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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA ZOOLOGIA E ECOLOGIA ALUNO: GIL CESAR PEREIRA PENHA A QUALIDADE DAS PRAÇAS PÚBLICAS DO BAIRRO DE NEÓPOLIS – NATAL – RN. Orientador: Luiz Antonio Cestaro Natal 2013.2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA ZOOLOGIA E ECOLOGIA

ALUNO: GIL CESAR PEREIRA PENHA

A QUALIDADE DAS PRAÇAS PÚBLICAS DO BAIRRO DE

NEÓPOLIS – NATAL – RN.

Orientador: Luiz Antonio Cestaro

Natal

2013.2

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Catalogação da publicação na fonte

Penha, Gil Cesar Pereira.

A qualidade das praças públicas do bairro de Neópolis, Natal – RN. / Gil Cesar

Pereira Penha.

- Natal, RN, 2013.

53 f.; il.

Orientador: Luiz Antonio Cestaro

Monografia (Bacharelado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro

de Biociências. Curso de Graduação em Ecologia.

1. Praças Públicas – Monografia. 2. Arborização Urbana – Monografia. 3. Áreas

Livres – Monografia. I. Luiz Antonio Cestaro. II. Título.

RN/UF/DEBEZ. CDU 711.61

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GIL CESAR PEREIRA PENHA

A QUALIDADE DAS PRAÇAS PÚBLICAS DO BAIRRO DE NEÓPOLIS, NATAL – RN.

Monografia desenvolvida na disciplina Seminários em Ecologia, ministrada pela professora Adriana Rosa Carvalho Departamento de Botânica, Ecologia E Zoologia. Também como TCC para a graduação do curso de Ecologia, com orientador Luiz Antonio Cestaro professor do Departamento de Geografia.

Orientador: Luiz Antonio Cestaro

Natal

2013.2

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GIL CESAR PEREIRA PENHA

A QUALIDADE DAS PRAÇAS PÚBLICAS DO BAIRRO DE NEÓPOLIS, NATAL – RN.

Monografia desenvolvida na disciplina Seminários em Ecologia, ministrada pela professora Adriana Rosa Carvalho Departamento de Botânica, Ecologia E Zoologia. Também como TCC para a graduação do curso de Ecologia, com orientador Luiz Antonio Cestaro professor do Departamento de Geografia.

APROVADA EM ___/___/2013.

BANCA EXAMINADORA

Profº. Luiz Antonio Cestaro

Universidade Federal do Rio Grande Do Norte – UFRN

(Orientador)

Profª. Rosangela Gondim D´ Oliveira

Universidade Federal do Rio Grande Do Norte – UFRN

(Membro da banca)

Profª. Maria Rosângela Gomes

Universidade Federal do Rio Grande Do Norte – UFRN

(Membro da banca)

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DEDICATÓRIA

Primeiro tenho que me curvar diante da grandiosa ajuda do querido Professor Cestaro, que

observou minhas pérolas e não desistiu, e graças a ele estamos juntos agora agradecendo a pérola

criada que é este trabalho acadêmico. Portanto, dedico a saúde, a família, aos amigos e que ele

como professor e como amigo seja muito feliz todos os dias.

Dedico este momento muito especial a todas as crianças do mundo, para que nós já

crescidos consigamos usar nossos conhecimentos e fazer do planeta um local agradável e próspero

para todas as crianças, que um dia se tornarão os responsáveis por dar seqüência a essa iniciativa.

Cito essa responsabilidade pois foram nossos pais os responsáveis pelo nosso hoje, eles lutaram e

com muita dificuldade conseguiram nos deixar esse legado, agora é a hora de retribuirmos para com

nossas sementes. Essa contribuição tem foco que se transcorre nas ações sustentáveis para com

elementos fundamentais para todas as vidas, começando pela água e passando pela terra temos a

essência do alimento que supre a fome de nosso crescimento para com as gerações que viram a

tomar as decisões do futuro. Assim, dedico este trabalho a um planeta fértil e rico em vida é dedicar

as crianças que estão hoje e sempre permeando nossos conflitos e dificuldades que vivenciamos na

luta para sobrevivência humana.

Em especial, dedico as lindas crianças de nossa turma, Heitor Belarmino, filho do Pedro e

Thereza, Carlos Henrique, filho de Luana e Borges e ao nosso filho que vem chegando para minha

alegria e de Lucélia.

Para finalizar dedico também a uma pessoa que até então não a conheço pessoalmente, que é

a Professora Maria Rosangela Gomes que ajudou sem saber, quando desenvolveu um trabalho

fabuloso que serviu como base de análise das praças públicas do bairro. Essa iniciativa com certeza

ajudará inúmeros pesquisadores desta área social que pode contribuir com a presença da natureza

para as crianças de nossa geração.

Gil Cesar

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AGRADECIMENTOS

Tenho muito a agradecer a todos os professores(as) do curso de ecologia e de outros

departamentos que ajudaram, contribuindo para que esta etapa, que se pode dizer uma maratona

fosse superada. Relembro que no começo todos (alunos e professores) pensavam em cumprir as

mais de 5000 horas da grade curricular antiga.

Em especial cito alguns momentos vividos nesta graduação. Em nome de todos os dedicados

e vocacionados o querido professor Gilberto Corso, que na disciplina fundamentos da física nos

envolveu com aulas simples e claras, e assim aulas fáceis e aconchegante dessa área complexa do

conhecimento; Márcio Zikán, que fez o primeiro contato da turma com uma trilha e um

experimento no contexto da ecologia. Ele faz relembrar todas as aulas de campo que fizemos por

várias cidades e locais, que enriqueceram nossa aprendizagem; Aristotelino Monteiro, que quando o

curso ganhou mais amplitude e infra-estrutura fez a festa e comemorou como criança, junto com a

galera. Assim também contemplo todos os professores, que em vários momentos participaram e

desenvolveram as confraternizações com muita alegria junto aos alunos.

Vale ressaltar que a maioria dos professores titulares de nosso querido curso são oriundos de

lugares distintos. Neste cenário quero lembrar o corpo docente de Ecologia UFRN, onde esforços de

se deslocarem de suas cidades natal e que juntos integraram nossa formação, como Adriana

Carvalho, que veio de Taubaté perto de onde nasci, São José dos Campos, ambos São Paulo. Para

finalizar ainda quero agradecer a jovem professora que tem certo parentesco e afinidade com minha

família, que é a esbelta Priscila Fabiana.

A turma de 2007.2 foi a união de todos por um, e um por todos. A saudade está presente,

naqueles que já se formaram e não estão na academia, sentindo falta dos momentos, como das

pérolas de nosso grupo: lembro que durante as aulas a galera, dormindo em sala, como nosso

querido Pedro, tira 10 para provar que estudar é fácil; recordo das nossas viagens para Diogo Lopes

como grande representante das aulas de campo; a laureada da turma 2012.2, minha “irmã” Vanessa

Rodrigues de Morais; a mais linda “patricinha” Carol Lira, representando a humildade e sinceridade

que a turma delineou. Do mesmo modo, agradeço a amiga Juliana Capistrano, que através dela

favoreceu o Centro Acadêmico a promover o encontro de candidatos a vereador (George Câmara,

Franklin Capstrano e Aristotelino Monteiro) para discutir as demandas ecológicas da cidade. Enfim,

todos merecem muito carinho e eternas saudades daqueles maravilhosos momentos vividos juntos.

De maneira singular tem uma pessoa que merece essa honra, ela ajudou a delinear minha

vida acadêmica e pessoal. Através da tentativa de delinear um projeto comunicativo sobre quest osẽ

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ambientais, ocorreu, além das experiências adiquiridas nessa empleitada, ela também assistiu ao

encontro que se tranformou em união. Essa união agrora gera fruto, e faz em minha vida uma

responsabilidade gigante de constituir família. Portanto, a professora Rosangela Gondim

testemunhou essa relidade e merece duplo agradecimento.

Os colegas de trabalho na Secretaria Municipal de Serviços Urbanos – SEMSUR da

Prefeitura de Natal. Tenho alegria em anunciar que vários foram eles que contribuiram, ajudaram a

construir um ambiente adequado para que fosse possível esse momento. Destaco o amigo Markes

Walles Silva Cordeiro para representar a todos os amigos e colegas concursados que fazem parte da

equipe, vale ressaltar que esse citado amigos já desenvolveu algumas atividades comigo inclusive o

Expresso da Cultura, alem dele ser também profissional da área ambiental. As diversas pessoas dos

cargos de confiança e terceirizados fazem parte deste momento importante, e para considerá-los

lembro do querido Raniere Barbosa que acompanha do início ao fim dessa etapa de minha vida.

A minha querida família que mesmo vivendo longe está sempre presente ajudando, dando

forças para que a cada dia seja um momento de superação em minha vida. Beijos ao meu grande

pai, Sebastião Cesar Pereira Penha, a minha maravilhosa e assídua mãe de muitas orações, Maria

Aparecida Pereira Penha, a minha irmã, Carla Aparecida Pereira Penha, lutadora, aguerrida e, agora

Médica. Que ela possa ajudar as pessoas a encontrar a cura de suas enfermidades por meio de seus

conhecimentos e sua compaixão.

Finalizo meus agradecimentos me dirigindo à Lucélia Maria de Moura Bezerra Pereira,

minha esposa, que me ajuda a prover ambição, paz, lucidez, força, maturidade, enfim, que contribui

de todas as formas nas horas mais difíceis. Ela soube ponderar com esperança e instinto de mãe, o

fato que em breve amamentará nosso lindo(a) herdeiro(a). Agradeço em especial ao nosso

querido(a) filho(a), que está chegando para integrar e alegrar ainda mais nossa família. Sem

esquecer de todos os meus parentes e amigos, que nos desejam muita saúde e perseverança.

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O outro Brasil que vem aí

Eu ouço as vozes, eu vejo as cores, eu sinto os passos de outro Brasil que vem aí, mais tropical,

mais fraterno, mais brasileiro.

O mapa desse Brasil em vez das cores dos estados, terá as cores das produções e dos trabalhos...

As mulheres do Brasil em vez de cores boreais, terão as cores variantes tropicais.

Todo brasileiro poderá dizer: é assim que eu quero o Brasil,

todo brasileiro e não apenas o bacharel ou o doutor...

Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil, lenhador, lavrador, pescador, vaqueiro, marinheiro,

funileiro, carpinteiro, contando que seja digno do governo do Brasil, que tenha olhos para ver pelo

Brasil, ouvidos para ouvir pelo Brasil, coragem de morrer pelo Brasil, ânimo de viver pelo Brasil.

Mãos de escultor que saibam lidar com o barro forte e novo dos Brasis, mãos de engenheiro que

lidem com ingresias e tratores, europeus e norte-americanos a serviço do Brasil, mãos sem anéis,

mãos livres, mãos criadoras, mãos fraternas de todas as cores...

Mãos trabalhadores, pretas, brancas, pardas, roxas, morenas, de artistas, de escritores, de operários,

de lavradores, de pastores, de mães criando filhos, de pais ensinando meninos...

Eu ouço as vozes, eu vejo as cores, eu sinto os passos, desse Brasil que vem aí.

Gilberto Freyre (1926)

Darcy Ribeiro Ayacucho de Caracas, (1977)

Renascentista caboclo, desrespeitador de regras, abusado mesmo e com laivos de gênio, escreveu no

prólogo que preparou para ser publicado na edição de Casa-Grande e Senzala, pela biblioteca.

Este livro será lido no próximo milênio. Como escreveu no século XX.

Seu vaticínio começa a cumprir-se neste início de século XXI.

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RESUMO

A maioria da população brasileira, atualmente vivem nas cidades, fator esse que demanda

estudos sobre esse novo cenário. No meio urbano as praças públicas (PPs) são um dos tipos de áreas

verdes. No contexto das cidades, esses espaços são as únicas com potencial para proporcionar a

interação entre o homem e a natureza, logo, estudá-los para identificar a qualidade e,

consequentemente, a funcionalidade desse espaço social e ambiental é um fator relevante. O

objetivo deste trabalho é identificar e classificar as 22 PPs do bairro Neópolis na cidade de Natal –

RN, quanto à sua qualidade para as atividades sociais e relacionadas as questões ambientais e, assim

atribuir níveis adequados para quantificar a particularidade de cada PP, e portanto utilizar seu

máximo potencial. Nesse sentido foi utilizado um Índice de Qualidade de Praças Públicas (IQP)

existente na literatura para servir a esta pesquisa. Nele se aplica variáveis relacionadas aos

equipamentos de infra-estrutura, com funções de serviços, lazer e ambiental variando de a a 1 o

IQP. Para as 22 praças analisadas a variação do IQP foi obtido o valor médio de 0,51, o máximo

0,79 e o mínimo 0,25, indicando que as praças públicas do bairro podem ser melhoradas em todos

os aspectos avaliados, pois foi considerado satisfatório apenas as praças com IQP alto (acima de

0,6), o que corresponde a 27% das praças. Em relação à arborização foram encontradas 49 espécies

arbóreas, sendo a espécie mais abundante o coqueiro com 220 árvores. Dessas espécies apenas 8%

são nativas. O trabalho evidencia a necessidade de adequações nessas praças para melhor atender os

moradores locais nos quesitos infraestrutura, lazer e ambiental.

Palavras-chaves: Praças públicas. Arborização urbana. Áreas verdes.

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ABSTRACT

The cities nowadays are used as housing by the majority of the population. In the urban zone, public

squares ( PPs ) are considered a sort of green area. In the cities these places are the only ones with

the potential to provide the interaction between man and nature, therefore, study these sites to

identify the quality and therefore the functionality of this social item is a relevant matter. The goal

of this study is to identify and classify the 22 PPs of Neópolis neighborhood in the city of Natal /

RN by their quality for environmental activities , and assign appropriate levels to quantify the

particularity of each PP and thus enable their maximum potential. Accordingly we used a Quality

Index of Public Squares ( IQP ) existent in the literature to serve this research. In it applies variables

related to the infrastructure of services and leisure and also associated with the environment. For the

22 squares the mean IQP analyzed was 0.51 , the maximum 0.79 and minimum of 0.25, indicating

that the public squares of the neighborhood can be improved because only the squares with high

IQP (0.6 or more) were considered satisfactory which means 6 squares. Regarding afforestation

were found 49 tree species, the coconut tree was considered the most abundant species with 220

individuals. But only four of the species found were native. This study highlights the need for

adjustments in these squares to better serve local residents towards the infrastructure , leisure and

environment categories.

Keywords: Public Squares. Urban afforestation. Green areas.

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LISTA DE FIGURAS

páginas

Figura 1 – Mapa de localização das 22 PPs do bairro Neópolis – Natal – RN. A numeração que vai de 1 até 22, representa cada praça elencada na Tabela 1.

25

Figura 02 – Praça das Acácias, que retrata os valores maiores quando analisado as condições associados às questões ambientais.

33

Figura 03 – Praça praça Governador Tarcísio Maia, a melhor performa nos itens sobre a infra-estrutura, e a maior classificação entre as 22 PPs analisadas.

34

Figura 04 – Praça Imaculada coração de Maria, essa que obteve o menor valor quando observados os itens ligados ao meio ambiente.

36

Figura 05 – Praça Ayrton Senna. Esta área verde que contou com os menores valores quando analisados os itens ligados a infra-estrutura, também para o IQP

40

Figura 06 – Abundancia de árvores totais nas PPs do bairro de Neópolis, Natal – RN. 41

Figura 07 – Praça Cristo Rei 41

Figura 08 – Diversidade de espécies arbóreas nas PP do bairro de Neópolis, Natal – RN. 42

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LISTA DE TABELAS

páginas

Tabela 01 – Identificação das PPs do bairro Neópolis, Natal – RN. 26

Tabela 02 – IQP das PPs do bairro de Neópolis, Natal – RN. Sendo considerado: baixo (0 a 0,4), médio (0,4 > a > 0,6) e alto (0,6 a 1).

35

Tabela 03 – Famílias e espécies, por nomes científico e popular das árvores presentes nas 22 PPs do bairro de Neópolis, Natal – RN. * Caracteriza espécies nativas, as demais, exóticas.

37

Tabela 04 – Indivíduos por espécie arbórea presentes em cada praça pública do bairro de Neópolis, Natal – RN.

39

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LISTAS DE ABREVEATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

IQP – Índice de qualidade das praças púbicas

PMN – Prefeitura Municipal de Natal

PP – Praça Pública

SEMURB – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo

SEMSUR – Secretaria Municipal de Serviços Urbanos

SEMUT - Secretaria Municipal de Tributação

MP – Ministério Público

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SUMÁRIO

Páginas

1 INTRODUÇÃO 13

2 PPs URBANAS E A ARBORIZAÇÃO 15

2.1 HISTÓRIA DAS PPs 15

2.2 ARBORIZAÇÃO 20

2.3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 22

3 MATERIAIS E MÉTODOS 24

3.1 LOCALIZAÇÃO DAS PPs 24

3.2 PPs DO BAIRRO DE NEÓPOLIS 26

3.2.1 Características das PPs do bairro de Neópolis 27

3.2.2 Comparação entre as PPs do bairro 27

3.2.3 Formulário 28

3.2.4 Estudo da Árvores 29

3.3 ORGANIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES E DOS DADOS 30

3.4 ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES E DOS DADOS 31

4 DESFECHO E ANÁLISE DAS PPs DE NEÓPOLIS 32

4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS PPs DE NEÓPOLIS 32

4.2 ÍNDICE DE QUALIDADE DAS PRAÇAS – IQP 34

4.3 ESPÉCIES ARBÓREAS 36

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 43

REFERÊNCIAS 45

ANEXO A – Técnicas e médotos relacionados ao calculo do IQP 48

ANEXO B – Formulário usado para cada PPs 52

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1 INTRODUÇÃO

O crescimento rápido das cidades atualmente ocorre com a urbanização se

desenvolvendo de forma célere e atropelando o planejamento urbano necessário para atender

a população e as questões ambientais. Nesse cenário de expansão urbana sem conceber as

etapas de estudos necessários para racionalizar a utilização da área, as praças públicas (PPs)

acabam incidindo em locais impróprios para edificação humana e consequentemente em áreas

menos valorizadas financeiramente no mercado imobiliário. Logo as cidades se transformam

num complexo aglomerado de edificações com poucas e pequenas áreas verdes, onde o

homem passa a viver em grandes aglomerados junto com as espécies livres.

As áreas verdes quando bem planejadas no contexto de aspectos sociais e ambientais,

oferecem-se como espaços multifuncionais podendo servir para diverso fins como: lazer,

esporte, contemplação, eventos, função ambiental, estética, composição paisagística, história,

geopolítica, e representa em muitos casos a identidade da localidade. Essas funções se

entrelaçam com toda a dinâmica urbana que ocorre nos arredores desses espaços livres, como

ambientes residenciais, industriais, comerciais, governamentais, podendo predominar

edificações verticais ou horizontais e ainda deve considerar a infra-estrutura viária que está

presente no entorno.

É importante conhecer a qualidade das PPs sob seu potencial utilizado para introduzir

e valorizar cada vez mais as áreas verdes urbanas e suas perspectivas socioambientais, o qual

promova qualidade nas condições ambientais e de vida para os moradores das cidades. Outro

aspecto importante a ser considerado sobre as áreas estudadas se relaciona a manutenção da

vida silvestre nesse ambiente. Para traçar esse cenário da praça e suas possíveis funções, se

faz necessário estudos acerca de como melhor atender a complexa teia ecossistêmica urbana e

assim satisfazer a necessidade da civilização racional entre o homem e a natureza.

As PPs são um dos tipos de áreas verdes que estão presentes nas cidades, para delinear

uma comparação entre elas foram pesquisados instrumentos que sirva a esta tarefa. Os índices

se mostraram capazes de provocar essa diferenciação entre as PPs estudadas, e devem servir

como ferramenta para entender como está a qualidade das PPs existentes. Também, através da

análise sobre os valores obtidos pelos índices geral e parciais que podem orientar a

implementação de espaços planejados com os respectivos complexos abióticos e bióticos

adequados ao funcionamento dos serviços ecossistêmicos urbanos possíveis. Desta forma

possibilitar o uso racional potencializado da área e assim atender às necessidades ambientais

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que possibilite a maior biodiversidade de espécies da flora e fauna nativa da região.

O objetivo deste trabalho foi de identificar e avaliar a qualidade de todas as PPs do

bairro de Neópolis, Natal – RN, buscando responder os tópicos abaixo:

● Identificar e conhecer todas as PPs existentes;

● Qualificar o uso multifuncional e socioambiental das PPs;

● Avaliar a qualidade de todas as PPs;

● Apontar o estado de conservação das PPs.

Essa busca ocorreu sempre com a ênfase na questões ambientais e sua funcionalidade.

Para desenvolver a comparação e qualificação das PPs, foi aplicado um índice que favoreceu

a avaliação da qualidade e a conservação de cada PP. Portanto pode servir para indicar aquelas

PPs que estão em boas condições de uso, com quantidades e qualidades adequadas dos

equipamentos de infra-estrutura e também as questões ambientais adequadas. Identificando

também e aquelas PPs que precisam de adequação para atingir o nível adequado.

Para avaliar o nível de qualidade das PPs, é necessário levar em consideração as

inúmeras funções que ela apresenta. A praça oferece condições de lazer? Pode-se praticar

esportes em sua área? Trata-se de um local de estar, de reunião de pessoas? Quais as funções

ambientais que desempenha? Quantos são os equipamentos de infra-estrutura urbana

presentes nas PPs? Qual o estado de conservação de cada equipamento? Esses equipamentos

estão sendo utilizados atualmente para quê (serviços e/ou lazer e/ou ambiental)? Os índices

foram construídos observando em cada PP a infra-estrutura de serviços, lazer, meio ambiente

físico e arborização.

No primeiro capítulo é desenvolvido uma análise do surgimento e da evolução das

áreas verdes, até as atuais PPs. Um breve histórico sobre essas áreas no mundo até chegar as

praças brasileiras, além de apresenta inúmeros benefícios identificados que atenuam a

problemática urbana. Também aborda as perspectivas dos cenários abióticos e bióticos

existentes e sua contribuição para com os cenários nativos, o que proporcionam ambientes

para permanência de espécies originárias da região, no meio urbano. Ainda foram tratados a

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arborização e sua correlação com as cidades. Iniciando com as mudanças que ocorreram

devido a modificação do campo para o meio urbano. Com estratégias de avaliação do aspecto

geral sanitário das árvores presentes nas PPs, assim como análises da biodiversidade da

localidade considerando as vantagens das espécies nativa. Ainda ligado a este tópico, foram

levantadas algumas das leis federais, estaduais e municipais que relacionam-se a proteção do

meio ambiente que favoreça a qualidade de vida urbana.

No segundo capítulo foram apresentados os procedimentos relacionados aos métodos e

os materiais utilizados para que fosse feito esse estudo sobre as PPs do bairro de Neópolis,

Natal – RN. A identificação das PPs foi o primeiro passo, depois foi aprofundada a

investigação inclusive com ida em campo para o preenchimento de um formulário padrão.

Posteriormente foram criadas tabelas e relacionadas os dados necessários para os cálculos dos

índices. A arborização foi estudada identificando o estado de “saúde” da árvores da praça,

família, espécie, nome científico e popular de cada árvores presente nas PPs.

No terceiro capítulo foram apresentados os resultados e as discussões pertinentes: a

avaliação geral dos aspectos das PPs; aos índices parciais e geral (IQP), que foram calculados

para cada PP; as questões arbóreas pesquisadas, que foram a identificado para cada árvore

sobre a (família, gênero, nome científico e nome popular) que cada árvore se encontra, além

do estado fitossanitário geral das árvores presente na praça.

Para finalizar foram apresentadas sugestões no quarto capítulo com as considerações

finais, com o propósito de sugerir melhorias a serem imprementadas nas PPs que possa

atender as necessidades sociais assim como também considerar as possibilidades ambientais a

servirem ao meio urbano.

Portanto essa pesquisa se apresenta como um instrumento para servir a estudos sobre

as PPs nos demais bairros da cidade, assim como também sobre as PPs de outras cidades.

Portanto contribuir com o planejamento das áreas urbanas, que pode usar desta pesquisa para

criar, aprimorar e efetuar a manutenção das PPs.

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16

2 PPs URBANAS E A ARBORIZAÇÃO

Serão discutidas informações sobre a origem das praças, da arborização e das leis

criadas pelos homens para o vigorar no contexto urbano. Sempre focando as questões

socioambientais que favoreça a qualidade de vida das pessoas e consequentemente adequada

biodiversidade regional, o qual contribui para o cotidiano que evoluiu a espécie humana

(homosapien) e consequentemente as pessoas da atualidade estão adaptadas a essa conjuntura,

o que pode prover as cidades ao ambiente que promova a natureza.

2.1 HISTÓRIA DAS PPs

As áreas comuns aos seres vivos são a essência natural do planeta Terra, e se for

buscar informações sobre o convívio entre as espécies vivas da fauna e flora que conviveram

na história, se percebe que a natureza da competição por sobrevivência é o marco regulatório

que permeou sozinha a ocupação do espaço terrestre. Atualmente o homem vive em grupos de

indivíduos cada vez mais numeroso, o que fez privilegiar espaços comuns as pessoas. No

passado recente eram pequenas etnias, relacionadas ao parentesco, que dividiam tarefas

simples como caças, plantar, cuidar das crias e preparar os alimentos. Depois surgiram as

cidades que se expandiram com a industrialização o que fez do trabalho uma tarefa cada vez

mais especializada. Hoje as cidades contemplam espaços multifuncionais, mas a maioria das

matérias primas usadas nas cidades são oriundas de áreas cada vez mais distante do meio

urbano (alimento, água e ar para consumo humano, dentre outros).

Nesses espaços livres chamados de praças, foram desenvolvidas as relações sociais

como confraternizações, ações espirituais, jogos e até como localidade de circulação dentre

outras formas de convívio entre o homem e as outras espécies da flora e da fauna. Mais

recentemente com a revolução industrial foi grande a urbanização para atender as demandas

dos trabalhadores que se aglomeravam em torno das empresas.

No Brasil, muito antes da descoberta pelos europeus, as tribos indígenas já delineavam

espaços livres, espaço vago e/ou áreas verdes próximos de suas aldeias. Com os portugueses,

em terras indígenas foram desenvolvidas as vilas que sempre coexistiram grandes largos

abertos como em Porto Seguro no local onde se encontra o marco colonizador no Centro

Histórico. As atuais e mais antigas praças brasileiras se originaram ao redor das igrejas, sendo

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o início dos espaços livres públicos urbanos no Brasil. Junto favoreceram a construção de

residências exuberantes, assim como os prédios públicos notáveis e consequentemente o

comércio principal da região. Assim sempre servindo como local de convivência da

comunidade o que hoje se concebe centro antigo das cidades históricas, Gomes (2007).

Lima (1994), afirma que o começo da utilização de áreas públicas na antiguidade

clássica, pode ter sido a Ágora de Atenas, talvez, o único espaço nas cidades daquela época de

uso comum e acessível a todos. Destinou-se como local próprio ao culto dos deuses do

helenismo, assim como à função de unir o povo de Atenas, com a finalidade de discutir a

política da república. Nesse contexto reunia templos das diversas divindades, a arborização

existia e as árvores representavam uma homenagem aos deuses, além da função de melhorar

as condições microclimáticas. Devido ao grande porte das árvores provinha o sombreamento

satisfatório para amenizar as elevadas temperaturas que atingiam seus 40°C. Ainda nesse

estudo Lima (1994), declara a dificuldade atualmente em diferenciar e definir claramente o

que se considera espaço livre, área verde, parque urbano, praça e arborização urbana, entre

outros.

Esses espaços livres surgiram nas cidades antigas como instrumentos capazes de

agregar pessoas e contribuir para a evolução da cidadania, servindo a inúmeras funções

sociais e ambientais. Esses largos foram capazes de reunir pessoas para conversar e discutir

assuntos, hoje, servem à função social e ambiental, devido a adversidade urbana, se elevam a

importância estratégica destas áreas para atenuar as conturbações. Primeiro foi orientada para

espaços onde não favorecia as edificações, ou para serviços como cemitérios. Hoje com as

grandes cidades tendo grandes déficit de áreas verdes, são cada vez mais valorizadas esses

vínculos, inclusive incrementando ao padrão e ao valor dos imóveis próximos a áreas

arborizadas, conforme Gomes; Soares (2003).

As áreas verdes, que incluem as PPs, são elementos necessários às cidades, sendo

conceituadas positivamente pela população e por planejadores municipais, principalmente a

partir do século XIX. Gomes; Soares (2003), assegura que a vegetação adentrou o espaço

urbano naturalmente, e que somente recentemente passou a ser inserida como obrigação nas

áreas urbanas, em especial como elemento associado às áreas de lazer. O foco dado às PPs

leva em consideração a diversidade, o espaço vago e seus usos por parcelas significativas da

população mais carente. Destacam os autores o descaso do poder público para com as áreas

verdes, principalmente aquelas localizadas nas regiões periféricas das cidades.

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Desta forma aos poucos as cidades brasileiras foram inserindo as árvores no espaço

urbano, pois a monotonia das cidades associada com as necessidades ambientais, que se

fazem presentes devido à expansão urbana e aos problemas dela decorrentes, podem ser

atenuadas. Mota; Almeida (2011), dizem que a arborização serve para purificar o ar por

fixação de poeiras e materiais residuais, para a reciclagem de gases através da fotossíntese,

para regular a umidade e a temperatura do ar, para melhorar a permeabilidade, a fertilidade e a

umidade do solo, e ainda protegê-lo contra a erosão. Serve ainda para diminuir os níveis de

ruído servindo, como amortecedor do barulho nas cidades. E por último contribui para o

equilíbrio psicológico e social, influenciando o estado positivo de ânimo das pessoas.

Os espaços vagos ou livre que que existem nos aglomerados humanos, Foram servindo

como ambiente agradável para inúmeras atividades socioambientais, tendo como a

importância da vegetação nas cidades como estratégia eficiente para o alívio térmico, segundo

Silva et. al. (2011, p. 1):

A influência positiva dos recursos naturais de conforto nas cidades tem sido demonstrada por meio de vários estudos que apontam, entre outros benefícios, a amenização da temperatura, a manutenção da umidade do ar e a redução do consumo energético. Devido à falta de planejamento urbano, má implantação da arquitetura e devastação da vegetação, as cidades tornaram-se verdadeiras ilhas de calor, desafiando constantemente seus habitantes a conviver com tamanho desconforto térmico.

Vale ressaltar que diferente do que ocorre aqui no Brasil, em outros países mesmo sem

leis que obriguem a existência de áreas verdes, elas têm significativa importância, veja um

exemplo que Cavalheiro (1992, p. 1) apresentou em um encontro sobre arborização urbana.

Na República Federal de Alemanha, embora não haja leis nem normas que obriguem que se siga uma certa proporcionalidade, observa-se que os espaços de integração viária constituem 10-20% do território urbano, os construídos de 40-50% e os livres de construção outros tanto 40-50%. Ficando assim destinados aos espaços livres de construção, quase sempre, um mínimo de 40% e, depois de designados no zoneamento urbano, não são mais permitidos usos que venham a impermeabilizar estes espaços.

No que se refere ao meio ambiente, os espaços não utilizados para construções

contribuem para permeabilidade do solo, e assim evita o aumento da quantidade de

escoamento superficial devido à pouca infiltração de água no solo na área urbana. Essa

intervenção do homem modifica sistematicamente o funcionamento natural dos mecanismos

da bacia hidrográfica, o que vem favorecendo enchentes cada vez mais catastróficas, além de

outros prejuízos para o meio ambiente e a vida em geral,de acordo com Silva et. al. (2009).

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A investigação de Antunes; Figueiró (2011), sobre a interação biótica e abiótica de

uma região, indica que cada biótopo desenvolve uma função ambiental específica no conjunto

da paisagem. A compreensão do biótopo com o propósito de manejo isolado, ou de vários

territórios, é fundamental para melhorar a amplitude das funções da praça pública para a

cidade, pois prevê mensurar o contingente: do meio ambiente físico, fauna/flora presente,

características climáticas, dentre outros e como melhor entender uma determinada região para

melhorar seu potencial de biodiversidade e qualidade ambiental.

Isernhagen (2009) faz uma revisão teórica sobre o uso de espécies nativas regionais na

silvicultura urbana das cidades, com o propósito de reconhecer a importância e preservar as

espécies tradicionais das regiões do mundo. A estratégia é planejar biótopos para atender a

fauna e servir ao ecossistema, pois as espécies nativas arbóreas se fazem uma importante

ferramenta para enriquecer um ambiente que tem um nítido predomínio de espécies exóticas.

É conhecido que para espécies da biota local a paisagem nativa se transforma num referencial,

principalmente, para espécies especialistas, assim contribuindo para a conservação biológica

regional. Portanto, todos os administradores devem se ater à necessidade de manter ou mesmo

reintroduzir espécies que representem a união do bem estar da sociedade associado à

paisagem nativa de cada bioma.

Com o esforço de configurar o equipamento socioambiental que é a praça para o bem

da cidade, Leitão (2002) perpassa pelo uso potencial, foco estratégico relacionado a esse

instrumento das cidades. Para esse fim constrói um manual de procedimentos para nortear o

planejamento e a avaliação deste tipo de área verde. Desta forma desenvolve um histórico

sobre este item urbano e a fase atual em que se encontra o espaço público. Hoje como recurso

urbano que desenvolve funções como: estar, lazer, esporte, descanso, contemplação, festa,

ecologia, estética, educação e até para a psicologia das pessoas. Para melhor desenvolver o

espaço da praça deve-se ater em conhecer seu usuário e a potencialidade da área, devido a

localização do espaço a ser racionalizada.

Para fomentar adequadamente a PP, deve-se observar exaustivamente a área onde vai

intervir, compreendendo a necessidade urbanística da região do entorno, analisando e

considerando a evolução urbanística, cidadã e cultural da região. Sempre centrada nas funções

e potencialidades a servirem ao usuário, sem prejudicar a simbologia, identidade e história da

área livre em questão. Todas essas compreensões devem servir para coordenar uma ação

proativa. Leitão (2002) ainda delineia os equipamentos adequados e suas utilizações na PP,

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além de fazer uma breve reflexão de como dispor os equipamentos e as árvores, e como

efetuar a manutenção adequada para a utilização possível para servir a cidadania.

Alex (2008) pesquisou a história de algumas PPs de São Paulo e as comparou com

praças existentes no mundo, constatando a inserção de psicologias que modelaram a

construção das praças na história recente. Na sua evolução esse espaço público no Brasil vai

deixando de figurar como importante atrativo para a promoção das práticas sociais devido ao

contexto do pensamento que se desenvolve. Fato marcante é a época da ditadura militar, que

devido a forma de tratar a união e a inter-relação humanas que ocorrem nas PPs naturalmente,

e assim tornando-as em locais de repressão a reunião de pessoas. Ou seja, em um período de

nossa história negaram a praça como referencial de expressão cultural urbana.

Esse pensamento, que discrimina a praça e suas atividades sociais, tornou um padrão a

ser adotado no planejamento urbano, principalmente, na época de domínio militar no Brasil.

Não ocorrendo acessibilidade, que é condição primordial para o uso das PPs, foram tempos na

história das PPs que pouco foram usadas pelo convívio humano e assim o distanciamento da

cultura da localidade e consequente do usufruto para a cidadania prejudicado.

Portanto a PP atualmente pode servir as cidades como área capaz de agregar a

sociedade atual aos conceitos ambientais associados as práticas sociais de lazer. Podendo

apresentar equipamentos de serviços de utilidade pública, esporte, de estar junto aos quesitos

ambientais adequados para atender aos aglomerados urbanos.

2.2 ARBORIZAÇÃO

As árvores que ocorrem nas cidades em nossa civilização, frequentemente tem como

característica a implantação sem o devido planejamento, isso influenciado pela expansão

desordenada dos aglomerados urbanos, como já foi visto anteriormente. A propagação das

áreas urbanas, advinda pelo aumento da população das cidades devido a migração em massa

de pessoas vindas do campo para servir a industrialização, que ocorreram principalmente no

século XX no Brasil. A rapidez associada ao descuido no ordenamento racional de

zoneamento, contribuíram para prejudicar a qualidade ambiental.

A arborização ocorria naturalmente nas áreas rurais com áreas (nativas, com hortas,

com frutas, dentre outras) e com a expansão das cidades, a diminuição desses espaços verde

ocorre. Provavelmente a percepção dos moradores em relação às árvores esteja relacionada

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com o grau de escolaridade, conforme atesta Souza (2008). Portanto, o reconhecimento dos

benefícios oferecidos pelas árvores para melhorar a qualidade de vida urbana passa pela

conscientização da população. Nesta conjuntura, somente estudos direcionados à percepção e

à análise comportamental da população sobre o meio ambiente podem servir como

indicadores para o planejamento racional, e ser empregado naturalmente na elaboração do

plano diretor das áreas urbanas.

Para interpretar o cenário arbóreo presente numa praça, segundo Ribeiro (2007), é

necessário observar o aspecto geral das árvores assim como: diâmetro de copa, presença de

pragas, doenças ou parasitas, ocorrência de podas inadequadas, fitossanidade da raiz, tronco e

copa. Também como parte integrante da análise do meio abiótico, se faz necessária a

interpretação das condições físicas do meio ambiente em que se configura a área verde. Esta

análise se torna essencial para o planejamento de ações voltadas para favorecer a

biodiversidade.

Mesmo em países desenvolvidos falta recursos materiais e humanos suficientes para

planejar essa ação que pressuponha o respeito a biodiversidade. Faltam profissionais

capacitados para atingir tal objetivo, pois atualmente a ampliação das áreas urbanas ocorre

numa progressão geométrica. Sandström et. al. (2006) apresentam essa estratégia inteligente a

ser desenvolvida nas cidades brasileiras, pois trata do planejamento associado ao respeito à

biodiversidade que ocorre na Europa, onde a preservação da biodiversidade suscita a

combinação inteligente da proteção, controle e restabelecimento dos habitats, com propósito

de preservar ecossistemas representativos e viáveis. Com a paisagem urbana ocupando o

espaço natural e servindo como moradia dos humanos, é fundamental orientar ações que

promovam ambientes para a biodiversidade que reinava no local antes da implantação da

cidade, e assim é necessário considerar o entendimento do conceito de biodiversidade.

Alguns fatores importantes são promovidos pela arborização e são elencados pelo

Ministério Público – MP, como: o favorecimento de crianças, que em contato com o verde são

mais atentas a ética ambiental; os hospitalizados e estudantes, se mostram mais harmoniosos e

mais conscientes de seu habitat; evita deslizamentos, erosões e enchentes, controlando o ciclo

hidrológico; contribui para a redução da poluição atmosférica; controla a temperatura

evitando os extremos entre a noite e o dia; corrobora com a diminuição da poluição sonora;

favorece o convívio social e comunitário; embeleza as cidades com a harmonização do espaço

e o impacto das construções; desenvolve-se como espaço de meditação e prática de esportes;

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atrai pássaros e outros seres devido à presença da flora e fauna, de acordo com Matos;

Queiroz (2009).

As espécies nativas, por ocorrerem naturalmente na região, e assim estarem em

consonância com o clima, solo e vegetação, além da preservação do patrimônio genético,

ainda contribuem servindo e estimulando espaço adequado às espécies da fauna e flora

regionais. Além disso, a interpretação do MP baiano que espécies exóticas como acácia,

algaroba, nim, eucalipytus, que também estão presentes aqui no Rio Grande do Norte, se

configuram como um problema a ser enfrentado atualmente. Encaminha o MP BA o plantio

de várias espécies nativas de forma planejada.

Para melhor atender as questões sociais e ambientais, a arborização nas praças

públicas devem estar presente e contribuindo com ecossistema regional. Desta forma servir a

população como cenário natural e também favorecer a permanência das espécies da fauna e da

flora nativa. Algumas ações que favorece a arborização nas cidades já existem e são

delineadas através da legislação, o qual serão apresentadas a seguir.

2.3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

A Constituição Federal de 1988, no artigo 225 afirma que todos têm o direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, para o presente e o futuro, e responsabiliza ao MP essa

fiscalização, essa afirmação e muito geral e faltam detalhes para ser aplicada nos municípios,

estados e a federação. Para Brun (2008), a análise da legislação de alguns dos municípios

brasileiros no intuito de contribuir para aprimorar as leis existentes e também incentivar as

entidades a cobrarem melhores legislações para seus membros republicanos. Entre as 10

legislações municipais observadas pelo autor citado, 60% delineiam espaço específico na lei

para arborização urbana. Sendo que nas demais leis aparecem associados ao meio ambiente

com pequenas contribuições ao instrumento criado pelo legislativo. Apenas em um município

a lei contempla o incentivo às áreas verdes particulares, em algumas cidades a legislação

avança para programas educativos sobre a arborização. Ainda assim, no que concerne a

aspectos técnicos, várias leis desenvolvem equívocos quanto ao corte, poda, substituição,

reposição e espécies exóticas com princípios tóxicos. Para finalizar Brum (2008) afirma que o

direito de acesso à informação pela população passa longe de ser garantido em várias leis.

No Estatuto das Cidades, Brasil (2001, p. 1), na lei nº 10.257, regulamenta o uso da

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propriedade urbana no intuito do bem coletivo humano, da segurança e do bem-estar dos

cidadãos moradores dessas regiões, bem como do equilíbrio ambiental que favoreça a

harmonia entre a população de o meio ambiente. Essa lei tem objetivo de ordenar o pleno

desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, com as diretrizes

gerais que atende a este estudo:

I - garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;VIII - adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do território sob sua área de influência; XII - proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico.

Na cidade do Natal, existem leis que apoiam ações relacionadas às questões

ambientais. Exemplo é a Lei complementar nº 82, Natal (2007, p. 1), que institui o plano

diretor, que prevê dentre outros quesitos o ordenamento urbano do município. Nela as

empresas e outras entidade presentes na cidade são incentivadas a adotarem as PPs do

município.

Art. 3º - Os critérios que asseguram o cumprimento dos objetivos expressos nos artigos 1º e 2º desta Lei, nos termos do art. 119 da Lei Orgânica do Município do Natal, são dentre elas, cito:I - a preservação, proteção e recuperação do meio-ambiente e da paisagem urbana, com vistas a garantir, além da manutenção equilibrada dos recursos naturais, qualidade de vida para os habitantes do Município, incentivo à atividade econômica sustentável e proteção ao patrimônio histórico e cultural da cidade;VI - a criação de condições para se estabelecer a participação da iniciativa privada nos investimentos destinados à implantação de parcerias em programas e projetos de interesse coletivo, no Município.

A Lei municipal 289, Natal (2009, p. 1), obrigava as concessionárias de

veículos da cidade de Natal, conforme os carros vendidos a plantar árvores.

Art. 1º – Fica instituído que as concessionárias localizadas no Município de Natal, por estarem diretamente ligadas, à venda de produtos (automóveis), que são fontes emissoras de dióxido de carbono (CO2), ficam obrigadas a comprovar o plantio de árvores compensando quantidade de carros novos vendidos no período de 03 (três) meses.

Porém o juiz Airton Pinheiro, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Natal, determinou a

suspensão da exigência prevista na Lei Municipal 289/2009. A legislação pode contribuir com

incentivo e até com a obrigação de ações que proporcionem a melhoramento das áreas

urbanas, dentre elas as PPs. Faltam leis que incentive a maior diversidade de espécies nativas.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para esta pesquisa foi primeiro identificado e localizado as PPs a serem estudadas, em

campo foi preenchido um formulário em cada PP sobre infra-estrutura de serviço, lazer e

ambiental. As informações obtidas através do formulário foram organizadas em planilhas para

serem relacionadas e servirem a instrumentos que favoreça a visualização e a comparação

entre as PPs. Também foi feitas entrevistas com o profissional da prefeitura municipal de

Natal. Essas etapas ocorreram para levantar os dados sobre as PPs.

3.1 LOCALIZAÇÃO DAS PPs

Com mais de 30 anos do início de sua urbanização, o bairro de Neópolis o qual foi

considerado o limite de área deste estudo, possui atualmente cerca de 22.555 habitantes

residentes em mais de 6.700 domicílios particulares permanentes, em uma área de 322 ha. O

bairro de Neópolis, localizado na região sul da capital Natal – RN, na década de 1970

pertencia a antiga Granja da Vassoura, onde inicialmente foram implantados conjuntos

residenciais. Na época, a dificuldade de transportes e a distância do centro da Cidade, era

vista como obstáculo para ocupação e consequentemente servir a moradia da cidade, Natal

(2012). Instituído através da Lei n° 4.328 de 5 de abril de 1993, o bairro atualmente se

encontra consolidado com vários serviços públicos e praticamente toda sua área urbanizada.

Esse estudo se desenvolveu em todas as 22 PPs do bairro de Neópolis (Figura 01).

O levantamento do endereço e da localização das PP do bairro de Neópolis, foi obtido

do anuário produzido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo –

(SEMURB) Natal (2012), apresentado na (Tabela 01). O objeto deste estudo foi quantificar a

qualidade das PPs e compará-las entre si.

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Figura 1 – Mapa de localização das 22 PPs do bairro Neópolis – Natal – RN. A numeração que vai de 1 até 22, representa cada praça elencada na Tabela 1.

Fonte: dados Natal (2009), associados e editados por Gil Cesar

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Tabela 01 – Identificação das PPs do bairro Neópolis, Natal – RN.

Identificação da praça públicanº Nome Endereço Área m²

1 Sem nome 01 Rua Itapeva / Rua Iguatama / Rua Minas Nova 1920

2 Sem nome 02 Rua Pirapora / Rua Diamantina 1367

3 das Rosas Rua Estrela D’alva / Rua Diamantina 3615

4 Joaquim Eufrásio da S. Júnior Rua Congonhas / Avenida Ayrton Senna 3942

5 Washington Luiz Rua Brasópolis / Avenida das Alagoas 2069

6 Sem nome 03 Avenida das Alagoas / Rua Cataguases 433

7 Gov. Tarcísio Maia Avenida Alagoas /Rua Cambuí/ Rua Caxambu 9549

8 Dinarte Mariz Av. das Alagoas / Rua Cambuí 246

9 Isaura Bem Fica Teixeira Rua Dr. João Tinoco Filho / Largo Isaura B. Teixeira 1579

10 Marechal Deodoro Av. das Alagoas c/ Av. São Miguel dos Caribes 1247

11 Marechal Floriano Peixoto Avenida Porto de Pedras 2065

12 Sem nome 04 Rua Antônio Justino de Medeiros 9643

13 Conjunto Monte Belo Rua General Fernando Leitão 540

14 Cristo Rei Rua Juiz de Fora c/ Av. São Miguel dos Caribes 13709

15 Dom Adelino Dantas Rua Rio Grande do Norte/Rua Paraíba/Av. dos Ipês 3578

16 das Acácias Br-101 / Alameda das Acácias 1683

17 Ayrton Senna Rua das Castanholas c/ Avenida Ayrton Senna 6684

18 Central de Neópolis AL. Flamboyants/Av. Cerejeiras/AL Buganvilles 10798

19 Imaculado Coração de Maria Rua Brasília / Rua Rondônia / Rua Mato Grosso 2752

20 dos Idosos Av. São Miguel dos Caribes / Av. São João Del Rei 8184

* 21 Flamboyants Rua Prefeito Expedito Alves 230022 da Guerreira Br-101 / Alameda das Acácias 5916

Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo – SEMURB, com base nos dados da SEMSUR - Secretaria Municipal de Serviços Urbanos - 2011.

3.2 PPs DO BAIRRO DE NEÓPOLIS

As informações referentes as PP do bairro Neópolis, foram obtidos através de consulta

aos bancos de dados da prefeitura municipal de Natal – PMN, com o preenchimento de um

formulário que foi idealizado, através de entrevista feita com servidor municipal e moradores

de áreas próximas as PP foram levantadas as informações. Também procurou encontrar um

mecanismo que possibilite comparar a qualidade das PP do bairro citado no que concerne a

infra-estrutura de equipamentos de serviços, lazer, sobre o meio ambiente físico e arborização.

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3.2.1 Características das PPs do bairro de Neópolis

Na pesquisa realizada nos documentos disponibilizados pelos órgão municipais foram

levantadas 22 PPs, com a localização geográfica (Figura 1). Em seguida foi feita uma visita de

campo e a leitura de referência Gomes (2012). Posteriormente foi desenvolvido um

formulário (Anexo B), que foi aplicado em cada PP. Foram também obtidos os dados em

visitas a SEMURB, e através de entrevista feita com Costa (2013), responsável pelos dados

disponíveis sobre a área das PPs do bairro de Neópolis.

Para encontrar as áreas aproximadas de cada PP do bairro de Neópolis, foi feita uma

entrevista dividida em duas partes, com o servidor Marcus Vinicius dos Santos Costa, que

exerce o cargo (de serviço técnico, geógrafo) da SEMURB. Na primeira parte da entrevista

foram obtidos os poligonais disponível no arquivo do cadastro imobiliário da Secretaria

Municipal de Tributação – SEMUT, e usando o programa (Autocad 2010), foram sobrepostos

no programa (ArcGis 10), para aferir a respectiva área em m² de cada PP. Nesta ocasião,

ocorreram a medição de 21 PPs. Na segunda parte da entrevista realizou-se o delineamento

dos procedimentos técnicos desenvolvidos, sendo esclarecido o motivo da praça Flamboyants

pertencente ao bairro Capim Macio estar presente na lista da SEMSUR, porém não pertencer

ao perímetro do bairro de Neópolis. Além de outras PPs como a dos Idosos não ser definida

praça, segundo o cadastro imobiliário da SEMUT.

Em campo o trabalho ocorreu entre março até setembro de 2013, com coleta de dados,

registos fotográficos e coleta de partes das árvores não identificadas localmente.

3.2.2 Comparação entre as PPs do bairro

A comparação entre as praças foi realizada através da aplicação do índice de qualidade

das Praças – (IQP), delineada por Gomes (2012). Esse instrumento possibilitou a comparação

entre as PPs com suas diferentes composições e auxiliou a manipulação dos dados que foram

divididos em infra-estrutura de serviços, infra-estrutura de lazer/esporte, infra-estrutura física

ambiental, infra-estrutura arbórea. Cada índice de qualidade IQ, sendo os índices parciais

relacionados a valores obtidos por quesitos de: serviços de utilidade pública (IS); lazer que

envolva esporte, exercício e estar (IL); estruturas físicas relacionadas ao meio ambiente (IF);

fatores relacionados as árvores (IA), e o índice geral que quantifica todos os fatores

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relacionados a qualidade das PP (IQP). Cada um desses índices com valores finais entre 0 e 1.

3.2.3 Formulário

O formulário utilizado neste estudo teve como base o formulário construído por

Gomes (2012), foram realizadas pequenas modificações envolvendo um maior foco no meio

ambiente e melhor interpretação da funcionalidade dos equipamentos. (Anexo B),

contemplando:

1 – Identificação da praça com nome e endereço retirado do banco de dados da

SEMURB de acordo com informações dispostas no anuário Natal (2010), dia e turno da

visita;

2 – Predominância da ocupação do entorno, sendo administração pública ou comercial

ou residencial com tipo predominante, vertical ou horizontal;

3 – * Tabela com infra-estrutura de serviços elencados em: 1.e (lixeira), 2.a

(bebedouro), 2.b (iluminação), 2.c (sanitário), 2.e (telefone público), 7.a (estacionamento),

todos eles sendo considerados equipamentos que atenda à praça no todo e não somente a uma

parte dela;

* Tabela de infra-estrutura de: esporte – 1.h (pista de skate), 3.a (campo de

futebol), 4.a (quadra poliesportiva), 5.a (espaço para caminhadas) – exercício físico – 1.a

(academia de terceira idade), 1.c (academia de exercício físico) – de estar – 1.b (bancos), 1.d

(jarros), 1.f (mesas e assentos), 1.g (monumentos e esculturas), 1.i (placas educativas), 2.d

(parada de ônibus), 6.a (espelho d'água e/ou fonte) – recreação infantil – 1.j (playground)

estado de conservação dos equipamentos foi analisado visualmente e considerando a

predominância do grupo do mesmo gênero.

4 – Referente aos aspectos ligados ao meio ambiente:

* Aspecto físico ambientais: 4.1 área obtida através da entrevista feita com o

responsável da SEMURB (m²); 4.2 drenagem (interna, externa e plana); 4.3 área permeável

(>75%, 75≤50%, 50<25% , 25≤5%, <5% ); 4.4 limpeza do ambiente da praça (boa sem lixo,

razoável com algum tipo de lixo na área da praça e ruim tomada pelo lixo em toda a praça);

4.5 limpeza frequentemente realizada por funcionário público, usuário/população ou outros;

* Arborização: 4.6 vegetação arbórea presente (não ou sim, 4.7 quantos); 4.8

altura média das árvores presentes na praça (>6m, 4>5m, 1>3m); 4.9 aspectos físicos

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sanitários das árvores no geral (saudável, regular, fraco/doente ou definhando); 4.10

compactação da vegetação arbórea (copas formando um dossel em toda área, copas tocando,

formando um dossel na maior parte, algumas copas de árvores apenas se tocando com suas

copas isoladas, copas das árvores totalmente isoladas. Também foi aferido valor para

proporção de espécies nativas sobre o total (> 75%, 75≤50%, 50<25%, 25≤5%, <5% ); e a

diversidade de espécies presentes na praça (≥ 20, 19 ≤ 10, 9≤5, 4≤1 ou sem árvores); 4.12

gramados; 4.13 canteiros; 4.14 arbustos; 5.1 parcerias públicos com entidades; 5.2 existência

de ponto de comércio na área da praça; 5.3 existência de ponto de serviço na área da praça;

5.4 outros usos e fins da área da praça pública; 6 este item se refere à área sombreada no meio

dia, que foi relacionada com a cobertura arbórea presente.

Em todos os casos de equipamentos de serviços e de, lazer foram observados o estado

de conservação mencionado por Gomes (2012) (Anexo B). Vale ressaltar que alguns ajustes

para se adequar a interpretação do estado de conservação dos equipamentos foram realizados

para melhor analisar os quesitos de utilidade de cada componente. Estão relacionados aos

itens: 3.1, 3.2, 3.5 e 3.7 de lazer e infraestrutura:

- foi considerado bom, quando em perfeito estado de funcionamento, pintura,

demarcação sem rachadura, remendos, irregularidades que prejudiquem o funcionamento e

utilização dos equipamentos;

- foi considerado razoável, quando a maioria dos equipamentos potenciais, funcionam

sem colocar em risco a integridade do usuário mesmo com pintura desgastada, demarcação

precária remendos e rachadura que não comprometam a estrutura, irregularidades pequenas,

quando envolver pisos, pavimentações e/ou coberturas;

- foi considerado ruim, quando a metade ou mais dos equipamentos do mesmo

gênero, estiverem sem condições de uso, ou inapropriados, ou seja, que comprometam seu

funcionamento ou a estrutura, com potencial risco de acidente no decorrer do uso.

Foi seguido os critérios sugeridos por Gomes (2012).

3.2.4 Estudo das Árvores

Para cada árvore presente na praça, foram identificados a espécie, a família e nome

popular das mesmas. Caso não identificado o indivíduo no local, foram registradas fotos e

coletadas partes da árvore (folhas e/ou e/u frutos), quando as flores que cientificamente é a

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mais adequada. Com esse material em mãos e junto com o orientador que já estudou vários

bairros da cidade inclusive Neópolis, foram feitos os reconhecimentos das árvores não

identificadas em campo, usando: Lorenzi (1992, 1998, 2009) – para identificar as árvores

brasileiras; Lorenzi et. al. (2003) – para reconhecer as árvores exóticas presentes nas PPs;

Lorenzi et. al. (2004) – para constatar as espécies de palmeiras exóticas no Brasil. Depois foi

confirmados o o nome científico válido para cada espécie no sítio www.theplantlist.org.

3.3 ORGANIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES E DOS DADOS

Após a coleta das informações e dos dados, estes foram organizados em várias tabelas,

e calculado os índices parciais (IS, IL, IF, IA), que serviram para o calculo do índice geral

(IQP). A tabulação foi feita usando o programa LibreOffice Calc. Nesse mesmo software

foram criadas duas tabelas:

• na primeira foram armazenadas a característica das PPs e a presença dos

equipamentos serviço/lazer e suas condições de uso. Com esses dados foi

construído a (Tabela 02) que trata dos índices;

• na segunda com as informações relacionadas as e suas características. Resultaram

a partir deste documento a (Tabelas 01, 03 e 04)

As duas tabelas se desdobraram em várias planilhas que formaram a base para

construção das figuras e das tabelas, apresentadas neste documento para futura análise e

exposição dos dados em gráficos. Desta forma, a riqueza foi apresentada na (Figura 02) e a

diversidade no (Figura 03).

Para o calculo dos índices foram usados os dados tabulados e um conta matemática

com base na presença de árvores nativas dividida pelo total de árvores presentes na praça,

também foi analisado a diversidade de espécies e anotado a quantidade e associado ao dado

conforme estrutura de cálculo em (Anexo B), de Gomes (2012).

Para encontra o IQP, foram realizado as seguintes cálculos parciais que referem-se a

indicadores que agrupam-se a serviços IS, lazer IL, física ambiental IF, arbórea IA. Para

entender como foi calculado (S, SC, L, LC, D, P, Li, C, N, DI, F), verificar ANEXO A

em que: IS=(S+SC) / 2, valor associado a infraestrutura de equipamentos de suporte;

IL=(L+LC) / 2, valor associado a infraestrutura de equipamentos de lazer;

IF=(D+P+Li) / 3, valor associado a infraestrutura física ambiental;

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IA=(C+N+DI+F) / 4, valor associado a infraestrutura arbórea.

logo: (IF + IA)IQP = IS + IL + 2 3

A fórmula matemática do IQP, tem como resultado valores entre 0 e 1 (zero e um).

3.4 ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES E DOS DADOS

Para facilitar a visualização e a avaliação dos valores dos índices de cada praça,

foram adotados três categorias com base no valor obtido pelo indicador: baixo (0 a 0,4),

médio (0,4 > a > 0,6) e alto (0,6 a 1).

− Índice baixo: área que se caracteriza pela ausência e/ou precaridade de infra-

estrutura de serviços, lazer e ambiental. Que corresponde a baixa qualidade dos

serviços em questão analisados, consequentemente com uso potencial não

adequado para atender a população. Se configurando apenas como uma área verde

com uso improvisado.

− Índice médio: onde observada a precária situação dos equipamentos em

quantidades e/ou condições dos parâmetros observados. O que corresponde a

limitadas possibilidades de uso potencial pelos cidadãos.

− Índice alto: PPs que se enquadraram neste grupo de índices devem estar com a

quantidade e a qualidade dos equipamentos de suporte, esporte/lazer adequados

para uso pelo cidadão, além da situação favorável ao meio ambiente.

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4 DESFECHO E ANÁLISE DAS PPs DE NEÓPOLIS

Os dados obtidos na pesquisa são apresentados em três grupos contendo: dados gerais,

dados associados ao IQP, e dados associados a arborização presente nas PPs do bairro de

Neópolis, Natal – RN. Sendo que as PPs do bairro de Neópolis apresentam-se com apenas

quatro que equivale a 8% de espécies nativas numa diversidade de 49 que corresponde a

100% das espécies de árvores identificadas. Vale ressaltar que o bairro de Neópolis e um dos

bairros que mais possui PPs na cidade do Natal – RN, inclusive tendo bairros desta cidade que

não possui PP, como indicado por Gomes (2012).

4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS PPs DE NEÓPOLIS

Foram identificadas e estudadas 22 PPs, com área total de 93721 m² e uma média de

4260 m² por praça, num bairro que soma 408 ha, com densidade em 2007 de 56 habitantes por

ha. Em apenas quatro ou 18% das PPs a área total se aproxima ou ultrapassa a 1 ha, sendo a

PP Cristo Rei a maior área o qual soma 13.709 m² e a PP Dinarte Mariz com 246 m² é a

menor área dentre todas PPs analisadas. A região do entorno das PPs são todas com

construção horizontal, sendo que em 68% das PPs apresentam-se como vizinhos apenas

residências.

Sobre a drenagem foram observados que em 11 o que equivale a 50% das PPs não tem

escoamento externo de água, em 7 ou 32% das PPs se chover muito pode apresentar

escoamento superficial e apenas em 4 que equivale a 18% das PPs o escoamento quando

ocorre é externo inclusive com carreamento de área visível nos pontos de fuga. Quando

computados a permeabilidade do solo observada nas áreas das PPs, apenas em três ou 14%

das PPs mais de 50% da área total da praça se encontra impermebilizada por concreto e/ou

edificações dentre outros que impeça a absorção da água da chuva. Importante citar que em 9

que equivale a 41% do total de PPs a área está praticamente toda com solo exporto a absorver

a água precipitada. Essas duas características verificadas na maioria das PPs favorece o

abastecimento do lençol freático assim como também a diminuição dos impactos de

alagamentos potenciais das chuvas.

Quando analisados a limpeza das PPs foi identificado em 11 ou 50% das PPs estão

limpas e o restante estão com algum tipo de lixo, e/ou entulho/metralha, e/ou resto de podas

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dentre outros componentes considerados impróprios para permanecer junto a PP. Vale

ressaltar que nenhuma praça foi considerada muito suja. Importante citar que não foi

observados animais que evidenciam lixos que possam atrair vetores problemas, portanto não

favorece a problemática de favorecimento e permanência de problemas sociais.

Quando analisados os aspectos gerais das árvores apenas cinco PPs que equivale a

23% tem problemas gerais se visualizados às árvores e em 17 PPs que corresponde a 77%

foram consideradas saudáveis as árvores. No quesito copas de árvores se tocando umas as

outras que pode servir ao deslocamentos de pequenos animais, foram observados 9 PPs que

representa 41% do total com mais de 50% das copas das árvores se tocando formando um

dossel, nas demais 12 PPs ou em 59% o dossel é formado por menos de 50% das copas das

árvores se tocando. Apenas em uma PP foi observado dossel completo em todas as árvores e

também em uma PP não foi observado nenhuma árvore tocando a copa.

A praça das Acácias, que melhor pontuou em vários itens relacionados ao aos quesitos

ambientais analisados, (drenagem, permeabilidade, limpeza, conservação do verde), ainda

nessa área exibe elevada abundância de árvores, diversidade significativa e proporção de

nativas sobre o total de árvores presente elevada (Figura 04).

Figura 02 – Praça das Acácias, que retrata os valores maiores quando analisado as condições associados às questões ambientais.

Essa conjuntura descrita proporcionou a praça das Acácias o maior valor sobre os

quesitos ambientais, devido a grande quantidade de coqueiros, quase a totalidade da área da

praça permeável, limpa e sem escoamento superficial.

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4.2 ÍNDICE DE QUALIDADE DAS PRAÇAS – IQP

Quando conferida os quesitos relacionados a infra-estrutura de suporte e lazer, a

maioria das PPs, contrapõe os altos índices nos quesitos ambientais. Esse contexto favoreceu

que 57% das PPs se enquadrassem no IQP médio. A PP Ayrton Senna com o valor de IQP que

soma 0,25 (Figura 05) foi a que obteve o menor índice. Com o valor de IQP somando 0,79, a

PP Governador Tarcísio Maia (Figura 03), foi a que caracterizou a melhor performa de

qualidade no bairro de Neópolis. Ambas as PPs citadas tem área relativamente grande em

relação a média das praças do bairro.

Figura 03 – Praça praça Governador Tarcísio Maia, a melhor performa nos itens sobre a infra-estrutura, e a maior classificação entre as 22 PPs analisadas.

A praça Governador Tarcísio Maia, que apresenta IQP mais elevado, teve uma reforma

recente e a introdução de diversos equipamentos de suporte e lazer, somente nos quesitos

relacionados ao fatores físicos ambientais não obteve a maior classificação. São inúmeros os

equipamentos de infra-estrutura presentes com o estado de conservação adequado, além da

elevada diversidade de espécies e a abundância arbórea no local. Para completar a drenagem é

interna e a área bem limpa (Figura 03). A Tabela 02 apresenta os índices parciais e o IQP em

ordem decrescente para facilitar a observação das PPs mais bem qualificadas e as que

apresentam muito pouca infra-estrutura de serviço e lazer principalmente.

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Tabela 02 – IQP das PPs do bairro de Neópolis, Natal – RN. Sendo considerado: baixo (0 a 0,4), médio (0,4 > a > 0,6) e alto (0,6 a 1).

Índices parciais das PPs

Código da PP Suporte(IS) Lazer(IL)Meio ambiente

físico(IF) Arborização(IA)Índice geral

IQP7 0,84 0,75 0,83 0,75 0,794 0,54 0,73 1,00 0,50 0,67

* 21 0,67 0,83 0,42 0,56 0,6616 0,63 0,48 1,00 0,75 0,6610 0,59 0,63 0,75 0,75 0,6518 0,50 0,59 0,83 0,69 0,6219 0,54 0,63 0,42 0,44 0,5314 0,59 0,38 0,75 0,50 0,539 0,34 0,38 1,00 0,56 0,5012 0,34 0,55 0,50 0,69 0,498 0,59 0,25 0,83 0,56 0,4920 0,42 0,32 0,67 0,75 0,4822 0,42 0,38 0,67 0,56 0,4715 0,54 0,00 1,00 0,69 0,461 0,59 0,00 0,83 0,69 0,455 0,42 0,13 0,92 0,56 0,432 0,42 0,13 0,83 0,69 0,4313 0,34 0,25 0,67 0,63 0,413 0,59 0,00 0,50 0,63 0,386 0,34 0,00 0,83 0,63 0,3511 0,34 0,00 0,50 0,75 0,3217 0,00 0,13 0,50 0,75 0,25

O estudo da quantidade e qualidade dos equipamentos de serviços e lazer e sua

condição de conservação, revelaram que as PPs que obtiveram um índice parcial para os

quesitos de infra-estrutura muito baixo, a exemplo da PP Ayrton Senna (Figura 05), ou alto

com equipamentos suficientes e conservados como ocorreu com a PP Governador Tarcísio

Maia (Figura 03). Também repetiram a classificação quando analisados os IQP delas, e assim

permaneceram no mesmo patamar quando verificado todos os aspectos. Para os quesitos

ambientais, têm-se a praça Imaculada coração de Maria (Figura 04), que registrou um valor

baixo dos índices parciais (IF, IA), já a praça das Acácias (Figura 02), foi a que obteve o

maior valor quando computados esses quesitos referentes as questões ambientais. Essa

correlação pode ter acontecido devido ao peso de 2/3 dos quesitos de infra-estrutura sobre o

total dos itens averiguados.

Na Figura 04, está apresentada a praça Imaculada coração de Maria que expôs o

menor valor do índice parcial (IF,IA), quando computados os itens ambientais. Nessa PP

praticamente toda área é impermeabilizada, com escoamento superficial externo, pois abriga

uma igreja. Também apresenta diversidade de espécies baixa, apesar de riqueza significativa,

e sendo todas as árvores exóticas, conforme a Tabela 04, contudo ela é limpa e organizada

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devido aos trabalhos feitos pelos membros da paróquia. O valor de densidade foi

relativamente elevado, porém se afirma que todas as árvores estão agrupadas nas laterais, o

qual induz um valor alto sobre esse quesito.

Figura 04 – Praça Imaculada coração de Maria, essa que obteve o menor valor quando observados os itens ligados ao meio ambiente.

As PPs do bairro de Neópolis tem um deficit de infra-estrutura de serviços e lazer,

apenas algumas tem equipamentos em quantidade suficiente para atender as diversas

demandas sociais e ainda falta a manutenção adequada para que a qualidade seja apropriado

para uso seguro pelos moradores. No quesito arborização essa situação melhora bastante

como vai ser abordado a seguir.

4.3 ESPÉCIES ARBÓREAS

A respeito da arborização, a família mais numerosa em indivíduos arbóreos é

Arecaceae devido ao coqueiro, presente em abundância em quase todas as PPs, e a família

mais diversa é a Leguminosae. Quando computados todas as árvores da praças do bairro

somam em 49 espécies um total de 852 árvores nas praças do bairro. As espécies nativas

apesar de serem apenas 4 espécies (sendo considerado o coqueiro uma espécie em discussão

sobre este quesito de nativo) que representa 8%, dentre as 49, somando 303 indivíduos que

perfaz 36% do total de indivíduos presentes nas PPs do bairro, (Tabela 04). A lista de espécies

em ordem alfabética agrupadas por famílias e nome popular está organizada na Tabela 03.

Tabela 03 – Famílias e espécies, por nomes científico e popular das árvores presentes nas 22 PPs do

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bairro de Neópolis, Natal – RN. * Caracteriza espécies nativas, as demais, exóticas.

EspécieFamília Nome científico Nome popularAnacardiaceae Mangifera indica L. MangueiraAnacardiaceae Spondias mombin L. Cajá-mangaAnacardiaceae Spondias purpurea L. SeriguelaAnnonaceae Annona muricata L. GraviolaAnnonaceae * Annona squamosa L. PinhaApocynaceae Plumeria rubra L. Jasmim-MangaAraucariaceae Araucaria columnaris (G.Forst.) Hook. DendêAraucariaceae Araucaria heterophylla (Salisb.) Franco PinheiroArecaceae Archontophoenix cunninghamiana H.Wendl. & Drude Palmeira RealArecaceae * Cocos nucifera L. CoqueiroArecaceae Elaeis guineensis Jacq. Palmeira ResiliaArecaceae Roystonea regia (Kunth) O.F.Cook Leque De Fiji Arecaceae Syagrus cearensis Noblick Coco CatoléBignoniaceae Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos Ipê RosaBignoniaceae Spathodea campanulata P.Beauv. BisnagueiraBignoniaceae Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook.f. ParatudoBignoniaceae Tecoma stans (L.) Juss. ex Kunth Ipê De JardimCasuarinaceae Casuarina equisetifolia L. CasuarinaChrysobalanaceae Licania tomentosa (Benth.) Fritsch. OitiCombretaceae Terminalia catappa L. CastanholaCycadaceae Cycas circinalis L. CicaLeguminosae Adenanthera pavonina L. CarolinaLeguminosae Bauhinia purpurea L. Pata De VacaLeguminosae * Caesalpinia echinata Lam. Pau BrasilLeguminosae Caesalpinia ferrea C.Mart. JucáLeguminosae Clitoria fairchildiana R.A.Howard SombreiroLeguminosae Delonix regia (Hook.) Raf. FlamboyantsLeguminosae Erythrina falcata Benth. MulunguLeguminosae Erythrina variegata L. BrasileirinhoLeguminosae Gliricidia sepium (Jacq.) Walp. Cassia AzulLeguminosae Pithecellobium dulce (Roxb.) Benth. EspinheiroLeguminosae Prosopis juliflora (Sw.) DC. AlgarrobaLeguminosae * Anacardium occidentale L. CajueiroLeguminosae Senna siamea (Lam.) H.S.Irwin & Barneby Cassia AmarelaLeguminosae Tamarindus indica L. TamarindoMalpighiaceae Malpighia glabra L. AcerolaMalvaceae Azadirachta indica A.Juss. NimMalvaceae Hibiscus tiliaceus L. AlgodãoMalvaceae Pachira aquatica Aubl. BuchaMoraceae Artocarpus heterophyllus Lam. JacaMoraceae Ficus elastica Roxb. ex Hornem. FicusMoraceae Morus nigra L. AmoraMyrtaceae Eucalyptus camaldulensis Dehnh. EucaliptoMyrtaceae Psidium guajava L. GoiabaMyrtaceae Syzygium cumini (L.) Skeels JambolãoMyrtaceae Syzygium malaccense (L.) Merr. & L.M.Perry JamboRutaceae Citrus limon (L.) Burm. f. LimãoRutaceae Citrus sinensis (L.) Osbeck LaranjaSapindaceae Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk. Pitomba

As famílias mais abundantes foram: Anacardiaceae, Moraceae, e Malvaceae com três

espécies ou 6%; Bignoniaceae e Myrtaceae com quatro espécies ou 8%; Arecaceae com cinco

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espécies ou 10%; e Leguminosae com 14 espécies ou 29%. Duas espécies de cada gênero

foram caracterizados em: Caesalpinia, Araucaria, Annona, Spondias, Erythrina, Syzygium e

Citrus nas PPs do bairro de Neópolis.

Quando observado a quantidade de árvores por espécie presente no bairro, 220 são

coqueiros que representa 26% do total, 146 são mangueiras perfaz 17%, 79 são cajueiros ou

aproximadamente 9% e 52 cássia amarela que corresponde a 6%, se somado essas quatro

espécies, que duas são nativas, equivalem a mais de 58% do total de árvores presentes nas PP

do bairro de Neópolis. Em contrapartida 25 espécies o que equivale a 51% de todas as

espécies presente nas PPs apresentam uma ou duas árvores.

No geral foi observada frequentemente a introdução de espécies sem um provável

estudo e planejamento técnico apropriado nas PPs desse bairro estudado. Isso ocorreu

inclusive relacionado às espécies nativas, pois o coqueiro e o cajueiro com respectivamente a

maior e a terceira abundância presente nas PPs. Provavelmente são plantados devido aos seus

frutos (coco e caju). Mesmo dentre as exóticas, a espécie mais abundante é a mangueira, que

também produtora de fruto (manga). Depois destas espécies, que tem como foco claramente o

fruto e sua relação com a alimentação, aparece acassia amarela e algaroba que são tradicionais

exóticas.

Quando analisadas a distribuição das árvores de mesma espécie pelas diversas PPs

pode ser observados que o coqueiro somente não ocorre em uma PP que não faz parte do

bairro. A mangueira só não está presente em três PPs, o cajueiro está ausente em 6 PPs e a

cassia amarela não foi verificado em 8 PPs do bairro de Neópolis. Logo estas quatro espécies

mais abundantes desponta na maioria das PPs.

Nas áreas das PPs foram levantadas todas as árvores existentes o qual está relacionada

na Tabela 04 o nome popular e a quantidade total presente no bairro, nessa também está

computada a somatória de indivíduos por espécie por praça.

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Tabela 04 – Indivíduos por espécie arbórea presentes em cada praça pública do bairro de Neópolis, Natal – RN.

Código das PPsNome popular 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 total

coco 21 5 8 2 6 4 18 1 1 7 25 5 3 8 13 22 19 17 14 3 18 220manga 6 6 20 6 7 2 24 2 2 11 4 14 7 4 10 7 6 8 146caju 8 3 2 2 9 1 6 8 1 3 2 11 14 3 6 79

cassia amarela 5 4 3 3 6 5 3 6 4 3 3 3 1 3 52algarroba 1 1 10 10 10 3 35castanhola 1 1 1 4 2 3 1 4 3 6 3 1 2 32

cica 8 10 1 8 27algodão 1 4 3 1 2 2 8 3 1 25

coco catolé 23 23oiti 3 1 1 3 1 10 2 1 22

f/oliveira 2 1 1 4 1 4 1 1 2 2 2 21nim 2 1 3 3 1 1 2 4 17

cassia azul 3 12 2 17palme imperial 3 12 15

sombreiro 5 1 1 4 1 12jambo 1 1 2 1 2 4 11limão 1 1 1 1 1 2 2 9

eucalipto 8 1 9fícus 1 1 1 1 3 1 1 9

tamarindo 6 1 7brasileirinho 2 1 3 1 7

palmeira resilia 5 5laranja 1 2 1 4

graviola 4 4cajá-manga 1 1 1 1 4seriguela 1 2 3pitomba 2 2goiaba 1 1 2bucha 1 1 2

espinheiro 2 2Flamboyants 1 1 2

pau b 1 1 2pata de vaca 1 1 2

carolina 2 2ipê rosa 2 2

leque de fiji 2 2jasmim-manga 2 2

pinha 1 1 2amora 1 1jaca 1 1

munguba 1 1acerola 1 1

mulungu 1 1jucá 1 1

casuarina 1 1ipê de jardim 1 1

paratudo 1 1bisnagueira 1 1

palmeira real 1 1pinheiro 1 1dendê 1 1

total arvores 35 26 49 22 29 20 66 17 22 20 42 33 7 76 40 35 84 78 23 47 4 77 852

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A praça Ayrton Senna, com a maior abundância e diversidade de árvores entre as PPs

avaliadas, quando computado o IQP se qualificou na última classificação, com nenhuma infra-

estrutura de suporte presente, nem iluminação noturna, que em todas as outras ocorriam, ficou

como representante do índice mais baixo, servindo apenas de estacionamento (Figura 05).

Com valores relativamente altos para os quesitos ambientais, e mais parecido com uma área

verde a praça Ayrton Senna, obteve zero quando verificado itens de lazer, e 0,13 quando

computados infra-estrutura de serviços.

Figura 05 – Praça Ayrton Senna. Esta área verde que contou com os menores valores quando analisados os itens ligados a infra-estrutura, também para o IQP

A PP Ayrton Senna tem um potencial imenso para ser adequada a população e aos

aspectos ambientais, pois basta construir um estacionamento, que poderá atender ao comércio

e as unidades escolares existentes na vizinhança. Iluminação e limpeza é fundamental, a área

ainda se encontra permeável e falta apenas evitar o escoamento superficial que ocorre nas

áreas baixas. Nessa PP entre as áreas pesquisadas, ocorre o maior número de árvores e

também de diversidade sendo 84 e 19 respectivamente, o qual contribui significativamente

para o IQP. Para completar a adequação basta inserir equipamentos de lazer que contemple

esporte, exercício físico, de estar e recreação infantil, pois espaço existe nesta PP.

A abundancia perfaz 40 indivíduos ou mais em 9 ou 41% das 22 PPs do bairro de

Neópolis a média é de quase 39 indivíduos por PP. A praça Conjunto Monte Belo com menor

abundância no bairro de Neópolis apresentou 7 árvores, pois a praça Flamboyants não

pertence ao bairro. A quantidade total de árvores presente em cada PP está apresentada na

Figura 06 sobre a abundância de árvores nas PPs.

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Figura 06 – Abundancia de árvores totais nas PPs do bairro de Neópolis, Natal – RN.

A PP Cristo Rei ao contrário da PP Airton Senna se encontra com inúmeras limitações

para uma adequação que favoreça a melhora do índice de qualidade IQP. Apesar dela

compreender a maior área em m² e também a maior diversidade de espécies entre as PPs do

bairro, sua função hoje serve a espaço privado (igreja e cigarreiras), público (Batalhão

Policial, creche, conselho comunitário) e ainda tem uma horta fechada no seu interior. Além

disso tudo ainda será difícil evitar o escoamento superficial, favorecer a permeabilidade do

solo e ações que favoreça a arborização.

Figura 07 – Praça Cristo Rei.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 220

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Abundância

Praças

Qu

an

tida

de

de

árv

ore

s

Na área da PP foram construídos igreja, batalhão policial, creche, conselho comunitário, duas

cigarreiras, além de uma horta fechada

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A diversidade média no bairro de Neópolis foi de 9 espécie por praça, onde maior

despontou nas praças Cristo Rei (Figura 07) e Ayrton Senna (Figura 06) com 19 espécies

diferentes em cada PPs, com a menor diversidade foi constatada as PPs Sem nome 01 e

Imaculada coração de Maria com apenas 3 espécies presente conforme (Figura 04), pois a

praça Flamboyants não pertence ao perímetro do bairro de Neópolis.

Figura 08 – Diversidade de espécies arbóreas nas PP do bairro de Neópolis, Natal – RN. O número da praça corresponde ao número da (Tabela 01).

As PPs do bairro de Neópolis, se analisados as questões ambientais, atendem de forma

muito restrita a questão da biodiversidade, pois apresentam apenas quatro espécies nativas e a

ausência de um planejamento estratégico a ser desenvolvido nas cidades brasileiras, que na

Europa fomenta-se a discussão sobre biodiversidade, inclusive sobre a necessidade do corpo

técnico para promover a aplicação de medidas e ações necessárias. Sobre as Legislação

existente, observa-se que no município existem algumas leis que se relacionam as questões

ambientais, mas no bairro estudado não foi visto ações nesse sentido, a exemplo de parcerias

entre a iniciativa privada e o poder público no que diz respeito à praça pública.

Conforme observado as PPs do bairro de Neópolis, Natal – RN, podem ser melhoradas

para atender aos anseios sociais e também ambientais. Para esse propósito será apresentado

nas considerações finais algumas sugestões nesse sentido.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 220

5

10

15

20

Diversidade de espécies

Praça

qu

an

tida

de

de

esp

éci

es

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como percebido, a maioria das PPs pesquisadas se encontra sem planejamento

adequado para atender a população, a maior parte carece de infra-estrutura mínima de lazer.

Algumas poucas PPs apresentam-se com equipamentos de suporte e lazer apropriados em

número, gênero e estado de conservação. Portanto quando tratada a PP como um espaço a

servir para o bem estar das pessoas, esta precisa incorporar equipamentos de suporte e lazer

suficientes para consolidar um espaço capaz de suprir a função social, junto com adequação

necessária para cumprir a função ambiental.

Mesmo para as PPs que apresentam algum tipo de equipamentos, foi observado que

não existe a manutenção periódica que proporcione a recuperação rápida do equipamento

danificado. a exemplo a PP central de Neópolis que recebeu uma academia da terceira idade

aproximadamente em 2012 e todos os seus equipamentos (mesas, bancos, quadras de esporte,

campo de areia, equipamentos para crianças brincar, estacionamento, dentre outros) estão com

a conservação deteriorada. O que ocorre nas PPs é a implantação da infra-estrutura nova e

posteriormente, quando acontece ações de manutenção, no máximo faz-se a limpeza regular

do local. A ausência da manutenção é comum, o que não contribui para a permanência de um

local zelado, pois necessita ser feita essa ação, de corrigir pequenos defeitos para evitar que a

população perceba o descaso.

Foram implantadas inúmeras academias da terceira idade nas PPs nos dois anos

passados, porém estavam em distintos níveis de estado de conservação da infra-estrutura de

lazer no geral das PPs, que receberam essa melhoria. Esse fato comprova que a ação

desempenhada de implantação do instrumento foi isolado. Para melhorar a situação da infra-

estrutura de cada PP, deve se ter um mecanismo que favoreça a permanente manutenção dos

equipamentos existentes, pois quando isso não ocorre, favorece a depredação dos

equipamentos que estão em bom estado de uso e além disso possibilita acidentes às pessoas,

que em muitos casos são crianças.

Sobre a verificação do contexto abiótico, biótico e equipamentos de infra-estrutura

humana presente nas PPs do bairro de Neópolis, se eles atendem às necessidades do

ecossistema regional. Algumas intervenções são sugeridas para essas benfeitorias, as quais

possibilitarão a melhora das condições físicas e biológicas que caracterize um ambiente

adequado para o convívio social e também que atenda as questões ambientais. Por exemplo,

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planejar ações estruturantes que possibilitem o melhoramento das questões relacionadas ao

meio físico ligado a essa questão, assim como também a modificação da arborização que

fomente espaços apropriados para servir às espécies nativas são delineadas.

Quando analisados as questões físicas das PPs, foram identificadas inúmeras áreas

com desvio de função, com construções diversas nas áreas das PPs como igrejas, cigarreiras,

quiosques dentre outros, o que deve ser revisto em alguns casos. No quesito permeabilidade

foram vistas poucas áreas com problemas sérios, contudo pode se desenvolver ações que

promovam a maior absorção da água da chuva para abastecer o lençol freático, logo atitude

que evite o escoamento superficial identificados em algumas PPs.

Na avaliação das questões relacionadas à arborização, a quantidade de árvores exóticas

é muito superior à de espécies nativas, o que faz a qualidade ambiental ter uma ação limitada

para com as espécies nativas que possam existir nessas áreas. Portanto substituir estratégica e

gradativamente as espécies exóticas pelas nativas é um primeiro passo importante para melhor

atender as perspectivas que visem favorecer a biodiversidade regional, sempre com foco

socioambiental sobre estas áreas públicas. Essa substituição também deve prever também o

aumento da diversidade de espécies.

Portanto este estudo sobre a qualidade das PPs do bairro de Neópolis, Natal – RN,

pode contribuir para o planejamento e a adequação de ações que favoreça a estas áreas livres

atenderem cada vez melhor as pessoas e as questões ambientais urbanas. Também pode servir

de base para estudar as PPs de outros bairros e cidades, e assim contribuir para o

desenvolvimento de zonas urbanas que possa considerar a importância de áreas como PPs

para atender os anseios socioambientais das cidades.

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REFERÊNCIAS

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ANEXO A – Técnicas e métodos relacionados ao calculo do IQP

Tabela 01 - Apresenta informações sobre o estudo feito por Gomes (2012), apresentando a identificação e o índice referente a equipamentos de infraestrutura de suporte, esporte e lazer relacionado ao estudo feito sobre as praças.

1)Identificação da praça e dados da visita a praça para preenchimento do formulário.

- Data: dia e mês. - Turno: manhã ou tarde. - Nome da praça: identificado na placa existente no local e/ou junto ao banco de dados disponíveis na SEMURB, caso não encontrado foi adotado o termo “praça sem identificação”. - Endereço: usado as informações de acordo com a SEMURB.

2)Usos do entorno da praça

Observado visualmente a presença de imóveis servindo a: serviços de administração pública, educação, saúde, lazer, residencial, comercial, entre outros.

3)Lazer e infraestrutura. - Sendo identificados os equipamentos existentes e aferido uma classificação visualmente quanto ao estado de conservação. Considerado bom(1), razoável(0,5) e ruim(0), respectivamente estado e pontuação. *(Para a avaliação do estado de conservação, ver abaixo observações que complementa essa avaliação).

3.1) Academia para a terceira idade, bancos, equipamentos para exercícios físicos, jarros, lixeiras, mesas e assentos, monumentos e esculturas, pista de skate, placas educativas e playgrounds.

- Bom: com pintura em bom estado, sem remendos e sem rachaduras; - Razoável: com pintura desgastada, sem remendos, sem rachadura; - Ruim: com pintura desgastada e/ou com remendos ou rachaduras;

3.2) Bebedouro, iluminação, sanitários, parada de ônibus, telefone público.

- Bom: em funcionamento, com pintura em bom estado, sem remendos e sem rachaduras; - Razoável: em funcionamento, pintura desgastada, sem remendo e/ou rachadura; - Ruim: sem funcionamento e/ou pintura desgastada, com remendos e rachaduras;

3.3) Campo de futebol. - Bom: terra batida e/ou gramado, traves e cerca de isolamento em bom estado de conservação; - Razoável: terra batida e/ou gramado, traves e/ou cerca de isolamento desgastados; - Ruim: terra batida e/ou gramado, sem traves e/ou cerca de isolamento e/ou completamente depredados.

3.4) Quadra poliesportiva.

- Bom: linhas demarcatórias, piso, traves e/ou cerca de isolamento em bom estado de conservação; - Razoável: linhas demarcatórias e/ou piso, traves, cerca de isolamentos desgastados;

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- Ruim: linhas demarcatórias e/ou piso desgastado, traves e/ou cerca de isolamento depredados; sem traves e/ou cerca de isolamento.

3.5) Espaço para caminhadas.

- Bom: espaço visivelmente demarcado, piso adequado e sem lixo no passeio; - Razoável: espaço sem uma delimitação precisa, piso irregular e sem lixo no passeio; - Ruim: espaço sem uma delimitação precisa, piso irregular e/ou com lixo no passeio.

3.7) Estacionamento. - Bom: linhas demarcatórias, sinalização, com vagas preferenciais; - Razoável: linhas demarcatórias e/ou sinalização desgastados, sem vagas preferenciais; - Ruim: ausência de linhas demarcatórias e/ou sinalização e sem vagas preferenciais.

Tabela 02 - Apresenta informações sobre o estudo feito por Gomes (2012), que trata da parte do índice referente ao uso potencial dos equipamentos.

Equipamentos de lazer (L) (Cada um soma 0,25), totalizando 1.

-(La) Esporte: praças públicas com espaços que contemplam práticas de esporte a exemplo dos jogos em quadra poliesportiva (vôlei, basquete, handebol, futebol de salão) futebol de campo, pista para skate entre outros; -(Lb) Exercício físico: praças públicas com espaços e equipamentos que possibilitem o uso para exercício físico pelos usuários, tais como barras para musculação, espaço para caminhadas entre outros; -(Lc) De estar: praças que possuam mesas e assentos e bancos, possibilitando o lazer passivo, como sentar, conversar e a prática de jogos de mesa entre outros; -(Ld) Recreação infantil: praças públicas com espaços e elementos que possibilitem o uso para recreação infantil a exemplo dos playgrounds.

Equipamentos de suporte (S) (cada um soma 0,17), totalizando 1.

- Equipamentos que favorecem o uso e estética da praça: jarros, lixeiras(Sa), monumentos, placas, bebedouro(Sb), iluminação(Sc), sanitários(Sd), telefone público(Se), parada de ônibus, espelho d’água, estacionamento(Sf) entre outros passíveis de identificação.

Para o cálculo de LC e SC, que se relaciona com o estado de conservação dos equipamentos de lazer e suporte, foi adotado a soma dos pontos dados ao estado de conservação de cada grupo semelhante ou contexto a que representa e dividido pelo total de equipamentos, (exemplo de uma praça que tem uma academia de terceira idade considerada boa (1), bancos considerados razoáveis (0,5) e lixeiras consideradas ruim (0) logo 1,5 dividido por 3 que equivale ao índice 0,5).

Tabela 03 - Apresenta informações sobre o estudo feito por Gomes (2012), que relaciona a parte do cálculo do índice sobre às condições físicas pertinentes ao meio ambiente (FA) e a arborização (A).

4) Ambiental Em relação aos aspectos ambientais, assim chamados para destacar mais precisamente aspectos diretamente ligados a função ambiental ou ecológica da

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praça, destaca-se:

4.1) Área (m2) Para quantificar a área das praças públicas, foram consultados os dados disponibilizados pela SEMURB, registradas no shapefile de áreas verdes da cidade.

4.2) Drenagem da praça (D).

Foram identificados através de observação direta no local e classificado em: - Interna: favorece o escoamento e infiltração da água pluvial para o perímetro da praça (1); - Plana: o escoamento da água pluvial varia conforme as condições de permeabilidade da área (0,5); - Externa: favorece e propícia o intenso escoamento pluvial para fora do perímetro da praça (0).

4.3)Área permeável (P).

Através da observação direta, foram estimadas para cada uma das PPs sua área permeável entre ótimo, bom, razoável, ruim e péssima o que corresponde a > 75%(1), 75≤50%(0,75), 50<25%(0,50), 25≤5(0,25) e <5%(0).

4.4) Limpeza do ambiente físico (Li).

As informações foram obtidas por meio da observação direta e classificadas como: - Bom: sem lixo no passeio, no gramado ou nos canteiros (1); - Razoável: com pequena quantidade de lixo no passeio e/ou no gramado, no canteiro (0,5); - Ruim: com grande quantidade de lixo no passeio e/ou no gramado e no canteiro (0).

4.5- A limpeza da praça frequentemente realizada.

As informações foram obtidas através de observações feitas e também junto aos usuários e/ou representantes de bairro. - Sendo considerados moradores, comerciantes e funcionários da prefeitura

4.6 No que concerne à caracterização da arborização.

Foram levantadas as árvores com alturas superiores a 1 m, considerando que plantas inferiores a esse tamanho apresentam maior índice de perdas, sobretudo, pelas supostas depredações que venham a sofrer (HARDER, 2002), além de que ainda não desempenhando totalmente suas funções.

4.6- Presença de vegetação arbórea.

Identificada através da observação direta no local a presença ou ausência de árvores.

4.7- Número de árvores.

Contabilizado e identificado o número total de indivíduos arbóreos existentes nas PPs.

4.8- Altura média das árvores.

Realizado por meio de estimativa e posterior classificação entre as três classes atribuídas: acima de 6m; entre 4 e 5m; entre 1 e 3m.

4.9- Aspectos do estado fitossanitário da vegetação arbórea (F).

Utilizou-se da classificação proposta por Cestaro et al. (2003a; 2003b), em que os indivíduos arbóreos foram classificados em três grupos: - Saudável(1): exuberante, desenvolvimento normal de ramos e da copa. Copa com formato regular, evidências de brotação e de reprodução, folhagem abundante e com coloração verde intensa; - Regular(0,5): copa com formação irregular ou sob poda drástica, mas com brotação normal, quantidade normal de folhas; - Fraca ou doente(0): sinais da presença de pragas (pulgões, lagartas, insetos...) causando sérios danos à folhagem ou aos ramos/tronco, copa irregular e pouco

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densa;

4.10- Compactação da vegetação arbórea (C)

Para caracterização da distribuição das árvores na praça foram estabelecidas quatro classificações: - Copas das árvores formando um dossel em toda área da praça(1); - Copa das árvores se tocando, formando um dossel na maior parte da praça(0,75); - Copas de algumas árvores apenas se tocando e a maior parte das árvores com suas copas isoladas(0,50); - Copas das árvores totalmente isoladas(0,25);-.Sem árvores(0).

4.11- Espécies arbóreas/numero de indivíduos.

Para a classificação das espécies foram feitas observações direta e caso não fosse possível sua identificação no local, foram recolhidos (folha e/ou ramo e fotos) para posterior identificação com base na leitura específica, além de consulta ao professor orientador da pesquisa.

Após a identificação (N), é considerado o valor da divisão de numero de nativas pelo total de plantas na praça.

- Nativas(Na): quando apresenta uma ocorrência natural em determinado bioma ou em determinada região de um bioma; Sendo as espécies arbóreas de ocorrência natural no bioma de Mata Atlântica e Cerrado do RN;- Exóticas: quando vem de outro bioma.- Total de árvores na praça (To)Se o valor da divisão Na/To for

Diversidade arbórea (DI)

Foram aferidas as quantidades de espécies diferente sendo adotado: ≥ 20(1); 19 ≤ 10 (0,75); 9≤5(0,50); 4≤1(0,25); sem árvores (0).

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ANEXO B – Formulário usado para cada PPs

1 Identificação da praça Data: __/__/___ Turno: ____ Placa ( ) Sim ( ) Não Inauguração: __/__/___ Reforma: __/__/___ Nome da praça: __________________________________________________________________Endereço:_______________________________________________________________________2 Caracterização do entorno da praça: 2.1 ( ) administração pública 2.2 ( ) Residencial 2.3 Comercial ( ) ( ) educação ( ) vertical ( ) horizontal ( ) saúde ( ) outros: ____________2.4 Outros ( )Especificar____________________________________________________________ 3 Lazer e infraestrutura

4 Aspecto ambiental 4.1 Área (m2 ): ___________ 4.2 Drenagem: ( ) interna ( ) plana ( ) externa ( )

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outra___________4.3 Área permeável: ( ) > 75% ( ) 50%>75% ( ) 10%>50% ( ) 1%>10% ( ) 0%4.4 Limpeza do ambiente físico: ( ) bom - sem lixo ( ) razoável - pequena qt de lixo ( ) ruim – grande qt lixo4.5 Limpeza frequent realizada: ( ) funcionário público ( ) usuário/população entorno ( ) Outros____________4.6 Vegetação arbórea: ( ) sim ( ) não 4.7 N de árvores: ____4.8 Altura média: ( ) > 6m ( ) 4 > 5m ( ) 1m > 3m 4.9 Aspectos físicos e sanitário geral arbóreo: ( ) saudável ( ) regular ( ) fraco/doente ( ) definhando 4.10 Compactação da vegetação arbórea : ( ) Copas formando um dossel em toda área; ( ) Copas tocando, formando um dossel na maior parte ( ) algumas copas de árvores apenas se tocando com suas copas isoladas ( ) copas das árvores totalmente isoladas 4.11 Espécies arbóreas/no de indivíduos :( )Algodão-do-brejo __ ( )Azeitona __ ( )Carnaubeira __ ( ) Cássia - amarela __ ( )Chuva de ouro _( )Espinheiro __ ( )Jamboeiro __ ( ) Leucena __ ( )Palmeira- leque-de-fiji __ ( )Pau-Brasil __ ( )Pau-d’arco-roxo __ ( )Brasileirinho _ _( )Cajarana__ ( )Cajueiro __ ( )Castanhola __ ( ) Craibeir___ ( )Coqueiro __ ( ) Figueira __ ( ) Gameleira __ ( ) Ipê __ ( )Munguba __ ( ) Oiti __ ( ) Palmeira-imperial __( )Palmeira-rabo-de-peixe __ ( ) Sibipiruna __ ( ) Não identificado ___ ( ) Outros_____________________ 4.12 Gramados: bom ( ) razoável( ) ruim ( ) inexistente ( ) 4.13 Canteiros: bom ( ) razoável ( ) ruim ( ) inexistente ( ) 4.14 Arbustos: bom ( ) razoável ( ) ruim ( ) inexistente ( ) 5. Demais informações 5.1 Parceria entre a administração pública e entidades: ( ) Sim ( ) Não ( ) pessoa física_____ ( ) pessoa jurídica ____ ( ) Outros ______ 5.2 Existe ponto de comércio na praça? ( ) sim ( )não Tipo: ( ) fixo quantidade: ____ especificar ________ ( ) ambulante ____5.3 Existe ponto de serviço praça: ( ) sim Tipo: ( ) fixo número: ____ ( ) não ( ) ambulante______ 5.4 Demais usos e fins da praça: ( ) comercial ( ) eventos culturais esporádicos ( ) eventos políticos ( ) manifestações/concentração religiosa ( ) manifestações/reivindicações civis ( ) Outros__________________Observações:______________________________________________6. Cobertura arbórea ( ) > 90% ( ) 50%>90% ( ) 10%>50% ( ) 1%>10% ( ) 0%