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Universidade Federal Do ABC Trabalho de Graduação III CEZAR ANTONIO HATUSHIKANO ESTUDO DE MODELOS CONSTITUTIVOS PARA MATERIAIS POLIMÉRICOS COM CARACTERÍSTICAS HIPERELÁSTICAS São Bernardo do Campo SP 2019

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Universidade Federal Do ABC

Trabalho de Graduação III

CEZAR ANTONIO HATUSHIKANO

ESTUDO DE MODELOS CONSTITUTIVOS PARA MATERIAIS POLIMÉRICOS

COM CARACTERÍSTICAS HIPERELÁSTICAS

São Bernardo do Campo – SP

2019

Universidade Federal Do ABC

Trabalho de Graduação III

CEZAR ANTONIO HATUSHIKANO

ESTUDO DE MODELOS CONSTITUTIVOS PARA MATERIAIS POLIMÉRICOS

COM CARACTERÍSTICAS HIPERELÁSTICAS

Orientador: Prof. Dr. Ronny Calixto Carbonari

Trabalho de Graduação submetido à

Universidade Federal do ABC como

parte dos requisitos necessários para

a obtenção do grau de Graduação em

Engenharia Biomédica.

São Bernardo do Campo – SP

2019

Universidade Federal Do ABC

Trabalho de Graduação III

ESTUDO DE MODELOS CONSTITUTIVOS PARA MATERIAIS POLIMÉRICOS

COM CARACTERÍSTICAS HIPERELÁSTICAS

Esse trabalho de Graduação foi julgado e

aprovado como requisito parcial para a

obtenção do grau de Graduação em

Engenharia Biomédica pela Universidade

Federal do ABC.

São Bernardo do Campo – SP, 28 de abril de 2019.

Prof. Dr. Marcos Duarte

Coordenador da Engenharia Biomédica

BANCA EXAMINADORA

____________________________ _________________________ Profª. Drª Sônia Maria Malmonge Prof°. Dr. Frederico Fernandes

UFABC UFABC

_____________________________ Profº. Dr. Ronny Calixto Carbonari

UFABC

Universidade Federal Do ABC

Trabalho de Graduação III

Dedico este trabalho aos meus pais por todo o

apoio recebido. E aos meus tios que sempre

demonstraram a compreensão e me

incentivaram até chegar aqui. Não esquecendo

da minha amada esposa Ane por toda a ajuda

e paciência neste período.

Universidade Federal Do ABC

Trabalho de Graduação III

AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal do ABC

Ao orientador Prof. Dr. Ronny Calixto Carbonari, pela indicação deste trabalho,

incentivo, desenvolvimento, aprendizado e dedicação.

Aos professores do Curso de Graduação em Engenharia Biomédica.

Aos meus amigos que tanto me apoiaram neste caminho acadêmico, que jamais

será esquecido e levarei para a vida toda.

Universidade Federal Do ABC

Trabalho de Graduação III

“Quanto mais aumenta nosso conhecimento,

mais evidente fica nossa ignorância”.

John F. Kennedy

RESUMO

Este trabalho apresenta o estudo de modelos constitutivos para materiais

poliméricos com propriedades hiperelásticas, com a pesquisa dos principais

modelos constitutivos para materiais elásticos, incompressíveis, disponíveis na

literatura. Para a análise foram empregados os dados de testes de ensaio de

tração uniaxial em amostras de copolímero poli(L-co-D, L-ácido láctico) (PLDLA),

implementados em simulação computacional, MATLAB e ABAQUS, para a

avaliação comparativa das curvas de tensão x deformação do modelo de Ogden.

Por outro lado, a avaliação da curva teórica precisa satisfazer alguns parâmetros

para ser validado, para isso as constantes geradas foram tratadas por técnicas de

otimização para melhorar a qualidade das predições. A partir de uma pesquisa

básica estratégica e descritiva, com abordagem quantitativa da equação

constitutiva, empregando processos de otimização e atenuação da curva para

minimizar os erros, verificou-se que todos os resultados são numericamente

válidos, para simulações com taxa máxima de deformação abaixo de 2,9%

(MATLAB). O método utilizado no MATLAB conseguiu reproduzir de forma

adequada o modelo constitutivo hiperelástico não linear pelo modelo de Ogden,

apresentando-se compatível com os resultados do software ABAQUS.

Palavras chave: Hiperelasticidade. Modelos constitutivos. poli(L-co-D, L-ácido

láctico) (PLDLA). Modelo de Ogden.

ABSTRACT

The present work addresses the study of constitutive models for polymeric

materials with hyperelastic properties, showing a research of the most common

constitutive models for elastic and incompressible materials, available in the

literature. For such analysis, data from uniaxial tensile tests from samples of the

copolymer poly (L-co-D, L-lactic acid) (PLDLA), implemented in computational

simulation, MATLAB and ABAQUS, for a comparative evaluation of the stress x strain

curves in the Ogden model. On the other hand, the evaluation of the theoretical curve

needs to satisfy some parameters to be validated, so the generated constants were

treated by optimization techniques. From a basic and strategical research with a

quantitative approach of the constitutive equation, employing optimization and curve

attenuation processes to minimize the errors, it was verified that all the results are

numerically valid for simulations with a maximum deformation rate below 2.9%

(MATLAB). The MATLAB method was able to adequately reproduce the nonlinear

hyperelastic constitutive model by the Ogden model, being additionally compatible

with the results from the ABAQUS software.

Key words: Hyperelasticity. Constitutive models. Poly. (L-co-D, L-lactic acid)

(PLDLA). Model of Ogden.

Lista de Símbolos

B – Tensor deformação de Cauchy-Green à esquerda

C, C1, C2 - Parâmetros do material

dX - elemento material na configuração indeformada

dx - elemento material na configuração deformada

F - gradiente do tensor deformação

E – Módulo de Elasticidade

G – Módulo de Cisalhamento [Pa]

I - Estiramento

𝑰𝟏 e 𝑰𝟐 - principais invariantes de B

K – Módulo de compressibilidade

𝑳𝟎 - Comprimento inicial da amostra

𝑳𝒇 - Comprimento final da amostra

p - multiplicador Lagrangiano devido à pressão hidrostática

P – Primeiro tensor de tensões de Piola-Kirchhoff

S - Segundo tensor tensão de Piola-Kirchhoff

s - Tensor de Cauchy

W - função densidade energia de deformação

x, X - coordenadas atual e de referência

α – Constante de proporcionalidade

𝝈𝑒 – Tensão de engenharia

σ - Tensor da tensão de Cauchy

𝜵𝒙 - Gradiente de x

Ɛ - Deformação específica de engenharia

𝝀𝟏, 𝝀𝟐, 𝝀𝟑 - Alongamentos transversais

ν - Coeficiente de Poisson do material

𝝁 - Módulo de cisalhamento

𝝆𝒔 − Densidade do polímero

𝝆𝒂 - Densidade da parte amorfa

𝝆𝒄 - Densidade da parte cristalina

Θ – Variável angular

Lista de Figuras

Figura 1. Comportamento tensão-deformação para polímeros frágeis (curva A),

plásticos (curva B) e altamente elásticos (elastoméricos) (curva C)..........................17

Figura 2. Configuração para cisalhamento simples do estado inicial para o estado

deformado..................................................................................................................23

Figura 3. Extensão Biaxial de uma Lâmina Fina Incompressível...............................25

Figura 4. Parâmetros de material ajustados usando o modelo de Ogden com três

termos.........................................................................................................................30

Figura 5. Gráfico tensão x deformação para amostras de material polimérico

(PLDLA) com o ajuste e suavização da curva............................................................33

Figura 6. Gráfico de tensão x deformação com os dados experimentais e as curvas

obtidas pelo modelo de Ogden...................................................................................34

Figura 7. Constantes obtidas do modelo de Ogden para a média das amostras,

conforme os valores da tabela 1................................................................................35

Figura 8. Gráfico das determinantes das amostras para validação da condição de

existência do material.................................................................................................37

Figura 9. Análise dos dados coletados pelo software Abaqus, para verificação da

validação da curva de tensão x deformação..............................................................38

Figura 10. Resultado da tensão uniaxial do programa Abaqus de 4 termos da

amostra 2....................................................................................................................39

Figura 11. A curva tensão x deformação no software Abaqus utilizando as

constantes de Ogden da amostra 1...........................................................................40

Figura 12. Resultado de validação obtido pelo software Abaqus para a amostra 1..40

Figura 13. Gráfico completo da tensão x deformação das amostras 1, 2 e 3, dos

dados obtidos do ensaio de tração em laboratório....................................................46

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................... 12

1.1 Objetivo .......................................................................................... 13

1.2 Justificativa ......................................................................................... 13

1.3 Resumo dos Capítulos ....................................................................... 13

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................. 14

2.1 Conceitos fundamentais sobre polímeros .......................................... 14

2.1.1 Polímeros termoplásticos, termofixos e elastômeros ................... 15

2.1.2 Número de monômeros ................................................................ 15

2.1.3 Cristalinidade dos polímeros ........................................................ 16

2.2 Características do poli(L-co-D, L-ácido láctico)(PLDLA) .................... 18

2.3 Mecânica do Contínuo e Elasticidade Não Linear .............................. 19

2.3.1 Tensores de tensão de Cauchy e de Piola-Kirchhoff ................... 19

2.3.2 Relações Constitutivas ................................................................. 20

2.3.3 Deformação .................................................................................. 20

2.3.4 Equação Constitutiva Não-Linear para Material Isotrópico Elástico

......................................................................................................21

2.3.5 Particularização para Material Isotrópico Elástico Incompressível

......................................................................................................22

2.3.6 Ensaio de Tração Uniaxial ............................................................ 23

2.3.7 Cisalhamento Simples de um Bloco Hexaédrico Incompressível . 23

2.3.8 Ensaio de tração Biaxial de uma Lâmina Fina Incompressível .... 25

2.4 Modelo de Mooney-Rivlin (1ª ordem) ................................................. 26

2.5 Modelo de Mooney-Rivlin (2ª ordem) ................................................. 27

2.6 Modelo de Ogden ............................................................................... 27

2.7 Modelo de Yeoh ................................................................................. 28

2.8 Modelo Polinomial .............................................................................. 29

3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................. 30

3.1 Ajuste de Constantes Constitutivas .................................................... 30

3.2 Hipótese de Incompressibilidade ........................................................ 31

3.3 Curva Tensão x Deformação .............................................................. 31

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................... 33

4.1 Preparação das amostras numericamente ......................................... 33

4.2 Ajuste de curva ................................................................................... 34

4.3 Verificação do determinante da matriz ............................................... 36

4.4 Validação utilizando o software Abaqus ............................................. 38

5. CONCLUSÃO .................................................................................... 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................41

APÊNDICE..................................................................................................45

12

1. INTRODUÇÃO

Especialmente nas últimas décadas, polímeros bioreabsorvíveis ganharam

grande aplicação na área médica, devido à inúmeras vantagens apresentadas por

essa classe de polímeros, sendo o principal benefício a capacidade de

degradação em contato com fluidos corpóreos, por meio de uma simples reação

de hidrólise (AMBROSE & CLANTON, 2004). Dentre algumas das aplicações em

implantes temporários podemos citar: suturas cirúrgicas (KULKARNI, et al, 1966),

sistemas para liberação controlada de drogas (LIU & BHATIA, 2004), stents

(VALIMAA & LAAKSOVIRTA, 2004), dispositivos ortopédicos (AMBROSE &

CLANTON, 2004) e suportes na engenharia de tecidos (BARBANTI, ZAVAGLIA,

DUEK, 2005).

Dentre os polímeros biodegradáveis e bioreabsorvíveis, destacam-se os

poli (α-hidroxi-ácidos), pois, além de serem biocompatíveis, e quando expostos

aos fluidos aquosos do corpo sofrem hidratação e com a presença de moléculas

de água, iniciando o processo da degradação com a hidrólise das ligações

ésteres. (ELKE & WOLF-DIETER, 2003; HUANG, et al, 2004).

O poli(L-co-D, L-ácido láctico) (PLDLA), é um copolímero bioreabsorvível,

que possui rápida degradação que ocorre por hidrólise de suas ligações ésteres,

com a vantagem dos produtos gerados serem completamente absorvidos pelo

organismo, além de apresentarem boa resistência à tração (BARAUNA, 2007) e

possui estabilidade mecânica (SCMIDMAIER, et al.; 2001). Por estas

características, implantes de PLDLA são potencialmente utilizáveis na confecção

de stents para uso temporário em vasos obstruídos ou outras estruturas tubulares

do corpo (BARAUNA, 2007).

Empregando metodologia científica, este estudo teve a finalidade de

elaborar uma pesquisa básica estratégica e descritiva, com abordagem

quantitativa de análise de valores numéricos obtidos de ensaios em amostras de

polímeros. Empregou-se método hipotético-dedutivo com pesquisa de literatura

bibliográfica do tema associado à simulação computacional do material avaliado.

13

1.1 Objetivo

O objetivo geral deste trabalho foi estudar os modelos constitutivos para

materiais poliméricos com características hiperelásticas, bem como utilizar de

técnicas de otimização para obter as constantes a partir de ensaio de tração

uniaxial.

Os objetivos específicos foram:

Utilizar um modelo constitutivo que possa predizer a resposta de

amostras de material hiperelástico;

Através de técnicas de otimização, obter as constantes desses

materiais, e que estejam dentro da condição de existência numérica.

1.2 Justificativa

Com o aumento da utilização de polímeros com propriedades

hiperelásticas e bioreabsorvíveis, faz-se necessário aprimorar os projetos,

utilizando ferramentas numéricas de simulação de carregamento, como softwares

para análise por elementos finitos, que possibilitam fornecer previsões o mais

próximo do comportamento mecânico demonstrado em ensaios experimentais

realizados.

1.3 Resumo dos Capítulos

Apresenta-se no segundo capítulo, os conceitos fundamentais de

polímeros, as subdivisões, constituições e a organização. Destacando-se as

propriedades mecânicas do poli(L-co-D, L-ácido láctico) (PLDLA), polímero que foi

objeto deste estudo. Também neste mesmo capítulo foi abordada a mecânica do

contínuo, a elasticidade não linear, as relações constitutivas, a equação

constitutiva não linear para material isotrópico, particularização para materiais

isotrópicos elásticos e incompressíveis. Além da descrição dos ensaios de

14

cisalhamento, tração uniaxial e biaxial para materiais com características

hiperelásticas, descreveu-se alguns dos principais modelos hiperelásticos

propostos, a ordem, os parâmetros do material, as invariantes e as equações que

as descrevem.

No terceiro capítulo aborda-se a metodologia empregada, com o

procedimento para a obtenção da curva tensão x deformação considerando a

hipótese da incompressibilidade para o ajuste da constante constitutiva.

No quarto capítulo discorre-se sobre os resultados obtidos, desde a

preparação das amostras numericamente, como ajustou-se a curva do gráfico de

tensão x deformação, sua validação através do determinante da matriz e

utilizando o software ABAQUS.

As conclusões baseadas nos resultados finais são apresentadas no quinto

capítulo.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Conceitos fundamentais sobre polímeros

Os polímeros são materiais compostos por macromoléculas, que são

cadeias constituídas pela repetição de unidades básicas denominadas meros.

Quando a molécula é constituída de um único mero, chama-se homopolímero.

Polimerização são as reações químicas intermoleculares que ligam os

monômeros ou meros, juntamente à estrutura molecular da cadeia (CALLISTER,

2012).

Sendo, os polímeros mais comuns: polietileno (PE), poli(cloreto de vinila)

(PVC), politetrafluoroetileno (PTFE), polipropileno (PP), poliestireno (PS),

poli(meta-crilato de metila) (PMMA), fenol-formaldeído (Baquelite),

poli(hexametileno adipamida)(náilon 6.6), poli(tereftalato de etileno) (PET, um

poliéster), policarbonato (PC) (CALLISTER, 2012).

15

2.1.1 Polímeros termoplásticos, termofixos e elastômeros

Os polímeros, sintetizados pelo homem a partir de matérias-primas obtidas

da natureza, podem ser subdivididos em termoplásticos, termofixos e elastômeros

(esta subdivisão não é exclusiva dos polímeros sintéticos). A estrutura molecular

dominante do polímero determina seu comportamento quando submetidos à altas

temperaturas. Os polímeros termoplásticos geralmente amolecem ou até mesmo

se liquefazem ao serem aquecidos, e após o resfriamento novamente endurecem,

sendo possível repetir o processo. Quando aquecido à altas temperaturas, pode

ocorrer uma degradação irreversível do material. São em sua maioria, polímeros

lineares com estruturas ramificadas e cadeias flexíveis (CALLISTER, 2012).

Os polímeros termofixos têm estruturas em rede, o que os torna

permanentemente rígidos, endurecidos, devido à reações químicas irreversíveis.

Sendo materiais insolúveis e infusíveis, não podendo ser amolecidos pelo calor, já

que com o aquecimento suas ligações moleculares ramificadas se quebram,

ocasionando a degradação do material (TELLES, 2003).

Os elastômeros são polímeros com propriedades elásticas à temperatura

ambiente, obtidos através da cura de um pré-polímero. Destacando-se a

extraordinária elasticidade e flexibilidade, suportando grandes deformações antes

da ruptura, entre 300% a 700%, sem que ocorra deformação permanente

(TELLES, 2003).

2.1.2 Número de monômeros

Os polímeros são compostos químicos de elevada massa molecular

relativa, resultante de reações químicas de polimerização. São macromoléculas

formadas a partir de unidades chamadas meros. Monômero é o nome dado à

molécula constituída de um único mero. O número de unidades estruturais

repetidas numa macromolécula é chamado grau de polimerização. Quando as

unidades ao longo de uma cadeia são do mesmo tipo o polímero é chamado de

16

homopolímero. Quando o polímero é composto da repetição e dois ou mais meros

são chamados de copolímeros (CALLISTER, 2012).

2.1.3 Cristalinidade dos polímeros

classificados como amorfos ou cristalinos (semicristalinos). A cristalinidade

dos polímeros se relaciona à compactação de cadeias moleculares para produzir

um arranjo atômico ordenado. Podendo o grau de cristalinidade, equação 1,

oscilar desde completamente amorfo até cerca de 95% (noventa e cinco por

cento) cristalino (CALLISTER, 2012).

% cristalinidade(em massa) =𝜌𝑐(𝜌𝑠−𝜌𝑎)

𝜌𝑠(𝜌𝑐−𝜌𝑎) 𝑥 100 (1)

Onde: 𝝆𝒔 é a densidade do polímero; 𝝆𝒂 é a densidade da parte amorfa e 𝝆𝒄 é a

densidade da parte cristalina

O que determina o grau de cristalinidade do polímero é a taxa de

resfriamento no processo de solidificação e da configuração da cadeia. No

resfriamento, por terem cadeias aleatórias e entrelaçadas no líquido viscoso,

precisam ficar ordenados entre si, desta forma precisam de tempo suficiente para

que as cadeias se movam e se alinhem entre si (CALLISTER, 2012).

Os polímeros se dividem em três grandes grupos, quanto ao tipo de

monômero (estrutura química), do número de meros por cadeia e do tipo de

ligação covalente, que são: plásticos, borrachas e fibras. A diferença se dá pelas

suas propriedades mecânicas, quer dizer, a resposta do material quando

submetido a uma tensão ou força, comparativamente com outras características

de cada grupo (MANO,1999).

Nos polímeros, propriedades mecânicas são especificadas por parâmetros

como: modulo de elasticidade, limite de resistência à tração e as resistências ao

impacto e à fadiga (CALLISTER, 2012; MANO, 1999).

17

O módulo de elasticidade e a ductilidade, em relação à porcentagem de

alongamento, são determinados para os polímeros da mesma maneira que para

os metais, a diferença, para os materiais poliméricos altamente elásticos pode

variar entre 7 MPa (muito baixo) para até 4 GPa em polímeros rígidos. Para os

metais, os valores do módulo de elasticidade são bem maiores, variando entre 48

a 410 GPa. Quanto à porcentagem de alongamento, os metais raramente se

alongam de maneira plástica além de 100%, alguns polímeros muito elásticos

podem chegar a mais de 1000% de alongamento. Os polímeros são muito mais

sensíveis a variações de temperatura na vizinhança da temperatura ambiente

(CALLISTER, 2012).

Na figura 1, encontram-se três tipos de comportamento tensão-deformação

para os diferentes materiais poliméricos. Na curva A, observa-se um

comportamento típico de tensão-deformação para um polímero frágil, onde ocorre

a fratura enquanto se deforma elasticamente. Na Curva B, para material plástico,

observa-se um comportamento semelhante aos materiais metálicos, a

deformação inicial é elástica seguida de um escoamento com uma região de

deformação plástica. Na curva C, nota-se uma deformação totalmente elástica,

típica de borracha em que grandes deformações recuperáveis são geradas

através de baixos níveis de tensão, decorrente da classe de polímeros chamada

de elastômeros (CALLISTER, 2012).

18

Figura 1. Comportamento tensão-deformação para polímeros frágeis (curva

A), plásticos (curva B) e altamente elásticos (elastoméricos) (curva C). Fonte:

Adaptado de (CALLISTER, 2012)

2.2 Características do poli(L-co-D, L-ácido láctico)(PLDLA)

O poli(L-co-D, L-ácido láctico) (PLDLA), é um copolímero bioreabsorvível,

que possui rápida degradação que ocorre por hidrólise de suas ligações ésteres,

com a vantagem dos produtos gerados completamente absorvidos pelo

organismo, além de boa resistência à tração (BARAÚNA, 2007) e possui

estabilidade mecânica (SCMIDMAIER, et al.; 2001).

Em situações de fixação direta com a estrutura óssea, tornam este material

potencialmente um bom substituto de implantes com módulo elástico alto, por

diminuir as chances de re-fratura na área de fixação do dispositivo (FELTEL,

2013; MIDDLETON, 2000).

19

Outra vantagem apresentada pelo PLDLA é o baixo índice de reações

inflamatórias ocasionadas no tecido adjacente ao implante fixado por longo

período no paciente, em comparação com outros materiais (LI, et al, 2013).

Estudos da relação degradação/resistência do PLDLA (70/30), sendo a

mistura de 70% do poli(L-ácido láctico) e 30% do poli(D,L ácido láctico), em

função do tempo, apresenta como principais características: capacidade de reter

aproximadamente 100% de sua resistência inicial por 3 meses, manter mais de

90% da resistência após 6 meses, 70% da resistência após 9 meses, 50% da

resistência após 12 meses, possibilitando a moldagem por aquecimento por

diversas vezes sem contudo, perder suas propriedades. Pode ser reabsorvido por

completo no intervalo de 18-36 meses (CLAES, et al., 1996).

2.3 Mecânica do Contínuo e Elasticidade Não Linear

A mecânica do Contínuo é um ramo da física que utiliza leis e conceitos

físicos e termodinâmicos para propor um modelo unificado de equacionamento

para sólidos e fluidos. Na mecânica do Contínuo, a lei constitutiva é o único

parâmetro que diferencia os sólidos dos fluidos. Em geral, as descrições

Lagrangianas são utilizadas na mecânica dos sólidos, ao passo que descrições

Eulerianas são utilizadas na mecânica dos fluidos. Na descrição Lagrangiana, os

referenciais são fixos para caracterizar o movimento em relação à configuração

inicial indeformada e a análise é direcionada a uma partícula durante seu

movimento no espaço. Diferentemente da descrição Euleriana que utiliza

referenciais móveis para caracterizar o movimento em relação à configuração

atual deformada. Na descrição Euleriana do movimento, direciona-se a análise

para um ponto do espaço e observa-se as partículas que passam por esse ponto

(HOLZAPFEL, 2000).

2.3.1 Tensores de tensão de Cauchy e de Piola-Kirchhoff

20

Na mecânica do Contínuo, as principais medidas de tensão utilizadas são:

tensor de tensões Cauchy (s), 1º tensor de tensões de Piola-Kirchhoff (P) e 2º

tensor de tensões de Piola-Kirchhoff (S). O tensor de tensões de Cauchy por ser

relacionado à área da configuração deformada atual é uma media Euleriana de

tensão. Em contrapartida, segundo Hoss, os tensores de Piola-Kirchhoff propõem

definições Lagrangianas para o cálculo das tensões. Tanto o 1º como o 2º tensor

de tensões de Piola-Kirchhoff são medidas Lagrangianas, pois o 1º tensor é

baseado na área da configuração indeformada inicial e fornece a força atual por

unidade de área da configuração de referência (fixa) inicial indeformada. Quanto

ao 2º tensor é de grande interesse na formulação das equações constitutivas

como em mecânica computacional por se tratar de um tensor simétrico com

referência à posição inicial (fixa) indeformada e conhecida (medida Lagrangiana)

(HOSS, 2009).

2.3.2 Relações Constitutivas

Em análise estrutural, as relações constitutivas são compostas de

equações que relacionam a tensão com a deformação. Serão abordados neste

trabalho, as relações lineares ou não lineares para materiais elásticos

(hiperelásticos), que por definição seguem duas regras (ATKIN & FOX, 1980;

OGDEN, 1984):

O material é perfeitamente reversível, quer dizer, se um corpo é

submetido a um ciclo de deformação fechado em temperatura

constante, o trabalho realizado pelo corpo é nulo.

O estado de tensões em um ponto do corpo depende apenas de

uma medida apropriada de deformação naquele ponto (HOSS,

2009).

2.3.3 Deformação

21

Para descrever o comportamento de um material elástico linear submetido

a tensões tridimensionais é necessário conhecer as propriedades do módulo de

elasticidade (E) e o coeficiente de Poisson (ν) do material (LAI & KREMPL, 1993).

2.3.4 Equação Constitutiva Não-Linear para Material Isotrópico

Elástico

As relações constitutivas para materiais lineares, abordadas no tópico

anterior, possuem duas grandes limitações: 1) Podem ser utilizadas para modelar

fenômenos com pequenas deformações e; 2) Mesmo para deformações

pequenas, essa teoria é capaz de modelar comportamentos de tensão em função

de deformações lineares.

O problema é que muitos polímeros (plásticos e borrachas/elastômeros),

incluindo os tecidos biológicos não se enquadram nestas limitações, uma vez que

ocorrem grandes deformações em regime elástico, além de apresentarem

relações de tensão x deformação complexas. Existem três grandes tipos de lei

constitutiva não linerar (LAI & KREMPL, 1993; BONNET, et al., 1997):

1. Hipoelasticidade: aplicada na modelagem de comportamento tensão x

deformação em função de taxas (�̇�=f(𝜀̇)). Geralmente aplicadas nas teorias

aproximadas de plasticidade.

2. Materiais Hookeanos: utilizada para estender os modelos lineares elásticos

para situações que envolvam deformações finitas.

3. Hiperelasticidade: compreende a cinemática não-linear e o comportamento

tensão x deformação não-linear. Aplicada principalmente na construção de

modelos para borrachas, espumas e tecidos biológicos.

Para que uma relação constitutiva seja aceitável para materiais elásticos,

pressupõe-se que a tensão em um ponto pode ser obtida tão somente a partir das

deformações no ponto. Consegue-se fazer isto através da elasticidade de Cauchy

ou da elasticidade de Green. A primeira trabalha com medidas Eulerianas e a

segunda utiliza medidas Lagrangianas (ATKIN & FOX, 1980). Como na

cinemática é descrito o movimento de um corpo ou estrutura, sem considerar as

22

causas da mudança de posição ou configuração, a posição do corpo é uma

função contínua que corresponde exclusivamente entre o ponto material e sua

coordenada no espaço em relação a um referencial. Esta função associa a

posição inicial e a atual de um ponto material (HOLZAPFEL, 2000; LAI, 1999).

2.3.5 Particularização para Material Isotrópico Elástico

Incompressível

Os materiais que são considerados incompressíveis, ou seja, aqueles que,

na deformação, não apresentam variações de volume, apenas de forma, como

alguns polímeros e boa parte das borrachas (elastômeros) possuem equações

constitutivas mais simplificadas, contudo por aparecer uma pressão hidrostática p

indeterminada, a tensão não pode ser determinada univocadamente a partir da

deformação (ATKIN e FOX, 1980; BONNET, et al., 1997):

𝜎 = −𝑝I + 𝑏1B + 𝑏2𝜋B−1 (2)

Desta maneira, considera-se algum grau de compressibilidade da equação

(2), desde que o módulo de compressibilidade (K) seja comparável ao dos metais

ou sólidos de ligação covalente. Determina-se as funções 𝑏1 e 𝑏2 derivadas de

uma função potencial W dos invariantes 𝐼1 e 𝐼2 do tensor B (ATKIN e FOX, 1980)

qual seja:

𝑏1 = 2∂W

∂𝐼1 𝑏2 = −2

∂W

∂𝐼2

Substituindo-se os valores de 𝑏1 e 𝑏2 na equação (2), teremos:

𝜎 = −𝑝I + 2∂W

∂𝐼1B + −2

∂W

∂𝐼2B−1 (3)

A equação (3) é uma relação constitutiva para um material sólido

hiperelástico isotrópico.

23

2.3.6 Ensaio de Tração Uniaxial

Do ensaio de tração uniaxial são obtidos os valores da tensão (𝜎𝑒) e da

deformação específica de engenharia (𝜀𝑒), ambos na direção longitudinal. Sendo

o gradiente para este ensaio, dado pela expressão (4):

𝐴 = [

𝜆1 0 00 𝜆2 00 0 𝜆3

] = [

𝜆1 0 00 𝜆2 00 0 𝜆3

] (4)

𝜆1 = (𝜀𝑒)𝑖 + 1 (5)

onde 𝜆1 (5) é o alongamento na direção i.

Considerando a hipótese de incompressibilidade (J=1), onde o

determinante da equação (6) é 1, torna possível o cálculo de alongamentos

transversais 𝜆1 e 𝜆3 = 𝜆2 , do gradiente do alongamento à direita de Cauchy-

Green e dos invariantes (PASCON, 2008):

𝜆2 = 𝜆3 = (𝜆1)−1/2 ⇒ J = det (A) = 𝜆1𝜆2𝜆3 = 1⇒

⇒ 𝐴 = [𝜆 0 00 𝜆−1/2 00 0 𝜆−1/2

] ⇒ 𝐶 = 𝐴𝑇𝐴 [𝜆2 0 00 1/𝜆 00 0 1/𝜆

] (6)

⇒ 𝐼1(C) =tr(C) = 𝜆2 +2/𝜆

⇒ 𝐼2(C) = 𝜆−2 +2 𝜆

⇒ 𝐼3(C) = 1

Rivlin e Saunders obtiveram a solução analítica aplicada aos casos de

tração uniaxial homogênea, que é expressa entre a tensão de engenharia na

direção longitudinal e energia de deformação (7) (RIVLIN & SAUNDERS, 1951):

σ𝑒

𝜆−𝜆−2=

(𝐹/𝐴0)

𝜆−𝜆−2= 2 [

𝜕𝜓

𝜕𝐼1+

1𝜕𝜓

𝜆𝜕𝐼1] (7)

2.3.7 Cisalhamento Simples de um Bloco Hexaédrico Incompressível

24

No cisalhamento simples, um elemento material representado por dX na

configuração de referência (inicial sem deformação) pode ser transformado em

um elemento representado por dx na configuração corrente (atual ou deformada),

utilizando-se o gradiente do tensor deformação F. O esquema da relação entre os

elementos é dada por dx=FdX, conforme a Figura 2.

Figura 2. Configuração para cisalhamento simples do estado inicial para o estado

deformado.

Considerando um bloco retangular submetido a um cisalhamento simples,

como a ilustração da figura 2, teremos as componentes da posição atual em

relação ao referencial, dadas por:

𝑥1 = 𝑋1 + 𝛾𝑋2 (8)

𝑥2 = 𝑋2 (9)

𝑥3 = 𝑋3 (10)

Onde 𝛾 é a deformação angular, ou seja, tg θ = 𝛾

1. Com as componentes da

posição 𝑥1, 𝑥2 𝑒 𝑥3,o tensor gradiente de deformação F (11), pode ser expresso

como (PEREIRA, 2013):

25

𝐹 = 𝛻𝑥 = [1 𝛾 00 1 00 0 1

] (11)

Através de operações matemáticas e usando o tensor deformação de

Cauchy-Green, a componente da tensão de cisalhamento pode ser dada por:

𝜎12 = 2 (𝜕𝑊

𝜕𝐼1+

𝜕𝑊

𝜕𝐼2) 𝛾 (12)

2.3.8 Ensaio de tração Biaxial de uma Lâmina Fina Incompressível

Considerando no campo de deslocamentos (13) 𝝀𝟏 = 𝝀𝟐 e (𝝀𝟏, 𝝀𝟐 > 1),

obtém-se a extensão homogênea de uma lâmina da figura 3, para os invariantes

𝑰𝟏 e 𝑰𝟐 (HOSS, 2009):

𝑥1 = 𝜆1𝑋1 𝑥2 = 𝜆2𝑥2 𝑥3 = 𝜆2𝑥3 (13)

𝜆1 = 𝜆2 = 𝜆, 𝜆3 = 1

𝜆2

𝐼1 = 2𝜆2 +1

𝜆4 (14)

𝐼2 = 𝜆4 +2

𝜆2 (15)

26

Figura 3. Extensão Biaxial de uma Lâmina Fina Incompressível. (Fonte:

HOSS, 2009)

A componente da tensão de tração biaxial (𝜎33 = 0) pode ser dada por:

𝜎 = 𝜎11 = 𝜎22 = 2 (𝜆2 −1

𝜆4) (𝜕𝑊

𝜕𝐼1+ 𝜆2 𝜕𝑊

𝜕𝐼2) (16)

2.4 Modelo de Mooney-Rivlin (1ª ordem)

O modelo de Mooney-Rivlin (MOONEY, 1940) é uma série polinomial,

baseado nos invariantes 𝐼1 e 𝐼2:

𝑊 = ∑ 𝐶𝑖𝑗(𝐼1 − 3)i∞

𝑖=0,𝑗=0(𝐼2 − 3)j (17)

onde 𝐶𝑖𝑗 são parâmetros do material e 𝐶00 = 0. A série é geralmente truncada para

termos de primeira, segunda ou terceira ordem. Como exemplo, para terceira

ordem é necessário determinar nove parâmetros de material. Esta forma de

função energia de deformação é amplamente usada para problemas de grandes

deformações (MARCKMANN, 2006; WINEMAN e GANDHI, 1984). O modelo para

primeira ordem é descrito como:

27

𝑊(𝐼1, 𝐼2) = 𝐶10(𝐼1 − 3) + 𝐶01(𝐼2 − 3) (18)

onde 𝐶10 e 𝐶01 são parâmetros do material, 𝐼1 e 𝐼2 são os invariantes de

deformação. A subtração de três é para a energia ser nula na posição

indeformada (HOLZAPFEL, 2000; SAAD, 2005). O módulo de cisalhamento (𝜇0) e

o módulo de massa (𝐾0) são dados por:

𝜇0 = 2(𝐶10 + 𝐶01), 𝐾0 = 2

𝐷1 (19)

2.5 Modelo de Mooney-Rivlin (2ª ordem)

O modelo de Mooney-Rivlin para segunda ordem é descrito como:

𝑊(𝐼1, 𝐼2) = 𝐶10(𝐼1 − 3) + 𝐶01(𝐼2 − 3) + 𝐶20(𝐼1 − 3)2 + 𝐶11(𝐼1 − 3)(𝐼2 − 3) + 𝐶02(𝐼2 − 3)2 (20)

onde 𝐶10, 𝐶01, 𝐶20, 𝐶11 e 𝐶02 são parâmetros do material, 𝐼1 e 𝐼2 são os

invariantes de deformação. Esta forma apresenta mais três parâmetros do

material, o que permite um melhor ajuste para o polinômio (21). Mais termos

podem ser adicionados a equação (17), mas normalmente não produzem

apreciáveis melhorias (SASSO, et al, 2008). O módulo de cisalhamento é:

𝜇 = 2 ∑ 𝐶𝑖𝑗𝑖𝑗

(21)

2.6 Modelo de Ogden

Ogden, em 1972, propôs um modelo para materiais elásticos, isotrópicos e

incompressíveis, submetidos a grandes deformações e derivando a função

densidade energia de deformação em termos das três extensões principais λ, i =

1,2,3. A função energia de deformação foi expandida através de uma série de

28

potências reais e descrita como função dos estiramentos principais (OGDEN,

1972):

𝑊(𝜆1, 𝜆2, 𝜆3) = ∑𝜇𝑛

𝛼𝑛(𝜆1

𝑎𝑛+𝜆2𝑎𝑛 + 𝜆3

𝑎𝑛 − 3)N

𝑛=1 (22)

𝜆1𝜆2𝜆3𝜆1𝑎𝑛𝜆2

𝑎𝑛𝜆3𝑎𝑛 𝐴 = 𝜋𝑟2𝑎𝑛𝜇𝑛𝛼𝑛 (23)

O módulo de cisalhamento é 𝜇 =1

2∑ 𝜇n

Nn=1 αn, com a seguinte condição de

estabilidade,𝜇𝑛𝛼𝑛> 0, n=1, N. Para primeira ordem o módulo é 𝜇1 =2𝜇

𝛼1, Este

modelo é usado para problemas de grandes deformações (OGDEN, 1972). Os

modelos para primeira e segunda ordem são descritos abaixo, com 𝜆1 = 1 e

𝜆2−1 ≡ 𝜆1.

𝑊(𝜆1, 𝜆2, 𝜆3) =𝜇1

𝛼1(𝜆1

𝑎1+𝜆2𝑎1 + 𝜆3

𝑎1 − 3) (24)

𝑊(𝜆1, 𝜆2, 𝜆3) =𝜇1

𝛼1(𝜆1

𝑎1+𝜆2𝑎1 + 𝜆3

𝑎1 − 3) + 𝜇2

𝛼2(𝜆1

𝑎2+𝜆2𝑎2 + 𝜆3

𝑎2 − 3) (25)

2.7 Modelo de Yeoh

Em 1987, Yeoh propôs um método para determinação experimental do

módulo de compressão volumétrica, ou bulk modulus, de materiais poliméricos

vulcanizados, aplicando-se compressão com deformação controlada em vários

corpos de prova variados de diferentes composições. Determinou-se, desta

maneira, o módulo de compressão volumétrica para cada tipo de material (YEOH,

1987).

No ano de 1990, o mesmo Yeoh propôs um modelo constitutivo para

materiais hiperelásticos e incompressíveis, assumindo a independência do

29

segundo invariante 𝐼2. Descreveram-se os modelos neo-Hookeano e teve como

base o modelo de Mooney-Rivlin (YEOH, 1990), ficando sua função como segue:

𝑊 = ∑ 𝐶𝑛N𝑁=1 (𝐼1 − 3)𝑛 (26)

𝜇 = 2 ∑ 𝐶𝑖𝑗𝑖𝑗

(27)

onde 𝐶𝑛, n=1,2,3 são os parâmetros do material e 𝐼1 é o primeiro invariante de

deformação. Omodelo para primeira ordem é descrito como (YEOH, 1990):

𝑊(𝐼1) = 𝐶1(𝐼1 − 3) (28)

onde o módulo de cisalhamento é µ=2𝐶1 [7]. Este modelo é igual ao modelo “Neo-

Hookeano” para n = 1. O modelo de Yeoh para n = 2 e n = 3, ficaram

respectivamente:

𝑊(𝐼1) = 𝐶1(𝐼1 − 3) + 𝐶2(𝐼1 − 3)2 (29)

𝑊(𝐼1) = 𝐶1(𝐼1 − 3) + 𝐶2(𝐼1 − 3)2 + 𝐶3(𝐼1 − 3)3 (30)

onde os módulos de cisalhamento são µ=2𝐶1 + 4𝐶2(𝐼1-3) para n=2 e m =2𝐶1 + 4𝐶2

(𝐼1-3) +6𝐶3 (𝐼1-3)2 para n=3.

2.8 Modelo Polinomial

O modelo polinomial é baseado no 1º e 2º invariantes de deformação, que

visa ajustar um polinômio de grau desejado ao diagrama σ x Ɛ do material

(HOSS, 2009):

𝑊 = ∑ 𝐶𝑖𝑗(𝐼1 − 3)𝑖(𝐼2 − 3)j +N

𝑖+𝑗=1∑

1

𝐷𝑘(j − 1)2k

N

𝑘=1 (31)

30

Onde

D1 = 2

K, 𝜇 = 2(C10 − 𝐶01) (32)

Este modelo surgiu de um processo inverso, quer dizer, verificou-se que

muitos modelos propostos eram baseados em polinômios incompletos. Permitindo

que fabricantes de programas computacionais de elementos finitos implementem

rotinas através de softwares, para gerar diversos modelos particularizados como o

Abaqus, Ansys, Nastran (HOSS, 2009).

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização deste estudo, foram utilizados os dados experimentais

obtidos em laboratório em ensaio de tração uniaxial de amostras do polímero

PLDLA - poli(L-ácido lático-co-D,L-ácido lático), da pesquisa elaborada pela

Professora Doutora Sônia Maria Malmonge juntamente com a estudante Jessica

A. Trindade, obtidas em ensaio de tração uniaxial no Sistema de Testes de

Microforça Tytron 250, fabricada pela MTS, que avaliou o comportamento

mecânico do material hiperelástico. Sendo os principais dados provenientes deste

ensaio experimental, as curvas de força x deslocamento, que além de serem

relativamente de simples monitoração, fornecem informações para a obtenção de

diversas variáveis e propriedades físicas, como por exemplo: tensão de ruptura,

módulo de elasticidade E, módulo de cisalhamento G, módulo de

compressibilidade K e o coeficiente de Poisson ν (HOSS, 2009).

3.1 Ajuste de Constantes Constitutivas

Inicialmente foi preciso fazer a conversão das curvas de tensão x

deformação em dados que permitam calibrar para o Modelo de Ogden e assim

verificar a validade dos mesmos. Considerou-se que o material estudado é

incompressível (HOSS, 2009).

31

3.2 Hipótese de Incompressibilidade

Para se caracterizar um material hiperelástico é necessário descobrir o

módulo de compressibilidade, uma vez que as equações constitutivas para

materiais incompressíveis são bem mais simples quando comparadas com os

materiais com compressibilidade significativa (HOSS, 2009).

O objetivo primário do ensaio de compressão volumétrica é verificar o

módulo de compressibilidade K do material (MARCZAK, et al., 2006). Um material

incompressível sob pequenas deformações é caracterizado por ν =1/2 e 𝐾 > 104

G (OGDEN, 1984; GENT, 2001).

3.3 Curva Tensão x Deformação

O modelo de Ogden com três termos faz o ajuste de dados do teste com

boa aproximação dos dados medidos, tanto do ensaio de tração uniaxial, como do

ensaio biaxial, como mostrado na figura 4, que segue abaixo:

32

Figura 4. Parâmetros de material ajustados usando o modelo de Ogden

com três termos. Fonte: Adaptado de (KUMAR, 2015).

As constantes são obtidas a partir do ajuste da curva gerada

experimentalmente. E estas podem ser geradas através de três formas distintas,

que são:

1. Para ensaio uniaxial

𝜆1 = 𝜆𝑈, 𝜆2 = 𝜆3 = 𝜆𝑈−1/2

, 𝜆𝑈 = 1 + Є𝑈 (33)

𝑇𝑈 = ∑2𝜇𝑖

𝛼𝑖(𝜆𝑈

𝑎𝑖−1− 𝜆𝑈

−1

2𝑎𝑖 − 1

)

N

𝑖=1

. (34)

2. Para ensaio biaxial

𝜆1 = 𝜆2 = 𝜆𝐵, 𝜆3 = 𝜆𝐵−2, 𝜆𝐵 = 1 + Є𝐵 (35)

𝑇𝐵 = ∑2𝜇𝑖

𝛼𝑖(𝜆𝐵

𝑎𝑖−1− 𝜆𝐵

−2𝑎𝑖 − 1)

N

𝑖=1 (36)

3. Para ensaio de cisalhamento

𝜆1 = 𝜆𝑆, 𝜆2 = 1, 𝜆3 = 𝜆𝑆−1, 𝜆𝑆 = 1 + Є𝑆 (37)

𝑇𝑆 = ∑2𝜇𝑖

𝛼𝑖(𝜆𝑆

𝑎𝑖−1− 𝜆𝑆

−𝑎𝑖 − 1)

N

𝑖=1 (38)

Como mostrado na figura 3, o modelo de Ogden consegue representar o

material hiperelástico, em uma análise numérica de não-linearidade submetido a

grandes deformações. Este modelo (Ogden), propõem uma expressão para a

energia de deformação baseada diretamente nos alongamentos principais

(𝜆1)(OGDEN, 1972).

33

Apesar dos resultados apresentarem a potencialidade da metodologia no

ajuste de curvas, é preciso verificar a validade das constantes constitutivas

obtidas e a estabilidade das predições através de duas formas:

1. No método de otimização (ajuste de curva) garantir que o produto do módulo

de cisalhamento (𝝁𝒊) e a constante de proporcionalidade (𝜶𝒊) deve ser

positivo:

𝜇𝑖𝛼𝑖 > 0 (39)

2. Verificar se as propriedades obtidas numericamente representam um material

real. Essa verificação é feita calculando-se o determinante da matriz (39), que

deverá ser positivo, sendo a matriz expressa por:

[𝐷11 𝐷12

𝐷21 𝐷22] = ∑ 2𝜇𝑖 𝜆𝑆

−𝑎𝑖 − 𝜆𝑆−𝑎𝑖 [

𝜆12𝑎𝑖 𝜆2

𝑎𝑖 + 1 1

1 𝜆1𝑎𝑖 𝜆2

2𝑎𝑖 + 1]

N

𝑖=1

(40)

No presente trabalho, foi implementado inicialmente a opção 1, no entanto,

as respostas obtidas não apresentaram resultados satisfatórios nos ajustes das

curvas. Dessa forma, optou-se pela opção 2, para o modelo de Ogden de tração

uniaxial com três termos, que forneceu os parâmetros para as amostras de

polímero hiperelástico.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Preparação das amostras numericamente

Primeiramente, no gráfico de tensão x deformação, foi feito um ajuste na

deformação para que todas as amostras tivessem a mesma máxima deformação

(a curva completa se encontra no apêndice, figura 12), da amostra com a menor

deformação, eliminando-se o excedente para uniformizar as deformações e obter

a curva média. Nesse processo também foi realizado uma suavização ou

34

atenuação da curva, com o objetivo de evitar possíveis erros no processo de

otimização, como mostrado na Figura 4, a seguir:

Figura 5. Gráfico tensão x deformação para amostras de material polimérico

(PLDLA) com o ajuste e suavização da curva.

onde Ɛ é a deformação específica longitudinal de engenharia, 𝑳𝒇 é o comprimento

final da amostra, 𝑳𝟎 o inicial, conforme equação 41, que segue:

Ɛ = Ɛ𝟏𝒆𝒏𝒈

= 𝜟𝑳

𝑳𝟎=

(𝑳𝒇−𝑳𝟎)

𝑳𝟎=

𝑳𝒇

𝑳𝟎− 𝟏 (41)

4.2 Ajuste de curva

Na figura 5, observa-se os dados numéricos do experimento de tração

uniaxial, utilizando a equação 21 para obter as constantes de Ogden, que segue:

35

Figura 6. Gráfico de tensão x deformação com os dados experimentais e as

curvas obtidas pelo modelo de Ogden.

Analisando a figura 6, na qual foi utilizada uma aproximação de quarta

ordem no modelo de Ogden, verificou-se que o ajuste de curva obteve os

parâmetros que representam as amostras com precisão r-square acima de 0,999.

A segunda análise que fizemos foi obter as constantes de Ogden para a média

das três amostras, por esse motivo fizemos a padronização das deformações, e o

resultado obtido foi:

36

Figura 7. Curvas obtidas do modelo de Ogden para a média das amostras, conforme

os valores da tabela 1.

Tabela 1. Valores obtidos para as curvas (constantes) do modelo de Ogden das três amostras e o valor da média

Amostra 𝝁𝟏 𝜶𝟏 𝝁𝟐 𝜶𝟐 𝝁𝟑 𝜶𝟑 𝝁𝟒 𝜶𝟒

1 603.06 16.71 601.63 16.75 603.05 16.71 -1396.67 27.99

2 609.05 17.27 607.84 17.32 609.05 17.27 -1390.62 28.66

3 599.85 23.15 599.32 23.07 599.85 23.16 -1399.60 33.99

Média 603.98 19.07 602.82 19.12 603.98 19.07 -1395.59 30.25

4.3 Verificação do determinante da matriz

Nesse tópico foi observado se as propriedades obtidas satisfazem a

condição de existência de material, quer dizer, uma das condições para que a

37

constante constitutiva do material seja válida ou não, o determinante que

representa este material precisa ser necessariamente positivo, conforme a matriz

da equação 40. Nas amostras avaliadas todas as deformações resultaram no

seguinte gráfico:

Figura 8. Gráfico das determinantes das amostras para validação da

condição de existência do material.

Analisando a figura acima, verificou-se que todos os resultados são

numericamente válidos, se durante o processo de análise numérica, a simulação

considerar que a máxima deformação seja menor do que 2,9%. Ou seja, até

2,9% de deformação o resultado matemático obtido pelo ajuste de curva

representa fisicamente o material.

38

4.4 Validação utilizando o software Abaqus

O software Abaqus, pacote de programa para análise por elementos finitos

desenvolvido pela HKS Inc de Rhode Island, e comercializado pela Dassault

Systemes S.A. sob a marca SIMULIA (DASSAULT SYSTEMES, 2019), é

mundialmente conhecido como um dos melhores quando se trata de análises não

lineares de material. Dessa forma, utilizamos o módulo de ajuste de curva,

considerando uma das amostras estudadas nos resultados anteriores, e

obtivemos a seguinte resposta:

Figura 9. Análise dos dados coletados pelo software Abaqus, para verificação da

validação da curva de tensão (MPa) x deformação (%).

Analisando a figura, verificamos que o ajuste de curva realizado pelo

Abaqus, também apresenta uma precisão similar ao realizado pelo nosso

trabalho. No entanto, as propriedades são válidas para um valor de deformação

menor do que ao desse trabalho, e as propriedades obtidas também são

diferentes.

39

Figura 10. Resultado da tensão uniaxial do programa Abaqus de 4 termos da

amostra 2.

Ou seja, verificou-se que as constantes obtidas são válidas até uma

deformação menor do que 2%.

Para um melhor entendimento, colocamos como entrada no Abaqus as

constantes de Ogden de uma das amostras estudas nesse trabalho, para verificar

se as respostas possuem a mesma deformação máxima, e os resultados obtidos

foram os da Figura 11:

Figura 11. A curva tensão (Mpa) x deformação (%) no software Abaqus

utilizando as constantes de Ogden da amostra 1.

40

Figura 12. Resultado de validação obtido pelo software Abaqus para a amostra 1.

Analisando os resultados, verificou-se que o método de otimização adotado

nesse trabalho obteve resultado melhor do que o do ABAQUS. Quando fornecido

os valores, o mesmo apresentou uma validade de até 4% de deformação máxima.

5. CONCLUSÃO

Os resultados apresentados no estudo de modelos constitutivos para

materiais poliméricos, método que foi realizado por meio do software MATLAB

conseguiu reproduzir de forma adequada o modelo constitutivo hiperelástico não

linear com o modelo de Ogden, obtendo ainda respostas compatíveis com

software ABAQUS.

Do gráfico da curva de tensão x deformação gerada com os dados

experimentais em ensaio de tração uniaxial do copolímero poli(L-co-D,L-ácido

láctico) (PLDLA), utilizando aproximação de quarta ordem no modelo de Ogden,

verificou-se que depois do ajuste, foram obtidos parâmetros com precisão r-

square acima de 0,999, conforme o gráfico da Figura 6 e da Figura 7, para a

41

constante obtida para a média das amostras. Além disso, das técnicas de

otimização e atenuação, efetuadas nas constantes das amostras, revelaram que a

validação para a condição de existência numérica do material ficou em

deformação de até de 2,9%, conforme o gráfico da figura 8.

A análise pelo ajuste de curvas pelo software ABAQUS, apresentou uma

precisão similar, ou seja, verificou-se que as constantes obtidas são válidas até

uma deformação menor do que 2%, Figura 10. Portanto, ao analisar os

resultados, o software MATLAB apresentou melhores resultados

comparativamente com o ABAQUS, já que quando fornecido os valores e

efetuados a otimização, o mesmo atingiu uma validade de até 4% de deformação

máxima.

Foram encontradas algumas dificuldades para a execução deste trabalho,

como o curto período para sua execução, aproximadamente três meses, e a

quantidade pequena de dados das três amostras analisadas.

Porém, devido a complexidade da análise estrutural de materiais

hiperelásticos, necessita-se, desta forma, dar continuidade ao estudo, incluindo a

análise de tração biaxial, com o objetivo de melhorar as simulações para projetos

futuros.

42

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APÊNDICE

Figura 12. Gráfico completo da tensão x deformação das amostras 1, 2

e 3, dos dados obtidos do ensaio de tração em laboratório.