revista da mulher educadora

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Mulher Revista da Informativo da APLB-Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia Educadora março 2011 O protagonismo da mulher no século XXI Tendência de avanço da mulher na política Mulher com violência não combina Os desaos da Lei Maria da Penha

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Uma homenagem da APLB-Sindicato para as mulheres.

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MulherRevista da

Informativo da APLB-Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia

Educadora

març

o 2

011

O protagonismo da mulher no século XXI

Tendência de avanço da mulher na política

Mulher com violência não combina

Os desafi os da Lei Maria da Penha

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Aux. de Produção

EXPEDIENTE

Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia - Rua Francisco

Ferraro, 45, Nazaré - CEP 40040-065 Salvador - Bahia. Telefone (71) 4009-8350

Fax: 4009-8379 - www.aplbsindicato.org.br [email protected]

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Coordenador Geral: Rui Oliveira

Diretores de Imprensa: Noildo Gomes do Nascimento

Ivana Maria Cabral Leoni

e Zaineide dos Santos Pinto

Jornalista Responsável: José Bomfi m - Reg.1023 DRT-BA

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Conferência para Mulheres

Agecom - Bahia

Contato (71) 4009-8367

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3Revista da Mulher Educadorawww.aplbsindicato.org.br 33Reevista da Muuuulher Edducadoorawww.aplbsindicato.org.br

Índice

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wwwwwwwwwwwwwww.apapapapapaplblblblblblblblblb iiisisisisisisi dddndndndndndndiiiicicicicicic ttatatatatatatoooooo.ooo

A Mulher e o voto

6 Tendências e avanços da Mulher na política

8 Os desafi os da Lei Maria da Penha

13 Mulher comviolência não combina

14 O protagonismo da mulher no século XXI

16 Dia Internacional da Mulher

18 Mulheres vão comemorar seu dia em plena folia

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4 Revista da Mulher Educadora www.aplbsindicato.org.brEducadora www.aplbsindicato.org.br

A mulher e ovoto

A Nova Zelândia foi o primeiro país do mun-do a conceder o direi-to ao voto as mulheres

no ano de 1893, as quais tinham direitos políticos no âmbito mu-nicipal desde 1886. A Austrália concedeu o voto em 1902, com algumas restrições. Na Europa o primeiro país em que as mulheres obtiveram o direito ao voto foi a Finlândia em 1906. Na Inglaterra não foi tão fácil assim: as mulheres iniciavam a sua epopéia pela con-cessão do voto, mas essa luta seria mais dura e culminaria com pri-sões e até morte.Até 1918, ao término da Primeira Gran-de Guerra, que teve a participação decisiva do sexo feminino na retaguar-da do conflito, foi dado o direito do voto às mulheres in-glesas com mais de 30 anos, sendo eleitas três mulheres para a Câmara dos Comuns. Somente em 1928, a idade foi reduzida para 21 anos. Na Europa, várias deputadas foram eleitas em seus países. Logo após a concessão do direito do voto femi-nino, curiosamente na Noruega e Suécia, as mulheres eleitoras eram em número superior aos homens.

Nos Estados Unidos, a luta pelo voto feminino com passeatas e

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5Revista da Mulher Educadorawww.aplbsindicato.org.brwww.aplbsindicato.org.br

manifestações, contudo a única vitória ficou resumida a poucos Estados, que emanciparam as mu-lheres, que passaram a ter direito a voto.Em 1916, pelo Estado de Montana é eleita a primeira mu-lher para o Congresso, a depu-tada Jeannette Rankin, a quem caberia levar avante a proposta do voto a todas as americanas,

que seria aprovada pelo Congres-so dos Estados Unidos em 1919, e ratificada em 1920, tornando-se a 19a emenda a Constituição.

Na América Latina, o primeiro país que concedeu o voto as mu-lheres foi o Equador em 1929. Na Argentina depois de muita luta das mulhers só após a posse de Juan

Domingo Perón, em

1946 isso graças ao empenho de sua esposa Evita, que se empenhou com vontade por essa conquista, que seria aprovada pelo Congresso em 23 de setembro de 1947.

No Brasil, ao contrário de ou-tros países, o movimento pelo voto feminino partiu de um homem, o constituinte, médico e intelectual baiano César Zama, que, na sessão de 30 de setembro de 1890, duran-te os trabalhos de elaboração da primeira Constituição republicana, defendeu o sufrágio universal, a fim de que as mulheres pudessem participar efetivamente da vida política do país.No entanto mor-reu sem conseguir o seu objetivo.Com o advento da Revolução de 1930, novos ventos sopraram e a luta pelo voto feminino voltou ao

Brasil.O Presiden-te Getúlio Vargas,

resolve simplificar e todas as restri-ções às mulheres são suprimidas.

Através do Decreto nº. 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, é instituído o Código Elei-toral Brasileiro, e o artigo 2 disci-plinava que era eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na forma do código. É de ressaltar que as dis-posições transitórias, no artigo 121, dispunham que os homens com mais de 60 anos e as mulhe-res em qualquer idade podiam isentar-se de qualquer obrigação ou serviço de natureza eleitoral. Logo, não havia obrigatoriedade do voto feminino.

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6 Revista da Mulher Educadora www.aplbsindicato.org.br

A representação da mulher na política e no exercí-cio de cargos públicos está longe de refl etir sua

importância na sociedade. Entretanto, dois fatos recentes certamente contri-buirão para o crescimento da presença feminina na vida pública - política e eleitoral.

Primeiro, foram as três mudan-ças recentes na legislação eleitoral e, mais recentemente, a eleição de Dilma Rousseff como primeira mulher a ocu-par o mais alto cargo da República.

As três mudanças na legislação eleitoral têm por objetivo ampliar a presença feminina nas disputas polí-ticas e eleitorais. A primeira consiste na obrigatoriedade das cotas, ou seja, que nenhum dos sexos tenha menos de 30% de candidatos aos cargos eletivos.

A segunda assegura que pelo me-nos 5% das receitas partidárias sejam destinadas à divulgação das causas, programas e interesses das mulheres.

A terceira determina que pelo me-nos 10% do horário eleitoral dos par-tidos serão utilizados para difundir a participação política feminina.

A eleição de Dilma Rousseff para o cargo de Presidente da República, acompanhada do compromisso de que um terço do Ministério será composto por mulheres, algo como uma dezena de ministras, seguramente irá impul-

sionar, tanto culturalmente quanto ma-terialmente, a participação da mulher na política.

A própria presença de duas mulhe-res na disputa da eleição presidencial já foi um indicativo importante da ten-dência que se vislumbra para um futu-ro breve.

A decisão política da presidente de reservar pouco mais de dez dos 37 car-gos com status de ministro de Estado para mulheres, se cumprida integral-mente, abrirá novos espaços de poder e decisão na esfera pública. Para que se tenha dimensão dessa decisão, bas-ta dizer que desde a fundação da Re-pública apenas 17 mulheres ocuparam cargos de ministras de Estado.

O desempenho eleitoral das mulhe-res na eleição para a Câmara e Sena-do, que mantiveram suas representa-ções nessas duas Casas do Congresso, com respectivamente 45 e 13, fi cou aquém das expectativas.

Mas o fato de duas mulheres terem brilhado na disputa presi-dencial, além de ter levantado a autoestima feminina, é um indica-tivo importante na perspectiva de promover a igualdade de gênero e estabelecer novos parâmetros para mulheres e homens na so-ciedade do século 21.

A tendência, portanto, será de crescimento da presença das

Tendência de avançoda mulher na política

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mulheres em postos antes ocupados majoritariamente por homens. E a am-pliação da presença mulher, tanto em postos de mando na iniciativa privada, quanto nos poderes Legislativo, Execu-tivo e Judiciário se dará a curto e mé-dio prazo.

No setor privado e no Judiciário, por mérito, via concurso público, e no Legislativo e Executivo pela disputa eleitoral e política. Viva a mulher bra-sileira.

Texto de Antônio Augusto de Queiroz (Jornalista, analista político, diretor de Documentação do Diap e autor dos livros “Por dentro do Go-verno – como funciona a máquina pública e “Por dentro do processo

decisório – como se fazem as leis”) in-dicado pela Professora Valdice Eding-

ton, diretora de Patrimônio da APLB-Sindicato.

III Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres

Em clima de cooperação e de-

bate fraterno, a primeira reu-

nião do Conselho Nacional

dos Direitos das Mulheres

(CNDM) na gestão da ministra Iriny Lo-

pes, ocorrida nesta quarta-feira (9/02),

na Secretaria de Políticas para Mulheres

(SPM), estabeleceu os eixos para a III

Conferência Nacional de Políticas para

as Mulheres: o combate à miséria e à

pobreza, uma vez que as mulheres são

parte majoritária do setor mais empobre-

cido, especialmente as mulheres negras,

e autonomia econômica, social e política

das mulheres, o que vem de encontro e

em sintonia com a prioridade do governo

da presidenta Dilma Rousseff.

A III Conferência vai acontecer no

período de 12 a 15 de dezembro, com

a participação de três mil mulheres, será

antecedida por uma grande mobilização

em todas as regiões e acolherá as mais

diferentes formas de organização a par-

ticipação das mulheres urbanas, do cam-

po, das fl orestas, ribeirinhas e dos povos

e comunidades tradicionais.

Para potencializar e ampliar o debate

e os espaços de participação, a Confe-

rência utilizará as novas mídias, redes so-

ciais, meios comunitários e alternativos

de comunicação - rádios e TVs comuni-

tárias, como forma de ampliar e refl etir

o diálogo e debate em todas as regiões

congregando e envolvendo a diversidade

de vozes nesse grande esforço para deba-

ter, elaborar e consolidar políticas Públi-

cas para as mulheres brasileiras.

Para a ministra Iriny Lopes, “as polí-

ticas públicas para as mulheres passam

pelo conjunto do governo e devem dar

mais concretude à intersetorialidade e

institucionalidade na execução das polí-

ticas setoriais para que cheguem até as

mulheres”. Para Iriny Lopes, “políticas

paras as mulheres não é problema das

mulheres, é problema de governo e do

país. Ela afi rmou também, que a Con-

ferência estará centrada na mudança

da qualidade de vida das mulheres, em

especial no combate à pobreza, mas vai

para, além disso, tratará do conjunto das

mulheres brasileiras em todas as suas di-

versidades”.

Este ano serão realizadas mais 13

conferências nacionais, dentre elas da

Saúde, Educação, Previdência, Juventu-

de, Segurança Alimentar, antecedendo a

Conferência das Mulheres. Isso vai possi-

bilitar uma estreita articulação para que

as conferências nacionais contemplem,

em suas deliberações, as questões dos di-

reitos das mulheres, como um processo

amplo de articulação, diálogo e coope-

ração, em todos os níveis, em torno dos

direitos.

Sandra Muñoz3241-8544/ 88919130 (Oi) / 92336310 (TIM) /

8312-3258(Claro)Ativista - Feminista

Diretora da FAMEB - Federação das Associa-ções de Moradores da Bahia - Filiado a CONAM

Coordenadora Estadual do GT de Feminização e Epidemia da AIDS/DST

LesbiBahia - Articulação Baiana de Lésbicas e Mulheres Bissexuais

NÃO À VIOLÊNCIA! NÃO À HOMOFOBIA/LESBOFOBIA

EM DEFESA DO DIREITO DE VIVER COM LIBERDADE E DIGNIDADE!!!!

http://soufeministaeandoporai.blogspot.com/

Sandra Muñoz

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8 Revista da Mulher Educadora www.aplbsindicato.org.br

11.340/2006 pela população au-menta a cada ano. Em 2008, a Pes-quisa Ibope/Instituto Avon apon-tou que 68% dos entrevistados já tinham ouvido falar na Lei Maria da Penha. Esse número saltou para 78% em 2009. A pesquisa mostra que muita gente conhece a lei, mas nem ela nem outras pesquisas respondem a uma pergunta: essas

p e s s o a s estão ven-do a lei ser apli-cada?

Proble-mas de i n f r a e s -trutura e desprepa-ro de pro-f iss ionais,

aliados a uma aceitação social da violência de gênero, impedem que a Lei Maria da Penha seja im-plementada de fato. As delegacias especializadas de atendimento à mulher (Deams), porta de entrada das vítimas à Justiça, e os centros de atendimento à mulher são al-guns dos serviços previstos na lei

Os desafi os da Lei Maria da Penha

Q uando a Lei Maria da Pe-nha foi san-cionada em

7 de agosto de 2006, pelo então presidente da Repúbli-

ca Luiz Inácio Lula da Silva, os movimentos feministas e de mulheres comemoraram o que

seria o início de um novo tem-po, de com-bate efetivo à violência do-méstica e fa-miliar contra a mulher. Pas-

sados mais de quatro

a n o s , o en-g a j a -m e n -to desses grupos persiste diante da dificuldade de ver cumprida a lei que estabelece medidas pre-ventivas, de proteção e

assistência à vítima, além de punição mais rigorosa ao

agressor. O conhecimento da Lei nº

Aceitação social da violência e infraestrutura precária difi cultam o cumprimento da lei

Sobram elogios ao texto

da Lei Maria da Penha,

mas falta confiança nas

instituições jurídicas

e policiais

* Rosana Cavalcanti

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que facilitam o acesso aos órgãos policiais e judiciais, e oferecem assistência material e psicológica. Segundo a lei, a autoridade poli-cial deve encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde, for-necer transporte para abrigo ou lo-cal seguro se houver risco de vida, e informá-la sobre os serviços dis-poníveis como casas-abrigo e cen-tros de referência.

Mas a realidade é bem diferen-te do que diz a lei. Na prática, so-bram elogios ao texto da Lei Maria da Penha, mas falta confiança nas instituições jurídicas e policiais. A maioria dos entrevistados pelo Ibope e Instituto Avon (56%) não crê no aparato estatal, justamen-te o responsável por fazer cumprir a legislação e proteger a mulher agredida.

É possível explicar o porquê de tanta incredulidade. De acordo com a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), feita pelo IBGE em 2009, apenas 18,7% dos mu-nicípios brasileiros têm estruturas organizacionais voltadas à temática de gênero. De dezembro de 2009 a março de 2010, o Observatório da Aplicação da Lei Maria da Penha (Observe) identificou que quase metade das delegacias da mulher e 63% dos Juizados e Varas Especiali-zadas de Violência Doméstica e Fa-miliar contra a Mulher, das capitais, funcionavam sem plantão 24 horas. Algumas delegacias, como as de Porto Alegre e Manaus, nem mesmo atendiam durante o horário de al-moço. Como se houvesse hora certa para agredir uma mulher.

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Os recursos materiais para o pleno funcionamento das delega-cias especializadas também estão aquém do estabelecido na Norma Técnica de Padronização das De-ams. A pesquisa Observe, nas ca-pitais brasileiras e no Distrito Fe-deral, constatou que, em média, as delegacias dispõem de apenas três viaturas, três linhas telefôni-cas, um fax e oito computadores. Somente 35% possuem sala de es-pera para a vítima e 18% dispõem de sala para assessoria jurídica. O encaminhamento para entida-des da rede de apoio às mulheres

em situação de violência é pre-judicado, pois menos da metade dessas Deams têm cadastro das instituições existentes nos seus municípios.

De 2006 para cá, foram cria-dos 89 Juizados Especializados de Violência Doméstica e Fami-liar, incluindo varas adaptadas. Essa quantidade ainda é pequena em relação ao número de Deams, 464 em todo o país. Na maior par-te delas também falta plantão 24 horas. Assim, as chamadas “me-didas protetivas” aplicadas pelo juiz, que afastam o agressor do

lar e proíbem a sua aproximação da ofendida, demoram a ser emi-tidas, aumentando os riscos a que estão expostas essas mulheres.

A fiscalização do cumprimen-to dessas medidas é deficiente. O caso recente mais conhecido é o da cabeleireira mineira Maria Is-laine de Morais, de 31 anos, as-sassinada em frente às câmeras de segurança do seu salão de beleza pelo ex-marido Fábio William So-ares, que descumpriu a determi-nação judicial de ficar, no míni-mo, a 300 metros de distância de Islaine.

Educação de gêneroA infraestrutura precária não é o

único problema. A resistência cul-tural, resultado de uma sociedade que reproduz padrões machistas, é apontada como importante obstá-culo para a erradicação da violên-cia contra a mulher. “O mais difí-cil não é fazer uma lei ou construir centros de atendimento, mas mudar esse padrão cultural que faz com que homens se achem no direito de castigar mulheres. Precisamos dar poder às mulheres para que tenham autonomia pessoal, econômica e sobre o próprio corpo”, alerta a ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM), Nilcéa Freire. Nil-céa Freire é médica e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Foi reitora da UERJ de 2000 a 2003, e em 2002 presi-diu o Conselho Estadual de Educa-ção do Rio de Janeiro. De 2004 a

A ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM), Nilcéa Freire em discurso na Câmara de Vereadores de Salvador - BA

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2010, ocupou o cargo de ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres da Presidência da República.

A ideia de que a violência con-tra a mulher é assunto privado e prática “normal” advém de uma longa história de submissão e des-valorização da mulher que molda comportamentos até hoje. “Nós conseguimos leis, mas a mentalida-de daqueles que as aplicam e dos que dirigem as instituições públicas custa a mudar. Trata-se de uma luta por empoderamento”, explica Lena Souza, organizadora do lançamen-to, em Salvador, da Campanha Pon-to Final na Violência contra mulhe-

res e meninas. Em novembro do ano passado, o

juiz Edilson Rumbelsperger Rodri-gues, da comarca de Sete Lagoas, Minas Gerais, foi afastado de suas funções, por no mínimo 2 anos, pelo Conselho Nacional de Justiça. Ele foi acusado de usar linguagem discriminatória em sentenças nas quais considerou a Lei Maria da Penha inconstitucional e de rejei-tar pedidos de medidas protetivas a mulheres agredidas ou ameaçadas por seus companheiros. Hoje, o juiz exerce sua profissão, amparado em uma medida liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal.

Para que oficiais, autoridades policiais, agentes de saúde e do di-reito compreendam a complexida-de que envolve a violência domésti-ca e familiar contra a mulher, a SPM tem investido na instrução dos pro-fissionais da rede de atendimento. Desde o ano de 2008, foram capa-citadas 573.707 pessoas. Entretan-to, dados do Observe revelam que menos de 30% dos funcionários das Deams das capitais e do Distrito Federal freqüentaram curso sobre a Lei Maria da Penha e pouco mais de 20% participaram de cursos que tratam da violência de gênero.

Para Télia Negrão, secretária executiva da Rede Nacional Femi-nista de Saúde, Direitos Sexuais e Reprodutivos, o enfrentamento à violência passa pelo desenvolvi-mento de uma metodologia de pre-venção, pautada na educação de crianças e jovens para aprenderem desde cedo que qualquer tipo de violência (sexual, psicológica, mo-

ral ou patrimonial) é inaceitável. A ex-ministra Nilcéa Freire lembra que há práticas no Brasil, a exem-plo do Programa Gênero e Diversi-dade na escola, do Governo Federal em parceria com o Centro Latino-Americano em Sexualidade e Di-reitos Humanos (Clam), que visa o aperfeiçoamento de professores do ensino público fundamental.

Boas práticas existem, mas ain-da são poucas e insuficientes para mudar o quadro atual de prevenção e proteção à mulher. A coordenado-ra do Observe, Cecília Sardenberg, afirma que a implementação da Lei Maria da Penha depende da arti-culação do Governo Federal com órgãos estaduais e municipais. É o que tem feito a SPM, através do Pacto Nacional pelo Enfrentamen-to à Violência contra as Mulheres, em parceria com governos estadu-ais, municipais e organizações da sociedade civil. O pacto tem como um de seus eixos de trabalho a apli-cação da Lei Maria da Penha e o fortalecimento dos serviços espe-cializados de atendimento.

Mas o combustível de toda essa articulação é, sem dúvida, a inje-ção de recursos públicos. Acontece que os montantes previstos nos or-çamentos federal, de Estados e Mu-nicípios não dão conta da demanda para a criação de novas delegacias de mulher e juizados especiali-zados, compra de equipamentos, capacitação de profissionais e in-vestimento em educação para a for-mação de um novo pensamento so-bre a questão de gênero.

Para se ter ideia, o repasse de

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recursos da SPM para a capacita-ção de profissionais na região Nor-te, de 2007 a outubro de 2010, foi de menos de R$ 2 milhões. Consi-derando todas as cinco regiões do país, foram despendidos quase R$ 21 milhões. Mudar é preciso, mas sem enfrentar a questão com po-líticas públicas prioritárias e com alocação de recursos para uma me-lhor gestão da infraestrutura e dos profissionais, muito pouco se con-seguirá.

Rosana Cavalcanti é jornalista e advogada

Em 14 de dezembro de 2010, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu ser ca-bível a suspensão condicional de processo envolvendo a Lei Maria da Penha. Apesar desta lei proibir a aplicação da Lei de Juizados Espe-ciais Cíveis e Criminais, que prevê o instituto da suspensão para cri-mes com pena mínima de até um ano, o STJ alegou existir “pouca gravidade do ilícito”, quando ana-lisou caso em que um homem foi acusado de cometer crime de ame-aça. A decisão dá margem a que agressores deixem de enfrentar o processo e se livrem de uma even-tual condenação por um período de dois a quatro anos. Passado esse “tempo de prova” sem cometer qualquer falta, é extinta a possibi-lidade de punir o agressor.

Segue abaixo a decisão resu-

mida, publicada em Informativo do STJ agora em janeiro:

LEI MARIA DA PENHA. SURSIS PROCESSUAL

Trata-se de habeas corpus em que se discute a possibilidade deoportunizar ao MP o oferecimento de proposta de suspensão condicio-nal do processo (sursis processual) nos feitos vinculados à Lei Maria da Penha. A Turma, por maioria, con-cedeu a ordem pelos fundamentos, entre outros, de que, na hipótese, tendo a inflição da reprimenda cul-minado na aplicação de mera restri-ção de direitos (como, em regra, é o caso das persecuções por infrações penais de médio potencial ofensi-vo), nãose mostra proporcional inviabili-zar a incidência do art. 89 da Lei n. 9.099/1995, por uma interpreta-

ção ampliativa do art. 41 da Lei n. 11.340/2006, pois tal providência revelaria uma opção dissonan-te da valorização da dignidade da pessoa humana, pedra funda-mental do Estado democrático de direito. Consignou-se que, haven-do, no leque de opções legais, um instrumento benéfico tendente ao reequilíbrio das consequências deletérias causadas pelo crime, com a possibilidade de evitar a carga que estigmatiza a condena-ção criminal, mostra-seinjusto, numa perspectiva mate-rial, deixar de aplicá-lo per fas etnefas. Precedentes citados do STF: HC 82.969-PR, DJ 17/10/2003; doSTJ: REsp 1.097.042-DF, DJe 21/5/2010. HC 185.930-MS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Mou-ra, julgado em 14/12/2010.

Decisão do STJ

A farmacêutica Maria da Penha, que dá nome a Lei contra a violência doméstica.

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radas e filhas. É de fundamental importância que toda a sociedade interfira enquan-to não acontecem as mudanças no nosso código penal, temos que buscar alternativas para coibir es-sas práticas ilegais e mortais. É preciso que fique bem entendi-do que em briga de marido e mu-

lher é para se meter a colher SIM. Não é mais possível nem admis-sível continuar fazendo de conta que está tudo bem com centenas de mulheres morrendo e sofren-do todo tipo de violência sem que nada aconteça. É preciso se fazer cumprir a Lei Maria da Penha, mas para tanto as vítimas têm que denunciar. Ser firme e levantar a bandeira

do que em briga de marido e mu-

lher é para se meter a colher SIM

Mulher com violênciaNão combina

M ulher cantada em versos e prosas pelos grandes po-etas de todos os

tempos, aquela que pela própria natureza é a provedora da vida, vem sofrendo violência de diversas formas quer seja, verbal, física ou psicológica. Isto em pleno século XXI, depois que as mulheres con-quistaram avanços in-contestáveis em todas as áreas da sociedade. Em um país como o Bra-sil que acaba de eleger a sua primeira presi-denta e ao longo dos anos através das lutas vem conquis-tando lugar de des-taque na vida políti-ca, nas empresas com a disputa de igual para igual, no mercado de trabalho com os homens na busca pelos espaços de poder. Entretanto a banalidade e a violência contra a vida tornam-se comuns nos noticiários de TV, nas paginas de jornais e revistas. O crescimento dos assassinatos de mulheres jovens e velhas, negras e brancas, ricas e pobres, vitimas de seus companheiros que em nome do amor praticam todo tipo de vio-lência com suas mulheres, namo-

de que “um tapinha dói sim e não vamos aceitar”. Agora em nome do amor, a vida a nós mesmas e aos nossos familia-res nenhuma forma de violência nem mesmo a cantada do chefe, o assédio moral, agressão física ou qualquer espécie de violência.

Violência, segundo as leis jurí-dicas, é toda e qualquer es-pécie de coação ou forma de constrangimento posto

em prática para ven-cer a capacidade de resistência de outrem ou levar a executar ou

mesmo contra a vontade. É o ato de força exer-cido contra as coisas na intenção de violentá–las,

devassá-las ou dela se apossar.

MULHER COMBINA COM POESIA! Professora Gercyjalda Rosa Diretora de Organização da APLB-Sindicato

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O protagonismo damulher no século XXI

Desde os primórdios dos tempos, os ho-mens tornaram-se dominantes nas rela-ções, seja por sua força física ou pelo mito de que pensava e formulava mais.

Eles exerciam o papel de provedor do lar, cabia-lhes a tarefa de alimentar e dar segurança à família en-quanto à mulher cabia cuidar do lar e dedicar-se a procriar e criar. É sob a égide da ideologia e da cul-tura patriarcal que a mulher viveu por longos anos.

A história das lutas dos povos no mundo sempre foi permeada pela participação das mulheres, po-rém estas sempre tiveram seu papel de construtora da historia dos povos relegado a um segundo plano. Assim, mesmo nesse cenário de injustiça, de discri-minação e sofrimento elas construíram uma longa trajetória de coragem e resistência. Foram as Ma-rias, Estheres, Saras, Madalenas, Cleopatras, Hele-nas, Fridas, Anitas, Olgas, Claras, Luízas, Quitérias, Leopoldinas, Penhas, Matilde, Chicas e tantas outras que, com sangue, suor e garra, marcaram sua traje-tória de resistência nos diferentes momentos históri-cos em que viveram.

A luta pela libertação feminina obteve força e

avanços desde o século pas-sado. Foram centenas de anos de opressão e submissão até o reconhecimento recente, do papel destacado que a mulher assume no desenvolvimento de uma nação.

As profundas desigualdades de gênero nos colocam frente aos desafi os da luta pela equi-dade. Sem duvidas, o sistema capitalista, ao admitir a inser-ção da mulher na produção, não o faz no sentido de libertá-la, mas no de explorá-la ain-da mais que aos homens. Em tempos de crise, como o atual, as mulheres são as mais atingi-das, sendo estas as primeiras a serem postas para fora do mer-cado formal e, se permanecem não é por que a sua competên-cia é reconhecida, por trás esta

a exploração, pois sua mão de obra é considerada mais barata que a dos homens.

O trabalho da mulher ainda é considerado como comple-mentar, mesmo que, uma quan-tidade considerável de famílias tenha como chefa uma mulher. Além disso, a mulher ainda tem que desempenhar uma tripla jornada de trabalho ao chegar a casa, pois os homens ainda não dividem as tarefas e funções do-mésticas caracterizadas como exclusivamente femininas. Não há políticas publicas no sentido de aumentar o numero de cre-ches, de criação de lavanderias públicas coletivas, restaurantes públicos próximos ao local de trabalho ou moradia.

Aliado a essas situações, ainda temos um alto índice de

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de contas ela agora é uma concorren-te (e forte), para ocupar espaços que antes eram ocupados por “machos”. Terão que admitir e acostumar-se a dividir os diversos espaços de poder e decisões com aquela que sempre foi julgada “inferior”, afi nal o mundo ago-ra é outro com as mulheres assumindo o protagonismo da luta e participação na construção de uma sociedade mais democrática, justa, solidaria e sobera-na.

Viva as mulheres! (Homenagem póstuma a Matilde

de Jesus Silva – mãe, avo, bisavó, tia, amiga, mulher guerreira, lutadora, so-nhadora e vencedora!)

violência contra a mulher. Segundo dados da Fundação Perseu Abramo, a cada 15 segundos uma mulher é agre-dida. Na maioria dos casos, o agressor é alguém de sua intimidade (o marido, companheiro ou alguém da família). A

Marilene dos Santos BetrosEspecialista em educação inclusiva

Mestranda em ciências da educaçãoVice-coordenadora da APLB-SindicatoDiretora da executiva nacional da CTB

pesquisa apontou ainda que um terço das mulheres (33%) admite já ter sido vítima, em algum momento de sua vida, de alguma forma de violência fí-sica. A situação se acentua mais ainda se levarmos em conta outras formas de violência a que a mulher está subme-tida, como a violência sexual, psicoló-gica e moral.

A Lei Maria da Penha, em homena-gem a Maria da Penha Fernandes, (Lei nº. 11.340, de sete de agosto de 2006) representa um grande avanço no âm-bito jurídico ao combate da violência doméstica e familiar contra a mulher, mais não acaba com ela. As estatísticas não mudarão (pelo contrario, continu-arão crescentes), enquanto a violência contra a mulher não for tratada como uma questão de saúde pública, que ne-cessita de defi nição de políticas com aporte fi nanceiro para sua implemen-tação, bem como a concretização no

governo da Presidenta Dilma Rousse-ff, de políticas para as mulheres que combata a fome, a miséria e a pobreza principalmente das mulheres negras.

A participação mulher na socieda-de do século 21 ganha expressão mas,

apesar da mulher hoje poder estudar, votar, trabalhar, exprimir suas idéias e pensamentos, conduzir sua vida à luz dos seus desejos e anseios, amar e ex-primir a sua sexualidade sem que isso a torne banal, ainda temos uma longa jornada de solidariedade, mobiliza-ção e luta, até chegar num patamar de igualdade de fato e de direito com os homens.

As mudanças alcançadas na trajetó-ria da libertação feminina imputaram-lhe novas e maiores responsabilidades e papeis a desempenhar, provocando-lhes grandes transformações psico-lógicas. A mulher sai da condição de dependente, submissa obediente e or-deira para o papel de autônoma, livre e independente, com poder de deter-minar em cãs, no trabalho, na política. Esse desafi o posto para a mulher do sé-culo 21 requer uma adequação da situ-ação atual buscando equilibrar a carga

de exigências com a condição de viver em harmonia consigo sem perder a sua feminilidade.

Conseqüentemente os homens te-rão que também adequar-se à nova po-sição da mulher na sociedade, afi nal

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DIA 8 DE MARÇO Neste dia, do ano de 1857, as operárias

têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entra-ram em greve, ocupando a fábrica, para reivin-

dicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, ocorreu um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na

Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulhe-res, comemorar o 8 de Março como “Dia Internacional da Mulher

O QUE SE PRETENDE COM A CELEBRAÇÃO DESTE DIA

Pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignida-de da mulher e levar a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que vêm sendo impostos à mulher.

Dia Internacionalda Mulher

MARCOS DE UM PERCURSO

EM PORTUGAL

1822 NO MUNDO

Primeira Constituição Liberal. Tanto esta Constituição como as seguintes afi rmam. que a lei é igual para todos, sem referência especial às mulheres.

1691 Estados Unidos As mulheres votam no Estado do Massachussetts. Perdem este direito em 1789.

1788 França Condorcet, fi lósofo e homem político francês, reclama para as mulheres o direito à educação, à participação na vida política e ao acesso ao emprego.

1792 Reino UnidoMary Wollstpnecraft pioneira da acção feminista, publica uma vindicta das Mulheres.

1840 Estados Unidos Mary Wollstpnecraft pioneira da acção feminista, publica uma vindicta das Mulheres.

1857 Estados Unidos No dia 8 de Março, em Nova Iorque, greve das opcrárias têxteis para obter a igualdade de salários e a redução das horas dc trabalho, para 10 horas por dia.

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1859 Rússia Aparecimento de um movimento feminino em St. Pctersburgo para a emancipação da mulher.

1862 Suécia As mulheres votam nas eleições municipais.

1865 Alemanha Louise Otto funda a Associação Geral das Mulheres AIemãs.

1866 Reino Unido John Stuart MIII, fi lósofo e economista inglês, reclama o direito de

voto para as mulheres.

1868 Reino Unido Criação da Sociedade Nacional para o Sufrágio Feminino.

1869 Estados Unidos Nascimento da Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres. O

estado dc Wyoming concede o direito de voto às mulheres para atingir o número de eleitores necessário para entrar na União.

1870 França e Suécia As mulheres têm acesso aos estudos mé-

dicos. - Turquia Inauguração de urna Escola Normal des-tinada a formar professoras para as escolas prirnárias e

secundárias para raparigas.

1874 Japão Abertura da primeira Escola Nor-

mal para raparigas.

1878 Rússia Abertura da primeira Universidade feminina em St. Petersburgo.

1882 Estados Unidos Susan B. Anthony funda o Conselho Nacional de Mulheres, tendo

como patrono Victor Hugo; o célebre escritor era então um dos chefes do Partido Republicano.

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M ulheres do Século XXI e a Percussão no Feminino. Com esse tema, o Bloco A Mu-

lherada estará homenageando as mu-lheres no Carnaval, dia 8 de março, data de comemoração do Dia Interna-cional da Mulher, fazendo cobranças e destacando suas conquistas e vitórias nas últimas eleições, a maior delas a escolha, da economista Dilma Rousse-ff para a Presidência da República, quebrando um tabu secular pelo voto, democraticamente. Isso motivou a pre-sidente do Bloco A Mulherada, Mônica Kalile, fundadora da entidade, a cele-brar na avenida o fato inédito na histó-ria do Brasil.

E ela reivindica atenção especial por parte dos que organizam o Car-naval: “Justamente no mês em que se comemora o dia dedicado às mulhe-res e que coincidentemente ocorrerá o maior carnaval do planeta, faz-se necessário que Salvador homenageie todas as mulheres, pois elas são maio-ria na cidade, como aponta o IBGE em seu último recenseamento, em 2010.”

SALVADOR É DAS MULHERES

Terceira capital mais populosa do Brasil, Salvador detém também o in-dicativo de A Cidade das Mulheres. O Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), divulgou dados do

Censo 2010, no dia 29 de novembro de 2010, no qual a capital baiana apa-rece com 2.676.606 habitantes, sendo que parte dessa população, 1 milhão 427 mil e 305 pessoas são mulheres, correspondendo a 53,33%, dos recen-seados, contra 46,67% dos homens, ou seja, 1.249.301 . Existem portanto, 95,9 homens para cada 100 mulheres, podendo-se dizer que Salvador é a Cidade das Mulheres. Por essa supre-macia, cabe uma festiva homenagem a todas elas e nada como numa festa como o Carnaval, em que há uma me-gavisibilidade midiática para o mundo todo, observa Mônica.

Entretanto, em meio a tanta euforia, Kalile dá outra pausa para algumas pon-derações. Ela adverte que o importante não é só chegar ao poder e festejar rui-dosamente por isso. “É imprescindível também assumir a responsabilidade de mudar o perfi l ético e mostrar compe-tência no fazer política, para que suas lutas e vitórias nos orgulhem muito mais. “A partir disso, acreditamos que a exe-cução de ações de promoção de po-líticas públicas para as mulheres será inevitável, assim como uma série de pos-sibilidades no desenvolvimento político, social e econômico, pois teremos mais espaços de discussões e as campanhas por promoção de igualdade ganhará for-ça com a participação e apoio de orga-nismos governamentais.

O Instituto a Mulherada dispõe de um bloco carnavalesco que vem desfi -lando no Carnaval de Salvador Bahia desde 2002, tendo lugar de destaque na mídia local, nacional e internacio-nal, pois não se descuida de sua respon-sabilidade social desenvolvendo ações afi rmativas utilizando a arte, a educação e a música percussiva como forma de promover a inclusão social das mulheres de Salvador. E mais uma vez ela reitera: Por estarmos atentas e comprometidas com a causa das mulheres, no dia 8 de março de 2011, cabe a todas nós refl etir e avaliar as perdas e os ganhos na lon-ga caminhada de conquistas, bem como planejar nosso futuro a curto, médio e longo prazo.

[email protected] www.amulherada.com.br

Mulheres vão comemorar seu dia em plena folia

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