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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA PARFOR-PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA FRANCIRLEI VIEIRA PEREIRA MARCELA MACEDO DA SILVA O papel do lúdico no processo de ensino-aprendizagem dos alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental Novo Repartimento – PA 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA PARFOR-PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

FRANCIRLEI VIEIRA PEREIRA

MARCELA MACEDO DA SILVA

O papel do lúdico no processo de ensino-aprendizagem dos alunos das

séries iniciais do Ensino Fundamental

Novo Repartimento – PA 2017

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FRANCIRLEI VIEIRA PEREIRA MARCELA MACEDO DA SILVA

O papel do lúdico no processo de ensino-aprendizagem dos alunos das

séries iniciais do Ensino Fundamental

Trabalho de conclusão de curso apresentado como

requisito parcial para obtenção do grau de Licenciatura em

Pedagogia pela Universidade Rural da Amazônia no

PARFOR.

Orientador: Prof. Me. Francisco de Assis Cruz Melo.

Novo Repartimento – PA

2017

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Pereira, Francirlei Vieira O papel do lúdico no processo de ensino-aprendizagem dos

alunos das séries iniciais do ensino fundamental / Francirlei Vieira

Pereira, Marcela Macedo da Silva. – Novo Repartimento, 2017. 57 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura Plena em

Pedagogia) – Plano Nacional de Formação de Professores,

Universidade Federal Rural da Amazônia, Novo Repartimento, 2017. Orientador: MSc. Francisco de Assis Cruz Melo. 1. Educação – Ensino - Método 2. Ludicidade – Método 3.

Criança - Ensino-aprendizagem 4. Atividades lúdicas I. Silva,

Marcela Macedo da Silva II. Melo, Francisco de Assis Cruz, (orient.)

III. Título.

CDD – 372.416

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FRANCIRLEI VIEIRA PEREIRA

MARCELA MACEDO DA SILVA

O PAPEL DO LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DOS

ALUNOS DAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Federal Rural da

Amazônia/PARFOR, como parte das exigências do Curso de graduação, para obtenção do

título de Licenciatura em Pedagogia.

____________________

Data da Aprovação

BANCA EXAMINADORA

Orientador

Prof. Francisco de Assis Cruz Melo

PARFOR/Universidade Federal Rural da Amazônia

Membro 1

Prof. Luiz André da Silva Malato PARFOR/Universidade Federal Rural da Amazônia

Membro 2

Prof. William Thiago Pina Castro

PARFOR/Universidade Federal Rural da Amazônia

06 / 05 / 2017

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DEDICATÓRIA

Aos nossos pais Francisco Fernandes e Maria Amélia Vieira, Alaércio Celestino e Maria José Macedo por nos incentivaram a nunca desistir de nossos sonhos e que de forma especial e carinhosa nos deram força e coragem, nos apoiando nos momentos de dificuldades, queremos dedicar também a nossos filhos, Almiro da Silva Filho e Anny Karoline Pereira e Vitória Santana, que também nos apoiaram e iluminaram de maneira especial nossos pensamentos nos levando a buscar mais conhecimentos.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus Pai todo poderoso, por ter nos dado a vida, estimulo, sabedoria e força para enfrentar e vencer os desafios durante toda trajetória do curso.

Ainda agradecemos aos nossos professores e em especial a professora Antônia Lemos Braga de Moraes ao nosso orientador Prof. Me. Francisco de Assis Cruz Melo que nos apoiaram e nos incentivaram no decorrer do curso.

Agradecemos também aos nossos amigos e familiares que contribuíram conosco no decorrer do curso.

Que o Senhor proteja a todos.

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O lúdico aplicado a prática pedagógica não apenas contribui para aprendizagem da criança, como possibilita ao educador tornar suas aulas mais dinâmicas e prazerosas.

Simone Helen Drumond Ischkanian

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RESUMO

O presente estudo vem apresentar o lúdico que é um tema de grande relevância no âmbito escolar atualmente, bem como sua contribuição no processo de ensino-aprendizagem do educando. Este trabalho tem o objetivo de compreender como ocorre o processo de ensino-aprendizagem na sala de aula com o uso de atividades que envolvam o lúdico, nas séries iniciais do ensino fundamental na Escola Municipal de Ensino Fundamental Pastor José Pinto de Menezes no município de Novo Repartimento no Pará. A metodologia utilizada foi pesquisa de campo de abordagem qualitativa. A coleta de dados se deu através de observação, entrevistas e analise documental da escola, houve ainda a analise dos materiais e procedimentos pedagógicos das professoras observadas na pesquisa. Como resultado analisado verificou-se que o uso de metodologias e ou estratégias de ensino aprendizagem que envolva o lúdico como brincadeiras, jogos, músicas entre outros trazem diversas contribuições; pois como exemplo foi verificado que; os alunos apresentam-se mais motivados, desinibidos, participativos o que gera consequentemente maior aprendizagem em sala de aula e aproveitamento escolar.

Palavras-chave: Ludicidade. Criança. Ensino-aprendizagem.

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ABSTRACT

The present study presents the play that is a subject of great relevance in the school environment nowadays, as well as its contribution in the teaching-learning process of the student. This work aims to understand how the teaching-learning process occurs in the classroom with the use of activities involving the playful, in the initial series of elementary school in the Municipal School of Primary Education Pastor José Pinto de Menezes in the municipality of Novo Partitioning in Pará. The methodology used was qualitative approach field research. The data collection was through observation, interviews and documentary analysis of the school, there was also the analysis of the materials and pedagogical procedures of the teachers observed in the research. As an analyzed result it was verified that the use of methodologies and or strategies of teaching learning that involve the playful like games, games, music among others bring diverse contributions; Because as an example it was verified that; The students present themselves more motivated, uninhibited, participative what generates consequently greater and learning in classroom and school use. Keywords: Playfulness, Child, Teaching-learning.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. ESCOLA PASTOR JOSÉ PINTO DE MENEZES. .......................................................................... 25

FIGURA 2. LITERATURA INFANTIL. .............................................................................................................. 32

FIGURA 3. CANTINHO DA LEITURA – 3º ANO A. ........................................................................................ 33

FIGURA 4. LIVRO DIDÁTICO -3º ANO A ........................................................................................................ 34

FIGURA 5. DEZ SACIZINHOS– LITERATURA INFANTIL. ........................................................................... 35

FIGURA 6. ATIVIDADE DE LEITURA ORAL. ................................................................................................ 36

FIGURA 7. LEITURA EM SALA DE AULA. .................................................................................................... 37

FIGURA 8. JOGO DOMINÓ MATEMÁTICO. ................................................................................................... 37

FIGURA 9. JOGO DAS LETRAS ........................................................................................................................ 38

FIGURA 10. JOGO PROCURE A PALAVRA .................................................................................................... 39

FIGURA 11. 1º TESTE DE SONDAGEM – CRIANÇAS NO NÍVEL PRÉ SILÁBICO DE ESCRITA. ........... 41

FIGURA 12. 2º TESTE DE SONDAGEM – CRIANÇAS NO NÍVEL SILÁBICO/ALFABÉTICO DE ESCRITA. ............................................................................................................................................................. 42

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. NÍVEIS DE ESCRITA TUMA 3º ANO A E B – 1º TESTE DE SONDAGEM APLICADO NO INÍCIO DO ANO DE 2016. .................................................................................................................................. 40

TABELA 2. NÍVEIS DE ESCRITA TUMA 3º ANO A E B -2º TESTE DE SONDAGEM ................................ 41

LISTA DE GRÁFICO E QUADROS

GRÁFICO 1. NÍVEIS DE ESCRITA TUMA 3º ANO A E B – 1º TESTE DE SONDAGEM APLICADO NO INÍCIO DO ANO DE 2016. .................................................................................................................................. 41

QUADRO 1. TAXA DE APROVAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL POR ANO/SÉRIE – BRASIL 2005-2015 ....................................................................................................................................................................... 44

QUADRO 2. TAXA DE INSUCESSO (SOMA DE REPROVAÇÃO E ABANDONO) POR SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO SEGUNDO REDE DE ENSINO – BRASIL 2015 ............................... 45

QUADRO 3. TAXA DE INSUCESSO (SOMA DE REPROVAÇÃO E ABANDONO) POR MUNICÍPIO – 2015 ....................................................................................................................................................................... 46

QUADRO 4. TAXAS DE RENDIMENTO (2015) MUNICÍPIO NOVO REPARTIMENTO – 2015 ................. 46

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 11

2. OBJETIVOS .................................................................................................................................................... 13

2.1 GERAL ......................................................................................................................................................... 13 2.2 ESPECÍFICOS ................................................................................................................................................. 13

3. REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................................................... 14

3.1 A ORIGEM DO LÚDICO .................................................................................................................................. 14 3.2 O LÚDICO E A EDUCAÇÃO NO BRASIL ........................................................................................................... 19 3.3AS POLÍTICAS PÚBLICAS E A EDUCAÇÃO LÚDICA NO PARÁ............................................................................ 23

4.MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................................................. 25

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ...................................................................................................... 25 4.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................................................................. 26 4.2.1 COLETA DE DADOS ................................................................................................................................... 26 4.2.1.1 ELEMENTOS DA MOSTRA ........................................................................................................................ 26 4.2.2 INDIVÍDUOS PARTICIPANTES DA AMOSTRA ................................................................................................ 26

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................................................... 28

5.1 DESCRIÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP) .............................................................................. 28 5.2 DESCRIÇÃO DO PLANO DE TRABALHO ANUAL E O PLANO DE AULA ............................................................ 28 5.3 DESTAQUES PARA OS COMPONENTES DA LEITURA ....................................................................................... 31 5.4 ENFOQUE PARA AS AULAS COM JOGOS ......................................................................................................... 37 5.5 ANÁLISE DAS METODOLOGIAS LÚDICAS E SEUS RESULTADOS NA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS .................. 40

CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................................. 48

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 50

ANEXO 1 ............................................................................................................................................................. 56

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1. INTRODUÇÃO

O lúdico se mostra imprescindível para o desenvolvimento do educando, por

proporcionar uma aprendizagem prazerosa e atrativa, bem como se apresenta eficaz no

desenvolvimento das condicionantes cognitivas e motoras da criança nos mais diversos

estágios de sua vida infantil. Para Piaget (1987 apud PNAIC 2012) a ludicidade é essencial

para o desenvolvimento intelectual das crianças, tornando-se assim, indispensável à prática

educativa. Desse pressuposto definimos o tema proposto neste trabalho que trata sobre a

importância do lúdico no processo de ensino-aprendizagem dos alunos das séries iniciais.

Compreende-se que lúdico é um facilitador no processo de ensino-aprendizagem, e

que os professores podem utilizá-lo em suas aulas para proporcionar o desenvolvimento

integral do aluno de forma significativa e agradável (BARROZO, 2010). Mas, impõem-se

alguns entraves por parte da família, que por não dominar as diversas linhas pedagógicas, não

compreende o lúdico como um fator relevante para o aprendizado dos alunos, e sim, como um

mero passatempo, impondo críticas ao trabalho docente que tem como prática a integração da

ludicidade como ferramenta pedagógica.

Santos (2011, p.57) ressalta que durante séculos as atividades lúdicas foram vistas sem

importância e taxadas pejorativamente, sedimentando um reflexo cultural em indivíduos

programados para não serem lúdicos. Esta negação da ludicidade impôs a emergência de

algumas indagações: como compreender que o lúdico é uma ferramenta pedagógica, onde o

professor a utiliza como mecanismo para mediar o conhecimento? Qual a visão do professor

em relação ao lúdico?

Esses questionamentos acerca da relevância dos métodos que auxiliam no

desenvolvimento integral do educando nos levou a propor um estudo sobre a importância do

lúdico no processo de ensino e aprendizagem dos alunos das séries iniciais da E. M. E. F.

Pastor José Pinto de Menezes, Novo Repartimento, Pará, pois se entende que as atividades

lúdicas possibilitam uma integração entre aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais do

indivíduo, isto é, através do brincar a criança aprende com mais facilidade (BARROZO,

2010).

Santos (1999) esclarece que ao brincar a criança ordena o mundo à sua volta

assimilando experiências e informações, e ainda mais, incorpora comportamentos e valores.

Nesse sentido, o lúdico permite que a criança aprenda brincando, fazendo-se necessário que o

professor saiba que as brincadeiras devem dispor de teor pedagógico, ou seja, devem ser

planejadas e mediadas pelas linhas teóricas da pedagogia.

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O Referencial Curricular Nacional (1998) aponta que “por meio das brincadeiras” os

professores podem observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das

crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades. Ao utilizar

as atividades lúdicas o professor tem a possibilidade de proporcionar a interação e conhecer

melhor as necessidades de aprendizagem do seu aluno.

A escolha deste tema está vinculada à necessidade de mostrar as contribuições que o

lúdico traz para o processo de aprendizagem do educando e possibilita uma aprendizagem de

forma agradável e prazerosa. O lúdico é um tema muito discutido atualmente, e faz-se

presente com mais frequência nas salas de educação infantil por possibilitar que o educando

se desenvolva de maneira integral através das brincadeiras, jogos, músicas, danças, isto é, que

aprenda brincando (BARROZO, 2010).

A ludicidade na construção do conhecimento da criança deve ter papel central, mas

para isso, deve-se observar se há um conjunto de fatores e condições que possam facilitar a

prática docente no uso cotidiano das ferramentas pedagógicas lúdicas, dispondo-se de acesso

a autores, avaliação da percepção sobre as crianças e atender adequadamente suas

educacionais (VITTA, 2010).

A pesquisa visa entender que a criança quando pequena têm maior facilidade de

aprender, pois seu cognitivo está sendo construído (VITTA, 2010). Pode-se levá-las a

desenvolver suas competências e habilidades como maior facilidade, a criança frequentará um

ambiente com atividades que gosta e ao mesmo tempo em que brinca ela aprende.

Entende-se que aliando o prazer de brincar as atividades cognitivas, a criança se

desenvolverá com êxito física e psicologicamente. Não esquecendo que as atividades

ofertadas devem ser de acordo com sua faixa etária e ainda atividades cotidianas servirão para

toda sua vida.

Neste trabalho apresentamos aspectos de como as atividades lúdicas são essenciais

para o processo ensino-aprendizagem dos alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental,

da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pastor José Pinto de Menezes, localizada em

área urbana do município de Novo Repartimento, Pará. Estruturamos este trabalho em

introdução, referencial teórico, material e métodos, resultados e discussão, e considerações

finais.

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2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Analisar a importância do lúdico para o processo de ensino e aprendizagem dos alunos

das séries iniciais do Ensino Fundamental.

2.2 Específicos

• Descrever as atividades lúdicas implementadas no processo de ensino

aprendizagem na Escola Pastor José Pinto de Menezes;

• Analisar a relação da ludicidade e a aprendizagem dos alunos nas séries iniciais.

• Quantificar os benefícios do lúdico no processo de ensino aprendizagem dos

alunos.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 A origem do lúdico

O termo lúdico traz como significado brincar, e nesse brincar estão incluídos os jogos,

brinquedos e brincadeiras, e é relativo também à conduta de quem joga, brinca e se diverte

(SANTOS, 2011, p. 57). Nesse sentido, desde muito tempo a ludicidade faz parte da

humanidade, para Santos (2011, p.57) “as atividades lúdicas fazem parte da vida do ser

humano e, em especial, da vida da criança, desde o início da humanidade, porém, essas

atividades eram vistas como sem importância.” Assim, a ludicidade era apenas uma forma de

diversão e passatempo, como algo oposto a educação, não havia uma visão de que através dos

jogos e brincadeira fosse possível educar.

No entanto, Valle (2010), no século XVI, com o surgimento da companhia de Jesus,

foi dada uma ênfase para o uso dos jogos como educativos, onde era utilizado como recursos

pedagógicos. Desde então o lúdico é visto como uma forma mais atrativa para ensinar os

conteúdos, não sendo apenas só um passatempo, pois é brincando que a criança aprende de

maneira agradável.

Porém, percebe-se que alguns educadores não têm a devida atenção ao usarem as

atividades lúdicas, para esses educadores a ludicidade não é utilizada para promover

desenvolvimento cognitivo dos alunos. Antunes (2011), “afirma que, ao utilizar os jogos

pedagógicos é necessário um rigoroso e cuidadoso planejamento, marcado por etapas muito

nítidas e que efetivamente acompanhe a evolução do aluno”.

Enfim, é necessário que o docente saiba qual é o objetivo que se pretende alcançar ao

fazer uso do lúdico em atividades pedagógicas e acompanhar o progresso do educando,

analisar se de fato conseguiu atingir os objetivos propostos. O lúdico com o passar do tempo

ganhou algumas classificações sendo as principais brincadeiras e jogos.

Para Oliveira (2007 apud DALLA VALLE 2011, p.31)a brincadeira estimula a

motricidade, permite experiências de afeto, além de funcionar como estímulo para a

linguagem e outras funções cognitivas. Portanto, a brincadeira é fundamental para o

desenvolvimento infantil, sendo assim, brincar não é perda de tempo.

É brincando que a criança constrói conhecimento sobre si e sobre o mundo. Nas

brincadeiras, a criança desenvolve algumas capacidades importantes: a atenção, a imitação, a

memória, a imaginação, além da socialização e da capacidade de escolha, sendo um ser ativo

em seu desenvolvimento.

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De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), a

brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas

aquisições de forma criativa, não havendo nada tão natural quanto à brincadeira para a

criança.

Winnicott (1975 apud Valle 2011, p. 32) referencia que a criança ao brincar aprende

sobre o mundo em volta e tem a oportunidade de procurar a melhor maneira de integrar-se a

esse mundo que já se encontra pronto ao nascer. Independente da idade, a criança sente

enorme satisfação ao brincar, sendo viável unir brincadeira e aprendizagem.

Por ser inerente ao universo infantil a brincadeira deve fazer parte também do seu

cotidiano escolar, independente de frequentar a Educação Infantil ou Ensino Fundamental. As

crianças que saem da Educação Infantil quando chegam ao Ensino Fundamental sentem uma

ruptura em relação à brincadeira, pois muitas vezes ao chegarem ao primeiro ano do Ensino

Fundamental, é informada que brincar ocorre apenas na hora do recreio, e que durante a aula é

para estudar.

Para Santos (2011), isso acontece porque, culturalmente somos ideados para não

sermos lúdicos. Basta lembrarmos quantas vezes em nossas vidas ouvimos frases como estas:

“Chega de brincar, agora é hora de estudar”, “Brincadeira tem hora” entre outras. Assim, ao

chegar à escola a criança se depara com um ambiente rígido, cansativo e sem graça, onde não

se sente bem e não quer estudar, se recusa a fazer as tarefas e fica bagunçando. Porém há

inúmeras possibilidades de aprender brincando, independente da área do conhecimento a ser

trabalhada.

Segundo Vygotsky (apud Rego 1995), o ensino sistemático não é o único fator

responsável por alargar os horizontes da zona de desenvolvimento proximal, ele considera o

brinquedo uma relevante fonte para a promoção de desenvolvimento.

A brincadeira é uma importante ferramenta para promover a aprendizagem dos

educandos, estimulando-os, incentivando-os e desafiando-os a irem ao encontro de

conhecimentos necessários para o seu desenvolvimento.

Para Piaget (1978 apud Valle 2010, p.24), “ao brincar, a criança utiliza suas estruturas

cognitivas e coloca em prática ações que estimulam sua aquisição de conhecimentos”. Em

momentos há a percepção de que o brincar contribui somente na fase pré-escolar, mas diante

das pesquisas nota-se que em todas as fases de ensino o brincar contribui para a formação da

criança.

Para falarmos sobre brincadeiras e relacionarmos á educação devemos entender que o

brincar pedagógico que fará a diferença. De acordo com Gonzales (2009, P. 12):

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É através das brincadeiras que os pequeninos começam a aprender as regras e os

valores culturais da comunidade em vivem. É importante que os pais, responsáveis e

educadores ensinem as brincadeiras típicas de sua região para as crianças para que elas

conheçam a cultura da família. Algumas famílias gostam de inventar as brincadeiras e isso é

um excelente estimulo para a imaginação e criatividade.

Além das brincadeiras culturais, há brincadeiras educativas que contribuem com a

formação pedagógica. A criança ao desenvolver atividades pedagógicas associativas

desenvolve também o raciocínio, o entendimento.

Fonseca (1999, p. 11) diz que na visão de Bossa (1998) ressalta que mais do que

responsáveis pela qualidade de vida, os pais são construtores do aparelho psíquico dos seus

filhos. Nascendo numa condição de total incompletude, o ser humano depende totalmente dos

adultos que estão a sua volta, especialmente de seus pais ou daqueles que fazem função

paterna e materna. Embora trazendo uma carga genética que também interfere no seu destino,

o fator genético será menos influente, quanto mais influente for à educação.

Essa relação sujeito objeto é extremamente importante, pois a criança ao perceber,

tocar e sentir o objeto, seja em atividades como jogos em espaços abertos, jogos lógicos ou

manuseio de outros objetos, adquire conhecimento com maior facilidade e vivencia.

A formação pedagógica quanto às brincadeiras utilizadas deve ser elaboradas de

acordo com a idade das crianças atendidas. A família também tem um papel importante nessa

construção de conhecimento.

Cada brincadeira tem sua devida importância. Os pais não podem se esquecer de que

as crianças precisam se desenvolver não só mentalmente, mas fisicamente. Não é nada

saudável uma criança passar o dia na frente da televisão ou do computador ou na frente de um

vídeo game. Se a vida de um adulto ou de uma criança for sedentária certamente ela irá

desenvolver doenças futuras, independente da faixa etária (Gonzales, 2009). A escola neste

momento entra como parceira da família, para levar a criança a aprender brincando sem

perder sua inocência.

Ainda Sousa (2011), a brincadeira de faz-de-conta tem lugar para o simbolismo, para

representação e para o imaginário. Onde os papéis são desempenhados com clareza, a menina

vira mãe, tia, professora; o menino torna-se pai, índio, policial, e esses papéis e objetos são

improvisados.

A criança tem o direito de usar seu mundo imaginário e construir com autonomia sua

própria visão da brincadeira. Santos (2011) nos diz que: Segundo Vigotski (1984, p.162), “ao

brincar, a criança está acima da própria idade, acima de seu comportamento diário, maior do

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que é na realidade”. A criança reage imitando pessoas adultas, no que ela percebe no dia-a-

dia, sendo assim ampliando seu vocabulário e socializando-se com as outras crianças.

Desafios se colocam para o professor de educação infantil entre eles deve ser o olhar

sensível e reflexivo sobre a criança, procurando compreender e aceitar os sinais que manifesta

e que comunica a respeito do que é e espera do adulto (LUNARDI, 2011). A criança busca

estratégias, de acordo com o que lhe é solicitada para viver o imaginário, sendo assim

socializando-se e ampliando novos conhecimentos, desenvolvendo seu conhecimento. Cabe

ao professor ser o mediador das brincadeiras para que as crianças sigam as regras

corretamente, compreendam o significado de cada atividade e não simplesmente permitir que

a brincadeira seja apenas um entretenimento.

Outra classificação importante que ganhou a ludicidade foi por meio de jogos, onde se

verifica a presença de regras, normas, obediências a essas regras e formação do caráter moral

da criança ao obedecer essas regras.

Para Antunes (2002 apud Valle 2010, p.34) “etimologicamente, a palavra jogo vem de

jocu, substantivo que significa gracejo, denota divertimento, passatempo com regras que

devem ser respeitada”.

E segundo Brougère (2000 apud Valle 2010) o ato de jogar é reconhecido por muitos

autores como tão antigo quanto o próprio homem e que, ao longo dos tempos, foi sendo

conceituados de acordo com as concepções vigentes de cada época.

Mesmo estando presente na história da humanidade com sentido de divertimento os

jogos também tinham uma finalidade pedagógica. Kishimoto (2002, apud Valle, 2010) afirma

que a utilização de jogos com fins pedagógicos, embora seja um tema bastante relevante para

a atualidade, tem sua história iniciada há muito tempo, desde a Grécia Antiga.

Na Antiguidade, os gregos e os romanos deixaram grandes legados na perspectiva da

ludicidade, tais como a prática de atividades físicas e o uso de bonecas e animais de barro

(CARNEIRO, 2014).

Não há como considerar a civilização sem perpassar a ideia de jogo, haja vista que

jogar possibilita aos participantes a experimentação, a criação e a transformação do ambiente

em que se vive (Huizinga, 1992 apud VALLE 2010).

Para Carneiro (2014), jogar permite ir da alegria à tristeza, do modelo à fantasia, da

liberdade à regra, da imitação à criatividade. Pode ou não ser enriquecido com brinquedos,

mas essa não é a única condição para brincar. Duarte (2011) “Estimular o uso de brinquedos

que favorecem uma maior interação entre as crianças é um dos meios de promover a

socialização entre as mesmas”.

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Muitas são as habilidades sociais reforçadas pelos jogos como a cooperação,

comunicação eficaz, competição honesta, redução da agressividade. O brinquedo permite que

as crianças progridam até atingirem um nível de autonomia, maior do que as demais crianças

que não tem esta prática.

Reafirma Kishimoto (2006, p.18), citada por Matushita “o brinquedo estimula a

representação, a expressão de imagens que evocam aspectos da realidade”. Uma boneca

permite à criança várias formas de brincadeiras. “Os jogos, como o xadrez, e os de construção

exigem certas habilidades definidas pela estrutura preexistente no próprio objeto e suas

regras.”

Brincando, a criança constrói sua identidade, autonomia se desenvolvendo e

aprendendo. Logo o brincar se torna uma necessidade determinante ao desenvolvimento

social e integral da criança, lembrando sempre que o adulto deve intervir positivamente para

que haja êxito no objetivo proposto.

Zacharias (2008, p.12) coloca que de acordo com Vygotsky (1984) o comportamento

das crianças em situações do dia a dia é, em relação aos seus fundamentos, o contrário

daquele apresentado nas situações de brincadeira. A brincadeira cria zona de desenvolvimento

proximal da criança que nela se comporta além do comportamento habitual para sua idade, o

que vem criar uma estrutura básica para as mudanças da necessidade e da consciência,

originando um novo tipo de atitude em relação ao real.

Na brincadeira, aparece tanto a ação na esfera imaginativa numa situação de faz-de-

conta, como a criação das intenções voluntárias e as formações dos planos da vida real,

constituindo-se assim, no mais alto nível do desenvolvimento.

Compreende-se que mesmo sem o uso do brinquedo as crianças não ficam impedidas

de brincar, é nesse momento que ela utiliza a imaginação.

A construção social dos jogos e das brincadeiras foi se formando no decorrer da

história da humanidade, para Valle (2010) na Idade Média o lúdico, era considerada uma

atividade apenas para os adultos, em seguida as crianças começaram a participar também

dessas atividades, e na sociedade contemporânea o lúdico é considerado um ato infantil.

Negrine (2011, p.16) afirma que “foi ao longo dos séculos XVII e XVIII que se adotou

uma atitude moderna em relação aos jogos, fundamentalmente diferente do que ocorria até

então”. Pois anteriormente os jogos tinham caráter puramente competitivo. Nesse período

começou-se a perceber o valor educativo do jogo, de acordo com Carneiro (2014) o jogo

passou a ser inserido nos colégios como forma de relaxar os alunos após as tarefas escolares.

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Em meados de 367 a. C. apontou-se a importância da utilização dos jogos para que o

aprendizado das crianças pudesse ser desenvolvido. Afirmava-se que em seus primeiros anos

de vida os meninos e meninas deveriam praticar juntos, atividades educativas através dos

jogos (SANT’ANNA, 2001, p.20):

De um modo geral a ludicidade surge como proposta para o desenvolvimento das

crianças, segundo Valle (2010, p.17), “pensadores da época colocam o brincar, a vivência de

jogos e outras atividades lúdicas no rol de ações sugeridas a pais e professores de crianças

menores de sete anos”.

De acordo com Sant’Anna (2001, p.4):

Na história antiga há relatos de que o ato de brincar era desenvolvido por toda a família, até quando os pais ensinavam os ofícios para seus filhos. Destacamos que para cada época e sociedade a concepção sobre educação sempre teve um entendimento diferenciado, logo o uso do lúdico seguiu tal concepção. Os povos primitivos davam à educação física uma importância muito grande e davam total liberdade para as crianças aproveitarem o exercício dos jogos naturais, possibilitando assim que esses pudessem influenciar positivamente a educação de suas crianças.

Enfim, os jogos educativos, podem ser utilizados como sensibilização para um projeto

de trabalho, assim como para introdução de um conteúdo. “São igualmente eficazes com a

fixação de aprendizagem ou para aprofundamento de conteúdos já trabalhados” Kishimoto

(2006 apud Valle, 2010, p.62).

3.2 O lúdico e a educação no Brasil

A história da humanidade contada a partir da idade média mostra que os jogos, embora

sempre presente nas atividades das sociedades, nem sempre eram vistos como elementos de

educação e não eram destinados às crianças. (VALLE, 2010). Os jogos eram compreendidos

apenas como distração, e nem todos tinham acesso a eles.

Foi durante o “Renascimento que o jogo serviu para divulgar princípios de moral, ética

e conteúdos de áreas como história e geografia, com a premissa de que o lúdico era conduta

livre e favorecia o desenvolvimento da inteligência” (VALLE 2010, p.16). Observa- se uma

nova ótica no contexto educacional, onde a ludicidade é vista como um meio para facilitar os

estudos, contribuindo para a aprendizagem.

Entretanto, existem ainda alguns equívocos acerca da utilização do lúdico, onde

muitos educadores pensem ser desnecessário o seu uso nas séries iniciais do ensino

fundamental. “Mesmo com a expansão dos jogos na área da educação, muitos educadores

percorreram a história sem aceitar essa forma de ensinar” (VALLE 2010, P. 57).

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Vale ressaltar, que a escola ainda está condicionada apenas a repassar os conteúdos, de

forma que o lúdico não está inserido totalmente no âmbito escolar, porém em sua grande

maioria o público alvo dessas escolas são as crianças e o brincar faz parte do seu universo.

Wajskop (1995 apud MUNIZ 2011) mostra que a escola atualmente mantém uma

visão conteudista e instrumentalizada do conhecimento, onde o brincar está ausente ou

reduzido a recurso didático.

Quando se percebe que uma elevada quantidade de alunos com diversas dificuldades

de aprendizagem e sem o menor interesse em estudar está cada dia mais presente no ambiente

escolar é necessário inserir uma prática pedagógica dinâmica que desperte o interesse do

educando que o estimule através de jogos, brincadeiras, músicas, danças, ou seja, através da

ludicidade.

Nesse sentido, de acordo com Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

(PNAIC, 2012), as atividades lúdicas passaram a fazer parte das diversas áreas do

conhecimento através dos jogos e brincadeiras afim, de desenvolver a aprendizagem dos

educandos.

Assim, é notável a necessidade de fato inserira ludicidade no cotidiano escolar, pois

assim há a possibilidade de uma interação maior nas aulas e uma aprendizagem significativa.

“Os jogos e as brincadeiras são elementos privilegiados de desenvolvimento das

crianças, mas cabe aos professores criarem propostas pedagógicas que aliem o aprendizado à

grande diversão que o jogo e a brincadeira proporcionam” (VALLE 2010, P.68).

Fica evidente a relevante contribuição que o lúdico proporciona para o processo de

ensino e aprendizagem dos educandos, onde o professor deve lançar mão de seus

conhecimentos para tornar suas aulas significativas.

Segundo o PNAIC (2012) o jogo é a atividade lúdica mais trabalhada atualmente pelos

professores, pois ele estimula as diversas inteligências, possibilitando que o aluno se envolva

nas atividades realizadas de forma significativa.

Através dos jogos o aluno aprende de forma prazerosa e eficaz, pois, o seu principal

objetivo como atividade lúdica é proporcionar ao indivíduo que está jogando, conhecimento

de maneira gratificante, espontânea e criativa não deixando de ser significativa independente

de quem o joga, deixando de lado os sistemas educacionais extremamente rígidos.

Percebe-se, que através das atividades lúdicas a criança aprende regras que são

relevantes para o seu desenvolvimento, aprende a interagir com o meio que a cerca, expõe

seus medos. O lúdico é uma maneira eficaz de envolver o aluno nas atividades, visto que, a

brincadeira faz parte do universo infantil.

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Alguns determinantes são importantes na aquisição de conhecimento da criança.

Analisando essa situação percebemos a importância das atividades lúdicas ofertadas na

educação infantil em especial no maternal para o crescimento dessa criança.

Entende-se que a criança mesmo fora da escola desenvolve suas habilidades básicas,

pois é comum ao seu ritmo como criança, que é brincar e socializar-se, mas somente na escola

esse trabalho será direcionado a alguma habilidade.

Através de brincadeiras as crianças aprendem a lidar com os sentimentos, interagir

crianças e adultos e resolver conflitos. Elas desenvolvem a imaginação, criatividade para

resolver problemas. Manipular, explorar e experimentar objetos reais é muito importante às

crianças aprenderão fazendo e falando. Por serem naturalmente ou pelo mundo e interessadas

em aprender sobre ele, as crianças são ativas ao aprendizado e fazem isso de diversas

formas(LIMA, 2008).

Quando chega a hora de frequentar uma escola a criança passa a melhorar essas

habilidades e a criar competências que as ajudará por toda vida. As potencialidades da criança

neste momento devem ser motivadas, tendo como ponto principal o entendimento sobre as

necessidades e o interesse do educando no processo de ensino aprendizagem.

O educador possui um papel de mediador da aprendizagem acompanhando e

orientando a criança de forma que a mesma possa expressar suas dúvidas e certezas de

maneira reflexiva no processo ação-reflexão-ação desde os 3 anos de idade, ou seja a fase da

pré-escola que se relaciona ao atendimento educacional de crianças até os 6 anos de idade,

fase onde estas encontram-se na alfabetização (MATTA 2001).

A criança pelo fato de ser pequena, imatura, deve construí seus conceitos com o

auxílio do adulto de forma clara e objetiva. Neste momento está se encontrando

pedagogicamente no ambiente, na socialização, no ensino aprendizagem e tudo parece

novidade, ela passa a perceber que o ambiente não é só para brincar, ela compreende a noção

de regras e limites.

A educação visa à criação de condições para satisfazer as necessidades básicas da

criança, oferecendo-lhe um clima de bem-estar físico, afetivo, social e intelectual, mediante a

proposição de atividades lúdicas, que levam a agir com espontaneidade, estimulando novas

descobertas e o estabelecimento de novas relações, a partir do que já se conhece (MATTA

2001).

Ao pensarmos em bem estar, entendemos que a criança deve está em um ambiente

agradável, limpo, onde todos em sua volta tenham os cuidados necessários e com isso ela

consiga desenvolver seu lado social, afetivo e intelectual sem dificuldades.

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Além de ofertar as brincadeiras essenciais a sua formação, não brincar por brincar,

mas construir uma brincadeira com significados, conceitos, concepções e respeitando as

diferenças.

A aprendizagem de procedimentos está diretamente relacionada à possibilidade de a

criança construir instrumentos e estabelecer caminhos que lhes possibilitem a realização de

suas ações. Longe de ser mecânica e destituída de sentido, a aprendizagem de procedimentos

constitui-se em um importante componente para o desenvolvimento das crianças, pois se

relaciona a um percurso de tomada de decisões (PCN 1998, v.1, p.37).

Percebe-se que a aprendizagem requer recursos que atendam aos interesses das

crianças, se não houver interesse pela brincadeira ou jogo, não há aprendizagem.

Para Rodrigues (2009, p. 14) na visão de Vygotsky (2007) um dos seus principais

representantes, “o brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e

realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de

ação pelas crianças”.

O diferencial neste momento é o tipo de atividade e sua função. A proposta

pedagógica não deve ser abstrata sem sentido, pois brincar por brincar elas já fazem em casa,

neste momento o brincar é direcionado.

Um fator importante é a comunicação entre ela e o adulto, deve haver uma interação

favorável ao aprender.

Segundo Aguiar (2005, p.5):

Para esses autores, a atividade principal da criança no primeiro ano de vida é a comunicação direta com o adulto, responsável pelas novas formações psicológicas centrais; no período subsequente, esta atividade é a manipulação dos objetos, por meio da qual são assimilados os modos socialmente elaborados de utilização dos objetos da realidade circundante; na infância pré-escolar, a atividade principal é o brincar expresso no jogo, brinquedo, brincadeira e outras formas lúdicas vivenciadas pela criança.

Para Maluf (2008), devem-se adotar várias estratégias, entre elas as atividades lúdicas,

que são capazes de intervir positivamente no desenvolvimento da criança, assegurando-lhe

condições adequadas para desenvolver suas competências.

Compete ao professor inserir na rotina da turma a ludicidade, a mesma deve está

associada ao planejamento contemplando situações de aprendizagem, os conteúdos podem ser

ensinados através do lúdico possibilitando uma interação maior entre os educandos, e

favorecendo o seu desenvolvimento integral.

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3.3As políticas públicas e a educação lúdica no Pará

A educação Estadual e Municipal possui muitos projetos e programas educacionais,

em sua maioria firmada com o Governo Federal. Segundo o resultado do IDEB – Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica, o Pará esteve abaixo das metas estabelecidas pelo nos

anos 2007, 2009, 2011, 2013 e 2015 consecutivamente. No ano de 2013 o Governo Estadual

assinou o Pacto Pela Educação com objetivo de promover a melhoria do ensino paraense. A

meta é aumentar em 30% o IDEB de todos os níveis de ensino: Fundamental I, Fundamental

II e Ensino Médio, em um período de 5 anos (PACTO PELA EDUCAÇÃO DO PARÁ,

2013).

Com objetivo na melhoria do ensino, vários projetos foram firmados sem parceria com

o governo federal, estadual e municipal. Especificamente o Município de Novo Repartimento

firmou parcerias com o Governo Federal no que diz respeito à Educação Municipal são eles:

Programa mais Educação. O Mais Educação, instituído pela Portaria Interministerial n°

17/2007, é um programa que amplia o tempo e o espaço educativo dos alunos da rede de

ensino público do Brasil, contribuindo para a formação integral de crianças, adolescentes e

jovens, o objetivo é aumentar a permanência de jovens na escola e assim melhorar o

desempenho escolar destes.

O Programa Esporte na Escola, (incentivo às ações esportivas no espaço escolar);

Mais cultura na Escola, (desenvolve eventos culturais em parceria com o poder público, as

ações contempladas são de cunhos culturais e artísticos; Programa Dinheiro Direto na Escola,

(destinado a pesquisa e intervenções na educação básica); Escola do Campo, (o projeto ajuda

as escolas do campo com equipamentos, aquisição de bens como carteiras, quadros, material

didáticos e outros bens para auxiliar na educação); Plano do desenvolvimento da Escola;

(Apoia a gestão escolar em seu planejamento e objetivos claros a serem alcançados pela

escola, através de recursos financeiros, visando os projetos educativos); Atleta na Escola, (o

programa é denominado de formação esportiva, visa incentivar a prática esportiva nas

escolas); PDDE – Água na Escola (são recursos financeiros para educação do Campo, afim

de garantir o abastecimento de água em condições apropriadas ao consumo humano).

Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade certa (PNAIC), entre todos os grandes

desafios para a educação brasileira, nenhum é mais estratégico e decisivo do que garantir a

plena alfabetização de nossas crianças. Alfabetizar todas as crianças, sem exceção, e no

momento certo: até o final do terceiro ano do ensino fundamental, quando elas completam

oito anos de idade.

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O que se percebe é que apesar dos avanços, ainda há grandes desafios a enfrentar.

Muitas crianças brasileiras concluem o ciclo destinado à sua alfabetização sem estarem

plenamente alfabetizadas. Um problema que pode comprometer gravemente o seu futuro e,

assim, o futuro da educação do nosso país.

Sabe-se que todas as crianças têm condições de aprender e se desenvolver. Um

resultado que depende de muito trabalho, dedicação, cuidado, atenção, carinho e

investimentos dos governos, das escolas, professores, famílias e a mobilização vigilante de

toda a sociedade. É um direito de cada uma delas e um dever de todos nós (PACTO, 2013).

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4.MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Caracterização da área de estudo

O presente estudo foi conduzido através da pesquisa de campo de abordagem

qualitativa, onde se analisou o papel do lúdico no processo de ensino aprendizagem dos

alunos das séries iniciais a partir de uma observação detalhada em um contexto específico na

E.M.E.F. Pastor José Pinto de Menezes, na área urbana do município de Novo Repartimento,

Pará (Figura 1).

A E. M. E. F. Pastor José Pinto de Menezes é uma escola de pequeno porte

localizada noa Zona Urbana, no Centro do Municipio de Novo Repartimento; atende uma

clientela de 378 alunos na faixa etaria de 07 a 16 aos de idade nas séries do 2º ao 5º ano do

ensino Fundamental I . esses alunos são em sua maioria da classe media baixa na ttalidae de

100% são beneficiarios de programas governamentais como o bolsa família. A escola conta

com 06 salas de aulas, secretaria, biblioteca, laboratorio de informatica, sala de professores,

sala de coordenação escolar, sala de orientação escolar, cozinha, área de convivencia e um

campinho de futebol. A escola funciona nos turnos da manhã e da tarde.

A pesquisa foi direcionada para duas turmas de 3º Ano do Ensino Fundamental I. Denominadas de Turma do 3º Ano A que funciona no periodo matutino e Turma do 3º ano B que funciona no periodo vespertino com um total de 50 alunos em ambas as turmas.

Figura 1. Escola Pastor José Pinto de Menezes.

Fonte: Arquivo autoral, 2016.

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4.2 Procedimentos metodológicos

4.2.1 Coleta de Dados

A pesquisa de campo foi realizada no segundo semestre de 2016, com entrevistas

abertas com questionário semiestruturado destinado as duas professoras das Turmas do 3º

Ano do Ensino Fundamental I. Foi observado o contexto onde o aluno está inserido e se as

atividades lúdicas fazem parte do seu cotidiano. Para se alcançar os objetivos da pesquisa, e

conseguir as informações e dados necessários indispensáveis à utilização de alguns

procedimentos, que são a consulta bibliográfica, necessária para o embasamento deste estudo.

A pesquisa bibliográfica de acordo com Lakatos e Marconi (1993, p. 66) consiste na

coleção de toda bibliografia publicada no campo referido disponível em livros, revistas,

jornais e outros compêndios literários, com o objetivo de colocar o pesquisador diante da

realidade pesquisada.

Houve análise do material pedagógico das professoras ministrantes, tendo como base

os pressupostos teóricos dos autores que tratam do tema: Piaget, Vygotsky, Santos, Kishimoto

entre outros. Verificaram-se ainda documentos da Escola como o Projeto Político Pedagógico

- PPP; o Plano de Trabalho Anual - PTA/2016, Planejamento Pessoal das Professoras, Diários

de Classe, Avaliações, Testes de Sondagens e alguns projetos da escola.

Propôs-se observar e compreender como decorre o processo de ensino e aprendizagem

nas séries iniciais do ensino fundamental, especificamente o processo de ensino aprendizagem

do ultimo ano do Ciclo de Alfabetização onde estão matriculadas as crianças com faixa etária

08 anos de idade. Crianças nessa faixa etária ainda vêm o lúdico como algo que lhes motiva

para o prazer, nesse sentido, o lúdico é primordial para o processo de desenvolvimento

infantil (MARQUES, 2012).

4.2.1.1 Elementos da mostra

4.2.2 Indivíduos participantes da amostra

Os sujeitos da pesquisa foram02 (duas) professoras, distribuídas em02 (duas) salas de

aula da Escola Municipal de Ensino Fundamental na cidade do Novo Repartimento e que

atuam como professoras regentes nas séries do terceiro ano do Ensino Fundamental I. Bem

como 50 crianças na faixa etária de oito anos de idade matriculados nessas duas turmas.

Na coleta de dados foram utilizados instrumentos como questionários, entrevistas

semiestruturadas, observações no cotidiano escolar, principalmente nas atividades

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desenvolvidas pelas professoras que envolviam o lúdico, e também foi analisado o teste de

sondagem que é disponibilizado pela Secretaria de Educação de Novo Repartimento, esse

teste foi realizado no início e no final do ano letivo, com o objetivo de diagnosticar os níveis

de aprendizagem que os alunos se encontram. As educadoras selecionadas foram questionadas

quanto ao uso de atividades lúdicas, que visem à aprendizagem do aluno em sua sala de aula;

quais as estratégias para suas aulas lúdicas; quais os materiais e recursos necessários a essa

prática; se essas estratégias e materiais utilizados como metodologia educacional lúdica estão

suprindo a necessidade e objetivos propostos para utilização deste; como a formação

continuada contribui para o melhoramento de sua prática pedagógica quanto ao uso do lúdico

no processo de ensino aprendizagem e finalmente se há um planejamento dessas práticas em

sala de aula ou são realizadas simplesmente sem planejamento, esporadicamente.

Observou-se o desenvolvimento das atividades lúdicas implementadas pelas

professoras em um grupo de crianças na faixa etária de oito anos de idade, de 50 alunos

divididos em duas turmas, na série, 3º ano do Ensino Fundamental.

Quando questionadas sobre sua formação as docentes responderam da seguinte forma:

A professora A respondeu que tem formação em Pedagogia e a professora B

respondeu que ainda está se formando também em Pedagogia, encontra-se matriculada no

ultimo período do curso. Percebe-se a relevância do curso superior para ambas, pois as

mesmas relataram que a Pedagogia é de suma importância para o desenvolvimento de sua

práxis.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesse tópico expomos os resultados encontrados durante a pesquisa, a qual por meio

de aplicação de questionários aos participantes, observação das práticas pedagógicas que

envolviam o lúdico em sala de aula, levantamento de documentos oficiais da escola como

Plano de Trabalho Anual (PTA), Projeto Político Pedagógico (PPP), Diários e planejamentos

das professoras, bem como entrevista oral estruturada e semiestrutura foi possível verificar

que as atividades desenvolvidas estão divididas principalmente em alfabetização e letramento

e alfabetização matemática em ambas as áreas foi perceptível o uso da metodologia

enfatizando o lúdico por meio de jogos, brincadeiras, cantigas de rodas entre outros conforme

apresentados nos sub-tópicos a seguir:

5.1 Descrição do Projeto Político Pedagógico (PPP)

Ao se ao analisar o PPP, percebeu-se que ele enfatiza a filosofia da Escola Municipal

de Ensino Fundamental Pastor Pinto de Menezes, no sentido de apresentar uma gestão

democrática e preocupada com o ensino aprendizado da sua clientela de forma global, com a

participação da comunidade nos projetos, jogos, brincadeiras, festas culturais e nas

apresentações de eventos em datas comemorativas desenvolvidas pela escola.

A cada ano o PPP é reformulado em reunião de planejamento com a participação dos

professores, corpo técnico pedagógico, corpo técnico administrativo e representante da

comunidade escolar para sugestões, avaliações e inclusão de novas estratégias de atividades

pedagógicas para cada ano. Há Projetos Pedagógicos inseridos no PPP que já fazem parte da

tradição escolar como o Projeto Festa Junina, onde todo ano toda a comunidade escolar

participa com danças, apresentações folclóricas, venda de comidas típicas entre outros.

5.2 Descrição do Plano de Trabalho Anual e o Plano de Aula

O Plano de Trabalho Anual (PTA) enfatiza a Alfabetização e o letramento para todos

os alunos do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental e propõe como desafio superar o

analfabetismo dos alunos que se encontram nessa faixa etária fazendo cumprir a proposta do

Pacto pela alfabetização na idade certa, com projeto para as crianças finalizarem o 3º ano do

ensino fundamental alfabetizados e letrados nas linguagens e na matemática (PACTO, 2013).

No final de 2015, concluiu-se o Eixo de Formação “Alfabetização e Letramento” e se

iniciou o Eixo Alfabetização Matemática. De acordo com Pacto Nacional pela Alfabetização

na Idade Certa (PNAIC, 2012), as atividades lúdicas passaram a fazer parte das diversas áreas

do conhecimento através dos jogos e brincadeiras a fim de desenvolver a aprendizagem dos

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educandos. Tornou-se então, necessário, repensar a prática na sala de aula e foi incorporado

ao PTA, novas estratégias pedagógicas que enfatizassem o brincar, o jogar, o dinamizar no

processo de ensino aprendizagem. O PTA foi desenvolvido com base na pedagogia dos

projetos, e segundo Moura (2010, p. 01),

Na Pedagogia de Projetos a relação ensino/aprendizagem é voltada para a construção do conhecimento de maneira dinâmica, contextualizada, compartilhada, que envolva efetivamente a participação dos educandos e educadores num processo mútuo de troca de experiências. Nessa postura a aprendizagem se torna prazerosa, pois ocorre a partir dos interesses dos envolvidos no processo, da realidade em que estes estão inseridos, o que ocasiona motivação, satisfação em aprender.

Além das metodologias embasadas na Pedagogia dos Projetos foram verificadas

metodologias como alfabetização e letramento por meio de sequências didáticas, leituras e

interpretação de contos de fadas, filmes da Disney, cantigas de rodas e muitas fichas, jogos,

confecção de cartazes. Todas essas práticas foram relatadas nos planejamentos diários das

professoras. Apresentamos a seguir a explicação de algumas dessas metodologias e o uso de

recursos pedagógicos utilizados em sala de aula.

Com a implantação do Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC,

2012) o município de Novo Repartimento assinou o acordo de parceria junto ao programa,

cadastrando todos os professores que fazem parte do Ciclo de Alfabetização contemplado no

1º ao 3º Ano das séries inicias. Esses professores participam das oficinas promovidas pelo

Pacto aprendendo novas metodologias de alfabetização e letramento; alfabetização

matemática e novas formas de ensino aprendizagem por meio de jogos, brincadeiras, músicas

entre outros, visando auxiliar os alunos nas diversas áreas do conhecimento.

Este Programa do Governo Federal (Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa –

PNAIC, 2012) disponibilizou para a escola vários kits de materiais pedagógicos: jogos e

livros destinados aos alunos. Ao utilizar os materiais pedagógicos as professoras afirmam que

“os alunos demonstram maior interesse nas aulas, que através das formações oferecidas pelo

PNAIC puderam aprimorar suas práticas pedagógicas”. As professoras desenvolvem também

o Projeto pedagógico Sacola da Leitura, que tem o objetivo de desenvolver e aprimorar a

leitura dos alunos (Projeto Pedagógico Sacola da Leitura, 2015).

As professoras A e B1realizam seus planos de aula semanalmente com registros em

cadernos seguindo a proposta da Secretaria de Educação a qual no início de cada semestre,

disponibiliza por meio de reunião de planejamento os planejamentos gerais para cada 1A e B foi a maneira identificar as professoras preservando a identidade das mesmas.

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semestre. Esses planejamentos visam formular quais conteúdos serão estudados em cada

série/ano. Os mesmos são organizados com base na matriz curricular municipal de ensino, nas

propostas do Pacto Pela Alfabetização na Idade Certa e nos livros didáticos escolhidos pela

rede municipal de ensino e adquirido por meio do Programa Nacional do Livro Didático –

PNLD.

Os planos de aulas das professoras têm como objetivo o desenvolvimento do ensino

aprendizagem por meio do lúdico, isso pode ser verificado nas metodologias mencionadas

nesses planos de aulas que envolvem música, jogos, brincadeiras, pinturas, filmes que serão

apresentados por meio de descrição de algumas dessas práticas observadas nas salas de aula.

Nos planejamentos diários das professoras foram verificados alguns planos que

possuem os objetivos pensando na aprendizagem, na cooperação e na socialização enquanto

se desenvolve a matemática, a leitura, a escrita entre outros conhecimentos.

Em um dos planos de aula de Língua Portuguesa a professora utilizou o gênero textual

parlenda com o tema “A Galinha do Vizinho”, com o propósito de facilitar o aprendizado das

crianças, pois se tratava de um texto muito conhecido pelos alunos.

Plano de Aula

Área do conhecimento: Língua Portuguesa

Tema: Parlenda “A Galinha do Vizinho”

Conteúdo: Leitura e interpretação do texto; Ortografia NH; Ditado.

Objetivos:

* Identificar o gênero textual Parlenda.

* Ler e interpretar o texto com ou sem o auxílio do professor.

* Escrever algumas palavras com NH.

Metodologia:

No primeiro momento foi apresentado aos alunos o texto em um cartaz, em seguida os

alunos fizeram a leitura, foi explicado que o gênero textual é uma parlenda. No segundo

momento os alunos interpretaram o texto e fizeram um ditado que contém algumas palavras

com NH. No terceiro momento realizou-se uma dinâmica onde os alunos farão um círculo e

cantarão a parlenda quando falar bota dez todos os alunos deverão ficar agachados.

Avaliação: A avaliação será conforme a participação nas atividades desenvolvidas.

Na aula de matemática a professora utilizou o livro Os Dez Sacizinhos para ensinar a

sequência e a adição de forma divertida.

Plano de Aula

Área do conhecimento: Matemática

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Tema: Os Dez Sacizinhos

Conteúdo: Sequência numérica; Subtração

Objetivos:

* Observar e completar a sequência a numérica na ordem decrescente.

* Solucionar problemas envolvendo subtração.

* Escrever os numerais e seus nomes.

Metodologia:

No primeiro momento será apresentado e lido o livro aos alunos em seguida, será feito

uma roda de conversa pra que os alunos exponham seus entendimentos acerca da

interpretação que fizeram em relação ao livro. No segundo momento os alunos completarão a

sequência numérica na ordem decrescente, conforme a ordem em que os sacizinhos

desapareceram. Em seguida irão solucionar problemas envolvendo subtração e no terceiro

momento irão escrever números de um a dez e escrever o nome dos números.

Avaliação: A avaliação será mediante ao desempenho nas atividades.

De acordo com os planos de aulas das docentes percebeu-se que as mesmas procuram

trabalhar de maneira que valorizem a ludicidade na sala de aula, facilitando a compreensão

dos conteúdos trabalhados.

5.3 Destaques para os componentes da leitura

A descrição deste sub-tópico dá ênfase à leitura sem considerar a periodicidade das

aulas. Durante as observações, foram verificadas diversas práticas em sala de aula e levando

em consideração as práticas que davam ênfase a ludicidade, por amostragem foi considerado

relevante a descrição e apresentação de algumas dessas práticas, por exemplo, Projeto

pedagógico Sacola da Leitura (Figura 2), que tem o objetivo de desenvolver e a aprimorar a

leitura dos alunos (Projeto Pedagógico Sacola da Leitura, 2015).

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Figura 2. Literatura Infantil.

Fonte: Arquivo Autoral (2016).

Nesse projeto a cada dia é sorteado um aluno que levará para casa a sacola com um

livro dentro; no outro dia o aluno lê para a turma o livro que levou ou conta a história que leu

em casa. Aqueles que ainda não sabem ler são motivados à leitura oral pelas professoras,

devendo responder acerca das observações feitas no livro, por exemplo, onde se passa a

história do livro, quais as personagens, o que mais ele gostou. Para esses alunos que não

sabem ler são enviados livros com maior quantidade de ilustrações, como desenhos, figuras,

paisagens.

Após a leitura os livros são devolvidos para o cantinho da leitura, que se trata de um

painel com bolsos que fica exposto num canto na parede da sala. Em cada bolso são colocados

vários livros, quando todos os livros são apresentados aos alunos no decorrer de certo período

(bimestre/semestre), os livros são trocados por outros que ficam armazenados na biblioteca da

escola.

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Figura 3. Cantinho da Leitura – 3º Ano A.

Fonte: Arquivo autoral, 2016.

Em outro momento, a Professora B em sua aula aplicou a música “A casa do Zé”:

Letra da música A Casa do Zé (Bia Bedran)

Pra entrar na casa do Zé Tem que bater o pé Pra entrar na casa do Zé Tem que bater o pé Lê lê a, agora já posso entrar Lê lê a, agora já posso entrar Mas você tem que bater palmas também Mas você tem que bater palmas também Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé Lê lê a, agora já posso entrar Lê lê a, agora já posso entrar Mas você tem que dá um pulinho também Mas você tem que dá um pulinho também Dá um pulinho... Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé Lê lê a, agora já posso entrar Lê lê a, agora já posso entrar Mas você tem que dá uma rodada também Mas você tem que dá uma rodada também Dá uma rodada... dá um pulinho... Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé Lê lê a, agora já posso entrar Lê lê a, agora já posso entrar

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Mas você tem que dá uma rebolada também Mas você tem que dá uma rebolada também Dá uma rebolada... dá uma rodada... dá um pulinho... Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé Lê lê a, agora já posso entrar Lê lê a, agora já posso entrar Mas você tem que abraçar o colega também Mas você tem que abraçar o colega também Abraçar o colega... dá uma rebolada... dá uma rodada... dá um pulinho... Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé Lê lê a, agora já posso entrar Lê lê a, agora já posso entrar

Oh! Seu Zé, primeiro vou me organizar.

Nas últimas estrofes as crianças já estavam cantando sozinhas; foi uma estratégia de

motivação para o início da aula e um reforço para o aprendizado de palavras com som de Z/S,

enfatizado na música com as palavras caSa e Zé. Foram também colocadas outras palavras:

Em seguida os alunos passaram para resolução de atividades no livro e ainda assim

percebiam alguns batendo os pés mesmo quando estavam desenvolvendo as atividades; foi

perceptível que a brincadeira envolveu aquele momento de aprendizagem tornando, prazeroso

para esse grupo de alunos no momento da observação. A Figura 4 ilustra as páginas do livro

que constam essa atividade desenvolvida.

Figura 4. Livro Didático -3º Ano A

Fonte: Arquivo autoral, 2016.

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Em outra dinâmica a Professora A, organizou a sala em uma roda com todas as

crianças sentadas no chão e iniciou sua aula com a leitura deleite, Os Dez Sacizinhos (Figura

5). Este livro é uma brincadeira matemática de subtrair sacis. Entre versos e estrofes, dez

sacizinhos vão desaparecendo, um a um, em diversos acidentes, como ingestão de comida

estragada, jejum exagerado e quebra de regras.

Figura 5. Dez Sacizinhos – Literatura Infantil.

Fonte: Arquivo autoral, 2016.

Após a leitura abriu-se uma “roda de conversa2” para que os alunos socializassem o

que entenderam do livro. Os alunos participaram ativamente, e de acordo com os relatos

verificou-se a interpretação individual de cada criança, uns falaram que os sacis

desapareceram “por castigo”, “porque não obedeceram”, “porque eram gulosos”, perceberam

também a subtração na leitura onde um comentou se ia ser aula de matemática “sobre menos”.

Em outra aula na sala do 3º ano B houve a apresentação de um cartaz com um texto

gênero parlenda “A Galinha do Vizinho”. A docente explorou o texto com os alunos e cantou

várias vezes e depois fixou o cartaz na parede.

Letra da música A galinha do vizinho

A galinha do vizinho Bota ovo amarelinho. Bota um, bota dois, bota três, Bota quatro, bota cinco, bota seis, Bota sete, bota oito, bota nove, Bota dez (Domínio Público)

2Roda de Conversa e um método de discussão que possibilita aprofundar o diálogo com a participação democrática, a partir da riqueza da participação de cada criança.

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A Professora B, ao trabalhar essa parlenda3 buscou motivar a turma e enfatizou a

dificuldade silábica NH nas palavras do texto como: viziNHo, amareliNHo e galiNHa. A

Figura 6ilustra esta atividade desenvolvida no livro pelos alunos.

Figura 6. Atividade de Leitura Oral.

Fonte: Arquivo autoral, 2016.

Outros momentos observados e considerados como relevantes para a pesquisa foram

momentos em que as professoras destinavam tempo para leituras livres onde os alunos iam até

o cantinho da Leitura pegavam um livro de sua preferência e liam nas suas carteiras, sozinhos,

em duplas ou em pequenos grupos. Após a leitura, ambas as professoras sempre davam uma

finalidade para essa atividade pedagógica, por exemplo, fazia-se o sorteio de um ou mais

alunos, ou grupos de alunos, para apresentar de forma oral o livro que leu, ou desenhar o que

compreendeu da leitura. Através dessa dinâmica as professoras estimulavam a oralidade da

criança, a leitura e a interpretação de textos.

3As parlendas são versinhos ou músicas com temática infantil que são recitados em brincadeiras de crianças.

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Figura 7. Leitura em sala de aula.

Fonte: Arquivo autoral, 2016.

5.4 Enfoque para as aulas com jogos

As professoras trabalharam a adição e a subtração com o auxílio de dominó, e para a

criança conseguir organizar o dominó deveria resolver as operações. As primeiras continhas

propostas eram feitas com numerais da casa das unidades onde cerca de 90% dos grupos de

no máximo cinco alunos conseguiram finalizar o jogo com um vencedor (o aluno usou todas

as peças do dominó).

Nas operações com número na ordem das dezenas a situação ficou mais complexa,

uma vez que os alunos tinham que armar a continha para poder descobrir que dominó usar.

Apesar de já ter trabalhado adição e subtração com a turma a professora percebeu que um

grande número de alunos, 56% do total ainda enfrentavam dificuldade em “armar” as

continhas. Diante da realidade apresentada as professoras propuseram revisar o conteúdo de

adição e subtração para posteriormente colocar em prática novamente o jogo Dominó

matemático (Figura 8) como reforço no processo de ensino aprendizagem da adição e

subtração.

Figura 8. Jogo dominó matemático.

Fonte: Arquivo autoral, 2016.

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Outro jogo que merece destaque é o bingo de letras (Figura 9), cada aluno recebe uma

cartela contendo algumas letras do alfabeto para que associe a letra sorteada pela professora a

que está na cartela, quem possuir a letra sorteada marca. Esse jogo tem o objetivo de fazer

com que os alunos reconheçam as letras do alfabeto; é voltado para aqueles alunos que ainda

não adquiriram a leitura e escrita. Ganha o jogo, o aluno que primeiro completar a cartela.

Figura 9. Jogo das Letras.

Fonte: Arquivo Autoral, 2016.

Foi verificado o uso de um jogo chamado “Procure a Palavra”, onde as professoras

recortavam diversas palavras e colavam em uma cartolina; davam bolinhas de cores diferentes

para cada grupo de no máximo três crianças cada e começava fazer o ditado das palavras

distribuídas na cartolina. O aluno teria que ter um esforço para visualizar, ler e interpretar a

palavra ditada, sinalizando-a com uma bolinha colorida. O grupo que conseguisse sinalizar

mais palavras era o vencedor.

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Figura 10. Jogo Procure a Palavra

Fonte: Arquivo Autoral, 2016.

Para Sousa (2011) os jogos como recurso pedagógico são sérios contribuintes para o

desenvolvimento dos alunos, potencializando a aprendizagem na resolução de problemas,

definir regras, interagir socialmente, desenvolver sua autoconfiança, ter empatia.

A criança ao participar de ações com os jogos pedagógicos, brinquedos e brincadeiras

em sala de aula, desenvolve as habilidades sociais como a cooperação, comunicação eficaz,

competição honesta, redução da agressividade. O brinquedo permite que as crianças

progridam até atingirem um nível de autonomia, maior do que as demais crianças que não tem

esta prática.

O brinquedo é a atividade principal da criança, aquela em conexão com a qual ocorrem as mais significativas mudanças no desenvolvimento psíquico do sujeito e na qual se desenvolvem os processos psicológicos que preparam o caminho da transição da criança em direção a um novo e mais elevado nível de desenvolvimento (LEONTIEV, 1998b).

Os jogos oferecem excelentes oportunidades para nutrir a linguagem da criança. O

contato com diferentes objetos e situações estimula a linguagem materna e o aumento do

vocabulário

(...) jogos por meio dos quais as crianças aprendem sua língua materna. (...) E poder-se-iam chamar também de jogos de linguagem os processos de denominação das pedras e da repetição da palavra pronunciada. Pense os vários usos das palavras ao se brincar de roda. (WITTGENSTEIN, 1999, p. 30).

Além dos jogos foram verificadas várias metodologias que pudessem auxiliar no

processo de ensino aprendizagem envolvendo o lúdico nas turmas do 3º Ano do Ensino

Fundamental I da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pastor José Pinto de Menezes.

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5.5 Análise das metodologias lúdicas e seus resultados na aprendizagem dos alunos

Durante as atividades as professoras sempre estavam mais atentas àquelas crianças que

apresentavam mais dificuldade quanto ao nível de desenvolvimento da escrita e da leitura.

Para saber em qual nível de aprendizagem apresentava-se cada aluno. No início do ano letivo

de 2016, nas primeiras semanas de aula, realizou-se um teste de sondagem com ambas as

turmas, com base nos pressupostos teóricos de Emília Ferreiro (1995, p.12) e foram

classificadas as crianças como indica a Tabela 1.

Tabela 1. Níveis de Escrita Tuma 3º Ano A e B – 1º Teste de Sondagem aplicado no início do ano de 2016.

Turmas Pré-Silábico Silábico Silábico

Alfabético Alfabético

Total de Alunos

3º ano A 32% 40% 10% 18% 24

3º Ano B 37% 30% 30% 3% 26 Fonte: Arquivo autoral, 2016.

A tabela 1 propicia entender que a maioria dos alunos se encontravam no nível de

Escrita Pré-silábico, 8 alunos, e Silábico. No Nível Pré-Silábico, onde, segundo Emília

Ferreiro (1995), a criança não busca correspondência com o som de cada palavra. A criança

faz uma diferenciação entre desenhos e outros signos como letra, número, sinais, porém a

quantidade de signos nem sempre condiz com a palavra. Transcrevemos um exemplo a seguir:

EMDHGASIEJANDME (armário) PENBAHDUELSNROC (cadeira)

E o nível Silábico a criança já consegue identificar a diferença nos sons das palavras e

passa a escrever diferentemente cada um dos sons representados demonstrando conhecimento

quantitativo e posteriormente qualitativo sobre a escrita. Exemplo a seguir.

HCVEO (armário) ZO (mesa) AAIO ou RMR ou AMRO (armário) AEIA ou CDR ou CDIR (cadeira) EA ou MS ou ES (mesa) A ou P ÷ (pá)

Após a análise do teste de sondagem aplicado nas turmas, percebeu-se que apesar das

50 crianças estarem no 3º Ano do Ensino Fundamental – última fase do ciclo de alfabetização

de acordo com o PNAIC 2012; a maioria chegou nessa etapa apresentando grandes

dificuldades de leitura e de escrita, num total de 50 crianças, 34 não conseguiam escrever

pequenas palavras, e 16 conseguiam escrever pequenas palavras como se pode verificar no

gráfico abaixo:

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Gráfico 1. Níveis de Escrita Tuma 3º Ano A e B – 1º Teste de Sondagem aplicado no início do ano de 2016.

Fonte: Arquivo autoral.

Figura 11. 1º teste de Sondagem – Crianças no Nível Pré Silábico de Escrita.

Fonte: Arquivo autoral.

No período da realização da pesquisa ainda havia uma concentração grande de

crianças com dificuldade em relação à leitura e a escrita, mas foi solicitado passar o teste de

sondagem novamente e obteve-se outro resultado descrito na Tabela 2.

Tabela 2. Níveis de Escrita Tuma 3º Ano A e B – 2º Teste de sondagem

Turmas Pré Silábico Silábico Silábico

Alfabético Alfabético

Total de Alunos

3º ano A 10% 17% 10% 63% 24

3º Ano B 17% 30% 12% 41% 26

Fonte: Arquivo autoral.

RESULTADO DO TESTE DE SONDAGEM

CRIANÇAS NO NIVEL PRÉ SILÁBICO

CRIANÇAS NO NÍVEL SILÁBICO

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Figura 12. 2º teste de Sondagem – Crianças no Nível Silábico/Alfabético de Escrita.

Fonte: Arquivo autoral.

As atividades de leitura aplicadas através da modelagem lúdica (música, parlenda,

jogos) surtiram efeito positivo na aprendizagem dos alunos conforme aponta os dados, pois

63% dos alunos do 3º ano A e 41% apresentaram-se no nível alfabético no final do ano letivo.

Durante as observações se verificou que ambas as professoras “tomavam a leitura”,

cotidianamente, principalmente, das crianças que se encontravam no Nível de Escrita Pré

Silábico e Silábico. Elas usavam fichas com palavras, palavras e desenhos, letras e símbolos e

individualmente faziam a observação das repetições dos sons, segmentos silábicos.

Observando o oral e o escrito, semelhanças e diferenças. Qual a dificuldade de cada criança, e

iam reforçando a pronúncia das letras, das silabas, das palavras; pediam para o aluno procurar

a sílaba que estava sendo ensinada em um texto. Por exemplo, na parlenda “A Galinha do

Vizinho”, a professora começava motivando o aluno a falar as letras que ele já conhecia, e

eles respondia o “v”, o “a” e assim por diante; o “vi”, o “vo” da palavra ovo, e depois

continuava com as sílabas, em seguida palavras de acordo com a dificuldade de cada aluno.

Essas orientações aconteciam individualmente e a criança sempre se apresentava de

forma constrangida pelo fato de “não saber ler”. As professoras tentavam motivá-las para a

superação desse desafio por meio de incentivo como carimbar um bichinho no caderno,

pregar um adesivo no livro, desenhar estrelinhas nas tarefas feitas em casa. No entanto, elas,

não conseguiam fazer esse atendimento individual com todos no mesmo dia, então, fazia-se

em forma de rodízio e atendimento ocorria de 02 a 03 crianças a cada momento de leitura.

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Com exceção das atividades de atendimento individual, todas as demais atividades

foram realizadas com a sala toda ou com pequenos grupos onde foi possível perceber que os

alunos se sentiam mais confortáveis e motivados a participar. Constatamos que nas atividades

ofertadas havia situações lúdicas, esta dificuldade (constrangimento, vergonha, timidez) era

minimizada. Na sala de aula as crianças ao participarem deixavam transparecer que a

aprendizagem neste momento se tornava igual para todos. Como se essas crianças com

dificuldades rompessem a barreira da falta de leitura, por exemplo; não sabiam ler, mas

sabiam cantar, dançar, pular e compreender o que estava sendo exposto naquela aula.

Desta forma as atividades lúdicas eram usadas como recurso na sala de aula, os jogos,

as brincadeiras as cantigas tornavam a ludicidade ampla e era explorada com o intuito de

contribuir com o aluno em sua aprendizagem.

De acordo com Sales (2012, p.9),

O jogo enquanto ferramenta de aprendizagem vai se desenvolver de forma positiva, se o educador souber trabalhar adequadamente com ele. É sabido que muitos veem este tipo de atividade como atividade de disputa, onde há perdedores e ganhadores e uma grande parte dos docentes dissemina este conceito errôneo que se tem desta atividade. Quando se trabalha o corpo, a ludicidade e o jogo, desenvolvemos diversas potencialidades como a criatividade, o prazer, a interação entre as pessoas, a cooperação, entre outras.

Sales (2012, p.9) faz menções dos jogos enquanto ferramenta usada no ensino

aprendizagem. O educador deve então se organizar para ofertar positivamente esses jogos.

Devem ser pensados quais os objetivos a serem alcançados. Neste caso as práticas

pedagógicas envolvendo a ludicidade em sala de aula desenvolvidas pelas professoras

confirmam o que teóricos e educadores afirmam sobre os benefícios e contribuições da prática

educativa lúdica em âmbito escolar.

De um modo geral a ludicidade surge como proposta para o desenvolvimento das

crianças, segundo Valle (2010, p.17) esse desenvolvimento se dá de forma holística, uma vez

que a criança desenvolve qualquer atividade proposta pelas professoras com prazer,

motivação e cooperação.

Comparando os resultados dessas duas turmas pesquisadas com os resultados do INEP

(2016), Quadro 1, tece-se as seguintes considerações:

No ano de 2005, o índice de aprovação de crianças no final da 2ª série (3º Ano do

Ensino Fundamental) era de 80%. Ao longo de 10 anos subiram 10 pontos percentuais, visto

que em 2015 crianças no final do ciclo de alfabetização que corresponde ao 3º ano atual chega

a 88,5%. Porém sabe-se que esse resultado não precisa ser comemorado uma vez quando se

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avalia o quesito ensino aprendizagem dentro da proposta do PACTO (2012) percebe-se que o

resultado é outro, como afirma o Jornal O Globo (2011):

No primeiro semestre deste ano, a Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização) realizada pela primeira vez, nas capitais de todo o país, por crianças que concluíram o 3º ano do ensino fundamental, apontou que 43,9% não aprenderam o que era esperado em Leitura para esse nível de ensino. Em relação à Escrita, 46,6% não atingiram o esperado. (Jornal o Globo 2011).

Ao se avaliar o processo de ensino aprendizagem da criança que concluiu o 3º Ano,

percebe-se que esta avançou em relação ao nível de conhecimento em que se encontra, mas

ainda não está cumprindo todas as exigências e habilidades do nível do 3º Ano do Ensino

Fundamental. E ao se observar o cenário nacional no 3º ano a taxa de aprovação decai

consideravelmente, em comparação com os outros anos anteriores, 97,7 e 96,8%, como

evidencia o Quadro 1.E este percentual, 88,5%, se compatibiliza com a pesquisa realizada na

Escola Pastor José Pinto de Menezes, com aprovação de 73% dos alunos 3º ano em 2016.

Quadro 1. Taxa de aprovação do ensino fundamental por ano/série – Brasil 2005-2015

Fonte: INEP, 2016.

Outro aspecto relevante é o índice de reprovação nessas séries que apesar dos alunos

serem admitidos um número considerado de alunos com dificuldades na leitura e na escrita

para os 4os anos; ainda são retidos muitos alunos no final do ciclo de alfabetização, uma vez

que nas séries anteriores os alunos são aprovados quase que automaticamente para que não

haja quebra no ciclo de alfabetização. Quando chega ao final do ciclo a escola se vê

“obrigada” a reprovar os alunos que não sabem ler nem escrever. Os alunos, especificamente

dessas duas turmas do 3o Ano pesquisadas, foram reprovados, um total de 27%, uma vez que

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essas crianças não conseguiram desenvolver as habilidades necessárias de acordo com as

exigências dessa série/ano, ou seja, não conseguiram atingir o nível de alfabetização.

No Quadro 2 observa-se que a taxa de insucesso somado a reprovação e evasão no 3º

ano nas escolas públicas é de 13,3%. Parte desse insucesso pode se dá pelo fato dos alunos

chegarem ao 3o ano ainda não sabendo ler, como mostram os dados do teste de sondagem da

escola pesquisada onde mais de 30% das crianças iniciaram o ano letivo de 2016 sem saber

escrever o próprio nome.

Quadro 2. Taxa de insucesso (soma de reprovação e abandono) por séries do ensino fundamental e médio segundo rede de ensino – Brasil 2015

Fonte: INEP, 2016.

As professoras ao ministrarem suas aulas solicitavam que os alunos lessem, e os que

não sabiam sentiam-se “constrangidos”. Isto pode levar o aluno a se desmotivar e evadir-se,

caso o professor não desenvolva métodos adequados para possibilitar aos alunos o

aprendizado desta habilidade educacional. Não é o caso das duas professoras da escola em

estudo, uma vez que, como se observou que ambas implementaram as ferramentas

pedagógicas adequadas para o processo de ensino aprendizagem por meio de atividades

lúdicas, metodologias atrativas, brincadeiras em dosagem considerável e jogos que faziam

parte das aulas diariamente.

E ao considerar o cenário nacional da educação o Pará é um dos estados com as

maiores taxas de insucesso nas séries iniciais como indica o Quadro 3, o percentual nas faixas

de 10,1 a 20%, e 20,1 a 100%, compõem as manchas que indicam as taxas o insucesso em

grande parte dos municípios paraenses. O que a médio e longo prazo estabelecerá uma

defasagem nos níveis de educação no Pará.

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Quadro 3. Taxa de insucesso (soma de reprovação e abandono) por município – 2015

Fonte: INEP, 2016.

Segundo dados do MEC (2015), 5,8% das crianças nas séries iniciais reprovaram e

1,0% abandonaram os estudos. Esse número de 1% parece ser pequeno porém representa mais

de 150 mil crianças que não finalizaram o ano letivo por algum motivo. No município de

Novo Repartimento esses resultados não são diferentes. No ano de 2015, 11,9% dos alunos

matriculados nas séries iniciais reprovaram e 3,2% abandonaram a escola. E ao se analisar

especificamente o 3º ano escolar – fim do ciclo de alfabetização –, esse número de reprovação

eleva-se para 18,7% e o percentual de abandono cai para 2,5% segundo dados do INEP e

Censo Escolar 2015 – Quadro 4.

Quadro 4. Taxas de Rendimento (2015) município Novo Repartimento – 2015

Etapa Escolar Reprovação Abandono Aprovação

Anos Iniciais 11,9%

1.015 reprovações 3,2%

273 abandonos 84,9%

7.247 aprovações

Anos Finais 16,9%

962 reprovações 10,6%

604 abandonos 72,5%

4.128 aprovações

Ensino Médio 5,5%

128 reprovações 24,5%

564 abandonos 70,0%

1.615 aprovações

Fonte: WWW. QEDU.ORG.BR 2016.

Na escola pesquisada como já foi explicado não houve percentual de abandono e o

número de reprovados ficou entre os 17%. Isso pode apontar que para se ter êxito no processo

de ensino aprendizagem faz-se necessário cumprir um conjunto de quesitos como foi

verificado na pesquisa: a) formação continuada dos professores, pois ambas estão estudando e

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cadastradas no PACTO; e b) aulas motivadoras, no caso desse estudo a inclusão da ludicidade

no processo de ensino aprendizagem. Além desses quesitos, para compor um processo de

ensino aprendizagem que surtam resultados positivos tem-se que enfatizar a preocupação de

políticas públicas educacionais onde haja preocupação desde a infraestrutura escolar,

superlotação de classes, formação de professores entre outros fatores.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando as experiências vividas no decorrer da realização desta pesquisa, pode-

se afirmar que através da ludicidade as chances de aprendizagem aumentam

significativamente, pois a criança em universo próprio melhor se desenvolve. Seu

desenvolvimento cognitivo é sequencial e caminha de estruturas mais simples para estruturas

mais complexas. A inteligência por fases-estágio em que são os mesmos para todos os

indivíduos e se sucedem na mesma ordem. Essas fases são caracterizadas por estruturas

mentais diferentes construídas pelo próprio sujeito em interação com o mundo que o cerca.

É por isso que a proposta de incluir as atividades lúdicas nos anos iniciais vem sendo

discutida por muitos pensadores e educadores, que a formação do educador seja de total

responsabilidade pela permanência do aluno na escola, para adquirir valores, melhorar os

relacionamentos entre os colegas na sociedade que é um direito de todos.

Entende-se que os jogos e brincadeiras são essenciais a construção do conhecimento

para o ser humano e que isso ele levará para toda sua vida. Quando as atividades

desenvolvidas, parte do lúdico, a criança melhor se desenvolve e realmente acontece a

aprendizagem. O lúdico através de jogos e brincadeiras, e o ensino aprendizagem devem

andar juntos de mãos dadas para uma educação voltada ao ensinar com prazer e aprender com

mais prazer ainda.

A compreensão da criança acontece a partir do momento em que ele utiliza seu

potencial durante as brincadeiras e o professor deve então sugerir atividades envolvendo uma

das inteligências, podendo assim alcançar seus objetivos de acordo com o planejamento.

Então, o brincar se torna uma necessidade determinante ao desenvolvimento social e

integral da criança, lembrando sempre que o adulto deve intervir positivamente para que haja

êxito no objetivo proposto.

A aprendizagem nos dá riquezas de oportunidades para construção do conhecimento

das crianças na educação infantil. Construções essas que são positivas ao desenvolvimento

tanto motor quanto intelectual e ainda social.

A criança que aprende brincando melhor se socializa com as outras crianças.As

atividades lúdicas são necessárias ao desenvolvimento infantil, pedagógico e cultural desse

sujeito.O professor, por sua vez, não deve esquecer que sua interação positiva é necessária a

essa cnstrução na vida da criança.

Durante a atividade lúdica podemos trabalhar com a criança sua afetividade,

socialização, atividades psicomotoras, raciocínio, então ele será capaz de entender as regras e

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normas do dia a dia. Pensando neste pressuposto analisamos então até que ponto a utilização

dos jogos pedagógicos desenvolvem a capacidade o raciocínio e o interesse das crianças

durante as aulas. Sendo assim cuidou-se de desenvolver estratégias inovadoras através de

jogos pedagógicos.

Considera-se necessário que o que for ofertado esteja de acordo com as normas legais

e que os cuidadores ou professores, serão especialistas ou capacitados para tal função, pois as

crianças não devem ser atendidas de qualquer forma ou como se pensa ser o certo.

Portanto há a necessidade de mais pesquisas e os estudos sobre esse tema e que ainda

falta algo nos atendimentos que devem melhorar, com atualização constante do currículo na

entidade, pois atender crianças não pensamos ser fácil.

Percebeu-se ainda que haja de fato uma parceria entre professores e alunos para essa

parceria seja positiva e todos saem ganhando. Então se compreendeu que a criança aprende

melhor, o educador trabalha melhor quando de fato há cumplicidade.

Sabe-se que existe a necessidade de jogos atrativos e atividades diferenciadas, mas o

ambiente escolar é rico em estratégias significativas, basta o educador saber usar. A criança

em um ambiente saudável e rico em estratégias lúdicas, melhor se desenvolve.

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APÊNDICE – Questionário aplicado às professoras da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pastor Pinto de Menezes.

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA PARFOR-PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Título do TCC: O papel do lúdico no processo de ensino-aprendizagem dos alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental

Alunas: FRANCIRLEI VIEIRA PEREIRA MARCELA MACEDO DA SILVA

1. Qual a sua formação acadêmica?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Você já fez ou faz capacitação para trabalhar com o lúdico, caso afirmativo, explique em que melhorou a sua prática? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Como os pais avaliam a utilização de práticas pedagógicas lúdicas em sala de aula? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. O município oferece capacitação para docentes aplicarem o lúdico em sala de aula? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Como professora você considera os conhecimentos prévios do aluno um fator importante quando implementa atividades lúdicas? Justifique: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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6. Quais os métodos ou estratégias pedagógicas lúdicas utilizadas para facilitar o ensino aprendizagem? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7. Quais os desafios encontrados ao utilizar o lúdico como ferramenta pedagógica? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8. A escola disponibiliza recursos para utilização do lúdico? Caso a resposta seja negativa, que alternativas você propõe e estabelece? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9. Você como professora acredita que a ludicidade como instrumento pedagógico contribui para o ensino aprendizagem? De que forma? Justifique sua resposta: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10. Quais as dificuldades dos professores frente ao uso do lúdico nas séries iniciais do ensino fundamental?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11. Qual a relação como professora você estabelece entre o lúdico e a importância do aprendizado do conteúdo? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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12. Qual a contribuição da escola para incentivar os docentes a utilizarem os recursos lúdicos para processo de ensino aprendizagem dos educandos? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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ANEXO 1

Modelo Teste de Sondagem

Escola:____________________________________________________________ Aluno(a):_________________________________________________________ Professor(a):_______________________________________________________

Teste de Sondagem

Campo Semântico:__________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Nível:______________________________________________________________

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ANEXO 2

Modelo Resultado Diagnóstico Teste de Sondagem 1º ao 3º Ano

Escola:___________________________________________________________________________

Turma:__________________Ano/Série:_________________________________Data:___/___/___

Nome do (a) Professor (a):___________________________________________________________

Nº DO ALUNO NO DIÁRIO DE CLASSE

NÍVEL PRÉ-SILÁBICO

NÍVEL SILÁBICO

NÍVEL SILÁBICO

ALFABÉTICO

NÍVEL ALFABÉTICO

LEGENDA: Pré –silábico (vermelho),Silábico (Azul),Silábico alfabético (laranja),Alfabético (rosa)