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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA ORTODONTIA ANÁLISE CEFALOMÉTRICA LATERAL DE RICKETTS: JOVENS DA REGIÃO NORTE DO BRASIL THAIS BUENAÑO FRANÇA PENIN São Bernardo do Campo 2007

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

ORTODONTIA

ANÁLISE CEFALOMÉTRICA LATERAL DE RICKETTS: JOVENS DA REGIÃO NORTE DO BRASIL

THAIS BUENAÑO FRANÇA PENIN

São Bernardo do Campo 2007

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

ORTODONTIA

ANÁLISE CEFALOMÉTRICA LATERAL DE RICKETTS: JOVENS DA REGIÃO NORTE DO BRASIL

THAIS BUENAÑO FRANÇA PENIN

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Metodista de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia: Área de Concentração em Ortodontia.

Orientador: Profa. Dra. Silvana Bommarito

São Bernardo do Campo 2007

FICHA CATALOGRÁFICA

Penin, Thais Buenaño França Análise cefalomética lateral de Ricketts : jovens da região norte do Brasil / Thais Buenaño França Penin. São Bernardo do Campo, 2007. 95 p. Dissertação (Mestrado) - Universidade Metodista de São Paulo, Faculdade de Odontologia, Curso de Pós-Graduação em Ortodontia. Orientação : Silvana Bommarito 1. Circunferência craniana 2. Oclusão dentária 3. Radiografia I. Título.

D. Black D4

“A alegria está na luta, no esforço e no sofrimento que a luta envolve, e não na vitória em si”. Mahatma Gandhi

Dedico este trabalho com muito carinho, Aos meus pais e aos meus irmãos que apesar de não estarem fisicamente ao meu lado durante esta caminhada, serviram de inspiração em todos os momentos. Ao Janjão pelo amor, apoio, estímulo e compreensão que sempre estiveram presentes, facilitando inegavelmente todos os momentos difíceis que passamos distantes. A toda minha família, meus avós, tios e tias, primos e primas, meu sobrinho, meus amigos e amigas, e todas as pessoas com quem convivo ou convivi e que de alguma forma contribuíram para esse trabalho.

Meu respeito, admiração e agradecimento, A Deus, pela saúde, disposição e motivação durante toda essa jornada. Ao Professor Doutor Marco Antônio Scanavini, coordenador do curso de Pós-Graduação em Ortodontia pelo apoio e pelos ensinamentos transmitidos. À Professora Doutora Silvana Bommarito pela disposição e orientação imprescindíveis à realização deste trabalho. Ao Professor Doutor Danilo Furquim Siqueira por toda consideração e apoio, por transmitir da melhor maneira o que é ser completamente professor, por todos os ensinamentos a mim repassados, muito obrigada.

A Professora Doutora Lílian Kazumi Kamashiro, que apesar de pouco tempo de convivência, demonstrou total interesse e capacidade de transmitir seus conhecimentos. Aos Professores Doutores Silvana Bommarito, Liliana Ávila Maltagliati, Maria Helena Ferreira de Vasconcelos, Danilo Furquim Siqueira, Eduardo Kazuo Sannomiya, Fernanda Goldenberg, Fernanda Angelieri e Lílian Kazumi Kamashiro pelos ensinamentos fornecidos e pela amizade. Ao meu Professor e Mestre Jesus Maués Pinheiro Júnior, que auxiliou nos meus primeiros passos na Ortodontia e que me fez amá-la, por transmitir seus conhecimentos da melhor maneira possível e pela sua grande amizade. Ao Professor Doutor Arnaldo Pinzan, que foi amigo e professor, por toda sua paciência e boa vontade, nunca esquecerei o aprendizado que me foi passado de como me tornar uma Ortodontista e um ser humano melhor. A professora Graça Pinheiro por permitir utilizar os serviços do seu Centro Radiológico.

Ao professor Doutor José Roberto Pereira Lauris, pela orientação na análise estatística. Aos funcionários do departamento de Pós-Graduação em Ortodontia, Ana, Marilene, Paula, Célia e Edílson. Aos meus grandes amigos que promoveram momentos inesquecíveis durante o nosso convívio Anelise Fengler, Juliana Oliveira, Cláudia Marcondes, Mauro Picchioni, Marcos Lorenzzetti, Yasushi Miyahira, Ricardo Marques, Fernando Alcides, Roberto Simonetti, Antônio Brito e Rafael Corrêa. Espero tê-los sempre como amigos. Aos amigos Mauro Picchioni, Anelise Fengler e Juliana Oliveira que me ajudaram nos momentos difíceis deste trabalho. A minha tia Terezinha França (Teté) que me alfabetizou e minha Tia Fátima França (Fafá) que sempre me ajudou. Aos pacientes que compuseram essa amostra. A todos que empenharam esforços para a realização deste sonho.

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS……………………………………………………...................XI

LISTA DE QUADROS........................................................................................XIII

LISTA DE TABELAS..........................................................................................XIV

RESUMO............................................................................................................XV

ABSTRACT.......................................................................................................XVII

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................1

2 REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................4

3 PROPOSIÇÃO..................................................................................................23

4 MATERIAL E MÉTODO...................................................................................25

4.1 Amostra.........................................................................................................26

4.2 Método para Obtenção das Telerradiografias em Norma Lateral................27

4.3 Obtenção dos Traçados Cefalométricos Laterais de Ricketts..................... 27

4.3.1 Estruturas Anatômicas...............................................................................28

4.3.2 Pontos Cefalométricos...............................................................................30

4.3.2.1 Pontos Cranianos Anatômicos................................................................30

4.3.2.2 Pontos Maxilares....................................................................................30

4.3.2.3 Pontos Mandibulares..............................................................................30

4.3.2.4 Pontos Mandibulares Definidos por Linhas e Planos.............................35

4.3.2.4a Pontos Utilizados para a Demarcação do Ponto Xi..............................35

4.3.2.5 Pontos Dentários....................................................................................38

4.3.2.6 Pontos de tecidos moles.........................................................................38

4.4 Linhas e Planos Cefalométricos...................................................................41

4.5 Análise Cefalométrica Lateral de Ricketts....................................................43

4.6 Medições Efetuadas.....................................................................................44

4.7 Valores Normativos da Análise Cefalométrica de Ricketts...........................52

4.8 Determinação do índice VERT.....................................................................54

4.9 Método Estatístico........................................................................................55

4.9.1 Erro Intra-examinador................................................................................55

4.9.2 Análise Estatística......................................................................................56

5 RESULTADOS.................................................................................................57

6 DISCUSSÃO....................................................................................................61

6.1 Metodologia...................................................................................................62

6.2 Avaliação das Médias dos Fatores...............................................................63

6.2.1 Problema Dentário.....................................................................................63

6.2.2 Problema Esquelético ...............................................................................64

6.2.3 Problema Dento-esquelético......................................................................65

6.2.4 Problema Estético......................................................................................68

6.2.5 Relação Crânio-facial.................................................................................69

6.2.6 Estruturas Esqueléticas Internas................................................................72

7 CONCLUSÃO..................................................................................................74

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. .76

ANEXOS.............................................................................................................86

APÊNDICE..........................................................................................................91

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 4.1- Desenho das estruturas anatômicas.......................................29

FIGURA 4.2- Pontos cranianos anatômicos.................................................32

FIGURA 4.3- Pontos maxilares.....................................................................33

FIGURA 4.4- Pontos mandibulares..............................................................34

FIGURA 4.5- Pontos mandibulares definidos por linhas e planos...............36

FIGURA 4.6- Pontos utilizados para a demarcação do ponto Xi.................37

FIGURA 4.7- Pontos dentários.....................................................................39

FIGURA 4.8- Pontos de tecido mole............................................................ 40

FIGURA 4.9- Linhas e planos cefalométricos...............................................42

FIGURA 4.10- Ângulo interincisal...................................................................45

FIGURA 4.11- Ângulo da convexidade facial.................................................45

FIGURA 4.12- Altura inferior da face..............................................................46

FIGURA 4.13- Posição do molar inferior........................................................46

FIGURA 4.14- Posição do incisivo inferior...................................................47

FIGURA 4.15- Protrusão incisivo superior ..................................................47

FIGURA 4.16- Inclinação do incisivo inferior...............................................48

FIGURA 4.17- Inclinação do incisivo superior.............................................48

FIGURA 4.18- Protrusão labial....................................................................49

FIGURA 4.19- Profundidade da face...........................................................49

FIGURA 4.20- Ângulo do eixo facial............................................................50

FIGURA 4.21- Ângulo do plano mandibular................................................50

FIGURA 4.22- Plano palatal........................................................................51

FIGURA 4.23- Arco mandibular..................................................................51

LISTA DE QUADROS

QUADRO 4.1- Valores normativos da análise cefalométrica

lateral de RicKetts (1981).......................................................52

QUADRO 4.2- Valores normativos da análise cefalométrica lateral de Ricketts (1981) com projeção para 18 anos de idade.......53 QUADRO 4.3- Classificação dos tipos faciais (VERT) segundo Ricketts et al (1982)……………………………………………..55

LISTA DE TABELAS

TABELA 5.1- Média, desvio padrão das duas medições, e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual.......................................................................58

TABELA 5.2- Média,desvio padrão e teste “t” de Student para comparação entre os dados da amostra e os de Ricketts(1981)............................................................59 TABELA 5.3- Freqüência em números absolutos e relativos dos tipos faciais obtidos pelo índice VERT.......................................60

PENIN, T. B. F. ANÁLISE CEFALOMÉTRICA LATERAL DE RICKETTS: JOVENS DA REGIÃO NORTE DO BRASIL.

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo determinar as normas cefalométricas de

medidas da análise lateral de RICKETTS 54 de 1981, numa amostra de indivíduos

brasileiros, leucodermas, com oclusão normal, sem tratamento ortodôntico

prévio, da Região Norte do Brasil e comparar estes valores com os preconizados

por RICKETTS54 realizando a projeção destes valores para 18 anos de idade, a

fim de tornar possível esta comparação. E determinar a freqüência dos

diferentes tipos faciais obtidos pelo índice VERT (quantidade de crescimento

vertical), obtido por meio da análise lateral de RICKETTS et al55 de 1982. O

material constou de 28 telerradiografias em norma lateral de 15 indivíduos do

sexo masculino e 13 do sexo feminino, com idades entre 20 e 26 anos, com

média de idade de 22,42 anos. Estes indivíduos foram selecionados na

Faculdade de odontologia do CESUPA (Centro Universitário do Pará). O método

eleito para os traçados cefalométricos foi o computadorizado (programa

Radiocef 2.0).

Os resultados permitiram depreender que esta amostra da Região Norte do

Brasil quando comparada aos valores normativos preconizados por RICKETTS54

apresentam: Biprotrusão dentária; maxila protruída; padrão braquifacial com

tendência para mordida profunda; os molares superiores encontram-se numa

posição mais posterior; incisivos inferiores protruídos e vestibularizados;

incisivos superiores com inclinação adequada e bem posicionados na base

óssea; lábio inferior equilibrado; profundidade facial aumentada; crescimento

equilibrado do eixo facial; mandíbula rotacionada no sentido horário, plano

palatal com inclinação no sentido horário. Quanto à freqüência dos tipos faciais

obtidos pelo índice VERT, do total da amostra estudada 50% dos indivíduos

eram braquifaciais, 39,28% dolicofaciais e 10,72% mesofaciais.

Palavras-chave: Circunferência craniana, Oclusão dentária, Radiografia.

PENIN, T. B. F. RICKETTS CEPHALOMETRIC LATERAL ANALYSIS:

INDIVIDUALS FROM NORTH BRAZIL.

ABSTRACT

This research study aimed establish the cephalometric measurements in the

lateral analysis proposed by RICKETTS54 at 1981, in a sample of Brazilian

individuals, leukoderms, with normal occlusion, without orthodontic treatment

previous from North Brazil, and compare this values with the values proposed by

Ricketts making the projection of these variables for 18 years old, to the

comparison becomes possible. And shows the rate of facial types given by the

VERT index (vertical growth quantity) taken in lateral norm according to

RICKETTS al.55 analysis at 1982. The studied material comprised 28 lateral

telerradiographies, 15 from male individuals and 13 from female individuals

between 20 and 26 years old, with average 22,42 years. These individuals were

chosen at CESUPA’s Odontolgy Faculty (University Center of Pará ). A

computerized method was the one established in order to carry out the

cephalometric tracing (Radiocef 2.0). Results achieved have shown the following

data: dental biprotrusion, maxillary protrusion, braquifacial pattern with deep bite

tendency, upper molars are at back position, lower incisors with protrusion and

labioversion, upper incisor with right inclinations an well posicionated at maxilla,

balanced inferior lip, facial profundity increased, clockwise mandibular rotation

and clockwise palatal inc lination.

Keywords: Cranium circumference, Dental occlusion, Radiography.

1. INTRODUÇÃO

1. INTRODUÇÃO

A telerradiografia cefalométrica tem sido utilizada como meio de análise de

dados antropométricos desde a década de 30. Na Ortodontia, as

telerradiografias têm sido empregadas com diversos objetivos: no estudo do

padrão de crescimento facial, diagnóstico e plano de tratamento das

deformidades dento-faciais, assim como na avaliação dos efeitos tanto imediatos

quanto a longo prazo dos tratamentos. Também tem sido fundamental na

evolução da cirurgia ortognática, sendo estes os benefícios trazidos à

investigação científica e ao desenvolvimento da ortodontia como atividade

clínica.

Por outro lado, a busca por um ideal ortodôntico ditado por um padrão pré-

estabelecido com normas estrangeiras, embasadas apenas na avaliação

cefalométrica e em detrimento aos diferentes padrões raciais tem se revelado

falho e imprevisível. Isso é observado principalmente no Brasil, por ser um país

onde há grande miscigenação e onde cada região apresenta características

raciais e faciais específicas.

Este processo de miscigenação de raças que ocorreu no Brasil desde seu

descobrimento, resultou no surgimento de uma “etnia brasileira”, com a

formação de mestiços como, por exemplo, o mulato (mistura do branco e do

negro), o mameluco (mistura do branco com índio) e o cafuzo ou curiboca

(mistura do negro com o índio) cada qual com suas características físicas

particulares, conforme relatou DIÉGUES JR.16

Na miscigenação ocorrida na região Norte, houve uma participação maior de

brancos (europeu) e índios, durante a exploração e colonização da Amazônia,

mas, também houve a participação da raça negra oriunda de caboclos vindos do

2. REVISÃO DA LITERATURA 2. REVISÃO DA LITERATURA

Em 1899, ANGLE3 publicou o seu sistema de classificação das más

oclusões caracterizando-as como Classe I, Classe II divisão 1a, Classe II divisão

2a e Classe III, utilizado até os dias atuais. Esse sistema significou o ponto de

partida para o entendimento atual de oclusão ideal.

CARREA9 em 1924 foi quem primeiramente estudou as características

faciais em radiografias. Para isto, adaptou um fio de chumbo ao perfil facial e

obteve as radiografias posteriormente, onde o conto rno do perfil aparecia de

forma radiopaca nas radiografias.

Após a introdução do cefalostato por BROADBENT6 e HOFRATH31 ambos

em 1931, a cefalometria passou a ocupar um espaço preponderante nas

pesquisas relacionadas ao crescimento e desenvolvimento craniofacial. Estes

conhecimentos possibilitaram a avaliação das alterações que ocorrem em um

mesmo indivíduo, permitindo maior compreensão das mudanças decorrentes do

crescimento e desenvolvimento craniofacial, bem como daquelas provenientes

da terapia ortodôntica.

TWEED65, em 1944, preconizou que o posicionamento do incisivo inferior em

relação à base óssea é de 90o, com uma variação na inclinação axial de –5o a

+5o, para se conseguir estabilidade de tratamento e uma boa estética facial.

Por meio de observações clínicas visuais, TWEED66, em 1946, desenvolveu

um método para a obtenção do ângulo FMA diretamente nos pacientes e a partir

dos valores encontrados, concluiu que: 1- nos casos em que o FMA está entre

16o a 28o o prognóstico varia de excelente (para aqueles próximos de 16o) a

bom (para aqueles próximos de 28o); 2- nos casos em que o FMA varia de 28o a

32o o prognóstico varia de bom (28o) a moderado (32o); 3 – nos casos em que o

FMA varia de 32o a 35o o prognóstico varia de moderado (32o) a desfavorável

(35o); e 4 – quando o FMA varia de 35o para cima o prognóstico é nitidamente

desfavorável, limitando o tratamento ortodôntico em relação ao alcance das

metas ideais.

DOWNS17, em 1948, relatou uma análise cefalométrica para avaliação do

padrão dento -esquelético. O autor determinou padrões médios de normalidade

para nove medidas angulares e uma medida linear. Cinco medidas relativas ao

padrão esquelético e cinco ao padrão dentário. O autor utilizou uma amostra de

20 pacientes com idade de 12 a 17 anos, divididos igualmente quanto ao sexo,

com oclusão dentária considerada excelente. Dentre as medidas, o ângulo facial

encontrado teve valor médio de 87,8o (variando de 82o a 95o) e a medida 1-AP,

valor médio de 2, 7 mm ( variando de –1 a +5 mm)

DRELICH18 em 1948, utilizando medidas propostas por DOWNS17,

comparou padrões faciais de 48 indivíduos, 24 portadores de oclusão normal e

24 portadores de má oclusão de Classe II, divisão 1, concluindo que na classe II:

1- o mento localiza -se mais posteriormente, 2- a altura vertical apresenta-se

aumentada, 3- a proporção da altura facial inferior é maior, 4- o comprimento

mandibular é menor, 5- a distância perpendicular da borda do incisivo central

superior ao plano facial é menor, 6- o arco inferior está posicionado mais

posteriormente e 7- o eixo Y da base do crânio é significantemente maior

COTTON, TAKANO e WONG13, em 1951, aplicaram análise de DOWNS17

separadamente em 3 grupos étnicos de americanos negros, nisseis e chineses.

Avaliando os negros americanos concluíram que estes indivíduos apresentavam

um ângulo de convexidade maior que os brancos, indicando uma protrusão da

base óssea superior. O ângulo mandibular apresentou-se mais inclinado e o

ângulo interincisal bem menor, indicando maior inclinação vestibular dos

incisivos. Quanto aos nisseis observou-se que o ângulo de convexidade e o eixo

“Y” dos nisseis diferem do valor médio dos brancos americanos e quatro

medidas do padrão dentário são muito diferentes. Os chineses americanos

apresentaram um padrão facial de Classe II, com bom perfil facial e oclusão

normal. Os autores concluíram e demonstraram a necessidade do uso de

padrões específicos para cada grupo étnico, pois o “normal” em um determinado

grupo étnico, não corresponde ao normal de outros grupos.

STEINER61 em 1953 escreveu um artigo onde procurou desmistificar o uso

da cefalometria, sugerindo medidas de outros autores e medidas próprias.

Utilizando as linhas NA e NB e o longo eixo dos incisivos superiores e inferiores

determinou que as medidas angulares ideais para os incisivos superiores e

inferiores em relação às suas respectivas bases ósseas deveriam ser 1.NA= 22o

e 1.NB= 25o.

RICKETTS51, em 1957, apresentou um método para a avaliação da estética

facial, baseando-se numa linha tangente ao nariz e ao mento mole, denominada

de “Plano Estético”. O lábio superior e inferior eram medidos ântero-

posteriormente a esta linha. E concluiu que o lábio inferior deveria estar 2mm

posteriormente a esta referência e o lábio superior, 4mm. Também estudou a

inclinação e a posição do incisivo inferior em relação ao plano A-P e concluiu

que o incisivo inferior deve ter uma inclinação de 22o a 23o à frente do plano A-P,

estando localizado 1 mm a frente deste plano.

ALTEMUS 2, em 1960, comparou americanos melanodermas nas idades

entre 11 e 16 anos portadores de oclusão normal, com os valores preconizados

por DOWNS17 e SASSOUNI57. Concluiu que o prognatismo característico dos

melanodermas é atribuído ao grau de protrusão dentária, pois o padrão

esquelético é bastante semelhante aos leucodermas americanos da amostra.

RICKETTS52, em 1960, selecionou uma amostra de 1000 casos

consecutivos de sua clínica particular (546 do sexo feminino e 454 do

masculino), agrupados segundo a classificação de ANGLE3, em 692 casos

Classe I, 124 casos de Classe II divisão 1a, 142 casos de Classe II divisão 2a e

42 casos de Classe III, com intuito de localizar os problemas mais comuns em

ortodontia. Um conjunto de 5 medidas obtidas do seu cefalograma foi escolhido

para a elaboração de um método de informação ao ortodontista, no que diz

respeito à forma facial e à posição da dentadura. As cinco medidas estudadas

foram: ângulo facial 85,4o, eixo facial 93o, a medida do ponto A ao plano facial

4,1 mm, a relação dos incisivos inferiores ao plano AP 0,5 mm e lábio inferior ao

plano E 0,3 mm. Essas relações foram escolhidas para descrever a altura facial,

a profundidade facial e o contorno do perfil. O autor considera os três planos de

referencia (plano facial, plano AP e plano estético) como necessários para a

avaliação do perfil quanto ao tamanho e forma do esqueleto facial, posição

dentaria e relação dos tecidos moles.

SAVAGE 59, em 1963, estudou um grupo de 459 crianças Barunde Bantu, da

região da Tanganika, numa faixa etária de 3 a 18 anos. A respeito da estrutura

esquelética estas crianças apresentavam perfil típico, com prognatismo bimaxilar

com grande ângulo FMA, um ângulo mandibular obtuso e protrusão dentária

bimaxilar. O prognatismo bimaxilar é uma característica genética neste grupo.

KOTAK39, em 1964, avaliou o padrão dento-esquelético de 20 meninas

Gugarati, na Índia, na faixa etária de 14 a 17 anos, com oclusões dentárias

normais, utilizando a análise de DOWNS 17. Verificou uma posição mais distal da

mandíbula em relação à base do crânio e biprotrusão dentária.

GRESHAM et al28, em 1965, analisou o padrão dento -esquelético de dois

grupos de 44 crianças na idade de 6 a 9 anos. As crianças eram aborígines

australianas de Yuendumu na Austrália Central e de Melbourne, foram

comparadas entre si e com grupos caucasianos, similares quanto à idade e

sexo. Os autores observaram que o padrão dentário mostrou diferenças

significativas e que os incisivos estão posicionados mais anteriormente nas

crianças de Yuendumu do que em qualquer outro grupo, sugeriram que isto é

resultado de um grande diâmetro mésio-distal dos dentes nesse grupo étnico.

TAYLOR e HITCHCOCK64, em 1966, comprovaram que as colonizações de

países por diversos grupos raciais e étnicos resultariam em miscigenação racial

diferente e a abordagem desses indivíduos deveria ter padrões de normalidade

uns diferentes dos outros. Pesquisaram durante alguns anos, em concursos de

beleza, estudantes de 8 a 15 anos e selecionaram 40 jovens, 17 do sexo

masculino e 23 do sexo feminino, com oclusão dentária normal e face

harmoniosa. A partir das conclusões idealizaram uma análise cefalométrica

”Análise de Alabama”, a ser utilizada pelos profissionais em indivíduos nascidos

naquela região e afirmaram que várias medidas comparadas a estudos de

outras regiões do país (Estados Unidos da América), eram diferentes dos

resultados obtidos na amostra do estudo de Alabama.

BURSTONE8, em1967, estudou a postura labial e a sua significância no

plano de tratamento, verificando que há uma grande variação na espessura

tegumentar, o que possibilita mascarar algumas discrepâncias esqueléticas. Por

essa razão, o perfil padrão não pode ser determinado, pois varia de pessoa para

pessoa, e de um grupo racial para outro. Os tecidos moles que recobrem dentes

e ossos podem variar tão grandemente que o padrão dento-esquelético pode ser

inadequado na avaliação da harmonia facial.

DRUMMOND19, em 1968, determinou as medidas normais para os negros

americanos em te lerradiografias em norma lateral e comparou estas medidas

com as normas para crianças caucasianas. Sua amostra constituiu-se de 40

jovens numa faixa etária de 8 a 23 anos, com oclusões dentárias aceitáveis. A

população negra apresentou os incisivos mais procumbentes, com protrusão

bimaxilar, um plano mandibular mais inclinado, posição da maxila mais

anteriorizada e os valores do triângulo de TWEED65 apresentaram diferenças

significantes, quando comparados com a amostra de crianças caucasianas.

NANDA e NANDA46, em 1969, num estudo sobre 50 indivíduos, igualmente

divididos quanto ao sexo entre 17 e 25 anos, com oclusões dentárias excelentes

e originários do Norte da Índia, estabeleceram os padrões desta amostra

segundo a análise de DOWNS 17, comparando estas medidas com pesquisas

realizadas em outros grupos raciais e concluíram que: 1- as normas

esqueléticas obtidas foram quase similares aos americanos caucasianos, mas

retrusivas, quando comparadas com os chineses, negros e japoneses. 2- o

padrão dentário foi mais protrusivo do que os americanos caucasianos e

retrusivo quando comparado com chineses e negros, e quase similares aos dos

japoneses. 3- Fazendo comparação entre os sexos, encontraram um padrão

dento-esquelético mais protrusivo no sexo feminino.

CHAN10, em 1972, comparou os valores cefalométricos de DOWNS17 com os

apresentados por 30 telerradiografias de chineses-cantoneses com idades entre

18 e 33 anos, com oclusão normal e perfis aceitáveis. Verificaram que os

chineses apresentam um padrão facial de Classe II e uma biprotrusão dentária.

Porém quando comparamos com leucodermas americanos o padrão é

semelhante ao melanoderma e aborígene australiano.

GARCIA26, em 1975, avaliou uma amostra constituída de 59 americanos-

mexicanos, sendo 25 meninas e 34 meninos, na faixa etária de 14 a 17 anos. A

comparação foi feita com os padrões de normalidade, preconizadas por

DOWNS17, STEINER61 e Alabama de TAYLOR e HITCHCOCK64. Entre as

medidas observou ângulo facial de 87,5 o e ângulo do plano mandibular de 21,9o.

Verificou que os americanos-mexicanos apresentaram-se mais protrusivos que

os leucodermas dos Estados Unidos, com o incisivo superior mais

vestibularizado e o incisivo inferior mais protruído. Um ângulo interincisal mais

agudo foi apresentado pe los americanos-mexicanos, quando comparados aos

leucodermas americanos.

CHRISTIE11 em 1977 estabeleceu padrões cefalométricos dento-faciais em

82 adultos com oclusão normal, utilizando a análise cefalométrica de RICKETTS

et al55 em norma lateral e frontal, correlacionou as medidas encontradas com os

tipos faciais. A amostra foi constituída de 43 mulheres e 39 homens

caucasianos. Após a análise dos resultados obtidos, o autor verificou que 47,5%

dos indivíduos eram braquifaciais, 47,5% mesofaciais e apenas

4,8%dolicofaciais. O autor destacou como resultado mais significativo de seu

trabalho, apesar do tamanho da amostra não ser grande o suficiente, que

indivíduos com oclusão dentária normal tendem a ter um padrão mais

braquifacial do que dolicofacial e que muitas das normas variam

significantemente com diferentes padrões.

GUGINO30 também em 1977, apresentou os valores das medidas da análise

cefalométrica de RICKETTS52 para as radiografias laterais. São elas:

1) BaN-PtGn (eixo facial). O valor médio para idade de 9 anos é 90o,não se

modificando com a idade. Desvio Clínico 3o;

2) F.NP (Ângulo facial). O valor médio para 9 anos é de 86o, aumentando 1o a

cada 3 anos.Desvio clínico 3o;

3) GoM.F (ângulo do plano mandibular). Valor médio para 9 anos é 26, 09o,

diminuindo 1,09o a cada 3 anos. Desvio clínico 6,09o;

4) A-NP (convexidade do ponto A). Valor médio para 9 anos é 2mm, diminuindo

1 mm a cada 3 anos.Desvio clínico 2 mm;

5) 1- AP (posição incisivo inferior). Seu valor médio para 9 anos é de 1mm, não

se modificando com a idade. Desvio clínico 2mm;

6) 6- PTV (posição molar superior). Valor encontrado a partir da soma de 3 mm

à idade do paciente. Desvio clínico 3 mm;

7) 1. AP (inclinação incisivo inferior ). Seu valor médio para a idade de 9 anos é

22o, não se modificando com a idade.Desvio clínico 4 o;

8) LL.EnDt (posição do lábio inferior). Valor médio para 9 anos –2 mm. Torna-se

menos protrusivo com a idade. Desvio clínico 2 mm.

DAVOODY e SASSOUNI15, em 1978, procuraram identificar normas

cefalométricas para crianças iranianas e estabelecer o grau de diferenças dento-

esqueléticas quando comparadas com crianças americanas. Utilizaram um

grupo de 68 crianças iranianas (35 meninas e 33 meninos) entre 10 anos e 11

meses e 14 anos e 9 meses de idade, com oclusões dentárias normais. Para a

avaliação cefalométrica, foram usadas as análises de SASSOUNI57 e DOWNS17.

Concluíram que: 1- o padrão esquelético dos iranianos mostrou um perfil

achatado, quando comparado aos americanos em razão de uma maxila retruída

e mandíbula protruída. 2- Os iranianos apresentaram biprotrusão dentária. 3-

para tratamento ortodôntico de iranianos devem ser utilizadas as normas

cefalométricas de crianças iranianas.

FONSECA e KLEIN22, em 1978, utilizando radiografias laterais de cabeça,

estudaram as características faciais das mulheres negras americanas

comparando-as com as das mulheres brancas. Observaram que as mulheres

negras apresentam os maxilares mais retruídos, os incisivos superiores e

inferiores mais vestibularizados, menor altura na face média e maior na face

inferior, menor projeção da ponta do nariz e maior projeção dos lábios inferior e

superior em relação ao plano facial, embora a espessura labial tenha se

apresentado semelhante nos dois grupos.

SILVA60, em 1978, estudando a população indígena, adotando índices

cefalométricos relacionados ao neurocrânio e esplancnocrânio, concluiu que no

sexo masculino, os valores médios eram maiores. No mesmo estudo, o autor,

utilizando a classificação de Barbara, visando à classificação biotipológica do

grupo, verificou que há predominância do brevilíneo em ambos os sexos.

FREITAS; MARTINS e HENRIQUES25, em 1979, analisaram o perfil facial

mole de adolescentes brasileiros, leucodermas, com oclusão dentária normal,

por meio das análises preconizadas por STEINER61, BURSTONE7,

MERRIFIELD44, RICKETTS52 e HOLDAWAY32. Os autores concluíram que o

perfil facial mole dos adolescentes brasileiros do sexo masculino é mais convexo

que o dos americanos, enquanto que o do sexo feminino coincide com o das

norte-americanas. Para o plano estético de RICKETTS52, encontraram os

seguintes valores: para o sexo masculino 1,58 mm (com desvio de 2,52 mm) e

para o sexo feminino 2,12 mm (com desvio padrão de 2,01 mm).

JOSHI37, em 1979 estudou, as características dento-faciais de um grupo de

17 Gurkhas (indianos) do sexo masculino, entre 23 e 35 anos de idade, com

oclusões dentárias normais. Os dados obtidos foram comparados com similares

ingleses, caucasianos, negros, chineses e outros dados indianos. Os Gurkhas

apresentaram um maior ângulo de convexidade, um ângulo do plano mandibular

mais obtuso e um ângulo do eixo “Y” bastante aumentado. Seus incisivos

superiores apresentaram-se mais vestibularizados, enquanto que os incisivos

inferiores estavam quase verticalizados.

MARTINS41, em 1981, estudou comparativamente os valores cefalométricos

das análises de DOWNS17 e TWEED66 em 85 adolescentes brasileiros, 42 do

sexo masculino e 43 do sexo feminino, com idade média de 13 anos e 6 meses,

leucodermas, com origem mediterrânea e com oclusão normal. Em relação aos

valores da análise de DOWNS17, o autor encontrou um padrão esquelético

ligeiramente mais prognático e um padrão dentário mais protruído para

brasileiros. Para os valores da análise de TWEED66, os adolescentes brasileiros

apresentaram uma protrusão dos incisivos inferiores e o valor do ângulo FMIA

menor, denotando um perfil facial que não se harmoniza com o preconizado

nessa análise.

RICKETTS54, em 1981, expôs sua análise sobre a evolução da radiografia

cefalométrica após 50 anos desenvolvendo trabalhos em cefalometria. Segundo

o autor para uma aplicação clínica a informação inicial mais importante pertence

à localização do mento, sendo que 3 fatores contribuem para essa informação.

Um relaciona-se à linha Básio-Násio e dois ao plano horizontal de Frankfurt

verdadeiro, baseados na localização do Pório anatômico bem como do ouvido.

Na análise em norma lateral, considerou faixas etárias e sexo em vista às

modificações durante o crescimento. A média dos valores utilizados na sua

análise para os americanos caucasianos na idade adulta foi a seguinte: ângulo

do eixo facial 90o; ângulo facial 83o, ângulo do Plano mandibular 23o;

Convexidade do Ponto A 1mm; posição do incisivo inferior 1 mm à frente da

Linha AP; posição do molar superior 21mm; posição do lábio inferior –3,75mm.

RICKETTS et al55 em 1982 descreveram três tipos faciais básicos:

dolicofacial, mesofacial e braquifacial. Destacaram a importância da sua

determinação para a previsão de crescimento e planificação de tratamento.

Utilizaram as seguintes variáveis: eixo facial, profundidade facial, ângulo do

plano mandibular, altura inferior da face e arco mandibular. Após a obtenção dos

valores destas cinco grandezas da análise lateral é calculado o desvio clínico a

partir da norma. Para as medidas que são mais dolicofaciais que a norma, é

dado sinal negativo e para as que são mais braquifaciais que a norma é dado

valor positivo. Depois de realizada a média dos cinco desvios clínicos, o número

encontrado é chamado de VERT (quantidade de crescimento vertical), se for

significantemente negativo, o paciente é dolicofacial e se for altamente positivo,

braquifacial.

SATO58 em 1982, em um estudo cefalométrico de 40 crianças brasileiras do

sexo feminino e do sexo masculino, de 12 a 17 anos de idade, com oclusão

normal, filhos de brasileiros e não tratados ortodonticamente comparou os

resultados obtidos, relacionados abaixo, aos valores propostos por RICKETTS54

e verificou que existem diferenças estatisticamente significantes entre os

padrões de normalidade da análise e os valores da amostra de brasileiros. Para

a variável ângulo do eixo facial, encontrou o valor de 90,7o para o sexo

masculino e 91,17o para o feminino, ângulo facial 90,3 o para o masculino e

91,02o para o feminino; ângulo do Plano mandibular 23,82o para o masculino e

23,15o para o feminino; Convexidade do Ponto A 2,2mm para o masculino e

0,7mm pra o feminino; posição do incisivo inferior 3,02 mm para o sexo

masculino e 2,5mm para o sexo feminino; inclinação do incisivo inferior 27,1o

para o sexo masculino e 27,05o para o sexo feminino; posição do molar superior

22,67mm para o sexo masculino e 20,65 para o feminino; posição do lábio

inferior –0,95mm para o masculino e –1,5 para o feminino.

PLATOU e ZACHRISSON49, em 1983 realizaram um estudo com 30 crianças

norueguesas, com 12 anos de idade, sendo 15 do sexo masculino e 15 do sexo

feminino, com oclusão normal. Os autores preocuparam-se em determinar

valores normativos e limites de variação para cada grupo populacional. Em seus

achados indicam que os incisivos inferiores estavam 2,5 mm à frente do plano A-

P. A maioria apresentava um padrão braquifacial, com vestibularização dos

incisivos e ângulo interincisal diminuído quando comparados com os padrões de

STEINER61 e RICKETTS52.

MCNAMARA JR43, em 1984, empregou o ângulo do Eixo Facial da análise

de Ricketts (obtido pela linha Násio-Básio que representa a base do crânio e a

linha do Eixo Facial traçada do ponto mais superir e posterior da fossa

pterigomaxilar ao Ponto Gn), para determinação da direção do crescimento.

Encontrou 90 graus na face harmoniosa; se medir menos, denotaria um

crescimento vertical excessivo e um valor maior, um crescimento horizontal

deficiente.

REZENDE e TELES50 num estudo realizado em 1984, com 30 indivíduos,

sendo 15 do sexo masculino e 15 do sexo feminino, entre 18 e 31 anos,

leucodermas, brasileiros, portadores de oclusão dentária excelente e bom perfil

facial, obtiveram médias, valores máximos e mínimos e desvios padrões, para

as medidas cefalométricas da análise de DOWNS17, tanto esquelética como

dentárias. Com os resultados obtidos, concluíram que não houve diferença

significativa entre os sexos e tampouco entre todos os valores do padrão

esquelético da amostra quando comparados aos encontrados por DOWNS17.

Houve diferença significativa entre todos os valores do padrão dentário, sendo

que os adultos leucodermas brasileiros apresentam maior protrusão dentária.

Segundo os autores, a análise de Downs pode ser aplicada aos brasileiros, mas

com restrições ao padrão dentário.

BISMARCK5, em 1986, realizou um estudo a partir de 75 telerradiografias

em norma lateral de adolescentes brasileiros, leucodermas, com oclusão normal

e más oclusões de Classe I e II divisão 1a, e comparou com os valores

normativos da análise de RICKETTS52. A autora concluiu que o grupo de

oclusão normal apresentou características diferentes em algumas variáveis,

quando comparadas aos padrões de RICKETTS52. Observou que há maior

protrusão dentária, um perfil mais convexo e uma pequena protrusão mandibular

nos padrões de oclusão normal.

MORAES, FREITAS e HENRIQUES45, em 1988 determinaram o padrão

esquelético de melanodermas brasileiras a partir de uma amostra de 30

telerradiografias em norma lateral, obtidas de 30 jovens do sexo feminino, filhas

ou netas de melanodermas brasileiros, na faixa etária de 11 anos e 5 meses e

18 anos e 6 meses, portadoras de oclusão normal, sem nunca se submeterem a

tratamento ortodôntico. Os resultados, comparados com a amostra de

leucodermas da mesma região, concluíram que existem diferenças

estatisticamente significantes entre os dois grupos raciais. Demonstraram

também que os melanodermas apresentam um perfil esquelético

acentuadamente convexo, uma sínfise mentoniana retrusiva e que as bases

apicais se encontram protruídas em relação à base do crânio, a maxila mais

acentuadamente do que a mandíbula .

GLEIS, BREZNIAK e LIEBERMAN27 em 1990, ao afirmarem que padrões

cefalométricos devem ser empregados com valores de normalidade

estabelecidos em diferentes países e para grupos étnicos dentro de um certo

país, procuraram a partir de uma amostra de 40 crianças israelenses, com

oclusão normal, comparar os valores cefalométricos dos jovens israelenses com

os preconizados nas análises de DOWNS17 e STEINER61 para caucasianos.

Com os resultados obtidos, concluíram que os valores da amostra de israelense

diferem na sua maioria dos valores originais da análise de STEINER61 para

caucasianos. Os israelenses apresentaram perfil mais convexo, plano

mandibular acentuado e os dentes incisivos mais protrusivos, com tendência

para mandíbula mais retrusiva. Recomendaram que sejam estabelecidos valores

cefalométricos específicos para a população israelense, como forma de

contribuir no diagnóstico e plano de tratamento.

FERREIRA21 realizou em 1993, um estudo cefalométrico do ângulo Násio-

Sela-Básio e da proporção entre as bases cranianas anterior e posterior e

relacionou-as aos tipos faciais de RICKETTS et al55. Constatou que há

diferenças estatisticamente significantes entre as médias do ângulo Násio-Sela-

Básio para os tipos faciais dólicofaciais severos (129.88o) mesiofaciais (132.55o)

e braquifaciais severos (134.25o) e que os valores médios do ângulo Násio-Sela-

Básio decresceram significantemente do grupo braquifacial severo para o mésio

facial e deste para o dólicofacial severo. Observou ainda que a proporção áurea

foi encontrada nos indivíduos mesiofaciais ocorrendo um aumento do valor

médio que representa a proporção base do crânio anterior e base do crânio

posterior para os indivíduos braquifaciais severos e diminuição para os

dólicofaciais severos.

WOITCHUNAS71, em 1994, realizou uma pesquisa em Passo Fundo, Rio

grande do Sul e comparou os padrões cefalométricos-radiográficos pelas

análises de VIGORITO70, INTERLANDI36 e RICKETTS52, em uma amostra de

adolescentes brasileiros, leucodermas, com idade entre 12 e 15 anos,

portadores de oclusão normal, filhos de brasileiros descendentes de

portugueses, alemães e italianos moradores naquele município. A amostra

possuiu 52 telerradiografias em norma lateral, sendo 26 do sexo feminino e 26

do sexo masculino, sem tratamento ortodôntico prévio. Após o estudo, observou

que na comparação entre os grupos masculino e feminino não houve diferenças

estatisticamente significantes. Entretanto ao avaliar as análises entre si

constatou que elas apresentavam diferenças das metas cefalométricas

preconizadas originalmente pelos autores com as obtidas na amostra de Passo

Fundo. Concluiu que a discrepância cefalométrica de Ricketts exige um menor

movimento lingual dos incisivos inferiores para que a meta do autor seja

alcançada, do que a análise de Vigorito e Interlandi.

MARTINS et al42 em 1998, realizaram um estudo longitudinal referente às

análises de DOWNS17, STEINER61, TWEED66, RICKETTS54 e McNAMARA JR43,

aferidos em jovens brasileiros, leucodermas. Utilizaram uma amostra de 75

jovens brasileiros, leucodermas, 37 do sexo masculino e 38 do feminino, filhos

ou netos de brasileiros descendentes de mediterrâneos: portugueses, espanhóis

ou italianos, sem mutilações nos arcos dentários, não submetidos a tratamento

ortodôntico, com oclusão normal e que apresentavam telerradiografias tomadas

anualmente dos 6 aos 18 anos de idade. Especificamente para a análise de

RICKETTS54 nove medidas propostas foram apresentadas tomando como base,

jovens de 16 anos de idade (os primeiros valores referem-se ao sexo masculino

e os segundos ao feminino). As médias para variável ângulo do eixo facial foram

de 88,9o e 89,2o; ângulo facial 87,7 o e 87,3o; ângulo do plano mandibular 27,9o e

27,3o; Ângulo da altura facial inferior, 43,9 o e 44o; Convexidade do Ponto A

0,6mm e 0,8mm; posição do incisivo inferior 2,2 mm e 1,5mm; inclinação do

incisivo inferior 25,3o e 22,7o; posição do molar superior 18,7mm e 16,5mm. Arco

mandibular 34,8o e 33,4o.

KOCADERELI e TELLI38, em 1999, desenvolveram um estudo com o

objetivo de avaliar a predição de crescimento de RICKETTS54 em crianças da

Turquia. A análise cefalométrica foi conduzida com uma linha base de 40

crianças durante 7 anos( 20 meninos e 20 meninas) que não receberam

tratamento ortodôntico. A predição de crescimento foi executada a partir de

cefalogramas iniciais e 7 anos após, comparados ao referido crescimento. 21

parâmetros cefalométricos (12 angulares e 9 lineares) foram medidos no

primeiro traçado. As análises foram conduzidas em dados fusionados (feminino

e masculino) e em dados separados por sexo. Houve um nível alto de correlação

para a predição de crescimento em meninas. Os dados indicaram que a

predictibilidade em meninos foi melhor para parâmetros de crescimento maxilo-

mandibular. Os autores concluíram que a predição de RICKETTS54 pode ser útil

para auxiliar no planejamento ortodôntico e sugeriram que um trabalho adicional

seria indicado para predizer o crescimento dos tecidos moles e ósseos.

VASCONCELOS69, em 2000, comparou o programa de traçado

cefalométrico Radiocef 2.0 com o programa Dentofacial Planner 7.02 com o

traçado manual. Utilizou 50 telerradiografias do curso de pós-graduação em

Ortodontia da faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de São

Paulo, de pacientes do sexo masculino e do feminino, na faixa etária de 11 a 24

anos. A autora concluiu que: o programa de traçado cefalométrico Radiocef 2.0

pode ser utilizado confiavelmente como recurso auxiliar no diagnóstico, plano de

tratamento, acompanhamento e avaliação de tratamentos ortodônticos, nos

âmbitos clínicos e/ou de pesquisa e este programa também pode ser

confiavelmente utilizado para efetuar medições a partir da digitalização dos

traçados.

Para comparar as medidas cefalométricas de tecido mole com as medidas

consideradas normais para brancos em um grupo de japoneses, ALCADE et al1,

em 2000, utilizando as Análises cefalométricas de RICKETTS54 e HOLDAWAY33,

avaliaram 211 japoneses estudantes da Universidade de Okayama, adultos

filhos de japoneses, com boa simetria facial, oclusão de Classe I, não

submetidos ao tratamento ortodôntico, na faixa etária entre 20 e 28 anos. A

amostra foi dividida em duas partes chamadas de JNG (grupo de japoneses

normais) e JSG (grupo de japoneses super normais). Os autores concluíram

que:

- Os dados cefalométricos dos tecidos moles para o grupo de japoneses super

normais, diferem menos das normas para brancos que os da amostra de

normais;

- Os dados normativos de amostras normais e super normais de diferentes

grupos étnicos são proveitosos quando anexados a um exame clínico e à

documentação do paciente;

- As medidas cefalométricas não podem ser interpretadas como meta de

tratamento.

SANTOS e GHERSEL56 em 2001 avaliaram 100 pacientes da clínica de

Ortodontia e Ortopedia facial da UFMS pelas análises de RICKETTS54 e USP.

Verificaram que 53,5% dos pacientes da amostra tinham padrão mesofacial,

26% padrão dolicofacial e 20,5% padrão braquifacial.

HWANG; KIM; Mc NAMARA35, em 2002, utilizando amostras da

Universidade de Michigan, nos Estados Unidos e da Universidade de Kwangiu,

na Coréia, compararam as medidas cefalométricas do perfil mole dos coreanos

e americanos descendentes de europeus, ambos portadores de oclusão normal

e face harmoniosa. Foram avaliadas 10 medidas angulares da forma facial e 7

medidas lineares e angulares da posição labial, em 60 cefalogramas laterais de

coreanos, 30 mulheres e 30 homens e em 42 americanos, 15 homens e 27

mulheres. Comparando a posição labial segundo as normas de RICKETTS53.

Foram encontradas diferenças estatisticamente significantes, tanto para os

lábios superiores como para os inferiores nas duas etnias. A comparação da

inclinação da testa não mostrou significância estatística entre os dois grupos. O

grupo de Coreanos, no entanto, mostrou uma inclinação do ângulo nasal

reduzida e uma maior protrusão labial, comparada aos americanos. O mento dos

coreanos mostrou-se menos protruído em relação ao dos americanos

descendentes de europeus.

ERBAY, CANIKLIOGLU, ERBAY20 em 2002, avaliaram cefalometricamente a

posição horizontal dos lábios, usando as análises de perfil mole de STEINER62,

RICKETTS53, BURSTONE 7, SUSHNER63, HOLDAWAY33 e MERRIFIELD44. A

amostra foi composta de 96 estudantes de odontologia da Universidade de

Istambul, na Turquia, adultos com oclusão normal, originários de Anatólia e que

viviam na república da Turquia, foram chamados de grupo dentário normal.

Desses indivíduos, 44 com ANB 2o + 2o e SN-MP medindo 32o + 5o foram

reavaliados e chamados de grupo esquelético e dentário normal. Os dois grupos

foram avaliados entre si verificando o dimorfismo sexual. Os dados foram

comparados às análises referidas e dentre as conclusões os autores

observaram que: 1- Não houve diferenças estatisticamente significantes na

posição horizontal dos lábios entre os sexos masculino e feminino, no grupo de

turcos de Anatólia; 2- Contudo, apesar de não haver diferenças estatisticamente

significantes no grupo dentário e esquelético normal, os lábios estavam mais

retruídos em relação ao grupo dentário normal, em relação à linha S1 de

STEINER62, linha E de RICKETTS53, linha B de BURSTONE7, linha S2 de

SUSHNER63 e linha H de HOLDAWAY33 e 3- Nos turcos de Anatólia, do grupo

dentário e esquelético normal o lábio superior e inferior mostraram-se mais

retrusivos em relação às normas de STEINER62 e RICKETTS53, no entanto, os

valores para os lábios superiores e inferiores foram similares aos valores

normativos de BURSTONE7. Os lábios superiores estavam protruídos e os

inferiores retruídos em relação às normas de SUSHNER63 para negros. O

padrão dos lábios inferiores foi similar ao proposto por HOLDAWAY33, embora

os valores da proeminência nasal e do ângulo H tenham se apresentado

maiores que as normas de HOLDAWAY33 e o valor do ângulo Z estivesse menor

que nas normas de MERRIFIELD44. Não obstante, os autores sugeriram que os

tecidos moles devessem ser avaliados separadamente em cada grupo étnico,

sendo mais apropriado à avaliação do nariz, mento e lábios separadamente, e a

partir daí estabelecidas as relações entre eles.

GREGORET29 em 2003 apresentou uma descrição da análise cefalométrica

de RICKETTS54, trabalho em que o autor traduziu as implicações clínicas e

mensurações utilizadas, para a análise dos 32 fatores e da análise resumida.

Este estudo facilitou o entendimento da cefalometria comentada, corroborando

com os trabalhos de RICKETTS 54 e a apresentação dessa cefalometria do modo

como se encontra nos programas computadorizados.

URBANO67 em 2003 pesquisou as medidas cefalométricas de RICKETTS54,

e observou o dimorfismo sexual em 24 pacientes do sexo masculino e 34 do

sexo feminino, com média de idade de 16,22 anos, brasileiros, leucodermas,

filhos de pais brasileiros, com oclusão normal, sem tratamento ortodôntico

prévio. O autor concluiu que houve dimorfismo sexual com valores maior para o

sexo masculino nas seguintes medidas: posição molar superior, protrusão labial

inferior, comprimento craniano anterior, altura da face posterior, posição do

ramo, localização do pório e comprimento do corpo. Valor maior foi encontrado

no sexo feminino na altura maxilar. Dentre as 32 médias encontradas para as

medidas de RICKETTS54 estão: ângulo interincisal 130,38o; convexidade do

ponto A 0,46 mm; altura inferior da face 41,24o; posição molar superior 22,35

mm; posição do incisivo inferior 3,5 mm; protrusão do incisivo superior 6,1 mm;

inclinação incisivo inferior 23,88o; inclinação incisivo superior 25,74o; posição

lábio inferior –1,43 mm; profundidade da face 89,9o; ângulo do eixo facial 91,55o;

ângulo do plano mandibular 22,86o e arco mandibular 37,93o.

COSTA 12 em 2004 propôs a avaliação do padrão de equilíbrio estético a

partir de uma revisão de literatura sobre análise facial. Nessa revisão o autor

avaliou o tecido mole de acordo com, linha média, espessura dos lábios, análise

e convexidade do perfil, ângulo nasolabial e projeção nasal, segundo diversos

autores. Concluiu que é fundamental aliar a estética à função. Desta forma

tornou-se necessário sistematizar o diagnóstico, avaliando simetria e harmonia

entre os traços faciais.

VALENTE et al68 em 2005 realizou um estudo cujo objetivo foi estabelecer

valores normativos e avaliar o dimorfismo sexual entre grandezas cefalométricas

através das análises cefalométricas computadorizadas de RICKETTS 54 e Mc

NAMARA43. A amostragem foi composta por 40 telerradiografias laterais. As

radiografias foram analisadas através do programa Radiocef 2.0, dentre as

medidas de Ricketts encontraram os seguintes valores para o sexo masculino e

para o sexo feminino respectivamente: ângulo interincisal 132,9o e 133,27o,

convexidade do ponto A 1,07 mm e 0,38 mm, posição do incisivo inferior 2,84

mm e 2,17 mm, inclinação incisivo inferior 24,4o e 22,93o, posição labial inferior

–1,71 mm e –3,41 mm, plano palatal 3,24o e 3,35o e arco mandibular 27,34o e

25,03o.

Objetivando determinar a referência incisal e o dimorfismo sexual em

indivíduos jovens melanodermas, NOUER et al47 em 2005, utilizaram medidas

de diversas análises, dentre elas (1-linha AP) da análise de RICKETTS51. Os

autores realizaram um estudo onde selecionaram 36 telerradiografias em norma

lateral, provenientes do arquivo de Pós-Graduação em Ortodontia da Faculdade

de Odontologia de Piracicaba. As telerradiografias foram tomadas de indivíduos

brasileiros, melanodermas, na faixa etária de 10 a 14 anos, de pacientes do

sexo masculino e do sexo feminino, com oclusão clinicamente normal e que

nunca haviam se submetido a tratamento ortodôntico. Ricketts preconiza que a

borda incisal deve se localizar 0,5±2,7mm à esquerda da linha AP, porém esse

estudo demonstrou que nos indivíduos melanodermas, a posição de

normalidade foi de -5,90mm em média, demonstrando maior protrusão dos

incisivos inferiores, achados estes, diferentes dos valores de normalidade em

leucodermas preconizados por RICKETTS 51. Concluíram também que não

houve dimorfismo sexual.

3. PROPOSIÇÃO

3. PROPOSIÇÃO

Após a leitura e análise dos trabalhos publicados na literatura sobre análises

cefalométricas radiográficas de Ricketts em diferentes populações, propusemo-

nos a:

1. Avaliar as medidas cefalométricas radiográficas de indivíduos da região

Norte do Brasil com oclusão normal, segundo a análise de Ricketts (1981) em

relação aos tecidos:

a) dentários;

b) esqueléticos;

c) tegumentares.

2. Comparar os valores encontrados com os valores normativos da

análise de Ricketts.

3. Verificar a freqüência dos diferentes tipos faciais obtidos pelo índice

VERT.(RICKETTS et al 1982)

4. MATERIAL E MÉTODO

4. MATERIAL E MÉTODO

4.1 Amostra

A amostra do estudo constituiu-se de 28 indivíduos e suas respectivas

telerradiografias em norma lateral obtidas do arquivo do Centro Universitário do

Pará (CESUPA), sendo todas de indivíduos com oclusão normal. Dos 28

indivíduos da amostra, 15 eram do sexo masculino, e 13 do sexo feminino, na

faixa etária entre 20 e 26 anos, com média de idade de 22 anos e 5 meses.

Todos eram leucodermas, brasileiros, sendo simultaneamente filhos, netos e

bisnetos de paraenses.

Na seleção da amostra, para os indivíduos serem classificados como

portadores de oclusão normal de classe I foram observados os seguintes

critérios:

1. Presença dos primeiros molares em Classe I de ANGLE 3;

2. Caninos superiores ocluindo nas ameias entre os caninos e 1os pré-

molares inferiores;

3. Sobressaliência e sobremordida normais (até 2mm).

4. Ausência de curva de Spee acentuada (até 3mm).

5. Ausência de diastema ou rotações;

6. Presença de dentadura permanente completa até os 2 os molares;

7. Ausência de

Como foram utilizados seres humanos para se obter a amostra de

radiografias, esta pesquisa foi avaliada e aprovada pelo Comitê de ética

conforme demonstrado no anexo 3.

4.2 Método para obtenção das telerradiografias em norma lateral

Para a obtenção das telerradiografias cefalométricas em norma lateral foi

utilizado um aparelho de raios-X, modelo Panoura 10 – CSU, PA 810 da Yoshida

Dental, MFG Co LTDA, Tókyo-Japan, regulado em média com 85 KVp e 10 mA,

e o tempo de exposição variou de 0,8 a 1 segundo.O modelo do cefalostato

acoplado ao aparelho foi do tipo MARGOLIS40.

O método de obtenção dessa telerradiografia obedeceu às normas

preconizadas por BROADBENT6 e FRANKLIN23, 24 descritas abaixo:

1. O indivíduo deve posicionar a cabeça no cefalostato de modo a

alcançar o paralelismo entre o plano de Frankfurt e o plano horizontal do

assoalho e plano sagital deve estar perpendicular este plano horizontal do

assoalho.

2. Seguidamente são introduzidas as olivas articulares de acrílico

pressionando a parte superior dos tragus cartilaginosus, orientados por um eixo,

ajustadas de modo a levar o chassis o mais próximo possível à face esquerda

desses indivíduos, procurando com isto minimizar a ampliação da imagem

radiográfica;

3. Os indivíduos foram orientados para permanecessem com os lábios em

repouso e ocluindo em posição de máxima intercuspidação habitual, de acordo

com a técnica descrita por BROADBENT6;

4. Foi obedecida à distância de 1,52 metros da fonte de raios-X ao objeto,

utilizando-se no chassi um filtro de alumínio para a evidenciação do perfil dos

tecidos moles;

5. Foram utilizados filmes radiográficos da marca KODAK, tamanho

18X25 centímetros, montados em chassis contendo ecrans intensificadores

“ultraspeed”.

4.3 Obtenção dos traçados cefalométricos laterais de Ricketts

As telerradiografias foram digitalizadas, utilizando-se um scanner, (HP

Scanjet 6100c), salvas no formato TIFF com 150Dpi e transferidas para o

Programa Radiocef Studio 2.0. Com o objetivo de aumentar a precisão na

marcação dos pontos cefalométricos, foram utilizadas ferramentas do Programa

Radiocef como os recursos geométricos, ampliação e alterações de contraste

das imagens radiográficas. Assim foi obtido o desenho anatômico de acordo

com a análise cefalométrica lateral de RICKETTS54 (figura 4.1, pág.29), no qual

os pontos cefalométricos foram demarcados (figura 4.2, pág.32).

4.3.1 Estruturas anatômicas

As estruturas anatômicas foram desenhadas pelo Programa Radiocef 2.0,

que possibilitou também a geração das medidas lineares e angulares. As

estruturas anatômicas são:

Perfil tegumentar da região da glabela até o contorno inicial do pescoço;

Contorno anterior do osso frontal e dos ossos nasais;

Contorno póstero-inferior das cavidades orbitárias;

Fissura pterigomaxilar;

Meato acústico externo;

Sela turca;

Região do clivus até o básio;

Porção inferior do osso esfenóide, até sua sobreposição com o ramo

mandibular, no ponto articulare;

Mandíbula: côndilo, ramo, base e sínfise em seus contornos internos e externos;

Maxila: contorno do assoalho das fossas nasais, da espinha nasal anterior até a

espinha nasal posterior, perfil anterior e contorno do palato duro;

Coroa do primeiro molar superior, coroa e ápice dentários dos incisivos centrais

superiores e inferiores.

Espinha nasal anterior

Espinha nasal posterior

As estruturas que apresentavam dupla imagem foram consideradas a média

das imagens.

FIGURA 4.1- Desenho das estruturas anatômicas.

4.3.2 Pontos cefalométricos

As grandezas da análise cefalométrica de Ricketts selecionadas para esse

estudo, necessitou de demarcação dos seguintes pontos anatômicos

representados nas figuras 4.2 a 4.8.

4.3.2.1 Pontos cranianos anatômicos

Or (Orbitário): Ponto mais inferior do contorno das órbitas;

Pr (Pório anatômico): Situado no ponto mais superior do meato auditivo

externo;

Pt (Pterigóide): Situado na borda inferior do forame redondo, coincidindo com o

ponto mais posterior e superior da fossa pterigopalatina;

Ba (Básio): Ponto mais inferior e anterior do forame magno, coincidindo com o

ponto mais posterior e inferior da base craniana;

Na (Násio): Ponto mais anterior da sutura fronto-nasal.

4.3.2.2 Pontos Maxilares (figura 4.3)

A (subespinhal): localizado no ponto mais profundo da curvatura anterior da

maxila;

ENA (Espinha nasal anterior): localizado na área mais anterior da espinha

nasal;

ENP (Espinha nasal posterior): localizado na parte mais posterior da espinha

nasal

4.3.2.3 Pontos Mandibulares (figura 4.4)

Po (Pogônio): ponto Mais proeminente do mento ósseo;

Pm (Protuberância mental): ponto demarcado onde a curvatura da borda

anterior da sínfise muda de côncava para convexa;

Me (Mentoniano): ponto mais inferior, da sínfise mandibular;

FIGURA 4.2 - Pontos cranianos anatômicos: Pr, Ba, Pt, Na e Or.

FIGURA 4.3 – Pontos maxilares: ENP, ENA e A.

A

ENA ENP

FIGURA 4.4 – Pontos mandibulares: Pm, Po, Me.

Po

Me

Pm

4.3.2.4 Pontos mandibulares definidos por linhas e planos (figura 4.5)

Dc (centro do côndilo): ponto central do colo do côndilo, sobre a linha Ba-Na;

Gn (Gnátio): ponto mais inferior do mento, onde a bissetriz do ângulo formado

entre o plano mandibular e o plano facial intercepta a cortical externa da sínfise

mandibular;

Go (Gônio): ponto onde a bissetriz do ângulo formado pela tangente à borda

posterior do ramo e a tangente ao limite inferior do ramo da mandíbula intercepta

o contorno mandibular;

Xi (Centro do ramo): localizado na região central do retângulo formado a partir

da intersecção das diagonais das linhas R1, R2, R3 e R4 perpendiculares entre

si.

4.3.2.4a Pontos utilizados para a demarcação do ponto Xi (figura 4.6)

R1: Linha que passa pelo ponto mais profundo da borda anterior do ramo,

localizado entre a curva superior e inferior;

R2: Linha que passa pelo ponto oposto à R1, localizado na borda posterior do

ramo;

R3: Linha que passa pelo ponto localizado entre a curva anterior e posterior da

mandíbula na região mais inferir da incisura;

R4: Linha que passa pelo ponto localizado na borda inferior da mandíbula,

oposto ao ponto R3.

FIGURA 4.5- Pontos mandibulares definidos por linhas e planos: Dc, Gn, Go.

Gn

Go

Dc

FIGURA 4.6 – Pontos utilizados na demarcação do ponto Xi: R1, R2, R3 e R4

Xi

R4

R1

R3

R2

4.3.2.5 Pontos dentários (figura 4.7)

A1: borda incisal do incisivo superior.

Ar: ápice radicular do incisivo superior.

D6’: ponto mais proeminente na superfície distal do primeiro molar superior.

B1: borda incisal do incisivo inferior.

Br: ápice radicular do incisivo inferior.

4.3.2.6 Pontos de tecidos moles (figura 4.8)

Li: ponto mais anterior do lábio inferior.

En: ponto mais proeminente do nariz em tecido mole.

Dt: localizado no ponto mais anterior do mento, sobre o tegumento.

FIGURA 4.7- Pontos dentários: D6’, Ar, Br, A1, B1

B1 A1

Ar

Br

FIGURA 4.8 - Pontos de tecido mole: En, Li e Dt

Li

En

Dt

4.4 Linhas e planos cefalométricos

Foram utilizados as seguintes linhas e planos para a realização do cefalograma

que se encontram a seguir descritos e demonstrados na figura 4.9, pág.42.

-Eixo do corpo da mandíbula: linha desenhada do centro do ramo à

protuberância do mento (Xi-Pm);

--Eixo facial: linha do ponto pterigóide até o Gnátio cefalométrico (Pt-Gn);

Linha E (plano estético) Linha unindo os pontos Dt e Em;

-Longo eixo do incisivo inferior: linha unindo o ápice radicular e a face incisal do

incisivo inferior (Br-B1);

-Longo eixo do incisivo superior: linha unindo o ápice radicular e a face incisal do

incisivo superior (Ar-A1);

-Linha Xi-ENA: linha que une os pontos Xi e ENA. Com o eixo do corpo da

mandíbula, forma o ângulo da altura inferior da face;

-Plano Básio-Násio: traçado a partir do ponto Ba ao Na. Representa a base

craniana;

-Plano dentário: une os pontos A e Po. Relaciona as bases dentárias dos dentes

superiores e inferiores;

-Plano facial: une os pontos Na e Po;

-Plano de Frankfurt: plano unindo os pontos Pr e Or;

-Plano mandibular: plano unindo os pontos Me e Go tangenciando a mandíbula;

-Eixo do côndilo (Xi-Dc): forma o ângulo denominado arco mandibular. Utilizado

para descrever a morfologia da mandíbula;

-Linha PTV-pterigóide vertical: passa pela margem posterior da fossa

pterigopalatina, sendo perpendicular ao plano de Frankfurt.

-Linha do Plano palatal: linha que vai da espinha nasal anterior à espinha nasal

posterior

FIGURA 4.9 - Linhas e planos cefalométricos, numerados de acordo com a seqüência de citação no item 4.4.

8

7

9

1

2 14 1

3

4

5 6

10

11

12

13

4.5 Análise cefalométrica lateral de RICKETTS

A análise cefalométrica lateral de RICKETTS foi inicialmente dividida em:

1) análise sumária com 11 fatores

2) análise lateral com 32 fatores

A análise sumária teve origem em um estudo publicado por RICKETTS em

1957, e é descrita como uma análise prática para ser usada no cotidiano clínico.

Já, a análise dos 32 fatores foi publicada em 1981, sendo efetuada por um

programa de computador.

Os 11 fatores avaliados na análise sumária são:

Ângulo do eixo facial

Convexidade facial

Ângulo do plano mandibular

Altura da face inferior

Arco mandibular

Ângulo da profundidade facial

Protrusão do incisivo inferior

Posição do molar superior

Ângulo interincisivos

Posição do lábio inferior

Plano palatal

Em nosso estudo nos limitamos a apresentar apenas a subdivisão das áreas

(campos) obtidas da análise lateral dos 32 fatores, sendo eles:

Campo I: Dentário

Campo II: Esquelético

Campo III: Dento-esquelético

Campo IV: Estético

Campo V: Crânio-facial

Campo VI: Estruturas internas

Sendo assim utilizamos os 11 fatores da análise sumária e 3 fatores, do

Campo III (dento-esquelético) da análise lateral dos 32 fatores, sendo eles

respectivamente:

- Inclinação do incisivo inferior

- Inclinação do incisivo superior

- Protrusão do incisivo superior

Desta forma foram totalizados 14 fatores para a realização deste estudo.

Devido ao perfil dos indivíduos selecionados para essa pesquisa ser

ligeiramente convexo, foram incluídas estas 3 medidas já citadas da Análise dos

32 fatores de Ricketts (1981), com o intuito de verificar se a inclinação e posição

dos incisivos inferiores e superiores tinha relação com o perfil destes indivíduos.

4.6 Medições efetuadas

As medidas efetuadas foram relacionadas aos seguintes fatores:

-Ângulo do eixo facial

-Convexidade facial

-Ângulo do plano mandibular

-Altura da face inferior

-Arco mandibular

-Ângulo da profundidade facial

-Ângulo interincisal

-Protrusão do incisivo inferior

-Protrusão do incisivo superior

-Inclinação do incisivo superior

-Inclinação do incisivo inferior

-Posição do molar superior

-Posição do lábio inferior

-Plano palatal

Campo I: problema dentário

Fator 1- Ângulo Interincisal: Ângulo formado pelo longo eixo dos incisivos

inferior e superior. Nos casos de protrusão dentária este ângulo se apresenta

diminuído.

Figura 4.10- Ângulo interincisal

Campo II: problemas esqueléticos

Fator 2 – Convexidade Facial: Distância entre o ponto A e o plano facial (Na-

Po). Relaciona o ponto A com o plano facial. Informa a posição do ponto A e a

do plano facial

Figura 4.11- Ângulo da convexidade facial

Fator 3 – Altura inferior da face: Ângulo formado pelos planos Xi-ENA e Xi-

Pm. Valores altos correspondem a padrões dólicofaciais, podendo indicar

mordida aberta.

Figura 4.12- Altura inferior da face

Campo III: problemas dento-esquelético

Fator 4 - Posição do molar superior (6-PTV): Distância a partir da face distal

do primeiro molar superior até a vertical pterigóide (PTV), medida

perpendicularmente a esta última. Indica o limite posterior da maxila e determina

se a má oclusão se deve ao molar superior ou inferior.

Figura 4.13- Posição do molar inferior

Fator 5 – Posição do incisivo inferior: Distância entre a borda incisal do

incisivo inferior e o plano A-Po medida paralelamente ao plano oclusal. Indica o

limite anterior do arco dentário inferior. A posição do incisivo inferior está

relacionada à estética e estabilidade.

Figura 4.14- Posição do incisivo inferior

Fator 6 – Protrusão do incisivo superior: Distância da borda incisal do incisivo

superior até o plano A-Po. Define a posição do incisivo superior em relação ao

complexo maxilo-mandibular

Figura 4.15- Protrusão incisivo superior

Fator 7- Inclinação do incisivo inferior: Ângulo formado pelo longo eixo do

incisivo inferior e o plano A-Po. Medida relacionada com a estabilidade do

incisivo inferior. Indica as limitações do tratamento com relação a este dente.

Figura 4.16- Inclinação do incisivo inferior

Fator 8 - Inclinação do incisivo superior: Ângulo formado pelo eixo do incisivo

superior e o plano A-Po. Indica a inclinação do incisivo superior em relação a

este plano.

Figura 4.17- Inclinação do incisivo superior

Campo IV: problema estético

Fator 9- Protrusão labial (Li-Pog’Pn): Distância do lábio inferior até o plano

estético (E). Indica o equilíbrio entre os lábios, o nariz e o mento.

Figura 4.18- Protrusão labial

Campo V: Relação craniofacial

Fator 10- Profundidade da face: Ângulo formado pela linha facial (Na-Po) e o

plano de Frankfurt (Pr-Or). Localiza o mento no sentido sagital.

Figura 4.19- Profundidade da face

Fator 11- Eixo facial: Ângulo formado pelo eixo facial e o plano Básio-násio.

Indica a direção de crescimento do mento. Importante na determinação do tipo

facial.

Figura 4.20- Ângulo do eixo facial

Fator 12 - Ângulo do plano mandibular: Formado pelo plano mandibular e

pelo plano de Frankfurt.

Figura 4.21- Ângulo do plano mandibular

Fator 13 – Plano palatal: ângulo formado pelo plano de Frankfurt e plano

palatal (Ena-Enp). Indica a inclinação do plano palatal, importante na avaliação

dos problemas respiratórios e detecção de mordidas abertas.

Figura 4.22- Plano palatal

Fator 14 – Arco mandibular: Ângulo formado entre o eixo do corpo da

mandíbula e o eixo condilar. Indicador das características musculares do

paciente.

Figura 4.23- Arco mandibular

4.7 Valores normativos da análise cefalométrica lateral de RICKETTS

RICKETTS54 estabeleceu para sua análise cefalométrica dos 32 fatores

conforme descrito anteriormente e valores normativos para os 9 anos de idade.

Cada fator tem um coeficiente de variação por idade, acrescido ou subtraído

conforme a última coluna no quadro abaixo (quadro 4.1). Neste quadro são

demonstrados os 14 fatores selecionados para o estudo.

Quadro 4.1- Valores normativos da análise cefalométrica lateral de RICKETTS54

Campo I: problema dentário Fator Norma dp Variação 1- Ângulo interincisal 130o 10o constante Campo II: problemas esqueléticos Fator Norma dp Variação 2- Convexidade ponto A 2 2 mm Diminui 0,2mm/ano 3- Altura inferior da face 47o 4o Constante Campo II: dento-esquelético Fator Norma dp Variação 4- Posição do molar superior idade +3mm 3mm idade +3 mm 5- Posição do incisivo inferior 1 2 mm Constante 6- Protrusão do incisivo superior 3,5 2 mm Constante 7- Inclinação do Incisivo inferior 22o 4o Constante 8- Inclinação do Incisivo superior 28o 4o Constante Campo IV: Problema estético

Fator Norma dp Variação

9- Posição labial inferior -2 2 mm Diminui 0,2mm/ano Campo V: Relação crânio-facial Fator Norma dp Variação 10- Profundidade da face 87o 3o Aumenta 0,33/ano 11Ângulo do eixo facial 90o 3o Constante 12- Ângulo do plano mandibular 26o 4o Diminui 0,33/ano 13- Ângulo do plano palatal 1o 3,5 o Constante Campo VI Estruturas esqueléticas internas Fator Norma dp Variação 14- Arco mandibular 26,8 4o Aumenta 0,5 /ano

Para os 14 fatores selecionados, foi realizada a projeção das medidas da

análise cefalométrica de RICKETTS 54, considerando a idade de 18 anos, pois a

amostra deste estudo foi composta de indivíduos na faixa etária de 21 a 26 anos

de idade (Quadro 4.2).

Quadro 4.2- Valores normativos da análise cefalométrica lateral de RICKETTS 54 com projeção

para 18 anos de idade. Campo I: problema dentário Fator Norma dp 1- Ângulo interincisal 130o 10o Campo II: problemas esqueléticos Fator Norma dp 2- Convexidade ponto A 0,2 2 mm 3- Altura inferior da face 47o 4o Campo II: dento-esquelético Fator Norma dp 4- Posição do molar superior 21 3 mm 5- Posição do incisivo inferior 1 2 mm 6- Protrusão do incisivo superior 3,5 2 mm 7- Inclinação do Incisivo inferior 22o 4o 8- Inclinação do Incisivo superior 28o 4o Campo IV: Problema estético Fator Norma dp 9- Posição labial inferior -3,8 2 mm Campo V: Relação crânio-facial Fator Norma dp 10- Profundidade da face 90o 3o 11Ângulo do eixo facial 90o 3o 12- Ângulo do plano mandibular 23o 4o 13- Ângulo do plano palatal 1o 3,5 o Campo VI Estruturas esqueléticas internas Fator Norma dp 14- Arco mandibular 26,8 o 4o

4.8 Determinação do índice VERT

Existem três tipos faciais básicos que caracterizam a face de cada indivíduo,

foram definidos por RICKETTS et al55 como: mesofacial (crescimento normal),

dolicofacial (crescimento vertical) e braquifacial (crescimento horizontal). O tipo

facial é obtido por meio da média aritmética de cinco variáveis da análise dos 32

fatores da Análise de RICKETTS54 e é denominado índice VERT.

O cálculo desse índice normalmente é obtido com a norma aos 9 anos de

idade e para maior exatidão é requerida uma individualização ( projeção) das

normas para a idade do paciente. Isto é possível com as medidas do biótipo que

se alteram com o crescimento. A seqüência dos procedimentos para a obtenção

do índice VERT estão descritas abaixo:

Obtém-se cinco medidas da análise dos 32 fatores da Análise de

RICKETTS54, já citada anteriormente.

- Eixo facial

- Profundidade da face

- Ângulo do plano mandibular

- Altura inferior da face

- Arco mandibular

Para cada uma delas calcula-se o desvio, a partir da norma. Os desvios para

o padrão dolicofacial recebem o sinal (-) negativo e os desvios no sentido

braquifacial, recebem o sinal (+). Os desvios que se mantém na norma recebem

zero (0). Obtém-se a seguir a média dos cinco desvios com seus sinais

correspondentes.

O VERT obtido de valor negativo demonstra que o paciente é dolicofacial e

quanto mais alto for o valor negativo, mais dolicofacial será o paciente. Desta

mesma maneira, um número positivo demonstra que o paciente é braquifacial.

A tabela que os autores elaboraram para a identificação biotipológica do

paciente de acordo co o resultado do VERT encontra-se a seguir:

Quadro 4.3– Classificação dos tipos faciais (VERT) segundo RICKETTS et al55

DOLICO

SEVERO

DOLICO DOLICO

SUAVE

MESOFACIAL BRAQUI BRAQUI

SEVERO

-2 -1 -0,5 0 +0,5 +1

4.9 Método Estatístico

4.9.1 Erro intra-examinador

Para verificar o erro sistemático intra-examinador foi utilizado o teste “t”

pareado. Na determinação do erro casual utilizou-se o cálculo de erro proposto

por DAHLBERG14 segundo HOUSTON34.

nerro d

2

2∑=

Onde, d = diferença entre 1a e 2a medições.

n = número de radiografias retraçadas.

Para a avaliação das medições efetuadas nas 28 telerradiografias que

compõem a nossa amostra, um pouco mais de 20% das telerradiografias num

total de 6, foram escolhidas aleatoriamente, traçadas novamente após 30 dias.

Após esse trabalho foram comparadas as grandezas cefalométricas obtidas nos

tempos T1 e T2, para a verificação do erro do método. Os testes t e de

DAHLBERG14 demonstraram não haver diferenças estatisticamente significante

entre as medições nos dois tempos, com exceção de uma medida, confirmando

a confiabilidade das medições iniciais.

A única variável que demonstrou diferença estatisticamente significante foi o

ângulo do arco mandibular.

4.9.2 Análise Estatística Os dados foram descritos por meio de tabelas contendo valores de média e desvio padrão. Para comparar as diferenças entre os valores da amostra e os de Ricketts

foi utilizado o teste “t” de Student e adotado nível de significância de 5% de

acordo com ZAR72. As variáveis que demonstraram diferença estatisticamente

significante foram demarcadas com um asterisco (*).

Os testes foram executados no programa Statistica for Windows v. 5.1

(StatSoft Inc., USA).

5. RESULTADOS 5. RESULTADOS

Os resultados das avaliações do erro sistemático, avaliado pelo teste “t” pareado, e do erro casual medido pela fórmula de DAHLBERG14 estão mostrados na tabela 5.1.

Tabela 5.1 – Média, desvio padrão das duas medições, e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual.

1a. Medição 2a. Medição Medida

média dp média dp t p

Erro

BaNa-PtGn 90,38 4,01 90,78 4,13 0,835 0,442 0,82

NaPo-A 0,96 1,10 0,62 1,33 1,444 0,208 0,43

F.GoMe 27,07 3,29 28,67 4,06 2,213 0,078 1,62

XiENA.XiPm 42,04 4,91 43,03 1,86 0,642 0,549 2,54

DcXi.XiPm 32,12 3,73 36,90 4,04 2,719 0,042* 4,38

NaPo.F 84,46 3,62 83,77 4,97 0,969 0,377 1,23

1-APo 2,14 0,59 2,35 0,45 1,095 0,324 0,33

1-APo 3,69 0,86 3,80 0,53 0,625 0,559 0,29

1.APo 30,82 5,74 30,06 5,24 0,601 0,574 2,09

1.APo 30,23 5,19 29,29 5,18 0,931 0,395 1,73

1.1 118,95 9,08 120,65 7,28 1,775 0,136 1,94

6-PTV 9,16 1,52 10,81 1,83 1,513 0,191 2,08

Li-E -0,05 0,97 -0,28 0,93 1,947 0,109 0,24

Ena-Enp.F 2,60 4,37 -2,97 4,26 1,817 0,1299 0,41 * - diferença estatisticamente significante (p<0,05)

A apresentação dos resultados com média, desvio padrão e teste “t” de

Student para comparação entre os dados da amostra e os de RICKETTS54

encontra -se na tabela 5.2.

Tabela 5.2 – Média, desvio padrão e teste “t” de Student para comparação entre os dados da amostra e os de RICKETTS 54

* - diferença estatisticamente significante (p<0,05) Os resultados da freqüência dos diferentes tipos faciais da amostra obtidos pelo índice VERT (RICKETTS et al55) encontram-se na tabela 5.3 Tabela 5.3- Freqüência em números absolutos e relativos dos tipos faciais obtidos pelo índice VERT

Amostra Ricketts Medida

média dp média dp dif. t p

BaNa-PtGn 91,09 4,13 90,00 3,00 1,09 1,867 0,062

NaPo-A 1,08 1,72 0,20 2,00 0,88 2,311 0,021*

F.GoMe 27,68 4,58 23,00 4,00 4,68 6,082 <0,001*

XiENA.XiPm 44,25 3,81 47,00 4,00 -2,75 3,592 <0,001*

DcXi.XiPm 31,99 5,95 31,30 4,00 0,69 0,892 0,373

NaPo.F 86,40 4,78 90,00 3,00 -3,60 6,137 <0,001*

1-APo 2,28 1,19 1,00 2,00 1,28 3,368 0,001*

1-APo 4,04 1,59 3,50 2,00 0,54 1,421 0,156

1.APo 27,26 4,08 22,00 4,00 5,26 6,864 <0,001*

1.APo 29,13 4,71 28,00 4,00 1,13 1,437 0,141

1.1 123,60 7,10 130,00 10,00 -6,40 3,363 0,001*

6-PTV 11,37 2,08 21,00 3,00 -9,63 16,863 <0,001*

Li-E -0,48 1,67 -0,2 2,00 0,28 0,734 0,463

Ena-Enp.F -1,72 3,39 1,00 3,50 -3,41 -4,055 <0,001*

TIPOS FACIAIS N° INDIVÍDUOS PORCENTAGEM

DOLICOFACIAIS 11 39,28%

MESOFACIAIS 13 10,72%

BRAQUIFACIAIS 14 50%

TOTAL 28 100%

6. DISCUSSÃO

6. DISCUSSÃO

As análises cefalométricas utilizadas na rotina clínica para orientar o

diagnóstico e planificação do tratamento ortodôntico foram muitas vezes

desenvolvidas a partir de estudos de padrões cefalométricos, baseados em

indivíduos leucodermas dos Estados unidos da América. Destacam-se as

Análises de TWEED66 , DOWNS 17 e RICKETTS52 .

Muitos pesquisadores a partir desses estudos voltaram-se para o estudo de

outros grupos raciais e étnicos, com o objetivo de se estabelecer padrões de

normalidade característicos. Outros se preocuparam em caracterizar

diferencialmente os padrões dento -esquelético-faciais pertinentes aos diversos

tipos de má-oclusões dentárias.

Nesta pesquisa decidiu-se efetuar as medidas de indivíduos da região Norte

do Brasil, por fazerem parte de uma população com características faciais

bastante particulares e por não haver nenhum trabalho relacionado a este

assunto que tenha sido descrito na literatura.

6.1 Metodologia

O programa Radiocef 2.0 que foi utilizado para obtenção dos traçados

cefalométricos é consolidado no meio ortodôntico e radiológico como um

programa totalmente confiável. VASCONCELOS69 em 2000 comparou as

medições efetuadas por este programa com dois outros métodos: medições

efetuadas manualmente e com o programa canadense Dentofacial Planner 7.02,

já utilizados anteriormente em trabalhos de pesquisa. Portanto a autora concluiu

que o programa de traçado cefalométrico pesquisado pode ser utilizado

confiavelmente como recurso auxiliar de diagnóstico, plano de tratamento,

acompanhamento e avaliação de tratamentos ortodônticos nos âmbitos clínicos

e de pesquisa.

6.2 Avaliação das médias dos fatores De acordo com os propósitos desta pesquisa, determinamos e comparamos

os valores médios das variáveis cefalométricas dos tecidos esqueléticos,

dentários e tegumentares em brasileiros, leucodermas, da região norte do Brasil,

com os valores preconizados análise de RICKETTS 54. Tendo em vista que esta

análise possui valores normativos para a idade de 9 anos, comparamos as

medidas que permanecem constantes com o passar da idade, as demais

fizemos a projeção destes valores para 18 anos de idade e comparamos com os

valores de nossa amostra.

Após a determinação dos valores médios da amostra, procuramos comparar

com os valores normativos preconizados por RiICKETTS 54.

6.2.1 O problema dentário foi avaliado pela variável ângulo interincisal (1.1).

Em nossa pesquisa foi observado que este ângulo obteve média de

123,6o, estando diminuído em relação à norma preconizada por Ricketts 130o,

ou seja, determinou-se que na amostra ocorre uma biprotrusão dentária, devido

principalmente a vestibularização dos incisivos inferiores, pois quando analisada

a inclinação dos incisivos superiores isoladamente, vimos que se encontrava

bem posicionada na base óssea.

Estes resultados coincidiram com os dados obtidos nos trabalhos de

COTTON, TAKANO E WONG13 em 1951, GARCIA26 em 1975 e PLATOU e

ZACHRISSON49 em 1983 onde estes autores também puderam observar um

ângulo interincisal diminuído quando comparado às normas de Ricketts, Já o

trabalho de URBANO67 em 2003 demonstra que os incisivos apresentam o

ângulo interincisal maior que de nossa amostra, bem posicionados, bastante

semelhante aos valores de Ricketts.

6.2.2 Os problemas esqueléticos foram avaliados pelas seguintes variáveis:

convexidade do ponto A (NaPo-A) e altura inferior da face (XiENA.XiPm).

Avaliando a convexidade facial encontramos o valor médio de 1,08

mm para nossa amostra, por estar aumentado, demonstra que a maxila na

relação horizontal maxilo-mandibular, encontra-se protruída quando comparada

aos valores de Ricketts 0,2 mm. Esta protrusão da maxila pode estar

relacionada também à retrusão da posição do mento que estes indivíduos

apresentaram. Os resultados discordaram dos trabalhos de autores como

GUGINO30 em 1977, DAVOODY e SASSOUNI15 em 1978, MARTINS et al42 em

1998 e URBANO67 em 2003, onde estes autores adotam uma posição mais

retruída da maxila mesmo em pacientes mais jovens que os de nossa amostra,

que têm a tendência de apresentarem a maxila mais retruída ainda com o

avanço da idade.

Apesar de RICKETTS54 em 1981, apresentar valores muito próximos para a

idade de 18 anos, nossa amostra ainda demonstra uma posição mais protruída

da maxila. SATO58 em 1982, encontrou valores maiores do que o de nossa

amostra para o sexo masculino, no entanto a média de idade era menor, e

valores menores quando observou a convexidade do ponto A no sexo feminino.

A altura inferior da face apresentou um valor estatisticamente

significante menor de 44,25o quando comparada à norma de RICKETTS54 47o,

sugerindo tendência de padrão braquifacial, podendo também indicar que os

indivíduos desta amostra possuem mordida profunda. DRELICH18 em 1948

relata esta medida aumentada em pacientes com má oclusão de classe II,

quando comparou em seu trabalho pacientes com oclusão normal e pacientes

com má oclusão de Classe II, 1 a divisão.

Os resultados da nossa amostra discordaram com os de FONSECA e

KLEIN22 em 1978, onde, observaram a altura inferior da face aumentada em

mulheres negras e concordaram com URBANO67 em 2003 e MARTINS et al42

em 1998, onde é observada uma diminuição desta medida, quando avaliou

indivíduos do estado de São Paulo e região Sul do Brasil.

6.2.3 Os fatores dento-esqueléticos foram avaliados pelas seguintes variáveis:

posição do molar superior (6-PTV), posição do incisivo inferior (Ii-Apo), protrusão

do incisivo superior (Is -Apo), inclinação do incisivo inferior (Ii.Apo) e inclinação

do incisivo superior (Is.Apo).

A posição molar superior apresentou valor diminuído com o valor

de 11 mm, indicando que a posição dos molares superiores desta amostra se

encontra numa posição mais posterior do que aqueles preconizados por

Ricketts, 21 mm. Este resultado também demonstrou que a quantidade de

espaço ósseo encontrada posteriormente aos primeiros molares permanentes é

pequena.

Realizando a projeção para a idade de 18 anos na análise de RICKETTS 54, o

valor desta medida para nossa amostra está bastante diminuído quando

comparamos com os valores encontrados nos trabalhos de GUGINO30 em 1977,

SATO58 em 1982, MARTINS et al42 em 1998 e URBANO67 em 2003. Os valores

de todos os trabalhos citados diferem dos nossos resultados

A posição do incisivo inferior na mandíbula apresentou-se

aumentada com valor de 2,28mm, sendo estatisticamente significante e

relatando que os incisivos inferiores desta amostra estão mais protruídos do que

os valores de RICKETTS 54, 1 mm. O valor desta medida na nossa amostra

apresentou-se muito aproximado aos valores encontrados por DOWNS17 em

1948. E concordou com os trabalhos de ALTEMUS 2 em 1960, KOTAK39 em

1964, GRESHAM et al28 em 1965, NANDA e NANDA46 em 1969, GARCIA26 em

1975, SATO58 em 1982, PLATOU e ZACHRISSON49 em 1983, REZENDE e

TELES50 em 1984, BISMARCK5 em 1986, com GLEIS, BREZNIAK e

LIEBERMAN27 em 1990, NOUER47 et al em 2005, com MARTINS et al42 em

1998, onde estes autores observaram que os incisivos inferiores encontram-se

mais protruídos.

No entanto, os valores obtidos por RICKETTS 51 em 1957, RIC KETTS52 em

1960, GUGINO30 em 1977 e RICKETTS54 em 1981, diferem dos nossos

resultados, pois encontraram uma posição para o incisivo inferior menos

protrusiva.

A protrusão dos incisivos superiores revelou-se ligeiramente

aumentada com o valor de 4,04mm, mas não foi estatisticamente significante

quando comparado ao valor preconizado por RICKETTS54 (1981), 3,5 mm.

Apesar de ligeiramente aumentada, clinicamente demonstrou que os incisivos

superiores estão bem posicionados na respectiva base óssea. Este valor da

nossa amostra discorda com os achados nos trabalhos de KOTAK39 em 1964,

GRESHAM et al28 em 1965, NANDA e NANDA46 em 1969, DAVOODY e

SASSOUNI15 em 1978 e REZENDE e TELES50 em 1984, onde estes autores

observaram protrusão dentária dos incisivos inferiores.

A inclinação do incisivo inferior indicou que os pacientes dessa

amostra apresentam os incisivos inferiores mais vestibularizados quando

comparados aos valores de RICKETTS54 (1981), 22o, apresentando o valor

aumentado e estatisticamente significante de 27,26o. Isto pode ser considerado

como indício de uma compensação dentária já que a mandíbula encontra-se

localizada mais posteriormente.

COTTON, TAKANO e WONG13 em 1951, FONSECA e KLEIN22 em 1978,

SATO58 em 1982, PLATOU e ZACHRISSON49 em 1983 e MARTINS et al42 em

1998 acharam resultados semelhantes aos nossos, em seus trabalhos, onde

puderam observar também vestibularização dos incisivos inferiores. No entanto

RICKETTS51 em 1957, GUGINO30 em 1977 e JOSHI37 em 1979 observaram um

valor de inclinação dos incisivos inferiores menor, portanto, mais verticalizados

quando comparado com a nossa amostra.

A inclinação dos incisivos superiores apresentou-se ligeiramente

mais vestibularizada com o valor de 29,13o, quando comparada com o valor de

Ricketts de 28o, mas não foi estatisticamente significante. Clinicamente pudemos

afirmar que os incisivos superiores desta amostra estão com inclinação

adequada na maxila e que não têm influência em alguma convexidade

observada no perfil destes indivíduos. O resultado desta variável em nossa

pesquisa difere dos valores encontrados por COTTON, TAKANO e WONG13 em

1951, GARCIA26 em 1975, FONSECA e KLEIN22 em 1978, JOSHI37 em 1979 e

PLATOU e ZACHRISSON49 em 1983, onde encontram os incisivos superiores

vestibularizados.

6.2.4 O problema estético foi avaliado pela variável posição labial inferior (Li-E).

Foi observado que o valor desta medida para a nossa amostra é de

0,48 mm, ligeiramente aumentado, mas não estatisticamente significante,

quando comparado com o valor preconizado por RICKETTS 54, 0,2mm com a

projeção para 18 anos de idade. Apesar de termos observado clinicamente que

o perfil de nossa amostra é mais convexo, o valor desta medida é mascarado

pela vestibularização dos incisivos inferiores, o que faz com que o tecido mole

do lábio inferior acompanhe esta projeção e diminua a distancia do lábio inferior

até o plano estético E.

O valor achado para essa variável contestou os trabalhos de FREITAS,

MARTINS e HENRIQUES25 em 1979, mas deve-se considerar que a média de

idade deste trabalho é menor que nossa amostra, presume-se que com o

avanço da idade o perfil destes indivíduos tornar-se-iam menos convexos

Também discordou com RICKETTS54 em 1981, SATO58 em 1982, ERBAY,

CANIKLIOGLU, ERBAY20 em 2002 e URBANO67 em 2003 onde se pôde

observar que os perfis moles de adultos encontrados nesses estudos

apresentaram-se mais convexos do que os de nossa amostra.

6.2.5 A relação crânio-facial foi avaliada pelas variáveis: profundidade da face

(NaPo.F), ângulo do eixo facial ( BaNa-PtGn), ângulo do plano mandibular

(F.GoMe) e plano palatal (Ena-Enp.F)

A grandeza que mede a profundidade da face demonstrou que o

mento está localizado mais posteriormente em relação à face, o que confirmou

uma convexidade do perfil ósseo de nossa amostra, apresentando um valor de

86o, diminuído, quando comparado às normas de RICKETTS54 90o, projetado

para 18 anos de idade. Os resultados concordaram com os valores encontrados

por DOWNS17 em 1948 e GARCIA26 em 1975, mas deve-se considerar que a

faixa etária foi menor, portanto espera-se que haja um aumento deste ângulo, e

se aproximou aos achados de por DRELICH18 em 1948, nos casos de Classe II,

onde observou uma posição mais posterior do mento. Também concordou com

JOSHI37 em 1979 quando avalia o sexo masculino, além de MARTINS et al42

em 1998 onde também observaram este ângulo da profundidade da face

diminuído.

Entretanto os valores da nossa amostra diferiram dos valores encontrados

por COTTON, TAKANO e WONG13 em 1951, GUGINO30 em 1977, DAVOODY e

SASSOUNI15 em 1978, SATO58 em 1982 que observam um maior ângulo de

profundidade da face.

Em relação às normas de RICKETTS54, o ângulo do eixo facial,

que tem valor padrão de 90o, apresentou-se ligeiramente maior na nossa

amostra, o que demonstra ter influência direta por ser uma amostra de maioria

pertencente ao tipo braquifacial. Com o valor de 91,09o, demonstrou que o

crescimento é equilibrado com tendência para crescimento horizontal. O mesmo

padrão de crescimento equilibrado foi relatado por GUGINO30 em 1977, SATO58

em 1982, e com MCNAMARA JR43 em 1984.

Já os valores obtidos por RICKETTS 52 em 1960 e JOSHI37 em 1979

demonstraram que aqueles indivíduos apresentavam crescimento horizontal em

adultos. Por outro lado MARTINS et al42 em 1998, observaram um padrão de

crescimento vertical nos indivíduos de sua amostra.

O ângulo do plano mandibular apresentou-se aumentado,

com o valor de 27,68o, sendo, portanto estatisticamente significante maior

quando comparado com o valor padrão de RICKETTS54 em 1981, de 23o

projetado para os 18 anos de idade, portanto o valor de nossa amostra sugere

uma rotação horária da mandíbula. Apesar de várias outras medidas desta

pesquisa sugerirem que a amostra apresenta crescimento equilibrado, com

altura facial diminuída e que o predomínio é de indivíduos braquifaciais, o ângulo

do plano mandibular aumentado pode estar relacionado a uma inclinação para

cima do plano de Frankfurt e não essencialmente pela rotação horária da

mandíbula.

Este resultado foi semelhante aos valores encontrados por COTTON,

TAKANO e WONG13 em 1951, GLEIS, BREZNIAK e LIEBERMAN27 em 1990,

MARTINS et al42 em 1998, onde eles puderam observar que os valores deste

ângulo estavam aumentados, porém devemos considerar que estes trabalhos

foram realizados em uma amostra mais jovem e presume-se que com passar da

idade esse ângulo diminua . Já os trabalhos de GARCIA26, em 1975, GUGINO30,

em 1977, JOSHI37, em 1979 e SATO58 em 1982, relataram que este ângulo

estaria diminuído para valores de adultos diferindo dos resultados observados

nesta pesquisa.

Foi verificado que o plano palatal apresentou valor diminuído

(-1,72o), caracterizando uma rotação da maxila no sentido horário, típico de

indivíduos com tendência para mordida profunda, altura facial inferior diminuída

e também de indivíduos que têm o padrão de crescimento no sentido horizontal.

Fato este causado devido ao tipo facial da amostra ser braquicefálico. Assim

como RICKETTS54, VALENTE et al68 em 2005 obteve resultados diferentes

desta pesquisa, em seu estudo pôde verificar que a inclinação do plano palatal

de sua amostra estava no sentido anti-horário, mas clinicamente não teve

nenhuma alteração.

6.2.6 As estruturas esqueléticas internas foram avaliadas pela variável arco

mandibular (DcXi.XiPm).

RICKETTS54 em 1981 afirmou que valores aumentados para

este ângulo demonstravam padrões musculares fortes e que os indivíduos

possuíam tendência para ser braquifaciais e valores diminuídos, padrões

musculares fracos com indivíduos com tendência para dolicofaciais. Foi

observado que não existe diferença estatisticamente significante, quando

comparamos os valores de RICKETTS 54 (31,3o) projetados para 18 anos de

idade, com o valor desta medida para a nossa amostra de 31,99o, determinando,

portanto, que o padrão muscular é equilibrado, pois a amostra se caracterizou

como tipo braquifacial leve. Este valor discordou com os encontrados por

MARTINS et al42 em 1998 e por URBANO65 em 2003 onde foi observado um

padrão forte da musculatura devido aos valores deste ângulo estarem

aumentados. Baseado nos dados obtidos por RICKETTS54, observamos que

coincidem integralmente com os resultados deste trabalho.

6.3 Estudo da freqüência dos tipos faciais obtidos pelo índice VERT

Conforme pode ser visto na tabela 5.3 (pág 58) referente à avaliação da

freqüência dos tipos faciais obtidos pelo índice VERT segundo RICKETTS et

al55, do total da amostra estudada 50% dos indivíduos eram braquifaciais,

39,28% dolicofaciais e 10,72% mesofaciais. Esses resultados demonstram que

na região Norte do Brasil a freqüência mais alta de indivíduos com oclusão

normal é do tipo braquifacial e a menor freqüência é de indivíduos do tipo

mesofacial.

Estes achados têm importantes influências na planificação do tratamento,

pois em pacientes braquifaciais a necessidade de se realizar extrações para

conseguir uma oclusão satisfatória é menor. Demonstrando que quanto mais

braquifacial é um paciente, a possibilidade de ele ser tratado com sucesso sem

extrações também é maior, devido a uma previsão de crescimento na largura do

arco. Os resultados encontrados nesta pesquisa concordam com as

observações de CHRISTIE11 (1977) onde foi observado que nos indivíduos com

oclusão normal a freqüência do tipo braquifacial é maior em relação ao tipo

dolicofacial. Por outro lado, quando a amostra é de pacientes que procuram

tratamento ortodôntico conforme observou SANTOS e GHERSEL56 em 2001,

ocorre um predomínio dos indivíduos com padrão meso e dolicofacial, restando

aos braquifaciais uma freqüência menor, confirmando assim os achados de

CHRISTIE11 (1977) de que indivíduos com oclusão normal têm maior tendência

de ser do padrão braquifacial coincidindo, portanto com os resultados

observados neste trabalho.

7. CONCLUSÕES

7. CONCLUSÕES

? Segundo a análise de RICKETTS54, foram encontrados valores médios para

as medidas cefalométricas radiográficas dos tecidos:

- dentários

- esqueléticos

- tegumentares

dos indivíduos da Região Norte do Brasil com oclusão normal.

? As variáveis que mais se aproximaram dos valores normativos de RICKETTS54

foram:

- posição e inclinação dos incisivos superiores

- posição do lábio inferior

- ângulo do eixo facial e

- arco mandibular

? Comparando as médias das variáveis encontradas com os valores

preconizados por RICKETTS54, com projeção para 18 anos concluímos que os

indivíduos da população da Região Norte do Brasil apresentam:

- biprotrusão dentária

- maxila protruída

- padrão braquifacial

- molares superiores numa posição mais posterior

- incisivos inferiores protruídos e vestibularizados

- incisivos superiores com inclinação adequada e bem posicionados na base

óssea

- lábio inferior equilibrado

- profundidade facial aumentada

- eixo facial com crescimento equilibrado

- mandíbula rotacionada no sentido horário

- plano palatal com inclinação no sentido horário

?Quanto à freqüência dos tipos faciais obtidos pelo índice VERT, do total da

amostra estudada 50% dos indivíduos eram braquifaciais, 39,28% dolicofaciais e

10,72% mesofaciais.

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1-AP de Ricketts, em adolescentes com oclusão normal, do município

de Passo Fundo-RS. São Bernardo do Campo. 1994. 94p. Dissertação

(Mestrado). Instituto Metodista de Ensino Superior, Universidade Metodista

de São Paulo.

72. ZAR, J.H. Biostatistical analysis. New Jersey: Prentice-Hall, 3rd ed., 1996

ANEXOS

ANEXO 1

TERMO DE CONSENTIMENTO

Eu........................................................................................................portador(a),

do R.G. nº............................., aceito participar do trabalho de pesquisa que será

realizado pelo Centro de Ensino Superior do Pará (CESUPA) que tem como

objetivo determinar a correlação entre os diferentes padrões morfológico

relativos a estética facial: dentário, facial ou tegumentar e esquelético com

finalidade epidemiológicas.

Estou ciente e de acordo com os exames que serão realizados tais como:

radiografia cefalométrica em norma lateral (que seguirão as normas de higiene e

proteção radiográficas sem nenhum dano biológico), moldagem superior e

inferior das arcadas dentárias e fotografias intra e extrabucais que serão

realizadas sem custos para mim. Durante o período da coleta de dados terei

livre arbítrio para decidir entre a minha desistência ou continuidade.

Os pesquisadores serão responsáveis por qualquer eventualidade que

ocorra durante os procedimentos relacionados à coleta de dados.Declaro, ainda,

estar ciente que minha colaboração com a presente pesquisa não implicará em

uma maior facilidade para obtenção de tratamento ortodôntico em qualquer

instituição do estado do Pará.

Concedo aos pesquisadores, totais direitos quanto ao uso do material

coletado com a finalidade de ensino e divulgação dentro das normas vigentes

tais como: apresentação em congressos ou eventos similares, publicação em

jornais e / ou revistas científicas do país e do exterior e qualquer outra atividade

científica.

Belém,.........de .................................. de 2002

_________________________ ________________________

Assinatura do Responsável Assinatura do Paciente

ANEXO 2

FICHA DE IDENTIFICAÇAO

Nome: _________________________________________________

Sexo: ________________

RG: __________________

CPF: _________________

Endereço: ______________________________________________

_______________________________________________________

Telefone: ______________________________________________

Nacionalidade: _________________________________________

Data de Nascimento/Local:_______________________________________

Nome do Pai:

Nacionalidade/Naturalidade/Profissão:

Nacionalidade e Naturalidade do Avô paterno:

Nacionalidade e Naturalidade da Avó paterna:

Nacionalidade e Naturalidade do Bisavô paterno:

Nacionalidade e Naturalidade da Bisavó paterna:

Nome da Mãe:

Nacionalidade/Naturalidade/Profissão:

Nacionalidade e Naturalidade do Avô materno:

Nacionalidade e Naturalidade da Avó materna:

Nacionalidade e Naturalidade do Bisavô materno:

Nacionalidade e Naturalidade da Bisavó materna:

Parente Próximo:

Telefone:

Endereço:

ANEXO 3

FICHA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA

APÊNDICE

APÊNDICE A - Sexo, idade, valores lineares e angulares dos indivíduos da amostra.

No

indiv. Nome Sexo Idad

e BaNa-PtGn

NaPo-A

F. GoMe

XiENA. XiPm

DcXi. XiPm NaPo.F 1-APo 1-APo 1.APo

1.APo 1.1

6-PTV Li-E Ena-Enp

1 Walter N. M 24 91,51 3,56 31,6 45,78 24 83,68 3,14 4,59 28 36,92 115,1 11 -0,54 -2,65 2 Romulo X. M 21 101,66 0,08 20,07 36,87 42,28 94,18 1,99 3,63 28 31,78 120 14 -0,26 2,74 3 Rogerio M. M 22 90,27 -1,88 26,02 44,65 37,71 85,65 2,13 3,61 27 22,8 130,6 9 -97 -3,42 4 Roberto M. M 21 88,67 2,39 29,94 46,32 34,69 84,08 0,63 2,39 25 26,92 128,6 10 -0,09 -2,99 5 Rafael O. M 23 84,49 3,97 33,94 50,16 25,65 78 2,5 4,63 26 31,67 122,7 9,5 1,1 -7,29 6 Paulo Jr M 24 92,28 1,3 26,03 46,06 27,31 89,67 2,46 4,34 29 34,1 116,8 12 0,66 -1,54 7 Joao F. M 22 95,06 -0,12 20,41 41,87 35,84 93,62 3,76 6,07 29 32,39 118,9 15 1,56 4,79 8 Jairo C. M 24 89,66 2,69 40,12 48,57 16,16 82,36 5,13 6,53 29 34,75 116,4 12 2,01 -4,62 9 Hernani N. M 24 89,01 0,15 26,89 45,75 25,6 81,27 3,52 5,27 31 33,28 115,4 10 1,83 -0,91

10 Gustavo B. M 20 94,4 0,01 24,8 41,22 29,5 91,62 0,15 199 24 27,15 128,9 11 -0,86 0,36 11 Cristiano L. M 25 88,62 -0,69 25,63 52,41 30,02 92,87 2,04 3,54 25 25,39 129,2 12 -2,25 0,87 12 Bruno C. M 21 94,26 -0,02 26,59 49,05 31,51 88,49 2,27 3,97 25 31,88 122,8 14 -3,19 -125 13 Arthur S. M 22 85,78 -1,1 33,2 48,62 37,39 80,77 3,61 4,98 29 23,41 127,6 9,9 0,73 -2,06 14 Alysson F. M 23 96,53 0,51 21,2 39,55 37,87 89,25 1,22 2,24 29 24,62 126,7 13 -4,12 -1,08 15 Alex A. M 24 92,81 0,72 32,5 42,81 32,23 76,61 2,25 3,81 29 34,91 116,3 12 -0,83 -10,21 16 Ana B. F 23 87,46 1,72 29,45 45,88 43,21 80,05 2,51 3,56 29 23,85 126,8 14 1,41 1,99 17 Betania M. F 20 85,81 0,9 32,23 42,08 39,32 85,59 2,78 3,99 24 32,92 123,3 11 -0,97 4,93 18 Bruna M. F 24 84,5 2,29 26,63 47,4 31,12 88,54 2,06 3,62 21 28,47 130,9 9,2 0,79 0,5 19 Daniele C. F 20 87,58 0,02 28,83 46,7 32,08 85,92 1,49 2,66 27 22,47 130,9 8,6 0,21 1,83 20 Izabele G. F 22 89,26 1,44 26,1 40,72 33,86 88,74 1,38 3,6 29 34,89 116,4 12 0,3 0,39 21 Joelle S. F 26 90,65 2,78 27,97 40,23 26,85 81,71 1,29 3,41 25 30,88 124,5 8,4 -1,94 -6,7 22 Juliana C. F 21 92,17 -0,41 22,77 44,69 35,5 86,93 0,87 2,08 18 23,53 138,6 11 0,12 -1,43 23 Mariella L. F 22 96,85 1,1 28,54 39,63 33,63 90,33 0,11 1,12 20 20,02 139,6 12 -3,28 -3,66 24 Poliana L. F 24 89,13 1,44 25,92 45,12 28,85 88,77 2,53 4,62 27 31,21 122 8,9 0,22 2,57 25 Talitha F. F 21 93,74 -0,9 24,08 38,69 29,69 91,92 4,28 8,67 30 29,91 119,6 16 -0,69 -1,20 26 Thais P. F 25 89,91 6,09 31,75 45,43 25,03 83,9 3,33 6,42 30 24,4 125,5 15 -3,97 -6,14 27 Técia S. F 21 90,84 0,51 21,91 41,07 35,42 90,96 1,6 3,12 39 27,97 113,3 9,4 -0,45 0,62 28 Waléria R. F 20 97,49 1,76 29,93 41,68 33,52 83,76 2,8 4,71 33 33,28 113,7 9,6 0,16 -2,65

APÊNDICE B- Classificação quanto ao tipo facial pelo índice VERT. No indiv. Nome VERT CLASSIFICAÇÃO

1 Walter N. -0,4 DOLICOFACIAL 2 Romulo X. +1 BRAQUIFACIAL 3 Rogerio M. 0 MESOFACIAL 4 Roberto M. -0,6 DOLICOFACIAL 5 Rafael O. -0,8 DOLICOFACIAL 6 Paulo Jr +0,6 BRAQUIFACIAL 7 Joao F. +1 BRAQUIFACIAL 8 Jairo C. -0,8 DOLICOFACIAL

AUTORIZAÇÃO PARA REPRODUÇÃO

Eu, Thais Buenaño França Penin, autora da Dissertação intitulada

“Análise cefalométrica lateral de Ricketts: jovens da região Norte do Brasil”

autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total

ou parcial desta dissertação, por processos fotocopiadores e/ou meios

eletrônicos.

É vedado qualquer tipo de uso comercial na reprodução do mesmo.

São Bernardo do Campo, 11 de maio de 2007.

________________________________________

Autora: Thais Buenaño França Penin