universidade federal do rio grande do norte ......trabalho de conclusão de curso, apresentado para...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
WALLYSSON DANIEL ALVES FERREIRA
APLICAÇÕES DE FERRAMENTAS DE CUSTOS: UMA ANÁLISE
BIBLIOMÉTRICA DOS ESTUDOS PUBLICADOS
NATAL/RN
2018
WALLYSSON DANIEL ALVES FERREIRA
APLICAÇÕES DE FERRAMENTAS DE CUSTOS: UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA
DOS ESTUDOS PUBLICADOS
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis, pelo Departamento de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Orientador: Prof. Dra. Adriana Isabel Backes Steppan.
NATAL/RN
2018
Ferreira, Wallysson Daniel Alves.
Aplicações de ferramentas de custos: uma análise bibliométrica dos estudos publicados / Wallysson Daniel Alves Ferreira. - 2018. 33f.: il.
Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais
Aplicadas, Departamento de Ciências Contábeis. Natal, RN, 2018. Orientador: Prof. Dra. Adriana Isabel Backes Steppan. 1. Ferramentas de Custos - Monografia. 2. Bibliometria - Monografia. 3. Estudo de Caso - Monografia. I. Steppan, Adriana Isabel Backes. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
III. Título. RN/UF/Biblioteca Setorial do CCSA CDU 657.4
WALLYSSON DANIEL ALVES FERREIRA
APLICAÇÕES DE FERRAMENTAS DE CUSTOS: UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA
DOS ESTUDOS PUBLICADOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis, pelo Departamento de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________________
Prof. Dra. Adriana Isabel Backes Steppan – UFRN (Orientador)
____________________________________________________________
Prof. Msc. Mayara Bezerra Barbosa – UFRN (Banca Examinadora)
____________________________________________________________
Prof. Dra. Gilmara Mendes da Costa Borges – UFRN (Banca Examinadora)
Natal, 18 de Junho de 2018.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por sempre me guiar em toda a vida
acadêmica e profissional, assim como me proporcionar o privilégio de fazer parte da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
À minha mãe Ioneide de Oliveira Alves, por todo o amor incondicional, apoio,
carinho e incentivo, sem ela eu não teria conseguido trilhar esse caminho.
Aos amigos(as) que encontrei durante a graduação, por todo o apoio e o
companheirismo, meu muito obrigado: Priscilla Rocha, Rozane Carvalho, Rodrigo
Lopes e Narayana Dutra.
À minha queridíssima amiga e professora Adriana Isabel Backes Steppan,
primeiramente peço desculpas pelos aperreios e agradeço pela paciência durante a
elaboração deste trabalho.
Dedico este trabalho de conclusão de curso à minha
mãe, pois ela é a fonte de minha inspiração, e a todos
que contribuíram direta ou indiretamente no decorrer
desta jornada.
“São as nossas escolhas que revelam o que realmente
somos, muito mais do que as nossas qualidades.”
Alvo Dumbledore
RESUMO
A gestão de custos tem papel fundamental nas organizações, além de fornecer base
para as tomadas de decisão, é uma ferramenta essencial para o aumento da
vantagem competitiva no mercado, as ferramentas gerenciais servem como ponte
para a aplicação dos conceitos de custos na prática. Diante dessa importância, esse
trabalho tem como objetivo geral traçar o perfil dos estudos que envolvem a
utilização de ferramentas de custos publicadas no congresso brasileiro de custos,
edições dos anos de 2007 a 2017. A abordagem metodológica foi a busca pela
palavra-chave “estudo de caso” nos anais do Congresso Brasileiro de Custos para
busca dos artigos selecionados. Essa pesquisa é de natureza descritiva com
abordagem qualitativa e quantitativa por meio de uma análise bibliométrica realizada
com 44 artigos. Os resultados evidenciam que: a temática mais pesquisada foi
Custos como ferramenta para o Planejamento, Controle e Apoio a Decisões; as
pesquisas analisadas em sua maioria estão equilibradas em descritivas e
exploratórias, e abordagens quantitativas e qualitativas; os artigos possuem número
médio de 14 páginas e são elaborados em maioria por 3 autores; a universidade
com mais publicações é a UNISUL e a ferramenta mais utilizada foi o Custeio ABC.
Conclui-se que: existe uma enorme carência de aplicações práticas das ferramentas de
custos para a gestão, onde houve um aumento de interesse dos pesquisadores nos últimos
anos, porém, ainda sem grande frequência; ausência de pesquisadores das regiões norte e
nordeste, em sua maioria os estudos estão concentrados em autores das regiões sul e
sudeste; pouca produção para muitos autores, onde fica evidenciado a carência de autores
para tratar e aplicar as metodologias e ferramentas da gestão de custos nas organizações.
Palavras-chave: Ferramentas de Custos. Bibliometria. Estudo de Caso.
ABSTRACT
Cost management plays a fundamental role in organizations, as well as providing a
basis for decision making, is an essential tool for increasing competitive advantage in
the market, management tools serve as a bridge to the application of cost concepts
in practice. Given this importance, this work has as general objective to outline the
studies that involve the use of cost tools published in the Brazilian congress of costs,
editions from 2007 to 2017.The methodological approach was the search for the
keyword "case study" in the annals of the Brazilian Congress of Costs to search for
the selected articles.This research is descriptive in nature with a qualitative and
quantitative approach through a bibliometric analysis carried out with 44 articles. The
results show that: the most researched topic was Costs as a Tool for Planning,
Control and Decision Support; the analyzed studies are mostly balanced in
descriptive and exploratory, and quantitative and qualitative approaches; the articles
have an average number of 14 pages and are elaborated in the majority by 3
authors; the university with the most publications is UNISUL and the most used tool
was ABC Costing. It is concluded that: there is an enormous lack of practical
applications of the cost tools for the management, where there has been an increase
of interest of the researchers in the last years, but, still without great frequency;
absence of researchers from the north and northeast regions, most studies are
concentrated in authors from the south and southeast regions; little production for
many authors, where it is evidenced the lack of authors to treat and apply the
methodologies and tools of the management of costs in the organizations.
Keywords: Cost Tools. Bibliometry. Case studie.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Tabela 01 – Funções da Informação Gerencial…………………………………………17
Quadro 01 – Ranking de temas utilizados..................................................................21
Quadro 02 – Classificação por tipologia metodológica..............................................22
Quadro 03 – Ordem cronológica................................................................................24
Quadro 04 – Número total de páginas.......................................................................25
Quadro 05 – Número de autores por publicação.......................................................26
Quadro 06 – Autores com mais publicações..............................................................26
Quadro 07 – Instituições com mais artigos publicados..............................................27
Quadro 08 – Ferramentas mais utilizadas..................................................................28
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12
1.1 TEMA E PROBLEMÁTICA ........................................................................... 12
1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO ........................................................................... 13
1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 13
1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................ 13
1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 13
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 15
2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS E CONTABILIDADE GERENCIAL ............ 15
2.2 ESTUDOS BIBLIOMÉTRICOS SOBRE A TEMÁTICA EM ESTUDO .......... 17
3. METODOLOGIA ................................................................................................. 19
3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO ..................................................... 19
3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA ................................................................ 20
4. COLETA E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................ 24
4.1 CARACTERÍSTICAS DOS ARTIGOS .......................................................... 24
4.2 PERFIL DOS ARTIGOS ANALISADOS ....................................................... 25
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................... Erro! Indicador não definido.
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 32
12
1. INTRODUÇÃO
1.1 TEMA E PROBLEMÁTICA
Com o mercado globalizado cada vez mais competitivo, faz-se necessário a
atenção das organizações de formas que assegurem sua sobrevivência ou seja, sua
continuidade, a função primordial da contabilidade de custos é produzir as
informações necessárias a nível de controle planejamento e desempenho para o
auxílio das tomadas de decisões.
As ferramentas gerenciais de custos atuam como forma de empregar os
recursos das organizações de forma adequada, com isso, ganha grande destaque
no sistema organizacional das mesmas. Martins (2010) diz que a contabilidade de
custos deve não só propiciar as informações gerenciais necessárias para os
aspectos decisórios, como auxiliar a Contabilidade Geral na sua tarefa de mensurar
os estoques e medir o resultado. Dito isso, é importante que as organizações
controlem seus custos de forma eficiente e eficaz para obterem uma boa saúde
financeira e consequentemente a continuidade de suas atividades.
Nesse contexto, é necessário enfatizar a pesquisa acadêmica na
Contabilidade no que tange a área de custos, a aplicação de estudos nas
organizações aplicando a teoria na prática pela comunidade cientifica para com isso
agregar valor à contabilidade como um todo em concordância com Leite Filho (2006,
p. 84) que discorre sobre “o papel fundamental da produção e do conhecimento na
área de Contabilidade, assim como em qualquer área de conhecimento, é o de servir
de referência para praticantes e estudiosos”.
Portanto, é importante identificar as características dos estudos citados
anteriormente, assim como entender o direcionamento das pesquisas, temáticas e
com isso traçar uma linha de raciocínio no que diz respeito a: informações relevantes
e a carência destas. Com base nas afirmações anteriores foi formulada a seguinte
questão para esta pesquisa: qual o perfil das produções cientificas publicadas
no Congresso Brasileiro de Custos, as utilizações das ferramentas gerenciais
e suas tendências nas edições de 2007 a 2017?
13
1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO
Para a realização desse estudo, foram traçados um objetivo geral e três
objetivos específicos conforme a seguir.
1.2.1 Objetivo Geral
Como objetivo geral, pretende-se traçar o perfil dos estudos que envolvem a
utilização de ferramentas de custos publicadas no congresso brasileiro de custos,
edições dos anos de 2007 a 2017.
1.2.2 Objetivos Específicos
Como objetivos específicos desta pesquisa temos:
Analisar as tendências das temáticas estudadas;
Investigar quais ferramentas foram aplicadas nos estudos;
Identificar quais universidades e autores mais com mais estudos publicados
no período analisado.
1.3 JUSTIFICATIVA
Apesar dos estudos aplicados na área de custos em relação a aplicação de
teoria versus prática nas organizações, poucas são as análises em determinados
espaços temporais para traçar o perfil desses estudos. Nesse contexto, o presente
trabalho objetiva estudar os artigos publicados no congresso brasileiro através de
uma ótica global, afim de traçar o perfil das ferramentas utilizadas, assim como das
organizações e acompanhar a evolução da utilização destas através do tempo.
Esta pesquisa investigou seu tema nos últimos onze anos, sendo de suma
importância como base para os estudiosos de custos que desejam uma visão do
comportamento das organizações no que tange a área de ferramentas de custos
aplicadas ao controle gerencial.
14
O presente estudo está estruturado em quatro seções, além desta
introdutória, na segunda parte será evidenciado o referencial teórico utilizado; na
terceira parte será apresentada a metodologia utilizada na pesquisa e a análise dos
dados coletados, e na quarta e última parte será exposta as considerações finais.
A análise bibliométrica possibilita trabalhar com uma grande quantidade de
dados para seguir ao tratamento e por fim serem preparados para os fins a que se
dedica os indicadores. Assim, torna-se visível a importância da bibliometria, levando
em consideração que a produção do conhecimento científico dá-se sempre e sem
pausa, em baixa ou larga escala. Porém, é sempre processada por motivos
destacados no próximo tópico: comunicação científica.
15
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS E CONTABILIDADE GERENCIAL
Como todas as grandes ciências, a contabilidade passou por transformações
e adequações ao longo do tempo, com a revolução industrial no século XVIII veio a
necessidade de avaliação mais detalhada dos estoques das industrias, diante disso
e com base na contabilidade geral e na contabilidade financeira, surgia uma nova
ciência contábil: a Contabilidade de custos. Segundo Martins (2010, p. 25), “para a
apuração do resultado de cada período, bem como o levantamento do Balanço em
seu final, bastava o levantamento dos estoques em termos físicos, já que sua
medida em valores monetários era extremamente simples”.
A contabilidade financeira até o inicio da Revolução Industrial era a mais
presente, pois estava diretamente relacionada para auxilio às empresas. Inicialmente
a função da contabilidade de custos era avaliação de estoques e não para
instrumento gerencial, porém com o crescimento das organizações houve a
necessidade de entender a área de custos e assim procurar uma maneira mais
eficaz de gerenciar as empresas, otimizar o controle e auxiliar no processo de
tomada de decisão, isso é possível devido as informações claras, rápidas e de
qualidade que a mesma disponibiliza. Essa área ainda evita desperdícios, utilização
inadequada de equipamentos, identificação de horas ociosas, entre outros
(CREPALDI, 2004).
Referente à evolução da contabilidade de custos SCHMIDT (2000) fala que:
Em seu surgimento, a contabilidade de custos objetivava solucionar problemas em relação a mensuração de valores e quantidades dos estoques, e não como instrumento de gestão em si. Essa foi a preocupação inicial, dos fiscais, auditores e contadores, fazer com que a contabilidade de custos sanasse de imediato o problema com a mensuração financeira e quantitativa dos estoques, portanto, não foi aproveitado o seu potencial gerencial, impedindo de certa forma a sua evolução ao longo do tempo.
Com o crescimento das organizações, houve um aumento significativo da
distância entre o administrador de ativos e as pessoas administradas, diante disso, a
contabilidade de custos passou a ser encarada como uma eficiente forma de auxílio
16
à esta missão, a gerencial. Martins (2010). Segundo Berti (2006), a contabilidade de
custos passa a ser fundamental para o auxílio à gestão empresarial para
manutenção, continuidade e sobrevivência das organizações, e não apenas um
instrumento para a formação de preço.
Martins (2010) discorre sobre a contabilidade no campo gerencial:
A Contabilidade de Custos tem duas funções relevantes: o auxílio ao Controle e a ajuda às tomadas de decisões. No que diz respeito ao controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, num estágio imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para comparação com os valores anteriormente definidos. No que tange a decisão, seu papel reveste-se de suma importância, pois consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem respeito às consequências de curto e longo prazo sobre medidas de corte de produtos, fixação de preços de venda, opção de compra ou fabricação etc.
A contabilidade gerencial enfoca o controle, o planejamento e a tomada de
decisão, esta serve para reunir as informações necessárias e auxiliar os
administradores, que estão dentro da organização e são os responsáveis pela
direção e controle das operações. A contabilidade gerencial, Segundo Pizzolato
(2000, p. 195) “produz informação útil para a administração, a qual exige
informações para vários propósitos tais como: auxílio no planejamento; na medição e
avaliação de performance; na fixação de preços de venda e na análise de ações
alternativas.”
Iudícibus (2009, p. 21) define que:
A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.
Leone (1995, p. 7) discorre que a contabilidade gerencial tem como funções
principais registrar as operações internas, controlar essas operações e as despesas
relacionadas as mesmas, informar quando necessário, ao administrador e orientar à
17
tomada de decisões necessárias, e por fim dedicar-se ao planejamento das
atividades, assim como as políticas e dos objetivos.
Tabela 01: Funções da informação Gerencial
Funções da informação gerencial contábil
Controle Operacional Fornece informação (feedback) sobre a eficiência e a qualidade das tarefas executadas.
Custeio do produto e do cliente Mensura os custos dos recursos para se produzir, vender e entregar um produto ou serviço aos clientes.
Controle administrativo
Fornece informação sobre o desempenho financeiro e competitivo de longo prazo, condições de mercado, preferência dos clientes e inovações tecnológicas.
Controle estratégico
Fornece informações sobre o desempenho financeiro e competitivo de longo prazo, condições de mercado, preferências dos clientes e inovações tecnológicas.
Fonte: Atkinson et al (2000, p. 45).
A tabela mostrada anteriormente traça as vertentes das funções da
informação contábil no âmbito gerencial, onde demonstra as aplicações para o
controle operacional, de produto e cliente, administrativo e por fim o estratégico,
sendo utilizado em todos os setores das organizações.
2.2 ESTUDOS BIBLIOMÉTRICOS SOBRE A TEMÁTICA EM ESTUDO
Através de análises em estudos realizados anteriormente na área de custos,
foi evidenciado utilizando a abordagem bibliométrica conforme abaixo:
1. Teoria das Restrições: Um estudo bibliométrico da produção científica
apresentada no Congresso Brasileiro de Custos (1994- 2008): o estudo utilizou uma
abordagem semelhante ao que será utilizada nesse trabalho, evidenciando que em
sua maioria os artigos analisados foram realizados por dois autores, que um terço
dos autores são do sexo masculino, e em sua maioria são da região Sul ou Sudeste.
Em sua maioria os artigos possuem abordagem descritiva ou teórica, possuem em
média 15 citações, em sua maioria de livros, e por fim, as teses e dissertações
possuem um perfil conservador. (CRUZ et al., 2010).
18
2. Gestão Estratégica de Custos no Brasil: estudo bibliométrico nos anos de 2004 a
2010: esse estudo utilizou a análise temporal de sete anos, objetivou evidenciar o
declínio nas produções sobre gestão estratégica de custos. O trabalho não
conseguiu comprovar o declínio, porém, evidenciou algumas preocupações sendo
caracterizada como principal a ausência de material teórico da Gestão Estratégica
de Custos, além da forma como esse tema á abordado na área de contabilidade.
(SLAVOV, 2011).
3. Métodos de custeio: uma metanálise dos artigos apresentados no Congresso
Brasileiro de Custos no período de 1994 a 2010: esse trabalho evidenciou que o
custeio baseado em atividades foi o tema mais citado, a pesquisa também indicou
que os livros são as fontes de pesquisas mais utilizadas nos trabalhos analisados, já
a natureza da pesquisa foi citado o equilíbrio entre artigos teóricos e práticos.
(ZANIEVICZ, et al., 2013).
4. Análise da Produção Científica de Artigos sobre Gestão Estratégica: um Estudo
Bibliométrico: este estudo apresentou uma amostra reduzida de apenas 14 artigos,
assim como um espaço temporal pequeno de 2008 a 2010, o objetivo do estudo foi
na área hospitalar, com resultados apontados em sua maioria para a área de
administração com ênfase em discussões em gestão estratégica de empresas do
ramo hospitalar, os autores concluíram que apesar do termo gestão estratégica ser
utilizado por diversas áreas, com maior proximidade na área de administração,
seguido pela área analisada, os resultados não seguem nenhum padrão, pelo
contrário, apresentam-se muito amplos e diversificados, sem se quer uma
padronização gramatical, visto que muitos termos com o mesmo significados são
escritos de maneira diferentes. (TAVARES; KAMIMURA; ARAÚJO, 2011).
5. Análise da Produção Cientifica sobre Gestão Estratégica de Custos no Congresso
Brasileiro de Custos: o estudo objetivou analisar o perfil das produções cientificas
publicadas sobre gestão estratégica de Custos no Congresso brasileiro de Custos,
período de 1994 a 2013, a pesquisa utilizou uma amostra de 160 trabalhos em um
universo de 3.462, os autores concluíram que em sua maioria os artigos foram
elaborados por dois ou três autores, assim como foi evidenciado os autores mais
promissores e suas respectivas instituições de ensino, a fonte mais utilizada pelos
autores foram os livros. (PEREIRA, 2014).
19
3. METODOLOGIA
Esse capitulo do estudo evidencia os aspectos metodológicos para a
realização da pesquisa, assim como os procedimentos para coleta e análise de
dados.
3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO
Para atingir os objetivos desta pesquisa são necessários alguns
procedimentos metodológicos. Para Jung (2004, p. 227), metodologia é “um
conjunto de técnicas e procedimentos que tem por finalidade viabilizar a execução
da pesquisa, obtendo-se como resultado um novo produto, processo ou
conhecimento”. Quanto a natureza da pesquisa, esta é caracterizada como
descritiva, esse tipo de pesquisa, segundo Gil (2002), é desenvolvida observando os
fatos, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem a interferência do
pesquisador.
Descrever um fato ou fenômeno é interesse de quem já teve uma primeira aproximação, isto é, já fez uma pesquisa exploratória. Por isso, a pesquisa descritiva é um levantamento das características conhecidas, componentes do fato/fenômeno/processo. É normalmente feita na forma de levantamentos ou observações sistemáticas do fato/fenômeno/processo escolhido (SANTOS,2002, p.27).
Referente a abordagem do problema, a pesquisa caracteriza-se como
quantitativa e qualitativa, pois evidencia as relações entre as variáveis pesquisadas
e descreve as características dos artigos analisados. Para Richardson (1999, p. 80),
as pesquisas qualitativas “podem descrever a complexidade de determinado
problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar
processos dinâmicos vividos por grupos sociais." Como definição da pesquisa
quantitativa,
Caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão,
20
às mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc. (RICHARDSON, 1999, p. 79)
Referente aos procedimentos técnicos, a pesquisa está classificada como
bibliométrica, esse procedimento busca analisar quantitativamente e
qualitativamente as publicações cientificas.
Para Barbosa (2008), a bibliometria se trata
[...] de uma ferramenta eficaz na gestão da informação usando diversos indicadores de produtividade dos diversos dados abordados. Dentre as vantagens que esse método apresenta, pode-se citar o fato de ele amenizar os elementos de julgamento e produzir resultados quantitativos que tendessem a ser a soma de muitos pequenos julgamentos e apreciações realizados por várias pessoas.
Com isso, busca-se analisar os artigos apresentados no Congresso Brasileiro
de Custos, evidenciar as ferramentas gerenciais de custos utilizadas, traçar um perfil
e identificar as tendências dos trabalhos acadêmicos de custos, para assim obter
uma sustentação sólida para novos trabalhos acadêmicos.
3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA
Esse estudo tem como escopo as pesquisas envolvendo a aplicação de
ferramentas de custos publicadas no Congresso Brasileiro de Custos, edições de
2007 a 2017, totalizando 44 artigos. Esses artigos foram coletados por meio de
anais eletrônicos disponíveis no site oficial do congresso, filtrados e classificados de
acordo com as informações previamente escolhidas para permitir as análises de
acordo com os objetivos traçados, com a ajuda dos programas Microsoft Word e
Excel.
Inicialmente foi realizado o acesso à página eletrônica do congresso brasileiro
de custos, através do endereço http://cbc2017.abcustos.org.br/, onde é exposto a
data e local da atual edição do evento, logo após através do link “anais do CBC” é
permitido acessar toda a produção acadêmica das edições anteriores do evento,
estas estão divididas por temática, o filtro foi realizado pela palavra-chave “estudo de
21
caso”, pois com este pude visualizar quais as pesquisas estava aplicando a teoria
versus prática, com isso buscando atingir o objetivo desse estudo, foi realizada a
leitura dos resumos dos artigos selecionados, a metodologia e a conclusão para
identificação das ferramentas gerenciais utilizadas, informações adicionais como:
quantidade de autores por artigo, suas instituições e quais as ferramentas mais
utilizadas na aplicação teoria x prática.
Para a classificação dos artigos por temas observou-se as palavras chaves no
resumo que em sua maioria contem a ferramenta utilizada na pesquisa, além da
divisão por temática na página eletrônica do congresso brasileiro de custos, fazia-se
a leitura do resumo e, caso necessário efetuava-se uma leitura completa para
entender e definir a temática utilizada.
O quadro 1 mostra o ranking de temas utilizados para enquadramento dos
trabalhos, essa informação ficou clara na página eletrônica onde foi obtido as
informações, já que é disponibilizado a divisão das pesquisas por temática:
Tema Relacionado Quantidade:
Custos como ferramenta para o Planejamento, Controle e Apoio a
Decisões
15
Custos Aplicados ao Setor Público 6
Custos Aplicados ao Setor Privado e Terceiro Setor 5
Controladoria 4
Gestão de Custos nas Empresas de Comércio e de Serviços 4
Gestão Estratégica de Custos 3
Abordagens Contemporâneas de Custos 3
Desenvolvimentos Teóricos em Custos 2
Gestão de Custos Logísticos e nas Cadeias Produtivas 1
Métodos Quantitativos Aplicados à Gestão de Custos 1
Total 44
Fonte: Dados da Pesquisa (elaboração própria)
Conforme evidenciado no quadro acima, percebe-se uma grande atenção dos
pesquisadores para a utilização da Contabilidade de Custos como ferramenta para o
planejamento, apoio e tomada de decisão, isso demonstra que os pesquisadores
22
estão interessados em testar as aplicações das ferramentas de custos nos diversos
segmentos empresariais, como tema de menor interesse pelos pesquisadores o
quadro destaca que a aplicação de Métodos Quantitativos aplicados na Gestão de
Custos, isso pode estar relacionado ao fato da pouca intervenção prática ou de
campo para o tema em questão.
Com a utilização do Microsoft Excel 2003 foi elaborado um banco de dados,
no qual foram tabulados os dados. A classificação dos artigos por tipologia
metodológica sobre quatro vertentes: 1) Tipo do estudo; 2) quanto à natureza da
pesquisa; 3) Classificação quanto à natureza da pesquisa e d) Classificação quanto
à natureza da pesquisa
O quadro 2 apresenta a classificação dos artigos por tipologia metodológica
onde está generalizado de acordo com todos os estudos analisados nessa pesquisa:
Classificação quanto aos
objetivos da pesquisa
Classificação quanto à natureza
da pesquisa
Classificação quanto
à escolha do objeto
de estudo
Descritivo
Exploratório
28%
72%
Qualitativo
Quantitativo
Qualitativo-Quantitativo
46%
45%
9%
Estudo de
Caso
100%
Fonte: Dados da Pesquisa (elaboração própria)
Segundo Gil (2002) a pesquisa exploratória tem como foco principal
desenvolver, modificar e esclarecer conceitos e ideias, tendo em vista problemas
mais precisos ou hipóteses pesquisáveis que sirvam de base para estudos
posteriores.
Para Zikmund (2000), as pesquisas exploratórias, geralmente são uteis para
identificar situações, explorar alternativas e descobrir novas ideias. Dessa forma,
mesmo quando já existem pensamentos sobre determinado assunto, a pesquisa
exploratória também é útil, pois normalmente para um determinado fato
organizacional existe inúmeras soluções e alternativas, e a aplicação da pesquisa
permitirá tomar conhecimento, se não de todas, pelo menos de algumas destas
23
soluções. Os conceitos citados anteriormente explicam o fato dos pesquisadores dos
estudos analisados classificarem a pesquisa de seus estudos como exploratória,
pois os mesmos estão testando as teorias na aplicabilidade prática em estudos de
casos nas diferentes organizações.
Gil (2002) discorre que as pesquisas descritivas têm por finalidade principal a
descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou a análise
de relações sobre determinadas variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser
classificados sob este título e uma de suas características mais significativas
aparece na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. O conceito
acima ajuda a entender o motivo pelo qual os pesquisadores não aplicam com
frequência em estudos de casos na temática analisada, pois não é necessária
análise de população na aplicação de uma ferramenta gerencial de custo.
Gil (2002), descreve o uso da pesquisa qualitativa para o aprofundar de
investigações em questões relacionadas a determinado fenômeno do estudo, assim
como suas relações, mediante o contato direto com o objeto da pesquisa, buscando
o que há de comum, mas permanecendo, entretanto aberta para perceber a
individualidade e os significados múltiplos que ela traz. Os dados coletados são
predominantemente descritivos. O material obtido nessas pesquisas é rico em
descrições de pessoas, situações, acontecimentos, fotografias, desenhos,
documentos, etc. Todos os dados da realidade são importantes.
Segundo Malhotra (2001, p.155), “a pesquisa qualitativa proporciona uma
melhor visão e compreensão do contexto do problema, enquanto a pesquisa
quantitativa procura quantificar os dados e aplica alguma forma da análise
estatística”. A pesquisa qualitativa pode ser usada, também, para explicar os
resultados obtidos pela pesquisa quantitativa.
Nesse tipo de pesquisa, é determinado uma composição e tamanho de
amostra onde é analisado através de um método estatístico pré-definido. Nesta
pesquisa, as respostas de alguns problemas podem ser inferidas como um todo, por
isso, a amostra deve ser bem definida, caso contrário, podem interferir na pesquisa
como um todo (MALHOTRA, 2001).
24
Observando os conceitos citados anteriormente, entende-se a proporcional
igualdade nas naturezas das pesquisas, pois estas podem ser facilmente aplicadas
ao objeto de estudo analisado na temática: o estudo de caso.
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Este capítulo descreve os dados e resultados da pesquisa conforme objetivos
propostos.
4.1 CARACTERÍSTICAS DOS ARTIGOS
Esse item apresenta as características da amostra analisada, de acordo com
os itens: a) artigos com estudos de casos do evento e b) trabalhos selecionados.
O quadro 3 apresenta, em ordem cronológica, o total de estudo de casos no
Congresso Brasileiro de Custos e os artigos selecionados de acordo com os
aspectos estabelecidos no capítulo da metodologia da pesquisa:
Ano Estudos de Casos
no Evento
Artigos
Selecionados
Participação
2007 26 5 19,23%
2008 21 6 28,57%
2009 26 3 11,54%
2010 21 3 14,29%
2011 21 3 14,29%
2012 23 5 21,74%
2013 23 3 13,04%
2014 28 5 17,86%
2015 13 1 7,69%
2016 9 4 44,44%
2017 21 6 28,57%
TOTAL 232 44 100,00%
Fonte: Dados da Pesquisa (elaboração própria)
25
Observou-se que em 11 anos de congresso, foram submetidos 232 artigos
como abordagem em estudo de caso e, destes, 44 são relacionados à aplicação e
análise de ferramentas de custos.
Os anos de 2016 e 2017 foram os que mais apresentaram publicações sobre
o tema com representatividade de 44,44% e 28,57% respectivamente. Pode-se fazer
inferência desse aumento á crise financeira vivida no país com picos em 2016 e
2017, com o aumento do comércio internacional, tais como os produtos importados
da China e Estados Unidos, resulta na necessidade cada vez maior das empresas
nacionais oferecerem produtos de alta qualidade e preço mais acessível ao
consumidor final. Os anos de 2009, 2010 e 2011 todos com três artigos publicados
ainda pode-se fazer inferência a situação econômica do país que nos anos citados
alcançou o seu maior PIB (Produto Interno Bruto) em 20 anos, com isso, as
empresas estavam em uma zona de conforto não voltando sua atenção para as
pesquisas de ferramentas de gestão.
4.2 PERFIL DOS ARTIGOS ANALISADOS
Esse item descreve o perfil dos artigos publicados conforme itens: a) número
médio de páginas por artigo; b) número de autores; c) autores com mais
publicações; d) instituições com mais publicações e e) ferramentas mais abordadas.
O quadro 4 (quatro) relaciona o número total de páginas do total de artigos
selecionados e o número médio de páginas por artigos.
Páginas Total
(a) Número de Páginas
(b) Número de Artigos
628
44
(a/b) Número médio de páginas 14,27
Fonte: Dados da Pesquisa (elaboração própria)
26
O número médio de páginas por artigo foi de 14. Observou-se que os autores
respeitaram o número máximo de páginas que foi estipulado em 2004, 15 páginas.
O quadro 5 demonstra a relação entre o número de autores por publicação,
bem como o total de publicações conforme definições na metodologia desse
trabalho:
Número de Autores Número de Publicações Participação
1 2 4,55%
2 13 29,55%
3 17 38,64%
4 8 18,18%
5 4 9,09%
TOTAL 44 100,00%
Fonte: Dados da Pesquisa (elaboração própria)
Em sua maioria os artigos foram elaborados por 2 ou 3 autores,
representando 29% e 38%, respectivamente, já a menor quantidade dos trabalhos
foi realizada por 1 autor, cerca de 4%.
Observou-se que a elaboração de estudos com mais de um autor é o método
mais utilizado. Esses números revelam que as produções cientificas, em sua
maioria, são realizadas pela cooperação entre os autores ou de grupos de
pesquisas, essa cultura foi adotada principalmente a partir de 1997, o que
demonstra uma maior interação entre os pesquisadores.
O quadro 6 evidencia os autores que mais publicaram sobre o tema objetivo
dessa pesquisa.
Ranking Autores Nº de Publicações
1º Rodney Wernke 5
2º Márcio Luiz Borinelli 3
3º Célia MartelliBiazebete
Charles Washington Costa de Assis
2
27
Eduardo Zanellatto Mendes
EuseliaPaveglio Vieira
Ivone Junges
Reinaldo Rodrigues Camacho
Rita de Cássia Fonseca
Rosângela Venâncio Nunes
Roselaine Filipin
Fonte: Dados da Pesquisa (elaboração própria)
Percebe-se que os dois autores com mais pesquisas publicadas são
doutores, estes possuem diversas especializações direcionadas para a contabilidade
de custos, assim como a atuação na área acadêmica, isso pode explicar o maior
interesse pela aplicação e divulgação das pesquisas e com isso uma quantidade
maior de estudos publicados.
Os demais autores que com duas publicações ocupam em conjunto a terceira
posição do ranking, com dois artigos publicados são graduados em ciências contábeis, com
especializações e cursando Mestrado ou Doutorado.
O quadro 7 evidencia as cinco instituições que possuem mais autores com artigos
publicados:
Instituição Frequência Participação
Universidade do Sul de SC – UNISUL 5 11,36%
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC 4 9,09%
Universidade de São Paulo – USP 3 6,82%
Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ 3 6,82%
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG 3 6,82%
TOTAL 18 40,91%
Fonte: Dados da Pesquisa (elaboração própria)
As três instituições que apresentam maior número de pesquisadores com publicações
foram a UNISUL (11,36%), a UFSC (9,09%) e a USP, UERJ e UFMG que possuem
participação de (6,82%) cada.
28
A liderança da UNISUL é pode ser atribuída ao seu tempo de mercado, desde 1964,
assim como a grande gama de pesquisadores em ciências contábeis. Na segunda
colocação, destaca-se a UFSC que possui um programa de Pós-Graduação em
Contabilidade com linhas de pesquisa em Controle de Gestão, Avaliação de
Desempenho, Contabilidade Financeira e Pesquisa em Contabilidade. Na terceira
colocação está a USP que se deve ao pioneirismo de seu programa de Pós-
graduação em Contabilidade, com a presença de professores pesquisadores
renomados na área de custos.
O quadro 8 evidencia a quantidade de vezes que determinada ferramenta foi
utilizada nos estudos analisados, esse ponto é o principal deste estudo, pois o
mesmo irá mensurar a quantidade de vezes que os autores optaram por
determinada ferramenta de custo para análise:
Ferramenta Analisada Frequência Participação
Custeio ABC (Activity Based Costing) 6 13,64%
BSC (Balanced Scorecard) 5 11,36%
Margem de Contribuição 5 11,36%
Custeio UEP (Unidade de Esforço de produção) 2 4,55%
Custeio Variável e Absorção 1 2,27%
TOTAL 19 43,18%
Fonte: Dados da Pesquisa (elaboração própria)
O Custeio ABC é um instrumento de gestão relevante que fornece aos seus
usuários a possibilidade de identificar possíveis gastos desnecessários dentre as
atividades de uma entidade, compreendendo a forma que está relacionada com a
geração de receita e o consumo de recursos (SANTOS et al., 2015). O ABC é um
instrumento muito útil da contabilidade de custos, no sentido de que apresenta os
custos dos produtos de uma maneira mais lógica, diferente dos demais métodos,
garantindo que não sejam distorcidos por rateios tantas vezes arbitrários MARTINS
(2010). O ABC difere-se dos demais métodos pelo fato de tratar os custos indiretos
de forma mais específica, monitorando o fato gerador do custo indireto e
direcionando ao produto ou serviços. Assim, torna a relação produto e custo mais
fidedignos, evita os possíveis equívocos gerados pelos métodos que têm como
29
princípio o rateio dos custos indiretos FERREIRA (2016). Isso explica o motivo dessa
ferramenta ser mais utilizada pelos pesquisadores, pois com através da mesma é
possível mensurar os custos com mais certeza, evitando erros e podendo ter um
resultado mais preciso.
O custeio variável e por absorção conforme coleta de dados foram as
ferramentas com menos aplicação pelos pesquisadores.
Também dominado como custeio direto, o custeio variável trata-se da
aplicação somente das despesas e custos variáveis aos diversos produtos de uma
empresa, sendo assim, não é possível o rateio dos custos fixos, sendo esses
lançados diretamente no resultado do período conforme Martins (2010, p. 198)
Custeio Variável, só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos
separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o
Resultado; para os estoques só vão, como consequência, os custos variáveis.
Crepaldi (2004, p. 140) ao discorrer sobre sua teoria em relação ao método
de custeio variável relata alguns pontos negativos em sua aplicação, para o mesmo,
o custeio variável:
• Pode prejudicar a análise por parte dos credores no que se refere aos índices de liquidez e capital circulante líquido. • Não considera os custos fixos na determinação do preço de venda. • Os custos fixos não são completamente fixos e tampouco as variáveis são completamente variáveis (separação categórica). • No Brasil, não aceito pelo Fisco.
Isso pode explicar o desinteresse dos pesquisadores para aplicar esse método de
custeio nas pesquisas analisadas, uma vez que não pode ser rateado os custos fixos, que
em tem uma alta representatividade na formação de preço dos produtos.
O custeio por Absorção consiste na alocação de todos os custos incorridos no
processo de fabricação, considerado um dos métodos mais tradicionais.
Martins (2010, p. 37) define custeio por absorção como um método que “consiste na
apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de
produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para
todos os produtos ou serviços feitos”.
30
Grepaldi (2004, p. 87) discorre que o custeio por absorção “é o método
derivado da aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade e é, no Brasil,
adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal”. Nesse contexto, esse
método de custeio é indicado para fins fiscais, ou seja, para as apresentações das
demonstrações financeiras e para cálculos tributários.
Crepaldi (2004) descreve os passos para aplicar tal sistema de custeio.
Segundo o autor, deve-se fazer a separação entre custos e despesas, logo após se
classifica os custos em diretos e indiretos, depois se faz a apropriação dos custos
diretos aos produtos, e por último, aloca-se os custos indiretos de fabricação através
de rateios. Essa metodologia pode explicar o por que da baixa utilização desse
método de custeio, o mesmo é aceito para fins fiscais, e com isso não interessa aos
pesquisadores, visto que os objetivos em geral são para fins gerenciais.
31
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As ferramentas de gestão de custos contribuem fundamentalmente para uma boa
gestão de negócios e consequentemente garante a continuidade da organização no
ambiente econômico. A gestão estratégica de custos trata os problemas incidentes nos
processos produtivos e organizacionais por meio de uma abordagem multifuncional que
combinando as habilidades das demais áreas das organizações tem por objetivo resolver
estes de modo integrado.
Nesse contexto, o objetivo geral desse estudofoi traçar o perfil dos estudos que
envolvem a utilização de ferramentas de custos publicadas no congresso brasileiro
de custos no período de 2007 a 2017. Os resultados evidenciam que, foram
publicados 44 artigos relacionados ao tema, produzidos por 116 autores.
Com a continuidade da análise, foi evidenciado como autores mais produtivos
os Srs. Rodney Wernke, com cinco publicações e o Márcio Luiz Borinelli com 3. Com
relação às intuições mais produtivas foi evidenciado a Universidade do Sul de SC –
UNISUL, com cindo publicações e a Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, com
quatro publicações.
Em relação a metodologia, os artigos selecionados foram retirados dos anais do
congresso brasileiro de custos, com busca inicialmente através de palavra-chave, leitura do
resumo e por fim dos trabalhos por completo. Os temas mais discutidos na análise foram: a
implantação do Custeio ABC (Activity Based Costing), do BSC (Balanced Scorecard) e da
análise da Margem de Contribuição como ferramenta de apoio à tomada de decisão.
Diante dos resultados expostos e análises realizadas conclui-se que: 1) existe uma
enorme carência de aplicações práticas das ferramentas de custos para a gestão, onde
houve um aumento de interesse dos pesquisadores nos últimos anos, porém, ainda sem
grande frequência; 2) ausência de pesquisadores das regiões norte e nordeste, em sua
maioria os estudos estão concentrados em autores das regiões sul e sudeste; 3) pouca
produção para muitos autores, onde fica evidenciado a carência de autores para tratar e
aplicar as metodologias e ferramentas da gestão de custos nas organizações.
Finalizando, esse trabalho fica como contribuição e fonte de dados para novas
pesquisas para a temática relacionada e como sugestão para estes trabalhos futuros pode-
se dizer: ampliar a fonte de dados em outros congressos e periódicos.
32
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