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Universidade Federal do ABC Graduação em Engenharia Biomédica Juliana França Tossato REVISÃO DE TESTES DIAGNÓSTIVOS PARA AUTOMAÇÃO DE ANÁLISE DE FEZES Trabalho de Graduação São Bernardo do Campo - SP 2019

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Universidade Federal do ABC

Graduação em Engenharia Biomédica

Juliana França Tossato

REVISÃO DE TESTES DIAGNÓSTIVOS PARA AUTOMAÇÃO DE ANÁLISE DE

FEZES

Trabalho de Graduação

São Bernardo do Campo - SP

2019

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Juliana França Tossato

REVISÃO DE TESTES DIAGNÓSTIVOS PARA AUTOMAÇÃO DE ANÁLISE DE

FEZES

Trabalho de Graduação

Trabalho de Graduação apresentado ao

curso de Engenharia Biomédica da

Universidade Federal do ABC, como

requisito para obtenção do título de bacharel

em Engenharia Biomédica.

Orientadora: Profa. Dra. Andrea Cecilia

Dórion Rodas.

São Bernardo do Campo - SP

2019

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, por sempre me incentivarem e apoiarem nas minhas

decisões e sonhos; aos meus amigos, por todo o incentivo, apoio e paciência à minha

ausência no período que estive dedicada a este trabalho; ao meu namorado, por todo

o apoio, incentivo e ajuda na finalização deste trabalho; e, à minha professora

orientadora que contribuiu para a realização deste trabalho.

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RESUMO

As fezes são um produto biológico eliminado por todos os tipos de animais, e nos

seres humanos, como em outros mamíferos, elas podem dar indícios de seu estado

de saúde. A determinação de produtos metabólicos, microbiota e resíduos alimentares

presentes nas fezes humanas ou até mesmo o formato e cor delas podem dar

importantes pistas e ajudar no diagnóstico. Estudos com esse objetivo são realizados

rotineiramente em laboratórios, os quais são realizados por um profissional que

necessita de uma formação e treinamento prévio. Além disso, a coleta do material e

seu transporte ao local de diagnóstico geralmente é realizado pelo próprio paciente, o

que pode gerar desconfortos, além do risco de sua perda, ou extravio no ambiente,

gerando um risco ao paciente e ao meio ambiente. Diante disso, com o objetivo de

minimizar os riscos biológicos e o desconforto relacionado à manipulação deste tipo

de material, além do acompanhamento da eliminação de metabólitos que podem dar

indícios de doenças relacionadas ao trato gastro-intestinal, o projeto analisará a

possibilidade da automação da análise de fezes. Neste trabalho foi realizada uma

extensa revisão sobre eliminação das fezes, testes de diagnósticos relacionados e,

por fim, é apresentado um desenho teórico inicial de um dispositivo para instalação

nos vasos sanitários existentes nas residências.

Palavras-chave: exame de fezes, risco biológico, dispositivo portátil.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Vaso sanitário adulto convencional – vista superior ................................ 25

Figura 2 - Corpo do vaso sanitário adulto convencional – vista lateral .................... 25

Figura 3 - Corpo e saída horizontal rente ao piso do vaso sanitário adulto convencional

– vista lateral ............................................................................................................ 25

Figura 4 - Corpo do vaso sanitário adulto convencional com caixa acoplada – vista

lateral ........................................................................................................................ 26

Figura 5 - Protótipo acoplado ao vaso sanitário comum .......................................... 28

Figura 6 - Protótipo acoplado ao vaso sanitário comum, num cenário de banheiro

domiciliar .................................................................................................................. 28

Figura 7 - Fluxograma do protótipo .......................................................................... 29

Figura 8 - Protótipo ................................................................................................... 29

Figura 9 - Escala de cor ........................................................................................... 30

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Escala médica de fezes de Bristol .......................................................... 10

Tabela 2 - Possíveis complicações indicadas pela alteração da cor das fezes ....... 11

Tabela 3 - Exemplos de doenças causadas por bactérias que pode ser detectada no

exame de fezes ........................................................................................................ 12

Tabela 4 - Testes de fezes realizados por ELISA .................................................... 20

Tabela 5 - Testes de fezes realizados por espectrofotometria ................................ 23

Tabela 6 - Dimensões padronizadas para vasos sanitários, tamanho adulto

convencional, segundo a ABNT ............................................................................... 24

Tabela 7 - Técnicas de análise utilizadas no dispositivo ......................................... 27

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 8

2. OBJETIVO......................................................................................................................... 9

3. METODOLOGIA ................................................................................................................ 9

4. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................. 9

4.1. O que são fezes saudáveis ....................................................................................... 9

4.2. Doenças que podem ser detectadas pela análise de fezes .................................. 11

4.3. Fundamentos e procedimentos de técnicas de análise de fezes ........................ 12

4.3.1. Estudo das funções digestivas ............................................................................... 12

4.3.2. Dosagem de gordura fecal ..................................................................................... 16

4.3.3. Pesquisa de sangue oculto ..................................................................................... 17

4.3.4. Pesquisa de parasitas ............................................................................................ 18

4.3.5. Coprocultura ........................................................................................................... 18

4.4. Riscos associados a dietas ricas em lipídios, proteínas e carboidratos ............ 19

4.5. Análises Automatizadas ......................................................................................... 20

4.5.1. Analise para produtos metabólicos ......................................................................... 20

4.5.2. Biossensor para sangue oculto .............................................................................. 23

5. PROTÓTIPO .................................................................................................................... 24

5.1. Padrão de vasos sanitários .................................................................................... 24

5.2. O Protótipo - discussão .......................................................................................... 26

7. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 30

8. PRÓXIMOS PASSOS ...................................................................................................... 31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 32

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1. INTRODUÇÃO

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, o exame de fezes é

composto pela análise macroscópica, microscópica e bioquímica, que auxilia na

detecção de sangramento gastrintestinal, distúrbios hepáticos e dos ductos biliares e

síndromes de mal absorção. O exame é feito em laboratórios de análises, por

multiprofissionais da área de saúde. Ainda, segundo a Secretaria de Saúde, podemos

citar como principais finalidades do exame: estudo das funções digestivas, dosagem

da gordura fecal, pesquisas de sangue oculto e pesquisa de ovos e parasitas. [1]

A confiabilidade dos resultados de análises de fezes tem uma grande

dependência dos procedimentos de coleta e transporte da amostra. Podemos citar

como fatores que interferem no resultado: a padronização dos procedimentos, a

escolha do material a ser utilizado e o tempo decorrido entre a coleta e a realização

da análise. Um material colhido inadequadamente, como por exemplo contendo urina

ou a água do vaso sanitário, velho ou mal preservado pode gerar um diagnóstico de

baixa significância. [2]

Além do resultado do exame ser dependente dos procedimentos realizados na

coleta e no transporte da amostra, há o risco de contaminação do ambiente e

consequentemente a contaminação de outras pessoas, e até mesmo a contaminação

do profissional que realizará a análise.

Sammer Berry, residente no Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles, em

entrevista à CNBC, disse que “um banheiro inteligente poderia nos impedir de

descartar informações valiosas sobre nossa saúde”, para ele precisamos entender da

saúde dos pacientes fora de hospitais e clinicas, onde normalmente se realizam os

exames de fezes. Informações básicas sobre as fezes de um paciente seriam valiosas

para um diagnóstico eficiente. [3]

Diante disso, propõe - se criar um analisador portátil de fezes, que visa diminuir

o risco biológico, fazendo com que o procedimento seja simplificado e que médicos

tenham acesso há um histórico sobre as fezes de seus pacientes, auxiliando em seus

diagnósticos.

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2. OBJETIVO

Objetivo geral: revisão de testes diagnósticos para automação de análise de

fezes.

Objetivos específicos:

Descrever o que são fezes saudáveis;

Enumerar as doenças que podem ser detectadas através do exame de

fezes;

Descrever os procedimentos já existentes de análise de fezes;

Propor um protótipo inicial de um analisador de fezes portátil.

3. METODOLOGIA

A metodologia do projeto se dividiu em duas etapas. A primeira foi a revisão da

literatura, onde foi levantado o que são fezes saudáveis, quais as doenças que podem

ser detectadas pelo exame de fezes. Na segunda etapa foram estudados os

fundamentos e procedimentos das técnicas de análise de doenças pelas fezes. A

última etapa foi a formulação de uma proposta inicial de protótipo para o analisador

portátil.

4. REVISÃO DA LITERATURA

4.1. O que são fezes saudáveis

As fezes humanas são compostas de aproximadamente 75% de água, os

outros 25% é composto por fibras, bactérias, muco e células. Uma maneira de

identificar se as fezes estão saudáveis é através da sua forma e consistência, para

que isso seja feito existe a escala médica de fezes de Bristol. Essa escala foi

desenvolvida por Ken Heaton na Universidade de Bristol e foi publicada em 1997 no

Scandinavian Journal of Gastroenterology. Seguindo a Tabela 1, as fezes idealmente

devem ser do tipo 4 com uma cor que varie entre o um marrom claro a um marrom

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mediano, mas estando entre o tipo 3 e 5 são consideradas saudáveis. Os tipos 1 e 2

são característicos de constipação, enquanto que os tipos 6 e 7 são indicativos de

diarreia. [4]

Tabela 1. Escala médica de fezes de Bristol [4].

Escala de fezes de Bristol

Tipo 1

Pedaços duros separados, parecidos com nozes

(difíceis de passar)

Tipo 2

Em formato de salsicha com grumos

Tipo 3

Em formato de salsicha com rachaduras na

superfície

Tipo 4

Em formato de salsicha, macia e suave

Tipo 5

Formatos de gotas com bordas definidas

Tipo 6

Peças fofas com bordas irregulares

Tipo 7

Aguados, sem partes sólidas, toda liquida

Além da escala médica de Bristol, também é possível identificar alguma

alteração na saúde do indivíduo através da coloração das fezes. Idealmente elas

devem ser da cor marrom, podendo variar de um marrom claro a um mediano.

Qualquer alteração nessa cor pode indicar alguma possível complicação, na Tabela 2

é mostrado exemplos.

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Tabela 2. Possíveis complicações indicadas pela alteração da cor das fezes.

Coloração das fezes Possível complicação

Escura

Pode indicar sangramento do sistema gastrointestinal

Amarelada

Pode indicar a presença de gorduras em excesso

Esverdeada Pode indicar que a bile não decompôs o que foi ingerido

da maneira correta

Cor clara Pode indicar diversas complicações, desde deficiência de

bile, doenças hepáticas, até mesmo câncer

Avermelhada Pode indicar sangramento na parte inferior do trato

digestivo ou a presença de hemorroidas

Além de estar entre o tipo 3 e 5 de formato, apresentar uma coloração entre o

marrom claro e marrom mediano. Para considerar as fezes saudáveis, elas devem ser

livres de parasitas, sangue e bactérias patológicas. [4]

4.2. Doenças que podem ser detectadas pela análise de fezes

Como mostrado na Tabela 2, as fezes de cores claras podem ser indicativas

de diversas doenças, sendo a cor mais preocupante. Além das já mostradas na tabela,

elas podem indicar hepatite viral, hepatite alcoólica, defeitos estruturais do sistema

biliar, cálculos biliares, estenose biliar, cisto do ducto biliar, cirroso e tumores. [4]

O exame de fezes tem como objetivo a verificação de possíveis bactérias,

parasitas ou ovos de parasitas na amostra biológica e a possível presença de sague

ou excesso de gordura. Podendo auxiliar o médico no diagnóstico. A presença de

sangue pode indicar sangramentos no trato intestinal ou hemorroidas, já o excesso de

gordura pode indicar má absorção intestinal ou intolerâncias alimentares, como à

lactose ou ao glúten. [1]

A identificação de parasitas pode muitas vezes ser feita a olho nú, em outras

vezes é necessário a análise laboratorial. Os parasitas que causam algum tipo de

infecção que comumente são encontrados em fezes são: Giardia lamblia, Enterobius

vermicularis, Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Entamoeba histolytica,

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Cryptosporidium, ténias, ancilostomas, Strongyloides stercoralis, Anisakis simplex e

Schistosomas. [5]

Alguns tipos de vírus também podem ser identificados pelo exame de fezes,

identificando algumas doenças. A diarreicas aguas, doença caracterizada pelo

aumento do número de evacuações, com fezes de consistência líquida, causada por

diferentes agentes etiológicos, pode ser identificada pela detecção da infecção por

rotavírus. Pode-se identificar meningite viral, poliomielite e também eventos de reação

adversa à aplicação de vacina. Além de vírus e parasitas, é possível identificar

bactérias presentes nas fezes, as principais bactérias e a doença relacionada a ela

estão indicados na Tabela 3. [6]

Tabela 3. Exemplo de doenças causadas por bactérias que pode ser detectada no exame de fezes

[7].

Bactéria Doença

Salmonella Intoxicação alimentar

Escherichia coli Infecções

Shigella Disenteria bacilar

4.3. Fundamentos e procedimentos de técnicas de análise de fezes

Existem cinco finalidades para a análise fecal: estudo das funções digestivas,

dosagem de gordura fecal, pesquisa de sangue oculto, pesquisa de parasitas e

coprocultura. [8]

4.3.1. Estudo das funções digestivas [8]

Material necessário: microscópio, lâminas e lamínulas, tubos de ensaio,

pipetas, buretas, baquetas de vidro e soluções.

Preparo do paciente: o paciente deve submeter-se a uma dieta normal que

contenha carboidratos, gorduras e proteínas, além disso, nos dias que antecedem a

coleta das fezes, não devem utilizar medicamentos, incluindo laxantes que podem

interferir na interpretação do exame.

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Coleta das fezes: é preferível que se utilizem recipientes esterilizados, tais

como frascos de boca larga, placas de Petri ou latas previamente limpas. Deve ser

colhido o material correspondente a parte média da amostra geralmente mais

uniforme, evitando contaminação de outras substâncias, como urina e água. Após a

coleta, deve-se encaminhar a amostra ao laboratório o mais rápido possível, a fim de

evitar quaisquer possíveis contaminações, da amostra e do ambiente.

Exame macroscópico: o primeiro procedimento realizado é utilizando o papel

de tornassol, para a verificação do pH da amostra e primeira verificação de possível

presença de sangue. Em seguida, é feita a diluição das fezes, tritura-se um pouco da

amostra adicionando água, de modo que se obtenha 1 parte de fezes para 10 partes

de água. A mistura obtida é colocada numa placa de Petri, de modo que possam ser

observados os detritos suspeitos.

Consistência: fezes normais contêm por volta de 75% de água, essa

porcentagem pode aumentar por diarreia, alimentação vegetariana e

outros fatores. Por outro lado, pode diminuir por alimentação rica em

proteína, baixa ingestão de liquido e constipação intestinal.

Peso: um indivíduo com uma dieta normal elimina por volta de 100 a 150

g por dia, essa quantidade pode aumentar por uma alimentação mais

abundante, fermentação intestinal intensa, insuficiência pancreática ou

síndromes de malabsorção, e podem diminuir nos portadores de

constipação intestinal.

Forma: a forma das fezes é moldada pelo esfíncter anal, elas podem

sofrer estreitamento por estreitamento ou espasmo do reto.

Cor: como a alteração da cor das fezes pode indicar algumas patologias,

fezes esbranquiçadas ou descoradas por ausência de estercobilina,

fezes pretas por presença de sangue digerido, verdes por aceleração do

trânsito intestinal ou avermelhadas por conter sangue não digerido.

Odor: a amostra fecal pode ficar com cheiro butírico ou rançoso por

fermentação intestinal acentuada, pútrido por intensa putrefação, com

odor semelhante ao de esperma por disenteria bacilar ou pútrido

penetrante por carcinomas de cólon ou reto.

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Viscosidade: a viscosidade depende do teor de muco, fezes normais

apresentam pouca viscosidade, ela pode ser aumentada por putrefação

intestinal ou por colite.

Elementos anormais:

o Muco ou catarro: indica irritação ou inflamação do trato intestinal.

A sua presença pode ser indicada por pequenas estrias e

filamentos maiores

o Sangue: o aparecimento de sangue vivo indica a necessidade de

se fazer o exame retossigmoidoscópico, para identificar um

possível câncer.

o Pus: em grande quantidade dá a coloração cinzenta à amostra.

Resíduos alimentares: o exame macroscópico possibilita a identificação

de alguns resíduos alimentares, tais como tecido conjuntivo, fibras

musculares, gordura, detritos vegetais, cálculos, área intestinal

(associada a células vegetais), falsa areia intestinal (associada a

digestão de banana, maçã e alguns vegetais), corpos estranhos e

fragmentos de neoplasma e pólipos.

Exame microscópico: as partes da amostra fecal mais suspeitas são levadas

ao exame microscópico. Para tal procedimento, é necessário colocar-se a amostra

sobre a lâmina e adicionar solução de Lugol forte, para que então o exame direto

possa ocorrer. Tem-se como objetivo a identificação de resíduos alimentares de

origem animal e vegetal e substâncias de origem intestinal.

Resíduos alimentares de origem animal:

o Fibras musculares: geralmente encontradas na coloração

amarelada ou alaranjada pela bile, podem indicar aceleração do

trânsito intestinal ou insuficiência pancreática.

o Tecido conjuntivo: encontrado na forma de feixes de filamentos

alongados ou fibras isoladas sinuosas, pode indicar possível

insuficiência gástrica. Se tornam vermelhos pelo reativo Hecht.

o Gorduras: estão presentes em fezes saudáveis em pequena

quantidade. As gorduras neutras tornam-se avermelhadas na

presença de Sudan II e o aumento de sua quantidade pode

indicar insuficiência pancreática, já os ácidos graxos tornam-se

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avermelhados na presença de Hecht e podem indicar

insuficiência biliar. Os sabões tornam-se esverdeados pelo Hecht,

e podem indicar a presença de cálcio e magnésio no intestino.

Resíduos alimentares de origem vegetal:

o Amido: o amido situado no interior das células dos feculentos e o

amido amorfo apresentado sob forma de faixas isoladas tornam-

se rosados pelo Lugol, enquanto que o amido cru se torna preto.

A elevada concentração de amido por indicar trânsito intestinal

rápido, excesso de ingestão de faculentos ou fermentação

intestinal hidrocarbonada.

o Celulose digestível: são arredondadas, ovais ou irregulares, com

contornos muito nítidos, a sua abundancia indica aceleração do

trânsito cólico.

o Flora idófila: é a flora normalmente encontrada no ceco e cólon,

quando encontrada de forma abundante nas fezes pode indicar

fermentação intestinal exagerada ou evacuação prematura do

ceco e cólon direto.

o Cristais: os cristais de oxalato de cálcio (associado a ingestão de

certos vegetais) em abundancia pode indicar insuficiência

gástrica, os cristais de Charcot-Leyden podem indicar ulceração

intestinal.

Substâncias de origem intestinal: podem ser encontrados muco,

hemácias, leucócitos e células epiteliais. O muco tem a estrutura

organizada em filas alongadas. As hemácias e leucócitos indicam que a

evacuação foi muito rápida a partir da lesão ou que a lesão está

localizada nas partes finais dos terminais do intestino. Por fim, as células

epiteliais podem indicar descamação intestinal.

Exame químico: algumas reações químicas fáceis são de grande importância

na análise fecal, a reações são realizadas depois da diluição e sem filtração.

pH: utiliza-se o papel de tornassol azul e vermelho para identificar se as

fezes estão ácidas, alcalinas ou neutras. Em estado normal, a ração

deve ser neutra ou ligeiramente alcalina, em adultos fezes com pH 6 já

podem irritar a mucosa. Quando a reação indicar uma amostra ácida,

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pode indicar fermentação, já quando indicar uma amostra alcalina

demais, pode indicar a putrefação.

Pigmentos biliares: identifica-se a presença através da adição de uma

solução aquosa saturada de sublimado corrosivo, os sedimentos

tornam-se vermelho-tijolo se houver estercobilina ou estercobilinogênio,

tornam-se verde na presença de bilirrubina ou não muda de cor de não

houver nenhum dos pigmentos. A reação pode indicar acolia caso dê

negativa e pode indicar que a amostra tem origem no intestino delgado

se ficar verde.

Albumina: a sua detecção faz-se da forma similar ao de pigmentos

biliares, é adicionado uma solução aquosa saturada de sublimado, se

houver excesso de albumina ao fim de 2 a 24 horas as partículas vão se

sedimentar completamente e na parte superior vai sobrar um líquido

totalmente claro e transparente.

Muco: a sua detecção ocorre através da diluição das fezes e adição de

uma gota de amoníaco e 2 ml de ácido acético.

4.3.2. Dosagem de gordura fecal [8]

O método mais recomendado para a determinação da dosagem de gordura

fecal presente na amostra é o de Van de Kamer, Wuinink, Tem e Weyers,

desenvolvido em 1949. O método se dá da seguinte forma: os triglicerídeos da

amostra são saponificados através de uma solução alcoólica de hidróxido de potássio,

em seguida adiciona-se ácido clorídrico para que os ácidos graxos possam ser

liberados, os ácidos graxos são extraídos com éter de petróleo e por fim titulados com

solução alcoólica de hidróxido de tetrametilamônio. A dosagem de gorduras

encontradas no procedimento é expressa em gramas de ácido esteárico.

Outro método possível é o da capacitância elétrica, nesse método é extraída

uma alíquota de suspensão fecal com um solvente composto principalmente de

benzenos clorados, em seguida, filtra-se o extrato e mede-se a capacitância elétrica.

A capacitância elétrica obtida é comparada com padrões definidos para determinar a

dosagem de gordura fecal. A eliminação de mais de 5 g de gordura por dia é

considerada anormal e é denominada esteatorréia.

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4.3.3. Pesquisa de sangue oculto [8]

A pesquisa de sangue oculto é de extrema importância, tanto o resultado

positivo quanto o negativo podem contribuir para a análise clínica. Ela é feita a partir

de 4 reações possíveis, que chegam a compostos de diferentes cores, chegando a

eles, indica a presença de sangue oculto.

Reação do guáiaco: a atividade de peroxidase do sague decompõe o

peróxido de hidrogênio, o oxigênio liberado oxida o complexo do

guáliaco, chegando em um composto azulado.

Reação da benzidina: a atividade de peroxidase do sangue decompõe a

água oxigenada, o oxigênio liberado oxida a benzidina, chegando em

um composto azulado ou esverdeado. Esse tipo de reação tem um ponto

de atenção, as gorduras podem dar um falso-positivo, sendo necessário

fazer a extração delas antes de reação.

Reação de Meyer-Johannessen: a fenolftaleína é reduzida pelo zinco

em anidrido ftálico, que ao ser oxidado pelo oxigênio desprendido da

água oxigenada se transforma de novo em fenolftaleína, assumindo a

coloração vermelha.

Reação de Thevenon e Rolland: também é baseado na atividade de

peroxidase do sangue, que decompõe a água oxigenada, e o oxigênio

oxida o ácido piramido, chegando em uma coloração violeta.

A identificação de sague nas fezes pode indicar ulceração ou câncer em algum

ponto do tubo digestivo. Outra possível causa da presença de sangue é o consumo

de aspirinas.

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4.3.4. Pesquisa de parasitas [8]

O material necessário para esse tipo de análise é o mesmo utilizado no estudo

das funções digestivas, com a diferença da possibilidade de utilização de purgantes

salinos, principalmente em pacientes com prisão de ventre.

Exame macroscópico: deve sempre ser feito antes do microscópico pois

permite a verificação de tênias, áscaris, oxiúros e necátor, além de guiar na escolha

de qual parte da amostra deve seguir nos demais exames.

Exame microscópico:

Exame direto: leva-se ao microscópio uma pequena porção da amostra

fecal diluída com solução fisiológica. Tem como objetivo a identificação

de ameba, balantídio ou flagelos. Em seguida, leva-se ao microscópio

outra pequena porção da amostra fecal diluída em Lugol forte, que

colore cistos de protozoários. A sensibilidade do exame direto depende

da quantidade de cistos e ovos presentes na amostra em questão.

Coloração pela hematoxilina férrica: tem-se como objetivo nesse exame

a identificação de flagelados e amebas através da coloração de seus

núcleos.

Identificação de ovos e cistos: técnicas utilizadas em casos em que o

exame direto deu negativo e sabe-se que o paciente está com infecção

por outros exames: método de Willis, método de De Rivas, método de

Craig, método de sedimentação espontânea, método de centrifugação-

flutuação, método do mertiolato-iodo-formol, método de Baerman-

Moraes, método de Stoll.

4.3.5. Coprocultura [8]

A coprocultura é o exame bacteriológico para amostras fecais. O exame deve

ser feito o mais rápido possível após a evacuação, quando não há essa possibilidade,

deve-se utilizar líquidos conservadores. A preparação do material se dá pela adição

de um meio de enriquecimento e um meio seletivo ou diferencial, esses meios têm

como objetivo inibir a flora fecal normal, favorecendo a multiplicação dos patogênicos.

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19

Após 24 horas que a amostra já está em contato com os meios, é feita

pescagem das colônias suspeitas. Essas colônias são passadas para ágar e meios

ricos em carboidratos. Por fim, isola-se a bactéria suspeita para realizar provas

bioquímicas e serológicas.

Identificação bioquímica: é feita através da fermentação de açucares (glicose,

manita, maltose, lactose e sacarose), produção de indol, H2S, citrato, urease, reação

de VM (Vermelho-de-Metila) e VP (Voges-Proskauer), lisina-descarboxilase e

triptofano-desaminase. A bactéria suspeita é colocada nos diferentes meios e

dependendo de quais deles ele reagir é feita a identificação de qual bactéria está

presente na amostra.

Identificação serológica: é feita utilizando anti-soros específicos, mede-se a

aglutinação depois da amostra passar três minutos em contato com o anti-soro, a fim

de se identificar qual bactéria está presente na amostra fecal.

4.4. Riscos associados a dietas ricas em lipídios, proteínas e carboidratos

A alta ou a baixa concentração de lipídios, carboidratos e proteínas na dieta, e

consequentemente nas fezes, pode ser um fator de risco associados a diversas

doenças. Dessa forma, a identificação desses resíduos alimentares pode funcionar

como prevenção.

Lipídios: a alta concentração de lipídios na dieta pode aumentar o risco a

doenças como hipertensão arterial, diabetes, arterosclerose, obesidade e doenças

cardiovasculares, que são responsáveis por grande parte das mortes em pacientes

idosos. [9, 10]

Proteínas: o acumulo de produtos do metabolismo do nitrogênio, devido à alta

concentração de proteínas na dieta pode afetar o metabolismo hepático e renal, sendo

um risco para a doença renal crônica. [11, 12, 13]

Carboidratos: a alta concentração de carboidratos na dieta pode ser um fator

de risco para doenças cardiovasculares, resistência à insulina e diabetes tipo 2. [14]

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20

4.5. Análises Automatizadas

Após a revisão bibliográfica anterior, decidiu-se como foco do protótipo do

analisador de fezes a detecção de sangue oculto e a detecção de produtos

metabólicos.

Para que seja possível a leitura de sinais biológicos, eles precisam ser

transduzidos em sinais elétricos, os dispositivos que são capazes de fazer essa

transdução são chamados de biossensores. [15] Para que o analisador cumpra o seu

objetivo, é preciso que ele contenha biossensores capazes de detectar sangue oculto

e produtos metabólicos. Fez-se uma procura bibliográfica de biossensores para estas

análises já existentes no mercado, mas não foi encontrado. Dessa forma, fez

necessário uma revisão bibliográfica de análises automatizadas para exame de fezes

existentes.

4.5.1. Analise para produtos metabólicos

O Enzyme Linked ImmunonoSorbent Assay, (teste de ELISA) é um método

baseado na relação antígeno-anticorpo, enquanto que o método da

espectrofotometria é baseado na quantidade de luz que é absorvida pela solução de

interesse. A Tabela 4 traz os testes realizados por ELISA e a Tabela 5 os realizados

por espectrofotometria.

Tabela 4. Testes de fezes realizados por ELISA.

Molécula de

detecção [16] Função

Valor de

Referência [16]

Calprotectina

fecal

Proteína ligadora de cálcio e zinco, presente

nos granulócitos. Sua quantidade nas fezes

está ligada a migração de neutrófilos da

parede intestinal inflamada para a mucosa.

[17]

Ligada a quadros de constipação intestinal e

de diarreia. [16]

< 50 µU/g

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21

Tabela 4. Testes de fezes realizados por ELISA. continuação

Molécula de

detecção [16] Função

Valor de

Referência [16]

Imunoglobulina A

Responsável pela proteção contra

microrganismos invasores nas superfícies

das mucosas, inibindo o mecanismo de

aderência dos invasores às células epiteliais.

A sua deficiência é um fator de risco para

quadros infecciosos do aparelho

gastrointestinal. [18]

510 - 2040

µg/ml

Zonulina Proteína que modula a permeabilidade

intestinal. [19]

Ótimo: < 60

µU/g

Ligeiramente

aumentado: 60

– 104 µU/g

Aumentado: >

140 µU/g

Elastase

pancreática fecal

A sua diminuição está relacionada com a

insuficiência pancreática. [20] > 200 µg/g

Beta-defensina

Integrante do sistema imunológico congênito

e contribuem para a função de barreira das

células epiteliais intestinais. [21]

8 – 60 ng/ml

Hemoglobina Ligada a quadros de constipação intestinal e

de diarreia. [16] < 50 ng/ml

Histamina

Relacionada a sintomas das doenças

alérgicas e a contração da musculatura lisa

intestinal. [22]

< 1425 ng/ml

Lactoferrina

Segunda proteína predominante no leite

humano, possui função de proteção do trato

gastrointestinal. [23] Ligada a quadros de

diarreia. [16]

Negativo

Lisozima Enzimas do mecanismo de defesa contra

bactérias e com função digestiva [24] < 600 ng/g

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22

Tabela 4. Testes de fezes realizados por ELISA. continuação

Molécula de

detecção [16] Função

Valor de

Referência [16]

Anticorpos de

transglutaminase Ligada a quadros de diarreia. [16] < 100 um/g

Vírus tipo

Norwalk Ligada a quadros de diarreia. [16] Negativo

PMN-elastase Ligada a quadros de diarreia. [16] < 135 ng/ml

Anticorpos

gliadina

(polivalente)

Fator de risco para doença celíaca. [25] < 100 mU/g

Anticorpos

transglutaminase

(polivalente)

Fator de risco para doença celíaca. [25] < 100 mU/g

Complexo de

hemoglobina-

heptoglobina

Pode indicar doenças hemolíticas,

mononucleose infecciosa, doenças hepáticas

e processos inflamatórios agudos. [26]

Negativo

Antígeno

Helicobacter

pylori

Está associada à úlcera gástrica, gastrite

crônica, câncer gástrico e doenças

linfoproliferativas. [27]

Negativo

Adenovírus Fator de risco para infecções e diarreias. [28,

29] Negativo

Astrovírus Fator de risco para diarreias. [29] Negativo

M2-PK Marcador para câncer do colo. [30] < 4 U/ml

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23

Tabela 5. Testes de fezes realizados por espectrofotometria.

Molécula de

detecção [16] Função

Valor de

Referência [16]

Teor proteico Ligada a quadros de constipação intestinal e

de diarreia. [16] < 1 g/100g

Teor de gordura Ligada a quadros de constipação intestinal e

de diarreia. [16] < 4,6 g/100g

Ácidos biliares - Negativo

Teor de amido Ligada a quadros de constipação intestinal e

de diarreia. [16]

2,2 – 10,2

g/100g

Teor de água Ligada a quadros de constipação intestinal e

de diarreia. [16] 75 – 85 g/100g

Teor de açúcar Ligada a quadros de constipação intestinal e

de diarreia. [16] < 2,5 g/100g

Beta-

glucuronidase Fator de risco para a síndrome de Sly. [16]

25,4 – 107,1

kU/g

Clivagem de

frutose Ligada a quadros de diarreia. [16] > 5,1 g/l

Sorbitol Ligada a quadros de diarreia. [16] > 4,3 g/l

Fosfatase

alcalina

Fator de risco para doenças do fígado,

doenças ósseas e do intestino delgado. [31] 46 – 116 U/l

4.5.2. Biossensor para sangue oculto

Uma maneira de se identificar o sangue oculto presente nas fezes é através da

identificação de moléculas de pofirinas, que são parte da estrutura da hemoglobina.

Essa identificação pode ser feita por espectrofotometria, excitando a amostra com um

comprimento de onda de 405 nm dentro de um trajeto óptico de 1mm, sendo

observada uma faixa de emissão de 670–675 nm [32, 33]

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24

5. PROTÓTIPO

5.1. Padrão de vasos sanitários

Para o desenho apropriado do dispositivo a ser acoplado ao vaso sanitário são

apresentadas as especificações da norma ABNT NBR 15099 – “Aparelhos sanitários

de material cerâmico – dimensões padronizadas” especifica as dimensões ideais para

um vaso sanitário adulto. Essas especificações são mostradas na Tabela 6. [34] e suas

localizações estão desenhadas nas Figuras 1 a 4.

Tabela 6. Dimensões padronizadas para vasos sanitários, tamanho adulto convencional, segundo a

ABNT. [34]

Secção Valor e tolerância (mm)

A1 regular 420 ± 20

A1 alongado 470 ± 15

A2 375 ± 25

A3 150 ± 10

A4 13 ± 2

A5 Mínimo 6

A6 Mínimo 345

A7 330 ± 10

A8 260 ± 10

A9 100 ± 40

A10 190 ± 5

A11 Máximo 40

A12 Máximo 80

A13 90 ± 5

A14 Mínimo 40

A15 Mínimo 25

A16 Máximo 30

A17 Máximo 250

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25

Figura 1. Vaso sanitário adulto convencional – vista superior. [34]

Figura 2. Corpo do vaso sanitário adulto convencional – vista lateral. [34]

Figura 3. Corpo e saída horizontal rente ao piso do vaso sanitário adulto convencional – vista lateral.

[34]

A2

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26

Figura 4. Corpo do vaso sanitário adulto convencional com caixa acoplada – vista lateral. [34]

5.2. O Protótipo - discussão

Inicialmente, pensou-se em modificar todo o vaso sanitário para obter o

analisador de fezes, mas o custo seria muito elevado. O dispositivo proposto é então

uma caixa portátil que se acople ao vaso sanitário comum.

O protótipo, proposto está ilustrado na Figura 5 e 6, é um equipamento portátil,

que deverá ser instalado ao lado do vaso sanitário junto a parede, sendo colocado em

torno de 35 cm do chão, com o apoio de uma prateleira. Esse dispositivo terá um cano

que faz a conexão dele com as fezes no vaso, que será responsável por fazer a sucção

da amostral a ser analisada. Para que o cano não sofra nenhum tipo de contaminação,

ele será revestido internamente por nanopartículas de prata, que possuem

propriedades desinfetantes e antissépticas [35].

Após o levantamento bibliográfico das técnicas de análise de fezes existentes,

e levando em conta o foco do dispositivo na detecção de sangue oculto e a detecção

de produtos metabólicos, decidiu-se utilizar a espectrofotometria na detecção de

sangue oculto na amostra, uma vez que as moléculas de porfirinas possuem um

comprimento de onda especifico de absorção de luz.

Para os produtos metabólicos decidiu-se utilizar três técnicas, a microscopia, a

espectrofotometria e o ELISA. O teor proteico, de gordura e de amido pode ser medido

por espectrofotometria, no entanto, todos são medidos no espectro do infravermelho,

o que dificulta na sua diferenciação, dessa forma, esses três produtos metabólicos

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27

serão medidos por microscopia, assim como o teor de açucares e fibras. As demais

moléculas mostradas na Tabela 5, serão detectadas por espectrofotometria, enquanto

que as moléculas de produtos metabólicos da Tabela 4 serão detectadas por ELISA,

como mostra a Tabela 7.

Tabela 7. Técnicas de análise utilizadas no dispositivo.

Objetivo Técnica de Análise Molécula de detecção

Detecção de sangue oculto Espectrofotometria Pofirinas

Detecção de produtos

metabólicos

Microscopia Gorduras, amido, cristais,

açucares e fibras

Espectrofotometria

Ácidos biliares, água, beta

glucuronidase, frutose,

sorbitol, fosfatase alcalina

ELISA

Calprotectina, alfa-1

antitripsina, imunoglobulina

A, zonulina, elastase

pancreática, beta-defensina,

histamina, lactoferrina,

lisozima, PMN-elastase,

M2-PK

Tanto o fluxo da amostra a ser percorrido no dispositivo, quanto da informação,

está ilustrado no fluxograma na Figura 7.

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Figura 5. Protótipo acoplado ao vaso sanitário comum.

Figura 6. Protótipo acoplado ao vaso sanitário comum, num cenário de banheiro domiciliar.

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Figura 7. Fluxograma do protótipo.

Figura 8. Protótipo.

Como ilustrado na Figura 7 e 8, o cano coletor faz a coleta da amostra de fezes

no vaso sanitário, que é sugada para dentro do dispositivo, é misturada com água e

continua para as análises. A primeira analise a ser feita é a microscopia, em seguia

espectrofotometria e por fim ELISA, a amostra passa por todas elas através de um

cano transparente, após a última análise, a amostra volta para o vaso sanitário para

descarte. Os sinais de todas análises são processados juntamente e são enviados via

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wi-fi diretamente para o celular do usuário, através de um aplicativo, onde o usuário

poderá guardar um histórico da saúde de suas fezes.

Nesse aplicativo, além de fazer o acompanhamento dos resultados, o usuário

também terá a possibilidade de fazer um acompanhamento do formato e cor de suas

fezes, utilizando a escala Bristol ilustrada na Tabela 1 e a escala de cor ilustrada na

Figura 9. Esse acompanhamento é feito de forma manual, onde o usuário, olhando

para as fezes, diz para o aplicado qual o tipo e cor das suas fezes naquela utilização

do vaso sanitário, sendo avisado quando o padrão marcado fugir do considerado como

saudável (entre o tipo 3 e 5 de formato e coloração entre o marrom claro e marrom

mediano). Servindo como um acompanhamento, que poderá ser útil em idas ao

médico.

Figura 9. Escala de cor.

7. CONCLUSÃO

Conclui-se que o exame de fezes tem uma grande contribuição no auxílio ao

médico a chegar em um diagnóstico ao paciente, podendo identificar diversos tipos

de doenças, desde doenças mais brandas até doenças mais graves. Entretanto, a

maneira que hoje em dia o exame é realizado apresenta diversas dificuldades, como

por exemplo, o desconforto ao paciente, o risco biológico da manipulação da amostra

biológica e do transporte até o laboratório e a necessidade de se coletar seguindo as

indicações dadas ao paciente para não inviabilizar o exame.

Diante disso, a criação de um dispositivo que faça a análise das fezes

eliminando todas as dificuldades hoje existentes é de grande ajuda no diagnóstico

médico. O protótipo proposto é apenas o começo para que seja possível eliminar todas

as dificuldades envolvidas no exame convencional de fezes, e passemos a contar com

uma alternativa totalmente automatizada e portátil, reduzindo a manipulação da

amostra e, consequentemente, as possibilidades de contaminação ambiental e

humana.

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31

A maior dificuldade encontrada na proposta do protótipo foi na maneira como a

amostra de fezes seria coletada do vaso sanitário, foi proposto um cano que faz a

sucção. Entretanto, entende-se que é nessa parte do protótipo que se faz necessário

mais estudos para entender qual seria a forma mais adequada, evitando

contaminações e possibilitando as análises.

8. PRÓXIMOS PASSOS

Após toda a revisão bibliográfica, chegou-se a próximos passos para futuros

trabalhos:

Desenvolvimento de biossensores capazes de fazer todas as análises

necessárias (detecção de sangue oculto, dosagem de gordura fecal, dosagem

de produtos metabólicos e presença de parasitas);

Pesquisa de como colocar o teste de ELISA dentro do dispositivo;

Pesquisa de como realizar a limpeza do dispositivo (idealmente de forma

automatizada);

Estudo de como fazer a coleta adequada da amostra fecal, evitando

contaminações;

Estudo de como todos os tipos de análise de fezes podem ser englobados no

dispositivo.

Vale destacar que os próximos passos citados são independentes e podem ser

feitos fora de ordem.

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