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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL CARLA VALÉRIA DA SILVA PADILHA AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE MAMÃO FORMOSASUBMETIDO A ENSAIOS DE COMPRESSÃO E DANOS MECANICOS DURANTE O ARMAZENAMENTO JUAZEIRO - BA 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

CARLA VALÉRIA DA SILVA PADILHA

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE MAMÃO „FORMOSA‟ SUBMETIDO

A ENSAIOS DE COMPRESSÃO E DANOS MECANICOS DURANTE O

ARMAZENAMENTO

JUAZEIRO - BA 2011

ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

CARLA VALÉRIA DA SILVA PADILHA

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE MAMÃO „FORMOSA‟ SUBMETIDO

A ENSAIOS DE COMPRESSÃO E DANOS MECANICOS DURANTE O

ARMAZENAMENTO

Trabalho apresentado à Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, Campus Juazeiro, como requisito para obtenção do título de Engenheira Agrícola e Ambiental. Orientador: Prof. M.Sc. Acácio Figueiredo Neto.

JUAZEIRO – BA 2011

iii

Padilha, Carla Valéria da Silva.

P123c Avaliação Físico-Química de mamão „Formosa‟ submetido a ensaios de compressão e danos mecânicos durante o armazenamento/ Carla Valéria da Silva Padilha.- - Juazeiro, 2011, 57f.; 28 cm

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia

Agrícola e Ambiental) – Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Juazeiro, Juazeiro-BA, 2011.

Orientador: Prof° Acácio Figueiredo Neto.

Referências. 1. Armazenamento. 2. Danos mecânicos.3. Qualidade Pós

Colheita. 4. Carica papaya L. I. Título. II. Universidade Federal do Vale do São Francisco.

CDD 620.1

iv

v

Dedico este trabalho de conclusão da

graduação aos meus pais, Juarez Medeiros

Padilha Filho e Maria Soneide da Silva Padilha,

aos meus irmãos Camila e Caio, aos familiares

e amigos que de muitas formas me

incentivaram e ajudaram para que fosse

possível a concretização deste trabalho.

vi

AGRADECIMENTOS

Não posso deixar de começar agradecendo a Deus, que me permitiu chegar ao final

de mais uma fase na conquista dos sonhos, sendo certeza no momento da dúvida e

refúgio nas horas difíceis, e a Nossa Senhora por me ouvir, falar ao meu coração e

ser minha intercessora junto ao Pai.

A minha grande família, pelo amor e apoio de sempre. Em especial a minha mãe

Soneide, e acima de tudo minha amiga, e ao meu pai Juarez que tornaram possível

em todos os sentidos a viabilidade e a consolidação de mais uma etapa do meu

caminho. Sem o apoio de vocês este momento não seria possível. Obrigada por

estarem sempre ao meu lado principalmente nos momentos de desânimo. Além do

agradecimento, desculpa a cara amarrada, a falta de tempo, de beijos e abraços... A

vocês: o sonho, o abraço, o beijo e o diploma de engenheira.

Aos meus irmãos, Camila Flávia e Caio Henrique, pelo carinho, respeito, amizade e

apoio sempre demonstrado mesmo estando longe.

Aos meus amigos Thieres e Gilberto que me incentivaram e acreditaram em meu

potencial, me ajudando nas disciplinas e me apoiando em momentos estressantes e

de dúvidas.

Ao meu namorado, Ricardo Barbosa Bastos, por todo carinho, amor, amizade e

ajuda nas mais diversas formas que precisei.

Aos meus amigos e colegas de universidade, em especial Vinicius Malta e Tairon

Juliano que me acompanharam durante todo esse tempo e com os quais convivi

momentos inesquecíveis de companheirismo e dedicação ao estudo, cujas

amizades permanecerão por toda vida.

Ao meu orientador, Acácio Figueiredo Neto, por ter me acolhido desde o primeiro

momento, pela paciência na orientação, apoio e inspiração no amadurecimento dos

meus conhecimentos, pelas importantes sugestões que proporcionaram um trabalho

mais completo, meus agradecimentos sinceros e carinhosos.

vii

Ao laboratório de Ensaios Mecânicos, em especial ao professor Nelson Cárdenas

Olivier, pela ajuda e disponibilidade demonstrada durante a execução do

experimento.

E finalmente a todos os professores pelo carinho, dedicação e entusiasmo

demonstrado ao longo do curso.

viii

‘Vim, vi e venci’.

(Júlio César)

ix

Padilha, C. V.S de. Avaliação físico-química de mamão Formosa submetido a ensaios de compressão e danos mecânicos durante o armazenamento. 2011. 57f. Monografia (Trabalho de conclusão de curso em Engenharia Agrícola e Ambiental) – Colegiado de Engenharia Agrícola e Ambiental, Universidade Federal do Vale do São Francisco, Juazeiro, 2011.

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar em laboratório alterações físicas e químicas da

qualidade pós-colheita de frutos de mamão „Formosa‟ Tainung 1 submetidos a

danos mecânicos por impacto, a diferentes alturas de quedas, e também avaliar as

alterações físicas através de teste de compressão dos frutos armazenados a

temperatura ambiente e armazenados refrigerados durante um período de cinco

dias. Foram realizados ensaios de danos mecânicos (experimento I) e de

compressão (experimento II) em mamões (Carica papaya L.) da variedade

„Formosa‟. Os frutos foram avaliados quanto à perda de massa fresca (%), sólidos

solúveis, acidez titulável, pH, comprimento longitudinal e transversal, espessura

média da polpa, diâmetro da cavidade ovariana e firmeza. O experimento I foi

conduzido em delineamento inteiramente casualizado (DIC) em esquema fatorial 2 x

4 (tempo de armazenamento x altura de queda) e o experimento II em esquema

fatorial 2 x 5 (temperaturas x tempo de armazenamento). Foi possível concluir no

experimento I que algumas características físico-químicas do mamão „Formosa‟ são

alteradas ao sofrer danos por impacto, tais como ácidos solúveis e perda de massa.

O experimento II mostra que o aumento da firmeza é conseguido com a refrigeração

dos frutos.

Palavras-chave: Armazenamento. Danos mecânicos. Qualidade Pós Colheita.

Carica papaya L.

x

Padilha, C. V.S of Physical-chemical evaluation of papaya ‘Formosa’ subjected to compression tests and mechanical damage during storage. 2011. 57f.Monograph (Working completion in Agricultural and Environmental Engineering) - College of Agricultural and Environmental Engineering, Universidade Federal do Vale do São Francisco, Juazeiro, 2011.

ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate changes in physical and chemical laboratory of

post-harvest quality of papaya 'Formosa' Tainung a subject to mechanical damage

by impact, the different heights of falls and also evaluate the physical changes

through compression test fruits stored at room temperature and stored refrigerated

for a period of five days. Tests including mechanical damage (experiment I) and

compression (experiment II) in papaya (Carica papaya L.) variety 'Formosa'. Fruits

were evaluated for weight loss (%), soluble solids, acidity, pH, longitudinal and

transverse length, average thickness of the pulp cavity diameter ovarian and

firmness. The first experiment was conducted incompletely randomized design (CRD)

in factorial 2 x 4 (storage time x drop height) and experiment II in a factorial 2 x

5(temperature x storage time). It could be concluded in the first trial that some

physical and chemical characteristics of papaya 'Formosa' are changed to be

damaged by impact, such as acid soluble and weight loss. The second experiment

shows that the increase in firmness is achieved by refrigeration of fruits.

Keywords: Storage. Mechanical damage. Post Harvest Quality. Carica papaya L.

xi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Mamão „Formosa‟ híbrido „Tainung 01‟ ...................................................... 28

Figura 2. Embalagem e transporte dos frutos. .......................................................... 29

Figura 3. Lavagem e secagem dos frutos. ................................................................ 29

Figura 4. Alturas de quedas as quais os frutos foram submetidos ............................ 30

Figura 5. Fruto em posição natural de repouso . ....................................................... 31

Figura 6. Determinação da firmeza do fruto utilizando uma máquina universal de

ensaios eletromecânica (modelo: DL10000) ............................................................. 32

Figura 7. Sólidos solúveis (ºBrix) para frutos de mamão em função da altura de

queda, para 5 dias (A) e 15 dias (B) de armazenamento .. ....................................... 37

Figura 8. Valores de pH para frutos de mamão em função da altura de queda, para 5

dias (A) e 15 dias (B) de armazenamento.. ............................................................... 40

Figura 9. Valores de % de ácido para frutos de mamão em função da altura de

queda.. ...................................................................................................................... 42

Figura 10. Valores de perda de massa para frutos de mamão em função da altura de

queda, para 5 dias (A) e 15 dias (B) de armazenamento ......................................... 43

Figura 11. Variação do índice de firmeza ao longo de cinco dias ............................. 46

Figura 12.Curva de força versus deformação para os dois tipos de tratamento no

quarto dia de armazenamento .................................................................................. 47

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Descrição dos estádios de maturação dos frutos de acordo com a

coloração.. ................................................................................................................. 33

Tabela 2. Resumo da análise de variância para sólidos solúveis (º Brix) em função

dos tratamentos estudados.. ..................................................................................... 36

Tabela 3. Desdobramento da interação A x T para a variável ºBrix, analisando os

dados do tempo de armazenamento dentro de cada nível de altura de altura de

queda. ....................................................................................................................... 38

Tabela 4. Resumo da análise de variância para o pH em função dos tratamentos

estudados .................................................................................................................. 39

Tabela 5. Desdobramento da interação A x T para a variável pH, analisando os

dados do tempo de armazenamento dentro de cada nível de altura de altura de

queda.. ...................................................................................................................... 41

Tabela 6. Resumo da análise de variância para a acidez titulável em função dos

tratamentos estudados .............................................................................................. 41

Tabela 7. Resumo da análise de variância para a perda de massa, em %, dos frutos

em função dos tratamentos estudados.. ................................................................... 43

Tabela 8. Desdobramento da interação A x T para a variável perda de massa, em %,

analisando os dados do tempo de armazenamento dentro de cada nível de altura de

altura de queda ......................................................................................................... 44

Tabela 9. Valores médios dos parametro avaliados de frutos de mamoeiros Formosa

armazenado sob refrigeração e sob temperatura ambiente ...................................... 46

xiii

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 16

2.1 Aspectos gerais sobre a cultura do mamoeiro ................................................. 16

2.2 Fisiologia pós-colheita do mamão .................................................................... 18

2.3 TRANSPORTE DO MAMÃO ..................................................................................... 19

2.4 Armazenamento refrigerado do mamão ........................................................... 20

2.5 DANOS MECANICOS ............................................................................................ 22

2.6 ATRIBUTOS DE QUALIDADE .................................................................................. 25

2.6.1 COLORAÇÃO ................................................................................................. 25

2.6.2 PERDA DE MASSA ......................................................................................... 25

2.6.3 FIMERZA DA POLPA ....................................................................................... 26

2.6.4 SÓLIDOS SOLÚVEIS ....................................................................................... 26

2.6.5 ACIDEZ ......................................................................................................... 27

3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 28

3.1 OBTENÇÃO E TRANSPORTE DA MATÉRIA PRIMA ...................................................... 28

3.2 PREPARO DAS AMOSTRAS .................................................................................... 29

3.3 EXPERIMENTO I – REPRODUÇÃO DAS INJÚRIAS MECANICAS (AMASSADO) ................. 30

3.4 EXPERIMENTO II – AVALIAÇÃO DE COMPRESSÃO DURANTE O ARMAZENAMENTO

REFRIGERADO E NÃO REFRIGERADO DO MAMÃO ........................................................... 31

3.5 AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DO MAMÃO FORMOSA „

TAINUNG 01‟ ............................................................................................................ 32

3.5.1 ANÁLISE VISUAL DA COR DA CASCA ................................................................ 32

3.5.2 DETERMINAÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS ........................................................... 33

A) PERDA DE MASSA ............................................................................................. 34

B) PH ................................................................................................................. 34

C) ACIDEZ TITULÁVEL ........................................................................................... 34

D) TEOR DE SÓLIDOS SOLÚVEIS ............................................................................. 34

E) FIRMEZA ......................................................................................................... 35

3.5.3 ANÁLISE ESTATÍTICA ..................................................................................... 35

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 36

4.1 EXPERIMENTO I – REPRODUÇÃO DAS INJÚRIAS MECANICAS (AMASSADO) ................. 36

4.2 EXPERIMENTO II – AVALIAÇÃO DE COMPRESSÃO DURANTE O ARMAZENAMENTO

REFRIGERADO E NÃO REFRIGERADO DO MAMÃO ........................................................... 45

5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 49

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 50

14

14

1. INTRODUÇÂO

O mamoeiro é uma planta frutífera originária da América Tropical, pertence à

família Caricaceae e ao gênero Carica, cultivado em mais de 40 países (SANTOS,

2008). Nos últimos anos o cultivo do mamão (Carica papaya L.) no Brasil vem

registrando acréscimos significativos tanto na área cultivada quanto na produtividade

(MARTINS & COSTA, 2003), tornando o país o principal produtor mundial de

mamão.

A produção nacional do mamão baseia-se em dois grupos: „Formosa‟ e „Solo‟,

onde a produção do primeiro grupo é destinada principalmente para o mercado

interno, já o grupo „Solo‟ tem sua comercialização voltada tanto para o mercado

interno quanto no externo (ROCHA, 2003).

A globalização no comercio de produtos agrícolas é uma realidade nos dias

atuais e a mudança nos padrões de consumo de frutas e hortaliças tem orientado o

setor de alimentos a buscar produtos que tenham ótima qualidade tornando o

mercado frutícola um dos mais competitivos.

Essa pressão imposta pelo mercado consumidor torna a conservação do

produto uma prática tão importante quanto a sua produção. Logo, é necessário o

conhecimento do comportamento e alterações físicas e químicas do produto durante

o armazenamento, para utilizar práticas adequadas de manejo pós-colheita com o

objetivo de aumentar o tempo de conservação e reduzir as perdas.

A conservação dos produtos agrícolas com controle da temperatura é a

característica mais importante nos modernos sistemas de distribuição para a maioria

desses produtos (CORTEZ et al.,2002). O mamão é considerado um fruto

climatérico muito susceptível a danos mecânicos e ao ataque de fungos,

apresentando vida útil pós-colheita curta, principalmente, quando armazenado à

temperatura ambiente (COSTA & BALBINO, 2002).

Quando armazenados a temperatura ambiente, o mamão tem uma vida útil

estimada em seis dias, ocorrendo posteriomente, murchamento e ataque por

patógenos. Quando refrigerado, a temperatura do mamão é determinada pela

sensibilidade que este apresenta à injúria pelo frio (RIBEIRO, 2002).

15

Dentre as causas de perdas pós-colheita de mamão, destacam-se aquelas

devidas às contaminações por parasitas, às desordens fisiológicas, ao

amadurecimento excessivo, ao colapso das caixas, sendo este último atribuído ao

empilhamento incorreto nos paletes e à ocorrência de injúrias mecânicas

provocadas por forças externas (SANTOS, 2006). Esses fatores podem se

manifestar nos frutos, isoladamente ou em conjunto, proporcionando perdas

quantitativas, qualitativas ou nutricionais nas diferentes fases da pós-colheita.

Sabe-se que os índices de perdas pós-colheita no Brasil são elevados sendo

função de uma série de fatores como as distâncias existentes entre as regiões

produtoras e os mercados distribuidores, os custos adicionais da implantação de

uma infra-estrutura de pós-colheita adequada e a pouca exigência do consumidor

em relação à qualidade dos produtos (COSTA & BALBINO, 2002, apud SANTOS et

al., 2008). Conhecer e controlar estas alterações passa a ser condição essencial

para a conservação e o aumento da vida útil desses produtos (CHITARRA &

CHITARRA, 2005).

Objetivou-se neste trabalho, avaliar em laboratório as alterações físicas e

químicas da qualidade pós-colheita de frutos de mamão „Formosa‟ Tainung 1

submetidos a danos mecânicos por impacto, a diferentes alturas de quedas, e

também avaliar as alterações físicas através de teste de compressão dos frutos

armazenados a temperatura ambiente e armazenados refrigerados durante um

período de cinco dias.

16

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Aspectos gerais sobre a cultura do mamoeiro

O mamoeiro é uma planta herbácea tipicamente tropical com fruto de

natureza frágil, casca fina, suscetível a doenças da pós-colheita e danos mecânicos

e que, apresenta intolerância às baixas temperaturas e rápido amadurecimento em

temperatura ambiente, fator que dificulta o armazenamento deste fruto (SANCHES &

DANTAS, 1999). Originária da America do Sul, pertence à família Caricaceae e ao

gênero Carica. Das vinte e duas espécies do gênero, a mais cultivada no mundo é a

Carica Papaya L. que se divide em dois grupos: „Formosa‟ e „Solo‟. O grupo

„Formosa‟ é composto por mamoeiros híbridos. Seus frutos são grandes,

destacando-se as variedades Tainung 1, Tainung 2 e Tainung 3. O „Solo‟ produz

frutos pequenos, apresentando as variedades Golden, Sunrise Solo, Improved

Sunrise Solo Line 72/12, Waimanalo e Kapoho Solo. (MAYER & RONCATTO, 2011).

Este último grupo é comercializado tanto no mercado interno quanto no externo, já o

„Formosa‟ é destinado principalmente para o mercado interno (ROCHA, 2003).

Os frutos do mamoeiro, dependendo da variedade, apresentam formato,

peso, tamanho e coloração distintos; mas normalmente com polpa macia, adocicada

e aromática. A casca aderida à polpa, de cor verde escura que vai se tornando

amarela ou alaranjada à medida que o fruto amadurece, é geralmente fina (SEAGRI-

BA, 2011). A composição nutricional da polpa do mamão pode variar em função dos

teores de nutrientes do solo, das práticas culturais, da época de colheita, da cultivar

e do grau de maturação do fruto. No entanto, sob esse aspecto nutritivo, a polpa é

considerada uma fonte de vitamina (C e complexo B) e sais minerais (Cálcio, Ferro e

Fósforo), sendo o mamão „Formosa‟ rico, também, em betacarotenos, responsável

pela formação da vitamina A no organismo humano; atributos de interesse do

consumidor já que os carotenóides possuem propriedades antioxidantes e

anticancerígenas (CONABIO, 2011).

A cultura do mamoeiro (Carica papaya L.) está difundida em regiões que

apresentam clima tropical, pluviosidade elevada, solos férteis e bem drenados

17

(MARIN et al.,1987). É uma cultura exigente em irrigação consumindo de 1200 mm

até 3125 mm de água por ano (COELHO & OLIVEIRA, 2004).

Sua produção é iniciada cerca de oito a dez meses após o plantio das mudas

no campo, dependendo da região, sendo que o desenvolvimento completo do

mamão apresenta uma duração de quatro a sete meses, dependendo das condições

climáticas, como temperatura média e umidade relativa do ar (CARVALHO, 1966).

Segundo Cordeiro (2000), as condições climáticas ideais para a cultura são:

temperatura média de 25°C, com mínima de 21°C e máxima de 33°C e umidade

relativa entre 60 e 80%.

Atualmente o mamoeiro é cultivado em mais de cinqüenta países, sendo os

dez maiores produtores mundiais, em ordem decrescente: Brasil, México, Nigéria,

Índia, Indonésia, Etiópia, Congo, Peru, China e Venezuela (FAO, 2011). No Brasil, o

mamão é cultivado em quase todo território e sua produção baseia-se nos grupos

Formosa e Havaí (SANTANA et al., 2008). Os principais estados produtores são a

Bahia e o Espírito Santo. E nestas unidades da federação as maiores áreas

produtivas estão, respectivamente, no Extremo Sul da Bahia e no Norte do Espírito

Santo. Os dois estados juntos produzem mais de 85% de todo o mamão brasileiro

(IBGE, 2010). Na Bahia os principais municípios produtores são: Porto Seguro,

Teixeira de Freitas e Nova Viçosa. Já no Espírito Santo, Pinheiro, Montanha,

Linhares e São Mateus são os principais produtores.O gráfico 1 mostra a evolução

da produção brasileira de mamão, assim como a distribuição entre os dois principais

estados produtores, no período de 1990 a 2006 (em toneladas).

Gráfico 1: Produção brasileira de mamão e nos principais estados produtores no

período de 1990 a 2006 em toneladas.

Fonte: IBGE/SIDRA com dados da PAM (2006).

18

No gráfico é possível observar uma tendência de aumento na produção

brasileira de mamão que esta relacionada principalmente ao aumento na demanda

do mercado externo.

2.2. Fisiologia pós-colheita do mamão

Segundo Pantastico apud Honório (1982), o tempo de armazenamento,

respiração, transpiração, aparência externa, doenças, qualidades sensoriais e outras

características pós-colheita, refletem as condições de cultivo e do ambiente em que

o produto esteve exposto antes da colheita. Desta forma, a qualidade da fruta, após

a colheita, não pode ser melhorada apenas preservada, na medida em que a

colheita seja realizada em estádio adequado de maturação. Caso sejam colhidas

ainda imaturas, as frutas terão baixa qualidade e amadurecimento irregular. Ao

contrario, caso a colheita seja realizada tardiamente, pode-se aumentar ou favorecer

a deterioração, comprometendo a qualidade final do produto.

O fruto do mamoeiro apresenta padrão respiratório climatérico, cujas

transformações resultantes do amadurecimento ocorrem rapidamente no fruto

fisiologicamente maduro, desencadeadas pela produção do etileno (C2H4) e o

aumento da taxa respiratória, tornando o fruto bastante perecível na pós colheita

(ASMAR et al., 2010). No entanto, se colhido muito imaturo, o fruto pode não

amadurecer. O amadurecimento dos frutos ocorre com uma seqüência integrada de

mudanças e no caso do mamão é facilmente identificado, pois se tem mudança na

coloração, aumento da concentração de açúcares e redução na firmeza da polpa o

que ocasiona uma redução na sua vida de prateleira, com a possibilidade de

ocorrência de alterações fisiológicas e tornando-se susceptíveis a podridão. Fatores

determinantes na qualidade dos frutos.

O estádio de maturação da fruta no momento da colheita deve ser em função

do meio de transporte e do mercado de destino. Frutos cujo destino são mercados

consumidores próximos à região produtora podem ser colhidos em um estádio de

maturação mais avançado, desde que seu manuseio seja feito de forma cuidadosa,

19

já que são menos firmes. No caso de mercados distantes, é o caso do mercado de

exportação, os frutos devem ser colhidos no estádio 1, por apresentarem-se firmes e

com boa resistência a esforços ocorridos no transporte (GARCIA, et al. 2002).

Segundo Zambolim et al (2002), a vida pós colheita dos frutos pode ser

estendida utilizando-se técnicas como a escolha do estádio de maturação adequado,

o controle da temperatura e da umidade relativa no ambiente de armazenamento,

bem como modificado ou controlando a concentração de gases na atmosfera da

câmara fria.

O processo de deterioração de frutas tem como principais causas o próprio

processo de senescência, as injúrias mecânicas, os danos causados por

microrganismos e por outros seres, as alterações químicas e os distúrbios

fisiológicos (ALMEIDA et al., 2005).

Considera-se em países em desenvolvimento que as perdas na fruticultura,

da produção ao consumidor final, encontram-se entre 20 e 35% e que a aceleração

no processo de deterioração dos frutos faz com que os preços sejam altamente

depreciados (cerca de 51%), uma vez que dado o transporte precário os fatores de

perecibilidade aumentam, comprometendo assim a rentabilidade do segmento

(CALDARELLI et al., 2009).

2.3. Transporte do mamão

O destino do mamão está relacionado ao tipo e à qualidade do fruto. O

mamão Havai é o mais destinado no mercado externo, os frutos são menores e seu

custo é mais elevado enquanto os tipos Formosa e Papaia são direcionados em

maior escala para o mercado interno, principalmente por apresentar um menor

custo. Um dos grandes gargalos presentes na atividade para o mercado interno

encontra-se na modalidade de transporte (MAPA,2007).

A maior parte do mamão é transportada a granel em caminhões de

carrocerias abertas e cobertas com lona ou em caixas de madeira o que provoca

20

danos mecânicos nos frutos e amadurecimento precoce, agravando ainda mais o

processo de perdas que já é considerável na fruticultura. O problema do transporte

inicia-se na sobrecarga existente. Estudos de logística mostram que nessa

modalidade há um aumento no limite máximo da carga considerada ideal nesse tipo

de transporte para essa cultura (CALDARELLI et al., 2009).

Além das perdas decorrentes do esmagamento dos frutos e da temperatura

elevada essa modalidade de transporte exige a colheita do mamão em estádios de

maturação precoce, para que os mesmos tenham maior resistência, sendo que esse

fato os torna de menor qualidade e menos doce (GARCIA et al., 1997).

A razão por esse tipo de transporte ainda ser utilizado é o custo reduzido.

Uma alternativa para o transporte e que reduziria grandemente as perdas é a

utilização de caixas de papelão conduzidas em caminhões refrigerados. A utilização

de caminhões refrigerados exige a manutenção da temperatura entre 10 e 12°C e

umidade relativa entre 90 e 95%, o que possibilita o transporte do mamão por um

período de 7 a 10 dias. Esse tipo de transporte, além de reduzir as perdas

mecânicas no transporte, permitiria a agregação de valor uma vez que os frutos

assim transportados se apresentam com maior qualidade ao consumidor final além

de que os frutos poderiam ser colhidos em um estádio de maturação maior

(CALDARELLI et al., 2009).

2.4. Armazenamento refrigerado do mamão

Nenhum método de conservação utilizado após a colheita tem a capacidade

de melhorar a qualidade da fruta, mas podem sim, serem eficazes na sua

manutenção. A refrigeração de frutas é sem dúvida, a principal técnica de

conservação disponível para desacelerar os processos enzimáticos, como a

atividade respiratória e a produção de etileno e, conseqüentemente, retardar os

processos de senescência, ampliando a vida útil (SANTOS, 2008). Além disso, esse

método vem apresentando uma tendência de aumento, não somente por exigência

do consumidor, mas também por que, segundo pesquisas de mercado, o

21

consumidor vai ao mercado movido pela necessidade de consumir produtos "in

natura" (TANABE & CORTEZ, 1998).

Dossat (2004) define refrigeração como o ramo da ciência que trata dos

processos de redução e conservação da temperatura de um espaço ou material,

abaixo da temperatura do ambiente circundante, sendo este método recomendado

para muitos produtos, já que retarda a ação dos seguintes fatores:

Envelhecimento devido ao amadurecimento, conduzindo a mudanças na

textura e na cor;

Mudanças metabólicas indesejáveis e produção de calor vital pela respiração;

Perda de umidade e conseqüente murchamento;

Deterioração devido a bactérias e fungos;

Crescimento indesejável (brotamento, elongação de caules, etc.).

O abaixamento da temperatura em frutos climatéricos retarda o próprio pico

climatérico e, por conseguinte, o amadurecimento, pois a temperatura exerce efeito

direto na velocidade das reações que se processam a nível celular no fruto,

permitido a comercialização de frutas e vegetais em mercados distantes, já que

nestas condições ocorre redução na velocidade dos processos de maturação e

senescência, retardando a alteração de cor, perda de peso, perda de firmeza e as

transformações bioquímicas. Qualquer deterioração suficiente para causar uma

mudança nas características dos frutos diminui imediatamente o valor comercial do

produto, e deste modo, representa uma perda econômica (DOSSAT, 2004).

De forma geral, as frutas tropicais são muito sensíveis ao frio, com

temperaturas abaixo do limite critico para cada espécie, podendo apresentar uma

série de alterações indesejadas. O dano por frio em mamões é caracterizado pelo

aparecimento de escaldaduras na casca, áreas escuras e aquosas na polpa ao

redor dos feixes vasculares, pequenas depressões na superfície da casca, perda da

capacidade de amadurecimento normal, aspecto desidratado e aumento da

susceptibilidade ao ataque de patógenos (SANTOS, 2008).

A temperatura mínima para o armazenamento do mamão é determinada pela

sua suscetibilidade à injúria ao frio. As temperaturas de armazenamento mais

utilizadas estão compreendidas entre 9 e 12 °C, dependendo de fatores como

22

estádio de maturação, tipo de cultivar e condições ambientais de produção. Durante

a estocagem do mamão sob refrigeração, várias alterações metabólicas são

observadas, como mudanças na taxa respiratória, alteração dos conteúdos de

clorofila e carotenóides na casca, redução de firmeza da polpa e aumento da perda

de peso (CHEN & PAULL, 1986; AN & PAULl, 1990 apud ALMEIDA et al., 2005).

Segundo estudos realizados por Molinari (2007), o mamão é um fruto muito

sensível às variações de temperatura, tanto que quando submetidos ao tratamento

térmico (46-47°C/20 min) têm o consumo de O2 aumentado, indicando elevação da

taxa respiratória e, conseqüentemente, uma maturação mais rápida. Já quando

exposto ao mesmo tratamento e posteriormente armazenados sob refrigeração

(10°C) por uma semana, ocorre decréscimo na velocidade da respiração e

desaceleração no processo de maturação.

Em mamão, todos os procedimentos pós-colheita são realizados a

temperatura ambiente. Na comercialização a granel a qualidade é comprometida por

injúrias mecânicas que favorecem a infecção por patógenos, sendo muito sujeita a

perdas, conseqüências também do manejo pré-colheita no campo, como adubação,

desbaste, tratamento antifúngico, entre outros fatores.

2.5. Danos mecânicos

Desde o instante em que é colhido até o momento de ser consumido, o

produto hortícola é submetido a uma série de danos mecânicos que podem

comprometer sua qualidade e vida útil dependendo da sensibilidade apresentada por

este (BORDIN, 1998).

As injúrias mecânicas, ou danos mecânicos, podem ser definidas como

deformações plásticas, rupturas superficiais e, em casos mais extremos, destruição

do tecido vegetal, provocados por forças externas, causando modificações físicas

e/ou alterações fisiológicas, químicas e bioquímicas de cor, aroma, sabor e textura

(FOLEGATTI & MATSUURA, 2002).

23

As injurias mecânicas podem ser agrupadas em injúrias por impacto, corte,

compressão e abrasão, podendo estas ocorrer em qualquer ponto da cadeia de

comercialização, desde a colheita até o consumo. Os danos mecânicos por impacto

ocorrem quando os produtos caem ou são lançados a uma distância suficiente para

causar injúrias. Em geral ocorre durante a colheita, pós-colheita, embalagem,

transporte e distribuição dos frutos. Pode causar danos externos na superfície do

produto, com a ruptura ou não da epiderme, formação de lesões aquosas e

amolecimento (MATTIUZ &; DURIGAN, 2001; FOLEGATTI & MATSUURA, 2002).

Os cortes podem resultar do contato do fruto com um objeto pontiagudo ou

ainda pelo contato do colhedor durante o manuseio (CHITARA, 1994). As injúrias

por compressão são causadas pela imposição de uma pressão variável contra a

superfície externa do fruto, quer seja pelo fruto adjacente ou pela própria parede da

embalagem em que se condiciona o produto (FOLEGATTI & MATSUURA, 2002).

A abrasão causa lesões nas camadas celulares mais superficiais, atingindo

principalmente o tecido denominado parenquimático. Esse tipo de injúria causa o

escurecimento do tecido devido à oxidação enzimática dos constituintes das células

injuriadas. Além das alterações visuais, a abrasão também causa alterações

metabólicas. Sua ocorrência se dá principalmente devido à vibração durante o

transporte, e/ou contra outras superfícies como embalagens que possuem

superfícies ásperas e irregulares (FOLEGATTI & MATSUURA, 2002).

As injurias mecânicas podem provocar danos irreparáveis em frutos, e no

mamão estes danos podem ser ainda mais graves, pois estes são frutos que

apresentam vida útil muito reduzida. Vários fatores influenciam a susceptibilidade ao

dano mecânico, como espécie, cultivar, grau de hidratação celular, estádio de

maturação, tamanho, peso, características epidérmicas e condições ambiente

(KAYS, 1991).

Além dos sintomas externos e internos típicos, as injúrias mecânicas são

normalmente acompanhadas de respostas fisiológicas, tais como elevação na

atividade respiratória e na produção de etileno (WATADA et al., 1990). O aumento

na atividade respiratória esta relacionada ao aumento na liberação de CO2, pois as

células próximas ao local danificado passam a respirar mais intensamente. Com

24

esse aumento na taxa respiratória há evolução na concentração de etileno,

acelerando o processo de amadurecimento e senescência, diminuindo a qualidade e

vida útil do fruto (CHITARRA & CHITARRA, 2005).

Vários autores avaliaram a incidência de injurias mecânicas e constataram

alterações na evolução do CO2 e do etileno. Iwamoto et al. (1984) constataram que

injúrias por compressão, impacto e vibração foram responsáveis por aumentos na

atividade respiratória de tangerinas „Satsuma‟.

Bélgica & Mendonza Júnior (1988) apud Santos (2006), avaliaram a

incidência de injúrias mecânicas ocorridas em mamão cv Cavite Special

transportados a granel. As etapas avaliadas foram logo após a colheita, após o

transporte para o mercado atacadista, varejistas e para o varejo. Os autores notaram

um aumento cumulativo das injúrias mecânicas, iniciando-se após a colheita ate

alcançar 95% dos frutos avaliados após o transporte para o mercado varejista. Após

o varejo, os frutos foram transportados em caixas de papelão e não se observou

nenhuma injúria, além das apresentadas anteriormente. Ainda segundo os mesmos

autores, as principais injúrias observadas foram de impacto, abrasão e corte, sendo

estas resultantes do manuseio inadequado dos frutos e do transporte a granel em

carrocerias desprotegidas.

Moretti & Sargent (2000) estudaram a relação entre as injúrias mecânicas e

as características organolépticas e observaram que as injúrias mostraram-se

capazes de alterar o aroma, o sabor e a textura de tomates. Macleod et al. (1976)

apud Moretti (1998) observaram que as injurias mecânicas reduziram o número de

dias necessários para que frutos de tomate atingissem o pleno amadurecimento,

antecipando seu climatério respiratório. Soares et al. (1994) mediram injúrias

mecânicas em tomates acondicionados em caixas K e relataram que houve o

aumento de 47% dos sinais de abrasão nos frutos que tiveram contato direto com a

superfície da embalagem. Silva & Marton (1993) quantificaram perdas na colheita de

batata das cultivares Baraka e Achat de 7 e 11%, respectivamente, causadas por

danos por impacto na colheita.

Em mandioquinha-salsa, as lesões superficiais causadas por abrasão foram o

tipo de injúria mecânica com maior incidência nas etapas do manuseio, sendo 13%

25

no produtor, 20% nas raízes sem lavar, 25% nas raízes lavadas, 47% no atacado,

chegando a 79% no varejo (SOUZA et al., 2003). Por outro lado, alguns frutos ao

sofrerem danos mecânicos, não respondem imediatamente ao dano sofrido. É o

caso do abacate, que só após amadurecer demonstra sua polpa escura. Segundo

Bleinroth & Castro (1992), a queda durante a colheita, a coloração das frutas nas

embalagens e o modo como são transportadas são algumas das operações que lhes

têm causado danos mecânicos, comprometendo sua qualidade.

2.6. Atributos de qualidade

2.6.1. Coloração

A coloração é uma das formas utilizadas pelos consumidores para avaliar a

qualidade de um produto. Durante o amadurecimento, a maioria dos frutos sofre

alteração na cor. Essa mudança resulta da degradação de clorofila e da síntese de

pigmentos como carotenóides e antocianinas. A perda da clorofila é um processo

natural em frutos colhidos e ocorre devido o aumento na atividade das enzimas

clorofilase e oxidase estimulada pela ação do etileno. Ao mesmo tempo, o etileno

estimula a carotenogênese, promovendo o aparecimento da cor amarela ou laranja

(GODOY,2008).

2.6.2. Perda de massa

A perda de massa de frutos frescos é considerada uma das principais causas

de prejuízo, pois além de resultar em perdas quantitativas (perda de peso causado

principalmente pela perda de água), resulta também em perdas qualitativas

(aparência, textura e enrugamento) e nutricionais (SANTOS, 2008).

26

Essa perda é decorrente dos processos transpiratórios e respiratórios. Tais

processos levam ao murchamento e perda de consistência do fruto, o que diminui a

sua aceitabilidade comercial. A transpiração é a principal forma que os frutos

perdem água e ocorre em decorrência do déficit de pressão de vapor e do

coeficiente de transpiração. O déficit de pressão de vapor é a diferença entre a

pressão de vapor dos espaços intercelulares do produto e do ar circundante. Já o

coeficiente de transpiração é a perda de umidade de um produto em uma unidade

de tempo por déficit de pressão de vapor. Desta forma, quanto maior o déficit de

pressão de vapor entre o produto e o ar circundante maior será a perda de água do

produto (WOODS 1990 apud GODOY 2008).

2.6.3. Firmeza da polpa

Um dos principais atributos de qualidade pós-colheita do mamão é o

amaciamento da polpa, pois o amadurecimento é acompanhado da perda de firmeza

(SILVA,1995).

Sams apud Santos (2008), afirma que a firmeza da polpa esta diretamente

relacionada com as condições fisiológicas do fruto desde a pré-colheita até o

consumo. Esse fator irá ajudar na determinação do ponto ótimo de consumo do fruto

interagindo, também, com o sabor e com o aroma.

Segundo Jacomino et al.(2002) os principais fatores que depreciam a

qualidade de mamões na pós colheita são o rápido amolecimento e a elevada

incidência de podridões. Além disso, frutos com baixa firmeza apresentam menor

resistência ao transporte, armazenamento e manuseio.

2.6.4. Sólidos Solúveis

O teor de sólidos solúveis indica a quantidade de sólidos, como açúcares,

aminoácidos, ácidos, vitaminas e algumas pectinas, que se encontram dissolvidos

27

na polpa das frutas ou em uma solução. A tendência é que a concentração de

sólidos solúveis aumente com o progresso da maturação (CHITARRA & CHITARRA,

2005).

Os principais constituintes energéticos do mamão são os carboidratos,

principalmente a sacarose, glicose e frutose, que juntos tornam-se fundamentais

para o sabor do fruto. Alguns estudos mostram que em aproximadamente 20 a 30

dias antes do amadurecimento dos frutos na planta há um aumento dos açúcares

totais, principalmente da sacarose (GODOY, 2008).

2.6.5. Acidez titulável

Chitarra & Chitarra (2005), afirmam que a maior atividade metabólica causada

pelo amadurecimento dos frutos reduz o teor de ácidos orgânicos. Isso é causado

em decorrência do processo respiratório ou da conversão dos ácidos em açúcares.

Os ácidos cítricos e málicos são predominantes no mamão, em iguais quantidades,

seguidos do alfa-cetoglutárico em menor quantidade, e do ácido ascórbico. Juntos

esses ácidos contribuem com 85% do total de ácidos no fruto.

A tendência é que haja um pequeno aumento na acidez da polpa do mamão à

medida que ocorre o amadurecimento do fruto. Isso ocorre devido à formação do

ácido galacturônico, em conseqüência da hidrólise da pectina pela

pectinametilesterase e pela poligalacturonase (DRAETTA, et al.,1975).

De acordo com Hinojosa e Montgomery (1988) apud Godoy (2008), a acidez

total da polpa de mamão varia entre 0,12% e 0,15%. Sendo assim, o mamão

apresenta baixa acidez quando comparado com outras frutas.

Viegas (1992) observou um aumento no teor de acidez titulável para os frutos

da cultivar „Formosa‟ colhidos no estádio inicial de maturação de forma que a acidez

titulável atinge o máximo quando os frutos apresentam plena coloração amarela na

casca.

28

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho foi desenvolvido em duas etapas onde no primeiro

experimento foram avaliados os danos mecânicos no mamão e no segundo a

influência da compressão na firmeza do mesmo.

3.1 Obtenção e transporte da matéria-prima

Para realização deste trabalho optou-se pela utilização de mamões do tipo

„Formosa‟, híbrido „Tainung 01‟, colhidos no estádio 1 de maturação ( até 10% da

área superficial da casca com coloração amarela) (Figura 01), provenientes de

pomares comerciais do município de Petrolina – PE localizado no perímetro irrigado

Nilo Coelho lote N2 safra 2011.

A colheita foi realizada manualmente, destacando-se os frutos por meio de

torção até a ruptura do pedúnculo. Os frutos foram acondicionados em contentores

forrados com jornal e empacotadosindividualmente para garantir que eles não

sofressem nenhum tipo de injúria durante o transporte (Figura 2). Após a colheita,

os frutos foram imediatamente transportados para o Laboratório de Armazenamento

de Produtos Agrícolas da UNIVASF- Campus de Engenharias, Juazeiro- BA. Uma

vez no laboratório, os frutos foram retirados dos contentores e novamente

selecionados, com o objetivo de tornar o lote ainda mais homogêneo quanto ao

estádio de maturação, tamanho, coloração e ausência de danos mecânicos.

Figura 1: Mamão „Formosa‟ híbrido „Tainung 01‟.

29

Figura 2: Embalagem e transporte dos frutos.

3.2 Preparos das amostras

Os frutos foram lavados com detergente sob água corrente, enxaguados com

água clorada (100mg de cloro.L-1) e deixados secar (Figura 3). Cada fruto foi pesado

e identificado com um código para facilitar o reconhecimento do peso inicial e do

tratamento a que foi submetido.

Figura 3: Lavagem e secagem dos frutos.

30

3.3 Experimento I - Reprodução da injúria mecânica (amassado)

Depois de preparados, os frutos foram submetidos aos tratamentos que

consistiram na aplicação de diferentes alturas de queda (0 m; 0,5 m; 1,0 m; 1,5 m),

onde a altura de 0 m representa a testemunha, e armazenados sob condições

ambiente, com temperatura de 27±1°C e 50±5% UR, durante o período de quinze

dias após a chegada ao laboratório até que atingissem o estádio de maturação nível

5.

A injúria gerada pela altura da queda foi provocada através do impacto do

fruto. Os frutos foram deixados cair, em queda livre, de uma altura de 50, 100 e 150

cm, respectivamente, em uma superfície de madeira com fundo plano e rígido,

envolta por isopor de 3 cm de espessura para minimizar os impactos que poderiam

ocorrer entre o fruto e a saída do ponto de contato após a queda do fruto. O fundo

da superfície foi pintado com tinta guaxe vermelha, para que no momento do

impacto a tinta demarcasse o local onde o impacto ocorreu (Figura 4).

Figura 4: Alturas de quedas as quais os frutos foram submetidos.

31

3.4 Experimento II - Avaliação de compressão durante o armazenamento

refrigerado e não refrigerado do mamão

Consistiu em armazenar vinte e cinco frutos em câmara refrigerada (BOD) à

10°±1°C com umidade relativa, UR, de 90±5% e outros vinte e cinco frutos em

temperatura ambiente 27°C±1°C e UR 50±5% simulando a temperatura de

comercialização para em seguida serem avaliados quanto a influência da

refrigeração na firmeza.

Os ensaios foram realizados durante cinco dias. Os frutos submetidos ao

ensaio de compressão foram colocados na máquina universal de ensaios

eletromecânicos entre duas placas planas de 300 mm de diâmetro cada. Para

garantir que as condições do ensaio se aproximavam das condições reais, decidiu-

se acomodar os frutos nas posições de repouso natural (Figura 5) considerando que

é nesta condição que o fruto apresenta maior estabilidade, além de que os frutos,

constantemente, são colocados desta forma nas embalagens para armazenagem e,

conseqüentemente, transporte.

Na Figura 6 observa-se a máquina, modelo DL10000, utilizada no ensaio. A

velocidade adotada para o ensaio de compressão foi de 10 mm/min, considerando

que é um ensaio num produto agrícola.

Figura 5: Fruto em posição natural de repouso.

32

Figura 6: Determinação da firmeza do fruto utilizando uma máquina universal de

ensaios eletromecânica (modelo: DL10000).

3.5 Avaliação das características físicas e químicas do mamão Formosa

‘Tainung 01’

3.5.1 Análise visual da cor da casca

O desenvolvimento pós-colheita do fruto foi descrito por cinco estádios de

amadurecimento, avaliados pela evolução da cor da casca, conforme escala descrita

por FOLEGATTI & MATSUURA (2002), na qual a cor da casca é representada por um

índice oriundo de uma escala subjetiva, que varia de 1 a 5 (Tabela 1):

33

Tabela 1: Descrição dos estádios de maturação dos frutos de acordo com a coloração

Estádio Maturação do

fruto

Descrição da

coloração do fruto

Primeiros sinais

amarelos Mudando de cor.

¼ maduro

Fruto com 25% da

casca amarela e o

restante com

coloração verde

claro.

½ maduro

Fruto até 50% da

superfície amarela,

envolvida pela

coloração verde

claro.

Até ¾ maduro

Fruto com 50% a

75% da superfície

da casca amarela,

com áreas

próximas em verde

claro.

Maduro

Fruto com 76% a

100% da superfície

amarela. Somente

a extremidade do

pedúnculo é verde.

Adaptado de FOLEGATTI & MATSUURA (2002).

3.5.2 Determinações físicas e químicas

Inicialmente os frutos foram descascados e as sementes retiradas para triturar a

polpa. A seguir estão descritas as metodologias adotadas para cada variável

analisada.

34

a) Perda de massa: para cada um dos intervalos de armazenamento, os frutos

foram pesados, em balança digital de precisão 0,01g, no inicio do

experimento e quando completaram os dias de armazenamentos. Os

resultados foram expressos em porcentagem e calculados utilizando-se a

equação (1) como a seguir:

b) pH: O potencial hidrogeniônico foi determinado no suco em duplicata,

utilizando-se de um potenciômetro digital, com correção automática de

temperatura (AOAC, 1995).

c) Acidez total titulável (ATT): O teor de ácidos não-voláteis foi determinado por

titulometria com NaOH, sendo retiradas amostras compostas de polpa na

região injuriada dos frutos. Após a remoção da casca, retirou-se,

aproximadamente, 5,0 g de massa da polpa. As amostras foram trituradas e

homogeneizadas em um multiprocessador tipo Mix, marca Arno, juntamente

com 50 mL de água destilada. Posteriormente, foram transferidas para

erlenmeyers, aferindo-se o volume para 100 mL, com água destilada. Após,

adicionou-se a essa solução, três gotas de indicador fenolftaleína 1%,

procedendo-se as titulações, sob agitação, com solução 0,01 mol L-1

de

NaOH, previamente padronizada com biftalato de potássio. Os resultados

foram expressos em g de ácido cítrico por 100 g de polpa, segundo Soler et

al. (1988).

d) Teor de Sólidos Solúveis (SST): O teor de sólidos solúveis foi obtido por

refratometria, utilizando refratômetro portátil ATAGO N1, com faixa de leitura

de 0 a 32° Brix. As leituras foram feitas em amostras de suco da polpa, da

(1)

35

região mediana dos frutos, extraídas utilizando um liquidificador e filtradas em

algodão. Os resultados foram expressos em graus Brix.

e) Firmeza (N): a resistência dos frutos foi determinada utilizando uma máquina

universal de ensaios eletromecânico, modelo DL10000, com uma célula de

carga de 100kN e pratos de diâmetro de 300 mm com velocidade aplicada de

10mm/min.

3.5.3 Análise estatística

O experimento I foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado

(DIC) em esquema fatorial 2 x 4 (tempo de armazenamento x altura de queda) com

4 tratamentos e 4 repetições, onde cada fruto foi uma repetição. O experimento II

também foi instalado em delineamento inteiramente casualizado (DIC), em esquema

fatorial 2 x 5 (temperaturas x tempo de armazenamento). Os dados foram

submetidos à análise de variância (ANOVA) pelo teste F. Para o fator altura de

queda foi realizado a regressão na análise de variância, onde os graus de liberdade

foram decompostos em componentes de regressão polinomial, por ser um fator de

natureza quantitativa. O teste de Tukey a nível de 5% de probabilidade foi aplicado

ao fator tempo de armazenamento. O software SISVAR (FERREIRA, 2000) foi

utilizado para a análise estatística dos dados.

36

4. Resultados e discussões

4.1 Experimento I - Reprodução da injúria mecânica (amassado)

Na Tabela 2 encontra-se o resumo da análise de variância para a variável

sólidos solúveis (SST), expressa em °Brix. Analisando estes dados a altura de

queda exerceu efeito não significativo enquanto que o tempo de armazenamento foi

significativo (p<0,01) e a interação entre os dois fatores possuiu significância a 5%

de probabilidade pelo teste F, o que caracteriza a dependência entre os dois fatores

estudados sobre a quantidade de sólidos solúveis totais (ºBrix).

Tabela 2 – Resumo da análise de variância para sólidos solúveis (º Brix) em função

dos tratamentos estudados.

F.V. G.L. Quadrados Médios

Altura de queda (A) 3 0,291042ns

Reg. Linear 1 -

Reg. Quadrática 1 -

Desvio de Reg. 1 - Tempo de Armazenamento(T) 1 21,78**

A x T 3 0,980625**

Resíduo 24 0,179948

C.V.(%) 3,66 Médias de Sólidos Solúveis (°Brix) para Tempo de Armazenamento

5 Dias 10,75a

15 Dias 12,4b

ns, * e ** - não significativo, significativo a 5% e 1%, respectivamente. Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Na Figura 7 pode-se observar o desdobramento da interação Altura de queda

x Tempo de armazenamento (A x T). Verifica-se que a concentração de sólidos

solúveis foi maior nos frutos analisados com quinze dias após sofrer o dano por

impacto o que pode ser justificado pelo aumento da maturação dos mesmos.

37

y (5 dias) = -0,425*x + 11,075R² = 0,8123

y (15 dias) = 0,65**x + 11,918R² = 0,7815

0

5

10

15

20

0 0,5 1 1,5

ºBri

x

Altura de queda (m)

Figura 7 – Sólidos solúveis (ºBrix) para frutos de mamão em função da altura de

queda, para 5 dias e 15 dias de armazenamento. **- significância dos coeficientes da

regressão a 1% de probabilidade pelo teste t.

A Tabela 3 mostra o desdobramento dos dados de tempo de armazenamento

em cada altura de queda dos frutos. Houve significância do teste Tukey, a 5%

probabilidade, em todas as alturas de queda, exceto na testemunha (altura 0m).

Durante o armazenamento houve aumento do conteúdo de sólidos solúveis podendo

ser justificado pelo maior grau de maturação e pela perda de água dos frutos. Onde

os valores encontrados para cinco dias variaram entre 10,98 a 10,31ºBrix, ocorrendo

diferença estatística a partir da altura de 0,5 m, e para os valores de quinze dias esta

variação aumentou de 11,75 a 1,68ºBrix, não havendo diferença estatística para os

tratamentos.

Segundo Wall (2006), sólidos solúveis podem ser usados como índice de

maturação, já que existe uma relação diretamente proporcional entre a formação de

ácido ascórbico e dos sólidos solúveis totais, ou seja, ocorre aumento no teor de

vitamina C conforme a maturação do fruto.

38

Tabela 3 - Desdobramento da interação A x T para a variável sólidos solúveis (ºBrix),

analisando os dados do tempo de armazenamento dentro de cada nível de altura de

queda.

Altura de queda (m)

Tempo de Armaz. 0 0,5 1,0 1,5

5 Dias 10,98a 10,91b 10,81b 10,31b

15 Dias 11,75a 12,37a 12,81a 12,68a

Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de

5% de probabilidade.

Alguns trabalhos encontraram a quantidade de sólidos solúveis dentro do

mesmo parâmetro dos encontrados neste trabalho. De acordo com Santos (2006),

avaliando a qualidade pós-colheita do mamão Formosa „Tainung 01‟ influenciada

pelo tipo de embalagem usada no transporte rodoviário, notou que ao longo de oito

dias de armazenamento houve uma tendência de aumento dos valores de SST

variando de 12,20 a 13,67 °Brix.

Analisando a Tabela 4 é possível observar que o fator altura de queda dos

frutos exerceu efeito significativo (p<0,01) em relação ao pH e a equação que melhor

descreveu o fenômeno estudado foi a regressão polinomial quadrática com

probabilidade de 1% pelo teste F (Tabela 4). O tempo de armazenamento foi não

significativo e a interação entre os dois fatores possuiu significância a 5% de

probabilidade pelo teste F, o que caracteriza a dependência entre os dois fatores

estudados sobre o potencial hidrogeniônico.

39

Tabela 4 – Resumo da análise de variância para o pH em função dos tratamentos

estudados.

F.V.

G.L. Quadrados Médios

Altura de queda (A) 3 0,061620**

Reg. Linear 1 0,016606ns

Reg. Quadrática 1 0,166753**

Desvio de Reg. 1 0,001501ns

Tempo de Armazenamento(T) 1

0,016653ns

A x T 3 0,023928*

Resíduo 24 0,007432

C.V.(%) 1,65

Médias de pH para Tempo de Armazenamento

5 Dias

5,21a

15 Dias 5,26a ns, * e ** - não significativo, significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente. Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. F.V. – fonte de variação e C.V. – coeficiente de variação.

O desdobramento da interação A x T para a variável pH pode ser observada

na Figura 8A e 8B onde foram analisados, separadamente, os dados de altura de

queda em cada tempo de armazenamento. Com 5 dias (Figura 8A) de

armazenamento os valores de pH mostraram-se bastante próximos de forma que o

maior valor encontrado foi 5,27 e o menor 5,11. Analisando de forma análoga a

Figura 8B, para 15 dias de armazenamento, é possível observar um pequeno

decréscimo no valor de pH nos frutos arremessados a 0,5 e 1,0m atingindo valores

máximo e mínimo iguais a 5,43 e 5,14, respectivamente.

40

y = 5,21ns

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 0,5 1 1,5

pH

Altura de queda (m)

(A)

y = 0,4025**x2 - 0,67825**x + 5,418375R² = 0,9461

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 0,5 1 1,5

pH

Altura de queda (m)

(B)

Figura 8 – Valores de pH para frutos de mamão em função da altura de queda, para

5 dias (A) e 15 dias (B) de armazenamento. **- significância dos coeficientes da

regressão a 1% de probabilidade pelo teste t.

Na Tabela 5 é possível observar que não houve diferença significativa, a 5%

de probabilidade, entre as alturas de queda e o tempo de armazenamento a que

41

foram submetidos os frutos, mas de maneira geral houve um aumento no valor

médio de pH dos frutos armazenados durante quinze dias.

Tabela 5 - Desdobramento da interação A x T para a variável pH.

Altura de queda (m)

Tempo de Armaz. 0 0,5 1,0 1,5

5 Dias 5,24a 5,22a 5,11a 5,27a

15 Dias 5,43a 5,14a 5,17a 5,29a

Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de

5% de probabilidade.

De acordo com Chan Junior et al. (1971) apud Rodolfo Junior et al. (2007), o

mamão apresenta pH entre 4,5 e 6,0, com base nisto, pode-se dizer que todos os

frutos analisados apresentam pH no intervalo considerado para consumo in natura.

A Tabela 6 apresenta os resultados encontrados para a acidez total titulável

(AT), onde é possível concluir que a altura de queda foi o único fator que exerceu

efeito significativo (p<0,01) e que, embora as duas regressões tenham sido

significativas, a que melhor descreveu o fenômeno foi a equação linear.

Tabela 6 – Resumo da análise de variância para a acidez titulável em função dos

tratamentos estudados.

F.V.

G.L. Quadrados Médios

Altura de queda (A) 3 0,046077**

Reg. Linear 1 0,029349**

Reg. Quadrática 1 0,087049**

Desvio de Reg. 1 0,021832**

Tempo de Armazenamento(T) 1

0,001697ns

A x T 3 0,001076ns

Resíduo 24 0,000677

C.V.(%) 12,2 Médias de acidez titulável para Tempo de Armazenamento

5 Dias

0,206063a

15 Dias 0,220625a ns, * e ** - não significativo, significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente. Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. F.V. – fonte de variação e C.V. – coeficiente de variação.

42

Observando a Figura 9, é possível perceber que os frutos que sofreram injúrias

apresentaram maior acidez titulável que os frutos controle, variando de 0,10 a

0,29%. De acordo com Costa & Balbino (2002) esse resultado pode ser atribuído à

maior produção de ácido galacturônico no processo de degradação da parede

celular, processos que ocorrem durante o amadurecimento do mamão e que,

possivelmente, foram acelerados pelas injúrias mecânicas.

Rodolfo Junior et al.(2007), analisando as características físico-químicas de

mamões Formosa comercializados na EMPASA de Campina Grande-PB,

encontraram valor médio de acidez titulável de 0,11%.

y = -0,2086**x2 + 0,3671**x + 0,12055R² = 0,8421

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0 0,5 1 1,5

Aci

de

z ti

tulá

vel (

%)

Altura de queda (m)

Figura 9 – Valores de % de ácido para frutos de mamão em função da altura de

queda. **- significância dos coeficientes da regressão a 1% de probabilidade pelo

teste t

.

A Tabela 7 mostra que houve diferença significativa na altura de queda e no

tempo de armazenamento (p<0,01) aos quais os frutos foram submetidos. A

interação entre os dois fatores também se mostrou significativo (5% de probabilidade

pelo teste F), caracterizando a dependência entre eles. Além disso, houve aumento

significativo da média da perda de massa com o tempo de armazenamento.

43

Tabela 7 – Resumo da análise de variância para a perda de massa, em %, dos

frutos em função dos tratamentos estudados.

F.V.

G.L. Quadrados Médios

Altura de queda (A) 3 320,547859**

Reg. Linear 1 909,429250**

Reg. Quadrática 1 49,590841**

Desvio de Reg. 1 2,623488ns

Tempo de Armazenamento(T) 1

32,469711**

A x T 3 4,615760**

Resíduo 24 0,918132

C.V.(%) 9,38 Médias da Perda de Massa para Tempo de Armazenamento

5 Dias

9,21b

15 Dias 11,22a ns, * e ** - não significativo, significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente. Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. F.V. – fonte de variação e C.V. – coeficiente de variação.

As injúrias mecânicas provocaram aumento na perda de massa durante o

armazenamento como pode ser observado na Figura 10. Os frutos que sofreram

impacto ocasionado pela maior altura de queda apresentaram maior perda de

massa.

y (5 dias) = 9,224**x + 2,294R² = 0,9847

y (15 dias) = 9,8487**x + 3,8401R² = 0,8924

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

0 0,5 1 1,5

Pe

rda

de

mas

sa (

%)

Altura de queda (m)

44

Figura 10 – Valores de perda de massa para frutos de mamão em função da altura de queda, para 5 dias (A) e 15 dias (B) de armazenamento. **- significância dos coeficientes da regressão a 1% de probabilidade pelo teste t.

Bryant (2004) afirma que o impacto pode danificar as camadas superficiais

dos frutos reduzindo a capacidade das frutas em resistir à perda de água. Sabe-se

que a comercialização de mamão ocorre por unidade de peso (Paiva et al. 1992),

sendo que a perda de água é uma das principais causas da perda de qualidade pós-

colheita, e resulta na redução imediata da massa do fruto. Segundo Cenci et al.

(2002), perdas de massa fresca superiores a 5% já são suficientes para a

depreciação de mamões e muitas vezes essas perdas são negligenciadas na cadeia

de comercialização.

Hudson & Orr (1977) observaram a perda de massa em batatas e concluíram

que a perda de água foi maior naquelas em que haviam injúrias provocadas por

impacto e por abrasão. Comportamento semelhante também foi encontrado por

Durigan (2003) ao avaliar as alterações ocorridas em mangas „Keit‟ após sofrerem

danos mecânicos de impacto.

Na Tabela 8 verifica-se um aumento na média da perda de massa para os frutos que foram armazenados por quinze dias, diferindo estatisticamente.

Tabela 8 - Desdobramento da interação A x T para a variável perda de massa, em

%, analisando os dados do tempo de armazenamento dentro de cada nível de altura

de altura de queda.

Altura de queda (m)

Tempo de Armaz. 0 0,5 1,0 1,5

5 Dias 1,73a 7,33b 12,34b 15,43a

15 Dias 2,16a 10,06a 16,12a 16,56a Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

45

4.2 Experimento II - Avaliação de compressão durante o armazenamento

refrigerado e não refrigerado do mamão

Os resultados obtidos para sólidos solúveis demonstraram que não houve

influência do tipo de armazenamento, bem como do período de armazenamento

sobre esta variável (Tabela 9). Tal comportamento foi relatado nos trabalhos

realizados por Fagundes & Yamanishi (2001) que encontraram valores médios de

sólidos solúveis de 9,9 a 12,5 °Brix. Os frutos armazenados a temperatura ambiente

diferiram significativamente dos refrigerados quanto ao comprimento transversal.

Comprimento longitudinal, diâmetro da cavidade do fruto e espessura da polpa não

diferiram estatisticamente.

As variações de comprimento longitudinal foram pequenas (Tabela 9) e,

portanto, semelhantes aos intervalos descritos na literatura. Souza et al (2009), em

avaliações físicas e químicas de frutos de mamoeiro „Tainung n°1‟, fertirrigado com

diferentes combinações de fontes nitrogenadas, encontraram valores médios de

comprimento longitudinal de 100,2 a 106,4 mm. A espessura média da polpa para o

mamão Formosa em estudo variou entre 2,45 a 2,56 cm (Tabela 9). Valores

próximos foram encontrados por Kist & Manica (1995) em estudo de densidades de

plantio e características dos frutos do mamoeiro Formosa, que observaram valores

de espessura de polpa entre 2,38 e 2,58 cm. Segundo os autores, a espessura pode

variar conforme as cultivares utilizadas.

Observou-se que a perda de massa fresca do mamão „Formosa‟ diferiu entre

os tratamentos notando um aumento significativo da média para os frutos não

refrigerados. Palmer (1971) relatou que, com o amadurecimento dos frutos, as

membranas celulares vão perdendo sua permeabilidade seletiva, que resulta em

vazamento de solutos, resultando em perda de massa fresca a qual é diretamente

proporcional a processos metabólicos da respiração e transpiração do fruto. Tais

processos são retardados quando os frutos estão armazenados a temperaturas

abaixo da temperatura ambiente, pois a diferença entre a pressão de vapor do fruto

e o ar no ambiente é pequena (Tabela 9).

46

Tabela 9: Valores médios dos parâmetros avaliados de frutos de mamoeiro Formosa armazenados sob refrigeração e sob temperatura ambiente.

Tratamento Sólidos solúveis (°Brix)

Comp. transversal (mm)

Comp. longitudinal (mm)

Diâmetro da cavidade (cm)

Espessura da polpa (cm)

Perda de massa (%)

Refrigerado 12,5a 105,74b 205,90a 4,79a 2,45a 4,97a

Não refrigerado

13,1a 118,06a 202,63a 5,33a 2,56a 6,58b

CV % 10,47 12,59 12,1 9,83 4,84 9,41 * Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância.

Verificou-se que, ao longo do período de armazenamento, houve um

decréscimo do índice de firmeza dos mamões armazenados a temperatura ambiente

quando comparados aos mamões refrigerados, devido ao avanço no processo

natural de senescência. Isso é justificado pelo fato de produtos submetidos à

refrigeração terem a velocidade de suas reações retardadas. Essa redução na

firmeza do fruto armazenado em temperatura ambiente não é interessante, pois

pode comprometer diretamente, o transporte destes frutos para mercados onde

serão comercializados. A variação média do Índice de Firmeza (%) ao longo dos

cinco dias é mostrada na Figura 11.

Figura 11: Variação do índice de firmeza ao longo de cinco dias.

47

Lopes et al.( 2005) observaram a correlação positiva entre a perda de água e

a textura da polpa de mamões, pois verificaram aumento no percentual de perda de

massa, concomitantemente com redução na firmeza da polpa dos frutos. Além disso,

a perda de massa fresca resulta em menor turgidez celular e contribui para menor

firmeza da polpa.

A Figura 12 mostra a curva da Força Aplicada versus Deformação para os

frutos refrigerados e não refrigerados no quarto dia de armazenamento.

Figura 12: Curva de força versus deformação para os dois tipos de tratamento no

quarto dia de armazenamento.

As curvas de “Força x Deformação” mostradas na Figura 12 apresentam o

decréscimo da força máxima necessária para deformar os mamões refrigerados dos

não refrigerados para o dia analisado. Pode-se observar, nas três primeiras curvas,

que a força necessária para causar deformação em frutos armazenados de forma

refrigerada é maior do que a necessária para deforma os frutos armazenado a

temperatura ambiente, demonstrado nas três últimas curvas.

A variação dos valores da curva “Força x Deformação” para os dois

tratamentos pode ser justificada por se tratar de produtos agrícolas, os quais não

apresentam homogeneidade.

48

Além disso, durante a execução do experimento observou que a deformação

em mamões é reversível, apresentando um comportamento elástico. Isso significa

que após retirar o esforço sobre o mamão este retorna ao seu estado original.

No comportamento elástico a deformação ocorre de maneira instantânea, no

momento em que é aplicado o carregamento, é dependente da intensidade de força

aplicada, e segundo a Lei de Hooke, é diretamente proporcional à tensão aplicada.

49

5. CONCLUSÃO

Concluímos no experimento I que algumas características físico-químicas do

mamão „Formosa‟ são alteradas ao sofrer danos por impacto, tais como ácidos

solúveis e perda de massa. Esse tipo de injúria é responsável por perdas

significativas na qualidade dos mamões contribuindo para perda de qualidade. Além

disso, ficou claro que a injúria por impacto acelerou ainda mais rapidamente o

amadurecimento dos frutos evidenciado pela maior perda de massa fresca. Por ser

um fruto de casca fina é necessário cuidado durante o manuseio e transporte para

evitar quaisquer tipo de danos, garantindo a qualidade pós-colheita do fruto por mais

tempo.

Analisando os resultados do experimento II percebeu-se que o

armazenamento refrigerado do mamão aumenta o índice de firmeza quando

comparado com o armazenamento à temperatura ambiente. A firmeza é um dos

parâmetros que deve ser considerado, pois sofre forte influência podendo

comprometer a qualidade do fruto durante o transporte.

O armazenamento do mamão „Formosa‟ também é outro fator que influencia

na qualidade pós-colheita, pois o amadurecimento dos frutos promove a elevação da

perda de massa fresca e a redução na firmeza da polpa.

50

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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