de respostas dentro da categoria “Aspectos relativos

ao desempenho da equipe” verificamos que os comportamentos com maior frequência de

respostas foram “Fico irritado e nervoso”, “Me esforço mais” e “Outros”. Somente para duas

situações específicas “(15) O levantador da minha equipe é substituído” e “(22) Acontece um

bate-boca entre os jogadores da minha equipe” é que os atletas demonstraram outros tipos de

comportamento que são, respectivamente, “Me concentro nas próximas jogadas” e “Tento me

tranquilizar”.

Page 47: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

34

Já quando analisamos a frequência de respostas para a categoria “Aspectos relativos à

equipe adversária” verificamos que os atletas tendem a ignorar a situação. O comportamento

com maior frequência de respostas dentro dessa categoria foi “Não me importo”.

4.1.3 - Resultados quanto ao significado do voleibol

Nesta seção são expressos os resultados encontrados para a pergunta que permitia

respostas abertas: “O que significa o Voleibol para você?”. A seguir é possível observar como

a amostra total deste estudo se comportou frente a este questionamento.

4.1.3.1 – Das categorias de discursos para a amostra total

Realizados os procedimentos de análise dos dados obteve-se um total de 203 unidades

de registro sobre o significado do voleibol. Dos dados originaram-se quatro categorias de

discursos: Desenvolvimento de Capacidades, Emoção, Interação Social e Meio de Vida. A

análise dos juízes validou 177 unidades, o que representa 87% de concordância do material

coletado.

A seguir, na tabela 7, são apresentados os percentuais de concordância entre os juízes,

para cada categoria e, na sequencia, serão apresentadas as definições de cada categoria e

como forma de ilustrá-las, são apresentadas algumas afirmações textuais dos atletas.

Tabela 7 - Concordância entre os Juízes em cada Categoria de Discursos

Categorias % de Concordância

Desenvolvimento de Capacidades 86

Emoção 87

Interação Social 73

Meio de vida 94

Total 87

1) Desenvolvimento de capacidades - Se refere aos discursos nos quais os atletas afirmam

que o voleibol favorece o desenvolvimento de habilidades e competências que podem ser

comportamentais, físicas e/ou psicológicas e que permitem o crescimento pessoal,

profissional e esportivo.

Page 48: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

35

"Uma ferramenta que ajudará bastante para o resto da minha vida", "Tudo o que eu tenho,

tudo o que sou, tudo o que conquistei foi graças ao volei", "O Voleibol em minha vida me deu

um caminho muito bom", "Fui aprendendo a ter responsabilidade, respeito entre outras

coisas"; "Significa estar sempre em busca dos meus objetivos" "Onde posso aprender e

conquistar o futuro" "Com o volei pretendo construir minha vida e ser feliz" "Ser um grande

atleta", "Tento evoluir a cada dia que passa pra ser o melhor", "O volei me ensinou muita

coisa e me proporcionou também muitas coisas boas", "Um esporte que exige o máximo de

concentração durante toda a partida", "De certa forma um meio de disputa saudável para se

ver qual a melhor equipe", "Voleibol significa um esporte altamente disputado", "Já ganhei

muita experiência", "Com ele pretendo ganhar mais experiência de vida e profissionalmente",

"Através dele me sinto mais completo como ser humano", "Aprendi a ser sereno,

companheiro, disciplinado", "Me esforço o máximo possível para atingir outras metas",

"Esporte coletivo que exige companheirismo, dedicação, visão de jogo, inteligência,

dinamismo, agilidade", "Me motiva por sempre apresentar situações problemas

diversificadas que exigem minha atenção e minha adaptação", "Me ajudou a conquistar

muitas coisas, tanto profissionais quanto pessoais", "Me fez conhecer quase todo o país e

agora o mundo", "O voleibol me proporcionou e me ajudou a conquistar muitos objetivos,

sendo eles pessoais e profissionais", "Ele me ajudou a viver e respeitar o limite de cada

pessoa", "Me ensinou a ser mais independente e a lutar pelos meus objetivos", "É

recompensador pra saúde", "Superação de obstáculos", "Através dele alcancei todas as

minhas metas", "Superei muitas dificuldades", "Me ajudou a mostrar e trilhar os caminhos

certos na minha vida", "Minhas conquistas, realizações", "Possibilitou-me crescer num

ambiente diferente da realidade agressiva que hoje vivemos", "Algo que me ajudou muito a

crescer como pessoa", "Momento de superação, de transpor obstáculos", "Superação de

desafios reais e psicológicos", "Uma maneira de praticar uma atividade física", "Melhorei

meu preparo físico", "Aprendi muitas coisas" e "Me ajudou a evoluir como pessoa".

2) Emoção – Se refere aos discursos que indicam que a prática do voleibol provoca

sentimentos e emoções peculiares. Tais emoções podem ser subdivididas em dois grupos:

a) paixão pelo voleibol – se refere aos discursos que indicam que o voleibol é uma

atividade relevante para os atletas, pela qual demonstram muito apreço, além de representar

um aspecto central em suas vidas.

Page 49: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

36

"Uma paixão", "O volei hoje é minha vida", "Uma paixão enorme", "Minha vida", "Aquilo

que mais gosto de fazer", "O volei é minha vida!", "Uma paixão que não consigo ficar longe",

"Ele faz parte de mim como se fosse mais um membro meu", "É um esporte coletivo e que eu

gosto muito”, “Voleibol pra mim é tudo!", "Um sonho", "Hoje o voleibol é tudo pra mim",

"Não me vejo fazendo outra coisa", "Foi o que eu escolhi pra mim", "É o que eu quero fazer

até meus joelhos permitirem", "É tudo na minha vida", "A coisa que mais amo", "É o que eu

realmente amo fazer", "Um sonho", "Uma loucura", "Significa tudo", "Gosto muito", "Da

quadra eu consigo esquecer tudo o que se passa a minha volta. Me entrego ao voleibol",

"Amor pelo esporte", "Voleibol pra mim é como se fosse o meu ar", "Sem ele não posso

viver", "Voleibol é a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida", "O voleibol

tem um significado importante em minha vida" e "É algo bom que acontece em minha vida"

b) prazer na participação – se refere aos discursos que indicam sentimentos positivos

derivados da participação no esporte, tais como, sentimentos de prazer, diversão e alegria.

"Um meio de diversão", "Lazer", "O meio que me traz satisfação e prazer", "Meu prazer",

"Uma diversão", "Um esporte alegre de se fazer", "Ele me dá muita motivação", "Onde me

sinto muito a vontade", "Desde sempre gostei da emoção de jogar, é muito estimulante pra

mim", "É um esporte que eu gosto e tenho prazer de jogar", "Uma alegria", "O que mais

gosto de fazer", "Momentos de alegria e conquistas", "Histórias inesquecíveis", "É o

momento em que faço o que gosto", "Me divirto", "Voleibol é prazer", "Faço o que gosto e me

faz bem", "O voleibol além de ser um esporte muito prazeroso de ser praticado", "Algo que

me deixa feliz", "Me descontrai" e "É um momento de prazer e descontração"

3) Interação social – Se refere aos discursos nos quais os atletas afirmam que o voleibol é um

agente socializador importante e que permite relações com pessoas que tem um impacto

importante na vida do atleta.

"Através do volei também consegui fazer muitos amigos", "Através do volei encontrei minha

namorada", "Um esporte coletivo onde temos que ter total companheirismo", "Um jogo

complexo de muita sintonia entre todos os atletas", "Através dele fiz amigos, companheiros e

pessoas que fizeram e fazem parte até hoje de minha vida", "Além de conhecer pessoas, fazer

Page 50: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

37

amigos e desfrutar de tudo da melhor maneira possível", "Companheirismo", "Convívio em

grupo", "Conheci inúmeras cidades e diversas pessoas diferentes", "Amizades maravilhosas",

"Tenho boas relações interpessoais", "Foi através dele que conheci a maioria dos meus

amigos", "Conhecer muitos lugares e pessoas" e "Com o volei eu conheci grandes amigos”.

4) Meio de vida – Se refere aos discursos que mostram que os atletas veem o voleibol como

uma forma para desenvolver-se profissionalmente, tanto no tempo presente quanto no futuro,

além de ser um meio para o sustento financeiro de si próprio ou de sua família.

“Meio de vida”, “Minha profissão”, “Meu trabalho”, “Um meio de dar para minha família

uma vida melhor”, “Minha carreira”, “O que eu escolhi pro meu futuro”, “É o que quero

para o meu futuro”, “Em termos financeiros me ajuda”, “Com ele recebo meu salário”,

“Quero que isto um dia se torne meu ganha pão”, “Meu futuro”, “Pretendo fazer do volei

minha vida”, “Profissionalismo”, “Onde busco atingir metas que fiz, para ter um futuro

próspero”, “Ajudar minha família”, “Significa o meu futuro e o da minha família!”, “Um

meio de serviço”, “Agora trata-se de uma profissão”, “Pretendo ter muito sucesso nesse

esporte, me tornando um profissional um dia”, “Vida da minha família”, “O melhor de tudo:

ganho para isso”, “Me sustentei”, “Bolsas de estudo”.

Diante destes dados podemos observar que todas as categorias levantadas fazem

referência ao voleibol como um aspecto positivo. É interessante perceber que nenhum atleta

atribuiu um significado negativo ao voleibol.

Para ilustrar tais percepções, apresentamos a tabela 8 que evidencia a frequência e

porcentagem de respostas dos sujeitos para cada categoria de discurso.

Tabela 8 - Frequência de Respostas sobre o Significado do Voleibol em cada Categoria de

Discursos (Amostra total, n=69)

Categorias F

(frequência de respostas) %

Desenvolvimento de Capacidades 27 39,1

Emoção 53 76,8

Interação Social 14 20,3

Meio de vida 41 59,4

Page 51: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

38

Assim podemos observar que para a amostra como um todo, o voleibol representa

Emoção (76,8%) e Meio de Vida (59,4%), sendo, posteriormente, concebido como

Desenvolvimento de Capacidades (39,1%) e Interação Social (20,3%).

4.1.4 - Resultados quanto à relação entre o significado do voleibol e as condições

gerais de estresse

Para analisar se existiam diferenças estatisticamente significativas entre as categorias

do significado do voleibol e as condições gerais de estresse utilizou-se do teste de Kruskal

Wallis. Os resultados encontrados através deste teste demonstram se o significado que o atleta

atribui ao voleibol tem alguma relação com a percepção de estresse do mesmo, assim, tais

resultados podem ser observados na tabela 9 a seguir:

Tabela 9 - Relação entre as Condições Gerais de Estresse e as Categorias do Significado do Voleibol

para Amostra Total

Itens Categorias de discurso M DP H p

1 Jogadas erradas no começo do jogo

Desenvolvimento de

capacidades

3,59 1,37

4,43 0,21 Emoção 3,89 1,41

Interação Social 3,36 1,11

Meio de Vida 3,88 1,45

2 Adiamento do jogo

Desenvolvimento de

capacidades

4,11 1,20

3,00 0,39 Emoção 3,87 1,51

Interação Social 4,07 1,23

Meio de Vida 3,78 1,52

3 Nervosismo excessivo

Desenvolvimento de

capacidades

2,44 1,10

0,11 0,99 Emoção 2,46 1,27

Interação Social 2,43 1,05

Meio de Vida 2,41 1,30

4 Dificuldades em conciliar e manter o sono

Desenvolvimento de

capacidades

3,30 0,98

1,95 0,58 Emoção 3,24 1,32

Interação Social 3,14 1,06

Meio de Vida 3,12 1,58

5 Ser o favorito

Desenvolvimento de

capacidades

5,00 1,39

2,91 0,40 Emoção 5,26 1,43

Interação Social 5,14 1,25

Meio de Vida 5,37 1,37

6 Metas de rendimento excessivamente altas Desenvolvimento de

capacidades

4,96 1,46 0,45 0,92

Page 52: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

39

Emoção 4,94 1,67

Interação Social 4,93 1,45

Meio de Vida 5,05 1,84

7 Derrotas anteriores

Desenvolvimento de

capacidades

4,11 1,55

0,34 0,95 Emoção 4,19 1,64

Interação Social 4,21 1,48

Meio de Vida 4,17 1,73

8

Condicionamento físico inadequado

Desenvolvimento de

capacidades

2,04 1,04

1,49 0,68 Emoção 2,11 1,30

Interação Social 2,29 1,28

Meio de Vida 2,05 1,30

9 Conflitos com o treinador

Desenvolvimento de capacidades

3,37 1,88

6,00 0,11 Emoção 2,81 1,91

Interação Social 3,21 1,87

Meio de Vida 2,90 1,84

10 Resultados positivos inesperados do adversário

Desenvolvimento de

capacidades

4,78 1,35

4,84 0,18 Emoção 4,74 1,46

Interação Social 4,29 1,68

Meio de Vida 4,98 1,52

11 Performances ruins em treinamentos e competições

anteriores

Desenvolvimento de

capacidades

3,85 1,51

5,61 0,13 Emoção 3,37 1,53

Interação Social 3,36 1,45

Meio de Vida 3,44 1,61

12 Adversários desconhecidos

Desenvolvimento de capacidades

5,04 1,26

3,97 0,26 Emoção 4,91 1,43

Interação Social 4,71 1,03

Meio de Vida 5,02 1,52

13 Ser vaiado durante o jogo

Desenvolvimento de

capacidades 4,26 1,86

6,40 0,09 Emoção 4,81 1,88

Interação Social 4,86 1,31

Meio de Vida 4,95 1,91

14 Grande superioridade do adversário

Desenvolvimento de

capacidades

5,33 1,50

1,74 0,62 Emoção 5,46 1,67

Interação Social 5,14 1,74

Meio de Vida 5,29 1,82

15 Ser prejudicado pelos juízes

Desenvolvimento de

capacidades

4,30 1,56

6,14 0,10 Emoção 3,78 1,77

Interação Social 4,29 1,72

Meio de Vida 3,80 1,87

Page 53: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

40

16 Instalações de competições incômodas Desenvolvimento de

capacidades

3,11 1,03 11,18 0,01

Emoção 2,74 1,13

Interação Social 3,14 1,06

Meio de Vida 2,61 1,13

17 Pensar constantemente em cumprir as metas

fixadas

Desenvolvimento de

capacidades

4,81 1,22

7,64 0,05 Emoção 4,98 1,57

Interação Social 4,79 0,94

Meio de Vida 5,34 1,57

18 Estímulos perturbadores visuais, acústicos e táteis

Desenvolvimento de

capacidades

3,37 1,06

0,98 0,80 Emoção 3,30 1,23

Interação Social 3,36 1,11

Meio de Vida 3,27 1,41

19 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo

adversário

Desenvolvimento de

capacidades

5,15 1,24

5,54 0,13 Emoção 4,91 1,58

Interação Social 4,57 1,51

Meio de Vida 5,00 1,77

20 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo treinador

Desenvolvimento de

capacidades

5,00 1,31

2,03 0,56 Emoção 5,06 1,43

Interação Social 4,86 1,25

Meio de Vida 5,20 1,58

21 Viagens muito longas

Desenvolvimento de

capacidades

3,15 1,08

3,40 0,33 Emoção 3,04 1,32

Interação Social 3,36 0,90

Meio de Vida 3,15 1,38

22 Jogar com torcida

Desenvolvimento de

capacidades

6,04 1,26

5,93 0,11 Emoção 6,28 1,08

Interação Social 6,36 0,98

Meio de Vida 6,51 0,97

23 Conflitos com os companheiros de time

Desenvolvimento de

capacidades

3,41 1,26

8,09 0,04 Emoção 2,94 1,41

Interação Social 3,07 1,59

Meio de Vida 3,37 1,47

24 Conflitos com os familiares

Desenvolvimento de

capacidades

3,00 1,25

9,59 0,02 Emoção 2,72 1,40

Interação Social 3,00 1,20

Meio de Vida 2,34 1,27

25 Jogar com torcida contra

Desenvolvimento de

capacidades

5,81 1,42

5,70 0,12 Emoção 6,02 1,26

Interação Social 6,00 1,00

Page 54: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

41

Meio de Vida 6,32 1,05

26 Executar jogadas erradas no fim do jogo

Desenvolvimento de

capacidades

3,07 1,16

0,50 0,91 Emoção 3,07 1,17

Interação Social 2,93 1,34

Meio de Vida 3,24 1,48

27 Falta de preparação psicológica

Desenvolvimento de

capacidades

3,63 1,16

5,15 0,16

Emoção 3,19 1,34

Interação Social 3,43 1,41

Meio de Vida 3,12 1,45

28 Jogar contra um adversário agressivo/provocador

Desenvolvimento de

capacidades

5,74 1,33

6,72 0,08 Emoção 5,98 1,34

Interação Social 5,57 1,41

Meio de Vida 6,22 1,08

29 Jogar machucado

Desenvolvimento de

capacidades

2,93 1,79

5,73 0,12 Emoção 2,72 1,99

Interação Social 3,36 2,07

Meio de Vida 2,71 1,91

30 Receber "cobranças" de jogadores mais velhos

Desenvolvimento de

capacidades

4,74 1,74

8,28 0,04 Emoção 5,15 1,63

Interação Social 4,86 1,65

Meio de Vida 5,59 1,56

31 Disputa pela vaga de titular na equipe

Desenvolvimento de

capacidades

6,22 1,14

8,76 0,03 Emoção 6,52 0,90

Interação Social 6,36 0,90

Meio de Vida 6,66 0,82

32 Falta de comunicação entre a equipe

Desenvolvimento de

capacidades

2,74 1,14

6,50 0,09 Emoção 2,50 1,23

Interação Social 3,00 1,47

Meio de Vida 2,39 1,28

Aplicado o teste de Kruskal Wallis verificamos que há diferenças estatisticamente

significativas nos itens “(16) Instalações de competições incômodas”, “(17) Pensar

constantemente em cumprir as metas fixadas”, “(23) Conflitos com os companheiros de

time”, “(24) Conflitos com os familiares”, “(30) Receber "cobranças" de jogadores mais

velhos” e “(31) Disputa pela vaga de titular na equipe”.

Page 55: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

42

4.2 – Quanto ao gênero

4.2.1 – Resultados quanto as Condições Gerais de Estresse por gênero.

Após as análises expostas anteriormente, buscou-se identificar se haviam diferenças

estatisticamente significativas para as Condições Gerais de Estresse quando se comparava os

atletas por gênero. Na tabela 10 são apresentados os resultados encontrados nessas análises, os

quais demonstram que de 32 itens, 5 apresentaram diferenças consideradas estatisticamente

significativas:

Tabela 10 – Média, Desvio Padrão e Análise Estatística das Condições Gerais de Estresse em Função

do Gênero

Itens Gênero n M DP U P

1 Jogadas erradas no começo do jogo Masculino 47 3,94 1,47

432,00 0,26 Feminino 22 3,41 1,22

2 Adiamento do jogo Masculino 47 3,81 1,53

467,50 0,50 Feminino 22 4,09 1,31

3 Nervosismo excessivo Masculino 47 2,55 1,38

493,50 0,76 Feminino 22 2,41 1,18

4 Dificuldades em conciliar e manter o sono Masculino 47 3,23 1,61

430,50 0,25 Feminino 22 3,50 0,74

5 Ser o favorito Masculino 47 5,32 1,42

484,00 0,66 Feminino 22 5,14 1,46

6 Metas e rendimento excessivamente altas Masculino 47 4,91 1,78

484,50 0,67 Feminino 22 4,82 1,44

7 Derrotas anteriores Masculino 47 4,30 1,72

454,50 0,41 Feminino 22 3,82 1,40

8 Condicionamento físico inadequado Masculino 47 2,32 1,51

500,00 0,82 Feminino 22 2,18 1,01

9 Conflitos com o treinador Masculino 47 2,79 1,89

387,50 0,09 Feminino 22 3,45 1,77

10 Resultados positivos inesperados dos adversários Masculino 47 4,79 1,40

503,00 0,85 Feminino 22 4,73 1,45

11 Performances ruins em treinamentos e competições anteriores Masculino 47 3,34 1,61

430,50 0,25 Feminino 22 3,59 1,05

12 Adversários desconhecidos Masculino 47 5,02 1,53

413,00 0,17 Feminino 22 4,64 1,22

13 Ser vaiado durante o jogo Masculino 47 5,00 1,95

356,50 0,04 Feminino 22 3,95 1,79

14 Grande superioridade do adversário Masculino 47 5,43 1,68

413,00 0,17 Feminino 22 4,91 1,57

15 Ser prejudicado pelos juízes Masculino 47 3,62 1,81

388,00 0,09 Feminino 22 4,36 1,40

16 Instalações de competições incômodas Masculino 47 2,64 1,22

406,50 0,14 Feminino 22 3,05 0,90

17 Pensar constantemente em cumprir as metas fixadas Masculino 47 5,11 1,68

363,50 0,04 Feminino 22 4,41 1,30

Page 56: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

43

18 Estímulos perturbadores visuais, acústicos e táteis Masculino 47 3,28 1,26

404,00 0,13 Feminino 22 3,86 1,25

19 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo adversário Masculino 47 4,87 1,74

485,50 0,68 Feminino 22 4,77 1,34

20 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo treinador Masculino 47 5,04 1,55

491,00 0,73 Feminino 22 4,95 1,17

21 Viagens muito longas Masculino 47 3,21 1,44

491,50 0,74 Feminino 22 3,05 1,09

22 Jogar com torcida Masculino 47 6,34 1,11

410,00 0,12 Feminino 22 5,95 1,29

23 Conflitos com os companheiros de time Masculino 47 3,09 1,44

479,50 0,62 Feminino 22 3,36 1,33

24 Conflitos com familiares Masculino 47 2,53 1,44

333,00 0,01 Feminino 22 3,36 1,00

25 Jogar com torcida contra Masculino 47 6,04 1,29

444,00 0,31 Feminino 22 5,73 1,52

26 Executar jogadas erradas no fim do jogo Masculino 47 3,15 1,41

463,00 0,47 Feminino 22 3,32 1,17

27 Falta de preparação psicológica Masculino 47 3,13 1,35

452,50 0,39 Feminino 22 3,50 1,26

28 Jogar contra um adversário agressivo/provocador Masculino 47 5,96 1,40

442,00 0,30 Feminino 22 5,64 1,40

29 Jogar machucado Masculino 47 2,45 1,79

308,00 0,01 Feminino 22 3,64 1,92

30 Receber "cobranças" de jogadores mais velhos Masculino 47 5,57 1,54

306,50 0,01 Feminino 22 4,36 1,62

31 Disputa pela vaga de titular na equipe Masculino 47 6,55 0,88

421,50 0,14 Feminino 22 6,27 1,03

32 Falta de comunicação entre a equipe Masculino 47 2,53 1,33

430,50 0,25 Feminino 22 2,82 1,01

Quando analisamos as Condições Gerais de Estresse comparando o gênero masculino

e feminino verificamos que há diferenças estatisticamente significativas nos itens “(13) Ser

vaiado durante o jogo”, “(17) Pensar constantemente em cumprir as metas fixadas”, “(24)

Conflitos com familiares”, “(29) Jogar machucado” e “(30) Receber cobranças de jogadores

mais velhos”. Verificamos ainda que os itens 13, 17 e 30 são os fatores que mais influenciam

positivamente os homens, enquanto que os itens 24 e 29 são os fatores que mais influenciaram

negativamente tanto os homens quanto as mulheres, embora os homens tenham percebido

esses fatores como mais estressantes.

Page 57: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

44

4.2.2 - Resultados quanto aos comportamentos adotados frente às situações

típicas de um jogo de voleibol por gênero

Seguindo os procedimentos aplicados anteriormente, as tabelas 11 e 12 trazem os

resultados da análise dos comportamentos para o gênero feminino e masculino, sendo que na

tabela 11 são apresentados os comportamentos mais adotados pelo gênero feminino e na

tabela 12 são apresentados os comportamentos mais adotados pelo gênero masculino, ambos,

frente à situações que são típicas em um jogo de Voleibol:

Tabela 11 - Comportamentos Frente às Situações Típicas de um Jogo de Voleibol

Gênero Feminino (n=22)

Itens P

erco

um

po

uco

a

mo

tiv

ação

Me

con

cen

tro

nas

pró

xim

as

jog

adas

Rea

jo d

e fo

rma

agre

ssiv

a

Não

me

imp

ort

o

Ten

to m

e tr

anq

uil

izar

Fic

o i

rrit

ado

e n

erv

oso

Me

esfo

rço

mai

s

Peç

o a

ori

enta

ção

e a

aju

da

do

s co

mpan

hei

ros

ou

tro

s

1 Sou advertido por causa de uma reclamação .. 1 2 7 10 2 .. .. ..

2 Alguns dos meus companheiros não se esforçam 2 .. .. 1 .. 12 3 3 1

3 O juiz toma uma decisão incorreta contra minha equipe .. 3 3 2 4 8 1 .. 1

4 Meus companheiros me criticam após uma jogada

errada .. 8 .. .. 6 2 6 .. ..

5 O treinador me critica por falta de esforço 2 1 1 1 2 1 12 1 1

6 Minha equipe perde o ponto porque adotei uma tática

errada .. 9 .. 2 2 2 3 4 ..

7 Por causa dos meus erros o adversário abre vantagem no

placar 2 3 1 .. 6 5 3 1 1

8 Perco o saque num momento importante do set 3 3 .. 1 7 7 1 .. ..

9 Os torcedores vaiam todas minhas jogadas durante o

jogo 3 3 .. 13 2 1 .. .. ..

10 Sou substituído 6 .. 1 3 3 4 3 .. 2

11 Minha equipe está em desvantagem no tie-break 1 2 .. .. 9 1 8 .. 1

12 Minha equipe está em vantagem no tie-break .. 4 .. .. 7 .. 7 1 3

13 O melhor jogador da equipe adversária é substituído .. 3 .. 5 1 .. 4 .. 9

14 O melhor jogador da equipe adversária sai da partida por

estar lesionado .. 5 .. 6 .. .. 3 .. 8

15 O levantador da minha equipe é substituído .. 6 .. 2 4 1 3 .. 6

16 O levantador da equipe adversária é substituído .. 3 .. 6 .. .. 2 2 9

Page 58: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

45

17 O líbero da minha equipe é considerado o melhor

jogador da posição na competição .. 1 .. 2 .. .. .. .. 19

18 O líbero da equipe adversária é considerado o melhor

jogador da posição na competição .. .. .. 9 .. 1 1 .. 11

19 Cometo repetidamente os mesmos erros 1 1 1 .. 5 7 2 5 ..

20 Minha equipe recupera e vira uma “bola perdida” .. 2 .. 1 .. .. 7 1 11

21 Acontece um bate-boca entre a equipe adversária .. 2 2 10 3 .. 2 .. 3

22 Acontece um bate-boca entre os jogadores da minha

equipe 1 3 2 1 8 2 1 .. 4

23 O bloqueio da equipe adversária é muito alto .. 6 .. 2 .. .. 7 4 3

Ao analisarmos as frequências de respostas do gênero feminino para a categoria

“Aspectos relativos ao desempenho pessoal” verificamos que as atletas tendem a se comportar

de maneira mais emocional diante das situações, isto é, o repertório de comportamentos das

atletas tende a ser mais variado. “Perco um pouco a motivação”, “Me concentro nas próximas

jogadas”, “Não me importo”, “Tento me tranquilizar”, “Fico irritado e nervoso” e “Me

esforço mais”, foram os comportamentos mais assinalados nesta categoria.

Na categoria “Aspectos relativos ao desempenho da equipe” os comportamentos mais

assinalados foram “Me concentro nas próximas jogadas”, “Tento me tranquilizar”, “Me

esforço mais” e “Outros”, o que indica que essas atletas também buscam através de ações

individuais contribuírem para que a sua própria equipe consiga reverter situações

desfavoráveis. Somente para os itens “(2) Alguns dos meus companheiros não se esforçam” e

“(3) O juiz toma uma decisão incorreta contra minha equipe” é as atletas tendem a responder

de forma diferenciada, isto é, diante dessas situações o comportamento mais comum é “Fico

irritado e nervoso”.

Já na categoria “Aspectos relativos à equipe adversária” as atletas tendem a

desenvolver três tipos de comportamentos “Não me importo”, “Me esforço mais” e “Outros”,

o que indica que para essas atletas demonstrar indiferença e esforçar-se mais diante da equipe

adversária, é considerado um bom caminho para superar as adversidades de um jogo de

voleibol.

Page 59: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

46

Tabela 12 - Comportamentos Frente a Situações Típicas de um Jogo de Voleibol

Gênero Masculino (n=47)

Itens

Per

co u

m p

ou

co a

mo

tiv

ação

Me

con

cen

tro

nas

pró

xim

as

jog

adas

Rea

jo d

e fo

rma

agre

ssiv

a

Não

me

imp

ort

o

Ten

to m

e tr

anq

uil

izar

Fic

o i

rrit

ado

e n

erv

oso

Me

esfo

rço

mai

s

Peç

o a

ori

enta

ção

e a

aju

da

do

s

com

pan

hei

ros

ou

tro

s

1 Sou advertido por causa de uma reclamação .. 19 1 12 13 .. 2 .. ..

2 Alguns dos meus companheiros não se esforçam 7 .. 7 .. 1 23 9 .. ..

3 O juiz toma uma decisão incorreta contra minha equipe .. 4 9 2 16 13 1 .. 2

4 Meus companheiros me criticam após uma jogada

errada 1 17 2 1 6 5 15 .. ..

5 O treinador me critica por falta de esforço 1 9 1 1 4 3 26 1 1

6 Minha equipe perde o ponto porque adotei uma tática

errada 2 17 1 1 11 5 6 4 ..

7 Por causa dos meus erros o adversário abre vantagem no

placar 3 10 4 1 9 3 9 5 3

8 Perco o saque num momento importante do set 3 13 .. 2 12 8 5 1 ..

9 Os torcedores vaiam todas minhas jogadas durante o

jogo 1 2 1 27 8 2 5 .. 1

10 Sou substituído 7 5 .. 9 7 5 8 3 3

11 Minha equipe está em desvantagem no tie-break .. 15 1 3 3 4 3 .. 2

12 Minha equipe está em vantagem no tie-break .. 16 1 .. 4 .. 20 1 5

13 O melhor jogador da equipe adversária é substituído .. 6 2 24 2 1 10 .. 2

14 O melhor jogador da equipe adversária sai da partida por estar lesionado

.. 7 .. 30 2 .. 6 .. 2

15 O levantador da minha equipe é substituído .. 12 1 13 6 1 5 2 7

16 O levantador da equipe adversária é substituído .. 8 2 25 2 .. 4 1 5

17 O líbero da minha equipe é considerado o melhor

jogador da posição na competição .. 1 .. 11 1 1 10 3 20

18 O líbero da equipe adversária é considerado o melhor

jogador da posição na competição 2 3 .. 22 1 1 6 1 11

19 Cometo repetidamente os mesmos erros 9 3 1 .. 11 16 3 4 ..

20 Minha equipe recupera e vira uma “bola perdida” 1 9 2 1 1 3 11 3 16

21 Acontece um bate-boca entre a equipe adversária .. 7 4 27 4 1 .. 1 3

22 Acontece um bate-boca entre os jogadores da minha

equipe 1 5 1 3 22 6 2 2 5

23 O bloqueio da equipe adversária é muito alto .. 4 3 19 2 .. 12 3 4

Page 60: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

47

Ao analisarmos as frequências de respostas do gênero masculino dentro da categoria

“Aspectos relativos ao desempenho pessoal” verificamos que esses atletas tendem a

desenvolver comportamentos voltados para o gerenciamento da situação, atribuindo a si

mesmos a responsabilidade pelas ações ocorridas no momento atual do jogo.

Comportamentos como “Me concentro nas próximas jogadas”, “Fico irritado e nervoso” e

“Me esforço mais” foram os que receberam uma maior frequência de respostas dentro dessa

categoria. Somente para duas situações específicas “(9) Os torcedores vaiam todas minhas

jogadas durante o jogo” e “(10) Sou substituído” é que os atletas demonstraram outro tipo de

comportamento que é “Não me importo”.

Quando analisamos a frequência de respostas dentro da categoria “Aspectos relativos

ao desempenho da equipe” verificamos que os atletas tendem a desenvolver ações pessoais

que auxiliem os demais companheiros de equipe no gerenciamento da situação. Dentro dessa

categoria os comportamentos com frequência de respostas foram “Me concentro nas próximas

jogadas”, “Tento me tranquilizar”, “Me esforço mais” e “Outros”. Somente para o item “(2)

Alguns dos meus companheiros não se esforçam” é que os atletas demonstraram outro tipo de

comportamento que é “Fico irritado e nervoso”.

Já quando analisamos a frequência de respostas dentro da categoria “Aspectos

relativos à equipe adversária” verificamos que os atletas tendem a ignorar a situação. O

comportamento com maior frequência de respostas dentro dessa categoria foi “Não me

importo”.

4.2.3 – Resultados quanto ao significado do voleibol por gênero.

Sabendo-se que homens e mulheres podem ter percepções diferentes no contexto

esportivo, procedemos nossas análises visando identificar se o significado atribuído ao

voleibol mantém a mesma tendência de respostas quando os dados são comparados por

gênero, em termos de frequência de respostas em cada uma das categorias de discursos.

Na tabela 13 os resultados indicam que os dados foram comparados entre o sexo

masculino e feminino, através da prova do X² e que o nível de significância adotado foi de

p<0,05.

Page 61: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

48

Tabela 13 – Frequência de Respostas sobre o Significado do Voleibol em cada Categoria de Discursos por

Gênero e o Teste do Qui-quadrado

Categorias Gênero

F

(frequência de

respostas)

% X² P

Desenvolvimento de Capacidades

Masculino

(n=47) 13 27,7

8,14 0,00 Feminino

(n=22) 14 63,6

Emoção

Masculino (n=47)

38 80,9

1,35 0,25 Feminino

(n=22) 15 68,2

Interação Social

Masculino

(n=47) 5 10,6

8,49 0,00 Feminino

(n=22) 9 40,9

Meio de vida

Masculino

(n=47) 32 68,1

4,59 0,03 Feminino

(n=22) 9 40,9

Ao analisarmos o significado do voleibol comparando os atletas por gênero

observamos que há diferenças estatisticamente significativas para as categorias

Desenvolvimento de Capacidades (X²= 8,14; p=0,00), Interação Social (X²= 8,49; p=0,00) e

Meio de Vida (X²= 4,59; p=0,03). Observamos também que a categoria Emoção não

apresentou diferença estatisticamente significativa (X²= 1,35; p=0,25) entre o gênero.

Tanto os homens quanto as mulheres apontaram aspectos emocionais (80,9% dos

homens e 68,2% das mulheres atribuíram ao voleibol uma conotação emocional) como os

principais motivadores por seu engajamento e manutenção da prática esportiva. Ambos

expressaram em seus discursos sentimentos ligados à paixão pelo esporte e à satisfação pela

sua prática.

Dentre os discursos proferidos pelos homens podemos encontrar: "O volei é minha

vida!", "(O voleibol é) Uma paixão que não consigo ficar longe", "Desde sempre gostei da

emoção de jogar, é muito estimulante pra mim", "É um esporte que eu gosto e tenho prazer

de jogar", entre outros discursos.

Já entre os discursos das mulheres encontramos: "Da quadra eu consigo esquecer

tudo o que se passa a minha volta. Me entrego ao voleibol","Voleibol pra mim é como se

fosse o meu ar", "(O voleibol é) Algo que me deixa feliz", "É um momento de prazer e

descontração".

Page 62: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

49

4.2.4 - Resultados quanto à relação entre o significado do voleibol e as condições

gerais de estresse por gênero

Para analisar se existiam diferenças estatisticamente significativas para a relação entre

o significado do voleibol e as condições gerais de estresse utilizou-se do teste de Kruskal

Wallis, de tal forma que os resultados encontrados para o gênero feminino podem ser

observados na tabela 14, enquanto que os resultados encontrados para o gênero masculino

podem ser observados na tabela 15:

Tabela 14 – Relação entre o Significado do Voleibol e as Condições Gerais de Estresse para o Gênero

Feminino

Itens Categorias de discurso M DP H P

1 Jogadas erradas no começo do jogo

Desenvolvimento de

capacidades

3,07

1,23

4,02

0,25 Emoção

3,47

1,22

Interação Social

3,11

1,21

Meio de Vida

3,78

0,97

2 Adiamento do jogo

Desenvolvimento de capacidades

3,86

1,13

2,66 0,44

Emoção

4,20

1,40

Interação Social

3,67

1,06

Meio de Vida

3,44

1,23

3 Nervosismo excessivo

Desenvolvimento de

capacidades

2,29

1,04

0,83 0,84

Emoção

2,33

1,02

Interação Social

2,11

0,88

Meio de Vida

2,44

1,33

4 Dificuldades em conciliar e manter o sono

Desenvolvimento de

capacidades

3,50

0,83

2,21 0,52

Emoção

3,27

0,69

Interação Social

3,44

0,69

Meio de Vida 3,33

0,70

5 Ser o favorito

Desenvolvimento de

capacidades

5,14

1,37

0,26 0,96 Emoção

5,13

1,43

Interação Social

5,22

1,14

Page 63: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

50

Meio de Vida

5,00

1,22

6 Metas de rendimento excessivamente altas

Desenvolvimento de

capacidades

4,57

1,46

0,69 0,87

Emoção

4,73

1,41

Interação Social

4,56

1,44

Meio de Vida

5,00

1,58

7 Derrotas anteriores

Desenvolvimento de

capacidades

4,00

1,53

0,41 0,93

Emoção

4,00

1,33

Interação Social 3,89

1,38

Meio de Vida

3,67

1,58

8 Condicionamento físico inadequado

Desenvolvimento de

capacidades

2,14

1,00

0,42 0,93

Emoção

2,13

0,90

Interação Social

2,11

1,00

Meio de Vida

1,89

0,78

9 Conflitos com o treinador Desenvolvimento de

capacidades

3,71

1,89

Emoção

3,20

1,82

2,10 0,55 Interação Social

3,22

1,57

Meio de Vida 3,78

1,92

10 Resultados positivos inesperados do adversário

Desenvolvimento de

capacidades

4,50

1,56

3,25 0,35

Emoção

4,73

1,50

Interação Social

4,33

1,65

Meio de Vida

5,22

1,39

11 Performances ruins em treinamentos e competições

anteriores

Desenvolvimento de

capacidades

3,79

1,15

0,80 0,84

Emoção

3,53

0,97

Interação Social

3,67

1,06

Meio de Vida

3,67

1,00

12 Adversários desconhecidos

Desenvolvimento de

capacidades

4,57

1,19

0,61 0,89

Emoção

4,60

1,16

Interação Social 4,56

0,96

Meio de Vida

4,78

1,09

Page 64: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

51

13 Ser vaiado durante o jogo

Desenvolvimento de

capacidades

3,57

1,78

7,71 0,52

Emoção

4,20

1,54

Interação Social

4,67

1,06

Meio de Vida

4,22

1,98

14 Grande superioridade do adversário

Desenvolvimento de

capacidades

4,64

1,51

1,76 0,62

Emoção

5,07

1,63

Interação Social

4,07

1,85

Meio de Vida

4,44

1,66

15 Ser prejudicado pelos juízes

Desenvolvimento de

capacidades

4,71

1,29

1,21 0,74

Emoção

4,53

1,52

Interação Social

4,56

1,66

Meio de Vida

4,56

1,33

16 Instalações de competições incômodas

Desenvolvimento de

capacidades

3,14

0,84 0,36 0,94

Emoção

3,20

0,92

Interação Social

3,11

1,00

Meio de Vida

3,11

0,78

17 Pensar constantemente em cumprir as metas fixadas

Desenvolvimento de capacidades

4,50

0,99

4,39 0,22

Emoção

4,60

1,22

Interação Social

4,33

0,67

Meio de Vida

5,00

0,70

18 Estímulos perturbadores visuais, acústicos e táteis

Desenvolvimento de

capacidades

3,57

1,06

2,48 0,47

Emoção

3,87

1,33

Interação Social

3,33

0,95

Meio de Vida

4,00

1,22

19 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo

adversário

Desenvolvimento de

capacidades

4,71

0,89

1,62 0,65

Emoção

4,80

1,34

Interação Social

4,56

1,08

Meio de Vida 4,89

1,16

20 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo treinador Desenvolvimento de

capacidades

4,71

1,04 2,36 0,50

Page 65: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

52

Emoção

4,87

1,16

Interação Social

4,44

0,96

Meio de Vida

4,67

1,32

21 Viagens muito longas

Desenvolvimento de

capacidades

3,21

1,09

1,79 0,61

Emoção

2,93

1,01

Interação Social

3,00

0,82

Meio de Vida

3,00

1,11

22 Jogar com torcida

Desenvolvimento de

capacidades

6,00

1,32

4,96 0,17

Emoção

5,93

1,25

Interação Social

6,44

0,96

Meio de Vida 6,67

0,50

23 Conflitos com os companheiros de time

Desenvolvimento de

capacidades

3,36

1,35

2,30 0,51 Emoção

3,13

1,33

Interação Social

3,22

1,57

Meio de Vida

3,67

1,50

24 Conflitos com os familiares

Desenvolvimento de

capacidades

3,14

1,13

3,94 0,26

Emoção

3,47

0,90

Interação Social

3,33

1,06

Meio de Vida

2,78

1,20

25 Jogar com torcida contra

Desenvolvimento de

capacidades

5,50

1,70

2,10 0,55

Emoção 5,93

1,08

Interação Social

6,11

0,88

Meio de Vida

6,11

1,26

26 Executar jogadas erradas no fim do jogo

Desenvolvimento de

capacidades

3,14

1,26

2,63 0,45

Emoção

3,33

1,15

Interação Social

3,00

1,26

Meio de Vida

3,67

1,32

27 Falta de preparação psicológica

Desenvolvimento de

capacidades

3,71

1,29 0,61 0,89

Emoção

3,47

1,47

Page 66: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

53

Interação Social

3,67

1,51

Meio de Vida

3,67

1,58

28 Jogar contra um adversário agressivo/provocador

Desenvolvimento de

capacidades

5,29

1,40

4,02 0,25

Emoção

5,87

1,16

Interação Social

5,44

1,27

Meio de Vida

5,89

1,26

29 Jogar machucado

Desenvolvimento de

capacidades

3,29

1,77

1,18 0,75

Emoção

3,67

2,18

Interação Social

3,44

2,14

Meio de Vida

4,00

2,06

30 Receber "cobranças" de jogadores mais velhos

Desenvolvimento de capacidades

4,00

1,57

3,37 0,33

Emoção

4,33

1,60

Interação Social

4,11

1,38

Meio de Vida

4,89

1,53

31

Disputa pela vaga de titular na equipe

Desenvolvimento de

capacidades

6,14

1,20

0,53

0,91

Emoção

6,33

1,02

Interação Social

6,33

0,95

Meio de Vida

6,44

1,01

32 Falta de comunicação entre a equipe

Desenvolvimento de

capacidades

2,86

1,00

0,84 0,83

Emoção

2,80

1,06

Interação Social

2,67

1,17

Meio de Vida 3,00

1,11

Para o gênero feminino verificamos que não há diferenças estatisticamente

significativas entre os itens.

Page 67: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

54

Tabela 15 – Relação entre o Significado do Voleibol e as Condições Gerais de Estresse para o Gênero

Masculino

Itens Categorias de discurso M DP H p

1 Jogadas erradas no começo do jogo

Desenvolvimento de

capacidades

4,15

1,30

1,21 0,74

Emoção

4,05

1,45

Interação Social

3,80

0,76

Meio de Vida

3,91

1,57

2 Adiamento do jogo

Desenvolvimento de

capacidades

4,38

1,22

12,15 0,00

Emoção

3,74

1,54

Interação Social

4,80

1,19

Meio de Vida

3,88

1,60

3 Nervosismo excessivo

Desenvolvimento de

capacidades

2,62

1,16

3,14 0,37

Emoção

2,51

1,36

Interação Social

3,00

1,12

Meio de Vida

2,41

1,31

4 Dificuldades em conciliar e manter o sono

Desenvolvimento de

capacidades

3,08

1,08

2,28 0,51

Emoção

3,23

1,50

Interação Social 2,60

1,39

Meio de Vida

3,06

1,75

5

Ser o favorito

Desenvolvimento de

capacidades

4,85

1,42

4,61

0,20

Emoção

5,31

1,44

Interação Social

5,00

1,45

Meio de Vida

5,47

1,41

6 Metas de rendimento excessivamente altas

Desenvolvimento de

capacidades

5,38

1,35

1,91 0,59

Emoção

5,03

1,77

Interação Social

5,60

1,23

Meio de Vida

5,06

1,93

7 Derrotas anteriores

Desenvolvimento de capacidades

4,23

1,59

1,88 0,59 Emoção

4,26

1,74

Interação Social

4,80

1,50

Page 68: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

55

Meio de Vida

4,31

1,76

8 Condicionamento físico inadequado

Desenvolvimento de

capacidades

1,92

1,08

1,78 0,61

Emoção

2,10

1,43

Interação Social

2,60

1,66

Meio de Vida

2,09

1,42

9 Conflitos com o treinador

Desenvolvimento de

capacidades

3,00

1,82

2,13 0,54

Emoção

2,67

1,93

Interação Social

3,20

2,37

Meio de Vida

2,66

1,77

10 Resultados positivos inesperados do adversário

Desenvolvimento de capacidades

5,08

1,01

2,75 0,43

Emoção

4,74

1,45

Interação Social

4,20

1,76

Meio de Vida

4,91

1,57

11 Performances ruins em treinamentos e competições

anteriores

Desenvolvimento de

capacidades

3,92

1,84

5,82 0,12

Emoção

3,31

1,70

Interação Social

2,80

1,88

Meio de Vida

3,38

1,75

12

Adversários desconhecidos

Desenvolvimento de

capacidades

5,54 1,16

Emoção

5,03

1,52

3,46 0,32 Interação Social

5,00

1,12

Meio de Vida

5,09

1,63

13 Ser vaiado durante o jogo

Desenvolvimento de

capacidades

5,00

1,68

0,44 0,93

Emoção

5,05

1,96

Interação Social

5,20

1,64

Meio de Vida

5,16

1,86

14 Grande superioridade do adversário

Desenvolvimento de

capacidades

6,08

1,08

1,61 0,65 Emoção

5,62

1,66

Interação Social

6,00

1,12

Page 69: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

56

Meio de Vida

5,53

1,81

15 Ser prejudicado pelos juízes

Desenvolvimento de

capacidades

3,85

1,72

1,45 0,69

Emoção

3,49

1,79

Interação Social

3,80

1,76

Meio de Vida

3,59

1,96

16 Instalações de competições incômodas

Desenvolvimento de

capacidades

3,08

1,22

9,45 0,02

Emoção

2,56

1,15

Interação Social

3,20

1,19

Meio de Vida

2,47

1,19

17 Pensar constantemente em cumprir as metas fixadas

Desenvolvimento de capacidades

5,15

1,36

1,97 0,57

Emoção

5,13

1,67

Interação Social

5,60

0,82

Meio de Vida

5,44

1,58

18 Estímulos perturbadores visuais, acústicos e táteis

Desenvolvimento de

capacidades

3,15

1,04

2,06 0,55

Emoção

3,08

1,12

Interação Social

3,40

1,39

Meio de Vida

3,06

1,41

19

Ter perdido mais de uma vez para o mesmo adversário

Desenvolvimento de

capacidades

5,62

1,40

4,75

0,19

Emoção

4,95

1,67

Interação Social

4,60

2,11

Meio de Vida 5,03

1,92

20 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo

treinador

Desenvolvimento de

capacidades

5,31

1,50

1,50 0,68

Emoção

5,13

1,53

Interação Social

5,60

1,39

Meio de Vida

5,34

1,63

21 Viagens muito longas

Desenvolvimento de

capacidades

3,08

1,08

11,23 0,01

Emoção

3,08

1,43

Interação Social

4,00

0,64

Meio de Vida

3,19

1,46

Page 70: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

57

22 Jogar com torcida

Desenvolvimento de

capacidades

6,08

1,22

3,97 0,26

Emoção

6,41

0,98

Interação Social

6,20

1,00

Meio de Vida

6,47

1,07

23 Conflitos com os companheiros de time

Desenvolvimento de

capacidades

3,46

1,16

6,09 0,10

Emoção

2,87

1,44

Interação Social

2,80

1,64

Meio de Vida

3,28

1,48

24 Conflitos com os familiares

Desenvolvimento de

capacidades

2,85

1,36

4,83 0,18

Emoção

2,44

1,45

Interação Social

2,40

1,23

Meio de Vida

2,22

1,28

25 Jogar com torcida contra

Desenvolvimento de

capacidades

6,15

0,96

3,72 0,29

Emoção

6,05

1,32

Interação Social

5,80

1,19

Meio de Vida

6,38

1,00

26 Executar jogadas erradas no fim do jogo

Desenvolvimento de

capacidades

3,00

1,05

0,01

0,99

Emoção

2,97

1,17

Interação Social

2,80

1,50

Meio de Vida

3,13

1,51

27 Falta de preparação psicológica

Desenvolvimento de

capacidades

3,54

1,02

3,78 0,28

Emoção

3,08

1,27

Interação Social

3,00

1,12

Meio de Vida

2,97

1,40

28 Jogar contra um adversário agressivo/provocador

Desenvolvimento de

capacidades

6,23

1,06

1,08 0,78

Emoção

6,03

1,41

Interação Social

5,80

1,64

Meio de Vida 6,31

1,03

29 Jogar machucado Desenvolvimento de

capacidades

2,54

1,76 5,37 0,14

Page 71: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

58

Emoção

2,36

1,80

Interação Social

3,20

1,98

Meio de Vida

2,34

1,73

30 Receber "cobranças" de jogadores mais velhos

Desenvolvimento de

capacidades

5,54

1,57

3,83 0,28

Emoção

5,46

1,54

Interação Social

6,20

1,19

Meio de Vida

5,78

1,53

31 Disputa pela vaga de titular na equipe

Desenvolvimento de

capacidades

6,31

1,08

6,42 0,09

Emoção

6,59

0,84

Interação Social

6,40

0,82

Meio de Vida 6,72

0,77

32 Falta de comunicação entre a equipe

Desenvolvimento de

capacidades

2,62

1,29

10,07 0,01

Emoção

2,38

1,28

Interação Social

3,60

1,78

Meio de Vida

2,22

1,28

Já para o gênero masculino verificamos que há diferenças estatisticamente

significativas nos itens “(2) Adiamento do jogo”, “(16) Instalações de competições

incômodas”, “(21) Viagens muito longas” e “(32) Falta de comunicação entre a equipe”.

4.3 – Quanto à categoria de jogo

4.3.1 – Resultados quanto as Condições Gerais de Estresse por categoria de jogo.

Na sequência é apresentada a tabela 16, a qual traz os resultados em termos de média e

desvio padrão das condições gerais de estresse por categoria de jogo e o teste Mann Whitney.

O teste de Mann Whitney foi aplicado para verificar se haviam diferenças estatisticamente

significativas entre atletas adultos e juvenis na percepção de estresse.

Page 72: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

59

Tabela 16 – Média, Desvio Padrão e Análise Estatística das Condições Gerais de Estresse em Função

das Categorias de Jogo

Itens Categoria n M DP U P

1 Jogadas erradas no começo do jogo Adulto 47 3,79 1,35

456,00 0,42 Juvenil 22 3,73 1,55

2 Adiamento do jogo Adulto 47 3,83 1,32

490,00 0,71 Juvenil 22 4,05 1,73

3 Nervosismo excessivo Adulto 47 2,68 1,29

389,50 0,09 Juvenil 22 2,14 1,32

4 Dificuldades em conciliar e manter o sono Adulto 47 3,23 1,13

484,00 0,66 Juvenil 22 3,50 1,85

5 Ser o favorito Adulto 47 5,11 1,36

409,50 0,15 Juvenil 22 5,59 1,53

6 Metas e rendimento excessivamente altas Adulto 47 4,83 1,59

484,00 0,66 Juvenil 22 5,00 1,85

7 Derrotas anteriores Adulto 47 4,15 1,55

493,50 0,76 Juvenil 22 4,14 1,83

8 Condicionamento físico inadequado Adulto 47 2,30 1,25

461,00 0,45 Juvenil 22 2,23 1,60

9 Conflitos com o treinador Adulto 47 3,21 1,76

362,00 0,04 Juvenil 22 2,55 2,04

10 Resultados positivos inesperados dos adversários Adulto 47 4,91 1,32

421,50 0,21 Juvenil 22 4,45 1,57

11 Performances ruins em treinamentos e competições anteriores Adulto 47 3,55 1,35

429,50 0,25 Juvenil 22 3,14 1,64

12 Adversários desconhecidos Adulto 47 4,85 1,44

487,50 0,70 Juvenil 22 5,00 1,45

13 Ser vaiado durante o jogo Adulto 47 4,62 1,87

477,50 0,60 Juvenil 22 4,77 2,14

14 Grande superioridade do adversário Adulto 47 5,15 1,68

454,00 0,40 Juvenil 22 5,50 1,60

15 Ser prejudicado pelos juízes Adulto 47 4,09 1,67

393,00 0,10 Juvenil 22 3,36 1,76

16 Instalações de competições incômodas Adulto 47 2,91 1,23

391,00 0,09 Juvenil 22 2,45 0,86

17 Pensar constantemente em cumprir as metas fixadas Adulto 47 4,79 1,47

441,00 0,32 Juvenil 22 5,09 1,85

18 Estímulos perturbadores visuais, acústicos e táteis Adulto 47 3,64 1,22

439,50 0,29 Juvenil 22 3,09 1,34

19 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo adversário Adulto 47 4,96 1,53

459,50 0,45 Juvenil 22 4,59 1,79

20 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo treinador Adulto 47 5,04 1,30

514,50 0,97 Juvenil 22 4,95 1,70

21 Viagens muito longas Adulto 47 2,94 1,15

379,00 0,07 Juvenil 22 3,64 1,59

22 Jogar com torcida Adulto 47 6,09 1,28

441,00 0,26 Juvenil 22 6,50 0,86

23 Conflitos com os companheiros de time Adulto 47 3,45 1,32

344,00 0,02 Juvenil 22 2,59 1,44

24 Conflitos com familiares Adulto 47 3,06 1,28

347,50 0,02 Juvenil 22 2,23 1,41

Page 73: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

60

25 Jogar com torcida contra Adulto 47 5,83 1,42

435,00 0,26 Juvenil 22 6,18 1,22

26 Executar jogadas erradas no fim do jogo Adulto 47 3,32 1,25

417,50 0,18 Juvenil 22 2,95 1,50

27 Falta de preparação psicológica Adulto 47 3,40 1,21

416,00 0,18 Juvenil 22 2,91 1,51

28 Jogar contra um adversário agressivo/provocador Adulto 47 5,79 1,49

498,00 0,79 Juvenil 22 6,00 1,20

29 Jogar machucado Adulto 47 3,11 1,98

379,00 0,07 Juvenil 22 2,23 1,60

30 Receber "cobranças" de jogadores mais velhos Adulto 47 5,09 1,72

465,50 0,49 Juvenil 22 5,41 1,53

31 Disputa pela vaga de titular na equipe Adulto 47 6,36 0,99

415,50 0,11 Juvenil 22 6,68 0,78

32 Falta de comunicação entre a equipe Adulto 47 2,68 1,18

469,00 0,53 Juvenil 22 2,50 1,37

Quando analisamos as Condições Gerais de Estresse comparando as categorias de jogo

adulto e juvenil encontramos que há diferenças estatisticamente significativas nos itens “(9)

Conflitos com o treinador”, “(23) Conflitos com os companheiros de time” e “(24) Conflitos

com familiares”.

Para todos esses itens verificamos que tanto os atletas adultos quanto os juvenis

tendem a percebê-los como fatores que diminuem o seu desempenho, embora os atletas

juvenis os percebam como mais estressantes.

4.3.2 - Resultados quanto aos comportamentos adotados frente às situações

típicas de um jogo de voleibol por categoria de jogo

Assim como em análises anteriores, as tabela 17 e 18 apresentam os comportamentos

mais adotados pelos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol, no entanto,a

tabela 17 apresenta os comportamentos mais adotados pelos atletas adultos, enquanto que a

tabela 18, apresenta os comportamentos mais adotados pelos atletas juvenis:

Page 74: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

61

Tabela 17 – Comportamentos frente a Situações Típicas de um Jogo de Voleibol

Categoria Adulto (n=47)

Itens

Per

co u

m p

ou

co a

mo

tiv

ação

Me

con

cen

tro

nas

pró

xim

as

jog

adas

Rea

jo d

e fo

rma

agre

ssiv

a

Não

me

imp

ort

o

Ten

to m

e tr

anq

uil

izar

Fic

o i

rrit

ado

e n

erv

oso

Me

esfo

rço

mai

s

Peç

o a

ori

enta

ção

e a

aju

da

do

s co

mpan

hei

ros

ou

tro

s

1 Sou advertido por causa de uma reclamação .. 13 3 11 18 1 1 .. ..

2 Alguns dos meus companheiros não se esforçam 4 .. 6 1 .. 24 9 2 1

3 O juiz toma uma decisão incorreta contra minha equipe .. 6 9 3 13 11 2 .. 3

4 Meus companheiros me criticam após uma jogada

errada 1 18 2 .. 9 4 13 .. ..

5 O treinador me critica por falta de esforço 2 6 2 2 5 3 23 2 2

6 Minha equipe perde o ponto porque adotei uma tática

errada 2 18 .. 3 10 4 6 4 ..

7 Por causa dos meus erros o adversário abre vantagem no

placar 5 9 3 1 11 4 9 3 2

8 Perco o saque num momento importante do set 5 10 .. 3 14 10 3 1 1

9 Os torcedores vaiam todas minhas jogadas durante o

jogo 4 3 1 27 7 2 3 .. ..

10 Sou substituído 10 4 1 6 8 6 7 2 3

11 Minha equipe está em desvantagem no tie-break 1 10 .. .. 14 .. 17 2 3

12 Minha equipe está em vantagem no tie-break .. 15 1 .. 9 .. 15 2 5

13 O melhor jogador da equipe adversária é substituído .. 6 2 18 3 .. 9 .. 9

14 O melhor jogador da equipe adversária sai da partida por

estar lesionado .. 9 .. 24 2 .. 5 .. 7

15 O levantador da minha equipe é substituído .. 14 1 9 6 1 4 1 11

16 O levantador da equipe adversária é substituído .. 8 2 20 2 .. 3 2 10

17 O líbero da minha equipe é considerado o melhor

jogador da posição na competição .. 2 .. 8 1 1 4 3 28

18 O líbero da equipe adversária é considerado o melhor

jogador da posição na competição 1 1 .. 23 1 2 6 .. 13

19 Cometo repetidamente os mesmos erros 5 2 2 .. 13 15 4 6 ..

20 Minha equipe recupera e vira uma “bola perdida” 1 4 1 2 1 2 12 3 21

21 Acontece um bate-boca entre a equipe adversária .. 5 6 25 5 .. 2 .. 4

22 Acontece um bate-boca entre os jogadores da minha

equipe 1 5 3 2 21 4 2 2 7

23 O bloqueio da equipe adversária é muito alto .. 9 2 12 1 .. 14 4 5

Page 75: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

62

Ao analisarmos as frequências de respostas da categoria adulta para a categoria de

respostas “Aspectos relativos ao desempenho pessoal” verificamos que os atletas tendem a

desenvolver comportamentos voltados para o gerenciamento da situação, atribuindo a si

mesmos a responsabilidade pelas ações ocorridas no momento atual do jogo.

Comportamentos como “Me concentro nas próximas jogadas”, “Tento me tranquilizar” e “Me

esforço mais” foram os que receberam maior frequência de respostas dentro dessa categoria.

Somente para os itens “(9) Os torcedores vaiam todas minhas jogadas durante o jogo”, “(10)

Sou substituído” e “(19) Cometo repetidamente os mesmos erros” é o que os mesmos

demonstraram comportamentos diferenciados. Para estes itens, os comportamentos foram

“Não me importo”, “Perco um pouco a motivação” e “Fico irritado e nervoso”,

respectivamente.

Para a categoria “Aspectos relativos ao desempenho da equipe” os comportamentos

mais assinalados foram “Me concentro nas próximas jogadas” e “Me esforço mais”, o que nos

sinaliza que para esses atletas contribuir individualmente em suas ações pode ser um

componente importante na superação das adversidades originárias do contexto da própria

equipe. Contudo, ainda dentro dessa categoria os atletas demonstraram comportamentos

diferenciados nos itens “(2) Alguns dos meus companheiros não se esforçam” e “(3) O juiz

toma uma decisão incorreta contra minha equipe”, no qual os mesmos assinalaram o

comportamento “Fico irritado e nervoso”, além de terem assinalado o comportamento

“Outros” para os itens “(18) O líbero da minha equipe é considerado o melhor da posição na

competição” e “(20) Minha equipe recupera e vira uma bola perdida”.

E para a categoria “Aspectos relativos à equipe adversária” observamos que os atletas

tendem a ignorar a situação. O comportamento com maior frequência de respostas dentro

dessa categoria foi “Não me importo”. Somente para o item “(23) O bloqueio da equipe

adversária é muito alto” é que os atletas demonstraram agir diferente, para esse item o

comportamento mais assinalado foi “Me esforço mais”.

Page 76: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

63

Tabela 18 - Comportamentos frente a Situações Típicas de um Jogo de Voleibol

Categoria Juvenil (n=22)

Itens

Per

co u

m p

ou

co a

mo

tiv

ação

Me

con

cen

tro

nas

pró

xim

as

jog

adas

Rea

jo d

e fo

rma

agre

ssiv

a

Não

me

imp

ort

o

Ten

to m

e tr

anq

uil

izar

Fic

o i

rrit

ado

e n

erv

oso

Me

esfo

rço

mai

s

Peç

o a

ori

enta

ção

e a

aju

da

do

s

com

pan

hei

ros

ou

tro

s

1 Sou advertido por causa de uma reclamação .. 7 .. 8 5 1 1 .. ..

2 Alguns dos meus companheiros não se esforçam 5 .. 1 .. 1 11 3 1 ..

3 O juiz toma uma decisão incorreta contra minha equipe .. 1 3 1 7 10 .. .. ..

4 Meus companheiros me criticam após uma jogada

errada .. 7 .. 1 3 3 8 .. ..

5 O treinador me critica por falta de esforço 1 4 .. .. 1 1 15 .. ..

6 Minha equipe perde o ponto porque adotei uma tática

errada .. 8 1 .. 3 3 3 4 ..

7 Por causa dos meus erros o adversário abre vantagem no

placar .. 4 2 .. 4 4 3 3 2

8 Perco o saque num momento importante do set 1 6 .. .. 5 5 3 .. 2

9 Os torcedores vaiam todas minhas jogadas durante o

jogo .. 2 .. 13 3 1 2 .. 1

10 Sou substituído 3 1 .. 6 2 3 4 1 2

11 Minha equipe está em desvantagem no tie-break .. 7 1 1 4 1 7 1 ..

12 Minha equipe está em vantagem no tie-break .. 5 .. .. 2 .. 12 .. 3

13 O melhor jogador da equipe adversária é substituído .. 3 .. 11 .. 1 5 .. 2

14 O melhor jogador da equipe adversária sai da partida por estar lesionado

.. 3 .. 12 .. .. 4 .. 3

15 O levantador da minha equipe é substituído .. 4 .. 6 4 1 4 1 2

16 O levantador da equipe adversária é substituído .. 3 .. 11 .. .. 3 1 4

17 O líbero da minha equipe é considerado o melhor

jogador da posição na competição .. .. .. 5 .. .. 6 .. 11

18 O líbero da equipe adversária é considerado o melhor

jogador da posição na competição 1 2 .. 8 .. .. 1 1 9

19 Cometo repetidamente os mesmos erros 5 2 .. .. 3 8 1 3 ..

20 Minha equipe recupera e vira uma “bola perdida” .. 7 1 .. .. 1 6 1 6

21 Acontece um bate-boca entre a equipe adversária .. 4 .. 12 2 1 .. 1 2

22 Acontece um bate-boca entre os jogadores da minha

equipe 1 3 .. 2 9 4 1 .. 2

23 O bloqueio da equipe adversária é muito alto .. 1 1 9 1 .. 5 3 2

Page 77: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

64

Já quando analisarmos as frequências de respostas da categoria juvenil para a categoria

“Aspectos relativos ao desempenho pessoal” verificamos que as atletas tendem a se comportar

de maneira variada. “Me concentro nas próximas jogadas”, “Não me importo”, “Tento me

tranquilizar”, “Fico irritado e nervoso” e “Me esforço mais”, foram os comportamentos mais

assinalados nesta categoria.

Na categoria “Aspectos relativos ao desempenho da equipe” os comportamentos mais

assinalados foram “Me concentro nas próximas jogadas”, “Tento me tranquilizar”, “Fico

irritado e nervoso”, “Me esforço mais” e “Outros”.

Já na categoria “Aspectos relativos à equipe adversária” os atletas tendem a

desenvolver dois tipos de comportamentos “Não me importo” e “Outros”.

4.3.3 – Resultados quanto ao significado do voleibol por categoria de jogo

Na tabela 19 é possível observar os significados atribuídos ao voleibol em função da

categoria de jogo dos atletas, tais dados foram comparados entre a categoria adulta e juvenil,

através da prova do X², sendo que o nível de significância adotado também foi de p<0,05:

Tabela 19 – Frequência de Respostas sobre o Significado do Voleibol em cada Categoria de Discursos por

Categoria de Jogo e o Teste do Qui-quadrado

Categorias Categoria

F

(frequência de

repostas)

% X² p

Desenvolvimento de Capacidades

Adulta

(n=47) 21 44,7

1,91 0,17 Juvenil

(n=22) 6 27,3

Emoção

Adulta

(n=47) 36 76,6

0,00 0,95 Juvenil

(n=22) 17 77,3

Interação Social

Adulta

(n=47) 10 21,3

0,09 0,77 Juvenil

(n=22) 4 18,2

Meio de vida

Adulta

(n=47) 28 59,6

0,00 0,97 Juvenil (n=22)

13 59,1

Ao analisarmos o significado do voleibol comparando os atletas por categoria de jogo

observamos que não há diferenças estatisticamente significativas entre as categorias de

discurso.

Page 78: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

65

Os resultados encontrados nos indicam que atletas adultos e juvenis atribuem

significados semelhantes ao voleibol. Para eles o significado do voleibol centra-se na questão

emocional (76,6% dos atletas adultos e 77,3% dos atletas juvenis o consideraram assim).

Posteriormente envolve questões sobre o desenvolvimento profissional e o sustento financeiro

(59,6% dos atletas adultos e 59,1% dos atletas juvenis fizeram essa menção). Somente depois

é que vão aparecer referências ao voleibol como um agente que auxilia no desenvolvimento

de capacidades (44,7% dos adultos e 27,3% também fizeram essa menção) e que favorece a

interação social (21,3% dos adultos e 18,2% dos juvenis fizeram esse referência) entre seus

participantes.

4.3.4 - Resultados quanto à relação entre o significado do voleibol e as condições

gerais de estresse

Ainda visando verificar se há relação entre o significado que o atleta atribui ao

voleibol e sua percepção de estresse, procedemos nossa análise através da comparação entre

as categorias adulto e juvenil. A seguir tais resultados são apresentados nas tabelas 20 e 21:

Tabela 20 – Relação entre o Significado do Voleibol e as Condições Gerais de Estresse para a Categoria

Adulto

Itens Categorias de discurso M DP H p

1 Jogadas erradas no começo do jogo

Desenvolvimento de

capacidades

3,70

1,39

6,34 0,09

Emoção

4,00

1,38

Interação Social

3,31

1,14

Meio de Vida

3,79

1,42

2 Adiamento do jogo

Desenvolvimento de

capacidades

4,15

1,32

6,55 0,08

Emoção

3,85

1,55

Interação Social

4,08

1,28

Meio de Vida

3,38

1,23

3 Nervosismo excessivo

Desenvolvimento de capacidades

2,55

1,03

1,91 0,59

Emoção

2,70

1,29

Interação Social

2,38

1,08

Meio de Vida

2,55

1,29

4 Dificuldades em conciliar e manter o sono Desenvolvimento de

capacidades 3,05

0,98 1,30 0,72

Page 79: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

66

Emoção

3,23

1,39

Interação Social

3,08

1,08

Meio de Vida

2,90

1,11

5 Ser o favorito

Desenvolvimento de

capacidades

5,00

1,46

5,63 0,13

Emoção

5,48

1,35

Interação Social

5,08

1,28

Meio de Vida

5,24

1,35

6 Metas de rendimento excessivamente altas

Desenvolvimento de

capacidades

5,25

1,34

2,89 0,40

Emoção

4,83

1,69

Interação Social

4,77

1,38

Meio de Vida 5,00

1,77

7 Derrotas anteriores

Desenvolvimento de

capacidades

4,30

1,66

0,85 0,83

Emoção

4,15

1,63

Interação Social

4,00

1,31

Meio de Vida

4,10

1,58

8 Condicionamento físico inadequado

Desenvolvimento de

capacidades

1,80

0,87

2,41 0,49

Emoção

2,20

1,35

Interação Social

2,08

1,08

Meio de Vida

1,97

0,94

9 Conflitos com o treinador

Desenvolvimento de

capacidades

3,50

1,97

3,63 0,30

Emoção

2,95

2,02

Interação Social 3,00

1,77

Meio de Vida

3,10

1,76

10 Resultados positivos inesperados do adversário

Desenvolvimento de

capacidades

5,05

1,25

12,20 0,00

Emoção

4,75

1,52

Interação Social

4,15

1,67

Meio de Vida

5,21

1,26

11 Performances ruins em treinamentos e competições

anteriores

Desenvolvimento de

capacidades

4,00

1,59 6,87 0,07

Emoção

3,38

1,50

Page 80: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

67

Interação Social

3,38

1,51

Meio de Vida

3,69

1,44

12 Adversários desconhecidos

Desenvolvimento de

capacidades

5,30

1,19

11,17 0,01

Emoção

4,98

1,56

Interação Social

4,54

0,85

Meio de Vida

5,00

1,41

13 Ser vaiado durante o jogo

Desenvolvimento de

capacidades

4,55

1,89

1,48 0,68

Emoção

4,85

1,96

Interação Social 4,69

1,21

Meio de Vida

4,83

1,87

14 Grande superioridade do adversário

Desenvolvimento de

capacidades

5,45

1,54

1,56 0,66

Emoção

5,38

1,76

Interação Social

5,08

1,79

Meio de Vida

5,10

1,80

15 Ser prejudicado pelos juízes

Desenvolvimento de

capacidades

4,40

1,66

3,88 0,27

Emoção

3,78

1,86

Interação Social

4,15

1,71

Meio de Vida

4,03

1,84

16 Instalações de competições incômodas

Desenvolvimento de

capacidades

2,90

1,05

5,36 0,14

Emoção 2,68

1,11

Interação Social

3,08

1,08

Meio de Vida

2,76

1,18

17 Pensar constantemente em cumprir as metas

fixadas

Desenvolvimento de

capacidades

5,00

1,23

9,22 0,02

Emoção

5,25

1,52

Interação Social

4,69

0,91

Meio de Vida

5,07

1,51

18 Estímulos perturbadores visuais, acústicos e táteis

Desenvolvimento de

capacidades

3,30

1,15

0,67 0,87 Emoção

3,38

1,30

Interação Social 3,23

1,05

Page 81: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

68

Meio de Vida

3,55

1,27

19 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo

adversário

Desenvolvimento de

capacidades

5,50

1,17

16,92 0,00

Emoção

4,88

1,65

Interação Social

4,38

1,40

Meio de Vida

5,14

1,52

20 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo

treinador

Desenvolvimento de

capacidades

5,30

1,31

4,60 0,20

Emoção

5,15

1,48

Interação Social

4,77

1,26

Meio de Vida

5,14

1,38

21 Viagens muito longas

Desenvolvimento de capacidades

3,20

1,17

3,92 0,27

Emoção

3,03

1,35

Interação Social

3,31

0,91

Meio de Vida

2,83

1,13

22 Jogar com torcida

Desenvolvimento de

capacidades

6,15

1,16

4,33 0,22

Emoção

6,48

0,92

Interação Social

6,31

1,00

Meio de Vida

6,45

1,08

23 Conflitos com os companheiros de time

Desenvolvimento de

capacidades

3,40

1,40

8,17 0,04

Emoção

3,13

1,47

Interação Social

2,92

1,55

Meio de Vida

3,66

1,44

24 Conflitos com os familiares

Desenvolvimento de

capacidades

3,20

1,13

12,90 0,00

Emoção

2,50

1,40

Interação Social

2,92

1,21

Meio de Vida

2,59

1,26

25 Jogar com torcida contra

Desenvolvimento de

capacidades

6,10

1,10

2,50 0,47

Emoção

6,10

1,16

Interação Social

6,00

1,04

Meio de Vida 6,28

1,09

Page 82: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

69

26 Executar jogadas erradas no fim do jogo

Desenvolvimento de

capacidades

3,15

1,11

3,88 0,27

Emoção

3,10

1,14

Interação Social

2,85

1,36

Meio de Vida

3,52

1,24

27 Falta de preparação psicológica

Desenvolvimento de

capacidades

3,55

1,25

0,90 0,82

Emoção

3,20

1,33

Interação Social

3,38

1,45

Meio de Vida

3,34

1,28

28 Jogar contra um adversário

agressivo/provocador

Desenvolvimento de

capacidades

6,00

1,19

8,87 0,03

Emoção

6,15

1,11

Interação Social

5,46

1,40

Meio de Vida

6,21

1,11

29 Jogar machucado

Desenvolvimento de

capacidades

2,95

2,00

5,03 0,16

Emoção

2,70

1,97

Interação Social

3,46

2,11

Meio de Vida

3,07

2,08

30 Receber "cobranças" de jogadores mais velhos

Desenvolvimento de

capacidades

5,05

1,84

5,38 0,14

Emoção

5,13

1,62

Interação Social

4,69

1,60

Meio de Vida

5,48

1,66

31 Disputa pela vaga de titular na equipe

Desenvolvimento de

capacidades

6,25

1,18

6,12 0,10

Emoção 6,53

0,92

Interação Social

6,31

0,91

Meio de Vida

6,62

0,82

32 Falta de comunicação entre a equipe

Desenvolvimento de

capacidades

2,65

1,24

4,16 0,24

Emoção

2,35

1,15

Interação Social

2,85

1,42

Meio de Vida

2,45

1,15

Page 83: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

70

Quando analisamos a relação entre o significado do voleibol e as condições gerais de

estresse para a categoria adulto verificamos que há diferenças estatisticamente significativas

nos itens “(10) Resultados positivos inesperados dos adversários”, “(12) Adversários

desconhecidos”, “(17) Pensar constantemente em cumprir as metas fixadas”, “(19) Ter

perdido mais de uma vez para o mesmo adversário”, “(23) Conflitos com os companheiros de

time”, “(24) Conflitos com familiares” e “(28) Jogar contra um adversário

agressivo/provocador”.

Tabela 21 – Relação entre o Significado do Voleibol e as Condições Gerais de Estresse para a Categoria

Juvenil

Itens Categorias de discurso M DP H p

1 Jogadas erradas no começo do jogo

Desenvolvimento de

capacidades 3,29 1,30

2,37 0,49 Emoção 3,57 1,47

Interação Social 4,00 0,00

Meio de Vida 4,08 1,56

2 Adiamento do jogo

Desenvolvimento de

capacidades 4,00 0,77

3,88 0,27 Emoção 3,93 1,41

Interação Social 4,00 0,00

Meio de Vida 4,75 1,76

3 Nervosismo excessivo

Desenvolvimento de

capacidades 2,14 1,27

5,18 0,15 Emoção 1,79 0,95

Interação Social 3,00 0,00

Meio de Vida 2,08 1,31

4 Dificuldades em conciliar e manter o sono

Desenvolvimento de

capacidades 4,00 0,54

5,85 0,11 Emoção 3,29 1,11

Interação Social 4,00 0,00

Meio de Vida 3,67 2,34

5 Ser o favorito

Desenvolvimento de

capacidades 5,00 1,22

6,79 0,07 Emoção 4,64 1,52

Interação Social 6,00 0,00

Meio de Vida 5,67 1,43

6 Metas de rendimento excessivamente altas

Desenvolvimento de

capacidades 4,14 1,49

12,44 0,00 Emoção 5,29 1,60

Interação Social 7,00 0,00

Meio de Vida 5,17 2,08

7 Derrotas anteriores

Desenvolvimento de

capacidades 3,57 1,07

10,99 0,01 Emoção 4,29 1,69

Interação Social 7,00 0,00

Meio de Vida 4,33 2,10

Page 84: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

71

8 Condicionamento físico inadequado

Desenvolvimento de

capacidades 2,71 1,18

16,61 0,00 Emoção 1,86 1,14

Interação Social 5,00 0,00

Meio de Vida 2,25 1,96

9 Conflitos com o treinador

Desenvolvimento de

capacidades 3,00 1,54

11,84 0,00 Emoção 2,43 1,52

Interação Social 6,00 0,00

Meio de Vida 2,42 2,02

10 Resultados positivos inesperados do adversário

Desenvolvimento de

capacidades 4,00 1,34

7,99 0,04 Emoção 4,71 1,30

Interação Social 6,00 0,00

Meio de Vida 4,42 1,97

11 Performances ruins em treinamentos e competições

anteriores

Desenvolvimento de

capacidades 3,43 1,20

1,83 0,60 Emoção 3,36 1,66

Interação Social 3,00 0,00

Meio de Vida 2,83 1,89

12 Adversários desconhecidos

Desenvolvimento de

capacidades 4,29 1,18

12,51 0,00 Emoção 4,71 0,97

Interação Social 7,00 0,00

Meio de Vida 5,08 1,83

13 Ser vaiado durante o jogo

Desenvolvimento de

capacidades 3,43 1,53

18,86 0,00 Emoção 4,71 1,65

Interação Social 7,00 0,00

Meio de Vida 5,25 2,05

14 Grande superioridade do adversário

Desenvolvimento de

capacidades 5,00 1,34

3,87 0,27 Emoção 5,71 1,35

Interação Social 6,00 0,00

Meio de Vida 5,75 1,86

15 Ser prejudicado pelos juízes

Desenvolvimento de

capacidades 4,00 1,22

9,06 0,02 Emoção 3,79 1,54

Interação Social 6,00 0,00

Meio de Vida 3,25 1,91

16 Instalações de competições incômodas

Desenvolvimento de

capacidades 3,71 0,71

16,69 0,00 Emoção 2,93 1,18

Interação Social 4,00 0,00

Meio de Vida 2,25 0,96

17 Pensar constantemente em cumprir as metas

fixadas

Desenvolvimento de

capacidades 4,29 1,05 19,26 0,00 Emoção 4,21 1,50

Interação Social 6,00 0,00

Page 85: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

72

Meio de Vida 6,00 1,04

18 Estímulos perturbadores visuais, acústicos e táteis

Desenvolvimento de

capacidades 3,57 0,74

16,83 0,00 Emoção 3,07 0,97

Interação Social 5,00 0,00

Meio de Vida 2,58 1,56

19 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo

adversário

Desenvolvimento de

capacidades 4,14 0,85

13,94 0,00 Emoção 5,00 1,38

Interação Social 7,00 0,00

Meio de Vida 4,67 2,30

20 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo

treinador

Desenvolvimento de

capacidades 4,14 0,85

10,14 0,01 Emoção 4,79 1,28

Interação Social 6,00 0,00

Meio de Vida 5,33 2,06

21 Viagens muito longas

Desenvolvimento de

capacidades 3,00 0,77

6,58 0,08 Emoção 3,07 1,24

Interação Social 4,00 0,00

Meio de Vida 3,92 1,67

22 Jogar com torcida

Desenvolvimento de

capacidades 5,71 1,52

8,39 0,03 Emoção 5,71 1,30

Interação Social 7,00 0,00

Meio de Vida 6,67 0,65

23 Conflitos com os companheiros de time

Desenvolvimento de

capacidades 3,43 0,74

20,31 0,00 Emoção 2,43 1,06

Interação Social 5,00 0,00

Meio de Vida 2,67 1,37

24 Conflitos com os familiares

Desenvolvimento de

capacidades 2,43 1,43

16,25 0,00 Emoção 3,36 1,19

Interação Social 4,00 0,00

Meio de Vida 1,75 1,13

25 Jogar com torcida contra

Desenvolvimento de

capacidades 5,00 1,89

8,42 0,03 Emoção 5,79 1,50

Interação Social 6,00 0,00

Meio de Vida 6,42 0,99

26 Executar jogadas erradas no fim do jogo

Desenvolvimento de

capacidades 2,86 1,27

5,32 0,15 Emoção 3,00 1,27

Interação Social 4,00 0,00

Meio de Vida 2,58 1,83

27 Falta de preparação psicológica

Desenvolvimento de

capacidades 3,86 0,85 12,07 0,00

Emoção 3,14 1,38

Page 86: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

73

Interação Social 4,00 0,00

Meio de Vida 2,58 1,73

28 Jogar contra um adversário agressivo/provocador

Desenvolvimento de

capacidades 5,00 1,44

9,75 0,02 Emoção 5,50 1,79

Interação Social 7,00 0,00

Meio de Vida 6,25 1,05

29 Jogar machucado

Desenvolvimento de

capacidades 2,86 1,01

6,62 0,08 Emoção 2,79 2,07

Interação Social 2,00 0,00

Meio de Vida 1,83 1,03

30 Receber "cobranças" de jogadores mais velhos

Desenvolvimento de

capacidades 3,86 1,01

19,37 0,00 Emoção 5,21 1,68

Interação Social 7,00 0,00

Meio de Vida 5,83 1,33

31 Disputa pela vaga de titular na equipe

Desenvolvimento de

capacidades 6,14 1,01

9,20 0,02 Emoção 6,50 0,83

Interação Social 7,00 0,00

Meio de Vida 6,75 0,86

32 Falta de comunicação entre a equipe

Desenvolvimento de

capacidades 3,00 0,75

12,40 0,00 Emoção 2,93 1,35

Interação Social 5,00 0,00

Meio de Vida 2,25 1,60

Já quando analisamos a relação entre o significado do voleibol e as condições gerais

de estresse para a categoria juvenil verificamos que há diferenças estatisticamente

significativas nos itens “(6) Metas de rendimento excessivamente altas”, “(7) Derrotas

anteriores”, “(8) Condicionamento físico inadequado”, “(9) Conflitos com o treinador”, “(10)

Resultados positivos inesperados do adversário”, “(12) Adversários desconhecidos”, “(13) Ser

vaiado durante o jogo”, “(15) Ser prejudicado pelos juízes”, “(16) Instalações de competições

incômodas”, “(17) Pensar constantemente em cumprir as metas fixadas”, “(18) Estímulos

perturbadores visuais, acústicos e táteis”, “(19) Ter perdido mais de uma vez para o mesmo

adversário”, “(20) Ter perdido mais de uma vez para o mesmo treinador”, “(22) Jogar com

torcida”, “(23) Conflitos com os companheiros de time”, “(24) Conflitos com os familiares,

“(25) Jogar com torcida contra”, “(27) Falta de preparação psicológica”, “(28) Jogar contra

um adversário agressivo/provocador”, “(30) Receber "cobranças" de jogadores mais velhos”,

“(31) Disputa pela vaga de titular na equipe” e “(32) Falta de comunicação entre a equipe”.

Page 87: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

74

4.4 – Quanto às posições de jogo

4.4.1 – Resultados quanto as Condições Gerais de Estresse por posições de jogo

Os resultados apresentados na tabela 22, a seguir, são originários do teste de Kruskal

Wallis (teste H), o qual foi aplicado para analisar a relação entre as condições gerais de

estresse e as posições de jogo.

Tabela 22 - Condições Gerais de Estresse em Função da Posição de Jogo

Itens Posições n M DP H P

1 Jogadas erradas no começo do jogo

Ponteiro 19 4,00 1,16

2,08 0,72

Levantador 15 3,60 1,55

Central 19 3,58 1,68

Líbero 5 3,80 1,92

Oposto 11 3,91 0,94

2 Adiamento do jogo

Ponteiro 19 4,16 1,83

3,58 0,72

Levantador 15 3,73 1,34

Central 19 3,53 1,39

Líbero 5 4,80 1,30

Oposto 11 3,91 0,94

3 Nervosismo excessivo

Ponteiro 19 2,58 1,26

3,61 0,47

Levantador 15 2,87 1,25

Central 19 2,53 1,39

Líbero 5 2,00 1,73

Oposto 11 2,09 1,22

4 Dificuldades em conciliar e manter o sono

Ponteiro 19 3,53 1,61

1,68 0,46

Levantador 15 3,33 1,18

Central 19 3,21 1,32

Líbero 5 2,60 1,14

Oposto 11 3,45 1,57

5 Ser o favorito

Ponteiro 19 5,63 1,34

5,06 0,79

Levantador 15 5,13 1,51

Central 19 5,53 1,26

Líbero 5 4,80 1,64

Oposto 11 4,55 1,51

6 Metas de rendimento excessivamente altas

Ponteiro 19 5,42 1,71

9,65 0,28

Levantador 15 5,00 1,69

Central 19 4,42 1,64

Líbero 5 6,00 1,41

Oposto 11 4,09 1,30

7

Derrotas anteriores Ponteiro 19 4,00 1,92 2,16 0,05

Levantador 15 4,27 1,75

Page 88: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

75

Central 19 3,84 1,39

Líbero 5 4,80 1,64

Oposto 11 4,45 1,44

8 Condicionamento físico inadequado

Ponteiro 19 2,21 1,55

3,08 0,71

Levantador 15 2,47 1,51

Central 19 2,32 1,16

Líbero 5 1,40 0,55

Oposto 11 2,45 1,44

9 Conflitos com o treinador

Ponteiro 19 3,32 2,14

6,86 0,54

Levantador 15 3,73 1,79

Central 19 2,37 1,74

Líbero 5 2,80 2,17

Oposto 11 2,64 1,29

10 Resultados positivos inesperados do adversário

Ponteiro 19 5,32 1,46

4,29 0,14

Levantador 15 4,87 1,46

Central 19 4,32 1,38

Líbero 5 5,00 1,41

Oposto 11 4,36 1,12

11 Performances ruins em treinamentos e competições

anteriores

Ponteiro 19 3,53 1,74

1,33 0,37

Levantador 15 3,53 1,46

Central 19 3,53 1,31

Líbero 5 3,40 1,95

Oposto 11 2,91 0,94

12 Adversários desconhecidos

Ponteiro 19 5,11 1,76

2,11 0,86

Levantador 15 4,93 1,39

Central 19 4,58 1,17

Líbero 5 5,00 1,00

Oposto 11 5,00 1,61

13 Ser vaiado durante o jogo

Ponteiro 19 5,11 1,94

3,13 0,71

Levantador 15 4,93 1,94

Central 19 4,53 1,74

Líbero 5 4,40 2,61

Oposto 11 3,91 2,07

14 Grande superioridade do adversário

Ponteiro 19 5,53 1,68

1,92 0,54

Levantador 15 5,13 1,69

Central 19 5,05 1,58

Líbero 5 5,80 1,64

Oposto 11 5,09 1,87

15 Ser prejudicado pelos juízes

Ponteiro 19 4,00 1,70

0,75

Levantador 15 4,07 1,62

Central 19 3,84 1,92 0,82

Líbero 5 3,60 1,82

Oposto 11 3,45 1,70

16 Instalações de competições incômodas Ponteiro 19 2,53 1,07 3,28 0,94

Page 89: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

76

Levantador 15 2,60 1,35

Central 19 2,89 1,24

Líbero 5 3,40 0,89

Oposto 11 2,91 0,83

17 Pensar constantemente em cumprir as metas fixadas

Ponteiro 19 5,37 1,61

2,83 0,51

Levantador 15 4,60 1,81

Central 19 4,68 1,57

Líbero 5 4,60 2,07

Oposto 11 4,91 1,14

18 Estímulos perturbadores visuais, acústicos e táteis

Ponteiro 19 3,05 1,31

15,0 0,59

Levantador 15 3,60 1,68

Central 19 3,89 0,81

Líbero 5 2,00 1,00

Oposto 11 3,91 0,70

19 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo adversário

Ponteiro 19 5,11 1,91

3,77 0,01

Levantador 15 4,33 1,54

Central 19 4,74 1,28

Líbero 5 5,40 1,82

Oposto 11 5,00 1,67

20 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo treinador

Ponteiro 19 5,32 1,49

2,32 0,44

Levantador 15 4,87 1,25

Central 19 4,79 1,32

Líbero 5 5,60 1,52

Oposto 11 4,82 1,78

21 Viagens muito longas

Ponteiro 19 3,26 1,59

1,11 0,68

Levantador 15 2,93 1,16

Central 19 3,05 1,18

Líbero 5 3,40 1,14

Oposto 11 3,36 1,57

22 Jogar com torcida

Ponteiro 19 6,68 0,75

4,30 0,89

Levantador 15 6,13 1,13

Central 19 6,00 1,45

Líbero 5 6,20 0,84

Oposto 11 5,91 1,38

23 Conflitos com os companheiros de time

Ponteiro 19 3,47 1,54

3,46 0,37

Levantador 15 3,33 0,90

Central 19 2,89 1,41

Líbero 5 2,60 1,52

Oposto 11 3,18 1,72

24 Conflitos com os familiares

Ponteiro 19 2,95 1,31

5,11 0,28 Levantador 15 3,33 1,29

Central 19 2,58 1,50

Líbero 5 1,80 1,30

Oposto 11 2,64 1,21

25 Jogar com torcida contra Ponteiro 19 6,05 1,13 0,77 0,94

Page 90: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

77

Levantador 15 5,93 0,96

Central 19 5,89 1,70

Líbero 5 6,20 1,30

Oposto 11 5,73 1,74

26 Executar jogadas erradas no fim do jogo

Ponteiro 19 3,05 1,27

3,31 0,51

Levantador 15 3,53 1,41

Central 19 3,26 1,28

Líbero 5 2,40 0,89

Oposto 11 3,27 1,62

27 Falta de preparação psicológica

Ponteiro 19 3,11 1,63

3,26 0,52

Levantador 15 3,27 1,28

Central 19 3,58 1,07

Líbero 5 2,60 1,14

Oposto 11 3,18 1,33

28 Jogar contra um adversário agressivo/provocador

Ponteiro 19 6,32 1,16

3,56 0,47

Levantador 15 5,73 1,34

Central 19 5,63 1,46

Líbero 5 6,00 1,41

Oposto 11 5,55 1,75

29 Jogar machucado

Ponteiro 19 3,05 2,20

1,43 0,84

Levantador 15 2,73 2,05

Central 19 3,00 1,73

Líbero 5 2,00 1,00

Oposto 11 2,64 1,91

30 Receber "cobranças" de jogadores mais velhos

Ponteiro 19 5,74 1,49

5,07 0,28

Levantador 15 4,80 1,57

Central 19 4,89 1,73

Líbero 5 6,00 1,00

Oposto 11 4,91 2,02

31 Disputa pela vaga de titular na equipe

Ponteiro 19 6,53 1,02

2,13 0,71

Levantador 15 6,47 0,92

Central 19 6,47 0,84

Líbero 5 6,80 0,45

Oposto 11 6,18 1,17

32 Falta de comunicação entre a equipe

Ponteiro 19 2,79 1,32

1,02 0,91

Levantador 15 2,73 1,39

Central 19 2,53 1,07

Líbero 5 2,60 1,14

Oposto 11 2,36 1,36

Quando analisamos as Condições Gerais de Estresse comparando as posições de jogo

encontramos que há diferenças estatisticamente significativas nos itens “(7) Derrotas

Page 91: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

78

anteriores” e “(19) Ter perdido mais de uma vez para o mesmo adversário”. Ao analisarmos

separadamente cada item verificamos que:

Para o item “(7) Derrotas anteriores” encontramos que ponteiros, levantadores, líberos

e opostos tendem a perceber este item como um fator neutro, isto é, para essas posições de

jogo este aspecto não representa um fator de interferência em seu desempenho. Já para o

atleta que ocupa a posição de central, esse item tende a ser considerado um aspecto que

influencia negativamente o desempenho.

Já quando analisamos o item “(19) Ter perdido mais de uma vez para o mesmo

adversário” verificamos que aparentemente este item representa um aspecto positivo para o

desempenho de ponteiros, líberos e opostos, enquanto que para levantadores e centrais o

mesmo representa um fator neutro.

Page 92: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

79

CAPÍTULO 5

DISCUSSÃO

5.1 – Quanto as Condições Gerais de Estresse

Quando analisamos os resultados encontrados para as Condições Gerais de Estresse

para a amostra como um todo, notamos que os atletas têm uma ligeira tendência para

perceberem as situações como mais positivas e motivadoras (n=8) do que negativas (n=7).

Costa e Vieira (2003) ao investigarem os fatores motivadores e estressantes em atletas de

basquetebol encontraram resultados que se diferem dos nossos, os autores identificaram

aproximadamente 62% dos itens como fatores estressantes e 38% como fatores motivadores.

Pesquisas realizadas por Brandão (1996), Woodman e Hardy (2001), Jing et al. (2008)

e Dias, Cruz e Fonseca (2009), no que se refere as fontes de estresse indicam que as principais

fontes de estresse estão relacionadas à aspectos interpessoais, situacionais e da própria

natureza da competição. Em nosso estudo, de um modo geral, as situações consideradas mais

estressantes para os atletas foram as relacionadas aos aspectos pessoais, haja visto que dos 7

itens com as maiores cargas negativas para o desempenho (“Conflito com o treinador”, “Jogar

machucado”, “Conflitos com familiares”, “Instalações de competições incômodas”, “Falta de

comunicação entre a equipe”, “Nervosismo excessivo” e “Condicionamento físico

inadequado”), 3 se referem aos aspectos pessoais (“Jogar machucado”, “Nervosismo

excessivo” e “Condicionamento físico inadequado”). Além do mais, o item

“Condicionamento físico inadequado” foi apontado como o mais estressante para os atletas,

sendo também o item mais assinalado pelos atletas nos estudos realizado por Brandão (1996)

e Noce (1999) junto a atletas de voleibol.

Com relação aos demais aspectos negativos, podemos observar que eles também se

repetem em outros estudos com atletas de diferentes modalidades esportivas e reforçam a

tendência encontrada em nossa pesquisa. Por exemplo, Brandão (2000) faz referência aos

conflitos com os companheiros de time e problemas familiares, como situações estressantes

para jogadores de futebol profissional; De Rose Júnior, Deschamps e Korsakas (2001)

apontam que as situações que envolvem a “Competência e dificuldade do jogo”, o “Estado

físico” e os “Adversários” são as fontes específicas mais assinaladas como estressantes por

atletas de basquetebol; Noblet e Gifford (2002) incluem a falta de feedback ou a má

Page 93: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

80

comunicação entre a equipe como fontes de estresse; De Rose Júnior et al. (2004)

acrescentam que fatores como “Companheiro que não se esforça”, “Companheiro egoísta”,

“Companheiro que reclama muito”, “Jogar contundido ou mau estado físico”, também são

apontados como fontes de estresse por atletas de diversas modalidades coletivas e, Marques e

Rosado (2005) complementam essa discussão, apontando que situações que envolvem a falta

de comunicação entre os atletas, as lesões, as instalações inadequadas e as altas expectativas

de desempenho, são fatores que contribuem para o aparecimento do estresse no ambiente

esportivo.

Já em relação aos 08 itens considerados mais positivos, podemos observar que 2 estão

relacionados aos aspectos pessoais (itens 5 e 31), 4 com o relacionamento entre a própria

equipe ou com pessoas significativas (itens 28, 14, 30 e 20) e 2 itens estão relacionados à

organização e ao ambiente esportivo (itens 22 e 25). Alguns desses itens parecem seguir uma

tendência já encontrada em outros estudos, como é o caso, por exemplo, do item “Jogar com

torcida”, o qual também foi apontado como um aspecto positivo por Brandão (1996), Noce

(1999) e Gouvêa et al. (2004).

É interessante perceber que a origem dos fatores que influenciam o desempenho

esportivo dos atletas se diferencia quando são comparados os aspectos considerados positivos

e negativos. Enquanto os aspectos negativos estão centrados em questões pessoais, os

aspectos positivos se concentram em torno do relacionamento entre a própria equipe ou com

pessoas significativas. Brandão (1996) ao realizar um estudo com atletas de voleibol também

encontrou essa mesma tendência.

Ao nos remetermos a uma das questões levantadas neste estudo, se homens e mulheres

atletas respondiam às situações estressantes da mesma forma, encontramos que os itens “(13)

Ser vaiado durante o jogo”, “(17) Pensar constantemente em cumprir as metas fixadas” e

“(30) Receber cobranças de jogadores mais velhos” são os fatores que mais influenciam

positivamente os homens, enquanto que os itens “(24) Conflitos com familiares” e “(29) Jogar

machucado” são os fatores que mais influenciaram negativamente tanto os homens quanto as

mulheres, embora os homens tenham percebido esses fatores como mais estressantes.

Noce (1999) ao realizar um estudo sobre o estresse psíquico em atletas de voleibol de

alto nível, também comparou homens e mulheres e encontrou diferenças entre os gêneros.

Com seus resultados o autor pôde constatar que as mulheres atribuem uma carga negativa

maior às mesmas situações, quando comparadas com os homens. Já Abrahamsen, Roberts e

Pensgaard (2008) conduziram um estudo para analisar o papel da ansiedade em atletas de elite

Page 94: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

81

e observaram que os níveis de ansiedade das mulheres tendem a apresentar níveis mais

elevados de preocupação com o desempenho, baixa concentração e ansiedade somática,

quando comparadas com os homens. Anshel, Sutarso e Jubenville (2009) também

encontraram diferenças entre os gêneros, ao realizar uma pesquisa sobre diferenças raciais e

de gênero na percepção das fontes de estresse agudo no esporte. Os autores encontraram que

as mulheres e os brancos apresentavam níveis de estresse agudo mais elevados que os homens

e os negros. Os autores ainda concluíram que a raça e o gênero influenciam no processo de

enfrentamento no esporte competitivo.

Ainda sobre essa temática, Gan e Anshel (2009) realizaram um estudo com atletas

universitários chineses, cujo objetivo foi identificar as fontes de estresse agudo

experimentadas durante a competição, bem como, analisar em que medida as fontes de

estresse agudo difere em função do nível de habilidade e de gênero. Os resultados encontrados

demonstraram que não houve diferença significativa entre as atletas do sexo feminino e

masculino em relação à percepção de intensidade do estresse, no entanto, o gênero se mostrou

significativo em relação à classificação dos estressores. Assim, o gênero é visto como um

poderoso mediador psicossocial que influencia experiências esportivas dos participantes,

homens e mulheres (Noce, 1999).

Ao buscarmos algumas correspondências para nossos resultados na literatura

encontramos dois fatos interessantes: primeiro, os homens se mostraram mais suscetíveis ao

fenômeno do estresse, resultado este, também encontrado por Goyen e Anshel (2000).

Contudo nossos resultados se diferem dos encontrados por De Rose Júnior, Deschamps e

Korsakas (2001), Dias (2005) e Marques et al. (2010), os quais relataram que as mulheres

demonstravam maior nível de estresse e ansiedade, além de possuírem uma percepção de

ameaça mais acentuada. Já Gouvêa et al. (2004) observaram não haver diferenças

estatisticamente significativas entre os gêneros e, segundo, alguns itens também já foram

apontados como estressantes em outros estudos, é o caso, por exemplo, do item “Conflitos

com familiares” que também foi apontado como um aspecto estressante por atletas de futebol

investigados por Azevedo (2001). E o item “Jogar machucado”, que foi considerado um

aspecto negativo para o desempenho, tanto de homens quanto de mulheres em nosso estudo,

porém em um estudo conduzido por Noce (1999) foi considerado estressante apenas para

homens.

Dentro dessa corrente que avalia o comportamento dos atletas no contexto esportivo,

muitos estudos também têm sido conduzidos para analisar como atletas mais jovens e atletas

Page 95: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

82

mais experientes reagem frente a um determinado fator ou uma dada situação. Miguel (2008)

afirma que a experiência esportiva é uma das características individuais que pode fazer

diferença na avaliação cognitiva das demandas de uma situação esportiva e, estudos como os

de Brandão (2000), Goyen e Anshel (2000), Keller et al. (2005) e Trapé, Prodócimo e Moreno

(2010), têm mostrado que os atletas mais jovens se diferem dos atletas mais experientes,

principalmente em relação a percepção do estresse. Além disso, esses autores também têm

sinalizado a importância de se analisar o comportamento dos atletas, levando-se em

consideração o fator idade. Para eles, a pouca idade ou o avançar da mesma são fatores

relevantes, que muitas vezes, determinam a posse dos recursos necessários para lidar com as

diferentes situações e estímulos advindos do ambiente.

Ao analisarmos as Condições Gerais de Estresse por categoria de jogo, observamos

que o item “Conflitos com os companheiros de time” também foi considerado uma condição

muito negativa para o desempenho de atletas menos experientes (BRANDÃO, 2000). Além

disso, os demais resultados estão de acordo com a literatura (BRANDÃO, 2000; GOYEN e

ANSHEL, 2000; KELLER et al., 2005; TRAPE, PRODOCIMO e MORENO, 2010). Costa e

Samulski (2005) afirmam que a variabilidade de características fisiológicas e psicológicas é

maior em atletas jovens do que em adultos devido ao processo de maturação incompleto.

Na sequência de nossas análises, investigamos a relação entre as Condições Gerais de

Estresse e as posições de jogo. Sobre a importância desse tipo de análise, autores como

Brandão (2000) têm afirmado que quando as investigações das características psicológicas

incorporam fatores, como a interpretação das demandas do esporte associadas à posição que

um atleta ocupa no time, tais investigações se tornam mais produtivas, pois consideram que

papéis específicos podem dar origem a atitudes psicológicas variadas, que ocorrem

prioritariamente em função da posição de jogo de cada atleta.

Assim, quanto ao fato do jogador central ter considerado o item “(7) Derrotas

anteriores” como um fator negativo, talvez esse dado possa ser explicado pelas características

da função do jogador central. O jogador central é um dos responsáveis por neutralizar o

ataque adversário através do bloqueio (MILISTETD et al., 2009), se seu rendimento em uma

partida for bom, muito provavelmente, o rendimento da equipe também será bom. Logo, se o

jogador central apresentar um baixo rendimento há uma tendência para que sua equipe

também apresente um baixo rendimento. Assim, podemos supor que para o jogador central a

possibilidade de ter vivenciado situações adversas no passado e/ou ter sofrido derrotas em

jogos ou campeonatos, pode ser um indicador de que esse mesmo jogador não tenha

Page 96: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

83

conseguido desempenhar bem suas funções, o que pode futuramente culminar numa avaliação

negativa dessa situação. Diferentemente do que foi encontrado em nosso estudo, Noce (1999)

verificou que esta mesma condição se configurava como negativa para todos os atletas, sendo

o levantador o atleta que mais sentia essa influência negativa.

Já quanto ao item “(19) Ter perdido mais de uma vez para o mesmo adversário”, é

interessante notar que esse item constitui um aspecto positivo para os atletas que

desempenham funções consideradas essenciais em um jogo de voleibol, isto é, os atacantes

(ponteiros e opostos) que têm como função principal definir o “rally” em favor de sua equipe

(MILISTETD et al., 2009) e o líbero que tem como função efetuar um bom início do “rally”,

através do passe ou efetuar uma boa defesa e proporcionar o contra-ataque a sua equipe

(MILISTETD et al., 2009). Talvez esse item, seja um aspecto motivador para que esses atletas

aprimorem a execução dos fundamentos que suas funções exigem, contribuindo de forma

direta, para que sua equipe supere as adversidades e tenha maiores chances de conquistar o

rendimento esperado. Essa mesma condição também foi contemplada no estudo de Noce

(1999), porém, a mesma foi considerada negativa para 34% do grupo, enquanto 25,5% a

consideraram positiva.

Um aspecto importante observado em nosso estudo foi à ausência de diferenças

estatisticamente significativas no que diz respeito ao líbero e suas percepções, ressalta-se,

entretanto que uma delimitação do estudo diz respeito a amostra de líberos deste estudo, por

isso sugere-se que novas análises sejam realizadas nesse contexto, uma vez que, o papel do

líbero tem se mostrado extremamente relevante para o voleibol atual, de tal modo que esse

jogador, em especial, deva receber maior atenção por parte dos pesquisadores da área. Sobre

esse aspecto, Gouvêa (2005) e Raimundi (2009) nos alertam que o líbero é o jogador que atua

em condições totalmente diferenciadas no jogo e o mesmo deve demonstrar equilíbrio

emocional, pois desempenha também a função de orientar os companheiros de equipe, seja na

armação de um bloqueio, ou na divisão de responsabilidades na hora do passe ou da defesa,

de tal forma que este jogador deve possuir como qualidades, boa comunicação, bom

conhecimento tático, além de liderança dentro da própria equipe. Assim o líbero constitui-se

como peça fundamental no Voleibol.

Page 97: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

84

5.2 – Quanto aos Comportamentos mais adotados frente às situações típicas de um jogo

de Voleibol

Durante toda partida de voleibol os atletas estão expostos a uma variedade de

situações que devem ser lidadas da melhor forma possível. Essa “melhor forma de lidar com

as situações” é chamada por Lazarus (1993) como “coping”, para esse autor quando estamos

diante de uma relação pessoa-ambiente desfavorável, nós tendemos a tentar alterar as

circunstâncias, ou como elas são interpretadas, para fazê-las parecer mais favorável, assim,

passamos a desenvolver o que pode ser chamado de enfrentamento ou “coping”. Márquez

(2006) nos alerta que os atletas que utilizam estratégias de enfrentamento inadequadas ou que

se mostram incapazes de interpretar de forma correta os eventos relacionados com as

atividades esportivas, experimentam um estresse crônico e prolongado que se traduz em uma

queda de rendimento, que pode, inclusive, levar ao burnout e ao abandono esportivo. A autora

ainda complementa afirmando que os atletas necessitam empregar habilidades psicológicas e

estratégias de enfrentamento efetivas para alcançar suas expectativas e melhorar seu

rendimento.

Assim, quando analisamos os aspectos que envolvem o desempenho pessoal frente às

situações típicas de um jogo, verificamos que os comportamentos mais adotados são “Me

concentro nas próximas jogadas” e “Tento me tranquilizar”. Tais comportamentos nos

sinalizam que os atletas têm uma preocupação especial em tentar controlar suas emoções, se

concentrando em uma próxima jogada ou tentando se tranquilizar. Esses dados corroboram

com Noce (1999) que também identificou que tais comportamentos foram os mais adotados

pelos atletas em seu estudo. A esse respeito Miguel (2008) afirma que a auto-regulação da

excitação emocional é um dos fatores mais importantes para a criação e conservação de um

estado de pré-disposição psicológico ótimo, além do mais, a capacidade para controlar os

processos de pensamento e concentrar-se num estímulo apropriado durante a performance

atlética tem sido considerada uma importante competência psicológica para se conseguir uma

atuação eficaz (STEFANELLO, 2007b).

Quando um atleta desenvolve a capacidade de concentrar-se mais em uma determinada

tarefa e consegue manter a tranquilidade diante de situações adversas, aumenta a

probabilidade de se colocar em prática todo o seu potencial e, consequentemente, obter um

melhor rendimento esportivo. O reconhecimento dos fatores ou situações que afetam a

capacidade de concentração dos atletas e dos efeitos que estes fatores exercem na sua conduta

é de suma importância, pois o reconhecimento do atleta acerca do seu próprio padrão de

Page 98: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

85

comportamentos poderá ajudá-lo a conseguir o autocontrole necessário para atuar no seu mais

alto nível de rendimento esportivo (STEFANELLO, 2007b).

No que diz respeito aos aspectos que envolvem o desempenho da equipe, verificamos

que os comportamentos mais adotados são “Fico irritado e nervoso”, “Me esforço mais” e

“Outros”. Irritar-se tende a ser um comportamento negativo, na medida em que o atleta

demonstra uma reação emocional para uma situação a qual ele não pode interferir diretamente

para solucionar ou amenizar o ocorrido. A esse respeito Lazarus (2006) afirma que tanto a

ansiedade quanto a raiva podem surgir nos momentos em que os atletas avaliam suas atitudes

com uma sensação de frustração e impotência em relação à ação do outro. O autor ainda

explica que níveis elevados de raiva podem também provocar consequências motivacionais

construtivas para os atletas que mobilizam energia extra ao árduo trabalho, em uma tentativa

de reparar uma injustiça, ou mesmo, de provar o seu valor para alguém. Cerin e Barnett

(2006) complementam essa ideia afirmando que a raiva mobiliza energia para defesa física ou

verbal e preenche o indivíduo com uma sensação de força, vigor e assertividade.

Já quando o atleta propõe “esforçar-se mais”, este demonstra uma reação voltada para

suprir as falhas que eventualmente estejam ocorrendo na equipe. Se, por um lado, esse

comportamento pode ter uma conotação positiva, por outro, pode sinalizar uma carga

excessiva de cobrança pessoal, o que pode culminar no desenvolvimento de um processo de

estresse, ou em um nível mais crítico, no aparecimento do Burnout. O burnout pode ser

entendido como um processo que envolve uma forte reação emocional, psicológica e física

em resposta a pressão e ao estresse excessivo; ao treinamento físico intenso; a exaustão física;

a insatisfação pela monotonia dos treinamentos e/ou ao repouso inadequado (BRANDÃO,

PIRES e MARQUES, 2008). Associado a esse aspecto, temos os problemas de

relacionamento dentro da equipe, Brandão (1996) nos alerta que os problemas de

relacionamento internos à equipe podem interferir diretamente no rendimento de um grupo

esportivo. Marques et al. (2007) explicam que é imprescindível haver um entendimento dos

papéis e funções de cada jogador na equipe, a fim de que haja uma boa comunicação e um

bom relacionamento, sendo estes adequados aos objetivos do grupo. Assim, para Hernandez e

Gomes (2002) se os indivíduos estiverem comprometidos em alcançar um bom desempenho,

suporte social e o encorajamento individual que ocorre no grupo, estes terão um efeito

positivo no desempenho.

Em relação aos comportamentos adotados para as situações que envolvem a equipe

adversária verificamos que ignorar a situação (“Não me importo”) foi a reação mais utilizada

Page 99: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

86

pelos atletas. Esse resultado se difere do que foi encontrado por Marques e Rosado (2005),

para esses autores as situações competitivas específicas, identificadas como estressantes, se

relacionam com situações que os atletas supostamente não controlam, isto é, situações em que

os outros têm controle ou tomam controle da situação. No entanto, talvez essa reação mostre

que os atletas estão mais preocupados em administrar as questões que lhe dizem respeito, ou

que estão relacionadas com sua própria equipe, do que em tentar controlar as questões que

envolvem a equipe adversária. Quando o atleta sabe em que e como se concentrar, frente às

inúmeras exigências das situações esportivas, esse atleta tende a desenvolver o autocontrole

necessário para atuar no seu mais alto nível de rendimento esportivo (STEFANELLO,

2007b).

Ao fazermos uma comparação entre o gênero masculino e feminino, verificamos que

para a categoria “Aspectos relativos ao desempenho pessoal”, as mulheres tendem a ser mais

emocionais, apresentando um repertório de comportamentos mais variados do que o dos

homens, o que corrobora com a afirmação de Noce (1999), que constatou em seu estudo que

as mulheres atribuem uma carga negativa maior às situações quando comparadas com os

homens. De Rose Júnior, Deschamps e Korsakas (2001), Dias (2005) e Marques et al. (2010),

também relataram em seus estudos que as mulheres demonstravam maior nível de estresse e

ansiedade, além de possuírem uma percepção de ameaça mais acentuada.

Já na categoria “Aspectos relativos ao desempenho da equipe” ambos os gêneros

tenderam a desenvolver comportamentos que contribuem para que a equipe consiga reverter

as situações desfavoráveis. Para Dias, Cruz e Fonseca (2009) esse tipo de comportamento está

relacionado ao “coping ativo”, que pode ser entendido como ações diretas para lidar com a

situação problemática, o que se traduz num incremento do esforço, ou do trabalho, e na

procura de soluções alternativas, em outras palavras, os atletas tendem a não desistirem de

procurar resolver os problemas esportivos.

Por fim, quando observamos a categoria “Aspectos relacionados à equipe adversária”

percebemos que homens e mulheres tendem a não se importar com a equipe adversária,

contudo, as mulheres aparentemente mostram esforçarem-se mais diante das situações que

envolvem diretamente a ações e/ou atitudes da equipe adversária. Marques et al. (2010)

relatam que as mulheres geralmente buscam estratégias de enfrentamento focadas na emoção

e no suporte social, o que envolve estratégias utilizadas para regular ou reduzir as emoções e o

distress, mesmo quando fonte de ameaça permanece inalterada.

Page 100: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

87

Ao analisarmos as categorias de jogo verificamos que os atletas adultos buscam o

gerenciamento das situações, atribuindo a si mesmos a responsabilidade pelas ações ocorridas

no momento atual do jogo, inclusive, buscando superar as adversidades originárias do

contexto da própria equipe a partir de sua contribuição pessoal. Os atletas adultos demonstram

possuir um repertório de comportamentos menor, porém, mais efetivo, no sentido de já

possuírem a experiência necessária para administrar as situações que se apresentam durante o

jogo. A esse respeito, Miguel (2008) afirma que a experiência esportiva é uma das

características individuais que pode fazer diferença na avaliação cognitiva das demandas de

uma situação esportiva.

Diferentemente dos atletas adultos, observamos que os atletas juvenis tendem a se

comportar de maneira mais variada, utilizando-se de um repertório maior de comportamentos

frente às situações do jogo de voleibol. Tal constatação talvez possa ser explicada pela falta

de experiência esportiva dos atletas juvenis, com a falta de experiência, esses atletas vão

experimentando diferentes formas de reagir às situações do jogo, na expectativa de obter o

melhor rendimento. Santos e Stefanello (2010) afirmam que considerando que os atletas mais

jovens se encontram em fases sensíveis de desenvolvimento da sua personalidade, estes

poderão apresentar maiores dificuldades em controlar suas emoções e reações, estando mais

suscetíveis a desequilíbrios graves e de consequências perduráveis Além do mais, os atletas

mais jovens encontram-se em um processo de aquisição de características e competências que

os capacitem a assumir os deveres e os papéis sociais de um adulto, aumentando assim, a

probabilidade de sentirem os efeitos negativos do estresse.

5.3 – Quanto ao Significado do voleibol

Atualmente, o voleibol é considerado o segundo esporte nacional, depois do futebol

(Machado, Araújo e Bartolomeu, 2010) e se configura como potência tanto no âmbito

internacional quanto no nacional (Moreira, Ferreira e Júnior, 2008), além do mais, o Brasil é

uma das escolas de voleibol mais fortes e imitada inclusive pelos adversários (Machado,

Araújo e Bartolomeu, 2010). Em tese, poderíamos pensar que esses fatos contribuem para que

o número de praticantes dessa modalidade cresça a cada dia, no entanto, isoladamente esses

dados não são suficientes para explicar o engajamento e a manutenção dos atletas, em especial

dos brasileiros, nesse esporte.

Brandão et al. (2008) afirmam que ao longo das últimas décadas estudos da área da

Psicologia do Esporte têm demonstrado que os indivíduos sentem diferentes emoções, têm

Page 101: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

88

diferentes expectativas e motivações, o que nos sinaliza que o valor psicológico para a prática

e a manutenção da vida esportiva varia de atleta para atleta. Para os autores o envolvimento e

engajamento destes atletas não podem ser explicados somente por questões biológicas e

sociais, faz-se necessário que se observem os aspectos psicológicos e o valor pessoal atribuído

a essa prática. Samulski (2009) afirma que as pessoas não se submetem aos estímulos do

ambiente passivamente, mas sim concedem a estes uma importância pessoal. Assim,

compreender a relação entre o significado pessoal frente à determinada prática esportiva e as

consequências que este significado pode ter no rendimento esportivo dos atletas tem sido um

aspecto importante a ser estudado.

Ao procedermos nossas análises quanto ao significado do voleibol para os atletas,

verificamos que fazem referência ao voleibol como uma Emoção, ou seja, o esporte

representa um aspecto central em suas vidas e se constitui em uma prática prazerosa de ser

realizada. É interessante notar que na literatura, encontramos algumas correspondências para

esses resultados, sobretudo, porque diversos autores tem considerado a paixão como um

aspecto motivador para o engajamento e a manutenção da prática esportiva. Philippe et al.

(2009), por exemplo, afirmam que a paixão provém de uma forte inclinação ou desejo voltado

para uma atividade, que os indivíduos gostam, consideram altamente importante, e

despendem energia e tempo para realizá-la, sendo ainda, as atividades apaixonadas

consideradas aspectos centrais na identidade de uma pessoa (Brandão et al., 2008). Donahue,

Rip e Vallerand (2009) afirmam que nesse caso, a atividade auxilia a pessoa a desenvolver um

sentido de identidade e a faz sentir-se competente e auto-eficaz. Além do mais, quando um

indivíduo se mostra apaixonado por seu esporte, dedica-se a ele intensamente, persiste frente

aos obstáculos, e eventualmente atinge a excelência (Vallerand et al., 2008). Já sobre a

satisfação pela prática esportiva, Lopes, Samulski e Silva (2007) afirmam que a satisfação do

atleta pode ser definida como um estado afetivo positivo originado de uma avaliação

complexa das estruturas, dos processos e dos resultados associados com a experiência

esportiva desse, além de ser um pré-requisito para que os atletas desempenhem o máximo de

seu potencial.

Além do mais, é importante observar que esses atletas também veem o esporte como

um meio de desenvolver-se profissionalmente, inclusive, um caminho para sustentar a si

mesmo e a sua família. Noce (1999) já observava em seu estudo que os atletas tendem a

considerar o “prazer” e o “dinheiro” como os principais motivadores para a prática do

voleibol. Para esse mesmo autor, essa constatação sinaliza que os atletas têm uma fonte

Page 102: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

89

intrínseca e outra extrínseca de motivação. Brandão et al. (2008) afirmam que os atletas

tendem a buscar uma segurança profissional e financeira, associada à satisfação com a prática

esportiva. Em outro estudo, Silva e Rubio (2003) observam que para alguns atletas avaliados

o real sentido da vida esportiva se constitui da conquista por vitórias e recordes, associadas ao

prestígio social, nacional e/ou internacional, e também está associada à retribuição financeira,

em forma de bonificações dos clubes e patrocínios, o que, consequentemente, aumenta a

condição econômica do atleta e de sua família, favorecendo a inserção e manutenção dos

mesmos em espaços sociais desejados desde muito tempo.

Vale ainda ressaltar que o desenvolvimento de capacidades e a interação social são

fatores importantes levantados pelos atletas, e também são aspectos apontados por autores,

como, Brandão et al. (2008) e Agnello (2009) em seus estudos. Para esses estudiosos, o

esporte tem sido visto como um meio para o aprimoramento de competências, que auxiliam os

atletas a encararem os desafios e as frustrações do esporte, além de também ser visto como

uma forma de criar e fortalecer os laços de amizades entre os participantes.

Quando analisamos homens e mulheres separadamente, dentro das categorias de

discursos que apresentaram diferenças estatisticamente significativas, verificamos que para

68,1% dos atletas do gênero masculino o voleibol representa um meio de vida. Essa

constatação nos mostra que para eles o voleibol é percebido como uma prática que permite

seu desenvolvimento profissional, mesmo que isso não ocorra no tempo presente, além de ser

inúmeras vezes visto como um meio para o sustento financeiro de si próprio ou de sua família.

Noce (1999), em seu estudo, afirma que a motivação profissional é importante para os

homens por serem eles, em geral, o chefe da família e procurarem uma situação de

estabilidade econômica.

Já para o gênero feminino, verificamos que as categorias com as maiores frequências

de respostas foram Desenvolvimento de Capacidades (63,6%) e Interação Social (40,9%),

respectivamente. Esses resultados nos indicam que as mulheres tendem a conceber o voleibol

como um aspecto que favorece o desenvolvimento de suas habilidades e competências, além

de ser um esporte que colabora no desenvolvimento de atitudes voltadas para o crescimento e

evolução pessoal, profissional e esportiva, inclusive sendo visto como um agente socializador

importante, que favorece a ampliação das relações pessoais e proporciona novos aprendizados

e novas experiências. Agnello (2009) ao pesquisar sobre o significado do voleibol junto a

atletas juvenis da Seleção Brasileira de voleibol encontrou resultados semelhantes aos nossos,

para as atletas, o voleibol e a atuação na Seleção Brasileira tinham um significado que se

Page 103: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

90

relacionava a expressões de êxito em busca de conquistas e de experimentar orgulho,

satisfação e reconhecimento no desempenho da função, além de ser uma forma de

desenvolver diferentes tipos de habilidades e competências.

Quando passamos a considerar o fator idade como um aspecto relevante dentro da

construção do significado pessoal frente à prática esportiva dos atletas e procedemos nossas

análises, identificamos que o significado atribuído ao voleibol mantém a mesma tendência de

respostas quando os dados são comparados por categoria de jogo, mas em termos de

frequência de respostas em cada uma das categorias de discursos encontramos que os nossos

resultados se diferem dos resultados encontrados por Brandão et al. (2008) que ao analisarem

o significado do futebol para atletas de diferentes categorias, encontraram que para os

jogadores mais jovens, categorias sub 13, 15 e 17, o futebol era visto como uma forma de

socialização. Já para os jogadores das categorias sub 15, 17 e 20 o futebol era avaliado como

um divertimento e para os jogadores profissionais, o futebol era visto como uma satisfação e

um meio de vida.

5.4 – Quanto à relação entre o significado do voleibol e as condições gerais de estresse

Cada atleta carrega consigo o significado que o voleibol tem sua vida, assim como, cada

atleta faz uma interpretação da sua relação com ambiente. A conjugação das crenças pessoais

dos atletas com as condições impostas pelo ambiente dá origem a um processo cognitivo

chamado de avaliação cognitiva. A avaliação cognitiva é um processo universal no qual as

pessoas constantemente avaliavam o significado do que está acontecendo sob o ponto de vista

de seu bem estar pessoal (LAZARUS, 1993; LAZARUS, 2006), sendo que, esse processo

centra-se essencialmente no significado pessoal e relacional de cada situação (CRUZ, 1996;

MARGIS et al.,2003).

É através da avaliação cognitiva que também podemos compreender porque uma

determinada situação pode ser motivadora para alguns enquanto que para outros pode ser

estressante (JONES e HARDY, 1990; COSTA e VIEIRA, 2003). Brandão, Pires e Marques

(2008) afirmam que essa dimensão motivadora ou estressante está associada à natureza da

interpretação individual dos sintomas em termos de terem uma relação positiva ou negativa

com o desempenho subsequente.

Assim, a partir do conhecimento sobre a importância da avaliação cognitiva no

processo de desenvolvimento do estresse, é que procedemos nossas análises para entender a

Page 104: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

91

relação entre o significado do voleibol e as condições gerais de estresse. De tal modo que

identificamos que para a amostra total, os itens “Instalações de competições incômodas” e

“Conflitos com familiares” são vistos como fatores negativos para os atletas, em especial,

para aqueles que consideraram o voleibol como um meio de vida. Talvez esses dados possam

ser explicados pelo fato de que quando uma determinada condição ambiental é interpretada

como uma ameaça ao indivíduo, essa condição passa a se configurar como um aspecto

facilitador para o aparecimento do fenômeno do estresse (BRANDÃO, 2000; HUTTON,

2000; BRANDÃO, PIRES e MARQUES, 2008). Associada a essa condição, existe o juízo de

valor que o indivíduo tem acerca da modalidade esportiva que o mesmo pratica, se essa

modalidade configura-se para o atleta como um caminho que permite seu desenvolvimento

pessoal e/ou representa o seu próprio sustento ou de sua família, e a condição do ambiente

mostra-se contrária ou interveniente nesse processo. Pode-se concluir que existe uma

probabilidade maior de que essa condição seja avaliada como mais negativa pelos atletas.

Brandão et al. (2006) ressaltam que o nível de estresse experimentado pelo indivíduo está

associado com a percepção subjetiva e com a atribuição de juízos de valor que o mesmo tem

sobre os estímulos impostos pelo meio.

Em relação ao item “Conflitos com companheiros de time”, verificamos que ele

também foi avaliado como negativo pelos atletas, no entanto, esse item foi avaliado como

mais negativo pelos atletas que consideram o voleibol como uma emoção. Esse resultado

talvez possa ser explicado pelo fato de que quando existem conflitos no ambiente esportivo,

esse ambiente tende a ser menos prazeroso, o que faz com que os sentimentos positivos

(alegria, prazer, diversão) que antes existiam, deem lugar a sentimentos ou emoções

negativas, tais como, tristeza, tédio, raiva (MIGUEL, 2008). Assim para o atleta que considera

o voleibol uma emoção, a existência de um conflito no ambiente esportivo, pode representar

uma ameaça à condição anteriormente estabelecida, isto é, aspectos que antes eram

motivadores para a prática e manutenção da vida esportiva passam a ter uma conotação

negativa, influenciando não só o rendimento do atleta, mas principalmente seu envolvimento

com a modalidade esportiva.

No que diz respeito aos demais itens “Pensar constantemente em cumprir as metas

fixadas”, “Receber cobranças de jogadores mais velhos” e “Disputa pela vaga de titular na

equipe” observamos que embora esses itens não tenham sido considerados negativos pelos

atletas, todos se configuram como aspectos positivos, em especial para aqueles que

consideram o voleibol como um meio de vida. Talvez esses itens possam ser explicados como

Page 105: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

92

positivos na medida em que o atleta que vê o voleibol como um meio de vida necessita ter um

destaque no meio, pois em tese, esse destaque garante a ele os recursos necessários para o seu

desenvolvimento profissional, bem como, o seu próprio sustento e o de sua família. Além

disso, tais condições podem representar uma oportunidade para que esse atleta renda melhor,

uma vez que, receber cobranças de pessoas significativas e disputar uma vaga no time, podem

ser fatores que o motivem intrinsecamente para um melhor rendimento esportivo. Costa e

Vieira (2003) nos lembram de que a motivação dirigida pela vontade, inerente ao indivíduo na

busca da auto-realização, é conhecida como intrínseca e que ela é um fator fundamental para

se alcançarem os resultados, figurando ao lado de outros determinantes para o sucesso no

esporte.

Em relação aos gêneros verificamos que as mulheres não se diferenciavam em termos

dos significados que atribuem ao voleibol e as condições gerais de estresse. Ao contrário, para

os homens parece haver uma pequena diferença para os atletas que consideram o voleibol

uma emoção e um meio de vida. De tal modo que os aspectos que envolvem a organização do

ambiente esportivo são mais negativos para os atletas que consideram o voleibol como uma

emoção, ao passo que, os aspectos que envolvem a própria equipe são mais negativos para os

atletas que consideram o voleibol como um meio de vida. Talvez esses resultados possam ser

explicados pelo fato de quando o atleta vê o voleibol como uma emoção, qualquer aspecto

que interfira em sua participação neste esporte, recebe uma conotação negativa. Ao mesmo

tempo em que para o atleta que considera o voleibol um meio de vida, qualquer fator que

represente uma interferência em seu desenvolvimento profissional também possa a ser

encarado como uma carga negativa. Essa constatação corrobora com Dias, Cruz e Fonseca

(2009) que encontraram em seu estudo que as fontes de estresse mais frequentemente

assinaladas pelos atletas estavam relacionadas com a „natureza da competição‟, „pressões

externas‟ e „não ter o desempenho esperado‟.

Já com relação as categorias de jogo, podemos verificar que há uma tendência para

que os atletas adultos percebam as condições gerais como positivas, independemente do

significado que eles atribuem ao voleibol, exceto para as condições as quais os conflitos com

pessoas significativas estão presentes. Tal constatação corrobora com o que já foi apresentado

anteriormente em nosso estudo, isto é, independentemente do grau de experiência dos atletas,

as situações de conflito com pessoas tidas como significativas para os mesmos, representam

uma fonte acentuada de estresse (BRANDÃO, 2000; GOYEN e ANSHEL, 2000; KELLER et

al., 2005; TRAPE, PRODOCIMO e MORENO, 2010).

Page 106: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

93

No que diz respeito aos atletas juvenis, verificamos que há uma tendência dos atletas

que consideraram o voleibol como uma interação social, também considerarem as condições

gerais como menos estressantes. Muito provavelmente para esses atletas o voleibol se

caracteriza como uma fonte de prazer, na qual eles podem fazer amigos e se inter-relacionar,

além disso, a preocupação central deles podem não ser com o rendimento em si. No entanto,

para os atletas que consideraram o voleibol como desenvolvimento de capacidades, duas

situações específicas (“Derrotas anteriores” e “Ser vaiado durante o jogo”) se mostraram

estressantes, muito provavelmente porque esses atletas tendem a ver essas situações como

fatores que podem prejudicar ou adiar o cumprimento de uma meta pré-estabelecida, ou ainda,

de ter um rendimento esportivo adequado.

Os atletas que veem o voleibol como uma interação social tendem a avaliar todos os

estímulos como positivos, na verdade, eles tendem a avaliar como muito mais positivos do

que os atletas que veem o voleibol como outra categoria. Assim, os atletas que atribuem ao

voleibol um significado diferente de interação social tendem a avaliar as situações

estressantes de uma forma semelhante. Em síntese, os atletas que veem o voleibol como uma

interação social tem uma relação invertida com as demais categorias, no que diz respeito à

percepção dos estímulos impostos pelo meio.

Brandão et al. (2004) e Brandão et al. (2006) ao realizarem um estudo com jogadores

de futebol cujo o objetivo era examinar como estes percebiam o estresse em dois grupos

socioculturais contrastantes, Brasil e Japão e Brasil e Portugal, encontraram resultados

semelhantes aos nossos. Os autores, em seus estudos, também identificaram uma relação

inversa na percepção dos estímulos impostos pelo meio. Eles encontraram que nos itens

avaliados como positivos pelos dois grupos, os brasileiros tenderam a avaliá-los

significativamente como mais positivos que os japoneses e portugueses e quando os itens

foram avaliados como negativos pelas três nacionalidades, os brasileiros tenderam a avaliá-los

como mais negativos, além disso, os autores perceberam que uma grande quantidade de itens

eram avaliados como tendo influências totalmente inversas. Assim, os autores puderam

concluir que a variável cultural pode explicar a variabilidade da percepção do estresse.

No nosso caso, podemos pensar que a variável idade possa ser a interveniente nesse

processo. Os atletas juvenis apresentam aspirações diferentes dos adultos, enquanto os atletas

juvenis buscam interagir com seus pares, os adultos buscam desenvolver-se

profissionalmente. A esse respeito Brandão et al. (2008) fazem uma colocação importante, os

valores que os jovens atletas adotam não estão relacionados com sucesso e realização, o que

Page 107: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

94

pode levar a conflitos de interesse com o que é estabelecido tradicionalmente pelo contexto

esportivo. Já Agnello (2009) nos alerta que para haver um bom desenvolvimento das etapas

de treinamento esportivo, aceitação e melhor aprendizagem das atividades físicas, um

programa relacionado com os interesses dos indivíduos que participam dessas atividades,

levando em consideração os fatores que motivam o adolescente em seu dia-a-dia, e essa

motivação pode ser classificada como intrínseca ou como extrínseca e, será influenciada pela

maneira do indivíduo se relacionar, perceber e atuar no ambiente, ou seja, os relacionamentos

diários, o entendimento de cada momento e situação e sua forma de atuação serão

determinantes do comportamento.

Deste modo, se os interesses dos atletas não forem levados em consideração no

contexto esportivo, corre-se o risco de que esses atletas abandonem cedo a prática esportiva.

Se forem priorizados os aspectos de rendimento em detrimento aos aspectos sócio-

psicológicos, temos como consequência um conflito de valores pode levar à diminuição da

satisfação e do divertimento pela prática (BRANDÃO et al., 2008).

Page 108: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

95

CAPÍTULO 6

CONCLUSÃO

Este estudo teve por objetivo investigar a percepção sobre o significado do voleibol e

determinadas condições de estresse que operam sobre o desempenho esportivo em atletas de

ambos os sexos.

Os resultados revelaram que os itens considerados estressantes compõem três grandes

grupos, aspectos pessoais, relacionamento entre a própria equipe ou com pessoas

significativas, isto é, o relacionamento com familiares, amigos, treinadores, adversários e

árbitros, e organização e ambiente esportivo. Além disso, os resultados encontrados para as

Condições Gerais de Estresse para a amostra como um todo, revelaram que os atletas têm uma

ligeira tendência para perceberem as situações como mais positivas e motivantes do que

negativas. Sobre esse aspecto foi interessante perceber que a origem dos fatores que

influenciam o desempenho esportivo dos atletas se diferencia quando são comparados os

aspectos considerados positivos e negativos, enquanto os aspectos negativos estão centrados

em questões pessoais, os aspectos positivos se concentram em torno do relacionamento entre

a própria equipe ou com pessoas significativas.

No que diz respeito ao gênero conclui-se que os homens se mostraram mais

suscetíveis ao fenômeno do estresse. De modo geral, os resultados encontrados neste estudo

são consistentes com os encontrados na literatura da Psicologia do Esporte sobre as diferenças

na percepção do estresse entre homens e mulheres. Porém, os resultados encontrados até o

momento não são conclusivos, indicam que há uma tendência, ainda que não muito bem

definida, para homens e mulheres se comportarem de forma diferente no contexto esportivo.

Em relação aos atletas adultos e juvenis concluímos que independentemente do grau

de experiência dos atletas, as situações de conflito com pessoas tidas como significativas para

os mesmos, representam uma fonte acentuada de estresse e que existe uma tendência para que

os atletas mais jovens reajam de forma negativa diante desses aspectos, muito provavelmente

pela falta de experiência competitiva e por não possuírem os recursos necessários para lidar

com as diferentes situações e estímulos advindos do ambiente. Por isso julgamos importante

que as comissões técnicas, em especial das equipes de categorias inferiores, desenvolvam a

capacidade de lidar melhor com as situações de conflito, pois há uma grande probabilidade

Page 109: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

96

dessas situações virem a representar uma fonte acentuada de estresse para os atletas mais

jovens.

Com relação às posições de jogo concluímos que os atletas que desempenham a

função de central se diferenciam dos demais na percepção do estresse, para esses jogadores as

derrotas anteriores representam uma carga negativa em seu desempenho. Isto nos levar a

considerar que o fenômeno do estresse psicológico é um processo complexo e multifatorial,

que não pode ser interpretado apenas pelos fatores ambientais, é preciso que se leve em

consideração o papel da avaliação cognitiva, que é pessoal e relacional. Além disso, também

foi possível concluir que as situações de conflitos no ambiente esportivo constituem um fator

importante no desencadeamento do estresse, assim, sugere-se que as comissões técnicas das

equipes procurem criar um ambiente no qual o dialogo se faça presente, um melhor

acompanhamento das relações interpessoais favorece a prevenção de aspectos emocionais

negativos que interferem no desempenho esportivo coletivo.

No que diz respeito aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um

jogo de voleibol foi possível concluir que as mulheres demonstraram ser mais emocionais,

apresentando um repertório de comportamentos mais variados do que o dos homens, no

entanto, ambos os gêneros mostraram-se preocupados em reverter as situações desfavoráveis

e em ignorar as ações da equipe adversária. Os atletas adultos demonstraram buscar o

gerenciamento da situação, atribuindo a si mesmos a responsabilidade pelas ações ocorridas

no momento atual do jogo, inclusive, buscando superar as adversidades originárias do

contexto da própria equipe a partir de sua contribuição pessoal. A respeito dos atletas juvenis

podemos observar que eles tendem a se comportar de maneira mais variada, utilizando-se de

um repertório maior de comportamentos frente às situações do jogo de voleibol.

Dentro desse contexto foi interessante notar que independemente do gênero ou da

categoria de jogo o comportamento de não se importar com a equipe adversária foi uma

constante em nosso estudo, isso nos sinaliza que os atletas mantêm o foco em aspectos

pessoais e nos que estão relacionados à própria equipe. Deste modo, concentração e

tranquilidade podem ser vistos como importantes indicadores no sentido do controle dos

aspectos psicológicos para os atletas, especialmente nas situações que envolvem o jogo

propriamente dito, evidenciando que talvez esse dado seja relevante para as comissões

técnicas no sentido de que o trabalho psicológico ou social seja direcionado para o

desenvolvimento de comportamentos adequados no que diz respeito ao autocontrole e a

relação interpessoal dentro do grupo esportivo.

Page 110: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

97

Sobre o significado que os atletas atribuem ao voleibol foi possível concluir que os

aspectos emocionais, a questão financeira, o aprimoramento e o desenvolvimento das próprias

capacidades, além da interação entre os participantes do grupo esportivo, são fatores que

muito provavelmente explicam o engajamento e a manutenção da vida esportiva pelos atletas

que praticam voleibol.

Os resultados encontrados para a relação entre o significado do voleibol e as condições

gerais de estresse mostraram que quando uma determinada condição ambiental é interpretada

como uma ameaça ao indivíduo, essa condição passa a se configurar como um aspecto

facilitador para o aparecimento do fenômeno do estresse, especialmente para aqueles atletas

que consideram o voleibol como um meio de vida. Além disso, para o atleta que vê o voleibol

como um meio de vida, ter destaque no meio esportivo se mostra um fator importante, pois

em tese, esse destaque garante a ele os recursos necessários para o seu desenvolvimento

profissional, bem como, o seu próprio sustento e o de sua família. Já para o atleta que

considera o voleibol uma emoção, a existência de um conflito no ambiente esportivo,

representa uma ameaça à condição anteriormente estabelecida, isto é, aspectos que antes eram

motivadores para a prática passam a ter uma conotação negativa, influenciando não só o

rendimento do atleta, mas principalmente seu envolvimento com a modalidade.

Em relação ao gênero, os resultados nos mostraram que os homens se mostravam mais

suscetíveis aos aspectos que envolvem a organização do ambiente esportivo, sendo mais

negativos para os atletas que consideram o voleibol como uma emoção, ao passo que, os

aspectos que envolvem a própria equipe são mais negativos para os atletas que consideram o

voleibol como um meio de vida. Em ambos os casos qualquer fator que represente uma

interferência para a participação ou o desenvolvimento profissional do atleta dentro da

modalidade, passa a ser encarado como uma carga negativa.

Em síntese, os atletas que veem o voleibol como uma interação social tem uma relação

invertida com as demais categorias, no que diz respeito à percepção dos estímulos impostos

pelo meio. De tal modo que talvez a variável idade seja interveniente nesse processo,

sobretudo porque os atletas juvenis apresentam aspirações diferentes dos adultos, enquanto os

atletas juvenis buscam fazer interagir com seus pares, os adultos buscam desenvolver-se

profissionalmente. Com isso podemos concluir que o significado pessoal que o atleta atribui

ao voleibol pode em parte explicar quais situações tem maior potencial para se tornarem

estressantes, do mesmo modo que, pode-se também identificar quais delas se constituem

Page 111: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

98

como aspectos positivos para o desempenho, sendo, portanto, passíveis de serem estimuladas

para otimizar o rendimento esportivo de cada atleta.

Finalmente, podemos concluir que esse estudo cumpriu os objetivos previamente

estabelecidos, no sentido de contribuir para o conhecimento acerca do mecanismo do estresse

no esporte, bem como, compreender as implicações do significado pessoal frente à prática

esportiva. Assim, esse estudo pode se constituir em um referencial teórico que poderá auxiliar

os profissionais da Educação Física, do Esporte e da Psicologia do Esporte e, em especial, os

atletas, permitindo-lhes assim conhecer melhor essa temática, além de, lhes auxiliar na

elaboração dos procedimentos metodológicos e mecanismos preventivos ao estresse. Tais

informações podem e devem ser utilizadas pelos profissionais que trabalham com o Voleibol

ou ainda com outras modalidades esportivas, como fontes de reflexão, na medida em que os

dados encontrados mostram aspectos importantes, que se observados podem contribuir para a

melhora do desempenho esportivo. O primeiro deles é que os aspectos pessoais são, em

grande parte, fontes de estresse para os atletas. Segundo, homens e mulheres não podem ser

tratados da mesma forma dentro do esporte, pois embora não haja resultados conclusivos, a

literatura nos mostra que ambos se comportam de forma diferente dentro desse contexto.

Terceiro, as situações de conflito são fontes acentuadas de estresse, independemente do

gênero ou da categoria de jogo. Quarto, o autocontrole e a relação interpessoal dentro do

grupo esportivo são comportamentos que devem ser estimulados pelas comissões técnicas.

Quinto, conhecer o significado que a modalidade tem para o atleta pode contribuir na

identificação de quais situações tem maior potencial para serem estressantes ou positivas para

o atleta. De um modo geral, tais informações nos auxiliam a rever as condutas que até então

estavam sendo adotadas, ajudando-nos a perceber os equívocos cometidos no ambiente

esportivo.

Page 112: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

99

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAHAMSEN, F.E.; ROBERTS, G.C.; PENSGAARD, A.M. Achievement goals and

gender effects on multidimensional anxiety in national elite sport. Psychology of Sport and

Exercise, [S.l.], v.9, p.449-464, 2008.

AGNELLO, M.C. O voleibol e seu significado: Uma análise à luz da teoria da motivação

para a realização. 2009. 101f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade

São Judas Tadeu, São Paulo.

ANFILO, M.A. A prática pedagógica do treinador da seleção brasileira masculina de

voleibol: processo de evolução tática e técnica na categoria infanto-juvenil. 2003. 171 f.

Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Federal de Santa Catarina,

Florianópolis.

ANSHEL, M.H.; SUTARSO, T.; JUBENVILLE, C. Racial and gender differences on sources

of acute stress and coping style among competitive athletes. The Journal of Social

Psychology, [S.l.], v.149, n.2, p.159-177, 2009.

AZEVEDO, N.S. O estresse psicológico no futebol de campo: um estudo com atletas do

gênero masculino, da cidade do Recife – Pernambuco – Brasil. 2001. 91 f. Dissertação

(Mestrado em Ciências do Desporto) – Universidade do Porto, Portugal.

BARRA FILHO, M.G.; RIBEIRO, L.C.S; GARCIA, F.G.; LEITE, F.A.V. Características

psicológicas de jogadores brasileiros de voleibol de alto nível. Cinergis, Santa Cruz do Sul,

v.5, n.2, p.83-97, jul./dez. 2004.

BARROS, J.C.T.S.; DE ROSE JR. D. Situações de stress na natação infanto-juvenil: atitudes

de técnicos e pais, ambiente competitivo e momentos que antecedem a competição. Revista

Brasileira Ciência e Movimento. Brasília, DF, v.14, n.4, p.79-86, 2006.

BEATON, D.; BOMBARDIER, C.; GUILLEMIN, F.; FERRAZ, M. B. Recommendations

for the Cross-Cultural Adaptation of Health Status Measures. American Academy of

Orthopaedic Surgeons and Institute for Work & Health (2002).

Disponível em < http://www.dash.iwh.on.ca/> Acesso em 11 nov. 2009.

BRANDÃO, M.R.F. Equipe nacional de voleibol masculino: um perfil sócio-psicológico à

luz da ecologia do desenvolvimento humano. 1996. 157 f. Dissertação (Mestrado em

Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universidade Federal de Santa Maria, Rio

Grande do Sul.

Page 113: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

100

______. Fatores de Stress em jogadores de futebol profissional. 2000. 189 f. Tese

(Doutorado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de

Campinas, Campinas.

BRANDÃO, M. R. F.; CASAL, H. V.; MACHADO, A. A.; REBUSTINI, F; AGRESTA, M.;

RIBEIRO, F.A. Futebol, esporte internacional e identidade nacional. Estudo 1: uma

comparação entre Brasil e Japão.l. Revista Brasileira Ciência e Movimento. Brasília, v.12,

n.1, p.57-62, jan./mar. 2004.

BRANDÃO, M.R.F; CASAL, H.V.; MACHADO, A.A.; RAMIRES, A. Percepción del estrés

competitivo y cultura em futbolistas profesionales de Brasil y Portugal. Revista de Psicología

del Deporte, Espanha, v.15, n.2, p.201-217, 2006.

BRANDÃO, M. R. F.; PIRES, D. A.; MARQUES, L. E. O Estresse e sua Relação com o

Desempenho Esportivo. In: BRANDÃO, MRF; MACHADO, A.A. (Org.). Coleção

Psicologia do Esporte e do Exercício: Aspectos psicológicos do Rendimento Esportivo.

1.ed. São Paulo: Atheneu, 2008, v. 2, p. 83-96.

BRANDÃO, M.R.F.; MORGADO, F.; MACHADO, A.A.; ALMEIDA, P. O futebol e seu

significado. Motriz, Rio Claro, SP, v.14 n.3, p.233-240, jul./set. 2008

BOUCHER, J. The impact of the new rules. Volleyball Canada Web Article. fall, 1999.

Disponível em < http:// www.fmvolei.org.br/arquivos/impactrules.pdf/> Acesso em 11 jan.

2010.

CERIN, E.; BARNETT, A. A processual analysis of basic emotions and sources of concerns

as they are lived before and after a competition. Psychology of Sport and Exercise, [S.l.],

v.7, p.287-307, 2006.

COSTA, L.C.A.C.; VIEIRA, L.F. Estudo dos fatores motivadores e estressantes em atletas do

campeonato nacional de basquete masculino adulto. Revista da Educação Física/UEM.

Maringá, PR, v.14, n.1, p. 07-16. 2003.

COSTA, L.O.P.; SAMULSKI, D.M. Overtraining em atletas de alto nível – Uma revisão

literária. Revista Brasileira Ciência e Movimento. Brasília, DF, v.13, n.2, p.123-134, 2005.

CRUZ, J.F. Stress e ansiedade na competição desportiva: natureza, efeitos e avaliação. In:

CRUZ, J.F. (Ed.). Manual de Psicologia do Desporto. 1.ed. Portugal: S.H.O – Sistema

Humanos e Organizacionais, 1996, v. 1, p. 173-214.

Page 114: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

101

DE ROSE JUNIOR, D.; DESCHAMPS, S. KORSAKAS, P. Situações causadoras de stress

no basquetebol de alto rendimento: fatores competitivos. Revista Paulista de Educação

Física. São Paulo, v.13, n.2, p. 217-229, jul/dez. 1999.

______. Situações causadoras de stress no basquetebol de alto rendimento: fatores

extracompetitivos. Revista Brasileira Ciência e Movimento. Brasília, DF, v.9, n.1, p. 25-30,

2001.

DE ROSE JUNIOR, D. A Competição como fonte de estresse no esporte. Revista Brasileira

Ciência e Movimento. Brasília, DF, v.10, n.4, p.19-26, out. 2002.

DE ROSE JUNIOR, D.; SATO, C.T.; SELINGARDI, D.; BETTENCOURT, E.L.; BARROS,

J.C.T.S.; FERREIRA, M.C.M. Situações de jogo como fonte de stress em modalidades

coletivas. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. São Paulo, v.18, n.4, p.385-395,

out/dez. 2004.

DESCHAMPS, S.R. Aspectos psicológicos e suas influências em atletas de voleibol

masculino de alto rendimento. 2002. 133 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) –

Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, São Paulo.

DIAS, C.[S.L.] Do stress e ansiedade às emoções no desporto: da importância da sua

compreensão à necessidade da sua gestão. 2005. 531 f. Tese (Doutorado em Psicologia do

Desporto) – Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho, Portugal.

DIAS, C.; CRUZ, J.F.; FONSECA, A.M. Emoções, stress, ansiedade e coping: estudo

qualitativo com atletas de elite. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto. [S.l.], v.9, n.1,

p.09-23, 2009.

DONAHUE, E.G.; RIP, B.; VALLERAND, R.J. When winning is everything: On passion,

identity, and aggression in sport. Psychology of Sport and Exercise, [S.l.], v.10, p.526-534,

2009.

FONSECA, C.L.T. Perfil Dermatoglífico, Somatotípico e da força explosiva de membros

inferiores de atletas de voleibol feminino das categorias juvenil e adulta da seleção

brasileira. 2005. 214 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Motricidade) - Universidade

Castelo Branco, Rio de Janeiro.

GAN, Q.; ANSHEL, M.H. Sources of acute stress among chinese college athletes as a

function of gender and skill level. Journal of Sport Behavior, [S.l.], v.32, n.1, p.36-52, 2009.

Page 115: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

102

GENCAY, S. Magnitude of psychological stress reported by soccer referees. Social Behavior

and Personality. [S.l.], v. 37, n.7, p. 865-868, 2009.

GONÇALVES, M.P.; BELO, R.P.; Ansiedade-traço competitiva: diferenças quanto ao

gênero, faixa etária, experiência em competições e modalidade esportiva em jovens atletas.

Psico-USF, Bragança Paulista, SP, v. 12, n. 2, p. 301-307, jul./dez. 2007.

GOUVEA, F.L. Análise das ações de jogos de voleibol e suas implicações para o

treinamento técnico-tático da categoria infanto-juvenil feminina (16 e 17 anos). 2005.

106 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física,

Universidade Estadual de Campinas, São Paulo.

GOUVÊA, F.L.; BEISIEGEL, M.R.; FONSECA NETO, D.R.D.; OLIVEIRA, M.M.A.;

LOPES, M.B.S. Carga psíquica em situações de jogo: avaliação em equipes masculinas e

femininas de voleibol infanto-juvenil. Salusvita. Bauru, SP, v.23, n.1, p.77-89, 2004.

______. Estresse psíquico no voleibol infanto-juvenil: avaliação de situações de treino. Saúde

em Revista. Piracicaba, SP, v.9, n.21, p.19-26, 2007.

GOYEN, M.J.; ANSHEL, M.H. Sources of acute competitive stress and use of coping

strategies as a function of age and gender. Journal of Applied Developmental Psychology,

[S.l.], v. 19, n.3, p.469-486, jul./sep. 2000.

HANTON, S.; FLETCHER, D.; COUGHLAN, G. Stress in elite sport performers: A

comparative study of competitive and organizational stressors. Journal of Sports Sciences.

[S.l.], v.23, n. 10, p. 1129-1141, out. 2005.

HERNANDEZ, J.A.; GOMES, M.M. Coesão grupal, ansiedade pré-competitiva e o resultado

dos jogos em equipes de futsal. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. v.24, n.1, p.139-

150, set. 2002.

HUTTON, K. Conflict in sibling relationships: An analysis of the relationship of

demands and resources to psychological distress. 2000. 100 p. Thesis (Master of Arts) –

University of Manitoba, Winnipeg, Canada.

JING, L.I.; HE, L.I.U; YU, S.; FAN, Z. Research on Sources of Stress and Coping Strategies

of Chinese Professional Football Players. Zhejiang Sport Science, [S.l.], v. 6, 2008.

Page 116: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

103

JONES, J.G.; HARDY, L. The academic study of stress in sport. In: Stress and performance

in sport. New York: British Library, 1990, p.03-16.

KAISSIDIS-RODAFINOS, A.; ANSHEL, M.H. PORTER, A. Personal and situacional

factors that predict coping strategies for acute stress among basketball referees. Journal of

Sports Sciences. [S.l.], v. 4, n.15, p. 427-436, 1997.

KELLER, B.; OKASAKI, F.H.A.; LIMA, R.F.D.; COELHO, R.W. Relação dos sintomas de

estresse e o tempo de prática no voleibol feminino. Journal of Exercise and Sport Sciences.

[S.l.], v.1, n.1, p.6-7, jan./jul. 2005.

LAZARUS, R.S. From psychological stress to the emotions: A history of changing outlooks.

Annual Reviews Psychology, [S.l.] v.44, p.01-21, 1993.

LAZARUS, R.S.; LAZARUS, B.N. Passion and reason: making sense o four emotions. New

York: Oxford University Press, 1994.

LAZARUS, R.S. Stress and emotion: a new synthesis. New York: Springer Publishing

Company, 2006a.

LAZARUS, R.S. Emotions and interpersonal relationships: toward a person-centered

conceptualization of emotions and coping. Journal of Personality, [S.l.] v.74, n.1, p.10-46,

feb. 2006b.

LEME, J.A.C.A.; BARBERI, R.A.; CURIACOS, K.J.; ROGATTO, P.V. Influência do

alongamento no estresse pré-competitivo em jogadores de futebol da categoria juvenil.

Revista Motricidade, Portugal, vol. 4 n. 3, p. 57-61, jul/set. 2008.

LIMA, F.V. Correlação entre variáveis preditoras de estresse e o nível de estresse. 2005.

135 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade Católica de Brasília,

Brasília.

LOPES, M.B.S.; BEISIEGEL, M.R.; FONSECA NETO, D.R.D.; OLIVEIRA, M.M.A.;

GOUVÊA, F.L. Estresse psíquico em equipes de voleibol feminino: avaliação de situações de

treino. Movimento e Percepção. Espírito Santo do Pinhal, SP, v.7, n.10, p.149-161, jan/jun.

2007.

LOPES, M.C; SAMULSKI, D.M.; SILVA, L.A. Validação do questionário de satisfação do

atleta – versão liderança. Revista Brasileira de Ciências e Movimento, [S.l.], v.15, n.4,

p.47-56, 2007.

Page 117: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

104

MACHADO, A.A. Psicologia do esporte: da educação física escolar ao esporte de alto

nível. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006a. 308 p.

______.Voleibol: do aprender ao especializar. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006b.

216 p.

MACHADO, A.A.; ARAUJO, D.; BARTOLOMEU, D. Aprendizagem do voleibol: análises

a partir do contexto situacional. In: BRANDÃO, MRF; MACHADO, A.A. (Org.). Coleção

Psicologia do Esporte e do Exercício: O Voleibol e a Psicologia do Esporte. 1. ed. São

Paulo: Atheneu, 2010, v.5, p. 49-76.

MAEHLER, E.I.; ACHOUR JÚNIOR, A. As situações de placar e suas influências na

execução de saque no voleibol: Um estudo a partir da observação de atletas da categoria

infanto-juvenil feminino. Revista Treinamento Desportivo. Paraná, PR, v.6, n.1, p. 44-52,

2001.

MARQUES, A. C. P.; ROSADO, A. F. B. Situações estressantes nos atletas de basquetebol

de alta competição. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.19, n.1,

p.71-87, jan./mar. 2005.

MARQUES, M.G.; SEMINOTTI, N.; CEMIN, M.R.; BECKER JÚNIOR, B.; LEHNEN,

A.M. Estudo descritivo das relações interpessoais de um time de futebol juvenil de um clube

de Porto Alegre. Lecturas em Educación Física y Deportes. Revista digital, v.12, n.114,

nov. 2007. Disponível em < http://www.efdeportes.com/efd114/relacoes-interpessoais-de-um-

time-de-futebol-juvenil.htm> Acesso em 28 jun. 2010.

MARQUES, R.S.; CIPRIANI, M.; MELO, G.F.; GIAVONI, A. Os níveis de estresse pré-

competitivo de atletas classificados segundo a tipologia dos esquemas de gênero. Motriz, Rio

Claro, v.16, n.1, p.59-68, jan./mar. 2010.

MÁRQUEZ, S.Estrategias de afrontamiento del estrés en al ámbito desportivo: fundamentos

teóricos e instrumentos de evaluación. Internacional Journal of Clinical and Health

Psychology. v.6, n.002, p. 359-378, maio. 2006.

MARGIS, R.; PICON, P.; COSNER, A. F.; SILVEIRA, R.D.O. Relação entre estressores,

estresse e ansiedade. Revista Psiquiatria. Rio Grande do Sul, RS, v.1, n.25, p.65-74, abr.

2003.

Page 118: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

105

MARTÍNEZ, N.; ABREU, P.P. Influencias del rally point em la preparación de los

voleibolistas. Lecturas em Educación Física y Deportes. Revista digital, v.9, n.62, jul.

2003. Disponível em < http://www.efdeportes.com/efd62/rally.htm > Acesso em 28 jan. 2010.

MATSUMOTO, D.; KONNO, J.; HÁ, H.Z. Sports psychology in combat sports. In: KORDI,

R.; MAFFULLI, N.; WROBLE, R.R.; WALLACE, W.A (ed.). Combat Sports Medicine.

London: Springer Verlag, 2009.

MIGUEL, M.C.N. Emoções pré-competitivas em atletas de basquetebol: uma análise

qualitativa na perspectiva da psicologia do esporte. 2008. 95f. Dissertação (Mestrado em

Educação Física) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo.

MILISTETD, M.; MESQUITA, I.; NASCIMENTO, J.V.; SOUZA SOBRINHO, A.P.S. A

concepção de treinadores “experts” brasileiros acerca do processo de especialização funcional

na formação desportiva a longo prazo do jogador de voleibol. Revista da Educação

Física/UEM. Maringá, PR, v.20, n.2, p. 161-170. 2009.

MILLAN, C.G.; ESPÁ, A.U.; CAMPO, J.A. GARCÍA, F.L.; VALDIVIELSO, F.N.

Características del juego del voleibol tras los nuevos câmbios en el reglamento. Lecturas em

Educación Física y Deportes. Revista digital, v.7, n.42, nov. 2001. Disponível em

<http://www.efdeportes.com/efd42/voley.htm> Acesso em 28 jan. 2010.

MILLES, M.; HUBERMAN, A. Qualitative data analysis. Thousand Oaks, CA: Sage, 2002.

MONAHAN, T. Exercise and depression: swapping sweat for serenity?. The Psysician and

Sportsmedicine. [S.l.], v.14, n.9, p. 192-197, sep. 1986.

MOREIRA, T.S.; FERREIRA, A.L.P.; JÚNIOR, W.M. Profissionalização do voleibol

feminino no Brasil – O cenário. In: 1º Encontro da ALESDE – “Esporte na América Latina:

atualidade e perspectivas”, 2008, Paraná. Profissionalização do voleibol feminino no Brasil

– O cenário. Paraná: s.ed., 2008.

NICOLAI RE, A.H.; DE ROSE JUNIOR, D.; BOHME, M.T.S. Stress e nível competitivo:

considerações sobre jovens praticantes de futsal. Revista Brasileira de Ciências e

Movimento, [S.l.], v.12, n.4, p.83-87, 2004.

NICHOLLS, A.R.; JONES, C.R.; POLMAN, R.C.J.; BORKOLES, F. Acute sport-related

stressors, coping, and emotion among professional rugby union players during training and

matches. Scandinavian Journal of Medicine and Science in Sports. Singapore, v.19, p.113-

120. 2009.

Page 119: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

106

NIPPERT, A.H.; SMITH, A.M. Psychologic stress related to injury and impact on sport

performance. Physical Medicine and Rehabilitation clinics of North America. [S.l.], v.19,

p.399-418, 2008.

NOBLET, A.J.; GIFFORD, S.M. The sources of stress experienced by professional

Australian footballers. Journal of Applied Sport Psychology. [S.l.], v.14, p.1-13, 2002.

NOCE, F. Análise do estresse psíquico em atletas de voleibol de alto nível: um estudo

comparativo entre gêneros. 1999. 151f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) –

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de

Minas Gerais, Belo Horizonte.

NOCE, F.; SAMULSKI, D.M. Análise do estresse psíquico em atacantes no voleibol de alto

nível. Revista Paulista de Educação Física. São Paulo, v.16, n.2, p.113-129, jul./dez. 2002a.

______. Análisis del estrés psíquico en colocadores brasileños de voleibol de alto nível.

Revista de Psicologia del Deporte. [S.l.], v.11, n.1, p. 137-155, 2002b.

NOCE, F.; SANTOS, I.C.; SAMULSKI, D.M.; CARVALHO, [S.L.]F.; SANTOS, V.T. D.;

MELLO, M.T. Monitoring levels of stress and overtraining in an elite brazilian female

volleyball athlete: case study. Revista de Psicología del Deporte, Espanha, v.17, n.1, p.25-

41, 2008.

NOCE, F.; COSTA, V. T.; SAMULSKI, D. M.; MELLO, M.T.D. Estresse em atletas de

voleibol de alto nível. In: BRANDÃO, MRF; MACHADO, A.A. (Org.). Coleção Psicologia

do Esporte e do Exercício: O Voleibol e a Psicologia do Esporte. 1. ed. São Paulo: Atheneu,

2010, v.5, p. 135-162.

NOCE, F.; SIMIM, M.A.M. Análise dos fatores estressantes que interferem no rendimento do

atleta de natação no período pré-competitivo. Revista Iberoamericana de Psicologia Del

Ejercicio y el Deporte. v.4, n.1, p. 45-58, 2009.

PHILIPPE, F.L.; VALLERAND, R.J.; ANDRIANARISOA, J.; BRUNEL, P. Passion in

referees: examining their affective and cognitive experiences in sport situations. Journal of

Sport and Exercise Psychology. [S.l.], v.31, p. 77-96, 2009.

PINO, L.G; GÓMEZ, E.L.; ALONSO, C.A. Algunos cambios en el juego de Voleibol actual

y sus efectos en la alta competencia internacional en equipos del sexo masculino. Revista

Digital Buenos Aires, v.8, n.51, ago. 2002. Disponível em

<http://www.efdeportes.com/efd51/volei.htm> Acesso em 11 nov. 2009.

Page 120: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

107

PIRES, D.A.; FLORES, L.J.F.; BRANDÃO, M.R.F. Situações de jogo causadoras de estresse

em atletas das categorias de base de handebol: uma abordagem cross-cultural. Conexões:

Revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, Campinas, v. 6, n. especial, p.

463-476, jul. 2008.

RAIMUNDI, M.J. El líbero en el voleibol. ¿Por qué visto esta camiseta diferente? (Um

estudio de caso). Lecturas em Educación Física y Deportes. Revista digital, v.14, n.133,

jun. 2009. Disponível em < http://www.efdeportes.com/efd133/el-libero-en-el-voleibol.htm>

Acesso em 28 fev. 2011.

ROHLFS, I.C.P.M.; DE MARA, L.S.; LIMA, W.C.D.; CARVALHO, T. Relação da

síndrome do excesso de treinamento com estresse, fadiga e serotonina. Revista Brasileira de

Medicina do Esporte, [S.l.], v.11, n.6, p. 367-372, nov./dez., 2005.

RUBIO, K. (Org). Psicologia do Esporte: interfaces, pesquisa e intervenção. São Paulo:

Casa do Psicólogo, 2000. 174 p.

SAMULSKI, D.M. Psicologia do esporte. 1. ed. Belo Horizonte: Manole, 2002. 380 p.

______. Psicologia do esporte: conceitos e novas perspectivas. Barueri: Manole, 2009.

SANTOS NETO, S.C.D. A evolução das regras visando o espetáculo no voleibol. Lecturas

em Educación Física y Deportes. Revista digital, [[S.l.]], v.10, n.76, set. 2004. Disponível

em < http://www.efdeportes.com/efd76/volei.htm> Acesso em 11 jun. 2009.

SANTOS, P.B.; STEFANELLO, J. Estresse em jovens atletas: artigo de revisão. Lecturas em

Educación Física y Deportes. Revista digital, [[S.l.]], v.15, n.147, ago. 2010. Disponível em

< http://www.efdeportes.com/efd147/estresse-em-jovens-atletas-artigo-de-revisao.htm>

Acesso em 03 jan. 2011.

SEGATO, L.; BRANDT, R.; LIZ, C.M.; VASCONCELLOS, D.I.C.; ANDRADE, A.

Estresse psicológico de velejadores de alto nível esportivo em competição. Motricidade, v.6,

n.3, p.53-62, 2010.

SILVA, M.L.; RUBIO, K. Superação no esporte: limites individuais ou sociais? Revista

Portuguesa de Ciências do Desporto, Portugal, v.3, n.3, p. 69-76, 2003.

Page 121: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

108

STEFANELLO, J. Situações de estresse no vôlei de praia de alto rendimento: um estudo de

caso com uma dupla olímpica. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, Portugal, v.7,

n.2, p. 232–244, 2007a.

______. Fatores perturbadores de concentração: um estudo de caso com campeões olímpicos

no vôlei de praia. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. São Paulo, v.21, n.2,

p.121-133, abr./jun. 2007b.

SZADE, D.; SZADE, B. The evaluation of offensive tactical efficiency by a specific

volleyball test. Journal of Human Kinetics, [S.l.], v.13, p. 73-86, 2005.

TEIPEL, D. Evaluations of Environmental and Game-Related Stress Conditions in Soccer

Players. In: 8th World Congress of Sport Psychology, 1993, Lisboa. Anais…Portugal:

Lisboa, 1993. p. 312-316.

TRAPE, A.A.; PRODÓCIMO, E.; MORENO, J.A. Análise do estresse psíquico em atletas de

infanto-juvenis de voleibol feminino. In: BRANDÃO, MRF; MACHADO, A.A. (Org.).

Coleção Psicologia do Esporte e do Exercício: O Voleibol e a Psicologia do Esporte. 1. ed.

São Paulo: Atheneu, 2010, v.5, p. 87-114.

VALLERAND, R.J.; MAGEAU, G.A.; ELLIOT, A.J.; DUMAIS, A.; DEMERS, M.A.;

ROUSSEAU, F. Passion and performance attainment in sport. Psychology of Sport and

Exercise. s.l, v. 9, p.373-392, 2008.

VIEIRA, L.F.; VISSOCI, J.R.N.; OLIVEIRA, L.P.; VIEIRA, J.L.L. Psicologia do esporte:

Uma área emergente da psicologia. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 15, n. 2, p. 391-399,

abr./jun. 2010.

VIEIRA, R.R. IAOCHITE, R.T. Levantamento de estudos sobre Psicologia do Esporte em

periódicos e congressos nacionais de Educação Física entre 1999 e 2004. Revista Brasileira

de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 20, n. 5, p. 416, set. 2006.

WEINBERG, R.S.; GOULD, D. Fundamentos da Psicologia do Esporte e do Exercício. 2

ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.

WOODMAN, T.; HARDY, L. A case study of organizational stress in elite sport. Journal of

applied sport psychology, [S.l.], v.13, p. 207-238, 2001.

YIANNIS, L.; PANAGIOTIS, K.; IOANNIS, A.; ALKINOI, K. A comparative study of the

effectiveness of the Greek national men‟s volleyball team with internationally top-ranked

teams. International Journal of Volleyball Research. Colorado, v.7, n.1, p.04-09, 2004.

Page 122: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

109

ANEXOS

Page 123: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

110

ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO DO PARTICIPANTE

Prezado atleta,

Este questionário foi desenvolvido para nos ajudar a obter informações sobre você e sua atividade profissional. Não há

respostas certas ou erradas. Suas respostas são confidenciais. Desde já agradecemos a sua colaboração.

1) NOME: ___________________________________________________________________________

1) Idade: _______ anos

2) Gênero: □ Masculino

□ Feminino

3) Com que idade você começou a jogar Voleibol? _________________

4) Há quanto tempo você joga como atleta profissional? ___________________

5) Em que posição você joga na equipe? _________________________

6) Em qual categoria você joga:

1 Mirim □

2 Infantil □

3 Infanto-juvenil □

4 Juvenil □

5 Adulto □

6 Master □

7) De quantas competições você participou no último ano?

De 1 a 2 □

De 3 a 5 □

Mais de 5 □

8) Qual (is) o(s) título(s) mais importante(s) que você possui: -

____________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________

________________________________________________________

Page 124: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

111

ANEXO 2 - CONDIÇÕES GERAIS DE ESTRESSE SOBRE O DESEMPENHO Nome:

Idade: tempo de profissional:

Condições Gerais

Dim

inu

i o

desem

pen

ho

Au

men

ta o

desem

pen

ho

1 2 3 4 5 6 7

1 Jogadas erradas no começo do jogo

2 Adiamento do jogo

3 Nervosismo excessivo

4 Dificuldades em conciliar e manter o sono

5 Ser o favorito

6 Metas de rendimento excessivamente altas

7 Derrotas anteriores

8 Condicionamento físico inadequado

9 Conflitos com o treinador

10 Resultados positivos inesperados dos adversários

11 Performances ruins em treinamentos e competições anteriores

12 Adversários desconhecidos

13 Ser vaiado durante o jogo

14 Grande superioridade do adversário

15 Ser prejudicado pelos juizes

16 Instalações de competições incômodas

17 Pensar constantemente em cumprir as metas fixadas

18 Estímulos perturbadores visuais, acústicos e táteis

19 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo adversário

20 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo treinador

21 Viagens muito longas

22 Jogar com torcida

23 Conflitos com os companheiros de time

24 Conflitos com os familiares

25 Jogar com torcida contra

26 Executar jogadas erradas no fim do jogo

27 Falta de preparação psicológica

28 Jogar contra um adversário agressivo/provocador

29 Jogar machucado

30 Receber “cobranças” de jogadores mais velhos

31 Disputa pela vaga de titular na equipe

32 Falta de comunicação entre a equipe

Caro atleta,

Abaixo se encontra uma série de fatores e condições que podem afetar seu rendimento nas

competições. De acordo com sua percepção, no primeiro quadro, você deverá decidir se cada um desses

fatores aumenta ou diminui seu desempenho, atribuindo uma nota que pode variar de 1 a 7. Já no

segundo quadro, você deverá indicar como você reage frente a determinados eventos escolhendo a

resposta que mais se adapta a você.

Não existem respostas certas ou erradas. Por favor, não deixe nenhuma resposta em branco.

Page 125: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

112

Comportamentos frente a um jogo de Voleibol

Perc

o u

m p

ou

co

a m

oti

vação

Me c

on

cen

tro

nas p

róxim

as jo

gad

as

Reajo

de f

orm

a a

gre

ssiv

a

Não

me i

mp

ort

o

Ten

to m

e t

ran

iliz

ar

Fic

o i

rrit

ad

o e

nerv

oso

Me e

sfo

rço

mais

Peço

a o

rien

tação

e a

aju

da d

os c

om

pan

heir

os

ou

tro

s

1 2 3 4 5 6 7 8 9

1 Sou advertido por causa de uma reclamação

2 Alguns dos meus companheiros não se esforçam

3 O juiz toma uma decisão incorreta contra minha equipe

4 Meus companheiros me criticam após uma jogada errada

5 O treinador me critica por falta de esforço

6 Minha equipe perde o ponto porque adotei uma tática errada

7 Por causa dos meus erros o adversário abre vantagem no placar

8 Perco o saque num momento importante do set

9 Os torcedores vaiam todas minhas jogadas durante o jogo

10 Sou substituído

11 Minha equipe está em desvantagem no tie-break

12 Minha equipe está em vantagem no tie-break

13 O melhor jogador da equipe adversária é substituído

14 O melhor jogador da equipe adversária sai da partida por estar lesionado

15 O levantador da minha equipe é substituído

16 O levantador da equipe adversária é substituído

17 O líbero da minha equipe é considerado o melhor jogador da posição na competição

18 O líbero da equipe adversária é considerado o melhor jogador da posição na competição

19 Cometo repetidamente os mesmos erros

20 Minha equipe recupera e vira uma “bola perdida”

21 Acontece um bate-boca entre a equipe adversária

22 Acontece um bate-boca entre os jogadores da minha equipe

23 O bloqueio da equipe adversária é muito alto

Page 126: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

113

ANEXO 3 - QUESTIONÁRIO COMPOSTO POR UMA PERGUNTA QUE PERMITE

RESPOSTAS ABERTAS

Prezado atleta,

Este questionário foi desenvolvido para nos ajudar a obter informações sua percepção sobre o significado que o Voleibol tem em sua vida. Não há respostas certas ou erradas. Não há limites para sua escrita. Você não deve se

preocupar com questões ortográficas. Suas respostas são confidenciais. Desde já agradecemos a sua colaboração.

1) O que significa o voleibol para você?

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

Page 127: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

114

ANEXO 4 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da Pesquisa: ESTRESSE: SIGNIFICADOS E CONDIÇÕES QUE INTERFEREM NO DESEMPENHO

DE ATLETAS DE VOLEIBOL

ASSINANDO ESTE TERMO DE CONSENTIMENTO, ESTOU CIENTE DE QUE:

O Objetivo da Pesquisa é: Investigar a relação entre a percepção dos jogadores sobre o voleibol e as

condições de estresse sobre o desempenho esportivo.

1. Durante o estudo serão aplicados três questionários, sendo, um questionário de dados biográficos, uma

versão adaptada do Teste de Efeito das Condições Gerais de Estresse sobre o Desempenho proposto

por Teipel (1993) e um questionário composto por uma pergunta que permite respostas abertas: “O que

significa o voleibol para você?”.

2. A participação nessa pesquisa apresenta risco mínimo de constrangimento para mim, podendo ser

interrompida e retomada a qualquer momento, caso seja de meu interesse. E caso não me sinta à

vontade poderei interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa e retornar se tiver

interesse.

3. Minha participação nessa pesquisa é voluntária e desvinculada de qualquer despesa ou compensação

financeira.

4. Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos através da pesquisa

serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho exposto acima, incluída sua ampla

publicação na literatura cientifica especializada.

5. Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu para apresentar

recursos ou reclamações em relação à pesquisa através do telefone (11) 2799.1946. Assim como

poderei entrar em contato com a responsável pelo estudo Profª. Roberta Ribeiro Vieira e/ou Profª. Dra.

Maria Regina Ferreira Brandão pelo telefone (55) (11) 2799-1924.

6. Estou ciente que esse estudo poderá me beneficiar no sentido de fornecer informações sobre como

funciona o mecanismo do estresse e quais são os mecanismos preventivos a esse fenômeno.

7. Também estou ciente de que poderei receber uma cópia do estudo final caso deseje.

8. Ao final estou ciente de que obtive todas as informações necessárias para poder decidir

conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa.

9. E que esse Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder

e a outra com o Pesquisador responsável.

São Paulo, ___de ___________ de _______.

________________________ (Nome e Assinatura do Voluntário ou Responsável Legal)

_______________________ (Nome e Assinatura do Pesquisador Responsável).

Eu________________________________________________ RG: ________________, ______anos, residente:

__________________________________nº _____, complemento: _____, na cidade de _____________, estado:

_____, telefone: (___) _____________, email: ________________________, abaixo assinado (ou meu

responsável legal) assino o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para participar como voluntário do

Projeto de Pesquisa supracitado, sob a responsabilidade do Programa de Mestrado em Educação Física, da

Universidade São Judas Tadeu.

Page 128: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

115

ANEXO 5 – Testes de Normalidade “Kolmogorov-Smirnov (teste D)”

Teste de normalidade para a variável gênero

Itens Gênero n D p

1 Jogadas erradas no começo do jogo Masculino 47 0,23 0,00

Feminino 22 0,19 0,05

2 Adiamento do jogo Masculino 47 0,25 0,00

Feminino 22 0,26 0,00

3 Nervosismo excessivo Masculino 47 0,19 0,00

Feminino 22 0,18 0,06

4 Dificuldades em conciliar e manter o sono Masculino 47 0,15 0,01

Feminino 22 0,30 0,00

5 Ser o favorito Masculino 47 0,18 0,00

Feminino 22 0,17 0,08

6 Metas e rendimento excessivamente altas Masculino 47 0,18 0,00

Feminino 22 0,22 0,01

7 Derrotas anteriores Masculino 47 0,23 0,00

Feminino 22 0,14 0,20

8 Condicionamento físico inadequado Masculino 47 0,24 0,00

Feminino 22 0,25 0,00

9 Conflitos com o treinador Masculino 47 0,24 0,00

Feminino 22 0,20 0,02

10 Resultados positivos inesperados dos adversários Masculino 47 0,20 0,00

Feminino 22 0,15 0,20

11 Performances ruins em treinamentos e competições anteriores Masculino 47 0,22 0,00

Feminino 22 0,21 0,01

12 Adversários desconhecidos Masculino 47 0,17 0,00

Feminino 22 0,25 0,00

13 Ser vaiado durante o jogo Masculino 47 0,21 0,00

Feminino 22 0,17 0,09

14 Grande superioridade do adversário Masculino 47 0,27 0,00

Feminino 22 0,22 0,01

15 Ser prejudicado pelos juízes Masculino 47 0,14 0,02

Feminino 22 0,28 0,00

16 Instalações de competições incômodas Masculino 47 0,19 0,00

Feminino 22 0,22 0,01

17 Pensar constantemente em cumprir as metas fixadas Masculino 47 0,17 0,00

Feminino 22 0,18 0,08

18 Estímulos perturbadores visuais, acústicos e táteis Masculino 47 0,21 0,00

Feminino 22 0,32 0,00

19 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo adversário Masculino 47 0,15 0,01

Feminino 22 0,22 0,01

20 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo treinador Masculino 47 0,20 0,00

Feminino 22 0,29 0,00

21 Viagens muito longas Masculino 47 0,14 0,02

Feminino 22 0,22 0,01

22 Jogar com torcida Masculino 47 0,41 0,00

Feminino 22 0,29 0,00

23 Conflitos com os companheiros de time Masculino 47 0,18 0,00

Feminino 22 0,23 0,01

24 Conflitos com familiares Masculino 47 0,24 0,00

Page 129: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

116

Feminino 22 0,37 0,00

25 Jogar com torcida contra Masculino 47 0,30 0,00

Feminino 22 0,30 0,00

26 Executar jogadas erradas no fim do jogo Masculino 47 0,19 0,00

Feminino 22 0,22 0,01

27 Falta de preparação psicológica Masculino 47 0,17 0,00

Feminino 22 0,21 0,01

28 Jogar contra um adversário agressivo/provocador Masculino 47 0,28 0,00

Feminino 22 0,24 0,00

29 Jogar machucado Masculino 47 0,26 0,00

Feminino 22 0,27 0,00

30 Receber "cobranças" de jogadores mais velhos Masculino 47 0,27 0,00

Feminino 22 0,18 0,05

31 Disputa pela vaga de titular na equipe Masculino 47 0,44 0,00

Feminino 22 0,31 0,00

32 Falta de comunicação entre a equipe Masculino 47 0,17 0,00

Feminino 22 0,20 0,02

Page 130: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

117

Teste de normalidade para a variável categoria

Itens Categoria n D P

1 Jogadas erradas no começo do jogo Adulto 47 0,20 0,00

Juvenil 22 0,25 0,00

2 Adiamento do jogo Adulto 47 0,28 0,00

Juvenil 22 0,24 0,00

3 Nervosismo excessivo Adulto 47 0,17 0,00

Juvenil 22 0,27 0,00

4 Dificuldades em conciliar e manter o sono Adulto 47 0,18 0,00

Juvenil 22 0,21 0,01

5 Ser o favorito Adulto 47 0,18 0,00

Juvenil 22 0,23 0,00

6 Metas e rendimento excessivamente altas Adulto 47 0,17 0,00

Juvenil 22 0,22 0,01

7 Derrotas anteriores Adulto 47 0,22 0,00

Juvenil 22 0,19 0,04

8 Condicionamento físico inadequado Adulto 47 0,23 0,00

Juvenil 22 0,28 0,00

9 Conflitos com o treinador Adulto 47 0,22 0,00

Juvenil 22 0,32 0,00

10 Resultados positivos inesperados dos adversários Adulto 47 0,18 0,00

Juvenil 22 0,25 0,00

11 Performances ruins em treinamentos e competições anteriores Adulto 47 0,23 0,00

Juvenil 22 0,17 0,10

12 Adversários desconhecidos Adulto 47 0,18 0,00

Juvenil 22 0,20 0,02

13 Ser vaiado durante o jogo Adulto 47 0,20 0,00

Juvenil 22 0,18 0,07

14 Grande superioridade do adversário Adulto 47 0,23 0,00

Juvenil 22 0,26 0,00

15 Ser prejudicado pelos juízes Adulto 47 0,20 0,00

Juvenil 22 0,17 0,09

16 Instalações de competições incômodas Adulto 47 0,19 0,00

Juvenil 22 0,29 0,00

17 Pensar constantemente em cumprir as metas fixadas Adulto 47 0,15 0,01

Juvenil 22 0,17 0,11

18 Estímulos perturbadores visuais, acústicos e táteis Adulto 47 0,26 0,00

Juvenil 22 0,25 0,00

19 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo adversário Adulto 47 0,18 0,00

Juvenil 22 0,18 0,08

20 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo treinador Adulto 47 0,26 0,00

Juvenil 22 0,17 0,11

21 Viagens muito longas Adulto 47 0,21 0,00

Juvenil 22 0,16 0,13

22 Jogar com torcida Adulto 47 0,34 0,00

Juvenil 22 0,40 0,00

23 Conflitos com os companheiros de time Adulto 47 0,21 0,00

Juvenil 22 0,18 0,05

24 Conflitos com familiares Adulto 47 0,26 0,00

Juvenil 22 0,31 0,00

25 Jogar com torcida contra Adulto 47 0,25 0,00

Juvenil 22 0,34 0,00

Page 131: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

118

26 Executar jogadas erradas no fim do jogo Adulto 47 0,24 0,00

Juvenil 22 0,19 0,03

27 Falta de preparação psicológica Adulto 47 0,18 0,00

Juvenil 22 0,17 0,10

28 Jogar contra um adversário agressivo/provocador Adulto 47 0,28 0,00

Juvenil 22 0,25 0,00

29 Jogar machucado Adulto 47 0,18 0,00

Juvenil 22 0,24 0,00

30 Receber "cobranças" de jogadores mais velhos Adulto 47 0,21 0,00

Juvenil 22 0,21 0,01

31 Disputa pela vaga de titular na equipe Adulto 47 0,36 0,00

Juvenil 22 0,48 0,00

32 Falta de comunicação entre a equipe Adulto 47 0,18 0,00

Juvenil 22 0,19 0,04

Page 132: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

119

Teste de normalidade para a variável posição de jogo

Itens Posições n D P

1 Jogadas erradas no começo do jogo

Ponteiro 19 0,29 0,00

Levantador 15 0,20 0,10

Central 19 0,21 0,02

Líbero 5 0,26 0,20

Oposto 11 0,27 0,03

2 Adiamento do jogo

Ponteiro 19 0,20 0,04

Levantador 15 0,31 0,00

Central 19 0,32 0,00

Líbero 5 0,33 0,08

Oposto 11 0,28 0,02

3 Nervosismo excessivo

Ponteiro 19 0,16 0,20

Levantador 15 0,22 0,04

Central 19 0,23 0,01

Líbero 5 0,32 0,11

Oposto 11 0,26 0,04

4 Dificuldades em conciliar e manter o sono

Ponteiro 19 0,23 0,01

Levantador 15 0,22 0,05

Central 19 0,31 0,00

Líbero 5 0,24 0,20

Oposto 11 0,34 0,00

5 Ser o favorito

Ponteiro 19 0,21 0,02

Levantador 15 0,17 0,20

Central 19 0,19 0,06

Líbero 5 0,29 0,20

Oposto 11 0,20 0,20

6 Metas de rendimento excessivamente altas

Ponteiro 19 0,24 0,00

Levantador 15 0,17 0,20

Central 19 0,23 0,01

Líbero 5 0,36 0,03

Oposto 11 0,16 0,20

7 Derrotas anteriores

Ponteiro 19 0,18 0,09

Levantador 15 0,23 0,04

Central 19 0,20 0,04

Líbero 5 0,29 0,20

Oposto 11 0,26 0,04

8 Condicionamento físico inadequado

Ponteiro 19 0,26 0,00

Levantador 15 0,22 0,05

Central 19 0,19 0,08

Líbero 5 0,37 0,03

Oposto 11 0,26 0,04

9 Conflitos com o treinador Ponteiro 19 0,26 0,00

Levantador 15 0,26 0,01

Page 133: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

120

Central 19 0,31 0,00

Líbero 5 0,24 0,20

Oposto 11 0,24 0,09

10 Resultados positivos inesperados do adversário

Ponteiro 19 0,19 0,06

Levantador 15 0,19 0,15

Central 19 0,25 0,00

Líbero 5 0,36 0,03

Oposto 11 0,26 0,04

11 Performances ruins em treinamentos e competições anteriores

Ponteiro 19 0,20 0,05

Levantador 15 0,31 0,00

Central 19 0,18 0,10

Líbero 5 0,22 0,20

Oposto 11 0,27 0,03

12 Adversários desconhecidos

Ponteiro 19 0,23 0,01

Levantador 15 0,21 0,06

Central 19 0,22 0,02

Líbero 5 0,24 0,20

Oposto 11 0,32 0,00

13 Ser vaiado durante o jogo

Ponteiro 19 0,20 0,04

Levantador 15 0,19 0,15

Central 19 0,17 0,15

Líbero 5 0,24 0,20

Oposto 11 0,21 0,19

14 Grande superioridade do adversário

Ponteiro 19 0,24 0,00

Levantador 15 0,23 0,03

Central 19 0,15 0,20

Líbero 5 0,35 0,05

Oposto 11 0,32 0,00

15 Ser prejudicado pelos juízes

Ponteiro 19 0,14 0,20

Levantador 15 0,32 0,00

Central 19 0,11 0,20

Líbero 5 0,21 0,20

Oposto 11 0,21 0,18

16 Instalações de competições incômodas

Ponteiro 19 0,27 0,00

Levantador 15 0,21 0,09

Central 19 0,17 0,18

Líbero 5 0,35 0,05

Oposto 11 0,36 0,00

17 Pensar constantemente em cumprir as metas fixadas

Ponteiro 19 0,18 0,11

Levantador 15 0,13 0,20

Central 19 0,17 0,14

Líbero 5 0,18 0,20

Oposto 11 0,20 0,20

18 Estímulos perturbadores visuais, acústicos e táteis Ponteiro 19 0,22 0,02

Page 134: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

121

Levantador 15 0,27 0,00

Central 19 0,34 0,00

Líbero 5 0,24 0,20

Oposto 11 0,28 0,02

19 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo adversário

Ponteiro 19 0,21 0,03

Levantador 15 0,25 0,01

Central 19 0,24 0,00

Líbero 5 0,23 0,20

Oposto 11 0,23 0,12

20 Ter perdido mais de uma vez para o mesmo treinador

Ponteiro 19 0,26 0,00

Levantador 15 0,36 0,00

Central 19 0,25 0,00

Líbero 5 0,25 0,20

Oposto 11 0,18 0,20

21 Viagens muito longas

Ponteiro 19 0,20 0,04

Levantador 15 0,21 0,07

Central 19 0,17 0,18

Líbero 5 0,24 0,20

Oposto 11 0,20 0,20

22 Jogar com torcida

Ponteiro 19 0,45 0,00

Levantador 15 0,31 0,00

Central 19 0,33 0,00

Líbero 5 0,23 0,20

Oposto 11 0,33 0,00

23 Conflitos com os companheiros de time

Ponteiro 19 0,21 0,02

Levantador 15 0,24 0,02

Central 19 0,21 0,03

Líbero 5 0,25 0,20

Oposto 11 0,23 0,12

24 Conflitos com os familiares

Ponteiro 19 0,32 0,00

Levantador 15 0,24 0,02

Central 19 0,27 0,00

Líbero 5 0,33 0,08

Oposto 11 0,20 0,20

25 Jogar com torcida contra

Ponteiro 19 0,27 0,00

Levantador 15 0,20 0,11

Central 19 0,31 0,00

Líbero 5 0,33 0,08

Oposto 11 0,31 0,00

26 Executar jogadas erradas no fim do jogo

Ponteiro 19 0,30 0,00

Levantador 15 0,24 0,02

Central 19 0,21 0,03

Líbero 5 0,35 0,05

Oposto 11 0,24 0,09

Page 135: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - usjt.br · Quanto aos comportamentos dos atletas frente às situações típicas de um jogo de voleibol foi interessante notar que independemente do

122

27 Falta de preparação psicológica

Ponteiro 19 0,13 0,20

Levantador 15 0,25 0,01

Central 19 0,19 0,07

Líbero 5 0,24 0,20

Oposto 11 0,19 0,20

28 Jogar contra um adversário agressivo/provocador

Ponteiro 19 0,35 0,00

Levantador 15 0,30 0,00

Central 19 0,25 0,00

Líbero 5 0,36 0,03

Oposto 11 0,33 0,00

29 Jogar machucado

Ponteiro 19 0,26 0,00

Levantador 15 0,25 0,01

Central 19 0,19 0,06

Líbero 5 0,24 0,20

Oposto 11 0,26 0,04

30 Receber "cobranças" de jogadores mais velhos

Ponteiro 19 0,33 0,00

Levantador 15 0,30 0,00

Central 19 0,20 0,04

Líbero 5 0,24 0,20

Oposto 11 0,16 0,20

31 Disputa pela vaga de titular na equipe

Ponteiro 19 0,47 0,00

Levantador 15 0,39 0,00

Central 19 0,37 0,00

Líbero 5 0,47 0,00

Oposto 11 0,30 0,01

32 Falta de comunicação entre a equipe

Ponteiro 19 0,15 0,20

Levantador 15 0,24 0,02

Central 19 0,27 0,00

Líbero 5 0,24 0,20

Oposto 11 0,21 0,20