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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA MESTRADO EM ODONTOLOGIA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM CLÍNICA INTEGRADA IMAGEM IN VITRO DO REMANESCENTE DENTINÁRIO E DA CAVIDADE PULPAR ATRAVÉS DA TOMOGRAFIA POR COERÊNCIA ÓPTICA RECIFE 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA MESTRADO EM ODONTOLOGIA

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM CLÍNICA INTEGRADA

IMAGEM IN VITRO DO REMANESCENTE DENTINÁRIO E DA CAVIDADE PULPAR ATRAVÉS DA TOMOGRAFIA POR COERÊNCIA ÓPTICA

RECIFE 2009

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DÉBORAH DANIELLA DINIZ FONSÊCA

IMAGEM IN VITRO DO REMANESCENTE DENTINÁRIO E DA CAVIDADE PULPAR ATRAVÉS DA TOMOGRAFIA POR COERÊNCIA ÓPTICA

Dissertação apresentada à Coordenação do Curso de Mestrado em Odontologia, com área de concentração em Clínica Integrada, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Odontologia.

Orientador: Prof. Dr. Anderson S. L. Gomes

RECIFE 2009

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Fonsêca, Déborah Daniella Diniz

Imagem in vitro do remanescente dentinário e da cavidade pulpar através da tomografia por coerência óptica / Déborah Daniella Diniz Fonsêca. – Recife : O Autor, 2009.

54 folhas : il., fig.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCS. Odontologia, 2009.

Inclui bibliografia e anexos.

1. Tomografia por coerência óptica - Odontologia. I. Título.

616.314 CDU (2.ed.) UFPE

617.6 CDD (22.ed.) BC2009-027

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

REITOR

Prof. Dr. Amaro Henrique Pessoa Lins

VICE-REITOR

Prof. Gilson Edmar Gonçalves e Silva

PRÓ-REITOR DA PÓS-GRADUAÇÃO

Prof. Dr. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DIRETOR

Prof. Dr. José Thadeu Pinheiro

COORDENADOR DA PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

Prof. Dr. Jair Carneiro Leão

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

MESTRADO EM CLÍNICA ODONTOLÓGICA INTEGRADA

COLEGIADO

Profa. Dra. Alessandra de Albuquerque Tavares Carvalho

Prof. Dr. Anderson Stevens Leônidas Gomes

Prof. Dr. Cláudio Heliomar Vicente da Silva

Prof. Dr. Etenildo Dantas Cabral

Prof. Dr. Geraldo Bosco Lindoso Couto

Prof.Dr. Jair Carneiro Leão

Profa.Dra. Jurema Freire Lisboa de Castro

Profa. Dra. Lúcia Carneiro de Souza Beatrice

Profa. Dra. Renata Cimões Jovino Silveira

SECRETARIA

Oziclere de Araújo Sena

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DEDICATÓRIA

... a Deus

pela sua constante presença. Por ter fornecido força, coragem e ânimo

para realização deste trabalho.

... ao meu marido Carlos Henrique (Cacá) pela sua compreensão, paciência, dedicação e, principalmente, pelo seu

amor. A sua alegria e o seu bom humor me iluminam e aquecem o meu

viver. Amo você!

... a minha mãe Maria Auxiliadora Diniz pelos seus conselhos, sua dedicação, sua paciência, seu carinho, seu

amor... Por estar ao meu lado, guiando-me e ensinando-me sempre a

trilhar o correto caminho e cujo exemplo quero sempre seguir.

... aos meus avós Maria e Antônio Diniz pela alegria, amor, paz e segurança que transmitem para mim em todos

os momentos. Por simplesmente existirem na minha vida.

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

ao Prof°. Dr. Anderson Gomes Professor e amigo. Seus ensinamentos e sua ciência foram essenciais

para realização deste trabalho. Seu exemplo de responsabilidade e

competência, sua amizade e dedicação foram importantes neste

momento da minha vida. Obrigada!

às professoras Hilcia Teixeira e Lúcia Beatrice Meu muito obrigada pelo incentivo dado ao estudo; por despertar em

mim o amor pela pesquisa desde o início da minha vida acadêmica.

às amigas Ana Marly e Darcyla Minha eterna gratidão por ajudar a vencer cada obstáculo,

principalmente nessa etapa tão importante de minha vida. Uma amizade

que nasceu do trabalho e que, certamente, irá perdurar por toda a vida.

Obrigada a me ensinar a crescer.

a Bernardo Kyotoku Pelos seus conhecimentos e ensinamentos durante a realização desta

pesquisa, importantes para nosso crescimento científico.

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AGRADECIMENTOS

- a todos os professores da pós-graduação da UFPE pelos

conhecimentos transmitidos;

- a todos os colegas do mestrado, pelas experiências vividas e

amizades construídas;

- a todos os colegas e amigos do Laboratório de Optoeletrônica e

Fotônica do Departamento de Física da UFPE, em especial à Heloísa

e Rebeca, pelos seus ensinamentos;

- ao professor Marco Frazão, com sua gentileza e sabedoria, e à

Clínica Boris Berenstein, pelo incentivo dado à nossa pesquisa;

- a todos os funcionários da UFPE, especialmente aos funcionários da

pós-graduação e do Departamento de Física, pelos obséquios a nós

prestados;

- aos familiares que direta ou indiretamente contribuíram para a

realização desse sonho;

- aos pacientes, pela contribuição essencial para realização desta

pesquisa;

... a TODOS que contribuíram para a realização desse trabalho.

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RESUMO Este trabalho reporta a aplicação da tomografia por coerência óptica (TCO) em gerar imagens do remanescente dentinário e da câmara pulpar, in vitro, de dentes humanos. Imagens bi-dimensionais do remanescente dentinário e da câmara pulpar, paralelas ao longo eixo do dente, foram obtidas através de dois sistemas de TCO operando em 1280nm e 850nm. Imagens geradas por tomografia de feixe cônico usando o i-CAT® foram utilizadas como padrão ouro. Os resultados demonstraram a eficácia das duas técnicas em visualizar os componentes do complexo dentino-pulpar, porém o sistema com comprimento de onda em 1280nm apresentou maior profundidade de penetração em dentina quando comparado ao de 850nm, como era esperado devido às diferenças do coeficiente de espalhamento e de absorção neste tecido. A tomografia por coerência óptica apresenta grande potencial de utilização na prática clínica, prevenindo exposição acidental da polpa e promovendo tratamento restaurador preventivo. Descritores: Tomografia por Coerência Óptica, Diagnóstico por Imagem, Dentina, Câmara Pulpar.

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ABSTRACT

This work reports the application of optical coherence tomography (OCT) to generate image of remaining dentin and pulp chamber of in vitro human teeth. Bi-dimensional images of remaining dentin and of the pulp chamber were obtained parallel to the long axis of the teeth, by two OCT systems operating around 1280nm and 850nm, and compared with tomography images using the i-CAT® Cone Beam Volumetric Tomography system as the gold standard. The results demonstrated the efficacy of the OCT technique; furthermore, the wavelength close to 1280nm presented greater penetration depth in the dentine than 850nm, as expected from scattering and absorption coefficients. The OCT technique has great potential to be used on clinical practice, preventing accidental exposure of the pulp and promoting preventive restoration treatment. Keywords: Optical Coherence Tomography, Diagnostic Imaging, Dentin, Dental Pulp Cavity.

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SUMÁRIO RESUMO...........................................................................................................08 ABSTRACT.......................................................................................................09 1 INTRODUÇÃO................................................................................................11 2 REVISÃO DE LITERATURA .........................................................................13

2.1 Diagnóstico em Odontologia ........................................................13 2.2 Tomografia por Coerência Óptica ................................................14

2.2.1Fonte de Luz .............................................................................15 2.2.2TCO na área Médica .................................................................17 2.2.3TCO na área Odontológica .......................................................19

2.3 Tomografia de Feixe Cônico………………………………………....23 3 MATERIAIS E MÉTODO…………………………………..……………………..25 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................32 5 CONCLUSÃO.................................................................................................33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................34 ANEXOS ...........................................................................................................37

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1 INTRODUÇÃO

Estabelecer um correto diagnóstico sempre foi uma preocupação para os

profissionais de saúde, já que o sucesso dos procedimentos preventivos e

operatórios realizados depende diretamente desta etapa. Diagnósticos corretos e

precisos certamente diferenciam os profissionais, pois aqueles que o realizam

tendem a estabelecer um correto tratamento e, conseqüentemente, solucionam o

problema do paciente (BARATIERI et al., 2001).

O caminho para se chegar ao diagnóstico é o exame clínico e os exames

complementares. O primeiro é considerado soberano devido à possibilidade de se

obter um grande número de informações importantes sobre o paciente. O segundo

auxilia o profissional, confirmando hipóteses de diagnóstico geradas durante o

exame clínico, e o orienta na tomada de decisão para o melhor tratamento (TOMASI,

2002). No que diz respeito aos exames complementares, novas tecnologias estão

sendo utilizadas e aperfeiçoadas para o uso em diagnóstico por imagem. É

necessário, então, estar atento ao seu emprego e aos benefícios que essas

tecnologias proporcionam.

Na Medicina, têm-se vários recursos de imagem como a Tomografia

Computadorizada, a Ressonância Magnética, Ultra-som e Doppler. Entretanto,

esses métodos ainda são pouco empregados na Odontologia.

Para detectar a profundidade da cavidade dentária em relação à polpa de um

elemento dental, a Odontologia dispõe apenas dos seguintes métodos de

diagnóstico: a inspeção visual e tátil e o exame radiográfico. Esses métodos são

subjetivos, levando o profissional, muitas vezes, a cometer erros no momento da

escolha do tratamento (MELO, 2005). Além disso, o procedimento radiográfico

possui algumas limitações: pode apresentar superposição de estruturas anatômicas

(OTIS et al., 2000a); é um método estático (MELO, 2005; OTIS et al., 2000b); emite

radiação ionizante, logo oferece riscos ao paciente, ao cirurgião-dentista e a sua

equipe; é relativamente demorado, pois necessita de espera para revelação do filme

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radiográfico; é vulnerável a erros, durante a tomada radiográfica e durante a

revelação; produz imagens apenas em duas dimensões (MELO, 2005).

Para auxiliar na avaliação dos tecidos da cavidade oral, atualmente está

sendo proposta a utilização da técnica de Tomografia por Coerência Óptica (TCO).

A TCO consiste em uma nova técnica de diagnóstico por imagem que tem a

capacidade de produzir imagens bi ou tridimensionais (DREXLER, 2004), em corte

transversal e com alta resolução espacial de microestruturas internas de um tecido

(DREXLER, 2004; OTIS et al., 2000a; THRANE et al., 2001), comparável, quanto à

sua execução, ao ultra-som, exceto por utilizar luz ao invés de ondas sonoras para a

análise dos tecidos (DREXLER, 2004; OTIS et al., 2000a; JUNG et al., 2005;

WELZEL et al., 1997; PIERCE et al., 2004). Por ser uma técnica não invasiva,

proporcionar imagens de alta resolução (HUANG et al., 1991; DREXLER, 2004;

SCHMITT, 1999; COLSTON et al., 1998a), obtidas em tempo real (JUNG et al.,

2005) e não causar nenhum risco de dano ao paciente e à equipe profissional, a

TCO representa um importante avanço na área de diagnóstico por imagem

(FELDCHTEIN et al., 1998; JUNG et al., 2005).

Esta pesquisa teve como objetivo gerar imagens do remanescente dentinário

e da câmara pulpar obtidas através da TCO utilizando comprimentos de onda de

850nm e 1280nm, comparando-as com imagens obtidas por tomografia volumétrica

de feixe cônico i-CAT, utilizada como padrão ouro desta pesquisa, e discute qual o

sistema de TCO é o mais indicado para realizar o diagnóstico clínico e sucesso no

tratamento.

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2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Diagnóstico em Odontologia

O sucesso do tratamento odontológico, principalmente restaurador, depende do

conhecimento integral das propriedades, estrutura e função do complexo

dentinopulpar, o que constitui a base biológica necessária para a tomada de

decisões clínicas (BUSATO et al., 2005). Os principais componentes desse

complexo são a dentina, formada pela dentina tubular e pré-dentina, e a polpa,

dividida em camada odontoblástica, zona acelular de Weil, zona rica em células e

corpo pulpar. A dentina possui, em peso, 70% de matéria inorgânica, 18% de

conteúdo orgânico e 12% de água, enquanto a polpa é constituída de 75% de água

e 25% de matéria orgânica (KATCHBURIAN; ARANA, 1999). Essas estruturas

atuam conjuntamente, podendo ser consideradas como uma entidade funcional

única. Apesar das diferenças de estrutura e composição entre a dentina e a polpa,

esses tecidos são inteiramente ligados de forma que reações fisiológicas em um

tecido também afetarão o outro (MJOR, 2002).

Muitos fatores estão envolvidos na resposta pulpar, como a citotoxicidade do

material, método de aplicação do material restaurador na cavidade dentinária e

presença de bactérias. Entretanto, tem-se visto que os efeitos induzidos durante a

preparação da cavidade, a idade dos pacientes e o fino remanescente dentinários

entre o fim da cavidade e o tecido pulpar apresentam papel importante na

intensidade da resposta pulpar e estimulação de depósito de dentina terciária

(MURRAY et al., 2000).

Costa, Nascimento, Teixeira (2002), em seus trabalhos, observaram uma

moderada resposta inflamatória, desorganização do tecido pulpar, bem como

deposição de fina camada de dentina reacionária em cavidades preparadas com

condicionamento ácido total, adesivo e restauração, em dentes cujo remanescente

dentinário era menor que 300 µm. No grupo onde houve proteção pulpar com

hidróxido de cálcio antes do condicionamento ácido total, todos os dentes mostraram

características histológicas normais. Com isso, os autores recomendam a aplicação

de material biocompatível em dentina profunda antes da aplicação do

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condicionamento ácido e do sistema adesivo. Baum, Phillips, Lund, desde 1995,

também recomendam, em preparos cavitários completos, após a remoção de tecido

cariado ou após a remoção de uma restauração defeituosa, por exemplo, o uso de

algum material intermediário sobre a dentina, antes da inserção do material

permanente; e a seleção deste material é influenciada pela profundidade da

cavidade com a polpa.

Hanks; Craig; Diehl (1988) reportaram que remanescentes dentinários finos de

0,5mm mostram ser suficientes para proteger o tecido pulpar contra os efeitos

citotóxicos dos materiais dentários. Entretanto, remanescentes dentinários finos de

300µm podem causar uma persistente resposta inflamatória pulpar (HEBLING;

GIROB; COSTA, 1999) e podem não ser suficientes para prevenir danos pulpares

quando a técnica de condicionamento ácido total está associada com a aplicação de

agentes adesivos em cavidades profundas (COSTA; NASCIMENTO; TEIXEIRA,

2002).

2.2 Tomografia por Coerência Óptica Huang et al. (1991) trouxeram uma importante contribuição para a

Biomedicina ao propor um novo método de diagnóstico: Tomografia por Coerência

Óptica (TCO). Eles foram os primeiros autores que descreveram esta técnica como

um meio de diagnóstico para tecidos biológicos, pois até então ela era somente

empregada na indústria de telecomunicações para identificar e caracterizar reflexões

nos componentes ópticos. O sistema desenvolvido por Huang e colaboradores

baseou-se no interferômetro proposto por Michelson em 1881 e utilizou como fonte

de luz o diodo superluminescente de baixa coerência emitindo um comprimento de

onda médio de 830 nm. Por se tratar de um método digital, medidas quantitativas

precisas podem ser obtidas podendo-se calcular a espessura dos tecidos através da

multiplicação do atraso sofrido pela luz, pela sua velocidade neste tecido, a qual

depende do índice de refração do tecido e da velocidade luminosa no vácuo. Os

autores demonstraram a imagem tomográfica da área peripapilar da retina e

camadas da artéria coronária in vitro e constataram que o TCO se mostrou um

método sensível para detecção de mudanças anatômicas destes tecidos de tal

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forma que as características morfológicas da imagem de TCO corresponderam

diretamente aos achados histológicos dos mesmos.

Inicialmente, a TCO foi empregada na Oftalmologia, porém foi aprimorada

beneficiando outras áreas como a Cardiologia, a Gastroenterologia, a Dermatologia

(PIERCE et al., 2004; WELZEL et al., 1997; JUNG et al., 2005) e engenharia celular

(YANG et al., 2006). Em Odontologia, as primeiras aplicações começaram em 1998

(COLSTON et al.,1998a) e, atualmente, tem sido utilizada para diversos fins como

avaliação da interface de restaurações em esmalte (MELO et al., 2005), para realizar

correto diagnóstico de cárie (FREITAS et al., 2006), para análise da performance de

materiais dentários (KYOTOKU et al., 2007; BRAZ et al., 2008), detecção precoce

de câncer oral (JUNG et al., 2005), detecção de cáries recorrentes e adaptação

marginal de restaurações (OTIS et al., 2000a), caracterização de estruturas

periodontais (COLSTON et al., 1998a; OTIS et al. 2000a). Em 2006, Kauffman et al.,

estudaram a primeira imagem de TCO da polpa dental utilizando dentes de rato.

2.2.1 Fonte de Luz

Gladkova et al. (2000) relataram que fontes de luz de baixa intensidade, no

comprimento de onda visível ou próximo do infravermelho, são bastante

interessantes para as técnicas ópticas de obtenção de imagens em tecidos

biológicos. Esse fato foi atribuído à “janela terapêutica” observada entre os

comprimentos de onda de 700 nm e 1300 nm onde para importantes constituintes

teciduais, como a água e o sangue, a absorção é baixa e o espalhamento da luz é

relativamente elevado.

Otis et al. (2000b) observaram em seu estudo que, de acordo com a ANSI

(American National Standards Instituite), é necessário uma exposição da mesma

fonte, com comprimento de onda de 1,3 μm e uma potência de 96 mW, por 8 horas

seguidas para haver dano à pele humana. Assim, o autor verificou pesquisas e

trabalhos envolvendo a técnica de TCO estavam dentro das normas de segurança

da ANSI, oferecendo total segurança tanto ao paciente quanto à equipe de

profissionais que trabalham com o laser.

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Thrane et al. (2001) relataram que os diodos superluminescentes utilizados

inicialmente como fonte dos sistemas de TCO, apesar do custo relativamente baixo,

atingiam uma resolução de 10-20 μm, conseqüência do comprimento de coerência

da fonte. Essa resolução mostrou-se insuficiente na caracterização de células e de

estruturas subcelulares, como por exemplo, os núcleos. Os autores observaram

ainda que as melhores resoluções longitudinais foram detectadas em sistemas que

utilizavam como fonte laser de femtonsegundo de Ti:safira, chegando a ~1 μm em

estudos in vivo. Porém lembraram que os lasers de femtosegundo também

apresentavam algumas limitações, dentre as quais foram citados o custo e a

complexidade desses lasers, dificultando a aplicação clínica.

Zhao et al. (2001) mostraram que embora os diodos superluminescentes com

comprimento de onda centrado entre 850 nm e 1300 nm e a potência média entre 1

e 10 mW fossem geralmente empregados nos sistemas de TCO, a resolução axial

obtida era limitada entre 10 e 20 μm. Como alternativa para a obtenção de uma

excelente resolução, próxima de 1μm, foi sugerido um laser pulsado de Ti:safira.

Operando a 850 nm, essa fonte gerou um espectro de banda ultra larga (350 nm) e

alta potência, podendo chegar a mais de 100 mW.

Kowalevicz et al. (2002) admitiram que os experimentos que utilizavam lasers

de femtosegundo em estado sólido, como por exemplo, o Ti:safira, obtinham melhor

resolução (~1 μm) do que os empregavam diodos superluminescentes (~10 μm),

fato atribuído à largura de banda que era bem menor nos diodos. Porém, visando

minimizar os custos dos sistemas de TCO sem prejudicar sua resolução, os autores

empregaram um diodo com potência de 40,3 μW, largura de banda de 138 nm,

bombeando um cristal de Ti:Al2O3. Desta forma, obtiveram um sistema com imagens

de resolução axial de 2,2 μm no ar e 1,7 μm na amostra. Sugeriram ainda a melhoria

dos resultados através do aumento da fluorescência da fonte, reduzindo a

temperatura e aumentando a densidade do cristal de Ti:Al2O3. Concluíram então que

as fontes de luz fluorescentes podem se tornar uma alternativa viável e de menor

custo para sistemas de TCO, permitindo a obtenção de imagens de alta resolução,

semelhantes às relacionadas aos lasers de femtosegundo.

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A resolução das imagens obtidas a partir da técnica de TCO está relacionada

à fonte de luz empregada no sistema. O comprimento de coerência, por exemplo,

delimita a resolução axial do sistema, que, por sua vez é inversamente proporcional

à largura de banda da fonte. Outro aspecto importante relacionado à fonte de luz

empregada é o comprimento de onda, pois dele depende a capacidade de

penetração do feixe na amostra estudada (MELO, 2005).

Comparando a capacidade de penetração de dois comprimentos de onda e

utilizando como fonte de luz o diodo superluminescente, Ohmi et al. (2001), verificou

uma maior capacidade de penetração para o comprimento de onda de 1300nm em

relação ao de 800nm em tecido de galinha. Pierce et al. (2004) também

comprovaram uma melhor penetração do laser em 1300nm comparado ao de 800nm

na pele. Já Welzel et al. (1997), utilizando o comprimento de onda de 830nm,

visualizaram profundidade de 0,5 a 1,5mm na pele humana.

Muitos autores reforçam este resultado afirmando que a região espectral

atrativa para imagens da TCO em tecidos biológicos não transparentes é próximo de

1.3 µm, onde o espalhamento da luz é relativamente baixo para o espalhamento de

luz na região visível, e a absorção tecidual é menor. Neste comprimento de onda

próximo a 1.3 µm, muitas investigações têm demonstrado imagens de 1-3mm de

profundidade, dependendo do tipo de tecido examinado (BREZINSKI; FUJIMOTO,

1999; FUJIMOTO et al., 2000).

2.2.2 TCO na área Médica

Para permitir o estudo do processo patológico na pele humana, a biópsia

ainda é um método bastante utilizado, apesar de ser um procedimento irreversível e

invasivo. Gladkova et al. (2000) utilizaram a técnica de TCO para detectar in vivo

características particulares da pele sadia ou portadora de patologias. Para obterem

imagens da pele, foi utilizado como fonte um diodo superluminescente operando

num comprimento de onda de 1280nm, numa potência de 0,5 – 2 mW, resultando

numa resolução axial de 20 μm e resolução lateral variando entre 15 e 30 μm. As

imagens tomográficas detectaram não só reações patológicas gerais do corpo

humano como a inflamação e a necrose, mas também diagnosticaram processos

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específicos da pele, incluindo hiperqueratose, paraqueratose e formação de

cavidades intradérmicas. Os autores relataram, ainda, que fontes de luz de baixa

intensidade, no comprimento de onda visível ou próximo do infravermelho, são

bastante interessantes para as técnicas ópticas de obtenção de imagens em tecidos

biológicos. Esse fato foi atribuído à “janela terapêutica” observada entre os

comprimentos de onda de 700 nm e 1300 nm onde para importantes constituintes

teciduais, como a água e o sangue, a absorção é baixa e o espalhamento da luz é

relativamente elevado.

Esenaliev, Larin e Larina (2001) propuseram o uso da TCO como método não

invasivo para a monitoração dos níveis de glicose. Para isso eles se basearam num

fato já conhecido de que o aumento na concentração de glicose diminuía o

coeficiente de espalhamento dos tecidos. Os pesquisadores, buscando determinar a

sensibilidade da técnica de TCO às mudanças na concentração de glicose, bem

como estimar as mudanças nos sinais de TCO como resultado nas variações dos

níveis sanguíneos de glicose, utilizaram dois sistemas, um com o comprimento de

onda de 830 nm e o outro de 1300 nm. Através da obtenção de imagens por TCO da

pele de coelhos e porcos, antes e depois da administração de glicose, observaram

que, conforme o esperado, os sinais de TCO diminuíam substancialmente e

linearmente com o aumento da concentração de glicose no sangue, possibilitando os

autores sugerirem a técnica experimental empregada como método de avaliação

das oscilações dos níveis de glicose, auxiliando no controle e diagnóstico da

diabete.

Nejadmalayeri (2001) relata que a tomografia por coerência óptica atraiu

imensamente a atenção de cientistas e engenheiros por ser a primeira técnica de

diagnóstico por imagem que utiliza as propriedades de coerência óptica da luz. O

autor cita quatro novas variações da técnica de TCO tradicional para a aquisição de

imagens: polarização, doppler, absorção e elasticidade. A polarização seria uma

técnica interessante para ser aplicada a tecidos biológicos compostos por fibras que

devido à sua organização apresentam birrefringência. O Doppler é uma técnica

usada há tempo com o uso de fontes de comprimento de coerência longo que tem

como conseqüência imagens de pouca precisão. Com os conhecimentos de

coerência empregada na técnica de TCO associada ao Doppler possibilitou

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execução de imagens de alta exatidão de estruturas em movimento e por isso tem

sido empregada para a análise do fluxo e de vasos sanguíneos. Absorção permite

que sejam feitas medidas em duas profundidades diferentes do meio avaliado. A

elasticidade ou elastografia por TCO é uma técnica não invasiva utilizada para medir

as variações de rigidez no interior dos tecidos. Pode ser feito baseando-se na

sensibilidade da tomografia por coerência óptica ao deslocamento da amostra

durante a obtenção da imagem. Dessa maneira, tornou-se possível a obtenção de

informações a respeito da deformação, em micro-escala, da amostra durante a

aplicação de um estresse externo. Essa variação da TCO pode trazer uma rica

contribuição para os estudos de cicatrização.

2.2.3 TCO na área Odontológica

Colston et al. (1998a) realizaram o primeiro estudo de formação de imagem

em tecidos biológicos duros com TCO. Os autores realizaram imagens, in vitro, de

tecidos duros e moles da cavidade oral em porco com um protótipo do sistema de

TCO desenvolvido por eles e compararam-nas com a fotomicrografia da imagem

histológica. A TCO criou imagens de secção transversal da região periodontal do

primeiro pré-molar decíduo do porco secionado após congelamento e obteve

informações da estrutura interna da gengiva, do dente e da interface dos dois. Os

autores distinguiram claramente a junção esmalte-cemento e a interface dente-

gengiva, permitindo também a avaliação do sulco gengival ou bolsa periodontal,

caso estivesse presente. Isso mostra que a TCO tem um grande potencial clínico

para pesquisas da etiologia das doenças periodontais por ser um método que não

provoca dor e ser mais preciso do que os métodos mecânicos de sondagem

periodontal tradicionais. A fonte de luz utilizada no sistema foi diodo

superluminescente com comprimento de onda de 1310nm, largura de banda

espectral de 47 nm e que gerava no braço da amostra uma potência de 70 μW. A

resolução axial do experimento foi de 17 μm e a transversal de 20 µm.

Colston et al. (1998b) idealizaram e fabricaram uma peça de mão para fazer

imagem intraoral de tecidos dentais em humanos e publicaram o primeiro trabalho

que utilizou a técnica de TCO para obtenção de imagens in vivo de tecidos bucais

humanos, permitindo a observação tanto das estruturas formadas por tecidos moles

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como por tecidos duros da cavidade bucal como: esmalte dental, junção amelo-

dentinária, dentina, gengiva marginal, sulco gengival, ligamento periodontal, osso

alveolar, osso mandibular. As imagens geradas permitiram a visualização clara

dessas importantes estruturas, embora a do osso esponjoso não tenha sido tão

nítida. Acoplado ao interferômetro, foi utilizada uma fonte de baixa coerência

operando num comprimento de onda central de 1310 nm, largura de banda de 15

μm e 15mW de potência. A resolução axial do sistema de TCO foi de 15 μm e a

profundidade máxima foi de 3 mm em tecidos duros e 1,5 mm em tecido mole. As

imagens demonstraram o potencial do TCO e a variedade de aplicações clínicas

desta técnica incluindo diagnóstico de doenças periodontais, detecção de cáries e

avaliação de restaurações dentárias. Como desvantagem do sistema, os autores

relataram a existência de artefatos na imagem quando realizado em tecidos

birrefrigentes, e a necessidade de melhorar o tempo de aquisição da imagem.

Feldchtein et al. (1998) realizaram um estudo onde investigaram a formação

de imagem por TCO in vitro e in vivo das estruturas de tecidos duros e moles da

cavidade oral. O sistema de TCO utilizado tinha como fonte de luz diodo

superluminescente operando em 830 nm e 1280 nm com uma resolução axial no

primeiro de 13μm e no segundo de 17μm. O tempo de varredura axial foi de 2-5

segundos. Em relação às estruturas de tecido mole, os autores investigaram vários

tipos de mucosa oral: mucosa mastigatória do palato duro e da mucosa gengival;

mucosa de revestimento do palato mole e alveolar e mucosa especializada do dorso

da língua. Nos tecidos moles que havia queratina foi difícil a distinção entre a lâmina

própria e a submucosa (quando presente) devido à queratina reduzir o contraste,

mas, na mucosa com o epitélio não queratinizado, estas estruturas apresentavam-se

distintas, permitindo ainda a observação de vasos sanguíneos e glândulas. Nos

tecidos duros, os autores investigaram a habilidade do TCO em formar imagens de

lesões cariosas e não cariosas em esmalte e dentina nas áreas cervical, proximais e

sulcos oclusais de vários dentes, além de avaliar a qualidade das restaurações ao

verificar fendas entre o material restaurador e o dente, bolhas de ar incorporadas

durante a inserção do material e outros defeitos que determinassem a sua

substituição. Este estudo indicou que o TCO é capaz de formar imagens de alta

resolução e com muitas aplicações clínicas podendo ser um novo método de

imagem para a odontologia.

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Otis et al. (2000a) realizaram imagens in vivo de estruturas dentais sadias em

adulto com um sistema de TCO desenvolvido e testado por eles que apresentavam

140 microwatt de potência, 1310nm, diodo superluminescente como fonte de luz, 70

femtowatts de luz refletida e profundidade de imagem de aproximadamente 3 mm. O

tempo de aquisição de imagem foi de 45 segundos. A varredura por TCO foi

realizada através do longo eixo do dente pré-molar próximo à região cervical. A

imagem representa uma secção vestíbulo-lingual do dente determinado pelo

diâmetro do feixe (20 µm). Podem ser visualizadas estruturas tais como: tecido

periodontal, sulco gengival, epitélio juncional, interface dente-compósito e adaptação

marginal das restaurações. Os autores consideraram que o TCO tem a capacidade

de revelar detalhes da estrutura dental normal e quantificar os principais problemas

dentários como cáries, restaurações defeituosas e doença periodontal, com

potencial para identificar a doença periodontal ativa antes mesmo de ocorrer uma

perda óssea alveolar, podendo ser utilizada na proservação da doença ou como

uma documentação visual da progressão da doença periodontal, da resposta à

terapia ou ambos.

Otis et al. (2000b), num estudo in vitro, avaliaram amostras de tecidos bucais

de porcos através de técnicas de TCO, radiografia e sondagem dos sulcos

gengivais. Os autores compararam as imagens de dois sistemas de TCO com

comprimento de onda diferentes, de 850 nm e 1310 nm, ambos utilizando como

fonte de luz diodos superluminescentes. No primeiro sistema, o comprimento de

onda empregado foi de 850 nm, largura de banda espectral de 29 nm, potência de

350 μW incidindo na amostra e resolução axial de 12 μm no segundo. No segundo

sistema o comprimento de onda central da fonte foi de 1310 nm, largura de banda

espectral de 47 nm, potência de 140 μW e resolução axial de 17 μm no segundo. Os

pesquisadores concluíram que o emprego de uma fonte com maior comprimento de

onda permitiu a obtenção de uma imagem com maior resolução e maior riqueza de

detalhes para o profissional estabelecer o diagnóstico.

Jung et al. (2005) realizaram uma pesquisa cujo objetivo foi avaliar a

possibilidade do TCO para diagnóstico de múltiplos estágios de progressão do

câncer oral. Foi apresentado, não somente imagens em duas dimensões do TCO,

mas também, imagens em volume em três dimensões em tecido normal e lesões

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potencialmente malignas. O sistema TCO empregou como fonte de luz o diodo

superluminescente, com comprimento de onda central de 1310 nm, potencia de 10

mW e largura da banda de 70 µm. Como conclusão, o TCO pôde distinguir

claramente muitas características histológicas, tais como mudanças epiteliais e

subepiteliais; as imagens 3D evidenciaram informações detalhadas em qualquer

localização e ângulo de visão pelo clínico. Tais imagens mostraram serem muito

próximas dos correspondentes histológicos, logo o TCO tem um grande potencial

para detecção do câncer oral num futuro próximo.

Melo et al. (2005) observaram a integridade da interface dente-restauração no

esmalte dental de molares humanos extraídos, através da técnica de tomografia por

coerência óptica utilizando como fonte de luz o laser Titânio safira, operando num

comprimento de onda de 800 nm resolução axial de 10μm e lateral de 32μm. Além

de identificar a falha da restauração, uma fenda de aproximadamente 50μm, a

técnica permitiu uma avaliação quantitativa da mesma o que não foi possível através

de métodos convencionais de diagnóstico.

Kauffman et al. (2006) fizeram um trabalho avaliando a TCO como método de

diagnóstico por imagem da estrutura interna do dente, especialmente câmara pulpar

e canal radicular. Nos experimentos foram utilizados dentes extraídos de ratos

albinos, primeiros molares. No sistema de TCO foi utilizado o laser de Titânio safira

com fonte de luz de banda larga operando em 800 nm. O sistema desenvolvido

apresentou resolução axial de 10 μm e resolução lateral de 32 μm. Os resultados

mostraram imagens bi-dimensionais das estruturas do esmalte, dentina e câmara

pulpar compatíveis com a microscopia óptica. A pesquisa comprovou que TCO é

uma técnica de alta resolução e indica seu potencial em futuras aplicações em

pesquisas laboratoriais e clínicas, com potencial para ser uma importante ferramenta

de diagnóstico para a Odontologia.

Parker (2007) relata que atualmente um grande número de aplicações do laser

de baixa potência, que utilizam um comprimento de onda específico, são usados em

muitas áreas da medicina e da prática veterinária. Seu uso no tratamento de

patologias é baseado na fotobioestimulação, em que a energia do laser é absorvida

por pontos inter e intra-celulares, tendo como resultado uma estimulação secundária

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dos mecanismos de cicatrização. Ele diz que, na Odontologia, situações clínicas que

afetam as estruturas dentárias e os maxilares são aplicáveis à terapia do laser de

baixa potência. A terapia fotodinâmica, onde uma droga ou um produto químico é

introduzido e ativado pela luz de laser, pode ser usada no tratamento das infecções

bacterianas, na Endodontia e Periodontia. Além disso, pode ser usado na detecção

de cárie, na Ortodontia e na dentística restauradora. Nesta última indicação, estudos

preliminares usando TCO (com polarização sensitiva e comprimento de onda de

1300 nm) têm sido bem sucedidos na obtenção de imagens dos tecido duros e

moles da cavidade oral.

Em 2008, Braz et al. estudaram imagens de sítios de iniciação de fratura e a

sua lenta propagação em fibras reforçadas por resina utilizando a tomografia por

coerência óptica com comprimento de onda de 800nm. Amostras de fibras

reforçadas por resina foram submetidas a ciclos mecânicos e térmicos a fim de

simular as condições da cavidade oral e o interior dessas amostras foram analisadas

antes e depois pela TCO. Os autores concluíram que é possível a visualização e

análise de fraturas, não vistas a olho nu, quantitativamente e em profundidade

utilizando esta nova técnica.

2.3 Tomografia de Feixe Cônico

Nesta pesquisa, o padrão ouro escolhido para comparar as imagens da TCO

foi a Tomografia Volumétrica de Feixe Cônoco i-CAT® (Imaging Sciences

International, LLC – Pennsylvania/USA). A Tomografia Volumétrica de Feixe Cônico

foi introduzida comercialmente para profissionais da área Odontológica em 2001.

Este tipo de Tomografia Computadorizada surgiu como necessidade específica da

Odontologia, pois até então, tomógrafos computadorizados médicos, de custo

elevado e com altíssimas doses de radiação eram utilizados. Esta nova modalidade

de imagem produz imagens volumétricas de maneira mais fácil, rápida e com doses

de radiação cerca de dez vezes menor que tomografia computadorizada

convencional. Foi, então, designada para a profissão odontológica a fim de prover

imagens tridimensionais com altíssima precisão. Todas as especialidades da

Odontologia estão sendo beneficiadas por esta revolucionária tecnologia podendo-

se citar a localização espacial de dentes para a Cirurgia, Ortodontia e

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Odontopediatria, estudo tridimensional da crista óssea alveolar para a Periodontia,

estudos da ATM e Oclusão, localização de lesões em Patologia e planejamento em

Implantodontia entre outros (BOURGEOIS; SIKORSKI; TAYLOR, 2007). A varredura

do i-CAT® pode oferecer tempos de 10, 20 e 40 segundos, com reconstrução

padrão tomando menos de 30 segundos, informando ao dentista dados próximo ao

instante real, para o melhor diagnóstico possível.

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3 MATERIAIS E MÉTODO

O estudo experimental foi realizado após aprovação pelo comitê de ética em

pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco – Centro de Ciências da Saúde

(Anexo I).

Cinco molares humanos hígidos foram obtidos no Banco de Dentes da

Universidade Federal de Pernambuco e armazenados em soro fisiológico. Desse

total, apenas dois elementos dentários, devido à qualidade da imagem, foram

utilizados para a realização das imagens nesta pesquisa. A superfície oclusal das

amostras foi preparada com broca carbide cilíndrica número 1093 (KG sorensen)

perpendicular ao longo eixo do dente (Figura1), produzindo um plano na superfície

oclusal (Figura 2). Estas superfícies foram polidas manualmente com lixas d’água de

granulação 400, 600, 1200 com irrigação (Figura 3). Este polimento foi realizado até

que ocorresse uma mínima exposição pulpar (Figura 4) para, então, logo ser

analisado pela TCO.

Figura 1: Superfície oclusal sendo preparada com broca carbide cilíndrica

número1093.

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Figura 2: Molar após desgaste com plano na superfície oclusal.

Figura3: Superfície dentária sendo polida manualmente com lixas d’água e

com irrigação.

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Figura 4: Elemento dentário apresentando pequena exposição pulpar.

Para se obter as imagens através da técnica de Tomografia por Coerência

Óptica, foi construído um interferômetro de Michelson à base de fibra óptica,

acoplado a uma fonte de luz de baixa coerência.

Este interferômetro consiste em um sistema óptico capaz de produzir interação

entre dois feixes originários da mesma fonte. A luz gerada por uma fonte de baixa

coerência é dividida em duas partes que seguem caminhos distintos, mas de mesma

extensão. Na extremidade de cada percurso, a luz é refletida ou espalhada

retroativamente. Dessa forma, os feixes são novamente recombinados e

interferência entre eles é observada na extremidade do “braço” de saída do

interferômetro. A alteração do comprimento de um dos “braços” do interferômetro

leva a uma interferência construtiva ou destrutiva do sinal de interferência. Na

análise de tecidos biológicos, alterações na extensão do “braço” de referência do

interferômetro permitem a interferência seletiva do feixe de referência com a luz

espalhada por diferentes camadas da amostra estudada (HECHT; ZAJAC, 1979). A

figura 5 mostra os esquemas do sistema experimental utilizados nesta pesquisa.

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(a) (b)

Fig.5 – Diagrama esquemático da tomografia por coerência óptica.

(a) 850nm – espectrômetro; (b) 1280nm linha de atraso de Fourier.

Neste trabalho, o espelho fixo foi substituído pelo dente examinado. O feixe

de luz incidiu sobre o dente executando uma varredura e, de acordo com as

propriedades ópticas do tecido, foi parcialmente absorvido, refletido e espalhado.

Parte da luz espalhada retornou pela mesma fibra, percorrendo a mesma distância.

O outro feixe seguiu pelo braço de referência (com espelho), sendo totalmente

refletido. No momento em que houve a recombinação dos dois feixes, observaram-

se franjas de interferência que foram detectadas e transformadas em uma figura de

escala preta e branca e, posteriormente, através de um software foram finalmente

criadas imagens em duas dimensões e com uma alta resolução do elemento

analisado.

As amostras foram analisadas pela tomografia por coerência óptica (Figura 6),

utilizando como fonte de luz o diodo superluminescente e comprimentos de onda

cerca de 850nm e 1280 nm. O primeiro sistema (850nm) – Figura 7 - possui 49.9nm

de largura de banda, com resolução de 6μm. O outro sistema (1280nm) – Figura 8 -

possui 64.6 nm de largura de banda, com resolução de 11 μm. As imagens do

remanescente dentinário e da câmara pulpar foram obtidas através do

escaneamento da superfície oclusal na direção vestíbulo-lingual. A radiação

penetrou paralela ao longo eixo do dente através da estrutura dentinária e produziu

uma imagem tomográfica, como mostra a figura 9a. Ambos os sistemas são

controlados pelo Lab VIEW, software que coletou e processou todos os dados

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gerados das imagens tomográficas. Este software foi desenvolvido no Laboratório de

Optoeletrônica e Fotônica do Departamento de Física da Universidade Federal de

Pernambuco. (Figuras 9a, b)

Figura 6: Amostra posicionada para análise pela tomografia por coerência

óptica.

Figura 7: Sistema de tomografia por coerência óptica utilizando o

comprimento de onda de 850nm.

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Figura 8: Sistema de tomografia por coerência óptica utilizando o

comprimento de onda de 1280nm.

a

Figura 9a: Lab VIEW, software. Sistema de 850nm.

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b

Figura 9b: Lab VIEW, software. Sistema de 1280nm.

Após as imagens serem obtidas pela TCO, os dentes foram analisados pela

tomografia volumétrica computadorizada de feixe cônico - i-CAT (Imaging Sciences

International, LLC – Pennsylvania/USA) – figura 10 - e suas imagens comparadas às

imagens da TCO.

Figura 10: Aparelho tomográfico volumétrico computadorizado de feixe cônico

i-CAT.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos estão descritos no artigo submetido para publicação em

Journal of Biomedical Optics, conforme recibo de submissão (anexo II). Uma

reprodução do artigo conforme submetido segue no anexo III, onde os resultados

estão devidamente discutidos.

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5 CONCLUSÃO

• A TCO, nos dois comprimentos de onda, demonstra claramente a capacidade

de penetração através da dentina, podendo gerar imagens do remanescente

dentinário e da câmara pulpar;

• A TCO, nos dois comprimentos de onda, é capaz de medir quantitativamente

a espessura do remanescente dentinário;

• O comprimento de onda de 1280nm possui capacidade de profundidade de

penetração quase duas vezes maior que o comprimento de onda de 850nm.

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ANEXO II

Dear Dr. Gomes,

I am pleased to acknowledge receipt of your manuscript entitled "In Vitro imaging of

remaining dentin and pulp chamber by Optical Coherence Tomography: comparison

between 850nm and 1280nm," which you have submitted to be considered for

publication in the Journal of Biomedical Optics (JBO).

The manuscript control number for your paper is JBO 08372. Please refer to this

number in any correspondence.

You will be contacted as soon as the paper has been reviewed. You may check on

the status of this manuscript at any time by selecting the "Check Manuscript Status"

link after logging in at the following URL:

http://jbo.peerx-press.org/cgi-bin/main.plex

If you have any questions about your submission, please contact the editorial staff

using the "Send Manuscript Correspondence" link, or send an e-mail to

[email protected].

Thank you for submitting your work to the Journal of Biomedical Optics.

Sincerely,

Dr. Bruce J. Tromberg

Editor-in-Chief

Journal of Biomedical Optics

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ANEXO III

In Vitro imaging of remaining dentin and pulp chamber by Optical

Coherence Tomography: comparison between 850nm and 1280nm

Déborah D. D. Fonsêca 1, Bernardo B. C. Kyotoku ², Ana M. A. Maia1, and

Anderson S. L. Gomes 1,2 1 Graduate Program in Odontology, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brazil. 2 Department of Physics. Universidade Federal de Pernambuco, Cidade Universitária 50670-

901, Recife, PE, Brazil. Phone: 55-81-21267636 Fax: 55-81-3271-0359. E-mail:

[email protected]

Abstract

This work reports the application of optical coherence tomography (OCT) to generate image

of remaining dentin and pulp chamber of in vitro human teeth. Bi-dimensional images of

remaining dentin and of the pulp chamber were obtained parallel to the long axis of the teeth,

by two OCT systems operating around 1280nm and 850nm, and compared with tomography

images using the i-CAT® Cone Beam Volumetric Tomography system as the gold standard.

The results demonstrated the efficacy of the OCT technique; furthermore, the wavelength

close to 1280nm presented greater penetration depth in the dentine than 850nm, as expected

from scattering and absorption coefficients. The OCT technique has great potential to be used

on clinical practice, preventing accidental exposure of the pulp and promoting preventive

restoration treatment.

Keywords: Optical Coherence Tomography, Diagnostic Imaging, Dentin, Dental Pulp Cavity.

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Introduction

The success of the dental treatment, particularly restoration, depends on the integral

knowledge of the properties, structure and function of the complex to dentin-pulpar, which

constitutes the necessary biological basis for taking clinical decisions. Despite the differences

in structure and composition, pulp and dentin are integrally connected in the sense that

physiologic and pathologic reactions in one of the tissues will also affect the other. The two

tissues have common embryonic origin, and they also remain in an intimate relationship

throughout the life of the vital tooth. Anything that affects dentin will affect the pulp and vice-

versa [1].

Many factors are involved in the pulpal response, such as citotoxicity of the dental

material, application method of the restorative material, and presence of bacteria. However, it

seems that the effects of a restorative preparation, patient age, and remaining dentin thickness

between cavity floor and pulp tissue play an important role in the intensity of pulpal response

and stimulation of tertiary dentin deposition [2].

In addition, during excavation procedures, cavity and crown preparation, the pulp may

be accidentally exposed. Knowledge the configuration of the pulpal space and the pulp-dentin

complex morphology plays an important role to prevent iatrogenic or so-called accidental

exposures of the pulp. It is often difficult in clinical practice and with conventional image

technique such as X-ray, to identify the exact dimensions of the internal teeth anatomy [3].

To detect the depth of the dental cavity in relation to the pulpar chamber, the

professionals withhold information collected through the clinical examination - visual and

tactile inspection - and of the radiographic examination. These methods are subjective, taking

the professional, many times, to commit errors at the moment of the choice of the ideal

treatment. Moreover, the radiographic procedure possesses some limitations for presenting

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overlapping of anatomical structures, for being a static method and emitting ionizing radiation

[4].

The Optical Coherence Tomography (OCT) consists of a new imaging technique for

diagnosis that produces bi- or three-dimensional pictures, with a few μm spatial resolution,

and has been widely used to study bio-tissues, as reviewed in reference [5]. This technique

was initially used in Ophthalmology [6], where it is well developed and clinically used, but is

has been continuously benefiting other areas such as Cardiology [7], Gastroenterology [8],

Dermatology [9] and Cellular Engineering [10]. In Dentistry, the first applications were

reported in 1998 [11], having been used for diverse purposes as characterization of

periodontal structures [12,13], recurrent caries’s detection of and marginal adaptation of

restorations [14] and precocious detention of oral cancer [15].

More recently, besides evaluation of enamel interface restoration [14], also early caries

diagnostics [16], and the analysis of the performance of the dental materials [17,18] have been

studied and reported by our group. In 2006, Kauffman et al. performed the first OCT image of

dental pulps using rat’s teeth [19].

The key elements of an OCT setup include a broadband light source, whose spectral

width limits the axial spatial resolution; an interferometer, which generally employs a

Michelson design containing in one of the arms the sample and in the other arm a delay line

and an optical detector, whose signal output is electronically treated and fed to a computer for

the image generation. Two domains can be exploited for implementation of an OCT system:

the time domain or the spectral domain (SD-OCT). In the time domain, the optical delay line

arm basically consists of either a movable arm or a Fourier domain delay line [20]. In the

spectral domain, there are no movable parts in the interferometer arms (except for lateral

displacement of the beam on the sample), and the recombined beams from the interferometer

are sent to a spectrometer and is Fourier analyzed. It has been shown that spectral domain

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OCT (SD-OCT) has several advantages over the time domain OCT, including sensitivity [21]

and fast acquisition data, and since the first report on imaging implementation using SD-OCT

[21] its use has been widespread.

This work reports the first research comparing images obtained by OCT of the

complex dentin-pulp of in-vitro human teeth, using two different wavelengths in the near-

infrared, and also using a conical beam tomography as the gold standard. The results are

compared and the conclusion that OCT at around 1280nm performs better than at 850nm is

obtained, besides corroborating the feasibility of OCT for potential clinical use to prevent

accidental exposure of the pulp and to promote preventive restoration treatment.

Materials and Methods

The experimental study was carried out in accordance with the ethical guidelines in

research with human participants by Center of Health Sciences, Universidade Federal de

Pernambuco, Brazil.

Two higid molar from humans were used in this research. The teeth had been gotten in

the Tooth Bank of the Universidade Federal de Pernambuco and stored in physiological

serum. The occlusal surfaces of the teeth were prepared with the perpendicular carbide bur

along the axis of the teeth producing a plane on that surface. These surfaces were manually

polished with wet 400, 600- and 1200- water sandpaper sheet with irrigation.

Wear was performed perpendicular to the long axis of teeth creating a plane on

occlusal surface. The wear stopped until the occurrence of minimal cavity pulpal exposure. To

perform OCT imaging of teeth, we used two home built OCT systems, whose schematic

diagrams are shown in figure 1. Figure 1(a) shows the schematic of the SD-OCT system

operating at the wavelength of 850nm. The broadband source is a superluminescent diode

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(Broadband SLD Lightsource S840, SUPERLUM, Moscow, Russia) delivering up to 25mW

and with a 49,9nm bandwidth, which gives an axial resolution of 6µm. After traveling

through the all-fiber beam splitter, the reflected beams from the sample and mirror are

recombined and sent through a purpose designed spectrometer consisting of a lens collimator

system, 1200 l/mm grating and CCD (ATMEL, 2048 pixels, 12 bits, California - United

States). The maximum incident power on the sample was approximately 5mW. The output is

sent to a personal computer with a LabView based imaging program.

Figure 1(b) shows the schematic of the time domain OCT system operating at the

central wavelength of 1280 nm, maximum average power 5mW, delivered by a

superluminescent diode (model SLD-571, SUPERLUM, Moscow, Russia), with a 64.6 nm

bandwidth, which represents an axial resolution of 11µm. As with the system in figure 1(a),

an all-fiber beam splitter is used, but in this case the delay line is a Fourier domain delay line

[20] consisting of a grating and a scanning galvo. The recombined beams are fed into a

photodetector and associated electronics, and the output is sent to a personal computer with a

LabView based imaging program.

(a) (b)

Figure 1 – Schematic diagram of the optical coherence tomography system. (a) SD-OCT operating at 850nm (b) Time domain OCT operating at 1280nm with a Fourier domain delay line.

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The images of the remaining dentin thickness and pulp chamber were taken by

scanning the oclusal surface in a vestibule-lingual direction. The laser penetrated into the

teeth structure and a tomographic image of the frame, parallel to the axis of teeth was

obtained.

After the image construction by OCT (1280nm and 850nm), the teeth were

tomographically analyzed using the i-CAT® Cone Beam Volumetric Tomography (CBVT)

imaging system (Imaging Sciences International, LLC – Pennsylvania/USA), which radiates

from an X-ray source in a cone shape, encompassing a large volume with a single rotation

about the sample. This tomography system is a new technology used to analyze both double

jaw anatomy in patients by dentistry when more accuracy is required on complementary

exams. The CBVT produces volume imaging in an easier and faster way than conventional

medical CT (computed tomography) [22]. The scan offers times at 10, 20 and 40 seconds,

with standard reconstruction taking less than 30 seconds, providing dentists with near-instant

data for the best possible patient diagnosis, treatment and surgical predictability. The pictures

obtained are then reconstructed using algorithms to produce 3-dimensional images at high

resolution. Using the i-CAT® software, it was possible to generate sliced 2-D images with

thickness of 0.12mm (limited by the instrument resolution) eliminating the problem of

superposition, and these images were then compared to the OCT images.

Results

For comparison purposes, we first show in figures 2 (a) and (b) images by i-CAT®

CBVT of the pulp chamber region studied. The white area is the dentin part whereas the pulp

chamber region is the dark area inside, identified as D and PC, respectively. The square

region marked is the zoom region shown in figure (b). The dimensions in figures 2(a) and (b)

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are shown by the scales. This figure shows a remaining dentin thickness of approximately

120μm, which was thick enough to avoid pulpar exposition.

(a) (b)

Figure 2. (a) and (b). i-CAT® Cone Beam Volumetric Tomography image of the dentin and pulp chamber studied. (a) 0,12mm slice longitudinal of the tooth and (b) zoom 400% at the dentin-pulp interface.

The OCT images at the wavelengths of 1280nm and 850nm for the zoomed in region

shown in the i-CAT® CBVT image of figure 2(b) are seen in figures 3 (a) and (b),

respectively, which also show the structural components of the pulp-dentin complex. The

structures in the OCT images are distinguished due to the different gray levels (or blue levels,

in the case of the 850nm system), where the contour of the chamber to pulp appears whiter

(highest scattered intensities) and the dentin with the darker level (lowest scattered intensity).

Those structures are clearly delineated due to influence of the structure of the biological

components with distinct refractive indices, which backscatters light in very different ways.

No pulp exposition is observed, as confirmed by the i-CAT® CBVT, and comparing figures

2(b), 3(a) and (b), it clearly demonstrates the capacity of quantitative measurement by the

OCT with remaining dentin thickness measured as almost 120μm. Notice that the

measurements in the OCT value showed on the scale must be divided by the refraction index

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of dentine ~1,5 [11]. The black transversal region indicated by the arrow in figure 3(a) is an

artifact.

(a) (b)

Figure 3. OCT images of the Dentin (D) and pulp chamber (PC) corresponding to the i-CAT® Cone Beam Volumetric Tomography image of figure 2(b). (a) OCT at 1280nm and (b) OCT at 850nm. The black transversal region in 3(a) is an artifact (indicated by the arrow).

Figure 4 shows an image where the exposition of the pulp cavity is clearly seen.

Figure 4(a) is the i-CAT® CBVT image section, figure 4(b) the OCT at 1280nm and fig. 4(c)

the OCT at 850nm. Once again, the dentin (D) and the pulp chamber (PC) are clearly

delineated in the OCT image. The pulp exposition site (PE) is seen as a discontinuity at the

dentin surface, which is the homogenous white line of high intensity. The OCT images shown

allow the direct measurement of the observed region depth.

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(a)

(b) (c)

Figure 4. Dentin (D); Pulp chamber (PC); site of pulpal exposure (PE). (a) i-CAT® Cone Beam Volumetric Tomography image of pulp-dentin complex; (b) OCT 1280nm image of pulp-dentin complex; (c) OCT 850nm image of pulp-dentin complex.

In order to verify the maximum depth which could be achieved for each OCT system,

we carried out a series of measurements whereby the studied dentin region was being reduced

by polishing until the pulp could be identified. The scale shown in the figures 5 (a) and (b)

clearly demonstrate the capacity of quantitative assessment of the OCT, as well as the

maximum penetration depth of the radiation inside of the dentin region. Comparing the

measurements of the deeper ceiling of the pulp chamber visualized at the two different

wavelengths (1280nm and 850nm respectively), the remaining measured dentin thickness was

approximately 1000μm at 1280nm and 600 μm at 850nm system. These values had already

been corrected for the dentin refractive index ~1.5 [11].

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(a) (b)

Figure 5. Image of the deeper pulp ceiling visualized by the OCT. (PC) beginning of the contour of the pulpar ceiling; (D) Dentin. (a) – 1000μm visible depth of the pulp cavity at 1280nm. The black transversal region is an artifact (b) - 600μm visible depth of the pulp cavity at 850nm.

The deeper penetration depth of the light at 1280nm compared to 850nm is due to a

remarkable reduction of absorption and scattering coefficients of the dentin at 1280nm [23].

As a final example, figure 6 shows a superposition of three different images from OCT

at 1280nm, taken at the same sample, showing the view of the longitudinal slice detecting

cusps (C), dentine (D) and the vestibular and palatine pulp horn, where it is possible to

identify a remaining thin layer of dentin of roughly 260μm and 600μm (PC1 and PC2)

between the cavity floor and pulp chamber. This is another clear demonstration of the

potential of OCT for pulp chamber assessment.

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Figure 6. OCT image superposition showing the Dentin (D) and pulp chamber (PC1 and PC2) with wavelength of 1280nm. Note the thin layer of remaining dentin about 260µm to PC1 and 600µm to PC2.

Discussion

Citotoxicity of the dental material, deep cavity preparation and accidental exposition

of pulp tissue are factors that can be involved with the pulp irritation. The OCT is a new

modality of image capable to diagnosis the complex dentin-pulp and to produce images

through the dentin substratum, being able to measure with precision the distance between the

endings of the cavity to pulp chamber. OCT provided images into reminiscent dentinal to pulp

cavity of about 1000μm (1280nm) and 600μm (850nm) in depth.

Before any restoring procedure, care must be taken to properly evaluate and protect

the dentine and the pulp against physical, chemical and bacterial aggressions. The protection

strategies depend basically on the depth of the cavity, the age of the patient, the remaining

dentine thickness and the indicated restoring material. The depth is determined by the

remaining dentine thickness between cavity floor and the pulp chamber’s ceiling [24,25].

Remaining dentin thickness of 500µm should be enough to protect the pulp tissue against the

cytotoxic effects of dental materials [26] and remaining dentin thickness of 300µm may

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provoke a persistent inflammatory pulpal response. As expected, these results show that the

greater the dentin thickness, minor the injuries suffered for the pulp [27].

The OCT is a potential image technique which may contribute to prevent accidental

pulp exposures in clinical practice and help pulp protection, by quantitatively determining the

remaining dentin, thus helping to make the excavation procedures more predictable and safe.

Conclusions

The OCT clearly demonstrate the capacity of quantitative assessment and penetration

of the radiation on the pulp chamber and the remaining dentin, compared with the scan in i-

CAT® Cone Beam Volumetric Tomography. In accordance with the results presented for the

OCT’s with wavelength of 1280nm and 850nm, the two techniques had presented

effectiveness. Furthermore, our experiment corroborated the depth of penetration almost two

times bigger for 1280nm OCT. OCT is a non-invasive and non-destructive technique, as a

consequence it possesses great potential to be used routinely in clinical practice for the

diagnosis of the complex dentine-pulp, preventing accidental exposure of the pulp and

promoting preventive restoration treatment.

Acknowledgements

The authors are thankful to the Boris Berenstein Clinic in Recife, PE, Brazil, and

especially to Prof. Marco Frazão for allowing the use of i-CAT® Cone Beam Volumetric

Tomography system, and helping with the analysis of the CBVT images. Financial support to

this work from CNPq, FACEPE and CAPES, Brazilian Agencies, are gratefully

acknowledged.

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