universidade federal do rio grande do norte ......motricidade fina em crianças com microcefalia...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA DEYSE CASSIANO DA SILVA A PERFORMANCE DA MOTRICIDADE FINA EM CRIANÇAS COM MICROCEFALIA POR ZIKA VÍRUS SANTA CRUZ-RN 2017

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

    FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI

    GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

    DEYSE CASSIANO DA SILVA

    A PERFORMANCE DA MOTRICIDADE FINA EM CRIANÇAS COM

    MICROCEFALIA POR ZIKA VÍRUS

    SANTA CRUZ-RN 2017

  • DEYSE CASSIANO DA SILVA

    A PERFORMANCE DA MOTRICIDADE FINA EM CRIANÇAS COM MICROCEFALIA POR ZIKA VÍRUS

    Artigo Científico apresentado a Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia Orientador: Prof. Dr. Klayton Galante Sousa Co – orientador: Gentil Gomes da Fonseca Filho

    SANTA CRUZ 2017

  • DEYSE CASSIANO DA SILVA

    A PERFORMANCE DA MOTRICIDADE FINA EM CRIANÇAS COM MICROCEFALIA POR ZIKA VÍRUS

    Artigo Científico apresentado a Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia

    Aprovado em 29 de novembro de 2017.

    BANCA EXAMINHADORA ____________________________________________

    Prof. Dr. Klayton Galante Souza – Orientador Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    ____________________________________________

    Gentil Gomes da Fonseca Filho – Membro da Banca

    Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi – Instituto Santos Dumont

    ___________________________________________

    Thaíssa Hamana de Medeiros Dantas – Membro da Banca Universidade Federal do Rio Grande do Norte

  • Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

    Sistema de Bibliotecas - SISBI

    Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi -

    FACISA

    Silva, Deyse Cassiano da.

    A Performance da Motricidade Fina em Crianças Com Microcefalia

    Por Zika Vírus / Deyse Cassiano da Silva. - 2017.

    27f.: il.

    Artigo Científico (Graduação em Fisioterapia) - Universidade

    Federal do Rio Grande do Norte, Faculdade de Ciências da Saúde do

    Trairi. Santa Cruz, RN, 2017.

    Orientador: Klayton Galante Sousa.

    1. Desenvolvimento motor - Artigo científico. 2. Microcefalia -

    Artigo científico. 3. Zika Vírus - Artigo científico. I. Sousa,

    Klayton Galante. II. Título.

    RN/UF/FACISA CDU 612.766

  • Nada é tão nosso quanto os nossos sonhos.

    (Autor Desconhecido)

  • SUMÁRIO

    1 Introdução ........................................................................................................ 05

    2 Métodos............................................................................................................ 07

    3 Resultado ......................................................................................................... 09

    4 Discussão ........................................................................................................ 15

    5 Conclusão ........................................................................................................ 17

    6 Referências ...................................................................................................... 18

    Anexos ................................................................................................................ 21

  • A performance da motricidade fina em crianças com microcefalia por zika vírus

    Deyse Cassiano da Silva

    Resumo

    Objetivo: Caracterizar a performance da motricidade fina em crianças com

    microcefalia por Zika Vírus através da escala Bayley III.

    Métodos: Trata-se de um estudo do tipo descritivo, de corte transversal e com

    abordagem quantitativa. Estudo realizado em crianças com casos confirmados de

    microcefalia relacionado ao Zika Vírus. As avaliações foram filmadas e realizadas a

    Clínica Escola de Fisioterapia em Santa Cruz/RN e no domicílio. Foram feitas

    medidas antropométricas (perímetro cefálico, peso e altura) e a avaliação da função

    motora fina utilizando a Bayley III. O período do estudo foi de junho a agosto de

    2017.

    Resultados: Das 8 crianças avaliadas todas apresentaram atrasos significativos em

    sua performance motora fina apresentando média

  • 5

    1 Introdução

    A microcefalia congênita é considerada uma condição neurológica na qual a

    medida da circunferência craniana do bebê é menor que o normal. Ela é decorrente,

    além de outras causas, por infecção pelo Zika virus (ZIKV); um flavivírus transmitido

    pelo mosquito Aedes aegyptie.1

    No Brasil, um surto de crianças nascidas com microcefalia ocorreu em 2015,

    com maior concentração na região nordeste, simultaneamente a um aumento na

    incidência no número de novos casos confirmados de infecção neonatal por ZIKV -

    gerando um alerta para as autoridades nacionais e internacionais da saúde¹.

    Como resposta, a Organização Mundial de Saúde (OMS), passou a adotar

    como base para notificação dos casos de microcefalia congênita a medida do

    perímetro cefálico, que deve ser realizada a partir de 24 horas após o nascimento ou

    até a primeira semana de vida. Recém-nascido com 37 semanas ou mais

    apresentando perímetro cefálico menor ou igual a 31,5 cm para meninas e 31,9 cm

    para meninos, o equivale a -2 desvio padrão de acordo com a idade do neonato e

    sexo, seguindo a tabela da OMS. Mediante notificação será realizado os testes

    laboratoriais líquido cefalorraquidiano (LCR), reação de cadeia de polimerase (RT-

    PCR) e exame de imagem ultrassonografia, confirmando o caso.2, 3,4, 5

    A OMS disponibiliza uma ferramenta para registrar os casos suspeitos de

    microcefalia pelo ZIKV, que se encontra disponível no endereço eletrônico

    www.resp.saude.gov.br para os serviços públicos e privados de saúde, facilitando a

    gestão o acesso a essas informações.6,7 Em estado de alerta, o ministério da Saúde,

    passou a divulgar boletins notificando os números de casos atualizados no Rio

    Grande do Norte. No boletim nº 32 (24/08/2017), sendo notificados no RN 512 casos

    suspeitos de microcefalia no relacionados a infecção congênita, desses 147 casos

    confirmados e 126 em processo de investigação. A 5º região de Saúde do Rio

    Grande do Norte, composta por 21 municípios e deles 7 apresentam casos

    confirmados de microcefalia.8

    Em resposta ao número de casos, o Ministério da Saúde disponibiliza as

    diretrizes para estimulação precoce: Crianças de 0 a 3 anos com atraso no

    desenvolvimento neuropsicomotor decorrente da microcefalia, que trata-se de

    http://www.resp.saude.gov.br/

  • 6

    acompanhamento clínico e intervenções terapêuticas multiprofissionais, com objetivo

    de diminuir o comprometimento neurológico adquirido, melhorando as habilidades

    motoras, a aquisição da linguagem, a socialização, além de contribuir com a

    estrutura do vínculo entre mãe e filho. 8, 9

    Os bebês com microcefalia congênita podem apresentar alterações

    desenvolvimento, como problema auditivo pode estar relacionado a alterações no

    sistema nervoso central, podendo ser diferenciados por graus (leve, moderado e

    severo), causando um impacto maior no desenvolvimento, uma vez que a audição é

    a base para o desenvolvimento da linguagem e da fala. Outra alteração que pode

    surgir é no sistema visual podendo acometer várias estruturas oculares, afetando a

    área central onde a criança tem melhores respostas e apresentará dificuldades

    visuais como acuidade visual baixa, dificuldade de reconhecer e localizar objetos no

    seu campo de visão 10,11,12

    Existem várias escalas que avaliam o desenvolvimento da criança

    principalmente para os dois primeiros anos de vida. Uma delas é a escala de

    desenvolvimento infantil Bayley – III, que foi criada por Nancy Bayley e

    colaboradores em 1953 e revisada em 1993. Ela é composta por 5 domínios:

    comportamento adaptativo, cognitivo, linguagem, motor e sócio emocional, e tem

    como objetivo avaliar e detectar atrasos no desenvolvimento. A Bayley III é usada

    para criança na faixa etária entre 0 a 42 meses. 13,14, 5

    Dentro das categorias de avaliação da Bayley III, o domínio que avalia a

    condição motora fina é composto por 66 itens. Estes avaliam as habilidades

    associadas com preensão, integração percepto-motora, planejamento motor e

    velocidade motora, e os itens para medir habilidades incluem: acompanhamento

    visual, alcançar, manipular objetos, agarrar, qualidade do movimento da criança,

    habilidades manuais e funcionais e as respostas à informação tátil (integração

    sensorial).14,15

    Existem estudos sobre avaliação do desenvolvimento motor em crianças com

    paralisia cerebral, prematuras, baixo peso e microcefalia utilizando escalas como a

    TIMP e Bayley II, observando vantagens aplicação das mesmas, uma vez que avalia

    o desenvolvimento global dessas crianças mostrando os atrasos. 16,17

  • 7

    A escala Bayley III é reconhecida entre uma das melhores escalas existentes

    para avaliação do desenvolvimento infantil, pois fornecem valores confiáveis e

    válidos sobre o estado do desenvolvimento da criança nos anos iniciais de sua vida.

    Outro ponto importante é que ao fornecer informações quantitativas e qualitativas

    ajuda aos profissionais interpretar os resultados auxiliando traçar o plano de

    tratamento como também orientar a reabilitação enfatizando o programa de

    estimulação precoce8. Como ocorreu um aumento do número dos casos em todas

    as regiões do país, principalmente na região Nordeste os estudos com microcefalia

    utilizando a Bayley III seria enriquecedor, uma vez que demonstra de forma

    detalhada quais atividades motoras finas que as crianças com microcefalia

    conseguem realizar.

    Dessa forma objetivo do presente estudo foi caracterizar a performance da

    motricidade fina em crianças com microcefalia através da Escala Bayley III.

    2 Métodos

    Trata-se de um estudo do tipo descritivo, de corte transversal e com

    abordagem quantitativa. O presente estudo foi realizado após aprovação do Comitê

    de Ética em Pesquisa sob o número do CAAE 58715316.3.0000.5568 desta

    instituição e com o consentimento dos responsáveis pela criança após o

    esclarecimento a respeito da pesquisa. Foram seguidos os preceitos éticos de

    acordo com a resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.

    A pesquisa foi realizada em crianças com microcefalia de 6 municípios da 5ª

    Região de Saúde do Rio Grande do Norte (5ª USARP), ao qual corresponde a Bom

    Jesus, Japi, Santa Cruz, Serra Caiada, São José do Campestre e Tangará. A

    população do estudo foi composta por crianças nascidas no ano 2015 a 2016, todas

    crianças nascidas a termos, com caso confirmado e diagnosticado de microcefalia

    relacionado ao Zika Vírus. O período do estudo foi de junho a agosto de 2017.

    O recrutamento das crianças foi através do contato com os responsáveis

    através do telefone e em seguida agendado uma visita ao domicílio a fim de explicar

    o propósito do estudo e colher a assinatura dos termos TCLE. As avaliações foram

    filmadas e realizadas na Clínica Escola de Fisioterapia da UFRN/ FACISA em Santa

  • 8

    Cruz/RN e no domicílio que foram em Bom Jesus e Serra Caiada, no qual o

    pesquisador proporcionou um ambiente calmo, tranquilo e seguro para realização da

    avaliação, gravação e filmagem dos mesmos.

    A amostra inicial foi de 10 crianças, porém uma das crianças mudou-se da 5ª

    região de saúde do estado e outra foi descartada a infecção por ZKV, totalizando a

    amostra com 8 crianças. A escolha do local de aplicação da escala foi feita de

    acordo com a preferência e disponibilidade dos responsáveis. Sendo, 6 crianças

    avaliadas na Clínica Escola de Fisioterapia da FACISA e outras 2 avaliadas em suas

    residências.

    Figura 1: Fluxograma dos casos confirmados de microcefalia no Brasil, Nordeste, Rio Grande do

    Norte e 5ª Região.

    A fim de comparar as medidas do nascimento, presentes na caderneta da

    criança do ministério da saúde, com as do momento da avaliação, foram realizadas

    as medidas antropométricas contendo (perímetro cefálico, peso e altura).

  • 9

    A avaliação da função motora fina, foi utilizada a Escala Bayley de

    Desenvolvimento Infantil III. A escala Bayley III avalia os seguintes domínios

    cognitivo composta por 91 itens, linguagem que é subdividida em comunicação

    receptiva (49 itens) e comunicação expressiva (48 itens), motor subdividido em

    motor fino (66 itens) e motor grosso (72 itens), sócio-emocional e comportamento

    adaptativo esses dois últimos domínios são avaliados são observados por forma de

    questionário preenchidos pelos pais ou cuidadores.

    A idade criança era calcula e transformada em meses para saber qual letra da

    escala o teste iria ser iniciado, como por exemplo: uma criança com 33 meses e 24

    dias a letra que iria dar início ao teste da função motora fina seria a letra P que na

    escala iria inicia pelo teste de número 38, caso essa criança pontuasse 1 continuaria

    os testes seguintes e se errasse (pontuação 0) voltaria a letra que nesse caso seria

    a letra O e assim por diante. Para seguir o teste a criança tem que realizar três

    pontuações 1, caso não consiga escala volta a letra e o teste para quando a criança

    pontua 5 zeros consecutivos. Com essa pontuação em mãos o examinador pega a

    pontuação total da escala motora fina e utiliza algumas tabelas para descobrir a

    classificação do atraso no desenvolvimento daquela criança avaliada.

    Para o seu uso, foi realizado um treinamento teórico/prático sobre a escala,

    com duração de quatro semanas. A avaliação é de natureza não invasiva e possuem

    tempo estimado para aplicação é de 90 minutos e aplicada por 4 examinadores.

    Para a análise de dados foi utilizado o programa estatístico SPSS (versão

    20.0). Foi realizada estatística descritiva com distribuição de frequência, medidas de

    tendência central e dispersão. A normalidade de todas as variáveis numéricas foi

    testada pelo Teste Shapiro Wilk. A correlação das variáveis de interesse foi

    observada a partir do teste não paramétrico de Correlação de Spearman e para os

    paramétricos, o Teste de Pearson. O nível de significância adotado foi p

  • 10

    Variáveis Nascimento

    Média DP

    Nascimento

    Média (P50)

    Avaliação

    Média DP

    Avaliação

    Média (P50)

    Peso (kg)

    3095.00

    (282.843)

    3,200 10.120

    (862.670)

    12.1

    Perímetro

    Cefálico (cm)

    31 (1,41) 34,9 41,00(2,828) 48,1

    Estatura (cm) 47.50 (0.707) 50 80.15 (1.626) 85,5

    Fonte: OMS; n= (2) DP= Desvio padrão P50 de acordo com a World Health Organization.

    A tabela mostra a comparação das medidas antropométricas da avaliação e

    do nascimento, comparados com os valores na tabela da OMS na qual adotam

    padrões de crescimento das crianças encontrando o percentil de acordo com o P50,

    o P50 corresponde 50% das crianças alcançaram o ponto médio na curva do

    crescimento de acordo com a idade em estudos feitos pela World Health

    Organization (WHO). Com a média do nascimento e das avaliações das crianças do

    estudo foi possível encontrar o P50.

    Comparando a média do peso do nascimento x peso crianças tanto no

    nascimento quanto em seu desenvolvimento apresentam-se com peso adequado

    para sua idade segundo os padrões da OMS.

    De acordo com a média (PC nascimento x PC avaliação), observa-se

    nascimento foi baixo, pois para uma criança do sexo masculino com PC normal seria

    de 34,9 cm de acordo com o P50. Com isso observa-se PC está dentro da faixa de

    normalidade, porém não atingiu a média do P50.

    Observe que a média da estatura do nascimento foi 47,50 cm, mostrando-se

    baixo para o nascimento de acordo com o sexo masculino de acordo com a média

    do P50. Com o desenvolvimento mantendo o escore de comprimento baixo para sua

    idade.

    Tabela 2 - Amostra Clínica da população Feminina

  • 11

    Variáveis Nascimento

    Média DP

    Nascimento

    Média (P50)

    Avaliação

    Média DP

    Avaliação

    Média (P50)

    Peso (kg)

    2610.00

    (448.161)

    3,1 9245.00

    (481.721)

    11,5

    Perímetro

    Cefálico (cm)

    31 (1.581) 34 47.00 (4.174) 47,1

    Estatura (cm) 47 (4.174) 45,9 78.50 (3.230) 85,15

    Fonte: OMS; n= (6) DP= Desvio padrão P50 de acordo com a World Health Organization.

    Comparando com os dados da amostra a média do nascimento peso foi

    2,610kg, mostrando-se baixo para o nascimento de acordo com o sexo feminino.

    Com o desenvolvimento obteve uma média adequada, permanecendo de acordo

    com o P50 adequado para sua idade.

    A tabela mostra a relação do (PC do nascimento x PC da avaliação), o valor

    do nascimento foi baixo, de acordo com o P50 padronizado pela OMS, onde o PC

    normal seria de 34cm. Com isso observa-se que não atingiu um percentil esperado

    para sua idade.

    A média da estatura para o nascimento foi 47cm, mostrando-se adequado

    para o nascimento de acordo com o P50 padronizado pela OMS. Ao longo do seu

    desenvolvimento obteve comprimento baixo.

    O escore composto é baseado na soma da pontuação do comportamento

    motor, que mensura o quão longe o score de um indivíduo pode chegar, possuindo

    uma média e um desvio padrão.

    O resultado do escore composto motor podem ser classificados de acordo

    com o nível de desempenho motor que correspondem muito superior (130 acima),

    superior (120 -129), média alta (110 - 119), média (90 - 109), média baixa (80 - 89),

    média baixa (70 - 79) 3 extremamente baixo (69 abaixo). Observe o gráfico 1 do

  • 12

    composite score motor onde a população amostral apresenta desempenho

    extremamente baixo.

    Gráfico 1 - Escore composto da Pontuação da função Motora

    Fonte: da coleta de dados

    O escore composto da motricidade fina, representa o desempenho da criança

    de acordo com a pontuação total do teste, apresentando dimensões métricas com

    intervalo de 1 a 19, tendo em vista que se atingir uma pontuação de 10 mostra que

    seu desempenho está normal de acordo com a faixa etária. Se a pontuação atingida

    for 13 significa que a criança está acima da média e se a pontuação atingida for

    abaixo de 7 criança apresenta um atraso em seu desenvolvimento. Observe o

    gráfico abaixo que representa o desempenho motor fina da amostra estudada, todas

    apresentam um atraso significativo em sua performance motora fina.

    Gráfico 2 - Pontuação escalar da motricidade fina

  • 13

    Fonte: da coleta dos dados

    Observe a tabela abaixo as atividades motoras finas que cada criança da

    amostra conseguiu realizar.

    Tabela 3 – Atividades realizada por cada criança

    Criança Atividade Realizada

    1 Mãos fechadas;

    Segurar (mantém) argola.

    2 Mãos fechadas;

    Segurar (mantém) argola;

    Tentativa de levar a mão à boca.

    3 Tentativa de levar a mão a boca;

    Segurar argola;

    Olhos seguem argola (circular);

    Cabeça segue argola;

    Olhos acompanham a bola rolar;

    Manter mãos abertas;

    Série blocos: alcançar bloco.

    4 Mãos à boca;

    Olhos seguem a pessoa em movimento;

  • 14

    Olhos seguem argola (Horizontal);

    Tentativa de levar mão a boca;

    Segurar (mantém) argola;

    Cabeça segue argola;

    Olhos acompanham a bola rolar.

    5 Tentativa de levar a mão a boca;

    Série bloco: Agarrar com a mão inteira;

    Alcançar unilateral;

    Série (pellet) cereal comestível (agarrar

    arrastando);

    Série Bloco: Oposição parcial do

    polegar;

    Série (pellet): cereal comestível: agarrar

    com a mão inteira;

    Transferir bloco.

    6 Mão fechadas.

    7 Transferir a argola;

    Série (pellet) Cereal comestível: Agarrar

    com a mão inteira;

    Transferir blocos;

    Série bloco: Agarrar do polegar ao dedo

    mínimo;

    Transferir colher e blocos para a linha

    média;

    Série (pellet) cereal comestível:

    Oposição parcial do polegar;

    Série (pellet) cereal comestível: Agarrar

    do polegar ao dedo mínimo;

    Movimentos isolados do dedo indicador.

    8 Tentativa de levar a mão a boca.

    Fonte: Coleta de dados

  • 15

    4 Discussão

    Com bases nos resultados obtidos, verifica-se que as crianças do sexo

    feminino apresentaram no nascimento peso na avaliação e nascimento as crianças

    apresentam-se dentro da faixa de normalidade, porém não conseguiram atingir o

    P50. O PC no nascimento ficou abaixo e na avaliação conseguiu atingir o P50, e na

    estatura no nascimento está dentro da faixa de normalidade e na avaliação está

    abaixo do esperado de acordo com o estudo epidemiológicos da WHO.

    As crianças do sexo masculino o peso atingiu o P50 no nascimento, mas na

    avaliação ficou dentro da faixa de normalidade, porém não atingiu o ponto de corte

    do P50, no PC no nascimento foi abaixo do esperado e na avaliação está dentro da

    faixa de normalidade, porém não conseguiram atingir o P50 e na estatura o

    nascimento e na avaliação está dentro da faixa de normalidade, porém não atingiu o

    P50.

    Observa-se também que houve uma prevalência significativa nas alterações

    no desenvolvimento motor e no motor fino e para ambos os sexos, uma vez que

    todas ficaram muito abaixo do esperado para sua idade.

    Com os avanços nos cuidados perinatais as taxas de sobrevida de crianças

    que nascem com baixo peso melhoraram, uma vez que existe o reforço do

    acompanhamento para as mesmas. Qualquer mudança ou alterações no peso,

    perímetro cefálico e estatura na curva do crescimento deve ser investigada para

    determinar sua causa, tendo em vista que podem estar ou não relacionadas a

    atrasos no desenvolvimento motor.18,19

    Um estudo realizado com 12 crianças com Síndrome de Down com idade de

    dois anos usando a Bayley III para avaliar a função motora fina, mostrando que as

    crianças com Síndrome de Down apresentam dificuldades em desempenhar tarefas

    que exijam destrezas e coordenação uni e bimanual, ou seja, tarefas que envolvem

    controle e planejamento motor, percepção visual e integração viso motora.

    Observaram que das 12 crianças, nove tiveram pontuação de 7 a 4 indicando um

    leve atraso, uma criança com pontuação abaixo de 3 apresentando

    comprometimento baixo, e 2 participantes entre 10 e 7 atrasos moderado, obtendo

    então uma menor frequência entre as tarefas motoras finas executadas, mostrando

    menor desempenho nas tarefas executadas. 20

  • 16

    É importante lembrar que as crianças no final o primeiro ano de vida começa

    a desenvolver a preensão de precisão, que requer controle da musculatura

    intrínseca da mão e movimentos independentes dos dedos, movimentos esses que

    são necessários para manipulações de objetos pequenos e delicados e que

    qualquer alteração ou atraso no desenvolvimento motor fino a criança irá apresentar

    dificuldades no controle e planejamento das ações.19, 20

    Achados semelhantes em crianças com Paralisia cerebral são encontrados

    em crianças com microcefalia congênita por ZIKV, como: perda de controle cervical,

    dificuldade e sentar, engatinhar, realizar transposições posturais, apresentando

    também atrasos na função motora fina como pegar, soltar e manipular objetos, uma

    vez que a essas crianças tem um padrão flexor de punho e mão devido a

    espasticidade, dificultando assim sua interação com a tarefa.11

    A literatura apresenta estudos utilizando a Bayley III avaliando o

    desenvolvimento motor em crianças com paralisia cerebral, baixo peso, prematuras,

    mostrando uma correlação entre os resultados dos mesmos para ambos os sexos e

    idade, obtendo uma pontuação baixa, ou seja

  • 17

    É importante fornecer intervenções adequadas através da triagem precoce avaliação

    para as crianças com risco potencial de incapacidade. Existe uma grande demanda

    por uma ferramenta para determinar o potencial risco ou problemas no estágio inicial

    do atraso no desenvolvimento. No entanto, há apenas um número limitado de

    ferramentas abrangentes e objetivas para avaliação e diagnóstico.20, 21

    O seguimento do desenvolvimento evidencia a importância de documentar a

    estabilidade do teste, compreendo e interpretando mudanças no desempenho ao

    longo da vida. O acompanhamento do desenvolvimento das crianças no primeiro ao

    segundo ano de vida usando a Escala Bayley III, revela confiabilidade teste

    apresentando mudança no desempenho e motor fino, e com base nisto encaminhar

    para programas de intervenção precoce 12, 2

    5 Conclusão

    Crianças com microcefalia pelo Zika Vírus apresentam dificuldades

    específicas em tarefas motoras finas, nas ações que envolvem agarrar e soltar e na

    manipulação de objetos e brinquedos, interferindo na interação com o ambiente e

    com os estímulos durante o seu desenvolvimento. Esses achados indicam uma

    necessidade de intervenção precoce, visto que influenciam na aquisição de

    habilidades funcionais. Vale ressaltar que quanto mais tarde essas crianças

    receberem estimulação precoce, mais atrasado será seu desenvolvimento motor.

    The performance of fine motor skills in children with microcephaly by zika virus

    Abstract

    Objective: To characterize fine motor performance in children with microcephaly by

    Zika Virus through the Bayley III scale.

    Methods: This is a descriptive, cross-sectional and quantitative approach. A study

    was carried out in children with confirmed cases of microcephaly related to Zika

    Virus. The evaluations were filmed and performed at the Clinical School of

  • 18

    Physiotherapy in Santa Cruz / RN and at home. Anthropometric measures (cephalic

    perimeter, weight and height) and fine motor function evaluation were performed

    using Bayley III. The study period was from June to August 2017.

    Results: Of the 8 children evaluated, all presented significant delays in their fine

    motor performance, presenting an average score of

  • 19

    5 - Madaschi V; Paula CS. Medidas de avaliação do desenvolvimento infantil: uma

    revisão da literatura nos últimos cinco anos. Medidas de Avaliação do

    Desenvolvimento Infantil, São Paulo, 2011; 8(1):52-56.

    6 - Osorio-de-Castro CGS, Silva ME, Freitas CM, Camargo Jr KR, Cranmer HH. The

    Zika Virus Outbreak in Brazil: Knowledge Gaps and Challenges for Risk Reduction.

    Research, 2017; 107(6):960-965.

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  • 21

    Anexos

    Anexo 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE

  • 22

  • 23

    Anexo 2 – Escala Bayley III

  • 24

  • 25

    REGRAS PARA FORMATAÇÃO DO ARTIGO, SEGUNDO AS NORMAS DA

    REVISTA