universidade federal do rio grande do norte … · pelo tempo dedicado e pelo cuidado, como amiga e...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA
ESCOLA DE MÚSICA
LICENCIATURA PLENA EM MÚSICA
KAIQUE PAULO DA SILVA
A PRÁTICA CORAL NO CURSO DE INICIAÇÃO ARTÍSTICA DA ESCOLA DE
MÚSICA DA UFRN: Um relato de experiência
NATAL/RN
2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA
ESCOLA DE MÚSICA
LICENCIATURA PLENA EM MÚSICA
KAIQUE PAULO DA SILVA
A PRÁTICA CORAL NO CURSO DE INICIAÇÃO ARTÍSTICA DA ESCOLA DE
MÚSICA DA UFRN: Um relato de experiência
Trabalho de conclusão de curso apresentado como
requisito para obtenção do título de Graduado em
Música – Licenciatura, à Unidade Acadêmica
Especializada em Música da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte.
ORIENTADORA: Profa. Ms. Amélia Martins
Dias Santa Rosa
CO-ORIENTADORA: Profa. Ms. Cleide Alves
da Silva
NATAL/RN
2011
KAIQUE PAULO DA SILVA
A PRÁTICA CORAL NO CURSO DE INICIAÇÃO ARTÍSTICA DA ESCOLA DE
MÚSICA DA UFRN: Um relato de experiência
Trabalho de conclusão de curso apresentado como
requisito para obtenção do título de Graduado em
Música – Licenciatura, à Unidade Acadêmica
Especializada em Música da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte.
BANCA EXAMINADORA
Profa. Ms. Amélia Martins Dias Santa Rosa
Orientadora
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Profa. Ms. Catarina Shin Lima de Souza
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Prof. Dr. Jean Joubert Freitas Mendes
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Natal, 8 de Dezembro de 2011.
Dedico este trabalho aos meus pais Marconi Paulo da Silva e
Katiana Karina de Oliveira Silva, aos meus irmãos Kener Paulo
da Silva e Kelita Karina de Oliveira Silva e à minha avó Rosilda
Paulo da Silva, cujo carinho, cuidado e incentivo durante o
curso de Música foram importantes para o desenvolvimento
deste estudo.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar eu quero dar graças ao meu bom amigo, companheiro e pai: o
meu Deus. Ele é o meu maior professor e orientador. Tudo que aconteceu durante esses cinco
anos de curso foi permitido e dirigido por Ele.
Mais uma vez agradeço aos meus pais, irmãos e familiares pelo apoio e pela certeza
de que eu me tornaria um bom educador, levando um pouco do conhecimento musical para
diversos lugares.
Aos meus grandes e bons amigos André Phillipe (PH), Camila Luna (Mila), Maria
Isabel (Bel), Denice Maria (D.) e Kelline Christine pelo tempo maravilhoso que passamos
juntos nas aulas, estágios, viagens e congressos, pelo simples fato de poder contar com vocês,
pelo carinho e cuidado.
Aos professores Cleide Alves, Cristiane Otutumi e Jean Joubert, que me ensinaram
com paciência e dedicação em diversos momentos e pela amizade construída.
Aos meus amigos do CIART, onde dediquei grande parte do meu tempo. Aprendi
muito com cada um de vocês.
À minha grande amiga e querida orientadora Amélia Dias (Memel) pela disposição,
pelo tempo dedicado e pelo cuidado, como amiga e educadora, até os últimos momentos da
minha jornada na licenciatura.
E a todos que fizeram parte deste grande momento,
Sou muito grato!
Resumo
Este trabalho teve como objetivo relatar as metodologias de ensino da Prática Coral do Curso
de Iniciação Artística – CIART – da Escola de Música da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – UFRN, que no segundo semestre de 2011 desenvolveu um trabalho de
musicalização, com crianças entre oito e nove anos aproximadamente, através da preparação
de uma apresentação realizada no final do ano. O tema central do semestre foi “Brincando
Como Antigamente”. Visando ampliar conhecimentos sobre Prática Coral, realizei uma
pesquisa dentro da área, sobre aspectos históricos da Educação Musical, Canto Coral e fiz
observações e anotações sobre a construção e procedimentos das aulas de Prática Coral do
CIART. Foram consultadas metodologias de educadores e músicos como Willems, Fonterrada
e Zander, refletindo aspectos deste trabalho. Os resultados mostraram que o desenvolvimento
social entre os alunos, a organização em sala de aula, uma postura vocal adequada e o
trabalho da equipe de professores cooperou para o desenvolvimento das atividades. Além
disso, o recital do CIART trouxe grandes elogios e aplausos. Por fim, avaliei a Prática Coral
do CIART e o que aprendi com esta monografia.
Palavras-chave: Prática Coral; CIART; Educação Musical.
Abstract
The objective of this work was to present the Choir Practice teaching methodologies of Curso
de Iniciação Artística – CIART – School of Music of Universidade Federal do Rio Grande do
Norte – UFRN, that during the second semester of 2011 developed a musicalization work,
with children between eight and nine years old approximately, through the preparation of a
concert that took place in the end of that year. The main theme of the semester was “Playing
Like in the Old Days”. Willing to increase the knowledge of Choir Practice, I made a research
inside the area, on historical aspects of Musical Education, Chamber Choir and made
observations and notes on classes procedures and construction of CIART’s Choir Practice.
Methodologies of educators like Willems, Fonterrada and Zander were consulted, reflecting
aspects of this work. The results showed that the social development among the students, the
organization inside the classroom, an adequate vocal behavior and the team work of the
teachers cooperated for the development of the activities. Besides all this, CIART’s recital
brought compliments and applauses. And finally, I evaluated the CIART Choir Practice and
what I learned with this monograph.
Keywords: Choir Practice; CIART; Musical Education
Lista de Figuras
FIGURA 1 – Exercício de alongamento...................................................................................22
FIGURA 2 – Exercício de respiração.......................................................................................23
FIGURA 3 – Exercício vocal....................................................................................................25
FIGURA 4 – Cantando a canção Dobradura com os gestos.....................................................27
FIGURA 5 – Construindo um barquinho de papel...................................................................28
FIGURA 6 – Jogo da canção Escravos de Jó............................................................................28
FIGURA 7 – Vivência da canção Escravos de Jó.....................................................................29
FIGURA 8 – Alunos fazendo bolinhas de sabão......................................................................31
FIGURA 9 – Aluno brincando..................................................................................................31
FIGURA 10 – Cantando a canção O Trem...............................................................................34
FIGURA 11 – Dinâmica do Bom Barquinho............................................................................36
FIGURA 12 – Ensinando a percussão corporal........................................................................37
FIGURA 13 – Ensaio Geral no Auditório................................................................................37
FIGURA 14 – Ensaio Geral no Auditório................................................................................37
FIGURA 15 – Ensaio com os músicos convidados..................................................................38
FIGURA 16 – Ensaio Geral na Sala 16....................................................................................38
FIGURA 17 – Recital de apresentação do CIART...................................................................39
FIGURA 18 – Recital de apresentação do CIART...................................................................39
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................................12
CAPÍTULO 1 – BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO MUSICAL E DA PRÁTICA
CORAL NO BRASIL E NO CIART........................................................................................14
1.1. Villa-Lobos e a Música Coral..............................................................................15
1.2. Métodos Musicais................................................................................................16
1.2.1. Iniciação Musical – Sá Pereira...................................................................16
1.3. O que é o CIART.................................................................................................17
1.3.1. O Canto Coral no CIART..........................................................................18
CAPÍTULO 2 – PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO CORAL DO CIART..............................20
2.1. Como começam as aulas......................................................................................20
2.2. Aquecimento........................................................................................................20
2.2.1. Atividades de Concentração......................................................................21
2.2.2. Exercícios de alongamento........................................................................22
2.2.3. Exercícios de respiração............................................................................23
2.2.4. Exercícios vocais.......................................................................................24
2.3. Ensaio de repertório.............................................................................................25
2.3.1. Primeira música – Dobradura....................................................................26
2.3.2. Segunda música – Escravos de Jó..............................................................28
2.3.3. Terceira música – Brincando com bolinhas de sabão................................30
2.3.4. Quarta música – Quintal............................................................................32
2.3.5. Quinta música – O trem.............................................................................34
2.3.6. Sexta música – Bom barquinho.................................................................35
2.4. Aprimoramento das músicas anteriores...............................................................37
2.5. Ensaios Gerais......................................................................................................37
2.6. Apresentação........................................................................................................38
2.7. Cronograma das aulas..........................................................................................40
CAPÍTULO 3 – RESULTADOS ALCANÇADOS..................................................................41
3.1. Desenvolvimento dos alunos...............................................................................41
3.2. Desenvolvimento da equipe.................................................................................42
3.3. Auto-Avaliação....................................................................................................42
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................44
ANEXOS..................................................................................................................................46
12
INTRODUÇÃO
Este trabalho trata-se de uma monografia de conclusão do curso de Licenciatura em
Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Escolhemos como tema
central deste estudo, um relato da prática coral realizada no segundo semestre do ano de 2011
no Curso de Iniciação Artística – CIART, projeto de extensão existente há vários anos nesta
mesma instituição. A escolha deste tema foi feita por já possuir uma experiência como
monitor desse projeto há três anos, e por isso, também uma grande identificação com a prática
coral e o desejo de aprofundar um pouco mais os meus conhecimentos nessa área. Desta
maneira, buscamos relatar as práticas pedagógicas realizadas nesse período e fundamentá-las
através da leitura e aprofundamento teórico acerca desse tema, bastante presente dentro da
Educação Musical.
Para a construção deste trabalho foram feitas anotações em diário de campo a partir
das atividades realizadas durante as aulas de canto coral do CIART da EMUFRN que eram
gravadas em mp3 e transcritas após as aulas. Além disso, foram registradas imagens através
de vídeos e fotografias que serviram para realizar a ilustração da monografia. Como professor
da turma, pude fazer diários de campo incluindo cada etapa e atividade feita durante as aulas.
Participei das aulas atuando nas atividades de concentração, alongamentos, vocalizes e
ensinando as canções juntamente com os outros monitores do projeto. As aulas foram
ministradas nas quintas-feiras do segundo semestre de 2011 nas aulas de coral das turmas do
turno vespertino e tinham duração de 1h20min.
As aulas eram compostas de dois principais momentos: o aquecimento e o ensaio de
repertório e, como de costume nesse projeto, culminam na apresentação de um recital no final
do semestre. A preparação para o recital visa interagir todas as disciplinas que o CIART
oferece, resultando num trabalho artístico que envolve discentes e docentes em torno de um
objetivo em comum. O tema escolhido para o recital do semestre foi “Brincando como
antigamente” e tem como um dos objetivos trazer à memória dos participantes os jogos e
brincadeiras que fizeram parte da infância das gerações passadas.
O objetivo principal deste trabalho é relatar e refletir sobre o trabalho realizado
especificamente na disciplina Coral, na qual tive uma maior participação. Com essa reflexão,
pretendo munir-me de maiores conhecimentos tanto práticos quanto teóricos que irão me
auxiliar no desenvolvimento da minha atuação profissional.
13
Esta monografia é composta de três capítulos. No primeiro capítulo, fizemos uma
breve reflexão acerca dos aspectos históricos do canto coral na educação musical e de como
ele está inserido na prática do CIART. No segundo capítulo, apresentamos a parte central
deste trabalho, onde falamos sobre as práticas pedagógicas realizadas em sala de aula e as
exemplificamos através de partituras refletindo sobre o processo educativo e sobre as trocas
realizadas durante a construção e apresentação do recital. No terceiro capítulo, apresentamos
os principais resultados alcançados ao final do semestre sob o aspecto do desenvolvimento
dos alunos, da equipe e, principalmente, do meu próprio desenvolvimento enquanto educador
em formação através da condução das aulas e da elaboração desta monografia. Finalizamos o
trabalho fazendo as considerações finais acerca desse processo pedagógico, como também
avaliamos de que maneira ele irá contribuir para a minha atuação enquanto educador musical.
14
CAPÍTULO 1
BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO MUSICAL E DA PRÁTICA
CORAL NO BRASIL
Desde o Brasil colônia, encontram-se evidências da educação musical. Com os
jesuítas há “uma estrita simbiose entre educação e catequese” (SAVIANI, 2007, p. 31),
introduzindo-se costumes e valores europeus, acompanhados pelo ensino musical que possuía
o repertório e educação musical européia como referência, visando a prática instrumental e
vocal, e relacionando a educação à Igreja (FONTERRADA, 2005, p. 193). Saviani (2007, p.
43) diz que “a primeira fase do ensino jesuítico foi marcada pelo plano de instrução elaborado
por Nóbrega”, com a música instrumental e o canto orfeônico como princípios opcionais.
Então, é atribuída a Manuel da Nóbrega a primeira referência de educação musical formal no
Brasil (GOMES, 2009).
Através do Decreto nº 1.331 de 17 de fevereiro (1854), o “Regulamento para reforma
do ensino primário e secundário do Município da Corte” (BRASIL nº 1.331/1854) foi
aprovado. Essa reforma ficou conhecida como “Reforma Couto Ferraz”. Esse documento
“instituiu oficialmente o ensino de música nas escolas públicas brasileiras” (FONTERRADA,
2005, p. 193). O regulamento diz que o ensino primário nas escolas públicas compreende
noções de música e exercícios de canto, não estabelecendo diretrizes metodológicas. Na
Instrução Pública Secundária acrescentam-se as artes de desenho, música e dança (GOMES,
2009).
Após muitas mudanças na legislação ao longo dos anos, o Brasil vive atualmente um
momento importante com o decreto da Lei nº 11.769 de agosto de 2008, que determina o
ensino de música nas escolas. A aprovação da Lei foi uma grande conquista para a Educação
Musical no país. Levará tempo para que todas as escolas adicionem em seus Projetos
Pedagógicos o ensino de música, porém aos poucos a educação musical tem firmado seu
espaço nas escolas brasileiras.
A aprovação de todas as leis que determinam o ensino de música nas escolas,
especificamente no ensino fundamental e médio, viabiliza a prática do educador musical, em
sua especificidade. Com a aprovação da Lei nº 11.769, a disciplina de música pode ser
apresentada às escolas em diversos enfoques temáticos como a Prática de Instrumentos,
Teoria Musical, Aspectos da História Musical no Brasil e no Mundo, Ritmos do Brasil,
Percussão Corporal, entre outras temáticas, incluindo a Prática Coral. Essa é uma das formas
15
mais belas do fazer musical. A Prática Coral reúne em seu conteúdo os diversos temas citados
acima e além dos objetivos musicais ela também propicia e/ou objetiva a socialização entre
indivíduos. Segundo Brunner e Zeltner (1994. p. 241), socialização é o “processo pelo qual
um indivíduo desenvolve suas formas específicas e socialmente relevantes de comportamento
e de vivência, convivendo ativamente com outras pessoas”. Portanto, através do decreto
dessas leis a Educação Musical e suas práticas fazem parte do aprimoramento da educação no
Brasil.
1.1. Villa-Lobos e a Música Coral
Devido ao desenvolvimento tecnológico durante a Primeira Guerra Mundial, as artes
tomaram novas direções no Brasil. Na década de 20, Anísio Teixeira propôs reformas no
sistema educacional. Ele fundou a Superintendência de Educação Musical e Artística –
SEMA, visando aprimorar a educação musical nas escolas. Villa-Lobos, diretor do SEMA,
começou seu trabalho como educador quando viajou pelo Brasil colhendo material nativo e
folclórico.
Em 1931, Villa-Lobos promoveu um concerto no Rio de Janeiro envolvendo mais de
doze mil vozes dentre estudantes, trabalhadores de fábricas, e outros. No ano seguinte o coral
foi de dezoito mil participantes.
O canto coletivo, com seu poder de socialização, predispõe o
indivíduo a perder no momento necessário a noção egoísta da
individualidade excessiva, integrando-o na comunidade, valorizando
no seu espírito a idéia da necessidade de renúncia e da disciplina ante
os imperativos da coletividade social, favorecendo, em suma, essa
noção de solidariedade humana, que requer da criatura uma
participação anônima na construção das grandes nacionalidades. [...]
O canto orfeônico é uma das mais altas cristalizações e o verdadeiro
apanágio da música, porque, com seu enorme poder de coesão,
criando um poderoso organismo coletivo, ele integra o indivíduo no
patrimônio social da Pátria. (VILLA-LOBOS, 1987, p. 87-88)
Villa-Lobos visava o comportamento cívico e a educação artística da criança,
propondo o começo cedo, em tenra idade, e a sua inclusão social. Também pesquisava
material folclórico brasileiro. Suas idéias tiveram grande aceitação no Brasil e repercussão
internacional em países da América do Sul.
O povo é, no fundo, a origem de todas as coisas belas e nobres,
inclusive da boa música! [...] Tenho uma grande fé nas crianças. Acho
que delas tudo se pode esperar. Por isso é tão essencial educá-las. É
preciso dar-lhes uma educação primária de senso ético, como
iniciação para uma futura vida artística. [...] A minha receita é o canto
orfeônico. Mas o meu canto orfeônico deveria, na realidade, chamar-
16
se educação social pela música. Um povo que sabe cantar está a um
passo da felicidade; é preciso ensinar o mundo inteiro a cantar.
(VILLA-LOBOS, 1987, p. 13)
Apesar de atualmente a prática coral não visar o comportamento cívico das crianças,
ela é cada vez mais utilizada como recurso metodológico na educação musical de pessoas de
várias idades. O canto coral permite não somente o aprendizado musical, como também a
socialização das pessoas e a expressão de sentimentos (MATHIAS, 1986). Além disso, por
não requerer o uso de instrumentos, ela se torna uma prática acessível a todos e é um recurso
altamente recomendável para a utilização nas escolas.
1.2. Métodos Ativos em Educação Musical
No método do músico suíço Émile Jaques-Dalcroze (1865-1950), Eurythmics, o
elemento do ritmo é fundamental, uma vez que os alunos são introduzidos na música através
do movimento e da dança. O método criado pelo músico húngaro Zoltán Kodály (1882-1967),
Sol-Fa, baseia-se no princípio de que a música pertence a todos. Kodály considerava o canto
como fundamento da cultura musical, pois a voz é o sinal mais imediato que nos comunica
com a música, pois parte do próprio sujeito, que tem controle sobre ela. O sistema criado pelo
compositor alemão Carl Orff (1895-1982), Schulwerke, propõe uma educação musical na qual
a música, o movimento e a fala são inseparáveis, enfatizando sempre a criatividade e a
improvisação, bem como a noção de começar a educação musical cedo em tenra idade. O
sistema pedagógico do japonês Shinichi Suzuki (1898-1999), baseia-se no princípio de que
toda criança tem potencial musical e que a percepção e técnica musical devem ser adquiridas
de forma semelhante à linguagem: através da repetição e memorização, e sempre com o
envolvimento ativo e positivo dos pais.
1.2.1. Iniciação Musical – Sá Pereira
Na década de trinta, o pianista, compositor e educador musical Antônio Leal de Sá
Pereira (1888-1966) criou um método chamado Iniciação Musical. O método baseia-se na
iniciação sensorial com ênfase na experiência musical extensiva antes do ensino de conceitos
teóricos. Influenciado pelos conceitos musicais de Orff, Kodály e Dalcroze, e pelos conceitos
educacionais de Piaget, Sá Pereira propunha uma educação musical servida de atividades
espontâneas, envolvendo atividades de grupo, dança e conjunto de percussão, a fim de
propiciar amplas oportunidades para vivência e experiência do fenômeno musical e das
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relações entre sons e sonoridades. Preocupava-se também com a formação do professor de
música.
Esses métodos ativos influenciam boa parte das práticas de Educação Musical no
país. Veremos mais adiante, como eles são utilizados no Curso de Iniciação Artística –
CIART.
1.3. O que é o CIART
O Curso de Iniciação Artística – CIART – foi criado no ano de 1962, ano de
fundação da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – EMUFRN,
em Natal/RN. Primeiramente foi nomeado como Curso de Iniciação Musical – CIM, onde
funcionava apenas como uma recreação musical e tinha a duração de um ano. A professora
Fátima de Brito, responsável pelo curso, implantou o método “Sá Pereira” após participar de
um curso no Rio de Janeiro, dividindo então, o CIM em três períodos, visando um trabalho de
musicalização infantil. Em 1967, a professora Cândida Bezerra, depois de participar de um
curso nos Estados Unidos (1966), trouxe a idéia de iniciar-se atividades de artes plásticas
junto ao trabalho de musicalização. Por volta do ano de 1972 o CIM passa a ser chamado de
CIART (como é conhecido nos dias atuais) e os métodos de Edgar Willems e Carl Orff
passam a fazer parte do trabalho desenvolvido no curso.
Atualmente, o CIART possui duas turmas, o 2º e o 3º anos. São crianças com oito e
nove anos de idade aproximadamente, alunos do ensino fundamental nas escolas regulares da
cidade (Natal/RN). As disciplinas trabalhadas no CIART são: Educação Sonora e Práticas
Musicais para os alunos do primeiro ano; Elementos de Música I, Flauta Doce I, Bandinha
Rítmica e Prática Coral para os alunos do segundo ano e Elementos de Música II, Flauta doce
II, Oficina de Criação Musical e Prática Coral, para os alunos do terceiro ano, porém, hoje o
CIART possui apenas as turmas do 2º e 3º anos. Todas as disciplinas são trabalhadas de
maneira integrada, respeitando as individualidades e considerando as outras habilidades
adquiridas, de maneira que cada disciplina auxilia e reforça a aprendizagem das crianças em
todas as outras. Dessa forma, o planejamento foi realizado em conjunto fazendo com que cada
professor/monitor acompanhasse o que estava acontecendo em todas as disciplinas ao mesmo
tempo em que recebia as orientações para as suas ações em sala de aula.
Nas disciplinas, Elementos de Musica I e II os conteúdos estão relacionados com o
aprendizado da notação musical, leitura da partitura, leitura métrica e leitura rítmica. Em
Flauta Doce I e II o objetivo é aprimorar os procedimentos técnicos da flauta doce como
dedilhado, respiração, ataque, fraseado e leitura métrica, além de introduzir o repertório
18
erudito e popular. Na disciplina de Bandinha Rítmica os conteúdos: pulsação, andamento,
tempo forte, entre outros, estão relacionados com o aprendizado dos instrumentos de
percussão e conteúdos de Elementos de Música I. A disciplina de Criação Musical, específica
do 3º ano, busca incentivar a criatividade dos alunos utilizando diversos materiais sonoros,
consciência e valorização das paisagens sonoras, a criação de estruturas musicais e a
capacidade para o trabalho autônomo de reflexão crítica. Além disso, busca a socialização
através da integração e respeito às diversidades.
É através das abordagens Dos métodos ativos que o Curso de Iniciação Artística e
diversos educadores do Brasil aplicam suas aulas em projetos sociais, escolas regulares e
especializadas em Música. O ensino musical no CIART não se prende a um método
específico, e sim na inclusão em parte dos métodos ativos, visando a prática musical como
uma grande orquestra onde a interação entre as famílias das Cordas, das Madeiras, dos Metais
e da Percussão fazem juntos um incrível concerto.
1.3.1. O Canto Coral no CIART
A disciplina de Prática Coral tem como objetivo desenvolver a aprendizagem
musical, trabalhar o desenvolvimento vocal, a integração e a inclusão social do grupo, além de
ampliar o conhecimento de repertório do corista. Um dos principais objetivos da prática coral
é a socialização. O grupo coral exige, do regente (professores), habilidades e competências
que vão além do preparo técnico, como por exemplo, a condução do grupo, motivando a
aprendizagem através da criatividade. A imaginação e a criatividade são fenômenos
importantes na relação do regente com seu grupo. Oscar Zander (2003, p. 30) diz que:
O regente deve, com sua técnica e conhecimento da literatura, saber
entusiasmar e despertar cada vez mais o interesse do grupo, para que
os ensaios em suas muitas vezes intermináveis repetições, não se
tornem monótonos, mas sejam fonte de renovação – apesar da
repetição – e com isso levem a um gradativo aperfeiçoamento e
maturidade.
No segundo semestre do ano de 2011 a disciplina de Prática Coral foi ministrada nas
quintas-feiras com a participação das turmas do 2º e 3º anos. Durante o primeiro horário, as
duas turmas tinham aulas em salas separadas e após um intervalo de 20 minutos as duas
turmas se encontravam na sala 16 para a aula de Prática Coral comigo e com os demais
professores com a duração de 1 hora e 20 minutos.
Durante a aula, cada professor foi responsável por uma atividade. O professor Helder
foi o nosso pianista, ele foi responsável pelos arranjos das músicas e pelo acompanhamento
19
durante os ensaios. Eu e outras duas professoras/monitoras fomos responsáveis pela condução
das atividades da aula. Assim, em cada aula nós realizamos diversas atividades como,
aquecimento (Atividades de concentração, Exercícios de alongamento, Exercícios de
respiração e Vocalizes), ensaio do repertório, entre outras atividades.
A Prática Coral sugerida por Nelson Mathias viabiliza um ensaio completo e bem
estruturado e alguns dos itens citados por ele são praticados no desenvolvimento da Prática
Coral do CIART.
Nelson Mathias (1986) fala sobre a função do coral e argumenta que o grupo coral
pode ser um agente transformador da sociedade em que vivemos através de sua educação
musical. Ele comenta sobre a importância de buscar o som de cada ser humano, visando a
participação de cada um, partindo do saber pessoal, onde cada ser humano tem uma
experiência musical e com essa experiência a possibilidade de transmitir a música da vida
humana para a sociedade. O coral busca uma identidade com valores humanos significativos.
Valoriza a individualidade do outro e o respeito entre um grupo valorizando as relações
interpessoais. Esses valores tornam os membros do grupo, como grupo e como indivíduo,
pessoas mais eficientes.
Mathias (1986) também fala sobre a importância de um ensaio envolvente e sugere
um esquema de ensaio contendo como primeiro item a INTRODUÇÃO (preparação
psicológica para o ensaio), onde o grupo precisa saber os objetivos do ensaio e refletir sobre
algum tema relacionado com a música coral e relacionamento em grupo, para que todos
estejam focados na prática. Como segundo item a PREPARAÇÃO TÉCNICA, visando um
melhor rendimento na prática do repertório, envolvendo o relaxamento físico e mental,
desenvolvimento de dinâmicas, para um bom relacionamento entre todos do grupo e
realizando atividades que desenvolvam a musicalidade de cada um, através de exercícios de
som, ritmo, coordenação motora e criatividade musical. Também completa falando da
importância da preparação vocal e apreciação coral, através de audições de CDs e palestras.
No terceiro item, chamado DESENVOLVIMENTO, a prática do repertório e a interpretação
são pontos a serem trabalhados nesse momento. O próximo item do esquema é a
CONCLUSÃO, onde abre um espaço para refletir a participação de cada integrante. Em
seguida, sugere uma AVALIAÇÃO e AVISOS FINAIS, avaliando o ensaio e pensamentos
sobre o próximo encontro (MATHIAS, 1986).
A seguir, faremos o relato mais detalhado de como são conduzidas essas atividades e
a reflexão sobre a importância de cada uma delas para a prática coral.
20
CAPÍTULO 2
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO CORAL DO CIART
Neste capítulo, temos como objetivo relatar as práticas pedagógicas trabalhadas no
coral do CIART durante o segundo semestre de 2011. Com este relato, torna-se possível
melhor compreender as estratégias utilizadas para compor as aulas e o processo de construção
da apresentação do final do ano. Desta forma, dividimos o capítulo de acordo com os
diferentes momentos presentes em cada aula, relatando como se procede cada atividade indo
desde as etapas de preparação para a aula, as atividades de aquecimento, o ensaio de
repertório até os momentos finais de ensaio e apresentação do recital.
2.1. Como começam as aulas
Antes de darmos início às aulas, os alunos têm um recreio de vinte minutos para
brincar, conversar e lanchar. Ao final desse intervalo, pedimos aos alunos para irem ao
banheiro lavar as mãos, o rosto e, também, para beberem água antes de entrarem na sala de
aula. Fazemos isso para que os alunos não peçam para sair durante as atividades da aula e não
interrompam o desenvolvimento da mesma. Além disso, eles sempre correm, pulam e brincam
bastante durante o intervalo e por isso é importante frisar uma boa higiene. Por fim, pedimos a
todos os alunos que entrem na sala e nos preparamos para começarmos, juntos, a primeira
atividade.
2.2. Aquecimento
Em toda aula de coral, é importante ter um momento de aquecimento, pois, como
afirma Santa Rosa (2006, p. 50), “o aquecimento é um momento de extrema importância para
o desenvolvimento físico, mental e emocional dos alunos além de contribuir concretamente
para o crescimento do trabalho”. Por isso, é necessário desenvolver a atividade de
aquecimento durante as aulas de canto coral para um melhor resultado. De acordo com Leila
Dias (2004), em uma entrevista para Santa Rosa (2006), “no momento do aquecimento, o
professor percebe melhor cada membro do grupo identificando as suas limitações e
possibilidades e, a partir daí, trabalha com cada um deles buscando ajudá-los a superar as
dificuldades e desenvolver as suas potencialidades”.
Desta forma, vemos que muitos aspectos são trabalhados na atividade coral e por
isso, devemos aquecer, não só a voz, como também o corpo e a mente dos nossos alunos. Por
21
isto, diversas são as atividades realizadas durante o aquecimento, tendo cada uma, o seu
objetivo específico, conforme será relatado a seguir.
2.2.1. Atividades de Concentração
A maioria das crianças volta do intervalo bastante agitada e outras um pouco
cansadas. Por isso, sempre fazemos uma atividade para chamar a atenção deles para estimular
a concentração e a organização em sala de aula. Os exercícios de concentração geralmente são
realizados sentados nas cadeiras ou de pé e em roda. Às vezes, começamos executando uma
célula rítmica, batendo palmas, para que eles repitam da mesma forma. Fazemos isso duas
vezes até que todos estejam prestando atenção. Em seguida, repetimos a mesma célula rítmica
de formas diferentes, ora batendo as mãos nas pernas, ora pisando os pés no chão, ora
estalando os dedos ou emitindo sons com a boca.
Outra estratégia que utilizamos para chamar a atenção dos alunos é trabalhando a
lateralidade com batimentos para o lado esquerdo e para o lado direito e fazendo sequências
rítmicas para todos realizarem juntos, batendo com os pés, com as mãos e, por fim, com os
pés e com as mãos.
Uma das atividades que mais apresenta resultados em termos de concentração
chama-se “Bato com”, pois tem o objetivo de trabalhar a concentração e a atenção através do
movimento corporal. Pode-se verificar a sua forma de execução através da partitura a seguir:
22
As atividades rítmicas utilizadas nos momentos iniciais da aula, além de
promoverem a concentração dos alunos, estimulam o desenvolvimento da sua coordenação
motora e da sua habilidade rítmica, conforme propõem os métodos ativos a exemplo Willems
e Orff. Segundo Rocha (1990, p. 31),
Willems afirma que o verdadeiro ritmo é inato e está de fato presente
em todo ser humano normal. O andar, a respiração, as pulsações, os
momentos mais sutis provocados por reações emotivas, por
pensamentos, todos esses movimentos são instintivos e é esse
movimento que o educador deve recorrer a fim de obter, seja na
criança, do aluno virtuose o verdadeiro ritmo vivo interior, criador no
pleno sentido do termo.
Do mesmo modo, Orff propõe atividades rítmicas a serem realizadas através de
batimentos rítmicos. Para ele, “o ritmo é a base sobre qual se assenta a melodia e, em sua
proposta pedagógica, deveria provir do movimento, enquanto a melodia nasceria dos ritmos
da fala” (FONTERRADA, 2005, p. 147). Esta idéia também é apoiada pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais – PCN que afirmam:
2.2.2. Exercícios de alongamento
Outro exercício importante no aquecimento de
coral é o alongamento e o relaxamento. De acordo com o
educador físico, Silva (2011), “o alongamento é o
estiramento dos músculos permitindo a execução de
exercícios evitando lesões e através dos movimentos de
alongamento a criança aprende a corrigir sua postura, a
controlar sua respiração, além de receber estímulos à
criatividade e disciplina”.
Nos ensaios do coral do CIART, costumamos
realizá-los movimentando e alongando cada parte do
corpo começando pelos pés, depois os braços, o pescoço
e os músculos do rosto. Às vezes trabalhamos de forma mais detalhada, alongando também as
mãos, os dedos e o punho. Os músculos do pescoço são os músculos mais tensos e sempre
frisamos a necessidade de alongá-los da forma correta. Para aliviar melhor esta tensão,
eventualmente fazemos uma fila onde cada aluno faz uma pequena e suave massagem no
ombro do colega à sua frente. Depois de alguns momentos, a fila vira-se para o outro lado e
novamente uma breve massagem é feita pelo colega que está atrás. Outra forma que
utilizamos para fazer o relaxamento é com os alunos sentados nas cadeiras do mesmo modo
FIGURA 1 - Exercício de alongamento
23
fazendo diversos movimentos lentos com os braços, cabeça, pernas e pescoço, sempre que
possível, acompanhados pelo som do piano.
2.2.3. Exercícios de respiração
Os exercícios de respiração são de extrema importância para uma aula de canto coral.
Segundo Zander (2003, p. 205-206):
Tudo que acontece no coro depende da respiração. A música bem
cantada deve-se seu efeito graças à aplicação correta do processo
respiratório. [...] A finalidade dos exercícios é ampliar, aos poucos, as
reservas de ar dos cantores para que possam, com o tempo, cantar
longas frases musicais sem necessidade de respirar, sentindo-se bem
com muita reserva. [...] Quando falamos, também respiramos, não só
por falta de ar, mas para dar lógica à frase que queremos enunciar.
Logo ela é imprescindível à boa compreensão da frase.
Por este motivo, enfatizamos bastante os exercícios de respiração nas atividades do
aquecimento. Durante estes exercícios, fazemos diversas brincadeiras como, mandar beijinho,
imitar o som de uma moto e imitar o som de um
telefone. Desta maneira, além de trabalharmos a
respiração, trabalhamos também a dicção dos
alunos. Em seguida, desenvolvemos exercícios
envolvendo a respiração propriamente dita, pedindo
aos alunos para encherem os pulmões inflando a
barriga. A inspiração deve ser feita pelo nariz e a
expiração pela boca. Neste momento, pedimos aos
alunos que ao soltarem o ar, imaginem que estão
soprando uma bolinha na mão e depois façam som de “s” e de “x”, sempre tentando apoiar no
diafragma, conforme é sugerido pelos estudiosos da técnica vocal.
A respiração, fator essencial do canto tem sido também amplamente
trabalhada com variados exercícios, para a percepção da respiração
correta, a descoberta do diafragma, aumento da capacidade
respiratória, diferenciação entre a respiração na voz cantada e voz
falada (BEHLAU; REHDER, 1997, p.6).
Uma forma eficiente de fazer os alunos sentirem a respiração apoiada no diafragma é
com eles sentados, curvando-se por cima dos joelhos tocando os pés com as mãos e
respirando algumas vezes.
FIGURA 2 – Exercício de respiração
24
2.2.4. Exercícios vocais
Segundo Babaya (2007, p. 5), a finalidade do exercício vocal é:
É colocar o aparelho fonador na máxima condição de flexibilidade,
obtendo assim uma perfeita emissão vocal, um timbre agradável,
extensão apropriada às condições físicas de cada indivíduo. Deve ser
executado em todas as vogais, em todas as velocidades, em todos os
registros, em todas as intensidades e em toda extensão vocal.
Na nossa prática, realizamos diversos tipos de exercícios vocais, podendo ser em
graus conjuntos ou em intervalos de terças, ascendentes e descendentes. De acordo com
Ortega e Ramírez, “os vocalizes devem ser feitos de pé ou sentados, porém com uma postura
ideal para que as vias respiratórias não sejam obstruídas e não impeçam o bom funcionamento
da coluna de ar” (ORTEGA; RAMÍREZ, 1982, p. 95).
Abaixo estão alguns exemplos dos exercícios que fazemos:
O primeiro e o quarto exemplos são modelos criados aleatoriamente durante a aula.
O segundo exemplo foi escrito pela Profa. Lourdinha Lima e o terceiro exemplo pela
compositora Thelma Chan.
25
No primeiro exercício, procuramos utilizar diferentes sílabas, como “ma”, “cha”,
“ba”, “ma”,“bo”,“tá”,“chá”,“lha”, “lho” e “br” e vogais “a”, “e”, “i”, “o”, “u”. No segundo
exercício, utilizamos frases, como “vou subir, descer, subir,
descer...”. Os vocalizes são sempre acompanhados pelo piano
subindo e descendo de tonalidade. Durante os exercícios,
observamos se os alunos estão cantando corretamente e quando
necessário os acompanhamos de perto para efetuar alguma
correção. Às vezes ouvimos grupo por grupo ou até mesmo aluno
por aluno para perceber se alguém está cantando de forma
inadequada. Buscamos também prestar atenção na forma em que
os alunos estão respirando durante os exercícios e execução
repertório.
2.3. Ensaio de repertório
O ensaio de repertório do coral consiste no aprendizado de canções, com ou sem
divisão de vozes a serem realizadas por toda a turma em conjunto. Para Willems:
A canção é a parte central na aula de música por concentrar em uma
só atividade todos os seus elementos, tais como a melodia, o ritmo, a
pulsação, a letra, a harmonia, a emoção, entre muitos outros. Através
da canção, busca-se desenvolver a sensibilidade e a expressividade
dos alunos, além da sua afinação (SANTA ROSA, 2011).
Conforme descrito no capítulo anterior, a cada final de semestre, realizamos um
recital de canções e peças instrumentais que compõem um único tema, tendo a participação de
todos os alunos e apresentando o resultado do que foi trabalhado naquele período. Neste
semestre, o tema escolhido para a apresentação foi “Brincando como antigamente”. Desta
maneira, todas as músicas escolhidas estavam relacionadas a ele no intuito de dar uma
uniformidade à apresentação, estando todo o repertório inserido dentro de um contexto maior.
Após as atividades do aquecimento, portanto, partimos então para a preparação do
repertório para a apresentação do final do semestre. Geralmente, nas primeiras aulas, nos
sobra mais tempo para realizarmos outras atividades além do puro aprendizado da canção,
podendo trabalhar mais aprofundadamente a contextualização do tema da canção a ser
ensinada e a vivência, até onde é possível, com os conteúdos e materiais citados por ela.
Consideramos a contextualização e a vivência do tema da canção momentos essenciais de
aprendizado para os alunos, pois segundo os pensamentos mais atuais da educação musical, o
FIGURA 3 – Exercício vocal
26
verdadeiro aprendizado só se dá através de um ensino contextualizado com a realidade do
aluno (MARINHO & QUEIROZ, 2005).
À medida que o repertório vai crescendo, os encontros passam a ser mais dedicados
ao aprimoramento das canções já aprendidas, onde desenvolvemos a criação de gestos e
preparamos a sua performance de modo geral. Desta forma, relatarei a seguir os
procedimentos utilizados na preparação das músicas e os ensaios para o recital.
2.3.1. Primeira música – Dobradura
a. Contextualização
Demos início ao trabalho de contextualização apresentando a primeira música do
semestre que tem por título “Dobradura”. Conversamos com os alunos sobre a canção,
informando o compositor e o tema do qual ela tratava: a construção de um barquinho de
papel. Para deixar os alunos mais familiarizados com o assunto, perguntamos se eles
conheciam a canção e se alguém já havia brincado com um barquinho de papel ou construído
um alguma vez. Em seguida, continuamos a aula ensinando a canção.
b. Ensino da música
Enquanto as crianças estavam sentadas nas cadeiras, ensinamos a canção
“Dobradura”, trabalhando frase por frase, enquanto a turma ia repetindo e fixando na sua
memória. Depois de aprendida a letra, ensinamos a melodia da canção, seguindo o mesmo
processo, cantando frase por frase e pedindo aos alunos para repetirem. Ficamos bastante
atentos aos momentos em que eles cantavam para corrigir algum erro ou problema de
afinação. Ensinamos, também, os gestos que criamos para serem feitos enquanto cantavam a
canção. Os gestos utilizados eram relacionados ao que dizia a letra da canção.
É comum, nas aulas de música, que os educadores utilizem como
recurso pedagógico o gesto, o movimento corporal para trabalharem
com seus alunos alguns fatores relevantes para a construção do
conhecimento musical, sendo o gesto corporal uma das formas de
vivenciarmos a música (RODRIGUES, 2009, p. 37).
27
Depois de ensinar toda a letra, a
melodia e os gestos, repetimos a canção
algumas vezes e pedimos para ora as
meninas cantarem, ora os meninos. Em
seguida, sugerimos que os alunos
cantassem a canção e no decorrer da
mesma retirassem algumas palavras
realizando apenas o gesto no seu lugar.
Assim, cada aluno sugeria uma palavra para ser retirada e a turma executava toda a canção.
As palavras sugeridas pelos alunos e professores foram: “um, barco, chapéu, papel, ponta,
com e atenção”.
Depois de brincar com as palavras, determinamos uma forma para a música. Ela seria
cantada três vezes, sendo a primeira vez com todas as palavras e gestos; na segunda vez
retiraríamos as palavras que selecionamos e cantaríamos as que restaram fazendo os gestos;
por último, na terceira vez apenas os gestos e o silêncio para os quais, muita concentração foi
FIGURA 4 – Cantando a canção dobradura com os gestos
28
necessária. Os alunos aprenderam rapidamente a canção, se entusiasmando ao realizar o
desafio de omitir as palavras e de realizarem os gestos. O objetivo da omissão das palavras foi
desenvolver a concentração, o ouvido interior (ritmo e melodia), entre outros.
c. Vivência
Iniciamos o trabalho de vivência da canção “Dobradura” perguntando aos alunos
como se fazia um barquinho de papel. Alguns deles sabiam como fazer o barquinho e outros
nem imaginavam como se construía um. Após
ensinar passo a passo e perceber que a maioria dos
alunos lembrava cada etapa da dobradura,
explicamos que faríamos uma pequena disputa
entre eles para descobrir quem conseguiria montar
um barquinho de papel mais rápido. Em seguida,
escolhemos a primeira dupla a realizar a
brincadeira enquanto uma das professoras tocava a
canção no violão e os demais cantavam a canção com os alunos. Cada dupla que construía o
barquinho voltava para o seu lugar e dava lugar à próxima dupla até que todos tivessem
participado da dinâmica. O objetivo da disputa não era ganhar, mas sim brincar enquanto a
turma ensaiava a canção, pois esta mesma atividade seria realizada no dia do recital.
2.3.2. Segunda música – Escravos de Jó
a. Ensino da música
O ensino dessa música se deu de forma
diferente das outras. Ensinamos a letra da canção
executando a dinâmica mais conhecida associada a ela,
que é passando um pequeno objeto pela roda na pulsação
da música. Os alunos já conheciam a letra da canção e,
com isso, o processo de ensino-aprendizagem foi mais
simples e direto.
FIGURA 5 – Construindo um barquinho de papel
FIGURA 6 – Jogo da canção Escravos de Jó
29
b. Vivência
A vivência da canção “Escravos de Jó” foi executada da seguinte forma: separamos
os alunos em três pequenos grupos, com média de seis crianças, e cada professor ficou
responsável por um deles. Fizemos três círculos no chão e distribuímos um coquinho para
cada aluno e conversamos com cada
grupo sobre a dinâmica da canção
“Escravos de Jó”. Ensinamos a
brincadeira para quem ainda não sabia
e brincamos algumas vezes até que
sugerimos formar um único grupo e
brincar em um andamento mais lento,
para que todos pudessem acompanhar.
Tivemos um resultado, a princípio, não muito bom pelo fato de não seguir um
processo de ensino mais detalhado, como, realizar batimentos aleatórios, fazer exercícios de
pulsação e executar toda a dinâmica com apenas um grande grupo. Porém ensaiamos várias
vezes durante outras aulas e tivemos um ótimo resultado.
FIGURA 7 – Vivência da canção Escravos de Jó
30
2.3.3. Terceira música – Brincando com bolinhas de sabão
a. Contextualização
Como de costume, antes de iniciarmos a canção, conversamos com os alunos sobre o
tema da letra: bolas de sabão. Para gerar o seu interesse, fizemos diversas perguntas, como
“Quem aqui já fez bolinha de sabão alguma vez?” e “De que forma vocês conseguiram
fazer?” Os alunos participaram afirmando que já tinham feito bolinhas de sabão de diversas
formas. Falamos também das nossas experiências enquanto crianças e listamos diversas
formas possíveis de se fazer bolinhas de sabão, como com as mãos, com canudos, brinquedos,
arco, entre outras formas.
b. Ensino da música
Após esse tempo de conversa com os alunos ensinamos, parte por parte, a letra da
música “Brincando com bolinhas de sabão”. A professora falava uma pequena parte e, em
seguida, as crianças repetiam. As frases eram ditas de diversas formas e com entonações
diferentes tais como grave, agudo, rápido, lento, alegre, triste, entre outras para facilitar e
31
tornar mais prazeroso o aprendizado da letra. O aprendizado da melodia se deu através da
utilização do piano e através reprodução vocal do professores.
Durante o ensino da música ensinamos também alguns gestos com sons, para
acrescentar à música “Brincando com bolinhas de sabão”. Ao final da canção, antes de
cantarmos “... Estourou!”, reproduzimos barulhos de bolinhas de sabão estourando através de
estalos e sons diversos com a boca.
c. Vivência
Para finalizar esta aula, preparamos uma
surpresa para os alunos do lado de fora da sala de
aula. Uma vez aprendida a canção, pedimos aos
alunos para formarem três filas perto da porta, sendo
uma com cada professor. Quando saímos da sala, os
alunos logo encontraram os copinhos com água e sabão que
havíamos preparado em cima de uma mesa, juntamente com
canudinhos que serviriam para brincarmos de fazer bolas de
sabão. Os alunos brincaram e se divertiram bastante, tendo os
professores também como participantes da brincadeira. Este
momento foi muito interessante, pois a turma pôde se
descontrair e conviver de maneira mais livre com os colegas e com os professores,
favorecendo o estreitamento entre os laços de amizade e cumplicidade, necessários em
qualquer grupo de qualquer que seja a faixa etária.
FIGURA 8 – Alunos fazendo bolinhas de sabão
FIGURA 9 – Aluno brincando
33
a. Contextualização
Como o próprio nome diz, esta música fala sobre brincadeiras e jogos infantis. Para a
sua contextualização, perguntamos aos alunos se eles têm quintal em casa e como são os seus
quintais. Eles responderam dizendo que tinham e que no quintal de suas casas tem coqueiros,
34
mangueiras, amoreiras, abacateiros, entre muitos outros. Em seguida falamos sobre a nova
canção, informando o tema, o título e o compositor.
b. Ensino da música
Primeiramente, lemos a letra da música para os alunos e pedimos que eles
escutassem e imaginassem o cenário que ela descrevia. Logo na primeira estrofe alguns deles
reconheceram a canção e quiseram cantá-la. Apesar de ficarmos satisfeitos em saber que
muitos já conheciam a canção, pedimos que eles não cantassem, pois o objetivo daquele
momento era exercitar a imaginação. Em seguida, ensinamos frase por frase para que todos
pudessem aprender, principalmente aqueles que ainda não conheciam aquela música. Do
mesmo modo, ensinamos a melodia cantando frase por frase e utilizando o piano como base.
2.3.5. Quinta música – O trem
a. Contextualização
Na introdução da música “O trem”, mostramos aos alunos um apito que produz o
som de um trem ao soprá-lo. Os alunos logo identificaram o som que estava sendo produzido,
então, fizemos uma nova série de perguntas como: “Vocês já andaram de trem alguma vez?” e
“O trem de antigamente era movido através do que?”. Conversamos a respeito destes assuntos
e, em seguida, falamos sobre a música que seria ensinada, escrita por Bia Bedran, chamada
“O trem”.
b. Ensino da música
Ensinamos a letra da canção falando frase por
frase e em seguida falando no ritmo da música. Por fim,
cantamos a melodia frase por frase, até que os alunos
tivessem aprendido toda a canção.
c. Vivência
A vivência desta música foi realizada fazendo o movimento de trem. Para isto,
encostamos as cadeiras no canto da sala de aula e formamos duas filas. Em seguida,
começamos a andar na sala como um trem cantando a canção algumas vezes para memorizá-
la ao mesmo tempo em que brincávamos com a dinâmica e andamento da canção cantando
baixinho, alto, andando rápido e devagar.
FIGURA 10 – Cantando a canção O Trem
35
2.3.6. Sexta música – Bom barquinho
a. Ensino da música
A música “Bom barquinho” é conhecida por todos os alunos e por isso, não foi
necessário fazer a sua contextualização. Ela foi ensinada de forma simples e direta pela
coordenadora do CIART que estava presente neste dia. Enquanto ela cantava e a música era
tocada ao piano para que as crianças ouvissem a letra e melodia, tentando aos poucos,
acompanhá-la. É uma canção simples e com algumas repetições a turma toda já havia
aprendido.
36
b. Vivência
A vivência dessa canção é uma brincadeira
antiga onde duas crianças escolhem o nome de uma fruta
cada, por exemplo, “banana e maçã”, sem poder dizer
para ninguém. Em seguida fazem um túnel com as mãos
e as demais crianças (barquinhos), em fila, passam pelo
“túnel” cantando a canção, até que quando cantada a
frase “Há de ser o de detrás”, as duas crianças que estão fazendo o túnel prendem a criança
que estiver passando por ele, e perguntam, por exemplo: “banana ou maçã?”, então a criança
deve escolher uma das opções, por exemplo, “maçã”, e em seguida deve ficar atrás da criança
(túnel) que representa a “maçã”. Quem tiver mais crianças (barquinhos), ganha o jogo. Para
FIGURA 11 – Dinâmica do Bom Barquinho
37
terminar, ensinamos também um movimento
rítmico/corporal (percussão corporal) para
executarmos junto à música. Os movimentos eram
realizados com palmas e pisando os pés.
2.4. Aprimoramento das Músicas Anteriores
O aprimoramento das canções foi realizado desde o nosso segundo encontro na aula
de Prática Coral. Desde quando ensinamos a primeira música, no início do semestre, nós
dedicamos um momento da aula para relembrar as canções que ensinamos nas aulas
anteriores. Nas primeiras aulas, em cada uma delas, ensinamos uma canção e no decorrer do
semestre nós relembramos a letra, o ritmo e a melodia de cada uma, aprimorando a afinação e
o envolvimento do aluno com o tema de cada canção. Esse aprimoramento era feito depois do
momento de aquecimento. Com o acúmulo de canções, era comum que as crianças nem
sempre se lembrassem das letras das canções, porém, a cada ensaio, as dificuldades
diminuíam. Depois de aprimoradas as canções, nós acrescentamos novos elementos a cada
uma delas. Num modo geral aperfeiçoamos os gestos, acrescentamos passos e movimentos.
Deste modo, as nossas aulas eram compostas basicamente destes três momentos:
aquecimento, aprendizado de canções novas e aprimoramento das canções aprendidas em
aulas anteriores, o que aos poucos foi formando o corpo do nosso recital.
2.5. Ensaios Gerais
Os ensaios gerais geralmente acontecem
próximo à data da apresentação e tem como objetivo
realizar a passagem de todo o recital no palco com a
presença de todos os participantes. Neste momento,
aproveitamos para corrigir os últimos erros e acertar
quaisquer problemas que ainda possam ocorrer.
Os ensaios foram marcados para os dias 19 (das 9h às 11h) e 22 (pela manhã das 8h às
11h e à tarde das 14h às 17h) de novembro no
Auditório Onofre Lopes e na sala 16 respectivamente.
Para a sua realização, enviamos um bilhete aos pais
dos alunos, 2º e 3º anos matutino e vespertino,
comunicando a data e horário do ensaio e pedindo a
FIGURA 12 – Ensinando a percussão corporal
FIGURA 13 – Ensaio Geral no Auditório
FIGURA 14 – Ensaio Geral no Auditório
38
confirmação da presença dos alunos nos dias informados. Convocamos, também, a
participação dos músicos convidados para unirmos as partes do recital visando o todo
artístico.
Durante o primeiro ensaio, conversamos com os alunos sobre a apresentação e
iniciamos a passagem de todo o recital. Como foi dito no CAPÍTULO 1, o CIART oferece
diversas disciplinas além da Prática Coral e a maioria delas produzem resultados que fazem
parte do recital. Geralmente a participação do coral é
a última a ser apresentada. Com isso, ensaiamos a
parte da Flauta Doce I e II, da Bandinha Rítmica, da
Oficina de Criação Musical e também ensaiamos os
textos que alguns alunos recitariam na apresentação.
Ensaiamos as entradas e as saídas das crianças para
que elas não tivessem dificuldade no dia do recital. Infelizmente, devido ao tempo, não
pudemos ensaiar a parte do Coral e isso foi um pouco preocupante, pois não havíamos
ensaiado, até então, a organização das crianças no palco.
O segundo ensaio geral teve de ser
realizado na sala 16. Fizemos um aquecimento e
preparamos os alunos para o último ensaio antes da
apresentação final do semestre. Passamos
novamente toda a apresentação desde o início até o
final seguindo o programa do recital. Depois de
algumas repetições e ajustes musicais como a
interação entre os músicos convidados e os alunos,
finalizamos nossos ensaios gerais.
2.6. Apresentação
O recital “Brincando Como Antigamente” foi apresentado no dia 23 de novembro de
2011, às 19h, no Auditório Onofre Lopes da Escola de Música da UFRN. Conforme
solicitado anteriormente, as crianças chegaram às 18h10min para termos um tempo de
preparação para a apresentação. Todos estavam bastante animados e ansiosos para mais um
encerramento das atividades semestrais. Depois de reunirmos todos na sala 16 pedimos a sua
atenção e conversamos com os alunos sobre a importância de se concentrarem para fazerem
FIGURA 15 – Ensaio com os músicos convidados
FIGURA 16 – Ensaio Geral na Sala 16
39
uma boa apresentação. Em seguida, fizemos um aquecimento e conduzimos as crianças até o
auditório para darmos início ao recital.
A apresentação ocorreu da melhor forma possível e as crianças se esforçaram
bastante e realizaram todos os
números com alegria e entusiasmo.
Além das canções ensaiadas na
disciplina coral, elas apresentaram
números de flauta doce, bandinha
rítmica, poesias, brincadeiras e
criações musicais por elas mesmas.
O recital contou também com elementos cenográficos como carrinhos de pirulitos,
estantes de algodão doce e efeitos de iluminação para compor o contexto sugerido pela
temática do recital.
Todos estes fatores trouxeram vários elogios à nossa equipe e a todos os
participantes. Apesar das dificuldades em organizar todas as apresentações durante o semestre
letivo, o fato de que não tivemos tempo para passar tudo durante os ensaios e de não
ensaiarmos com o estrado,
tivemos um ótimo resultado. As
crianças cooperaram e fizeram
uma brilhante apresentação. O
público sentiu positivamente o
trabalho exercido no CIART
durante o semestre, percebendo
as habilidades de cada integrante. A apresentação do recital cooperou ativamente na formação
musical dos alunos e mostrou como pode funcionar a união entre a teoria e a prática
vivenciada no curso. O programa do recital “Brincando Como Antigamente” está anexado ao
final deste trabalho.
A seguir, trazemos um cronograma das atividades que foram realizadas durante o
semestre para oferecer uma melhor compreensão de como se desenvolveu o processo e de
como foram distribuídas as etapas de criação ao longo do semestre.
FIGURA 17 – Recital de apresentação do CIART
FIGURA 18 – Recital de apresentação do CIART
40
3.7. CRONOGRAMA DAS AULAS
25/08
01/09
08/09
15/09
22/09
29/09
06/10
27/10
03/11
10/11
17/11
19/11
22/11
23/11
Aquecimento
█
█
█
█
█
█
█
█
█
█
█
█
█
█
Música nova
█
█
█
█
█
█
Relembrar
repertório
█
█
█
█
█
█
█
█
█
█
█
█
Movimento
█
█
█
█
█
█
█
█
█
Outras
atividades
█
█
█
█
█
█
█
Ensaio geral
█
█
Apresentação
█
41
CAPÍTULO 3
RESULTADOS ALCANÇADOS
Apresentamos agora os principais resultados alcançados ao final do semestre sob o
aspecto do desenvolvimento dos alunos, da equipe e, principalmente do meu próprio
desenvolvimento enquanto educador em formação através da condução das aulas e da
elaboração desta monografia.
3.1. Desenvolvimento dos alunos
Em todo semestre letivo do CIART apresentamos um tema central para o recital de
final de ano, que visa mostrar à platéia o que foi desenvolvido durante as aulas. Quando
escolhemos o tema “Brincando Como Antigamente” os alunos se mostraram motivados em
aprender o repertório selecionado pelos professores/monitores.
Como descrito nos capítulos anteriores, a aula de Prática Coral foi estruturada
envolvendo algumas atividades e cada uma delas trouxe bons resultados para o grupo. Vimos
que antes de cada aula de canto é interessante executar exercícios de atenção, pois são
importantes para o início das atividades. Toda vez que fizemos esses exercícios as crianças
aprendiam a se organizarem em sala, respeitando quem estava ministrando a aula. Nas
atividades de aquecimento os alunos aprenderam a alongar os músculos do corpo, a respirar
de forma correta, apoiando no diafragma, e durante os vocalizes a entender a importância
desse exercício. Os alunos gostaram muito quando os vocalizes apresentaram frases,
movimentos e dificuldades para memorizar, resultando em um fator motivante para cada
criança. Os exercícios de respiração e vocalizes foram bem utilizados e pude perceber que
todos o fizeram da forma correta de acordo com nossas orientações. Ao realizar os vocalizes
percebi que todos apresentaram uma postura vocal melhor.
Durante o ensino da letra e melodia das canções houve muita conversa entre os
alunos e a falta de atenção atrapalhou um pouco, porém ao chamar a atenção de todos,
pedindo silêncio, as atividades foram executadas. Tivemos bons resultados com os ensaios
durante as últimas aulas. Os alunos participaram, respeitando uns aos outros e de um modo
geral aprenderam a se comportar frente às atividades da aula.
42
3.2. Desenvolvimento da equipe
O trabalho educativo aliado às Práticas Pedagógicas estimulou em nossa equipe a
participação de todos, mostrando a habilidade didática/musical de cada um, resultando em um
bom funcionamento estrutural da aula de Prática Coral. Esta disciplina impulsionou a equipe a
pesquisar informações sobre o repertório do semestre e a planejar a aula de forma detalhada,
visando a participação de todos os monitores. A equipe se mostrou interessada em trabalhar
com empenho, respeitando as individualidades de cada um.
3.3. Auto-Avaliação
Todo o trabalho desenvolvido durante o semestre foi de grande importância para
mim. O CIART envolve cada aluno e professor/monitor de uma forma impressionante; a
prática musical nos leva a refletir sobre o nosso conhecimento musical, e isso foi relevante,
pois durante o Curso de Licenciatura Plena em Música aprendi e apliquei, durante esses três
anos fazendo parte da Equipe do CIART, tudo o que foi estudado.
Ao escrever esta monografia pude aprofundar meus conhecimentos sobre a Prática
Coral e métodos musicais importantes para o desenvolvimento de um coro. Também aprendi
a pesquisar e fundamentar pensamentos pessoais, construindo este trabalho, e a estruturar um
projeto acadêmico.
O processo de ensino durante as aulas de Prática Coral foi muito bom, porém
tivemos algumas dificuldades em relação ao comportamento dos alunos. A turma do 3º ano
conversava bastante no decorrer das aulas e sempre era necessário chamar a atenção deles
para concentrá-los nas atividades. No início foi chato ter que interromper a aula por causa de
alguma conversa paralela. Essa fase foi importante para mim, pois pude aprender a ser mais
paciente com o público infantil dentro e fora do CIART. O interesse da maioria dos alunos do
3º ano estava desgastado e isso resultou na dispersão deles. Então, buscamos desenvolver uma
aula mais dinâmica e incentivá-los a uma maior participação durante as aulas. A comunicação
entre docentes e discentes foi um ponto positivo para o progresso da preparação para o recital.
Por fim, aprendi a refletir frente às dificuldades que surgiram durante as aulas de
Coral e ao escrever este trabalho.
43
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após todas as informações relatadas neste trabalho sobre alguns aspectos históricos a
respeito da educação musical e prática coral, aspectos históricos do CIART, sobre a prática
coral do curso e sobre as práticas pedagógicas no coro, pude perceber o quão importante foi
trabalhar como professor/monitor de uma disciplina tão completa. Foi um período de grande
aprendizado onde pude colocar em prática todo conhecimento adquirido durante os cinco anos
do Curso de Licenciatura em Música e refletir sobre a prática. A minha experiência no Curso
de Iniciação Artística trouxe diversos conhecimentos sobre trabalho em grupo, educação
musical e principalmente sobre como proceder numa disciplina de Prática Coral.
A partir da escolha do tema de apresentação do semestre, pudemos pesquisar e
selecionar um repertório de acordo com a temática. Trabalhamos, em cima de cada canção
selecionada, as diversas práticas musicais descritas nesta monografia e elas influenciaram a
minha didática como educador musical. Como dito anteriormente o tema escolhido foi
“Brincando Como Antigamente”. Ao escolhermos o tema central, a nossa rotina foi cheia de
tarefas e atividades interligadas, modificando positivamente o ambiente de aprendizagem. A
prática da disciplina coral proporcionou a integração dos conhecimentos dos
professores/monitores, valorizando as habilidades individuais. Notei também, o crescimento
da cumplicidade e confiança estabelecida entre docentes e discentes.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BABAYA. A voz e o instrumento: apostila 2007. Belo Horizonte: Babaya Escola de Canto,
2007.
BEHLAU, M.; REHDER, M. I. Higiene Vocal para o Canto Coral. Rio de Janeiro:
Revinter, 1997.
BRUNNER, Reinhard; ZELTNER, Wolfgang. Dicionário de psicopedagogia e psicologia
educacional. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 1994.
DIAS, Leila Miralva Martins. Entrevista concedida a SANTA ROSA, Amélia Martins Dias
em 01 de out. de 2004. Anotação em diário de campo.
FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira. De tramas e fios: um ensaio sobre música e
educação. São Paulo: UNESP, 2005.
GOMES, C. C. Educação Musical e Educação Infantil: confluências históricas. In: XVII
Semana de Humanidades, 2009, Natal. Anais... Natal: UFRN, 2009. p. 2.
MARINHO, Mousinho Vanildo; QUEIROZ, Luis Ricardo Silva. (Org.) Contexturas: o
ensino das artes em diferentes espaços. João Pessoa: UFPB, 2005.
MATHIAS, Nelson. CORAL: um canto apaixonante. Brasília: MusiMed, 1986.
ORTEGA, Paula Sánchez; RAMÍREZ, Digna Guerra. Canto. Habana: Pueblo y Educación,
1982.
ROCHA, Carmen Maria Mettig. Educação Musical: Método Willems. Bahia: Faculdade de
Educação da Bahia, 1990.
RODRIGUES, Márcia Cristina Pires. Apreciação Musical através do gesto corporal. In.
BEYER, Esther & KEBACH, Patrícia (Org.). Pedagogia da Música: experiências de
apreciação musical. Porto Alegre: Mediação, 2009, p. 37-50.
SANTA ROSA, Amélia Martins Dias. A Construção do Musical como Prática Artística
Interdisciplinar na Educação Musical. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2006.
______. Aspectos conceituais e metodológicos da educação musical do século XX a
contemporaneidade. Apostila do Projeto Continuum Módulo II. Natal, 2011.
SAVIANI, Dermeval. História das Idéias Pedagógicas no Brasil. Campinas, SP: Autores
Associados, 2007. (Coleção Memória da Educação).
SILVA, Kener Paulo da. Entrevista concedida ao autor em 07 de nov. de 2011. Anotação
em diário de campo.
VILLA-LOBOS, Heitor. Villa-Lobos por ele mesmo/ pensamentos. In: RIBEIRO, J. C.
(Org.). O pensamento vivo de Villa-Lobos. São Paulo: Martin Claret, 1987.
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Reitor da UFRN
ANGELA MARIA PAIVA CRUZ
Diretor da EMUFRN
ZILMAR RODRIGUES
Coordenador do Curso Básico
DANILO GUANAIS
Professores do CIART
ANGELA PORTELA
CATARINA SHIN
HELDER OLIVEIRA
ISAAC MELO
Estagiárias e Estagiários do CIART
BRÍGIDA PAIVA
DENICE RODRIGUES
KAIQUE PAULO
MAYRA BATISTA
Convidados
ALBA SHIN
ANA CLÁUDIA MORAIS
EDBERGON BEZERRA
ELINDEMBERG LISBOA
GABRIEL GAGLIANO
FÁBIO LOPES
Apoio Técnico
SÉRGIO JULIÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ESCOLA DE MÚSICA
CURSO DE INICIAÇÃO ARTÍSTICA – CIART
RECITAL
BRINCANDO COMO ANTIGAMENTE
Data: 23 de novembro de 2011.
Hora: 19h
Local: Auditório da EMUFRN
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17. DOBRADURA
PIANO: Helder Oliveira BATERIA: Fábio Lopes
BAIXO: Elindemberg Lisboa PANDEIRO: Ana Cláudia Morais
TRIÂNGULO: Isaac Melo REGÊNCIA: Brígida Paiva
18. O TREM (Bia Bedran)
PIANO: Helder Oliveira BATERIA: Fábio Lopes
APITO: Catarina Shin BAIXO: Elindemberg Lisboa
PANDEIRO: Ana Cláudia Morais REGENTE: Kaique Paulo
BOLINHA DE SABÃO (Rubem Alves) – Pedro Fernandes Moreira (2º Ano A)
19. BOLINHA DE SABÃO (Lourdinha Lima)
METALOFONE SOPRANO: Yuri Ravel dos Santos, Marília Lima de Souza
METALOFONE CONTRALTO: João Vitor Loiola, Nicole Nogueira
XILOFONE CONTRALTO: Felipe Barbosa, Luis Eduardo Camara
XILOFONE BAIXO: Maria Eduarda Rocha, Marília Lima de Souza
FLAUTA DE ÊMBOLO: Isaac Melo
REGÊNCIA: Helder Oliveira
20. ESCRAVOS DE JÓ (Folclore Brasileiro)
JOGO DE COPOS: Beatriz Arruda, Daniel Shin, Lucas Pires Marcolino, Luma do Vale Palmeira,
Meline Gomes Reche, Pedro Davi Azevedo, Rebeca Reis, Sophia de Oliveira Costa
FLAUTA DOCE: Ana Júlia Costa, Andressa Brasil, Arthur José Fernandes, Cauã Borges Sachs,
Cecília Duarte, Ester Rocha Moura, Jéssika Azevedo, Kimi Han, Larissa Carvalho da Silva, Luan
Gabriel Damasceno, Maria Beatriz Rocha, Maria Clara Nunes, Maria Eduarda Rocha, Marília Lima
de Souza, Raul Negreiros Campos, Thaísa Regina Fagundes, Theo Andrade Medeiros, Yuri Ravel
dos Santos.
PIANO: Helder Oliveira
BAIXO: Elindemberg Lisboa
REGÊNCIA: Mayra Batista
21. QUINTAL (Bia Bedran)
PIANO: Helder Oliveira
BATERIA: Fábio Lopes
BAIXO: Elindemberg Lisboa
PANDEIROLA: Isaac Melo
CAXIXI: Ana Cláudia Morais
REGÊNCIA: Brígida Paiva
PROGRAMA
APRESENTAÇÃO: Angela Portela
BRINCADEIRA DE ANTIGAMENTE (Andressa Brasil Turola) – Andressa Brasil (3º Ano A).
BRINCANDO DE ADIVINHAÇÃO (Catarina Shin) – Daniel Shin e Daniel Leiros (2º Ano B)
FLAUTA DOCE I
1. O TREM MALUCO (Folclore Brasileiro)
2. ESCATUMBARARIBÊ (Folclore Brasileiro)
FLAUTA: Ana Beatriz Santos, Anna Beatriz Almeida, Beatriz Arruda, Beatriz Mattos, Clara Alves,
Daniel Shin, Daniel Leiros, Felipe Barbosa, Gabriel Alves, João Vitor Loiola, José Ricardo Castro,
Julya Beatriz Santana, Larissa Muniz Carvalho, Lázaro Costa, Lucas Pires Marcolino, Luisa
Caroline Kirschner, Luis Eduardo Camara, Luma Palmeira, Maysa Araújo, Meline Gomes Reche,
Nicole Nogueira, Pedro Davi Azevedo, Pedro Moreira, Rebeca Reis, Rute Moura Tavares, Samir Nascimento, Sophia Costa.
JOGO DE COPOS: Ana Júlia Costa, Andressa Brasil, Arthur José Fernandes, Cauã Borges Sachs,
Cecília Duarte, Ester Rocha Moura, Jéssika Azevedo, Kimi Han, Larissa Carvalho da Silva, Luan
Gabriel Damasceno, Maria Beatriz Rocha, Maria Clara Nunes, Maria Eduarda Rocha, Marília Lima
de Souza, Raul Negreiros Campos, Thaísa Regina Fagundes, Theo Andrade Medeiros, Yuri Ravel dos Santos.
APITO: Catarina Shin PIANO: Helder Oliveira BATERIA: Fábio Lopes
BAIXO: Elindemberg Lisboa REGÊNCIA: Brígida Paiva
FLAUTA DOCE II
3. A RÃ (João Donato e Caetano Veloso)
4. O ANEL (Folclore Brasileiro)
5. TENGO TELENGO TENGO (Folclore Brasileiro)
FLAUTA: Ana Júlia Costa, Arthur José Fernandes, Cecília Duarte, Ester Rocha Moura, Jéssika
Azevedo, Kimi Han, Maria Eduarda Rocha, Marília Lima de Souza, Raul Campos, Thaísa Regina
Fagundes, Theo Andrade Medeiros, Yuri Ravel dos Santos.
XILOFONE SOPRANO: Luan Gabriel Damasceno e Maria Clara Nunes
XILOFONE CONTRALTO: Maria Beatriz Rocha e Larissa Carvalho da Silva
XILOFONE BAIXO: Andressa Brasil Turola e Cauã Borges Sachs
REGÊNCIA: Mayra Batista PIANO: Angela Portela BATERIA: Fábio Lopes
BAIXO: Elindemberg Lisboa PANDEIRO: Ana Cláudia Morais
TAMBORIM: Isaac Melo CLARINETA: Gabriel Gagliano
PASSA ANEL: Maria Clara Nunes SOM DE RÃS: Kimi Han e Marília Lima
BRINCANDO COM RÃS: Daniel Shin, José Fontenelle, Nicole Nogueira, Rebeca Reis
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CARRINHO DA LATA DE SARDINHA (Rubem Alves) – Alba Shin (convidada)
CARRINHO DE LATA - Felipe Barbosa dos Santos (2º Ano B)
OFICINA DE CRIAÇÃO – PERCUSSÃO CORPORAL
6. SINFONIA MUSICAL (Grupo Tigers: Yuri Ravel, Maria Clara Nunes, Arthur José
Fernandes, Jéssika Azevedo, Maria Eduarda Rocha)
7. EU E NOSSA MÚSICA (Grupo Eu e nosso grupo: Raul Negreiros Campos, Luan
Gabriel Damasceno, Andressa Brasil, Maria Beatriz Rocha, Thaísa Fagundes)
8. CLOCONILDA (Grupo Cloc: Ana Júlia Costa, Ester Moura, Marília Lima, Cauã
Sachs)
9. A ARTE DA PRODUÇÃO CORPORAL (Grupo TLKC: Theo Medeiros, Larissa
Carvalho da Silva, Kimi Han, Cecília Duarte)
CONVITE (José Paulo Paes) – Maria Eduarda Fernandes Rocha (3º Ano A)
PARAÍSO (José Paulo Paes) – Larissa Carvalho da Silva (3º Ano B)
O DIREITO DAS CRIANÇAS (Ruth Rocha) – Rebeca Reis, Luma Palmeira e Felipe Barbosa
(2º Ano B)
BANDINHA RÍTMICA
10. BANDINHA DA COZINHA (Elvira Drummond)
COLHER: Beatriz Mattos, Larissa Muniz Carvalho, Lázaro Barbosa Costa, Lucas Pires Marcolino,
Pedro Davi Azevedo, Samir Tabosa.
COLHER DE PAU: Beatriz Arruda Lima, Julya Beatriz Santana, Luisa Caroline Kirschner, Luis
Eduardo Camara.
RALA-QUEIJO: Ana Beatriz Santos, Anna Beatriz Almeida, Gabriel Frankin Alves, José Ricardo
Fontenele, Luma do Vale Palmeira, Rute Moura Tavares.
POTINHOS: Clara Alves, Daniel Leiros, Daniel Shin, Maysa Araújo, Pedro Moreira.
PANELA: Felipe Barbosa, João Vitor Loiola, Nicole Nogueira, Meline Gomes Reche.
TAMPA DE PANELA: Sophia Gama Costa, Rebeca Reis.
PIANO: Helder Oliveira.
REGÊNCIA: Denice Rodrigues.
11. O POBRE E O RICO (Folclore Brasileiro)
JOGO: Beatriz Mattos, Daniel Leiros, Felipe Barbosa, Rebeca Reis e Rute Moura.
TRIÂNGULO: Ana Beatriz Santos, Daniel Leiros, Luis Eduardo Camara, Maysa Araújo, Sophia
Gama Costa, Rebeca Reis.
CLAVAS: Clara Alves, Pedro Moreira, José Ricardo Fontenele, Pedro Davi Azevedo, Samir Cauã
Nascimento.
COCOS: Anna Beatriz Almeida, Gabriel Frankin Alves, Julya Beatriz Santana, Larissa Muniz
Carvalho, Lucas Pires Marcolino, Luisa Caroline Kirschner.
CAXIXI: Beatriz Arruda, Felipe Barbosa, João Vitor Loiola, Nicole Nogueira.
PRATO: Rute Moura Tavares, Daniel Shin
TAMBOR: Meline Gomes Reche, Luma do Vale Palmeira
PIANO: Helder Oliveira
REGÊNCIA: Kaique Paulo
BRINCADEIRA DE CRIANÇA (Cláudia Liz) – Maysa Medeiros e Nicole Nogueira (2º Ano B)
A PIPA E O VENTO (Cleonice Rainho) – Beatriz Mattos Rocha (2º Ano A)
OFICINA DE CRIAÇÃO – JOGOS DE MÃOS
12. JOGO DE MÃO DO CIART (Maria Eduarda Rocha, Maria Clara Nunes, Raul
Negreiros Campos, Thaísa Regina Fagundes, Yuri Ravel dos Santos)
13. CIART (Andressa Brasil, Arthur José Fernandes, Jéssika Azevedo, Luan Gabriel
Damasceno, Maria Beatriz Rocha)
14. A ARTE DA MÚSICA (Cecília Duarte, Kimi Han, Marília Lima de Souza, Theo
Andrade Medeiros)
15. AMIGOS DIVERTIDOS (Ana Júlia Costa, Cauã Borges Sachs, Ester Rocha Moura,
Larissa Carvalho da Silva)
FRESCOBOL (Rubem Alves) – Rute Moura Tavares (2º Ano A)
PRÁTICA CORAL (2º e 3º ANOS A e B)
16. BOM BARQUINHO (Folclore Brasileiro)
PIANO: Helder Oliveira BATERIA: Fábio Lopes
REGÊNCIA: Catarina Shin CAXIXI: Ana Cláudia Morais
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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Zilmar Rodrigues (Diretor)
Glauciana (Secretaria Executiva)
Rosália Freire (Secretaria Administrativa)
Elizabeth Kanzaki (Bibliotecária)
Nele Nelson (Cenário)
Jair e Paulo (Sonorização)
Sr. Ivan (Limpeza)