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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia Civil Dimensionamento das Equipes de Execução de Sistemas Prediais Hidráulicos e Sanitários Trabalho apresentado ao departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como requisito para obtenção do grau de Engenheiro Civil. Orientador: Prof. Dr. José Carlos Paliari Orientado: Pedro Lopes Baptista Cunha São Carlos Junho de 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia Civil

Dimensionamento das Equipes de Execução de Sistemas Prediais Hidráulicos e Sanitários

Trabalho apresentado ao departamento de

Engenharia Civil da Universidade Federal de

São Carlos como requisito para obtenção do

grau de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Dr. José Carlos Paliari

Orientado: Pedro Lopes Baptista Cunha

São Carlos

Junho de 2009

1

Sumario

RESUMO ___________________________________________________________ 4

1 INTRODUÇÃO ___________________________________________________ 5

1.1 Justificativa ______________________________________________________ 6

1.2 Objetivos _________________________________________________________ 7

1.3 Metodologia ______________________________________________________ 7

2 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ______ ___ 9

2.1 Considerações Iniciais e Importância do Tema _________________________ 9

2.2 Definição ________________________________________________________ 10

2.2.1 Planejamento Estratégico _____________________________________________ 11

2.2.2 Planejamento Tático _________________________________________________ 11

2.2.3 Planejamento Operacional ____________________________________________ 11

3 PRODUTIVIDADE DA MÃO-DE-OBRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL __ __ 13

3.1 Considerações Iniciais _____________________________________________ 13

3.2 A Importância do Estudo da Produtividade da Mão-de-Obra ____________ 13

3.3 Definições _______________________________________________________ 14

3.4 Indicadores de Produtividade _______________________________________ 15

3.4.1 Medição das entradas ________________________________________________ 16

3.4.2 Medição das saídas __________________________________________________ 16

3.4.3 Tempo relacionado ao cálculo da RUP___________________________________ 17

3.5 O Modelo dos Fatores _____________________________________________ 17

4 SISTEMAS PREDIAIS HIDRÁULICOS E SANITÁRIOS _______________ 19

4.1 Considerações Iniciais _____________________________________________ 19

4.2 Definições _______________________________________________________ 19

4.3 Classificação dos sistemas prediais __________________________________ 21

4.3.1 Sistema Predial de Água Fria __________________________________________ 21

4.3.1.1 Definições ______________________________________________________ 21

2

4.3.1.2 Classificação ____________________________________________________ 22

4.3.1.2.1 Sistema Direto _________________________________________________ 23

4.3.1.2.2 Sistema Indireto ________________________________________________ 23

4.3.2 Sistema Predial de Água Quente _______________________________________ 23

4.3.2.1 Definições ______________________________________________________ 23

4.3.2.2 Classificação ____________________________________________________ 23

4.3.3 Sistema Predial de Esgoto Sanitário _____________________________________ 24

4.3.3.1 Definições ______________________________________________________ 24

4.3.3.2 Classificação ____________________________________________________ 24

4.3.4 Sistema Predial de Águas Pluviais ______________________________________ 24

4.3.5 Sistema Predial de Suprimento de Gás ___________________________________ 25

4.3.6 Sistema Predial de Prevenção e Combate a Incêndio ________________________ 25

5 ESTUDO DE CASO: CONSTRUTORA TECNISA S/A _________________ 26

5.1 Tecnisa S/A ______________________________________________________ 26

5.1.1 Histórico da empresa ________________________________________________ 26

5.1.2 Diferenciais________________________________________________________ 28

5.2 A obra de estudo _________________________________________________ 30

5.2.1 Descrição _________________________________________________________ 30

5.2.2 Sistemas Hidráulicos Prediais__________________________________________ 32

5.2.2.1 Sistema Predial de Água Fria _______________________________________ 32

5.2.2.1.1 Ligação Predial e Reservatórios ____________________________________ 32

5.2.2.1.2 Distribuição de água fria _________________________________________ 33

5.2.2.1.3 Distribuição interna _____________________________________________ 33

5.2.3 Sistema Predial de Água Quente _______________________________________ 35

5.2.3.1 Distribuição de água quente ________________________________________ 35

5.2.3.2 Distribuição interna_______________________________________________ 35

5.2.4 Sistema Predial de Esgoto Sanitário _____________________________________ 36

5.2.5 Sistema Predial de Águas Pluviais ______________________________________ 36

5.2.6 Sistema Predial de Suprimento de Gás ___________________________________ 37

5.2.7 Sistema Predial de Prevenção e Combate a Incêndios _______________________ 37

3

6 DIMENSIONAMENTO DAS EQUIPES ______________________________ 38

6.1 Indicadores de Produtividade (RUP´s) _______________________________ 38

6.1.1 Sistema predial de Água Fria __________________________________________ 41

6.1.2 Sistemas Prediais de Água Quente ______________________________________ 42

6.1.3 Sistema Predial de Esgoto Sanitário e Águas Pluviais _______________________ 43

6.1.4 Sistema Predial de Prevenção e Combate a Incêndio e Suprimento de Gás _______ 44

6.2 Quantidade de Serviço_____________________________________________ 44

6.2.1 Sistema Predial de Água Fria __________________________________________ 45

6.2.2 Sistema Predial de Água Quente _______________________________________ 49

6.2.3 Sistema Predial de Esgoto Sanitário e Água Pluvial ________________________ 50

6.2.4 Sistema de Suprimento de Gás e de Prevenção e Combate a Incêndio __________ 50

6.3 Cronograma da obra ______________________________________________ 51

6.4 Dimensionamento das equipes ______________________________________ 52

7 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS ________________________ 55

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ________________________________ 59

ANEXO A: Projetos de instalações hidráulicas ___________________________ 61

Projetos do Pavimento-tipo (Bloco A e Bloco B) ____________________________ 61

Planta dos ambientes e vistas ____________________________________________ 63

Banho 1 _______________________________________________________________ 63

Banho 2 e Lavabo _______________________________________________________ 64

Banho 3 _______________________________________________________________ 65

Área de serviço e WC ____________________________________________________ 66

Copa e Cozinha _________________________________________________________ 68

4

RESUMO

O presente trabalho pretende realizar o dimensionamento das equipes de

trabalho envolvidas na execução dos serviços de instalações prediais hidráulicos de água fria,

de modo que se obtenha o máximo do desempenho da mão-de-obra, pretendendo minimizar o

desperdício de recursos.

Com o intuito de determinar essas equipes, nesse trabalho será analisada a

quantidade de serviço a ser executado, a produtividade da mão-de-obra envolvida e o

planejamento para a execução desses serviços.

O presente trabalho é desenvolvido usando como diretrizes uma ampla revisão

bibliográfica sobre os temas envolvidos e, posteriormente, no estudo de caso de uma

construtora. Após análises dos índices de produtividade, assim como do planejamento no qual

estão inseridos os referidos serviços, e dos projetos de instalações prediais, será designada a

equipe para que atenda aos objetivos propostos.

Por fim, será realizado um micro-planejamento alocando essa equipe

dimensionada em todas as tarefas de instalações hidráulicas de um apartamento-tipo.

5

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a indústria da construção civil tem obtido um grande

destaque na economia brasileira, tanto no ponto de vista econômico, quanto do ponto de vista

social, já que nesse setor se encontra grande parte dos trabalhadores com carteira assinada.

Nesse contexto, os recursos dispensados com mão-de-obra e materiais em um canteiro de

obras, assim como o alcance de prazos e metas, são de fundamental importância para o êxito

financeiro de muitas construtoras.

No processo de globalização das economias, há o aumento da concorrência

assim como evoluções tecnológicas onde as empresas são levadas a aperfeiçoarem seus

métodos de produção.

Na indústria da construção civil, embora os conceitos de racionalização

estejam bastante difundidos, observa-se ainda que há o gasto elevado com desperdícios de

materiais e mão-de-obra, e conseqüentemente, é um setor que encontra-se atrasado em relação

aos outros.

Segundo SOUZA (2006), “a construção vem sendo considerada, há muito

tempo, uma indústria caracterizada pela má produtividade no uso da mão-de-obra. Se tal

colocação já merecia atenção há algumas décadas, torna-se cada vez mais preocupante na

medida em que se tem um crescente acirramento da competição no mercado e dentro do

contexto de buscar-se a minimização do desperdício do esforço humano”.

Os serviços de sistemas prediais merecem destaque, pois constitui um dos

grandes gargalos da construção civil. Nesse serviço, a mão-de-obra é o maior problema

encontrado pelas empresas para suprir as dificuldades no cumprimento dos prazos.

Neste cenário, destaca-se o conceito de produtividade das equipes, as quais são

as responsáveis diretas pelo cumprimento de prazos e metas. Segundo ARAUJO e SOUZA

(2001) “a eficiência nos processos produtivos surge, então, como um objetivo a ser alcançado

pelas empresas construtoras a fim de garantir a sua lucratividade e, por conseguinte, assegurar

sua permanência no mercado”.

6

A contratação de subempreiteiros para construção dos sistemas prediais,

motivados pela redução dos custos administrativos, há o descaso em relação com a integração

desse profissional no empreendimento ou na própria empresa. Muitas vezes esse profissional

é inserido na obra com ela já iniciada e fornece apenas um plano de produção, não chegando a

acompanhar a produção por ele próprio definido (SOUTO, 2006).

1.1 Justificativa

Diante de tal situação, a concorrência no setor da construção civil tem se

acirrado, forçando as empresas a aperfeiçoarem seus métodos e suas ferramentas de

planejamento e produtividade. O objetivo principal é a garantia do controle de custos

previstos e o cumprimento de prazos pré-determinados, assim como a diminuição de gastos

com desperdícios.

Segundo Leite (2002), as empresas devem buscar um planejamento mais

preciso de algumas etapas da construção de edificações, provendo uma melhor condição para

a determinação de prazos e uma economia de custos.

O planejamento da mão-de-obra, com a conseqüente análise de sua

produtividade é o principal fator para a correta tomada de decisões em um empreendimento,

racionalizando os recursos necessários para a execução de um serviço, assegurando assim, o

prazo de execução que foi previsto.

Inserida no planejamento, uma melhor distribuição da mão-de-obra permite

grandes vantagens ao empreendimento, uma vez que o não conhecimento da capacidade de

produção de um determinado serviço pode levar à contratação excessiva de mão-de-obra,

gerando, assim, desperdícios e prejuízos.

Pode-se chegar à conclusão de que a análise da produtividade da mão-de-obra

pode gerar benefícios, dentre os quais podem ser destacados: a previsão de seu consumo; a

previsão de duração dos serviços; a avaliação e comparação de resultados; e, o

desenvolvimento e o aperfeiçoamento de métodos construtivos.

Dentro desse contexto, o presente trabalho atenta para a questão da

produtividade nos serviços de sistemas prediais, dimensionando-a de maneira que se

cumpram os prazos pré-estabelecidos pelo cronograma da obra.

No mercado da construção civil, destacam-se algumas dificuldades em relação

à análise da produtividade, dentro as quais se encontram: o caráter nômade dos canteiros de

7

obras, a absorção de mão-de-obra com baixa qualificação, os baixos salários vigentes, a alta

rotatividade dos empregados da construtora e o baixo nível de formação dos operários

(SOUZA, 2006). Especificamente na análise dos sistemas prediais, além desses fatores

citados anteriormente, deve ser salientado que a mão-de-obra nesse tipo de serviço deve ser

especializada, devido às peculiaridades desses sistemas, e, geralmente, é subempreeitada.

1.2 Objetivos

Neste contexto, este trabalho tem como principal objetivo realizar o

dimensionamento de equipes designadas para realizar os serviços de instalações hidráulicas

prediais, tendo em vista a redução de desperdícios de recursos, assim como a otimização da

produtividade.

Em um objetivo secundário, será realizada um micro-planejamento

distribuindo a equipe dimensionada para a execução de todos os serviços de instalações

hidráulicas de 1 apartamento-tipo.

1.3 Metodologia

A partir da definição dos objetivos desse trabalho, foi estabelecida uma

orientação para a busca de tais objetivos. A realização desse plano é orientada conforme as

seguintes etapas:

Definição do tema a ser abordado: A partir dessa escolha, orienta-se o estudo

do tema, com o auxílio de um professor orientador, o qual dará suporte na estruturação do

trabalho, e no conseqüente desenvolvimento do trabalho.

Revisão bibliográfica: Nessa etapa é realizada uma pesquisa abrangendo teses,

livros, artigos de revistas e congressos, buscando deduzir os conceitos que serão utilizados no

trabalho. Através dessa revisão bibliográfica, buscou-se desenvolver os conceitos de

planejamento e produtividade, uma vez que estão intrinsecamente ligados e serão amplamente

utilizados no desenvolvimento do presente trabalho, assim como conceitos de sistemas

prediais.

Para desenvolver essa etapa, foram realizadas pesquisas em acervos eletrônicos

de algumas faculdades como da Escola Politécnica da USP, da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul, da Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade Federal de São

8

Carlos. Também foi consultado anais de congressos e artigos publicados em periódicos nos

sites: www.infohab.org.br, www.periodicos.capes.gov.br e www.google.com.br.

A revisão bibliográfica permitiu uma fundamentação teórica que desse

prosseguimento ao desenvolvimento do trabalho.

Definição do método para que os objetivos sejam alcançados: Através do

levantamento realizado na etapa anterior, definiu-se que o método a ser seguido para o

dimensionamento da mão-de-obra será o proposto por Paliari (2008) e Souza (2006). Neles

estão amplamente difundidos os conceitos de planejamento e produtividade, onde as variáveis

para a resolução dos objetivos estão mostradas na figura a seguir, as quais são: o indicador

mensurador de produtividade, a chamada Razão Unitária de Produção (RUP); a quantidade de

funcionários na realização dos serviços de instalações de sistemas prediais; as horas

envolvidas nesse serviço; e, a quantidade de serviço a ser executado.

ServiçoQuant

horaHomensRUP

.

−=

Equação 1: Variáveis para o dimensionamento das equipes de trabalho

Definição das variáveis necessárias para a elaboração do trabalho: de

Paliari (2008) serão utilizados os valores das RUP´s; os valores das horas utilizadas para a

realização dos serviços de instalações dos sistemas prediais serão retirados do planejamento

de uma construtora, a fim de que todos os prazos e metas sejam atingidos; e, a quantidade de

serviço a ser realizada será retirada de um levantamento quantitativo de um projeto de

sistemas prediais hidráulico dessa mesma construtora.

Uma vez obtido esses dados, é possível a determinação da quantidade de

funcionários necessários para a realização desses serviços, cumprindo os prazos e as metas

pretendidos pela construtora.

9

2 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO NA CONSTRUÇÃO

CIVIL

Neste trabalho será realizada uma revisão bibliográfica abordando os temas de

planejamento e produtividade, os quais estão intrinsecamente ligados. A etapa de análise da

produtividade envolve a análise do planejamento, pois em uma obra com um mau

planejamento da produção pode ser encontrado resultados ruins de produtividade, e vice-

versa.

2.1 Considerações Iniciais e Importância do Tema

Segundo Souto (2006), muitos trabalhos vêm sendo desenvolvidos com temas

relacionados ao planejamento, onde neles o planejamento é entendido como simplesmente

a elaboração de um plano de ser realizada a construção, sem a preocupação com o

processo gerencial.

Bernardes (2001), citado em Souto (2006), aponta alguns motivos, que

segundo ele, são os causadores de tal ineficácia:

O planejamento da produção normalmente não é encarado como processo

gerencial, mas como o resultado da aplicação de uma ou mais técnicas de preparação de

planos e que, em geral, utilizam informações pouco consistentes ou baseadas somente na

experiência ou intuição de gerentes (Laufer e Tucker, 1987)

O controle não é realizado de forma proativa e, geralmente, é baseado na troca

de informações verbais do engenheiro com o mestre-de-obras, visando um curto prazo de

execução ineficiente de recursos (Formoso, 1991 apud Bernardes, 2001). Além da visão

apenas do curto prazo, pode-se somar a preocupação com o caráter formal do planejamento

apenas para o cumprimento de requisitos, como certificação de sistema da qualidade, e para a

apresentação a órgãos financeiros e clientes;

A incerteza, inerente ao processo de construção, é freqüentemente

negligenciada, não sendo realizadas ações no sentido de reduzi-las ou de eliminar seus efeitos

nocivos (Cohenca et AL., 1989). Isso pode ser evidenciado, principalmente, em situações nas

quais os planos de longo prazo são muito detalhados. Nesses planos, a não consideração da

incerteza e o excessivo detalhamento podem resultar em constantes atualizações dos mesmos

(Laufer e Tucker, 1987);

10

Existem dificuldades de se mudar as práticas profissionais dos funcionários

envolvidos com o planejamento, principalmente devido a formação obtida pelos mesmos nos

cursos de graduação (Laufer e Tucker, 1987; Oglesby et al.,1989 apud Bernardes, 2001).

Souto (2006) afirma que além dessas dificuldades mencionadas por Bernardes

(2001), pode-se identificar outras, como a falta de integração e coordenação dos processos, a

gestão deficiente e a indefinição das funções, responsabilidades e autoridades dos agentes. De

acordo com o autor, essa falta de integração pode ser mencionada como uma das principais

falhas na gestão.

Por esses motivos deve-se dar muita importância à gestão, que segundo Souza

(2001), citado em Souto (2006), gera uma série de problemas caso não dada tal atenção ao

assunto, como o não cumprimento do cronograma físico, alterações no planejamento, atrasos

na entrega do empreendimento, entre outros fatos.

Inserido no contexto de muitas construtoras, motivadas na redução de custos

administrativos, a subcontratação dos trabalhos, segundo Souto (2006) geralmente pode

causar restrições no gerenciamento do empreendimento, atrapalhando seu planejamento.

2.2 Definição

Bernardes, Reichmann e Formoso (1997) definem planejamento como sendo

um processo de desenvolvimento de alternativas e escolha de uma dentre as várias

identificadas, de acordo com determinados critérios, visando execução de determinado

objetivo futuro (BIO, 1985).

Segundo Souto (2006), há muito trabalhos apresentados sobre o tema

planejamento, dentro os quais podem se destacar Lima Jr. (1978), Laufer e Tucker (1987),

Assumpção (1996), Martins (1998), Silva (1999) e Bernardes (2001). Nesses trabalhos, o

tema está dividido em três níveis: planejamento estratégico, planejamento tático, e

planejamento operacional.

Souto (2006) atenta para o fato de que o planejamento deve ser elaborado e

implementado nos três níveis, que possuem necessidades específicas de informação e

controle, mas deve formar um conjunto único e sincronizado.

11

Souto (2006) também destaca a definição dada por Laufer e Tucker (1987),

onde planejamento é definido como sendo um processo de tomada de decisão realizado para

antecipar uma ação futura desejada, utilizando meios eficazes para isso. De acordo com esses

autores, os principais objetivos desse processo são: auxiliar a gerência da organização;

coordenar os diversos agentes envolvidos; e tornar possível o controle da produção.

2.2.1 Planejamento Estratégico

Segundo Souto (2006), em Assumpção (1996), este tipo de planejamento está

situado no maior nível hierárquico de uma organização, possuindo como função a

manipulação dos dados e geração de informações com a visão global da empresa.

Já Bernardes, Reichmann e Formoso (1997) cita Shapira e Laufer (1993), onde

no planejamento estratégico são definidos o escopo e as metas do empreendimento a serem

alcançadas em determinado intervalo de tempo.

2.2.2 Planejamento Tático

Citado em Souto (2006), Assumpção (1996) afirma que o planejamento tático

está situado na esfera do negócio, e subsidia decisões que devem ser tomadas.

Bernardes, Reichmann e Formoso (1997) mencionam que no nível tático

enumera-se os meios (recursos) e suas limitações para que as metas dos empreendimentos

sejam alcançadas. Segundo Davis e Olson (1987), em Bernardes, Reichmann e Formoso

(1997), o planejamento tático refere-se a aquisição e organização de recursos, estruturação do

trabalho, além do recrutamento e treinamento de pessoas.

2.2.3 Planejamento Operacional

Conforme Assumpção (1996), em Souto (2006), o planejamento operacional

discute em sua hierarquia superior as estratégias e metas de produção, e em uma hierarquia

inferior define o planejamento das operações e ordens de produção.

Segundo Bernardes, Reichmann e Formoso (1997), o planejamento operacional

relaciona-se com as decisões a serem tomadas em curto prazo, referentes às operações de

produção da empresa.

Souto (2006) diz que em Fachini (2005), este nível de planejamento é formado

por três grandes áreas de decisões: decisões de longo prazo, decisões de médio prazo e

decisões de curto prazo. Conforme a autora, as decisões de longo prazo “são bastante

abrangentes, tratando de questões desde a forma de se produzir o produto, até os momentos

12

em que a capacidade produtiva deve ser ampliada”. Alerta-se pelo fato de que as decisões de

longo prazo são “elementos condicionantes ou limitantes operacionais da forma pela qual o

sistema produtivo deverá ser operado nos níveis de médio e curto prazo”.

As decisões de médio prazo, também segundo Fachini (2005), tratam da

alocação dos recursos, como a programação de materiais e mão-de-obra, e estoques

necessários e possíveis na obra. As decisões de médio prazo são as restrições das decisões de

curto prazo.

Nas decisões de curto prazo são determinados a produção diária, os recursos

alocados a cada tarefa, e suas prioridades.

Este trabalho abordará o terceiro nível do planejamento, onde a determinação e

a análise da produtividade da mão-de-obra, assim como o dimensionamento das equipes de

trabalho estão inseridos no planejamento operacional, considerando principalmente as

decisões de curto prazo.

13

3 PRODUTIVIDADE DA MÃO-DE-OBRA NA CONSTRUÇÃO

CIVIL

3.1 Considerações Iniciais

Atualmente, principalmente pelo fato da expansão acelerada do mercado

imobiliário, as empresas estão buscando menores custos e prazos, passando a investir com

mais interesse na gestão da mão-de-obra, buscando a minimização dos gastos despendidos

pela produção.

Segundo Dantas (2006), com o aumento da competição do setor da construção

civil, as empresas tiveram com uma das metas a melhoria da produtividade na execução dos

serviços. Para Dórea e Souza (1999), em Dantas (2006), o objetivo principal dessas empresas

deve ser sempre a redução de custos do processo produtivo para aumentar o lucro.

Souza (2006) atenta para o fato de que a indústria da construção civil está

muito atrasada em relação aos outros setores, em termos de produtividade da mão-de-obra.

O grau de industrialização é fator diretamente relacionado à produtividade.

Porém, apenas a industrialização dos componentes não é garantia de ganho nos níveis de

produtividade. É preciso que a adoção de processos mais industrializados seja respaldada por

um perfeito gerenciamento, não só do processo em questão, como de todos os outros a que,

direta ou indiretamente, estejam relacionados (Dantas, 2006).

3.2 A Importância do Estudo da Produtividade da Mão-de-Obra

Para Dantas (2006), o entendimento da produtividade da mão-de-obra é

fundamental para a busca de ganhos de produtividade e qualidade.

De acordo com Carraro et al. (1998), em Dantas (2006), o problema da má

produtividade nesse setor merece destaque, uma vez que os gestores das obras não costumam

ter conhecimento sobre a quantidade de mão-de-obra que se despende para produzir

determinado serviço e, conseqüentemente, não têm parâmetros para basearem atitudes

corretivas caso seja verificado algum problema.

Citado em Dantas (2006), Carraro (1997) alega que o verdadeiro gargalo da

construção civil é a mão-de-obra, cujos gastos são bastante expressivos e o controle, uma

tarefa bastante difícil. O autor ainda argumenta que o controle e a conseqüente melhoria dos

14

serviços prestados pela mão-de-obra dependem de um conhecimento adequado sobre a

mesma, e um dos meios para se atingir este conhecimento são os estudos sobre produtividade.

Segundo Thomas e Yakoumis (1987), em Dantas (2006), a medição da mão-

de-obra pode ser um instrumento importante para sua gestão, sendo importante para subsidiar

políticas de redução de sustos e aumento da motivação no trabalho.

Para Souza (2006), entender a produtividade significa conhecer sua grandeza e

as razões para seu estabelecimento, envolvendo tanto a capacidade de explicação de uma

produtividade verificada quanto o prognóstico da produtividade para futuros serviços a

executar. Assim, segundo o autor, o estudo da produtividade pode subsidiar a tomada de

decisões, onde quanto mais detalhadas as decisões a serem tomadas, provavelmente mais

detalhado deve ser o sistema de informações que lhes dá apoio.

3.3 Definições

Segundo Dantas (2006) existem diversas definições para o termo

produtividade. A autora destaca outros autores que dão uma definição para esse termo, como

Costa (1987), Souza (1998), Kellogg (1981), entre outros.

Costa (1987) define produtividade como sendo o grau em que um sistema

atinge um objetivo de produção, tornando o conceito aplicável apenas a sistemas produtivos.

Souza (1998) relaciona os bens produzidos com a utilização dos fatores de

produção, como a eficácia na transformação de recursos em produtos.

Para Kellogg (1981), a produtividade é considerada como a relação do produto

gerado por homem-hora.

Para Souza (2006), considerando que um processo envolve a transformação de

entradas em saídas, produtividade seria a eficiência (e na medida do possível, a eficácia) na

transformação de tais entradas em saídas.

15

ENTRADAS SAÍDAS

Produtividade = eficiência/ eficácia na transformação de entradas em saídas do processo

Figura 1: Definição de produtividade em um processo (Souza, 2006)

Nesse trabalho produtividade pode ser entendida como a eficiência, e na

medida do possível a eficácia, em transformar entradas em saídas.

3.4 Indicadores de Produtividade

Com o objetivo de analisar a produtividade da mão-de-obra na execução dos

serviços há a necessidade de se determinar um indicador mensurador dos serviços.

De acordo com Souza (1998), a produtividade pode ser analisada em vários

níveis hierárquicos. Podem-se ter indicadores de produtividade globais ou parciais, definidos

a partir do interesse envolvido (Dantas, 2006).

Souza (2006) determina a Razão Unitária de Produção (RUP), como sendo um

indicador mensurador que relaciona a quantidade de esforço físico (homens-hora) com a

quantidade de serviço executado.

A expressão é:

ServiçoQuant

horaHomensRUP

.

−=

Através da analise desse indicador, podemos concluir que valores altos de RUP

indicam piores índices de produtividade e vice-versa.

Com o objetivo de se padronizar uma avaliação de RUP´s, deve-se padronizar

também a quantificação dos Homens-hora, da quantificação do serviço, assim como a

definição do período de tempo ao qual as mensurações se referem (Dantas, 2006 e Souza,

2006).

TRANSFORMAÇÃO

16

3.4.1 Medição das entradas

O número de Homens-hora é obtido pela multiplicação do número de homens

disponíveis para o serviço pelo tempo de duração de seu trabalho.

De acordo com Souza (2006), os dados referentes à quantificação do número

de homens-hora disponíveis podem ser obtidos de diversas maneiras, como uma observação

contínua da produção, a partir da folha de pagamento, através dos cartões de ponto dos

funcionários, dentre outras.

Segundo Souza (2006), pode-se analisar a produtividade da mão-de-obra em

diferentes níveis, através da mão-de-obra contemplada nas determinações das razões unitárias

de produção. Pode-se contemplar:

Oficiais: quando somente se considera os oficiais diretamente envolvidos;

Direta: quando se acrescenta os ajudantes diretos ao grupo dos oficiais;

Global: quando o esforço de apoio é acrescido ao da mão-de-obra direta.

Em relação às horas computadas, consideram-se apenas as horas disponíveis

para o trabalho. Não devem ser descontadas horas de paralisação, nem se deve adotar a

postura de computar somente os tempos produtivos, as horas prêmio também não devem ser

computadas (Souza, 2006).

Paliari (2008) diz que as horas em que funcionário esteve ocioso por culpa da

administração da obra, como por exemplo, falta de material/ferramentas, deve ser computado,

e conseqüentemente esses motivos constituem explicações para um eventual índice de

produtividade ruim.

3.4.2 Medição das saídas

Segundo Dantas (2006), “as saídas podem ser consideradas de maneira bruta

ou líquida. De acordo com Souza (2001), deve ser mensurada a quantidade líquida de serviço

em lugar da quantidade bruta”. Para Souza (2006), muitas vezes mensura-se as saídas em

função da forma de pagamento.

Os serviços são medidos em unidades que variam de acordo com os mesmos.

Por exemplo, o serviço de alvenaria é medido em área, o serviço de concretagem é medido em

volume (Dantas, 2006).

17

3.4.3 Tempo relacionado ao cálculo da RUP

De acordo com Dantas (2006), no cálculo da RUP podem ser considerados

diferentes períodos de tempo, como a RUP diária, a RUP cumulativa, a RUP cíclica e a RUP

potencial. Além dessas, Souza (2006) menciona a RUP periódica.

A RUP potencial, segundo Souza (2006), é definida como sendo a

produtividade representativa de um bom desempenho. É calculada matematicamente como

sendo a mediana das RUP´s diárias cujos valores estejam abaixo do valor da RUP cumulativa

ao final do período de estudo.

Carraro (1999), em Dantas (2006), diz que “os princípios que norteiam essa

definição baseiam-se nas seguintes considerações”:

O valor da RUP cumulativa é formado pela agregação das produtividades

ocorridas tanto em dias “bons” quanto em dias “ruins”. Assim, pode-se dizer q eu qualquer

valor superior ao da RUP cumulativa, não representa um dia de boa produtividade;

Assim, os valores de RUP diária inferiores ao da RUP cumulativa sugerem dias

com produtividade de normal a boa. Logo, o valor mediano destes dias representa um dia de

produtividade bom em relação àquela obra.

Souza (2006) determina a perda percentual da produtividade da mão-de-obra,

uma vez que a RUP potencial é definida como um valor a ser buscado de produtividade ao se

executar um serviço, servindo de referência de produtividade. Nesse contexto, a diferença

entre a RUP cumulativa e a RUP potencial representa um afastamento da situação real em

relação à ideal.

Esse trabalho utilizará esses conceitos a fim de se obter o dimensionamento das

equipes de trabalho, uma vez que os valores das RUP´s serão conhecidos (obtidos de outros

trabalhos), assim como a quantidade de serviço a ser executado e o tempo estipulado para tal

serviço.

3.5 O Modelo dos Fatores

Segundo Dantas (2006) e Souza (2006), há uma teoria desenvolvida por

Thomas e Yiakoumis (1987), chamada “O Modelo dos Fatores”, desenvolvida para ser um

modelo de medição e análise da produtividade da mão-de-obra.

18

Nessa teoria, se o conteúdo de um serviço e o contexto em que é realizado não

se alterar ao longo do tempo, a produtividade seria constante. Dessa forma, segundo Dantas

(2006) e Souza (2006), existem fatores que influenciam nos valores obtidos para

produtividade.

Dantas (2006) cita Souza (2006), onde esse autor propõe como exemplo de

fatores ligados ao conteúdo: peso dos blocos para fazer alvenaria, comprimento das vigas para

as quais se está executando as fôrmas, seção dos pilares concretados, entre outros. Para os

fatores relacionados ao contexto o autor cita: o tipo de equipamento de aplicação do gesso no

revestimento de uma parede, o equipamento de acesso a fachada para aplicação da textura,

entre outros.

Segundo Dantas (2006), o mesmo autor comenta ainda que existem algumas

ocorrências, denominadas anormalidades, normalmente relacionadas ao contexto, que

provocam distúrbios na produtividade. Como exemplos podem ser citados: a quebra de uma

grua, chuva torrencial entre outros.

Thomas e Yiakoumis (1987) citam que esses fatores causam mudanças na

curva real de produtividade. Se esses fatores pudessem ser matematicamente extraídos da

curva real, a curva gerada diz respeito à produtividade potencial para o serviço em questão

(Dantas, 2006).

19

4 SISTEMAS PREDIAIS HIDRÁULICOS E SANITÁRIOS

Nesse capítulo serão abordados os conceitos sobre Sistemas Prediais, os quais

são importantes para o entendimento do prosseguimento do trabalho. Além disso, temas

envolvidos diretamente entre os objetivos do trabalho e Sistemas Prediais também serão

discutidos, tais como a qualidade e racionalização de materiais.

4.1 Considerações Iniciais

Conforme Santos (2002), a importância dos sistemas prediais na construção

civil não está relacionado apenas à higiene pessoal e saúde, mas também com as noções de

conforto impostas por um dinâmico comportamento social. Diante desse contexto, o autor

ainda atenta para o fato de que além de o desenvolvimento dos sistemas seja sustentável,

passam a ser exigidos também em seu desempenho além das fronteiras da edificação, ou seja,

pelas demandas ambientais.

Diante de fatores como um mercado altamente competitivo, somado ao nível

de exigências de clientes com relação aos quesitos de qualidade e preço, segundo Conceição

(2007), as empresas que buscam se manter no mercado tiveram que reduzir seus custos. Nesse

cenário, de acordo com o autor, essas empresas buscam se adequar à realidade “enxugando”

os custos repensando em sua forma de produção, racionalizando seus processos construtivos.

Diante dessas considerações, torna-se indispensável o dimensionamento

correto das equipes de trabalho nos serviços de sistemas prediais, de modo que se atenda aos

prepostos de qualidade e racionalização de custos.

4.2 Definições

De acordo com Paliari (2008), dentre as inúmeras partes de uma edificação,

existem algumas que estão relacionadas às atividades desenvolvidas pelo usuário, que por sua

vez, estão relacionadas ao tipo de insumos demandados para sua realização.

Segundo Ilha e Gonçalves (1994), o edifício é constituído de subsistemas inter-

relacionados, classificados de acordo com suas funções, conforme ilustra a “Tabela 1:

Classificação dos subsistemas do edifício segundo norma ISSO/DP6241 (extraído de CIB –

Publication 64)”. Segundo os autores, na fase de projeto é importante considerar as diversas

interações com os demais subsistemas, de tal forma que o produto final represente aos

quesitos de qualidade funcional esperados pelo usuário.

20

Tabela 1: Classificação dos subsistemas do edifício segundo norma ISSO/DP6241 (extraído de CIB –

Publication 64) (Fonte: Ilha e Gonçalves, 1994)

Franco e Barros (cit. In Paliari, 2008) afirmam que as edificações devem estar

providas de diversos serviços que atendam plenamente as funções para as quais foram

projetadas, e consequentemente, às necessidades dos usuários. Esse conjunto de serviços,

segundo os autores, recebe a denominação de instalações prediais.

Analisando a edificação de uma forma abrangente, Paliari (2008) afirma que

dentre os diversos subsistemas existentes, os que se relacionam à definição abordada

anteriormente, são os subsistemas de água e de energia.

O termo “sistemas prediais” foi adotado a partir do pressuposto de que,

segundo Gonçalves (1978, cit. In Paliari, 2008) havia a necessidade de se enfatizar a

Estrutura →Fundação→Superestrutura

Envoltória Externa →Sob nível do solo→Sobre nível do solo

Divisões de espaços externos →Verticais→Horizontais→Escadas

Divisores de espaços internos →Verticais→Horizontais→Escadas

Serviços →Suprimento e disposição de água→Controle térmico e ventilação→Suprimento de gás→Suprimento de energia elétrica→Telecomunicações→Transporte mecânico→Transporte pneumático e por gravidade→Segurança e proteção

SUBSISTEMAS

21

integração entre as partes da edificação ao se elaborar o projeto relacionado ao suprimento de

água fria, em alusão de tratar esta área do conhecimento de forma sistêmica.

Portanto, ao se considerar tanto o conceito de visão sistêmica aplicado aos

sistemas prediais, assim como a inserção do conceito de desenvolvimento sustentável, os

sistemas prediais podem ser definidos como sendo “sistemas físicos, integrados a um edifício

e que têm por finalidade dar suporte às atividades dos usuários, suprindo-os com os insumos

prediais necessários e propiciando os serviços requeridos de forma a contribuir com a

sustentabilidade do habitat” (Paliari, 2008).

Ilha e Gonçalves (1994) abordam que os sistemas sanitários prediais podem ser

divididos em: subsistema de suprimento; água fria; água quente; subsistema de equipamento/

aparelho sanitário; subsistema de esgoto sanitário.

Portanto, analisando os sistemas prediais de uma forma global, podem ser

considerados como partes integrantes do sistema predial hidráulico e sanitário, além dos

subsistemas mencionados acima, os subsistemas de gás, incêndio e águas pluviais.

4.3 Classificação dos sistemas prediais

Nessa seção, conforme exposto por Paliari (2008), os sistemas prediais serão

classificados de acordo com a relação que possuem com o tipo de insumo ou serviço

requerido pelo usuário da edificação.

Será dado um enfoque maior para o Sistema Predial de Água Fria por se tratar

do serviço em que será dimensionada as equipes de trabalho.

4.3.1 Sistema Predial de Água Fria

4.3.1.1 Definições

Segundo definição abordada pela norma pertinente às instalações de água fria

(NBR 5626/1998), pode ser entendido como “sistema composto por tubos, reservatórios,

peças de utilização, equipamentos e outros componentes, destinado a conduzir água fria da

fonte de abastecimento aos pontos de utilização”.

Ainda de acordo com a norma, as instalações hidráulicas prediais devem

atender 3 premissas principais, as quais são:

22

“A potabilidade da água não pode ser colocada em risco pelos materiais com os

quais estará em contato permanente”;

“O desempenho dos componentes não deve ser afetado pelas conseqüências

que as características particulares da água imponham a eles, bem como pela ação do ambiente

onde acham-se inseridos”;

“Os componentes devem ter desempenho adequado face às solicitações a que

são submetidos quando em uso”.

Diante de tais premissas, a norma NBR 5626/1998 estabelece alguns requisitos

que devem ser atingidos durante sua vida útil, ainda durante a fase de projeto, os quais são:

� Preservar a potabilidade da água;

� Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade

adequada e com pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos

aparelhos sanitários, peças de utilização e demais componentes;

� Promover economia de água e de energia;

� Possibilitar manutenção fácil e econômica;

� Evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente;

� Proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de utilização

adequadamente localizadas, de fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo as demais

exigências do usuário.

4.3.1.2 Classificação

Segundo Ilha e Gonçalves (1994), os sistemas prediais de água fria podem ser

classificados em Sistema Direto e Sistema Indireto. Em Sistemas Diretos, podem ser

classificadas como Sistema Direto com bombeamento e sem bombeamento, assim como em

Sistemas Indiretos podem ser classificados como Sistema Indireto por gravidade e Sistema

Indireto Hidropneumático.

Paliari (2008) diz que o Sistema Predial de Água Fria é classificado de acordo

com as pressões e vazões disponibilizadas pelo sistema de abastecimento (público ou

particular), assim como sua confiabilidade e continuidade de fornecimento.

23

4.3.1.2.1 Sistema Direto

De acordo com Paliari (2008), o Sistema Direto é caracterizado pela ligação

direta da rede pública de abastecimento aos pontos de utilização, ou seja, aos equipamentos

sanitários, não havendo necessidade de reservação de água.

Conforme atenta Ilha e Gonçalves (1994), tendo em vista as solicitações do

sistema predial em questão, o sistema direto pode ser com ou sem bombeamento, em função

das condições de pressão e vazão da rede pública.

4.3.1.2.2 Sistema Indireto

Segundo Paliari (2008), o sistema indireto é caracterizado pela reservação

intermediária da água antes de seu abastecimento aos pontos de consumo.

Ilha e Gonçalves (1994) definem como sendo o sistema onde através de um

conjunto de suprimento e reservação, o sistema de abastecimento alimenta a rede de

distribuição.

Para Paliari (2008) e Ilha e Gonçalves (1994), a alimentação do sistema pode

ser por gravidade ou hidropneumático, dependendo de sua pressurização.

4.3.2 Sistema Predial de Água Quente

4.3.2.1 Definições

Paliari (2008) define Sistema Predial de Água Quente como sendo um conjunto

de equipamentos e acessórios destinados à produção e condução de água quente aos pontos de

consumo. Segundo a norma NBR 7198/93, a temperatura máxima admitida é de 70° C.

A norma pertinente ao Sistema Predial de Água Quente é a NBR 7198/93. A

mesma determina as exigências técnicas mínimas quanto à higiene, à segurança, à economia e

ao conforto dos usuários, pelas quais devem ser projetadas e executadas as instalações

prediais de água quente.

4.3.2.2 Classificação

Segundo Paliari (2008), a classificação do sistema predial de água quente está

relacionada à forma de produção de água quente, fonte de energia utilizada no aquecimento da

água e na necessidade de acumulação da água aquecida.

24

Em Paliari (2008), a classificação do sistema em função da abrangência de

pontos de consumo abastecidos simultaneamente pode ser: sistema de aquecimento individual

e sistema de aquecimento central, sendo este classificado ainda em privado ou coletivo.

Quanto à fonte de energia para o aquecimento, segundo o autor, podem ser

classificadas da seguinte maneira: energia elétrica, gás combustível, óleo combustível e

energia solar.

Quanto à acumulação de água quente, a água pode ser aquecida e reservada

para sua posterior utilização, ou aquecida no instante de sua utilização. Paliari (2008), define

que no primeiro caso utilizam-se aquecedores com acumulação, enquanto no segundo, são

utilizados aquecedores de passagem.

4.3.3 Sistema Predial de Esgoto Sanitário

4.3.3.1 Definições

O sistema predial de esgoto sanitário pode ser definido como “conjunto de

tubulações e acessórios destinados a coletar e transportar o esgoto sanitário, garantir o

encaminhamento dos gases para a atmosfera e evitar o encaminhamento dos mesmos para os

ambientes sanitários”.

A definição acima foi feita pela norma pertinente ao sistema predial de água

fria, a NBR 8160/99, a qual também estabelece as exigências e recomendações relativas ao

projeto, execução, ensaio e manutenção dos sistemas prediais de esgoto sanitário, para

atenderem às exigências mínimas quanto à higiene, segurança e conforto dos usuários, tendo

em vista a qualidade destes sistemas.

4.3.3.2 Classificação

O critério utilizado para classificação desse tipo de Sistema Predial consiste no

tipo de subsistema de ventilação a ser utilizado em função do nível de ventilação requerido no

mesmo, de acordo com Paliari (2008).

Dessa maneira, segundo o autor, o sistema pode ser classificado em: ventilação

primária, ventilação primária e secundária, e, sistema dotado de válvulas de admissão de ar.

4.3.4 Sistema Predial de Águas Pluviais

Segundo Paliari (2008), o sistema predial de águas pluviais pode ser definido

como sendo o sistema que se destina à captação, condução e destinação a local adequado das

25

águas de chuvas que se precipitam sobre todas as partes constituintes de edifícios, tais como

coberturas, paredes inclinadas e verticais, terraços e marquises.

A norma que rege as instalações dos sistemas prediais de água pluvial é a NBR

10844/89, a qual fixa exigências e critérios necessários aos projetos das instalações de

drenagem de águas pluviais, visando a garantir níveis aceitáveis de funcionalidade, segurança,

higiene, conforto, durabilidade e economia.

4.3.5 Sistema Predial de Suprimento de Gás

Segundo Amorim (cit. in Paliari, 2008), o sistema predial de suprimento de gás

combustível em residências tem como objetivo a alimentação dos aparelhos, tais como fogões

e aquecedores de água, e, eventualmente, algum outro aparelho que porventura o necessite.

4.3.6 Sistema Predial de Prevenção e Combate a Incêndio

As medidas de segurança contra incêndio constituem-se de “dispositivos ou

sistemas a serem instalados nas edificações e em áreas de riscos, necessários para evitar o

surgimento de um incêndio, limitar sua propagação, possibilitar sua extinção e ainda propiciar

proteção à vida, ao meio ambiente e ao patrimônio” (Carvalho Junior, 1997 cit. in Paliari,

2008).

Este sistema é composto por tubulações, reservatórios, bombas, hidrantes,

mangueiras e requintes. Os hidrantes e as respectivas mangueiras devem ser instalados em

abrigos que possuam portas desprovidas de fechadura e serem sinalizados para fácil

localização e sem nenhuma obstrução (Carvalho Junior, 1997 cit. in Paliari, 2008).

26

5 ESTUDO DE CASO: CONSTRUTORA TECNISA S/A

O objeto de estudo desse trabalho, no qual serão analisados os projetos de

instalações hidráulicas, o cronograma e as equipes em campo, será uma obra de uma

construtora da cidade de São Paulo, chamada Tecnisa S/A.

5.1 Tecnisa S/A

A Tecnisa Engenharia foi fundada em 24 de setembro de 1977, pelo então

estudante de engenharia civil da USP, Meyer Joseph Nigri. Após 30 anos de seu ano de

fundação, em fevereiro de 2007, a construtora passou a ser listada na Bolsa de Valores do

Estado de São Paulo (BOVESPA), como empresa de capital aberto e se inserindo entre uma

das maiores construtoras e incorporadoras do Brasil.

Em 31 anos de existência, a empresa divulga em seu site (www.tecnisa.com.br)

alguns dados, os quais representam sua grandeza: foram mais de 3 milhões de metros

quadrados lançados e mais de 10.000 clientes, conforme observa-se o quadro abaixo.

Figura 2: Números gerais da construtora (Fonte: site da Tecnisa – www.tecnisa.com.br)

5.1.1 Histórico da empresa

Segue abaixo um breve histórico da empresa

27

Década de 80

A construtora lança o “Programa de redução e otimização de insumos em

obras”, impactando significativamente no desperdício de materiais e na redução de custos em

relação à média do mercado das demais empresas do setor imobiliário. Aliado ao Programa, a

construtora aperfeiçoou-se na gestão financeira, garantindo-lhe vantagens competitivas,

garantindo uma posição de destaque no mercado imobiliário.

Década de 90

A Tecnisa lança o conceito de “grand space”, onde edifícios eram construídos

em regiões nobres de São Paulo. O conceito era simples e tinha como base a idéia de que

quanto mais compacto o apartamento, mais caro tornava-se o metro quadrado. Também nessa

década, é criado o conceito de “roof top”, que é a área de lazer localizada na cobertura dos

edifícios e não no pavimento térreo.

De 2000 a 2009

Nesses últimos anos, a construtora buscou se destacar no mercado se

diferenciando de outras empresas, dando ênfase à inovação, aplicado principalmente as áreas

de marketing, relacionamento com cliente, internet e responsabilidade social.

Segundo seu site oficial, a empresa divulga alguns resultados advindos dessa

sua inovação:

A Tecnisa foi reconhecida pelo Google como a empresa no segmento

imobiliário que tem as melhores práticas em links patrocinados no mundo;

A primeira empresa no segmento a operar 24 horas ininterruptas para o

atendimento a possíveis compradores;

Na área de relacionamento com o cliente, a Tecnisa desenvolveu um programa

que contempla 42 pontos de contato, do momento da compra na planta até a entrega das

chaves. Traduzindo em números: hoje, 22% das vendas da Tecnisa vêm de já clientes muito

satisfeitos com a empresa. Este reconhecimento veio através da conquista por cinco anos

consecutivos do Prêmio Consumidor Moderno, com as melhores práticas de serviços em

excelência ao cliente;

Em 2002, a empresa iniciou um projeto de responsabilidade social estratégica,

na qual faz investimentos em projetos sociais que tenham correlação direta com o negócio da

empresa. Através de seus projetos como Alfabetização em Canteiro de Obras, Alfabetização

28

Digital, Profissionais do Futuro (projeto de capacitação), Projeto Primeiro Emprego, em

parceria com a BM&F e Projeto Vizinho (que compreende trabalhos de redução de impacto

sonoro e de poluição nas obras).

5.1.2 Diferenciais

A filosofia da empresa é baseada em 5 pilares: Integridade, Perpetuação da

empresa, Excelência, Cordialidade, Compromisso com os acionistas, Compromisso com os

funcionários e Diversidade. Seu lema é ser mais construtora por m².

Como diferenciais dessa construtora podem ser destacados alguns, conforme

divulgado em seu site oficial:

- Grife imobiliária : Um imóvel da Tecnisa é sinônimo de liquidez e

valorização no mercado imobiliário.

- Entrega: O compromisso com o tempo de entrega e prazo para entrega da

obra, levou a Tecnisa a conquistar a confiança de seus clientes. Em toda a sua história,

apenas dois empreendimentos ultrapassaram o prazo de carência previsto em contrato.

- Assistência pós-entrega das chaves: A Tecnisa possui um departamento de

assistência técnica para atender os clientes após a entrega das chaves. Possui uma equipe

residente, que permanece no empreendimento por um período após a entrega das chaves, para

auxiliar os futuros moradores em pequenos reparos que estejam dentro das garantias

oferecidas pela empresa.

- Qualidade: A Tecnisa devido a sua filosofia adotada de “mais construtora

por m²”, foi reconhecida por duas vezes como uma das 150 Melhores Empresas para se

trabalhar (Revista Exame/ Você SA) e é uma das 100 Mais Admiradas do País (Carta Capital

e Instituto de Pesquisa InterScience). Na área de relacionamento com o cliente, a Tecnisa foi

premiada cinco vezes consecutivas (de 2004 a 2008) pelo Prêmio Consumidor Moderno,

como a empresa com as melhores práticas de serviços em excelência ao cliente. Também foi

biografada no livro “O Brasil que encanta o Cliente” como uma das empresas que possui uma

das melhores práticas em relacionamento com o cliente, junto com empresas como O

Boticário, Fleury Laboratórios, TAM Linhas Aéreas e Pão de Açúcar.

- Acabamento e personalização: A Tecnisa foi uma das empresas pioneiras

nos serviços de personalização de apartamentos, escolhas de plantas e acabamentos.

29

A Tecnisa vem se destacando nos últimos anos devido também aos seus

projetos desenvolvidos de responsabilidade social estratégica no mercado da construção civil.

Abaixo são citados alguns desses projetos:

Alfabetização Digital

Projeto criado com o intuito de dar condições para a inclusão digital de todos

seus funcionários, promovendo cursos de capacitação onde os operários ficam aptos para

operar computadores através do conhecimento de suas operações básicas, e uso da internet.

Esse curso é ministrado por voluntários da empresa, e os operários não tem nenhum gasto

extra para poderem estudar, remunerando, por exemplo, sua locomoção e alimentação.

Ler e Construir

O Programa de Alfabetização de Adultos está sendo aplicado desde 2002,

sendo desenvolvido numa parceria com a ADventto. Nesse programa, destinado aos

operários, além de aprenderem a ler e escrever, recebem conceitos de cidadania. Na conclusão

do curso, os alunos são submetidos a uma prova para a obtenção do certificado de

alfabetização reconhecido pelo MEC.

Primeiro Emprego

Em parceria desenvolvida de forma exclusiva junto a Bolsa Mercantil de

Futuros de São Paulo (BM&F), esse programa tem como objetivo a contratação de jovens

com idade superior a 18 anos desempregados e que estão à procura do primeiro emprego.

Dentre os vários cursos que a Associação Profissionalizante da BM&F

promove, existe o Programa Faz Tudo - formação básica para atuação em diferentes setores

na área de manutenção predial, construção civil e setores do comércio ou serviços.

A Tecnisa iniciou o projeto de contratação destes “alunos” em junho de 2003,

dando-os a oportunidade para o desenvolvimento desse conhecimento adquirido ao longo do

curso profissionalizante. O objetivo é suprir as deficiências de suas obras, empregando dessa

maneira esses jovens que se interessam pela oportunidade.

Profissionais do Futuro

Nesse projeto, criado em outubro de 2003, a Tecnisa buscou aprimorar o

processo de contratação de mão-de-obra qualificada, sendo esse um dos maiores obstáculos

encontrado pelas construtoras após o avanço da economia impactando em grande

concorrência.

30

Nesse contexto, com o apoio de voluntários da empresa, como mestres,

encarregados, empreiteiros, estagiários e engenheiros, o projeto busca a capacitação

profissional adulta, possibilitando sua inserção no mercado de trabalho.

5.2 A obra de estudo

5.2.1 Descrição

O objeto de estudo em questão trata-se de um empreendimento residencial

multifamiliar horizontal, de alto padrão, localizado no bairro do Tatuapé, São Paulo/SP,

chamado “Choice”.

Tal empreendimento é composto por duas torres com 20 pavimentos, sendo 2

apartamentos por pavimento, composto por 18 pavimentos-tipo e 1 cobertura duplex (duplex

inferior e duplex superior), além do pavimento térreo e 2 subsolos, totalizando 76

apartamentos. Os apartamentos do pavimento-tipo possuem 204 m² (Bloco A) e 176 m²

(Bloco B), já os apartamentos da cobertura duplex possuem 303 m² (Bloco A) e 278 m²

(Bloco B).

Abaixo segue breve descrições de seus pavimentos:

- 2º subsolo – estacionamento de veículos / caixa d’água inferior / casa de

bombas / depósitos.

- 1º subsolo – estacionamento de veículos / sala para gerador / sala para

medidores elétricos / depósitos.

- Pavimento Térreo (Bloco A) – Recepção / recreação infantil / lavabo / hall

serviço / sala administração / copa funcionários / Vestiário de Funcionários (Masc.) /

apartamento do zelador / medidores / pressurização.

- Pavimento Térreo (Bloco B) – Recepção / hall serviço / depósito / sala

multi-uso entretenimento / ginástica / descanso / ducha circular / sauna / lavabos / rock center

/ pressurização.

- Térreo áreas externas – Piscinas adultos / piscina adultos (biribol) / bar

piscinas / piscina infantil / piscina coberta / spa / ducha / solarium / quadra recreativa gramada

/ salão de festas / lavabos / copa / churrasqueira / fonte / espelho d’água / áreas com jardins /

guarita com wc.

31

- Pavimento-Tipo Blocos A e B (1º ao 18º pav.) – 2 apartamentos por andar,

possuindo cada apartamento:

1 suíte com closet / 1 suíte / 2 dormitórios / banho / lavabo / sala de estar e

jantar / copa / cozinha / área de serviço / w.c. / depósito / terraço com churrasqueira.

Figura 3: Apartamento-tipo (Bloco A) Figura 4: Apartamento-tipo (Bloco B)

- Duplex Inferior Blocos A e B (19o pav.) - Sala de estar e jantar / copa /

cozinha / área de serviços / depósito / wc / lavabo / home theater / hall social / terraço coberto

com forno de pizza / terraço coberto com churrasqueira / terraço descoberto com piscina.

Figura 5: Duplex inferior (Bloco A) Figura 6: Duplex inferior (Bloco B)

- Duplex Superior Blocos A e B (20o pav.) – Suíte máster com banho / 3

suítes / terraço coberto.

32

Figura 7: Duplex Superior (Bloco A) Figura 8: Duplex Superior (Bloco B)

Ático – Barrilete / Caixa d’água / casa de máquinas / cobertura geral.

5.2.2 Sistemas Hidráulicos Prediais

5.2.2.1 Sistema Predial de Água Fria

5.2.2.1.1 Ligação Predial e Reservatórios

O abastecimento de água fria para os edifícios residenciais está previsto ser

realizado pela rede pública existente na Rua Azevedo Soares (rua de entrada do

empreendimento). Através do ramal de alimentação predial, localizado a partir do hidrômetro

geral, todos pontos das áreas de vivência do condomínio, assim como a caixa d’água inferior

serão abastecidos, sendo todos esses ramais executados com tubos e conexões de PVC

marrom soldável.

No nível do piso do 2º Subsolo serão instaladas 04 reservatórios inferiores,

sendo 2 para cada bloco, de fibra de vidro, cada uma com capacidade para 15.000 litros,

totalizando uma reservação de 60.000 litros de água. Esses reservatórios serão providos de

tubulação de extravasor (ladrão) e limpeza.

A partir do reservatório inferior, através de 02 eletro-bombas-centrífugas (uma

de reserva), para cada bloco, instaladas no reservatório inferior e no superior, a água será

recalcada para o reservatório superior dos prédios. A tubulação de recalque será executada em

CPVC.

No nível do barrilete de cada bloco, serão instaladas 4 caixas d’água em fibra

de vidro, cada uma com capacidade de 15.000 litros, totalizando 60.000 litros de água para

cada um dos blocos. O reservatório superior também será provido de tubulação de extravasor

(ladrão) e limpeza em PVC marrom, de acordo com a norma NBR 5626

33

5.2.2.1.2 Distribuição de água fria

Os blocos do empreendimento terão sistema de distribuição de água fria por

gravidade através do reservatório superior, obedecendo ao seguinte esquema:

- Os pontos de consumo previstos do 20º ao 15º pavimento serão alimentados

por barrilete exclusivo executado com tubos e conexões de PVC soldável, passando antes por

sistema de pressurização de água a fim de garantir pressão adequada nos pontos de consumo.

- Os pontos de consumo previstos do 14º ao 9º pavimento, serão alimentados

diretamente por um segundo barrilete executado com tubos e conexões de PVC soldável.

- Os pontos de consumo previstos do 8º ao 4º pavimento serão alimentados por

um terceiro barrilete executado com tubos e conexões de PVC Classe 20 (suporta maiores

pressões), passando antes por estação redutora de pressão a ser instalada no 1º subsolo.

- Os pontos de consumo previstos do térreo ao 3o pavimento serão alimentados

pelo quarto barrilete executado com tubos e conexões de PVC soldável, passando antes

também por estação redutora de pressão a ser instalada no 1º subsolo.

5.2.2.1.3 Distribuição interna

A alimentação de água fria dos apartamentos é realizada através de derivações

dessas prumadas, citadas anteriormente, localizadas no hall de serviço de cada pavimento. Os

pontos de consumo são abastecidos a partir do ramal de distribuição (derivações das colunas).

No ANEXO A, encontram-se detalhes dos pontos de consumo de cada ambiente no

apartamento.

Figura 9: Prumada localizada no hall de serviço Figura 10: Detalhe das prumadas

34

A tubulação que alimentará os pontos de consumo (ramal de distribuição) irá

percorrer um trajeto horizontal aéreo sob a laje de teto do pavimento, ou seja, sendo

sustentada por abraçadeiras fixadas no teto do apartamento. Posteriormente, na fase final de

acabamento da obra, serão feitos acabamentos com placas de gesso (sancas de gesso), de

modo que essas tubulações não fiquem aparentes e sejam alvo de fácil manutenção.

O ramal de distribuição percorre em direção dos ambientes que serão

abastecidos por água fria. Ao chegar no ambiente, há uma derivação que percorre um trecho

vertical embutido na alvenaria, até alimentar os pontos de consumo. Essa descrição ocorre na

área de serviço e na cozinha do apartamento, conforme pode ser observado nas imagens

abaixo.

Figura 11: Alimentação dos pontos na Área de Serviço Figura 12: Alimentação dos pontos na Cozinha

No caso dos banheiros, esse trecho vertical atravessa a laje de piso do

apartamento e percorre horizontalmente a laje de teto do pavimento inferior, abastecendo os

possíveis pontos de consumo (lavatórios, vasos sanitários e bidê) do ambiente. Nas imagens

abaixo pode ser observado tal descrição.

35

Figura 13: Alimentação Banho 1 (Bloco B) Figura 14: Detalhe da descida vertical pelo shaft

5.2.3 Sistema Predial de Água Quente

O projeto de instalações de água quente prevê sistema de aquecimento de água

individualizado no apartamento, através de sistema conjugado a ser instalado na lavanderia

dos apartamentos. Esse sistema conjugado foi dimensionado para 1 aquecedor de passagem de

30 L/min, e 1 tanque de acumulação de 250 litros, de modo que garanta o atendimento

simultâneo de todos os pontos de consumo previstos no apartamento.

O projeto apresenta todos os detalhes necessários para a perfeita e segura

instalação do aquecedor com previsão de chaminé e ventilação necessária nas áreas que

utilizam gás, de acordo com a norma NBR 7198/93.

5.2.3.1 Distribuição de água quente

De acordo com o projeto haverá colunas (prumadas) exclusivas para o

abastecimento de água quente dos apartamentos, localizada no hall de serviço de cada

pavimento (assim como as colunas de água fria: ver Figura 9). A distribuição de água quente

respeitará o mesmo esquema mencionado acima para água fria, totalizando 4 prumadas de

cada bloco partindo do reservatório superior (duas de água fria, e duas de água quente).

O material que será utilizado nas instalações prediais de água quente, de acordo

com o projeto, será o PPR (polipropileno) no bloco A e, CPVC no bloco B.

5.2.3.2 Distribuição interna

O projeto prevê alimentação de água quente para os pontos de consumo

previstos nos banheiros sociais, WC (banheiro na área de serviço) e cozinha.

36

A distribuição de água quente para os pontos de consumo previstos no projeto

será realizada a partir do aquecedor, localizado na área de serviço da cozinha. Essa

distribuição ocorre da mesma maneira como é realizada a água fria, e seu processo já foi

descrito no item 5.2.2.1.3. Nas Figura 11 eFigura 13, pode ser observado tal descrição.

5.2.4 Sistema Predial de Esgoto Sanitário

No sistema predial de esgoto sanitário, o esgoto gerado pelos apartamentos será

captado e levado a tubos de queda em PVC (série N), localizados nos shafts de cada ambiente.

Esses tubos de queda conduzirão os despejos até o nível do teto do 1o subsolo

onde serão ligados a subcoletores de esgoto horizontais em PVC-R (série reforçada), que

interligarão todo o sistema de esgoto do prédio até a ligação final à rede pública .

Para captação dos efluentes provenientes das máquinas de lavar roupas e

tanques, o projeto prevê tubo de queda exclusivo a fim de evitar retorno de espuma nas

demais instalações. Para isso serão executados sifões com conexões em ferro fundido no pé

desses tubos de queda exclusivos, prevendo inspeção junto ao pé da coluna, permitindo dessa

maneira fácil desobstrução da tubulação em caso de entupimento.

Os subsolos serão providos de ralos que serão interligados ao poço de captação

de águas servidas localizado no 2º subsolo. Através de bombas submersíveis o esgoto gerado

será recalcado para a rede pública coletora de esgoto.

O sistema predial de esgoto sanitário será convenientemente ventilado

obedecendo-se todas as orientações prescritas na norma pertinente (NBR8160/99).

5.2.5 Sistema Predial de Águas Pluviais

Nesse sistema está previsto a captação por ralos, grelhas hemisféricas e

canaletas, localizados nas áreas onde receberão a contribuição das águas pluviais.

Após a captação, serão conduzidas por coletores verticais em PVC rígido (série

N), em prumadas exclusivas, até o nível do teto do 1º subsolo, onde a partir desse ponto, por

meio de coletores horizontais, as águas pluviais serão encaminhadas até as caixas coletoras de

águas pluviais (“piscininhas”), de onde, por transbordamento, ocorrerá o lançamento final na

sarjeta da rua. Esse projeto atende a Lei Municipal 13.276 de 04/01/02 e Decreto 41.814 de

37

15/03/02 que dispõem sobre a obrigatoriedade de se executar reservatórios para acumulação

de águas pluviais (piscininhas) nas edificações no município de São Paulo.

No pé de todos os condutores verticais de águas pluviais, deverá ser instalado

joelho 87o 30’em ferro fundido (curva de batida) além de se prever inspeção junto ao pé da

coluna a fim de permitir fácil desobstrução da tubulação em caso de entupimento.

5.2.6 Sistema Predial de Suprimento de Gás

O local do empreendimento é provido de rede de gás encanado (gás natural).

Assim sendo, a alimentação de gás para os pontos de consumo previstos no projeto, será feita

a partir da rede da Comgás (concessionária de gás).

A partir da rede de gás natural da Comgás, será feita a ligação de gás passando

por medidor/regulador de gás locado junto à divisa do terreno com a rua. Após o

regulador/medidor de gás citado acima, partirão 02 tubulações em cobre sem costura que se

desenvolverão aparentes pelo teto do 1º subsolo, até a alimentação das colunas verticais dos

dois blocos. Dessa maneira o gás será encaminhado até os medidores de consumo (remotos)

localizados nas áreas de serviço dos apartamentos.

A alimentação dos pontos de consumo dos apartamentos será realizada após a

passagem pelos medidores remotos individuais citados anteriormente. Todos os desvios

necessários para as instalações predial de suprimento de gás serão realizados embutidos nas

paredes e pisos, e, quando aparentes, em áreas ventiladas.

5.2.7 Sistema Predial de Prevenção e Combate a Incêndios

O condomínio será protegido contra incêndio através de sistema de hidrantes e

extintores.

No reservatório superior de cada prédio será garantida uma reserva de água

exclusiva para alimentação do sistema de hidrantes (conforme a IT 22/03).

A fim de garantir a pressão mínima exigida pelo Corpo de Bombeiros, na rede

de alimentação dos hidrantes do prédio, será instalada uma bomba de recalque. A alimentação

elétrica da bomba de incêndio será independente e o acionamento da mesma será realizada

por botoeiras instaladas junto aos hidrantes dos 6 últimos pavimentos.

O sistema de extintores manuais prevê a instalação dos mesmos em todos os

andares obedecendo-se as especificações e localização de acordo com o projeto Aprovado

pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.

38

6 DIMENSIONAMENTO DAS EQUIPES

Nesse capítulo será detalhado o procedimento para a determinação das equipes

de trabalho, a fim de que o objetivo principal proposto nesse trabalho seja atingido, ou seja,

será determinado o número de operários necessários para que os serviços de instalações

prediais sejam executados no prazo estipulado pela construtora, evitando dessa maneira,

eventuais prejuízos.

Conforme a metodologia já exposta em capítulos anteriores, para dimensionar

essas equipes são necessários ter definido 3 variáveis. São elas: a Quantidade de Serviço a ser

executado, o tempo previamente estipulado para a execução desse serviço e o indicador de

produtividade (RUP) do serviço analisado.

Nesse trabalho, começaremos analisando quais tarefas e sub-tarefas serão

analisadas, a partir dos indicadores já existentes.

6.1 Indicadores de Produtividade (RUP´s)

Os indicadores que servirão de base para tal estudo serão retirados da tese de

Paliari (2008). Em seu trabalho, Paliari (2008) dividiu o serviço em tarefas e subtarefas, e

para cada tarefa/subtarefa atribui-se valores de RUP potencial e ∆ RUP Cumulativa-Potencial.

Paliari (2008) menciona que a diferença entre a RUP cumulativa e a RUP

potencial (∆ RUP Cumulativa-Potencial) indica a eficiência da gestão na execução dos serviços.

Quanto maior essa diferença, menos eficiente é a gestão.

Os valores que serão adotados nesse trabalho, diante dos intervalos de RUP,

estarão em função dos seguintes fatores: 1 - Na falta de melhores informações, recomenda-se

adotar o valor mediano como o mais provável de acontecer; 2- Em se detectando condições

que sejam consideradas desfavoráveis, aproximar-se tanto mais do valor máximo quanto for a

expectativa ruim das condições, e vice-versa; 3- O mesmo se aplica ao ∆ RUP Cumulativa-Potencial

quanto às anormalidades.

Na Tabela 2 abaixo estão relacionados todos os índices levantados por Paliari

(2008). Seguindo o prognóstico proposto pelo mesmo autor, a partir dela serão levantados os

homens-hora demandados para a execução dos serviços de sistemas prediais.

Tab

ela

2: R

UP

pot

e � R

UP

Cum

ulat

iva-

Pot

enci

al p

ara

as d

iver

sas

subt

aref

as in

eren

tes

à ex

ecuç

ão d

os

sist

emas

pre

diai

s hi

dráu

licos

(Fon

te: P

alia

ri, 2

008)

39

Tab

ela

2: R

UP

pot

e � R

UP

Cum

ulat

iva-

Pot

enci

al p

ara

as d

iver

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s à

exec

ução

do

s si

stem

as p

redi

ais

hidr

áulic

os

(Fon

te: P

alia

ri, 2

008)

40

41

6.1.1 Sistema predial de Água Fria

Primeiramente, será analisada a tarefa de execução das prumadas. Para isso

será necessário ter os indicadores das seguintes subtarefas: montagem, fixação e fechamento

de shaft. Abaixo segue a Tabela 3 com os indicadores adotados:

Tabela 3: Tabela de RUP adotada para tarefa de Prumada

Tarefa Subtarefa RUP pot � RUP

RUP cum

RUP adotada

Prumada

Montagem 0,12 0,012 0,132 0,132

Fixação 0,10 0,01 0,11 0,11

Fechamento dos shafts 0,50 0,05 0,55 0,55

Seguindo a analise de tarefas do sistema predial de água fria, a distribuição

para o apartamento deve contemplar as seguintes subtarefas: fixação dos suportes e

montagem. Abaixo segue a tabela indicando a RUP adotada para essa tarefa:

Tabela 4: Tabela de RUP adotada para a tarefa de Distribuição

Tarefa Subtarefa RUP pot

� RUP RUP cum

RUP adotada

Distribuição Fixação dos suportes e montagem

0,22 0,07 0,29 0,29

O próximo serviço analisado será a execução de ramais e sub-ramais em

paredes. Nesse caso, haverá duas situações: ramais e sub-ramais embutidos na parede através

de kits pré-montados, e ramais e sub-ramais embutidos na alvenaria in loco.

O primeiro caso irá contemplar os indicadores para a execução de kits do

sistema. No empreendimento em questão, há a fabricação de dois modelos de kits, são eles:

kits compostos pelo misturador, e kits compostos por sub-ramais que alimentam os lavatórios

dos banheiros. Os demais trechos de ramais e sub-ramais embutidos na alvenaria serão

realizados in loco. Finalizando os serviços, será abordada a tarefa de ramais e sub-ramais no

teto. Abaixo segue a tabela com tais indicadores:

42

Tabela 5: Tabela de RUP adotada para as tarefas: “Produção de kits”, “Ramais e sub-ramais em paredes

(kits)”, “Ramais e sub-ramais em paredes in loco” e “Ramais e sub-ramais no teto”

Tarefa Subtarefa RUP pot � RUP

RUP cum

RUP adotada

Produção de Kits PVC 0,08 0,07 0,15 0,15

Ramais e sub-ramais em paredes (kits)

Posicionamento e chumbamento

0,34 0,3 0,64 0,64

Ramais e sub-ramais em paredes in loco

Montagem e chumbamento

0,24 0,024 0,264 0,264

Ramais e sub-ramais no teto

Montagem da tubulação 0,22 0,18 0,4 0,40

Para o chumbamento dos kits, e dos sub-ramais e ramais embutidos na

alvenaria, as paredes já devem ter sido previamente cortadas e rasgadas. Logo, abaixo

segue os índices da tarefa de corte e rasgo de alvenaria:

Tabela 6: RUP adotada para os serviços de corte e rago de alvenaria

Tarefa Subtarefa RUP pot � RUP

RUP cum

RUP adotada

Corte e rasgo Corte 0,16 0,1 0,26 0,26 Rasgo 0,23 0,09 0,32 0,32

6.1.2 Sistemas Prediais de Água Quente

Conforme pode ser observado na Tabela 2, não há índices em que o material

utilizado seja o CPVC, nem PPR. Por esse motivo, a fim de poder dimensionar a equipe,

nesse trabalho será adotado o PVC como material que será utilizado para instalações de água

quente.

Essa equiparação pode ser feita, pois o processo executivo de instalação, assim

como o material (e suas propriedades, como seu peso), são muito semelhantes, não

influenciando dessa maneira nos resultados de produtividade.

Consequentemente, pelos fatores mencionados acima, os índices abordados

para água fria, se equivalem aos índices de água quente, e os resultados encontram-se na

Tabela 3,Tabela 4,Tabela 5 eTabela 6.

43

6.1.3 Sistema Predial de Esgoto Sanitário e Águas Pluviais

Neste item, os índices obtidos de esgoto sanitário e águas pluviais são os

mesmos, pois o material empregado assim como seus processos executivos são semelhantes.

Os índices levantados seguem uma ordem cronológica de instalação. A

condição inicial para o início dos serviços é que estejam executadas todas as prumadas, nesse

caso, os tubos de queda e colunas de ventilação.

Uma vez executada, derivam-se desses tubos de queda ramais que serão aéreos

(sob a laje de piso do apartamento) e/ ou ramais embutidos na alvenaria. Na Figuras 15 abaixo

se observam dois tubos de queda, localizados na área de serviço, previamente instalados para

a posterior execução dos ramais.

Figuras 15 e 16: Tubos de queda localizados no shaft da área de serviço, e, Instalação dos ramais aéreos

Seguem na tabela abaixo os índices que serão adotados para as instalações

prediais de esgoto sanitário e águas pluviais em função de suas respectivas tarefas (e sub-

tarefas).

44

Tabela 7: RUP adotada para os serviços de Esgoto Sanitário e Águas Pluviais

Tarefa Subtarefa RUP pot

� RUP RUP cum

RUP adotada

Tubos de queda e colunas de ventilação

Montagem e fixação 0,25 0,06 0,31 0,31

Ramais embutidos em alvenaria

Montagem e chumbamento 0,50 0,26 0,76 0,76

Ramais aéreos (no teto) Fixação dos suportes 0,10 0,01 0,11 0,11

Montagem e fixação 0,36 0,14 0,50 0,50

6.1.4 Sistema Predial de Prevenção e Combate a Incêndio e Suprimento de Gás

Finalizando o levantamento dos índices que serão utilizados nesse trabalho,

segue abaixo a analise dos índices referente a instalações realizadas em cobre, no caso os

serviços de instalações de gás e incêndio.

Tabela 8: RUP adotada para os serviços de Gás e Incêndio

Tarefa Subtarefa RUP pot

� RUP RUP cum

RUP adotada

Prumada

Montagem 0,2 0,12 0,32 0,32

Chumbamento 0,07 0,03 0,1 0,1

Fechamento dos shafts 0,5 0,05 0,55 0,55

Ramais e Sub-ramais paredes in loco

Montagem e chumbamento 0,35 0,15 0,5 0,5

Ramais e Sub-ramais no piso

Montagem da tubulação 0,27 0,03 0,3 0,3

6.2 Quantidade de Serviço

A execução dessa etapa do trabalho desenvolveu-se a partir de um

levantamento quantitativo de material, analisando os projetos de instalações hidráulicas do

empreendimento. Como se pode observar no ANEXO A: Projetos de instalações hidráulicas,

as instalações dos dois blocos são muito semelhantes, e os ambientes atendidos são os

mesmos.

A única diferença entre os dois blocos está no fato de que os apartamentos

do bloco A possuem uma área útil maior, conseqüentemente possuem um trajeto um pouco

maior de tubulação. Essa diferença será insignificante no dimensioname

esse motivo, o projeto que será utilizado de base para o levantamento quantitativo será o

projeto de instalações hidráulicas do bloco A.

6.2.1 Sistema Predial de Água Fria

A quantidade de serviço

6 prumadas, localizadas no hall de serviço do pavimento

distribuição para o pavimento

(conforme esquema descrito na seção

redutora de pressão (conforme esquema descrito na seção

1 prumada de aviso. Na figura abaixo pode ser observado tais prumadas

projeto.

Na tabela abaixo consta o levantamento

Tabela

Tarefa

A única diferença entre os dois blocos está no fato de que os apartamentos

do bloco A possuem uma área útil maior, conseqüentemente possuem um trajeto um pouco

maior de tubulação. Essa diferença será insignificante no dimensioname

e motivo, o projeto que será utilizado de base para o levantamento quantitativo será o

projeto de instalações hidráulicas do bloco A.

Sistema Predial de Água Fria

A quantidade de serviço para a tarefa de prumadas irá contabilizar

localizadas no hall de serviço do pavimento-tipo. São elas:

distribuição para o pavimento-tipo, 1 prumada que parte da válvula redutora de pressão

(conforme esquema descrito na seção 5.2.2.1.2), 1 prumada que é destinada até a válvula

redutora de pressão (conforme esquema descrito na seção 5.2.2.1.2), 2 prumadas de respiro e

Na figura abaixo pode ser observado tais prumadas

Figura 16: Localização das prumadas

Na tabela abaixo consta o levantamento quantitativo das prumadas.

Tabela 9: Levantamento quantitativo de Prumadas

Subtarefa Quantidade de Serviço

45

A única diferença entre os dois blocos está no fato de que os apartamentos-tipo

do bloco A possuem uma área útil maior, conseqüentemente possuem um trajeto um pouco

maior de tubulação. Essa diferença será insignificante no dimensionamento das equipes. Por

e motivo, o projeto que será utilizado de base para o levantamento quantitativo será o

de prumadas irá contabilizar um total de

tipo. São elas: 1 prumada de

tipo, 1 prumada que parte da válvula redutora de pressão

1 prumada que é destinada até a válvula

), 2 prumadas de respiro e

Na figura abaixo pode ser observado tais prumadas detalhadas no

quantitativo das prumadas.

Quantidade de Serviço

46

Prumada

Montagem 16,92 Fixação 16,92

Fechamento dos shafts 16,92

Para a realização do levantamento quantitativo da distribuição de água fria

contemplou-se apenas os trechos aéreos no pavimento-tipo, ou seja, os trechos que caminham

sob o teto, conforme detalhado na seção 5.2.2.1.3, até o encontro com os ramais e sub-ramais

embutidos na alvenaria.

Tabela 10: Levantamento quantitativo de Distribuição

Tarefa Subtarefa Quantidade de Serviço

Distribuição Fixação dos suportes e montagem

46,78

Abaixo segue um esquema dos kits de misturador, e suas dimensões (sem

escala).

Figura 17: Esquema de 1 KIT de misturador e suas dimensões

Na Tabela 11 observa-se o levantamento quantitativo para fabricação dos kits

de 1 apartamento.

47

Tabela 11: Tabela com levantamento quantitativo para fabricação de KITS referente a 1

apartamento

Para a tarefa de corte e rasgo, são contabilizados todos os trechos que há o

embutimento da tubulação na alvenaria. Atenta-se que nesse item não é correto somar a

quantidade de ramais e sub-ramais embutidos na alvenaria in loco com a quantidade de kits,

pois em alguns casos, são feitos enchimentos de argamassa para o embutimento das mesmas

na alvenaria. Abaixo encontra-se o levantamento para tais tarefas:

Tabela 12: Quantidade de serviço para as tarefas de Corte e Rasgo, e Ramais e subramais em paredes

(kits)

Tarefa Sub-tarefa Quantidade de Serviço

Corte e rasgo Corte 31,85 Rasgo 31,85

Ramais e sub-ramais em paredes (kits)

Posicionamento e chumbamento

27,8

O levantamento para a tarefa “Ramais e subramais em paredes in loco” foi

realizado por ambiente. Nesse cálculo foram contabilizados todos os trechos de tubulação

embutido em parede (menos kits), como sub-ramais de alimentação dos pontos de máquina de

lavar roupa e tanque, conforme pode ser observado na Figura 11 e no esquema abaixo (em

destaque vermelho):

Tarefa SubtarefaQuantidade de Serviço para 1 KIT (m)

Total de Kits por

apartamento

Quantidade de Serviço Total

(m)Produção de Kits PVC 6,95 4 27,8

48

Figura 18: Esquema com indicação dos trechos contabilizados para a tarefa "Ramais e subramais em

parede in loco"

49

No levantamento realizado para a tarefa “ramais e subramais no teto”,

conforme detalhado na seção 5.2.2.1.3, foram contabilizados todos os trechos horizontais que

percorrem sob a laje de piso dos apartamentos (ver Figura 13). Na Tabela 13 encontram-se os

levantamentos para as tarefas mencionadas acima.

Tabela 13: Tabela com levantamento quantitativo para as tarefas “Ramais e subramais em paredes in

loco” e “Ramais e subramais no teto”

6.2.2 Sistema Predial de Água Quente

Seguindo as mesmas metodologias e descrições do item 6.2.1 (sistema predial

de água fria), foi realizado o levantamento quantitativo de material para instalação predial de

água quente, de acordo com as tarefas e subtarefas detalhadas no item 6.1.2.

Na Tabela 14 é apresentado esse levantamento, detalhado de acordo com as

respectivas tarefas e subtarefas.

Tabela 14: Levantamento quantitativo de material para instalações prediais de água quente

Tarefa Sub-tarefa Quantidade de Serviço

Prumada

Montagem 8,46

Fixação 8,46

Fechamento dos shafts 8,46

Distribuição Fixação dos suportes e montagem

75,57

Produção de Kits CPVC 0

Corte e rasgo Corte 5 Rasgo 5

Ramais e sub-ramais em paredes (kits)

Posicionamento e chumbamento

0

Ramais e sub-ramais em paredes in loco

Montagem e chumbamento

7,55

Ramais e sub-ramais no teto

Montagem da tubulação 9,55

Tarefa Subtarefa WC CozinhaÁrea de Serviço

Lavabo Banho 1 Banho 2 Banho 3 Total (m)

Ramais e sub-ramais em paredes in loco

Montagem e fixação provisória

0,85 5,43 1,85 3,87 2,1 1,3 1,3 16,7

Ramais e sub-ramais no teto Montagem da tubulação 1,79 - - 1,72 5,81 3,05 2,83 15,2

Quantidade de Serviço (m)

50

Atenta-se para as tarefas “Produção de kits” e “Ramais e sub-ramais em

paredes (kits)”. A quantidade de serviço levantada, nesse caso, é igual a zero. Isso justifica-se

pelo fato de que essas quantidades de material já foi levantado anteriormente para água fria,

consequentemente, não pode ser contabilizado duas vezes.

6.2.3 Sistema Predial de Esgoto Sanitário e Água Pluvial

Conforme detalhado no item 6.1.3 desse trabalho, para o início dos serviços de

esgoto predial e água pluvial no pavimento-tipo, deve-se primeiramente executar as

prumadas, nesse caso, os tubos de queda e colunas de ventilação.

Abaixo encontram-se os levantamentos quantitativos para todas as tarefas (e

sub-tarefas) relativas aos sistemas prediais de esgoto sanitário e águas pluviais.

Tabela 15: Levantamento quantitativo de materiais para instalações prediais de esgoto sanitário e águas

pluviais

Tarefa Sub-tarefa Quantidade de Serviço

Tubos de queda e colunas de ventilação

Montagem e fixação 42,30

Ramais embutidos em alvenaria

Montagem e chumbamento

6,40

Ramais aéreos (no teto) Fixação dos suportes 18,67

Montagem e fixação 18,67

6.2.4 Sistema de Suprimento de Gás e de Prevenção e Combate a Incêndio

O levantamento quantitativo realizado para os sistemas de suprimento de gás, e

de prevenção e combate a incêndio, contemplou toda instalação realizada em cobre. Segue a

51

Tabela 16 contendo esse levantamento, distribuído de acordo com suas tarefas

(e sub-tarefas).

52

Tabela 16: Levantamento quantitativo de material para instalações de gás e incêndio

Tarefa Subtarefa Quantidade de Serviço

Prumada

Montagem 5,64 Chumbamento 5,64

Fechamento dos shafts 5,64

Ramais e Sub-ramais paredes in loco

Montagem e chumbamento

3,91

Ramais e Sub-ramais no piso

Montagem da tubulação 6,91

6.3 Cronograma da obra

Após terem sidos determinados os índices que serão utilizados e as quantidades

de serviços relativas às tarefas pertinentes, o próximo passo para atingir o objetivo do presente

trabalho, é a analise do cronograma da obra.

Essa analise deve ser feita de modo que a equipe dimensionada realize os

serviços no tempo determinado pela construtora, evitando assim possíveis atrasos e

interferências com outras etapas do processo construtivo do edifício.

Segue abaixo uma parte do cronograma de instalações hidráulicas seguido pela

obra, o qual será a base para analise do tempo disposto para a realização de cada etapa (tarefa)

dos serviços abordados nesse trabalho.

Figura 19: Cronograma de instalações hidráulicas

53

Através do cronograma observa-se que o prazo para execução de todos os

serviços de instalações hidráulicas do pavimento-tipo é de duas semanas. Na Figura 20 há o

cronograma para o 15° pavimento (pavimento-tipo), onde se constata o prazo de uma semana

para execução das prumadas e uma semana para a execução dos ramais de água fria, água

quente, gás, esgoto (e fica subentendido incêndio e águas pluviais), totalizando duas semanas

para a execução dos serviços de um pavimento-tipo.

Figura 20: Cronograma de instalações hidráulicas (pavimento-tipo)

6.4 Dimensionamento das equipes

Nos itens anteriores foram determinadas todas variáveis necessárias para o

dimensionamento das equipes. A próxima etapa do trabalho é o próprio dimensionamento das

mesmas.

O primeiro passo para o dimensionamento é a determinação da quantidade de

homens-hora necessários para cada tarefa e sub-tarefa dos sistemas hidráulicos prediais. Na

Uma vez definido a quantidade total de homens-hora necessários para a execução dos

serviços, é possível determinar a quantidade total de funcionários dividindo esse resultado

pelo número de horas disponíveis.

De acordo com o cronograma da obra (item 6.3), foi visto que o prazo para a

execução de todos os serviços de um pavimento-tipo é de 88 horas (duas semanas).

Como todo levantamento de dados (quantitativo) desse trabalho foi baseado em

1 apartamento, irá ser adotado um prazo de 44 horas para a realização dos serviços,

lembrando que o empreendimento possui 2 apartamentos por pavimento-tipo.

������ =�,�

≈ �, �� = ������

Equação 2: Quantidade total de homens necessários para a execução de todos os serviços

54

Tabela 17 são apresentados a quantidade de homens-hora demandados para

cada tarefa dos sistemas prediais de água fria, água quente, esgoto sanitário, águas pluviais,

incêndio e gás.

Uma vez definido a quantidade total de homens-hora necessários para a

execução dos serviços, é possível determinar a quantidade total de funcionários dividindo esse

resultado pelo número de horas disponíveis.

De acordo com o cronograma da obra (item 6.3), foi visto que o prazo para a

execução de todos os serviços de um pavimento-tipo é de 88 horas (duas semanas).

Como todo levantamento de dados (quantitativo) desse trabalho foi baseado em

1 apartamento, irá ser adotado um prazo de 44 horas para a realização dos serviços,

lembrando que o empreendimento possui 2 apartamentos por pavimento-tipo.

������ =�,�

≈ �, �� = ������

Equação 2: Quantidade total de homens necessários para a execução de todos os serviços

Tabela 17: Homens-hora demandados para cada tarefa (e sub-tarefa) dos sistemas prediais

55

Finalmente, conclui-se que para ser cumprido o cronograma da obra, sem que

haja eventuais atrasos, e todos os serviços de instalações prediais sejam realizados, necessita-

se que a equipe de trabalho seja composta por um total de 4 funcionários.

Tarefa Subtarefa Quantidade de Serviço RUP pot � RUP RUP cumRUP

adotadaHh

Montagem 16,92 0,12 0,012 0,132 0,132 2,23344Fixação 16,92 0,10 0,01 0,11 0,11 1,8612Fechamento dos shafts 16,92 0,50 0,05 0,55 0,55 9,306

DistribuiçãoFixação dos suportes e montagem

46,78 0,22 0,07 0,29 0,29 13,5662

Produção de Kits PVC 27,8 0,08 0,07 0,15 0,15 4,17Corte 31,85 0,16 0,1 0,26 0,26 8,281Rasgo 31,85 0,23 0,09 0,32 0,32 10,192

Ramais e sub-ramais em paredes (kits)

Posicionamento e chumbamento

27,8 0,34 0,3 0,64 0,64 17,792

Ramais e sub-ramais em paredes in loco

Montagem e chumbamento

16,7 0,24 0,024 0,264 0,264 4,4088

Ramais e sub-ramais no teto

Montagem da tubulação 15,2 0,22 0,18 0,4 0,40 6,08

Montagem 8,46 0,12 0,012 0,132 0,132 1,11672Fixação 8,46 0,10 0,01 0,11 0,11 0,9306Fechamento dos shafts 8,46 0,50 0,05 0,55 0,55 4,653

DistribuiçãoFixação dos suportes e montagem

75,57 0,22 0,07 0,29 0,29 21,9153

Produção de Kits CPVC 0 0,08 0,07 0,15 0,15 0Corte 5 0,16 0,1 0,26 0,26 1,3Rasgo 5 0,23 0,09 0,32 0,32 1,6

Ramais e sub-ramais em paredes (kits)

Posicionamento e chumbamento

0 0,34 0,3 0,64 0,64 0

Ramais e sub-ramais em paredes in loco

Montagem e chumbamento

7,55 0,24 0,024 0,264 0,264 1,9932

Ramais e sub-ramais no teto

Montagem da tubulação 9,55 0,22 0,18 0,4 0,40 3,82

Tubos de queda e colunas de ventilação

Montagem e fixação 42,30 0,25 0,06 0,31 0,31 13,113

Ramais embutidos em alvenaria

Montagem e chumbamento 6,40 0,50 0,26 0,76 0,76 4,864

Fixação dos suportes 18,67 0,10 0,01 0,11 0,11 2,0537Montagem e fixação 18,67 0,36 0,14 0,50 0,50 9,335Montagem 5,64 0,2 0,12 0,32 0,32 1,8048Chumbamento 5,64 0,07 0,03 0,1 0,1 0,564Fechamento dos shafts 5,64 0,5 0,05 0,55 0,55 3,102

Ramais e Sub-ramais paredes in loco

Montagem e chumbamento

3,91 0,35 0,15 0,5 0,5 1,955

Ramais e Sub-ramais no piso

Montagem da tubulação 6,91 0,27 0,03 0,3 0,3 2,073

154,08396Total:

Esg

oto

e Á

gua

P

luvi

al

Ramais aéreos (no teto)

Icên

dio

e G

ás Prumada

Águ

a F

ria

Prumada

Corte e rasgo

Ág

ua Q

uen

te

Prumada

Corte e rasgo

56

7 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após ser dimensionado o total de funcionários da equipe, surgem alguns

questionamentos: quantos oficiais e quantos ajudantes irão ser adotados? Serão 4 ajudantes e

4 oficiais?

Primeiramente, os valores adotados nos índices de produtividade (RUP´s)

dizem respeito à equipe direta, ou seja, estão contabilizados oficiais e ajudantes, e não há uma

relação padrão entre os cargos. Logo, do valor dimensionado, a equipe deverá ser composta

por um total de 4 funcionários, entre ajudantes, oficiais e meio-oficiais.

Os cargos estabelecem uma hierarquia dentro da execução dos serviços, e a

diferenciação existente entre eles é a “nobreza” dos serviços executados, ou seja, o cargo mais

alto (oficial) realiza tarefas mais nobres, como montagem da tubulação de cobre, cuja mão-de-

obra deve ser mais qualificada, e o cargo mais baixo (ajudante) realiza tarefas menos nobres,

como limpeza de entulhos, limpeza de material, corte e rasgo de alvenaria, entre outros, e

também realizam montagem da tubulação (apenas de PVC, cuja mão-de-obra não precisa ser

especializada). Também há um cargo intermediário (meio-oficial) no qual o funcionário

realiza todos os tipos de tarefas. O grau de hierarquia entre os cargos (ajudante � meio-

oficial � oficial) respeita a experiência do funcionário adquirida com o tempo de trabalho.

Nesse trabalho irá ser dimensionada duas equipes compostas cada uma por 1

oficial e 1 ajudante, contabilizando um total de 4 funcionários.

A relação entre os cargos adotada é bastante subjetiva, e pode variar de obra

para obra. Todo dimensionamento possui um valor ótimo dessa relação, valor esse

considerado o ideal para que a produtividade da mão-de-obra seja a mais eficiente, e eficaz

possível. Essa relação ótima varia de acordo com as especificações dos sistemas prediais

hidráulicos a serem executados, e advêm da experiência em dimensionamento e em executar

os serviços.

A relação também pode ser feita em função da verba disponível em orçamento

para mão-de-obra. Como em todos os cargos o funcionário está apto para execução da maioria

dos serviços (exceto no caso em que há instalação em cobre), a relação pode ser baseada em

função do salário dos funcionários, onde nesse caso também obedecem a uma hierarquia, e a

diferença entre as remunerações de um oficial e de um ajudante pode chegar a 30%.

57

Na Tabela 18 (pág.57) é apresentado um micro-planejamento para a execução

de todos os serviços de instalações hidráulicas prediais referentes a um apartamento-tipo.

Esse micro-planejamento foi realizado, primeiramente locando as equipes em

cada tarefa (sub-tarefa) proposta. Finalmente, obteve-se as horas disponíveis para a execução

de cada tarefa dividindo a quantidade de homens-hora (Hh) demandados pela equipe

estipulada (homens).

Observa-se que há uma ordem para a execução das tarefas (e sub-tarefas), onde

alguns serviços necessitam de condições predecessoras para seu início. É o caso da tarefa

“Distribuição” de água quente e água fria, onde as condições para o ínicio de serviço é o

término da execução da tarefa (sub-tarefa) “Ramais e sub-ramais em paredes - kits

(Posicionamento e chumbamento)”. Essa condição justifica-se pelo fato de que os kits

instalados servem de referência para a montagem da tubulação de distribuição, uma vez que a

distribuição aos ambientes deve chegar até os kits de misturador (no caso dos banheiros).

O mesmo ocorre com os serviços de Esgoto Sanitário, uma vez que para iniciar

a tarefa de “Ramais aéreos” é necessário já ter executado a tarefa (sub-tarefa) “Tubos de

queda e colunas de ventilação (montagem e fixação)”.

Essa estratégia de execução também é subjetiva, e pode haver variações de

acordo com as especificações dos sistemas hidráulicos prediais, e com as habilidades

especificas da equipe disponível na obra.

Nesse trabalho, uma estratégia adotada para a execução dos serviços de água

quente e água fria, mais especificamente para a tarefa (sub-tarefa) “Distribuição (fixação dos

suportes e montagem), foi de que as duas equipes dimensionadas executem a distribuição.

Porém uma equipe executará os serviços de água fria, enquanto que a outra equipe executará

os serviços de água quente. Essa estratégia justifica-se pelo fato da necessidade de abreviação

do tempo demandado para a execução da tarefa de distribuição, com o objetivo de que seja

atendido o prazo estipulado pelo cronograma para a execução dos serviços.

Tabela 18: Micro-planejamento da execução dos serviços de instalações hidráulicas prediais referente a 1 apartamento-tipo, no prazo estipulado pelo cronograma

Tarefa Subtarefa Material Hh Horas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8Produção de kits PVC/CPVC 4,17 2,085 2 2 2

Corte 9,581 4,7905 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1Rasgo 11,792 5,896 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Montagem PVC/CPVC 3,35016 1,67508 2 2 2Fixação PVC/CPVC 2,7918 1,3959 2 2

Ramais e subramais em parede (kits) Posicionamento e chumbamentoPVC/CPVC 17,792 8,896 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2Distribuição Fixação dos suportes e montagem PVC/CPVC35,4815 17,7408 2 4 4 4 4 4 4 4 4 4Ramais e Subramais (teto) Montagem da tubulação PVC/CPVC 9,9 4,95 2 2 2 2 2 2Ramais e subramais em parede (in loco) Montagem e chumbamento PVC/CPVC 6,402 3,201 2 2 2 2

Montagem Cobre 1,8048 0,9024 2 2Chumbamento Cobre 0,564 0,282 2

Ramais e Sub-ramais paredes in loco Montagem e chumbamento Cobre 1,955 0,9775 2 2 2Ramais e Sub-ramais no piso Montagem da tubulação Cobre 2,073 1,0365 2Tubos de queda e colunas de ventilação Montagem e fixação PVC 13,113 6,5565 2 2 2 2 2 2 2 2Ramais embutidos em alvenaria Montagem e chumbamento PVC 4,864 2,432 2 2 2 2

Fixação dos suportes PVC 2,0537 1,02685 2 2Montagem e fixação PVC 9,335 4,6675 2 2 2 2 2 2

AF e AQ Prumadas Fechamento dos shafts PVC/CPVC 13,959 6,9795 2INC e Gás Prumadas Fechamento dos shafts Cobre 3,102 1,551 2 2 2 2 2 2 2 2 2

Total: 154,084 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 42 2 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 40 0 0 0 0

Águ

a Q

uent

e e

Águ

a F

ria

Dia 3 (horas) Dia 4 (horas)

Ramais aéreos (no teto)

Gás

e

Incê

ndio

Esg

oto

e Á

guas

P

luvi

ais

Corte e rasgo

Prumadas

Prumadas

Total de homens:

Equipe (homens)

Dia 5 (horas)Dia 1 (horas) Dia 2 (horas)

Legenda:

Equipe 1Equipe 2

Conforme dito anteriormente, o micro-planejamento foi realizado para a

execução de 1 apartamento, restringindo dessa maneira as estratégias que podem ser adotadas.

Do modo como foi dimensionado, as tarefas são realizadas em série, ou seja, a equipe ao

terminar de executar uma das tarefa, inicia outra.

Analisando os serviços de forma global, poderá ser realizado um macro-

planejamento, e a estratégia para o dimensionamento da mão-de-obra compreende tarefas que

poderão ser feitas em paralelo. Nesse caso, poderão ser dimensionadas equipes especializadas

para execução de determinadas tarefas, como uma equipe para a execução de cortes e rasgos

em alvenaria, uma equipe para fabricação de kits, entre outras.

Por fim, percebe-se no micro-planejamento realizado uma “folga” de 5 horas

para a execução dos serviços. Essa folga justifica-se pelo resultado da equipe dimensionada

não ter resultado em um número inteiro (ou próximo). Essas horas de “folga” devem ser

administradas com cuidado, uma vez que os serviços de instalações hidráulicas devem ser

repetidos no próximo apartamento (ou pavimento), e um eventual atraso acaba se tornando

cumulativo. Nesse caso, a qualidade dos serviços acaba sendo prejudicada, e futuramente

pode haver a necessidade de serviços de manutenções.

Recomenda-se nessas horas uma limpeza de entulho gerado pelas instalações

de ramais e sub-ramais embutidos na alvenaria, ou pela argamassa para chumbamento das

tubulações. Essa folga também pode ser utilizada em possíveis atrasos no carregamento do

material até o pavimento das instalações pelos elevadores.

60

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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execução de instalações prediais de água quente. Rio de Janeiro, 1993. 6 p.

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Construção Civil) - Centro de Ciências Exatas e de Tecnológica, Universidade Federal de São

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Concretagem em edifícios verticais. 2006. 173 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia) –

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61

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Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

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unitário de materiais: sistemas prediais hidráulicos, Volume 2. 2008. 375 p. Tese (Doutor

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SOUTO, R. G. Gestão do processo de planejamento da produção em empresas

construtoras de edifícios: estudos de caso. 2006. 163 p. Dissertação (Mestrado em

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produtividade na construção civil. 3 ed.São Paulo: PINI Ltda.,2006. 100 p.

62

ANEXO A: Projetos de instalações hidráulicas

Nesse anexo estarão partes dos projetos que foram utilizados para a realização

do levantamento quantitativo, e tem como objetivo auxiliar o leitor a entender as descrições

feitas ao longo do trabalho, permitindo dessa maneira, um melhor entendimento do mesmo.

Projetos do Pavimento-tipo (Bloco A e Bloco B)

Figura 21: Planta de instalações hidráulicas de um apartamento do pavimento-tipo (Bloco A)

BLOCO "A"ESCALA 1:25

PLANTA DO PAVIMENTO TIPO - 2º ao 18º Pavimento

1

2

3

7

4

9

11

10

5

8

6

1

63

Figura 22: Planta de instalações hidráulicas de um apartamento do pavimento-tipo (Bloco B)

34

21

5

9

7

10

6

11

8

64

Planta dos ambientes e vistas

Nas plantas dos ambientes não há diferenciação entre o bloco A e o bloco B.

Por esse motivo, a seguir serão detalhados apenas os ambientes do bloco A.

Banho 1

1

2

1

DETALHE AMPLIADO A

BANHO 1 - Apartamento "1"PAVIMENTO TIPO - BLOCO "A"

VISTA 1

BANHO 1 - Apartamento "1"PAVIMENTO TIPO - BLOCO "A"

VISTA 2

65

Banho 2 e Lavabo

7

4

5

6

1º PAVIMENTO - BANHO 2 E LAVABO

DETALHE AMPLIADO CLAVABO - Apartamento "1"PAVIMENTO TIPO - BLOCO "A"

VISTA 6

LAVABO - Apartamento "1"PAVIMENTO TIPO - BLOCO "A"

VISTA 7

BANHO 2 - Apartamento "1"PAVIMENTO TIPO - BLOCO "A"

VISTA 4

BANHO 2 - Apartamento "1"PAVIMENTO TIPO - BLOCO "A"

VISTA 5

66

Banho 3

3

1º PAVIMENTO - BANHO 3

DETALHE AMPLIADO B

APARTAMENTO FINAL "1"

BANHO 3 - Apartamento "1"PAVIMENTO TIPO - BLOCO "A"

VISTA 3

67

Área de serviço e WC

9

8

1º PAVIMENTO - ÁREA DE SERVIÇO, WC, COZINHA E COPA

DETALHE AMPLIADO D

APARTAMENTO FINAL "1"

68

A.S. - Apartamento "1"PAVIMENTO TIPO - BLOCO "A"

VISTA 8

W.C. - Apartamento "1"PAVIMENTO TIPO - BLOCO "A"

VISTA 9

69

Copa e Cozinha

11

10

70

COZINHA - Apartamento "1"PAVIM ENTO TIPO - BLOCO "A"

VISTA

ESCALA 1:25

10

COZINHA - Apartamento "1"PAVIMENTO TIPO - BLOCO "A"

VISTA

ESCALA 1:25

11