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  • 8/7/2019 Tomografia computadorizada de feixe cnico (Cone beam) entendendo este novo mtodo de diagnstico por imag

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    R D nt l Pr ss Ortodon Ortop F c l139 M r ng, v. 12, n. 2, p. 139-156, m r./ r. 2007

    Tomografa computadorizada de eixe cnico(Cone beam ): entendendo este novo mtodode diagnstico por imagem com promissoraaplicabilidade na Ortodontia

    Daniela Gamba Garib*, Rubens Raymundo Jr.**, Melissa Vasconcellos Raymundo***,Denys Vasconcellos Raymundo***, Sandrina Niza Ferreira****

    T p i c o E s p E c i a l

    Resumo

    Objetivo:este artigo visa in ormar e atualizar o pro ssional da rea odontolgica a respeito datomogra a computadorizada, incluindo in ormaes concernentes aquisio de imagens, dose deradiao e interpretao do exame tomogr co, com distino entre a tomogra a computadoriza-da tradicional e a tomogra a computadorizada de eixe cnico. Adicionalmente, as possibilidadesde aplicao deste mtodo de diagnstico por imagem na Ortodontia so discutidas.Concluses:resultado de avanos tecnolgicos, da reduo da exposio radiao e da tima qualidade daimagem, as expectativas apontam para uma utilizao mais abrangente da tomogra a computado-rizada de eixe cnico na Odontologia e na Ortodontia. Com a de nio de novos conhecimentosgerados pela viso tridimensional do crnio e da ace, o uturo reserva a renovao de conceitos eparadigmas, assim como a rede nio de metas e planos teraputicos ortodnticos.

    Palavras-chave : Diagnstico. Odontologia. Ortodontia.

    O QUE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZA-DA?

    A tomogra a computadorizada (TC) trata-sede um mtodo de diagnstico por imagem que uti-liza a radiao x e permite obter a reproduo deuma seco do corpo humano em quaisquer unsdos trs planos do espao (Fig. 1). Di erentementedas radiogra as convencionais, que projetam emum s plano todas as estruturas atravessadas pe-

    los raios-x, a TC evidencia as relaes estruturaisem pro undidade, mostrando imagens em atiasdo corpo humano. A TC permite enxergar todasas estruturas em camadas, principalmente os teci-dos mineralizados, com uma de nio admirvel,permitindo a delimitao de irregularidades tridi-mensionalmente3,15,42,43,53.

    Perante as di culdades ou limitaes na ob-teno de in ormaes para o diagnstico com o

    * Professora Associada de Ortodontia da Universidade Cidade de So Paulo UNICID So Paulo. Professora do Curso de Ortodontia Preventiva eInterceptora da PROFIS Bauru. Coordenadora do curso de especializao em Ortodontia da Prevodonto - Centro de Estudos - Rio de Janeiro.

    ** Livre-Docente em Radiologia Oral - UERJ. Professor Adjunto Radiologia - UFRJ e Universidade Veiga de Almeida. Staff da Clnica RORRJ-RadiologiaOdontolgica - Rio de Janeiro.

    *** Especialista em Radiologia Oral - UFRJ. Staff da Clnica RORRJ-Radiologia Odontolgica - Rio de Janeiro.**** Aluna do curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de So Paulo UNICID So Paulo.

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    Tomogr f comput dor z d d x cn co (cone beam ): nt nd ndo st novo mtodo d d gnst co por m g m com prom ssor pl c l d d n Ortodont

    R D nt l Pr ss Ortodon Ortop F c l140 M r ng, v. 12, n. 2, p. 139-156, m r./ r. 2007

    uso de radiogra as convencionais, as imagens tri-dimensionais comearam a atrair grande interessedos odontlogos. Atualmente, alm do exame detomogra a computadorizada mostrar-se muitorequisitado na rea mdica, comea tambm adesenvolver-se no cenrio odontolgico, principal-mente nas reas de Implantodontia, DiagnsticoBucal, Cirurgia e Ortodontia.

    Ao discutir este tema to atual, primeiramenteh que se discernir entre os dois tipos principaisde TC, a tomogra a computadorizada tradicionale a tomogra a computadorizada de eixe cnico(cone-beam computed tomography -CBCT). Os

    dois tipos de exames permitem a obteno deimagens em cortes da regio dentomaxilo acial,no entanto a nica caracterstica que apresentamem comum re ere-se utilizao da radiao x.Surpreendentemente, a engenharia e as dimensesdo aparelho, o princpio pelo qual se obtm e seprocessam as imagens, a dose de radiao e o custodo aparelho so completamente distintos entre asduas modalidades de TC. As principais di erenasentre os mtodos so compiladas na tabela 1 edescritas detalhadamente a seguir.

    A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADATRADICIONALHistrico

    A revolucionria criao desta modalidade deexame, no incio da dcada de 70, pelo engenheiroingls Houns eld31, juntamente com o sico nor-te-americano Comark, lhes valeu o prmio Nobelde Medicina de 19793,42,43. O primeiro aparelhode TC oi colocado no Hospital Atkinson Morley,em Londres, acomodava somente a cabea do pa-ciente e gastava 4,5 minutos para escanear uma

    atia e mais 1,5 minuto para reconstruir a imagemno computador3,43. Felizmente, durante os ltimos30 anos, ocorreram muitas inovaes e grandiosasevolues na tecnologia dessa rea, que melhora-ram o tempo de aquisio e a qualidade das ima-gens, assim como reduziram signi cantemente adose de radiao.

    Os aparelhos atuais, denominados de nova ge-rao, acomodam o corpo todo e a reproduo deuma seco dura um segundo ou menos. Algumasmquinas alcanaram tal per eio, que reproduzemuma atia em 0,5 a 0,1 segundo, permitindo estudos

    uncionais em vez de somente anlises estticas43.

    Componentes do aparelho e aquisio daimagem

    O aparelho de tomogra a computadorizadatradicional apresenta trs componentes principais(Fig. 2): 1)o gantry , no interior do qual se loca-lizam o tubo de raios-x e um anel de detectores

    de radiao, constitudo por cristais de cintilao;2) a mesa, que acomoda o paciente deitado e que,durante o exame, movimenta-se em direo ao in-terior dogantry e 3) o computador, que reconstria imagem tomogr ca a partir das in ormaesadquiridas nogantry . O tcnico ou operador deTC acompanha o exame pelo computador, quegeralmente ca ora da sala que acomoda ogan- try e a mesa, separado por uma parede de vidroplumb ero.

    Neste aparelho, a onte de raios-x emite um ei-

    xe estreito (colimado) em orma de leque, direcio-nado a um anel com diversos detectores (Fig. 3).Durante o exame, no interior dogantry , o tubo deraios-x gira dentro do anel estacionrio de recepto-res. Os sinais recebidos pelos detectores dependemda absoro dos tecidos atravessados pelo eixe ra-diogr co e so registrados e processados matema-ticamente no computador. Por meio de mltiplasprojees no curso de 360 ao redor do paciente,os receptores registram uma srie de valores deatenuao dos raios-x. Estes mltiplos coe cientesde atenuao so submetidos a complexos clculosmatemticos pelo princpio da matriz (Fig. 4), per-mitindo ao computador reconstruir a imagem deuma seco do corpo humano15,34.

    Nas primeiras geraes de aparelhos de TC, oeixe de raios-x completava um giro em torno do

    paciente e, posteriormente, a mesa se movimen-tava para capturar a imagem em atia da prxima

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    GaRib, D. G.; RaYMUNDO JR. R.; RaYMUNDO, M. V.; RaYMUNDO, D. V.; FeRReiRa, S. N.

    R D nt l Pr ss Ortodon Ortop F c l141 M r ng, v. 12, n. 2, p. 139-156, m r./ r. 2007

    TC tradicional TC de eixe cnico

    dimenso do aparelho - gr nd- p rm t x m do corpo todo- m s comp cto- p rm t p n s x m d r g o d c

    p scoo

    aquisio da imagem - d v rs s volt s do x d r os-x m torno do p c nt- cort s x s- um volt do x d r os-x m torno do p c nt

    - m g ns s s m lh nt s t l rr d ogr f

    tempo de escaneamento-1 s gundo

    mult pl c do p l qu nt d d d cort s

    x s n c ssr os- xpos o r d o n nt rrupt

    - 10-70 s gundos d x m- 3-6 s gundos d xpos o r d o

    dose de radiao - lt - m nor, prox m d m nt 15 v z s r duz d mr l o TC h l co d l

    custo fnanceiro do exame - lto - r duz do

    recursos do exame - r constru s mult pl n r s m 3D

    - r constru s mult pl n r s m 3D, lm dr constru s d r d ogr f s d m ns on s

    conv nc on s

    qualidade da imagem- o n t d z

    - t mo contr st- v l d o d s v l s qu nt t t v s qu l t t v s

    - o n t d z- xo contr st ntr t c do duro mol

    - o curc

    produo de arte atos - mu to rt to n pr s n d m t r s m tl cos - pouco rt to produz do n pr s n d m t s

    Tabela 1 - Qu dro comp r t vo ntr TC tr d c on l TC d x cn co.

    FiGURa 1- im g ns d tomogr f comput dor z d r produz ndo s c s do corpo hum no m d r nt s pl nos do sp o.

    FiGURa 2 - ap r lho d tomogr f comput dor z d tr d c on l:A) gantry m s ,B)Comput dor

    A B

    FiGURa 3 - R pr s nt o grfc do nt r or dogantry, ond o tu o d r os-x g r m torno do p -c nt , m t ndo um x col m do d r os-x m

    orm d l qu , d r c on do o n l st c onr od d t ctor s.

  • 8/7/2019 Tomografia computadorizada de feixe cnico (Cone beam) entendendo este novo mtodo de diagnstico por imag

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    Tomogr f comput dor z d d x cn co (cone beam ): nt nd ndo st novo mtodo d d gnst co por m g m com prom ssor pl c l d d n Ortodont

    R D nt l Pr ss Ortodon Ortop F c l142 M r ng, v. 12, n. 2, p. 139-156, m r./ r. 2007

    regio adjacente. Nos aparelhos atuais, denomina-dos de ltima gerao, a mesa com o paciente mo-vimenta-se simultaneamente rotao do tubo deraios-x, determinando uma trajetria helicoidal da

    onte de raios-x em torno do paciente, o que prova denominao aos aparelhos de TC modernos: to-mogra a computadorizada helicoidal ou espiral50.Este avano incrementou a qualidade da imageme reduziu o tempo de exposio do paciente. Almdisso, os aparelhos modernos apresentam a tecno-logiamultislice , isto , so capazes de adquirir 4 a

    16 atias de imagem para cada giro de 360 do ei-xe de raios-x em torno do paciente54. As vantagensclnicas dos aparelhosmultislice re erem-se maiorvelocidade de aquisio da imagem, especialmentetil quando o movimento do paciente constitui um

    ator limitante para o exame, assim como melhorresoluo espacial das imagens50.

    A imagem compe-se unitariamente pelopixel (Fig. 5), cada um dos quais apresenta um nmeroque traduz a densidade tecidual ou o seu poder deatenuao da radiao. Tais nmeros, conhecidoscomo escala Houns eld, variam de 1000 (densi-dade do ar) a +1000 (densidade da cortical ssea),passando pelo zero (densidade da gua)15,34. Na es-cala Houns eld, considera-se que a gua apresen-ta uma densidade neutra na imagem tomogr ca.Deste modo, os tecidos de maior densidade sodecodi cados com um nmero positivo pelo to-mgra o e chamados hiperdensos, enquanto os te-

    cidos com densidade in erior gua recebem umnmero negativo e so denominados hipodensos.A densidade da medula ssea varia de -20 a -40,devido grande quantidade de tecido adiposo.Na presena de um tumor na regio, aumentama densidade tecidual e o valor numrico da escala.Um cisto apresenta um nmero prximo a zero,j que o fuido cstico compe-se preponderante-

    mente por gua.Mas devemos lembrar que a imagem de TC

    ainda apresenta uma terceira dimenso, repre-sentada pela espessura do corte. Assim, uma ou-tra palavra deve ser amiliar aos pro ssionais quetrabalham com imagens tridimensionais: ovoxel .Denomina-sevoxel a menor unidade da imagemna espessura do corte (Fig. 5), podendo variar de0,5 a 20mm, a depender da regio do corpo a serescaneada e da qualidade da imagem desejada15,34.Deste modo, quando se deseja imagens muito pre-cisas de pequenas regies como a ace, ajusta-se oaparelho para adquirir cortes de 1mm de espessu-ra, por exemplo, e assim ovoxel das imagens re-sultantes corresponder a 1mm. Di erentemente,quando se escaneia regies maiores do corpo comoo abdmen, as atias, e portanto ovoxel , deve sermais espesso, com inevitvel perda da qualidadeda imagem.

    FiGURa 4 - O pr ncp o d construo d m g m m TC tr d c on l:A) v lo-r s d t nu o do x d r os x, ps tr v ss r o o j to m d v rs sd r s B) m tr z com o clculo comput dor z do d d ns d d d c dr g o tr v ss d p los x s d r d o. (d bROOKS3).

    A B

    FiGURa 5 - R pr s nt o squ mt c d s un d d s qu comp m m g md tomogr f comput dor z d tr d c on l (d FReDeRiKSeN15).

    C

    cb

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    2 3 5

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    4

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    GaRib, D. G.; RaYMUNDO JR. R.; RaYMUNDO, M. V.; RaYMUNDO, D. V.; FeRReiRa, S. N.

    R D nt l Pr ss Ortodon Ortop F c l143 M r ng, v. 12, n. 2, p. 139-156, m r./ r. 2007

    A tomogra a computadorizada tradicional ob-tm imagens muito mais ntidas e ricas em deta-lhes que as radiogra as convencionais. As anlisesquantitativas em TC demonstram grande acurciae preciso4,5,6,7,16,52. A medio da imagem acura-da quando se aproxima da dimenso real do objetoestudado. Isto quer dizer que as mensuraes reali-zadas diretamente no crnio ou na imagem em TCdo mesmo crnio so absolutamente semelhantes.A preciso ou reprodutibilidade do mtodo con-

    rma-se diante de escassos erros na repetio dasmensuraes, tanto intra como interexaminadores.Outra vantagem igualmente importante da tomo-

    gra a computadorizada consiste na alta sensibili-dade e especi cidade11,18,19,20,21. Isto quer dizer quenas anlises qualitativas das imagens, os ndices de

    also-negativo e also-positivo so muito baixos, res-pectivamente. Traduzindo em exemplos, compro-vou-se que a TC espiral pode evidenciar 100% dosde eitos sseos periodontais vestibular e lingual18,19 e das leses de urca20. Outro interessante exemploda grande sensibilidade da TC quando comparadas radiogra as convencionais oi demonstrado narea de Ortodontia. Em 1987, Ericson e Kurol12

    demonstraram, por meio da anlise de radiogra asconvencionais, que 12% dos pacientes com retenodos caninos superiores permanentes apresentavamreabsoro radicular dos dentes vizinhos, os incisi-vos laterais. Treze anos mais tarde, quando repetiramo mesmo estudo, porm utilizando-se a tomogra-

    a computadorizada tradicional como mtodo dediagnstico, constataram que, na realidade, 48% dospacientes com erupo ectpica dos caninos apre-sentavam algum grau de reabsoro radicular nosincisivos laterais permanentes10. Ademais, em outrotrabalho na mesma linha de pesquisa, os mesmos au-tores demonstraram um alto grau de concordnciaentre a imagem da TC e a situao real de incisivoslaterais extrados, concernente pro undidade dasreabsores e presena de envolvimento pulpar11.Portanto, os trabalhos da literatura com tomogra acomputadorizada tradicional validaram este mtodode diagnstico para anlises quantitativas e qualitati-

    vas das estruturas cranio aciais.A boa resoluo da imagem de TC deve-se ao

    grande poder de contraste da tcnica, j que pe-quenas di erenas na densidade tecidual podemser percebidas e traduzidas em 5.000 tons decinza em cadapixel 43. Para se ter uma idia, osaparelhos atuais reconhecem di erenas de densi-dade de menos de 0,5%, enquanto as tcnicas ra-diogr cas convencionais detectam desigualdadesmnimas de 10%43. Ademais, a natureza digital daTC permite introduzir melhoras na qualidade daimagem por meio da computao gr ca. E di e-rentemente das radiogra as convencionais, o ator

    de magni cao da tomogra a computadorizada nulo, ou seja, a imagem em TC reproduz o tama-nho real do objeto escaneado5.

    Apenas um detalhe pode prejudicar a resoluoespacial da imagem de TC, enmeno conhecidocomo clculo da mdia de um volume parcial. Istoocorre quando a borda de uma estrutura inicia-seno meio de umpixel 43. Neste caso, o tom de cinzaapresentado por estepixel equivaler mdia do co-e ciente de atenuao dos raios-x, prejudicando a vi-sualizao ntida do limite de tal estrutura. Quando

    o paciente apresentar metal na rea avaliada, a TCtradicional tambm pode criar arte atos em ormade raios na imagem, como acontece na presena dasrestauraes dentrias metlicas (Fig. 6).

    FiGURa 6 - art tos produz dos n m g m d TC tr d c on l por r st ur sm tl c s.

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    Tomogr f comput dor z d d x cn co (cone beam ): nt nd ndo st novo mtodo d d gnst co por m g m com prom ssor pl c l d d n Ortodont

    R D nt l Pr ss Ortodon Ortop F c l144 M r ng, v. 12, n. 2, p. 139-156, m r./ r. 2007

    Exame da regio facial e processamentocomputadorizado das imagens

    Durante o exame de tomogra a computado-rizada tradicional, a posio da cabea pode serpadronizada tridimensionalmente, utilizando-seum recurso do tomgra o de prover linhas lumi-nosas perpendiculares entre si. Deste modo, posi-ciona-se o paciente deitado na mesa com o planode Camper perpendicular ao solo, a linha lumi-nosa longitudinal passando pelo centro da glabe-la e do ltro labial e a linha luminosa transversalcoincidindo com o canto lateral dos olhos (Fig. 7).Os dentes podem ser mantidos desocludos, para

    que a intercuspidao no inter ra na obteno daimagem dos dentes superiores e in eriores.A primeira imagem obtida pelo tomgra o as-

    semelha-se a uma telerradiogra a de norma late-ral e denomina-se escanograma ouscout (Fig. 8).Nesta imagem, o tcnico seleciona a regio queser escaneada, assim como determina a inclina-o dos cortes axiais. Para o exame da maxila, re-comenda-se obteno de cortes axiais, paralelos aoplano palatino (Fig. 9A) ou, menos comumente,paralelos ao plano oclusal. Para o exame da mand-

    bula, os cortes axiais so ajustados paralelamente base mandibular (Fig. 9B). Estas estruturas dere erncia no precisam estar necessariamenteperpendiculares ao solo, pois ogantry pode so rerinclinaes para escanear o plano de corte dese-jado.

    As imagens originais na tomogra a computa-dorizada tradicional so usualmente obtidas nosentido axial (Fig. 10). Se a regio de interesse, porexemplo a base da mandbula mais os dentes in e-riores, apresentar 30mm de altura e o tomgra o

    or ajustado para executar cortes com espessura de1mm, ao nal do exame teremos 30 cortes axiaisda mandbula.

    Diante da necessidade de diversi car as pers-pectivas de avaliao, o computador capaz dereconstruir os cortes axiais originais, obtendoimagens em outros planos do espao, como os pla-nos coronal e sagital, sem a necessidade de expor

    FiGURa 7 - L nh s lum nos s d r rnc p r p dron z o d pos o dc do p c nt .

    FiGURa 8 - esc nogr m ouscout.

    novamente o paciente radiao5,34. Este recursopresente nossoftwares dos tomgra os denomi-na-se reconstruo multiplanar (Fig. 11). Quan-do requisitamos uma reconstruo multiplanar, omonitor do computador aparece dividido em qua-drantes, um demonstrando a imagem axial original,

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    GaRib, D. G.; RaYMUNDO JR. R.; RaYMUNDO, M. V.; RaYMUNDO, D. V.; FeRReiRa, S. N.

    R D nt l Pr ss Ortodon Ortop F c l145 M r ng, v. 12, n. 2, p. 139-156, m r./ r. 2007

    FiGURa 9 -A)Scout com d t rm n o d d r o dos cort s ( x s) p r m x l .B)Scout com d t rm n o d d r o dos cort s ( x s) p r m nd ul .

    FiGURa 10 - Cort s x s or g n s.

    e outros dois com reconstrues no plano coronale sagital (Fig. 11B). Movimentando-se os cursoresna tela, o operador ter condies de visualizar asimagens de toda a rea escaneada em cada um dostrs planos do espao, atia a atia. O quarto qua-drante pode ser utilizado para azer reconstrues

    diversas ou oblquas, como por exemplo cortes nosentido vestibulolingual da regio dentoalveolar,onde se pode visualizar a espessura do rebordoalveolar, das tbuas sseas vestibular e lingual,assim como a inclinao dentria (Fig. 11). Estasimagens oblquas do rebordo alveolar no sentido

    A B

  • 8/7/2019 Tomografia computadorizada de feixe cnico (Cone beam) entendendo este novo mtodo de diagnstico por imag

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    Tomogr f comput dor z d d x cn co (cone beam ): nt nd ndo st novo mtodo d d gnst co por m g m com prom ssor pl c l d d n Ortodont

    R D nt l Pr ss Ortodon Ortop F c l146 M r ng, v. 12, n. 2, p. 139-156, m r./ r. 2007

    vestibulolingual, tambm denominadas cortesortorradiais, so as utilizadas pelo implantodon-tista para deciso da localizao, comprimentoe dimetro dos implantes osseointegrados. Exis-tem algunssoftwares espec cos que automati-camente provm imagens ortorradiais de toda aextenso do arco dentrio para o planejamentoda colocao de implantes (Fig. 12). Caracte-rsticas como altura, espessura e inclinao dorebordo alveolar, assim como a proximidade deestruturas anatmicas (canal mandibular, oramementoniano, seio maxilar, cavidade nasal e ora-me incisivo) podem ser acilmente visualizados

    nessas imagens.Os cortes axiais originais podem ainda ser re-

    construdos em 3D e visualizados sob di erentesperspectivas. As imagens principais e de maiorinteresse ainda podem ser impressas em lme ra-diogr co e enviadas ao pro ssional que requisi-tou o exame.

    Sumarizando, a TC apresenta as vantagensde eliminar as sobreposies, a magn ca resolu-o atribuda ao grande contraste da imagem e apossibilidade de reconstru-las nos planos axial,coronal, sagital e oblquo, assim como obter umaviso tridimensional da estrutura de interesse.

    FiGURa 11 - R construo mult pl n r:A)D s nho squ mt co d cort s nos trs pl nos do sp o;B)R construo mult pl n r m TC tr d c on l.

    FiGURa 12 - R constru s ortorr d s g r d s por progr m s sp cfcos p r Odontolog pl c dos pr nc p lm nt o pl n j m nto d mpl nt s.

    Pl no Front l Pl no S g t l

    Pl no ax lA B

  • 8/7/2019 Tomografia computadorizada de feixe cnico (Cone beam) entendendo este novo mtodo de diagnstico por imag

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    GaRib, D. G.; RaYMUNDO JR. R.; RaYMUNDO, M. V.; RaYMUNDO, D. V.; FeRReiRa, S. N.

    R D nt l Pr ss Ortodon Ortop F c l147 M r ng, v. 12, n. 2, p. 139-156, m r./ r. 2007

    Dose de radiaoSe a TC apresenta grandes vantagens diagns-

    ticas, ela somente no mais utilizada na rotinaodontolgica por dois principais motivos: dose deradiao e alto custo.

    A dose de radiao recebida pelo paciente du-rante o exame, indiscutivelmente, apresenta-semais alta quando comparada s tomadas radiogr-

    cas convencionais35,55. No entanto, di cil esta-belecer quantas vezes mais radiao esse examelibera em relao s radiogra as intrabucais e ex-trabucais de rotina, porque a dose de radiao daTC varia de acordo com a rea escaneada, com

    a espessura do corte, com os ajustes do aparelho(quilovoltagem e miliamperagem) assim comocom o tipo de aparelho de TC.

    Por esta razo, indica-se o exame de tomogra acomputadorizada tradicional na Odontologia ape-nas quando a relao custo-bene cio compensar,ou seja, quando o exame puder prover in orma-es para o diagnstico impossveis ou di ceis deserem adquiridas por meio das radiogra as con-vencionais e que, ao mesmo tempo, poderiamalterar signi cantemente o plano de tratamento

    escolhido14. As principais indicaes para a TCtradicional na Odontologia restringem-se aos casosde raturas complexas da ace3,42,43, nas anomaliascranio aciais34, no diagnstico e acompanhamentolongitudinal de patologias dos maxilares3,5,6,15,34,42,no planejamento de mltiplos implantes14,43 e nodiagnstico do grau de comprometimento radicu-lar dos incisivos laterais em casos de erupo ec-tpica dos caninos superiores permanentes2,10,11,48.A partir do surgimento da TC de eixe cnico naOdontologia, as indicaes desse exame tridimen-sional expandiram-se.

    A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DEFEIXE CNICO (CONE BEAM )

    O advento da tomogra a computadorizadade eixe cnico representa o desenvolvimento deum tomgra o relativamente pequeno e de me-nor custo, especialmente indicado para a regio

    dentomaxilo acial. O desenvolvimento desta novatecnologia est provendo Odontologia a repro-duo da imagem tridimensional dos tecidos mi-neralizados maxilo aciais, com mnima distoroe dose de radiao signi cantemente reduzida emcomparao TC tradicional47.

    HistricoOs primeiros relatos literrios sobre a tomo-

    gra a computadorizada de eixe cnico para usona Odontologia ocorreram muito recentemen-te, ao nal da dcada de noventa. O pioneirismodesta nova tecnologia cabe aos italianos Mozzo

    et al.40

    , da Universidade de Verona, que em 1998apresentaram os resultados preliminares de umnovo aparelho de TC volumtrica para imagensodontolgicas. baseado na tcnica do eixe em

    orma de cone (cone-beam technique ), batizadocomo NewTom-9000. Reportaram alta acurciadas imagens assim como uma dose de radiaoequivalente a 1/6 da liberada pela TC tradicio-nal. Previamente, a tcnica do eixe cnico j erautilizada para propsitos distintos: radioterapia,imagiologia vascular e microtomogra a de peque-

    nos espcimes com aplicabilidade biomdica ouindustrial40.

    Em 1999, um grupo congregando de pro es-sores japoneses e nlandeses de radiologia odon-tolgica apresentou outro aparelho com tecno-logia e recursos muito semelhantes ao tomgra oitaliano1. Denominado Ortho-CT, o tomgra oconsistia do aparelho convencional de radiogra-

    a panormica nlands, Scanora, com a pelcularadiogr ca substituda por um intensi cador deimagem (detector).

    Atualmente, o tomgra o computadorizadoodontolgico vem sendo produzido na Itlia, Japoe Estados Unidos e est comercialmente dispon-vel em diversos pases, inclusive no Brasil. A tec-nologia oi aper eioada ao longo de poucos anos,a um custo bem mais acessvel em comparao TC tradicional. J existem tomgra os em centrosespecializados de Radiologia odontolgica em al-

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    Tomogr f comput dor z d d x cn co (cone beam ): nt nd ndo st novo mtodo d d gnst co por m g m com prom ssor pl c l d d n Ortodont

    R D nt l Pr ss Ortodon Ortop F c l148 M r ng, v. 12, n. 2, p. 139-156, m r./ r. 2007

    gumas cidades brasileiras. Ortodontistas america-nos, principalmente da costa oeste, tm adquiridoo aparelho para uso particular no consultrio. NoJapo, a maioria das aculdades de Odontologiadetm esta tecnologia.

    A histria da tomogra a computadorizada deeixe cnico indubitavelmente aponta para um

    cenrio onde a imagem radiolgica tridimensio-nal ser utilizada mais ampla e rotineiramente naOdontologia. somente uma questo de tempo.Muito pouco tempo.

    Aparelho e aquisio da imagem

    O aparelho de TC de eixe cnico muitocompacto e assemelha-se ao aparelho de radio-gra a panormica. Geralmente o paciente po-sicionado sentado, mas em alguns aparelhos aco-moda-se o paciente deitado (Fig. 13). Apresentadois componentes principais, posicionados em ex-tremos opostos da cabea do paciente: a onte outubo de raios-x, que emite um eixe em orma decone, e um detector de raios-x (Fig. 14). O siste-ma tubo-detector realiza somente um giro de 360graus em torno da cabea do paciente e. a cada de-

    terminado grau de giro (geralmente a cada 1 grau),o aparelho adquire uma imagem base da cabeado paciente, muito semelhante a uma telerradio-gra a, sob di erentes ngulos ou perspectivas47,57 (Fig. 15). Ao trmino do exame, essa seqncia deimagens base (raw data ) reconstruda para gerara imagem volumtrica em 3D, por meio de umsoftware espec co com um so sticado progra-ma de algortmos, instalado em um computadorconvencional acoplado ao tomgra o47. O tempode exame pode variar de 10 a 70 segundos (umavolta completa do sistema), porm o tempo de ex-posio e etiva aos raios-x bem menor, variandode 3 a 6 segundos47.

    Processamento computadorizado dasimagens

    Uma grande vantagem da TC odontolgica que os programas que executam a reconstruo

    FiGURa 13 - ap r lhos d tomogr f comput dor z d d x cn co.A) ap r lho d m rc com rc l i-C t, im g ng sc nc s int rn t on l,H tf ld, P nnsylv n , eUa (www. m g ngsc nc s.com).B) ap r lhod m rc com rc l N wTom-9000, Qu nt t t v R d ology, V ron , itl(www.qrv ron . t).

    FiGURa 14 - Comp r o grfc do tomgr o tr d c on l(A) do tomgr od x cn co(B)com ont o d t ctor d r os-x (d SUKOViC50).

    A

    B

    A B

    ont d r os-X ont d r os-X

    x cn cox m orm

    d l qu

    d t ctor d t ctor

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    GaRib, D. G.; RaYMUNDO JR. R.; RaYMUNDO, M. V.; RaYMUNDO, D. V.; FeRReiRa, S. N.

    R D nt l Pr ss Ortodon Ortop F c l149 M r ng, v. 12, n. 2, p. 139-156, m r./ r. 2007

    computadorizada das imagens podem ser ins-talados em computadores convencionais, e nonecessitam de umaWorkstation como a TC tra-dicional, apesar de ambas serem armazenadas nalinguagem Dicom (Digital imaging and commu- nication in Medicine ). Desta maneira, se o pro s-sional possuir osoftware espec co instalado emseu computador pessoal, car apto a manipularas imagens tridimensionais, segundo a sua conve-nincia, assim como mostr-la em tempo real aospacientes. As imagens de maior interesse aindapodem ser impressas e guardadas no pronturio,como parte da documentao.

    Os programas de TC de eixe cnico, igual-mente TC tradicional, permitem a reconstru-o multiplanar do volume escaneado, ou seja, avisualizao de imagens axiais, coronais, sagitaise oblquas, assim como a reconstruo em 3D (Fig.16). Adicionalmente, o programa permite gerarimagens bidimensionais, rplicas das radiogra asconvencionais utilizadas na Odontologia, como apanormica e as telerradiogra as em norma laterale rontal, uno denominada reconstruo multi-planar em volume, que constitui outra importantevantagem da TC de eixe cnico37,47.

    Os cortes axiais so selecionados pelo opera-

    FiGURa 15 - im g ns s d c do p c nt , g r d s dur nt o x m d TC d x cn co -raw data (d FaRMaN; SCaRFe13).

    A B

    C D

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    Tomogr f comput dor z d d x cn co (cone beam ): nt nd ndo st novo mtodo d d gnst co por m g m com prom ssor pl c l d d n Ortodont

    R D nt l Pr ss Ortodon Ortop F c l150 M r ng, v. 12, n. 2, p. 139-156, m r./ r. 2007

    dor em uma viso lateral da cabea, semelhante aoscout , e so considerados reconstrues primriasou diretas. Cada corte contguo pode apresentaruma espessura mnima in erior a 1mm. A partirdo corte axial, obtm-se as reconstrues secun-drias, incluindo as reconstrues coronais, sagi-tais, os cortes perpendiculares ao contorno dosarcos dentrios (ortorradiais ou trans-axiais), asreconstrues em 3D e as imagens convencionaisbidimensionais. Sobre todas essas imagens, osof-

    tware ainda permite a realizao de mensuraesdigitais lineares e angulares, assim como colorirestruturas de interesse como o canal mandibular,por exemplo.

    O volume total da rea escaneada apresenta umormato cilndrico, de tamanho varivel, de acordo

    com a marca do aparelho, e compe-se unitaria-mente pelovoxel. Na TC de eixe cnico, ovoxel chamado de isomtrico, ou seja, apresenta altu-ra, largura e pro undidade de iguais dimenses13.Cada lado dovoxel apresenta dimenso submili-mtrica (menor que 1mm, geralmente de 0,119a 0,4mm) e, portanto, a imagem de TC apresentamuito boa resoluo. Por esta razo, os poucos es-tudos na rea de validao da TC volumtrica paraanlises qualitativas e quantitativas mostraramuma alta acurcia da imagem8,29,33,38,39,40, alm deboa nitidez. A imagem da TC de eixe cnico dis-tingue esmalte, dentina, cavidade pulpar e cortical

    alveolar27. Os arte atos produzidos por restaura-es metlicas so bem menos signi cantes que naTC tradicional30. A tecnologia da TCcone beam muito nova e a literatura ainda mostra poucaspesquisas dedicadas ao tema. Mais estudos sobreacurcia/preciso e sensibilidade/especi cidadeainda se azem necessrios.

    Dose de radiaoA dose de radiao e etiva da tomogra a com-

    putadorizada odontolgica varia de acordo coma marca comercial do aparelho e com as especi-caes tcnicas selecionadas durante a tomada

    (campo de viso, tempo de exposio, miliampe-ragem e quilovoltagem)36. Porm, de um modo ge-ral, ela mostra-se signi cantemente reduzida emcomparao tomogra a computadorizada tra-dicional40,47,49. Quando comparada s radiogra asconvencionais, a dose de radiao da TC de eixecnico apresenta-se similar do exame periapicalda boca toda28 ou equivale a aproximadamente 4 a15 vezes a dose de uma radiogra a panormica47.

    Por outro lado, em comparao a uma radio-gra a convencional, o potencial do exame detomogra a computadorizada em prover in or-maes complementares muito superior. Adicio-nalmente, com um exame de TC do eixe cnico,o pro ssional pode obter reconstrues de todasas tomadas radiogr cas convencionais odontol-

    FiGURa 16 - R construo tr d m ns on l (3D) m tomogr f comput dor z d d x cn co.

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    GaRib, D. G.; RaYMUNDO JR. R.; RaYMUNDO, M. V.; RaYMUNDO, D. V.; FeRReiRa, S. N.

    R D nt l Pr ss Ortodon Ortop F c l151 M r ng, v. 12, n. 2, p. 139-156, m r./ r. 2007

    gicas (panormica, PA, telerradiogra a em normalateral, periapicais,bite-wings e oclusais) somadass in ormaes mpares ornecidas pelas recons-trues multiplanares e em 3D. A imagem podetambm ser enviada para prototipagem, obtendo-se um modelo da regio escaneada em materialsiliconado.

    POSSIBILIDADES DE APLICAO DATOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NAORTODONTIA

    A seguir, so expostas as principais aplicaesda TC em Ortodontia, de acordo com os dados

    extrados de uma reviso literria atualizada:1) avaliao do posicionamento tridimensionalde dentes retidos e sua relao com os dentes eestruturas vizinhas2,10,11,41,56; 2) avaliao do graude reabsoro radicular de dentes adjacentes acaninos retidos2,10,11; 3) visualizao das tbu-as sseas vestibular e lingual e sua remodelaoaps movimentao dentria17,23,46; 4) avaliaodas dimenses transversas das bases apicais22,44 edas dimenses das vias areas superiores22; 5) ava-liao da movimentao dentria para regio de

    osso atrsico (rebordo alveolar pouco espesso nadireo vestibulolingual)24 ou com invaginao doseio maxilar21; 6) avaliao de de eitos e enxertosseo na regio de ssuras lbio-palatais26; 7) an-lise quantitativa e qualitativa do osso alveolar paracolocao de miniimplantes de ancoragem orto-dntica45; 8) medies do exato dimetro mesio-distal de dentes permanentes no irrompidos paraavaliao da discrepncia dente-osso na dentaduramista e 9) avaliaes ce alomtricas9,13,25,51.

    Mas o pro ssional deve estar se perguntandocomo realizar avaliaes ce alomtricas em ima-gens tridimensionais. H que se desprezar quase80 anos de estudos em ce alometria baseado emimagens bidimensionais? Apesar da TC criar novasperspectivas e possibilidades de avaliao da ace,tanto sob o aspecto dimensional quando qualita-tivo, a ce alometria convencional pode ser exe-cutada normalmente com a TC de eixe cnico.

    A imagem ce alomtrica bidimensional pode serobtida de trs maneiras distintas a partir do exa-me de TC13: pelo uso doScout (primeira imagemobtida com a TC, assemelha-se telerradiogra alateral e utilizada para veri car o posicionamen-to da cabea do paciente); pelo uso da imagembase, tomada lateralmente cabea do paciente,que mostra menos distoro entre lados direito eesquerdo; ou pela manipulao dos dados volum-tricos, sobrepondo-se todos os cortes sagitais gera-dos e obtendo uma nica atia sagital mais espessa(Fig. 17). O segundo recurso tambm utilizadopara gerar a tomada pstero-anterior da ace (PA),

    e o terceiro recurso pode ser implementado para areconstruo da PA assim como da imagem pano-rmica convencional. Tais imagens bidimensionaispodem ser transportadas para programas que exe-cutam mensuraes ce alomtricas. Existe ape-nas uma di erena entre a imagem ce alomtricaproveniente da TC e a telerradiogra a em normalateral convencional. Di erentemente da segunda,que mostra uma suave ampliao do lado do pa-ciente pelo qual entra o eixe de raios-X (conven-cionalmente o lado direito), a primeira mostra-se

    ortogonal, com igual dimenso nos lados esquerdo

    FiGURa 17 - R construo d t l rr d ogr f m norm l t r l tr d c on l, porm o d TC d x cn co:A) scout ; B) m g m s l t r l com tom d c nz

    nv rt do;C) so r pos o d m g ns s g t s;D) so r pos o d m g nss g t s com n t d z m lhor d (d FaRMaN; SCaRFe13).

    D

    BA

    C

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    Tomogr f comput dor z d d x cn co (cone beam ): nt nd ndo st novo mtodo d d gnst co por m g m com prom ssor pl c l d d n Ortodont

    R D nt l Pr ss Ortodon Ortop F c l152 M r ng, v. 12, n. 2, p. 139-156, m r./ r. 2007

    e direito do paciente, o que pode signi car maioracurcia das mensuraes13.

    A tomogra a computadorizada de eixe cnicoprov ao ortodontista a capacidade de, em apenasum exame, obter todas as imagens convencionaisem 2D que compem a documentao ortodn-tica, somadas viso tridimensional detalhada dasestruturas dento aciais. E quanto ao custo nan-ceiro e biolgico do exame? Sob a perspectiva docusto nanceiro, a TC mostra-se muito compen-sadora, pois atualmente o oramento do exameequivale aproximadamente ao da documentaoconvencional de Ortodontia. Quanto ao custo

    biolgico, vinculado exposio do paciente ra-diao, deve-se analisar que o exame de TC podesubstituir diversas tomadas radiogr cas conven-cionais utilizadas como rotina em Ortodontia,alm de agregar ainda in ormaes em pro un-didade, impossveis de serem obtidas nos examesradiogr cos convencionais. O pro ssional deveravaliar a relao custo-bene cio em cada caso par-ticular.

    Indubitavelmente, atravs da TC, nossos olhoscaro mais aptos a enxergar detalhes undamen-

    tais na mor ologia do paciente, que podero alte-rar metas teraputicas e os planos de tratamentousuais. Para exempli car, um estudo recente emcasos com caninos superiores permanentes retidosmostrou que o plano de tratamento inicialmenteproposto com base na documentao ortodnticaconvencional oi alterado em 43,7% dos pacien-tes aps o exame de TC2. Tal mudana se deveu maior sensibilidade da TC em diagnosticar apresena e a extenso das reabsores radicularescausadas por esta anomalia irruptiva em dentesadjacentes. Por muitas vezes, os dentes eleitos paraextrao passaram a ser aqueles a etados pelas re-absores radiculares que alcanavam a cavidadepulpar.

    Portanto, coerente que, antes de indicar aTC de eixe cnico, o pro ssional avalie cuidado-samente a relao custo-bene cio deste examecomplementar: a TC vai contribuir para o diag-

    nstico a ponto de mudar o plano de tratamento?Diante de uma resposta positiva, o exame de TCdeve ser indicado.

    COMO INTERPRETAR O EXAME DETOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA?

    Quando o pro ssional da rea odontolgicarequisita um exame de TC de eixe cnico, na re-alidade ele no deve se preocupar em de nir ouespeci car para o radiologista os cortes que ele de-seja visualizar. Em vez disso, o pro ssional deve en-caminhar ao radiologista a sua dvida diagnstica.Desta maneira, o contedo do exame, assim como

    o laudo, objetivar primariamente o esclarecimentodas questes levantadas pelo pro ssional.A documentao ortodntica da paciente

    MMC, de 15 anos de idade, mostrava uma trans-posio entre canino e primeiro pr-molar supe-rior direito, sendo que o canino apresentava-se noirrompido (Fig. 18). A paciente apresentava tam-bm agenesia do incisivo lateral superior do mes-mo lado. Antes de e etuar o plano de tratamento, oortodontista requisitou o exame de TC de eixecnico com as seguintes dvidas diagnsticas:

    1) Qual a exata localizao do canino superiorno irrompido no sentido vestibulolingual? e2) Existe reabsoro radicular nos pr-molares ad-jacentes ocasionada pelo canino retido?

    Geralmente o exame da regio dos maxilares compostos por 4 tipos de reconstrues: axiais, co-ronais, sagitais (ou parasagitais) e ortorradiais. Estaparece ser uma boa seqncia para a interpretaodas imagens. A gura 18B mostra os cortes axiais,numa seqncia arco dentrio-cavidade nasal. Aprimeira imagem mostra, no lado direito, as razesdos dentes 11, 52, 53, 14, e coroas do 15, 16 e 17.Na prxima imagem, localizada pouco acima daprimeira (Ax82) j observa-se a ponta de cspidedo 13 localizada entre as razes do 14 e 15, sendoque o contorno radicular do primeiro pr-molarmostra-se irregular, denunciando uma reabsororadicular na regio distovestibular com extensoprxima ao canal radicular. medida que cami-

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    GaRib, D. G.; RaYMUNDO JR. R.; RaYMUNDO, M. V.; RaYMUNDO, D. V.; FeRReiRa, S. N.

    R D nt l Pr ss Ortodon Ortop F c l153 M r ng, v. 12, n. 2, p. 139-156, m r./ r. 2007

    A

    FiGURa 18 - ex m d TC d x cn co d um p c nt pr s nt ndo tr ns-pos o ntr o c n no o pr m ro pr-mol r sup r or d r to, com o c n no(13) r t do g n s do nc s vo l t r l sup r or d r to (12).A)R construod r d ogr f p norm c .B)Cort s x s.C)Cort s coron s.D)Cort s p r -

    s g t s.E)Cort s ortorr d s.F, G)R constru s m 3D.

    E

    F

    G

    C DB AX146

    AX74 AX82 AX90

    AX98 AX106 AX114

    A122 AX130 AX138

    AX162AX154

    Raiz vestibulardo 14

    Raiz palatinado 14

    13

    15

    Raiz vestibulardo 14

    Raiz palatinado 14

    Coroa do13

    Raiz palatinado 14

    SMFN

    SMFN

    SMFN

    SM FN SM

    13

    FN

    1 5

    1

    5

    Raiz vestibulardo 14

    Raiz palatinado 14

    13

    vista lateral externa

    vista lateral interna

    1 2

    3 4

    5 6

    7 8

    1 2 3

    4 5 6

    1 2 3 4

    5 6 7 8

    5

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    Tomogr f comput dor z d d x cn co (cone beam ): nt nd ndo st novo mtodo d d gnst co por m g m com prom ssor pl c l d d n Ortodont

    R D nt l Pr ss Ortodon Ortop F c l154 M r ng, v. 12, n. 2, p. 139-156, m r./ r. 2007

    nhamos superiormente, ca claro tambm que ocanino retido ocupa uma posio transalveolar,isto , no centro do rebordo alveolar, no entantoexiste menos osso recobrindo-o por vestibular quepor lingual (Ax106). Sendo necessria cirurgia decolagem e tracionamento deste dente, a vestibularseria o acesso eleito.

    A seqncia de cortes coronais (Fig. 18C), deanterior para posterior, pode con rmar a localiza-o vestibulolingual do dente 13 (corte n 5). Opro ssional deve atentar que a raiz do 14 apre-senta uma angulao acentuada do pice para me-sial (Fig. 18A) e, portanto, em nenhuma imagem

    coronal conseguimos vislumbrar toda extensocervico-apical da raiz desse dente. A seqncia decortes parasagitais (Fig. 18D), de vestibular parapalatino, con rma a presena de reabsoro radi-cular presente na super cie distal da raiz do dente14 (cortes n 1 e 2) que aparece com um contornoirregular e descontnuo. medida que caminha-mos para os cortes mais deslocados para palatino,a raiz do dente 14 passa a mostrar um contorno

    regular e contnuo, sinal de que a raiz palatina nooi reabsorvida. Os cortes ortorradiais (Fig. 18E),

    numerados de distal para mesial, con rmam ascaractersticas observadas nos cortes anteriores e,alm disso, mostram a real espessura do rebordoalveolar nas regies analisadas. As imagens tam-bm podem ser avaliadas em 3D (Fig. 18F, G),aqui representada sob as perspectivas vestibular elingual.

    CONCLUSESDevido principalmente ao reduzido custo -

    nanceiro e menor dose de radiao, vislumbra-se

    um crescente uso e di uso da TC de eixe cnicoocorrendo num uturo bem prximo na Odonto-logia. Com a de nio de novos conhecimentosgerados pela viso tridimensional do crnio e da

    ace, a expectativa que a TC de eixe cnico al-tere conceitos e paradigmas, rede nindo metas eplanos teraputicos na Ortodontia.

    Enviado em: outubro de 2006Revisado e aceito: janeiro de 2007

    Cone beam computed tomography (CBCT): understandind this new imagingdiagnostic method with promissing application in Orthodontics

    AbstractObjectives: This article aims to in orm and update the dental pro essional regarding computed tomography (CT),including in ormation related to image acquisition, radiation dose and CT interpretation, with distinction between thetraditional CT and the cone beam CT. Additionally, the possibilities o application o CT in Orthodontics are discussed.Conclusion:As a result o technological advances, lower radiation dose and optimal image quality, the expectationspoint to a more wide utilization o cone beam computed tomography in Dentistry and Orthodontics. With the de ni-tion o new knowledge generated rom the three-dimensional view o cranium and ace, the uture can bring changesin concepts and paradigms as well as the rede nition o orthodontic objectives and treatment plans.

    Key words: Diagnosis. Dentistry. Orthodontics.

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